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Disciplina de Oftalmologia
Estéticas
Alternativa para o uso de óculos na correção de
miopia, astigmatismo, hipermetropia e
presbiopia.
Maioria dos usuários são míopes
Evita restrição do campo visual, grande alteração da
imagem retiniana e efeito prismático, causados pelos
óculos
Para cobrir defeitos do segmento anterior do
olho, em olhos sem prognóstico visual e com
aspecto ruim
Em diplopias ou para tratar ambliopia, substituindo o
tampão
Médicas
Melhorar acuidade visual e obter visão binocular
anisometropia, afacia monocular, astigmatismo
irregular incluindo ceratocone, nistagmo, aniridia,
albinismo, após ceratoplastia penetrante e
ceratotomia radical
Médicas
Proteger o epitélio corneano de traumas
mecânicos, ajudar sua cicatrização, auxiliar na
administração de drogas
Principal indicação: ceratopatia bolhosa
Essas lentes são hidrofílicas, lentes de colágeno e
siloxane-hidrogel
Causas oculares
Inflamação aguda e subaguda do segmento
anterior do olho
Infecções oculares agudas e crônicas
Lagoftalmia, blefarospasmo
Olho seco severo, hipoestesia corneana
Glaucoma não controlado
Toque vítreo endotelial em afácicos
Disturbios que acometeram a córnea, conjuntiva
e/ou pálpebra
Causas sistêmicas
Doença sistêmica ou alérgica que possa ser
exacerbada com o uso da lente de contato
(evitar em crises de asma, febre do feno,
infecções nasais e sinusites)
DM descompensada e alcoolismo crônico
(aumentam o risco de infecção )
Em alterações do filme lacrimal (medicamentos,
gravidez, lactação, menopausa)
Higiene pessoal ruim, não consegue seguir a
rotina de cuidados
Relacionado à profissão
Ambientes poluídos, hipersépticos e manutenção
de produtos químicos e voláteis
Obs.: Ambientes secos e com ar-condicionado
receitar solução lubrificante
Rígidas Gelatinosas
Híbridas
Silicone-hidrogel
Mesmo raio de curvatura, com superfícies
anterior e posterior esféricas
Óptica
- Monofocais
- Bifocais
- Multifocais
Desenho
- Esférico
- Tórico
- Asférico
Dois meridianos principais com raio diferentes
raios de curvatura, podendo ser tórica anterior,
posterior ou bitórica
Curva central aplana progressivamente do
centro para a periferia, simulando a curvatura
da córnea
Espessura
- Standard: 0,12mm
- Finas: 0,07mm
- Ultrafinas: 0,035mm
Cor
- Incolores
- Cosméticas
- Estéticas
Fabricação
- Torneadas: material sólido submetido à
torno
- Centrifugadas: material líquido colocado
em molde e depois centrifugado
- Moldados: material líquido colocado em
molde e prensado por outro
- Mistas: anterior é centrifugada e posterior é
torneada
Ionicidade do Material
- Iônicas: carga negativa com maior tendência a depósitos
em sua superfície
- Não iônicas: têm menor chance de depósito em sua
superfície
Hidratação
- Baixa: até 40%
- Média: de 40 a 60%
- Alta: mais de 60%
Permeabilidade
- Média: constante de difusão menor que 50
- Alta: DK maior que 50
Absorção de água
Grupo I: não iônica e com baixa hidratação
Grupo II: não iônica e com alta hidratação
Grupo III: iônica e com baixa hidratação
Grupo IV: iônica e com alta hidratação
LENTES RÍGIDAS
- Não permeável aos gases: não está sujeito a
acúmulo de depósitos em sua superfície e são
duráveis. Pouco utilizada
- Permeável aos gases: o silicone aumenta a
permeabilidade do material da lente ao
oxigênio, além de proporcionar também uma
boa acuidade visual e o fluorine diminui a
incidência de depósitos
LENTES GELATINOSAS
- Lentes do grupo hema e copolímeros do
grupo heme
- Lentes do grupo não hema: mais resistentes
LENTES HÍBRIDAS
- Lentes Softperm: centro de estireno rígido
gás perméavel com uma periferia de material
gelatinoso do grupo hema
- Lentes de material híbrido: material rígido
de gás permeável com moléculas de hidrogel
LENTES SILICONE-HIDROGEL
- Mais recentes
- gelatinosas e cujo material foi adicionado
ao silicone = aumento da permeabilidade
destas pelo oxigênio
- maior resitência a depósitos, umidade de
superfície mais elevada
Uso diário: número limitado horas, durante
vigília
Uso prolongado: número ilimitado de horas,
durante vigília
Uso contínuo: dia todo
Uso flexível: uso prolongado com eventual
uso contínuo
Uso ocasional: durante atividades esportivas
ou socialmente
Córnea
A córnea pode sofrer alterações secundárias ao
uso de lentes de contato em todas as suas
camadas.
