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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Competência da Justiça do Trabalho. Prof. Antero Arantes Martins AULA “3” (AULAS “5” E “6” – Noturno)

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO - legale.com.br · • “Justiçado Trabalho. Competência. CF, art. 114. Ação de empregado contra o empregador visando à observação das ... originárias

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DIREITO PROCESSUAL DO

TRABALHO

Competência da Justiça do Trabalho.

Prof. Antero Arantes Martins

AULA “3”

(AULAS “5” E “6” – Noturno)

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA

DO TRABALHO

PARTE 1

COMPETÊNCIA

• Competência é o limite da jurisdição.

• Para a fixação destes limites o direito processual utiliza-se de cinco critérios.

1. Material;

2. Funcional ou hierárquico;

3. Territorial;

4. Em razão da pessoa;

5. Em razão do valor da causa.

• O Processo do Trabalho utiliza-se apenas dos trêsprimeiros, havendo apenas uma hipótese para o critérionúmero “4”.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MÁTÉRIA

• A competência em razão da matéria é fixada pelo

art. 114 da CF, que sofreu profundas alterações pela

EC 45/2004 e merece análise mais aprofundada.

• Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e

julgar:

• I as ações oriundas da relação de trabalho,

abrangidos os entes de direito público externo e da

administração pública direta e indireta da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MÁTÉRIA

• Redação anterior:

• Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar osdissídios individuais e coletivos entre trabalhadores eempregadores, abrangidos os entes de direito público externoe da administração pública direta e indireta dos Municípios, doDistrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei,outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,bem como os litígios que tenham origem no cumprimento desuas próprias sentenças, inclusive coletivas.

A competência nunca foi pela natureza do Objeto.

Precedente jurisprudencial de 1.991 de suma relevância(STF – Pleno – Conflito de Jusridição n. 6.959-6, Rel.(Designado) Ministro Sepúlveda Pertence. DJU22.02.1991.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MÁTÉRIA

• “Justiça do Trabalho. Competência. CF, art. 114. Ação deempregado contra o empregador visando à observação dascondições negociais de promessa de contratar formulada pelaempresa em decorrência da relação de trabalho:

• 1 – Compete à Justiça do Trabalho julgar demanda deservidores do Banco do Brasil para compelir a empresa aocumprimento da promessa de vender-lhes, em dadas condiçõesde preço e modo de pagamento, apartamentos que, assentindoem transferir-se para Brasília, aqui viessem a ocupar, por maisde cinco anos, permanecendo a seu serviço exclusivo e direto.

• 2- À determinação da competência da Justiça do Trabalho nãoimporta que dependa a solução da lide de questões de direitocivil, mas sim, no caso, que a promessa de contratar cujoalegado conteúdo é o fundamento do pedido, tenha sito feitaem razão da relação de emprego, inserindo-se no contrato detrabalho”.

COMPETÊNCIA MATERIAL

• Principais inovações em relação ao texto anterior:

Suprimiu a expressão trabalhador x empregador.

Competência não se fixa mais por sujeitos.

Objeto: Relação de Trabalho e não relação de

emprego.

A questão das ditas “relações de consumo”.

Funcionários Públicos.

Competência Material. Relações de consumo.

• Súmula 363, STJ

– Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrançaajuizada por profissional liberal contra cliente.

Competência Material. Funcionários Públicos.

• Art. 114, I, CF (Redação original): as ações

oriundas da relação de trabalho, abrangidos os

entes de direito público externo e da

administração pública direta e indireta da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, exceto os servidores ocupantes de

cargos criados por lei, de provimento efetivo ou

em comissão, incluídas as autarquias e

fundações públicas dos referidos entes da

federação;

• A parte sublinhada foi excluída do texto final;

Competência Material. Funcionários Públicos.

• Liminar do Ministro Nelson Jobim, entãopresidente do STF, nos autos da ADIN nº 3.395:

“... Concedo a limnar ... Dou interpretação conforme aoinciso I do art. 114 da CF, na redação da EC n. 45/2004.

Suspendo, “ad referendum”, toda e qualquerinterpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF, naredação dada pela EC 45/2004, que inclua nacompetência da Justiça do Trabalho, a “... Apreciação ...de causas que ... Sejam instauradas entre o PoderPublico e seus servidores, a ele vinculados por típicarelação de ordem estatutária ou de caráter jurídicoadministrativo...” (27/01/2005).

