Direito Financeiro - PGE

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  • 8/19/2019 Direito Financeiro - PGE

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     Na aula passada tratamos das lei orçamentárias; falamos da LOA, que tem por objeto aestimativa da receita e a fixação da despesa. O nosso tema inicial investi!ar qual seriaa força vinculante da LOA, at que ponto as despesas p"blicas nela previstas teriamforça de execução obri!at#ria ou não por parte do $xecutivo, que o poder que vai, na

     prática, executar as despesas p"blicas.

    ORÇAMENTO AUTORIZATIVO X ORÇAMENTO IMPOSITIVO

    • %radicionalmente, no &rasil, sempre se entendeu que a LOA tin'a uma perfilautori(ativo, da) a expressão orçamento autori(ativo* quando da elaboração daLOA, o Le!islativo examinaria o projeto de lei encamin'ado pelo $xecutivo,efetuaria as emendas que jul!asse relevante, com as limitaç+es constitucionais, eo $xecutivo iria sancionar. as, as despesas contidas no orçamento seriammeramente autori(aç+es para que o $xecutivo !astasse; não 'averia obri!ação

    de o $xecutivo executar as despesas contidas no orçamento, elas seriam merasautori(aç+es que o Le!islativo daria ao $xecutivo. esmo nesse cenário deorçamento autori(ativo, deve-se fa(er uma ressalva* isso porque a afirmativa deque as despesas seriam meramente autori(adas pela lei orçamentária nãocorresponde totalidade das despesas do orçamento; na verdade, corresponde auma minoria. /sso porque cerca de 012 de todas as despesas dos entes pol)ticos composta pelas c'amadas despesas obri!at#rias. $m relação s despesasobri!at#rias 3p.ex., repasse do $xecutivo para o 4udiciário, 5, 6efensoria7,essa ideia de que aquela despesa contida no orçamento seria meramenteautori(ativa não se aplica. O mesmo tambm se di( em relação aos pa!amentos

    dos servidores p"blicos 8 uma despesa obri!at#ria; o $xecutivo não tem essaliberdade de pa!ar ou não o servidor p"blico.

    A ideia do orçamento autori(ativo muito mais relevante em relação sc'amadas despesas não obri!at#rias 39 despesas de investimento7, p.ex.,reali(ação ou reforma de uma obra p"blica. $m relação a essas despesas, queseriam em tese facultativas, o $xecutivo, dentro de um cenário de orçamentoautori(ativo, teria a prerro!ativa de, apesar de ter a previsão orçamentária deefetuar aquele !asto, no momento de executar aquele orçamento, ele poderia,

     p.ex., sob a ale!ação de insufici:ncia de caixa, deixar de executar aquela

    despesa, não precisando de autori(ação do Le!islativo para fa(:-lo. Nesse sentido, a ideia de orçamento autori(ativo no &rasil, nas palavaras do$duardo endonça, seria o poder do $xecutivo de não !astar, de não fa(er nada3o $xecutivo tem autori(ação orçamentária para reali(ar a despesa, mas na 'orada execução do orçamento ele não reali(a referida despesa7.

    • $m oposição a essa ideia, temos a ideia do orçamento impositivo. Aqui, parte-sedo pressuposto que mesmo essas despesas facultativas 3ex. reali(ação oureforma de obra p"blica7, como elas foram deliberadas no mbito do Le!islativo,e como a lei orçamentária deve ser observada 3pois tem força obri!at#ria, como

    todas as leis7, elas não seriam meras autori(aç+es para o $xecutivo, e sim

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    imposiç+es ao $xecutivo, que teria a obri!ação de efetivamente !astar aqueladespesa prevista no orçamento.

    $ssas duas ideias que se contrap+em no &rasil. %radicionalmente, a doutrina sempreconsa!rou o entendimento se!undo o qual o perfil do orçamento no &rasil autori(ativo.

     Nesse sentido, 6io!o de

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    !astar tudo aquilo previsto no orçamento; o $xecutivo fa( isso baseado na noção de perfil autori(ativo do orçamento.

    Fe entend:ssemos que prevalece o perfil impositivo, todas as despesas previstasdeveriam ser executadas; mas esta não a tradição brasileira.

    @ontudo, como já dito, mesmo num cenário de orçamento autori(ativo, não se quer di(er que a execução de todas as despesas são de livre escol'a do $xecutivo.  Naverdade, 012 das despesas do orçamento são de execução obri!at#ria, não se colocando

     para tais despesas esse dilema autori"ativo & impositivo. 5ortanto, para despesasdecorrentes de obri!ação constitucional 3ex.* repasse de verba para poderes dotados deautonomia financeira 8 5, 4udiciário, 6efensoria; !astos com educação etc.7, não secoloca essa possibilidade de o $xecutivo efetuar o contin!enciamento.

