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Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa ... · ênfase em charges em sala de aula. Tem como pressuposto desta análise a certeza da relevância do estudo para melhor

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MARIA ELIZABETE PRZBYSZ

A UTILIZAÇÃO DE CHARGES COMO RECURSO DIDÁTICO-

PEDAGÓGICO NO ENSINO DE HISTÓRIA PARA O ENSINO MÉDIO:

AS CHARGES DE BRASILEIROS EM COMUM

Apucarana - PR 2011

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais

Programa de Desenvolvimento Educacional

APRESENTAÇÃO

Este trabalho tem como premissa dar uma pequena contribuição para a

análise das charges no ensino de história junto à educandos do Ensino Médio

limitado em temas políticos, sociais e culturais suporte de gêneros textuais, com

ênfase em charges em sala de aula.

Tem como pressuposto desta análise a certeza da relevância do estudo para

melhor compreensão do funcionamento dos próprios gêneros textuais. Assim sendo,

observa-se que o importante é dispor de elementos empíricos para evidenciar a

validade das posições defendidas, uma vez que os gêneros se dão solidificados em

linguagem e são visíveis em seus habitats.

Dessa forma, é preciso salientar a importância de um suporte em sala de

aula, uma vez que este é relevante para que o gênero textual circule na sociedade e

influencie na natureza do gênero suportado no processo ensino-aprendizagem, com

o intuito de melhorar o ensino, levando ao aluno a criticidade.

Trata-se de uma experiência pedagógica com a leitura das charges

veiculadas em jornais, revistas no intuito de mostrar como os textos que circulam na

mídia formam opinião e influenciam em decisões políticas importantes para o país.

Este caderno pedagógico tem como finalidade a melhorar a qualidade das

aulas, diminuírem os índices de evasão e repetências entre os alunos e estimular os

professores a modificar sua prática pedagógica com o objetivo de modificar o papel

passivo do aluno (mero receptor de conhecimentos) tornando-o um ser ativo e

participativo podendo mudar a realidade na qual está inserido, sempre trabalho os

gêneros textuais de forma criativa e bem humorada.

SUMÁRIO

Conteúdo.............................................................................................................. 04

Objetivo................................................................................................................ 04

Recursos/procedimentos..................................................................................... 04

Texto Chargico.................................................................................................... 05

A charge como ferramenta de Ensino de História............................................... 07

O que é Charges................................................................................................. 10

Recursos Utilizados nas Charges........................................................................ 11

Balões de expressões nas charges.................................................................... 11

Onomatopéia na charge...................................................................................... 12

A charge na Imprensa......................................................................................... 16

As charges no Brasil............................................................................................ 18

Unidade 1............................................................................................................. 24

Unidade 2............................................................................................................. 26

Unidade 3............................................................................................................. 28

Orientações ao Professor.................................................................................... 32

Referências.......................................................................................................... 34

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CONTEÚDO: Utilização das charges como recurso pedagógico.

OBJETIVOS:

Utilizar as charges no ensino de história junto à educandos do Ensino Médio

limitado em temas políticos, sociais e culturais, tendo como objeto de pesquisa

imagens da professora de história, artes, cartunista e desenhista Maria Elizabete

Przybysz.

Nesta perspectiva, pretende-se trabalhar em sala de aula de maneira que os

alunos: compreendam a relação entre a história política, econômica e social;

promovam discussões e debates sobre a prática da democracia; comparem os

diferentes tipos de comunicação oral e visual no ensino de História; vivenciem

diferentes tipos de atividades práticas com ênfase nas charges políticas; investiguem

os benefícios de uma boa formação político e crítica para o exercício da cidadania, a

fim de registrar e analisar os fatos históricos importantes através das charges da

história do Brasil contemporâneo.

Recursos / Procedimentos:

Estudo sobre a origem da charge e sua trajetória pela história do Brasil;

Definição e função de charge, caricatura e cartum;

Conhecer charges de autores locais publicadas nos jornais e mídias e

acesso ao público;

Analisar as charges, observando o contexto-histórico social em que se

inserem os fatos, como:

Atividades de identificação de charge como um gênero;

Utilização do laboratório de informática e sala de vídeo;

Conhecer sobre a comicidade de um desenho através dos trajes, expressões,

cenário fictício com fatos e espaços reais;

Apresentar as formas de comunicação verbais e visuais através dos recursos

gráfico utilizados nas charges;

Atividade escrita com base na análise da pesquisa respondendo a questões

como:

a) - Qual a função das charges na nossa sociedade?

5

b) - Identificar o contexto da charge na realidade do cotidiano brasileiro.

c) - Quais os requisitos prévios para que o leitor compreenda as charges?

O TEXTO CHÁRGICO

Segundo ROMUALDO (2000, p.18), as charges são textos coerentes e

coesos transmitidos pelas relações entre diversos elementos gráficos que compõem

as figuras de um quadrinho.

