152
Fernando Ferreira Abade DIRETRIZES PARA APROVAÇÃO DE PROJETOS – LONDRINA - PR Londrina 2014

Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Com o crescimento acelerado das cidades, a demanda de projetos a serem desenvolvidos pelosprofissionais da construção civil também aumenta, gerando a necessidade de maior precisão paraeliminar erros nas fases iniciais do projeto, otimizando o tempo gasto. O objetivo deste trabalho éoferecer ao leitor condições de identificar a legislação pertinente no campo de atividades de projetoarquitetônico, possuindo como estudo de caso a legislação da cidade de Londrina – PR. Com a coletade informações referentes ao assunto, desenvolveu-se um processo de análise de projetos entre osanos de 2012 a 2014, possibilitando reproduzir e sintetizar o conhecimento com base na coleta dedados. Com a identificação dos principais problemas de projeto, elaborou-se uma pesquisa naliteratura pertinente com o objetivo de padronizar soluções, constituindo de forma compilada osprincipais temas obrigatoriamente a serem abordados de acordo com o tipo da edificação,estimulando o pensamento sustentável e acessível aos futuros usuários das edificações. Estetrabalho também contempla soluções relativas à representação gráfica do projeto, indicando itens queagreguem valor técnico ao trabalho a serem desenvolvidos pelos profissionais. Obteve-se comoresultados preliminares do levantamento realizado com a amostragem, valores que indicam que osprincipais problemas de projetos estão relacionados a representação topográfica do terreno (curvasde níveis e perfil natural do terreno), definição do esgotamento sanitário adotado, contabilização deáreas e indicação de piso tátil na calçada. O estudo referente à este trabalho possibilitou aidentificação dos principais itens de projeto e condicionou-se tecnicamente o leitor aodesenvolvimento de projetos de maior qualidade.

Citation preview

Page 1: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

Fernando Ferreira Abade

DIRETRIZES PARA APROVAÇÃO DE PROJETOS – LONDRINA - PR

Londrina 2014

Page 2: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

1

Fernando Ferreira Abade

DIRETRIZES PARA APROVAÇÃO DE PROJETOS – LONDRINA - PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, pelo Centro Universitário Filadélfia –Unifil.

Orientadora: Prof.ª Ms. Adriana Macedo Patriota Faganello

Londrina - PR 2014

Page 3: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

2

FERNANDO FERREIRA ABADE

DIRETRIZES PARA APROVAÇÃO DE PROJETOS –

LONDRINA - PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, pelo Centro Universitário

Filadélfia – Unifil.

COMISSÃO EXAMINADORA

_____________________________________ Prof.ª Ms. Adriana Macedo Patriota Faganello

Centro Universitário Filadélfia

_____________________________________ Prof. Dr. Paulo Adeildo Lopes

Centro Universitário Filadélfia

_____________________________________ Engenheiro Civil Edson Mitsuo Ogaki

Londrina, 10 de novembro de 2014.

Page 4: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

3

Dedico este trabalho a minha avó, (in memoriam) Leonina Tomázia de Paula, que com toda a sua simplicidade me ensinou a nobreza e a importância do trabalho.

Page 5: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

4

AGRADECIMENTOS

A minha mãe Neusa Aparecida Calsavara que não mediu esforços para que

eu concluísse o curso de graduação, sempre me incentivando e motivando a ir mais

longe.

A minha tia Eunice Ferreira Abade que sempre me apoiou e ofereceu

condições para que eu continuasse a jornada tanto nos estudos quanto

profissionalmente.

A minha tia Zilda Ferreira Abade que desde cedo condicionou meu espírito a

ser mais artístico e criativo.

Meu pai João Ferreira Abade que me auxiliou na coleta de dados para

composição deste trabalho.

A minha orientadora Adriana Patriota Faganello que muito gentilmente me

aceitou como seu orientando mesmo com todas as adversidades continuou a me

auxiliar no desenvolvimento deste trabalho.

Ao professor Paulo Adeildo Lopes, que forneceu material para o

desenvolvimento da revisão bibliográfica e arquivos digitais para consulta.

A Leia Aparecida Veiga, pela contribuição do conhecimento sociológico,

geográfico e dos padrões de trabalho técnico-científico.

A minha namorada Natanna Pandini que sempre esteve ao meu lado

tornando os dias mais felizes.

Às minhas colegas de faculdade e amigas pessoais Allana Dias Dallmann,

Eduarda Mercurio e Karina Moritz, as quais compartilharam comigo todas as

experiências da vida acadêmica de forma conjunta e empenhada para a graduação

em engenharia civil.

Às professoras Fernanda Stori e Wanessa Fazinga.

A todo o grupo de profissionais da Prefeitura Municipal de Londrina que de

alguma forma contribuíram direta ou indiretamente com este trabalho, em especial

Edson Mitsuo Ogaki.

Aos meus amigos pessoais João Paulo Nascimento Dias e Bianca Nunes

que desenvolvem trabalhos extra-acadêmicos comigo.

Page 6: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

5

“Porque Ele mandará aos Seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Na palma das mãos te levarão, para que não tropece em pedra alguma.”

Salmo 91, 11-12.

Page 7: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

6

ABADE, Fernando Ferreira. Diretrizes Para Aprovação De Projetos – Londrina –PR. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Centro Universitário Filadélfia, Londrina - PR, 2014.

RESUMO

Com o crescimento acelerado das cidades, a demanda de projetos a serem desenvolvidos pelos profissionais da construção civil também aumenta, gerando a necessidade de maior precisão para eliminar erros nas fases iniciais do projeto, otimizando o tempo gasto. O objetivo deste trabalho é oferecer ao leitor condições de identificar a legislação pertinente no campo de atividades de projeto arquitetônico, possuindo como estudo de caso a legislação da cidade de Londrina – PR. Com a coleta de informações referentes ao assunto, desenvolveu-se um processo de análise de projetos entre os anos de 2012 a 2014, possibilitando reproduzir e sintetizar o conhecimento com base na coleta de dados. Com a identificação dos principais problemas de projeto, elaborou-se uma pesquisa na literatura pertinente com o objetivo de padronizar soluções, constituindo de forma compilada os principais temas obrigatoriamente a serem abordados de acordo com o tipo da edificação, estimulando o pensamento sustentável e acessível aos futuros usuários das edificações. Este trabalho também contempla soluções relativas à representação gráfica do projeto, indicando itens que agreguem valor técnico ao trabalho a serem desenvolvidos pelos profissionais. Obteve-se como resultados preliminares do levantamento realizado com a amostragem, valores que indicam que os principais problemas de projetos estão relacionados a representação topográfica do terreno (curvas de níveis e perfil natural do terreno), definição do esgotamento sanitário adotado, contabilização de áreas e indicação de piso tátil na calçada. O estudo referente à este trabalho possibilitou a identificação dos principais itens de projeto e condicionou-se tecnicamente o leitor ao desenvolvimento de projetos de maior qualidade.

Palavras-chave: Projeto; aprovação; arquitetura; qualidade; construção civil.

Page 8: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

7

ABADE, Fernando Ferreira. Guidelines for projectapproval – Londrina – PR . Completion ofcoursework (graduate in Civil Engineering) – Filadélfia University Center, Londrina - PR, 2014.

ABSTRACT

With the rapid growth of cities, the demand for projects to be developed by construction professionals also increases , creating the need for higher accuracy to eliminate errors in the early stages of the project, optimizing the time spent. The objective of this work is to provide the reader can identify the relevant legislation in the field of architectural project activities, having as a case study legislation of Londrina - PR. With the collection of information on the topic, developed a method of analysis being the years 2012 and 2014 projects, enabling it to reproduce and synthesize knowledge -based data collection. With the identification of key design issues, prepared a survey of the relevant literature with the aim of standardizing solutions, constituting the compiled form the main issues must be addressed according to the type of building, encouraging sustainable and affordable thought to future users of the buildings. This work also includes solutions for the graphical representation of the project, indicating technical items that add value to the work to be carried out by professionals. Obtained as preliminary results of the survey conducted with the sample values that indicate that the main design problems are related to the topographic representation of the terrain (contour lines and natural profile of the land), definition of sanitation adopted, and accounting areas indication of tactile floor on the sidewalk. The study related to this work enabled the identification of key project items and conditioned technically the reader to develop projects of higher quality. Keywords: Design, approval, architecture, quality, civil construction

Page 9: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1– Características do empreendimento em vários setores industriais. .......... 28

Figura 2 – Espiral de projeto ..................................................................................... 29

Figura 3 – Equipes multidisciplinares do projeto simultâneo. .................................... 30

Figura 4 – O processo de projeto de edificações: da “caixa preta” à “caixa

transparente”. ......................................................................................... 30

Figura 5 – Custos referentes às mudanças ao longo de um projeto. ........................ 31

Figura 6 – Potencial de influência no custo do empreendimento. ............................. 32

Figura 7 – Possibilidade de interferência durante as fases do empreendimento. ..... 32

Figura 8 – Relação entre tempo de projeto e tempo de execução. ........................... 33

Figura 9 – Localização do município de Londrina-PR. .............................................. 43

Figura 10 – Topografia genérica do município de Londrina-PR. ............................... 44

Figura 11 – Presença de banheiros nas edificações município de Londrina-PR. ..... 45

Figura 12 – Evolução da Zona de Expansão Urbana de Londrina-PR. ..................... 46

Figura 13 – Evolução da Implantação dos Loteamentos em Londrina-PR. ............... 47

Figura 14 – Unidades privativas do condomínio. ....................................................... 51

Figura 15 – Exemplo de um loteamento com suas quadras e datas. ........................ 54

Figura 16 – Jurisdição dos ofícios da cidade de Londrina (esquerda) e detalhe na

zona central (direita). .............................................................................. 58

Page 10: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

9

Figura 17 – Transporte das linhas provenientes do arquitetônico. ............................ 59

Figura 18 – Cotas das divisas. .................................................................................. 59

Figura 19 – Indicação dos lotes vizinhos e quadra. ................................................... 60

Figura 20 – Indicação do lote subdividido. ................................................................ 60

Figura 21 – Indicação dos rumos e desenvolvimento de curva. ................................ 61

Figura 22 – Quadro de áreas. ................................................................................... 62

Figura 23 – Ponto de vista do narrador. .................................................................... 62

Figura 24 – Barreira física no alinhamento. ............................................................... 74

Figura 25 – Boxe para bacia sanitária - Transferência lateral - Exemplo. ................. 76

Figura 26 – Modelo de calçada. ................................................................................ 79

Figura 27 – Alturas e recuos considerados. .............................................................. 80

Figura 28 – Recuos de uma edificação. .................................................................... 83

Figura 29 – Configuração da cerca elétrica. .............................................................. 87

Figura 30 – Representação técnica da cota de nível em corte e planta. ................... 89

Figura 31 – Largura de corredores para trânsito veicular em estacionamentos. ..... 102

Figura 32 – Dimensões previstas para vagas PNE. ................................................ 103

Figura 33 – Dimensões das vagas de estacionamento. .......................................... 103

Figura 34 – Inclinações de rampas internas ao lote. ............................................... 104

Figura 35 – Limitadores construtivos de altura no município de Londrina-PR. ....... 105

Figura 36 – Cálculo de altura de edifícios sob o cone de aéreo de aproximação. .. 106

Page 11: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

10

Figura 37 – Situação. .............................................................................................. 110

Figura 38 – Representação técnica do esquema ideal de escada. ......................... 113

Figura 39 – Rebaixos de guia nas esquinas............................................................ 115

Figura 40 – Poço de luz padrão PML. ..................................................................... 116

Figura 41 – Rebaixos de guia em frente aos lotes. ................................................. 118

Figura 42 – Faixa inedificável em lotes frente a rodovias. ....................................... 119

Figura 43 – Perfil natural do terreno em corte e curvas de níveis em planta. ......... 120

Figura 44 – Plano ilustrativo de amostras coletadas em função de toda a

população. ............................................................................................ 124

Page 12: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Especificações dos erros analisados e suas respectivas

ocorrências (%). ................................................................................... 125

Tabela 2 – Quantitativos de alvarás e habite-ses ao longo dos anos. .................... 130

Tabela 3 – Quantitativos de alvarás expedidos ao longo dos anos. ........................ 132

Page 13: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

12

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Comparativo entre condomínios e loteamentos fechados. ..................... 55

Quadro 2 – Lotes mínimos resultantes de subdivisões. ............................................ 57

Quadro 3 - Zoneamento equivocado ......................................................................... 64

Quadro 4 - Dimensões dos ambientes. ..................................................................... 65

Quadro 5 – Recuos calculados. ................................................................................ 81

Quadro 6 – Tipos de edificações e órgãos pertinentes. ............................................ 84

Quadro 7 – Dimensionamento dos ambientes. ......................................................... 90

Quadro 8 – Dimensionamento de vagas de estacionamento. ................................... 99

Quadro 9 – Dimensionamento de vagas PNE. ........................................................ 101

Quadro 10 – Larguras de faixas de domínio em Londrina-PR. ............................... 108

Quadro 11 – Dimensionamento de diferença entre pavimentos.............................. 111

Quadro 12 – Dimensionamento de piso de escada pela fórmula de Blondel. ......... 112

Page 14: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

13

LISTA DE DIAGRAMAS

Diagrama 1 – Etapas da consulta prévia. .................................................................. 49

Diagrama 2 – Etapas da aprovação definitiva. .......................................................... 49

Diagrama 3 – Método de pesquisa utilizado............................................................ 122

Page 15: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

14

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Origem de patologias e mau funcionamento das edificações. ................ 34

Gráfico 2 – Incidência de erros. ............................................................................... 127

Gráfico 3 – Dispersão de erros da amostra. ............................................................ 128

Gráfico 4 – Quantitativos de alvarás e habite-ses ao longo dos anos. .................... 131

Gráfico 5 – Evolução da quantidade ao longo dos anos em Londrina-PR e

Florianópolis-SC. .................................................................................. 132

Gráfico 6 – Padrão das quantidades de aprovações ao longo dos meses. ............. 133

Page 16: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

15

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 – Fórmula de recuo mínimo lateral. ......................................................... 80

Equação 2 – Fórmula de recuo mínimo de fundo. ..................................................... 80

Equação 3 – Taxa de ocupação. ............................................................................... 92

Equação 4 – Coeficiente de aproveitamento. ............................................................ 92

Equação 5 – Altura final do edifício. ........................................................................ 106

Equação 6 – Fórmula de Blondel ............................................................................ 110

Equação 7 – Número de amostra. ........................................................................... 123

Equação 8 – Variância da amostra. ........................................................................ 128

Equação 9 – Desvio padrão da amostra ................................................................. 129

Page 17: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

16

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ART Anotação de Responsabilidade Técnica.

CEAL Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina.

CODEL Instituto do Desenvolvimento De Londrina.

COHAB Companhia de Habitação de Londrina.

CTB Código de Trânsito Brasileiro.

CVCO Certificado de Vistoria De Conclusão de Obra (Habite-Se).

DAP Departamento de Aprovação de Projetos.

EIV Estudo de Impacto de Vizinhança.

IPPUL Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina.

IPTU Imposto Predial Territorial Urbano.

ISS Imposto Sobre Serviços.

PGRCC Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

PML Prefeitura Municipal de Londrina.

PNE Portadores de Necessidades Especiais.

SEMA Secretaria do Meio Ambiente.

Page 18: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

17

SUMÁRIO

1. CAPÍTULO I ........................................................................................................ 20

1.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 20

1.2. Objetivo Geral ...................................................................................................... 23

1.3. Objetivo Específico ............................................................................................. 24

1.4. Justificativa para o Desenvolvimento do Trabalho. ......................................... 24

1.5. Delimitações ........................................................................................................ 25

1.6. Estrutura do Trabalho ......................................................................................... 25

2. CAPÍTULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................... 27

2.1. Contexto Sociológico .......................................................................................... 37

2.2. Contexto Sustentável .......................................................................................... 41

2.3. Contexto Acessível ............................................................................................. 41

2.4. Contexto Geográfico ........................................................................................... 42

3. CAPÍTULO III – DESENVOLVIMENTO .............................................................. 48

3.1. Documentação ............................................................................................. 48

3.1.1. Aprovação de Projetos na PML .............................................................. 48

3.1.2. Diferenças Entre Condomínios e Loteamentos Fechados ..................... 51

3.1.3. Subdivisões, Anexações e Anotações. .................................................. 55

3.1.4. Procedimento para o projeto de subdivisão/anexação de lotes ............. 58

3.1.5. Procedimento para o desenvolvimento do memorial descritivo de

subdivisão/anexação de lotes. ........................................................ .......62

3.1.6. Equívocos e Contradições em Itens nas Leis......................................... 63

3.1.7. Leis em Desuso ...................................................................................... 66

3.2. Comentários ................................................................................................. 67

Page 19: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

18

3.2.1. Níveis de Qualidade do Projeto - Itens ................................................... 67

3.2.2. Orientações para Elaboração Projetos de Alto Padrão de Qualidade .... 69

3.2.3. Proposta de Roteiro ............................................................................... 70

3.2.4. Substituição de Projetos ......................................................................... 71

3.2.5. Aprovação de Projeto sem Emissão de Alvará ...................................... 71

3.2.6. Comunicação Entre Secretaria da Fazenda e Secretaria de Obras ...71

3.2.7. Considerações Referentes a Projetos Flexíveis ..................................... 72

3.2.8. Acompanhamento dos Processos .......................................................... 73

3.3. Itens Técnicos .............................................................................................. 73

3.3.1. Abertura de Acesso no Alinhamento Predial .......................................... 73

3.3.2. Áreas ...................................................................................................... 74

3.3.3. Banheiros para Portadores de Necessidades Especiais (PNE) ............. 76

3.3.4. Calçadas ................................................................................................ 77

3.3.5. Cálculo de Recuos ................................................................................. 79

3.3.6. Característica das Edificações ............................................................... 83

3.3.7. Casos Omissos ...................................................................................... 84

3.3.8. Cercas Elétricas ..................................................................................... 87

3.3.9. Cisternas ................................................................................................ 87

3.3.10. Coberturas no Recuo Frontal e Recuo Zero........................................... 88

3.3.11. Dimensões e Níveis (Representação) .................................................... 88

3.3.12. Dimensionamento dos Ambientes e Áreas ............................................ 89

3.3.13. Divisas .................................................................................................... 93

3.3.14. Documentações ..................................................................................... 94

3.3.15. Esgotamento Sanitário e Fossa Séptica ................................................ 98

3.3.16. Estacionamentos .................................................................................... 98

Page 20: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

19

3.3.17. Inclinações ........................................................................................... 104

3.3.18. Limitações Verticais das Edificações ................................................... 105

3.3.19. Limitadores Horizontais das Edificações .............................................. 107

3.3.20. Sacadas ............................................................................................... 108

3.3.21. Situação ............................................................................................... 109

3.3.22. Tabelas para Projeto de Escadas ........................................................ 110

3.3.23. Telhados............................................................................................... 114

3.3.24. Terrenos em Esquinas ......................................................................... 114

3.3.25. Poço de Luz ......................................................................................... 115

3.3.26. Programa Agiliza Obras ....................................................................... 116

3.3.27. Propostas de Soluções para Estacionamentos .................................... 117

3.3.28. Rebaixos de Guia..................................................................................117

3.3.29. Rodovias .............................................................................................. 119

3.3.30. Servidão de Passagem ........................................................................ 120

3.3.31. Topografia ............................................................................................ 120

4. CAPÍTULO IV - MÉTODO DA PESQUISA ....................................................... 121

5. CAPÍTULO V - RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................ 125

5.1. Levantamento e Análise dos Principais Erros dos Projetos ....................... 125

6. CAPÍTULO VI - CONCLUSÃO .......................................................................... 134

7. CAPÍTULO VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................... 138

8. CAPÍTULO VIII – GLOSSÁRIO ........................................................................ 141

9. CAPÍTULO IX – APÊNDICES ........................................................................... 142

10. CAPÍTULO X – ANEXOS .................................................................................. 147

Page 21: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

20

1. CAPÍTULO I

1.1. INTRODUÇÃO

O setor da construção civil vem agregando cada vez mais tecnologias ao

longo de todo o processo de concepção, elaboração e execução das edificações. O

aumento na demanda das edificações oferece situação favorável para o setor de

projetos que via de regra antecedem as obras.

Os projetos a serem desenvolvidos devem ser submetidos à aprovação das

respectivas prefeituras das comarcas em que se situam. A aprovação de projetos

consiste em se submeter o projeto à análise para se identificar possíveis erros e

principalmente haver o arquivamento para que haja validade legal em circunstâncias

específicas, como a execução da obra ou possíveis conflitos de projeto.

Com todas as novas ferramentas empregadas atualmente, há necessidade

de adequação e implementação das informações de um dos principais fatores

básicos para a elaboração de projetos regulares: a legislação pertinente.

Há uma gama de detalhes os quais compõem um projeto de qualidade, que

pode ser caracterizado como “projeto completo”, detalhes estes que contribuem

como um facilitador dos processos diante as aprovações pelos órgãos pertinentes,

que quando avaliados, encontram menos empecilhos que retardam suas

aprovações, portanto, um bom projeto tende a atender a todos os quesitos

pertinentes e consequentemente se obtém sua aprovação mais rapidamente. O

elevado controle de qualidade durante a fase de projeto resulta em um menor

tramite para corrigir erros, os quais poderiam ser evitados ou mesmo, suas dúvidas

consultadas previamente.

Para Melhado (2005), a falta ou adiamento de decisões, especialmente nas

etapas iniciais da fase de projeto de empreendimentos de construção civil,

potencializam uma grande quantidade de erros e de retrabalho para todos os

agentes envolvidos, constituindo uma fonte significativa de desperdício, com reflexos

negativos sobre a qualidade do produto final entregue.

É de extrema importância que os profissionais que atuem neste ramo da

construção civil conheçam as normas e leis, buscando atualizarem-se quanto às

pequenas exigências que frequentemente são implementadas nos órgãos

Page 22: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

21

avaliadores, para que tenham a oportunidade de aplicá-las previamente em suas

obras.

Um projeto completo é composto de diversos sistemas que constituem os

projetos complementares, como o hidrossanitário, elétrico, estrutural, de fundações,

ar condicionado, paginação, executivo, legal, entre outros. Porém cada um deles

deve representar apenas as informações pertinentes à sua categoria, eliminando

assim a saturação de informações desnecessárias na representação gráfica. A

saturação de informações pode ocasionar problemas como a dificuldade para

identificar informações fundamentais, a dificuldade para execução ou até mesmo a

ambiguidade durante sua leitura.

As informações de cada projeto devem ser acessíveis para o leitor, seja um

profissional graduado ou um operário, devem ser condicionados a captarem a

informação e executá-la com precisão, eliminando a oportunidade de ter problemas

resolvidos in loco, pois o ambiente de escritório oferece viabilidade para soluções

que não são encontradas em canteiro de obra.

A esse respeito Melhado (2005), pontua que devem-se antecipar e

solucionar pontos críticos para a prática de inovações e influência do resultado final

quanto à qualidade e custos, acompanhando tendências na evolução dos próprios

meios de produção.

Um projeto de qualidade deve obedecer às normas técnicas e à legislação

de acordo com a localidade em que se situa, ou seja, normas da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) são válidas em todo o território nacional,

porém, cada cidade possui seu próprio código de obras e lei de uso e ocupação do

solo, sendo que em qualquer cidade deve-se atender às exigências básicas do

Código Civil Brasileiro.

O procedimento para aprovação de projetos (arquitetônicos, incêndio e

outros) é um misto de atividade técnica para cumprir as normas, leis, resoluções,

códigos, jornais oficiais, pareceres técnicos e decretos e ao mesmo tempo uma

atividade política para conhecer a estrutura a qual submeterá a aprovação de seu

projeto e possuir fundamentação cabível para argumentar a seu favor em situações

críticas de avaliação. Sendo de suma importância estabelecer um equilíbrio entre

estas duas atividades.

Conforme Faria (2012), a atividade de projetar está garantida para o

engenheiro pela Lei 5.194/66, bem como as demais atribuições deste profissional.

Page 23: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

22

Inicialmente esta lei regulava as profissões de engenheiro, engenheiro agrônomo e

arquiteto, porém a partir de 2010 a classe de arquitetura tornou-se independente e é

regido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) por meio da Lei

12.378/2010, órgão emissor dos Registros de Responsabilidade Técnica (RRTs)

equivalentes às Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) emitidas pelo

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).

Atualmente ambos os profissionais - engenheiros ou arquitetos - são

habilitados a projetar e se responsabilizarem pela atividade em seus respectivos

órgãos de classe de acordo com suas formações específicas.

Para a aprovação de um projeto são necessárias duas atividades: a de

projeto e a de execução da obra. Ambas as atividades podem ser desempenhadas

pelo mesmo profissional, ou por profissionais distintos, contudo, ao se

responsabilizar por uma edificação caberá ao profissional responder por suas

atividades. Estarão imputados ao projetista responder pelos itens presentes no

projeto e as implicações futuras, como por exemplo, os vícios de construção e

defeitos. Ao se responsabilizar pela execução de uma obra, o profissional se

encarrega de estar presente e garantir que seja executado o projeto

adequadamente, seguindo as normas regulamentadoras de trabalho e as atividades

pertinentes à obra.

A tendência contemporânea é a utilização da modelagem em plataforma BIM

(Building Information Model) que consistem no registro de informações compatíveis

entre softwares que sincronizam seus dados de maneira inteligente, identificando

conflitos entre modalidades diferentes (por exemplo: prumada elétrica posicionada

no mesmo lugar das tubulações hidrossanitárias) e gerando o orçamento

automaticamente. O sistema torna as etapas construtivas programáveis e lógicas,

oferecendo um maior suporte ao projetista.

O desenvolvimento de projetos em softwares computacionais oferece ao

profissional a possibilidade de realizar alterações em seus projetos de maneira

rápida e precisa, gerando nicho de trabalho para as empresas que realizam

plotagens.

Existe uma prática muito comum entre as franquias de grandes empresas,

que é a exportação de projetos de um escritório para todas suas filiais em todo o

território nacional garantindo a uniformidade de seus padrões, contudo, cada

localidade possui detalhes particulares que podem inviabilizar o projeto, pelo fato do

Page 24: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

23

profissional não conhecê-los, ocasionando a necessidade de terceirização para

profissionais locais. Por exemplo, sem consultar alguma fonte, um profissional que

venha atuar em Londrina não saberá onde existem limitações para a construção

devido ao feixe de micro-ondas que corta o centro da cidade, do cone de

aproximação limitador de altura nos berços das extremidades do aeroporto

Governador José Richa ou até mesmo da existência das adutoras que canalizam a

água bruta captada para o tratamento.

Um dos pontos de grande importância a ser implantado nos projetos é a

acessibilidade. Prescritos pela NBR 9050 (2004), os parâmetros técnicos devem ser

observados quanto ao projeto, construção, instalação e adaptação de edificações,

mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade.

Para Lanchoti (2012), o Brasil nos últimos anos tem vivenciado uma

transformação urbana e também uma transformação no setor da construção civil

com um foco voltado a uma parcela da sociedade antes desconsiderada, os

usuários em potencial.

Outro fator memorável a ser observado é a sustentabilidade das edificações,

ou seja, tornar a edificação menos impactante para o meio ambiente devido a suas

características construtivas, possibilitando a preservação de características naturais

do ambiente. Pode ser citado como exemplo de sustentabilidade a captação de água

de chuva para usos de águas cinzas, que são impróprias para consumo humano.

De acordo com Keller (2010), a construção e o uso de edificações são as

principais responsáveis pela demanda de energia e de materiais que produzem

gases de efeito estufa derivados. A preocupação com o meio ambiente deve ser

considerada desde o desenvolvimento do projeto, execução e o fim da vida útil da

obra.

1.2. Objetivo Geral

O trabalho tem como objetivo geral compor diretrizes para a aprovação de

projetos na cidade de Londrina – PR.

Page 25: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

24

1.3. Objetivo Específico

• Identificar os principais problemas encontrados em projetos por

meio de análises individuais de projetos arquitetônicos sob

aprovação da Prefeitura Municipal de Londrina – PR

• Contextualizar o desenvolvimento de projetos com as áreas

sociológicas, sustentáveis e acessíveis.

