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DIRETORIA EXECUTIVA 2008-2010 - advocef.org.br · "Sai um presidente da terra de Tobias Barreto (Sergipe) e, no rodízio das regiões, assume um presidente da terra das man-gueiras

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Conselho Editorial: Davi Duarte, Bruno Vanuzzi, Carlos Alberto R. de Castro Silva, Roberto Maia, MarceloQuevedo do Amaral, Anna Claudia de Vasconcellos e Júlio Vítor Greve|Jornalista responsável: Mário GoulartDuarte (Reg. Prof. 4662) - E-mail: [email protected]. Projeto gráfico: Eduardo Furasté|Editoraçãoeletrônica: José Rober to Vazquez Elmo|Capa e contracapa: Eduardo Furasté|Ilustrações: RonaldoSelistre|Tiragem: 1.100 exemplares| Impressão: Gráfica Pallotti|Periodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e a instituições deensino e jurídicas.

Fevereiro | 20102

www.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800.647.8899

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA 2008-2010Presidente: Davi Duarte (Porto Alegre)Vice-Presidente: Bruno Vicente Becker Vanuzzi (Porto Alegre)1º Secretário: Ricardo Gonçalez Tavares (Porto Alegre)2º Secretário: José Carlos Pinotti Filho (Londrina)1º Tesoureiro: Fernando da Silva Abs da Cruz (Novo Hamburgo)2º Tesoureiro: Mariano Moreira Júnior (Florianópolis)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:

Carlos Alberto Regueira de Castro Silva (Recife)[email protected]

Diretor de Comunicação:Roberto Maia (Porto Alegre)[email protected]

Diretor de Honorários:Marcelo Quevedo do Amaral (Porto Alegre)[email protected]

Diretor de Negociação:Anna Claudia de Vasconcellos (Florianópolis)[email protected]

Diretor de Prerrogativas:Júlio Vitor Greve (Brasília)[email protected]

REPRESENTANTES REGIONAISLaert Nascimento Araujo (Aracaju)|Patrick Ruiz Lima (Belém)|LeandroClementoni da Cunha (Belo Horizonte)|Elisia Sousa Xavier (Brasília)|Juliana Varella Barca de Miranda Porto (Brasília)|Júlio Vitor Greve(Brasília)|Carlos Henrique Bernardes Castello Chiossi (Campinas)|Alfredo de Souza Briltes (Campo Grande)|Renato Luiz Ottoni Guedes(Cascavel)|Eber Saraiva de Souza (Cuiabá)|Jayme de Azevedo Lima(Curitiba)|Edson Maciel Monteiro (Florianópolis)|Adonias Melo deCordeiro (Fortaleza)|Ivan Sérgio Vaz Porto (Goiânia)|Leopoldo VianaBatista Junior (João Pessoa)|Rodrigo Trezza Borges (Juiz de Fora)|Altair Rodrigues de Paula (Londrina)|Dioclécio Cavalcante de Melo Neto(Maceió)|Alcefredo Pereira de Souza (Manaus)|José Irajá de Almeida(Maringá)|Carlos Roberto de Araújo (Natal)|Daniel Burkle Ward(Niterói)|Clarissa Pires da Costa (Novo Hamburgo)|Luis GustavoFranco (Passo Fundo)|Marcelo Quevedo do Amaral (Porto Alegre)|Melissa dos Santos Pinheiro (Porto Velho)|Henrique Chagas (PresidentePrudente)|Pedro Jorge Santana Pereira (Recife)|Sandro Endrigo deAzevedo Chiaroti (Ribeirão Preto)|Márcio Miranda de Souza (Rio deJaneiro)|Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)|Fábio Radin (SantaMaria)|Antonio Carlos Origa Junior (São José do Rio Preto)|FláviaElisabete de Oliveira Fidalgo Souza Karrer (São José dos Campos)|ÊnioLeite Alves da Silva (São Luís)|Roland Gomes Pinheiro da Silva (SãoPaulo)|Renato Cavalcante de Farias (Teresina)| Luciola ParreiraVasconcelos (Uberlândia)|Cleber Alves Tumoli (Vitória)|Aldir GomesSelles (Volta Redonda).CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos: Laert Nascimento Araújo (Aracaju), Marcelo DutraVictor (Belo Horizonte), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba), PatríciaRaquel Caires Jost Guadanhim (Londrina) e Henrique Chagas(Presidente Prudente).Membros suplentes: Maria Eliza Nogueira da Silva (Brasília), Arcinéliode Azevedo Caldas (Campos dos Goytacazes) e Daniele CristinaAlaniz Macedo (São Paulo).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Liana Cunha Mousinho Coelho (Belém), RogérioRubim de Miranda Magalhães (Belo Horizonte) e Alfredo AmbrósioNeto (Goiânia).Membros suplentes: Fábio Romero de Souza Rangel (João Pessoa)e Sandro Cordeiro Lopes (Rio de Janeiro).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410 | Edifício João CarlosSaad | CEP 70070-120 | Fone (61) 3224-3020E-mail: [email protected] | Auxiliar administrativo: PriscilaChristiane da Silva.Endereço em Porto Alegre/RS:Rua Siqueira Campos, 940 / 201 | Centro | CEP 90010-000Fones (51) 3286-5366 e (51) 3221-7936Auxiliares Administrativos: Lisandra de Andrade Pereira (Financeiro) eRafael Martins Dias (Secretaria).

| Editorial

Passada a magia do pe-ríodo de férias e do carna-val, é chegada a hora de en-frentar os temas que a vidaprofissional reserva a quem,felizmente, tem uma profis-são e trabalho.

Dentre os temas rele-vantes, a posse da nova di-reção da OAB, em todos osníveis. Com isso a perseve-rança na luta para que o Di-reito seja preservado, espe-cialmente diante de concre-tos e degradantes atos decorrupção.

A luta da Ordem tem sidomemorável. Desta vezBrasília tem o privilégio deamenizar o problema, poisnão mais há espaço para fe-char os olhos diante da gra-vidade e força das imagens,que viajaram pelo mundo,mostrando dinheiro sendoguardado de modo comple-tamente inapropriado. Mas,a par de tanto, o povobrasiliense certamente sa-berá comemorar os 50 anosde fundação da bela CapitalFederal.

Novidades não faltam

Diretoria ExecutivaDiretoria ExecutivaDiretoria ExecutivaDiretoria ExecutivaDiretoria Executivada ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEF

A propósito da OAB, ex-celente fato consiste naeleição de inúmeros associ-ados da ADVOCEF para osmais variados cargos, so-bressaindo os conselheirosde diversas Seccionais.

Para o mês de março des-tacamos a escolha de listasêxtupla ao TRF-1, em que ocompanheiro Paulo Ritt des-ponta como forte candidato,pelo Estado da Bahia.

E novidades não faltam,nesta edição, a começar pelaforte e positiva repercussãoda Revista de Literatura daADVOCEF no seio da comu-nidade literária.

Afinal, se o ano começouagora, logo mais teremos afinalização da campanha Ar-recadar +, eleições para a As-sociação e a realização doCongresso anual da ADVOCEF,de 13 a 17/05/2010, emGramado.

E o tempo passa e muitorapidamente. Urge empregá-lo bem. Ótima leitura.

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Fevereiro | 2010 3

| Honorários

Campanha Arrecadar + da ADVOCEF termina em marçoReta final

Dicas para arrecadar +Para manter a eficiência do controle dos repasses de honorári-

os na CAIXA - mesmo após o período da campanha Arrecadar + -, aDiretoria de Honorários divulga as recomendações abaixo.

O papel da RECOCO papel da RECOCO papel da RECOCO papel da RECOCO papel da RECOC. A RECOC é a responsável pelacontabilização dos valores recolhidos no evento 2903-3.Somente os valores conciliados pela RECOC integram asplanilhas mensais enviadas à GERID. Portanto, os valoresnão conciliados não integrarão o repasse e após 60 diasserão apropriados pela CAIXA.

Relacionamento com as áreasRelacionamento com as áreasRelacionamento com as áreasRelacionamento com as áreasRelacionamento com as áreas. A manutenção deum canal de comunicação e colaboração com as demaisáreas é fundamental para esclarecer dúvidas e promo-ver medidas de incremento da arrecadação.

Relacionamento com as agênciasRelacionamento com as agênciasRelacionamento com as agênciasRelacionamento com as agênciasRelacionamento com as agências. A rápidaresposta aos pedidos de informação de custas e hono-rários é medida essencial para viabilizar acordos, redu-zir processos e recolher honorários.

RRRRRelacionamentelacionamentelacionamentelacionamentelacionamento com GICOo com GICOo com GICOo com GICOo com GICOTTTTT, GICOP e GILIE, GICOP e GILIE, GICOP e GILIE, GICOP e GILIE, GICOP e GILIE.As Comissões de Honorários devem realizar reuniões paraverificar:

- As necessidades dessas áreas e as medidas que po-dem facilitar o trabalho.

- Estabelecer rotinas que facilitem e esclareçam ques-tões polêmicas sobre a incidência de honorários.

Como colaborarComo colaborarComo colaborarComo colaborarComo colaborar. O que o advogado pode fazer paraajudar a incrementar a arrecadação de honorários:

No penúltimo mês da campanha Ar-recadar +, que vai distribuir prêmios àsunidades jurídicas que mais contribuírempara a arrecadação de honorários na CAI-XA, o JURIR/Recife lidera o ranking, se-guido pelos Jurídicos de Aracaju, Rio deJaneiro, Porto Alegre e Fortaleza. O dire-tor de Honorários da ADVOCEF, MarceloQuevedo do Amaral, anuncia que a cam-panha, lançada pela Associação em ou-

tubro do anopassado, jáatingiu seusobjetivos.

|Marcelo:objetivosforamatingidos

"A campanha já produziu excelentesfrutos para a categoria, além, é claro, doaumento da arrecadação", proclama o di-retor. "A campanha colocou as questõesreferentes aos honorários na ordem do dia,promoveu o debate e harmonizou o conhe-cimento da categoria sobre os procedimen-tos de cobrança e contabilização", acres-centa.

Fórum no siteEntre outros pontos que contribuíram

para os bons resultados do projeto, o dire-tor destaca a criação do Fórum de Hono-rários no site da ADVOCEF, com acessorestrito aos advogados. "Esse espaço estápermitindo uma rica troca de experiênci-as e debates entre os associados, facili-tando a comunicação e colocando em dis-cussão questões da maior relevância",explica.

- Auxiliar a Comissão de Honorários nas suas tarefas.- Exigir a cópia do DLE antes do pedido de extinção ou suspen-

são do processo.- Conferir o preenchimento do DLE (evento contábil, nº do

SIJUR e nº do processo).- Repassar uma cópia do DLE ao apoio para elaboração da

planilha mensal.- Repassar cópia do comprovante de depósito de honorári-

os realizado diretamente na conta da ADVOCEF à Comissão deHonorários.

- Conferir se os valores arrecadados em processos sobsua responsabilidade constam na planilha mensal envia-da à GERID.

- Conscientizar e informar aos demais colegas do seupapel e da importância das Comissões de Honorários.

- Exigir a DLE comprovando o recolhimento de hono-rários.

- Comunicar à Comissão da sua região, em caso dedescumprimento reiterado.

Mantendo o contatoMantendo o contatoMantendo o contatoMantendo o contatoMantendo o contato. O advogado pode acompa-nhar a conciliação contábil através das Comissões deHonorários. O e-mail da Diretoria de Honorários é[email protected].

