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C PRÉ-ESTREIA de “O Homem que engarrafava nuvens” (BRA, 2008), com as presenças do diretor Lírio Ferreira e da produtora Denise Dumont. Às 21h30, no Espaço Unibanco Sala 2. Aberto ao público. O filme entra em cartaz no circuito comercial no próximo dia 15 de janeiro. I B VENCEDOR DOS PRÊMIOS de melhor roteiro, som e da crítica na última edição do Cine Ceará, o documentário “O homem que engarrafava nuvens” estreia em circuito comercial no próximo dia 15 D irigido pelo cineasta pernambucano Lí- rio Ferreira, “O ho- mem que engarrafa- va nuvens” é, na ver- dade, um projeto pessoal de Deni- se Dumont. Filha do compositor cearense Humberto Teixeira, De- nise está a frente do projeto de um documentário sobre seu pai há dez anos. Dificuldades com a captação de recursos fizeram com que o trabalho levasse cerca de uma década para ser concluí- do. Depois da exibição em alguns festivais, inclusive na última edi- ção do Cine Ceará (no qual ga- nhou os prêmios de roteiro, som e melhor longa segundo a crítica), “O homem que engarrafava nu- vens” finalmente pode, agora, en- contrar seu público nas salas de cinema: a pré-estreia acontece ho- je, às 21h30, na Sala 2 do Espaço Unibanco, e o filme entra em car- taz no circuito comercial no próxi- mo dia 15. Focado na figura de Humber- to Teixeira, um dos mais prolífi- cos compositores da música po- pular brasileira, o documen- tário acompanha Denise Du- mont em busca de saber mais sobre as origens e a vida de seu pai. Compositor de canções co- mo “Asa Branca”, Teixeira teve em Luiz Gonzaga seu maior in- térprete. Além de celebrar a obra artística e musical de Tei- xeira, o filme apresenta tam- bém o homem por trás das com- posições. Segundo Denise, em entrevista concedida na época da exibição do filme no Cine Ceará, o documentário é um res- gate da memória de seu pai, com quem ela tinha uma rela- ção atribulada. Cinema e música O projeto seria, inclusive, dirigi- do por ela. “Iria dirigir, produ- zir, cantar e dançar baião”, de- clarou durante a entrevista. “Mas como a coisa começou a ficar grande. Como nunca tinha feito nada parecido, descobri que precisava de um diretor”. “O homem que engarrafava nu- vens” traz a marca de Lírio Fer- reira na direção, que, a julgar por seus trabalhos, tem uma es- treita relação com a música. Além de sempre abrir espaço para a trilha sonora em filmes como “Baile Perfumado” e “Ári- do Movie”, Ferreira já dirigiu videoclipes para artista como o pernambucano Otto, e coman- dou um documentário sobre ou- tro gigante da MPB, em “Cartola - Música para os Olhos”. Costurado por várias ima- gens de arquivo e uma série de depoimentos de nomes de dife- rentes gerações ligados à músi- ca, como Bebel Gilberto e Gal Costa, “O homem que engarrafa- va nuvens” também acompanha a trajetória pessoal de Denise Dumont, a filha a procura da história do pai. A partir desse caminho, Lírio Ferreira opta por mesclar uma abordagem históri- ca e de resgate (não apenas de Humberto Teixeira, mas do pró- prio gênero musical baião) ca- racterística de uma linguagem peculiar aos documentários, com outra de caráter mais parti- cular, que atribui ao filme um tom mais intimista. Em um momento no qual o cinema brasileiro parece abra- çar o “gênero” documentário musical, lançando filmes sobre distintos nomes da música brasi- leira (recentemente, longas so- bre os Titãs, Herbert Vianna, Caetano Veloso, Waldick Soria- no, Martinho da Vila, Arnaldo Baptista e Wilson Simonal che- garam à tela grande), “O ho- mem que engarrafava nuvens” estreia dando ao público a possi- bilidade de conhecer melhor uma obra que ficou em segundo plano, mas que ainda hoje ecoa na música popular brasileira. Um projeto que começou peque- no e pessoal e que assumiu um viés mais amplo e pertinente: o resgate de um nome e de um ritmo musical que não merecem ser deixados para trás. o FÁBIO FREIRE Repórter C [email protected] E Inicialmente,ofilme seria dirigidopor Denise Dumont,quedeixou a tarefanasmãosdo cineastaLírio Ferreira I B Cena do filme “Siri-Ará”, uma das atrações da Mostra Rosemberg Cariry no Canal Brasil, exibida ao longo de janeiro Documentário sobre o compositor cearense Humberto Teixeira, “O homem que engarrafava nuvens” tem pré-estreia hoje, no Espaço Unibanco MAIS INFORMAÇÕES Oito filmes do cineasta Rosemberg Cariry e um documentário sobre ele dão o mote da mostra em cartaz no Canal Brasil U m cineasta que con- verge toda a sua ex- periência telúrica, emdia com a mitolo- gia e as tradições po- pulares do sertão cearense. Em poucas palavras, esta pode ser uma das definições que envol- vem a criação de Rosemberg Cari- ry, diretor de filmes como “Coris- co e Dadá” e “Ave Poesia”, que atualmente preside o Conselho Brasileiro de Cinema. Tendo lançado livros de poe- sia e também mantido carreira de compositor, Rosemberg Cari- ry iniciou sua trajetória cinema- tográfica em 1986, com “Caldei- rão da Santa Cruz do Deserto”. Cinco anos depois, lançou “A Saga do Guerreiro Alumioso”. Em 1996, “Corisco & Dadá”, tal- vez seu filme mais conhecido, com Dira Paes e Chico Diaz co- mo protagonistas. Em 2001, foi a vez de “Juazeiro, a Nova Jeru- salém”. Em 2003, “Lua Camba- rá, Nas Escadarias do Palácio”. Seus filmes mais recentes são “Cine Tapuia” (2006), “ Patati- va do Assaré - Ave Poesia” e “Siri-Ará” (2008). A mostra, iniciada no último dia 4 e em cartaz no canal por assinatura até o dia 26, já exibiu “O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto” e “A Saga do Guerreiro Alumioso”, além do documen- tário, dirigido pelos filhos do cineasta, Petrus e Bárbara Cari- ry, em que Rosemberg é ouvido entre pessoas diretamente en- volvidas com sua trajetória: do escritor Oswald Barroso a Dira Paz e Chico Diaz e ainda os ci- neastas Geraldo Sarno, Nelson Pereira dos Santos e Luiz Carlos Barreto. Este, no entanto, será reprisado nos dias 10 (às 18h30) e 15 (às 10 horas). A programação terá continui- dade com “Corisco & Dadá” (dia 11, às 18h30, e dia 12, às 10h30); “Juazeiro - A Nova Jeru- salém” (dia 12, às 18h30, e dia 13, às 10h30); “Lua Cambará - Nas Escadarias do Palácio” (dia 18, às 18h30, e dia 19, às 10h30); “Patativa do Assaré - Ave Poesia”, dia 19, às 18h30, e dia 20, às 10h30; “Siri-Ará - Ci- nema Figural Brasileiro”, dia 25, às 18h30, e dia 26, às 10h30, e “Cine Tapuia”, dia 26, às 18h30, e dia 27, às 10h30. Sem dúvida o mais importante reco- nhecimento, diante do grande público, em torno da obra do cineasta cearense. Para ver e rever, aqui e alhures. o Uma jornada pessoal Canal Brasil exibe filmes de Rosemberg 361044584 361067836 COMENTE CINEMA/PRÉ-ESTREIA 4| caderno3 DIÁRIO DO NORDESTE | FORTALEZA, CEARÁ - QUINTA-FEIRA, 7 DE JANEIRO DE 2010

