75
JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed. Coleção Sinopses para Concursos DIREITO PREVIDENCIÁRIO Vol. 27 FREDERICO AMADO ATUALIZAÇÃO DA 8ª PARA 9ª EDIÇÃO Observação: Texto incluído: aparece em fonte colorida. Exclusão ou substituição de texto: aparecem em balões na lateral direita da página. Omissis – (...): indica que há texto sequencial que não foi alterado. Texto em fonte preta: texto existente na 8.ª edição. PÁG. 62 Ademais, a condição de acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada. Questão tormentosa e que vem gerando celeuma nos tribunais é saber se a mera incapacidade laborativa parcial ou mesmo temporária fazia nascer ou não o direito ao amparo assistencial. Isso porque, antes da Lei 12.470/2011, o deficiente era considerado na Lei 8.742/93 como o incapaz para o trabalho e a vida independente. Qual o entendimento do STJ sobre o assunto? A Constituição Federal prevê em seu art. 203, caput e inciso V a garantia de um salário mínimo de benefício mensal, independentemente de contribuição à Seguridade Social, à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Regulamentando o comando constitucional, a Lei n. 8.742/93 (Lei Orgânica da Seguridade Social), em seu art. 20, § 2º, assim dispunha: “Para efeito de concessão deste benefício, a pessoa portadora de deficiência é aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho.” A partir da edição das Leis n. 12.435/2011 e 12.470/2011, que trouxeram alterações à Lei n. 8.742/93, passou-se a exigir que a deficiência tivesse caráter mais duradouro, mas o diploma legal em comento não fixou o grau de incapacidade. Assim, com o objetivo de que esse dispositivo legal guarde perfeita sintonia com o espírito da norma magna, sem encurtar o seu alcance, deve ser ele interpretado, no que diz respeito à incapacidade, no sentido de considerar a deficiência física, para fins de reconhecimento do direito à Assistência Social, conjuntamente com outros aspectos relevantes, tais como, a condição profissional e cultural do Excluído: Pela negativa da concessão do benefício nesta hipótese, os precedentes mais recentes do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, a exemplo da APELREE no processo 2006.61.08010257-0, de 09.06.2009.¶ Por outro lado, o TRF da 5ª Região vem deferindo o benefício, mesmo na hipótese de incapacidade laborativa parcial, ou seja, apenas para alguns tipos de trabalho incompatíveis com a moléstia, a exemplo do julgamento da AC 200705990031685, de 03.06.2008.¶ Entende-se que a mera incapacidade laboral parcial não poderá conduzir à concessão do amparo assistencial, haja vista a exigência legal de incapacidade para o trabalho e vida independente, sendo possível o labor em atividades compatíveis com as restrições da pessoa, observadas as suas limitações.

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

Coleção Sinopses para Concursos

DIREITO PREVIDENCIÁRIO Vol. 27

FREDERICO AMADO

ATUALIZAÇÃO DA 8ª PARA 9ª EDIÇÃO

Observação: Texto incluído: aparece em fonte colorida.

Exclusão ou substituição de texto: aparecem em balões na lateral direita da página. Omissis – (...): indica que há texto sequencial que não foi alterado.

Texto em fonte preta: texto existente na 8.ª edição.

PÁG. 62

Ademais, a condição de acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o

direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada.

Questão tormentosa e que vem gerando celeuma nos tribunais é saber se a mera

incapacidade laborativa parcial ou mesmo temporária fazia nascer ou não o direito ao amparo

assistencial. Isso porque, antes da Lei 12.470/2011, o deficiente era considerado na Lei 8.742/93

como o incapaz para o trabalho e a vida independente.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

A Constituição Federal prevê em seu art. 203, caput e inciso V

a garantia de um salário mínimo de benefício mensal,

independentemente de contribuição à Seguridade Social, à

pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não

possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la

provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Regulamentando o comando constitucional, a Lei n. 8.742/93

(Lei Orgânica da Seguridade Social), em seu art. 20, § 2º, assim

dispunha: “Para efeito de concessão deste benefício, a pessoa

portadora de deficiência é aquela incapacitada para a vida

independente e para o trabalho.” A partir da edição das Leis n.

12.435/2011 e 12.470/2011, que trouxeram alterações à Lei n.

8.742/93, passou-se a exigir que a deficiência tivesse caráter

mais duradouro, mas o diploma legal em comento não fixou o

grau de incapacidade. Assim, com o objetivo de que esse

dispositivo legal guarde perfeita sintonia com o espírito da

norma magna, sem encurtar o seu alcance, deve ser ele

interpretado, no que diz respeito à incapacidade, no sentido de

considerar a deficiência física, para fins de reconhecimento do

direito à Assistência Social, conjuntamente com outros aspectos

relevantes, tais como, a condição profissional e cultural do

Excluído: Pela negativa da concessão do benefício nesta hipótese, os precedentes mais recentes do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, a exemplo da APELREE no processo 2006.61.08010257-0, de 09.06.2009.¶Por outro lado, o TRF da 5ª Região vem deferindo o benefício, mesmo na hipótese de incapacidade laborativa parcial, ou seja, apenas para alguns tipos de trabalho incompatíveis com a moléstia, a exemplo do julgamento da AC 200705990031685, de 03.06.2008.¶Entende-se que a mera incapacidade laboral parcial não poderá conduzir à concessão do amparo assistencial, haja vista a exigência legal de incapacidade para o trabalho e vida independente, sendo possível o labor em atividades compatíveis com as restrições da pessoa, observadas as suas limitações.

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beneficiário. Na hipótese, observa-se que o benefício foi negado

ao fundamento de que o beneficiário deveria apresentar

incapacidade absoluta, de sorte que não se permita ao

requerente do benefício o desempenho de qualquer atividade

da vida diária e para o exercício de atividade laborativa. Ocorre

que tal exigência não está prevista em lei, pois esta não

elenca o grau de incapacidade, não cabendo ao intérprete

a imposição de requisitos mais rígidos do que aqueles

previstos na legislação para a concessão do benefício.

REsp 1.404.019-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,

por unanimidade, julgado em 27/6/2017, DJe 3/8/2017.

PÁG. 64

Esse benefício não gerará gratificação natalina nem instituirá pensão por morte, tendo

índole personalíssima, devendo ser revisto, pelo menos, a cada dois anos, para ser verificada se

as condições de concessão persistem, podendo ser cassado a qualquer momento, desde que

não mais satisfeitas às condições legais (caráter precário).

Qual o entendimento da TNU sobre o assunto?

De acordo com a TNU, “nada obstante se trate de benefício de

natureza personalíssima, o óbito daquele que postula benefício

assistencial de prestação continuada não gera a automática

extinção do feito sem a resolução de seu mérito, devendo ser

analisado o direito dos herdeiros ou sucessores ao recebimento dos

valores residuais, compreendidos no período que vai da data do

requerimento do benefício até o óbito do postulante” (informativo 9

– processo 0003238-80.2011.4.03.6318, de 14/9/2016).

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

1. No caso de benefício assistencial de prestação continuada, previsto na

Lei 8.742/1993, não obstante o seu caráter personalíssimo, eventuais

créditos existentes em nome do beneficiário no momento de seu

falecimento, devem ser pagos aos seus herdeiros, porquanto, já integravam

o patrimônio jurídico do de cujus. Precedentes. 2. O caráter personalíssimo

do benefício impede a realização de pagamentos posteriores ao óbito, mas

não retira do patrimônio jurídico do seu titular as parcelas que lhe eram

devidas antes de seu falecimento, e que, por questões de ordem

administrativa e processual, não lhe foram pagas em momento oportuno. 3.

No âmbito regulamentar, o artigo 23 do Decreto nº 6.214/2007, garante

expressamente aos herdeiros ou sucessores o valor residual não recebido

em vida pelo beneficiário, 4. Portanto, no caso de falecimento do

beneficiário no curso do processo em que ficou reconhecido o direito ao

benefício assistencial, é possível a habilitação de herdeiros do beneficiário

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da assistencial social, para o recebimento dos valores não recebidos em vida

pelo titular (REsp 1568117, 2ª Turma, de 21/3/2017).

(...)

De acordo com o Decreto 8.805/2016, “o Benefício de Prestação Continuada é devido ao

brasileiro, nato ou naturalizado, e às pessoas de nacionalidade portuguesa, em consonância com

o disposto no Decreto nº 7.999, de 8 de maio de 2013, desde que comprovem, em qualquer dos

casos, residência no Brasil e atendam a todos os demais critérios estabelecidos neste

Regulamento”. Esta previsão decorre de Tratado de Seguridade Social Brasil/Portugal.

A Lei 8.742/93 não trata da concessão do BPC/LOAS aos estrangeiros, que têm o benefício

negado pelo INSS, salvo o português equiparado em razão de tratado. Mas a posição do INSS

foi rejeitada no STF, que estendeu o benefício aos estrangeiros residentes.

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

Informativo 861 - Os estrangeiros residentes no País são beneficiários

da assistência social prevista no art. 203, V, da Constituição Federal

(CF), uma vez atendidos os requisitos constitucionais e legais.

Asseverou que a óptica veiculada na regra infralegal (Lei

8.742/1993), ao silenciar quanto aos estrangeiros residentes no País,

não se sobrepõe à revelada na CF, que estabeleceu, sem restringir

os beneficiários somente aos brasileiros natos ou naturalizados, que

“a assistência social será prestada a quem dela necessitar”. A Corte

afirmou que, ao delegar ao legislador ordinário a regulamentação do

benefício, a CF o fez apenas quanto à forma de comprovação da

renda e das condições específicas de idoso ou portador de

necessidades especiais hipossuficiente. Dessa forma, não houve

delegação relativamente à definição dos beneficiários, já

estabelecida. No confronto de visões, deve, portanto, prevalecer

aquela que melhor concretiza o princípio constitucional da

dignidade humana, cuja observância surge prioritária no

ordenamento jurídico. RE 587970/SP, rel. Min. Marco Aurélio,

julgamento em 19 e 20.4.2017.

PÁG. 69

5.6. Seguro-defeso

O pescador profissional que exerça sua atividade exclusiva e ininterruptamente, de forma

artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar, fará jus ao benefício de seguro-

desemprego custeado com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), no valor de um

salário-mínimo mensal, durante o período de defeso de atividade pesqueira para a preservação

da espécie, não podendo exceder a 05 meses.

O período de defeso de atividade pesqueira é o fixado pelo Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em relação à espécie marinha, fluvial

ou lacustre a cuja captura o pescador se dedique.

Considera-se ininterrupta a atividade exercida durante o período compreendido entre o

defeso anterior e o em curso, ou nos doze meses imediatamente anteriores ao do defeso em

Excluído: A Lei Orgânica da Assistência Social foi omissa no que concerne ao direito dos estrangeiros residentes na percepção dessa prestação. Há precedentes pela concessão nos TRF’s da 3ª Região (AI 249.149, de 21.08.2006) e 4ª Região (AC 2008.70.01.0030129, de 01.07.2009), justamente porque a cabeça do artigo 5º da Constituição garante os direitos fundamentais aos estrangeiros residentes. Contudo, a matéria ainda não foi apreciada pelo STF, que já reconheceu repercussão geral no RE 587.970, em 25.06.2009.¶

Excluído: xxxxxxxxxxxx

Formatado: Realce

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curso, o que for menor.

O pescador profissional artesanal não fará jus a mais de um benefício de seguro-desemprego

no mesmo ano decorrente de defesos relativos a espécies distintas, sendo o benefício do seguro-

desemprego pessoal e intransferível.

Somente terá direito ao seguro-desemprego o segurado especial pescador artesanal que não

disponha de outra fonte de renda diversa da decorrente da atividade pesqueira.

PÁG. 71

A Lei 13.134/2015 determina que o INSS, no ato da habilitação ao benefício, deverá verificar

a condição de segurado pescador artesanal e o pagamento da contribuição previdenciária,

nos termos da Lei nº 8.212, de 1991, nos últimos doze meses imediatamente anteriores ao

requerimento do benefício ou desde o último período de defeso até o requerimento do

benefício, o que for menor.

Desde que atendidos os demais requisitos previstos neste artigo, o benefício de seguro-

desemprego será concedido ao pescador profissional artesanal cuja família seja beneficiária de

programa de transferência de renda com condicionalidades, e caberá ao órgão ou à entidade da

administração pública federal responsável pela manutenção do programa a suspensão do

pagamento pelo mesmo período da percepção do benefício de seguro-desemprego.

O seguro-defeso será cancelado nas seguintes hipóteses:

I - início de atividade remunerada;

II - início de percepção de outra renda;

III - morte do beneficiário;

IV - desrespeito ao período de defeso; ou

V - comprovação de falsidade nas informações prestadas para a obtenção do benefício.

Por força da Lei Complementar 155/2016, o registro como Microempreendedor Individual não

comprovará renda própria suficiente à manutenção da família, exceto se demonstrado na

declaração anual simplificada da microempresa individual.

PÁG. 78

XIII – organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins

idênticos;

XIV – organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas

de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento

Excluído: .

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psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de

1º de agosto de 2013.

7. PREVIDÊNCIA SOCIAL

PÁG. 90

O RGPS não visa manter o status social dos beneficiários, e sim conceder a cobertura

necessária para a manutenção de uma vida digna, pois há um teto para o pagamento dos

benefícios no valor de R$ 5.645,80 (valor atualizado para 2018), que só poderá ser ultrapassado

em hipóteses excepcionais a serem vistas.

PÁG. 91

O regramento geral dos regimes previdenciários dos servidores públicos efetivos e militares

está posto no artigo 40, da Constituição Federal, com as alterações das Emendas 20/1998,

41/2003, 47/2005 e 88/2015, bem como nas Leis 9.717/98 e 10.887/04, cabendo a cada entidade

política aprovar as suas leis criando e regulamentado os seus RPPS’s, observada a regulação

genérica federal.

PÁG. 113

Houve a redução a zero das contribuições de 20% previstas nos incisos I e III do artigo 22 da

Lei 8.212/91, compensada pela majoração da contribuição sobre a receita ou faturamento em

4,5%, 3% e 2%, a depender do segmento.

PÁG. 121

O STF, por sua vez, acatou os argumentos da ADI e deferiu medida cautelar, suspendendo

a eficácia das alterações perpetradas pela Lei 9.732/98.

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

Em 2 de março de 2017 o STF definiu que os requisitos para o gozo de

imunidade hão de estar previstos em lei complementar. Com base nesse

entendimento, o Plenário, por maioria, deu provimento ao recurso extraordinário

para declarar a inconstitucionalidade formal do art. 55 da Lei 8.212/1991, que

dispõe sobre as exigências para a concessão de imunidade tributária às entidades

beneficentes de assistência social (v. Informativos 749 e 844).

Prevaleceu o voto do ministro Marco Aurélio (relator). Ele explicou que as

normas de imunidade tributária constantes da Constituição Federal (CF)

objetivam proteger valores políticos, morais, culturais e sociais essenciais e não

permitem que os entes tributem certas pessoas, bens, serviços ou situações

ligadas a esses valores. Além disso, lembrou que o § 7º do art. 195 da CF traz

dois requisitos para o gozo da imunidade: ser pessoa jurídica a

desempenhar atividades beneficentes de assistência social e atender a

parâmetros legais

No entanto, aspectos meramente procedimentais referentes à

Excluído: 5.531,31

Excluído: 7

Excluído: e

Excluído: 2,5%

Excluído: , sendo que o processo ainda aguarda desfecho final.

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certificação, à fiscalização e ao controle administrativo continuam passíveis

de definição em lei ordinária. A lei complementar é forma somente exigível

para a definição do modo beneficente de atuação das entidades de assistência

social contempladas pelo art. 195, § 7º, da CF, especialmente quanto às

contrapartidas a serem observadas por elas (Informativo 855 – ADI 2.028 e

outras).

Contudo, todo o artigo 55 da Lei 8.212/91 restou revogado pela Lei 12.101, de 27.11.2009,

posteriormente alterada pela Lei 12.868/2013, norma esta que ainda não foi apreciada pelo STF,

mas que deve ser invalidada por ser lei ordinária.

PÁG. 125

Para ter direito à imunidade ao pagamento das contribuições para o custeio da seguridade

social, além de estarem devidamente certificadas, as entidades beneficentes de assistência

social ainda deverão atender às determinações do artigo 29, da Lei 12.101/2009:

I – não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores

remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título,

em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos

respectivos atos constitutivos, exceto no caso de associações assistenciais ou fundações,

sem fins lucrativos, cujos dirigentes poderão ser remunerados, desde que atuem

efetivamente na gestão executiva, respeitados como limites máximos os valores praticados

pelo mercado na região correspondente à sua área de atuação, devendo seu valor ser fixado

pelo órgão de deliberação superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao

Ministério Público, no caso das fundações;

PÁG. 136

Como se trata de um plano básico, o RGPS não objetiva pagar benefícios com valores altos

aos seus beneficiários, tendo como teto atualmente o valor de R$ 5.645,80 (valor atualizado para

2018), cabendo aos segurados que quiserem obter uma renda maior na inatividade contratar um

plano complementar privado.

PÁG. 143

Além desta função principal, caberá ao INSS, ainda, nos termos do artigo 5º, da Lei

11.457/2007, emitir certidão relativa a tempo de contribuição, gerir o Fundo do Regime Geral de

Previdência Social e calcular o montante das contribuições previdenciárias e emitir o

correspondente documento de arrecadação, com vistas no atendimento conclusivo para

concessão ou revisão de benefício requerido.

Outrossim, a concessão e revisão do BPC/LOAS ao idoso e deficiente carente, além do

seguro-defeso ao pescador artesanal, também constituem competências administrativas do

INSS.

Excluído: Importante: ¶

Contudo, todo o artigo 55 da Lei 8.212/91 restou revogado pela Lei 12.101, de 27.11.2009, posteriormente alterada pela Lei 12.868/2013, que passou a regular o tema, o que certamente prejudicará o julgamento final da referida ação direta de inconstitucionalidade. Entrementes, ao analisar o conteúdo da nova lei, nota-se que o vício formal apontado liminarmente pelo STF persiste, pois a matéria continua a ser regida por lei ordinária, e não complementar.

Excluído: “I – não percebam, seus dirigentes estatutários, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;¶

Excluído:

Excluído: 5.531,31

Excluído: 7

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PÁG. 168

Agora, o texto constitucional se refere ao trabalhador e

demais segurados da Previdência Social, bem como à

contribuição previdenciária patronal sobre os rendimentos

do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à

pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo

empregatício, não cabendo mais se falar em

inconstitucionalidade formal desta previsão por ser tema

afeto à lei complementar para a criação de nova fonte de

custeio.

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

Incide contribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos

exercentes de mandato eletivo, decorrentes da prestação de serviços

à União, aos Estados e ao Distrito Federal ou aos Municípios, após o

advento da Lei 10.887/2004, desde que não vinculados a regime

próprio de previdência. Com base nessa orientação, o Supremo

Tribunal Federal, ao apreciar o Tema 691 da repercussão geral, por

unanimidade, negou provimento a recurso extraordinário em que se

discutiu a submissão dos entes federativos ao pagamento de

contribuição previdenciária patronal incidente sobre a remuneração

dos agentes políticos não vinculados a regime próprio de previdência

social, após o advento da Lei 10.887/2004, na forma do art. 22, I,

da Lei 8.212/1991. A Corte entendeu que a Emenda Constitucional

20/1998 passou a determinar a incidência da contribuição sobre

qualquer segurado obrigatório da previdência social, art. 195, I, “a”

e II (2) e no art. 40, §13 (3), ambos da Constituição Federal, que

submeteu todos os ocupantes de cargos temporários ao regime geral

de previdência, o que alcança os exercentes de mandato eletivo. RE

626837/GO, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em

25.5.2017.

PÁG. 195

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

No julgamento do AgRg no REsp 504.745, de 01.03.2005, a Corte

Superior decidiu que “ainda que mereça todo o repúdio o trabalho

e x e r c i d o p o r

crianças menores de 14 anos de idade, ignorar tal realidade, ou

entender que esse período não deverá ser averbado por falta de

previsão legal, esbarra no alcance pretendido pela lei. Ao

estabelecer o limite mínimo de 14 anos, o legislador o fez em

benefício do menor, visando a sua proteção, não em seu prejuízo,

razão pela qual o período de trabalho prestado antes dos 14 anos

deverá ser computado como tempo de serviço para fins

previdenciários”.

REsp 1650697 - de 27/4/2017: “As regras de proteção das

crianças e adolescentes não podem ser utilizadas com o escopo

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de restringir direitos. Nos casos em que ocorreu, ainda que de

forma indevida, a prestação do trabalho pela menor de 16

(dezesseis) anos, é preciso assegurar a essa criança ou

adolescente, ainda que indígena, a proteção do sistema

previdenciário, desde que preenchidos os requisitos exigidos na lei,

devendo ser afastado o óbice etário”.

PÁG. 206

Dito isto, é possível definir o salário de contribuição como a base de cálculo sobre a qual

incidirá a contribuição previdenciária do segurado empregado, empregado doméstico,

trabalhador avulso, contribuinte individual e segurado facultativo, assim como da cota patronal

do empregador doméstico e do microempreendedor individual, normalmente formado por

parcelas remuneratórias do labor, ou, no caso do segurado facultativo, o valor por ele declarado,

observados os limites mínimos e máximos legais.

