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___________________________________________________________________ *Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse www.denishermida.com.br . 1 DIREITO EMPRESARIAL II DIREITO SOCIETÁRIO 1 Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida para servir de material de apoio aos alunos da cadeira “Direito Empresarial” * O conteúdo da presente apostila não afasta a necessidade de leitura, pelo aluno, da bibliografia básica sobre os termos abordados em aula e que fazem parte do conteúdo programático do curso, devendo esta apostila servir tão somente como uma forma de apoio no desenvolvimento dos estudos e pesquisas necessários ao aproveitamento do curso. Não se afasta, também, a existência de entendimentos diversos dos constantes nessa apostila. * As interpretações apresentadas nesta apostila podem conflitar com interpretações adotadas por outros autores. * A presente apostila pode conter erros de digitação, o que impõe o seu conflito com os textos legais. 1 Na elaboração deste resumo constam informações das seguintes obras : “Curso de Direito Comercial” de Rubens Requião (São Paulo:Editora Saraiva, 25 a edição revista e atualizada, 2003), “Direito de Empresa no Novo Código Civil” de Láudio Camargo Fabretti (São Paulo: Editora Atlas, 2003), “Curso de Direito Comercial” de Fábio Ulhoa Coelho (São Paulo: Editora Saraiva, 2004, 8 a edição, revista e atualizada), “Novo Código Civil Comentado” sob coordenação de Ricardo Fiúza (São Paulo : Saraiva, 1 a edição, 10 a tiragem, 2003)

DIREITO SOCIETÁRIO 1denishermida.dominiotemporario.com/doc/Direito_Societario... · DIREITO EMPRESARIAL II ... livro I é intitulada como “Das Sociedades ou Associações civis”,

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___________________________________________________________________ *Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse www.denishermida.com.br.

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DIREITO EMPRESARIAL II

DIREITO SOCIETÁRIO 1 Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida para servir de material

de apoio aos alunos da cadeira “Direito Empresarial” * O conteúdo da presente apostila não afasta a necessidade de leitura, pelo aluno, da bibliografia básica sobre os termos abordados em aula e que fazem parte do conteúdo programático do curso, devendo esta apostila servir tão somente como uma forma de apoio no desenvolvimento dos estudos e pesquisas necessários ao aproveitamento do curso. Não se afasta, também, a existência de entendimentos diversos dos constantes nessa apostila. * As interpretações apresentadas nesta apostila podem conflitar com interpretações adotadas por outros autores. * A presente apostila pode conter erros de digitação, o que impõe o seu conflito com os textos legais. 1 Na elaboração deste resumo constam informações das seguintes obras : “Curso de Direito Comercial” de Rubens Requião (São Paulo:Editora Saraiva, 25a edição revista e atualizada, 2003), “Direito de Empresa no Novo Código Civil” de Láudio Camargo Fabretti (São Paulo: Editora Atlas, 2003), “Curso de Direito Comercial” de Fábio Ulhoa Coelho (São Paulo: Editora Saraiva, 2004, 8a edição, revista e atualizada), “Novo Código Civil Comentado” sob coordenação de Ricardo Fiúza (São Paulo : Saraiva, 1a edição, 10a tiragem, 2003)

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___________________________________________________________________ *Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse www.denishermida.com.br.

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I – O CONCEITO DE SOCIEDADE - a atividade econômica empresarial pode ser exercida pelo empresário solitariamente (que é denominado “empresário individual” ou “empresário em firma individual”) ou através de sociedades empresárias. a)O conceito de sociedade em contraposição ao conceito de associação - Rubens Requião aponta que o código comercial de 1850 não definiu sociedade comercial. Já o antigo código civil (de 1916) conceituava genericamente, no seu artigo 1.363, que “celebram contrato de sociedade as pessoas que mutuamente se obrigam a combinar seus esforços ou recursos, para lograr fins comuns” - Importante é que se destaque que o código civil de 1916 não fazia distinção entre sociedade e associação, mesmo porque, a Seção III do Capítulo II de seu livro I é intitulada como “Das Sociedades ou Associações civis”, utilizando esses dois vocábulos como sinônimos - Se de um lado o termo genérico “sociedade” nos remete invariavelmente para a existência de união de esforços de um grupo de pessoas para a realização e um fim comum, de outro lado temos que o termo “sociedade” é utilizado pelo atual código civil com um significado específico, significado esse que deve ser compreendido frente à diferenciação com o instituto da “associação”. - Fazer a comparação entre “sociedade” e “associação” no código civil de 2002 é proceder a análise conjunta do constante dos seus artigos 53 e 981, que abaixo transcrevemos:

“Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.” “Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”

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___________________________________________________________________ *Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse www.denishermida.com.br.

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- Da leitura dos artigos acima transcritos, resta claro que a formação e funcionamento da sociedade e da associação estão baseados na união de esforços entre pessoas para a realização de um fim comum. No entanto, enquanto na associação esse fim é “não econômico” (isto é, não objetiva lucro, não objetiva “ganhar dinheiro para ser dividido entre os sócios” mas, sim, fins filantrópicos, culturais, sociais, políticos ou de qualquer outro gênero), na sociedade o fim da união de esforços entre as pessoas é “econômico” (isto é, a aquisição de lucro para ser repartido entre todos os sócios). - Sociedade é, assim, para o atual código civil, a agregação de pessoas que possuem um objetivo em comum e se reúnem (contribuindo com bens ou serviços) para consegui-lo com menor dificuldade, objetivando um conteúdo econômico. b)Espécies de sociedade - As sociedades previstas no direito civil podem ser qualificadas de acordo com a atividade econômica que desenvolvem, surgindo, a partir daí, 2(duas) categorias de sociedade: as sociedades simples e as sociedades empresárias. - Como “sociedades”, ambas as categorias se enquadram na descrição abstrata do artigo 981 do Código Civil, isto é, ambas são reuniões de pessoas com o objetivo de, contribuindo com bens ou serviços, realizarem uma atividade econômica, isto é, obter lucro através da realização de uma atividade econômica. - O que diferencia essas duas categorias é a atividade econômica que exercem. Faremos a diferenciação entre sociedades simples e sociedades empresárias conceituando esta última. - Sociedade empresária é a espécie de sociedade que explora uma atividade de empresa, isto é, que tem como objeto o exercício de atividade própria de empresário. - Lembremos que o artigo 966 considera empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, excluindo, em seu parágrafo único, da condição de empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica ou artística, com ou sem auxiliares ou colaboradores (salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa).

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- Incluem-se como sociedade empresária, independentemente de exercerem ou não atividade empresarial, as sociedades anônimas, por expressa disposição do parágrafo único do artigo 982 do Código Civil (“Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa”). - Dessa forma, sociedade empresária é aquela que exerce atividade econômica de produção ou circulação de bens ou de serviços, atividade essa que não seja o exercício de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística que não seja elemento de empresa. Por disposição legal (artigo 982 do CC), toda sociedade anônima, independentemente de seu objeto, são sociedades empresárias. - Como exemplo de sociedade empresária, podemos citar 2(duas) pessoas que se unem (com bens ou serviços) para a atividade econômica de produção ou comercialização de roupas. - Outro exemplo que podemos citar é a união de um advogado e um contador para a prestação de serviços de assessoria empresarial (nesse caso, apesar de serem a advocacia e a contabilidade profissões intelectuais de natureza científica, estão sendo exercidas como elemento de uma empresa, que é, no caso, a atividade organizada de assessoria jurídico-contábil a empresas.

- Já na categoria de sociedade simples se enquadram todas as sociedades que não exercem atividade econômica típica de empresário. Isto é, todas as sociedades que não forem empresárias são, por exclusão, sociedades simples. Incluem-se na categoria de sociedade simples, por disposição expressa do parágrafo único do artigo 982 do CC, as cooperativas, independentemente de seu objeto. - Como ensina Rubens Requião, o perfil jurídico da sociedade simples se faz por exclusão ou por determinação legal no ritmo do artigo 982 do Código Civil - Como exemplo de sociedade simples, podemos citar 2(dois) advogados que unem seus esforços para a prestação de serviço de advocacia. Como a advocacia é uma profissão intelectual de natureza científica, e não está servindo como elemento de empresa (enquadrando-se no parágrafo único do artigo 966 do CC), a sociedade não é empresária e, portanto, é simples.

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- Essa diferenciação entre sociedade empresária e sociedade simples consta do artigo 982 do Código Civil:

“ Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.”

- A forma como o código civil trata as sociedades simples e empresárias é totalmente compatível com a adoção do sistema italiano de direito comercial que, numa tentativa de unificação do direito obrigacional, não faz diferenciação entre atividades comerciais e civis, mas adota a teoria da empresa como forma de reagrupar as sociedades, destinando tratamento diferenciado a algumas atividades de importância econômica marginal (não empresárias), que são aquelas que constituem as sociedades simples.

II – A PERSONALIZAÇÃO DAS SOCIEDADES - as sociedades podem ser personalizadas e, assim, são pessoas distintas dos sócios, titularizam os seus próprios direitos e obrigações a) Natureza e conceito de pessoa Jurídica - Conceito :a pessoa jurídica é o sujeito de direito inanimado e personalizado. - a natureza jurídica da “pessoa jurídica” é objeto de várias teorias, destacando-se 2(duas) : a teoria orgânica e a teoria da ficção ou realidade objetiva. - a “teoria orgânica” defende que a pessoa jurídica tem uma preexistência ao direito. Isto é, para esta teoria, o direito não cria a pessoa jurídica, somente a reconhece. - a “teoria da ficção” afirma que a pessoa jurídica é criação do direito, não preexistindo ao direito. - Fabio Ulhoa Coelho aponta que a pessoa jurídica não preexiste ao direito, é apenas uma idéia, conhecida dos advogados, juízes e demais membros da comunidade jurídica, que auxilia a composição de interesses ou a solução de conflitos.

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- O sujeito de direito personalizado tem aptidão para a prática de qualquer ato, exceto o expressamente proibido; já o sujeito de direito despersonalizado (do qual são exemplos a massa falida – universalidade formada pelos direitos e obrigações de falido - e o espólio - universalidade formada pelos direitos e obrigações de pessoa falecida -) somente pode praticar ato essencial ao cumprimento de sua função ou o expressamente autorizado. - a sociedade personificada empresária e a sociedade personificada simples são, assim, sujeitos de direito, tendo aptidão para a prática de qualquer ato, à exceção daqueles expressamente proibidos pelo direito positivo, possuindo autonomia obrigacional, patrimonial e processual, não se confundido com a pessoa dos seus sócios. b) Quadro geral das pessoas jurídicas - as pessoas jurídicas são divididas em 2(dois) grandes grupos, que são : as pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado - o que diferencia esses grupos é o regime jurídico a que se encontram submetidos. Enquanto as pessoas jurídicas de direito público estão submetidas ao regime jurídico de direito público (que tem como fundamental o princípio da supremacia do interesse público; neste regime as normas estabelecem desigualdade nas relações jurídicas, para que o interesse geral prepondere sobre o particular) e, por óbvio, as pessoas jurídicas de direito privado se submetem ao regime jurídico de direito privado (cujos princípios vigentes são os da autonomia da vontade e o da igualdade). - como pessoas jurídicas de direito público, temos as entidades estatais (da administração pública direta e indireta e fundacionais) e as empresas particulares concessionárias de serviços públicos). - como pessoas jurídicas de direito privado, temos as fundações (nas fundações o instituidor destaca do seu patrimônio um ou mais bens e manifesta a vontade no sentido de que os frutos da administração deles sejam empregados na concretização de determinado fim, normalmente de relevância social ou cultural), as associações (a agregação de pessoas que possuem um objetivo em comum e se reúnem para consegui-lo com menor dificuldade, objetivando um conteúdo não-econômico) e as sociedades ( agregação de pessoas que possuem um objetivo em comum e se reúnem -contribuindo com bens ou serviços - para consegui-lo com menor dificuldade, objetivando um conteúdo econômico).

