5
Matriz de atividade individual* Módulo: IV Fórum: Meta-tags Título A Lei e o mau uso das meta-tags Aluno: Mônica Nubiato Disciplina: Direito em Tecnologia da Informação Turma: 0047 Introdução O ambiente virtual é o novo elemento geográfico onde o homem transita e garimpa novos espaços, identifica-se e cria novas relações jurídicas. A proteção jurídica para o ciberespaço deve garantir contratação e soma de conhecimentos dentro da rede mundial de computadores, favorecendo à experiência humana que precisa de atualização e bons serviços. Para tanto, é necessário o uso e criação de ferramentas para suporte às constantes buscas via internet. As relações comerciais via internet devem considerar o direito antitruste¹ e estabelecer condutas baseadas na responsabilidade legal e sistemas de prevenção relacionados ao uso das ferramentas de busca pela rede mundial de computadores, os conhecidos meta-tags. É importante discutir o conceito, o uso adequado ou ilícito, de modo a contribuir na elaboração de normas melhor definidas dentro do mundo jurídico sobre o universo da tecnologia da informação. Dentro das relações de consumo e concorrência é possível encontrar situações que desvirtuem os benefícios que os meta-tags geram aos sistemas de informação e sites de busca. O estudo dos meta-tags visa fornecer argumentos às discussões sobre a abrangência legal ou a necessidade de legislação especial regulando os feitos no ciberespaço. Também objetiva verificar até que ponto a má utilização dessas ferramentas pode afetar o equilíbrio concorrencial. ¹ Truste é o uso do poder de mercado para restringir a produção e aumentar preços, de modo a não atrair novos competidores, ou eliminar a concorrência. Na prática de preços predatórios a empresa joga o preço de seu produto abaixo de seus custos, visando eliminar a concorrência, valendo-se do seu "poder de mercado" para impedir a entrada de novos competidores e assim manter a sua posição e usufruir de lucros econômicos excessivos. A Lei Antitruste se destina a punir estas práticas, que por sinal são comuns em pequenos e grandes mercados de negócios. Na informática existem várias ações contra empresas grandes por essa prática, a mais atual ação é da AMD contra a Intel, mas muito antes disso outras ações já existiam contra outras empresas por uso dessas práticas anticompetitivas. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Antitruste modificada pela última vez às 11h00min de 22 de outubro de 2010. Conceito de mega-tags e sua utilidade/importância para a Tecnologia da Informação O objetivo dos Meta- tags é criar regras de etiqueta através de linhas de código para, entre outras coisas, descrever o conteúdo de um site para os buscadores. Através da inserção de palavras-chave que facilitam a localização de um website ou tema na rede, os meta-tags definem a disponibilização daquele conteúdo na rede. Também é possível declarar a autoria sobre o código fonte, gerando uma assinatura ao site. O código-fonte permite identificar se o site foi desenvolvido em um editor visual, qual o grau de atenção que o designer deu ao seu trabalho e até se o layout é uma cópia de outro template. Muitos iniciantes em tecnologia da informação não se dão conta da importância das meta-tags e de que se trata de excelente ferramenta para divulgação e localização de um website. 1

Direito em Tecnologia da Informação_ mau uso dos meta-tags

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Direito em Tecnologia da Informação_ mau uso dos meta-tags

Matriz de atividade individual*

Módulo: IV Fórum: Meta-tagsTítulo A Lei e o mau uso das meta-tagsAluno: Mônica NubiatoDisciplina: Direito em Tecnologia da Informação Turma: 0047IntroduçãoO ambiente virtual é o novo elemento geográfico onde o homem transita e garimpa novos espaços, identifica-se e cria novas relações jurídicas. A proteção jurídica para o ciberespaço deve garantir contratação e soma de conhecimentos dentro da rede mundial de computadores, favorecendo à experiência humana que precisa de atualização e bons serviços. Para tanto, é necessário o uso e criação de ferramentas para suporte às constantes buscas via internet.As relações comerciais via internet devem considerar o direito antitruste¹ e estabelecer condutas baseadas na responsabilidade legal e sistemas de prevenção relacionados ao uso das ferramentas de busca pela rede mundial de computadores, os conhecidos meta-tags.É importante discutir o conceito, o uso adequado ou ilícito, de modo a contribuir na elaboração de normas melhor definidas dentro do mundo jurídico sobre o universo da tecnologia da informação. Dentro das relações de consumo e concorrência é possível encontrar situações que desvirtuem os benefícios que os meta-tags geram aos sistemas de informação e sites de busca.O estudo dos meta-tags visa fornecer argumentos às discussões sobre a abrangência legal ou a necessidade de legislação especial regulando os feitos no ciberespaço. Também objetiva verificar até que ponto a má utilização dessas ferramentas pode afetar o equilíbrio concorrencial.

