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1 Documento 1/150 205.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD 04/08/2014-14:18 Publ.: DCD - 05/08/2014 - 12 AMAURI TEIXEIRA-PT -BA CÂMARA DOS DEPUTADOS PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO Sumário Artigo Aécioporto: E por falar no aeroporto de Cláudio/MG... Anúncio de coleta de assinaturas para criação de CPI Mista destinada à utilização de verbas públicas para construção de aeroporto destinado ao uso privado do Senador Aécio Neves. Compromissos políticos do orador em Municípios do Estado da Bahia. Situação do Programa Luz para Todos no Estado. O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Onofre Santo Agostini, Sras. e Srs. Parlamentares, caros telespectadores da TV Câmara, antes de fazer o meu pronunciamento, quero deixar registrado artigo de autoria de José Augusto Valente publicado hoje no portal Carta Maior, intitulado Aécioporto: E por falar no aeroporto de Cláudio/MG..., sobre o escândalo da construção de um aeroporto com verbas públicas para uso privado do Sr. Aécio Neves. Nessa mesma matéria, diferentemente deles, a Presidenta Dilma abre edital para que possamos construir de forma planejada, no Brasil, 160 aeroportos regionais. Não serão aeroportos para uso privado, mas aeroportos visando ao desenvolvimento regional dos Estados, como a Bahia, e do Brasil. Eu gostaria de deixar isso registrado nos Anais da Casa, Sr. Presidente. Vamos inclusive começar a coletar assinatura, esta semana, para instaurar CPI mista para apurar esse fato, esse escândalo que o Sr. Aécio praticou em Minas Gerais, onde construiu um aeroporto privado com dinheiro público. Sr. Presidente, quero aqui fazer um apelo. Estive no final da semana em diversas cidades da Bahia. Estivemos em Várzea Nova - e quero cumprimentar todos os amigos daquela cidade da minha região -, Serrolândia e Quixabeira. Estivemos com o Governador Wagner, com o nosso candidato Rui Costa e com o nosso Senador Otto Alencar, em Quixabeira. Estivemos em Capim Grosso e também em Uauá, com Irmã Cecília, na região de Juazeiro, mais especificamente em Sobradinho, e com nosso amigo Tiziu. Irmã Cecília e Tiziu são dois candidatos ao cargo de Deputado Estadual que nós estamos dobrando naquela região. Estive também com o Prefeito Pedro Rocha despachando com o meu amigo Silvano Ragno, que é o Presidente do Comitê do Programa Luz para Todos. Silvano tem feito um trabalho

Discursos em plenário

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Documento 1/150

205.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

04/08/2014-14:18

Publ.: DCD - 05/08/2014

- 12 AMAURI TEIXEIRA-PT -BA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Artigo Aécioporto: E por falar no aeroporto de Cláudio/MG... Anúncio de

coleta de assinaturas para criação de CPI Mista destinada à utilização de verbas

públicas para construção de aeroporto destinado ao uso privado do Senador

Aécio Neves. Compromissos políticos do orador em Municípios do Estado da

Bahia. Situação do Programa Luz para Todos no Estado.

O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Onofre Santo Agostini, Sras. e Srs. Parlamentares, caros telespectadores da TV Câmara, antes de fazer o meu pronunciamento, quero deixar registrado artigo de autoria de José Augusto Valente publicado hoje no portal Carta Maior, intitulado Aécioporto: E por falar no aeroporto de Cláudio/MG..., sobre o escândalo da construção de um aeroporto com verbas públicas para uso privado do Sr. Aécio Neves. Nessa mesma matéria, diferentemente deles, a Presidenta Dilma abre edital para que possamos construir de forma planejada, no Brasil, 160 aeroportos regionais. Não serão aeroportos para uso privado, mas aeroportos visando ao desenvolvimento regional dos Estados, como a Bahia, e do Brasil.

Eu gostaria de deixar isso registrado nos Anais da Casa, Sr. Presidente. Vamos inclusive começar a coletar assinatura, esta semana, para instaurar CPI mista para apurar esse fato, esse escândalo que o Sr. Aécio praticou em Minas Gerais, onde construiu um aeroporto privado com dinheiro público.

Sr. Presidente, quero aqui fazer um apelo. Estive no final da semana em diversas cidades da Bahia. Estivemos em Várzea Nova - e quero cumprimentar todos os amigos daquela cidade da minha região -, Serrolândia e Quixabeira. Estivemos com o Governador Wagner, com o nosso candidato Rui Costa e com o nosso Senador Otto Alencar, em Quixabeira. Estivemos em Capim Grosso e também em Uauá, com Irmã Cecília, na região de Juazeiro, mais especificamente em Sobradinho, e com nosso amigo Tiziu. Irmã Cecília e Tiziu são dois candidatos ao cargo de Deputado Estadual que nós estamos dobrando naquela região. Estive também com o Prefeito Pedro Rocha despachando com o meu amigo Silvano Ragno, que é o Presidente do Comitê do Programa Luz para Todos. Silvano tem feito um trabalho

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extraordinário na Bahia com o Programa Luz para Todos. Ele nos alertava de que, apesar de termos levado luz para 2,5 milhões de pessoas na Bahia, nós ainda temos 200 mil domicílios na Bahia sem luz, que precisam do Luz para Todos, inclusive, Sr. Presidente, à beira da represa de Sobradinho, inclusive em Casa Nova e em Juazeiro. Eles estão perto da maior geradora de energia que nós temos, geradora de energia eólica, e estão sem luz. Há assentados à beira do lago de Sobradinho sem luz.

Então, é preciso entender que o IBGE errou quando disse que a luz está universalizada. Avançamos muito, o Luz para Todos é um dos programas mais extraordinários do Presidente Lula e da Presidenta Dilma. É verdade que nós alastramos pela Bahia e pelo Brasil a luz em todo o interior, mas, na Bahia, ainda temos 200 mil domicílios sem luz. Nós não vamos aceitar esse dado do IBGE, que leva a uma falsa realidade.

Imaginem, Deputado Onofre, que é de Santa Catarina, de outra realidade, e Deputados Mauro Benevides, Padre Luiz Couto e Domingos Dutra, que conhecem o assunto, que a ANEEL está exigindo para fazer o cadastramento de domicílio sem energia CPF e Carteira de Identidade dos moradores do lugar. Ora, a ANEEL não conhece a realidade do lugar. Quem não tem luz está isolado do mundo, quem não tem luz provavelmente, Sr. Presidente, não tem nem Certidão de Nascimento, porque na Bahia, no interior do Nordeste, um dos casos graves é a não documentação. Exigir CPF e Carteira de Identidade de quem está lá isolado do mundo está baseado em uma irrealidade.

Então, nós queremos que o Programa Luz para Todos continue forte como vinha sendo, que a Presidenta Dilma o mantendo no seu segundo mandato, assim como o Governador Rui Costa, que será eleito na Bahia, a fim de que possamos efetivamente garantir luz a todos os baianos, a todos os nordestinos, a todos os brasileiros.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR

Aécioporto: E por falar no aeroporto de Cláudio/MG...

Enquanto o país discutia as irregularidades do aeroporto de Cláudio/MG, a presidenta Dilma enviou ao Congresso Nacional, nesta segunda-feira (28/7), a MP-652/2014 que cria o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional (PDAR).

A grande novidade dessa medida é que o governo federal concederá subsídios para pagar parte dos custos das companhias aéreas com

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voos regionais regulares de passageiros. Isso é fundamental, visto que essa modalidade não se sustenta apenas com as receitas de tarifas. A meta é que a passagem aérea seja competitiva com a dos ônibus.

Além do impacto nas viagens a trabalho, esse programa permitirá o crescimento do turismo em muitas localidades distantes dos aeroportos suportados pela aviação comercial regular que hoje sofrem com a dificuldade de atrair pessoas interessadas em conhecer sua culturas e belezas naturais.

O programa, quando concluído, permitirá, também, o desenvolvimento de polos regionais e, principalmente, garantir a mobilidade para comunidades da Amazônia Legal. Finalmente, aumentará a integração do território nacional.

O governo federal pretende lançar ainda neste semestre os editais para construir 160 aeroportos regionais, de um total de 270 que serão construídos ou ampliados, para fomentar a aviação regional. Esses investimentos fazem parte do PAC 2 e deverão alcançar R$ 7,3 bilhões.

A distribuição dos aeroportos regionais, em quatro modelos básicos, será feita da seguinte forma:

Norte: 67 aeroportos; R$ 1,7 bi

Nordeste: 64 aeroportos; R$ 2,1 bi

Centro-Oeste: 31 aeroportos; R$ 0,9 bi

Sudeste: 65 aeroportos; R$ 1,6 bi

Sul: 43 aeroportos; R$ 1,0 bi

Os aviões que poderão operar nesses terminais da aviação regional serão desde turboélices como o ATR-42, até jatos como EMB 175 e 190, Boeing 737-700 e 800 e Airbus A-319.

O subsídio estabelecido em Lei, é destinado exclusivamente para baratear o preço da passagem e não para construir ou manter aeroportos que não tenham voos comerciais regulares.

Para isso, as empresas aéreas interessadas em aderir ao programa terão que assinar contratos com o governo federal e cumprir as exigências, sem o que perderão o subsídio.

Até o momento, não sabemos se o aeroporto de Cláudio/MG poderá fazer parte desse sistema, uma vez que ainda não foi homologado pela ANAC, por responsabilidade do governo de Minas, que ainda não

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enviou os documentos necessários. De todo modo, precisará ter linhas regulares, conforme exigência legal.

A propósito, procurei alguma coisa sobre o Proaero, no site do governo de Minas Gerais, e não encontrei nada. Dessa forma, não temos como saber que critérios são utilizados para implantar aeroportos regionais naquele estado.

Mas encontrei matéria da Veja, de 26/1/2013, com o título "Dilma abre a torneira para a farra dos aeroportos regionais", criticando o programa federal e mencionando de passagem o Programa Proaero (MG).

Diz a matéria "O governo de Minas Gerais, que desde 2003 executa seu próprio programa aeroportuário (o ProAero), destacou que alguns aeroportos contidos no pacote do governo federal já estão sendo ampliados ou reformados pelo estado". Mas não menciona quais. Sobre o programa federal, diz a matéria:

"Um olhar mais detalhado sobre o projeto descortina erros e indícios de mau planejamento. Há cidades pequenas, com menos de 100 mil habitantes, que receberão recursos para reformar seus aeroportos - e que ficam separadas por distâncias inferiores a 50 quilômetros de outros municípios também beneficiados pelo pacote do governo.

Naquela ocasião, a Veja não sabia que o aeroporto de Cláudio fica a apenas 32 quilômetros do aeroporto de Divinópolis. Nem devia saber que foram gastos apenas R$ 11,5 milhões com o desta cidade, que é bem maior do que o de Cláudio e encontra-se em operação.

Agora que sabe, provavelmente fará a mesma crítica da "farra dos aeroportos regionais do governo mineiro".

Como não consegui localizar em canto algum a lista completa dos aeroportos do Proaero, persiste o mistério sobre gastar R$ 14 milhões - e mais uns R$ 20 milhões de desapropriação - com o aeroporto de Cláudio. Matéria do site O Tempo afirma que Cláudio não está na lista do Proaero.

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207.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

05/08/2014-15:04

Publ.: DCD - 06/08/2014 - ASSIS CARVALHO-PT -PI

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CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Investimentos do Governo Dilma Rousseff em aeroportos públicos. Denúncia

de uso de recursos públicos para a construção de aeroporto particular em

propriedade de familiares do Senador Aécio Neves. Resultado de gestões da

bancada federal piauiense voltadas para a melhoria dos serviços prestados pela

ELETROBRAS Distribuição Piauí. Retomada do Programa Luz para Todos e

do reforço elétrico no Estado. Posicionamento do orador contrário à mudança

do horário de transmissão do programa A Voz do Brasil.

O SR. ASSIS CARVALHO (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, inicialmente, gostaria de parabenizar a Presidente Dilma Rousseff pelo belíssimo trabalho que faz neste País.

Eu destaco de forma muito especial a beleza dos aeroportos Brasil afora. E coloco os aeroportos como referência porque gostaria que o Senador Aécio Neves se espelhasse no exemplo da Presidente Dilma e, em vez de construir aeroportos nas suas fazendas ou nas propriedades dos seus familiares, fizesse aeroportos para o povo brasileiro. É disso que tenho orgulho. Ao uso de dinheiro público para a construção de aeroportos em fazendas particulares eu não sei que nome dão, mas talvez se envergonhem de dizer que isso, sim, é corrupção.

A Presidente Dilma faz aeroportos para todos os brasileiros, como estamos vendo, com muita alegria.

Sr. Presidente, eu gostaria de registrar que em vários momentos nós estivemos nesta tribuna tratando da questão da ELETROBRAS Piauí. Participamos de várias reuniões com o Ministro de Minas e Energia e com o Presidente da ELETROBRAS; dialogamos com o Ministro Aloizio Mercadante e com o Vice-Presidente da República; e também tivemos a oportunidade de estar com a Presidente da República. Graças a Deus, já conseguimos ver os resultados chegando ao Piauí.

Na semana passada, estive com o Presidente da ELETROBRAS Piauí, que mudou o modelo anterior. Tive a alegria de saber - e isto já está sendo anunciado - que foi autorizada a liberação de 100 milhões de reais para a retomada do Programa Luz para Todos. Trinta por cento dos recursos estão previstos para serem liberados até o dia 15 de agosto. Com esses recursos, serão feitos pagamentos às empreiteiras que prestaram serviços e estão para receber. Em setembro, está prevista a liberação de mais 20% dos recursos, para a conclusão de 4.600 ligações já contratadas pela ELETROBRAS. E mais 50% estão

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previstos, no mês de outubro, para a retomada das mais de 11 mil ligações que estão pendentes. Isso para que, até o final de 2015, possamos universalizar a distribuição de energia para todas as residências do Estado do Piauí.

Essa é uma obra fabulosa, uma obra iniciada pelo Presidente Lula e, com muito orgulho, continuada pela Presidenta Dilma. Este Governo tem sensibilidade e compromisso com os mais pobres. Na era tucana, quem poderia imaginar uma pessoa humilde tendo acesso à energia elétrica lá no interior do meu Estado?

Também me alegra o fato de que 19 milhões de reais foram disponibilizados para a retirada das gambiarras, programa que está em fase de licitação neste momento.

Foram diversos os requerimentos que nós fizemos da tribuna desta Casa e que foram encaminhados ao Ministério de Minas e Energia. E com muita alegria vemos esse programa chegar ao Estado do Piauí.

Sr. Presidente, nós não poderíamos deixar de registrar, nesta tarde, com muita alegria, o que está acontecendo no Piauí: a retomada do Programa Luz para Todos, bem como o reforço elétrico. Era isso o que eu queria daqui dizer, aproveitando para parabenizar a Presidenta Dilma.

Por fim, ao tempo em que eu solicito autorização para a divulgação do meu pronunciamento pelo programa A Voz do Brasil, manifesto-me totalmente contrário à mudança do horário de sua transmissão. Nós que somos lá do interior sabemos que o homem do interior se programa todos os dias para saber o que está acontecendo no nosso País, já que ele dorme mais cedo porque acorda mais cedo. E, no momento em que se libera a mudança do horário de transmissão do programa A Voz do Brasil, um horário de décadas, altera-se totalmente a programação do homem interiorano.

E mais: entendo que A Voz do Brasil já faz parte da cultura do povo brasileiro, e nós temos que compreender que é preciso respeitar essa cultura e reduzir o desespero dos meios de comunicação por mais e mais lucros, motivo pelo qual estão propondo a flexibilização do horário de transmissão do programa.

Portanto, quero me manifestar contrário a essa alteração e espero que esta Casa, se Deus quiser, mantenha o atual horário do programa A Voz do Brasil, horário esse que faz parte da nossa cultura e já é bastante conhecido em de toda a nossa Nação.

Sr. Presidente, mais uma vez reitero a solicitação a V.Exa. para que autorize a divulgação do meu pronunciamento pelo programa A Voz do Brasil e pelos meios de comunicação desta Casa.

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Era isso o que tinha a dizer.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho hoje à tribuna desta Casa para registrar os passos e ações do Governo Federal no sentido de melhorar a qualidade do serviço de energia elétrica oferecido pela ELETROBRAS Distribuição Piauí, a nossa antiga CEPISA.

Aqui mesmo desta tribuna externei, por diversas vezes, a minha preocupação com a situação da empresa no meu Estado. Falei aqui dos problemas que o meu Estado do Piauí enfrenta com o fornecimento de energia elétrica, necessário para o seu desenvolvimento e para o bem-estar da população piauiense, e reivindiquei as melhorias necessárias ao sistema elétrico.

Os resultados dessa luta, compartilhada com diversos Parlamentares da bancada federal e estadual, já começam a ser notados.

Acaba de ser autorizado para a ELETROBRAS Piauí o valor de 100 milhões de reais para o Programa Luz para Todos. Deste valor, serão liberados 30% nos próximos dias, para pagamento a empresas fornecedoras do programa; no mês de setembro, serão liberados mais 20%, para levar energia a 4,6 mil famílias com ligações já contratadas; e os outros 50% restantes serão liberados depois, para fazer a ligação das 11 mil famílias pendentes, que ainda será licitada. A meta é universalizar o Luz para Todos no Piauí em 2015.

A ELETROBRAS Distribuição Piauí tem também à sua disposição o valor de 19 milhões de reais para realizar o reforço de redes e eliminar as gambiarras que causam grandes prejuízos à Empresa e ao Estado.

Antes, a empresa atendeu à reivindicação de nomear um diretor que reside no Estado para comandar a empresa, com autonomia para encaminhar soluções.

Estas, Sr. Presidente, foram as primeiras providências solicitadas à Presidenta da República, através de pronunciamentos, ofícios e reuniões com Ministros, nas quais a bancada piauiense externou a situação do fornecimento de energia elétrica no Estado do Piauí.

Meu trabalho seguirá, para que a ELETROBRAS Piauí seja cada vez mais do nosso Estado, com a luta pela renovação da concessão da operadora de energia, que será iniciada agora em 2015.

Enquanto isso, conforme reivindico há algum tempo, espero que o Tesouro Nacional autorize a liberação do financiamento pleiteado junto

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ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pela ELETROBRAS Distribuição Piauí, através da ELETROBRAS Holding, da ordem de 625 milhões de reais, destinados à execução de obras de construção e ampliação de subestações e redes de alta, média e baixa tensão, possibilitando o atendimento às crescentes demandas por novas redes e a regularização e modernização do sistema elétrico para os atuais consumidores.

Também reivindico a retomada da liberação dos recursos dos contratos de financiamentos vigentes, oriundos da Reserva Global Reversão - RGR, com saldo de 200 milhões de reais.

Essas eram as informações que tinha por agora, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

Documento 3/150

209.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

06/08/2014-12:28

Publ.: DCD - 07/08/2014 -

98 SILAS CÂMARA-PSD -AM

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Solicitação ao Governo Federal de providências para a modernização dos

sistemas de geração de energia elétrica em Municípios do Estado do

Amazonas.

O SR. SILAS CÂMARA (PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero fazer um registro importante. A geração de energia elétrica no Estado do Amazonas, principalmente nos Municípios do sul do Amazonas - e destaco o Município de Humaitá -, vem sofrendo com uma situação de calamidade. É extremamente grave a situação dos centros de geração. Em termos de distribuição, o Estado do Amazonas tem o maior conjunto de unidades de gerações independentes do mundo, espalhadas pelo mesmo território de um Estado, mas tem vivido uma situação de calamidade.

Portanto, faço um apelo ao Governo do Brasil para que tome

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providências sobre a situação dos geradores de energia nos Municípios amazonenses, que estão completamente defasados.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação do meu pronunciamento pelo programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

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210.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

07/08/2014-15:30

Publ.: DCD - 08/08/2014

- 21 GIOVANNI QUEIROZ-PDT -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

GRANDE EXPEDIENTE GRANDE EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Precariedade e alto custo da energia elétrica no Estado do Pará. Críticas a teor

de projeto de lei, sobre a criação de Municípios, enviado à sanção presidencial.

Esclarecimentos sobre proposta de emenda à Constituição referente à criação

de Estados. Empenho do orador em prol do estabelecimento dos Estados do

Carajás e do Tapajós. Planejamento de ações, pelo candidato a Governador

apoiado pelo Parlamentar, em favor do desenvolvimento do Pará.

Cumplicidade do Governo Federal quanto à cobrança de elevadas taxas de

juros pelas instituições financeiras. Expectativa de vitória oposicionista nas

eleições presidenciais de 2014.

O SR. GIOVANNI QUEIROZ (PDT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Inocêncio Oliveira, Sras. e Srs. Deputados, povo brasileiro, povo paraense, ontem a imprensa do Estado do Pará noticiou o aumento da energia elétrica, o que nos coloca entre os Estados com o maior custo de energia elétrica do Brasil.

Lamentavelmente, nós passaremos a ter lá um custo de 362 reais, com tributos da ordem de 30,5%. Isso é insuportável! E o pior, Presidente Inocêncio: o Estado do Pará não chega a consumir 20% da energia que é produzida em Tucuruí. Veja que desgoverno! Desgoverno absoluto!

No Estado do Pará, produzimos energia elétrica para o Brasil, mas não temos energia para consumo local. Em Ulianópolis, por exemplo, existe uma empresa chamada PAGRISA, a única usina de álcool do Estado, uma empresa padrão de responsabilidade e de seriedade; durante 7

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meses, eles produzem a própria energia com bagaço de cana; durante os outros 5 meses, no entanto, não têm opção, têm que usar o motor a diesel, e estão a 15 quilômetros da rede elétrica de alta tensão. Isso acontece porque a empresa de distribuição de energia no Estado do Pará não tem condições de lhes ofertar, através de uma subestação, a possibilidade de trabalhar com a energia de Tucuruí.

No sul do Pará, nós temos uma plataforma frigorífica pronta há mais de 2 anos, entre Redenção e Santana, em Santa Maria das Barreiras, próximo ao povoado de Casa de Tábuas, mas não funciona porque não há energia elétrica. Em Santana do Araguaia, até hoje, é só motor a diesel.

De acordo com uma avaliação inicial, no interior do Estado do Pará haveria 270 mil residências para serem atendidas com energia elétrica. Agora são 470 mil residências para serem atendidas, e não sabemos como fazer para que outras subestações possam chegar até lá para atender essa demanda residencial.

Eu estive recentemente na ELETRONORTE. Estive também com o pessoal da nova empresa que assume o lugar da rede CELPA, de distribuição de energia elétrica no Estado. Nós temos certeza de que esse grupo que veio do Nordeste e assumiu essa empresa vai ter condições de melhorar o atendimento na região.

Presidente Inocêncio Oliveira, eu tenho um projeto de climatização de salas de aula. Trata-se de colocar ar-condicionado em salas de aula. Eu o apelidei de Cuca Fresca. Com a temperatura altíssima no Norte e no Nordeste, as nossas crianças ficam no sacrifício. Estudos comprovaram cientificamente que, em temperaturas superiores a 30 graus, a criança começa a perder a capacidade de concentração, ou seja, ela deixa de aprender. A escola passa então a ser um castigo, e as crianças, logicamente, vão preferir não ir à sala de aula.

A algumas dessas cidades, como em Pacajá, próxima à Transamazônica, chegaram os ares-condicionados há mais de 1 ano e meio, mas lamentavelmente não podem ser colocados em sala de aula porque a cidade não tem energia. No entanto, a rede de alta tensão passa por lá para levar energia para outros Estados do Brasil. Não há energia para servir ao Pará. Eu nunca vi nada pior! Eu nunca vi nada pior!