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c) Efeitos da personalização - o fato de serem pessoas jurídicas faz com que as sociedades empresária e simples adquiram certas características, quais sejam :

- titularidade obrigacional : é sujeito ativo ou passivo de obrigações e direitos. Isto é, as obrigações e direitos da sociedade não se confundem com as obrigações e direitos dos seus sócios

- titularidade processual : possui legitimidade para demandar e ser

demandada em juízo. Isto é, ser Autora ou Ré em ações judiciais

- responsabilidade patrimonial : há separação entre o patrimônio da sociedade e os patrimônios de seus sócios. Respondem pelas obrigações da sociedade, em princípio, apenas os bens sociais (bens da sociedade)

- Princípio da autonomia patrimonial : esse princípio tem como base a separação patrimonial entre os bens da sociedade e os bens dos sócios; respondem pelas obrigações da sociedade, em princípio, apenas os bens da sociedade. - Como exceção ao princípio da autonomia patrimonial, temos o instituto da “desconsideração da personalidade jurídica” que permite que, em casos específicos previstos em lei, os sócios respondam pessoalmente pelas obrigações da sociedade. d) Início e término da personalização das sociedades - Início : a personalização das sociedades empresarial e simples se inicia com o registro do contrato ou estatuto social no registro público competente � artigo 45 do Código Civil. - O registro competente para as sociedades simples é o Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede � artigo 998 do Código Civil e artigo 1.150 do Código Civil. - O registro competente para as sociedades empresárias é o Registro Público das Empresas Mercantis do local de sua sede � artigo 1.150 do Código Civil.

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- Término : através de procedimento dissolutório, que pode ser extrajudicial (por ato dos sócios) ou Judicial (por decisão judicial). O processo dissolutório tem basicamente 2(duas) fases : a liquidação (que visa a solução das pendências negociais da sociedade) e a partilha (que visa distribuir o acervo patrimonial, se houver, aos sócios III – CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES - Existem várias classificações para as sociedades, sendo que daremos destaca para as seguintes classificações: a) em sociedades de pessoas e sociedades de capital; b) em sociedades contratuais e sociedades institucionais e c) em sociedades de responsabilidade limitada, de responsabilidade ilimitada e de responsabilidade mista d) em sociedades irregulares e sociedades de fato. a) Sociedades de pessoas e sociedades de capital - essa classificação leva em consideração o grau de dependência da sociedade em relação às qualidades subjetivas dos sócios. - Sociedades de pessoas: são aquelas em que a realização do objeto depende mais dos atributos individuais dos sócios que da contribuição material que eles dão. São sociedades de pessoas: as sociedades em nome coletivo (arts. 1.039 a 1.044/CC), as sociedades em comandita simples (arts. 1.045 a 1.051/CC), em razão de a elas ser aplicável o artigo 1.003 do CC (aplicação subsidiária em razão do disposto nos artigos 1.040 e 1.046/CC). - Sociedades de capital: aquelas em que a contribuição material é mais importante que as características subjetivas dos sócios. São exemplos de sociedades de capital : a sociedade anônima (art. 1.088/CC) e as sociedades em comandita por ações (arts. 1.090 a 1.092/CC). - A sociedade limitada (arts. 1.052 a 1.087/CC) pode ser tanto de pessoas como de capitais, dependendo do que constar no contrato social (ato constitutivo), conforme artigo 1.053/CC.

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b) Sociedades contratuais e sociedades institucionais - essa classificação leva em consideração o regime legal de constituição e dissolução do vínculo societário. - Sociedades contratuais: são constituídas por contrato entre os sócios; são de origem contratual. São sociedades contratuais : a sociedade em nome coletivo, a sociedade em comandita simples e a sociedade limitada. - Sociedades institucionais: também se constituem por manifestação dos sócios, mas não são revestidas de natureza contratual em razão da forma de vinculação que o direito positivo impõe a essas sociedades. São sociedades institucionais: a sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações. - As sociedades contratuais são regidas pelo código civil e as sociedades institucionais são regidas pela lei das sociedades anônimas (Lei 6.404/76) c) Sociedades de responsabilidade limitada, de responsabilidade ilimitada e de responsabilidade mista - leva em consideração a limitação ou não da responsabilidade dos sócios em relação às obrigações da sociedade. - em razão da personalização (titularidade obrigacional, legitimidade processual e responsabilidade patrimonial), o patrimônio dos sócios não se confunde com o da sociedade. - responsabilidade subsidiária: enquanto não exaurido o patrimônio social, não se pode cogitar de comprometimento do patrimônio do sócio (benefício de ordem - art. 1.024/CC), à exceção da hipótese da parte final do artigo 990 do CC. - além de subsidiária, a responsabilidade do sócio pode ser LIMITADA ou ILIMITADA. - é ilimitada a responsabilidade quando os sócios respondem pelas obrigações sociais, sem qualquer limitação, arcando com o valor integral da dívida da sociedade.

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- é limitada quando a responsabilidade quando os sócios respondem pelas obrigações sociais dentro de um limite, relacionado ao valor do investimento que se propuseram a realizar. - sociedades de responsabilidade ilimitada: aquelas em que todos os sócios respondem integralmente pelas obrigações sociais. Exemplo: sociedade em nome coletivo (art.1.039/CC). - sociedades de responsabilidade mista: aquelas em que apenas parte dos sócios responde de forma ilimitada. Ex: sociedade em comandita simples (art. 1.045/CC) e sociedade em comandita por ações (art. 1.090/CC). - sociedades de responsabilidade limitada: aquelas em que todos os sócios respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. Ex: sociedade limitada (art. 1.052/CC) e a sociedade anônima. d) Sociedades regulares, sociedades irregulares e sociedades de fato : - Essa classificação leva em consideração o preenchimento das imposições legais para a aquisição, pela sociedade, de personalidade jurídica própria - Sociedades regulares: são aquelas que têm os seus respectivos atos constitutivos devidamente registrados no órgão registral competente, conforme determina os artigos 45 e 1.150 do CC - Sociedades irregulares: são aquelas que não tem o seu ato constitutivo registrado no órgão registral competente, não adquirindo, assim, personalidade jurídica própria - Sociedades de fato: são aquelas que não possuem sequer um ato constitutivo (contrato social), deixando os sócios de reduzir a escrito seu ajuste - Tanto as sociedades irregulares quanto as sociedades de fato são regidas pelas normas da “sociedade em comum”, constantes nos artigos 986 a 990 do CC, conforme determina o artigo 986 do CC.

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IV – AS SOCIEDADES EM ESPÉCIE - As sociedades dividem-se em sociedades simples e sociedades empresárias - Sociedades simples são aquelas que não exercem atividade empresária, isto é, não se enquadram na atividade econômica empresária conceituada no artigo 966 do CC. As sociedades cooperativas são, por disposição legal (art. 982, parágrafo único,CC), sempre sociedades simples, independentemente de seu objeto - Sociedades empresárias são aquelas que exercem atividade empresária, isto é, que se enquadram na atividade econômica empresária conceituada no artigo 966 do CC. As sociedades por ações (sociedades anônimas e sociedades em comandita por ações) são, por disposição legal (art. 982, parágrafo único, CC), sempre sociedades empresárias, independentemente de seu objeto. Pessoas Jurídicas de Direito Privado

Soc.Não personificadas : - Soc. em Comum - soc. em conta de participação

Associações Fundações Sociedades

personificadas Simples Empresárias Soc. em nome coletivo Soc. em comandita simples

Soc. Limitada

Soc. em comandita por

ações

Soc. Anônima

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- O artigo 983 do CC impõe que as sociedades empresárias devem ser constituídas sob um dos tipos previstos nos artigo 1.039 a 1.092, ou seja : Sociedade em nome coletivo (arts. 1.039 a 1.044), Sociedade em comandita simples (arts. 1.045 a 1.048), Sociedade Limitada (arts. 1.052 a 1.086), Sociedade Anônima (art.1.088 e 1.089/CC e Lei 6.385/76) ou Sociedade em comandita por ações (arts. 1.090 a 1.092/CC e Lei 6.385/76) - O mesmo artigo 983 do CC também determina que as sociedades simples podem (faculdade) se constituir sob a forma de um dos tipos de sociedades empresárias previstos nos artigos 1.039 a 1.092 do CC ou sob a forma própria de sociedade simples - A despeito do campo de estudo do direito comercial se limita à regulação da atividade econômica de natureza empresarial, o estudo da regulamentação sobre as sociedades simples é importante em razão de sua aplicação subsidiária em relação aos diversos tipos de sociedades empresárias, como consta dos artigos 1.040/CC (para a sociedade em nome coletivo), 1.046/CC (para a sociedade em comandita simples) e 1.053/CC (para a sociedade limitada) - Para as sociedades, sejam simples, sejam empresárias, que não têm inscritos os seus atos constitutivos (contrato social) nos órgãos competentes (Junta Comercial para as sociedades empresárias e Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas para as sociedades simples), isto é, as sociedades irregulares e as sociedades de fato (vide classificação das sociedades), são regidas pelas regras das “Sociedades em comum” previstas nos artigos 986 a 990/CC. 1- Sociedades não personificadas - O artigo 45, caput, do CC determina que a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado (associações, fundações e sociedades) se inicia com o registro dos respectivos atos constitutivos nos competentes órgãos registrais. - Para as associações e fundações o órgão competente para o registro dos respectivos atos constitutivos no registro civil das pessoas jurídicas.

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- Para sociedades simples a competência é do registro civil das pessoas jurídicas e para as sociedades empresárias o registro público das empresas mercantis (Junta Comercial), conforme artigo 1.150 do CC. - Uma vez não registrados os atos constitutivos, a sociedade será considerada não personificada e será regido pelas regras inerentes à Sociedade em Comum (arts. 986 a 990 do CC). - As sociedades em conta de participação também são consideradas sociedades não personificadas e regidas por regras específicas constantes dos artigos 991 a 996 do CC. a) Sociedade em comum - Enquanto não inscritos seus atos constitutivos no registro próprio, a sociedade não adquire personalidade jurídica e será regida pelas disposições referentes à sociedade de fato denominada pelo CC de sociedade em comum (art.986/CC). - Não estando a sociedade personificada juridicamente, ela não tem capacidade jurídica para adquirir direitos e assumir obrigações, não sendo, portanto, uma pessoa jurídica e, conseqüentemente, não lhe é aplicável a autonomia patrimonial, isto é, não é possível separar o patrimônio da sociedade do patrimônio particular dos sócios. - Prova da existência da sociedade: os sócios, entre si ou em relação a terceiros, só pode fazer prova da existência da sociedade através de documento escrito. Já terceiros podem fazer prova da existência da sociedade por qualquer forma (por escrito ou por provas orais) � art. 987 do CC. - Titularidade dos bens e dívidas: os sócios são considerados titulares dos bens destinados à atividade da sociedade e das dívidas contraídas pela sociedade � art. 989 do CC. - Responsabilidade dos sócios pelas dívidas da sociedade:

- os bens sociais (bens destinados ao exercício da atividade econômica) respondem pelos atos de gestão (atos de gerir a atividade, atos que tem por objetivo que a sociedade exerça os seus objetivos) de qualquer dos sócios;

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- benefício de ordem � art. 1.024/CC � os bens pessoais dos sócios só responderão pelas dívidas da sociedade em comum se os bens sociais não forem suficientes para garantir toda a dívida.

- Exceção ao benefício de ordem � art. 990, parte final, do CC � o sócio que pactuou contratos pela sociedade se responsabilizará pessoalmente pela dívida independentemente de prévia verificação de capacidade dos bens sociais de suprir a dívida.

- Todos os sócios respondem solidária (qualquer um pode ser demandado por todo o valor da dívida) e ilimitadamente (sem qualquer limitação de valor) pelas dívidas (obrigações) da sociedade, se os bens sociais não forem suficientes para cumprir a dívida (benefício de ordem) � art.990/CC.

- Já o sócio que contratou pela sociedade não terá sequer o benefício de ordem (art. 1.024/CC), podendo ter diretamente consumido o seu patrimônio particular para o pagamento de dívida (obrigação) da sociedade.

- A administração da sociedade é comum a todos os sócios, mas podem os sócios pactuar expressamente limitação de poderes a algum ou a vários sócios. Os bens da sociedade respondem pelas obrigações contraídas com afronta à limitação de poderes, desde que o terceiro contratante conheça tal limitação ou deva conhece-la. Se o terceiro conhecia a limitação de poderes e assim mesmo pactou o contrato com afronta a essa limitação (isto é, o sócio contratante não tinha o poder de contratar pela sociedade), somente o sócio que contratou será responsável pela dívida, não podendo o terceiro atingir os bens sociais da sociedade ou os bens pessoais dos demais sócios � art. 989 /CC.

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___________________________________________________________________ *Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse www.denishermida.com.br.

