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DIREITO DO TRABALHO Sujeitos da Relação de Emprego. Prof. Antero Arantes Martins AULAS “5”, “6”, “7” e “8”

DIREITO DO TRABALHO - legale.com.br · Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redaçã o anterior Nova redação NIHIL X Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve

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DIREITO DO TRABALHO

Sujeitos da Relação de Emprego.

Prof. Antero Arantes Martins

AULAS “5”, “6”, “7” e “8”

PARTE 1

Empregado típico (CLT). Empregados

atípicos. Trabalhadores não empregados.

Trabalhadores em geral.

• Trabalhador é gênero que tem duasespécies:

– Não empregados• Autônomos;

• Eventuais;

• Avulsos;

• Cooperados;

• Estagiários;

• Funcionários públicos

– Não são regidos pelo Direito do Trabalho,embora a maioria deles (exceção dosfuncionários públicos) devam se valer daJustiça do trabalho para dirimir conflitosrelativos à sua relação de trabalho.

Trabalhadores em geral.

– Empregados

• Típico: Regido pela CLT.

– Tradicional

– Teletrabalho

– Contrato intermitente.

– Contrato a tempo parcial.

• Atípicos: Não são regidos pela CLT

– Doméstico (Lei 5.859/72)

– Rural (Lei 5.889/73)

– Temporário (Lei 6.014/74)

– Os empregados são regidos pelo Direito do Trabalho,

seus Princípios, suas fontes, etc. Entretanto, apenas o

empregado típico é regido pela CLT. Os demais

empregados, chamados de atípicos, são regidos pelas

respectivas Leis.

Empregado Típico. CLT. Introdução.

• Não obstante este ramo do direito seja

denominado de “Direito do Trabalho”, já

vimos que este é voltado para apenas um

tipo específico de trabalhador, que é o

trabalhador empregado.

• Este trabalhador distingue-se dos demais

exatamente por ser subordinado, o que o

torna hipossuficiente e atrai a aplicação do

Princípio Protetor, basilar do Direito do

Trabalho.

Empregado Típico. CLT. Introdução.

• O trabalhador empregado deve ter o seu

contrato de trabalho registrado na sua

Carteira de Trabalho e Previdência Social

(CTPS), como determina o art. 29 da CLT.

• Grande, entretanto, é a incidência do

chamado trabalho informal, ou seja, aquele

prestado sem o registro em CTPS.

• Daí porque é de fundamental importância

aprender a distinguir a figura do empregado

dos demais tipos de trabalhadores.

Empregado Típico. CLT. Características legais.

• Estabelece o art. 3º da CLT:– Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar

serviços de natureza não eventual a empregador, sob a

dependência deste e mediante salário.

• Estabelece, ainda, o art. 2º da CLT.– Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou

coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,

assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

• A prestação de serviços é do empregado e

não do empregador. Logo, a característica

“pessoal” refere-se ao empregado e não ao

empregador.

Empregado Típico. CLT. Características Doutrinárias

• As expressões legais foram substituídas

pela doutrina, da seguinte forma:

Dependência Subordinação jurídica

Não eventualidade Habitualidade

Salário Onerosidade

Pessoalidade Pessoalidade

Pessoa Física Pessoa Física

Empregado Típico. CLT. Características. Subordinação Jurídica

• Quando o art. 3º da CLT se refere à

“dependência” do empregado para com o

empregador, a primeira idéia que se tem é que

esta dependência seria econômica.

• Isto não é correto. Não se ignora que, no mais das

vezes, o empregado é, de fato, dependente

economicamente do empregador, mas, não

necessariamente.

• A questão é que, por força do contrato, o

empregado transfere ao empregador o modus

operandi do seu trabalho e, por conseqüência,

submete-se à direção do empregador.

Empregado Típico. CLT. Características. Subordinação Jurídica.

• O poder diretivo do empregador previsto no art. 2ºda CLT coloca o empregado numa condição desubordinado.

• Esta condição de subordinado é prevista na Lei(art. 2º, CLT) e se materializa por força do contratode trabalho, que é um instrumento jurídico.

• Decorre daí a expressão cunhada pela doutrina:“Subordinação jurídica”.

• A dependência econômica é irrelevante paracaracterizar a figura do empregado. O empregadodeve obedecer ordens do empregador, sendo ounão dependente econômico deste.

Empregado Típico. CLT. Características. Subordinação Jurídica.

• É a condição de subordinado que faz do

empregado hipossuficiente e, por

conseqüência, atrai a incidência do

Princípio Protetor.

• Daí porque esta é a característica mais

marcante do empregado.

• Implica, no caso concreto discutido

judicialmente, em verificar se o empregador

estabelecia o modus operandi da prestação

de serviços.

Empregado Típico. CLT. Características. Habitualidade.

• Trabalho “não eventual” ou trabalho

“habitual” é aquele que reitera no tempo

com uma certa previsibilidade.

• Não é trabalho necessariamente diário.

• Normalmente não se admite trabalho

eventual quando inserido na atividade-fim

do empreendimento, mas,

excepcionalmente tal pode ocorrer se o fato

causador da contratação for, de fato, um

evento.