Endotélio
- Formado por células hexagonais
- Barreira à entrada de fluidos
- Bomba ativa para transporte de íons e H2O
Endotélio
Hipóxia Crônica Alterações Endoteliais
Polimegatismo
Polimorfismo
Diminuição do número de células
Diminuição da função de bomba
Tratamento:
LC com maior com alta Dk
Diminuir o tempo de uso
Estroma
Lentes de Contato com baixo Dk/L
Uso Exagerado
Uso Contínuo
Complicações Estromais
Tratamento:
Lentes de Contato com alto Dk/L
Lubrificantes
Estroma
Estrias ou Dobras na Descemet
Neovascularização
Novos vasos sangüíneos originados das veias
corneanas que estendem-se desde o limbo até
o estroma corneal adjacente.
Neovascularização
Quantificação dos neovasos:
Grau 1: extensão menor ou igual a
0,5 mm
Grau 2: extensão de 0,5 a 1,5 mm
Grau 3: extensão de 1,5 a 2,5mm
Grau 4: extensão maior ou igual a
2,5 mm
Classificação dos
neovasos:
A 1,4 mm do limbo
Até a área da pupila
Invade a área da pupila
Tratamento:
Grau 1 ou 2 Observação tri ou semestral.
Grau 3 diminuir tempo de uso / Aumentar DK/L / LC Rígida
Grau 4 LC Rígida com alto DK/L ou suspender o uso.
Epitélio
Síndrome do Uso Excessivo
Hipóxia Aguda Formação de Microcistos
Ceratite
Epitélio
Síndrome do Uso Excessivo
Quadro Clínico
Dor
Hiperemia
Fotofobia
Ceratite central grosseira
Tratamento
Analgésico
Oclusão com Atb
Colírio Cicloplégico
Mudar material e forma de uso
Epitélio
Infiltrados Corneanos Periféricos Estéreis
Hipóxia, Toxicidade
Epitélio
Infiltrados Corneanos Periféricos Estéreis
Quadro Clínico
Únicos ou Múltiplos ou Periféricos
Defeito epitelial discreto ou ausente
Corpo Estranho, Hiperemia
Fotofobia
Tratamento
Lentes de Dk/L alto
Manutenção
Horas de Uso
Lubrificação
Epitélio
Olho Vermelho Agudo
Reação Inflamatória Aguda da Córnea
Quadro Clínico
Múltiplos infiltrados focais
Infiltração Periférica
Dor
Lacrimejamento
Fotofobia
Tratamento
Trocar o tipo de LC
Orientação
Lubrificação
Melhora do posicionamento da LC
Epitélio
Lesão Arqueada Epitelial Superior
Alteração Mecânica do Epitélio causada pelo
posicionamento e/ou acabamento da curva posterior
das LC.
Lesão Arqueada Epitelial Superior
Tratamento
Trocar o tipo de LC
Melhorar posicionamento
Orientação
Lubrificantes
Epitélio
Ceratite Tóxica
Ceratite Pseudodendrítica
Thimerosal
Clorhexidina
SF preservado
Epitélio
Ceratite tóxica
Quadro Clínico
Desconforto
Hiperemia
Aparecimento de lesão epitelial elevada e irregular que
cora com fluoresceína.
Tratamento
Descontinuar o uso de lente
Lubrificantes sem preservativos
Suspender a solução em uso
Trocar LC por nova
Epitélio
Falência de Limbo
Epiteliopatia Severa
Mais comum: usuários de lentes gelatinosas
Em pacientes com altas ametropias
Tratamento:
Suspensão do uso de lente +
lubrificantes
Ceratectomia superficial; membrana
amniótica ou transplante de limbo
Epitélio
Dissecção Corneana Periférica Crônica
LC Olho seco
Tamanho da Fenda Palpebral
Dissecção Corneana Periférica Crônica
Epitélio
Dissecção Corneana Periférica Crônica
Quadro Clínico
Lesão sobrelevada
Opaca – cora com fluoresceína
Hipertrofia Epitelial
Neovascularização
Tratamento
Suspender uso LC
Tratar xeroftalmia
Esteróides leves de superfície
Readaptação da LC
Epitélio
Dissecação Corneana Periférica Severa
Elevação conjuntival adjacente
Depressão LC e lesão
Mais comum às 3 e 9 horas
Dissecação Corneana Nasal e Temporal
Epitélio
Deformidade Corneana Induzida por LC (corneal warpage)
Quadro Clínico
Usuário de longa data, muitas vezes assintomático e com
boa acuidade visual com uso de LC
Sinais e sintomas de hipóxia
Aumento ou diminuição (miopia)
Aumento ou aparecimento
(astigmatismo)
Mudanças desproporcionais da
refração ou ceratometria
Ceratocone
Epitélio
Ceratometria
Epitélio
Auto - Refração
Epitélio
Tratamento:
Suspender o uso das LC;
Controle clínico;
Lubrificação;
Utilizar novas lentes;
Uso de lentes com maior coeficiente de difusão de
oxigênio.