• Orientar o leitor como proceder durante a aprovação de projetos,

com comentários e dicas fundamentadas da literatura pertinente.

• Indicar níveis qualitativos nos projetos.

• Agrupar por temas os artigos das leis em vigor.

• Caracterizar os tipos de edificações identificando suas principais

necessidades, como itens a serem obrigatoriamente implantados.

• Propor checklist padrão para o auxílio dos projetistas durante a

concepção de seus projetos.

1.4. Justificativa para o Desenvolvimento do Trabal ho.

Este trabalho tem o potencial de contribuir com o processo de elaboração de

projetos arquitetônicos e sua aprovação, configurado de maneira a esclarecer as

principais dúvidas e pontos fundamentais a serem considerados para um projeto de

qualidade.

Com a atuação na área, observou-se grande necessidade dos profissionais

tomarem conhecimento das leis envolvidas no processo de aprovação de projetos

na cidade de Londrina – PR.Com os principais temas elencados de maneira versátil

é possível facilitar o processo de concepção da edificação, reduzindo os custos

posteriores com adequações e retificações.

O tema deste trabalho está intimamente ligado aos aspectos técnicos

voltados à engenharia civil, sugerindo tanto uma análise quantitativa (tabelas,

gráficos e contagem), quanto uma análise qualitativa (indicadores) do quadro geral

contemporâneo, sendo que o departamento de aprovações de projetos de Londrina

– PR é predominantemente composto por profissionais graduados em engenharia

civil.

Page 26: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

25

1.5. Delimitações

Este trabalho terá como resultado final diretrizes para aprovação de projetos,

resultantes da atividade de análise durante a coleta de dados realizada durante as

correções acompanhadas na Prefeitura Municipal de Londrina – PR durante um

período de 2 anos, (26/03/2012 a 28/03/2014). As diretrizes serão para projetos

arquitetônicos dos tipos residenciais, comerciais, mistos, unifamiliares,

multifamiliares e industriais a serem aprovados na Prefeitura Municipal de Londrina –

PR, ficando exclusos os projetos de obras públicas, obras de arte, pontes, viadutos,

benfeitorias a fundo de vale, revitalizações, projetos de segurança contra incêndio e

pânico, entre outros.

1.6. Estrutura do Trabalho

O trabalho foi desenvolvido com sua estrutura definida seguindo um conceito

lógico, onde em suma, são apresentadas inicialmente as justificativas bibliográficas

referentes ao tema, o desenvolvimento baseado nas informações levantadas por

meio de coleta amostral e a conclusão referente ao tema.

Na introdução é apresentado o assunto abordado por meio de definições

objetivas do tema e dos itens a serem abordados no desenvolvimento do trabalho, a

qual justifica a escolha do assunto, associando a referências existentes relacionadas

à pesquisa envolvida.

A revisão bibliográfica reúne e elabora a discussão das informações

existentes em outros trabalhos relacionados à aprovação de projetos, bem como a

justificativa da importância da gestão de projetos para a elaboração do projeto legal,

que servirá de base para os demais projetos.

O desenvolvimento contém o núcleo do trabalho desenvolvido, subdividido

em tópicos setorizados a cada elemento relacionado à aprovação de projetos,

detalhando cada tópico de forma justificada em normas, leis e resoluções legais.

O item “Contexto Geral” levanta observações relacionadas ao

desenvolvimento de projetos com o olhar crítico abordando temas indispensáveis

para as edificações da atualidade, como a sociologia, sustentabilidade e

acessibilidade.

Page 27: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

26

O método abordado para o desenvolvimento do trabalho foi detalhadamente

descrita no capítulo referente ao assunto, por meio de escrita, diagramas e

definições expressadas por fórmulas.

Os resultados e análises descrevem de forma técnica, informações

referentes ao plano geral atual, da aprovação de projetos a nível municipal (Londrina

– PR). Baseado principalmente nos dados levantados pelo autor durante a coleta de

dados.

Page 28: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

27

2. CAPÍTULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O desenvolvimento de projetos possui ao longo de sua execução,

modalidades que apresentam necessidades de representação inerentes ao seu tipo

como o projeto legal, executivo, hidrossanitário, de prevenção de incêndio, elétrico,

estrutural ou de fundações. O trabalho aborda especificamente o projeto legal e suas

particularidades.

Para Gava (2002), projeto legal tem por definição a apresentação sucinta do

projeto definitivo, com o mínimo de desenhos representativos e simplificados, para

tão somente obter aprovação do projeto junto aos poderes públicos.

De acordo com Pusch (2010), o ato de projetar um edifício é a complexa

técnica criativa que se formaliza na representação gráfica de uma ideia. No caso, a

ideia de um edifício que ainda não existe no mundo real, sem existência concreta

ainda.

A execução de empreendimentos tem como produto final o próprio edifício,

sendo que todas as etapas anteriores foram conduzidas e gerenciadas de maneira

equiparada a uma linha de produção em uma fábrica de produção em massa. A

principal diferença é que o produto final é estático, em contraste com as linhas de

produção em fábrica, que têm seus produtos passando pelos diversos setores do

início até o fim de sua fabricação. Os edifícios possuem a característica de

possuírem as centrais de produção e projeto se dispondo, em sua maioria, em

posições periféricas a ele durante o desenvolvimento da obra.

Há situações em que o empreendimento (ou produto) é numeroso e sua

produção é concentrada (como o item C da figura 1) de produção em larga escala e

situações em que o empreendimento concentra as atividades de diversas empresas

(como o item A da figura 1) às quais se podem citar os grandes empreendimentos.

Page 29: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

28

Figura 1– Características do empreendimento em vários setores industriais.

Fonte: Fabrício (2002).

A semelhança do produto “edifício” com os demais produtos produzidos em

ambiente fabril se analisada sob a ótica sociológica, possui diversas considerações,

porém pode-se afirmar que atualmente há grande presença da “linha de produção”

pois cada participante do processo executa uma tarefa após receber a tarefa

concluída de outro, sem um feedback.

O projeto simultâneo, de acordo com Fabrício (2002), propõe a realização do

projeto como um processo multidisciplinar que pode ser associado metaforicamente

a um espiral ou vórtice de procedimentos (figura 2) os quais seguem o fluxo para

uma nova etapa (ou disciplina como é mostrado) e retorna para determinado

profissional para sua análise, sequência a ser seguida até a conclusão do

empreendimento.

Page 30: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

29

Figura 2 – Espiral de projeto

Fonte: Adaptado de FABRÍCIO (2002).

A concretização do projeto simultâneo pode ser observada quando há

ocasiões onde às equipes de projeto realizam reuniões que sincronizam seus

trabalhos de maneira organizada, formando uma multidisciplinaridade ilustrada na

figura 3, onde os profissionais antes separados pelas “paredes” impostas pela falta

de comunicação tornam-se uma equipe multidisciplinar, quando agem em conjunto

pela troca de informações.

Pusch (2010) resume que:

Os projetos integrados são as soluções especializadas que convergem para a formação global do edifício. Constituem-se em elementos projetivos individualizados em sua concepção e expressão e, devidamente integrados entre si e ao projeto arquitetônico, contribuem para a formação do conjunto coerente do projeto da edificação. Sistemicamente são os produtos adidos ao produto mater do processo.

Em geral, há uma analogia (figura 4) da produção da construção civil

tradicional com uma caixa onde as diversas etapas até o resultado final do

empreendimento ficam veladas em seu interior, já a produção da construção civil

sob a ótica da engenharia simultânea “substitui” esta caixa por uma transparente,

Page 31: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

onde todas as tarefas, tomadas de decisões, projetos e documentos são visíveis e

acessíveis tanto para os particip

Figura 3 –

Figura 4 – O processo de projeto de edificações: da “caixa preta” à “caixa transparente”.

A gestão de projetos,

desenvolvimento do empreendimento, está presente ao longo de toda a elaboração

do que ainda será executado, a qual tem alta relevância para resultar em um produto

de qualidade. O Project Management Institute

aspectos que tendem a surgir em um projeto, concebendo o

Body of Knowledge (PMBOK

gerente de projetos da Transportes Bertolini Ltda e professor de pós

SENAC RS, não se trata de uma metodologia

onde todas as tarefas, tomadas de decisões, projetos e documentos são visíveis e

acessíveis tanto para os participantes, quanto para observadores externos.

– Equipes multidisciplinares do projeto simultâneo.Fonte: adaptado de MELHADO (2005).

O processo de projeto de edificações: da “caixa preta” à “caixa transparente”.Fonte: Fabrício (2002).

A gestão de projetos, isto é, a aplicação dos conhecimentos técnicos no

desenvolvimento do empreendimento, está presente ao longo de toda a elaboração

do que ainda será executado, a qual tem alta relevância para resultar em um produto

Project Management Institute – PMI busca abordar os principais

aspectos que tendem a surgir em um projeto, concebendo o Project Management

(PMBOK, 2004), que de acordo com Marcio Sampaio, atual

gerente de projetos da Transportes Bertolini Ltda e professor de pós

não se trata de uma metodologia de gerenciamento de projetos, mas

30

onde todas as tarefas, tomadas de decisões, projetos e documentos são visíveis e

antes, quanto para observadores externos.

Equipes multidisciplinares do projeto simultâneo.

O processo de projeto de edificações: da “caixa preta” à “caixa transparente”.

a aplicação dos conhecimentos técnicos no

desenvolvimento do empreendimento, está presente ao longo de toda a elaboração

do que ainda será executado, a qual tem alta relevância para resultar em um produto

PMI busca abordar os principais

Project Management

e acordo com Marcio Sampaio, atual

gerente de projetos da Transportes Bertolini Ltda e professor de pós-graduação do

de gerenciamento de projetos, mas

Page 32: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

31

sim, uma padronização de procedimentos os quais são identificados e nomeados,

abordando áreas de conhecimento, técnicas, regras e métodos.

Ao analisar-se a figura 5, pode-se observar a importância de se destinar

maior atenção na fase de projeto, para eliminar possíveis alterações em etapas

futuras, pois o custo para mudanças nas fases iniciais são bem menores que após

sua execução. A influência das partes interessadas se mostra superior nas fases

iniciais, caindo gradativamente, pelo fato de fatores externos inviabilizarem

mudanças cada vez mais ao longo do tempo.

Figura 5 – Custos referentes às mudanças ao longo de um projeto.

Fonte: adaptado de PMBOK(2004).

A elevada importância que se deve dar às fases iniciais referentes aos

projetos pode ser justificada pela figura 6, que indica o alto potencial de influência no

custo do empreendimento, se comparado às fases finais de execução e uso, as

quais possuem pequeno potencial de influência no custo do empreendimento.

A importância da tomada de decisões no desenvolvimento de um

empreendimento está diretamente ligada à qualidade final do edifício. Porém, quanto

mais o tempo passa e as etapas do empreendimento avançam, menor a

possibilidade de interferência relativa às decisões ou alterações a serem

executadas. A figura 7 mostra a relação entre o custo e a etapa da decisão de

interferência no empreendimento, ou seja, nas fases iniciais os custos para

alterações são mínimos, já nas fases finais, os custos para alterações são elevados.

O custo do empreendimento possui diversas variáveis, entretanto, é possível

afirmar que, aplicando-se uma etapa de projeto com maior duração pode-se

racionalizar custos pontuais, trazendo uma economia na esfera global. A prática

Page 33: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

32

corrente no mercado da construção civil é uma breve etapa de projetos onde

acarreta diversos gastos futuros supérfluos, devido à falta de identificação das

perdas em cada elemento do empreendimento, como se pode observar na figura 8.

Figura 6 – Potencial de influência no custo do empreendimento.

Fonte: adaptado de Melhado (2005).

Figura 7 – Possibilidade de interferência durante as fases do empreendimento.

Fonte: adaptado de Melhado (2005).

Page 34: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

33

Figura 8 – Relação entre tempo de projeto e tempo de execução.

Fonte: adaptado de Melhado (2005).

Neste contexto geral da gestão de projetos, o vínculo relativo aos projetos

arquitetônicos se dá pela necessidade de se representar precisamente as

dimensões dos ambientes e elementos estruturais nesta modalidade de projeto, ou

seja, a gestão de projetos deve ser harmônica de maneira a prever com o máximo

de clareza o que será aprovado e posteriormente executado. O principal problema

apresentado pela falta de gestão de projetos é a possível necessidade de

adequação em obra devido à compatibilização de projetos falha ou inexistente.

A definição de “gerenciamento de projetos” para Gava (2002) é a prestação

de serviços como assessor técnico, que o profissional contratado, na qualidade de

coordenar projetos integrantes, adota a produção com organização e método [...].

Para ilustrar, pode-se citar um exemplo comum: uma escada é projetada

para apresentar precisamente um vão vertical de 2,10 m para a passagem dos

usuários (que é o mínimo permitido por lei), entretanto foi dimensionada com a

presença de uma viga (desenhada com 15 X 30 cm) do pavimento superior que

passa sobre ela. O projeto foi aprovado e quando observado o projeto estrutural

solicitaria que a viga apresentasse 40 cm de altura, consequentemente sobraria um

vão de 2,00 m para a passagem de usuários, dimensão inferior à permitida devido à

falta de precisão na gestão de projetos, que não efetuou a compatibilização

adequada.

A importância da precisão da representação gráfica dos projetos

arquitetônicos possui ainda caráter tributário, pois haverá taxas para a emissão dos

CVCOs (Certificados de Vistoria de Conclusão de Obra), regularização de

Page 35: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

documentos de averbação e também taxas referentes

apresentando áreas em desacordo, podem ocasionar indeferimentos dos órgãos,

refletindo em atrasos de metas e prejuízos financeiros.

A importância que a fase de projeto tem é muito representativa,

representa grande parcela na origem das patologias e mau fun

edificações como pode ser observado no gráfico

Um famoso caso contemporâneo de problemas de gerenciamento de

projetos é o do edifício do Centro Comercial City, na rua Benjamin Constant, que

“[...] foi aberto em 2012 sem aprovação de Estud

sem ter o alvará de construção e sem Habite

comercial foi executado completamente, entretanto encontra

de 5 m a partir do alinhamento predial, que deve ser preservado. O

importância de se elaborar um projeto dentro das normas, aprová

projetos complementares a partir dos ambientes já com dimensões definidas e então

dar início à execução do projeto.

Gráfico 1 – Origem de patologias e mau funcionamento das edificações.Fonte: Fabrício (2002)

O desenvolvimento d

projeto arquitetônico por parte da PML

ocasionar a possibilidade de retrabalho se houverem alterações significativas

solicitadas pelo órgão competente, pois todos os projetos possivelmente sofrerão

alterações também.

EXECUÇÃO22%

MATERIAIS15%

Origem de patologias e mau funcionamento das edificações

documentos de averbação e também taxas referentes à receita federal, que

entando áreas em desacordo, podem ocasionar indeferimentos dos órgãos,

refletindo em atrasos de metas e prejuízos financeiros.

A importância que a fase de projeto tem é muito representativa,

representa grande parcela na origem das patologias e mau fun

edificações como pode ser observado no gráfico 1.

Um famoso caso contemporâneo de problemas de gerenciamento de

projetos é o do edifício do Centro Comercial City, na rua Benjamin Constant, que

“[...] foi aberto em 2012 sem aprovação de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV),

sem ter o alvará de construção e sem Habite-se”(FRAZÃO, 2014). O prédio

comercial foi executado completamente, entretanto encontra-se sobre o recuo frontal

de 5 m a partir do alinhamento predial, que deve ser preservado. O

importância de se elaborar um projeto dentro das normas, aprová

projetos complementares a partir dos ambientes já com dimensões definidas e então

dar início à execução do projeto.

rigem de patologias e mau funcionamento das edificações.Fonte: Fabrício (2002) apud Cnudde (1989).

O desenvolvimento de projetos complementares sem o deferimento do

projeto arquitetônico por parte da PML (Prefeitura Municipal de Londrina)

ocasionar a possibilidade de retrabalho se houverem alterações significativas

solicitadas pelo órgão competente, pois todos os projetos possivelmente sofrerão

CONCEPÇÃO DE PROJETOS

46%

EXECUÇÃO22%

USO8%

EXECUÇÃO RÁPIDA

5%

OUTROS4%

Origem de patologias e mau funcionamento das edificações

34

receita federal, que

entando áreas em desacordo, podem ocasionar indeferimentos dos órgãos,

A importância que a fase de projeto tem é muito representativa, pois

representa grande parcela na origem das patologias e mau funcionamento das

Um famoso caso contemporâneo de problemas de gerenciamento de

projetos é o do edifício do Centro Comercial City, na rua Benjamin Constant, que

o de Impacto de Vizinhança (EIV),

se”(FRAZÃO, 2014). O prédio

se sobre o recuo frontal

de 5 m a partir do alinhamento predial, que deve ser preservado. O caso mostra a

importância de se elaborar um projeto dentro das normas, aprová-lo, desenvolver os

projetos complementares a partir dos ambientes já com dimensões definidas e então

rigem de patologias e mau funcionamento das edificações.

e projetos complementares sem o deferimento do

(Prefeitura Municipal de Londrina) pode

ocasionar a possibilidade de retrabalho se houverem alterações significativas

solicitadas pelo órgão competente, pois todos os projetos possivelmente sofrerão

CONCEPÇÃO DE PROJETOS

46%

Page 36: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

35

O conceito de “projeto simultâneo” de Fabrício (2002) trata a interação de

projetos que devem ser compatibilizados simultaneamente. Este trabalho tem como

proposta promover organização do processo de projeto de forma integrada e

simultânea, tornando o projeto exequível, como no diagrama no anexo I.

Fabrício (2002) considera que os projetistas não cometerão erros durante a

aprovação e, portanto, o desenvolvimento de projetos arquitetônicos está em

paralelo com os demais sistemas, como pode ser observado no diagrama presente

no anexo I.

Faria (2012) afirma que os direitos de autoria, tanto pessoais quanto

patrimoniais, sobre uma obra científica, literária ou artística cabem ao seu autor,

assegurando-lhe a capacidade para fruir e gozar de todos os benefícios que dela

possam advir.

Pusch (2010) destaca que o profissional tem o direito assegurado de fazer

projetos, no entanto cabe a ele avaliar se é esta a vertente que lhe convém e se está

efetivamente qualificado para exercê-la com maestria.

No entanto, Gava (2002) afirma que é um arranjo polêmico (também

conhecido como “sombreamento”), pois permanece o direito comum para se fazer o

projeto arquitetônico e para assumir a responsabilidade técnica da execução.

Faria (2012) ainda afirma que os direitos pessoais ou morais do autor são

“inalienáveis e irrenunciáveis”, tornando assim sua obra vinculada ao profissional de

forma obrigatória.

O processo de apreciação e compreensão da maior parte dos textos

relacionados a normas e leis são densos e detalhados, de extrema importância para

a assimilação dos itens expostos, exigindo que o profissional faça uma leitura

adequada. Pode-se afirmar que a leitura analítica seja a mais adequada dentre as

modalidades, sendo que de acordo com Azevedo (2012) durante a leitura analítica

há uma preocupação em interpretar o conteúdo do texto, de maneira crítica,

observam-se os objetivos dos autores e finalidades dos itens ou artigos.

Azevedo (2012) ainda aponta outro tipo de leitura ainda mais ativa, a leitura

sintóptica, onde o leitor apresenta um empenho em relacionar comparativamente o

conteúdo entre as literaturas preliminarmente estabelecidas, bem como uma revisão

bibliográfica, neste tipo de leitura o leitor contrasta e associa itens semelhantes ou

divergentes em diferentes fontes.

Page 37: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

36

Ambos os tipos de leitura são indicados para os profissionais relacionados

com o ramo de projetos da construção civil, pois além de fazer uma leitura crítica, o

profissional tem o dever de observar similaridades e divergência entre as normas,

leis, entre outros.

O método de representação gráfica de projetos mudou com o tempo. Até a

metade da década de 1990 os projetos eram desenvolvidos de maneira artesanal

onde o desenho era impresso manualmente pelo profissional na prancha por meio

da prancheta e nanquim. Atualmente apenas uma minoria ainda utiliza este método

considerado por muitos como arcaico, sendo que a maioria massiva dos

profissionais utiliza softwares computacionais para desenvolvimento de seus

projetos.

Sennett (1999) defende os aspectos positivos do uso do desenho manual

dos projetos, afirmando que quando se desenha um local no papel quadriculado, ele

se entranha em nossa mente, passa-se a conhecer o local de uma maneira que não

é possível no computador, passa-se a conhecer o terreno não deixando o

computador regenerá-lo para o usuário.

O entendimento quanto ao fato de que a computação gráfica gradativamente

vem tomando o espaço do desenho manual pode ser observado no trecho de Tussi

(2013) apud Leggitt (2004) que aponta que na última década tem havido avanços

incríveis na computação com a introdução de novos softwares fazendo com que os

velhos e bons desenhos à mão livre sofram o reflexo desses avanços, sendo

deixados de lado.

No contexto nacional, de acordo com Tussi (2013), a dialética

prancheta&computador tem avançado nos últimos anos dentro das escolas, sendo

ainda mais evidenciado a partir do advento da Portaria do MEC 1770/94.

Em virtude desse estudo ultrapassar o âmbito de atuação técnica da

engenharia civil e demandar um olhar mais abrangente, objetiva-se nos próximos

subitens da revisão bibliográfica, dialogar com áreas do conhecimento referente à

sociologia do trabalho, a sustentabilidade de edifícios e a acessibilidade.

Page 38: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

37

2.1. Contexto Sociológico

2.1.1. Dos Escritórios

No decorrer das leituras e levantamentos em documentos diversos,

verificou-se a importância de uma discussão acerca da organização da força de

trabalho no contexto das cidades capitalistas, como forma de contextualizar e

entender a organização do processo de trabalho nos escritórios de projetos.

Desta forma, se faz necessário retomar características gerais das formas de

organização científica do trabalho - o taylorismo, o fordismo e o toyotismo - em

diferentes momentos da evolução do modo de produção capitalista e como cada

forma de organizar o trabalho foi incorporado pela construção civil.

Com o desenvolvimento industrial após a I e II Revoluções Industriais, os

empresários capitalistas intensificaram o processo de constante busca pela

produção e reprodução do capital. Isto os impulsionou cada vez mais encontrar

formas e meios de disciplinar, controlar a mão-de-obra e garantir a apropriação do

saber operário.

Como primeira forma de organização científica do trabalho, têm-se no início

do século XX, as ideias de Frederick Taylor (1856-1915), que propôs uma

organização sistemática do processo produtivo a partir do maior aproveitamento

possível da força de trabalho. A partir de um ambiente produtivo mecanizado, com

estudos dos tempos e movimentos realizados pelos trabalhadores, Taylor

apresentou uma forma de organização do trabalhador no chão de fábrica que

permitia a realização das ações durante a produção em um tempo desejável (do

ponto de vista do dono do meio de produção) e um controle maior do tempo do

operário durante o expediente de trabalho (LAZAGNA, 2002).

Conforme proposto por Taylor, para atingir um padrão de fabricação dos

produtos (principalmente em questão de quantidade) era necessário a seleção, o

treinamento e a organização dos trabalhadores a partir da divisão em dois grupos de

atuação na fábrica: a) gerência: que seria responsável pela fiscalização, organização

e criação do processo produtivo sendo, portanto restrita a um número pequeno de

trabalhadores qualificados para tal atividade; b) a execução: que corresponderia ao

trabalho braçal (carregamento e descarregamento, etc.) e operação do maquinário,

Page 39: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

38

atividades repetitivas destinadas a grande maioria dos trabalhadores com pouca ou

quase nenhuma qualificação (LAZAGNA, 2002).

Dentre os princípios básicos desse sistema de organização do trabalho

Rago (1986) destaca dentre outros, a decomposição das tarefas em operações

simples; o planejador no processo produtivo como um elemento crucial para o

acompanhamento dos tempos e movimentos alocados a cada operação; a

eliminação do desperdício do esforço físico e o cumprimento do tempo prescrito.

Esse sistema de organização do trabalho preconizado por Taylor foi

aprimorado por Henry Ford (1863-1947) e expandido após a Segunda Guerra

Mundial. De acordo Gounet (1999), buscando minimizar os custos de produção, o

fordismo parte da decomposição do produto em seus vários elementos constitutivos,

fazendo com que estes elementos circulem pela ‘linha de montagem’. Dentre as

características do processo fordista pode-se destacar a intensificação da imposição

do tempo de trabalho pela máquina, as inovações de base técnica, a especialização

da maior parte dos trabalhadores em uma única e repetida tarefa, a produção em

grandes volumes, padronizada e a necessidade de investimentos de capital.

A queda da produtividade do trabalho - da mais-valia relativa nos termos de

Marx (1985) - e a maior dificuldade na realização das mercadorias - redução da

demanda agregada - afetaram o processo de acumulação de capital, assim como a

taxa de lucro dos diversos empreendimentos privados. Isso levou, grupos industriais

de países desenvolvidos a implementar, ainda na década de 1970 e no decorrer dos

anos de 1980, mudanças no âmbito de suas estruturas produtivas via incorporação

de elementos do sistema técnico-produtivo e organizacional toyotista, criado pelos

japoneses.

Segundo Coriat (1994), grandes empresas passaram a adotar uma

organização da produção sintonizada com a demanda (just-in-time/Kaban); estoque

mínimo; produção flexível e ajustável às flutuações nos mercados; plantas

produtivas desconcentradas; redução do operário estável; trabalhador polivalente e

multifuncional; uso intensivo de tecnologias baseadas na microeletrônica;

terceirizações e subcontratação de mão-de-obra, com destaque para o Japão, que

alcançou a dianteira nessa disputa comercial.

Os elementos dessas formas de organização científica do trabalho também

foram incorporadas pelos profissionais de maior qualificação, responsáveis pela

produção de projetos. Em se tratando do campo dos projetos, há dois grandes

Page 40: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

39

grupos de modelos de trabalho adotados por escritórios de projeto. Um deles é

semelhante aos conceitos de Ford e um deles se assemelha ao Toyotismo.

Os escritórios que trazem na produção de seus projetos os princípios

fordistas, via de regra apresentam estruturas internas que apresentam extrema

especialização na área em que atuam (por exemplo: arquitetônico, elétrico,

hidrossanitário, estrutural, entre outros) onde trazem em seu produto final a

qualidade expressa na velocidade de desenvolvimento do projeto, seja pelo uso de

estagiários ou pelo nível de assimilação de conceitos dos profissionais atuantes.

Este modelo pode estar também associado à gestão de projetos, porém tem perfil

mais voltado à execução de tarefas como a expressão gráfica dos projetos em

arquivos. A responsabilidade de coordenação dos projetos fica a cargo de um gestor

responsável pela compatibilização entre as modalidades projetivas e organização do

fluxo de documentações.

Os escritórios que trazem os princípios toyotistas na produção de seus

projetos contam com a rotatividade de funções, onde os integrantes buscam agregar

conhecimentos em todas as etapas e modalidades dos projetos. A rotatividade de

funções traz ao indivíduo maior habilidade de compatibilização de projetos, que já

possuem na sua concepção os conceitos de compatibilização. Ao gestor de projetos

fica apenas a responsabilidade de organizar o fluxo de documentações.

Existem escritórios tanto de porte pequeno como de porte grande que

atribuem ao seu método de produção de projetos os princípios toyotistas ou

fordistas, todavia, pequenos escritórios tendem a serem mais especializados em

determinada atividade por possuírem pouco tempo de mercado e grandes escritórios

apresentarem especialidades variadas pelo fato de ao longo do tempo agregarem

profissionais ao seu quadro técnico de diferentes áreas.

2.1.2. Contexto das Cidades

O conhecimento por parte do profissional que irá desenvolver projetos

quanto às características da cidade em que atuará é um fator muito relevante

durante a etapa de concepção, pois determinadas regiões possuem zoneamentos

característicos devido à evolução da expansão urbana.

Primeiramente deve-se observar que este trabalho é compatível com

edificações em lotes urbanos. Há uma dialética entre a definição de urbano que

Page 41: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

40

ainda há conflitos em alguns casos: é urbano se o lote já foi parcelado e o

proprietário paga IPTU ou é urbano se está inserido dentro do perímetro urbano?