Empregado Típico. CLT. Características. Onerosidade.

• A expressão legal “salário” induz em erro.

• Para haver contrato é preciso que o serviço

prestado seja em função de uma contraprestação

prometida, ou seja, que exista intencionalidade de

pagamento.

• Salário por ser:

– Por unidade de tempo (hora, dia, semana, quinzena,

mês).

– Por unidade de produção (comissão, peças produzidas,

etc).

• Logo, não precisa ser, necessariamente, uma

importância fixa mensal.

Empregado Típico. CLT. Características. Pessoalidade.

• O contrato de trabalho é personalíssimo nafigura do empregado, ou seja, é “intuitupersonae”.

• Não o empregador contrata um empregado,não visa apenas a prestação de um trabalhoqualquer, mas, sim, daquele trabalhoespecífico que o empregado pode oferecerdadas as suas características pessoais(capacidade, conhecimento, diligência, etc).

• O empregado não pode se fazer substituirpor outro, salvo se houver autorizaçãoexpressa do empregador.

Empregado Típico. CLT. Características. Pessoa Física.

• Somente a pessoa natural tem o bem da vida queo Direito do Trabalho quer proteger (dignidadehumana).

• Trabalhador (gênero). é, necessariamente, apessoa humana. Assim, empregado (espécie)também o será.

• Há muitas contratações fraudulentas de pessoasjurídicas constituídas para mascarar a relação deemprego.

• Há que se observar o Princípio da Verdade Real.Se a prestação de serviços for por pessoa física,irrelevante que esta tenha, formalmente,constituído uma pessoa jurídica.

Empregado Típico. CLT. Características. Exclusividade.

• Exclusividade não é requisito para caracterizaçãodo vínculo de emprego.

• É absolutamente possível que um trabalhadortenha dois ou mais empregos simultaneamente,desde que exista compatibilidade de horários.Logo, a falta de exclusividade não descaracterizao vínculo de emprego.

• De igual forma, é possível que determinadotrabalhador autônomo, por exemplo, tenha umúnico cliente (e, portanto, trabalhe exclusivamentepara este), sem que isto o transforme emempregado.

• Em outras palavras, exclusividade é um requisitoabsolutamente irrelevante para o tema.

Contratos Especiais. Teletrabalho.

Redação

anterior

Nova redação

NIHIL X Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em

regime de teletrabalho observará o disposto neste Capítulo.

NIHIL X Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços

preponderantemente fora das dependências do empregador,

com a utilização de tecnologias de informação e de

comunicação que, por sua natureza, não se constituam como

trabalho externo.

NIHIL X Parágrafo único. O comparecimento às dependências do

empregador para a realização de atividades específicas que

exijam a presença do empregado no estabelecimento não

descaracteriza o regime de teletrabalho.

Contratos Especiais. Teletrabalho.

• Regulamenta uma situação que já acontecia naprática por conta da evolução tecnológica e queera tratada, na Justiça do Trabalho, com base emdispositivos antigos, voltados para o trabalho emdomicílio.

• O Trabalho deve ser preponderantemente fora dasdependências do empregador, embora algumasatividades internas sejam aceitas, desde que paraatividades específicas, ou seja, não pode sergeneralizado;

• Com a utilização de tecnologias de informação ecomunicação;

Contratos Especiais. Teletrabalho.Redaçã

o

anterior

Nova redação

NIHIL X Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de

teletrabalho deverá constar expressamente do contrato

individual de trabalho, que especificará as atividades que serão

realizadas pelo empregado.

NIHIL X § 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial

e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes,

registrado em aditivo contratual.

NIHIL X § 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho

para o presencial por determinação do empregador, garantido

prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente

registro em aditivo contratual.

Contratos Especiais. Teletrabalho.

Redação

anterior

Nova redação

NIHIL X Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela

aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos

tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à

prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de

despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato

escrito.

NIHIL X Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo

não integram a remuneração do empregado.

NIHIL X Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de

maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim

de evitar doenças e acidentes de trabalho.

NIHIL X Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de

responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções

fornecidas pelo empregador.

TELETRABALHO.

Redação anterior Nova redação

Art. 62 – Não são

abrangidos pelo regime

previsto neste capítulo:

X Art. 62. .....................

Nihil

OBS: Como os gerentes e

trabalhadores externos, o

empregado neste regime está

excluído do Capítulo II da

CLT que trata da jornada de

trabalho.

X III – os empregados em regime

de teletrabalho.

Contratos Especiais. Trabalho intermitente.Redação anterior Nova redação

Art. 443 - O contrato individual de

trabalho poderá ser acordado tácita

ou expressamente, verbalmente ou

por escrito e por prazo determinado

ou indeterminado.

X Art. 443. O contrato individual de

trabalho poderá ser acordado tácita ou

expressamente, verbalmente ou por

escrito, por prazo determinado ou

indeterminado, ou para prestação de

trabalho intermitente.

