Direito Eleitoral - Marcio Luis de Oliveira

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DIREITO ELEITORAL Intensivo III Prof. Marcio Luis de Oliveira 2010

DIREITO ELEITORAL Marcio Luis de Oliveira

I. Direitos Polticos x Direito Eleitoral

Direitos polticos uma categoria mais ampla dentro da qual est includo o direito eleitoral. Direitos polticos um subsistema que inclui o direito eleitoral.

Os direitos polticos contem cinco grande vertentes:

a) os direito polticos envolvem as diversas formas de manifestao do pensamento poltico, ideolgico, filosfico em mbito individual e coletivo, pois num estado democrtico, os direitos polticos envolvem diversas formas de convico. Ex: a internet hoje um grande instrumento de manifestao do pensamento poltico.

b) associao para fins polticos. A grande expresso no Brasil os partidos polticos. Est relacionado ao poder. A associao para fins polticos livre, vedada a de carter paramilitar.

c) dentro dos direitos polticos, entram os direitos eleitorais: o direito eleitoral est ligado ao processo poltico:

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- possibilidade de ser eleitor e ser elegvel.

- atribuio de mandato eletivo

- participao da sociedade na manifestao direta da sua soberania (plebiscito e referendo).

d) ocupar cargo pblico no elegvel. Participar das instituies de Estado (qualquer dos poderes do Estado) em cargo no eletivo exercer direito poltico. Ex: ser indicado para o STF

e) exerccio da soberania pela sociedade. prerrogativa de participar do processo legislativo (ex: iniciativa popular). Direito de dar inicio ao processo legislativo. Quando uma associao promove uma ao civil pblica, est exercendo um papel semelhante ao MP, exercendo direito poltico.

No Brasil se fala de direitos polticos os tornando sinnimo de direito eleitoral. Mas, voc deve fazer a situao dos direitos eleitorais dentro dos direitos polticos. Os direitos polticos tem uma amplitude constitucional, os direitos eleitorais so um subsistema dentro do sistema constitucional dos direitos polticos.

II. Direito EleitoralContato: [email protected]

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Direito eleitoral como uma das definies dos direitos polticos.

Definio: um subsistema de noras jurdicas (princpios, regras) que regula/disciplina o objeto do direito eleitoral:

Subsistema: o que a doutrina clssica chama de ramo do direito. Est superada esta expresso. O direito visto como sistema. Nesta idia ultrapassada o direito eleitoral ramo do direito pblico.

Objeto do direito eleitoral:

a) direitos subjetivos poltico eleitorais: composto pelos direitos positivos (ex: capacidade eleitoral ativa capacidade de ser eleitor e passiva capacidade de ser elegvel) e direitos eleitorais negativos (perda de direitos polticos, suspenso de direitos polticos).

b) sufrgio

Direito fundamental do cidado de participar da dinmica do poder poltico dentro da sociedade.

c) voto

O voto um dos instrumentos para o exerccio do sufrgio.Contato: [email protected]

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d) sistemas eleitorais (metodologias utilizadas para representao da sociedade. Ex: sistema proporcional, majoritrio).

e) mtodos de participao da sociedade na tomada de decises coletivas

- Plebiscito

- referendo

- Recall: prerrogativa de a sociedade destituir o mandatrio.

f) acesso aos cargos polticos eletivos

Atribuio do mandato e titularidade do mandato, incluindo-se tambm o fim do mandato.

g) regular as instituies e competncias dos rgos constitucionais eleitorais.

Principais instituies:

- Poder Judicirio eleitoral

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- MP Eleitoral

- Polcia Eleitoral: hoje uma policia federal com a qual atua conjuntamente a polcia civil.

- Defensoria Pblica

- Procuradoria da Fazenda Nacional (uma das principais sanes no direito eleitoral a multa. Quem executa a multa a PFN).

h) processo administrativo eleitoral

O processo administrativo eleitoral tem vrias vertentes e momentos: envolve desde o alistamento at a diplomao dos candidatos

Ex: somente se pode fazer propaganda eleitoral apartir do dia 06 de julho.

i) aes civis eleitorais processo civil eleitoral

j) crimes eleitorais e processo penal eleitoral. Ex: h mais de 50 crimes eleitorais.

Os partidos polticos so objeto do direito eleitora?Contato: [email protected]

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1a CORRENTE: sim. H questes dos partidos polticos que so resolvidas pela justia eleitoral e outras so resolvidas no mbito da justia comum.

2a. CORRENTE (MAJORITRIA mais moderna): no. Os partidos polticos alcanaram um foro de autonomia tal na CRFB/1988 que passaram a constituir um ramo prprio do direito: o direito partidrio.

III. Fontes do Direito Eleitoral

H vrias formas por meio das quais o direito eleitoral se expressa:

a) Constituio

Apartir do CRFB/1988 - art. 14 at o 16, podendo-se incluir o art. 17 (alguns aspectos dos partidos polticos).

- capacidade eleitoral ativa e passiva

- partidos polticos

- plebiscito e referendo

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- nacionalidade

- competncia para legislar em matria eleitoral

- organizao da justia eleitoral

- competncia dos Tribunais

- cidadania

b) leis infraconstitucionais.

Competncia da Unio para regular o direito eleitoral (CRFB/1988 art. 22, I). Como se trata de uma competncia privativa, a CRFB/1988 art. 22, pargrafo nico permite que algumas

especificidades do direito eleitoral possam ser delegadas(para os Estados e o DF), por meio de Lei Complementar.

CRFB/1988 - art. 68, 1, I: vedado expressamente a edio de Lei Delegada em matria de direito eleitoral.

CRFB/1988 - art. 62, 1: expressamente vedada a regulao do direito eleitoral por meio de MP.

Leis infraconstitucionais eleitorais LO e Lei Complementar.Contato: [email protected]

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CRFB/1988 - art. 14, 9: inelegibilidade (suspenso da capacidade eleitoral de ser elegvel) s pode ser regulada por meio de Lei Complementar. Tanto a inegibilidade quanto a descompatibilizao regulada por meio de Lei Complementar.

CRFB/1988 - art. 121: Lei Complementar dispor sobre a organizao e competncia dos Tribunais eleitorais, dos juzes eleitorais e das juntas eleitorais.

Leis eleitorais prprias e leis eleitorais subsidirias:

a) leis eleitorais prprias ou tpicas: Versam sobre questes tipicamente eleitorais.

- Cdigo eleitoral. O CE um alei ordinria ou complementar? O CE na parte em que organiza a Justia Eleitoral Lei Complementar, no restante Lei Ordinria. O CE na parte que trata da organizao da justia eleitoral (CE art. 1 ao 41) Lei Complementar por fora do CRFB/1988 art. 21, no mais, Lei ordinria. O CE originariamente LO, mas foi recepcionado em parte como Lei Complementar.

- Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar 64/90

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- Lei dos Partidos Polticos (Lei 9. 096/95). Obs.: foi recentemente alterada por Lei editada em 2009.

- Lei das Eleies (Lei 9.504/97). Obs.: foi bastante alterada no final do ano de 2009.

Alm de outras

b) leis eleitorais subsidirias:

No so leis eleitorais, mas tem aplicao subsidiria no direito eleitoral.

As principais so: leis no eleitorais com aplicao eleitoral:

Ex:

- CC/2002: Ex: domiclio, contratos, bens, doaes etc.

- CPC. Quando no h rito eleitoral prprio, aplica-se o CPC (ex: matria referente a provas).

- CP: a parte geral do CP bastante aplicada ao direito eleitoral.

- CPP: Ex: Inqurito PolicialContato: [email protected]

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- Lei dos Juizados Especiais Cveis e Criminais: se aplica subsidiariamente ao CE.

- Lei sobre direito financeiro (Ex: doao de campanhas; Lei 6.830/80 exerccio da multa eleitoral), direito tributrio, direito administrativo (Lei 8.429/92) etc.; Lei.

c) resolues/Instruo da Justia Eleitoral

As resolues e instrues da justia eleitoral so fontes muito importantes no direito eleitoral. Ex: todo o aspecto da execuo das multas eleitorais est disposto em Resoluo.

Fundamento das Resolues:

- CE, art. 1, pargrafo nico: poder normativo do TSE.

- CE, art. 23, IX (tem natureza de Lei Complementar).

- Art. 105 da Lei 9.504/97.

A Justia Eleitoral tem abusado desse poder normativo, inclusive tem dado eficcia de Lei Ordinria.

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Quem pode expedir as normas em matria eleitoral? O poder normativo do TSE que pode autorizar os TREs a expedir certas regulamentaes.

Classificao das Resolues:

1. quanto a vigncia

- Resoluo temporria. Uma resoluo temporria normalmente incide sobre um determinado processo eleitoral (Ex: resoluo que regula o calendrio eleitoral de um determinado ano). Obs.: aplicam-se para os fatos ocorridos durante a sua vigncia, mesmo que j extintas.

- Permanentes: so resolues com prazo indeterminado. No se limitam ao processo eleitoral.

2. quanto ao contedo

- interpretativas: quando a resoluo interpreta a legislao (regula dvida sobre a aplicao de algum dispositivo da Lei eleitoral). Ex: resoluo que interpreta o outdoor.

- regulamentares: regulao do processo eleitoral (ex: resoluo que regula a perda do mandato por infidelidade partidria.Contato: [email protected]

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** A resoluo eleitoral de cunho regulamentar entendida pelo TSE como ato normativo primrio (tem hierarquia de Lei). Status dessas Resolues de Lei Ordinria. Podem ser de controle concentrado de constitucionalidade no STF.

Obs.: as Resolues interpretativas so atos normativos secundrios

Obs.: Se houver uma Lei Ordinria Federal e uma Resoluo Regulamentar no TSE posterior, prevalecendo a resoluo no que for incompatvel. Ex: CE regula processo de alistamento eleitoral. Mas existe uma resoluo regulamentar sobre o tema, posterior. No que foi incompatvel, aplica a resoluo do TSE. A resoluo eleitoral posterior a Lei que regula a mesma matria de modo distinto da Lei aplicada, suspende a eficcia da Lei eleitoral naquilo que for incompatvel com a resoluo, no a revoga, pois a resoluo tem eficcia de Lei ordinria.