    A questão orçamento autori"ativo & orçamento impositivo  limitada s c'amadasdespesas facultativas 39 despesas de investimento7, que são, em verdade, as despesas de

    maior visibilidade 3reforma de uma escola ou 'ospital, p.ex.7, da) a relevncia dadiscussão.

    &R'TI&AS AO ORÇAMENTO AUTORIZATIVO

     Não fa( sentido a exist:ncia de intensos debates no Le!islativo sobre a aprovação daLOA para, depois, o $xecutivo, de maneira unilateral e sem consulta ao Le!islativo,decidir so(in'o sobre a execução ou não de uma despesa p"blica. At que ponto issoviolaria ou não a separação dos poderes em matria orçamentáriaG 5ois daria ao$xecutivo um super poder, poder de decidir na prática o que seria !asto e o que nãoseria.

    &R'TI&AS AO ORÇAMENTO IMPOSITIVO

    @omo o $xecutivo quem tem a noção do n)vel de arrecadação esperada no ano, seriaele realmente o poder que teria a maior e&pertise para decidir acerca da efetiva execuçãoou não de uma despesa p"blica.

    PROPOSTA (E ORÇAMENTO IMPOSITIVO ) &R'TI&A ) RI&AR(O *O"OTORRES

    “A moda da vinculação da receita a despesas específicas está crescendo  e já 'á  projetos de emenda constitucional para criar o orçamentoimpositivo , absurdo  que não encontra paralelo no constitucionalismo'odierno.”

    “(  princípio da separação de poderes  se fa" sentir tambm na reservaadministrativa da execução orçamentária. ( Congresso Nacional não

     participa das atividades de execução , já que lhe incumbe o controle a posteriori.” )p. *++

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     Na visão dele 3majoritária7, a separação dos poderes em matria orçamentária bastanteclara* o Le!islativo elabora a LOA e depois reali(a o controle a posteriori da execuçãoorçamentária. as a execução orçamentária propriamente dita 3a decisão final de !astar ou não o recurso7, uma matria t)pica do $xecutivo 3reserva administrativa7

    A execução orçamentária estaria dentro da reserva de administração, cabendo ao$xecutivo, e somente a ele, decidir acerca da execução de uma despesa ou não, pois ele que detm con'ecimento tcnico para tanto. Não fa( sentido dar esse poder aoLe!islativo, pois quem possui e&pertise para decidir o $xecutivo.

    PER+I* AUTORIZATIVO E +AVORE&IMENTO (O ,O-O PO*'TI&O

     Nos "ltimos anos, cresceu muito no &rasil a ideia de que não dá para continuar comesse modelo puramente autori(ativo em relação s despesas facultativas. 6i(ia-se queesse modelo favorece o c'amado Htoma lá da cáIBjo!o pol)tico, e isso de fato foi muitoutili(ado por todos os c'efes do $xecutivo, no sentido de, ou o parlamentar votava afavor do c'efe do $xecutivo no @on!resso nas votaç+es importantes, ou o @'efe do$xecutivo não executava a emenda do parlamentar LOA 3ex.* construirBreformar umaescola na cidade do parlamentar etc7.

    $@=JBC 8 intuito de acabar com a ideia do 5oder $xecutivo de ter um poder quase queabsoluto na decisão sobre a execução ou não de uma despesa orçamentária. A $@ nãocriou um orçamento impositivo no &rasil; al!uns autores c'amam de orçamento semi-impositivo.

    O professor disse que o orçamento continua tendo perfil autori(ativo no &rasil, com aexceção das emenda# individuai# ao projeto de lei orçamentária.

    5ortanto, com a $@=JBC, em rela!.o /# emenda# individuai# ao ro0eto de leior!ament1ria2 o E3e4utivo n.o tem mai# aquele oder a5#oluto de #imle#menten.o e3e4utar a de#e#a #o5 um fundamento qualquer . $le at pode deixar deexecutar aquela despesa, mas terá que demon#trar a e3i#t6n4ia de um imedimentode ordem t74ni4a  para não executar referida despesa e edir uma autori$a!.o ao*e8i#lativo 3esse pedido uma !rande novidade7.

    A $@=JBC foi aprovada sob o discurso da morali(ação orçamentária, para acabar com o

     jo!o pol)tico.

