54
DIREITO PROCESSUAL PENAL Professor: Marllon Beraldo Aula 05.02.2014 CRIMES QUE LEVAM AO TRIBUNAL DO JÚRI CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA: HOMICÍDIO, ABORTO, INFANTICÍDIO E AUXÍLIO AO SUICÍDIO. * PODE ACONTECER QUE UM CRIME NÃO SENDO DOLOSO CONTRA A VIDA, VÁ AO TRIBUNAL DO JÚRI. EX. CRIMES PRATICADOS EM CONEXÃO COM OS DOLOSOS CONTRA A VIDA. 06/02/2014 TEORIA GERAL 1. INTRODUÇÃO O Processo é a forma de resolver uma lide. JUS PUNIENDI vs JUS LIBERTATIS O direito de punir do Estado contra o direito de liberdade do indivíduo > Lide Penal O Jus Puniendi é um gênero que possui duas espécies quais sejam: Jus Puniendi em abstrato - que é a cominação de crimes e penas (Código Penal); Jus Puniendi em concreto - que é a aplicação efetiva do direito material, mediante um instrumento, que se denomina processo (Código de Processo Penal). PROCESSO PENAL: O processo, dentre muitas definições pode ser entendido como o meio ou a forma que o estado possui para solucionar a lide. Até o presente momento, a Lide penal é um monopólio do Estado. 2. DENOMINAÇÃO DA DISCIPLINA DE DIREITO PROCESSUAL PENAL Conforme entendimento pacífico da doutrina, a expressão “Direito Processual Penal” é a mais recomendada por que ela se torna abrangente no estudo das matérias do processo em geral, sendo que por isso se estuda com esta expressão, os seguintes institutos: Inquérito policial, processual, princípios, leis, medidas cautelares, prisões, jurisdição, competência. 3. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL * O direito processual penal faz parte do ramo do direito público;

Direito Processual Penal 3bim

  • Upload
    jcl1122

  • View
    230

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Direito Processual Penal

Citation preview

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Professor: Marllon Beraldo

Aula 05.02.2014CRIMES QUE LEVAM AO TRIBUNAL DO JRICRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA: HOMICDIO, ABORTO, INFANTICDIO E AUXLIO AO SUICDIO.* PODE ACONTECER QUE UM CRIME NO SENDO DOLOSO CONTRA A VIDA, V AO TRIBUNAL DO JRI. EX. CRIMES PRATICADOS EM CONEXO COM OS DOLOSOS CONTRA A VIDA.

06/02/2014TEORIA GERAL

1. INTRODUO

O Processo a forma de resolver uma lide.JUS PUNIENDI vs JUS LIBERTATISO direito de punir do Estado contra o direito de liberdade do indivduo > Lide Penal

O Jus Puniendi um gnero que possui duas espcies quais sejam:Jus Puniendi em abstrato - que a cominao de crimes e penas (Cdigo Penal);Jus Puniendi em concreto - que a aplicao efetiva do direito material, mediante um instrumento, que se denomina processo (Cdigo de Processo Penal).

PROCESSO PENAL: O processo, dentre muitas definies pode ser entendido como o meio ou a forma que o estado possui para solucionar a lide.

At o presente momento, a Lide penal um monoplio do Estado.

2. DENOMINAO DA DISCIPLINA DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Conforme entendimento pacfico da doutrina, a expresso Direito Processual Penal a mais recomendada por que ela se torna abrangente no estudo das matrias do processo em geral, sendo que por isso se estuda com esta expresso, os seguintes institutos: Inqurito policial, processual, princpios, leis, medidas cautelares, prises, jurisdio, competncia.

3. CARACTERSTICAS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL

* O direito processual penal faz parte do ramo do direito pblico;* O direito processual penal tcnico-jurdico ( uma receita de bolo, um procedimento especfico);* O direito processual penal uma cincia jurdica (no depende de outra cincia);* O direito processual penal um instrumento para a paz social;

4. RELAES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL COM OUTRAS DISCIPLINAS

* Com o Direito Constitucional: a relao do direito processual penal com o direito constitucional ntima, pois a carta magna que estabelece inmeras garantias constitucionais para o processo penal (vide artigo 5 - Importante saber de cor este artigo.).* Com o Direito Penal: O direito processual penal visa colocar em aplicabilidade o direito penal.* Com o Direito Processual Civil: O direito processual penal s ter relao com o direito processual civil nas hipteses de omisso do CPP.* Com o Direito Civil: Em algumas situaes o direito processual penal mantm relao com regras do Cdigo Civil, como por exemplo nas denominadas aes civis ex delicto (arts. 63 a 68 do CPP) (92 a 94 do CPP - questes prejudiciais).* Com o Direito Administrativo: mantm relao com o direito processual penal porque os atos realizados em um inqurito, em um processo,..., so feitos por servidores pblicos (delegado, juiz, MP, oficial de justia). Tambm os casos de crimes especficos da administrao pblica que so processados pelo direito processual.* Por fim, tambm se pode dizer que o direito processual penal mantm relaes com algumas cincias auxiliares, tais como: a medicina legal (obra do professor Hlio Gomes), psicologia, criminologia, criminalstica, psiquiatria, etc.

Aula 12.02.20145. HISTRICO NO BRASIL

O direito indgena no teve qualquer influncia no direito brasileiro.O direito brasileiro comeou com a incorporao do direito portugus. Foram as ordenaes Afonsinas, Manoelinas e Filipinas (1603).As primeiras regras de processo penal surgiram nas ordenaes Manoelinas. Sendo dois institutos: a denncia e a querela (atualmente queixa-crime).Ordenaes Filipinas: essas ordenaes retrataram o direito medieval, em que ricos e poderosos possuam uma srie de privilgios. Estas ordenaes criaram as ordlias (uma espcie de prova) que visava abusar do direito.

1822 - Independncia do Brasil (7 de setembro).Em 1822 com a Independncia Brasileira, D. Pedro I decretou que toda a legislao portuguesa, continuaria a vigorar no Brasil, at que as leis brasileiras fossem criadas.Em 1824 outorgada por D. Pedro I a primeira Constituio Federal Brasileira. Desta CF a regra processual mais importante foi a criao do tribunal do Jri (matrias penais e cveis).Em 1830 foi criado o primeiro cdigo penal.Em 1832 criado o primeiro CPC (Cdigo de Processo Criminal).Em 1871 foi criada a figura do Inqurito Policial.Em 1891 temos a nossa 2 Constituio Federal com consequncias ruins para o processo, determinando que cada Estado Membro criasse seu direito processual.Em 1934, temos a nossa 3 Constituio Federal, que reunificou a legislao de processo no mbito federal.Em 1937, temos a 4 Constituio Federal (Constituio Polaca).Getlio determina a uma comisso de notveis, a criao de um novo Cdigo de Processo Penal em 1941, que entrou em vigncia em 1 de janeiro de 1942.

Muito embora o CPP seja da dcada de 1940, no decorrer dos seus 72 anos de vigncia, inmeras leis o alteraram, sendo que nos ltimos 6 anos, algumas leis merecem destaque:Lei 11689/2008 - Alterou o CPP nos procedimentos em processos de competncia do tribunal do jri;Lei 11690/2008 - Alterou o CPP quanto validade, coleta e contraditrio das provas, na ao penal;

Lei 11719/2008 - Alterou o art. 394 do CPP com efeito no rito dos processos do Juizado Especial Criminal.Lei 11900/2009 - Alterou o art. 185 do CPP permitindo o interrogatrio do preso por videoconferncia. Lei 12403/2011 - Alterou o art. 313 do CPP restringindo a utilizao da priso preventiva apenas para os crimes mais graves.

6. SISTEMAS PROCESSUAISBasicamente existem 3 sistemas processuais, quais sejam:

1. Sistema Inquisitivo ou Inquisitorial Segundo este sistema, o processo penal tem as seguintes regras: inexistncia de contraditrio e ampla defesa No h igualdade entre as partes; As partes esto centradas na mesma pessoa (acusao e defesa); O processo sigiloso; A prova mais importante a tortura; A confisso j suficiente para condenar.

2. Sistema Acusatrio Existncia de contraditrio e ampla defesa Igualdade entre as partes; Diviso entre as partes contratuais; O processo pblico; proibida a tortura; A confisso no suficiente para condenar.

3. Sistema Misto Uma parte ser inquisitiva e uma parte acusatria.

Observao: Conforme entendimento da maioria da doutrina (Mirabete, Tourinho, Nucci, etc...), no Brasil vigora o sistema processual acusatrio.

7. PRINCPIOS

1. Princpio do Estado de Inocncia (presuno de inocncia ou princpio da no culpabilidade (conceito da OAB))Fundamento: CF88, art. 5, inciso LVII; Pacto de So Jos da Costa Rica, art. 8, item II.At que o processo transite em julgado, o ru inocente.Esta presuno de inocncia relativa (admite prova em contrrio)

2. Princpio do Contraditrio (Bilateralidade da audincia)Art. 5, inciso LV da CF.No se aplica este princpio no Inqurito Policial.

3. Princpio da Verdade RealA verdade real (aquilo que realmente aconteceu no mundo dos fatos) deve ser levada para dentro do processo, sob pena de ter que inocentar o ru. Segundo o princpio da verdade real, o julgador somente poder decidir a respeito daquilo que efetivamente tenha ocorrido, sendo que por isso o processo penal, no permite a verdade formal e sim aquela verdade proveniente dos fatos. Malatesta (Lgica das Provas em Matria Criminal).Observao 1: Caso exista uma sentena penal absolutria, transitada em julgado, a mesma no poder ser rescindida se novas provas surgirem em desfavor do acusado. Neste caso o princpio da verdade real no pode ser usado para prejudicar o ru.Observao 2: Segundo o STF, em um julgamento do ano de 2011, um processo penal que tenha sido extinto por reconhecer a extino da punibilidade do agente pela sua morte, poder ser reaberto se ficar constatada a existncia de uma certido de bito falsa.

4. Princpio da OralidadeSegundo o princpio da oralidade os atos processuais devem ser realizados por meio da palavra oral, com a finalidade de garantir uma maior concentrao dos termos processuais, como por exemplo: alegaes finais orais, atos do juizado especial, tribunal do jri, sustentao de recurso no tribunal.O Art. 399, 2 retrata um sub-princpio: o da identidade fsica do juiz.

5. Princpio da PublicidadeOs fundamentos so: art. 5, inciso LX e art. 93, inciso IX, ambos da CF/88.Em algumas oportunidades, o princpio da publicidade poder ser restringido, todavia esta restrio jamais poder ser contra as partes, seno ser ferida a bilateralidade da audincia (exemplos: crimes contra a dignidade sexual, crimes contra a honra, crimes que envolvam criana ou adolescente, situaes que envolvam violncia domstica e familiar). Vide art. 792, 1, CPP.

6. Princpio da ObrigatoriedadeSegundo ele nas aes penais pblicas incondicionadas, dever do Estado realizar a apurao do fato criminoso (seja no inqurito, seja no processo).Obs.: O princpio da obrigatoriedade no se aplica nas aes penais pblicas condicionadas e nas aes penais privadas.

7. Princpio da OficialidadeArt. 129, I e 144, 4, ambos da Constituio Federal;Em razo do princpio da oficialidade, a persecuo criminal (inqurito policial + processo penal) das aes penais pblicas, possui rgos oficiais elencados na prpria Constituio Federal.Lei 12850/2013 (dica de prova) arts. 15, 16 e 17):

Aula 19.02.20148. Princpio da IndisponibilidadeO princpio da indisponibilidade, aplicvel ao processo penal e ao inqurito policial, determina que aquelas pessoas legitimadas a promoverem a persecuo criminal no possuem poder de dispor destes institutos, pois uma vez instaurados no ser possvel a desistncia.Persecuo criminal (jus persequendi): Direito e dever que o Estado tem de perseguir a pessoa que comete o ilcito penal.O princpio da indisponibilidade refere-se as aes penais pblicas incondicionadas.OBS.: O princpio da indisponibilidade no aplicado nas aes penais privadas e tambm nas aes penais pblicas condicionadas a representao at antes do oferecimento da denncia.

