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Disciplina : Modernidade e envelhecimento 3º e 5º Semestre: Serviço Social A “política social” sem estado: a proteção social da sociedade civil – a velhice desamparada como questão de imprevidência. Profª Maria Aparecida da Silveira 1

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Disciplina: Modernidade e envelhecimento3º e 5º Semestre: Serviço Social

A “política social” sem estado: a proteção social da sociedade civil – a velhice desamparada como

questão de imprevidência.

Profª Maria Aparecida da Silveira

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Estado Liberal X Estado Social

• Século XIX precedido do século XVIII havia uma ebulição de pensamentos e ideologias – constitui algo novo e diferente – há uma organização em torno das ideias.

• Sindicatos e Partidos Políticos – embasados por estas ideologias

• Estado Liberal passa por transformações e divididos em três fases:

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Estado Liberal X Estado Social

Fases do Estado Liberal:1ª fase:

Estado totalmente conservador e elitista, garantindo direito individuais para brancos e proprietários;

Não há direitos políticos, o privilégio é dos ricos

Inexiste políticas sociais como direito a saúde, a educação a habitação, educação e seguridade social

O sufrágio tinha como requisitos: a idade, questão de gênero, nacionalidade, escolaridade e ser rico.

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Estado Liberal X Estado Social2ª fase: Movimento Operário exige a participação no direito ao sufrágio, porém se

mantém alguns requisitos: idade, gênero, nacionalidade e escolaridade. Suprime-se o requisito econômico. (Brasil final do Século XIX e início Séc. XX)

Nova composição do parlamento (conformação de novos partidos políticos)

Divisor ideológico na conformação dos partidos: partidos liberais, conservadores e socialistas/comunistas.

Ou podemos dizer uma conformação entre:

a) Capital X Trabalho b) Igreja X Estadoc) Campo X Cidaded) Centro X Periferia (Centro: partidos de grandes cidades e partidos da

periferia das pequenas cidades) Exemplo: EUA Partido Democrata grandes centros e os Republicanos representantes das pequenas cidades.

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Estado Liberal X Estado Social3ª fase:

Decorrente da 1ª e 2ª fase: ocorre diversas mobilizações das classes sociais - principalmente do proletariado.

Mudança na composição do Parlamento Novas legislações – constitucionalização social Conquista de direitos sociais e econômicos: trabalhistas,

previdenciários, saúde e educação.

Ocorre uma mudança na posição do Estado em que este será o responsável pela administração dos direitos sociais – intervenção no aspecto social.

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Intervenção do Estado

▸ A atuação do governo (agente do Estado) vai se dar através de medidas legais, a legislação desta forma vem para interferir na organização da economia.

▸ De que forma? ▸ Controlar operações financeiras e industriais▸ Cuidar de forma mais direta das fábricas e minas

Estado chama para si a prestação de serviços sociais consideradas como fundamentais para a nova forma de existência.

Liberalismo construiu uma nova ordem política: deixa de batalhar contra o Estado, tentando impedir sua intervenção na economia e passa a fabricar teoricamente um Estado muito mais complexo, com a finalidade de expandir o capitalismo

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As primeiras legislações sociais

▸ Ideologia do século XIX: minimização da ação do Estado – sua ação se restringia os casos da “genuína indigência”, já que o mercado era o maximizador do bem estar e a proteção social pública era tida como algo nocivo à liberdade individual, além de produzir paternalismo e tutela estatal.

▸ Porém a Inglaterra destaca-se com a criação de algumas leis que antecederam a Revolução industrial, como:

▸ Estatuto dos Trabalhadores de 1349▸ Estatuto dos Artesãos de 1563▸ Leis dos Pobres elisabetanos - estabelecia diretrizes da assistência

aos pobres, exercida através das paróquias. ▸ Lei de Domicílio 1662▸ Lei de Speenhamland (Lei de Assistência aos Pobres) 1795▸ Nova Lei dos Pobres de 1834

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As primeiras legislações sociais

Robert Castel: essas leis não passam de um código de coerção ao trabalhador, com caráter punitivo e repressivo e não de proteção. Essas regulamentações possuíam alguns fundamentos, como:

Estabelecer o imperativo do trabalho a todos que dependiam dele para sobreviver;

Obrigar o pobre a aceitar qualquer trabalho que lhe fosse oferecido;

Regular a remuneração do trabalho (impedir a negociação da remuneração)

Proibir a mendicância dos pobres válidos, a submissão a qualquer tipo de trabalho.