As decisões das comissões poderão dar origem asúmulas, visando harmonizar e padronizar os procedi-mentos em âmbito nacional.

Graças à participação dos advogados,afirma Marcelo, muitas informações impor-tantes estão chegando à Diretoria daADVOCEF.

A campanha Arrecadar + vai distribuir,em março, prêmios como televisores LCD,home theater e máquinas fotográficas.Para a definição dos vencedores, será con-siderada a arrecadação de cada unidadecomparada com a do ano anterior, no mes-mo período. Será concedido ainda o prê-mio "Destaque Arrecadação", disputadoentre as unidades que já apresentavam boaprodução antes da campanha.

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Fevereiro | 20104

| Categoria

Mudanças na OABConselheiros da CAIXA priorizam a advocacia pública

"Sai um presidente da terra de TobiasBarreto (Sergipe) e, no rodízio das regiões,assume um presidente da terra das man-gueiras e do famoso Círio de Nazaré(Pará)". A frase é do diretor de Articulaçãoda ADVOCEF, Carlos Castro, descrevendoa troca de comando no Conselho Federalda Ordem dos Advogados do Brasil, com aposse do novo presidente, Ophir Cavalcan-te, em sucessão a Cezar Britto. Na cerimô-nia, realizada em 1º de fevereiro, emBrasília, que também empossou os 81conselheiros federais das 27 Seccionaispara o próximo triênio, Castro representoua ADVOCEF, juntamente com o vice-presi-dente Bruno Vanuzzi.

Carlos Castro, que assumiu como con-selheiro estadual da OAB/PE em 1º de ja-neiro, comenta que Ophir Cavalcante dei-xou claro em seu discurso que as refor-mas política e do Judiciário serão seus te-mas centrais. "Para o novo presidente, umadas nossas missões é retirar o Brasil da

75ª posição no ranking das nações maiscorruptas do planeta, conforme o levanta-mento da ONG Transparência Internacio-nal, divulgado em novembro de 2009."

Carlos Castro se refere ao trecho emque Ophir propõe a criação de um "obser-vatório da corrupção", espécie de cadastrode fichas sujas a ser mantido pela institui-ção, acompanhando as denúncias envia-das ao Judiciário em todo o país. Castrolembra que o presidente convocou os maisde 700 mil advogados e toda a populaçãobrasileira para a missão.

Parceria com o CNJAlfredo Ambrósio Neto, do JURIR/

Goiânia, conselheiro da OAB/GOempossado em 4 de janeiro, acha que osadvogados brasileiros estão bem represen-tados pelo presidente Ophir Cavalcante, "quetem demonstrado firmeza em suas ações,como se deve esperar de um líder que co-manda a maior instituição civil do país". O

principal tema aser tratado nanova gestão, aseu ver, deveser a valoriza-ção do advoga-do, público ou privado, especialmente so-bre os honorários de sucumbência.

No âmbito social e político, Alfredoacha que a OAB nacional deve atender aosanseios do cidadão na busca de uma Jus-tiça mais ágil e efetiva, buscando sem-pre parceria com o Conselho Nacional deJustiça. Também importante, acrescen-ta, será o combate à corrupção e a todasas formas de comportamento que deni-grem a imagem da política.

Lembrança de Cezar BrittoCarlos Castro, diretor de Articulação e Relacionamento Institucional da ADVOCEFCarlos Castro, diretor de Articulação e Relacionamento Institucional da ADVOCEFCarlos Castro, diretor de Articulação e Relacionamento Institucional da ADVOCEFCarlos Castro, diretor de Articulação e Relacionamento Institucional da ADVOCEFCarlos Castro, diretor de Articulação e Relacionamento Institucional da ADVOCEF

"Falar do Dr. Cezar é dizer da novacara da Ordem dos Advogados do Brasil.É lembrar da nossa vitoriosa luta contrao Estado policial e em favor das liberda-des; da defesa das nossas prerroga-tivas profissionais que culminoucom a sanção da lei 11.767/2008,que garantiu a inviolabilidade dosnossos escritórios de advocacia; quese fez editar a Súmula 14, para queos advogados tenham acesso aosautos, acabando com os criminososprocessos e investigações secretospara o próprio interessado; é recor-dar da sua coragem em propor Açãopor Descumprimento de PreceitoFundamental junto ao Supremo Tri-bunal Federal para abertura dos ar-quivos da ditadura, no empenho deresgatar uma dívida histórica para

com o povo brasileiro, em favor da verda-de; é ter a esperança da existência de cur-sos mais qualificados de Direito, o queresultará em alunos e futuros advogados

mais preparados, pondo um freio nomercantilismo da educação neste país,fiscalizando, denunciando, coibindo aabertura de novos cursos e pedindo o

fechamento de faculdades quenão apresentarem excelência naqualidade do ensino; é ainda afir-mar que a ética é possível, tantoentre nós advogados como na po-lítica; e que continuaremos aten-tos na defesa do Estado democrá-tico de direito.

É continuarmos repugnando aabominável PEC dos Precatórios, co-nhecida como a "PEC do Calote", emdefesa plena da sociedade brasileira.

Por fim, é agradecer o apoioinstitucional que a nossa Ordem nosdeu em toda nossa luta da ADVOCEFem 2009."

|Carlos Castro (à direita), com a filha Carolinae o ex-presidente da OAB Cezar Britto

|Alfredo:sintonia com os

advogados daCAIXA

Tributo

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Fevereiro | 2010 5

O advogado Leopoldo Viana, doJURIR/João Pessoa, julga que o novopresidente dará destaque às questõesque envolvam o desrespeito ao Esta-do de direito, combatendo as tentati-vas de descumprimento das leis("notadamente a de imprensa, quevem sendo continuamente ferida") eas ameaças às liberdades e ao direitode propriedade, "com atenção espe-cial àquelas produtivas e que cum-prem sua função social".

Leopoldo, que assumiu como di-retor tesoureiro na OAB/PB, entendeque é preciso progredir na defesa dosinteresses do advogado público."Estamos, enquanto Ordem, em viasde fortalecimento a essa laboriosa eimportante classe, eis que por estespassam todos os interesses do Esta-do brasileiro."

Planos dos conselheirosAlfredo Ambrósio Neto pretende integrar

a Comissão do Advogado Público e Advoga-do Empregado, para combater as discrepân-cias entre as diversas carreiras e categoriase buscar melhores condições de trabalho ehonorários advocatícios de sucumbência.Planeja sua atuação "sempre em sintonia eapoio aos projetos da ADVOCEF em favor dosadvogados da CAIXA".

Após "árdua batalha eleitoral" em JoãoPessoa, onde a oposição não vencia hámais de 40 anos, o advogado LeopoldoViana pretende administrar os recursos daOrdem com transparência, reduzir o índi-ce de inadimplência e valorizar o advoga-do e o cidadão, na defesa dos seus inte-resses e prerrogativas.

Uma curiosidade: com quatro advo-gados eleitos em outubro, o JURIR/JoãoPessoa apresenta a maior concentraçãode representantes na OAB. Além deLeopoldo, atuam na Ordem Fábio Rangel,Francisco das Chagas Nunes e EduardoHenrique Videres. Leopoldo acha que acausa deve ser a descoberta pelos cole-gas de que os conselheiros podem pres-tar serviços sociais relevantes e gratuitosà população, como voluntários em diver-sas formas de colaboração.

As grandes batalhasEm Recife, Carlos Castro aguarda a

nomeação para fazer parte de uma dascomissões da Seccional. Acredita que

Juiz, promotor e advogadoEntrevista do presidente da OAB, Ophir

Cavalcante, à Folha de S. Paulo:FFFFFolhaolhaolhaolhaolha - O sr. concorda que hoje os

advogados contam comuma infinidade de recursosque ajudam a perpetrar aimpunidade?

Cavalcante Cavalcante Cavalcante Cavalcante Cavalcante - É umfato. É preciso uma revisãoda legislação. Há muitos re-cursos que só fazem benefi-ciar os réus.

FFFFFolhaolhaolhaolhaolha - Então o sr. criti-ca os advogados que se tor-naram verdadeiros especia-listas em recursos?

CavalcanteCavalcanteCavalcanteCavalcanteCavalcante - Não achoque isso seja um desvio éti-co. Acho que é o sistema

processual que proporciona essa infini-dade de recursos. Mas o juiz tem instru-mentos para coibir isso.

Folha Folha Folha Folha Folha - Os advogadosreclamam que o juiz e o pro-motor muitas vezes traba-lham juntos. O sr. concorda?

CavalcanteCavalcanteCavalcanteCavalcanteCavalcante - Deve-mos convir que o promotortem muito mais acesso aojuiz do que o advogado daparte que está sendo acu-sada. O Ministério Públicofaz a defesa da sociedade,então o juiz acha que eletem muito maiscredibilidade do que a de-fesa. Muitas vezes acabaconfundindo esse papel.

será para a Comissão da Advocacia Públi-ca. Mas o advogado, que já foi secretáriode Políticas Sociais e presidente dos Con-selhos de Assistência Social e dos Direi-tos da Criança de Olinda, pode assumirtambém a Comissão dos Direitos Huma-nos no Estado.

Sua luta na OAB/PE será pela valori-zação da Advocacia e pela ética na profis-são, incluindo o respeito que o advogadodeve merecer do Poder Judiciário e das

autoridades. "Mas não me esque-cerei de travar grandes batalhas, senecessário for, em prol do reconhe-cimento dos advogados da CAIXAcomo advogados públicos, garantin-do a isonomia para com os procu-radores federais e os advogadosgerais da União."

Nesse sentido, Castro tem con-versado com o presidente e conse-lheiros da OAB/PE. Entende que nãohá mais justificativas para a perdade grandes quadros em todo o país,pois "brilhantes colegas vêm abra-çando novas carreiras, como Magis-tratura, Ministério Público, AGU, de-legados, assistentes judiciários eoficiais de Justiça, entre outros, emprejuízo da nossa Instituição".

Castro informa que busca oapoio de parlamentares para in-cluir, na PEC que trata das carrei-

ras da AGU, a ser enviada ao Congresso,a criação da Procuradoria das EmpresasPúblicas Federais, "sonho da grandemaioria dos nossos associados". Ele con-voca todos os advogados a trabalhar emconjunto pelo fortalecimento daADVOCEF, fazendo os necessários con-tatos nos Estados. "Só assim seremos re-conhecidos, porque, como diz o nossoatuante presidente Davi Duarte, 'juntossomos bem mais fortes'".

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|Ophir: promotor tem maisacesso ao juiz

|Posse na Paraíba (da esq. para a dir.): presidente da OAB/PB,Odon Bezerra; presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante;

e Leopoldo Viana

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Fevereiro | 20106

| Constituição

O direito da AdvocaciaPor liminar, o Quinto Constitucional é mantido no Rio de Janeiro

Fracassou a tentativa de algunsdesembargadores do Rio de Janeiro deimplantar um "Exame de Admissão do Quin-to Constitucional" para advogados e inte-grantes do Ministério Público. A Resolução001/2010 da 10ª Câmara Cível, de 13/1/2010, foi considerada inconstitucionale sustada por liminar concedida peloConselho Nacional da Justiça ao Con-selho Federal da OAB e à Seccional daOAB/RJ, em 5/2/2010.