¹ Truste é o uso do poder de mercado para restringir a produção e aumentar preços, de modo a não atrair novos competidores, ou eliminar a concorrência. Na prática de preços predatórios a empresa joga o preço de seu produto abaixo de seus custos, visando eliminar a concorrência, valendo-se do seu "poder de mercado" para impedir a entrada de novos competidores e assim manter a sua posição e usufruir de lucros econômicos excessivos. A Lei Antitruste se destina a punir estas práticas, que por sinal são comuns em pequenos e grandes mercados de negócios. Na informática existem várias ações contra empresas grandes por essa prática, a mais atual ação é da AMD contra a Intel, mas muito antes disso outras ações já existiam contra outras empresas por uso dessas práticas anticompetitivas. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Antitruste modificada pela última vez às 11h00min de 22 de outubro de 2010.

Conceito de mega-tags e sua utilidade/importância para a Tecnologia da InformaçãoO objetivo dos Meta- tags é criar regras de etiqueta através de linhas de código   para, entre outras coisas, descrever o conteúdo de um site para os buscadores. Através da inserção de palavras-chave que facilitam a localização de um website ou tema na rede, os meta-tags definem a disponibilização daquele conteúdo na rede. Também é possível declarar a autoria sobre o código fonte, gerando uma assinatura ao site. O código-fonte permite identificar se o site foi desenvolvido em um editor visual, qual o grau de atenção que o designer deu ao seu trabalho e até se o layout é uma cópia de outro template.Muitos iniciantes em tecnologia da informação não se dão conta da importância das meta-tags e de que se trata de excelente ferramenta para divulgação e localização de um website.Porém, tecnicamente, os meta-tags têm seu próprio antídoto. Aos sites que não desejam ser encontrados, existem linhas de comando e palavas-chave que impedem a localização de partes ou integralmente de um conteúdo ou website.Os valores possíveis para esta tag são: 

<meta name="robots" content="index,follow"> <meta name="robots" content="noindex,follow"> <meta name="robots" content="index,nofollow"> <meta name="robots" content="noindex,nofollow"> <meta name="robots" content="noarchive"> Os valores "index" e "noindex" se referem ao tratamento da página inicial: se o buscador deve ou não incluí-la nos resultados, respectivamente. 

1

Page 2: Direito em Tecnologia da Informação_ mau uso dos meta-tags

Já os valores "follow" e "nofollow" se referem aos links da página inicial, se eles devem ser visitados e indexados ou não.  Portanto: 

Para indexar a página inicial e todas as páginas nela referenciadas: <meta name="robots" content="index,follow"> 

Para indexar somente as páginas referenciadas na página inicial: <meta name="robots" content="noindex,follow"> 

Para indexar a página inicial sem os links existentes:

<meta name="robots" content="index,nofollow"> 

Para não indexar a página inicial e nem seus links:<meta name="robots" content="noindex,nofollow"> 

Para evitar que o Google não encontre determinado site ou remoção de uma página dos seus resultados de busca a partir da próxima varredura, pode utilizar a seguinte tag: 

<meta name="googlebot" content="noindex,nofollow"> 

A maioria dos buscadores armazena uma cópia da sua página em cache, para otimizar a busca. Para evitar o armazenamento das cópias em “cachê” (memória curta que armazena as informações mais utilizadas) utilize a tag a seguir: 

<meta name="robots" content="noarchive">

Implicações jurídicas relativas ao mau uso das meta-tagsO art. 195, da Lei n° 9279/96, trata dos crimes de concorrência desleal, e assim dispõe:“Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem: [...]III – emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem;IV – usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão entre os produtos ou estabelecimentos;Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.”

A internet acrescentou ganhos à economia mas trouxe problemas advindos do marketing e publicidade no espaço cibernético. Tal espaço permite interligar e compartilhar informações através da rede mundial de computadores, ampliando e potencializando o alcance das relações humanas através dos sistemas tecnológicos. Nesse espectro, as transações comerciais via internet não fogem à regra do comércio tradicional. O foco aqui tratado está nos resultados de pesquisas em sites de buscas, um projetor de ofertas que constitui um dos principais instrumentos da concorrência.Os meta-tags são os comandos que enviamos para determinar o que deve ou não ser indexado, a respectiva descrição do site e informações sobre o desenvolvimento e autoria da página. As linhas de comando não ficam visíveis ao usuário quando visualiza as páginas nos browsers (navegadores). Nas questões referentes aos citados meta-tags, quando sua má utilização envolva questões complexas como o desvio de clientela, pode caracterizar infração de ordem econômica, prevista pela Lei de Propriedade Industrial (Lei n° 9279/96), amparada na Lei n° 8884/94 (Antitruste), que refere-se à infração de ordem econômica qualquer forma que prejudique a livre concorrência ou a livre iniciativa, ainda que os fins combatidos na lei não venham a ser alcançados.

