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28/07/2008 - segunda-feira Direito Processual Penal I – José Renato Martins Introdução ao Processo Penal (art. 2º e 3º; o 1º será no momento oportuno) Princípios do Processo Penal (muito cobrado) Inquérito policial Ação penal (denúncia ou queixa-crime) pública ou privada Rogério Greco (ler para concursos na área penal) Ler exposição de motivos. Livros (muito bons): Fernando Capez Edilson Mongenor Bonfim Carnelut Nut Tourinho Greco Filho Mirabete Patiele Frederico Marcos 30/07/08 – quarta-feira Art. 5º, CPP O inquérito policial também se inicia através de auto de prisão em flagrante. Art. 129, I, CF O processo penal de 1942 está distanciado da CF/88. Ministério Público é o dominus litis, ou seja, é o dono da ação. Processo Civil X Processo Penal Várias semelhanças entre um e outro Público Instrumental Autônomo Abstrato ELABORADA POR SUELEN CRISTINA MEDEIROS MENDES – [email protected]

Direito Processual Penal I

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28/07/2008 - segunda-feira

Direito Processual Penal I – José Renato Martins

Introdução ao Processo Penal (art. 2º e 3º; o 1º será no momento oportuno) Princípios do Processo Penal (muito cobrado) Inquérito policial Ação penal (denúncia ou queixa-crime) pública ou privada

Rogério Greco (ler para concursos na área penal)Ler exposição de motivos.

Livros (muito bons):Fernando CapezEdilson Mongenor BonfimCarnelut NutTourinho

Greco FilhoMirabetePatieleFrederico Marcos

30/07/08 – quarta-feira

Art. 5º, CPPO inquérito policial também se inicia através de auto de prisão em flagrante.

Art. 129, I, CFO processo penal de 1942 está distanciado da CF/88.Ministério Público é o dominus litis, ou seja, é o dono da ação.

Processo Civil X Processo PenalVárias semelhanças entre um e outro Público

InstrumentalAutônomoAbstrato

Livros:- Processo de Conhecimento/Cognitivo

(se divide em: declaratório, condenatório e constitutivo)

- Recursos- Processo de Execução

- Processo Cautelar- Procedimentos especiais

Livros:- Processo de Conhecimento/Cognitivo

(se divide em: condenatório, declaratório e constitutivo) – Nunca haverá coisa

soberanamente julgada.- Processo Cautelar (ex.: busca e

apreensão) - Processo de Execução (Lei de execução

penal, 7.210 – LEP)

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Direito Processual PenalArt. 2º, CPP - tempus regit actum, ou seja, o tempo rege o ato. A lei entra em vigor na data da publicação. Tivemos 3 exceções este ano: 11.689, 11.690 e 11.779 de junho de 2008, pois elas entrarão em vigor após 60 dias da publicação; mas isto é exceção, em regra prevalece o art. 2º. E os atos que já foram praticados anteriormente? Tudo que foi praticado anteriormente será válido. Mas tudo que for para beneficiar o réu retroagirá, e o que não for para beneficiar não retroagirá.Art. 3º, CPP – aplicação analógica: nada mais é do que a analogia. É de grande importância, pois quando houver lacunas será complementada com o CPC, como por exemplo, no caso do art. 390, CPC.

04/08/08 - segunda-feira

Sistemas de Processo Inquisitivo/Inquisitório

o Uma só pessoa, que era o Juiz, que tinha 3 atribuições, quais sejam: acusar, defender e julgar. É necessário que exista a triangularização processual, e no inquisitivo não existe esta triangularização, só existe o juiz (era para existir o juiz, promotor e advogado). Por isso este sistema foi abolido. Os atos eram sigilosos, tudo era feito no sigilo. Ausência do contraditório, da ampla defesa, da publicidade... sendo o réu não um sujeito de direitos e sim apenas um objeto.

Acusatórioo Este é o adotado pelo nosso código. Existe 2 fases: do inquérito e do

processo acusatório em que existe o juiz, o promotor e o réu. MP (acusa) – querelante, vítima, ofendido. Advogado (defende) Juiz (julga)

Princípio da publicidade, contraditório, ampla defesa Misto

o Existe uma fase bem parecida com o sistema acusatório. Mas nesta fase tinha um 1 juiz em uma fase, e outro juiz em outra fase. Possui uma particularidade de 2 fases:

1 fase de um juiz preparatório; e outra fase do juiz que julga a acusação e a defesa. Não existe o inquérito policial, mas antes do juiz preparatório

existe o sistema investigatório, que não é judicial é extrajudicial, feito pela polícia e uma vez feito o sistema investigatório, entra o juiz preparatório (produz as provas para que o réu seja julgado por um juiz, promotor e advogado).

Processo judicialiforme, o próprio juiz baixava uma portaria e através daquela portaria iniciava-se um processo penal. O juiz iniciava o processo penal. Art. 533, CPP, foi abolido do Código.Ação penal publica incondicionada – independe da vontade da pessoa, o MP pode impetrar com a ação. Ex.: furto, lesão corporal grave...

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Ação privada – depende da vontade do ofendido para que haja a ação. Ex.: calúnia (honra objetiva), injúria (honra subjetiva) e difamação (honra objetiva).

Princípios Informadores do Processo Penal1) Indisponibilidade do processo penal – o processo penal, em regra, tratará de

direitos indisponíveis. Art. 42, O Ministério Público não poderá desistir da ação penal pública incondicionada ou condicionada (depende de representação da vítima ou Ministro da Justiça. Art. 576, O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.

2) Disponibilidade – Exceção. Ação privada. Existem mecanismos para a desistência da ação, mesmo que não esteja explícito.Art. 60, CPP - Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 (trinta) dias seguidos; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais.Art. 107, CP - Extingue-se a punibilidade: IV - pela prescrição, decadência ou perempção.

3) Verdade Real – não existe a verdade real. Ex.: alguém pratica um fato tipificado como crime, e confessa o fato. Essa pessoa não pode ser condenada só pelo fato de ter confessado tem que haver provas.Art. 197, CPP - O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.Mas existe a Verdade Material, Processual e Atingível, no processo penal não é verdade formal nem presumida, como no civil, é a verdade que está no processo, que foi provada.

06/08/08 - quarta-feira

4) Contraditório (art. 5º, LV, CF) – Juiz recebe a denúncia, determina a citação e notificar o MP e a defesa (defensoria pública ou advogado). Art. 306, CPP – A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou a pessoa por ele indicada. § 1º Dentro em 24h (vinte e quatro horas) depois da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante acompanhado de todas as oitivas colhidas e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública (exemplo de contraditório). Após, o Juiz irá designar interrogatório, em que será o momento da defesa prévia (1º momento do contraditório no procedimento comum).Quando o MP recebe a denúncia o réu é citado para apresentar defesa escrita (resposta à acusação) no prazo de 10 dias. Após esta resposta é que vai decidir se recebe ou não a denúncia. Art. 41 da Lei 11.719.No inquérito policial não tem o contraditório, pois é imposto.

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No caso da busca e apreensão não existe, a princípio, o contraditório, pois o réu só toma ciência após a prova produzida, mas ele possui um contraditório diferido (posterior).Vai existir em todo momento do processo, é a maior garantia que tem.Na fase policial tem-se o indiciadoNa fase de denunciação pelo MP tem-se o denunciadoRecebida a denúncia: Réu ou Acusado Após transitada em julgado: Condenado ou apenado

5) Ampla defesa – todo tipo de defesa o Réu pode argüir, desde que seja uma defesa lícita (prova lícita). O STF tem decidido que mesmo que a prova seja ilícita (não a proibida, pois causa nulidade do processo), e se beneficiar o réu o Juiz deve aceitá-la (ela só não será admitida para a acusação) ex.: interceptação telefônica.Art.186 e 187, CPP – o querelado pode falar, mas pode permanecer calado e isso não causará prejuízos a ele.Prova ilícita afeta o direito material: civil, constitucional, penal... Prova proibida afeta o direito processual: ex.: uma testemunha que não pode depor, pois fere o direito processual. Art. 406, §2º - Nenhum documento se juntará aos autos nesta fase do processo (se algo for juntado, será uma prova proibida).

6) Favor rei (favorece ao réu) – ex.: se a pena for maior do que 20 anos, só quem pode recorrer é o réu. Art. 386, CPP. Revisão criminal.

7) Intranscedência – a pena não pode passar da pessoa do réu.

11/08/08 – segunda-feira

8) Oficialidade (órgãos oficiais) – a persecução penal (persecutio criminis) extrajudicial é exercida pela autoridade policial, polícia civil (art. 144, §4º, CF). A percepção penal judicial é privativa do MP (art. 129, I, CF). Se a ação for privada quem possui a legitimidade é o ofendido, mas a persecução penal continua sendo do Estado.

9) Oficiosidade (deve agir de ofício) – art. 27, CPP (qualquer do povo), art. 301, CPP, art. 5º, §5º (EXCEÇÃO) – Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la (o ofendido, o querelante).Um juiz presenciando um crime (flagrante) e quiser provocar o Estado, pode fazê-lo como um cidadão comum, mas não poderá julgar o caso.A jurisprudência tem entendido que no caso de falso testemunho, se for no tribunal do júri e não no juízo singular, o juiz vai deixar que a testemunha continue seu depoimento mas quando ele for fazer a votação deve indagar todos os jurados se a testemunha realmente mentiu.

10) Iniciativa das partes – na ação penal privada que dá inicio é o ofendido, e na ação penal pública é o promotor. O promotor pode dar inicio (oferecer denúncia) a ação penal pública condicionada? Não, pois é condicionada a representação (art. 43, CPP – no Processo civil quando vai ajuizar uma ação são necessárias as condições da ação, e no processo penal da mesma forma, mas

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elas não estão muito visíveis no código; I – o fato narrado evidentemente não constituir crime – impossibilidade do pedido; II – já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa – falta de interesse; III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei para o exercício da ação penal – Ilegitimidade)“Condição exigida pela lei” – Na ação penal pública condicionada como o próprio nome diz, está condicionada a alguma coisa, vale dizer, algumas condições, que na hipótese é a representação ou requisição do Ministro da Justiça. Tanto a representação como a requisição do Ministro da justiça, são condições de procedibilidade (o promotor só pode proceder mediante representação ou requisição), ou condição específica, ou também chamada condição especial ou perseguibilidade. O juiz não pode dar início a ação penal, havia uma época em que o juiz podia, que era no procedimento judicialiforme.

