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DIRETRIZES LEGAIS PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS ARQUITETÔNICOS E ORÇAMENTOS PARA OBRAS DE EDIFÍCIOS PÚBLICOS MPF Ministério Público Federal

Diretrizes Legais Para Elaboracao de Projetos Arquitetonicos

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diretrizes para elaboração de projetos arquitetonicos

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DIRETRIZES LEGAIS PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

ARQUITETÔNICOS E ORÇAMENTOS PARA OBRAS DE EDIFÍCIOS PÚBLICOS

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INTRODUÇÃO• EFICÁCIA: aptidão do comportamento administrativo para

alcançar os resultados pretendidos (relação de causa e efeito).

• ECONOMICIDADE: adequado aproveitamento (otimização, racionalização, maximização) dos recursos e meios disponíveis em função dos fins pretendidos. Contrapõe-se ao desperdício.

• EFICIÊNCIA: exigência de boa administração, de boa gestão da coisa pública; todo agente público deve realizar as suas atribuições com presteza, precisão, perfeição e rendimento funcional; não basta ao administrador atuar de forma legal e neutra, é fundamental que atue com eficiência, com rendimento, maximizando recursos e produzindo resultados satisfatórios. Foco no melhor resultado possível, segundo o princípio da proporcionalidade.

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INTRODUÇÃOEFICÁCIA, ECONOMICIDADE e EFICIÊNCIA são imposições constitucionais vinculantes para o administrador público, que sujeitam os responsáveis a sanções jurídicas.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, publicidade e EFICIÊNCIA e, também, ao seguinte:... § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.Art. 70 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, ECONOMICIDADE, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à EFICÁCIA e EFICIÊNCIA, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquerirregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

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A melhor forma de concretizar esses princípios é com:

PLANEJAMENTO = DECIDIR POR ANTECIPAÇÃO Implementar no setor público a cultura do planejamento em substituição à cultura vigente de adiamento de decisões e precipitação na execução de obras condicionada ao calendário eleitoral ou disponibilização de recursos. Não se sai executando uma obra pública, sem saber antecipadamente o que se vai fazer (escolha da melhor alternativa para alcançar os fins propostos), em quanto tempo e a que custo (otimização dos meios e recursos disponíveis). MPF

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INTRODUÇÃO

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Fiscalizar a correta aplicação dos recursos públicos faz parte do cotidiano de analistas e auditores de órgãos de controle, membros do ministério público, policiais, entre outros agentes do Estado. No entanto, a burocracia para se recuperar o dinheiro mal gasto ou desviado é grande e a eficiência na recomposição do erário é muito baixa.

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INTRODUÇÃO

Assim, a adequada elaboração dos Projetos Arquitetônicos e Orçamentos que servem de base para a licitação e posterior execução das obras públicas é fator absolutamente fundamental para assegurar a correta aplicação dos recursos públicos.

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DEPENDE DE VOCÊ:trate a coisa pública com o mesmo interesse, dedicação e atenção que você dispensa aos seus negócios particulares.

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INTRODUÇÃO

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PROJETAR é realizar virtualmente (conceber, criar, definir, especificar, detalhar, quantificar) antes o que será materializado (construído) depois.

O tempo despendido na discussão e aperfeiçoamento dos projetos irá refletir-se na economia de prazos, de adaptações e de aditivos na construção da obra MPF

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PROJETOS ARQUITETÔNICOS

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Os projetos devem atender diversas normas: • ABNT (NBRs 13531, 13532 e 9050) e INMETRO;• Manual de Obras: Práticas de Projeto, Construção e

Manutenção de Edifícios Públicos Federais, da SEA/MPOG; • Concessionárias de serviços públicos (CEMIG, DMAE);• Corpo de Bombeiros;• Órgãos municipais (Secretaria de Planejamento Urbano);• Órgãos do sistema CREA-CONFEA e CAU.• Quando necessário, entidades de proteção do patrimônio

cultural (IPHAN, Secretarias de Cultura), sanitária (Vigilância Sanitária), do meio ambiente (IBAMA, FEAM, etc), de trânsito (SETTRAN), do espaço aéreo, limpeza e outros...