Nihil X §3º Considera-se como intermitente o

contrato de trabalho no qual a prestação

de serviços, com subordinação, não é

contínua, ocorrendo com alternância de

períodos de prestação de serviços e de

inatividade, determinados em horas, dias

ou meses, independentemente do tipo de

atividade do empregado e do

empregador, exceto para os aeronautas,

regidos por legislação própria.

Contratos Especiais. Trabalho intermitente.Redaçã

o

anterior

Nova redação

NIHIL X Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado

por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de

trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário

mínimo ou àquele devido aos demais empregados do

estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato

intermitente ou não.

NIHIL X § 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação

eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada,

com, pelo menos, três dias corridos de antecedência.

NIHIL X § 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia

útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a

recusa.

NIHIL X § 3o A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins

do contrato de trabalho intermitente.

Contratos Especiais. Trabalho intermitente.

Redação

anterior

Nova redação

Nihil X § 4o Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que

descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de

trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que

seria devida, permitida a compensação em igual prazo.

Nihil X § 5o O período de inatividade não será considerado tempo à

disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a

outros contratantes.

Nihil X § 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado

receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas:

I - remuneração;

II - férias proporcionais com acréscimo de um terço;

III - décimo terceiro salário proporcional;

IV - repouso semanal remunerado; e

V - adicionais legais.

Contratos Especiais. Trabalho intermitente.

Redação

anteriorNova redação

Nihil X § 7o O recibo de pagamento deverá conter a discriminação

dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas

no § 6o deste artigo.

Nihil X § 8o O empregador efetuará o recolhimento da contribuição

previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo

de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no

período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do

cumprimento dessas obrigações.

Nihil X § 9o A cada doze meses, o empregado adquire direito a

usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias,

período no qual não poderá ser convocado para prestar

serviços pelo mesmo empregador.

Contrato a tempo parcialRedação anterior Nova redação

Art. 58-A - Considera-se trabalho em

regime de tempo parcial aquele cuja

duração não exceda a vinte e cinco

horas semanais.

X Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime

de tempo parcial aquele cuja duração não

exceda a trinta horas semanais, sem a

possibilidade de horas suplementares

semanais, ou, ainda, aquele cuja duração

não exceda a vinte e seis horas semanais,

com a possibilidade de acréscimo de até seis

horas suplementares semanais

§ 1º - O salário a ser pago aos

empregados sob o regime de tempo

parcial será proporcional à sua jornada,

em relação aos empregados que

cumprem, nas mesmas funções, tempo

integral.

X IDEM

§ 2º - Para os atuais empregados, a adoção

do regime de tempo parcial será feita

mediante opção manifestada perante a

empresa, na forma prevista em

instrumento decorrente de negociação

coletiva.

X IDEM

Contrato a tempo parcialRedação

anterior

Nova redação

Nihil X § 3o As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão

pagas com o acréscimo de 50% (inqüenta por cento) sobre o salário-hora

normal.

Nihil X § 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial

ser estabelecido em número inferior a vinte e seis horas semanais, as

horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras

para fins do pagamento estipulado no § 3o, estando também limitadas a

seis horas suplementares semanais.

Nihil X § 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser

compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua

execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês

subsequente, caso não sejam compensadas.

Nihil X § 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial

converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono

pecuniário.

Nihil X § 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no

art. 130 desta Consolidação.

EMPREGADOS

ATÍPICO

CARACTERÍSTICAS

Empregado Atípicos. Considerações iniciais.

• Como vimos, empregados atípicos são

protegidos pelo Direito do Trabalho, seus

Princípios, suas fontes e todo o seu

arcabouço teórico.

• Apenas não são a eles aplicáveis os

dispositivos da CLT e, mesmo assim, esta

inaplicabilidade está restrita aos preceitos

de ordem material. O regramento

processual contido na CLT é aplicável aos

empregados atípicos.

Empregado Atípicos. Considerações iniciais. Continuação.

• Estabelece o art. 7º da CLT:

• Art. 7º - Os preceitos constantes da presenteConsolidação, salvo quando for, em cada caso,expressamente determinado em contrário, não se aplicam:

• a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um modogeral, os que prestam serviços de natureza não-econômica à pessoaou à família, no âmbito residencial destas;

• b) aos trabalhadores rurais, assim considerados aqueles que,exercendo funções diretamente ligadas à agricultura e à pecuária, nãosejam empregados em atividades que, pelos métodos de execuçãodos respectivos trabalhos ou pela finalidade de suas operações, seclassifiquem como industriais ou comerciais;

• c) aos funcionários públicos da União, dos Estados e dos Municípios eaos respectivos extranumerários em serviço nas próprias repartições;

• d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde que sujeitos a

regime próprio de proteção ao trabalho que lhes assegure situaçãoanáloga à dos funcionários públicos.

Empregado Atípicos. Empregado doméstico.

• Estabelece o art. 1º da Lei 5.859/72:– Art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta

serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ouà família no âmbito residencial destas, aplica-se o disposto nesta lei.