9. Princpio do Juiz NaturalPreviso legal art. 5, inciso XXXVII, CF.Segundo este princpio proibida a criao no Brasil, de tribunal de exceo, ou seja, formado aps a prtica do crime.

10. Princpio da Iniciativa das Partes e do Impulso OficialPelo princpio da iniciativa das partes, uma ao penal s poder ser iniciada pela parte interessada, pois proibido no direito ptrio o incio ex-officio pelo juiz. Sendo assim, ou uma ao penal se inicia pelo ministrio pblico ou pelo querelante.Pelo princpio do impulso oficial uma vez iniciada a ao penal, competir ao juiz, fazer com que o processo chegue at o fim, mesmo que as partes fiquem inertes.

11. Princpio do In Dubio Pro ReoSegundo o princpio do In Dubio pro Reo, existente um conflito entre o Jus Puniendi e o Jus Libertatis, caso o julgador tenha dvidas entre punir o agente ou garantir a sua liberdade, sempre a deciso a ser tomada dever ser aquela mais favorvel ao acusado. Fundamento art. 386, VII, CPP.

Aula 26.02.20148. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL

1. Consideraes GeraisAs fontes so a origem das normas de processo penal.So duas espcies de fontes do processo penal: fontes de produo e fontes de cognio.

2. Fontes de Produo ou Material aquela encarregada de construir, criar, formar o direito processual penal. Em suma, aquela que produz o direito processual penal.Somente o Estado pode produzir leis de processo penal. No caso do Brasil, compete privativamente Unio, mais especificamente ao Legislativo Federal (art. 22, CF). Porm quanto ao direito previdencirio a competncia concorrente entre a Unio e os Estados (art. 24, I, CF).O Art. 24, da CF, possibilita a competncia concorrente entre a Unio, os Estados e o DF, a respeito de certas questes, que para o Direito Processual Penal importa as matrias constantes nos incisos I, IV, X e XI. Todavia oportuno mencionar que existindo conflito entre as normas criadas pelo Estado ou DF com normas criadas pela Unio, prevalecero estas.

3. Fontes de Cognio ou Formal a maneira como o direito exteriorizado. aquela que exterioriza, revela o direito.

* Lei em sentido amplo (primeira fonte formal):Constituio Federal, Cdigo de Processo Penal, Leis Especiais, Constituies Estaduais, CODJ - Cdigo de Organizao e Diviso Judiciria (estudar esta Lei - Muito importante), tratados internacionais.

* Costumes:O costume uma regra de conduta praticada de forma geral constante, uniforme e obrigatria. Ex.: Prtica forenseConforme entendimento da maioria da doutrina, os costumes possuem aplicao remota no direito processual penal. Um exemplo de costume contra legem o de no se levantar sempre que o juiz se levantar em que pese seja lei (art. 793, CPP).

* Princpios Gerais de DireitoSo construes intelectuais que se do por verdade.Ex.: Ningum pode alegar a prpria torpeza.

Observao: Alguns autores defendem que a analogia, a doutrina e a jurisprudncia so fontes do direito; porm a maioria dos autores entendem que estes institutos so apenas formas de integrao ou interpretao do direito.9. VIGNCIA E REVOGAO DA LEI

Uma lei ter vigncia, via de regra, por tempo indeterminado. Pode acontecer que algumas leis sejam criadas por prazos determinados (lei temporria ou excepcional), tendo vigncia at um certo perodo ou at a ocorrncia de um certo fato. Ex.: Lei da Copa (12663/2012), vale at 31.12.2014.Mesmo que a lei seja publicada, no quer dizer que ela se encontre em vigncia pois nesta situao, poder ocorrer a figura da denominada vacatio legis.

Duas espcies de Revogao: Ab-rogao (revogao total); Derrogao (revogao parcial).

Questo de PROVA (ltima prova da OAB) possvel repristinao no direito processual penal ?Ver lei da repristinao - Ver a LINDB art. 2, 3 - No Brasil, via de regra no existe o fenmeno da repristinao.De forma excepcional, se estiver expressa na lei revogadora, a possibilidade de retorno de vigncia da primeira lei, possvel. Resposta: Sim, possvel de forma excepcional.

Aula 27.02.201410. APLICAO DA LEI PROCESSUAL PENAL

I - NO TEMPO

1.1. Princpio do Efeito ImediatoO art. 2 do CPP retrata o princpio do efeito imediato, segundo qual as normas de processo penal vigentes, se aplicam imediatamente, aos processos presentes e pretritos.O princpio do efeito imediato a regra geral de aplicao das normas processuais; excepcionalmente este princpio ceder quando ocorrer: direito adquirido; ato jurdico perfeito (ex.: audincia j realizada); e coisa julgada (ex. processo penal transitado em julgado e o sentenciado est cumprindo sua pena).Direito adquirido: quanto ao prazo (tem o direito se j houve a citao ou intimao).No relativo ao prazo, ocorrer direito adquirido se ficar constatada a existncia dos atos de citao ou intimao na vigncia da lei antiga. Caso no tenha ocorrido as intimaes ou citaes, durante a vigncia da lei anterior, passar a inexistir direito adquirido para o prazo.

1.2. Retroatividade e irretroatividadeNo caso do direito processual penal, no h retroatividade da lei. A lei processual se aplica imediatamente.No direito processual penal no h que se falar de retroatividade da lei benfica ou irretroatividade da lei malfica (estas duas regras so para o direito penal), pois o que vale a aplicao do princpio do efeito imediato, contudo, respeitando-se a coisa julgada, o ato jurdico perfeito e o direito adquirido.

1.3. Normas Mistas ou EclticasSo aquelas que simultaneamente possuem regulamentao de direito penal e de direito processual penal. Ex.: Ao Penal, Prescrio, Decadncia (ambos no CP e no CPP)No que se referem as normas mistas sempre prevalecer o direito penal (entendimento da jurisprudncia majoritria)

II - NO ESPAO

2.1. Territrio NacionalDe forma didtica, pode-se dizer como regra geral que o territrio nacional o espao compreendido entre as nossas fronteiras.Art. 6 do CP - Ubicuidade* Estudar crime distncia.

2.2. Princpio da Territorialidade importante saber se o crime ocorreu dentro do territrio nacional, pois o direito processual penal somente poder ser aplicado, dentro do prprio territrio nacional, em face do princpio da territorialidade.

Aula 05.03.2014III EM RELAO S PESSOAS

1) REGRAS GERAISComo regra geral (Art. 1, CPP), as normas de processo penal aplica-se a todas as pessoas, que se encontrarem no territrio brasileiro Excepcionalmente algumas pessoas no tero a aplicao das normas comuns de processo penal, em vista da funo que possam apresentar:IV no foi recepcionado pela CF/88.V revogado, pois no existe mais crime de imprensa.

2) IMUNIDADES DIPLOMTICASOs agentes diplomticos (embaixadores, cnsules, ministros de estado internacional etc.), no podero sofrer a aplicao das leis brasileiras, pois os mesmos possuem imunidades criminais e processuais. Estas regras esto dispostas nas convenes de Viena de 1.961 e 1.963.OBS. Conforme o entendimento da jurisprudncia brasileira os *familiares dos diplomatas (PROVA), desde que em servio, possuem as mesmas imunidades do diplomata.* Entende-se como familiares, todos aqueles que esto junto com o diplomata exercendo alguma funo.* Quanto aos cnsules, este s tem imunidade quanto aos seus atos de ofcio. Desta forma, respondem no pas por crimes comuns no relacionados ao seu ofcio, bem como seus familiares respondero por qualquer delito penal.

3) IMUNIDADES PARLAMENTARES3.1.) Imunidade Absoluta/Material (direito) (Art. 53, caput CF/88).3.2.) Imunidade Relativa/Formal (processual)

SINTESE: A CF/88 do art. 53 estabelece as denominadas imunidades parlamentares (no cometem crime contra honra ou racismo, ou seja, livres para manifestar o pensamento), e que podem ser divididas em 2 (duas) espcies:

1 ABSOLUTA/MATERIAL: que aquela referente s opinies, palavras e votos (crimes contra honra, crimes de preconceito, crimes contra liberdades de expresso).OBS. As imunidades se aplicam aos deputados estaduais (Art. 27, 1 CF) e aos vereadores desde que no exerccio de seu mandato e dentro da respectiva circunscrio (Art. 29, VIII, CF).

2 RELATIVA/FORMAL: que so aquelas referentes a priso e ao processo (por exemplo, crimes contra vida, crimes contra o patrimnio etc.). Nessas imunidades podem se destacar: - A inexistncia de priso dos parlamentares, salvo priso em flagrante por crime inafianvel (sendo que neste caso o flagrante dever ser homologado ou no pela casa respectiva, 2 do Art. 53 CF);- uma outra imunidades aquela referente a suspenso do processo penal do parlamentar que ficar a critrio da respectiva casa (3 Art. 53 da CF).OBS. Os deputados estaduais possuem as mesmas imunidades relativas (art. 27, 1 da CF). J os vereadores no possuem imunidades relativas, e uma vez que cometam crimes sero processados como cidados comuns.

4) FORO PRIVILEGIADO ou PRERROGATIVA DE FUNOForo privilegiado uma imunidade de julgamento, em que determinada pessoas em face da funo que ocupam, sero julgadas por instncias diferentes das demais pessoas. A maioria das regras sobre foro privilegiado se encontram na CF/88, por isso no deve-se confundir com tribunal de exceo. Exemplos vide os seguinte arquivos: (art. 29, X, CF/88) (Art. 102, I, B, CF/88).

Aula 06.03.2014SMULA 704 DO STF QUESTO DE PROVA !!!No viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atrao por continncia ou conexo do processo do corru ao foro por prerrogativa de funo de um dos denunciados.

Conforme a smula 704 do STF, basta que um dos acusados, no caso de concurso de pessoas, todos os outros acusados, tambm sero julgados no foro privilegiado, pois esta imunidade se comunica a todos.Neste caso os atos da persecuo criminal so tambm no foro privilegiado (STF), que normalmente delega PF.

SMULA 721 DO STF QUESTO DE PROVA !!!A competncia constitucional do Tribunal do Jri (s crimes em que previsto jri - crimes dolosos contra a vida) prevalece sobre o foro por prerrogativa de funo estabelecido exclusivamente pela Constituio estadual.Ex.: Se um secretrio estadual, que tem foro privilegiado dado pela Constituio estadual, no ter este direito se o crime for doloso, situao em que ser julgado pelo tribunal do jri.

* Cuidado na hora da prova, o crime ser de Latrocnio (no vai ao jri). QUESTO DE PROVA !!!

QUESTO DE PROVA - ESTUDAR CONEXO E CONTINNCIA !!!

Conforme a smula 721 do STF, a competncia do tribunal do jri, prevalecer sobre qualquer foro privilegiado que no esteja previsto na Constituio Federal (por exemplo: leis especiais, Constituies estaduais, CODJs...).

Todavia, se a previso do foro privilegiado estiver na Constituio Federal, o agente criminoso no ser levado a jri, e sim ser julgado no prprio foro privilegiado.

11. INQURITO POLICIAL

1) CONSIDERAES GERAISOcorrido o delito surge para o Estado o direito de punir; porm para que o Estado eficazmente puna uma pessoa necessria a realizao de algumas formalidades, com o objetivo de apurar a autoria e a materialidade dessa infrao criminal; para isso o Estado se vale, via de regra, de um procedimento denominado de inqurito policial.Em suma o inqurito policial um procedimento destinado a apurar as primeiras impresses a cerca do crime.A polcia administrativa, de carter preventivo aquela que atua antes da prtica da infrao penal, com o objetivo de garantir a segurana pblica (ex.: polcia militar).A polcia judiciria aquela que possui o carter repressivo, isto , atua aps o cometimento do crime (ex. polcia civil e polcia federal - apura infraes federais - cuja a vtima seja a Unio ou entidade relacionada - art. 109, CF). a polcia judiciria, a encarregada da realizao do inqurito policial, ou seja, buscar a autoria e materialidade de um crime.Conforme o 4 do Art. 144, CF e pargrafo nico do art. 4 do CPP a realizao do inqurito policial de competncia exclusiva da polcia judiciria (civil ou federal).