Ainda bem que só faltam 5 meses para se trocar de Governador no Estado do Pará, porque é uma vergonha. É uma vergonha! Não se atentam para as dificuldades que o Estado enfrenta, não se atentam para as necessidades do cidadão, não se preocupam em atender melhor o cidadão. É uma burocracia infernal no Estado, é a SEMA criando dificuldades para todo mundo sobreviver. Enfim, temos lá todo tipo e toda sorte de desmantelo, de desgoverno. Fica a nossa

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preocupação.

Eu até registro que o Brasil não acordou ainda para algo que é extremamente grave: nós não temos capacidade de concorrer nem mesmo com país vizinho. Por exemplo, a nossa energia é seis vezes mais cara que a da Argentina; é três vezes e meia mais cara que a do Paraguai. O nosso parque industrial fica sem condições de competitividade com esses países. Um dos insumos principais em qualquer parque industrial é a energia elétrica, e pagamos preços exorbitantes e abusivos por ela.

Nós somos o oitavo país com a energia mais cara entre 47 outros países do mundo. Nós somos o oitavo de baixo para cima, entre os piores. É nessas condições que nós vivemos hoje no Brasil.

Sr. Presidente, eu vou aproveitar o tempo que ainda tenho para fazer um pot-pourri e falar de algumas situações que me deixam um tanto preocupado com o Brasil.

Nós havíamos votado aqui um projeto de lei que regulamenta o § 3º do art. 18, para que pudéssemos ver criados Municípios no Brasil. Há 18 anos não se criam Municípios no País, desde a Emenda Constitucional nº 15, que alterou o § 4º do art. 18 e impôs que lei complementar deveria regulamentar a matéria e definir o período de criação de Município.

Por três vezes fizemos aqui, com a participação do Governo, essa lei complementar, que lamentavelmente foi por duas vezes vetada pelo Presidente Lula e agora, por último, pela Presidente Dilma.

Aliás, nessa oportunidade, eu disse a ela: "Presidente, já estou tirando o quadro da senhora da minha parede". Ao declarar isso, logicamente, eu estava declarando que nela eu não voto, porque ela não tem sensibilidade nenhuma por problemas da Nação e do interior deste Brasil. Ela se deixa assessorar por quem não tem a mínima capacidade de assessorar de fato um Presidente da República.

Nessa questão, a coisa é mais grave: o Sr. Mantega mandou uma justificativa dizendo que a criação de Municípios oneraria a União, o que não tem nada a ver. Vejam que cara mais deslocado do eixo da realidade! Que vergonha um Ministro da Fazenda assinar um documento dizendo isso! Em quem vamos acreditar neste País? Quer dizer, isso é uma mentira. Ele mentiu, enganou, e a Presidente vetou a lei. Mas mandou em seguida, na semana seguinte, outro projeto de lei, semelhante ao primeiro, só que piorado, porque a Presidente, na verdade, não quer criar Municípios no Brasil.

Ao Senador Mozarildo, autor do primeiro projeto, que nós aprovamos, foi encaminhado o projeto para que pudesse assumi-lo. E ele o fez.

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Melhorou alguns pontos, e deixou passar. O mesmo fez o Relator: corrigiu uma virgulazinha e deixou passar. O projeto veio para a Câmara, e aqui nós tentamos corrigi-lo. Tentamos, mas não demos conta.

O Deputado Moreira Mendes, de Rondônia, conhecedor do interior deste Brasil e sensível aos problemas, conseguiu nos ajudar e acatou uma sugestão minha no sentido de extrair uma condicionante do texto da lei complementar que inviabilizaria a criação de Municípios. Por exemplo, estavam exigindo que tivéssemos mais do que a média dos 10% dos Municípios em termos de residências no núcleo urbano. Retirado isso, ficou mais fácil, porque, senão, nós teríamos que ter mais ou menos 12 mil habitantes para criar um Município no Norte, sendo que hoje a exigência é de 6 mil. Nessa lei complementar, a exigência era de 6 mil habitantes.

Mas, mesmo assim, os 6 mil não valem mais. A média deu 1.855 domicílios, que, multiplicada por quatro - média de moradores por domicílio calculada pelo IBGE -, vai para 7.420 habitantes. Esse é o número de habitantes que precisa haver nos Municípios que vamos criar.

Eu quero me referir aos companheiros do Pará que querem ver Municípios criados - realmente precisam ser criados. Está lá o Adilson Santa Fé, de Tucumã, que trabalha para criar não só Taboca, como Sudoeste, Vila Lindoeste, Vila Ladeira Vermelha, entre muitos outros, como Cruzeiro do Sul, Vila Mandi, Casa de Tábua, Rio Vermelho, Nova Canadá. São centenas de Municípios que precisam ser criados.

Vem então essa parafernália de uma lei que impõe condicionantes que poucos desses Municípios vão poder superar. Mas, se mudar a Presidente, nós vamos fazer outra lei mudando isto aqui, este texto. E eu acho que nós vamos mudar. É preciso mudar, porque isso está travando o Brasil. O Brasil não cresce mais. Isto aqui é uma vergonha. Nós o votamos porque não havia outra coisa. Tínhamos que aprovar algo. Era preciso termos pelo menos uma lei. Espero que a Presidente não a vete, porque foi aprovada pelo Senado, depois de retornar da Câmara, agora, nesta semana, e vai à sanção presidencial. Espero que não vete esta lei, que ela mesma mandou para o Congresso. Mas, de repente, há por lá algum assessor doido que lhe vai sugerir vetar mais esta, e ela, como também não tem juízo, vai fazê-lo.

Do texto, constam condicionantes referentes aos estudos de viabilidade municipal. Vejam só que loucura! Adilson, você que deve estar assistindo a mim, preste atenção. Nós vamos ter que fazer o estudo de viabilidade econômico-financeira e deveremos demonstrar a estimativa projetada para o exercício de realização do estudo e para os dois exercícios seguintes da receita de arrecadação própria, considerando apenas os agentes econômicos já instalados, com base na

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arrecadação dos 3 anos anteriores ao da realização do estudo.

É brincadeira! Povoado nenhum tem isso. Não têm como conseguir isso. A companheira ali que é de Marabá provavelmente está dando risada. Quem conhece o interior sabe que é impossível levantar esses dados em um povoado como Cruzeiro do Sul ou Vila Mandi. Não há como!

Ainda o texto: "b) receitas de transferências federais e estaduais, com base nas transferências recebidas nos 3 anos anteriores ao da realização do estudo". Ora, não há jeito de levantar receitas transferidas, federais e estaduais, porque não há registro para povoado ou distrito de transferência de recurso federal. É ridículo!

Diz o texto:

"c) despesas com pessoal, custeio e investimento, dívidas vencíveis e eventuais restos a pagar que possam vir a ser transferidos do Município de origem, com base nas despesas realizadas nos 3 anos anteriores ao da realização do estudo."

Esse povo está brincando. Não conhece o Brasil.

Depois vem o seguinte:

"A análise de viabilidade político-administrativa deve observar a proporção entre o número de servidores e a população estimada na área territorial dos Municípios envolvidos, a partir das seguintes informações: (...)"

Segue então mais uma parafernália de exigências incompatíveis com a realidade vivida por todos nós no Brasil.

A viabilidade socioambiental tem um rosário de condicionantes. Por exemplo: "diagnóstico da situação de continuidade da mancha de ocupação urbana e dependência funcional entre os núcleos urbanos dos Municípios envolvidos". Isso é brincadeira!

É dito ainda o seguinte: "Levantamento das redes de abastecimento de água e das redes de esgotamento sanitário e de manejo de águas pluviais". Não têm rede pluvial. Não têm rede de abastecimento de água. É lógico que isso não existe nesses nossos povoados. Nossas cidades não o têm, e querem que povoados ou distritos o tenham?

Então, são coisas como essas que nos deixam assim, preocupados. E algo se somou a essa minha preocupação. Antes de ontem, ouvindo a Rádio CBN no meu carro, vindo para a Câmara dos Deputados, escutei a Vivi e outros comentaristas políticos dizerem que criar Municípios é onerar a União, o Estado. Eles estão indo na onda do Ministro

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Mantega, eles não estudaram o assunto.

Organização geopolítica é algo que tem de ser estudado, pensado. Nós queremos que o Brasil pense o que quer, para que nós possamos organizar a nossa sociedade.

Um aglomerado de casas que começa com a primeira, depois a segunda, a terceira, a décima e depois a milésima é um núcleo habitacional que espontaneamente vai agrupando pessoas que ali estão mais próximas da sua vontade de crescer, de se estabelecer, de produzir. E assim criam-se as cidades. Em todo o mundo tem sido assim. Não é o Estado que faz cidades levando para um lugar gente que talvez para lá não queira ir. Não. É um processo natural o de ocupação do território.

Assim foi na França, na Alemanha e em outros países, mais antigos do que o nosso, logicamente. Lá, entenderam que municípios com 400 pessoas poderia ser uma comuna, como na França, que possui a metade do tamanho do meu Pará e tem 15 mil comunas. A Alemanha tem 19 mil unidades municipais - 19 mil! -, e dentro do Pará cabem quatro Alemanhas. E o Brasil todo tem 5.800 Municípios!

Comentaristas da CBN, porém, estavam dizendo que criar Municípios é um absurdo, que não precisa, não pode, não deve. Vejam que loucura! Eles não estudam o assunto. E são comentaristas que eu gostava de ouvir sempre. Agora, eu vou tomar mais cuidado. Quando eles falavam de matéria que eu não conhecia, eu acreditava neles; agora que falaram de matéria que eu conheço um pouco, não muito, mas o suficiente para saber que eles estavam enganados, deverei me preocupar um pouco mais.

Eu acho que só se deve falar sobre aquilo que se conheça pelo menos um pouco. E que se fale só do pouco que se sabe, não mais. Que não se tente inventar, porque a opinião pode ser considerada por outro verdadeira, e, de repente, está-se enganando outras pessoas. Devemos estudar um pouco mais para não falar bobagem.

Eu vi que o pessoal da CBN, de vez em quando, extrapola o seu limite e tenta fazer uma média - com quem eu não sei -, criticando a criação de Municípios. Essa é uma necessidade absoluta em um país com a extensão territorial do Brasil e com as colonizações naturais que se dão. Não faz sentido dificultarmos ou inviabilizarmos a criação de Municípios, assim como a criação de Estados.

Presidente Inocêncio Oliveira, V.Exa. está aqui, há dez mandatos, prestando serviços a esta Casa, ao Congresso Nacional, ao Brasil e, particularmente, ao seu Estado de Pernambuco, sobretudo à sua cidade de Serra Talhada, onde, com 75 mil habitantes apenas, V.Exa. conseguiu implantar mais de 36 cursos universitários de nível

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extraordinário, faculdades de Medicina, de Engenharia, de Odontologia, de Direito. V.Exa. sai daqui com um abraço fraterno de todos que o conheceram, pela amizade que conseguiu construir neste Parlamento. Eu quero dizer isso como testemunho dos meus cinco mandatos aqui. Estou há 20 anos convivendo com V.Exa., sempre gentil, cortês, educado e companheiro nas lutas legítimas que nós todos travamos nessa região.

V.Exa. foi um companheiro querido quando apresentei a esta Casa o tema da criação do Estado do Carajás. V.Exa. advogava a criação do Estado como se fosse eu, porque V.Exa. entendia a necessidade de fazermos uma revisão geopolítica neste País. A criação do Estado do Carajás faria com que aquela população pudesse ser autora dos seus direitos e caminhar, dar seus próprios passos.

Não vou abdicar desse sonho. Já apresentei uma proposta de emenda à Constituição que visa colocar um parágrafo nesse art. 18, dizendo que só vota no caso de criação de Estado a população diretamente interessada, a população da área emancipanda, para que o Supremo não venha inverter a vontade do legislador, que, já em 1988, assim se pronunciou. Queria ele que fosse ouvida apenas a população da área emancipanda, da área a ser desmembrada. O Supremo mudou de opinião, depois de já ter até dado um parecer no sentido de que população da área diretamente interessada era a população da área emancipanda. No caso do Carajás, mudou de opinião.

O Governador visitou umas cinco ou seis vezes o Supremo Tribunal e conseguiu mudar essa opinião, não sei por que, não sei qual foi a magia. Esse é o atual Governador de lá, que nós vamos tirar agora, porque não dá para ficar mais. Ele contraria os interesses do Brasil como um todo e, em particular, do Estado do Pará.

Mas o que eu quero mais dizer é que nós haveremos de continuar nossa luta. A minha proposta de emenda à Constituição já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça, onde, dos 72 Deputados, só dois votaram contra, em votação nominal. Somente dois na CCJ, Presidente Edinho Bez, votaram contra a tramitação dessa proposta de emenda à Constituição. V.Exa. votou conosco naquele primeiro momento, não é verdade? Aliás, a Casa o fez por unanimidade, à exceção de alguns que se ausentaram para não votar.

Muito bem, nós vamos voltar a isso. Já criamos a Comissão Especial, já foram indicados os nomes, e logo após a eleição - agora não há quórum para colocar em funcionamento nenhuma Comissão - vamos instalar essa Comissão. Ainda neste ano vamos votar, na Comissão Especial, o texto que garante constitucionalmente que só vota a população diretamente interessada.

Vamos criar os Estados do Carajás e do Tapajós, que são necessários

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para que possamos ter ali uma Amazônia integrada, com gestão pública eficiente, localizada em cada ponto regionalizado do Pará, com aquela dimensão territorial extraordinária. Que o povo do Estado do Pará, esse povo do Estado-mãe, possa viver melhor, possa ter um governante que realmente atenda às suas demandas e necessidades!

O Pará vive numa pobreza! Deputado, V.Exa., que vem do Sul deste País, em que há melhor qualidade de vida, vá a Belém, conheça um pouco o Pará, veja a situação em que vive o nosso povo. A metade da população vive com menos de um salário mínimo! A metade da população vive com menos de um salário mínimo! É uma situação precária, precariíssima!

O Prefeito de Belém do Pará era nosso colega aqui. Pensávamos que pudesse ser bom, mas ele não está fazendo coisa nenhuma, não está fazendo nada. É uma vergonha! Há lixo por todo lugar, o esgoto corre pelos meios-fios, pelas sarjetas.

Deputado Betinho, isso é Belém do Pará! Estou falando de uma baita cidade, com mangueiras frondosas, cidade onde há a maior festa religiosa deste País, o Círio de Nazaré, mas ela, a cidade, ainda está convivendo com situações do século passado, do início do século passado.

Nós haveremos de fazer a revolução. Nós precisamos de homens no Governo do Estado do Pará que tenham coragem. Que sejam jovens, corajosos, competentes, determinados e façam uma transformação naquele Estado, que tem um potencial extraordinário!

Não podemos ser cúmplices, Presidente Edinho Bez, do esgotamento das riquezas naturais do Pará. Nós não consumimos 20% do que produzimos de energia elétrica, mas falta energia para as nossas indústrias. Elas já estão instaladas, e não têm energia! Nenhuma outra indústria vai se instalar onde não há energia elétrica disponível para que possa funcionar. É uma vergonha! É mais do que isso!

A Vale do Rio Doce, no ano passado, Sr. Presidente, retirou do Pará 120 milhões de toneladas de minério de ferro - 120 milhões de toneladas! Estão duplicando a ferrovia agora, para começarem, no ano que vem, a tirar 230 milhões de toneladas de minério de ferro.

Quando eu era Deputado Estadual, fui visitar a Vale do Rio Doce, onde, numa palestra, disseram que tínhamos minério de ferro para 400 anos. Há 2 anos, um palestrante da Vale do Rio Doce disse que nós temos minério de ferro para 140 anos. Eu pensei: "Como? Passaram-se só 15 anos, e a diminuição foi tanta assim?" Eles começaram com 40 milhões de toneladas, e já estão em 120 milhões de toneladas, e vão para 250 milhões de toneladas. Nós vamos ficar com o buraco e a miséria!

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Há a promessa da ALPA - Aços Laminados do Pará, em Marabá, de instalação de uma siderúrgica que possa oferecer a outras tantas indústrias a condição de lá se instalarem, para fabricarem produtos da linha branca, autopeças para montadoras. Mas isso não acontece.

O Governo é omisso. E o Governo Estadual também é, porque não grita, não briga, não defende os interesses do Estado. Vamos ficar com o buraco e a miséria, se não verticalizarmos a produção!

Sabem quanto vai consumir de minério de ferro essa grande siderúrgica cuja construção a Vale já devia ter iniciado? Só 1%.

Então, nós não queremos só uma ALPA, não. Nós queremos que toda aquela região de Marabá - Curionópolis, Eldorado, Parauapebas, Itupiranga, Canaã dos Carajás - seja povoada de indústrias que transformem este País, para que deixemos de ser este paisinho colônia, sem-vergonha. Muita gente se vangloria e diz: "Eu sou brasileiro", como se o Brasil fosse um país grande que desse ao seu povo o conforto de não morrer na fila dos hospitais.

Somos exportadores de commodities. Exportamos a nossa riqueza para outros países e importamos até trilho para as nossas ferrovias. Vem da China. Isso já se fabrica no mundo há 130 anos, essa tecnologia não tem que ser descoberta, já está pronta.

Vamos ficar com o buraco e a miséria se não tivermos governantes que zelem um pouco mais pelo Brasil, que sejam mais nacionalistas, que comunguem conosco do sentimento nacional de cuidarmos primeiro do nosso povo e da nossa gente. Pretendemos agora colocar no Pará e neste País esse tipo de governante.

Sr. Presidente, eu tenho mais uns minutos da Liderança. Eu queria que fossem acrescentados ao meu prazo, para que possa concluir o meu raciocínio.

Digo a V.Exa. que nós traçamos, com o nosso candidato a Governador, um planejamento, um pensar diferente, um pensar grande, um pensar segundo o qual a produção de soja, que já se inicia e cresce rapidamente no sul do Estado do Pará, possa resultar também num campo propício para que indústrias transformadoras ali se instalem. E, sendo essas indústrias ali instaladas, que não exportemos o grão, mas sim a consequência do grão, que é o porco, a carne do porco, do frango, do bovino, como em Santa Catarina já o fazem. V.Exa. é produtor disso e estimulador dessa condicionante, não é?

Que deixemos de ser apenas produtores de commodities, de grãos, assim como de ferro in natura, de níquel, de cobre! A nossa riqueza lá é formidável. Na realidade, não é uma riqueza nossa, é do Brasil.

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Daqui a 100, 200 anos, as relações não terão mais isso. Então, não é possível que nós não tenhamos uma política de nação, uma política de país. Não me refiro a politiquinha de 4 anos, com base na qual cada governo que entra faz um projetinho, um plano para esse período. Nós temos que pensar em Brasil, temos que pensar grande, pensar para frente. Nós precisamos de gente que tenha a capacidade de moldar esse desenvolvimento para as gerações futuras e não permitir que escoemos a nossa produção desta forma, esvaziando o Brasil das riquezas naturais que temos, permitindo a outros países que possam produzir em seu território, gerar emprego, agregar valores, agregar tecnologia, conhecimento, ciência, e devolver isso para cá a preço de ouro.

Sr. Presidente, este é mais um dos registros que eu quero fazer. Continuo indignado, faço política por indignação. Não aceito viver num país em que gente morre nas filas dos hospitais, como vemos hoje, e não me indignar com isso. Quero ser solidário, sempre, com todos os que, de uma forma ou de outra, têm direito a uma vida digna, e essa vida digna não lhes chega. Quero ser companheiro de todos os que sonham com um Brasil diferente, um Brasil que realmente sirva a todos nós, brasileiros, onde todos tenham a oportunidade de, ter uma escola digna onde possam aprender de fato as primeiras letras, entrar depois numa universidade e, assim, transformar-se em doutores, em cidadãos que realmente possam optar pela profissão que desejam, sem o constrangimento de fazerem uma terceira opção porque não têm o conhecimento necessário para escolher a primeira opção.

Sr. Presidente, sabe quanto o povo brasileiro paga de juros de cheque especial? A taxa de juros do cheque especial é de 196,78%. Eu paguei no mês de julho 196%. Sabe o que é isso? Assalto ao bolso do cidadão. Eu ainda tenho aqui um salário com o qual dou conta de fazer esse pagamento, até porque usei pouco desse recurso. Mas pense no cidadão que precisa pagar o tratamento da perna quebrada do filho. Tem que pagar hospital particular, porque o hospital público não o atende. Recorre ao cheque especial e paga 196% de taxa. Isso é um assalto! É crime de usura!

E o Governo é cúmplice, porque isso ocorreu no Banco do Brasil! E na Caixa Econômica não é diferente, é assalto! Cartão de crédito, senhora, não use, a não ser que já tenha um dinheirinho para fazer o pagamento no final do mês. Do contrário, pagará essa taxa absurda.

Isso é roubo! Isso é assalto! Isso é crime de usura. Nos Estados Unidos, a punição para esse tipo de crime é de mais de 100 anos.

Aqui, a competência para regular os juros é do Banco Central, do Conselho Monetário Nacional, e não o fazem por cumplicidade com o sistema financeiro no País, que assalta o bolso do cidadão todo dia. E este Governo é cúmplice, por omissão, por negligência, por preguiça,

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por incompetência, por tudo aquilo com que queiram qualificá-lo.

Este não é um país que se respeita. Este não é um Governo que se dá ao respeito, porque não cuida do cidadão e permite que o sistema financeiro continue a sangrar o povo brasileiro.

Presidente Edinho Bez, V.Exa. sabe quanto pagamos de juros da dívida interna no ano passado? Nós pagamos 250 bilhões de reais. Veja que loucura!

Povo brasileiro, sabe o que são 250 bilhões de reais? Não estou falando de quaisquer números, são dados oficiais, do Governo. Pouca gente sabe o que valem 250 bilhões.

Sr. Presidente, quero fazer uma continha rápida. Encerro em 1 minuto. Vou presidir os trabalhos, para que eu possa ouvi-lo, com muita honra.

Com 250 bilhões de reais, nós teríamos 50 mil quilômetros de rodovias federais no Brasil asfaltadas. Com 1 milhão por quilômetro, o que é caro, dá para asfaltar 50 mil quilômetros. Gasto 50 bilhões. Para 17 mil quilômetros de ferrovias, a 3 milhões o quilômetro, o que é caro, gasto aproximadamente mais 50 bilhões. São 100 bilhões de reais até agora. Com mais 50 bilhões, eu construo todas as universidades federais e hospitais universitários do Brasil. Gastei 150 bilhões de reais. Nós construiríamos todos os portos e aeroportos do Brasil com mais 50 bilhões. São 200 bilhões de reais. Ainda sobraria dinheiro para fazer o que for preciso. Deixe-me ver se me lembro de mais alguma coisa. Ah, casa popular! Vamos construir 1 milhão de casas populares a 50 mil reais, com infraestrutura, água, esgoto, saneamento, tudo direitinho. Gastando-se 50 mil reais por unidade, faz-se isso. Gastei 250 bilhões de reais. Isso é por ano. Dá para fazer um Brasil por ano. É brincadeira! Pagamos os juros mais caros do mundo.

A Presidenta chegou a baixar os juros, mas, de repente, não aguentou a pressão, cedeu, e a SELIC já foi para 11%. Chegou a 7,25%, com inflação de 6%, e um juro mais ou menos civilizado. O Japão gira com juro negativo; os Estados Unidos, com 0,5% de juro real. O nosso juro real está a 5%. Isso é loucura!

Presidente Edinho Bez, desse jeito o Brasil não vai. Mas nós vamos fazer a mudança. Faltam poucos dias. Se Deus quiser, vamos promover a mudança no dia 5 de outubro. O povo brasileiro está atento e preocupado com os rumos do Brasil.

