53

Diretriz

Embed Size (px)

Citation preview

ISSN 0103-5797

(õ) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA~ Vinculada ao Ministério da Agricultura e Refonna Agrária - MARAV Centro Nacional de Pesquisa de Caju - CNPCa

Fortaleza, Ceará

Diretrizes para a recuperação da cajucultura do Nordeste

2ª EDiÇÃO

José Ismar Girão Parente

Pedro Felizardo Adeodato de Paula Pessoa

Yoshio Namekata

Fortaleza - Ceará

1991

Copyright © EMBRAPA -1991

EMBRAPA - CNPCa, Documentos, 04

Exemplares desta publicação pOdem ser solicitados à EMBRAPA - CNPCa

Rua dos Tabajaras, 11 - Praia de Iracema

Telefone: (085) 231.7655

Telex: (85) 1797

Caixa Postal 3761

60060 Fortaleza - CE

Tiragem: 500 exemplares

COMITÊ DE PUBLICAÇÕES:

Presidente: Valderi Vieira da Silva

Secretária: Germana Tabosa Braga Pontes

Membros: Antônio Lindemberg Martins Mesquita

João Ribeiro Cris6stomo

Francisco Nelsieudes Sombra Oliveira

Fred Carvalho Bezerra

Augmar Drumond Ramos

Paulo Cesar Espindola Frota

Assessoria Técnico-Cientrfica deste trabalho:

João Pratagil Pereira de Araújo

PARENTE, J.I.G.; PAULA PESSOA, P.F.A. DE;

NAMEKATA, Y. Diretrizes para a recuperação da

cajucultura do Nordeste. Fortaleza, EMBRAPA CNPCa,1991

51 p. (EMBRAPA-CNPCa. Documentos, 04).1. Caju-Economia-Nordeste-Brasil; 2. Caju-História; I.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. CentroNacional de Pesquisa de Caju. 11. Tl'tulo; 111. Série.

CDD 634.573

APRESENTAÇÃO

A cajucultura nordestina floresceu na década de 70, sustentada pela polí­

tica de incentivos fiscais do governo federal, priorizando a ex­

pansão da agroindústria de processamento de castanha e a expansão da

área cultivada com o cajueiro-comum. Esta expansão se deu sem o plantio

de sementes e mudas melhoradas de cajueiro-comum, o que resultou em

pomares extremamente variáveis e improdutivos. Tudo isto, associado aos

pequenos espaçamentos entre árvores e à ausência de precipitações regula­

res, vem contribuindo para as quebras de safras sucessivas, destacando-se

a safra de 1990 como a mais fraca dos últimos anos, resultando em aban­

dono de pomares e fechamento de fábricas de processamento de castanha,

com graves conseqüências sociais.

Após quase quatro anos de análise desta grave situação e de discussões

com técnicos da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Ceará, Co­

missão Estadual de Planejamento Agrícola, Empresa de Pesquisa Agrope­

cuária do Ceará, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Cea­

rá, Centro Nacional de Pesquisa de Caju da EMBRAPA e Companhia de

Produtos Alimentícios do Nordeste - COPAN, os autores apresentam a to­

dos os segmentos envolvidos com a agroindústria do caju algumas diretrizes

para a recuperação da cajucultura nordestina. Merece destaque o fato de

muitas das tecnologias de manejo propostas já estarem sendo adotadas

com sucesso pela COPAN.

Entre as medidas agronômicas recomendadas destacam-se as "alternati­

vas de manejo", eliminação seletiva de plantas atípicas e/ou improdutivas,

recuperação de copa, extração da goma e renovação total do pomar por elo­

nes, especialmente os de cajueiro-anão-precoce. Entre as medidas econô-

micas sobressaem-se a "concessão de crédito para custeio e investimento

em tecnologias inovadoras, como as citadas, bem como a sua vinculação ao

uso de clones nas áreas a serem instaladas, e a prática de preços justos no

mercado interno de castanha",

Acreditamos que a adoção conjunta das medidas propostas, com a parti­

cipação dos órgãos de pesquisa e extensão, bancos, produtores, industriais

e exportadores de caju, contribuirá para a reversão do quadro atual e para a

implementação de nova cajucultura no Nordeste.

João Pratagil Pereira de Araújo

Chefe CNPCa

SUMÁRIO

ANTECEDENTES 7

ALTERNATIVAS DE MANEJO 15

Medidas de manejo para as áreas existentes •..........•...... 17

Medidas a curto prazo 17

Eliminação das plantas atípicas .......• , 17

Medidas a médio prazo ..........•.............. , 22

Eliminação seletiva de plantas 22

Recuperação de copa , , ...•.. , 23

Extração da goma do cajueiro 23

Medidas a longo prazo 26

Renovação total do pomar por clones 26

Medidas de manejo para áreas novas 28

Uso de clones de cajueiro-anão-precoce 28

CUSTOS DE PRODUÇÃO DAS ALTERNATIVAS DE MANEJO 29

DIRETRIZES PARA A CAJUCUL TURA 35

Crédito .........•...................................• 35

Investirnento .....•.................................... 41

Custeio .- 41

Preços 41

Tecnologia 45

CONCLUSÕES E SUGESTÕES 48

BIBLIOGRAFIA 50

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Eng.-Agr. Sandoval Cavalcante Rodrigues, GerenteGe­

rai da Companhia de Produtos Alimentícios do Nordeste - COPAN, que con­

tribuiu com a experiência acumulada na COPAN, identificada, pelo CNPCa,

como detentora de tecnologias passíveis de serem transferídas a outros

produtores, como a identificação e eliminação de plantas atípicas dos tipos:

"castanhola", "eucalipto", "orelha-de-onça", e ainda manejo do pomar.

Os autores também agradecem as valiosas sugestões e críticas apresen­

tadas pelo Dr. João Pratagil Pereira de Araújo, chefe do Centro Nacional de

Pesquisa de Caju (CNPCa) da EMBRAPA.

Os agradecimentos também são extensivos aos que, direta ou indireta­

mente, colaboraram na elaboração deste documento.

DIRETRIZES PARA RECUPERAÇÃO DA CAJUCUL TURA DONORDESTE

José Ismar Girão Parente 1

Pedra Felizardo Adeodato de P. Pessoa 1

Yoshio Namekata 2

ANTECEDENTES

Do ponto de vista agro-sócio-econômico são reconhecidos dois períodos

que caracterizam a evolução da agroindústria do caju no Nordeste. O primei­

ro, existente desde os primórdios da colonização, caracterizava-se por ser

extrativista. Os cajueirais ocorriam em aglomerados dispersos ao longo do

litoral, não recebiam qualquer trato cultural, e a castanha e o pedúnculo

apresentavam apenas valor alimentício. Outra tipo de exploração, também

extrativista, baseava-se em plantios desordenados, em pequena escala, on­

de o consórcio com culturas anuais era parte integrante do sistema de pro­

dução. Esse sistema subsiste nos dias atuais e ainda responde por parcela

de castanha que entra no circuito de comercialização. No momento em que

1 Pesquisadores da EMBRAPA/Centro Nacional de Pesquisa de Caju ­

(CNPCa), Caixa Postal 3761, CEP 60060, Fortaleza, CE.

2 Técnico da Comissão Estadual de Planejamento Agrícola (CEPA) - For­

taleza, CE.

ram, portanto, para que se acentuasse, a partir de fins da década de 60, a

concentração da produção de castanha de caju nos extratos de áreas supe­

riores a 100 ha. Os dados da Tabela 1, que se referem aos estabelecimen­

tos cuja atividade principal é a cultura do cajueiro, refletem essa tendência

que pode ser extrapolada para o Nordeste, uma vez que os estados represen­

tados são os responsáveis por cerca de 95% da área e produção da casta­

nha de caju da região. No extrato acima de 1.000 ha, apenas 26 estabele­

cimentos, com área média de 4.162 ha, respondem por cerca de 40,19% da

área com cajueiro no Nordeste. Os estabelecimentos com áreas entre 100 e

1.000 ha representam cerca de 6,13% do total e são responsáveis por,

aproximadamente, 28,20% da área. A área média desses estabelecimentos

é de 229 ha. Como o FISET-Reflorestamento aprovou, no perfodo 1979/86,

projetos cujas áreas correspondem a 343.962 ha de cajueiros, as quais con­

centraram-se no extrato entre 100 e 1.000 ha, estima-se que, atualmente,

ocorra maior participação desses estabelecimentos. Nos extratos entre O e

100 ha concentram-se cerca de 93,39%, sendo responsáveis por 31,61 % da

área com cajueiro. A área média dos estabelecimentos nesse extrato é de

37,69 ha.Os investimentos canalizados para esse setor, a partir de meados da dé-

cada de 60, contribufram para aumentos expressivos da área colhida e pro­

dução de castanha de caju. No perfodo 1974/89, a área aumentou cerca de

seis vezes passando de 82.447 ha para 514.934 ha, enquanto a produção

evoluiu de 47.358 t para 136.1301. No ano de 1989, a participação do Ceará

em área colhida representou 51,12%, a do Piauf, 31,03% e a do Rio Grande

do Norte, 17,85%. Em produção de castanha de caju, o Ceará contribuiu

com 43,11 %, o Piauf com 22,16% e o Rio Grande do Norte com 34,73%

(Tabela 2). Se houve considerável incremento da área e produção, o mesmo

não ocorreu com o rendimento que, no mesmo perfodo, decresceu a uma

taxa de cerca de -7,09% ao ano. O crescimento da área colhida foi, portanto,

o responsável pelo aumento na produção de castanha. Como o perfodo con­

siderado foi beneficiado pela pOlftica de incentivos e subsfdios, era de se

esperar que os plantios estabelecidos incorporassem tecnologias inovadoras9

-" o TA

BE

LA

1-

Dis

trib

uiçã

odo

ses

tabe

leci

men

tos

prod

utor

esde

caju

por

extr

ato

deâr

ea,

noC

earã

,Pl

au(

eR

ioG

rand

edo

Nor

te,

1980

.

ÁR

EA

(ha)

EST

AB

EL

EC

IME

NT

OS

EX

TR

AT

OD

E

CE

AR

ÁPI

Aul

R.G

.D

ON

OR

TE

ÁR

EA

CE

AR

ÁPI

AU

(R

.G.

DO

NO

RT

EN

RE

AM

éDIA

DO

ÁR

EA

(ha)

ÁR

EA

RE

RE

ATO

TA

L%

NO

%N

O %T

OT

AL

EST

AB

EL

E••

%%

%N

O%

CIM

EN

TO

0-10

7.61

63,

8236

11,

971.

448 2,809.

425

3,51

2.26

954

,06

122

46,3

944

547

,592.

836

52,5

73,

3210

-100

51.6

4325

,92

3.32

718

,15

20.7

0640

,05

75.6

7628

,10

1.63

038

,84

103

39,1

646

950

,162.

202

40,8

234

,37

100-

1000

60.6

6930

,45

8.74

247

,68

6.55

312

,6775

.964

28,2

027

66,

5835

13,3

120

2,14

331

6,13

229,

50>

1000

79.3

2339

,81

5.90

332

,20

23.0

0044

,48

108.