"Não parece possível que uma Câma-ra Cível - mera cisão administrativa de umtribunal - tenha a possibilidade de eliminarqualquer candidato que compõe a listasêxtupla enviada pelas instituições de clas-se dos magistrados ou o Ministério Público",afirmou o conselheiro relator Felipe LockeCavalcanti, no Procedimento de ControleAdministrativo nº 730-89.2010.2.00.0000.

O artigo 94 da Constituição Federalassegura que um quinto das vagas dos tri-bunais superiores seja de membros doMinistério Público com mais de dez anosde carreira e de advogados com mais dedez anos de exercício profissional, notóriosaber jurídico e reputação ilibada. A OAB eo MP devem enviar uma lista sêxtupla aotribunal, que a transforma em tríplice eencaminha ao Poder Executivo, que no-meia um dos indicados.

Entre os motivos para instituir o Exa-me, os desembargadores do Rio de Janeiroalegaram que o notório saber jurídico "nemsempre tem sido adequadamente aferido,em virtude da adoção de critérios subjeti-

vos e políticos, que desvirtuam os objetivosdo constituinte". Na ação, o presidente doConselho Federal da OAB, Ophir Cavalcan-te, e o presidente da OAB/RJ, WadihDamous, observaram: "Ora, se o saber jurí-dico do candidato deve ser notório, eviden-temente ele não precisa ser concretamen-te aferido, seja por que meios".

Damous acrescentou que também sepoderia propor uma emenda constitucio-nal que instituísse provas de reciclagema cada cinco anos aos desembargadores,"despreparados em muitos casos".

Quem vai aferir?O presidente do Tribunal de Justiça do

Rio de Janeiro, Luiz Zveiter, explicou que anorma resultou, simplesmente, de um acor-do feito entre os desembargadores, de nãovotar em quem não atendesse aos critérios.

O presidente da 9ª Câmara Cível do TJ/MG, Osmando Almeida, oriundo do QuintoConstitucional, comentou que nos seus 30anos de Advocacia e quase 10 anos demagistrado nunca soube "que os egressosdo Quinto Constitucional tenham ensejadoà douta 2ª instância do nosso Judiciáriomineiro nenhuma dificuldade que pudessecomprometer os julgados, em face do nívelintelectual e da adequada formação jurídi-ca direcionada ao exercício da jurisdição".

Lei dos líquidosTrecho do parecer do conselheiro relator Felipe Locke, na liminar contra o Exame de Admissão do Quinto Constitucional

"A Advocacia é um direito do cidadão.O MP é uma garantia da sociedade. Am-bos, por dever de ofício, além do conhe-cimento do Direito, trazem na bagagemexperiências diversas e complementaresquanto aos dramas das partes que pos-tulam em juízo, o que em última análisejustifica o próprio instituto do QuintoConstitucional.

Não se pode olvidar que estandono mesmo plano hierárquico, por for-ça de lei, o advogado, o membro doMP e o juiz, estes jamais devem

Voto

externar, no exercício do respectivoofício, qualquer atitude preconceituosareciprocamente.

Para ilustrar mencione-se a lição dePiero Calamandrei, que vale tambémpara o membro do Ministério Público eque, a par de escrita na metade do últi-mo século, permanece atualíssima:

'O juiz que falta ao respeito ao advo-gado ignora que beca e toga obedecem àlei dos líquidos em vasos comunicantes:não se pode baixar o nível de um sembaixar igualmente o nível do outro'".

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|Felipe Locke: a lição de Calamandrei

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Fevereiro | 2010 7

Dirigismo judicialAntônio XaAntônio XaAntônio XaAntônio XaAntônio Xavierviervierviervier, adv, adv, adv, adv, advogado da CAIXA em Rogado da CAIXA em Rogado da CAIXA em Rogado da CAIXA em Rogado da CAIXA em Recifecifecifecifecife/PEe/PEe/PEe/PEe/PE

A suspensão do concurso foiratificada por unanimidade pelo Plenáriodo CNJ, em 9/2/2010. "Hoje demos umgrande passo no sentido de reafirmar aimportância do Quinto", proclamou o pre-sidente Ophir Cavalcante. Na sessão, oconselheiro Milton Nobre apontou outracontradição da medida que pretendia con-ferir os conhecimentos dos advogados:"Quem vai aferir? Os próprios membrosda Câmara Cível, promovidos por mereci-mento na carreira, sem passar por aferi-ção de notório conhecimento?".

Repercussão na CAIXAO presidente da ADVOCEF, Davi Duarte,

considerou a Resolução da 10ª Câmaraum "ato excepcional, completamente equi-vocado, e que não resistirá ao mais tênueataque, posto que ilegal, inconstitucionale, por ser exceção, apenas confirma a re-gra". Acrescentou: "Parece que o poder de-legado pelo Estado foi mal utilizado poralguns julgadores, com desvio de finalida-de. Tecnicamente são incompetentes."

Para o advogado Antônio Xavier, doJURIR/Recife, o Quinto Constitucional éindispensável, pela própria disposiçãodos papéis que desempenham o Minis-tério Público e a Advocacia como essen-ciais à administração da Justiça na Cons-tituição. Xavier diz que a exigência deuma prova constitui na verdade meroarbítrio, que cria procedimento não pre-visto em lei. "O TJ/RJ deveria sugerir umemenda constitucional e não negar vigên-cia à Constituição sob o pretexto de lhedar efetividade."

"O certo é que a forma de indicação,no que pese ser questionável como a pró-pria existência do Quinto, não pode serobjeto de regulação discricionária porquem quer que seja. No Estado democráti-co de direito todos estão submetidos à Lei.

Estamos sob a influência das doutri-nas do dirigismo judicial, em que a leitem o sentido e o alcance que o Judiciá-rio der às mesmas, e reflexo disso sãodeliberações como as que foram toma-das pelo TJ/RJ.

Opinião

Sem entrar no mérito da adequaçãoou não da exigência de comprovação dopreenchimento do requisito do "notóriosaber jurídico", a deliberação de submis-são a uma prova com x questões nãoemana da autoridade competente e nãoatende a requisitos legais, sendo em ver-dade mero arbítrio, que cria procedimen-to não previsto em lei e que põe em dúvi-da o critério que vem sendo adotado atéentão e continuará sendo adotado nosdemais tribunais."

Xavier menciona a importância daatuação da ADVOCEF, para garantir a re-presentação dos advogados da CAIXAnas Seccionais e no Conselho Federalda OAB. Ele defende a implantação deuma política institucional para o Quinto,para que o maior número de integran-tes da categoria seja indicado para ocu-par as vagas.

O advogado Paulo Ritt, do JURIR/Salva-dor, ressalta que o Quinto visa arejar o Judi-ciário, mesclando juízes de carreira comoutros profissionais do Direito, "ensejandouma visão mais ampla dos anseios sociaisna distribuição da Justiça pelo Estado". Rittacha compreensível a preocupação do Ju-diciário com a capacitação de seus mem-bros, mas salienta que o ingresso no Minis-tério Público exige concurso público de pro-vas e títulos e, no caso dos advogados, apro-vação no Exame de Ordem.

Paulo Ritt é um dos indicados pelaOAB/BA à vaga de desembargador no Tri-bunal Regional Federal da 1ª Região, com

"A arte de advogar somente é bempercebida pelo exercício da Advocacia.O advogado ouve a queixa do clienteseja porque teve um direito violado,seja porque alguém (a outra parte) achaque teve o direito violado eingressou no Judiciário emface desse cliente.

Após isso, se possível re-aliza acordo. Se negativo,escolhe a ação, indica e bus-ca provas. Uma ação é qua-se como um filho: nasce, sedesenvolve e, no andar doprocesso, é preciso construirbases sólidas e, muitas ve-zes, reiterá-las e vencer te-ses adversas. Enfim, emcada caso é percorrido umlongo caminho com tantos obstáculos,que o advogado se torna um especia-lista.

Advogar é tão extraordinário que éa única profissão em que um profissio-

Davi Duarte, presidente da ADVOCEF

nal especializado atua pleiteando umdireito, outro profissional especializa-do atua no interesse oposto, um tercei-ro profissional, também do Direito, jul-ga. Em alguns casos, ainda intervém um

quarto profissional, na con-dição de fiscal da lei (MP).

Portanto, salvo em al-gumas perícias, profissãoalguma é exercida com tan-to rigor técnico. E a críticaao trabalho dos profissio-nais ainda precisa ser rea-lizada com educação, téc-nica e ética.

Então o assento de umprofissional experiente,com il ibada reputação,deve engrandecer o Judici-

ário e tem o condão de levar aos tribu-nais essa rica experiência, aurida noefetivo exercício de uma tão nobre pro-fissão. É constitucional e legítimo queassim seja."

DefiniçãoA arte de advogar

|WadihDamous: provas

para osdesembargadores

|Davi Duarte: o rigor técnico

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Fevereiro | 20108

Paulo Ritt, advogado da CAIXA em Salvador/BA

"Colegas e amigosNão tenho palavras para agradecer

o inestimável e importante apoio rece-bido da DIJUR, na pessoa de nosso dire-tor Dr. Antonio Carlos Ferreira, e daADVOCEF por nosso presidente DaviDuarte, com o engajamento dos colegaspaís afora nessa campanha ao QuintoConstitucional do TRF da 1ª Região,numa verdadeira demonstração de va-lorização e união dos advogados da CAI-XA em torno de nossa Empresa e de nos-sa categoria.

Estou tendo a grata satisfação desaber que temos vários colegas advoga-dos ocupando cargos estratégicos nassecções estaduais da OAB, o que engran-dece institucionalmente nossa catego-ria e nossa Empresa.

Questionam-me acerca do Examede Admissão ao Quinto Constitucionalinstituído pelo TJ/RJ.

O instituto previsto no art. 94 de nos-sa Carta Política visa arejar o Judiciário,mesclando nas fileiras de seus tribunaisjuízes de carreira com outros profissio-nais do Direito, ensejando uma visãomais ampla dos anseios sociais na dis-tribuição da Justiça pelo Estado.

Compreensível a preocupação do Ju-diciário com a capacitação de seus mem-bros.

Nesse aspecto, o ingresso no Ministé-rio Público já é condicionado a concursopúblico de provas e títulos (CRFB, art. 127,§2º), de rigor reconhecido e inconteste.

Rigoroso também é o Exame de Ordema que se submetem os advogados (art. 8º,IV, da Lei 8.906/94, Estatuto da Advocaciae da Ordem dos Advogados do Brasil), hojecom propriedade unificado pelo ConselhoFederal da OAB, ao que se soma a sabatina

a que são submetidos pelos Conselhoscompetentes os candidatos à formaçãode listas sêxtuplas, não obstante o notó-rio saber jurídico, a experiência profissio-nal e a reputação ilibada comprovadosem procedimento próprio.

Com a integridade das instituiçõespor preceito, parece-me imprescindívelo respeito aos exames que aplicam paraa admissão em seus quadros e fileiras.

De outro lado, não me parece apro-priada qualquer imposição criando con-dições não instituídas pela Constituiçãoda República para a nomeação de advo-gados ou membros do Ministério Públi-co pelo Quinto Constitucional.

Nesse sentido, ao argumento deinconstitucionalidade foi a liminar conce-dida pelo Conselheiro Relator Felipe LockeCavalcanti no último dia 5 de fevereiro de2010 ao Conselho Federal da OAB e à suaSeccional do Rio de Janeiro no Procedimen-to de Controle Administrativo nº. 0000730-89.2010.2.00.0000, sustando a Resolu-ção 001/2010 baixada pela 10ª CâmaraCivil do Tribunal de Justiça do Rio, que ins-tituiu o 'Exame de Admissão do Quinto Cons-titucional' para advogados e membros doMinistério Público."

