98
DIREITO PROCESSUAL COLETIVO Prof. Ms. Karol Araújo Durço [email protected]

DIREITO PROCESSUAL COLETIVO COLETIVO... · Novos direitos e novas formas de lesão que tem ... O direito processual coletivo rege-se pelo CDC e pela LACP ... coletivas e individuais

  • Upload
    voque

  • View
    216

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

DIREITO PROCESSUAL COLETIVOProf. Ms. Karol Araújo Durç[email protected]

DIREITO PROCESSUAL COLETIVO:PARTE GERALPARTE GERAL

►A ordem jurídica reconhece a necessidade de que,em matéria de interesses transindividuais, “o acessoindividual dos lesados à Justiça seja substituídopor um processo coletivo, que não apenas deveser apto a evitar decisões contraditórias comoainda deve conduzir a uma solução mais eficienteda lide, porque o processo coletivo é exercido deda lide, porque o processo coletivo é exercido deuma só vez, em proveito de todo o grupo lesado.”Hugo Nigro Mazzilli, “A defesa dos interesses Difusos em Juízo”►O direito processual coletivo tem uma série decaracterísticas que o diferenciam do direito processualindividual, regido, quanto ao processo civil,exclusivamente pelo CPC;

►Para caracterizar a ação coletiva não interessa a“estrutura subjetiva”, mas a “matéria litigiosa”discutida. Processo coletivo ≠ litisconsórcio;►Novos direitos e novas formas de lesão que temnatureza comum ou nascem de situaçõesarquetípicas (padrão). De uma estrutura “atômica”para uma estrutura “molecular”;para uma estrutura “molecular”;►Motivações políticas: redução dos custos;uniformização dos julgamentos; benefício àprevisibilidade e a segurança jurídica;►Motivações sociológicas: aumento das “demandas demassa”;

►Processo tradicional: ajustar disputas entre partesprivadas a respeito de disputas privadas;► Processo coletivo: “litigação de interesse público”(public law litigation) = defesa de interesse públicoprimário, inclusive no controle e realização depolíticas públicas;►Ex.: RE 436996 = Atendimento em creche: deverconstitucional. Ver também: REsp 681.012/RSconstitucional. Ver também: REsp 681.012/RS►Politização da Justiça e Ativismo Judicial;►Conceito: Processo Coletivo é o processo instauradopor ou em face de um legitimado autônomo em quese postula um direito coletivo lato sensu ou se afirmaa existência de uma situação jurídica coletiva passiva,com o fito de obter um provimento jurisdicional queatingirá uma coletividade, um grupo ou umdeterminado número de pessoas”

►Elementos Conceituais:►A) Interesse Público Primário;►B) A legitimação para agir;►C) A afirmação de uma situação jurídica coletiva: direitocoletivo lato sensu no polo ativo (ação coletiva ativa), oudever ou estado de sujeição coletivos lato sensu, no polopassivo (ação coletiva passiva);►D) A extensão subjetiva da coisa julgada.►Ação Coletiva é a demanda que dá origem a umprocesso coletivo, pela qual se afirma a existência de umasituação jurídica coletiva ativa ou passiva;►Tutela Jurisdicional Coletiva é a proteção que seconfere a uma situação jurídica coletiva ativa ou aefetivação de situações jurídicas (individuais ou coletivas)em face de uma coletividade, que seja titular de umasituação jurídica coletiva passiva (deveres ou estados desujeição coletivos)

AÇÕES COLETIVAS:►Ação civil pública – art. 129, III CF; Lei nº. 7347/85;►Ação popular – art. 5º, LXXIII CF; Lei nº. 4.717/65;►MS coletivo – art. 5º, LXIX e LXX CF;►Dissídio coletivo – art. 114, §2° CF;►Mandado de injunção – art. 5º, LXXI CF;►Ação coletiva para defesa dos direitos individuais►Ação coletiva para defesa dos direitos individuaishomogêneos dos consumidores, arts. 91 a 100 doCDC;►Ação de improbidade administrativa, Lei nº. 8429/92;►Ações de Controle de Constitucionalidade ADIn eADCon art. 102, I, “a” CF;►Ação de impugnação de mandato eletivo;

OUTROS MEIOS DE DEFESA:• Além das Ações Coletivas a defesa dos interesses podem ser protegidos por:• a) Inquérito Civil;• b) TAC – Termo de Ajustamento de Conduta;• b) TAC – Termo de Ajustamento de Conduta;• c) Recomendação;• d) Amicus curiae• e) Audiência Pública.

REPISANDO: OBJETIVOS►Facilitar o acesso à Justiça – “a união faz a força”;►Evitar decisões conflitantes – segurança jurídica;►Desonerar o Judiciário – porque permite através de uma ação a resolução do problema de inúmeras uma ação a resolução do problema de inúmeras pessoas;►É impossível tutelar os direitos coletivos “lato sensu” por meio do processo civil clássico.

REPISANDO: CARACTERÍSTICAS►Processo de massa, para a sociedade de massa, com conflitos de massa;►Maiores poderes do Juiz, que não está adstrito aos limites do pedido;limites do pedido;►Coisa julgada “secundum eventum litis” e “in utilibus”;►Conexão, continência, litispendência e coisa julgada diferentes.

►O direito processual coletivo rege-se pelo CDC e pela LACP(lei n.° 7347/85). O CPC comporta aplicação suplementar,naquilo que não for incompatível;►A parte processual do CDC, no que diz respeito aoprocesso coletivo, aplica-se as ações de outras naturezas,MICROSSISTEMA COLETIVO

processo coletivo, aplica-se as ações de outras naturezas,como ambientais, referentes ao ECA etc.;►No que diz respeito a ações coletivas, a ACP vem sendousada como uma espécie de “rito ordinário”. Segundo adoutrina especializada, o veículo da ACP pode ser usadopara pleitear qualquer tipo de direito coletivo “lato sensu”,inclusive para perseguir a improbidade administrativa, quetem ação com rito próprio, definido pela Lei nº 8429/92.

►Inovações do CDC:►A) Determinar a competência pelo domicílio do consumidore do foro da capital dos Estados e do Distrito Federal paraações de âmbito nacional ou regional – competênciaadequada (arts. 101, I e 93 II);MICROSSISTEMA COLETIVO

adequada (arts. 101, I e 93 II);►B) Vedação de denunciação à lide e um novo tipo dechamamento ao processo (arts. 88 e 101, II);►C) Possibilidade de o consumidor valer-se, na defesa dosseus direitos, de qualquer ação cível cabível – atipicidadeou não-taxatividade (art. 83);►D) Tutela específica em preferência à tutela do equivalenteem dinheiro – tutela adequada;

►Inovações do CDC:►E) regras específicas de coisa julgada (secundum eventumlitis e secundum eventum probationis) art. 103;►F) regras de legitimação (art. 82) e de dispensa dehonorários advocatícios (art. 87) específicas para ações

MICROSSISTEMA COLETIVOhonorários advocatícios (art. 87) específicas para açõescoletivas;►G) regulamentação entre ação coletiva e individual (art.104);►H) alteração e ampliação da LACP, harmonizando-a com osistema do Código (arts. 109 a 117) permitindo a formaçãode um microssistema coletivo

INTERESSES GERAIS TUTELADOS PELO PROCESSO

COLETIVOInteresses difusosInteresses coletivosInteresses

Interesses públicosInteresses coletivosInteresses individuaishomogêneos

Interessescoletivoslato sensu

Interesses Titulares Objeto Relação interpessoalDifusos Indeterminados Indivisível Fato

Direito Processual ColetivoDifusos Indeterminados Indivisível Fato

Coletivo stritosensu Grupo, categoria ou classe de pessoas. Indivisível Rel. Jurídica BaseIndividuais Homogêneos Determinados Divisível Fato de Origem Comum

CDC, Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.