PÁG. 207

Note-se que o salário mínimo se refere à jornada integral, podendo a remuneração mensal

ser inferior a um salário mínimo para o segurado empregado e o avulso, a exemplo do pagamento

referente a meio expediente ou parcela do mês.

No entanto, por força da reforma trabalhista (MP 808/2017), restou inserida regra

previdenciária na CLT direcionada ao segurado empregado que prevê que, para fins

previdenciários, o recolhimento sobre salário de contribuição com valor nominal inferior a um

salário mínimo não será considerado para fins de manutenção da qualidade de segurado e para

fins de cômputo de carência, acaso o empregado não promova o recolhimento da diferença para

atingir a um salário mínimo.

Essa regra alcança tanto os segurados empregados que laboram em regime de jornada

parcial, assim como os contratos de trabalho intermitentes, nas situações de valor mensal

nominal do salário de contribuição inferior a um salário mínimo nacional.

Cuida-se do novel artigo 911-A da CLT:

“Art. 911-A. O empregador efetuará o recolhimento das contribuições previdenciárias

próprias e do trabalhador e o depósito do FGTS com base nos valores pagos no período mensal

e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações. (Incluído pela

Medida Provisória nº 808, de 2017)

§ 1º Os segurados enquadrados como empregados que, no somatório de remunerações

auferidas de um ou mais empregadores no período de um mês, independentemente do tipo

de contrato de trabalho, receberem remuneração inferior ao salário mínimo mensal, poderão

recolher ao Regime Geral de Previdência Social a diferença entre a remuneração recebida e o

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valor do salário mínimo mensal, em que incidirá a mesma alíquota aplicada à contribuição do

trabalhador retida pelo empregador. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de

2017)

§ 2º Na hipótese de não ser feito o recolhimento complementar previsto no § 1º, o mês em

que a remuneração total recebida pelo segurado de um ou mais empregadores for menor que

o salário mínimo mensal não será considerado para fins de aquisição e manutenção de

qualidade de segurado do Regime Geral de Previdência Social nem para cumprimento dos

períodos de carência para concessão dos benefícios previdenciários. (Incluído pela

Medida Provisória nº 808, de 2017)”.

Dessa forma, se um segurado empregado recebeu salário mensal de R$ 600,00 em uma

competência, este terá que recolher 8% sobre a diferença desse valor e do salário mínimo em

vigor até o dia 20 do mês seguinte para considerá-la para fins de carência e manutenção da

qualidade de segurado.

Vale registrar que essa regra somente se aplica ao segurado empregado, não podendo ser

estendida ao trabalhador avulso e ao empregado doméstico, por se tratar de regra restritiva de

direitos.

Destarte, os empregados domésticos e os trabalhadores avulsos acabaram por ter um melhor

tratamento previdenciário neste quesito, vez que não necessitarão promover o complemento da

contribuição para atingir ao valor nominal de um salário mínimo para considerar a competência

para fins previdenciários.

Para o segurado contribuinte individual e o segurado facultativo o piso do salário de

contribuição equivalerá ao salário mínimo.

PÁG. 208

O limite máximo fixado para o salário de contribuição pela Emenda 20/1998 foi de R$

1.200,00, posteriormente majorado pela Emenda 41/2003 para R$ 2.400,00. Após alguns

reajustes, para o ano de 2010, foi fixado em R$ 3.467,40 pela Lei 12.254, de 15.06.2010, a partir

de 1º de janeiro de 2010.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE para Advogado da Caixa Econômica em

2010, foi considerado errado o seguinte enunciado: Considere que

Roberto seja titular de firma individual que atua na área de

desenvolvimento de websites corporativos e que, nessa condição,

preste serviços a diversas pessoas jurídicas, recebendo, por cada

trabalho, o valor de R$ 1.500,00. Considere, ainda, que, no mês de

janeiro de 2010, Roberto tenha prestado serviços a 4 empresas e

que tenha recebido à vista por tais serviços. Nessa situação

hipotética, será considerado salário-de-contribuição a totalidade dos

rendimentos auferidos por Roberto durante o mês de janeiro.

Para o ano de 2018, o limite máximo do salário de contribuição foi reajustado para R$

Excluído: Já para o ano de 2011, a Portaria MPS/MF

568, de 31.12.2010, fixou o teto do salário de contribuição em R$ 3.689,66, fazendo incidir o INPC do ano anterior calculado de 6,41%.Posteriormente, em julho de 2011, foi feita uma correção para R$ 3.691,74 (Portaria MPS/MF 407/2011), pois o INPC de dezembro de 2010 havia sido subdimensionado.¶Destarte, tomando por base o ano de 2011, se um segurado tiver uma remuneração mensal de R$ 10.000,00, será considerado como salário de contribuição a quantia de R$ 3.689,66, sendo esta a base de cálculo para a sua contribuição previdenciária, pois há um teto.

Excluído: Para o ano de 2012, o valor máximo do salário de contribuição foi reajustado para R$ 3.916,20 por intermédio da publicação da Portaria MPS/MF 02/2012, incidindo o INPC de 2011 de 6,08%. Já para o ano de 2013, o valor foi reajustado para R$ 4.159,00 pela Portaria MPS/MF 15/2013. Em 2014, o teto do salário de contribuição foi reajustado para R$ 4.390,24. Em 2015 foi reajustado para R$ 4.663,75.¶

Excluído: 7

Excluído: 5.531,31

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

5.645,80 pela Portaria MF 15/2018.

3. COMPOSIÇÃO

Conforme afirmado, em regra o salário de contribuição será composto por parcelas

remuneratórias decorrentes do labor, observados os limites mínimos e máximos acima expostos,

da seguinte forma:

A) Para o segurado empregado e o trabalhador avulso – a remuneração auferida em uma

ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou

creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer

que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de

utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços

efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de

serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de

trabalho ou sentença normativa.

Em regra, as utilidades habituais comporão o salário de contribuição, exceto se houver regra

de isenção, como nas situações elencadas no §9º do artigo 28 da Lei 8.212/91. Como a moradia

não se situa na regra de isenção, esta comporá o salário de contribuição.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DE

GERENTES DE AGÊNCIAS. AUXÍLIO-MORADIA. HABITUALIDADE.

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. NATUREZA

REMUNERATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. 1. O Tribunal regional, com base na

análise acurada do "Programa de Residência de Gerentes de Agências" e

das provas dos autos, consignou que a parcela paga a título de auxílio-

moradia na espécie tem notadamente natureza remuneratória. Rever tal

premissa esbarra no óbice da Súmula 7/STJ. 2. Incide contribuição

previdenciária sobre o "total da remuneração" paga ou creditada aos

trabalhadores, a qualquer título, exceto as verbas listadas no art. 28, §

9º, da Lei 8.212/1991. Precedentes: AgRg nos EDcl no REsp 1.098.218/SP,

Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 09/11/2009; REsp

486.697/PR, Rel. Min. Denise Arruda, DJ 17/12/2004. 3. A hipótese em

apreço - pagamento de auxílio-moradia -, não está arrolada dentre as

exceções legais. 4. Agravo regimental não provido” (STJ, AgRg no

AREsp 42673, de 14/2/2012).

Excluído: 8

Excluído: 7

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

PÁG. 211

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE para Procurador do Estado do Piauí em

2014, foi considerado errado o seguinte enunciado: Consoante o

entendimento do STJ, a verba denominada hora repouso

alimentação não tem natureza remuneratória, não compondo,

portanto, o salário de contribuição.

A verba denominada “quebra de caixa” possui natureza remuneratória, compondo o salário

de contribuição. Cuida-se de quantia em análise servir para "compensar" eventuais

diferenças de caixas, nos termos do artigo 462, caput, e § 1º, da CLT

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Registre-se, por oportuno, que a verba "quebra de caixa" não

consta do rol do § 9º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991, ou de

qualquer outra norma apta a lhe excluir do conceito de salário

de contribuição. Por fim, registre-se que a Justiça Trabalhista,

cuja competência jurisdicional compreende também a

execução, de ofício, das contribuições previdenciárias patronais

(CF, art. 114, VIII), firmou, nos termos da Súmula 247 do TST,

a seguinte compreensão: "A parcela paga aos bancários sob a

denominação 'quebra de caixa' possui natureza salarial,

integrando o salário do prestador de serviços, para todos os

efeitos legais". 1ª Seção do STJ, EREsp 1.467.095-PR, Rel. Min.

Mauro Campbell Marques, Rel. para acórdão Min. Og

Fernandes, por maioria, julgado em 10/5/2017, DJe

6/9/2017.

PÁG. 214

Por força do §11 do artigo 28 da Lei 8.212/91, inserido pela Lei 13.202, de 8/12/2015,

(...) (esta disposição já era prevista na IN RFB 971/2009, artigo 55, § 2º).

No caso do contribuinte individual, é necessário que o valor nominal do salário de contribuição

seja, ao menos, de um salário mínimo, sob pena de não consideração.

Nesse sentido, nos termos do artigo 5º da Lei 10.666/2003, o contribuinte individual prestador

de serviços à pessoa jurídica, é obrigado a complementar, diretamente, a contribuição até o valor

mínimo mensal do salário-de-contribuição, quando as remunerações recebidas no mês, por

serviços prestados a pessoas jurídicas, forem inferiores a este.

D) Para o segurado facultativo – o valor por ele declarado, tendo também sido adotado o

salário-base antes da Lei 9.876/99, que se encontra extinto, observado o limite mínimo e

o limite máximo do salário de contribuição.

PÁG. 216

Vale ressaltar que deverá ser cobrada das empresas de seguro privado a contribuição

previdenciária incidente sobre o valor da comissão que a seguradora paga aos corretores por

Excluído: xxxxxxxxxxxx

Excluído: ¶

Excluído: o

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

prestarem serviços de intermediação no contrato de seguro, independentemente da inexistência

de contrato de trabalho vinculando o corretor à Seguradora, pois essa quantia integra o salário

de contribuição por ser remuneratória.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

De acordo com a Súmula 458, do STJ, “a contribuição previdenciária

incide sobre a comissão paga ao corretor de seguros”.

Tradicionalmente entendia-se que o terço de férias gozadas fazia parte do salário de

contribuição, pois se pregava a sua natureza remuneratória. Entretanto, começou a se difundir

tese contrária, pois o aposentado não recebe terço de férias na inatividade, sendo este o

posicionamento dos tribunais superiores.

PÁG. 218

PARCELAS INCLUÍDAS NA COMPOSIÇÃO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

TEXTO LEGAL E JURISPRUDÊNCIA DO STJ

• Parcelas remuneratórias do labor, a exemplo dos salários , do décimo

terceiro salário e da comissão paga ao corretor de seguros.

• Diárias de viagem.

• Salário-maternidade.

PÁG. 220

Qual o entendimento da TNU sobre o assunto?

Entretanto, a TNU possui entendimento oposto ao do STJ. Em 29

de setembro de 2012 a Turma Nacional publicou a Súmula 67: “O

auxílio-alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado ao

Regime Geral da Previdência Social integra o salário de contribuição

Excluído: Importante:¶

O total das diárias de viagem integrará o salário de contribuição, se excedentes a 50% da remuneração mensal, conquanto se trate teoricamente de verba indenizatória, mas neste caso o valor é tão alto que o legislador o presumiu como remuneração disfarçada, seguindo o regime do artigo 457, §2º, da CLT.

Excluído: Como esse assunto foi cobrado em concurso?¶No concurso do CESPE para Analista da SEGER/ES em 2013, foi considerado errado o seguinte enunciado: Nenhum valor de diária, destinado a indenizar despesas do empregado com alimentação, hospedagem e deslocamento, quando este precisar se deslocar transitoriamente a serviço da empresa, integra o salário de contribuição.

Excluído: xxxxxxxxxxxx

Excluído: e abonos incorporados

Excluído: , quando excedentes a 50% da remuneração mensal.

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

e sujeita-se à incidência de contribuição previdenciária”.

Vale registrar, inclusive, que a CLT veda que a empresa pague a verba de alimentação em

dinheiro (art. 457, §2º, modificado pela MP 808/2017).

PÁG. 221

Finalmente, a Receita Federal passou a adotar a posição do STJ, no sentido da não

incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado (Instrução

Normativa RFB 1.730/2017 combinada com a Consulta COSIT 362/2017):

SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 362, DE 10 DE AGOSTO DE 2017

CONSULTA N.º 137 - COSIT, DE 2 DE JUNHO DE 2014.

CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. AVISO PRÉVIO INDENIZADO.

Nos termos da NOTA PGFN/CRJ/Nº 485/2016, de 30 de maio de 2016 (aprovada em 2 de junho de

2016), e com esteio no artigo 19, inciso V, parágrafos 4º, 5º e 7º da Lei n.º 10.522, de 2002, e no artigo

3º, parágrafo 3º da Portaria Conjunta PGFN/RFB n.º 1, de 2014, o aviso prévio indenizado, exceto seu

reflexo no 13º salário, não integra a base de cálculo para fins de incidência das contribuições sociais

previdenciárias incidentes sobre a folha de salários.

Curiosamente, apenas a RFB irá cobrar a contribuição sobre o aviso prévio indenizado no

que concerne ao seu reflexo no décimo terceiro salário, o que afronta a posição do STJ.

E) As importâncias referentes aos ganhos eventuais e os abonos expressamente

desvinculados do salário; indenização por tempo de serviço, anterior a 05 de outubro de

1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS;

PÁG. 223

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE para Juiz Federal da 5ª Região em 2007,

foi considerado correto o seguinte enunciado: Sobre a ajuda de

c u s t o p a g a

pelo empregador em cinco parcelas e recebida exclusivamente em

decorrência de mudança de local de trabalho do empregado incide

contribuição previdenciária.

Importante:

Por força da MP 808/2017, que alterou a CLT, somente as

importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda

de custo, limitadas a cinquenta por cento da remuneração

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

mensal, não integrarão o salário de contribuição (art. 457,

§2º, da CLT), de modo que a ajuda de custo que

ultrapassar a cinquenta por cento da remuneração mensal

do empregado passou a incidir contribuição

previdenciária.

H) As diárias para viagens, no seu valor integral;

Até o advento da MP 808/2017, que alterou o artigo 457, §2º, da CLT, as diárias acima de

50% da remuneração mensal do empregado incidiam contribuição previdenciária. Com a

mudança normativa, independentemente do valor, as diárias para a viagem não sofrem a

incidência da contribuição previdenciária.

I) A importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário,

quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de 07 de dezembro de 1977 (esta norma foi

substituída pela Lei 11.788/08);

PÁG. 225

Trata-se do patrocínio promovido voluntariamente pela empresa em favor dos seus

empregados e dirigentes para entidade de previdência privada. De acordo com a Lei

Complementar 109/2001 (art. 16), a normatização atual determina que esse direito seja oferecido

pela empresa em favor de todos os seus empregados e dirigentes, sem restrições.

P) O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da

empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos,

óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras

similares;

Com o advento da Lei 13.467/2017, foram inseridos no texto as próteses e órteses, assim

como foi retirada a necessidade de que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e

dirigentes da empresa para a exclusão do salário de contribuição.

Q) O valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao

empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;

PÁG. 227

X) o valor correspondente ao vale-cultura.

Z) os prêmios e os abonos.

Por força da Lei 13.467/2017, os prêmios não sofrerão a incidência da contribuição

previdenciária, o que não constitui nenhuma novidade.

Outrossim, não haverá a incidência de contribuição previdenciária sobre abonos. Os

eventuais já não havia a incidência de contribuição previdenciária, sendo a novidade a não

incidência de contribuição mesmo em abono habituais percebidos pelo empregado.

Isso porque, com a mudança do artigo 457 da CLT pela reforma trabalhista, os abonos mesmo

Excluído: desde que não excedam a 50% da remuneração mensal;

Excluído: O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa;

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

que habituais não mais integram o salário do empregado, que a partir de agora é formado apenas

pela importância fixa estipulada, as gratificações legais e de função e as comissões pagas pelo

empregador.

O rol acima referenciado é meramente exemplificativo, podendo ser composto por outras

parcelas indenizatórias não previstas no artigo 28, §9º, da Lei 8.212/91, pois a legislação não

teria como prever todas as parcelas de cunho indenizatório percebidas pelos segurados.

PÁG. 228

(...)

• A ajuda de custo (se até 50% da remuneração mensal do empregado),

em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança

de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT.

• As diárias para viagens por seu valor total.

• A importância recebida a título de bolsa de complementação educacional

de estagiário para de acordo com a Lei 11.788/2008.

PÁG. 228

• O valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo

a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que

disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes.

• O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou

odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o

reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos

ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras

similares.

• O valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios

fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação

dos respectivos serviços.

PÁG. 229

• O vale-cultura.

- Abonos e prêmios.

Excluído: , desde que não excedam a 50% da remuneração mensal.

Excluído: O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa.

Excluído: Registre-se que a MP 664/2014 tentou, sem sucesso, dobrar a obrigação da empresa para trinta dias de pagamento do salário do empregado incapaz, mas a Lei 13.135/2015 retirou esta modificação.

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

PÁG. 233

Insta lembrar que o salário de contribuição terá como limite mínimo o piso salarial, legal ou

normativo da categoria ou, inexistindo este, o salário mínimo, e como teto a quantia de R$

5.645,80 (valor atualizado para 2018).

PÁG. 234

3.1. Segurado empregado, trabalhador avulso e empregado

doméstico

Na forma do quanto previsto no artigo 20, da Lei 8.212/91, a contribuição previdenciária

desses segurados terá alíquotas progressivas, que variarão em faixas de acordo com o salário

de contribuição, de forma não cumulativa, conforme a seguinte tabela com valores atualizados

para o ano de 2018:

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO

até 1.693,72 8,00%

de 1.693,73 até

2.822,90

9,00%

de 2.822,91 até

5.645,80

11,00%

PÁG. 236

Por força da Lei 13.189/2015, irá incidir contribuição previdenciária sobre o valor da

compensação pecuniária a ser paga no âmbito do Programa de Proteção ao Emprego

(PPE). Trata-se de compensação pecuniária equivalente a 50% do valor da redução salarial e

limitada a 65% do valor máximo da parcela do seguro-desemprego, enquanto perdurar o período

de redução temporária da jornada de trabalho, para as empresas que aderiram ao Programa de

Proteção ao Emprego, que será custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAP). Nos

termos do artigo 35, da Lei 8.213/91 (antiga redação), ao segurado empregado e ao trabalhador

avulso que tenham cumprido todas as condições para a concessão do benefício pleiteado, mas

não possam comprovar o valor dos seus salários de contribuição no período básico de cálculo,

será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser recalculada, quando da

apresentação de prova dos salários-de-contribuição.

PÁG. 237

No entanto, com o advento da Lei Complementar 150/2015, entende-se que os empregados

Excluído: 5.531,31

Excluído: 7

Excluído: 2015

Excluído: 1.659,38

Excluído: de 1.659,39 até 2.765,66

Excluído: de 2.765,67 até 5.531,31

Excluído: Por força do Princípio da Noventena, esta disposição entra em vigor a partir de 1º de novembro de 2015.¶

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

domésticos passaram a gozar de presunção de recolhimento da sua contribuição previdenciária,

mesmo nos casos de salário de contribuição acima de um salário mínimo. Daí a desatualização

do artigo 36 da Lei 8.213/91, tacitamente revogado.

PÁG. 237

Por força da Lei 13.202, de 4/12/2015, foi expressamente revogado o §6º do artigo 30 da Lei

8.212/91, que autorizava o empregador doméstico a recolher a contribuição do segurado

empregado a seu serviço e a parcela a seu cargo relativas à competência novembro até o dia

20 de dezembro, juntamente com a contribuição referente à gratificação natalina – décimo

terceiro salário – utilizando-se de um único documento de arrecadação. Esta exceção havia sido

mantida pela Portaria Interministerial 822, de 30 de setembro de 2015 (art. 4º), mas diante da

revogação da Lei 13.202/2015, foi eliminada.

No entanto, por força da reforma trabalhista (MP 808/2017), restou inserida regra

previdenciária na CLT (art. 911-A) direcionada ao segurado empregado que prevê que, para fins

previdenciários, o recolhimento sobre salário de contribuição com valor nominal inferior a um

salário mínimo não será considerado para fins de manutenção da qualidade de segurado e para

fins de cômputo de carência, acaso o empregado não promova o recolhimento da diferença para

atingir a um salário mínimo.

Dessa forma, se um segurado empregado recebeu salário mensal de R$ 600,00 em uma

competência, este terá que recolher 8% sobre a diferença desse valor e do salário mínimo em

vigor até o dia 20 do mês seguinte para considerá-la para fins de carência e manutenção da

qualidade de segurado.

PÁG. 240

Importante:

A contribuição previdenciária do contribuinte individual que

trabalhe por conta própria sem relação de trabalho com

empresa e equiparado, bem como do segurado facultativo,

poderá ser de 11% sobre o salário mínimo, ao invés do tradicional

desconto de 20%, mas esses segurados não terão direito à

aposentadoria por tempo de contribuição, só podendo se

aposentar por idade ou invalidez (art. 21, §2º, da Lei 8.212/91).