Art. 2º - A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior – A lei processual penal não possui vacatio legis, o princípio que rege a lei processual penal no tempo é a tempus regit actum (o tempo rege o ato).

13/08/08 - quarta-feira

11) Impulso oficial – art. 2º, CPC – o juiz não pode propor ação; “ne procedat judex ex officio”. Isso não quer dizer que ele vai ficar inerte no processo. Este princípio quer dizer que o juiz não pode ficar inerte no processo, como por exemplo, a determinação do juiz em citar o réu para o interrogatório. A rigor são atos praticados pelo juiz. Ex.: se o juiz marca um sumário de defesa; defere um pedido de uma das partes; qualquer decisão do juiz. O escrivão pode praticar atos capazes de impulsionar o feito, mas o IMPULSO OFICIAL são atos do Juiz.

12) Identidade física do juiz – no processo civil o juiz que inicia uma instrução processual deverá prosseguir com o processo até a sentença, salvo se for promovido, estiver de férias ou licença. Não existe no processo penal este princípio pois, nem sempre o juiz que faz o interrogatório é mesmo juiz que vai fazer o sumário de acusação, de defesa e nem sempre é o mesmo que irá proferir a sentença. Faz falta no processo penal, e deveria vigorar no processo penal, mas ele não existe. Alguns doutrinadores (posição minoritária) sustentam que no juizado especial criminal, pelo fato da audiência ser UNA, e que ali existe este principio assim como no tribunal do júri na segunda fase em que há o julgamento, também estaria este princípio. Art. 502, §único. Lei 11.719/08, Art. 399, §2º - após dia 22 de agosto em que a Lei entra em vigor poderemos dizer que existe este princípio no código de processo penal.

13) Presunção de Inocência ou Princípio da Não Culpabilidade – art. 5º, inc. LVII, CRFB (CF). Mesmo que você tenha sido condenado, este fato não quer dizer que você é culpado. Quando o juiz profere uma sentença ele não pode mandar lançar o nome do réu no livro do rol dos culpados, somente após o trânsito em julgado da sentença. Na pratica isso não acontece, quando, por exemplo, a

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imprensa fica sabendo do processo já publica e presume que a pessoa é culpada, sendo que era para partir do princípio que ele é inocente.No processo penal também existe a inversão do ônus da prova (a principio quem tem que provar é o autor), quando, por exemplo, o réu alega que foi em legítima defesa, quem deve provar é ele (súmula 9, do STJ).Prisão pena (prisão em que já ocorreu o trânsito em julgado) e a prisão sem pena (a) prisão temporária; (b) prisão preventiva; (c) prisão auto de prisão em flagrante; (d) prisão sentença penal condenatória não transitada em julgado; (e) prisão pronúncia (quando o juiz manda que o réu seja julgado pelo tribunal do júri). Impronunciar – Quando ele não tem a autoria nem a materialidade (ex.: no crime de estupro o laudo de conjunção carnal) o processo fica parado, se algum dia aparecer o autor do fato, ou a materialidade do caso o processo continua. Desclassificação – quando o processo está no tribunal do júri e o juiz entende que o réu não quis matar e sim lesionar, por isso ele desclassifica e manda para o juízo competente. Absolvição sumária – art. 411, CPP. Quando houver exclusão e de ilicitude ou culpabilidade o juiz vai absolver o réu. No tribunal de júri na dúvida do juiz prevalece a sociedade - “in dúbio pro societá”.

14) Duplo Grau de Jurisdição – art. 102, I, “i”, art. 108, CF – é a garantia que você tem de interpor recurso para outro órgão para que outros ministros vejam o seu caso. Os recursos são voluntários, quem pode recorrer são as partes. Mas existem situações em que o juiz é obrigado a recorrer de ofício, o chamado recurso oficial – o juiz deve enviar o processo para o segundo grau para que seja analisada sua sentença como no caso de absolvição sumária (art. 411, CPP).

18/08/08 - segunda-feira

15) Motivação da decisão o Juiz ou Fundamentação – art. 93, IX da CF – toda decisão deve ser motivada, fundamentada, mesmo que seja sucinta. Por qual motivo ele tomou esta decisão.

16) Livre convencimento motivado ou Persuasão – art. 157, CPP – o juiz deve decidir livremente, desde que esteja nos autos, mas deve fundamentar.

17) Inadmissibilidade da prova ilícita – art. 157, CPP (novo) – prova ilícita é espécie do gênero da prova proibida. Prova ilícita direito material e prova ilegítima direito processual, o que utilizaremos é a prova ilícita (ex.: uma interceptação telefônica não autorizada).

20/08/08 - quarta-feira

Olhar/Manusear/Conhecer Inquérito

25/08/08 - segunda-feira

INQUÉRITO POLICIAL

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Com a portaria já instaura o IP, com ele já começa o IP. O MP vai entrar no processo para ver as questões do prazo. Art. 17, CPP: princípio da indisponibilidade da ação. Inquérito tem indiciado e não réu.

Divide-se em judicial e extrajudicial. Para que haja uma ação penal é necessário um inquérito policial, mas não quer dizer que o inquérito policial seja indispensável.

FinalidadeUma vez ocorrido o crime, buscar os indícios da autoria e a autoria do fato, quem realmente praticou aquele fato. Obs. Se não tiver a autoria do fato vai dificultar o inquérito policial e poderá não obter a denúncia.Órgãos que tem competência para fazer o inquérito policialA policia judiciária (civil e federal). Art. 4º caput e §único do CPP – A polícia civil não tem competência e sim atribuições, competência só para o poder judiciário. O MP também tem atribuições. Art. 127 CF – fala das atribuições do MP.

PIC – procedimento investigatório criminal (ES); em outros estados a expressão é PAC (procedimento administrativo criminal). Na verdade os dois são a mesma coisa. Pois eles deságuam em um relatório, e com base nesse relatório o MP vai oferecer a denúncia. A cada dia o MP ganha mais espaço dentro da esfera jurídica, enquanto o mo ganha mais espaço o poder judiciário perde espaço.

ConceitoÉ um procedimento escrito administrativo que tem por finalidade apurar fato em tese criminoso buscando a autoria ou indícios suficientes da autoria e a materialidade com o objetivo de embasamento de uma futura ação penal.Natureza jurídicaÉ um procedimento administrativo. Natureza administrativa (alguns autores dizem ser também informativa).Características

Oficialidade – os órgãos que apuram a autoria e materialidade são órgãos estatais, oficiais.

Oficiosidade – as autoridades policiais devem agir de ofício (não quer dizer que se ela for provocada ela não vai agir. Art. 14, CPP).

Discricionariedade – não há uma regra. Os arts. 6º e 7º do CPP tratam do princípio da discricionariedade.

Inquisitoriedade – o inquérito é inquisitório, se ele é inquisitório ele não tem o contraditório. O juiz não deve levar em consideração o que acontece na delegacia a não ser que tenha o contraditório.

Escrito – não existe inquérito policial verbal. O delegado deve tomar tudo por termo (sempre será escrito).

Dispensabilidade e indispensabilidade (do inquérito) - Ex.: Lei 11.340, Maria da Penha, o termo de declaração da suposta vítima, já serve de base para o inquérito. No caso desta Lei não deve aceitar a denúncia. Existem inquéritos que são indispensáveis para a ação penal. E existem outros que são

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dispensáveis (lei antiga de falência, existia um dispositivo em que o juiz quando decretava a falência ele verificando a existência de indícios de crime ele presidia o inquérito que possuía o contraditório, esta lei foi ab-rogada. E hoje o inquérito é dispensável para a propositura da ação. Ex.: lei 9.099/95 (juizado especial) não necessita de inquérito para propositura da ação.

27/08/08 – quarta-feira

Obrigatoriedade – art. 5º, CPP “Nos crimes de ação pública o inquérito policial SERÁ iniciado”.

Destinatários do Inquérito Policial1) Mediato – é o Juiz. Somente será remetido a ele se carecer de decisão que seja

de natureza processual. (medida excepcional – prisão que é a exceção. Caso a autoridade policial, verificar que estão presentes os requisitos para a prisão de exceção, ele vai requerer ao juiz, neste caso o inquérito será dirigido à pessoa do juiz, e não do Promotor) – art. 310, CPP.

2) Imediato – o inquérito é dirigido imediatamente ao Ministério Público, para que ele ofereça a denúncia, se achar devido. “baixar a DP” o MP está requisitando mais urgência.

Valor probatório do Inquérito PolicialArt. 155, lei 11.690/08 (novo código de processo penal). O juiz não pode condenar somente com base no inquérito policial por isso ele possui um valor relativo, jamais valor absoluto. Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

Vícios do inquérito policialAlguns inquéritos possuem irregularidades. Quando o juiz constata este vício o juiz deve relaxar a prisão. Colocá-lo em liberdade. (ex.: o réu é torturado e acaba confessando). Mas, as vezes ocorre do juiz relaxar a prisão, e no mesmo despacho perceber que há os requisitos do Art. 312 (prisão preventiva) ele já pode decretar a prisão novamente. O vício não acarreta nulidade no processo.

Inquérito extra policiais Lei 7.347/85, inquérito civil (regula os direitos difusos e coletivos) – art. 129, III, CF – vai originar a ação civil pública.Art. 129 – São funções institucionais do Ministério Público: III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;Dá embasamento também à uma ação penal.

CPI (comissão parlamentar de inquérito) – comissão formada dentro do próprio congresso que tem poderes, não só para instaurar investigações, mas também

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para decretar algumas medidas (art. 58, §3º CF). Tem por finalidade apurar fatos que diz respeito aos congressistas ou pessoas a ele ligado (ex. quebra de sigilo bancário), a CPI não pode decretar prisão (art. 301, CPP – só em flagrante que todos podem). Toda vez que o juiz conceder um habeas corpus preventivo ele não dará um alvará de soltura, e sim salvo conduto. E se for habeas corpus repressivo ou liberatório, será um alvará de soltura.