• Daí podemos extrair os requisitos paracaracterização do empregado doméstico:

1. Pessoa física que presta serviços a pessoa ou família;

2. No âmbito residencial;

3. Desvinculado de atividade econômica.

4. Natureza continua (é diferente de habitual).

• Não há restrição quanto à atividade a serexercida. Logo, o trabalho doméstico não serestringe àqueles mais conhecidos (limpar, lavar,passar, cozinhar, etc).

Empregado Atípicos. Empregado doméstico. Continuação.

• Residência não é necessariamente domicílio.

Uma pessoa ou família pode ter várias

residências. (Casa de campo, casa de praia,

etc).

• Portanto, são exemplos de empregados

domésticos:

– O motorista particular;

– O caseiro de chácara de lazer;

– O caseiro da casa de praia;

– A auxiliar de enfermagem contratada para cuidar de

pessoa da família enferma;

Empregado Atípicos. Empregado doméstico. Alteração Constitucional.

• AS MESAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DOSENADO FEDERAL, nos termos do § 3º do art. 60 daConstituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao textoconstitucional:

• Artigo único. O parágrafo único do art. 7º da ConstituiçãoFederal passa a vigorar com a seguinte redação:

• “Art. 7º ..............................

• Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadoresdomésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII,X, XIII, XV, XVI, XVII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidasem lei e observada a simplificação do cumprimento dasobrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes darelação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nosincisos I, II, III, IX, XII, XVIII, XXV e XXVIII, bem como asua integração à previdência social.”(NR)

Empregado Atípicos. Empregado doméstico. Alteração Constitucional.

• NÃO DEPENDEM DE REGULAMENTAÇÃO – Parte 1

• IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz deatender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte eprevidência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poderaquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

• VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordocoletivo;

• VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebemremuneração variável;

• VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valorda aposentadoria;

• X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retençãodolosa;

• XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias equarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e aredução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

• XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

• XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, emcinqüenta por cento à do normal;

Empregado Atípicos. Empregado doméstico. Alteração Constitucional.

• NÃO DEPENDEM DE REGULAMENTAÇÃO –Parte 1- Comentários

• VII – Não implica em grande alteração. Remuneraçãovariável (por unidade de produção) sempre teve querespeitar o salário mínimo

• X – Também não é grande novidade, eis que aproteção ao salário sempre ocorreu para estestrabalhadores;

• XIII e XV – Esta é a grande novidade e razão maiorpara a PEC (limitação da jornada e adicional de horasextras). Discutir:

– Necessidade de controle de horário. Prova.

– Concessão de Intervalo para refeição.

– Reside no local de trabalho.

Empregado Atípicos. Empregado doméstico. Alteração Constitucional.

• NÃO DEPENDEM DE REGULAMENTAÇÃO – Parte 2

• XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço amais do que o salário normal;

• XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com aduração de cento e vinte dias;

• XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

• XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo detrinta dias, nos termos da lei;

• XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas desaúde, higiene e segurança;

• XXIV - aposentadoria;

• XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

• XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e decritério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

• XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critériosde admissão do trabalhador portador de deficiência;

• XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores dedezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo nacondição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

Empregado Atípicos. Empregado doméstico. Alteração Constitucional.

• NÃO DEPENDEM DE REGULAMENTAÇÃO – Parte 2-Comentários

• XXII - Questão de difícil concretização e fiscalização.Entretanto, embora a CF não determine a concretização destedireito na forma da Lei, haverá séria questão para implantaçãodas medidas de segurança e medicina do trabalho;

• XXVI – Questão gravíssima porque a JT não reconhece osindicato das empregadas domésticas, em razão da inexistênciade categoria econômica que lhe corresponda, já que oempregador doméstico é, por definição, aquele que não exerceatividade econômica.

• XXX e XXXI – Sem grandes novidades. A vedação dadistinção salarial por discriminação já podia ser obtiva pelo art.5º da CF. Atentar, apenas, que agora há respaldo para postularcom base no art. 461 da CLT;

• XXXIII – Também sem grandes novidades. Já poderia se obterproteção jurisdicional contra este trabalho através do ECA.

Empregado Atípicos. Empregado doméstico. Alteração Constitucional.

• DEPENDEM DE REGULAMENTAÇÃO

• I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ousem justa causa, nos termos de lei complementar, que preveráindenização compensatória, dentre outros direitos;

• II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

• III - fundo de garantia do tempo de serviço;

• IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

• XII - salário-família pago em razão do dependente dotrabalhador de baixa renda nos termos da lei;

• XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde onascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

• XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo doempregador, sem excluir a indenização a que este estáobrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

Empregado Atípicos. Empregado doméstico. Alteração Constitucional.

• DEPENDEM DE REGULAMENTAÇÃO -

Comentários

• I e XXVIII. Até para os demais empregados tal

regulamentação ainda não veio;

• II, III, XII e XV. Aguardar regulamentação;

• IX. Entendo que será aplicável a CLT;

Empregado Atípicos. Empregado doméstico. Alteração Constitucional.

