23
Boletín del Proyecto Interinstitucional DDHH Juntos N° 39 - Novembro de 2008 DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E DESAFIOS ¿QUÉ ES LA “APOROFOBIA”? REFLEXIÓN SOBRE LA COMUNIDAD: UN DESAFÍO DESDE BOLIVIA “DINAMIZADORES EN ACCIÓN”

DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/[email protected] [email protected] Este número foi elaborado pela

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

Boletín del Proyecto Interinstitucional DDHH JuntosN° 39 - Novembro de 2008

DIREITOS HUMANOS:

NOVAS DIMENSÕES

E DESAFIOS

¿QUÉ ES LA

“APOROFOBIA”?

REFLEXIÓN SOBRE

LA COMUNIDAD:

UN DESAFÍO DESDE

BOLIVIA

“DINAMIZADORES

EN ACCIÓN”

Page 2: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

CENTRO CULTURAL POVEDA

CENTRO YACHAY TINKUY

NOVAMERICA

CENTRO DE DERECHOS HUMANOS VICTORIA DIEZ

SOLYDESPROGRAMA DE SOLIDARIDAD Y DESARROLLO SOCIO - EDUCATIVO

C/PINA 210, CIUDAD NUEVA, SANTO DOMINGOTELS. : 809 689-5689 / 809 686-0210FAX: 809 685-4635

SANTO DOMINGO - REPUBLICA DOMINICANA

AVENIDA GENERAL GALINDO Nº. 1225 ESQ. MELGAREJOCASILLA 2419 - COCHABAMBATEL: (591)-4-4480260FAX: (591)-4-4294929

COCHABAMBA - BOLIVIA

RUA DEZENOVE DE FEVEREIRO, 160 - BOTAFOGOCEP: 22280-030 RIO DE JANEIRO - RJTEL/FAX: (55) (21) 2542-6244

RIO DE JANEIRO - BRASIL

BLVD. VASCO DE QUIROGA 1015COL. SAN FELIPE DE JESÚSLEÓN, GTO. C.P. 37260TEL. (477) 780 34 86

GUANAJUATO - MEXICO

VILLA EL SALVADORCEL. 9698-3698TEL. 287-7619

LIMA - PERÚ

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

Este número foi elaborado pela equipe da NOVAMERICA.

Page 3: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

Introdução

compreendê-la e buscar transformá-la, etambém aponta para a premência emassumi rmos nossa parce la deresponsabilidade diante dela.

A complexidade dessa temática podeser percebida no contexto bolivianodesde a análise feita por RamiroLobatón. As tensões entre direitosindividuais e coletivos são objeto desseartigo, que destaca as relaçõesassimétricas e heterogêneas presentesna sociedade boliviana marcadas porlaços de dominação e submissão de unsgrupos sobre outros. Dessas relaçõesconstruíram-se diferentes concepçõesde comunidade e de ser humano, bemcomo diferentes imaginários que serelacionam de forma conflituosa nestasociedade.

Por fim, poderemos constatar queapesar de todas as dificuldades ainda háentre nós pessoas impregnadas deesperança, que são capazes depromover mudanças no cotidiano dos/aseducadores/as. O programa

desenvolvido em Villa ElSalvador, distrito da província de Lima,no Peru, é apresentado nesse artigo porum de seus dinamizadores TanislaoOchoa.

Esperamos que a leitura dessesartigos promova em nós o mesmo efeitoque nossos/as companheiros/asperseguem no trabalho com os/aseducadores/as no Peru: a inquietudecapaz de gerar a reflexão necessáriasobre o papel docente na sociedadeatual que cada vez mais exige posturascomprometidas com a transformação.

Agentes

culturales promotores del cambio

socioeducativo en la escuela y

comunidad,

A complexa realidade do mundocontemporâneo nos incita a reflexõescada vez mais amplas sobre o tema dosdireitos humanos. Muitas são as novasconfigurações dessa realidade e, porisso, se faz necessário aprofundarmosem novas formas de nomeá-las ecompreendê-las.Assim, acreditamos, sefaz mais profícua qualquer ação sobreelas e se torna mais próxima apossibilidade de sua transformação.

Animados pela crença na força dasidéias e do trabalho coletivo, os artigosdessa edição caminham na direção deaprofundar diferentes aspectos dessanova realidade. O trabalho de SusanaSacavino nos oferece uma reflexãoampla sobre as novas dimensões edesafios que concorrem para aelaboração de novas concepções decidadania e direitos humanos.Alertando-nos sobre as novas configurações sócio-culturais e econômicas que questionama universalidade e colocam em risco aindivisibilidade dos direitos humanos, aautora destaca alguns elementos que,presentes nas relações que seestabelecem tanto global quantol o c a l m e n t e , a s s u m e m n o v o ssignificados e trazem novas implicaçõespara a garantia de uma cidadania plena.

Partilhando da mesma preocupaçãocom o tema das novas configuraçõesn a s r e l a ç õ e s s ó c i o - c u l t u r a i s ,econômicas e políticas, o artigo deMarcelo Andrade nos apresenta a umaquestão que se coloca como central nomundo contemporâneo: a discriminaçãocontra pessoas e grupos pobres. O autorressalta a importância de nomearmosessa realidade no sentido de melhor

DDHH Juntos 1

Introdução

Page 4: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 2

DIREITOS HUMANOS:NOVAS DIMENSÕES

E DESAFIOS

DIREITOS HUMANOS:NOVAS DIMENSÕES

E DESAFIOSSusana Sacavino

1

RIO DE JANEIRO - BRASIL

1 Trechos extraídos, com adaptações, do capítulo 2 (Direitos Humanos: um caminho em construção) datese de doutorado de Susana Sacavino - Educação em/para os Direitos Humanos em processos dedemocratização: o caso do Chile e do Brasi .l

A globalização veio estabelecer umatensão fundamental na concepção dosdireitos humanos, pois a liberalização daeconomia, a flexibilização das noções desoberania nacional e o próprio processode internacionalização dosdireitos humanos acabarampor colocar no centro dasdiscussões a diferençaentre as culturas -que questiona a

- ea flexibilização dosdireitos sociais -que coloca emr i s c o a

-c a r a c t e r í s t i c a sbásicas do discurso dosdireitos humanos até opresente momento.