    $duardo endonça

    @onstituição e Fociedade* o falso orçamento impositivo 3Fite 4O%A7 =BKBK1C

    H$m teoria, evitar essa mercantili(ação do debate parlamentar seria uma revoluçãoalentadora. Em ol'ar mais atento, porm, permite constatar que a emenda constitucionalaprovada tem alcance muito mais limitado. 5ior do que isso, e com o devido respeito,ela apenas confirma a pouca disposição do @on!resso para interferir verdadeiramente na

    formatação das !randes pol)ticas p"blicas, substitu)da por uma l#!ica paroquial e personalista que seria apropriada em pequenas prefeituras.I

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    O que a $@ consa!rou foi uma l#!ica meio paroquial do orçamento. O parlamentar está preocupado em !arantir sua base no orçamento, para asse!urar a sua base parlamentar;na verdade, o ideal num $stado ?epublicano, era que o parlamentar se en!ajasse não s#nas quest+es de sua cidade, mas que tivesse uma participação nas despesas p"blicas em!eral. Assim, quando a $@ di( que de execução obri!at#ria apenas as emendas

    individuais, favorece a ideia de o parlamentar querer defender Hs# o deleI, s# osinteresses de sua base eleitoral. uma espcie de canibali(ação do orçamento 3cada umquer um pedaço7, não tendo os parlamentares interesse em discurtir !randesquest+esBpol)ticas p"blicas, mas apenas em !arantir o seu pedaço no orçamento.

    Fe antes não t)n'amos um dispositivo se!undo o qual o orçamento seria autori(ativo no&rasil, sendo essa ideia decorrente da tradição brasileira de direito financeiro, essa $@=JBC deixou isso meio que claro, pois, se ele fosse impositivo não precisava ter existidoessa $@ =JBC. $la reforçou que o orçamento autori(ativo, ressalvando apenas que asemenda# individuai# ao projeto de lei orçamentária são de execução obri!at#ria.  

    contrario sensu! a# outra# dota!9e# or!ament1ria# n.o #.o de e3e4u!.o o5ri8at:ria.*o8o, pode-se di(er que ela 4omrova o erfil autori$ativo do or!amento 5ra#ileiro,apenas excepcionando essa sistemática para as emendas individuais LOA.

    IN+ORMATIVO ST+ ;a5ril?@=;@

    *ei de (iretri$e# Or!ament1ria# e 4ar1ter vin4ulante 3%ranscriç+es7

    Moto do inistro Lui( K.C1PB

    6ispositivo acrescentado por emenda parlamentar 

    HArt. Q. 3R7

    SM// - Tarantir a aplicação dos recursos das emendas parlamentares ao orçamentoestadual, das quais, os seus objetivos passam a inte!rar as metas e prioridadesestabelecidas nesta Lei.I

    5ercebe-se, então, que antes da $@=JBC, essa ideia de orçamento impositivo já eraacalentada não s# no @N, mas tambm nas Assembleias Le!islativas do $stados. A

    Assembleia Le!islativa de ?ondnia pretendeu estabelecer um orçamento impositivo para emendas 01 na *(O.

    O in.

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    tomada, no futuro, ao tempo da deliberação sobre as emendas ao projeto de LeiOrçamentária anual, seja tocada, automaticamente, pelo re!ime especial das Hmetas e

     prioridades da Administração 5"blicaI representaria, em "ltima análise, a frustração do prop#sito da @onstituição, esva(iando as re!ras dos UU > e K> do art. JC do textoconstitucional com a c'ancela de uma espcie de ren"ncia de planejamento, em prol de

    re!ime de prefer:ncia absoluta das decis+es do Le!islativo.3...7

    que, / lu$ da ne4e##1ria Darmonia entre o# odere# olti4o# >&+2 ArtF @G2 toda#a# norma# revi#ta# na ver#.o romul8ada da lei or!ament1ria anual2 #e0am ela#emanada# da roo#ta do Poder E3e4utivo ou de emenda are#entada elo Poder*e8i#lativo2 devem #er o5#ervada# 4om o me#mo 8rau de vin4ula!.o  pelaAdministração 5"blica.I

    6a), pelas mesmas ra(+es, questiona-se se essa $@=JBC constitucional. Não teria ela

    violado a separação dos poderes em matria orçamentáriaG uma discussão te#ricainteressante. A $@=JBC no mnimo  merece uma interreta!.o 4onforme ao#rin4io# 4on#titu4ionai#  no sentido de que, em  4a#o# de dHvida #o5re aimo##i5ilidade t74ni4a ou n.o da e3e4u!.o da de#e#a or!ament1ria2 que o 0u$odo E3e4utivo tenDa uma maior reval6n4ia2 dada a #ua maior expertise t74ni4a naque#t.o da e3e4u!.o or!ament1riaF

    Obs.* num cenário de 5rocuradoria, essa ideia de orçamento impositivo bastanteantipática.

