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DIREITOS QUILOMBOLAS: MECANISMOS DE ACESSO ÀS POLÍTICAS DO PROGRAMA BRASIL QUILOMBOLA
CAMPOS FLORIDOS, QUILOMBO DE CUBA, PINHEIRO – MA.
PINHEIRO, MARANHÃO
2015
Apoio Realização
Universidade Federal do Maranhão
Centro de Ciências Humanas, Naturais, Saúde e Tecnologia de Pinheiro – CCHNST
Licenciatura em Ciências Humanas
Diretor do CCHNST Rickley Leandro Marques
Coordenador do Projeto de Extensão Tadeu Gomes Teixeira
Pesquisadores
Maria da Conceição Pinheiro de Almeida Camila Alves Machado Sampaio
Bolsistas FAPEMA Chris França Pereira
Elizangela Costa Souza
Maryjane da Conceição Cruz
Aline Lopes Amorim
Bolsista PIBIC-UFMA/CNPQ Alipio Felipe Monteiro dos Santos
Apoio Financeiro
APRESENTAÇÃO
Caro leitor, você está recebendo esta cartilha com informações de alguns dos direitos assegurados às comunidades quilombolas. O propósito é que ela seja um caminho inicial para contornar a dificuldade de acesso às informações necessárias à reivindicação de direitos individuais e coletivos. A ideia é apresentar a existência de políticas públicas direcionadas às comunidades quilombolas e como ter acesso a tais políticas.
Dessa maneira, o propósito é contornar alguns dos entraves operacionais que aparecem por meio de normas, leis e regras da Administração Pública que impedem a melhoria da qualidade de vida das comunidades.
É um objetivo muito modesto. Sabemos que as dificuldades que as comunidades quilombolas enfrentam são enormes. Lutam para manter sua autonomia, modo de vida e formas de celebrar suas festividades, de plantar, de rezar e viver da maneira que preferem, sem imposições de governos, de fazendeiros ou de quem quer que seja.
Essa é uma luta política, claro. Independente de ser na esfera municipal, estadual ou federal, será com a aliança das comunidades e a demanda por melhorias em suas comunidades que a qualidade de vida será conquistada.
Foi somente depois de um século da abolição da escravidão no Brasil, com a Constituição de 1988, que pela primeira vez se assegurou um direito na legislação nacional aos descendentes das pessoas que foram escravizadas. A Constituição de 1988 assegurou o direito a terra às comunidades quilombolas. Esse direito tem sido de difícil efetivação e os grupos contrários a essa possibilidade são muitos.
Há no Congresso Nacional uma feroz ofensiva contra as populações quilombolas e indígenas. São deputados e senadores ruralistas que pretendem transferir da Presidência da República para o Congresso Nacional o poder de decisão sobre os territórios quilombolas e indígenas. Se já é difícil assegurar os direitos constitucionais agora, com o Congresso Nacional será ainda pior. Estão fazendo isso por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº. 215. Só a luta das comunidades e dos movimentos sociais será capaz de impedir isso.
Esta cartilha é parte do projeto de extensão intitulado Acesso às políticas públicas do
Programa Brasil Quilombola: mecanismos de desenvolvimento em comunidades
quilombolas de Pinheiro, Maranhão. O projeto, que teve apoio financeiro da Fundação
de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do
Maranhão (FAPEMA), é parte de uma proposta que busca aproximar a sociedade e a
universidade, proporcionando a oportunidade de trocarem experiências e conhecimentos
que possam melhorar a qualidade de vida das comunidades quilombolas de Pinheiro e,
consequentemente, do Estado do Maranhão.
Prof. Tadeu Gomes Teixeira Universidade Federal do Maranhão - Campus Pinheiro
COMUNIDADES QUILOMBOLAS: DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
As comunidades quilombolas são grupos com características étnicas e raciais autoatribuídas e
que possuem trajetória histórica própria, relações territoriais específicas e presunção de
ancestralidade negra relacionada à escravidão.
