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CURSOS ON-LINE – DIREITO PREVIDENCIÁRIO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 1 Pessoal, seguem abaixo exercícios comentados como aula demonstrativa de nosso curso de provas comentadas. O curso será composto de 10 aulas, nas quais irei comentar provas da ESAF, como esta do SERPRO que segue abaixo, e a última prova da ESAF sobre previdenciário em 2003 (nas próximas aulas), algumas da CESPE/UnB adaptadas para múltipla-escolha, além de diversos exercícios propostos. Aproveitaremos os exercícios para, a partir deles, revisarmos os pontos mais importantes da teoria. Aconselho que somente iniciem a resolução do material após terem dado início aos estudos de teoria. Dessa forma, seu aprendizado será muito mais proveitoso. Boa sorte! AULA 0: DIREITO PREVIDENCIÁRIO - SERPRO 2001 – ESAF 36- A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Em relação a essas ações podemos afirmar que: a)A universalidade da cobertura e do atendimento é princípio exclusivo das ações de saúde e assistência social, por serem prestadas independentemente de contribuição. b)A seletividade e a distributividade na prestação dos benefícios e serviços da seguridade social, não se constituem em princípios ou objetivos de natureza constitucional. c)Os princípios da eqüidade na forma de participação no custeio e da diversidade da base de financiamento têm em conjunto idêntico objetivo institucional voltado à distribuição igualitária dos benefícios. d)O caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados, integra os objetivos da seguridade social. e)O princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios previdenciários veda o pagamento de qualquer benefício com valor inferior ao salário mínimo. PDF processed with CutePDF evaluation edition www.CutePDF.com PDF processed with CutePDF evaluation edition www.CutePDF.com

Direito Previdenciário Em Exercícios - Fábio Zambite

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Direito Previdenciário Em Exercícios - Fábio Zambite

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    Pessoal, seguem abaixo exerccios comentados como aula demonstrativa de nosso curso de provas comentadas.

    O curso ser composto de 10 aulas, nas quais irei comentar provas da ESAF, como esta do SERPRO que segue abaixo, e a ltima prova da ESAF sobre previdencirio em 2003 (nas prximas aulas), algumas da CESPE/UnB adaptadas para mltipla-escolha, alm de diversos exerccios propostos.

    Aproveitaremos os exerccios para, a partir deles, revisarmos os pontos mais importantes da teoria.

    Aconselho que somente iniciem a resoluo do material aps terem dado incio aos estudos de teoria. Dessa forma, seu aprendizado ser muito mais proveitoso.

    Boa sorte!

    AULA 0: DIREITO PREVIDENCIRIO - SERPRO 2001 ESAF

    36- A seguridade social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social. Em relao a essas aes podemos afirmar que:

    a)A universalidade da cobertura e do atendimento princpio exclusivo das aes de sade e assistncia social, por serem prestadas independentemente de contribuio.

    b)A seletividade e a distributividade na prestao dos benefcios e servios da seguridade social, no se constituem em princpios ou objetivos de natureza constitucional.

    c)Os princpios da eqidade na forma de participao no custeio e da diversidade da base de financiamento tm em conjunto idntico objetivo institucional voltado distribuio igualitria dos benefcios.

    d)O carter democrtico e descentralizado da administrao, mediante gesto quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos rgos colegiados, integra os objetivos da seguridade social.

    e)O princpio da irredutibilidade do valor dos benefcios previdencirios veda o pagamento de qualquer benefcio com valor inferior ao salrio mnimo.

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    Gabarito: D

    a) A Universalidade de Cobertura e Atendimento, exposta no art. 194, pargrafo nico da Constituio como objetivo da seguridade social, mas traduzindo verdadeiro Princpio do sistema securitrio, extensiva aos trs segmentos da seguridade: previdncia social, assistncia social e sade (Art. 194, pargrafo nico, I, CRFB/88). Da resulta o erro evidente do item.

    A Universalidade de cobertura (atendendo a todos os riscos sociais doenas, acidentes, velhice, etc) e de atendimento (abrangendo toda a sociedade).

    Na verdade, esse Princpio que justifica a criao do segurado facultativo do Regime Geral de Previdncia Social, na medida em que permite a participao no sistema previdencirio de pessoa que no exerce atividade remunerada (Art. 11, RPS).

    Ainda, deve-se tomar cuidado com o seguinte: as aes nas reas de assistncia social e a sade so, ao contrrio da previdncia, realmente prestadas independente de contribuio, mas isso no quer dizer que as aes assistenciais no sejam abrangidas pelo Princpio da Pr-existncia da Fonte de Custeio (Art. 195, 5, CRFB/88), pois a dispensa da contribuio do beneficirio direto, ou seja, daquele que receber a prestao assistencial ou mdica.

    Naturalmente, haver custeio para essas prestaes positivas do Estado, at porque direitos no do em rvores. Quem paga a conta? A sociedade, por meio das contribuies sociais.

    b) Tais preceitos so expressamente previstos no art. 194, pargrafo nico, III, CRFB/88. O item incorreto.

    A idia a limitao de alguns benefcios a segurados mais carentes, como ocorre hoje com o salrio famlia, limitado ao segurado de baixa renda.

    A seletividade foi expressamente aplicada ao salrio-famlia e ao auxlio-recluso, ambos limitados ao segurado (salrio-famlia) ou dependente do segurado (auxlio-recluso) de baixa renda.

    A distributividade conseqncia da solidariedade do sistema, pois uma pessoa que tenha ficado invlida logo no incio do seu labor, ter garantido o benefcio, apesar das poucas contribuies que fez. Seu benefcio ser custeado pelas contribuies dos demais segurados.

    c) Na verdade esses preceitos previstos no art. 194, pargrafo nico, V e VI da Constituio so relativos ao financiamento da seguridade social, refletindo norma programtica direcionada ao legislador para que este elabore normatizao compatvel com as peculiaridades de cada espcie

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    de segurado, alm de manter a garantia do equilbrio financeiro do sistema com a adoo de diversas fontes de custeio, de modo que a oscilao da arrecadao de uma delas no traga prejuzos irreversveis ao sistema.

    Como conseqncia desse dispositivo constitucional, temos o art. 195, 9, que permite que as alquotas ou base de clculo das contribuies do art. 195, I, ou seja, as contribuies de empresa, sejam alteradas em razo da atividade econmica realizada ou da utilizao intensiva de mo-de-obra, do porte da empresa ou da condio estrutural do mercado de trabalho (EC 47/05).

    Por exemplo, um banco e o bar do seu Manuel so empresas para fins previdencirios, e no seria razovel que ambos tivessem a mesma alquota de incidncia sobre a folha de salrios, porque o banco exerce uma atividade econmica muito maior, alm do faturamento muito alto para pouca mo-de-obra, proporcionalmente comparando.

    Da essa regra ser uma conseqncia da equidade do custeio, que um princpio da seguridade social.

    importante perceber a alterao da EC 47/05.

    A nova redao dada ao art. 195, 9 da Constituio passa a autorizar alteraes de alquotas ou bases de clculo das contribuies sociais patronais tambm em razo do porte da empresa ou da condio estrutural do mercado de trabalho. A redao dada pela EC n 20/98 permitia tal alterao somente devido atividade econmica desenvolvida ou utilizao intensiva de mo-de-obra.

    Tal dispositivo, direcionado ao Legislador (j que as contribuies sociais no so exceo ao Princpio da Legalidade), visa materializar o princpio da equidade no custeio (art. 194, pargrafo nico, V, CRFB/88), este, por sua vez, derivado do Princpio maior da isonomia.

    certo que o equilbrio financeiro e atuarial necessidade inarredvel do sistema previdencirio, tendo como consectrio o carter contributivo do sistema de seguro social. Todavia, tal caracterstica, aliada equidade no custeio, impe ao Legislador o trato diferenciado de algumas situaes, as quais podem e devem ser diferentemente regulamentadas, como empresas da rea rural, cooperativas, instituies financeiras etc.

    Com a nova redao, torna-se expressa a possibilidade de alteraes de alquotas e bases de clculo no intuito de garantir tratamento favorecido para pequenas empresas, com menor porte, que certamente dispe de reduzido capital para os aportes compulsrios do sistema de seguro social, alm de estarem mais expostas s flutuaes de demanda.

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    Da mesma forma se fala em alteraes da hiptese de incidncia previdenciria devido a condio estrutural do mercado de trabalho, o que nos traz a possibilidade de redues de alquotas, tendo em vista a melhoria do emprego, estimulando s empresas a uma maior contratao de pessoal.

    d) Essa norma expressamente prevista no art. 194, pargrafo nico, VII da Constituio. A redao atual desse inciso foi dada pela Emenda Constitucional n. 20/98, a qual inseriu os aposentados na administrao da seguridade. Este o item correto.

    A atual Constituio brasileira adotou a gesto democrtica da seguridade social. Nada mais natural que as pessoas diretamente interessadas na seguridade participem de sua administrao. A participao das empresas tambm se justifica, na medida em que essas entidades so responsveis, em parte, pelo custeio securitrio. As medidas de ajuste na cotizao patronal certamente trazem repercusses na atividade produtiva do Pas, e as consideraes dos empregadores so fundamentais, antes de qualquer alterao das regras existentes.

    Essa participao atualmente realizada por meio do Conselho Nacional de Previdncia Social CNPS, rgo superior de deliberao colegiada, que tem como membros (art. 3o da Lei no 8.213/91, com redao dada

    pela Lei no 8.619, de 5/01/93):

    I seis representantes do governo federal;

    II nove representantes da sociedade civil, sendo:

    a) trs representantes dos aposentados e pensionistas,

    b) trs representantes dos trabalhadores em atividade,

    c) trs representantes dos empregadores.

    Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes so nomeados pelo Presidente da Repblica, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de 02 (dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma nica vez.

    Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos empregadores e seus respectivos suplentes sero indicados pelas centrais sindicais e confederaes nacionais.

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    O CNPS rene-se, ordinariamente, uma vez por ms, por convocao de seu presidente, no podendo ser adiada a reunio por mais de 15 dias, se houver requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros.

    Alm da reunio ordinria, cabvel a convocao de reunio extraordinria pelo presidente do CNPS ou a requerimento de um tero de seus membros, de acordo com o seu regimento interno.

    Existe ainda uma espcie de estabilidade provisria no emprego concedida a alguns componentes do CNPS, representantes dos trabalhadores em atividade, incluindo suplentes, da nomeao at um ano aps o trmino do mandato de representao, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada atravs de processo judicial.

