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DIREITO CONSTITUCIONAL 1 AULA 1: Teoria da Constituição: Constitucionalismo, elementos e classificação das constituições. Data

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DIREITO CONSTITUCIONAL 1

AULA 1: Teoria da Constituição: Constitucionalismo, elementos e classificação das constituições.

Data

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Teoria da Constituição

A ciência que estuda a teoria da constituição é o Direito Constitucional

Um trabalho sobre teoria da constituição deve ter como preocupação inicial a identificação de seu objeto específico, para que possa ser possível evidenciar sua independência em relação

ao direito constitucional positivo.

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Teoria da ConstituiçãoDe conteúdo extremamente instável, pois sofre o influxo

direto das ideias e dos valores de seu tempo.

A teoria da constituição aborda o fenômeno constitucional sob uma

perspectiva teórica.

A pré-compreensão do fenômeno constitucional revela sua utilidade diante da constatação de que a aplicação de disposições normativas a

um determinado caso concreto DEMANDA o domínio de técnicas, conceitos, princípios e postulados específicos que não estão inseridos

no corpo da LEI MAIOR.

É uma análise dos princípios, postulados e características do

fenômeno constitucional sem que seja necessário relacioná-los a um

sistema normativo especifico.

Apesar de autônomo demanda uma reflexão transdisciplinar

com a filosofia jurídica, teoria do estado e o desenvolvimento do

constitucionalismo ocidental.

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Conteúdo da Teoria da Constituição

Constituição

Poder Constituinte

Transformações da Constituição

Normas constitucionais

Interpretação constitucional

Aplicação e integração das normas constitucionais

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Constitucionalismo: Conceito

Canotilho Técnica especifica de limitação do poder com fins garantisticos

Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino

Movimento politico, jurídico e ideológico que concebeu ou aperfeiçoou a ideia de

estruturação racional do Estado e de limitação do exercício de seu poder, concretizada pela elaboração de um

documento escrito destinado a representar sua lei fundamental e

suprema.

Lenza Limitação ao poder autoritário e de prevalência dos direitos fundamentais

Exceção: Reino Unido –

Costumeira.

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Assim...

Constitucionalismo Estado

Limitar o Poder do Estado através de um documento chamado ou conhecido

como CONSTITUIÇÃO.

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Constitucionalismo: aspectos históricos.

Revolução Norte Americana

1789Revolução Francesa

1776

Quando e como surgiu o Constitucionalismo?

Final do século XVIII com as chamadas revoluções liberais

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Origem do constitucionalismo

Autores como Luís Roberto Barroso, Pedro Lenza, entre outros encontraram traços do constitucionalismo desde a antiguidade.

Idade antiga ou antiguidade

Idade média

Idade moderna

contemporânea

– até o século V – tomada do Império Romano do Ocidente pelos povos bárbaros – 476 d.C.

século V até o fim do império romano do oriente.

1453 a 1789

1789 ate os dias atuais

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Constitucionalismo durante a antiguidade

Karl Loewenstein

identificou, entre os hebreus, timidamente, o surgimento do constitucionalismo, estabelecendo-se no Estado teocrático

limitações ao poder político ao assegurar aos profetas a legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites

bíblicos.

Antiguidade – até sec. V

• Lei do Senhor – hebreus – profetas ;

• Democracia Direta – cidades-estados gregas.

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Constitucionalismo durante a idade media

Carta de 1215

representa o grande marco do constitucionalismo medieval,

estabelecendo, mesmo que formalmente, a proteção a importantes direitos

individuais.

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Lei do Senhor

Os profetas exerciam a função de fiscalizar os atos do Poder Público e compatibilizar com o texto bíblico

(Lei do Senhor).

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Democracia Direta

Os cidadãos de Atenas e Esparta poderiam valer-se de algumas ações

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Constitucionalismo moderno

Idade moderna – XV - 1789

• Pactos e forais (ou cartas de franquia);

• Petition of Rights (1628);

• Habeas Corpus Act (1679);

• Bill of Rights (1689); e

• Act of Settlement (1701)

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Constitucionalismo moderno O constitucionalismo moderno foi deflagrado durante o

período Iluminista e concretizado como uma contraposição ao absolutismo reinante, por meio do qual se elegeu o povo como o titular legítimo do poder.

