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PRELIMINARES 1. Introdução Para iniciar o estudo é preciso, antecipadamente, lembrar as finalidades do Estado e traçar uma relação com o direito tributário. 1.1. Estrutura do Estado É importante destacar primeiro as características da matéria constitucional, ou seja, forma de Estado, forma de Governo, sistema de governo, regime de Governo, Separação dos Poderes e os direitos e garantias fundamentais. A forma do Estado Brasileiro é Federal, ou seja, unidades autônomas de política que formam uma federação. Isso, certamente, acarreta algumas implicações na cobrança do imposto, por exemplo, quando cada ente federado terá competência para cobrança do respectivo valor. No que diz respeito à forma de governo, o Brasil adota a forma republicana, enquanto no sistema de governo temos o presidencialismo, o qual oferece o chamado “superpoder” aos governantes. Desse superpoder, resulta, por exemplo, a medida provisória que deveria ser apenas utilizada nos casos de urgência e relevância (requisitos de utilização), quando na verdade é utilizada para instituir vários tributos de forma indiscriminada. E, por ultimo, temos o regime democrático de governo onde cada um precisa ter o seu representante, escolhendo os tributos que serão objeto de tributação no Pais. Obs.: a medida provisória só pode instituir tributos que possam ser instituídos por lei, seja complementar ou ordinária. 1.2. Concepções de Estado Esse subitem está diretamente ligado há duas concepções que terão relevância na forma de lidar/tratar com o direito tributário. São elas: a. Estado mínimo: é aquele em que o Estado deve influenciar o mínimo possível na vida das pessoas, respeitando ao máximo a liberdade individual. Está relacionado ao Liberalismo. b. Estado máximo: o estado deve ser grande, enorme, sustentando e provendo tudo para todos. Entretanto, aqui a intervenção ocorre de maneira inversa, pois o Estado terá maior influencia na vida das pessoas, intervindo mais e, por consequência, diminuindo a liberdade de todos. Aqui, a principal característica é a redução na liberdade das pessoas visando uma condição de

Direito Tributário

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PRELIMINARES 1. Introduo Para iniciar o estudo preciso, antecipadamente, lembrar as finalidades do Estado e traar uma relao com o direito tributrio. 1.1. Estrutura do Estado importante destacar primeiro as caractersticas da matria constitucional, ou seja, forma de Estado, forma de Governo, sistema de governo, regime de Governo, Separao dos Poderes e os direitos e garantias fundamentais. A forma do Estado Brasileiro Federal, ou seja, unidades autnomas de poltica que formam uma federao. Isso, certamente, acarreta algumas implicaes na cobrana do imposto, por exemplo, quando cada ente federado ter competncia para cobrana do respectivo valor. No que diz respeito forma de governo, o Brasil adota a forma republicana, enquanto no sistema de governo temos o presidencialismo, o qual oferece o chamado superpoder aos governantes. Desse superpoder, resulta, por exemplo, a medida provisria que deveria ser apenas utilizada nos casos de urgncia e relevncia (requisitos de utilizao), quando na verdade utilizada para instituir vrios tributos de forma indiscriminada. E, por ultimo, temos o regime democrtico de governo onde cada um precisa ter o seu representante, escolhendo os tributos que sero objeto de tributao no Pais. Obs.: a medida provisria s pode instituir tributos que possam ser institudos por lei, seja complementar ou ordinria. 1.2. Concepes de Estado Esse subitem est diretamente ligado h duas concepes que tero relevncia na forma de lidar/tratar com o direito tributrio. So elas: a. Estado mnimo: aquele em que o Estado deve influenciar o mnimo possvel na vida das pessoas, respeitando ao mximo a liberdade individual. Est relacionado ao Liberalismo. b. Estado mximo: o estado deve ser grande, enorme, sustentando e provendo tudo para todos. Entretanto, aqui a interveno ocorre de maneira inversa, pois o Estado ter maior influencia na vida das pessoas, intervindo mais e, por consequncia, diminuindo a liberdade de todos. Aqui, a principal caracterstica a reduo na liberdade das pessoas visando uma condio de maior igualdade entre todos. Ou seja, o Estado entende que o bem maior a igualdade e, portanto, precisa intervir na sociedade para tornar todos iguais. Obs.: independente da concepo preciso olhar para a Constituio Federal e verificar qual concepo ela contempla. possvel verificar que o Estado Brasileiro um Estado social, conforme os fundamentos e objetivos da Repblica Federativa do Brasil (art. 1 e 3 da CF) e, portanto, sofre influencia do Estado. Obs.: O estado est adstrito a muitas obrigaes, as quais para serem atendidas precisam de capital (dinheiro). Dessa maneira, uma das formas do Estado cumprir com seus deveres atravs dos financiamentos por meio da tributao Princpio de que o imposto um dever

fundamental de cada um; paga-se proporcionalmente. O problema quando o Estado acaba por arrochar demais as pessoas que produzem riqueza, estancando os braos da econmica. 1.3. Atividade finalidade do Estado - Receita e despesa O Estado precisa de receitas e despesas para gerir seus gastos (financiar). Receita pblica toda a entrada de recursos, independentemente da forma que seja, desde que represente uma entrada de recursos para o caixa do Estado. Despensa pblica toda sada de numerrio do Estado. Ex.: Estado gasta dinheiro para construir uma ponte no importa se essa ponte no futuro trar receita; o que importa o numerrio que saiu dos cofres pblicos para construir a ponto. Obs.: Atravs do autor Aliomar Baleeiro o direito tributrio passou a se diferenciar dos outros ramos do direito. O direito financeiro, por exemplo, trata das receitas e despesas do Estado, conjuntamente. Porm, aps determinado ocorreu uma separao no estudo e disciplina das receitas e despesas, passando o direito financeiro a estudar apenas as despensas, enquanto o direito tributrio as receitas tributrias. Receitas do Estado 1. Originrias: Decorrem da prpria explorao dos bens do Estado. Ex.: explorao de petrleo (jazidas de quaisquer minerais, desde que sejam jazidas). E tambm as receitas de alguns contratos de prestao de servio de alguns pases mais prximos com relao direta. Ex.: Brasil faz um contrato de assessoria com a Angola para prestao de educao. 2. Derivadas: So de duas espcies: a. Contratos de ttulos da divida pblica (contratos da celic) indexao de ttulos da divida pblica. O investidor que investe no Brasil est fornecendo receita para o Pas (receita derivada decorrente de contrato monetrio). b. Receita derivada da soberania (muito importante), a qual decorrente dos tributos. (foco do semestre). Obs.: O que ocorre se recolhemos um tributo para o INSS e depois descobrirmos que o INSS fraudou o tributo para levar o dinheiro embora, ou houve corrupo para desviar o dinheiro pblico? Alguns dizem, com base nessa corrupo, que no vo mais recolher tributos, pois a despesa sempre desviada (nunca chega ao lugar certo). Porm, a fundamentao para dizer que essa argumentao falha que a legislao tributria trata das receitas tributrias. Portanto, havendo alguma violao/crime na despesa quem resolve a esfera financeira e no o plano tributrio. RECEITA = DIREITO TRIBUTRIO DESPESA = DIREITO FINANCEIRO 2. Conceito e objeto do Direito Tributrio 2.1. Conceito Segundo o autor Alfredo Augusto Becker, direito tributrio o sistema formado pelas regras jurdicas que disciplinam o nascimento, a vida e a extino do dever tributrio. Em resumo, o nascimento, vida e morte do dever tributrio.

Segundo Luciano Amaro, o direito tributrio a disciplina jurdica dos tributos com a qual se abrange todo o conjunto de princpios e normas reguladoras da criao, fiscalizao e arrecadao das prestaes de natureza tributria. Obs.: Os dois conceitos tem como linha comum a criao da tributao.

2.2. Objeto (artigo 3 do Cdigo Tributrio Nacional) -> exprime o conceito de Tributo. Art. 3 Tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Tributo institudo por LEI, apenas por lei alguns tributos tero sua instituio por lei complementar, outros por lei ordinria e outros, ainda, por medida provisria. Portanto, tributo no pode ser institudo por meio de atos de outros poderes da repblica, apenas por Lei.

Tributo

Institudo

Lei Ordinria Lei Complementar Medida Provisria

Ex.: O legislativo, bicameral, quem faz as leis e as leis que instituem os tributos. O Executivo no publica leis, mas apenas decretos feitos pelo chefe do executivo. Obs.: Se um decreto der uma iseno para diminuir o tributo poder ser julgado inconstitucional, pois apenas a Lei pode regular a instituio, extino ou iseno do tributo. Obs.: O objeto do direito tributrio o tributo. Obs.: Tributo institudo mediante lei.

2.3. Autonomia Serve mais para destacar aquela diferenciao que estudamos na atividade econmica do Estado; para dizer que hoje o direito tributrio est apenas estudando as receitas tributrias receitas derivadas da soberania. Isso implicou na autonomia da matria e de todo direito tributrio. 3. Natureza Jurdica Direito tributrio um ramo do direito pblico. Mas essa diviso entre pblico e privado e meramente didtica, pois algumas matrias do direito pblico possuem uma preponderncia ao direito privado. O que no podemos esquecer que mesmo sendo um direito pblico, este no se sobrepe ao direito privado sempre, em todo e qualquer caso, pois no estamos falando do interesse da administrao pblica, mas da coletividade. Essas concepes esto todas inter-relacionadas.