Nesse contexto, é um imperativo queos direitos humanos constituam aexpressão das vozes do sofrimentohumano, lutando contra todas as formasde , desmascarando os

universalidade

indivisibi l idade

invisibilização

procedimentos que estabelecem quedeterminados sofrimentos coletivos ouindividuais não sejam vistos comoviolação de direitos humanos. Essareconstrução cria desafios para uma

nova cidadania e para a própriaconcepção de direitos

humanos. Vejamos...

Depois de maisde duas décadasd e p o l í t i c a s

neoliberais e doprocesso acelerado

d e g l o b a l i z a ç ã ocapitalista, um indicador

a larmante dos efe i tosdessas políticas é o aumento da

pobreza no planeta: um quarto dapopulação mundial ainda vive emcondições de miséria. Cerca de 1,3bilhão de pessoas vivem com uma rendade menos de um dólar por dia. Quase um

Miséria eexclusão

Page 5: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 3

bilhão de pessoas são analfabetas. Maisde um bilhão não têm acesso à águapotável e mais de 800 milhões passamfome ou enfrentam falta de alimento.

A pobreza não só não tem diminuídonos últimos anos como tem aumentadoem regiões onde já havia sido reduzidahá tempos, como em países da EuropaOriental ou na própria América Latina. Amiséria e a exclusão social constituemviolações da dignidade humana. Daí anecessidade de maior conhecimento damiséria e suas causas, a fim depromover os direitos humanosdos mais pobres e defavorecer a participaçãodestes no processod e c i s ó r i o d a scomunidades emque vivem.

Racismo, xenofobiae discr iminação sãofenômenos de comportamentohumano historicamente conhecidos.Freqüentemente, alude-se comoindicativos da existência de políticas ouatitudes racistas e/ou discriminatórias, àescravidão e ao comércio de escravos, àexploração econômica, à colonizaçãob r a n c a , a o j u g o c o l o n i a l , a oimperialismo, às práticas genocidasmotivadas por perseguição religiosa ouétnica, à migração por motivoseconômicos e conflitos religiosos, entreoutros. Entretanto, deve-se olhartambém para as causas ou motivações

Discriminação,xenofobiae racismo

que levam à xenofobia e ao racismo,entre as quais se encontram os fatoreseconômicos e políticos, o medo de que aimigração ponha em risco a identidadecultural, a rejeição de quem ésupostamente diferente ou com quem acomunicação parece mais difícil.

A discriminação e a intolerânciaandam de mãos dadas. Os meios legaise administrativos contra a discriminação,incluindo as sanções penais, apesar deserem muito importantes para a

eliminação e a prevenção dadiscr iminação, não são

s u f i c i e n t e s . O sinstrumentos que fixam

p a d r õ e s t a m b é mexigem mudançasn a s p r á t i c a st rad ic iona is , ae l i m i n a ç ã o d eestereótipos, odesenvolvimento

da educação e o usod o s m e i o s d e

c o m u n i c a ç ã o d emassa na luta contra a

discriminação.

O terrorismo não é um fenômeno novonas relações internacionais. Representaum teste difícil para os Estadoscomprometidos com políticas de direitoshumanos. É claramente uma ameaça àvida e à dignidade da pessoa.

Os atos, métodos e práticas doterrorismo em todas as suas formas e

Terrorismo, crime organizado ecorrupção

Page 6: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 4

manifestações, assim como suaconexão com o tráfico de drogas emalguns países, visam à destruição dosdireitos humanos, das liberdadesfundamentais e da democracia,ameaçando a integridade territorial, as e g u r a n ç a d o s E s t a d o s ed e s e s t a b i l i z a n d o g o v e r n o slegitimamente constituídos.

Todas as a t i v idades i l ega isconduzidas pelo crime organizado,como o tráfico de drogas e a lavagem dedinheiro, dizem respeito aos sereshumanos e às sociedades.C o n t u d o , s o b aperspectiva dos direitoshumanos, o tráfico det r a b a l h a d o r e sm i g r a n t e s , d em u l h e r e s ecrianças ganhamdestaque especial.

O t rá f i co demulheres para aexploração sexual éuma manifestação deflagrante violência impostaà mulher e uma forma modernade escravidão. Acarreta a violação dedireitos humanos fundamentais. Aexploração sexual de crianças é outraquestão impor tante no debateinternacional.

Outra ameaça para a democracia,para a observância da lei e dos direitoshumanos é a corrupção. Ela ocorre emtodo o mundo e nas diferentes formas deorganização política gerando fortesimpactos negativos sobre a justiça sociale os direitos humanos.

A ciência e a tecnologia

N e s t e n o v o s é c u l o , o ssurpreendentes avanços da ciência e datecnologia e suas aplicações levantamquestões complexas quanto a seuimpacto em relação aos direitoshumanos, à dignidade e à integridadehumana. Vivemos numa épocadominada pela ciência e a tecnologia,sendo esta uma nova fonte de poderpara os que a dominam. Proclama aDeclaração Universal dos DireitosHumanos, em seu artigo 27: “todos têm o

direito de usufruir do progressoc i e n t í f i c o e d e s e u s

benefícios”. Entretanto, arealidade do mundo

a i n d a é m u i t odesigual em relaçãoa esse tema.

T o d o s o sa v a n ç o s d ae n g e n h a r i a

genética, como aspesquisas sobre

células-tronco, poruma parte abrem um

mundo incomensurável depossibilidades para a vida, por

outra colocam novos desafios, comimpactos diversos para os direitoshumanos.

As novas tecnologias da informação eda comunicação vêm aumentandoimensamente a capacidade dearmazenamento, recuperação etransmissão rápida de grandesq u a n t i d a d e s d e i n f o r m a ç ã o ,especialmente pela internet, e jácausaram profundo impacto na vidacotidiana favorecendo a ampliação doacesso a determinados direitos, como à

Page 7: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 5

informação e à aprendizagem. Noentanto, não se pode ignorar as grandesdesigualdades e distâncias que geram, anível mundial e local, no que se refere apossibilidades de uso.