226

40,1

922

0,523

1,14

10,

1126

0,48

4.16

2,54

TO

TA

L

199.

251

100,

0018

.333

100,

0051

.707

100,

0026

9.29

14.

197

100,

0026

310

0,009

3510

0,00

5.39

5

Font

e:C

enso

Agr

opec

uâri

oFI

BG

E,

1980

.

que redundassem no aumento da produtividade da cultura. No entanto,

maior ênfase foi dada a expansão da área cultivada, muitas vezes em re­

giões ecologicamente desfavoráveis e em solos de baixa fertilidade, o que

contribui, aliado a outras causas, para o declínio do rendimento dos poma­

res.

O Nordeste é praticamente o únicÇ)responsável pelas exportações nacio­

nais de amêndoa de castanha de caju (ACC) e líquido da castanha (LCC).

No período 1974/88, as exportações de ACC triplicaram, crescendo de 7.607 t

para 22.105 t, e o crescimento das divisas alcançou valores mais expressi­

vos, passando de 15,023 milhões de dólares para 105,139 milhões de dóla­

res. As exportações de ACC estão concentradas no Ceará, sendo inex-

pressivas nos demais estados nordestinos (Tabela 3). As cotações da ACC

apresentam certa estabilidade, embora nos últimos anos notem-se oscila­

ções decorrentes da maior oferta da índia para os Estados Unidos, perda de

qualidade do produto determinada pela adaptação das indústrias brasileiras

ao processo mecanizado, além do crescimento das exportações de sucedâ­

neos como macadâmia, amendoim e amêndoa do mediterrâneo. Ademais, o

mercado externo caracteriza-se por uma alta concentração das exportações

de ACC em um reduzido número de países consumidores. O mercado ex­

terno começa a exigir maior competitividade do produto brasileiro, pois a en­

trada de ACC indiana no mercado norte-americano, principal importador das

amêndoas brasileiras, poderá, nos próximos anos, provocar baixa nos pre­

ços, via fortalecimento da posição de oligopsônio dos Estados Unidos. A di­

versificação de mercados é um mecanismo que pode influenciar a melhoria

dos preços, uma vez que existe uma demanda potencial a ser explorada em

países não tradicionalmente consumidores.

O mercado de LCC mostra-se muito instável em conseqüência de pres­

sões de oferta dos países produtores e do domínio da tecnologia do aprovei­

tamento do LCC, para fins mais nobres, apenas por poucos países importa­

dores. Na Tabela 4, foram exportadas, em 1974, 7.179 t, cujo valor atingiu

cerca de 2,136 milhões de dólares; e em 1988, as exportações alcançaram

20.059 t, representando divisas no valor de 7,367 milhões de dólares.11

r\.)

TA

BE

LA2

"

_~__

O__

,,~"

_

Ano ~.._

-~19

7419

7519

7619

7719

7R19

7919

8019

81;9

8219

8319

8419

8519

8619

8719

8819

89

Áre

aco

lllid

ae

prod

ução

deca

stan

hade

caju

noN

ordt

1ste

s(;

eará

tP

fauf

eF

Ho

Gla

ncte

doN

or1e

~,

1B74

1lJ9

o

_~

__""

,____

~,~

~_,__

~,~

"_~

,,,_,

,_,_

,__

____

.v_~

j\jur

d(~

ste

Ceu

.rÚ

Pia

ufR

ioG

rand

edo

NO

Ite

,Áre

a

Pro

duçã

reA

f-:'i

rodu

(::ã

ma

Pro

duçã

o%

Áre

a':'

foP

lOdu

çllo%

(ha)

(i)

(lte

(í)

C",

)(h

a)(I

)

-,','

"_.,-

-",-

--",

.,..--

--_.

-,,_

"_.

"'m

'__

..._~

~,_.

_._.

__~,

•.~_,

__..~

,.__

.._n

__,_

__

32.4

47

47.3

58J'

f6••8

10~

6,T

f2B

/)73

61fH

~3.

116

4,5U

1.68

23,

~513.3

2716

,16

7.04

314

,87

107.

497

4G.7

33G

2,,2

8'i'

5i~9

42/

,239

59.;,

567,~J

?17,

00;,7

84:J

,19

17.9

54H

,18

6.42

214

,04

120.

654

61.3

2712

u367

59~9

i44,

,944

73.2

>39o

:~!)

17,

7S'i.

66i

2,3119.4

0516

,08

4.39

97,

10

133.

996

66.7

22i4

.860

bDc8

64:

,..l2

505

~b:\

10,4

gB7,

8211

-~08

r,2,

6529.3

2421

,68

9,18

813

,77

,1~

:L66

8D

'i~.7

0nG

4eO

E1h

h4,_

"j'Ü

6/1,

/95

TO

tAl

'i(I

r.7[

~6i~

O·i

liA

591,

.44

43.3

3128

,19

14.6

2615

,94

1(;/.

756

5H.2

47g?

i~18

8t~

~i45

4 ~;a

){71

f)(l

r:iD

13A

/9H

,O~1

h,,5

009,

4545

.91H

27,3

75.

8/4

10,0

8

1H:l,

.383

()!J

,,714

'::06

J3'1

bbl

.\:'-43H

,/'il

nO~4

;'\[5

~57h

g~49

(,,,1

7::1

9,40

46.2

4225

,21

11.9

9018

,24

2GíJ

90

7:-;

,199

"1'['

309:

:)11

tiH

):};

)~j1

,O'fG

'ilO

,GÜ

;?O

,i,~f

lH

l,2n

i,87(

,06

47A

B3

23,~

36,

,416

6,76

2,liA

OB

93.8

621:

:}7,

,62:

_15U

/elf

i~:,;

Ú1G"

8.4;

]'11

í?,2

8H

L45

Ü1'

1,13

51.:'

2'f

22,1

37.

117

7,58

204.

541

3!i,,

010

-1;)

(,;,-

4::1

4l'<

U'O

21,,0

49~

"!~

','.7~

ü}~

n1

O~6

1.!

::i,,1

7é'

9,06

54.2

5121

,:)1

3.40

19,

71

322.

779

112.

355

2íG

,071

J61

~!;,68

GJ9

6:7

,;2!)

;31.

79(;

n~85

S,,8

9fi

8,8054.6

3916

,92

8.31

97,

40

371.

536

113.

470

216.

790

58,3

47U

l18

G2,

5878.9

8(;

21,2

62l

A56

24,1

951

.720

14,7

27.

573

6,67

412.

684

78.2

0022

G.1

8054

,812

7.til

:':(4

.51

'105

.912

25,6

6:J

S.60

249

,36

57.2

4613

,87

".49

59,

58

444.

902

100,

852

2:J'

i,.5

6:3

52,0

5SO

.J:1

Sl[í

D.4

2'''2

8.6[

1428

,923

6c39

536

,08

59.4

6213

,36

'7.0

036,

94

471,

463

1;)

4.48

42_

6L

.5'Ii

55.4

GCH

.,C;

1.6

l;f~

!,7:':

'~~

:'1~

(J5Z

:;,5~

67'24.8

1f;

lIl,4

566

.454

14,0

437

.748

2.8,

07

5149

37

1:16

.130

26,\.

221

51,1

258,

,(-1

135

'-<1r

11i~

:'9.T

{G~~

í~O~~;1

·0,,1

7022

~16

91.9

4017

,85

47.2

7534

,73

",,_

.'v_,

___,_

_.._,u

','·

Fon

tes:

Cep

a,C

ear~

,

Cep

a,P

iauf

Cep

a,R

ioG

rand

edo

Nor

te

FIB

GE

-A

nuár

ioE

staH

siic

odo

Bra

sil

A produção de pedúnculo está estimada em mais de 1 milhão de t, mas

apenas cerca de 6% está sendo aproveitada no processamento de sucos e

doces, representando, portanto, 60 mil t. O mercado interno consome em

torno de 40 mil t de suco, enquanto a ampliação do mercado exportador es­

tá na dependência da melhoria teqnológica dos processos de concentração

e clarificação, redução dos teores de taninos e conservantes e de uma

agressiva política mercadológica. O sistema de colheita, após a queda do

fruto, e a alta perecibilidade são fatores que devem ser considerados como

impeditivos de um maior aproveitamento do pedúnculo. As exportações de

suco de caju são ainda incipientes, conforme mostra a Tabela 5.

Se a fase expansionista, considerada a partir da década de 70, atendeu

ao aumento de produção reclamado pela indústria, por outro lado induziu

a implantação de pomares com incipiente nível tecnológico. Na verdade, a

maioria dos cultivos sistematizados, introduzidos nas últimas duas décadas,

e responsáveis pela ocupação de extensas áreas, não evoluíram em níveis

satisfatórios no uso de tecnologias recomendadas pela pesquisa. As causas

das baixas produtividades desses plantios decorrem, principalmente, da uti­

lização de material genético de qualidade inferior, manejo e tratos culturais

inadequados, elevada incidência de doenças e pragas nas regiões de alta

concentração de plantios e uso de áreas consideradas inaptas ou com res­

trições para a cultura.

Com base nos dados da 1ab. 6, que podem ser extrapolados para a

maioria dos pomares existentes, estima-se que cerca de 62% das plantas

produzem abaixo de 4 kg de castanha e são responsáveis por 30% da pro­

dução, o que compromete a cajucultura como atividade econômica. A situa­

ção agrava-se ainda mais quando se estima que apenas 38% das plantas

respondem por 70% da produção. Esses números evidenciam que é possível

eliminar mais da metade das plantas da atual área usada com cajueiro, sem

causar redução imediata significativa na produção de castanha.

O Sistema Cooperativo de Pesquisa Agropecuária (SCPA), através da

13

..j:>

.

TA

BE

LA3

·E

xpor

taçã

ode

amên

doa

deca

slan

hade

caju

(AC

C)n

oN

orde

ste,

Cea

rá,

Plau

re

Rio

Gra

nde

doN

orle

,no

perr

odo

de19

74/8

8.

Ano

Nor

desl

eC

eará

Piau

rR

ioG

rand

edo

Nor

teO

ulro

s

Qua

ntid

ade

Val

orQ

uanl

ldad

eV

alor

Qua

nlld

ade

Val

orQ

uant

idad

eV

alor

Qua

nlld

ade

Val

or

(US$

1.00

0FO

B)

(I)

(US$

1.00

0FO

B)

(I)

(US$

1.00

0FO

B)(I)

(US$

1.00

0FO

B)

(I)

(US$

1.00

0FO

B)

1974

7.60

7 15.0

23 7.03

613

.868-

. ..

571

1.12

5

1975

11.4

8218

.449

10.9

7417

.632

8012

8-.

428

687

1976

9.34

517.6

40 8.66

716

.360

148

279

204

385

326

615

1977

7.88

925.6

47 6.63

421

.567

275

894

283

920

6972.

265

1978

11.2

5533

.894

10.3

9231

.294

331

996

4161.