Da criminalidade nem se fala. Se me dessem tempo, eu acho que falaria por 24 horas dos desmantelos. Eles começam a contar vantagem do Bolsa Família - estou com vontade de falar hoje, Sr. Presidente. Sabe quem instituiu o Bolsa Família? Cristovam Buarque, nosso companheiro do PDT, implantou o Bolsa Escola em Brasília, que

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depois foi mudado para Bolsa Família, ainda no Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, e ampliado. Tinha o vale-gás, o vale-isso, o vale-aquilo. Fizeram um bolsão.

Aliás, o Senador Aécio Neves até propôs um projeto de lei para estabelecer como obrigatória a bolsa para quem tivesse renda inferior a meio salário mínimo. É lógico que nenhum governo vai tirar isso! Eles falam disso como se fosse ideia deles. É brincadeira! O Programa Luz no Campo vem lá de trás, é da época do Governo Fernando Henrique. Agora é Luz para Todos, e eles acham que é deles. Esse pessoal precisa criar juízo.

Muito obrigado pela oportunidade, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Edinho Bez) - Parabéns, Deputado Giovanni Queiroz, pelo pronunciamento!

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218.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

03/09/2014-11:16

Publ.: DCD -

04/09/2014 - 51 DUDIMAR PAXIUBA-PROS -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

BREVES COMUNICAÇÕES BREVES COMUNICAÇÕES DISCURSO

Sumário

Morosidade na implantação do Programa Luz para Todos no Estado do Pará.

Caráter excessivo de reajuste da tarifa de energia elétrica anunciado pela

empresa Centrais Elétricas do Pará S/A - CELPA.

O SR. DUDIMAR PAXIUBA (Bloco/PROS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, peço que seja divulgada, através do programa A Voz do Brasil e dos meios de comunicação da Casa, a denúncia que passo a fazer agora da tribuna da Câmara.

Eu sou do Pará, um Estado em que o Programa Luz para Todos está completamente atrasado. O Governo do Estado, juntamente com a

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CELPA - Centrais Elétricas do Pará, parece-me que não tem boa vontade de fazer com que o programa de fato cumpra na íntegra o que o próprio nome já diz: luz para todos.

Onde nós temos ido, nas vicinais, nas comunidades ribeirinhas, nas comunidades rurais, em quase todas, a reclamação é uma só: "Deputado, quando é que vai chegar aqui o Luz para Todos?" E nós não sabemos qual resposta dar. Nós não sabemos onde é que está o entrave, que nó foi dado que ninguém consegue desatar.

O Governo do Estado repassa a responsabilidade para a CELPA, a CELPA a devolve para o Governo do Estado; eles ficam nesse bate-bola, e quem fica imprensado é o consumidor do interior do Estado do Pará.

Não satisfeita com isso, recentemente a CELPA enfiou goela abaixo do consumidor paraense um reajuste de energia - pasmem, Sras. e Srs. Deputados! - de 35%. Vou repetir para quem não ouviu direito: 35% foram enfiados goela abaixo do consumidor paraense.

Eu penso que chegou a hora de darmos um basta nisso. É hora de a bancada paraense e as entidades de classe, principalmente as de defesa do consumidor, dizerem "não", em alto e bom som, à CELPA, para que nós possamos defender o consumidor, principalmente aquele mais débil, aquele mais frágil, aquele que não consegue sequer pagar a chamada tarifa social.

Então, o que nós poderemos fazer? Apelar para quem? Num momento em que até o Governo é sensível com relação a isso, em que quase nada é aumentado neste País, nós sofremos esse baque nas nossas despesas domésticas de quase 35% de reajuste na energia elétrica.

E a CELPA vem com a desculpa esfarrapada de que estava segurando um reajuste há muito tempo e de repente foi obrigada a dar esse reajuste total. E a própria ANEEL onde se esconde? O que faz essa agência reguladora? Afinal de contas, essa concessionária de energia, sinceramente, eu não tenho dúvida, é uma das piores do Brasil, não faz absolutamente nada. A energia é só queda de tensão constante, e nós não podemos aguentar mais esse absurdo.

Chamamos a atenção do Governo Federal, do Governo do Estado e, principalmente, do consumidor, para não suportar, para não aguentar, para não aceitar esse absurdo reajuste de 35% na energia no Estado do Pará.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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218.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

03/09/2014-12:18

Publ.: DCD - 04/09/2014 -

83 AMIR LANDO-PMDB -RO

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Ação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária na regularização

do Seringal Porto Franco, no Município de Campo Novo, Estado de Rondônia.

O SR. AMIR LANDO (PMDB-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não poderia deixar aqui de registrar a ação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária na regularização do Seringal Porto Franco, no Município de Campo Novo, Estado de Rondônia.

É muito importante que se agilizem, Sr. Presidente, situações de ocupações que já envelhecem há mais de uma década. Estavam esses produtores na insegurança de saber se a terra era sua ou se seriam despejados. Finalmente, o INCRA, num processo de desapropriação, está cadastrando todos esses ocupantes para que tenham acesso ao crédito rural, para que possam melhorar a sua moradia, a área de plantio e a produção.

É muito importante agregar os serviços públicos do Governo Federal por todos os meios, colocando-os à disposição, sobretudo, da propriedade familiar. A agricultura familiar deve ser base de sustentação de uma classe média rural que quer a estabilidade, a paz e, sobretudo, a garantia segura de poder plantar e colher.

Então, eu não poderia deixar de registrar neste momento as ações do Governo, sobretudo o Luz para Todos, que também está contribuindo para elevar o padrão e a qualidade de vida do produtor rural.

É a pequena indústria que se instala junto à propriedade, transformando o leite em queijo e, mais do que isso, produzindo, sobretudo, comestíveis, transformando as frutas em produtos industrializados.

O que nós queremos é agregar renda, é dar sustentação econômica,

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social e moral, porque o produtor que ganha mais, que avança, sobretudo com outros tipos de atividades, como é a piscicultura, que tem sido um sucesso no Estado de Rondônia... O Governo Federal, através do Ministério da Pesca e Aquicultura, esteve fazendo ações no sentido de propiciar equipamentos fundamentais para a escavação e a produção de peixes em geral.

Nesse sentido, Sr. Presidente, os tanques estão sendo construídos e o peixe vai agregando renda fundamental para a fixação do homem na terra. O que importa é que com a produção a riqueza também bate às portas e os filhos não precisam ir embora para buscar emprego na cidade. Permanece na gleba uma mão de obra auxiliar importante e há, sobretudo, o bem-estar, a felicidade, o encaminhamento da nossa juventude, as escolas rurais, as escolas profissionalizantes.

O que vemos é a necessidade de cada vez mais aprimorar essa mão de obra para que se possa produzir mais e, produzindo mais, com certeza aumentar o produto nacional bruto e, sobretudo, o bem-estar dessas famílias.

Por isso, venho aqui agradecer publicamente as ações do INCRA e, sobretudo, as do Luz para Todos, que agora se universaliza no Estado de Rondônia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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219.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

03/09/2014-15:36

Publ.: DCD - 04/09/2014 -

108 MAURÍCIO QUINTELLA LESSA-PR -AL

CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Contrariedade à proposta de flexibilização do horário do programa de rádio A

Voz do Brasil. Repúdio a reajuste da tarifa de energia elétrica incidente sobre

os consumidores do Estado de Alagoas. Precariedade dos serviços prestados

pelas Centrais Elétricas Brasileiras - ELETROBRAS em Alagoas.

Apresentação à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle de proposta de

auditoria pelo Tribunal de Contas da União - TCU sobre os reajustes tarifários

autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANELL às

distribuidoras de energia elétricas nos Estados.

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O SR. MAURÍCIO QUINTELLA LESSA (Bloco/PR-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu inicio o meu pronunciamento também tratando dessa questão da flexibilização do programa A Voz do Brasil, apenas para manter uma posição aqui.

Sr. Presidente, eu também sou absolutamente contrário a essa flexibilização. O programa A Voz do Brasil não só é informativo como também é educativo. As pessoas ouvem o programa A Voz do Brasil, um programa que já tem uma tradição de décadas aqui no Brasil. Flexibilizar o horário do programa A Voz do Brasil apenas beneficia donos de rádio, de televisão, os grandes donos das empresas de comunicação do Brasil. Então, isso não interessa a ninguém. A minha posição pessoal - e acredito também ser a do Partido da República - é contrária a essa flexibilização.

Mas o que me traz, hoje, a esta tribuna, Sr. Presidente, é o aumento da conta de luz, o aumento da tarifa de energia, que a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL permitiu as suas concessionárias, as principais no Nordeste, no caso a ELETROBRAS de Alagoas, que fizessem.

No dia 26 de agosto do mês passado, há poucos dias, a ANEEL concedeu em Alagoas um aumento de 32,36% no reajuste anual médio da tarifa de energia elétrica aplicada no Estado. Para os consumidores residenciais esse aumento foi de 30,02%, enquanto para os consumidores com fornecimento em média e alta tensão - o industrial, o comerciante, o empresário, aquele que produz no Estado - o aumento chegou a 37,08%. Isso, sem dúvida nenhuma, terá um impacto desastroso no Estado, não só para o consumidor residencial - a dona de casa, o trabalhador -, que terá um aumento importante no seu orçamento, como para o desenvolvimento do Estado.

Sr. Presidente, o pior é que eu venho há vários anos denunciando o descaso e o péssimo serviço fornecido pela ELETROBRAS, principalmente pela distribuidora de Alagoas. Nós temos uma das piores distribuidoras de energia elétrica do Nordeste e do País.

A composição da tarifa é muito objetiva. Nós sabemos que, em grande parte, esse aumento se deu por conta da mudança da matriz energética, pois estamos comprando energia hoje das termoelétricas, pelo erro que o Governo Federal cometeu ao intervir na tarifa da energia elétrica. Agora, obviamente, o Governo repassa esse prejuízo imenso para o consumidor, causando esse impacto todo.

E o pior, Sr. Presidente, é que os critérios para a composição de tarifa são objetivos, mas não se dão só pela questão do custo da energia, mas também pela administração da empresa. Existem metas a ser cumpridas, como a satisfação do consumidor, a perda de energia. A

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ELETROBRAS é a empresa distribuidora que mais perde energia por conta de "gatos", de roubos, da péssima qualidade da sua fiação, por falta de manutenção. Se a empresa não avançou em nenhum desses itens, como justificar o aumento de tarifa desse tamanho?

Estou com uma relação aqui dos índices de inflação acumulados de agosto de 2013 a agosto de 2014: IGP-M, 5,97%; INPC, 6,19%; IPCA, 6,49%; IPC-FIPE, 5,19%; absolutamente diferentes desse aumento que foi concedido.

Enquanto a inflação chega ao máximo de 6%, a energia, principal insumo da família brasileira, do empresário brasileiro, do empreendedor, chega a mais de 30% de aumento neste ano.

Por isso, a população está tão insatisfeita. Por isso, todo mundo quer mudanças, não aceita mais esse modelo que se implantou e que está deixando todos nessa situação.

Protocolei hoje pela manhã na Comissão de Fiscalização e Controle da Casa proposta de fiscalização e controle para que o TCU audite não só a tarifa que a ANEEL autorizou para Alagoas, mas que audite as tarifas, os aumentos que foram concedidos para as outras distribuidoras: para o Piauí, para o Maranhão, para o Pará e para outros Estados brasileiros que estão nessa mesma situação. Foram vários os aumentos concedidos.

Eu quero dizer que nós tivemos sucesso na CPI da Conta de Luz. A CPI promoveu uma revisão tarifária, e nós conseguimos a diminuição da tarifa. E eu espero que, com essa auditoria, o TCU identifique as causas que levaram a uma tarifa tão distorcida, tão grande; espero que haja uma revisão da tarifa e que o povo de Alagoas, do Nordeste e do Brasil não pague pela energia, talvez, mais cara do mundo e receba - quem sabe? - o pior serviço do mundo.

Lá em Alagoas, não só o consumidor residencial, mas aquele que tem um salão de beleza, uma pousada, um hotel ou qualquer outro empreendimento, passa o ano perdendo seus clientes, seus estoques. Há falta de luz em todas as regiões de Alagoas - não é só no Sertão ou no Litoral Norte, mas em todas as regiões. Na capital do Estado, Maceió, ela é constante. A energia é de péssima qualidade, há uma variação imensa, provocando queima de equipamentos todos os dias, e os consumidores não são indenizados na maioria das vezes pela companhia.

Então, nós estamos vivendo hoje um caos energético em Alagoas e no Brasil. Eu espero que o Tribunal de Contas da União, através desse nosso requerimento, faça essa revisão tarifária e que a gente consiga reduzir, voltar a tarifa aos patamares possíveis em Alagoas. Claro que nós queremos que a CEAL pague as suas despesas, os seus custos,

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mas exigimos também que o consumidor de Alagoas, o povo alagoano tenha uma tarifa justa de energia elétrica.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Documento 8/150

226.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

08/10/2014-15:51

Publ.: DCD - 09/10/2014 -

27 DUDIMAR PAXIUBA-PROS -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS PEQUENO EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Indignação com reajuste exorbitante da tarifa de energia elétrica no Estado do

Pará.

O SR. DUDIMAR PAXIUBA (Bloco/PROS-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupo a tribuna desta Câmara, nesta tarde, para relatar uma preocupação que é minha e de todos os consumidores de energia elétrica do Estado do Pará. Eu não sei o que o Governo fará, juntamente com a concessionária de energia elétrica no Estado para buscar uma solução para esse impasse, que é um absurdo. É um verdadeiro despropósito o que ocorreu no Estado do Pará com relação ao reajuste da tarifa de energia elétrica.

Só para que os senhores e as senhoras tenham ideia desse absurdo, a Centrais Elétricas do Pará S/A - CELPA impôs um reajuste de 34,4% aos consumidores residenciais e de mais de 36% aos consumidores comerciais paraenses. E vejam bem: quanto aos consumidores residenciais, há ainda um agravante, pois é óbvio que tanto o comércio quanto a indústria repassarão para nós, consumidores, a conta, o prejuízo que certamente vai advir dos preços dos serviços e produtos que, obviamente, serão ofertados e vendidos aos consumidores paraenses.

E aqui cabe uma pergunta: o que fazer? Como resolver esse

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27

problemaço? Como resolver essa verdadeira estupidez feita aos consumidores paraenses de energia elétrica? Eu não sei onde isso tudo vai parar, porque os consumidores certamente não terão condições de arcar com esse custo tão grande. E aí, não tenho dúvida, a inadimplência vai aumentar estupidamente.

Será que a CELPA, no Estado do Pará, quer um consumidor que não tenha condições de pagar a conta de energia no final do mês? Será que o consumidor quer ficar sem esse serviço público considerado essencial, que é o serviço de energia elétrica?

Então, ambos, tanto a concessionária quanto o consumidor, têm que chegar a um denominador comum, têm que chegar a uma negociação que atenda, eu diria, as duas partes. Porque um consumidor sem condições de pagar energia, não é esse o consumidor que a CELPA quer. O consumidor necessita da energia elétrica, uma energia elétrica que lhe proporcione condições de pagar pelo serviço no final do mês.

Portanto, há uma necessidade de a bancada paraense se reunir, o mais rapidamente possível, para buscarmos uma solução para esse impasse, para nós conversarmos com a agência reguladora, conversarmos com a Diretoria da CELPA, chamarmos os representantes dos consumidores paraenses e, juntos, buscarmos uma solução para esse impasse.

Nós já temos um problema do serviço de energia elétrica, que é prestado precariamente ao consumidor paraense. No Luz para Todos, esse "todos" fica somente no vernáculo, na palavra, na escrita. Na realidade, não existe o Luz para Todos. Várias, inúmeras comunidades no Estado do Pará ainda não dispõem desse serviço essencial: a energia elétrica.

Portanto, aqui fica o meu alerta: vamos tratar com mais respeito o consumidor. E não adianta, Sr. Governador, achar que isso não é uma questão do Governo do Estado. É sim! A CELPA é uma concessionária do Governo do Estado e tem total responsabilidade por esse absurdo.

Eu gostaria que meu pronunciamento fosse divulgado pelo programa A Voz do Brasil e pelos meios de comunicação da Casa.

Documento 9/150

237.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - 30/10/2014-

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CD 15:09

Publ.: DCD - 31/10/2014 -

19 ABELARDO CAMARINHA-PSB -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS PEQUENO EXPEDIENTE COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Agradecimento ao eleitorado do Município de Marília, Estado de São Paulo,

pela eleição do orador como Deputado Estadual e pela reeleição do

Governador Geraldo Alckmin. Comprometimento com a regularização da

situação trabalhista dos servidores do Hospital das Clínicas de Marília.

Contradição entre o discurso da Presidenta Dilma Rousseff durante a

campanha eleitoral e o aumento da taxa SELIC e da tarifa de energia elétrica

na Região Norte.

O SR. ABELARDO CAMARINHA (PSB-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Santo Agostini, Sras. e Srs. Deputados, eu não tive oportunidade ainda, após o pleito do dia 5 de outubro, de vir a esta tribuna e agradecer os votos obtidos no interior de São Paulo, na cidade de Marília, onde fui candidato a Deputado Estadual e obtive 80 mil votos, sendo quase 50 mil votos na cidade de Marília e 30 mil votos nas cidades da região, e o Governador Alckmin obteve 75% dos votos da cidade de Marília.

Quero agradecer a toda a região, reafirmar meus compromissos e dizer que vamos ter pela frente grandes desafios, principalmente quanto à regularização da situação dos funcionários do Hospital das Clínicas de Marília.

O hospital, Sr. Presidente, tem 2.300 funcionários. É um complexo da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Enfermagem. Ele foi estadualizado. Só que os funcionários ainda não foram transferidos para o Estado e não recebem o piso mínimo que deveriam receber. Então, este Deputado Federal que agora foi eleito Deputado Estadual vai assumir a luta no sentido de regularizar essa situação. Meu filho é o Prefeito daquela cidade, de quase 300 mil habitantes, e tenho a obrigação de ajudá-lo também, com emendas, a resolver o problema do contorno, a resolver os problemas de água que vêm causando transtornos à população não só da cidade de Marília, mas de toda a região.

Então, estou fazendo uso deste microfone para agradecer os 80 mil votos obtidos na região de Marília, que vou representar na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde por duas vezes fui Deputado.

Quero também agradecer a esta Casa, onde por duas vezes fui Deputado Federal.

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Também fui por três vezes Prefeito de Marília.

Quero aqui parabenizar a Presidente Dilma, que se reelegeu, e lembrar que ela tem um desafio muito grande, principalmente na área da educação, na área da segurança pública e na área da saúde. A Presidente Dilma, nos 90 dias da campanha, repetiu que não haveria tarifaço. Eu que assino o Correio Braziliense, Sr. Presidente, vejo hoje esta manchete: "Após a reeleição, alta de juro, luz e gasolina."

Povo brasileiro, aqueles que assistem à TV Câmara, só em um Estado do Norte que deu a reeleição à Presidente Dilma houve um aumento de 54% da tarifa de energia. Vou repetir: num Estado do Norte que deu mais 70% de votos para a Presidente Dilma houve um aumento de 54% na tarifa de energia. Então, nós queremos aqui manifestar-nos e deixar o nosso protesto diante desses aumentos absurdos.

Haverá aumento do preço da gasolina daqui a 30 dias. Vamos torcer para que não supere o preço da gasolina dos Estados Unidos. Aliás, já superou! O Brasil era o único País do mundo que comprava gasolina por um preço maior e vendia por um preço menor. Nós levávamos prejuízo. Subsidiávamos a gasolina e o óleo diesel de vários países da América Latina. Então, eu faço votos de que a Presidente Dilma Rousseff se encontre e forme uma equipe ministerial não política, não para obter horário de televisão, mas para salvar o Brasil.

Ouvimos todos os dias que os juros não iam subir. Nem a Presidente sabia que os juros iam subir 0,25%. Estão aí os bancos usando isso de pretexto. A cada 0,25% a mais de SELIC, os juros bancários sobem 3%, 4% ao mês, mais um tanto ao semestre, mais um tanto ao ano, principalmente no que diz respeito aos cartões de crédito.

Então, mais uma vez, faço uso da palavra para agradecer à região de Marília os votos obtidos. Aliás, agradeço àquela cidade os 8 anos em que estive nesta Casa, e quero dizer ao povo de Marília e região que saberei honrar os votos obtidos. Meu filho, que é o Prefeito da cidade, terá um braço direito na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Ao encerrar, quero dizer que nunca fui tucano, mas nessas eleições, entre a mudança e a roubalheira que há no País, nós optamos pela mudança. Aécio obteve 75% dos votos da cidade universitária de Marília, do interior do Estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Desejamos sucesso a V.Exa.

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Documento 10/150

244.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

05/11/2014-14:42

Publ.: DCD - 06/11/2014 -

35 AFONSO HAMM-PP -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Atuação do orador na defesa da inclusão do carvão mineral nos leilões de

energia elétrica. Expectativa de participação nos leilões de usina térmica do

Município de Candiota, Estado do Rio Grande do Sul.

O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente Inocêncio Oliveira.

Queria pedir a V.Exa. que considerasse como lido o meu pronunciamento, que se refere à geração de energia elétrica com a utilização do carvão mineral.

Vou participar de audiência, hoje, no IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, na qual será debatida a viabilidade dos leilões de energia elétrica. Há ao menos cinco leilões a serem realizados nos próximos 5 anos. Defendo que ao menos uma usina térmica movida a carvão, a do Município de Candiota, no Rio Grande do Sul, participe dos leilões, além de outras do Estado de Santa Catarina.

Quero lembrar que nós conseguimos o preço referência de 209 reais pelo megawatt, um preço competitivo.

Hoje precisamos de energia elétrica, e a geração de energia térmica, com a utilização do carvão mineral, vai gerar mais de 5 mil empregos, somente com esse projeto em Candiota, no Rio Grande do Sul.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como Presidente da Frente

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Parlamentar Mista em Defesa do Carvão Mineral, destaco as expectativas do setor para este ano.

No dia 28 de novembro será realizado o leilão de energia A-5, destinado à contratação de energia de novos empreendimentos, de geração a partir das fontes hídrica, eólica, solar e termelétrica a biomassa, a carvão ou a gás natural em ciclo combinado.

Na última semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) tornou públicos os novos preços-teto estipulados para o certame. A fonte térmica a carvão mineral apresentou elevação de valores. Os projetos térmicos saltaram de um preço de referência de R$197,00 o megawatt para R$209,00 o megawatt.

Recentemente, estive reunido no meu gabinete com o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, para tratar das estratégias de atuação da Frente Parlamentar e das expectativas para o leilão de energia de 2014.

Neste sentido, saliento que o novo preço estipulado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) foi em virtude da revisão do caso base para cálculo de garantias físicas para o Leilão de Energia A-5/2014, que disponibiliza revisão dos Custos Marginais de Operação (CMO) que serão utilizados no cálculo dos valores esperados do Custo de Operação (COP) e do Custo Econômico de Curto Prazo (CEC) dos empreendimentos de geração termelétrica para o leilão.

O preço para a geração a carvão mineral melhorou em comparação aos últimos leilões. Desta forma, estamos otimistas em relação aos projetos das usinas termelétricas a carvão mineral. Acreditamos que serão vitoriosos, no final deste mês.

Para este certame estão inscritas as empresas Tractebel e Seival, ambas de Candiota; CTSUL, de Cachoeira do Sul; e Usitesc, de Santa Catarina, na região de Criciúma.

Estamos torcendo para que possamos efetivar a participação nesses projetos, o que representará a geração de milhares de empregos e resultará em energia segura, não só para Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mas também para todo o Brasil, promovendo o desenvolvimento e um custo de energia mais barato.

Sr. Presidente, peço a divulgação deste pronunciamento pelos meios de comunicação desta Casa Legislativa, especialmente pelo programa A Voz do Brasil.

