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Caderno Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHO PODER JUDICIÁRIO REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Nº3163/2021 Data da disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021. DEJT Nacional Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região Fabio Túlio Correia Ribeiro Desembargador Presidente Rita de Cássia Pinheiro de Oliveira Desembargadora Vice-Presidente Av. Carlos Rodrigues da Cruz, s/nº Capucho Centro Administrativo Aracaju/SE CEP: 49081015 Telefone(s) : (79)2105-8560 Secretaria do Pleno e da 2ª Turma Acórdão Processo Nº ROT-0000287-29.2018.5.20.0008 Relator MARIA DAS GRACAS MONTEIRO MELO RECORRENTE CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA ADVOGADO TIALA SORAIA DE FARIAS GARCIA(OAB: 521-A/SE) RECORRIDO LUCICLEIDE GOMES VIEIRA ADVOGADO GIANINI ROCHA GOIS PRADO(OAB: 2320/SE) TERCEIRO INTERESSADO DANIELA S. COSTA Intimado(s)/Citado(s): - CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO PROCESSO nº 0000287-29.2018.5.20.0008 (ROT) EMBARGANTE: CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA EMBARGADA: LUCICLEIDE GOMES VIEIRA RELATORA: MARIA DAS GRAÇAS MONTEIRO MELO EMENTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - CUSTAS RECOLHIDAS - EXCLUSÃO. Dá-se provimento aos embargos de declaração para determinar a exclusão das custas processuais da planilha de cálculos tendo em vista que a reclamada já recolhera tal pagamento por ocasião da interposição do recurso ordinário. RELATÓRIO CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA opõe embargos de declaração ao Acórdão de Id. 6b4c3e4, nos autos da reclamação trabalhista ajuizada por LUCICLEIDE GOMES VIEIRA Processo em ordem e em mesa para julgamento. FUNDAMENTAÇÃO ADMISSIBILIDADE Atendidas as condições recursais subjetivas e objetivas, conheço do apelo. MÉRITO OMISSÃO ERRO NA PLANILHA DE CÁLCULOS. CUSTAS JÁ RECOLHIDAS. Afirma o embargante que, conforme se vê do julgado, a planilha de Código para aferir autenticidade deste caderno: 163078

DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHOaplicacao.jt.jus.br/Diario_J_20.pdf · privilégios concedidos à Fazenda Pública, ficando, nos termos do art. 790-A, inciso I, da Consolidação

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  • Caderno Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região

    DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHOPODER JUDICIÁRIO REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

    Nº3163/2021 Data da disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021. DEJT Nacional

    Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região

    Fabio Túlio Correia Ribeiro

    Desembargador Presidente

    Rita de Cássia Pinheiro de Oliveira

    Desembargadora Vice-Presidente

    Av. Carlos Rodrigues da Cruz, s/nº Capucho

    Centro Administrativo

    Aracaju/SE

    CEP: 49081015

    Telefone(s) : (79)2105-8560

    Secretaria do Pleno e da 2ª Turma

    Acórdão

    Processo Nº ROT-0000287-29.2018.5.20.0008Relator MARIA DAS GRACAS MONTEIRO

    MELO

    RECORRENTE CENCOSUD BRASIL COMERCIALLTDA

    ADVOGADO TIALA SORAIA DE FARIASGARCIA(OAB: 521-A/SE)

    RECORRIDO LUCICLEIDE GOMES VIEIRA

    ADVOGADO GIANINI ROCHA GOIS PRADO(OAB:2320/SE)

    TERCEIROINTERESSADO

    DANIELA S. COSTA

    Intimado(s)/Citado(s):

    - CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA

    PODER JUDICIÁRIO

    JUSTIÇA DO

    PROCESSO nº 0000287-29.2018.5.20.0008 (ROT)

    EMBARGANTE: CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA

    EMBARGADA: LUCICLEIDE GOMES VIEIRA

    RELATORA: MARIA DAS GRAÇAS MONTEIRO MELO

    EMENTA

    EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - CUSTAS RECOLHIDAS -

    EXCLUSÃO. Dá-se provimento aos embargos de declaração

    para determinar a exclusão das custas processuais da planilha

    de cálculos tendo em vista que a reclamada já recolhera tal

    pagamento por ocasião da interposição do recurso ordinário.

    RELATÓRIO

    CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA opõe embargos de

    declaração ao Acórdão de Id. 6b4c3e4, nos autos da reclamação

    trabalhista ajuizada por LUCICLEIDE GOMES VIEIRA

    Processo em ordem e em mesa para julgamento.

    FUNDAMENTAÇÃO

    ADMISSIBILIDADE

    Atendidas as condições recursais subjetivas e objetivas, conheço do

    apelo.

    MÉRITO

    OMISSÃO

    ERRO NA PLANILHA DE CÁLCULOS. CUSTAS JÁ RECOLHIDAS.

    Afirma o embargante que, conforme se vê do julgado, a planilha de

    Código para aferir autenticidade deste caderno: 163078

  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 2Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    cálculos que acompanha o acórdão (id. 5e27726) aponta serem

    devidas custas processuais no importe de R$ 682,43. Entretanto, o

    valor está equivocado e merece reparo, eis que os valores devidos

    a título de custas processuais foram quitados quando da

    interposição de recurso ordinário, como se percebe do documento

    de id. 93191F2.

    Assim, necessário que se proceda com a exclusão dos referidos

    valores da planilha de cálculos

    Com razão.

    Verifica-se que de fato as custas processuais foram computadas na

    planilha de cálculos de id c7917e0 que integra o acórdão

    embargado, no entanto a reclamada, ora recorrente, já recolhera o

    pagamento das mesmas (id 93191f3) por ocasião da interposição

    de recurso ordinário de id 7c80bde.

    Assim, determino a exclusão das custas processuais da planilha de

    cálculos de id c7917e0 que integra o acórdão embargado.

    MÉRITO

    Recurso da parte

    Item de recurso

    À luz do exposto, conheço dos embargos de declaração e, no

    mérito, dou-lhes provimento para determinar a exclusão das custas

    processuais da planilha de cálculos de id c7917e0 que integra o

    acórdão embargado.

    Acordam os Exmos. Srs. Desembargadores da 2ª Turma do

    Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região, por

    unanimidade, conhecer dos embargos de declaração e, no mérito,

    dar-lhes provimento para determinar a exclusão das custas

    processuais da planilha de cálculos de id c7917e0 que integra o

    acórdão embargado.

    Presidiu a sessão virtual o Exmo. Desembargador Fabio Túlio

    Ribeiro. Participaram o Exmo. Procurador do Ministério Público do

    Trabalho da 20ª Região Adson Souza do Nascimento, bem como

    os Exmos. DesembargadoresMaria das Graças Monteiro Melo

    (Relatora),Jorge Antônio Andrade Cardoso e Hider Torres do

    Amaral (Juiz Convocado). OBS.: Participou da sessão o Exmo.

    Juiz do Trabalho Hider Torres do Amaral, convocado conforme

    Ato SGP.PR Nº 001/2021.

    Sala de Sessões, 9 de fevereiro de 2021.

    MARIA DAS GRAÇAS MONTEIRO MELO

    Relatora

    VOTOS

    ARACAJU/SE, 11 de fevereiro de 2021.

    Código para aferir autenticidade deste caderno: 163078

  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 3Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    NELSON DE OLIVEIRA SOBRINHO

    Diretor de Secretaria

    Processo Nº AP-0000068-32.2017.5.20.0014Relator FABIO TULIO CORREIA RIBEIRO

    AGRAVANTE GRAZIELA MATOS SOUZA SANTAROSA

    ADVOGADO JANAINA ANTUNES DOSSANTOS(OAB: 18800/PB)

    ADVOGADO NIVEA PECORELLI DA CUNHAMARTINS(OAB: 17195/PB)

    ADVOGADO VITO LEAL PETRUCCI(OAB:18041/PB)

    ADVOGADO PACELLI DA ROCHA MARTINS(OAB:11047/PB)

    AGRAVADO CAIXA ECONOMICA FEDERAL

    CUSTOS LEGIS UNIÃO FEDERAL (PGF)

    Intimado(s)/Citado(s):

    - GRAZIELA MATOS SOUZA SANTA ROSA

    PODER JUDICIÁRIO

    JUSTIÇA DO

    PROCESSO nº 0000068-32.2017.5.20.0014 (AP)

    AGRAVANTE: GRAZIELA MATOS SOUZA SANTA ROSA

    AGRAVADO: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

    RELATOR: DESEMBARGADOR FABIO TÚLIO CORREIA

    RIBEIRO

    EMENTA

    AGRAVO DE PETIÇÃO. QUEBRA DE CAIXA. CÁLCULO DA

    PARCELA. PRECEDENTE NORMATIVO N.° 103 DO TST.

    MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. Uma vez que não se constata

    no título executivo judicial um parâmetro para o cálculo do

    valor da parcela "quebra de caixa", aplica-se o disposto no

    Precedente Normativo n.° 103 do TST. Não procede a alegação

    autoral de que deve ser aplicada a tabela de quebra de caixa

    juntada com a exordial, pois, como bem pontuado pela

    magistrada sentenciante, a parcela indicada na referida tabela

    foi extinta desde 2004, e a autora ingressou nos quadros da

    reclamada muito depois disso.

    RELATÓRIO

    GRAZIELA MATOS SOUZA SANTA ROSA interpõe agravo de

    petição, nos termos da peça de ID 08b0fe3, insurgindo-se contra a

    decisão de ID 78ff4846, que julgou improcedente a impugnação aos

    cálculos apresentada pela ora agravante, nos autos da execução de

    sentença em curso na Vara do Trabalho de Lagarto, sendo a ora

    agravante a exequente e a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL a

    executada.

    Devidamente notificada para ter vista do agravo, a executada

    apresentou contraminuta (ID 9f322ca).

    Os presentes autos deixaram de ser encaminhados ao Ministério

    Público, tendo em vista o que dispõe o art. 109 do Regimento

    Interno deste Regional.

    Processo em ordem para julgamento.

    DA PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO DO AGRAVO, POR

    AUSÊNCIA DE DELIMITAÇÃO DA MATÉRIA E DO VALOR,

    SUSCITADA PELA EXECUTADA EM CONTRAMINUTA

    Alega a executada que "a CLT regra o não conhecimento do Agravo

    de petição quando Agravante não delimita a matéria ou os valores

    impugnados".

    Diz que não se vê, na petição de agravo, a preocupação da

    agravante com esse requisito objetivo do recurso, já que inexiste

    menção à matéria e aos valores impugnados.

    Pugna pelo não conhecimento do agravo.

    Sem razão.

    Pela leitura da petição de agravo, facilmente se observa que a

    matéria impugnada diz respeito ao valor do adicional de quebra de

    caixa. Quanto aos valores impugnados, observo que a agravante

    indica demonstrativo de cálculo, que observa a metodologia que

    entende correta.

    Rejeito.

    ADMISSIBILIDADE

    Atendidas as condições recursais subjetivas - legitimidade (recurso

    da exequente), capacidade (parte capaz) e interesse (impugnação

    Código para aferir autenticidade deste caderno: 163078

  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 4Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    aos cálculos da reclamante julgada improcedente) e demais

    condições recursais objetivas - recorribilidade (decisão em fase de

    execução), adequação (recurso previsto na alínea a do art. 897 da

    CLT), tempestividade (ciência da decisão em 20/11/2020 e

    interposição do agravo em 02/12/2020), representação processual

    (ID c892bf4) e preparo (não há necessidade de garantia do juízo por

    parte da reclamante), conheço do agravo de petição interposto pela

    autora.