Essa definição é a utilizada pelo Estado brasileiro e aparece no Decreto nº. 4887, de 20 de
novembro de 2003. Segundo ela, portanto, os quilombolas têm as seguintes
características: 1) autodefinição, isto é, a comunidade precisa se reconhecer como
quilombola; 2) ter uma trajetória histórica que liga a comunidade ao período em que os
antepassados foram escravizados e ter 3) um vínculo com o território onde vivem, isto é,
onde desenvolvem suas atividades econômicas (existência de uma roça ou plantação),
culturais (lugares importantes para a comunidade, como um cemitério antigo ou um lugar
de culto ou lugares onde se cumprem obrigações) e de sociabilidade (lazer, descanso,
encontros), por exemplo.
Comunidades Quilombolas
Autodefinição - A comunidade precisa se reconhecer como quilombola
Trajetória história da comunidade ligada ao período da escravidão
Vínculo com o território onde vivem, isto é, onde desenvolvem suas atividades econômicas (existência de uma roça ou plantação), culturais (lugares importantes
para a comunidade, como um cemitério antigo ou lugares onde se cumprem obrigações) e de sociabilidade (lazer, descanso, encontros, por exemplo).
A sua comunidade se autodefine como quilombola?
Como é a relação com o território onde a comunidade está?
Muitos quilombos foram criados
durante o período da escravidão. A
fuga era a forma de viver em
liberdade nas matas, nas margens
dos rios e lagos e de acordo com os
costumes dos próprios grupos.
Outras situações também deram
origem às comunidades quilombolas:
a doação de terras por senhores que
Formas de vida e Trabalho – Pinheiro - MA
estavam com suas propriedades em processo de desagregação, a compra de terras ou
mesmo como retribuição pela prestação de serviços.
Há também as terras de preto, terras de santa ou santíssima. São territórios com origem
em áreas de antigas ordens religiosas. Podem ter se originado de doação, de serviços
prestados às ordens religiosas ou outras situações.
Você já conversou com as pessoas mais idosas de sua comunidade sobre a origem e o surgimento de sua comunidade quilombola? O que elas disseram?
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO QUILOMBOLA: O PROGRAMA BRASIL QUILOMBOLA
O Programa Brasil Quilombola busca articular e coordenar ações e políticas
governamentais destinadas às comunidades quilombolas. O Programa é coordenado pela
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade racial (SEPPIR) por meio da
Subsecretaria de Políticas para as Comunidades Tradicionais.
O Programa Brasil Quilombola foi lançado em 2004 pelo Governo Federal. A
coordenação nacional do programa é de responsabilidade da SEPPIR, que mantém
parceria com 11 (onze) ministérios que compõem o Comitê Gestor do programa.
Como desdobramento da criação do Programa Brasil Quilombola, instituiu-se, em 2007,
a Agenda Social Quilombola. Foram definidos quatro eixos prioritários de ação:
1. Acesso a Terra: acompanhamento dos processos de certificação e titulação
das terras das comunidades quilombolas;
2. Infraestrutura e Qualidade de Vida: realização de obras de infraestrutura
como saneamento básico, eletricidade, construção de equipamentos sociais
para atendimento de demandas de saúde, habitação e assistência social;
3. Inclusão Produtiva e Desenvolvimento Local: apoio ao desenvolvimento
produtivo local capaz de garantir a sustentabilidade econômica e social das
comunidades;
4. Direitos e Cidadania: incentivo a iniciativas de promoção de direitos e
garantias das comunidades quilombolas junto a diferentes órgãos do
governo, considerando-se questões de acesso às comunidades, grandes obras,
conflitos, acesso à água, energia elétrica e outros direitos.