Apoio da categoriaDepoimento

o apoio dos colegas e da ADVOCEF. Segun-do Davi Duarte, ele possui os requisitosprofissionais, legais e éticos para represen-tar a classe dos advogados.

Afronta à Constituição"A princípio vale destacar que enxer-

go esta atitude como uma tremenda afron-ta à nossa Constituição e seu artigo 94",declara o advogado Octavio Caio CoutoSilva, do JURIR/Rio de Janeiro. A Consti-tuição, diz ele, delega à Advocacia e aoMP a escolha de seus representantes. "É,portanto, uma afronta que o Poder Judici-ário pretenda aqui - nesta etapa - partici-par da escolha, uma vez que sua oportu-nidade para tanto se dará quando da con-versão da lista sêxtupla em tríplice".

O advogado nota que na promoçãodos magistrados de 1º grau para o cargo

de desembargadores, inclusive por anti-guidade (metade dos casos), não há qual-quer tipo de prova. "O que decerto permi-te que um desembargador possa ter che-gado a tal posto sem jamais ter se atua-lizado, desde que aprovado no exame deingresso e no estágio probatório."

Caio prossegue: "Outro fato que mui-to me intriga é que o imbróglio tenha ocor-rido justamente no TJ/RJ, cujo examepara ingresso na Magistratura tem sidotão contestado nos últimos anos, sob di-versos motivos, dentre os quais, pelo altopercentual de parentes de outros magis-trados que são aprovados".

Caio diz que a medida é também ino-portuna, uma vez que a recém reeleitaDiretoria da OAB/RJ imprimiu transparên-cia ao processo de indicação para os car-gos. Informa que os candidatos podem in-

|Luiz Zveiter: era só um acordo

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clusive ser sabatinados em audiências pú-blicas. "Vale destacar que em gestões an-teriores a OAB/RJ chegou à vergonha deter indicado em uma das listas sêxtuplaso irmão do presidente da OAB/RJ."

|Paulo Ritt: os exames já existem

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Considerando só o aspecto econômi-co, o investimento no setor jurídico da CAI-XA apresenta repercussões "altamentepositivas", com "cifras milionárias" na re-cuperação de créditos e na reversão decondenações judiciais impostas à Empre-sa. Quem chama a atenção para isso é oadvogado Leandro Jacob Neto, do JURIR/Goiânia, que esmiúça o assunto em artigopublicado nesta edição (págs. 14 e 15).

O advogado informa que em 2009, anoda crise internacional, o Jurídico recupe-rou cerca de R$ 820 milhões para a CAIXA.Os cálculos consideram apenas a arreca-dação de honorários pela ADVOCEF. Novalor, não aparecem "as grandiosas eco-nomias geradas com o desempenho pre-ventivo de seus profissionais, tanto nasdemandas administrativas como nas judi-ciais".

| Destaque

O valor do JurídicoEm 2009, os advogados recuperaram R$ 820 milhões para a CAIXA

Apesar disso, segundo Leandro, osadvogados da CAIXA ainda não têm o reco-nhecimento devido por seu trabalho. Umareivindicação mínima da categoria buscaequiparação com os advogados de insti-tuições com características similares como

o BNDES e o Banco do Nordeste do Brasil.A defasagem salarial, nesse caso, é deaproximadamente 45%.

Tenho um parceiroNo artigo, o advogado destaca um es-

tudo que mostra a evolução dos Jurídicose das respectivas visões das empresas,desde os anos 80 ("Atrapalham mais doque ajudam") até os dias de hoje ("Tenhoum parceiro".)

Nesse sentido, acompanhando a ten-dência moderna, Leandro prega que cadaadvogado deve cuidar de sua valorizaçãoprofissional, desenvolvendo além das com-petências específicas da atuação individu-al. "Agindo como um gestor, é preciso quese familiarize com conceitos financeiros,contábeis e com ferramentas da adminis-tração moderna", defende.

| Prêmio

Meta cumpridaSuperintendência da Bahia homenageia unidade jurídica

A Extensão Jurídica de Feira deSantana recebeu um troféu da Su-perintendência Regional Norte daBahia, por sua participação nos re-sultados do programa Minha CasaMinha Vida. A Superintendência,sob o comando de José Raimundo,foi a primeira no Brasil a cumpriras metas estipuladas para o proje-to habitacional do governo.

O representante jurídico daADVOCEF no JURIR/Salvador, JairMendes, comenta que o prêmio éfruto do excelente relacionamen-to mantido com a Superintendên-cia, demonstrando que oentrosamento do Jurídico com ou-tras áreas traz benefícios para to-dos.

Jair parabeniza o colega Sebastião Barza, coordenador ju-rídico que, apesar das dificuldades do dia a dia, "desempenha

com louvor suas atribuições inter-nas e institucionais", e o advoga-do Vinicius Cardona Franca, doConsultivo da EJUR/Feira deSantana, "que demonstra cadadia mais seu compromisso com aEmpresa".

O prêmio maiorRepresentando a Gerência do

JURIR/Salvador, o advogado Se-bastião Barza agradeceu a home-nagem à Superintendência:

"Orgulha-nos não apenas oprêmio em si, como símbolo daunião de esforços dos emprega-dos da CAIXA, mas o prêmio mai-or, estampado nos rostos da po-pulação beneficiada pelo progra-

ma, que vimos emocionados nas inaugurações dos empreen-dimentos habitacionais, ocorridas em 2009."

|Homenagem: Vinicius e Sebastião e o prêmio recebidopela EJUR/Feira de Santana

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Fevereiro | 201010

| Cena Jurídica

Este é o Ano NacionalJoaquim Nabuco,instituído pela Lei

nº 11.946, emcelebração ao centenário

de sua morte, ocorridaem 17/1/1910. Político,

diplomata, historiador,jurista, jornalista e

escritor, Nabuco nasceuem 8/12/1849. Notável

orador, mobilizou aopinião pública nacional

pela extinção daescravidão.

Matéria no site do STF lembra que permanece atual o debate sobreos efeitos dos 300 anos de regime escravocrata no último país dasAméricas a abolir o tráfico negreiro. "Um exemplo é a discussão sobre aconstitucionalidade das ações afirmativas, criadas aqui por meio dereserva de cotas para negros e outras etnias nas universidades federaisbrasileiras." O debate será liderado pelo STF no julgamento das açõesque contestam a legitimidade da medida.

Joaquim Nabuco participou da fundação da Academia Brasileira deLetras, em 1897. Consta que fez a defesa de um escravo acusado deassassinar o patrão, em 1869, quando ainda estudava Direito, emRecife. Foi o primeiro embaixador do Brasil em Washington, em 1905.É autor de três obras consideradas clássicos: "O Abolicionismo", "UmEstadista do Império" e "Minha Formação".

Centenário de Joaquim Nabuco

2.1.

3.

Advocacia pública 2O presidente da ADVOCEF, Davi Duarte, cumprimentou osmembros da Comissão, confiando em que o trabalhorefletirá na crescente valorização e reconhecimento deque os advogados públicos e empregados representamexpressivo segmento da advocacia brasileira. "Por issomesmo, precisam de uma combativa representatividadejunto à OAB, para que sejam vistos e ouvidos."

Advocacia públicaForam eleitos, em 4/2/2010, os membros da Comissão

de Advocacia Pública e Advogado Empregado, naSeccional da OAB-Brasília. A advogada da CAIXA Fabiana

Calvino Marques Pereira integra a Comissão, comomembro suplente. O presidente é Rommel Madeiro de

Macedo Carneiro.

O apanhador 2O best-seller dos anos 40 que conta, em primeira pessoa, a história do adolescente HoldenCaulfied, entediado e deprimido, conquistou leitores em todo o mundo. Mas Salinger publicoumuito pouco. Voltou à Justiça em 2009, processando John David California, que queria lançar"60 Years Later", uma sequência não autorizada de "O apanhador...".

O apanhadorMorreu J. D. Salinger, autor de "O Apanhador no Campo de

Centeio", que adorava escrever. Com um detalhe,conforme explicou à revista Advocate, em 1980: "Mas

escrevo para mim mesmo, para meu prazer." Para mantera reclusão, diante da curiosidade de milhões de

admiradores, usou a Justiça. Em 1982, processou quemtentou vender uma entrevista fictícia com ele. Em 1987,

obteve uma decisão da Suprema Corte Americana que impediu a publicação de uma biografianão autorizada, utilizando cartas do escritor.

ProcuradorFederal

A Advocacia-Geral da Uniãoreabriu as inscrições para oconcurso que oferece 111

vagas imediatas e formaçãode cadastro de reserva para ocargo de Procurador Federal

da categoria. O prazo foireaberto no período de 18 a24 de fevereiro. O candidato

deve ter dois anos deexperiência forense. O salário

é de R$ 14.549,53. Maisinformações no site JusBrasil(http://www.jusbrasil.com.br).

Honorário irrisório 2Segundo o presidente da ADVOCEF, Davi Duarte, o STJ tem

alterado julgados que fixam os honorários em valores irrisórios."Ou seja, enquanto a discussão que os fixou é sobre o quantum,o Tribunal os majora. No entanto, se transita em julgado decisão

que os fixou em valor baixo, como no caso, a cobrança poderáficar inviabilizada."

Honorário irrisórioA 3ª Turma do STJ negou provimento a recurso especial em que aCAIXA buscava receber honorários no valor de R$ 130,00. Osministros consideraram o custo do processo para o Estado "muitosuperior" à importância discutida. A CAIXA alegou afronta ao artigo23 da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da OAB), sustentando que nãohá no ordenamento jurídico autorização para extinção daexecução e que o valor não é ínfimo. O relator, desembargadorconvocado Paulo Furtado, destacou precedentes do STJ.

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Fevereiro | 2010 11

| Cena Jurídica

Tramita na Câmara a PEC 443/09,do deputado Bonifácio de Andrada

(PSDB-MG), que vincula o subsídio dascarreiras da AGU e das

Procuradorias dosEstados e do Distrito

Federal ao subsídio dosministros do STF. A

proposta prevê que osubsídio do nível mais

alto dessas carreirasequivalerá a 90,25% dosubsídio dos ministros.

Os subsídios dos demaisintegrantes das carreiras serão fixados

em lei e escalonados. A diferençasalarial entre uma categoria e outranão poderá ser maior que 10% nem

menor que 5%

Segundo matéria do site daCâmara, a Constituição, em seuartigo 37, inciso XI, já prevê o vínculo

dos subsídios para ascarreiras do PoderJudiciário, dosintegrantes doMinistério Público, dosprocuradores e dosdefensores públicos,mas não menciona ascarreiras da AGU e dasprocuradorias estaduaise do DF. Bonifácio de

Andrada acredita que a PEC evitará aconcorrência que existe hoje entre asdiferentes carreiras do Judiciário e amigração de advogados públicospara outras carreiras jurídicas.

|Deputado Bonifáciode Andrada

Vencendo a crise

A FUNCEF fechou o ano de 2009 comcrescimento de quase 20% em seu

patrimônio. "Atravessamos a crise de umamaneira bastante razoável", festejou o

presidente Guilherme Lacerda. Eleinformou ao Valor que, além do foco em

renda variável, a Fundação estáaumentando seus investimentos em

imóveis, projetos de infraestrutura e nomercado de dívida. Junto com a Odebrecht

e a Camargo Corrêa, vai disputar alicitação da usina hidrelétrica de Belo

Monte, bancando 5% de um investimentoestimado em R$ 20 bilhões.

