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Diretório Pastoral Litúrgico-Sacramental Sacramentos da Iniciação Cristã

Diretório Pastoral Litúrgico-Sacramental · operados por Deus em Jesus Cristo, desde a Encarnação ao dia de Pentecos-tes e à espera da vinda do Senhor (cf. Sacrosanctum Concilium,

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Diretório Pastoral Litúrgico-Sacramental

Sacramentos da Iniciação Cristã

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APRESENTAÇÃO

Prezados Presbíteros, Estimado povo de Deus, Bênçãos e paz!

É com imensa alegria e gratidão que fazemos chegar até vocês a primeira parte do nosso Diretório Pastoral Litúrgico-Sacramental, um dos instrumentos de fundamental importância no processo evangelizador de nossa Arquidiocese e fruto do empenho de tantas pessoas dedicadas ao trabalho pastoral em nossa Igreja. Essa primeira parte por nós aprovada trata dos Sacramentos da Iniciação à Vida Cristã: batismo, confirmação e eucaristia. «Sendo os sacramentos atos do próprio Cristo na ação ritual da Igreja, é Ele quem nos inicia, nos torna cristãos, nos introduz no relacionamento com a Trindade e com o corpo eclesial» (Doc. 107, n. 125). Assim, entendemos que os sacra-mentos da Iniciação precisam ser contemplados na sua totalidade e não apenas em seus aspectos jurídicos, para que, de fato, possibilitem aos fiéis um verdadeiro mergulho no Mistério Pascal de Jesus Cristo e, por ele, na comunidade cristã. Por isso, esse Diretório, ainda que sucinto em suas palavras, tem como intuito auxiliar nossas comunidades a fazerem da celebração sacramental dos sacramentos oportunidade de acolhida, evange-lização e condução amorosa das pessoas ao encontro com Cristo, único capaz de dar sentido às suas vidas. Sabemos que o batismo marca o início de um processo de identifica-ção da pessoa com Jesus Cristo. A confirmação aponta ao cristão consciente e maduro o horizonte do testemunho da fé que encontra na eucaristia o ponto culminante da sua caminhada iniciática e, ao mesmo tempo, o sacramento permanente que sustentará sua missão. Sendo assim, desejamos que esse Diretório possa auxiliar na urgente e bela tarefa pastoral de formar homens e mulheres comprometidos com o Evangelho e que todo cristão possa chegar «à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, ao estado de Homem Perfeito, na medida e estatura da plenitude de Cristo» (Ef 4,13). Dado e passado em nossa Cúria Metropolitana, desta arquiepiscopal cidade de Pouso Alegre, aos 12 de outubro de 2019, Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, sob o Nosso Sinal e o Selo de Nossas Armas.

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INTRODUÇÃO

1. Estamos vivendo um momento de grande entusiasmo e esperança em nossa caminhada arquidiocesana. Somos iluminados pelo testemunho e ensi-namentos do nosso papa Francisco, que, na alegria do anúncio do Evangelho, convoca-nos a revisitar não apenas as fontes da nossa fé, mas a Fonte por excelência, a saber, o próprio Jesus Cristo. Caminhamos na alegria de ser seus discípulos e discípulas, na disposição de vivermos nossa missão evan-gelizadora, como missionários em uma Igreja em saída, atenta, especialmen-te, aos que estão nas periferias existenciais da vida. Em sintonia com os bis-pos do Brasil e suas Diretrizes para a Ação Evangelizadora, realizamos nossa 9ª Assembleia Pastoral do Povo de Deus (2016). Em seu plano de ação, bus-camos toda a inspiração e orientação para nossa caminhada pastoral para os anos de 2017-2020, na certeza de que, “à mesa da Palavra e do Pão, somos alimentados e enviados em missão”. Muito nos anima, também, a celebra-ção do Jubileu dos 120 anos de criação de nossa Arquidiocese (2020), cele-bração que nos convoca a rezar, refletir e rever nossas ações pastorais. O triênio preparatório, sob a iluminação das virtudes teologais da fé (2017), esperança (2018) e caridade (2019), longe de nos fazer esquecer os objetivos e prioridades pastorais assumidos, motiva-nos ainda mais a assumirmos toda a caminhada, imbuídos de profunda espiritualidade, e não como “funcionári-os” da pastoral.

2. A Constituição Sacrosanctum Concilium, primeiro documento aprovado no Concílio Vaticano II, afirma claramente que “a liturgia é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte donde emana toda a sua força” (nº 10). A vida da Igreja, ainda que não se reduza às celebrações litúrgicas (cf. nº 9), encontra nelas seu centro vital e seu aperfeiçoamento, especialmente na eucaristia. Sendo assim, os sacramentos não podem ser entendidos como o oposto da ação pastoral – nada justifica a velha tensão entre ação e oração –, mas é a Igreja orante que trabalha e caminha na fé, e precisa dos sinais da graça e da salvação divinas: “os sacramentos destinam-se à santificação dos homens, à edificação do Corpo de Cristo e ainda ao culto a ser prestado a Deus. Sendo sinais, destinam-se também à instrução. Não só supõem a fé, mas, por palavras e coisas [ritos], também a alimentam, a forta-lecem e a exprimem” (nº 59).

DIRETÓRIO PASTORAL LITÚRGICO-SACRAMENTAL

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3. Tendo diante de nós o Plano da Ação Evangelizadora 2017-2020 (Docu-mento Arquidiocesano nº 6), cabe-nos agora a urgente tarefa da revisão do Diretório Sacramental. Não se trata apenas de uma mera adequação do últi-mo diretório, promulgado em 2006, mas de uma plena renovação de suas orientações, dando vida à letra das diretrizes, convocados pelos novos con-textos e desafios atuais, que exigem novas maneiras de encarar a vida sacra-mental e sua complexidade. Estamos convictos também de que pensar as diretrizes para os sacramentos significa propor uma lei para nossa Igreja Particular, em comunhão com as leis universais da Igreja, uma vez que toda lei eclesiástica se destina a um mesmo fim, ou seja, ao bem de todos os fieis e tendo em vista a sua salvação (cf. CDC, cân. 1.752). No entanto, esperamos fazer do novo diretório um caminho seguro e atualizado em nossos contex-tos, fiel aos ensinamentos da Igreja, à sua rica tradição litúrgica, afinado com as aspirações pastorais mais genuínas de nossas lideranças leigas e consagra-das, e aberto aos desafios que todos nós vivemos em nossas comunidades.

4. Apresentamos aqui um Diretório Pastoral Litúrgico-Sacramental. Os adjetivos aqui não são simples arranjos linguísticos, mas dimensões que, no seu conjunto, visam a dar vida às orientações para a preparação e celebração de cada um dos sacramentos, a fim de que toda a sua riqueza não fique ofusca-da por uma fria aplicação da lei, o que resultaria em um formalismo estéril. Jamais poderemos perder de vista que a celebração dos sacramentos, além de sua significação teológica e espiritual, que impacta e transforma a vida dos fiéis, pastoralmente é uma porta aberta para que a Igreja exercite a misericór-dia, a acolhida, o afeto e a verdadeira caridade e, desse modo, edifique a comunidade cristã. É um diretório “pastoral” porque deseja ser facilitador de profundos encontros dos fieis com o coração do Cristo, o Bom Pastor (cf. Jo 10,11), que dá a vida e ama suas ovelhas, e porque se propõe a ser forte oportunidade de evangelização do povo de Deus. É “litúrgico” porque cuida que o rito seja bem celebrado, na riqueza de seus gestos e palavras, proporci-onando um autêntico mergulho no mistério pascal de Jesus Cristo, levando ao louvor de Deus e à santificação dos que dele participam (cf. SC nº 59). É “sacramental” porque tem como foco a caminhada dos fiéis, chamados à plenitude da experiência da graça de Deus, oferecida gratuita e pedagogica-mente aos que, mediante a Igreja, fazem sua peregrinação de fé, sendo mar-cados, em cada passo de sua existência, pela presença do Senhor da Vida (cf. Mt 28,20).