Destaca-se, nesse primeiro momento, na concepção do constitucionalismo liberal, marcado pelo liberalismo clássico, os seguintes valores: individualismo, absenteísmo estatal, valorização da propriedade privada e proteção do indivíduo. Essa perspectiva, para se ter um exemplo, influenciou profundamente as Constituições brasileiras de 1824 e 1891.

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Constitucionalismo Moderno

Constituição americana (1787)

Constituição francesa (1791)

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Destaca-se que:

A concepção liberal (de valorização do indivíduo e afastamento do Estado) acabou por gerar uma concentração de renda e exclusão social, fazendo como que o Estado passasse a ser chamado (novamente) para intervir nas relações com a finalidade de evitar abusos e limitar o poder econômico.

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Constitucionalismo moderno

Destaque

as constituições escritas como instrumento para conter qualquer arbítrio decorrente do

poder.

Marcos históricos

a constituição norte-americana de 1787 e a francesa de 1791 (que teve como preâmbulo a Declaração Universal

dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789)

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Constituição americana (1787): características

Sintética Limitou-se em estabelecer as regras, mas não entra em

questões especificas: economia, saúde, educação...

Preocupada com o GARANTISMO JUDICIAL da Constituição.

1º. Documento escrito com poder de limitar o arbítrio do Estado.

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Constituição Francesa (1791): Características.

AnalíticaNão se limitou a

estabelecer as regras do jogo, pois possui a

pretensão de participar diretamente do jogo.

Estabeleceu diretrizes para a educação, saúde...

É uma Constituição com força normativa ATUANTE.

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Noções fundamentais

O constitucionalismo moderno, fruto das revoluções liberais, deu a ideia de constituição sentido, forma e

conteúdo específicos.

É certo que, tanto a noção quanto o termo “Constituição” já integravam a ciência politica e o Direito de longa data, associados à configuração do

poder em diferentes fases da evolução da humanidade, da antiguidade

clássica ao Estado Moderno.

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Constitucionalismo Contemporâneo

• Totalitarismo constitucional

• Evolução dirigismo comunitário

• Constitucionalismo globalizado

• Direitos de segunda geração

• Direitos de terceira geração – fraternidade e solidariedade.

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Constitucionalismo do Futuro – por vir

Consolidação dos direitos de terceira dimensão (fraternidade e solidariedade)

Roberto Dromi

consenso

verdade

solidariedade

continuidad

e

participação

integração univ

ersalidad

e

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Contribuição das revoluções para o constitucionalismo

Supremacia da Constituição

Constituição Escrita

Formal

Rígida

Antes:Costumeiras

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(Neo) Constitucionalismo

Constitucionalismo norte americano

Constitucionalismo francês

(Neo) constitucionalismo ou Constitucionalismo pós moderno ou pós positivismo

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(Neo) Constitucionalismo

Desenvolvimento Inicio do século XXI

BuscaAlém da limitação estatal assegurar a eficácia da Constituição, para que seu texto deixe de ter um caráter meramente retórico, passando a ser mais efetivo, especialmente diante da expectativa de concretização dos direitos fundamentais.

Concretizar direitos fundamentais

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Neoconstitucionalismo

Walber de Moura

‘‘o neoconstitucionalismo tem como uma de suas marcas a concretização das prestações materiais prometidas pela sociedade,

servido como ferramenta para a implantação de um Estado Democrático Social de Direito. Ele pode ser considerado como um movimento caudatário do pós-modernismo. Dentre suas principais

características podem ser mencionados: a) positivação e concretização de um catálogo de direitos fundamentais; b) onipresença dos princípios

e das regras; c) inovação hermenêuticas; d) densificação da forca normativa do Estado; e) desenvolvimento da justiça distributiva’’

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(Neo) Constitucionalismo

Constituição

Garantia de condições dignas mínimas

Concretização dos valores constitucionais

Eficácia irradiante em relação aos poderes e mesmo aos particulares

Carga valorativa – axiológica – DPH e DF

Norma jurídica – imperatividade e superioridade

Centro do sistema

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Resumindo

A expressão direito constitucional – enquanto organização estatal, ordem jurídica – nasce com o Constitucionalismo.