    Compete ao Conselho Nacional de Previdncia Social CNPS:

    I estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decises de polticas aplicveis previdncia social;

    II participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gesto previdenciria;

    III apreciar e aprovar os planos e programas da previdncia social;

    IV apreciar e aprovar as propostas oramentrias da previdncia social, antes de sua consolidao na proposta oramentria da seguridade social;12

    V acompanhar e apreciar, atravs de relatrios gerenciais por ele definidos, a execuo dos planos, programas e oramentos no mbito da previdncia social;

    VI acompanhar a aplicao da legislao pertinente previdncia social;

    VII apreciar a prestao de contas anual, a ser remetida ao Tribunal de Contas da Unio, podendo, se for necessrio, contratar auditoria externa;

    VIII estabelecer os valores mnimos em litgio, acima dos quais ser exigida a anuncia prvia do procurador-geral ou do presidente do INSS para formalizao de desistncia ou transigncia judiciais;

    IX elaborar e aprovar seu regimento interno.

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    De modo a realizar suas incumbncias, os rgos governamentais devem prestar toda e qualquer informao necessria ao adequado cumprimento das competncias do CNPS, fornecendo inclusive estudos tcnicos, alm de encaminhar ao CNPS, com antecedncia mnima de dois meses do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta oramentria da previdncia social devidamente detalhada.

    Mais recentemente, o Decreto no 4.874/2003 instituiu os Conselhos de Previdncia Social, como unidades descentralizadas do Conselho Nacional de Previdncia Social CNPS, funcionando junto s Gerncias-Executivas do INSS ou s Superintendncias Regionais (art. 1o). Esse ato normativo pretende efetivar a participao da sociedade na gesto previdenciria, a qual, no obstante a previso constitucional, tem sido de rarefeita concretizao.

    e) Somente os benefcios que substituem a renda mensal do trabalhador no podero ser inferiores a um salrio mnimo. H benefcios que no possuem essa funo, como o salrio-famlia e o auxlio-acidente e, portanto, podero ser inferiores ao mnimo (Art. 201, 2, CRFB/88).

    Excepcionalmente, o auxlio-doena poder tambm ser inferior ao salrio mnimo, desde que o segurado tenha ficado somente incapacitado para uma de suas atividades, e somando-se do benefcio em razo desta com a remunerao das demais, tenha o mnimo.

    37- Em relao s contribuies sociais, podemos afirmar que:

    a) So isentas da contribuio para a seguridade social as entidades beneficentes de assistncia social que comprovem, exclusivamente, a inexistncia de fins lucrativos.

    b) A contribuio social devida pela empresa sobre a folha de salrios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servio, mesmo sem vnculo empregatcio, e a contribuio social do trabalhador e dos demais segurados da previdncia social, esto vinculados, exclusivamente, ao pagamento de benefcios do regime geral de previdncia social.

    c) A contribuio social do trabalhador autnomo incide sobre o valor total do rendimento auferido no ms, em decorrncia da falta de contribuio do empregador.

    d) A contribuio social do produtor rural eqivale a percentual incidente sobre a sua produo, em substituio contribuio incidente sobre a folha de salrios, inclusive do empregado.

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    e) Os rgos pblicos federais so imunes incidncia da contribuio social sobre a folha de pagamento e demais rendimentos do trabalho.

    Gabarito: B

    a) Apesar de tratar-se de uma imunidade, a dispensa constitucional do pagamento de contribuies sociais pelas entidades beneficentes de assistncia social geralmente tratada como iseno pela legislao previdenciria, que repete a literalidade da Constituio (Art. 195, 7).

    O art. 195, 7 trata de um caso de imunidade, no obstante fazer o uso do termo iseno, posto que quando a Constituio desonera algum de pagar um tributo estar ela tratando de imunidade e no se iseno.

    Observem que a prpria lei previdenciria nomeia esse benefcio de forma pouco tcnica, como sendo iseno (para efeito de prova em previdencirio, voc pode aceitar tanto imunidade como iseno por causa disso).

    Essa imunidade diz respeito s entidades beneficentes de assistncia social, desde que atendam os requisitos previstos em lei. Da resulta um srio questionamento, quanto a que tipo de lei dever ser utilizado, se o art. 55 da lei 8212/91, alterado pela lei 9732/98, onde se estipulou requisitos rigorosos como o trabalho exclusivo gratuito com pessoas carentes e necessitadas, ou o art. 14 do Cdigo Tributrio Nacional.

    A doutrina majoritria defende ser necessrio que os requisitos sejam previstos em lei complementar, ou seja, no art. 14 do Cdigo Tributrio Nacional, sendo tal concluso oriunda da combinao da previso do art. 195, 7 com o art. 146, II da Constituio Federal, onde est colocado caber a lei complementar regular as limitaes ao poder de tributar, que seria o caso de uma imunidade.

    Essa discusso foi levada ao Supremo Tribunal Federal, que a princpio, em sede de liminar em ADIn, adotou esse entendimento, ao colocar que quando se esteja diante de uma imunidade condicionada, que exige a observncia de requisitos em lei, essa dever ser complementar em razo do art. 146, II, devendo ser aplicado o art. 14 do Cdigo.

    Por outro lado, o STF entendeu que nada impede que uma lei ordinria estipule os requisitos meramente formais de funcionamento dessas entidades beneficentes, e por isso somente o art. 55, III da lei 8212/91 est com sua eficcia suspensa.

    Resumindo a questo, de acordo com o STF: nenhuma lei pode restringir ou limitar uma imunidade, j que prevista na CF. excepcionalmente, quando a prpria CF pede lei (como no caso do art.

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    195, 7), a lei complementar, devido ao art. 146, II, salvo com relao a requisitos meramente formais de organizao e funcionamento da entidade, que podem ser previstos em lei ordinria.

    Por isso os demais requisitos do art. 55 da Lei 8212/91 continuam vlidos.

    b) Trata-se de reproduo fiel do art. 167, XI da Constituio, que vincula a arrecadao dessas contribuies sociais de modo exclusivo previdncia social. Por isso podemos at cham-las de contribuies previdencirias (Art. 195, I, a e II, CRFB/88).

    Observem que as demais contribuies sociais, como a COFINS, podem ser utilizadas em qualquer segmento da seguridade, inclusive a prpria previdncia. este o item correto.

    Lembre-se que o que qualifica a contribuio social da seguridade social justamente sua vinculao e esse fim constitucional.

    c) Na verdade, a contribuio do trabalhador autnomo, enquadrado como contribuinte individual - CI, sobre o seu salrio-de-contribuio, que possui limite mximo, e por isso, no a totalidade dos rendimentos (art. 9, V c/c 214, RPS).

    Por exemplo, caso um contribuinte individual receba R$ 5.000,00 no ms, contribuir com 20% de R$ 2.668,15, que o teto. Atualmente, se esse CI presta servios a empresa, a contribuio cai para 11% e atualmente recolhida pela prpria empresa (Lei n. 10666/03, art. 4).

    d) A contribuio produtor rural, na qualidade de empresa, realmente incide sobre a comercializao de sua produo, mas isto somente substitui a cota patronal, ou seja, os 20% sobre a totalidade das remuneraes pagas, devidas ou creditas a empregados e avulsos e o seguro de acidentes do trabalho (art. 201, IV, RPS).

    J a contribuio dos empregados do produtor rural deve ser descontada e repassada normalmente ao INSS, independente da substituio de parcela da cota patronal (art. 201, 17, RPS). Lembre-se que uma coisa contribuio de empresa, j outra coisa a contribuio do trabalhador...

    O produtor rural, pessoa fsica (PRPF) ou jurdica (PRPF), no so segurados especiais, por trabalhar sem empregados, em regime de economia familiar.

    Para ns, o PRPF ou PRPJ so aqueles produtores (mesmo pequeno produtor) que se utilizam de mo-de-obra remunerada, e por isso so qualificados como CI, alm de serem, tambm, empresas.

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    Sobre a contribuio de CI, aplica-se a regra geral, isto , contribuio de 20% sobre seu salrio-de-contribuio, cabendo a reduo para 11%, j que presta servio para empresa (que dele mesmo!).

    J o problema vem com a cota patronal (lembre-se, como comentamos, as contribuies substitutivas somente atingem a cota patronal).

    Como empresa (equiparado), esse PRPF contribui, em verdade, com 2,0% + 0,1% (SAT seguro de acidentes do trabalho), totalizando 2,1%, sobre a receita bruta proveniente da comercializao de sua produo rural. Se PRPJ, paga 2,5% + 0,1% de SAT.

    Esse pagamento de 2,1% ou 2,6% sobre a receita bruta NO uma contribuio A MAIS do PRPF ou PRPJ, mas sim uma contribuio SUBSTITUTIVA, que paga EM VEZ de pagar-se a contribuio de 20% sobre a remunerao de empregados e avulsos + SAT.

    Por exemplo, um PRPF ou PRPJ tem 5 empregados, cada um recebendo R$ 1000,00. Ora, qualquer empresa teria de recolher sobre o total da folha (R$ 5.000,00) o percentual de 20% + SAT. O PRPF e PRPJ no!

    Em vez disso, ele, PRPF, paga 2,1% (ou 2,6% se PRPJ) sobre a receita bruta da venda de sua produo. Mas se no vender nada no ms? No paga!

    Todavia, CUIDADO! Por bvio, o PRPF e PRPJ so OBRIGADOS a reter e recolher a contribuio DEVIDA PELOS EMPREGADOS Previdncia social (no exemplo dado, 9% de cada um deles). O que substitudo somente a COTA PATRONAL.

    Mas, CUIDADO novamente, pois somente PARTE da cota patronal substituda!

    Como vimos acima, somente a contribuio de 20% sobre a remunerao de empregados e avulsos + SAT substituda, permanecendo as demais.

    Por exemplo, se o PRPF ou PRPJ contratam um veterinrio (CI) para uma consulta de seu boi reprodutor, pagando R$ 3000,00 ao veterinrio CI. O que acontece?

    O PRPF e PRPJ, como empresa, tero de recolher 20% de R$ 3.000,00. Ou seja, nada mais do que a regra geral! Toda empresa que contrata CI tem de recolher 20%!

    e) Toda pessoa, seja fsica ou jurdica, de direito privado ou pblico, pode ser enquadrada no conceito previdencirio de empresa (art. 12, RPS). Lembre-se que a imunidade recproca diz respeito to somente a impostos (art. 150, VI, a, CRFB/88).