Era o que eu tinha a manifestar.

Page 32: Discursos em plenário

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Documento 11/150

244.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 05/11/2014-17:18

Publ.: DCD - 06/11/2014 - 73 NELSON MARQUEZELLI-PTB -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Solicitação à Presidência de concessão da palavra para encaminhamento de

votação de requerimento para apreciação em regime de urgência de projeto de

decreto legislativo que susta os efeitos de resolução normativa da Agência

Nacional de Energia Elétrica - ANEEL que repassa aos Municípios a

responsabilidade pela iluminação pública.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Quanto ao item da ANEEL, que é o requerimento já acertado no Colégio de Líderes e deve ser o primeiro, eu peço a oportunidade de fazer um encaminhamento, se V.Exa. me permitir, pois é importante.

No nosso País, 5.650 Municípios não têm condições de, agora em dezembro, fazer o acompanhamento que a ANEEL colocou de providenciar toda a iluminação pública dos Municípios por conta própria. O que eu estou pedindo é, neste projeto de decreto legislativo, sustar essa norma, para a gente discutir isso no ano que vem.

Os Municípios já não têm condições de arcar com a saúde, de arcar com a segurança, de arcar com ene provas que têm, e agora vamos colocá-los também para tomar conta de sua iluminação pública? Há Município que não tem condição de comprar uma escada, não tem condição de comprar um buggy, de comprar um caminhão.

Então, isso aqui é um acordo, de unanimidade da Mesa, que nós estamos tratando em caráter de urgência, para ser aprovado, para que a gente possa, no próximo ano ou no próximo mês, voltar à tona com a discussão.

Documento 12/150

244.4.54.O Sessão Deliberativa 05/11/2014-17:18

Page 33: Discursos em plenário

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Ordinária - CD

Publ.: DCD -

06/11/2014 - 73 NELSON MARQUEZELLI-PTB -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ENCAMINHAMENTO DE VOTAÇÃO DISCURSO

Sumário

Encaminhamento de votação favorável ao Requerimento de regime de urgência

na apreciação do Projeto de Decreto Legislativo nº 1.428, de 2013, (Susta o art.

13 da Resolução normativa nº 479, de 3 de abril de 2012 , da Agência Nacional

de Energia Elétrica - ANEEL, que repassa aos municípios a elaboração de

projeto, a implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de

iluminação pública) .

O SR. NELSON MARQUEZELLI (PTB-SP. Sem revisão do orador.) - Quero apenas encaminhar, antes de o PT falar.

Vou repetir isto, porque é importante para o Governo, é importante para o País. Nós estamos acompanhando o que está acontecendo. Nós fomos implorar nesta Casa pelo aumento de 0,5% no FPM ontem.

Mais de 4 mil Municípios não têm condições de comprar um buggy, um caminhão, um guincho! Como eles vão fazer manutenções de poste, de iluminação, se isso sempre foi das concessionárias? Sempre foi das concessionárias! Desde quando o Brasil passou a ter energia elétrica? Isso sempre pertenceu às concessionárias públicas! Como nós vamos passar para as Prefeituras? É preciso bom senso da Casa! Bom senso!

Documento 13/150

244.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 05/11/2014-17:18

Publ.: DCD - 06/11/2014 - 73 SIBÁ MACHADO-PT -AC

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Defesa da discussão do Projeto de Decreto Legislativo nº 1.428, de 2013,

(Susta o art. 13 da Resolução normativa nº 479, de 3 de abril de 2012 , da

Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, que repassa aos municípios a

elaboração de projeto, a implantação, expansão, operação e manutenção das

instalações de iluminação pública).

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O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Nós entendemos a preocupação do Deputado Marquezelli, mas esta Casa, ontem, votou aquela PEC que vai estender 1% ao orçamento do Fundo de Participação dos Municípios. Esse é um processo gradual, Sr. Presidente.

Então, para este assunto, nós queremos um tempinho a mais. Nós não vamos concordar com o voto simbólico e, se o requerimento for a voto, se V.Exa. o mantiver na pauta, nós vamos requerer a votação nominal.

Documento 14/150

244.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 05/11/2014-17:18

Publ.: DCD - 06/11/2014 - 74 MIRO TEIXEIRA-PROS -RJ

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Defesa do pagamento pela Concessionária de serviço de energia elétrica das

despesas provenientes das instalações de iluminação pública

O SR. MIRO TEIXEIRA - (Bloco/PROS-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Quero fazer este esclarecimento diante do que disse o Deputado Marquezelli. Nós aprovamos aqui uma emeda constitucional e a conta da iluminação pública passa a ser cobrada na conta domiciliar. Então, acabou aquela história de a concessionária não receber, de não haver dinheiro para pagar a concessionária.

Eu penso que isso tem que ser, sim, em função até daquela emenda constitucional, dever da concessionária. Nós fizemos essa emenda constitucional, e o cidadão paga a iluminação pública junto com a sua conta de luz. Ou seja, se ele não pagar, a luz da casa dele é cortada. Então, há o dinheiro para a concessionária. Como é que agora vai se remeter ao Município a despesa com a instalação de um serviço pelo qual a concessionária vai receber? O serviço tem que ser da concessionária, penso eu.

Documento 15/150

244.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 05/11/2014-17:18

Publ.: DCD - 06/11/2014 - 74 LUIZ CARLOS HAULY-PSDB -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM

Page 35: Discursos em plenário

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DISCURSO

Sumário

Arrecadação da Contribuição de Iluminação Pública pelas Concessionária de

serviço de energia elétrica.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, só para esclarecer que a contribuição sempre será feita pela empresa elétrica. O Município não vai fazer a contribuição, porque ela que...

O SR. NELSON MARQUEZELLI - Sr. Presidente...

O SR. LUIZ CARLOS HAULY - É diferente do que ele está dizendo. Uma coisa é prorrogar os efeitos dos serviços que eles não assumiram; outra é a contribuição, porque ficou entendido que a contribuição não seria feita pela empresa elétrica e, sim, pelo Município. Não será. Só será feito nos Municípios que têm o terreno vazio, onde a conta da luz é feita, e a empresa elétrica repassa para o Município. Só para esclarecer.

Documento 16/150

247.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

06/11/2014-18:33

Publ.: DCD - 07/11/2014 -

86 MARCOS ROGÉRIO-PDT -RO

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Contrariedade ao reajuste da conta de luz no País. Necessidade de apuração

pelo Parlamento das causas do aumento da tarifa. Requerimento de

informações ao Ministério de Minas e Energia e à Agência Nacional de

Energia Elétrica - ANEEL a respeito de prejuízos causados a distribuidoras de

energia por atrasos na conclusão de obras nas Usinas Hidrelétricas de Santo

Antônio e Jirau. Presença na Casa dos Vereadores Joziel Carlos de Brito e

Anderson Prudente, do Município de Ji-Paraná, Estado de Rondônia.

O SR. MARCOS ROGÉRIO (PDT-RO. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, todos que nos acompanham pelo sistema de comunicação da Câmara, as nossas

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saudações.

Quero registrar a presença, neste plenário, de dois Vereadores da minha cidade, Ji-Paraná: Joziel Carlos de Brito e Anderson Prudente. São ambos da minha cidade e nos dão a honra de suas visitas ao plenário desta Casa.

Sras. e Srs. Parlamentares, a conta de luz aumentou. Em muitas regiões do País, o consumidor vai receber, este mês, uma conta mais cara, mais salgada.

A Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL autorizou o reajuste da conta de luz e elevou a 17,63% o aumento médio da tarifa de energia em todo o País. Nas indústrias, as tarifas foram reajustadas em 18,20%, e nas residências a conta de luz subiu 17,41%.

De novo a seca é apontada como causa do problema. Empresas e famílias, especialmente de baixa renda, sofrerão com o reajuste.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, esse é um tema que preocupa o Parlamento, mas preocupa, sobretudo, brasileiros e brasileiras.

O argumento é de que os reajustes estão sendo usados como uma medida para combater a inflação, controlada pelo Governo. Com a falta de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas, foram acionadas as térmicas, que geram energia mais cara. Então, esses dois fatores são apontados como causadores, como geradores desse aumento na conta de luz.

Não consigo entender. As secas, sim, estão atrapalhando, mas, por outro lado, Sr. Presidente, estamos gerando mais energia em regiões onde não há seca, há enchente. É o caso, por exemplo, do meu Estado de Rondônia, com duas novas usinas já em operação, Jirau e Santo Antônio, gerando obviamente mais energia não só para Rondônia, mas para o Brasil.

Só a usina de Santo Antônio terá a geração de 3.568 megawatts, e a de Jirau, de mais 3.750 megawatts. Portanto, mais de 7 mil megawatts de energia. Mas o atraso na conclusão das obras já teria causado prejuízo de mais de 1 bilhão de reais às distribuidoras. Como os consórcios têm decisões da Justiça que os protegem de pagar o prejuízo, esse custo estaria sendo repassado também para o consumidor.

Faço esta observação para registrar que já solicitei do Ministério de Minas e Energia informações para confirmar se é verdadeira essa notícia de que atrasos na finalização das obras das usinas, especialmente do meu Estado, estariam de fato causando prejuízos às

Page 37: Discursos em plenário

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distribuidoras e se esses prejuízos estariam sendo repassados ao consumidor. Ou seja, as empresas erram, o Governo não fiscaliza e não pune, e quem paga a conta é o consumidor, que não tem nada a ver com a história.

Sr. Presidente, não podemos permitir que isso aconteça no Brasil. Não custa lembrar que a conta de luz gera impacto sobre os produtos, sobre os serviços e que ajuda a aumentar a inflação. Com o aumento da inflação, o poder de compra dos brasileiros fica menor. Quem menos ganha consome ainda menos e sofre mais. O que se comprava com um salário mínimo no mês de outubro não se comprará no mês de dezembro.

Alguém que questione essa minha informação basta ir ao supermercado e vai ver que o que se comprou no mês de outubro não se comprará no mês de novembro, muito menos no mês de dezembro.

Sr. Presidente, é preciso que o Ministério de Minas e Energia, as Agências, o Governo, olhem para as causas reais do problema e não passem para o consumidor uma conta que não é sua. Os brasileiros, as empresas, as indústrias, as famílias não aguentam mais aumentos abusivos e com causas pouco explicadas aos cidadãos deste País.

O alerta que faço neste momento, Sr. Presidente, é que esta Casa, através dos instrumentos que possui, possa fiscalizar, ir a fundo, para saber as reais causas do aumento na conta de luz, que não se restringe à questão climática, que não se restringe à questão da seca em algumas regiões do País. Nós precisamos saber por que o consumidor vai ter que pagar mais caro na conta de luz.

Recentemente, nós tivemos redução de tributos na energia para diminuir o preço para o consumidor final. E agora, pouco tempo depois, a conta vem mais cara, e aquilo que era desconto, aquilo que era desoneração, já ficou no tempo. Sr. Presidente, não custa lembrar que aquela desoneração feita lá atrás não foi reposta: a folha continua desonerada pela alta dos insumos para a energia. Apenas o consumidor está pagando conta mais alta.

Alguém precisa explicar melhor isso à população, e este Parlamento tem obrigação de fiscalizar, de acompanhar e também dar satisfação à sociedade brasileira sobre esse aumento repentino nas contas de luz deste País.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

Page 38: Discursos em plenário

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Documento 17/150

253.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

11/11/2014-19:32

Publ.: DCD -

12/11/2014 - 100 EDINHO ARAÚJO-PMDB -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS

BREVES COMUNICAÇÕES BREVES COMUNICAÇÕES DISCURSO

Sumário

Solicitação aos Deputados de apreciação do Projeto de Decreto Legislativo nº

1.428, de 2013, que susta o art. 13 da Resolução normativa nº 479, de 3 de

abril de 2012 , da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, que repassa

aos Municípios a elaboração de projeto, a implantação, expansão, operação e

manutenção das instalações de iluminação pública. Importância da aprovação

da matéria para a economia dos Municípios.

O SR. EDINHO ARAÚJO (PMDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, os Municípios brasileiros vêm assumindo, nos últimos anos, cada vez mais encargos, aprofundando o desequilíbrio entre receitas e despesas, o que coloca em risco a qualidade e a continuidade dos serviços municipais. No final, o cidadão acaba sempre penalizado.

Mais uma fatura está para ser espetada na conta dos Municípios brasileiros. Trata-se da transferência às Prefeituras da responsabilidade pela manutenção da infraestrutura de iluminação pública das cidades, a partir de 31 de dezembro deste ano, por meio de portaria da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL.

Na região noroeste de São Paulo, onde os Prefeitos já preveem fechar as contas este ano no vermelho, o impacto da nova medida causa reação.

Sr. Presidente, esta Casa está para apreciar o Projeto de Decreto Legislativo nº 1.428, de 2013, que susta a decisão da ANEEL. Eu quero conclamar os colegas para que apreciemos esta matéria, porque ela é fundamental para a sobrevivência dos Municípios.

(O microfone é desligado.)

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os Municípios brasileiros vêm assumindo, nos últimos anos, cada vez mais encargos, aprofundando o

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desequilíbrio entre receitas e despesas, o que coloca em risco a qualidade e a continuidade dos serviços municipais. No final, o cidadão acaba sempre penalizado.

Mais uma fatura está para ser espetada na conta dos Municípios brasileiros. Trata-se da transferência às Prefeituras da responsabilidade pela manutenção da infraestrutura de iluminação pública das cidades, a partir de 31 de dezembro deste ano, por meio de portaria da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL.

Na região noroeste de São Paulo, onde os Prefeitos já preveem fechar as contas deste ano no vermelho, o impacto da nova medida causa reação.

Prefeitos de 55 cidades filiadas à Associação dos Municípios - AMA do noroeste paulista, decidiram recorrer à Justiça para derrubar a transferência dos serviços de manutenção de iluminação pública para as cidades.

As Prefeituras entrarão com ações individuais contra a Agência, alegando falta de capacidade técnica, estrutural e financeira para arcar com essa nova responsabilidade.

Nesta terça-feira, 11 de novembro, às 17h30, os Prefeitos se reunirão no plenário Paulo Kobayashi, da Assembleia Legislativa de São Paulo, para cobrar dos Deputados Estaduais de São Paulo uma posição em defesa dos Municípios.

De minha parte, já manifestei ao Presidente da Associação dos Municípios - AMA, Jurandir Barbosa de Morais, o Jura, total apoio aos Prefeitos. Os novos custos de reposição e modernização da infraestrutura de iluminação serão altos demais para as pequenas Prefeituras.

Fui Prefeito por três vezes e sei o que significa administrar com verbas minguadas. É como um cobertor curto.

Tramita nesta Casa Projeto de Decreto Legislativo nº 1.428/2013, que susta a decisão da ANEEL.

Alerto os colegas sobre a necessidade de nos debruçarmos urgentemente sobre esta matéria, pois o tempo é curto e, mantida a resolução, as Prefeituras ficarão sobrecarregadas.

Page 40: Discursos em plenário

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Documento 18/150

255.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

12/11/2014-14:44

Publ.: DCD - 13/11/2014 -

36 AFONSO HAMM-PP -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Instalação de usina térmica a carvão no Município de Candiota, Estado do Rio

Grande do Sul. Votos de que seja vencedora do leilão a empresa Tractebel.

Projeto do orador de investimentos na gaseificação do carvão para a produção

de fertilizantes.

O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente Amauri Teixeira.

Eu inicialmente solicito a V.Exa. que o programa A Voz do Brasil difunda esta minha manifestação.

Venho tratar do potencial energético do País com geração de energia a partir do carvão mineral. Noventa por cento das nossas reservas estão no meu Estado, o Rio Grande do Sul, e o restante está no Estado de Santa Catarina. Temos notícias boas. Será instalada no Município de Candiota mais uma usina térmica a carvão da Tractebel, que participa do leilão no dia 28 agora, com tecnologia limpa, de baixo impacto ambiental. Nós pretendemos que ela seja a vencedora do leilão. Essa é uma grande oportunidade.

Temos projetos em Santa Catarina e na região carbonífera do Rio Grande do Sul. Ainda ontem, estive em um Município da região carbonífera, Minas do Leão, importante para a geração da gaseificação do carvão. O Brasil hoje importa mais de 90% da matéria-prima, que é o principal fertilizante da agricultura de todo o País, e nós estamos com um projeto para promover a carboquímica, a gaseificação do carvão, como fazem outros países, com alta tecnologia, um investimento da ordem de 3 bilhões de dólares, algo em torno de 7 bilhões de reais, que vai potencializar o carvão mineral e gerar fertilizantes para a agricultura brasileira.

Essa é a grande notícia que eu queria fazer constar aqui na Câmara Federal.

Muito obrigado.

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Documento 19/150

255.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 12/11/2014-17:34

Publ.: DCD - 13/11/2014 - 89 MENDONÇA FILHO-DEM -PE

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Obstrução de votações do Congresso Nacional pelo DEM em face de proposta

Presidenta Dilma Rousseff de alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Perda de credibilidade de política econômica do Governo petista.

O SR. MENDONÇA FILHO (DEM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu subo à tribuna, neste instante, para reiterar a posição que nós manifestamos ontem, quando fomos surpreendidos com a notícia de que a Presidente Dilma Rousseff enviou para o Congresso Nacional uma proposta legislativa que visa a alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano de 2014, fato que vai entrar para a história do Parlamento brasileiro, como, no mínimo, muito inusitado, para ficar apenas nesta classificação.

Estamos praticamente entrando no último mês do ano, na última quinzena de novembro. Evidentemente, mudar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, com vigência para este ano, faltando pouco mais de 30 dias para o término do exercício orçamentário e financeiro, é uma coisa com que qualquer cidadão de qualquer país do mundo vai ficar assustado.

Isso retrata, a meu ver, o desgoverno atual da Presidente da República e a péssima gestão na área econômica. Até o dia da eleição, no segundo turno, o paraíso era algo próximo da realidade brasileira. Aqui, não havia problema algum, era o País mais feliz do mundo, os problemas econômicos haviam desaparecido na gestão do PT: a inflação estava sob controle; a taxa de juros era decrescente; o crescimento econômico era maravilhoso e por aí vai.

No entanto, para quem vive a economia, no seu dia a dia, com o transporte público caótico, com uma carga tributária de quase 40% do PIB, com trabalhadores sacrificados - e eles serão ainda mais sacrificados com a inflação -, a realidade é completamente diferente.

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A Presidente Dilma, depois de premiada com a sua reeleição, só ofereceu más notícias para o povo brasileiro, a primeira delas foi o aumento dos juros em 0,25%, mostrando que o seu discurso da campanha é claramente diferente da sua prática no Governo. Depois, veio o aumento da energia. Em alguns Estados, o aumento foi de mais de 20%. Na sequência, veio o aumento do preço da gasolina, e por aí vai o festival de más notícias.

Sabemos que o clima de pressão em torno da Presidente Dilma é muito grande. Uma parcela liderada pelo ex-Presidente Lula quer um ortodoxo na Fazenda, quer um banqueiro na Fazenda, quer Henrique Meirelles chefiando e comandando a economia, para ver se ajusta o País na boa direção. Outra parcela acha que a coisa está maravilhosa e deve continuar na mesma direção. Enfim, vivemos uma situação de uma nau sem rumo, sem direção, sem qualquer perspectiva.

O Brasil vai crescer, este ano, 0,2%. No próximo ano, o crescimento também será abaixo de um ponto percentual. Então, vivemos a trágica situação de estagnação econômica, com taxas de juros elevadas e inflação crescente, corroendo o poder de compra do povo brasileiro. Infelizmente, as notícias são essas.

E, com relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias, Sr. Presidente, eu quero dizer que a posição do nosso partido, o Democratas, será no sentido de obstruir a tentativa de modificação, que foi iniciativa da Presidenta Dilma. Isso não faz sentido. Ela assumiu um compromisso público de superávit primário de 116 bilhões de reais. Depois, para funcionar dentro da chamada contabilidade criativa, quis e considerou o abatimento das chamadas obras do PAC até um determinado volume de recursos. E agora quer considerar todo o investimento para abater do superávit primário, mostrando a falta de compromisso com a política econômica.

Então, ao Governo fica o primeiro aviso. O Presidente Renan Calheiros suspendeu, há pouco, a sessão do Congresso Nacional. E ele fez muito bem, porque vamos engrossar, obstruir as sessões do Congresso Nacional, para que não convalide essa decisão absurda de alterar uma LDO, às vésperas do final do ano, desmoralizando por completo a credibilidade - o restinho que faltava - da política governamental, que indicava um sinal para o mercado, mas se desmanchou por conta de políticas populistas e oportunistas que visavam tão somente enganar o eleitor no dia da eleição. Passada a eleição, são más e más notícias que chegam para o trabalhador brasileiro.

Documento 20/150

Page 43: Discursos em plenário

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257.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

13/11/2014-11:04

Publ.: DCD -

14/11/2014 - 16 ONOFRE SANTO AGOSTINI-PSD -SC

CÂMARA DOS DEPUTADOS

BREVES COMUNICAÇÕES BREVES COMUNICAÇÕES DISCURSO

Sumário

Correspondência dirigida ao orador pelo Sr. Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni,

Presidente da Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais

Hidroelétricas do Brasil - ABRAPCH, reivindicando a presença de

Parlamentares em audiência pública na Agência Nacional de Energia Elétrica -

ANEEL, tendo em vista a necessidade de apoio aos empreendedores das

Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCHs e das Centrais Geradoras Hidrelétricas

- CGHs.

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queremos também saudar os visitantes que nos honram com sua presença.

Eu vou ler trecho de um e-mail que recebi, Deputado Miro Teixeira, que reputo muito grave. Diz o seguinte:

"Caro Deputado,

Essa é uma mensagem altamente urgente.

Infelizmente nosso pedido de socorro é motivado pelo risco muito grande de que, se for aprovada a minuta de resolução em anexo, proposta pela Diretoria da ANEEL para a próxima audiência pública, quinta-feira, dia 13 de novembro, apenas os empreendedores de PCHs sejam obrigados a garantir a geração média declarada pelo MME, pagando altas somas em dinheiro em caso de secas mais intensas do que a média, como já está acontecendo a vários colegas.

Pedimos que, imediatamente após tomar conhecimento dessa mensagem, faça o possível para reservar a tarde de quinta-feira, dia 13 de novembro, para comparecer ao auditório da ANEEL, convidando também pelo menos dois outros colegas parlamentares e fazer o mesmo pedido.

Todos, principalmente os Deputados e Senadores, devem comparecer à audiência pública na ANEEL, em Brasília, sobre a garantia física e autorização das novas PCHs, dia 13 de novembro, às 14 horas.

(...)

Page 44: Discursos em plenário

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Mas a SGH e a SGR, áreas da ANEEL, querem impô-la à força, aos empreendedores de PCHs, agora que ficou difícil para a burocracia continuar escondendo que o Brasil tem mais de 65% de uma nova Itaipu em projetos hidrelétricos paralisados na Agência encarregada de fomentá-los".

É urgente, Srs. Deputados. Ajudem o Brasil.

Quem assina o documento, Srs. Deputados, é o Exmo. Sr. Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni, Presidente da Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas do Brasil - ABRAPCH.

Nós fizemos questão de ler este documento e convidar os Deputados para que compareçam à ANEEL, a fim de nós socorrermos esses grandes empreendedores das PCHs e das CGHs, as únicas empresas, no meu entender, que não fazem poluição, não prejudicam o meio ambiente e resolvem o problema da energia do Brasil.

Por isso, Srs. Deputados, é importante esse alerta que o Dr. Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni faz ao povo brasileiro. Vamos salvar as PCHs. Não vamos concordar com essa resolução. Resolução não é lei, mas, infelizmente, neste País, as resoluções têm poder de lei e mandam e acabam de todas as formas com o setor produtivo.