3. Quando incidncia territorial

- nacional

- estadual/distrital

- municipalContato: [email protected]

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Pode haver uma resoluo do TSE (ou do TRE) expedida apenas para um determinado Municpio.

A maioria das Resolues do TSE tem incidncia nacional.

O Juiz Eleitoral no tem o poder normativo nem interpretativo que o TSE e o TER tm.

Caso o TRE venha a expedir uma resoluo, qual a natureza dessa norma? Norma federal.

d) Estatutos dos Partidos Polticos

CRFB/1988 - art. 17, 1

Ex: normas de infidelidade partidria, coligao partidria etc.

Obs.: ao se filiar a um determinado partido, o indivduo se submete a todas as regras adotadas pelo partido.

Os partidos polticos so dotados de autonomia para resolver uma srie de questes internas.

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Art. 17. livre a criao, fuso, incorporao e extino de partidos polticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrtico, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - carter nacional; II - proibio de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinao a estes; III - prestao de contas Justia Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 1 - assegurada aos partidos polticos autonomia para definir sua estrutura interna, organizao e funcionamento, devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidrias. 1 assegurada aos partidos polticos autonomia para definir sua estrutura interna, organizao e funcionamento e para adotar os critrios de escolha e o regime de suas coligaes eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculao entre as candidaturas em mbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidria. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 52, de 2006) 2 - Os partidos polticos, aps adquirirem personalidade jurdica, na forma da lei civil, registraro seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. 3 - Os partidos polticos tm direito a recursos do fundo partidrio e acesso gratuito ao rdio e televiso, na forma da lei.

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4 - vedada a utilizao pelos partidos polticos de organizao paramilitar.

e) Princpios Jurdicos:

Ex: presuno de inocncia, ampla defesa e contraditrio, Juiz natural.

Princpios especficos do direito eleitoral:

Princpio da Anualidade

CRFB/1988 - art. 16. Uma Lei eleitoral que altere o processo eleitoral (conveno, registro dos candidatos, campanha eleitoral,

diplomao etc.) entra em vigor imediatamente, mas s surte efeitos quanto s eleies que ocorram um ano aps sua entrada em vigor. Ex: suposta Lei de 2010 que altera o processo de diplomao. Lei entra em vigor imediatamente, mas no ir servir para regular a diplomao dos candidatos eleitos em 2010.

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrar em vigor na data de sua publicao, no se aplicando eleio que ocorra at um ano da data de sua vigncia. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 4, de 1993)

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Princpio da Cautela/Legitimidade das Eleies (CRFB/1988 - art. 14, 9).

Ex: possibilidade de novas leis de inelegibilidade.

princpio da celeridade

O Juiz eleitoral tem prazo para julgar certas aes. Ex: ao de impugnao de registro de candidatura. Os juzes podem ser responsabilizados pelo descumprimento dos prazos (art. 97 da Lei 9.504/97).

Princpio da precluso instantnea

Os atos da justia eleitoral tm uma precluso instantnea.

Princpio da Devolutividade dos Recursos

Salvo o direito penal eleitoral e algumas outras, as decises eleitorais tem eficcia imediata, ou seja, os recursos somente tem efeito devolutivo. comum requerer medida cautelar para dar efeito suspensivo ao recurso, ou seja, pedido cautelar de suspenso da deciso do juzo a quo.

Princpio do aproveitamento do votoContato: [email protected]

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Acabou ficando hoje em segundo plano, a partir do momento em que se instalou o voto eletrnico. A dvida sobre o voto deve ser apreciada pela Junta Eleitoral, aproveitando o voto do eleitor, pois o eleitor considerado o cerne do direito eleitoral.

f) jurisprudncia eleitoral

A jurisprudncia eleitoral riqussima

Ex: em 2009, a justia eleitoral decidiu que possvel em uma mesma chapa concorrem marido e mulher.

g) costumes jurdicos

A doutrina cita costumes jurdicos lato sensu

Doutrina e Analogia

No so fontes formais.

a)

doutrina:

Doutrina

inspirao,

podendo

servir

como

fundamento de um acrdo. No fonte formal, mas sim fonte material do direito. inspiradora das fontes formais.Contato: [email protected]

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b) analogia: decidir casos semelhantes a outros. No fonte material e nem fonte formal, mas mtodo de integrao, aplicando-se raciocnio de semelhana quando no houver regra jurdica aplicvel ao caso.

A analogia mtodo de integrao sempre aplicvel ao direito eleitoral? No, pois em matria penal eleitoral em deciso in pejus no se aplica o raciocnio por analogia.

IV. Instituies do Direito Eleitoral

1. Poder Judicirio Eleitoral: poder judicirio especializado em direito eleitoral.

Judicatura Eleitoral: o exerccio da magistratura eleitoral. A justia eleitoral uma justia especial federal. No tem um corpo de magistrados prprios, permanentes. a nica justia do Brasil que no tem um corpo de magistrados somente dela.

A justia eleitoral foi criada nos anos 30, palco da Repblica Caf com Leite. O processo eleitoral era administrativo, feito pelo Poder Executivo. Com base nisso se construiu a Justia eleitoral com um carter temporrio, sendo a judicatura eleitoral exercida por mandato e no permanente. A Justia eleitoral no tinha aContato: [email protected]

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independncia

funcional,

administrativa

e

nem

financeira.

Atualmente a justia tem controles internos, autonomia financeira etc.

A rotatividade da judicatura eleitoral leva a uma deficincia da prestao jurisdicional quanto ao tema, levando a necessidade de um corpo de magistrados habilitados e permanentes.

A organizao da justia eleitoral est em parte na CRFB/1988 e em parte na legislao infraconstitucional (principalmente no CE).

CRFB/1988 - art. 118: a justia eleitoral tem quatro grandes rgos: TSE, T R E, juzes eleitorais e juntas eleitorais/

CRFB/1988 - art. 119: organizao do TSE

CRFB/1988 - art. 120: organizao do TRE

A organizao dos juzes e das juntas eleitorais est na legislao infraconstitucional. Juiz eleitoral: art. 32 do CE, juntas eleitorais: art. 36 do CE e art. 64 da Lei das Eleies (Lei 9.504/97).

Juiz eleitoral, junta eleitoral

TER

TSE

STF

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O STF est acima do TSE, mas no considerado rgo da justia eleitoral, muito embora tenha decises e aprecie matria eleitora.

Composio da justia eleitoral:

a) TSE

Tem jurisdio originria sobre o processo eleitoral nacional para Presidente e vice Presidente da Repblica. A eleio fica a cargo originrio do TSE.

O processo eleitoral estadual/regional/geral fica a cargo do TRE: Governador e Vice, Deputados Estaduais e Distritais, Deputado Federal e Senadores e Suplentes.

Os juzes e as juntas so responsveis pelo processo eleitoral municipal: Prefeito e Vice, Vereador e Juiz de Paz (ainda no est devidamente regulamentado).

Organizao da justia Eleitoral:

Juiz Eleitoral

um Juiz de direito , membro da magistratura estadual que cumula funo eleitoral. designado pelo T RE para exercer a funoContato: [email protected]

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eleitoral, para exercer a funo eleitoral por 02 anos e que poder reconduzido por mais 02 anos. Se for Juiz de comarca de vara nica que tambm seja zona eleitoral, enquanto for Juiz da comarca de vara nica tambm ser Juiz eleitoral, cumulando sua funo com a de Juiz eleitoral.

O Juiz substituto que acabou de ingressar na carreira, ainda no vitaliciado, pode cumular funo eleitoral? O TSE entendeu que sim.

H um acrscimo ao subsdio, que no est vinculado ao teto constitucional, tendo natureza indenizatria.

Quando houver mais de um Juiz aptos a exercer funo eleitoral, tendo vrias zonas eleitorais naquele Municpio haver um sistema de rodzio que segue a regra da antiguidade decrescente para os magistrados poderem exercer a funo eleitoral.

Junta Eleitoral

A justa eleitoral tem uma montagem toda peculiar prevista na legislao.

A justa eleitoral se compe pelo Juiz Eleitoral + 02 ou 04 cidados = 03 ou 05 membros.

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No Brasil, a junta eleitoral tem o funcionamento apenas nas eleies (no dia das eleies e durante as apuraes).

O rgo diplomador das eleies municipais de Prefeito, Vice Prefeito, Veriadores e Juiz de Paz a junta Eleitoral (CE, art. 36). Se houver vrias juntas eleitorais, a diplomao ser feita pela Junta do Juiz mais antigo.

CE, art. 36: Os membros as juntas eleitorais sero nomeados 60 dias antes da eleio. Obs.: o Juiz eleitoral indica os nomes.

CE, art. 36, 2: partido poltico, coligao partidria e o MP e para a jurisprudncia tambm possvel candidatos podem propor recurso para discutir composio das juntas.

CE, art., 36, 3: no podem compor juntas

Lei 4737/65 - CE, Art. 36. Compor-se-o as juntas eleitorais de um juiz de direito, que ser o presidente, e de 2 (dois) ou 4 (quatro) cidados de notria idoneidade. 1 Os membros das juntas eleitorais sero nomeados 60 (sessenta) dia antes da eleio, depois de aprovao do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre tambm designarlhes a sede.

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2 At 10 (dez) dias antes da nomeao os nomes das pessoas indicadas para compor as juntas sero publicados no rgo oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo de 3 (trs) dias, em petio fundamentada, impugnar as indicaes. 3 No podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares: I - os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, at o segundo grau, inclusive, e bem assim o cnjuge; II - os membros de diretorias de partidos polticos devidamente registrados e cujos nomes tenham sido oficialmente publicados; III - as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionrios no desempenho de cargos de confiana do Executivo; IV - os que pertencerem ao servio eleitoral.

Organizao Territorial da Justia Eleitoral

TREs

TSE

STF: em carter excepcional.

Junta Eleitoral (Cont )

Contato: [email protected]

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Art. 36, 1: os membros das juntas so nomeados 60 dias antes da eleio, depois de aprovao pelo T R E.