Significa – LIMITAÇÃO DO PODER E SUPREMACIA DA LEI (ESTADO DE DIREITO).

O NOME SUGERE, DE MODO EXPLICITO, A EXISTENCIA DE UMA CONSTITUIÇÃO.

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CONSTITUIÇÃO

Qual é o objeto de estudo do Direito Constitucional? 

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Outros nomes dados à Constituição:

Sinônimos de Constituição – Código Supremo, Texto Supremo, Lei Maior, Lei Fundamental, Carta Política, Magna Carta, Carta Republicana...

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Conceito de Constituição

Várias Concepções e acepções para definir o termo

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Diferentes sentidos dados ao termo constituição

Sentido comum É o ATO de instituir, formar, estabelecer, criar, enfim constituir: algo, alguma coisa

Sentido sociológico(Ferdinan Lassale)

É a soma dos fatores reais do poder que formam e regem um determinado Estado.

Sentido político(Carl Schmitt)

É a decisão política fundamental, que define o particular modo de ser do ente estatal.

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Diferentes sentidos dados ao termo constituição

Sentido jurídico(Hans Kelsen)

Á Constituição é o FUNDAMENTO de VALIDADE para o ordenamento jurídico. As normas jurídicas contrária a Constituição seriam inválidas, logo é a base para o controle de constitucionalidade. (falar da pirâmide).

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Fatores Reais de Poder - Lassale

O Poder Militar O Poder Social

O Poder IntelectualO Poder Econômico

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Conceito do ponto de vista politico

Conjunto de decisões do Poder Constituinte ao criar ou reconstruir o Estado, instituindo os

órgãos de poder e disciplinando as relações que manterão entre si e com a sociedade.

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Conceito do ponto de vista jurídico

Material - conteúdo Formal – posição no sistema jurídico

A Constituição organiza o exercício do poder politico,

define DF, consagra valores e indica fins

públicos a serem realizados

A Constituição é norma fundamental e superior, que regula o modo de produção das demais

normas do OJ e limita o seu conteúdo

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DistinçãoConceito Material Conceito FormalÉ a reunião de TODAS as regras, estejam ou não estabelecidas em um único texto, que abordem a estrutura do Estado, a organização, as formas de atuação e limitação do Poder Politico.

É a Constituição escrita, definindo-se como um conjunto de normas reunidas em um documento denominado Constituição e elaborado pelo Poder Constituinte Originário ou de Fato.

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Conceito amplo•“A Constituição cria ou reconstrói o Estado, organizando e limitando o poder político, dispondo acerca de direitos fundamentais, valores e fins públicos e disciplinando o modo de produção e os limites de conteúdo das normas que integrarão a ordem jurídica por ela instituída.”

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Outros sentidos

Sentido Culturalista (Meireles Teixeira)

A Constituição como produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e sobre

ela pode influir.

Constituição abertaAberta no sentido de permanecer dentro de seu tempo, e, assim, evitar risco de

desmoronamento de sua força normativa

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È certo que, a Constituição

Cria Reconstrói

Estado

Organizando Limitando o poder politico DF

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Elementos caracterizadores do Conceito de “Constituição Ideal” – JJ Canotilho.

Ser Escrita Previsão de DF

Instrumentos de soberania popular

Limitação do Estado e separação dos poderes

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Classificação (tipologia) das Constituições

A doutrina adota vários critérios de classificação das Constituições

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Quanto à origem – legitimidade democrática

Outorgada Promulgada

Imposta Votada

Não há participação popular

Assembleia Nacional Constituinte

Participação Popular – direta ou

indiretamente

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RelembrandoOutorgadas PromulgadasImpostas, de maneira unilateral, pelo agente revolucionário (grupo ou governante) que não recebeu do povo a legitimidade para em nome dele atuar.No Brasil, as Constituições outorgadas foram: 1824 (império); 1937 (inspirada no modelo fascista – Itália – Getulio Vargas); 1967 (ditadura militar). As Constituições outorgadas recebem o nome de “Cartas Constitucionais”.

