Direitos Conexos

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  • 7/22/2019 Direitos Conexos

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    Direitos conexos

    Universidade Catlica Portuguesa

    Faculdade de Direito

    Mestrado Direito Forense

    Direito da Propriedade intelectual

    .

    Daniela RomeiroN 142712127

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    .

    Noo

    So os direitos reservados as pessoas responsveis por dar corpo obra, pressupondo umaprestao complementar mesma.

    Artistas

    intrpretes ou

    executantes

    176 n2

    Organismos de

    radiofuso

    176 n9

    Produtores de

    fonograma e

    videograma

    176 n3

    Alm do autor, estes intervenientes nos circuitos que permitam o disfrute da obra

    pelo publico, tm posies jurdicas reconhecidas.

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    Categorias

    Art. 176 n2 CDADCActores, cantores, msicos, bailarinos e outros que representem, cantem,

    recitem, declamem, interpretem ou executem de qualquer maneira obrasliterrias ou artsticas.

    Direitos dos

    artistasinterpretes ou

    executantes

    + Direitos conexos atpicos (direito ao espectculo e direito do editor). os

    Art. 176 n3 CDADCPessoa singular ou colectiva que fixa pela primeira vez os sons provenientes

    de uma execuo ou quaisquer outros , ou as imagens de qualquerprovenincia, acompanhadas ou no de sons.

    Direitos dos

    produtores defonogramas ou

    videogramasArt. 176 n4 CDADCFonograma

    Art. 176 n5 CDADCVideograma

    Art. 176 n9 CDADCEntidades que efectua emisses de radiofuso sonora ou visual, entendendo-se por emisso de radiofuso a difuso de sons ou imagens, ou arepresentao destes, destinada recepo pelo pblico.

    Direitos dosorganismos de

    radiofuso

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    Origem

    Reconhecimento do direito de autor

    Com a possibilidade de gravao e reproduo da execuo das obrasintelectuais por parte dos artistas, interpretes e executantes, concluiu-sepela necessidade de proteco destes intervenientes .

    A soluo encontrada foi o reconhecimento aos artistas interpretes e executantes de um direito conexo ao direitode autor.

    Posteriormente esta proteco foi estendida aos produtores de fonogramas e videogramas, pelo prejuzo quepoderiam sofrer em virtude do investimento que realizam na fixao das obras intelectuais

    Veio igualmente a ser estendida aos organismos de radiofuso sonora e visual atenta a enorme susceptibilidade de

    reproduo e de novas comunicaes ao publico que as suas obras podem acarretar.

    Desconsiderao de outras importantescontribuies para o sucesso da obra, como asprestaes dos artistas.

    MAS

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    Evoluo histrica

    Crescente multiplicidade de utilizaes das prestaes artsticas dos interpretes e executantes e dosprodutos e emisses dos produtores de fonogramas e organismos de radiofuso, que o

    desenvolvimento tcnico possibilitava

    26 de Outubro de 1961 se assinou em Roma, a Conveno internacional para a proteco dosartistas interpretes ou executantes, produtores de fonogramas (videogramas ainda no tinham

    atingido importncia) e organismos de radiofuso

    Conveno de Roma sobre direitos Conexos.

    Portugal

    Cdigo dos Direitos de Autor eDireitos Conexos de 1985

    Ratificao da Conveno de Romaem 1999

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    Previses legislativas

    Conveno

    Genebra

    1971

    CDADC

    1856Art. 176ss

    Conveno

    Roma 1961

    DL 39/88Videogra.

    AUTENTIF.

    DL 227/89Fonogra.

    CLASSIF.

    Tratado

    OMPI

    1996

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    Regime comum

    1. Os direitos conexos no se sobrepe ao direito de autor (art. 177)

    2. s vicissitudes susceptveis de abranger os direitos conexos, no silencio da lei, aplica-se o

    regime dos direitos de autor (Art. 40ss e 56ss CDADC);

    3. O prazo de proteco dos direitos conexos mais restrito do que nos direitos de autor 50

    anosArt. 183 n1 CDADC

    4. Tem de existir uma relao com o territrio nacional ou estado membro da UE para que o

    direito seja protegido

    Art. 190 CDADC;

    5. Existe uma presuno de anuncia nos termos do art. 191 CDADC;

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    Regime comum

    6. Aplicao das disposies sobre os modos de exerccio dos direitos de autor no que couber

    aos modelos de exerccio dos direitos conexos.Art. 192 CDADC;

    7. Extenso de proteco aos autores de direitos conexos protegidos por convenes

    internacionais ratificadas ou aprovadas.