Assim, programas para regularização fundiária (reconhecimento, demarcação e titulação
das terras), para a saúde (Programa Saúde da Família e Saúde Bucal, ações da Fundação
Nacional de Saúde visando o abastecimento de água potável e melhorias sanitárias),
educação, meio ambiente e assistência social foram agregados ao Programa Brasil
Quilombola, além de políticas como Luz para Todos e Bolsa Família, que também
foram remanejados e direcionados a esse público.
A gestão descentralizada do Programa Brasil Quilombola é feita pela articulação com
Estados e municípios e pela instituição de Comitês Gestores Estaduais, que são
responsáveis pela consolidação dos Planos Estaduais de Ações Integradas do
Programa.
As políticas públicas destinadas às comunidades quilombolas de cada Estado, assim,
devem ser apresentadas no Plano Estadual de Ações Integradas. É nesse documento que
o governo apresenta quantas escolas nas comunidades quilombolas pretende construir e
informa quais serão as ações para melhorar as condições de vida nas comunidades.
No Maranhão, o Comitê Gestor Estadual foi criado em 2013, ficando vinculado à
Secretaria de Estado Extraordinária da Igualdade Racial (SEIR).
A execução das políticas que visam melhorar as condições de vida das comunidades
quilombolas esbarra em muitos aspectos. Podemos citar alguns: a existência de conflitos
agrários, grupos políticos que fazem oposição aos quilombolas no Congresso Nacional,
sobretudo da bancada ruralista, e outros.
Há também dificuldades para acesso às políticas públicas no próprio Estado: são as
exigências documentais que parecem não ter fim, a demora de órgãos governamentais em
responder às solicitações das comunidades e a dificuldade em obter informações para
juntar a documentação para solicitar um direito que já existe.
É esse último aspecto que vamos enfatizar nesta cartilha: como preparar a documentação
necessária e reivindicar direitos já assegurados às comunidades quilombolas. Esses
direitos podem ser comunitários e coletivos ou individuais. Vamos começar pelos
primeiros.
DIREITOS COMUNITÁRIOS E COLETIVOS
A FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES E O RECONHECIMENTO DO QUILOMBO PELO ESTADO BRASILEIRO
A Fundação Cultural Palmares é a responsável por expedir as certidões de reconhecimento
formal das comunidades quilombolas pelo Estado brasileiro. Segundo a Fundação Cultural
Palmares, há cerca de 2.600 comunidades reconhecidas em todo o território brasileiro. A
maior parte das comunidades está nos Estados da Bahia (653 comunidades), Maranhão
(582 comunidades) e Pará (233 comunidades) e Minas Gerais (231 comunidades). Esses
números, contudo, devem aumentar à medida que novas certidões forem concedidas às
comunidades.
No município de Pinheiro, a Fundação Cultural Palmares informa que existem dez
comunidades certificadas, além de quatro que possuem a titulação:
Comunidade Data Certificação
Alto dos Pretos 31/12/12
Boa Vista 09/12/2008
Lacral e Espírito Santo 22/12/2011
Oiteiro 16/05/2007
Queimada de João 16/05/2007
Rio dos Peixes 16/05/2007
Santana dos Pretos 08/06/2005
Aldeia Velha 22/12/2011
Cuba 17/10/2014
Sudário 17/10/2014
Altamira Titulada em 2005
Rio dos Peixes Titulada em 2006
Santo Inácio Titulada em 2006
Cotovelo Titulada em 2008
O quilombo onde você mora tem Certidão da Fundação Cultural Palmares?
Quais são as dificuldades da comunidade para solicitar a Certidão?
CERTIFICADO DA FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES
O primeiro passo para uma comunidade quilombola ter acesso às políticas públicas é ser
reconhecida pelo Estado brasileiro. Esse reconhecimento formal é feito pela Fundação
Cultural Palmares, que expede um Certificado atestando que a comunidade se autodefine
como quilombola e, para isso, cumpre os requisitos necessários. É como uma carteira de
identidade da comunidade e que será solicitada sempre que os direitos coletivos tiverem
que ser pleiteados.
