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DIRETORIA DE AUDITORIA E FISCALIZAÇÃO-DIAFI
DEPARTAMENTO DE ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO MUNICIPAL I – DEAGM I Divisão de Acompanhamento da Gestão Municipal II
RELATÓRIO INICIAL 1.INTRODUÇÃO
Trata-se de denúncia, com pedido de cautelar, por parte do sr. RAONI BARRETO MENDES, sobre
supostas irregularidades ocorridas no edital da concorrência 33005/2019 da Secretaria Municipal de
Planejamento da Prefeitura de João Pessoa. O Denunciante alega: que a Prefeitura lançou um edital com
ausência de etapas técnicas, conforme previsto no projeto de engenharia; que a exigência para a habilitação
técnica não é capaz de aferição da capacidade técnica dos licitantes, conforme o objeto licitado; que o
projeto engenharia traz muitos impactos ao meio ambiente, como muitas modificações a estado natural do
local; que não há licença ambiental para a obra, segundo informações da SUDEMA; que o projeto aprovado
trará severos danos ao erário, considerando que há alternativas de menor custo que podem ser executadas.
O Denunciante solicita medida cautelar de suspensão da licitação em análise, bem como a anulação de
todo o procedimento licitatório.
O documento tramitou pela Ouvidoria que reconheceu a pertinência da denúncia.
Por determinação do Conselheiro Relator, fls. 183-184, foram notificados: LUCIANO CARTAXO
PIRES DE SÁ (Prefeito Municipal de João Pessoa), DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA
PEREIRA (Secretária Municipal de Planejamento da Prefeitura Municipal de João Pessoa) e o Senhor
Processo TC 08177/19
Jurisdicionado Prefeitura Municipal de João Pessoa - PMJP Secretaria Municipal de Planejamento - SEPLAN
Natureza Denúncia
Responsável DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA PEREIRA
Denunciante RAONI BARRETO MENDES
Procedimento
Licitatório
Concorrência 33005/2019
Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.
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EDUARDO HENRIQUE MARINHO ALVES (Presidente da Comissão Especial de Licitação da SEPLAN), a
fim de que encaminhem cópia integral do processo administrativo relacionado à licitação na modalidade
Concorrência 33005/2019, como também que possam se manifestar sobre os fatos denunciados.
2. DA DEFESA APRESENTADA:
Após citação, os interessados LUCIANO CARTAXO PIRES DE SÁ, DANIELLA ALMEIDA
BANDEIRA DE MIRANDA PEREIRA e EDUARDO HENRIQUE MARINHO ALVES apresentaram, em suma,
as seguintes defesas:
2.1 Defesa do Sr. LUCIANO CARTAXO PIRES DE SÁ (DOC. TC nº 39934/19)
Informa que a obra de contenção da erosão da barreira do Cabo Branco tem seus recursos advindos
de convênio com o Ministério da Integração, e que foi submetida as diversas exigências de viabilidade
técnica, econômica e ambiental. Que as supostas irregularidades da denúncia não possuem qualquer laudo
técnico de base. Que os questionamentos do denunciante são devidamente respondidos por parecer técnico
da engenharia da Secretaria de Planejamento – SEPLAN, anexado aos autos. Que a intervenção operada
na barreira do Cabo Branco, como se trata apenas dos serviços da etapa inicial, tem impacto apenas na
área continental local, cuja competência para licenciar é do Município, conforme os termos do art. 9º, XIV,
“a”, da LC 140/2011. Apresenta cópia integral da licitação concorrência nº33005/2019, solicitando que seja
arquivada a denúncia formulada.