    DO MÉRITO

    Aduz a recorrente, in verbis:

    "Através da referida decisão o Juízo entendeu que o valor da

    QUEBRA DE CAIXA a ser implantada no contracheque da

    reclamante deve ser apurado com base no previsto no precedente

    normativo nº 103 do TST, para a parcela "GRATIFICAÇÃO DE

    CAIXA", no equivalente a 10% do valor do salário da reclamante.

    Não obstante, deve ser reformada a decisão ora agravada eis que

    baseada em premissas equivocadas, conforme se esclarecerá a

    seguir.

    De início, impõe-se informar que a decisão ora atacada fere de

    morte a coisa julgada havida na sentença de mérito que, de maneira

    expressa, reconheceu, que "Conforme as normas internas, em

    especial o item 8.4 do RH 053 (ID. a3a5bed - Pág. 6) é devida a

    percepção da rubrica "quebra de caixa" de forma cumulada com o

    valor percebido a título de função de confiança, cargo em comissão

    ou função gratificada".

    Desta forma, não é possível, agora, em fase de execução, o Juízo

    entender que "O valor indicado pelo embargado não lhe pode ser

    aplicado por tratar de situação pretérita à vigência do seu contrato

    de trabalho, como foi apontado pela embargante, e não se mostra

    compatível com a finalidade do adicional de quebra de caixa,

    normalmente, fixado em termos de um percentual incidente sobre o

    salário do empregado", sendo certo que o valor informado pela

    reclamante É EXATAMENTE AQUELE CONSTANTE NO

    NORMATIVO INTERNO DA RECLAMADA RH 053 (ID. a3a5bed -

    Pág. 6) ESTABELECIDO NA SENTENÇA TRANSITADA EM

    JULGADO!

    Ademais, tendo em vista o trânsito em julgado da sentença de

    mérito, ao contrário do que, equivocadamente, concluiu a decisão

    ora atacada, não cabe perquirir, na presente fase processual, se a

    reclamante tem "direito adquirido" ao pagamento da parcela

    "QUEBRA DE CAIXA" na forma da tabela integrante de seu

    normativo o que já restou decidido na fase de conhecimento.

    Note-se que a referida tabela permanece sendo praticada no âmbito

    da reclamada por todo o país, E SENDO ATUALIZADA NA MESMA

    FORMA DE QUE SUAS DEMAIS TABELAS SALARIAIS SENDO

    QUE SEU VALOR ATUALIZADO, EM SETEMBRO/2017,

    CORRESPONDE A R$ 1.428,00, em setembro de 2018, a R$

    1.500,00 e, em setembro de 2019, a R$ 1.565,00.

    (...)

    Ora, como pode ser admitido que o normativo interno RH 115

    continua vigente no âmbito da reclamada e se admitir a extinção

    fraudulenta da tabela dele integrante?????

    Resta claro que a reclamada, de forma maliciosa, acrescentou ao

    relatório FC/CC/FG: 600 - QUEBRA DE CAIXA Nome Abrev:

    QUEBRA CAIXA", o "status" de "extinta" com a única finalidade de

    eximir-se do cumprimento das milhares de decisões judiciais que

    determinaram o seu pagamento aos empregados ocupantes de

    funções relacionadas à atividade de manuseio de numerários.

    Em reforço, tem-se que já constam dos autos vários contracheques

    de empregados da reclamada, ADMITIDOS APÓS A SUPOSTA

    "EXTINÇÃO" DA TABELA 600, os quais desempenham a mesma

    função da reclamante, igualmente submetidos ao manuseio de

    numerários, em que a parcela "ADICIONAL DE QUEBRA DE

    CAIXA" é paga de acordo com os valores estampados relatório

    FC/CC/FG: 600 - QUEBRA DE CAIXA Nome Abrev: QUEBRA

    CAIXA" o que só comprova que referida tabela NÃO ESTÁ

    EXTINTA!

    Apenas a título de exemplo, oportuno citar os empregados

    ELISAMAR DA SILVA SANTOS PASSOS E IGOR HENRIQUE

    PRIMO DE LIMA, nesse mesmo estado, além de centenas de

    outros por todo o Brasil, recebem a parcela "ADICIONAL DE

    QUEBRA DE CAIXA" de acordo com os valores estampados no

    relatório "FC/CC/FG: 600 - QUEBRA DE CAIXA Nome Abrev:

    QUEBRA CAIXA".

    Bom que se observe que os empregados acima referidos, e cujos

    contracheques se encontram abaixo colados, foram admitidos após

    a suposta "extinção" (janeiro de 2004) da TABELA 600, pelo que

    nem se diga que referida tabela somente se aplica aos empregados

    admitidos antes de sua extinção.

    (...)

    Mais uma vez se diga, devidamente esclarecido, na sentença

    transitada em julgado, qual a parcela efetivamente deferida à

    reclamante, onde se lê: (...)

    Ora, resta claro que a parcela "Adicional de quebra de caixa"

    deferida foi aquela constante nos normativos internos da reclamada,

    mais precisamente aquela constante do relatório "FC/CC/FG: 600 -

    QUEBRA DE CAIXA Nome Abrev: QUEBRA CAIXA", PARCELA

    ESTA QUE, JÁ EM MARÇO DE 2017, era de R$ 1.329,00, sendo,

    Código para aferir autenticidade deste caderno: 163078

  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 5Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    hoje, no valor de R$ 1.589,00.

    Nesse sentido, não se pode admitir a elaboração da conta

    considerando os valores estabelecidos no precedente normativo

    103 do TST que trata da parcela GRATIFICAÇÃO DE CAIXA, o que

    não foi deferido nos autos, o que fere de morte a coisa julgada

    havida nos autos. Nesse sentido, insta analisar o teor do referido

    precedente normativo nº 103 do TST: (...)

    Resta claro que o precedente normativo em questão se refere à

    "GRATIFICAÇÃO DE CAIXA" e não a "QUEBRA DE CAIXA"

    deferida na sentença transitada em julgado. Nesse sentido, a

    superficial análise da decisão agravada revela que a mesma foi

    proferida em flagrante desacordo com as determinações constantes

    na sentença transitada em julgado que, expressamente, deferiu o

    pagamento da parcela "ADICIONAL DE QUEBRA DE CAIXA" e não

    "gratificação de caixa".

    É de se ressaltar que, na sentença transitada em julgado,

    integralmente mantida pelo Acórdão, não há sequer menção ao

    Precedente Normativo 103 do TST pelo que não se pode admitir o

    procedimento adotado pela contadoria da Vara.

    Resta comprovado que totalmente equivocada a decisão agravada

    eis que, mais uma vez se diga, a parcela deferida à reclamante foi a

    "QUEBRA DE CAIXA" E NÃO "GRATIFICAÇÃO DE CAIXA",

    MESMO PORQUE ESTA ÚLTIMA JÁ ERA RECEBIDA pela

    reclamante.

    Note-se, inclusive, que a própria reclamada, em sua defesa,

    reconheceu que já pagava à reclamante a parcela "gratificação de

    caixa", tendo, inclusive, baseado sua defesa na impossibilidade de

    recebimento cumulativo das parcelas "ADICIONAL DE QUEBRA DE

    CAIXA" e "GRATIFICAÇÃO DE CAIXA" o que foi rechaçado pela

    sentença que reconheceu a possibilidade de cumulação das duas

    parcelas, nos seguintes termos: (...)

    Acrescente-se que a decisão fez expressa referência à parcela

    "adicional de quebra de caixa" de que trata o normativo interno da

    reclamada (RH 053), pelo que resta incontroverso que a parcela

    deferida é aquela constante do relatório "FC/CC/FG: 600 - QUEBRA

    DE CAIXA Nome Abrev: QUEBRA CAIXA", integrante do normativo

    interno da reclamada, PARCELA ESTA QUE, JÁ EM MAIO DE

    2018, era de R$ 1.329,00 tendo a reclamada, sem qualquer

    justificativa para tal, inserido, no contracheque da reclamante o

    valor de R$ 496,10 equivalente a 1/3 do efetivamente devido.

    Ademais, em reforço, note-se que o próprio acórdão de segundo

    grau, que manteve a sentença de primeiro grau, reconheceu, que,

    como informado pela reclamada, a reclamante já recebia, e recebe,

    a parcela "GRATIFICAÇÃO DE CAIXA" o que só confirma os

    argumentos da reclamante de que a parcela deferida foi a

    "QUEBRA DE CAIXA" e não a "gratificação de caixa, como

    equivocadamente, concluiu o Juízo de primeiro Grau na decisão ora

    atacada.

    Impõe-se a prevalência DA DECISÃO TRANSITADA EM

    JULGADO, QUE DEFERIU À RECLAMANTE O PAGAMENTO DA

    PARCELA "QUEBRA DE CAIXA" que consta nos normativos

    internos da reclamada, conforme tabela praticada pela empresa

    conforme já referido acima.

    (...)

    Sendo assim, impõe-se a reforma da decisão de Impugnação à

    Sentença de Liquidação para que seja determinada a elaboração da

    con ta de l i qu idação , BEM COMO INTEGRAÇÃO AO

    CONTRACHEQUE DA RECLAMANTE da parcela "QUEBRA DE

    CAIXA", adotando-se os valores de QUEBRA DE CAIXA constante

    no relatório "SISRH - Rubrica 600" INTEGRANTE DOS

    NORMATIVOS INTERNOS RHs 053 e 115, DA RECLAMADA para

    fins de cálculo e incorporação da parcela "QUEBRA DE CAIXA"

    deferida."

    A ilustre magistrada a quo decidiu da seguinte forma, in litteris:

    "MÉRITO. Trata-se de matéria já decidida nos presentes autos,

    quando do julgamento da Impugnação aos Cálculos apresentada

    pela Reclamada. Considerando o caráter interlocutório daquela

    decisão, adota este Juízo as mesmas razões de decidir,

    transcrevendo-as a seguir, a fim de possibilitar, se for do interesse

    da parte Exequente, a discussão da matéria na Instância ad quem:

    "No comando sentencial transitado em julgado, foi reconhecida a

    natureza salarial da parcela denominada "quebra de caixa" e

    deferido o seu pagamento desde 07/07/2014 e enquanto a

    Reclamante permanecer exercendo o cargo comissionado de caixa,

    com os devidos reflexos em gratificação natalina, férias acrescida

    do terço constitucional, horas extras e FGTS, devendo este ser

    depositado na conta vinculada do reclamante.

    Analisando o Regulamento Interno da Reclamada, notadamente a

    disciplina contida RH 053, com vigência a partir de 24.10.2002, o

    seu item 8.4 dispõe que: "o empregado quando no exercício das

    atividades inerentes à quebra de caixa, perceberá valor específico a

    esse título".

    Pois bem. Considerando que a parcela encontra-se extinta desde

    01/01/2004, entende este Juízo que apenas os empregados que

    percebiam o adicional de "quebra de caixa" antes da sua extinção

    podem utilizar, para o cômputo da parcela, a referida tabela,

    porquanto possuem direito incorporado. Esse, conduto, não é o

    caso dos autos, haja vista que a Autora ingressou nos quadros da

    Reclamada em 02/09/2013, ou seja, bem depois da extinção da

    verba.