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CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO LITÚRGICA

a) O QUE É A LITURGIA

5. A liturgia é a fonte, a depositária e a transmissora da fé por excelência. Se, desde o início, a Igreja celebra o que crê e crê o que celebra, cada celebração litúrgica – especialmente a sagrada eucaristia – é uma autêntica profissão da fé em Jesus Cristo e no seu projeto de vida e de amor, já que em seu centro está o mistério pascal. Sendo assim, a liturgia nos faz verdadeiros cristãos: na condição de iniciados, descobrimo-nos Corpo de Cristo que ora ao Pai na força do Espírito (fé sentida e rezada); amadurecemos nossa adesão a Jesus Cristo, ouvindo a sua Palavra, participando da comunhão no seu Corpo e no seu Sangue (fé amadurecida) e sentimo-nos enviados ao mundo como teste-munhas do seu Reino (fé transmitida pela vida). Cremos que a liturgia é o ponto mais alto para onde converge e, ao mesmo tempo, a fonte de onde bro-ta, toda a vida cristã (cf. Sacrosanctum Concilium, nº 10).

b) MINISTERIALIDADE E CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO PASCAL DE CRISTO

6. A sagrada liturgia é celebrada por todo o povo de Deus (cf. Sacrosanctum Concilium, nº 48), povo sacerdotal pela graça do batismo, em comunhão com seus ministros ordenados, que a presidem. Celebrando especialmente o domingo, o dia do Senhor, como assembleia que crê e é convocada pela San-tíssima Trindade, os fiéis fazem a memória do mistério pascal de Cristo, centro e eixo da celebração litúrgica (cf. Dies Domini, nº 32). “Por esse mis- tério, com sua morte destruiu nossa morte e com sua ressurreição restaurou nossa vida. Pois do lado de Cristo adormecido na cruz nasceu o sacramento admirável da Igreja inteira” (Sacrosanctum Concilium, nº 5).

7. O Concílio Vaticano II ensinou que todos os fiéis participam da missão da Igreja, o que inclui a participação ativa e consciente na liturgia e nos ministé-rios litúrgicos. Assim se expressa a Igreja Povo de Deus, Corpo de Cristo, Templo do Espírito Santo, comunidade ministerial em que cada membro tem uma função a serviço de todos. Ninguém deve acumular funções na liturgia (cf. Sacrosanctum Concilium, nº 28) e todos “desempenhem as suas funções com devoção e ordenadamente, como convém à dignidade do ministério e ao que o povo de Deus deles exige, com todo direito” (Sacrosanctum Concili-

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um, nº 29). Nossas celebrações litúrgicas são enriquecidas, dessa forma, com uma plura-lidade de ministérios, frutos dos preciosos dons do Espírito a seu povo: ministério da acolhida, da proclamação da Palavra, da música litúrgica, da distribuição extraordinária da Sagrada Comunhão, do serviço ao altar, entre outros.

a) ANO LITÚRGICO

8. Ano litúrgico é o tempo em que a Igreja celebra todos os feitos salvíficos operados por Deus em Jesus Cristo, desde a Encarnação ao dia de Pentecos-tes e à espera da vinda do Senhor (cf. Sacrosanctum Concilium, nº 102). É a presença objetiva e espiritual de toda a obra da redenção, em sua unidade, que transcende todos os tempos. Em cada festa, torna-se presente o mistério, no qual a Igreja vive a Páscoa do Senhor, um tempo repleto de sentido e de simbolismo religioso, marcando, de maneira solene, o ingresso definitivo de Deus na história humana, o kairós divino (tempo da graça de Deus). As cele-brações do ano litúrgico são sempre dinâmicas e cheias da vitalidade pascal, nelas palpitando as pulsações do coração de nosso Divino Salvador, enchen-do, da vitalidade de Deus, o corpo da Igreja e a vida dos cristãos. Marcada pelos fatos da vida diária e pela mística do ano litúrgico, nossas comunidades celebram, de domingo a domingo, o mistério da sua vida na vida de Cristo Senhor.

b) O ESPAÇO CELEBRATIVO

9. A liturgia se faz no conjunto dos sinais que são mediações de encontro com a graça de Deus. Trata-se de um conjunto simbólico-sacramental a serviço da experiência da presença amorosa de Deus nos momentos celebrativos de seu povo. Nesse conjunto, o espaço onde a celebração litúrgica acontece tem importância preponderante, especialmente, pelo seu sentido teológico: a beleza e funcionalidade do templo, a centralidade da mesa do altar e da mesa da Palavra, a localização da sede presidencial, da fonte ou pia batismal, da cruz e das imagens, entre outros sinais e locais celebrativos. É necessário, portanto, muita atenção ao espaço sagrado, sobremaneira no que se refere às orientações litúrgicas e arquitetônicas para construção e reformas do templo. O critério mais importante, certamente, não deve ser o gosto pessoal do padre

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ou da comissão para a construção, mas as dimensões teológica e litúrgica que perpassam todo o conjunto do espaço celebrativo e devem estar a serviço do essencial: a verdadeira experiência mistagógica do Ressuscitado, centro de nossa fé e de nossas celebrações litúrgicas. Por isso, cabe à Comissão Arqui-diocesana para o Patrimônio, em harmonia com a Comissão Arquidiocesana para a Liturgia, oferecer orientações claras e precisas que auxiliem as nossas comunidades quanto ao ordenamento dos espaços a serviço da sagrada litur-gia.

e) A MÚSICA LITÚRGICA

10. A música litúrgica ganha sua importância em todo desenrolar da ação ritual, não como um adereço ou peça de adorno, mas como parte necessária da ritualidade sacramental. Algumas das músicas constituem o próprio rito, outras o acompanham. A liturgia caracteriza-se pela música e pelo canto como formas próprias de entoar o louvor, a súplica e ação de graças ao Deus da vida. O Concílio Vaticano II afirma que ela, em sua unidade com os textos que compõem a mesma liturgia, é “parte necessária ou integrante da liturgia solene” (Sacrosanctum Concilium, nº 113). A música a ser executada em nossas ações litúrgicas não pode ser qualquer música, mas “a Igreja aprova e aceita no culto divino todas as formas autênticas de arte, desde que dotadas das qualidades requeridas” (Sacrosanctum Concilium, nº 112). Seguem cri-térios gerais que devem ser levados em consideração para a escolha do reper-tório litúrgico, de maneira que este contribua com a celebração dos mistérios de Cristo na plena comunhão com a Igreja:

a) participação ativa, consciente e frutuosa na música litúrgica, possibi-litada por linhas melódicas simples e apropriadas ao canto em con-junto, não apenas para a exibição de um cantor, o que confere o inde-sejado caráter de espetáculo à execução musical;

b) manutenção da riqueza e da profundidade dos textos já estabelecidos no Missal Romano para os cânticos do ordinário da missa (Kyrie, Glória, Creio, Santo, Cordeiro de Deus);

c) inspiração bíblica, patrística ou hagiológica para os cânticos proces-sionais (entrada, preparação das oferendas e comunhão);

d) sólida preparação litúrgico-teológica, espiritual e musical para os ministros da música litúrgica, observando-se os aspectos específicos de cada celebração, de modo a evitar improvisações e gêneros musi-cais não apropriados (cf. Sacramentum Caritatis, nº 42), o que exige

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uma preparação litúrgico-teológica, espiritual e musical sólida e pro-funda dos ministros da música litúrgica, bem como uma preparação específica para a celebração na qual se canta;

e) valorização do canto gregoriano e do órgão como autênticas expres-sões da música litúrgica da Igreja, sem exclusão de outros gêneros e instrumentos musicais que estejam de acordo com o espírito da litur-gia, na perspectiva de uma autêntica e necessária inculturação, consi-deradas as condições pastorais da comunidade celebrante;

f) promoção do canto popular religioso, “para que os fiéis possam cantar tanto nos exercícios piedosos e sagrados como nas próprias ações litúrgicas, segundo o que as rubricas determinam” (Sacrosanc-tum Concilium, nº 118);

g) preparação cuidadosa da sequência de cânticos para cada celebração, considerando-se seu tempo litúrgico e a dinâmica própria de cada uma de suas partes, o que não só requer a leitura orante dos textos bíblicos e eucológicos (orações) previstos, como também o acesso a um vasto repertório que possibilite a seleção dos cantos mais adequa-dos.

11. Todos os agentes da pastoral da música litúrgica devem buscar constante formação litúrgica, teológica, pastoral e musical, de modo que recebam uma verdadeira “educação litúrgica” (Sacrosanctum Concilium, nº 115). Isso permitirá às nossas comunidades celebrarem melhor o mistério pascal de Cristo.