Competência Material. Funcionários Públicos.

• “Inconstitucionalidade. Ação direta. Competência.Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida.Causas entre o Poder Público e seus servidoresestatutários. Ações que não se reputam oriundas derelação de trabalho. Conceito estrito desta relação.Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretaçãodo art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004.Precedentes. Liminar deferida para excluir outrainterpretação: O disposto no art. 114, I, da Constituiçãoda República, não abrange as causas instauradas entreo Poder Público e servidor que lhe seja vinculado porrelação jurídicoestatutária” (ADI 3.395-6-MC/DF,Plenário do STF, Relator Ministro César Peluso, DJ10.11.2006)

Competência Material. Funcionários Públicos.

• INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CONTRATAÇÃOTEMPORÁRIA. DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.REPERCUSSÃO GERAL. Diante do entendimento exarado pelo Plenário doSupremo Tribunal Federal, no RE 573202-AM, Relator Ricardo Lewandowski,DJ 05/12/2008 e na ADI 3.395-MC/DF, Relator Ministro César Peluso, DJ10/11/2006, esta Corte cancelou a Orientação Jurisprudencial nº 205 da SBDI-1, por meio da decisão Plenária de 23.04.2009. Adotou-se, então, oentendimento de que a contratação temporária de servidor público, por entepúblico, por meio de regime especial estabelecido em Lei Municipal ouEstadual, com fulcro nos artigos 114 e 37, IX, da CF/1988, é da competênciada Justiça Comum, ainda que quaestio envolva a interpretação de contrato deTrabalho regido pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho . Issoporque, o que importa é que esteja caracterizada a natureza jurídicaestatutária da relação de emprego de cunho temporário, e estabelecida entre aspartes, por meio de regime especial previsto em lei especial, para que estejacaracterizada a incompetência da Justiça do Trabalho. Repercussão Geral dematéria constitucional reconhecida pelo Eg. STF. Observância do RE 573202-AM, Relator Ricardo Lewandowski, (DJ 05/12/2008). Declarada aincompetência da Justiça do Trabalho, merece conhecimento e provimento orecurso de revista para determinar a remessa dos autos à Justiça EstadualComum. Recurso de revista conhecido e provido. Processo: RR - 127100-75.2008.5.11.0017 Data de Julgamento: 28/04/2010, Relator Ministro: AloysioCorrêa da Veiga, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 07/05/2010.

Competência Material. Funcionários Públicos.

• Lembrar que a Lei 8.112/90 já havia tentado esclarecer a

redação do art. 114 da CF nos seguintes termos:

• Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da

Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e

os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:

• ...

• d) de negociação coletiva; (Mantido pelo Congresso

Nacional) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

• e) de ajuizamento, individual e coletivamente, frente à

Justiça do Trabalho, nos termos da Constituição Federal.

(Mantido pelo Congresso Nacional) (Revogado pela Lei nº

9.527, de 10.12.97)

COMPETÊNCIA MATERIAL

• II as ações que envolvam exercício do direito degreve;

• Pode-se pensar que este inciso apenas explicitariauma competência que sempre foi da Justiça doTrabalho que, através dos chamados dissídioscoletivos, sempre julgou se as greves eram abusivasou não abusivas.

• Entretanto, amplia a competência da Justiça doTrabalho no que se refere às ações correlatas àgreve, como, por exemplo, as ações possessórias(interdito proibitório, reintegração de posse, reparaçãode danos, etc).

COMPETÊNCIA MATERIAL

• III as ações sobre representação sindical, entre

sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e

entre sindicatos e empregadores;

• A grande questão aqui, no aspecto interpretativo é se

a fixação dos sujeitos está vinculada ou desvinculada

do objeto (ações sobre representação). Aqui o STF

tem decisão com interpretação ampliativa.

• Precedente no STF. CC 7221/RS, rel. Min. Marco

Aurélio, 1º.6.2006. (CC-7221)

COMPETÊNCIA MATERIAL

• IV os mandados de segurança, habeas corpus ehabeas data , quando o ato questionado envolvermatéria sujeita à sua jurisdição.

• Auto-explicativo. Observar: Por enquanto a JT nãotem competência criminal. O HC refere-se apenas àprisão civil do depositário infiel.

• Com o inciso VII (abaixo) há possibilidade de MS naprimeira Instância.

• Empregado Público não tem MS contra empregador.