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PROJETOS ARQUITETÔNICOS

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ATENÇÃO:

A falta de aprovação prévia dos projetos e realização de vistorias dos órgãos públicos

competentes para a emissão do “Habite-se” configura irregularidade (TCU) e pode ensejar a

necessidade de alterações e atrasos, sujeitando o gestor público responsável a sanções

(ACP n. 3713-35.2012.4.01.3803)

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PROJETOS ARQUITETÔNICOS

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Os projetos serão elaborados em 3 FASES: anteprojeto, projeto básico e projeto executivo, os quais devem guardar sintonia entre si, ter consistência material e observar as informações das etapas anteriores:

(1) Levantamento de dados: conhecimento aprofundado das condições físicas, ambientais e socioculturais do ambiente;(2) Programa de necessidades: descrição das necessidades e expectativas dos usuários, indicando a finalidade da obra, dimensões, padrão de acabamento pretendido, equipamentos e mobiliários, etc.(3) Estudos de viabilidade: exame de alternativas para a concepção da edificação. Visa eleger o empreendimento que melhor responda ao programa de necessidades. Durante esta etapa, deve ser promovida a avaliação expedita do custo de cada possível alternativa e examinado o custo-benefício da obra, de acordo com as necessidades da população.

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PROJETOS ARQUITETÔNICOS

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PROJETOS ARQUITETÔNICOSProjeto Elementos Tipo Precisão Margem

de erro

ANTEPROJETO Área construída Padrão de acabamento Custo unitário básico

Avaliação Baixa 30%

PROJETO BÁSICO

Plantas principais Especificações básicas Preços de referência

Orçamento sintético

Média 10 a 15%

PROJETO EXECUTIVO

Plantas detalhadas Especificações

completas Preços negociados

Orçamento analítico

Alta 5%

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PROJETO BÁSICO: é o projeto mais importante na obra pública. Artigo 6º, inciso IX da Lei 8666/93: “Conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado para caracterizar a obra, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos construtivos e do prazo de execução, incluindo: (...)b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação;c) identificação dos tipos de serviços e de materiais e equipamentos, bem como suas especificações, que assegurem os melhores resultados, sem frustrar o caráter competitivo; (...)f) orçamento detalhado do custo global da obra;” .

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PROJETOS ARQUITETÔNICOS

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O PROJETO BÁSICO também deve observar os requisitos descritos no art. 12 da Lei n. 8.666/93: I - segurança; II - funcionalidade e adequação ao interesse público; III - economia na execução, conservação e operação; IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias primas existentes no local para execução, conservação e operação;V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço; VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas; VII - impacto ambiental.

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PROJETOS ARQUITETÔNICOS

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Em seu Acórdão n. 1.644/07, o Tribunal de Contas da União definiu que o MEMORIAL DESCRITIVO e

as ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS são peças indispensáveis para o acompanhamento da obra,

dos materiais e equipamentos que lhe serão incorporados e para a identificação dos tipos de serviços a serem executados, devendo, portanto,

também compor o projeto básico.

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PROJETOS ARQUITETÔNICOS

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A inconsistência ou inexistência dos elementos que devem compor o projeto básico poderá ocasionar problemas futuros de significativa magnitude, tais como:• falta de efetividade ou alta relação custo/benefício do

empreendimento, devido à inexistência de estudo de viabilidade adequado;

• alterações de especificações técnicas, em razão da falta de estudos completos e adequados;

• utilização de materiais inadequados, por deficiências das especificações;

• alterações contratuais em função da insuficiência ou inadequação das plantas e especificações técnicas, envolvendo negociação e incremento de preços.