• NÃO GARANTIDOS

• V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;(Incompatível)

• XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;(Incompatível)

• XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos derevezamento, salvo negociação coletiva; (Incompatível)

• XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,nos termos da lei; (Será feita extensão pela Jurisprudência, já que a exclusão não sejustifica)

• XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ouperigosas, na forma da lei; (Não se justifica a exclusão, mas, é preciso ver como secomportará a jurisprudência)

• XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; (Incompatível)

• XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazoprescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite dedois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXXII - proibição de distinçãoentre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; (AJurisprudência faz a extensão.

• XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatíciopermanente e o trabalhador avulso. (Incompatível)

Empregado Atípicos. Empregado doméstico. Legislação.

• A primeira fonte legislativa do empregadodoméstico é o art. 7º, parágrafo único da CF:

• Caso a hipótese discutida não esteja presenteno dispositivo constitucional, deve serconsultada a Lei 5.859/72.

• Observar, ainda, as alterações promovidas pelaLei 11.324/2006.

• O fundamento para o tratamento diferenciadodeste empregado sempre foi o fato de não estarinserido em atividade econômica doempregador.

• Por tal razão, alguns direitos não foramconsiderados auto-aplicáveis aos empregadosdomésticos.

Empregado Atípicos. Empregado Rural.

• Estabelece o art. 2º da Lei 5.889/73:– Art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural

ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a

empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.

– Daí podemos extrair os requisitos para caracterização

do empregado Rural:

1. Os mesmos da CLT (Pessoa física, não

eventualidade, dependência e salário);

2. No âmbito Rural;

3. Atividade econômica que não altera a matéria prima.

Empregado Atípicos. Empregado Rural. Legislação.

• A primeira fonte legislativa do empregado Rural

é o art. 7º da CF:– Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de

outros que visem à melhoria de sua condição social:

• Caso a hipótese discutida não esteja presente

no dispositivo constitucional, deve ser

consultada a Lei 5.889/72.

Empregado Atípicos. Empregado Temporário.

• O Trabalho temporário é regido pela Lei6.019/74.

• O empregado temporário é empregado e,portanto, não se confunde com a figura dotrabalhador eventual e nem do trabalhadoravulso (que serão vistas mais adiante).

• Requisitos:– Intermediação da mão-de-obra por interposta pessoa;

– Prazo determinado (03 meses, prorrogáveis por mais03 meses);

– Contrato escrito.

– Motivos específicos:• Substituição temporária de mão-de-obra permanente;

• Acréscimo extraordinário de serviços

Empregado Atípicos. Empregado Temporário. Continuação.

• Por acréscimo extraordinário de serviços

existem dois entendimentos.

– Extraordinário como “fora do comum”. Ex: Acréscimo

de vendas na época natalina, aumento da produção

da indústria de chocolate na época de páscoa, etc.

– Extraordinário como imprevisível. Não seriam

admitidas as hipótese exemplificadas acima, posto

que previsíveis.

• Sendo contrato por prazo determinado, há que

se fixar o termo (certo ou incerto), não sendo

válida a cláusula que fixa o prazo “até 03

meses” posto que, neste caso, há

indeterminação do prazo.

Empregado Atípicos. Empregado Temporário. Continuação.

• Principais direitos:

– Registro em CTPS;

– Inclusão na Previdência Social;

– Remuneração equivalente aos empregados da

tomadora;

– Férias proporcionais, com 1/3;

– 13º salário proporcional;

– FGTS;

– Indenização por dispensa sem justa causa (antes do

término do prazo, portanto) de 1/12 por mês

trabalhado;

– DSR’s, jornada de trabalho e adicional noturno.

Empregado Atípicos. Empregado Temporário. Continuação.

• Primeira situação jurídica de contratação por

interposta pessoa, que, futuramente, veio a

ensejar o modelo de terceirização.

Fornecedora de mão de obra

empregado Tomadora de Serviços

TRABALHADORES

NÃO

EMPREGADOS

CARACTERÍSTICAS

Trabalhadores não empregados. Introdução

• Trabalhadores não empregados devem ser

estudados, principalmente, sob o aspecto de

suas características e diferenças em relação aos

empregados.

• Como vimos anteriormente, são trabalhadores

não empregados:

• Autônomos;

• Eventuais;

• Avulsos;

• Cooperados;

• Estagiários;

• Funcionários públicos

Trabalhadores não empregados. Autônomo.

• O trabalhador autônomo é pessoa física,pode ser habitual e até pessoal,normalmente é oneroso.

• O que o autônomo não pode ter ésubordinação jurídica.

• A presença da subordinação jurídica é otraço diferenciador entre um trabalhadorautônomo e um trabalhador empregado.

• Subordinação jurídica é a transferência domodus operandi do trabalho para o tomadorde serviços. O autônomo não a transfere. Oempregado transfere.

• Representante comercial: Deve ter contratoescrito e deve estar registrado no respectivoConselho Regional, nos termos da Lei4.886/65 .

Autônomo exclusivo e Permanente.

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INEXISTENTE X Art. 442-B. A contratação do

autônomo, cumpridas por este

todas as formalidades legais,

com ou sem exclusividade, de

forma contínua ou não, afasta a

qualidade de empregado prevista

no art. 3o desta Consolidação.

Trabalhadores não empregados. Eventual.