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    38- Quanto s instituies de previdncia privada, podemos afirmar que:

    a) vedado, salvo na qualidade de patrocinador, o aporte de recursos da Unio a entidade de previdncia privada.

    b) Podem ser divididas em instituies de previdncia privada fechada, aberta ou mista.

    c) Tm por finalidade a complementao dos benefcios do regime geral de previdncia social ao qual se encontram vinculados.

    d) So constitudas obrigatoriamente em forma de fundaes.

    e) A observncia pela instituio de previdncia privada do equilbrio atuarial dispensvel se observado o equilbrio financeiro.

    Gabarito: A

    a) o que determina o art. 202, 3 da Constituio, com a redao dada pela EC n. 20/98. Em verdade, a restrio no somente para a Unio, mas tambm aos Estados, Distrito Federal e Municpios, suas autarquias, fundaes, empresas pblicas, sociedades de economia mista e outras entidades pblicas.

    Isto , regra geral, a funo do Poder Pblico na previdncia complementar a de fiscalizar e normatizar o funcionamento do setor, mas nunca colocar dinheiro.

    A nica ressalva, justamente, a hiptese de patrocnio de fundos de penso, quando o Poder Pblico (Administrao Direta ou Indireta) poder ento ingressar com recursos, mas nunca em contribuio superior ao do participante.

    Sobre a diviso da previdncia brasileira, ver quadro da aula zero do Curso on-line de previdencirio, que aberta.

    b) A diviso pode ser feita em sociedades abertas ou fechadas, de acordo com a clientela protegida: um crculo restrito de empregados de determinada empresa tutelado por entidade fechada, enquanto um plano de previdncia disponvel a qualquer pessoa de natureza aberta.

    As entidades abertas so fiscalizadas pela SUSEP, enquanto as fechadas so de incumbncia da Secretaria de Previdncia Complementar, rgo do MPAS. No existem sociedades mistas. A legislao relativa a LC 109 e 108, ambas de 2001.

    c) Na verdade, apesar do nome previdncia complementar, esse segmento no tem qualquer vnculo com o RGPS, de modo que a

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    concesso de benefcios do sistema privado independe do sistema oficial (Art. 68, 2, LC 109/01).

    Isto , pode uma pessoa, perfeitamente, obter uma complementao de aposentadoria do regime complementar mesmo que ainda no esteja aposentada pelo regime geral RGPS.

    d) As entidades fechadas organizar-se-o sob a forma de fundao ou sociedade civil, sem fins lucrativos (Art. 31, 1, LC 109/01), j as entidades abertas so constitudas unicamente sob a forma de sociedades annimas (art. 36, LC 109/01).

    e) semelhana do RGPS, Tanto o equilbrio atuarial como o financeiro devem ser observados pela entidade. Na verdade, qualquer sistema previdencirio, independente de previso expressa, deve constar com o equilbrio entre receitas e despesas (financeiro) e a correlao adequada das peculiaridades da massa de pessoas protegidas e os pressupostos atuariais do sistema, como cotizao compatvel e limites de idade (equilbrio atuarial).

    O prprio art. 201, caput da Constituio coloca que o regime geral ser de carter contributivo e compulsrio, devendo ser observados critrios que mantenham o equilbrio financeiro e atuarial.

    O equilbrio financeiro nada mais do que buscar no gastar mais do que se arrecada, ou seja compatibilizar os gastos com os recursos financeiros disponveis, e o equilbrio atuarial relaciona-se com a aturia, que a cincia do seguro, sendo entendido como equilbrio de massa, isto , trata-se de um dimensionamento de nvel de contribuies necessrias para manter os compromissos futuros assumidos pelo sistema protetivo.

    Ou seja, uma compatibilizao entre o plano de benefcios e o de custeio. Esse equilbrio atuarial tambm possui uma vertente dinmica, ou seja, o gestor do sistema dever acompanhar passo-a-passo esse equilbrio, atravs do uso de tcnicas de aturia, uma vez que as premissas utilizadas para a formulao do equilbrio so suscetveis de mudanas com o decurso do tempo.

    Em geral, esse equilbrio ir ocorrer ou pela majorao da contribuio paga, ou pela ampliao dos requisitos de elegibilidade para o benefcio ou pela diminuio dos mesmos, e no Brasil esse equilbrio necessrio, pois adota regime de financiamento conhecido como repartio simples que marcado pelo chamado pacto intergeracional, onde a gerao atual custeia para sustentar a gerao passada.

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    39- Em relao aos benefcios do regime geral de previdncia social, podemos afirmar que:

    a) O benefcio de auxlio acidente devido ao segurado que sofre acidente de qualquer espcie, enquanto permanecer afastado do trabalho.

    b) O benefcio de auxlio doena devido ao segurado a ttulo de indenizao, para custeio de despesas mdicas.

    c) O benefcio de auxlio recluso devido apenas ao segurado considerado de baixa renda.

    d) O salrio famlia benefcio de natureza trabalhista pago pela previdncia social e reembolsado pela empresa.

    e) O segurado de baixa renda faz jus aos benefcios da previdncia social independentemente de contribuio.

    Gabarito: C

    a) O auxlio acidente benefcio de natureza indenizatria, sendo devido somente ao segurado empregado, avulso ou segurado especial quando este apresente seqela decorrente de acidente (art. 104, RPS).

    Todavia, a seqela dever trazer, como conseqncia, a reduo da capacidade laborativa, do contrrio no haver o benefcio.

    Esse benefcio no pago durante o afastamento do segurado, mas justamente ao contrrio, quando retoma as suas atividades, com a seqela resultante do acidente.

    A idia a seguinte: o segurado sofre um acidente, que gera incapacidade: receber o auxlio-doena enquanto estiver incapacitado, mas, ao ter alta, se, em razo do acidente (1), ficar com uma seqela definitiva (2), que lhe reduza a capacidade laborativa (3), ter direito ao auxlio-acidente, desde que seja segurado empregado, avulso ou especial.

    Imaginem, por exemplo, um empregado que atropelado (mesmo fora do trabalho), que, aps a alta, fica com dificuldades permanentes de locomoo. Como, no exemplo, ele trabalha gerenciando estoque, tem uma evidente reduo da capacidade laborativa, pois sua atividade habitual locomovendo-se todo o tempo. Como no est invlido (j que a incapacidade somente parcial), ter direito ao benefcio indenizatrio, que o auxlio-acidente.

    b) O auxlio doena devido a qualquer segurado que se incapacitar temporariamente para o trabalho por perodo superior a 15 dias. A

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    incapacidade pode ser decorrente de acidente ou de doena (art. 71, RPS).

    A sade no tem correlao com a previdncia social. As despesas mdicas so custeadas pelo SUS. Ver aula zero do curso terico sobre a diferena entre previdncia e sade.

    c) o item correto. Trata-se de disposio expressa da Constituio, com a redao dada pela EC n. 20/98. Assim como o salrio famlia, o auxlio recluso restrito aos dependentes do segurado de baixa renda (art. 201, IV, CRFB/88).

    Apesar da redao imperfeita, j que no o segurado de baixa renda preso que faz jus ao benefcio, mas sim seus dependentes, o item a melhor opo da questo.

    d) Apesar da origem do salrio-famlia ser realmente de natureza trabalhista, ele atualmente pago pela previdncia social, tendo portanto carter previdencirio, semelhana do salrio maternidade (art. 201, IV, CRFB/88).

    Com relao aos empregados, a empresa paga o benefcio, mas deduz da guia de recolhimento, mediante procedimento denominado de reembolso (e no compensao). Para os avulsos, o benefcio pago pelo sindicato ou OGMO, mediante convnio com o INSS, enquanto para os aposentados, pago junto com a aposentadoria.

    e) Evidentemente incorreta, pois a previdncia social tem natureza contributiva, devendo todo e qualquer segurado realizar suas contribuies, ao contrrio do que ocorre na sade e na assistncia social (art. 201, caput, CRFB/88).

    40- Quanto aos benefcios previdencirios, aponte a afirmao correta.

    a) permitida a adoo de requisitos e critrios diferenciados para a concesso de aposentadoria aos beneficirios do regime geral de previdncia social.

    b) A gratificao natalina dos aposentados e pensionistas ter por base a mdia dos ltimos doze benefcios recebidos em cada ano.

    c) O auxlio acidente, por substituir o salrio de contribuio, no poder ser pago com valor inferior ao salrio mnimo.

    d) assegurado o reajustamento dos benefcios para preservar-lhes, periodicamente, o valor real virtual, conforme critrios definidos em lei.

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    e) Nenhum benefcio que substitua o salrio de contribuio ou o rendimento do trabalho do segurado ter valor mensal inferior ao salrio mnimo.

    Gabarito: E

    a) A Constituio, com a redao dada pela EC n. 20/98 ao art. 201, 1, veda textualmente a adoo de requisitos e critrios diferenciados para a concesso de aposentadoria aos beneficirios do regime geral de previdncia social.

    A restrio no se aplica aos trabalhadores submetidos a condies especiais de trabalho, isto , sujeitos a agentes nocivos, percipientes da aposentadoria especial.

    Com a EC 47/05, a nova redao desse pargrafo inclui, entre os segurados que podero gozar de regras diferenciadas de aposentadoria, os portadores de deficincia, alm da previso original direcionada cujas atividades sejam exercidas sob condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica.

    A alterao semelhante feita no art. 40, 4 da Constituio, sendo que aqui no se incluem as atividades de risco, pois a insero destas foi feita visando os policiais, que, por exercerem cargos pblicos, so includos em RPPS. Ainda se exige lei complementar para a regulamentao desse benefcio diferenciado, lembrando que, com relao ao trabalho submetido condies especiais, com exposio a agentes nocivos, continuam vlidos os arts. 57 e 58 da Lei n 8.213/91, que so dotados de status de lei complementar. A aposentao diferenciada do deficiente que ainda carece de regulamentao.

    b) A base do abono anual, que a gratificao natalina dos aposentados e pensionistas do RGPS, tem por base os proventos do ms de dezembro, semelhana do 13 salrio (art. 201, 6, CRFB/88).

    O art. 201, 6 trata do chamado abono anual, que nada mais do que o 13 pago pela Previdncia Social, sendo o mesmo calculado com base nos proventos referentes ao ms de dezembro. Por exemplo, se o indivduo se aposenta no meio do ano, o mesmo receber o abono equivalente a 6/12 dos proventos de dezembro.

    c) Justamente por no substituir o salrio-de-contribuio do trabalhador que esse benefcio poder ser inferior ao salrio mnimo. Lembre-se que o segurado recebe o auxlio acidente mesmo aps o retorno a sua atividade habitual, acumulando-o com sua remunerao.

