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DIRETORIA DE AUDITORIA E FISCALIZAÇÃO-DIAFI DEPARTAMENTO DE ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO MUNICIPAL I DEAGM I Divisão de Acompanhamento da Gestão Municipal II RELATÓRIO INICIAL 1.INTRODUÇÃO Trata-se de denúncia, com pedido de cautelar, por parte do sr. RAONI BARRETO MENDES, sobre supostas irregularidades ocorridas no edital da concorrência 33005/2019 da Secretaria Municipal de Planejamento da Prefeitura de João Pessoa. O Denunciante alega: que a Prefeitura lançou um edital com ausência de etapas técnicas, conforme previsto no projeto de engenharia; que a exigência para a habilitação técnica não é capaz de aferição da capacidade técnica dos licitantes, conforme o objeto licitado; que o projeto engenharia traz muitos impactos ao meio ambiente, como muitas modificações a estado natural do local; que não há licença ambiental para a obra, segundo informações da SUDEMA; que o projeto aprovado trará severos danos ao erário, considerando que há alternativas de menor custo que podem ser executadas. O Denunciante solicita medida cautelar de suspensão da licitação em análise, bem como a anulação de todo o procedimento licitatório. O documento tramitou pela Ouvidoria que reconheceu a pertinência da denúncia. Por determinação do Conselheiro Relator, fls. 183-184, foram notificados: LUCIANO CARTAXO PIRES DE SÁ (Prefeito Municipal de João Pessoa), DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA PEREIRA (Secretária Municipal de Planejamento da Prefeitura Municipal de João Pessoa) e o Senhor Processo TC 08177/19 Jurisdicionado Prefeitura Municipal de João Pessoa - PMJP Secretaria Municipal de Planejamento - SEPLAN Natureza Denúncia Responsável DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA PEREIRA Denunciante RAONI BARRETO MENDES Procedimento Licitatório Concorrência 33005/2019 Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria. Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318. Relatório Inicial. Proc. 08177/19. Data: 18/07/2019 14:25. Responsável: Marcos A. da S. Araújo. 1619 1619

DIRETORIA DE AUDITORIA E FISCALIZAÇÃO-DIAFI Divisão de ... · Antonio Molinas, para a avaliação das mudanças realizadas pela SEPLAN, com emissão de um parecer conclusivo sobre

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DIRETORIA DE AUDITORIA E FISCALIZAÇÃO-DIAFI

DEPARTAMENTO DE ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO MUNICIPAL I – DEAGM I Divisão de Acompanhamento da Gestão Municipal II

RELATÓRIO INICIAL 1.INTRODUÇÃO

Trata-se de denúncia, com pedido de cautelar, por parte do sr. RAONI BARRETO MENDES, sobre

supostas irregularidades ocorridas no edital da concorrência 33005/2019 da Secretaria Municipal de

Planejamento da Prefeitura de João Pessoa. O Denunciante alega: que a Prefeitura lançou um edital com

ausência de etapas técnicas, conforme previsto no projeto de engenharia; que a exigência para a habilitação

técnica não é capaz de aferição da capacidade técnica dos licitantes, conforme o objeto licitado; que o

projeto engenharia traz muitos impactos ao meio ambiente, como muitas modificações a estado natural do

local; que não há licença ambiental para a obra, segundo informações da SUDEMA; que o projeto aprovado

trará severos danos ao erário, considerando que há alternativas de menor custo que podem ser executadas.

O Denunciante solicita medida cautelar de suspensão da licitação em análise, bem como a anulação de

todo o procedimento licitatório.

O documento tramitou pela Ouvidoria que reconheceu a pertinência da denúncia.

Por determinação do Conselheiro Relator, fls. 183-184, foram notificados: LUCIANO CARTAXO

PIRES DE SÁ (Prefeito Municipal de João Pessoa), DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA

PEREIRA (Secretária Municipal de Planejamento da Prefeitura Municipal de João Pessoa) e o Senhor

Processo TC 08177/19

Jurisdicionado Prefeitura Municipal de João Pessoa - PMJP Secretaria Municipal de Planejamento - SEPLAN

Natureza Denúncia

Responsável DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA PEREIRA

Denunciante RAONI BARRETO MENDES

Procedimento

Licitatório

Concorrência 33005/2019

Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.