Também chamada de democrática, votada ou popular. É aquela fruto do trabalho da Assembléia Constituinte, eleita diretamente pelo povo, para em nome dele atuar. São produzidas com a participação popular, em regime de democracia direta (plebiscito ou referendo) ou de democracia representativa (escolha, pelo povo, dos representantes).Ex: 1891 (Primeira da República); 1934 (inserido na democracia social – Weimar); 1946 e 1988.

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Curiosidade

Outorgadas Promulgadas1824, 1937 e 1967 1891, 1934, 1946 e 1988

No Brasil

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Constituição Bonapartista

Caracteriza-se por ser uma constituição outorgada, mas o

Ditador, para dar-lhe feição legitima, convoca referendo popular para

aprova-la.

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Quanto à forma – veiculação das NC.

Não escrita ou costumeiras Escrita ou Instrumental

Textos esparsos

Baseado: usos, costumes, jurisprudências

Único documento: conjunto de regras sistematizadas e

organizadas

Norma fundamental/fundante do Estado

Normas reconhecidas pela sociedade como fundamentais

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RelembrandoEscrita ou instrumental Não escrita, costumeiras ou

consuetudinárias

Formada por um conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único documento, estabelecendo as normas fundamentais de um Estado.Ex: CF/88; portuguesa, espanhola e etc...

É aquela que, ao contrário da escrita, não traz as regras em um único texto solene e codificado. É formada por textos “esparsos”, reconhecidos pela sociedade como fundamentais e baseia-se nos usos, costumes, jurisprudência, convenções.Ex: Inglaterra.

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Quanto à extensão – abrangência das matérias

Sintética Analítica

Limita-se a traçar as diretrizes gerais da organização e

funcionamento do Estado e de sua relação com os cidadãos. Uso

de linguagem aberta e marcadamente principiológica.

Abrindo espaço para uma evolução interpretativa, sem

necessidade de modificações formais

Trata de vários assuntos, conteúdo extenso, aumento do

texto e diminuição do espaço de conformação dos poderes

constituídos.

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Quanto à Extensão Analítica SintéticaSão aquelas que abordam TODOS os assuntos que os representantes do povo entenderem fundamentais.Exemplo: CF 1988, Espanha, Portugal e Índia.

São aquelas enxutas, ou seja, são aquelas veiculadoras dos princípios fundamentais e estruturais do Estado.Exemplo: Constituição Americana .

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Quanto ao ConteúdoMaterial ou Substancial FormalSão aquelas cujas normas cuidam de assuntos essenciais á organização e ao funcionamento do Estado e estabelecem Direitos Fundamentais. Leva-se em conta o conteúdo e não o processo de formação.

São aquelas cujas normas possuem natureza constitucional pelo simples fato de estarem previstas no texto escrito da constituição. Independe de seu conteúdo e leva-se em conta o processo de elaboração. Ex: art. 242 p. 2 da CF/88.

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Quanto ao Modo de ElaboraçãoDogmática HistóricaSempre escrita. São baseadas em verdades incontestáveis (dogmas). Elaborada por um órgão constituinte (Assembléia Constituinte) e de um só jato, reflexivamente e racionalmente.Ex: CF/88.

É um processo lento e continuo. Proveniente dos fatos sócio-políticos, reunindo as histórias e tradições de um povo.Ex: Constituição Inglesa.

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Quanto à estabilidade, mutabilidade ou alterabilidade

Quanto ao processo de modificação/mudança da Constituição

Constituições Imutáveis

Constituições mutáveis

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Imutáveis

Aquela que não comporta mudanças (antiquada).