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    d) A previso constitucional determina a correo dos benefcios para a manuteno do seu valor real, compensado-se a perda de seu poder aquisitivo, e no o valor real virtual.

    O assunto tratado no art. 41 da Lei 8213/91, sendo que a mesma lei no determina o ms que ser adotado para a correo do benefcio, contudo, orienta que essa correo dever ocorrer no mesmo ms em que haja a correo do salrio-mnimo, no fazendo nenhuma meno a adoo de ndices iguais.

    Ainda, com relao a correo do salrio-mnimo, a lei tambm no fixa qual seja o ms de correo. Dessa forma, no mais existe o direito adquirido a manuteno de benefcio equivalente a determinado quantitativo de nmero de salrios mnimos, uma vez que os benefcios no so necessariamente corrigidos com o mesmo ndice aplicado ao salrio-mnimo, posto que a partir da regulamentao da lei 8213/91 esse direito se perdeu, conforme estipulado no art. 58 dos Atos das Disposies Constitucionais Transitrias.

    e) o item correto. Reproduz literalmente o art. 201, 2 da Constituio.

    EXERCCIOS PROPOSTOS:

    1) Em relao ao direito da seguridade social e a seus princpios prprios, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA (CESPE/UnB, adaptada).

    a) O direito da seguridade social, detentor de reconhecida autonomia em relao a outros ramos da cincia jurdica e situado no mbito do direito pblico, tem como fontes formais a Constituio, as leis complementares e ordinrias, os decretos e outros atos normativos expedidos pelo Poder Executivo.

    b) Quando mais de uma norma previdenciria for aplicvel mesma situao de fato, ensejando a concesso de benefcios, prevalecer a que menos custos acarrete previdncia social.

    c) Se admite o uso da analogia ou da eqidade no mbito do direito da seguridade social, para fins de definio de hipteses suscetveis de autorizarem a concesso de benefcios previdencirios, j que o princpio da reserva legal atribui tal funo ao exclusivo juzo do legislador ordinrio, de acordo com as regras e os princpios que orientam o sistema.

    d) As contribuies sociais destinadas ao custeio da seguridade social apenas sero exigveis no exerccio seguinte ao da publicao da lei que as houver institudo ou modificado, de acordo com o princpio da anualidade, que limita o poder de tributar.

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    e) Na hiptese de contradio entre dispositivo da Lei n. 8213/91, que trata dos Planos de Benefcios da Previdncia Social, e preceito inserido no decreto que a regulamentou, ser aplicvel a norma mais favorvel ao interesse da autarquia previdenciria.

    Gabarito: A

    a) O direito previdencirio, ou como preferem outros, o direito da seguridade social, tem sua autonomia didtica reconhecida de modo amplamente majoritrio, j que dotado de princpios e conceitos prprios.

    Doutrinariamente, alguns consideram esse ramo do direito como oriundo do segmento de direito pblico, enquanto outros o enquadram no novo segmento do direito social, ao lado do direito do trabalho. Ambas as posies podem ser aceitas como corretas.

    As fontes formais do direito previdencirio, como qualquer outro ramo do direito, traduzem as origens das normas que contm o regramento legal da matria, as quais so previstas no somente na Constituio ou em leis, mas tambm em atos normativos elaborados a partir dos ditames constitucionais e legais.

    b) A questo trata do conflito aparente de normas, isto , a aparente contradio entre dois ou mais dispositivos legais aplicveis ao mesmo fato. Como o Ordenamento Jurdico deve ser dotado de coerncia interna, contradies so inadimissveis e, por isso, consideradas como aparentes.

    Caso haja a aparncia de contradio, a Cincia do Direito prev regras de resoluo de tais conflitos, como as que determinam que a lei mais nova revoga a mais antiga no que lhe for contrria, norma superior prevalece sobre a inferior e a lei especfica prevalece sobre a genrica.

    Desta forma, o conflito de normas no direito previdencirio seguir tais regras gerais, aplicveis a todo o direito, sendo absurda a previso existente na questo.

    c) O uso da analogia ou da eqidade so perfeitamente aceitveis no direito previdencirio, assim como nos demais ramos do direito, mas somente no preenchimento de lacunas do ordenamento jurdico (Art. 4, LICC).

    Assim, existindo norma expressa sobre o assunto, e essa deixando claro a ausncia de direito obteno do benefcio para determinado segurado, no poder o magistrado ignor-la e conceder a prestao baseado em critrios de equidade ou analogia.

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    Tal conduta contraria no somente o princpio da legalidade, mas tambm o princpio da preexistncia do custeio em relao ao benefcio ou servio (Art. 195, 5, CRFB/88).

    d) A questo determina que as contribuies sociais devem submeter-se a ao Princpio da Anterioridade, que veda a cobrana de tributos no mesmo exerccio financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (Art. 150, III, b, CRFB/88).

    Embora exista razovel consenso sobre a natureza tributria das contribuies sociais, essas exaes no se submetem ao Princpio da Anterioridade, mas sim a um vacatio legis especfico, de 90 dias (Art. 195, 6, CRFB/88).

    Ou seja, as contribuies sociais s podero ser exigidas aps decorridos noventa dias da data da publicao da lei que as houver institudo ou modificado. Esse prazo constitucional chamado pela doutrina de anterioridade nonagesimal, mitigada, previdenciria ou especial, apesar de no se tratar, tecnicamente, de anterioridade.

    A meno Anualidade tambm incorreta, j que essa, em sentido estrito, a mera autorizao oramentria para a cobrana do tributo, regra no recepcionada pela Atual Constituio, no sendo aplicvel a qualquer tributo.

    e) Como j dito na letra b desta mesma questo, o direito assume regras gerais para a resoluo de conflitos, como o conflito aparente de normas. Na questo ora proposta, a regra a ser utilizada, muito provavelmente, ser a prevalncia da lei especfica.

    Por exemplo, as Leis de custeio (Lei n. 8.212/91) e de benefcio (Lei n. 8.213/91) so ambas de mesma hierarquia, mas tratam de assuntos diferenciados. Caso haja contradio entre norma referente a algum benefcio, dever prevalecer o previsto na Lei n. 8.213/91, que especfica sobre o assunto, ao contrrio da Lei n. 8.212/91.

    Perceba a prevalncia ir existir mesmo que seja desfavorvel ao INSS ou ao segurado, e por isso a questo claramente errada.

    A resoluo do conflito em favor do segurado, de acordo com o Princpio do in dubio pro misero, s justifica-se quando h conflito insanvel pelas regras j expostas, sendo somente a a questo decidida necessariamente em favor do beneficirio.

    2) Assinale a alternativa INCORRETA (CESPE/UnB, adaptada).

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    a) A Constituio da Repblica dispe que cabe lei complementar estabelecer normas gerais em matria de legislao tributria, especialmente, entre outros temas, acerca de prescrio e decadncia tributrias. Sendo indiscutvel a natureza tributria das contribuies sociais e sendo qinqenal o prazo decadencial definido no Cdigo Tributrio Nacional (CTN) para efeito da constituio do crdito tributrio, no deve, ento, ser afastada, por vcio de inconstitucionalidade, a aplicao do prazo decenal fixado em lei ordinria para a constituio do crdito tributrio relativo s contribuies sociais.

    b) A Constituio da Repblica chancelou a incidncia de duas contribuies sociais sobre idntica base de clculo, haja vista autorizar, no mbito das disposies gerais da seguridade social, a instituio de contribuio social incidente sobre o faturamento das empresas e, a par disso, recepcionar expressamente, no bojo das disposies constitucionais gerais, a contribuio para o Programa de Integrao Social (PIS).

    c) Considere a seguinte situao: dispe a Lei n. 7.689, de 15/12/1988:

    (...)

    Art. 6. A administrao e fiscalizao da contribuio social de que trata esta lei compete Secretaria da Receita Federal.

    (...)

    Art. 8. A contribuio social ser devida a partir do resultado apurado no perodo-base a ser encerrado em 31 de dezembro de 1988.

    Nessa situao, o artigo 8 inconstitucional.

    d) A Constituio da Repblica no permite que a Unio institua contribuio nova, no prevista no texto constitucional, por meio de medida provisria.

    e) A legislao tributria relativa receita para a seguridade social no alcanada pela limitao, decorrente de princpio constitucional, que veda a cobrana de tributos em relao a fatos geradores ocorridos antes do incio da vigncia da lei que os houver institudo ou aumentado.

    GABARITO: E

    a) Esta questo trata de um dos pontos mais problemticos da atualidade do direito previdencirio. De fato, a Constituio determina que as contribuies especiais, incluindo a as contribuies sociais, devem seguir as normas gerais fixadas em lei complementar sobre prescrio e decadncia (Art. 149, CF/88).

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    Tal lei complementar hoje, ainda que formalmente ordinria, o CTN. Este prev prazos decadenciais e prescricionais de 5 anos (Art. 173 e 174, CTN), enquanto a legislao previdenciria prev 10 anos (Art. 45 e 46, Lei n. 8.212/91).

    A grande maioria da doutrina tributria entende aplicvel o prazo do CTN, enquanto os da Lei n. 8.212/91 restariam inconstitucionais. Para segmento da doutrina previdenciria, o prazo aplicvel seria o de 10 anos, pois o lapso temporal da decadncia e da prescrio no se enquadrariam como norma geral.

    A questo ainda polmica e, a princpio, em provas de direito previdencirio, aconselhvel seguir-se o previsto nas normas previdencirias, ou seja, o prazo de 10 anos.

    b) Tal questo traz jurisprudncia do STF a respeito. Apesar de COFINS (art. 195, I, b, CF/88) e PIS (Art. 239, CF/88) incidirem sobre a mesma base-de-clculo, que o faturamento, em evidente bis in idem, ainda assim a cobrana vlida, pois tal imposio dupla foi criada pelo prprio Poder Constituinte Originrio, o qual no tem qualquer restrio na criao do novo Estado.

    O mesmo raciocnio aplicvel CSLL (Art. 195, I, c, CF/88) e o imposto de renda das empresas, que incide sobre a mesma base o lucro. Ambos os tributos tem sua cobrana vlida, apesar de identidade de bases-de-clculo.

    c) Esta questo tambm referente a ponto j pacificado pelo STF. As contribuies sociais, no obstante sua destinao seguridade social, no precisam, necessariamente, serem fiscalizadas e arrecadas por Ente Paraestatal, como o INSS, podendo ser realizada pela prpria Administrao Direta, por meio da Receita Federal.