Sr. Presidente, eu solicito a V.Exa. a divulgação deste nosso alerta nos Anais da Casa e, de modo especial, a sua publicação no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

Documento 21/150

259.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

14/11/2014-10:45

Publ.: DCD - 15/11/2014 -

19 DR. ROSINHA-PT -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Questionamento suscitado pela Oposição quanto ao número de votos obtidos

para reeleição da Presidenta Dilma Rousseff. Rejeição, pelo Congresso

Nacional, da proposta de democracia direta com a criação de conselhos

populares. Legitimidade do Congresso Nacional na flexibilização do cálculo do

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superávit primário. Iniciativa da Presidenta da República de convite aos setores

oposicionistas para o diálogo. Compromisso da Presidenta Dilma Rousseff na

apuração das denúncias de corrupção.

O SR. DR. ROSINHA (PT-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, bom dia. Apesar do nosso plenário quase vazio, nós estamos fazendo um debate político que é ótimo para a sociedade brasileira.

Na exposição feita agora há pouco por V.Exa. desta tribuna, eu espero que a afirmação de que o que o PSDB quer não é o golpe, mas sim a democracia, seja a vontade de todos e não só de V.Exa., porque manifestações feitas por alguns peessedebistas nas redes sociais e na imprensa não têm seguido esse rumo. Eu até disse no meu pronunciamento que o candidato Aécio Neves, ao reconhecer a derrota, reconheceu o processo democrático. Mas seu candidato a Vice-Presidente se negou, em declarações posteriores, a reconhecer.

O questionamento feito sobre o número de votos qualquer um poderia fazer, inclusive nós. Nós poderíamos dizer que não consideraríamos votos brancos e nulos de ninguém, porque são de pessoas que se manifestaram de tal maneira por entenderam que os candidatos não os representavam - e, por não representá-los, tiveram o comportamento de votar branco ou nulo.

Se eu for comparar a decisões tomadas no mundo inteiro, como, por exemplo, na União Europeia, fazendo uma análise onde votar não é obrigatório, há países que nem sequer 40% dos eleitores comparecem à urna para votar. E ocorreu o mesmo agora em relação às eleições para o Senado dos Estados Unidos, onde menos de 40% dos eleitores compareceram para votar. Também é um direito democrático do cidadão a abstenção.

Então, quando vou contar o número de votos válidos, seja na União Europeia, seja nos Estados Unidos, estou levando em consideração que o processo é democrático sim. Não é um processo que não seja democrático porque o cidadão se sentiu no direito de se abster, de votar branco ou nulo. Portanto, o que está válido são os votos contados, que sem dúvida nenhuma têm que ser reconhecidos pelo vencedor e pelo vencido. Caso contrário, o processo não será democrático.

Falando em processo democrático, o Brasil vive uma democracia desde a sua primeira eleição direta. É lógico que há setores da direita que ainda no mento querem golpe militar. Mas mesmo os militares da reserva que hoje podem se manifestar publicamente já disseram que são contra qualquer golpe militar, porque o que nós vivemos é uma democracia. Então, quem está indo para a rua pedir ditadura são

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pessoas autoritárias, saudosistas de um processo criminoso que existiu no Brasil, como eu disse antes, que matava, torturava e prendia simplesmente por discordância de pensamento.

O que nós vivemos no País, Deputado Izalci, não é ditadura, não! Isto não é processo de ditadura, não! Este é o maior processo de democracia, que estamos aprofundando. Podemos dizer que a democracia brasileira ainda é nova. E que bom que já está sendo questionada, mesmo sendo nova. Quando as pessoas questionam o processo eleitoral, querem reforma política eleitoral ou se negam a ir votar é porque não reconhecem o atual modelo. Mas tem que ser democracia.

Acho que as pessoas têm que se manifestar livremente nas ruas ou em qualquer lugar. Nós aqui somos representantes do povo na democracia representativa. Mas a democracia direta é válida e fundamental para as mudanças sociais. É justamente ela que este Parlamento acabou de negar ao povo brasileiro ao rejeitar o decreto da Presidenta Dilma que fazia com que ações diretas fossem transversais, que não fossem paralelas, respeitando todos os conselhos já formulados no Brasil. É importante que saibamos disto: o processo é democrático. O que hoje está ocorrendo no nosso País, quando...

Por exemplo, a revisão da LDO chegou aqui, o PSDB está dizendo que é ditadura e está querendo recorrer aos tribunais. Ora, o que é democracia? Quem foi que aprovou a LDO? O Congresso brasileiro. Quem é que pode mudar ou não a LDO? O Congresso brasileiro. Então, o que tem demais nisso? Qual é o crime de responsabilidade? O crime de responsabilidade é eu não cumprir a LDO, é eu querer fazer a mudança da LDO sem ouvir o Congresso. Não, ele está sendo ouvido. Então, este não é um processo ditatorial, é um processo no qual está se ouvindo aquele que deve ser ouvido. E isso está ocorrendo na alteração da LDO na questão do superávit.

Quando se diz que a Presidenta Dilma está tomando decisões que havia negado em campanha, são decisões necessárias a serem tomadas. Quando se fala de algumas delas, como, por exemplo, esta da mudança, é reflexo da conjuntura econômica internacional. Inclusive estou inscrito nas Comunicações Parlamentares e vou abordar esse tema da mudança da LDO.

Mas eu não posso dizer que quando um governo toma uma posição não está sendo democrático, como foi dito lá atrás, e foi aprovado por esta Casa, quando se diminuíram as contas de luz. E tinha que se diminuir! Citando como exemplo meu Estado, a maioria das usinas hidrelétricas do Paraná já está paga! Paga! Então, enquanto eu estava colocando na tarifa de energia elétrica manutenção, ressarcimento, despesas com pessoal, despesas de funcionamento e mais pagamento da obra, quando a obra deixou de ser paga, não entra mais na tarifa,

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até porque são usinas de mais de 20 ou 30 anos. Elas já foram abatidas. Eu não tenho que fazer o usuário do sistema ser favorecido por aquilo que já pagou porque estava na tarifa. Foi ele que pagou.

Ao não diminuir isso, significa o quê? Aumentar o lucro dos acionistas das companhias de empresa mista ou estatal. Lá no Paraná o Governador, que é tucano, do PSDB, se negou a aumentar. Ele se negou! E o que ocorre? Aumentou do mesmo jeito 25% agora a pedido dele, Sr. Beto Richa, da COPEL - Companhia Paranaense de Energia. Ele pediu o aumento na véspera das eleições. E pediu para quem? Para a Agência Nacional. Não é o Governo que decide, é a Agência, e a maioria delas foi criada no Governo Fernando Henrique Cardoso para ter ações e tomar decisões independente do Governo.

Então, é importante saber que, se aquela energia que hoje está na ponta tem reajuste agora, o reajuste não é em função de erro anterior, quando diminuiu a tarifa. Não! O reajuste agora é por necessidade da própria produção de energia elétrica no País, do próprio aumento de funcionamento, do aumento das despesas para geração da energia elétrica. É importante que tenhamos isso em mente. Decisões que o Governo toma agora não são a negação do discurso de campanha eleitoral, porque eu poderia fazer uma lista de fatos, tanto do Governo de São Paulo quanto do Pará quanto do Paraná, dizendo que é a negação da campanha eleitoral. Eu poderia acusar o Governo do PSDB do Pará de que tudo aquilo que disse sobre direitos humanos é mentira, porque houve uma chacina em Belém. Eu não vou ser irresponsável de dizer que ele está traindo seu discurso de direitos humanos. Mas têm que ser punidos aqueles que chacinaram as pessoas, que mataram, assassinaram, e investigados. É isso que temos que cobrar e é isso que nós fazemos.

A Presidenta Dilma, ao pedir o diálogo, vai fazer o diálogo e tem feito. Ela não vai fazer nada para impedir - ela disse e vai ser assim - a apuração de todo e qualquer processo de corrupção, doa a quem doer.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Izalci) - V.Exa. pode continuar. V.Exa. está inscrito em Comunicações Parlamentares e é o próximo orador. (Pausa.)

Documento 22/150

263.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 18/11/2014-17:08

Publ.: DCD - 19/11/2014 - 54 WALDENOR PEREIRA-PT -BA

Page 48: Discursos em plenário

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CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Entrega pelo orador e pelo Deputado Estadual do PT baiano Zé Raimundo, por

meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional - CAR, de tratores

agrícolas e implementos a associações e sindicatos de trabalhadores rurais.

Sucesso dos programas do Governo Federal Luz para Todos e Água para

Todos no Estado da Bahia.

O SR. WALDENOR PEREIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, na última segunda-feira, dia 17, em parceria com o Deputado Estadual Zé Raimundo, do Partido dos Trabalhadores da Bahia, realizamos um evento da maior importância e significação para a agricultura familiar da região sudoeste da Bahia.

Na ocasião, nós tivemos a grata oportunidade de fazer a entrega de tratores agrícolas, com todos os implementos, a 28 diferentes associações e sindicatos de trabalhadores rurais. O evento contou com a presença de lideranças políticas, lideranças comunitárias, sindicais, presidentes de associações, presidentes de sindicatos de trabalhadores rurais do sudoeste da Bahia. Todos comemoraram aquele momento especial, pela importância que representa a mecanização agrícola para o desenvolvimento das atividades agropecuárias, uma vez que garante o aumento da produtividade, gera emprego e renda e, por consequência, melhora a qualidade de vida das populações.

Essas populações já vêm sendo beneficiadas por outros programas do Governo Federal, a exemplo do Programa Luz para Todos, que na Bahia já alcançou mais de 1.500 instalações elétricas, e do Programa Água para Todos, originário do nosso Estado, que já beneficiou mais de 4 milhões de baianos.

Dessa feita, Sr. Presidente, com a entrega desses tratores nos nossos mandatos, através da CAR, que é uma empresa pública do Governo da Bahia, vamos também contribuir com o desenvolvimento da agricultura familiar na nossa região, aumentando a produção tradicional daquela região.

Portanto, eu quero agradecer ao Presidente da CAR, Dr. José Vivaldo, às companheiras Itamar, Rosa e Sara, gerentes regionais naquela região e a nossa assessoria e parabenizar todas as associações e sindicatos que foram beneficiados naquela oportunidade com tratores agrícolas, com todos os implementos que vão permitir o aumento da produção e da produtividade da agricultura familiar no sudoeste da

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Bahia.

Obrigado.

Documento 23/150

267.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

20/11/2014-16:03

Publ.: DCD - 21/11/2014

- 33 LUIS CARLOS HEINZE-PP -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Congratulações ao Presidente e ao Vice-Presidente da Cooperativa de

Distribuição e Geração de Energia das Missões, do Município de Caibaté,

Estado do Rio Grande do Sul, respectivamente, Diamantino Marques dos

Santos e Diomedes Rech, pelo recebimento do Prêmio Índice ANEEL de

Satisfação do Consumidor. Entrega ao Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento de reivindicação com vistas à prorrogação, pelos bancos

credores, do saldo devedor dos produtores de trigo no Estado gaúcho em

decorrência da queda da produção e da insuficiente cobertura securitária.

Crítica à derrubada da chamada PEC do Trigo. Vínculo entre o doleiro Alberto

Youssef e o pagamento de propina por empresas produtoras de trigo.

O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente, colegas Parlamentares, primeiro quero fazer uma homenagem a Diamantino Marques dos Santos e Diomedes Rech, respectivamente Presidente e Vice-Presidente da nossa Cooperativa de Distribuição e Geração de Energia das Missões - CERMISSÕES, de Caibaté, que cobre toda a região missioneira, que ontem, na ANEEL, recebeu o Prêmio Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor.

Entre todas as empresas brasileiras, cooperativas ou não, permissionárias ou concessionárias, a CERMISSÕES foi homenageada ontem com esse troféu. Ela primeiro participou das três melhores empresas do Brasil, juntamente com a Cooperativa Regional de Energia e Desenvolvimento Ijuí Ltda. - CERILUZ, do Presidente Iloir de Pauli, depois, no ranking total foi agraciada com o primeiro lugar em

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todo o Brasil.

Portanto, parabéns a Diamantino e a Diomedes, a toda sua Diretoria, associados e funcionários, que prestam esse excelente serviço de eletrificação na nossa região não só em algumas cidades, mas principalmente no interior, com quase 30 mil consumidores.

Quero também, Sra. Presidente, dizer que segunda-feira protocolamos no Ministério da Agricultura documento feito na Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, com a participação de cooperativas, cerealistas, indústrias de trigo, bancos, seguradoras, EMATER, CONAB, EMBRAPA, para discutir o problema sério que vive a lavoura de trigo do Rio Grande do Sul.

Nós temos 1 milhão e 150 mil hectares de plantação, mas houve queda de 40% da quantidade e queda também expressiva da qualidade do trigo colhido, a ponto de o prejuízo chegar a quase 1 bilhão de reais, segundo Antônio da Luz, economista da Federação. Ele apresentou no documento a queda que os produtores terão.

Apesar do seguro do PROAGRO Mais e o seguro particular que os produtores fizeram, não vão cobrir todos os valores. Nós estamos aqui reivindicando que os bancos prorroguem o saldo devedor desses produtores, que não vão conseguir pagar as contas. Esse seguro também não vai cobri-los suficientemente, porque falta o seguro de renda, de que os produtores precisam.

Portanto, a luta que nós estamos fazendo agora, junto com a Federação da Agricultura e todas as entidades que participam desse processo - cooperativas, cerealistas, indústrias, bancos, seguradoras, EMATER, Secretaria da Agricultura do Estado -, é no sentido de dar tranquilidade aos quase 40 mil triticultores do Rio Grande do Sul, pequenos, médios ou grandes, de modo a que tenham, além do seguro, suas contas equacionadas junto ao sistema financeiro. Bom seria se o seguro cobrisse todas as despesas que têm. Infelizmente não é assim. Por isso esta solicitação.

Também queremos fazer uma crítica, pois há algum tempo, junto com o Ministro Neri Geller, nós vínhamos batendo na tecla de que não derrubassem a PEC do Trigo. Derrubaram. Consta desse documento, que encaminhamos ao Ministro da Agricultura e ao Ministro da Fazenda, a informação de que houve queda de 36% no preço do trigo para os produtores, de 2013 para 2014. E pasmem: o preço para os consumidores brasileiros cresceu 16%! Então, quem compra biscoito, pão ou massa paga 16% a mais do que pagava no ano passado. Foram importadas mais de 4 milhões de toneladas de trigo, e os produtores estão recebendo muito menos do que recebiam - o produtor paranaense, o maior do Brasil, e o gaúcho, que é o segundo maior.

Page 51: Discursos em plenário

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Chamo atenção para a planilha da corrupção que a revista Veja, do dia 20 de agosto, traz: algumas empresas que doaram para campanha estão relacionadas com o doleiro Youssef, que hoje está nas páginas da PETROBRAS, além do propinoduto também do trigo, pois os produtores recebem menos.

O que nós estamos vendo? Por que se facilitou a liberação da TEC - Tarifa Externa Comum para fazer a importação de trigo? Algumas empresas estão se beneficiando com isso, o produtor está perdendo e o consumidor não está levando nada.

Deputada Erika Kokay, V.Exa. é consumidora, eu sou produtor. Eu fui prejudicado e V.Exa. também, porque o consumidor não teve benefício sobre a redução do preço. Isso é explicado na revista Veja, que mostra mapa de algumas empresas que estão pagando propina. Não é só o caso da PETROBRAS. No caso do trigo especificamente, está sendo demonstrado que algumas empresas pagam propina, com Alberto Youssef junto. No mesmo propinoduto que temos hoje da PETROBRAS, temos o escândalo do trigo, que também deve ser explorado. Vou passar a falar melhor desse assunto. São produtores e consumidores prejudicados e as indústrias gaúchas também não podem competir com as do Norte ou do centro, também prejudicadas. Então, quem ganha com isso? Meia dúzia de beneficiários.

A revista Veja do dia 20 de agosto está mostrando que o Sr. Alberto Youssef está com 8 milhões de reais - também está passando propina para alguém -, em função desse escândalo da importação de mais de 4 milhões de toneladas de trigo. É corrupção para todo lado!

Portanto, essa é uma preocupação que tenho como Parlamentar que defende os produtores rurais do meu Estado e do País.

Muito obrigado.

Documento 24/150

267.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

20/11/2014-17:30

Publ.: DCD - 21/11/2014 -

46 DUDIMAR PAXIUBA-PROS -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

PELA ORDEM DISCURSO

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Sumário

Protesto contra a baixa qualidade dos serviços da Centrais Elétricas do Pará

S.A. - CELPA e a elevação da tarifa de energia elétrica. Solicitação ao

Ministério Público do Estado do Pará de realização de auditoria na empresa.

O SR. DUDIMAR PAXIUBA (Bloco/PROS-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o serviço público de energia elétrica é considerado essencial, mas lá no Estado do Pará as autoridades competentes não estão tendo essa preocupação. Nós sabemos que a Centrais Elétricas do Pará S.A. - CELPA foi privatizada naquele Estado. Após essa privatização, o serviço público de energia elétrica decresceu em qualidade e aumentou em termos de tarifa.

Recentemente, o consumidor paraense simplesmente recebeu um presente de grego, um reajuste num percentual de 34,4% na tarifa pública de energia elétrica. Mas se esse reajuste tivesse sido acompanhado da elevação da qualidade do serviço, o consumidor paraense poderia conformar-se com isso, que nós já consideramos um absurdo. Mas não foi o que ocorreu. Os serviços públicos oferecidos pela concessionária hoje privatizada não vêm atendendo às necessidades do consumidor paraense. E outra coisa: de maneira desesperada, a empresa hoje responsável por esse serviço público vem tentando faturar de qualquer jeito nas costas do consumidor.

Serviços que são de responsabilidade da empresa estão sendo cobrados do consumidor. Ela inventou agora uma tal de cobrança por consumo não faturado. Nesta semana, nós recebemos a denúncia de uma consumidora que pagou religiosamente a sua conta de energia elétrica, no mês de maio de 2013, e, este mês, surpreendentemente, recebeu cobrança referente a esse mesmo mês - maio de 2013 -, agora com um valor três vezes mais elevado do que ela havia pagado no ano passado. E a desculpa da CELPA foi que ela estava cobrando um consumo acumulado, um consumo que não havia sido registrado na tarifa do mês de maio do ano passado.

Sr. Presidente, nós chamamos a atenção das autoridades competentes, do Ministério Público do Estado do Pará, para que façam, em caráter de urgência, uma auditoria nessa concessionária desse serviço importantíssimo que é o serviço de energia elétrica, no Estado do Pará, e descubram o que está havendo com relação à CELPA, para que ela esteja agravando, como está, o consumidor paraense, que necessita do serviço de energia elétrica, um serviço essencial.

Portanto, aqui fica registrada a reclamação em nome do consumidor paraense. A CELPA precisa respeitar o consumidor, e não o vem fazendo, infelizmente, até agora.

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Sr. Presidente, peço a divulgação deste pronunciamento no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa.

Documento 25/150

275.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

27/11/2014-15:06

Publ.: DCD - 28/11/2014 -

29 EDINHO BEZ-PMDB -SC

CÂMARA DOS DEPUTADOS PEQUENO EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Análise da realização, pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, do

terceiro leilão de transmissão de energia elétrica.

O SR. EDINHO BEZ (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, meus colegas Parlamentares, uso a tribuna nesta oportunidade para falar sobre o leilão das linhas de energia.

Lembro que fui membro da Comissão de Minas e Energia por 16 anos. Atualmente, sou membro da Comissão Mista, da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional, da Comissão de Viação e Transportes e da Comissão de Finanças e Tributação. Portanto, temos o dever de acompanhar o andamento das matérias sobre energia, até porque - já falei desta tribuna em outras oportunidades - nós não sobrevivemos mais sem energia elétrica. Ela é tão importante quanto a água que bebemos. Hoje, com o avanço tecnológico, com a rapidez, não podemos mais pensar em possíveis apagões.

Sr. Presidente, a ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica promoveu no dia 18 de novembro o terceiro leilão de transmissão de energia deste ano. Ele reúne empreendimentos em oito Estados, em investimentos totais previstos em até 6,3 bilhões. O leilão oferece nove lotes para investidores, num total de 4.700 quilômetros de linhas de transmissão. Haverá também leilão no Rio Grande do Sul.

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A receita anual máxima permitida (RAP) varia de 1 milhão e 645 mil reais - caso do lote F, que reúne linha de Itumbiara (GO) a Paranaíba (MS) - a 390 milhões de reais - caso do lote A, que tem uma série de empreendimentos no Rio Grande do Sul. O lote A poderá ser dividido em quatro sublotes, com RAP que varia de 32 milhões e 800 mil reais a 216 milhões e 200 mil reais.

Os certames anteriores, realizados em fevereiro e maio, tiveram depreciação média de 13% a 38% em relação à receita máxima anual permitida.

O leilão de maio acabou com cinco lotes sem interessados, enquanto o de fevereiro, que envolveu linhas de transmissão para escoamento de eletricidade da hidrelétrica Belo Monte, foi vencido pela chinesa State Grid e as empresas Furnas e ELETRONORTE, da ELETROBRAS.

Para a disputa do dia 18 de novembro, os prazos de entrada da operação comercial dos lotes variaram de 30 a 42 meses a partir da assinatura dos contratos de concessão, marcada para final de fevereiro de 2015.

Eu sugiro, meu caro Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ao Ministério de Minas e Energia, através do nosso Ministro, do Secretário-Executivo, Márcio Zimmermann, e às demais equipes da área de energia elétrica que sejam mais sensíveis e que avaliem o mercado, porque tivemos alguns leilões, mas empresas importantes, inclusive no meu Estado, não puderam comparecer, porque o preço foi muito baixo. Então, elas simplesmente abandonaram o leilão. E nós estamos preocupados, porque precisamos gerar energia. Foi dito, então, que teríamos novos leilões.

Vai haver leilão novamente, como já houve recentemente no Rio Grande do Sul. E nós precisaremos de quê? De que prestem atenção aos valores de mercado. A empresa tem que dar o lucro normal, natural. Ignorante é aquele que acha que a empresa tem que dar prejuízo. Constitui-se empresa privada para que ela dê lucro. Não há por que abrir um bar, um boteco ou uma empresa com mil funcionários imaginando que ela tenha que dar prejuízo. Ela tem que dar lucro, obviamente, dentro dos limites do mercado.

Eu estou muito preocupado com os futuros leilões que ocorrerão, por intermédio do Ministério de Minas e Energia, que é o maior responsável por isso.

Obrigado, Sr. Presidente.

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Documento 26/150

277.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

01/12/2014-18:51

Publ.: DCD - 02/12/2014 -

73 EDINHO BEZ-PMDB -SC

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Perdas no setor elétrico decorrentes dos efeitos da Medida Provisória nº 579,

de 2012, que dispõe sobre as concessões de geração, transmissão e distribuição

de energia elétrica, sobre a redução dos encargos setoriais, sobre a modicidade

tarifária. Participação do orador em conferência internacional sobre

telecomunicações, na cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro.

O SR. EDINHO BEZ (PMDB-SC. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, estou acordado com V.Exa.

Sras. e Srs. Deputados, na qualidade de Deputado Federal pelo quinto mandato consecutivo, membro da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional, membro da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, da qual fui Presidente, membro da Comissão de Finanças e Tributação por 8 anos, há 16 anos na Comissão de Minas e Energia, uso a palavra nesta oportunidade para falar da possível crise do setor elétrico que acabou custando R$ 105 bilhões.

Desde que o Governo Federal publicou a Medida Provisória nº 579, de 2012, a fim de reduzir os preços da energia, foram usados R$ 105 bilhões, segundo cálculos feitos pelos especialistas Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, e Mario Veiga, da Consultoria PSR. O valor é equivalente a 1 ano de receitas das distribuidoras de energia.