Para a conceituação do termo “charge”, Rabaça e Barboza dizem:

O termo charge é proveniente do francês “charger” (carregar, exagerar). Sendo fundamentalmente uma espécie de crônica humorística, a charge tem o caráter de crítica, provocando o hilário, cujo efeito é conseguido por meio do exagero. Ela se caracteriza por ser um texto visual humorístico e opinativo, que critica um personagem ou fato específico. (RABAÇA E BARBOSA, 1978: 89)¹

Segundo ROMUALDO (2000, p.18), as charges são “textos coerentes e

coesos, as quais um todo de sentido que é transmitido pelas relações entre os

diversos elementos gráficos que compõem as figuras de um quadrinho”. O autor

referido explica ainda que as charges compostas por mais de um quadrinho tem sua

coerência na relação de sentido estabelecida entre a leitura dos elementos gráficos

do primeiro quadro e dos quadros sequentes.

Assim, os textos chárgicos transmitem informações sobre as opiniões e

críticas de seus autores através de seus personagens e caricaturas relatando fatos

políticos de forma, quase sempre, cômica. A charge pode se apresentar apenas com

códigos visuais como também códigos verbais (ver figuras 1 e 2), assim como as

histórias em quadrinhos (ROMUALDO, 2000, p.25-28), no entanto, o que a torna

singular é a forma pela qual demonstra a união do verso e do reverso do tema. Isto é

possível graças à polifonia e ambivalência.

6

Ilustração de charges que utilizam códigos visuais e verbais

Figura 1 Fonte: A autora

Figura 2 - Fonte autor

7

A CHARGE COMO FERRAMENTA DE ENSINO DE HISTÓRIA

O ensino de história ainda é considerado um campo de pesquisa e

desenvolvimento no Brasil pelo simples fato dos jovens terem certa dificuldade em

conciliar o fato histórico com fatos atuais. Para entender o contexto histórico do

ensino de história no Brasil se faz necessário fazer uma breve análise do objetivo

didático da matéria e sua proposta social e educacional.

A história se preocupa em possibilitar uma consciência histórica ao

estudante de forma que este venha a fazer uma identificação dele mesmo como

agente no processo histórico de sua comunidade ou nação. Neste sentido ROCHA

(2002, p.50-51) explica que:

Em História, pensamos ser uma educação de qualidade aquela que permita ao aluno construir em seu ser instrumentos teóricos, tais que, lhe possibilitem uma leitura crescente da realidade social. Assim sendo, a prática do professor deverá estar voltada para a aquisição e treino no manejo dos conceitos das ciências sociais pelos seus alunos. A posse dessas ferramentas inscreve-se na idéia de transversalidade uma vez que elas permitem transformar objetos e, portanto, criar novo. (ROCHA 2002, p.50-51)

Desta forma fica evidente que o objetivo do ensino da história é proporcionar

ao aluno o conhecimento de seu passado para compreender melhor a sociedade na

qual está inserido. Pensa-se, portanto, em formas diferenciadas de se ensinar

história no século XXI, haja vista o nível de tecnologia de informação disponível e a

facilidade de acesso para os alunos, que hoje chegam a competir com os

educadores e nível de informação. Neste sentido, GASPARELLO (1996, p.90-91)

acrescenta que:

As novas orientações para o currículo de ensino de história permitem promover uma prática pedagógica aberta e dinâmica, preocupada fundamentalmente com a questão da cidadania. Tal questão nos remete à necessidade de instituição de uma escola que se preocupa com a formação – e nesse sentido o projeto de situar o aluno no seu contexto histórico, a fim de capacitá-lo para agir e transformar, e não apenas para atuar e reproduzir. (Gasparello 1996, p.90-91)

Assim, pretende-se promover uma educação voltada para cidadania,

colaborando na formação de hábitos, atitudes e habilidades. A proposta é ter uma

educação histórica que desenvolva os três domínios do aluno: o cognitivo, afetivo e

psicomotor.

8

O educador deve ter a percepção da necessidade de enriquecer sua base

teórica e metodológica para orientar um processo de ensino-aprendizagem

significativo, onde o aluno faça parte do contexto histórico, mesmo que esta

participação seja apenas no imaginário produzido por uma atividade lúdica. Cabe ao

professor desenvolver métodos que o aluno possa descobrir na história o sujeito que

é praticando a cidadania de forma consciente que está agindo historicamente.

(FARIAS, 1999, p.363).

Quanto ao ensino da história local, cabe conceituar segundo GOULBERT

(apud HORN; GERMINARI, 2006 p.118), como sendo aquela que desenvolve

análise de pequenos e médios municípios, ou de áreas geográficas não limitadas e

não muito extensas. Os autores citados explicam ainda que “o novo interesse da

História local volta-se para uma abordagem social que procura reconstruir as

condições de vida dos diversos grupos sociais de uma determinada localidade”.

A História local como estratégia pedagógica visa o ensino da História a partir

da experiência de vida do aluno. Para tanto é necessário uma perspectiva teórico-

metodológica que fale da vida das pessoas, que destaque lembranças dos sujeitos

de todos os segmentos sociais.