2.2 Defesa da Sra. DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA PEREIRA (DOC. TC nº 40256/19) e do Sr. EDUARDO HENRIQUE MARINHO ALVES (DOC. TC nº 40316/19)
Reitera as alegações da defesa apresentada pelo Sr. Luciano Cartaxo Pires de Sá, quanto a obra
ser conveniada com o Ministério da Integração, que possui parecer técnico da engenharia da SEPLAN, que
a competência do licenciamento cabe a Prefeitura de João Pessoa. Acrescenta que o relatório final do
projeto executivo, anexo aos autos, consta uma metodologia executiva que diferencia as ações em:
urgentes, imediatas, prioritárias e de consolidação da proteção das falésias. Com isso, a defesa informa que
a obra do enrocamento do sopé foi classificada como ação imediata, para conter a ação erosiva da
arrebentação das ondas, e para oferecer condições de um acesso do maquinário pesado a base da falésia,
para iniciação dos trabalhos de construção dos quebra-mares. Reforça que o projeto executivo da empresa
Acquatool Consultoria Ltda não está sendo ignorado.
Quanto a habilitação técnica exigida, a defesa alega que segue os critérios dispostos pela legislação
e jurisprudência, exigindo a habilitação para aqueles itens de maior relevância e valor significativo,
respeitando a lei 8.666/93, artigo 30 e a Súmula nº263 do Tribunal de Contas da União.
Quanto ao fato denunciado sobre a solução adotada para a contenção, a defesa alega que o projeto
executivo trata uma solução definitiva para a erosão da barreira do Cabo Branco, sendo o único projeto
aprovado pelo Ministério da Integração. Que o projeto aprovado possui viabilidade técnica e econômica e
Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.
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que a PMJP já recebeu nota empenho da Secretaria Nacional de Defesa Civil, no valor de R$
65.419.191,08.
Conclui com solicitação do arquivamento imediato da denúncia.
3. ANÁLISE DA AUDITORIA 3.1 PROJETO EXECUTIVO APRESENTADO
A obra para contenção do processo de erosão da falésia do Cabo Branco e da Praia do Seixas
possui um projeto executivo que está anexo aos autos, fls. 219-445. Verifica-se que o projeto contempla: a
execução de 08 (oito) quebra-mares submersos, afastados cerca de 300 m da costa; uma proteção do sopé
das falésias que será composto de cordão de enrocamento de pedras, um faixa de aterro entre o sopé da
falésia e o enrocamento, e uma faixa de engorda à barlamar do enrocamento.
Imagem da solução adotada com quebra-mares, caminhos de serviços e engorda da praia Fonte: projeto executivo, anexo aos autos
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O projeto discrimina as especificações técnicas dos materiais e serviços a serem executados,
metodologia utilizada no processo, desenhos técnicos, planilhas orçamentárias, composição de custos, etc.
O projeto executivo é de responsabilidade da empresa Acquatool Consultoria, tendo como responsáveis
técnicos pela elaboração Pedro Antonio Molinas e Ernesto Molinas, conforme consta na ART apresentada,
fls.447-452.
Conforme alegado na defesa, o projeto executivo apresentado, no item 5. Planejamento da
Execução das Obras, fls.650-658, com base nas premissas ali discriminadas, elencou 04 categorias de
ações a serem realizadas: Ações urgentes, Ações imediatas, Ações prioritárias e Ações tendentes a
consolidar a proteção da falésia.
Ações urgentes propostas
Fonte: projeto executivo, anexos aos autos, fls. 651
Entre as ações imediatas informadas no projeto, consta a implantação de uma proteção de
enrocamento ao longo de toda base da falésia, conforme destacado:
Ações imediatas propostas
Fonte: projeto executivo, anexos aos autos, fls. 651
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Enrocamento de pedra, aterro e faixa de engorda da praia Fonte: projeto executivo, anexo aos autos, fls. 540
Na sequência, ainda fazendo parte das ações imediatas, verifica-se a construção de caminhos de
acessos, implantação de quebra-mares 1 e 2 e engorda da praia, conforme discriminado no referido projeto,
fls. 652:
Verifica-se que o projeto, conforme o tipo de ação, foi dividido em 03 etapas, conforme detalhado
nas planilhas orçamentárias, fls. 653, 655, 657:
Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.
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Planilha orçamentaria da 1ª etapa – projeto executivo
Fonte: projeto executivo, fls. 653
Planilha orçamentaria da 2ª etapa – projeto executivo
Fonte: projeto executivo, fls. 655
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Planilha orçamentaria da 3ª etapa – projeto executivo
Fonte: projeto executivo, fls. 657
Com a análise das etapas, observa-se, que de fato, a SEPLAN, modificou em parte, o planejamento
inicial da obra, considerando os serviços discriminados na 1ª etapa discriminada no projeto executivo, fls.