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SOCIEDADE EM COMUM Sem registro do ato constitutivo (art. 986) BENS

E REGRA : os sócios são TITULARES em comum (são co-proprietários dos bens e co-responsáveis pelas dívidas) � art. 988/CC

DÍVIDAS Exceção:dívidas contraídas com afronta à expressa limitação de poderes e em que o terceiro que contratou tinha ou deveria ter conhecimento da limitação � art. 989 do CC

Dívida

Responsabilidade direta do OU Bens da sociedade respondem Sócio que contratou pela pela dívida (art. 1.024 e 990/CC)

Sociedade (art. 990, parte final, do CC)

Se bens da sociedade forem insuficientes

Opção do credor Responsabilidade solidária e ilimitada de todos os sócios � podem ser responsabilizados com os patrimônios pessoais por toda a dívida e sem limitação de valor (art. 999, parte final, do CC)

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b) Sociedade em conta de participação - é também uma das espécies de sociedade não personificada - é caracterizada por um contrato de participação (que independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de prova admitidos em direito � art. 992) que vincula o sócio “ostensivo” e o sócio “participante” - sócio ostensivo : - é aquele que se apresenta ao mercado, regularmente estabelecido, inscrito no registro público e repartições competentes na forma da lei e com documentos livros contáveis e fiscais. Isto é, é o sócio que exerce o objeto social (o objetivo, a finalidade, a atividade econômica) da sociedade em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade. - o sócio ostensivo é aquele que realiza todos os negócios ligados à atividade, em seu próprio nome, respondendo por eles de forma pessoal e ilimitada - sócio participante : - são investidores. Investem na atividade econômica exercida pelo sócio ostensivo, mas não exercem a referida atividade econômica, não podendo tomar parte nas relações entre o sócio ostensivo e terceiros. - perante terceiros que contratam com o sócio ostensivo, o sócio participante não aparece, sendo somente um investidor na exploração da atividade econômica - Objeto da sociedade : o sócio ostensivo tem contrato (art. 992/CC) com o sócio participante pelo qual este (o sócio participante) se obriga a prestar determinada soma a serem empregadas na atividade econômica do sócio ostensivo e, em contrapartida, o sócio participante é credor em eventual resultado positivo (lucro) da atividade econômica do sócio ostensivo - Características do contrato :

- natureza secreta : o ato constititivo (contrato de participação) não precisa ser levado a registro (art. 992/CC)

- contrato de participação pode ser provado por qualquer meio de prova

admitido em direito (art. 992/CC)

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- contrato de participação produz efeito somente entre os sócios (art. 992/CC)

- Eventual registro do contrato de participação em qualquer órgão

registral não confere personalidade jurídica à sociedade, que será sempre despersonificada (art. 993/CC)

- Responsabilidades dos sócios :

- Sócio Ostensivo : tem responsabilidade pessoal e ilimitada em relação a terceiros � art. 991/CC

- Sócio Participante : obriga-se exclusivamente com o sócio ostensivo,

na forma prevista no contrato de participação. Não tem responsabilidade em relação a terceiros � art.991, parágrafo único, do CC

- Exceção : o sócio participante não pode tomar parte nas relações do

sócio ostensivo com terceiros. Mas, se tomar parte nessas relações (interferindo de qualquer forma perante terceiros) passa a responder solidariamente com o sócio ostensivo em face das obrigações contraídas em razão de tal relação com terceiro � art. 993, par. único, CC

- Salvo se houver previsão diferente no contrato de participação, o sócio ostensivo não poderá admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais sócios participantes � art. 996/CC. - na hipótese de eventual omissão, aplica-se às sociedades em conta de participação as normas jurídicas destinadas às sociedades simples, naquilo em que com ela for compatível. Isto é, para determinada matéria referente às sociedades em conta de participação que não possuir regra específica nos artigos 991 a 996 do CC (capítulo destinado às sociedades em conta de participação), vai se aplicar o constante nos artigos 997 a 1.038 do CC (capítulo destinado às sociedades simples), desde que não incompatível com as normas específicas à sociedade em conta de participação � art. 996/CC. - Patrimônio da sociedade em conta de participação: na forma do artigo 994 do CC, a contribuição do sócio participante, com a contribuição do sócio ostensivo, constitui patrimônio especial (que é objeto da conta de participação relativa aos

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negócios da sociedade), sendo certo que esta especialização do patrimônio produz efeitos somente em relação aos sócios, não a terceiros - Falência dos sócios :

- do sócio ostensivo : acarretará a dissolução da sociedade em conta de participação com a liquidação (comparação entre o ativo e o passivo a fim de se verificar se há alguma sobra) da conta, sendo que em havendo algum saldo na liquidação, este se constituirá em crédito quirografário (isto é, crédito simples, sem preferência no juízo de falência) � art. 994, par. 2o, CC

- do sócio participante : contrato social fica sujeito às normas que

regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido � art. 994, par. 3o, CC

- Dissolução : liquidação pela medida judicial de prestação de contas (arts. 914 a 919 do Código de Processo Civil) e não por ação de dissolução de sociedade - Nome : a sociedade em conta de participação não possui nome empresarial 2 – As sociedades Personificadas - As sociedades personificadas são aquelas que têm os seus respectivos atos constitutivos registrados nos competentes órgãos registrais. - O artigo 45, caput, do CC determina que a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado (associações, fundações e sociedades) se inicia com o registro dos respectivos atos constitutivos nos competentes órgãos registrais.

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- Uma vez personificada (isto é, uma vez sendo pessoa jurídica), aplicam-se às sociedades as características de :

- titularidade obrigacional : é sujeito ativo ou passivo de obrigações e direitos. Isto é, as obrigações e direitos da sociedade não se confundem com as obrigações e direitos dos seus sócios.

- titularidade processual : possui legitimidade para demandar e ser

demandada em juízo. Isto é, ser Autora ou Ré em ações judiciais.

- responsabilidade patrimonial : há separação entre o patrimônio da sociedade e os patrimônios de seus sócios. Respondem pelas obrigações da sociedade, em princípio, apenas os bens sociais (bens da sociedade).

- Para sociedades simples (aquelas que não tem como finalidade o exercício de atividade empresária nos moldes do artigo 966 do CC e as sociedades cooperativas independentemente de seus objetivos, conforme determina o artigo 982, caput e parágrafo único) a competência é do registro civil das pessoas jurídicas. - Para as sociedades empresárias (aquelas que tem como finalidade o exercício de atividade empresária nos moldes do artigo 966 do CC e as sociedades por ações independentemente de seus objetos, também conforme determina o artigo 982 do CC), a competência é do registro público das empresas mercantis (Junta Comercial), conforme artigo 1.150 do CC. - Como determina o artigo 983 do CC, a sociedade empresária deve constituir-se, necessariamente, sob uma das formas (tipos) previstos nos artigos 1.039 a 1.092/CC, isto é : sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade limitada, sociedade anônima ou sociedade em comandita por ações. Trata-se de rol taxativo (não exemplificativo), não havendo como se cogitar na existência de sociedade empresária personificada sob forma diferente das acima citadas.

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2.1) SOCIEDADE SIMPLES a) Conceito - é uma categoria de sociedade. - Sociedade é, conforme artigo 981 do Código Civil, a agregação de pessoas que possuem um objetivo em comum, de conteúdo econômico e se reúnem (contribuindo com bens ou serviços) para alcançá-lo com menor dificuldade. - como já vimos, as sociedades personalizadas (que possuem personalidade jurídica, conforme artigo 45, caput, do Código Civil) dividem-se em 2(duas) categorias, as sociedades simples e as sociedades empresárias. - as sociedades empresárias são aquelas que, conforme artigo 982 do Código Civil, têm como objeto o exercício de uma atividade típica de empresário sujeito a registro, isto é, atividade econômica profissional de produção ou circulação de bens ou serviços (excetuando-se o exercício de atividades profissionais intelectuais, de natureza científica, literária ou artística, desde que o exercício da profissão n”ao constitua elemento de empresa) �artigo 966, caput e parágrafo único, do CC. Ressalte-se que, independentemente do objeto, as sociedades por ações (sociedade anônima e sociedade em comandita por ações) são, por determinação legal (art. 982, parágrafo único, do CC), sempre empresárias. - Já as sociedades simples são, por exclusão, todas as sociedades personalizadas que não se enquadrarem no conceito de sociedades empresárias � artigo 982, caput, parte final, do CC. - Por determinação legal (art.982, parágrafo único, do CC), todas as cooperativas (aquelas criadas por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou sérvios para o exercício de uma atividade de proveito comum e sem objetivo de lucro, havendo, na realidade o proveito comum resultante do esforço solidário dos cooperados � Lei 5.764/71, art. 3o) são sociedades simples. b) Forma de constituição - As sociedades simples se constituem através de contrato escrito, sob a forma particular ou pública. Exige-se, assim, uma constituição formal � art. 997/CC - o contrato social (ato constitutivo da sociedade simples) tem, conforme parte final do caput do artigo 997 do CC, o seguinte conteúdo obrigatório:

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- se os sócios forem pessoas físicas: nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios; - se os sócios forem pessoas jurídicas: a firma ou denominação, nacionalidade e sede;

- denominação, sede e prazo da sociedade;

- capital da sociedade, expresso em moeda corrente;

- a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la (forma de integralização, de pagamento de sua participação societária);

- as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;

- as pessoas naturais (físicas) incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições;

- participação de cada sócio nos lucros e nas perdas (o art. 1.008 do CC determina que é nula a cláusula que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas);

- se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente (vide art. 1.024/CC), pelas obrigações sociais.

- vinculação ao contrato social: o artigo 997, parágrafo único, do CC determina que não gera efeitos em relação a terceiros qualquer pacto separado que seja contrário ao disposto no instrumento de contrato. - o ato constitutivo (contrato social) deve ser levado a registro, no prazo de 30(trinta) dias a partir da data de sua constituição, no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local da sede da sociedade � art. 998, caput, do CC. � sobre as conseqüências do registro fora do prazo, analisar o item “III - O Registro dos Empresários” na apostila de “Direito Empresarial I”. - Se a sociedade simples também instituir sucursal, filial ou agência na circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, deverá também proceder ao registro da filial (sucursal ou agência) no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local onde se encontra estabelecida a filial � art.1.000/CC � Sempre constituição de filial (sucursal ou agência) deve ser averbada no Registro Civil da sede da sociedade � art. 1.000, parágrafo único, do CC.

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b) Forma clássica x adoção de forma de um dos tipos de sociedade empresária:

- o artigo 983 do CC permite que a sociedade simples se constitua em conformidade com um dos tipos de sociedades empresárias (sociedade em nome coletivo, sociedade limitada, sociedade em comandita simples, sociedade anônima e sociedades por ações) ou mantenha a forma clássica de sociedade simples (disciplinada pelos artigos 997 a 1.038 do CC). - se a sociedade simples optar por se constituir sob a forma de um dos tipos de sociedade empresária, então deverá subordinar-se às regras que são próprias ao tipo que escolheu. - independentemente da forma como se constituir, o contrato social deverá ser sempre registrado no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede �art. 998/CC � há, entretanto, opiniões no sentido de que, adotando a forma de um dos tipos de sociedade empresária, o registro deveria ser procedido no Registro Público das Empresas Mercantis.

c) Modificação no contrato social - Quorum: art. 999/CC

- para as modificações que tenham por objetivo matéria indicado no artigo 997/CC, deve haver consentimento (concordância) de todos os sócios - para demais modificações, é necessária maioria absoluta de votos (art.1.010, par. 1o , CC -> para a formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de metade do capital), salvo se o contrato social determinar a necessidade de concordância da unanimidade dos sócios;

- Formalidade das modificações: todas modificação no contrato social deverá ser averbada no registro da sociedade, também no prazo de 30(trinta) dias a partir da data de realização da alteração � art. 999, parágrafo único, do CC.