Excepcionalmente outros rgos podero realizar o inqurito policial.

Exemplo 1: Inqurito Parlamentar, feito pelas CPIs (Lei da CPI - Lei 1579/52).As CPIs podem realizar os seguintes atos: quebra do sigilo fiscal, bancrio e de dados telefnicos.As CPIs podem alm disso, prender em flagrante, fazer oitiva de testemunhas, mas no pode decretar prises (s o juiz pode fazer). Tambm no pode impor medidas cautelares (art. 58, 3 da CF).Exemplo 2: Inqurito Policial Militar por fora do Dec. Lei 1002/69 (CPPM).Exemplo 3: Inqurito Civil, feito pelo ministrio pblico, nas aes civis pblicas por fora da lei 7347/85.

2) NATUREZA JURDICAO inqurito policial um mero procedimento administrativo de investigao (portanto no faz parte de do processo penal). Desta forma, princpios processuais como o contraditrio e a ampla defesa, no se aplicam ao inqurito policial que regido pelas regras de direito administrativo.

O inqurito policial um procedimento dispensvel. Se o MP j tiver a sua disposio prova da materialidade e autoria do crime pode dispensar o inqurito policial. Tambm, se no caso de queixa-crime o querelante apresentar toda informao necessria, tambm ser dispensado o inqurito.

Art. 39, 5 do CPP - Dispensa do inqurito. Obs.: uma exceo pois via de regra o inqurito no dispensvel.

3) CARACTERSTICAS Os atos realizados no inqurito so atos discricionrios (oportunidade e convenincia); Os atos do IP so auto executveis (no precisam de autorizao judicial para serem cumpridos); O IP um procedimento escrito (art. 9, CPP); O inqurito policial um procedimento indisponvel (princpio da vinculao - art. 17, CPP); Caso o crime a ser apurado seja de ao penal pblica incondicionada, uma vez que a notitia ciminis foi levada para o delegado, este obrigado a instaurar o IP; O inqurito policial um procedimento sigiloso, art. 20 do CPP (dica de prova).

Art. 20. A autoridade assegurar no inqurito o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Pargrafo nico. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial no poder mencionar quaisquer anotaes referentes instaurao de inqurito contra os requerentes.

No se estende o sigilo para o ministrio pblico e para o juiz; porm para o indiciado se aplica o sigilo (nico, art. 20, CPP). No entanto, no Estatuto da OAB, art. 7, XVI estabelece que os advogados possuem acesso aos inquritos. Mas o STF dirimiu a dvida pela Smula Vinculante n14: O advogado tem acesso ao IP.

As smulas vinculantes obrigam todos do Poder Judicirio e do Executivo.Que tipo de matria objeto de Smula Vinculante ?(dica de prova) Resposta: apenas matria de ordem constitucional, com base no art. 103-A da CF.

Reserva de Jurisdio (atos de competncia exclusiva do juiz). Ex.: interceptao telefnica, citar, decretar priso.

4) ATRIBUIO PARA O IPA atribuio para realizar o inqurito policial fica a cargo da autoridade policial, delegado de polcia.Conforme normas estaduais os delegados de polcia podero ter competncias especficas, como por exemplo, delegacias especializadas (da mulher, de estelionatos...).

5) VALOR PROBATRIO DO IPArt. 155, CPP.: as provas do inqurito s vo valer se forem reprisadas no processo judicial, ressalvadas as cautelares, no repetveis e antecipadas.

A regra geral a de que as provas produzidas no inqurito policial no tero valor no processo se no forem reprisadas, isto , o juiz no poder se utilizar exclusivamente das provas realizadas no IP.

De forma excepcional, algumas provas que foram realizadas exclusivamente no IP podero ser acatadas pelo juiz, mesmo que no tenham sido realizadas na fase processual;

As referidas provas so: Cautelares: so aquelas provas necessrias. Ex.: Interceptao telefnica e quebra do sigilo.Prova no repetvel: exames periciais, em especial o exame de corpo de delito (aps certo tempo os indcios desaparecem.Provas antecipadas: colher o depoimento de uma testemunha em estado terminal.

6) VCIOS DO IP entendimento majoritrio que os vcios acaso existentes no IP no se comunicam ao processo pois os referidos institutos so autnomos uma vez que o inqurito policial no algo obrigatrio para o processo penal.

7) NOTITIA CRIMINISA traduo literal da expresso notitia criminis, nada mais do que a notcia do crime; tecnicamente notitia criminis o comunicado da infrao penal para que a polcia judiciria promova o IP.

Duas espcies: Espontnea; Provocada.Notitia criminis espontnea aquela em que o conhecimento da infrao penal se d diretamente pela autoridade policial (ex.: a polcia encontra o cadver, a polcia investiga um crime,...). denominada cognio imediata.Notitia criminis provocada: aquela em que o conhecimento da infrao penal foi levado a autoridade policial por terceiros (denominada cognio mediata). Ex.: Requerimento para instaurao de IP (estgio do ano passado).

Outro exemplo: Delatio Criminis (denncia de terceiro): ver art. 5, 3 do CPP.

Observao importante: O B.O. (boletim de ocorrncia) o formulrio pelo qual se comunica a Notitia Criminis

Requisio do Juiz ou do Ministrio Pblico (art. 5, II, CPP) - outro exemplo de Notitia Criminis.

Obs.: Apesar da notitia criminis comumente ser dirigida a autoridade policial, a legislao tambm autoriza que se faa notitia criminis ao ministrio pblico (art. 27, CPP) ou ao juiz (art. 39, CPP) > Importante: delatio criminis s quando a denncia para o delegado.

8) INSTAURAO DO IP

8.1) Ao Penal Pblica Incondicionada.Nesses casos o IP poder ser instaurado pelo delegado: De ofcio (art. 5, I, CPP): para que o delegado instaure o IP dever baixar uma portaria( s o delegado a faz); Mediante requisio do juiz ou promotor. Obs.: conforme entendimento da maioria o delegado de polcia ao receber uma requisio, est obrigado a cumpr-la, desde que seja uma ordem manifestamente legal. Ter a obrigao de cumprir a requisio no a mesma coisa que subordinao (art. 5, II, Ab initio*, CPP); Requerimento da vtima, ou seu representante ( art. 5, II, in fine*, CPP); Com o auto de priso em flagrante.* Ab initio > primeira parte. * In fine > ltima parteObservaes:A portaria uma pea exclusivamente de competncia da autoridade policial, sendo que essa portaria uma documentao da notitia criminis recebida em que o delegado far constar: o fato criminoso, o autor ou partcipe deste fato (se conhecidos), as condies de tempo, modo e lugar, os dispositivos legais referentes aos fatos, e ao final, a determinao de instaurao do IP.O Inqurito policial, conforme entendimento da maioria, no dever ser instaurado se o fato for atpico, ou se estiver extinta a punibilidade do agente.

Aula 19.03.20148.2) Ao Penal Pblica Condicionada RepresentaoEm razo do disposto no 4 do art. 5 do CPP, existindo um crime que deva ser apurado, mediante ao penal pblica condicionada representao, o IP somente poder ser instaurado se essa representao for fornecida.

8.3) Ao Penal PrivadaComo os crimes de ao penal privada normalmente a pena no passa de 2 anos, ento o caso direcionado aos Juizados Especiais em que no existe o IP mas sim o Termo Circunstanciado (TC). Desta forma, muitos doutrinadores falam que no existe o IP na ao penal privada, porm o caso abaixo revela uma situao em que o IP obrigatrio mesmo no caso de uma ao privada.Art. 167, CP: Nos casos do art. 163 (Dano), do art. 163, inciso IV do par. nico (Dano qualificado) e do art. 164 (abandono de animais em prop. alheia), somente se procede mediante queixa.Ocorre que:1 parte: dano simples; > Termo Circunstanciado.2 parte: dano qualificado por motivo egostico; > neste caso o IP pois esta parte do crime de dano tem pena superior a 2 anos (seis meses a trs anos).3 parte: dano de animal em propriedade alheia. > Termo Circunstanciado.

Conforme o 5 do art. 5 do CPP, nas hipteses de crimes que devam ser apurados mediante ao penal privada, o inqurito policial somente dever ser instaurado se a vtima ou o seu representante assim requerer.

Observao.: entendimento majoritrio de que ocorrendo um fato atpico, ou ocorrendo uma extino da punibilidade ( art. 107 do CP), nesses casos o delegado de polcia no dever instaurar o IP.

9) INDICIADO (QUESTO DE PROVA)Na fase do inqurito policial, aquele que tenha cometido a infrao penal, denomina-se tecnicamente de indiciado.Ru ou acusado somente na ao penal.

10) PROCEDIMENTOO inqurito policial ser realizado mediante a prtica dos atos constantes no art. 6 do CPP, que estabelece um procedimento para o IP. Caso o delegado no cumpra esses quesitos no haver problemas, uma vez que os vcios do IP no se alastram para a ao.OBS.: No caso de um homicdio o inciso IV no cabe, pois a autoridade policial no pode ouvir falecido.

11) INCOMUNICABILIDADE (ART. 21, CPP)O indiciado fica isolado para que s se comunique com a autoridade (conforme caput do art. 21 do CPP). O indiciado ficar preso por no mximo 3 dias, conforme nico, decretada pelo juiz*.* Reserva de jurisdio: somente o juiz pode decretar a incomunicabilidade.

No se estende a incomunicabilidade para: o delegado do caso, juiz, MP e o advogado.* Corrigir o texto do art. 21, do CPP na ltima parte: onde costa o art. 89...., substituir por: Art. 7, III, da LEI 8906/94 (ESTATUTO DA OAB - VIGENTE).

Sobre a questo da constitucionalidade do art. 21, do CPP, dois entendimentos se colocam: 1 Entendimento (Mirabete e Tourinho): O art. 21 do CPP inconstitucional, pois o mesmo fere o art. 136, 3, IV da CF.2 Entendimento (Damsio e Capez): O art. 21 do CPP constitucional, pois o art. 136 da CF se refere somente a presos polticos.* Conforme entendimento majoritrio, o art. 21 do CPP inconstitucional, o que determina a sua no aplicabilidade na prtica, pois nesta situao existe uma medida mais eficaz, denominada de priso temporria.

Aula 20.03.201412) ENCERRAMENTO

O RELATRIO a ltima pea do IP que o delegado elabora, sendo a mais importante, com um resumo de tudo que ocorreu no IP, levantando as provas da autoria e materialidade. O fundamento legal da pea Relatrio o 1, art. 10 do CPP. O delegado encaminha ento os autos ao juiz competente.No Relatrio o delegado deve ter uma postura neutra, imparcial, sem fazer juzo de valor sobre o indiciado ou sobre a vtima.Se o delegado iniciar o inqurito pelo art. 155, do CP, mas no andamento verificar que houve roubo art. 157, caput do CP deve publicar uma Portaria e alterar os dados, uma vez que possui discricionariedade para tanto.

Mesmo que a classificao legal do crime tenha se dado por uma certa infrao, nada impede que antes do encerramento do IP, o delegado altere aquela classificao, inclusive baixando uma portaria neste sentido, antes de relatar o IP.

Correo de erro na classificao > Emendatio Libelli > s na ao penalCorreo de erro de fato que modifica a tipificao do crime > Mutatio LibelliA mutatio libelli s poder ser reconhecida no curso da ao penal aps a produo de provas.

O PRAZO (QUESTO DE PROVA)

Conforme a regra do art. 10, caput do CPP. O inqurito policial dever ser concludo no prazo de 10 dias se o indiciado estiver preso (priso provisria), ou 30 dias se o indiciado estiver solto.