Novos direitos surgem e outros seencontram ameaçados no ciberespaço,como o direito à privacidade e o direito àproteção aos interesses morais emateriais decorrentes de qualquerprodução científica, literária ou artística.A pirataria eletrônica, o uso da internetpara a disseminação de pornografia epara a defesa do racismo, daxenofobia e da violência,deflagram uma série dequestões éticas ejurídicas ligadas aoslimites da liberdadede informação eexpressão.

No mundo atual, se fazcada vez mais estreita arelação entre as questões relativas àjustiça, superação das desigualdades edemocratização de oportunidades e asreferentes ao reconhecimento dediferentes grupos culturais. Nessesentido, amplia-se a problemática dosdireitos humanos, muitas vezese n t e n d i d o s c o m o d i r e i t o se x c l u s i v a m e n t e i n d i v i d u a i s efundamentalmente civis e políticos, ecada vez mais se afirma a importânciados direitos coletivos, culturais eambientais.

A tensão entredireitos da

igualdade e direitosda diferença

Em contextos muito diferentes e demodos muito diversos as pessoas estãose mobilizando em torno de velhasinjustiças, segundo linhas étnicas,religiosas, raciais e culturais, exigindoque sua identidade seja reconhecida,apreciada e aceita pela sociedade maisampla. Sofrendo de discriminação em a r g i n a l i z a ç ã o e m r e l a ç ã o aoportunidades sociais, econômicas epolíticas, também exigem justiça social.Portanto, o que é novo hoje, é aascensão da política de identidade.

Somos todos iguais ou somostodos diferentes? Queremos

ser iguais ou queremosser diferentes? Parece

generalizar-se emritmo acelerado ep e r t u r b a d o r aconsciência deq u e n ó s , o shumanos, somosd i f e r e n t e s , n a

origem familiar er e g i o n a l , n a s

tradições, nas crençasreligiosas, em diferentes

hábitos e gostos; em suma,somos portadores de pertenças

culturais diferentes.

Fica claro que houve mudança desensibilidade, de clima social, cultural epolítico em torno da articulação entreigualdade e diferença. Da ênfase naigualdade, muitas vezes silenciadorae/ou negadora das diferenças, estaspassam a primeiro plano, podendocomprometer a afirmação da igualdade.Um grande desafio é como articularesses pólos sem que um anule o outro.

Page 8: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 6

“Aporofobia”

“á-poros”

“fóbeo”

“miedo, pavor, temor o rechazo”

es un término que tantoCORTINA (2000) como MARTÍNEZ(2002) reconocen que todavía no figuraen los diccionarios de la lengua españolay quizá tampoco en los de otras lenguaslatinas, como el portugués.

Se trata, entonces, de un neologismoque une dos términos griegos:y . El segundo término ya esbastante conocido nuestro y indica

, porejemplo, se halla en los términosclaustrofobia (miedo de lugarescerrados) o xenofobia (rechazo alextranjero). El primer término, quizás

totalmente desconocido, significa“ .Así, aporofobia indicaría el sentimientode rechazo o temor al pobre, aldesamparado, al que carece de salidas,de medios o de recursos.

Bien, la cuestión ahora es un pocomás de fondo, ¿para qué sirve unneologismo? En general, un neologismosurge o es forjado para satisfacer unanecesidad de la lengua ante dos casos:(1) para designar una nueva realidad o(2) para designar una nueva percepciónde una realidad no tan nueva.

pobre, sin salidas, escaso de recursos”

¿QUÉ ES LA “APOROFOBIA”?¿QUÉ ES LA “APOROFOBIA”?Marcelo Andrade

Novamerica - Río de Janeiro, Brasil

Page 9: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 7

Aporofobia es un neologismo típicodel segundo caso. La discriminación delos pobres no es ninguna novedadsociológica, por supuesto, pero, hoy porhoy, hay una percepción de distintasmatices de exclusiones cuandoentrecruzamos los diferentes tipos dediscriminaciones, con la idea traída a laluz por este neologismo.

Así, corroborando aAdela Cortina,

(CORTINA,1996:70) Lo que Adela Cortina afirma, ami juicio, es que la categoría sehace central para que se entienda losdiferentes procesos de marginalizacióncon los cuales convivimos hoy.

A una nueva realidad o a una nuevapercepción de la realidad importaponerle un nombre, porque mientras esindecible es también imperceptible.Nombrar una nueva percepción de larealidad ayuda que esta misma realidadsea mejor comprendida, evitando asídistorsiones que acaban por ocultar laverdad de las cosas (CORTINA, 2000).

Además, el término serefiere a una realidad - la repugnanciaante al pobre - que tiene mucha fuerza enla vida social y esta realidad se hacetodavía más fuerte y cruel si se queda enel ámbito de la invisibilidad. Si unarealidad no es nombrada, percibida,discutida y analizada, por fin, tampocoserá comprendida.

Aquí discriminar sí es conveniente, esdecir, forjar categorías que nos ayudan aseparar las cosas para comprendermejor la realidad. Diría Descartes queimporta un pensamiento claro y distinto.Y, a mi juicio, nombrar y analizar es unafaena, de las más importantes, de lafilosofía. Aunque, tal como Marx, piensoque más que comprender la realidad,

“no

marginamos al inmigrante si es rico, ni al

negro que es jugador de baloncesto, ni al

jubilado con patrimonio: a los que

marginamos es a los pobres”

.

“pobre”

“aporofobia”

importa transformarla. Nombrar yanalizar para comprender y transformar.Para eso debería servi rnos elneologismo. Bien, intentemos, entonces,trabajar con él.

Si el término es válido, podríamospreguntarnos: ¿Cómo y por qué laaporofobia se establece entre nosotros?¿Cuáles son sus consecuencias en unasociedad que se quiera democrática?

Según MARTÍNEZ (2002:18), laaporofobia es resultado de un proceso,que se podría llamar de “juego deresponsabilidades”, pues ella nace de unnivel de conciencia, un tanto oscuro,

. Así los pobres,por su sencilla existencia, nos recuerdanla responsabilidad compartida ennuestro destino común.