    Obs.* na questão de jui( federal nos slides 8 @$F5$ %?< > ?e!ião K1 8 a afirmativaestava errada na poca; 'oje, ela continua errada, pois não toda e qualquer emenda

     parlamentar que se tornou de execução obri!at#ria pela $@=JBC, mas apenas asemendas individuai# ao projeto de lei orçamentária.

    *EI &OMP*EMENTAR ) PRAZOS (AS *EIS ORÇAMENTRIAS

    “Art. +-

     / 01 2 Cabe " lei complementar 3 $ 2 dispor sobre o e&erc#cio financeiro, a vig4ncia, os pra"os, a elaboração ea organi"ação do plano plurianual, da lei de diretri"es orçamentárias e dalei orçamentária anual5

     $$ 2 estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial daadministração direta e indireta bem como condiç6es para a instituição e

     funcionamento de fundos.”

    %alve( a lei complementar referida devesse ser a L?

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    ARTF CJ (O A(&T ) ra$o# da# lei# or!ament1ria#

    “A7. 9..... / *1 2  t# a entrada em vigor da lei complementar a $ue se refere o art.%&'! ( )*! + e ++! serão obedecidas as seguintes normas3

     $ 2 o  projeto do plano plurianual  , para vig4ncia at o final do primeiroe&erc#cio financeiro do mandato presidencial subseq:ente, seráencamin'ado at quatro meses antes do encerramento do primeiroe&erc#cio financeiro e devolvido para sanção at o encerramento da sessãolegislativa5

     $$ 2 o projeto de lei de diretri,es orçamentárias será encamin'ado at oitomeses e meio antes do encerramento do e&erc#cio financeiro e devolvido

     para sanção at o encerramento do primeiro per#odo da sessão legislativa5

     $$$ 2 o  projeto de lei orçamentária da ;nião será encamin'ado at quatromeses antes do encerramento do e&erc#cio financeiro e devolvido para

     sanção at o encerramento da sessão legislativa.”

    NKO EN&AMINLAMENTO (O PRO,ETO (E *OA PE*O PO(ER EXE&UTIVO

    Lei 1P0BC1 3crimes de responsabilidade7

    “Art. +%. ?onstituem crimes de responsabilidade dos governadores dos Estados ou dos seus /ecretários , quando por eles praticados, os atos

    definidos como crimes nesta lei.”

    6L K1BJP 3responsabilidade dos 5refeitos e Mereadores7

    “Art. %1 =ão infraç0es político1administrativas dos Prefeitos 2unicipais sujeitas ao julgamento pela ?@mara dos ereadores e sancionadas com acassação do mandato3

    2 3eixar de apresentar " C4mara , no devido tempo )art. 9, do AB?, eem forma regular, a proposta orçamentária5”

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    N.o en4aminDamento do ro0eto de *OA elo Poder E3e4utivo ) *ei Or8ni4a deNiter:i

    Lei Or!nica do unic)pio de Niter#i

    “Art. +9* C ( prefeito enviará D ?@mara, no pra"o estabelecido em lei, a proposta de orçamento anual do Eunic#pio para o e&erc#cio seguinte.

     / +1 2 ( não cumprimento do disposto neste artigo implicará na elaboração pela ?@mara, da competente Lei de Eeios )F Lei (rçamentária, tomando por base a Lei (rçamentária em vigor.”

     Art. +99 2 7ejeitado pela ?@mara o projeto de lei orçamentária anual, prevalecerá, para o ano seguinte, o orçamento do e&erc#cio em curso,aplicando2se2l'e a atuali"ação dos valores.”

    N.o en4aminDamento do ro0eto de *OA elo Poder E3e4utivo ) *ei Or8ni4a deNiter:i ) (e4lara!.o de In4on#titu4ionalidade T,2 4om 5a#e no artF ;6O A?%/TO K $ A?%/TO . . NO?AF ZE$ EFE?5A@O5$%[N@/A 5?/MA%/MA 6O @^$QUESTKO MUITO &OMUM NA PRTI&A

    O $xecutivo envia o projeto de LOA, mas o Le!islativo não o aprova no pra(o certo3"ltimo dia para a aprovação > de janeiro 8 o ano financeiro coincide com o ano civil7

    @< JPBJ0 8 previsão da promul!ação do projeto do $xecutivo pelo decurso do pra(o 3se

    o projeto não for aprovado no Le!islativo, ele volta para o c'efe do $xecutivo, que osanciona 8 o decurso do pra(o representaria aprovação7. as essa re!ra

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    antidemocrática; demontra que o $xecutivo tin'a papel de prota!anismo em matriaorçamentária.