DIFUSOS: direitos transindividuais (metaindividuais, supraindividuais,pertencentes a uma coletividade); de natureza indivisível (só podemser considerados como um todo) e cujos titulares sejam pessoasindeterminadas (indeterminabilidade dos sujeitos, não havendoindividuação) ligadas por circunstâncias de fato, não existindo umvínculo comum de natureza jurídica Ex.: publicidade enganosa; meio-ambiente; moralidade administrativa. Sentença erga omnesDIREITOS COLETIVOS STRICTO SENSU: direitos transindividuais(com a mesma sinonímia descrita acima) de natureza indivisível, de(com a mesma sinonímia descrita acima) de natureza indivisível, deque seja titular um grupo, categoria ou classe de pessoas(indeterminadas, mas determináveis enquanto grupo ou categoria)ligadas entre si, ou com a parte contrária, por uma relação jurídicabase. Ex.: OAB; contribuintes de determinado tributo. Sentença ultrapartes.DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS: Ficção criada pelo direitopositivo brasileiro com a finalidade única e exclusiva de possibilitar aproteção coletiva (molecular) de direitos individuais com dimensãocoletiva (em massa). Sentença erga omnes.

OBSERVAÇÕES DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS: Existempara permitir uma tutela molecular dos ilícitos. Nesse sentido sãoindivisíveis e indisponíveis até o momento de sua liquidação eexecução, voltando a ser indivisíveis se não houver a tutela integraldo ilícito.1ª FASE Conhecimento do ilícito individual homogêneo 2ª FASE Liquidação e Execução do Direito individual 3ª FASE Liquidação e Execução Coletiva FDDNão há necessidade de identificar os titulares do Os arts. 97 e 98 disciplinama forma de execução Passado o prazo de um ano,uma vez não ocorrendo a identificar os titulares do direito, tampouco a extensão dos seus prejuízos. O art. 95 do CDC determina que a sentença condenatória será genérica, sendo que o art. 103, III, do mesmo diploma estabelece a coisa julgada erga omnes sem a necessidade de individualização

a forma de execução individual e a possibilidade de execução coletiva dos direitos individuais. O que importa perceber é que os valores auferidos serão revertidos para os titulares dos direitos individuais lesados, titulares identificados.

uma vez não ocorrendo a identificação ou habilitação de titulares de direitos individuais em número compatível com a gravidade da lesão, poderá o Ministério Público ou qualquer co-legitimadopromover a liquidação e execução da indenização devida para o FDD. Fluid recovery

OBSERVAÇÕES DIREITOS INDIVIDUAISHOMOGÊNEOS: Podem ser objeto de um processoindividual instaurado pelas vítimas em litisconsórcio porafinidade (art. 46, IV, CPC). Podem, ainda, ser objeto deações individuais propostas pelas vítimas isoladamente.Ex.: Causas previdenciárias (reajustes de benefíciosprevidenciários), tributárias (não pagamento dedeterminado tributo), consumeristas (não aplicação dedeterminado tributo), consumeristas (não aplicação dedeterminada cláusula abusiva de um contrato-tipo) etc.Finalidade: evitar causas “atômicas”, “molecularizando”a solução conflito.

OBSERVAÇÕES DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS: VISÃO CRÍTICA DA DOUTRINA DOS “DIREITOS INDIVIDUAIS COLETIVAMENTE TRATADOS”•Tutela coletiva mesmo quando não ocorre habilitaçãoem número compatível;•Fluid Recovery: Execução em benefício do FDD (art.100 do CDC);100 do CDC);•Tutela de lesões homogêneas mesmo quando,individualmente, não são atrativas do ponto de vistaeconômico•RE nº. 163.231/SP “Direitos ou interesses homogêneossão os que têm a mesma origem comum (art. 81, III, daLei 8.078/1990), constitui-se em subespécie de direitoscoletivos

CRÍTÉRIO DE IDENTIFICAÇÃO DO OBJETO DA AÇÃO COLETIVA•Antonio Gidi x Nelson Nery•Gidi: Necessário identificar direito subjetivo afirmado: Deum mesmo fato lesivo, podem surgir pretensões difusas,coletivas e individuais homogêneas e mesmo individuaispuras. O “critério científico” na identificação do direito “nãoé a matéria, o tema, o assunto abstratamente considerados,mas o direito subjetivo específico que foi violado”mas o direito subjetivo específico que foi violado”•Nery: o que conta é o tipo de tutela jurisdicional que sepretende obter. “Da ocorrência de um mesmo fato podemoriginar-se pretensões difusas, coletivas e individuais”.•Mista: fusão entre o direito subjetivo (afirmado) e a tutelarequerida como forma de identificar a demanda”

CRÍTÉRIO DE IDENTIFICAÇÃO DO OBJETO DA AÇÃO COLETIVA•Exemplo: Em determinada ação onde se afirma a lesãocometida por veiculação de publicidade enganosa o autor daação deverá descrever os fatos que justificam a demanda eembasam sua pretensão, afirmando que a publicidade foi aoar nos dias x e y, através da mídia televisiva, atingindo umuniverso de pessoas circunscritas a determinada região.Precisa afirmar, ainda, a existência de diversas pessoasPrecisa afirmar, ainda, a existência de diversas pessoaspossivelmente lesadas em seus direitos individuais,requerendo, ao final condenação genérica (art. 95 do CDC)•No mesmo exemplo se o legitimado tivesse pedido aretirada da publicidade enganosa do ar, estaríamos diante dedireito difuso, não sendo necessário fazer referência apessoas lesadas em seus direitos individuais

AÇÕES PSEUDOINDIVIDUAIS•Para Kazuo Watanabe são pseudoindividuais demandasindividuais que sejam aptas a gerar efeitos sobre toda umacomunidade. Ex.: ação individual para coibir ou cessar apoluição produzida por determinada indústria ou, ainda, aação do sócio propondo anulação de uma decisão daassembleia ou da diretoria (litisconsórcio unitário facultativo);ações individuais para questionar a tarifa de assinaturatelefônica: proliferação afeta o equilíbrio econômico-telefônica: proliferação afeta o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão. Necessidade dedecisão padronizada para todos os consumidores.•Exercício do Poder regulatório do Estado tutelado por açõesindividuais: polêmica da vedação dos processos individuaisdessa natureza

AÇÕES PSEUDOCOLETIVAS•O que caracteriza uma ação coletiva para proteção dedireitos individuais homogêneos concentra-se noacolhimento de uma tese jurídica geral (pretensão geral),referente a determinados fatos, que pode aproveitar a muitaspessoas, em oposição a ações individuais em que hápretensões singularizadas, especificamente verificadas emrelação a cada um dos respectivos titulares do direito.•Problema da tratativa molecular de ações para tutela de•Problema da tratativa molecular de ações para tutela dedireitos meramente individuais: desprovidos dascaracterísticas de “predominância das questões comunssobre as individuais” e da “utilidade da tutela coletiva no casoconcreto”•Solução: defining function: o Juiz poderá, em decisãofundamentada, limitar o objeto da ação coletiva à parte dacontrovérsia que possa ser julgada de forma coletiva

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA•Princípio do devido processo legal coletivo;•Princípio da adequada representação (legitimação);•Princípio da adequada certificação da ação coletiva;•Princípio da coisa julgada diferenciada e a “extensãosubjetiva” da coisa julgada secundum eventum litis àesfera individual;esfera individual;•Princípio da informação e publicidade adequadas•-Princípio da adequada notificação dos membros dogrupo;•- Princípio da informação aos órgãos competentes;•Princípio da competência adequada (forum nomconveniens e forum shopping)

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA•Princípio da primazia do conhecimento do méritodo processo coletivo;•Princípio da indisponibilidade da demanda coletiva;•Princípio do microssistema: aplicação integrada das leispara a tutela coletiva;•Princípio da reparação integral do dano•Princípio da reparação integral do dano•Princípio da não-taxatividade e atipicidade (máximaamplitude) da ação e do processo coletivo•Princípio do ativismo judicial

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA•Princípio do devido processo legal coletivo;•- garantismo coletivo•- devido processo social•- fins sociais da lei e exigências do bem comum•- regramento próprio diversos institutos: competência,legitimidade, coisa julgada, intervenção de terceiros,legitimidade, coisa julgada, intervenção de terceiros,execução etc.•Princípio da adequada representação (legitimação);•- adequada representação para defender em juízo osdireitos afirmados (legitimidade conglobante)•Princípio da adequada certificação da ação coletiva;•- class certification: o juiz assegura a natureza coletivaà ação proposta. Juízo de admissibilidade.