“que nos recuerda que las situaciones de

desamparo son, en cierta medida, una

responsabilidad de todos los que

estamos acomodados”

Page 10: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 8

No obstante, no es fácil encargarse deesta responsabilidad porque ella nosindica nuestro fracaso moral como grupohumano. Quizás por eso no pocossectores de la sociedad la rechazan.Excusarse de esta responsabilidad tieneun precio: hay que encontrar a alguienque se ocupe de ella, que la lleveconsigo, que asuma su peso. Entonces,en este “juego de responsabilidades”, seecha a los pobres la carga por la miseriaque les aflige.

En esta lógica, los pobres son losprincipales responsables de su propiofardo. Si quisiéramos las

podríamos ejemplificar conlas frases del tipo:

,,

,o

.

“perlas de la

aporofobia”

“son pobres por que

quieren” “son pobres porque son

perezosos” “son pobres porque no

buscan trabajo o porque no quieren

trabajar” “están en la pobreza porque no

se esfuerzan” “los peores pobres son

los acomodados”

En resumen, la aporofobia es unsentimiento de rechazo a los pobres,pues la situación que se encuentranrec lama a toda soc iedad unaresponsabilidad que no se quiere asumiry la respuesta a esta cobranza es unadevolución hacia a las víctimas de laculpa por la situación de pobreza en lacual se encuentran.

No vamos aquí a negar que, enalgunos casos, la situación de pobrezaquizás tenga su origen en algún tipo denegligencia o de mal planeamiento delos recursos o de algún tipo de acciónmás o menos voluntaria. Pero, lamayoría de las situaciones de pobrezatiene su origen en causas totalmenteajenas a la voluntad de las personas quela sufren.

De ahí que la aporofobia es más unade esas distorsiones resultantes de unageneralización apresurada, típica delpensamiento flojo, débil, perezoso. Laaporofobia, como todo prejuicio, es falsa,liviana, arbitraria. Además alimentasentimientos de miedo hacia a lospobres, pues son supuestamenteviolentos o violentos en potencia.

La aporofobia hace crecer elsentimiento de asco hacia a los pobres,pues son supuestamente sucios o conpocas nociones de higiene. Del miedo ydel asco ya sabemos lo que puede venir.Y, así, tenemos el ciclo entre pensar,sentir y obrar que excluye a los pobres ycon una pizca de inmoralidad más, pues

, bien como son losculpados de los prejuicios que sufren,pues

oy

desde ahí un largo etcétera de excusas yde responsabilidades transferidas.

“son ellos los culpados por la situación

que se encuentran”

“podían ser más limpios porque

pobreza no tiene que significar suciedad”

“podían educar mejor sus hijos y así no

se envolverían en la marginalidad”

Page 11: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 9

Según los filósofos Adela Cortina yEmilio Martínez, la aporofobia es todavíamás evidente en sociedades basadas enel contrato, como las nuestras.

(MARTÍNEZ,2002:20).

En una sociedad de pactos ycontratos, quien no tiene algo queofrecer como moneda de cambio nopuede pactar, son dispensables, soninsignificantes, son prescindibles, ensuma, no necesarios y descartables. Lavida de los pobres no importa parainmensos sectores de nuestrassociedades, pueden morir en centenasde millares que no hacen falta para laeconomía, para el mercado, para losgobiernos, para la universidad y paramuchos ámbitos de la vida social.

Todos sabemos que los pobres noocupan importantes puestos de trabajo,ni sillas en las universidades, no tienentarjeta de crédito, no pagan significantesvalores en impuestos, no consumen losextraordinarios productos de losmagazines. En la lógica aporofóbica, lospobres no tienen nada que ofrecer,además nos molestan con su incómodapresencia que nos acuerda unaresponsabilidad que, posiblemente,queremos olvidar.

¿Hay salida para la aporofobia? ¡Porsupuesto que sí! - debería ser nuestrarespuesta. La aporofobia se supera conpensamiento fuerte, laborioso y

“En

efecto, la clave para comprender la

aporofobia es que en la mayoría de los

ámbitos de la vida social hay quienes

tienen poder para pactar y también hay

quienes no lo tienen; algunas personas

tienen algo que puede interesar a los

poderosos y en cambio otras carecen de

interés para ellos”

cuidadoso. Hay que sacar de la filosofíasu que hacer social. Además, se puedesuperar la aporofobia apostando por unasociedad de solidariedad más que decontrato. La solidariedad - que nadatiene que ver con paternalismo - es lamás contundente contestación a laaporofobia, pues es la única respuestaposible a un clamor de justicia que seevoca desde la realidad de pobreza conla cual convivimos, especialmente en lospaíses pobres de África y Latinoamérica.

Bibliografía:

CORTINA, Adela. , Madrid: Santillana,1996.

CORTINA, Adela. , en , 07 deMarzo de 2000, p.16.

MARTÍNEZ, Emílio. , en CONILL,Jesús. (coord.)

, Valencia: Bancaja, 2002, p. 17-23.

Ética

Aporofobia

Aporofobia

El País

Glosario Para una SociedadIntercultural

Page 12: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 10

REFLEXIÓN SOBRELA COMUNIDAD:

UN DESAFÍO DESDE BOLIVIA

REFLEXIÓN SOBRELA COMUNIDAD:

UN DESAFÍO DESDE BOLIVIA

Hoy tenemos serios problemas de. “Los individuos no se

sienten ni se sientena la comunidad”. Este

hecho nos permite reflexionar sobre lanaturaleza y comprensión que tenemossobre la relación entre individuo ycomunidad.

Los presupuestos en los que se apoyael liberalismo en su primera vertiente,

cohesión social

identificados

pertenecientes

tales como los planteamientos de JohnLocke, en su

, Tomo II, hoy son a todas lucesinsuficientes. Locke construye todo unaparato conceptual bajo la noción deindividuo en abstracto. No se reconoceque este individuo tiene una historia, unacultura, unas tradiciones y costumbres.De esta manera, no se aprecia que larelación entre individuo y comunidad esmás compleja.

“Ensayo sobre el gobierno

civil”

Ramiro G. Lobatón P.