CAPÍTULO II - OS SACRAMENTOS NA VIDA CRISTÃ

12. A vida humana é marcada por sinais que vão dando sentido à caminhada, e só o ser humano tem o poder de compreendê-los. Através deles, homem e mulher vão percebendo, lentamente, o amor infinito do Deus criador, que tudo fez como sinal e garantia de sua bondade e perfeição. O próprio ser humano é um sinal, “imagem e semelhança” (cf. Gn 1,26) de Deus, ser sacra-mental, pois aponta para algo que vai muito além de si mesmo. Assim tam-bém acontece com os símbolos escolhidos por ele para falar a respeito da vida: são realidades sensíveis, que conduzem a experiências muito mais pro-fundas (cf. Jo 2,11), quando vistas com o coração, já que “o essencial é invisí-vel aos olhos” (Antoine de Saint-Exupéry).

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13. Jesus Cristo é o maior sinal da presença salvífica de Deus para nós (cf. Lc 11,20). Ele é o Sacramento do Pai (cf. Col 1,15) para todos os homens: “quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9); “eu sou o caminho, a verdade e a vida; nin-guém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14,6). Encontrar-se com Jesus, penetrar na grandeza do seu mistério, é encontrar-se com o Deus que nos acolhe, nos ama e nos salva. Ele, através de seu mistério pascal, com palavras e gestos, revelou a nós quem é o Pai, e também quem somos chamados a ser (cf. Fl 3,20).

14. A Igreja, continuadora da missão de Cristo (cf. Mc 3,14), impulsionada pelo dom do Espírito Santo (cf. Jo 20,30; At 2,4), continua essa mediação sacramental, sendo ela o primeiro fruto da morte e ressurreição do Senhor, "pois do lado de Cristo dormindo na Cruz é que nasceu o admirável sacra-mento de toda a Igreja” (CIC 772). Desse modo, presente na história, vai se fazendo caminho, ponte, mediação, comunhão entre a humanidade e deus (cf. 1Cor 4,1). “na Igreja, esta comunhão dos homens com deus pela 'carida-de que nunca passará' (1Cor 13,8) é a finalidade que comanda tudo o que nela é meio sacramental ligado ao mundo presente que passa” (CIC 1210). Essa mediação sacramental (cf. CDC, cân. 834-839) se dá de muitos modos, indo muito além dos sete sacramentos historicamente definidos por ela. Os sete sacramentos, porém, revelam uma dimensão pedagógica e materna da Igreja, enquanto acompanham todas as etapas e momentos mais significativos da vida cristã (cf. CIC 1210): batismo, crisma, eucaristia (sacramentos da inici-ação cristã); reconciliação e unção dos enfermos (sacramentos de cura); matrimônio e ordem (sacramentos do serviço).

A) os sacramentos da iniciação à vida cristã

15. A iniciação à vida cristã tem como objetivos: ajudar a pessoa a tornar-se cristã, participante consciente do mistério pascal e da comunidade eclesial; viver a dinâmica da união com Cristo, buscando assemelhar-se a ele; levar a uma experiência de fé ligada à vida, num processo contínuo de conversão. Faz isso por meio de um caminho progressivo que, lentamente, vai criando na pessoa uma verdadeira identidade com Jesus e sua proposta de vida (cf. GI 2,20).

16. O catecumenato, processo de iniciação que integra liturgia, fé, palavra de Deus, vida em comunidade e testemunho cristão, foi o caminho eficaz e

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frutuoso que vigorou nos primeiros séculos do cristianismo. Hoje, ele se torna modelo a inspirar nossos itinerários iniciáticos, tanto para adultos quan-to para crianças. Por isso, todos devemos acolher com alegria e entusiasmo os projetos arquidiocesanos de catequese que, inspirados no modelo catecu-menal, visam a proporcionar um encontro transformador das pessoas com Jesus Cristo para que, iniciadas na fé, tornem-se verdadeiramente discípulas missionárias nas comunidades eclesiais e no meio da sociedade.

17. Nesse itinerário catequético de inspiração catecumenal, os sacramentos da iniciação cristã (batismo-crisma-eucaristia), tornam-se meios de grande importância para o amadurecimento e consolidação da fé dos que procuram o caminho de Jesus, por meio da comunidade eclesial. Batismo-crisma-eucaristia encontram sua unidade no mistério pascal de Jesus Cristo, enquan-to possibilitam ao candidato à fé cristã (e ao cristão) fazer a experiência da conversão, vida nova e discipulado, e expressá-la simbolicamente nas cele-brações litúrgicas. Nos três sacramentos louva-se ao Pai, com Cristo, no Espí-rito, e se atualiza a sua participação no corpo de Cristo, que é sua Igreja, con-tinuamente chamada a viver, no hoje da história, a sua missão profética, até que o anúncio sacramental da vida plena se cumpra na glória eterna.

18. No entanto, “urge recuperar a unidade pastoral entre os três sacramen-tos da iniciação à vida cristã. São integrados no mesmo caminho de fé, como experiência vital e de crescimento no seio de uma comunidade eclesial. São etapas de um único processo de mergulho na vida iluminada por Cristo e tes-temunhada na Igreja” (Doc. 107, nº 126). Para tanto, as catequeses prepara-tórias aos sacramentos da iniciação, bem como suas celebrações litúrgicas, devem conduzir à unidade dos sacramentos, que devem ter na eucaristia sua plenitude, pois toda a iniciação tem nela o seu ponto de chegada e de culmi-nância (Doc. 107, nº 127).

a) O SACRAMENTO DO BATISMO: FUNDAMENTAÇÃO BÍBILICO-TEOLÓGICA

19. O batismo é o primeiro sacramento da iniciação à vida cristã e não pode ser compreendido isoladamente, mas sempre numa unidade com os sacra-mentos da confirmação e da eucaristia: “no batismo assumimos a condição de filhos do Pai, a crisma nos unge com a unção do Espírito Santo e a eucaris-tia nos alimenta com o próprio Cristo, o Filho” (Doc. 107, nº 91).

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20. O mandato de Jesus (cf. Mt 28, 18-19) é claro: anunciar o evangelho e batizar. É mediante o sacramento do batismo que a pessoa humana renasce em Jesus Cristo como uma “nova criatura” (2Cor 5,17; Gl 6,15). Foi o pró-prio Jesus que deixou, à sua comunidade de discípulos e discípulas, a Igreja, esse sinal sagrado, a fim de que todos os homens e mulheres tivessem acesso à vida plena e à felicidade eterna junto dele. Esta plenitude de vida junto de Cristo, livre do pecado – a salvação – começa já nesta etapa terrestre de nossa existência e desabrocha inteiramente no céu, após a nossa morte.

21. O alicerce de toda vida Cristã é o batismo. Ele é a porta da entrada da vida no Espírito Santo, e nos permite participar da graça que nos oferecem todos os outros sacramentos. O batismo nos liberta das forças do mal e do pecado e nos transforma para a vida nova de filhos e filhas de Deus. Firma nossos passos no caminho dos seguidores de Jesus, unindo-nos para sempre a ele e a todos os membros da comunidade formada por seus discípulos, a Igreja. O Batismo nos faz participar nesta vida da mesma missão de Jesus (cf. CIC, n° 1.213), pois “seguir Jesus é juntar-se fraternalmente aos outros discípulos. Assim a fé, nascida na comunidade da Igreja, renova permanentemente a própria comunidade a partir da raiz profunda, a comunhão com Deus, e gera novas comunidades eclesiais” (Doc. 26, nº 65).

22. A Igreja oferece a salvação às pessoas pelo batismo. Os discípulos de Jesus sempre professaram que todas as pessoas ainda não batizadas, que mor-rem em razão de sua fé cristã (“batismo de sangue”), ou que vêm a falecer com o desejo de receberem o Batismo (“batismo de desejo”), participam da mesma salvação oferecida por esse sacramento, mesmo não o tendo recebi-do.

Orientações pastorais

Acolhida e admissão ao batismo

23. A primeira e principal condição para a admissão ao batismo é o desejo e a disposição de trilhar e perseverar no caminho da fé. A Igreja primitiva deixa um testemunho paradigmático quando Felipe batiza o Eunuco da Rainha (Cf. At 8, 36-39. “No caso de uma criança, é o desejo dos pais ou daqueles que lhes fazem as vezes, e o compromisso da família de viver e educá-la na fé cristã” (Arquidiocese de Belo Horizonte, Diretório Pastoral e Litúrgico-

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Sacramental, nº 125, ano de 2016).

24. Se os pais ou responsáveis pela criança não apresentarem motivações eclesiologicamente suficientes, o batismo pode ser adiado, após sério discer-nimento do pároco, mas nunca deixar de ser acessível. A sensibilidade pasto-ral deve enxergar sempre uma oportunidade de evangelizar e moldar as moti-vações e, ainda, a possibilidade de oferecer uma experiência de encontro com Jesus Cristo e com a riqueza do batismo.