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA•Princípio da informação e publicidade adequadas•-Princípio da adequada notificação dos membros dogrupo;•- fair notice = comunicação adequada (art. 94 do CDC)•- Princípio da informação aos órgãos competentes;•- arts. 6º e 7º, da Lei nº. 7347/85 = dever cívico•- arts. 6º e 7º, da Lei nº. 7347/85 = dever cívico•Princípio da competência adequada (forum nomconveniens e forum shopping)•- Forum shopping = escolha do demandante;•- Forum nom conveniens = juiz pode recursar comp.•- Kompetenzkompetenz = juiz é competente paracontrolar a sua própria competência

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA•Princípio da indisponibilidade da demanda coletiva;•- Obrigatoriedade temperada com a conveniência e aoportunidade ou princípio da disponibilidade motivada;•- Inquérito Civil = arquivamento sujeito ao controle doConselho Superior do MP (art. 9º da LACP);•- Existem três teorias: a) aplica-se analogicamente o•- Existem três teorias: a) aplica-se analogicamente oart. 28 do CPP; b) aplica-se analogicamente o art. 9º daLACP; c) aplica-se analogicamente o art. 485, III e VIII,do CPC•- O princípio da indisponibilidade da demanda executivanão comporta exceções

LEGITIMIDADE NAS AÇÕES COLETIVAS ►Ponto de resistência no transplante da tutela individual;►Três principais correntes: Substituição processual(Barbosa Moreira); Legitimação Ordinária dasentidades civis para defesa de direitos superindividuais,ligados aos fins associativos. Visão ampla do art. 6º, doligados aos fins associativos. Visão ampla do art. 6º, doCPC (Kazuo Watanabe); Legitimação autônoma paracondução do processo (espécie de legitimaçãoobjetiva, independente da relação de direito material).“Direito de condução do processo” do Direito Alemão(Prozessführungsrecht) – (Nelson Nery)

LEGITIMIDADE NAS AÇÕES COLETIVAS ►Obs.: Legitimação ordinária: interesse próprio +interesse de todos que se identificam no coletivo?Problema: necessidade de investigação das finalidadesestatutárias, reduzindo a participação e aplicação dasações coletivas; Legitimação autônoma paraações coletivas; Legitimação autônoma paracondução do processo: muito próximo a legitimidadeextraordinária, porém, desnecessário no nosso sistema

LEGITIMIDADE ATIVA►Regra de ouro (golden rule): ninguém poderá pleitear emjuízo direito alheio (art. 6º do CPC);►Exceção: parte final do artigo = legitimidadeextraordinária = lei;►Problema: extensão subjetiva da coisa julgada;►Problema: extensão subjetiva da coisa julgada;►Class action: “adequada representação” = parte capazde representar a classe, classe presente em juízo. Fairnotice = notificação aos membros da classe; right to optout = direito de exclusão ou “de saída” do membro daclasse; binding efect = extensão subjetiva da coisajulgada;►

LEGITIMIDADE ATIVA►Brasil: Três técnicas de legitimação: 1) legitimação doparticular: qualquer cidadão. Ex.: ação popular (Lei4.717/65); 2) legitimação de pessoas jurídicas de direitoprivado: sindicatos, associações, partidos políticos. Ex.:mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX, da CF/88);mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX, da CF/88);3) legitimação de órgãos do Poder Público: MP. Ex.: açãocivil pública (Lei 7347/85)►Solução eclética = combinações de legitimações►Lei brasileira engloba diversas soluções adotadas emoutros países

LEGITIMIDADE ATIVA►Características legitimação extraordinária: autônoma: acondução pelo legitimado independe da participação dotitular do direito litigioso, sem ofensa do contraditório;exclusiva: apenas o legitimado extraordinário pode serparte principal no processo – o titular do direito poderáser, no máximo, assistente litisconsorcial (intervenção deser, no máximo, assistente litisconsorcial (intervenção deterceiros); concorrente: co-legitimação entre oslegitimados; disjuntiva: cada legitimado pode propor aação independente da vontade dos demais; isolada ousimples: legitimado puder permanecer sozinho; conjuntaou complexa: necessidade de litisconsórcio (só polopassivo). Em ações coletivas passivas: solução definingfunction = poder de definição do litígio pelo juiz.

LEGITIMIDADE ATIVA ► A legitimidade trazida pelo CDC é concorrente e disjuntiva,porque há total independência entre os legitimados para apropositura de ação coletiva. Não há privilégio entre oslegitimados e um não depende da anuência do outro para propora ação.a ação.► de acordo com o art.82 do CDC e art.21 da LACP,taxativamente, são legitimados para a propositura de ação emdefesa de interesses metaindividuais: a) o MP e Defensoria; b) aspessoas jurídicas de direito público da administração direta:União, Estados, Distrito Federal e Municípios; c) as pessoasjurídicas de direito público ou privado da administração indireta:autarquias, empresas públicas, fundações e sociedades deeconomia mista;

► Legitimação Ativa na Ação Coletiva (cont.):d) as associações civis constituídas há pelos menos um ano, com finalidades institucionais compatíveis com os interesses postulados em juízo; e) mesmo não possuindo personalidade jurídica, o ente público ou associação possui legitimidade; f) os

LEGITIMIDADE ATIVAjurídica, o ente público ou associação possui legitimidade; f) os partidos políticos com representação no Congresso Nacional podem propor apenas Mandado de Segurança Coletivo(segundo Prof. Ricardo de Barros Leonel, não têm legitimidade para propor Ação Civil Pública); g) Cidadão comum só pode propor Ação Popular, também não tem legitimidade para Ação Civil Pública;Obs.: Quando MP não é autor é custus legis

►Observações:►A legitimidade é atribuída ao MP como um todo. Não hálimitação territorial para atuação. O interesse processualtranscende o individual;LEGITIMIDADE ATIVA

►Apesar da expressa previsão de atuação do Ministériopúblico em defesa de interesses individuais homogêneos,há corrente contrária a essa tese, que afirma suainconstitucionalidade, por não constar do art.129, III, CF.Contudo, não há restrição a previsão em leiinfraconstitucional, o que efetivamente ocorreu.

►Observações:►Quando MP não é autor nas ações coletivas é custus legis►Obrigatoriedade temperada, pois tem que verificar aconveniência e a oportunidade, podendo arquivar o ICinstaurado;

LEGITIMIDADE ATIVAinstaurado;►O interesse do substituto: a substituição processualindepende da existência ou não de um específico interesseprocessual ou material do substituto: o que se deveaveriguar é a existência de um interesse processual nasolução do conflito, sem relacioná-lo à figura do substitutoprocessual.

► No Brasil:► Controle legislativo: o legislador estabeleceu um rol taxativo =presunção absoluta de que seriam “representantes adequados”;► Controle judicial: o juiz deveria verificar em cada ação a“representatividade adequada”.

CONTROLE JURISDICIONAL DE LEGITIMAÇÃO COLETIVA“representatividade adequada”.► Análise da legitimidade em duas fases: Primeiro: verifica-se sehá autorização legal para que determinado ente possa sesubsrtituto; Segundo: o juiz faz o controle in concreto daadequação da legitimidade a fim de conferir a representatividadeadequada do direito em discussão.