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EDUARDO HENRIQUE MARINHO ALVES (Presidente da Comissão Especial de Licitação da SEPLAN), a

fim de que encaminhem cópia integral do processo administrativo relacionado à licitação na modalidade

Concorrência 33005/2019, como também que possam se manifestar sobre os fatos denunciados.

2. DA DEFESA APRESENTADA:

Após citação, os interessados LUCIANO CARTAXO PIRES DE SÁ, DANIELLA ALMEIDA

BANDEIRA DE MIRANDA PEREIRA e EDUARDO HENRIQUE MARINHO ALVES apresentaram, em suma,

as seguintes defesas:

2.1 Defesa do Sr. LUCIANO CARTAXO PIRES DE SÁ (DOC. TC nº 39934/19)

Informa que a obra de contenção da erosão da barreira do Cabo Branco tem seus recursos advindos

de convênio com o Ministério da Integração, e que foi submetida as diversas exigências de viabilidade

técnica, econômica e ambiental. Que as supostas irregularidades da denúncia não possuem qualquer laudo

técnico de base. Que os questionamentos do denunciante são devidamente respondidos por parecer técnico

da engenharia da Secretaria de Planejamento – SEPLAN, anexado aos autos. Que a intervenção operada

na barreira do Cabo Branco, como se trata apenas dos serviços da etapa inicial, tem impacto apenas na

área continental local, cuja competência para licenciar é do Município, conforme os termos do art. 9º, XIV,

“a”, da LC 140/2011. Apresenta cópia integral da licitação concorrência nº33005/2019, solicitando que seja

arquivada a denúncia formulada.

2.2 Defesa da Sra. DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA PEREIRA (DOC. TC nº 40256/19) e do Sr. EDUARDO HENRIQUE MARINHO ALVES (DOC. TC nº 40316/19)

Reitera as alegações da defesa apresentada pelo Sr. Luciano Cartaxo Pires de Sá, quanto a obra

ser conveniada com o Ministério da Integração, que possui parecer técnico da engenharia da SEPLAN, que

a competência do licenciamento cabe a Prefeitura de João Pessoa. Acrescenta que o relatório final do

projeto executivo, anexo aos autos, consta uma metodologia executiva que diferencia as ações em:

urgentes, imediatas, prioritárias e de consolidação da proteção das falésias. Com isso, a defesa informa que

a obra do enrocamento do sopé foi classificada como ação imediata, para conter a ação erosiva da

arrebentação das ondas, e para oferecer condições de um acesso do maquinário pesado a base da falésia,

para iniciação dos trabalhos de construção dos quebra-mares. Reforça que o projeto executivo da empresa

Acquatool Consultoria Ltda não está sendo ignorado.

Quanto a habilitação técnica exigida, a defesa alega que segue os critérios dispostos pela legislação

e jurisprudência, exigindo a habilitação para aqueles itens de maior relevância e valor significativo,

respeitando a lei 8.666/93, artigo 30 e a Súmula nº263 do Tribunal de Contas da União.

Quanto ao fato denunciado sobre a solução adotada para a contenção, a defesa alega que o projeto

executivo trata uma solução definitiva para a erosão da barreira do Cabo Branco, sendo o único projeto

aprovado pelo Ministério da Integração. Que o projeto aprovado possui viabilidade técnica e econômica e

Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.

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que a PMJP já recebeu nota empenho da Secretaria Nacional de Defesa Civil, no valor de R$

65.419.191,08.

Conclui com solicitação do arquivamento imediato da denúncia.

3. ANÁLISE DA AUDITORIA 3.1 PROJETO EXECUTIVO APRESENTADO

A obra para contenção do processo de erosão da falésia do Cabo Branco e da Praia do Seixas

possui um projeto executivo que está anexo aos autos, fls. 219-445. Verifica-se que o projeto contempla: a

execução de 08 (oito) quebra-mares submersos, afastados cerca de 300 m da costa; uma proteção do sopé

das falésias que será composto de cordão de enrocamento de pedras, um faixa de aterro entre o sopé da

falésia e o enrocamento, e uma faixa de engorda à barlamar do enrocamento.

Imagem da solução adotada com quebra-mares, caminhos de serviços e engorda da praia Fonte: projeto executivo, anexo aos autos

Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.

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O projeto discrimina as especificações técnicas dos materiais e serviços a serem executados,

metodologia utilizada no processo, desenhos técnicos, planilhas orçamentárias, composição de custos, etc.