    Nessa esteira, considerando a inexistência, nos atuais normativos

    da Demandada, de regulamentação acerca do valor da quebra de

    Código para aferir autenticidade deste caderno: 163078

  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 6Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    caixa, entendo que deve ser utilizado, para o cômputo do adicional,

    o critério definido no Precedente Normativo nº 103 do TST, que

    assim dispõe:

    GRATIFICAÇÃO DE CAIXA (positivo):

    Concede-se ao empregado que exercer permanentemente a função

    de caixa a gratificação de 10% sobre seu salário, excluídos do

    cálculo adicionais, acréscimos e vantagens pessoais."Insta, ainda,

    ressaltar que, após análise da planilha de cálculos, restou verificado

    que a liquidação foi efetuada observando estritamente os

    parâmetros determinados na sentença, inclusive, vê-se que foi

    considerado, para efeito de cálculo da parcela "quebra de caixa", o

    percentual de 10% (dez por cento) sobre o salário do reclamante.

    Nesse sentido, a jurisprudência a seguir transcrita: (...)

    CONCLUSÃO. Ante o exposto e tudo o que dos autos consta, julgo

    a presente Impugnação aos Cálculos, nos termos da

    fundamentação IMPROCEDENTE supra, DECLARANDO A

    EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO, haja vista a quitação integral do débito

    exequendo.

    NOTIFIQUEM-SE AS PARTES."

    Concordo com o posicionamento do juízo a quo, pelos motivos que

    passo a expor.

    A magistrada de primeiro grau, ao deferir o pedido do adicional de

    "quebra de caixa", assim se manifestou na sentença de

    conhecimento:

    "2.2. DO ADICIONAL DE QUEBRA DE CAIXA

    A reclamante pede a condenação do reclamado ao pagamento do

    título acima epigrafado, parcelas vencidas e vincendas, com base

    no item 8.4 do normativo interno RH 053, bem como reflexos em

    RSR, férias+1/3, 13º salários, horas extras e FGTS.

    Aduz que, a despeito de exercer, desde 07/07/2014 até os dias

    atuais, a função de caixa executivo, desempenhando atividades

    habituais de um caixa de agência bancária e sendo responsável por

    qualquer falta de numerário no seu caixa, nunca recebeu a parcela

    denominada "quebra de caixa".

    A reclamada, por seu turno, defende que a verba "quebra de caixa",

    originariamente instituída para substituir a gratificação "caixa

    executivo", foi extinta em 01/01/2004, por força da Resolução

    581/2003 que repristinou a sistemática anterior de pagamento de

    gratificação de função pela atividade no caixa. Aduz, ainda, que a

    gratificação de função sempre remunerou não só a maior

    responsabilidade do cargo, mas, também, destina-se a compensar

    eventual perda financeira em decorrência de falta de caixa.

    Aprecia-se.

    A parcela "quebra de caixa" tem a finalidade de cobrir diferenças

    eventualmente verificadas nas operações e atividades de caixa, de

    modo que esta parcela assume o caráter de garantia a todos os

    empregados que executem, mesmo que eventualmente, atividades

    de pagamento e recebimento de valores. Isto significa que a

    gratificação de quebra de caixa tem o fim precípuo de cobrir as

    diferenças oriundas de falhas quando do desempenho pelo

    empregado de atividades que envolvam o manuseio de numerário,

    diversamente da gratificação de função, que remunera apenas as

    responsabilidades do cargo ocupado.

    No caso em voga, há regulamento empresarial que disciplina o

    pagamento da parcela denominada "quebra de caixa", cuja

    finalidade é cobrir o risco diário pelo manuseio com numerário, a

    exemplo dos que ocupam o cargo de caixa executivo, caixas

    flutuantes, caixas minuto. Conforme as normas internas, em

    especial o item 8.4 do RH 053 (ID. a3a5bed - Pág. 6) é devida a

    percepção da rubrica "quebra de caixa" de forma cumulada com o

    valor percebido a título de função de confiança, cargo em comissão

    ou função gratificada.

    Nota-se que a natureza jurídica da gratificação de função pelo

    exercício do cargo de caixa e a verba "quebra de caixa" são

    distintas, visto que a primeira destina-se a remunerar o empregado

    que exerce uma função comissionada e a segunda é devida em

    razão dos riscos que está sujeito o empregado que executa a

    função de caixa.

    É assente na jurisprudência que as parcelas susoditas não

    caracterizam o bis in idem, uma vez que têm finalidade de

    remunerar situações jurídicas distintas, não havendo violação do

    art. 37, incisos XVI e XVII, da Constituição Federal.

    Nesse sentido, excertos de julgados do Colendo Tribunal Superior

    do Trabalho e deste Egrégio Tribunal a seguir transcritos:

    (...)

    Diante do exposto, incontroverso o exercício, pela Autora, da função

    de caixa, que envolve manuseio de numerário e a possibilidade de

    eventuais perdas, patente a procedência da percepção da parcela

    "quebra de caixa".

    Assim sendo, reconheço a natureza salarial da parcela

    denominada "quebra de caixa" e defiro o seu pagamento desde

    07/07/2014 e enquanto a Reclamante permanecer exercendo o

    cargo comissionado de caixa, com os devidos reflexos em

    gratificação natalina, férias acrescida do terço constitucional,

    horas extras e FGTS, devendo este ser depositado na conta

    vinculada do reclamante. Indevido o pagamento de reflexos sobre

    RSR, haja vista tratar-se de empregada mensalista.

    Deverá a reclamada, no prazo de 60 dias após o trânsito em

    julgado, incluir no contracheque da autora a verba de "quebra de

    caixa", sob pena de multa diária no importe de R$ 500,00

    (quinhentos reais) até o limite de 30 dias, a ser revertida em favor

    da obreira." (destaquei)

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  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 7Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    O Tribunal, ao julgar o recurso ordinário, manteve inalterada a

    sentença de origem.

    Da decisão transitada em julgado transcrita, vê-se que, não

    obstante a parcela ter sido deferida, não foi explicitada a forma de

    seu cálculo. Consta da decisão transitada em julgado, inclusive, que

    a liquidação se dará quando da fase de execução.

    Não procede a alegação da agravante no sentido de que a

    condenação sofreu alteração, pois a condenação transitada em

    julgado limitou-se a deferir a parcela, sem fazer qualquer menção

    ao seu valor ou a forma de cálculo da parcela, o que, por

    consequência, será definido pelo juízo da execução.

    Analisando a matéria, o juízo de primeiro grau entendeu, a meu ver

    acertadamente, pela aplicação do critério definido no Precedente

    Normativo n.° 103 do TST, que assim dispõe:

    "Nº 103 GRATIFICAÇÃO DE CAIXA (positivo)

    Concede-se ao empregado que exercer permanentemente a função

    de caixa a gratificação de 10% sobre seu salário, excluídos do

    cálculo adicionais, acréscimos e vantagens pessoais."

    A autora, por sua vez, se insurge contra tal aplicação, defendendo

    que deve ser aplicada a tabela de quebra de caixa juntada.

    Sem razão a autora.

    É que, como bem pontuado pela magistrada sentenciante, a parcela

    indicada na referida tabela foi extinta desde 2004, e a autora

    ingressou nos quadros da reclamada muito depois, só em 2013.

    Ressalto que na própria tabela juntada pela autora consta a

    informação de que a parcela foi extinta em 01/01/2004 (ID

    e9777e1).

    Por tal razão, não há como se entender que a autora incorporou o

    direito de utilizar, para o cômputo da parcela, a tabela referida, já

    que extinta antes mesmo da autora ingressar na reclamada.

    Considerando a inexistência de regulamentação quanto ao valor da

    parcela, razoável o entendimento no sentido de que deve ser

    utilizado o critério definido no Precedente citado.

    Nesse mesmo sentido é a jurisprudência do Regional:

    "AGRAVO DE PETIÇÃO - GRATIFICAÇÃO DE "QUEBRA DE

    CAIXA" - BASE DE CÁLCULO - INCIDÊNCIA DO PRECEDENTE

    NORMATIVO Nº 103 DO TST - ATO DECISÓRIO RECHAÇADO

    QUE SE POSTA COMO PASSÍVEL DE PRESERVAÇÃO. Não se

    constatando no título executivo judicial um parâmetro válido para o

    cálculo do valor da rubrica "quebra de caixa", tem-se como aplicável

    o disposto no Precedente Normativo nº 103 do C. TST, que

    estabelece em 10% sobre o salário básico o percentual de cálculo

    da gratificação em pauta, haja vista que a utilização da tabela

    pretendida pelo(a) laborista agravante (CLT, art. 3º) somente

    abrangeria os que incorporaram o direito, face o exercício da

    função, antes de sua extinção, não sendo esta, concessa venia, a

    hipótese dos autos." (RO 0000838-93.2015.5.20.0014. Relator

    Desembargador João Aurino de Mendes Brito, 2ª Turma, Publicado

    em 10/12/2018.

    "AGRAVO DE PETIÇÃO. QUEBRA DE CAIXA. BASE DE

    CÁLCULO. PRECEDENTE NORMATIVO Nº 103 DO TST. Em se

    considerando a data de ingresso do reclamante nos quadros da

    CAIXA e a inexistência, nos atuais normativos da demandada, de

    regulamentação acerca do valor da quebra de caixa, prevalece,

    para o cômputo do adicional, o critério definido no Precedente

    Normativo nº 103 do TST." (RO 0000004-56.2016.5.20.0014.

    Relatora Desembargadora Rita de Cassia Pinheiro de Oliveira, 1ª

    Turma, Publicado em 13/09/2018.

    Também nesse mesmo sentido, cito recente jurisprudência do C.

    TST:

    "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.

    EXECUÇÃO. ADICIONAL DE QUEBRA DE CAIXA. BASE DE

    CÁLCULO. No tocante à base de cálculo do adicional de quebra de

    caixa, o Tribunal a quo decidiu pela aplicação do que se encontra

    preconizado no Precedente Normativo nº 103 do TST, tendo em

    vista a data de ingresso do exequente nos quadros da CEF e o fato

    de não ter vislumbrado nos normativos da empresa o valor referente

    à verba quebra de caixa. Declarou que a referida gratificação foi

    extinta em 2004, sendo que o exequente ingressou nos quadros da

    executada em 2009. Não se constata, portanto, que o comando

    exequendo tenha determinado diretriz em sentido contrário à

    decisão recorrida . Nesse contexto, não há falar em ofensa ao art.

    5º, XXXVI, da CF, pois não se verifica a hipótese de desrespeito ao

    título executivo transitado em julgado. Agravo de instrumento

    conhecido e não provido" (AIRR-4-56.2016.5.20.0014, 8ª Turma,

    Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 13/11/2020).

    "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA

    REGIDO PELA LEI 13 .467/2017. TRANSCENDÊNCIA

    RECONHECIDA. EXECUÇÃO. ADICIONAL DE QUEBRA DE

    CAIXA. BASE DE CÁLCULO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO À COISA

    JULGADA. INTERPRETAÇÃO DO SENTIDO E ALCANCE DO

    TÍTULO EXECUTIVO (ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 123 DA

    SBDI-2). A Corte de origem considerou inexistir ofensa à coisa

    julgada, consignando que o estabelecimento do percentual de 10%

    sobre o salário-base excluídos os adicionais, acréscimos e

    vantagens pessoais se deu em conformidade com o que dispõe o

    Precedente Normativo do TST 103 do TST, em razão da ausência

    no título executivo, de qualquer determinação acerca da apuração

    da verba em questão - adicional de quebra de caixa-. Assim, o

    Tribunal Regional interpretou a decisão exequenda no que diz

    respeito ao seu sentido e alcance. Assim, é aplicável à hipótese a

    mesma ratio decidendi da Orientação Jurisprudencial nº 123 da

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  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 8Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    SbDI-2 desta Corte. Não merece ser provido agravo de instrumento

    que visa a liberar recurso de revista que não preenche os

    pressupostos contidos no art. 896, § 2.º, da CLT. Agravo de

    instrumento não provido" (AIRR-850-31.2015.5.20.0007, 2ª Turma,

    Relatora Ministra Delaide Miranda Arantes, DEJT 06/11/2020).