Categoria diferenciada 2Maurício Rands explica que a CLT não traz nenhuma definição de profissionais

liberais e ressalta que integrar categoria diferenciada implica alteraçõessubstanciais dos direitos do trabalhador. "Por exemplo, um engenheiro empregado

em um banco não fará jus à jornada diferenciada dos bancários, que é de seishoras. Isso interfere não apenas na duração do seu trabalho, mas também na sua

remuneração, em consequência do cálculo das horas extras."(Fonte: Agência Câmara)

Categoria diferenciadaTramita na Câmara o Projeto de Lei nº 6.320/09, do deputado Maurício Rands(PT-PE), que deixa expresso que profissionais liberais integram a categoriaprofissional diferenciada, prevista na CLT. A medida é necessária, segundo odeputado, para dar maior segurança jurídica aos trabalhadores, cujos direitos sãoseguidamente questionados no Judiciário.

Contato diretoO juiz Gabriel da Silveira Matos, de NovaMutum/MT, recebeu um telefonema em

seu celular. Não atendendo na hora,retornou depois para o número identificado

na chamada, um celular. Relata o siteMigalhas: "Do outro lado da linha, atendeu

um homem que rapidamente se identificoucomo sendo um preso. Ele estava na

cadeia da capital do Estado, ligando (dedentro da cela!) para o telefone do

magistrado, para pedir sua transferência.Coisas da vida... O magistrado tomou asmedidas cabíveis para apurar eventual

crime (art. 349-A, CP)".

Aposentadoria no TSTO ministro Vantuil Abdala, do TST, foi alvo de homenagens em sessão do Tribunal

Pleno em 4/2, depois do anúncio desua aposentadoria. Mais antigo

ministro do TST em atividade (desde1991), foi presidente da instituição

no biênio 2004/2006. "Vantuil sabiaque atrás do processo havia uma vida

pulsando. Não tenha dúvida de quevocê deixa, após fecunda judicatura,

um legado invejável, exemplar",discursou o vice-presidente, ministro

João Oreste Dalazen.

Do Twitter"Essa história de acreditar nos sonhosé papo furado. As pessoas bemsucedidas são as que acreditam naspróprias imbecilidades." Cacá Rosset

|Ministro Vanduil Abdalla

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PEC 443/091. 2.

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Fevereiro | 201012

| Vale a Pena Saber

Sempre existiu dúvida sobre a necessidade de se reiterar ou ratificarapelação quando de julgamento de embargos de declaração, ainda maisquando os embargos eram desprovidos.

Hoje é de se ponderar que o Superior Tribunal de Justiça tem aplicadoo mesmo entendimento dado ao Recurso Especial, ou seja, havendoembargos deve a parte ratificar ou reiterar o seu recurso de apelação paraque ele seja conhecido pelo Tribunal.

Assim, tem-se entendido que o recurso não ratificado é prematuro e,por consequência, intempestivo. Nesse sentido é a lapidar decisão doSuperior Tribunal de Justiça:

"PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO. JULGAMENTO DOSEMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREMATURO. AUSÊNCIA DE ESGOTAMENTODA INSTÂNCIA ORDINÁRIA. NÃO CONHECIMENTO. UBI EADEM RATIO. RES-SALVA DO PONTO DE VISTA DO RELATOR. 1. A interposição do recurso deapelação antes do julgamento dos embargos de declaração - sem o pos-terior aditamento - importa na sua intempestividade, por prematuro, por-quanto 'ubi eadem ratio, ibi eadem dispositio'. 2. É que o Superior Tribunalde Justiça, por meio do seu Órgão Especial, firmou entendimento no sen-tido de que o recurso especial interposto antes do julgamento dos embar-gos de declaração, ou seja, antes de esgotada a jurisdição prestada pelotribunal de origem, é prematuro e incabível, por isso ele deve ser reiteradoou ratificado no prazo recursal. Precedente da Corte Especial: REsp776265/SC, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Rel. p/ AcórdãoMinistro CESAR ASFOR ROCHA, julgado em 18.04.2007, DJ 06.08.2007.3. O recurso de apelação é o recurso por excelência, singularizando-sepelo fato de dirigir-se ao pronunciamento último do juízo e pela sua ampladevolutividade, que investe o tribunal no conhecimento irrestrito da cau-sa, concretizando o dogma do duplo grau de jurisdição (FUX, Luiz, Cursode Direito Processual Civil, 3ª ed., 1039). 4. No julgamento dos embargosdeclaratórios, por sua vez, é possível a alteração do julgado pelo reconhe-cimento de omissão, contradição, obscuridade ou erro material e, aindaque não haja tal modificação, o acórdão dos aclaratórios passa a integrara decisão embargada. 5. Ressalva do ponto de vista do relator no sentidode que o interesse recursal nasce com a publicação da decisão, por issoque não há necessidade de o recorrente - que se deu por esclarecido -aguardar o esclarecimento da parte adversa. Ademais, em não havendomodificação da decisão no julgamento dos embargos, desnecessária areiteração - figura não prevista no Código Processual Civil. Ocorrendo amodificação, o recurso anteriormente interposto estará prejudicado, casonão interposto outro. 6. Recurso especial provido, com ressalva do relator."(STJ, REsp 886.405 PR, Primeira Turma, Rel. Min, Luiz Fux, DJe 01/dez/2008)(destaquei).

Em tempo, é de registrar que tal entendimento foi mantido em recen-te julgado da Quarta Turma, in verbis: "A Turma, ao prosseguir o julgamen-to, entendeu, por maioria, que é extemporâneo o recurso de apelaçãointerposto antes do julgamento dos embargos de declaração, sem poste-rior ratificação ou reiteração, no prazo recursal, dos termos da apelaçãoprotocolada prematuramente." (STJ REsp 659.663 MG, Quarta Turma,Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 1.º/dez/2009).

Da necessidade de ratificação e ou aditamento deapelação quando do julgamento

de embargos de declaração

"1. A jurisprudência dominante desta Corte e do STJcaminha no sentido do reconhecimento da obrigaçãode indenização pelo valor de mercado dos bens dadosem penhor que foram objeto de roubo quando estavamsob a guarda da instituição bancária, que nãocorresponde necessariamente ao valor da avaliaçãopara efeito de garantia pignoratícia, mesmo com o acrés-cimo de 50% previsto no contrato padronizado utiliza-do pela CEF. 2. Considerando os preços normalmentepraticados pelos comerciantes de joias, e porquantonão se têm as joias roubadas para avaliação pericial, ovalor de mercado para efeito de indenização, tratando-se de peças avaliadas segundo a tabela de joiasrecicláveis (danificadas ou feitas a máquina), equivaleao valor da avaliação da CEF para o fim de garantiapignoratícia, acrescido de 50% (cinquenta por cento),tal como previsto no contrato padrão; tratando-se depeças avaliadas segundo a tabela de joias comerciais(feitas artesanalmente e/ou com adornos especiais epedras preciosas), esse mesmo valor, acrescido de100% (cem por cento); c) tratando-se de peças avalia-das segundo a tabela de joias finas/exclusivas, ao va-lor da avaliação contida na cautela, acrescido de 300%(trezentos por cento). Tais valores incluem as gemaspreciosas, salvo os diamantes, que deverão ser indeni-zados à parte, pelo valor da avaliação da CEF. 3. A juris-prudência caminha no sentido de reconhecer não serdevida a condenação por danos morais em casos defurto de bens objeto de contrato de penhor. 4. Apelaçãoda autora a que se dá parcial provimento, tão-somentepara determinar que a Caixa Econômica Federal - CEFpague à autora indenização por danos materiais, cujovalor deverá ser fixado em liquidação, considerando ovalor de mercado das joias definido segundo os seguin-tes critérios: a) tratando-se de peças avaliadas pela CEFsegundo a sua tabela de joias recicláveis (danificadasou feitas à máquina), o valor da avaliação, acrescido de50% (cinquenta por cento), tal como previsto no contra-to padrão; b) tratando-se de peças avaliadas segundo atabela de joias comerciais (feitas artesanalmente e/oucom adornos especiais e pedras preciosas), o valor daavaliação, acrescido de 100% (cem por cento); c) tra-tando-se de peças avaliadas segundo a tabela de joiasfinas/exclusivas o valor da avaliação, acrescido de300% (trezentos por cento); d) em todos os casos, even-tuais diamantes serão indenizados à parte, pelo valorda avaliação da CEF". (TRF 3, AC 2004.61.05.005756-5, Segunda Turma, Rel. Des. Henrique Herkenhoff, DJe21/jan/2010.)

Danos. Joias empenhadas roubadas.Indenização deve ser calculada pelo valor

de mercado. TRF 3

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| Vale a Pena Saber

Fevereiro | 2010 13A coluna Vale a Pena Saber pode ser acessada, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

Danos morais. Excessos cometidos porpoliciais ao atenderem ocorrência dentro de agência não gera responsabilidade ao

banco. TRF 3 "1. É função da Polícia atender a ocorrências quando hásuspeita da existência de pessoas, que com atitudes nãocomuns possam estar colocando em risco a coletividade.2. Se na abordagem houve algum excesso por parte dospoliciais, o Estado ou eles é que deverão responder por tal,mas não a CEF que por seus prepostos em nada contribuiupara o evento. 3. Deverá ser verificado na esfera adminis-trativa e eventual Ação de Reparação por Danos Morais éde ser processada na C. Justiça Estadual, eis que a CEF porseus prepostos em nada colaborou para o evento. 4. O sófato da abordagem dos Autores haver se realizado dentrodo estabelecimento bancário da CEF, por parte dos polici-ais, não serve de suporte, a se dizer que a responsabilida-de pelas eventuais humilhações e vergonha pelas quaisteriam passado os Autores, geraria a responsabilidade daCEF para sua indenização. 5. Em decorrência da reformada r. sentença, impõe-se a inversão do ônus desucumbência, com a condenação do autor ao pagamentode custas e honorários advocatícios fixados no percentualde 10% do valor atribuído à causa. 6. Apelação da CEFprovida" . (TRF 3, AC 1999.61.14.006395-7, Quarta Tur-ma, Rel. Des. Roberto Haddad, DJe 19/jan/2010.)

Comentários às Alterações da Lei do InquilinatoAutor: Luiz Antonio Scavone JúniorEditora: RT. Páginas: 196Nessa obra, o autor comenta minuciosamente cada alteração à

Lei do Inquilinato trazida pela Lei n.º 12.112/09. Cada tema alteradoé tratado em capítulo próprio, sempre iniciado com um quadro com-parativo da redação original e nova. Os textos vêm acompanhadosde comentários críticos acerca do escopo da modificação da lei, dosseus reflexos no mercado imobiliário e no dia a dia forense. O autortambém se preocupa em comentar os vetos à Lei n.º 12.112/09 e,ainda, apresenta modelos de peças práticas.

ELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃO

Jefferson Douglas Soares ([email protected])e Giuliano D'Andrea ([email protected]).

Sugestões dos colegas são bem-vindas.