O projeto executivo é de responsabilidade da empresa Acquatool Consultoria, tendo como responsáveis

técnicos pela elaboração Pedro Antonio Molinas e Ernesto Molinas, conforme consta na ART apresentada,

fls.447-452.

Conforme alegado na defesa, o projeto executivo apresentado, no item 5. Planejamento da

Execução das Obras, fls.650-658, com base nas premissas ali discriminadas, elencou 04 categorias de

ações a serem realizadas: Ações urgentes, Ações imediatas, Ações prioritárias e Ações tendentes a

consolidar a proteção da falésia.

Ações urgentes propostas

Fonte: projeto executivo, anexos aos autos, fls. 651

Entre as ações imediatas informadas no projeto, consta a implantação de uma proteção de

enrocamento ao longo de toda base da falésia, conforme destacado:

Ações imediatas propostas

Fonte: projeto executivo, anexos aos autos, fls. 651

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Enrocamento de pedra, aterro e faixa de engorda da praia Fonte: projeto executivo, anexo aos autos, fls. 540

Na sequência, ainda fazendo parte das ações imediatas, verifica-se a construção de caminhos de

acessos, implantação de quebra-mares 1 e 2 e engorda da praia, conforme discriminado no referido projeto,

fls. 652:

Verifica-se que o projeto, conforme o tipo de ação, foi dividido em 03 etapas, conforme detalhado

nas planilhas orçamentárias, fls. 653, 655, 657:

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Planilha orçamentaria da 1ª etapa – projeto executivo

Fonte: projeto executivo, fls. 653

Planilha orçamentaria da 2ª etapa – projeto executivo

Fonte: projeto executivo, fls. 655

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Planilha orçamentaria da 3ª etapa – projeto executivo

Fonte: projeto executivo, fls. 657

Com a análise das etapas, observa-se, que de fato, a SEPLAN, modificou em parte, o planejamento

inicial da obra, considerando os serviços discriminados na 1ª etapa discriminada no projeto executivo, fls.

653, e comparando-se com a planilha licitada, fls. 456-457. Para a licitação em análise, que corresponde a

1ª Etapa, a SEPLAN retirou desta fase a execução de alguns serviços que estavam discriminados no projeto

para a referida etapa: 2.2 Seção de areia – barlamar – parcial; 3.1 Caminho de serviço 1; 3.2 Remoção

do caminho de serviço 1; 4.1 Quebra mar 01; 4.2 Quebra mar 02; 4.3 Remoção do enrocamento entre

os quebra-mares 1 e 2, conforme destacado pela Auditoria, na imagem a seguir:

Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.

Relatório Inicial. Proc. 08177/19. Data: 18/07/2019 14:25. Responsável: Marcos A. da S. Araújo.

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Serviços (em destaque) retirados da licitação

Para esta Auditoria, ao retirar aqueles serviços, que compõem o conjunto das ações imediatas,

conforme discriminado no projeto executivo, fls. 653, a SEPLAN comete uma alteração na execução das

obras como determinada no projeto, sem evidências de anuência e aprovação dos responsáveis técnicos

projetistas. A Auditoria entende que a alteração realizada pela SEPLAN, ao retirar serviços propostos nas

ações imediatas, com a alegação, conforme apresentada na defesa, fls. 1583, que se trata apenas de uma

partição em mais uma etapa, não apresentando um cronograma de como e quando esses serviços excluídos

serão licitados e executados, sem um parecer técnico dos projetistas, resulta em uma ação temerária, de

alto risco, tendo uma grande possibilidade de interferir diretamente na eficiência e eficácia dos resultados

esperados para a proteção da falésia, sem garantias que os serviços executados nessa fase inicial, agora

proposta pela SEPLAN, atenderão adequadamente ao projeto executivo, no seu produto final.

Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.

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Destaque da defesa apresentada

Fonte: autos, fls. 1583

Esta Auditoria entende que qualquer alteração no projeto, seja na forma, na metodologia, nas

especificações, na execução dos serviços ou na sequência indicada no cronograma, interfere na concepção

do projeto executivo aprovado. Dessa forma é dever preponderante da Administração, antes de formalizar

qualquer alteração na execução do projeto executivo, realizar consulta prévia aos responsáveis técnicos

projetistas da empresa ACQUATOOL CONSULTORIA , no caso os engenheiros Ernesto Molinas e Pedro

Antonio Molinas, para a avaliação das mudanças realizadas pela SEPLAN, com emissão de um parecer

conclusivo sobre as alterações, tratando-se de modelos e de atividades intrinsecamente relacionadas e

dependentes para o sucesso da solução. Para esta Auditoria, considerando a magnitude do

empreendimento, do conjunto de ações que estão discriminadas no projeto executivo, é obrigatório que

qualquer alteração no planejamento da execução do projeto seja submetida a avaliação dos responsáveis

técnicos, antes de qualquer procedimento executivo.