Crime praticado por membro da magistratura – se for preso em flagrante, será encaminhado ao Presidente do TJ. Crime praticado por magistrado é presidido o inquérito administrativo por um desembargador com base na Loman (Lei orgânica da magistratura nacional).

Se um promotor (MP) é preso em flagrante delito ele é apresentado ao Procurador Geral de Justiça. Se durante as investigações para a investações para e envia as peças para o Procurador geral da justiça, Lonmp (lei orgânica nacional do MP – lei 8.625/95).

Tudo que acontecer dentro do STF será instaurado o inquérito administrativo, previsto no regimento interno do STF – art. 43.

Se um senador pratica um ato criminoso o inquérito será presidido pelo Ministro do STF.

Na verdade não é inquérito, mas pode ser transformado. Investigações feitas por detetives particulares. Se ele encaminhar para o MP, e o MP entender que possui todos os elementos, assim o MP irá apresentar a denúncia (muito raro acontecer).

Início do Inquérito Policial (art. 5º, CPP)Crimes de ação penal pública incondicionadaNotitia criminis (notícia do crime), várias modalidades:

Notitia criminis espontânea (cognição imediata ou direta) – art. 5º, inc. I, CPP – o inquérito será iniciado de ofício. Através de atividades rotineiras da polícia (dentro da característica da oficiosidade). Pode ser inclusive através da imprensa.

Notitia criminis provocada (cognição mediata ou indireta) – art. 5º, inc. II, CPP:Requisição (autoridade judiciária – juiz, não foi recepcionado pela CF art. 129, inc. I; ou MP – é uma imposição, uma ordem, entendimento da doutrina mais renomada possui o Juízo de tipicidade -> a autoridade vai fazer o juízo e verificar se o fato é típico ou não, se não for, logo, a autoridade policial irá recusar)

o Delação – art. 5º, §3º, CPP. É a comunicação de qualquer do povo para a instauração do inquérito policial.

o Delação postulatória ou delatio criminis postulatória – requerimento que a vitima ou seu representante legal, faz ao delegado para instauração do inquérito policial.

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Notitia criminis de cognição coercitiva (revestida de força coercitiva) – temos o auto de prisão em flagrante (APF). Ocorre quando a pessoa comete um crime e no momento do crime a autoridade ou qualquer do povo, prende o indivíduo.

Notitia criminis inqualificada (delação apócrifa ou denúncia anônima); Fernando Capez diz que é a espontânea está aqui, mas é minoria – toda cautela é importante (vedação do anonimato – art. 5º, inc. IV, CF). Se o fato aconteceu, a polícia deverá investigar para, talvez, instaurar o inquérito. É interessante que o VIP (verificação preliminar de investigação) seja feito antes do inquérito.

O inquérito policial tem se inicio através de uma noticia do crime e o artigo 5º, inc. I e II, trata-se de ação penal pública incondicionada e também condicionada.

01/09/08 - segunda-feira

Instauração do Inquérito Policial (continuação)Crimes de Ação Penal Pública Condicionada (exige condições que venha a autorizar a instauração do inquérito policial – condições de procedibilidade, específicas, especiais, persequibilidade, perseguibilidade)

Requisição do Ministro da Justiça – não é ordem, nem imposição, é uma mera, simples autorização para instaurar-se o inquérito. Art. 7º, §3º, b, CP. Art. 141, c/c art. 145, §único, CP.

Representação – art. 75, Lei 9.099/95; Lei Maria da Penha (ameaça é ação condicionada, se for lesão corporal é incondicionada).

Crimes de Ação Penal Privada – art. 5º, §5º, CPP e 19.

03/09/08 - quarta-feira

Art. 6º, CPP - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservaçãodas coisas, até a chegada dos peritos criminais; (delicta facta permanentes – crime que causam vestígios. Tratando-se de tentativa de homicídio, a vítima deverá ser socorrida. Lei 5.870/03 – crimes de acidente de trânsito, as autoridades policiais poderão liberar de imediato as vítimas independente da chegada da perícia -> Exceção. Em regra a autoridade deve fazer o isolamento e aguardar a perícia em caso de homicídio.

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritoscriminais; (somente após a perícia esses objetos do crime podem ser liberados).

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suascircunstâncias; (a autoridade policial não pode ficar tão somente adstrito à autoria e materialidade, devendo também colher outras provas, como orais, documentais...)

IV - ouvir o ofendido; (o ofendido presta declarações sem prestar o compromisso de dizer a verdade. Porém, se der causa à instauração de um inquérito e futura ação

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penal poderá ser condenado por denunciação caluniosa. Art. 196, CPP – o ofendido está obrigado a prestar declarações quando intimado sob pena de ser conduzido coercitivamente (art. 201, §único, CPP).

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo IIIdo Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por 2 (duas)testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; (Testemunhas de visu ou testemunha ocular – testemunhas que presenciam o fato. Estas são obrigadas a comparecer à autoridade policial para prestar depoimento, sendo obrigado a dizer a verdade, sob pena de falso testemunho – art. 218, CPP).

Vl - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; (o reconhecimento em juízo terá que ser feito frente a frente, diz que o acusado deve estar na frente da vítima e vice-versa. Este procedimento é acompanhado pelo MP e pela defesa. Mas a vítima normalmente não quer ficar de frente com o acusado, assim, é permitido a vítima fazer o reconhecimento em sala diferente do acusado, ou ainda, por videoconferência – art. 217, CPP).

Vll - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisqueroutras perícias; (corpo delito – perícia daquilo que foi objeto do crime).

Vlll - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, efazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado (onde indaga se tem hábito de beber, de fumar, se tem família...), sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

O indiciado se for preso em flagrante delito, não está obrigado a prestar declarações, devendo fazer isto somente em juízo. Porém, o indiciado não é obrigado a comparecer às intimações (art. 268, CPP) pois não é obrigado a produzir provas contra si mesmo.

Art. 260, CPP – não foi recepcionado pela CF, pois ele não é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Prevalece o CPP em uma prova objetiva.

Art. 21, CPP – o juiz poderá decretar a incomunicabilidade do indiciado por 3 dias, este artigo também não foi recepcionado pela CF, pois o art. 136, §3, IV, diz que é vedada a incomunicabilidade do preso.

Quando ocorre um crime que a autoria não foi reconhecida, e se tem apenas um suspeito (juízo de probabilidade). Depois, se ficar comprovado no deocrrer das investigações que a autoria é verdadeira ele passa a ser indiciado (juízo de possibilidade).

Prazos de conclusão do Inquérito Policial – Réu preso (prazo 798, CPP – REGRA)

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Art. 10, CPP – 10 dias para a autoridade concluir o inquérito. Se o inquérito não for concluído, normalmente pede-se o relaxamento da prisão (o prazo conta-se do dia que ocorreu a prisão). Se for réu solto é 30 dias.

Lei. 11.343/06 (Lei de tóxico), art. 52, o prazo para a conclusão do inquérito é de 30 dias, prorrogável (duplicável) por mais 30 dias, desde que haja requerimento da autoridade policial e a oitiva favorável ao MP. Podendo chegar o prazo a 60 dias. Se for réu solto 90 dias, podendo ser duplicado (180 dias).

Lei 5.010/66 (justiça federal) – 15 dias preso. E 30 dias se ele estiver solto. Lei. 1.521/51 (lei de economia popular), art. 10, §1º – prazo de 10 dias o réu

estando preso. E solto, também 10 dias. Utiliza-se a regra do art. 10, CP, computando-se o 1º dia e excluindo o último (saindo da regra do art. 798, §1º, CPP – exclui o 1º e computa-se o último).

10/09/08 - quarta-feira

Arquivamento do Inquérito Policial Direto (explícito) – O MP ao receber os autos e ao examiná-lo verifica que não é

hipótese de se ofertar denúncia, nem de requerer diligências. Mas, entende que é um caso de arquivamento, e este arquivamento para ser feito o promotor deverá de forma fundamentada expor suas razões, e mais, dizer por que razão de forma que venha a convencer o Magistrado a determinar o arquivamento. Ele poderá trabalhar com a atipicidade, crime de bagatela... O MP expõe as suas razões, ele está fundamentando seu parecer. O juiz pode:

o Concordar com o MP Arquivamentoo Não concorda com o MP art. 28 do CPP. Poderá denunciar, ou

designar outro promotor para oferecer a denúncia (é uma extensão da procuradoria geral).

Implícito – o MP não faz sua exposição de motivos, não fundamenta. Também trabalha com o art. 28, CPP, quando não há concordância do Juiz. Pode ser (somente quem trata desta divisão são Pachelle e Eugênio):

o Subjetivo (sujeito) – é aquele em que o MP narra toda a conduta, todo o inter criminis de todos acusados (A, B, C e D), mas na hora de dizer “isto posto requer a vossa Excelência que receba a denúncia contra A, B, C e D”, esquecendo de “B”, por exemplo, sendo arquivado subjetivamente com relação à “B”.

o Objetivo – diz respeito ao tipo penal. O MP deixou de denunciar um ou dois acusados, de um tipo penal que ele deveria denunciar (ex.: denuncia A, B e C, por furto, roubo, e se esquece de denunciar quadrilha).

O STF não aceita, não reconhece e não admite o arquivamento implícito. E somente parte da doutrina aceita. O que vale para as provas é a decisão do STF. A orientação do STF é mandar o MP aditar a denúncia, caso não adite deve-se aplicar o art. 28.