►Pertinência Temática: Jurisprudência do STF►Vinculo de afinidade temática entre o legitimado e o objetolitigiosoMP habilitado para a defesa de interesses coletivos “lato sensu”:legitimidade “jure et de jure”. Não se discute pertinência temática.Em contrapartida, o mesmo não ocorre em relação às pessoas

LEGITIMIDADE ATIVAEm contrapartida, o mesmo não ocorre em relação às pessoastjurídicas da administração direta ou indireta, para as quais énecessária pertinência:►Municípios e Estados = só atuam em seu âmbito territorial;►Ministério Público Estadual = não possui limitação, por seruno e indivisível (salvo art.5º, §5º da Lei 7347/85 –inconstitucional);►Associações e Sindicatos = atuação limitada às finalidadesinstitucionais (legitimação extraordinária);

Ministério PúblicoFederal, do Trabalho, EstadualCF, Art. 129. São funçõesinstitucionais do Ministério Público:III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e de outros interesses difusos e

Ministério PúblicoFederal, do Trabalho, EstadualCF, Art. 129. São funçõesinstitucionais do Ministério Público:III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e de outros interesses difusos e

Defensória PúblicaFederal, EstadualDefensória PúblicaFederal, EstadualAssociações de defesa de interesses geraisdesde que incluam, entre suas finalidadesinstitucionais, a proteção ao meio ambiente,Associações de defesa de interesses geraisdesde que incluam, entre suas finalidadesinstitucionais, a proteção ao meio ambiente,

LEGITIMIDADE ATIVAde outros interesses difusos e coletivos.de outros interesses difusos e coletivos.

Entes da Administração Pública, direta e indiretaEntes da Administração Pública, direta e indiretainstitucionais, a proteção ao meio ambiente,ao consumidor, à ordem econômica, à livreconcorrência ou ao patrimônio artístico,estético, histórico, turístico e paisagísticoArt.5., § 4°. O requisito da pré-constituiçãopoderá ser dispensado pelo juiz, quando hajamanifesto interesse social evidenciado peladimensão ou característica do dano, ou pelarelevância do bem jurídico a ser protegido

institucionais, a proteção ao meio ambiente,ao consumidor, à ordem econômica, à livreconcorrência ou ao patrimônio artístico,estético, histórico, turístico e paisagísticoArt.5., § 4°. O requisito da pré-constituiçãopoderá ser dispensado pelo juiz, quando hajamanifesto interesse social evidenciado peladimensão ou característica do dano, ou pelarelevância do bem jurídico a ser protegido

►Defensoria Pública: Função típica: hipossuficiênciaeconômica; Função atípica: necessitado jurídico (ex.: curadorespecial no processo civil art. 9º, inciso II; defensor dativo noprocesso penal (art. 265 CPP);► Lei 11.448/2007: nova redação art. 5º LACP;► Art. 4º, VII, da Lei Complementar nº. 80/94 alterado pela LC

LEGITIMIDADE ATIVA132/2009: ação civil pública terá de beneficiar grupo de pessoashipossuficientes► Obs.: eficácia da coisa julgada vinculará todos os beneficiárioshipossuficientes ou não.► ADIn nº. 3943: triste e lamentável = “a legitimação dada à DefensoriaPública afeta diretamente as atribuições do Ministério Público”. Açãoproposta pela CONAMP.

►Mandado de Segurança Coletivo:►Art. 5º, inciso LXX, da CF: O MS coletivo pode ser impetradopor: a) partido político com representação no Congresso; b)organização sindical, entidade de classe ou associaçãolegalmente constituída e em funcionamento há pelo menos umano, em defesa dos interesses de seus membros ouassociados.

LEGITIMIDADE ATIVAassociados.► O texto constitucional não cuida da legimitidade ad causam. Estadeve ser aferida a partir da situação litigiosa nele afirmada, ou seja,ope judicis.► A norma constitucional atribui capacidade processual aos partidospolíticos e às entidades de classe para valer-se do procedimento domandado de segurança (ope legis)► Inconstitucional interpretação do art. 21 da Lei nº. 12016/09 quereconheça a incapacidae processual dos demais legitimados.

Conexão, Continência, Litispendência e Coisa Julgada nas Ações Coletivas:► Conexão (art. 55, CPC): identidade de pedido ou causa depedir;► Continência (art. 56,CPC): identidade de partes e de causa depedir; sendo que o pedido de uma se apresenta de maneiramais ampla, abrangendo o outro;► Litispendência (art. 337, VI, §§ 1° e 2°, CPC): trípliceidentidade, de partes, pedido e causa de pedir;► Coisa Julgada (art.301, VII, §§ 4°, CPC): propositura de ação► Coisa Julgada (art.301, VII, §§ 4°, CPC): propositura de açãoidêntica a outra com sentença e transitada em julgado.A análise destes institutos deve ocorrer levando-se emconsideração a condição jurídica das partes, já que a açãocoletiva pode ser intentada de maneira disjuntiva por seuslegitimados ativos e ainda, se mostra de maneira muitoabrangente quanto a possibilidade de inclusão de legitimadosno pólo passivo.Portanto, a verificação de incidência destes institutos é muitomais fácil de ser constatada nas ações coletivas.

Conexão►Conexão: Pressupõe demandas distintas. Trata-se deconceito jurídico-positivo. Não há conceito universal(lógico-jurídico);►Efeitos: modificação da competência ou suspensão deuma das ações (juízos com competência materialmentedistinta ou procedimentos distintos.►Objetivo: economia processual; evitar decisões►Objetivo: economia processual; evitar decisõescontraditórias (segurança jurídica);►Reunião de processos ≠ processamento simultâneo;►Prevenção: critério para determinar em qual dos juízos ascausas conexas deverão tramitar►Ações coletivas: parágrafo único, do art. 2º, da LACP: “Apropositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo paratodas as ações posteriormente intentadas que possuam amesma causa de pedir ou o mesmo objeto”. Mesmoregime jurídico da conexão individual.

Conexão►Conexão de causas coletivas pode importar mudançade competência absoluta? Sim.►É possível falar em juízo prevento universal?Jurisprudência STJ: utiliza expressão “juízo universal” nasações populares. Atecnia: juízo universal jurisprudencial(quando muito). Juízo universal legal: art. 76, da Lei deFalência. Conflito de competência nº. 97.0026159-0Falência. Conflito de competência nº. 97.0026159-0►Ações coletivas pela natureza e objeto acarretará grandeamplitude na prevenção do juízo. Daí “universalizar” essejuízo vai longa distância, podendo gerar até ofensa agarantia constitucional do juiz natural.►Ver fl. 173 do livro: art 7º. CBPC (UERJ/UNESA); CBPC(IBDP).

Litispendência►Considerações gerais: Regra: tríplice identidade doselementos da demanda = partes, pedido e causa de pedir.Possível sem tríplice identidade: condômino “A” e “B”propuser sem demanda para proteção do bemcondominial.►Ações coletivas: Regra: identidade da parte autora éirrelevante para a configuração da litispendênciacoletiva.irrelevante para a configuração da litispendênciacoletiva.►Havendo tríplice identidade: solução extinguir (art. 485,V, do CPC);►Litispendência partes distintas: reunião para julgamentosimultâneo. Mais rápido e prático do que eventualintervenção do legitimado no processo que sobreviveu,dando ensejo a um incidente processual que irá atrasar oprocesso.

Litispendência►Não sendo possível a reunião de demandas conexas oulitispendentes, em razão do estágio em que se encontrem(em graus diferentes de jurisdição, por exemplo), asolução deverá ser a suspensão do processo com aplicaçãodo art. 313, V, do CPC.►Obs.: 1) Não obstante possam produzir o mesmo efeitojurídico, conexão e litispendência são fatos distintos:conexão pressupõe a existência de duas ou mais causasdiferentes; litispendência pressupõe a pendência de duasdiferentes; litispendência pressupõe a pendência de duasou mais causas iguais. Observação importante para seevitar repropositura de demanda que já fora julgada.►2) Para existir litispendência basta existir identidade nasituação jurídica controvertida: identidade de causa depedir e de pedido, mesmo que não haja identidade doobjeto do pedido. Ex.: lesão ao meio-ambiente: umprocesso pede ressarcimento pecuniário; outrorecomposição do dano (ex.: reflorestamento). Hálitispendência, mesmo pretendendo bem jurídicos diversosporque discute-se a mesma situação jurídica ativa.

Litispendência►Há litispendência entre uma ação coletiva que cuida dedireitos difusos e outra que versa sobre direitosindividuais homogêneos?►Não há!►Obs.: Existe, porém, relação de preliminaridade: Aprocedência da ação coletiva em defesa de direito difusotorna desnecessária a ação coletiva em defesa de direitosindividuais homogêneos: extensão in utilibus da coisajulgada coletiva para o plano individual. Ação coletiva queindividuais homogêneos: extensão in utilibus da coisajulgada coletiva para o plano individual. Ação coletiva queversa sobre direitos difusos é preliminar àquela que versasobre direitos individuais homogêneos.