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d) Direitos e Obrigações dos sócios: - Obrigações: as obrigações dos sócios iniciam-se imediatamente com a assinatura do contrato social (se o contrato social não fixar outra data) e terminam quando, liquidada a sociedade (arts.1.033 a 1.038/CC), se extinguirem as responsabilidades sociais � art.1.001/CC. - Cessão das quotas sociais: para que se realize a cessão, total ou parcial, das quotas sociais, deve haver o consentimento de todos os sócios e a correspondente modificação do contrato social, com a averbação no registro � art. 1.003 e 999, parágrafo único, ambos do CC. - Responsabilidade do sócio cessionário de quotas: o sócio cedente responde solidariamente com o cessionário pelas obrigações que tinha como sócio, perante a sociedade e terceiros, por até dois anos a partir da averbação da modificação contratual � art. 1.003, parágrafo único, do CC. - Contribuição do sócio: o sócio pode contribuir com capital ou com serviço (conforme se extrai dos artigos 1.005 e 1.006 do CC), com as seguintes características:

- o sócio que, com o objetivo de integralizar (pagar) as quotas que subscreveu (quotas a que se comprometeu o sócio a adquirir) no contrato social, transmitiu à sociedade o domínio (propriedade), a posse ou o uso de um bem, responde pela evicção (isto é, pela perda do direito sobre o imóvel por motivo fundado em ato anterior à transmissão desse direito à sociedade) � art. 1.005/CC - o sócio que, com o objetivo de integralizar as quotas que subscreveu no contrato social, cede crédito de que é possuidor, responde pela solvência do devedor (se o devedor do crédito que foi transmitido não possuir bens para responder pela obrigação, então o sócio que cedeu tal crédito é responsável pelo valor do crédito cedido) � art. 1.005, parte final, do CC

- o sócio cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo previsão em contrário no contrato social, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e de ser excluído da sociedade � art. 1.006/CC

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e) Não cumprimento da obrigação pelo sócio - Caso o sócio não cumpra com a obrigação estabelecida no contrato social, deverá a sociedade notifica-lo, sendo que, deixando de cumprir a obrigação nos trinta (30) dias seguintes à notificação, o sócio responderá perante a sociedade pelo dano ocorrido em razão da mora � art.1.004/CC. -Verificada a mora (isto é, o não cumprimento da obrigação pelo sócio no prazo de 30 dias a partir da notificação), poderá a maioria dos demais sócios preferir, ao invés da indenização prevista no artigo 1.004/CC, a exclusão do sócio remisso (sócio em mora) ou reduzir as suas quotas ao montante já realizado (reduzir à quantidade de obrigação que o sócio já cumpriu), aplicando-se a correspondente redução do capital social da sociedade, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota (conforme art. 1.031, par. 1o, CC). f) Participação do sócio - o sócio participa dos lucros e das perdas na proporção de suas respectivas quotas, salvo previsão diferente no contrato social �art. 1.007, parte inicial, do CC � Ex. o sócio que é detentor de metade das quotas sociais terá direito à 50% dos lucros. - o sócio cuja contribuição consista em serviços somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas,salvo previsão diferente no contrato social � art.1.007, parte final,do CC � Ex.: Numa sociedade de 4 sócios, com 3 sócios capitalistas e 1 sócio de serviços, em que o sócio “A” tem direito a 60% dos lucros, o sócio “B” tem direito a 30% e o sócio “C” a 10%, o sócio de serviços, quando único,deverá receber 33,33% dos lucros distribuídos ( 60 + 30 + 10 / 3 = 33,33) , cuja participação deverá ser debitada, também proporcionalmente, do quinhão dos demais sócios. - Previsão em contrário no contrato social é capaz de afastar as regras constantes no artigo 1.007/CC, no entanto, conforme artigo 1.088/CC, é nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio dos lucros e das perdas.

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g) Responsabilidade do sócio pelas obrigações sociais: - se a sociedade simples adotar a forma clássica (isto é, se não optar por se constituir sob um dos tipos de sociedades empresárias) e os bens da sociedade forem insuficientes para cobrir a dívida (ver artigo 1.024/CC, que trata do benefício de ordem), então os sócios respondem pelo saldo (diferença entre o valor total das dívidas e o valor dos bens da sociedade) na proporção em que participem das perdas sociais, salvo se houver, no contrato social, cláusula de responsabilidade solidário (quando, então, qualquer sócio poderá ser cobrado pela totalidade do saldo) � art. 1.023/CC - no entanto, se a sociedade optar por se constituir sob um dos tipos de sociedades empresárias, então aplicar-se-á a regra de responsabilidade típica do tipo que foi escolhido (já que o artigo 983 prevê que a sociedade simples, uma vez optando por se constituir sob a forma de determinado tipo de sociedade empresária, subordina-se às normas que são próprias do tipo escolhido) - Na forma clássica :

- o sócio admitido em sociedade já constituída, também é responsável

por dívidas da sociedade anteriores à sua admissão, conforme artigo 1.025/CC (vide também a regra constante do parágrafo único do art. 1.003 do CC)

- Sendo o sócio devedor de terceira pessoa (credor), o credor poderá:

- Requerer que a execução da dívida recaia sobre o valor que couber ao sócio devedor nos lucros da sociedade � art.1.026, caput, do CC - requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor será levantado com base na situação patrimonial da sociedade (verificada através de balanço especialmente levantado) na data da liquidação da quota � art. 1.027, parágrafo único, do CC

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g) Administração da sociedade simples - o(s) administrador(es) de uma sociedade simples pode ser ou não sócio. - Observação: caso a sociedade simples opte, na forma da parte final do caput do artigo 983/CC, pela constituição sob a forma de um dos tipos de sociedade empresária, então irá se subordinar às normas que são próprias ao tipo que escolheu. Se, por exemplo, escolheu a forma de sociedade limitada (arts.1.052 a 1.087/CC),caso não haja permissão expressa no contrato, a administração somente poderá ser feita por sócio (art. 1.061/CC). - Não especificando de forma diversa o contrato social, a administração da sociedade compete separadamente a cada um dos sócios � art. 1.013/CC. - Quando, em razão de lei ou de contrato social, competir aos sócios, conjuntamente, decidir sobre os negócios da sociedade, então as deliberações (decisões) serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um, com as seguintes peculiaridades: � art. 1.010/CC.

- para a formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de metade do capital social. - se houver empate, então prevalece a vontade do maior número de sócios (isto ocorre porque, por exemplo, 50% do capital social pertence a 1 só sócio e os outros 50% pertencem a 3 sócios. Assim, havendo empate no cômputo da quantidade de capital social, então prevalecerá a vontade da maioria (em termos de quantidade de sócios e não de capital) dos sócios.

- se persistir o empate, então a decisão deverá ser dada por um Juiz.

- Responde por perdas e danos (indenização), o sócio que, tendo em algum negócio (operação) interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que aprove o negócio que lhe interessava (contrário aos interesses da sociedade) graças ao seu voto �art.1.011/CC.

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- Formalidade da nomeação do Administrador :

- a designação do administrador deve ser feita no contrato social (conforme artigo 997, VI, do CC). - no entanto, o artigo 1.012/CC permite também que o administrador seja nomeado através de instrumento em separado (fora do contrato social), devendo o administrador nomeado averbar o instrumento de nomeação à margem da inscrição da sociedade no registro competente, sob pena de responsabilidade do administrador, pessoal e solidária com a sociedade, em relação aos atos praticados antes de requerer a averbação.

- Obrigações do Administrador:

- averbar o instrumento de nomeação à margem da inscrição da sociedade � art. 1.012 do CC. - ter o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios � art. 1.011/CC. - Responde por perdas e danos (indenização) perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria � art. 1.013, parágrafo 2o, do CC .

- Atos do(s) Administrador(es):

- No silêncio do contrato social, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade � art. 1.015/CC - No que couber (isto é, no que não for incompatível), aplicam-se à atividades dos administradores as normas jurídicas referentes ao contrato de mandato (arts. 653 a 691/CC).

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___________________________________________________________________ *Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse www.denishermida.com.br.

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- Excesso por parte dos Administradores (art. 1.015, par. único, CC): o excesso por parte dos administradores (praticar atos além daqueles para os quais foram nomeados) somente pode ser oposto em relação a terceiros (afastando, dessa forma, a validade do ato praticado) em uma das seguintes hipóteses:

- se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro

próprio da sociedade - provando-se que a limitação de poderes era conhecida do terceiro

- tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da

sociedade - Multiplicidade de administradores:

- Podem existir vários administradores da sociedade, inclusive na hipótese do caput do artigo 1.013/CC (inexistência de previsão quanto a administrador no contrato social, levando à administração de cada sócio separadamente)

- Se a administração competir separadamente a vários administradores, cada um pode impugnar operação pretendida por outro, cabendo a decisão aos sócios, por maioria de votos � art. 1.013, parágrafo 1o, do CC

h) Resolução da sociedade em relação a um sócio: - No caso de morte de sócio (art.1.028/CC): será procedida a liquidação da sua quota e destinado o valor respectivo ao espólio (universalidade formada pelos direitos e obrigações deixados pelo falecido), a não ser que :

- o contrato social disponha de forma diferente; - os sócios remanescentes optem pela dissolução da sociedade - se, por acordo com os herdeiros, proceda-se a substituição do sócio

falecido - Retirada voluntária de qualquer sócio (art. 1.029/CC):

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- se a sociedade for de prazo determinado: deverá o sócio demonstrar judicialmente a existência de justa causa para a sua retirada voluntária

- se a sociedade for de prazo indeterminado: o sócio poderá retirar-se,

sem necessidade de demonstração de justa causa, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de 60 dias.

- Obs.: Na hipótese de sociedade por prazo indeterminado, os demais

sócios poderão, no prazo de 30 dias subseqüentes à notificação, optar pela dissolução da sociedade � art. 1.029, parágrafo único, do CC

- Retirada compulsória do sócio (art. 1.004, par. único, do CC e art. 1.030/CC):

- Hipóteses: mora no cumprimento das obrigações pelo Credor, judicialmente através da demonstração de falta grave do sócio no cumprimento de suas obrigações ou de demonstração de incapacidade superveniente do sócio, se o sócio for declarado falido ou que a sua quota tenha sido liquidada na forma do artigo 1.026, parágrafo único, do CC

- Hipótese do artigo 1.004, par. único, do CC : verificada a mora (isto é,

o não cumprimento da obrigação pelo sócio no prazo de 30 dias a partir da notificação), poderá a maioria dos demais sócios preferir, ao invés da indenização prevista no artigo 1.004/CC, a exclusão do sócio remisso (sócio em mora) ou reduzir as suas quotas ao montante já realizado (reduzir à quantidade de obrigação que o sócio já cumpriu), aplicando-se a correspondente redução do capital social da sociedade, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota (conforme art. 1.031, par. 1o, CC).

- Hipótese do artigo 1.030/CC : poderá também ser o sócio excluído

judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações ou por incapacidade superveniente.

- Hipótese do artigo 1.030, par. único, do CC : é considerado excluído o

sócio falido e aquele que tiver as suas quotas liquidadas a pedido de credor na forma do artigo 1.026, parágrafo único, do CC.

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- Liquidação da quota (art. 1.031/CC):

- será levado em consideração o valor da quota no momento da retirada do sócio, considerado com base no montante efetivamente integralizado pelo sócio, e levando em consideração a situação patrimonial da sociedade verificada através de balanço especialmente levantado (salvo se houver disposição diferente no contrato social)

- a quota liquidada será paga em dinheiro no prazo de 90(noventa) dias a

partir da liquidação (salvo acordo ou estipulação contratual em contrário)

- Responsabilidade do sócio retirante/excluído: a retirada, a exclusão ou a morte do sócio não afasta a sua responsabilidade (ou de seus herdeiros) pelas obrigações sociais anteriores, até 2(dois) anos após averbada a resolução na sociedade � art. 1.032/CC i) Dissolução da sociedade simples (clássica): - Hipóteses de dissolução (art. 1.033/CC):

- se vencido o prazo de duração (para as sociedades por prazo determinado) � se vencer o prazo e, sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, a sociedade passará a ser por prazo indeterminado;

- por consenso unânime dos sócios;

- por deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de

prazo indeterminado;

- a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de 180 dias;

- a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar;

- judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, quando anulada a sua constituição (art. 1.034/CC, inciso I, do CC);

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- judicialmente, a requerimento de qualquer sócio, quando exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade (art. 1.034/CC, inciso II, do CC);

- o contrato social pode prever outras causas de dissolução, a serem verificadas judicialmente quando contestadas (art. 1.035/CC).

- Liquidante :

- Ocorrida a dissolução, cabe aos administradores providenciar imediatamente a investidura do liquidante, e restringir a gestão própria aos negócios inadiáveis, vedadas novas operações, pelas quais responderão (os administradores) solidária e ilimitadamente � art. 1.035/CC. - Se não houver designação no contrato social, o liquidante será eleito por deliberação dos sócios, podendo o liquidante não ser sócio � art. 1.038/CC. - o liquidante pode ser destituído a qualquer tempo, nas seguintes

hipóteses:

- mediante deliberação dos sócios (se eleito por deliberação dos sócios). - judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, ocorrendo justa causa.