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As primeiras legislações sociais

▸ 1795-1834 – Lei de Assistência aos Pobres (Inglaterra): fornecia um auxílio às famílias, em abonos, até completar a ração mínima, independentemente se os indivíduos estivessem ou não empregados, uma assistência externa a asilos e albergues.

▸ A assistência assume a forma liberal: auxílio aos necessitados - seletista e residual, designada estritamente aos indigentes, eliminando a assistência aos que não tinham defeitos físicos, os aptos para o trabalho.

▸ O objeto declarado era reduzir a pobreza, mas seu alvo mais amplo era liberar a mão de obra para constituir o mercado de trabalho, ou seja exigiam como contrapartida a fixação do trabalhador (direito assegurado em lei)

▸ As leis: dos Pobres (1601), a lei de domicílio (1662) e a Lei de Speenhamland Act – Lei de Assistência aos Pobres (1795) tinham como função manter a ordem de castas (pobres/miseráveis) e impedir a livre circulação da força de trabalho, o que contribui para retardar o livre mercado de trabalho.

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As primeiras legislações sociais

A Lei de Assistência aos Pobres – permitiu o mínimo ao trabalhador negociar o valor da sua força de trabalho, impondo limites (embora restritos) ao mercado de trabalho competitivo que se estabelecia.

A revogação da lei 1834 (Lei dos Pobres) marcou o predomínio, no capitalismo, do primado do liberal do trabalho como fonte única e exclusiva de renda, e relegou a já limitada assistência aos pobres ao domínio da filantropia.

O imperativo da liberdade e competitividade na compra e venda da força de trabalho fez com que o capitalismo regredisse na “proteção assistencial” à população pobre.

A “descoberta” do trabalho livre como produtor de valor de troca e sua potencialidade na e para a acumulação capitalista precisou o significado do trabalho para as relações sociais.

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A “ política social” sem Estado: a proteção social da sociedade civil – a velhice desamparada como

questão de imprevidência

▸ No longo período da fase do capitalismo – liberalismo clássico – Castel considerou como uma “política social sem Estado” que restringia ao combate à pobreza absoluta e ao controle da vagabundagem.

▸ Liberalismo clássico: nem o preço, nem a oferta, nem a demanda deveria ser fixadas ou reguladas; apenas eram válidas as políticas e as medidas que asseguravam a auto-regulação do mercado (este era o único organizador da economia) – Polanyi (2000) considera essa proposição um mito – pág. 85

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A “ política social” sem Estado: a proteção social da sociedade civil – a velhice desamparada como questão

de imprevidência

▸ Ideologia do século XIX: minimização da ação do Estado – sua ação se restringia os casos da “genuína indigência”, já que o mercado era o maximizador do bem estar e a proteção social pública como direito nocivo à liberdade individual, além de produzir paternalismo e tutela estatal.

▸ Nos primórdios da assistência pública, na Inglaterra, está não era apenas localista (atendimento a população local), mas coercitiva. Os pobres considerados capazes de trabalhar eram explorados nas casas de trabalho, em que eram obrigados ao trabalho forçado; as crianças eram alugadas a camponeses ou artesãos; os incapazes e os velhos eram recolhidos em asilos e hospitais.

▸ Papel da Igreja – paróquias. 12

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A “ política social” sem Estado: a proteção social da sociedade civil – a velhice desamparada como questão

de imprevidência

▸ 1795-1834 – Lei de Assistência aos Pobres (Inglaterra): fornecia um auxílio às famílias, em abonos, até completar a ração mínima, independentemente se os indivíduos estivessem ou não empregados, uma assistência externa a asilos e albergues.

▸ A assistência assume a forma liberal: auxílio aos necessitados - seletista e residual, designada estritamente aos indigentes, eliminando a assistência aos que não tinham defeitos físicos, os aptos para o trabalho.

▸ O objeto declarado era reduzir a pobreza, mas seu alvo mais amplo era liberar a mão de obra para constituir o mercado de trabalho. 13

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A “ política social” sem Estado: a proteção social da sociedade civil – a velhice desamparada como questão de

imprevidência

▸ Política Liberal e o discurso da filantropia: as organizações mutuais operárias – Inglaterra.

▸ França: Sociedade mútuas de previdência como instrumento de autoajuda da classe trabalhadora – clandestinas. Pág. 88

▸ França e os serviços públicos eram subdivididos em duas vertentes:

1.Sistema de hospitais, hospícios e asilos sob o controle das municipalidades, para indigentes e inválidos.