Qual a pea que deu incio ? auto de priso em flagrante. Qual a pea final ? relatrio.Quando inicia o prazo ? Quando termina ?

A respeito da contagem de prazo, do art. 10 do CPP, pode-se elencar 3 entendimentos:1 (Mongenout e Capez): O prazo do art. 10 do CPP contado pela regra do direito processual (1, art. 798 do CPP)Redao sugerida ao 1 do art. 798: ocorrido o fato hoje, o prazo inicia amanh.

Ex.: A foi preso hoje (20.03.14)Qual o prazo para o delegado concluir o inqurito ? 10 dias.Dia inicial (dies a quo) = 21.03.14. (tanto o dia a quo quanto o dia a quem devem ser dias teis, seno prorroga).Dia final (dies a quem) = 30.03.14 (mas como no dia til, vai para): 31.03.14.Se o ru estiver solto > dia final ser : 22.04.14.

2 Entendimento (Nucci e Paulo Rangel): O prazo do art. 10 do CPP, contado pela regra do direito material (art. 10 do CP) > prazo material.Redao sugerida para o Art. 10 do CP: ocorreu o fato hoje, o prazo comea hoje.Ex.: A foi preso hoje (20.03.14)Dia inicial (dies a quo) = 20.03.14Dia final (dies a quem) = 29.03.14

3 Entendimento (Tourinho e STF): O prazo do artigo 10 do CPP ser contado da seguinte forma: a) se o indiciado estiver preso, a contagem se dar pela regra do Direito Material (art. 10 do CP). b) Se o indiciado estiver solto o prazo ser contado pela regra do direito processual (1 art. 798).

* Para esta matria e para a prova seguiremos ao 3 entendimento.

Algumas leis especiais estabelecem prazos diversos para a concluso do IP, como por exemplo, o art. 51 da Lei 11.343/2006.Art. 51. O inqurito policial ser concludo no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.Pargrafo nico. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministrio Pblico, mediante pedido justificado da autoridade de polcia judiciria.

J o art. 48, 1 desta mesma lei remete aos Juizados Especiais (Lei 9099/95), os casos previstos no art. 28, relacionados ao usurio da droga, neste caso no IP mas termo circunstanciado.

Outras Leis que estabelecem prazos diversos:Ex.: Lei 1521/51, art. 10, 1 - Lei dos Crimes contra a Economia Popular.Ex.: Lei 5010/66, art. 66, - Lei que regulamenta a Polcia Federal - Determina que nos crimes federais estando o indiciado preso, o prazo ser de 15 dias para concluir o IP. Quanto ao indiciado solto se aplica a regra geral (30 dias).

Aula 26.03.201413) ARQUIVAMENTO DO INQURITO POLICIALPelo art. 17 no pode ser arquivado diretamente pelo delegado. O arquivamento s pelo juiz aps solicitao do MP.Pode ocorrer que o Juiz discorde do pedido de arquivamento do IP feito pelo Ministrio Pblico; neste caso o juiz determinar o envio do IP para o procurador geral de justia (estadual ou federal), sendo que, neste caso ocorrero as seguintes situaes, nos termos do art. 28, CPP:a) Se o juiz discordar do MP e o procurador-geral assim entender, este poder ofertar denncia;b) Se o juiz discordar do MP e o procurador-geral assim entender, este poder designar um outro promotor afim de oferecer a denncia;c) Se o procurador-geral de justia concordar com o MP, determinar ao juiz o arquivamento do IP.

DICA DE PROVA: ESTE ART. 28 QUESTO RECORRENTE NA OAB.

O pedido de arquivamento do IP feito pelo MP sempre dever ser expresso.No permitido no Brasil pedido de arquivamento implcito, tcito ou indireto (omisso de um indiciado no IP).

entendimento majoritrio de que no se pode realizar o arquivamento implcito do IP, que nada mais que do que a omisso propositalmente feita pelo MP sobre um ou alguns autores do crime, bem como sobre um ou alguns crimes.

Art. 18, CPP: Depois de ordenado o arquivamento do inqurito pela autoridade judiciria, por falta de base para a denncia, a autoridade policial poder proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notcia.

Smula 524 do STF: Arquivado o inqurito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justia, no pode a ao penal ser iniciada, sem novas provas.

De acordo com a smula 524 do STF e art. 18, CPP, s poder ser reaberta a investigao ou at mesmo intentada uma nova ao se novas provas surgirem, em homenagem a clusula denominada de Rebus Sic Stantibus*.* Necessidade de revisar conforme o estado ou situao.Obs.: Caso o arquivamento do IP tenha se dado por uma causa extintiva da punibilidade, como por exemplo a prescrio (art. 107, CP) ou por uma conduta atpica, existir coisa julgada material, sendo impossvel um novo IP ainda que existam novas provas (de acordo com jurisprudncia firmada pelo STF, nos idos de 2009 a 2010).

12. AO PENAL

1) VIDE CONDIES DA AO Legitimidade; Interesse de Agir; Possibilidade Jurdica do Pedido; + JUSTA CAUSA.

A justa causa nada mais do que a existncia de prova sobre o crime e de indcios de autoria ou participao.Observao: Tambm existe algumas condies especiais da ao penal, denominadas de condies de procedibilidade (alguns autores chamam de perseguibilidade). Ex.: Representao e requisio.Existem tambm as denominadas condies de punibilidade.OBS.: Escusa absolutria (condio de no-punibilidade) > art. 181, CP > ver tambm ressalvas do art. 183 do CP.

2) CONCEITO DE AO PENAL A ao penal o direito de pedir ao Estado Juiz a aplicao do direito penal objetivo.: Magalhes Noronha.

3) NORMAS MISTASAo Penal possui normas mistas (vide aula de aplicao da norma processual), normas heterotpicas ou eclticas.

4) CLASSIFICAO DA AO PENALA ao penal pode ser dividida em ao penal pblica (quem promove o Estado por meio do MP) e ao penal privada (quem promove a vtima ou seu representante legal).

* PBLICA (exclusividade do MP)AO PENAL* PRIVADA (QUERELANTE)* POPULAR (? entendimento isolado)

Existe um entendimento defendido pela autora Ada Pelegrini Grinover (teoria geral do processo), de que o art. 14 da Lei 1079/50 consagra no Brasil a denominada Ao Penal Popular, que seria aquela ao onde qualquer pessoa do povo poder promover a mesma. Todavia, conforme entendimento majoritrio o artigo 14 da lei 1079/50 nada mais do que uma Notitia Criminis.

Aula 02.04.201412.1. AO PENAL PBLICA

I - INCONDICIONADAO MP no necessita de nenhuma autorizao para agir de ofcio. a regra geral.Por fora do artigo 100 do CP, a regra geral a de que toda ao penal ser pblica incondicionada, sendo que por isso o legislador em cada tipo penal no falar nada sobre a ao penal. Quem promove esta ao sempre o MP, vide art. 129, I, da CF.

I.1) PRINCPIOS DA AO PENAL PBLICA INCONDICIONADA

a) Princpio da oficialidade: somente um orgo oficial por fazer a ao pblica, o MP. No entendimento majoritrio o MP pertence ao poder executivo.

b) Princpio da obrigatoriedade: O MP obrigado a fazer a ao penal, desde que exista justa causa (condies gerais da ao + justa causa > prova da materialidade e tambm indcios de autoria ou participao).

c) Princpio da indisponibilidade: Uma vez instaurada a ao penal, o MP no poder desistir (art. 42 do CPP).

d) Princpio da divisibilidade: Por este princpio, o MP poder fracionar a ao penal, inclusive denunciando alguns dos autores do crime, uma vez desconhecidos os outros. Observao: esse desconhecimento no poder ser voluntrio por parte do MP, pois se assim for, ocorrer o denominado arquivamento implcito do inqurito, o que vedado no Brasil.Arquivamento implcito ou tcito do IP (quando o MP omite a denncia quanto a um dos autores- Proibido).Ex.: Caso da briga geral no estdio. Mais de 1000 fazem parte no crime. O MP poder dividir o processo em grupos de acusados (ex.: de 40 em 40).Observao geral da A.P.P.Incondicionada: Se houver elementos de prova, o inqurito policial pode ser dispensvel (art. 27, CPP).

II - CONDICIONADAA ao penal pblica condicionada aquela que ser promovida pelo MP desde que este possua uma autorizao para agir. A ao penal ser pblica ser condicionada quando o legislador assim expressar.

A) CONDICIONADA REPRESENTAOA representao uma autorizao concedida ao MP por vontade da vtima do crime ou de seu representante legal.CCADI - CONJUG, COMPANHEIRO, ASCENDENTE, DESCENDENTE OU IRMO (ART. 24, 1, CPP).

EX: Crime de ameaa, art. 147, CP. Vtima (17 anos e 10 meses) quer representar, mas CCADI no quer. Hoje no pode, mas aps atingir a maioridade, a vtima poder representar desde que ainda reste o prazo de 6 meses do crime.Sntese: questo interessante surge quando o direito de representao tanto poder ser exercido pela vtima quanto pelo seu representante legal. Neste caso, duas hipteses podero acontecer:1 hiptese: se a vtima j possuir 18 anos na data do crime no h que se falar em representante legal. O art. 34, do CPP est implicitamente revogado pela publicao do CC/2002. Antes a maioridade vinha aos 21 anos mas agora com 18 anos.2 hiptese: se a vtima for menor de 18 anos na data do crime, a representao ser direito do seu representante legal, todavia se a vtima completar a maioridade antes de esgotar o prazo da representao a mesma readquire de pleno direito esta.

* Arts 34, 38 ...do CPP onde se l queixa, se aplica tambm a representao.

Art. 5, CPP 3 - Delatio Criminis 4 - Delatio Criminis Postulatoris - como se chama a representao feita na fase do inqurito policial.

Prazo para representao:Art. 38 do CPP: Salvo disposio em contrrio, o ofendido, ou seu representante legal, decair no direito de queixa ou de representao, se no o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem o autor do crime, ou, no caso do artigo 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denncia.

Art. 103. do CP: Salvo disposio expressa em contrrio, o ofendido decai do direito de queixa ou de representao se no o exerce dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que veio a saber quem o autor do crime, ou, no caso do 3o do artigo 100 deste Cdigo, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denncia.

Nestes casos, como so normas mistas, o prazo vai contar pela regra do direito material. O incio da contagem comea no dia do crime.

Aula 03.04.2014

RETRATAO

Conforme artigo 25 do CPP e 102 do CP (norma mista que favorece ao ru) a representao poder ser retratada, isto retirar-se uma representao que foi feita. Todavia, essa retratao possui um limite para ocorrer, que at antes do Ministrio Pblico oferecer denncia. Retratao da retratao nada mais do que refazer uma representao (representa, tira, representa novamente).Observao: Com base na clusula rebus sic stantibus o autor pode tirar a representao e colocar novamente at o oferecimento da denncia pelo MP (prazo para retirar a representao at 6 meses do fato).

entendimento majoritrio de que a representao ofertada pela vtima ou seu representante legal no possui fora obrigatria quanto ao oferecimento da denncia por parte do MP. Neste caso deve-se aplicar o princpio da obrigatoriedade vinculado justa causa para a ao penal.

Observao: Para se saber se o crime possui ao penal pblica condicionada, tanto dever ser consultado o Cdigo Penal, como em leis especiais. (ver lei 9503 CTB art. 29 e arts. 291, 1 (ao penal pblica condicionada a representao, no cita que mas remete a outros artigos que so, se estiver embriagado ser Ao Penal Pblica Incondicionada e os outros termos dos incisos do art. 291 (I,II, III)) 302 e 303 no precisa ser em via pblica, artigo do crime de ameaa e leso no CP).