A proposta da utilização da charge jornalística local no ensino da História no

ensino médio busca justamente a adequação metodológica para que esta

ferramenta possa ser utilizada em outras localidades. O objetivo é reencontrar as

memórias perdidas da história através da imagem, resgatando o cotidiano para

compreender uma dimensão desconhecida do passado (HORN; GERMINARI, 2006,

p.125).

Neste sentido LE GOFF (1992, p. 423-425) complementa que “a memória,

como propriedade de conservar certas informações, remete-nos em primeiro lugar

um conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar

impressões ou informações passadas, ou que ele representa como passadas”.

Tem-se no estudo da memória social um dos principais meios de abordar os

problemas do tempo e da história. Dentro deste contexto é que será desenvolvido o

projeto de ensinar a história local utilizando as charges de Maria Elizabete Przybysz

como atividade lúdica.

As atividades devem levar em conta o dito por SANTOS, (2001, p.53) a

utilização de recursos lúdicos na educação propõe uma nova postura existencial,

com o objetivo de um novo sistema de aprendizado com a brincadeira, inspirado

9

numa concepção de educação para além da instrução. Assim, as atividades lúdicas

na prática pedagógica proporcionam que os alunos participem arduamente. PORTO,

(2002, p.15) cita que:

(...) o lúdico traz, muitas vezes, em si uma relação entre prazer e dor, alienação e emancipação, liberdade e opressão. A criança, o jovem e mesmo o adulto, ao se entregarem a uma atividade lúdica, entram em contato consigo mesmos, com suas experiências de vida e com situações de descoberta do mundo. (PORTO, 2002, p.15)

MOLINA (2009, p.9) salienta que atividades lúdicas como o uso de revistas,

jornais e periódicos em aulas de história não é novidade, desta forma, segundo ela:

O desafio seria pensar tais fontes históricas transformando-as em mediadores culturais na relação de ensino e aprendizagem em sala de aula. Podemos pensar que jornais e periódicos como uma fonte rica para obtenção de dados econômicos e a ampliação de aspectos da vida social, política e cultural de um determinado período histórico. (MOLINA 2009, p.9)

Assim, a atividade lúdica da charge, associada ao estudo da história, passa

a ter uma prática prazerosa que auxilia na compreensão de forma descontraída de

temas políticos, econômicos e sociais que contribui para uma melhor qualidade de

ensino da história junto aos alunos do Ensino Médio.

Desenvolvendo atividades que ensinam com prazer, tem-se uma liberdade

maior com relação ao que se quer realmente trabalhar em sala de aula, podendo

variar de acordo com o comportamento dos alunos. Além de ensinar, a ludicidade

proposta nas charges permite valorizar o conhecimento individual, dando a

oportunidade aos jovens de desenvolver o censo crítico sobre as questões sociais,

políticas e econômicas ocorridas em diferentes períodos da recente história

democrática tanto do país. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais

para o Ensino Médio (1999, p.300), o modo de ensinar história passa a ter uma

conotação metodológica:

A investigação histórica passou a considerar a importância da utilização de outras fontes documentais, além da escrita, aperfeiçoando métodos de interpretação que abrangem os vários registros produzidos. A comunicação entre os homens, além de escrita, é oral, gestual, sonora e pictórica. (PCN 1999, p, 300)

10

A mentalidade da Nova História, inspirada na Escola dos “Annales”,

possibilita ao indivíduo a investigação e a interpretação das representações

históricas, numa abordagem metodológica flexível, onde o desenvolvimento da

pesquisa envolverá diferentes agentes na produção deste material específico. Ainda

cabe salientar a forma de linguagem e envolvimento interdisciplinar propostos,

articulando não apenas os conhecimentos de História, mas as demais disciplinas

como Língua Portuguesa, Artes e disciplinas afins (CARDOSO; VAINFAS, 1997,

131).

O ensino de História possui um importante papel social e pode contribuir na

formação da identidade e no exercício da cidadania dos jovens do Ensino Médio,

bem como na atuação sobre os indivíduos nas suas relações pessoais e a

participação compromissada com o grupo ou classe social que pertençam.

Estimular a prática de atividades lúdicas no ensino, associando o estudo

tradicional ao lazer, promove a transformação no processo educacional e a melhoria

na qualidade do ensino, onde se estudara com mais prazer. Desta forma, afirma-se

que a utilização de charges como atividade lúdica pode trazer, didaticamente,

grandes benefícios ao conhecimento, rompendo, desta forma, alguns paradigmas do

ensino de história.

O QUE SÃO CHARGES?

Para definir a charge, o dicionário de Aurélio descreve: “Charge –

representação pictórica de caráter burlesco e caricatural que satiriza um fato, em

geral de caráter político.