FGTS. Prescrição de forma de cobrança. TRF 4"PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. FGTS. PRESCRIÇÃO.MULTA VÁLIDA. ENCARGOS EXIGÍVEIS. CAPITALIZAÇÃO DE JU-ROS. A Súmula nº 210 do STJ dispõe que a ação de cobrançadas contribuições para o FGTS prescreve em trinta (30) anos.A multa tem previsão expressa em lei (art. 22 da Lei nº8.036/90) e não tendo o autor provado cobrança em exces-so, prova que lhe incumbia o teor do artigo 333, inciso I, doCPC, é devida a cobrança desse encargo pela CEF. Não háque falar em inexigibilidade de tais encargos, uma vez queprevistos legalmente. O Supremo Tribunal Federal, no julga-mento da ADIn nº 493-0, não vedou a aplicação de TR, ten-do apenas declarado inconstitucional a substituição pela TRde indexador anteriormente contratado, em respeito aos prin-cípios constitucionais do direito adquirido e do ato jurídicoperfeito. A capitalização de juros no FGTS ocorre em decor-rência de expressa disposição legal, conforme art. 13, §2º,da Lei 8.036/90. Não houve cobrança em excesso dos en-cargos questionados pelo autor, motivo pelo qual devem serjulgados improcedentes os pedidos". (TRF 4, AC2006.70.00.024298-0, Quarta Turma, Rel. Des. Sérgio Re-nato Tejada Garcia, DJe 01/fev/2010)

Dano moral. Inscrições preexistentes emcadastro restritivo. TRF 4

"Nos termos da súmula nº 385 do E. STJ, 'da anotação irregu-lar em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indeniza-ção por dano moral, quando preexistente legítima inscrição,ressalvado o direito ao cancelamento'. (TRF 4, AC2006.71.00.037233-5, Quarta Turma, Rel. Des. ValdemarCapeletti, DJe 01/fev/2010.)

FGTS. LC 110/01. Natureza jurídica dacontribuição instituída. TRF 3

"1. Nas ações em que se discute a constitucionalidade dascontribuições instituídas, em favor do FGTS, pela Lei Com-plementar nº 110/2001, a Caixa Econômica Federal - CEFdeve ser citada como litisconsorte passiva necessária, poisrestará atingida, em sua esfera de direitos e obrigações,pela sentença que eventualmente reconhecer a procedên-cia do pedido inicial. 2. Os artigos 1º e 2º da Lei Complemen-tar n.º 110/2001 não instituíram impostos e tampouco con-tribuições para a seguridade social, mas, sim, contribuiçõessociais gerais, sujeitas ao princípio da anterioridade previs-to no artigo 150, b III, da Constituição da República. Anterio-ridade nonagesimal afastada. Segurança parcialmente con-cedida". (TRF 3, AMS 2003.61.00.005065-0, Segunda Tur-ma, Rel. Des. Peixoto Júnior, Dje 21/jan/2010.)

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Fevereiro | 201014

Leandro Jacob Neto (*)

| CAIXA 150 ANOS

Novos desafios ao setorjurídico corporativo

No ano de 2011, a Caixa EconômicaFederal completa 150 anos, e, desde a suaorigem, idealizada por D. Pedro II, no finaldo século XIX, seu objetivo fundamental éfavorecer as camadas sociais mais popu-lares. Assim, esta Empresa pública esta-beleceu seu foco no social, almejando amelhoria contínua da qualidade de vida dapopulação brasileira, com a intermediaçãode recursos e negócios financeiros, atuan-do no fomento ao desenvolvimento urba-no e nos segmentos de habitação, sanea-mento e infraestrutura e, ainda, na admi-nistração de fundos, programas e serviçosgovernamentais de caráter social.

Desta forma, é importante ressaltarque, apesar de tratar-se de uma institui-ção inserida na voracidade do mercado fi-nanceiro, os indicadores da Caixa Econô-mica Federal vão muito além da mera ex-pectativa econômica, devendo ser avalia-dos, primordialmente, os resultados sócio-ambientais alcançados.

Todavia, para o alcance de tais metasé imprescindível o bom relacionamentoinstitucional com todas as entidades fede-rativas e com o setor privado. Desta forma,urge a extrema necessidade de agregar àestrutura organizacional desta Empresapública um corpo técnico próprio e qualifi-cado para orientação e desenvolvimentoregular das atividades negociais, além dadefesa dos interesses da CAIXA, em juízoou fora dele.

Neste sentido, o investimento na ativi-dade jurídica corporativa representa umespetacular acréscimo qualitativo no ma-nejo burocrático indispensável à consecu-ção da finalidade social almejada por estaEmpresa pública.

Tal visão sistemática está presente nasgrandes corporações financeiras do país, e,de acordo com reportagem publicada no siteda Consultor Jurídico1, "os grandes bancosbrasileiros preferem manter grandes equi-

pes de advogados internos a terceirizar otrabalho. Os departamentos jurídicos de al-guns bancos continuam maiores que osmaiores escritórios de advocacia do país.Só o Banco do Brasil conta com 713 profis-sionais, enquanto a banca brasileira commais profissionais, o Siqueira Castro Advo-gados, tem 454. De acordo com a publica-ção Análise Diretores Jurídicos 2009, quetraz o ranking dos 49 maiores departamen-tos jurídicos no Brasil e o perfil dos respon-sáveis pelos processos e consultoria jurídi-ca nas empresas, o Banco do Brasil é suce-dido pelo Itaú Unibanco, Bradesco e Bancodo Nordeste. Juntos, os quatro bancos em-pregam 1.678 advogados. Os quatro maio-res escritórios de advocacia (Siqueira Cas-tro, J. Bueno e Mandaliti, TozziniFreire e Pi-nheiro Neto) contam com 1.557."

Sendo que, sob o aspecto meramenteeconômico, o investimento no setor jurídi-co da CAIXA demonstra ser uma atitudeproativa dos gestores, com repercussõesextraordinariamente positivas, retratandocifras milionárias, tanto na recuperação decréditos como na reversão e contenção devultosas condenações judiciais, impostasa esta Instituição financeira. No ano de2009 (marcado pela grave crise econômi-ca internacional), por exemplo, a atividadejurídica corporativa recuperou aproximada-mente R$ 820 milhões para a Empresa(representando um acréscimo de produti-vidade/rentabilidade de mais de 60% emrelação ao ano de 2008 - recorde históricoaté então), desprezando os dados estatís-ticos acerca das grandiosas economiasgeradas, com o desempenho preventivo deseus profissionais, tanto nas demandasadministrativas como nas judiciais.

Tais cálculos são realizados a partir decritérios objetivos, considerando apenas aarrecadação de honorários pela ADVOCEFe retratam apenas uma parte do serviçojurídico desempenhado na CAIXA, auferidoa partir dos honorários, sem levar em con-sideração toda a economia e lucro geradocom a atuação preventiva do setor consul-tivo, bem como da área contenciosa judici-al, que não gera verbas sucumbenciais.

Para se ter uma noção da importânciadessa atividade jurídica corporativa, a par-tir de paradigmas externos, de acordo compesquisa sobre os maiores escritórios deadvocacia do mundo, publicada no "TheNational Law Journal - The NLJ 250/2003"e "Global 100 do The American Lawer"3,no ano de 2003, o maior escritório em ter-mos quantitativos, o Beker & Mckenzie4,da cidade de Chicago, Estado de Illinois,

1 http://www.conjur.com.br/2009-nov-23/ban-cos-preferem-grandes-equipes-advogados-terceirizar-acoes 2 http://departamentojuridico.blogspot.com/

3 Fonte : GUEDES, Carlos Eduardo Paletta. Advo-cacia Estratégica - São Paulo - SP : Ed. Funda-mento, 2005 - pgs. 87/89)

4 www.bakernet.com

Tal situação foi confirmada por recen-te estudo patrocinado pela LexisNexisMartindale-Hubbell e aplicado pela Gonçal-ves & Gonçalves Marketing Jurídico com oapoio do Fórum de Departamentos Jurídi-cos (FDJUR), envolvendo 112 departamen-tos jurídicos de grandes empresas nacio-nais e multinacionais (44% delas comfaturamento anual superior a R$ 1 bilhão),segundo o qual "metade das empresas(52%) planeja manter o mesmo númerode advogados internos, enquanto 38% pre-tendem aumentar este número"2.

Em 2009, o Jurídicorecuperou R$ 820 milhõespara a CAIXA, sem contar a

economia gerada com odesempenho preventivo

dos profissionais

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nos Estados Unidos da América, que pos-suía um quadro de 3.214 advogados, ge-rou uma receita bruta anual de U$ 1,060bilhão, enquanto que outro escritório nor-te-americano (20º do ranking), com o nú-mero de advogados similar ao do departa-mento jurídico da CAIXA - O'Melveny &Myers LLP5, da cidade de Los Angeles, Es-tado da Califórnia, nos EUA, com 974 pro-fissionais -, faturou uma receita bruta deU$ 565 milhões.

No entanto, apesar de tais fatores po-sitivos que demonstram a viabilidade cus-to/benefício do departamento jurídico daCAIXA, percebe-se o descontentamentogeral dos profissionais que atuam no se-tor, em razão de uma série de fatores, prin-cipalmente relacionado às estafantes con-dições de trabalho e à vultosa defasagemsalarial - aproximadamente 45% em rela-ção aos empregados de instituições fede-rais similares, como por exemplo, os advo-gados do Banco Nacional de Desenvolvi-mento Social (BNDES) e do Banco do Nor-deste do Brasil S/A (BNB), os quais possu-em um salário base por hora trabalhadade R$ 39,50, em início de carreira, enquan-to que o iniciante na carreira jurídica daCAIXA não é remunerado sequer com R$30 por hora trabalhada -, fato que, lamen-tavelmente, conduz a uma desestruturaçãocontínua e crescente do corpo jurídico des-ta Instituição financeira.

Por outro lado, conforme conclusão do1.º Meeting dos Departamentos Jurídicos6,realizado em novembro de 2009, em Por-to Alegre/RS, foi demonstrado o avanço daconcepção do setor jurídico corporativo navisão empresarial, desde a década de 80até os dias atuais, aduzindo que,hodiernamente, os departamentos jurídi-cos são vistos como um parceiro nos negó-cios da empresa, com sinergia na atuação,devendo possuir advogados empreende-dores e proativos.

Para tanto, é indispensável uma postu-ra estratégica, pois, conforme reportagempublicada em revista especializada7, "semplanejamento, a imagem do Jurídico paraas demais áreas da empresa é a de um se-tor moroso, complicado, encastelado naorganização, cujas ações demandam mui-to tempo, além de uma quantidade exage-

rada de informações e, consequentemente,gera altos índices de retrabalho", conside-rando que "os resultados alcançados com asua atuação não são transmitidos aos di-versos níveis da organização, prejudicandocada vez mais a sua imagem dentro do di-nâmico contexto empresarial".

conectada com os seus recursos e compe-tências, com as rotinas e procedimentosdo dia a dia, com a imagem e valor quequer entregar à Empresa e,consequentemente, com o resultado quequer alcançar.

Diante de todo o exposto é preciso res-saltar que, sem uma efetiva e realmobilização da categoria e sem muito tra-balho de bastidores, infelizmente, não ha-verá alterações substanciais do atual qua-dro.

Sendo que para a completareestruturação da carreira jurídica destaEmpresa pública, implementando um novoe digno Plano de Cargos e Salários, englo-bando todos os advogados da CAIXA, coma fixação de um piso remuneratório com-patível com o mercado (BNB, BNDES, etc)e teto razoável, com os mesmosparâmetros, fazem-se imprescindíveis ar-ticulações administrativas e políticas cons-tantes e não apenas no momento dodissídio da categoria preponderante emsetembro.