Certificado da Fundação Cultural Palmares
Como solicitar
Para solicitar a Certidão é preciso preparar a seguinte documentação:
1) Solicitação de Certificado direcionada ao Presidente da Fundação Cultural Palmares (ver exemplo de como fazer em anexo);
2)Declaração de autodefinição da comunidade como quilombola;
3) Relato da história da comunidade com o máximo de informações possíveis, inclusive fotos, documentos, reportagens, estudos, relatos das manifestações culturais, religiosas etc.;
4) Ata de reunião da associação da comunidade convocada para tratar, especificamente, da autodefinição.
Endereço da Fundação Cultural Palmares para envio da solicitação de certidão:
A/C Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro SGAN, Quadra 601 Norte, Lote L, Edifício ATP, Brasília, Distrito Federal, Brasil. CEP 70830-010. Em casos de dúvidas, o telefone para contato é (61) 3424-0165 e 3424-0164. Regional da Fundação Cultural Palmares no Maranhão Rua das Hortas, 223, Centro, praça Odorico Mendes, São Luís, Maranhão. Telefone: (98) 3231-8570
MODELO DE DECLARAÇÃO DE AUTODEFINIÇÃO
Em reunião realizada no dia ______/______/_____, na localidade de ____________,
município de Pinheiro, Maranhão, nós da Comunidade
___________________deliberamos, com base na história comum, nos testemunhos dos
moradores e na memória material e imaterial que constitui a comunidade, que somos um
Remanescente de Comunidade de Quilombo.
A história da Comunidade ________________ originou-se (descrever a história da
comunidade). Em razão disso, requeremos ao presidente da Fundação Cultural Palmares
que autorize a expedição da Certidão de Autodefinição e o registro no Cadastro Geral de
Remanescentes de Quilombos.
Assinam este requerimento os seguintes membros da comunidade: ___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
Comunidades com Associação Comunitária
A ata precisa ser aprovada e assinada pela maioria dos membros.
Comunidades sem Associação Comunitária
Convocação de reunião específica para aprovar a autodefinição e, ao final, redação de uma ata com as assinaturas dos moradores, ou seja, uma lista de presença. É preciso que a maioria aprove a autodefinição.
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
A Constituição Federal de 1988 assegura às comunidades quilombolas o direito a terra
onde vivem. Está escrito o seguinte no Art. 68 dos Atos das Disposições Constitucionais
Transitórias da Constituição Federal:
“Aos remanescentes das
comunidades dos quilombos que
estejam ocupando suas terras é
reconhecida a propriedade definitiva,
devendo o Estado emitir-lhes os
títulos respectivos.”
Além disso, a Constituição do Estado do Maranhão, em seu Art.229, também assegura
às comunidades quilombolas o direito à regularização fundiária:
“O Estado reconhecerá e legalizará,
na forma da lei, as terras ocupadas
por remanescentes das comunidades
dos quilombos”.
O acesso a terra, dessa maneira, é um direito quilombola assegurado tanto na Constituição
brasileira como na Constituição estadual, além de ser um dos eixos básicos das políticas
públicas do Programa Brasil Quilombola.
Como solicitar
No Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA):
1) Encaminhar à Superintendência Regional do Incra no Estado do Maranhão uma
solicitação de abertura de processo administrativo de regularização fundiária, informando
ser o território de propriedade tradicional da comunidade;
2) A Solicitação acima deve estar acompanhada da Certidão emitida pela Fundação
Cultural Palmares.
O processo de regularização fundiária também pode ser solicitado ao Instituto Estadual de
Terras do Estado do Maranhão (ITERMA).
Telefone do Núcleo de Regularização Fundiária de territórios Quilombolas do ITERMA:
(98) 2106-2016. Outros números do ITERMA: 2106-2000 ou 2106-2020.
Etapas da Regularização Fundiária pelo INCRA
Fase 1 - Abertura de processo administrativo para reconhecimento de territórios quilombolas.