653, e comparando-se com a planilha licitada, fls. 456-457. Para a licitação em análise, que corresponde a
1ª Etapa, a SEPLAN retirou desta fase a execução de alguns serviços que estavam discriminados no projeto
para a referida etapa: 2.2 Seção de areia – barlamar – parcial; 3.1 Caminho de serviço 1; 3.2 Remoção
do caminho de serviço 1; 4.1 Quebra mar 01; 4.2 Quebra mar 02; 4.3 Remoção do enrocamento entre
os quebra-mares 1 e 2, conforme destacado pela Auditoria, na imagem a seguir:
Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.
Relatório Inicial. Proc. 08177/19. Data: 18/07/2019 14:25. Responsável: Marcos A. da S. Araújo.
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Serviços (em destaque) retirados da licitação
Para esta Auditoria, ao retirar aqueles serviços, que compõem o conjunto das ações imediatas,
conforme discriminado no projeto executivo, fls. 653, a SEPLAN comete uma alteração na execução das
obras como determinada no projeto, sem evidências de anuência e aprovação dos responsáveis técnicos
projetistas. A Auditoria entende que a alteração realizada pela SEPLAN, ao retirar serviços propostos nas
ações imediatas, com a alegação, conforme apresentada na defesa, fls. 1583, que se trata apenas de uma
partição em mais uma etapa, não apresentando um cronograma de como e quando esses serviços excluídos
serão licitados e executados, sem um parecer técnico dos projetistas, resulta em uma ação temerária, de
alto risco, tendo uma grande possibilidade de interferir diretamente na eficiência e eficácia dos resultados
esperados para a proteção da falésia, sem garantias que os serviços executados nessa fase inicial, agora
proposta pela SEPLAN, atenderão adequadamente ao projeto executivo, no seu produto final.
Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.
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Destaque da defesa apresentada
Fonte: autos, fls. 1583
Esta Auditoria entende que qualquer alteração no projeto, seja na forma, na metodologia, nas
especificações, na execução dos serviços ou na sequência indicada no cronograma, interfere na concepção
do projeto executivo aprovado. Dessa forma é dever preponderante da Administração, antes de formalizar
qualquer alteração na execução do projeto executivo, realizar consulta prévia aos responsáveis técnicos
projetistas da empresa ACQUATOOL CONSULTORIA , no caso os engenheiros Ernesto Molinas e Pedro
Antonio Molinas, para a avaliação das mudanças realizadas pela SEPLAN, com emissão de um parecer
conclusivo sobre as alterações, tratando-se de modelos e de atividades intrinsecamente relacionadas e
dependentes para o sucesso da solução. Para esta Auditoria, considerando a magnitude do
empreendimento, do conjunto de ações que estão discriminadas no projeto executivo, é obrigatório que
qualquer alteração no planejamento da execução do projeto seja submetida a avaliação dos responsáveis
técnicos, antes de qualquer procedimento executivo.
Destaca-se no parecer técnico do Engenheiro da SEPLAN, o Sr. Rodolfo Oliveira Carvalho Lins,
constante na defesa apresentada, fls. 1608/1609, o seguinte trecho:
Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.
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A Auditoria entende que a proposta da SEPLAN é que essa estrutura de pedra e areia a ser
implantada no sopé da barreira também será utilizada como caminho de serviço para o tráfego de máquinas
e veículos no desenvolvimento de toda as etapas previstas para a obra. Assim, para esta Auditoria, é
necessário que também seja consultado o Responsável técnico pelo projeto para ofertar parecer e/ou
esclarecimentos, quanto ao efetivo dimensionamento e a estabilidade da estrutura e do eventual pavimento,
em linha de pedras e areia associadas e sem contenção na lateral direita, para o trânsito de máquinas e
veículos pesados e com altas cargas e movimentos, considerando que a seção de areia no sotamar,
juntamente com outros serviços, não está sendo executada nesta etapa proposta pela SEPLAN.
