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INTERVALOS Os intervalos inter e intrajornada. Repouso Semanal Remunerado. Jornada noturna e redução da jornada noturna. Férias. Fundamentos. Concessão e remuneração. O ordenamento jurídico estabelece períodos de descanso para o empregado de várias formas. Em REGRA NÃO integram a jornada (suspensão do contrato de trabalho). Art. 71, §2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. Há INTERVALOS que são intrajornada e interjornada; (CT suspenso) Há REPOUSOS semanais (RSR) e as férias anuais. (CT interrompido) Intervalo Interjornada: Refere-se à paralisação entre duas jornadas de trabalho distintas (inter).

DIREITO DO TRABALHO · 1 day ago · do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser

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INTERVALOS

Os intervalos inter e intrajornada.

Repouso Semanal Remunerado.

Jornada noturna e redução da jornada noturna.

Férias. Fundamentos. Concessão e remuneração. O ordenamento jurídico estabelece períodos de descanso para o empregado de várias formas. Em REGRA NÃO integram a jornada (suspensão do contrato de trabalho).

Art. 71, §2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.

Há INTERVALOS que são intrajornada e interjornada; (CT suspenso)

Há REPOUSOS semanais (RSR) e as férias anuais. (CT interrompido) Intervalo Interjornada: Refere-se à paralisação entre duas jornadas de trabalho distintas (inter).

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O intervalo interjornada é de 11 horas e deve ser observado entre o término de uma jornada e o início da jornada seguinte.

Art. 66, CLT - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

Intervalo Intrajornada: Regra Geral – Empregado Público: A Lei 9.962/2000 regula o Regime de Emprego Público (CLT):

Art. 1º O pessoal admitido para emprego público na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário.

É aquele que deve ser concedido dentro da jornada de trabalho do empregado e é assim dividido:

Até 04 horas de trabalho, nenhum intervalo;

De 04 a 06 horas de trabalho – 15 minutos de intervalo;

Art. 71, § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

Acima de 06 horas de trabalho – de 01 hora (no mínimo) a 02 horas (no máximo) de intervalo.

Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

E a Redução do Intra por ato do MTE:

Art. 71, § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.

Redução do Intrajornada, agora, via CCT ou ACT:

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

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Da NÃO Concessão ou Concessão Parcial do Intra: Reforma Trabalhista:

Art. 71, § 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Especificamente Servidor Público – NÃO há Previsão Legal, e agora? Como vimos, para jornada que exceder 06 horas diárias é devido um intervalo para alimentação e descanso, tendo em vista as medidas que diminuam os riscos inerentes a saúde.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

Por sua vez, o § 3º do artigo 39 da CF equipara os direitos dos celetistas aos direitos dos servidores públicos, no tocante ao item REDUÇÃO DOS RISCOS INERENTES AO TRABALHO.

Art. 39 da CRFB - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (...)§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

É comum que entre os militares (bombeiros, polícia), vigia e agentes de segurança (agentes de trânsito, porteiro), no serviço de vigilância; no trabalho com a saúde (médicos, enfermeiros, instrumentalistas, biomédicos, agentes de saúde), esses profissionais não gozarem de intervalo para descanso. DSR- RSR - Descanso ou Repouso Semanal Remunerado: Regra Geral – Empregado Público:. A Lei 9.962/2000 regula o Regime de Emprego Público (CLT):

Art. 1º O pessoal admitido para emprego público na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário.

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É espécie de repouso, ao fundamento das razões biológicas, sociais e econômicas. Historicamente o descanso semanal tem origem religiosa. Descanso do sétimo dia. No Estado moderno, foi instituído pela Convenção 14 da OIT em 1.921. É regulado no direito brasileiro pela Lei 605/49. Trabalhador Urbano:

Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.

Está também garantido no art. 7º, inciso XV da Constituição Federal.

Art. 7º, XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; RSR tem que ser fruído dentro do modulo semanal que vai de domingo à sábado. Remuneração do RSR:

Art 10. A remuneração dos dias de repouso obrigatório, tanto o do repouso obrigatório, tanto o do repouso semanal como aquêles correspondentes aos feriados, integrará o salário para todos os efeitos legais e com êle deverá ser paga. § 1º A remuneração do dia de repouso corresponderá, qualquer que seja a forma de pagamento do salário: a) para os contratados por semana, dia ou hora à de um dia normal de trabalho não computadas as horas extraordinárias;

Especificamente Servidor Público:

Art. 39, § 3º CF - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. Art. 7º, XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

Jornada Noturna: Regra Geral Empregado Público: A Lei 9.962/2000 regula o Regime de Emprego Público (CLT):

Art. 1º O pessoal admitido para emprego público na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis

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do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário.

