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Diocese em Comunicação 1 Diocese de Caxias do Sul Ano 29 | nº4 e 5 Abril e Maio de 2020 el, mas ficaram escandalizados com a sua morte na cruz. Principalmente com o seu silêncio e a sua falta de reação diante da brutalidade humana a que foi submetido. Como alguém que tinha feito o bem e empolgado a multidão, enchendo o coração das pes - soas de esperança em relação à vida e ao futuro, po- dia ter morrido de forma tão humilhante? Diante dos últimos acontecimentos, marcados por uma grande desilusão, não resta que retomar o caminho de volta para casa, relembrando a cada passo as expectativas que tinham ao irem, e o desalento que marca suas vi - das no caminho de retorno. Penso que esta situação vivida por alguns dos discípulos de Jesus está pre- sente também em muitos dos nossos irmãos e irmãs de fé, diante da situa- ção em que nos encontramos hoje, em relação às provações que estamos passan- do, através das nossas cruzes cotidianas, como so- ciedade e como comunidade de fé. A experiência da cruz de Cristo perpassa tam- bém a vida de cada cristão. Não existe cristianismo sem cruz, não praticamos a nossa fé, ou a celebra- mos em comunidade, para que o Senhor nos tire a nossa cruz, mas para vivermos uma profunda comu- nhão de amor e vida com o Ressuscitado e com os nossos irmãos e irmãs que peregrinam neste mun- do. A fé no Ressuscitado alimenta a nossa esperança, de que podemos vencer os desafios que a vida nos apresenta em todos os momentos da nossa história, porque ele sempre estará conosco. Dom José Gislon, OFMCap. Diante da realidade social, marcada pela pan- demia do COVID19, que estamos vivendo como hu- manidade e também como Igreja, comunidade de fé, podemos ter reações positivas, marcadas pelo espírito de solidariedade, de empenho nas ações ca- ritativas, mas também uma proximidade maior, mais amorosa e afetiva no ambiente familiar. Todos esses passos, quando dados e vividos como discípulos e discípulas do Senhor, à luz da Pa- lavra de Deus, geram vida nova a partir do nosso in- terior, da nossa capacidade de olharmos o mundo, com os olhos do coração, do amor-compai - xão pela vida, dom de Deus, que está pre- sente em mim, mas também naqueles que encontro ao lon- go do caminho. Diante da realidade do momento, po- demos ter reações muito diversas. Elas podem mani - festar preocupações e incertezas, o que de certa for - ma é normal, mas também indiferença em relação ao que está acontecendo, principalmente quando estamos centrados no nosso egoísmo individualista, onde a dor e a ameaça à vida dos outros não nos diz nada. Eu vejo a dor e o sofrimento dos outros com os olhos, mas os mantenho distantes do meu cora- ção, até mesmo na celebração da minha fé. Aliás, me escandalizo, com as atitudes tomadas pela Igreja e outras instituições, com o objetivo de proteger a vida das pessoas diante da pandemia que estamos viven- do. Isso me faz lembrar os discípulos de Jesus, que foram até Jerusalém para participar do seu mo- mento de glória, onde ele seria coroado rei de Isra- Discípulos de Jesus, marcados pela esperança

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Page 1: Discípulos de Jesus, marcados pela esperança · ma é normal, mas também indiferença em relação ao que está acontecendo, principalmente quando ... Discípulos de Jesus, marcados

Diocese em Comunicação1

Diocese de Caxias do Sul Ano 29 | nº4 e 5

Abril e Maio de 2020

el, mas ficaram escandalizados com a sua morte na cruz. Principalmente com o seu silêncio e a sua falta de reação diante da brutalidade humana a que foi submetido. Como alguém que tinha feito o bem e empolgado a multidão, enchendo o coração das pes-soas de esperança em relação à vida e ao futuro, po-dia ter morrido de forma tão humilhante? Diante dos últimos acontecimentos, marcados por uma grande desilusão, não resta que retomar o caminho de volta para casa, relembrando a cada passo as expectativas que tinham ao irem, e o desalento que marca suas vi-

das no caminho de retorno. Penso que esta situação vivida por alguns dos discípulos de Jesus está pre-sente também em muitos dos nossos irmãos e irmãs de fé, diante da situa-ção em que nos encontramos