3.2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Os fatos alegados na denúncia quanto à ausência de licenciamento ambiental e que o projeto traz
muitos impactos ao meio ambiente, esta Auditoria entende que tais assertivas não estão efetivamente
comprovadas.
O licenciamento ambiental foi dado pela Secretaria de Meio Ambiente do município – SEMAM,
conforme se constata na licença prévia nº016/2019, fls. 216. Esta licença prévia tem validade de 01 (um)
ano a partir de 06/02/2019. Entretanto há um conflito de informação, a ser esclarecido pela SEPLAN,
referente ao que consta discriminado no relatório final do projeto executivo apresentado, relacionado ao
licenciamento ambiental, registrando que a licença ambiental havia sido emitida pela SUDEMA, fls. 652:
Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.
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Nesse contexto, é necessário registrar que inicialmente havia uma licença ambiental de instalação
emitida pela SUDEMA, em 13 de março de 2015, conforme consta nos autos do processo TC nº 12829/15:
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Licença de instalação emitida pela SUDEMA Fonte: Processo TC 12829/15, fls. 207
Posteriormente, a SUDEMA respondendo a solicitação da SEPLAN, acerca da renovação da licença
de instalação, informa que devido a alterações ocorridas no projeto se faz necessário a abertura de novo
processo de licenciamento, também sugere que o projeto seja desmembrado em obras no continente e
obras marítimas, conforme observa-se no ofício nº36/2015/DS/SUDEMA, em 19 de outubro de 2015,
encaminhado a SEPLAN, constante nos autos do Processo TC 12829/15 às fls. 255.
O projeto inicial foi revisado e ocorreram modificações significativas, sendo apresentado um novo
projeto, em 18 de maio de 2015, na sede da SUDEMA.
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Ata de reunião na SUDEMA para apresentação do novo projeto Fonte: Processo TC 12829/15, fls. 207
Em ofício endereçado a SEPLAN, a SUDEMA informa que se deve abrir um novo processo de
licença prévia para o novo projeto apresentado, conforme consta nos autos do Processo 2829/15, fls. 340-
341 daqueles autos.
No que se refere a competência do licenciamento ambiental das obras, o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, em resposta a solicitação da SUDEMA, informou
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que a competência para o licenciamento ambiental é do órgão estadual, conforme pode-se verificar nos
autos do Processo TC 12829/15 às fls. 241-244.
A SEPLAN alega que o objeto licitado está contido em área continental que pertence ao município
de João Pessoa, dessa forma, a SEPLAN, em sua defesa, informa que a Prefeitura de João Pessoa, através
do órgão de licenciamento municipal, possui a competência originária para emitir a licença ambiental,
conforme a Lei Complementar 140/2011.
A Auditoria entende que a SEPLAN ao promover uma partição da 1ª etapa, referente as Ações
Imediatas, com a retirada de serviços, licitando apenas aqueles serviços que estão localizados no sopé da
falésia (faixa terrestre), deixando os demais itens que são localizados na faixa marítima para execução
posterior, não exime a obrigatoriedade do licenciamento ambiental para a execução do projeto global, que
envolve obras na faixa terrestre e na marítima.
Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.
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Assim, considerando que os serviços estão intrinsicamente relacionados/interligados, que tanto os
serviços da costa terrestre, quanto os que serão executados no mar fazem parte do mesmo projeto e que
ambos são necessários para um funcionamento sistemático em conjunto com o objetivo de conter a erosão
marinha da falésia, esta Auditoria considera que é imprescindível o licenciamento ambiental para execução
do projeto por completo. Com isso, tem-se que compete a SUDEMA, o órgão de licenciamento estadual, a
emissão da licença do projeto como um todo (parte terrestre e parte marítima).
3.3 EXIGÊNCIA DE CAPACIDADE TÉCNICA AOS LICITANTES
Esta Auditoria entende que assiste razão a SEPLAN, considerando os serviços executados nessa
etapa, conforme a planilha orçamentária da licitação, fls. 465-466, o conjunto de maior relevância
corresponde aos serviços com pedra de mão ou pedra rachão, totalizando R$ 3.209.430,47 que representa
66,28% do total licitado, R$ 4.841.965,38.