Adicional:

Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

O trabalho noturno, por ser mais gravoso ao empregado, é remunerado com um adicional, denominado de adicional noturno que é de 20% sobre o valor da hora normal.

Período: Estabelece o § 2º art. 73 da CLT:

§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.

Hora Noturna Reduzida:

§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. Por ficção legal, a hora noturna é reduzida em relação à diurna, de modo que para cada 52 minutos e 30 segundos de trabalho efetivamente realizado dentro da jornada noturna será computada, para fins jurídicos, 01 hora trabalhada. Diante desta redução é que a jornada noturna, composta de fato por 07 horas (das 22:00 às 5:00 horas) é, juridicamente, considerada como sendo de 08 horas. Prorrogação:

§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.

Súmula nº 60 do TST. ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO II – Cumprida integralmente a jornada no período noturno E prorrogada esta, devido é também (hora noturna reduzida) o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.

Isto significa que o empregado, ao passar pelo marco das 5:00 horas em prorrogação, terá direito ao adicional noturno e à redução da jornada noturna pelas horas seguintes. Terá direito após as 5h da manhã ao adicional noturno E a redução ficta e as horas extras além da 8ªh diária e 44ª semanal. Especificamente Servidor Público Estatutário:

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O Adicional Noturno dos servidores públicos federais está prevista na Lei n. 8.112/90, que estabelece o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos (RJU), mais precisamente em seu art. 75, assim redigido:

Do Adicional Noturno

Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos. Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73.

Adicional de 25% com hora noturna reduzida 52’30’’. O percentual dependerá de estatuto próprio do servidor! Férias: Regra Geral – Empregado Público: A Lei 9.962/2000 regula o Regime de Emprego Público (CLT):

Art. 1º O pessoal admitido para emprego público na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário.

Período Aquisitivo: O período aquisitivo de férias ocorre ao fechamento do ciclo de 12 meses do contrato de trabalho. Este ciclo não é afetado pela sucessão trabalhista.

Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:

Concessão das Férias:

Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. § 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Pagamento em Dobro das Férias:

Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.

Fracionamento das Férias – Reforma Trabalhista:

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§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Altera a divisão da concessão de dois para três períodos. (14 dias + 02 períodos não inferiores a 05 dias cada) Obrigação do Empregado:

Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.

Justa causa se trabalhar no período de férias. Especificamente Servidor Público:

Art. 39, § 3º CF - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. Art. 7º, XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

As Férias dos servidores públicos federais está prevista na Lei n. 8.112/90, que estabelece o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos (RJU), mais precisamente em seu art. 77 e seguintes, assim redigido:

Das Férias Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. § 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício. § 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço. § 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública. Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação. Parágrafo único. O servidor referido neste artigo não fará jus ao abono pecuniário de que trata o artigo anterior.

SALÁRIO. CONCEITO.

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Diz-se que a palavra “salário” advém da época em que o pagamento era feito em pacotes de sal, num tempo em que o papel-moeda ainda não havia se firmado. Especificamente – Vencimento do Servidor Público:

Art. 39 CF - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará: I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II - os requisitos para a investidura; III - as peculiaridades dos cargos.

Caput do art. 457 da CLT NÃO foi alterado pela Lei 13.467/2017

Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.

Não é só a contraprestação pelos serviços prestados, pois são incontáveis outros períodos de atividades, como o tempo em que se aguardam ordens, os momentos desprovidos de matéria-prima, em que as máquinas ficaram paradas, a espera da chegada de mais um cliente ou, também, o intervalo entre uma ligação telefônica e a próxima. Para essas e outras situações análogas, o empregado seria privado de alguma forma de retribuição, pelo singelo argumento de que não teria havido serviços prestados propriamente ditos. Elementos que Integram o Salário.

Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário (salário base) devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 1o Integram o salário a importância fixa estipulada (salário base), as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Portanto, integram o Salário Base: As Gratificações Legais e as Comissões.

Gratificações Legais = Adicionais As gratificações estão ligadas ao tempo em que permanece a situação que gerou a gratificação. Reversão ao Cargo anterior?

Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou

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indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. § 1o Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Conflito com Súmula 372, I do TST:

Súmula nº 372 do TST GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES (conversão das Orientações Jurisprudenciais nos 45 e 303 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação TENDO EM VISTA O PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE FINANCEIRA. (ex-OJ nº 45 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)

O art. 468, § 2º da CLT Reformada, é contrária a jurisprudência consolidada pelo STF, que se firmou no sentido da Constitucionalidade do Instituto da Estabilidade Financeira, conforme entendimento firmado no julgamento do AI 675.287-AgR, Min. Rel. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 10.02.2015: Jurisprudência:

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. ESTABILIDADE FINANCEIRA. DIREITO ADQUIRIDO AOS CRITÉRIOS DE REAJUSTE DA VANTAGEM PESSOAL INCORPORADA. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES. O Supremo Tribunal Federal, após reconhecida a repercussão geral da matéria no RE 563.965-RG, sob a relatoria da Ministra Carmen Lúcia, reafirmou a jurisprudência da Corte no sentido da constitucionalidade do instituto da estabilidade financeira. Ficou ressalvada a possibilidade de alteração dos critérios de reajustes da vantagem pessoal incorporada, tendo em conta a inexistência de direito adquirido a regime jurídico, desde que assegurada a irredutibilidade remuneratória. Entendimento aplicável ao caso dos autos. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento. ” STF - AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 675287 RJ (STF)

Elementos que NÃO Integram o Salário: Alterações no § 2º do art. 457 da CLT:

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§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Trouxe a expressão “ainda que habituais” e, expressamente, prevê a NÃO INTEGRAÇÃO:

Ajuda de Custo;

Auxílio-Alimentação;

Diária para Viagem (retirou o excedam de 50%);

Prêmios e

Abonos. Especificamente – Ajuda de Custo do Servidor Público: Trata-se de auxílio devido ao servidor que, no interesse da Administração, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio, em caráter permanente, de modo a compensar suas despesas de viagem, mudança e instalação. Decreto 4.004/2001:

Art. 1º Ao servidor público civil regido pela Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que, no interesse da administração, for mandado servir em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, conceder-se-á: I - ajuda de custo, para atender às despesas de viagem, mudança e instalação; II - transporte, preferencialmente por via aérea, inclusive para seus dependentes; III - transporte de mobiliário e bagagem, inclusive de seus dependentes.

Especificamente – Auxílio Alimentação do Servidor Público: https://www.servidor.gov.br/gestao-de-pessoas/manual-de-procedimentos/manual-auxilios-e-beneficios/auxilio-alimentacao

Auxílio concedido em pecúnia a todos os servidores civis ativos da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, independentemente da jornada de trabalho, desde que efetivamente em exercício nas atividades do cargo, ou nos afastamentos considerados de efetivo exercícios, na proporção dos dias trabalhados, salvo na hipótese de afastamento a serviço com percepção de diárias.

De acordo com o art. 2º do Decreto nº 3.387, de 2001, o Auxílio Alimentação possui caráter indenizatório, e deve ser pago em pecúnia ao servidor. Base Legal Legislação principal:

a) Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990;

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b) Lei nº 8.460, de 17 de setembro de 1992; c) Decreto nº 3.887, de 16 de agosto de 2001.

Legislação Complementar:

a) Ofício-Circular nº 3/SRH/MP, de 1º de fevereiro de 2002; b) Orientação Normativa nº 05/SRH/MP, de 9 de agosto de 2005; c) Nota Técnica Consolidada nº 01/2012/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP; d) Nota Informativa nº 402/2011/COGNOR/DENOP/SRH/MP, de 12 de maio de 2011.

Prêmios – O que são?

Art. 457, § 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Especificamente – Servidor Público:

Lei 8.112/90, Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.

Abono Gratificação por Tempo de Serviço = Abono que agora NÃO integra o salário. Reforma – 13.467/17:

Art. 457, § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Súmula nº 203 do TST GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. NATUREZA SALARIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais. Súmula nº 226 do TST BANCÁRIO. GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. INTEGRAÇÃO NO CÁLCULO DAS HORAS EXTRAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A gratificação por tempo de serviço integra o cálculo das horas extras.

