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DIREITO PROCESSUAL PENAL Prof. Gisela Esposel Procedimento Penal Procedimento comum ordinário Parte II

DIREITO PROCESSUAL · (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa) também ... -Segundo alguns autores, a extinção da punibilidade, por

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DIREITO

PROCESSUAL

PENAL

Prof. Gisela Esposel

Procedimento Penal

Procedimento comum ordinário

Parte II

- 3- Citação do acusado para apresentar a resposta à acusação :

- Artigo 396 – A do CPP. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário

- Parágrafo 1º . A exceção será processada em apartado, nos termos dos artigos 95 a 112 deste Código

Procedimento comum ordinário

- Parágrafo 2º . Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias

- O prazo de 10 (dez) dias é contado da efetiva citação e não da juntada aos autos do mandado de citação. Exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento (artigo 798 parágrafo 1º)

- Parágrafo 3º do artigo 798 . O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato

Procedimento comum ordinário

- Súmula 310 do STF . Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir

- Trata-se de um momento imprescindível para a defesa. De acordo com o atual procedimento o magistrado poderá após a apresentação da resposta, absolver sumariamente o acusado.

Procedimento comum ordinário

- Antes da reforma de 2008, a defesa prévia por escrito era uma peça em que os argumentos apresentados eram genéricos limitando-se à afirmação de que em alegações finais, seria comprovada a inocência, isto para não facilitar o trabalho da acusação

- Atualmente o acusado pode alegar tudo o que interesse à sua defesa com a possibilidade de ser absolvido desde logo, em uma cognição sumária, conduzindo a um julgamento antecipado da lide

- E, se devidamente citado, o acusado não apresentar resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la também no prazo de 10(dez) dias

Procedimento comum ordinário

- 4 . Da absolvição sumária:

- Artigo 397 do CPP . Após o cumprimento do disposto no artigo 396 – A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:

I. A existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato

II. A existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo a inimputabilidade

III.Que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou

IV. Extinta a punibilidade do agente

Procedimento comum ordinário

- Trata-se de um juízo de certeza e não de probalidade. As causas excludentes da ilicitude são legítima defesa, o estado de necessidade, o exercício regular do direito e o estrito cumprimento do dever legal. Se o juiz estiver na dúvida, não poderá absolver sumariamente o réu

- Em relação às causas excludentes da culpabilidade (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa) também se exige um juízo de certeza do magistrado. Culpabilidade é um juízo de valor que responsabiliza o imputável, compreendendo o caráter ilícito da conduta e se era razoável exigir-se que agisse conforme a lei

Procedimento comum ordinário

- Análise do inciso II, parte final do artigo 397 do CPP:

- A ressalva à inimputabilidade do acusado como motivo de absolvição sumária nesta fase, justifica-se pois o magistrado teria que aplicar uma medida de segurança – absolvição imprópria. Porém se o processo seguir seus trâmites poderá o acusado provar sua inocência permitindo, ao final do processo, uma absolvição plena sem qualquer imposição de medida de segurança

- Em relação ao inciso III – não constituir o fato infração penal, trata-se da hipótese de atipicidade da conduta

Procedimento comum ordinário

- Já o inciso IV refere-se a extinção da punibilidade, como por exemplo, pela prescrição ou pela morte do agente ( artigo 107 do CP)

- Segundo alguns autores, a extinção da punibilidade, por qualquer das causas que a autorizam, não poderá ser objeto de sentença absolutória, mas sim de pronunciamento autônomo, acarretando-lhe o arquivamento

- Da decisão que absolve o réu com fundamento nos incisos I, II e III do artigo 397 caberá recurso de apelação ( artigo 593, inciso I do CPP), mas a decisão com fulcro no inciso IV, caberá RESE, artigo 581, VIII do CPP

Procedimento comum ordinário

- 5. Da audiência de instrução e julgamento

- Artigo 399 do CPP . Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente

- Trata-se de uma ratificação do ato do recebimento que ocorreu conforme o disposto no artigo 396 do CPP

Procedimento comum ordinário

- Artigo 400 do CPP . Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no artigo 222 deste código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.

- A lei não especifica o dia inicial do prazo de sessenta dias. Entende-se que será do dia em que o juiz designa a audiência

Procedimento comum ordinário

- A audiência de instrução e julgamento é o principal ato do procedimento, pois é o momento da produção e coleta da prova, seja ela testemunhal, pericial ou documental e, ao final, proferida a decisão

- Adota-se, portanto o princípio da identidade física do juiz, em que aquele que preside a audiência será o mesmo que irá proferir a sentença, conforme o artigo 399 parágrafo 2º do CPP

- A ordem prevista no artigo 400 deve ser observada, sob pena de nulidade

Procedimento comum ordinário

- Artigo 400 parágrafo 1º. As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias

- Artigo 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa

- Parágrafo 2º. A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no artigo 209 do CPP

Procedimento comum ordinário

- Pelo princípio da comunhão da prova, não poderá ser admitida desistência unilateral, assim, poderá a outra parte insistir na oitiva da testemunha, e assim deve proceder o magistrado. Havendo concordância, a desistência será acolhida e a testemunha não será ouvida

- O interrogatório será o último ato a ser realizado na audiência. Neste momento que o réu poderá exercer sua autodefesa ou defesa pessoal, sendo obrigatória a presença do defensor

Procedimento comum ordinário

- Artigo 402 do CPP . Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução

- Artigo 403 do CPP . Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, a sentença

Procedimento comum ordinário

- Parágrafo 3º . O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 ( cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença

- Constitui ato de discricionariedade do magistrado a substituição dos debates orais por memoriais

- Trata-se de um momento crucial, em que as partes farão uma análise de todo o conjunto probatório e sua última manifestação no processo

Procedimento comum ordinário

- A acusação irá apresentar primeiro a sua peça, bem como o assistente, se houver, manifestando-se após a defesa. Sendo juntado algum documento novo nessa fase, o juiz deverá observar o contraditório para que a outra parte se manifeste

- Por fim, o juiz terá o prazo de 10 (dez ) dias para proferir a sentença

Procedimento comum ordinário