Originário – ocorre nas ações de competência originária (fere o princípio do duplo grau de jurisdição. Ações propostas em determinado local, quando a

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Page 13: Direito Processual Penal I

ação é contra o Juiz é proposta no TJ). O Procurador geral de justiça pede o arquivamento ao invés de denunciar, ou em determinados casos em que a competência é do tribunal. Se ele pede o arquivamento o TJ terá de se curvar diante da decisão o Juiz. A Lei 75/95 é a Lei que regula o Ministério Público Federal, mas ela não pode fugir à LONMP (Lei do Ministério Público Estadual, 8.625, Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, nos crimes de competência originária, TJ) se o procurador pedir o arquivamento o TJ terá que atender mais o legítimo interessado poderá recorrer, para a Câmara de revisão do MP Federal, não podendo ser aplicado o art. 28, CPP. A ação é proposta diretamente no Tribunal.

Indireto – quando o Promotor verifica que a competência não é do juízo, e o Juiz não acolhe, entendendo que ele possui a competência. O Juiz não pode obrigar o MP a denunciar. Aplicando-se, assim, o art. 28, CPP, se concordar com o Juiz chama novo promotor, se não, há o arquivamento.

O que se discute é se quando o juiz manda arquivar o inquérito policial, ele prolata uma decisão ou um despacho? A doutrina atualizada e o STJ caminham para o entendimento de que é uma Decisão (parte da doutrina entende que é despacho, mas é minoritária).OBS.: Retratação MP pede o arquivamento (o inquérito PE efetivamente arquivado com a decisão do Juiz), e quando MP se retrata antes do Juiz decidir, e diz que vai denunciar, o Juiz deve aguardar a denúncia, mas Rangel, Pachelle, entre outros, dizem que sendo o MP dono da ação penal, esta retratação deveria ser aceitável, mas o STJ entende que não cabe retratação do pedido de arquivamento.Arquivamento do Termo Circunstanciado (Lei 9.099/95, art. 72) – se o MP requerer o arquivamento e deixar de oferecer a proposta da transação, e o juiz entendendo ser caso de proposta de transação, o Juiz aplica o art. 28 do CPP.

Não há recurso para o arquivamento de inquérito policial. Salvo Lei 1.521/51, Economia Popular, quando juiz arquiva o juiz recorre de ofício, manda para o TJ para ver se a decisão está ou não correta – Recurso Ex Oficio. Salvo, também Lei 1.508/51, cabe recurso em hipótese de jogo de bicho, neste caso é em sentido estrito, voluntário, normalmente é interposto pelo MP. O recurso ex oficio não foi aceito, recepcionado pela CF/88, pois quem deveria recorrer é o MP.

Desarquivamento do Inquérito PolicialA autoridade policial não arquiva inquérito policial. O juiz pode desarquivar se tiverem novos fatos, mas, o posicionamento moderno é que o desarquivamento pertence ao MP. Mas se o MP pediu o arquivamento por atipicidade, teremos a coisa julgada material, é a única hipótese, salvo se que quem determinou o arquivamento for um juiz incompetente, sendo assim, vai prevalecer a decisão pro-societá.

Arquivamento de crimes de ação privadaSe descuidadamente for feito um pedido de arquivamento em ação de natureza privada, não será analisado, pois não existe arquivamento em ação de natureza privada, o que vai ocorrer é a renúncia ao direito de ação.

Arquivamento de crimes de ação pública incondicionada

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Page 14: Direito Processual Penal I

Se concluído o IP e recebido este pelo MP, pedindo o arquivamento a parte não pode entrar com recurso contra a decisão ministerial.

Nos crimes de ação condicionada se a vítima faz a representação e após se retrata o MP não pode ajuizar a ação (mas, pode haver a retratação da retratação).

PROVA 01/10

15/09/2008 - segunda-feira

Conflito de atribuição – é quando não sabem qual o MP que é o competente para o caso. Se for entre MP’s Estaduais o competente para julgar qual MP é o competente é o Procurador Geral. Se for de um Estado e outro de outro Estado o competente é o STJ. Se for um promotor de justiça com procurador da república é o STJ.

Promotor de justiça estadual diz que o juízo é incompetente e o juiz concorda, assim, encaminha para a distribuição, e vai para outra vara, em que o Juiz também diz que é incompetente. Assim, terá que suscitar um conflito de competências e quem irá decidir é o TJ. Conflito negativo – pois é de incompetência. Se for de competência é conflito positivo.

AÇÃO PENALTodos possuem o direito de ação, que é subjetivo, ele será exercido quando houver um crime, e também para aplicar o direito penal, o direito material a um caso concreto.

Características dentro do direito de ação: Ele é autônomo, pois não depende do direito material, e é instrumental.

No processo Civil as modalidades da ação são: Conhecimento

Declaratória Constitutiva Condenatória

Executiva Cautelar

E no processo penal as modalidades são: Conhecimento

Condenatória (quando se julga procedente) Constitutiva (ex.: habeas corpus preventivo) Declaratória (revisão criminal que vai rescindir o julgado)

Executiva (a partir do momento que o juiz condena, outro juízo é o competente para fazer a execução. VEPEMA – Vara de execuções penais. Lei 7.210/84).

Cautelar (ex.: prisão preventiva/temporária, busca e apreensão)Estas não são encontradas em todas as doutrinas:

Popular (Lei 1.09/50. Crimes do Presidente da República e outras autoridades)

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Page 15: Direito Processual Penal I

Adesiva (havendo conexão uma ação adere à outra. Terá a ação penal pública incondicionada, representada pela denúncia + a ação privada, representada pela queixa-crime)

Secundária (a ação sai de um rito, deixa de ser privada e passa a ser publica, e ainda podendo ser condicionada ou incondicionada. Ex.: os crimes contra os costumes (anteriores ao art. 225, CP), em regra geral são privados. Se a parte não puder custear o processo ela deixa de ser ação privada e passa a ser pública, podendo ser condicionada ou não).

Originária (que vem de algum órgão superior) Prevenção penal (aplicar medida de segurança para os inimputáveis. A

sentença que aplica medida de segurança é absolutória.

Condições da ação penalArt. 395 (novo código), código antigo art. 43, CPP.Genéricas ou Gerais:

Legitimidade – MP (na ação penal pública incondicionada ou condicionada); vítima ou seu representante legal, querelante (na ação privada). Ad causa.

Possibilidade jurídica do pedido – o pedido deve ser possível. Se o pedido é impossível é porque existe atipicidade, o fato não é crime (por isso não há necessidade de constar a possibilidade jurídica do pedido), é o argumento mais forte da doutrina mais moderna.

Interesse:o Interesse necessidade – no processo penal sempre vai existir, pois não

se pode fazer uso das próprias razões, sempre terá que buscar o judiciário para aplicação do direito material ao caso concreto (345, CP).

o Interesse adequação – não se pode usar o direito inadequado. Teoria da dupla aceitação – quando a pessoa jurídica estiver no pólo passivo estamos diante desta teoria. Ex.: tratando-se de pessoa jurídica o remédio não é habeas corpus e sim mandado de segurança.

o Interesse utilidade – não adianta ingressar em juízo se já operou a prescrição, pois de nada valerá a denúncia. Quando houver a prescrição virtual ou em perspectiva ou da pena ideal, que é quando o fato imputado a alguém não estiver prescrito ou quando dada a sentença não aplicar a prescrição retroativa.

17/09/08 - quarta-feira

Princípios da Ação Penal Pública Incondicionada (os mesmos princípios são utilizados na ação penal pública condicionada)

Da obrigatoriedade ou legalidade da ação – se o crime é de ação penal pública incondicionada o MP tem que denunciar a todos. Obrigação que o MP tem em oferecer uma denúncia contra todas as pessoas que tiverem praticado uma infração penal (art. 24, CPP).

Do livre convencimento motivado – Art. 155, CPP – o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial.

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Page 16: Direito Processual Penal I

Da indisponibilidade da ação penal – (art. 42 – “O Ministério Público não poderá desistir da ação penal”; e art. 576, CPP – “O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto”). O processo tem que ser levado até o final, no final ele pode pedir absolvição.

Oficialidade – o órgão oficial para propor a ação penal pública incondicionada e condicionada sempre será o MP. Art. 129, I, CF.

Oficiosidade – o MP agirá de ofício desde que chegue a ele notícias ou papéis que ele possa oferecer a denúncia. Art. 40, CPP.

Intranscedência – a pena (a ação) não passará da pessoa do acusado. Autoritariedade – o MP é uma autoridade. Indivisibilidade da ação penal:

o 1ª Corrente – se o MP recebe o IP e neste inquérito existem 4 indiciados ele não pode por conveniência escolher 2 ou 3 deixar alguma de fora, terá que denunciar os 4. Não se pode fragmentar, dividir a ação penal. Tourinho Filho, Rangel, entre outros.

o 2ª Corrente – Sustenta que a ação penal pública é divisível, pois o MP ao receber o IP ele pode denunciar 3 pessoas e deixar para denunciar a 4ª posteriormente fazendo o aditamento. Trabalha com a hipótese do aditamento da denúncia. Bonfim, Pachelli, Mirabete, entre outros.

Na ação penal publica condicionada ou incondicionada, prevalece para o STF o princípio da divisibilidade (2ª corrente).

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA (está condicionada à Representação e à Requisição)

Representação da vítima ou representante legal (a vítima ou representante legal autorizam o MP a ingressar com a ação penal. Mas antes de ingressar com a ação a vítima se arrepende, e então ela se retrata da representação, isto é sem formalidade, e quando isto ocorre o MP não pode oferecer denúncia. Se depois a pessoa muda novamente de idéia de decide se retratar da retratação da representação, isto é, diz que quer oferecer a denúncia e a representação do MP – o STF e o STJ não se manifestaram até então acerca da retratação da requisição, e a doutrina é vacilante, mas há uma corrente que diz que é incabível a retratação da requisição e outra corrente que diz que é possível. Art. 25, CPP – a lei só trata da retratação da representação, por isso, se entende que a requisição é irretratável; todavia em uma questão objetiva a resposta é que não cabe retratação da requisição, e na subjetiva pode alegar os dois casos).

Requisição do Ministro da Justiça (a requisição NÃO equivale à “requisição” do Promotor de justiça ao delegado de Polícia. A requisição não é a mesma que um promotor faz à autoridade policial, pois ele está impondo, ao passo que quando o Ministro da Justiça requisita uma ação penal ele esta apenas dando uma mera autorização, não é ordem. Ela não vincula o MP, e é endereçada ao PGJ (procurador geral de justiça) quando o crime for praticado na esfera da justiça estadual, se for na esfera federal é da procurador geral da república).