•Fase 2 – Elaboração do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID). É a fase de estudos com a comunidade. Os resultados do RTID são publicados no Diário Oficial da União.
Fase 3 – Depois de divulgado o resultado do RTID, abre-se o processo para contestações.
•Fase 4 – Depois do julgamento das contestações, o INCRA publica a Portaria com os limites do território quilombola.
Fase 5 – Com a publicação da Portaria pelo INCRA, o processo segue para a expedição do Decreto Presidencial. Com o Decreto Presidencial, a desapropriação dos particulares que ocupam o território quilombola é autorizada. Caso entes públicos tenham a posse da terra, também são notificados nesta etapa.
•Fase 6 – É a fase da desinstrução, ou seja, retirada dos ocupantes do território da comunidade que não sejam quilombolas.
•Fase 7 – Emissão do título de propriedade coletiva da terra para a comunidade
quilombola.
ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA
Os processos de regularização fundiária das comunidades quilombolas tramitam em nome
da associação que representa a comunidade e a titulação das terras é coletiva e em nome
da associação. Só esse motivo já é muito importante para a criação de uma associação
comunitária. Além disso, a associação também é fundamental para representar os
interesses coletivos perante órgãos públicos e também para comercializar a produção da
comunidade, por exemplo. Será a associação, ainda, que poderá agir formalmente em
nome da comunidade, estabelecendo parcerias em benefício do grupo.
Como fazer
1 – A comunidade deve se reunir e definir quais serão os seus objetivos. Nessa mesma
reunião podem-se definir quais integrantes serão responsáveis por elaborar a
documentação e registrar a associação no cartório;
2) - É preciso também criar um Estatuto Social da associação, ou seja, uma espécie de
Regimento Interno que definirá, dentre outros aspectos, o nome, os objetivos, a diretoria e
outros aspectos da associação;
3 – Depois de criar o Estatuto Social, a comunidade deve fazer uma assembleia geral para
aprovar o conteúdo do Estatuto e eleger os seus diretores. A decisão deve ser registrada
em ata com a assinatura de todos os presentes. Aliás, deve ser criado um livro de Atas para
registrar todas as decisões tomadas em assembleia;
4 – Ir ao Cartório de Registros Civis de Pessoas Jurídicas de Pinheiro para efetuar o
registro da associação. Para isso, contudo, é preciso a assinatura de um advogado em todas
as folhas do Estatuto;
Documentos necessários para constituir associação comunitária:
Ata de constituição da associação devidamente assinada por todos os
participantes (02 cópias). Valor de registro: R$ 53,00
Estatuto aprovado pela comunidade com todas as folhas assinadas por um
advogado (02 cópias). Valor de registro: até 05 folhas, R$ 117,10. Serão
cobrados R$ 5,60 por cada folha adicional;
CNPJ (emitido pela Receita Federal)
Endereço do cartório em Pinheiro: Cartório de Registro Civil 2º Ofício - Rua Luiz
Domingues, nº 385, Centro. Contato (98) 3381-1318. Funcionamento: das 08h às 12h e
das 14h às 17h de segunda a sexta. Em frente à Cemar.
CADASTRO DE PRODUTOR RURAL
É importante as comunidades quilombolas ou pequenos produtores se cadastrarem como
Produtores Rurais pela possibilidade de emissão de notas fiscais e acesso a políticas de
crédito e incentivo destinadas a esse público.
Para se cadastrar, é necessário que o pequeno produtor rural dirija-se a uma das agências
da Secretaria de Fazenda do Estado do Maranhão (SEFAZ) munido de documentos
pessoais (identidade e CPF), endereço de propriedade e documentação correspondente, se
houver, e comprovante de residência (água, luz ou telefone).
No caso de comunidades quilombolas, faz-se necessário o Certificado da Fundação Cultural
Palmares e o CPF do presidente da Associação Comunitária.