Art. 36, 2: at 10 antes da nomeao

O Juiz eleitoral vai indicar os cidados para compor a lista, no mbito da zona eleitoral. Os nomes sero encaminhados ao TER, que ir dizer quem so as pessoas e as sedes.

10 dias antes da nomeao ser publicado um edital com os nomes das pessoas.

Os partidos podem impugnar os nomes dessas pessoas, no prazo de 03 dias.

No podem ser nomeados membros das juntas (art.)

- Candidatos e parentes at o 2 Grau, bem assim o cnjuge (tambm o companheiro).

- membros de diretoria de partidos polticos devidamente registrados e cujos nomes tenham sido publicados

- autoridades e agentes polticos, bem como os funcionrios no desempenho de cargos de confiana do Executivo.Contato: [email protected]

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- os que pertencem ao servio eleitoral (servidores da justia eleitoral)

Art. 64 da Lei 9504/97 (Lei das eleies) no podem participar de uma mesma junta parentes em qualquer grau ou funcionrio de uma mesma empresa repartio. Obs.: no confundir com o Art. 36, 3, I, CE.

Tribunais Regionais Eleitorais

Art. 120. Haver um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. 1 - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-o: I - mediante eleio, pelo voto secreto: a) de dois juzes dentre os desembargadores do Tribunal de Justia; b) de dois juzes, dentre juzes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justia; II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, no havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; III - por nomeao, pelo Presidente da Repblica, de dois juzes dentre seis advogados de notvel saber jurdico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justia.Contato: [email protected]

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2 - O Tribunal Regional Eleitoral eleger seu Presidente e o VicePresidente- dentre os desembargadores.

CRFB/1988 - art. 120: haver um TRE na capital de cada Estado.

Composio: 07 membros

- 02 juzes dentre desembargadores do TJ

- 02 juzes dentre juzes de Direito escolhidos pelo TJ. Obs.: normalmente, o TJ escolhe pela experincia dos juzes. Esses juzes podem at ficar licenciados de suas funes comuns durante o perodo eleitoral.

- 01 Desembargador Federal designado pelo TRF ou 01 Juiz Federal designado pelo TRF (se no for sede de TRF).

- 02 advogados nomeados pelo Presidente Repblica, indicados pelo TJ. O TJ faz duas listas com 03 nomes que so encaminhadas ao TRE e este encaminha ao TSE que aprova as listas e encaminha ao Presidente da Repblica.

* STF: os membros tem que ter 10 anos de efetivo exerccio na advocacia e continuam a exercer as funes de advogado. Eles s

Contato: [email protected]

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no podem advogar em matria eleitoral. Obs.: No tem remunerao de Juiz, recebendo por sesso.

Dos 07 membros do TRE, a justia Estadual tem o poder de escolher 06 membros e 01 s escolhido pela Justia Federal. Obs.: no h representante do MP.

CRFB/1988 - art. 119. No TRE, o Presidente ser um dos desembargadores e o outro ser o vice-presidente. O Corregedor Regional Eleitoral depende do regimento interno de cada TRE: pode ser o vice-presidente ou ser escolhido de forma livre dentre os 06 membros ou o Juiz federal ou desembargador federal.

Tribunal Superior Eleitoral

O STF tem um poder direto na organizao do TSE.

07 membros:

- 03 dentre os Ministros do STF (escolhidos pelo prprio STF). 01 ser o presidente e 01 ser o vice-presidente.

- 02 dentre os Ministros do STJ. 01 ser corregedor-geral

- 02 dentre os Ministros do STJ. 01 ser o corregedor-geral eleitoral.Contato: [email protected]

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- 02 advogados. So feitas duas listas com 03 nomes pelo STF, que encaminhada o Presidente da Repblica, que escolhe os 02 nomes.

* STF: no h impedimento quando um ministro do STF julga recurso de deciso do TSE em que aquele participou.

So 06 ministros do supremo: 03 participando diretamente e 03 como suplentes.

Processo eleitoral:

a) Processo eleitoral Municipal: fica a cargo do Juiz eleitoral e junta eleitoral. Para os Cargos: Prefeito e vice, vereador e Juiz de paz.

b) Processo eleitoral geral/estadual): TRE: Governador e vice, Deputado Estadual ou Distritais, Deputados Federais e Senadores (e suplentes)

c) Processo eleitoral nacional/federal: TSE. Cargos: Presidente e vice

Organizao Territorial da Justia Eleitora

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Circunscrio Eleitoral: a organizao geogrfico-federativa correspondente ao ente da federao ao qual se vincula um determinado processo eleitoral.

Quais as circunscries eleitorais?

1. Circunscrio Nacional ou Federal:

Compreende a Unio.

Eleio para Presidente e Vice.

2. Estadual:

Corresponde ao Estado- Membro ou ao DF.

Eleies gerais/estaduais: Governador, Vice, Senador, Deputados Federais, Estaduais e Distritais.

Competncia: TRE

3. Municipal:

Corresponde ao Municpio

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Eleies: Prefeito e Vice, Vereador e Juiz de Paz

Competncia: Juiz eleitoral e junta eleitoral.

Zona Eleitoral

Em cada circunscrio Estadual, h a organizao da justia eleitoral em zonas eleitorais. como se fosse as comarcas.

Ficam sob a jurisdio imediata de um Juiz eleitoral.

a organizao local da circunscrio eleitoral geogrfica

As zonas eleitorais podem ter o tamanho de uma comarca, englobar vrias comarcas, mas podem ser maiores ou menores.

Subdiviso:

Sees Eleitorais

Subdivises funcionais de uma zona eleitoral, com o objetivo de organizar a coleta de votos e qual fica o eleitor vinculado.

Funes da Justia Eleitoral

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Funes aqui so atividades prprias de Estado, sendo uma delas a jurisdio.

1. Jurisdicional

A Justia Eleitoral tem funo jurisdicional

a) Jurisdio Voluntria:

Ex: no processo eleitoral, havendo dvida do partido este pode pedir a recontagem de votos

b) Jurisdio Contenciosa

Aes Eleitorais: cveis e criminais

Aes Cveis: Ao de Impugnao de Registro de Candidatura, Ao de Investigao Judicial, recurso contra a diplomao, representao por captao ilcita de sufrgio.

Aes criminais: existem mais de 40 tipos penais eleitorais prprios.

2. Funo Administrativa

Contato: [email protected]

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a) Segundo a CRFB/1988 art. 96, todo o Tribunal tem uma atividade administrativa de auto-organizao, por meio de seus regimentos internos. A Justia Eleitoral tambm tem essa funo.

b) A Justia Eleitoral tem outras funes administrativas que lhe so prprias:

b.1. organizao do eleitorado nacional (cadastramento de eleitores).

b.2. organizao do processo eleitoral (organizao das eleies). Em alguns pases no mundo o processo eleitoral organizado por rgo administrativo. No o caso do Brasil, pois a prpria justia que julga os processos eleitorais vo organizar as eleies. Existe verba oramentria especfica para isso.

b.3. registro, atualizao estatutria (deve haver o registro dos estatutos na justia eleitoral) e cancelamento dos partidos polticos.

3. Funo Normativa

a) Hoje o Poder Judicirio tem uma funo normativa que expedir seus regimentos. A Justia Eleitoral tambm. Organizar seus

servios, funcionrios e competncias como todo Tribunal.

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b) a Justia Eleitoral tem o poder normativo de expedio de instrues e resolues (CE, art. 1, pargrafo nico e 23, IX; Lei das Eleies art. 105). Servem para a interpretao da legislao eleitoral e para a regulamentao do processo eleitoral. Normas

interpretativas: normas secundrias, que no podem ser objeto de ADI e ADC. Normas regulamentares: tm status de leis ordinrias, podendo suspender a eficcia destas e sofre controle concentrado de constitucionalidade.

Obs.: nem o Juiz, nem o TRE podem fazer controle de constitucionalidade das normas regulamentares, mas podem ser objeto de ADI, ADC ou ADPF. O que no cabvel o controle difuso.

Obs.: Alguns autores tem entendido, que o que pode ser feito o rgo competente fazer uma consulta e dessa consulta sai um acrdo. Desse acrdo, se tiver questo constitucional, pode haver RE para o STF.

Obs.:

Da

deciso

do

TSE

no

cabe

controle

difuso

de

constitucionalidade no STF.

Obs.: o STF tambm tem a funo normativa, no que concerne s Smulas Vinculantes.

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4. Funo Consultiva

S a Justia Eleitoral tem essa funo. Na Europa alguns Tribunais Constitucionais tem poder consultivo.

CE, art. 23, XII e art. 30, VIII: o TSE pode receber consultas de autoridades com jurisdio federais e de partidos polticos (rgos nacionais ex: PORTANTO nacional). Autoridades com jurisdio federal: presidente e vice, deputado, senador, ministros etc. A consulta deve ser feita de modo genrico.

Ex: menor de 16 anos, mas que completar 16 anos at a data da eleio pode se alistar? Durante os 151 dias que antecedem as eleies no pode haver alistamento. Esse consulta foi feita pelo PDT. O TSE disse ser possvel.

Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, XII - responder, sobre matria eleitoral, s consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdio, federal ou ]rgo nacional de partido poltico;

Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: VIII - responder, sobre matria eleitoral, s consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pblica ou partido poltico;

Contato: [email protected]

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A consulta tem que ser feita em tese.

A justia eleitoral responde a consulta por meio de acrdo.

Os TRS tambm tm poder consultivo (CE, art. 30, VIII). Legitimidade: autoridade pblica (federal, estadual ou municipal) ou partido poltico. Ex: Juiz, MP etc. O TRE tambm responde por meio de acrdo.

O Juiz pode ter uma dvida sobre alguma questo que tenha sido objeto de resoluo. O TRE vai expedir acrdo para responder. Poder haver recurso para o TSE. Em tese, da deciso do TSE pode haver recurso para o STF, a depender da matria.

5. Funo de Controle/Correio/Fiscalizao

uma funo de poder de polcia. Poder de fiscalizar atos da sociedade e atos de Estado. Essa funo envolve, por exemplo, a fiscalizao de propaganda eleitoral.