O dicionário da enciclopédia Wikipédia assim o define: “... mais do que um

simples desenho, a charge é uma crítica político-social onde a artista expressa

graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas através do humor e

da sátira

Contudo, existem muitas dúvidas e confusões sobre charge, cartoon (ou

cartum) e caricatura. Apresentaremos algumas considerações sobre as definições:

Charge - O termo charge vem do francês charger que significa carga,

exagero ou, até mesmo ataque violento (carga de cavalaria). Charge é um

estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar,exagera traços do caráter

de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. A charge, como desenho crítico,

11

é temida pelos poderosos, uma vez que é muito utilizada na imprensa como

instrumento de crítica dos personagens em evidência

Cartoon (ou cartum) - É um desenho caricatural que representa uma

situação humorística, utilizando ou não legendas, sendo usualmente utilizado

com pena ou pincel e tinta, ou em alguns casos em aguadas. O termo cartoon

(cartão), tem sua origem no termo italiano cartone (pedaço de papel) que era

aplicado aos moldes recortados ou perfurados em cartão resistentes, usados

para transpor e marcar os desenhos nas obras de arte de grande porte, como

murais ou tapeçarias.

A expressão, com o sentido que tem hoje, nasceu em 1841 nas páginas da

revista PUNCH, a mais antiga revista de humor do mundo ainda em circulação. Em

quase todas as línguas a palavra cartoon mantém a grafia original inglesa. ¹

O cartoon também pode ser definido como um desenho humorístico que

registra ou critica pessoas, situações ou acontecimentos, reais ou imaginários;

anedota gráfica retrata situações mais corriqueiras do dia-a-dia da sociedade.

Os chamados cartuns pantomímicos ou cartuns mudos onde a idéia é

representada somente pela expressão dos personagens no desenho sem que seja

necessário o emprego de texto como suporte. É comum vermos a ausência de

textos em cartuns.1

Caricatura pessoal é uma das formas de expressão caricatural e se utiliza do

exagero em determinadas características físicas da pessoa. É mais comum

vermos o emprego do exagero nos traços da fisionomia da pessoa

caricaturada, mas pode-se eleger qualquer parte do corpo, bem como

trejeitos para serem destacados no desenho. ²

RECURSOS UTILIZADOS NAS CHARGES

Balões de expressões nas charges

Os balões de expressões são dispositivos usados na representação da fala

e os sons, em movimentos que acompanham a mensagem contida na charge. Para

WILL EISNER, o balão é um recurso extremo. Ele tenta captar e tornar visível

1 http://fabricarica.2it.com.br/?sec_cod=5&news_cod=1

²http://sergeicartoons.blogs.sapo.pt/arquivo/070219.html

12

elemento etéreo: o som. Dentro do balão, o letreiro reflete a natureza e a emoção da

fala.

Fonte: da autora. Criado no programa Paint

ONOMATOPÉIAS NA CHARGE

Significa imitar um som com um fonema ou palavra. Ruídos, gritos, canto de

animais, sons da natureza, barulho de máquinas, o timbre da voz humana fazem

parte do universo das onomatopéias2.

Fonte: da autora criado em Power point

²fonte:http://www.mundovestibular.com.br/articles/698/1/ONOMATOPEIA/Paacutegina1.html

13

Charge cômica:

O surgimento das artes cômicas visuais, destacam-se pelo fato de o estilo

grotesco sobreviver ao longo da história como uma arte que assume os exageros e

das hipérboles como recursos de linguagem, tanto no desenho quanto na escrita,

nos recursos gráficos, ridicularizando os personagens, distorcendo as fisionomias

através do desenho, provocando o riso sobre um fato, de uma situação ou de um

personagem público.

Charge Política:

Nos conceitos de Alberto Gawryszewski, as charges e caricaturas estão

carregadas de significados políticos, destaca as publicações na imprensa comunista

(1945-57) e na imprensa anarquista (1901-1927), que possuíam todo objetivo

educacional e ideológico.

Para Carlos Abreu, a caricatura política era uma das ramificações da

caricatura, em que o humor poderia estar presente ou não (ABREU, 2000, p.4). Em

outro trabalho disse que a caricatura política não só abarcava personagens ou

situações vinculadas diretamente a este mundo, bem como expressões da

preocupação social dos caricaturistas (ABREU, 2001 A, p.2).

Malagón, de forma semelhante ao pensamento de Abreu, traça uma

definição para caricatura política, onde a imagem humana em que fossem nacional

ou internacional, ligada as questões políticas, com seus personagens, palavras e

fatos (MALAGÓN, 2002, p15).

Charge de costumes:

Nas charges de costumes, os desenhos representam os acontecimentos

sociais. Os costumes são relativos à cultura, aos valores éticos, morais da

sociedade, surgem a partir de uma prática constante que os passam a se tornar

hábitos.

HERMAN LIMA (1963, p.118), descreve os belos desenhos de Agostini, em

página da Revista Ilustrada, retratando a multidão em procissão do Corpo de Deus,

a paixão dos brasileiros pelos fogos de artifícios, charges sobre a higiene pública e

cenas pitorescas do Brasil no século XIX.

14

HUMOR

O humor contido nas charges jornalísticas é a característica mais marcante

em termos didáticos e lúdicos. O jornal tem por finalidade informar sobre tudo,

construindo a realidade através do texto, o que cabe afirmar que este não se limita a

falar do mundo, mas participa da produção da imagem que compomos da realidade

e do cotidiano. Desta forma, ROMUALDO (2000, p.85-87) explica que a charge

jornalística é um dos textos que entram na configuração desse discurso da

realidade, pois o texto chárgico está ligado aos principais fatos ocorridos (ver figura

3).