Destaca-se no parecer técnico do Engenheiro da SEPLAN, o Sr. Rodolfo Oliveira Carvalho Lins,

constante na defesa apresentada, fls. 1608/1609, o seguinte trecho:

Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.

Relatório Inicial. Proc. 08177/19. Data: 18/07/2019 14:25. Responsável: Marcos A. da S. Araújo.

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A Auditoria entende que a proposta da SEPLAN é que essa estrutura de pedra e areia a ser

implantada no sopé da barreira também será utilizada como caminho de serviço para o tráfego de máquinas

e veículos no desenvolvimento de toda as etapas previstas para a obra. Assim, para esta Auditoria, é

necessário que também seja consultado o Responsável técnico pelo projeto para ofertar parecer e/ou

esclarecimentos, quanto ao efetivo dimensionamento e a estabilidade da estrutura e do eventual pavimento,

em linha de pedras e areia associadas e sem contenção na lateral direita, para o trânsito de máquinas e

veículos pesados e com altas cargas e movimentos, considerando que a seção de areia no sotamar,

juntamente com outros serviços, não está sendo executada nesta etapa proposta pela SEPLAN.

3.2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Os fatos alegados na denúncia quanto à ausência de licenciamento ambiental e que o projeto traz

muitos impactos ao meio ambiente, esta Auditoria entende que tais assertivas não estão efetivamente

comprovadas.

O licenciamento ambiental foi dado pela Secretaria de Meio Ambiente do município – SEMAM,

conforme se constata na licença prévia nº016/2019, fls. 216. Esta licença prévia tem validade de 01 (um)

ano a partir de 06/02/2019. Entretanto há um conflito de informação, a ser esclarecido pela SEPLAN,

referente ao que consta discriminado no relatório final do projeto executivo apresentado, relacionado ao

licenciamento ambiental, registrando que a licença ambiental havia sido emitida pela SUDEMA, fls. 652:

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Nesse contexto, é necessário registrar que inicialmente havia uma licença ambiental de instalação

emitida pela SUDEMA, em 13 de março de 2015, conforme consta nos autos do processo TC nº 12829/15:

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Licença de instalação emitida pela SUDEMA Fonte: Processo TC 12829/15, fls. 207

Posteriormente, a SUDEMA respondendo a solicitação da SEPLAN, acerca da renovação da licença

de instalação, informa que devido a alterações ocorridas no projeto se faz necessário a abertura de novo

processo de licenciamento, também sugere que o projeto seja desmembrado em obras no continente e

obras marítimas, conforme observa-se no ofício nº36/2015/DS/SUDEMA, em 19 de outubro de 2015,

encaminhado a SEPLAN, constante nos autos do Processo TC 12829/15 às fls. 255.

O projeto inicial foi revisado e ocorreram modificações significativas, sendo apresentado um novo

projeto, em 18 de maio de 2015, na sede da SUDEMA.

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Ata de reunião na SUDEMA para apresentação do novo projeto Fonte: Processo TC 12829/15, fls. 207

Em ofício endereçado a SEPLAN, a SUDEMA informa que se deve abrir um novo processo de

licença prévia para o novo projeto apresentado, conforme consta nos autos do Processo 2829/15, fls. 340-

341 daqueles autos.

No que se refere a competência do licenciamento ambiental das obras, o Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, em resposta a solicitação da SUDEMA, informou

Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.

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que a competência para o licenciamento ambiental é do órgão estadual, conforme pode-se verificar nos

autos do Processo TC 12829/15 às fls. 241-244.

A SEPLAN alega que o objeto licitado está contido em área continental que pertence ao município

de João Pessoa, dessa forma, a SEPLAN, em sua defesa, informa que a Prefeitura de João Pessoa, através

do órgão de licenciamento municipal, possui a competência originária para emitir a licença ambiental,

conforme a Lei Complementar 140/2011.