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PROJETOS ARQUITETÔNICOS

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“É bom lembrar que, nos exatos termos do art. 7º, § 6º, da Lei 8.666/1993, são nulos de pleno direito os atos e

contratos derivados de licitações baseadas em projeto incompleto, defeituoso ou obsoleto, devendo tal fato ensejar não a alteração do contrato visando à

correção das imperfeições, mas sua anulação para realização de nova licitação, bem como a

responsabilização do gestor faltoso.”

(Acórdão nº 353/2007 do TCU. Relator: Ministro Augusto Nardes)

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DIRETRIZES GERAIS DE PROJETO:1. Realizar adequado dimensionamento e setorização da

edificação, a partir do Programa de Necessidades.2. Adotar soluções que ofereçam economia e facilidade

de execução, operação e manutenção (relação mais adequada entre custos e benefícios, considerando os sistemas construtivos, a durabilidade e resistência dos materiais e o padrão desejado);

3. Adotar soluções que ofereçam segurança e conforto ambiental (insolação, ventilação, luminosidade, higiene, ergonomia e acústica) a funcionários e usuários; MPF

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DIRETRIZES GERAIS DE PROJETO: 4. Adotar, sempre que possível, padronização, evitando

“reinventar a roda” Segundo o artigo 11 da Lei nº 8.666/1993, “as obras e serviços destinados aos mesmos fins devem seguir projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando esses projetos-padrão não atenderem às condições peculiares do local ou às exigências específicas do empreendimento”O Governo Federal possui normas relativas a construções do tipo hospital, penitenciária e escola, as quais podem ser usadas como parâmetros em sua execução. MPF

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DIRETRIZES GERAIS DE PROJETO:5. Examinar a viabilidade técnico-econômica da adoção

estratégias de sustentabilidade ambiental aplicada às edificações (aproveitamento de água de chuvas, reuso de águas cinzas, tratamento local de águas negras, paisagismo produtivo com utilização de espécies nativas, uso de fontes alternativas de energia, coleta seletiva de lixo, etc);

6. Considerar as possibilidades de ampliação ou adaptação, para evitar obsolescência diante do caráter dinâmico da Universidade (ex: modulação da estrutura, uso de paredes não estruturais, uso de shafts e andares técnicos, utilização de pátios e jardins internos como reserva de espaço);

7. Assegurar a compatibilidade plena dos diversos Projetos; MPF

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DIRETRIZES DE ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS:1. As especificações técnicas devem abranger todos os

materiais, equipamentos e serviços previstos no projeto;2. De preferência, devem ater-se aos materiais,

equipamentos e serviços pertinentes ao mercado local;3. Buscar equilibrar economia e desempenho técnico,

considerando custos de fornecimento e de manutenção e a vida útil do componente da edificação.

4. As especificações técnicas não poderão reproduzir catálogos de um determinado fornecedor ou fabricante, a fim de permitir alternativas de fornecimento. MPF

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DIRETRIZES DE ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS:5. Definir as condições de aceitação de produto similar,

para não restringir a uma única marca aceitável. Se a referência de marca ou modelo for indispensável para a perfeita caracterização do componente da edificação, a especificação deverá indicar, no mínimo, 3 alternativas de aplicação e conterá obrigatoriamente a expressão “ou equivalente”, definindo com clareza e precisão as características e desempenho técnico requerido pelo projeto, de modo a permitir a verificação e comprovação da equivalência com outros modelos e fabricantes

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PROJETOS ARQUITETÔNICOS

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“9.4. determinar à [...] que: [...] 9.4.11. observe o Acórdão nº 1.292/2003-TCU-Plenário, limitando a indicação de marca

aos casos em que justificativas técnicas, devidamente fundamentadas e formalizadas, demonstrem que a

alternativa adotada é a mais vantajosa e a única que atende às necessidades da Administração, ressalvando que a

indicação de marca é permitida como parâmetro de qualidade para facilitar a descrição do objeto a ser licitado, desde que seguida por expressões do tipo: “ou equivalente”,