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2.2) SOCIEDADE EM NOME COLETIVO - Artigos 1.039 a 1.044 do CC a) Conceito - união de 2(duas) ou mais pessoas para a realização de uma atividade empresária em comum, debaixo de uma firma social (art. 1156/CC -> firma : “ O empresário opera sob firma constituída por seu nome, complete ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero de atividade”). b) Sócios - somente pessoas físicas (naturais) podem ser sócias de sociedade em nome coletivo. Não há como se cogitar na existência de sócio que seja pessoa jurídica. � art. 1.039/CC. c) Responsabilidade dos sócios - todos os sócios respondem, solidária (qualquer sócio pode ser demandado por toda a dívida) e ilimitadamente (não há limitação para a responsabilidade), pelas obrigações sociais � art. 1.039/CC - a responsabilidade é solidária e ilimitada, mas subsidiária, isto é, o patrimônio pessoal dos sócios somente pode ser atingido após se esgotarem todos os bens da sociedade � benefício de ordem previsto no artigo 1.024/CC - Observação: o parágrafo único do artigo 1.039/CC determina que “sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um”. Isso significa que, em relação a terceiros, a responsabilidade de cada um dos sócios é solidária e ilimitada, no entanto, os sócios podem proceder à limitação de responsabilidade para alguns sócios, quando, então, o sócio que foi responsabilizado em relação a terceiro por valor superior à sua limitação perante a sociedade (lembremos que em relação a 3os a responsabilidade é ilimitada) poderá reivindicar dos demais sócios a diferença (entre o que teve que despender e o valor da sua limitação).

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___________________________________________________________________ *Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse www.denishermida.com.br.

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d) Aplicação subsidiária das normas dirigidas à sociedade simples - o artigo 1.040/CC prevê que, na omissão, serão aplicadas as regras destinadas à disciplina das sociedades simples (art. 997 a 1.038/CC). e) Contrato - Forma e registro:

- deve ser escrito e registrado junto ao Registro Público das Empresas Mercantis (Junta Comercial), por ser uma sociedade empresária �art. 1.150/CC.

- na hipótese da parte final do artigo 983/CC (hipótese da sociedade simples optar pela constituição sob a forma de um dos tipos de sociedade empresária), a competência para registro será do Registro Civil das Pessoas Jurídicas � apesar de haver entendimentos contrários a esse respeito.

- - Conteúdo : além das indicações contidas no artigo 997 do CC, deve conter a firma social � art. 1.041/CC. Firma social é espécie de nome empresarial que é constituída pelos nomes dos sócios (completo ou abreviado) ou o nome de alguns dos sócios acompanhado da expressão “e Companhia” (ou a abreviação “Cia”) � artigo 1.157/CC. f) Administração - A administração da sociedade compete exclusivamente a sócio (não-sócios não podem exercer a função de administrador da sociedade) � art. 1.042/CC - Caso não haja especificação no contrato social de quem será o administrador, aplicar-se-á (em razão da omissão, conforme artigo 1.040/CC ) o artigo 1.013, no sentido de que a administração competirá separadamente a cada um dos sócios.

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g) Impossibilidade de liquidação de quota de sócio devedor requerida por credor - Ao contrário do que acontece com as sociedades simples (art. 1.026, parágrafo único, do CC), na sociedade em nome coletivo, o credor não pode, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor � art. 1.043/CC � a não ser quando:

- a sociedade houver sido prorrogada tacitamente. - tendo ocorrido a prorrogação contratual, for acolhida judicialmente a

oposição do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato dilatório.

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2.3 – SOCIEDADES EM COMANDITA SIMPLES - Arts. 1.045 a 1.051 do CC a) Conceito - tipo de sociedade empresária em que coexistem 2(duas) espécies de sócios, os sócios comanditados (com responsabilidade ilimitada e solidária em relação às obrigações sociais) e os sócios comanditários (com responsabilidade limitada às suas contribuições de capital). b) Aplicação subsidiária das normas dirigidas à sociedade em nome coletivo e, por conseqüência, as normas destinadas às sociedades simples - o artigo 1.046/CC prevê que, na omissão, serão aplicadas as regras destinadas à disciplina das sociedades em nome coletivo (art. 1.039 a 1.044/CC). - como o artigo 1.040/CC (que se refere às sociedades em nome coletivo) determina a aplicação às sociedades em nome coletivo, na hipótese de omissão, das normas destinadas às sociedades simples, então, em razão do artigo 1.046/CC, também são aplicáveis às sociedades em comandita simples, na hipótese de omissão, as normas destinadas às sociedades simples. c) Sócios - Sócio Comanditado: art. 1.045/CC � é sempre pessoa física (natural, jamais pessoa jurídica), tendo responsabilidade ilimitada e solidária em relação às obrigações sociais. A responsabilidade é solidária entre os sócios, mas subsidiária em relação aos bens da sociedade, aplicando-se o artigo 1.024/CC (os bens dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais). - Sócio Comanditário: art. 1.045, parte final, do CC -> pode ser pessoa física ou pessoa jurídica, tendo responsabilidade limitada ao valor de suas quotas (isto é, limitada à sua contribuição de capital). - não pode praticar atos de gestão, nem ter seu nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades típicas dos sócios comanditados (ilimitada e solidária) � art. 1.047/CC.

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d) Contrato - Forma e registro:

- deve ser escrito e registrado junto ao Registro Público das Empresas Mercantis (Junta Comercial), por ser uma sociedade empresária �art. 1.150/CC.

- na hipótese da parte final do artigo 983/CC (hipótese da sociedade simples optar pela constituição sob a forma de um dos tipos de sociedade empresária), a competência para registro será do Registro Civil das Pessoas Jurídicas � apesar de haver entendimentos contrários a esse respeito.

- Conteúdo:

- além das indicações contidas no artigo 997 do CC, deve conter a firma social � art. 1.041/CC. Firma social é espécie de nome empresarial que é constituída pelos nomes dos sócios (completo ou abreviado) ou o nome de alguns dos sócios acompanhado da expressão “e Companhia” (ou a abreviação “Cia”) � artigo 1.157/CC.

- o contrato social deve discriminar os sócios comanditados e os sócios

comanditários � art. 1.045, parágrafo único, do CC.

- a firma social não pode conter o nome dos sócios comanditários. Isto é, consta somente dos nomes dos comanditados � art. 1.047, caput, do CC.

e) Administração - A administração somente pode ser exercida por sócios comanditados, estando proibidos os sócios comanditários de praticar atos de gestão � art. 1.047, caput, do CC. - O sócio comanditário pode ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais � art. 1.047, parágrafo único, do CC.

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f) Morte de sócio comanditário - Salvo previsão contrária no contrato social, no caso de morte de sócio comanditário, a sociedade continuará com os seus sucessores, que designarão quem os represente � art. 1.050/CC. g) Dissolução - Art. 1.051/CC �. Dissolve-se a sociedade em comandita simples quando:

- por qualquer das causas do artigo 1.044/CC e 1.033/CC; - quando por mais de 180 dias perdurar a falta de uma das categorias de

sócio;

- pela falência, se for empresária (art. 1.044, parte final, do CC);

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2.4 – SOCIEDADE LIMITADA - Arts. 1.052 a 1.087 a) Conceito : - é o tipo de sociedade personificada caracterizada pela responsabilidade dos sócios limitada ao valor de suas quotas (ao valor de sua contribuição para o capital social) � art. 1.052/CC. - todos os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social � art. 1.052, parte final, do CC � os sócios, no contrato social, subscrevem determinada quantidade de quotas (isto é, comprometem-se a contribuir com determinado valor para o capital social), sendo que a integralização (pagamento da contribuição para o capital social) pode já estar feita quando da elaboração do contrato social ou pode ser postergado para determinada data � assim, em relação aos valores ainda não integralizados, todos os sócios são solidariamente responsáveis - sócios � podem ser pessoas físicas ou jurídicas. b) Aplicação subsidiária na hipótese de omissão - REGRA � art. 1.053/CC : a sociedade limitada se rege, nas omissões, pelas normas das sociedades simples. - EXCEÇÃO � art.1.053/CC : o contrato social poderá prever que, na omissão, apliquem-se as regras inerentes às sociedades anônimas.

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c) Nome empresarial - FIRMA ou DENOMINAÇÃO, conforme se conclui da análise dos artigos 1.064 e 1.158 do Código Civil. - Tanto a firma quanto a denominação devem ter ao final a palavra “limitada” ou a sua abreviatura “Ltda”. Se omitida a palavra “Limitada” ou a sua abreviação, os sócios passam a ter responsabilidade solidária e ilimitada � art. 1.158, caput e parágrafo 3o, do CC. - Na hipótese de opção pela utilização de firma, somente poderão nela constar nomes de sócios que sejam pessoas físicas � art. 1.158/CC. - Na hipótese de opção pela utilização de denominação, deve constar expressão que designe o objeto da sociedade � art. 1.158, par. 3o, CC. d) Contrato - Forma e registro:

- deve ser escrito e registrado junto ao Registro Público das Empresas Mercantis (Junta Comercial), por ser uma sociedade empresária �art. 1.150/CC.

- na hipótese da parte final do artigo 983/CC (hipótese da sociedade simples optar pela constituição sob a forma de um dos tipos de sociedade empresária), a competência para registro será do Registro Civil das Pessoas Jurídicas � apesar de haver entendimentos contrários a esse respeito.

- Conteúdo: as indicações que couberem contidas no artigo 997 do CC e

também deve conter a firma social (ou a denominação) � art. 1.054/CC.

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e) Contribuição do sócio - o capital social é dividido em quotas, cabendo uma ou diversas a cada sócio � art. 1.055/CC. - é proibida a contribuição que consista em prestação de serviços � art. 1.056/CC � ao contrário do que acontece com a sociedade simples (art. 997, V, e art. 1.007, ambos do CC). - o sócio subscreve determinado número de quotas sociais (isto é, compromete-se a contribuir com determinada quantidade do capital social) e integraliza tais quotas (isto é, procede ao pagamento da contribuição a que se comprometeu). - a integralização pode ser feita através de entrega de dinheiro ou de outros bens, conforme artigo 1.055, par. 1o, CC. E, com base no dispositivo legal citado, pela correta estimação do valor dos bens conferidos ao capital social, respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de 5(cinco) anos contados da data do registro da sociedade. - Todos os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social. Assim, se um sócio subscreveu determinada quantidade de quotas e não integraliza tais quotas integralmente, todos os sócios serão responsáveis solidários pela parte não integralizada. f) Cessão de quota - REGRA: � art. 1.057/CC

- o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente da concordância dos outros sócios.

- o sócio pode ceder sua quota a estranho ao quadro societário, total ou

parcialmente, desde que não haja oposição dos titulares de mais de ¼ (um quarto) do capital social.

- EXCEÇÃO : se houver alguma previsão em contrário no contrato social, como consta na parte inicial do artigo 1.057/CC. - Formalidade : a cessão somente terá efeitos entre os sócios e em relação a terceiros após a averbação do respectivo instrumento no registro da sociedade, subscrito pelos sócios anuentes � art. 1.057, parágrafo único, do CC.

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f) Falta de integralização e transferência para terceiros - O artigo 1.058 do CC permite que, sem prejuízo do constante no artigo 1.004/CC (sociedade pode pleitear indenização do sócio remisso – não cumpridor de sua obrigação de integralizar as suas quotas – ou, por vontade da maioria dos demais sócios, preferir expulsar o sócio remisso ou reduzir-lhe a quota ao montante já integralizado), os outros sócios podem tomar as quotas do sócio remisso para si ou transferi-la a terceiro, devolvendo-lhe o que houver pago. g) Administração - A quem cabe � art. 1.061/CC

- REGRA : somente sócios podem administrar a sociedade limitada. - EXCEÇÃO: se o contrato social permitir administradores não sócios.

- Se o contrato social atribuir a administração a todos os sócios, tal direito não se estenderá aos que posteriormente adentrarem na sociedade � art. 1.061/CC. - A designação de administrador pode ser feita no contrato social ou em ato separado. - Se o contrato social permitir a designação de administrador não sócio, tal designação dependerá da aprovação da unanimidade dos sócios se o capital social não estiver integralizado, e de no mínimo 2/3 (dois terços) do capital social se a designação for feita após a integralização � art. 1.062/CC. - O administrador designado em ato separado ao contrato social será investido no cargo mediante termo de posse no livro de atas da administração, sendo que, se o termo de posse não for assinado 30(trinta) dias seguintes à designação, esta se tornará sem efeito � art. 1.062, par. 1o, do CC. - Averbação da nomeação : no prazo de 10(dez) dias contados a partir do dia da investidura (posse), deve o administrador requerer que seja averbada a sua nomeação no registro competente � 1.063/CC.