PÁG. 242

De efeito, a matéria foi regulamentada pelo artigo 25, da Lei 8.212/91, que determinava que

a contribuição previdenciária do segurado especial terá a alíquota total de 2,1% sobre a receita

proveniente da comercialização de sua produção, sendo 2,0% de contribuição básica e 0,1%

para o custeio dos benefícios decorrentes dos acidentes de trabalho.

No entanto, coube à Lei 13.606/2018 reduzir a alíquota da contribuição previdenciária do

segurado especial, inserindo a seguinte redação ao artigo 25 da Lei 8.212/91:

Excluído: .

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

I - 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção (redação dada pela Lei 13.606/2018);

II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento

das prestações por acidente do trabalho.

Assim, a alíquota total da contribuição previdenciária do segurado especial (básica + SAT) foi

reduzida de 2,1% para 1,3% da produção rural comercializada.

PÁG. 244

Segurado

especial

1,3%

Receita do

produto da

comerciali

zação da

produção

Em regra, dos

adquirentes

Sim Até o dia

20 do

mês

seguinte

ao da

operação

Segurado

facultativo

(regra)

20% Salário de

contribuiçã

o

O próprio Não Até o dia

15 do

mês

seguinte

PÁG. 254

4.3. Incidentes sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura da prestação de serviços das

cooperativas de trabalho

No caso das empresas que contratem trabalhadores cooperados por intermédio de

cooperativa de trabalho, a contribuição previdenciária patronal era de 15% sobre o valor bruto

da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, na forma do extinto artigo 22, IV, da Lei

8.212/91, disposição que afastava a regra geral dos 20% sobre o total das remunerações pagas

ou creditadas, na forma do artigo 201, §19, do RPS.

(...)

A empresa tomadora dos serviços era contribuinte e responsável tributária pelo seu

recolhimento até o dia 20 do mês subsequente ao da competência, ou até o dia útil

imediatamente anterior, se não houvesse expediente bancário naquele dia.

Note-se que a base de cálculo desta contribuição previdenciária das empresas era o valor

bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, mas decorre da remuneração paga aos

trabalhadores cooperados, e não às cooperativas, sendo fonte de custeio prevista no artigo 195,

I, “a”, da CRFB, razão pela qual a jurisprudência vinha, no passado, validando esta previsão

que não demanda lei complementar.

PÁG. 255

Excluído: 2,1%

Excluído: será

Excluído: será

Excluído: houver

Excluído: é

Excluído:

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

Importante:

Esta contribuição sofria um acréscimo de 5, 7 ou 9% para o custeio

da aposentadoria especial de 25, 20 ou 15 anos, respectivamente,

no caso de cooperado exposto a agentes nocivos à sua saúde, cuja

atividade se enquadrasse como especial, a cargo da empresa

tomadora de serviços, a teor do artigo 1º, §1º, da Lei 10.666/2003.

Este dispositivo não foi apreciado expressamente pelo STF no

julgamento do RE 595.838, mas contém os mesmos vícios

apontados pela Suprema Corte constantes do inciso IV do artigo 22

da Lei 8.212/91.

Neste caso, era emitida nota fiscal ou fatura de prestação de serviços específica para a

atividade exercida pelo cooperado que permita a concessão de aposentadoria especial, exceto

se todos os cooperados desenvolvessem atividade especial com mesmo período para a

aposentação.

Por sua vez, a cooperativa de trabalho era obrigada a descontar 11% do valor da quota

distribuída ao cooperado por serviços por ele prestados, por seu intermédio, a empresas, assim

como 20% em relação aos serviços prestados por outras pessoas físicas, na forma do artigo 216,

§31, do RPS.

(...)

Ademais, a Receita Federal deixou de cobrar a contribuição da empresa contratante, ficando o

custeio somente a cargo do cooperado do trabalho com alíquota de 20% do salário de

contribuição, cabendo à cooperativa promover os descontos.

PÁG. 259

Vale frisar que a Emenda Constitucional 72/2013 previu o pagamento da contribuição SAT

pelos empregadores domésticos, sendo exigível somente com a regulamentação legal dada

pela LC 150, o que permitiu a percepção de benefícios por acidente de trabalho pelos

empregados domésticos.

PÁG. 262

Com propriedade, a alíquota da contribuição era de 2,0% sobre a receita bruta proveniente

da comercialização da sua produção, sofrendo um acréscimo de 0,1% para financiamento das

prestações por acidente do trabalho (contribuição SAT), o que perfazia um total de 2,1%.

No entanto, coube à Lei 13.606/2018 reduzir a alíquota da contribuição previdenciária do

empregador rural pessoa física, inserindo a seguinte redação ao artigo 25 da Lei 8.212/91:

I - 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção (redação dada pela Lei 13.606/2018);

II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento

das prestações por acidente do trabalho.

Assim, a alíquota total da contribuição previdenciária do produtor rural pessoa física (básica

Excluído: poderá ainda sofrer

Excluído: enquadrar

Excluído: será

Excluído: desenvolverem

Excluído: é

Excluído: permitirá

Excluído: será

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JUSPODIVM – Atualização da 8.ª para a 9ª ed.

+ SAT) foi reduzida de 2,1% para 1,3% da produção rural comercializada.

Vale registrar que, com o advento da Lei 13.606/2018, o empregador rural pessoa física

poderá escolher a forma de contribuição previdenciária patronal, podendo optar entre o

recolhimento sobre produção (art. 25, Lei 8.212/91) ou seguinte a contribuição sobre a folha de

remuneração (art. 22, I e II, da Lei 8.212/91), considerando o novel §131 inserido ao artigo 25 da

Lei 8.212/91 (esta regra inicia a vigência em 1/1/2019).

A opção será manifestada mediante o pagamento da contribuição incidente sobre a

folha de salários relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência subsequente

ao início da atividade rural, e será irretratável para todo o ano-calendário.

1 § 13. O produtor rural pessoa física poderá optar por contribuir na forma prevista no caput deste artigo ou na forma dos

incisos I e II do caput do art. 22 desta Lei, manifestando sua opção mediante o pagamento da contribuição incidente

sobre a folha de salários relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência subsequente ao início da atividade

rural, e será irretratável para todo o ano-calendário.

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PÁG. 262

Outrossim, o segurado especial também se enquadra como produtor rural pessoa física,

mas neste caso a contribuição será única (como segurado e como patrão), diferentemente do

que ocorre com o contribuinte individual também enquadrado como produtor rural, sendo de 1,3%

sobre a receita decorrente da comercialização da sua produção.

PÁG. 263

Qual o entendimento ANTIGO do STF sobre o assunto?

Em 03.02.2010, no julgamento do RE 363.852, o Plenário do STF,

por unanimidade, pronunciou a inconstitucionalidade incidental da

contribuição substitutiva do produtor rural pessoa física, em razão

de se caracterizar como nova fonte de custeio, o que demandaria a

edição de lei complementar, pois não prevista no artigo 195, inciso

I, da Constituição Federal.

Qual o entendimento NOVO do STF sobre o assunto?

Com o falecimento do Ministro Teori e a entrada do Ministro Alexandre de

Moraes, a Suprema Corte reviu o seu posicionamento, adotando a tese por 6

x 5 da constitucionalidade do artigo 25 da Lei 8212/91: (RE 718874/RS, rel.

orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,

julgamento em 29 e 30.3.2017:

“TRIBUTÁRIO. EC 20/98. NOVA REDAÇÃO AO ARTIGO 195, I DA CF.

POSSIBILIDADE DE EDIÇÃO DE LEI ORDINÁRIA PARA INSTITUIÇÃO DE

CONTRIBUIÇÃO DE EMPREGADORES RURAIS PESSOAS FÍSICAS

INCIDENTE SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL.

CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 10.256/2001. 1.A declaração incidental

de inconstitucionalidade no julgamento do RE 596.177 aplica-se, por

força do regime de repercussão geral, a todos os casos idênticos para

aquela determinada situação, não retirando do ordenamento jurídico,

entretanto, o texto legal do artigo 25, que, manteve vigência e eficácia

para as demais hipóteses. 2.A Lei 10.256, de 9 de julho de 2001 alterou

o artigo 25 da Lei 8.212/91, reintroduziu o empregador rural como

sujeito passivo da contribuição, com a alíquota de 2% da receita bruta

proveniente da comercialização da sua produção; espécie da base de

cálculo receita, autorizada pelo novo texto da EC 20/98. 3. Recurso

extraordinário provido, com afirmação de tese segundo a qual

É constitucional formal e materialmente a contribuição social

do empregador rural pessoa física, instituída pela Lei

10.256/01, incidente sobre a receita bruta obtida com a

comercialização de sua produção”.

Excluído: 2,1%

Excluído: Ademais, de acordo com o STF, através do voto do Ministro Marco Aurélio, o produtor rural pessoa física que contratar empregados estará sujeito ao pagamento da COFINS, cuja base de cálculo é a sua receita bruta, bem como a contribuição previdenciária de 2,1% sobre a receita decorrente de sua comercialização, entendendo o STF ter havido bis in idem.¶Também se pronunciou o STF no sentido de ter havido violação ao Princípio da Isonomia, por ocorrência de discriminação negativa dos empregadores rurais pessoas físicas, vez que os urbanos contribuem sobre a folha de salários.¶Outrossim, para a Suprema Corte, com base no artigo 195, §8º, da Constituição Federal, apenas os produtores rurais e pescadores artesanais sem empregados permanentes (segurados especiais) tem suporte constitucional para pagar as suas contribuições previdenciárias mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da sua produção.¶De efeito, “o Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, conheceu e deu provimento ao recurso extraordinário para desobrigar os recorrentes da retenção e do recolhimento da contribuição social ou do seu recolhimento por subrrogação sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural de empregadores, pessoas naturais, fornecedores de bovinos para abate, declarando a inconstitucionalidade do artigo 1º da Lei nº 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com a redação atualizada até a Lei nº 9.528/97, até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional nº 20/98”.

Excluído: Após o julgamento, em que pese se tratar de decisão tomada em recurso extraordinário e não em ação direta de inconstitucionalidade, a União tentou modular a declaração de inconstitucionalidade, a fim de impedir a restituição do indébito tributário, tendo o pedido sido denegado.¶Essa decisão do STF abre caminho para a restituição de bilhões de reais em ações individuais a serem propostas pelos contribuintes produtores rurais pessoas físicas, o que poderá gerar uma restituição de cerca de 11 bilhões de reais, que sairão do Fundo do RGPS, agravando o déficit da previdência rural.¶No dia 1º de agosto de 2011 a Suprema Corte confirmou o entendimento acima detalhado, no julgamento do recurso extraordinário 596.177, conforme noticiado no Informativo 634.¶

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PÁG. 264

Tal qual o produtor rural pessoa física, o empregador rural pessoa jurídica enquadra-se como

contribuinte individual, devendo também verter as suas contribuições previdenciárias como

segurado obrigatório do RGPS.

Vale registrar que, com o advento da Lei 13.606/2018, o empregador rural pessoa jurídica

poderá escolher a forma de contribuição previdenciária patronal, podendo optar entre o

recolhimento sobre produção (art. 25, Lei 8.212/91) ou seguinte a contribuição sobre a folha de

remuneração (art. 22, I e II, da Lei 8.212/91), considerando o novel §7º1 inserido ao artigo 15 da

Lei 8.870/94 (esta regra inicia a vigência em 1/1/2019).

A opção será manifestada mediante o pagamento da contribuição incidente sobre a

folha de salários relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência subsequente

ao início da atividade rural, e será irretratável para todo o ano-calendário.

PÁG. 265

Outrossim, este regime substitutivo não se aplica à pessoa jurídica que, relativamente à

atividade rural, se dedique apenas ao florestamento e reflorestamento como fonte de matéria-

prima para industrialização própria, mediante a utilização de processo industrial que modifique a

natureza química da madeira ou a transforme em pasta celulósica.

PÁG. 265

Produtor

rural

pessoa

física

1,3%

Receita bruta

proveniente da

comercialização da

sua produção

Em regra, a

responsabilidad

e tributária pelo

recolhimento

será do

adquirente da

produção

Até o dia

20 do mês

subseque

nte ao da

operação

ou

consignaç

ão

Produtor

rural

pessoa

jurídica

2,6% Receita bruta

proveniente da

comercialização da

sua produção

Será do próprio

produtor rural

Até o dia

20 do mês

subseque

nte ao da

operação

ou

consignaç

ão

1 § 7o O empregador pessoa jurídica poderá optar por contribuir na forma prevista no caput deste artigo ou na forma

dos incisos I e II do caput do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, manifestando sua opção mediante o

pagamento da contribuição incidente sobre a folha de salários relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência

subsequente ao início da atividade rural, e será irretratável para todo o ano- calendário.

Excluído: A validade constitucional desta contribuição previdenciária patronal das agroindústrias está sendo questionada no STF, por intermédio do RE 611.601, que teve repercussão geral reconhecida no dia 04.06.2010.¶

Excluído: 2,1%

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PÁG. 273

De efeito, os produtores rurais integrantes do referido consórcio serão responsáveis solidários

em relação às obrigações previden­ciárias.

8.7. Trabalho temporário

Nos termos da Lei 6.019/74, trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.

O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não, podendo ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram.

Por força do artigo 16, da Lei 6.019/74, no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento

das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens.

8.8. Oficial de Cartório e contratantes

Caso o Oficial de Cartório lavrar ou registrar instrumento para o qual se exige Certidão

Negativa de Débito da Seguridade Social em descumprimento ao artigo 47, da Lei 8.212/91, o

ato é nulo para todos os efeitos, acarretando a responsabilidade solidária dos contratantes e

do oficial, nos termos do artigo 48, da Lei 8.212/91.

PÁG. 275

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

De acordo com o STF, a mencionada competência da Justiça do

Trabalho restringe-se às decisões condenatórias de verbas

trabalhistas, não devendo haver arrecadação das contribuições

previdenciárias caso a sentença seja meramente declaratória do

vínculo de emprego (AI 760.826 AgR, de 15.12.2009).

Súmula Vinculante 53

A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da

Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições

previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das

sentenças que proferir e acordos por ela homologados.

Evidentemente, a competência da Justiça do Trabalho também abarca a contribuição SAT

(artigo 22, inciso II, da Lei 8.212/91) em razão da sua nítida natureza previdenciária.

Excluído: ¶

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Qual o entendimento do TST sobre o assunto?

Nesse sentido, a Súmula 454 do TST:

Súmula 454/TST - 11/07/2017. Competência. Justiça do Trabalho. Execução de ofício. Contribuição social referente ao Seguro de Acidente de Trabalho - SAT. CF/88, arts. 114, VIII, e 195, I, «a». Lei 8.212/1991, arts. 11 e 22.

«Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho - SAT, que tem natureza de contribuição para a seguridade social (CF/88, arts. 114, VIII e 195, I, «a»), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (Lei 8.212/1991, arts. 11 e 22).»

PÁG. 279

Entende-se que a responsabilidade pelo pagamento das contribuições previdenciárias do

trabalhador é do empregador, ante a presunção de recolhimento que milita em favor dos

empregados, avulsos e contribuintes individuais prestadores de serviços.

Qual o entendimento do TST sobre o assunto?

Todavia, a orientação jurisprudencial do TST, cristalizada na

Súmula 368 dispõe diversamente:

Súmula nº 368 do TST

DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE RENDA.

COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO.

FORMA DE CÁLCULO. FATO GERADOR (aglutinada a parte final da

Orientação Jurisprudencial nº 363 da SBDI-I à redação do item II e incluídos

os itens IV, V e VI em sessão do Tribunal Pleno realizada em 26.06.2017) - Res.

219/2017, republicada em razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 13 e

14.07.2017

I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das

contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que

proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de

contribuição. (ex-OJ nº 141 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998).

II - É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições

previdenciárias e fiscais, resultantes de crédito do empregado oriundo de condenação judicial. A culpa do empregador pelo inadimplemento das verbas remuneratórias,

contudo, não exime a responsabilidade do empregado pelos pagamentos do imposto

de renda devido e da contribuição previdenciária que recaia sobre sua quota-parte. (ex-OJ nº 363 da SBDI-1, parte final)

III – Os descontos previdenciários relativos à contribuição do empregado, no caso

de ações trabalhistas, devem ser calculados mês a mês, de conformidade com o art. 276, § 4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991,

aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário

de contribuição (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001).

IV - Considera-se fato gerador das contribuições previdenciárias decorrentes de

créditos trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo, para os serviços

prestados até 4.3.2009, inclusive, o efetivo pagamento das verbas, configurando-se

a mora a partir do dia dois do mês seguinte ao da liquidação (art. 276, “caput”, do

Excluído: Orientação Jurisprudencial 414 da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais do TST, publicada no DOU de 17.02.2012: “414.

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, “A”, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA – Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991)”.

Excluído: no enunciado 363, da Seção de Dissídios Individuais I, publicada em 23.05.2008, lamentavelmente dispõe diversamente: “A responsabilidade pelo recolhimento das contribuições social e fiscal, resultante de condenação judicial referente a verbas remuneratórias, é do empregador e incide sobre o total da condenação. Contudo, a culpa do empregador pelo inadimplemento das verbas remuneratórias não exime a responsabilidade do empregado pelos pagamentos do imposto de renda devido e da contribuição previdenciária que recaia sobre sua quota-parte”. Contudo, frise-se que se cuida de tema altamente polêmico na seara trabalhista, existindo decisões do próprio TST em sentido contrário, em especial o enunciado de súmula 368, de 25.11.2005, que consigna nos seus itens II e III: “II- É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenação judicial, devendo ser calculadas, em relação à incidência dos descontos fiscais, mês a mês, nos termos do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988. III – Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração encontra-se disciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição. (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001)”.

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Decreto nº 3.048/1999). Eficácia não retroativa da alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº

11.941/2009, que deu nova redação ao art. 43 da Lei nº 8.212/91.

V - Para o labor realizado a partir de 5.3.2009, considera-se fato gerador das

contribuições previdenciárias decorrentes de créditos trabalhistas reconhecidos ou

homologados em juízo a data da efetiva prestação dos serviços. Sobre as

contribuições previdenciárias não recolhidas a partir da prestação dos serviços

incidem juros de mora e, uma vez apurados os créditos previdenciários, aplica-se

multa a partir do exaurimento do prazo de citação para pagamento, se descumprida

a obrigação, observado o limite legal de 20% (art. 61, § 2º, da Lei nº 9.430/96). VI – O imposto de renda decorrente de crédito do empregado recebido

acumuladamente deve ser calculado sobre o montante dos rendimentos pagos,

mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela

progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito, nos termos

do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988, com a redação conferida pela Lei nº 13.149/2015, observado o procedimento previsto nas Instruções Normativas da

Receita Federal do Brasil.

PÁG. 291

Na forma do artigo 47, da Lei 8.212/91, a CND será exigível da empresa na contratação com

o Poder Público e no recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício concedido por

ele; na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo; na

alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel de valor superior a R$ 58.282,04 (valor

atualizado para ao ano de 2018 ) incorporado ao ativo permanente da empresa; no registro ou

arquivamento, no órgão próprio, de ato relativo a baixa ou redução de capital de firma individual,

redução de capital social, cisão total ou parcial, transformação ou extinção de entidade ou

sociedade comercial ou civil e transferência de controle de cotas de sociedades de

responsabilidade limitada.

PÁG. 312

Apesar de inexistir previsão expressa na Lei 8.213/91, as ações regressivas passaram a

serem propostas também contra os causadores de acidentes de trânsito imprudentes e agentes

que praticaram violência doméstica (a exemplo de maridos que agridem esposas), a fim de

ressarcir os gastos com os benefícios previdenciários pagos pelo INSS.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Este posicionamento da AGU foi acatado pelo STJ, no julgamento

do REsp 1.431.150/RS (2016), que manteve a condenação de

marido que assassinou a esposa em indenizar a Previdência Social.

“É possível o ajuizamento de ação regressiva pela

autarquia previdenciária com o objetivo de

ressarcimento de valores pagos a título de pensão por

morte aos filhos de segurada, vítima de homicídio

praticado por seu ex-companheiro” REsp 1.431.150-

RS, Rel. Min. Humberto Martins, por maioria, julgado

em 23/8/2016, DJe 2/2/2017.

Excluído: 57.100,07

Excluído: 2017

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Os juros de mora e a correção monetária observarão a taxa SELIC, incidindo desde a

ocorrência do acidente.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

1. O Tribunal de origem não se manifestou sobre os artigos

37-A da Lei 10.522/2002 e 61 da Lei 9.430/1996, bem

como sobre a respectiva tese de que após dezembro de

2008 a aplicação da taxa Selic é obrigatória para a

atualização dos créditos das autarquias e fundações

públicas. Portanto, desatendido, no ponto, o requisito do

prequestionamento, nos termos da Súmula 211/STJ. 2. A

ação regressiva intentada pelo INSS visa ressarcir os

cofres públicos dos gastos com o pagamento de benefícios

previdenciários oriundos de acidente de trabalho, causado

pela negligência do empregador quanto à observância das

normas de segurança e higiene do trabalho. Trata-se, em

verdade, de responsabilidade extracontratual por ato

ilícito, porquanto, o empregador, por culpa ou dolo, deixa

de observar as normas de segurança do trabalho, conduta

determinante para a ocorrência do acidente. 3. Tratando-

se de responsabilidade extracontratual por ato ilícito, os

juros de mora deverão fluir a partir do evento danoso,

nos termos da Súmula 54 do STJ, in verbis: "Os juros

moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso

de responsabilidade extracontratual" (REsp 1673513, de

28.11.2017).