    Art. 193 CDADC;

    8. Violao e defesa dos direito conexos Ttulo IV.

    9. No necessrio uma fixao das prestaes para os direitos serem protegidos .

    10. A actividade protegida tem sempre se se traduzir em imagens ou sons.

    10. No necessrio que a obra intelectual subjacente seja protegida.

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    UtilizaoLivre

    Licenas

    So aplicveis com as necessrias adaptaes aos titulares dos direitos conexos asdisposies sobre a utilizao livre do direito de autorArt. 75ss CDADC

    Licena legal: autorizao pelo artista intrprete ou executante da fixao daprestao para fins de radiofuso implica a transmisso dos seus direitos deradiofuso e comunicao ao pblico, conservando apenas o direito a uma

    remunerao

    Art. 178 n2 CDADC;

    Licena obrigatria: permite ao interessado a utilizao do direito conexo desde quecaucione o pagamento de remunerao quando apesar da sua diligencia,comprovada pelo Ministrio da Cultura, no for possvel entrar em contacto com otitular ou este no se pronunciar num prazo razovel para o efeito que lhe foi

    assinado- 191 CDADC.

    Art. 189 - especiais formas de utilizao livre em relao aos direitosconexos

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    Direitos dos artistas intrpretes

    ou executantes

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    Direitos dos artistas intrpretes

    ou executantesJustificao:Quando procedem interpretao ou execuo da obra, realizam normalmente uma prestaoprpria que valoriza a obra intelectual executada.

    No seria por isso correcto que esta posio no fosse tutelada e apenas se protegesse o criador daobra executada.

    Requisitos:

    Prestao revista natureza artsticaArt.176 n2 CDADC

    Que tenha por objecto a interpretao ou execuo de obras literrias e artsticas,mesmo que no protegidas - Art.176 n2 CDADC

    Conexo com o territrio nacional

    Art. 190 n1 CDADC

    1

    1

    2

    3

    Objecto: interpretao e a execuo enquanto actividade do artista.

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    Direitos dos artistas intrpretes

    ou executantesContedo: PatrimonialArt.178

    a) Faculdade de realizar ou autorizar a radiofuso e a comunicao ao publico, por qualquer meio,

    da sua prestao;

    b) Faculdade de realizar ou autorizar a fixao da sua prestao;

    c) Faculdade de realizar ou autorizar a reproduo de fixaes no consentidas ou realizadas para

    fins diferentes daqueles em relao aos quais a fixao foi permitida;

    d) Faculdade de realizar ou autorizar a colocao disposio do pblico da sua prestao;+

    Direito de auferir uma remunerao inalienvel, equitativa e nica por todas as autorizaes em

    caso de fixao da prestao para fins de radiofuso de um produtor cinematogrfico,

    audiovisual ou videogrfico n2;

    Faculdade de autorizar o aluguer ou comodato da fixao da sua prestao.

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    Direitos dos artistas intrpretes

    ou executantesContedo:

    PessoalArt.180 e 283

    Direito meno do nome do artista180 n1

    Direito reivindicao da paternidade da prestao180 n3

    Direito de assegurar a genuidade e integridade da prestao182

    Exerccio:

    Pessoalmente ou por intermdio de representante voluntariamente constitudo nos termosgerais;

    Em certos casos a lei estabelece forma de representao colectiva a titulo supletivo -181 e atitulo injuntivo178n2

    Extino :

    Caducidade em 50 anos aps a primeira representao ou execuo

    Art. 183 n1 a)

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    Direitosdos produtores de fonogramas evideogramas

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    Justificao:Tutelar o investimento do produtor contra as reprodues no autorizadas de terceiros,que constituem um aproveitamento parasitrio desse mesmo investimento

    Objecto:Uma vez que a execuo artstica efmera, a difuso ou radiofuso da obra requer asua fixao. Para tal necessrio a disponibilidade de meios tcnicos adequados.

    O Objecto deste direito conexo a prestao empresarial do produtor de fonograma evideogramas, consistente nos registos resultante da fixao em suporte material desons ou de imagens ou da cpia de obras cinematogrficas ou audiovisuais.