Img. www.pazyjusticia.com

Page 13: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 11

La realidad nos muestra que no sóloexisten individuos aislados en relación alEstado, sino grupos, agrupaciones,naciones y, que en muchos casos, estasrelaciones se han construido en base asituaciones asimétricas.

El estudio que ha realizado RenéZavaleta Mercado sobre Bolivia,describiéndola como

, es decir, “una condición desobreposición de diversos tipos derelaciones entre diversos grupossociales y culturales que coexisten enuna misma sociedad” (ZAVALETA1986),muestra una sociedad heterogénea ydiversa.

Para Luis Tapia el proceso deabigarramiento de Bolivia no se reducesólo a la coexistencia de varios gruposque se encuentran sobrepuestos unos alado de otros, sino que tiene que ver conrelaciones de dominación y distorsión deunas sobre otras, al respecto afirma: “elabigarramiento es un producto delcolonialismo, implica que la historia delcolonialismo ha impuesto diferentest i empos h i s tó r i cos , d i f e ren tescivilizaciones en un mismo territorio ypresente político y social” (TAPIA2002:10). Esta nota pone de manifiestoque Bolivia no es sólo heterogénea, sino,también, fragmentada y desigual.

A partir de esta visión, se puedecomprender que en Bolivia no existe unasociedad, sino co-existen variassociedades, es decir co-existen variosgrupos étnicos, culturas y clasessociales que se encuentran relacionadasno bajo una lógica horizontal, es decir, derespeto y apoyo mutuo, s ino,lamentablemente, en el mayor de loscasos, de relaciones asimétricas entreunas y otras, producto aún deestructuras económicas, políticas,sociales y culturales vigentes.

“una sociedad

abigarrada”

Esta constatación pone de manifiestoesa compleja y defectuosa relación quese da entre individuos y comunidad. Enpalabras simples, existen variosindividuos, etnias, pueblos y nacionesque no se sienten identificados, ni sesienten pertenecientes a la comunidad,pues han sido - aunque no nos gusteoírlo - marginados de los beneficios de lacomunidad. Este hecho nos debeinterpelar profundamente sobre laestructura axiológica y moral vigente queforma parte de la comprensión quetenemos de comunidad y de serhumano.

Img. www.pazyjusticia.com

Page 14: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 12

Si damos un repaso, grosso modo, dela construcción de imaginarios en Boliviaa lo largo del siglo XX se puede decir losiguiente. Bolivia - en el plano de lahistoria de las ideas - ha ensayado variosproyectos societales. Estos imaginariosson: el liberal positivista, nacionalista eindigenista, que pretenden imponer superspectiva, y que se encuentran enconfrontación.

En efecto, la lectura liberal positivista,representada por Alcides Arguedas,descrita en su obra , en1909, postula que Bolivia no ha podidoengancharse a la “civilización” debido asu población mayoritariamente indígenay mestiza, caracterizada - segúnArguedas - por la falta de iniciativa,estrechez de calida moral y su criollismocultural deformante. Para Arguedas,

“Pueblo enfermo”

deberíamos eliminar a los indios yregenerar la especie mestiza, puesaquellas son la causa del obstáculo.Como puede apreciarse, desde lalectura de Arguedas, debemos negarnuestras raíces culturales y mirar aoccidente.

Desde la lec tu ra de Car losMontenegro, considerado uno de losrepresentes más importantes delnacionalismo boliviano, a partir de suobra , en1943, afirma que debemos construir unaconciencia nacional monitorizada por laclase indomestiza. No hay que eliminaral indio hay que volverlo mestizo, siendoeste último el arquetipo del estado-nación. Desde esa óptica se haestructurado el código de Educación de1955, que se ha caracterizado por unproceso de homogeneización mestizo.

“Nacionalismo y Coloniaje”

Fot. Marcelo Rodríguez (Chilijchi en Cochabamba)

Page 15: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 13

Esto muestra que no se ha podidodiseñar un proyecto que integre yp e r m i t a c r e a r r e l a c i o n e s d ecoordinación, lazos de solidaridad ybúsqueda de un bienestar humano quebene f i c ie a todos y a todas ,i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e s u scaracterísticas étnicas, lingüísticas,sociales, económicas, religiosas y degénero, pero que a su vez haga respetary valorar esas diferencias a través deuna política del reencuentro.

Es en este escenario dondedescubrimos la vi tal idad de lacomunidad. El meollo de la comunidadestriba en “aprender a convivir conjust ic ia”. ¿Cómo construir estacomunidad política?, ¿Por dóndecomenzar?, constituye nuestro desafío yesa es tarea de todos los bolivianos.

Una tercera lectura que ha empezadoa adquirir cuerpo es la indigenista, queapoyada en los valores de la culturaandina y amazónica busca sureivindicación histórica y cultural. Elplanteo de este proyecto oscila desdegrupos indígenas que apelan alreconocimiento real en la participacióndel Estado hasta facciones que secaracterizan por plantear la imposiciónde un determinado modelo societal atodos, se consideren o no indígenas.

Estos imaginarios, brevementedescritos, y que se encuentran en lapsique de los habitantes bolivianos, seencuentran actualmente en virtualconfrontación, poniendo de manifiestouna sociedad fragmentada, expresadaen diversas formas de discriminaciónsocial.

Fot. Danza Chunchos Tarija (Rubén Darío Azoque)

Page 16: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 14

BIBLIOGRAFÍA

ARGUEDAS, Alcides. Ed.

Juventud, La Paz, 1909

LOCKE, John.

Ed.Aguilar, BuenosAires, 1955

MONTENEGRO, Carlos. N

Ed. Juventud, La Paz, 1944

TAPIA, Luis.

,

Ed. Muela del Diablo, La Paz, 2002

______

Ed.

Muela del Diablo, La Paz, 2006

Pueblo enfermo,

Ensayo sobre el gobierno

civil. T. II,

acionalismo y

coloniaje,

La condición multisocietal.

Multiculturalidad, pluralismo, modernidad

La invención del núcleo común.

Ciudadanía y gobierno multisocietal,

TAMAYO, Franz.