“ou similar”, “ou de melhor qualidade”;

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PROJETOS ARQUITETÔNICOS

(TCU, Acórdão nº 644/2007-Plenário. Relator: Min. Raimundo Carreiro. Brasília, 18 abr. 2007)

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DIRETRIZES DE ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS:6. As especificações técnicas serão elaboradas com base

nas Práticas de Projeto, Construção e Manutenção de Edifícios Públicos Federais. Se forem previstos no projeto técnicas ou componentes não constantes das Práticas, a especificação deverá ser acompanhada das disposições pertinentes, segundo os padrões das Práticas.

7. As especificações técnicas de soluções inéditas deverão se apoiar em justificativa e comprovação do desempenho requerido pelo projeto, através de testes, ensaios ou experiências bem sucedidas.

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REFERÊNCIAS: • MANUAL DE OBRAS PÚBLICAS – EDIFICAÇÕS: Práticas de Projeto,

Construção e Manutenção de Edifícios Públicos Federais – da Secretaria de Estado da Administração e Patrimônio (SEAP), anexo à Portaria n. 2296, de 23 de julho de 1997, disponível em www.comprasnet.gov.br/publicacoes/manual.htm.

• GUIA DE PROJETOS E OBRAS DA JUSTIÇA FEDERAL – Conselho da Justiça Federal, outubro 2009, Comitê Técnico de Obras da Justiça Federal

• OBRAS PÚBLICAS - Recomendações Básicas para a Contratação e Fiscalização de Obras de Edificações Públicas - 3ª edição [detalhes] – 11-07-2013, TCU, disponível em http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2054324.PDF)

• ABNT, NBRs 13531, 13532 e 9050 MPFMinistério Público Federal

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O orçamento-base de uma licitação é a principal referência para a análise das propostas dos participantes da licitação:Na elaboração do orçamento, é preciso:• conhecer os serviços e materiais necessários para a

exata execução da obra, que constam dos projetos, memoriais descritivos e especificações técnicas;

• levantar com precisão os quantitativos desses serviços e materiais;

• calcular o custo unitário dos serviços e materiais;• calcular o custo direto da obra;• estimar os custos indiretos e o lucro da

construtora (BDI). MPFMinistério Público Federal

ORÇAMENTO

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CUSTO DIRETO DA OBRA: O custo direto total da obra é obtido pelo somatório do produto “quantitativo x custo unitário” de cada um dos serviços necessários para a execução do empreendimento. Para se calcular o custo unitário de um serviço, é preciso conhecer sua composição analítica (os insumos necessários para a realização desse serviço e os coeficientes de consumo de materiais, de produtividade da mão-de-obra e consumo horário dos equipamentos utilizados na sua execução). MPF

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ORÇAMENTO

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CUSTO DIRETO DA OBRA: Na orçamentação de obra pública, as composições dos custos unitários devem ser obtidas a partir de sistemas de referência de preços ou em publicações técnicas. Desde 2002, para obras executadas com recursos federais, a LDO prevê a utilização das tabelas do SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (mediana) e do SICRO – Sistema de Custos de Obras Rodoviárias. Na falta de informações nas tabelas oficiais, admite-se cotações de preço no mercado local (TCU, Acórdão nº 644/2007). MPF

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ORÇAMENTO

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CUSTO DIRETO DA OBRA: encargos sociaisEntre os custos de mão de obra devem ser incluídos os encargos sociais, que serão calculados em função das especificidades do local de execução dos serviços. Recomenda-se aplicar encargos sociais plenos de 155,8%, ou outro percentual justificado, sobre os preços unitários de mão-de-obra; quando isso não for possível, incluir a estimativa de custo de encargos complementares no BDI.