PÁG. 313

Neste caso, entende-se que a prescrição quinquenal somente deverá começar a correr na

data da concessão do benefício previdenciário, vez que é o momento em que o Erário da

Previdência Social é lesado.

PÁG. 313

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE para Procurador do Estado do Amazonas

em 2016, foi considerada errada a seguinte alternativa: A respeito

do acidente de trabalho e das ações judiciais em matéria

previdenciária, julgue o item subsequente. Nos termos do

entendimento do STJ, nas demandas ajuizadas pelo INSS contra o

empregador do segurado falecido em acidente laboral nas quais se

vise o ressarcimento dos valores decorrentes do pagamento da

Excluído: , sendo uma prescrição de trato sucessivo, e não de fundo do direito.

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pensão por morte, o termo a quo da prescrição quinquenal será a

data do acidente.

No entanto, para a ação regressiva previdenciária, o Superior Tribunal de Justiça tem

pronunciado se tratar de prescrição do fundo do direito, e não de prescrição de trato sucessivo:

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

A Primeira Seção do STJ, por ocasião do julgamento

do REsp 1.251.993/PR, submetido à sistemática do art.

543-C do CPC, assentou a orientação de que o prazo

prescricional nas ações indenizatórias contra a Fazenda

Pública é quinquenal, conforme previsto no art. 1º do

Decreto n. 20.910/1932. 3. Pelo princípio da isonomia,

o prazo para o ingresso da ação regressiva pelo ente

previdenciário deve observar aquele relativo à prescrição

nas ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda

Pública. Precedentes. 4. O Tribunal a quo consignou

que o INSS concedeu o benefício acidentário ao

segurado desde 13/2/2001 e que a propositura da

ação de regresso ocorreu em 14/7/2009. Assim,

está caracterizada a prescrição” (REsp 1668967 /

ES, de 8/8/2017).

PÁG. 325

Importante:

Aliás, o artigo 77, §2º, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei

13.183/2015 e 13.135/2015, é claro ao afirmar que a parte individual

da pensão extingue-se para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o

irmão, de ambos os sexos, ao completar vinte e um anos de idade,

salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou

deficiência grave; para filho ou irmão inválido, pela cessação

da invalidez; para filho ou irmão que tenha deficiência intelectual

ou mental ou deficiência grave, pelo afastamento da deficiência, nos

termos do regulamento.

.

PÁG. 326

Qual o entendimento da TNU sobre o assunto?

Entretanto, em 11 de outubro de 2010, em reunião em Recife, ao

julgar incidente de uniformização no processo 2005.71.95.001467-

Excluído: 146

Excluído: (incisos II e III, respectivamente)

Excluído: para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez

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0, a TNU decidiu que o maior de 21 anos inválido continua como

dependente do segurado, mesmo sendo a invalidez posterior à

maioridade previdenciária, mas com presunção relativa de

dependência econômica, cabendo ao INSS desconstituí-la, como foi

feito no processo em questão.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

2. É irrelevante o fato de a invalidez ter sido após a maioridade

do postulante, uma vez que, nos termos do artigo 16, III c/c

parágrafo 4º, da Lei 8.213/91, é devida a pensão por morte,

comprovada a dependência econômica, ao irmão inválido ou

que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta

ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente. 3.

Alinhado a esse entendimento, há precedentes do STJ no

sentido de que, em se tratando de dependente maior

inválido, basta a comprovação de que a invalidez é anterior ao

óbito do segurado. Nesse sentido: AgRg no AREsp

551.951/SP, Rel. Ministra Assusete Magalhães, Segunda

Turma, DJe 24/4/2015, e AgRg no Ag 1.427.186/PE, Rel.

Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe

14/9/2012 (REsp 1618157, de 18.8.2016).

PÁG. 327

Caberá ao Regulamento definir quais as situações de deficiência intelectual ou mental que

gerarão a proteção previdenciária do filho maior de 21 do segurado, assim como qual o critério

para enquadramento do deficiente grave, pois o texto tornou-se genérico e impreciso.

Ademais, o artigo 110-A da Lei 8.213/91, inserido pela Lei 13.146/2016, passou a prever que,

no ato de requerimento de benefícios operacionalizados pelo INSS, não será exigida

apresentação de termo de curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados os

procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.

PÁG. 328

Importante:

Até o advento da Medida Provisória 1.523, de 11.10.1996,

convertida na Lei 9.528/97, o menor sob guarda também era

considerado dependente, tendo sido excluído desse rol no

texto da Lei 8.213/91 em razão do elevado número de avós que

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colocavam os seus netos sob guarda apenas para instituir eventual

pensão por morte previdenciária.

PÁG. 329

Embora a Corte Especial não tenha tratado do tema, é necessário que o menor sob guarda

demonstre a dependência econômica e que haja a concessão de guarda jurídica.

O tema será apreciado pelo Supremo Tribunal Federal. É que no dia 19 de novembro de 2012

a Procuradoria Geral da República propôs ação direta de inconstitucionalidade (ADI 4.878)

contra a exclusão do menor sob guarda do rol de dependentes do RGPS.

PÁG. 330

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

A pensão pela morte do pai será devida até o limite de vinte e um

anos de idade, salvo se inválido, não se podendo estender até os

24 anos para os estudantes universitários, pois não há amparo legal

para tanto. Recurso provido (REsp 639.487, de 11.10.2005). Esta

posição foi firmada em tese repetitiva pelo STJ no ano de 2013

(REsp 1.369.832-SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em

12/6/2013).

PÁG. 330

Importante:

Por fim, por força da Lei 13.146, publicada em 7 de julho de 2015, que

aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiência e entrou em vigor em

180 dias após a sua publicação (3 de janeiro de 2016), houve a

alteração do artigo 16, inciso I, da Lei 8.213/91, pois a classe I passou

a ter a conseguinte redação: o cônjuge, a companheira, o companheiro

e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e

um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou

deficiência grave. Logo, em janeiro de 2016, o filho do segurado com

deficiência grave passou a integrar a classe preferencial, cabendo

ao Regulamento da Previdência Social definir futuramente o que é

deficiência grave.

Excluído: passará

Excluído: Certamente para os editais de concursos públicos publicados a partir desta data (verifique as regras do concurso) deverá ser cobrada a nova redação do artigo 16 da Lei 8.213/91.

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PÁG. 332

Mesmo que haja dependência econômica, o benefício será negado acaso exista ao menos

um dependente de classe 1, que é preferencial.

Os avós não são previstos no artigo 16 da Lei 8.213/91 como dependentes. No entanto, existe

precedente do STJ bastante excepcional que concedeu pensão por morte aos avós que

possuíam a posição de pais do segurado que ficou órfão desde cedo.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Pensão por morte. Óbito do neto. Avós na condição de pais. Rol

taxativo do art. 16 da Lei 8.213/1991. Adequação legal da relação

jurídica familiar: Deve ser reconhecido aos avós de segurado

falecido o direito ao recebimento de pensão por morte em razão de

terem sido os responsáveis pela criação do neto, ocupando

verdadeiro papel de genitores. REsp 1.574.859-SP, Rel. Min.

Mauro Campbell Marques, por unanimidade, julgado em

8/11/2016.

PÁG. 339

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE para Procurador do BACEN em 2009, foi

considerado errado o seguinte enunciado: Considerando que um

servidor do BACEN tenha trabalhado, na qualidade de celetista, sob

condições especiais em atividade considerada insalubre, o tempo

de serviço como celetista não se incluirá na contagem especial de

tempo de serviço, uma vez que a CF veda a contagem de tempo

fictício para fins previdenciários.

Não cabe à legislação estadual e municipal de RPPS criar inovações normativas sobre a

contagem recíproca do tempo de contribuição, pois haveria quebra de unidade normativa

nacional, sendo tema enquadrado como normatização geral da disciplina, de competência

apenas da União.

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta

para declarar a inconstitucionalidade do art. 119, VI, da Lei

6.677/1994, do Estado da Bahia [“Art. 119. Contar-se-á para

efeito de aposentadoria e disponibilidade: ... VI - até 10 (dez)

anos do tempo de serviço em atividade privada vinculada à

previdência social, desde que um decênio, pelo menos, no

serviço público estadual, ressalvada a legislação federal

regulamentadora da matéria”]. O Tribunal confirmou a liminar

deferida e consignou que, na sua redação original, o § 2° do art.

202 da CF seria autoaplicável (“Art. 202. É assegurada

aposentadoria, nos termos da lei, calculando-se o benefício

sobre a média dos trinta e seis últimos salários de contribuição,

corrigidos monetariamente mês a mês, e comprovada a

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regularidade dos reajustes dos salários de contribuição de modo

a preservar seus valores reais e obedecidas as seguintes

condições: ... § 2º - Para efeito de aposentadoria, é assegurada

a contagem recíproca do tempo de contribuição na

administração pública e na atividade privada, rural e urbana,

hipótese em que os diversos sistemas de previdência social se

compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos

em lei”). ADI 1798/BA, rel. Min. Gilmar Mendes, 27.8.2014.

PÁG. 367

Importante:

Na forma do REVOGADO parágrafo único, do artigo 24, da Lei

8.213/91, havendo perda da qualidade de segurado, as

contribuições anteriores a essa perda somente serão

computadas para efeito de carência depois que o segurado contar,

a partir da nova filiação ao Regime Geral de Previdência Social,

com, no mínimo, um terço do número de contribuições exigidas

para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser

requerido. No entanto, este dispositivo foi expressamente revogado

pela Lei 13.457/2017, fruto da conversão da MP 767, de 6 de janeiro

de 2017, gerando a extinção da regra de 1/3, após uma tentativa

frustrada de revogação pela MP 739/2016, que havia caducado sem

votação no Congresso Nacional.

PÁG. 367

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Nesse sentido, analisando os requisitos para a concessão de

aposentadoria por idade, afirmou o STJ que “o parágrafo único do

artigo 24 da Lei 8.213/91 aplica-se aos casos em que o segurado

n ã o c o n s e g u e

comprovar, de forma alguma, a totalidade da carência exigida, ao

benefício que se pretende, tendo que complementar o período

comprovado com mais 1/3 (um terço), pelo menos, de novas

contribuições, mesmo que já possua o requisito idade” (ERESP

200200227813, de 09.03.2005).

Importante

Mas apesar de ter extinto a regra de 1/3 da

carência, a Lei 13.457/2017 instituiu na Lei Excluído: extinguido

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8.213/91 a regra de ½ da carência para

compensar, adotando uma posição

intermediária entre a disputa do Governo com os

segurados: “art. 27-A. No caso de perda da

qualidade de segurado, para efeito de carência

para a concessão dos benefícios de que trata

esta Lei, o segurado deverá contar, a partir da

nova filiação à Previdência Social, com metade

dos períodos previstos nos incisos I e III do

caput do art. 25 desta Lei”.

Assim sendo, na hipótese de concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez

que recaiam na regra da carência de 12 recolhimentos mensais, caso haja perda da qualidade

de segurado com posterior refiliação previdenciária, será necessário que ao menos ½ do período

de carência (6 contribuições) se realize na segunda filiação para que as contribuições vertidas

na primeira filiação sejam consideradas para fins de carência.

No caso de concessão de salário-maternidade que recaia na regra da carência de 10

recolhimentos mensais (contribuinte individual, segurado especial e segurado facultativo), caso

haja perda da qualidade de segurado com posterior refiliação previdenciária, será necessário

que ao menos ½ do período de carência (5 contribuições) se realize na segunda f iliação para

que as contribuições vertidas na primeira filiação sejam consideradas para fins de carência.

PÁG. 372

Vale registrar que, por força da LC 142/2013, que aprovou as regras para a aposentadoria

especial do segurado deficiente, para este benefício será possível a incidência do fator

previdenciário, desde que seja favorável ao segurado.

Veja-se o mapa do fator previdenciário nos benefícios do RGPS na atualidade:

A) Obrigatório na aposentadoria por tempo de contribuição comum e de professor, salvo regra

85/95;

B) Facultativo na aposentadoria por tempo de contribuição do deficiente;

C) Facultativo na aposentadoria por idade;

D) Jamais incidirá na aposentadoria especial (agentes nocivos);

E) Jamais incidirá na aposentadoria por invalidez;

F) Poderá incidir de modo reflexo na pensão por morte, quando o segurado morre em gozo

de aposentadoria que incidiu o fator previdenciário, haja vista que, nesta hipótese, a pensão por

morte terá a mesma renda da aposentadoria;

G) Jamais incidirá no auxílio-doença, auxílio-acidente, salário-família e salário-maternidade;

H) Jamais incidirá no auxílio-reclusão, cuja renda mensal é calculada da mesma maneira que

a aposentadoria por invalidez.

O fator previdenciário se trada de coeficiente que considera a idade da pessoa, o seu tempo

de serviço/contribuição e a sua expectativa de vida, de acordo com a tábua completa de

mortalidade do IBGE, considerando-se a média nacional para ambos os sexos, a fim de ser

Excluído: Agora, com o advento da MP 767/2017, o parágrafo único do artigo 24 foi revogado e foi inserida regra proibitiva no novel artigo 27-A da Lei 8.213/1991, aduzindo que no caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para a concessão dos benefícios de auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez e de salário-maternidade (quando exigir carência), o segurado deverá contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com os períodos previstos para a carência integral, não mais existindo a benéfica regra de 1/3.¶Desta forma, tendo havido a perda da qualidade de segurado, para a concessão de um auxílio-doença ou de uma aposentadoria por invalidez que exija a carência, é necessário que o segurado conte com 12 recolhimentos mensais após a refiliação e que a incapacidade seja superveniente ao cumprimento da carência.¶Outrossim, para a concessão do salário-maternidade para a segurada especial, segurada facultativa e contribuinte individual, será necessário o recolhimento de 10 contribuições após a refiliação e antes da ocorrência do parto ou adoção.¶

Excluído: Trata-se

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utilizado no cálculo da renda mensal inicial da aposentadoria por tempo de contribuição e por

idade.

PÁG. 378

Importante:

O salário de benefício possui limites mínimos e máximos, não

podendo ser inferior a um salário mínimo nem superior ao teto

do salário de contribuição da data de início do benefício, atualizado

para R$ 5.645,80, desde 01.01.2018.

PÁG. 381

Em todas as hipóteses, deverá ser observado o teto de R$ 5.645,80 (valor atualizado para

2018), pois a soma não poderá ultrapassar esta quantia.

PÁG. 382

B) Aposentadoria por idade: 70% do salário de benefício, acrescido de 1% a cada grupo de

12 contribuições mensais, até o limite máximo de 100%;

C) Auxílio-doença: 91% do salário de benefício, limitada à média das 12 últimas

contribuições;

PÁG. 383

Importante:

Por outro lado, em regra, os benefícios do RGPS não poderão ter

valor superior ao teto do salário de contribuição, fixado

originariamente em R$ 2.400,00 pelo artigo 5º, da Emenda 41/2003,

que desde 01.01.2018 foi atualizado para R$ 5.645,80.

PÁG. 394

Embora seja óbvio, coube à Lei 13.457/2017 expressar isso ao modificar o §1º do artigo 101

da Lei 8.213/1991, passando a gozar de previsão normativa expressa que a mencionada isenção

de perícia do sexagenário aposentado por invalidez é condicionada ao não retorno ao trabalho.

Outrossim, a Lei 13.457/2017 criou outra situação de isenção de perícia para os aposentados por invalidez, após estes completarem cinquenta e cinco anos ou mais de idade e quando decorridos quinze anos da data da concessão da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a precedeu.

Portanto, são duas hipóteses alternativas que ensejarão a isenção de perícia do aposentado por invalidez que não retornou ao trabalho remunerado, salvo para fins de verificação do auxílio-

Excluído:

Excluído: 5.531,31

Excluído: 2017

Excluído:

Excluído: 5.531,31

Excluído: 2017

Excluído: 2017

Excluído: 5.531,31

Excluído: MP 767/2017

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acompanhante de 25%:

A) Ter completado 60 anos de idade ou;

B) Ter completado 55 anos de idade, desde que tenha percebido ao menos 15 anos de benefício por incapacidade laborativa.

A perícia referida terá acesso aos prontuários médicos do periciado no Sistema Único de Saúde (SUS), desde que haja a prévia anuência do periciado e seja garantido o sigilo sobre os dados dele.

Ademais, é assegurado o atendimento domiciliar e hospitalar pela perícia médica e social do INSS ao segurado com dificuldades de locomoção, quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, nos termos do regulamento.

Constatada a capacidade para o trabalho, o segurado ou seu representante legal deverá ser

notificado por escrito para, se não concordar com a decisão, requerer novo exame médico-

pericial no prazo de trinta dias, que será realizado por profissional diferente daquele que efetuou

o último exame.

PÁG. 396

Importante:

Com o advento da Lei 13.457/2017 , foi inserida regra no artigo 43

da Lei 8.213/1991 prevendo que o segurado aposentado por

invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação

das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria,

concedida judicial ou administrativamente, observado o disposto no

artigo 101 da Lei 8.213/1991.

Desta forma, o cancelamento administrativo de aposentadoria por invalidez concedida

judicialmente passou a ser previsto na Lei 8.213/1991, após a submissão ao procedimento de

perícia médica, ressalvadas as situações de isenção de perícia aos maiores de 60 anos de idade

ou de 55 anos de idade com 15 anos ao menos de percepção do benefício, nos termos do artigo

101, da Lei 8.213/91, acima estudado.

(...)

Importante:

A renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez será de

100% do salário de benefício em qualquer hipótese, lembrando

que nunca haverá incidência de fator previdenciário.

PÁG. 402

Impende ressaltar que o auxílio-acompanhante poderá ser cancelado mesmo após o

aposentado por invalidez atingir os 60 anos de idade ou 55 anos com 15 anos ao menos de

recebimento do benefício, sendo possível a realização de perícia médica para esse fim por força

do artigo 103, §2º, inciso I, da Lei 8.213/91, alterada pela Lei 13.063/2014

Excluído: MP 767/2017

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PÁG. 404

QUADRO SINTÉTICO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Cabimento segurado incapaz e insusceptível de reabilitação para o

exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.

Beneficiári

os

todos os segurados.

Carência

12 contribuições mensais (segurado especial 12 meses de

atividade rurícola ou pesqueira em regime de economia

familiar para a subsistência), salvo acidente de qualquer

natureza, doença profissional ou do trabalho e doenças graves

listadas em ato regulamentar.

Valor 100% do salário de benefício.

Outras

informaçõe

s

A) não é definitiva , salvo para os maiores de 60 anos de

idade ou de 55 anos com percepção ao menos por 15

anos, se não voltarem a exercer atividade laboral;;

B) é possível um acréscimo de 25%, inclusive extrapolando

o teto, se o segurado necessitar de assistência

permanente de outra pessoa;

C) o segurado é obrigado a se submeter a exames médicos

periódicos (a cada 02 anos), salvo regra de isenção, e

reabilitação profissional, mas não a cirurgia e transfusão de

sangue;

D) será devida desde a incapacidade (salvo empregado), se

requerida até 30 dias. Se após, a data de início será a data

do requerimento; no caso do segurado empregado, o

empregador deve arcar com os salários por quinze dias

antes da concessão da aposentadoria.

PÁG. 406

Importante:

Conforme determinação constitucional, haverá redução de idade

em 05 anos para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e

para os que exerçam suas atividades em regime de economia

familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o

pescador artesanal.

A regulamentação é dada pelo artigo 48, §1º, da Lei 8.213/91, com redação dada

pela Lei 9.876/99:

“§ 1o Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinqüenta e cinco

anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos

na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11”.

Excluído: se maior de 60 anos de idade

Excluído: Ou seja, serão agraciados os segurados especiais, o garimpeiro (contribuinte individual) e produtor rural também enquadrado como contribuinte individual, bem como o empregado rural e o trabalhador avulso rural.

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Assim, pelo texto legal, são agraciados pela redução os seguintes segurados:

A) (art. 11, I, letra A – empregado rural): a) aquele que presta serviço de natureza

urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante

remuneração, inclusive como diretor empregado;

B) (art. 11, V, letra G – contribuinte individual rural): g) quem presta serviço de

natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação

de emprego;

C) (art. 11, VI – trabalhador avulso rural): VI - como trabalhador avulso: quem

presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou

rural definidos no Regulamento (intermediação do sindicato rural);

D) (art. 11, VII – segurado especial): VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.

Curioso notar que a regulamentação dada pelo artigo 48 da Lei 8.213/91 não

contemplou o produtor rural contribuinte individual para a redução em cinco anos na

redução da idade para o benefício da aposentadoria por idade, pois não há referência

ao artigo 11, V, letra A, da Lei 8.213/91:

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a

qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro)

módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou

atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou

ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo;

Acredita-se que pela generalidade do texto constitucional na primeira parte do artigo

201, §7º, II, que aduz “reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais

de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia

familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal”, deveria

a Lei 8.213/91 ter abarcado todos os trabalhadores rurais com a redução na idade, e

não deixado de fora o produtor rural contribuinte individual.