    A @< == não disciplina a questão, nem a L?< abordou o assunto.

    ?!is de Oliveira 8 defende aplicação da re!ra da @< anterior 3se o Le!islativo abriumão de seu papel institucional de deliberação orçamentária, o pa)s não pode ficar semorçamento; que se aprove por decurso de pra(o7.

    ?icardo Lobo %orres 8 prorro!ação da vi!:ncia do orçamento anterior 3a re!ra anterior,da @< JPBJ0 tem um perfil autoritário, incompat)vel com o sistema constitucional atual,que tra( o papel do Le!islativo na feitura do projeto de LO7. O $xecutivo estariaautori(ado a executar as despesas at o limite do que foi autori(ado no orçamento

    anterior.O tema re!ulado pelas sucessivas leis de diretri(es orçamentárias 8 adotada a opção daexecução provis#ria do projeto de LOA, de forma proporcional, asse!urando ocumprimento de despesas obri!at#rias. Ou seja, o projeto de LO pode ser executado,mas apenas no que tan!e s despesas obri!at#rias; para execução das despesas deinvestimento, o $xecutivo vai ter que correr atrás da aprovação da LO.

    O PRO,ETO (E *EI ORÇAMENTRIA PO(E SER RE,EITA(O PE*O

    *E-IS*ATIVO %_ @O??$N%$* poss)vel a rejeição total como prev: implicitamente o art. JJ U=> da@

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    A6@%

    “Art. 9. ........................

     / *1 2 At a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. +-, / 01, $ e $$, serão obedecidas as seguintes normas3

     $$$ 2 o projeto de lei orçamentária da ;nião será encamin'ado at quatro

    meses antes do encerramento do e&erc#cio financeiro e devolvido parasanção at o encerramento da sessão legislativa.”

    &I&*O ORÇAMENTRIO ) *OA

    7 $laboração do 5rojeto pelo $xecutivoK7 Apreciação e proposição de emendas no @on!resso Nacional7 Motação no @on!resso 3com prota!anomismo da comissão mista de orçamento7 eencamin'amento para a sançãoD7 $xecução orçamentária, acompan'amento e fiscali(ação

    *EI ORÇAMENTRIA ANUA* ) E*A"ORAÇKO E AUTONOMIA+INAN&EIRA

    @ada ente pol)tico tem um orçamento s# 3unicidade do orçamento7. @ontudo, a @<asse!ura a al!uns entes autonomia financeira. %al autonomia financeira não si!nifica umorçamento pr#prio desses entes, pois cada ente pol)tico tem apenas um orçamento, equem encamin'a o projeto de L6O e LOA o c'efe do $xecutivo.

    AUTONOMIA +INAN&EIRA #e8undo a &+

    Le!islativo4udiciárioinistrio 5"blico6efensoria 5"blica $stadual 3$@ DCBK11D76efensoria 5"blica da Enião e do 6< 3$@ PDBK17

    Autonomia finan4eira do# odere# ) Mini#t7rio PH5li4o

    ?G 88“A7. +*>..........................................

     / 91 2 ( Einistrio HIblico elaborará sua proposta orçamentária dentrodos limites estabelecidos na lei de diretri,es orçamentárias.

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     / 1 =e a proposta orçamentária de que trata este artigo for encamin'adaem desacordo com os limites estipulados na forma do / 91, o Hoder 

     J&ecutivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.” )J? %K

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    5ortanto, não existe uma re!ra constitucional que asse!ura a esses poderes que suas propostas de !astos para o ano se!uinte serão consa!radas no projeto que o $xecutivovai encamin'ar.

    as claro, p.ex., que o Tovernador tem que lidar com muito mais cuidado com o

    5residente do %4, com o 5rocurador-Teral de 4ustiça e com o 6efensor-5"blico Teral,do que com um secretário de $stado 3que, p.ex., demanda din'eiro para a suasecretaria7, pois este subordinado ao !overnador e aqueles não.

    O c'efe do executivo tenta, da maior forma poss)vel, atender as demandas desses poderes, muito em ra(ão da autonomia financeira dos mesmos e porque não quer criar atrito com o c'efe desses poderes.

    Eltimamente tem se visto bri!as ferren'as entre o 4udiciário e o $xecutivo, que nãoconcorda com as propostas daquele. $ntão, a questão acaba tendo que ser deliberada noLe!islativo, que vai decidir acerca da aprovação da L6O e depois da LOA.