252

11634

9

1979

12.0

6338

.834

10.8

0534

.784

313

1.00

7 791

2.54

615

4495

1980

14.5

4668

.333

13.2

7862

.376

265

1.24

4 991

4.65

512

56

1981

15.5

5078

.606

14.5

1473

.369

192

970

8404.

246

420

1982

17.2

8463

.329

16.1

2062

.794

111

432

1.01

43.

949

39151

1983

19.3

2269

.021

17.5

8762

.823

5620

01.

674

5.97

9517

1984

14.8

3266

.372

13.8

9162

.161-

.93

24.

170

940

1985

24.9

82 125

.707

23.0

3211

5.89

465

327

1.88

59.4

85

1986

21.4

6788

.858

20.5

9888

.261

ou... ...

...87

0 3.5

97

1987

15.2

2387

.791

14.8

2185

.472

...... ...

...40

2 2.3

18

1988

22.1

05105

.139

22.1

0510

5.13

9...

... ......

1.32

06.

279

Fonl

e:C

AC

EX

,BN

B-E

TE

NE

LC

UL

OS:C

NPC

a·D

ados

suje

itos

àre

tific

ação

•••

Info

rmaç

ãonã

ore

cupe

rada

•N

ãoho

uve

expo

rlaç

ão

EMBRAPA/EPACE, desenvolveu, durante as duas últimas décadas, pesqui­

sas que se constituem como expressivas contribuições para a mudança do

atual perfil da cajucultura. As tecnologias desenvolvidas nas áreas de me­

lhoramento, propagação, sistemas de manejo e fitossanidade dão suporte

para o estabelecimento de estratégias capazes de promover a recuperação

e/ou renovação dos atuais pomares e assegurar produtividades elevadas, no

caso de expansão de novas áreas. No entanto, apesar de a pesquisa dispor

de tecnologia para melhorar substancialmente, a médio prazo, a atual produ­

tividade do cajueiro, é apenas um segmento de um sistema mais complexo

que exige ações decisivas nas áreas de assistência técnica, crédito, finan­

ciamento e a efetiva participação de produtores e industriais.

ALTERNATIVAS DE MANEJO

o atual panorama da cajucultura só poderá ser revertido, a partir do uso

de tecnologias direcionadas para a recuperação dos pomares de cajueiros

comuns existentes, utilizando eficientes sistemas de manejo e clones supe­

riores.O CNPCa, com o intuito de elevar a produtividade da cultura e melhorar

a qualidade da castanha e pedúnculo, está recomendando medidas de ma­

nejo de retorno a curto, médio e longo prazo para serem aplicadas nosatuais pomares e em novas áreas.

Apesar de se reconhecer que a eliminação seletiva e/ou substituição das

plantas inferiores por materiais melhorados reduza temporariamente a pro-·

dução, considera-se que com a diminuição da competição por água, luz e

nutrientes, as plantas superiores remanescentes expressarão o seu poten­

cial produtivo, o que é um forte atenuante para a aplicação dessas técnicas

pelos produtores. Na recuperação de plantas pela substituição de copas, ha­

verá, quase de imediato, incremento significativo da produtividade do pomar,

uma vez que serão usados materiais precoces superiores.

A renovação total dos pomares de cajueiro-comum ou a expansão de no­

vas áreas somente deverá ser incentivada usando-se clones testados pela

pesquisa, com características de porte reduzido, precoce e de alta produção.

15

O)

TA

BE

LA4

•E

xpor

taçã

odo

Irqu

ldo

daca

sca

daca

stan

ha(L

CC

)no

Nor

dest

e,C

eará

,P

laur

eR

ioG

rand

edo

Nor

te,

nope

rrod

o19

74/8

8

Nor

dest

eC

eará

Ano

Qua

ntid

ade

Val

orQ

uant

idad

eV

alor

(t)

(U8$

1.00

0F

OB

)(t

)(U

8$1.

000

FO

B)

1974

7.17

92.

136

7.17

92.

136

1975

8.25

22.

205

8.20

12.

197

1976

10.6

801.

946

10.5

021.

912

1977

7.61

43.

148

7.53

33.

117

1978

10.5

9010

.291

10.5

1410

.238

1979

10.7

5214

.844

10.6

5114

.688

1980

7.95

57.

262

7.88

57.

182

1981

11.0

714.

020

11.0

714.

020

1982

6.78

11.

402

5.97

11.

204

1983

14.4

642.

964

13.4

642.

770

1984

20.1

166.

136

19.3

165.

894

1985

19.2

125.

748

17.8

225.

343

1986

21.3

266.

202

18.2

555.

309

1987

15.2

416.

967

15.1

766.

893

1988

20.0

597.

367

20.0

59'

7.36

7'

Fon

te:

CA

CE

X,

BN

B-E

TE

NE

Cál

culo

s:C

NP

Ca

•••

Info

rmaç

ãonã

ore

cupe

rada

-N

ãoho

uve

recu

pera

ção

•V

alor

estim

ado

Pla

urR

ioG

rand

edo

Nor

te

Qua

ntid

ade

Val

orQ

uant

idad

eV

alor

(t)

(U8$

1.00

0F

OB

)(I

)(U

8$1.

000

FO

B)

-

-

5111

178

34

81

31

76

53

101

156

70

80

-

..81

0

198

1.00

0

194

800

242

1.39

0

464

Medidas de manejo para as áreas existentes

De acordo com as estatísticas disponíveis, é possível erradicar, recuperar

ou substituir cerca de metade da atual área plantada com cajueiro, sem que

haja uma significativa redução na produção de castanha, uma vez que as

plantas que estão ocupando tais áreas são atípicas ou de baixa produção.

Em razão da complexidade dos fatores de natureza agronômica e eco­

nômica, envolvidos nos antecedentes e na estratégia de condução dos po­

mares existentes, nem sempre uma alternativa de manejo proposta para um

pomar é a mais conveniente para ser usada em outro, considerando-se as

diferenças existentes no volume de investimento, nível tecnológico e prazo

exigido para se processar tais mudanças nos atuais sistemas de produção.

O problema se agrava nas extensas plantações, onde os riscos e incertezas

de uma produção compensadora são consideráveis, mesmo usando-se adu­

bos, inseticidas e técnicas de manejo mais avançadas, em razão do baixo

potencial genético da maioria das árvores.

No entanto, existem técnicas e adequados sistemas de produção, que

podem ser transferidos para os produtores, com perspectivas promissoras de

elevar a produtividade da cultura do cajueiro no Nordeste.

Medidas a curto prazo

Eliminação das plantas atípicas

Nesse caso, considera-se que o produtor não está disposto a investir em

tecnologias mais onerosas e de retorno a médio prazo, como as técnicas de

recuperação de copas ou substituição por material melhorado. f..ssim, as

medidas de manejo sugeri das deverão ser de baixo custo e, no caso de

adubação química, direcionada apenas para as plantas de produção indivi­

dual superior a 3 kg de castanha. Por conseguinte, as medidas de curto pra-

17

(Xl

TA

BE

LA5

-E

xpor

taçõ

esbr

asile

iras

desu

code

caju

,19

75/8

8

Ano 1975

1976

1977

1978

1979

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

Fon

te:

Cac

ex-

Ban

codo

Bra

sil

S/A

.

Qua

ntid

ade (t

)

4,O

l19

,01

2,35

0,96

0,63

6,94

301,

6558

7,86

237,

2236

,33

244,

2613

5,74

1.02

9,00

88,3

4

Val

or

US

$1,

00F

OB

2.06

812

.259

1.82

055

040

55.

280

326.

120

612.

070

238,

010

27.6

6030

9.78

096

.160

1.04

9.95

110

7.81

2

TA

BE

LA

6-

Distribuição

%de

plantasoom

produçõesde

castanhada

cajunos

Intervalosda

Oa

12kg,

noperlodo

de1971/86,

emPacajus,

CE

•O

)..-

%D

EPL

AN

TA

SC

OM

PRO

DU

ÇÃ

ON

OS

INT

ER

VA

LO

SD

EO

A12

Kg

%D

EPL

AN

TA

SPR

OD

ÃO

AN

O

O·2kg

2-

4kg4·6kg6·8kg8

-10kg

10·12kg>

12kgC

OM

PRO

DU

ÇÃ

OM

~DIA

AB

AIX

OD

E

P/PLA

NT

A

4kg

(kg)

1971

-.

··

.0,921972

57,829,710,2

2,3· · -

87,51,98

1973

65,626,6

7,00,8 · · ·92,2

1,70

1974

48,429,710,9

6,33,11,6·

78,12,76

1975

56,726.512,4

2,22,2 · ·83,2

2,27

1976

45,325,011,7

7,13,93,13,9

70,33,33

1977

32,818,818,810,97,81,69,3

51,64,62

1978

42,215,617,2

9,46,24,74,7

57,84,16

1979

9,414,19,4

7,818,812,528,0

23,59,64

1980

20,317,217,217,2

4,710,9

12,537,56,37

1981

26,618,712,512,59,46,2

14,145,36,19

1982

9,46,2

15,69,44,73,1

51,615,6

14,39

1983

51,610,9

7,89,44,77,87,8

62,54,47

1984

25,026,517,215,6

9,44,71,6

51,54,58

1985

6,315,6

29.726,69,46,26,2

21,96,25

1986

46,923,4

9,414,11,5

1,63,1

70,33,26

MéD

IA40,43

21,8614,0010,34

4,793,724,8662,293,77

Notas:

a)C

ontrolede

produçaoem

128plantas

atéa

safrade

1976,

b)C

ontrolede

prOduçao

em64

plantasa

partirda

safrade

1977.c)

Data

doplantio.

julho/68.d)

Oa

dadosreferentes

a1979

e1982

naoparticiparam

docãlculo

dam

édia.e)

Fonte:PA

RE

NT

E,

J.I.G.

Beneflclos

Econôm

icos,Sociais

eE

col6glcosProporcionados

pelOR

eflorestamento

noB

rasil(C

AJU

EIR

O)

52C

ongressoB

rasileirode

Silvicultura.O

llnda-PE,

1986.

zo objetivam, fundamentalmente, a redução dos custos de manutenção. No

entanto, a produtividade do pomar será incrementada indiretamente pela

redução do número das plantas atípicas, visto que haverá menor competição

entre plantas, beneficiando, portanto, as de maior potencial produtivo.

É reconhecida a existência entre 5% e 10% de cajueiros considerados de

produção irrisória (atípicos), descritos como "orelha de onça", "eucalipto" e

"castanhola" (Fig. 1). O primeiro tipo apresenta como característica princi­

pal folhas pequenas, semelhantes à orelha de onça, enquanto os dois últi­

mos lembram a arquitetura da copa daquelas espécies vegetais. Como es­

sas plantas são pouco produtivas ou estéreis e sua ocorrência é baixa, deve­

se elimina:'las de imediato, não sendo conveniente sua substituição, devido

à concorrência com as plantas adultas remanescentes e insuficiente repre­

sentatividade na produção.