Epitélio
Ceratite Numular
Reação de Hipersensibilidade ao Timerosal
Hipóxia
Quadro Clínico:
Desconforto
Hiperemia
Opacidades na Córnea (moeda)
Superficiais ou profundas
Tratamento:
-Colírio ------- CE
-Suspender Timerosal
Epitélio
Ceratite Infecciosa
Incidência maior em usuários de LC de uso prolongado
em relação aos de uso diário
Etiologia:
Bactérias: ¼ cocos Gram + (Staphylococcus e
Streptococcus)
¾ cocos Gram – (P. aeruginosa)
• Fungos
• Acanthamoeba sp
Epitélio
Ceratite infecciosa
P. Aeruginosa Acanthamoeba sp.
Conjuntivite papilar gigante
Ceratoconjuntivite límbica superior induzida
por lente de contato
Conjuntivite alérgica (reação de
hipersensibilidade)
Conjuntivite tóxica
Conjuntivite Papilar Gigante (CPG)
Reação papilar do tarso superior, com formação
de papilas, com ou sem ceratopatia, levando o
paciente a desenvolver intolerância ao uso de
lentes de contato.
Trata-se de uma reação de hipersensibilidade
tipo I (antígeno-anticorpo).
Fisiopatologia (teoria mais aceita):
Lente coberta por depósitos e trauma da conjuntiva
induz um estímulo antigênico
produção de imunoglobulinas na lágrima (IgE, IgG e IgM)
sistema complemento é ativado
+ IgE e IgG
formação de anafilotoxina C3
liberação de
aminas vasoativas
A lente de contato coberta por depósitos
causa trauma na conjuntiva
liberando fatores quimiotóxicos dos neutrófilos
atraem eosinófilos, basófilos, linfócitos e plasmócitos
interagem com IgE, IgG e C3a
liberando aminas vasoativas
Sintomas da doença.
Ao exame da LC com a lâmpada de fenda
observam-se depósitos proteicos.
Quadro clínico:
Desconforto ocular
Diminuição da acuidade visual
Presença de secreção ocular
Prurido
Fotofobia
Ardor
Ptose palpebral
História de alergia a medicamentos ou alérgenos
ambientais fatores de risco
Tratamento:
Inicial: diminuir o tempo de uso, usar lentes
descartáveis e remoção diária.
Moderado: interrompimento do uso por 1 a 4
sem.
Corticóide tópico no início do tto (controlar
pressão intra-ocular)
Prevenção:
Limpeza
Conservação
Troca das lentes
Ceratoconjuntivite límbica superior induzida
por lente de contato
Causas:
Reação de sensibilidade a conservantes
(timerosal)
Reação tóxica
Hipóxia de limbo superior
Má relação LC-córnea
Quadro clínico:
Lacrimejamento
Sensação de corpo estranho ocular
Hiperemia da conjuntiva bulbar da
região superior
Intolerância ao uso das LC
Reação papilar discreta na conjuntiva
tarsal superior
Sem relação com alterações da tireóide
(como na CLS idiopática)
Tratamento:
Interrupção do uso das LC
Suspender soluções com timerosal
Mudança do tipo de LC
Uso de:
colírio lubrificante sem conservante
Corticóide tópico
Reações de hipersensibilidade aos
componentes das soluções para preservação
das LC.
Ocorrem após período de sensibilização.
Quadro clínico:
Irritação e hiperemia conjuntival
Ceratopatia ponteada superficial
Infiltrados corneanos
Sintomas desaparecem com a descontinuação do
uso.
Ocorre por componentes da solução de
conservação e desinfecção da LC ou por
contaminantes externos (loções e perfumes).
Mais em LC gelatinosa (absorção de
componentes da solução ou outras
substâncias)
Quadro clínico:
hiperemia conjuntival
ceratite ponteada superficial difusa
infiltrados corneanos
erosões epiteliais
Diferente da conjuntivite alérgica, não há
necessidade de um período de sensibilização
Toda LC representa um corpo estranho
posicionado sobre o filme lacrimal.
A LC altera a estrura natural do filem
lacrimal, afilando-o e aumentando sua perda
por evaporação pela ruptura da camada
lípidica superficial.
Em casos em que o filme lacrimal já
apresenta alguma alteração
A LC induz ao aparecimento de sintomas de
olho seco.
Olho seco é uma queixa de 30 a 80% dos
usuários de LC.
Tratamento:
Leves: colírio lubrificante sem conservante
Graves: contra-indicação do uso de LC
Desinserção da aponeurose do elevador da
pálpebra, devido ao trauma crônico pela
borda da lente, inflamação ou pelo ato de
retirar a lente de contato rígida.
Tratamento:
Descontinuar o uso da LC
Pode ser reversível
Cirurgia