O perímetro urbano em vigor da cidade de Londrina – PR é definido pela Lei

11.661/2012 que institui o traçado da linha que dá forma aos seus limites, onde de

acordo com o artigo 2 “considera-se como Zona Rural o restante do território

municipal” ou seja, para efeito de aprovação nos órgãos públicos, é considerado

urbano todo lote situado dentro do perímetro urbano. A área urbana de Londrina-PR,

conforme a Lei 11661/12, é de 26.436,36 ha e o perímetro possui desenvolvimento

de 88.893,98 m.

Entretanto, existem lotes dentro do perímetro urbano que possuem

documentação rural, ou seja, pagam Imposto de Território Rural (ITR). Para a

autorização dos lotes que se encontram nesta condição, é indicado que se peça

uma Certidão de Zoneamento no IPPUL, para que seja documentado se o lote

apresenta zoneamento previsto ou não. Caso negativo, o lote não está autorizado à

construção de edifícios.

Para Castells (1977), há a existência de um urbano “per se”, que tem na

cidade a própria variável explicativa, não é uma ciência, mas, sim, uma ideologia. O

urbano é concebido como cotidianidade, que se torna o eixo do desenvolvimento

social e da conclusão cultural da história.

No que se refere ao conceito literário segundo Wirth (1987), autor de

destaque da Escola de Chicago, ligado à vertente culturalista, a cidade fabrica um

produto bem característico: a cultura urbana, expressa na formulação do urbanismo

como modo de vida, que, por sua vez, transcende os limites espaciais.

Uma das mais incisivas críticas de Castells (1977) a Wirth objetiva

exatamente mostrar que a cidade não produz a própria cultura; não há uma cultura

da cidade, mas, sim, uma cultura da sociedade capitalista.

Corrêa (1989) afirma que produção do espaço urbano se dá pela atuação de

cinco agentes sociais que simultânea ou paralelamente atuam para a incorporação

urbana:

a) Os proprietários dos meios de produção, sobretudo os grandes industriais;

b) Os proprietários fundiários;

c) Os promotores imobiliários;

d) O Estado;

e) Os grupos sociais excluídos.

Page 42: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

41

2.2. Contexto Sustentável

A construção sustentável consiste no desenvolvimento de atividades tanto

no projeto quanto na execução de edifícios, que busquem reduzir os prejuízos ao

meio ambiente. Preservando os recursos naturais para as futuras gerações,

correlacionam os âmbitos: econômicos, sociais e ambientais.

A incorporação de princípios sustentáveis a produção de edifícios ainda

enfrenta grande resistência, entretanto nas últimas décadas o mercado vem exigindo

cada vez mais dos construtores, que muitas vezes utilizam a sustentabilidade como

fator diferencial em seus projetos.

Existem itens que devem ser cumpridos para que uma obra seja

considerada sustentável, atendendo exigências como redução dos impactos sobre o

meio ambiente, melhoria na saúde e segurança de seus usuários, possuir eficiência

energética, aproveitamento dos recursos naturais, economia de materiais, gestão de

resíduos na construção civil, entre outros.

Os princípios sustentáveis apesar de ainda tênues na legislação atual, vem

crescendo ao longo do tempo, tanto em itens construtivos quanto a aspectos de

gestão.

Pode-se citar como medida sustentável contemplada pela legislação, a

exigência de cisternas para captação pluvial em edificações com mais de 200 m²,

estimulando a destinação de águas de chuva para o uso menos nobre, como rega

de jardim ou alimentação de bacias sanitárias.

Uma medida sustentável agregada ao aspecto de gestão é a exigência do

PGRCC (Plano de Geração de Resíduos na Construção Civil) para a liberação de

obras, visando à destinação racional dos resíduos da construção civil.

Para edificações que adotam medidas sustentáveis além das convencionais,

os construtores podem adotar a certificação de suas edificações por meio de selos

nacionais ou internacionais, que exigem medidas para sua classificação.

2.3. Contexto Acessível

A acessibilidade é uma característica fundamental para os edifícios públicos

e urbanos que contribuem para o aumento na qualidade de vida das pessoas,

principalmente as que apresentam restrições de movimentos físicos. O direito de ir e

Page 43: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

42

vir é garantido a todos, entretanto edificações acessíveis garantem esse direito

permitindo o fluxo de pessoas tanto em condições físicas normais, quanto as que

possuem limitações.

De acordo com o artigo 10 do decreto 5.296/2004, a concepção e a

implantação dos projetos arquitetônicos e urbanísticos devem atender aos princípios

do desenho universal, tendo como referências básicas as normas técnicas de

acessibilidade da ABNT.

O decreto federal nº 5.296/2004 define pessoa com deficiência como sendo

aquela que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e se

enquadra nas seguintes categorias de deficiência: física, mental, sensorial, orgânica

e múltipla.

Os Direitos Humanos (2014) prescreve que todas as políticas relativas à

pessoa com deficiência devem assegurar o acesso dessas pessoas a todos os

serviços da comunidade e todos os recursos devem ser empregados de tal modo

que garantam uma oportunidade satisfatória.

O autor Ribeiro (2009) salienta que:

Acessibilidade e inclusão, como um paradigma de sociedade, é o processo pelo qual os sistemas sociais comuns são tornados adequados para toda a diversidade humana - composta por etnia, raça, língua, nacionalidade, gênero, orientação sexual, deficiência e outros atributos - com a participação das próprias pessoas na formulação e execução dessas adequações.

A prescrição dos elementos a serem implantados nas edificações é realizada

pela NBR (ABNT) 9050, que fixam critérios e parâmetros técnicos a serem

observados quando da execução de projeto, construção, instalação e adaptação de

edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de

acessibilidade entre outros.

2.4. Contexto Geográfico

Londrina é uma cidade localizada ao norte do Paraná, que é um estado

brasileiro que faz parte da região sul do país, (como pode ser observado na figura

9), apresentando 537.566 habitantes (IBGE, 2013).

Page 44: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

43

Figura 9 – Localização do município de Londrina - PR.

Fonte: Rosolém (2011).

Situado entre ribeirões importantes como a Cambé e a Jacutinga, o centro

de Londrina - PR apresenta uma topografia variável em sua extensão, como pode

ser observado na figura 10. A topografia tem influência direta tanto no valor

agregado ao terreno, quanto aos métodos construtivos que devem ser previstos em

projeto conforme necessário, ou seja, um terreno acidentado tende a gerar maior

custo com estruturas de contenção que terrenos planos.

Page 45: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

44

Figura 10 – Topografia genérica do município de Londrina - PR.

Fonte: UEL (2014).

O desenvolvimento de projetos nas diversas zonas da cidade traz aos

projetistas desafios distintos para cada caso, onde há necessidade de buscar a

solução ideal para cada caso.

A indicação topográfica de metro em metro de cada lote da cidade está

presente na planta de cada loteamento, sendo que é obrigatório tanto o

levantamento topográfico do terreno antes da construção como a consulta da planta

de loteamento em que o lote se situa para início do desenvolvimento do projeto da

edificação.

Há diversos elementos construtivos que estão presentes nas edificações

existentes que indicam seu padrão ou o público a que se destina. Na década de

2010 houve um grande crescimento na construção de edifícios na Gleba Palhano,

sendo que um dos fatores predominantes nestes empreendimentos é o número de

banheiros. Na figura 11, pode-se observar que a região da cidade de Londrina –PR

que apresenta maior quantidade de edificações com mais de quatro banheiros por

unidade é a região da Gleba Palhano, e zona sul.

Page 46: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

45

As edificações sem banheiros se concentram na região periférica da cidade,

indicando uma regionalização das classes de alto poder aquisitivo e de baixo poder

aquisitivo.

Figura 11 – Presença de banheiros nas edificações município de Londrina - PR.

Fonte: UEL (2014).

O crescimento urbano pode ser observado em diversos níveis de

detalhamento, onde os parâmetros mais rudimentares como o perímetro urbano

trazem informações com pouco nível de informações ao observador. Com um pouco

mais de refinamento pode-se observar a aprovação dos loteamentos e por fim, o

nível mais detalhado é dado pela indicação dos habite-ses das edificações em cada

lote.

Analisando-se as áreas de expansão urbana de Londrina ao longo dos anos

(figura 12), pode-se observar que a cidade tem um crescimento longitudinal (norte-

sul), oferecendo neste sentido mais lotes para serem parcelados e futuramente

loteados, a urbanizar cada vez mais áreas em torno do centro histórico da cidade. A

gleba Palhano se localiza em uma região intermediária (1998) entre as expansões

Page 47: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

46

urbanas, ou seja, é relativamente nova, entretanto já traz algum conceito de tradição

relacionada à sua localização na cidade.

Figura 12 – Evolução da Zona de Expansão Urbana de Londrina - PR.

Fonte: Rosolém (2011).

Page 48: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

47

Com um nível de detalhamento mais refinado, pode-se observar o

crescimento da área da cidade por meio das aprovações dos loteamentos em ordem

cronológica na figura 13.

Figura 13 – Evolução da Implantação dos Loteamentos em Londrina - PR.

Fonte: Rosolém (2011).

Page 49: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

48

3. CAPÍTULO III – DESENVOLVIMENTO

3.1. Documentação

Os procedimentos da aprovação de projetos têm sua descrição metódica e

explicativa neste capítulo, onde por meio de diagramas, figuras, quadros e listas

deixam clara a sequência de etapas a ser adotada durante a tramitação.

3.1.1. Aprovação de Projetos na PML

O DAP (Departamento de Aprovação de Projetos) situa-se na Secretaria de

Obras, no primeiro andar do edifício da Prefeitura Municipal de Londrina, onde

recebe todos os projetos do município que solicitam sua aprovação, ou autorizações

para execução de qualquer obra.

A aprovação de um projeto consiste na verificação detalhada do projeto

como um todo em sua representação gráfica bem como o acompanhamento do

desenvolvimento da obra até sua conclusão, certificando-a caso executada

corretamente seguindo os parâmetros apresentados pelos padrões existentes em

Londrina, para a maioria das situações de projeto e execução.

Pode-se observar a dificuldade que há para a aprovação junto a prefeitura,

seja por desatenção ou imperícia técnica do profissional, muitas vezes o projeto

volta para correções que poderiam ser evitadas, por meio de uma elaboração

racional e organizada.

Como principal atividade, o DAP faz correções dos projetos, que tem por

finalidade padronizar as edificações a serem executadas na cidade, de forma a

garantir o mínimo de segurança, conforto e fluidez nos ambientes. A atividade de

análise de projetos é desempenhada por profissionais orientados a verificar a

legislação em vigor e pelo bom censo, indicarem situações fora dos padrões, por

meio de traços e escrita no espaço reservado para a aprovação, obrigatoriamente

presentes em todos os carimbos de projeto.

Os profissionais protocolam seus projetos para serem corrigidos, a maioria

dos projetos possuem falhas, tanto no desenho, quanto na documentação

complementar, que inclui o protocolo de correção, a taxa paga para a Prefeitura, a

Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade

Técnica (RRT), o PGRCC e quando necessária, a subdivisão ou anexação do lote.

Page 50: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

49

Na prefeitura pode-se protocolar a consulta prévia (diagrama 1) do projeto

para verificação prévia de seus possíveis erros, ou a viabilidade quando entrar com

o pedido de aprovação definitiva (diagrama 2), garantindo maior grau de certeza

junto à aprovação.

1 VIA PROJETO ARQUITETÔNICO

PRAÇA DE ATENDIMENTO

2

SETOR DE CORREÇÃO

DEPARTAMENTO DE APROVAÇÃO

DE PROJETO

RETIRAR INCORRETO

Diagrama 1 – Etapas da consulta prévia.

Fonte: Arquivo pessoal (2013).

PROJETO DEFINITIVO PRAÇA DE

ATENDIMENTO 2

FISCAL

SETOR DE CORREÇÃO

DEPARTAMENTO DE APROVAÇÃO

DE PROJETOOK?

SETOR DE

ALVARÁDAP

DESENVOLVIMENTO DA OBRA

CONCLUSÃO

SOLICITAR CVCO

ENVIO DE PGRCC

DEFINITIVO

FISCAL

RETIFICAÇÃO

RELATÓRIO ENVIADO AO DAP

HABITE-SE

RETIRAR INCORRETO

RETIRAR INCORRETO

OK

Diagrama 2 – Etapas da aprovação definitiva. Fonte: Arquivo pessoal (2013).

Page 51: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

50

• Descrição do Processo Padrão de Aprovação:

1. Envio à Praça de atendimento 2 do projeto arquitetônico em três vias,

anexado as ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica) de projeto, execução e

PGRCC qualitativo.

2. O fiscal visita o terreno e verifica se a obra já se iniciou (caso tenha

sido iniciada, a taxa a ser paga deve ser compatível com sua modalidade)

3. O conjunto de documentos é enviado ao Setor de Correção, onde é

corrigido de acordo com a legislação em vigor.

4. Se nenhum erro for encontrado, é enviado ao DAP (Departamento de

Aprovação de Projeto), onde inicia-se sua validação, se incompleto é devolvido á

Praça 2.

5. Se correto, o conjunto é enviado ao setor de alvará onde expedirá a

autorização para execução e então é devolvido ao DAP.

6. O DAP valida a autorização, e então é liberada para o cliente na Praça

Dois (02).

7. Desenvolve-se a obra, e após sua conclusão, solicita-se o CVCO

conhecido popularmente como “Habite-se”.

8. Envia-se o PGRCC final, onde estará detalhada quantitativamente a

destinação de todos os resíduos da obra.

9. Ocorre a conferência do fiscal que envia um relatório ao DAP

concluindo que a obra foi executada corretamente ou incorretamente.

10. Se incorreto, deve-se retificar a obra nos padrões aprovados, se

correto, o CVCO é liberado, e a edificação pode ser utilizada.

A formulação da edificação a ser executada, é de responsabilidade técnica

do profissional contratado, afim de que se tenham recursos, conforto e

principalmente segurança. Não basta apenas que a obra seja bem projetada, ela

tem que possuir também sua representação gráfica compatível e correta, de modo a

consequentemente possibilitar sua aprovação.

A descrição visual do projeto deve representar os elementos físicos a serem

executados de acordo com a NBR 6492, que determina dimensões, hachuras

especificações de como representar graficamente o projeto arquitetônico.

Page 52: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

51

A maioria das cidades possui um código ou uma diretriz em que se baseia

seu crescimento horizontal e vertical, em Londrina – PR o Código de Obras se faz

presente, assim como o Plano diretor, que ordena o meio do uso urbano.

Devido à desconsideração de itens básicos de qualidade, o profissional,

muitas vezes irregularmente, edifica de forma imprecisa, desconfortável e isenta de

recursos, desprezando o conforto do usuário.

Passam pelo DAP as edificações do tipo: residencial, multifamiliares,

comerciais, industriais, públicas, templos e condomínios horizontais ou verticais.

Por se tratar de sistemas muito semelhantes, os condomínios e loteamentos

fechados são comumente confundidos em suas definições, podendo ocasionar

equívocos durante a concepção do projeto.

3.1.2. Diferenças Entre Condomínios e Loteamentos F echados

• Condomínios:

Os condomínios têm por principal característica a fragmentação de suas

áreas em unidades habitacionais (área privativa), as quais somadas à área comuns

compõem um único lote que possui uma única inscrição imobiliária, pelo loteamento

em que se situa já ter sofrido parcelamento de solo previamente. Pode-se observar

na figura 14 as ruas de menor porte, e as unidades privativas que compõem o lote

de um condomínio. No anexo II, pode-se observar o carimbo referente ao

condomínio.

Figura 14 – Unidades privativas do condomínio. Fonte: PML (2014).

Page 53: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

52

A aprovação dos condomínios ocorre primeiramente no DAP, com a

necessidade de itens equivalente a de um prédio (condomínio vertical), sendo válida

para os condomínios horizontais também, sendo baseadas principalmente no código

de obras e na lei de uso e ocupação do solo. Sua municipalização é impossível já

que não considera os parâmetros legais da Lei 11672/12, pode-se observar o

carimbo de aprovação de um condomínio no anexo II.

Sua infraestrutura é realizada particularmente, ou seja, pelo dono do lote que

deseja instalar nele um condomínio, sendo isento de participação de recursos

públicos para sua aprovação.

As suas ruas não são municipalizadas, ou seja, são pertencentes aos

moradores do condomínio e de seu exclusivo direito de trafegar por elas, possuindo

o mínimo de 6 metros de largura, passeio mínimo com 1,5 metros.

As unidades habitacionais podem ser construídas todas de uma única vez

ou conforme a venda individualizada de cada uma, sendo que com a venda

individualizada, cada residência a ser construída deve novamente se submeter à

aprovação no DAP.

Para Lopes (2009), houve um aumento acentuado da demanda na última

década, surgindo novas alternativas de moradia, as quais os condomínios e

loteamentos fechados oferecem condições superiores em qualidade de vida,

segurança e conforto.

• Loteamentos Fechados

Os loteamentos têm sua aprovação na secretaria de obras, no setor de

loteamentos, sendo que podem ser considerados do tipo aberto ou fechados,

obedecendo principalmente às prescrições da Lei 11672/12.

A aprovação dos loteamentos consiste no processo de legalizar a divisão em

lotes menores, por exemplo, um lote grande ainda não loteado pertencente a uma

das glebas que compõem a cidade (em Londrina – PR: Três Bocas, Patrimônio

Londrina, Lindóia, Cafezal, Palhano, Cambé, Jacutinga, Simon Frazer e Primavera)

na diretoria de loteamentos da secretaria de obras, cujo carimbo pode ser observado

no anexo III.

Sua infraestrutura é municipal, ou seja, após loteado, as vias, rede de esgoto

e elétrica são consideradas de uso público. Os loteamentos se classificam quanto a

sua regularidade legal em:

Page 54: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

53

• Caucionados: se referem aos que possuem lotes consignados para a

prefeitura até a conclusão do loteador, como garantia de sua execução, de forma

que caso o loteador não consiga executar, a prefeitura vende os lotes caucionados

para arrecadar fundos e concluir a instalação do loteamento. O prazo estipulado pela

prefeitura é de 2 anos para a execução da infraestrutura, sendo de integral

responsabilidade do loteador ainda nesta fase. Os loteamentos caucionados ainda

não pediram aceitação.

• Não-caucionado: Durante a aprovação dos loteamentos, o proprietário

pode bancar os custos com a infraestrutura e beneficiamento interno com recursos

próprios tornando o loteamento denominado Não-Caucionado, pelo fato de não ter

caucionado nenhum lote para a prefeitura viabilizar sua aprovação e também não

pediu aceitação. Caso muito comum utilizado pela COHAB (Companhia de

Habitação Popular) e CODEL (Instituto do desenvolvimento de Londrina) .

• Aceitos: são os que um dia foram caucionados ou não, que já foram

executados totalmente e aceitos pela prefeitura como municipalizado totalmente,

sendo que são de responsabilidade integral dos órgãos públicos, possuindo 100%

de seus lotes descaucionados.

Para a aprovação dos loteamentos, ficam de acordo com cada caso, os

encargos e responsabilidades impressas no verso da planta de parcelamento do

solo, como o exemplo do anexo IV.

De acordo com o artigo 39 da Lei 11672/12 loteador é obrigado transferir ao

domínio público uma percentagem de áreas equivalentes a:

• Áreas maiores que 20.000,00m² (vinte mil metros quadrados): 35%

(trinta e cinco por cento) do total a ser parcelado

• Áreas iguais ou inferiores a 20.000,00m² (vinte mil metros quadrados):

15% (quinze por cento) do total a ser parcelado.

Nos loteamentos abertos ou fechados todos os lotes possuem inscrições

imobiliárias para cada unidade distintamente, sendo que nos casos de loteamentos

fechados é possível torná-lo aberto futuramente após a municipalização, ao contrário

dos condomínios que é irreversível.

As ruas internas aos loteamentos são públicas, sendo que todos os cidadãos

têm o direito de trafegar sobre elas, as quais obedecem à lei do sistema viário para

serem projetadas (Lei 7486/98), com as larguras mínimas de:

Page 55: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

54

• Estruturais: 35m

• Arteriais: 28m

• Coletoras: 18m

• Locais: 14m

A distribuição dos lotes (exemplo figura 15) fica estabelecida em quadras e

datas, onde cada lote é independente e autônomo legal e juridicamente.

Figura 15 – Exemplo de um loteamento com suas quadras e datas. Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Sintetizando-se o que foi exposto, pode-se resumir o comparativo entre

loteamentos fechados e condomínios no quadro 01.

Page 56: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

55

Quadro 1 – Comparativo entre condomínios e loteamentos fechados. LOTEAMENTO FECHADO CONDOMÍNIO HORIZONTAL

1 Passa por parcelamento de solo Já sofreu parcelamento de solo

2 É aprovado na diretoria de loteamentos

É aprovado na diretoria de aprovação de projetos

3 Infraestrutura municipal Infraestrutura particular 4 Ruas públicas Ruas privadas

5 Todos os lotes têm inscrições imobiliárias individuais

A maior parte é individual, parte ainda possui apenas uma inscrição

imobiliária

6 Nomenclatura: quadra e data Nomenclatura: unidades autônomas

7 Área dos lotes efetiva Área dos lotes: fração ideal (área privativa + parcela da área comum)

8 Lei vigente: 11672/12, (antiga 7483/98) Lei vigente: código de obras

(11381/11), uso e ocupação do solo (7485/98)

9 Ruas: Lei 7486/98 Ruas: mínimo 6m

10 Constrói-se nos lotes conforme a necessidade dos proprietários

Constroem-se todas as unidades de uma vez ou conforme a necessidade

dos proprietários

11 Pode se tornar loteamento aberto Irreversível

Fonte: arquivo pessoal(2014).

3.1.3. Subdivisões, Anexações e Anotações.

Os lotes inicialmente possuem uma geometria pré-determinada onde suas

divisas são dispostas conforme o projeto de loteamento em questão, entretanto, com

o decorrer do tempo alterações podem ser realizadas em suas divisas resultando

assim em um ganho ou uma perda de área, a qual pode ser comercializada

particularmente.

Para a realização das alterações da configuração inicial do lote, existe uma

série de procedimentos, respeitando a legislação vigente e os registros a serem

realizados.

Atualmente, a principal atividade que vem sendo realizada pelos

investidores, gerando grande mercado para a construção civil, que está associada à

manipulação das divisas do lote é a execução de casas geminadas, as quais

necessitam da subdivisão do lote para sua aprovação, ou seja, um lote ter sua área

dividida em dois lotes, sendo assim necessária a anulação do cadastro imobiliário

inicial e gerado dois novos cadastros para os lotes remanescentes.

Page 57: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

56

O parcelamento do solo é uma ferramenta muito importante para a

mobilidade e flexibilidade urbana, pois permite que se façam alterações na

configuração da geometria que os lotes possuem, permitindo assim a

comercialização de frações superficiais do terreno.

A manutenção dos traçados viários também leva a ocasiões em que se

fazem necessárias a manipulação do solo, em casos de alargamentos, por exemplo,

ou mudança de percurso necessitando de outra faixa de solo a ser ocupada.

Existem bairros onde o parcelamento do solo dos lotes é impossível, pois já

estão estabelecidos critérios que os limitam já em sua aprovação, como é o caso do

Jardim Pequena Londres, ou seja, os lotes e as quadras não poderão possuir

dimensões menores.

Onde há presença de áreas inedificáveis cruzando o terreno (como são os

casos onde passam adutoras da rede pública de abastecimento de água potável,

sob linhas de alta tensão, feixe de micro-ondas, faixa de domínio das rodovias, etc.)

deve-se fazer estudo para representar graficamente seu traçado, seguido da

orientação de seu azimute.

O impacto da presença maciça de residências geminadas em um

loteamento pode abranger variadas circunstâncias, como a redução de vagas de

estacionamento disponíveis nas vias por apresentar o dobro de rebaixamento de

guia em um mesmo trecho de alinhamento predial, ou como a demanda de

infraestrutura (rede de energia elétrica, abastecimento de água potável, aumento na

rede de esgoto, etc). De acordo com a legislação (Lei 11672/12), subdivisão tem por

definição “divisão de lote, chácara e data, que não implique na abertura de novas

vias oficiais de circulação ou logradouros públicos, ou no prolongamento,

modificação ou ampliação das existentes”, já anexação “junção de dois ou mais

lotes, chácaras ou datas para formar uma única unidade fundiária”.

O processo de subdivisão e anexação é diferente em cada município, sendo

assim, para cada comarca existem determinadas exigências, prescritas nas leis

vigentes. No caso de Londrina, a Lei 11672/12 traz algumas exigências para esta

modalidade de projeto como:

• Rumos e distâncias das divisas;

• Áreas de origem;

• Áreas resultantes;

• Denominação de origem;

Page 58: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

57

• Denominação resultante;

• Indicação precisa dos lotes, chácaras, datas e vias confrontantes;

• Indicação precisa das edificações existentes;

• Indicação precisa da localização, em relação ao sitio urbano mais

próximo, em casos de subdivisões.

• Projeto em A4, preferencialmente nas escalas 1:200 e 1:500;

• Todos os números decimais marcados por vírgulas;

• Indicar o norte

• Representação gráfica conforme NBR 6492.

Para os casos de subdivisões, existem áreas mínimas para o parcelamento

do solo, as quais devem ser respeitadas, para que não haja lotes em desacordo com

o zoneamento do local. Os lotes de subdivisão são equivalentes a metade dos lotes

mínimos e estão na última coluna do quadro 02 (adaptado da Lei 7485/98):

Quadro 2 – Lotes mínimos resultantes de subdivisões.

Zona Usos Conformes

Área min. do

Lote (m²)

Recuo Lateral

Subdivisão (m²)

ZR-1 R – AR 500 - 250

ZR-2 R – AR 360 - 180

ZR-3 R – AR – CS – IND 250 Art 15 125

ZR-4 R – AR – CS – IND 360 Art 43 e

art 44 180

ZR-5 R – AR – CS – GRD -IND 360 - 180

ZR-6 R – AR – CS 2500 3 1250

Fonte: Adaptado, Lei 7485/98.

Um dos loteamentos onde há grande presença de empreendimentos deste

tipo é o complexo Columbia (A, B, C e D) os quais tem servido como ponto de

especulação para o mercado imobiliário, gerando uma superpopulação dos mesmos.

Para o processo de aprovação, como foi indicado, é necessário que se

colete o registro do imóvel nos ofícios compatíveis com cada região da cidade. Os

endereços dos ofícios são:

• 1º OFÍCIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS

Rua Minas Gerais, 297 - Sala 34

Page 59: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

58

• 2º OFÍCIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS

Av. Paraná, 427 Ed. Metrópoles s/05

• 3º OFÍCIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS

Rua Professor João Candido, 344 Ed. Tuparandi sala 304 3º andar

• 4º OFÍCIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS

Av. Higienópolis, 210 - Sala 202

A jurisdição de cada ofício se pode ser observada na figura 16.

Figura 16 – Jurisdição dos ofícios da cidade de Londrina (esquerda) e detalhe na zona

central (direita). Fonte: adaptado da Prefeitura Municipal de Londrina (2013).

As três ruas verticais que cortam o centro são respectivamente da esquerda

para a direita: Juscelino Kubitscheck, Souza Naves e Duque de Caxias.

3.1.4. Procedimento para o projeto de subdivisão/an exação de

lotes

1. Coletar as informações referentes à situação atual do lote a ser

subdividido, tanto na planta de loteamento do bairro, como na certidão

e também em alguns casos quando o lote já é resultado de uma

subdivisão, consultar também sua origem.

2. Fazer o projeto arquitetônico legal das residências geminadas com

suas divisas definidas claramente, obedecendo à legislação.

Page 60: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

59

3. Transportar do projeto arquitetônico as linhas de divisa, calçada, e

área existente na escala adequada para a planta de subdivisão,

eliminando as demais peças gráficas (figura 17).

Figura 17 – Transporte das linhas provenientes do arquitetônico.

Fonte: arquivo pessoal(2014).