Ex: Juiz eleitoral em ano de eleio para Presidente. No est na jurisdio do Juiz eleitoral. O Juiz percebe um outdoor com campanha eleitoral antecipada para Presidente da Repblica. O Juiz no tem jurisdio sobre essa eleio presidencial. Quem tem jurisdio o TSE. Contudo, o Juiz tem poder de polcia, devendoContato: [email protected]

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notificar o partido para que retire a propaganda eleitoral. O Juiz vai dar conhecimento da notificao ao TRE, que, por sua vez, d conhecimento da questo ao TSE. O TSE, se for o caso, pode instaurar processo de investigao, podendo at mesmo aplicar uma multa. A multa s pode ser aplicada pelo TSE.

O Juiz eleitoral tem poder semelhante ao do MP, podendo adotar medidas de ofcio. No uma funo de correio interna, mas sim fiscalizao sobre a sociedade, sobre os candidatos, sobre os partidos.

Smula 18 TSE: conquanto investido de poder de polcia, no tem legitimidade o Juiz eleitoral para, de oficio, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculao de propaganda eleitoral em desacordo com a Lei 9.504/97.

Existem decises dizendo que se o Juiz agiu de ofcio para retirar propaganda, ele ficar impedido de julgar o processo judicial correspondente.

Que tipo de controle tem o magistrado? Prestao de contas dos candidatos dos partidos polticos. Nos TREs quem exerce essa

funo o corregedor regional eleitoral, no TSE o corregedor nacional, na juntas eleitorais, o Juiz eleitoral. Ex: fiscalizao dos atos atentatrios conta a liberdade do voto.Contato: [email protected]

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Ministrio Pblico Eleitoral

CRFB/1988 - art. 128. rgos do MP: MPU (MPF, MPT, MP, MPDFT), MP Estadual e MP junto aos Tribunais de Contas.

Onde est o MP Eleitoral? Inicialmente, havia duas correntes:

1 implcito na CRFB/1988, dentro do MPU

2 a Lei Complementar 75/93 que regula o MP Federal incluiu o MP eleitoral como uma de suas especializaes (Para CONCURSO PBLICO)

Promotor eleitoral: atua na s eleies municipais, junto junta e ao Juiz eleitoral.

Promotor Regional Eleitoral: tem atuao no processo eleitoral geral/estadual. Foro de atuao: TRE.

Procurador-Geral Eleitoral: tem atuao no processo eleitoral de presidente e vice, junta ao TSE.

O Promotor Eleitoral o Promotor de Justia (MP dos Estados) escolhido para atuar na funo de MPF. A escolha do PromotorContato: [email protected]

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Eleitoral um ato complexo. A indicao ser feita pelo PGJ (indica vrios nomes). A designao/nomeao feita pelo Procurador Regional Eleitoral. Lei Complementar 75/93 (art. 79) e Lei 8.625/93 (art. 10, IX, h e art. 72).

O Procurador Regional Eleitoral (PRE) um Procurador Regional da Repblica ou um Procurador da Repblica. No Estado onde houver TRF, h Procuradores Regionais atuando. Nessa caso, o PRE ser um Procurador Regional da Repblica escolhido pelo Procurador Geral Eleitoral. Caso contrrio, ser designado Procurador da Repblica pelo Procurador Regional Eleitoral (Lei Complementar 75/93).

O Procurador Geral Eleitoral o prprio PGR (CE, arts. 18 e 24 e art. 73 da Lei Complementar 75/93).

Funes do MP Eleitoral

a) monitoramento

A funo do MP no legislativa e nem jurisdicional. funo de monitoramento. O MP pode celebrar um TAC, ajuizar demanda na Justia Eleitoral etc.

Atribuies:Contato: [email protected]

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a) Monitora a regularidade do alistamento eleitoral tanto no mbito da zona, como no TRE e TSE.

b) monitorar o processo de constituio dos partidos polticos, alterao dos estatutos.

c) analisar as filiaes partidrias

d) monitorar a prestao de contas

e) monitorar o processo eleitoral (propaganda, dia das eleies (ex, transporte clandestino de eleitores), etc

f) autoria de toda as aes e representaes cveis e eleitorais, muito embora no seja o legitimado nico. Ex: ao de impugnao de registro de candidatura, recurso contra diplomao etc.

g) O MP Eleitoral tem a autoria de todas as aes penais eleitorais. So aes penais pblicas incondicionadas. O que os partides podem fazer comunicar o fato ou ser assistente do MP.

Obs.: o MP Eleitoral tem competncia de fiscalizar a execuo da pena.

Contato: [email protected]

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A polcia eleitoral monitorada pelo MP Eleitoral.

Polcia Eleitoral

Atividade de polcia judiciria e ostensiva.

Previso: CRFB/1988 - art. 144, 1

Art. 144. A segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservao da ordem pblica (ordem eleitoral) e da incolumidade das pessoas e do patrimnio, atravs dos seguintes rgos: I - polcia federal; II - polcia rodoviria federal; III - polcia ferroviria federal; IV - polcias civis; V - polcias militares e corpos de bombeiros militares. 1 - A polcia federal, instituda por lei como rgo permanente, estruturado em carreira, destina-se a: 1 A polcia federal, instituda por lei como rgo permanente, organizado e mantido pela Unio e estruturado em carreira, destinase a:(Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998) I - apurar infraes penais contra a ordem poltica e social ou em detrimento de bens, servios e interesses da Unio ou de suas entidades autrquicas e empresas pblicas, assim como outrasContato: [email protected]

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infraes

cuja

prtica

tenha

repercusso

interestadual

ou

internacional e exija represso uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuzo da ao fazendria e de outros rgos pblicos nas respectivas reas de competncia; III - exercer as funes de polcia martima, area e de fronteiras; III - exercer as funes de polcia martima, aeroporturia e de fronteiras; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998) IV - exercer, com exclusividade, as funes de polcia judiciria da Unio.

A Polcia Federal um dos rgos que exerce o poder de polcia, em um primeiro momento, para as questes eleitorais.

Inciso IV: os crimes eleitorais so investigados originariamente pela Polcia Federal.

A RESOLUAO TSE 22.376/06: regula a competncia da Polcia Federal para investigar os crimes eleitorais no termos da CRFB/1988 - art. 144, 1, I e IV.

Obs.: a Resoluo tambm prev que a Polcia Estadual (polcia civil ou militar) em carter supletivo a Polcia Federal. Ex: no havendoContato: [email protected]

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na localidade Polcia federal poder a Polcia Civil e Militar atuar em carter supletivo. Contudo, o Inqurito continuar a ser Federal.

Atividade de Polcia

a) Judiciria

a polcia investigativa. Instaura o Inqurito Policial quando houver indcio de crime.

atribuio da Polcia Federal. No havendo polcia federal, atuar a Polcia Civil. Trata-se de inqurito federal.

b) ostensiva

a polcia que fica monitorando a ordem publica, exercendo no dia a dia a ttulo preventivo o poder coercitivo.

Num primeiro momento, a atuao da Polcia Federal (agentes da polcia federal). No havendo Polcia Federal, atuar a PM.

Excepcionalmente somente o TSE pode solicitar ajuda das Foras Armadas.

Contato: [email protected]

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Ex: o TRE do RJ solicitou ajuda ao TSE para requisitar Foras Armadas na eleies de 2008.

Defensoria Pblica Eleitoral

CRFB/1988 - art. 134

Lei Complementar 80/94 art. 14. A funo de defesa dos hipossuficientes na Justia Eleitoral da DPU, em princpio. Havendo convnio, a Defensoria Pblica Estadual e a Defensoria Pblica do DF pode atuar.

E se no tiver Defensoria Pblica Estadual? Pode atuar qualquer outro rgo que desempenhe a funo da Defensoria Pblica (ex: advogado dativo), desde que exista convnio.

A Defensoria Pblica atua da seguinte forma:

a) TSE: Defensor Pblico da Unio de Categoria Especial

b) TRE: Defensor Pblico da Unio de 1 Categoria

c) Juntas e Juzes: Defensor Pblico da Unio de 2 Categoria.

Contato: [email protected]

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Ex: CRFB/1988 art. 27: o Prefeito, candidato reeleio, ser processado e julgado originariamente no TRE nos crimes eleitorais.

Procuradoria da Fazenda Nacional - PFN

Segundo o CE art. 367 e a Resoluo TSE 21.975/04, quem executa as multas eleitorais a PFN. Uma das principais sanes que a Justia Eleitoral aplica a multa. A multa eleitoral alta.

A execuo da multa ser feita pela Justia Eleitoral competente (TSE, TRE ou Juiz Eleitoral). Smula 374 STJ interpretanto o CRFB/1988 - art. 109, I

Art. 109. Aos juzes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal forem interessadas na condio de autoras, rs, assistentes ou oponentes, exceto as de falncia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas Justia Eleitoral e Justia do Trabalho;

Ementa Smula 374 STJ Compete Justia Eleitoral processar e julgar a ao para anular dbito decorrente de multa eleitoral.

A multa faz parte da Dvida Ativa Da Unio (Resoluo TSE 21.975/94, art. 3).Contato: [email protected]

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Obs.: aplica-se o procedimento da Lei 6.830/80: execuo de ttulo executivo extrajudicial, muito embora se trate de ttulo executivo judicial.

Todas as multas compem um fundo (fundo partidrio). O funda se revertir em dinheiro para o partido.

INSTITUTOS DO DIREITO ELEITORAL

1. Sufrgio

O sufrgio decorre da soberania popular.

Art. 14.

Vem de uma expresso grega. Significa expressar opinio e tambm decidir.

Conceito jurdico de sufrgio: o direito pblico subjetivo de participao do processo poltico-institucional de natureza eleitoral.

Todo cidado vai gozar dessa prerrogativa pblica e ao mesmo tempo subjetiva/pessoal.Contato: [email protected]

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1. objetivos do sufrgio:

a) atribuio de mandato eletivo a uma pessoa ou a um partido

b) extinguir mandato eletivo.