hoje, em relação às provações que estamos passan-do, através das nossas cruzes cotidianas, como so-ciedade e como comunidade de fé. A experiência da cruz de Cristo perpassa tam-bém a vida de cada cristão. Não existe cristianismo sem cruz, não praticamos a nossa fé, ou a celebra-mos em comunidade, para que o Senhor nos tire a nossa cruz, mas para vivermos uma profunda comu-nhão de amor e vida com o Ressuscitado e com os nossos irmãos e irmãs que peregrinam neste mun-do. A fé no Ressuscitado alimenta a nossa esperança, de que podemos vencer os desafios que a vida nos apresenta em todos os momentos da nossa história, porque ele sempre estará conosco.

Dom José Gislon, OFMCap.

Diante da realidade social, marcada pela pan-demia do COVID19, que estamos vivendo como hu-manidade e também como Igreja, comunidade de fé, podemos ter reações positivas, marcadas pelo espírito de solidariedade, de empenho nas ações ca-ritativas, mas também uma proximidade maior, mais amorosa e afetiva no ambiente familiar. Todos esses passos, quando dados e vividos como discípulos e discípulas do Senhor, à luz da Pa-lavra de Deus, geram vida nova a partir do nosso in-terior, da nossa capacidade de olharmos o mundo, com os olhos do coração, do amor-compai-xão pela vida, dom de Deus, que está pre-sente em mim, mas também naqueles que encontro ao lon-go do caminho. D i a n t e da realidade do momento, po-demos ter reações muito diversas. Elas podem mani-festar preocupações e incertezas, o que de certa for-ma é normal, mas também indiferença em relação ao que está acontecendo, principalmente quando estamos centrados no nosso egoísmo individualista, onde a dor e a ameaça à vida dos outros não nos diz nada. Eu vejo a dor e o sofrimento dos outros com os olhos, mas os mantenho distantes do meu cora-ção, até mesmo na celebração da minha fé. Aliás, me escandalizo, com as atitudes tomadas pela Igreja e outras instituições, com o objetivo de proteger a vida das pessoas diante da pandemia que estamos viven-do. Isso me faz lembrar os discípulos de Jesus, que foram até Jerusalém para participar do seu mo-mento de glória, onde ele seria coroado rei de Isra-

Discípulos de Jesus, marcados pela esperança

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Foto: Fernando Levinski/Tua Rádio

Uma etapa da cedência do antigo prédio do INSS ocorreu no dia 7 de abril. A Mitra Dioce-sana de Caxias do Sul e a Associação Mão Amiga receberam as chaves do local, que foram entre-gues pela Guarda Municipal. O local, que depois de reformado vai se chamar “Recanto da Compaixão Frei Salvador”, deverá abrigar cerca de 100 pessoas. O atendi-mento será direcionado para moradores de rua e idosos. O prédio foi construído na década de

Mitra Diocesana e Mão Amiga recebem as chaves do antigo prédio do INSS

Diocese de Caxias lança campanha juntamente com entidades caxienses: Caxias do Amor - A caridade também contagia

Com o tema Caxias do amor: a caridade também contagia, a Diocese de Caxias do Sul lan-çou no dia 03 de abril, durante uma coletiva de im-prensa, este projeto que visa arrecadar alimentos não perecíveis e itens de higiene pessoal para as famílias carentes do município. O projeto conta ainda com a parceria da Prefeitura, Câmara de Vere-adores, Banco de Alimentos, Fundação de Assistência So-cial (FAS), Centro da Indús-tria e Comércio (CIC), Sindi-lojas, Sindigêneros, ADCE, Ceasa e Igreja Evangélica Assembleia de Deus. Além destas entidades, centenas de locais de arrecadação como supermercados e far-mácias, fazem parte desta rede de solidariedade. As doações serão distribuídas às famílias atra-vés do Cadastro Único da FAS. As famílias carentes do município, que ainda não possuem cadastro, deve-rão ligar para o telefone do CRAS (Centro de Referências de Assistência Social) da sua região e agendar horário para atendimento, a fim de encaminhar o cadastro. O horário de atendimento é de segunda a sexta-fei-ra, das 08h às 12h e das 13h às 17h.