4. Relao com outros ramos do direito O direito tributrio no est sozinho no mundo, ou seja, acaba tendo uma autonomia apenas didtica (fictcia), pois est relacionado com outros direitos, por exemplo: No Brasil o direito tributrio est fundamentado na Constituio Federal, em capitulo prprio. Tambm, est muito relacionado com o direito civil e administrativo, os quais oferece suporte a muitos conceitos como posse, propriedade, servio, conceito dos bens, diviso dos Estados, administrao pblica e suas subdivises. Ainda, deve-se ressaltar que no direito administrativo aparece a figura do Fisco (Fazenda/Administrao/Fiscalizao), rgo que representa a figura do Estado (muito ligado aos tributos). No que diz respeito ligao com o processo civil bom destacar que no temos no direito tributrio um processo codificado, temos apenas uma lei de execues fiscais (lei 6830/1980), a qual determina a forma com que o Estado poder executar os Crditos Fiscais. Trata-se de uma lei especifica que poder recorrer ao Cdigo de Processo Civil de maneira subsidiria, alm de ser norma geral. O direito penal, por sua vez, tambm se relaciona com o direito tributrio nos crimes tributrios. Assim, se a pessoa frauda/rouba algo e deixa de pagar 50 milhes de reais ser intimado e chamado a pagar; se pagar antes da denuncia o processo de extingue sem julgamento do mrito. De outro lado, o pobre cidado que rouba galinhas para sobreviver e pego responder por furto ou roubo, precisando cumprir pena ou pagar transao penal. Por fim, o direito tributrio tem muita relao com o direito internacional, o qual pode ser objeto de grandes problemas, pois o direito internacional ter grande influencia na tributao das pessoas (multinacionais estrangeiras e nacionais). Cada Estado tem sua soberania e, portanto, cobra o tributo que bem entender dentro de seus limites territoriais. Obs.: o imposto de renda tem um principio chamado de Extraterritorialidade, ou seja, o Brasil cobra imposto de renda das pessoas jurdicas nacionais e estrangeiras que trabalham em outro pas, podendo ocorrer bitributao (recolhem aqui e no pas de origem). Para evitar essa tributao exagerada existem os tratados internacionais. Aula, 06 de agosto de 2012 5. Relao com Economia e Contabilidade De acordo com o artigo 170 da Constituio Federal, a ordem econmica tem por fim assegurar a todos a existncia digna, observando os respectivos princpios da economia. Desse artigo preciso observar a livre iniciativa e a livre concorrncia, os quais devem ser respeitados quando analisarmos determinada tributao e a quantificao de suas alquotas. Um tributo no pode ser de tal forma oneroso que implique no desrespeito da livre iniciativa ou da concorrncia. Ex.: O cigarro tem uma tributao em IPI de 300%. Tal imposto alto, pois possui suas implicaes na rea da sade. Porm, a tributao no pode ultrapassar os limites da tributao, sob pena de ferir os princpios. Hoje em dia a contabilidade esta muito prxima do direito tributrio na pratica diria. A matria prima da tributao (lucro rela/presumido) est expressa na contabilidade das empresas. Nesse sentido, a contabilidade est cada vez mais prxima ao direito tributrio.

6. Legislao e Fontes de Direito Tributrio (matria importante para a prova) Agora vamos entrar no processo legislativo atravs da pirmide das normas. 6.1. A diferena entre o termo Lei e Legislao (artigo 96 do Cdigo Tributrio Nacional) SEO I Disposio Preliminar Art. 96. A expresso "legislao tributria" compreende as leis, os tratados e as convenes internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relaes jurdicas a eles pertinentes. Assim, a legislao tributria engloba todos os demais veculos normativos. A palavra lei gnero que pode dar origem as demais espcies como lei complementar e lei ordinria. No entanto, a legislao um termo mais amplo que a lei, que corresponde s variadas espcies normativas. Obs.: tributo s institudo por meio de LEI, portanto a legislao tributria, em sentido amplo, no institui tributo, apenas sua condio em sentido estrito referindo-se apenas LEI (complementar/ordinria/medida provisria). 6.2. Fontes a. Constituio Federal: artigo 145 ao artigo 162 no so apenas esses artigos que tratam de matria tributrias, outros tambm. A Constituio Federal institui as competncias tributrias, ou seja, estabelece a competncia de um determinado ente para poder instituir ou no determinado tributo. Seo III DOS IMPOSTOS DA UNIO Art. 153. Compete Unio instituir impostos sobre: I - importao de produtos estrangeiros (fato econmico da exportao) II - exportao, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; Obs.: o que industrializar produtos? At que grau de modificao? preciso precisar para cobrar ou no o tributo. V - operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Temos esse imposto institudo? No temos ainda, pois est em discusso. A unio ainda no instituiu esse tributo (no sabemos quem ter de pagar, mbito de aplicao e o que significa grande fortuna). Obs.: o que significa a expresso grande fortuna? No direito tributrio muitas questes se resolvem na soluo das palavras. Por exemplo, o que renda? Tudo numerrio que entra menos o que sai? De fato, sim.

Obs.: A unio s pode instituir os impostos previstos nesses incisos. Esse artigo prev a competncia da Unio para instituir impostos. Portanto, a constituio quem delimita as competncias tributrias. Obs.: A constituio, na maioria dos casos, prev as materialidades tributrias, ou seja, os fatos sobre os quais poder haver tributao (ser instituda tributao). So fatos econmicos que muitas vezes no tero substrato econmico (generalidade). Os tipos de tributo so delimitados na forma de materialidades (exemplo dos incisos do artigo 153, da CF). Obs.: A Constituio no instituiu tributo, mas prev as competncias e as materialidades. Quem institui tributo a lei. b. Emenda Constitucional (artigo 60, 4) Pode ser declarada inconstitucional, pois ela objeto do poder constituinte derivado e no do poder constituinte originrio. Portanto, por mais que tenha hierarquia de norma constitucional poder ser declarada inconstitucional quando por exemplo violar o disposto no quarto do artigo 60, da CF. Art. 60. A Constituio poder ser emendada mediante proposta: 4 - No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e peridico; III - a separao dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais: esto previstos no artigo 5 da CF Qualquer emenda que violar isso poder ser declarada inconstitucional. Ex.: O Imposto provisrio sobre movimentao financeira, institudo por lei, foi julgado inconstitucional, tendo em vista a previso do tributo incidindo sobre movimentaes de quaisquer pessoas, fsicas ou jurdicas, includas as entidades sem fins lucrativos, bem como as movimentaes realizadas pelos Estados e municpios. Os entes federados no podem cobrar impostos um dos outros, sob pena de violar a forma federativa do Estado. Alm disso, violava tambm os direitos e garantias individuais. c. Lei Complementar (artigo 146 da Constituio Federal) - Maioria absoluta mais uma frao: 41 senadores - Para abrir a seo: 21 senadores - No h hierarquia entre lei ordinria e lei complementar. A lei complementar, para efeitos tributrios, no possui hierarquia frente lei ordinria. A nica diferenciao entre elas diz respeito materialidade e o quorum. Certas matrias especificas em direito tributrio s podero ser dispostas por lei complementar. Art. 146. Cabe lei complementar: ***Uma lei complementar quando no dispuser sobre matria tributria poder ser revogada por uma lei ordinria. No entanto, quando a lei complementar tratar de matria tributria no poder ser revogada por lei ordinria. Mas se tivermos uma lei complementar que trate de

matria comum, sem materialidade de lei complementar, poder ser revogada por lei ordinria. Obs.: Hugo de Brito Machado afirma que a lei complementar superior. No entanto, o STF j decidiu que no h hierarquia, mas diferena na materialidade. I - dispor sobre conflitos de competncia, em matria tributria, entre a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios; Alguns tributos vo gerar conflito de competncia entre os entes da federao. Ex.: preciso pagar ISS em POA para os servios de advocacia? O ISS pode ser cobrado onde a empresa tem sua sede, ainda que o servio seja prestado em outro lugar. Quem vai dispor sobre isso? Quem dispe uma lei complementar nacional que ir dispor sobre os conflitos de competncia. Ex.: Operao de venda de mercadorias de quem cobrar o imposto? Lei complementar dever dispor. II - regular as limitaes constitucionais ao poder de tributar; H varias limitaes constitucionais, as quais so institudas pela constituio proibindo o poder dos Estados e municpios de instituir tributos. Quem define isso lei complementar. III - estabelecer especialmente sobre: normas gerais em matria de legislao tributria,

Tudo o que norma geral que disponha sobre os assuntos abaixo deve ser instituda por lei complementar. a) definio de tributos e de suas espcies, bem como, em relao aos impostos discriminados nesta Constituio, a dos respectivos fatos geradores, bases de clculo e contribuintes; b) obrigao, lanamento, crdito, prescrio e decadncia tributrios; Obs.: toda lei ordinria que tratar sobre isso ser declarada inconstitucional sumula vinculante numero 8 do STF. c) adequado tratamento tributrio ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definio de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuies previstas no art. 195, I e 12 e 13, e da contribuio a que se refere o art. 239. Pargrafo nico. A lei complementar de que trata o inciso III, d, tambm poder instituir um regime nico de arrecadao dos impostos e contribuies da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, observado que: I - ser opcional para o contribuinte; II - podero ser estabelecidas condies de enquadramento diferenciadas por Estado;

III - o recolhimento ser unificado e centralizado e a distribuio da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados ser imediata, vedada qualquer reteno ou condicionamento; IV - a arrecadao, a fiscalizao e a cobrana podero ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional nico de contribuintes. - Lei 5172/66 CTN Obs.: o CTN dispe sobre matria tributria em geral, mas quando publicado no foi institudo por lei complementar, mas foi recepcionado na constituio federal de 1988 como lei complementar, adquirindo, portanto natureza de lei complementar. - Lei 116/03 ISS: o Imposto sobre servios de qualquer natureza. Est previsto no artigo 156, inciso II da CF. Precisa ser institudo por lei municipal em cada municpio. Obs.: todos os grandes municpios do Brasil j instituram o referido imposto. - Lei 87/96 ICMS: apelidada de lei candir, tendo em vista o ministro que o institui. Est previsto nos artigo 155, inciso II, da CF e a competncia dos Estados. Precisa ser institudo nos 27 Estados. d. Lei Ordinria Seo II DAS LIMITAES DO PODER DE TRIBUTAR Art. 150. Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea; Este artigo previu a legalidade ESTRITA tributria (artigo 5, inciso I, CF). A legalidade estrita tributria mais detalhada, ou seja, a legislao deve prever de forma mais cuidadosa, esmiuada o tributo. Quando a lei instituir o tributo preciso detalhar a base de calculo, alquota, quem o sujeito ativo e o sujeito passivo. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituio de tributos, ou a sua extino; II - a majorao de tributos, ou sua reduo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definio do fato gerador da obrigao tributria principal, ressalvado o disposto no inciso I do 3 do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV - a fixao de alquota do tributo e da sua base de clculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; V - a cominao de penalidades para as aes ou omisses contrrias a seus dispositivos, ou para outras infraes nela definidas; VI - as hipteses de excluso, suspenso e extino de crditos tributrios, ou de dispensa ou reduo de penalidades.