25. As crianças que não foram batizadas até completarem os sete anos deve-rão frequentar a catequese infanto-juvenil. Assim, vão se preparar para a recepção do batismo, além de fazer a caminhada para a eucaristia e a crisma. Na preparação próxima ao batismo, sejam também os pais e padrinhos con-venientemente preparados por meio de encontros catequéticos de iniciação cristã juntamente com seus pais e padrinhos conforme o número 28 deste diretório.

26. Quando os representantes legais da criança não forem seus pais, devem apresentar documentação da guarda definitiva da criança. Para fins de registro, os nomes presentes na certidão de nascimento são os que serão transcritos para o livro de batizado da paróquia.

Preparação

27. Aos pais e padrinhos, que buscam o batismo de seus filhos e afilhados, deve ser oferecida uma preparação eficaz, oferecendo-lhes a oportunidade de reforçar o significado do próprio batismo e o seu papel na vida da criança. Assim, a catequese batismal contribuirá também para formar discípulos e discípulas de Jesus Cristo, membros vivos na sua Igreja, participantes da sua vocação e missão.

28. A Arquidiocese de Pouso Alegre oferece a catequese batismal, por meio de encontros catequéticos, inspirados no processo catecumenal, de iniciação à vida cristã, dirigidos por catequistas previamente preparados, sendo realizada, preferencialmente, em família, na casa dos pais ou padrinhos da criança.

29. O batismo é acontecimento único na vida da criança, dos pais e dos

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padrinhos. Assim, a preparação para o batismo também é única. Ou seja, cada vez que uma família busca a preparação para o batismo, ela é exclusiva para aquela criança que será batizada. O mesmo vale para a preparação dos padrinhos.

30. Caso as pessoas que fizeram a preparação recentemente forem convidadas a batizarem outra criança, o pároco, juntamente com a coordenação paroquial do batismo, poderá fazer o discernimento se será necessária a participação novamente nos encontros da catequese batismal.

31. Quando a criança que for batizada residir em outra paróquia, devem ser apresentados os documentos de transferência do batismo e de comprovação da catequese batismal preparatória dos pais, dados pelo pároco da paróquia de origem. No caso dos padrinhos, deve ser apresentado o comprovante de participação na catequese batismal.

Pais, responsáveis e padrinhos

32. Quando o batismo é oferecido às crianças, entende-se que, embora não dispondo ainda da capacidade de professar por si mesmas a fé em Cristo, são batizadas na fé da Igreja. Daí que o batismo de crianças exige um grande empenho de toda a comunidade cristã, especialmente dos pais e dos padrinhos, no que diz respeito à catequese desses novos seguidores de Jesus.

33. A caridade pastoral esclarece que as crianças devem ser sempre bem acolhidas, sem exceção. As crianças nunca devem ser discriminadas, nem seus pais ou responsáveis. Seja, então, garantida a possibilidade de uma boa preparação e um ambiente favorável para o crescimento na fé.

34. É nossa tradição e cultura que os pais escolham, para seus filhos, padri-nhos, como aqueles que serão exemplos de vivência da fé e acompanharão o crescimento da criança como discípula de Jesus. Assim, é fundamental que lhes seja também proporcionado um verdadeiro caminho de iniciação à fé cristã. Conforme a legislação vigente, ao batizando, enquanto possível, seja dado um padrinho e/ou uma madrinha (cf. CDC, cân. 872-873).

35. Para que alguém seja admitido para assumir a missão de padri-nho/madrinha, é necessário que:

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a) seja escolhido pelo próprio batizando, por seus pais ou responsáve-is;

b) tenha completado 18 anos;c) tenha recebido os sacramentos da iniciação à vida cristã (batismo,

crisma e eucaristia);d) seja, preferencialmente, alguém que participe da vida eclesial e

leve uma vida de acordo com a fé e com a missão que irá assumir;e) esteja disposto a acompanhar o afilhado em seu processo de amadu-

recimento na fé.

36. Na falta de pessoa que preencha esses requisitos, seja admitida, como testemunha de batismo, quem participe da vida eclesial e obtenha a aprova-ção do pároco. Proceda-se ao registro no livro de Batismo na condição de testemunha.

37. Conforme o costume, pode-se admitir um “padrinho” ou “madrinha” de consagração, como um estímulo e apoio para que a criança seja incentivada a caminhar na fé, sob a proteção da Virgem Maria. 38. Quem for batizado e pertencer a uma comunidade eclesial não católica, mas cristã, será admitido na condição de testemunha do batismo (cf. CDC, cân. 874), porém somente se acompanhado de um padrinho e/ou madrinha católico.

A celebração litúrgica do sacramento do batismo

39. Para a adequada, piedosa e frutuosa celebração litúrgica do sacramento do batismo, indispensável se torna a constituição de uma equipe de celebra-ção com pessoas preparadas, contando com a participação de agentes da pas-toral litúrgica e batismal da comunidade. Proclamadores da Palavra e minis-tros da música litúrgica têm papel fundamental nessa celebração. Pela sua importância para os familiares dos batizandos e para toda a Igreja, haja sufi-ciente preparação desta celebração litúrgica, e de tudo o que for necessário para que ela transcorra com tranquilidade e proveito espiritual para todos.

40. Para se enfatizar a índole pascal do batismo, recomenda-se que a sua cele-bração se dê preferencialmente aos domingos, com a presença de toda a

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comunidade. Pode ser celebrado dentro da missa, para que apareça melhor a sua relação com a sagrada eucaristia, ou fora dela, como pastoralmente melhor atender às necessidades. Em se realizando dentro da missa, cuide-se para que se adaptem os ritos dentro das orientações litúrgicas, não prolon-gando por demais a celebração. Seja realizado em igreja onde haja vida comu-nitária, mas nunca em residências, apartamentos, sítios ou propriedades par-ticulares sem autorização do arcebispo. 41. A pia ou a fonte batismal sinaliza para o batismo como sacramento de fé e vinculação da criança à família cristã pela participação no mistério pascal de Jesus Cristo. Haja, nas igrejas onde o batismo é celebrado, uma pia ou fonte batismal fixa, e nunca se substitua esse símbolo tão caro à tradição da Igreja por uma bacia qualquer. Também seria de significativo valor mistagógico que os santos óleos permanecessem em lugar de destaque, nas proximidades da pia ou fonte batismal, permanentemente expostos, valorizando a riqueza desse sinal. Faça-se o batismo por imersão na pia ou fonte batismal, ou derra-mando quantidade abundante de água sobre a cabeça do batizando (infusão). Quanto às unções dos catecúmenos, que se use uma quantia significativa de óleo, realçando o significado do gesto. Não havendo óleo em quantidade suficiente, o padre poderá abençoar óleo novo, como prevê o Ritual de Batis-mo.

A celebração do batismo de crianças

42. O rito começa com a acolhida, saudação, apresentação da(s) criança(s) à Igreja, pedido do batismo e assinalação com o sinal da cruz fora do templo ou na sua entrada, não dentro dele. Esse rito valoriza o sentido da “passagem pela porta” para a inserção do batizado na família de Cristo, a Igreja, já que esse sacramento é o fundamento e a porta de entrada para a vida na graça de Deus. Em seguida, entra-se em procissão para a igreja, com o círio pascal aceso e canto solene. Sempre que possível, valorize-se essa forma que mais corresponde à tradição da Igreja. A assembleia seja motivada a acolher calorosamente a(s) criança(s) e sua(s) família(s), manifestando sua alegria pelos novos membros que se integram na família eclesial.

43. Se a celebração do batismo for realizada fora da missa, atenção especial seja dada à liturgia da palavra, que evidencia a dimensão mistagógica do batismo, enquanto mergulho no mistério da morte e ressurreição de Jesus e

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passagem para a vida nova em Cristo. Para tanto, faça-se ao menos uma leitu-ra, entoe-se um salmo e a proclamação do santo evangelho, escolhidos dentre as opções do Ritual do Batismo. A homilia seja uma conversa familiar que aplique a riqueza da palavra de Deus e de todo o rito na vida da assembleia, de maneira a ser compreendida e interiorizada por todos, buscando-se uma apro-ximação maior dos pais, familiares e padrinhos das crianças. Quando o batis-mo for celebrado durante a missa dominical, as leituras sejam aquelas indica-das pelo calendário litúrgico.