COMPETÊNCIA MATERIAL

• V os conflitos de competência entre órgãoscom jurisdição trabalhista, ressalvado odisposto no art. 102, I, o;

• Da mesma forma, quando o conflito decompetência envolve apenas autoridadesjudiciárias trabalhistas, a competência parasolução permanece interna corporis. Trata-sede competência já fixada em lei infraconstitucional apenas elevada ao nívelconstitucional.

COMPETÊNCIA MATERIAL

• VI as ações de indenização por dano moral oupatrimonial, decorrentes da relação de trabalho;

• Ao julgar o Conflito de Competência 7204, o

Supremo Tribunal Federal reconheceu a competência

da Justiça do Trabalho para julgar as ações de

reparação de danos morais e materiais decorrentes

de acidente do trabalho.

• A decisão reformula o entendimento da Corte no

Recurso Extraordinário 438639, que dava por

competente a Justiça Comum.

COMPETÊNCIA MATERIAL

• CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ACIDENTE DOTRABALHO. MORTE DO SEGURADO. AÇÃO DEINDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAL E MORAL.VIÚVA E FILHOS. COMPETÊNCIA. JUSTIÇAESTADUAL.1. No caso de morte do trabalhador, em virtude deacidente do trabalho, prevalece no Superior Tribunal de Justiçao entendimento de ser competente a Justiça estadual paraconhecer e julgar a ação de indenização por danos material emoral proposta pela viúva e pelos filhos, porquanto cessada arelação de trabalho e se estabelecendo uma relação denatureza civil.2. Precedente - Código Civil 54210-RO.3.Conflito de competência conhecido para declarar competenteoJuízo de Direito da 1ª Vara de Caçador - Santa Catarina.

• (CC 81687 / SC - CONFLITO DE COMPETENCIA - 2007/0057576-9 -Relator(a) - Ministro ARI PARGENDLER (1104) - Ministro FERNANDOGONÇALVES (1107)- DJ 08/10/2007 p. 207)

COMPETÊNCIA MATERIAL

• SÚMULA 366:

• Compete à Justiça estadual processar e julgar

ação indenizatória

proposta por viúva e filhos de empregado

falecido em acidente de

trabalho.

(26/11/2008)

COMPETÊNCIA MATERIAL

• VII as ações relativas às penalidades

administrativas impostas aos

empregadores pelos órgãos de

fiscalização das relações de trabalho;

COMPETÊNCIA MATERIAL

• Muitas violações de direitos trabalhistas

ensejam também multas administrativas a

serem aplicadas pela fiscalização do trabalho

(DRT). Estas multas sempre foram discutidas

na esfera da Justiça Federal Comum.

CONFLITOS.

• Em tramitação: JT aplicar e executar ex officio

as penalidades administrativas. Aprovada no

Senado retornou à Câmara dos deputados.

COMPETÊNCIA MATERIAL

• VIII a execução, de ofício, das contribuições sociaisprevistas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimoslegais, decorrentes das sentenças que proferir;

• Este dispositivo é o antigo § 3º do art. 114, inserido

pela EC 20/98. Quer dizer que as contribuições do

INSS, da parte do empregado e do empregador, que

decorrem da sentença judicial trabalhista, devem ser

cobradas na própria ação e ex officio pelo Juízo.

COMPETÊNCIA MATERIAL

• IX outras controvérsias decorrentes darelação de trabalho, na forma da lei.

• Há incompatibilidade com o inciso I.

– I as ações oriundas da relação de trabalho,abrangidos os entes de direito público externo eda administração pública direta e indireta daUnião, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios;

• Se são todas as controvérsias decorrentes darelação de trabalho porque o inciso IX?

COMPETÊNCIA MATERIAL

• A existência dos dois incisos causa espanto nadoutrina.

• É preciso encontrar uma solução no sentido deharmonizar.

• Carlos Henrique: Se há lei para justiça comum, entãoprecisa de lei para JT. Se não há lei para JT, entãopassou a ser da JT. Ex: Representante comercial.

• Wagner Giglio: Para a maioria foi simples descuido,porque supérfluo. Considra, entretanto, possibilidadede autorizar outras competências conexas à relação detrabalho.

• Oriundo (originário) x decorrentes (derivado). Asoriginárias são da JT. As derivadas podem ser da JT sehouver Lei.

COMPETÊNCIA MATERIAL

• § 1º - Frustrada a negociação coletiva, aspartes poderão eleger árbitros.