Por fim, considerando a dificuldadeorganizacional para fins de mobilização,em virtude do âmbito nacional de atuaçãodos membros do setor jurídico da CAIXA,deve-se utilizar, em princípio, este impor-tantíssimo canal de comunicação daADVOCEF para concentrarmos informaçõestáticas, objetivando fornecer subsídiospara realizarmos, neste ano, uma grandee efetiva articulação da categoria, em maisum "capítulo" da constante luta em prol doRECONHECIMENTO e da VALORIZAÇÃOPROFISSIONAL.

(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXAem Goiânia/GO.em Goiânia/GO.em Goiânia/GO.em Goiânia/GO.em Goiânia/GO.

Evolução dos Jurídicos

5 http://www.omm.com/6 http://departamentojuridico.blogspot.com7 Revista MERCADO & NEGÓCIOS - ADVOGADOS,

Ano V, n.º 28 - páginas 58/60.

- Década de 80: um escritório den-tro da empresa. Estruturas inchadas; pro-cedimentos burocráticos; só criavamobjeções; não assumiam riscos. Visão daempresa: "Atrapalham mais do que aju-dam".

- Década de 90: surge a tercei-rização dos Jurídicos para escritórios.Falta de comprometimento; falta de con-trole; falha de comunicação. Visão daempresa: "Insegurança total".

- Anos 2000: formato híbrido. Es-truturas enxutas; redução da burocracia;fluxo de tarefas dinâmicas; incrementoda informação; evolução tecnológica. Vi-são da empresa: "Precisam ajudar mais".

- Dias atuais: os advogados são exe-cutivos e empreendedores. Equipe redu-zida; sinergia na atuação; atuação pró-ativa; alta demanda de informações; pres-são por resultados; redução de custos.Visão da empresa: "Tenho um parceiro".

Nesse sentido, para que o departa-mento jurídico possa conquistar uma posi-ção de destaque na estrutura da Caixa Eco-nômica Federal, com a consequente valo-rização profissional, torna-se essencial quecada advogado desenvolva muito além dascompetências específicas para sua atua-ção individual. Agindo como um gestor, épreciso que se familiarize com conceitosfinanceiros e contábeis e com ferramen-tas da administração moderna (gráfico dePareto, matriz SWOT, diagrama deIshikawa, tabela GUT, etc).

Portanto, é necessário que o departa-mento jurídico da CAIXA tenha uma verda-deira proposição que esteja diretamente

Estudo mostra que 52%de 112 empresasplaneja manter o

mesmo número deadvogados internos,

enquanto 38%pretendem aumentar

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Fevereiro | 201016

| Língua Portuguesa

Debate ortográficoAcademia libera o VOLP online; Portugal ainda discute o Acordo

Lembrando as mudançasTrema

Desaparece em todas as palavras,exceto em nomes.

Acento

Desaparece nos ditongosabertos ei e oi das palavrasparoxítonas. Exemplos: joia,ideia.

Desaparece no i e no udepois de ditongos nas pala-vras paroxítonas. Exemplo:feiura.

Desaparece nas pala-vras terminadas em êe ou ôo.Exemplos: leem, voo.

Desaparece na diferenci-ação de palavras. Exemplos: para, pera,pelo. Obs.: o acento diferencial permane-ce no verbo pôr e no pretérito do verbopoder, pôde.

Hífen

Prefixos anti, arqui, auto, contra, extra,mega, micro, semi, supra, tele: usa-se hífen

quando a palavra seguintecomeça com h ou com vogaligual à última do prefixo.Exemplo: micro-ondas.

Quando o hífen não éutilizado, deve-se dobrar or e o s da palavra seguinte.Exemplo: antissocial.

Prefixo sub: usa-sehífen quando a palavraseguinte começa com b,h ou r. Exemplo: sub-hu-mano.

Prefixos hiper, inter,super. Usa-se hífen quando a palavraseguinte começa com h ou r. Exem-plo: inter-regional.

(Fonte: Paraná Online.)

Um ano depois de entrar em vi-gor no Brasil, o Acordo Ortográfico daLíngua Portuguesa parece já assimi-lado pelos brasileiros, bem antes doprazo legal estipulado para a implan-tação obrigatória, em 2013. E já ago-ra, desde o final de janeiro, todas asdúvidas sobre as mudanças podemser dirimidas através da edição onlineda 5ª edição do VOLP (Vocabulário Or-tográfico da Língua Portuguesa), nosite da Academia Brasileira de Letras(www.academia.org.br).

No sistema de busca do VOLP, queacessa 381 mil verbetes, poderão seresclarecidas, afinal, questões sobrea grafia de palavras como "reeleição"e "reedição" - corretas desta forma,apesar de o Acordo prever que vogaissejam separadas por hífen.

O tratado, como se sabe, abrange ospaíses Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,Moçambique, Portugal, Timor Leste e SãoTomé e Príncipe - mas em nenhum delesfoi ainda aplicado.

Em Portugal, depois de críticas gene-ralizadas e desencontros no próprio go-verno, o ministério de Cultura garantiu,em 15/2, que o Acordo será "adoptadonas próximas semanas". Um dos pontospolêmicos é a supressão das consoan-tes mudas. O escritor Vasco Graça Mouraargumenta que elas cumprem a funçãode abrir a vogal que as precede. "Não sepode correr o risco de começar a pronun-ciar com vogais fechadas palavras comoespectáculo/espetáculo ou excepção/exceção. No Brasil isso não é um proble-ma porque eles abrem as vogais", dizGraça Moura.

Falhas jurídicasEm artigo no Jornal da Madeira, em

13/2, o romancista Duarte Afonso deixouclaro que permanece radicalmente contrao Acordo: "O lugar mais adequado para esse

monstro repousar é o caixote do lixo,lugar de onde nunca devia ter saído".

O processo de implantação da re-forma ortográfica é tratada no suple-mento Juris Tantum desta edição,pelo procurador da Fazenda NacionalFabrício Sarmanho de Albuquerque,professor de cursos universitários ede aprimoramento profissional emórgãos públicos. O Acordo, afirmaSarmanho, "possui falhas técnicas ejurídicas que merecem destaque e di-vulgação".

Ele entende que há omissão esta-tal no assunto, já que, segundo o art. 49da Constituição Federal, é da compe-tência exclusiva do Congresso Nacional"resolver definitivamente sobre trata-dos, acordos ou atos internacionais".

Com isso, argumenta, abre-se espaço paraa atuação de uma entidade de cunho priva-do, a Academia Brasileira de Letras, "quenão possui qualquer legitimação democrá-tica e que não promove um adequado diá-logo com a sociedade".

|Graça Moura(no desenho deBotelho): risco

das vogaisfechadas

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Fevereiro | 2010 17

| Jurídico Digital

Fácil de decifrarUm em cada cinco usuários da web escolhesenhas fáceis de adivinhar, como "abc123","iloveyou" ou "password". É o equivalente a

deixar a chave embaixo do capacho,conforme matéria publicada no portal

Computerworld. "Acho que é uma falhagenética nos seres humanos", brincou

Amichai Shulman, diretor de tecnologia daImperva, que pesquisou em uma lista de 32 milhões de

senhas roubada por um hacker em janeiro.

Fácil de decifrar 2A Imperva descobriu que quase 1% das 32milhões de pessoas que examinou tinhausado "123456" como senha. A segundamais popular era "12345". Por que tantaspessoas escolhem senhas fáceis deadivinhar, apesar de tantas advertênciassobre os riscos? Essa é fácil de decifrar,segundo os especialistas: porque, na era

digital, temos muito mais senhas para lembrar - de agendas,de bancos, da internet.

Crimes virtuais"As invasões online deixaram de

ter como objetivo espalhar ocaos. Criou-se um modelo denegócio para ganhar dinheiro,

comparável ao tráfico dedrogas", afirmou o diretor da

Symantec, empresa desegurança da informação.

Segundo Javier Ildefonso, 32%dos ataques registrados na internet pretendem furtar os

dados do cartão de crédito e 19% procuram informaçõessobre as contas bancárias. É "tremendamente fácil"

conseguir dados através de redes sociais, revela.

Linguagem simplesQuando consultar uma ação trabalhista no portal do TRT da Paraíba

(www.trt13.jus.br), o cidadão terá a interpretação da linguagemjurídica sobre as movimentações do processo, bastando direcionar ocursor. O trabalho, da Secretaria de TI, teve a ajuda da Comissão de

Informática, formada por magistrados, diretores de varas do Trabalho,diretor da Corregedoria e Secretaria Geral da Presidência. "O cidadão

tem o direito de entender o que está acontecendo com o seuprocesso em uma linguagem simples", declarou o presidente do TRT,

Edvaldo de Andrade.

Diário EletrônicoO TRF da 2ª Região prorrogou por 30 dias, a contar de10/2/2010, o início da vigência legal do seu novoDiário Eletrônico (e-DJF2R). Assim, até 12/3/2010,somente as matérias veiculadas pela ImprensaOficial têm validade jurídica. O novo veículo estáacessível desde novembro do ano passado. Com ele,o TRF espera uma economia para os cofres públicosde aproximadamente R$ 820 mil anuais.(Fonte: site do TRF-2.)

Baixa velocidadeUma pesquisa inédita da juíza Rosimeire Pereira de Souza, doRio de Janeiro, revelou que, dentre os processos de primeirograu, a duração média dos processos foi de 758 dias - poucomais de dois anos. Para respeitar integralmente os prazoslegais, segundo a Folha de S. Paulo, o tempo máximo deveriater sido de 578 dias. A dedução é que, em média, houvelentidão de 31% além do prazo legal.

Baixa velocidade 2Se em Rondônia, que tem uma das menores taxas de

congestionamento do país, é assim, "podemos concluir que nosdemais Estados, com quase três vezes mais

congestionamento, a duração pode ser proporcionalmentemaior", deduziu o professor da Escola de Direito da FGV/RJ,

Pablo de Camargo Cerdeira.(Fonte: Folha de S. Paulo.)

Direito e TIComeça em março o Curso de Especialização Latu Sensu emDireito e Tecnologia da Informação do Praetorium - Instituto de

Ensino, Pesquisa e Atividade de Extensão em Direito, sob acoordenação do advogado Alexandre Atheniense. O curso

fornece conceitos de Direito na TI e trata da regulamentação dainternet no Brasil e no exterior. Segundo Atheniense, que é

presidente da Comissão de TI do Conselho Federal da OAB, oobjetivo é preparar o profissional do Direito para o exercício das

práticas processuais à distância e para as consequênciasjurídicas dos atos realizados no meio digital. Inscrições no site

do Praetorium (www.praetorium.com.br/cursos2010/).

Banda largaA Telebrás, privatizada em 1998, poderá ser reativada para

implantar o Plano Nacional de Banda Larga, em discussão nogoverno. O objetivo é operar em municípios onde ainda não há

oferta de serviços de banda larga ou onde o preço médio demercado for 50% mais alto que o valor médio cobrado na capital

de Estado mais próxima. Outra proposta é a do ministro dasComunicações, Hélio Costa, que prevê uma parceria com as

empresas privadas, sem a Telebrás, com a meta de 90 milhões deacessos à banda larga para 2014. Decisão deve sair em março.

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Fevereiro | 201018

| Literatura

As atividades do dia a dia na CAIXA têma ver, de uma maneira ou de outra, com aprodução literária dos participantes da Re-vista de Literatura da ADVOCEF. A conclu-são é dos próprios autores,que falam de suas obras edo envolvimento no projeto,aprovado no XV Congressoda ADVOCEF, em Aracaju, elançado em dezembro de2009.