44. Também a vela e a veste batismal compõem o universo dos sinais da vida nova na qual o batismo insere o batizado. Valorize-se a imposição da veste branca ou, ao menos, faça-se menção a ela, pois seu significado, ligado à tradição litúrgica, é de grande sensibilidade ao nosso povo e pode ser ocasião de profunda evangelização e aprofundamento do sentido dos efeitos do sacramento na vida da(s) criança(s). Quanto ao uso do sal e ao rito do “éfeta”, permanecem como opcionais, ainda que sejam de alto sentido teológico e pastoral.

45. Valorizando a devoção popular, ao final da celebração, pode-se realizar um momento mariano com oração e entrega da criança à proteção de Maria. No entanto, é necessário que se esclareça a todos que a principal consagração da(s) criança(s) já foi feita, pois se trata do próprio batismo. Este ato de devo-ção também pode ser feito em outro momento ou local, numa festa mariana ou santuário a ela dedicado.

46. Em caso de perigo de morte da criança, o ministro ou outra pessoa movi-da de reta intenção pode realizar o batismo (cf. CDC Cân. 861). Posterior-mente procure a paróquia para realizar os ritos complementares e efetuara o registro.

Batismo de adultos

47. O batismo conferido a um adulto deve ser desejado por ele, como porta de ingresso à fé e à comunidade cristã, e não em vista de outro sacramento, como o matrimônio, por exemplo.

48. Aos adultos acima de 18 anos, para que sejam batizados, exige-se a cami-nhada de preparação apresentada pela Equipe de Iniciação à Vida Cristã de

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Adultos da Arquidiocese de Pouso Alegre. Esta deverá ser feita a partir de uma inspiração catecumenal, respeitando-se os tempos e etapas próprios, cuidando-se para que se evitem os tradicionais cursinhos preparatórios para sacramentos, rápidos e pouco eficazes.

49. O adulto deverá ser batizado, preferencialmente, na Vigília Pascal, oca-sião em que também receberá o sacramento da crisma e participará, pela pri-meira vez, da comunhão eucarística. O próprio pároco tem autorização para ministrar a crisma, como prevê o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA), sem necessidade de pedir autorização ao bispo, somente neste caso. O registro da crisma deverá ser encaminhado à cúria, o mais rápido possível, como de costume.

A celebração dos sacramentos de iniciação cristã de adultos

50. Tendo sido feito o itinerário de catequese catecumenal para a vida cristã, proposto pela Arquidiocese, a celebração dos sacramentos se dará na Vigília Pascal, na qual os catecúmenos receberão os três sacramentos, a saber: batis-mo, confirmação e eucaristia (RICA nº 55). Por eles, haja total atenção e acompanhamento da parte dos sacerdotes e de toda a comunidade cristã, espe-cialmente no tempo da mistagogia, que coincide com o Tempo Pascal, com orações, acolhida nas missas e no dia a dia da vida comunitária. Adultos já batizados também poderão renovar os compromissos batismais nesta noite pascal e, com toda a assembleia, receber os sacramentos da confirmação e da eucaristia (RICA nº 304). No entanto, se por algum motivo jurídico ou pasto-ral isto não puder ser realizado, que os sacramentos da confirmação e da eucaristia sejam ministrados, ao menos, dentro do Tempo Pascal.

Validade do batismo

51. Dado o caráter permanente do batismo, ele só pode ser ministrado uma única vez, a quem ainda não foi batizado validamente. Havendo dúvida per-sistente sobre a realização ou validade do batismo de uma pessoa, depois de séria investigação, seja esta batizada validamente, sob condição.

52. Quando a pessoa afirma ser batizada em outra denominação cristã que não a Igreja Católica Apostólica Romana, deve-se ter em conta que:

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a) dependendo da denominação, na qual o cristão foi batizado, não sere-pete o batismo, sequer sob condição. Considera-se válido o batismo das seguintes Igrejas não católicas: Igrejas Orientais Ortodoxas, com alguma comunhão com a Igreja Católica Romana; Igreja Vétero-Católica; Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e todas as Igrejas que formam a Comunhão Anglicana; Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e todas as Igrejas que se integram na Federação Luterana Mundial; Igreja Evangélica Luterana no Brasil (IELB); Igreja Metodista e todas as Igrejas que pertencem ao Conse-lho Metodista Mundial;

b) há diversas Igrejas em relação às quais não se justifica nenhuma reserva quanto ao rito batismal. Contudo, devido à concepção teoló-gica do batismo, alguns de seus pastores não manifestam sempre urgência em batizar fiéis ou em seguir exatamente o rito batismal prescrito. Também nesses casos, quando há garantia de que a pessoa foi batizada segundo o rito prescrito por essas Igrejas, não se pode rebatizar, nem sob condição. Essas Igrejas são: Igrejas Presbiteria-nas; Igrejas Batistas; Igrejas Congregacionistas; Igrejas Adventistas; a maioria das Igrejas Pentecostais (Assembleia de Deus, Congrega-ção Cristã do Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja “Deus é Amor”, Igreja Evangélica Pentecostal “o Brasil para Cris-to”); Exército da Salvação;

c) há Igrejas de cujo batismo se pode prudentemente duvidar e, por essa razão, como orientação geral, requer-se a administração de um novo batismo sob condição. Tais Igrejas são: Igreja Pentecostal Unida do Brasil; “Igrejas Brasileiras”, em dezenas de grupos diferentes; Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons);

d) com certeza batizam invalidamente: Testemunhas de Jeová; Ciência Cristã; certos grupos não propriamente cristãos, como a Umbanda, que praticam ritos denominados “batismo”, mas, que se afastam da prática católica.

Transferência53. A transferência de celebração do Batismo de uma paróquia para outra da Arquidiocese ou para outras dioceses deve ser feita com a devida autorização do pároco ou do administrador paroquial onde reside o batizando (cf. CDC, cân. 857), constando na autorização se a catequese batismal foi feita ou não.

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54. Em cada paróquia, o livro de registro do batismo seja conservado sempre em dia.

a) O sacramento da confirmação

Fundamentação bíblico-teológica

55. “Juntamente com o batismo e a eucaristia, o sacramento da confirmação constitui o conjunto dos sacramentos da iniciação cristã” (CIC, nº 1285), pois celebra o mistério pascal de Cristo, visibilizando a participação do fiel no dom de Pentecostes. Ele “complementa a configuração do batizado a Cristo e encaminha-o para a participação na eucaristia” (Doc. 107, nº 130).

56. A ação do Espírito Santo é descrita no Antigo Testamento (cf. Gn 1,2; 1Sm16,13; Am 3,8; Is 11,12; Is 44,3-4) e no Novo Testamento (cf. Lc 1,35; Mt 3,16; Lc 4,1; 4,14; Mt 12,28; Jo 15, 26; At 8,17). As cartas paulinas evi-denciam a ação do Espírito Santo na vida do cristão e da comunidade (Rm 8, 11; 1 Cor 6,19; 2Cor 1,22; 2Cor 2,14).

57. No batismo, o cristão é feito nova criatura, participante da vida trinitária pela ação do Espírito do Ressuscitado. Pelo sacramento da confirmação, recebe o Espírito Santo enquanto dom: o Espírito lhe é dado como força, âni-mo, vigor para viver na comunidade de fé e assumir ministérios nela; partici-par intensamente da missão de Jesus; testemunhar e anunciar a vida nova recebida no batismo; vivenciar os valores do evangelho; participar da cons-trução de uma sociedade justa e fraterna, plantando as sementes do Reino e impregnar o mundo com o bom odor de Jesus Cristo.

58. A imposição das mãos, a assinalação, a unção e o perfume são gestos sacramentais que visibilizam o dom do Espírito no sacramento da confirma-ção, fazendo do crismado testemunha de Cristo no mundo, participante de sua missão libertadora.

Orientações pastorais

59. O sacramento da confirmação seja devidamente valorizado como inserção mais consciente no mistério pascal de Cristo e na comunidade de fé, como confirmação no compromisso de testemunho cristão e de participação

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na missão evangelizadora da Igreja.

60. O sacramento da confirmação deverá ser ministrado aos batizados, com a idade mínima de 14 anos completos, tendo como critérios decisivos a relativa maturidade e a sincera disposição da pessoa que se aproxima desse sacramento para recebê-lo.

61. A importância do sacramento da confirmação exige, além da idade míni-ma, uma preparação adequada, observando-se as orientações da Coordena-ção Arquidiocesana de Catequese.

62. Tal preparação seja oportunidade para se resgatar os valores da iniciação e da reiniciação cristãs, segundo o modelo do catecumenato cristão, valores tais como uma união mais estreita entre catequese e liturgia, a ênfase dada a uma mistagogia ou pedagogia do mistério, a madura e sincera disposição da pessoa que se aproxima do sacramento e a participação ativa da comunidade no seu progressivo processo de amadurecimento na fé.