Quanto aos princípios da incondicionada, são aplicáveis na condicionada, todavia o MP só pode ajuizar a ação depois de recebida a autorização (da vítima ou seu representante legal, ou Ministro da justiça) para tal, depois disso vigora os princípios

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Page 17: Direito Processual Penal I

da ação penal pública incondicionada. Parte final do art. 24, CPP – “... quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo”.

22/09/08 - segunda-feira

AÇÃO PRIVADA

Formas de Extinção (de que maneira se extingue):Dentro dos princípios da Oportunidade/Conveniência você pode ingressar com a queixa criminis no prazo de 6 meses:

Caso não queira entrar com a queixa é só deixar o prazo correr e decair. Ou Renunciando o direito, e isto vai causar a morte da ação privada.

Disponibilidade: Perdão – não é o perdão judicial é diferente, está relacionado à uma forma de

extinção da queixa criminis, pode ser escrito (em uma petição, por exemplo) ou tácito (um comportamento, por exemplo, chamar o querelado para ser padrinho de casamento); mas um dos querelados pode não aceitar o perdão, assim, ele paralisa a ação por 30 dias, que ocorre a perempção, em apenas 1 abandono – art. 60, inc. I, CPP – “Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 (trinta) dias seguidos”;II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; (CADI – Cônjuge/companheira, Ascendentes, Descendentes e Irmãos, respectivamente);III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.”

DENÚNCIAAção penal pública incondicionada ou condicionada a representação ou requisição.

QUEIXA-CRIMEAção penal privada:

Privada propriamente dita ou exclusivamente privada – na morte do ofendido qualquer pessoa do CADI ou havendo colidência do representante legal, poderá ingressar com a ação

Personalíssima – para propor a queixa só pode ser o ofendido. Um único exemplo: induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento – art. 236, CP. Se a cônjuge falecer está extinta a punibilidade; se for deficiente mental, quando ele recuperar a normalidade ele terá um prazo de 6 meses

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Page 18: Direito Processual Penal I

para propor a ação, em hipótese alguma poderá ser representado, só ele pode entrar com a ação.

Subsidiária da pública – é uma garantia Constitucional, prevista no art. 5º, inc. LIX. O MP possui um prazo de 15 dias para propor a ação penal pública incondicionada (réu solto), se o MP não ingressar com a denúncia, a vítima poderá entrar com a queixa criminis substitutiva (que é um instrumento, uma petição) no 16º dia. Isso não é comum. Este prazo de 15 dias não é respeitado pelo MP, mas isso não tira o direito da ação subsidiária da pública, através da queixa criminis substitutiva, se decorrido 6 meses e a vítima ao ingressar com a ação substitutiva ocorre a decadência para ela, mas o MP pode ingressar quando quiser com a ação, salvo se ocorrer a prescrição da pena. A queixa criminis substitutiva terá que passar pelo juízo de admissibilidade (o juiz vai analisar se e ela possui os requisitos de uma ação – art. 41) se o juiz entender que não preenche os requisitos ele irá rejeitá-la. Se ele entender que preenche os requisitos, ele dará vista ao MP (o MP está junto com o querelante como interveniente adesivo necessário, como se fosse um assistente) e o MP se entender que a queixa não preenche os requisitos para recebimento ele vai repudiá-la, se o MP não repudia, mas a vítima procede com a queixa criminis, mas age com desídia o MP assume no pólo ativo da relação processual, já que ele é o titular da ação. Quando o juiz não aceita a queixa crime substitutiva pode ingressar com o Recurso Sentido Estrito.

24/09/2008 - quarta-feira

PRAZOS da Queixa-Crime

O prazo é de 6 meses, em regra. O prazo especial está na lei de Imprensa, que é de 3 meses. Outro prazo que também é especial é a modalidade de crime existente na ação personalíssima (induzimento de erro essencial ou ocultação de impedimento) para esta hipótese o prazo é de 30 dias a contar da data que anulou o casamento no cível.

Contagem dos prazos:

PRAZO PENAL (ART.10) PRAZO PROCESSUAL (ART. 798, §1º, CPP)Inclui o 1º dia e exclui o último. Exclui o 1º dia e inclui o último.

A jurisprudência não pacificou qual prazo deve ser computado. Mas a doutrina majoritária entende que é o do art. 10 do Código penal, tendo em vista ser o mais benéfico para o réu. Pois no prazo processual ele possui 1 dia a menos, em comparação com o prazo penal.

DENÚNCIA (TUDO ISSO É VÁLIDO PARA A QUEIXA-CRIME, com pequenas modificações)

Nos casos de ação penal pública incondicionada e condicionada.

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Page 19: Direito Processual Penal I

Art. 41 - A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Trata das condições genéricas, ou seja, das condições do processo civil (art. 282).

“exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias”. Obs.: o acusado não responde pelo tipo penal e sim pela narrativa dos fatos. Se nos fatos falar que ele cometeu roubo, mas no tipo penal estiver furto. Ele responderá pelo roubo.

“a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo”. Nome, nacionalidade, como é conhecido, profissão. Mesmo que não tenha a qualificação completa o MP vai denunciá-lo da mesma forma, e vai conter as características que souber do acusado, o que a qualificação indireta.

“a classificação do crime”. Qual tipo penal que o MP está qualificando o acusado. Mas se o MP não classifica crime, a denúncia será recebida, pois se presume que o juiz sabe do direito, e sabe a qual tipo penal que se encaixa. Quando classifica o crime tem conseqüências favoráveis e desfavoráveis (pode ter direito a liberdade com fiança ou não).

“Rol das testemunhas”. Se as testemunhas forem necessárias, existem crimes que é só de matéria de direito. Se não ocorre a preclusão consumativa para o MP, não tendo alternativa para o MP, em princípio. Isto é, a prova da alegação incube a quem a fizer, se o MP alega um fato contra A, cabe a ele provar, se ele não apresenta o rol que era a prova, a saída é dizer para o juiz que a testemunha presenciou o fato e solicitar ao juiz que ele tome a declarações da testemunhas conforme o art. 209, CPP – “O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes”. Mas isso é uma faculdade do juiz, se ele quiser, não é obrigado. Alguns entendem que é um dever do juiz, para que seja mais fácil e justo o julgamento dele.No procedimento ordinário pode arrolar até 8 testemunhas. No sumário 5 testemunhas. E no sumaríssimo apenas 3.

Art. 395 – A denúncia ou queixa será rejeitada quando:I - for manifestamente inepta;II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ouIII - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

Art. 648 - A coação considerar-se-á ilegal:I - quando não houver justa causa;

Tem-se entendido que a justa causa é uma condição da ação.

Se o juiz examina (juízo de admissibilidade / juízo de prelibação) uma denúncia e não percebe que faltou uma das condições da ação e manda citar. O réu possui 10 dias para responder a ação e verifica que o fato não constitui crime (faltou uma condição

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Page 20: Direito Processual Penal I

da ação), assim o juiz absolve sumariamente o réu, por isso é preferível que o réu responda normalmente alegando a falta de condição da ação.

29/09/08 - segunda-feira

Denúncia AlternativaO MP pode ofertar uma denúncia de forma alternativa, ele narra o fato e na hora de tipificar diz “se Vossa Excelência não entender ser tal crime, que entenda ser tal crime”. É aceita somente na doutrina, não é aceita pelo STJ e STF.

Rejeição parcialO juiz ao fazer o juízo de admissibilidade verifica que está ausente algum tipo penal, assim, ele aceita parte da denúncia e rejeita parte da denúncia. Mas, a doutrina é divergente e todos os arestos do STJ e STF dizem que é incabível a rejeição parcial da denúncia. Pode acontecer em caráter excepcional de isso acontecer no caso de denunciados (ou o MP denunciou alguém a mais ou alguém a menos), assim, o juiz pode excluir um denunciado, o comum é o juiz incluir o réu na ação penal, e não rejeitar.

Dupla Imputação ObjetivaQuando se tem uma empresa jurídica em que se denuncia não só a empresa, como também o diretor ou um dos diretores (somente nesta hipótese: Lei 9.605/98 – Meio ambiente).

RecursoRecebimento da Denúncia

Regra geral: HC – Quando o juiz recebe denúncia o recurso cabível é ação impugnativa, que na verdade é o habeas corpus, para o fim de trancar a ação penal.

Exceções:o Ação originária: A – é aquela que é interposta no Tribunal, por exemplo,

uma ação penal contra Ministério Público, Prefeito... se a denúncia é recebida, caberá Agravo, e se a denúncia é rejeitada caberá Agravo.

o Lei 5.250/67, Lei de imprensa – RSE – ao invés de habeas corpus cabe recurso em sentido estrito.

Rejeição da Denúncia Regra geral: RSE - Quando o juiz rejeita a denúncia é o recurso em sentido

estrito (é semelhante com o agravo no processo civil), podendo o juiz se retratar, revendo sua posição. Cabendo ainda, a retratação da retratação.

Exceções:o Ação originária: A – é aquele que é interposta no Tribunal, por exemplo,

uma ação penal contra Ministério Público, Prefeito... se a denúncia é recebida, caberá Agravo, e se a denúncia é rejeitada caberá Agravo.

o Lei 5.250/67: AP – ao invés de recurso em sentido estrito cabe Apelação.

o Lei 9.099/95: AD – quando o Juiz rejeitar a denúncia caberá Apelação.

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Page 21: Direito Processual Penal I

FundamentaçãoO recebimento da denúncia é feito com uma decisão interlocutória, e apesar de ser uma decisão interlocutória simples, e todas as decisões terem que ser fundamentadas, a doutrina e jurisprudência já decidiram que para receber a denúncia não precisa fundamentar, mesmo sendo uma interlocutória simples.