As práticas culturais recomendadas após a eliminação das plantas atípi­

cas diferem quanto ao nível e classes de produtores de caju. No caso de

pequenas áreas, um eficiente controle deverá ser orientado, manualmente,

para erradicação e incorporação de ervas, restos de culturas anuais, poda de

limpeza e uma adubação orgânica e/ou química, na projeção da copa, nas

plantas produtivas. Sugere-se, também, a manutenção da folhagem do ca­

jueiro caída ao solo, uma vez que essa prática facilita a retenção de água,

promove uma adequada infiltração, melhora a estrutura física do solo e reci­

ela os nutrientes, além de controlar as ervas daninhas.

Nas médias e grandes áreas, o cultivo mecanizado é a forma mais usual

de manter sob controle as ervas daninhas, recomendando-se efetuar grada­

gens, de cada lado das linhas de plantio, e roçagens do mato remanescente,

entre as linhas de cajueiro. As gradagens devem ser superficiais para evitar

danos no sistema radicular do cajueiro. Essa prática, além de reduzir os cus­

tos de manutenção, não expõe em demasia o solo e diminui consideravel­

mente a concorrência das ervas daninhas. É evidente que essas operações

só devem ser realizadas nos pomares que permitam a passagem da grade

na projeção da copa das plantas, evitando-se, portanto, a prejudicial prática

20

A) "CAST ANHOLA"

C) "EUCALlPTO"

Bi "CASTANHOLA"

O) "EUCALlPTO"

Figura 1 - Tipos de cajueiros comuns atfpicos

Fonte: ARAÚJO, J.P.P. & RODRIGUES, S.C. Sistema de seleção de sementes decajueiro para o plantio: Fator de produtividade. EMB~RAPA - CNPCa. CA­JU/INFORMATIVO, ANO I, nQ 1. 1989.

21

da poda de levantar a saia do cajueiro. Essa prática danosa consiste na po­

da da parte inferior da copa do cajueiro, o que implica a eliminação de mais

de um terço da área produtiva da planta e o aumento do custo de produção.

Após essas operações, proceder a retirada manual do mato próximo às plan­

tas, usando-o como cobertura morta. Uma poda de limpeza deverá ser efe­

tuada antes do início do fluxo fali ar. Recomenda-se o controle fitossanitário

somente quando for realizado o manejo da cultura. A adubação química só

é recomendada nas árvores identificadas como comprovadamente de alta

produção.

Medidas a médio prazo

Eliminação seletiva de plantas

Além das árvores atipicas, é reconhecida a existência, nos atuais poma­

res, de cerca de 50% de plantas de baixa produção (menos de 3 kg de cas­

tanha). Como essas plantas se distribuem aleatoriamente num pomar, é

possível sua eliminação e, em certos casos, a substituição por clones dos ti­

pos anão-precoce e/ou comum de porte médio. A ocorrência de espaços li­

vres após a eliminação pode assegurar uma menor competição entre as no­

vas mudas e os indivíduos produtivos que permanecerão no pomar. Esses

espaços, quando possível, deverão ser ocupados por materiais superiores,

plantados próximos à antiga planta eliminada e/ou na mesma linha quando

se tratar de pomares ordenados.

Essa alternativa pode ser usada para os diferentes níveis de produtores,

desde que se faça, inicialmente, o mapeamento das plantas na área e a

avaliação da produção por, no mínimo, três anos consecutivos, em razão da

presença de plantas que apresentam instabilidade de produção e da in­

fluência dos fatores climáticos. Quando se tratar de grandes áreas e houver

conveniência para o produtor, a eliminação das plantas de baixa produção

pode ser efetuada de forma gradual, mas sempre seletivamente. Não se jus­

tifica a eliminação em fileiras alternadas, uma vez que, usando essa prática,

seriam eliminadas também diversas plantas produtivas.

22

Recuperação de copa

Uma medida alternativa para melhorar a uniformidade e produtividade de

pomares de cajueiros comuns adultos é a recuperação das plantas com pro­

dução abaixo de 4kg de castanha, realizada a partir da substituição de co­

pas, usando-se o método de garfagem à inglesa simples. Após controle in­

dividual da produção, por, no mínimo, três anos consecutivos, identificam-se

as plantas de baixa produção cujas copas serão recuperadas. A técnica con­

siste no corte do tronco dessas plantas, a uma altura de cerca de 0,70 m, e

realização da enxertia em novas brotações com materiais melhorados, de

porte reduzido, com castanha e pedúnculo portadores de características de­

sejáveis e de elevadas produções (Fig. 2). As brotações ocorrem com

maior intensidade entre o 2º e 3º meses após o corte, o que permite a reali­

zação da enxertia entre o 3º e 4º meses. Usando-se esse método, a recupe­

ração das plantas atinge percentuais superiores a 92%.

A alternativa permite um eficiente controle das plantas recuperadas,

maior precocidade e elevada produção inicial do pomar. Além dessas vanta­

gens, a produção original praticamente não é afetada, uma vez que são eli­

minadas apenas as plantas de baixo potencial produtivo.

Extração da goma do cajueiro

A extração da goma pode constituir também uma opção para melhorar a

rentabilidade do cajueiro. O produto processado é um substituto perfeito da

goma arábica e pode ser empregado nas indústrias de tintas, de vernizes,

alimentícias e farmacêuticas.

A técnica consiste em efetuar cortes 110 tronco da árvore no sentido incli­

nado ou em "V", e aplicar, em seguida, estimulantes como o ethrel e ácido

sulfúrico, com o intuito de aumentar a produção de goma da planta.

Como a pesquisa é recente e não se conhece o efeito da extração da

goma na produtividade da cultura, recomenda-se utilizar as plantas mais

23

a) Cajueiro adulto de baixaprodução

b) Corte da plantaadulta em bisei.

c) Brotações emitidas dotronco após o corte.

IJ

,.,,

"I'"

~_emo:J

d) Brotações selecionadaspara enxertia.

e) Enxertia de algumasbrotações.

f) Cajueiro recuperado.

Figura 2 - Recuperação de cajueiros adultos através da substituição de copas.

24

velhas e de baixa produção. Não se descarta, todavia, a exploração em

plantas produtivas, uma vez que estão sendo conseguidas produções mé­

dias por planta acima de 750 9 de goma, o que pode viabilizar economica­

mente essa alternativa.

As medidas de manejo da cultura, indicadas para as alternativas a médio

prazo, podem ser aplicadas por produtores de qualquer nível. Como se tra­

tam de medidas cujos custos são significativos, há necessidade de um ade­

quado planejamento, notada mente nas médias e grandes plantações. O

volume de lenha obtido após a eliminação de cerca de 50% das plantas po­

de constituir um entrave na limpeza do terreno, caso não se estabeleça um

eficiente cronograma de eliminação e/ou recuperação das plantas de baixa

produção.

A manutenção dos pomares submetidos à aplicação dessas alternativas

deve contemplar medidas de controle de ervas daninhas, através de grada­

gens e/ou roçagens, cobertura morta, adubação química, poda de limpeza e

controle de pragas, para que as plantas possam expressar, ao máximo, o

seu potencial produtivo.

No caso da eliminação seletiva, o plantio das novas mudas deverá ser

precedido de adubação orgânica, e, por ocasião do plantio, recomenda-se

aplicação de fertilizantes químicos, conforme a análise de solo. Em circuns­

tâncias de maior sombreamento, não se aconselha o plantio de mudas nos

espaços livres devido, principalmente, à competição por luz com os cajuei­

ros adultos.

No manejo das plantas recuperadas, através de substituição de copas,

devem ser consideradas as etapas referentes à seleção das brotações, téc­

nica de enxertia e condução das plantas.

25

Medidas a longo prazo

Renovação total do pomar por clones

As alternativas a longo prazo fundamentam-se na renovação total das

áreas existentes com materiais cionados portadores de características de in­

teresse como porte reduzido, precocidade e estabilidade de produção, ta­

manho e peso da castanha e pedúnculo desejáveis, resistência a doenças e

pragas e elevada produção. O cajueiro-anão-precoce é, atualmente, o mais

indicado para a renovação ou expansão da cajucultura, pois permite plantios

em altas densidades, proporciona facilidades no manejo da cultura, tratos fi­

tossanitários e colheita. O reduzido porte, precocidade e elevada produtivi­

dade são fatores determinantes da redução dos seus custos de produção

quando comparados com o tipo comum.

Em decorrência da reduzida disponibilidade de material melhorado, há

necessidade da instalação de jardins clonais, segundo as mais avançadas

técnicas sugeri das pela pesquisa, incluindo adequado manejo, uso de insu­

mos modernos e, se possível, irrigação. Esses jardins clonais devem ser

formados com mudas de materiais superiores diversos, oriundas das insti­

tuições públicas ou privadas credenciadas, e implantados ao nível de coope­

rativas, associações e produtores, com a finalidade de atender à oferta de

propágulos para os programas de renovação e/ou expansão da cultura. Con­

siderando-se que no espaçamento de 5,00 m X 5,00 m um hectare comporta

400 plantas e que, com a idade de três anos, cada planta produz, em média,

80 propágulos (garfos), estima-se que 1 ha possa fornecer 32.000 garfos/a­

no. Estimando-se em 50% a taxa de sobrevivência dos enxertos, usando-se

o método de garfagem à inglesa simples, a oferta de mudas por hectare/a­

no, de jardim clonal, é da ordem de 16.000. Por conseguinte, um hectare de

jardim clonal, de três anos de idade, é suficiente para fornecer material ca­

paz de renovar e/ou formar uma área de 18 ha com clones superiores, plan­

tados no espaçamento de l,OOm X 1,00m.

No caso da renovação total do pomar de cajueiro-comum, sugere-se a

26

eliminação de fileiras em áreas contínuas, de forma gradual, não mais de

25% ao ano, a fim de evitar uma elevada perda de receita, decorrente da re­

dução de produção e dificuldade na obtenção de clones superiores. O plano

de renovação estabelecido anualmente deve ser antecedido por uma minu­

ciosa análise dos custos e receitas obtidos, no atual pomar, e da quantifica­

ção dos custos e benefícios incrementais, advindos da adoção da nova tec­

nologia.

As plantas podem ser eliminadas através de derrubada mecânica, uso de

moto-serra ou pOda drástica, seguida de aplicação da mistura, contendo 2,4

O a 5% e óleo diesel a 95%. Após o preparo da área a ser renovada, proce­

de-se a instalação do pomar, usando tecnologia melhorada, preconizada pa­

ra clones de porte reduzido de alta produção. As técnicas sugeridas pela

pesquisa incluem plantio em altas densidades, manejo adequado, uso de

adubação e tratos fitossanitários.

Do ponto de vista econômico, a principal vantagem da renovação do po­

mar, através do uso de clones superiores, decorre do menor custo de insta­

lação se comparado com o investimento requerido para expansão de novas

áreas com cajueiro. O custo de renovação, por hectare, dos atuais plantios

está estimado em cerca de 65%, em relação ao de implantação de novas

áreas com material cio nado, sem considerar-se o custo da terra. Como es­

tratégia para a renovação dos atuais pomares, recomenda-se que seja ini­

ciada, preferencialmente, naqueles com idade acima de 20 anos e que

apresentam produtividades inferiores a 300 kg de castanha por hectare.