• O trabalhador eventual é pessoa física, pode

ser subordinado e até pessoal, normalmente é

oneroso.

• O que o eventual não pode ter é habitualidade.

• A presença da habitualidade é o traço

diferenciador entre um trabalhador eventual e

um trabalhador empregado.

• habitualidade é a reiteração do trabalho no

tempo com certa previsibilidade. O trabalho

habitual não está relacionado com um evento.

• Questão é saber se continuará existindo com o

advento do trabalho intermitente.

Trabalhadores não empregados. Avulso.

• Portaria 3.107/71 do Ministério do Trabalho ePrevidência social define:

• Entende-se como trabalhador avulso, no âmbito dosistema geral da previdência social, todo trabalhador semvínculo empregatício que, sindicalizado ou não, tenha aconcessão de direitos de natureza trabalhista executadapor intermédio da respectiva entidade de classe”

• O trabalhador Avulso tem comocaracterísticas:– Interposição de mão-de-obra pelo sindicato ou

associação de classe;

– Remuneração por rateio

• O art. 7º, inciso XXXIV estabelece:• XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com

vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Trabalhadores não empregados. Avulso. Continuação.

• No Brasil, apenas os portuários estão organizados sobesta modalidade de trabalho. Os direitos trabalhistasgarantidos aos avulsos devem ser satisfeitos pelosindicato.

• A Lei do Trabalho Portuário (Lei nº 8.630/93) criou oOGMO – Órgão Gestor de Mão-de-obra que faz agestão da mão-de-obra portuária.

• Tem todos os direitos trabalhistas, inclusive oreconhecimento das convenções e acordos coletivos.

• Mesmo antes da Constituição Federal, o STF já haviafixado jurisprudência no sentido de que os conflitosenvolvendo o trabalhador avulso deveriam serdirimidos pela Justiça do Trabalho.

Trabalhadores não empregados. Cooperados.

• As cooperativas são regidas pela Lei 5.764/70.

• A condição de cooperado exige:

– A dupla qualidade: de prestador de serviços e

destinatário dos serviços. Em outras palavras, a

cooperativa presta serviços ao cooperado e também

pelo cooperado;

– Autonomia na prestação de serviços;

– Retribuição equivalente ao trabalho prestado

(remuneração por unidade de produção);

– Rateio de sobras e lucros entre os cooperados;

– Participação efetiva na destinação da sociedade,

com a plena capacidade de votar e ser votado.

Trabalhadores não empregados. Cooperados. Continuação.

• As cooperativas nunca foram objeto de grandeaplicabilidade prática até o advento da Lei8.949/94 que acrescentou o parágrafo único aoart. 442 da CLT:

• Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade dasociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entreela e seus associados, nem entre estes e os tomadores deserviços daquela.

• Este dispositivo, entretanto, não pode seranalisado isoladamente. Há que serinterpretado em consonância com os requisitosda cooperativa válida (já vistos), o art. 3º da CLT(características do empregado) e, em especial,com o art. 9º da CLT.

Trabalhadores não empregados. Cooperados. Continuação.

• Estabelece o art. 9º da CLT:• Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com

o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos

preceitos contidos na presente Consolidação.

• O Direito não festeja a malícia e não dá asas à

fraude.

• A adesão a uma cooperativa é uma verdade

formal. A verdade material (ou real, como

preferem os doutos) é que deve ser investigada,

a fim de verificar que este ato não foi praticado

apenas com o objetivo de desvirtuar, impedir ou

fraudar a aplicação da CLT.

Estagiários

• Contrato de Estágio estabelece uma relação de trabalhoatípica, posto que o objeto principal da relação não é otrabalho e nem a remuneração, mas, sim, o aprendizado.

• Esta situação já estava bastante caracterizada na Lei nº6.494/77:– “Art. 1º - ...

– § 1º - ...

– § 2º - O estágio somente poderá verificar-se em unidades quetenham condições de proporcionar experiência prática nalinha de formação do estagiário, devendo o aluno estar emcondições de realizar o estágio, segundo o disposto naregulamentação da presente Lei.

– § 3º - Os estágios devem propiciar a complementação doensino e da aprendizagem e ser planejados, executados,acompanhados e avaliados em conformidade com oscurrículos, programas e calendários escolares.”.

– (Sem destaques no original)

Estagiários

• E assim continuou na nova Lei:

• Art. 1o Estágio é ato educativo escolar

supervisionado, desenvolvido no ambiente de

trabalho,

• Daí porque o foco inicial nesta relação é o

aprendizado e não a mão-de-obra “barata” que se

obtém em decorrência do estágio.

• O Trabalho, assim, é o meio, o instrumento, para

alcançar o fim, que é o aprendizado.

Estagiários

• A “vantagem” que a parte concedente (empresas, órgãos

públicos, etc) obtém ao conceder o estágio é a

possibilidade de formatar a mão-de-obra do modo que

lhe melhor pareça para aproveitamento futuro deste

material humano e este o foco que deve ser emprestado.

• A “vantagem” do estagiário, por sua vez, não é a bolsa

auxílio e, sim, o aprendizado complementar que lhe

tornará um profissional melhor.