Obs.: No Brasil, o sufrgio no exercido para extinguir mandato eletivo.

Ex: real (EUA). Os cidados podem pleitear o mandato de volta.

c) receber a titularidade de mandato eletivo

o candidato recebendo da sociedade a titularidade de mandato eletivo.

d) expresso de opinio em plebiscito

o caso, por exemplo, do Brasil, em 1993, forma de governo (monarquia ou republicano) e sistema de governo (presidencialismo ou parlamentarismo).

e) decidir em referendo

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Obs.: diferentemente do plebiscito, que tem carter consultivo, o referendo tem carter decisivo.

2. Classificao do sufrgio

2.1. quanto a participao da sociedade

a) Universal

O sufrgio passa a ser atribudo num primeiro momento maior parte possvel de pessoas em determinada sociedade, respeitados alguns limites considerados razoveis (ex: idade mnima).

Segundo a nossa CRFB/1988 no podem haver critrios restritivos do sufrgio, salvo aqueles previstos no prprio texto constitucional.

b) Restrito

O sufrgio se limita a determinados grupos, condies, que no so juridicamente aceitveis em uma democracia, mas so imposto em regimes no to democrticos.

b.1. sufrgio censitrio: liga-se capacidade econmica da pessoa. Obs.: durante o Imprio, o Brasil adotou o sufrgio censitrio.

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b.2. sufrgio cultural (capacitrio): leva em considerao a formao educacional (capacidade intelectual) da pessoa. Ex: a Inglaterra at os anos 50 tinha a participao restrita em razo da cultura.

Obs.: o analfabeto, no Brasil, no elegvel, mas pode exercer o sufrgio como eleitor. A exigncia de no ser analfabeto para ser elegvel razovel.

b.3. sufrgio em razo do gnero: o Brasil j adotou esse critrio. Somente no final do Sculo XIX alguns pases permitiram a participao das mulheres no exerccio do sufrgio. No Brasil, a abertura do sufrgio para as mulheres se deu em 1933.

b.4. sufrgio em razo do grupo:

- por raa: negros no tinham direito de votar.

- por casta: em razo do nascimento h restries para o sufrgio ao exemplo da ndia que somente h alguns anos se permitiu a participao de castas no processo eleitoral.

- por grupos sociais: somente se permitia a participao para funcionrios pblicos etc.

2.2. Quanto ao valor atribudo ao votoContato: [email protected]

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a) sufrgio igual

Cada cidado que participa do processo poltico-institucional tem seu voto contado uma nica vez.

EUA: one man one vote.

b) sufrgio desigual

Voto desigual familiar: o chefe familiar tinha o peso do seu voto pela quantidade de filhos.

Voto plural: o cidado pode votar de uma vez na mesma seo

Voto mltiplo: o cidado pode votar mais de uma vez em sees distintas

O Voto

No Brasil:

- quanto a participao na sociedade o sufrgio universal

- Quanto atribuio de valor ao voto, o voto tem valor igualContato: [email protected]

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Se o sufrgio direito pblico subjetivo, o voto o instrumento de exerccio do direito de sufrgio.

1. Natureza do voto

Busca-se duas coisas dentro da cincia do direito:

- Qualificar o instituto: estabelecer a essncia deste.

- Classificar estabelecer a localizao do instituto dentro da cincia do direito.

a) Dever cvico

Eu tenho o dever de exercer o voto. Cvico vem de civitas: insero na coletividade. Eu tenho o dever de participar da sociedade.

b) Direito (Brasil)

Ampla universalizao do sufrgio durante o Sculo XIX. O voto um direito, pois o voto um direito-instrumento para exercer um

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outro direito. O cidado goza do direito de sufrgio e tem a faculdade de exerc-lo.

c) Funo Pblica

Apesar da origem facista, hoje perdeu esse nexo.

Se o Presidente exerce funo pblica, assim como o parlamentar, eles exercem porque receberam mandato da sociedade. Assim, o cidado exerce a funo pblica de delegar poderes aos eleitos. Se funo pblica, todos tm direito de exercer o direito do sufrgio, mas tambm o dever. uma idia que exige a co-responsabilidade do cidado.

Obs.: no Brasil, a teoria aceitvel a de que o voto um direito.

2. Caractersticas do voto

CRFB/1988 - art. 60, 4 (o rol no taxativo)

a) direto

O voto direto aquele em que a sociedade expressa diretamente sua opinio sem a intermediao de um outro rgo. No h um rgo intermedirio, no h um colgio eleitoral.Contato: [email protected]

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Exceo: vacncia do cargo do chefe do Executivo nos dois ltimos anos do mandato. Isto levar a eleies indiretas.

b) secreto

o contrrio do voto pblico, em que o cidado tem que mostrar para quem votou.

O voto secreto garante a convico do foro ntimo do eleitor.

c) universalidade

Todos aqueles que gozam do direito de sufrgio podem votar, salvo as restries previstas na CRFB/1988.

Obs.: nem mesmo o constituinte reformador pode estabelecer novas restries.

d) periodicidade

Periodicamente o cidado chamada a delega mandato.

Qual a periodicidade mxima e mnima? Se a periodicidade for muito intensa, inviabiliza-se o mandato; se muito ampla, inviabilizaContato: [email protected]

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se a democracia. Os doutrinadores dizem que o constituinte brasileiro j instituiu o mnimo e o mximo. Se um mandato muito curto, a periodicidade maior; mais longo, a periodicidade menor. Assim, 04 anos a periodicidade mxima e 08 anos a periodicidade mnima. Assim, podem existir arranjos que garantem o mximo de periodicidade de 04 e o mnimo de 08 anos.

No Brasil, ainda existe as seguintes caractersticas:

e) personalssimo

o titular do voto somente ele pode exercer essa prerrogativa. Ningum herda essa prerrogativa. Se o titular est impedido ou suspenso, ningum pode exercer por ele. Se personalssimo, tambm indelegvel.

f) indelegabilidade

O exerccio do voto no pode ser delegado a ningum.

g) livre

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O cidado pode escolher entre qualquer candidato ou partido sem necessidade de fundamentar sua escolha. a mais absoluta convico e exerccio do foro ntimo. Isso serve para preservar a convico poltica.

h) igualdade

O voto somente contabilizado uma nica vez para cada cidadoeleitor.

i) obrigatoriedade

A obrigatoriedade para o comparecimento ao escrutnio e efetivamente digitar o voto na urna.

Essa obrigatoriedade no impede a liberdade de votar, pois o eleitor pode inclusive votar em branco ou anular seu voto.

Art. 14, 1, I e II: o voto obrigatrio para quem tem mais de 18 anos e menos de 70 anos, e desde que alfabetizado.

De todas essas caractersticas, as 04 primeiras so clusulas ptreas. E as demais? A doutrina vai dizer que somente seriam clusulas ptreas implcitas: voto personalssimo, indelegvel, livre e igual. A

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nica caracterstica que no seria clusula ptrea seria a obrigatoriedade.

Leia-se o CRFB/1988 - art. 60, 4, II, da seguinte forma: direto, secreto, universal, peridico, personalssimo, indelegvel, livre e igual.

Escrutnio

o modo de concretizao do voto (modus operandi). Procedimento de concretizao do voto.

1. voto de lista (fechada ou aberta)

O partido libera uma lista de candidatos (no adotado no Brasil). comum quando se est diante do voto de partido (escrutnio por legenda).

2. voto individualizado

O voto, no Brasil, em regra, individualizado

3. Voto por cdula (escrutnio em papel)

No Brasil, ainda utilizado quando a urna eletrnica no funciona.Contato: [email protected]

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4. voto eletrnico

Apartir de 2014 a haver a computao do voto eletrnico e tambm uma comprovao impressa do voto individualizado para fins de recontagem dos votos se houver necessidade.

5. Voto Secreto

6. Voto Identificado

feita a identificao do eleitor no momento da votao.

7. Processo de apurao dos votos

Cidadania x Nacionalidade

Nacionalidade: Segundo Pontes de Miranda, o vinculo de natureza jurdico poltica permanente que torna uma pessoa parte integrante da dimenso pessoal do Estado por ser nato ouContato: [email protected]

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naturalizado. O cidado parte da dimenso pessoal do Estado nato ou naturalizado. Vincula o indivduo ao Estado. A dimenso pessoal est relacionada com o povo. Povo: nacionais e estrangeiros.

Cidadania:

Existem vrias concepes de cidadania. Jusfilosoficamente, cidado toda pessoa que participa do processo poltico lato sensu. No direito Eleitoral, cidadania uma conceituao tcnico-jurdico especfica: cidado uma qualidade da pessoa diante do regime poltico. Se o regime poltico democrtico, tende que esse status abrange a maior quantidade de pessoas, o contrrio acontece nos regimes autocrticos.

Ex: uma criana com 10 anos

Obs.: Os portugueses possuem cidadania brasileira, embora no sejam nacionais brasileiros. Logo, no Brasil, h casos em que para ser cidado no se exige nacionalidade, o caso dos portugueses em razo do princpio da reciprocidade. Eles podem participar embora sejam estrangeiros do processo poltico-institucional se houver reciprocidade.

5. Sistema Eleitoral

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o conjunto de tcnicas de organizao do processo eleitoral com a finalidade de atribuir do mandato eletivo. Envolve desde a conveno do partido at a diplomao, enfim todo o processo eleitoral.

Temos o sistema eleitoral majoritrio, proporcional e misto:

1. sistema eleitoral majoritrio

Tem por finalidade apenas atribuir o mandato eletivo ao candidato ou partido que obteve a maioria dos votos

O sistema majoritrio se desdobra em dois:

a) simples/relativo

aquele que atribui o mandato quele (candidato ou partido) que obteve a maioria simples, independentemente do percentual.