    5ortanto, nada !arante que as propostas desses poderes serão acol'idas. At que pontoisso fra!ili(a a autonomia financeira que a @%K*

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    5rojeto de L@ KKCBK1 8 modificação da L?< para adequá-la $@ DCB1D e asse!urar,na prática, a autonomia financeira da 6efensoria 5"blica

    Metado inte!ralmente em 0BKBK1K 3mensa!em de veto C=BK1K7

    HOuvidos, os inistrios do 5lanejamento, Orçamento e Testão e da

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    de acordo com a 5ei de 3iretri,es 6rçamentárias estadual. cresceu $ue

    a medida ade$uada a ser tomada pelo Executivo! na hip7tese! seria

     pleitear reduç0es orçamentárias perante o 5egislativo , para que a matria fosse lá debatida. Assim, o HL(A deveria ser encamin'ado D Assembleia Legislativa com a proposta orçamentária da Befensoria HIblica, como

    !rgão autNnomo e nos valores por ela aprovados.”

     ABHG 9 7eferendo2E?KBG, rel. Ein. Bias offoli, +0.+*.*

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    orçamentária deveria ser elaborada em conson@ncia com o que previsto na respectiva LB(5 e b a proposta deveria ser encamin'ada em conformidade com a previsão doart. 00, / *1, da ?G. A apreciação das leis orçamentárias deveria se dar perante o!rgão legislativo correspondente, ao qual caberia deliberar sobre a propostaapresentada, fa"endo2l'e as modificaç6es que julgasse necessárias )...”

    (efen#oria PH5li4a autonomia fun4ional2 admini#trativa e or!ament1ria ) C

    “Oo que se refere D  ABHG 990KH$, fora ajui"ada em face de supostaomissão do governador do Jstado do Hiau#, consistente na aus4ncia derepasse de duodcimos orçamentários D Befensoria HIblica estadual, na

     forma da proposta originária. ( Einistro Lui" Gu& )relator julgou procedente o pedido para, diante de lesão aos artigos +9%, / *15 e +-8,ambos da ?G, determinar ao governador que proceda ao repasse, sob a

     forma de duodcimos e at o dia *< de cada m4s, da integralidade dosrecursos orçamentários destinados D Befensoria HIblica estadual pela L(A

     para o e&erc#cio financeiro de *

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    disposto no art. +*, / *1.)redação dada pela Jmenda ?onstitucional n1 9>K-............

     / 1 2 A Hrocuradoria Seral do Jstado terá dotação orçamentária pr7pria , sendo2l'e assegurada autonomia administrativa e financeira , bem como ainiciativa! em conjunto com o 8overnador do Estado! de sua proposta

    orçamentária  dentro dos limit es estabelecidos na lei de diretri,esorçamentárias.)Oova redação dada pela Jmenda ?onstitucional n1 *-K

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    Lo!o, se já foi definida a proposta orçamentária na L6O, na 'ora de encamin'ar o projeto de LOA no K> semestre, o $xecutivo deve respeitar o que ficou resolvido naL6O, não podendo efetuar cortes unilaterais.

    Obs.* 'avendo discordncia de valores na L6O entre o $xecutivo e o 4udiciário, como a

    iniciativa do $xecutivo, provável que a sua proposta prevaleça; nesse caso, caberá ao4udiciário tentar ne!ociar com o Le!islativo a aprovação de sua proposta.

    Fe a autonomia dos poderes tem uma dificuldade no momento da feitura da L6O, poisnão tem uma re!ra !arantindo que essas isntituiç+es ten'a direito a uma percentualespec)fico do orçamento, no momento da execução orçamentária essa autonomia maisforteBconcreta, pois existe a re!ra do art. J=, da @< 3re!ra do duodcimo7. O$xecutivo, quando da execução orçamentária 3já com base na LOA, que foi feitaconforme os parmetro da L6O7, tem que repassar os valores observando o art. J=.

    ArtF ;

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    obri!ação de repassar os valores conforme ficou estabelecido na LOA, não podendoredu(ir os valores devidos a essas instituiç+es de forma unilateral.

    Autonomia +inan4eira e ST+ ) A(I BB@< >Informativo D.C1JBK110 - Limitava a execução de despesas do4udiciárioBinistrio 5"blico ainda que 'ouvesse crditos orçamentários dispon)veis emdotação de despesas pr#prias de cada poder na LOA 3de acordo com a L6O7.