    Definiu o STF que o importante o destino dos recursos, e no o sujeito ativo, isto , o agente responsvel pela exigncia do cumprimento da obrigao. Por isso a COFINS e CSLL, que a contribuio tratada nesta questo, so de incumbncia da Receita Federal, e no do INSS.

    J o artigo seguinte considerado inconstitucional por contrariar a anterioridade nonagesimal das contribuies sociais, que tem sua exigibilidade condicionada ao transcurso do prazo de 90 dias a partir da publicao de sua instituio ou modificao (Art. 195, 6, CF/88).

    d) A Constituio, de modo expresso, d a faculdade ao legislador de criar novas contribuies sociais, alm das definidas no texto constitucional. Contudo, tais tributos devem ser institudos, necessariamente, por meio de lei complementar (Art. 195, 4, CF/88).

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    De acordo com o entendimento do STF, a remisso feita pelo Art. 195, 4 ao Art. 154, I, ambos da Constituio, diz respeito, to somente, necessidade de lei complementar para a instituio da nova contribuio, no sendo cabvel os quesitos de inovao no fato gerador e base-de-clculo. A no-cumulatividade poder ser exigida, desde que a nova contribuio tenha natureza polifsica, incidente sobre valor

    agregado, como o ICMS e IPI.

    Como somente a lei complementar poder instituir a nova contribuio, a medida provisria no poder ser utilizada, j que esta no poder substituir lei complementar, ainda que existentes os requisitos de urgncia e relevncia (Art. 62, 1, III, CF/88).

    Apesar dessa vedao expressa somente ter sido criada pela EC n. 32/01, o STF j adotava esse entendimento.

    e) A questo trata da obedincia ao Princpio da Irretroatividade das leis, aplicvel a qualquer ramo do direito. Em princpio, as leis somente produzem efeitos para o futuro, em nome da segurana jurdica.

    Evidentemente, o objetivo aqui seria confundir o candidato, trazendo o Princpio da Irretroatividade ao invs do Princpio da Anterioridade, o qual excepcionado pela Constituio (Art. 195, 6, CF/88).

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    Aula I: Seguridade Social: Conceituao; Organizao e Princpios constitucionais; Legislao Previdenciria;

    Orientao dos Tribunais Superiores. 1) Assinale o item correto: a) vedado Unio instituir contribuio social em que se

    imponha a sujeio passiva dos partidos polticos, das entidades sindicais dos trabalhadores e das instituies de educao e de assistncia social sem fins lucrativos.

    b) Caso se apurasse, em outubro de 2004, a existncia de

    dbitos relativos a contribuies de um estado da Federao para com a seguridade social, ento no poderia ser transferida ao referido ente federativo a sua parcela de recursos do Fundo de Participao dos Estados e do Distrito Federal (DF).

    c) A renda lquida dos concursos de prognsticos no

    constitui receita da seguridade social, excetuando-se os valores destinados ao programa de crdito educativo.

    d) A contribuio incidente sobre o lucro das empresas deve

    ser disciplinada em lei complementar, haja vista a identidade entre as bases de clculo dessa contribuio e a do imposto incidente sobre a renda.

    e) Considere a seguinte situao hipottica: Em 20/03/2005, o

    presidente da Repblica editou medida provisria reduzindo a alquota da contribuio social a cargo das empresas, destinada seguridade social. Nessa situao, a contribuio somente ser devida em seu novo patamar a partir da converso da mesma em lei.

    Gabarito: B

    a) O item trata da imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituio. Est errada em virtude desta vedao

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    constitucional ser restrita a impostos, no existindo nenhum impedimento cobrana de contribuies sociais nas mesmas condies. Ainda, a vedao da norma constitucional citada restringe-se incidncia sobre o patrimnio, renda e servios, no necessariamente excluindo todas as possibilidades de tributao destas entidades. No confunda esta imunidade com a prevista no art. 195, 7 da CF, que referente a contribuies sociais, mas restrita s entidades beneficentes de assistncia social. Partidos polticos, assim como associaes, sindicatos, cooperativas e etc podem ser enquadradas como empresas para fins previdencirios, devendo recolher contribuies normalmente, sendo irrelevante no terem fins lucrativos. b) A questo dos Fundos de Participao dos Estados, DF e Municpios tratada na prpria Constituio. Em regra, no possvel a reteno de valores dos Fundos pela Unio, exceto nos casos de dvida destes Entes perante a Unio e ausncia de aplicao de recursos mnimos na sade (Art. 160, pargrafo nico, CF/88). Por isso a reteno dos valores do Fundo de Participao pode e deve ser feita, at a quitao do dbito previdencirio (Art. 56, Lei n. 8.212/91). c) A questo reproduo literal (sem o no) do art. 26 da Lei n. 8.212/91 e, portanto, incorreta.

    Os concursos de prognsticos so todo o tipo de jogo autorizado por lei, podendo ser pblicos ou privados. por exemplo, loteria esportiva, mega sena, corrida de cavalos, entre outros.

    A contribuio para a seguridade ir incidir sobre a

    receita desses concursos de prognsticos, e quando pblico, a sua incidncia ser de 100% da receita lquida, que consiste

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    no valor total, aps descontado o prmio, as despesas administrativas e o valor destinado ao CREDUC (programa de crdito educativo). Todavia, cabe ressaltar a distino feita pelo Regulamento da Previdncia Social, aprovado pelo Decreto n. 3.048/99 (art. 212, RPS).

    Para este ato normativo, quando se trata de apostas em prado de corridas ou sorteio de nmeros ou de quaisquer modalidades de smbolos, a contribuio de 5% sobre o movimento global, e no toda a receita lquida. Isto , Quando privado, a incidncia ser sobre 5% do movimento global de apostas, que um conceito anlogo ao de receita bruta. d) Esta questo aborda jurisprudncia j consolidada do STF, no sentido de que as contribuies sociais, todas elas, no necessitam de definio de fato gerador, contribuintes e base-de-clculo em lei complementar para sua posterior instituio por lei ordinria. Segundo o STF, esta exigncia constitucional diz respeito to somente aos impostos (Art. 146, III, a, CF/88), espcie tributria distinta das contribuies. Por isso qualquer contribuio social, incluindo a CSLL, pode ser instituda diretamente por meio de lei ordinria, a partir da previso constitucional. e) A medida provisria pode tratar de matria tributria, sendo sua validade de 60 dias, alm da possibilidade de uma nica reedio (art. 62, 3, CRFB/88). A questo nos faz lembrar de jurisprudncia do STF, a qual prev a contagem da anterioridade nonagesimal (art. 195, 6, CRFB/88) a partir da edio da primeira MP, e no do momento em que convertida em lei. Tambm traz a questo um ponto discutvel: a aplicao ou no do prazo de 90 dias reduo de contribuio social.

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    A Constituio determina que a contribuio criada ou modificada somente poder ser cobrada aps 90 dias de sua publicao (art. 195, 6, CRFB/88). A partir de interpretao literal, a reduo estaria implicitamente abrangida, j que modificao da contribuio.

    Todavia, como este vacatio visa atender ao Princpio da No-Surpresa, ou seja, no surpreender o sujeito passivo com nova contribuio ou aumento imediato da mesma, no teria sentido esperar 90 dias para sua reduo. A prpria anterioridade geral (art. 150, III, b, CRFB/88) somente fala em instituio e majorao de tributo, o que mais adequado.

    Por fim, a questo est incorreta a reduo de contribuio social tem aplicao de imediato. Na hiptese de aumento, a noventena comea a ser contada da publicao da MP, e no de sua converso em lei. 2) Assinale o item incorreto.

    a) Considerando que um segurado se aposentasse por invalidez com benefcio equivalente a R$ 480,00, sendo de R$ 80,00, poca, o valor do salrio-mnimo, ento, sendo elevado para R$ 180,00 o valor desse salrio-mnimo, o benefcio previdencirio no poderia ser inferior a R$ 1.080,00.

    b) A previdncia social, ou seguro social, organizada sob

    a forma de regime geral, de carter contributivo e de filiao obrigatria, observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial, e atender, nos termos da lei, e atende, entre outros eventos, cobertura dos eventos de doena, invalidez, morte e idade avanada.

    c) A previdncia complementar privada de ingresso

    facultativo, exclusivamente.

    d) A assistncia social no exige contribuio de seus beneficirios.

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    e) A sade o segmento mais abrangente da seguridade

    social.

    Gabarito: A a)

    A questo traz situao na qual o salrio mnimo foi reajustado em 125%, e pergunta se os demais benefcios sofrem o mesmo reajuste. A questo incorreta por inexistir vinculao do benefcio ao valor do salrio mnimo, como j ocorreu no passado. Atualmente, os benefcios previdencirios so corrigidos por meio de ndices preestabelecidos, como o INPC, ainda que inferiores ao aumento do salrio mnimo. Obviamente, se o benefcio de um salrio mnimo, este ser aumentado de acordo com o mnimo.