63. A catequese crismal seja orientada pela Coordenação Arquidiocesana de Catequese e que os catequistas dessa fase trabalhem em comunhão com os catequistas do batismo e da eucaristia, num processo catequético de inspira-ção catecumenal, de iniciação à vida cristã.

64. Durante a preparação para a confirmação, é importante que haja uma integração dos catequizandos com as diversas frentes de ação pastoral da Igreja e ações sociais solidárias.

65. Quanto possível, e por diversos meios (informações, e-mails, cartas, con-tato pessoal, visita pastoral, entre outros), em momento oportuno da prepara-ção, promova-se o contato dos crismandos com o arcebispo, para que seja evidenciado o ministério que lhe é próprio e para personalizar o relaciona-mento entre ambos.

66. A celebração do sacramento, que será sempre comunitária, seja devida-mente preparada pelos catequistas em sintonia com o pároco e com a equipe de liturgia paroquial, a fim de que os crismandos participem, conscientemen-te, dos ritos.

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67. Os jovens entre 14 e 17 anos, que não foram batizados ou não participa-ram da comunhão eucarística, e pedirem o sacramento da confirmação, deve-rão fazer um itinerário diferenciado de inspiração catecumenal, a ser propos-to pela Coordenação Arquidiocesana de Catequese.

68. Em se tratando da catequese com adultos de inspiração catecumenal, o pároco tem a faculdade de iniciar os catecúmenos (cf. RICA, nº 228), presi-dindo o batismo, a confirmação e a eucaristia. Quando o pároco for ministrar somente o sacramento da confirmação a um adulto já batizado, deverá pedir autorização ao arcebispo. Padrinhos e madrinhas

69. O padrinho ou madrinha é alguém que apresenta o crismando à Igreja e o acompanha durante a sua formação humano-cristã. Poderá ser o mesmo padrinho ou madrinha do batismo.

70. O padrinho ou a madrinha da confirmação:a) seja pessoa apta a ajudar os jovens em suas opções de vida cristã, pre-ferindo-se que seja escolhido pelos próprios crismandos;b) tenha completado 18 anos;c) tenha recebido os sacramentos da iniciação à vida cristã (batismo, crisma e eucaristia);d) seja preferencialmente alguém que participe da vida eclesial e leve uma vida de acordo com a fé e com a missão que irá assumir;e) esteja disposto(a) a acompanhar o afilhado em seu processo de ama-durecimento na fé.

71. Na falta de pessoa que preencha estes requisitos para ser padri-nho/madrinha da confirmação, seja admitido como testemunha da confirma-ção quem participe da vida eclesial e obtenha a aprovação do pároco.

A celebração litúrgica da confirmação de adolescentes e jovens72. A celebração do sacramento da confirmação seja realizada preferencial-mente na comunidade ou paróquia onde vive o crismando. Quando se tratar de um grupo muito grande de crismandos, o pároco procure verificar com o arcebispo a possibilidade de se ministrar o sacramento em mais de uma cele-bração, favorecendo, assim, o clima de tranquilidade e de proveito espiritual

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para todos.

73. Uma boa equipe, com agentes da pastoral catequética e litúrgica, contan-do com a participação dos próprios crismandos, cuide de toda a estrutura da celebração com bastante antecedência.

74. Seja ela realizada com a nobre simplicidade que a liturgia requer. Alguma criatividade sugerida esteja plenamente harmonizada com as orientações litúrgicas, deixando que cada rito ou símbolo fale por si mesmo.

75. Os cantos sejam escolhidos a partir das leituras bíblicas e demais orações próprias da missa.

76. Para que se evidencie a relação existente entre o sacramento do batismo e a confirmação, pode-se fazer o ato penitencial através do rito da aspersão.

77. Os possíveis agradecimentos, se muito necessários, sejam feitos ao final da celebração, evitando-se, no entanto, o teor de homenagem.

78. Seja a celebração da confirmação precedida por uma preparação espiritu-al imediata dos crismandos, pais e padrinhos e da comunidade, tal como reti-ro, tríduo ou outra forma de encontro de oração.

79. A paróquia favoreça aos crismandos, pais e padrinhos a recepção do sacramento da reconciliação em preparação para a celebração.

80. A celebração do rito da crisma, conforme o tempo litúrgico em que ocor-ra, observe as seguintes orientações:

a) nos dias em que são permitidas as missas rituais, celebra-se a missa ritual da confirmação, considerando-se que o Missal Roma-no oferece três formulários, bem como o prefácio da crisma;

b) nos domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa, nas Soleni-dades, nos dias da Oitava da Páscoa, na Quarta-feira de Cinzas e em todos os dias da Semana Santa, celebra-se a missa do dia e o rito da confirmação seja inserido após a homilia;

c) nos domingos do Tempo Comum, pode-se celebrar a missa ritual da confirmação ou a missa própria do domingo, ficando essa esco-

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lha a critério da paróquia, em comum acordo com o presidente da celebração;d) o Rito da Confirmação/Pontifical Romano apresenta um lecioná-rio com grande variedade de leituras, cuja escolha deverá ser infor-mada ao presidente da celebração.

81. Não é necessário que crismandos e padrinhos entrem em procissão, no início da missa. Já podem ficar nos seus lugares, com toda a assembleia. Nada impede, porém, que a procissão de entrada seja feita com crismandos e padrinhos, desde que não se assuma aspecto de desfile.

82. Orientem-se familiares e demais participantes da celebração, inclusive fotógrafos e filmadores, para que sejam discretos nos registros dos principais momentos e não dificultem a realização da liturgia, distraindo a assembleia e perturbando a vivência dos ritos. Mais adequado seria que uma equipe só fosse designada para fotografar e filmar e seja devidamente instruída quanto aos ritos da celebração. 83. No momento da renovação dos compromissos batismais, caso essa não tenha sido já feita em celebração própria anterior à celebração da confirma-ção, os crismandos acendam, diretamente, suas velas no círio pascal, enquanto se pode cantar um refrão ao Espírito Santo. Às interrogações feitas pelo presidente da celebração, todos os crismandos sejam orientados a res-ponder no singular e de modo convicto e audível. 84. No momento da unção com o crisma, o confirmando deve aproximar-se do presidente da celebração, acompanhado do padrinho ou madrinha, que se deve posicionar à esquerda do crismando, colocando sua mão direita sobre o ombro do afilhado. Cada crismando usará um crachá trazendo seu nome bem legível e visível, de forma que facilite ao presidente pronunciá-lo e prosse-guir a forma sacramental. Durante a unção, a fim de que nada obscureça ao crismando a sua vivência ritual, não se canta. A unção na fronte seja generosa e não mínima, e não se enxugue a testa do crismando após a unção. Em segui-da à unção do último crismando, enquanto o presidente da celebração lava as mãos, pode-se cantar um refrão ao Espírito Santo.

85. É oportuno que se faça um encontro após a celebração do Crisma para troca de experiências e partilha. Na ocasião o catequista ou membros de

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outras pastorais podem apontar caminhos para os crismados continuarem seguindo Jesus servindo a comunidade.

c) O Sacramento da Eucaristia

Fundamentação Bíblico-Teológica

86. “A eucaristia é sinal vivo e atual do grande amor de Deus para conosco, escola de comunhão fraterna para os cristãos em sua vida eclesial e social, alimento que revigora todo o nosso ser com a força libertadora da graça de Deus e antecipação da grande alegria que esperamos para a festa do céu que jamais se acaba” (cf. CIC 1323). O sacrifício eucarístico é “fonte e ápice da vida cristã” (Sacrosanctum Concilium, nº 10). “A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. Do mistério pascal nasce a Igreja” (Ecclesia de Eucharistia, nº 1).

87. O sacramento da eucaristia é um “testamento”, uma herança de Cristo aos seus: “fazei isto em memória de mim” (1Cor 11,24-25). A partir do ritual da ceia pascal judaica (Ex 12; Ex 3,7-10; Dt 6,23; Dt 16,1-8), Jesus, usando suas palavras, dá-lhe novo sentido (1Cor 11,23-26; Mt 26,17-19.26-29; Mc 14,12-16.22-25; Lc 22,7-20). Os seus gestos, na Narrativa da Instituição, são marcados pelos verbos: tomar, dar graças, partir, dar/distribuir (cf. Mt 26,26).

