Direito 12 ano- A Liberdade de Expresso

Escola Secundria Domingos RebeloAno letivo: 2014/2015A Liberdade de Expresso

Trabalho elaborado por:Cludia Cordeiro CarvalhoMnica Sofia AmaroTurma G

Introduo

A Liberdade, consagrada nos dias de hoje na Declarao Universal dos Direitos Humanos, nem sempre foi o que se verifica e observa nos dias de hoje. Na verdade, remontando poca de Salazar, as pessoas no dispunham de qualquer liberdade, nomeadamente da to desejada liberdade de expresso, utilizando o conhecido "Exame Prvio" ou "Lpis Azul" para designar a censura, abolindo todas as ideias que fossem contra o Regime SalazaristaAssim sendo, este trabalho explorar, de alguma maneira, a conquista pela Liberdade, inclusive da Liberdade de Expresso, consagrando a sua insero no Artigo 19 dos Direitos Humanos: "Todo o indivduo tem direito liberdade de opinio e de expresso, este direito implica a liberdade de manter as suas prprias opinies sem interferncia e de procurar, receber e difundir informaes e ideias por qualquer meio de expresso independentemente das fronteiras."

"Somente com a legtima liberdade de expresso, pluralidade de informao, respeito da cidadania, e permanente vigilncia contra as tentativas de cercear o Estado democrtico de direito, que poderemos pensar em transformar Regimes de Fora, em Regimes de Direito."Paulo Miranda

ndiceIntroduo2Liberdade de expresso... O que ? Quando foi instituda?4Em Portugal: a Liberdade de Expresso antes do 25 de abril5O Novo Portugal: a abolio da censura e o surgimento da Liberdade de Expresso6Artigo 37. da CRP - Liberdade de Expresso e Informao6Direito e Liberdade de Expresso7 Constituies portuguesas anteriores7Constituies portuguesas anteriores8O papel da Amnistia Internacional9Concluso10

Liberdade de expresso... O que ? Quando foi instituda?

A liberdade de expresso algo que pertence a todos os seres humanos, estando protegida pela Declarao Universal de 1948 e por todas as Constituies de todos os pases democrticos.Consequentemente, a liberdade de expresso assegura o direito de as pessoas se expressarem, sem que sejam descriminadas ou punidas pelas suas opinies. a liberdade de investigar, e obter informaes sem limite de fronteiras e atravs de qualquer meio de expresso. Esta liberdade nunca deve sofrer de censura, mas sim de responsabilidade posterior. Assim sendo, no podemos proibir a uma pessoa que se exprima, mas certos rgos podem penaliz-la pelo seu uso indevido. Por exemplo: um jornalista planeia denunciar, num programa televisivo, um funcionrio de corrupo. Este funcionrio tenta deter a emisso do programa, mas o jornalista, amparado na liberdade de expresso, consegue divulgar os contedos. Porm, a Justia demonstra que a informao falsa e o jornalista ter, finalmente, de o indemnizar por calnias e injrias.O direito liberdade de expresso, como tal, no absoluto. A lei probe qualquer propaganda a favor da guerra, a apologia do dio e a incitao violncia ou ao delito. Num pas com liberdade de expresso, no se pode promover a discriminao racial nem incentivar os assassinatos. A liberdade de expresso est relacionada com a liberdade de imprensa, que a garantia de divulgar informao atravs dos meios de comunicao social sem o controlo prvio dos poderes do Estado.

Em Portugal: a Liberdade de Expresso antes do 25 de abril

A censura, em Portugal, foi um dos elementos condicionantes da cultura nacional. Desde muito cedo que Portugal estava sujeito a leis que limitavam a liberdade de expresso: numa primeira situao, pela influncia da Igreja Catlica, passando depois para o poder civil, que proibia certos textos escritos e de mensagens transmitidas, sendo previamente examinadas, e at mesmo censuradas todas as que se opusessem contra o regime. um facto que a liberdade de imprensa sempre foi muito cuidada e restringida pelos regimes polticos, que tinham o cuidado de legislar. No entanto, a censura entrou tambm em outros domnios, como no teatro, na televiso, na rdio e no cinema. Graas liberdade de expresso, foram muitas as formas de perseguio, nomeadamente a priso e a morte de quem se ousava a expressar aquilo que pensava.Os primeiros livros de que h memria a serem censurados em Portugal foram as obras de John Wycliffe, Jan Hus e de Frei Gudio, mandadas queimar por um Alvar, por D.Afonso V, que considerava as obras destes autores falsas e herticas.A PIDE, conhecida como a Polcia Internacional de Defesa do Estado, durante o Regime Salazarista, teve um papel primordial em censurar vrios tipos de informaes. Tendo a funo de vigiar, perseguir, prender e torturar todos aqueles que fossem contra a opinio e as regras impostas pelo governo. Infelizmente, foram muitos os homens que foram torturados e assassinados pela PIDE durante o tempo do Estado Novo.

O Novo Portugal: a abolio da censura e o surgimento da Liberdade de Expresso

A 25 de abril de 1974, com o Movimento das Foras Armadas (MFA), surgindo com o intuito de os capites se rebelarem contra a guerra colonial e restaurarem a democracia, conseguiram a vitria, conquistando um pas democrtico.Com a extino da censura prvia, o MFA conseguiu que no dia 1 de maio de 1974, milhes de portugueses sassem rua por todo o pas em mltiplas manifestaes de comemorao pela conquista da liberdade. Artigo 37. da CRP - Liberdade de Expresso e Informao1. Todos tm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminaes.