O CTB s prev crimes culposos e no dolosos os quais so declarados no CP. Ex. um acidente de trnsito em que o motorista atropele uma pessoa, se for intencional ser aplicado o CP, caso o contrrio se for culposo cabe o CTB.Explicao do professor: Questo muito discutida a referente ao penal do crime de leso corporal culposa na direo de veculo automotor (art. 303 do CTB) . Sendo assim o legislador definiu essa discusso ao criar o pragrafo 1 do art. 291 do CTB, sendo que aqui duas hipteses podero ocorrer:Se o crime praticado for uma leso corporal culposa a ao penal ser pblica condicionada representao (aplica-se a regra do CTB);Se o crime for uma leso corporal culposa e o sujeito ativo do crime estiver embriagado ou disputando racha ou velocidade superior a 50 km para a via, a ao penal ser pblica incondicionada.

CRIME CONTRA A HONRA DE FUNCIONRIO PBLICO

O STF entendeu que existe uma diferena entre crime contra honra de funcionrio pblico e desacato, sendo assim:

Crime contra honra de funcionrio pblico ocorrer quando a ofensa se verificar sem a presena do funcionrio (VER SMULA 714 DO STF = Por fora dessa smula a ao penal tanto poder ser privada como pblica condicionada representao, nesse caso qual ao for ingressada primeiro a que ser vlida).

Desacato ocorrer quando a ofensa ao funcionrio for praticada na sua presena (AO PENAL PBLICA INCONDICIONADA)

B) CONDICIONADA REQUISIO

A requisio uma autorizao concedida ao MP para que este proponha a ao penal. Essa autorizao ser de exclusividade do MINISTRO DA JUSTIA, ou seja, o Ministro quem autoriza o MP (caso em que a vtima Presidente ou CHEFE DE GOVERNO ESTRANGEIRO, art. 145, pag. nico do CP).

Fundamenta-se que o objetivo de uma requisio garantir o reconhecimento ao respeito de uma funo pblica importante para o Estado sendo que por isso a deciso em levar a persecuo criminal da infrao no ficar a cargo da vtima ou de seu representante legal, mas sim do Ministro da Justia.

Lei de Segurana Nacional 7170/83 (art. 26): So crimes contra a Segurana Nacional, caluniar ou difamar contra Presidente da Repblica, Presidente do Senado, da Cmara e do STF.(nestes casos a ao ser ao penal pblica incondicionada, no caso dos crimes contra a honra cabe o disposto no art. 145 ao penal condicionada requisio)

Observao 1: No relativo aos crimes contra a honra praticados em face do Presidente da Repblica, a ao penal poder ser :Ao penal pblica incondicionada se os crimes forem de calnia ou difamao (p. nico, art. 30 , lei 7170/83).Ao penal pblica condicionada requisio se o crime praticado for de injria (contra honra) conforme p. nico do art. 145 do CP.* Nas duas hipteses acima referidas a autoridade mencionada vtima do crime e no autor.

Observao2: No relativo a crime contra honra de parlamentares, a ao penal poder ser :Ao penal pblica incondicionada se ocorrer os crimes de calnia ou difamao, desde que sejam presidente da Cmara ou do Senado (pag. nico do art. 30 da Lei 7170/83)Caso o crime seja de injria, calnia ou difamao e os parlamentares no sejam presidentes, a ao penal ser privado ou pblica condicionada a representao (CONFORME SMULA 714 DO STF, por serem funcionrios pblicos em sentido amplo).

Observao 3: Tratando-se de crime contra honra em face de Ministro do STF , a ao penal poder ser: Ao penal pblica incondicionada se os crimes praticados forem de calnia ou difamao, desde que o Ministro seja o Presidente (pag. nico art. 30 da Lei 7170/83).Caso o crime seja de injria e o Ministro do STF no seja presidente, ao penal ser privada ou pblica condicionada a representao (CONFORME SMULA 714 DO STF, por serem funcionrios pblicos em sentido amplo).

OBSERVAES GERAIS: 1. Se as autoridades referidas no art. 26 da lei 7170/83 forem autoras de crime contra a honra, no importa se esto na presidncia, pois a ao penal sempre ser privada. 2. As referidas autoridades do art. 26 da lei 7170/83, para efeitos penais, so considerados funcionrios pblicos sendo que por isso podero ser vtimas do crime de desacato, sendo que neste caso a ao penal ser pblica incondicionada. 3. Conforme entendimento majoritrio no se aplica requisio o prazo de 6 meses sob de decadncia. Neste caso a requisio estar vinculada ao prazo prescricional do crime, uma vez que se extingue a punibilidade.4. Tambm entendimento majoritrio de que a requisio uma vez ofertada ser considerada irretratvel.5. A requisio no obriga, diretamente, ao Ministrio Pblico ingressar com ao penal, pois neste caso deve-se respeitar a justa causa para a ao penal.

12.2. AO PENAL PRIVADA

A) REGRAS GERAISA ao penal privada aquela que ser promovida no interesse da vtima (querelante) ou de seu representante legal quando da ocorrncia de um crime. Em outras palavras na ao penal privada o jus perseguendi transferido para a parte interessada. A lei expressar que ao ser por queixa, para ingressar com a privada. Ex: crimes contra a honra (ex. art. 145 do CP), calnia, difamao e injria; Art. 167 do CP = dano. Observao do professor: Muito embora a ao penal seja privada o jus puniendi sempre ser pblico.

B) ESPCIES- Subsidiria (substitutiva/supletiva):- Exclusiva ( principal):

Observao do professor: Existe um entendimento de que no Brasil possvel a ao penal privada personalssima, em que somente a vtima poder ofert-la no sendo possvel a representao legal dela. Exemplo disso o art. 236 do CP.

C) PRINCPIOS DA AO PENAL PRIVADA

c.1) Princpio da oportunidade (contrrio da obrigatoriedade): segundo este o querelante possui a faculdade de propor ou no a ao penal.c.2) Princpio da disponibilidade: uma vez instaurada a ao o querelante pode desistir , inclusive ocorrendo as possibilidades do perdo, da renncia e da perempo (ver art. 60 do CPP), assim ter extino da punibilidade.

Aula 09.04.2014c.3) Princpio da indivisibilidade: segundo este princpio, a ao penal privada no poder ser fracionada, sendo que por isso todos os querelados devero ser acusados (arts. 48 e 49 do CPP e art.104 do CP).Por fora do artigo 148 do CPP, o MP velar pela indivisibilidade da ao penal privada sendo que por isso se houver uma renncia tcita ao direito de queixa ( art. 104 do CP ) o MP dever requerer a extino da punibilidade de todos.* O MP o Custos Legis > fiscal da lei.

c.4) Princpio da intranscendncia ou da personalidade da pena: segundo este princpio, a ao penal privada somente poder ser proposta contra aquele que efetivamente tenha praticado a infrao penal (a pena no pode passar da pessoa do condenado).ESPCIES DA AO PENAL PRIVADA(EXCLUSIVA, SUBSIDIRIA E PERSONALSSIMA)

AO PENAL PRIVADA EXCLUSIVA, PROPRIAMENTE DITA OU PRINCIPAL So os casos em que o legislador indica no ser a subsidiria porque ele indica proceder mediante queixa.

AO PENAL PRIVADA SUBSIDIRIA, SUPLETIVA OU SUBSTITUTIVA aquela promovida para suprir a inexistncia de uma ao penal pblica (Art. 5, LIX da CF)LIX ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal;Qual o prazo do MP para denncia ? Ver art. 46 do CPP.DICA DE PROVA - EXCEES A REGRA GERAL DO ART. 46 DO CPP.

O artigo 46 do CPP, estabelece a regra geral da contagem do prazo para oferecimento da denncia, sob pena de se promover uma ao privada subsidiria.* O prazoTodavia, na legislao especial existem prazos diversos para oferecimento da denncia, quais sejam, art. 357 da lei 4737/65 (Cdigo Eleitoral) (10 dias para ofertar denncia).Ex2: Art. 10 2 da Lei 1521/51 (DICA DA PROVA) (prazo 2 dias)Ex3: art 54, III, Lei 11343/2006 (10 dias, preso ou solto).OBS.: A LEI 12961/2014 alterou a LEI 11343/2006 (mudou a destinao das drogas apreendidas) outra LEI 12964 ?/2014 alterou o ECA.Ex.4 - LEi 4898/65 art. 13 - Lei do Abuso de Autoridade - Prazo de 48 horas para o MP apresentar denncia.

Aula 10.04.2014Exerccio em sala

Aula 16.04.2014

AO PENAL NOS CRIMES RELACIONADOS VIOLNCIA DOMSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Lei 11.340/2006 - Lei Maria da Penha - Estabelece medidas protetivas a favor da mulher e membros da famlia.Art. 7 - Formas de violncia domstica e familiar contra a mulher.DICA DE PROVA - PROVA NO REPETVEL

Art. 41. Aos crimes praticados com violncia domstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, no se aplica a Lei n 9.099, de 26 de setembro de 1995.O STF, por unanimidade de votos, julgou procedente a ADECON n 19, para declarar a constitucionalidade deste artigo (DOU de 17-2-2012).Lei no 9.099, de 26-9-1995 (Lei dos Juizados Especiais).

Escusas absolutrias (art. 181, CP) - se for s o roubo (sem violncia) no responde !!! Se o roubo vier com violncia

Cdigo PenalArt. 129 - Leso Corporal9 - Leso corporal leve contra a mulher

Lei 9099/95 (art. 88)Art. 88. Alm das hipteses do Cdigo Penal e da legislao especial, depender de representao a ao penal relativa aos crimes de leses corporais leves e leses culposas.

Porm, segundo o STF na ADIN n 4424/2012, entendeu que no crime de leso corporal leve qualificada pela violncia domstica e familiar contra a mulher (art. 129, 9 do CP) a ao penal ser pblica, incondicionada.

No crime da ameaa em relao a mulher a ao penal ser pblica condicionada a representao, idem no estupro.

AO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

Ao penalArt. 225. Nos crimes definidos nos Captulos I e II deste Ttulo, procedese mediante ao penal pblica condicionada representao.Art. 129, I, da CF.Art. 100, 1o, deste Cdigo.Arts. 24 e 39 do CPP.Pargrafo nico. Procedese, entretanto, mediante ao penal pblica incondicionada se a vtima menor de 18(dezoito) anos ou pessoa vulnervel.

Nos crimes constantes dos arts. 213 a 218-B do Cdigo Penal, possuem ao penal pblica condicionada representao.Caso os crimes dos artigos 213 a 218-B possuam como vtima menores de 18 anos ou pessoas vulnerveis, a ao penal ser pblica incondicionada.SMULA 608 DO STF608. No crime de estupro, praticado mediante violncia real, a ao penal pblica incondicionada.

entendimento majoriatrio (Damsio, Capez, Mirabete, Luis Flvio Gomes...) de que o art. 225 do CP com redao dada pela lei 12015/2009, fez com que a smula 608 do STF fosse superada.

Desta forma, o art. 225, CP se sobrepe a smula 608 do STF.

DENNCIA E QUEIXAART. 41 DO CPP.

O artigo 41 do CPP estabelece os requisitos da denncia (A.P.Pblica) ou da queixa (A.P.Privada), quais sejam: 1) Exposio do fato criminoso com todas as suas circunstncias;2) Identificar o acusado com todos os sinais que lhe sejam caractersticos;3) Classificao do crime, isto , a indicao do tipo penal ( em que pese o juiz possa condenar por outro crime ).Emendatio libeli art. 383 do CPP;Mutatio libeli art. 384, CPP.4) O Rol das testemunhas, quando necessrio.

Aula 17.04.2014AO CIVIL EX-DELITO

1) CONSIDERAES GERAIS a responsabilidade do criminosos pelos danos provocados pelo crime.Por fora do art. 91, inciso I do CP a condenao definitiva por um crime torna certa a obrigao de indenizar.Afim de regulamentar a reparao dos danos causados o cdigo civil, dos artigos 948 a 954 estabelece parmetros para a indenizao.Arts. 63 a 68 do CPPArt 91, I do CPArts. 948 e ss do CC.Art. 387, IV, CPP.Em razo do disposto dos artigos 63, nico e 387, IV ambos do CPP, o juiz criminal tem o dever de fixar os valores mnimos de indenizao, quando da sentena penal condenatria.