A Auditoria entende que a SEPLAN ao promover uma partição da 1ª etapa, referente as Ações

Imediatas, com a retirada de serviços, licitando apenas aqueles serviços que estão localizados no sopé da

falésia (faixa terrestre), deixando os demais itens que são localizados na faixa marítima para execução

posterior, não exime a obrigatoriedade do licenciamento ambiental para a execução do projeto global, que

envolve obras na faixa terrestre e na marítima.

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Assim, considerando que os serviços estão intrinsicamente relacionados/interligados, que tanto os

serviços da costa terrestre, quanto os que serão executados no mar fazem parte do mesmo projeto e que

ambos são necessários para um funcionamento sistemático em conjunto com o objetivo de conter a erosão

marinha da falésia, esta Auditoria considera que é imprescindível o licenciamento ambiental para execução

do projeto por completo. Com isso, tem-se que compete a SUDEMA, o órgão de licenciamento estadual, a

emissão da licença do projeto como um todo (parte terrestre e parte marítima).

3.3 EXIGÊNCIA DE CAPACIDADE TÉCNICA AOS LICITANTES

Esta Auditoria entende que assiste razão a SEPLAN, considerando os serviços executados nessa

etapa, conforme a planilha orçamentária da licitação, fls. 465-466, o conjunto de maior relevância

corresponde aos serviços com pedra de mão ou pedra rachão, totalizando R$ 3.209.430,47 que representa

66,28% do total licitado, R$ 4.841.965,38.

Assim, constata-se que a SEPLAN utilizou um critério técnico válido ao exigir dos licitantes a

comprovação técnica de realização com serviços em pedra, conforme consta em edital.

3.4 CUSTO DO PROJETO E ALTERNATIVAS MAIS ECONÔMICAS

Como já explanado ao longo deste relatório, o projeto executivo aprovado foi elaborado por uma

empresa de consultoria, a ACQUATOL Consultoria Ltda, onde consta o memorial descritivo, desenhos

técnicos, modelagem dos cenários, planilhas orçamentárias com composição de custos, os valores utilizados

estão discriminados conforme sistemas de oficiais de preços para serviços de construção civil e rodoviários,

a exemplo do SINAPI (CAIXA) e SICRO (DNIT).

Nesse aspecto, a Auditoria considera que a denúncia carece de informações técnicas para alegar:

que o projeto aprovado causará dano ao erário; que há soluções alternativas de menor custo; e que não irá

funcionar.

Entretanto, na análise desta auditoria, ao comparar o orçamento proposto pelo projeto executivo

para a 1ª etapa, fls. 653, com a planilha orçamentária da SEPLAN, 456-457, constata-se que apesar da

retirada dos serviços que estavam presentes inicialmente na planilha do projeto (2.2 Seção de areia –

barlamar – parcial; 3.1 Caminho de serviço 1; 3.2 Remoção do caminho de serviço 1; 4.1 Quebra mar 01; 4.2

Quebra mar 02; 4.3 Remoção do enrocamento entre os quebra-mares 1 e 2), os custos com os serviços

preliminares e administração local sofreram um acréscimo desproporcional em termos de valores

percentuais ao custo total. Na planilha orçamentária da 1ª etapa do projeto executivo, o custo com os

serviços preliminares e administração local representam juntos um percentual de 6,57% do valor total desta

etapa, enquanto que na proposta atual da SEPLAN, onde foram retirados diversos serviços, o custo total

com os mesmos itens, serviços preliminares e administração local, representam 16,29% do valor atual

orçado para a etapa proposta na licitação. Assim, constata-se que a proposta de alteração no planejamento

Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.

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de execução da obra em detrimento ao especificado no projeto executivo, também não será vantajoso no

aspecto econômico/financeiro.

Discriminação custo total % custo total %

Projeto executivo Custo da SEPLAN

Serviços preliminares 256.983,44 2,13% 486.527,92 10,05%

Administração local 537.526,08 4,45% 302.267,50 6,24%

Sub-total 794.509,52 6,57% 788.795,42 16,29%

TOTAL DO ORÇAMENTO R$ 12.085.038,17 100,00% R$ 4.841.965,38 100,00%

Valores dos serviços orçados para a 1ª etapa Fonte: planilha orçamentárias, fls. 456-457 e 653

Esta Auditoria também destaca alguns quesitos que merecem esclarecimentos por parte da

SEPLAN, quanto a alguns itens constantes na planilha orçamentária da licitação, fls. 456-457:

• Item 1.2.3 Execução de central de formas, produção de argamassas ou concreto em canteiro de

obras, no valor global de R$ 162.428,00, serviço não constante no projeto executivo da 1ª etapa.