DENÚNCIA (TUDO ISSO É VÁLIDO PARA A QUEIXA-CRIME, com pequenas modificações – art. 41, CPP, sendo que denúncia é para ação penal pública condicionada ou incondicionada, e a queixa-crime é para ação penal privada. Ação penal pública - Queixa crime substitutiva)

ProcuraçãoPode ingressar com a queixa crime sem procuração, mas tem que ter a assinatura do ofendido junto com a do advogado. Mas a procuração terá que ter poderes específicos.

Art. 395, CPP – A denúncia ou queixa será rejeitada quando:I - for manifestamente inepta;II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ouIII - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

06/10/08 - segunda-feira

Não teve aula. Professor não veio.

_______________________________2º BIMESTRE_____________________________

20/10/08 - segunda-feira

AÇÃO CIVIL EX DELICTO (ação civil em função de um delito)

Sempre que houver um crime, caberá, em tese, uma ação civil. Sistema da independência da jurisdição (a jurisdição penal é independente da cível e vice-versa). Este sistema está sendo afastado (de acordo com a doutrina. A jurisprudência ainda não se manifestou) pelo sistema da confusão. O sistema da confusão passa a imperar (por exemplo, um juiz criminal fixando uma pena cível – art. 387, IV, CPP).

Art. 932, CC - São também responsáveis pela reparação civil:I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;

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Page 22: Direito Processual Penal I

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.

Art. 935, CC - A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal

Art. 188, CC - Não constituem atos ilícitos:I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;

Art. 927, CC - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Art. 63, CPP - Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. (Se o juiz penal julgar procedente a denúncia e condenar o réu. Esta sentença transitada em julgado, já é um título executivo. Não haverá citação para contestar. Só vai entrar executando a sentença – será discutido somente o quanto é devido no processo de execução).Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.Art. 387, CPP - O juiz, ao proferir sentença condenatória:IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (o juiz pode, na sentença, fixar um valor mínimo a título de reparação do dano. Se o ofendido não concordar com o valor, ele pode entrar com um processo de conhecimento no cível, e não com o de execução; já se o réu não concordar com valor estipulado pode recorrer no próprio juízo criminal, ou buscar em um processo de conhecimento no cível. Um juiz penal, fixando uma pena cível).

Art. 64, CPP - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil. (Tem que ir buscar a execução no processo de conhecimento).

Se o juiz condena, a vítima pode ingressar com ação civil. E se o juiz absolve também, mas só poderá trabalhar com o art. 64, do CPP, pois será necessário o processo de conhecimento, não poderá entrar somente com a execução.

Art. 386, CPP - O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:

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Page 23: Direito Processual Penal I

I - estar provada a inexistência do fato; (tem que estar provado que o fato não existiu – NÃO PODE BUSCAR REPARAÇÃO NO CÍVEL)II - não haver prova da existência do fato; (não pode haver prova, isso não quer dizer que o fato não existiu – nesta hipótese PODE BUSCAR REPARAÇÃO NO CÍVEL)III - não constituir o fato infração penal; (Só por que não constitui infração penal, não quer dizer que não pode ser infração civil - PODE BUSCAR REPARAÇÃO NO CÍVEL. Ex.: furto de uso – a pessoa só pega para usar e devolve nas mesmas condições).IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (NÃO PODE BUSCAR REPARAÇÃO NO CÍVEL)V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (PODE BUSCAR REPARAÇÃO NO CÍVEL)VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20,21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundadadúvida sobre sua existência; (estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular do direito, estrito cumprimento do dever legal, inexigibilidade de conduta adversa, ordem manifestamente ilegal.. entre outros – em princípio NÃO PODE BUSCAR REPARAÇÃO NO CÍVEL, mas a pessoa deu causa ao ato, pode buscar reparação no cível)VII – não existir prova suficiente para a condenação. (PODE BUSCAR REPARAÇÃO NO CÍVEL)

Art. 67, CPP - Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.

Casos de extinção da punibilidade:Prescrição Executória (após a prolação da sentença) e prescrição da pretensão punitiva (ocorre antes da sentença). Quase todos os casos levaram à reparação do dano.

Art. 107, CP - Extingue-se a punibilidade:I - pela morte do agente;II - pela anistia, graça ou indulto;III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;IV - pela prescrição, decadência ou perempção;V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;VII -(Revogado pela Lei nº 11.106, de 29.03.05);VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 29.03.05);IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Em regra, não existe coisa soberanamente julgada no penal, pois existe a revisão criminal (que é originária, pois é interposta no mesmo juízo da sentença) que pode ser a qualquer tempo. Quando o juiz absolve é o único caso em que existe a coisa soberanamente julgada.

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Page 24: Direito Processual Penal I

Mas e se já houve a condenação no cível (o réu da ação criminal foi condenado a reparar o dano no cível), e a revisão criminal é procedente (ou seja, absolve o réu)? O réu poderá entrar com uma ação regressiva (direito de regresso contra o autor).Se a ação cível não foi impetrada ainda, o réu não poderá ingressar.

A sentença do perdão judicial é de natureza jurídica condenatória, declaratória ou absolutória? O STJ firmou o entendimento, de que é Declaratória, e mesmo sendo uma sentença de cunho declaratório, dará ensejo a uma reparação civil.

22/10/08 - quarta-feira

FORO COMPETENTE (ação civil ex delicto)

Art. 94, CPC - A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu.

Art. 100, Parágrafo único, CPC - Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato.

Na ação civil ex delicto o autor poderá dispor de 3 foros competentes. Local do fato, residência do autor, ou do réu.

Quanto ao prazo prescricional, teremos que recorrer ao art. 200, CC e 206, §3, V:Art. 200, CC. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.Art. 206, CC. Prescreve: § 3º Em três anos: V - a pretensão de reparação civil.

No caso do juiz penal fixar o valor da pena que será aplicada no cível, a doutrina entende que proposta a ação penal a vítima ou representante serão intimados para vir aos autos e comprovar os gastos que teve para fim de fixação na sentença. Nos processos em andamento não tem como estipular este valor, sem provas dos gastos da vítima.

SUJEITOS PROCESSUAIS

Processo Civil: Autor, Réu e Juiz.Processo Penal: Parte Principal e Parte Secundária. No juízo de 1º piso, ou seja, 1º grau. Também juízo singular ou monocrático.Parte Principal (Parte obrigatória, não pode faltar nenhum deles): Juiz, MP ou querelante (ação privada), e Réu (querelado - advogado).Parte Secundária: funcionários da justiça (escrivão, escrevente, oficial de justiça...), perito, chefe de secretaria, intérprete e assistente (advogado constituído para funcionar ao lado do MP, também conhecido como advogado do assistente, pois o assistente não possui capacidade postulatória).

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Page 25: Direito Processual Penal I

JUIZÉ parte imparcial. Os juiz deixará de ser parte imparcial quando ele tomar partido a favor de uma das partes, ou quando ele profere a decisão, pois ele está decidindo a favor de uma parte.

(Trata dos impedimentos) Art. 252, CPP - O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:I - tiver funcionado seu cônjuge (companheiro) ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; (este impedimento é de natureza objetiva, pois está relacionado à função que exerce);II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; (está relacionado à função que exerce, por isso é de natureza objetiva);III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; (natureza subjetiva, pois ele atuou, decidiu algo no processo);IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta oucolateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito; (natureza subjetiva).

(Trata das incompatibilidades) Art. 253, CPP - Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive. (Por exemplo, no Tribunal do júri não pode ter irmãos).

(Trata da suspeição) Art. 254, CPP - O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; (ocorre a Contradita, que é quando o juiz preside uma instrução processual, e a testemunha entra para prestar depoimento, e o juiz pergunta: “nome, qualificação... E pergunta se tem interesse no litígio”, se falar que tem interesse, o advogado vai alegar a contradita. Assim, o juiz pode dispensar ou não a testemunha, se não dispensar poderá ouvi-la na qualidade de informante) – se não argüir a contradita naquele momento (da qualificação da testemunha), a matéria preclui, e o juiz colherá o testemunho normalmente (Natureza subjetiva);II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processopor fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; (por exemplo, um filho do juiz está respondendo a processo parecido com o que ele está julgando);III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau,inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado porqualquer das partes; (por exemplo, o filho é parte no processo em que ele está julgando);IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; (na prática acaba ocorrendo);V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; (pois, o juiz acabaria sendo imparcial);Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo. (Existe uma resolução quem amplia este inciso, dizendo que o juiz não pode ser

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Page 26: Direito Processual Penal I

presidente de Rotary Clube, nem da maçonaria, síndico de prédio. E existe também a suspeição por motivo de foro íntimo, que é aquele que não precisa dizer o motivo da suspeição, 135, §ú do CPC, por analogia).

27/10/08 - segunda-feira

PRERROGATIVAS DO JUIZ (OU DO MAGISTRADO)

Predicamento do Juiz é a mesma coisa que prerrogativa, que são (se aplicam também ao MP):

Vitaliciedade – vinculação do magistrado ao seu cargo; Inamovibilidade – Garante ao magistrado não ser removido de forma

compulsória e injustificada (magistrado não pode se removido sem motivos, de forma arbitrária; remoção = deslocamento físico); e

Irredutibilidade de vencimentos – a remuneração não pode diminuir.

O juiz, após aposentado, só pode advogar depois de passados 3 anos, dentro do mesmo Estado. Em outro estado ele pode advogar imediatamente, por causa da influência que ele ainda possui.

Critério de promoção (são alternados, uma parte das vagas vai para o critério e a outra para o outro):

Merecimento – celeridade, presteza, curso feitos, entre outros; e Antiguidade

A cada 5 vagas no 5º Constitucional, 1 é destinada ou a OAB ou ao MP. Isso é obrigatório pela CF.

Poder instrutório do Juiz

Art. 156, CPP. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.

O juiz pode determinar a produção de provas, mas com cuidado para não perder a parcialidade (o que é diferente de neutralidade, que está muito longe de imparcialidade, o juiz neutro é aquele omisso, e o juiz não pode se omitir).