    Em face de todo o exposto, nego provimento ao agravo de petição.

    Conclusão do recurso

    Posto isso, rejeito a preliminar de não conhecimento suscitada pela

    executada em contraminuta, conheço do agravo de petição

    interposto pela autora, e, no mérito, nego-lhe provimento.

    ACÓRDÃO

    Acordam os Exmos. Srs. Desembargadores da Egrégia 2ª Turma

    do Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região, por unanimidade,

    rejeitar a preliminar de não conhecimento suscitada pela executada

    em contraminuta, conhecer do agravo de petição interposto pela

    autora e, no mérito, negar-lhe provimento.

    Presidiu a sessão telepresencial a Exma. Desembargadora Maria

    das Graças Monteiro Melo. Participaram o Exmo. Procurador do

    Ministério Público do Trabalho da 20ª Região Adson Souza do

    Nascimento, bem como os Exmos. DesembargadoresFabio Túlio

    Ribeiro (Relator),Jorge Antônio Andrade Cardoso e Hider

    Torres do Amaral (Juiz Convocado). OBS.: 1) Participou da

    sessão o Exmo. Juiz do Trabalho Hider Torres do Amaral,

    convocado conforme Ato SGP.PR Nº 001/2021; 2) Presente o

    advogado Laert Nascimento.

    Sala de Sessões, 10 de fevereiro de 2021.

    ASSINATURA

    FABIO TÚLIO CORREIA RIBEIRO

    Relator

    VOTOS

    ARACAJU/SE, 11 de fevereiro de 2021.

    NELSON DE OLIVEIRA SOBRINHO

    Diretor de Secretaria

    Processo Nº ROT-0000287-29.2018.5.20.0008Relator MARIA DAS GRACAS MONTEIRO

    MELO

    RECORRENTE CENCOSUD BRASIL COMERCIALLTDA

    ADVOGADO TIALA SORAIA DE FARIASGARCIA(OAB: 521-A/SE)

    RECORRIDO LUCICLEIDE GOMES VIEIRA

    ADVOGADO GIANINI ROCHA GOIS PRADO(OAB:2320/SE)

    TERCEIROINTERESSADO

    DANIELA S. COSTA

    Intimado(s)/Citado(s):

    - LUCICLEIDE GOMES VIEIRA

    PODER JUDICIÁRIO

    JUSTIÇA DO

    PROCESSO nº 0000287-29.2018.5.20.0008 (ROT)

    EMBARGANTE: CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA

    EMBARGADA: LUCICLEIDE GOMES VIEIRA

    RELATORA: MARIA DAS GRAÇAS MONTEIRO MELO

    EMENTA

    EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - CUSTAS RECOLHIDAS -

    EXCLUSÃO. Dá-se provimento aos embargos de declaração

    para determinar a exclusão das custas processuais da planilha

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  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 9Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    de cálculos tendo em vista que a reclamada já recolhera tal

    pagamento por ocasião da interposição do recurso ordinário.

    RELATÓRIO

    CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA opõe embargos de

    declaração ao Acórdão de Id. 6b4c3e4, nos autos da reclamação

    trabalhista ajuizada por LUCICLEIDE GOMES VIEIRA

    Processo em ordem e em mesa para julgamento.

    FUNDAMENTAÇÃO

    ADMISSIBILIDADE

    Atendidas as condições recursais subjetivas e objetivas, conheço do

    apelo.

    MÉRITO

    OMISSÃO

    ERRO NA PLANILHA DE CÁLCULOS. CUSTAS JÁ RECOLHIDAS.

    Afirma o embargante que, conforme se vê do julgado, a planilha de

    cálculos que acompanha o acórdão (id. 5e27726) aponta serem

    devidas custas processuais no importe de R$ 682,43. Entretanto, o

    valor está equivocado e merece reparo, eis que os valores devidos

    a título de custas processuais foram quitados quando da

    interposição de recurso ordinário, como se percebe do documento

    de id. 93191F2.

    Assim, necessário que se proceda com a exclusão dos referidos

    valores da planilha de cálculos

    Com razão.

    Verifica-se que de fato as custas processuais foram computadas na

    planilha de cálculos de id c7917e0 que integra o acórdão

    embargado, no entanto a reclamada, ora recorrente, já recolhera o

    pagamento das mesmas (id 93191f3) por ocasião da interposição

    de recurso ordinário de id 7c80bde.

    Assim, determino a exclusão das custas processuais da planilha de

    cálculos de id c7917e0 que integra o acórdão embargado.

    MÉRITO

    Recurso da parte

    Item de recurso

    À luz do exposto, conheço dos embargos de declaração e, no

    mérito, dou-lhes provimento para determinar a exclusão das custas

    processuais da planilha de cálculos de id c7917e0 que integra o

    acórdão embargado.

    Acordam os Exmos. Srs. Desembargadores da 2ª Turma do

    Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região, por

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  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 10Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    unanimidade, conhecer dos embargos de declaração e, no mérito,

    dar-lhes provimento para determinar a exclusão das custas

    processuais da planilha de cálculos de id c7917e0 que integra o

    acórdão embargado.

    Presidiu a sessão virtual o Exmo. Desembargador Fabio Túlio

    Ribeiro. Participaram o Exmo. Procurador do Ministério Público do

    Trabalho da 20ª Região Adson Souza do Nascimento, bem como

    os Exmos. DesembargadoresMaria das Graças Monteiro Melo

    (Relatora),Jorge Antônio Andrade Cardoso e Hider Torres do

    Amaral (Juiz Convocado). OBS.: Participou da sessão o Exmo.

    Juiz do Trabalho Hider Torres do Amaral, convocado conforme

    Ato SGP.PR Nº 001/2021.

    Sala de Sessões, 9 de fevereiro de 2021.

    MARIA DAS GRAÇAS MONTEIRO MELO

    Relatora

    VOTOS

    ARACAJU/SE, 11 de fevereiro de 2021.

    NELSON DE OLIVEIRA SOBRINHO

    Diretor de Secretaria

    Processo Nº AP-0000068-32.2017.5.20.0014Relator FABIO TULIO CORREIA RIBEIRO

    AGRAVANTE GRAZIELA MATOS SOUZA SANTAROSA

    ADVOGADO JANAINA ANTUNES DOSSANTOS(OAB: 18800/PB)

    ADVOGADO NIVEA PECORELLI DA CUNHAMARTINS(OAB: 17195/PB)

    ADVOGADO VITO LEAL PETRUCCI(OAB:18041/PB)

    ADVOGADO PACELLI DA ROCHA MARTINS(OAB:11047/PB)

    AGRAVADO CAIXA ECONOMICA FEDERAL

    CUSTOS LEGIS UNIÃO FEDERAL (PGF)

    Intimado(s)/Citado(s):

    - CAIXA ECONOMICA FEDERAL

    PODER JUDICIÁRIO

    JUSTIÇA DO

    PROCESSO nº 0000068-32.2017.5.20.0014 (AP)

    AGRAVANTE: GRAZIELA MATOS SOUZA SANTA ROSA

    AGRAVADO: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

    RELATOR: DESEMBARGADOR FABIO TÚLIO CORREIA

    RIBEIRO

    EMENTA

    AGRAVO DE PETIÇÃO. QUEBRA DE CAIXA. CÁLCULO DA

    PARCELA. PRECEDENTE NORMATIVO N.° 103 DO TST.

    MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. Uma vez que não se constata

    no título executivo judicial um parâmetro para o cálculo do

    valor da parcela "quebra de caixa", aplica-se o disposto no

    Precedente Normativo n.° 103 do TST. Não procede a alegação

    autoral de que deve ser aplicada a tabela de quebra de caixa

    juntada com a exordial, pois, como bem pontuado pela

    magistrada sentenciante, a parcela indicada na referida tabela

    foi extinta desde 2004, e a autora ingressou nos quadros da

    reclamada muito depois disso.

    RELATÓRIO

    GRAZIELA MATOS SOUZA SANTA ROSA interpõe agravo de

    petição, nos termos da peça de ID 08b0fe3, insurgindo-se contra a

    decisão de ID 78ff4846, que julgou improcedente a impugnação aos

    cálculos apresentada pela ora agravante, nos autos da execução de

    sentença em curso na Vara do Trabalho de Lagarto, sendo a ora

    agravante a exequente e a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL a

    executada.

    Devidamente notificada para ter vista do agravo, a executada

    apresentou contraminuta (ID 9f322ca).

    Os presentes autos deixaram de ser encaminhados ao Ministério

    Público, tendo em vista o que dispõe o art. 109 do Regimento

    Interno deste Regional.

    Processo em ordem para julgamento.

    Código para aferir autenticidade deste caderno: 163078

  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 11Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    DA PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO DO AGRAVO, POR

    AUSÊNCIA DE DELIMITAÇÃO DA MATÉRIA E DO VALOR,

    SUSCITADA PELA EXECUTADA EM CONTRAMINUTA

    Alega a executada que "a CLT regra o não conhecimento do Agravo

    de petição quando Agravante não delimita a matéria ou os valores

    impugnados".

    Diz que não se vê, na petição de agravo, a preocupação da

    agravante com esse requisito objetivo do recurso, já que inexiste

    menção à matéria e aos valores impugnados.

    Pugna pelo não conhecimento do agravo.

    Sem razão.

    Pela leitura da petição de agravo, facilmente se observa que a

    matéria impugnada diz respeito ao valor do adicional de quebra de

    caixa. Quanto aos valores impugnados, observo que a agravante

    indica demonstrativo de cálculo, que observa a metodologia que

    entende correta.

    Rejeito.

    ADMISSIBILIDADE

    Atendidas as condições recursais subjetivas - legitimidade (recurso

    da exequente), capacidade (parte capaz) e interesse (impugnação

    aos cálculos da reclamante julgada improcedente) e demais

    condições recursais objetivas - recorribilidade (decisão em fase de

    execução), adequação (recurso previsto na alínea a do art. 897 da

    CLT), tempestividade (ciência da decisão em 20/11/2020 e

    interposição do agravo em 02/12/2020), representação processual

    (ID c892bf4) e preparo (não há necessidade de garantia do juízo por

    parte da reclamante), conheço do agravo de petição interposto pela

    autora.

    DO MÉRITO

    Aduz a recorrente, in verbis:

    "Através da referida decisão o Juízo entendeu que o valor da

    QUEBRA DE CAIXA a ser implantada no contracheque da

    reclamante deve ser apurado com base no previsto no precedente

    normativo nº 103 do TST, para a parcela "GRATIFICAÇÃO DE

    CAIXA", no equivalente a 10% do valor do salário da reclamante.

    Não obstante, deve ser reformada a decisão ora agravada eis que

    baseada em premissas equivocadas, conforme se esclarecerá a

    seguir.