2.Extra-hospitalar representada pelos postos de beneficência. 14

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A “ política social” sem Estado: a proteção social da sociedade civil – a velhice desamparada como questão

de imprevidência

▸ Política Social concebida gerou uma dependência e apresentou o verdadeiro plano de governabilidade política – reestruturação do mundo do trabalho – obrigações morais.

▸ A pobreza e a velhice desamparada – imprevidência – responsabiliza e culpabiliza o indivíduo, como um ser incapaz de poupar e pensar no seu futuro, de arranjar trabalho, de preguiçoso.

▸ Filantropia: instituída pelas empresas como forma de atrair e manter a força de trabalho, como exemplo as caixas de pensões e aposentadorias: velhice e casos de invalidez. Pág. 89-90

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A “ política social” sem Estado: a proteção social da sociedade civil – a velhice desamparada como questão de

imprevidência

• Trabalhadores e a Aposentadoria: as reivindicações pela aposentadoria demoraram para entrar na pauta de reivindicações – as lutas dos trabalhadores eram focadas na manutenção dos idosos ao trabalho.

• Fase superior: as lutas são por um sistema de aposentadoria obrigatório, gerida pelo Estado e com uma dimensão de direito social, graças as lutas operárias – rompimento do domínio privado entre capital e trabalho.

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A “ política social” sem Estado: a proteção social da sociedade civil – a velhice desamparada como questão

de imprevidência

• Século XIX: derrota da Comuna de Paris – os trabalhadores retomam suas organizações e avançam na elaboração de dois instrumentos de luta social-política: os sindicatos e o partido. Estes dois instrumentos tinham como finalidade promover a socialização da política: desde o sufrágio universal aos direitos sociais.

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Luta de classes e o Estado Social: a velhice como vulnerabilidade social e de responsabilidade pública.

▸ Imperialismo e o monopolismo: explicam a intervenção estatal e a adoção do planejamento econômico das políticas sociais de caráter estatal – explícitas na luta de classes.

▸ A efetivação do intervencionismo estatal é mediatizada pela correlação de forças entre as classes.

▸ Vacca (1991), após a organização das classes trabalhadoras e a progressiva expansão do sufrágio, o parlamento não pode mais funcionar como sede da unificação política das classes proprietárias – há uma desagregação da esfera pública burguesa (Habermas, 1984). As classes dominantes são obrigadas a pactuar com as classes subalternas.

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Luta de classes e o Estado Social: a velhice como vulnerabilidade social e de responsabilidade pública.

▸ Burguesia X Estado: necessidades de intervenção

▸ Crise de 1929:

a)uma superprodução e subconsumo

b)Concentração de capital

c)Alta tecnologia

d)Desemprego e disponibilização de mão de obra barata

Necessidade da intervenção da mão invisível do Estado.

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A grande crise do capital e a condição da política socialHistória da Crise de 29: contexto histórico Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia norte-americana estava em pleno desenvolvimento. As indústrias dos EUA produziam e exportavam em grandes quantidades, principalmente, para os países europeus. Após a guerra o quadro não mudou, pois os países europeus estavam voltados para a reconstrução das indústrias e cidades, necessitando manter suas importações, principalmente dos EUA. A situação começou a mudar no final da década de 1920. Reconstruídas, as nações europeias diminuíram drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos Estados Unidos.

Causas da crise Com a diminuição das exportações para a Europa, as indústrias norte-americanas começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já não conseguiam mais vender como antes. Grande parte destas empresas possuíam ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-americanos tinham investimentos nestas ações.

Efeitos da crise Em outubro de 1929, percebendo a desvalorizando das ações de muitas empresas, houve uma correria de investidores que pretendiam vender suas ações. O efeito foi devastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente em poucos dias. Pessoas muito ricas, passaram, da noite para o dia, para a classe pobre. O número de falências de empresas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% dos trabalhadores.

A crise, também conhecida como “A Grande Depressão”, foi a maior de toda a história dos Estados Unidos. Como nesta época, diversos países do mundo mantinham relações comerciais com os EUA, a crise acabou se espalhando por quase todos os continentes.

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A grande crise do capital e a condição da política social

Com esta crise instaura-se a desconfiança de que os pressupostos do liberalismo econômico poderiam estar errados e se instaura, em paralelo à revolução socialista de 1917, uma forte crise econômica, com desemprego em massa, e também de legitimidade política do capitalismo.

Com este cenário as políticas sociais se multiplicam lentamente ao longo do período depressivo, que se estende de 1914-1939, e se generalizam no início do período de expansão após a Segunda Guerra Mundial, o qual teve como substrato a própria guerra e o fascismo, que se seguiu até o fim da década de 1960.