DIÁRIODONORDESTE | FORTALEZA,CEARÁ-QUINTA-FEIRA ... · “O homem que engarrafava nu-vens”finalmentepode,agora,en-contrar seu público nas salas de cinema:apré-estreiaaconteceho-je,às21h30,naSala2doEspaço

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Page 1: DIÁRIODONORDESTE | FORTALEZA,CEARÁ-QUINTA-FEIRA ... · “O homem que engarrafava nu-vens”finalmentepode,agora,en-contrar seu público nas salas de cinema:apré-estreiaaconteceho-je,às21h30,naSala2doEspaço

C PRÉ-ESTREIAde“OHomemqueengarrafavanuvens”(BRA,2008), comaspresençasdodiretorLírio FerreiraedaprodutoraDeniseDumont.Às21h30, noEspaçoUnibancoSala2.Abertoaopúblico.Ofilmeentra emcartaznocircuitocomercial nopróximodia 15de janeiro.

IBVENCEDORDOSPRÊMIOSdemelhorroteiro,somedacríticanaúltimaediçãodoCineCeará,odocumentário“Ohomemqueengarrafavanuvens”estreiaemcircuitocomercialnopróximodia15

Dirigido pelo cineastapernambucano Lí-rio Ferreira, “O ho-mem que engarrafa-va nuvens” é, na ver-

dade,umprojetopessoaldeDeni-se Dumont. Filha do compositorcearense Humberto Teixeira, De-nise está a frente do projeto deum documentário sobre seu paihá dez anos. Dificuldades com acaptação de recursos fizeramcom que o trabalho levasse cercade uma década para ser concluí-do. Depois da exibição em algunsfestivais, inclusive na última edi-ção do Cine Ceará (no qual ga-nhouos prêmiosderoteiro,som emelhor longa segundo a crítica),“O homem que engarrafava nu-vens”finalmentepode,agora,en-contrar seu público nas salas decinema:apré-estreiaaconteceho-je, às 21h30, na Sala 2 do EspaçoUnibanco, e o filme entra em car-taznocircuitocomercialnopróxi-mo dia 15.

Focado na figura de Humber-to Teixeira, um dos mais prolífi-cos compositores da música po-pular brasileira, o documen-tário acompanha Denise Du-mont em busca de saber maissobre as origens e a vida de seupai. Compositor de canções co-mo “Asa Branca”, Teixeira teveem Luiz Gonzaga seu maior in-térprete. Além de celebrar aobra artística e musical de Tei-xeira, o filme apresenta tam-bém o homem por trás das com-posições. Segundo Denise, ementrevista concedida na épocada exibição do filme no CineCeará, o documentário é um res-gate da memória de seu pai,com quem ela tinha uma rela-ção atribulada.

Cinemaemúsica

O projeto seria, inclusive, dirigi-do por ela. “Iria dirigir, produ-zir, cantar e dançar baião”, de-clarou durante a entrevista.“Mas como a coisa começou aficar grande. Como nunca tinhafeito nada parecido, descobrique precisava de um diretor”.“O homem que engarrafava nu-vens” traz a marca de Lírio Fer-reira na direção, que, a julgarpor seus trabalhos, tem uma es-treita relação com a música.Além de sempre abrir espaçopara a trilha sonora em filmes

como “Baile Perfumado” e “Ári-do Movie”, Ferreira já dirigiuvideoclipes para artista como opernambucano Otto, e coman-dou um documentário sobre ou-tro gigante da MPB, em “Cartola- Música para os Olhos”.

Costurado por várias ima-gens de arquivo e uma série dedepoimentos de nomes de dife-rentes gerações ligados à músi-ca, como Bebel Gilberto e GalCosta, “O homem que engarrafa-va nuvens” também acompanhaa trajetória pessoal de DeniseDumont, a filha a procura da

história do pai. A partir dessecaminho, Lírio Ferreira opta pormesclar uma abordagem históri-ca e de resgate (não apenas deHumberto Teixeira, mas do pró-prio gênero musical baião) ca-racterística de uma linguagempeculiar aos documentários,com outra de caráter mais parti-cular, que atribui ao filme umtom mais intimista.