Como toda ferramenta, os meta-tags são úteis em benefício do e-commerce ou utilizados como meios de lesão à economia, seja para desviar a publicidade inserida

2

Page 3: Direito em Tecnologia da Informação_ mau uso dos meta-tags

nos sites ou para prejudicar o próprio comércio eletrônico. Os meta-tags podem estar encobertos por recursos que bloqueiem sua visualização pelo programador, destacando resultados oportunistas nas buscas. O desvio de clientela para um endereço que não corresponde à busca pode dar-se pela inserção oportunista de palavras-chaves no código-fonte para termos de busca. Identifica-se então a concorrência desleal através do desvio da clientela alheia.A conduta anticoncorrencial está passível de punição civil em decorrência dos danos advindos desse mau uso, conforme observado na Lei 9279/96.O trabalho aplicado para criação dos sites e o investimento, em relação aos meta-tags, à concorrência desleal visam ao desvio da clientela, não alcançando aqueles elementos próprios do direito da propriedade intelectual ou autoral, abrangidos pela legislação.Outro problema é o aproveitamento parasitário, conduta de um agente econômico que, aproveita-se da criação de terceiro, ainda que não haja correlação direta de seus produtos e serviços com a da empresa afetada, que não é concorrente daquele.Diante da suspeita de lesão ao direito da concorrência, seja pela prática de concorrência desleal seja pelo aproveitamento parasitário, deve-se formalizar a comunicação aos órgãos fiscalizadores: o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE, http://www.cade.gov.br) ou à Secretaria de Direito Econômico (SDE, http://portal.mj.gov.br/SDE/data/Pages/MJ44407D46PTBRIE.htm) receberão os documentos que comprovem a prática anticoncorrencial, submetidos à avaliação e, identificando-se a existência de indícios darão inicio ao processo administrativo visando aprofundar às investigações .O art. 16, da Lei n° 8884/94, define que as diversas formas de infração da ordem econômica, na qual se inserem as práticas anticoncorrenciais, implicam a responsabilidade da empresa e responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores solidariamente, podendo, na forma do seu art. 18, ocorrer, inclusive, a desconsideração da pessoa jurídica, quando verificadas ocorrências referentes a abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social.A concorrência desleal entre particulares ou às relações de consumo, sem incorrer em dano à concorrência, sofre intervenção dos órgãos de defesa do consumidor ou do Poder Judiciário, não sendo direcionadas ao CADE ou à SDE. Nestes casos, a responsabilização pela ocorrência de dano é instituída através do Direito Civil. As práticas ilícitas no ambiente da internet, que não possui fronteiras geográficas ou políticas, são mais comuns entre civis. A aplicação da responsabilidade civil acontece independentemente da questão penal e/ou atuação dos órgãos governamentais. ConclusãoAs meta tags são úteis, interessantes, mas não são o mais importante de um site. É importante priorizar a disponibilização de bom conteúdo e, claro, ser honesto com o usuário. Os buscadores estão cada vez mais preparados para desvendar os truques , o que torna insuficiente o bom trabalho em meta-tags na promoção de uma boa indexação. Deste modo, os meta-tags devem estar acompanhados de boas práticas. Na falta de uma regulamentação específica para as questões de pesquisa e comércio virtual, órgãos fiscalizadores se aplicam em casos que caracterizem infrações de ordem econômica. O Código Civil trata dos ilícitos ocorridos nessa esfera.Outras Normas e Códigos tratam dos assuntos do mundo virtual, seja do uso indevido de direitos que abrangem um conjunto de indivíduos ou empresas, como é o caso do Direito da Concorrência, ou ilícitos são discutidos apenas no direito civil entre particulares.Em virtude da atualidade do tema, as leis brasileiras ainda não respondem exclusivamente ao tratamento jurídico na internet. Há limites e fiscalização às relações comerciais. Os institutos jurídicos cuidam dos atos ilícitos cometidos por quem divulga e comercializa na rede mundial de computadores.Embora não se conte com uma lei específica que trate da má aplicação dos meta-tags, não se pode deixar que o mercado se faça livremente, sendo importante a incorporação das normas já existentes, considerando que ainda não há jurisprudência que possa apontar os rumos a serem tomados nestes casos.

3

Page 4: Direito em Tecnologia da Informação_ mau uso dos meta-tags

Referências bibliográficasSARTI, Erika. Meta Tags – O que são e como utilizá-las. Publicado em 13 de junho de 2006. Disponível em http://www.infowester.com/metatags.php07/12/2010 às 13h38.

TEIXEIRA, Rosane dos Santos. O uso ilícito dos Meta-Tags e a lesão ao Direito da Concorrência – a normatização cível dos instrumentos utilizados pelos motores de busca no meio virtual. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, 73, 01/02/2010 [Internet]. Disponível em http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7198 07/12/2010 às 14h16.*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

4