Numa ilustrao clara o principio da legalidade estrita um quadro onde dentro dele deve estar delimitada todas as caractersticas do tributo. Quem detalha isso a lei que instituir o tributo. Em regra a lei ordinria o veiculo utilizado para instituio de tributos. No entanto, alguns especficos devero ser institudos por lei complementa, desde que previstos na constituio federal. - Artigo 150, inciso I, da Constituio Federal; Art. 150. Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea; - Leis Delegadas quando o Congresso delega ao presidente da republica a possibilidade de dispor sobre determinado tema. Essa lei, a rigor, pode instituir tributo desde que o congresso atribua ao presidente tal finalidade. - Medida Provisria: artigo 62, primeiro, inciso III, CF e artigo 62, segundo, CF. Art. 62. Em caso de relevncia e urgncia, o Presidente da Repblica poder adotar medidas provisrias, com fora de lei, devendo submet-las de imediato ao Congresso Nacional. 1 vedada a edio de medidas provisrias sobre matria: III reservada a lei complementar 2 Medida provisria que implique instituio ou majorao de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, s produzir efeitos no exerccio financeiro seguinte se houver sido convertida em lei at o ltimo dia daquele em que foi editada. Impe algumas condies a instituio de tributos. Por conta desse pargrafo segundo ficou expresso que a medida provisria pode instituir tributos (prova). e. Tratado Internacional (artigo 98 do CTN) Art. 98. Os tratados e as convenes internacionais revogam ou modificam a legislao tributria interna, e sero observados pela que lhes sobrevenha. O problema a segunda parte que diz que a lei posterior no poder modificar o tratado anterior. Segundo o professor, o restante do artigo aps a vrgula no foi recebido pela constituio. Obs.: para todos os efeitos, leva-se em conta o texto da lei. Assim, o tratado de matria tributria tem hierarquia acima da lei, revogando lei anterior e devendo ser observado por lei posterior**. Qual hierarquia do tratado internacional? Em regra, tratado internacional est abaixo da constituio federal e possui natureza de lei ordinria, salvo quando tratar de direito humanos (artigo 5, terceiro da CF). Aula, 08 de agosto de 2012 F. Resoluo (artigo 52, inciso X, CF) Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

X - suspender a execuo, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por deciso definitiva do Supremo Tribunal Federal; Hoje em dia alguns autores dizem que essa resoluo no ser mais utilizada por conta da sumula vinculante, mas a resoluo ainda est vigente e pode ser utilizada. g. Decreto (artigo 99 do CTN) Art. 99. O contedo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em funo das quais sejam expedidos, determinados com observncia das regras de interpretao estabelecidas nesta Lei. Decreto no pode extrapolar o que a lei diz; no pode dispor o que no foi disposto em lei. Sua utilidade especificar, detalhar, regular a norma prevista em lei. O decreto prev a necessidade, por exemplo, da nota fiscal descrevendo suas caractersticas. Se a lei diz que toda mercadoria deve ser acompanhada de duas notas fiscais o decreto no pode extrapolar isso. Se isso acontecer, h plena violao do principio da legalidade. h. Convnios - CONFAZ Eles esto previstos em uma base constitucional, artigo 155, segundo, XII, letra g da Constituio. Os convnios so realizados no CONFAZ (conselho nacional de poltica fazendria), onde se renem todos os ministros da fazenda de todos os Estados. Essa reunio pode emitir convnios, ou seja, normas que podem dispor de alguns assuntos. ** importante destacar que o convenio s pode ser emitido quando assinado pela unanimidade dos secretrios de Estado (fazenda), ou seja, 27 secretrios fazem o convenio. No CONFAZ possvel alem da emisso dos convnios, os protocolos, os quais podem ser publicados por dois ou mais estados, ou seja, no h necessidade de unanimidade como nos convnios. Tanto os convnios como dos protocolos surgem como objeto facilitar os meios de fiscalizao, ou normas que facilitem a operacionalizao. Obs.: o CONFAZ s trata do ICMS, tributo estadual. Para evitar conflitos de competncia preciso editar uma lei complementar ou se os secretrios de fazenda de reunirem no CONFAZ podem publicar um convenio ou um protocolo para facilitar a fiscalizao ou operacionalizao. Para facilitar essas regras, convencionou-se criar o CONFAZ para reunir os secretrios (visando a fiscalizao ou operacionalizao dos tributos). Qual a diferena entre convenio e protocolos? Quando for concedido beneficio fiscal (ISENCAO), esse beneficio pode ser estipulado por um convenio, desde que os 27 secretrios dos Estados se reunirem e assim concordarem. Obs.: BENEFICIO s pode ser feito por meio de CONVENIO (UNANIMIDADE), desde que no esteja previsto em LEI. Obs.: PROTOCOLO no pode prever beneficio fiscal ; um Estado s no pode prever iseno de ICMS para uma empresa. A guerra fiscal exatamente isso: O poder executivo no pode isentar uma empresa do ICMS sem que o restante dos Estados concorde. Isso faz com que exista retaliao do contribuinte por parte dos demais Estados (cobra um tributo a mais da empresa do Estado de origem). Ex.: empresa GM veio para o RS com a iseno de ICMS, porm os outros Estados (SC, PR) no votaram no CONFAZ. O sujeito de Santa Catarina que vier comprar seu automvel no RS

quando chegar ao seu Estado com o automvel novo ir sofrer a tributao integral do carro (retaliao), no cobrada no RS, pois os demais Estados no votaram tal iseno. De fato, no poderia nem existir. Obs.: s possvel conceder beneficio de iseno para o Estado atravs do CONVENIO (Confaz). Obs.: CONFAZ -> gere dois tipos de normas -> CONVENIOS (unanimidade) e PROTOCOLOS (no precisa unanimidade). Nunca um protocolo vai poder dispor sobre beneficio fiscal. Apenas os convnios podem dispor sobre benefcios de iseno, mas tanto os protocolos como os convnios podem fazer normas de fiscalizao e operacionalizao. 7. Vigncia e Aplicao das normas 7.1. Vigncia Conceito: Vigncia quando a lei suscetvel de aplicao, desde que se faam presentes os fatos que correspondem a sua hiptese de incidncia. Validade: ocorre quando a lei formada com respeito as regras materiais (especialidades) e formais (quorum). Uma lei valida nem sempre vigente, mas a partir da vacacio legis. valida quando da publicao. 7.2. Vigncia no Espao Art. 102. A legislao tributria dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios vigora, no Pas, fora dos respectivos territrios, nos limites em que lhe reconheam extraterritorialidade os convnios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela Unio. Obs.: cada lei no seu lugar, at que uma Lei Federal ou convenio permita que determinada norma tenha vigncia em outros territrios. 7.3. Vigncia no Tempo = a partir de quando a norma vigora. a. Regra Geral: artigo 101 do CTN Art. 101. A vigncia, no espao e no tempo, da legislao tributria rege-se pelas disposies legais aplicveis s normas jurdicas em geral, ressalvado o previsto neste Captulo. Especfico que: o que no estiver previsto neste capitulo acerca da vigncia no tempo, prevalece o disposto na lei de introduo s normas do direito brasileiro. **Nesse capitulo, vamos analisar as questes de irretroatividade (no se pode retroagir) e anterioridade. Mas isso ser visto nas prximas aulas. b. Aplicao imediata: artigo 105 do CTN Art. 105. A legislao tributria aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrncia tenha tido incio, mas no esteja completa nos termos do artigo 116. **FATOS GERADORES FUTUROS o fato gerador que ocorre no futuro, enquanto o PENDENTE aquele que comeou no passado e no presente est pendente, s se concretizando no futuro.

Ex.: o ICMS vai incidir toda vez que tiver circulao de mercadorias. O fato gerador instantneo, no pode ser pendente, pois ocorre uma vez s. O imposto de renda diferente, pois ele dura no tempo, diferente do ICMS. c. Aplicao retroativa a exceo da exceo, pois uma lei, via de regra s se aplica para frente (princpio da irretroatividade). A aplicao retroativa vai se dar em dois casos: c1. Aplicao interpretativa: artigo 106, inciso I, CTN Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretrito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluda a aplicao de penalidade infrao dos dispositivos interpretados; Obs.: Grande parte da doutrina declara que no entende essa figura de lei interpretativa, sob o argumento de que a interpretao quem da no a lei, mas o judicirio (e a lei no pode retroagir). Outra parte da doutrina, inclusive o cdigo tributrio nacional, no artigo 106, entende que sim, existe, e pode ser retroativa. A rigor, se a lei for interpretativa ela no retira nenhuma obrigao nem proibio, mas simplesmente diz com outras palavras o que uma lei anterior j previu, portanto poderia RETROAGIR. c2. Mais benfica: artigo 106, inciso II, CTN Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretrito: II - tratando-se de ato no definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infrao; b) quando deixe de trat-lo como contrrio a qualquer exigncia de ao ou omisso, desde que no tenha sido fraudulento e no tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prtica. No que diz respeito alnea a e c: a hiptese vem l do direito penal no principio de que a lei quando beneficia ao ru pode retroagir. A alnea a diz que ser aplicada para trs quando deixar de definir um ato como infrao. Ex.: entrega de declarao de imposto de renda deve ser feita em determinado prazo, sob pena de penalidade (atraso). A penalidade em direito tributrio sempre ser em multa ($). Se por um acaso vier uma lei futura que diga que entregar declarao em atraso no mais infrao o contribuinte pode pedir o dinheiro de volta dos ltimos cinco anos retroativos. No que diz respeito a alnea C, a lei tambm se aplica para trs quando a lei nova estipular uma penalidade menor (o contribuinte poder pedir o reembolso do valor que pagou a mais). ***Obs.: se temos o ICMS (estadual) das mesas da sala de aula no valor de 17%. Digamos que uma lei mude a tributao e diminua de 17% para 1%. Neste caso, a diminuio do tributo no significa penalidade, logo no poder entrar nos incisos do artigo 106 do CTN. Portanto, no retroage. Obs.: a penalidade o descumprimento de uma norma -> se caracterizar os incisos do artigo 106 poder retroagir.

8. Integrao e Interpretao Conceito: Integrao o processo pelo qual se busca preencher o vcuo diante de omisso ou lacuna de lei. Ex.: uma lei que tenha lacunas deve ser preenchida de alguma forma (os juzes no podem se negar a decidir por no conhecerem a norma). No tributrio, a integrao d uma orientao de como fazer essas interpretaes quando ocorrer lacunas ou duvidas. 8.1. Integrao: artigo 108 do CTN Art. 108. Na ausncia de disposio expressa, a autoridade competente para aplicar a legislao tributria utilizar sucessivamente, na ordem indicada: I - a analogia; Se tem uma lacuna ou omisso o juiz vai buscar uma analogia. Porm, na analogia preciso destacar o primeiro deste artigo, ou seja, o emprego da analogia no poder resultar em exigncia de tributo no previsto em lei. Ex.: analogia no pode ser usada para instituir tributao no prevista em lei; isso simplesmente uma rescrita do principio da legalidade (analogia no a mesma coisa que a lei, portanto no pode fazer as vezes da lei). Ex.: analogia pode ser aplicada, por exemplo, para facilitar normas de fiscalizao de contribuintes. De qualquer forma, a nica coisa que analogia no pode fazer instituir um tributo. II - os princpios gerais de direito tributrio; Esto presentes no artigo 145 e 150 da CF. Ex.: principio da legalidade, igualdade, irretroatividade, da anterioridade, da proibio de confisco, entre outros. Havendo omisso e no havendo soluo pronta recorre-se aos princpios do direito tributrio. III - os princpios gerais de direito pblico; Obs.: quais so? A rigor, so aqueles do direito administrativo (artigo 37, CF) -> legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. IV - a eqidade. entendida com a noo de ideal de justica; O que preserva a equidade? Aquilo que mais justo. 1 O emprego da analogia no poder resultar na exigncia de tributo no previsto em lei. 2 O emprego da eqidade no poder resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. Ou seja, a equidade no pode ser utilizada para afastar a tributao do rico ou do pobre. Vamos ver que pode ter lei que tenha base na equidade que poder dizer: no se cobra tributos de pessoas com grave situao financeira. Obs.: Quem prev o Tributo a lei (essa instituio deve ser justa). No pode o juiz na falta da lei, arbitrariamente escolher cobrar ou no o tributo por pena do contribuinte (no pode ter uma aplicao para cada aplicador). No caput do artigo ainda fala que a equidade e os princpios gerais devem ser aplicados sucessivamente. 8.2. Interpretao Espcies:

O que interpretar? identificar o sentido e o alcance das expresses utilizadas. Obs.: a interpretao so processos interpretativos que ocorrem em nossa cabea; Reconhecer o significado das palavras; O processo interpretativo passa por isso, ou seja, olhar as palavras e ver o significado que possuem. Obs.: a interpretao quando temos mais de um sentido possvel, diferente da integrao quando no h sentido, mas lacuna, omisso. Espcies de interpretao (argumentao) a. Literal: geralmente a primeira interpretao que temos. No direito tributrio vamos us-la para os casos previstos no artigo 111 do CTN. Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislao tributria que disponha sobre: I - suspenso ou excluso do crdito tributrio; II - outorga de iseno; Ex.: Iseno para hospitais que atendam acima de 500 leitos do SUS ( preciso literalidade na interpretao, ou seja, no 450 nem 499, mas 500 leitos). III - dispensa do cumprimento de obrigaes tributrias acessrias. A interpretao literal utilizada de forma especifica nesses casos. b. Sistemtica: Essa a mais utilizada nos ramos do direito em geral, pois a literal muito pobre, no respeita as situaes gerais e os princpios. c. Histrica/Gentica: Antigamente em Roma havia tributao de forma x e forma Y -> para o nosso direito atual pouco importa esse tipo de interpretao; quando muito de forma retrica, mas para aplicao da lei pouca utilizada. No choque com a interpretao sistemtica, prevalece a segunda (sistemtica). A interpretao gentica diz respeito gnese da norma. d. Teleolgica: Tambm conhecida como finalstica. a interpretao utilizada para interpretar NORMAS DE IMUNIDADES previstas na Constituio que afastam a tributao. Obs.: preciso buscar a finalidade da norma. Ex.: normas de imunidades que dizem que sobre livros no se paga imposto; Mas e o livro eletrnico? imune ou no? A finalidade dessa imunidade liberdade de pensamento, liberdade de expresso, liberdade de outras pessoas comprarem o livro por um preo menor, imunizar o contedo do livro. Logo a forma eletrnica no afasta essa imunidade, muito pelo contrrio, continua sendo um livro, mas agora eletrnico. 8.3. Limitao normativa da lei tributria: artigo 110 do CTN Art. 110. A lei tributria no pode alterar a definio, o contedo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituio Federal, pelas Constituies dos Estados, ou pelas Leis Orgnicas do Distrito Federal ou dos Municpios, para definir ou limitar competncias tributrias. Esse artigo diz que uma norma no pode modificar ou alterar o alcance ou contedo de institutos previstos na Constituio Federal que definam competncia tributria (artigo 155 da CF, por exemplo).

Ex.: no pode a lei tributria dizer que para efeitos de IPTU propriedade a mesma coisa que posse. Conceitos de direito civil que esto na constituio e servem para definir ou limitar competncia no podem ser modificados pela lei tributria. *O que a lei tributria pode fazer trazer conceito do direito privado e modificar esses conceitos para a legislao tributria, desde que no modifique a competncia para tributal, pois caso fosse possvel, a lei tributria faria o que a constituio no permite. Obs.: o objetivo do artigo manter a competncia tributria prevista apenas na constituio. 8.4. Princpios gerais do Direito Tributrio: artigo 109 do CTN Art. 109. Os princpios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definio, do contedo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas no para definio dos respectivos efeitos tributrios. At podemos buscar dentro do direito civil alguns princpios para explicar os conceitos da lei tributria, o que no pode definir os efeitos tributrios. Ex.: Contrato de direito privado e as prerrogativas que o hipossuficiente possui. So garantias que valem para o direito civil; mas o hipossuficiente no pode chegar perante o fisco e requerer as mesmas garantias que lhe so devidas no direito civil. No h como trazer os efeitos do civil ou do consumidor para a esfera tributria. 8.5. Interpretao mais benigna (mais benfica) Artigo 112 do CTN Art. 112. A lei tributria que define infraes, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorvel ao acusado, em caso de dvida quanto: Neste caso, a interpretao mais benfica (tem sua origem no principio do in dbio pro ru do direito penal). I - capitulao legal do fato; Essa infrao est capitulada no artigo 12 ou 10? No mais benfico. II - natureza ou s circunstncias materiais do fato, ou natureza ou extenso dos seus efeitos; Duvida especifica quando natureza, aplica-se a interpretao mais benfica. III - autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV - natureza da penalidade aplicvel, ou sua graduao. Desse artigo deve fica claro que isso se refere infrao, ou seja, normas que imponham infraes! Ex.: Cuidado! Ticio produzia determinados bens (vinho), mas estava com duvida se colocava alquota de bebida alcolica (20%) ou alquota de alimentos (2%)? Cuidado, nesse caso, no infrao logo no se aplica o artigo 112. preciso avaliar com o Fisco qual seria a tributao devida. Aula, 13 de agosto de 2012 Tributos e suas Espcies

1. Conceito de Tributo 1.1. Conceito CTN Segundo o CTN, tributo : Art. 3 Tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Crticas: - No fala na figura do credor; - No fala na figura dos emprstimos compulsrios; a. Prestao O direito tributrio um direito obrigacional, ou seja, sempre teremos um sujeito ativo, sujeito passivo, relativamente obrigados a uma prestao (credor/devedor), a qual denota caractersticas de um direito obrigacional. B. Pecuniria O tributo uma prestao pecuniria, ou seja, em dinheiro. Se paga o tributo em dinheiro, no h outra forma. No h como pagar tributo in natura (valor para tantas toneladas), ou seja, em sacas de arroz ou sacas de minrios. Tambm, no se paga tributo por trabalhos forados, nem por trabalhos, ou seja, in labore. Ex.: a participao nos processos eleitorais como mesrio no isenta o sujeito do pagamento dos tributos. S se paga em $. A expresso em moeda ou em cujo valor se possa exprimir, significa o que? Alguns autores dizem que tal expresso DENOTA o artigo 156, inciso XI do CTN. Art. 156. Extinguem o crdito tributrio: XI a dao em pagamento em bens imveis, na forma e condies estabelecidas em lei. Tal artigo fala das formas de extino do crdito tributrio. A dao em pagamento realmente oferece um bem imvel para quitar um debito tributrio. Porm ainda no foi feita essa lei para permitir a dao de bens imveis. Ainda que se tivesse essa uma possibilidade de exceo. A forma usual e geral de quitar tributos por MOEDA ($). Essa dao em pagamento , na verdade, uma extino do crdito tributrio. c. Compulsria para destacar o fato de que no h autonomia da vontade. Uma vez realizado o fato gerador, obrigatrio o pagamento do tributo. d. No constitui sano de ato ilcito O tributo uma prestao pecuniria compulsria que no constitua sano de ato ilcito, ou seja, que no constitua uma pena. Ato ilcito gera uma sano (descumprimento de regras), a qual ser sempre uma pena. A pena na legislao tributria sempre ser multa. Portanto, o

tributo no se confunde com multa! A multa apresenta todos os requisitos do tributo, salvo a constituio por ato ilcito. e. Institudo em Lei Quem institui o tributo a lei (ordinria, complementar ou medida provisria). f. Atividade Vinculada cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada , ou seja, o tributo s cobrado de acordo com normas legais ou normas infralegais. Se o agente fiscal comear a escolher de quem cobrar o tributo estar cometendo infrao, crime, sujeito as punies. Obs.: significa que a atividade do agente no discricionria, nem arbitrria, deve seguir o que a lei manda, pois a atividade administrativa vinculada (segue o que a lei manda). Obs.: atividade plenamente vinculada precisaria estar previsto no conceito? O conceito pode ser limpado, enxugado. 1.2. Crtica a. Credor? O conceito no fala quem o credor; para quem devemos pagar a prestao? Sobre o credor desse tributo preciso fazer primeiro a seguinte diferenciao: Competncia tributria e capacidade ativa tributria. O credor no o Estado, mas o prpria empregado! O fundo de garantia um fundo que no tem natureza tributria. Obs.: o conceito de tributo deveria fazer meno que o seu credor o ESTADO. - Competncia: artigo 6 e 7 do CTN ***Art. 6 A atribuio constitucional de competncia tributria compreende a competncia legislativa plena, ressalvadas as limitaes contidas na Constituio Federal, nas Constituies dos Estados e nas Leis Orgnicas do Distrito Federal e dos Municpios, e observado o disposto nesta Lei. A competncia definida pela constituio estabelece as divises entre os entes federados (Unio, Estados e municpios). Mas o que competncia legislativa plena? Cabe a Unio a competncia legislativa plena para instituir tudo o que quiser sobre determinado imposto. Ex.: imposto de renda. O Estado tem competncia legislativa plena para legislar sobre o ICMS. Porm, ressalvadas as limitaes contidas na Constituio Federal, nas Constituies dos Estados e nas Leis Orgnicas do Distrito Federal e dos Municpios, e observado o disposto nesta Lei. Portanto, o pleno no to pleno assim. A constituio federal, estaduais e as leis orgnicas so as normas mximas de cada um dos ambitos. Ento cabe a cada ente federado instituir os tributos nos limites dessas normas mximas. Ex.: o imposto de renda da UNIO deve respeitar todas as normas da Constituio. Art. 7 A competncia tributria indelegvel (para instituir tributos), salvo atribuio das funes de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, servios, atos ou decises administrativas em matria tributria, conferida por uma pessoa jurdica de direito pblico a outra, nos termos do 3 do artigo 18 da Constituio.