4. Indicar o tamanho das divisas total antigas entre parênteses pelo lado

de fora do lote e indicar o tamanho dos lotes resultantes internamente

sem parênteses, com os números decimais indicados por vírgulas

(figura 18).

Figura 18 – Cotas das divisas. Fonte: arquivo pessoal(2014).

Page 61: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

60

5. Cotar as dimensões da calçada e da via, com os números decimais

indicados por vírgulas.

6. Indicar os lotes vizinhos com seu número inscrito em um círculo

simples e indicar a quadra com seu número inscrito em um círculo

duplo (figura19).

Figura 19 – Indicação dos lotes vizinhos e quadra.

Fonte: arquivo pessoal (2014).

7. Indicar os lotes subdivididos com seu número inscrito em um círculo

simples e indicar o lote antigo inscrito em um círculo de linha

tracejada posicionado na divisa entre os dois lotes (figura 20).

Figura 20 – Indicação do lote subdividido.

Fonte: arquivo pessoal (2014).

Page 62: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

61

8. Indicar os rumos de todas as linhas (divisas) e em caso de

desenvolvimento de curva, indicar seu raio e desenvolvimento, com

os números decimais indicados por vírgulas (figura 21).

Figura 21 – Indicação dos rumos e desenvolvimento de curva. Fonte: arquivo pessoal (2014).

9. Indicar a escala em que se apresenta o projeto.

10. Indicar legenda e hachura do existente locado nos terrenos.

11. Indicar norte.

12. Conter no cabeçalho os dizeres preenchidos adequadamente:

“PLANTA DE SUBDIVISÃO DA DATA Nº XX, DA QUADRA XX,

SITUADO NO JARDIM XXXXXXX, MUNICÍPIO DE LONDRINA-

PARANÁ”

13. Conter quadro de áreas (figura 22) indicando a área do terreno de

origem separada das áreas discriminadas dos outros terrenos

resultantes.

Page 63: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

62

Figura 22 – Quadro de áreas. Fonte: arquivo pessoal (2014).

14. Reservar espaços distintos no rodapé da folha para a assinatura do

proprietário e do responsável técnico.

3.1.5. Procedimento para o desenvolvimento do memor ial descritivo de

subdivisão/anexação de lotes.

Existem alguns métodos para o desenvolvimento do memorial descritivo,

porém selecionou-se o método do caminhamento para análise, onde o ponto de

vista do narrador encontra-se no interior da data, como na figura 23, seguindo as

divisas no sentido horário.

Figura 23 – Ponto de vista do narrador. Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Page 64: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

63

1. Incluir no cabeçalho o texto “MEMORIAL DESCRITIVO DA DATA XX

E DA DATA XX, RESULTANTE DA SUBDIVISÃO DA DATA XX, DA

QUADRA XX, DO JARDIM XXXX - LONDRINA – PARANÁ”.

2. Criar um tópico para cada data subdividida de título “Data XX com

área de XXXX m², divisas e confrontações:”.

3. Criar subitens para cada face descrevendo com quê cada trecho

compartilha a divisa:

• Frente: Para a rua XXXX numa extensão de XXXX metros

• Lateral Direita: Com a data XX, numa extensão de XXXX

metros no rumo XXXX.

• Fundos: Com a data XX, numa extensão de XXXX metros no

rumo XXXX.

• Lateral Esquerda: Com a data XX, numa extensão de XXXX

metros no rumo XXXX.

4. Indicar campo no rodapé da página para a assinatura do profissional

responsável técnico.

3.1.6. Equívocos e Contradições em Itens nas Leis

Compilação de pontos equivocados nas leis vigentes:

• 1. Quadro III (Lei 7485/98)

Page 65: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

64

Quadro 3 - Zoneamento equivocado

Fonte: Lei 7485 (1998).

O quadro indica que zonas comerciais 1, 2, 3 e 4 devem adotar coeficientes

para uso residencial igual à zona residencial 3, entretanto na mesma Lei 7485/98 o

artigo 66 indica que seja adotado uso dos coeficientes das zonas residenciais 2: “Art.

66: Nas Zonas ZC-1, ZC-2, ZC-3 e ZC-4 as residências unifamiliares deverão

obedecer às exigências da ZR-2.” (7485, 1998).

• Artigo 111 (11381/2011):

Toda calçada construída ou reformada em data de esquina deve apresentar rebaixamentos em rampas, compostas de um acesso principal com largura de 1,20m (um metro e vinte centímetros) a 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) e abas laterais construídas junto ao meio-fio com largura de 0,50m (cinquenta centímetros), conforme detalhes construtivos demonstrados no Anexo IV.

O artigo descreve como devem ser os rebaixos de guia nas esquinas,

entretanto não existe anexo IV nesta lei.

Page 66: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

65

• Artigo 233 (11468/2011):

“VI - será construída mureta de alvenaria, com altura mínima de 5 cm (cinco

centímetros) no alinhamento predial[...]”.

O artigo indica a necessidade de mureta no alinhamento predial de lotes em

esquinas, entretanto o correto é 50 cm (cinquenta centímetros), de acordo com o

artigo 51 da Lei 11024/2010.

• Anexo I (11381/2011):

Quadro 4 - Dimensões dos ambientes.

Fonte: Lei 7485 (1998).

A tabela é composta por valores mínimos de itens diversos, a coluna indica a

necessidade de revestimento nas paredes que tornem os ambientes estanques

fazendo uso de materiais impermeáveis com altura de cobrimento mínima de 1,5 m

podendo ser até o teto, e não somente até 1,5 m como está na tabela.

• Artigo 28 (7485/98):

“[...] IV – taxa de ocupação mínima de 80% (oitenta por cento) do lote [...]”.

O item trata sobre os coeficientes referentes a zona industrial I, entretanto a

legislação indica os coeficientes máximos a serem utilizados nos lotes, não a porção

mínima.

• Artigo 29 (7485/98):

“[...]IV – taxa de ocupação máxima de 50% (cinquenta por cento) do

Lote[...]”.

Page 67: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

66

O item trata sobre os coeficientes referentes à zona industrial 2, entretanto

para esta zona é aceita uma taxa de ocupação máxima de 80% do lote.

• Artigo 5 (7485/98):

“[...] XIII – mezanino ou girau: piso intermediário, contido em um

compartimento, com no máximo 60% (sessenta por cento) da área do piso térreo

[...]”.

O item descreve o limite da proporção máxima que os mezaninos podem

assumir em relação ao piso térreo, entretanto em 2011 entrou em vigor a Lei

11381/2011 que indica em seu artigo 7:

“[...] LVII - mezanino: piso intermediário entre o piso e o teto de um

compartimento, subdividindo-o parcialmente e com área de até 50% (cinquenta por

cento) da área inferior e computada como área construída [...]”.

3.1.7. Leis em Desuso

Existem leis criadas e não utilizadas, ou não cobradas pelo poder público,

como:

• LEI Nº 10.530 DE 9 DE SETEMBRO DE 2008: durante a aprovação

de projetos esta lei fica em desuso, não sendo cobrada até a presente

data.

“Art. lº É obrigatória a instalação de aquecedor solar em edificações

residenciais unifamiliares que se enquadrem em uma das seguintes situações:

I – tenham mais que 100m² (cem metros quadrados) de construção;

II – tenham dois ou mais banheiros;

III – estejam situadas em loteamento fechado; e

IV – estejam situadas em condomínios horizontais e verticais.

Art. 2º Fica ainda obrigada a instalação de aquecedor solar em edificações

que abriguem as seguintes atividades:

I – hotéis;

II – motéis;

III – academias de ginástica; e

IV – associações recreativas. [...]”

Page 68: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

67

• DECRETO N° 480: o decreto foi utilizado durante o ano de 2012 e em

2013 entrou em desuso e posteriormente substituída pelo plano

“Agiliza Obras”.

“Art. 1º - A aprovação de projetos de obras residenciais unifamiliares com

área de construção inferior a 100,00m2 obedecerá aos procedimentos estabelecidos

por este decreto.

Art. 2º - A análise e aprovação de projetos de obras residenciais

unifamiliares, com área de construção inferior a 100,00 m2, seguirá regime

simplificado com a verificação dos parâmetros de interesse público e coletivo

conforme a legislação municipal pertinente em vigor, ou seja: local da obra,

zoneamento, taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento, recuos obrigatórios

(frontal, laterais e fundos), área permeável, rebaixo de guia, rampa no recuo frontal,

altura máxima da parede junto à divisa (7,50m) e dimensões de poço de iluminação

(1,50m x 1,50m), se for o caso.

Art. 3º - Será de total responsabilidade do proprietário, do autor do projeto e

do responsável pela execução da obra, o cumprimento das disposições da

legislação municipal pertinente em vigor, no que se refere às áreas e dimensões

mínimas dos ambientes, das esquadrias para acesso, ventilação e iluminação, do

pé-direito e das escadas como condição para a liberação do Visto de Conclusão da

obra.[...]”

3.2. Comentários

As questões mais abstratas representadas graficamente nos projetos

geralmente ficam a cargo dos autores definirem os níveis de refinamento das

características a serem expostas ou o nível do projeto a ser desenvolvido. Este

tópico caracteriza os itens mais comuns e orienta o autor como desenvolver projetos

com um valor agregado maior.

3.2.1. Níveis de Qualidade do Projeto - Itens

Lista com características de projetos com desenho gráfico de acordo com

os níveis: baixo, médio e alto padrão.

• Baixo:

Page 69: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

68

- Desenho simplificado;

- Sem detalhamento de elementos construtivos;

- Informações resumidas ou inexistentes;

- Alteração proposital de cotas para mascarar erros;

- Monopena (ausência de diferenciação de espessura de linha);

- Monocolor (uso de apenas um tom, geralmente linhas pretas e fundo

branco);

- Expressiva falta de habilidade ou conhecimento das leis;

- Falta de padrões para representação gráfica;

- Dimensionamento incoerente de espaços;

- Sobreposição de elementos gráficos;

- Papel de baixa qualidade, favorecendo a degradação do projeto quando

arquivado;

- Excessivo uso de cores, prejudica a identificação dos elementos;

- Tamanho das peças gráficas incoerentes com a escala;

- Elementos estruturais representados de forma inexeqüível.

- Ausência de cotas;

- Supressão de elementos básicos como vigas e solo nos cortes;

- Pranchas fora do padrão ABNT, geralmente muito estreitas para plotagem

possuir custo menor;

- Projeto saturado com informações de projetos complementares;

- Dobragem da prancha mal executada, proporcionando deformação no

carimbo;

- Falta de preocupação do projetista com quem vai ler seu projeto;

-Falta de assimilação de conceitos como áreas existentes, a construir e

demolir;

- Orelha da prancha não recortada.

• Médio:

- Representação gráfica regular;

- Informações resumidas, porém precisas;

- Otimização do que é desenhado, ou seja, mostra-se o que é necessário;

- Diferenciação básica de materiais de revestimento;

• Alto:

- Hachura de fundo de área construída;

Page 70: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

69

- Uso de escala 1:50 para maior exposição dos detalhes;

- Indicação de mobiliário, peças hidráulicas e vegetação;

- Papel de boa qualidade, garantindo durabilidade quando arquivado;

- Recorte na orelha da prancha;

- Multipena, diferenciação de espessuras das linhas;

- Multicolor, diversificação de cores para exposição e contraste dos detalhes;

- Acomodação do lote conforme tamanho da prancha (horizontal/vertical);

- Qualidade do desenho gráfico;

- Cotas de coloração diferenciada, facilitam a identificação de dimensões;

- Inclusão de detalhes em escala maior;

- Carimbo adequado e com indicação de todas as informações necessárias;

- Indicação do escritório responsável pelo projeto sobre o carimbo;

- Memorial de áreas, facilitam a identificação dos limites compreendidos

pelas áreas;

- Número de pranchas maior que 1 (um), indicam quantidade de

informações, nível de detalhamento.

3.2.2. Orientações para Elaboração Projetos de Alto Padrão

de Qualidade

Lista com orientações para ter um projeto com desenho gráfico de alto nível,

e itens que otimizam o desenho:

• Indicar hachura da área construída;

• Desenhar linha de recuo frontal de 5 metros;

• Indicar juntas de dilatação;

• Posicionar a central de gás no recuo;

• Quadro de esquadrias em todas as pranchas, quando possível;

• Indicar observações referentes ao projeto;

• Explorar o uso de lajes técnicas;

• Explorar o uso de sacadas mistas (parcialmente internas e sobre

recuo);

• Desenhar na escala 1:50;

• Incluir memorial de áreas;

Page 71: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

70

• Padronização de letras em todo o projeto, com variações

concordantes;

• Indicar número do habite-se dos existentes;

• Diferenciar espessuras de linhas;

• Indicar linhas de corte também na planta de cobertura;

• Indicar áreas inabitáveis;

• Escrever artigos da legislação utilizados no projeto, se necessário em

algum caso muito particular;

• Representar mobiliário e arborização;

• Carimbo com identificação da empresa originária;

• Cortar orelha das pranchas;

• Atribuir códigos para as áreas permeáveis quando fragmentadas,

seguidas de memorial.

3.2.3. Proposta de Roteiro

Sugestão de roteiro de procedimentos para o desenvolvimento e aprovação

de projetos:

1. Consultar se o lote está liberado ou embargado;

2. Consultar pelo loteamento, quadra e data a inscrição municipal, seu

zoneamento e área do lote;

3. Consultar a situação legal do lote, ou seja, se o terreno está legalmente

vago ou já há algum projeto aprovado com habite-se, se houver coletar dimensões e

áreas para serem representadas no projeto;

4. Consultar planta de loteamento do bairro para coletar situação com

norte, desenvolvimento de curva da esquina mais próxima, distância até a esquina,

largura de passeio e rua, dimensões das divisas do lote, curvas de níveis;

5. Consultar a lei de uso e ocupação do solo para identificar o que pode

ser construído no lote e suas especificações;

6. Projetar o que o cliente deseja obedecendo à legislação, indicando

bocas de lobo, postes ou qualquer outro elemento no passeio público;

7. Plotar o projeto em 3 vias;

8. Desenvolver o PGRCC da obra e imprimir em 3 vias;

Page 72: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

71

9. Desenvolver ART ou RRT e então coletar assinatura do proprietário;

10. Protocolar o PGRCC na SEMA (Secretaria do Meio Ambiente) e buscá-

lo após aprovação;

11. Anexar as vias do projeto, PGRCC, ART/RRT gerando taxa para

aprovação e quitá-la;

12. Tirar cópia ou guardar uma via sobressalente de cada documento a ser

protocolado;

13. Protocolar toda a documentação na praça de atendimento da

Secretaria de Obras;

14. Aguardar aprovação;

15. Após aprovado, retirar o processo e executar a edificação guardando

todas as notas fiscais de caçambas de resíduos, e os demais insumos utilizados e

descartados na obra;

16. Após a execução, dar entrada no pedido de habite-se com todos os

comprovantes referentes à obra;

17. Aguardar o cálculo de valores e quitá-lo;

18. Após a retirada a edificação está autorizada a ser habitada.

3.2.4. Substituição de Projetos

A substituição de projetos em sua maioria se dá após a execução da obra,

que após a etapa de obra apresenta incompatibilidades com o projeto original,

necessitando de um as built. Para o pedido de habite-se, o novo projeto deve estar

compatível com o que foi construído.

3.2.5. Aprovação de Projeto sem Emissão de Alvará

Procedimento realizado para garantir o direito de construir em época

posterior com mesmo quadro de legislação de período anterior, não precisa de ART

de execução nem assinatura de execução nem de PGRCC.

3.2.6. Comunicação Entre Secretaria da Fazenda e

Secretaria de Obras

Page 73: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

72

A Secretaria da Fazenda tem como principal atribuição, a realização de

transferências de recursos estaduais e federais, com as receitas resultantes da

arrecadação dos tributos de sua competência (como IPTU e ISS).

A Secretaria de Obras tem como principal atribuição fiscalizar todas as obras

da cidade quanto à legalidade dos projetos com o que é executado.

Os impostos (IPTU e ISS) são cobrados sobre a área referente aos projetos

aprovados e com Habite-se, entretanto, há diversos casos onde a cobrança do IPTU

ocorre sobre uma edificação que ainda não possui documentação aprovada na

Secretaria de Obras, fato este que ocasiona diversos problemas e questionamentos

legais, por exemplo, uma edificação que paga IPTU regularmente há algum tempo,

entretanto, não possui projeto aprovado na Secretaria de Obras, pode obter o alvará

para funcionamento comercial?

Outro exemplo que se pode citar é a anotação de área cadastrada para os

lotes, que ocorre quando esta diverge da área indicada na planta de loteamento do

bairro em que determinado lote se situa. A divergência entre as duas fontes de

informação pode ocasionar impactos diretos no desenvolvimento de projetos, pois

ao se considerar a área (hipoteticamente equivocada) presente no carnê do IPTU

pode-se superestimar coeficientes como a taxa de ocupação, aproveitamento ou de

permeabilidade.

O controle municipal referente às multas por se executar edificações

irregulares certamente seria otimizado se houvesse comunicação direta e

sincronização de informações entre a Secretaria de Obras e a de Fazenda, pois a

troca de informações atualmente se dá ou por consulta ao banco de dados, ou

informações inseridas nos processos digitais individualmente durante seu percurso.

3.2.7. Considerações Referentes a Projetos Flexívei s

A prática de aprovar edifícios com um layout padrão para o pavimento tipo e

comercializá-los com um layout diferenciado para cada cliente, é atualmente muito

utilizada pelas construtoras, entretanto durante a aprovação não está discriminado

os tipos de apartamentos a serem produzidos.

Se por um lado a possibilidade de escolha da arquitetura interna do

apartamento traz maior conforto ao comprador, por outro traz possibilidade de se

Page 74: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

73

estar morando em um apartamento que não possui sua configuração analisada nem

arquivada em nenhum lugar da PML.

O fato de não ser analisado, traz ao apartamento a possibilidade de possuir

ambientes com dimensões incompatíveis com as leis municipais, como por exemplo

um banheiro com dimensões menores que 1,20 m ou um quarto com a iluminação

natural insuficiente.

O recomendável seria a atualização da planta baixa dos apartamentos

flexíveis após a execução como um as built que garanta ao proprietário a

configuração de seu apartamento.

3.2.8. Acompanhamento dos Processos

É indicado acompanhar o processo para ver se fica parado em algum setor

estando preparado para montar um novo processo. Considerar imprevistos como o

extravio de processo.

3.3. Itens Técnicos

Núcleo da monografia em desenvolvimento que tem por principal objetivo

discorrer sobre os temas agrupando leis e normas referentes a cada assunto de

maneira detalhada. Os itens selecionados a serem abordados neste capítulo

correspondem aos itens com maior ocorrência no levantamento estatístico realizado

nas análises deste trabalho, portanto apresenta potencial para solucionar a maior

parte dos problemas de projeto.

3.3.1. Abertura de Acesso no Alinhamento Predial

ERRO: ALIN (Alinhamento predial: barreira física ou abertura)

ARTIGO: LEI 11024/2010

Art. 51.

§ 1º Será permitido estacionamento descoberto no recuo frontal obrigatório,

desde que seja executada uma barreira física fixa junto ao alinhamento predial do

lote (mureta, gradil ou floreira, com altura mínima de 0,50m), sendo permitida uma

Page 75: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

74

abertura de acesso no alinhamento predial com extensão máxima de 5,00m (cinco

metros) para cada dimensão de frente mínima do lote estabelecida pelo

zoneamento em que se situar [...].

SOLUÇÃO: As aberturas para acesso de veículos (figura 24) devem se limitar ao

perímetro do lote que coincidir com seu rebaixo de guia, pois lotes sem barreira

física em seu alinhamento possibilitam o estacionamento irregular de veículos que

cruzam o passeio indevidamente, oferecendo risco aos pedestres.

Figura 24 – Barreira física no alinhamento.

Fonte: arquivo pessoal (2014).

3.3.2. Áreas

ERRO: AC (Área Construída, ou áreas existentes)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 7º Para efeito do presente Código são adotadas as definições abaixo:

X - área construída coberta: área da superfície correspondente à projeção horizontal

das áreas cobertas de cada pavimento;

Page 76: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

75

SOLUÇÃO: As áreas construídas compreendem a forma horizontal da edificação

inclusa pelo perímetro da face externa das paredes e áreas cobertas com cobertura

de pé-direito superior a 2,10 metros.

ERRO: AL (Área do lote)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 7º Para efeito do presente Código são adotadas as definições abaixo:

XXXII - data: unidade imobiliária destinada à edificação resultante de

loteamento, desmembramento, remembramento e subdivisão, com pelo menos uma

divisa lindeira à via pública;

SOLUÇÃO: Consultar a área cadastrada no sistema interno da PML, e também na

planta de loteamento em que o lote se situa. Há raramente um conflito entre o

sistema e a planta de loteamento, entretanto cabe ao profissional realizar anotação

de áreas em caso de divergência. Os lotes de esquina apresentam maior

dificuldade para representação gráfica por possuírem desenvolvimento em arco,

entretanto via de regra são compatíveis com o loteamento. A área do lote é um fator

fundamental para o cálculo dos coeficientes de potencial construtivo para a

edificação a ser projetada.

ERRO: AP (Área permeável)

ARTIGO: USO E OCUPAÇAO DO SOLO:

Art. 92. Em todo lote, qualquer que seja a zona, haverá área gramada ou

empedrada para infiltração das águas pluviais, numa proporção de 20% do total do

lote.

CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 103.

§ 2º Alternativamente, poderá ser adotada a solução de sumidouro,

devidamente, dimensionado para atender até 50% (cinquenta por cento) da área

permeável.

SOLUÇÃO: A área permeável é fundamental para a contribuição da drenagem das

águas pluviais pelo próprio lote, aliviando o sistema público de águas pluviais.

Indicar os 20% da área do lote como permeável é fundamental para contribuir com

Page 77: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

76

o meio ambiente, podendo ser executada com grama, pedrisco ou simplesmente

solo exposto.

3.3.3. Banheiros para Portadores de Necessidades

Especiais (PNE)

ERRO: PNE (Ausência ou dimensões inadequadas dos banheiros para portadores

de necessidades especiais)

ARTIGO: NBR 9050/2004:

7.3.3.1 Os boxes para bacia sanitária devem garantir as áreas para

transferência diagonal, lateral e perpendicular, bem como área de manobra para

rotação de 180º, conforme figura 25.

SOLUÇÃO:

Figura 25 – Box para bacia sanitária - Transferência lateral - Exemplo.

Fonte: Adaptado, (NBR 9050)

Page 78: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

77

3.3.4. Calçadas

De acordo com as orientações cedidas pelo folheto publicado pelo DAP:

• As calçadas devem ser contínuas, sem degraus, sem mudança abrupta de

níveis, inclinações, barreiras ou saliências no seu trajeto, com superfície

regular, firme, estável e antiderrapante.

• Toda calçada em terreno de esquina deve apresentar rebaixamento em

rampas com largura de 1,20 a 1,50 metros e abas laterais construídas junto

ao meio fio, com largura de 0,50 metros.

• As calçadas localizadas fora do quadrilátero central, em vias locais ou

coletoras deverão apresentar 0,70 metros para faixa gramada e/ou outro

material que permita a permeabilidade do solo, posicionada a partir do meio

fio.

• Os rebaixos de guia, para entrada e saída de veículos, podem avançar na

calçada, no máximo 0,85 metros a partir do meio fio, com inclinação

transversal da calçada de 2% em direção à sarjeta.

• Eventual desnível entre calçada e a parte interna do lote, deverá ser

acomodado exclusivamente no interior do imóvel, a inclinação da calçada

deverá acompanhar a mesma inclinação do meio fio.

• O piso tátil para deficientes visuais deverá ter 30 cm de largura e ser

posicionado a 40 cm do alinhamento predial. A cor da faixa do piso tátil

deverá ser contrastante com a do piso da calçada, sendo recomendada a cor

vermelha.

ERRO: FP (Faixa permeável na calçada conforme padrão de Londrina – PR)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 106. As calçadas localizadas fora do quadrilátero central, em vias locais

ou coletoras deverão apresentar 0,70m (setenta centímetros) para faixa gramada

e/ou outro material que permita à permeabilidade do solo, posicionada a partir do

meio-fio.

Parágrafo único. A construção ou manutenção de calçadas de imóveis

pertencentes ao Poder Público deverá ser feita com material pré-moldado e de fácil

reposição.

SOLUÇÃO: Locar na calçada junto ao meio fio, faixa permeável constituída de

Page 79: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

78

pedrisco ou grama de largura de 70 cm, exceto na interseção de rampas de acesso

ou em calçadas menores que 2 metros.

ERRO: PT (Ausência ou incompatibilidade da faixa de piso tátil na calçada)

ARTIGO: NBR 9050:

5.14.2.3 A sinalização tátil direcional deve ser utilizada em áreas de circulação na

ausência ou interrupção da guia de balizamento, indicando o caminho a ser

percorrido e em espaços amplos.

CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 109. Nos logradouros públicos as calçadas deverão apresentar faixa de

piso tátil, para facilitar a identificação do percurso e constituir linha guia ou alerta

para as pessoas com deficiência sensorial visual.

Decreto 5296/2004:

Art. 15. No planejamento e na urbanização das vias, praças, dos

logradouros, parques e demais espaços de uso público, deverão ser cumpridas as

exigências dispostas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT:

I - a construção de calçadas para circulação de pedestres ou a adaptação

de situações consolidadas;

[...]

III - a instalação de piso tátil direcional e de alerta.

SOLUÇÃO: Indicar piso tátil na calçada, de maneira contínua com a vizinhança,

garantindo a fluidez do tráfego dos deficientes visuais. Foi lançado o programa

“Calçada Caminhar Seguro” que padroniza as calçadas de maneira a facilitar a

locomoção dos que precisam de auxílio, como na figura 26, que indica que o piso

tátil (largura 30cm) deve estar a 40 cm do alinhamento predial e se estender até os

rebaixos de guia dos lotes de esquina.

Page 80: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

79

Figura 26 – Modelo de calçada.

Fonte: PML (2014).

3.3.5. Cálculo de Recuos

A partir das fórmulas encontradas nos artigos 43 e 44 da lei de uso e

ocupação do solo, desenvolveu-se o quadro 5, que pela altura da edificação, pode-

se encontrar os recuos laterais e de fundo calculados previamente conforme figura

27 pela equações 1 e 2.

Page 81: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

80

Figura 27 – Alturas e recuos considerados. Fonte: arquivo pessoal (2014).

R = (H/15) + 1,2m

Equação 1 – Fórmula de recuo mínimo lateral. Fonte: Lei 7485 (1998).

em que:

R = recuo lateral mínimo em metros

H = altura da edificação em metros

F = (H/15) + 4,4m

Equação 2 – Fórmula de recuo mínimo de fundo. Fonte: Lei 7485 (1998).

em que:

F = recuo de fundo mínimo em metros;

H = altura da edificação em metros.

Page 82: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

81

Quadro 5 – Recuos calculados.