Charge retratando os problemas ecológicos e urbanos na cidade de

Apucarana/PR

Figura 3 Fonte: charges da autora

Assim, a chargista utiliza o desenho e a língua, de forma humorística, para

buscar o que está por trás dos fatos e personagens de que se trata. Ela afirma e

nega ao mesmo tempo, obrigando o leitor a refletir sobre fatos e personagens do

15

mundo atual, a interagir com uma intertextualidade. No entanto, o leitor do texto

chárgico tem de estar bem informado acerca do tema abordado, para que possa

compreender e captar seu teor crítico.

Ilustração de charges que utilizam códigos verbais, recursos gráficos e

onomatopéias

Figura 4 - Fonte Autora

Na obra O Riso: ensaio sobre a significação do cômico, BERGESON (1980)

mostra que há comicidade e riso, apenas no que é propriamente humano. O homem

pode ser definido não somente como “um animal que ri” mas também como um

animal que faz rir visto que espetassem o riso somente o conseguiriam por

lembrarem semelhança com o homem o modo como ele os emprega ou ainda

características impressas por ele.

O riso nas festas populares da Idade Média eram presentes nas festas

carnavalescas, onde era um momento de total liberdade, favorecendo assim a

presença do riso.

Neste período encontra-se a chamada “arte grotesca”, que viria a influenciar

a arte do humor. Os desenhos de humor estão não só a partir da Idade Média, mas

16

em outros períodos da história, como na mitologia de povos pré-clássico entre os

gregos e os romanos. Esse estilo artístico é caracterizado pelo exagero,

hiperbolismo, excessos e distorções fugindo de tudo o que é estético.

BÓRIEV descreve que o grotesco “e a forma suprema do exagero e da

ênfase cômica. É o exagero que confere um caráter fantástico a uma determinada

imagem ou obra”. (BÓRIEV apud PROPP, 1992, p.91) PROPP (1992:29), para tratar

do que riem as pessoas, afirma que é possível rirmos do homem em quase todas as

suas manifestações:

Podemos ser ridículos o aspecto da pessoa, seu rosto, sua silueta, seus movimentos. Podem ser cômicos os raciocínios em que a pessoa aparenta pouco senso comum: um campo especial de escárnio é constituído pelo caráter do homem, pelo âmbito de sua vida moral, de suas aspirações, de seus desejos e de seus objetivos. Pode ser ridículo o que o homem diz como manifestação daquelas características que não eram notadas enquanto ele permanecia calado.. Em poucas palavras, tanto a vida física quanto a vida moral e intelectual podem tornar-se objeto de riso. (PROOP 1992, P.29)

No Renascimento o riso/humor supera as profundezas populares, passando

à linguagem vulgar a ideologia superior, com reconhecimento mundial nas artes

literárias, ciências etc.

A CHARGE NA IMPRENSA

As charges no século XIX

O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento e pelas produções gráficas

em grande escala de produção. O desenvolvimento de novas técnicas de impressão

utilizada pelos meios de comunicação de massa, principalmente no setor jornalístico,

com a técnica da litografia*, facilitou e aumentou o número de exemplares com

imagens gráficas. Com as publicações nos jornais e folhetins, houve um maior

acesso e participação do público quanto às questões políticas, econômicas e

sociais. O uso da litografia* contribuíram para divulgar as charges e as caricaturas,

estes recursos que visavam atrair leitores principalmente pelo visual, onde a

informação chegava ao público de forma prática e rápida.

* 1 É uma técnica de gravura, um método de impressão a partir de imagem desenhada sobre base, em geral de calcário especial, conhecida como “pedra litográfica”. A base dessa técnica é o princípio da repulsão entre água e óleo. Atualmente, são usadas como matriz chapa de metal, embora a litografia artística clássica seja toda sobre pedra. No início do século XIX foi bastante utilizada para impressão de documentos, rótulos, cartazes, mapas, jornais, etc. Ela pode ser impressa em plástico, madeira, tecido e papel.

17

No século XIX, pode-se afirmar que as charges afloraram na imprensa

periódica em um período histórico onde a crítica social e política, fortaleceram esse

tipo de gênero. Segundo MELO (2003, p.163), a opinião “se manifesta explícita e

permanentemente através da caricatura, cuja finalidade satírica ou humorística

pressupõe a emissão de valores”.

Na Europa, a primeira publicação de charges de costumes, satirizando os

políticos da época, de temas populares, destacou Charles Philipon, um dos

principais nomes da caricatura política francesa. Criador de inúmeras caricaturas de

Carlos X, rei da França (1824-1830),

Philipon fundou duas grandes publicações humorísticas: La Caricature

(1830) era um jornal satírico que atacava a burguesia parisiense e o sistema judicial

francês, Le Charivari (1832) que era uma revista política declaradamente

esquerdista. Ambos os periódicos tinham as imagens gráficas registros verbais dos

fatos da atualidade. Philipon reuniu artistas gráficos da época como Honoré

Daumier, J. J. Grandville e Charles Joseph Traviés, era considerado o porta-voz

para a caricatura política, também chamado de “Demônio da Caricatura”.