    Dessa forma, no mais existe o direito adquirido a manuteno de benefcio equivalente a determinado quantitativo de nmero de salrios-mnimos, uma vez que os benefcios no so necessariamente corrigidos com o mesmo ndice aplicado ao salrio-mnimo, posto que a partir da regulamentao da lei 8213/91 esse direito se perdeu, conforme estipulado no art. 58 dos Atos das Disposies Constitucionais Transitrias. b) A previdncia social uma espcie de seguro social, denominado social em razo de atender a sociedade contra os riscos sociais. Os riscos sociais so os infortnios que qualquer pessoa est sujeita ao longo de sua vida, como doenas, acidentes, invalidez, velhice etc. A idia simples: a pessoa contribui previdncia, e em razo dos recolhimentos feitos, passa a ter proteo contra estes riscos. uma idia muito similar ao seguro tradicional, como de um veculo, em que o proprietrio paga certo valor seguradora para ser indenizado em caso de sinistro. obvio que a previdncia social muito mais complexa que um mero seguro de carro, mas a comparao til para sua

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    compreenso, em especial para a visualizao que a previdncia social sistema protetivo necessariamente contributivo! Isto , para que uma pessoa venha a se aposentar, no basta ter a idade avanada, mas tambm comprovar um certo nmero de recolhimentos. Esta caracterstica normalmente ignorada pela maioria da populao, sendo por isso que muitas pessoas no obtm o benefcio solicitado. comum vermos um pobre velhinho que vai previdncia social solicitar uma aposentadoria e tem a mesma negada. Mas que injustia! Costuma-se dizer. Todavia, em muitos casos, o idoso requerente nunca contribuiu ao sistema e, portanto, no faz realmente jus a benefcio previdencirio (poder, como veremos, pedir um benefcio assistencial). Alm desta natureza contributiva, a previdncia social bsica tem outra caracterstica: obrigatria (compulsria)! A maioria das pessoas, mesmo tendo conhecimento do carter contributivo da previdncia, e mesmo sabendo de sua importncia para o futuro, tendem a deixar de lado o recolhimento previdencirio, gastando seu dinheiro em outras coisas, mais prioritrias, como casa prpria, carro, viagens etc. A previdncia sempre ficaria para segundo plano... Por isso o sistema obrigatrio. Qualquer pessoa que venha a iniciar uma atividade remunerada de natureza lcita estar vinculada, automaticamente, a algum regime previdencirio. Esta pessoa pode no querer isto, at mesmo no saber, mais ainda assim ter de recolher suas contribuies. Em razo desta obrigatoriedade de ingresso (que traz a obrigatoriedade de contribuio) que a contribuio social usualmente definida como tributo. Mas ento, o que a previdncia social? um seguro social coletivo, contributivo e em regra compulsrio contra os riscos sociais, infortnios da vida, como doena, velhice, acidentes etc. O item correto, por repetir o previsto no art. 201 da Constituio. c)

    A Previdncia Social um seguro coletivo, contributivo e em regra compulsrio contra riscos sociais, e por isso, em razo da contribuio paga, a pessoa ter cobertura contra os

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    chamados riscos sociais, que se dar por meio da concesso de benefcios. No Brasil, a Previdncia Social se divide em dois segmentos, que so os regimes bsicos e os regimes complementares.

    Alm dos regimes bsicos da previdncia brasileira (RGPS e RPPS), h ainda a possibilidade de qualquer pessoa ingressar na previdncia complementar, que de natureza facultativa. S entra quem quiser. Outra caracterstica importante da previdncia complementar sua autonomia frente aos regimes bsicos. Esta autonomia quer dizer o seguinte: o recebimento da complementao de aposentadoria independe da aposentadoria bsica. Logo, perfeitamente possvel algum receber uma complementao de aposentadoria sem efetivamente estar aposentado pelo RGPS ou RPPS. Por isso alguns autores at sugerem a mudana da terminologia previdncia complementar, pois nem sempre haver uma real complementao. d) Ao contrrio da previdncia social, a assistncia social segmento protetivo no contributivo. Basta ao indivduo comprovar sua condio de necessitado (art. 203, CF/88). O beneficirio direto, aquele que ir pedir o benefcio assistencial, no precisa comprovar qualquer tipo de recolhimento. Mas evidente que existem fontes de custeio para a manuteno da assistncia social, que so oriundas das contribuies sociais, arrecadadas de toda a sociedade (em outras aulas iremos abordar por completo as contribuies sociais). e) Assim como a assistncia social, a sade segmento da seguridade social que no exige contribuio, ou seja, qualquer um, a qualquer momento, pode se dirigir rede hospitalar pblica e requerer atendimento. A sade direito de todos e dever do Estado (art. 196 da Constituio).

    A sade alm de no-contributiva (mantida pelas contribuies sociais arrecadadas da sociedade), no tem

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    limitao de clientela. Qualquer um, do mais pobre ao mais rico pode se dirigir ao hospital pblico e obter atendimento. 03 - luz da Seguridade Social definida na Constituio Federal, julgue os itens abaixo (ESAF/2002): I. Previdncia Social, Sade e Assistncia Social so partes da Seguridade Social. II. A sade exige contribuio prvia. III. A Previdncia Social exige contribuio prvia. IV. A assistncia social possui abrangncia universal, sendo qualquer pessoa por ela amparada. a) Todos esto corretos. b) Somente I est incorreto. c) II e IV esto incorretos. d) I e II esto incorretos. e) III e IV esto incorretos. GABARITO: C

    O item I est correto, pois Previdncia Social, Sade e Assistncia Social so partes da Seguridade Social (art. 194, CF/88). a definio constitucional da seguridade social, criao do constituinte de 1988, proteo at ento inexistente no Brasil. Implicou a adoo do ideal do Estado do Bem-Estar Social (Welfare State). O item II, como vimos, em questo anterior, est incorreto, pois a sade, como segmento mais abrangente da seguridade social, no exige contribuio prvia. J o item III est correto, pois, como vimos, a Constituio prev, expressamente, a previdncia social como sendo contributiva (art. 201, caput, CF). Naturalmente, isso no impede a concesso de alguns benefcios sem contribuio, como a aposentadoria por invalidez quele que se acidenta no primeiro dia de trabalho.

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    O item IV incorreto, pois a assistncia social restringe-se aos necessitados. 04 - Com relao aos objetivos constitucionais da Seguridade Social, assinale a opo correta (ESAF/2002). a) Universalidade da base de financiamento. b) Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios. c) Irredutibilidade do valor dos servios. d) Eqidade na cobertura. e) Diversidade do atendimento. GABARITO: B

    A letra a incorreta pois confunde Universalidade cobertura e atendimento com Diversidade de base de financiamento.

    A universalidade de cobertura e atendimento estabelece que qualquer pessoa pode participar da proteo social patrocinada pelo Estado. Com relao sade e assistncia social, j foi visto que esta a regra. Porm, quanto previdncia social, por ser regime contributivo, , a princpio, restrito aos que exercem atividade remunerada. Mas, para atender ao mandamento constitucional, foi criada a figura do segurado facultativo.

    J a diversidade da base de financiamento prev que a base de financiamento da Seguridade Social deve ser o mais variada possvel, de modo que oscilaes setoriais no venham a comprometer a arrecadao de contribuies.

    A letra b a correta, pois expressa o princpio

    Seletividade e Distributividade na Prestao de Benefcios e Servios (art. 194, pargrafo nico, III, CF/88), o qual impe que algumas prestaes sero extensveis somente a algumas parcelas da populao, como, por exemplo, salrio-famlia (seletividade) e os benefcios e servios devem buscar a otimizao da distribuio de renda no pas, favorecendo as pessoas e regies mais pobres (distributividade).

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    A letra c incorreta, pois o princpio da irredutibilidade do Valor dos Benefcios (art. 194, pargrafo nico, IV, CF/88), o qual diz respeito a correo do benefcio, que deve ter seu valor atualizado de acordo com a inflao do perodo. A atualizao feita no mesmo ms do salrio-mnimo (maio), com ndice fixado por decreto.

    A letra d tambm incorreta, pois o princpio

    da equidade no custeio (art. 194, pargrafo nico, V, CF/88), sendo norma dirigida ao legislador, impe que este crie a contribuio de acordo com as possibilidades de cada um dos contribuintes, empresa e trabalhador. Por fim, a letra e tambm est incorreta, j que o princpio da Diversidade da base de financiamento, e no do atendimento. 05 - Assinale a opo correta entre as assertivas abaixo relacionadas gesto da Seguridade Social, nos termos da Constituio Federal (ESAF/2002). a) A gesto da Seguridade Social ocorre de forma centralizada, monocrtica, quadripartite. b) A gesto da Seguridade Social ocorre de forma descentralizada, monocrtica, quadripartite. c) A gesto da Seguridade Social ocorre de forma centralizada, colegiada, quadripartite. d) A gesto da Seguridade Social ocorre de forma descentralizada, colegiada, tripartite. e) A gesto da Seguridade Social ocorre de forma descentralizada, colegiada, quadripartite. GABARITO: E

    De acordo com a Constituio, a seguridade social guia-se pelo Princpio do Carter Democrtico e Descentralizado da Administrao (art. 194, pargrafo nico, VII, CF/88), visando a participao da sociedade da organizao e gerenciamento da seguridade Social, mediante gesto quadripartite, com participao dos trabalhadores, empregadores, aposentados e do governo.

    Os aposentados no constavam da redao original da CF,

    mas foram inseridos pela EC n 20/98.

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    Isto funciona nos rgos colegiados da seguridade, como

    o conselho nacional de previdncia social, o conselho de recursos da previdncia social etc (ver artigos 294 e seguintes do RPS). 06 - Pedro, menor carente, de 12 anos, e Paulo, empresrio bem-sucedido, de 21 anos, desejam participar de programas assistenciais (Assistncia Social) e de sade pblica (Sade). De acordo com a situao-problema apresentada acima, correto afirmar que (ESAF/2002): a) Pedro e Paulo podem participar da Assistncia Social. b) s Pedro pode participar da Sade. c) Pedro s pode participar da Assistncia Social. d) Paulo pode participar da Assistncia Social. e) Pedro e Paulo podem participar da Sade. GABARITO: E Como vimos, a Sade aberta a qualquer pessoa, independente de contribuio ou status scio-econmico. J a assistncia social restrita s pessoas necessitadas, embora seja tambm segmento que no exige contribuio de seus beneficirios. Por isso o gabarito letra e, pois qualquer pessoa pode participar da sade. No caso concreto dado, somente Pedro, menor carente, poderia postular alguma prestao da assistncia social. 07 - A respeito do financiamento da Seguridade Social, nos termos da Constituio Federal e da legislao de custeio previdenciria, assinale a opo correta (ESAF/2002). a) A pessoa jurdica em dbito com o sistema de seguridade social no pode contratar com o poder pblico.

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    b) A lei no pode instituir outras fontes de custeio alm das previstas na Constituio Federal. c) Pode-se criar benefcio previdencirio sem prvio custeio. d) As contribuies sociais criadas podem ser exigidas no ano seguinte publicao da lei. e) So isentas de contribuio para a seguridade social todas as entidades beneficentes de utilidade pblica federal. GABARITO: A

    A letra a a correta, pois reproduz o art. 195, 3 da CF/88, que prev que a pessoa jurdica em dbito com a Seguridade Social no poder contratar com o Poder pblico e nem receber qualquer tipo de benefcio, sendo esta regra aplicvel ao Poder Pblico como um todo.