1 A atribuio compreende as garantias e os privilgios processuais que competem pessoa jurdica de direito pblico que a conferir. 2 A atribuio pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurdica de direito pblico que a tenha conferido. 3 No constitui delegao de competncia o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da funo de arrecadar tributos. Se a Constituio disse que a competncia do ICMS pertence ao Estado este no pode delegar tal instituio (apenas quem institui o Estado), mas pode delegar a atribuio das funes de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, servios, atos ou decises administrativas em matria tributria, conferida por uma pessoa jurdica de direito pblico a outra, nos termos do 3 do artigo 18 da Constituio. Obs.: os conselhos federais so autarquias -> as contribuies profissionais so consideradas tributos, mas quem pode instituir tais contribuies? Somente a Unio, mediante lei federal. A unio pode delegar s autarquias (conselhos federais) as atividades de fiscalizao, arrecadar ou executar leis, etc. - Capacidade ativa tributria: artigo 119 CTN Art. 119. Sujeito ativo da obrigao a pessoa jurdica de direito pblico, titular da competncia para exigir o seu cumprimento. Esse artigo est todo errado! O artigo diz que tem a capacidade de se vestir como sujeito ativo. Primeiro, a palavra competncia est errada, pois no apenas essa funo de exigir cumprimento. melhor substituir a palavra competncia por CAPACIDADE. Segundo, no necessariamente deve ser pessoa jurdica de direito pblico, pode ser tambm Pessoa jurdica de direito privado. Essa capacidade jurdica ser exatamente o exerccio das funes delegadas. b. Receita efetiva do Estado? Tributo no necessariamente ser uma receita efetiva (permanente do Estado) do Estado. Temos um tributo chamado emprstimo compulsrio (tributo institudo e pago pelo contribuinte), previsto no artigo 148 da Constituio Federal e artigo 15 do CTN. Art. 148. A Unio, mediante lei complementar, poder instituir emprstimos compulsrios: I - para atender a despesas extraordinrias, decorrentes de calamidade pblica, de guerra externa ou sua iminncia; II - no caso de investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Pargrafo nico. A aplicao dos recursos provenientes de emprstimo compulsrio ser vinculada despesa que fundamentou sua instituio. Art. 15. Somente a Unio, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir emprstimos compulsrios: I - guerra externa, ou sua iminncia; II - calamidade pblica que exija auxlio federal impossvel de atender com os recursos oramentrios disponveis;

III - conjuntura que exija a absoro temporria de poder aquisitivo. Pargrafo nico. A lei fixar obrigatoriamente o prazo do emprstimo e as condies de seu resgate, observando, no que for aplicvel, o disposto nesta Lei. Obs.: No caso dos emprstimos compulsrios, o valor pago deve ser ressarcido aos contribuintes com juros e correes, conforme determinada o fato gerador do tributo. Logo, essa receita vai simplesmente transitar pelos cofres do Estado. 1.3. Conceito Conforme Luciano Amaro, tributo a prestao pecuniria no sancionatria de ato ilcito, instituda em lei e devida ao Estado (credor) ou a entidades no estatais (credor) de fins de interesse pblico. 2. Classificaes dos Tributos 2.1. Na Constituio Federal e no CTN 2.2. Formas de Classificar a. Linha do Tempo (Divida Tributria) - hiptese de incidncia: a hiptese abstrata na lei vigente e valida, mas no necessariamente o tributo devido. Ex.: sujeito no tem carro, logo no precisa pagar o tributo. - Forma concreta: quando o sujeito realiza o fato gerador. Ex.: compra um automvel. A expresso fato gerador utilizada pelo cdigo e pela constituio indistintamente, pois se refere ao fato concreto, por si s, ou a forma abstrata + fato concreto. Para tentar superar essa confuso, alguns doutrinadores chamam o fato gerador de fato imponvel, o qual impe a imponncia da norma. Obs.: a partir da compra do automvel (fato gerado) nasce a obrigao tributria, imediatamente -> sujeito ativo prestao sujeito passivo. A partir de ento, o sujeito torna-se sujeito passivo do IPVA. - Crdito Tributrio: preciso ainda constituir o Crdito Tributrio, ou seja, a formalizao da obrigao tributria. O direito linguagem, s vai valer depois de ficar formalizado. - Processo administrativo fiscal: esse processo nem sempre vai ocorrer; em regra, ele existe, oportunidade em que o contribuinte intimado para se defender. Quando o crdito tributrio est definitivamente constitudo ser inscrito em divida ativa. - Divida Ativa: Quando o crdito tributrio est definitivamente constitudo ser inscrito em divida ativa. - Certido de Divida Ativa: O Estado precisa lavrar uma certido de divida ativa para habilitar uma execuo fiscal e nessa execuo o Estado vai tirar o patrimnio do sujeito. - Execuo Fiscal: cobrana do Estado atravs de um titulo extrajudicial. - Embargos de execuo fiscal: instrumento pelo qual o sujeito passivo poder se defender aps ser intimado da execuo pelo Estado.

Aula, 15 de agosto de 2012 2. Classificao dos tributos No existe uma forma de classificao certa ou errada, mas formas diferentes de classificar com relao a determinados critrios. A lgica ter claro o critrio de classificao. Obs.: tributo gnero, do qual decorrem varias espcies, tais como, imposto, taxa e contribuio. Isso muito importante! *separar gnero de espcie. Obs.: No Brasil no h muitos impostos, mas muitos tributos. 2.1. Na Constituio Federal e no CTN - CTN: art. 5 Art. 5 Os tributos so impostos, taxas e contribuies de melhoria. Portanto, apenas trs espcies de tributos. A diferena entre eles ser visto mais adiante. A Constituio aumentou esse rol dos tributos, trazendo novas espcies com novas previses, a saber: - CF: artigo 145, 148, 149, 149 A Art. 145. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razo do exerccio do poder de polcia ou pela utilizao, efetiva ou potencial, de servios pblicos especficos e divisveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposio; III - contribuio de melhoria, decorrente de obras pblicas. 1 - Sempre que possvel, os impostos tero carter pessoal e sero graduados segundo a capacidade econmica do contribuinte, facultado administrao tributria, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimnio, os rendimentos e as atividades econmicas do contribuinte. 2 - As taxas no podero ter base de clculo prpria de impostos. Art. 148. A Unio, mediante lei complementar, poder instituir compulsrios: emprstimos

I - para atender a despesas extraordinrias, decorrentes de calamidade pblica, de guerra externa ou sua iminncia; II - no caso de investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Pargrafo nico. A aplicao dos recursos provenientes de emprstimo compulsrio ser vinculada despesa que fundamentou sua instituio. Art. 149. Compete exclusivamente Unio instituir contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas, como instrumento de sua atuao nas respectivas reas, observado o disposto

nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuzo do previsto no art. 195, 6, relativamente s contribuies a que alude o dispositivo. Obs.: No artigo 149 existem as chamadas contribuies (gnero) 1 Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro contribuio, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefcio destes, do regime previdencirio de que trata o art. 40, cuja alquota no ser inferior da contribuio dos servidores titulares de cargos efetivos da Unio. 2 As contribuies sociais e de interveno no domnio econmico de que trata o caput deste artigo: I - no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao; II - incidiro tambm sobre a importao de produtos estrangeiros ou servios; III - podero ter alquotas: a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operao e, no caso de importao, o valor aduaneiro; b) especfica, tendo por base a unidade de medida adotada. 3 A pessoa natural destinatria das operaes de importao poder ser equiparada a pessoa jurdica, na forma da lei. 4 A lei definir as hipteses em que as contribuies incidiro uma nica vez. Art. 149-A Os Municpios e o Distrito Federal podero instituir contribuio, na forma das respectivas leis, para o custeio do servio de iluminao pblica , observado o disposto no art. 150, I e III. Obs.: CIP -> contribuio para iluminao pblica. Antes era taxa, agora contribuio. **Quanto a quantidade de espcies tributrias, por mais que exista briga na doutrina, o STF j confirmou que no Brasil existem 5 espcies tributrias (impostos, taxas, contribuies, emprstimos compulsrios e contribuies de melhoria) -> logo, o artigo 5 do CTN est desatualizado haja vista o entendimento do STF. 2.2. Formas de classificar a. Quanto vinculao com atividade estatal Teremos duas espcies: - Vinculados Tributos vinculados ** so aqueles cujo fato gerador se traduz na contrapartida direta do Estado. Ou seja, necessrio uma vinculao com uma atividade Estatal. Ex.: Taxas -> ningum paga taxa se no houver uma direta contraprestao do Estado (Ex.: disponibilizao da gua). Ex.: S vou pagar taxa de recolhimento de lixo de eu tiver um imvel que faa coleta seletiva de lixo. Tambm, podemos no usar o servio e pagar uma taxa, pois o mesmo est a disposio para ser usado. Obs.: a taxa tem essa Vinculao. - No vinculados

exatamente o contrrio dos vinculados, isto , os impostos, pois o contribuinte paga e por norma no precisa ter uma contraprestao direta do Estado. Ex.: Imposto sobre Veculos Automotores -> sujeito paga IPVA e as estradas continuam esburacadas (de fato, uma coisa no tem nada a ver com a outra; o fato de pagar IPVA no gera uma contraprestao do Estado). Assim, tudo o que for pago vai para o caixa nico do Estado, no subsidiando atividade de contraprestao. Obs.: Na constituio, artigo 2, diz que um dos objetivos da republica a solidariedade, ou seja, que tem mais paga mais, quem tem menos paga menos -> O Estado faz isso, ou seja, pega o dinheiro que entra no caixa nico e sustenta as pessoas que no possuem condies dignas de vida (Ex.: SUS). O CAIXA NICO remunerado pelos IMPOSTOS. Obs.: solidariedade pagar sem saber para onde vai (ajudar sem olhar a quem). Obs.: Um pas correto precisa tem impostos vinculados e no vinculados = ferramentas utilizadas pelo governo de cada Estado. b. Quando competncia impositiva Podemos diferenciar os tributos de algumas formas: b1. Privativa A competncia a formas pela qual a constituio divide o bolo. Quando a competncia for de um s ente ser privativa. Ex.: artigo 153 da CF Art. 153. Compete Unio instituir impostos sobre: I - importao de produtos estrangeiros; II - exportao, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios (imposto sobre operaes financeiras); VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Esses e s esses so os impostos da Unio -> privativamente. A competncia privativa da Unio tambm esta no artigo 154 da CF. Art. 154. A Unio poder instituir: I - mediante lei complementar, impostos no previstos (ou residuais) no artigo anterior, desde que sejam no-cumulativos e no tenham fato gerador ou base de clculo prprios dos discriminados nesta Constituio; II - na iminncia ou no caso de guerra externa, impostos extraordinrios, compreendidos ou no em sua competncia tributria, os quais sero suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criao.

Esse artigo prev mais dois tributos de competncia da UNIO, alm do artigo 148, 149 e 149-A. Compete aos Estados: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmisso causa mortis e doao, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD); O imposto de transmisso causa mortis passa a propriedade do de cujos para os herdeiros, enquanto na doao ocorre apenas a entrega do bem. Em ambos os casos, a pessoa que transfere no paga o imposto, apenas quem recebe. II - operaes relativas circulao de mercadorias e sobre prestaes de servios de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao, ainda que as operaes e as prestaes se iniciem no exterior; III - propriedade de veculos automotores (IPVA) Obs.: ***quando dizemos que um tributo de competncia privativa de um ente dizemos que h uma competncia negativa de todos os demais -> isso importante, pois muitos dos outros entes tentam entrar na competncia alheia para ter mais tributos para si. Ento, a competncia privativa implica em uma competncia negativa dos outros entes. Para os municpios: Art. 156. Compete aos Municpios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmisso "inter vivos", a qualquer ttulo, por ato oneroso, de bens imveis, por natureza ou acesso fsica, e de direitos reais sobre imveis, exceto os de garantia, bem como cesso de direitos a sua aquisio; III - servios de qualquer natureza, no compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 3, de 1993) IV - (Revogado pela Emenda Constitucional n 3, de 1993) 1 Sem prejuzo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, 4, inciso II, o imposto previsto no inciso I poder: (Redao dada pela Emenda Constitucional n 29, de 2000) I ser progressivo em razo do valor do imvel; e (Includo pela Emenda Constitucional n 29, de 2000) II ter alquotas diferentes de acordo com a localizao e o uso do imvel b2. Comum de todos Quando a competncia for de mais de um ente competncia de todos para tributar sobre taxas e contribuies de melhoria. Assim, podem ser institudas por todos os entes, limitado pelo mbito de atuao de cada um. Ex.: todos os entes podem instituir o gnero taxa, mas as taxas vinculadas ao seu mbito administrativo, competncias e materialidade so privativas de cada ente . Isso muito importante!