Como a cultura do cajueiro foi instalada em algumas áreas consideradas

inaptas ou com sérias restrições, localizadas, principalmente, nas regiões

dos cerrados, carrasco e sertão, sugere-se que as propostas de renovação,

no caso dessas áreas, sejam antecedidas por estudos de viabilidade técni­

co-econôm icos.

27

Medidas de manejo para áreas novasUso de clones de cajueiro-anão-precoce

A expansão de novas áreas, usando sistemas de produção semelhantes

aos até então conduzidos com cajueiro-comum, não é aconselhável, sob

pena de que os erros cometidos no passado sejam repetidos no futuro.

Apesar da existência de áreas favoráveis à expansão da fronteira agríco­

la, principalmente no Piauí e, em menor escala, no Ceará e Rio Grande do

Norte, recomenda-se investir, preferencialmente, na recuperação e/ou reno­

vação dos atuais pomares. É mais conseqüente e vantajoso para o setor

identificar e aproveitar as áreas consideradas aptas para a cultura, mas que

foram implantadas com material de inferior qualidade, e renová-Ias, gradati­

vamente, com menores riscos e custos de produção do que investir em no­

vas áreas.

No entanto, caso se estabeleçam novos paios de desenvolvimento agrí­

cola no Nordeste ou em outras regiões do país, a expansão da cajucultura

só deverá ser estimulada em áreas com solo e clima propícios, usando clo­

nes superiores de cajueiro-anão-precoce ou comum de porte médio. Neste

particular, as instituições de financiamento, apoiadas em diretrizes da pes­

quisa, deverão estabelecer normas que beneficiem, com linhas de crédito

especiais, os produtores usuários de tecnologias avançadas.

Neste particular, as instituições de financiamento, apOiadas em diretrizes dapesquisa, deverão estabelecer normas que beneficiem, com linhas de crédi­

to especiais, os produtores usuários de tecnologias avançadas.

A pesquisa dispõe de tecnologias capazes de elevar, substancialmente,

os níveis de produtividade da cultura, no caso de ampliação da fronteira

agrícola com cajueiro, a partir do uso de clones superiores, cultivados em

modernos sistemas de produção.

28

C.USTOS DE PRODUÇÃO DAS ALTERNATIVAS DE MANEJO

Com base em informações da pesquisa e de cajucultores cearenses, fo­

ram elaboradas contas culturais que expressam os gastos nas operações de

instalação e manutenção do cajueiro, em cultura pura. Essas contas cultu­

rais referem-se às diversas alternativas de manejo propostas, considerando­

se as práticas de eliminação das plantas atípicas e manutenção do cajueiro­

comum (Tab. 7), eliminação seletiva do cajueiro-comum, através da substi­

tuição por clones (Tab. 8), recuperação do cajueiro-comum, através da subs­

tituição de copas (Tab. 9), recuperação total do cajueiro-comum, através da

substitu ição por clones (Tab. 1O) e implantação de novas áreas com clones

de cajueiro-anão-precoce (Tab. 11). É evidente que não se pode extrapolar

essas informações para toda a região Nordeste, considerando-se que os

rendimentos de algumas operações variam em função das classes de solo,

vegetação natural, facilidades operacionais e despesas com insumos.

Com base nessas contas culturais, relativas às diversas alternativas de

manejo, foram elaboradas as Tab. 12, 13, 14, 15 e 16, correspondentes a

cada uma das alternativas, nas quais estão resumidos os custos, rendimen­

tos e receitas para um hectare de cajueiro, durante o período de doze anos.

Deve-se ressaltar que os rendimentos constantes das citadas tabelas se re­

ferem a dados obtidos junto à EPACE e a dados de estimativas elaboradas

pelo CNPCa, enquanto os cálculos para obtenção das receitas foram ba­

seados apenas na produção da castanha.

Na elaboração dessas contas culturais foram levados em conta apenas

os custos operacionais que incidem sobre a implantação e manutenção da

cultura, não sendo consideradas as despesas com terrenos, edificações,

máquinas e equipamentos, e outros, em razão de esses custos, entre pro­priedades, serem bastante diferentes e de difícil avaliação.

Deve-se considerar, também, que em razão das peculiaridades agronômi­

cas e econômicas de cada unidade produtiva, a intenção na elaboração de

29

ú) oT

AB

ELA

7-

Est

imat

iva

dos

cust

osde

elim

inaç

ãoda

spl

anta

sal

lplc

ase

man

uten

ção

deca

juei

ro-c

omum

adul

to.

(1he

ctar

e=

100

plan

tas)

Ope

raçõ

es

1.E

limin

ação

em

anut

ençã

o:

Elim

inaç

ãodo

sIIp

osIn

dese

jãve

ls(1

)

Roç

agem

(2)

Cor

oam

ento

(2)

Pod

ade

Lim

peza

Adu

baçã

oqu

rmic

a(3

)

Con

trol

ede

prag

ase

doen

ças

(4)

Sub

tota

l

2.ln

sum

os:

Inse

llcld

alF

ungl

cida

(4)

Adu

boqu

lmic

o(5

)

For

mlc

ida

Sub

tota

l

3.T

otal

Uni

dade

H/D

H/T

H/D

H/D

H/D

H/D kg kg

Qua

ntid

ade

2,5 3 6 5 1 4 3

35

Val

or(C

r$1,

0)

Uni

dade

Tot

al

960,

2.40

0

3.00

0,

9.00

0,

960,

5.76

0,

960,

4.80

0,

960,

960,

960,

3.84

0,

26.7

60,

2.32

0,

6.96

0,

180,

6.30

0,

370,

370,

13.6

30,-

40.3

90,

Not

as:

(1)

Elim

inaç

ãodo

sIIp

os·e

ucal

ipto

·,·o

relh

ade

onça

"e

·cas

tanh

ola·

(10%

das

plan

tas)

.

(2)

Efe

tuar

três

oper

açõe

s/an

o.

(3)C

onsi

dero

u-se

adub

ação

qulm

ica

emap

enas

50%

das

plan

tas.

(4)

Efe

tuar

quat

roap

licaç

ões/

ano

deT

richl

ofon

ouF

enllr

othl

on+

Oxi

clor

eto

deC

obre

.

(5)

Dos

agem

por

plan

ta:

909

deur

êfa,

400

9de

supe

rfos

fato

sim

ples

e10

09

dec1

oret

ode

potã

ssfo

em50

%da

spl

anta

s.

(6)

U$

=28

3,08

.

(7)

Sal

ãrlo

mln

imo

=C

r$20

.131

,68

(mal

o/91

).

TA

BE

lA8

•E

stimativas

doscustos

deelim

inaçãoseletiva

docajuelro-com

ume

asubstituição

pordanes.

(1hectare

=100

plantas)..-C

')

Operações

Unidade

Quantidade

Unidade

Valor

(Cr$

1,00)

Total

1.E

liminação

seletiva:

Corte

daplanta

eem

pllhamento

dalenha

Abertura

epreparo

dacova

Plantio

ereplanU

o

Subtotal

2.M

anutenção:

Adubação

qulmlca

Roçagem

(1)

Coroam

entolcoberturam

orta(1)

Poda

delim

peza

Controle

dedoenças

epragas

(2)

Substotal

3.lnsumos:

Mudas

enxertadas(3)

Esterco

degado

+transporte

Adubo

qulmico

(4)

Form

lcida

Inselicídalfungicida(2)

Subtotal

4.T

otal

HlD

H/D

H/D

H/D

HIT

HlD

HID

H/D

umakgkgkg1

821364430

300603

960,7.680,

960,

1.920,

960,

960,

10.560,

960,

960,

3.000,

9.000,

960,

5.760,

960,

3.840,

960,

3.840,

23.400,

263,

7.890,

5,

1.500,

180,

10.800,

370,

370,

2.320,

6.960,

27.520,---61.480,

Notas:

(1)E

fetuartrês

operações/ano.

(2)E

fetuarquatro

aplicações/anode

Trichlofon

ouF

enilrothion+

Oxicloreto

deC

obre.

(3)C

onslderou-sea

SL!bisliluição

de3%

dasplantas.

(4)D

osagempor

planta:90

9de

urêla.400

9de

superfosfatosim

plese

1009

decloreto

depotâsslo.

(5)N

asoperações

deelim

inaçãoforam

consideradosos

custosde

apenas50%

dasplantas.

(6)U

S$

=283,08.

(7)S

alâriom

lnimo

=C

r$20.131,68

(maio/91).

w l\.)

TA

BE

LA9

-E

stim

ativ

ado

scu

stos

dere

cupe

raçã

ode

caju

eiro

adul

toat

ravé

sda

subs

titui

ção

deco

pas

por

enxe

rtla

.

(1he

ctar

e=

100

plan

tas)

Ope

raçõ

esU

nida

deQ

uant

idad

eV

alor

(Cr$

1,00

)

Uni

dade

Tot

al

1.R

ecup

eraç

ão:

Cor

teda

plan

taa

::tO

,70

me

empl

lham

ento

dale

nha

H/D

896

0,7.

680,

Enx

ertla

,co

bert

ura

eco

nduç

ão

H/D

696

0,5.

760,

Sub

tota

l

--

-13

.440

,

2.M

anut

ençã

o:A

duba

ção

qurm

lca

H/D

196

0,96

0,

Roç

agem

(1)

HIT

3 3.00

0,9.

000,

Cor

oam

ento

(1)

H1D

696

0,5.

760,

Pod

ade

limpe

za

HID

396

0,2.

880,

Con

trol

ede

prag

ase

doen

ças

(2)

H/D

496

0,3.

840,

Sub

tota

l

--

-22

.440

,

3.ln

sum

os:

Adu

boqu

lmlc

o(3

)

kg60

180,

10.8

00,

For

mic

ida

kg1

370,

370,

Inse

tlcld

altu

nglc

lda

(2)

13

2.32

0,6.

960,

Sub

tota

l

--

.18

.130

,

---

4.T

otal

54.0

10,

Not

as:

(1)

Ele

tuar

três

oper

açõe

s/an

o.

(2)

Ele

tuar

quat

roap

licaç

ões/

ano

deT

richl

ofon

ouF

enitr

o!hl

on+

Oxl

clor

eto

deC

obre

.

(3)

Dos

agem

:90

9de

uréi

a,40

09

desu

perf

osfa

tosi

mpl

ese

100

9de

c1or

eto

depo

tãss

lo.

(4)

Nas

oper

aç1\

esde

recu

pera

ção,

fora

mco

nsid

erad

osos

cust

osde

apen

as50

%da

spl

anta

s.

(5)

US

$=

Cr$

283,

08.

(6)

Sal

ário

mln

imo

=C

r$20

.131

,68

(mai

o/91

).

TA

BE

LA10

-E

stimativa

doscustos

derenovaçllo

totaldo

cajuelro-comum

atravésda

substltulçllopor

clones.