Assim, constata-se que a SEPLAN utilizou um critério técnico válido ao exigir dos licitantes a
comprovação técnica de realização com serviços em pedra, conforme consta em edital.
3.4 CUSTO DO PROJETO E ALTERNATIVAS MAIS ECONÔMICAS
Como já explanado ao longo deste relatório, o projeto executivo aprovado foi elaborado por uma
empresa de consultoria, a ACQUATOL Consultoria Ltda, onde consta o memorial descritivo, desenhos
técnicos, modelagem dos cenários, planilhas orçamentárias com composição de custos, os valores utilizados
estão discriminados conforme sistemas de oficiais de preços para serviços de construção civil e rodoviários,
a exemplo do SINAPI (CAIXA) e SICRO (DNIT).
Nesse aspecto, a Auditoria considera que a denúncia carece de informações técnicas para alegar:
que o projeto aprovado causará dano ao erário; que há soluções alternativas de menor custo; e que não irá
funcionar.
Entretanto, na análise desta auditoria, ao comparar o orçamento proposto pelo projeto executivo
para a 1ª etapa, fls. 653, com a planilha orçamentária da SEPLAN, 456-457, constata-se que apesar da
retirada dos serviços que estavam presentes inicialmente na planilha do projeto (2.2 Seção de areia –
barlamar – parcial; 3.1 Caminho de serviço 1; 3.2 Remoção do caminho de serviço 1; 4.1 Quebra mar 01; 4.2
Quebra mar 02; 4.3 Remoção do enrocamento entre os quebra-mares 1 e 2), os custos com os serviços
preliminares e administração local sofreram um acréscimo desproporcional em termos de valores
percentuais ao custo total. Na planilha orçamentária da 1ª etapa do projeto executivo, o custo com os
serviços preliminares e administração local representam juntos um percentual de 6,57% do valor total desta
etapa, enquanto que na proposta atual da SEPLAN, onde foram retirados diversos serviços, o custo total
com os mesmos itens, serviços preliminares e administração local, representam 16,29% do valor atual
orçado para a etapa proposta na licitação. Assim, constata-se que a proposta de alteração no planejamento
Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.
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de execução da obra em detrimento ao especificado no projeto executivo, também não será vantajoso no
aspecto econômico/financeiro.
Discriminação custo total % custo total %
Projeto executivo Custo da SEPLAN
Serviços preliminares 256.983,44 2,13% 486.527,92 10,05%
Administração local 537.526,08 4,45% 302.267,50 6,24%
Sub-total 794.509,52 6,57% 788.795,42 16,29%
TOTAL DO ORÇAMENTO R$ 12.085.038,17 100,00% R$ 4.841.965,38 100,00%
Valores dos serviços orçados para a 1ª etapa Fonte: planilha orçamentárias, fls. 456-457 e 653
Esta Auditoria também destaca alguns quesitos que merecem esclarecimentos por parte da
SEPLAN, quanto a alguns itens constantes na planilha orçamentária da licitação, fls. 456-457:
• Item 1.2.3 Execução de central de formas, produção de argamassas ou concreto em canteiro de
obras, no valor global de R$ 162.428,00, serviço não constante no projeto executivo da 1ª etapa.
• Itens 2.2.1 Pedra de mão ou pedra rachão para arrumação/fundação e 2.2.5 Carga e arrumação de
pedras, inclusive lançamento possuem o mesmo quantitativo, 16.914,22 m³, apesar de
características diferentes, pois o primeiro trata-se de um serviço que deve ser medido pela seção
executada, e o outro, trata-se de um volume solto.
• Itens 2.1.2 Carga, manobra e descarga de areia, brita, pedra de mão ou solos em caminhão
basculantes de 10 m³ e 2.1.4 Carga, manobra e descarga de areia, brita, pedra de mão ou solos em
caminhão basculante de 10 m³, ambos com quantitativo de 6.237,06 toneladas, necessitam de uma
definição clara que os materiais serão apropriados para efeito de medição na condição de aplicados,
seguindo a seção definida em projeto.