RECUO

RECUO

RECUO

RECUO

ALTURA DA EDIFICAÇÃO

LATERAL DE

FUNDO ALTURA DA EDIFICAÇÃO

LATERAL DE

FUNDO ALTURA DA EDIFICAÇÃO

LATERAL DE

FUNDO ALTURA DA EDIFICAÇÃO

LATERAL DE

FUNDO

7,50 1,70 4,90 30,50 3,23 6,43 53,50 4,77 7,97 76,50 6,30 9,50

8,00 1,73 4,93 31,00 3,27 6,47 54,00 4,80 8,00 77,00 6,33 9,53

8,50 1,77 4,97 31,50 3,30 6,50 54,50 4,83 8,03 77,50 6,37 9,57

9,00 1,80 5,00 32,00 3,33 6,53 55,00 4,87 8,07 78,00 6,40 9,60

9,50 1,83 5,03 32,50 3,37 6,57 55,50 4,90 8,10 78,50 6,43 9,63

10,00 1,87 5,07 33,00 3,40 6,60 56,00 4,93 8,13 79,00 6,47 9,67

10,50 1,90 5,10 33,50 3,43 6,63 56,50 4,97 8,17 79,50 6,50 9,70

11,00 1,93 5,13 34,00 3,47 6,67 57,00 5,00 8,20 80,00 6,53 9,73

11,50 1,97 5,17 34,50 3,50 6,70 57,50 5,03 8,23 80,50 6,57 9,77

12,00 2,00 5,20 35,00 3,53 6,73 58,00 5,07 8,27 81,00 6,60 9,80

12,50 2,03 5,23 35,50 3,57 6,77 58,50 5,10 8,30 81,50 6,63 9,83

13,00 2,07 5,27 36,00 3,60 6,80 59,00 5,13 8,33 82,00 6,67 9,87

13,50 2,10 5,30 36,50 3,63 6,83 59,50 5,17 8,37 82,50 6,70 9,90

14,00 2,13 5,33 37,00 3,67 6,87 60,00 5,20 8,40 83,00 6,73 9,93

14,50 2,17 5,37 37,50 3,70 6,90 60,50 5,23 8,43 83,50 6,77 9,97

15,00 2,20 5,40 38,00 3,73 6,93 61,00 5,27 8,47 84,00 6,80 10,00

15,50 2,23 5,43 38,50 3,77 6,97 61,50 5,30 8,50 84,50 6,83 10,03

16,00 2,27 5,47 39,00 3,80 7,00 62,00 5,33 8,53 85,00 6,87 10,07

16,50 2,30 5,50 39,50 3,83 7,03 62,50 5,37 8,57 85,50 6,90 10,10

17,00 2,33 5,53 40,00 3,87 7,07 63,00 5,40 8,60 86,00 6,93 10,13

17,50 2,37 5,57 40,50 3,90 7,10 63,50 5,43 8,63 86,50 6,97 10,17

18,00 2,40 5,60 41,00 3,93 7,13 64,00 5,47 8,67 87,00 7,00 10,20

18,50 2,43 5,63 41,50 3,97 7,17 64,50 5,50 8,70 87,50 7,03 10,23

19,00 2,47 5,67 42,00 4,00 7,20 65,00 5,53 8,73 88,00 7,07 10,27

19,50 2,50 5,70 42,50 4,03 7,23 65,50 5,57 8,77 88,50 7,10 10,30

20,00 2,53 5,73 43,00 4,07 7,27 66,00 5,60 8,80 89,00 7,13 10,33

20,50 2,57 5,77 43,50 4,10 7,30 66,50 5,63 8,83 89,50 7,17 10,37

21,00 2,60 5,80 44,00 4,13 7,33 67,00 5,67 8,87 90,00 7,20 10,40

21,50 2,63 5,83 44,50 4,17 7,37 67,50 5,70 8,90 90,50 7,23 10,43

22,00 2,67 5,87 45,00 4,20 7,40 68,00 5,73 8,93 91,00 7,27 10,47

22,50 2,70 5,90 45,50 4,23 7,43 68,50 5,77 8,97 91,50 7,30 10,50

23,00 2,73 5,93 46,00 4,27 7,47 69,00 5,80 9,00 92,00 7,33 10,53

23,50 2,77 5,97 46,50 4,30 7,50 69,50 5,83 9,03 92,50 7,37 10,57

24,00 2,80 6,00 47,00 4,33 7,53 70,00 5,87 9,07 93,00 7,40 10,60

24,50 2,83 6,03 47,50 4,37 7,57 70,50 5,90 9,10 93,50 7,43 10,63

25,00 2,87 6,07 48,00 4,40 7,60 71,00 5,93 9,13 94,00 7,47 10,67

25,50 2,90 6,10 48,50 4,43 7,63 71,50 5,97 9,17 94,50 7,50 10,70

26,00 2,93 6,13 49,00 4,47 7,67 72,00 6,00 9,20 95,00 7,53 10,73

26,50 2,97 6,17 49,50 4,50 7,70 72,50 6,03 9,23 95,50 7,57 10,77

27,00 3,00 6,20 50,00 4,53 7,73 73,00 6,07 9,27 96,00 7,60 10,80

27,50 3,03 6,23 50,50 4,57 7,77 73,50 6,10 9,30 96,50 7,63 10,83

28,00 3,07 6,27 51,00 4,60 7,80 74,00 6,13 9,33 97,00 7,67 10,87

28,50 3,10 6,30 51,50 4,63 7,83 74,50 6,17 9,37 97,50 7,70 10,90

29,00 3,13 6,33 52,00 4,67 7,87 75,00 6,20 9,40 98,00 7,73 10,93

29,50 3,17 6,37 52,50 4,70 7,90 75,50 6,23 9,43 98,50 7,77 10,97

30,00 3,20 6,40 53,00 4,73 7,93 76,00 6,27 9,47 99,00 7,80 11,00 Fonte: arquivo pessoal ( 2014).

Page 83: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

82

ERRO: REC (Recuos insuficientes, sendo eles: frontais, laterais ou de fundo)

ARTIGO: USO E OCUPAÇAO DO SOLO:

Art. 43. As edificações com mais de dois pavimentos ou que tenham mais

de 7,50m (sete metros e cinquenta centímetros),[...] , deverão, acima das alturas

referidas, obedecer à fórmula para o cálculo dos recuos laterais.

Art. 44. As edificações com mais de dois pavimentos ou que tenham mais

de 7,50m (sete metros e cinquenta centímetros) ou mais de 9 m (nove metros), [...] ,

deverão, acima das alturas referidas, obedecer ao recuo de fundo mínimo de 2,5m

(dois metros e cinqüenta centímetros), sendo que os pavimentos em que as taxas

de ocupação máxima exigida são de 50% (cinquenta por cento), deverá ser

obedecida a fórmula para cálculo do recuo de fundo.

Art. 45. Para os efeitos do disposto nos artigos 43 e 44 desta lei, que tratam

dos recuos laterais e de fundo, a altura total da edificação é a diferença entre a

menor cota do pavimento térreo e a laje ou o forro do andar mais alto,

desconsiderando-se os blocos de caixa d’água e a casa de máquinas, desde que

recuados das bordas externas da edificação.

Art. 61. Nos lotes de esquina, só serão considerados os recuos de frente e

laterais.

Art. 62. Os recuos de frente referem-se também às construções do subsolo.

Art. 72. Os recuos normais de 5m (cinco metros) das vias públicas são

exigidos para todos os lotes, independentemente de sua localização na quadra,

salvo as exceções previstas nesta lei.

Art. 87. Nas Zonas ZR-1, ZR-2 e ZR-3, é permitida a instalação de abrigo,

para guarda de veículo, na faixa de recuo de frente, desde que sua largura não

ultrapasse 3m (três metros).

SOLUÇÃO: Observar os recuos mínimos expostos no capítulo de recuos e aplicá-

los no projeto, conforme figura 28.

Page 84: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

83

Figura 28 – Recuos de uma edificação.

Fonte: arquivo pessoal (2014).

3.3.6. Característica das Edificações

As edificações possuem características particulares, as quais demandam

também percursos distintos durante sua aprovação. A seguir estão listados os tipos

mais comuns de edificações e os órgãos a que estão submetidos durante sua

aprovação (quadro 6).

Page 85: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

84

Quadro 6 – Tipos de edificações e órgãos pertinentes.

TIPO DA EDIFICAÇÃO

ÓRGÃO

PREFEITURA

IPP

UL

MA

RA

AN

VIS

A

IAP

BO

MB

EIR

OS

SAN

EPA

R

CO

PEL

DA

P

LOTE

AM

ENTO

S

SEM

A

ILU

MIN

ÃO

OB

RA

S P

ÚB

LIC

AS

Residencial (esgoto) x x

Residencial (fossa) x x

Geminadas x x x

Multifamiliares x x x x x

Comercial (até 100m²) x x

Comercial (>100m²) x x x

Mercados (EIV) x x x x x x

Shoppings (EIV) x x x x x x x

Industrial x x x x

Escolar Público x x x x x

Saúde x x x

Ensino x x

Templo (EIV) x x x x

Loteamentos x x x x x x

Condomínios x x x x

Praças x x x x

Ruas x x x x

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

3.3.7. Casos Omissos

São considerados omissos os casos em que a legislação não contempla em

seus artigos, entretanto são observados durante as aprovações, devido à

diversidade de projetos que são submetidos à aprovação no DAP, sendo os

principais:

a. Espessura de muro em casa geminada: mínimo de 20 cm na divisa,

ou 10cm em cada lado da divisa do lote subdividido.

b. Janela com recuo 1,5m da divisa, e em caso de poço de iluminação e

ventilação diâmetro de 1,50m, circulo inscrito.

Page 86: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

85

c. Para Obra que tenha EIV, colocar como Observação no Alvará de

Licença para Construção, como condicionante do Habite-se: o

cumprimento das responsabilidades do Termo de Compromisso, conf.

a Lei 10637/2008 – EIV – art. 156- parágrafo 2º e 3º, onde define as

responsabilidades e cronograma.

d. Lei de uso e ocupação do solo – art. 42 , o Taxa de Ocupação =

100% para ZR4.

e. Art. 46 (item IV) do cód. obras, permitir o Habite-se parcial para casas

geminadas ou construções de vilas.

f. Calçadas em condomínios fechados não são exigidas conf. Código.

Nos loteamentos fechados são, exceto naqueles que têm desenho

próprio.

g. Em calçada inferior a 3m, respeitar o piso tátil 30 cm e o distância

40cm, e mín. 1,00m de passagem, o restante para drenagem, se a

largura da calçada for menor ou igual a 2,5m não precisa de faixa de

drenagem;

h. Coberturas no recuo para passarelas – título precário, conforme ofício

25.08 do CMTU.

i. Estabelecer altura da edificação máx. 7,5m, junto à divisa para ZR2 e

ZR3. Será considerada com base no perfil natural do terreno.

j. Altura máxima de muro de 2,5m.

k. Varanda e sacada junto à divisa deverá respeitar a privacidade do

vizinho com muro ou empena cega de altura mínima de 2,0m.

l. Considerar abrigo de gás no art. 144, parágrafo 1º da Lei 11383/11.

m. Vidro como vedação de cobertura no recuo a título precário, art. 57 da

Lei 7485/98.

n. Acessibilidade e faixa permeável de drenagem nos distritos, permitir

prazo maior para instalação até final de 2014.

o. Proibição de Abertura na divisa (e opcional para obra financiamento

CAIXA a distância de 75 cm da abertura de janela/porta (transversal)

da divisa.)

p. Estacionamento para barracões comerciais/ industriais uma vaga a

cada 60m² apenas externo à construção.

q. Desenhar a servidão de passagem (água e esgoto) no lote a jusante.

Page 87: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

86

r. Para aprovações de construções em ruas com previsão de

alargamento, aprovar a título precário com escritura de renúncia

revisado pela Procuradoria, assinada pelo proprietário e prefeito,

registrada no Cartório de Títulos e Documentos. Deverá estar descrito

nas pranchas aprovadas e alvará que existe escritura de renúncia no

lote.

s. Todas as escolas, independente do porte e zoneamento, devem

passar pelo IPPUL para análise do sistema viário, embarque e

desembarque.

t. Todas as clínicas médicas, laboratórios e congêneres deverão ser

analisados pelo IPPUL o impacto específico de trânsito e

estacionamento.

u. Todos os convênios de estacionamento apresentados na aprovação

de projetos comerciais, mistos e industriais deverão ser cobrados no

alvará de funcionamento e expor publicamente aos usuários do

estabelecimento.

v. Estabelecimentos industriais em ZI, não serão necessário EIV,

apenas a análise de infraestrutura pela Diretoria de Loteamentos.

w. Para hotéis e congêneres deverão ser analisadas áreas de embarque

e desembarque no IPPUL.

x. Para postos de combustíveis atenderem à Lei 11792/2012 (altera

art.133 do Código de Posturas).

Page 88: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

87

3.3.8. Cercas Elétricas

As cercas elétricas apesar de não fazerem parte do projeto arquitetônico,

são instalações elétricas previstas por lei, onde devem obedecer a configuração

conforme figura 29.

Figura 29 – Configuração da cerca elétrica.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

3.3.9. Cisternas

ERRO: CIST (Ausência ou problemas de posicionamento da cisterna no projeto)

ARTIGO: RESOLUÇÃO Nº 18 DE 31 DE AGOSTO DE 2009:

Art. 7º A captação da água de chuva será obrigatória em todas as novas

edificações com área total construída igual ou superior a 200 m² e na ampliação de

edificações existentes, igual ou superior a 200 m² de área de construção.

Art. 9º O volume mínimo do(s) reservatório(s) de água de chuva será

determinado pela fórmula abaixo:

V = 0,01 x Ac , onde:

V = Volume mínimo do reservatório em metros cúbicos, sendo 1 m³ = 1.000

Page 89: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

88

litros

Ac = área total de cobertura das edificações novas ou área de cobertura da

ampliação de edificações existentes, em metros quadrados (m²)

Parágrafo Primeiro – em todos os casos fica estabelecido um reservatório

com capacidade mínima de 2.000 litros.

Art. 10º Devem constar no projeto arquitetônico a indicação do local a ser

instalada a cisterna de captação de água de chuva e a memória de cálculo do

volume, sendo que o não cumprimento destas disposições implica na negativa de

concessão da aprovação do projeto e consequentemente do alvará de construção.

SOLUÇÃO: Incluir no projeto a cisterna já dimensionada, cotada e locada no terreno

fora do recuo frontal. Incluir também o cálculo para dimensionamento na prancha.

3.3.10. Coberturas no Recuo Frontal e Recuo Zero

Conforme o artigo 87 da Lei 7485/98, nas Zonas ZR-1, ZR-2 e ZR-3, é

permitida a instalação de abrigo, para guarda de veículo, na faixa de recuo de frente,

desde que sua largura não ultrapasse 3m (três metros).

Os lotes autorizados a possuir recuo frontal zero estão listados no artigo 71

da Lei 7485/98 que é atualizado com frequência, sendo que os demais lotes podem

ser consultados na secretaria de obras.

3.3.11. Dimensões e Níveis (Representação)

ERRO: COTA (Ausência de cotas indicando as dimensões de elementos gráficos)

ARTIGO: NBR 10126:

3.2.1 Toda cotagem necessária para descrever uma peça ou componente,

clara e completamente, deve ser representada diretamente no desenho.

3.2.2 A cotagem deve ser localizada na vista ou corte que represente mais

claramente o elemento.

SOLUÇÃO: Incluir cotas de todos os elementos, esclarecendo todas as dimensões

em projeto, de acordo com as normas da ABNT, exceto na fachada que não deve

ser cotada.

Page 90: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

89

ERRO: NIVEL (Ausência ou incompatibilidade dos níveis altimétricos dos

ambientes)

ARTIGO: NBR 6492:

A-10 Cotas de nível

A-10.1 As cotas de nível são sempre em metro.

A-10.2 Indicar:

a) N.A. - Nível acabado;

b) N.O. - Nível em osso.

A-10.3 As cotas de nível têm duas representações, como as indicadas na

figura 30.

SOLUÇÃO: Forma de representação de cota de nível em planta e em corte pode

ser observada na figura 30.

Figura 30 – Representação técnica da cota de nível em corte e planta.

Fonte: NBR 6492 (1994).

3.3.12. Dimensionamento dos Ambientes e Áreas

ERRO: DIM (Dimensões dos ambientes incompatíveis com a legislação do

município), ILVE (Deficiência no fornecimento de iluminação e ventilação naturais a

um ou mais compartimentos da edificação) e PD (Dimensão incompatível para pé-

direito)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Page 91: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

90

Quadro 7 – Dimensionamento dos ambientes.

CIRCULO INSCRITO

DIÂMETRO (m)

ÁREA MÍN. (m²)

ILUMINA-ÇÃO

MÍNIMA

VENTILA-ÇÃO

MÍNIMA

PÉ DIREI-

TO MÍN. (m)

REVESTIMENTO PAREDE

REVESTIMEN-TO PISO

Salas 2,50 10,00 1/8 1/16 2,60 -

Quarto principal

(pelo menos um na

edificação)

2,40 8,00 1/8 1/16 2,60 -

Demais quartos

2,00 6,00 1/8 1/16 2,60 -

Copa 1,50 4,00 1/8 1/16 2,60 -

Cozinha 1,50 4,50 1/8 1/16 2,60 Impermeabiliza-

ção até 1,5m Impermeabili-

zação

Banheiro 1,20 2,50 1/8 1/16 2,30 Impermeabiliza-

ção até 1,5m Impermeabili-

zação

Lavanderia 1,50 2,00 1/8 1/16 2,60 Impermeabiliza-

ção até 1,5m Impermeabili-

zação

Depósito 1,00 1,50 - 1/16 2,60

-

Vaga de garagem

2,30 10,58 - 1/16 2,60

Impermeabili-zação

Corredor 0,90 - 1/8 - 2,60

Sótão - - 1/8 1/16 2,00

Porão - - - 1/16 2,00

Escada 0,80 - - - 2,10

WC/Serviço 1,20 1,44 1/8 1/16 2,30 Impermeabiliza-

ção até 1,5m Impermeabili-

zação

Fonte: Adaptado de Código de Obras (2011).

SOLUÇÃO: Atender às solicitações expostas no quadro 7.

ERRO: AZ (Falta de indicação dos revestimentos em áreas molhadas como

banheiros, cozinhas ou áreas de serviço)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 27. O requerente apresentará o projeto para aprovação composto e

acompanhado de:

5- especificação dos materiais de revestimento utilizados;

SOLUÇÃO: A especificação dos materiais nos ambientes potenciais de infiltrações

é uma forma de garantir um maior tempo para o surgimento de infiltrações. A

impermeabilização traz a edificação maior salubridade, agregando uma durabilidade

superior devido à baixa degradação referente a infiltrações.

Page 92: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

91

ERRO: AMB (Falta de indicação dos nomes dos ambientes)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 27. O requerente apresentará o projeto para aprovação composto e

acompanhado de:

4 - a finalidade de cada compartimento;

SOLUÇÃO: A indicação dos ambientes é fundamental para a identificação dos

limitadores legais de dimensões que variam conforme o ambiente.

ERRO: QE (Ausência ou incompatibilidade do quadro de esquadrias)

ARTIGO: Art. 27. O requerente apresentará o projeto para aprovação

composto e acompanhado de:

3 - dimensões dos vãos de iluminação e ventilação.

SOLUÇÃO: Desenvolver caracterização precisa das esquadrias projetadas no

quadro de esquadrias, para que se possa consultar suas dimensões para efeito de

cálculos de iluminação e ventilação.

ERRO: TOCA (Equívoco no cálculo dos coeficientes de aproveitamento e taxa de

ocupação do terreno)

ARTIGO: USO E OCUPAÇAO DO SOLO:

Art. 5.

V – coeficiente de aproveitamento: índice pelo qual se deve multiplicar a

área do lote para se obter a área máxima de construção no lote, na qual não são

computados:

a) pavimento livre destinado a lazer comum dos ocupantes do imóvel;

b) galeria ligando logradouros públicos que deverão permanecer acessíveis,

com, no mínimo, 4m (quatro metros) de largura, aumentando 1m (um metro) de

largura para cada 15m (quinze metros) de comprimento, quando exceder de 60m

(sessenta metros);

c) pátio interno sem coberturas e passagem, em que possa ser inscrito um

círculo com diâmetro mínimo de 4m (quatro metros);

Page 93: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

92

d) área comum de circulação nas edificações coletivas;

e) sacada aberta do pavimento-tipo, exceto o térreo;

f) área de estacionamento ou garagem, exceto edifício-garagem;

g) “loggia” com altura de 5,10m (cinco metros e dez centímetros), no

mínimo, e largura de 3m (três metros), no mínimo.

XXVI – taxa de ocupação: valor expresso em porcentagem que define a

porção da área de lote que pode ser ocupada pela projeção em planta da totalidade

da construção;

SOLUÇÃO: Desenvolver dimensionamento das áreas de projeto já com a ciência do

potencial construtivo máximo oferecido pelo lote, observando para que não

extrapole este limite. Os coeficientes podem ser calculados pelas equações 3 e 4.

lote

térreo

A

ATO =

Equação 3 – Taxa de ocupação.

Fonte: Lei 7485 (1998).

Onde:

térreoA : área do pavimento térreo ou da maior projeção do edifício.

loteA : área do lote.

TO : taxa de ocupação em porcentagem (%).

lote

total

A

ACA=

Equação 4 – Coeficiente de aproveitamento.

Fonte: Lei 7485 (1998). Onde:

totalA : área total construída de todos os pavimentos.

loteA : área do lote.

CA : coeficiente de aproveitamento em número decimal.

Page 94: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

93

ERRO: ZC (Área máxima destinada ao comércio extrapolada)

ARTIGO: USO E OCUPAÇAO DO SOLO:

Art. 15. § 4º Na Zona Residencial 3 as atividades permitidas, que não sejam

a residencial, poderão ocupar no máximo a 15% da área do lote.

SOLUÇÃO: Desenvolver atividades comerciais em áreas específicas compatíveis, e

em casos residenciais até 15% se ZR-3.

ERRO: ZON (Zoneamento incorreto)

ARTIGO: USO E OCUPAÇAO DO SOLO:

Art. 5º. XXVII – zona: área definida por esta lei onde prevalece o mesmo

parâmetro de uso e ocupação.

Art. 7º A Zona Residencial tem a finalidade de atender predominantemente

ao uso residencial individual ou coletivo e de apoio residencial.

Art. 8º A Zona Comercial destina-se predominantemente às atividades

comerciais e de serviços.

Parágrafo único. É permitido o uso residencial e a pequena indústria anexa

à atividade principal.

Art. 9º A Zona Industrial destina-se predominantemente às atividades de

produção ou de transformação.

Parágrafo único. É permitido o uso comercial, admitindo-se o uso

residencial, quando previsto na aprovação do loteamento.

Art. 10. A Zona Especial é aquela destinada à atividade não passível de

classificação nas demais zonas.

SOLUÇÃO: Consultar o zoneamento do lote no site oficial da PML ou fazer pedido

de certidão de zoneamento no IPPUL.

3.3.13. Divisas

ERRO: DIV (Indicação das divisas inexistente ou problemas referentes à altura

máxima permitida para construção)

ARTIGO: USO E OCUPAÇÃO DO SOLO:

Pode ser encontrado em cada especificação de zoneamento as alturas

Page 95: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

94

máximas das respectivas zonas.

SOLUÇÃO: Dentre as zonas comerciais (de 1 a 6), apenas ZC- 4 e 6 apresentam

limitação de 7,5 metros na divisa, as demais são 9 metros. Adota-se como altura

máxima na divisa 7,5 metros para todas as zonas residenciais.

Outro item a ser observado é a altura do muro, que deve guardar a privacidade dos

lotes vizinhos.

ERRO: ARR (Necessidade de muro de arrimo)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 26. Mediante processo administrativo e a pedido do proprietário ou do

possuidor do imóvel, o Município procederá à aprovação de projetos de:

II - muro de arrimo acima de 1,80m (um metro e oitenta centímetros);

Art. 104.

§ 3º Para a construção de muros de arrimo deverá ser apresentada a

Anotação de Responsabilidade Técnica - ART junto ao Conselho Regional de

Engenharia e Arquitetura do Paraná - CREA.

SOLUÇÃO: Os muros de arrimo devem ser executados para manter a integridade

tanto do patrimônio particular quanto ao dos vizinhos, pois em loteamentos com

grande declividade do perfil natural do terreno, as edificações têm grande potencial

de abalar as estruturas circundantes.

3.3.14. Documentações

ERRO: ART (Ausência de ART ou RRT, ou problemas referentes ao número de

registro dos profissionais (CREA ou CAU))

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 27. O requerente apresentará o projeto para aprovação composto e

acompanhado de:

IX - Anotação de Responsabilidade Técnica - ART de projeto arquitetônico.

SOLUÇÃO: A responsabilização do profissional que projetou ou executou uma obra

é fundamental para a viabilidade de uma edificação, pois é comum o surgimento de

problemas referentes a patologias ou irregularidades das edificações, sendo que o

Page 96: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

95

profissional deve preservar seu objeto de trabalho de maneira a viabilizar a

conclusão da obra regularmente e apresentando a maior qualidade possível.

ERRO: ASS (Número de assinaturas insuficiente: campos destinados a assinatura

dos profissionais ou proprietários protocolados sem assinatura)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 29. Todas as vias de peças gráficas e de memorial descritivo deverão

trazer campo para as seguintes assinaturas:

I - do proprietário ou possuidor do imóvel onde vai ser feita a edificação;

II - do responsável técnico pela autoria do projeto;

III - do responsável técnico pela execução da obra, quando a aprovação do

projeto for pedida conjuntamente com a solicitação do alvará de licença, para

execução da obra; e

IV - do responsável técnico pela execução da obra.

SOLUÇÃO: Coletar todas as assinaturas em todos os campos faz parte da tarefa do

profissional que desenvolveu os projetos, pois garante a ciência de todos os

participantes envolvidos do empreendimento.

ERRO: BOMB (Ausência do projeto aprovado previamente no corpo de Bombeiros)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 27. O requerente apresentará o projeto para aprovação composto e

acompanhado de:

§ 5º Os projetos de edificação comercial com área total acima de 100m²

(cem metros quadrados) e de edificações residenciais acima de duas unidades

deverão ser apresentados com a consulta prévia de prevenção de incêndios emitida

pelo Corpo de Bombeiros.

SOLUÇÃO: O projeto de plano de segurança contra incêndio e pânico é

fundamental para a segurança dos usuários que habitarão as edificações

comerciais ou multifamiliares posteriormente. Deve ser aprovado previamente ao

protocolo na PML.

Page 97: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

96

ERRO: CAR (Rasuras ou emendas no carimbo: alteração posterior da plotagem, ou

carimbo com dimensões inadequadas)

ARTIGO:-

SOLUÇÃO: A colagem de etiquetas para “solucionar” pequenos erros nos projetos

evitando a reimpressão é um erro, pois a cola da etiqueta funciona até determinado

período, sendo que arquivados por tempo indeterminados podem desgrudar da

prancha, e se posteriormente consultadas podem oferecer informações

equivocadas.

ERRO: IPTU (Incompatibilidade ou ausência do número da inscrição imobiliária do

lote)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 22. § 1º Ao requerente caberá indicar:

III - Inscrição imobiliária;

SOLUÇÃO: Consultar previamente na PML a inscrição imobiliária referente ao lote,

e inseri-la no carimbo.

ERRO: PCPA (Apresentar projeto completo para análise)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 28. Os projetos de arquitetura, para efeito de aprovação e outorga de

licença para construção, somente serão aceitos quando legíveis e de acordo com a

NBR 6492.

SOLUÇÃO: A incidência de erros em projetos é comum, entretanto há casos em

que o projeto é apresentado incompleto, seja por falta de elementos gráficos ou

pela falta grave de itens técnicos. Quando há uma falta grave desta classe, o

projeto é devolvido para complemento e viabilização da posterior correção.

Page 98: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

97

ERRO: PGRCC (Apresentar Plano de Gerenciamento de Resíduos da construção

civil)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 27 § 4º A concessão do alvará de licença para construção de imóveis

que apresentem área de preservação permanente será condicionada à licença da

Secretaria Municipal do Ambiente – SEMA.

SOLUÇÃO: Desenvolver o PGRCC conforme padrão da SEMA, aprová-lo na SEMA

e então protocolá-lo junto com o processo na PML.

ERRO: SL (Ausência da planta de subdivisão ou anexação dos lotes envolvidos)

ARTIGO:

Art. 159. Consideram-se residências agrupadas duas ou mais unidades de

moradias contíguas que possuam uma parede comum e testada mínima, de acordo

com a Lei de Uso e Ocupação do Solo.

§ 1º Para o caso de construção de casas agrupadas paralelas ao

alinhamento, é permitida a subdivisão em lotes quando cada unidade resultante

tiver as dimensões e áreas mínimas da data estabelecidas pela Lei de Uso e

Ocupação do Solo previamente à aprovação do projeto e à emissão do alvará de

licença para construção.

SOLUÇÃO: Proceder com a subdivisão do lote que deve ser protocolada antes ou

em paralelo com a aprovação das geminadas.