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Mutáveis

Rígida

Semirrígida

Flexível

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Rígida, semirrígida e flexível

Rígida

Semirrígida

Flexível Facilmente modificada.

Votação qualificada – maioria qualificada por 2/3 ou 3/5

Uma parte possui um processo mais dificultoso (qualificada) e outras matérias um processo menos dificultoso (maioria simples)

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Quanto à Estabilidade ou mutabilidade ou alterabilidadeRígidas Semi-rígidas Flexíveis Imutáveis

São aquelas que exigem, para sua alteração, um processo legislativo mais árduo, mais solene, mais dificultoso do que o processo de alteração das normas infraconstitucionais. Com exceção de 1824 – semi rígida, as demais, inclusive 1988 foram rígidas.

É aquela que é tanto flexível quanto rígida, ou seja, algumas matérias exigem um processo de alteração mais dificultoso do que as infra, enquanto outras não requerem tal formalidade.Ex: 1824.

São aquelas que não exigem um processo legislativo de alteração dificultoso. Não existe hierarquia entre uma norma Constitucional e uma infraconstitucional.Uma lei infraconstitucional pode alterar uma lei constitucional, se assim, expressamente declarar.

São aquelas inalteráveis, verdadeiras relíquias históricas, perpetuam-se no tempo.

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Quanto à FinalidadeGarantia Balanço DirigenteBusca garantir a liberdade, limitando o poder.

Reflete um degrau de evolução socialista.

Estabelece um projeto de Estado.

Estabelecem Liberdade Públicas ou os Chamados Direitos Fundamentais de 1ª. Geração como mecanismos de controle estatal.

Estabelecem Direitos Sociais como também liberdades públicas, ou seja, direitos fundamentais individuais e direitos fundamentais sociais.

Estabelecem direitos individuais e sociais, bem como normas programáticas que tem a finalidade de estabelecer metas, programas e politicas públicas como valores a serem perseguidos pelo ente estatal.

Constituição Norte Americana de 1787

Constituição do México de 1917 e a Constituição Weimar de 1919.

Constituição de 1988.

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Quanto ao objetoLiberal SocialSão aquelas que não estão inseridas normas especificas em referencia á ordem econômica, pois o Estado Liberal é circunscrito as funções tradicionais de proteção e repressão sem adoção de políticas de desenvolvimento social.Ex: Americana

Normas especificas de ordem econômica, embora afirme e assegure a propriedade privada e a liberdade de iniciativa. Condiciona o uso dos bens e a atividade na economia ao bem-estar social.

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A Constituição Brasileira de 1988:

Quanto à origem PromulgadaQuanto à forma Escrita

Quanto à extensão Analítica

Quanto ao conteúdo Formal

Quanto ao modo de elaboração Dogmática

Quanto à alterabilidade Super Rígida

Quanto a finalidade Dirigente

Quanto ao objeto social

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Estrutura Da Constituição Brasileira de 1988

Divisão: 3 partes distintas

Preâmbulo Parte Permanente ADCT

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Estrutura da CF de 1988

Preâmbulo

Parte permanente

Representa os objetivos/finalidade – representa o espírito do Constituinte de

1988

ADCT

Parte mais importante - 1 ao 250

É norma constitucional transitória, excepcional...

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Natureza jurídica do Preâmbulo

Norma Jurídica Norma Constitucional

3 posições

É norma jurídica, é

norma constitucional

Não é norma jurídica, é

parâmetro de interpretação constitucional

Não é norma jurídica, não é

norma constitucional,

pra nada serve

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Consequências

1ª - Não pode ser usado como parâmetro no controle de constitucionalidade

2ª - não é norma de repetição obrigatória pelos Estados-membros

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Curiosidade

Dos 26 estados-membros, somente o ACRE não colocou no seu preâmbulo a frase “sob a proteção de Deus”

TODAS as Constituições brasileiras, com exceção da de 1969, continham um preâmbulo.

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“Sob a proteção de DEUS”

Estado Laico

Esta frase fere a laicidade do Estado?