• Considerando a localização da obra, bem como a Norma Regulamentadora NR-18, deve-se
apresentar um lay-out com o local da instalação do canteiro, das instalações das oficinas,
containers, etc, e necessidade de licenciamento especifico;
4.0 CONCLUSÃO
Assim, diante do exposto, objetivando a continuidade da análise, esta Auditoria recomenda ao
Relator notificação a Secretaria de Planejamento da PMJP, DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA
PEREIRA, para apresentar as devidas justificativas e documentos, conforme o caso:
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• esclarecimentos sobre os quesitos discriminados pela Auditoria no item 3.4;
• informações sobre o licenciamento ambiental do projeto executivo completo (parte terrestre e
marítima);
• motivação técnica sobre a alteração no planejamento executivo das ações imediatas
propostas no projeto executivo, ao retirar dessa etapa itens previstos inicialmente;
• informações sobre um cronograma para realização das demais obras de continuidade dos
serviços constantes no projeto executivo da 1ª etapa, ações imediatas (2.2 Seção de areia
– barlamar – parcial; 3.1 Caminho de serviço 1; 3.2 Remoção do caminho de serviço 1; 4.1
Quebra mar 01; 4.2 Quebra mar 02; 4.3 Remoção do enrocamento entre os quebra-mares 1
e 2);
• parecer técnico dos projetistas ERNESTO MOLINAS e PEDRO ANTONIO MOLINAS,
responsáveis técnicos do projeto executivo elaborado pela empresa ACQUATOOL
CONSULTORIA, sobre a alteração realizada pela SEPLAN no planejamento na execução
das obras referentes ao projeto executivo para a 1ª etapa, correspondendo às ações
imediatas, conforme explanado no item 3.1;
• parecer técnico dos projetistas ERNESTO MOLINAS e PEDRO ANTONIO MOLINAS,
responsáveis técnicos do projeto executivo elaborado pela empresa ACQUATOOL
CONSULTORIA, quanto ao efetivo dimensionamento e a estabilidade da estrutura e do
eventual pavimento, em linha de pedras e areia associadas e sem contenção na lateral
direita, para o trânsito de máquinas e veículos pesado e com altas cargas e movimentos,
como será executado nessa etapa prevista pela SEPLAN.
Por fim, recomenda-se emissão de ALERTA a Prefeitura de João Pessoa, sob a gestão de
LUCIANO CARTAXO PIRES DE SÁ, e Secretaria de Planejamento do Município de João Pessoa, sob a
responsabilidade da secretária DANIELLA ALMEIDA BANDEIRA DE MIRANDA PEREIRA, para que seja
devidamente observado o planejamento das obras de contenção do processo de erosão marinha da falésia
do Cabo Branco e da Praia do Seixas, conforme discriminado no projeto executivo da empresa
ACQUATOOL Consultoria Ltda, notadamente quanto a implementação na execução integral das Ações
Imediatas, que correspondem a 1ª etapa do referido projeto executivo.
É o relatório.
Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.
Relatório Inicial. Proc. 08177/19. Data: 18/07/2019 14:25. Responsável: Marcos A. da S. Araújo.
1635
1635
Assinado em Assinado em
Assinado em
Marcos Antonio da Silva AraújoMat. 3705676
18 de Julho de 2019
Gláucio Barreto XavierMat. 3703568
18 de Julho de 2019
Evandro Claudino de QueirogaMat. 3703053
18 de Julho de 2019
AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS CHEFE DE DIVISÃO
CHEFE DE DEPARTAMENTO
Este relatório é peça inerente à instrução do processo. Seu conteúdo NÃO constitui o posicionamento final do TCE-PB a respeito da matéria.Impresso por convidado em 23/07/2019 11:17. Validação: 2969.E603.33DD.7628.46EC.6885.CF64.6318.
Relatório Inicial. Proc. 08177/19. Data: 18/07/2019 14:25. Responsável: Marcos A. da S. Araújo.
1636
1636