Ed. Juventud, La Paz, 1910

TORANZO ROCA, Carlos

Ed. Plural,

La Paz, 2006

ZAVALETA MERCADO, René

, Ed. Siglo XXI, México, 1986

ZEGADA, María Teresa

en ,

Centro Cuarto Intermedio, Cochabamba, 2006

________ ,

en Ed. Corte Nacional

Electoral, La Paz, 2007

Creación de la Pedagogía

Nacional,

Rostros de la

democracia: una mirada mestiza,

Lo nacional -

popular en Bolivia

Estudios y Ensayos

Ciudadanías en Bolivia,

“La construcción de

ciudadanía en Bolivia”,

“Ciudadanía civil y política en Bolivia”

Fot. Daniela Delgado Salazar (Ferrocaril en Oruro)

Page 17: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 15

SOLYDES, institución promotora deproyectos de desarrollo socioeducativoen Villa El Salvador-Lima-Perú, hapuesto en marcha desde el año 2006 elPrograma:

, el que es un programa deformación sistemática no formal dedocentes, con incidencia en lasinstituciones educativas estatales.

Dando continuidad a las expectativasde cambio socioeducativo de losparticipantes, SOLYDES oferta un caucede puesta en práctica de compromisosasumidos a través de lo que denomina

“Agentes culturalesp r o m o t o r e s d e l c a m b i osocioeducativo en la escuela ycomunidad”

“Equipo dinamizador

El contexto en el cual se desarrollaesta experiencia es Villa El Salvador, undistrito de la provincia de Lima-Perú, quecuenta con una rica historia deautogestión (37 años), de participacióncomunal organizada, de lucha en lad e f e n s a d e s u s d e r e c h o sfundamen ta les , hab iendo s idomerecedor por ello del premio “Príncipede Asturias” otorgado por España en1987. Vive la experiencia de unacomunidad educadora, que buscacualificar la formación de agentescomprometidos con su realidad y seorganiza participando activamente enacciones de desarrollo. Es así que dosde los pr inc ipales documentosproducidos con participación comunalhacen referencia a este cometido:

El Programa “Agentes culturalespromotores del cambio socioeducativoen la escuela y comunidad”, es más queun programa de actualización quedesarrolla acciones de formaciónpermanente con una finalidad deacumulación de certificaciones, sino quesu interés formador busca ante todosuscitar inquietudes, “afectar a lapersona del educador” de tal manera queéste se sienta llamado tomar en serio surol como docente en una sociedad querequiere de agentes comprometidos.

“Hacer de Villa el Salvador una

comunidad educadora” (Lema del I

Congreso de Educación de Villa El

Salvador)

“DINAMIZADORESEN ACCIÓN”

“DINAMIZADORESEN ACCIÓN”

Tanislao Ochoa.

Dinamizadores planificando una actividad

Page 18: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 16

Los docentes y profesionales de laeducación, participantes del Programallevamos a cabo nuestra formacióndurante un promedio de 6 meses en loscuales desarrollamos cuatro módulos deaprendizaje, orientados los dos primerosa una seria reflexión sobre la realidadmundial, nacional y local, como de unaincidente revisión de los compromisosprofesionales asumidos; y los dossiguientes se enmarcan en la revisiónmetodológica del trabajo que realizamosy en el análisis de la producción local dedocumentos orientadores. Esta etapa defo rmac ión es la que producecuestionamientos desde los nivelespersonal, familiar, social, profesional.

Al finalizar esta etapa de formación,los participantes somos invitados aformar parte del “Equipo dinamizador”,invitación desarrollada en una sencillapero motivadora reunión. En ellacompartimos lo que implica ser “agentedinamizador”:

o

o

o

o

o

Concluida esta etapa, se nosproponen las tareas específicas que porahora podemos desarrollar:

Apoyar el trabajo de Solydes en laformación de educadores e impulsar elmovimiento socioeducativo desde:

o

Es aquel educador/a que:

Habiendo reafirmado y renovado su

v o c a c i ó n - m i s i ó n , a s u m e u n

compromiso concreto de participación

activa como agente de cambio en sus

diversos ámbitos de actuación.

Entiende y vive las relaciones

interpersonales e institucionales

desde una “praxis” democrática. Es

decir de horizontalidad, equidad,

justicia y solidaridad.

Valora y favorece el trabajo conjunto

estimulando la construcción colectiva

de los diferentes saberes y de las

diversas formas de hacer.

Interactuando con los otros es capaz

de “dar lo mejor de sí mismo” y

suscitar que los demás “den lo mejor

de sí mismos”.

Valora, asume y desarrolla la

capacidad organizadora permitiendo

la optimización del tiempo, el logro de

resultados, el equilibrio entre

eficiencia y eficacia y la superación de

los conflictos inherentes al trabajo y al

desgaste innecesario de las energías

y vitalidad personal.

La participación en el proceso de

para nuevos grupos de

“Agentes culturales promotores del

cambio socioeducativo en la escuela y

comunidad”.

1

convocatoria

1 La formación del equipo dinamizador es una de las estrategias que tiene como meta final la formacióndel movimiento socioeducativo en Villa El Salvador, meta que empezaremos a potenciar este año2008.

Dinamizadores preparando la presentaciónde PSEIT a nuevos dinamizadores

Page 19: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 17

de aplicar todo lo que recibo en la

formación de mis alumnos, lo cual

lo veo bastante “tranca” , pero lo

estoy intentando y estoy seguro

que lograré abrir el camino para el

cambio.

También quiero responder a la

propuesta que hoy nos hacen, yo

personalmente les digo que estoy

dispuesto a seguir en “SOLYDES”

como dinamizador y volcar todo lo

recibido en otros colegas que se

animen a participar en los cursos

que vengan; pero les pido que nos

den el entrenamiento necesario

para desarrollar de la mejor manera

esa tarea.”

Tanislao

“En primer lugar me permito

llamarlas amigas, porque una

amiga ayuda, aconseja, acompaña

y sobre todo entiende y ustedes y

todo el equipo de SOLYDES han

hecho eso conmigo, me han

apoyado y acompañado a poder

despertar y asumir cambios en mi

carrera profesional, a despertar mis

sueños y mis deseos de ser una

educadora de hoy que asume un

papel fundamental para en nuestra

comunidad que permite el cambio y

permite y busca que los demás den

lo mejor de sí mismos.