- Estados, Distrito Federal e Municpios (artigo 149, primeiro) 1 Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro contribuio, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefcio destes, do regime previdencirio de que trata o art. 40, cuja alquota no ser inferior da contribuio dos servidores titulares de cargos efetivos da Unio. Aqui contribuio para custeio de regime previdencirio -> comum para cada ente, sendo atribuda aos servidores de cada ente. - Municpios e Distrito Federal Art. 149-A Os Municpios e o Distrito Federal podero instituir contribuio, na forma das respectivas leis, para o custeio do servio de iluminao pblica, observado o disposto no art. 150, I e III. A CIP s pode ser instituda pelos municpios e DF. Ento, no podemos ter iluminao na BR 116 por ser uma rodovia federal? Pde, pode, mas no ser remunerada como imposto. b.3. Especial (artigo 148 e 149) Artigo 148 -> emprstimos compulsrios Artigo 149 -> contribuies Ambos so especiais, pois possuem requisitos prprios para configurar a espcie. Podemos, pois, dizer que o imposto privativo e ao mesmo tempo especial. As classificaes no so excludentes. c. Quanto funo - Fiscal Os fiscais so aqueles cuja principal funo arrecadao. O Estado institui impostos, tributos, taxas e contribuies para arrecadar. - Extrafiscal So tributos cuja funo alem da arrecadao, nesses casos, a funo principal interveno na economia -> Ex.: artigo 153, primeiro da CF: 1 - facultado ao Poder Executivo, atendidas as condies e os limites estabelecidos em lei, alterar as alquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. A unio pode se valer desses impostos para direcionar a economia, motivando determinada taxa econmica ou desmotivando. Nesses casos, vai haver uma mitigao do principio da legalidade (incisos I, II, IV e V). Ex.: alquota de 300% sobre o cigarro -> funo de desestimular o consumo. Ex.: diminuio do IPI dos automveis, construo civil para mexer na economia (finalidade extrafiscal). d. Quanto ao sujeito ativo da obrigao Tributaria - Fiscais So aqueles cobrados pelas pessoas jurdicas de direito publico interno (UNIAO, ESTADOS, DF E MUNICIPIOS) -> Especificamente, aquelas que possuem competncia para instituir tributos.

- Parafiscais (fora/ao lado dos entes que possuem a competncia) So aqueles tributos cujo sujeito ativo est exercendo a capacidade delegada (no podem instituir, mas podem ser sujeitos ativos da obrigao tributria). Aula, 20 de agosto de 2012 e. Quanto ao objeto Quanto ao objeto so: - Reais Levam em considerao caractersticas da coisa. Como exemplo: IPTU, IPVA, ITR, IPI, ICMS, etc. Obs.: uma pessoa que no tem dinheiro compra feijo pelo mesmo tributo que as pessoas que tem dinheiro verifica-se que no h relao alguma com caractersticas pessoas, mas reais. Ex.: se a pessoa que recebe uma casa por herana no tiver dinheiro para mante-la, perder. - Pessoais Levam em conta as caractersticas especificas do contribuinte, ou seja, da pessoa; seja ela pessoa fsica ou jurdica. Ex.: imposto de renda e a CSSL (contribuio social sobre o lucro liquido artigo 195, inciso I, aliena c, da CF). Obs.: o imposto de renda vai incidir sobre a renda (tudo aquilo que entra menos as despesas permitidas na constituio e na lei) de pessoa fsica que poder abater determinadas despesas, tais como educao, sade, etc. Ou seja, o tributo que se preocupa com as caractersticas do contribuinte. Obs.: despesas estticas, via de regra, no podem ser deduzidas no imposto de renda, salvo se comprovada circunstancia de bem estar ao contribuinte. f. Quanto remunerao econmica Cadeia do ICMS (imposto sobre operao de circulao de mercadorias) -> Determinada indstria de bebidas produz e vende seus produtos para os atacadistas (incidncia do fato gerador do ICMS); Os atacadistas vendem para um bar (incidncia de outro fato gerador); O bar vende para o consumidor (incidncia de outro fato gerador). Obs.: o fato gerador incide no momento que o produto sai de cada estabelecimento. O ICMS considerado um tributo indireto, pois embutido no preo final. O contribuinte vai arcar com o custo econmico do tributo. - Diretos Teremos o Imposto de renda, IPTU, IPVA. So aqueles em que o contribuinte de fato e o de direito se confundem na mesma pessoa. Ex.: sujeito que tem um automvel suporta o pagamento do IPVA -> no h como embutir isso no preo de nada; assim tambm com o IPTU e imposto de renda. - Indiretos So trs: ICMS, IPI e ISS.

So aqueles tributos nos quais o contribuinte de fato (consumidor aquele que arca com o peso econmico do tributo) no se confunde com o contribuinte de direito (aquele que recolhe o tributo para o governo indstria; atacadista; varejista). g. Quanto s fases de incidncia Podem ser: - Unifsicos Apenas uma fase; Ex.: IPTU. - Plurifasicos Varias fases -> a cerveja que industrializada ser vendida para o atacadista, este vender para o varejista. O mesmo imposto incide varias vezes com fatos geradores diversos. Obs.: ICMS um tributo que vai incidir sobre o mesmo produto em varias fases at que o produto seja consumido integralmente. O tributo que vai incidir o mesmo, mas o fato gerador diferente!** *Cumulativos Obs.: o tributo cumulativo aquele que incide mais de uma vez sobre o mesmo montante, em efeito cascata. Ex.: confins. Obs.: o ICMS um imposto que incide sobre ele mesmo, ou seja, sobre a prpria base. *No cumulativos Ex.: ICMS -> digamos que o produto A custa R$ 100,00 na indstria. O atacadista que comprar o produto vai vender por R$ 150,00. O varejista que compra do atacadista vai vender por R$ 200,00. Se tivssemos uma alquota de 10% de ICMS sobre cada fato gerador teramos um adicional de 45,00 no custo final para o consumidor. Na verdade essa tributao est incorreta, pois o ICMS no cumulativo. O certo seria incidir sobre os R$ 100,00 (10,00), R$ 50,00 (5,00) e R$ 50,00 (5,00) = R$ 20,00. Obs.: ICMS -> incide o tributo apenas sobre o valor que se agrega no produto. Obs.: o ICMS um tributo previsto na CF de forma no cumulativo, pois no pode se acumular em cada fase da cadeia que ter a sua compra e venda. 3. Destinao legal Artigo 4 do CTN Art. 4 A natureza jurdica especfica do tributo determinada pelo fato gerador da respectiva obrigao, sendo irrelevantes para qualific-la: I - a denominao e demais caractersticas formais adotadas pela lei; Portanto, podemos chamar um tributo de qualquer nome para classific-lo, sendo preciso analisar, apenas, o fato gerador (enquadramento do fato gerador). Ex.: Salrio educao est previsto no artigo 212 da CF; Trata-se de uma contribuio, conforme seu fato gerador.

II - a destinao legal do produto da sua arrecadao; Esse artigo, no inciso II, no foi recepcionado pela CF (majoritria), pois quando a constituio define as hipteses tributrias h diferenciao quanto destinao. Ex.: CID (Contribuio de interveno no domnio econmico) tem por objetivo a destinao para determinada atividade (artigo 149, caput, da CF). Obs.: O artigo 4, inciso II, do CTN ainda no foi revogado, portanto nas provas est valido. Portanto, a destinao apenas no importa para classificao dos Tributos para o CTN. Entretanto, para a Constituio Federal e a maioria da doutrina, a destinao faz diferena para classificar um tributo como sendo umas das espcies tributrias. 4. Regra Matriz de Incidncia Tributria (serve para visualizarmos os tributos) uma regra dividida em cinco critrios. Trata-se de uma regra, no princpio nem postulado! A noo de SE...ENTAO caracteriza uma hiptese e uma consequncia, logo teremos trs critrios: critrio material, espacial e temporal. O nome critrios pode ser substitudo por elemento. Ex.: IPTU Art. 156. Compete aos Municpios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; Qual o critrio material (ncleo do fato gerador) do IPTU? a SER/TER proprietrio. - O que? Qual o critrio espacial? Significa o mbito de incidncia do tributo, ou seja, TERRITRIO MUNICIPAL/AREA URBANA. - Quando? Qual o critrio temporal? O IPTU incide uma vez por ano. De forma convencionada, sempre no dia 01 de janeiro. - Aonde? Como resumir esses trs critrios? Atravs de trs perguntas: O que? Aonde? Quando? Est faltando o critrio da consequncia, ou seja, o critrio PESSOAL que ser dividido em sujeito ATIVO e sujeito PASSIVO. O sujeito ativo do IPTU o Municpio; o sujeito passivo o proprietrio, ou seja, quem realiza o fato gerador. - Quem? O ultimo critrio o QUANTITATIVO, divido em dois: - Quanto? **Base de calculo: a grandeza que mensura o critrio material, ou seja, a grandeza que quantifica o fato gerador. Dever estar intimamente ligada ao critrio material. Ex.: Base de calculo do IPTU o valor venal, ou seja, o valor da avaliao do bem.

Alquota: Nos casos do IPTU at 5% da base de clculo. Aula, 22 de agosto de 2012 5. Rol de espcies 5.1. Impostos 5.1.1. Conceito Artigo 16 do CTN Art. 16. Imposto o tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situao independente de qualquer atividade estatal especfica, relativa ao contribuinte. O fato gerador no requer uma contraprestao do Estado. J estudamos isso quando vimos a diferena entre tributos vinculados e no vinculados. O fato gerador do imposto no vinculado, logo deve representar um fato econmico para gerar uma tributao. Esse fato econmico, expresso no fato gerador, s ser possvel em alguns tributos (impostos) com a devida materialidade prevista na constituio federal. 5.1.2. Materialidades a. Competncia Ordinrias: So aqueles que possuem as materialidades constantes da constituio federal. Artigo 153, 155 e 156 da Constituio Federal -> estamos falando especificamente em impostos. Por contas dos impostos possvel efetivar o objetivo de uma sociedade solidria (O Estado utiliza o dinheiro para financiar bens e servios para as pessoas que no possuem condies). H uma dever fundamental em pagar impostos (artigo 3 da CF). No se fala em dever fundamental de pagar tributos, pois existem alguns que possuem contraprestao como as taxas. Art. 153. Compete Unio instituir impostos sobre: (s os de competncia da Unio) I - importao de produtos estrangeiros; Qual a materialidade desse imposto? IMPORTAO de produtos estrangeiros. II - exportao, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; Qual a materialidade (o que)? Exportao. Por que exportao para o exterior? Temos uma falsa ideia de pensar que exportao apenas para o exterior. O verbo exportar significa tambm exportar para fora das fronteiras do Estado. No caso especifico do artigo 153, inciso II, a exportao refere a produtos nacionais ou nacionalizados para o exterior. III - renda e proventos de qualquer natureza (imposto de renda); Qual o critrio material (o que)? Auferir Renda (renda nova). Critrio espacial (Aonde)? *Extraterritorialidade, ou seja, fora do domnio nacional. O imposto de renda incide tanto para rendas auferidas aqui como fora, desde que por pessoa fsica ou jurdica brasileira.