• Um contrato de estágio válido não cria vínculo de

emprego. Entretanto, para que seja válido é necessário

que (Art. 3º):

Estagiários

– I – matrícula e freqüência regular do educando em

curso de educação superior, de educação

profissional, de ensino médio, da educação especial e

nos anos finais do ensino fundamental, na

modalidade profissional da educação de jovens e

adultos e atestados pela instituição de ensino;

– II – celebração de termo de compromisso entre o

educando, a parte concedente do estágio e a

instituição de ensino;

– III – compatibilidade entre as atividades

desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no

termo de compromisso.

Estagiários

• O primeiro requisito é óbvio e não merece maiores

comentários. Quem não é aluno não pode ser estagiário.

• O segundo requisito estabelece que esta é uma relação

formal. O contrato é escrito e trilateral, com intervenção

obrigatória da instituição de ensino. Trata-se de forma

prevista em Lei sem a qual o ato jurídico não se

aperfeiçoa (art. 104, III do Código Civil) e por

conseqüência é nulo (art. 166, IV do Código Civil).

• O terceiro requisito é de natureza material e retrata o

que até aqui foi exposto. É a compatibilidade entre o

que se estuda e o que se faz no estágio que asseguro que

este “trabalho” é, na verdade, o meio e não a finalidade

do contrato de estágio

Estagiários

• A novidade, entretanto, está no § 1º do art. 3º da Lei: É a criaçãodas figuras do “supervisor” da parte concedente e do “professororientador” na instituição de ensino tudo comprovado por vistosnos relatórios periódicos de atividades do estagiário e pormenção de aprovação final.

• Não obstante, como visto, o objetivo do contrato de estágio nãoseja o trabalho e a remuneração, verifica-se uma excessivautilização desvirtuada do contrato de estágio, houve necessidadede alteração da legislação anterior, estabelecendo novosparâmetros que, de certa forma, procuram aproximar a relação deestágio da relação de emprego. Estas modificações, entretanto,não tem o condão de alterar a natureza jurídica da relação.

• Não se trata de contrato afeto ao Direito do Trabalho e, porconseqüência, a ele são inaplicáveis os Princípios e diretrizes deinterpretação.

Estagiários

• Apenas o desvirtuamento do contrato de estágio

é que acarreta no reconhecimento do vínculo de

emprego, à luz do § 2º do art. 3º da Lei.

• No que tange às principais novidades vale

destacar:

– Direitos do estagiário:

– Bolsa obrigatória para estágios não obrigatórios;

– Limitação da jornada de trabalho;

– Redução da jornada de trabalho quando em época de

provas e exames;

– Recesso anual remunerado integral ou proporcional

Estagiários

• Limites do contrato

– Tempo não superior a dois anos, salvo ao deficiente;

– Cota de estagiários em relação ao número de

empregados, segundo tabela contida na Lei

• O descumprimento de quaisquer das condições

tem previsão legal específica:

– Art. 15. A manutenção de estagiários em

desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de

emprego do educando com a parte concedente do

estágio para todos os fins da legislação trabalhista e

previdenciária.

Estagiários

• Este artigo não se refere apenas aos requisitos do artigo

3º da Lei, posto que, para aqueles requisitos, há

previsão específica contida no § 2º do mesmo artigo de

caracterização do vínculo de emprego. Se assim fosse, o

art. 15 seria inútil e, a regra de hermenêutica estabelece

que a lei não contém dispositivos inúteis.

• Assim, por óbvio, a penalidade do art. 15 refere-se ao

descumprimento de outros requisitos que não aqueles

relacionados no art. 3º.

• Questão interessante está relacionada à redução da

carga horária no período de provas e exames de que

trata o art. 10, § 2º: Poderá ser acompanhada da redução

da bolsa?

Estagiários

• Crítica: O limite de dois anos vai impedir a

contratação de quem está há mais de dois anos

da formatura pelas partes concedentes que

realmente atendem ao objetivo do contrato que é

o direcionamento da mão-de-obra para o formato

de profissional que desejam. Não tem sentido

algum

Trabalhadores não empregados. Trabalho voluntário.

• O trabalho voluntário é regido pela Lei 9.608/98.

• É o trabalho com ânimo e causa benevolentes.

• O objetivo buscado, neste caso, não é opagamento e sim a prática da benemerência.

• O traço diferenciador, aqui, é a intencionalidade.

• A contratação de trabalhador com animus deremuneração afasta o trabalho voluntário, aindaque nenhum salário tenha sido pago ao mesmo.Neste caso, o vínculo de emprego deve serreconhecido e deve haver condenação nopagamento dos salários atrasados.

Trabalhadores não empregados. Funcionário Público.

• Servidor Público é gênero que tem como

espécies o funcionário público e o empregado

público.

• O funcionário público é aquele que se vincula à

administração pública por meio do regime

estatutário, regido pelo Direito Administrativo.

Não é empregado e não tem Justiça do

Trabalho, segundo liminar concedida pelo STF

em ADIN proposta contra o art. 114, I da CF.