• A autocomposição (negociação coletiva) dos

conflitos trabalhistas é o indicativo preferencial

segundo este dispositivo. Sendo impossível a

autocomposição, o dispositivo indica que a

solução seguinte é a heterocomposição privada

(arbitragem).

COMPETÊNCIA MATERIAL

• § 2º Recusando-se qualquer das partes à

negociação coletiva ou à arbitragem, é

facultado às mesmas, de comum acordo,

ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica,

podendo a Justiça do Trabalho decidir o

conflito, respeitadas as disposições mínimas

legais de proteção ao trabalho, bem como as

convencionadas anteriormente.

COMPETÊNCIA MATERIAL• A heterocomposição pública (jurisdição =

dissídio coletivo) pode ser instaurada apenas

se as partes estiverem de comum acordo.

Antes da EC 45/2004 qualquer das parte

poderia instaurar dissídio coletivo e provocar a

solução do conflito através do poder normativos

da Justiça do Trabalho.

COMPETÊNCIA MATERIAL• O poder normativo continua mas o dissídio

coletivo que ensejará a sua aplicação não pode

mais ser instaurado unilateralmente. Assim o

dissídio coletivo passou a ser uma espécie de

“arbitragem pública”.

• DISCUTIR CONSTITUCIONALIDADE. Art. 5º,

XXXV da CF.

COMPETÊNCIA MATERIAL

• § 3º Em caso de greve em atividade essencial, compossibilidade de lesão do interesse público, oMinistério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídiocoletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir oconflito.

• Sem acordo de vontade restará apenas a greve comorecurso para forçar a parte patronal a negociar. Agreve, entretanto, pode trazer malefícios a todasociedade (atividade essencial). Entre caso, odispositivo faculta (não obriga) o MPT a instaurar odissídio coletivo para solução do conflito.

COMPETÊNCIA FUNCIONAL

• Regra geral: 1º Grau é 1ª Instância. Somente a Lei

pode excepcionar. Na JT:

Dissídios Coletivos;

M.S. Contra ato de Juiz;

Ação Rescisória;

Ação Anulatória de Cláusula Normativa;

“HC” contra ato de Juiz que determina prisão civil.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL

• Também chamada de competência de foro. Cuida dedistribuir a parcela de jurisdição entre juizes damesma condição (material, funcional), em função dolocal onde atua este Juiz.

• A CLT fixa a competência territorial no “caput” do art.651, sendo regra geral o local da prestação deserviços, ainda que o empregado tenha sidocontratado em outro local ou no estrangeiro. Poucoimporta o domicílio do autor ou o domicílio do réu, ouainda, o local da contratação. Será competente oJuízo da localidade onde o empregado prestouserviços ao empregador.

Competência territorial

Art. 651 - A competência das Juntas de

Conciliação e Julgamento é determinada pela

localidade onde o empregado, reclamante ou

reclamado, prestar serviços ao empregador,

ainda que tenha sido contratado noutro local

ou no estrangeiro.

Competência Territorial – Regra do último

• Se o empregado prestou serviços em mais de

um local, a competência será do último local de

prestação de serviços.

• Não será aplicada a regra do último quando:

• A) A lide envolver inteiramente objeto de outro

local;

• B) A última transferência for obstativa ao

exercício do direito de ação.

• § 1º - Quando for parte de dissídio agente ou

viajante comercial, a competência será da

Junta da localidade em que a empresa tenha

agência ou filial e a esta o empregado esteja

subordinado e, na falta, será competente a

Junta da localização em que o empregado

tenha domicílio ou a localidade mais próxima.

Competência Territorial – Exceções:

Competência Territorial – Exceções:

• O parágrafo primeiro do art. 651 da CLT tratado vendedor viajante e pode ser aplicado poranalogia a todo aquele que é itinerante. Se otrabalhador é itinerante, não tem um local detrabalho, mas vários. Nesta situação, acompetência é fixada pela localidade ondeestiver a filial a que é subordinado. Se nãohouver filial (ou seja, subordinado diretamenteà matriz) a competência é da localidade onde oempregado tiver domicílio.

Competência Territorial – Exceções:

• § 2º - A competência das Juntas de Conciliação

e Julgamento, estabelecida neste artigo,

estende-se aos dissídios ocorridos em agência

ou filial no estrangeiro, desde que o empregado

seja brasileiro e não haja convenção

internacional dispondo em contrário.