Relação ação coletiva e ação individual►Art. 104 do CDC: não induz litispendência.►Pedido de suspensão do processo individual: a extensão inutilibus da coisa julgada não ocorrerá se não for requeridasua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciêncianos autos do ajuizamento da ação coletiva. Cabe ao réuproceder a informação de existência da ação coletiva:princípio da boa-fé + cooperação.►Pedido de suspensão é possível até a sentença, ou napendência de recurso.►Pedido de suspensão é possível até a sentença, ou napendência de recurso.►Para Gidi é possível a revogação do pedido de suspensãopor arrependimento do indivíduo.►§ 1º, do art. 22 da Lei 12.016/2009: indivíduo pedirdesistência do mandado de segurança. Constitucionalidadeduvidável!!!►Right to opt out = direito à auto-exclusão►Resp 1.110.549/RS = possibilidade de suspensãoindependente de requerimento da parte. Pág. 193 livro.

►Nomeação à autoria = correção do pólo passivo da ação, onde o demandadoapresenta o real responsável pelo bem;►Oposição = ação incidental proposta por terceiro alheio ao processo que possuiinteresse no objeto em litígio;►Denunciação da lide = ampliação subjetiva e objetiva da demanda, na qual umterceiro responsável é denunciado, gerando título para regresso do denunciante;►Chamamento ao processo = ampliação subjetiva da demanda, visando trazerresponsável solidário que não figurava no pólo passivo;

Intervenção de Terceirosresponsável solidário que não figurava no pólo passivo;►Assistência Simples = interessado que pretende participar da demanda, seja nopólo passivo ou ativo, com o intuito de obter sentença favorável, porém sem seratingido diretamente pela ;►Assistência Litisconsorcial = interessado que pretende participar da demanda,seja no pólo passivo ou ativo, com o intuito de obter sentença favorável,aproveitando os seus efeitos.A sentença no processo coletivo pode atingir interessados que não figurem no pólopassivo ou ativo. Assim, prescindindo a presença de todos os legitimados, não querdizer que estes não serão alcançados pela decisão.

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NO PROCESSO COLETIVOFORMA/CABIMENTO SIM NÃOOPOSIÇÃO Mas é difícil de cogitar no caso concreto.NOMEAÇÃO À AUTORIA É ainda mais difícil de ser cogitada, quando comparada à oposição. A maioria da doutrina

Intervenção de TerceirosA maioria da doutrina entende que não é cabível, mas existem divergências.DENUNCIAÇÃO DA LIDE É plenamente admissível, sendo extremamente útil no processo coletivo.CHAMAMENTO AO PROCESSO Se o assistente é legitimado para propor a ação coletiva na qual pretende intervir.

Quando o interveniente não tem legitimidade para ação coletiva ou não tem interesse no processo.ASSISTÊNCIA SIMPLES E LITISCONSORCIAL

INQUÉRITO CIVIL► Surgiu com Lei 7347/85 (LACP)► Tem previsão constitucional (art.129, III, CF), sendo instrumento de atuação funcional do Ministério Público;► a) art. 8º, § 1º, da Lei 7347/85 (LACP);► b) art. 6º, da Lei 7853/89 (Deficiência física);► c) art. 201, da Lei 8069/90 (ECA);► d) art. 90, da Lei 8078/90 (CDC);► e) arts. 25, inciso IV e 26 da Lei 8625/93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público);► f) art. 6º, 7º e 8º, Lei Complementar 75/93 (Estatuto do Ministério Público da União);► g) art. 74, Inciso I, da Lei 10741/2003 (Estatuto do Idoso).

INQUÉRITO CIVIL► Cada MP pode editar Atos Normativos para disciplinar o rito do inquérito civil;► CNMP = Resolução nº. 23, de 17 de setembro de 2007: finalidade de uniformizar o procedimento do inquérito civil;► Hierarquia: a) plano constitucional; b) legislaçãoinfraconstitucional; c) Resolução nº. 23/2007; d) Atos Normativosinfraconstitucional; c) Resolução nº. 23/2007; d) Atos Normativosde cada Ministério Público;► Conceito: “O inquérito Civil é uma investigação administrativa, decaráter inquisitorial, unilateral e facultativo, instaurado e presididopelo Ministério Público e destinado a apurar a ocorrência de danosefetivos ou potenciais a direitos ou interesses difusos, coletivos ouindividuais homogêneos, servindo como preparação para oexercício das atribuições inerentes às suas funções institucionais”.

INQUÉRITO CIVIL►Tem por objetivo colher os elementos e informaçõesessenciais à propositura de ação civil pública;►Para haver justa causa na sua instauração é necessário apresença de fato determinado. É ilegal a instauração deinquérito civil para saber se a empresa “X” respeita oinquérito civil para saber se a empresa “X” respeita omeio ambiente, ou se o grupo “X” de empresas fornececondições de segurança para seus operários.►O inquérito civil está sujeito ao princípio datransparência, composto dos seguintes subprincípios: a)publicidade; b) motivação dos atos da administraçãopública; c) participação popular na gestão administrativa

INQUÉRITO CIVIL► Assemelha-se ao inquérito policial por ser também dispensável.Contudo, diferencia-se do mesmo por ser presidido por umpromotor de justiça, enquanto aquele é presidido pelo delegadode polícia e por não ter intervenção judicial. Quanto aoarquivamento seu controle é feito pelo Conselho Superior do MP,enquanto que no inquérito policial é feito na forma do art. 28 do CPP;enquanto que no inquérito policial é feito na forma do art. 28 do CPP;► No bojo do inquérito civil costumam ser firmados os TACs – Termosde Ajuste de Conduta, compondo extrajudicialmente os litígiosreferentes a interesses difusos, coletivos e individuais homogêneoscomo será estudado mais a frente;► É PRIVATIVO DE MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ART.129, III DA CF;► O TAC PODE SER FIRMADO POR QUALQUER ÓRGÃO PÚBLICO– ART. 5º, §6º da Lei nº 7347/85.

INQUÉRITO CIVIL► Demais Características: a) publicidade; b) inquisitoriedade; c)dispensabilidade; d) titularidade exclusiva do MP; e) Proteção a direitosdifusos, coletivos e individuais homogêneos; f) forma escrita;• Publicidade: a) portaria de instauração; b) dos atos de conclusão; c)indicação do objeto de investigação; d) necessidade de investigação; e)dos interessados (quando possível)• Resolução nº. 23, art. 7º, § 2º: A publicidade consistirá: I - na divulgação• Resolução nº. 23, art. 7º, § 2º: A publicidade consistirá: I - na divulgaçãooficial, com o exclusivo fim de conhecimento público mediante publicação deextratos na imprensa oficial; II - na divulgação em meios cibernéticos oueletrônicos, dela devendo constar as portarias de instauração e extratos dosatos de conclusão; III - na expedição de certidão e na extração de cópias sobreos fatos investigados, mediante requerimento fundamentado e pordeferimento do presidente do inquérito civil; IV - na prestação de informaçõesao público em geral, a critério do presidente do inquérito civil; V - naconcessão de vistas dos autos, mediante requerimento fundamentado dointeressado ou de seu procurador legalmente constituído e por deferimentototal ou parcial do presidente do inquérito civil (Inciso suprimido pelaResolução nº 107, de 5 de maio de 2014)• .