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- Responsabilidade do administrador: conforme artigo 1.016/CC (que se refere ao administrador na sociedade simples e é aplicado na sociedade limitada de forma subsidiária com base no artigo 1.053/CC), os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e a terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.

- Cessação da condição de administrador: pode ocorrer pela destituição, pelo término do prazo da nomeação (se fixado no contrato social ou no ato em separado) se não houver recondução ou pela renúncia � art. 1.063/CC.

- Pela destituição, a sociedade decide pela cessação da condição de administrador. Se o administrador é sócio e foi nomeado no contrato social, a sua destituição somente pode ocorrer pela aprovação de 2/3 do capital social, salvo disposição diversa no contrato social. Se o administrador não é sócio, sua destituição se opera com votos de mais da metade do capital social � artigos 1.063, 1.071 e inciso II do artigo 1.076 do CC.

- Pelo término do prazo da nomeação: A nomeação feita no contrato

social ou em ato separado pode ser por prazo determinado ou indeterminado. Se for por prazo determinado e uma vez alçado o fim do referido prazo, a cessação da condição de administrador acontece, a não ser que o administrador seja reconduzido ao seu cargo.

- Pela renúncia: a renúncia do administrador (ato através do qual ele

próprio decide afastar-se do cargo para o qual foi nomeado) gera efeitos em relação à sociedade desde o momento em que esta toma conhecimento da comunicação escrita do renunciante. Em relação a terceiros, os efeitos somente se iniciam após a averbação e publicação.

- os administradores podem ser remunerados, conforme disciplina o artigo 1.071, inciso IV, do CC. Sendo que o modo de remuneração pode ser fixado no contrato social ou então decidido por deliberação dos sócios, exigindo-se para tanto aprovação através dos votos de mais da metade do capital social (art. 1.071, IV, e art. 1.076, II, ambos do CC).

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___________________________________________________________________ *Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse www.denishermida.com.br.

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h) Conselho Fiscal - art. 1.066/CC � sem prejuízo dos poderes da Assembléia dos sócios, pode o contrato instituir Conselho Fiscal de 3 ou mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não. - membros do Conselho Fiscal : - podem ser ou não sócios - são em número mínimo de 3 - devem ser residentes no Brasil - eleitos pela Assembléia anual - não podem fazer parte do Conselho Fiscal, além dos inelegíveis previstos no parágrafo 1o do artigo 1.011, os membros dos demais órgãos da sociedade ou de outra por ela controlada, os empregados de quaisquer delas ou dos respectivos administradores, o cônjuge ou parente até 3o grau dos administradores � art. 1.066, parágrafo 1o, do CC . - é assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos 1/5 do capital social, o direito de eleger, separadamente, um dos membros do conselho fiscal e seu respectivo suplente � art. 1.066, par. 2o, do CC. - Deveres dos membros do Conselho Fiscal � art. 1.069/CC :

- examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da sociedade; - lavrar no livre de atas e pareceres do conselho fiscal o resultado dos

exames; - exarar no livro de atas e pareceres e apresentar à assembléia anual dos

sócios parecer sobre os negócios e as operações sociais do exercício, tomando por base o balanço patrimonial e o demonstrativo de resultado do exercício;

- denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrirem; - convocar a assembléia dos sócios se a diretoria retardar por mais de

trinta dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes.

- Os membros do Conselho fiscal, na forma do artigo 1.068 do CC, são remunerados, sendo que tal remuneração será fixada, anualmente, pela assembléia dos sócios que os eleger.

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- A investidura de membro do conselho fiscal tem duração até a próxima assembléia anual, salvo se houver cessação anterior � art. 1.067, caput, do CC - O Conselho Fiscal poderá escolher para assisti-lo no exame dos livros, dos balanços e das contas, contabilista legalmente habilitado, mediante remuneração aprovada pela Assembléia dos sócios � art. 1.070, par. Único, do CC

i) DELIBERAÇÃO DOS SÓCIOS Conceito de deliberação - Deliberação = ato através do qual os sócios debate determinado assunto de interesse da sociedade e tomam uma decisão a respeito Casos de deliberação - Art. 1.071/CC -> dependem da deliberação dos sócios:

- a aprovação das contas da administração; - a designação dos administradores, quando feita em ato separado; - a destituição dos administradores; - o modo de remuneração dos administradores, se não previsto no

contrato social; - modificação do contrato social; - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do

estado de liquidação; - nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas; - o pedido de concordata (recuperação de empresa*).

- o rol do artigo 1.071/CC não é taxativo (numerus clausus), mas exemplificativo, podendo o contrato social fixar outras matérias que somente podem ser decididas através de deliberação.

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Formas de deliberação: - As deliberações podem ser tomadas em reuniões ou em assembléia, conforme previsto no contrato social � art. 1.072/CC. - As reuniões exigem procedimentos menos solenes e formais que as assembléias. Na hipótese de omissão no contrato social, aplicam-se às reuniões o disposto para as assembléias nos artigos 1.071 a 1.080 do CC � art. 1.072, par. 6o, do CC. - A deliberação em assembléia é obrigatória se o número de sócios for superior a 10 (dez) � art. 1.072, par. 1o, do CC. - A reunião ou assembléia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas � art. 1.072, par. 3o, do CC. Formalidade para convocação de Assembléia de sócios - O anúncio da convocação da assembléia de sócios será publicado por pelo menos 3(três) vezes, devendo mediar, entre a data da primeira publicação e a data da realização da assembléia, o prazo mínimo de 8(oito) dias para a primeira convocação e de 5(cinco) dias para as demais convocações � art. 1.152, par. 3o, do CC. - A publicação será feita no órgão oficial da União ou do Estado (Diário Oficial da União ou no Diário Oficial do Estado) e em jornal de grande circulação � art. 1.152, par. 1o, do CC. - Se for sociedade estrangeira, as publicações devem ser feitas nos órgãos oficiais da União e do Estado (Diário Oficial da União e Diário Oficial do Estado) � art. 1.152, par. 2o, do CC. - Dispensam-se as formalidades de convocação de assembléia de sócios quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia.

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Quorum mínimo para instalação das assembléias - Para a instalação de assembléia em 1a convocação exige-se a presença dos titulares de, no mínimo, ¾ do capital social. Em 2a convocação, a assembléia instala-se com qualquer número de sócios � 1.074, caput, do CC Quorum mínimo para aprovação de deliberações - Quorum para deliberações � art. 1.076/CC

1) votos correspondentes a, no mínimo, 3/4 do capital social para:

- modificação do contrato social; - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do

estado de liquidação. 2) votos correspondentes a mais da 1/2 do capital social para: - a designação dos administradores, quando feita em ato separado; - a destituição dos administradores; - o modo de remuneração dos administradores, se não previsto no

contrato social; - pedido de concordata (recuperação de empresa*). 3) votos da maioria dos presentes para os demais casos previstos na lei ou no contrato, se este não exigir maioria mais elevada

- Na forma do artigo 1.010 do CC, os votos serão contados segundo o valor das quotas de cada um, sendo que para a formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais da metade do capital social. Se ocorrer empate, a decisão se dará por cabeça, independentemente do valor das quotas detidas por cada sócio. Permanecendo o empate, a decisão dependerá de processo judicial.

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Deliberações e seus efeitos - As deliberações tomadas em conformidade com a lei e com o contrato social vinculam todos os sócios, ainda que ausentes (aqueles que não compareceram na reunião ou na assembléia) ou dissidentes (aqueles que, presentes na reunião ou na assembléia, não votaram a favor da deliberação vencedora) � art. 1.070, par. 5o, CC - As deliberações que infringirem o contrato social ou a lei tornam ilimitada a responsabilidade dos sócios que expressamente as aprovaram � art. 1.080/CC - Quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade, incorporação de outra, o sócio que dissentiu da respectiva deliberação terá o direito de retirar-se da sociedade, nos 30(trinta) dias subseqüentes à reunião ou à assembléia onde ocorreu a deliberação, liquidando-se as suas quotas na forma do artigo 1.031 do CC, salvo se outra forma for fixada no contrato social � art. 1.077/CC Deliberação e eticidade - Nenhum sócio, por si ou na condição de mandatário, pode votar matéria que lhe diga respeito � art. 1.074, par. 2o, do CC. Periodicidade da Assembléia Anual e matérias de discussão obrigatória:

- a assembléia deve se realizar pelo menos 1(uma) vez por ano, nos quatro meses seguintes ao término do exercício social � art. 1.078/CC

- matérias de discussão obrigatória na assembléia anual � art.

1.078/CC:

- tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial; - designar administradores, quando for o caso; - tratar de qualquer assunto constante da ordem do dia.

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A quem cabe convocar assembléia de sócios ou reunião - Aos administradores cabe convocar reunião ou assembléia de sócios dentro do prazo imposto no artigo 1.078 do CC � art. 1.072, caput parte final, do CC - por sócio, quando os administradores retardarem a convocação, por mais de 60 (sessenta) dias, nos casos previstos em lei ou no contrato � art. 1.073, I, do CC - por sócios titulares de mais de 1/5 do capital social, quando não atendido, no prazo de 8 dias, pedido de convocação fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas� art. 1.073, I, do CC - pelo Conselho Fiscal, se houver, se a diretoria retardar por mais de 30 dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves ou urgentes� art. 1.069, V, e artigo 1.073, II, do CC Ata e registro de deliberações - Art. 1.075 do CC. - As assembléias serão presididas por sócios escolhidos entre os presentes. - Dos trabalhos e das deliberações será lavrada, no livro de atas da assembléia, ata assinada pelos membros da mesa e por sócios participantes da reunião, quantos bastem à validade das deliberações, mas sem prejuízo dos que queiram assina-la. - Cópia da ata autenticada pelos administradores, ou pela mesa, será, nos 20 (vinte) dias subseqüentes à assembléia ou à reunião, apresentada ao Registro Público das Empresas Mercantis para arquivamento e averbação.

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j) DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - O artigo 1.065 do Código Civil impõe 2(dois) demonstrativos contábeis para as sociedades limitadas: o balanço patrimonial do exercício e a demonstração de resultado de exercício (balanço de resultado econômico). - O mesmo artigo 1.065/CC também obriga que a sociedade proceda a elaboração de inventário físico dos bens do ativo da sociedade. - balanço patrimonial ���� seu conteúdo é fixado no artigo 178 da Lei 6404/76

Lei 6.404/76. Art. 178. “No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

a) ativo circulante;

b) ativo realizável a longo prazo;

c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido.

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

a) passivo circulante;

b) passivo exigível a longo prazo;

c) resultados de exercícios futuros;

d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.”

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- resultado do exercício ���� seu conteúdo é fixado no artigo 187 da Lei 6404/76

Lei 6.404/76. Art. 187. “A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais e o saldo da conta de correção monetária (artigo 185, § 3º);

V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados;

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.”

k) AUMENTO E REDUÇÃO DE CAPITAL

- Artigos 1.081 a 1.084 do Código Civil. Aumento do capital social - Art. 1.081/CC � Após integralizadas as quotas sociais, pode o capital social ser aumentado, com a correspondente modificação do contrato social � conforme artigo 1.076, I, do CC, para a modificação do contrato social é necessária aprovação de, pelo menos, ¾ do capital social. - até 30 dias após a deliberação, terão os sócios preferência para participar do aumento (adquirindo mais quotas), na proporção das quotas de que sejam titulares � art. 1.081, par. 1o, CC. - Para a cessão do direito de preferência acima citado, aplica-se o constante do artigo 1.057 do CC, isto é, não pode haver oposição de titulares de mais de ¼ do capital social � art. 1.081, par. 2o, CC.