Competência Territorial – Exceções:

• O parágrafo segundo garante ao empregadobrasileiro a competência da Justiça do Trabalhobrasileira para conhecer de conflito que tenhaocorrido no estrangeiro. Por força do art. 5º daConstituição Federal, esta competência é extensívelaos estrangeiros residentes no país.

• Exemplo: Empregado brasileiro contratado paratrabalhar no Cairo, Egito. Poderá mover ação contrao seu empregador no Brasil, na localidade em quefoi contratado. Se foi contratado no estrangeiro, nalocalidade onde tiver domicílio.

Competência Territorial – Exceções:

• O dispositivo fixa a competência (instituto de direitoprocessual) brasileira, mas, não estabelece, desdelogo, que o contrato será regido pelo Direitobrasileiro.

• Princípio de D. Internacional: “Locus regit actum”.

• Por regra geral, o contrato é regido pelas normasvigentes no local de sua execução.

• Exceção: Se o contrato contiver previsão de que alegislação brasileira será a aplicada.

Competência Territorial – Exceções:

• § 3º - Em se tratando de empregador quepromova realização de atividades fora dolugar do contrato de trabalho, é asseguradoao empregado apresentar reclamação no foroda celebração do contrato ou no da prestaçãodos respectivos serviços.

• Cuidado para não realizar interpretação que afronteo “caput” do artigo.

• Era aplicável somente a empregador itinerante.

• A partir de 2014 o TST passou a entender que podehaver tal opção se a aplicação da regra geralimportar em negativa de acesso ao PoderJudiciário.

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

• Antes de iniciarmos o estudo de modificaçõesde competência, devemos analisar se estacompetência é absoluta ou relativa.

• A distribuição de competência se dá em virtudedo interesse público na maioria das vezes, oupela comodidade das partes, em outrasocasiões.

Modificação de Competência (Cont)

• Absolutas

– Matéria

– Função

– Pessoa

• Relativas

– Territorial

– Valor da causa.

Modificação de Competência (Cont)

• Absolutas:

– São Improrrogáveis;

– Podem ser declaradas ex officio

– Podem ser argüidas em qualquer Instância ou grau de

Jurisdição

– Decisão transitada em julgado passível de Ação

Rescisória

Modificação de Competência (Cont)

• Relativas:

– São Prorrogáveis;

– Não podem ser declaradas ex officio. Dependem de

argüição. Art. 337, 5º do CPC/2015.

– Há preclusão em caso de não argüição;

– Não é causa de ação Rescisória.

Modificação de Competência (Cont)

• Ocorre a prorrogação legal quando

houver:

• Conexão: (Art. 55, CPC/2015):

Identidade de objeto ou causa de pedir.

Deve ser argüida em defesa, pena de

preclusão. (Doutrina e Jurisprudência).

Modificação de Competência (Cont)

• Ocorre a prorrogação legal quando houver:

• Continência: (Art. 57, CPC/2015): Identidade

de parte e causa de pedir. Objeto de uma

abrange o objeto da outra.

• Nesta hipótese, o Juíz pode ordenar, de ofício

ou a requerimento da parte, a reunião das

ações.

Modificação de Competência (Cont)

• Ocorre a prorrogação voluntária quando:

• Houver eleição de foro (art. 63, CPC/2015).

Trata-se de uma prorrogação expressa e obriga

os herdeiros e sucessores (§ 2º). Não existe

no Direito do Trabalho. IN 39 do TST.

• A ação for proposta por Juízo incompetente em

razão do lugar e a outra parte não apresentar

exceção de incompetência, o que equivale à

prorrogação tácita.

Modificação de Competência (Cont)

• Não se considera a prevenção como fator demodificação de competência. “Prae-venire”significa “chegar primeiro”. A prevenção apenasdestaca um Juiz competente de todos osdemais. Dá-se prevenção ao Juízo querecebeu a primeira causa por distribuição.

• Ocorre prevenção mesmo que a ação anteriortenha sido arquivada ou julgada extinta semresolução do mérito. Preservação do Princípiodo Juiz Natural.

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA

DO TRABALHO.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO

TRABALHO

Material de estudo

Organização da Justiça do Trabalho.

• A Justiça do Trabalho é um ramo da Justiça Federal.

• Está estruturada em três níveis hierarquizados.

– Tribunal Superior do Trabalho.

– Tribunais Regionais do Trabalho.