Segundo SANCHOTENE, em 1831, Philipon foi processado 16 vezes devido

as suas publicações contra o rei da França Luís-Filipe (1830-1848). Apesar disso, as

caricaturas tornaram-se cada vez mais ofensivas e agressivas nos seus ataques ao

Governo e ao rei. O caricaturista retratou Luís-Filipe como uma pêra, fazendo uma

referência à forma da cabeça do rei.

Figura Daumier (1995, p.9) 3

3Fonte da imagem: http://www.google.com.br/

18

Na Inglaterra, em 1841 é fundada a revista Punch* (“soco” em inglês)

Idealizada por Henry Mayhew, a revista teve como colaboradores em sua primeira

fase artistas como John Leech e Richard Doyle, pai de Sir Arthur Conan Doyle,

criador de Sherlock Holmes. A equipe de Punch investia no cinismo com o governo,

críticas à alta sociedade e ao modo como os trabalhadores eram tratados por seus

empregadores. De acordo com ARAGÃO (2005), a trajetória de Punch marca a

criação de momentos-chave na história da charge política devido à revista dedicar

uma página central com críticas ilustradas às instituições, bem como ditar um padrão

de valores e atitudes que prevaleceram como modelo de comportamento até o

declínio do grande império britânico

O periódico inglês alcançou um nível máximo de circulação na década de

1940 com 175.000 exemplares por tiragem. PUNCH sobreviveu até 2002 sendo

considerada a revista que renovou o conceito de caricatura no século XX devido a

sua capacidade de adaptação e sintonia com cada época. Em 2004, grande parte do

arquivo da revista foi vendida a Biblioteca Britânica.

AS CHARGES NO BRASIL

Segundo RIANI, o humor gráfico pode ter surgido aproximadamnteem1808,

após a chegada de D. João VI, entretanto a primeira charge que se tem registro é de

dezembro de 1837, de autoria de Manoel de Araújo Porto-Alegre,* litografada por

Victor Larée.

19

Primeira charge publicada no Brasil- “A Campanha do Cujo” de Manoel de Araújo

Porto-Alegre, litografia de Victor Larée (jornal do Commércio. 1837) 4

Nesta charge, a descrição de SANCHOTENE C.R. S revela que o artista

apresentava o jornalista Justiniano José da Rocha, diretor do jornal Correio Oficial

do Rio de Janeiro, ligado ao governo, recebendo um saco de dinheiro.. A propina foi

o primeiro tema abordado na história da charge brasileira.

Manuel Araúlo lançou e, 1844 a revista Lanterna Mágica, a primeira

publicação de humor político no Brasil

Antes dessa data, porém, existem, outras publicações em Pernambuco, por

volta de 1830, nos dois jornais de Recife: O Corcundão (1831) e O Carapuceiro

(1832)

O Brasil ganhou um estilo diferente nas publicações de alemão Henrique

Fleuiss, com a Semana Ilustrada, inaugurada no dia 16 de dezembro de 1860.

Produzindo não somente as charges e caricaturas de personalidades, mas

uma inovação com a publicação do primeiro cartaz-anúncio ilustrado. Pela Semana

Ilustrada passaram escritores e jornalistas da época como: Machado de Assis,

Quintino Bocaiúva, Pedro Luís, Joaquim Manoel de Macedo, Joaquim Nabuco,

Bernardo Guimarães, entre outros.

Edição número 1 da revista Semana Ilustrada (1860)5

4 Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ManueldeAraujoPorto-Alegre

5 Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Semana_Ilustrada

20

Manoel de Araújo Porto-Alegre foi poeta, arquiteto, urbanista,

teatrólogo, professor de desenho, crítico e historiador de arte, vereador, diplomata e

patrono da cadeira número 32 a Academia Brasileira de Letras. Suas principais

obras como pintora são: Dom Pero I Selva Brasileira, Estuo para painel decorativo,

Pietà,, /Colombo, Brazilianas e Estátua Amazônica.

A publicação de humor no Brasil, contou com o talento do italiano

Ângelo Agostini, conhecido como “o reporte do lápis” e lança o primeiro periódico

paulista ilustrado, Diabo Coxo, em parceria com Luis Gama. As caricaturas foram

conhecidas como uma “arma de combate” contra a elite da província e do império,

que lhe causou ameaças, perseguições e processos judiciais.

Agostini, em 1º de janeiro de 1876, no Rio de Janeiro edita sua

própria revista, chamada Revista Ilustrada, composto por quatro páginas tipo

grafadas com textos e outras quatro paginas litografadas com ilustrações, charges e

caricaturas. Em 1889, a revista alcançou uma tiragem de quatro mil exemplares,

número que de acordo com Sodré (1999), nunca alcançada por nenhum jornal da

época na América do Sul.

Segundo RIANI, ressalta que, foi Agostini que publicou a primeira história em

quadrinhos e que se tem registro no mundo. Embora haja quem aponte o surgimento

desta arte nos EUA, com Yellow Kid em 1895. Agostim lançou em 1869, a primeira

novela-folhetim: Nhô-Quim, ou Impressões de uma Viagem à Corte- história em

muitos capítulos, e posteriormente publica As Aventuras de Zé Caipora.