A perda foi causada pelo desequilíbrio entre receitas e despesas das distribuidoras, pela baixa geração de energia por usinas hidrelétricas e pelas indenizações pagas às empresas que aceitaram renovar as concessões de usinas e linhas de transmissão por meio da medida provisória.

Por causa da medida provisória, a maioria das distribuidoras ficou sem energia suficiente para fornecer a seus clientes. Para contornar o

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problema, elas foram obrigadas a recorrer ao mercado de curto prazo, segmento no qual a energia é mais cara.

O pequeno volume de chuvas acentuou a crise. É verdade, temos que reconhecer que a crise colaborou, infelizmente. O preço da energia do mercado de curto prazo, o PLD - Preço de Liquidação das Diferenças é calculado principalmente sobre a expectativa de água afluente nos reservatórios.

A partir de fevereiro, o PLD esteve próximo do teto permitido em lei, de R$822,83 por megawatt-hora. Os autores ressaltam que 60% do valor será pago pelos consumidores de energia por meio de aumentos nas tarifas. Os outros 40% serão arcados pelos contribuintes.

Segundo os especialistas, em 2013, o Governo gastou R$ 20 bilhões entre repasses às distribuidoras - R$ 10 bilhões - e indenizações - outros R$ 10 bilhões - às empresas que aceitaram renovar concessões por meio da medida.

Em 2014, os gastos subiram para R$ 54,9 bilhões, principalmente pelos efeitos do pequeno volume de chuvas. Com o aumento do PLD, os repasses às distribuidoras subiram para R$ 21,8 bilhões. Outros R$ 10 bilhões foram gastos com indenizações.

Além disso, outro prejuízo de R$ 23,1 bilhões apareceu neste ano: o de geradores de energia que não conseguiram gerar eletricidade suficiente para honrar seus contratos.

Os autores ainda incluem na conta uma projeção de perdas de R$ 30,5 bilhões para o próximo ano. O uso permanente de usinas térmicas custará R$ 8,5 bilhões e outros R$ 22 bilhões precisarão ser gastos em indenizações às empresas.

Sempre disse desta tribuna, em reuniões e em palestras que o Brasil, como a maioria dos países do mundo, não poderá abrir mão de nenhuma alternativa energética. Não podemos correr o risco de faltar energia. Para isso, todas são necessárias porque nós sobrevivemos, nós dependemos da geração e transmissão de energia elétrica.

Infelizmente, não temos mais térmicas a carvão mineral para usar, pois são as mais baratas. Se tivéssemos mais mil megawatts de térmicas a carvão, estaríamos economizando R$ 6 bilhões por ano.

Esses números mostram que essa é uma das maiores crises vividas pelo setor elétrico na história. O racionamento em 2001, no final do Governo Fernando Henrique Cardoso, causou um rombo de R$ 25 bilhões. Esta crise, sem racionamento, já custou quatro vezes mais.

Voltarei a falar sobre este assunto, pois não podemos nem pensar em

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ter vários apagões energéticos no nosso País.

Para encerrar, Sr. Presidente, e colaborar com V.Exa., que precisa encerrar esta sessão, estou chegando do Rio de Janeiro - falarei aqui numa outra oportunidade -, de uma conferência internacional sobre telecomunicações, principalmente na área de telefonia nas redes sociais, focado, principalmente hoje de manhã, com vários palestrantes de nível internacional, como do Canadá e Estados Unidos, sobre o uso da Internet.

É fundamental, não tem mais como abrir mão delas, mas há uma insegurança ainda no que tange à privacidade.

Eu voltarei a falar sobre o assunto em outra oportunidade.

O SR. PRESIDENTE (Domingos Dutra) - Obrigado, Deputado Edinho Bez.

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278.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

02/12/2014-15:26

Publ.: DCD -

03/12/2014 - 56 AFONSO HAMM-PP -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

BREVES COMUNICAÇÕES BREVES COMUNICAÇÕES DISCURSO

Sumário

Êxito de leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL destinado à

construção de usina termelétrica a carvão mineral e de usina de gás natural

liquefeito, respectivamente, nos Municípios de Candiota e Rio Grande, Estado

do Rio Grande do Sul.

O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, colegas Parlamentares, órgãos de comunicação da Câmara dos Deputados, peço antecipadamente a divulgação de meu pronunciamento em todos os órgãos de comunicação, com destaque no programa A Voz do Brasil.

Na minha manifestação, quero comemorar o resultado obtido pela nossa Frente Parlamentar Mista em Defesa do Carvão Mineral como uma matriz energética na geração da energia térmica e também da

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utilização desse mineral no que se refere ao desenvolvimento industrial como a gaseificação.

A grande conquista que tivemos, e a comemoramos, aconteceu sexta-feira passada, dia 28 de novembro, na ANEEL, onde foi realizado o leilão de energia A-5. Conseguimos viabilizar o projeto da Usina Pampa Sul, da Tractebel Energia, que haverá de implementar, na primeira fase, 340 megawatts para a geração de energia e outros 340 megawatts em sucessão num próximo leilão.

Nós conseguimos, então, a viabilização desse importante projeto. Ele vai dar consistência e segurança energética não só ao Rio Grande do Sul, meu Estado, mas ao sistema integrado de todo o País. Nós temos riscos de apagões. Temos um custo de energia muito alto, e esse custo vai ficar contratado por 25 anos na ordem de 202 reais o megawatt. Hoje, no mercado, o megawatt está 800 reais. Portanto, o consumidor vai pagar, ao longo dos 25 anos, um preço compatível e terá um custo razoável. E é isto o que nós desejamos em termos de matriz energética com diversificação: energia firme, energia segura.

Queremos também destacar o empenho e toda a mobilização política dos meus colegas Parlamentares - Deputados Federais e Senadores - na nossa Frente Parlamentar, da mesma forma que a Associação Brasileira do Carvão, com especial destaque para a força-tarefa que conseguimos junto ao IBAMA, através do Presidente Volney Zanardi Júnior e toda sua equipe, no sentido de, em tempo hábil, viabilizar a participação desse leilão.

Teremos agora um segundo momento. Temos a licença prévia e teremos a licença de implantação - a próxima etapa. Por isso, começamos a ampliar a matriz energética do País. A diversificação é importante. Temos projetos em Criciúma, em Santa Catarina, e na região carbonífera do Rio Grande do Sul. Mas o que é importante é que vamos ultrapassar os 2% da matriz energética, importante para a geração de empregos. Vamos ter um investimento somente nesses 340 megawatts da ordem de 2 bilhões de reais. Teremos, na região de Candiota, 2 mil empregos diretos ao longo dos próximos 5 anos e outros 5 a 6 mil empregos indiretos, mas que serão também efetuados.

É uma conquista econômica e social, de segurança energética, de energia firme. E a matriz energética alternativa é o carvão mineral. Aliás, 90% dessa riqueza estão no meu Estado, o Rio Grande do Sul, e praticamente o restante no Estado de Santa Catarina.

Portanto, entendemos como um avanço importante, do ponto de vista de política energética. Por isso, o destaque a esse projeto tão importante em todos os aspectos que aqui mencionei.

Muito obrigado.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Rio Grande do Sul está prestes a dar um salto na questão energética. Essa afirmação se deve ao resultado do leilão de energia A-5, realizado no dia 28 de novembro, pela ANEEL. Dois importantes novos empreendimentos no Estado foram vencedores no certame.

A comercialização da energia elétrica que será produzida em Candiota, pela Usina Pampa Sul, da Tractebel Energia no leilão A-5, irá contribuir para a melhoria da segurança energética do País.

Outra vitória foi com a comercialização de energia do Grupo Bolognesi, que construirá, no Município de Rio Grande, uma usina a gás natural liquefeito (GNL) de 1.238 MW de capacidade instalada - será a maior do Estado quando finalizada. Será gerada energia e também irá dar suprimento de gás, do qual o Estado está tão carente. Atualmente, a capacidade do Gasoduto Bolívia-Brasil (GASBOL), que abastece a região, é de apenas 2,8 milhões de metros cúbicos ao dia quando atinge o Rio Grande do Sul.

Somados, os dois complexos correspondem a mais de um terço da demanda média de energia dos gaúchos e absorverão cerca de R$5 bilhões em investimentos.

O 20º leilão de energia nova A-5 negociou um total de 2.742,5 MW médios de energia, viabilizando a adição de 4,97 GW em capacidade instalada. O preço médio geral do certame ficou em R$196,11 por MW/h. O volume de energia negociado corresponde a um giro financeiro de R$114,5 bilhões, inserindo diversas fontes de energia como energia eólica, PCH, térmicas a carvão mineral, gás natural e biomassa.

A usina termelétrica que será instalada em Candiota foi o único projeto a carvão mineral que vendeu energia no leilão. O investimento na região da campanha será na ordem de R$2 bilhões com a construção. O novo empreendimento deverá gerar 2 mil empregos diretos e 5 mil indiretos. A previsão da capacidade instalada, em sua primeira fase, será a geração de 340 megawatts (MW) de potência.

Para viabilizar o projeto, a Tractebel vendeu a energia no leilão ao preço de R$201,98 o MW/h. O próximo passo agora é aguardar, por parte do IBAMA, o Programa Básico Ambiental que emite o parecer. Após, irão aguardar a licença para a instalação da usina. Stamm acredita que até o final do primeiro semestre já ocorra a terraplanagem e o acampamento para a realização das obras.

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A inclusão do carvão mineral foi uma constante luta da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Carvão Mineral, a qual presido, assim como, da Associação Brasileira do Carvão Mineral, presidida por Fernando Zancan. Trabalhamos para elevar a geração termelétrica a carvão no Brasil, que hoje não chega a 2,5% da matriz de energia elétrica nacional. Destaco também toda atuação da equipe da Tractebel, ressaltando o trabalho do Diretor Desenvolvimento de Negócios, Hugo Stamm, e do Diretor de Projetos, José Laydner, assim como o envolvimento do Prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador.

A nova usina deverá estar em operação em janeiro de 2019 e será construída pela empresa chinesa SDEPCI, que detém larga experiência na construção e comissionamento de termelétricas com a tecnologia de ponta que será usada na Usina Pampa Sul.

Com esse resultado, o Presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni, afirma que a UTE Pampa Sul é um novo capítulo na história energética do carvão brasileiro e um passo importante para o aproveitamento do potencial existente no Rio Grande do Sul, maior jazida conhecida do Brasil. As termelétricas fornecem segurança e estabilidade ao sistema elétrico nacional, pois independem de condições climáticas para gerar energia. Das opções de insumos existentes, o carvão é o de menor custo e maior abundância, pois o gás natural vindo da Bolívia já está 100% comprometido e a biomassa é intermitente, pois depende dos ciclos agrícolas.

Conforme dados da Tractebel Energia, a UTE Pampa Sul será construída com o que há de mais moderno em termos de tecnologia de combustão do carvão. A principal diferença em relação a outras usinas termelétricas a carvão em operação no Brasil é a utilização de caldeira do tipo Leito Fluidizado Circulante - classificada como tecnologia de combustão limpa de carvão, que apresenta uma maior flexibilidade a variações na qualidade do combustível e é a mais adequada ao carvão da região. A tecnologia de Leito Fluidizado Circulante está enquadrada como tecnologia de combustão limpa do carvão. Já é utilizada em usinas termelétricas da Itália, China, Estados Unidos e México, entre outros países, e garante níveis muito menores de emissão de NOx e SOx.

De acordo com informações da ANEEL , as reservas brasileiras ocupam o 10º lugar no ranking mundial, totalizando 7 bilhões de toneladas. Desse volume de reservas, o Rio Grande do Sul responde por 89,25%; Santa Catarina, 10,41%; Paraná, 0,32%; e São Paulo, 0,02%. Somente a jazida de Candiota possui 38% de todo o carvão nacional.

Portanto, a instalação de unidades geradoras termelétricas a carvão mineral aumentará o grau de confiabilidade do sistema e reduzirá o risco de déficit de energia e a necessidade de importação de energia

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proveniente de outras regiões. Podemos afirmar que é uma grande conquista para o sul do País e para a matriz energética de geração de energia utilizando o carvão mineral, com responsabilidade ambiental, segurança energética e garantindo energia firme. É a garantia de um futuro com emprego, renda, novos negócios e a geração de energia com qualidade.

Sr. Presidente, peço a divulgação deste pronunciamento no programa A Voz do Brasil e nos órgãos de comunicação desta Casa Legislativa.

Era o que eu tinha a manifestar.

Documento 28/150

284.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

09/12/2014-15:48

Publ.: DCD - 10/12/2014

- 116 DR. JORGE SILVA-PROS -ES

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA DISCURSO ENCAMINHADO DISCURSO

Sumário

Considerações acerca das principais tecnologias utilizadas no Brasil para a

geração de energia hidrelétrica. Posicionamento favorável à construção de

reservatórios hídricos para a produção de energia.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO À MESA PARA

PUBLICAÇÃO

O SR. DR. JORGE SILVA (Bloco/PROS-ES. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os baixos níveis de água

da maioria dos reservatórios nas regiões central e sudeste do País, em

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decorrência de um ano hidrológico desfavorável, colocam em evidência

novamente a questão da construção de usinas hidrelétricas com ou sem

reservatório.

Como se sabe, a energia hidrelétrica é aquela gerada pelo aproveitamento

hidráulico de um rio, que, no Brasil, ocorre mediante a construção de uma

usina hidrelétrica (UHE), com capacidade instalada superior a 30 MW, ou de

uma pequena central hidrelétrica (PCH), de até 30 MW. Trata-se de uma fonte

renovável de energia, embora isso não signifique que não sejam gerados

impactos com a implantação e operação do aproveitamento hidrelétrico.

As maiores potências hidráulicas do mundo são Estados Unidos, Canadá,

Brasil, Rússia e China. Em nosso País, a grande maioria dos aproveitamentos

compõe um sistema interligado, sendo que o maior potencial ocorre na bacia

do Rio Paraná, em especial na divisa entre Brasil e Paraguai, onde se situa a

segunda maior produtora mundial de energia, a UHE de Itaipu Binacional.

Há uma participação significativa das fontes renováveis na geração de energia

no País, em especial a de origem hidráulica, que responde por mais de 80% da

oferta interna de energia elétrica. Enquanto isso, na média mundial, a

contribuição dessa fonte é de apenas 16%, ou seja, cinco vezes inferior à

nacional.

Assim, o Brasil apresenta uma matriz energética bem mais limpa que a média

mundial. Todavia, mesmo advinda das águas fluviais, uma fonte renovável não

emissora de CO2 - o gás de efeito estufa mais comum, liberado na queima do

petróleo e do carvão -, a energia hidrelétrica não pode ser considerada

totalmente limpa, devido aos inúmeros impactos que provoca, principalmente

pela inundação de uma extensa área.

Com a construção da barragem e o enchimento do reservatório, são afetados

extensos remanescentes de vegetação nativa, em especial as áreas de

preservação permanente, de grande significado ambiental, bem como as terras

mais férteis usadas pelas populações tradicionais, indígenas e quilombolas,

alterando seus modos de produção e de vida. Os reservatórios podem inundar

importantes elementos do patrimônio natural e cultural.

Somem-se os inúmeros impactos sociais advindos das obras de grande porte

implantadas nas regiões mais remotas do País, desprovidas de infraestrutura

para atender ao grande aporte populacional gerado pela nova massa de

trabalhadores. De fato, as medidas mitigadoras e compensatórias mais

dispendiosas estão relacionadas à minimização dos impactos sociais.

Além dos impactos provocados pela implantação do canteiro de obras, das vias

de acesso e das linhas de transmissão, a barragem transforma um ambiente

lótico (de água corrente) em lêntico (de água relativamente parada), com

reflexos tanto a montante quanto a jusante do reservatório. Com o tempo, a

matéria orgânica em decomposição neste último gera o metano, um poderoso

gás de efeito estufa, nos casos em que a vegetação é exuberante e não é

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totalmente retirada antes do alagamento, fato ainda corriqueiro em nosso País.

Também é necessário lembrar que, na via oposta, o próprio reservatório é

gradativamente assoreado pelos processos erosivos existentes na bacia

hidrográfica, provocados, entre outros, pelo desmatamento e pelas más práticas

agrícolas. Não é à toa, portanto, que os aproveitamentos hidrelétricos requerem

profundos estudos nas temáticas econômica, ambiental, social e cultural.

A despeito desses impactos, o Brasil utiliza a energia hidrelétrica desde o final

do século XIX. Mas foi a partir das décadas de 1960/70 que se iniciou a fase

mais importante de construção de UHEs. Quanto às PCHs, disseminaram-se

apenas nas duas últimas décadas, para fazer face aos impactos produzidos

pelos grandes reservatórios.

No sistema de geração de energia hidrelétrica, o Brasil conta hoje com quase

1.000 aproveitamentos instalados, incluindo UHEs e PCHs, que somam mais

de 80 GW. A maior parte dessa energia advém de UHEs que acumulam

grandes volumes de água, como no caso de Sobradinho, cuja área do

reservatório excede a 4 mil km2. Mas os expressivos impactos socioambientais,

dos quais as UHEs de Balbina e Tucuruí são exemplos marcantes, fizeram com

que, em anos mais recentes, fosse dada prioridade aos aproveitamentos

chamados "a fio d'água".

Atualmente, boa parte dos novos aproveitamentos hidrelétricos brasileiros, em

especial as PCHs - mas também UHEs, como a de Belo Monte -, funciona em

regime de fio d'água, ou seja, não possui um reservatório que permita um

grande armazenamento de água, a regularização de seu fluxo e, por efeito, uma

maior segurança hídrica. Em compensação, exatamente pela inexistência de um

reservatório extenso, os impactos socioambientais que os aproveitamentos a fio

d'água provocam são, em geral, bem menores do que os produzidos pelos

dotados de grandes reservatórios.

Ainda assim, construir um aproveitamento a fio d'água significa abrir mão da

manutenção de um volume de água acumulado em uma barragem e, por efeito,

de garantir maior segurança hídrica em épocas de crise. Na minha modesta

opinião, portanto, instalar uma usina hidrelétrica sem barragem é como abdicar

de um poço de petróleo ou abrir mão das riquezas do pré-sal.

Todavia, isso não obsta a realização de uma criteriosa avaliação do

custo/benefício das opções existentes, incluindo todas as variáveis temáticas,

para uma adequada tomada de decisão. Se se optar pela continuidade dos

aproveitamentos a fio d'água, será preciso investir mais em fontes de energia

complementares, em especial as renováveis, como a eólica, a solar e a

biomassa, e até em termelétricas, para acionamento durante as épocas críticas.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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Documento 29/150

289.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

11/12/2014-14:18

Publ.: DCD - 12/12/2014

- 51 DR. ROSINHA-PT -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Artigo Hipocrisia e imbecilidade na oposição no Congresso Nacional, de

autoria do orador, publicado no site Congresso em Foco. Décimo primeiro

balanço do Programa de Aceleração do Crescimento -PAC 2.

O SR. DR. ROSINHA (PT-PR. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.

Creio que o Deputado Nelson Marquezelli, em pouco tempo, demonstrou como se dá a hipocrisia neste Congresso Nacional: sete modificações na LDO por medida provisória. Ou seja, de maneira imposta, ela impõe! As medidas provisórias, se não aprovadas, depois, ainda no Governo Fernando Henrique Cardoso, foram consideradas leis.

Portanto, isso sim é autoritarismo, imposição, o que demonstra a hipocrisia da Oposição do PSDB, do DEM e do PPS. É justamente essa hipocrisia que registro no meu artigo, publicado no site Congresso em Foco. Aliás, Sr. Presidente, peço a V.Exa. que o considere como lido, autorize o seu registro nos Anais desta Casa e a sua divulgação nos meios de comunicação.

A segunda questão que me traz a esta tribuna é que hoje está disponível, no site www.pac.gov.br, o resultado do PAC 2. O PAC 2 concluiu 99,7% das ações e executa pouco mais de 1 trilhão de reais.

"O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) atingirá até 31 de dezembro de 2014 a execução de R$ 1,066 trilhão, o que representa 96,5% do previsto para o período 2011-2014, R$ 1,104 trilhão. As

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ações concluídas atingiram R$ 796,4 bilhões nos seis eixos do PAC 2, 99,7% do valor global previsto a concluir até 2014. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11/12) durante apresentação do 11º Balanço do PAC 2 (...)"

Isso também é importante porque durante a campanha eleitoral uma das críticas que a Oposição fazia era justamente em relação à execução do PAC. E o relatório demonstra que 99,7% dessas ações foram cumpridas e executadas. Eu peço também o registro nos Anais desta Casa do referido relatório.

Quando se fala em hipocrisia aqui na Câmara dos Deputados, pelo comportamento principalmente de Parlamentares da Oposição, às vezes, eu até acho que é pouca coisa. Na mesma semana em que se debateu a questão da mudança da LDO, quando eles iam à tribuna, faziam muitas vezes discursos acusatórios sobre a questão da corrupção e não viam o próprio rabo, foi sequestrada parte dos bens e patrimônio de ex-Parlamentares do DEM, como foi o caso de Paulo Octávio e José Roberto Arruda. A Justiça do Distrito Federal bloqueou 196 milhões e 700 mil reais de 17 pessoas. Também houve bloqueio e foi pedida a restituição de 418 milhões desviados com a fraude da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, em São Paulo. Fraudes em licitações que aconteceram entre 1998 e 2008, todas em gestões do PSDB: Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

Por isso eu digo que é hipocrisia o comportamento de alguns Parlamentares. Eles só enxergam o que querem enxergar, fazem um discurso como se tivessem um passado totalmente inocente, totalmente puro, e só veem o pecado nos demais.

A prova disso é que, no Governo de São Paulo, em relação a essas e outras fraudes, nunca foi permitida a instalação de CPI na Assembleia Legislativa daquele Estado. O PSDB e o DEM jamais permitiram qualquer tipo de investigação. Nenhuma!

Eu quero lembrar que, quando fizeram aqui críticas ao fato de que as pessoas não puderam ir às galerias, o Deputado Vanderlei Macris, que foi Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, não permitia a entrada de pessoas para assistir à sessão naquela Casa. Permitia uma vez ou outra, mas, no geral, não. Isso demonstra novamente o discurso hipócrita da Oposição.

Obrigado, Presidente.

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O ORADOR

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Hipocrisia e imbecilidade na oposição no Congresso Nacional

As melhores definições que encontrei para muitos dos discursos proferidos por parlamentares da oposição nas sessões do Congresso Nacional na semana passada foram hipocrisia e imbecilidade. Hipocrisia no sentido de falsidade, fingimento, falta de sinceridade e dissimulação. Imbecilidade significando a condição de imbecil (idiota).

Somam-se a esses parlamentares alguns outros como compositor Lobão, que foi até Brasília para dar apoio à oposição, aos bagunceiros da galeria do Congresso e ao impeachment de Dilma.

Lobão vai e entra no Congresso para protestar contra o fechamento das galerias, ocorrida no dia 3 passado. O fechamento ocorreu porque as galerias tinham sido tomadas, segundo o presidente Renan Calheiros, por 26 pessoas cujo objetivo era bagunçar. Esses bagunceiros foram apoiados por vários deputados e senadores (Aécio e Aloysio Nunes) do PSDB, DEM, PPS e SD (Solidariedade).

Entre os bagunceiros estavam alguns personagens emblemáticos, como Marcello Reis, que posta nas redes sociais uma foto de uma arma calibre 45 e informa: "Atenção Generais! Para acabar com o terrorismo político no Brasil, só 45 mesmo". Esse elemento, no jargão de repórter policial, já foi denunciado pelo deputado Paulo Pimenta.