Em um momento no qual ocinema brasileiro parece abra-çar o “gênero” documentáriomusical, lançando filmes sobredistintos nomes da música brasi-leira (recentemente, longas so-bre os Titãs, Herbert Vianna,Caetano Veloso, Waldick Soria-no, Martinho da Vila, ArnaldoBaptista e Wilson Simonal che-garam à tela grande), “O ho-mem que engarrafava nuvens”estreia dando ao público a possi-bilidade de conhecer melhor

uma obra que ficou em segundoplano, mas que ainda hoje ecoana música popular brasileira.Um projeto que começou peque-no e pessoal e que assumiu umviés mais amplo e pertinente: oresgate de um nome e de umritmo musical que não merecemser deixados para trás. o

FÁBIOFREIRE

Repórter

C [email protected]

E Inicialmente,ofilmeseriadirigidoporDeniseDumont,quedeixouatarefanasmãosdocineastaLírioFerreira

IB Cenadofilme“Siri-Ará”,umadasatraçõesdaMostraRosembergCarirynoCanalBrasil,exibidaaolongodejaneiro

Documentário sobreo compositor cearenseHumbertoTeixeira, “Ohomemqueengarrafava nuvens”tempré-estreia hoje,noEspaçoUnibanco

MAIS INFORMAÇÕES

Oito filmes docineastaRosembergCariry e umdocumentário sobreele dão omote damostra emcartaz noCanal Brasil

Um cineasta que con-verge toda a sua ex-periência telúrica,emdiacomamitolo-giaeastradiçõespo-

pulares do sertão cearense. Empoucas palavras, esta pode seruma das definições que envol-vemacriaçãodeRosembergCari-ry, diretor de filmes como “Coris-co e Dadá” e “Ave Poesia”, queatualmente preside o ConselhoBrasileiro de Cinema.

Tendo lançado livros de poe-sia e também mantido carreirade compositor, Rosemberg Cari-ry iniciou sua trajetória cinema-tográfica em 1986, com “Caldei-rão da Santa Cruz do Deserto”.Cinco anos depois, lançou “ASaga do Guerreiro Alumioso”.Em 1996, “Corisco & Dadá”, tal-vez seu filme mais conhecido,com Dira Paes e Chico Diaz co-mo protagonistas. Em 2001, foia vez de “Juazeiro, a Nova Jeru-salém”. Em 2003, “Lua Camba-rá, Nas Escadarias do Palácio”.Seus filmes mais recentes são“Cine Tapuia” (2006), “ Patati-

va do Assaré - Ave Poesia” e“Siri-Ará” (2008).

A mostra, iniciada no últimodia 4 e em cartaz no canal porassinatura até o dia 26, já exibiu“O Caldeirão da Santa Cruz doDeserto” e “A Saga do GuerreiroAlumioso”, além do documen-tário, dirigido pelos filhos docineasta, Petrus e Bárbara Cari-ry, em que Rosemberg é ouvidoentre pessoas diretamente en-volvidas com sua trajetória: doescritor Oswald Barroso a DiraPaz e Chico Diaz e ainda os ci-neastas Geraldo Sarno, NelsonPereira dos Santos e Luiz CarlosBarreto. Este, no entanto, seráreprisado nos dias 10 (às18h30) e 15 (às 10 horas).

A programação terá continui-dade com “Corisco & Dadá” (dia11, às 18h30, e dia 12, às10h30); “Juazeiro - A Nova Jeru-salém” (dia 12, às 18h30, e dia13, às 10h30); “Lua Cambará -Nas Escadarias do Palácio” (dia18, às 18h30, e dia 19, às10h30); “Patativa do Assaré -Ave Poesia”, dia 19, às 18h30, edia 20, às 10h30; “Siri-Ará - Ci-nema Figural Brasileiro”, dia25, às 18h30, e dia 26, às 10h30,e “Cine Tapuia”, dia 26, às18h30, e dia 27, às 10h30. Semdúvida o mais importante reco-nhecimento, diante do grandepúblico, em torno da obra docineasta cearense. Para ver erever, aqui e alhures. o

Uma jornadapessoal

Canal Brasil exibefilmes de Rosemberg

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CINEMA/PRÉ-ESTREIA

4 | caderno3 DIÁRIODONORDESTE | FORTALEZA,CEARÁ-QUINTA-FEIRA,7DEJANEIRODE2010