INQUÉRITO CIVIL• Publicidade:• Resolução nº. 23, art. 7º:• § 6º O defensor poderá, mesmo sem procuração, examinar autos deinvestigações findas ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital.(Incluído pela Resolução n° 161, de 21 de fevereiro de 2017)• § 7º Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentarprocuração para o exercício dos direitos de que trata o § 6º. (Incluído pelaprocuração para o exercício dos direitos de que trata o § 6º. (Incluído pelaResolução n° 161, de 21 de fevereiro de 2017)• § 8º O presidente do inquérito civil poderá delimitar, de modofundamentado, o acesso do defensor à identificação do(s)representante(s) e aos elementos de prova relacionados a diligênciasem andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco decomprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade dasdiligências. (Incluído pela Resolução n° 161, de 21 de fevereiro de 2017)

INQUÉRITO CIVIL► Inquisitoriedade: A jurisprudência recente do STJ inclina-se porentender que o inquérito civil é procedimento meramente informativo,visando à investigação e apuração de fatos, não sendo necessárioobservar o contraditório e a ampla defesa;► STJ = provas: valor probatório relativo;► Questão do art. 472 do CPC: “O juiz poderá dispensar a prova pericial► Questão do art. 472 do CPC: “O juiz poderá dispensar a prova pericialquando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre asquestões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos queconsiderar suficiente”.► Possibilidade de permitir ampla participação do investigado =fechamento para nova instrução no curso do processo;► Questão do art. 464, §§ 1º 2º = prova técnica simplificada. Ver tambémart. 370 371 e 479 do CPC;

INQUÉRITO CIVIL►Dispensabilidade: não é condição de procedibilidade paraqualquer outra medida adotada pelo MP;►Exclusividade do Ministério Público: art. 129 da CF elegislação. Defensoria pública: legitimidade para açõescoletivas nos termos da Lei 11.448/2007. E o inquérito Civil???;coletivas nos termos da Lei 11.448/2007. E o inquérito Civil???;►Proteção a direitos difusos, coletivos e individuaishomogênios: duas posições: a) apenas direitostransindividuais; b) apurar qualquer ocorrência que admita aintervenção do MP;►A favor da segunda: art. 1º, Resolução nº. 23/2007 CNMP; afavor da primeira: art. 25, IV, da Lei 8625/93 e art. 6º, VII, “d” daLC 75/93

INQUÉRITO CIVIL►Tem natureza jurídica de processo administrativoinvestigatório – NÃO POSSUI CONTRADITÓRIO EMDECORRÊNCIA DA SUA NATUREZA INQUISITORIAL;►Pode desencadear também a propositura de açãopenal, mas não tem a finalidade de investigar crimes oupenal, mas não tem a finalidade de investigar crimes oufatos que não estejam sujeitos à ACP, sob pena dedesvio de finalidade;►Tem que ser instaurado pelo MP que tenha atribuiçãopara propor a ACP, sob pena de desvio de função;►É dispensável para a propositura de ação.

FASES DO INQUÉRITO CIVIL:► Instauração:– de ofício:► por portaria;►por despacho fundamentado;– mediante provocação de qualquer interessado (vedado o anonimato?);– por determinação do 1) Conselho Superior do Ministério Público 1.1)– por determinação do 1) Conselho Superior do Ministério Público 1.1)prover recurso contra a não instauração de inquérito civil; 1.2) desacolher apromoção de arquivamento; ou do 2) Procurador Geral de Justiça: 2.1) nasolução de conflito de atribuição; ou 2.2) na delegação de sua atribuiçãooriginária► Requisitos da representação: a) nome, qualificação e endereço dorepresentante e, se possível, do autor do fato; b) descrição do fato objeto dainvestigação; c) indicação dos meios de provas ou apresentação dasinformações e documentos pertinentes (se houver).► Indeferimento da representação: art. 5º, da Resolução nº. 23/2007

FASES DO INQUÉRITO CIVIL:► Efeitos da Instauração: 1) interrupção da decadência (art. 26, doCDC); 2) viabilidade da expedição de notificações e requisições: aexpedição desses instrumentos fora de procedimentos de investigaçãosão ilegítimas;► Prazo de conclusão: 1 (um) ano, prorrogável pelo mesmo prazo equantas vezes forem necessárias. Cada prorrogação deverá serquantas vezes forem necessárias. Cada prorrogação deverá serfundamentada;► Arquivamento: § 2º, art. 9º, da Lei 7347/85. O arquivamento dependedo Conselho Superior do Ministério Público que poderá: a) homologar oarquivamento; b) rejeitar o arquivamento e determinar o ajuizamento daação civil pública; c) determinar a instauração de inquérito civil, quandose tratar de peças de informação e ainda não haja base para propositurade ação; d) determinar a conversão do julgamento em diligência, com oprosseguimento no inquérito civil já instaurado, indicando de formaexpressa as diligências necessárias.

FASES DO INQUÉRITO CIVIL:• ARQUIVAMENTO PARCIAL• O promotor abre o inquérito para investigar os fatos “A”, “B” e “C”.Todavia, ao final do inquérito só se consegue comprovar o fato “A”. Nestecaso ele deve desmembrar o inquérito fazendo um arquivamento parcialpelos fatos “B” e “C” e oferecer ação pelo fato “A” nos autos originais.• ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO• Aconteceria quando não se inclui um coautor em eventual ação. Nesse caso• Aconteceria quando não se inclui um coautor em eventual ação. Nesse casoa maioria dos autores se manifesta pela impossibilidade da ocorrência doarquivamento implícito. Sendo assim o procedimento correto é propor aação contra um e desmembrar os autos e encaminhá-lo a deliberação doConselho Superior quanto ao outro.• DESARQUIVAMENTO – ART. 12 RES. 23/07• A resolução no artigo 12 estabeleceu o prazo de 6 meses para que oinquérito seja desarquivado. Atente-se que por ser o arquivamentocomplexo, só se contará o prazo a partir da sua confirmação pelo ConselhoSuperior. Necessidade, também, de novas provas: súmula 524 STF.

CONTROLE DO INQUÉRITO CIVIL► “Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas asdiligências, se convencer da inexistência de fundamento para apropositura da ação civil, promoverá o arquivamento dos autos doinquérito civil ou das peças informativas, fazendo-ofundamentadamente.► §1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação► §1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informaçãoarquivadas serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do MinistérioPúblico.► §2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público,seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, poderãoas associações legitimadas apresentar razões escritas oudocumentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexadosàs peças de informação.”

FASES DO INQUÉRITO CIVIL:• Procedimento preparatório de inquérito civil (PP): – art. 2º, §4º,Resolução 23 CNMP• O procedimento preparatório ou preliminar seria uma verificação daveracidade dos fatos narrados, a fim de verificar a existência de justacausa para a instauração do inquérito civil. Se revela como uma garantia afavor do cidadão contra a propositura de IC temerários.• VPI – Verificação de procedência das informações => era um fantasma que• VPI – Verificação de procedência das informações => era um fantasma quepermitia que o delegado não investigasse as informações, colocando-as emum limbo jurídico.• O MP muito criticou essa VPI, todavia, o PP nada mais é do que a suaretomada. Assim, apesar do argumento garantista, deve-se rejeitar apossibilidade de se realizar o PP, ou instaurando o IC ou arquivando arepresentação.• Conclusão: segundo o CNMP, deve-se dar em 90 dias prorrogável (umaúnica vez). Ao final 4 opções: a) arquivar; b) instaurar inquérito civil; c)ajuizar ACP; ou d) celebrar TAC.

FASES DO INQUÉRITO CIVIL:► Desenvolvimento ou instrução: compõe-se da colheita dedocumentos, mediante requisição, realização de perícias, obtenção depareceres, inquirição de pessoas, inclusive de investigados, etc. (art.8º, §1º da LACP);► Obs.:• Requisição = limite sigilo: a) o sigilo postal; b) o sigilo profissional; c)• Requisição = limite sigilo: a) o sigilo postal; b) o sigilo profissional; c)sigilo telefônico e de dados; d) sigilo bancário (lei 4591); e) fiscal.Nessas hipóteses não poderá o promotor requisitar esses documentos,necessitando fazer uma solicitação ao poder judiciário.• Pode-se realizar condução coercitiva• Prova pericial: será que essa prova produzida de forma unilateralpoderá ser utilizada em uma futura ação?► Conclusão: consiste em decisão promovendo o arquivamento ou napropositura da ação civil pública, instruída com os documentoscolhidos.

PODERES DE INVESTIGAÇÃO NO IC:►Expedição de notificações para colher depoimentoou esclarecimentos, SOB PENA DE CONDUÇÃOCOERCITIVA PELAS POLÍCIAS CIVIL E MILITAR;►A requisição de informações, exames periciais e►A requisição de informações, exames periciais edocumentos de autoridades públicas, órgãos daadministração direta e indireta e de entidadesprivadas;►A realização de inspeções e diligênciasinvestigatórias.