Por fora do artigo 64 do CPP, nada impede que a vtima ou seu representante legal promovam uma ao civil antes do trnsito em julgado de uma ao penal, todavia, neste caso, o processo civil poder ser suspenso, at que o processo penal seja julgado.

COISA JULGADA PENAL

Art. 65 do CPP.Por fora do artigo 65 do CPP, caso o agente criminoso seja absolvido no processo penal por uma excludente de ilicitude real (defesa que teve que ser feita art. 23 do CP), o acusado no ter o dever de indenizar a vtima, pois a sua absolvio no processo penal faz coisa julgada no processo civil.Obs.: entendimento majoritrio de que qualquer outro tipo de absolvio criminal que no por excludente de ilicitude real (por exemplo: absolver por in dbio pro ru; absolver por conduta atpica; absolver por falta de prova da autoria;...), no faz coisa julgada no processo civil.

Por fora do artigo 66 do CPP, se o acusado do processo penal for absolvido em razo do reconhecimento da inexistncia do fato criminoso, esta absolvio far coisa julgada no processo civil.

Ver arts. 929 e 930 do CC.Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, no forem culpados do perigo, assistirlhesa direito indenizao do prejuzo que sofreram.Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este ter o autor do dano ao regressiva para haver a importncia que tiver ressarcido ao lesado.Pargrafo nico. A mesma ao competir contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).

Excepcionalmente nas hipteses dos artigos 929 e 930 do CC, haver a obrigao de indenizar no juzo cvel, mesmo que exista uma excludente de ilicitude, porm o prejuzo sofrido nestas hipteses ser de um terceiro, e no daquele envolvido na prtica da infrao penal.

DICA DE ESTUDO PARA A PROVA !!!!OBS: Quando voc presta uma Notitia Criminis este relato preenchido em um formulrio chamado Boletim de Ocorrncia. Tendo este relato, o delegado expede uma portaria para iniciar o IP.

Aula 7 e 8.05.2014DIREITO PROCESSUAL PENAL - 2 BIMESTRE

JURISDIO

1. REGRAS GERAISA jurisdio criminal aquela que procura solucionar a lide penal, isto , o conflito entre o ius puniendi e o ius libertatis. A jurisdio uma, isto , a funo estatal de dizer o direito ser exercida exclusivamente pelas autoridades competentes. A jurisdio compete, via de regra, ao poder judicirio, sendo assim exercendo sua funo tpica. De forma excepcional os poderes legislativo e executivo tambm podero ter jurisdio, tratando-se das denominadas funes atpicos dos poderes constitudos.

2. PRINCPIOS: Princpio do juiz natural; Princpio da investidura: segundo este princpio s possui jurisdio aquele que efetivamente tenha sido colocado no cargo especifico; Princpio da indeclinabilidade: segundo este princpio nenhum juiz poder se subtrair da funo jurisdicional; Princpio da inevitabilidade: segundo este princpio as partes no podero recusar o juiz que o Estado lhes deu. Este princpio poder ser afastado nas hipteses de suspeio, impedimento e incompetncia. Princpio da correlao ou relatividade: segundo este princpio obrigatoriamente deve existir uma correspondncia entre o pedido e a sentena; Sentena citra petita: o MP pede a condenao por tentativa de homicdio e o juiz condena por leso corporal; Sentena extra petita: aquela que julga fora daquilo que foi pleiteado, por exemplo, o MP pede a condenao por furto e o juiz condena por estrupo; Sentena ultra petita: aquela que vai alm do pedido, por exemplo, o MP pede a condenao pela contraveno penal de importunao ofensiva ao pudor (art. 61 da LCP), e o juiz condena por estrupo. Princpio da inrcia: segundo este princpio a jurisdio s existira se for provocada, at que o MP ou o querelante a provoque;

3. CARACTERISTICAS: A jurisdio ser desenvolvida por um rgo adequado diverso das partes do processo; A jurisdio marcada pela bilateralidade da audincia (contraditrio); A jurisdio se desenvolve por meio de um procedimento, isto , a mesma dever seguir um rito processual.

COMPETNCIA

1. CONSIDERAES INICIAISA competncia pode ser definida como um limite e a medida da jurisdio, isto , a delimitao do poder jurisdicional. As regras relacionadas competncia devero ser buscadas nas, por exemplo, na CF, CPP, leis especiais, Constituies Estaduais e CODJ (Cdigo de Organizao e Diviso Judiciaria).Existe uma diferena entre competncia relativa e absoluta; enquanto a competncia absoluta no poder ser prorrogada, a relativa poder ser prorrogada, se o juiz relativamente incompetente e a parte interessada no alegar ele passa a ser competente. A competncia relativa aquela que se refere ao territrio e todas as outras sero absolutas.

2. CRITRIOS DE FIXAO (art. 69 do CPP)O legislador a fim de delimitar a competncia estabeleceu no art. 69 do CPP os critrios fixadores desta competncia; sendo que por isso para se saber o juzo competente basta seguir a ordem cronolgica dos incisos constantes do art.69 (exemplo, conhecido o lugar da infrao este juzo ser o competente; no conhecido o lugar da infrao aplicando-se a ordem cronolgica dos incisos do art. 69 a competncia ser no local do domicilio ou residncia do ru; e assim sucessivamente).Tratando-se das figuras da conexo ou da continncia, ou at mesmo da prerrogativa de funo, aplicar-se- diretamente os incisos V ou VII do art. 69.

2.1. LUGAR DA INFRAO (ART. 69 INCISO I C/C 70 E 71 DO CPP)O lugar da infrao para uma primeira hiptese ser aquele em que a infrao venha a se consumar. Por fora do parag. I do art. 70 do CPP tratando-se de um crime que tenha se iniciado em territrio nacional e se consumado fora dele o juzo competente no Brasil para julga-lo ser aquele em que tenha se verificado o ltimo ato de execuo.

(COMPLEMENTO)Art. 70 2. Quando o ltimo ato de execuo for praticado fora do territrio nacional (CRIME TENTADO), ser competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. Por fora do parag. II do art. 70 o juzo competente tanto poder ser aquele em que o crime produziu o resultado ou deveria produzir tal resultado.Por fora do parag. III do art. 70 do CPP quando por incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdies ou existir duvida a respeito do local da consumao ou da tentativa o juzo competente ser o prevento.Nas hipteses de crimes permanentes ou continuados, ocorridos em territrios de varias comarcas (no mnimo 02) ou jurisdies, o juzo competente ser aquele que primeiro colocar conhecimento do fato (juzo prevento, art. 71 do CPP).Em razes das sumulas 521 do STF e 244 STJ, tratando-se do crime de estelionato mediante cheque sem fundos (art. 171, parag. II, VI CP) o juzo competente para julga-lo ser aquele em que o emitente possuir sua conta bancaria. Por exemplo, o sujeito A de posse de um talo de cheques prprio com conta bancaria na cidade de Manaus, dirige-se ao Estado do RS, e neste emite uma srie de cheques sem fundos, dolosamente. Neste caso o juzo competente ser a comarca de Manaus.Conforme a sumula 151 do STJ, tratando-se dos crimes de contrabando ou descaminho o juzo competente ser o juzo federal do local da apreenso dos bens e no do local da consumao.Conforme sumula 200 do STJ o crime de uso de passaporte falso ser da competncia da justia federal. O juzo federal competente para julgar o crime de uso de passaporte falso ser aquele do local da apresentao do passaporte, como por exemplo, aeroportos, apresentao de identificao etc.Em razo da sumula 206 do STJ proibida a criao de varas privativas alm do limite do territrio jurisdicional, sendo que por isso, se as varas privativas forem criadas em desacordo com essa regra, prevalecer competncia do lugar onde tenha ocorrido a infrao penal.

SE FOR JUZADO ESPECIAL SE APLICA OS DISPOSTO ABAIXO, CASO CONTRARIO O QUE FOI MINISTRADO ACIMA DESDE O ITEM 2.1:Tratando-se de infraes penais de menor potencial ofensivo competncia para julgamento ser do juzo do local da ao ou omisso, pois o legislador no art. 63 da lei 9.099/95 adotou a teoria da atividade (no sentido de conduta, ou seja, ao ou omisso). Para efeitos do art. 61 da lei 9.099/95 consideram-se infraes penais de menor potencial ofensivo: Todas as contravenes penas independentemente da pena mxima; Todos os crimes sejam do CP ou de leis especiais, que a pena mxima seja de at 02 anos.Para a teoria da atividade a competncia ser firmada no local em que o crime tenha se iniciado, pouco importando o local da consumao.

2.2. DOMICILIO OU RESIDNCIA DO RU (ART. 69 INCISO II C/C 72 E 73 DO CPP)Quando no se puder conhecer o lugar da infrao a competncia ser firmada pelo domicilio ou residncia do ru (tanto o local em que morar como o local em que trabalhar).

(COMPLEMENTO)Art. 73. Nos casos de exclusiva ao privada, o querelante poder preferir o foro de domiclio ou da residncia do ru (QUERELADO), ainda quando conhecido o lugar da infrao.

Nos casos de ao penal privada exclusiva, o juzo competente para julgamento ficara na dependncia da escolha do querelante entre o lugar da infrao e o domicilio ou residncia do querelado.

Aula 14.05.20142.3. NATUREZA DA INFRAO (ART. 69 INCISO III C/C 74 DO CPP)A competncia pela natureza da infrao leva em conta o tipo de crime praticado como, por exemplo, crimes estaduais sero de competncia da justia estadual; diante disso, uma vez estabelecida competncia o juiz no poder se eximir de julgar a infrao em face da natureza do delito. por conta disso que os crimes dolosos contra a vida sero da competncia do Tribunal do Jri, e nenhum juiz togado poder se opor a tal competncia.

Obs.: Ver lei 12971/14, alterou nesta ltima sexta (9.05.2014), trazendo mudanas: penas mais severas para alguns crimes.

Quanto ao crime de latrocnio, o STF emitiu a Smula 603, que diz que o latrocnio deve ser julgado pelo juiz singular. O que est por traz desta deciso o grande volume de latrocnios, face ao nmero de homicdios. Desta forma, no vai ao Jri. Ver tambm a Smula 610.

O pargrafo 2 do art. 74, do CPP, possui duas hipteses:1) Quando no juzo inicial o processo comear por um crime e no decorrer da instruo se concluir que o crime diverso do inicial, aquele primeiro julgador por no ter competncia em razo de jurisdio menos graduada, dever remeter os autos para o juiz competente (aquele de jurisdio mais graduada). Ex.: Homicdio culposo.2) Caso o juiz do processo inicial tenha uma jurisdio mais graduada, mesmo que o crime tenha se modificado, o mesmo continuar a ser competente para julgar, no precisando remeter o processo a outro julgador. Ex.: tentativa de homicdio vs leso corporal leve.

(COMPLEMENTO) 3. Se o juiz da pronncia desclassificar a infrao para outra atribuda competncia de juiz singular, observar-se- o disposto no art. 410 (NA VERDADE 419); mas, se a desclassificao for feita pelo prprio Tribunal do Jri, a seu presidente caber proferir a sentena (art. 492, 2.).Com o advento da Reforma Processual Penal em 2008, a remisso ao art. 410 deve ser feita ao art. 419.

O pargrafo 3 do artigo 74 refere-se especificamente aos crimes da competncia do tribunal do jri; neste caso, duas hipteses podero ocorrer:1) Se na primeira fase o juiz desclassificar o crime para um outro que no seja doloso contra a vida, o prprio julgador julgar o referido delito salvo se no for competente.2) Todavia, se a desclassificao ocorrer na terceira fase do tribunal do jri sempre o juiz presidente (juiz togado) sempre ser o competente para prolatar a sentena (questo de prova).