Isso porque o objetivo da redução da idade constitucional foi compensar o

trabalhador rural, o garimpeiro e o pescador artesanal com uma regra de aposentadoria

precoce, decorrente do nítido desgaste físico gerado por essas atividades. Mas é certo

que o texto constitucional é deveras confuso e deveria ter uma melhor redação.

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PÁG. 414

A despeito da controvérsia, entende-se que não, pois esse período é considerado apenas

para fins de cômputo de tempo de serviço, inexistindo autorização legal para considerá-lo no

cálculo da renda mensal da aposentadoria por idade, máxime porquanto não contributivo.

PÁG. 414

Importante:

No que concerne ao segurado especial, o valor da aposentadoria

por idade é fixado em um salário mínimo, exceto se ele fez os

recolhimentos facultativos como se fosse contribuinte individual,

conforme faculdade do artigo 25, §1º, da Lei 8.212/91, quando

haverá o cálculo na forma acima descrita.

Por força do artigo 3º, §1º, da Lei 10.666/2003, a perda da

qualidade de segurado não será considerada para a concessão

da aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com, no

mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para

efeito de carência na data do requerimento do benefício.

PÁG. 415

Essa pessoa, ao completar 65 anos de idade, fará jus à aposentadoria por idade, mesmo não

sendo mais segurada há mais de uma década.

No caso do segurado especial é diferente, pois a regra do artigo 3º, §1º, da Lei 10.666/2003

é incompatível com o seu regime jurídico, sendo necessária a manutenção da qualidade de

segurado especial quando do implemento do requisito etário (60 e 55 anos de idade, homem e

mulher, respectivamente) juntamente com a carência de 15 anos para a formação do direito à

aposentadoria por idade.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Eis a tese repetitiva firmada pelo STJ através da 1ª

Seção: “tese delimitada em sede de representativo da

controvérsia, sob a exegese do artigo 55, § 3º

combinado com o artigo 143 da Lei 8.213/1991, no

sentido de que o segurado especial tem que estar

laborando no campo, quando completar a idade

mínima para se aposentar por idade rural, momento

em que poderá requerer seu benefício. Se, ao

alcançar a faixa etária exigida no artigo 48, § 1º,

da Lei 8.213/1991, o segurado especial deixar

de exercer atividade rural, sem ter atendido a regra

transitória da carência, não fará jus à aposentadoria

Excluído: Isso no caso de incidência do artigo 48, §3º, da Lei 8.213/91, que permite o cômputo de carência rural na concessão de aposentadoria por idade urbana, mas sem o redutor de cinco anos na idade do segurado.

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por idade rural pelo descumprimento de um dos dois

únicos critérios legalmente previstos para a aquisição

do direito. Ressalvada a hipótese do direito

adquirido em que o segurado especial preencheu

ambos os requisitos de forma concomitante, mas

não requereu o benefício”.

PÁG. 417

QUADRO SINTÉTICO – APOSENTADORIA POR IDADE

Cabimento

devida ao segurado homem com 65 anos de idade e mulher

com 60 anos de idade, com redução de 05 anos para o

produtor rural, o segurado especial e o garimpeiro. O

segurado deficiente também terá direito à redução em 05

anos na idade.

Beneficiário

s

todos os segurados.

Carência 180 contribuições mensais, observada a tabela de transição

do artigo 142, da Lei 8.213/91.

Valor

70% do salário de benefício, acrescido de 1% a cada grupo

de 12 contribuições mensais, no máximo de 100%, sendo

facultativa a utilização do fator previdenciário; no caso do

segurado especial, será de um salário mínimo, salvo se este

contribuiu facultativamente à razão de 20% do salário de

contribuição.

Outras

informaçõe

s

será devida desde o requerimento administrativo, exceto para

o empregado e o doméstico, se requerida até 90 dias, sendo

devida para estes após o desligamento do emprego.

PÁG. 425

Para o professor, é obrigatória a incidência do fator previdenciário no cálculo do salário de

benefício, sendo este o posicionamento dominante do STJ e firmado pela TNU.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

É legítima a aplicação do fator previdenciário no cálculo

da aposentadoria do professor da educação básica,

ressalvados os casos em que o segurado tenha

completado tempo suficiente para a concessão do

benefício antes da edição da Lei n. 9.876/99. REsp

1.599.097-PE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,

Rel. para acórdão Min. Sérgio Kukina, por maioria,

julgado em 20/6/2017, DJe 27/6/2017.

Excluído: como contribuinte individual.

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PÁG. 436

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

No entanto, o atual posicionamento do STJ é contrário ao da

Previdência Social, pois a Corte Superior considera como

exemplificativo o rol de agentes nocivos listados pelo Anexo IV do

Regulamento da Previdência Social:

O tema foi julgado como repetitivo pelo STJ (tema 534):

1. Trata-se de Recurso Especial interposto pela

autarquia previdenciária com o escopo de

prevalecer a tese de que a supressão do agente

eletricidade do rol de agentes nocivos pelo

Decreto 2.172/1997 (Anexo IV) culmina na

impossibilidade de configuração como tempo

especial (arts. 57 e 58 da Lei 8.213/1991) de

tal hipótese a partir da vigência do citado ato

normativo.

2. À luz da interpretação sistemática, as normas

regulamentadoras que estabelecem os casos de

agentes e atividades nocivos à saúde do

trabalhador são exemplificativas, podendo ser

tido como distinto o labor que a técnica médica

e a legislação correlata considerarem como

prejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho

seja permanente, não ocasional, nem

intermitente, em condições especiais (art. 57,

§ 3º, da Lei 8.213/1991). Precedentes do STJ.

PÁG. 441

Qual o entendimento da TNU sobre o assunto?

Súmula 68 – O laudo pericial não contemporâneo ao período

trabalhado é apto à comprovação da atividade especial do

segurado.

Vale frisar que, a princípio, basta a apresentação do PPP, não sendo exigível o LTCAT,

salvo se houver incorreção, contradição ou obscuridade no PPP, hipótese na qual deve ser o

segurado instado a apresentar o laudo.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

O STJ fixou tese repetitiva nesse mesmo sentido no

julgamento da PETIÇÃO Nº 10.262 - RS (2013/0404814-

0), de 8/2/2017: PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE

JURISPRUDÊNCIA. PREVIDENCIÁRIO.

COMPROVAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL.

RUÍDO. PERFIL PROFISSIOGRÁFICO

PREVIDENCIÁRIO (PPP). APRESENTAÇÃO

SIMULTÂNEA DO RESPECTIVO LAUDO TÉCNICO DE

Excluído: “É possível o reconhecimento do tempo de serviço como especial desde que a atividade exercida com exposição aos fatores de risco, ainda REsp 1.267.323, de 02.08.2012, 6ª Turma). “Consoante os precedentes desta Corte, em que pese a presunção absoluta de especialidade para o agente nocivo eletricidade se encerrasse com a edição do Decreto nº 2.172/1997, estando devidamente demonstrado por outros meios probantes o exercício do labor em condições especiais, é possível reconhecer a especialidade, ainda que seja em período laborado após o advento do referido decreto, porquanto o rol de atividades consideradas prejudiciais à saúde é meramente exemplificativo” (AgRg no REsp 1.168.455, de 12.06.2012, 5ª Turma). Outrossim, a 1ª e 2ª Turma do STJ em julgamentos monocráticos vêm declarando que o rol de agentes nocivos é exemplificativo (REsp 1.329.778, de 21.09.2012 – EDcl no REsp 1.327.309, de 05.09.2012).

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CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO (LTCAT).

DESNECESSIDADE QUANDO AUSENTE IDÔNEA

IMPUGNAÇÃO AO CONTEÚDO DO PPP. 1. Em regra,

trazido aos autos o Perfil Profissiográfico Previdenciário

(PPP), dispensável se faz, para o reconhecimento e

contagem do tempo de serviço especial do segurado, a

juntada do respectivo Laudo Técnico de Condições

Ambientais de Trabalho (LTCAT), na medida que o PPP

já é elaborado com base nos dados existentes no

LTCAT, ressalvando-se, entretanto, a necessidade da

também apresentação desse laudo quando idoneamente

impugnado o conteúdo do PPP. 2. No caso concreto,

conforme destacado no escorreito acórdão da TNU,

assim como no bem lançado pronunciamento do

Parquet, não foi suscitada pelo órgão previdenciário

nenhuma objeção específica às informações técnicas

constantes do PPP anexado aos autos, não se podendo,

por isso, recusar-lhe validade como meio de prova apto

à comprovação da exposição do trabalhador ao agente

nocivo "ruído". 3. Pedido de uniformização de

jurisprudência improcedente.

PÁG. 450

Impende salientar que a aposentadoria especial nasceu apenas com o advento da Lei

Orgânica da Previdência Social (Lei 3.807/1960), não devendo ser reconhecido como especial o

tempo de contribuição anterior à LOPS, em aplicação ao Princípio do Tempus Regit Actum, razão

pela qual incabível também qualquer conversão em comum.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Tanto na 3ª Seção quanto na 1ª Seção, pacificou-se o

entendimento de que é possível o reconhecimento do

tempo especial mesmo antes da Lei 3.807/1960:

“AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE

DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL.

PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO, PARA FINS

DE APOSENTADORIA, DA NATUREZA ESPECIAL DE

TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO ANTES DA EDIÇÃO

DA LEI Nº 3.807/1960. POSSIBILIDADE. DISSÍDIO

JURISPRUDENCIAL SUPERADO. 1. Nos termos do art.

162 da Lei nº 3.807/1960, é possível o reconhecimento,

para fins de aposentadoria, da natureza especial de

tempo de serviço prestado antes da edição da referida

lei. Entendimento consolidado no âmbito das Turmas

que integram a Terceira Seção (3ª Seção, AgRg nos

EREsp 996196, de 24/04/2013). “RECURSO ESPECIAL.

VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA.

MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E

RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO

REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.

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PREVIDENCIÁRIO. TEMPO ESPECIAL E COMUM.

CONVERSÃO. POSSIBILIDADE. ART. 9º, § 4º, DA LEI

5.890/1973, INTRODUZIDO PELA LEI 6.887/1980.

CRITÉRIO. LEI APLICÁVEL. LEGISLAÇÃO VIGENTE

QUANDO PREENCHIDOS OS REQUISITOS DA

APOSENTADORIA. 1. Trata-se de Recurso Especial

interposto pela autarquia previdenciária com intuito de

desconsiderar, para fins de conversão entre tempo

especial e comum, o período trabalhado antes da Lei

6.887/1980, que introduziu o citado instituto da conversão

no cômputo do tempo de serviço. 2. Como pressupostos

para a solução da matéria de fundo, destaca-seque o STJ

sedimentou o entendimento de que, em regra; a) a

configuração do tempo especial é de acordo com a lei

vigente no momento do labor, e b) a lei em vigor quando

preenchidas as exigências da aposentadoria é a que

define o fator de conversão entre as espécies de tempo

de serviço. Nesse sentido: REsp1.151.363/MG, Rel.

Ministro Jorge Mussi, Terceira Seção, DJe5.4.2011,

julgado sob o rito do art. 543-C do CPC. 3. A lei vigente

por ocasião da aposentadoria é a aplicável ao direito

à conversão entre tempos de serviço especial e

comum, independentemente do regime jurídico à

época da prestação do serviço. Na mesma linha: REsp

1.151.652/MG, Rel. Ministra LauritaVaz, Quinta Turma,

DJe 9.11.2009; REsp 270.551/SP, Rel. MinistroGilson

Dipp, Quinta Turma, DJ 18.03.2002; Resp 28.876/SP,

Rel.Ministro Assis Toledo, Quinta Turma, DJ 11.09.1995;

AgRg nos EDcl noAg 1.354.799/PR, Rel. Ministra Maria

Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 5.10.2011. 4.

No caso concreto, o benefício foi requerido em 24.1.2002,

quando vigente a redação original do art. 57, § 3º, da Lei

8.213/1991, que previa a possibilidade de conversão de

tempo comum em especial. 5. Recurso Especial não

provido. Acórdão submetido ao regime do art.543-C do

CPC e da Resolução 8/2008 do STJ” (1ª Seção,

REsp1310034, de 24/10/2012).

Excluído: ¶Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?¶No âmbito do STJ o tema não foi uniformizado. Para a 5ª Turma (recurso especial 1.205.482, de 23.11.2010), “verifica-se que antes da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), não existia a possibilidade de concessão do benefício aposentadoria especial. Considerando que o tempo de serviço é disciplinado pela lei vigente à época em que efetivamente prestado, impossível retroagir norma regulamentadora sem expressa

Excluído: previsão legal, sob pena de ofensa ao disposto no artigo 6ª da Lei de Introdução ao Código Civil”. Por outro lado, a 6ª Turma entende que “se de fato ocorreu a especialidade do tempo de serviço, com exercício em data anterior à legislação que criou a aposentadoria especial, é possível o reconhecimento da atividade especial em período anterior a legislação instituidora” (AGRESP 200702972508, de 16.12.2010).

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PÁG. 451

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE para Juiz Federal da 5ª Região em 2011,

foi considerado errado o seguinte enunciado: No que se refere à

concessão de benefícios, a legislação previdenciária deve ser

interpretada de forma restrita, razão pela qual não é possível o

reconhecimento do exercício de atividade especial em data anterior

à legislação que a teria incluído no mundo jurídico, o que

representaria a possibilidade de aplicação retroativa de lei nova, em

violação ao princípio tempus regit actum.

PÁG. 452

5.2. Aposentadoria dos deficientes

PÁG. 452

Por sua vez, o Decreto 8.145, de 03 de dezembro de 2013, publicado nesse mesmo dia,

promoveu a sua regulamentação. Esta regra designou este benefício de aposentadoria por

tempo de contribuição das pessoas com deficiência.

PÁG. 464

Apenas no caso do segurado empregado, durante os primeiros 15 dias consecutivos ao

do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar o seu salário

integral.

Logo, a DIB (data de início do benefício) do auxílio-doença para o empregado será o décimo

sexto dia após o afastamento, se o benefício for requerido em até 30 dias. Para os demais

segurados, a DIB será a data do afastamento, se requerido em até 30 dias deste.

Para todos os segurados, a DIB será a data do requerimento administrativo, se entre o

afastamento e o requerimento se passaram mais de 30 dias.

PÁG. 466

Importante:

Apenas no caso do segurado empregado a regra será diferente,

tendo em vista a obrigação legal da empresa de pagar ao segurado

o seu salário durante os 15 primeiros dias do afastamento. Logo,

para o segurado empregado, a data de início do benefício não será

Excluído: Este tema não poderia ter sido cobrado em prova objetiva até a sua uniformização pelo STJ. Todavia,

Excluído: Com a uniformização do STJ, na atualidade, concorda-se com o gabarito errado.

Excluído: especial

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a data da incapacidade, e sim o 16º dia seguinte. Excepcionalmente,

se entre a data da incapacidade e a data de entrada do requerimento

se passar mais de 30 dias, a data de início do benefício será a data

de entrada do requerimento na Previdência Social.

Importante:

A reforma trabalhista (MP 808/2017) criou uma exceção

no caso de contrato de trabalho intermitente. Neste caso,

a empresa não irá pagar os 15 primeiros dias de

afastamento do empregado, sendo o auxílio-doença

devido desde o afastamento, se requerido em até 30 dias

(CLT, artigo 452-A, §13).

Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com

subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços

e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade

do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.

PÁG. 466

No caso de concessão judicial, em decorrência do INSS ter negado o benefício na esfera

administrativa, se por questões clínicas a perícia judicial não conseguir definir a data de início da

incapacidade, a data de início do benefício era a data de juntada do laudo pericial.

PÁG. 468

Importante:

Neste caso, após a cessação do benefício acidentário, o segurado

(empregado) terá garantido, pelo prazo mínimo de doze meses, a

manutenção do seu contrato de trabalho na empresa,

independentemente de percepção de auxílio-acidente, na forma do

artigo 118, da Lei 8.213/91. Este direito não foi estendido

expressamente ao empregado doméstico pela LC 150/2015.

PÁG. 469

Caso o prazo concedido para a recuperação se revele insuficiente, o segurado poderá solicitar

a realização de nova perícia médica, perpetrando pedido de prorrogação (PP) do benefício, nos

15 dias anteriores a alta programada.

Vale frisar que a Medida Provisória 739/2016 chegou a positivar a COPES administrativa no

artigo 60 da Lei 8.213/91, assim como constituiu a COPES judicial, dispondo que, sempre que

possível, o ato de concessão ou de reativação de auxílio-doença, judicial ou administrativo,

deveria fixar o prazo estimado para a duração do benefício, sendo que, na ausência de f ixação

do prazo, o benefício cessaria após o prazo de cento e vinte dias, contado da data de concessão

Excluído: será

Excluído: No âmbito dos Tribunais Regionais Federais é polêmica a validade legal da COPES. O TRF da 3ª Região já decidiu que “o procedimento conhecido como COPES – Cobertura Previdenciária Estimada – é compatível com a disciplina legal do auxílio-doença, em especial artigos 60 e 101 da Lei nº 8.213/91 (AI 303.954, de 04.05.2009). ¶Por outro lado, para o TRF da 5ª Região já se pronunciou pela “impossibilidade de a Autarquia Previdenciária realizar o cancelamento de benefício de auxílio-doença com base no Programa de Cobertura Previdenciária Estimada, tendo em vista a necessidade de constatação, por prévia perícia médica, do pronto resta-belecimento do segurado, realizada em processo administrativo com observância do devido processo legal” (AMS 98033, de 15.09.2009).¶Entende-se pela validade da COPES, desde que o INSS permita que o segurado seja avaliado pelo médico perito antes ou logo após a cessação programada do benefício por incapacidade, a fim de que não fique sem cobertura previdenciária por meses, caso ainda incapaz para o desenvolvimento do seu trabalho habitual.¶

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ou de reativação, exceto se o segurado requerer a sua prorrogação junto ao INSS, na forma do

regulamento.

(...)

Importante:

Posteriormente, foi editada a Medida Provisória 767, de 6 de

janeiro de 2017, restabelecendo parte do regramento da MP

739/2016, tendo positivado a COPES administrativa e

constituído a COPES judicial. A Lei 13.457/2017 confirmou a MP

767.

(...).

Caso a decisão judicial não fixe a data de cessação automática do auxílio-doença, o benefício

cessará após o prazo de cento e vinte dias, contado da data de concessão ou de reativação,

exceto se o segurado requerer a sua prorrogação junto ao INSS, conforme regulamento da

previdência social (pedido de prorrogação).

A COPES somente é compatível com a incapacidade laboral temporária, em que é possível

estimar prazo de recuperação, sendo incompatível com a incapacidade laboral permanente, pois

neste caso o auxílio-doença somente será cessado com a reabilitação profissional bem sucedida,

nos termos do artigo 62 da Lei 8.213/91.

Também restou consignado pela Lei 13.457/2017 que o segurado em gozo de auxílio-

doença, concedido judicial ou administrativamente, poderá ser convocado a qualquer momento

para avaliação das condições que ensejaram a concessão ou a manutenção.

O segurado que não concordar com o resultado da avaliação que ensejar o cancelamento do

auxílio-doença, poderá apresentar, no prazo máximo de trinta dias, recurso da decisão da

administração perante o Conselho de Recursos do Seguro Social, cuja análise médica pericial,

se necessária, será feita pelo assistente técnico médico da junta de recursos do seguro social,

perito diverso daquele que indeferiu o benefício.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

O sistema de alta programada estabelecido pelo INSS

apresenta como justificativa principal a desburocratização

do procedimento de concessão de benefícios por

incapacidade. Todavia, não é possível que um sistema

previdenciário, cujo pressuposto é a proteção social, se

abstenha de acompanhar a recuperação da capacidade

laborativa dos segurados incapazes, atribuindo-

lhes o ônus de um auto exame

clínico, a pretexto da diminuição das filas de atendimento

na autarquia. 6. Cabe ao INSS proporcionar um

acompanhamento do segurado incapaz

até a sua total capacidade, reabilitação profissional,

auxílio-

acidente ou aposentadoria por invalidez, não podendo a

autarquia focar apenas no aspecto da contraprestação

pecuniária.7. Na forma do art. 62 da Lei 8.213/1991, "o

segurado em gozo de auxílio-

doença, insusceptível de recuperação para sua atividade

habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação

Excluído: MP 767/2017

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profissional para o exercício de outra atividade", e "não

cessará o benefício até que seja dado como habilitado para

o desempenho de nova atividade

que lhe garanta a subsistência ou, quando conside

rado não-

recuperável, for aposentado por invalidez". Transferir

essa

avaliação ao próprio segurado fere gravemente o princí

pio da dignidade da pessoa humana. 8. Além disso, a

jurisprudência que vem

se firmando no âmbito do STJ é no sentido de que não

se pode proceder ao cancelamento automático do

benefício previdenciário, ainda que diante de desídia do

segurado em proceder à nova perícia perante o INSS, sem

que haja prévio procedimento administrativo, sob pena de

ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório.

(AgInt no AREsp 1049440/MT, Rel. Ministro HERMAN

BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/06/2017,

DJe 30/06/2017).

Não se sabe ainda se essa jurisprudência do STJ, que é contrária a COPES, será confirmada

ou não, vez que traz precedentes anteriores ao advento da Lei 13.457/2017, que inseriu o

instituto na Lei 8.213/91.

PÁG. 472

QUADRO SINTÉTICO – AUXÍLIO-DOENÇA

Cabimento segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a

sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.