Posição do STF: Não, não fere a laicidade, pois o preâmbulo não é norma constitucional.

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Parte permanente

Encontram-se os elementos constitucionais

Orgânicos

limitativos

Socioideológicos

Estabilização constitucional

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Elementos Constitucionais

Orgânicos

Limitativos

Sócio ideológicos

Estabilização Constitucional

Estrutura do Estado – art. 2

Assegura a supremacia da Constituição

Ideologia do estado – art. 3

Limitação ao poder estatal – art. 5

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ADCT

Conjunto de normas Constitucionais temporárias

Aplicáveis por tempo determinado ou de aplicação

unitária

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O Preâmbulo e o ADCT podem ser objeto de EC?

Preâmbulo?

ADCT?

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Conteúdo e Supremacia das Normas Constitucionais

Quanto ao conteúdo

Normas constitucionais de

organização

Normas constitucionais definidoras de direitos

Normas constitucionais de princípios ou

programática

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Supremacia Constitucional

Posição de proeminência do Poder Constituinte

sobre o Poder Constituído

Rigidez Constitucional

Posição das normas constitucionais

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Princípio da Supremacia da Constituição e Rigidez Constitucional.

Em decorrência do processo de alteração da Constituição – Rígido- nasce a teoria da Supremacia Constitucional, ou seja, as regras contidas na Constituição são consideradas NORMAS SUPREMAS DO PAÍS - a Lei das Leis – Lex Legun. Constituição

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Conceitos Principio da Supremacia Constitucional – A Constituição é a norma

fundamental de regência do Estado, localizada no topo da pirâmide normativa do estado da qual, todas as demais leis e atos normativos necessariamente extraem seu fundamento de validade. Nenhuma norma ou ato normativo podem estar contrariando o disposto na Constituição.

Principio da Rigidez Constitucional – Que estabelece um sistema diferenciado para alterar as normas constitucionais, não podendo esta ser alterada por qualquer lei infraconstitucional.◦ OBS: não existe hierarquia entre as normas quando a Constituição não

for rígida, ou, seja não ocorre inconstitucionalidade.◦ Só existe inconstitucionalidade quando as Constituições possuem um

mínimo de rigidez no processo de alteração.

◦ O principio da supremacia constitucional, ao menor do ponto de vista jurídico, decorre da rigidez constitucional.

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Importante DestacarSupremacia Formal Supremacia Material• está presente apenas nas constituições rígidas – decorre da rigidez constitucional;•É a supremacia jurídica;•Refere-se a superioridade hierárquica das normas constitucionais inseridas em uma constituição rígida, que está no ápice da pirâmide normativa do Estado e que concede fundamento de validade as demais normas (infraconstitucionais) que compõem o ordenamento jurídico estatal.

•Está presente até mesmo nas constituições flexíveis;•É uma supremacia sociológica e não jurídica;•A sujeição aos preceitos constitucionais dá-se pela consciência de que são as normas fundamentais do Estado, sem necessidade de que estejam inseridas em uma constituição rígida, que lhes conferira superioridade hierárquica em relação as demais normas estatais.

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Constituição, Constitucionalismo e Democracia

Constituição – Sistematiza e organiza um Estado

Constitucionalismo – limitação do poder e supremacia da lei.

DEMOCRACIA – soberania popular e governo de maioria.

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Constitucionalismo e Soberania Popular•Artigo 1º, § unico - “TODO poder emana do POVO, que o EXERCE por meio de seus representantes ELEITOS ou DIRETAMENTE, nos termos desta Constituição”.

Titular do Poder

Forma DIRETA

POVO

Exercício do Poder

Forma INDIRETA

Democracia direta

Democracia indireta

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Democracia na Constituição brasileira

Democracia indireta ou representativa Democracia direta

Democracia semidireta ou participativa – sistema hibrido.

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Por que um texto elaborado décadas ou séculos atrás (constituição), deveria limitar as maiorias atuais?

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Por que se deveria transferir ao Judiciário a competencia para examinar a validade de decisões dos representantes do POVO?

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