2.4. DISTRIBUIO (ART. 69 INCISO IV C/C 75 ambos do CPP)Existindo juzos igualmente competentes ser o competente aquele que receber a distribuio.(COMPLEMENTO)Art. 75. A precedncia da distribuio fixar a competncia quando, na mesma circunscrio judiciria, houver mais de um juiz igualmente competente.Pargrafo nico. A distribuio realizada para o efeito da concesso de fiana ou da decretao de priso preventiva ou de qualquer diligncia anterior denncia ou queixa prevenir a da ao penal.

Aula 21.05.20143. CONEXO E CONTINNCIA ( arts. 76 82, CPP)Via de regra, a conexo ocorre quando ocorrer concurso de crimes. E a continncia ocorre quando h concurso de pessoas.A finalidade do legislador regulamentar os institutos da conexo e continncia foi estabelecer a unidade de julgamento, isto , os vrios crimes ou as vrias pessoas serem julgadas no mesmo processo.

3.1. CABIMENTO DA CONEXO (art. 76, CPP)

1 Hiptese da conexo (inciso I)Ocorrer conexo quando 2 ou mais infraes houverem sido praticadas ao mesmo tempo por vrias pessoas reunidas. Ex.: torcedores em um estdio de futebol realizam depredao do mesmo. Neste caso no h concurso de pessoas.Ocorrer conexo quando duas ou mais infraes praticadas por vrias pessoas em concurso. Ex.: mesmo exemplo do item anterior, mas supondo que eles combinaram antes.Ocorrer conexo quando 2 ou mais infraes forem praticadas por vrias pessoas (umas contra as outras).

2 Hiptese da conexo (inciso II)Se divide em:2.1) Ocorrer conexo quando uma infrao for praticada para facilitar outra. Ex.: sujeito A agride a pessoa de B ( o pai) para sequestrar a pessoa de C (a filha). Esses dois crimes sero julgados no mesmo processo.2.2) Quando uma infrao for praticadas para ocultar outra. Ex.: A mata B e oculta o cadver.2.3) Ocorrer conexo quando uma infrao for praticada para conseguir impunidade de outra. Ex.: A espanca B que foi testemunha do crime de furto praticado por ato.2.4) Ocorrer conexo quando uma infrao foi praticada para conseguir vantagem em relao outra.Ex.: A e B realizam o crime de furto; o sujeito A para ficar com todo o proveito do crime de furto (a vantagem, a coisa furtada) da uma surra em B.

3 Hiptese da conexo (inciso III)Ocorrer conexo quando a prova de um crime influenciar na prova de outro. Exemplo: furto e receptao sero julgados no mesmo processo;

3.2. CABIMENTO DA CONTINNCIA (art. 77, CPP)

1 Hiptese da continncia (inciso I)Duas ou mais pessoas cometam uma nica infrao.

2 Hiptese da continncia (inciso II)No caso de infrao cometida nas condies previstas nos arts. 70, 73 e 74 do CP.Art. 70 - Concurso FormalArt. 73 - Erro na execuoArt. 74 - Resultado diverso do pretendidoOs trs artigos acima retratam o concurso de crimes. Na prova ir citar (concurso formal, erro na execuo...)

INCISO IPela competncia da infrao que leva ao tribunal do juri (crime doloso contra a vida).

INCISO II alnea aPelo do local onde houve o da infrao mais grave.Observar: a Smula 122 STJConforme a smula 122 do STJ, caso exista conexo entre o crime federal e um crime estadual no importar qual dos delitos possui a pena mais grave, pois todos sero julgados pela justia federal.Crimes Federais > art. 109 da CF.INCISO II alnea bPelo local do maior nmero de infraes se todas da mesma gravidade.INCISO II alnea cPenas e nmero de infraes iguais > juzo prevento.

INCISO IIIPrevalecer a instncia de maior graduao em relao a instncia de menor graduao. Por exemplo, caso exista um concurso de pessoas onde um dos acusados responda na instncia superior e os outros em instncia inferior, todos sero julgados na instncia superior. Smula 704, STF

INCISO IVPrevalecer a instncia especial sobre a comum. Na hiptese do inciso IV do artigo 78 s prevalecer a Justia Eleitoral, uma vez que na Justia do Trabalho no se julgam crimes e existindo crimes militares, no ocorrer conexo ou continncia.

3.3. SEPARAO DE PROCESSOS (ART. 79, CPP)

ART 79, I, CPP: Se o militar ao mesmo tempo cometer um crime comum e um crime militar, ele sofrer obrigatoriamente dois processos em separado.

Observao: Se cometer um crime doloso contra a vida de um civil responder por um crime no tribunal do jri.Em razo do pargrafo IV do art. 125 da CF, caso o militar cometa um crime doloso contra a vida e a vtima seja um civil, este militar ser julgado exclusivamente pelo Tribunal do Jri; se a vtima for um militar, aquele ser julgado pela prpria justia militar.

ART 79, II, CPP - Concurso de maiores com menores > separam-se os processosEm razo, do disposto no inciso II do art. 79, ser obrigatria a separao de processos se ocorrer infraes penais praticadas ao mesmo tempo por maiores e menores de idade.

* OBSERVAO: caso do art. 79 a separao obrigatria. J no art. 80 a separao facultativa

Aula 22.05.2014Em razo do disposto no artigo 81, caput do CPP, caso aquele crime que tenha sido o responsvel pela atrao do julgamento de outras infraes penais, venha a ser absolvido ou desclassificado pelo juiz, em tese competente, mesmo assim todas as infraes penais que foram arrastadas para este juzo continuaro a serem julgadas por este.J no caso em que o processo foi atrado inicialmente competncia do tribunal do Jri, por conexo ou continncia e havendo a desclassificao, o juiz remeter o processo ao juzo competente (art. 81, p. nico, CPP).

Smula 235 STJ e Art. 82, CPP: Apesar do legislador ter se utilizado da expresso sentena definitiva, entendimento da smula 235 do STJ, que o juiz competente s poder avocar o processo que corra perante o outro juzo antes de ocorrer uma sentena de primeiro grau.

3.4. COMPETNCIA EM RAZO DA PREVENO (Art. 69, VI c/c art. 83 CPP)Exemplos de atos que geram a preveno: Comunicao da priso em flagrante, decretao de priso preventiva ou temporria, autorizao de busca domiciliar.

PRERROGATIVA DE FUNO (ART. 69, VII C/C ART. 84 A 87 CPP)O foro privilegiado uma imunidade concedida a certas pessoas, em razo da funo que ocupam, de serem julgadas em rgos jurisdicionais diversos das demais pessoas.

Observao: A smula 721 do STF possui duas regras, quais sejam:1: se o acusado possuir foro privilegiado por determinao da Constituio Federal e vier a cometer um crime doloso contra a vida, o mesmo no ser julgado pelo tribunal do Jri, e sim pelo foro privilegiado.2: Se o acusado possuir foro privilegiado por determinao de qualquer lei que no a CF (por exemplo: CPP, leis ordinrias, CEs, CODJs...) e vier a cometer um crime doloso contra a vida, o mesmo ser julgado pelo tribunal do Jri e no pelo foro privilegiado.

Os pargrafos 1 e 2 do artigo 84 foram declarados inconstitucionais pelo STF no ano de 2005; sendo assim a doutrina e a jurisprudncia majoritria entendem que:1) se o mandato terminou e ainda no foi julgado o crime, inexiste foro privilegiado.2) desde a expedio do diploma aquele poltico passar a ter foro privilegiado.

Obs.: No que se refere ao prefeito, a respeito de seu julgamento podero ocorrer as seguintes hipteses:1) se o prefeito cometer um crime comum estadual ser julgado pelo TJ (art. 29, inciso X da CF) e smula 702 do STF. 2) se o prefeito cometer um crime comum federal, ser julgado pelo TRF (smula 702 do STF). 3) se o prefeito cometer um crime eleitoral, ser julgado pelo TRE. 4) se o prefeito cometer um crime de responsabilidade (art. 4, DecLei 201/67), ser julgado pela Cmara Municipal de Vereadores. 5) Se o prefeito realizar um ato de improbidade administrativa (lei 8429/1992), responder perante uma vara cvel.

Aula 28.05.2014QUESTES PREJUDICIAIS (Arts. 92 a 94 do CPP)Questes prejudiciais so aquelas que devem ser avaliadas pelo juiz com valorao penal ou extrapenal e devem ser decididas antes do mrito da ao principal. Elas funcionam como elementar da infrao penal.

Exemplo: Art. 235, do CP contrair algum, sendo casado, novo casamento. A questo prejudicial em relao ao casamento (sendo casado) est inserida dentro do tipo penal. Se est inserida dentro do tipo, temos uma elementar da infrao penal. Por isso, prevalece na doutrina que a natureza jurdica da questo prejudicial de elementar da infrao penal.

Dentre as vrias classificaes a respeito das questes prejudiciais, podem-se dividi-las em duas espcies: Questes prejudiciais obrigatrias (art. 92, CPP) - o curso da ao penal fica suspenso at que a controvrsia seja dirimida.; Questes prejudiciais facultativas (art. 93, CPP). - o curso da ao penal fica suspenso temporariamente.

EXCEES (Art. 95 a 111 CPP)

EXCEO DE SUSPEIOSo as seguintes as pessoas que podero ser consideradas suspeitas, no processo penal:1) Juiz (art. 98, CPP e 254 CPP);2) MP (art. 104, CPP);3) Jurados (art. 106, CPP). Suspeio de Jurado: possvel se for motivada (houver motivo). Existe tambm a escusa peremptria, que a escusa imotivada, que direito da parte, limitada at 3 jurados (art. 468, caput, CPP);4) Servidores da Justia (art. 105, CPP);5) Delegado, somente se ele se declarar, de ofcio, como suspeito (art. 106, CP). Obs.: Ningum pode arguir no processo a suspeio do delegado.

EXCEO DE INCOMPETNCIATanto poder ser arguida a exceo de incompetncia absoluta como relativa. A relativa a em funo do territrio. Se no for arguida a incompetncia relativa ocorrer a prorrogao; j a incompetncia absoluta poder ser arguida a qualquer momento, inclusive por meio de simples petio.A relativa dever ser arguida no prazo para apresentar a defesa.Art. 108, CPP > vide art. 396-A, 1

EXCEO DE LITISPENDNCIA (art. 110, CPP)Poder ser arguida a qualquer momento inclusive por simples petio nos autos principais. entendimento majoritrio de que no processo penal, aplica-se subsidiariamente o artigo 219 do CPC, que determina a citao vlida como marco inicial da litispendncia.

EXCEO ILEGITIMIDADEReferida exceo privativa da defesa do acusado.

EXCEO DE COISA JULGADAIdem da litispendncia.

OBSERVAO:Suspeio e Incompetncia relativa tem que ser em autos apartados.Litispendncia, coisa julgada e incompetncia absoluta podem ser nos prprios autos do processo.

PROCESSOS INCIDENTESO legislador, nos artigos 118 a 154 do CPP estabeleceu as figuras dos processos incidentes, que so questes processadas em separado do processo principal.

INCIDENTE DE RESTITUIO DE COISAS APREENDIDAS (ARTS 118 A 124 DO CPP)Caso, no existam dvidas a cerca da propriedade ou posse da coisa apreendida, e esta seja lcita, ser devolvida ao interessado por termo nos autos (auto de entrega); referida entrega se dar por meio do delegado, se for na fase do IP ou por meio do Juiz em outras situaes.

Caso exista dvida a respeito da coisa, a restituio obrigatoriamente ocorrer atravs de um processo incidental, separado dos autos principais. Neste caso, somente o Juiz poder decidir.Art. 119 > art. 91 CP.

INCIDENTE DE MEDIDAS ASSECURATRIAS (ARTS 125 A 144-A DO CPP)O incidente denominado de medidas assecuratrias tem por finalidade acautelar um eventual processo penal, no sentido de que sejam preservadas algumas situaes que possam estar vinculadas a infrao penal, como por exemplo o ressarcimento de um dano causado pelo crime. Sero processadas em autos apartados.