• O empregado público vincula-se à

administração pública por mio do regime da

CLT, regido pelo Direito do Trabalho.

Trabalhadores não empregados. Funcionário Público. Continuação.

• Ambos devem prestar concurso público (art. 37,II, CF).

• Todo cargo público é criado por Lei. A lei quecria o cargo público é que estabelece o regimeque o regerá (D. Público, estatutário ou D.Privado, “celetista”).

• O Estatuto do Regime Único do servidor PúblicoFederal (Lei 8.112/90) estabelece que, para aUnião Federal, o regime deve ser o estatutário.Exceção feita às empresas públicas esociedades de economia mista que, por forçado art. 173, § 1º, II da CF devem sersubmetidas ao regime das empresas privadas.

SUCESSÃO DE EMPRESAS.

• O contrato de trabalho é um contrato de

trato sucessivo, ou seja, não se extingue

com o cumprimento da obrigação,

renovando-se no tempo.

• Dada esta circunstância, é possível que o

contrato de trabalho esteja sujeito a

modificações que ocorrem com o passar

do tempo. Estas modificações podem

alcançar os sujeitos do contrato

(subjetivas) ou seu objeto (objetivas).

ALTERAÇÕES SUBJETIVAS DO CONTRATO DE TRABALHO.

• Sabe-se que o contrato de trabalho épersonalíssimo na figura do empregado, já que oart. 2º da CLT estabelece a necessidade deprestação pessoal de serviços. Portanto éimpossível que o contrato de trabalho sofraalteração subjetiva na pessoa do empregado, ouseja, não pode haver substituição do empregadocom continuidade do contrato de trabalho.

• Sendo assim, tratar de alteração subjetiva docontrato de trabalho implica em estudar asubstituição da figura do empregador. Daí porqueeste tema também é estudado sob o título desucessão de empresas.

ALTERAÇÕES SUBJETIVAS DO CONTRATO DE TRABALHO.

A matéria é regida pelos artigos 10 e 448, ambos da

CLT, e que estão assim redigidos:

Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa

não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.

Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica

da empresa não afetará os contratos de trabalho dos

respectivos empregados.

Diante de tais dispositivos, passamos a analisar as

possíveis situações daí decorrentes:

Alteração na propriedade da empresa.

• A alteração na propriedade da empresa não caracteriza asucessão trabalhista, ou seja, não ocorre alteração subjetiva docontrato de trabalho.

• Isto porque o contrato de trabalho é mantido entre oempregado e a pessoa jurídica empregadora, que é aresponsável e não com seus sócios.

• Revela-se importante anotar, neste tópico, que as cláusulascontratuais firmadas entre os vendedores e os compradores dapessoa jurídica não são oponíveis a terceiros.

• Tal cláusula, que tem validade apenas entre os contratantes.Pode autorizar a propositura da ação regressiva. Não autorizaa modificação do pólo passivo na reclamação trabalhista enem mesmo intervenção de terceiros.

Alteração na estrutura jurídica da empresa.

• A alteração na estrutura jurídica da empresapode ser formal ou informal. Sendo formal,ocorrerá através da transformação,incorporação, fusão e cisão (total ou parcial).

• Ocorre transformação jurídica quando a pessoajurídica modifica a sua forma legal (LTDA,S/A, etc).

• Ocorre transformação econômica quando aempresa altera seu ramo de atividade oumodifica seu capital social.

Alteração na estrutura jurídica da empresa.

• Dá-se a fusão quando duas pessoas jurídicas distintas,

por um ato de união, criam uma terceira pessoa,

extinguindo-se as originárias.

• Haverá cisão quando uma empresa, por ato de divisão,

cria outra (s) pessoa (s) jurídica (s), extinguindo-se a

originária (total) ou não (parcial).

• Ocorre incorporação quando, por um ato de união

entre duas empresas distintas, uma é absorvida e deixa

de existir, subsistindo a outra.

Sucessão Informal

• Acontece que nem sempre a sucessão de empresas acontece demaneira formal. É comum que empresários, intentando livrar-se de suas dívidas trabalhistas, encerram a pessoa jurídica(formal ou informalmente) e constituem outra, ou ainda,transferem a unidade produtiva a terceiros que passam aexplorar a atividade econômica sob a denominação de outrapersonalidade jurídica.

• Estes procedimentos fraudulentos, visando prejudicar o créditodos trabalhadores, foram reconhecidos pela doutrina e pelajurisprudência como sucessão informal. Haverá sucessãoinformal sempre que uma pessoa jurídica (i) continuar aexploração da atividade econômica de uma anterior, (ii) comidentidade total ou parcial de patrimônio.

Sucessão de empresas

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Nova redação

INEXISTENTE X Art. 448-A. Caracterizada a sucessão

empresarial ou de empregadores prevista nos

arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações

trabalhistas, inclusive as contraídas à época em

que os empregados trabalhavam para a empresa

sucedida, são de responsabilidade do sucessor.

INEXISTENTE X Parágrafo único. A empresa sucedida

responderá solidariamente com a sucessora

quando ficar comprovada fraude na

transferência.