NÃO ATENDIMENTO ÀS REQUISIÇÕES CONFIGURA CRIME:►Art. 10 LACP “Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de dez a mil Obrigações do Tesouro Nacional – OTN, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público.”;►Não configura o crime – art. 8º, §2º LACP: “Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em que a ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.

ATENÇÃO!!!!Burla ao controle do CSMP:►Alguns membros do “parquet” costumam modificaro nome atribuído ao inquérito civil, chamando-o deprotocolado, procedimento preparatório etc., comoforma de evitar o controle.forma de evitar o controle.►Qualquer expediente que possa motivar apropositura de ACP está sujeito ao controle doCSMP!!!

TAC: Termo de Ajustamento de Conduta►CONCEITO:►“Podemos, pois, conceituar o dito compromisso comosendo o ato jurídico pelo qual a pessoa, reconhecendoimplicitamente que sua conduta ofende interessedifuso ou coletivo, assume o compromisso de eliminardifuso ou coletivo, assume o compromisso de eliminara ofensa através da adequação de seu comportamentoàs exigências legais” CARVALHO FILHO, José dos Santos. Ação Civil Pública►BASE LEGAL: Art. 5º, §6º, Lei 7.347/85; Art. 211 ECA;Art. 79-A, Lei 9.605/98►REGULAMENTAÇÃO: Art. 14 Resolução nº. 23/07 CNMP

TAC►OBJETIVOS:• Reparação do dano• Adequação da conduta às exigências legais ounormativas• Compensação/indenização pelos danos não recuperáveis• Compensação/indenização pelos danos não recuperáveis►MODALIDADES: EXTRAJUDICIAL E JUDICIAL• Se for extrajudicial será uma causa impeditiva da açãocivil pública e caso exista procedimento administrativoem andamento será extinto. Eventual ação poderádiscutir apenas o seu descumprimento ou se ele nãoprotegeu de forma efetiva o direito.

TAC► CARACTERÍSTICAS:► a) dispensa testemunhas instrumentárias, bastando que conste notítulo a assinatura do compromitente e do compromissário;► b) o título gerado é extrajudicial;► c) mesmo que verse apenas sobre ajustamento de conduta, passaa ensejar execução por obrigação de fazer ou não fazer;a ensejar execução por obrigação de fazer ou não fazer;► d) na parte em que comine sanção pecuniária, permite execuçãopor quantia líquida em caso de descumprimento da obrigação defazer;► e) mesmo que verse apenas acerca de obrigação de fazer, podeser executado independentemente da prévia ação deconhecimento;► f) é imprescritível.

TAC► REQUISITOS SUBJETIVOS: referem-se às pessoas ou entes quepodem fixar, regularmente, o termo de ajustamento deconduta. Assim, participam da fixação de tal compromisso oobrigado, ou seja, aquele que deve adequar sua conduta aoestipulado no termo e um dos órgãos públicos legitimados àpropositura da ação civil pública.propositura da ação civil pública.►REQUISITOS OBJETIVOS: referem-se ao conteúdo docompromisso de ajustamento de conduta. Pagar/ressarcir +ação e/ou omissão, ao disposto em lei;►REQUISITOS FORMAIS, inexistem exigências expressas,como ocorre, de ordinário, em todos os atos administrativos,salvo exceções expressas, como, por exemplo, as contidas noartigo 76-A da Lei 9605/98 e na Lei 8884/94.

• CONDIÇÕES PARA CELEBRAÇÃO TAC1. Ausência de Prejuízo/Ressarcimento irreparável2. Irregularidade passível de correção TAC

2. Irregularidade passível de correção 3. Ausência de TAC nos últimos 5 anos 4. Não descumprimento de TAC anterior – 5 anos5. O TAC poderá ter por objeto mais de uma conduta passível de correção

ELEMENTOS DO TAC1. Descrição dos fatos/condutas2. Proposta de correção3. Cronograma de execuçãoTAC

3. Cronograma de execução4. Penalidade por descumprimento5. Prazo de vigência do TAC6. Qualificação e assinatura das partes7. Foro para dirimir litígios

TAC► NATUREZA JURÍDICA:► a) transação ou acordo: Hugo Nigro Mazzilli: trata-se de umamitigação da indisponibilidade da ação civil pública; Rodolfo deCamargo Mancuso: a indisponibilidade do objeto não é motivosuficiente para impedir o acordo extrajudicial ou judicial;► b) reconhecimento jurídico do pedido: Paulo Cezar Pinheiro► b) reconhecimento jurídico do pedido: Paulo Cezar PinheiroCarneiro: reconhecimento de uma obrigação legal a cumprir.Inviável falar-se em transação, uma vez que não é possíveltransacionar-se com direitos por natureza indisponíveis• c) negócio jurídico: Francisco Sampaio e de Geisa de AssisRodrigues “É um negócio jurídico bilateral, um acordo, que temapenas o efeito de acertar a conduta do obrigado àsdeterminações legais.”

TAC► NATUREZA JURÍDICA:• Obs.: O Parquet não pode renunciar ao direito sobre o qual sefunda a ação, pois, se assim fosse, estaria o Ministério Públicocontrariando sua função institucional, insculpida no artigo 127da Carta Magna.• Por outro lado, a prática evidencia que, sem se conceder ao• Por outro lado, a prática evidencia que, sem se conceder aocompromissário vantagens, o instituto tornar-se-iaabsolutamente ineficaz, pois não haveria qualquer razão paraque o mesmo aceitasse a fixação do termo de ajustamento.• Deve ser vedada a prática de transação entre as partes notocante à essência do direito material controvertido, já quea titularidade deste é conferida à coletividade

TAC► LIMITES:• 1- Não pode o termo de ajustamento fixar cláusulas impedindo oacesso dos lesados à jurisdição. Aquele que se sentirindividualmente lesado poderá recorrer ao Judiciário buscandoseu particular ressarcimento.• 2- Não pode o termo incluir renúncia a direitos materiais de quenão são titulares os órgãos públicos legitimados, mas sim anão são titulares os órgãos públicos legitimados, mas sim acoletividade.• 3- Não pode ocorrer, da mesma forma, transação quanto aoobjeto material do litígio, pois não têm os legitimados à açãocivil pública disponibilidade sobre o direito materialcontrovertido.• O artigo 17, parágrafo 1º da Lei de Improbidade Administrativaassim dispõe: “É vedada a transação, acordo ou conciliação nasações de que trata o caput”.

EFEITOS DO TAC1. Suspende processo/procedimento ADM2. Interrompe a Prescrição – art. 2º lei 9.8733. Não alcança fatos que dela não constem

TAC3. Não alcança fatos que dela não constem4. Alcança apenas os compromissários5. Não importa confissão matéria de fato nemreconhecimento da ilicitude6. Não elide a responsabilidade penal/civil7. É título executivo extrajudicial – lei 7.347

OPORTUNIDADE E CONVENIÊNCIA1. Proporcionalidade entre conduta/proposta;2. Motivos que recomendem ajustamento gradual da TAC

2. Motivos que recomendem ajustamento gradual da situação;3. Capacidade do TAC de desestimular novas condutas;4. Sopesar o que é melhor para o sistema;

TAC – Rememorando► Trata-se de compromisso firmado por quem atentou aos interessedifusos, coletivos ou individuais homogêneos;► Configura verdadeira confissão e pode ter repercussão na searacriminal e pode ser usado pelos demais co-legitimados;► Tem natureza jurídica de título executivo extrajudicial, dispensando oprocesso de conhecimento;processo de conhecimento;► Não se admite transação quanto a essência dos interessestutelados, porque são indisponíveis e não pertencem ao titular daação;► Evita, mas não impede, ação coletiva;► Pode ser celebrado no Inquérito Civil ou fora dele;► O membro do “parquet” define os seus termos, sujeitando-o acontrole do Conselho Superior do Ministério Público.