(1hectare

=204

plantas)

Operações

Unidade

Quanlldade

Valor

(Cr$

1,00)

Unidade

Tolal

1.R

enovaçllototal:

Corte,

queima

edestoca

docajuelro-com

um(1)

H/D

25960,

24.000,

Gradagem

/aradura

Hrr

23.000,

6.000,

Marcaçllo,

aberturae

adubaçlloorgânica

dascovas

H/D

8960,7.680,

Transporte,

dlstrlbulçllo,plantio

ereplanllo

dem

udas

H/D

4960,3.840,

Sublotal

41.520,

2.M

anutençllo:A

dubaçlloqurm

lca

H/D

3960,2.880,

Roçagem

(2)

Hrr

33.000,

9.000,

Coroam

entolcoberluram

orta(2)

HlD

9960,~.640,

Poda/desbrola

H/D

4960,7.680,

Controle

dedoenças

epragas

(3)

H/D

6960,5.760,

Subtotal

33.960,

3.lnsumos:

Mudas

enxertadas(4)

UM

A250

263,65.750,

Esterco

degado

kg2.050

5,10.250,

Adubo

qurmlco

(5)

kg120

180,21.600,

Insellclda/lunglclda(3)

16

2.320,13,920,

Form

lclda

kg1

370,370,

Subtotal

111.890,--

4.T

otal187.370,

Notas:

(1)R

efere-seao

cortee

destocade

1hectare

decajuelro-com

um(100

plantas).

(2)E

fetuartrês

operações/ano.

(3)E

fetuarquatro

apllcaçOes/ano

deT

richlofonou

Fenltrothlon

+O

xlcloretode

Cobre.

(4)C

onslderou-se20%

dereplantio.

(5)D

osagem/planta/ano:

909

deurêla,

4009

desuperfosfato

simples

e100

9de

c1oretode

potAsslo.

(6)U

S$

=283,08.

(7)S

alArlo

mrnlm

o=

Cr$

20.131,68(m

alol91).

MM

TA

BE

LA11

·E

stim

ativ

ado

scu

stos

deIm

plan

taçã

ode

clon

esde

caju

elro

-anã

o-pr

ecoc

e.

(1he

ctar

e=

204

plan

tas)

w ~O

pera

çOes

1.Im

plan

taçã

o:

Uni

dade

Qua

ntid

ade

Val

or(C

r$1,

00)

Uni

dade

Tot

al

Not

as:

(1)

Ele

tuar

três

oper

açO

esia

no

(2)

Efe

tuar

quat

roap

llcaç

Oes

iano

deT

rlchl

ofon

ouF

enltr

othl

on+

Oxl

clor

eto

deC

obre

.

(3)

Con

slde

rou-

se20

%de

repl

antlo

.

(4)

Dos

agem

por

plan

ta:

90g

deur

êla,

400

9de

supe

rfos

fato

sim

ples

,10

09

decl

oret

ode

potâ

sslo

.

Des

mat

amen

to

Col

vara

equ

eim

aD

esto

ca

Aca

bam

ento

Gra

dage

mla

radu

ra

Mar

caçã

o.ab

ertu

rae

adub

ação

orgâ

nica

das

cova

s

Tra

nspo

rte,

dist

ribui

ção,

plan

tioe

repl

antlo

dem

udas

Sub

tota

l

2.M

anut

ençã

o:

Adu

baçã

oqu

rmlc

a

Roç

agem

(1)

Cor

oam

ento

lcob

ertu

ram

orta

(1)

Pod

alde

sbro

ta

Con

trol

ede

doen

ças

epr

agas

(2)

Sub

tota

l

3.ln

sum

os:

Mud

asen

xert

adas

(3)

Est

erco

dega

do

Adu

boqu

rmlc

o(4

)

Inse

tlcld

alfu

nglc

lda

(2)

For

mlc

lda

Sub

tota

l

Tot

al

H/D

HID

H/D

H/D

H/T

H/D

H/D

H/D

H/T

H/D

H/D

H/D

UM

A kg kg 1 kg

1296

0,11

.520

,

6

960,

5.76

0.

35

960,

33.6

00,

6

960,

7.66

0,

2

3.00

0,6.

000,

8

960,

7.68

0,

4

960,

3.84

0,

76.0

80,

3

960,

2.88

0,

3

3.00

0,9.

000,

9

960,

8.64

0,

4

960,

3.84

0,

6

960,

5.76

0,

30.1

20,

250

263,

65.7

50,

2.05

0

510

.250

,

120

180,

21.6

00,

6

2.32

0,13

.920

,1

370,

370,

111.

890,---

218.

090,

(5)

US

$=

Cr$

283,

08.

(6)

Sal

ârlo

mrn

lmo

=C

r$20

.131

,68

(mal

ol91

).

diversas contas culturais foi procurar subsidiar o produtor na tomada de de­

cisão quanto à alternativa mais viável. É possível que, em certas circunstân­

cias, uma alternativa de manejo possa ser usada isoladamente com suces­

so, e em outros casos seja mais aconselhável a combinação de duas ou

mais alternativas, em função da área ocupada pela cultura, nível tecnológi­

co do pomar, existência de material superior para substituição das plantas

de baixa produção ou mesmo capacidade de investimento do produtor.

DIRETRIZES PARA A CAJUCUL TURA

A consolidação da cajucultura nordestina depende do estabelecimento de

diretrizes que, além das definidas pela EMBRAPA/CNPCa, se apoiem em

ações políticas nas áreas de crédito, comercialização e incentivos à geração

e transferência de tecnologia. Há necessidade de uma ampla mobilização

dos governos federal e estadual e de representantes das associações de

classe para garanttr os meios financeiros e institucionais necessários à pro­

moção da racionalização da cajucultura.

Crédito

Uma política de crédito adequada deve beneficiar os produtores que es­

tejam dispostos a investir em tecnologias inovadoras. As diversas alternati­

vas propostas pela pesquisa, para a recuperação e renovação dos pomares

'existentes, asseguram maior rendimento para a cultura, menores custos de

produção e abre opções para a decisão dos produtores quanto ao uso da

tecnologia. O crédito para expansão de novas áreas somente deve ser con­

cedido às propostas que utilizem sistemas de produção com clones superio­

res.

Como trata-se de cultura perene, prioritária para a sócio-economia do

Nordeste, deve-se estabelecer uma política de crédito a longo prazo, que

aloque recursos financeiros para investimento e custeio.

35

(,..) O>

TA

BE

LA

12-

Est

imat

iva

decu

sto,

rend

imen

toe

rece

itade

caju

eiro

-com

umco

mpr

oduç

ãoes

tabi

lizad

a,ap

ósel

imin

ação

das

plan

tas

atrp

icas

.

(1he

ctar

e=

100

plan

tas)

Ano 1 2 3 4 5 7 8 9 10 tl 12

Cus

tos

(Cr$

1,00

)

Elim

inaç

ãoe

man

uten

ção

Col

heita

Tot

alR

endi

men

to(k

g)R

ecei

ta(C

r$1,

00)

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

40.3

90,0

0

9.60

0,00

49.9

90,0

040

052

.000

,00

Not

as:

(1)

Con

slde

rou-

seo

rend

imen

tode

400

kglh

a.

(2)

Cus

toda

colh

elta

lkg

deca

stan

ha=

Cr$

24,0

0(1

hom

em/d

iaco

lhe

40kg

deca

stan

ha).

(3)

Preç

oda

cast

anha

aonl

vel

depr

odut

or=

Cr$

130,

00.

(4)

US$

=C

r$28

3,08

.

(5)

Salâ

rlo

mln

lmo

=C

r$20

.131

,68

(mai

o/91

).

TA

BE

LA

13-

Estim

ativade

custo,rendim

entoe

receitadá

ellmlnaç!lo

seletivade

cajuelro-comum

,e

substltulç!lopor

clones.

(1hectare

=100

plantas)

,.....

M

Ano

23456789101112

Ellm

lnaç!lo

19.950,00

Custos

(Cr$

1,00)

Manutenç!lo

Colheita

Total

Rendim

entokg/ha

Receita

(Cr$

1,00)

41.530,00

4.800,0066.280,00

20026.000,00

41.530,00

5.448,0046.978,00

22729.510,00

41.530,00

10.848,0052.378,00

45258.760,00

41.530,00

11.064,0052.594,00

46159.930,00

41.530,00

12.048,0053.578,00

50265.260,00

41.530,00

12.984,0054.514,00

54170.330,00

41.530,00

13.296,0054.826,00

55470.020,00.

41.530,00

15.720,0057.250,00

65585.150,00

41.530,00

15.720,0057.250,00

65585.150,00

41.530,00

15,720,0057.250,00

65585.150,00

41.530,00

15.720,0057.250,00

65585.150,00

41.530,00

15.720,0057.250,00

65585.150,00

Notas:

(1)C

onsiderou-seo

rendimento

de200

kgpara

os50%

dasplantas

adultas+

oIncrem

entoanual,

referenteà

produçAo

dosclones.

(2)C

ustoda

colheltalkgde

castanha=

Cr$

24,00(1

homem

/diacolhe

40kg

decastanha).

(3)Preço

dacastanha

aon!vel

deprodutor

=C

r$130,O

O/kg.

(4)U

S$=

Cr$

283,08.

(5)SalA

rlom

rnlmo

=C

r$20.131,68

(malo/91),

w (Xl

TA

BE

LA1

4-

Est

imat

iva

decu

sto,

rend

imen

toe

rece

itade

recu

pera

ção

deca

juei

road

ulto

,at

ravé

sda

subs

titui

ção

deco

pas

por

enxe

rtla

.

(1he

ctar

e=

100

plan

tas)

Ano

Rec

uper

ação

13.4

40,0

0

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Cus

tos

(Cr$

1,00

)

Man

uten

ção

Col

heita

(1)

Tot

alR

endi

men

tokg

/ha

Rec

eita

(Cr$

1,00

)

40.5

70,0

0

4.80

0,00

58.8

10,0

0200

26.0

00,0

0

40.5

70,0

0

5.78

4,00

46.3

54,0

024

1 31.3

30,0

0

40.5

70,0

0

13.8

72,0

054

.442

,0057

8 75.

140,

00

40.5

70,0

0

14.2

08,0

054

.778

,00 5

9276.

960,

00

40.5

70,0

0

15.6

72,0

056

.242

,0065

3 84.

890,

00

40.5

70,0

0

17.5

68,0

057

.658

,0071

2 92.

560,

00

40.5

70,0

0

17.5

68,0

058

.138

,0073

2 95.

160,

00

40.5

70,0

0

21.1

92,0

061

.762

,0088

3 114.

790,

00

40.5

70,0

0

21.1

92,0

061

.762

,0088

3 114.

790,

00

40.5

70,0

0

21.1

92,0

061

.762

,0088

3 114.

790,

00

40.5

70,0

0

21.1

92,0

061

.762

,0088

3 114.

790,

00

40.5

70,0

0

21.1

92,0

061

.762

,0088

3 114.