Beneficiári

os

todos os segurados.

Carência

12 contribuições mensais (segurado especial 12 meses de

atividade rurícola ou pesqueira em regime de economia

familiar para a subsistência), salvo acidente de qualquer

natureza, doença profissional ou do trabalho e doenças graves

constantes de ato regulamentar.

Valor 91% do salário de benefício, limitada à média das 12 últimas

contribuições.

PÁG. 474

Contudo, a despeito da obscuridade do artigo 65, da Lei 8.213/91, é forçoso concluir que

apenas os aposentados na condição de empregados, empregados domésticos (LC 150/2015) e

trabalhadores avulsos recebem o salário- família, conforme se depreende da análise dos artigos

359 e 360, da IN INSS 77/2015, que, inclusive, é pago durante a percepção do auxílio-doença e

do salário-maternidade.

Dessa forma, o segurado especial, o contribuinte individual e o segurado facultativo não foram

selecionados pelo legislador para a percepção do salário-família.

Excluído: à

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PÁG. 474

De maneira transitória, o artigo 13, da Emenda 20/98, fixou a caracterização de baixa renda

com a percepção de até R$ 360,00 por mês de remuneração bruta, quantia que vem sendo

atualizada anualmente, fixada em R$ 1.319,18 a partir de 01.01.2018.

Deveras, já com a atualização para este ano, o benefício terá dois valores fixos, pago por

filho ou equiparado menor de 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade, de acordo

com as referidas faixas de renda:

FAIXA DE RENDA VALOR DO BENEFÍCIO

Até R$ 877,67 R$ 45,00

De R$ 877,68 até R$

1.319,18

R$ 31,71

PÁG. 477

Ademais, o segurado não possuirá direito à percepção permanente do salário-família,

devendo ser cancelado o benefício quando os pressupostos legais cessarem, a exemplo do

segurado que não mais possuir filhos ou equiparados menores de 14 anos ou inválidos, ou então

deixar de ser de baixa renda.

QUADRO SINTÉTICO – SALÁRIO-FAMÍLIA

Cabimento

determinados segurados que tenham filhos/equiparados

menores de 14 anos ou inválidos, condicionado à

apresentação do atestado anual de vacinação (até 06 anos de

idade) ou semestral de frequên­-

cia escolar (maiores de 07 anos), salvo no caso do empregado

doméstico, cujos atestados não serão exigidos..

Beneficiári

os

será devido apenas aos segurados baixa renda ,

especificamente ao segurado empregado , empregado

doméstico, ao trabalhador avulso, ao aposentado por

invalidez, ao aposentado por idade e aos demais aposentados

com idade mínima de 65 anos (homem) ou 60 anos (mulher).

PÁG. 480

Outrossim, o salário-maternidade também será pago nas hipóteses de adoção ou de guarda

judicial para fins de adoção de criança.

Importante:

Excluído: 1.292,43

Excluído: 2017.

Excluído: 859,88

Excluído: 44,09

Excluído: 859,89

Excluído: 1.292,43

Excluído: 31,07

Excluído: a

Excluído: , cujo período variava de acordo com a idade do adotado:

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Por força da Medida Provisória 619/2013, a redação do artigo 71-A

foi alterada, sendo garantido o salário-maternidade na adoção ou na

guarda judicial para fins de adoção por 120 dias,

independentemente da idade da criança. Em seguida, com a

conversão da referida MP da Lei 12.873/2013, foi estendida a

concessão do salário-maternidade aos homens segurados da

Previdência Social.

Logo, desde a Lei 12.873/2013, ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou

obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança (menor de 12 anos de idade) é devido

salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias, benefício a ser pago diretamente

pelo INSS, mesmo em se tratando de segurado(a) empregado(a).

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE para Procurador do TCU em 2015, foi

considerado CORRETO o seguinte enunciado: O salário-

maternidade é um benefício previdenciário devido a toda segurada

do RGPS, sem exceção, que, em razão do nascimento do seu filho

ou da adoção de uma criança, visa substituir a sua remuneração.

A Lei 8.213/91 não prevê a concessão do salário-maternidade pela adoção ou guarda para

fins de adoção de adolescente (a partir de 12 e abaixo de 18 anos de idade), o que é lastimável,

pois dificulta ainda mais a adoção de adolescentes.

Importante:

Embora a Lei 13.509/2017 (art. 392-A, CLT) tenha

estendido a licença-maternidade para a adoção ou guarda

para fins de adolescente em favor da empregada, o

benefício previdenciário salário-maternidade ainda não foi

estendido, ônus que certamente ficará a cargo da

empresa.

PÁG. 487

Considerava-se parto na tradicional normatização do INSS o evento ocorrido a partir da 23ª

semana de gestação, inclusive natimorto, salvo interrupção criminosa. Em caso de aborto

não criminoso, comprovado mediante atestado médico, a segurada terá direito ao salário-

maternidade correspondente a duas semanas.

Excluído: Posteriormente, por

Excluído: (antes da 23ª semana)

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PÁG. 488

Importante:

Entretanto, por força da Lei 12.470/2011, com o objetivo de aliviar o MEI

(equiparado a empresa), o salário-maternidade da segurada empregada

gestante do microempreendedor individual passou a ser pago

diretamente pelo INSS.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE em 2017 para Defensor Público da

União, foi considerada correta a seguinte questão: Jânio,

microempreendedor individual, tem uma única

empregada. Ela se encontra grávida e em tempo de

receber o benefício do salário-maternidade. Nessa

situação, o benefício será pago diretamente pela

previdência social.

Importante:

Com o advento da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017,

modificada pela MP 808/2017), no caso de empregada

gestante com contrato de trabalho intermitente, não

caberá à empresa pagar o salário-maternidade à

segurada, e sim o INSS diretamente (CLT, art. 452-A,

§14).

PÁG. 492

Essa restrição legal justifica-se na medida em que apenas para esses três segurados é

prevista a contribuição para o custeio dos benefícios por incapacidade (chamada por parte da

doutrina de contribuição SAT), a teor do artigo 22, II e 25, II, ambos da Lei 8.212/91. Para o

doméstico, a LC 150 criou o SAT de 0,8%.

Assim, em razão de não possuírem o pagamento da contribuição SAT, o contribuinte

individual e o segurado facultativo não farão jus ao auxílio-acidente.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

“1. Nos termos do art. 18, I, § 1º, da Lei n. 8.213/91,

com a redação dada pela LC n. 150/2015, "somente

poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os

segurados incluídos nos incisos I, II, VI e VII do

art. 11 desta lei", ou seja, o segurado empregado,

o empregado doméstico, o trabalhador avulso e o

segurado especial, não figurando nesse rol o

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trabalhador autônomo, atualmente classificado como

contribuinte individual pela Lei n. 9.876/1999. 2. Os

trabalhadores autônomos assumem os riscos de sua

atividade e, como não recolhem contribuições para

custear o acidente de trabalho, não fazem jus ao

auxílio-acidente. Precedente da Terceira Seção” (AgRg

no REsp 1171779, de 10/11/2015).

PÁG. 501

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE para Procurador do Município de Natal em

2008, foi considerado correto o seguinte enunciado: A mulher que

renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito a pensão

previdenciária por morte do ex-marido, desde que comprovada a

necessidade econômica superveniente. Por outro lado, no concurso

para Procurador do Estado de Alagoas em 2008, foi considerado

errado o seguinte enunciado: A mulher que renunciou aos alimentos

na separação judicial não tem direito à pensão por morte do ex-

marido, ainda que comprove a necessidade econômica

superveniente.

Para que se configure a situação da Súmula 336, do STJ, é necessário que haja a prova de

dependência econômica no momento do óbito do segurado, sendo ônus do ex-cônjuge ou ex-

companheiro fazê-lo, pois inexiste presunção de dependência econômica em seu favor.

Também serão dependentes preferenciais o parceiro homoafetivo e o ex-cônjuge ou

companheiro(a) que perceba alimentos, assim como os equiparados a filho (enteado e tutelado),

estes dois sem presunção de dependência econômica.

PÁG. 502

Embora seja óbvio, coube à Lei 13.457/2017 expressar isto ao modificar o §1º do artigo 101

da Lei 8.213/91, passando a gozar de previsão normativa expressa que a mencionada isenção

de perícia do sexagenário pensionista inválido é condicionada ao não retorno ao trabalho.

PÁG. 505

Destarte, indiretamente, a pensão por morte também será calculada com o manejo do salário

de benefício, podendo indiretamente incidir o fator previdenciário na hipótese de falecimento de

segurado aposentado em cuja aposentadoria incidiu o fator.

Excluído: MP 767/2017

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PÁG. 507

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso da FCC para Analista do TRF da 3ª Região em 2014,

foi considerada correta a letra D: Considere as seguintes hipóteses:

I. Pensão por morte requerida no vigésimo dia após o óbito. II.

Pensão por morte requerida no trigésimo quinto dia após o óbito. III.

Pensão por morte requerida no décimo quinto dia do óbito. IV.

Pensão por morte requerida após sessenta dias do óbito. De acordo

com a Lei nº 8.213/91, a pensão por morte será devida a partir da

data do requerimento APENAS nas hipóteses: a) I, II e IV. b) II e III.

c) I. d) II e IV. e) I e III. :

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

O art. 78 da Lei 8.213/91 dispõe que a concessão da pensão

provisória pela morte presumida do segurado decorre tão

somente da declaração emanada da autoridade judicial, depois

do transcurso de 6 meses da ausência. Dispensa-se pedido

administrativo para recebimento do benefício. (AgRg no

REsp 1309733, de 2/8/2012).

PÁG. 510

A Lei 13.135/2015 em muito modificou a MP 664/2014, tendo as novas regras entrado em

vigor em 18 de junho de 2015. As alterações sobre o prazo para percepção da pensão por morte

alcançaram os cônjuges, companheiros e companheiras, e não os demais dependentes, nada

mudando para o filho, os pais e os irmãos.

No entanto, a criação da pensão temporária de deu para os óbitos a contar de 1/3/2015 (MP

664) e a exigência dos 2 anos de casamento ou de união estável para os óbitos a partir de

14/1/2015 (MP 664).

Importante:

Em regra, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18

(dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união

estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do

óbito do segurado, a pensão por morte será paga por apenas 4

(quatro) meses ao cônjuge, companheiro ou companheira, salvo se

o óbito do segurado decorrer de acidente de qualquer natureza ou

de doença profissional ou do trabalho.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE em 2017 para Juiz Federal da 5ª

Região, foi considerada correta a letra D: Assinale a opção

que apresenta requisito(s) para o pagamento vitalício de

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pensão por morte à companheira de segurado do regime

geral de previdência social falecido.

A) não exercício, pela companheira, na data do óbito, de

atividade remunerada e comprovação de sua

dependência econômica do segurado falecido

B) convivência sob o mesmo teto por mais de dois anos e

existência de filhos em comum

C) invalidez da companheira e comprovação de sua

dependência do segurado, independentemente do

tempo de contribuição do segurado e da união estável

D) mais de dezoito contribuições mensais, pelo segurado,

na data do óbito, pelo menos dois anos de união estável,

e idade mínima de quarenta e quatro anos para a

companheira

E) falecimento do segurado em decorrência de acidente

de trabalho, independentemente do tempo de

contribuição e do tempo de união estável

Logo, se o segurado morreu com apenas 5 contribuições vertidas ou com menos de 2 anos

de casamento ou união estável, a pensão por morte durará por apenas 4 meses, a não ser que

a morte decorra de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do

trabalho, hipótese na qual serão aplicados os prazos a seguir vistos.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE em 2017 para Defensor Público da

União, foi considerada errada a seguinte questão: Carlos,

contribuinte da previdência social por quatorze meses na

condição de segurado empregado, faleceu vítima de

latrocínio, deixando viúva a sua companheira de vinte e

três anos de idade. Nessa situação, a companheira terá

direito a receber o benefício da pensão por morte por um

período de quatro meses.

PÁG. 517

O INSS, na via administrativa, vem concedendo a pensão por morte. A Lei 8.213/91 não traz

qualquer restrição, pois o segurado em gozo de benefício mantém a qualidade de segurado,

mesmo sem verter contribuições previdenciárias, a teor do artigo 15, I, da Lei 8.213/91.

PÁG. 522

Conforme atualização feita para o ano de 2018 pela Portaria Interministerial do MF, será

instituidor do auxílio-reclusão o segurado que receber remuneração mensal de até R$ 1.319,18,

na forma do artigo 13, da Emenda 20/1998, sendo considerado o seu último salário de

Excluído: indefere

Excluído: Todavia, a

Excluído: Deveria a Lei 8.213/91 ter excluído a concessão da pensão por morte para os dependentes de segurado em gozo de auxílio-acidente que não mais desenvolve atividade remunerada, por se tratar de verba indenizatória, pois não visa substituir a remuneração.¶Assim sendo, diante da lacuna legal, a jurisprudência vem deferindo a pensão por morte nesta hipótese, a exemplo do posicionamento do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, no julgamento da APELREE 2002.61.04.009993-1, de 01.12.2008.¶

Excluído: 2017

Excluído:

Excluído:

Excluído: 1.292,43

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contribuição antes do encarceramento.

PÁG. 523

Apesar da omissão regulamentar, será cabível o benefício nos casos de prisão cautelar

(temporária, em flagrante e preventiva), pois o segurado baixa renda não poderá exercer

atividade laborativa para sustentar os seus dependentes, conforme se pronuncia a jurisprudência

(TRF 3ª Região, APELREE 1.262.920, de 09.06.2008). O INSS defere na via administrativa.

PÁG. 523

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Auxílio-reclusão. Prisão domiciliar. Reconhecimento

administrativo. Instrução normativa n. 85/2016: Os

dependentes de segurado preso em regime fechado ou

semiaberto fazem jus ao auxílio-reclusão ainda que o

condenado passe a cumprir a pena em prisão domiciliar.

1ª Turma, REsp 1.672.295-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria,

por unanimidade, julgado em 17/10/2017, DJe

26/10/2017.

Importante:

A mudança do termo inicial dos efeitos financeiros da pensão por

morte promovida pela Lei 13.183/2015 repercutiu por derivação do

auxílio-reclusão, que é pago nas mesmas condições da pensão por

morte. Assim, se o requerimento for promovido em até noventa dias

da prisão, o INSS pagará o benefício de maneira retroativa, não se

aplicando mais o prazo de 30 dias.

PÁG. 529

BENEFÍCIOS BENEFICIÁRIOS RENDA MENSAL CARÊNCIA

(...) (...) (...)

Auxílio-

doença

Todos os segurados 91% do SB,

limitada à média

das 12 últimas

contribuições

12

contribuiçõ

es mensais

(regra)

Salário-

família

Apenas os seguintes

segurados de baixa

renda: empregado,

empregado doméstico,

avulso, aposentado por

invalidez, idade e

demais aposentados

com idade mínima de

R$ 45,00 ou R$

31,71 por filho ou

equiparado menor

de 14 anos ou

inválido de

qualquer idade

Não há Excluído: 44,09

Excluído: 31,07

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BENEFÍCIOS BENEFICIÁRIOS RENDA MENSAL CARÊNCIA

65 anos (homens) ou 60

anos de idade

(mulheres)

Salário-

maternidade

Todos os segurados

Empregado e

avulso: última

remuneração

mensal.

Empregado

doméstico : último

salário de

contribuição.

Não há

paraoa

empregado

,

empregado

doméstico

e

trabalhador

avulso

Para os

Salário-

maternidade

Segurado especial:

um salário mínimo.

Demais: um doze

avos da soma dos

doze últimos

salários de

contribuição.

demais, 10

contribuiçõ

es

mensais

Auxílio-

acidente

Empregado, empregado

doméstico, trabalhador

avulso e segurado

especial

50% do SB Não há

Pensão por

morte

Dependentes o valor mensal da

pensão por morte

será de cem por

cento do valor da

aposentadoria que

o segurado recebia

ou daquela a que

teria direito se

estivesse

aposentado por

invalidez na data

de seu falecimento.

Não há

Auxílio-

reclusão

Dependentes dos

segurados de baixa

renda

A mesma da

pensão por morte.

Não há

PÁG. 538

Outrossim, ainda não poderão ser acumulados:

A) Auxílio-acidente com aposentadoria (após a Lei 9.528/97);

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Súmula 507: “A acumulação de auxílio-acidente com

aposentadoria pressupõe que a lesão incapacitante e a

aposentadoria sejam anteriores a 11/11/1997, observado

Excluído: Todas as seguradas

Excluído: a

Excluído: a

Excluído: Doméstica

Excluído:

Excluído: a

Excluído: doméstica e avulsa.

Excluído: as

Excluído: a

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o critério do artigo 23 da Lei 8.213/91 para definição do

momento da lesão nos casos de doença profissional ou

do trabalho”.

PÁG. 538

H) Benefício assistencial com benefício da Previdência Social ou de qualquer outro regime

previdenciário, exceto pensões especiais com natureza indenizatória;

Excluído: a Pensão Especial Mensal aos Dependentes das Vítimas da Hemodiálise em Caruaru prevista na Lei nº 9.422, de 24 de dezembro de 1996;

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PÁG. 543

Da decisão tomada pelo INSS nos processos de interesse dos beneficiários, caberá recurso

ordinário no prazo de 30 dias ao Conselho de Recursos do Seguro Social – CRSS, órgão

colegiado vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, integrante da estrutura

do Ministério da Previdência Social, na forma do artigo 126, da Lei 8.213/91, que o julgará através

de uma das suas 29 Juntas de Recursos, com eficácia suspensiva e devolutiva, se tempestivo.

PÁG. 544

As Juntas e as Câmaras, presididas por representante do Governo, são compostas por quatro

membros, denominados conselheiros, nomeados pelo Ministro do Desenvolvimento Social e

Agrárioda Previdência Social, sendo dois representantes do Governo, um das empresas e um

dos trabalhadores, com mandato de 02 anos, permitida a recondução.

Entende-se que deveria também existir um representante dos aposentados, em aplicação ao

Princípio da Gestão Quadripartite da Seguridade Social, devendo futuramente ser modificada a

legislação previdenciária para se adaptar a essa importante norma constitucional.

De efeito, na forma do artigo 16, do Regimento Interno do CRSS, com as alterações

promovidas pela Portaria MPS 311/2009, o INSS voltou a ter direito de interpor recurso especial

ao lado dos administrados, a fim de impugnar para uma das Câmaras de Julgamento decisão de

Junta de Recursos.

É que a Portaria MPS/GM 112/2008 havia restringido a legitimidade para a interposição do

recurso especial apenas as empresas e beneficiários do RGPS.

Todavia, Na na forma do artigo 3016, do atual Regimento Interno do CRSS, aprovado pela

Portaria MDAS 116/20017MPS 548/2011, o recurso especial a ser proposto pelo INSS a uma

das Câmaras de Julgamento contra decisão de Junta de Recursos tem causa de pedir tarifada,

sob pena de não conhecimento, devendo versar sobre decisões que:

I – violarem disposição de lei, de decreto ou de portaria ministerial;

II – divergirem de súmula ou de parecer do Advogado Geral da União;

III – divergirem de pareceres da Consultoria Jurídica do MPS ou da Procuradoria Federal

Especializada – INSS, aprovados pelo procurador-Chefe;

IV – divergirem de enunciados editados pelo Conselho Pleno do CRSS;

V – tiverem sido fundamentadas em laudos ou pareceres médicos divergentes emitidos pela

Assessoria Técnico-Médica da Junta de Recursos e pelos Médicos peritos do INSS;

VI – contiverem vício insanável, considerado como tal as ocorrências elencadas no § 1º do art. 60.I - violarem disposição de lei, de decreto ou de portaria ministerial; I - divergirem de Súmula ou de Parecer do Advogado Geral da União, editado na forma da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993. III - divergirem de pareceres da Consultoria Jurídica do MDSA, dos extintos MTPS e MPS ou da Procuradoria Federal Especializada - INSS, aprovado pelo Procurador-Chefe. IV - divergirem de enunciados editados pelo Conselho Pleno do CRSS e do antigo CRPS; V - tiverem sido fundamentadas em laudos ou pareceres médicos divergentes emitidos pela Assessoria Técnico-Médica no âmbito do CRSS e pelos Médicos peritos do INSS, ressalvados os benefícios de auxílio-doença e assistenciais; e VI - contiverem vício insanável.

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Determinadas decisões tomadas pelas Juntas de Recursos não poderão ser revistas em 3ª

instância recursal, não cabendo recurso especial para uma das Câmaras de Julgamento nas

seguintes hipóteses:

I - fundamentada exclusivamente em matéria médica, e relativa aos benefícios de auxílio-

doença e assistenciais;

II - proferida sobre reajustamento de benefício em manutenção, em consonância com os

índices estabelecidos em lei, exceto quando a diferença na Renda Mensal Atual - RMA

decorrer de alteração da Renda Mensal Inicial - RMI.

I – fundamentada exclusivamente em matéria médica, quando os laudos ou pareceres

emitidos pela Assessoria Técnico-Médica da junta de Recursos e pelos Médicos Peritos do

INSS apresentarem resultados convergentes;

II – proferida sobre reajustamento de benefício em manutenção, em consonância com os

índices estabelecidos em lei, exceto quando a diferença na Renda Mensal Atual – RMA

decorrer de alteração da Renda Mensal Inicial – RMI.