    Direitosdos produtores de fonogramas evideogramas

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    Requisitos:

    Direitosdos produtores de fonogramas evideogramas

    Depende do exerccio da actividade de produo de fonogramas e videogramasArt.176n3 CDADC;

    Conexo com o territrio nacionalArt. 190 n2 CDADC

    FormalidadesArt. 185 CDADC

    1

    2

    3

    - Videogramas - DL 39/98 de 6 de Fevereiro Fiscalizao e autenticao pela DGEDAart. 1, 2 e 4

    - Fonogramas - DL 227/89 de 8 de Julho

    Superintendncia da inspeco-geral das actividades culturais

    art. 2; Classificao a atribuir pela comisso de clarificao e espectculos - art. 3 n1, 2 Exibio pblica tem de ter expressamente licena para esse efeito 10 n2

    Em especial:

    P

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    Direitosdos produtores de fonogramas evideogramas

    Contedo: Art.184

    Faculdade de autorizar a reproduo de fonogramas e videogramasn1;

    Faculdade de autorizar a distribuio ao pblico de copias dos fonogramas e

    videogramasn1;

    Faculdade de autorizar a importao e a exportao dos fonogramas e videogramas

    n1;

    A faculdade de autorizar a difuso por qualquer meio dos fonogramas e videogramas,incluindo a sua execuo publican2;

    Faculdade de autorizar a colocao disposio do publico do contedo dos

    fonogramas e videogramas, por fio ou sem fio, por forma a que sejam acessveis a

    qualquer pessoa a partir do local e no momento por ela escolhido- n2;

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    Direitosdos produtores de fonogramas evideogramas

    Extino :

    Caducidade em 50 anos aps a primeira representao ou execuo Art. 183 n1 b)

    Faculdade de receber juntamente com os artistas interprete ou executantes

    uma remunerao equitativa no caso de um fonograma ou videograma editado

    comercialmente ser objecto de qualquer forma de comunicao pblican3;

    Faculdade de fiscalizar os estabelecimentos de prensagem e duplicao de

    fonogramas e videogramas e armazenamento dos suportes materiais-n4;

    A faculdade de autorizar o aluguer ou comando dos fonogramas e videogramas

    art. 13 OMPI.

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    Direitos dos organismos de radiofusosonora ou visual

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    Justificao:Aqueles que efectuam emisses de radiofuso procuram sempre reagir contra a

    retransmisso. A prestao empresarial do organismo de radiofuso como empresrio, ofundamento da tutela.

    Objecto:O programa emitido. Est assim em causa, uma situao que no necessariamente conexacom a proteco autoral, sendo antes um direito o programa por ela vinculado.

    Direitos dos organismos de radiofusosonora ou visual

    Requisitos:

    Depende do exerccio da actividade de organismo de radiofusoArt. 176 n9 CDADC;

    Conexo com o territrio nacional Art. 190 n3 CDADC.

    1

    2Presuno da titularidade cujo nome tiver sido indicado como tal na emisso Art.187 n3 CDADC.

    3

    2

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    Direitos dos organismos de radiofusosonora ou visual

    Contedo:

    Art.187

    a) Faculdade de autorizar a retransmisso das emisses;

    b) Faculdade de autorizar a fixao de emisses;

    c) A faculdade de autorizar a reproduo das suas fixaes;d) Faculdade de autorizar a colocao das emisses disposio do pblico, por fio

    ou sem fio, incluindo por cabo ou satlite, por forma a que sejam acessveis a

    qualquer pessoa a partir do local e no momento por ela escolhido;

    e) A faculdade de autorizar a comunicao ao pblico e das suas emisses, quando

    essa comunicao feita em lugar publico e com entradas paga;

    50 anos aps a primeira emisso pelo organismo de radiofusoArt. 183 n1 c).

    Extino:

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    Direitos conexos atpicos

    Direito ao espectculo

    Direito directo

    Direito absoluto

    Sujeito ao esgotamento com a autorizao dada.

    Caractersticas:

    No est especificamente previsto e regulado no nosso ordenamento, mas pode-se dizer que estprevisto, nomeadamente pelo artigo 117 CDADC

    Durao:tem cariz efmero, uma vez que passado o seu perodo normal de explorao a sua utilizaotorna-se livre

    Justificao: Interesse pelo espectculo.

    Contedo: Artigo 117 s refere a necessidade de autorizao, no define o contedo dessaautorizao. Deve-se entender que esta abrange apenas os actos que envolvam a comunicao pblicado espectculo

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    Direitos conexos atpicos

    Direito do editor

    Pessoais

    Na utilizao livre, d a conhecer a sua prpria edio da obra, evitando assim que a mesmapassasse despercebidaArt. 76 n1 a) CDADC.

    Faculdades:

    A actividade do editor de grande importncia para o sucesso da obra, pelo que o editor deveria

    beneficiar de proteco contra a reproduo parasitaria da sua composio, como sucederia se se

    verificasse uma cpia integral da mesma por outro editor, com o consentimento do autor.

    Patrimoniais

    Remunerao equitativaArt. 76 n1 b) e c) CDADC;

    Compensao devida pela reproduo de obra

    Art. 82 CDADC.

    Justificao:

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    Bibliografia

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