    De início, impõe-se informar que a decisão ora atacada fere de

    morte a coisa julgada havida na sentença de mérito que, de maneira

    expressa, reconheceu, que "Conforme as normas internas, em

    especial o item 8.4 do RH 053 (ID. a3a5bed - Pág. 6) é devida a

    percepção da rubrica "quebra de caixa" de forma cumulada com o

    valor percebido a título de função de confiança, cargo em comissão

    ou função gratificada".

    Desta forma, não é possível, agora, em fase de execução, o Juízo

    entender que "O valor indicado pelo embargado não lhe pode ser

    aplicado por tratar de situação pretérita à vigência do seu contrato

    de trabalho, como foi apontado pela embargante, e não se mostra

    compatível com a finalidade do adicional de quebra de caixa,

    normalmente, fixado em termos de um percentual incidente sobre o

    salário do empregado", sendo certo que o valor informado pela

    reclamante É EXATAMENTE AQUELE CONSTANTE NO

    NORMATIVO INTERNO DA RECLAMADA RH 053 (ID. a3a5bed -

    Pág. 6) ESTABELECIDO NA SENTENÇA TRANSITADA EM

    JULGADO!

    Ademais, tendo em vista o trânsito em julgado da sentença de

    mérito, ao contrário do que, equivocadamente, concluiu a decisão

    ora atacada, não cabe perquirir, na presente fase processual, se a

    reclamante tem "direito adquirido" ao pagamento da parcela

    "QUEBRA DE CAIXA" na forma da tabela integrante de seu

    normativo o que já restou decidido na fase de conhecimento.

    Note-se que a referida tabela permanece sendo praticada no âmbito

    da reclamada por todo o país, E SENDO ATUALIZADA NA MESMA

    FORMA DE QUE SUAS DEMAIS TABELAS SALARIAIS SENDO

    QUE SEU VALOR ATUALIZADO, EM SETEMBRO/2017,

    CORRESPONDE A R$ 1.428,00, em setembro de 2018, a R$

    1.500,00 e, em setembro de 2019, a R$ 1.565,00.

    (...)

    Ora, como pode ser admitido que o normativo interno RH 115

    continua vigente no âmbito da reclamada e se admitir a extinção

    fraudulenta da tabela dele integrante?????

    Resta claro que a reclamada, de forma maliciosa, acrescentou ao

    relatório FC/CC/FG: 600 - QUEBRA DE CAIXA Nome Abrev:

    QUEBRA CAIXA", o "status" de "extinta" com a única finalidade de

    eximir-se do cumprimento das milhares de decisões judiciais que

    determinaram o seu pagamento aos empregados ocupantes de

    Código para aferir autenticidade deste caderno: 163078

  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 12Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    funções relacionadas à atividade de manuseio de numerários.

    Em reforço, tem-se que já constam dos autos vários contracheques

    de empregados da reclamada, ADMITIDOS APÓS A SUPOSTA

    "EXTINÇÃO" DA TABELA 600, os quais desempenham a mesma

    função da reclamante, igualmente submetidos ao manuseio de

    numerários, em que a parcela "ADICIONAL DE QUEBRA DE

    CAIXA" é paga de acordo com os valores estampados relatório

    FC/CC/FG: 600 - QUEBRA DE CAIXA Nome Abrev: QUEBRA

    CAIXA" o que só comprova que referida tabela NÃO ESTÁ

    EXTINTA!

    Apenas a título de exemplo, oportuno citar os empregados

    ELISAMAR DA SILVA SANTOS PASSOS E IGOR HENRIQUE

    PRIMO DE LIMA, nesse mesmo estado, além de centenas de

    outros por todo o Brasil, recebem a parcela "ADICIONAL DE

    QUEBRA DE CAIXA" de acordo com os valores estampados no

    relatório "FC/CC/FG: 600 - QUEBRA DE CAIXA Nome Abrev:

    QUEBRA CAIXA".

    Bom que se observe que os empregados acima referidos, e cujos

    contracheques se encontram abaixo colados, foram admitidos após

    a suposta "extinção" (janeiro de 2004) da TABELA 600, pelo que

    nem se diga que referida tabela somente se aplica aos empregados

    admitidos antes de sua extinção.

    (...)

    Mais uma vez se diga, devidamente esclarecido, na sentença

    transitada em julgado, qual a parcela efetivamente deferida à

    reclamante, onde se lê: (...)

    Ora, resta claro que a parcela "Adicional de quebra de caixa"

    deferida foi aquela constante nos normativos internos da reclamada,

    mais precisamente aquela constante do relatório "FC/CC/FG: 600 -

    QUEBRA DE CAIXA Nome Abrev: QUEBRA CAIXA", PARCELA

    ESTA QUE, JÁ EM MARÇO DE 2017, era de R$ 1.329,00, sendo,

    hoje, no valor de R$ 1.589,00.

    Nesse sentido, não se pode admitir a elaboração da conta

    considerando os valores estabelecidos no precedente normativo

    103 do TST que trata da parcela GRATIFICAÇÃO DE CAIXA, o que

    não foi deferido nos autos, o que fere de morte a coisa julgada

    havida nos autos. Nesse sentido, insta analisar o teor do referido

    precedente normativo nº 103 do TST: (...)

    Resta claro que o precedente normativo em questão se refere à

    "GRATIFICAÇÃO DE CAIXA" e não a "QUEBRA DE CAIXA"

    deferida na sentença transitada em julgado. Nesse sentido, a

    superficial análise da decisão agravada revela que a mesma foi

    proferida em flagrante desacordo com as determinações constantes

    na sentença transitada em julgado que, expressamente, deferiu o

    pagamento da parcela "ADICIONAL DE QUEBRA DE CAIXA" e não

    "gratificação de caixa".

    É de se ressaltar que, na sentença transitada em julgado,

    integralmente mantida pelo Acórdão, não há sequer menção ao

    Precedente Normativo 103 do TST pelo que não se pode admitir o

    procedimento adotado pela contadoria da Vara.

    Resta comprovado que totalmente equivocada a decisão agravada

    eis que, mais uma vez se diga, a parcela deferida à reclamante foi a

    "QUEBRA DE CAIXA" E NÃO "GRATIFICAÇÃO DE CAIXA",

    MESMO PORQUE ESTA ÚLTIMA JÁ ERA RECEBIDA pela

    reclamante.

    Note-se, inclusive, que a própria reclamada, em sua defesa,

    reconheceu que já pagava à reclamante a parcela "gratificação de

    caixa", tendo, inclusive, baseado sua defesa na impossibilidade de

    recebimento cumulativo das parcelas "ADICIONAL DE QUEBRA DE

    CAIXA" e "GRATIFICAÇÃO DE CAIXA" o que foi rechaçado pela

    sentença que reconheceu a possibilidade de cumulação das duas

    parcelas, nos seguintes termos: (...)

    Acrescente-se que a decisão fez expressa referência à parcela

    "adicional de quebra de caixa" de que trata o normativo interno da

    reclamada (RH 053), pelo que resta incontroverso que a parcela

    deferida é aquela constante do relatório "FC/CC/FG: 600 - QUEBRA

    DE CAIXA Nome Abrev: QUEBRA CAIXA", integrante do normativo

    interno da reclamada, PARCELA ESTA QUE, JÁ EM MAIO DE

    2018, era de R$ 1.329,00 tendo a reclamada, sem qualquer

    justificativa para tal, inserido, no contracheque da reclamante o

    valor de R$ 496,10 equivalente a 1/3 do efetivamente devido.

    Ademais, em reforço, note-se que o próprio acórdão de segundo

    grau, que manteve a sentença de primeiro grau, reconheceu, que,

    como informado pela reclamada, a reclamante já recebia, e recebe,

    a parcela "GRATIFICAÇÃO DE CAIXA" o que só confirma os

    argumentos da reclamante de que a parcela deferida foi a

    "QUEBRA DE CAIXA" e não a "gratificação de caixa, como

    equivocadamente, concluiu o Juízo de primeiro Grau na decisão ora

    atacada.

    Impõe-se a prevalência DA DECISÃO TRANSITADA EM

    JULGADO, QUE DEFERIU À RECLAMANTE O PAGAMENTO DA

    PARCELA "QUEBRA DE CAIXA" que consta nos normativos

    internos da reclamada, conforme tabela praticada pela empresa

    conforme já referido acima.

    (...)

    Sendo assim, impõe-se a reforma da decisão de Impugnação à

    Sentença de Liquidação para que seja determinada a elaboração da

    con ta de l i qu idação , BEM COMO INTEGRAÇÃO AO

    CONTRACHEQUE DA RECLAMANTE da parcela "QUEBRA DE

    CAIXA", adotando-se os valores de QUEBRA DE CAIXA constante

    no relatório "SISRH - Rubrica 600" INTEGRANTE DOS

    NORMATIVOS INTERNOS RHs 053 e 115, DA RECLAMADA para

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  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 13Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    fins de cálculo e incorporação da parcela "QUEBRA DE CAIXA"

    deferida."

    A ilustre magistrada a quo decidiu da seguinte forma, in litteris:

    "MÉRITO. Trata-se de matéria já decidida nos presentes autos,

    quando do julgamento da Impugnação aos Cálculos apresentada

    pela Reclamada. Considerando o caráter interlocutório daquela

    decisão, adota este Juízo as mesmas razões de decidir,

    transcrevendo-as a seguir, a fim de possibilitar, se for do interesse

    da parte Exequente, a discussão da matéria na Instância ad quem:

    "No comando sentencial transitado em julgado, foi reconhecida a

    natureza salarial da parcela denominada "quebra de caixa" e

    deferido o seu pagamento desde 07/07/2014 e enquanto a

    Reclamante permanecer exercendo o cargo comissionado de caixa,

    com os devidos reflexos em gratificação natalina, férias acrescida

    do terço constitucional, horas extras e FGTS, devendo este ser

    depositado na conta vinculada do reclamante.

    Analisando o Regulamento Interno da Reclamada, notadamente a

    disciplina contida RH 053, com vigência a partir de 24.10.2002, o

    seu item 8.4 dispõe que: "o empregado quando no exercício das

    atividades inerentes à quebra de caixa, perceberá valor específico a

    esse título".

    Pois bem. Considerando que a parcela encontra-se extinta desde

    01/01/2004, entende este Juízo que apenas os empregados que

    percebiam o adicional de "quebra de caixa" antes da sua extinção

    podem utilizar, para o cômputo da parcela, a referida tabela,

    porquanto possuem direito incorporado. Esse, conduto, não é o

    caso dos autos, haja vista que a Autora ingressou nos quadros da

    Reclamada em 02/09/2013, ou seja, bem depois da extinção da

    verba.

    Nessa esteira, considerando a inexistência, nos atuais normativos

    da Demandada, de regulamentação acerca do valor da quebra de

    caixa, entendo que deve ser utilizado, para o cômputo do adicional,

    o critério definido no Precedente Normativo nº 103 do TST, que

    assim dispõe:

    GRATIFICAÇÃO DE CAIXA (positivo):

    Concede-se ao empregado que exercer permanentemente a função

    de caixa a gratificação de 10% sobre seu salário, excluídos do

    cálculo adicionais, acréscimos e vantagens pessoais."Insta, ainda,

    ressaltar que, após análise da planilha de cálculos, restou verificado

    que a liquidação foi efetuada observando estritamente os

    parâmetros determinados na sentença, inclusive, vê-se que foi

    considerado, para efeito de cálculo da parcela "quebra de caixa", o

    percentual de 10% (dez por cento) sobre o salário do reclamante.