Ex: eleio para o Senado Federal. O candidato do PMDM ficou com 27% dos votos: PORTANTO 23%, PSDB 20%, DEM 30%. O candidato do DEM ser eleito

Somente so contabilizados os votos vlidos: excluem-se os brancos e nulos (CRFB/1988 art. 70).Contato: [email protected]

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No Brasil, este sistema utilizado para o processo eleitoral de Senador e prefeitos de Municpios at 200 mil eleitores.

b) absoluto

aquele que exige que o candidato ou partido tenha a maioria absoluta dos votos vlidos (50% dos votos vlidos + 01)

O sistema majoritrio absoluto no um sistema de dois turnos, mas pode haver dois turnos.

No Brasil este sistema utilizado para Presidente e Vice, Governadores e Vices e Prefeitos e Vices dos Municpios com mais de 200 mil eleitores.

2. Proporcional

O sistema proporcional tem como objetivo propiciar representao de maiorias polticas juntamente com diversidades ideolgicas.

No Brasil, usado este sistema para Deputados Federais (Cmara dos Deputados), Deputados Estaduais (Assemblias Legislativas), Deputados Municipais. Distritais, Deputados Territoriais e Vereadores

Contato: [email protected]

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No sistema proporcional permite o voto para o candidato e o voto no partido (voto de legenda). Sendo para legenda, pode ser lista aberta (lista no prefixada), lista fechada (o partido j coloca o nome dos seus filiados privilegia a poltica intrapartidria) ou lista flexvel (o partido faz uma lista, mas a ordem pode ser alterada de acordo com os votos atribudos a cada candidato). No Brasil, o sistema proporcional o de lista aberta

3. Misto

aquele que pega um pouco do majoritrio e critrio proporcional. o sistema tipicamente adotado na Alemanha e no Mxico.

H duas votaes:

a) voto distrital (o pas dividido em distritos).

Cada partido s pode lanar um nome para cada distrito.

O candidato mais votado do distrito que ser eleito pelo sistema majoritrio.

b) voto geral

Eleio pelo sistema proporcional.Contato: [email protected]

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Plebiscito e Referendo

Plebiscito

O plebiscito e o referendo asseguram a democracia.

O plebiscito e o referendo tm previso no Lei 9.709/98.

Plebiscitos e referendos so meios de consultas a sociedade para que deliberem em matria de relevncia constitucional, legislativa ou administrativa

Plebiscito ato consultivo feito ao povo, em carter prvio, a respeito de questo de interesse constitucional, legislativo ou administrativo, de interesse da sociedade.

O plebiscito pode ter carter: meramente a) opinativo. Nada impede, porm, que o plebiscito seja b) vinculante, bastando que no instrumento convocatrio conste expressamente.

Plebiscito: posterior

Referendo: anterior.

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Referendo

ato decisrio tomado pelo povo a respeito de ato legislativo ou administrativo j realizado, mas cuja vigncia ou eficcia requer aprovao da sociedade.

Neste caso, o ato legislativo j esta pronto. Ex: Lei cria terceira hiptese autorizativa do aborto, mas que s entre em vigor daqui um ano aps a aprovao pelo referendo, ou noutra situao a Lei est em vigor, mas com a eficcia suspensa at a aprovao por referendo (ex: caso do estatuto do desarmamento). Ex: caso da vale do rio doce, ou de construo de represa, pode ocorrer que o leilo at tenha ocorrido, mas s vai gerar seus efeitos aps a aprovao por meio do referendo.

Obs.: o referendo sempre vinculante.

Como se procede a realizao de referendo ou plebiscito? Art. 3 da Lei 9.079/08 c / c CRFB/1988 art. 40, XV, convoca-se o plebiscito e autoriza-se o referendo atravs de Decreto Legislativo (CRFB/1988 art. 59, VI) o Congresso Nacional ir convocar o plebiscito ou autorizar o referendo. Iniciativa para o decreto Legislativo de 1/3 de Deputados ou 1/3 de Senadores. Esse Decreto Legislativo tem que ser aprovado por maioria simples (na Cmara dos Deputados e no Senado Federal). Obs.: no h sano presidencial.Contato: [email protected]

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Lei 9.079/98:

Art. 9

Art. 9 Convocado o plebiscito, o projeto legislativo ou medida administrativa no efetivada, cujas matrias constituam objeto da consulta popular, ter sustada sua tramitao, at que o resultado das urnas seja proclamado.

Art. 11:

Art. 11. O referendo pode ser convocado no prazo de trinta dias, a contar da promulgao de lei ou a adoo de medida

administrativa, que se relacione de maneira direta com a consulta popular.

Assim que a Lei o ato administrativo for publicado, o Congresso Nacional ter 30 dias para autorizar o referendo.

O resultado do referendo ou o plebiscito por maioria simples, tramitando o referendo ou o plebiscito de acordo com o Regimento do Congresso Nacional.

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Art. 8 (para CONCURSO)

Art. 8 Aprovado o ato convocatrio, o Presidente do Congresso Nacional dar cincia Justia Eleitoral, a quem incumbir, nos limites de sua circunscrio: I - fixar a data de consulta popular;

II - tornar pblica a cdula respectiva;

formulada uma pergunta veiculada pela cdula para se apresentada sociedade, cabendo a justia eleitoral a formulao dessa pergunta.

III - expedir instrues para a realizao do plebiscito ou referendo;

IV - assegurar a gratuidade nos meios de comunicao de massa concessionrios de servio pblico, aos partidos polticos e s frentes suprapartidrias organizadas pela sociedade civil em torno da matria em questo, para a divulgao de seus postulados referentes ao tema sob consulta.

A aprovao do plebiscito ou do referendo se dar por maioria simples daqueles que participaram validamente, retirados os brancos e nulos.

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CAPACIDADE ELEITORAL

Capacidade eleitoral: a aptido para o exerccio dos direitos poltico-eleitorais. Direito polticos em sentido estrito.

A capacidade eleitoral uma capacidade atribuvel apenas s pessoas naturais (pessoas fsicas). Portanto, pessoas jurdicas no so portadoras da capacidade eleitoral. Nada impede que no futuro seja previsto a capacidade eleitoral das pessoas jurdicas.

A capacidade eleitoral se desdobra em duas:

a) capacidade eleitoral ativa:

a capacidade para votar ou ser eleitor. obtida mediante o alistamento eleitoral.

b) capacidade eleitoral passiva:

a capacidade para ser elegvel, para receber um mandato eletivo. a capacidade para postular um mandato eletivo mediante submisso da vontade do eleitorado no processo eleitoral. Advm das condies de elegibilidade.

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Direitos poltico-eleitorais positivos

A capacidade ativa e passiva so consideradas como direitos poltico-eleitorais positivos, pois autorizam a pessoa a participar do processo eleitoral, quer como eleitor quer como candidato.

Direitos poltico-eleitorais negativos (CRFB/1988 - art. 15)

Obs.: no existe cassao de direitos polticos, que ato unilateral do Estado. A perda ou a suspenso exigem a observncia do devido processo legal.

1. perda

definitiva e incide sobre titularidade dos direitos polticoeleitorais.

Obs.: Sempre envolve punio.

Hipteses da perda:

a) perda da nacionalidade brasileira

a.1. cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado (CRFB/1988 - art. 15, I c/c art. 12, 4, I c/c 109, X)Contato: [email protected]

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I - cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado;

CRFB/1988 - art. 109, X; prev ao de cancelamento da naturalizao perante a Justia Federal.

Art. 109. Aos juzes federais compete processar e julgar: X - os crimes de ingresso ou permanncia irregular de estrangeiro, a execuo de carta rogatria, aps o "exequatur", e de sentena estrangeira, aps a homologao, as causas referentes

nacionalidade, inclusive a respectiva opo, e naturalizao;

a.2. (CRFB/1988 - art. 12, 4, II): brasileiro nato ou naturalizado q adquiriu outra nacionalidade por interesse poltico.

Art. 12. So brasileiros: 4 - Ser declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: II - adquirir outra nacionalidade por naturalizao voluntria. II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (Redao dada pela Emenda Constitucional de Reviso n 3, de 1994) a) de reconhecimento de nacionalidade originria pela lei estrangeira; (Includo pela Emenda Constitucional de Reviso n 3, de 1994)

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b) de imposio de naturalizao, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condio para permanncia em seu territrio ou para o exerccio de direitos civis; (Includo pela Emenda Constitucional de Reviso n 3, de 1994)

b) pena principal (art. 15, IV)

Art. 15. vedada a cassao de direitos polticos, cuja perda ou suspenso s se dar nos casos de: IV - recusa de cumprir obrigao a todos imposta ou prestao alternativa, nos termos do art. 5, VIII;

Duas correntes para definir a natureza: perda ou suspenso

1a CORRENTE (minoritria): suspenso. Fica com os direitos suspensos at que cumpra a prestao

2a. CORRENTE (clssica correta para concurso): perda. A pessoa s ter seus direitos polticos se cumprir a obrigao alternativa e se ela quiser.

2. suspenso

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temporria, pois apenas suspende, sendo impeditiva do exerccio direitos poltico-eleitorais.

Obs.: Nem sempre envolve punio.

Fundamentos Jurdicos (hipteses) para Suspenso:

a) falta da capacidade civil (CRFB/1988 - art. 15, II)

Art. 15. vedada a cassao de direitos polticos, cuja perda ou suspenso s se dar nos casos de: II - incapacidade civil absoluta;

b) pena principal (CRFB/1988 - art. 15, V)

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, 4.

O agente pblico ou privado ter seus direitos polticos suspensos em caso de condenao em caso de condenao por ato de improbidade.

c) como aplicao de pena acessria (CRFB/1988 - art. 15, III)

Para o chefe, seria efeito acessrio da pena.

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III - condenao criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

Se algum for punido com sentena ou acrdo transitado em julgado, durante o tempo de cumprimento da pena haver suspenso dos direitos polticos, independentemente do regime de pena.

Capacidade Eleitoral

Positivos

Ativa: capacidade eleitoral para ser eleitoral

Passiva: capacidade para ser elegvel

Negativos

Ineligibilidade

inelegibilidades

perda e suspenso dos direitos polticos

capacidade eleitoral ativaContato: [email protected]

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a aptido reconhecida para o exerccio do poltico-eleitoral de ser eleitor. a prerrogativa de ser eleitor.