790,

00

Not

as:

(1)C

onsi

dero

u-se

ore

ndim

ento

de20

0kg

para

os50

%da

spl

anta

sad

ulta

sm

ais

oin

crem

ento

anua

l,re

fere

nte

aos

caju

eiro

sre

cupe

rado

sat

ravé

sde

enxe

rtla

.

(2)C

usto

daco

lhei

talk

gde

cast

anha

=C

r$24

,00

(1ho

mem

/dia

colh

e40

kgde

cast

anha

).

(3)P

reço

daca

stan

haao

nrve

lde

prod

utor

=C

r$13

0,O

Olk

g.

(4)U

S$=

Cr$

283,

08.

(5)S

alâr

iom

rnlm

o=

Cr$

20.1

31,6

8(m

aiol

91).

TA

BE

LA15

•E

stimativade

custo,rendim

entoe

receitada

renovaçãototaldo

cajuelro-comum

,atravésda

substituiçãopor

clones.

(1hectare

=204

plantas)

Custos

(Cr$

1,00)A

noR

enovaçãoM

anutençãoC

olheitaT

otalR

endimento

kg/haR

eceita(C

r$1,00)

---117.520,00

69.850,00~

.......187.370,00

269.850,00

1.968,0071.818,00

8210.660,003

69.850,0018.120,00

87.970,00 75598.150,004

69.850,0018.792,00

88.642,00 783101.790,005

69.850,0021.744,00

91.594,00 906117.780,006

69.850,0024.576,00

94.426,00 1.024133.120,007

69.850,0025.536,00

95.386,00 1.064138.320,008

69.850,0032.784,00

102.634,00 1.366177.580,00

969.850,00

32.784,00102.634,00 1.366177.580,00

1069.850,00

32.784,00102.634,00 1.366

177.580,0011

69.850,0032.784,00

102.634,00 1.366177.580,00

1269.850,00

32.784,00102.634,00 1.366

177.580,00

Notas:

(1)Custo

dacolheita

porkg

decastanha

=C

r$24,00

(1hom

em/dia

colhe40

kgde

castanha).

(2)Preçoda

castanhaao

nlveldeprodutor

=C

r$130,00.

(3)US$

=C

r$283,08.

(4)Sal1lrlom

lnimo=

Cr$

20.131,68(m

alo/91).

(j)('f)

+::. o

TA

BE

LA1

6·E

stim

ativ

ade

cust

o,re

ndim

ento

ere

ceita

daIm

plan

taçã

ode

caju

elro

-anã

o-pr

ecoc

e.

(1he

ctar

e=

204

plan

tas)

Cus

tos

(Cr$

1,00

)A

noIm

plan

taçã

oM

anut

ençã

oC

olhe

itaT

otal

Ren

dim

ento

kgJh

aR

ecei

ta(C

r$1,

00)

152.

080,

00

66.0

10,0

021

8.09

0,00

266

.010

,00

1.96

8,00

67.9

78,0

082

10.6

60,0

0

366

.010

,00

18.1

20,0

084

.130

,007

55 98.

150,

004

66.0

10,0

018

.792

,00

84.8

02,0

0783 1

01.7

90,0

05

66.0

10,0

021

.744

,00

87.7

54,0

0906 1

17.7

80,0

06

66.0

10,0

024

.576

,00

90.5

86,0

01.02

4 133.

120,

007

66.0

10,0

025

.536

,00

91.5

46,0

01.06

4 138.

320,

008

66.0

10,0

032

.784

,00

98.7

84,0

01.36

6 177.

580,

00

966

.010

,00

32.7

84,0

098

.784

,001.36

6 177.

580,

0010

66.0

10,0

032

.784

,00

98.7

84,0

01.36

6 177.

580,

0011

66.0

10,0

032

.784

,00

98.7

84,0

01.36

6 177.

580,

0012

66.0

10,0

032

.784

,00

98.7

84,0

01.36

6 177.

580,

00

Not

as:

(1)F

oram

cons

ider

adas

com

oIn

vest

imen

toas

oper

açõe

sde

fund

ação

eIn

stal

a9ão

.

(2)C

usto

daco

lhel

talk

gde

cast

anha

=C

r$24

,00

(1ho

mem

/dia

colh

e40

kgde

cast

anha

).

(3)P

reço

daca

stan

haao

nrve

lde

prod

utor

=C

r$13

0,00

.

(4)U

S$=

Cr$

283,

08.

(5)S

alâr

iom

rnim

o=

Cr$

20.1

31,6

8(m

alo/

91).

Investimento

A maioria dos produtores não dispõe de capital suficiente para realizar in­

vestimentos na cultura. O longo perlodo para a estabíilzação aa produção,

os elevados custos de implamação e as altas taxas de juros com correção

plena não estimulam os produtores a captarem recursos de terceiros. O cré-

dito para investimento ceve ser adequado a essas condições e, pnncipal­

mente, servir de estímulo à adoção de tecnologias inovadoras. [\lesse caso,

os produtores que lnvimam na recuperação €i renovação aas areas existen~

tes OU~ 6\/entuaimente, na expansão ae novos pornares cor'! Gior~essuperkr

res devem ser beneiiciados com tavorecídos, insurJcs SUbs~c1iadose

adequados prazos ae carência. pequenos e médios pn:)o:utclfE}S, ('lue são

menos capitalizados e que geralmente não têm acesso aos recursos de in­

centivos fiscais, devern ser os oríncipais oenei'iciários C;08 recursos de inves~

timentas"

Custeio

o aspecto funaamenta! para o crédito de custeio é 2 visitJiiiZ9:çáD oa atí~

vidade produtiva, para a qual o oreço oago ac produtor de castarma assume

papel decisivo na sua opção oe apiícar ou não rf'3CLWSOS na me-

Iharia dos tratos culturais requeridos pela Gultura. O de cusU':Jío deve

ser suficiente oara aquisição dos insumos indicados s:s!srr;SlS de

dução e oportuno para efetivação das diversas operações come

gradagem, roçagem, poda, adubação, aplicação de e

A liberação dos recursos de custeio deve acorrer dS!OrrnEi

uma no iº semestre para atender a tratos culturais e a outra no

para fazer face aos gastos com colheita.

Preços

serT1estre

A adoção de novas tecnologias na cajucultura está comprometida não só

41

por uma política de crédito inadequada, mas também pelos instáveis preços

praticados na comercialização da castanha, com repercussões danosas no

processo de capitalização dos produtores.

O setor industrial alega que necessita adquirir a matéria-prima num curto

período e estocá-Ia durante mais de um ano, requerendo considerável aporte

de recursos para a transação e altos custos financeiros. Além disso, consi­

dera que o preço da AGG no mercado externo funciona como um balizador

de preços da castanha, ao nível de mercado interno.

Já o produtor, além das incertezas do processo produtivo, está sujeito aos

.riscos das imperfeições do processo de comercialização da castanha. A ver­

dade é que fica à mercê dos poucos compradores, integrantes da rede de

atacadistas ou indústrias, as quais são de fato os agentes formadores dos

preços da castanha. Esses segmentos contam com adequado nível de orga­

nização associativista, capacidade de estocar significativas quantidades de

matéria-prima e mecanismos financeiros que facilitam interferir no processo

de comercialização da castanha.

Na Tabela 17 observa-se que o preço recebido pelo produtor, no período

1979/89, sofreu acentuadas oscilações, de ano para ano, variando de US$

1,55/kg (dez/76) a US$ 0,18 (dez/89), enquanto a Tabela 18, que expressa

as cotações internacionais de AGG, no mesmo período, mostra uma varia­

ção de apenas US$ 3,54/kg (fev/83) para US$ 7,50/kg (maio/87). A defasa­

,gem entre os preços da castanha e da AGG se torna evidente quando se

confrontam os preços médios do primeiro e último triênio das Tabelas 17 e

18. Em 1979/81, o preço da matéria-prima correspondia a 17% da cotação

internacional da AGG, enquanto no período 1987/89 decrescia para apenas

9%.

Os preços praticados nos mercados interno (castanha) e externo (ACe)

sugerem, portanto, que o repasse ao produtor não tem ocorrido na mesma

proporção, sobretudo nos momentos de alta cotação da AGG no mercado in­

ternacional (Figuras 3 e 4).

A partir da organização dos produtores em cooperativas ou associações e

42

TA

BE

LA17

-Preço

recebidopelo

produtorde

castanhade

caju,em

US$/kg',

noperrodo

1979/89.

Ano

M~S

JAN

FEV

MA

RA

BR

MA

lJU

NJU

LA

GO

SET

OU

TN

OV

DE

ZM

~DIA

1979

0,730,740,700,680,730,750,930,740,881,091,101,170,85

19801,121,341,281,331,251,111,091,021,101,081,171,211,17

1981

1,111,030,950,990,950,920,890,780,680,630,650,630,85

19820,620,580,570,550,570,500,500,500,480,430,420,410,51

19830,410,390,360,340,340,290,270,250,240,270,491,340,41

19841,341)191,181,221,151,071,140,970,830,640,480,590,98

19850,740,630,610,530,600,650,710,670,650.951,041,210,75

19861,431,341,131,151,351,421,461,511,471,221,221,551,35

19871,441,260,990,870,710,850,810,720,620,620,560,630,84

19880,460,620,610,700,760,790,840,730,460,510,450,370,61

19890,270,240,270,310,320,260,230,240,210,240,240,180,25

M~D

IA

0,860,800,750,760,780,770,770,720,670,670,690,810,75

Fonte:C

omissão

Estadual

dePlanejam

entoA

grfcola(C

EPA

-CE)

'Valores

corrigidospara

dezembro/89

(US$

=N

Cz$

9,334).

C')

'<t

.j:>

..j:

>.

TA

BE

LA1

8·C

otaç

ãoIn

tern

acio

nal

daam

êndo

ade

cast

anha

deca

ju(A

CC

)em

US$

lkg,

nope

rrod

o19

79/8

9.