Endereço da SEFAZ em Pinheiro:
Agência da Secretaria de Fazenda do MA em Pinheiro
Rua Maria Pinheiro Paiva, s/n Santa Luzia- CEP: 65200-000 - Pinheiro/Ma
(098) 3381-1366 / 3219-9104/ 3219-9105
DECLARAÇÃO DE APTIDÃO AO PRONAF (DAP)
A Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) é emitida por agentes credenciados pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Comunidades quilombolas e indígenas que pratiquem atividades agrícolas e produtivas
também são beneficiárias.
A obtenção da DAP permite ao produtor rural acesso ao Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), uma linha de financiamento e
investimentos em condições favoráveis ao pequeno produtor rural. Permite ainda o acesso
a diversas políticas sociais do Governo Federal, como o Programa de Moradia Rural.
Documentos necessários:
Cópia do CPF;
Carteira de Identidade;
Certidão de Casamento, se for casado, e documentos do cônjuge (CPF e Carteira de Identidade);
Endereço;
Certidão da Fundação Cultural Palmares.
Onde solicitar:
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA
Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão - AGERP
Endereço: Rua Profa. Judith Bastos Reis, S/N Bairro Kiola Sarney – CEP 65200-000
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pinheiro
Endereço: Praça do Centenário 516, Pinheiro - MA, 65200-000.
Telefone: (98) 3381-1505
Observação: O sindicato emite a DAP para quilombolas associados
PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) permite a compra de alimentos da
agricultura familiar de forma direta por órgãos ou entes públicos. O PAA foi implantado
no Maranhão em 2012 e é executado pelo Governo do Estado e Prefeituras que aderiram
ao programa.
As comunidades quilombolas que tenham a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) podem
vender seus produtos, dentro do Programa de Aquisição de Alimentos, de uma forma
direta ao governo do Estado ou às prefeituras.
E-mail da SAF: [email protected]
Telefones: (98) 32141753 (Administrativo) (98) 3214 1769
SELO QUILOMBOS DO BRASIL
O Selo Quilombos do Brasil é um certificado que atesta a origem de produtos das
comunidades quilombolas. Com ele, as comunidades quilombolas que comercializam
produtos com origem na comunidade (frutas, verduras, farinha, cocadas, geleias, enfim,
produtos que sejam feitas na comunidade) podem atestar para os consumidores a
procedência da produção em comunidades quilombolas, informando que o produto agrega
elementos culturais e práticas sustentáveis. Além disso, o Selo está associado à agricultura
familiar, valorizando ainda mais produto.
Para ter acesso, os quilombolas (pessoa física) devem possuir a Declaração de Aptidão ao
Pronaf (DAP). No caso de associações ou cooperativas quilombolas ou mesmo empresas
cujos produtos tenham importante uso de produtos originários da agricultura familiar, a
DAP não é obrigatória.
Como fazer
Juntar a seguinte documentação e enviar para a Secretaria de Agricultura Familiar do
Governo Federal:
Carta de Solicitação;
Cópia do documento de inscrição no CNPJ do Ministério da Fazenda (quando for
pessoa jurídica);
Declaração de cumprimento das exigências legais;
Cópia do Certificado da Fundação Cultural Palmares;
Cópia da Declaração de Aptidão ao Pronaf;
Preencher a proposta de obtenção na qual o interessado irá prestar todas as informações sobre o empreendimento e os produtos nos quais pretende aplicar o Selo.
Encaminhar a documentação para o seguinte endereço:
Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário –
MDA - Secretaria da Agricultura Familiar – SAF - Setor Bancário Norte, Quadra 01, Bloco D,
Edifício Palácio do Desenvolvimento, 6º andar. CEP. 70.057-900 - Brasília – DF
Informações adicionais podem ser obtidas na Secretaria Extraordinária de Igualdade Racial: (98) 2108-9000
DIREITOS INDIVIDUAIS
RG
1º via
documentos necessários:
Certidão de nascimento
Isento de taxa
2º via
documentos necessários:
Certidão de nascimento
Paga taxa de R$ 29,50 se tirou o RG depois de 1992
CPF
Documentos necessários:
Certidão de nascimento (para menores de 18 anos)
Certidão de nascimento e titulo de Eleitor (para maiores de 18 anos)
O RG e o CPF são emitidos, em Pinheiro, no Viva Cidadão.