Revista Ilustrada. 1876. N.º 1 (Capa)6

6 http://www.simelp2009.uevora.pt/pdf/slt56/02.pdf

21

A história do humor gráfico no Brasil foi marcada por uma extensa relação

de importantes nomes como: Bazar Volante, Cabrião, Ba-Ta-Clan, Vida Fluminense,

O Pirralho, Diabo Coxo, Tico-tico, O Tagarela, O Besouro, O Mosquito, Comédia

Social, O Mequetrefe, Revista Ilustrada, Tico-Tico, Fon-Fon, O Fígaro,D. Quixote,

Revista da Semana, O Malho,Careta, e A Manha.

No século XIX, a imprensa humorística brasileira estava inserida num

contexto político marcada pelo declínio o Império, pelo fim da escravidão, da Guerra

do Paraguai e do movimento republicano. As charges que ridicularizavam e

zombavam dos costumes da época passam no século XX, a ter a função de divertir,

com piadas de costumes e leve crítica política.

A primeira-dama da caricatura brasileira foi Nair de Teffé, casada com o

Marechal Hermes a Fonseca, que governou o Brasil entre 1910 e 1914. Usava o

pseudônimo de Rian (Nair ao contrário), a artista iniciou sua carreira de ilustradora

em 1909, na revista Fon-Fon, passando por periódicos como Careta, O Malho.

Primeira edição da revista Fon-Fon (13 de abril de 1907)7

7http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon_anos.htm

22

Em 1908, surgiu o periódico Careta, fundada por Jorge Schimidt. Posterior

ao período de 1920 a revista passa a contava com o talento admirável de José

Carlos de Brito e Cunha (J.Carlos), tornando-se popular como nenhum outro neste

período.

Primeira edição da revista Careta (06 de junho e 1907) 8

De acordo com GAWRYSZEWSKI, (2009, p.40) uma das principais revistas

ilustradas no Brasil, O Cruzeiro pode ser considerada uma as principais publicações

do século na imprensa brasileira. Começou a ser publicada em 10 de novembro de

1928 pelos diários associados de Assis Chateaubriand. Contava com o foto

jornalismo de David Nasser e Jean Manzon. A revista tratava de fatos sobre aristas,

cinema, esportes, saúde e contava com seções de charges políticas, culinária e

moda.

Em O Cruzeiro, surgiu o mais importante personagem do humor gráfico no

Brasil do século XX: O Amigo da Onça. Criado pelo pernambucano Péricles de

Andrade Maranhão, com a primeira publicação em 23 de outubro de 1943. Péricles e

seu personagem que ganhou fama e notoriedade nas páginas da extinta revista O

8 http://blogdofernandocaldas.blogspot.com/2009/11/revista-careta.html

23

Cruzeiro, sendo a última edição em julho de 1975 com o fim dos Diários Associados

de Châteaubriant.

O amigo da Onça (Revista Cruzeiro – 1943) 9

Em pleno AI-5 , em 1969,em oposição à ditadura militar surge O Pasquim,

um tablóide criado por um grupo de jornalistas criativos que era composto por idéias

humorísticas e sátiras nas suas publicações. Alguns jornalistas e chargistas

compunham o periódico como: Sérgio Cabral, Tarso de Castro, Ziraldo, Fortuna,

Paulo Francis, Luiz Carlos Maciel, Flávio Rangel, Millôr, Henfil, entre outros

intelectuais cariocas. O jornal sobreviveu à abertura política e deixou de ser

publicado em 2004.

9 Fonte: www.google.com.br/Jornal ABI 170 anos de caricatura no Brasil

Acesso em 01/08/2011

24

UNIDADE 1

Observe a charge da autora, publicada em 2011:

Fonte: da autora

1. Identifique e escreva os elementos visuais que aparecem na charge.

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

a. Descreva sobre o tema apresentado no desenho chargico.

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

b) O riso, a sátira e a ironia são recursos utilizados nas charges para denunciar e

criticar os vários segmentos da sociedade. Qual destes recursos está presente

nessa charge?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

c) Qual é a mensagem que a charge nos transmite?

25

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. A seguir, faça um texto sobre o que representa a charge:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

26

UNIDADE 2

A Charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar,exagera

traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco.

Pesquise no dicionário o significado das palavras: “satirizar”, “burlesco” para

compreender melhor a explicação acima.

Observe esta charge:

Fonte: da autora

1. O que esta imagem representa.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

27

2. Identifique os recursos gráficos e onomatopéias encontrados nessa charge e

porque eles foram utilizados.

3. Desenhar dois balões de expressão e escrever dois diálogos sobre charge

política.