“Es por eso que hoy opto por

apoyar a Solydes en este nuevo

camino, junto a ustedes en la

organización de mater ia les

diversos, siendo así un escalón de

2

o

o

o

Finalmente cada participante expresapor escrito y libremente su compromisode pertenencia al equipo dinamizador.Las respuestas dadas reflejan el sentir yel compromiso asumido:

El apoyo en la organización de los

a rea l i zarse desde

SOLYDES, con la participación de las

diversas instituciones de Villa El

Salvador comprometidas con su

desarrollo.

La

sobre la

formación ciudadana, con el objetivo

de promover eventos para compartir

experiencias y ampliar el radio de

incidencia socioeducativa.

La

diversos, buscando poner en contacto

a los dinamizadores con el rico acerbo

de materiales de que dispone el

Programa SOLYDES , como otro

cauce de formación permanente y de

compromiso.

“Acepto complicar más mi vida

porque quiero ser la gota que cause

un movimiento en este mi querido

Villa El Salvador, ya una vez

arriesgue mi vida por ella. ¡Cuenten

conmigo!”

Josefina

“... han sido largos meses en los

cuales he renovado mi vocación de

maestro, he recordado lo que

aprendí en el instituto con los

talleres que Uds. me brindaron

(nos) pude reencontrarme con mi

vocación, y ahora me queda el reto

eventos

elaboración y aplicación desesiones experimentales

organización de materiales

Page 20: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 18

esa gran cadena de educadores

dinamizadores, así también sentiré

que lo que he realizado hasta hoy lo

puedo compartir buscando que

seamos cada vez más educadores

y agentes de cambios en busca de

un nuevo Villa El Salvador…”

Margot Gonzales R.

“Estimadas Amigas: Formadoras

de Agentes Culturales Promotoras

del Cambio Socioeducativo en la

Escuela de la Comunidad.”

Siento ser una nueva persona, con

perspectivas de la vida, de la

familia, sociedad, ciudadanía, del

poder, etc, totalmente renovados y

haber crecido espiritualmente.

La propuesta de Solydes empata

c o n l a s n u e v a s m i r a d a s ,

responsabilidades y compromisos

que debe tener el ciudadano en la

construcción de una sociedad

justa, solidaria y democrática.

Donde el poder democratiza

abriendo espacios de participación

en la toma de decisiones.

Por tanto quiero ser útil en la

organización de eventos, en la

elaboración y aplicación de

sesiones experimentales sobre la

formación ciudadana.”

Un amigo, Juan

“Este corto tiempo ha llevado a que

regrese a espacios en Villa, el

mundo municipal me envuelve, no

he participado en espacios donde

yo pueda hacer algo más como

Gloria…

Me gustaría apoyar en lo que fuera

necesario, aprender con ustedes

cosas como el hacer que los

espacios sean agradables, sin

necesitar de muchas cosas, solo

creatividad.

Podría apoyar en la elaboración y

a p l i c a c i ó n d e s e s i o n e s

e x p e r i m e n t a l e s s o b r e l a

transformación ciudadana.

Gracias por la apuesta, el esfuerzo

dedicado a todos y por la mejora de

la educación.”

Gloria

Es en este sentido que puedo formularmi experiencia de esta manera:

El haberme integrado en estegrupo humano me ha permitido:

“asumir retos y desafíos, que me

llevan a cambiar o recrear mi

vocación docente”

“Despertar y encontrarme con mi

vocación de maestro, ya que hasta

ese momento venía trabajando por

cumplir”

“Darme cuenta que la ciudadanía

se va forjando desde la niñez y que

tenía en mis manos un gran

material humano (niños y niñas)”

“Construir la esperanza, de un

mañana mejor, pero vivido desde el

presente”

“Salir de la rutina y buscar

v ivenciar los aprendizajes,

haciendo uso de la metodología

participativa”

Page 21: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 19

Con tamos pa ra e l l o con lapreparación que se nos da en lasr e u n i o n e s d e c o o r d i n a c i ó n yorganización de la dinámica de laconvocatoria. Nos organizamos en dúos,con la asistencia de un coordinador deSOLYDES, como apoyo, ya que noslanzamos a la acción seguros de lo quebuscamos. Contamos con el material dedifusión necesario: cartas, dípticos,volantes, fichas de preinscripción, etc.,material que entregamos a los asistentesa las reuniones de convocatoria.

Una acción importante que aportatambién a la convocatoria es lareal izac ión ,incidiendo así en el espacio público deVilla El Salvador. Esta programaciónradial tiene como finalidad socializar conla comunidad de Villa, los resultados delproceso formador realizado durante losmeses en los que desarrollamos elPrograma. Esta experiencia significó unreto en lo personal y grupal para prepararlas sesiones, lo que implicó una revisiónde todo lo aprendido en el curso, y másaún el reto de salir al aire y transmitir lovivido, asumiendo respuestas que talvez no estaban en la estructura delguión, pero que descubrimos tenerlasasimiladas como resultado del procesoformador.

Un segundo espacio de participaciónes de formar parte de la Comisiónorganizadora de los seminarios queanualmente impulsa SOLYDES con laMunicipalidad de Villa El Salvador ,contando con la participación activa devarias instituciones del distrito,incidiendo así en el espacio público.Estos seminarios se han planteadosobre desafíos emergentes de larealidad. El primero: “Municipalizaciónde la Educación, ¿viable en Villa elSalvador?” (noviembre 2006), el

sesiones radiales

Son ya dos promociones deegresados del Programa de Formación,los que ven imos par t i c ipandoactivamente de acuerdo a las diversastareas a las que nos comprometimos alegresar.