Jurisprudência:

MUNICÍPIO. GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. CÁLCULO SOBRE O VENCIMENTO. INCLUSÃO, NO CONCEITO, DE ABONO SALARIAL PERMANENTEMENTE PAGO. O abono

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salarial permanentemente pago pelo Município a seus empregados insere-se no conceito de vencimento para fins de composição da base de cálculo da gratificação por tempo de serviço. Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região TRT-4 - Recurso Ordinário: RO 8006520105040802 RS 0000800-65.2010.5.04.0802

Especificamente – Abono de Permanência do Servidor Público:

Art. 40, § 19º CF - O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.

Especificamente – Servidor Público do Estado de São Paulo:

Artigo 129 - Ao servidor público estadual é assegurado o percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por qüinqüênio, e vedada a sua limitação, bem como a sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado o disposto no art. 115, XVI, desta Constituição.

RUPTURA CONTRATUAL POR INICIATIVA DO EMPREGADOR PÚBLICO.

Ruptura contratual por iniciativa do Empregador Público.

Estabilidade X Garantia de emprego (Súmula 390, TST).

Necessidade de motivação.

(OJ 247 da SbDI-1 do C. TST X Tema de Repercussão geral 0131 do E. STF) Regra Geral – Empregado Público: A Lei 9.962/2000 regula o Regime de Emprego Público (CLT):

Art. 1º O pessoal admitido para EMPREGO PÚBLICO na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário. § 1º Leis específicas disporão sobre a criação dos empregos de que trata esta Lei no âmbito da Administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo, bem como sobre a transformação dos atuais cargos em empregos. Art. 2º A contratação de pessoal para emprego público deverá ser precedida de concurso público de provas ou de provas e títulos, conforme a natureza e a complexidade do emprego. Art. 3º O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente será rescindido por ato unilateral da Administração pública nas seguintes hipóteses: I – prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT; II – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

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III – necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso de despesa, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 169 da Constituição Federal;

Art. 169 CF - A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. Lei Complementar 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal

Seção II Das Despesas com Pessoal

Subseção I Definições e Limites

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.

IV – insuficiência de desempenho, apurada em procedimento no qual se assegurem pelo menos um recurso hierárquico dotado de efeito suspensivo, que será apreciado em trinta dias, e o prévio conhecimento dos padrões mínimos exigidos para continuidade da relação de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as peculiaridades das atividades exercidas. Parágrafo único. Excluem-se da obrigatoriedade dos procedimentos previstos no caput as contratações de pessoal decorrentes da autonomia de gestão de que trata o § 8º do art. 37 da Constituição Federal.

Especificamente Servidor Público Estatutário: Primeiro: Qual a diferença entre Demissão e Exoneração de servidores públicos? A demissão tem fim punitivo enquanto a exoneração é um ato administrativo sem natureza de penalidade. A demissão ocorre quando um servidor público não respeita as regras do local de trabalho ou não cumpre com os deveres e proibições estabelecidos pela legislação, sendo uma punição expressa em lei (8.112/90). A exoneração, pode ser um desligamento voluntário do servidor quando, por exemplo, não pretende continuar exercendo sua função e opta por sair (desligamento voluntário). A exoneração, pode ser também uma dispensa, porém, não punitiva, quando o servidor deixa de cumprir alguns requisitos obrigatórios definidos em lei, como por exemplo não atender às

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condições do estágio probatório ao final do período de 3 anos ou quando, tendo tomado posse, não entrar em exercício no prazo estabelecido. Nos dois casos, há a exoneração do servidor, ou seja, a desvinculação por interesse da administração pública. Quando um servidor público poderá ser DEMITIDO? As causas que justificam a demissão do servidor público federal estão previstas no art. 132 - Lei 8.112/90.

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: I – Crime contra a administração pública

Cuida da independência das instâncias (administrativa e criminal). A Administração não necessita aguardar o desfecho do procedimento criminal, uma vez que o fato criminoso como ilícito disciplinar autônomo autoriza a agir desde logo, aplicando a pena de demissão.

II – abandono de cargo; e III – inassiduidade habitual;

O abandono de cargo é a ausência intencional do servidor público ao serviço por mais de 30 dias consecutivos, demonstrando o animus de abandono que é o requisito essencial para a configuração do abandono de cargo, portanto, nos casos de greve, não há o animus do abandono, o que proíbe a Administração pública de demiti-lo (por esse motivo). Já a inassiduidade habitual é a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, intercaladamente, durante o período de doze meses.