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ORÇAMENTO

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CUSTO DIRETO DA OBRA: EFEITO COTAÇÃO

Exemplo: Preço do metro de tubo de PVC de ½”R$4,50 - R$4,70 – R$4,85 – R$4,90 – R$5,00

Por qual preço você compraria?Cotação x Mercado

Sugestão: Menor Preço Exequível- pelo menos o 1º quartil -

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ORÇAMENTO

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CUSTO DIRETO DA OBRA:

EFEITO COTAÇÃO é o resultado do procedimento rotineiro de pesquisa de preços, por meio do qual o comprador realiza cotações e escolhe o estabelecimento que apresentou o menor preço; diferença entre a mediana de preços e o menor preço pesquisado.

Pode ser aplicado gerando o orçamento com base no 1º quartil do SINAPI, nos serviços aplicáveis; quando não for possível, pode-se aplicar o percentual de 5% para o efeito cotação na planilha orientativa.

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CUSTO DIRETO DA OBRA: EFEITO BARGANHA

A quantidade de um produto influencia o seu valor unitário?Comparação:

Uma (1) barra de aço x 1000 barras de aço

O preço unitário do metro de tubo deve ser igual emuma obra de reforma de apartamento e na construção

de um centro administrativo?VAREJO X ATACADO

(ECONOMIA DE ESCALA) MPFMinistério Público Federal

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CUSTO DIRETO DA OBRA:

EFEITO BARGANHA: resultado da negociação de grande quantidade, o que provoca redução do preço unitário do material a ser comprado (ganho de escala)

Pode ser aplicado mediante correções nos preços dos principais materiais com base em pesquisa concreta do mercado ou, simplificadamente, mediante desconto geral de 10% sobre o custo direto previamente ajustado com aplicação do efeito cotação. (TCU, Acórdãos 98/2011, 56/2013).

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CUSTO DIRETO DA OBRA:

EFEITOS COTAÇÃO E BARGANHAPara obras de edificação com custo direto inferior a R$10.000.000,00 (e para obras de infraestrutura com custo direto inferior a R$4.000.000,00), ajustar o valor total do custo direto pelo efeito cotação e, no caso de obras com custo direto superiores, ajustar seu custo

direto pelos efeitos cotação e barganha.(Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal)

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BDI (Benefícios e despesas indiretas)Contempla o lucro da construtora e seus custos indiretos (garantia, risco e seguros, despesas financeiras, administração central e tributos). O BDI é um percentual que, aplicado sobre o custo da obra, eleva-o ao preço final dos serviços. Atualmente, não há referenciais oficiais: a taxa deve ser definida para cada caso específico, dado que seus componentes variam em função do local, tipo de obra e sua própria composição, devendo o demonstrativo da composição analítica da taxa de BDI constar da documentação do processo licitatório. MPF

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BDI (Benefícios e despesas indiretas)Proposta do INC-PF: a taxa de BDI referencial deve ser definida com base no PORTE e LOCALIZAÇÃO da obra, de modo que haverá BDI maiores para obras menores e mais distantes de centro urbano com meios de produção disponíveis (TCU, Acórdão nº 2369/2011) Planilha orientativa disponível em http://ccr5.pgr.mpf.gov.br/documentos-e-publicacoes/docsaudiencia-publica/audiencia-publica-obras-publicas) MPF

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Mobilização/desmobilização e administração local/central: custo direto ou BDI?

Arena Pantanal (MT) Estádio Nacional (DF)

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Por que uma obra usa uma grua e a outra precisa de 12?

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Mobilização/desmobilização e administração local/central: custo direto ou BDI?

Alternativas de resposta:a) Prazo da obrab) Plano de ataque da obrac) Disponibilidade de equipamentos para a obrad) Fluxo de caixa da obrae) A administração local de um dos contrato tem teto percentual e o outro não.

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Mobilização/desmobilização e administração local/central: custo direto ou BDI?