ERRO: VIAS (Número de vias insuficientes)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

§ 3º O projeto definitivo deverá ser apresentado, no mínimo, em 3 (três) vias

impressas e 1 (uma) via em arquivo digital; uma das vias impressas e uma em

arquivo digital serão arquivadas no órgão competente da Prefeitura e as outras vias

impressas serão devolvidas ao requerente após a aprovação, contendo em todas as

folhas o carimbo "APROVADO" com o número da aprovação, o nome e assinatura

do funcionário responsável.

SOLUÇÃO: Apresentar o projeto em no mínimo 3 vias.

Page 99: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

98

3.3.15. Esgotamento Sanitário e Fossa Séptica

ERRO: ESG (Problemas referente ao esgotamento sanitário seja com rede pública

de esgoto ou fossa séptica com sumidouro)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 27. O requerente apresentará o projeto para aprovação composto e

acompanhado de:

8 - solução de esgotamento sanitário e localização da caixa de gordura.

SOLUÇÃO: Indicar um ramal de descarga para a rede pública de esgoto quando for

o caso, ou locar a fossa séptica dentro do terreno obedecendo aos recuos de 1,5

metros de divisas e edificações.

ERRO: CG (Ausência da caixa de gordura no projeto)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 27. O requerente apresentará o projeto para aprovação composto e

acompanhado de:

8 - solução de esgotamento sanitário e localização da caixa de gordura;

SOLUÇÃO: A instalação de caixas de gordura garantem um alívio ao sistema de

esgotamento sanitário público, pois retém a gordura mais pesada em seu interior,

concentrando os resíduos que podem ser destinados da maneira mais eficaz

posteriormente.

Tem por finalidade reduzir a poluição dos efluentes por óleos provindos dos

resíduos da cozinha. Em planta basta-se um circulo com a indicação para tal

representação próxima a cozinha.

3.3.16. Estacionamentos

ERRO: ESTAC (Itens referentes ao dimensionamento de vagas de estacionamento

seja pelo número insuficiente ou dimensões inadequadas)

ARTIGO: USO E OCUPAÇAO DO SOLO:

Art. 51. Para todos os usos, deverão ser previstas e constar do projeto as

Page 100: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

99

vagas para estacionamento de veículos, em local de fácil acesso para via pública, à

razão de 20 m2 (vinte metros quadrados) por vaga, inclusive área de circulação e

na proporção mínima, conforme o Anexo 3 desta lei.

Art. 53. Todas as edificações públicas e privadas deverão possuir

equipamentos para o acesso e para o uso das pessoas portadoras de deficiência,

de acordo com a NBR-9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Parágrafo único. Das vagas de estacionamento, de acordo com o artigo 51

e previstas no Anexo 3 desta lei, deverão ser reservados espaços para veículos que

transportam pessoas portadoras de deficiência, na proporção mínima de uma vaga

a partir de 11 (onze) até 100 (cem) vagas, e 1% (um por cento) acima de 100 (cem)

vagas, as quais deverão ter largura suplementar de 1,20m (um metro e vinte

centímetros) a mais que as vagas comuns.

Art. 55. Nas vias coletoras, conforme os termos da Lei do Sistema Viário,

todos os estabelecimentos de comércio ou serviços deverão atender ao disposto no

artigo 52 desta lei, independentemente de serem considerados Polos Geradores de

Tráfego, admitindo-se como solução para o número de vagas convênio com

estacionamento rotativo, distante no máximo 200m (duzentos metros), obedecida a

facilidade de acesso de pedestres.

Quadro 8 – Dimensionamento de vagas de estacionamento. TIPO DE INSTALAÇÃO VAGAS NECESSÁRIAS

Centros Comerciais e Shopping Centers 1 vaga a cada 30m² de área construída Supermercados 1 vaga a cada 40m² de área construída Lojas de Departamentos 1 vaga a cada 60m² de área construída Entrepostos e Depósitos Atacadistas 1 vaga a cada 35m² de área construída Edifícios de Escritórios 1 vaga a cada 50m² de área construída Consultórios Médicos e Odontológicos 1 vaga a cada 50m² de área construída Prontos-socorros, Clínicas e Laboratórios de Análise, Farmácias e Drogarias

1 vaga a cada 60m² de área construída

Instituições de Ensino Pré-Escolar de 1o Grau 1 vaga a cada 100m² de área construída Instituições de Ensino de 2o e 3o Grau 1 vaga a cada 75m² de área construída Escolas Profissionalizantes, de Ginástica, Dança e Congêneres

1 vaga a cada 35m² de área construída

Restaurantes, Casas Noturnas, Choperias e Congêneres

1 vaga a cada 30m² de área construída

Agência Bancária, Casas de Câmbio e Congêneres

1 vaga a cada 50m² de área construída

Oficinas Mecânicas de Automóveis 1 vaga a cada 50m² de área construída Hotéis 1 vaga por apto com mais de 50m² por

apto. 1 vaga a cada 2 apartamentos, se menores de 50m²

Hospitais, Sanatórios e Congêneres 1 vaga a cada 2 leitos, se menor de 50

[Continua]

Page 101: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

100

leitos 1 vaga a cada 1,5 leitos, se maior de 50 leitos e menor de 200 1 vaga a cada 2 leitos, se maior de 200

Locais de Culto Religioso 1 vaga a cada 40m² para até 100 lugares Acima de 100 lugares mínimo de 10 vagas, considerando uma vaga a cada 40m² de área construída.

Uso Residencial 1 vaga a cada habitação até 70 m² 2 vagas a cada habitação com metragens de 71m² a 160m² e a cada acréscimo de 80m² de área construída, acresce-se mais uma vaga

Áreas de Lazer e Parques 1 vaga a cada 200m² de terreno Centro de Eventos 1 vaga para cada 20 m² de área

construída Salas de espetáculos (teatro, cinema, quadra, etc)

1 vaga para cada 25,00 m² de área construída

Fonte: Adaptado da Lei 7485(1998).

CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 100. É obrigatória a reserva de espaços para o estacionamento ou

garagem de veículos vinculados à destinação das edificações, com área e

respectivo número de vagas calculadas de acordo com o tipo de uso do imóvel,

previstas na Lei de Uso e Ocupação do Solo.

§ 1º Cada vaga deverá ter largura mínima de 2,30m (dois metros e trinta

centímetros) e 4,60m (quatro metros e sessenta centímetros) de comprimento,

livres de colunas ou qualquer outro obstáculo, com espaço de manobra com largura

mínima de 5,00m (cinco metros), para vagas dispostas em 90º (noventa graus) à

circulação, circulação mínima de 4,00m (quatro metros) para vagas dispostas em

30º (trinta graus) à circulação e circulação mínima de 3,50m (três metros e

cinqüenta centímetros) para vagas dispostas em 45º (quarenta e cinco graus) à

circulação.

§ 2º Quando a divisa lateral da vaga coincidir com a parede, a largura da

vaga deverá ser, no mínimo, de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros).

ESTATUTO DO IDOSO:

Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de

5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais

deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao idoso.

NBR 9050:

6.12.3.Previsão de vagas

[Continuação]

Page 102: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

101

O número de vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou

sejam conduzidos por pessoas com deficiência deve ser estabelecido conforme

quadro 9.

Quadro 9 – Dimensionamento de vagas PNE.

Número total de vagas Vagas

reservadas Até 10 -

De 11 a 100 1

Acima de 100 1%

Fonte: Adaptado da NBR 9050 (2004).

SOLUÇÃO: O dimensionamento de estacionamentos deve ser realizado primando

pela fluidez dos veículos, obedecendo aos distanciamentos mínimos indicados

(figura 31).

Page 103: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

102

Figura 31 – Largura de corredores para trânsito veicular em estacionamentos.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

As vagas de estacionamento reservadas para PNE deverão obedecer às

dimensões conforme figura 32.

Page 104: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

103

Figura 32 – Dimensões previstas para vagas PNE.

Fonte:NBR 9050 (2004).

Figura 33 – Dimensões das vagas de estacionamento.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Page 105: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

104

3.3.17. Inclinações

ERRO: INC (Problemas referentes a inclinações na calçada, rampas ou telhado)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 70. As rampas de uso coletivo poderão apresentar inclinação máxima

de 20% (vinte por cento), para uso de veículos e, para uso de pedestres, deverá

respeitar a NBR - 9050 da ABNT.

§ 1º Se a inclinação das rampas exceder a 6% (seis por cento) o piso

deverá ser executado ou revestido com material antiderrapante.

§ 2º As rampas de acesso para veículos deverão respeitar a inclinação

máxima de 5% (cinco por cento), quando ascendente à saída, e 10% (dez por

cento), no sentido descendente à saída, quando localizadas no recuo frontal,

podendo chegar a até 15% (quinze por cento) no caso de residência unifamiliar em

que não houver fechamento de qualquer natureza que impeça a visibilidade em

ambas as divisas no trecho do recuo.

§ 3º A fim de permitir o acesso, circulação e utilização por pessoas com

necessidades especiais, os logradouros públicos e edificações, exceto aquelas

destinadas à habitação de caráter permanente unifamiliar, deverão seguir as

orientações previstas na Norma Brasileira (NBR) 9050 - Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT)

SOLUÇÃO: Seguir as especificações da figura 34.

Figura 34 – Inclinações de rampas internas ao lote.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Page 106: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

105

3.3.18. Limitações Verticais das Edificações

Em condições normais, os lotes são limitados verticalmente apenas pelo

potencial construtivo expresso pelo coeficiente de aproveitamento, e alturas

máximas junto às divisas, entretanto há alguns fatores externos ao lote que limitam a

altura da edificação mediante seu posicionamento na malha urbana como o feixe de

microondas, o cone aéreo (figura 35) de aproximação do aeroporto, os fundos de

vale e o teto.

• Feixe de microondas

Consiste em um limitador de altura linear de largura em planta de 50 metros

e altura variável devido a topografia da cidade, os quais todos os lotes sob ele

devem obedecer além da legislação municipal em vigor e de acordo com o artigo 70

da Lei 7485/98 “também às normas fixadas pela Companhia de Telecomunicações”.

Figura 35 – Limitadores construtivos de altura no município de Londrina - PR.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Page 107: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

106

• Cone aéreo de aproximação

O aeroporto de Londrina Governador José Richa tem sua pista na cota

altimétrica de 569 metros, onde a partir da cabeceira de pouso e decolagem é

constituído um cone imaginário que limita as construções de avançarem sobre seu

plano, com suas dimensões horizontais definidas em planta e suas dimensões

verticais expressas por fórmula.

A altura total do edifício (H) pode ser encontrada pelo valor da diferença (Z)

entre a cota do terreno e a cota da pista do aeroporto (569m) somada ao valor (Y)

dado pela equação 5 associada a figura 36.

ZYH +=

Equação 5 – Altura final do edifício. Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Figura 36 – Cálculo de altura de edifícios sob o cone de aéreo de aproximação.

Fonte: arquivo pessoal (2014).

• Fundos de vale

Para Gava (2002), fundo de vale é uma limitação administrativa que

condiciona o direito de construir, pois é uma imposição geral, sem indenização,

unilateral e de ordem pública que intervém na construção.

Page 108: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

107

Os fundos de vale que são as regiões da cidade que via de regra

apresentam efluentes em seu interior, tem seu perímetro como fator limitante para a

altura das edificações vizinhas, onde a Lei 7485/98 prescreve no artigo 86 que:

Nas áreas circunvizinhas a fundo de vale ou de preservação permanente deverá ser preservada uma faixa de 120 metros a partir do alinhamento predial superior da via marginal implantada, onde somente serão permitidas edificações até dois pavimentos incluindo o térreo, com altura máxima de 7,5 metros.

• Teto

Londrina, pelo fato de possuir atividade aérea intensa relativa ao aeroporto,

possui uma cota máxima para construção onde os edifícios que alcançarem tal cota,

devem limitar toda sua estrutura abaixo dela, incluindo antenas e sinalizadores. A

altitude máxima construtiva em Londrina é de 692 metros.

3.3.19. Limitadores Horizontais das Edificações

• Adutoras

As adutoras são parte da infraestrutura da cidade que alimentam o sistema

de abastecimento de água potável da região.

A cidade possui diversas adutoras pela cidade em diversas direções,

entretanto a que passa sob lotes e os limitam construções é a da Gleba Palhano que

tem origem na rotatória do cruzamento da avenida Madre Leônia Milito e Ayrton

Senna e se desenvolve no rumo SW 30º 04’ 00” NE.

O eixo da adutora passa sob diversos lotes, constituindo uma área

inedificável de 4 metros para cada lado (totalizando 8 metros), ou seja, os projetistas

são obrigados a projetar os edifícios recuados da mesma.

• Linhas de alta tensão

As linhas de alta tensão são redes de infraestrutura que conduzem a

eletricidade a diversas estações e subestações em alta tensão.

Via de regra é reservada uma faixa inedificável de 15 metros para cada lado

do eixo das linhas, onde são delimitadas já na aprovação do loteamento.

• Rodovias

As rodovias, sejam elas estaduais ou federais, possuem uma faixa de

domínio ao longo de seu percurso em que não se pode construir pelo fato de

Page 109: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

108

pertencer ao governo público, ou seja, é reservada para administração pública, seja

ela alargamento ou manutenção da via.

Um fato importante a ser observado é que o eixo pode não estar no centro

da via, sendo necessária a consulta da diretriz na concessionária local. Para as

demais pode-se consultar o quadro 10.

Quadro 10 – Larguras de faixas de domínio em Londrina - PR.

RODOVIA TRECHO DENOMINAÇÃO LARGURA DA FAIXA

DE DOMÍNIO (m)

BR - 369 Av. Brasília - Av. Tiradentes - 60

PR - 445 BR 376 - Warta Celso Garcia Cid 60

PR - 445 Warta - Bela Vista do

Paraíso João Tavares da Silva 50

PR - 545 BR 369 - PR 323 Carlos João Strass Variável Fonte: DER (2014).

3.3.20. Sacadas

As sacadas são “espaços abertos e cobertos ou descobertos ao nível dos

pavimentos de uma edificação,” (11381/2011) que visam o lazer dos usuários ou

contemplação da paisagem do entorno. Existem sacadas externas (as mais

convencionais) que se desenvolvem em balanço sobre os recuos e sacadas internas

(minoria) que apresentam sua área interna ao pavimento com o perímetro protegido

por guarda corpo.

O artigo 79 da Lei 11381/2011 aponta que nas edificações afastadas do

alinhamento, será permitida construção de sacada em balanço ou marquise de

proteção ao pavimento térreo, não podendo exceder o limite máximo de 1,20 m

sobre os recuos e afastamentos previstos.

Em suma, as marquises podem avançar em balanço sobre os recuos no

máximo 1,20 m. Se não forem sobre os recuos (internamente ao lote) podem

apresentar qualquer dimensão (limitadas apenas pela geometria e resistência

estrutural).

As áreas sob sacadas de até 1,20 metros não contam como área construída,

entretanto as com dimensões maiores que 1,20 m contam como área construída. As

áreas da própria sacada não são computadas como área construída desde que

Page 110: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

109

coberta apenas pelo beiral da edificação de no máximo 1 m, caso contrário sua área

deve ser computada.

Pelo fato de em sua maioria estar sobre os recuos, as sacadas laterais

muitas vezes tendem a invadir a privacidade dos lotes vizinhos, sendo que de sua

face mais extrema deve apresentar afastamento de 1,50 m até a divisa ou o muro de

divisa possuir altura que impeça o contato visual com o lote vizinho.

3.3.21. Situação

A planta de situação deve ser posicionada no carimbo conforme padrão da

cidade, e indicar as informações:

• Distância até a esquina;

• Desenvolvimento da esquina;

• Nomes oficiais das ruas;

• Largura da calçada e da rua;

• Dimensões do terreno;

• Área do lote (opcional);

• Quadra (círculo duplo) e data (círculo simples);

• Norte.

ERRO: SIT (Situação incompatível com a planta de loteamentos)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 27. O requerente apresentará o projeto para aprovação composto e

acompanhado de:

I - planta de situação na escala 1:200, 1:250, 1:500 ou 1:1000, de acordo

com a dimensão do imóvel;

SOLUÇÃO: A planta de situação tem por objetivo permitir a localização do lote sem

que se abra a prancha para isto (figura 37). Na representação gráfica da situação

deve-se informar itens que permitam ao leitor vê-la e buscar em outra fonte de

dados. Há uma grande importância na precisão da distância do lote até o

desenvolvimento de curva da esquina, pois em quadras onde ainda não há

construções, há a possibilidade de locar-se a obra sobre parte do lote vizinho,

Page 111: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

110

caracterizando invasão do lote.

Figura 37 – Situação.

Fonte: arquivo pessoal (2014).

3.3.22. Tabelas para Projeto de Escadas

O cálculo do dimensionamento das medidas das escadas baseia-se na

fórmula de Blondel (equação 6).

63 cm< 2H + P < 64 cm

Equação 6 – Fórmula de Blondel Fonte: Lei 11381 (2011).

Onde:

H: espelho

P: piso

Com os espelhos mais comuns (múltiplos de 0,001 m) entre 16 e 18 cm,

pode-se observar no quadro 11 as diferenças entre pavimentos entre 15 e 20

espelhos. Os campos com tons cinzas mais escuros são múltiplos de 10 cm, os tons

intermediários são múltiplos de 1 cm, os tons alaranjados são fora de norma e os

campos com fundo branco são desaconselháveis por apresentarem múltiplos de

1mm.

Page 112: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

111

Quadro 11 – Dimensionamento de diferença entre pavimentos. DIFERENÇA ENTRE PAVIMENTOS (m)

ESPELHO (m)

NÚMERO DE ESPELHOS

15 16 17 18 19 20

0,1600 2,4000 2,5600 2,7200 2,8800 3,0400 3,2000

0,1610 2,4150 2,5760 2,7370 2,8980 3,0590 3,2200

0,1620 2,4300 2,5920 2,7540 2,9160 3,0780 3,2400

0,1630 2,4450 2,6080 2,7710 2,9340 3,0970 3,2600

0,1640 2,4600 2,6240 2,7880 2,9520 3,1160 3,2800

0,1650 2,4750 2,6400 2,8050 2,9700 3,1350 3,3000

0,1660 2,4900 2,6560 2,8220 2,9880 3,1540 3,3200

0,1670 2,5050 2,6720 2,8390 3,0060 3,1730 3,3400

0,1680 2,5200 2,6880 2,8560 3,0240 3,1920 3,3600

0,1690 2,5350 2,7040 2,8730 3,0420 3,2110 3,3800

0,1700 2,5500 2,7200 2,8900 3,0600 3,2300 3,4000

0,1710 2,5650 2,7360 2,9070 3,0780 3,2490 3,4200

0,1720 2,5800 2,7520 2,9240 3,0960 3,2680 3,4400

0,1730 2,5950 2,7680 2,9410 3,1140 3,2870 3,4600

0,1740 2,6100 2,7840 2,9580 3,1320 3,3060 3,4800

0,1750 2,6250 2,8000 2,9750 3,1500 3,3250 3,5000

0,1760 2,6400 2,8160 2,9920 3,1680 3,3440 3,5200

0,1770 2,6550 2,8320 3,0090 3,1860 3,3630 3,5400

0,1780 2,6700 2,8480 3,0260 3,2040 3,3820 3,5600

0,1790 2,6850 2,8640 3,0430 3,2220 3,4010 3,5800

0,1800 2,7000 2,8800 3,0600 3,2400 3,4200 3,6000

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Por meio da fórmula de Blondel, desenvolveu-se o quadro 12, que tem como

objetivo identificar a dimensão do piso em função do tamanho do espelho

predefinido com a fórmula variando dentro dos limites de 63 e 64 cm.

Em resumo os espelhos de acordo com as normas, podem apresentar pisos

com dimensões múltiplas de centímetros inteiros:

• Espelho 16 cm: pisos de 31 ou 32 cm.

• Espelho 16,5 cm: pisos de 30 ou 31 cm.

• Espelho 17 cm: pisos de 29 ou 30 cm.

• Espelho 17,5 cm: pisos de 28 ou 29 cm.

• Espelho de 18 cm: pisos de 27 ou 28 cm.

Page 113: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

112

Quadro 12 – Dimensionamento de piso de escada pela fórmula de Blondel.

CÁLCULO DE ESCADA (BLONDEL)

ESPELHO (m)

PISO (m)

0,1600 0,3100 0,3120 0,3140 0,3160 0,3180 0,3200

0,1610 0,3080 0,3100 0,3120 0,3140 0,3160 0,3180

0,1620 0,3060 0,3080 0,3100 0,3120 0,3140 0,3160

0,1630 0,3040 0,3060 0,3080 0,3100 0,3120 0,3140

0,1640 0,3020 0,3040 0,3060 0,3080 0,3100 0,3120

0,1650 0,3000 0,3020 0,3040 0,3060 0,3080 0,3100

0,1660 0,2980 0,3000 0,3020 0,3040 0,3060 0,3080

0,1670 0,2960 0,2980 0,3000 0,3020 0,3040 0,3060

0,1680 0,2940 0,2960 0,2980 0,3000 0,3020 0,3040

0,1690 0,2920 0,2940 0,2960 0,2980 0,3000 0,3020

0,1700 0,2900 0,2920 0,2940 0,2960 0,2980 0,3000

0,1710 0,2880 0,2900 0,2920 0,2940 0,2960 0,2980

0,1720 0,2860 0,2880 0,2900 0,2920 0,2940 0,2960

0,1730 0,2840 0,2860 0,2880 0,2900 0,2920 0,2940

0,1740 0,2820 0,2840 0,2860 0,2880 0,2900 0,2920

0,1750 0,2800 0,2820 0,2840 0,2860 0,2880 0,2900

0,1760 0,2780 0,2800 0,2820 0,2840 0,2860 0,2880

0,1770 0,2760 0,2780 0,2800 0,2820 0,2840 0,2860

0,1780 0,2740 0,2760 0,2780 0,2800 0,2820 0,2840

0,1790 0,2720 0,2740 0,2760 0,2780 0,2800 0,2820

0,1800 0,2700 0,2720 0,2740 0,2760 0,2780 0,2800

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

ERRO: ESC (Problemas referentes a dimensões de escada, piso, espelho,

corrimãos, patamares, larguras ou altura de vão)

ARTIGO: NBR 9077:

4.7.3 Dimensionamento de degraus e patamares

4.7.3.1 Os degraus devem:

a) ter altura h [...] compreendida entre 16,0 cm e 18,0 cm, com tolerância de

0,05 cm;

b) ter largura b [...] dimensionada pela fórmula de Blondel.

CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 68. As escadas de uso privativo ou coletivo deverão ter largura

Page 114: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

suficiente para proporcionar o escoamento do número de

dependem, sendo:

I - a largura mínima das escadas de uso coletivo será de 1,20m (um metro e

vinte centímetros);

II - as escadas de uso privat

local, poderão ter largura mínima de 0,80m

(oitenta centímetros);

III - as escadas deverão oferecer passagem com altura mínima nunca

inferior a 2,10m (dois metros e dez centímetros);

IV - as escadas em leque de

brasileira específica;

V - as escadas deverão ser de material incombustível, quando atenderem a

mais de dois pavimentos, excetuando

VI - as escadas deverão ter um patamar int

1,00m (um metro) de profundidade, quando o desnível

(dezenove) degraus; e

VII - os degraus das escadas deverão apresentar espelho ("e") e piso ("p"),

que satisfaçam à relação 0,63m <= 2 e + p <=

espelho entre 0,16m (dezesseis centímetros) e 0,18m (dezoito centímetros)

SOLUÇÃO: Atender ao dimensionamento prescrito na legislação

buscando o conforto e a segurança do usuário, sempre indicando o corrimão com

altura de 92 cm.

Figura 38 – Representação técnica do esquema ideal de escada.

suficiente para proporcionar o escoamento do número de

a largura mínima das escadas de uso coletivo será de 1,20m (um metro e

as escadas de uso privativo ou restrito do compartimento, ambiente ou

local, poderão ter largura mínima de 0,80m

(oitenta centímetros);

as escadas deverão oferecer passagem com altura mínima nunca

inferior a 2,10m (dois metros e dez centímetros);

as escadas em leque deverão atender às prescrições da norma

as escadas deverão ser de material incombustível, quando atenderem a

mais de dois pavimentos, excetuando-se as localizadas em habitação unifamiliar;

as escadas deverão ter um patamar intermediário, de pelo menos

1,00m (um metro) de profundidade, quando o desnível exigir mais que 19

os degraus das escadas deverão apresentar espelho ("e") e piso ("p"),

que satisfaçam à relação 0,63m <= 2 e + p <= 0,64m, admitindo

espelho entre 0,16m (dezesseis centímetros) e 0,18m (dezoito centímetros)

Atender ao dimensionamento prescrito na legislação

nforto e a segurança do usuário, sempre indicando o corrimão com

Representação técnica do esquema ideal de escada.Fonte: NBR 9077 (2001).

113

pessoas que dela

a largura mínima das escadas de uso coletivo será de 1,20m (um metro e

ivo ou restrito do compartimento, ambiente ou

as escadas deverão oferecer passagem com altura mínima nunca

verão atender às prescrições da norma

as escadas deverão ser de material incombustível, quando atenderem a

localizadas em habitação unifamiliar;

ermediário, de pelo menos

exigir mais que 19

os degraus das escadas deverão apresentar espelho ("e") e piso ("p"),

0,64m, admitindo-se a altura do

espelho entre 0,16m (dezesseis centímetros) e 0,18m (dezoito centímetros)

Atender ao dimensionamento prescrito na legislação (figura 38),

nforto e a segurança do usuário, sempre indicando o corrimão com

Representação técnica do esquema ideal de escada.

Page 115: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

114

3.3.23. Telhados

ERRO: COB (Cobertura com problemas na representação gráfica ou ausência de

elementos)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 27. O requerente apresentará o projeto para aprovação composto e

acompanhado de:

III - cortes transversais e longitudinais na mesma escala da planta baixa,

com a indicação de:

3 - perfis do telhado;

Art. 66. Além das demais disposições legais, deverá ser observado o que

segue em relação às coberturas das edificações:

I - quando a edificação estiver junto à divisa deverá obrigatoriamente

possuir platibanda;

II - todas as edificações de beiral com caimento no sentido da divisa

deverão possuir calha quando o afastamento desta até a divisa for inferior a 0,50m

(cinquenta centímetros); e

III - não são considerados como área construída os beirais com balanço

cuja projeção horizontal não ultrapasse 1,00m (um metro) em relação ao seu

perímetro, não podendo a distância do beiral até a divisa ser inferior a 0,50m

(cinquenta centímetros).

SOLUÇÃO: A preocupação com o distanciamento das águas pluviométricas

conduzidas pelos telhados advém da preservação das edificações vizinhas a

patologias referentes a infiltrações, logo, os telhados devem manter uma distância

segura de seus beirais às divisas ou possuírem calhas para coleta.

3.3.24. Terrenos em Esquinas

Os terrenos em esquinas geralmente apresentam maiores dificuldades de

representação nos projetos pelo fato de envolverem linhas retas e arcos, entretanto

sua representação ideal deve estar de acordo com a planta de loteamentos em que

o lote se situa.

Page 116: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

115

No desenho da planta de locação deve-se indicar junto a esquina seu

desenvolvimento e seu raio, além de indicação dos rebaixos de guia nos dois

sentidos para a acessibilidade dos portadores de necessidades especiais (figura 39).

O código de obras em seu Art. 111 aponta que:

Toda calçada construída ou reformada em data de esquina deve apresentar rebaixamentos em rampas, compostas de um acesso principal com largura de 1,20m (um metro e vinte centímetros) a 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) e abas laterais construídas junto ao meio-fio com largura de 0,50m (cinquenta centímetros), [...].

Figura 39 – Rebaixos de guia nas esquinas.

Fonte: NBR 9050(2004).

3.3.25. Poço de Luz

ERRO: PL (Poço de luz fora dos padrões)

ARTIGO: Casos omissos.

SOLUÇÃO: Convencionou-se que os poços de luz mínimos devem apresentar um

formato de quadrado com lado de 1,5 metros entre esquadria-divisa e esquadria-

esquadria (figura 40).