Lilian Deise de AndradeGuinski diz que a rotina noApoio Logístico do JURIR/Curitiba proporciona umagama imensa de sentimen-tos e sensações. Resultado:desse universo ela retiraideias de personagens ("al-guns cômicos e outros trági-cos") para seus contos e extrai sentimen-tos para suas poesias.

Luciane Martins de Araújo Masca-renhas, advogada do JURIR/Goiânia, reve-la que, em meio ao ofício estressante, àsvoltas com os prazos e a melhor estratégiapara defender a CAIXA, o jeito é procuraruma atividade prazerosa. A literatura. "Àsvezes, depois de um dia intenso, voltandopara casa, tenho uma inspiração, e isso temo poder de me acalmar, de renovar as mi-nhas forças."

A arte do dia a diaTerceira matéria da série sobre os escritores da área jurídica

Luiz Sergio e Silva afirma que a execu-ção das tarefas no Apoio Jurídico do JURIR/Goiânia exigem, naturalmente, trabalho,dedicação, cuidado - exatamente o que é

requerido pela atividade lite-rária, fora do expediente. "Li-teratura não é feita só de ins-piração, mas de muito traba-lho também. E requer dedica-ção e cuidado."

Tem a ver com o que pen-sa o advogado Manoel Messi-as Fernandes de Souza, doJURIR/São Paulo. Afinal, se-gundo ele, o aperfeiçoamentono manejo da língua adquiridocom o ofício literário acaba in-fluindo no exercício da Advo-cacia, principalmente na ela-boração das peças jurídicas.

Um pedaço da almaLuciane parabeniza os envolvidos no

projeto e os profissionais que tiveram "acoragem" de mostrar seu lado artístico. "Issodemonstra que nossa Associação não sepreocupa somente com o advogado, mascom o corpo jurídico da CAIXA como um todoe com o lado humano desses profissionais."

Antes da Revista, em que aparece comos poemas "A Vida é Feita de Caminhos", "FicaComigo" e "Mais que", Luciane publicou sua

dissertação de mestrado "DesenvolvimentoSustentável, Estudo de Impacto Ambiental eEstudo de Impacto de Vizinhança", pela Edito-ra Letra da Lei, em agosto de 2008.

Manoel Messias publica pela primeiravez, embora escreva há mais de 20 anos.Os poemas "O Amor", "Sucessão Cinema-tográfica Vital" e "Silêncio", por exemplo,incluídos na Revista Literária, foram escri-tos entre 1989 e 1992. "Direito Penal emVersos", também na publicação, foi com-posto em 2009.

Lilian já publicou ensaios sobre Literatu-ra, entre eles "Estudos Literários e Culturaisna Sala de Aula de Língua Portuguesa e Es-trangeira", pela Editora IBPEX, e "NewtonSampaio, o Movimento Modernista noParaná", na revista Língua & Letras, pelaUnioeste. Só não havia ainda publicado seuspróprios textos literários. "Considero-os umpedaço da minha alma e publicá-los parececom o ato de me desnudar - todos estão co-nhecendo meus sentimentos."

Luiz Sergio tem em seu currículo outrasduas coletâneas, uma lançada na sua cida-de natal, Ipameri/GO, a outra no projeto Ban-co de Talentos CAIXA 2008. Na Revista, temos poemas "Espera" e "Renovação". Escreveesporadicamente, sem compromisso, inspi-rado pela vida, com suas dores e alegrias. "Epela ânsia de me expressar de alguma for-ma, utilizando para isso a nossa bela eriquíssima língua portuguesa."

Manoel Messias escreve motivado pe-las inquietudes do espírito, diante das ques-tões existenciais.

Luciane gosta de ler poesia, porque con-segue demonstrar a essência de quem es-creve.

A poeta Lilian tem uma definição: "Es-crever é olhar, sentir, respirar, questionar - éviver". Ela vê o mundo como um grande labo-ratório que deve ser explorado de váriosmodos. "E meu modo é pela palavra escrita."

Opiniões"Ao me deparar com a qualidade da

publicação, percebi que estava se abrin-do uma nova e importanteporta para as publicações li-terárias."

Lilian GuinskiLilian GuinskiLilian GuinskiLilian GuinskiLilian Guinski

"Quero agradecer a opor-tunidade de fazer parte dealgo tão enriquecedor de nos-sas mentes e nossos cora-ções."

Luiz Sergio e SilvaLuiz Sergio e SilvaLuiz Sergio e SilvaLuiz Sergio e SilvaLuiz Sergio e Silva

"Um projeto muito ousado e que pos-sibilitou a muitos mostrar seus talentos

fora das atividades na CAIXA -pois além do lado profissionalexiste uma pessoa com senti-mentos e emoções."

Luciane MascarenhasLuciane MascarenhasLuciane MascarenhasLuciane MascarenhasLuciane Mascarenhas

"Foi uma excelente ideiaque, com certeza, colaborarápara uma maior humanizaçãodo ambiente de trabalho."Manoel Messias de SouzaManoel Messias de SouzaManoel Messias de SouzaManoel Messias de SouzaManoel Messias de Souza

|Luciane: a coragem demostrar a arte

|Luiz Sergio:literatura não é

só inspiração

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| Crônica

A saia e a bicicletinha: ensaioAndré Falcão de Melo (*)Era pra ser uma crônica (que pretensio-

samente chamo de ensaio) apenas alegre.Até porque os fãs da harmônica cançãotransformaram um lamento, um lamentoprofundo, digno, verdadeiro, dolorido, ro-mântico (principalmente), e justo (!), emmotivo para festa, gracejos, trejeitosrebolativos provocativamente sensuais -quiçá até vulgares, para os mais empeder-nidos e moralistas - e razoável desvirtua-mento da mensagem originariamente ela-borada, notadamente de sua essência. As-sim, nesse norte transformativo que culmi-nou por se operar, a crônica deveria, porigual, ter um quê, também, de molejo, decoreografia maliciosa, de êxtase,de regozijo, de excitação, de car-naval.

Não posso, entretanto, enfatizaro rumo que o próprio e festivo públicolhe deu - embora destinatário maior doverdadeiro protesto musical de que trato -,para fazer ouvidos moucos ao grito de dor,de irresignação, de agonia, de angústia, dequase desespero que é alardeado, cantadoe em coro repetido pelos irresignados artis-tas criadores da composição que mais tal-vez tenha sido reproduzida em nosso carna-val. Não há, ali, apenas uma música. Há umbrado de revolta e tristeza, um autêntico ma-nifesto, uma declaração de amor, brilhante-mente metafórica, por vezes. Uma cançãogenial.

Duvida? Pois continue a empreitada ini-ciada, amigo leitor, e analise se a razão está,ou não, comigo.

Pois bem, o que acontece é que a moça,inspiração ao artista que compôs a inteligen-tíssima música-manifesto (ele próprio o afir-ma, sem tirar nem pôr, ou melhor, de prefe-rência tirando), sai de saia, e de bicicletinha(donde se presume, pelo diminutivo empre-gado, não é muito alta a garota, pois a bici-cleta seria daqueles modelos de menor ta-manho, ou então ela, ou o autor, nutre certaafeição pelo indigitado veículo de duas ro-das, e aí o diminutivo seria uma forma detratá-lo carinhosamente), mas, voltando aoque dizia, alude a uma peculiaridade pre-sente no ato: é que uma mão vai no guidome a outra tapando a calcinha. Vale dizer, con-clusão primeira a que se chega: ela está aguiar a bicicleta, ou bicicletinha, como prefe-re, com apenas uma das mãos! Nessa pre-missa, já adianto, está o móvel de toda abelíssima composição. E o autor não demo-ra a assim demonstrar. Observe:

Imediatamente após registrar que amoçoila está a guiar a bicicleta com apenasuma das mãos, já que a outra estaria tapan-

do sua indumentária íntima, ele, demonstran-do escancarada aflição, explicita-a: dá umarrepio quando ela sai pedalando, mas temuma mão na frente que tá sempre atrapa-lhando, acho que ela tem medo do piriquitovoar, por isso que ela não para de tampar.

Ora, além da explícita apreensão docompositor escancarar imenso afeto quedeve nutrir pela rapariga – rapariga de Portu-gal, por favor, não a nordestina –, resultainduvidosa, até por isto, a carga de adrenalinaproduzida por e em seu apaixonado ser, re-sultante do receio, facilmente perceptível, deque venha a machucar-se a sua amada, for-ça do pudico gesto de tapar sua misteriosa

calcinha, como desegredo, aliás,deve estar mes-mo protegida a

cor de vestimentas que tais em circunstânci-as assim. Nesse momento da composição,em que o romantismo faz-se marcante, nãose pode deixar de ressaltar o cunho ecológi-co-metafórico emprestado pelo artista à tãopoética quanto aflitiva circunstância que nar-ra, fazendo alusão ao receio de que voe operiquito que estaria a moça a proteger coma mão que pudicamente tapava sua calcinha(periquito com "i", conforme adotou e, ora,não tem nada demais: os grandes escritoreso fazem). Um primor de construção literária.

Pois bem, dados os contornos do fatoobjeto de sua irresignação (a imprudente

maneira da moça de guiar a bicicleta), e oreceio incontido de que venha a machucar-se por essa renitência movida pelo pudor, esem mais suportar o sofrimento que o aco-mete, ele roga, em alto e bom som, secunda-do pelo coro que repete suas palavras, comoque para ajudá-lo a ser ouvido pela impru-dente menina: eu não aguento mais essasituação, vamos liberar geral, vamos tiraressa mão! E pede, quase a exigir: bota a saiae vem pra rua, na sua bicicletinha, eu querover a cor da sua calcinha (!), querendo natu-ralmente dizer à moça que ela pode, sim,andar pela rua de saia em sua bicicletinha,mas que o faça com segurança, com as duasmãos no guidão, nada importando, em nomedo cuidado consigo mesmo, que apareça acor de sua protegida indumentária, antes atéinstigando-a a deixá-la à mostra, paraprotegê-la de um acidente.

E é esse o mais emocionante momentoda rica composição: o autor, em nome

do amor que nutre pela moçoila –amor que vence, assim, o ciú-me que o acomete, de que ou-tros olhos possam desvendaro segrego tão intransigente-mente guardado (a cor dacalcinha da amada) –, não sóabre mão de que ela proteja suaindumentária, como metafori-

camente alardeia que quer vê-lae à sua cor, querendo na verdadedizer: esqueça-se disso! Dane-seo pudor! Escafeda-se o moralismotolo! Que apareça sua calcinha!Raios partam meu ciúme de ma-

cho ofendido! Desvende-se-a aosolhos gulosos de outrem a sua cor! Que as-

sim o seja, se queres tanto andar debicicletinha em vestimenta inadequada àprática do ciclismo... mas, por favor, proteja-se guiando a bicicletinha com ambas asmãos!

Emocionei-me: seja pelo brado molha-do em lágrimas do genial compositor, sejapela importância que essa canção ocuparána história de nossa música, seja pela valori-zação da mulher que lhe é ínsita, seja peloenriquecimento cultural proporcionado acada brasileiro, seja, principalmente, peladeclaração de amor que desborda de cadapalavra que genialmente a constrói e a trans-forma em verdadeira obra de arte. Clapt-clapt-clapt! Bravo!

(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXAem Maceió/AL.em Maceió/AL.em Maceió/AL.em Maceió/AL.em Maceió/AL.

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