Ano

M~S

JAN

FEV

MA

RA

BR

MA

lJU

NJU

LA

GO

SET

OU

TN

OV

DE

ZM

éDIA

1979

3,74

3,74

3,80

3,81

3,92

4,05

4,22

4,40

4,42

4,64

4,70

4,86

4,19

1980

5,37

5,74

5,52

5,63

5,92

6,03

6,07

6,16

6,23

6,30

6,38

6,42

5,98

1981

6,67

6,95

7,17

7,02

7,26

7,24

7,15

6,90

6,70

6,40

6,93

6,93

6,94

1982

6,68

6,27

6,12

5,13

4,86

4,82

5,30

5,34

5,00

4,93

4,44

4,02

5,24

1983

3,63

3,54

3,56

3,61

4,14

4,11

4,25

4,58

4,38

5,00

5,85

5,61

4,35

1984

5,79

5,30

5,81

5,72

5,72

5,56

5,21

4,97

4,75

4,47

4,33

4,75

5,20

1985

4,64

4,09

3,98

4,27

4,75

5,21

5,39

5,54

6,12

6,25

6,78

7,06

5,34

1986

6,97

6,56

6,51

6,69

6,71

6,67

6,80

7,00

7,28

7,15

7,45

7,50

6,94

1987

7,13

7,08

6,67

7,08

7,50

7,37

7,13

7,08

6,93

6,84

6,60

6,67

7,01

1988

6,78

6,62

6,80

7,06

7,04

6,62

6,05

6,40

6,45

6,18

6,14

5,90

6,50

1989

5,85

5,76

5,74

5,59

5,50

5,32

5,06

5,17

4,95

4,88

4,93

4,93

5,31

M~D

IA5,

755,

605,

615,

605,

765,

735,

695,

785,

755,

735,

875,

885,

73

Font

e:C

enso

Agr

opec

uârl

oFI

BG

E,1

980.

de uma eficieme política de garantia de preços, será possível evitar as osci~

iações indesejáveis nos preços da castanha. A exemplo do que acontece

com outros produtos de exportação como o suco de laranja, que dispõe de

rr18canismo de atrelar o preço da matéria-prima às cotações de suco no

mercado externo, para o caso da castanha de caju pOderia ser usado meca­

nisrno semelhante, com o Intuito de, procurar solucionar o impasse e evitar

um possível colapso na oferta de matéria-prima para a agroindústria do caju.

Tecnoiogia

As diretrizes norteadoras da recuperação da cajucultura devem estar,apoiadas na geração e adaptação de tecnologias direcionadas principalmen-

te para o meir1oramento genético, propagação vegetativa, sistemas de ma­

nejo e controle titossanitário. Ao Sistema Cooperativo de Pesquisa Agrope­

cuária, através da coordenação do Centro Nacional de Pesquisa de Caju,

caberá, além desse relevante papel, prestar serviços de consultoria, fomecer

material propagaUvo básico e apoiar a instalação de jardins clonais, ao nfvel

ele associações, cooperativas e iniciativa privada, com o intuito de dar supor­

te às ações que visem recuperar e/ou expandir a cajucultura.

A pesquisa voltada para o aproveitamento e melhoria dos produtos do

caJu constitui também segmento capaz de provocar mudanças positivas no

nível de renda dos produtores, As instituições da área de tecnologia agroin­

dustrial, sensíveis ao desenvolvimento de produtos e processos, em peque­

na escala, devem desenvolver projetos de pesquisa direcionados, principal­

mente, para as micro e pequena empresas que se instalem nas zonas de

produção da matéria-prima,

Às instituições de ciência e tecnologia cabe, também, estabe-Iecer um

amplo programa de treinamento e capacitação de mão-de-obra de nível mé­

dio, para atender à demanda de viveiristas, enxertadores e técnicos agrícola

e industrial.

Uma das formas mais eficientes de repasse de tecnologias é a instalação

45

+>

­Q

)

"U

S$/

Kg

..1,

50

1,00

0,50

1977

1978

1979

1980

1981

1982

1983

AN

O

1984

1985

1986

1987

1988

1989

Fig

ura

3-

Pre

çom

édio

men

sal

deca

stan

hade

caju

aonf

veld

opr

odut

or.

----

----

-~--

----

----

----

----

_.;::

::::.

==

==

==

==

==

==

::::..

Font

e:C

EPA

lCE

AM

ÊN

DO

A

US

$/Kg

PR

OC

AS

TA

NH

A

PR

OA

ND

OA

CA

ST

AN

HA

..U

S!'K

g

1,50

","

1,00i

I"

/"

I"

0,50

,,,",;

,""

"/

,r---',

//"-

"/""-..."í1\

""

".-

...""

'-/

"--.../

•....."

6,00

5,00

4,00

3,00

2,00

r-­'<

;j-

1,00

1977

1978,

1979

1980

1981

1982

1983

1984

AN

O

1985

1986

1987

1988

1989

Figura

4-

Variação

anualdos

preçosde

castanhae

AC

C_________

.-=

o=_c:::::::_-::.:::

·~_:c::::::_:::=.;:::::::::--=

::.-=_=

=_=

._::::_==

==

==

==

==

==

==

==

==

':

Fonte:

CE

PA

/CE

de Unidades Demonstrativas, através de equipes dedicadas especialmente

à cajucultura das Empresas Estaduais de Assistência Técnica e Extensão

Rural. Como estratégia complementar para estimular os produtores a adota­

rem novas tecnologias, há necessidade de implantação de um ambicioso

programa de difusão, que contemple realização de dias de campo, demons­

tração de técnicas pela televisão e divulgação de inovações tecnológicas

em feiras, seminários, cursos práticos e através de material didático. A es­

sas Empresas, juntamente com instituições congêneres, cabe estimular a

organização de associações ou cooperativas de produtores de caju, cujo in­

teresse seja a comercialização elou aproveitamento industrial da castanha,

pedúnculo e outros produtos, como, por exemplo, a resina.

CONCLUSÕES E SUGESTÕES

o atual panorama da cajucultura somente poderá ser revertido, a partir de

profundas mudanças na tecnologia de produção e estrutura de mercado.

Os resultados conseguidos pela pesquisa asseguram novos horizontes

para a cajucultura, considerando-se a obtenção de danes de alta produção e

as promissoras conquistas nas áreas de propagação vegetativa e sistemas

de produção alternativos. Os sistemas propostos permitem maiores produti­

vidades aos pomares e melhoria da qualidade da castanha e do pedúnculo,

tornando a cajucultura uma atividade economicamente viável. Além da ge­

ração e adaptação de tecnologias, a pesquisa deve fortalecer a capacitação

de recursos humanos e apoiar ações que tornem o setor mais eficiente e

competitivo. O estabelecimento de linhas de crédito a fundo perdido ou al­

tamente subsidiadas constitui mecanismo capaz de dar suporte e assegurar

continuidade aos projetos de pesquisa, de interesse dessa agroindústria.

Aos serviços de assistência técnica e extensão rural compete fazer che­

gar, ao usuário, a tecnologia desenvolvida pela pesquisa, através de moder­

nos processos de difusão. As alternativas de manejo propostas devem me­

recer divulgação especial, nos diversos meios de comunicação.

48

Aos produtores de caju caberá apoiar e participar das iniciativas da pes­

quisa e extensão, cedendo áreas e alocando recursos para o desenvolvi­

mento de programas de interesse do setor. Os produtores e as associações

devem se engajar na produção de mudas certificadas de clones de cajuei­

ros-anão-precoce e comum de porte médio, com a orientação e acompa­

nhamento da pesquisa e das comissões estaduais de sementes e mudas.

As associações, cooperativas e sindicatos devem ser incentivados, pois

constituem órgãos de classe legítimos e os mais indicados para interferir em

defesa da cajucultura. Essas instituições podem, também, desempenhar re­

levante papel como indutoras da instalação de agroindústrias associativas,

nas áreas de produção de matéria-prima, cujo objetivo seja o aproveitamen­

to integral dos produtos de caju.

É fato inconteste que somente com aumento da produtividade e com

uma política de garantia de preços da castanha compatíveis com os custos

de produção, é possível dar maior segurança ao produtor e motivá-Io a in­

vestir na cajucultura. Um mecanismo capaz de evitar as indesejáveis flutua­

ções ao nível de produtor é estabelecer uma relação proporcional entre os

preços da castanha e as cotações da ACC praticadas no mercado externo.

Há necessidade de estabelecer uma política de crédito especiai que es­

timule a modernização dos atuais sistemas de produção no uso dE< tecnolo­

gias agrícolas avançadas e de estrutura agroindustrial e mercantil condizen­

tes com o caráter perene da cultura. Como existem diversas linhas do Fun­

do Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) que contemplam

segmentos da agricultura e indústria com juros, encargos e prazos de carên­

cia diferenciados, cabe aos setores público e privado, identificados com a

atividade, desenvolver esforços junto às instituições financeiras, visando es­

tabelecer uma política de crédito realista que incentive e favoreça o uso de

tecnologias inovadoras na agroindústria do caju"A criação de um fundo de apoio à recuperação da cajucultura, constituído

através de recursos provenientes do ICMS da castanha e das e1<:portações

da amêndoa e LCC, cujo objetivo seria fortalecer a pesquisa, extensão, pro­

dução e comercialização, constitui uma iniciativa de grande alcance para a

mudança do atual perfil da cajucultura nordestina.49

BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, J.P.P. & RODRIGUES, S.C. Sistema de seleção de sementes decajueiro para o plantio: fator de produtividade.Fortaleza,EMBRAPA. CNPCa.1989••••p. (EMBRAPA. CNPCa. Caju Informativo,1).

BANCO DO BRASIL. CACEX. Exportação de amêndoa de castanha de caju ­Brasil. 1989. Fortaleza, 1990.n.p.

EMPRESA BRASilEIRA DE PESQUISA AGROPECUÂRIA. Centro Nacional dePesquisa de Caju. Programa Nacional de Pesquisa de Caju. Fortaleza.EMBRAPA. CNPCa., 1989.73p. (Mimeografado).

EDIBlE nut market reportolondon, Gill & Duffus.

FRANÇA, F.M.C. Produção comercialização e mercado. In: LIMA, V.P.M.S. Culturado cajueiro no Nordeste do Brasil. Fortaleza, Banco do Nordeste do Brasil.ETENE, 1988.p. 403-452. (BNB-Estudos Econômicos e Sociais, 35).

FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASilEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATíSTICA. CensoAgropecuário - Piaur. In: Recenseamento geral do Brasil. 1980. Rio de Ja­neiro, 1983.V.2.

FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASilEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATíSTICA. CensoAgropecuário - Ceará. In: Recenseamento geral do Brasil. 1980. Rio de Ja­neiro, 1983.V.2.

FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASilEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATíSTICA. CensoAgropecuário - Rio Grande do Norte. In: Recenseamento geral do Brasil.1980. Rio de Janeiro, 1983.V.2.

PARENTE, J.I.G. Benetrcios econômicos sociais e ecológicos proporciona­dos pelo reflorestamento no Brasil (cajueiro). Olinda. 1986. 18p. (Mimeo­grafado).

PARENTE, J.I.G.: PAUlA PESSOA, P.F.A. de & NAMECATA, Y. Programa de re­

cuperação 00 cultura 00 cajueiro no Ceará. Fortaleza, EMBRAPA. CNPCa,1989.36p. (Mimeografado).

PAUlA PESSOA, P.F.A. de & PARENTE, J.I.G. Evolução e perspectivas para acajucultura nordestina. Fortaleza, EMBRAPA. CNPCa, 1990. 7p. (Mimeogra­fado).

PIMENTEl, C.R.M. Aspectos da distribuição e produção do caju no estadodo Ceará. Fortaleza, EMBRAPA. CNPCa, 1988.12p. (EMBRAPA. CNPCa, Do­cumentos, 01).

50

CO

MP

OS

TO

EIM

PR

ES

SO

NA

GR

ÁF

ICA

TR

IBU

NA

DO

CE

AR

ÁL

TO

A.

AV

.A

GU

AN

AM

BI,

124·

FO

NE

:24

7.30

66F

OR

TA

LEZ

A-G

E