    Moto do in. ?elator*

    H3...7 em ra(ão da autonomia do 5oder 4udiciário e do inistrio 5"blico na execuçãodas despesas de seu respectivo orçamento, #omente o# r:rio# ente# odem4ontin8en4iar a# dota!9e# or!ament1ria# que re4e5eram2 #endo ile8tima aimo#i!.o de medida# ne##e #entido elo E3e4utivoFI 3!rifo ori!inal7

    H3...7 A participação necessária do 5oder 4udiciário na construção do pertinente diplomaorçamentário diretivo, em conju!ação com os outros 5oderes institu)dos, reflexo dostatus constitucional da autonomia e da independ:ncia que l'e são atribu)das no arti!oK> do 6iploma aior. $sse o entendimento que decorre diretamente do conte"do doart. 00, U >, da @onstituição e J> da leiimpu!nada e para declarar a inconstitucionalidade parcial sem redução de texto dosdemais dispositivos da Lei n> D.C1JB10 do $stado do @eará, afastando do seu mbito deincid:ncia o 5oder 4udiciário.I

    3A6/ DDKJ, ?elator3a7* in. 6/AF %O

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    ^avendo uma crise econmica sist:mica, não justo que somente o $stado arque comos preju)(os. Nesse caso, a 5T$B poderia su!erir que o TovernadorB5refeitone!ociasse um 5L de modificação da LOA, que contasse com a anu:ncia dos demais

     poderes 3e não um 5L unilateral, como foi feito7, compreendendo a crise do $stado edando sua quota parte de sacrif)cio na redução de !astos.

    ST+ determina que 8overnador do R, rea##e duod74imo ao ,udi4i1rio e#tadual  8  Not)cias F%< KKBKBK1C

    HO presidente do Fupremo %ribunal

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    A6/ KK= 8 F%< declarou inconstitucional o U> 3o caput  continua válido7 por violaçãoda autonomia financeira dos poderes. 39 ou seja, seria inconstitucional um ato do poder executivo que limitasse a autonomia financeira dos demais poderes7. A limitação, 'oje,

    tem que se feita por cada poder, e não pelo $xecutivo substituindo eles, sob pena deviola!.o / #eara!.o de odere# e da autonomia finan4eira da# in#titui!9e#.

    Autonomia +inan4eira e ST+ ) MS C;Informativo @C ) outu5ro @=;C

    IN+ORMATIVO @C Rea##e de duod74imo# re#erva do o##vel e #eara!.o dePodere#

    ^ip#tese* F impetrado por 5residente de %ribunal de 4ustiça local contra ato de!overnadora, consubstanciado em repasse a menor dos valores de duodcimos relativos

    s dotaç+es consi!nadas ao 5oder 4udiciário estadual pela Lei Orçamentária Anualcorrespondente, relativos a K1K e K1. A !overnadora promoveu um corte linear de12 na verba de todos os poderes, ale!ando frustração da receita.

    HNo mrito, o relator ponderou que, no tocante ao per)odo compreendidoentre K1.1.K1K e K1.P.K1, os repasses a menor perpetrados pelo !overnoestadual teriam !erado quadro de inadmi##vel interfer6n4ia naautonomia admini#trativa e finan4eira do Poder ,udi4i1rio  do $stadomembro, asse!urada nos arti!os 00, caput, e J=, ambos da @da L@ 1BK111 e na Lei de 6iretri(es Orçamentárias - L6O estadual 3...7I

    ?epasse de duodcimos* reserva do poss)vel e separação de 5oderes

    HFuperada essa questão, afirmou que o# or!amento# le8almentede#tinado# ao# Podere# e ao Mini#t7rio PH5li4o oderiam e deveriam #e4onformar a eventuai# fru#tra!9e# de re4eita#F Por e##e motivo2 o artF Gda *& ;=;?@=== o5ri8aria todo# o# Podere# a romoverem2 ne##a 4rti4a#itua!.o2 or ato r:rio e no# montante# ne4e##1rio#2 limita!.o deemenDo e movimenta!.o finan4eira, se!undo os critrios fixados pelaL6O. 5or sua ve(, a L6O estadual, em seu art. CK, /, preveria que o

     percentual de limitação de empen'o e movimentação financeira a ser definido para cada 5oder, inistrio 5"blico, %ribunal de @ontas e6efensoria 5"blica deveria ser calculado de forma roor4ional /

    arti4ia!.o de 4ada um no total da# dota!9e# fi3ada#. Todavia2 o#ura4itado de4reto 8overnamental e#ta5ele4era er4entual Hni4o e