Outro invasor das galerias foi Matheus Sathler Garcia, candidato, nas últimas eleições, do PSDB a deputado federal por Brasília. Durante a campanha eleitoral ficou conhecido por, entre outras "pérolas", defender a distribuição de "cartilhas para ensinar meninos a gostar somente de mulheres" e ensinar "as mulheres a serem femininas", segundo o Correio Braziliense. Ele também defendeu a criação do "kit macho" e do "kit fêmea".

Por ser advogado, responde a um processo ético na OAB. É esse tipo de gente que ovaciona Aécio na entrada do Congresso. O pretexto para a bagunça é que apoiavam a oposição que se coloca contra a redução do superávit primário. O que é e para que serve o superávit primário?

O superávit primário é uma "reserva técnica" para pagar dívidas aos banqueiros e financistas. É proibido o uso desse dinheiro para melhorar a saúde, educação, habitação, transportes, etc. do povo brasileiro. Portanto, reduzir o superávit é importante para atender as necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras.

A hipocrisia está no fato de que em 2001 o presidente Fernando Henrique Cardoso mandou Medida Provisória ao Congresso para diminuir o superávit primário. No entanto, nós do PT não fizemos esse escarcéu, até porque sabemos muito bem o significado do superávit

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primário. Sabemos que quem ganha são os banqueiros e especuladores e quem perde é o cidadão e a cidadã que trabalha.

A hipocrisia é também demonstrada por dois outros fatos. Primeiro, o governador Marconi Perillo, do PSDB, mandou Projeto de Lei à Assembleia Legislativa de Goiás para mudar o superávit de R$ 440 milhões para um déficit de R$ 650 milhões. Entendeu: de superávit para déficit. Com a palavra o senhor Aécio.

Segundo: a menina dos olhos do PSDB, Minas Gerais, tinha até o dia 2 de dezembro um déficit de R$ 1.729.952.338,39, quando a Lei Orçamentária previa arrecadar R$ 75 bilhões. Com a correção da inflação chegaria a R$ 77,7 bilhões. Chegou a R$ 63,7 bilhões: 19,1% menos que o previsto. A expectativa de superávit primário era de R$ 2 bilhões. Inverteu-se tudo, é quase esse o valor do déficit. Com a palavra a hipocrisia, digo, o senhor Aécio Neves.

Ainda, oito Estados ultrapassaram o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal: Alagoas (PSDB), Paraíba (PSB), Piauí (PSB), Sergipe (PMDB), Tocantins (PSDB/SD assumiu este ano), Paraná (PSDB), Rio Grande do Norte (DEM) e Santa Catarina (PSD). Nenhum do PT.

Outra linha dos discursos da oposição era o da condenação e o combate à corrupção. Ora, essa é outra hipocrisia. Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) bloqueou R$ 196,7 milhões de 17 pessoas, entre os quais os ex-governadores José Roberto Arruda e Paulo Octavio, ambos do DEM.

Também na semana passada, o Ministério Público de São Paulo ingressou com ação civil pública contra 11 empresas para restituição de R$ 418 milhões aos cofres públicos por irregularidades em contratos de manutenção preventiva de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). As fraudes em licitações ocorreram entre 1998 e 2008, todas em gestões do PSDB (Covas, Serra e Alckmin).

Para finalizar, registro mais uma hipocrisia: após discursos raivosos contra o PT e a presidenta Dilma, os senadores Aécio Neves e Aloysio Nunes não registraram seus votos contrários ao projeto de flexibilização da meta fiscal.

PAC 2 conclui 99,7% das ações e executa R$ 1 trilhão

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) atingirá até 31 de dezembro de 2014 a execução de R$ R$ 1,066 trilhão, o que representa 96,5 % do previsto para o período 2011-2014, R$ 1,104 trilhão. As ações concluídas atingiram R$ 796,4 bilhões nos seis eixos do PAC 2, 99,7 % do valor global previsto concluir até 2014. Os dados

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foram divulgados nesta quinta-feira (11/12) durante apresentação do 11º Balanço do PAC 2 no Palácio do Itamaraty.

Os ministros Miriam Belchior (Planejamento), Paulo Sérgio Passos (Transportes), Edison Lobão (Minas e Energia) participaram do evento realizado em Brasília.

EIXO TRANSPORTES

O Eixo Transportes do PAC 2 concluiu R$ 66,9 bilhões em empreendimentos em todo o País.

Em Rodovias são 5.188 km de obras finalizadas das quais 1.413 km foram concessões. Os destaques são a duplicação da BR-060 (GO), de Goiânia a Jataí, com 315 km e o Arco do Rio de Janeiro - BR-493 (RJ). Também foram construídos 22 km da BR-448 (RS), a Rodovia do Parque, entre Porto Alegre e Sapucaia do Sul, a construção de 4,3 km da Via Expressa ao Porto de Salvador na BR-324 (BA).

Ainda há obras em andamento em 7.002 km, sendo 2.612 km de duplicação e adequação e 4.390 km de construção e pavimentação.

Em Ferrovias, ao longo de quatro anos, 1.088 Km entraram em operação como o trecho de 855 km da Ferrovia Norte-Sul (FNS), de Palmas (TO) a Anápolis (GO) e a extensão de 247 km da Ferronorte, entre Alto Araguaia (MT) e Rondonópolis (MT).

Em Portos, o PAC 2 concluiu 30 empreendimentos, como a ampliação do Cais Comercial do Porto de Vitória, construção dos Terminais de Passageiros de Natal e Recife e dragagens de aprofundamento nos portos de Imbituba (SC), Santos (SP), Natal (RN), Fortaleza (CE), São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Rio de Janeiro (RJ) e Suape (PE).

Na área de Aeroportos, as obras do PAC 2 ampliaram a capacidade de atendimento para 70 milhões de passageiros por ano, com a conclusão de 37 empreendimentos.

Entre as obras que foram concluídas nos aeroportos para facilitar e agilizar o deslocamento de passageiros estão: a reforma do Terminal de Passageiros 2 do Galeão (RJ), a recuperação de pistas e pátios dos aeroportos de Foz do Iguaçu (PR) e Campo Grande (MS), e a construção do Terminal 4 - Guarulhos (SP). E as concessões dos aeroportos de Brasília (DF), Campinas (SP), Guarulhos (SP) e São Gonçalo do Amarante (RN) . Nos aeroportos regionais foram concluídas 15 obras em 11 cidades.

O PAC 2 universalizou ainda o acesso a retroescavadeiras, motoniveladoras e caminhões caçamba em municípios com menos de 50 mil habitantes. Foram entregues 5.071 retroescavadeiras, 5.060

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motoniveladoras e 5.060 caminhões caçamba alcançando toda a meta prevista no Programa.

EIXO ENERGIA

No Eixo Energia, o PAC 2 concluiu R$ 253,3 bilhões de ações em Geração de Energia Elétrica e Petróleo e Gás Natural.

Em Geração, promoveu a entrada de 15.908 MW no parque gerador brasileiro. Entre as usinas que entraram em operação, vale destacar as hidrelétricas de Santo Antônio (3.150 MW), e Jirau (3.750 MW) que ficam no estado de Rondônia. As duas já contam com 51 unidades geradoras totalizando 3.636 MW de capacidade instalada.

Também entraram em operação 108 usinas eólicas, com capacidade instalada de 2.849 MW. Destaque para o início de operação do Complexo Eólico Verace, no Rio Grande do Sul (132 MW).

Estão em construção oito hidrelétricas (18.839 MW), três termelétricas (1.992 MW), 89 usinas eólicas (2.324 MW) e quatro pequenas centrais hidrelétricas (84 MW). Essas diversas fontes de energia aumentarão em 23.239 MW a capacidade de geração de energia do País.

A Usina de Belo Monte, que terá 11.233 MW de capacidade instalada, já está com 62% de execução e a Usina de Teles Pires, no Mato Grosso, está com 97 % de obras executadas.

Para levar toda essa energia aos mercados consumidores foram concluídas 53 linhas de Transmissão de Energia Elétrica, totalizando 19.862 km de extensão e 15 subestações. No PAC 2, 14 leilões viabilizaram a concessão de 26.159 km de novas linhas de transmissão, com investimento previsto de R$ 36,3 bilhões.

No setor de Petróleo e Gás Natural, foram concluídos 28 empreendimentos em exploração e produção de petróleo, 21 em refino e petroquímica, 11 em fertilizantes e gás natural e três em combustíveis renováveis. Foi contratado o financiamento de 426 embarcações e 13 estaleiros.

O Pré-Sal está batendo recordes sucessivos de produção. Em outubro deste ano, a produção alcançou 640 mil barris em um único dia, equivalente a 28% da produção nacional.

Na área de Refino e Petroquímica, destaca-se a entrada em operação em novembro da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, com capacidade para processar 230 mil barris de petróleo por dia.

O Complexo Petroquímico do Rio Janeiro já atingiu 82% de obras executadas. Foram concluídas ainda as obras de modernização e

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melhoria da qualidade das refinarias existentes, com investimentos de mais de R$ 22 bilhões nos quatro anos.

CIDADE MELHOR

O Eixo Cidade Melhor concluiu, com investimentos de R$ 10,7 bilhões, 1.600 empreendimentos de saneamento, incluindo esgotamento sanitário e saneamento integrado. Além disso, foram concluídos 86 empreendimentos de drenagem, 27 de contenção de encostas e 46 de pavimentação.

Em Mobilidade Urbana, foram concluídos, ou estão em fase final de obras, e já operam 31 empreendimentos. Em 2014, destacam-se o trecho Lapa-Retiro da Linha 1 do metrô de Salvador, as Linhas Sul e Centro do metrô de Recife, a Linha Sul do metrô de Fortaleza, os BRTs Leste-Oeste e Norte-Sul, além da Via Mangue, em Recife, os BRTs da Área Central, da Av. Cristiano Machado, da Av. Antônio Carlos, em Belo Horizonte, o BRT Transcarioca, no Rio de Janeiro, o Corredor Mário Andreazza, em Cuiabá, o BRT Eixo Sul, em Brasília, e o trem urbano São Leopoldo-Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre.

Por meio do PAC Cidades Históricas, o Governo Federal disponibilizou R$ 1,6 bilhão para recuperação de monumentos e sítios urbanos de 44 cidades, em 20 estados. Estão em execução, por exemplo, as restaurações da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto (MG) e do Mercado Público de Jaguarão (RS).

COMUNIDADE CIDADÃ

No Eixo Comunidade Cidadã, foram contratadas a construção ou ampliação de 14.448 Unidades Básicas de Saúde (UBS), com investimentos de R$ 3,7 bilhões, em 4.145 municípios de todo o país, das quais 9.002 estão em obras e 3.326 foram concluídas até 2014.

Foram também contratadas 484 Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que terão capacidade mensal de até 3,1 milhões de atendimentos e, desse total, 283 estão em obras e 39 foram concluídas até outubro de 2014.

MINHA CASA, MINHA VIDA

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) concluiu empreendimentos no valor de R$ 449,7 bilhões. Foram contratadas 3,7 milhões de moradias, sendo que 1,87 milhão já foram entregues. São mais de sete milhões de pessoas beneficiadas, quase três vezes a população de Belo Horizonte (MG).

ÁGUA E LUZ PARA TODOS

Page 71: Discursos em plenário

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No Eixo Água e Luz Para Todos foram concluídas ações no valor de R$ 10,3 bilhões.

No PAC 2, foram realizados mais de 538 mil ligações de energia elétrica para 2 milhões de pessoas que vivem no campo, em assentamentos da reforma agrária, aldeias indígenas, comunidades quilombolas e ribeirinhas. Desse total, mais de 205 mil pessoas são beneficiárias do Programa Brasil Sem Miséria.

Em Recursos Hídricos, mais de 238 localidades tiveram sistemas de abastecimento de água implantados e foram construídos 58 sistemas de esgotamento sanitário. Estão concluídos 1.150 empreendimentos, que melhoraram o sistema de abastecimento de água em áreas urbanas e 32 empreendimentos de recursos hídricos para combater a escassez de água no Nordeste brasileiro.

A Integração do Rio São Francisco, maior obra hídrica do Brasil com 477 km de extensão, iniciou o bombeamento de água no Eixo Leste. No Eixo Norte, as obras estão com 68% executadas. No Eixo Leste, progrediram para 67% no mesmo período. O Projeto atualmente emprega mais de 11 mil trabalhadores e 3.800 mil máquinas estão em operação.

Documento 30/150

289.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

11/12/2014-17:24

Publ.: DCD -

12/12/2014 - 81 ZÉ GERALDO-PT -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

COMUNICAÇÃO PARLAMENTAR DISCURSO

Sumário

Anúncio de diplomação do orador como Deputado Federal pelo Tribunal

Regional Eleitoral do Pará. Defesa de ampliação do número de agências do

INSS e da rede bancária no Estado do Pará. Solicitação à Presidenta Dilma

Rousseff de inclusão dos investimentos de infraestrutura para as pontes,

estradas e assentamentos de reforma agrária no Programa de Aceleração de

Page 72: Discursos em plenário

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Crescimento.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos aqueles que me ouvem neste momento, na próxima semana, mais precisamente na próxima sexta-feira, será feita no Pará a diplomação dos próximos Deputados Estaduais e Deputados Federais. Entre outros, eu estarei lá, sendo diplomado pela sexta vez: duas vezes Deputado Estadual e quatro vezes Deputado Federal.

Graças à atenção da Justiça Eleitoral, tive minhas prestações de contas todas aprovadas. Naturalmente, virou uma dor de cabeça muito grande para quem disputa uma eleição cuidar da prestação de contas, tamanhas as exigências, muitas vezes desnecessárias, da Justiça Eleitoral, que, muitas vezes, não tem um corpo técnico capaz de cumprir a própria legislação.

Vou atuar aqui por mais 4 anos em defesa do povo brasileiro e em defesa do povo do meu Estado, o Pará. Quando vim para cá, há 12 anos - fui eleito no mesmo ano em que o Presidente Lula -, estabeleci como determinação lutar para levar infraestrutura ao Pará, o segundo maior Estado do Brasil territorialmente e um dos maiores do mundo.

Nós tínhamos no Pará mais de 4 mil quilômetros de rodovias federais no barro e na poeira, as quais estavam havia 20 anos sem nem contrato de conservação. A Belém-Brasília, construída pelo Presidente Juscelino Kubitschek, era uma buraqueira só. Quando eu vim tomar posse, vim dirigindo um carro, um Gol, e não consegui fazer uma média maior que 40 quilômetros por hora de Belém a Anápolis.

Mas o problema não eram só as rodovias, Deputado Paxiuba, que preside a Mesa e é lá de Itaituba. Havia ainda outros: a falta de energia; a falta de agências bancárias, de agências do INSS, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, dos Correios; a falta de universidades; a falta de prédios do serviço público federal, como a própria Polícia Federal, e outras agências.

Depois de 12 anos, felizmente, com as tomadas de decisões corajosas do Presidente Lula e também da Presidenta Dilma, um Estado de dimensão continental como o Pará tem mais de 70% das áreas rurais eletrificadas. Mas ainda falta chegar energia ao interior para 200 mil famílias. Vou pedir à Presidenta Dilma que, ainda este ano, prorrogue o Programa Luz para Todos por mais 2 anos, 3 anos, 4 anos, porque, dessas 200 mil famílias que ainda estão sem energia nas áreas rurais no Estado do Pará, aproximadamente 30 mil estão nas chamadas áreas isoladas, em que não chegará a energia produzida pela Hidrelétrica de Tucuruí. Basta levar os postos e fios, e a energia chega lá. Deveremos ter outras fontes de energia: uma delas é a energia

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solar, embora não seja apenas essa.

Quero dizer que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal precisam dispensar mais recursos para a construção de suas agências, já que, agora, milhares de pessoas que não tinham acesso a bancos têm vários cartões para receber os benefícios pagos pelos programas sociais.

O Município Jacareacanga localiza-se na divisa com o Estado do Amazonas. Do Município de Itaituba até chegar lá, rodando pela Transamazônica, são aproximadamente 360 quilômetros, e não existe sequer uma agência bancária: nem Banco do Brasil, nem Banco da Amazônia, nem Caixa Econômica Federal, nem do BRADESCO, nem do Itaú, nem coisa nenhuma. Na hora de receber recursos, fazer pagamentos, fazer transações financeiras, é uma dificuldade inimaginável.

No Município de Prainha, que fica a quase 200 quilômetros de Monte Alegre, não existe nenhuma agência bancária. Na Ilha de Marajó, onde há um programa por decisão do Governo, a maioria das cidades também não conta com agências bancárias.

Demorei 3 anos para ajudar a implantar uma agência do Banco do Brasil no Município de Gurupá. Foi uma festa. Vocês não sabem, povo brasileiro, como aquela agência do Banco do Brasil foi festejada, nem imaginam o conforto que proporcionou à população. O Prefeito, quando tinha que receber o dinheiro do Fundo de Participação dos Municípios, viajava 4 horas de lancha para Breves, ou 3 horas para Almeirim, no Rio Amazonas, várias vezes correndo o risco de ser assaltado.

Temos que construir as agências do INSS. Estamos há 4 anos trabalhando na implantação dessas agências, aproximadamente 80. O Governo decidiu de forma correta que os Municípios com mais de 20 mil habitantes no Pará terão agências. Neste final de ano, temos 40 Municípios com os projetos prontos para ser licitados, mas precisamos articular orçamento.

E não é só isso. As agências que estão ficando prontas estão e ficarão fechadas até que o Governo faça um concurso para contratar funcionários para trabalhar nelas. No momento, o Pará precisa de aproximadamente 300 funcionários, fora médicos peritos para atuar nas agências.

Estamos com uma agência em Novo Progresso, no meio da BR-163. Apesar disso, as pessoas que moram em Novo Progresso, para terem acesso a um benefício previdenciário, precisam viajar 500 quilômetros de carro para chegar a Itaituba, no Pará, ou a Guarantã, no Mato Grosso. Essa, talvez, seja a primeira agência mais próxima. Em Óbidos, é preciso andar uma noite de barco para chegar a Santarém.

Page 74: Discursos em plenário

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Em Almeirim não é diferente. E de Gurupá leva-se um dia e uma noite de barco, e assim por diante. Mas construímos uma agência em Porto de Moz, e hoje ninguém precisa fazer mais isso.

Então, a minha grande tarefa é continuar mais 4 anos dialogando com o Governo Federal para que nós possamos realmente desenvolver essas políticas.

Para terminar, Sr. Presidente, quero dizer que, se o Brasil nem tem muita necessidade do INCRA e do MDA em alguns Estados, o Pará precisa.

A política de reforma agrária está paralisada, no mínimo, há uns 8 anos no Estado do Pará. Assentamentos que existem há 20 anos, porque vêm de outros Governos, ainda não foram emancipados.

Quanto às estradas, quando o Orçamento Geral da União aprova 200 milhões, é para dividir entre 27 ou 30 superintendências, e chega um pouquinho de dinheiro para uma superintendência como a de Marabá, que tem 500 assentamentos de reforma agrária e precisaria, sozinha, receber 200 milhões, para que em 5 ou 6 anos nós tivéssemos lá a correção de um passivo que vem desde a época dos militares - porque a rodovia Transamazônica foi aberta exatamente no Governo do Presidente Médici, indo desde o Araguaia até a divisa do Amazonas, somando mais de 1.600 quilômetros. Ao lado dessa rodovia foi feita a colonização, que ainda está incompleta.

Temos que elogiar vários programas, inclusive o PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Mais Alimentos, o Luz para Todos e outros, mas tenho dito que a Presidenta Dilma precisa colocar nossas carências no PAC - Programa de Aceleração do Crescimento, já que tanta coisa está no PAC. Graças ao PAC, têm sido construídas rodovias, hidrelétricas e tantas outras obras, porque, se dependesse de emenda de bancada, o Pará demoraria 100 anos para asfaltar a Transamazônica e a Cuiabá-Santarém.

Tenho proposto que quem tem que liderar isso é o INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e o MDA - Ministério de Desenvolvimento Agrário.

Quero pedir à Presidenta Dilma - nossa bancada do Pará, o núcleo agrário - que a infraestrutura de estradas e pontes dos assentamentos de reforma agrária no Brasil seja incluída no PAC, porque aí nós vamos ter dinheiro. Assim como temos dinheiro para gastar 1 bilhão ou 200 milhões para fazer uma ponte para atravessar um rio, como o Xingu e outros rios, nós teremos também 1 bilhão, 2 bilhões, 3 bilhões para refazer todas as pontes de madeira feitas há 10 anos, 20 anos, 30 anos, 40 anos e que estão caindo.

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Hoje, nem madeira existe mais, e quando existe não pode ser derrubada, porque o IBAMA não deixa. Não existe mais madeira. Então, temos que fazer ponte de concreto; e não se faz infraestrutura de estradas em assentamentos com esses recursos que recebemos nesses últimos anos.

Portanto, para terminar, quero dizer que nos próximos 4 anos vou procurar interagir, cada vez mais, para que o meu Estado do Pará, de dimensões continentais, que está construindo grandes hidrelétricas, como Belo Monte, e construirá outras, asfaltando as grandes rodovias também, receba atenção, especialmente voltada para essas obras que vão beneficiar o nosso povo, que, muitas vezes, acorda às 5 horas ou 6 horas da manhã, ou ainda muito mais cedo, vai dormir na cidade para fazer uma fila na porta de um caixa eletrônico e receber benefícios pagos pelos programas sociais tão importantes que a Presidente Dilma e o Presidente Lula criaram. Mas os nossos bancos públicos, principalmente a Caixa Econômica e o Banco do Brasil, precisam construir agências em todos os Municípios do Estado do Pará, e onde uma não dá, duas não dão precisam construir mais.

Era isso que queria deixar registrado nesta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Dudimar Paxiuba) - A Mesa cumprimenta o Deputado Zé Geraldo pela importância dos temas abordados em seu discurso.

Documento 31/150

293.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

16/12/2014-20:20

Publ.: DCD - 17/12/2014 -

269 NELSON MARQUEZELLI-PTB -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Expectativa de apreciação pela Casa de projeto de decreto legislativo que susta

efeitos de portaria da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL sobre a

transferência da manutenção da iluminação pública aos Municípios.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão

Page 76: Discursos em plenário

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do orador.) - Sr. Presidente, nós temos a possibilidade de apreciar amanhã um decreto legislativo que termina definitivamente com essa arbitrariedade da ANEEL.

Nenhum Município brasileiro - não é só da Bahia, não! - com menos de 100 mil habitantes terá condições de suportar essa arbitrariedade que se faz, para que todas as Prefeituras arquem com o controle da iluminação pública. Isso é um absurdo!

As Prefeituras de Municípios menores, com 25 a 30 mil habitantes, não têm condições sequer de ajudar na saúde, ajudar na infraestrutura, pagar os seus compromissos com os seus funcionários - muitas estão com saldos devedores, com dificuldades -, e o Governo Federal quer transferir aos Municípios a obrigatoriedade de cuidar da iluminação pública?

Esta Casa precisa reagir! Nós não podemos concordar com esse absurdo. Isso é lamentável. Esse decreto Legislativo pode ser apreciado amanhã.

O SR. PEPE VARGAS (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, só para registrar que na votação anterior o Deputado Pepe Vargas votou de acordo com a orientação do partido.

O SR. NELSON MARQUEZELLI - Seria bom que as Lideranças se inteirassem do decreto legislativo que suspende a portaria da ANEEL. Dia 31 de dezembro é o prazo final. Se nós não formos rápidos, provavelmente o ano que vem vai ser o de maior crise dos Municípios brasileiros. Somente Municípios acima de 200 mil habitantes provavelmente terão condições; os abaixo disso quebram todos. Não têm condições de suportar a iluminação pública por sua conta.