CRAS CENTRO:Rua Dr. Montaury, nº 1015, Bairro Centro. Telefo-ne: 3027-5948 3028-3209

CRAS NORTE:Rua das Fruteiras, nº 925, Bairro Santo Antônio. Te-lefone: 3901-1591 | 3901-1484

CRAS SUL:Rua Laudelino Ribeiro, nº 157, Bairro Bom Pastor. Telefone: 3029-2923

CRAS LESTE:Rua Júlia Gomes, nº 21, Bair-ro Sagrada Família. Telefo-ne: 3028-3955 CRAS OESTE:Rua Abel Postali, nº 1767, Bairro Cidade Nova. Telefo-ne: 3901-1492 | 3901-1480

CRAS SUDESTE:Rua Nadyr Antônio Antonio-li, nº 21, Bairro Planalto. Te-lefone: 3901-1487

Quem quiser parti-cipar da campanha, pode-rá doar os alimentos não perecíveis e os produtos de higiene pessoal nos di-versos pontos de coletas espalhados pela cidade, em supermercados e far-mácias. Não serão aceitas

doações em dinheiro. A campanha terá duração por tempo indeterminado. O objetivo é centra-lizar a arrecadação e a destinação das doações para que todas as famílias carentes sejam assis-tidas.

1960 e está desocupado desde 2011. A área, que possui três pavimentos, tem 2.773 metros quadrados. O imóvel é avaliado em R$4 milhões.

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O Conselho Episcopal Latino-Ameri-cano (Celam) realizou um ato de consa-gração da América Latina e do Caribe a Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América, para “pedir-lhe a saúde e o fim da pandemia, colocando-nos sob seu olhar amoroso nestes momentos difíceis, em que ela pode abrir-nos as portas da esperança”. A iniciativa aconteceu no do-mingo de Páscoa, 12 de abril , às 12h (ho-rário local) , na Basíl ica Nacional do Méxi-co. “Ao contemplar a Mãe do verdadei-ro Deus por quem se vive, fortaleçamos nossa fé, animemos nossa esperança e nos comprometamos com amor solidário, especialmente com aqueles que hoje ex-perimentam enfermidade, dor, pobreza, solidão, temor e inquietude”, afirma o Ce-lam. Atendendo ao convite do Celam, de participar deste evento como sinal de união continental, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também re-alizou o ato e convocou todos a se uni-rem aos demais países da América Latina e Caribe, colocando-se aos pés da Bem--Aventurada Virgem Maria, consagrando o Brasil , rogando-lhe a intercessão para que a pandemia causada pelo coronaví-rus fosse superada. A Consagração a Nossa Senhora foi transmitida no Domingo de Páscoa, ao vivo, às 14 horas (horário de Brasíl ia), por todas as TVs de inspiração católica, rádios e redes sociais da CNBB.

Em Sinal de união continental, CNBB realizou ato de consagração do Brasil

a Nossa Senhora

Diocese de Caxias do Sul e Congregação do Imaculado Coração de Maria cedem espaços para hospital de campanha e casa de abrigo

No dia 30 de março, o bispo diocesano Dom José Gislon esteve reunido com o Prefei-to de Caxias do Sul Flávio Cassina, com o Vice--prefeito e secretário do Planejamento, Edio Elói Frizzo, e com outros secretários, para colocar à disposição do município o Centro Diocesano de Formação Pastoral como um local para hospital de campanha. Se houver necessidade, o espaço dispõe de 64 leitos. Por sua vez, a congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria Casa, colocou à dis-posição da prefeitura, sua casa de Retiros Cora-ção de Maria, localizada no bairro Diamantino. O local abriga 45 leitos que estão disponíveis para os profissionais da saúde, caso prefiram não re-tornar para as suas casas durante o período da pandemia.

Dom José Gis-lon juntamente com todos os padres da Dio-cese de Caxias do Sul, estão r e n u n c i a n d o a 30% da côn-grua, duran-te três meses,

para auxiliar na manutenção básica das paró-quias. Este valor ficará no caixa de cada paróquia destinado ao pagamento das despesas. O bispo destaca que, “com esse gesto po-demos ir ao encontro das necessidades de nos-sas comunidades, demonstrando que também nós estamos sensíveis à realidade do sofrimento pelo qual passa o nosso Povo de Deus e toda a sociedade”, conclui.