    Nesse sentido, a jurisprudência a seguir transcrita: (...)

    CONCLUSÃO. Ante o exposto e tudo o que dos autos consta, julgo

    a presente Impugnação aos Cálculos, nos termos da

    fundamentação IMPROCEDENTE supra, DECLARANDO A

    EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO, haja vista a quitação integral do débito

    exequendo.

    NOTIFIQUEM-SE AS PARTES."

    Concordo com o posicionamento do juízo a quo, pelos motivos que

    passo a expor.

    A magistrada de primeiro grau, ao deferir o pedido do adicional de

    "quebra de caixa", assim se manifestou na sentença de

    conhecimento:

    "2.2. DO ADICIONAL DE QUEBRA DE CAIXA

    A reclamante pede a condenação do reclamado ao pagamento do

    título acima epigrafado, parcelas vencidas e vincendas, com base

    no item 8.4 do normativo interno RH 053, bem como reflexos em

    RSR, férias+1/3, 13º salários, horas extras e FGTS.

    Aduz que, a despeito de exercer, desde 07/07/2014 até os dias

    atuais, a função de caixa executivo, desempenhando atividades

    habituais de um caixa de agência bancária e sendo responsável por

    qualquer falta de numerário no seu caixa, nunca recebeu a parcela

    denominada "quebra de caixa".

    A reclamada, por seu turno, defende que a verba "quebra de caixa",

    originariamente instituída para substituir a gratificação "caixa

    executivo", foi extinta em 01/01/2004, por força da Resolução

    581/2003 que repristinou a sistemática anterior de pagamento de

    gratificação de função pela atividade no caixa. Aduz, ainda, que a

    gratificação de função sempre remunerou não só a maior

    responsabilidade do cargo, mas, também, destina-se a compensar

    eventual perda financeira em decorrência de falta de caixa.

    Aprecia-se.

    A parcela "quebra de caixa" tem a finalidade de cobrir diferenças

    eventualmente verificadas nas operações e atividades de caixa, de

    modo que esta parcela assume o caráter de garantia a todos os

    empregados que executem, mesmo que eventualmente, atividades

    de pagamento e recebimento de valores. Isto significa que a

    gratificação de quebra de caixa tem o fim precípuo de cobrir as

    diferenças oriundas de falhas quando do desempenho pelo

    empregado de atividades que envolvam o manuseio de numerário,

    diversamente da gratificação de função, que remunera apenas as

    responsabilidades do cargo ocupado.

    No caso em voga, há regulamento empresarial que disciplina o

    pagamento da parcela denominada "quebra de caixa", cuja

    finalidade é cobrir o risco diário pelo manuseio com numerário, a

    exemplo dos que ocupam o cargo de caixa executivo, caixas

    flutuantes, caixas minuto. Conforme as normas internas, em

    especial o item 8.4 do RH 053 (ID. a3a5bed - Pág. 6) é devida a

    percepção da rubrica "quebra de caixa" de forma cumulada com o

    valor percebido a título de função de confiança, cargo em comissão

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  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 14Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    ou função gratificada.

    Nota-se que a natureza jurídica da gratificação de função pelo

    exercício do cargo de caixa e a verba "quebra de caixa" são

    distintas, visto que a primeira destina-se a remunerar o empregado

    que exerce uma função comissionada e a segunda é devida em

    razão dos riscos que está sujeito o empregado que executa a

    função de caixa.

    É assente na jurisprudência que as parcelas susoditas não

    caracterizam o bis in idem, uma vez que têm finalidade de

    remunerar situações jurídicas distintas, não havendo violação do

    art. 37, incisos XVI e XVII, da Constituição Federal.

    Nesse sentido, excertos de julgados do Colendo Tribunal Superior

    do Trabalho e deste Egrégio Tribunal a seguir transcritos:

    (...)

    Diante do exposto, incontroverso o exercício, pela Autora, da função

    de caixa, que envolve manuseio de numerário e a possibilidade de

    eventuais perdas, patente a procedência da percepção da parcela

    "quebra de caixa".

    Assim sendo, reconheço a natureza salarial da parcela

    denominada "quebra de caixa" e defiro o seu pagamento desde

    07/07/2014 e enquanto a Reclamante permanecer exercendo o

    cargo comissionado de caixa, com os devidos reflexos em

    gratificação natalina, férias acrescida do terço constitucional,

    horas extras e FGTS, devendo este ser depositado na conta

    vinculada do reclamante. Indevido o pagamento de reflexos sobre

    RSR, haja vista tratar-se de empregada mensalista.

    Deverá a reclamada, no prazo de 60 dias após o trânsito em

    julgado, incluir no contracheque da autora a verba de "quebra de

    caixa", sob pena de multa diária no importe de R$ 500,00

    (quinhentos reais) até o limite de 30 dias, a ser revertida em favor

    da obreira." (destaquei)

    O Tribunal, ao julgar o recurso ordinário, manteve inalterada a

    sentença de origem.

    Da decisão transitada em julgado transcrita, vê-se que, não

    obstante a parcela ter sido deferida, não foi explicitada a forma de

    seu cálculo. Consta da decisão transitada em julgado, inclusive, que

    a liquidação se dará quando da fase de execução.

    Não procede a alegação da agravante no sentido de que a

    condenação sofreu alteração, pois a condenação transitada em

    julgado limitou-se a deferir a parcela, sem fazer qualquer menção

    ao seu valor ou a forma de cálculo da parcela, o que, por

    consequência, será definido pelo juízo da execução.

    Analisando a matéria, o juízo de primeiro grau entendeu, a meu ver

    acertadamente, pela aplicação do critério definido no Precedente

    Normativo n.° 103 do TST, que assim dispõe:

    "Nº 103 GRATIFICAÇÃO DE CAIXA (positivo)

    Concede-se ao empregado que exercer permanentemente a função

    de caixa a gratificação de 10% sobre seu salário, excluídos do

    cálculo adicionais, acréscimos e vantagens pessoais."

    A autora, por sua vez, se insurge contra tal aplicação, defendendo

    que deve ser aplicada a tabela de quebra de caixa juntada.

    Sem razão a autora.

    É que, como bem pontuado pela magistrada sentenciante, a parcela

    indicada na referida tabela foi extinta desde 2004, e a autora

    ingressou nos quadros da reclamada muito depois, só em 2013.

    Ressalto que na própria tabela juntada pela autora consta a

    informação de que a parcela foi extinta em 01/01/2004 (ID

    e9777e1).

    Por tal razão, não há como se entender que a autora incorporou o

    direito de utilizar, para o cômputo da parcela, a tabela referida, já

    que extinta antes mesmo da autora ingressar na reclamada.

    Considerando a inexistência de regulamentação quanto ao valor da

    parcela, razoável o entendimento no sentido de que deve ser

    utilizado o critério definido no Precedente citado.

    Nesse mesmo sentido é a jurisprudência do Regional:

    "AGRAVO DE PETIÇÃO - GRATIFICAÇÃO DE "QUEBRA DE

    CAIXA" - BASE DE CÁLCULO - INCIDÊNCIA DO PRECEDENTE

    NORMATIVO Nº 103 DO TST - ATO DECISÓRIO RECHAÇADO

    QUE SE POSTA COMO PASSÍVEL DE PRESERVAÇÃO. Não se

    constatando no título executivo judicial um parâmetro válido para o

    cálculo do valor da rubrica "quebra de caixa", tem-se como aplicável

    o disposto no Precedente Normativo nº 103 do C. TST, que

    estabelece em 10% sobre o salário básico o percentual de cálculo

    da gratificação em pauta, haja vista que a utilização da tabela

    pretendida pelo(a) laborista agravante (CLT, art. 3º) somente

    abrangeria os que incorporaram o direito, face o exercício da

    função, antes de sua extinção, não sendo esta, concessa venia, a

    hipótese dos autos." (RO 0000838-93.2015.5.20.0014. Relator

    Desembargador João Aurino de Mendes Brito, 2ª Turma, Publicado

    em 10/12/2018.

    "AGRAVO DE PETIÇÃO. QUEBRA DE CAIXA. BASE DE

    CÁLCULO. PRECEDENTE NORMATIVO Nº 103 DO TST. Em se

    considerando a data de ingresso do reclamante nos quadros da

    CAIXA e a inexistência, nos atuais normativos da demandada, de

    regulamentação acerca do valor da quebra de caixa, prevalece,

    para o cômputo do adicional, o critério definido no Precedente

    Normativo nº 103 do TST." (RO 0000004-56.2016.5.20.0014.

    Relatora Desembargadora Rita de Cassia Pinheiro de Oliveira, 1ª

    Turma, Publicado em 13/09/2018.

    Também nesse mesmo sentido, cito recente jurisprudência do C.

    TST:

    "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.

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  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 15Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    EXECUÇÃO. ADICIONAL DE QUEBRA DE CAIXA. BASE DE

    CÁLCULO. No tocante à base de cálculo do adicional de quebra de

    caixa, o Tribunal a quo decidiu pela aplicação do que se encontra

    preconizado no Precedente Normativo nº 103 do TST, tendo em

    vista a data de ingresso do exequente nos quadros da CEF e o fato

    de não ter vislumbrado nos normativos da empresa o valor referente

    à verba quebra de caixa. Declarou que a referida gratificação foi

    extinta em 2004, sendo que o exequente ingressou nos quadros da

    executada em 2009. Não se constata, portanto, que o comando

    exequendo tenha determinado diretriz em sentido contrário à

    decisão recorrida . Nesse contexto, não há falar em ofensa ao art.

    5º, XXXVI, da CF, pois não se verifica a hipótese de desrespeito ao

    título executivo transitado em julgado. Agravo de instrumento

    conhecido e não provido" (AIRR-4-56.2016.5.20.0014, 8ª Turma,

    Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 13/11/2020).

    "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA

    REGIDO PELA LEI 13 .467/2017. TRANSCENDÊNCIA

    RECONHECIDA. EXECUÇÃO. ADICIONAL DE QUEBRA DE

    CAIXA. BASE DE CÁLCULO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO À COISA

    JULGADA. INTERPRETAÇÃO DO SENTIDO E ALCANCE DO

    TÍTULO EXECUTIVO (ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 123 DA

    SBDI-2). A Corte de origem considerou inexistir ofensa à coisa

    julgada, consignando que o estabelecimento do percentual de 10%

    sobre o salário-base excluídos os adicionais, acréscimos e

    vantagens pessoais se deu em conformidade com o que dispõe o

    Precedente Normativo do TST 103 do TST, em razão da ausência

    no título executivo, de qualquer determinação acerca da apuração

    da verba em questão - adicional de quebra de caixa-. Assim, o

    Tribunal Regional interpretou a decisão exequenda no que diz

    respeito ao seu sentido e alcance. Assim, é aplicável à hipótese a

    mesma ratio decidendi da Orientação Jurisprudencial nº 123 da

    SbDI-2 desta Corte. Não merece ser provido agravo de instrumento

    que visa a liberar recurso de revista que não preenche os

    pressupostos contidos no art. 896, § 2.º, da CLT. Agravo de

    instrumento não provido" (AIRR-850-31.2015.5.20.0007, 2ª Turma,

    Relatora Ministra Delaide Miranda Arantes, DEJT 06/11/2020).

    Em face de todo o exposto, nego provimento ao agravo de petição.

    Conclusão do recurso

    Posto isso, rejeito a preliminar de não conhecimento suscitada pela

    executada em contraminuta, conheço do agravo de petição

    interposto pela autora, e, no mérito, nego-lhe provimento.