– Varas do Trabalho ou Juízes de Direito onde não houver

(inaplicável no Estado de São Paulo, onde todo o seu

território está abrangido pela Justiça do Trabalho).

Organização da Justiça do Trabalho.

• O Tribunal Superior do Trabalho tem sede em

Brasília-DF e jurisdição em todo território nacional.

• Como todo Tribunal Superior, seus componentes são

divididos em Turmas e denominados “Ministros”.

• Contém, ainda, as chamadas seções especializadas:

– Seção de Dissídios Individuais-1

– Seção de Dissídios individuais-2

– Seção de Dissídios Coletivos

Organização da Justiça do Trabalho.

• Após a Constituição Federal de 1.988, todo Estadocomponente da Federação deve ter ao menos um TribunalRegional do Trabalho.

• São Paulo é exceção. Tem 02 (2ª e 15ª Regiões).

• Pela lei seus componentes são denominados de Juízes.Alguns Regimentos Internos (como o da 2ª Região, porexemplo), fixa a denominação de “Desembargador doTrabalho”.

• São Igualmente divididos em Turmas. O regimento internopode prever outras sub-divisões.

Organização da Justiça do Trabalho.

• As Varas do Trabalho são os órgãos de PrimeiroGrau de Jurisdição.

• Onde não houver, o Juiz de Direito da Comarca éinvestido de jurisdição trabalhista e faz as vezes doJuiz do Trabalho.

• Lembrar: Os graus de jurisdição são invariáveis(Vara do Trabalho – 1º Grau, TRT – 2º Grau e TST –3º Grau). A Instância pode variar, conformecompetência funcional.

Magistratura. Características.

• O sistema de organização judiciária brasileiro é compostopor vários órgãos, de diferentes competências e graus dejurisdição. Podem ser individuais (monocráticos) oucoletivos (Colegiados). Estes órgão são tradadosgenericamente pelo Código de Processo Civil como “Juiz”.Assim, quando usa esta expressão, não está dirigindo-se àpessoa física do Juiz, mas ao órgão julgador, seja eleindividual ou coletivo.

• Juiz, portanto, é o agente individual ou coletivo,representante do Estado, investido de Jurisdição ao qual sedirige o direito de ação e, nos limites da sua competência,pacifica o conflito de interesses mediante a conciliação ou ojulgamento.

Magistratura. Características.

• Requisitos do Juiz:

• Jurisdicionalidade, ou seja, investidos do poder de Jurisdição;

• Competência: devem atuar dentro dos limites de jurisdição que lheimpõe o ordenamento jurídico;

• imparcialidade ou alheabilidade: O Juiz é inter e supra partes. Devemanter-se alheio aos interesses de cada uma, entre e acima destas, emequidistância;

• Independência: O Juiz não é subordinado a ninguém a não ser à Lei eà sua consciência. Nem mesmo aos Tribunais Superiores, aoLegislativo, ao Executivo ou à vontade das massas e suas formas depressão (imprensa, etc).

• Processualidade: Deve obedecer a ordem processual, evitando assim aarbitrariedade e o tumulto.

Magistratura. Características.

• Garantias da Magistratura.

• Para assegurar a independência do Juiz, existem garantiasconstitucionais ao magistrado. São três as essenciais:

• Vitaliciedade: Não podem perder o cargo a não ser por decisãojudicial. Vitalício é diferente de estável, porque significa portoda a vida. O Juiz aposentado continua sendo Juiz.

• Inamovibilidade: Não pode ser removido de seu local detrabalho compulsoriamente. Exceção: Juiz Substituto e a bem dointeresse público, assim decidido por 2/3 do Tribunal. Visa evitaro afastamento do Juiz que eventualmente incomode algumapessoa influente da localidade;

• Irredutibilidade de vencimentos.

Magistratura. Características.

• O Juiz tem alguns impedimentos em sua vida civil, a fim degarantir sua total imparcialidade e dedicação à sua tarefa.Estão no art. 95 da Constituição Federal.

– Exercer qualquer outro cargo ou função, ainda que emdisponibilidade, salvo uma de magistério;

– Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação nascustas do processo;

– dedicar-se à atividade político-partidária.

• Com estas condições e impedimentos, o legislador visa aentrega da tutela jurisdicional com absoluta isenção deanimo por parte do julgador.

Magistratura. Características.

• Poderes e deveres do Juiz.