    Todos os Entes Federativos, seja a administrao direta

    ou indireta, devem obedec-lo. Por exemplo, uma empresa pblica municipal, ao realizar uma licitao para contratar determinado servio, ir necessariamente exigir prova de regularidade fiscal para com a Seguridade Social dos licitantes, e esta prova ser feita por meio da apresentao de Certido Negativa de Dbito. Perceba que a restrio no se aplica na hiptese de contratao de pessoa fsica, mas somente pessoa jurdica. A letra b incorreta, pois contraria o disposto no art. 195, 4 da CF, que prev a competncia residual da Unio para instituir novas contribuies sociais. A nova contribuio, para ser criada, carece de lei complementar, inovao da FG e BC (somente frente s contribuies j existentes), e no-cumulatividade, se aplicvel.

    A letra c incorreta por contrariar o Princpio da Preexistncia do Custeio em Relao ao Benefcio ou Servio (art. 195, 5, CF/88), que visa atender ao equilbrio atuarial e financeiro do sistema securitrio. A letra d viola a regra da anterioridade nonagesimal, prevista no art. 195, 6 da CF, a qual prev que a cobrana de uma contribuio social somente poder ser feita aps o decurso de noventa dias da publicao da lei que institua ou

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    majore a contribuio, sendo uma exceo a regra da anterioridade tributria (art. 150, III, b, CF). A letra e tambm se encontra incorreta, pois a iseno (em verdade, imunidade) prevista no art. 195, 7 da CF deve atender aos requisitos previstos em lei, no sendo extensvel a toda e qualquer entidade de utilidade pblica. O reconhecimento como de utilidade pblica somente um dos requisitos formais a ser cumprido pela entidade (I), que ainda deve atender: II seja reconhecida como de utilidade pblica pelo respectivo Estado, Distrito Federal ou Municpio onde se encontre a sua sede; III seja portadora do Registro e do Certificado de Entidade Beneficente de Assistncia Social fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistncia Social, renovado a cada trs anos IV aplique integralmente o eventual resultado operacional na manuteno e desenvolvimento de seus objetivos institucionais, apresentando, anualmente, relatrio circunstanciado de suas atividades ao Instituto Nacional do Seguro Social; e V no percebam seus diretores, conselheiros, scios, instituidores, benfeitores, ou equivalentes, remunerao, vantagens ou benefcios, por qualquer forma ou ttulo, em razo das competncias, funes ou atividades que lhes so atribudas pelo respectivo estatuto social. VI esteja em situao regular em relao s contribuies sociais. O item relativo exclusividade de servios a pessoas carentes sem cobrana (art. 55, III, Lei 8212/91) foi suspenso pelo STF. 08 - A respeito da organizao e princpios constitucionais da Seguridade Social, assinale a opo incorreta (ESAF/2002). a) As contribuies sociais da empresa podem ter alquotas diferenciadas. b) O oramento da seguridade social dos entes federados descentralizados distinto do oramento da Unio.

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    c) Pode ser dada remisso para as contribuies sociais das empresas sobre a folha de salrios. d) A lei definir critrio de transferncia de recursos para o sistema nico de sade. e) Poder haver contribuio social do trabalhador sobre o lucro e o faturamento. GABARITO: E A letra a encontra-se correta, pois reproduz a regra do art. 195, 9 da CF, permite que as alquotas ou base de clculo das contribuies do art. 195, I, ou seja, as contribuies de empresa, sejam alteradas em razo da atividade econmica realizada ou da utilizao intensiva de mo-de-obra, do porte da empresa ou da condio estrutural do mercado de trabalho.

    importante observar que este dispositivo foi alterado pela EC 47/05, permitindo tambm a alterao em razo do porte da empresa ou da condio estrutural do mercado de trabalho. Exemplo deste tratamento diferenciado ns encontramos nas contribuies das empresas rurais, que tem bases-de-clculo diferenciadas (contribuem sobre a receita da produo).

    A letra b reproduz a idia do art. 195, 1 da CF, que prev que as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios destinadas seguridade social constaro dos respectivos oramentos, no integrando o oramento da Unio. Nada mais fala do que o bvio, pois os recursos que, por exemplo, o Estado de So Paulo ir investir na seguridade social s poderia mesmo constar do oramento do Estado de So Paulo.

    A letra c expe a regra do art. 195, 11 da CF,

    que veda a concesso de remisso e anistia das contribuies do empregado e da empresa sobre a folha de salrio e remuneraes em valor superior ao que venha a ser fixado em lei complementar.

    Estas duas contribuies so tipicamente previdencirias, posto que todas as contribuies sociais, em geral, visam o custeio da seguridade social, enquanto que

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    essas duas apenas so destinadas ao custeio do Regime Geral de Previdncia Social (art. 167, XI, CF).

    A inteno deste pargrafo a manuteno do equilbrio financeiro e atuarial, evitando-se dispensas exageradas de contribuies. Contudo, o limite dessa concesso de remisso no existe, posto no existir a lei complementar prevista. Ou seja, no tem relevncia prtica este dispositivo, mas aparece com freqncia em provas, em sua literalidade.

    A letra d fala do art. 195, 10 da Constituio. Os critrios de repasse dos recursos para utilizao na sade. O SUS (sistema nico de sade abordado na lei 8080/90.

    A letra e evidentemente errada, pois somente

    empresas tm contribuio sobre o faturamento e lucro, como se v no art. 195, I da CF. A contribuio dos trabalhadores, prevista no art. 195, II da CF, tem como base de incidncia o salrio-de-contribuio dos mesmos (art. 214, RPS).

    09 - A Sade direito de todos e dever do Estado; analise as assertivas abaixo, buscando a correta, nos termos da definio constitucional da Sade (ESAF/2002). a) A manuteno dos ndices do risco de doena e de outros agravos constituem garantia constitucional. b) O acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao constitui garantia constitucional. c) As aes e servios pblicos de sade integram uma rede regionalizada e hierarquizada, constituindo um sistema mltiplo. d) Atendimento integral, com prioridade para as atividades repressivas, sem prejuzo dos servios assistenciais, caracterstica da sade. e) O sistema nico de sade ser financiado, nos termos do art. 195, com recursos do oramento da Unio, dos Estados e dos Municpios.

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    GABARITO: B Esta ltima prova da ESAF que abordou a matria previdenciria teve uma estranha fixao com a sade, abordando o assunto em diversas questes, quando o tema no tem a menor relevncia para o cargo que se pretende selecionar. Isso infelizmente comum em Bancas que no tm tradio na matria, e, embora esperamos que haja melhoras neste concurso, aconselho a vocs que estudem os artigos da CF sobre sade, a partir do art. 196. A letra a incorreta, pois a CF prev que a sade direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo (e no manuteno) do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao (art. 196, caput, CF). A letra b a correta, sendo reproduo literal de trecho do artigo citado acima. A letra c incorreta pois as aes e servios pblicos de sade integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema nico (e no mltiplo) - SUS, conforme art. 198, CF. A letra d incorreta pois o SUS visa atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas (e no repressivas), sem prejuzo dos servios assistenciais (art. 198, II, CF). Por fim, a letra e est incorreta, pois o sistema nico de sade ser financiado, nos termos do art. 195 da CF, com recursos do oramento da seguridade social, da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, alm de outras fontes, e no somente com recursos da Unio, dos Estados e dos Municpios. 10 - Com relao forma com que as aes e servios de sade, em regra, so executados, assinale a opo incorreta em relao s instituies autorizadas a realiz-las (ESAF/2002):

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    a) Instituies privadas. b) Instituies pblicas. c) Instituies pblicas municipais. d) Empresas de capitais estrangeiros. e) Instituies privadas locais. GABARITO: D De acordo com o art. 199, 3 da CF, vedada a participao direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistncia sade no Pas, salvo nos casos previstos em lei. Ou seja, a atividade empresarial relativa sade livre iniciativa privada (tendo preferncia as entidades filantrpicas e as sem fins lucrativos), mas no para empresas estrangeiras. 11 - Ao Sistema nico de Sade (SUS) compete (ESAF/2002): a) executar procedimentos, produtos e substncias de interesse para a proteo dos desfavorecidos. b) ordenar a formao de recursos materiais na rea de assistncia. c) colaborar na proteo do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. d) proteo maternidade, especialmente gestante. e) proteo ao trabalhador em situao de desemprego involuntrio. GABARITO: C

    A abrangncia de aes do SUS tratada no art. 200 da CF, que prev, no inciso VIII, a colaborao na proteo do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

    A execuo de procedimentos, produtos e substncias de interesse para a proteo dos desfavorecidos, assim como a

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    ordenao da formao de recursos materiais na rea de assistncia so de incumbncia da assistncia social.

    A proteo maternidade, especialmente gestante, e a proteo ao trabalhador em situao de desemprego involuntrio so objeto de aes da previdncia social, de acordo com a CF (pela lei, o seguro-desemprego fica a cargo do Ministrio do Trabalho e Emprego).

    12 - luz da competncia constitucional da Previdncia Social, julgue os itens abaixo que so de competncia da Previdncia Social (ESAF/2002): I. cobertura dos eventos de doena, invalidez, morte e idade avanada. II. salrio-famlia e auxlio-recluso para os dependentes dos segurados de baixa renda. III. penso por morte do segurado, homem ou mulher, ao cnjuge ou companheiro e dependentes. IV. a promoo da integrao ao mercado de trabalho. a) Todos esto corretos. b) Somente IV est incorreto. c) I e II esto incorretos. d) I e III esto incorretos. e) III e IV esto incorretos. GABARITO: B O item I est correto, pois a previdncia social, em um conceito simples, uma espcie de seguro social, denominado social em razo de atender a sociedade contra os riscos sociais, que so justamente os citados na questo (entre outros). Como j vimos, a idia simples: a pessoa contribui previdncia, e em razo dos recolhimentos feitos, passa a ter proteo contra estes riscos. Isto , para que uma pessoa venha a se aposentar, no basta ter a idade avanada, mas

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    tambm comprovar um certo nmero de recolhimentos. Esta caracterstica normalmente ignorada pela maioria da populao, sendo por isso que muitas pessoas no obtm o benefcio solicitado. O item II tambm est correto, pois de acordo com o art. 201, IV da CF, a previdncia social conceder salrio-famlia e auxlio-recluso para os dependentes dos segurados de baixa renda. Esta limitao no existia desde 1988, mas foi criada pela EC n. 20/98. Atualmente, o conceito de baixa-renda aquele que recebe at R$ 623,44 por ms. um conceito provisrio, criado pela prpria EC 20/98, enquanto no vier a lei a definir um conceito definitivo de baixa-renda. Da mesma forma est correto o item III, pois se inclui entre as aes da previdncia social a concesso de penso por morte do segurado, homem ou mulher, ao cnjuge ou companheiro e dependentes, benefcio este que no pode ser inferior ao salrio-mnimo. A penso por morte benefcio concedido aos dependentes. J o item IV est errado, pois a promoo da integrao ao mercado de trabalho objetivo da assistncia social, e no da previdncia social (art. 203, III, CF). 13 - (INSS fiscal/98, UnB, adaptada) A respeito da seguridade social e de seus princpios informativos, assinale a alternativa incorreta.

    a) Seguridade Social um conjunto de princpios e normas destinado a estabelecer um sistema de proteo social aos indivduos contra contingncias que os impeam de prover as suas necessidades pessoais bsicas e de suas famlias, integrado por iniciativa dos poderes pblicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social.

    b) O princpio constitucional da universalidade da cobertura e do atendimento, que informa a organizao da seguridade social, corresponde ao ideal de que a todos ser sempre garantida igual cobertura diante da mesma contingncia ou circunstncia.