RECOMENDAÇÃO►RECOMENDAÇÃO – ART. 15 Resolução nº. 23/07►A recomendação seria utilizada quando ainda nãofoi efetuado o dano (caráter preventivo). Antes queele ocorra pode-se fazer uma recomendação.ele ocorra pode-se fazer uma recomendação.Pode-se pensar, igualmente, em um dano depequena extensão que poderá ser ampliado.►Segundo o parágrafo único a recomendação não ésubstitutiva do TAC, seria um estágio preliminar.►Atenção: abuso de poder e desvio de finalidade!!!

DIREITO PROCESSUAL COLETIVO►Coisa Julgada “Secundum Eventum Litis” e “InUtilibus” (art.103 e 104, CDC):A coisa julgada no processo coletivo deve se dar de formaabrangente, pois atinge a terceiros que podem não terintegrado diretamente do processo. Isto ocorre em virtudede que eles estào sendo representados pelos legitimadosintegrado diretamente do processo. Isto ocorre em virtudede que eles estào sendo representados pelos legitimadoslegais.►“Secundum Eventum Litis” = segundo o resultado da lide. Acoisa julgada será assim considerada quando em casos deimprocedência (insuficiência de prova), a sentença não fazcoisa julgada. A coisa julgada só se concretizará quando aimprocedência for verificada por pedido infundado e seujulgamento for pela procedência;►“In Utilbus” = beneficia pessoas que não podem ter o direitoindividual prejudicado pela improcedência da ação coletiva

RESULTADO CONSEQUÊNCIAPROCEDÊNCIA Os efeitos da sentença atingirão toda a comunidade, assim como os indivíduos na sua esfera jurídica singular.IMPROCEDÊNCIA POR Os efeitos da sentença atingirão toda a

DIREITO PROCESSUAL COLETIVOPÓS EM PÓS EM PROCESSO PROCESSO CIVIL UFJFCIVIL UFJFIMPROCEDÊNCIA POR SER O PEDIDO INFUNDADO comunidade, impossibilitando a propositura deação idêntica, sendo possível, entretanto,a propositura de ações individuais.IMPROCEDÊNCIA POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS A questão não poderá ser deduzida mais naquela ação, podendo ser proposta outra ação, caso sejam encontradas novas provas.

► Coisa Julgada em ações envolvendo interesses difusos: com exceção deinsuficiência de provas, as ações procedentes ou improcedentes gerarão efeitos“erga omnes”.Sendo o pedido infundado, na ocorrência de procedência ou improcedência haverácoisa julgada material.Nos casos de improcedência o resultado não atingirá os interesses individuais.Quando da improcedência por insuficiência de prova = coisa julgada formal.► Sentença Penal Condenatória: quando transitada em julgada em decorrência decrimes relacionados a interesses metaindividuais, possibilita a liquidação e execução

PÓS EM PÓS EM PROCESSO PROCESSO CIVIL UFJFCIVIL UFJF DIREITO PROCESSUAL COLETIVO► Sentença Penal Condenatória: quando transitada em julgada em decorrência decrimes relacionados a interesses metaindividuais, possibilita a liquidação e execuçãocoletiva ou individual, contra as pessoas condenadas. Ex: crimes ambientais econtra o consumidor.A sentença só poderá recair sobre pessoa jurídica quando esta houver sidocondenada nos autos da ação penal.► Coisa Julgada em ações envolvendo interesses coletivos: em sentenças deprocedência ou improcedência, quando o pedido for infundado, os efeitos serãolimitados ao grupo, categoria ou classe, isto é, terão efeitos “ultra partes”. Isto nãose aplica às sentenças de improcedência por insuficiência de provas► Coisa Julgada em ações envolvendo interesses individuais homogêneos:sentenças de procedência terão efeitos “erga omnes”; enquanto as deimprocedência, não.

ACIDENTES AMBIENTAISO QUE VOCÊ SABE SOBRE ELES?

ROMPIMENTO DE BARRAGEM 2006 - MIRAÍ – MG Mineradora deixa vazar 400 milhões de litros de bauxita atingindo rios da região causando prejuízo em vários municípios. Procuradoria do RJ ajuizou ação civil e pede indenização do RJ ajuizou ação civil e pede indenização de R$ 2,5 milhões por danos ambientais, reestabelecimento do ecosistema e fornecimento de água potável. O governo de MG suspendeu atividades da mineração. Depois firmaram TAC.

Guapimirim, RJ - 2005Vagões tanque derramam óleo no Rio Caceribu contaminando manguezais causando danos ambientais e impedindo a pesca. MULTA de R$ 10 milhões fora despesas com contenção e abastecimentos.

Paranaguá, PR – 2004Explosão do navio Vicunha carregado de inflamável durante operação de carga e descarga, causando danos ao meio ambiente, prejuízos materiais e meio ambiente, prejuízos materiais e pessoais aos pescadores e a comunidade local em geral. Prejuízos de dezenas de milhões, sendo mais de R$ 50 milhões com limpeza etc.

Cataguazes, MG - 20031,5 bilhão de litros de soda cáustica, sulfeto de sódio, compostos de enxofre contaminam o Córrego Cágado, que deságua no Rio Pomba e este no Rio Paraíba do Sul, pelo vazamento de um dique de acúmulo, causando danos dique de acúmulo, causando danos ambientais e impedindo a pesca. 7 municípios afetados, 600 mil pessoas sem água. MULTA de R$ 50 milhões, despesas com limpeza e ações na justiça civil. Interdição da fábrica que voltou a funcionar com Liminar.

Uberaba, MG - 2003Vagões tanque carregados de produtos químicos colidem contaminando o Rio Uberaba deixando a cidade sem água durante vários dias e causando danos vários dias e causando danos irreparáveis ao meio ambiente. Foi aplicada MULTAS de R$ 10 e 5 milhões fora despesas com limpeza e abastecimento.

Paulínia, SP - de 75 a 93Fábrica de agrotóxicos lançou resíduos tóxicos no Rio Atibaia. Fábrica vendida para uma Fábrica vendida para uma multinacional e depois para outra, gerando passivo ambiental para as 3 empresas.

Césio 137 - Goiânia

13 de Setembro de 1987

Bophal - India3 de dezembro de 198440 toneladas de gases letais vazaram da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide Corporation, em Bhopal, Índia. 8 mil mortos 03 dias após o acidente. Mais de 150 mil com doenças crônicas.

Exxon Valdez24 de março de 1989Derramamento de 50.000 m a 150.000 de óleo. Foram mortos: 250.000 de óleo. Foram mortos: 250.000 pássaro marinhos, 2.800 lontras marinhas, 250 águias, 22 orcas, e bilhões de ovos de salmão.

Processo Coletivo►Associações Civis (art.82, IV, CDC): há a imposição de duas condições para que as associações possam propor ação coletiva para defesa de interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, são elas:– Estar constituídas legalmente há pelo menos 1 (um) ano;– Que conste entre suas finalidades institucionais a defesa do interesse que será – Que conste entre suas finalidades institucionais a defesa do interesse que será tutelado (alguns defendem que basta a previsão de defesa de interesses difusos e coletivos; outros rebatem argüindo a necessidade de previsão específica).Quando da propositura da ação, a associação não está obrigada a apresentar rol de associados. Porém, terá que fazê-lo quando estiver agindo em nome próprio para defesa de interesses alheios.O requisito da constituição há pelo menos 1 (um) ano, algumas vezes é dispensado (§1º, art.82, CDC), mas quando da impetração de Mandado de Segurança terá que ser cumprido, em decorrência da previsão expressa trazida pelo art.5º, LXX, CF.

Processo Coletivo► Legitimidade Passiva:Pode constar enquanto sujeito passivo em ação coletiva:►pessoa jurídica de direito público (administração direta ou indireta);►Pessoa jurídica de direito privado;►Pessoa física.Obs.: Ministério Público não pode figurar como sujeito passivo.Obs.: Ministério Público não pode figurar como sujeito passivo.► Competência para propositura de ação (art.2º, LACP e art.93, CDC):►Foro do local do dano – competência territorial ABSOLUTA;►Danos em várias localidades = prevenção.► Rito:►Ordinário;►Lei de Improbidade = procedimento especial.