Critrio temporal (quando)? Renda no pode ser instantnea, pressupe um perodo no h como em momento exato auferir renda, no mximo receita ou despesa. Necessariamente, a renda precisa de um perodo temporal, o qual ser anual de acordo com a legislao. - Para pessoa fsica: perodo anual - Para pessoa jurdica: anual ou trimestral. Obs.: o fato gerador do imposto de renda referido no ultimo dia do ano ou do trimestre, mas se refere ao perodo como um todo. Dia 31 de dezembro uma determinada pessoa vai precisar pagar tributo (sujeito passivo aquele que aufere renda) para outra pessoa (credor Fisco). Qual a base de clculo do imposto de renda? uma grandeza que mensura a renda. Alquota do imposto de renda? Vo varias bastante de pessoa fsica ( o percentual sobre a renda) para pessoa jurdica. IV - produtos industrializados; Necessariamente devem ser produtos industrializados. Ex.: banana no um produto industrializado, mas suco de banana heheheheh. V - operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios; Esse imposto apelidado de IOF (imposto sobre operaes financeiras) que pode ser sobre crdito, cambio, seguro e valores mobilirios (aquilo que se negocia na bolsa). Obs.: IOF vai incidir sobre qualquer tipo de crdito, pois incidir sobre as operaes financeiras. Obs.: cambio de real por dlar -> paga-se IOF. VI - propriedade territorial rural ITR. diferente do IPTU, pois este se refere zona urbana, enquanto o ITR imposto da Unio, referente rea rural. Obs.: quem define o que rea urbana o municpio e por excluso se define a rea rural. Define-se o que rea urbana, o que sobra ser rural. Porm o Municpio no pode invadir a competncia da unio para definir o que rea urbana. Para isso surgem alguns requisitos para que a rea seja considerada urbana (escolas, hospitais, fio na calada, melhoramentos, etc). VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Esse no existe ainda. Tudo isso que vimos so as materialidades que podem ser tributas ou no. Todos eles s podem ser institudos por lei ordinria, com exceo do imposto de grandes fortunas que ser institudo por lei complementar***. Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmisso causa mortis e doao, de quaisquer bens ou direitos;

II - operaes relativas circulao de mercadorias e sobre prestaes de servios de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao, ainda que as operaes e as prestaes se iniciem no exterior; III - propriedade de veculos automotores Vamos fazer a regra matriz do ICMS: - Vamos pensar nas operaes de circulao de mercadorias: Ex.: compra e venda. Qual o critrio material? Realizar operao de mercadoria. Logo toda vez que for realizada essa operao, incide o ICMS. Critrio espacial (base territorial do Estado)? Estadual, ou seja, vamos pagar ICMS para o Estado (regra geral). Critrio Temporal? Sada da mercadoria do estabelecimento. Segundo a lei, o momento de emisso da nota fiscal da mercadoria (transferncia da nota tradio). Sujeito ativo: Estado Sujeito Passivo: Em regra, o vendedor (aquele que realiza a operao). Base de clculo (qual a grandeza que dimensiona o critrio material)? o valor da operao. Para efeitos de ICMS mercadoria apenas uma parte da operao (mercadoria, frete, seguro, outros tributos). Qual alquota do ICMS? Em geral, 17% sobre o valor da operao. Art. 156. Compete aos Municpios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmisso "inter vivos", a qualquer ttulo, por ato oneroso, de bens imveis, por natureza ou acesso fsica, e de direitos reais sobre imveis, exceto os de garantia, bem como cesso de direitos a sua aquisio; Esse o ITBI: imposto de transmisso de bens imveis entre vivos. Essa transmisso deve ser onerosa, podendo ser com dinheiro, permuta, etc. Obs.: incide ITBI sobre navio e aeronave? De fato sim, pois so bens imveis (possuem matricula nos registros competentes). III - servios de qualquer natureza, no compreendidos no art. 155. b. Competncia Extraordinria Artigo 154, inciso I, da Constituio Federal Art. 154. A Unio poder instituir: I - mediante lei complementar, impostos no previstos no artigo anterior, desde que sejam no-cumulativos e no tenham fato gerador ou base de clculo prprios dos discriminados nesta Constituio; Esse o imposto residual, pois o que sobrou do anterior possui quatro caractersticas que podem cair na prova***, ou seja, quem institui a Unio, mediante lei complementar;

no pode ter nem fato gerador nem base de calculo comum ou igual a qualquer outro tributo (a base de calculo j existe); no cumulativo. Obs.: est liberado para a Unio criar qualquer outro imposto, desde que respeite essas caractersticas. O inciso primeiro no prev a materialidade ( a exceo dos demais), mas deixa livre para o Unio prever, desde que respeitadas as caractersticas. Artigo 154, inciso II, da Constituio Federal II - na iminncia ou no caso de guerra externa, impostos extraordinrios, compreendidos ou no em sua competncia tributria, os quais sero suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criao. O imposto extraordinrio (guerra) tem materialidade? No! Assim, a guerra causa. Mas sobre qual materialidade vamos instituir o tributo? Sobre qualquer materialidade, desde que respeite as caractersticas do artigo 154, caput, alm de precisar de uma causa determinada (guerra ocorrendo ou eminncia de guerra). A lei para instituir esse tributo Ordinria (se no consta lei no inciso ser ordinria). 5.1.3. Destino Arrecadao Artigo 167, inciso IV, da Constituio Federal Art. 167. So vedados: IV - a vinculao de receita de impostos a rgo, fundo ou despesa , ressalvadas a repartio do produto da arrecadao dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinao de recursos para as aes e servios pblicos de sade, para manuteno e desenvolvimento do ensino e para realizao de atividades da administrao tributria, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, 2, 212 e 37, XXII, e a prestao de garantias s operaes de crdito por antecipao de receita, previstas no art. 165, 8, bem como o disposto no 4 deste artigo. Esse artigo explicita novamente a no vinculao do imposto para despesa, fundo ou rgo. Casos: a. RE 183906: o Estado de SP aumentou a alquota do ICMS em 1% e destinou ao fundo de programa habitacional. O fato de o fundo ser vinculado com o aumento de um imposto (no vinculado) inconstitucional. b. ADI 3576: A lgica a mesma. Aqui o estado do RS aumentou a alquota do ICMS e vinculou ao fundo X mesmo motivo, foi afastado porque no pode ocorrer a arrecadao. c. Lei 4056/2002 do Estado do RJ: essa lei aumentou o ICMS em 1% e vinculou ao fundo X. Por conta disso foi julgado inconstitucional. Quem institui esse imposto? A Lei. O ponto, aqui, que quem entrou com a Lei foi o governador do Estado do RJ pedindo aplicao do artigo 167, inciso IV, e a inconstitucionalidade da vinculao do pedido, logo recebeu o dinheiro do fundo para gastar no que bem entendesse. Aula, 23 de agosto de 2012 5.2. Taxa 5.2.1. Conceito e base legal

Taxas so tributos que pressupe uma atividade estatal especifica prestada quele contribuinte que a paga. A taxa ao contrrio dos impostos pressupe uma contraprestao estatal (o fato gerador pressupor isso). Sujeito s necessita pagar a taxa se o Estado prestar com a contraprestao. - artigo 145, inciso II, Constituio Federal; Art. 145. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero instituir os seguintes tributos: II - taxas, em razo do exerccio do poder de polcia ou pela utilizao, efetiva ou potencial, de servios pblicos especficos e divisveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposio; Vimos que tem dois tipos de taxa: uma que decorre do exerccio do poder de polcia e outra que decorre do servio pblico. - artigo 77 do CTN TTULO IV Taxas Art. 77. As taxas cobradas pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies, tm como fato gerador o exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio. O CTN embora anterior a constituio foi especifica, ou seja, o artigo 77 fala que os entes podero instituir taxas de acordo com as suas atribuies. Isso t muito ligado com o artigo 80 do CTN (competncia privativa e competncia comum). -> Atribuio Constitucional - artigo 80 Art. 80. Para efeito de instituio e cobrana de taxas, consideram-se compreendidas no mbito das atribuies da Unio, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municpios, aquelas que, segundo a Constituio Federal, as Constituies dos Estados, as Leis Orgnicas do Distrito Federal e dos Municpios e a legislao com elas compatvel, competem a cada uma dessas pessoas de direito pblico. Assim, as taxas de cada ente s podero ser institudas de acordo com as suas competncias. * artigo 21, 22 e 23 da Constituio Federal; Esses artigos vo oferecer um norte para cada pessoa jurdica instituir as taxas. * Smula Vinculante n. 12 Essa smula fala que: a cobrana de taxa de matricula nas universidades pblicas viola o disposto no artigo 206, inciso IV da Constituio Federal. Isso chegou at o STF que decidiu fundamentando que a universidade pblica decorre da educao gratuita integralmente, no pode, portanto, ter nenhum tipo de taxa ou cobrana pela educao, nem mesmo um tributo que incida sobre isso. Assim, as taxas s podem ser cobradas quando o servio tenha algum custo, ou seja, um substrato econmico.