Endereço: Rua Abrão Soares s/n, bairro João Castelo, Pinheiro. CEP: 65200-00
Ponto de referência: ao lado do CIRETRAN Pinheiro- MA
E-mail: [email protected]
Telefone: (98) 3381 1441
CARTEIRA DE TRABALHO
Documentos necessários:
RG
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É preciso ter 18 anos completos ou a completar no ano da emissão do
documento
Escritório do Ministério do Trabalho e Emprego
Rua João Albino nº 1281, Centro, Pinheiro – MA. CEP: 65200-00
CERTIDÃO DE NASCIMENTO
Documentos necessários:
Declaração de nascido vivo (Folha Amarela);
Documentos pessoais dos pais e Certidão de Casamento, se forem casados;
Se os pais forem solteiros: RG e Certidão de Nascimento;
O primeiro Registro é isento de taxa
Cartório de Registro
Rua Luis Domingues, Nº 328, Centro, Pinheiro- MA. CEP: 65200-00. Em frente à
CEMAR
CADASTRO ÚNICO
O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadastro Único) é a porta
de entrada para acesso às políticas sociais do Governo Federal. Além do Programa Bolsa
Família, o registro no Cadastro Único permite o acesso a diversos outros benefícios sociais.
Para a realização do cadastro ou sua atualização, os integrantes das comunidades
quilombolas devem seguir os seguintes procedimentos:
1 - O presidente da comunidade elabora uma lista com os nomes dos moradores que
ainda não possuem o cadastro e se dirige até a Secretaria de Assistência Social para que
seja verificado se essas pessoas não estão cadastradas como dependentes de outra
pessoa;
2 - Após a verificação, a (o) funcionária (o) encaminha a demanda a um dos três CRAS
existentes em Pinheiro (CRAS Campinho, CRAS Kiola Sarney, CRAS Maranhão
Novo), para que seja feito o cadastro e seu acompanhamento.
Observação: Só poderão fazer o cadastro pessoas com mais de 16 anos.
TARIFA SOCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
A Tarifa Social de Energia Elétrica é um benefício social do Governo Federal para famílias
de baixa renda. Para ter acesso ao benefício, o responsável pela residência deve estar
inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadastro Único) e
ter renda familiar mensal igual ou menor a meio salário mínimo por pessoa. Além disso,
idosos que recebem o Benefício de Prestação Continuada também têm direito ao benefício.
As residências situadas em comunidades quilombolas de baixa renda são classificadas
como Clientes Residenciais Baixa Renda Quilombola.
Os descontos podem ser de 10% a 65% na tarifa de energia elétrica, calculados e fixados
pela ANEEL. Nos casos de indígenas e quilombolas, o consumo de ate 50KWh tem 100%
de desconto.
TABELA DE DESCONTOS DA TARIFA SOCIAL
KWh/mês Desconto Até 30 65% De 31 a 100 40% De 101 a 220 10%
Como fazer
Os clientes podem se cadastrar nas agencias da Cemar ou pela central de atendimento 116
e também pelo site www.cemar116.com.br
Dirigir-se a uma agência da Cemar de posse dos seguintes documentos:
Conta de energia (Para informar o número da Unidade Consumidora);
CPF;
Identidade;
Cartão do Bolsa Família ou Número de Inscrição Social (NIS).
Para manter o benefício, o cadastro deve ser realizado a cada dois anos nas agências da Cemar, CRAS ou Prefeitura.