    ACÓRDÃO

    Acordam os Exmos. Srs. Desembargadores da Egrégia 2ª Turma

    do Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região, por unanimidade,

    rejeitar a preliminar de não conhecimento suscitada pela executada

    em contraminuta, conhecer do agravo de petição interposto pela

    autora e, no mérito, negar-lhe provimento.

    Presidiu a sessão telepresencial a Exma. Desembargadora Maria

    das Graças Monteiro Melo. Participaram o Exmo. Procurador do

    Ministério Público do Trabalho da 20ª Região Adson Souza do

    Nascimento, bem como os Exmos. DesembargadoresFabio Túlio

    Ribeiro (Relator),Jorge Antônio Andrade Cardoso e Hider

    Torres do Amaral (Juiz Convocado). OBS.: 1) Participou da

    sessão o Exmo. Juiz do Trabalho Hider Torres do Amaral,

    convocado conforme Ato SGP.PR Nº 001/2021; 2) Presente o

    advogado Laert Nascimento.

    Sala de Sessões, 10 de fevereiro de 2021.

    ASSINATURA

    FABIO TÚLIO CORREIA RIBEIRO

    Relator

    VOTOS

    ARACAJU/SE, 11 de fevereiro de 2021.

    NELSON DE OLIVEIRA SOBRINHO

    Código para aferir autenticidade deste caderno: 163078

  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 16Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    Diretor de Secretaria

    Processo Nº ROT-0000079-48.2018.5.20.0007Relator FABIO TULIO CORREIA RIBEIRO

    RECORRENTE MARCOS ANTONIO DOS SANTOSFREIRE

    ADVOGADO ALEX SALIM MACHADOHUSSAIN(OAB: 8967/SE)

    ADVOGADO Petrúcio Messias de Souza(OAB:4895/SE)

    RECORRIDO ITAGUASSU AGRO INDUSTRIAL S/A

    ADVOGADO ANA PAULA CAVALCANTEMILET(OAB: 6474/SE)

    Intimado(s)/Citado(s):

    - MARCOS ANTONIO DOS SANTOS FREIRE

    PODER JUDICIÁRIO

    JUSTIÇA DO

    PROCESSO Nº 0000079-48.2018.5.20.0007 (ROT)

    RECORRENTE: MARCOS ANTÔNIO DOS SANTOS FREIRE

    RECORRIDO: ITAGUASSU AGRO INDUSTRIAL S/A

    RELATOR: DESEMBARGADOR FABIO TÚLIO CORREIA

    RIBEIRO

    EMENTA:

    HORAS EXTRAS. CARTÕES DE PONTO VÁLIDOS COMO MEIO

    DE PROVA. NÃO JUNTADA DE DEMONSTRATIVOS DE

    P A G A M E N T O P E L A R E C L A M A D A . S E N T E N Ç A

    PARCIALMENTE REFORMADA. Se a reclamada, ao impugnar a

    tese do autor de que ele trabalhava em horas extras, alega que

    "seu trabalho era compensado ou recebia hora extra a 100%,

    conforme se constata nas folhas de frequência e nos

    demonstrat ivos de pagamento", mas não junta os

    contracheques respectivos, merece reforma a sentença para

    deferir as horas extras, que devem ser apuradas de acordo com

    os cartões de ponto, validados pela prova testemunhal, já que

    o obreiro foi diligente em indicar, ao menos por amostragem, o

    quantitativo de horas extras que entende devido sem

    pagamento.

    RELATÓRIO:

    MARCOS ANTÔNIO DOS SANTOS FREIRE recorre da sentença

    proferida pela MM 7ª Vara do Trabalho de Aracaju que julgou

    improcedentes os pedidos formulados na presente ação ajuizada

    em face da empresa ITAGUASSU AGRO INDUSTRIAL S/A.

    Regularmente notificada, a empresa recorrida apresentou

    contrarrazões no ID 531a220.

    Os autos deixaram de ser enviados ao Ministério Público do

    Trabalho em razão de a causa não se enquadrar em qualquer das

    hipóteses previstas no art. 109 do Regimento Interno deste E.

    Regional.

    Processo em ordem para julgamento.

    ADMISSIBILIDADE:

    Atendidos os pressupostos recursais genéricos subjetivos

    (intrínsecos): legitimidade (recurso das partes), capacidade

    (agentes capazes) e interesse/sucumbência (pedidos julgados

    improcedentes); e os pressupostos objetivos (extrínsecos):

    recorribilidade (decisão definitiva), adequação (recurso previsto no

    art. 895, "I" da CLT), tempestividade (ciência da sentença em

    04/05/2020 e recurso do reclamante interposto em 12/05/2020),

    regularidade de representação (substabelecimento ID abc43d1

    assinado pelo advogado PETRÚCIO MESSIAS DE SOUZA, OAB nº

    4895/SE que compareceu à audiência ID fd2ac11) e preparo

    (dispensado uma vez que o reclamante é beneficiário da justiça

    gratuita conforme reconhecido na sentença), conheço do recurso

    interposto pelo reclamante.

    MÉRITO:

    Código para aferir autenticidade deste caderno: 163078

  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 17Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    DA JORNADA DE TRABALHO

    No tópico, o reclamante alega que:

    "...Malgrado, a notável sapiência de que se nota da vergastada

    decisão, entende a parte obreira que seu direito não foi

    regularmente observado diante da conjuntura das provas

    produzidas neste processo. Primeiramente a parte recorrente

    esclarece que desde a petição inicial e posteriormente em sua

    manifestação aos documentos vem concordando com os espelhos

    de ponto apresentados pela recorrida, quanto aos horários de

    entrada e saída, exceto o intervalo intrajornada. Observa-se Egrégia

    Turma que a própria decisão a quo reconhece quehavia registro de

    labor até as 20h, o qual corrobora enfaticamente com o depoimento

    da testemunha autoral.

    (...)

    E mais, a empresa recorrida não se desincumbiu de seu ônus

    probandi ao não juntar aos autos os contracheques do recorrente

    para demonstrar efetivamente se houve pagamento das horas

    extras ou se essas horas foram pagas corretamente.

    Veja ainda Colenda Turma que o Recorrente em sua manifestação

    de documento de Id. ddba0b1-fl. 137demonstrou de maneira

    cristaliza que havia labor superior as44ª horas semanais, inclusive

    R E A L I Z A N D O A P U R A Ç Õ E S Q U E D E M O N S T R A M A

    OCORRÊNCIA DE DIFERENÇAS DE HORAS EXTRAS.

    O recorrente reproduz na peça de recurso tabelas de horas extras

    que apresentou na manifestação aos documentos da defesa

    alegando: "Dessa maneira, a documentação acostada ao feito

    demonstra robustamente que a parte Recorrente laborava em

    sobrejornada, sendo que HAVIA LABOR EXTRAORDINÁRIO

    HABITUAL, acima do pactuado pelos acordos coletivos de trabalho,

    ou seja, havia prestação de jornada superior às44 horas semanais,

    prevista nos instrumentos coletivos, sem o correto pagamento,

    razão porque as cláusulas de compensação ou elastecimento de

    jornada ali previstas são inaplicáveis à parte recorrente nos termos

    da Súmula 85 do TST. Dessa maneira,Egrégia Turma que o

    Recorrente habitualmente ultrapassa a jornada de 44 horas

    semanais, descumprindo o previsto em Acordo Coletivo de

    Trabalho, CLÁUSULA TRIGÉSSIMA QUARTA, conforme

    amostragens acima".

    Analiso.

    O juízo de origem indeferiu horas extras e julgou improcedente a

    ação, por entender que os cartões de ponto registram horários

    corretos de jornada e indicam horas extras considerando o

    magistrado que há presunção de pagamento das horas extras

    registradas mesmo a reclamada não juntando demonstrativos de

    pagamento. Eis o teor da sentença neste particular, in verbis:

    "(...)

    Da Jornada de Trabalho. Das horas extras. Da supressão do

    intervalo intrajornada

    Tratando-se de fato constitutivo de seu direito, consoante dicção

    dos artigos 818, da CLT bem como 373, I, do CPC, cabia ao

    reclamante o ônus de provar as suas alegações a respeito de

    sobrejornada, ônus do qual não se desincumbiu.

    A única testemunha ouvida fez as seguintes declarações:

    "que trabalhou para reclamado de 1995 a 2016; que exercia a

    função de gestor de minérios; que trabalhou com o reclamante nos

    últimos 05 anos do contrato de trabalho, pelo menos; que nesses

    últimos 05 anos o reclamante estava exercendo a função de

    encarregado da oficina de veículos; que na oficina de veículos

    trabalhavam 03 mecânicos, 01 encarregado e 01 lubrificador; que o

    escritório do depoente era localizado em cima da oficina de

    veículos; que trabalhava das 07h30 às 17h30, de segunda a sexta,

    acrescentando que 02 ou 03 vezes por semana estendia sua

    jornada até as 20h; que participava de escalas de plantão para o

    trabalho de sábados e domingos, esclarecendo que trabalhava em

    01 sábado e 01 domingo por mês, cumprindo jornada das 07h às

    11h30, na maioria desses dias, esclarecendo ainda que já

    aconteceu de ultrapassar esse horário e que, mesmo quando

    encerrava no horário normal, ainda permanecia de sobreaviso

    durante todo o sábado ou domingo, a depender do plantão; que o

    reclamante tinha a mesma jornada média do depoente, ou seja,

    trabalhava de segunda a sexta-feira, das 07h às 17h30,

    esclarecendo que o reclamante participava de uma a duas escalas

    de plantão por mês, sendo que cada escala compreendia

    sobreaviso de segunda a sábado, sendo que no sábado o trabalho

    acontecia das 07h às 17h30, ou seja, após encerrar o trabalho às

    17h30, o reclamante permanecia de sobreaviso ao longo do dia,

    essa escala; que depoente e reclamante usufruíam de intervalo

    intrajornada de 40/60 minutos; que o depoente na maioria das

    vezes usufruía de pausa de 01 hora de intervalo, esclarecendo que

    encerrava a sua refeição e tirava um descanso na sua sala; que o

    depoente não registrava o horário de trabalho, mas o reclamante,

    sim, sabendo informar que ele registrava corretamente os horários

    de entrada e saída; que, inclusive, o depoente era o responsável

    por autorizar o ingresso do reclamante na fábrica, no caso de

    atraso; que havia também trabalho em feriados; que, no caso do

    labor em domingos e feriados, o reclamante registrava no ponto;

    que o depoente era o superior hierárquico do reclamante; que

    quando o reclamante foi convocado para trabalhar no sobreaviso,

    fora do seu horário normal, registrava o horário no ponto; que havia

    paradas de forno, cerca de 02 a 03 vezes por ano; que nessas

    ocasiões reclamante encerrava sua jornada às 19h, em média, mas

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  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 18Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    registrava esse horário em ponto". (Grifamos)

    Do depoimento acima transcrito, extrai-se que o reclamante

    registrava de forma correta todos os dias e horários laborados. Ao

    compulsar os espelhos de ponto juntados pela reclamada e

    assinados pelo autor, vê-se que houve, inclusive, registro de labor

    até 20h.

    Observe-se ainda que nas fichas financeiras encartadas (id.

    9573ef8) verificam-se registros de horas extras em quase a

    totalidade dos meses.