Vale à pena lembrar que para efeito de aprovação na PML é aceito o poço de

luz conforme figura 40, entretanto o Código Civil no artigo 1.301 delibera que “As

janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as perpendiculares,

não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centímetros”, ou seja, deve-se

apresentar janelas perpendiculares a linha de divisa com distanciamento mínimo de

Page 117: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

116

75 cm.

Figura 40 – Poço de luz padrão PML.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

3.3.26. Programa Agiliza Obras

O programa “Agiliza Obras” trata-se de uma modalidade de processo, onde

os projetos enquadrados passam por uma análise simplificada. Incluem-se no

programa todas as residências e comércios até 100 m².

De acordo com o site oficial da PML, os parâmetros construtivos analisados

pela PML neste programa são:

• Uso compatível com zoneamento;

• Coeficiente de aproveitamento;

• Taxa de ocupação;

• Altura máxima da edificação;

• Número de pavimentos;

• Dimensões e configuração do mezanino se houver;

• Taxa de permeabilidade;

• Recuo frontal;

• Afastamento das divisas laterais e de fundo;

Page 118: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

117

• Altura da edificação junto às divisas;

• Solução de esgotamento sanitário e localização da caixa de gordura;

• Cisterna para edificações com área superior a 200,00m²;

• Dimensões e configuração do passeio público;

• Estacionamento e circulação de veículos;

• Acesso de pedestres e veículos;

• Elevação do fechamento frontal;

• Nível do térreo;

• Atingimento por alargamento ou prolongamento do sistema viário

básico;

• Indicação de postes, árvores, bocas de lobo ou placas de sinalização

existentes;

• Perfis longitudinal e transversal da data;

• Sanitário adaptado conforme NBR 9050 para uso não residencial;

• PGRCC.

3.3.27. Propostas de Soluções para Estacionamentos

A partir das dimensões mais comuns de lotes urbanos, desenvolveu-se

soluções para disposição de vagas no recuo frontal de acordo com as dimensões

previstas na legislação pertinente. Representação gráfica no apêndice I.

Consiste em soluções pré-definidas para estacionamentos no recuo frontal

com as vagas locadas em diversos sentidos para lotes de 10 a 15 metros de

testada.

3.3.28. Rebaixos de Guia

ERRO: RG (Rebaixo de guia fora dos padrões, sendo para acesso de veículos ou

nas esquinas para portadores de necessidades especiais.)

ARTIGO: USO E OCUPAÇAO DO SOLO

Art. 82. Para qualquer que seja o uso, será permitido o rebaixamento de guia

para acesso de veículos em 3,5 metros lineares por lote, exceto em vias arteriais e

estruturais, onde o rebaixamento pode ser apresentado com 5,00 metros linear

Page 119: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

118

(figura 41).

Art. 83. Em edificações coletivas será permitido um rebaixamento de guia de

3,0 metros (três metros) linear por pavimento de estacionamento, com no mínimo 5

(cinco) vagas por pavimento.

CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 108. Na área de acesso aos veículos, a concordância entre o nível da

calçada e o nível do leito carroçável na rua, decorrente do rebaixamento do meio-fio,

deverá ocorrer numa faixa de até 0,85m (oitenta e cinco centímetros) na seção

transversal.

Art. 110. A faixa de piso tátil pode ser do tipo direcional ou de alerta, com

largura constante de 0,30m (trinta centímetros) e afastamento de 0,40m (quarenta

centímetros), em relação ao alinhamento, com cor contrastante com a do piso

adjacente, atendendo aos parâmetros de relevo e de instalação previstos na NBR-

9050 da ABNT.

Art. 111. Toda calçada construída ou reformada em data de esquina deve

apresentar rebaixamentos em rampas, compostas de um acesso principal com

largura de 1,20m (um metro e vinte centímetros) a 1,50m (um metro e cinquenta

centímetros) e abas laterais construídas junto ao meio-fio com largura de 0,50m

(cinquenta centímetros), [...].

SOLUÇÃO:

Figura 41 – Rebaixos de guia em frente aos lotes.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Page 120: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

119

3.3.29. Rodovias

ERRO: ROD (Recuo frontal incompatível com rodovias)

ARTIGO: USO E OCUPAÇAO DO SOLO:

Art. 24. Na Zona Comercial 5, o lote e a edificação deverão obedecer às

seguintes normas:

VI – em lotes voltados para rodovias oficiais o recuo do alinhamento será

de 15m (quinze metros) no mínimo a contar da faixa de domínio;

Art. 90. Ao longo de rodovias oficiais, os lotes resultantes de parcelamento

do solo para fins urbanos que tenham aprovação anterior à Lei Federal nº 6.766/79,

com frente para via local (marginal), o recuo de frente será de 5m (cinco metros),

entretanto nos parcelamentos aprovados após a publicação da referida lei o recuo

de frente será de 15m (quinze metros).

SOLUÇÃO: Obedecer ao recuo conforme solicitado na legislação (figura 42),

guardando seu direito de manter sua edificação em caso de desapropriação por

alargamento da via.

Figura 42 – Faixa inedificável em lotes frente a rodovias.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Page 121: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

120

3.3.30. Servidão de Passagem

A Lei Nº 8.472, de 23 de julho de 2001 institui que “o proprietário de imóvel

lindeiro de cota altimétrica inferior a permitir a passagem das tubulações do ramal de

ligação de esgoto captado de edificação construída em imóvel lindeiro de cota

altimétrica superior.”

3.3.31. Topografia

ERRO: PNT (Ausência ou incompatibilidade do perfil natural do terreno ou de suas

curvas topográficas)

ARTIGO: CÓDIGO DE OBRAS:

Art. 27. O requerente apresentará o projeto para aprovação composto e

acompanhado de:

6 - perfil longitudinal da data, tomando-se como referência de nível (R.N) o

nível do eixo do terreno em relação à calçada;

2 - demarcação planialtimétrica da data na quadra a que pertence;

SOLUÇÃO: Representar na planta de locação as curvas de níveis compatíveis com

as encontradas na planta de loteamento e representar nos cortes o perfil natural do

terreno compatível com as curvas de níveis (figura 43).

Figura 43 – Perfil natural do terreno em corte e curvas de níveis em planta.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Page 122: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

121

4. CAPÍTULO IV - MÉTODO DA PESQUISA

O método da pesquisa adotado para o desenvolvimento deste trabalho é o

estudo de caso da condição estabelecida na cidade de Londrina - PR,

especificamente no contexto dos projetos de edifícios submetidos à aprovação na

prefeitura desta cidade, no setor DAP, por meio de pesquisa exploratória e

qualitativa.

O método foi selecionado por tratar de um fenômeno contemporâneo

(aprovação de projetos em Londrina - PR), com o principal intuito de responder a

questão de que proporção cada erro contribui para a reprovação de projetos. O

fenômeno estudado é a grande parcela de projetos com erros básicos. Os processos

que em conjunto foram tomados como objeto, foram observados e catalogados,

gerando um grande volume de dados documentados.

De acordo com Yin (2001), o estudo de caso representa uma maneira de se

investigar um tópico empírico seguindo-se de um conjunto de procedimentos pré-

especificados. Ainda afirma que é uma estratégia de pesquisa ideal para situações

de pesquisa em administração pública, que é o caso.

Para Schramm (1971) apud Yin (2001):

A essência de um estudo de caso, a principal tendência em todos os tipos de estudo de caso, é que ela tenta esclarecer uma decisão ou um conjunto de decisões: o motivo pelo qual foram tomadas, como foram implementadas e com quais resultados.

Com a coleta de dados realizada durante o período compreendido entre

26/03/2012 a 28/03/2014, identificaram-se os principais problemas de projetos, bem

como suas peculiaridades, constituindo uma matriz de dados de 530 amostras, com

as colunas:

• Nº de processo (título e localização);

• Requerente;

• Data de emissão e repasse;

• Data de despacho;

• Observações/correções.

De maneira a sanar os principais problemas de projeto, buscou-se na

legislação e normatização vigente uma compilação de prescrições referentes a cada

assunto, tornando a informação geralmente fragmentada mais acessível. O

diagrama 3 ilustra graficamente o método da pesquisa utilizado.

Page 123: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

Diagrama

OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA (CORREÇÕES DE

PROJETOS)

COLETA DE DADOS (COMPOSIÇÃO DA

AMOSTRAGEM)

ANÁLISE DOS DADOS

LEVANTAMENTOS DIVERSIFICADOS (PRODUÇÃO DE

GRÁFICOS E TABELAS)

PRODUÇÃO DASDIRETRIZES PARA APROVAÇÃO

MELHORIA NA ELABORAÇÃO DE PROJETOS (CONCEPÇÃO

Diagrama 3 – Método de pesquisa utilizado. Fonte: Arquivo pessoal (2014).

IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA (EXCESSO

DE REPROVAÇÕES)

OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA (CORREÇÕES DE

PROJETOS)

IDENTIFICAÇÃO DE SOLUÇÕES

(LITERATURA/LEGISLAÇÃO)

COMPILAÇÃO DE SOLUÇÕES

APRIMORAMENTO NA COLETA

ANÁLISE DOS DADOS

LEVANTAMENTOS DIVERSIFICADOS (PRODUÇÃO DE

GRÁFICOS E TABELAS)

IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS DE

PROJETO (PRINCIPAIS CAUSAS)

APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO

TÉCNICO

PRODUÇÃO DASDIRETRIZES PARA APROVAÇÃO DE PROJETOS

RESULTADO ESPERADO:

MELHORIA NA ELABORAÇÃO DE PROJETOS (CONCEPÇÃO DIRECIONADA)

122

Page 124: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

123

A principal característica da coleta foi a observação participativa, pois

durante cada análise individual dos processos, foram orientadas as soluções para os

erros encontrados, fazendo-se referência às normas, croquis explicativos nas

pranchas ou até mesmo anexando-se cópias de documentos onde o profissional

pudesse buscar a solução para seu problema.

Como alternativa sugerida pela profissional docente do curso de engenharia

da Unifil Fernanda Taline da Silva Stori, graduada em licenciatura plena em

Matemática e Mestre em Matemática, o cálculo do tamanho da amostra foi operado

por meio da equação 7, proposta por Marangoni (2014), onde a população de

processos foi de 530, admitindo erro máximo de 5%, com nível de confiança de 90%

e heterogeneidade de 50% encontrou-se o número de 180, entretanto utilizou-se 185

(valor superior ao mínimo recomendado).

)1.(².²).1(

)1(²..

ppZeN

ppZNn

−+−−=

Equação 7 – Número de amostra. Fonte: Marangoni (2014).

Onde:

n = tamanho da amostra que queremos calcular

N = tamanho do universo

Z = é o desvio do valor médio que aceitar a alcançar o nível de confiança

desejado. Dependendo do nível de confiança que se procura, utiliza-se um

determinado valor que é determinado pela forma que tem a distribuição de Gauss.

Os valores mais comuns são:

Nível de confiança de 90% -> Z = 1,645

Nível de confiança de 95% -> Z = 1,96

Nível de confiança de 99% -> Z = 2,575

e = A margem máxima de erro admito (por exemplo, 5%)

p =heterogeneidade

A análise da população total de processos se deu por amostragem

sistemática, onde há um critério padrão estabelecido para a seleção de membros

que irão compor o objeto de estudo, neste caso aproximadamente 1 a cada 5

Page 125: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

124

elementos da matriz de dados foi selecionado, caracterizando-a como amostra não

probabilística, ilustrado em escala aproximada pela figura 44, onde se pode observar

a população inteira, e as amostras selecionadas em cor cinza. Selecionaram-se

completamente os 100 últimos processos devido a sua maior qualidade durante a

coleta.

Figura 44 – Plano ilustrativo de amostras coletadas em função de toda a população. Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Page 126: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

125

5. CAPÍTULO V - RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Levantamento e Análise dos Principais Erros do s Projetos

Por meio do gráfico 2, com valores referentes à amostra de 185 processos

em relação a população de 530 processos, com erro admissível máximo de 5%,

pode-se observar que os 5 principais erros mais cometidos pelos projetistas são

referentes a:

• PNT (67,03%): perfil natural do terreno, ou relacionado a curvas de

níveis topográficas, com 124 ocorrências;

• ESG (39,46%): esgotamento sanitário, seja rede pública de esgoto ou

fossa séptica e sumidouro, relacionado à ausência de indicação,

problemas de locação ou recuos requeridos.

• AC (38,92%): área construída, ou erros referentes à representação de

áreas existentes com habite-se.

• CG (38,84%): caixa de gordura, referente à sua ausência no projeto.

• PT (37,84%): piso tátil, referente à ausência ou inconformidade da

instalação do piso tátil na calçada do lote.

A análise completa dos dados tabelados pode ser observada na tabela 1.

Tabela 1 – Especificações dos erros analisados e suas respectivas ocorrências (%). CÓDIGO ESPECIFICAÇÃO DO ERRO OCORRÊNCIA

AC Área Construída, ou áreas existentes. 38,92%

AL Área do lote 17,30%

ALIN Alinhamento predial: barreira física ou abertura, 11,35%

AMB Falta de indicação dos nomes dos ambientes 3,24%

AP Área permeável 20,00%

ARR Necessidade de muro de arrimo 6,49%

ART Ausência de ART ou RRT, ou problemas referentes ao número de registro dos profissionais (CREA ou CAU)

11,35%

ASS Número de assinaturas insuficiente: campos destinados a assinatura dos profissionais ou proprietários protocolados sem assinatura

5,41%

AZ Falta de indicação dos revestimentos em áreas molhadas como banheiros, cozinhas ou áreas de serviço.

20,54%

BOMB Ausência do projeto aprovado previamente no corpo de Bombeiros

22,16%

CAR Rasuras ou emendas no carimbo: alteração posterior da plotagem, ou carimbo com dimensões inadequadas.

10,81%

CG Ausência da caixa de gordura no projeto. 37,84%

[Continua]

Page 127: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

126

CIST Ausência ou problemas de posicionamento da cisterna no projeto.

13,51%

COB Cobertura com problemas na representação gráfica ou ausência de elementos.

20,00%

COTA Ausência de cotas indicando as dimensões de elementos gráficos.

18,92%

DIM Dimensões dos ambientes incompatíveis com a legislação do município.

8,65%

DIV Indicação das divisas inexistente ou problemas referentes a altura máxima permitida para construção.

23,78%

ESC Problemas referentes a dimensões de escada, piso, espelho, corrimãos, patamares, larguras ou altura de vão.

25,41%

ESG Problemas referente ao esgotamento sanitário seja com rede pública de esgoto ou fossa séptica com sumidouro.

39,46%

ESTAC Itens referentes ao dimensionamento de vagas de estacionamento, seja pelo número insuficiente ou dimensões inadequadas

28,11%

FP Faixa permeável na calçada conforme padrão de Londrina 36,76%

ILVE Deficiência no fornecimento de iluminação e ventilação naturais a um ou mais compartimentos da edificação.

14,05%

INC Problemas referentes a inclinações na calçada, rampas ou telhado.

14,59%

IPTU Incompatibilidade ou ausência do número da inscrição imobiliária do lote.

11,89%

NIVEL Ausência ou incompatibilidade dos níveis altimétricos dos ambientes.

8,65%

PCPA Apresentar projeto completo para análise. 0,54%

PD Dimensão incompatível para pé-direito. 4,86%

PGRCC Apresentar Plano de Gerenciamento de Resíduos da construção civil.

3,78%

PL Poço de luz fora dos padrões. 1,08%

PNE Ausência ou dimensões inadequadas dos banheiros para portadores de necessidades especiais.

14,05%

PNT Ausência ou incompatibilidade do perfil natural do terreno ou de suas curvas topográficas

67,03%

PT Ausência ou incompatibilidade da faixa de piso tátil na calçada.

37,84%

QE Ausência ou incompatibilidade do quadro de esquadrias. 6,49%

REC Recuos insuficientes, sendo eles: frontais, laterais ou de fundo.

6,49%

RG Rebaixo de guia fora dos padrões, sendo o para acesso de veículos ou nas esquinas para portadores de necessidades especiais.

12,97%

ROD Recuo frontal compatível com rodovias. 0,54%

SIT Situação incompatível com a planta de loteamentos. 16,76%

[Continua]

[Continuação]

Page 128: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

SL Ausência da planta de subdivisãoenvolvidos.

TOCA Equívoco no cálculo dos coeficientes de aproveitamento e taxa de ocupação do terreno.

VIAS Número de vias insuficientes.

ZC Área máxima destinada ao comércio extrapolada.

ZON Zoneamento incorreto.

O elevado percentual de incidência de erros referentes

terreno (PNT - 67,03%

projeto de loteamento em que o lote se situa. A representação topográfica do terreno

no projeto tem por finalidade a identificação da necessidade ou não de muros de

arrimo, além de definir a base da a

ao longo do lote.

5.1.1. Medidas de

Por meio da análise realizada sobre a amostragem referente ao presente

trabalho, encontrou-se um número médio de

expressivo número de erros médios por projeto contrasta com o baixo número de

projetos que não apresentam erro algum representando apenas 4,86% (9 de 185

processos selecionados)

[Continuação]

da planta de subdivisão ou anexação dos lotes envolvidos.

Equívoco no cálculo dos coeficientes de aproveitamento e taxa de ocupação do terreno.

Número de vias insuficientes.

Área máxima destinada ao comércio extrapolada.

Zoneamento incorreto.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Gráfico 2 – Incidência de erros. Fonte: Arquivo pessoal (2014).

O elevado percentual de incidência de erros referentes

da tabela 1) indica que há uma carência de consulta d

projeto de loteamento em que o lote se situa. A representação topográfica do terreno

no projeto tem por finalidade a identificação da necessidade ou não de muros de

arrimo, além de definir a base da altura máxima permitida para construção na divisa

Medidas de Dispersão da Amostra

Por meio da análise realizada sobre a amostragem referente ao presente

se um número médio de 6,25 erros por projeto analisado. O

expressivo número de erros médios por projeto contrasta com o baixo número de

projetos que não apresentam erro algum representando apenas 4,86% (9 de 185

).

[Continuação]

127

10,81%

11,35%

6,49%

0,54%

4,32%

O elevado percentual de incidência de erros referentes à topografia do

que há uma carência de consulta do

projeto de loteamento em que o lote se situa. A representação topográfica do terreno

no projeto tem por finalidade a identificação da necessidade ou não de muros de

ltura máxima permitida para construção na divisa

Por meio da análise realizada sobre a amostragem referente ao presente

erros por projeto analisado. O

expressivo número de erros médios por projeto contrasta com o baixo número de

projetos que não apresentam erro algum representando apenas 4,86% (9 de 185

Page 129: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

Gráfico

Por meio do gráfico

tendência se inclina positivamente, indicando que nos últimos processos encontrou

se maior número de erros. Este fato se deu pelo aprimoramento progressivo na

qualidade da coleta dos dados.

0 (zero), os 9 projetos sem erros.

De acordo com Vieira (1999), a variância é a soma dos quadrados dos

desvios de cada observação em relação à média X, dividida por n

indica o quão distante os valores estão da m

encontrar a variância da amostra equivalente a 15,8.

Onde:

S²=variância

Gráfico 3 – Dispersão de erros da amostra. Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Por meio do gráfico 3 de dispersão, pode-se observar que a linha de

tendência se inclina positivamente, indicando que nos últimos processos encontrou

se maior número de erros. Este fato se deu pelo aprimoramento progressivo na

qualidade da coleta dos dados. Neste gráfico ainda é possível observar na ordenada

0 (zero), os 9 projetos sem erros.

De acordo com Vieira (1999), a variância é a soma dos quadrados dos

desvios de cada observação em relação à média X, dividida por n

indica o quão distante os valores estão da média. Por meio da equação

encontrar a variância da amostra equivalente a 15,8.

1

)²(²

−−

= ∑n

xxs

Equação 8 – Variância da amostra. Fonte: Vieira (1999).

128

se observar que a linha de

tendência se inclina positivamente, indicando que nos últimos processos encontrou-

se maior número de erros. Este fato se deu pelo aprimoramento progressivo na

é possível observar na ordenada

De acordo com Vieira (1999), a variância é a soma dos quadrados dos

desvios de cada observação em relação à média X, dividida por n-1. Em suma,

Por meio da equação 8 pode-se

Page 130: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

129

X=valor individual

x =média da amostra

n= tamanho da amostra

O desvio padrão, de acordo com Vieira (1999), é a raiz quadrada da

variância (equação 9). A amostra indica um valor de desvio padrão de 3,97.

1

)²(

−−

= ∑n

xxs

Equação 9 – Desvio padrão da amostra Fonte: Vieira (1999).

Onde:

S=desvio padrão

X=valor individual

x =média da amostra

n= tamanho da amostra

5.1.2. Quantitativo de Alvarás e Habite-ses

A condição de regularidade das edificações se dá pelo fato de estarem de

acordo com as solicitações legais exigidas pelos órgãos públicos competentes. A

aprovação de projetos na Prefeitura Municipal de Londrina - PR tem sua concepção

desenvolvida por profissionais habilitados, que além de elaborarem os projetos e se

responsabilizarem por eles, têm a obrigação de preservar a edificação em condição

regular.

Após o tramite de aprovação do projeto de uma edificação, a obra está

autorizada a ser executada pelo alvará emitido pelo departamento de aprovação de

projetos (DAP) da secretaria de obras, que em caminhos convencionais deve ser

concluído após sua execução, pelo certificado de vistoria de conclusão de obra

(CVCO) ou conhecido popularmente por “Habite-se”.

Por definição da Lei 11381/2011, o Habite-se é um documento expedido

pelo Município, atestando a verificação da regularidade da obra, quando da sua

conclusão, que autoriza a ocupação ou uso de uma edificação.

Page 131: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

130

Um dos principais problemas quanto à regularidade das obras na cidade de

Londrina/PR é que uma parcela significante dos processos obtém o alvará para

execução da edificação e não concluem o processo até a etapa final que é o Habite-

se, oferecendo riscos aos usuários e às edificações vizinhas.

Com o objetivo de quantificar o percentual de edificações que após

executadas continuam sem habite-se, pesquisou-se o número de alvarás e habite-

ses emitidos em cada ano.

Considerando-se que a etapa de emissão do alvará de uma edificação para

sua execução é preliminar a etapa de emissão do habite-se, comumente há

processos que após a execução da obra, muitos proprietários optam por utilizar

irregularmente a edificação, sem habite-se. Com a coleta de dados realizada ( tabela

2 e gráfico 4), pode-se observar que o número de habite-ses é via de regra menor

que a emissão de alvarás entre os anos de 2004 a 2013. Durante este período em

média 23,84% dos processos onde há a execução das obras mas não concluem o

processo com a emissão do habite-se.

Tabela 2 – Quantitativos de alvarás e habite-ses ao longo dos anos. ANO ALVARÁ HABITE-

SE DIFERENÇA

QUANTIDADE PERCENTUAL

2004 2622 1950 672 25,63%

2005 2477 1506 971 39,20%

2006 1873 1637 236 12,60%

2007 3134 1965 1169 37,30%

2008 3046 2321 725 23,80%

2009 3177 2301 876 27,57%

2010 4229 2974 1255 29,68%

2011 4289 3439 850 19,82%

2012 3644 3299 345 9,47%

2013 3940 3415 525 13,32%

Fonte: Arquivo pessoal(2014).

Page 132: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

131

Gráfico 4 – Quantitativos de alvarás e habite-ses ao longo dos anos.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Há uma gama de motivos para o número crescente de edificações

concluídas sem o certificado de vistoria de conclusão de obra, como a falta de

recursos para custeio do imposto sobre serviços (ISS) ou obras com execução lenta

e prolongada, entretanto a parcela preocupante destes números é referente às

edificações que passam a ser utilizadas e/ou habitadas sem a vistoria dos fiscais

para autorização.

A preocupação se dá pelo fato do risco da obra ter sido executada em

desacordo com o projeto aprovado. De acordo com o código de obras, o habite-se

tem como principais funções a garantia de: segurança aos usuários, que as

instalações previstas em projeto funcionem adequadamente, conforto térmico

acústico, luminoso e qualidade do ar, compatibilidade da edificação com as normas,

compatibilidade com as exigências do Corpo de Bombeiros, e solução para

esgotamento sanitário.

5.1.3. Detalhamento do número de aprovações ao long o do tempo.

Por meio do gráfico 5 e tabela 3 pode-se observar a curva de crescimento do

número de aprovações na cidade de Londrina - PR comparando-se com o mesmo

quesito de Florianópolis-SC ao longo do período compreendido entre 2004 e 2012,

pelo fato de apresentarem porte populacional análogo, (dados de Florianópolis-SC

coletados do site oficial do SINDUSCON regional).

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

ALVARÁ

HABITE-SE

ANO

Q

U

A

N

T

I

D

A

D

E

Page 133: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

132

Ao se comparar a quantidade das aprovações de projeto de duas cidades de

porte semelhante, pode-se caracterizar o padrão evolutivo das mesmas, onde uma

serve de parâmetro da outra para comparações e posterior análise.

A disponibilidade das informações referentes ao volume de processos nas

prefeituras, ao serem disponibilizados em meio tecnológico promovem maior

transparência quanto às atividades do poder público, fornecendo margem para

estudos técnico-científicos entre outros.

Gráfico 5 – Evolução da quantidade ao longo dos anos em Londrina - PR e Florianópolis/SC.

SC. Fonte: DAP e Sinduscon Seconci (2014).

Tabela 3 – Quantitativos de alvarás expedidos ao longo dos anos. ANO FLORIANÓPOLIS LONDRINA

2004 1305 2622

2005 936 2477

2006 781 1873

2007 800 3134

2008 910 3046

2009 882 3177

2010 878 4166

2011 1197 4275

2012 870 3623

Fonte: DAP e Sinduscon Seconci (2014).

No gráfico 5, observa-se que houve um crescimento acentuado entre os

períodos de 2006 e uma redução em 2012, que pode ser associada com a bolha

imobiliária que vem tangenciando o mercado de imóveis nos últimos anos. A bolha

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

EVOLUÇÃO DAS APROVAÇÕES

FLORIANÓPOLIS

LONDRINA

ANO

QU

AN

TID

AD

E

Page 134: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

133

imobiliária consiste na produção de unidades acima da demanda imposta pela

sociedade, ou seja, a oferta é maior que a procura. O mercado da construção civil é

intrinsecamente associado ao mercado consumidor, sendo que seu interesse pela

compra de imóveis dita a produção deste setor.

Os valores encontrados na tabela 3, e ilustrados no gráfico 5 mostram que

os traçados de ambas as cidades (Londrina e Florianópolis) são semelhantes,

indicando que fatores em âmbito nacional atuam simultaneamente sobre o mercado

consumidor da construção civil, como por exemplo a economia e/ou política.

Cada ano possui um padrão de aprovações, sendo que durante o decorrer

acontece um numero maior ou menor de aprovações devido a diversos motivos. O

gráfico 6 mostra que não houve uma correlação ou padrão comum aos anos do

estudo, pelo contrário, o contexto cronológico que cada período se desenvolve traz

diferentes impactos na construção civil de Londrina - PR.

Gráfico 6 – Padrão das quantidades de aprovações ao longo dos meses.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

5.2. Proposta de Checklist

O checklist aqui proposto está no apêndice II, está disponível na íntegra no

site Oficial da PML, cuja participação do autor contribuiu inicialmente para seu

desenvolvimento e pode ser utilizado durante o processo de concepção do projeto

de uma edifício. O checklist é atualizado pelo poder público com determinada

frequência.

00

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

QU

AN

TID

AD

E

MÊS

Page 135: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

134

6. CAPÍTULO VI - CONCLUSÃO

A matriz de dados coletada após sua análise indicou que os erros mais

presentes nos projetos são referentes à falta de consulta dos autores de projetos

aos órgãos públicos quanto às informações referentes ao lote, principalmente quanto

a sua topografia (TOPO), esgotamento sanitário (ESG) e representação das áreas

(AC).

Na revisão bibliográfica, houve a busca pela contextualização do leitor

quanto aos fenômenos relacionados à aprovação de projetos e suas vertentes.

A orientação aos projetistas foram dadas ao longo do trabalho, em diversos

momentos, onde o leitor conhece o funcionamento do órgão fiscalizador com

orientações de procedimentos que garantem a ele maior facilidade para a atividade

de projeto e aprovação de projetos.