MP (MINISTÉRIO PÚBLICO)

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Page 27: Direito Processual Penal I

Art. 127, CF - O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Ele é função essencial na justiça, ele não está no judiciário, nem no legislativo, e tem uma função especial (para o professor, dentro o executivo), contudo ele é independente. Apesar de ser parte, é uma parte imparcial, pois mesmo ajuizando a ação penal, ele não pode desistir, mas pode pedir a absolvição. Podendo ainda interpor recursos em favor do réu, como medida de segurança, e etc.

Princípios

Autonomia administrativa e financeira – ele não depende de ninguém para dar férias, fazer pagamento e etc. quanto ao salário há o repasse do executivo, mas não é a estrutura do executivo que paga.Independência funcional – não tem que prestar contas a ninguém, porém se for matéria de ordem administrativa ele não possui essa independência. Ele possui independência plena.Uno e indivisível – O MP é uno e indivisível, ou seja, um promotor substitui o outro, lógico que mediante designação. A forma ideal de falar não é representante do MP e sim presentante.

ADVOGADO

É o defensor, mas o Código usa a expressão: procurador, entre outras:Advogado constituído (tem que possuir procuração nos atos), dativo (é o profissional, em que a parte, em tese, não tem como pagar, e o juiz nomeia para funcionar durante todo o processo, e no final o juiz fixa os honorários; isso não quer dizer que só será para pessoas pobres, podem ser pessoas de boa condição financeira, que não queiram se defender), ad hoc (é o advogado que pratica um ato no processo, se por exemplo, o advogado constituído faltar a audiência, para não ter que adiar, ele chama qualquer um que esteja no corredor, e ele faz a audiência), defensor público (aquele que faz concurso de provas e títulos da defensoria), curador (quando houver colidência de interesses entre defensor público e a parte, ele nomeia um promotor de justiça para ser o curador).

29/10/08 - quarta-feira

ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO/PROCURADOR ASSISTENTE

Art. 268, CPP - Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no art. 31.(trata do assistente comum, e não do assistente de acusação – só será assistente de acusação se algum deles possuir capacidade postulatória).

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Page 28: Direito Processual Penal I

Para que tenhamos o assistente de acusação ou procurador assistente é necessário que o mesmo possua capacidade postulatória, e deverá ser constituído pela vítima ou representante legal (ou ainda as pessoas do art. 31, cônjuge, ascendente, descendente ou irmão). Ele é parte secundária. É uma parte desnecessária na ação penal, todavia, isso não quer dizer que ele não vá ingressar nos autos, desde que aja vontade da parte/família.

Interesses de participação do assistente nos autos:1º – buscar a reparação do dano causado à vítima.2º - buscar a majoração/aumento da pena.

Em que momento o assistente pode ser habilitado nos autos?Marco inicial – Só pode se habilitar após o oferecimento e recebimento da denúncia.Obs.: ele não pode ser contrato/constituído (se habilitar) na fase da execução da pena. Só pode habilitar-se até a sentença penal condenatória, ou seja, até o trânsito em julgado.

Requisitos para que seja constituído como assistente: 1º - Bacharel em direito.2º - Capacidade postulatória (ou seja, inscrito na OAB, e que a inscrição esteja ativa).

O assistente pode arrolar testemunhas?Quando ele oferta a denúncia (não pode depois, preclui o direito).Sumaríssimo: 3 testemunhas; sumário: 5 testemunhas, ordinário: 8 testemunhas; júri: 5 testemunhas.O assistente não poderá arrolar testemunhas, pois ele só será arrolado após o oferecimento da denúncia.

Ingresso do assistente de acusação na ação penal:Recebida a denúncia ele pode se habilitar. O assistente vai requerer ao juiz. O juiz obrigatoriamente irá ouvir o MP, antes de despachar, se o MP, quando for ouvido, concordar o juiz poderá concordar e deferir a habilitação, mas o juiz poderá também discordar (o juiz não está vinculado ao MP, ele é obrigado a ouvir o MP, mas não é obrigado a concordar com ele). Mas, se o MP não concordar, e o juiz entender que possui o interesse e quiser deferir, ele pode. Não importa se o MP concorda ou não, quem toma a decisão é o Juiz.

Art. 273, CPP - Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão. (Mas a doutrina e jurisprudência dominantes aceitam o recurso. Ex.: mandado de segurança, correição parcial – no caso do juiz excluir o assistente da ação penal que ele já foi habilitado, ou seja, possui “erro in procedendo”;

Obs.: em regra, quando se trata de interesse coletivo não pode ter assistente. Exceção: Lei do consumidor.

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Page 29: Direito Processual Penal I

Poderes do assistente de acusação:Art. 271, CPP - Ao assistente será permitido propor meios de prova (as provas que irão advir após o recebimento da denúncia, ou seja, não pode arrolar testemunhas), requerer perguntas às testemunhas (SEMPRE vai perguntar após o promotor de justiça), aditar o libelo (não existe mais libelo, pela Lei 11.689, que era uma peça idêntica à denúncia no tribunal do júri, porém, com uma peça como a da pronúncia, art. 416, CPP) e os articulados, participar do debate oral (das alegações) e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público (também vai interpor recurso, a doutrina atual entende que o assistente pode interpor qualquer modalidade e espécie de recurso), ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.

Art. 49, §ú da Lei. 8.906 (estatuto do advogado) prevê a intervenção da OAB no pólo ativo e passivo.

Tudo que se aplica ao juiz (suspeição, impedimento e incompatibilidade) se aplica aos peritos e ao MP.

Os outros sujeitos processuais não serão estudados agora.

DAS PROVAS (Teoria da prova)

Um dos institutos mais importantes (se não, o mais importante). Pois, para decretar uma prisão, por exemplo, é necessário que tenha provas.

03/11/2008 - segunda-feira

Princípios:

a) Auto-responsabilidade das partes – as partes assumem a responsabilidade do que propõem, dos atos que deveriam/devem praticar, e etc. Se vierem a sucumbir, a responsabilidade é de quem deu causa aquele ato. Tem incidência no principio da preclusão.b) Da Audiência contradita – o princípio do contraditório sempre se faz presente. Hoje não existe mais o sistema presidencialista, em que o juiz era o centro das atenções na audiência, hoje o juiz dá a palavra ao autor que faz pergunta à testemunha, da mesma forma com o MP, que é o sistema direct examination, esse sistema é para quem faz as perguntas primeiro. Quando o réu faz a pergunta diretamente à testemunha cross examination, ou seja, quem faz as perguntas depois.c) Oralidade/Concentração – Lei 11.719. A Audiência é UMA (ou superaudiência), ocorre toda ela no mesmo dia. Assim, a oralidade se faz mais presente ainda. Em conseqüência disto, teremos também o princípio da Identidade física do Juiz.d) Preclusão – aquilo (a prova) que tem que produzir em determinada fase processual, se não produz ocorre a preclusão. Preclusão temporal: ocorre em virtude da perda dos prazos. Preclusão consumativa: ocorre em virtude de a pessoa ter praticado um ato

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Page 30: Direito Processual Penal I

processual que impede outro. Preclusão lógica: é aquela que ocorre em virtude da incompatibilidade dos atos praticados. Existe a preclusão para o pro judicato, ou seja, para o juiz? Não. Ele pode rever seus atos, revogar, modificar e etc.e) Livre convencimento motivado – “Art. 155, CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas”. Reafirmou que o juiz não pode fundamentar somente nas “provas” do inquérito policial. Deve ser motivada, pois ele deve confrontar todas as provas presentes. O juiz pode aceitar ou não um laudo pericial, por exemplo, mas deve fundamentar sua decisão sempre.f) Aquisição ou Comunhão das provas – quando o MP oferece uma denúncia, ele apresenta o rol de testemunhas, da mesma forma a defesa, não são testemunhas de acusação ou de defesa (é o termo errado), a partir do momento em que são introduzidas no processo elas passam a ser testemunhas do Juízo. Art. 401, CPP. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa.§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código.O juiz deverá ouvir a parte contrária, sempre que uma das partes desistir da inquirição de alguma testemunhas, em respeito a este princípio.g) Verdade Real – verdade atingível, ou verdade processual. Mas do que nunca deve ser buscada essa verdade, pois é com a prova que o juiz profere sua decisão.h) Publicidade – as provas devem ser produzidas de maneira pública. As audiências são feitas de portas abertas. Se não for dado vista no mesmo momento, tem que ser dado depois de produzida a provas, no caso de interceptação telefônica, por exemplo, que a priori deve ser em sigilo, para não haver prejuízo.

Objeto de Prova e Objeto da Prova

Objeto da prova – é o acontecimento. Ex.: no homicídio é o evento morte.Objeto de prova – é o que vai fazer uso para provar. Mesmo o fato que não há controvérsia o juiz vai ter que produzir a prova.Art. 197, CPP - O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.O juiz deve ter outras provas além da confissão, deverá confrontá-las.Não necessitam de outras provas: Alguns fatos em que não há controvérsia. Os fatos evidentes (axiomáticos ou intuitivos) – ex.: uma pessoa é esmagada por uma carreta, não há necessidade de provar que ela foi esmagada pela carreta. Já no caso coma alcoólico, por exemplo, tem que provar, pois já ocorreram casos de acharem que a pessoa está morta e não está. Fatos notórios, nacionalmente conhecidos - Ex.: provar que 25 de dezembro é natal.

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Page 31: Direito Processual Penal I

Fatos inúteis – Ex.: se alguém é assassinado na hora do almoço, o que se tem que provar é se foi em legítima defesa, e não se foi na hora do almoço, meio dia, meio dia e meio; o que a vítima comeu e etc. Fato impossível – Ex.: uma pessoa falar que comprou uma passagem de férias para a Lua. Fato de Direito – Ex.: o que está na lei federal não necessita ser provado (se for municipal, estrangeira... tem que provar; Art. 337, CPC - A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz.)

Fatos que dependem de provasRequisitos:1º - Que a prova seja admissível (é aquela em que existe a permissibilidade para que ela seja produzida);2º - Que a prova seja pertinente ou fundada (é o oposto da prova inútil);3º - Que a prova seja, ao menos, um pouco concludente ou fundada (que o julgador possa tirar alguma conclusão dela, que ela ajude o juiz a decidir);4º - Que seja possível de realizar/produzir.