PÁG. 547

Se houver decisão judicial transitada em julgado com o mesmo objeto do processo

administrativo, conforme orientação da Procuradoria Federal Especializada, a coisa julgada

prevalecerá sobre a decisão administrativa (artigo 36, §56º, do Regimento Interno do CRSS).

PÁG. 547

Em decorrência do poder de autotutela, conforme previsto no artigo 60, do novel Regimento

Interno do CRSS aprovado em 2011, as Câmaras de Julgamento e Juntas de Recursos

poderão rever suas próprias decisões, de ofício, enquanto não ocorrer à decadência de que

trata o artigo 103-A, da Lei nº 8.213/91, quando:

I - violarem literal disposição de lei ou decreto;

II - divergirem dos Pareceres da Consultoria Jurídica do MDSA, aprovados pelo Ministro de

Estado do Desenvolvimento Social e Agrário, bem como, Súmulas e Pareceres do Advogado-

Geral da União, na forma da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993;

III - divergirem dos Pareceres da Consultoria Jurídica dos extintos MPS e MTPS, vigentes e

aprovados pelos então Ministros de Estado da Previdência Social e do Trabalho e Previdência

Social

IV - divergirem de enunciado editado pelo Conselho Pleno; e

V - for constatado vício insanável.

I – violarem literal disposição de lei ou decreto;

II – divergirem dos pareceres da Consultoria Jurídica do MPS, aprovados pelo Ministro de

Estado da Previdência Social, bem como do Advogado-Geral da União, na forma da Lei

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Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993;

III – divergirem de enunciado editado pelo Conselho Pleno; e

IV – for constatado vício insanável.

Caberá(...)

PÁG. 552

Entretanto, nos moldes do artigo 2º, da Lei 10.666/03, o exercício de atividade remunerada

do segurado recluso em cumprimento de pena em regime fechado ou semi-abertosemiaberto

que contribuir na condição de contribuinte individual ou facultativo não acarreta a perda do direito

ao recebimento do auxílio-reclusão para seus dependentes.

PÁG. 563

Por outro lado, se a revogação da tutela antecipada se operar nas instâncias extraordinárias (STF

e STJ, em sede de recurso extraordinário ou especial) não haverá a restituição ao INSS, ao

argumento de que já havia se criado a legítima expectativa de vitória ao segurado ou dependente

(havia dupla conformidade entre sentença e acórdão do Tribunal ordinário), em razão de se tratar de

recurso julgado em via não ordinária.

PÁG. 564

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE para Procurador do Estado do Amazonas

em 2016, foi considerado correto o seguinte enunciado: De acordo

com a jurisprudência do STJ, a posterior reforma de decisão judicial

que, tendo antecipado a tutela pleiteada, tiver possibilitado o

imediato gozo do benefício previdenciário obrigará o autor da ação

a devolver os valores indevidamente recebidos.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE em 2017 para Defensor Público da

União, foi considerada correta a seguinte questão:

Julgado procedente o pedido de benefício previdenciário,

em primeira e em segunda instância, caso ocorra reforma

em instância especial, não poderá ser determinada a

devolução de valores recebidos, tendo em vista a legítima

expectativa de titularidade do direito, a possibilidade de

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execução da sentença após a confirmação da tese por

acórdão e o fato de se tratar de recebimento de boa-fé.

Qual o entendimento da TNU sobre o assunto?

Súmula 51- Os valores recebidos por força de antecipação dos

efeitos de tutela, posteriormente revogada em demanda

previdenciária, são irrepetíveis em razão da natureza alimentar e da

boa-fé no seu recebimento.

Vale registrar que no julgamento do PEDILEF 0004955-

39.2011.4.03.6315, em 30/08/2017, a TNU promoveu o

cancelamento da Súmula 51 a fim de se adequar ao

posicionamento do STJ:

“A Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais

Federais (TNU), por maioria, nos termos do voto do juiz federal

Frederico Augusto Leopoldino Koehler, cancelou o enunciado

da Súmula nº 51, que dispõe que “Os valores recebidos por força

de antecipação dos efeitos de tutela, posteriormente revogada

em demanda previdenciária, são irrepetíveis em razão da

natureza alimentar e da boa-fé no seu recebimento”. A decisão

foi tomada na sessão do dia 30 de agosto, realizada na sede do

Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre.

De acordo com os autos, ao realizar a superação de seu

entendimento anterior, a TNU entendeu que o tema objeto do

incidente foi uniformizado no âmbito do Superior Tribunal de

Justiça (STJ) - Tema 692 - por ocasião do julgamento do REsp nº

1.401.560 (Relator p/ Acórdão Ministro ARI PARGENDLER,

PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/02/2014, DJe 13/10/2015).

Nesse contexto, o Colegiado considerou que o Supremo

Tribunal Federal (STF), no julgamento do ARE-RG 722421, de

relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, já se pronunciou no

sentido de que não existe repercussão geral quando a matéria

versar sobre a possibilidade de devolução de valores recebidos

em virtude de tutela antecipada posteriormente revogada (Tema

n. 799), considerando-se que a solução da controvérsia envolve

o exame de legislação infraconstitucional, a configurar apenas

ofensa indireta ou reflexa ao texto constitucional.

Koehler destacou que, “cumpre registrar que, no âmbito do STJ,

em recente decisão (Pet nº 10.996, DJe 26/06/2017), da lavra do

eminente ministro Mauro Campbell Marques, presidente desta

Turma Nacional de Uniformização, acolheu-se incidente de

uniformização da jurisprudência interposto pelo INSS,

concluindo que o entendimento deste Colegiado Nacional,

assentado no enunciado de sua Súmula 51 contraria

frontalmente o entendimento firmado por aquela Corte Superior

no julgamento do TEMA 692 dos recursos repetitivos”. Processo

nº 0004955-39.2011.4.03.6315 - Fonte: Imprensa CJF”.

Na hipótese de desconto de contribuições previdenciárias devidas pelo titular do benefício à

União, será preciso que tenham sido regularmente constituídas através do lançamento, bem

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como ainda não prescritas.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

O STJ já decidiu que a restituição de benefícios previdenciários não

constitui dívida ativa não tributária, não podendo ser inscrita em

Dívida Ativa, sendo necessária uma ação específica para constituir

o título executivo (REsp 1.172.126, de 21.09.2010). Este

entendimento foi confirmado pela 1ª Seção em 12/06/2013, no

julgamento do REsp 1350804 sob o rito dos recursos repetitivos.

Por força da Lei 13.494/2017, que inseriu o parágrafo terceiro no artigo 115, da Lei 8.213/91,

a legislação previdenciária passou a prever expressamente que serão inscritos em dívida ativa

pela Procuradoria-Geral Federal os créditos constituídos pelo INSS em razão de benefício

previdenciário ou assistencial pago indevidamente ou além do devido, hipótese em que se aplica

o disposto na Lei no 6.830, de 22 de setembro de 1980, para a execução judicial. Logo, o

fundamento da transcrita decisão do STJ encontra-se superado, pois agora há base legal para a

aludida inscrição em Dívida Ativa.

Todavia, há jurisprudência firme no sentido de que o INSS não poderá descontar do benefício

as parcelas pagas a maior ao segurado ou dependente por erro administrativo (não se trata

de revogação de decisão judicial, e sim de erro do INSS na via administrativa), se recebidas

de boa-fé.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

“PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO

PREVIDENCIÁRIO. PAGAMENTO INDEVIDO. BOA-FÉ.

DEVOLUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. SÚMULA

83/STJ. 1. Cumpre asseverar que não há nos autos informação

da existência de tutela antecipada para recebimento do

benefício previdenciário, conforme alegado pelo agravante. 2. A

jurisprudência desta Corte é no sentido da impossibilidade

dos descontos, em razão do caráter alimentar dos

proventos percebidos a título de benefício previdenciário,

aplicando ao caso o princípio da irrepetibilidade dos

alimentos. Precedentes. Súmula 83/STJ. 3. A decisão

agravada, ao julgar a questão que decidiu de acordo com a

interpretação sistemática da legislação, especialmente nos

termos do art. 115 da Lei n. 8.112/91, apenas interpretou as

normas, ou seja, de forma sistemática, não se subsumindo o

caso à hipótese de declaração de inconstitucionalidade sem que

a questão tenha sido decidida pelo Plenário. Agravo regimental

improvido” (STJ, AgRg no AREsp 432511, de 17/12/2013).

O tema será apreciado em tese repetitiva pelo STJ sob o número 979, tendo havido

determinação de suspensão dos processos em curso.

(TRF da 2ª Região, AC 412.799, de 25.05.2010 – TRF da 4ª Região, APELREEX

2008.71.09.000557-3, de 16.12.2009).

PÁG. 568

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Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

No dia 26 de outubro de 2016, ao julgar os Recursos

Extraordinários 381.367, 661.256 e 827.833, o Supremo Tribunal

Federal rejeitou a tese da desaposentação. Para a maioria dos

ministros (7 votos), a desaposentação não possui previsão legal,

cabendo ao Poder Legislativo a tarefa de instituí-la, se for o caso.

Ademais, a concessão judicial da desaposentação sem previsão

normativa viola a regra constitucional da contrapartida, pois

aumenta as despesas previdenciárias sem a correspondente fonte

de custeio. A tese foi firmada em repercussão geral no dia

27/10/2016.

Após a decisão do STF, o STJ reviu o seu posicionamento.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

“2. A Primeira Seção do STJ, no julgamento do Recurso

Especial Repetitivo 1.334.488/SC, processado nos moldes do

art. 543-C do CPC, de relatoria do Ministro Herman Benjamin,

havia consolidado o entendimento de que os benefícios

previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis, razão

pela qual admitem desistência por seus titulares, destacando-

se a desnecessidade de devolução dos valores recebidos para

a concessão de nova aposentadoria. 3. Ocorre que o Supremo

Tribunal Federal, no julgamento do RE 661.256/SC, fixou a

tese de repercussão geral de que, "No âmbito do Regime Geral

de Previdência Social - RGPS, somente lei pode criar benefícios

e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão

legal do direito à 'desaposentação', sendo constitucional a regra

do art. 18, § 2º, da Lei nº 8.213/91". 4. Deve ser seguida a

novel orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal

em que se reconheceu a impossibilidade de o segurado

já aposentado fazer jus a novo benefício em

decorrência das contribuições vertidas após a concessão

da aposentadoria” (REsp 1662992, de 19/9/2017).

O STJ já vinha vem rejeitando a tese da despensão, pois equivale a uma desaposentação após

a morte para refletir na renda da pensão por morte, sendo a desaposentação é ato privativo do segurado

(posicionamento da época em que a desaposentação não havia sido julgada pelo STF e mesmo

aceitando na época a desaposentação o STJ já rejeitava a despensão).

PÁG. 573

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De outro giro, dispensou-se o prévio requerimento administrativo nas seguintes

hipóteses:

a) Tese jurídica notoriamente rejeitada pelo INSS;

b) Negativa comprovada de protocolo do pedido administrativo;

c) Nas ações de revisão de benefício previdenciário, salvo se depender de dilação probatória

a cargo do segurado ou de seu dependente;

d) Apresentação de contestação de mérito pelo INSS resistindo à pretensão deduzida em

Juízo (regra de transição);

e) Extrapolação do prazo para tomada da decisão administrativa na Agência do INSS; (45

dias);

f) Ações judiciais propostas nos Juizados Itinerantes (regra de transição).

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE em 2017 para Juiz Federal da 5ª

Região, foi considerada correta a letra E: A respeito do

processo administrativo e da ação previdenciária,

assinale a opção correta.

A) A falta de pleito administrativo com o objetivo de

manter benefício previdenciário já concedido e cujos

fatos já foram analisados pelo órgão administrativo

inviabiliza o processamento da ação previdenciária por

falta de interesse de agir.

B) Decisão judicial que extingue ação previdenciária sem

resolução de mérito por falta de prévio pedido

administrativo ofende o princípio da inafastabilidade da

jurisdição.

C) A existência de requerimento administrativo

pleiteando benefício previdenciário junto ao órgão

administrativo impede o processamento de ação judicial

que tenha por objeto o mesmo pleito administrativo, até

que o requerimento seja decidido na primeira instância

da via administrativa.

D) A interposição de recurso administrativo contra

decisão do órgão previdenciário que indeferiu pedido de

benefício inviabiliza a propositura de ação judicial com o

mesmo objeto do pleito denegatório, enquanto não ficar

decidido o referido recurso.

E) A existência de tese firmada administrativamente pelo

órgão previdenciário contrário ao pleito do segurado não

inviabiliza a propositura de ação judicial sem prévio

requerimento administrativo.

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12. IMPENHORABILIDADE, INALIENABILIDADE E INDISPONIBILIDADE DOS BENEFÍCIOS

PREVIDENCIÁRIOS

De acordo com o artigo 114, da Lei 8.213/91, tendo em vista o seu caráter alimentar, salvo

quanto a valor devido à Previdência Social e a desconto autorizado por esta Lei, ou derivado da

obrigação de prestar alimentos reconhecida em sentença judicial, o benefício não pode ser objeto

de penhora, arresto ou sequestro, sendo nula de pleno direito a sua venda ou cessão, ou a

constituição de qualquer ônus sobre ele, bem como a outorga de poderes irrevogáveis ou em

causa própria para o seu recebimento.

Por fim, quando na data do requerimento administrativo o segurado não havia preenchido os

requisitos para a concessão de um benefício, mas as condições foram satisfeitas posteriormente

no curso do processo judicial, a jurisprudência tem aceitado a reafirmação da data de entrada do

requerimento judicialmente.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. FATO

SUPERVENIENTE. ART. 462 DO CPC/1973.

REAFIRMAÇÃO DA DER. POSSIBILIDADE. 1. Hipótese em

que o Tribunal de origem consignou que "para a reafirmação

da DER, somente é possível o cômputo de tempo de

contribuição, especial ou comum, até a data do ajuizamento

da ação." 2. O STJ firmou orientação de que "o fato

superveniente contido no artigo 462 do CPC deve ser

considerado no momento do julgamento a fim de evitar

decisões contraditórias e prestigiar os princípios da

economia processual e da segurança jurídica" (EDcl no

AgRg nos EDcl no REsp 621.179/SP, Terceira Turma,

Relator Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 5/2/2015).

3. Especificamente no que se refere ao cômputo de te

mpo de

contribuição no curso da demanda, a Primeira Turma do

STJ, ao apreciar situação semelhante à hipótese dos

autos, concluiu ser possível a consideração de contribuições

posteriores ao requerimento

administrativo e ao ajuizamento da ação, reafirmando a

DER para a

data de implemento das contribuições necessárias à

concessão do

benefício. No mesmo sentido: REsp 1.640.903/PR, de

relatoria do Ministro Mauro Campbell Marques, DJe

15.2.2017. 4. Recurso Especial provido para determinar o

retorno dos autos à origem para que sejam contabilizadas as

contribuições realizadas até o momento da entrega da

prestação jurisdicional. (REsp 1640310/RS, Rel. Ministro

HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em

07/03/2017, DJe 27/04/2017).

PÁG. 578

Na hipótese de benefícios previdenciários, em que normalmente são postuladas parcelas

vencidas e vincendas por tempo indeterminado, o valor da causa deverá ser calculado de acordo

com o artigo 292260, do CPC, sendo somadas as parcelas vencidas com doze vincendas.

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PÁG. 581

Os recursos contra a sentença serão julgados pela Turma Recursal respectiva, formada por

três juízes federais, que poderão manter a sentença, reformá-la ou anulá-la, total ou

parcialmente.

De acordo com o enunciado 29, do FONAJEF, “cabe ao Relator, monocraticamente, atribuir

efeito suspensivo a recurso, bem assim lhe negar seguimento ou dar provimento nas hipóteses

tratadas no art. 557, caput e § 1-A, do CPC, e quando a matéria estiver pacificada em súmula da

Turma Nacional de Uniformização, enunciado de Turma Regional ou da própria Turma Recursal”.

De acordo com o enunciado 29, do FONAJEF, “cabe ao Relator, monocraticamente, atribuir

efeito suspensivo a recurso, não conhecê- lo, bem assim lhe negar ou dar provimento nas

hipóteses tratadas no artigo 932, IV, ‘c’, do CPC, e quando a matéria estiver pacificada em

súmula da Turma Nacional de Uniformização, enunciado de Turma Regional ou da própria Turma

Recursal” (Revisado no XIII FONAJEF).

PÁG. 594

Na esfera federal, a contribuição dos aposentados e pensionistas foi instituída pela Medida

Provisória 167, de 17.12.2004, convertida na Lei 10.887/04, cobrada a partir de 20 de maio de

2004, por determinação do seu artigo 16.

Importante:

A alíquota da contribuição previdenciária dos servidores estaduais,

distritais e municipais não poderá ser inferior à dos federais, que

atualmente é fixada em 11% até o teto do Regime Geral de

Previdência Social.da sua remuneração total, na forma do artigo 4º,

da Lei 10.887/2004.

Por força da MP 805/2017, acaso o servidor federal perceba

remuneração acima do teto do Regime Geral, a parcela

excedente sofrerá incidência de contribuição previdenciária

com a alíquota de 14%.

Aliás, coube à Emenda 41/2003 alterar a redação do §1º ao artigo

149, da Constituição Federal: § 1º Os Estados, o Distrito Federal e

os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores,

para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de

que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição

dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada

pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

No dia 18/12/2017, ao conceder liminar na Ação Direta de

Inconstitucionalidade (ADI) 5809, ajuizada pelo Partido

Socialismo e Liberdade (PSOL), o ministro Ricardo

Lewandowski demonstrou que, com a edição da medida

provisória 808/2017, “os servidores públicos do Poder Executivo

Federal serão duplamente afetados pelo mesmo ato. Primeiro,

por cercear-se um reajuste salarial já concedido mediante lei;

depois por aumentar-se a alíquota da contribuição

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previdenciária, que passa a ser arbitrariamente progressiva, sem

qualquer consideração de caráter técnico a ampará-la”.

Além de cancelar o pagamento dos aumentos, que já haviam

sido aprovados, e que estavam sendo pagos de forma

parcelada, a medida provisória também aumentou de 11% para

14% a contribuição social devida pelos servidores públicos,

incidente sobre a parcela que ultrapassa o teto das

aposentadorias regidas pelo regime geral de previdência social.

Nesse ponto, Lewandowski ressaltou que a Suprema Corte “já

decidiu que a instituição de alíquotas progressivas para a

contribuição previdenciária de servidores públicos ofende a

vedação do estabelecimento de tributo com efeito confiscatório”.

Assim, a alíquota de 14% foi suspensa em medida cautelar

passível de apreciação pelo Plenário.

Aliás, coube à Emenda 41/2003 alterar a redação do §1º ao artigo 149, da Constituição

Federal: § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de

seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art.

40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos

da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).

PÁG. 596

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE para Procurador do TCU em 2015, foi

considerado ERRADO o seguinte enunciado: De acordo com o STF,

é cabível a adoção da progressividade de alíquotas das

contribuições previdenciárias do servidor público.

O servidor ocupante de cargo efetivo poderá optar pela inclusão na base de contribuição de

parcelas remuneratórias percebidas em decorrência de local de trabalho, do exercício de cargo

em comissão ou de função de confiança, bem como daquelas recebidas a título de adicional

noturno ou de adicional por serviço extraordinário e de Gratificação de Raio X, para efeito de

cálculo do seu benefício, conforme autoriza o artigo 4º, §2º, da Lei 10.887/04, com redação dada

pela Lei 12.688/2012.

Não incidirá contribuição previdenciária sobre as seguintes parcelas recebidas pelo servidor

federal:

I - as diárias para viagens;

II - a ajuda de custo em razão de mudança de sede;

III - a indenização de transporte;

IV - o salário-família;

V - o auxílio-alimentação;

VI - o auxílio pré-escolar;

VII - as parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de trabalho;

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VIII - a parcela percebida em decorrência do exercício de cargo em comissão ou de função comissionada ou gratificada;

IX - o abono de permanência de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição Federal, o § 5º do art. 2º e o § 1º do art. 3º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003;

X - o adicional de férias;

XI - o adicional noturno;

XII - o adicional por serviço extraordinário;

XIII - a parcela paga a título de assistência à saúde suplementar;

XIV - a parcela paga a título de assistência pré-escolar;

XV - a parcela paga a servidor público indicado para integrar conselho ou órgão deliberativo, na condição de representante do governo, de órgão ou de entidade da administração pública do qual é servidor;

XVI - o auxílio-moradia;

XVII - a Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso, de que trata o art. 76-A da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990;

XVIII - a Gratificação Temporária das Unidades dos Sistemas Estruturadores da Administração Pública Federal (GSISTE), instituída pela Lei no 11.356, de 19 de outubro de 2006;

XIX - a Gratificação Temporária do Sistema de Administração dos Recursos de Informação e Informática (GSISP), instituída pela Lei no 11.907, de 2 de fevereiro de 2009;

XX - a Gratificação Temporária de Atividade em Escola de Governo (GAEG), instituída pela Lei nº 11.907, de 2 de fevereiro de 2009;

XXI - a Gratificação Específica de Produção de Radioisótopos e Radiofármacos (GEPR), instituída pela Lei nº 11.907, de 2 de fevereiro de 2009;

XXII - a Gratificação de Raio X;

XXIII - a parcela relativa ao Bônus de Eficiência e Produtividade na Atividade Tributária e Aduaneira, recebida pelos servidores da carreira Tributária e Aduaneira da Receita Federal do Brasil;

XXIV - a parcela relativa ao Bônus de Eficiência e Produtividade na Atividade de Auditoria-Fiscal do Trabalho, recebida pelos servidores da carreira de Auditoria-Fiscal do Trabalho;

XXV - o adicional de irradiação ionizante.