88. Compreende-se que, mesmo no contexto das dificuldades de nosso tem-po, no caso daqueles que, por motivo de trabalho, por exemplo, não podem fazer parte da assembleia litúrgica, a identidade do domingo, dia do Senhor, deve ser salvaguardada e, sobretudo, vivida profundamente. “Os problemas que, no nosso tempo, podem tornar mais difícil a prática do dever dominical não deixam de sensibilizar a Igreja, permanecendo maternalmente atenta às condições de cada um dos seus filhos. De modo particular, ela sente-se cha-mada a um novo esforço catequético e pastoral, para que nenhum deles, nas condições normais de vida, fique privado do abundante fluxo de graças que a celebração do dia do Senhor traz consigo” (Dies Domini, nº 30).

89. A eucaristia é o sacramento da unidade. Ela perde o seu sentido e valor se não congregar os fiéis. Daí o domingo como dia do Senhor ser também dia da

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assembleia litúrgica, em que os fiéis se reúnem para ouvir a palavra de Deus e também participar da mesa da eucaristia que os faz irmãos. É sacramento da nova e eterna aliança que une aqueles que dela participam, para que todos sejam um só povo no amor de Cristo. A Igreja faz (celebra) a eucaristia e a eucaristia faz (reúne, forma, realiza, congrega) a Igreja. Como povo congre-gado e renovado, o envio se dá como gesto profético do compromisso eclesi-al, ético e social, na busca pela justiça do Reino.

90. A eucaristia é serviço aos irmãos. Comungar do corpo e do sangue do Senhor é comungar da sua prática libertadora que anseia por vida e vida em plenitude para todos. A eucaristia traduz este sentimento de Cristo, quando ele mesmo se fez refeição para saciar a fome do mundo e se inclinou para lavar os pés dos irmãos: “Dei-vos o exemplo para que façais o mesmo” (Jo 13,15). A comunidade cristã deve viver esse amor/serviço, sobretudo, aos pobres e marginalizados, como prática/vivência do lava-pés (cf. Jo 13,1-20). Lembremos, ainda, que “o pedido que fazemos em todas as missas ao rezar-mos 'o pão nosso de cada dia nos dai hoje' deve nos comprometer a não deixar faltar o pão para ninguém” (Sacramentum Caritatis, nº 91). Por isso, nos perguntamos: a participação no banquete da eucaristia tem sido para os cris-tãos um impulso para a transformação da sociedade? (cf. Mane Nobiscum Domine, nº 28)

91. Ressalta-se a profunda interação do sacramento da eucaristia com o batis-mo e a crisma. “Em determinados momentos da história da Igreja foram até chamados conjuntamente de 'o sacramento da iniciação'” (Doc. CNBB 107, nº 123). Assim, “sejam revistas as próprias práticas sobre a iniciação cristã: em concreto, é necessário verificar qual seja a prática que melhor pode, efetivamente, ajudar os fiéis a colocarem no centro o sacramento da eucaris-tia, como realidade para qual tende toda a iniciação” (Sacramentum Carita-tis, nº 18). A unidade dos três sacramentos da iniciação não significa, neces-sariamente, que eles sejam celebrados no mesmo momento, ou seja, eles podem estar separados por um período de tempo sem que a sua unidade seja quebrada (cf. Doc. CNBB 107, nº 127).

92. Somos convidados a estudar e a refletir sobre a ordem em que são admi-nistrados os sacramentos de iniciação, buscando recuperar a unidade teológi-ca que os sustenta (cf. Doc. CNBB 107, nº 241). Este estudo será realizado em momento oportuno de acordo com as orientações da CNBB.

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93. “Do ponto de vista dos três sacramentos da iniciação, a eucaristia é uma culminância, um sinal de plena e definitiva inserção na Igreja. Participando da mesa eucarística, o crente se alimenta e se sente cada vez mais membro da Igreja. Por ser a eucaristia o mistério central da vida cristã, é necessário de-senvolver, nos iniciados, sentimentos e atitudes que os levem a reconhecer o Senhor no pão partido” (Doc. CNBB 107, nº 133).

Orientações para a preparação da iniciação eucarística de crianças

94. Todo cristão precisa estar devidamente preparado para se aproximar da mesa eucarística. Cabe à Equipe de Coordenação Arquidiocesana de Cate-quese dar o devido suporte – tanto para catequistas, quanto para catequizan-dos –, a fim de que essa preparação seja fecunda e frutuosa. Além do mais, é responsabilidade dessa equipe definir as etapas do processo de educação da fé em vista da primeira comunhão eucarística, ouvindo-se o arcebispo e as sugestões do clero diocesano, considerando a experiência catequética em nossa realidade.

95. Compete ao pároco, como primeiro catequista da paróquia, promover o primeiro encontro com Jesus na eucaristia. Para isto, deve dispor de todos os meios existentes e necessários para que esse encontro seja um autêntico iti-nerário de fé, um processo de crescimento na vida cristã e de aprendizado dos compromissos cristãos.

96. Haja adequada preparação das crianças para o primeiro encontro com Jesus na eucaristia, como processo de iniciação à vida cristã, de acordo com as orientações da Equipe de Coordenação Arquidiocesana da Catequese, realizando-se a primeira recepção da comunhão eucarística com a idade míni-ma de 11 anos.

97. Os adolescentes que ultrapassaram os 11 anos, mas ainda não atingiram os 18 deverão fazer um “itinerário diferenciado”, que não seja muito breve nem muito longo, isto é, que não comprometa o processo de educação da fé. Tal “itinerário diferenciado” também deverá ser proposto pela Equipe de Coordenação Arquidiocesana da Catequese, Buscando sempre realiza-lo como processo de iniciação à vida cristã.

98. Compreende-se ainda que os fiéis com idade igual ou superior a 18 anos

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deverão ser encaminhados para a catequese de adultos da paróquia, a qual, por sua vez, deverá propor-lhes o itinerário catecumenal da Arquidiocese, para que possam se aproximar dos sacramentos da iniciação cristã que ainda lhes faltam.

99. Cabe à Equipe de Iniciação à Vida Cristã de Adultos da Arquidiocese instruir as paróquias quanto ao itinerário dos adultos para a preparação e a recepção dos sacramentos.

A celebração litúrgica do sacramento da eucaristia

100. Todas as comunidades e seus ministros devem se esmerar na preparação da celebração eucarística, “fonte e ápice da vida cristã” (SC 10), a fim de que a assembleia receba os devidos frutos da santíssima eucaristia (cf. CDC, cân.899). Para tanto, haja em cada comunidade uma equipe de liturgia orga-nizada, com representantes dos ministérios litúrgicos (da presidência, da palavra, da música litúrgica, da distribuição extraordinária da sagrada comu-nhão, dos servidores do altar, etc.), que zele pela preparação e realização das celebrações eucarísticas e demais celebrações.

101. Que os ritos da celebração eucarística sejam observados conforme a Instrução Geral do Missal Romano (IGMR) e as normas litúrgicas promul-gadas pela autoridade competente da Igreja. Atenção especial se dê às nor-mas e orientações oferecidas às comunidades da Arquidiocese de Pouso Ale-gre, pelo arcebispo metropolitano e pela Comissão Arquidiocesana para a Liturgia.

102. Evite-se qualquer criatividade ou rito que interfira no andamento da celebração eucarística, memorial do sacrifício de Jesus e da santa ceia do Senhor, extrapolando as orientações da Igreja. Também sejam evitadas adje-tivações litúrgicas, tais como “missa de cura e libertação”, “missa de bên-ção”, entre outras, de modo a não se criar confusão teológica e pastoral entre os fiéis bem como embaraços aos sacerdotes.

103. No que se refere às intenções de missa (em sufrágio dos fiéis falecidos, em louvor aos santos, em comemoração de eventos especiais), procure-se

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conscientizar os fiéis para o aspecto comunitário das intenções. Procure-se evitar a leitura de uma lista infinda de intenções antes da missa, muito menos antes da oração da “coleta”. Essas intenções podem ser acomodadas na pró-pria estrutura da celebração, como no momento da recordação da vida, nas preces da comunidade e na oração eucarística, quando do memento dos mor-tos e da intercessão dos santos, desde que não sejam muitas intenções (cf. Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB, p. 44-45).

104. Na apresentação das oferendas, seja observada a quantidade suficiente das partículas a serem consagradas. É recomendável que os fiéis possam receber as hóstias consagradas na mesma missa, ou seja, que se consagre o suficiente (cf. Redemptionis Sacramentum, nº 89). Deve-se deixar a reserva eucarística apenas para a finalidade a que se destina, a saber, a comunhão aos enfermos, o viático e o culto eucarístico fora da missa (cf. Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB, p. 30).