Obs.: ** Essa questo deve estar sempre presente -> o fato econmico tributado no pode ser de graa. Essa smula especifica para esse caso, mas devemos aplic-la como um precedente judicial, transportando para os outros julgados o fundamento da deciso para outros tipos (no pode ter taxa sobre servios graciosos vale para todos os outros tipos de servio). 5.2.2. Poder de Polcia a. Conceito - artigo 78 CTN Art. 78. Considera-se poder de polcia atividade da administrao pblica que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prtica de ato ou absteno de fato, em razo de interesse pblico concernente / segurana, higiene, ordem, aos costumes, disciplina da produo e do mercado, ao exerccio de atividades econmicas dependentes de concesso ou autorizao do Poder Pblico, tranquilidade pblica ou ao respeito propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. O poder de policia quando a administrao publica regula pratica de um ato ou absteno de um fato. Ela regula direitos (no tem nada a ver com a policia repressiva ou judiciria). Ou seja, a administrao publica pode regular nosso comportamento. Esse poder prprio e nico da administrao pblica, decorre do poder de imprio do Estado. A segunda parte do artigo diz em regular ato em relao a uma serie de especificaes (isso no exaustivo, pode haver outros). Ex.: como a administrao pblica pode regular um ato? Concedendo autorizaes, concesses, licenas isso tudo tem um custo. O valor que o sujeito paga para ter esse tipo de exerccio de policia a taxa tributria. Ex.: taxa de autorizao para funcionamento e fiscalizao da empresa so taxas do poder de policia. Obs.: em geral as taxas s podem exercer esse tipo de coisa. Obs.: taxas de licena tambm decorrem do poder de policia do Estado. b. Exerccio Regular do Poder de Polcia - artigo 78, nico Pargrafo nico. Considera-se regular o exerccio do poder de polcia quando desempenhado pelo rgo competente nos limites da lei aplicvel, com observncia do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionria, sem abuso ou desvio de poder. Existe uma taxa de fiscalizao de funcionamento anual cobrada dos contribuintes. Porm, os contribuintes alegavam que a fiscalizao no existia, logo o exerccio de policia no existia. Na posio do STF o exerccio do poder de policia deve efetivamente ser exercido, podendo ser presumido desde que o pas tenha uma repartio publica adequada com atribuies para tanto, podendo o municpio cobrar do contribuinte. Obs.: no precisa dar relevncia para o nome das taxas, pois dependendo cada municpio pode ter taxa com nome igual, mas fato gerador distinto. 5.2.3. Taxa de servio pblico

a. conceito a taxa decorrente da contraprestao de um servio pblico. Entretanto, o que servio pblico? O STF no entendeu ainda como decidir isso; O que temos de pensar que o servio pblico tem varias conceituaes, podendo ser definido, de fato, como aquilo que essencial? A noo de essencialidade varia (com o tempo, espao, etc). b. utilizao efetiva ou potencial Servio pblicos (no estamos mais falando de taxa) que fala sobre essa utilizao efetiva ou potencial. O que significa isso? Ex.: servio de distribuio de gua a corsan cobra determinada taxa para o servio. Caso o sujeito utilize o servio lavando as mos ou tomando banho ser efetiva. Servio potencial aquele que est sempre disponvel. Ex.: gua encanada da casa da praia (embora o individuo no esteja usando, est disponvel). Obs.: s pode cobrar a taxa por utilizao potencial se o servio for disponibilizado. Ex.: sujeito mora no interior e no quer se conectar ao cano central de gua da cidade e, portanto, se nega a pagar o tributo. Nesse caso, o servio foi disponibilizado muito embora ele no tenha aceitado acess-lo para o tributo igual. - Efetiva: quando sujeito abre a torneira; - Potencial: quando a torneira est fechada, mas o servio disponvel. Obs.: **ou o servio pblico efetivo OU potencial, nunca ou dois, pois o sujeito no pode fechar a torneira (potencial) e ao mesmo tempo lavar as mos (efetivo). Obs.: isso no tem nada a ver com os impostos, apenas para as taxas. **Qual o critrio material do exerccio da taxa de servio? Utilizar efetivamente ou potencialmente determinado servio pblico. **Qual o critrio espacial: o mbito territorial de atribuio de determinado ente. **Qual o critrio temporal: o fato gerador da taxa ser sempre no final do ms ou ano. **Critrio pessoal: o sujeito ativo o ente pblico. Sujeito passivo quem utiliza. **Critrio quantitativo: quantidade utilizada. O ideal que a taxa seja paga em decorrncia da utilizao do servio publico, ou seja, a taxa ter de financiar o servio pblico, tendo exatamente o valor relativo contraprestao do servio. Isso, porm, muito difcil, pois os preos variam. Assim, convencionou-se um preo fixo. * Disponibilidade c. Servios Pblicos Especficos e divisveis Artigo 79 do CTN Art. 79. Os servios pblicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufrudos a qualquer ttulo;

b) potencialmente, quando, sendo de utilizao compulsria, sejam postos sua disposio mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - especficos, quando possam ser destacados em unidades autnomas de interveno, de unidade, ou de necessidades pblicas; III - divisveis, quando suscetveis de utilizao, separadamente, por parte de cada um dos seus usurios. Essa diferenciao entre divisvel e especifico at hoje no foi bem explicada pela doutrina. Especifico diferente de geral, logo servio especifico aquele que serve a um nmero de determinado de pessoa, enquanto o geral serve a um numero indeterminado de pessoas. Ex.: Segurana pblica um exemplo de servio geral (policial pode no estar aqui, mas est me beneficiando prendendo ladres). Assim, segurana pblica no pode ser remunerado por taxas, mas pode impostos. Nesse entendimento, especifico aquele que possui um nmero determinado de pessoas usando. - Especficos diferente de geral - Divisveis diferente de indivisveis Ex.: Servio de gua pode ser dividido, mas o da segurana do territrio nacional no. Segundo Luciano Amaro o que imposta a indivisibilidade e no a especificidade. Obs.: Cair na prova a diferena entre servios especficos e divisveis. Exemplos - Taxa se limpeza pblica (varrio, lavagem, capinao) O servio de limpeza pblica impossvel de dividir. *Re 256.588 -> julgou inconstitucional a taxa de limpeza pblica. - T IP S.STF 670 -> julgou inconstitucional a taxa de iluminao pblica. - T Coleta de lixo *Smula vinculante 19 - constitucional pelo STF.

Aula, 28 de agosto de 2012

5.2.4. Taxa x Tarifa Obs.: taxa divisvel E especifico. Outras coisa o servio. **Estamos vendo a parte da matria das taxas decorrentes dos servios pblicos. a. Consequncias As taxas de servio pblico deveriam ser cobradas sobre toda prestao de um servio pblico. Mas o que um servio pblico? O prprio STF no explicou isso -*sumula 545.

Qual a consequncia do uso da taxa e da tarifa? - Taxa: ter natureza tributria e ter de ser decorrente de lei e, portanto, necessitar de previso oramentria. - Tarifa (preo pblico): sinnimo de preo pblico. vinculada a um contrato no qual existe certo grau de liberdade de negociao entre as partes. No vai decorrer de lei com previso oramentria, mas de um contrato com certa autonomia da vontade. - Smula 545 do STF O STF: preos, servios pblicos e taxas no se confundem, porque estes diferentes daqueles so compulsrios e precisam de uma lei e previso oramentria. Ex.: Tarifa para andar de nibus est vinculada a uma lei que fez o edital de concesso (pagamento pelo uso). O servio de transporte pblico? Sim, remunerado por tarifa. b. Conceito de Servio ***Servio Pblico toda atividade prestacional do Estado, visando satisfazer necessidades coletivas (isso diferencia do servio privado). Para explicar melhor esse conceito preciso estudar quatro correntes de argumentao (vide doutrina). c. Doutrina - Critrio da alternativa A ideia olhar para um servio e verificar se ou no passvel de ser remunerado por tarifa. Esse critrio surge a partir do autor Ives Gantta, segundo o qual, se h uma alternativa para opo do servio possvel cobrar Tarifa. Se no houver alternativa, ser tributo com natureza de taxa. Essa alternativa no pode ser falsa, mas com os mesmos parmetros da primeira possibilidade. Ex.: pagamento de pedgio na Freeway. Sujeito que vai praia pode optar em pegar a Freeway e pagar pedgio com natureza de tarifa ou optar pela rota de Santo Antnio da Patrulha (alternativa). Se no houvesse essa alternativa e o sujeito s tivesse o caminho da Freeway para ir praia, o pagamento do pedgio seria taxa. - Critrio de soberania e/ou essencialidade (RE 89876) Esse critrio tem duas situaes que podem ou no ser cumulativas ou alternativas. O critrio da soberania: todo servio que decorre da soberania (somente prestado pelo Estado) do Estado somente pode ser remunerado por Taxa. Ex.: servio judicirio sujeito paga uma taxa para fazer jus, pois decorre da soberania do Estado (apenas o judicirio pode prestar o servio judicirio). - Critrio da essencialidade: Todo servio que no seja essencial s poder ser cobrado mediante tarifa. Por isso, o servio de coleta de lixo essencial e tem natureza tributria de TAXA. - Critrio total Discricionariedade (Autor: Gianini)

O poder pblico deve olhar para um tributo e dizer esse tributo ser remunerado por taxa. Essa teoria se baseia na dificuldade de conceituar servio pblico e pela dinamizao do conceito. - Critrio Titularidade e/ou Soberania (Luciano Amaro) Neste caso, teremos duas situaes: Titularidade: sobre os servios pblicos essenciais, desde que o titular seja o Estado. Ex.: servio de gua. Ser taxa quando o Estado estiver prestando e tarifa quando o particular estiver prestando. Ex.: quando era apenas a CRT (governo) nas linhas telefnicas tinha-se a natureza de taxa; hoje, com as concesses para o setor privado tornou-se tarifa. Soberania: a mesma coisa da teoria anterior, ou seja, servios decorrentes da soberania do Estado. Ex.: taxa para servios judicirios (administrao da justica). Obs.: No h critrio certo nem errado. Resumo Caracteristicas - Taxa: a. tributo; b. no tem autonomia da vontade; c. decorre de lei; d. regime jurdico de direito pblico; e. pode ser decorrente de servio de utilizao potencial; f. exigida por pessoa jurdica de direito pblico (Unio, Estado, Distrito Federal e Municpio). - Tarifa a. no necessita de lei para aumentar o seu valor (ser a lei da concesso); b. no compulsria (utiliza-se quando quiser); Ex.: nibus c. prevalecem as regras de direito privado; d. decorrente de contrato administrativo e no de lei; e. preserva a autonomia da vontade f. s existe tarifa decorrente de servio de utilizao efetiva (no existe na utilizao de servio potencial). g. servios no essenciais 5.2.5. Pedgio: artigo 150, inciso V, da Constituio Federal; Art. 150. Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios:

V - estabelecer limitaes ao trfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrana de pedgio pela utilizao de vias conservadas pelo Poder Pblico; No entender do professor, pedgio uma espcie tributria diferente, pois decorre da utilizao da via e no do servio pblico em manter a via utilizvel. O pedgio, nesse sentido, seria uma sexta espcie de tributo, pois decorre de uma locao da estrada. pela utilizao da via. Obs.: o pedgio conservado pelo poder pblico ter natureza tributria; o no conservado pelo poder pblico, mas por empresa privada, ter natureza no tributria. O que importa, na verdade, consequncia da titularidade (se for explorado por empresa privada o pagamento no ter natureza tributria). Ex.: pedgio da Concepa (no tem natureza tributria). Ex.: pedgio de Porto (possui natureza tributria, pois conservado pelo Estado). 5.2.6. Base de Clculo: artigo 145, segundo, da Constituio Federal; Art. 145.