PROVA DIA 17/11 – segunda-feira

EM PROVAS DE CONCURSO CAEM QUESTÕES DE “RELAÇÃO DE CAUSALIDADE”.

05/11/2008 - quarta-feira

CLASSIFICAÇÃO DA PROVA(Classificação ilustrativa, alguns autores nem mencionam, não há em sua essência grande importância)1) Quanto ao sujeito

Real – encontramos tão somente vestígios. Ex.: alguém, no local do crime, com a camisa ensangüentada.

Pessoal – a pessoa visualiza/presencia o fato criminoso. 2) Quanto ao objeto

Direto – é o objeto do crime. Ex.: no homicídio o corpo da vítima. Indireto – raciocínio lógico de presunção ou indícios. Ex.: uma camisa

ensangüentada no local do crime.3) Quanto à forma

Testemunhal – prova testemunhal em sentido lato (não em sentido estrito, que é a testemunha), que é a testemunha, a vítima com suas declarações, e o acusado por meio do interrogatório.

Documental – qualquer documento que é levado para os autos. Ex.: Laudo, exame de DNA...

Material – é a prova pericial.4) Quanto ao seu efeito ou valor

Plena – não tem um juízo simplesmente de probabilidade, e sim de possibilidade. Ela, por si só, dá condições ao juiz de proferir uma sentença meritória. Assim, o juiz já pode dar uma sentença condenatória ou absolutória.

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Page 32: Direito Processual Penal I

Não plena – não dá certeza ao juiz. Só poderá ser aplicada/utilizada quando da expedição de mandado de busca e apreensão, decretar a prisão cautelar, ou seja, em casos em que não julga o mérito.

SISTEMA DE APRECIAÇÃO DE PROVAS (Cai em concurso)

1º) Sistema da íntima convicção ou da certeza moral do julgadorFoge à regra da obrigatoriedade fundamentação e do livre convencimento motivado, o julgador não necessita motivar sua decisão. É da convicção do íntimo do juiz. Já foi praticamente abolido do nosso sistema, salvo no Tribunal do Júri, em que os jurados julgam de acordo com sua consciência. Todavia, é muito relativo, pois o que é correto para o Juiz, pode não ser o correto para o acusado, e com isso ele ser condenado por uma opinião divergente da do Juiz.

2º) Sistema da prova tarifada ou certeza moral do legisladorAinda persiste no ordenamento. Prova tarifada é aquela que é mais valorizada do que as outras. Ex.: prova pericial possui mais valor do que a testemunhal.Art. 158, CPP - Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. (o exame de corpo de delito vale mais do que a confissão).

3º) Sistema do livre convencimento motivadoContinua no nosso sistema. O juiz pode valorar a prova seja qual ela for, desde que esteja nos autos, mas terá que motivar e dizer a razão sob pena da sentença ser anulada.Art. 155, CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

PROCEDIMENTO PROBATÓRIOPara produzir a prova nos autos deve haver um procedimento, que terá que ter requisitos. Que são:1º) Proposição – só posso produzir uma prova se eu propor esta prova. Qual o momento para propor a prova? Na ação penal pública condicionada e incondicionada no oferecimento da denúncia; se for ação penal privada, na queixa-crime; se for subsidiária da pública, na propositura da queixa-crime substitutiva. E o réu, em sua resposta à acusação (que é uma contestação da acusação que lhe foi feita, só que pode argüir 3 ou 4 modalidades de defesa). Exceção: Lei 9.99/95, em que o réu e o autor podem apresentar prova a qualquer tempo, desde que antes de proferida a sentença.2º) Admissibilidade – verificação se a prova é admissível ou não. É o exame do juiz, pode afastar a prova ou admitir. Se ele admite uma prova inadmissível a sentença será nula, tendo em vista, “erro in judicando”.3º) Produção – depois de admitida a prova será produzida e irá ocorrer na instrução probatória/processual.Obs.: não existe agravo no penal, somente uma hipótese que é a do art. 197, Lei de Execução Penal.

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Page 33: Direito Processual Penal I

4º) Valoração – o magistrado irá valorar a prova, examinar, e então fazer seu juízo de valor, ou condena ou absolve.

MEIOS DE PROVAAs provas estão inseridas/insertas no artigo 158 ao 250 do CPP. São as provas taxativas, que estão nominadas no CPP. Mas existem outras que não estão taxadas (não taxativas ou inominadas) no Código, por exemplo: uma prova do processo civil que é inserida no processo penal.

ÔNUS DA PROVAEle é um corolário do princípio da auto-responsabilidade das partes. Quem acusa tem o ônus de provar, se não provar ele assume o ônus. Tanto é para o autor como para o réu, é para as partes. É uma faculdade. O juiz atua de forma supletiva, ou seja, o promotor arrola testemunhas, e as testemunhas fazem referência à outra testemunha o juiz pode ouvi-la de forma supletiva para formar sua convicção.

12/11/08 - quarta-feira

PODERES INSTRUTÓRIOS DO JUIZO juiz não pode ultrapassar o limite de seu poder, para não se tornar parcial, por exemplo, não cabe o juiz produzir uma prova para o MP, somente no caso de prova supletiva, pois desta forma ele estaria ultrapassando seu poder instrutório. A posição do STF e STJ é de que o juiz DEVE produzir as provas necessárias que achar necessárias, pois o juiz não sabe a quem essa prova vai beneficiar. O que não é a posição dos doutrinadores, estes entendem que é necessária uma provocação das partes para que ele determine a produção das mesmas, ele só poderá determinar após o curso do processo.Quais são esses poderes? Os que o código nos dá como um mecanismo para chegarmos à verdade atingível.Como por exemplo:Art. 149, CPP - Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal. (não há necessidade de provocação por nenhuma das partes para o Juiz determinar o exame médico-legal).Art. 156, CPP. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes (provas supletivas), observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.Art. 181, CPP - No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. Parágrafo único - A autoridade poderá também

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Page 34: Direito Processual Penal I

ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos (expert = perito judicial), se julgar conveniente.Art. 196, CPP - A todo o tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.Art. 209, CPP - O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. § 1º - Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem.A acareação (colocar as testemunhas frente a frente para tentar descobrir quem está mentindo) poderá ser determinada de ofício pelo juiz.Art. 242, CPP - A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.

PROVA EMPRESTADANão é uma parte emprestar uma prova para outra. É a prova de um processo para o outro.Requisitos:a) Partes Iguais – no caso de ação penal pública o autor deve ser o MP, e o réu o mesmo. b) Formalidades Legais – as formalidades devem ser observadas. É aquilo que deve ser observado no procedimento do processo.c) Que o fato seja o mesmo – o fato tem que ser o mesmo e não o tipo penal, pois o réu responde pelo fato narrado e não pelo tipo penal. Tem se aceitado crimes/tipos penais que não sejam idênticos, mas deve haver alguma proximidade. d) Contraditório – no inquérito policial não possui contraditório, logo, não possui prova emprestada.No caso de juiz absolutamente incompetente (todos os atos decisórios serão nulos), se foi o caso de prova emprestada, e se a outra sentença se embasou em uma prova produzida no juízo incompetente, esta também será nula. Mas, se o juiz não embasou sua sentença nesta prova, ela vai valer no processo.Essa prova emprestada pode ser utilizada em outro tipo de processo (cível e administrativo, por exemplo)? Há uma grande divergência. Mas, para a doutrina majoritária, se todas as formalidades forem observadas, pode sim.

PROVA ATÉ AQUI.

19/11/08 - quarta-feira

PROVA ILÍCITAÉ gênero de prova ilegal/vedada/proibida. São inadmissíveis.A prova proibida/vedada/ilegal pode ser:

Ilícita – fere o direito material e constitucional. Ilegítima – fere o direito processual e constitucional.

A prova ilícita pró réu, ou seja, a favor do réu, é admissível, já a prova ilícita pró societá, é inadmissível. Por causa do princípio da proporcionalidade/razoabilidade, que dependendo da circunstância a prova ilícita deve ser considerada.

ELABORADA POR SUELEN CRISTINA MEDEIROS MENDES – [email protected]

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Teoria da exclusão de ilicitude – nada mais é do que mesmo quando a prova for ilícita o réu pode utilizar para provar sua inocência (é relativa, pois, depende se era a única forma de provar a inocência ou não).

Prova ilícita por derivaçãoArt. 157, CPP. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Teoria da árvore envenenada). Não pode haver nexo de causalidade entre a prova ilícita e a outra.

§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.O correto seria o juiz se dar por impedido (estava no §4º que foi vetado), além de determinar o desentranhamento da prova ilícita, para não analisar mais o mesmo processo, pois ele já está contaminado com a prova ilícita, sendo assim ele perde sua imparcialidade.

PROVA NOMINADAInterrogatório – Existem 4 correntes a respeito:

1) Entende que o interrogatório é um meio de defesa;2) Entende que o interrogatório é um meio de prova;3) Entende que o interrogatório é um meio de prova e de defesa;4) Entende que o interrogatório é um meio de defesa e de prova;

O entendimento dominante do STJ e STF é que o interrogatório é a corrente 3, ou seja, é um meio de prova e de defesa. Características:

O interrogatório é um ato público (assim como as audiências) qualquer um pode assistir, salvo segredo de justiça;

Falava-se que era um ato personalíssimo, pois somente o juiz que poderia realizar o interrogatório, mas hoje o juiz indaga as partes se tem algum esclarecimento para fazer, e não necessariamente é o juiz que faz as perguntas. Mas entende-se que é personalíssimo para a pessoa do réu, pois somente o réu que pode responder ao interrogatório;

Oralidade; se for surdo é só escrever; e se ele for mudo é só falar que ele escreve; se for surdo-mudo ou analfabeto é necessário um intérprete;

Individualidade – o réu tem que ser interrogado sozinho e não na presença de outros réus;

Judicialidade – o interrogatório é diferente do da policial, é judicial; Espontaneidade – o réu não pode ser coagido ou pressionado a responder, tem

o direito de silêncio;

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