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Redução do capital social - O artigo 1.082 do CC apresenta as hipóteses em que a sociedade, mediante a competente modificação contratual, pode reduzir o capital social. São as hipóteses previstas no artigo 1.082/CC:

- se houver perdas irreparáveis, depois de integralizado o capital social; - se o capital social se tornar excessivo em relação ao objeto da

sociedade. - no caso de redução do capital social em decorrência de perdas irreparáveis, a redução será realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas � art. 1.083/CC. - na hipótese de redução do capital social pelo fato do mesmo ser excessivo em relação ao objeto da sociedade, a redução do capital será feita restituindo-se parte do valor das quotas aos sócios, ou dispensando-se prestações ainda devidas, com a diminuição, em ambos os casos, do valor nominal das quotas � art. 1.084/CC. - na hipótese de redução pelo fato do capital social ser excessivo em relação ao objeto da sociedade, o credor quirografário por título anterior à data da redução do capital poderá, no prazo de 90(noventa) dias contado da data da publicação da ata da assembléia que aprovar a redução, opor-se ao deliberado. A redução somente se tornará eficaz se nenhum credor quirografário apresentar oposição à redução, quando, então, proceder-se-á a averbação da ata que tenha aprovado a redução, no Registro Público das Empresas Mercantis �art. 1.084, parágrafos 1o a 3o, do CC. l) REDUÇÃO DO CAPITAL EM RELAÇÃO A SÓCIOS MINORITÁRIOS

- Artigos 1.085 a 1.086/CC - A maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entendendo que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista a exclusão por justa causa�1.085/CC

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- Para que se possa proceder na forma do artigo 1.085 do CC, deve haver previsão no contrato social de possibilidade de exclusão por justa causa, conforme se pode interpretar da parte final do caput do artigo 1.085 do CC. - A possibilidade de exclusão prevista no artigo 1.085 do CC não afasta a possibilidade de exclusão com base no artigo 1.030 do CC (onde consta previsão de exclusão, mediante ação judicial de iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações ou por incapacidade superveniente � devemos nos atentar ao fato de que a redação do artigo 1.085/CC já se inicia como “ Ressalvado o disposto no artigo 1.030”. - Importante ressaltar que a exclusão sob o fundamento do artigo 1.030/CC impõe decisão judicial, já em relação ao artigo 1.085 do CC não se exige ação judicial devendo, entretanto, no nosso entendimento, ser o artigo 1.085 do CC interpretado levando em consideração o princípio constitucional do amplo direito de defesa. - A exclusão na forma do artigo 1.085/CC deve ser feita em reunião ou assembléia especialmente convocada para o fim de “exclusão”, devendo o sócio “acusado” ser cientificado da reunião/assembléia em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa.� art. 1.085, par. único, do CC. - Efetuado o registro da alteração contratual (com a exclusão do sócio), aplicar-se-á o disposto nos artigos 1.031 e 1.032 do CC, que se referem à forma de liquidação das quotas com as seguintes regras:

- será levado em consideração o valor da quota no momento da retirada do sócio, considerado com base no montante efetivamente integralizado pelo sócio, e levando em consideração a situação patrimonial da sociedade verificada através de balanço especialmente levantado (salvo se houver disposição diferente no contrato social).

- a quota liquidada será paga em dinheiro no prazo de 90(noventa) dias a

partir da liquidação (salvo acordo ou estipulação contratual em contrário).

- Responsabilidade do sócio retirante/excluído: a retirada, a exclusão ou

a morte do sócio não afasta a sua responsabilidade (ou de seus herdeiros) pelas obrigações sociais anteriores, até 2(dois) anos após averbada a resolução na sociedade � art. 1.032/CC.

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m) DISSOLUÇÃO - Art. 1.087/CC - A dissolução da sociedade limitada ocorre pelos mesmos fundamentos em que ocorre a dissolução da sociedade em nome coletivo (art. 1.044/CC), isto é, em razão de uma das hipóteses previstas no artigo 1.033/CC (que trata da dissolução da sociedade simples) ou da decretação de falência

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2.5 – SOCIEDADES ANÔNIMAS

I) Introdução - é uma sociedade por ações (categoria que envolve a “sociedade anônima” e a “sociedade em comandita por ações”). - além de “sociedade anônima”, também tem a denominação de “companhia” e as abreviaturas “S/A” e “Cia” . - os sócios da sociedade anônima são denominados “acionistas”. - é a forma de sociedade mais apropriada aos grandes investimentos em razão da limitação da responsabilidade dos acionistas, a negociabilidade da participação

societária e a possibilidade de emissão de títulos que, não conferindo

necessariamente participação societária, contribuem para o financiamento dos

recursos necessários ao exercício da atividade da sociedade. a) Histórico e modelos de normatização - as sociedades por ações dedicaram-se, desde a origem, à exploração de empreendimentos de expressiva importância para a economia e para o Estado. - a normatização dessas sociedades passou por 3(três) fases ou períodos históricos, que podem ser analisados como verdadeiros modelos de normatização das sociedades anônimas: da outorga (quando a personalização e a limitação de responsabilidade eram privilégio concedidos pelo monarca, e em geral ligavam-se a monopólios colonialistas”), de autorização (quando a personalização e a limitação de responsabilidade decorriam de autorização governamental) e de regulamentação (quando a personalização e a limitação de responsabilidade decorrem da observância do regime legal específico). - No Brasil, a normatização das sociedades anônimas é feita com o convívio entre o sistema de regulamentação (aplicado às sociedades anônimas de praticam emissão particular de valores mobiliários) e de autorização (aplicado às sociedades anônimas que procedem a captação pública de recursos (emissão pública de valores mobiliários).

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b) Normatização - o Código Civil, no seu artigo 1.088, conceitua “sociedade anônima”, e, no seu artigo 1.089, determina que as sociedades anônimas são regidas por lei especial. - é regida por lei especial – Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976 -, também chamada de “lei das sociedades anônimas”. - a normatização das sociedades anônimas também, entre outros, é feita pela Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976 (que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a “Comissão de Valores Mobiliários – CVM”), por resoluções do Banco Central do Brasil (como a resolução 2.690 que consolida as normas que disciplinam a constituição, a organização e o funcionamento das bolsas de valores) e por instruções da CVM. - Na hipótese de omissão da legislação específica das sociedades anônimas, aplicando-se o Código Civil � art. 1.089/CC. c) Conceito

- Sociedade por ações é toda aquela que tem o seu capital social dividido em “ações”. - As sociedades por ações podem ser de 2(duas) espécies : sociedade anônima e sociedade em comandita por ações. - O que diferencia a sociedade anônima da sociedade em comandita por ações é a forma de responsabilidade dos sócios (acionistas):

- na sociedade anônima, conforme artigo 1088 do Código Civil, a responsabilidade do sócio (acionista) em relação às obrigações sociais limita-se ao valor de emissão das ações que subscreveu ou adquiriu; - na sociedade em comandita por ações, conforme artigos 1.090 a 1.092 do Código Civil, há 2(dois) tipos de acionistas : os acionistas administradores (ou diretores), que tem responsabilidade solidária e ilimitada em relação às obrigações sociais e os acionistas não administradores (ou não diretores), que têm responsabilidade limitada às ações subscritas ou adquiridas

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- Em razão de expressa disposição legal (art. 982, par. único, do CC), toda sociedade por ações (sociedade anônima ou sociedade em comandita por ações) é uma sociedade empresária, independentemente de seu objeto - Em conclusão, podemos conceituar sociedade anônima como : sociedade empresária cujo capital social é dividido em ações e cuja responsabilidade dos acionistas em relação às obrigações sociais limita-se ao valor de emissão das ações que subscreveu ou adquiriu d)Conceitos acessórios para compreensão do conceito de sociedade anônima: - Valores mobiliários : são instrumentos de captação de recursos pelas sociedades anônimas emissoras e representam, para quem os subscreve ou adquire, um investimento. São exemplos de valores mobiliários as ações, as debêntures, os bônus de subscrição, as partes beneficiárias e os commercial papers - Preço de emissão : valor desembolsado pelo subscritor de determinado valor mobiliário em favor da companhia emitente, para fim de titularizar referido valor mobiliário (que pode ser uma ação ou algum outro tipo de valor mobiliário) e) Mercados primário e secundário de valores mobiliários - mercado primário:

- é a aquisição de valor mobiliário quando ele é colocado no mercado pela companhia emissora.

- quem adquirir esse valor mobiliário será o 1o acionista titular do valor

mobiliário adquirido (se for ação) ou o 1o titular do valor mobiliário (se for outro valor mobiliário que não ação).

- na aquisição de valores mobiliários no mercado primário, o valor pago

por quem adquire o valor mobiliário é destinado à companhia emissora.

- a operação (negócio) é denominado “subscrição”.

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- mercado secundário:

- é a aquisição de valor mobiliário quando ele é colocado a venda por um acionista (quando for ação) ou pelo titular do valor mobiliário (se for outro valor mobiliário que não a ação).

- a sociedade emissora não faz parte do negócio jurídico (operação) e

não recebe nada.

- o negócio é denominado compra e venda, aquisição ou alienação. OBS : Como exceção à regra de que uma companhia não pode negociar no mercado secundário valores mobiliários por ela emitidos, uma companhia pode em casos específicos (manutenção de ações em tesouraria, por exemplo) realizar operação no mercado secundário em relação a valores mobiliários de sua emissão, adquirindo de alguma forma esses valores e os negociando com terceiros f) Mercado de capitais - Mercado de capitais: local onde se desenvolvem operações de compra e venda de valores mobiliários emitidos por companhias abertas. Esse local pode ser: bolsa de valores, mercado de balcão ou mercado de balcão organizado. - Bolsas de valores: são pessoas jurídicas de direito privado (associações ou sociedades anônimas) que, mediante autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), prestam serviço público.

- a consolidação das normas que disciplinam a constituição, a organização e o funcionamento das bolsas de valores consta da Resolução 2.690 (de 28/01/2000) do BACEN, sendo que a CVM tem o poder de regulamentar essas normas.

- não integram a administração pública direta ou indireta.

- tem como objeto social manter local ou sistema adequado à realização

de operações de compra e venda de títulos ou valores mobiliários emitidos por companhias abertas.

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___________________________________________________________________ *Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse www.denishermida.com.br.

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- pregão : é o encontro diário dos representantes das sociedades filiadas à bolsa (sociedades corretoras).

- as negociações realizadas na bolsa são todas do “mercado secundário”

(o mercado primário, no mercado de capitais, só se realiza no mercado de balcão).

- sociedades corretoras: atuam no pregão como portadoras do interesse

de seus clientes (investidores), materializado em ordens de compra ou venda, no sentido de tentarem a aquisição ou alienação de ações e demais valores mobiliários.

- Mercado de balcão: compreende todas as operações do mercado de capitais realizadas fora da bolsa de valores. É dividido em: mercado de balcão não organizado e mercado de balcão organizado. - Mercado de balcão não organizado:

- são geralmente instituições financeiras e outras entidades participantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, que atuam sob autorização da CVM.

- operação típica : colocação de novos valores mobiliários emitidos por

companhias abertas junto aos investidores por meio de banco.

- o mercado de balcão envolve tanto operações de mercado primário quanto operações do mercado secundário.

- São agentes do mercado de balcão (art. 21, par. 3o, Lei 6385/76):

- instituições financeiras e demais sociedades de distribuição de emissão de valores mobiliários, atuantes em conta própria ou na qualidade de agentes da companhia emissora. - sociedades com objeto voltado para a compra, para a revenda, de valores mobiliários em circulação. - corretoras de valores mobiliários.

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- Mercado de balcão organizado:

- exercido por entidades do mercado de balcão organizado (EMBOs), que são sociedades autorizadas a funcionar mediante registro na CVM (art. 21, par. 5o, da Lei 6385/76), cujo objeto é a prestação de serviços a investidores e outros agentes do mercado de capitais, similar ao que as bolsas prestam aos corretores filiados.

- a EMBO (entidade do mercado de balcão organizado) deve manter

sistema eletrônico que viabilize adequadamente a realização de operações de compra e venda de valores mobiliários.

- é o segmento do mercado de capitais que compreende as operações

realizadas por meio de um sistema mantido e normatizado por uma entidade autorizada a operar pela CVM.

g) Normatização do mercado de capitais - A competência legislativa para tratar de matéria atinente ao mercado de capitais é da União (art. 22, incisos I, VII e XIX, da CF/88), sendo que a União, através da Lei 6.385/76, delega a competência para normatização de alguns temas ao Conselho Monetário Nacional (CMN) e ao Banco Central ( art. 3o da Lei 6.385/76) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM – arts 5o a 9o da Lei 6.385/76). - Normas estruturais (que constituem órgãos, delegam competência e impõem a estrutura básica do mercado de capitais) são de competência de Lei Federal. Ex.: Lei 6.385/76 que, além de conceituar valores mobiliários (art. 2o), cria a CVM (art. 5o) apresentando a competência (art. 8o) e apresenta a competência do CMN (art. 3o). - Normas conjunturais (definição de política econômica a ser observada na organização e no funcionamento do mercado de valores mobiliários) são de competência do Conselho Monetário Nacional (CMN). Importante ressaltar que as decisões do Conselho Monetário Nacional são formalizadas através de resoluções do Banco Central do Brasil (BACEN).