CONCLUSÃO:Custos com mobilização/desmobilização e administração local/central devem ser incluídos preferencialmente no BDI. No caso de inclusão dessas despesas na planilha de custos diretos, observar o teto do modelo proposto e incluir o valor obtido no custo direto que posteriormente será a base de cálculo do BDI final.

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Mobilização/desmobilização e administração local/central: custo direto ou BDI?

TCU, Acórdão 2369/2011: “9.5 o pagamento do item administração local deve ser feito na proporção em que os serviços são executados, de tal forma que somente quando a obra estiver concluída ocorrerá o pagamento de 100% do referido item; com isso, a tendência é que a contratada procure seguir à risca o cronograma físico-financeiro previsto, pois, caso contrário, não será beneficiada com aditivos por prorrogação de prazo em decorrência de atrasos pelos quais seja responsável;9.6. os gastos com instalação de canteiro e acampamento devem ser pagos na proporção da execução física dos serviços, conforme cronograma de desembolso;9.7. quanto ao item mobilização e desmobilização, o pagamento deve estar associado à efetiva incidência desse tipo de gasto, ou seja, conforme o conjunto de equipamentos for sendo disponibilizado e a mão-de-obra for sendo empregada, segundo o cronograma de desembolso da obra, com critérios de medição adequadamente definidos, objetivando que se elimine a possibilidade de antecipação de pagamentos;” MPF

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ATENÇÃO:

Em regra, a adoção de preços unitários superiores aos obtidos no SINAPI e SICRO ou de taxa de BDI

referencial teto configura SOBREPREÇO.Casos excepcionais devem ser justificados, mediante relatório técnico circunstanciado,

elaborado por profissional habilitado e aprovado pela autoridade competente.

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Súmulas do TCU:• Súmula Nº 254/2010: O IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica -

e a CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - não se consubstanciam em despesa indireta passível de inclusão na taxa de Bonificações e Despesas Indiretas ' BDI do orçamento-base da licitação, haja vista a natureza direta e personalística desses tributos, que oneram pessoalmente o contratado.

• Súmula Nº 258/2010: As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da expressão ‘verba’ ou de unidades genéricas.

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Súmulas do TCU:• Súmula Nº 260/2010: É dever do gestor exigir apresentação de

Anotação de Responsabilidade Técnica – ART referente a projeto, execução, supervisão e fiscalização de obras e serviços de engenharia, com indicação do responsável pela elaboração de plantas, orçamento-base, especificações técnicas, composições de custos unitários, cronograma físico-financeiro e outras peças técnicas.

• Súmula Nº 261/2010: Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária a elaboração de projeto básico adequado e atualizado, assim considerado aquele aprovado com todos os elementos descritos no art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, constituindo prática ilegal a revisão de projeto básico ou a elaboração de projeto executivo que transfigurem o objeto originalmente contratado em outro de natureza e propósito diversos. MPF

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Referências:• Lima (2010), Comparação de custos referenciais do DNIT e licitações bem

sucedidas (http://www.ibraop.org.br/site/media/sinaop/13_sinaop/artigos/ comparacao_custos_referenciais_dnit_e_licitacoes_bem_sucedidas.pdf);

• Maciel et al (2010), Efeito Barganha e Cotação: fenômenos que permitem a ocorrência de superfaturamento com preços inferiores às referências oficiais.(http://www.ibraop.org.br/site/media/sinaop/13_sinaop/artigos/efeito_barganha_e_cotacao_feniomem=nos_que_permitem_ocorrencia_superfaturamento_com_precos_inferiores_as_referencias_oficiais.pdf);

• Lopes (2010), BDI referencial com base no porte e localização da obra (http://www.ibraop.org.br/site/media/sinaop/13_sinaop/artigos/bdi_referencial_com_base_no_porte_e_localizacao_da_obra.pdf).

• Lopes et al (2011), Novos modelos de orçamento de obras públicas, Audiência Pública sobre Novos Modelos de Orçamento de Obras Públicas - Procuradoria-Geral da República - Brasília, 28/03/2011.

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