2. O exerccio destes direitos no pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.Neste artigo esto reconhecidos dois conjuntos de direitos distintos: o direito de expresso do pensamento e o direito de informao.

Direito e Liberdade de Expresso

A liberdade de expresso o direito de divulgar opinies e ideias, no devendo nenhuma pessoa ser impedida de exprimir-se. Enquanto direito de defesa, ou direito negativo, esta liberdade uma componente da liberdade de pensamento. Esta liberdade abrange todas as exteriorizaes da vida prpria das pessoas, desde crenas a convices, ideologias, sentimentos, podendo revestir quaisquer formas. Num sentido amplo, indissocivel de liberdades, como a liberdade de conscincia, de religio. A liberdade de expresso uma das garantias dos arguidos em processo penal. Sem liberdade de expresso, atinge-se o direito ao desenvolvimento da personalidade. Num sentido restrito, esta liberdade define-se por excluso de partes: essencialmente liberdade de expresso do pensamento, que se relaciona com a liberdade de informao e a de comunicao social. Direito e Liberdade de InformaoA liberdade de informao tem em vista a interiorizao de algo externo, consistindo em aprender ou a dar a apreender factos e notcias. Compreende o direito de informar, de se informar e de ser informado. Estes direitos tm muitas projees e descobrem-se no direito informao jurdica: "a todos assegurado o acesso ao direito e aos tribunais" e "todos tm direito informao e consulta jurdicas." Constituies portuguesas anteriores1822 uma constituio monrquica, possuindo trs ncleos jurdicos: liberdade, segurana e propriedade. Estes ncleos so complementados por direitos decorrentes, como a liberdade de comunicao do pensamento ("a livre comunicao dos pensamentos um dos mais preciosos direitos do Homem.")1826Esta constituio liberal afasta-se um pouco da Constituio de 1822, reconhecendo, para alm dos poderes executivo, legislativo e judicial, um novo poder, o poder moderador, conferido ao rei. Neste documento, encontra-se um documento que dispe que "Todos podem comunicar os seus pensamentos por palavras, escritos, e publicados pela Imprensa sem dependncia da Censura, contanto que hajam de responder pelos abusos, que cometerem no exerccio deste direito, nos casos, e pela forma que a Lei determinar."1838De acordo com o art. 13: "Todo o Cidado pode comunicar os seus pensamentos pela imprensa ou por qualquer outro modo, sem dependncia de censura prvia." Esta constituio consagra os direitos fundamentais, sendo mais proporcional quanto s liberdades e garantias do que a Carta.1911"A expresso do pensamento, seja qual for a sua forma, completamente livre, sem dependncia de cauo, censura ou autorizao prvia, mas o abuso deste direito punvel nos casos e pela forma que a lei determinar." Esta constituio segue uma orientao individualista, dando preferncia aos direitos e garantias que se baseiam na liberdade, segurana individual e propriedade.1933Esta constituio, sendo de carter anti-liberal e autoritria, estabelece "a liberdade de expresso do pensamento sob qualquer forma". Alguns dos direitos eram submetidos a regime estabelecido por leis especiais. Salazar discursava, dizendo que "no reconhecemos liberdade contra a Nao, contra o bem comum, contra a famlia, contra a moral."

O papel da Amnistia Internacional"Sem palavras no h liberdade."A Amnistia Internacional pretende libertar 155.000 palavras e promover a liberdade de expresso no Mdio Oriente e Norte de fricaTunsia - 17 de dezembro de 2010 - Mohamed Bouazizi, 26 anos, ateou fogo a si prprio e d origem a uma onda de protestos que alastrou a vrios pases do Mdio Oriente e Norte de frica.Egito Cerca de 8.000 pessoas foram presas durante o ltimo ano por se manifestarem pelo direito liberdade. 17 mulheres foram obrigadas a fazer testes de virgindade.Mais de um ano aps o incio dos protestos em pases do Mdio Oriente e Norte frica como a Arbia Saudita, Bahrein, Egito, Imen, Iro, Lbia e Sria os graves abusos dos direitos humanos continuam. A liberdade de expresso no respeitada e os manifestantes so censurados pelos seus governos, que bloqueiam o uso da internet nestes pases. Desta forma, o mundo desconhece o que se passa e no pode ser solidrio com os protestos.A Amnistia Internacional Portugal criou o projeto Freedom Dictionary, que ir libertar palavras que esto presas pela censura. O projeto consiste na criao de um dicionrio, composto por 155.000 palavras que sero libertadas pelas pessoas atravs da internet

ConclusoPara concluir, a liberdade de expresso uma garantia e um direito do ser humano que deve ser para sempre preservado, uma vez que j foi conquistado na maior parte do globo terrestre, e no deve ser posto em causa. Todas as pessoas devem ter liberdade de se exprimirem, de forma a no comprometer a sua autenticidade.A liberdade de expresso deve, portanto, pertencer a todos os seres humanos, de forma a podermos viver num mundo onde haja um esprito de crtica e com capacidade de argumentao, de forma a vivermos numa sociedade de pessoas crticas e que se possam exprimir s vezes no meio de tantas injustias e desigualdades.

"A liberdade de informao no vai ao ponto de autorizar os atentados verdade. Uma falsa informao pode colidir com outras liberdades, com a liberdade da pessoa na sua vida privada ou o interesse pblico objetivamente entendido."Georges Burdeau

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