O ápice do período depressivo (1929-1932) promoveu uma inflexão na atitude da burguesia, quanto a sua confiança cega nos automatismos do mercado. Por outro, lado seria insustentável, para o capital, vivenciar uma nova crise com as características de 1929 e que com todos os limites a experiência socialista se consolidava na União Soviética. A alternativa que se apresentava era o fascismo e o nazismo através da extração da mais-valia nos campos de concentração.

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Luta de classes e o Estado Social: a velhice como vulnerabilidade social e de responsabilidade pública.

▸ Demanda do Capital e do Trabalho: legitima a intervenção do Estado na proteção social e na economia. A solidariedade social administrada pelo Estado através da montagem de um sistema de proteção social, funcional aos interesses da acumulação e dominação capitalistas – consolidadas no Estado de Bem Estar.

▸ Lutas operárias: o trabalhador idoso ganha visibilidade política rompendo com a dimensão privada para uma dimensão de problema social, estrutural e de âmbito estatal.

▸ Welfare State: O envelhecimento do trabalhador assume a condição de vulnerabilidade social – de responsabilidade pública – a uma questão de seguridade social.

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Luta de classes e o Estado Social: a velhice como vulnerabilidade social e de responsabilidade pública.

▸ A seguridade social ampliou-se durante o pós Segunda Guerra Mundial, uma política de previdência social, incluindo outras fontes de financiamento, por meio dos impostos e não apenas da relação contribuinte/contribuição, atingindo toda a população trabalhadora, além de incluir outras políticas como a assistência social e a saúde – de acordo com as especificidades de cada país.

▸ O envelhecimento do trabalhador tornou-se uma condição de risco assegurada pelas políticas públicas, em especial pela seguridade social, como a assistência social, previdência e saúde tomadas como direitos sociais.

▸ Essas políticas dirigidas aos idosos buscam atender às demandas relacionadas às condições de vida, suprir os meios de subsistência dos trabalhadores velhos – relação com a pobreza (saúde, habitação – melhorar as condições existentes dos idosos).

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Luta de classes e o Estado Social: a velhice como vulnerabilidade social e de responsabilidade pública.

• De qualquer forma não há uma universalização das políticas sociais para os idosos, cada país apresenta tratamentos diferenciados a esta camada da população, alguns exemplos:

• “marginalização social” dos idosos através da

valorização da ressocialização através dos clubes, associações, centros de convivência, universidades para a terceira idade;

• Organizações da sociedade civil – Estado solidário

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Política Social na sociedade capitalista contemporânea e os programas para a “terceira idade”: a velhice como

responsabilidade individual

• Década de 1970: expansão do capital financeiro, geração de novas necessidades: a criação de fundos de pensão – grande negócio.

• Movimentos sociais mobilizados a favor dos idosos e das políticas sociais na criação de programas que favoreçam esta camada da população. Pág. 112

• Termo “Terceira Idade” pág. 112/113

• Problemática dos trabalhadores velhos desloca-se das lutas dos trabalhadores ativos e dos aspectos socioeconômicos dos indivíduos – campo da gerontologia. Pág. 113/114

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Política Social na sociedade capitalista contemporânea e os programas para a “terceira idade”: a velhice como

responsabilidade individual

Os problemas sociais do envelhecimento do trabalhador, como responsabilidade individual, são resultantes dos processos imediatos:

a) A influência do pensamento conservador no interior das disciplinas “científicas”;

b) As novas funções do Estado, reduz a sua função na reprodução social do conjunto da classe trabalhadora, dividindo sua responsabilidade com a sociedade civil (mercado, ONGs, Família, vizinhança, comunidades e outras instâncias de proteção social;

c) Expansão do consumo, agora diferenciado e para as pessoas portadoras de renda, incluindo os idosos (criação de novos comportamentos). Pág. 115

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Bibliografia• BEHRING, Elaine Rossetti e BOSCHETTI, Ivanete. Política

Social: fundamentos e história. 2ª ed. – São Paulo: Cortez, 2007 (biblioteca básica de serviço social; vol. 2)

• TEIXEIRA, Solange Maria. Envelhecimento e Trabalho no Tempo do Capital: implicações para a proteção social no Brasil. São Paulo, SP: Cortez, 2008

• VIEIRA, Evaldo. Os direitos e a Política Social. 2ªed. São Paulo: Editora Cortez, 2007.

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