IV – improbidade administrativa; A lei 8.112/90 estabelece a possibilidade de demissão do servidor por improbidade administrativa, enquanto a lei 8.429/92 no Capítulo II – Dos Atos de Improbidade Administrativa prevê nos artigos, 9º, 10, 10-A e 11 as condutas que justificam a demissão:

Seção I Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

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II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

V – incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

De acordo com o Manual de Processo Administrativo Disciplinar da CGU, incontinência é a falta de moderação, de comedimento. Incontinência Pública é a maneira desregrada de viver. Trata-se da pessoa depravada, de procedimentos vulgares, escandalosos, que chocam os valores morais e os costumes. Para a caracterização da infração funcional, o inciso exige que a incontinência seja pública, isto é, que seja praticada na presença de outras pessoas. Conduta Escandalosa, assim entendida como o desprezo às convenções ou a moral vigente, o inciso NÃO exige que seja pública.

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Conforme visto, os conceitos de “incontinência” e “conduta escandalosa” são semelhantes e estão relacionados a desvios comportamentais. Tanto a incontinência pública como a conduta escandalosa, para que produza efeitos disciplinares, devem ser praticada no âmbito da repartição. Portanto, as condutas praticadas fora da repartição só serão alcançadas pela norma se estiverem relacionadas ao exercício das atribuições do servidor público.

VI – Insubordinação grave em serviço Essa hipótese visa preservar a relação hierárquica da organização administrativa. Insubordinação é sinônimo de rebeldia. Juridicamente, o termo “insubordinação” é utilizado para qualificar o comportamento do servidor que desrespeite uma ordem direta e pessoal, não manifestamente ilegal, de seu superior hierárquico. Jurisprudência: abandono de cargo, inassiduidade habitual e insubordinação grave.

“Em sua bem fundamentada Sentença, em que analisou detidamente as provas dos autos, a eminente Magistrada ressaltou a incompatibilidade jurídica entre as condutas disciplinares de abandono de cargo e inassiduidade habitual, demonstrando que, no caso em julgamento, aquelas condutas não se configuraram, à luz do disposto nos art. 126 e 127 da Lei complementar do Estado da Paraíba nº 58/2003, a ele aplicada por analogia, tampouco restou evidenciada a insubordinação grave em serviço. Com efeito, da prova colhida no procedimento administrativo disciplinar, f. 16/184, no qual reconhecem as partes a legalidade, o respeito aos princípios da ampla defesa e do contraditório, não havendo, por conseguinte, o que se falar em nulidade procedimental, e que resultou no ato de demissão do Apelado, Portaria de f. 174, resta demonstrado que os fatos a ele imputados ocorreram no período de 22 de dezembro de 2010 a 31 de janeiro de 2011, não havendo, portanto, o decurso de mais de sessenta dias para que se configure a prática de INASSIDUIDADE HABITUAL, e, quanto à acusação de ABANDONO DE CARGO, sendo o período compreendido para apuração das faltas o de 22 de dezembro de 2010 a 22 de janeiro de 2011, quando ele, que trabalhava em regime de plantão de doze por trinta e seis horas, faltou a sete deles, de forma intercalada, resultando, por conseguinte, em dezessete faltas, compreendendo, além das horas que seriam de efetivo serviço, as folgas, embora haja registro de que mesmo comparecendo ao trabalho, dele se ausentava sem autorização, não há como configurar a prática de tal falta disciplinar – abandono de cargo -, tudo nos exatos termos dos art. 126 e 127 da Lei Complementar da Paraíba nº 58/2003. Quanto à acusação de INSUBORDINAÇÃO GRAVE em serviço, esta sequer restou comprovada, uma vez que não houve por parte de qualquer dos membros da administração envolvidos admoestação direta ao funcionário ou descumprimento de ordem direta por parte dele, restando demonstrado que o Apelado faltou constantemente ao serviço, dele se ausentou sem consentimento, isso sem que tenha sido sequer admoestado por qualquer de seus chefes.

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No que diz respeito à PRÁTICA DE COMÉRCIO, incompatível com o exercício de função, apesar de mencionada nos autos, não restou comprovada, não foi objeto de apuração no processo administrativo e tampouco motivo ensejador da punição aplicada, constituindo-se sua alegação verdadeira inovação recursal, pelo que rejeito.” stf.jus.br › portal › diarioJustica › verDecisao › capitulo=6 VII – Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;

A violência física só deve ser usada em situações excepcionais, bem definidas pelo legislador.