Una de ellas es la “Convocatoria” denuevos participantes para el Programade Formación. Es una experienciadesafiante, que implica el grato esfuerzode llegar a las 42 institucioneseducativas estatales de Villa El Salvador,venciendo obstáculos de transportedada la geografía de Villa (desierto,montes, falta de pistas etc.) y la pocareceptividad de los dirigentes. Sinembargo es un reto que asumimos conmucho agrado porque para eso estamospreparados. Implica también el esfuerzod e d e j a r n u e s t r a s a u l a s , s i nabandonarlas porque se prevé unreemplazo por cada ausencia. Lametodología asumida es la

, es decir no sólo dar unainformación, sino comunicar unaexper iencia grata, animando ydespertando el interés de los oyentesfiados en la sinceridad de nuestrostestimonios.

difusióntestimonial

Dinamizadores realizando convocatoria testimonial

Page 22: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 20

Tiene las siguientes :

� Plantea unnacional y principalmente de

VES, a ser considerado como puntode partida para analizar la viabilidadde su tratamiento como propuesta aser trabajada por el seminario.

� Convoca la, brindando

un espacio al intercambio deopiniones, expectativas y sugerenciasde las mismas en tormo al temaplanteado, en sesiones de trabajodesarrolladas semanalmente con unpromedio de 3 horas de trabajo porsesión, en el lapso promedio de 7meses.

� La estrategia utilizada para eldesarrollo de las sesiones en la etapade preparación del seminario, es la de

, como también laestrategia de talleres para eldesarrollo de las jornadas de estudiode la comisión organizadora, quetienen como finalidad apropiarse delos contenidos temáticos, de talmanera que la comisión organizadoradé clara razón de lo que busca alconvocar a la población para analizarel tema en cuestión, como también delas posibles propuestas alternativasde acción planteadas ante losdesafíos.

� Durante la realización del seminariose ha utilizado prioritariamente la

, en los que sed i s t i n g u e n 3 m o m e n t o s : 1 )Planteamiento de un ángulo del temageneral del taller, con la finalidad deconocer la realidad al respecto(exposiciones, paneles, etc); 2)Tr a b a j o g r u p a l a p a r t i r d ep lan teamien tos o p regun tassugeridas por el tema expuesto con la

características

tema emergente de larealidad

participación activa delas instituciones de VES

c o n s t r u c c i ó n c o l e c t i v a d epropuestas

estrategia de talleres

segundo “Villa El Salvador, ciudadeducadora” (noviembre 2007), estandoen preparación el tercero: “Ciudadanosde Villa El Salvador promotores deldiálogo intercultural” (noviembre 2008)

Dinamizadores asesorando el trabajo de gruposdel Seminario taller sobre Ciudad educadora-2007

Esta acción tiene como :

o Aportar a la construcción de unpensamiento alternativo desdeSolydes, ofertando un cauce detrabajo interinstitucional conjunto, quer e s p o n d a a l o s d e s a f í o ssocioeducativos de la realidad de VillaEl Salvador.

o Favorecer la creación de un espacioq u e i n v i t e a l c o m p r o m i s osocioeducativo para el desarrollo deVilla El Salvador y aporte a la puestae n m a r c h a d e l m o v i m i e n t osocioeducativo en VES desdeSolydes.

La ut i l izada esbásicamente participativa, y buscac o n s t r u i r c o n j u n t a m e n t e u npensamiento alternativo con respecto alos grandes desafíos que plantea larealidad de VES.

objetivos

metodología

Page 23: DIREITOS HUMANOS: NOVAS DIMENSÕES E …dhnet.org.br/direitos/militantes/susanasacavino/sacavino...cdhvictoria@multi-net.com.mx solydesves15@yahoo.es Este número foi elaborado pela

DDHH Juntos 21

sostenido trabajo interinstitucional.

o La experiencia de preparación yrealización de los seminariosconstituye un “espacio formador” paralas instituciones y la comunidad deVilla El Salvador, que se suman a laconstrucción colectiva de propuestaspara el desarrollo del distrito.

Ot ra ac t i v idad que ven imosdesarrollando es la participación comodinamizadores en eventos locales ointernacionales, tales como El Seminario“Revalorando la carrera docente”,promovido por el Instituto SuperiorPedagógico de Chimbote y el “VEncuentro Iberoamericano de maestrosque hacen investigación e innovacióndesde sus escuelas y comunidad”realizado en Julio de este año enVenezuela, ellos nos dan posibilidadesde desarrollo personal, profesional ysobre todo de intercambio entrepersonas que buscamos las mismasmetas: la transformación socioeducativaen los ámbitos en los cuales estamosinsertos.

Todo esto, además de muchasactividades que requieren nuestraparticipación comprometida en el día adía son el alimento que nutre nuestrocompromiso y no nos deja desmayarante las inevitables dificultades. Comodinamizador, a nombre de todos miscompañe@s, quiero manifestar que nossentimos en camino, iniciando lac o n s t r u c c i ó n d e l m o v i m i e n t osocioeducativo, nos quedan muchospasos por dar, pero tenemos clara lameta y nos anima el sentirnos uncolectivo que lucha y se fortalece cadadía.

finalidad de plantear desafíosconcretos de la realidad de Villa ElSalvador en el contexto global del paíso del mundo, según sea el caso, comotambién las propuestas alternativasde solución; 3) Socialización deltrabajo grupal, con la finalidad deconocer las expectativas de toda lacomunidad distrital a través de susrepresentantes, y a sí llegar aacuerdos a asumir institucionalmente,sin descuidar las responsabilidadespersonales.

� La comisión organizadora, asume un

de participantes al seminario,teniendo en cuenta que esténrepresentadas todas las institucionesy organizaciones comunales quetiene Villa El Salvador.

Los principales de estaexperiencia son:

o Desde el punto de vista de laincidencia política de la tarearealizada, se ha logrado “un espacio”de t raba jo con jun to con laMunicipalidad, consiguiendo que ellaasuma alguna de las propuestas queemanan del seminario.

o Mantener la motivación de losm i e m b r o s d e l a c o m i s i ó norganizadora durante un lapsopromedio de 6 a 7 meses, con unaasistencia semanal que refleja laresponsabilidad, el compromiso:“Vistió la camiseta de Villa” (expresiónmanifestada en la sesión deevaluación del seminario).

o Se ha logrado dar a conocer la acciónpromotora de SOLYDES, a través dela unión de fuerzas, al llevar a cabo un

rol protagónico en la convocatoria

logros

3

Por ejemplo la inscripción de Villa El Salvador en la Asociación Internacional de ciudades educadoras3