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- Normas de fiscalização são de competência da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), através de instruções e do BACEN (Banco Central do Brasil). As instruções da CVM são os atos através dos quais a CVM regulamenta, com abrangência da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as matérias expressamente previstas pelas leis 6385/76 e 6404/76. - CVM (Comissão de Valores Mobiliários): tem natureza jurídica de autarquia federal vinculada (subordinada) ou Ministério da Fazenda

- foi criada pela Lei 6.385/76 (art. 3o).

- é subordinada ao Ministério da Fazenda.

- é um órgão colegiado formado por 5(cinco) membros (1 presidente e 4 diretores) nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal, com mandato de 5 anos, sendo vedada a recondução.

- tem competência autorizante, regulamentar e fiscalizante:

- normatizar as operações com valores mobiliários, autorizar sua emissão e negociação, bem como fiscalizar as S/As abertas e os agentes que operam no mercado de capitais. - na regulamentação, cabe regulamentar o funcionamento do mercado de capitais. - na autorização, por meio de atos de registros, legitima a constituição de S/As abertas, a emissão e negociação de valores mobiliários no mercado de capitais (art. 19 da Lei 6385/76). - na fiscalização, acompanha, de modo permanente, as S/As abertas e os demais agentes ligados ao mercado de capitais, de modo direto ou indireto.

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II - Classificação das sociedades anônimas - art. 4o da Lei das S/A (Lei 6.404/76) - podem ser ABERTAS ou FECHADAS - o que diferencia as companhias abertas das companhias fechadas é a negociação ou não de valores mobiliários no mercado de capitais (isto é, na bolsa de valores, no mercado de balcão não organizado ou no mercado de balcão organizado) - Sociedades Anônimas abertas: são as sociedades anônimas cujos valores mobiliários são admitidos à negociação nas bolsas de valores ou mercado de balcão (não organizado ou organizado)

- pode captar recursos junto aos investidores em geral (emissão pública que é caracterizada por uma das formas previstas no parágrafo 3o do artigo 19 da Lei 6.385/76), de forma pública .

- quando uma companhia aberta emite valores mobiliários (como ações, por exemplo) e os negocia no mercado de capitais (bolsa de valores, mercado de balcão organizado ou mercado de balcão não organizado), essa emissão é denominada “emissão pública” e o investidor que subscreve algum desses valores exerce uma “subscrição pública”.

- para proceder a essa captação pública de recursos, deve ter prévia

autorização do governo federal, o que se materializa com o seu registro e o lançamento de seus valores mobiliários na CVM. Se houver emissão pública sem prévia autorização, configurado está crime previsto no artigo 7o da Lei 7.492/86 (com pena de reclusão de 2 a 8 anos).

- Sociedades anônimas fechadas: não emitem valores mobiliários negociáveis no mercado de capitais (bolsa de valores, mercado de balcão não organizado ou mercado de balcão organizado).

- a negociação de valores imobiliários emitidos por companhia fechada é denominada “emissão privada” e os investidores que adquirem tais valores mobiliários praticam “subscrição privada”.

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III - Nome empresarial da Sociedade Anônima - previsão do artigo 3o da LSA (Lei 6.404/76). - nome empresarial será sempre sob a forma de DENOMINAÇÃO (art.3o, caput). - a denominação deve estar acompanhada da expressão “Companhia” ou “Sociedade Anônima” ou pelas abreviaturas “S/A” ou “Cia”. - se utilizar a expressão “Companhia” ou a abreviatura “Cia”, não poderá a expressão estar no final do nome empresarial. - se utilizar a expressão “Sociedade Anônima” ou a abreviatura “S/A”, a expressão pode se localizar em qualquer local do nome empresarial. - nome de fundador, acionista, ou pessoa que, por qualquer modo tenha concorrido para o êxito da sociedade, poderá figurar na denominação (art. 3o, par.1o). - Se a denominação for idêntica ou semelhante a de Companhia já existente, assistirá à prejudicada o direito de requerer a modificação por via administrativa ou em juízo, e demandar as perdas e danos existentes (art. 3o, par. 2o). - A Lei 8.934/94, no seu artigo 34, aplica o “Princípio da novidade”, Isto é, a Junta Comercial não pode registrar nome idêntico ou semelhante aos que já se encontram registrados, quer coincidam ou não os ramos de atividade a que se dedicam o titular do registro e o pretendente.

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IV – A AÇÃO a) Conceito - Ação é o valor mobiliário representativo de uma parcela do capital social da S/A emissora que atribui ao seu titular a condição sócio (acionista) da S/A b) Valor das ações - o valor da ação varia de acordo com o contexto em que é necessário atribuir valor à participação societária, isto é, depende dos objetivos da avaliação - Existem 5(cinco) espécies de valores de ação : valor nominal, valor patrimonial, valor de negociação, valor econômico e valor de emissão.

- Valor nominal

- é o primeiro valor da ação. - resulta da divisão do capital social da S/A pelo número de ações por ela

emitida, independentemente da espécie ou da classe. Ex: se o capital social é de R$ 3.000.000,00 e há 1.000.000 de ações, o valor nominal de cada uma será de R$ 3,00.

- o valor nominal será o mesmo para todas as ações da companhia � LSA,

art. 11, par. 2º.

- o valor nominal garante, em termos relativos, o acionista contra a diluição de seu patrimônio acionário na hipótese de aumento de capital com emissão de novas ações � LSA, art. 13 (“É vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal”).

- as ações podem não ter valor nominal – o estatuto é que indicará se as

ações terão ou não valor nominal � LSA, art. 11 � se não tiver valor nominal, para todos os fins será levado em consideração o “valor-quociente” ( que é o valor do capital social dividido pelo número de ações emitidas.

- na hipótese de redução do capital social, será pago ao acionista com base no

“valor nominal” ou no “valor quociente” .

- na companhia com ações sem valor nominal, o estatuto poderá criar uma ou mais classes preferenciais com valor nominal � LSA, art. 11, par. 1o

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- Valor patrimonial

- é a parcela do patrimônio líquido da sociedade anônima correspondente a cada ação.

- obtido através da divisão do patrimônio líquido pelo número de ações.

- patrimônio líquido : patrimônio bruto (ativo) – obrigações devidas pela

sociedade (passivo).

- pode ser maior ou menor que o valor nominal.

- valor nominal e valor patrimonial se igualam somente no momento da constituição da sociedade.

- Valor patrimonial contábil x Valor patrimonial real:

- V.P. Contábil : tem por dividendo o patrimônio líquido constante das demonstrações financeiras ordinárias ou especiais da S/A em que os bens são apropriados por seu valor de entrada (custo da aquisição), i.e., com base no balanço patrimonial historio (no final do exercício) ou atual (calculado com base em balanço especial levantado durante o exercício social). - V.P. Real : tem por dividendo o patrimônio líquido calculado com base em balanço especial (que não tem repercussões tributárias), levando em cona o valor de mercado do patrimônio da sociedade.

- na liquidação, é pago com base no valor patrimonial.

- na amortização (operação pela qual se antecipa ao acionista no todo ou em parte o quanto ele deveria receber caso a sociedade fosse dissolvida – LSA, art. 44) também é considerado o valor patrimonial.

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- Valor de negociação

- é o montante pago pela ação, quando adquirida – ou, o que é o mesmo, o recebido, quando vendida -.

- - não é igual ao valor nominal, nem ao valor patrimonial. - fixado com base na negociação entre comprador e vendedor.

- é o valor contratado, por livre manifestação de vontade, entre quem

aliena a ação e quem adquire.

- principal elemento levado em consideração na fixação do valor é a perspectiva de rentabilidade da empresa.

- varia segundo a espécie de ação (ordinárias ou preferenciais � já que

os seus respectivos acionistas têm direitos diferentes).

- o valor de negociação classifica-se em “valor de mercado” e “valor de negociação privada”:

- valor de mercado : valor da ação na bolsa de valores ou no mercado de balcão (valor de cotação).

- valor de negociação privada : valor transacionado em operação fora do mercado de capitais.

- Valor econômico

- é o valor que objetiva mensurar o preço que provavelmente um negociador pagaria pela ação, caso ela fosse vendida.

- resulta de uma complexa avaliação, procedida segundo critérios

técnicos e realizada por profissionais especializados.

- busca encontrar o número que reflete o negócio vantajoso de compra e venda de determinadas ações.

- do ponto de visa dos investidores, a definição do valor econômico é

importante na preparação das propostas ou na delimitação das transigências interessantes durante as negociações para a aquisição da ação

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- Há grande divergência quanto aos métodos de apuração desse valor, sendo que um dos métodos mais utilizados é o “método do fluxo descontado”, nele, estimam-se, em valor presente, os fluxos de caixa futuros, correspondentes à participação acionária.

- valor de emissão :

- é o valor pago pela ação no ato da subscrição. Também é chamado de “preço de emissão”.

c) Preço de emissão

- é o valor para a compra da ação no ato da subscrição. - é o montante gasto pelo investidor (subscritor), à vista ou a prazo, em favor da S/A em troca da ação. - Há 2(duas) formas de alguém se tornar acionista, através da subscrição ou através da compra de ações :

- subscrição: operação do mercado primário. Nesse caso se subscreve

ações recém emitidas. O valor pago destina-se à Cia emissora. O valor pago é o “preço de emissão” ou “valor de emissão

- compra: operação do mercado secundário é a aquisição de ação quando

ela é colocada a venda por um acionista. A sociedade emissora não faz parte do negócio jurídico (operação) e não recebe nada.

- quem define o preço de emissão é unilateralmente a companhia criadora(emissora) da ação (ou outro valor mobiliário), o mesmo acontecendo com a forma de pagamento. - é o valor atribuído pela Cia emissora à ação, a ser pago, à vista ou a prazo, pelo subscritor.

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- São 2(duas) as oportunidades em que a S/A fixa o preço de emissão: na Constituição da sociedade (fixado pelos fundadores; se tiver valor nominal, o preço de emissão deve ser igual ou menor ao valor nominal) e no aumento de capital com o lançamento de novas ações (fixado pela Assembléia Geral). - se o preço de emissão for igual ao valor nominal da ação, a totalidade do valor arrecadado será destinado à formação do capital social. Se o preço de emissão for maior que o valor nominal da ação, a diferença deverá ser contabilizada em conta especial denominada “reserva de capital” (art. 182, par. 1o, da LSA). - se for ações sem valor nominal, os fundadores (na hipótese de constituição) ou a Assembléia Geral (na hipótese de aumento de capital) deverão definir se todo o valor arrecadado com a venda das ações será destinado ao Capital Social ou se parte se destinará à “Reserva de Capital”. - o preço de emissão deve ser fixado levando em consideração as seguintes regras:

- o preço de emissão não pode ser inferior ao valor nominal das ações, se existente (LSA, art. 13).

- não pode ocorrer diluição injustificada da participação dos antigos

acionistas (LSA, art. 170, par. 1o).

- deve levar em conta a perspectiva de rentabilidade da companhia; o valor do patrimônio líquido da ação; a cotação das ações na Bolsa de Valores ou no mercado de balcão organizado (art. 170, par.1o, LSA).

d) Diluição da participação societária - ocorre sempre que a companhia lança novas ações com preço de emissão inferior ao valor patrimonial das existentes. - se o preço de emissão das novas ações for igual ao valor patrimonial das existentes, este não variará; se for maio, aumentará; se for menor, diminuirá. - se o preço de emissão das novas ações emitidas for superior ao valor patrimonial das já existentes, haverá um gasto patrimonial dos antigos acionistas, em detrimento dos ingressantes (preço de emissão será menor que o valor patrimonial das ações emitidas). - o valor nominal representa uma garantia contra a diluição.

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2.6 – SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES - arts. 1.090 a 1.092/CC a) Conceito - é a sociedade cujo capital social se divide em ações, sendo que o acionista, se não participa da administração da sociedade, tem responsabilidade limitada ao preço da emissão das ações que subscreveu ou adquiriu; se o acionista exerce funções de direito ou administrador, responde pelas obrigações sociais de forma subsidiária e ilimitada e solidária com os demais membros da diretoria b) Tipos de acionistas e suas responsabilidades - Existem 2(duas) categorias de acionistas : os acionistas administradores (ou diretores) e os acionistas não administradores (ou não diretores) - acionistas administradores : têm responsabilidade solidária e ilimitada - acionistas não administradores : têm responsabilidade limitada às ações subscritas ou adquiridas c) Administração - art. 1.091/CC � só acionistas podem ser administradores d) Aplicação da Lei das S/As - art. 1.090/CC � rege-se pelas normas relativas às sociedades por ações