• Itens 2.2.1 Pedra de mão ou pedra rachão para arrumação/fundação e 2.2.5 Carga e arrumação de

pedras, inclusive lançamento possuem o mesmo quantitativo, 16.914,22 m³, apesar de

características diferentes, pois o primeiro trata-se de um serviço que deve ser medido pela seção

executada, e o outro, trata-se de um volume solto.

• Itens 2.1.2 Carga, manobra e descarga de areia, brita, pedra de mão ou solos em caminhão

basculantes de 10 m³ e 2.1.4 Carga, manobra e descarga de areia, brita, pedra de mão ou solos em

caminhão basculante de 10 m³, ambos com quantitativo de 6.237,06 toneladas, necessitam de uma

definição clara que os materiais serão apropriados para efeito de medição na condição de aplicados,

seguindo a seção definida em projeto.

• Considerando a localização da obra, bem como a Norma Regulamentadora NR-18, deve-se

apresentar um lay-out com o local da instalação do canteiro, das instalações das oficinas,

containers, etc, e necessidade de licenciamento especifico;

4.0 CONCLUSÃO

Assim, diante do exposto, objetivando a continuidade da análise, esta Auditoria recomenda ao

Relator notificação a Secretaria de Planejamento da PMJP, DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA

PEREIRA, para apresentar as devidas justificativas e documentos, conforme o caso:

Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.

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• esclarecimentos sobre os quesitos discriminados pela Auditoria no item 3.4;

• informações sobre o licenciamento ambiental do projeto executivo completo (parte terrestre e

marítima);

• motivação técnica sobre a alteração no planejamento executivo das ações imediatas

propostas no projeto executivo, ao retirar dessa etapa itens previstos inicialmente;

• informações sobre um cronograma para realização das demais obras de continuidade dos

serviços constantes no projeto executivo da 1ª etapa, ações imediatas (2.2 Seção de areia

– barlamar – parcial; 3.1 Caminho de serviço 1; 3.2 Remoção do caminho de serviço 1; 4.1

Quebra mar 01; 4.2 Quebra mar 02; 4.3 Remoção do enrocamento entre os quebra-mares 1

e 2);

• parecer técnico dos projetistas ERNESTO MOLINAS e PEDRO ANTONIO MOLINAS,

responsáveis técnicos do projeto executivo elaborado pela empresa ACQUATOOL

CONSULTORIA, sobre a alteração realizada pela SEPLAN no planejamento na execução

das obras referentes ao projeto executivo para a 1ª etapa, correspondendo às ações

imediatas, conforme explanado no item 3.1;

• parecer técnico dos projetistas ERNESTO MOLINAS e PEDRO ANTONIO MOLINAS,

responsáveis técnicos do projeto executivo elaborado pela empresa ACQUATOOL

CONSULTORIA, quanto ao efetivo dimensionamento e a estabilidade da estrutura e do

eventual pavimento, em linha de pedras e areia associadas e sem contenção na lateral

direita, para o trânsito de máquinas e veículos pesado e com altas cargas e movimentos,

como será executado nessa etapa prevista pela SEPLAN.

Por fim, recomenda-se emissão de ALERTA a Prefeitura de João Pessoa, sob a gestão de

LUCIANO CARTAXO PIRES DE SÁ, e Secretaria de Planejamento do Município de João Pessoa, sob a

responsabilidade da secretária DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA PEREIRA, para que seja

devidamente observado o planejamento das obras de contenção do processo de erosão marinha da falésia

do Cabo Branco e da Praia do Seixas, conforme discriminado no projeto executivo da empresa

ACQUATOOL Consultoria Ltda, notadamente quanto a implementação na execução integral das Ações

Imediatas, que correspondem a 1ª etapa do referido projeto executivo.

É o relatório.

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Assinado em Assinado em

Assinado em

Marcos Antonio da Silva AraújoMat. 3705676

18 de Julho de 2019

Gláucio Barreto XavierMat. 3703568

18 de Julho de 2019

Evandro Claudino de QueirogaMat. 3703053

18 de Julho de 2019

AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS CHEFE DE DIVISÃO

CHEFE DE DEPARTAMENTO

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