Clero da Diocese de Caxias do Sul renunciará a 30% da côngrua durante três meses

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Diocese em ComunicaçãoInformativo da Diocese de Caxias do Sul

Jornalista responsável:Pe. Paulo Roque Gasparetto - Reg. 8712

Projeto gráfico e diagramação:Pe. Elton Marcelo Bussolotto Aristides - MTB 16.423

Colaboradores: Pe. Renato Ariotti, Ivo Adamatti, Maria Helena Bortolon Rech, Ir. Eliana Aparecida dos Santos e

Leandro Adamatti.

E-mail: [email protected]

Impressão: Gráfica Agetra

Covid-19 e o isolamento social: a resposta da igreja doméstica e digital

A Igreja Católica precisou buscar novas alter-nativas para permanecer próxima dos seus fiéis, de-vido à necessidade do isolamento social. Um dos mecanismos encontrados pela Igreja Católica, no mundo todo, foi a transmissão das ce-lebrações, récitas do terço, missas e outras orações através dos meios de comunicação social, de modo especial pelo Facebook. Essa ferramenta possibilita a interação entre os fiéis e o celebrante, tornando assim, esse momento participativo e interativo. Em nossa diocese não foi diferente. A mídia foi uma aliada neste momento de pandemia. O perí-odo do isolamento social coincidiu com a quaresma. Para que os fiéis pudessem acompanhar as celebra-ções da Semana Santa, a Assessoria de Comunicação transmitiu as celebrações do Domingo de Ramos, do Tríduo Pascal e do Domingo de Páscoa, através da página oficial no Facebook (www.facebook.com/diocesedecaxias). As transmis-sões da Semana San-ta alcançaram a mar-ca de 95 mil acessos. “Oferecemos ainda a possibilidade de as pessoas acompanha-rem a vida pastoral da nossa diocese e de toda a programa-ção que está sendo elaborada para este momento de quaren-tena, também através das nossas outras plataformas de comu-nicação, além do Fa-cebook, a saber: site, Instagram, Youtube e a Rádio Miriam Caravaggio”, salienta o padre Elton Bussolotto Aristides, Assessor de Comunicação.

Um rebanho unido a Cristo, ligado ao digital

Por trás de cada aparelho de celular, tablet, notebook ou de uma smartv, há indivíduos que bus-cam fortalecer a sua fé através das mídias digitais. Os números apontam acessos, mas não identificam quantas outras pessoas acompanharam as transmis-sões, ao mesmo tempo, nos mesmos aparelhos. De acordo com relatórios do Facebook, du-rante o período do isolamento social (de 20 de mar-

ço a 28 de abril, data de análise dos dados), 115 mil pessoas assistiram a vídeos na página da Diocese no Facebook. Foram mais de 266 mil minutos de visuali-zações. A página ultrapassou a marca de 10 mil cur-tidas. Nesse mesmo período, mais de 8 mil pessoas acessaram a página em busca de informações e con-teúdos. O site da Diocese de Caxias do Sul também foi visitado milhares de vezes durante a quarente-na. Foram registrados 23 mil acessos. Em relação ao mesmo período do ano passado, o site registrou um aumento de mais de 110% no número de novos visi-tantes. O site ultrapassasou os limites geográficos da Diocese. O maior número de acessos, naturalmen-te, aconteceu no Brasil. No entanto, o conteúdo foi

acessado em outros 28 países, dentre eles: Estados Unidos, Itália, Argentina, Reino Uni-do, Coreia do Sul, Ca-nadá, Alemanha, Fran-ça e China. Dentre as cida-des brasileiras, o maior número de acessos está nas cidades da re-gião da Serra Gaúcha e em outros municípios como: Curitiba, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Florianópolis, Salvador, São José do Rio Preto e Belo Hori-zonte. Um fato curioso é sobre os dispositivos utilizados para acessar os conteúdos do site. Dos mais de 8.500 usuários que aces-

saram o conteúdo, 86% fez através do celular. 13% utilizaram o desktop e menos de 1% acessaram por tablet.

Transmissão das celebrações do Tríduo Pascal pelo Facebook da Diocese de Caxias do Sul