    Em que pese não haver a demandada colacionado os

    contracheques do reclamante, não se pode presumir que não havia

    pagamento do labor extraordinário apontado nos cartões de ponto,

    salientando-se que, em cada mês, constava no documento o total

    de horas extras a serem pagas ao autor. A prova testemunhal

    produzida nada declarou a respeito de eventual ausência de

    quitação das horas extras corretamente registradas, tampouco foi

    esta a tese defendida na petição inicial.

    Portanto, do conjunto probatório, entendo que os horários de

    trabalho do reclamante estão consignados nos cartões de

    frequência acostados com a defesa, não havendo prova de

    existência de labor extraordinário não quitado, pelo que improcedem

    os pedidos de horas extras além da 8ª diária e 44ª semanal,

    inclusive daquelas decorrentes da supressão do intervalo

    intrajornada, e demais pedidos correspondentes". (Destaquei).

    Na petição inicial, o reclamante alegou que a sua jornada "era

    superior de 8 (oito) horas diárias, o descaracteriza o acordo de

    compensação nos termos da Súmula 85, IV do C. TST, e ainda,

    sem que fosse regularmente pago o adicional de horas extras

    conforme prevê a legislação trabalhista (CF. art. 7º -XIV e art. 59 da

    CLT)".

    Incontroverso que o autor trabalhou no período de 19/01/1999 a

    21/12/2017 sendo admitido inicialmente para exercer a função de

    "mecânico automotivo especializado" passando a exercer em

    01/07/2018 a função de "encarregado de oficina automotiva".

    A reclamada, em contestação, defendeu-se argumentando: "O

    obreiro foi admitido para laborar em turnos ininterruptos de

    revezamento em escala 6 x 1, conforme cartão de ponto, gozando

    em todos os turnos de uma hora de intervalo para almoço/descanso

    (...) Quando por qualquer motivo trabalhou além da jornada ou em

    dia destinado a sua folga, o que raramente ocorreu, seu trabalho

    era compensado ou recebia hora extra a 100%, conforme se

    constata nas folhas de frequência e nos demonstrativos de

    pagamento." Juntou cartões de ponto que foram validados pelo

    obreiro e pela prova testemunhal.

    Disse a testemunha do autor: "que trabalhou com o reclamante nos

    últimos 05 anos do contrato de trabalho, pelo menos; que nesses

    últimos 05 anos o reclamante estava exercendo a função de

    encarregado da oficina de veículos; que na oficina de veículos

    trabalhavam 03 mecânicos, 01 encarregado e 01 lubrificador; que o

    escritório do depoente era localizado em cima da oficina de veículos

    (...) que o depoente não registrava o horário de trabalho, mas o

    reclamante, sim, sabendo informar que ele registrava corretamente

    os horários de entrada e saída; que, inclusive, o depoente era o

    responsável por autorizar o ingresso do reclamante na fábrica, no

    caso de atraso; que havia também trabalho em feriados; que, no

    caso do labor em domingos e feriados, o reclamante registrava no

    ponto; que o depoente era o superior hierárquico do reclamante;

    que quando o reclamante foi convocado para trabalhar no

    sobreaviso, fora do seu horário normal, registrava o horário no

    ponto."

    O reclamante, ao se manifestar sobre os documentos da defesa,

    afirmou que pelos controles de ponto "pode-se observar que a parte

    reclamada descumpria a jornada de 44 horas semanais..." e

    apresentou demonstrativos de horas extras que entende não

    quitadas. Na peça de recurso ordinário o autor confirmou a validade

    dos cartões dizendo "Primeiramente a parte recorrente esclarece

    que desde a petição inicial e posteriormente em sua manifestação

    aos documentos vem concordando com os espelhos de ponto

    apresentados pela recorrida, quanto aos horários de entrada e

    saída, exceto o intervalo intrajornada" reiterando o pedido para

    "pagamento da diferença das horas extras a partir da 8ª diária e 44ª

    semanal, com acréscimo de 50% para laboradas de segunda a

    sábado e 100% para laboradas em domingos, feriados e folgas,

    inclusive sendo computado para o cálculo as horas extras os

    intervalos intrajornada, como também suas incidências legais para

    aviso prévio, 13º salário, férias, acrescidas de1/3, FGTS + 40%,

    RSR; (art. 7º, incisos XIV, da CF/88, art. 66 e 71, § 4º da CLT,

    Súmulas 172, 437 e 449 TST)".

    Ao contrário do entendimento do magistrado de primeiro grau, e

    como a reclamada não juntou os demonstrativos de pagamento

    como afirma na contestação para embasar sua defesa apenas

    reproduzindo alguns demonstrativos quando apresentou

    contrarrazões, é dizer, após a prolação da sentença, entendo que

    seria o caso de deferir horas extras ao obreiro com base nos

    cartões de ponto, pois caberia à reclamada, na condição de

    devedora, provar o pagamento que alega ter sido feito no decorrer

    do contrato.

    Em relação ao intervalo intrajornada, entendo que não restou

    demonstrada a supressão conforme alegado pelo obreiro. É que

    mesmo que a testemunha tenha dito que ela e o reclamante

    "usufruíam de intervalo intrajornada de 40/60 minutos", em seguida

    a depoente afirmou que "...na maioria das vezes usufruía de pausa

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  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 19Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    de 01 hora de intervalo, esclarecendo que encerrava a sua refeição

    e tirava um descanso na sua sala", não ficando seguramente

    comprovada a tese do autor de que sempre "usufruía apenas cerca

    de 40 minutos".

    Dou provimento parcial ao recurso para deferir as horas extras que

    ultrapassem o limite constitucional de 8 h diárias e 44 h semanais,

    que devem ser apuradas de acordo com os cartões de ponto

    anexados aos autos, bem assim considerando que o autor usufruía

    1 h de intervalo intrajornada conforme registrado nos cartões.

    Parâmetros de liquidação:

    Deverá ser observado o divisor 220, o adicional de 50% , os dias

    efetivamente laborados e a evolução salarial do autor. Em face da

    habitualidade das verbas deferidas, procedentes os seus reflexos

    em DSR, em férias acrescidas de 1/3, em 13º salário, em aviso

    prévio, em FGTS e indenização de 40%, conforme postulado no

    item a da petição inicial. Deve ser observada a OJ n.° 394 da SDI-1

    do TST, ou seja, não cabe deferimento dos reflexos das diferenças

    de RSR no cálculo das férias, da gratificação natalina, do aviso

    prévio e do FGTS, decorrentes da integração das horas extras.

    Em relação à correção monetária e juros observar as Súmulas 200

    e 381 do TST.

    Quanto ao índice a ser aplicado para a correção monetária, meu

    atual entendimento nos seguintes termos:

    Primeiramente, com relação ao índice de atualização monetária,

    pontuo que este Regional determinou, em sessão plenária do dia

    02/09/2019, nos au tos do Inc idente de Argu ição de

    Inconstitucionalidade n.º 0000192-23.2018.5.20.0000, cujo relator

    foi o Exmº. Desembargador Jorge Antônio Andrade Cardoso, que se

    utilizasse, na atualização das contas de liquidação, a TR, até

    24/03/2015 e, a partir de 25/03/2015, o IPCA-E, conforme decisão

    que segue:

    "DECISÃO:

    Acordam os Exmos. Srs. Desembargadores do Egrégio Tribunal

    Regional do Trabalho da 20ª Região, por unanimidade, acolher a

    dec laração de inconst i tuc iona l idade, para dec larar a

    inconstitucionalidade da disposição contida no §7º do art. 879 da

    CLT, quanto à determinação de atualização dos débitos trabalhistas

    "pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil,

    conforme a Lei no 8.177, de 1º de março de 1991" e determinar a

    utilização do IPCA-E, na atualização dos débitos trabalhistas, em

    substituição à TR, respeitando-se a modulação feita pelo próprio

    TST, para aplicação do IPCA-E a partir de 25/03/2015; com

    comun icação imed ia ta da dec i são em inc iden te de

    inconstitucionalidade aos juízes de primeiro grau, aos Gabinetes e

    às Secretarias das Turmas deste Tribunal, para darem continuidade

    aos processos sobrestados.

    Aracaju, 02 de setembro de 2019. Jorge Antônio Andrade Cardoso

    Desembargador Relator".

    Ocorre que, em 03/10/2019, no julgamento de embargos de

    declaração no Recurso Extraordinário n.º 870947, o Excelso

    Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que é

    impossível a modulação dos índices de correção monetária e juros

    de mora, determinando a aplicação do IPCA-E desde 2009.

    Tratou-se de embargos declaratórios opostos pela Confederação

    Nacional dos Servidores Públicos, pela Associação Nacional dos

    Servidores do Poder Judiciário, pelo INSS e por 18 estados

    federativos, além do Distrito Federal, nos quais requereram a

    modulação dos efeitos da decisão plenária que declarou a

    inconstitucionalidade do índice de atualização monetária disposto

    no art. 1º, "f", da Lei nº. 9.494/1997, com redação escrita pela Lei nº.

    11.960/2009.

    O plenário do STF, por 6 votos a 4, decidiu pela não modulação,

    determinando a incidência do IPCA-E a partir de junho/2009:

    "Decisão: (ED-Segundos) O Tribunal, por maioria, rejeitou todos os

    embargos de declaração e não modulou os efeitos da decisão

    anteriormente proferida, nos termos do voto do Ministro Alexandre

    de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Luiz Fux

    (Relator), Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Dias Toffoli

    (Presidente). Não participou, justificadamente, deste julgamento, a

    Ministra Cármen Lúcia. Ausentes, justificadamente, os Ministros

    Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, que votaram em assentada

    anterior. Plenário, 03.10.2019".

    Mais recentemente, em 01/07/2020, o eminente Ministro do STF

    Gilmar Mendes proferiu decisão liminar na ADC 58 - Distrito

    Federal, relativamente ao tema, no sentido de determinar, por

    cautela, a utilização da TR como indexador, até ulterior deliberação

    daquela Corte Suprema, conforme dispositivo da referida decisão, in

    verbis:

    "Por todo o exposto, rejeito o pedido de medida cautelar no Agravo

    Regimental, mantendo in totum a decisão recorrida pelos seus

    próprios fundamentos. Para que não paire dúvidas sobre a extensão

    dos efeitos da decisão recorrida, esclareço mais uma vez que a

    suspensão nacional determinada não impede o regular andamento

    de processos judiciais, tampouco a produção de atos de execução,

    adjudicação e transferência patrimonial no que diz respeito à

    parcela do valor das condenações que se figura incontroversa pela

    aplicação de qualquer dos dois índices de correção".

    Por fim, em 18/12/2020, o E. STF, em decisão plenária, decidiu a

    questão nos seguintes termos, in verbis:

    "Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente a

    ação, para conferir interpretação conforme à Constituição ao art.

    879, § 7º, e ao art. 899, § 4º, da CLT, na redação dada pela Lei

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  • 3163/2021 Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região 20Data da Disponibilização: Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

    13.467 de 2017, no sentido de considerar que à atualização dos

    créditos decorrentes de condenação judicial e à correção dos

    depósitos recursais em contas judiciais na Justiça do Trabalho

    deverão ser aplicados, até que sobrevenha solução legislativa, os

    mesmos índices de correção monetária e de juros que vigentes para

    as condenações cíveis em geral, quais sejam a incidência do IPCA-

    E na fase pré-judicial e, a partir da citação, a incidência da taxa

    SELIC (art. 406 do Código Civil), nos termos do voto do Relator,

    vencidos os Ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Ricardo

    Lewandowski e Marco Aurélio. Por fim, por maio