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    8eral2 ara todo# o# Podere#2 de limita!.o de emenDo da# dota!9e#or!ament1ria#2 4orre#ondente a ;=2BW da de#e#a or!ada. @onsiderouque, a pretexto de fixar percentual de limitação de empen'o emovimentação financeira, a autoridade impetrada en!endrara mecanismo deredução unilateral de repasse dos duodcimos devidos ao 4udiciário

    estadual.I

    HEm votovi#ta2 o Mini#tro Ro5erto "arro#o  acompan'ou o inistro?icardo Leandosi, relator, para conceder, em parte, a se!urança.Asseverou que a Lei de 6iretri(es Orçamentárias estadual não admitiria adefinição de um percentual "nico, aplicável linearmente aos #r!ãosestaduais, mas, sim, que o percentual de limitação de cada 5oder fossecalculado de forma proporcional participação de cada um no total dasdotaç+es fixadas para outras despesas correntes e despesas de capital na LeiOrçamentária Anual de K1 3Lei $stadual 0.JD=BK1K, art. CK, /7. Apontouque, embora o 6ecreto estadual K.JKDBK1 dispusesse que o 5oder 

    $xecutivo tambm iria se submeter a um corte de 1,PD2, não teria sidoesse o real percentual a ele aplicado, conforme demonstrado em n"meros.Su5linDou2 ainda2 que a remi##a da 8overnadora no #entido de queDouvera queda na re4eita2 a 0u#tifi4ar a redu!.o linear 4ontida noreferido de4reto n.o #e verifi4ara no 5alan!o or!ament1rio da re4eitareferente a 0aneiroa8o#to?@=;CF

    H3...7 5onderou que, enquanto vi8ora##e a #u#en#.o do Y CG do artF G da*ei de Re#on#a5ilidade +i#4al >A(I @F@C M&?(+2 (,e de ;;FF@==2Daveria diver#o# in#trumento# ara que o Poder E3e4utivo ude##eque#tionar a re4u#a do Poder ,udi4i1rio em adequar o# 8a#to# H5li4o#FE##e# in#trumento# iriam de#de a imu8na!.o na r:ria viaadmini#trativa2 erante o &N,2 at7 a 0udi4iali$a!.o da mat7riaFEnfati$ou que2 na e#74ie2 o de4reto e#tadual 5a#ear#eia emre##uo#to f1ti4o que n.o e#taria 4omrovado2 qual #e0a2 queda naarre4ada!.oF A4omanDou2 ent.o2 o relator ara 4on4eder a #e8uran!a,

     por considerar que o 5oder $xecutivo não poderia ter procedido s retenç+esde forma unilateral e que, na espcie, sequer 'averia comprovação de queestas seriam de fato devidas ou, quando menos, devidas no montanteefetuado. Ap#s o voto do inistro ?oberto &arroso, ediu vi#ta do# auto#o Mini#tro -ilmar Mende#.

    O voto deu a entender que o F%< vai começar a procurar alternativas para que, nummomento de crise financeira, o $xecutivo não seja o "nico a apertar o cinto, já que, comessa situação de inconstitucionalidade do U> do art. 0> da L?

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    (efen#oria PH5li4a2 romover.o2 or ato r:rio e no# montante#ne4e##1rio#, nos trinta dias subsequentes, limita!.o de emenDo emovimenta!.o finan4eira, exclu)dos os recursos destinados s despesasque se constituem em obri!aç+es constitucionais ou le!ais de execução, deacordo com os se!uintes procedimentos abaixo*

    / 8 o Poder E3e4utivo demon#trar1 ao# demai# Podere#, inclusive ao%ribunal de @ontas do $stado, ao inistrio 5"blico e 6efensoria 5"blica,acompan'ado das devidas justificativas, metodolo!ia e mem#ria de cálculo,o montante que caberá a cada um na limitação de empen'o e demovimentação financeira;

    HdemonstraráI 9 não redu(ir a execução orçamentária. 6emonstrar sereunir com os poderes e expor a frustração da receita.

    Pro0eto de *& ;?@=;< ) *ei de Re#on#a5ilidade +i#4al do E#tado do R,

    HArt. D> Fe verificado, ao final de um bimestre, que a reali(ação da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ounominal estabelecidas no Anexo de etas do art. 0> da L?

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    do %4 ou do 5 etc., sem preju)(o do diálo!o, e não o $xecutivo adotar esses atosunilaterais, mesmo porque a jurisprud:ncia do F%4 não tem sido favorável a isso.$nfim, preciso construir soluç+es nessas situaç+es de crise orçamentária, como o&arroso tentou naquele voto, para que os demais poderes tambm contribuam,

     participando do esforço fiscal.