O grande número de informações abordadas pela diversidade de leis

referentes às aprovações de projetos requer atenção do profissional habilitado a

realizar o desenvolvimento do projeto e tramitação de documentos. Cabe ao

engenheiro civil ou arquiteto responsável pelo gerenciamento de projetos proceder

ativamente exercendo sua profissão conforme seus deveres e cobrando seus

direitos.

No desenvolvimento do trabalho foram citadas diversas normas e leis, cuja

principal diferença entre elas quanto à obrigatoriedade é que as leis possuem

caráter coercitivo e devem ser fundamentalmente seguidas, já as normas têm

caráter prescritivo, onde suas orientações podem ser tomadas legalmente como

referência em algum processo legal, entretanto cabe a decisão ao profissional

quanto ao seu cumprimento. Há alguns itens que a PML toma como obrigatório nos

projetos referenciados principalmente nas normas NBR 9077 e NBR 9050.

A dificuldade encontrada na busca de material para revisão bibliográfica se

deu pelo fato do trabalho apresentar caráter inédito, onde a fonte principal utilizada é

baseada em legislação e normas técnicas. A literatura encontrada para composição

da revisão bibliográfica em sua maior parte traz a base teórica (livros, trabalhos

científicos, mestrados, doutorados) ao trabalho, sendo que em seu desenvolvimento

predomina o cunho técnico (normas, leis, códigos, resoluções). Os níveis qualitativos

dos projetos foram divididos em 3 grandes grupos onde são classificados quanto ao

que é representado nos projetos, em baixa, média e alta qualidade. A classificação

Page 136: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

135

dos projetos tem por finalidade a identificação do nível dos projetistas e estimulá-los

a buscar melhorias em seus projetos.

No desenvolvimento do trabalho, o item Itens Técnicos (que agrupa os

temas dos artigos das leis em vigor) soluciona de forma detalhada os principais

erros levantados pela amostragem realizada. As respostas para cada pergunta

foram expostas de maneira didática por meio de referências e ilustrações.

A caracterização das edificações permite ao projetista prever suas principais

necessidades, ou seja, a concepção direcionada traz uma maior facilidade ao leitor

em incluir os itens solicitados pela PML.

A execução de obras onde o responsável técnico é um indivíduo distinto do

autor do projeto requer estrita comunicação entre estes profissionais, pois o autor do

projeto tem o direito de rejeitar o projeto caso seja executado em desacordo com o

que concebeu, registrando seu protesto de maneira pública em um tabelionato.

A volatilidade da legislação que por meio de erratas, emendas, minutas ou

até mesmo criação de novas leis indica a possibilidade de mudança de itens

fundamentais para o desenvolvimento dos projetos, portanto, manter-se atualizado

quanto ao assunto é fundamental para uma dinâmica mais precisa na relação

profissional-prefeitura.

O percentual da diferença entre obras que tem seus projetos aprovados e

não possuem habite-se (em média 23,84%) tem sua presença constante ao longo

dos anos, como pode ser observado nos resultados deste trabalho. Esta parcela de

obras que permanecem irregulares somadas às edificações que nem projetos

aprovados possuem encontra-se em risco, pois a mudança de lei pode inviabilizar r

a aprovação da edificação por apresentar itens diferentes do período de execução

da obra. Aprovar o projeto de uma obra já executada é mais trabalhoso e implica em

uma série de agravantes que já começam na taxa diferenciada para dar entrada no

processo.

O processo interno da estrutura do setor integrado de alvarás e habite-ses

poderia ser melhorado pelo poder público, que teria como resultado um maior

faturamento no arrecadamento de impostos pelo maior número de interessados em

manter suas obras regulares e com o maior número de obras regulares a cidade

apresentaria uma maior qualidade de vida, pelo fato de que a sociedade tenderia a

estar mais segura sob edificações dentro da legislação.

Page 137: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

136

Fica aqui como sugestão, o fornecimento de um roteiro ou manual detalhado

para disponibilização à população que divulgue de forma mais eficiente as

informações principais solicitadas por ela, tornando a aprovação de projetos mais

rápida e dinâmica.

Por se tratar de uma estrutura orgânica e hierárquica, a PML possui órgãos

(secretarias) e pastas menores (diretorias), as quais se complementam e permitem a

tramitação e fluxo interno de processos, entretanto ainda há algumas discrepâncias

e ciclos viciosos que poderiam ser evitados por meio de uma análise minuciosa do

sistema atuante e por sua vez a flexibilização das secretarias para intervenções.

Apesar dos dois departamentos estarem próximos fisicamente, a secretaria da

fazenda e a de obras ainda possuem etapas de processos que ainda se encontram

dissonantes. O feedback e a retroalimentação com dados referentes ao

desempenho dos processos entre as secretarias citadas poderiam ser uma

alternativa para afinação dos itens que ainda se encontram em desarmonia.

Com o objetivo de primar pela transparência, um aspecto a ser cogitado é a

maior proximidade entre a secretaria de obras e o Clube de Engenharia e

Arquitetura de Londrina (CEAL), onde haveria maior número de ações integradas

como palestras, encartes, folhetos entre outras medidas de promoção da

regularidade das obras. Com os laços mais estreitos, o CEAL, que é o órgão

referente aos profissionais, traria uma maior proximidade de contato com o órgão

executivo, a PML.

A atualização constante de um canal de informações referente às

atualizações da legislação traria condições igualitária aos profissionais que estão em

contato frequente com a PML e os profissionais ocasionais (que aprovam projetos

com menor frequência). Esta atualização além de alertar os profissionais sobre

alterações, padronizaria e documentaria o que é solicitado de fato pelos servidores

públicos que executam e solicitam as leis nos projetos.

O checklist apresentado como padrão tem o potencial de contribuir com os

projetistas, potencializando e otimizando o tempo de consulta à legislação em vigor,

pois condensa os principais e mais relevantes itens referentes ao tema de forma

sucinta.

A PML ainda não possui nenhuma ferramenta online para a consulta das

informações referentes quantitativo de alvarás e habite-ses, sendo que para obter

estas informações o contribuinte tem que protocolar um pedido e ser retornado pelo

Page 138: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

137

órgão. Florianópolis/SC já possui esta ferramenta online e por meio dela obtiveram-

se alguns números citados neste trabalho. A inserção desta ferramenta tecnológica

viabilizaria o estudo referente a expansão da cidade de Londrina - PR para diversos

cursos interessados como: engenharia civil, geografia e arquitetura.

6.1. Sugestão de continuidade do trabalho

A construção do conhecimento se dá pelo processo contínuo de pesquisa

desenvolvido pela comunidade científica, onde o meio em que determinado trabalho

se situa oferece condições para sua posterior continuidade por outro autor. Ficam

aqui como sugestão de continuidade deste trabalho os itens:

• Elaboração de diretrizes de projetos para aprovação nas prefeituras de

diferentes municípios, fornecendo condições para quem tem menos contato com

esta área da engenharia civil também aprovar projetos com maior facilidade.

• Elaboração de diretrizes para elaboração e aprovação de projetos para

outros órgãos, como por exemplo, o de prevenção de incêndio aprovado pelo corpo

de bombeiros.

• Proposta de diretrizes para o procedimento de aprovação de projetos

em condomínios e loteamentos fechados, pelo fato dos condomínios e loteamentos

fechados atualmente apresentarem procedimento técnico interno de aprovação de

projetos

• Desenvolver diretrizes para a aprovação de projetos junto ao corpo

técnico de aceite de programas como Minha Casa, Minha Vida. No contexto atual da

aquisição de imóveis, os financiamentos vêm ganhando cada vez mais espaço na

viabilidade de sua compra e venda.

Page 139: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

138

7. CAPÍTULO VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492: Representação de

projetos de arquitetura. Rio de Janeiro. 1994.

______. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos

urbanos. Rio de Janeiro. 2004.

______. NBR 9077: Saídas de Emergência em Edifícios. Rio de Janeiro.2001.

______. NBR 10126: Cotagem em desenho técnico. Rio de Janeiro. 1987.

BRASIL. Código civil , 2002. Código civil. 53.ed. São Paulo: Saraiva; 2002.

BRASIL. DECRETO Nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004.

CASTELLS, M. La question urbaine . Paris: Maspero, 1977.

DIREITOS HUMANOS. Programa de Ação Mundial para as Pessoas Deficiente s. .

Disponível em: < http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/deficiente/progam.htm >.

Acesso em: 23/09/2014.

FABRÍCIO, Márcio Minto. Projeto simultâneo na construção de edifícios. 2002. 350 f.

Tese (Doutorado em Engenharia) - Escola Politécnicada Universidade de São Paulo.

FARIA, Claude Pasteur de Andrade. Comentários à lei 5.194/66 – Regula o exercício

das profissões de engenheiro e engenheiro agrônomo. Claude Pasteur de Andrade

Faria. 2ª Ed. Ver.,ampl., at. Florianópolis: Insular. 2012. 352 p.

FRAZÃO, Marcelo. Prefeitura volta atrás e considera prédio da Havan regular. Jornal de

Londrina. Geral – Tema do dia. Pg4. 08/05/2014.

GAVA, Ronaldo. Dicas legais para quem projeta e constrói . Curitiba. Ed. Da UFPR,

2002. 178p.

GOUNET, T. Fordismo e toyotismo na civilização de automóvel. São Paulo:

Boitempo, 1999.

LAZAGNA, A. Lenin, as forças produtivas e o Taylorismo . Dissertação (Mestrado)

- Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciência Humana da

Universidade Estadual de Campinas, Campinas/SP, 2002.

Page 140: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

139

LONDRINA. Lei nº 7.485 de 20 de julho de 1998 – Uso e ocupação do solo.

______. Lei nº 11.381 de novembro de 2011 – Código de Obras de Londrina.

______. CONSEMA (Conselho Municipal do Meio Ambiente) Resolução nº18 , 31 de

agosto de 2009.

LOPES, Paulo Adeildo. Condomínios horizontais e loteamentos fechados: uma

metodologia de avaliação de desempenho de ambientes coletivos a partir do

caso de Londrina – PR – São Paulo, 2009.

MARX, K. O capital: crítica da economia política. 10. ed. São Paulo: Difel, Livro 1, v.

1, 1985.

MELHADO, Silvio Burratino. Coordenação de projetos de edificações – São Paulo

: O Nome da Rosa, 2005.

MARANGONI, Nelson. Calculadora de Amostras. NETQUEST. 2014. Disponível em:

<http://www.netquest.com/br/panel/index.html#calculadora_muestras>. Acesso em:

04/05/2014.

PMBOK, Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos

(Guia PMBOK®). Project Management Institute, Inc. 2004. 405 P.

PUSCH, Jaime. Programa de excelência: projetos, execução e manute nção.

Folheto. CREA-PR. Curitiba. 2010.

RAGO, L. M. (et al). O que é Taylorismo . São Paulo: Brasiliense, 1986.

ROSOLÉM, Nathália Prado. Visualização cartográfica da expansão da cidade de

Londrina por meio de coleção de mapas digitais. Dissertação de Mestrado em

Geografia – UEL. Londrina, 2011.

SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: as conseqüências pessoais do

trabalho no novo capitalismo . 3ª tiragem. Rio de Janeiro: Record, 1999.

SCHRAMM, W. Notes on cases studies of instructional media proje cts . Working

paper, the Academy for Educational Development, Washington, DC. 1971.

Page 141: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

140

SINDUSCON SECONCI. Dados de alvará. Disponível em: < http://sinduscon-

fpolis.org.br/index.asp?dep=81 >. Acesso em: 10/10/2014.

TUSSI, Jessica. Prancheta X Computador: O Exercício Projetual Nas E scolas de

Arquitetura e Urbanismo . Artigo científico. Centro Universitário Filadélfia. Londrina,

2013. 10 p.

UEL. Mapa Hipsométrico de Londrina-PR. Atlas Ambiental. Londrina, PR.

Disponível em: <

http://www.uel.br/revistas/atlasambiental/NATURAL/Hipsometrico.jpg >. Acesso em:

15/08/2014.

VIEIRA, Sonia. Princípios de estatística . São Paulo: Pioneira, 1999.

WIRTH, L. O urbanismo como modo de vida. In: VELHO, G. (Org.). O fenômeno

urbano. Rio de Janeiro: Zahar 1987.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos . 2.ed. Porto Alegre:

Bookman, 2001.

Page 142: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

141

8. CAPÍTULO VIII – GLOSSÁRIO

AS BUILT – Projeto representativo que descreve exatamente o que foi

construído, com a tradução livre: como construído.

GIRAU – Piso intermediário, contido em um compartimento, com no máximo

50% (cinquenta por cento) da área do piso térreo. estrutura

independente construída de materiais de fácil remoção com

ocupação limitados a 30,00m² (trinta metros quadrados) e que não

será computada como área construída.

LINDEIRO – Confrontante; adjacente.

LOGGIA – Elemento arquitetônico aberto inteiramente ou em um dos lados -

como uma galeria ou pórtico - coberto e, normalmente, sustentado

por colunas e arcos.

Page 143: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

142

9. CAPÍTULO IX – APÊNDICES

9.1. APÊNDICE I – Proposta de estacionamentos para lotes mais comuns.

Page 144: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

143

9.2. APÊNDICE II – Check list para desenvolvimento de edificações.

PARÂMETROS GERAIS (TODAS AS EDIFICAÇÕES)

1

Abrigo no recuo - permissões (Art. 87 da Lei 7485/1998)

2 Adutora SANEPAR quando localizadas em terrenos particulares

3 Altura máxima da edificação, limites pré-estabelecidos → (Arts. 16 a 29 da Lei 7485/1998)

4

Apresentação da ART de muro de arrimo/estruturas acima de 1,80m de altura (Arts. 26, inciso II e Art. 104, §3º da Lei 11.381/2011)

5

Área permeável mín. de 20% (Art. 92 da Lei 7485/1998)

6

Área de lazer (Art. 102 da Lei 11.381/2011 e Art. 56 da Lei 7485/1998)

7

Barreira física no alinhamento predial (Art. 51 da Lei 11.024/2010)

8

Beirais (Art. 66, inciso II e Art. 7º, inciso XXI da Lei 11.381/2011)

9

Carimbo - dados de localização e informações relevantes à emissão do Alvará

10

Cisterna - obrigatoriedade e dimensionamento (Art. 92 da Lei 11.471/2012 - Código Ambiental e art. 9º da Resolução 18 do CONSEMMA respect.)

11

Coeficiente de aproveitamento e Taxa de ocupação (Lei 7485/1998):

|Definição → Art. 5º, incisos V e XXVI respectivamente

|Limites pré-estabelecidos → Arts. 13 a 29

12

Curvas de nível na implantação do lote (Art. 50, § único da Lei 11.381/2011)

13

Edificações de preservação histórica

14

Esgotamento sanitário e Locação da caixa de gordura (Art. 27-V-8 da Lei 11.381/2011 - Código de Obras)

15

Faixa de alargamento de vias (Art. 8º da Lei 7486/1998)

16

Faixa permeável no passeio (Art. 106 da Lei 11.381/2011)

17

Fossa séptica, quando existir, aprovada pela SEMA (Art. 212 da Lei 11.471/12 - Código Ambiental)

18

Fundo de Vale - limitação altura e nº pav. (Art. 86 da Lei 7485/1998) Apresentar levantamento topográfico.

19

Legenda e convenção p/ apresentação de proj. reformas (Art. 28 da Lei 11.381/2011)

20

Locar postes, árvores, bocas de lobo e demais obstáculos existentes no passeio (Art. 27 da Lei 11.381/2011 - Código de Obras)

21

Mezanino - dimensionamento (Art. 7º, inciso LVII da Lei 11.381/2011 )

22

Pé direito mínimo (Art. 161 e Anexos I, II e III da Lei 11.381/2011 )

23

Perfil natural longitudinal e transversal da data (Art. 27 da Lei 11.381/2011 - Código de Obras)

24

Piso tátil no passeio (Arts. 109 e 110 da Lei 11.381/2011 )

25

Rampa para cadeirantes em lotes de esquina (Art. 111 da Lei 11.381/2011)

26

Rampa para pedestres/veículos (Art. 70 da Lei 11.381/2011)

27

Recuos frontais obrigatórios - exceções (Arts. 62, 71, 72 e 90 da Lei 7485/1998)

28

Rebaixo de guia (Art. 108 da Lei 11.381/2011 e Art. 82 da Lei 7.485/1998)

29

Reservatório de captação/detenção águas pluviais lotes com área ≥ 2.000m2 com aval da Diretoria de Loteamentos (Art. 118 da Lei 11.381/2011)

30

Sacadas junto à divisa com parede-cega (Art. 1.301 do Código Civil Brasileiro)

31

Sacadas no recuo (Art. 79 da Lei 11.381/2011)

32

Termo de Responsabilidade assinado para processos Agiliza Obras (§ único, art. 4º da Lei 11.849/2013)

33

Zona Aeroportuária (Portaria 538/gm5 de 07/08/1989 e Lei 10.412/2007)

34

|Nota de ciência no projeto arquitetônico: "O PROJETO ACÚSTICO É PARTE INTEGRANTE

[Continua]

Page 145: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

144

DESTE PROJETO."

35

|Nota de ciência no projeto acústico: "O TRATAMENTO ACÚSTICO RESPEITA A REDUÇÃO DE RUÍDO EM 25 A 30 db(A) CONFORME A NBR 8572."

PARÂMETROS GERAIS (EDIFICAÇÕES COMERCIAIS)

36 Estacionamento:

|Vaga para cadeirantes e espaço adicional (NBR 9050/2004)

|Vaga para idoso (NBR 9050/2004 e Estatuto do Idoso - Lei Federal 10.741/2003)

|Vagas em nº suficientes à atividade (Anexo III da Lei 7485/1998)

|Vagas/raio de manobra - dimensionamento (Art. 100 da Lei 11.381/2011)

37 Sanitário adaptado à Pessoa com Deficiência - PCD (NBR 9050/2004)

38 Apresentação do Plano de Segurança Contra Incêndio e Pânico - PSCIP para edificações não residenciais com área ≥ 100m2 (CSCIP/PMPR)

AGÊNCIAS BANCÁRIAS

39 Apresentação do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV aprovado pelo IPPUL (§1º, art. 154 da Lei 10.637/2008 e art. 3º da Lei 7485/1998)

40

Atendimento aos dispositivos da NBR 9050/2004 (Art. 182 da Lei 11.381/2011)

POSTOS DE ABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEIS

41 Apresentação do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV aprovado pelo IPPUL (§1º, art. 154 da Lei 10.637/2008 e art. 3º da Lei 7485/1998)

42 Apresentação da Licença de Instalação IAP e parecer da SEMA quanto à existência de óbices

ambientais

43 Parâmetros pertinentes ao art. 233 da Lei 11.468/2011 - Código de Posturas

44

Atendimento à Lei 11.792/2012 - Altera o § 5º do artigo 233 da Lei nº 11.468/2011.

45 Parâmetros pertinentes - (Arts. 186 a 190 da Lei 11.381/2011 - Código de Obras)

ANTENAS

46 Atendimento aos dispositivos das Leis 8462/2001 e 11.934/2009

EDIFÍCIOS MULTIFAMILIARES / TORRES

47

Verificação da alt. limite e indicação das cotas altimétricas - Cone de voo

48

Nota de ciência - Cone de voo

49

Verificação da altura limite permitida - Incidência do feixe de micro-ondas (§ 3º e 4º da Portaria 002 de 12/04/2013)

50

Nota de ciência - Nos casos de incidência do feixe de micro-ondas no lote.

51

Levantamento topográfico - Nos casos de incidência do feixe de micro-ondas. (§ 3º e 4º da Portaria 002 de 12/04/2013)

52

Apresentação das elevações dos muros nas divisas laterais (Arts. 16 a 29 da Lei 7485/1998)

53

Atendimento aos dispositivos da NBR 9050/2004

54

Passarelas no recuo - permissão instalação (Ofício 25.08 CMPU de 19/08/2008)

55

Instalações de elevadores (Seção VIII da Lei 11.381/2011)

RESTAURANTES, BARES E SIMILARES

56

Cobertura a Título Precário no recuo (Art. 57 da Lei 7485/1998 e Art. 166 da Lei 11.381/2011)

57

Parâmetros pertinentes à Seção II da Lei 11.381/2011

58 Atendimento aos dispositivos da NBR 9050/2004 (Art. 182 da Lei 11.381/2011)

CASAS NOTURNAS, CASAS DE SHOW E SIMILARES

[Continua]

Page 146: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

145

59

Apresentação do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV aprovado pelo IPPUL (§1º, art. 154 da Lei 10.637/2008 e art. 3º da Lei 7485/1998)

60

Apresentação do Projeto de Isolamento Acústico (Art. 146 da Lei 11.381/2011)

ESCOLAS E ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

61

Apresentação do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV aprovado pelo IPPUL (§1º, Art. 154 da Lei 10.637/2008 e Art. 3º da Lei 7485/1998)

62

Reserva de área junto à DGBM quando se tratar de terreno/obra pública

63

Áreas de embarque e desembarque aprovadas pelo IPPUL (§9º, Art. 167 da Lei 11.381/2011)

64

Parâmetros pertinentes à Seção I (Art. 169 da Lei 11.381/2011)

65

Atendimento aos dispositivos da NBR 9050/2004 (Art. 182 da Lei 11.381/2011)

66

Passarelas - permissão instalação (Ofício 25.08 CMPU de 19/08/2008)

HOTÉIS

67

Apresentação do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV aprovado pelo IPPUL (§1º, art. 154 da Lei 10.637/2008 e art. 3º da Lei 7485/1998)

68

Áreas de embarque e desembarque aprovadas pelo IPPUL (Art.171 da Lei 11.381/2011 - Código de Obras)

69

Parâmetros pertinentes à Seção III (Art. 171 da Lei 11.381/2011)

70

Atendimento aos dispositivos da NBR 9050/2004 (Art. 182 da Lei 11.381/2011)

HOSPITAIS

71

Apresentação do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV aprovado pelo IPPUL (§1º, Art. 154 da Lei 10.637/2008 e Art. 3º da Lei 7485/1998)

72

Permissão para instalação (Art. 39 da Lei 7485/1998)

73

Passarelas - permissão instalação (Ofício 25.08 CMPU de 19/08/2008)

74

Atendimento aos dispositivos da NBR 9050/2004 (Art. 182 da Lei 11.381/2011)

PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

75

Dimensionamento - Lei 10.730/2009

76

Parâmetros urbanísticos - Lei 10.850/2009

77

Atestado do PMCMV emitido pela COHAB (Art. 3º da Lei 10.850/2009)

TEMPLOS RELIGIOSOS

78 Apresentação do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV aprovado pelo IPPUL (§1º, art. 154 da Lei 10.637/2008 e art. 3º da Lei 7485/1998)

79 Estacionamento nos termos da Lei 10.651/2008

80 Apresentação do Projeto de Isolamento Acústico (Art. 37 da Lei 7485/1998)

81 Parâmetros pertinentes à Seção IV (Art. 174 da Lei 11.381/2011)

82 Passarelas no recuo (Ofício 25.08 CMPU de 19 de agosto de 2008 )

83 Atendimento aos dispositivos da NBR 9050/2004 (Art. 182 da Lei 11.381/2011)

SUPERMERCADOS E ATACADISTAS

84 Apresentação do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV aprovado pelo IPPUL (§1º, art. 154 da Lei 10.637/2008 e art. 3º da Lei 7485/1998)

85 Área de doca e de carga e descarga aprovadas pelo IPPUL

86 Atendimento aos dispositivos da NBR 9050/2004 (Art. 182 da Lei 11.381/2011)

CEMITÉRIOS E CREMATÓRIOS

87 Apresentação do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV aprovado pelo IPPUL (§1º, art.

154 da Lei 10.637/2008 e art. 3º da Lei 7485/1998)

[Continua]

Page 147: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

146

88 Parâmetros pertinentes aos Capítulos II e III da Lei 11.468/2011

89 Parâmetros pertinentes ao Capítulo XV da Lei 11.381/2011

90 Parâmetros pertinentes ao Capítulo IV da Lei 11.468/2011

91 Parâmetros pertinentes ao Capítulo XV da Lei 11.381/2011

92 Documentação para implantação - Art. 208 da Lei 11.381/2011

Page 148: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

147

10. CAPÍTULO X – ANEXOS

10.1. ANEXO I - Modelo de organização de projetos s imultâneos,

adaptado de Fabrício (2002)

Page 149: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

148

10.2. ANEXO II - Carimbo de um condomínio, PML (201 4).

Page 150: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

149

10.3. ANEXO III - Carimbo de um loteamento, PML (20 14).

Page 151: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

150

10.4. ANEXO IV - Especificações de encargos e respo nsabilidades de

um loteamento, PML (2014).

Aprovamos o Projeto Topográfico de Parcelamento do Solo Urbano para fins

de Loteamento do Lote nº 04 A da Subdivisão do Lote nº 04 da Fazenda

Palhano , conforme processo nº 213.864/2002 e Diretrizes expedidas pelo Instituto

de Pesquisa e Planejamento de Londrina – IPPUL, aprovado em 29.04.2002, sob nº

de ordem 05, cabendo ao proprietário Loteador, na forma de Legislação aplicável, os

seguintes encargos e responsabilidades:

I - SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA URBANA

a. Terraplenagem do leito das ruas e calçadas;

b. Locação de quadras e datas;

c. Meio-fio com sarjetas e execução de calçadas e muretas;

d. Galeria de águas pluviais;

e. Rede de energia elétrica compacta protegida com iluminação Pública;

f. Rede de água potável;

g. Pavimentação asfáltica das ruas;

h. Urbanização de Praças e Fundo de Vale conforme Lei Municipal nº

7.483/98;

i. Arborização das ruas;

j. Rede de esgoto Sanitário;

k. Módulo Escolar;

L. Infraestrutura das duas rotatórias.

OBS: Todas as esquinas, depois do PC deverá ser feito acesso para

cadeirantes (guia rebaixada) de acordo com especificações de projeto elaborado

pelo IPPUL.

II – ÁREAS PÚBLICAS DESTINADAS AO SISTEMA DE CIRCUL AÇÃO E

IMPLANTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS URBANOS, COMUNITÁRIOS E ESPAÇOS

LIVRES.

a. Ruas [...] num total de 173.618,52 m²;

b. Áreas destinadas à Praça Pública (P01 a P05) e ELUP (ESPAÇO LIVRE

DE USO PÚBLICO) [...] num total de 99.620,25 m²;

c. Área destinada à Vielas (V01 a V06) num total de 1.849,75 m²;

Page 152: Diretrizes Para Aprovação de Projetos – Londrina - Pr

151

d. Áreas Verdes internas (AVI01 a AVI29) num total de 5.351,10 m²

OBS: [...]

III – ZONEAMENTO

As construções interna ao Loteamento Fechado deverão obedecer às

exigências da Zona Residencial Dois e as externas deverão atender às exigências

do Zoneamento Comercial Três, de acordo com a Lei 7.485/98.

IV – ENCARGOS E OBRIGAÇÕES GERAIS DO LOTEADOR

a. O Loteador deverá providenciar o Registro do Loteamento no Registro de

Imóveis, [...] a apresentar à Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação a

certidão expedida pelo Cartório Imobiliário comprovando a inscrição do Loteamento

e das áreas Públicas que passam a integrar o domínio Público do Município de

Londrina.

b. Caucionar áreas nos termos da lei Municipal nº7.485/98, bem como

providenciar o Registro da Escritura de Assunção de Obrigações, Garantida por

Hipoteca.

c. Apresentar projetos complementares e submeter a aprovação de órgãos

Específicos como SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS E PAVIMENTAÇÃO,

COPEL, SANEPAR, SEMA E CMTU antes de iniciar cada serviço.

d. A presente aprovação fica vinculada à obtenção do Licenciamento

ambiental a ser expedido pelo IAP ou órgão afim.

e. Para inicio das obras de infraestrutura deverá ser solicitado o Alvará de

Licença para execução, acompanhado da matrícula das obras junto ao IAPAS.

f. Nos contratos de compra e venda deverá constar o prazo para conclusão

dos serviços, que deve ser observado de acordo com o disposto no Artigo 22 da Lei

Municipal nº7.483/98.