Por outro lado, o servidor federal ocupante de cargo efetivo poderá optar pela inclusão, na

base de cálculo da contribuição, de parcelas remuneratórias percebidas em decorrência de local

de trabalho e do exercício de cargo em comissão ou de função comissionada ou gratificada, da

Gratificação Temporária das Unidades dos Sistemas Estruturadores da Administração Pública

Federal (GSISTE), da Gratificação Temporária do Sistema de Administração dos Recursos de

Informação e Informática (GSISP), da Gratificação Temporária de Atividade em Escola de

Governo (GAEG), da Gratificação Específica de Produção de Radioisótopos e Radiofármacos

(GEPR), da Gratificação de Raio X e daquelas recebidas a título de adicional noturno ou de

adicional por serviço extraordinário, para efeito de cálculo do benefício a ser concedido com

fundamento no art. 40 da Constituição Federal e no art. 2º da Emenda Constitucional nº 41, de

19 de dezembro de 2003, respeitada, em qualquer hipótese, a limitação estabelecida no § 2º do

art. 40 da Constituição Federal.

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PÁG. 597

A contribuição das entidades políticas não poderá ser inferior à do servidor, nem superior ao

dobro deste, na forma do artigo 2º, da Lei 9.717/98. No caso da União, suas autarquias e

fundações, foi fixada no teto, ou seja, no dobro da contribuição do servidor federal.em exatos

22% da remuneração do servidor federal, a teor do artigo 8º, da Lei 10.887/2004.

PÁG. 607

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

“RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.

QUESTÃO DE ORDEM. MATÉRIA SUBMETIDA AO CRIVO DA

PRIMEIRA SEÇÃO DESTE SUPERIOR TRIBUNAL.

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.

CUMULAÇÃO DE CARGOS PERMITIDA

CONSTITUCIONALMENTE. CARGOS CONSIDERADOS,

ISOLADAMENTE, PARA APLICAÇÃO DO TETO

REMUNERATÓRIO. 1. “Tratando-se de cumulação legítima de

cargos, a remuneração do servidor público não se submete ao

teto constitucional, devendo os cargos, para este fim, ser

considerados isoladamente”. (Precedentes: AgRg no RMS

33.100/DF, Rel. Ministra ELIANA CALMON, DJe 15/05/2013 e RMS

38.682/ES, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, DJe 05/11/2012). 2.

Recurso Ordinário em Mandado de Segurança provido” (1ª Seção,

ROMS 201001999461, de 26/06/2013).

Este tema está pendente de julgamento no STF, que irá julgar o RE 602.043. O Recurso

Extraordinário foi interposto no STF pelo estado do Mato Grosso contra decisão do Tribunal de

Justiça da região (TJMT), que reconheceu que o Secretário Estadual de Administração não agiu

corretamente ao restringir a remuneração acumulada pelo mesmo servidor público, ao teto

constitucional.

O Supremo Tribunal Federal seguiu o mesmo posicionamento do STJ, determinando a

observância do teto em separado para cada cargo na situação de acumulação.

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de

cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, XI (1), da

Constituição Federal (CF) pressupõe consideração de cada um dos

vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório

quanto ao somatório dos ganhos do agente público. RE 612975/MT,

rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26 e 27.4.2017. (RE-612975)

- RE 602043/MT, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26 e

27.4.2017. (RE-602043).

PÁG. 617

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O Serviço Exterior Brasileiro, essencial à execução da política exterior do Brasil, constitui-se

do corpo de servidores, ocupantes de cargos de provimento efetivo, capacitados

profissionalmente como agentes do Ministério das Relações Exteriores, no Brasil e no exterior,

organizados em carreiras definidas e hierarquizadas. É composto da Carreira de Diplomata, da

Carreira de Oficial de Chancelaria e da Carreira de Assistente de Chancelaria.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Não viola o princípio da isonomia o implemento de regra

de transição de aposentadoria dos servidores integrantes

do Serviço Exterior Brasileiro – Lei 11.440/2006 – como

está previsto no parágrafo único do art. 2º da Lei

Complementar 152/2015, considerando-se as

peculiaridades da carreira, as necessidades do Estado e

a ordem constitucional vigente. 1ª Seção, MS 22.394-DF,

Rel. Min. Humberto Martins, por maioria, julgado em

9/11/2016, DJe 2/2/2017.

PÁG. 618

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Informativo 523 –“Não é aplicável a regra da aposentadoria

compulsória por idade na hipótese de servidor público que ocupe

exclusivamente cargo em comissão. Com efeito, a regra prevista no

art. 40, § 1º, II, da CF, cujo teor prevê a aposentadoria compulsória

do septuagenário, destina-se a disciplinar o regime jurídico dos

servidores efetivos, não

se aplicando aos servidores em geral. Assim, ao que ocupa

exclusivamente cargo em comissão, aplica-se, conforme determina

o § 13 do art. 40 da CF, o regime geral de previdência social, no

qual não é prevista a aposentadoria compulsória por idade. RMS

36.950-RO, Rel. Min. Castro Meira, DJe 26/4/2013”.

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se

submetem à regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, §

1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento

efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de

nomeação a cargo em comissão. RE 786540/DF, rel. Min. Dias Toffoli,

julgamento em 15.12.2016

PÁG. 624

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

O Supremo Tribunal Federal possui precedentes da 2ª Turma

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pela concessão do abono de permanência em favor dos

servidores que preencheram as regras para a concessão de

aposentadoria com base no regramento do Regime Geral de

Previdência Social ou nas normas especiais dos policiais:

“ARE 904533 AgR / RS – RIO GRANDE DO SUL, Julgamento:

27/10/2015.

Algumas leis de RPPS fixam o termo inicial dos efeitos financeiros do abono de permanência na data do requerimento administrativo quando requerido após determinado prazo, e não na data do implemento das condições para a concessão da aposentadoria que gera abono.

A Constituição Federal não trata do tema, mas mesmo assim o STF entende que os atrasados

são devidos ao servidor (obviamente, respeitada a prescrição quinquenal), afastando as citadas

leis estaduais.

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

“DIREITO ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO

REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO.

SERVIDORA PÚBLICA. MOMENTO DO RECEBIMENTO DO

ABONO DE PERMANÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA 359/STF.

1. O Supremo Tribunal Federal possui o entendimento

no sentido de que o termo inicial para o recebimento do

abono de permanência ocorre com o preenchimento dos

requisitos para a aposentadoria voluntária. Precedentes.

2. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE

825334 AgR /, 1ª Turma, 24/5/2016).

PÁG. 656

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

“A mensalidade de aposentadoria ou renda vitalícia, tem

características alimentares (verba destinada ao sustento do

contratante e de seus dependentes) e se for corrigida

unicamente pela T.R., ou seja, sem qualquer outro acréscimo

de juros como ocorre em contratos imobiliários ou cédulas de

crédito, proporciona reajuste anual acumulado em percentual

bem inferior aos índices que medem a corrosão da moeda e a

remuneração da poupança, na qual, além da T.R., há juros

mensais de 0,50% (meio por cento)” (recurso especial 1.201.737,

de 04.08.2011). Entende o STJ que inexiste direito adquirido à

manutenção do índice de correção monetária, sendo que a

alteração do índice pelo Regulamento alcança até os benefícios já

concedidos: REsp 1.463.803-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas

Cueva, julgado em 24/11/2015, DJe 2/12/2015.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Tema 941 - Nos planos de benefícios de

previdência complementar administrados por

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entidade fechada, a previsão regulamentar de

reajuste, com base nos mesmos índices adotados

pelo Regime Geral de Previdência Social, não inclui

a parte correspondente a aumentos reais. REsp

1.564.070-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,

Segunda Seção, por unanimidade, julgado em

22/3/2017, DJe 18/4/2017.

PÁG. 661

A) Carência mínima de 60 contribuições mensais a plano de benefícios e cessação do

vínculo com o patrocinador, para se tornar elegível a um benefício de prestação que

seja programada e continuada;

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Tema 944 - Nos planos de benefícios de previdência

privada patrocinados pelos entes federados – inclusive

suas autarquias, fundações, sociedades de economia

mista e empresas controladas direta ou indiretamente -,

para se tornar elegível a um benefício de prestação que

seja programada e continuada, é necessário que o

participante previamente cesse o vínculo laboral com

o patrocinador, sobretudo a partir da vigência da Lei

Complementar n. 108/2001, independentemente das

disposições estatutárias e regulamentares. 2ª Seção, REsp

1.433.544-SE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Segunda

Seção, por unanimidade, julgado em 9/11/2016,

DJe 1/12/2016.

PÁG. 666

Aliás, neste momento, acredita-se que a melhor interpretação do §16 do artigo 40 da Constituição

Federal seja garantir o antigo regime jurídico para os servidores estaduais e municipais que

ingressarem no serviço público federal do Poder Executivo a partir de 04 de fevereiro de 2013, vez

que é regra de hermenêutica jurídica que, se a Lei Maior não distinguiu a espécie de serviço público,

não caberá ao intérprete fazê-lo, máxime em prejuízo do novo servidor público federal.

No final do ano de 2017, em sessão administrativa, o STF se posicionou pela mesma linha

de raciocínio desta obra, conforme publicado no site oficial.

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

Quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Funpresp: servidores do STF oriundos de estados e municípios têm direito ao regime próprio de previdência

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na sessão administrativa realizada nesta quarta-feira (29), que os servidores oriundos de estados, do Distrito Federal e dos municípios que ingressaram no STF depois da criação do regime complementar de previdência dos servidores públicos e da instituição do Fundo de Previdência dos Servidores do Judiciário da União (Funpresp-Jud) têm direito ao regime previdenciário

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próprio anterior, sem limitação ao teto do Regime Geral de Previdência Social. A exigência é que tenham sido ocupantes titulares de cargos efetivos nos entes federativos e que não tenha havido descontinuidade no serviço público – ou seja, desde que o servidor tenha saído do poder público local e entrado imediatamente no STF.

O relator do processo administrativo, ministro Dias Toffoli, explicou que o artigo 40 da Constituição da República, ao instituir, para os servidores titulares de cargos efetivos, um regime de previdência de caráter contributivo e solidário mediante contribuição do ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, o faz, de maneira indistinta, para os integrantes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. “Em nenhum de seus vinte e um parágrafos, se indica, de forma veemente, que esses servidores deverão ser tratados diferenciadamente a depender do ente federativo a que se encontrem vinculados”, afirmou. “Pelo contrário: após indicar, na cabeça do artigo 40, que estava a se referir aos servidores da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, o texto constitucional somente volta a se referir aos indivíduos atingidos pela norma como ‘servidores públicos’, o que permite compreender que em momento algum o legislador pretendeu fazer distinção entre entes da Federação para esse fim”.

O ministro observou ainda que, conforme o STF já reconheceu em precedente no qual declarou a inconstitucionalidade de lei que exigia tempo mínimo de serviço público para admissão da compensação entre regimes previdenciários distintos, a contagem recíproca do tempo de contribuição entre entes da Federação não pode ser afastada. “O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contabilizado indistintamente para fins de aposentadoria e tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade”, assinalou.

Outro ponto destacado foi o prejuízo à segurança jurídica, à previsibilidade, à certeza e à legítima confiança na Administração. “Não se afigura nada razoável que, após diversos recolhimentos em porcentagem sobre seu vencimento para o regime próprio do ente de origem, o servidor dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios que venha a tomar posse em cargo público no Supremo Tribunal Federal, em que pese o regramento previsto na Constituição, veja seus proventos de aposentadoria limitados ao teto do regime geral”, explicou.

A decisão foi por maioria. O ministro Marco Aurélio ficou vencido, por considerar que há, de qualquer forma, uma descontinuidade, uma vez que houve o desligamento do servidor do poder local antes de seu exercício no STF.

Desta forma, servidores estaduais, distritais e municipais que ingressaram sem interrupção

no serviço público federal após o início da vigência do novo regime de previdência complementar,

terão conservado o regime anterior (sem limitação de aposentadoria e pensão por morte ao teto

do Regime Geral), desde que, no ente federativo anterior, já estivessem no regime jurídico antigo,

situação que deve ser investigada pela Administração Pública Federal.

O prazo para a opção que os antigos servidores federais poderão fazer pelo regime

complementar será de 24 meses, contados a partir do início da vigência do regime de previdência

complementar, tendo cunho irrevogável e irretratável, não sendo devida pela União, suas

autarquias e fundações públicas federais qualquer contrapartida referente ao valor dos descontos já

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efetuados sobre a base de contribuição acima do limite do salário de contribuição do RGPS.

PÁG. 666

Importante:

A Lei 13.183/2015 modificou o artigo 1º da Lei 12.618/2012 para

prever a filiação automática ao regime de previdência complementar

pelos novos servidores federais efetivos que receberam

remuneração acima do teto do salário de contribuição do RGPS.

Esse prazo de opção para os antigos servidores efetivos federais aderirem ao novo regime

foi reaberto por 24 meses, expirando em 29 de julho de 2018, a teor do artigo 92 da Lei

13.328/2016:

CAPÍTULO XIV DA REABERTURA DE PRAZO PARA ADESÃO AO REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

Art. 92. É reaberto o prazo para opção pelo regime de previdência complementar de que trata o § 7o do art. 3o da Lei no 12.618, de 30 de abril de 2012, por 24 (vinte e quatro) meses, contados a partir da data de entrada em vigor desta Lei.

Parágrafo único. O exercício da opção a que se refere o caput deste artigo é irrevogável e irretratável, não sendo devida pela União e por suas autarquias e fundações públicas qualquer contrapartida referente ao valor dos descontos já efetuados sobre a base de contribuição acima do limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

PÁG. 681

1. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as

contribuições (...)

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de

oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social

previdenciária, inclusive acessórios; ou

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja

igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social,

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administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento

de suas execuções fiscais.

§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se

aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo

valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele

estabelecido, administrativamente, como sendo o

mínimo para o ajuizamento de suas execuções

fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)

PÁG. 684

Conquanto se cuide de delito omissivo, a figura do caput necessariamente pressupõe

conduta comissiva, consistente no desconto de contribuições previdenciárias por parte

do responsável tributário sobre a remuneração do segurado contribuinte.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE em 2017 para Juiz Federal da 5ª

Região, foi considerada correta a letra A: No que

concerne ao crime de apropriação indébita

previdenciária previsto no Código Penal (CP), assinale a

opção correta.

A) As figuras assemelhadas à apropriação indébita

previdenciária constantes do CP são todas condutas

omissivas relacionadas à ausência de recolhimento ou

repasse de importâncias relacionadas à previdência

social.

B) A ação penal relativa a esse crime é pública

incondicionada e a competência para processá-la e julgá-

la é da justiça federal, ainda que inexista lesão à

previdência social, como no caso de falsificação das guias

de recolhimento das contribuições previdenciárias.

C) Em relação a esse crime, a legislação penal prevê causa

especial de extinção da punibilidade, subordinada ao

cumprimento de alguns requisitos pelo agente de forma

espontânea, mesmo que já tenha sido iniciada a ação

fiscal.

D) Para a consumação desse crime, exige-se a omissão de

repasse das contribuições recolhidas à previdência social

acrescida do ânimo de assenhorar-se daquelas

contribuições, sendo o tipo penal apropriação indébita

previdenciária uma modalidade de apropriação indébita.

E) Por estar a consumação desse crime subordinada ao

prazo e à forma legal ou convencional para o repasse das

contribuições à previdência social, trata-se de exemplo de

norma penal incompleta.

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PÁG. 688

Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

Para o STF, a resposta é negativa, pois “não há falar em reduzido

grau de reprovabilidade da conduta, uma vez que o delito em

comento atinge bem jurídico de caráter supraindividual, qual seja, o

patrimônio da previdência social ou a sua subsistência financeira”

(1ª Turma, HC 98021, de 22.06.2010).

O §3º prevê hipóteses de perdão judicial ou de mera aplicação de multa, se o réu for primário

e gozar de bons antecedentes, desde que pague as contribuições previdenciárias após a ação

fiscal e antes do oferecimento da denúncia.

Outrossim, poderá o juiz apenas aplicar apenas a pena de multa ou perdoar o réu se o valor

das contribuições devidas, inclusive acessórios, for igual ou inferior àquele estabelecido pela

Previdência Social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas

execuções fiscais, atualmente fixado em R$ 10.000,00 pelo artigo 20, da Lei 10.522/02.

Por sua vez, a Portaria 75/2012 do Ministério da Fazenda determina a não inscrição na Dívida

Ativa da União de débito de um mesmo devedor com a Fazenda Nacional de valor consolidado

igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) e o não ajuizamento de execuções fiscais de débitos

com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil

reais).

No entanto, por força da Lei 13.606/2018, a faculdade prevista no § 3o não se aplica aos

casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior

àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas

execuções fiscais (R$ 20.000,00).

Assim, no caso de dívidas previdenciárias com valor consolidado acima de R$ 20.000,00,

somente o pagamento em parcela única irá possibilidade o perdão judicial, e não o pagamento

parcelado.

PÁG. 692

Importante!

Há uma hipótese de redução de pena de 1/3 a 1/2 ou aplicação

só de multa se o empregador não for pessoa jurídica, desde

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que o valor de sua folha mensal seja de até R$ 4.984,35

4.883,27 (valor atualizado para 20182017).

PÁG. 694 – última célula do quadro:

Redução da

pena de 1/3

até 1/2 ou de

aplicação

apenas de

multa

Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de

pagamento mensal não ultrapassa R$ 4.984,35 4.883,27

(valor 20182017), o juiz poderá reduzir a pena de um terço

até a metade ou aplicar apenas a de multa.

PÁG. 700

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

Superando divergência interna, no dia 24 de junho de 2012, a 3ª

Seção do STJ, no julgamento do Recurso Especial 1.206.105,

definiu que “sendo o objetivo do estelionato a obtenção de vantagem

ilícita em prejuízo alheio, nos casos de prática contra a Previdência

Social, a ofensa ao bem jurídico tutelado pela norma é reiterada,

mês a mês, enquanto não há a descoberta da aplicação do ardil,

artifício ou meio fraudulento. Tratando-se, portanto, de crime

permanente, inicia-se a contagem para o prazo prescricional com a

supressão do recebimento do benefício indevido e, não, do

recebimento da primeira parcela da prestação previdenciária, como

entendeu a decisão que rejeitou a denúncia”.

Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

O estelionato previdenciário praticado por

terceiros que não o próprio beneficiário configura

delito instantâneo de efeitos permanentes.

Precedentes: AgRg no REsp 1497147/SP, Rel. Ministro

LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (Desembargador

Convocado do TJ/PE), Quinta Turma, julgado em

28/4/2015, DJe 13/05/2015; HC 247.408/RJ, Rel.

Ministro GURGEL DE FARIA, Quinta Turma, julgado em

7/4/2015, DJe 16/4/2015 e AgRg no REsp 1112184/RS,

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Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Sexta Turma,

julgado em 24/3/2015, DJe 6/4/2015.

1. O delito de estelionato perpetrado contra a

Previdência Social tem natureza distinta, a depender do

agente que pratica o ilícito, se o próprio segurado, que

recebe mês a mês o benefício indevido, ou o servidor da

autarquia previdenciária ou, ainda, por terceiro não

beneficiário, que comete a fraude inserindo os dados

falsos. 2. Conforme a atual jurisprudência dos tribunais

superiores, o ilícito cometido pelo segurado da

previdência é de natureza permanente, e se

consuma apenas quando cessa o recebimento indevido

do benefício, iniciando-se daí a contagem do prazo

prescricional; e o delito praticado pelo servidor do

INSS ou por terceiro não beneficiário é instantâneo

de efeitos permanentes, sendo que sua consumação

ocorre no pagamento da primeira prestação do benefício

indevido, data na qual se inicia a contagem do prazo de

prescrição da pretensão punitiva. RHC 27582, de

15/8/2013.

1. Acompanhando a orientação da Excelsa Corte, a

Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao

julgar o REsp 1.206.105/RJ, finalizado em 27.6.12,

por maioria, uniformizou o entendimento de que é

crime permanente o estelionato praticado por

quem aufere a vantagem indevida contra a

Previdência Social, iniciando-se a contagem do

prazo prescricional no momento em que cessa o

pagamento indevido do benefício, e não quando

recebida a primeira parcela da prestação

previdenciária.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso do CESPE em 2017 para Defensor Público da União, foi considerada errada a

seguinte questão: Maria não informou ao INSS o óbito de sua genitora e continuou a utilizar o

cartão de benefício de titularidade da falecida pelo período de dez meses. Nessa situação,

Maria praticou estelionato de natureza previdenciária, classificado, em decorrência de sua

conduta, como crime permanente, de acordo com o entendimento do STJ1.

1 Discorda-se do gabarito oficial, pois Maria é terceira beneficiária do estelionato, sendo permanente o

delito de estelionato previdenciário, na linha do STJ.