Essa capacidade adquirida por meio do alistamento eleitoral. A condio de eleitor no Brasil s atribuvel s pessoas naturais. atravs da satisfao dos requisitos de alistabilidade que algum adquire a capacidade eleitoral ativa.

Alistamento Eleitoral

No ano das eleies, 150 antes das eleies, fechado o alistamento eleitoral para novas pessoas. Contando da data das eleies, inclusive, so 151 dias. Obs.: se houver segundo turno, este perodo tambm se estente.

CONCURSO: MP concentra muitas questes em inelegibilidade

O alistamento eleitoral regido pelo art. 42 a 50 do CE e pelos arts 1 a 17 da resoluo n. 21.538/03 TSE.

Obs.: a resoluo do TSE possui status de Lei e suspende a eficcia de Lei em contrrio, prevalecendo a resoluo. Os efeitos das resolues j justia eleitoral so de Lei ordinria.

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a) natureza

o alistamento eleitoral o procedimento administrativo de qualificao e de inscrio da pessoa natural no registro de eleitores e que torna a pessoa titular da capacidade eleitoral ativa (capacidade para ser eleitor).

Obs.: esse procedimento pode virar contencioso judicial.

a) provocao do alistamento

O alistamento eleitoral no realizado de ofcio, devendo ser feito por provocao do interessado.

um procedimento facultativo para os menores de 18 anos, para os maiores de 70 anos, bem como para os analfabetos

(independentemente da idade).

Aquele que no se alista, sendo obrigado, incorre em vrias sanes: no participa de concursos pblicos, no pode ter passaporte etc.

1 Fase do alistamento eleitoral: QUALIFICAO

Qualificao: Procedimento pelo qual a pessoa natural comprovar que preenche os requisitos para se tornar eleitor. O procedimento deContato: [email protected]

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qualificao aferido pelo cartrio eleitoral. Presentes os requisitos, o Juiz vai deferir a inscrio no cadastro geral de eleitor. Se no preenche algum requisito, o Juiz nega o alistamento e o procedimento se transforma em judicial.

a) Requisitos da qualificao

O alistamento ir preencher no cartrio eleitoral o R A E (requerimento de alistamento eleitoral). Obs.: hoje, este

procedimento eletrnico.

1. nacionalidade brasileira (brasileiro nato ou naturalizado com mais de 18 e menos de 70 anos)

Como se prova a nacionalidade? Carteira de identidade, certido de nascimento, certido de casamento etc.

* Exceo: portugueses amparados pelo estatuto da igualdade. o instituto que existe apenas entre brasileiros e portugueses. Entre com um procedimento no Ministrio da Justia. Os portugueses nessas condies no so obrigados a se alistar, sendo tal alistamento facultativo. Porm, os portugueses que se alista tm o dever de votar, nas hipteses de voto obrigatrio discriminadas na CRFB/1988.

Contato: [email protected]

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Brasileiro naturalizado tem o prazo de 01 ano aps a entrega do certificado de naturalizao para se alistar, sob pena de ficar irregular com a justia eleitoral.

2. no estar em regime de conscrio militar

A conscrio militar o perodo de prestao de servio militar obrigatrio.

O brasileiro que j se alistou e depois chamado a servir o exrcito, seu registro eleitoral permanece, mas fica suspenso.

Se o indivduo j tiver se alistado e depois passou a servir as foras armadas, o seu registro mantido, mas fica suspenso.

*Inalistabilidade

CRFB/1988 - art. 14, 2. No podem se alistar

os estrangeiros e durante o servio militar obrigatrio os conscritos.

Estes dois requisitos compem a inalistabilidade. Direito poltico eleitoral negativo.

3. Idade Mnima

CRFB/1988 : 16 anos. Essa idade no pode ser objeto de aumento, pois isso clusula ptrea.Contato: [email protected]

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Segundo a Resoluo 21.538/03, art. 14, o menor de 16 anos pode se alistar desde que ele complete 16 anos at a data da eleio.

Qual o tempo mximo para o alistamento? O art. 8 do CE e o art. 91 da Lei das Eleies tratam do assunto: at completar 19 anos. Se ele completa 19 anos e no se alista, ser considerado irregular, no podendo fazer matrculas em universidade, no pode obter novos documentos e ser multado pelo Juiz eleitoral quando for se regularizar.

A Lei 9504/97 criou uma espcie de anistia para este jovem. Se ele j tem 19 anos, mas providenciou o alistamento at 150 dias da prxima eleio, fica isento da multa do art. 8 do CE

Obs.: art. 8 do CE muito importante para Magistratura.

4. Domiclio Eleitoral

CE art. 55: o domiclio eleitoral coincide, num primeiro momento, com o domiclio civil. Se tiver mais de um domiclio civil, qualquer deles.

Contato: [email protected]

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Obs.: TSE: o domiclio eleitoral no precisa coincidir com o domiclio civil, desde que a pessoa demonstre vnculos polticos, sociais ou econmicos em lugares distintos de seu domiclio civil.

A justia eleitoral entendeu que se a pessoa demonstrar que possui vnculos, sociais, econmicos com outra cidade, diferente da que reside, pode optar por este local como domiclio eleitoral. Ex: pessoa que trabalha na capital, mas possui domiclio eleitoral no interior.

Obs.: nem sempre o domiclio civil coincide com o domiclio eleitoral.

5) Regularizao

Requisito necessrio para os que estiverem irregulares com a justia eleitoral. Ex: naturalizado que no cumpriu o perodo. Sujeito com 19 anos que no se alistou.

A secretaria eleitoral ir receber esta documentao, atravs do R A E, e ser encaminhado ao Juiz eleitoral. Todo alistamento eleitoral tem que ser deferido pelo Juiz. Se o Juiz entende no estarem preenchidos os requisitos ou tendo alguma dvida, pode determinar a realizao de alguma diligncia, notificando o alistando para que seja comprovado algum requisito. Se o caso no for de diligncia, o Juiz pode indeferir o alistamento de plano. Se oContato: [email protected]

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Juiz entende presentes todos os requisitos, passa-se para a 2 fase (inscrio).

2 fase Inscrio

O Juiz defere e informa o TRE (cadastro estadual), que informa ao TSE (cadastro nacional).

A inscrio o deferimento do pedido de alistamento, inscrevendo a pessoa no cadastro geral de eleitores. Aquele inscrito ficar vinculado a uma zona e uma seo eleitoral, que passaro a constar do ttulo de eleitor.

Deferida a inscrio, o TRE faz uma listagem dos requerimentos deferidos e indeferidos, que ser publicada.

Havendo deferimento da inscrio possibilidades:

a) partido poltico ou MP Eleitoral podem impugnar este alistamento alegando que houve vcio ou erro. Essa impugnao feita por meio de um recurso ao TRE, no prazo de 10 dias contados da publicao da lista dos nomes deferidos. Trata-se do RECURSO INOMINADO.

Havendo indeferimento da inscrio:Contato: [email protected]

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O nico interessado em recorrer o alistando. O alistando possui o prazo de 05 dias contados da publicao da lista para recorrer ao TRE. RECURSO INOMINADO.

2. TRANSFERNCIA

O procedimento, no primeiro momento, administrativo de mudana de domiclio eleitoral. realizada por meio de requerimento da parte interessada.

Requisitos da transferncia (CE arts. 55 e ss):

CAPTULO II DA TRANSFERNCIA Art. 55. Em caso de mudana de domiclio, cabe ao eleitor requerer ao juiz do novo domiclio sua transferncia, juntando o ttulo anterior. 1 A transferncia s ser admitida satisfeitas as seguintes exigncias: I - entrada do requerimento no cartrio eleitoral do novo domiclio at 100 (cem) (150 dias anteriores a eleio ou 151 dias da eleio, de acordo com Resoluo 21.538/03) dias antes da data da eleio.

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II - transcorrncia de pelo menos 1 (um) ano da inscrio primitiva; III - residncia mnima de 3 (trs) meses no novo domiclio, atestada pela autoridade policial ou provada por outros meios convincentes. 2 O disposto nos ns II e III, do pargrafo anterior, no se aplica quando se tratar de transferncia de ttulo eleitoral de servidor pblico civil, militar, autrquico, ou de membro de sua famlia, por motivo de remoo ou transferncia. (Redao dada pela Lei n 4.961, de 4.5.1966)

1. o pedido de transferncia feito para o Juiz eleitoral da cidade para a qual se quer transferncia.

2. *** o pedido deve ser feito no prazo de 150 dias antes da data da eleio. Esse prazo fixado na Resoluo do TSE.

3. transcorrido pelo menos 01 ano da inscrio primitiva.

Obs.: no se aplica aos servidores que tenham sido transferidos por deciso do poder pblico, nem aos seus familiares.

4. residncia mnima de 03 meses no novo domiclio

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Obs.: no se exige mais comprovao, basta assinar um termo de compromisso, perante a autoridade policial ou a comprovao por outros meios

Obs.: este perodo tambm no se aplica aos funcionrios pblicos (civis ou militares), nem aos seus familiares, transferidos por deciso do poder pblico.

5. prova da quitao eleitoral

(deve levar uma certido do domiclio de origem).

Obs.: o pedido de transferncia feito perante o Cartrio Eleitoral com preenchimento de formulrio. O Juiz Eleitoral do novo domiclio apreciar a documentao e os requisitos para a transferncia. Se entender que falta documento, pode solicitar alguma diligencia (ex: certido atualizada do cartrio de origem). Se entende que no est presentes os requisitos, o Juiz eleitoral pode indeferir.

Existe uma publicao de lista de transferncia, com os pedidos deferidos ou indeferidos, no meado de cada ms.

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Havendo deferimento: O partido poltico ou MP eleitoral pode, atravs de recurso inominado, recorrer ao TRE, no prazo de 10 dias. Nessa hiptese, haver vista ao eleitor.

Havendo indeferimento: o eleitor pode recorrer ao TRE (recurso inominado) no prazo de 05 dias contados da publicao da lista.

2 via do titilo de eleitor

a expedio de um novo ttulo com a inscrio originria.

Hipteses: ttulo desaparecido, furtado ou inutilizado.