105. Recomenda-se ainda que nenhum outro símbolo seja levado na apresen-tação das oferendas, visto que pão e vinho já representam tudo o que temos a oferecer. É preciso que se evitem as duplicações. Sejam admitidos apenas alimentos e ofertas para as necessidades dos pobres e da comunidade (cf. Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB, p. 31).

106. A preparação do altar e dos vasos sagrados compete ao diácono (cf. IGMR, nº 98). Não havendo diácono nem sacerdote concelebrante, o minis-tro extraordinário da sagrada comunhão ou o acólito instituído (cf. IGMR, nº 139) poderá estender o corporal sobre o altar, mas não preparar os vasos sagrados.

107. A oração eucarística deve ser pronunciada integralmente, de modo pau-sado e audível, acompanhada dos gestos próprios, sem cânticos extras, prin-cipalmente no momento da narrativa da instituição da eucaristia, nem aplau-sos, “vivas”, procissões, hinos de louvor eucarístico e outras manifestações do gênero (cf. Orientações pastorais sobre a RCC , Doc. 53 da CNBB, nº 21).

108. Na celebração eucarística, deve-se evitar qualquer abuso em relação à eucaristia: “passeios com Jesus”, toques dos fiéis no ostensório, cânticos eucarísticos após a narrativa da instituição ou confusão do próprio sacrifício eucarístico com a adoração ao santíssimo sacramento.

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109. A fração do pão seja uma ação ritual visível, acompanhada meditativa-mente pela assembleia com o canto do Cordeiro (cf. IGMR, nº 83).

110. Para a comunhão eucarística, cabe ao presidente da celebração solicitar ajuda aos diáconos, demais sacerdotes e aos ministros leigos. Nunca, porém, o presidente da celebração deverá deixar de realizar, ele próprio, a distribui-ção da sagrada comunhão, a não ser por justa causa.

111. Os vasos sagrados destinados a receber o corpo e o sangue do Senhor devem ser fabricados conforme as normas da tradição e dos livros litúrgicos. Os materiais sejam verdadeiramente nobre e convenientes (cf. Redemptionis Sacramentum, nº 117).

112. Avisos e mensagens sejam proferidos depois da oração pós-comunhão, mas sempre com bom senso. Referências podem ser feitas a aniversariantes ou a familiares que perderam seus entes queridos, se necessário. No entanto, esse momento não deve ser transformado em comemorações particulares, tais como apresentação de vídeos, fotografias e mensagens.

113. Quando houver pedidos para missa de formatura, reflita-se sobre a viabilidade de tal celebração e apresentem-se outras possibilidades, como bênçãos ou celebrações da palavra. No caso de se optarem pela missa, que ela seja cuidadosamente preparada pela equipe de liturgia da comunidade, em sintonia com os formandos, e não se transforme em ritual pomposo e alheio às orientações litúrgicas, inclusive, respeitando-se as prescrições relativas ao tempo litúrgico. As firmas de cerimonial estejam devidamente instruídas e sujeitas às orientações da paróquia.

A recepção da eucaristia durante a missa

114. Os fiéis devem ser orientados e preparados para receber o pão eucarísti-co toda vez que participam da celebração da eucaristia (cf. IGMR, nº 80).

115. Qualquer fiel batizado, se não estiver em situação de impedimento, pode e deve ser admitido à ceia do Senhor e participar da mesa da sagrada comu-nhão (cf. CDC, cân. 912).

116. Quem já recebeu a santíssima eucaristia pode recebê­la uma segunda

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vez no mesmo dia, somente dentro da celebração eucarística em que partici-pa (cf. cân. 917).

117. Se alguém tem consciência de ter pecado gravemente, não deve comun-gar sem antes receber a absolvição no sacramento da penitência (cf. CIC, nº 1415; CDC, cân. 916).

118. Quem vai receber a santíssima Eucaristia abstenha­se de ingerir qual-quer comida ou bebida, excetuando­se somente água e remédio, no espaço de, ao menos, uma hora antes da sagrada comunhão, à exceção das pessoas idosas e doentes, bem como de seus cuidadores (cân. 919).

119. Na comunhão, quando o ministro diz “O Corpo de Cristo” ou “O Sangue de Cristo”, o fiel responde “Amém”, que é um diálogo onde ele reafirma a sua Profissão de Fé no sentido desse momento privilegiado.

120. Todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada comunhão na boca, ou se quer recebê-la na mão (cf. Redemptionis Sacra-mentum, nº 92), bem como em pé ou ajoelhado. Quando comungar em pé, recomenda-se que se faça a devida reverência antes de receber o sacramento (cf. Redemptionis Sacramentum, nº 90). Após receber a a sagrada comunhão pode-se retornar ao seu lugar e permanecer sentado em oração.

121. É recomendável que, estando a comunidade devidamente formada, a comunhão seja distribuída nas duas espécies, especialmente, aos domingos ou dias festivos (Cf. Redemptionis Sacramentum, nº 100) ou, então, nos casos previstos nos livros rituais e naqueles prescritos pela CNBB (cf. nota de rodapé da IGMR, nº 283). Pessoas que não podem consumir vinho ou são intolerantes ao glúten devem procurar o pároco para se estabeleçam outras possibilidades de recepção da sagrada eucaristia.

122. A comunhão sob duas espécies seja administrada por intinção, dada pelo próprio ministro na boca do fiel. Não se permita ao comungante mergulhar por si mesmo a hóstia no cálice (Redemptionis Sacramentum, nº 104).

123. Ponha-se especial cuidado em que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro e ninguém retorne a seu lugar tendo na mão as espécies eucarísticas (cf. Redemptionis Sacramentum,

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nº 92).

124. Cada comunidade paroquial deverá buscar o melhor modo para se distribuir a comunhão às equipes de música, mas nunca antecedendo a comunhão do presidente da celebração, nem ao final da missa (cf. Redemptionis Sacramentum, nº 88).

125. Quanto à purificação dos vasos sagrados, esta seja feita, na medida do possível, na credência (cf. IGMR, nº 279). As hóstias consagradas que tenham sobrado sejam consumidas pelo sacerdote no altar ou levadas ao lugar destinado para a conservação da eucaristia (cf. Redemptionis Sacramentum, 107).

126. Deve ser desaprovado o costume que contrarie as prescrições dos livros litúrgicos, inclusive que sejam distribuídas, semelhantemente à maneira de uma comunhão, durante a missa, ou antes dela, quer sejam hóstias não consagradas, quer sejam outros comestíveis ou não comestíveis (cf. Redemptionis Sacramentum, nº 96).

A celebração de iniciação eucarística de crianças

127. A celebração eucarística de iniciação de crianças (primeira comunhão eucarística) não pode se transformar em um ato meramente social. Deve ser vivida como verdadeiro ápice da iniciação cristã. A celebração seja preparada por uma equipe que congregue catequistas, pais, catequizandos e membros da equipe de liturgia da comunidade. Evitem-se exageros e qualquer forma de ostentação, o que destoa da “nobre simplicidade” (cf SC 34) que a eucaristia exige.

128. Espera-se que a liturgia da primeira comunhão eucarística seja antecipa-damente aprofundada com os catequizandos, de modo que os textos bíblicos, cantos e demais orações já sejam do seu conhecimento e essa prática os leve a um maior envolvimento na celebração. Um retiro espiritual ou outra modali-dade de encontro poderia partir da estrutura do rito eucarístico e levar a seu aprofundamento. Uma adequada preparação litúrgica inclua a vivência do sacramento da reconciliação pelos catequizandos, catequistas e familiares. Nada impede que esse sacramento já possa ser experimentado algumas vezes pelos catequizandos antes da sua primeira comunhão nas espécies eucarísti-

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cas, desde que eles estejam preparados para isso.

129. Evite-se qualquer gesto ou sinal que possa ser motivo para que algum catequizando se sinta excluído ou tratado com preconceito. Por isso, estabe-leça-se apenas um tipo de roupa para a celebração, que seja adequada e modesta, evitando-se os tradicionais vestidos de “noivinhas” ou vestes clás-sicas. 130. Orientem-se familiares e demais participantes da celebração, inclusive fotógrafos e filmadores, para que sejam discretos nos registros dos principais momentos e não dificultem a realização da liturgia, distraindo a assembleia e perturbando a vivência dos ritos. Mais adequado seria que uma equipe só fosse designada para fotografar e filmar e seja devidamente instruída quanto aos ritos da celebração.