4. Realizar uma pesquisa de imagens em jornais, revistas ou em periódicos, sobre

charge política, de costumes e cômica. Elabore um mural com recortes de charges

da pesquisa e apresente para os colegas da sala de aula e na sua escola.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

28

UNIDADE 3

ATIVIDADES COM CHARGES

1- Observe a charge da autora, publicada em 2011 e responda:

Fonte autora

1 - Por que razão você acha que o policial está usando o aparelho de bafômetro? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 2 - Qual é o humor da charge? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 3 – A crítica desta charge refere-se à falta de: a) ( ) educação do povo brasileiro. b) ( ) ao não cumprimento a lei de trânsito. c) ( ) A falta de consciência dos condutores de veículos por não ter amor a própria vida . 4. Copie os elementos que mostram que está charge é uma onomatopéia? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 4 – Qual é o espaço onde ocorre a cena?

29

______________________________________________________________________________________________________________________________________

2- Confeccionando uma charge

a- Solicitar que os alunos formem duplas

b- Distribuir jornais, livros didáticos e revistas para cada grupo e pedir que observem

todos os tipos de recursos gráficos, onomatopéias e expressões de linguagem das

páginas dos impressos.

c- Após a pesquisa, escreva quais foram as palavras e os elementos essenciais que

encontraram,

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

d- Utilizar os recursos de linguagem para construir um texto com abordagem

histórica local nos diálogos, sem a utilização o desenho de humor.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

e- Elaborar desenhos de charges, criar nome aos seus personagens para expressar

o riso, o humor dos personagens. Após a criação dos personagens, anexar os textos

produzidos na atividade anterior.

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JOGO DE IMAGEM E MEMÓRIA

Após ter visto e conhecer alguns conceitos sobre charges, utilize o quadro

para produzir a sua charge. Retrate algo que ocorreu na sua cidade, escola, sala de

aula ou na sua comunidade.

a)- Faça uma descrição da cena que você desenhou:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

b)- Como identificar nos desenhos de charges políticas, o que expresse ou

denuncie caráter do retratado?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

c)- Existe uma intenção crítica ou de humor na sua charge. Identifique e escreva os

pontos que observou como importante.

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Orientando o Professor

UNIDADE 1

A charge tem uma abordagem sobre as questões relacionadas às empresas

de confecção local e a fiscalização dos órgãos de governo sobre produtos

industrializados. A fiscalização que por um lado procura garantir os benefícios tanto

das empresas idôneas que produzem e pagam seus impostos corretamente, como

pela garantia aos direitos do trabalhador das indústrias de confecções. A pirataria de

produtos industrializados é um problema para o governo que deixa de recolher os

impostos e para o trabalhador que deixa de ter seus direitos assegurados pelas leis

trabalhistas.

UNIDADE 2

TEMA POLÍTICO

O político

A demagogia dos políticos presentes nas aparições públicas, principalmente

nas campanhas políticas em véspera de eleições quer sejas municipais, estaduais

ou de âmbito federal sempre ocorrem na sociedade.

Com a representação desta charge, podemos observar várias situações

comuns que ocorrem na sociedade brasileira, a primeira delas, vemos a pobre

senhora que vem a pedir remédio para o candidato político, demonstrando um grau

de dependência e subserviência da cidadã, que não conhece seus direitos ao qual a

constituição brasileira dá o direito a saúde aos seus cidadãos. Segunda situação

verificou o nome do candidato político Vigariwilston que nos remete a um candidato

pouco confiável, que caso seja eleito, legislará em causa própria e dos seus

patrocinadores. Demonstra como os candidatos se utilizam da falsa justificativa de

ajudar as populações carentes, porém seus objetivos são o que o nome próprio

sugere Vigariwilston, ou seja: trapacear, enganar, roubar, ludibriar a sociedade com

falsas promessas.

32

UNIDADE 3

TEMA SOBRE SOCIEDADE E CIDADANIA

O bafômetro

A mistura do álcool e da direção é um composto muito perigoso para toda a

sociedade. O motorista habilitado pode causar danos não só para si e seus

familiares, como para toda a sociedade, causando à morte, a invalides, a detruição

de muitas famílias. No Brasil, se diz que o trânsito mata mais que as guerras que

existem pelo mundo.

Esta charge corresponde ao que muitos brasileiros afirmam e recusa-se a fazer o

teste do bafômetro, um aparelho usado pela polícia do trânsito, que é para medir o

grau de alcoolização de um motorista quando abordado em uma rodovia.

A guerra do trânsito tem levado anualmente a óbito milhares de pessoas

vítimas da falta de cidadania por parte dos motoristas brasileiros. Aqui nesta charge,

mostra uma situação que o motorista, mesmo se negando a fazer o teste solicitado

pelo policial e na evidência seu estado etílico, é satirizado pela esposa quando diz:

...eu avisei seu guarda!

CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES

ATIVIDADE PERÍODO DA EXECUÇÃO POR AULAS

UNIDADE 1 AGOSTO/2011 4 AULAS

UNIDADE 2 SETEMBRO/2011 4 AULAS

UNIDADE 3 OUTUBRO/2011 4 AULAS

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REFERÊNCIAS

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GAWRYSZEWSKI. Alberto. O Cruzeiro: uma revista (muito) ilustrada/Alberto

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GAWRYSZEWSKI, Alberto. O amigo a onça: uma expressão da alma brasileira /

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