No caso de ttulo desaparecido, a pessoa assina um termo. Se o ttulo foi furtado, BO. Se inutilizado, leva-se o ttulo inutilizado, se possvel, caso contrrio dever assinar termo.

Solicitao de 2 via no prprio domiclio do eleitor: at 10 dias antes da eleio.

Solicitao de 2 via em domiclio diverso: at 60 dias antes da eleio.

4. Cancelamento e Excluso do Ttulo

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As hipteses de cancelamento esto previstas no CE art. 71.

A doutrina distingue cancelamento e excluso, mas no h uma diferena precisa. Cancela-se o registro e exclui-se a pessoa.

Art. 71. So causas de cancelamento: I - a infrao dos artigos. 5 e 42; II - a suspenso ou perda dos direitos polticos; III - a pluralidade de inscrio; IV - o falecimento do eleitor; V - deixar de votar durante o perodo de 6 (seis) anos ou em 3 (trs) eleies seguidas. V - deixar de votar em 3 (trs) eleies consecutivas. (Redao dada pela Lei n 7.663, de 27.5.1988) 1 A ocorrncia de qualquer das causas enumeradas neste artigo acarretar a excluso do eleitor, que poder ser promovida ex officio , a requerimento de delegado de partido ou de qualquer eleitor. 2 No caso de ser algum cidado maior de 18 (dezoito) anos privado temporria ou definitivamente dos direitos polticos, a autoridade que impuser essa pena providenciar para que o fato seja comunicado ao juiz eleitoral ou ao Tribunal Regional da circunscrio em que residir o ru. 3 Os oficiais de Registro Civil, sob as penas do Art. 293, enviaro, at o dia 15 (quinze) de cada ms, ao juiz eleitoral da zonaContato: [email protected]

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em que oficiarem, comunicao dos bitos de cidados alistveis, ocorridos no ms anterior, para cancelamento das inscries. 4 Quando houver denncia fundamentada de fraude no alistamento de uma zona ou municpio, o Tribunal Regional poder determinar a realizao de correio e, provada a fraude em proporo comprometedora, ordenar a reviso do eleitorado obedecidas as Instrues do Tribunal Superior e as recomendaes que, subsidiariamente, baixar, com o cancelamento de ofcio das inscries correspondentes aos ttulos que no forem apresentados reviso. (Includo pela Lei n 4.961, de 4.5.1966)

Causas:

a) infrao do art. 5 e do art. 42

o art. 5 do CE determino os que no podem se alistar (art. 14, 2 da CRFB/1988). So inalistveis: os conscritos e os estrangeiros (salvo os portugueses com equiparao).

Art. 42: casos de erro da qualificao do processo de alistamento.

b) suspenso ou perda dos direitos polticos.

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Art. 15 da CRFB/1988 c / c 12, 4. Se a pessoa for condenada por improbidade administrativa e tiver seus direitos polticos suspensos por determinado perodo, haver cancelamento da inscrio.

c) pluralidade de inscrio

se houver pluralidade, a segunda inscrio ser cancelada. E se constatar que a primeira foi irregular, as duas so consideradas nulas.

d) falecimento do eleitor

o cartrio de registro civil de pessoas naturais, ao expedir de bito, j comunicar Justia Eleitoral.

e) deixar de votar em trs eleies consecutivas e no justificar

Se o eleitor no votou e nem se justificou, pode ter seu registro cancelado.

Art. 7, "caput" e 3: o eleitor que deixar de votar e no se justificar at 60 dias aps a realizao da eleio (pela redao dada pelo art. 81, 1 da resoluo TSE 21.538/03 que prevalece sobre o CE) incorre na multa de 3 a 10 % sobre o salrio mnimo da regio. E se

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acontecer por tres vezes consecutivas , o registro ser cancelado e seu nome ser retirado da lista.

Seis meses depois dos 60 dias da 3 eleio consecutiva sem voto e sem justificao, haver o cancelamento automtico do registro. (art. 77 a 81 do CE).

PROCEDIMENTO DE EXCLUSO

A priori, o procedimento administrativo.

Procedimento de excluso (art. 77): tendo o Juiz conhecido de alguma causa de excluso, dever ser autuado o pedido, far publicar edital com prazo de 10 dias para cincia dos interessados, que podero contestar em 05 dias. Depois desses 05 dias, haver dilao probatria de 05 para 10 dias. Por fim o Juiz decidir em 05 dias.

Art. 78: o cancelamento ato jurisdicional (sentena)

Art. 79: tratando-se de falecimento notrio, sero dispensadas as formalidades do art. 77, II e III. O Juiz eleitoral, de ofcio, pode instaurar o processo de cancelamento/excluso.

Contato: [email protected]

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Art. 80: da sentena do Juiz que determinou ou no a excluso cabe RECURSO INOMINADO ao TRE: Legitimidade: excluendo, partido poltico ou MP Eleitoral. Prazo: 03 dias.

Obs.: o MP Eleitoral pode recorrer de qualquer ato judicial da justia Eleitoral.

Art. 81: cessada a causa de cancelamento, poder o interessado requerer novamente a sua qualificao e inscrio.

PROCEDIMENTO DE REVISO

Hipteses:

a) a mudana de domiclio no mesmo municpio

Ex: mudana do centro para Aldeota. Requer-se a mudana da Seo eleitoral.

b) retificao em de dados

Ex: filiado a um partido poltico. Deixou de ser. Requer-se retificao.

c) Regularizao da situao eleitoralContato: [email protected]

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Ex: eleio sem justificativa. Requer-se o pagamento de multa no procedimento de reviso

CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA

Capacidade eleitoral passiva um direito pblico subjetivo de natureza poltico eleitoral que torna uma pessoa elegvel, mediante um procedimento eleitoral.

uma capacidade atribuda por Lei a uma pessoa natural para concorrer a determinado cargo eletivo, mediante submisso a um processo eleitoral e designao dos eleitores.

Esta capacidade para ser elegvel aferida a cada eleio. Ningum tem capacidade eleitoral para sempre. Ex: se a pessoa tem 21 anos, pode ser elegvel para prefeito, mas no pode ser eleita para o cargo de governador.

Condio de elegibilidade (CRFB/1988 - art. 14, 3), requisitos:

a) nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado)

Obs.: Presidente e vice: somente brasileiro nato.

Contato: [email protected]

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Exceo: portugueses amparados pelo estatuto da igualdade (tm as mesmas prerrogativas de brasileiros naturalizados).

b) pleno exerccio dos direitos polticos.

No pode haver suspenso ou perda dos direitos polticos (CRFB/1988 - art. 15 e 12, 4).

c) alistamento eleitoral

s tem capacidade eleitoral passiva quem tem capacidade eleitoral ativa. assim, os inalistveis so inelegveis.

d) domiclio eleitoral na circunscrio.

O que a circunscrio: a organizao territorial geogrficafederativa ....

Ex: Ciro Gomes transferiu domiclio eleitoral para SP porque no CE era inelegvel por causa do Cid.

Domiclio eleitoral:

- Municipal: prefeito, vice, vereador e Juiz de paz

Contato: [email protected]

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- Estadual: Governador e Vice, Deputado Estadual, Distrital, deputado Federal e Senador (suplentes)

- Nacional: Presidente e Vice.

A quem compete aferir as condies de elegibilidade? Depende da circunscrio eleitoral. Municipal: Juiz Eleitoral; Estadual: TRE; Nacional: TSE.

e) filiao partidria

No Brasil, no h candidatura independente. A filiao partidria um pr-requisito. Todos os candidatos devem estar previamente filiados aos partidos polticos. Exata filiao deve acontecer 01 ano antes das eleies (art. 18 da Lei 9.096 Lei dos Partidos Polticos). Obs.: no pode ser considerado o dia da eleio.

Obs.: este ano a eleio ocorrer em 03.outubro.2010, o prazo para filiao 02.outubro.2009.

O STF entendeu que o cargo do partido.

f) idade mnima

so condies de elegibilidade mnimas e mximas.Contato: [email protected]

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18 anos: vereador

21 anos: prefeito, vice, deputados (federal, estadual, distrital) e Juiz de paz.

30 anos: governador e vice.

35 anos: Presidente e vice, senador (elegibilidade mxima).

Qual o momento para se aferir a idade? 03 correntes.

1a CORRENTE: na data do registro da candidatura (o registro feito no ms de julho do ano das eleies);

2a. CORRENTE: na data da eleio

3a CORRENTE: na data da posse (cargos do Executivo: 01.janeiro; cargos do legislativo: 01.fevereiro). atualmente, no h mais dvida, pois o art. 11, 2 da Lei 9.504 (Lei das Eleies) definiu o momento como sendo o da data da posse. (isto cai muito em CONCURSO)

g) no incorrer em causas de inelegibilidade

causas de inelegibilidade:Contato: [email protected]

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as inelegibilidades so causa que provocam a suspenso ou impedimento da capacidade eleitoral passiva.

Estes impedimentos podem ser totais ou parciais:

- inelegibilidade total: pessoa no elegvel para nenhum cargo eletivo.

- inegibilidade parcial: pessoa inelegvel para alguns cargos eletivos.

Qual o fundamento das inelegibilidades?

Fundamentos jurdicos das inelegibilidades (CRFB/1988 - art. 14, 9):

- proteo da probidade administrativa;

- moralidade para o exerccio de mandato;

- impedir abuso do poder poltico ou econmico.

O princpio da Cautela (Legitimidade das Eleies) o fundamento da ineligibilidade.Contato: [email protected]

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DIREITO ELEITORAL Intensivo III Prof. Marcio Luis de Oliveira 2010

Inegibilidade absoluta: o indivduo inelegvel para todo e qualquer cargo:

- inalistveis (conscritos e estrangeiros)

- o analfabetos ( alistvel, mas no elegvel)

- outras circunstncias: conseqncias de algumas inelegibilidades relativas. Ex: Presidente lula para a eleio de 2010 inelegvel em carter absoluto, pois no renunciou 06 antes para concorrer a qualquer cargo e inelegvel para Presidente por que no lhe permitido o 3 mandato).

Inelegibilidades relativas