Procedimento para atualização cadastral
Ir até a Secretaria de Assistência Social e solicitar atualização cadastral. Em seguida, ligar para a Central de Atendimento Cemar pelo número 116. CEMAR – Agência Pinheiro Rua Dom Afonso nº s/n, Centro, Pinheiro. Endereço da Secretaria de Assistência Social:
Rua Albino Paiva, nº 812 – Centro de Pinheiro. Funciona de 08h as 12h, de segunda a
sexta-feira.
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um benefício da Política Nacional de
Assistência Social concedido individualmente, sendo intransferível, ou seja, não pode
passar para ninguém da família.
Quem pode solicitar:
1 ) Pessoas idosas com pelo menos 65 (sessenta e cinco anos) e cuja família seja de baixa renda, mesmo que a pessoa nunca tenha feito contribuições à previdência social;
2 ) Pessoas com deficiência de qualquer idade que tenham limitações à integração social em condições plenas e efetivas.
Como Solicitar
Para requerer o BPC, a pessoa idosa ou a pessoa com deficiência deve apresentar o Cadastro de Pessoa Física – CPF e pelo menos um dos seguintes documentos:
Certidão de nascimento ou casamento;
Certificado de reservista;
Carteira de identidade; ou
Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS.
O requerente deverá apresentar também o comprovante de residência e os documentos de
identificação dos componentes da família
Munidos desses documentos, o solicitante deve ligar para a Central de Atendimento do
INSS no número 135 para agendar um horário de atendimento. Em caso de dúvidas,
comparecer à Agência do INSS de Pinheiro.
Agência do Instituto Nacional de Seguridade Social em Pinheiro Endereço: Rua Luís Domingues, 329, Pinheiro - MA, 65200-000, Brasil. Telefone: (98) 3381-1175
LEGISLAÇÃO QUILOMBOLA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
1988
TÍTULO X
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS
Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando
suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os
títulos respectivos.
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO MARANHÃO 1989
Art. 229. O Estado reconhecerá e legalizará, na forma da lei, as terras ocupadas por
remanescentes das comunidades dos quilombos.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
1988
TÍTULO VIII
Da Ordem Social
CAPÍTULO III
Da Educação, da Cultura e do Desporto
SEÇÃO II
Da Cultura
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às
fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais.
§ 1º - O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e
afrobrasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
§ 2º - A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os
diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao
desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que
conduzem à:
I - defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II - produção, promoção e difusão de bens culturais;
III - formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas
dimensões;
IV democratização do acesso aos bens de cultura;
V valorização da diversidade étnica e regional.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira,
nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância,
tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação
governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores
culturais.
§ 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º - Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos.
DECRETO N° 4887, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2003
Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação,
demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos
quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 57, DE 20 DE OUTUBRO DE 2009
Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação,
demarcação, desintrusão, titulação e registro das terras ocupadas por remanescentes das
comunidades dos quilombos de que tratam o Art. 68 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988 e o Decreto nº 4.887, de 20 de
novembro de 2003.
DECRETO Nº 5.051, DE 19 DE ABRIL DE 2004
Promulga a Convenção nº. 169 da Organização Internacional do Trabalho – OIT sobre
Povos Indígenas e Tribais.
Art. 1o A Convenção n
o 169 da Organização Internacional do Trabalho - OIT sobre
Povos Indígenas e Tribais, adotada em Genebra, em 27 de junho de 1989, apensa por
cópia ao presente Decreto, será executada e cumprida tão inteiramente como nela se
contém.
DECRETO Nº 6.261, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2007
Dispõe sobre a gestão integrada para o desenvolvimento da Agenda Social Quilombola
no âmbito do Programa Brasil Quilombola, e dá outras providências.
PORTARIA Nº. 98 DA FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES
Art. 1° - Instituir o Cadastro Geral de Remanescentes das Comunidades dos Quilombos
da Fundação Cultural Palmares, também autodenominadas Terras de Preto,
Comunidades Negras, Mocambos, Quilombos, dentre outras denominações congêneres,
para efeito do regulamento que dispõe o Decreto nº 4.887/03.
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