• Inicialmente devemos esclarecer que a colocação acima como dar aentender que poderes se constituiriam em direitos, porquecontrapostos a deveres. O poder do Juiz nada mais representa que umdever de utilizar determinadas ações processuais para atender aojurisdicionado. Poderes nada mais representam do que um dever deutiliza-los.

• Estão definidos no art. 139 do CPC/2015. O Juiz dirigirá o processoconforme o disposto no estatuto legal, competindo-lhe.

– assegurar às partes igualdade de tratamento;

– velar pela rápida solução do litígio;

– prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça;

– tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes (Lei 8.952 de 13/12/94).

Magistratura. Características.

• Reza o art. 140 do CPC/2015 que o Juiz deve julgar de acordocom a legislação em vigor. Somente quando o tema da decisãoestiver em lacuna ou obscuridade da Lei é que pode aplicaranalogia, os costumes e os Princípios Gerais do Direito. Daquidecorre um princípio importante que é o da Indeclinabilidadeda Jurisdição. Até porque estaria violando dispositivoconstitucional (art. 5º, inciso XXXV).

• Importante: Cabe ao Juiz obstar a fraude, quando seconvencer de que autor e réu se serviram do processo parapraticar ato simulado ou conseguir objetivo ilegal. (art. 142,CPC). Comentar acordos antes da primeira audiência.

• Importante: O art. 370 permite ao Juiz que indefira prova ediligências inúteis. Permite ao Juiz a produção de provas deofício ou a requerimento da parte.

Ministério Público. Características.

• Conceito: O Ministério Público, também chamado de “Parquet” está

conceituado no art. 127 da Constituição Federal como sendo:

“instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,

incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e

dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.

• Campo de atuação: Defendem a ordem jurídica, na função de “fiscal

da Lei”, velando pelo cumprimento do ordenamento jurídico.

• Atua no campo dos interesses difusos, coletivos e individuais

homogêneos.

• Pode atuar como parte (art. 177, CPC/2015) ou como “custos legis”

(Art. 178, CPC/2015) .

Ministério Público. Características.

• Organização do Ministério Público.

• Não é órgão do Judiciário e sim do executivo. Pode ser da União ouEstadual.

• O Ministério Público da União é: Federal (STF, STJ e JustiçaFederal), do Trabalho (Justiça do Trabalho); Militar (Justiça Militar daUnião) e do Distrito Federal e Territórios (Junto à Justiça local do DFe Territórios).

• Estes Ministérios Públicos são independentes entre sí. Autônomo,entretanto, é o Organismo do Ministério P’bulcio da União. (Leiorgânica do M.P. da União é 8.625 de 12/02/93).

• O M.P. de cada Estado é autônomo e atua junto à Justiça estadual dalocalidade. (Lei orgânica do M.P. do Estado de S.P. é 734 de26/11/93).

Ministério Público. Características.

• Princípios.

• São dois os Princípios básicos do M.P.: Unidade e

independência funcional.

– Unidade significa que todos os membros pertencem a uma só

corporação, e a atuação de um ou outro no processo não provoca

alteração subjetiva;

– Independente para que cada qual atue de acordo com sua própria

consciência jurídica, sem ingerência do poder executivo, do juiz e

de seus superiores hierárquicos. Também no sentido de que podem

podem propor projeto de lei que trate a criação e extinção de

cargos auxiliares e fazer sua proposta orçamentária.

Ministério Público. Características.

• Garantias.

• Da instituição:

– Estruturação em carreira;

– Relativa autonomia administrativa e orçamentária;

– limitações à nomeação e destituição do Procurador-Geral;

– Exclusividade da ação penal pública

Ministério Público. Características.

• Garantias.

• Dos promotores individualmente

– Tríplice predicado da vitaliciedade, inamovibilidade e

irredutibilidade de vencimentos.

– Ingresso mediante concurso público observado o critério

de classificação para nomear

– Promoção por antiguidade e merecimento,

alternadamente, prevalecendo critérios objetivos;

– Sujeição à competência originária do T.J. nos crimes

comum e de responsabilidade.

Ministério Público. Características.

• Impedimentos:

– Exercer advocacia;

– Consultoria a entidades públicas;

– Participar de sociedade comercial;

– Exercer qualquer outro cargo ou função salvo uma de

magistério;

– Receber, sob qualquer pretexto, honorários, custas ou

participação nas custas do processo;

– dedicar-se à atividade político-partidária.