Aula 29.05.2014INCIDENTE DE FALSIDADE (ARTS 145 A 148 DO CPP)Podem ser alegadas as falsidades material (o documento falso) e ideolgica (a informao falsa).Ir correr em separado, em autos em apenso.Nos termos do art. 148, CPP, a deciso proferida no incidente de falsidade no faz coisa julgada no eventual processo penal que venha a ser instaurado para apurar a prtica do crime de falsidade, em outras palavras, o novo processo penal correr de forma autnoma ao incidente de falsidade.

INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO (Arts. 149 a 154 do CPP)Caso seja alegada a insanidade mental do acusado, dever ser feito um processo em separado dos autos principais.O prprio ru no pode alegar o incidente pois no tem o jus postulandi (se insano, no tem capacidade para alegar esta insanidade).Um a vez requerido o incidente de sanidade mental do acusado, ser realizada uma percia para atestar tal pleito; diante disso os peritos podero concluir que: 1 hiptese: os peritos concluem que o acusado ao tempo do crime era inimputvel; neste caso ser aplicada a regra do artigo 151 do CPP.2 hiptese: os peritos concluem que o acusado ao tempo do crime era plenamente imputvel; neste caso o processo penal seguir normalmente;3 hiptese: os peritos concluem que a doea mental do acusado ocorreu depois da prtica do crime; neste caso aplica-se a regra do 152 do CPP.4 hiptese: o acusado plenamente imputvel e por causa disso sofre o processo penal e definitivamente condenado; durante o cumprimento de sua pena o mesmo torna-se inimputvel; neste caso aplica-se a regra do artigo 154 do CPP.OBS.: no art. 154, onde estiver escrito art. 682, riscar pois o mesmo foi revogado pelo art. 108 da LEP (lei 7210/84)

TEORIA GERAL DAS PROVASOBJETO DA PROVAA prova possui como objeto a comprovao de fatos que sejam pertinentes ao processo.Pode ocorrer no processo penal os denominados fatos incontroversos; muito embora o fato seja incontroverso ainda assim precisar ser provado.Tambm pode ocorrer no processo penal os denominados fatos axiomticos, que so aqueles evidentes por si mesmo. Ex.: encontra-se um cadver em estado de decomposio, sendo evidente concluir que a pessoa se encontra morta; neste caso os fatos axiomticos no precisam ser provados.Tambm existem os denominados fatos notrios, isto , os fatos que integram o conhecimento cultural das pessoas; neste caso, tambm no precisam ser provados.

PRINCPIO DA COMUNHO DOS MEIOS DE PROVAUm vez, produzida a prova no processo, independentemente da parte que assim fez, a prova ser considerada do juzo, o que em outras palavras, significa dizer que essa prova poder ser utilizada por qualquer dos sujeitos processuais.

PROVA ILCITAAs provas ilcitas so todas aquelas que ofendam normas materiais ou processuais, a teor do artigo 157 do CPP, e o artigo 5, LVI da CF.O legislador no pargrafo 1 do art. 157, contemplou a teoria dos frutos da rvore envenenada, segundo o qual todas as provas que sejam decorrncia de uma prova ilcita tambm por derivao sero consideradas ilcitas.Aula 04.06.2014TEORIA DOS FRUTOS DA RVORE ENVENENADAArt. 157, 1 do CPPO STF em jurisprudncia firmada desde o ano 2000, entende que no poder ser utilizada uma prova ilcita contra o Ru mesmo que se for a nica forma de comprovar a culpa do acusado.

Observao 1: Tambm entendimento do STF, de que o acusado poder se utilizar de uma prova ilcita em seu benefcio (prova ilcita pr-ru)

Observao 2: Admite-se a prova emprestada no processo penal, desde que sejam respeitados dois requisitos:1) reabertura do contraditrio;2) que sejam as mesmas partes em ambos os processos.

Observao 3: A prova emprestada no poder ser a nica para fundamentar uma condenao.

NUS PROBANTE(ART. 156, CPP)Por fora do art. 156, do CPP, a parte que alegar ter o nus de provar; sendo assim:1. A acusao ter que provar a autoria, a materialidade, causas de aumento de pena, agravantes e qualificadores;2. A defesa ter que provar: Excludentes de Ilicitude (art. 23, CP), excludentes de culpabilidade (art. 22) e as excludentes de tipicidade e as causas de diminuio de pena, as atenuantes e as causas de privilgio.

SISTEMAS DE APRECIAO DA PROVAO direito brasileiro adotou o denominado sistema do livre convencimento motivado, em que o juiz possui liberdade para analisar e acatar uma prova, porm sempre dever motivar a sua deciso, nos termos do art. 155 do CPP.

ESPCIES DE PROVA

PERCIAS (ARTS 158 A 184, CPP)Em razo do disposto no artigo 159, as percias no processo penal sero realizadas por um perito oficial.Dentre as provas periciais de maior importncia, destaca-se o denominado exame de corpo de delito, que uma percia destinada a apurar os vestgios deixados por um crime.Em razo do artigo 158 do CPP, em todos os crimes que deixarem vestgios, ser obrigatria a realizao do exame de corpo de delito, direto ou indireto, sendo que a confisso do acusado no poder se sobrepor a falta do exame.Indireto, art. 167 do CPP.Obs.: Durante muito tempo o art. 167 do CPP no comportava qualquer interpretao extensiva; todavia em deciso histrica do STJ nos anos de 2010 a 2011 em homenagem ao caso Elisa Samudio, entende que o art. 167 do CPP comporta interpretao extensiva para abranger no somente a prova testemunhal, mas tambm outros meios de prova como por exemplo, manchas de sangue, fios de cabelo, unhas, dentes e etc...Ex.: de exames de corpo de delito indireto: Exame do local do crime (art. 169, CPP) > Perinecroscopia; Exame para atestar a qualificadora do furto (art. 171,CPP); Exame para atestar a susbtncia venenosa (art. 170, CPP); Exame para avaliao do valor da coisa (art. 172, CPP); Exame para atestar incndio (art. 171, CPP); Exame Grafotcnico (art. 174, CPP); ***Exame dos instrumentos do crime (art. 175, CPP) ***fundamental nos crimes de posse ou porte arma de fogo.

INTERROGATRIO (Art. 185 a 196)Por fora do pargrafo nico do art. 186 do CPP, o silncio do acusado no pode ser interpretado contra ele, em razo do princpio da proibio da autoincriminao, conforme art. 5, LXIII da CF.Somente o acusado preso poder ser interrogado por vdeoconferncia (185, 2, CPP).

CONFISSO (Art. 197 200 do CPP)A confisso por si s jamais poder condenar o acusado.

OFENDIDO (art. 201 do CPP)

TESTEMUNHA (art. 202 225, CPP)Conforme art. 202, CP, no h que se levarem em considerao a capacidade civil das testemunhas que podero depor no processo penal, sendo que por isso, menores de idade, doentes mentais ou at mesmo enfermos, podero ser testemunhas.Por fora do art. 203, a testemunha possui o compromisso de dizer a verdade, sob pena de responder pelo crime de falso testemunho, sob pena de responder pelo crime de falso testemunho (352, CP).Obs.: O acusado e a vtima podem mentir no processo.Pelo art. 207, CP, em razo da funo, ministrio, ofcio ou profisso, devam guardar segredo, salva se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.Para Guilherme de Souza Nucci, as pessoas referidas no art. 207 se forem as nicas testemunhas do caso, possuem a obrigao de depor e dizer a verdade.

RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS (art. 226 a 228 do CPP)

ACAREAO (art. 229 e 230 do CPP)

PROVA DOCUMENTAL (art. 231 e 238 do CPP)os documentos podem ser juntados a qualquer hora no processo penal , inclusive aps o trnsido em julgado, salvo o art. 479 do CPP.

INDCIOS (art. 239 do CPP)

BUSCA E APREENSO (art. 240 A 250 do CPP)A busca domiciliar s ocorre por meio de mandado judicial.A busca pessoal (batida) no necessita de mandado.

16.07.2014.

Dica da Prova da OAB:Lei Penal Retroativa, mais benfica ao ru...Nova Lei 13.008/2014.Alterou o artigo 334 CP separou contrabando (produto ilcito) e descaminho (produto lcito mas imposto irregular). O descaminho ficou com a mesma pena e o contrabando a pena subiu para 2 a 5 anos.

TERCEIRO BIMESTRE

MEDIDAS CAUTELARES (ART. 282 a 350 CPP) em razo da Lei 12403/2011.

Medidas Cautelares em Sentido Amplo*:- Priso Provisria;- Liberdade Provisria;- Medidas Cautelares no Sentido Estrito.

* O artigo 282 do CPP traa as regras gerais de aplicao das medidas cautelares em sentido amplo.Por fora do pargrafo sexto do art. 282 do CPP, a priso provisria de um forma geral s ser aplicada se for a ltima soluo a ser adotada (ltima ratio legis).Pelo 1, entende-se cumulativas desde que compatveis entre si.

PRISO PROVISRIAPriso definitiva: aps o trnsito em julgado.Priso provisria:antes do trnsito em julgado. Tem trs espcies (flagrante, preventiva e temporria).

Smula Vinculante 25: ilcita a priso civil de depositrio infiel, qualquer que seja a modalidade do depsito.* vincula as decises do judicirio e do executivo.

1. MANDADO DE PRISOComo regra geral uma priso somente poder ser autorizada por ordem judicial; neste caso aplica-se a regra da reserva de jurisdio (competncia exclusiva do juiz) - Questo de prova !!Excepcionalmente, poder ocorrer prises sem a autorizao de ordem judicial, como por exemplo:* Priso em flagrante;* Priso disciplinar do militar que cometer transgresses funcionais (ver art. 142,2 da CF).O mandado de priso dever ser realizado em obedincia aos requisitos constantes do nico do artigo 285 do CPP.A priso realizada em desrespeito aos requisitos do nico do artigo 285, ser considerada ilegal.17.07.2014. Priso em domiclio: trata-se da situao em que o acusado encontra-se em casa quando de sua priso.A priso em domiclio aquela em que dever ser executado o mandado de priso, ou efetivada uma priso em flagrante, de uma pessoa que se encontrar em seu domiclio (residncia ou casa).Segundo o STF a expresso casa do inciso XI do art. 5 da CF, deve ser interpretada de maneira ampla. A jurisprudncia do STF elenca os seguinte exemplos de casa: quarto de hotel ocupado, motorhome, trailer, boleia de caminho, o local de trabalho no aberto ao pblico.

No cumprimento de uma priso em domiclio, podero ocorrer as seguintes situaes:1) Se o morador consentir com o ingresso na residncia, este poder acontecer a qualquer horrio do dia ou da noite e independentemente de ordem judicial.2) Tratando-se de uma priso em flagrante no ser preciso quaisquer autorizaes do morador para se ingressar na residncia, bem como, este ingresso poder ocorrer a qualquer horrio do dia ou da noite.3) Se o morador no consentir com o ingresso na residncia, o ingresso poder ser realizado desde que exista ordem judicial, e ainda que este ingresso ocorra durante o dia. Obs.: para efeitos de priso em domiclio, o STF entende que dia, o perodo compreendido das 06:00h s 18:00h.

Caso a priso seja realizada em desrespeito as regras da inviolabilidade domiciliar, a mesma ser considerada ilegal.

2. EMPREGO DA FORA PARA PRISOComo regra geral, no se permite o emprego de fora para uma priso. Todavia de forma excepcional, poder se utilizar de fora para a priso, desde que exista por parte do preso resistncia ou tentativa de fuga; ainda a respectiva fora ser aquela indispensvel para a priso (necessria).Tambm se permite o emprego de fora contra terceiros que resistem a priso de uma outra pessoa (art. 292, CPP).Conforme Sum Vinc n11, somente poder ser utilizada algemas no Brasil de forma excepcional.

23.07.2014. 3. PRISO ESPECIALA priso especial um beneficio que determinadas pessoas possuem de serem presas em separado dos demais reclusos, seja est separao por meio de selas especiais ou em outros locais a serem designados pelo juiz competente