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    c) O princpio da irredutibilidade do valor dos benefcios objetiva preservar o respectivo poder aquisitivo, diante de contingncias da economia nacional.

    d) O princpio da preexistncia do custeio em relao ao benefcio ou servio no admite exceo, nem mesmo nas prestaes da assistncia social, para cujo acesso no h necessidade de qualquer contribuio por parte do segurado.

    e) O princpio da trplice forma de custeio estatui a obrigao dos entes pblicos, empregados e empregadores para a seguridade social.

    GABARITO: B A letra a traz, em outras palavras, a definio constitucional da seguridade social, a qual visa a liberdade do querer, ou seja, atender e toda e qualquer pessoa em todo momento de dificuldade. Para tanto, utiliza-se da previdncia social, assistncia social e sade. A letra b a incorreta, pois ao afirmar que a todos ser sempre garantida igual cobertura diante da mesma contingncia ou circunstncia, esquece-se da seletividade dos benefcios, como o pagamento de salrio-famlia somente aos trabalhadores de baixa renda. Todos sero amparados pela seguridade, mas isso no significa dizer que todos sero tratados da mesma forma! A letra c correta, pois define o princpio da irredutibilidade, em abordagem ampla, incluindo no somente a obrigao negativa da Unio de no reduzir o benefcio, mas tambm de corrigi-lo monetariamente. Aproveitando este assunto, o STF entendeu que a contribuio do servidor inativo e pensionista no viola o princpio da irredutibilidade, pois no h direito adquirido dos servidores inativos no-tributao. A letra d tambm correta, pois este princpio direciona toda a seguridade, j que mesmo para conceder-se benefcios assistenciais necessrio identificar-se a origem dos recursos.

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    Por fim, a letra e tambm est correta, pois a trplice forma de custeio prev a cotizao do Poder Pblico, no oramento fiscal, das empresas e dos trabalhadores. Insere-se na idia maior de diversidade da base de financiamento. 14 - Assinale a alternativa incorreta. a) A EC/20 ampliou a possibilidade de cobrana da contribuio sobre o faturamento, conhecida como COFINS, pois a nova redao do art. 195, I, b da Carta de 1988 fala em, hoje, em receita ou faturamento. b) A CSLL no pode ser cobrada em conjunto com o imposto de renda. c) As contribuies sociais devidas pelas empresas podero ter alquotas ou bases de clculo diferenciadas, em razo da atividade econmica ou da utilizao intensiva de mo-de-obra. d) Compete Justia do Trabalho executar, de ofcio, as contribuies sociais devidas pela empresa, em relao folha de pagamento, e as dos trabalhadores, alm de seus acrscimos legais, decorrentes das sentenas que proferir. e) Nenhum benefcio que substitua o salrio de contribuio ou o rendimento do trabalho do segurado ter valor mensal inferior ao salrio mnimo. GABARITO: B A letra a trata de tema polmico, pois, em tese, essa foi realmente a inteno da EC 20/98, mas para alguns, o conceito de faturamento, por ser indeterminado, j poderia ser equiparado ao de receita bruta mesmo sem a publicao da citada Emenda. Todavia, para efeitos de prova, aconselho que se entenda dessa forma, pois foi a inteno original do constituinte derivado. A letra b a incorreta, pois trata de questo j superada pelo STF, no sentido de que a contribuio social sobre o lucro lquido CSLL pode sim ser cobrada cumulativamente com o imposto de renda, sendo bis in idem constitucional.

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    A letra c, como j vimos, a previso do art. 195, 9 da CF. A letra d tambm reproduz o art. 114, VIII da CF. A idia a seguinte: o juiz do trabalho, ao determinar ao ex-empregador o pagamento de, por exemplo, salrios atrasados, deve tambm determinar o recolhimento das contribuies previdencirias devidas. A letra e tambm correta, lembrando que somente os benefcios que substituam o salrio de contribuio ou o rendimento do trabalho do segurado no podero ter valor inferior ao mnimo. Outros, como o salrio-famlia e o auxlio-acidente, podem ser inferiores ao salrio mnimo. 15 - Assinale a alternativa incorreta. a) A CRFB/88 veda a adoo de requisitos diferenciados para a concesso de aposentadoria, e, portanto, inconstitucional qualquer distino feita pela lei. b) A CRFB/88 determina a criao de um regime de previdncia complementar de natureza privada, o qual ser organizado de forma autnoma perante o regime geral, e ser facultativo. c) proibido todo tipo de trabalho ao menor de 16 anos, salvo na condio de aprendiz. d) A lei no poder estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuio fictcio. e)As contribuies oriundas das empresas, sobre a remunerao paga aos segurados, e as devidas pelos trabalhadores no podero ser utilizadas, em nenhuma hiptese, para a realizao de despesa distinta do pagamento de benefcios da previdncia social. GABARITO: A A letra a a incorreta, pois como prev a CF, no art. 201, 1, de fato vedada a adoo de requisitos diferenciados para a concesso de aposentadoria, mas h duas ressalvas: aqueles que trabalham com agentes nocivos, e os portadores de deficincia. Os trabalhadores sujeitos a agentes nocivos j possuem a aposentadoria especial, concedida depois de 15, 20 ou 25 anos

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    de trabalho. J os portadores de deficincia, inseridos aqui pela EC 47/05, ainda no possuem nenhum tratamento diferenciado, j que ainda no existe a lei complementar que trate do assunto. A letra b correta. Como j vimos, essa a previso expressa do art. 202 da CF, que assim determina a previdncia complementar, como autnoma, independente do RGPS, e de ingresso facultativo. A letra c tambm correta, pois reproduz a regra criada pela EC 20/98, que elevou a idade mnima para o trabalho de 14 para 16 anos, salvo para o aprendiz, a partir de 14 anos. A letra d tambm traz regra criada pela EC 20/98, que proibiu este tipo de contagem fictcia, que era muito comum com servidores e para algumas categorias do RGPS, como martimos, que tinham o ano reduzido. A letra e, apesar do aparente radicalismo, est correta, pois a previso do art. 167, XI da CF, que prev a destinao exclusiva das contribuies do art. 195, I, a e II da CF para custeio dos benefcios do RGPS. Por isso podemos cham-las de previdencirias. LISTA DAS QUESTES APRESENTADAS 1) Assinale o item correto:

    a) vedado Unio instituir contribuio social em que se imponha a sujeio passiva dos partidos polticos, das entidades sindicais dos trabalhadores e das instituies de educao e de assistncia social sem fins lucrativos.

    b) Caso se apurasse, em outubro de 2004, a existncia de dbitos relativos a contribuies de um estado da Federao para com a seguridade social, ento no poderia ser transferida ao referido ente federativo a sua parcela de recursos do Fundo de Participao dos Estados e do Distrito Federal (DF).

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    c) A renda lquida dos concursos de prognsticos no constitui receita da seguridade social, excetuando-se os valores destinados ao programa de crdito educativo.

    d) A contribuio incidente sobre o lucro das empresas deve ser disciplinada em lei complementar, haja vista a identidade entre as bases de clculo dessa contribuio e a do imposto incidente sobre a renda.

    e) Considere a seguinte situao hipottica: Em 20/03/2005, o presidente da Repblica editou medida provisria reduzindo a alquota da contribuio social a cargo das empresas, destinada seguridade social. Nessa situao, a contribuio somente ser devida em seu novo patamar a partir da converso da mesma em lei.

    2) Assinale o item incorreto.

    a) Considerando que um segurado se aposentasse por invalidez com benefcio equivalente a R$ 480,00, sendo de R$ 80,00, poca, o valor do salrio-mnimo, ento, sendo elevado para R$ 180,00 o valor desse salrio-mnimo, o benefcio previdencirio no poderia ser inferior a R$ 1.080,00.

    b) A previdncia social, ou seguro social, organizada sob a forma de regime geral, de carter contributivo e de filiao obrigatria, observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial, e atender, nos termos da lei, e atende, entre outros eventos, cobertura dos eventos de doena, invalidez, morte e idade avanada.

    c) A previdncia complementar privada de ingresso facultativo, exclusivamente.

    d) A assistncia social no exige contribuio de seus beneficirios.

    e) A sade o segmento mais abrangente da seguridade social.

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    03 - luz da Seguridade Social definida na Constituio Federal, julgue os itens abaixo (ESAF/2002): I. Previdncia Social, Sade e Assistncia Social so partes da Seguridade Social. II. A sade exige contribuio prvia. III. A Previdncia Social exige contribuio prvia. IV. A assistncia social possui abrangncia universal, sendo qualquer pessoa por ela amparada. a) Todos esto corretos. b) Somente I est incorreto. c) II e IV esto incorretos. d) I e II esto incorretos. e) III e IV esto incorretos. 04 - Com relao aos objetivos constitucionais da Seguridade Social, assinale a opo correta (ESAF/2002). a) Universalidade da base de financiamento. b) Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios. c) Irredutibilidade do valor dos servios. d) Eqidade na cobertura. e) Diversidade do atendimento. 05 - Assinale a opo correta entre as assertivas abaixo relacionadas gesto da Seguridade Social, nos termos da Constituio Federal (ESAF/2002). a) A gesto da Seguridade Social ocorre de forma centralizada, monocrtica, quadripartite. b) A gesto da Seguridade Social ocorre de forma descentralizada, monocrtica, quadripartite. c) A gesto da Seguridade Social ocorre de forma centralizada, colegiada, quadripartite. d) A gesto da Seguridade Social ocorre de forma descentralizada