Documento 32/150

294.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

16/12/2014-22:18

Publ.: DCD - 17/12/2014 -

469 ESPERIDIÃO AMIN-PP -SC

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Conveniência da prorrogação do prazo para apresentação de emendas ao

Orçamento da União em virtude da ausência de energia no Anexo IV.

Page 77: Discursos em plenário

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O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco/PP-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, estamos aí com a presença do Senador Romero Jucá.

Eu queria retomar aquele assunto relacionado ao prazo das emendas.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Eu estou preocupado porque o Presidente Devanir Ribeiro esteve aqui e não manifestou nenhuma concordância em relação a isso. O Deputado Devanir está aqui. É S.Exa. quem decide. S.Exa. está aqui com o Deputado Givaldo Carimbão. A decisão é dele.

O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Então, eu gostaria que o Deputado Devanir Ribeiro viesse à tribuna dizer qual é a sua posição a respeito do prazo das emendas.

Eu ponderei aqui, antes das 23h59min, que o Anexo IV estava sem luz, o Anexo I estava sem energia elétrica, a Chapelaria estava inundada, intransitável, e ainda está, pelo que eu sei.

Então, o que pedimos?

O Relator, mesmo sendo Senador, usou da palavra.

Documento 33/150

294.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

16/12/2014-22:18

Publ.: DCD - 17/12/2014 -

469 DEVANIR RIBEIRO-PT -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Esclarecimentos sobre a solicitação por Deputados de prorrogação do prazo de

apresentação de emendas orçamentárias ao projeto de Lei Orçamentária de

2015.

O SR. DEVANIR RIBEIRO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu falei com V.Exa. há pouco e com o Relator.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - É importante essa informação das emendas.

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Quais foram os Parlamentares, para exemplo apenas, aqui presentes, que não encaminharam as suas emendas, sabendo que o prazo era até hoje? Todos encaminharam?

O SR. JOSÉ CARLOS ARAÚJO (PSD-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Não, Sr. Presidente.

O SR. DEVANIR RIBEIRO - Quase todos encaminharam.

O SR. JORGE BOEIRA (Bloco/PP-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Comissão de Orçamento está repleta de Deputados e assessores de Deputados neste momento tentando encaminhar as suas emendas. Eu tive a oportunidade, através dos computadores da Liderança, de encaminhar às 11h56min, mas há Deputados nesta Casa que ainda não conseguiram fazer o encaminhamento via sistema. Eu sugiro que, de fato, o prazo seja prorrogado.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - O.k.

O SR. DEVANIR RIBEIRO - Sr. Presidente, todo mundo quer que se prorrogue. Acontece que - estou aqui com os técnicos -, se prorrogar para amanhã, ao meio-dia, não terá como compilar e dar seguimento. É um problema técnico. Não adianta dizer que será amanha ao meio-dia. Desde o início da semana, foi avisado que seria hoje até a meia-noite, e não tinha falta de energia. Então, cada um precisa se responsabilizar pelo que faz.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Um apelo apenas: até às 10 horas da manhã, pelo menos?

O SR. DEVANIR RIBEIRO - Se depois não houver condições, eu não me responsabilizo pelo que vai ser executado. Se não houver condições técnicas, nós não vamos votar o Orçamento.

O SR. JOSÉ CARLOS ARAÚJO - Sr. Presidente, sou coordenador da bancada da Bahia. Vão se prejudicar 39 Deputados e 3 Senadores, porque o serviço caiu três vezes. Faltou três vezes luz no Anexo III, que continua sem luz.

O SR. DEVANIR RIBEIRO - Faltam quatro bancadas para as emendas de bancada.

O SR. JOSÉ CARLOS ARAÚJO - Por favor, eu estou com a palavra! Sr. Presidente, garanta-me a palavra.

O SR. DEVANIR RIBEIRO - Já são 24h20min. Então, até às 3 da manhã dá tempo de apresentar. Já voltou a energia. Os técnicos vão

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trabalhar sábado e domingo para podermos começar a trabalhar.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Até às 8 horas da manhã não vai alterar.

O SR. DEVANIR RIBEIRO - Até às 3 horas da manhã dá para fazer.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Até às 8 horas da manhã não vai alterar.

O SR. JORGE BOEIRA - É claro que não.

O SR. JOSÉ CARLOS ARAÚJO - Nós precisamos de até o meio-dia, no mínimo, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Até às 8 horas da manhã?

O SR. DEVANIR RIBEIRO - Tudo bem, só que - vou dizer mais uma vez -, se depois não der para fazer os trabalhos técnicos, não venham responsabilizar a Presidência nem o Presidente do Senado.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Se não convencer o Presidente, não vai adiantar, porque quem decide é ele. Eu estou fazendo um apelo a ele...

O SR. DEVANIR RIBEIRO - Até às 8 horas da manhã?

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Até às 8 horas da manhã.

Então, os Srs. Parlamentares cuidem disso até às 8 horas, prazo improrrogável.

O SR. DEVANIR RIBEIRO - Até às 8 horas da manhã.

Há uma semana se avisou a todos que era hoje, até à meia-noite.

O SR. AFONSO FLORENCE - Se os obstáculos que existiram até o momento...

O SR. DEVANIR RIBEIRO - Amanhã até às 8 horas não tem... Aí vai faltar energia outra vez. Espero que não falte.

Documento 34/150

294.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - 16/12/2014-

Page 80: Discursos em plenário

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CD 22:18

Publ.: DCD - 17/12/2014 -

483 JOSÉ CARLOS ARAÚJO-PSD -BA

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Comunicação à Presidência de falta de energia elétrica no edifício Anexo IV da

Casa.

O SR. JOSÉ CARLOS ARAÚJO (PSD-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, registro, pela bancada baiana, que o Anexo IV continua às escuras, continua sem luz. É o registro da bancada baiana.

Documento 35/150

299.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

18/12/2014-14:33

Publ.: DCD - 19/12/2014 -

61 WELITON PRADO-PT -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS PEQUENO EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Balanço das atividades parlamentares do orador na presente sessão legislativa.

Anúncio de lançamento de campanha a favor da redução do ICMS cobrado no

Estado de Minas Gerais nas contas de energia elétrica. Votos de feliz Natal e

próspero Ano-Novo. Congratulações ao Deputado Inocêncio Oliveira pela

atuação parlamentar.

O SR. WELITON PRADO (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, agradeço ao Deputado Renato Simões.

Este final de ano foi realmente muito extenso e com muito trabalho. Eu

Page 81: Discursos em plenário

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fui Relator do Orçamento na área do PAC e do Programa Minha Casa, Minha Vida no ano de 2014.

Conseguimos garantir um grande volume de recursos para Minas Gerais, inclusive uma verba em torno de R$20 milhões para a ampliação da sede da Justiça Federal, em Uberlândia, que atende a mais de 40 Municípios, principalmente a pessoas simples e humildes em processos de aposentadoria.

Para a construção da sede do Ministério Público do Trabalho foram R$6,5 milhões. Inclusive, ele faz conciliações com empresas. As multas vão para projetos sociais. Foram mais de 10 milhões de reais para várias entidades que lidam com crianças, adolescentes e deficientes físicos. É um trabalho realmente belíssimo do Ministério Público do Trabalho.

Garantimos mais de R$10 milhões para a construção da primeira Delegacia da Capitania dos Portos, na cidade de Uberlândia, para atender a todo o Estado de Minas Gerais, e para a construção da Capitania da Marinha, na cidade de Lagoa Santa.

Houve a construção, também, de um grande número de academias ao ar livre para a prática de exercícios. Só em Uberlândia foram 40; na região e no Estado, atendemos aproximadamente a 100 Municípios, juntamente com o Deputado Elismar Prado.

Garantimos recursos, também em parceria com o Deputado Elismar Prado, para a reforma da sede da Defensoria Pública, na cidade de Uberlândia.

Garantimos recursos também para a reforma da sede da Pastoral da Criança, em Uberlândia, que faz um trabalho realmente muito bonito.

Conseguimos garantir, e aprovei no Orçamento deste ano para o ano que vem, em torno de 2 milhões de reais para o Hospital do Câncer de Uberlândia, que atende a toda a região e ao Estado de Minas Gerais, inclusive na área de oncologia infantil. São mais de R$4 milhões que nós colocamos para a saúde e para a compra de equipamentos. Estão sendo construídas três UPAs na cidade de Uberlândia. Podemos atender aí a toda a região com esses recursos.

Colocamos mais de 1 milhão de reais na área de esportes e colocamos recursos na área da agricultura.

Enfim, nós aprovamos um grande volume de recursos para o Estado, que já estão sendo liberados.

Há outras vitórias que eu não poderia deixar de mencionar, como a de maior investimento na área da saúde de todo o interior do Brasil. Nós

Page 82: Discursos em plenário

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conseguimos mais de R$100 milhões para a construção do novo Pronto-Socorro da Universidade Federal de Uberlândia. Vai ser um investimento muito grande, com novos leitos de UTI e centros cirúrgicos para atendimento também de toda a região do Pontal do Triângulo e do Alto Paranaíba. São mais de R$100 milhões os recursos para o novo Pronto-Socorro da Universidade Federal de Uberlândia.

Além disso, garantimos recursos para as Santas Casas de Araguari, de Ituiutaba e de várias outras cidades. Também para Ituiutaba, garantimos um grande volume de recursos para o Hospital São José. Já foram liberados mais de meio milhão de reais no Orçamento deste ano, sendo que também colocamos mais recursos para o ano que vem.

Eu fico realmente muito feliz porque foi um ano de muito trabalho e muita dedicação. Eu fui um dos Deputados que mais liberou recursos no Orçamento.

Também há o nosso trabalho na área de defesa do consumidor, do qual não abrimos mão de jeito nenhum. Com relação às altas tarifas de energia elétrica, entramos, junto à ANEEL, com um grande número de processos e ações contra a CEMIG.

Nós ainda vamos lançar um grande movimento no ano que vem em relação à questão do ICMS. Minas Gerais cobra o ICMS mais alto do Brasil nas contas de energia, que chega a 43% para as residências. Vamos fazer uma campanha pela redução do ICMS na conta de energia elétrica. A energia elétrica é um bem essencial à vida e não pode ser tratada, de maneira nenhuma, como mera mercadoria. É um verdadeiro abuso o ICMS cobrado nas contas de luz no Estado de Minas Gerais.

Há ainda a nossa defesa dos servidores da Fazenda. Nós fizemos várias ações, como uma emenda à PEC 186 e uma emenda à PEC 391.

Fizemos também uma série de ações em defesa dos professores. Em Minas Gerais, infelizmente, até hoje os professores não recebem o piso nacional. Há uma grande revolta entre os servidores públicos de Minas Gerais, não só da educação, mas também da segurança pública.

Vamos continuar atentos e vigilantes. E vamos lançar essa grande campanha pela redução do ICMS na tarifa de energia em Minas Gerais.

Quero agradecer a todos e desejar um feliz Natal, um feliz Ano-Novo, com muita saúde, paz e realizações. Fiquem com Deus. Desejo que tenham tudo de bom.

Sr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira, parabéns por sua

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trajetória brilhante em prol do povo brasileiro.

Gostaria que o meu pronunciamento fosse amplamente divulgado no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Agradeço ao ilustre Deputado Weliton Prado pelos elogios.

Documento 36/150

301.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

22/12/2014-16:30

Publ.: DCD - 23/12/2014 -

28 EDIO LOPES-PMDB -RR

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Crise no setor de energia elétrica do Estado de Roraima. Protesto contra a

suspensão das obras de interligação de Roraima com o Sistema Tucuruí.

O SR. EDIO LOPES (PMDB-RR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós voltamos à tribuna desta Casa uma vez mais para falar da eterna crise de energia elétrica por que passa Roraima.

Roraima, ao longo da sua história, tem sido vítima de um processo perverso quando se trata do fornecimento de energia elétrica àquela Unidade da Federação. Nos tempos passados, Roraima era 100% abastecida com energia gerada por motores a diesel. Depois, lá pela década de 1990, o Governo entendeu de fazer um contrato internacional com a Venezuela para que aquele país, que à época tinha energia em abundância, pudesse suprir as necessidades do Estado de Roraima. Ainda no Governo de Fernando Henrique Cardoso se consolidou esse tratado internacional no qual a Venezuela se obrigava a entregar na fronteira entre os dois países, em Roraima, na cidade de Santa Elena de Uairén, 200 megawatts de energia, que seriam disponibilizados para o nosso Estado.

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Naquele momento, o consumo de energia do Estado de Roraima, ou pelo menos o de Boa Vista, a parte que poderia receber essa energia, haja vista que quase todo o interior não tinha redes de transmissão, era muito aquém daquela quantidade que o Brasil estava comprando.

O Brasil honrou seu contrato. Aliás, um contrato questionável sobre diversos aspectos, mesmo porque o Brasil acabou custeando grande parte da rede elétrica do outro lado, na Venezuela, a custo zero. O sul da Venezuela não dispunha de energia, e foi esse contrato com o Brasil que permitiu as redes de transmissão elétrica das usinas de Macágua I, II e III, na Venezuela, atravessarem todo o sul daquele país e chegarem até Roraima.

Além disso, Sr. Presidente, é sabido que o Brasil paga uma relativa fortuna à Venezuela, por conta de uma cláusula que questionamos, desde o princípio, de manutenção da rede elétrica do lado Venezuelano.

Mas se tudo isso resultasse no efetivo fornecimento de energia elétrica para o meu Estado, talvez o mal fosse menor. Acontece, Sr. Presidente, que há anos - há mais de 5 anos, 6 anos - a Venezuela não tem honrado os compromissos com o Brasil. Nós sabemos que a Venezuela passa por um dos mais terríveis momentos de sucateamento de toda a sua infraestrutura, por conta da política de isolamento levada pelo chamado governo bolivariano, mas isso é uma questão interna do nosso país vizinho.

Nós aqui lamentamos e pedimos providências, porque, apesar de a Venezuela não fornecer a quantidade de energia contratada, há indícios sérios de que o Brasil, que ultimamente tem posado de grande paizão de alguns países latino-americanos, tem pagado na íntegra o custo da fatura do fornecimento contratado, de 200 megawatts. Repito: hoje a Venezuela, às vezes, não fornece sequer 50 megawatts de energia para Boa Vista, o que levou a ELETRONORTE a reinstalar em Roraima um enorme parque de motores movidos a diesel para suprir a necessidade do nosso Estado.

Mas o nosso drama não termina aí. Nós temos hoje um parque termoelétrico em Boa Vista que deixa a desejar pelos constantes e imprevistos cortes de energia e pagamos seguramente a energia mais cara do Brasil. Tudo isso por conta de uma política, de um planejamento inexistente ao longo de décadas para o meu Estado.

De repente, surge uma grande alternativa para resolvermos em definitivo essa questão, mesmo porque Roraima hoje é o único Estado isolado do sistema energético nacional: a interligação de Roraima ao Sistema Tucuruí. A obra foi licitada há 2 anos, as obras foram iniciadas, mas eis que, novamente, Sr. Presidente, parece que tudo conspira

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contra o desenvolvimento do meu Estado.

Essa rede de Tucuruí, que serviria para resolver em definitivo a questão do fornecimento de energia elétrica em Roraima, tem que atravessar a Área Indígena Waimiri Atroari. E aí a coisa emperra de novo. O Ministério Público Federal, que, em muitas questões, a título de garantir os direitos constitucionais dos povos indígenas do Brasil, grandes serviços tem feito nesse sentido, não negamos, às vezes tem uma visão vesga. Ora, a BR-174 atravessa toda a Área Indígena Waimiri Atroari no sentido Manaus-Boa Vista e, como em todas as BRs, nós temos a chamada faixa de domínio nas laterais da rodovia. Ora, a faixa de domínio, por lei, é uma área de domínio da União e, por conseguinte, o é toda a terra indígena, independente de onde esteja.

Apesar disso, de repente, o Ministério Público, no intuito de defender os direitos daquela etnia, consegue, junto à Justiça Federal do Amazonas, uma decisão suspendendo os trabalhos da construção da linha de transmissão de energia oriunda de Tucuruí e interligando Manaus a Boa Vista, o que resolveria em definitivo o problema energético do nosso Estado.

Nós só temos a lamentar. Ora, a BR-174 já atravessa essa terra indígena! O linhão estava para ser construído dentro da faixa de domínio, uma área legal, uma área que, pela lei, já pertence ao domínio da rodovia!

Estranhamente, 2 anos depois da licitação, após iniciada e já executada grande parte dos serviços tanto do lado de Roraima quanto do lado do Amazonas, o Ministério Público pede, e a Justiça concede, a suspensão dessa obra que seria, sem dúvida alguma, a redenção ou, pelo menos, o horizonte de desenvolvimento do nosso Estado.

O nosso Estado, por conta das imensas áreas de preservação ambiental, hoje é um Estado incapacitado para desenvolver uma política de produção, sobretudo na área rural, na área da agropecuária.

Aqui, Sr. Presidente, ficamos nós novamente a mercê da boa vontade das instituições nacionais, neste caso, da Justiça Federal, que não mede esforços quando é para emperrar qualquer projeto de desenvolvimento do nosso Estado.

Ficam aqui o nosso protesto e também o nosso alerta, porque o Estado de Roraima está cansado de sofrer esse tipo de processo por conta da União Federal.

Ora é o Executivo, ora é o Judiciário, mas todos, nos parece, conspiram permanentemente contra o possível desenvolvimento daquela unidade nacional.

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A bem da verdade, Sr. Presidente, 86% do território do Estado de Roraima é intocado. A reserva ambiental é absoluta, talvez maior do que em Roraima, só no Estado do Amazonas, em termos percentuais. Só que o Amazonas tem a Zona Franca de Manaus como vertente econômica definida e consolidada, e Roraima ainda está à procura do caminho que o levará ao desenvolvimento seguro.

Era isto, Sr. Presidente.

Muito obrigado aos que me viram e ouviram nesta tarde na tribuna desta Casa.

Documento 37/150

001.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

03/02/2015-16:02

Publ.: DCD - 04/02/2015

- 76 ZÉ SILVA-SD -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS

GRANDE EXPEDIENTE GRANDE EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Agradecimento ao povo do Estado de Minas Gerais pela reeleição do orador.

Saudações aos novos Deputados da Casa. Compromisso parlamentar do orador

em defesa dos agricultores e extensionistas rurais. Conquistas e demandas da

população rural no País, em especial no Estado de Minas Gerais. Empenho

pela conclusão das obras da Barragem de Berizal e das BRs 251 e 367, em

Minas Gerais. Defesa de adoção de moderno cartão digital trabalhista, em

substituição à antiga Carteira de Trabalho. Reiteração do compromisso pela

implantação de políticas públicas de modernização do campo brasileiro.

Importância da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural -

ANATER. Solicitação à Presidenta Dilma Rousseff de imediata nomeação da

diretoria da Agência.

O SR. ZÉ SILVA (Bloco/SD-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, povo brasileiro, é uma honra nesta primeira semana já estar aqui para falar sobre as causas que nós

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defendemos no Parlamento.

Quero iniciar, agradecendo, de maneira especial, a todos os mineiros, mineiras e geraizeiros que nos confiaram a tarefa de estar aqui, nesta tribuna do Congresso Nacional, para defender as causas e a transformação de Minas e do Brasil. Isso me honra muito!

Quero agradecer aos Parlamentares que aqui estão chegando, aqueles que são novos, mas que já emprestaram sua competência a esta Casa. Quero destacar aqui o meu eterno Secretário de Agricultura, Deputado Odelmo Leão, e o nosso Prefeito de Sete Lagoas, Marcio Reinaldo, grandes inspiradores da nossa vinda a esta Casa.

Cumprimento também os jovens Parlamentares, como o Deputado Caio Narcio, que vem engrandecer esta Casa; os Parlamentares que vêm fortalecer a nossa causa da assistência técnica, da extensão rural, como o nobre Deputado Evair de Melo, que veio da extensão rural, Presidente do INCAPER, no Espírito Santo. Então, nas pessoas desses Parlamentares e da Deputada Tereza, quero agradecer.

Quero dizer que o nosso mandato foi conquistado com a agricultura familiar, com os extensionistas mineiros, com os presidentes de associações, sindicatos e cooperativas e com a juventude, a quem nós queremos agradecer e dizer, com alegria, que, neste nosso primeiro momento em que ocupamos a tribuna, nós temos a honra dos votos de 109.925 mineiros que nos colocaram novamente aqui no Parlamento.

No trabalho do nosso primeiro mandato, quando aqui cheguei com muitos sonhos trazidos na bagagem de Minas, grande parte desses sonhos nós transformamos em proposições, em projetos de lei. Alguns já tramitaram e já fazem parte das transformações que o Brasil demanda a todos nós, brasileiros, especialmente a nós Parlamentares. Algumas dessas causas e desses desafios seguirão na nossa trajetória aqui no segundo mandato.

Fiquei 2 anos aqui neste Parlamento, e, depois, com muita honra, fui convidado pelo Governador Anastasia para servir ao meu Estado como Secretário de Estado do Trabalho e de Emprego. O capital e o trabalho nós procuramos conciliar da melhor maneira, para que Minas pudesse continuar sendo um Estado bom para se viver, para se morar.

Quando voltava para o Parlamento, eis que novamente fui convidado a ocupar, e ocupei, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, onde também tivemos muitas conquistas. É aquilo que disse o Deputado Alceu Moreira, Deputado combativo, que fala forte aqui, um grande gaúcho: nós fizemos um planejamento estratégico da agricultura mineira pensando até o ano de 2030, porque a agricultura, o tempo, as questões climáticas não podem esperar a burocracia do Parlamento e do Poder Executivo. Então, com a agenda estratégica,

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nós pudemos aprender muito e planejar a agricultura mineira já pensando nas próximas décadas.

Então, por isso, neste nosso pronunciamento, eu quero aqui elencar algumas das conquistas do nosso mandato aqui nesta Casa, as conquistas da causa que nós defendemos, de transformar Minas Gerais, de transformar o Brasil a partir do campo.

Sabemos, Sr. Presidente, que nós, da roça, do campo, sempre ficamos com o que sobra. Não são as populações das cidades que estão erradas, mas somos nós, do campo, que ficamos em segundo plano, sempre! As conquistas só chegam por último ao campo.

A nossa primeira grande conquista foi criar a Subcomissão da Agricultura Familiar da Extensão Rural e das Energias Renováveis. Essa Subcomissão foi a arena para a qual nós convidamos todas as organizações de agricultores, extensionistas, produtores rurais; e, ali, junto com a ASBRAER - Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural, com a CONTAG - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, com a Academia de Extensionistas, com os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, construímos uma proposta concreta, uma proposta muito forte, e conseguimos aprovar, na Comissão de Agricultura, da Casa, uma indicação à Presidenta Dilma de criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural.

A Agência foi criada, sendo a realização de um grande sonho! Essa Agência divide a história da extensão rural brasileira, estando em seu terceiro momento. O primeiro momento, meu grande e eterno Deputado Márcio Reinaldo, foi quando a extensão rural, em 1948, foi criada lá em Minas Gerais, não sei se inspirada pelos ares das montanhas de Minas; mas começou um serviço que sobrevive há mais de 6 décadas!

Infelizmente, em 1990, o então Presidente da República fez um desserviço à Nação e extinguiu a EMBRATER - Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural. Então, a ANATER - Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural é o terceiro momento desse serviço essencial. E nós, aqui nesta Casa, lutamos arduamente para que esse seja um serviço essencial, assim como é a educação, como é a saúde e como é a segurança.

A ANATER foi criada. Já nasceu forte, com um orçamento de mais de 1 bilhão de reais. E esse 1 bilhão de reais vai garantir que as nossas EMATERs do Brasil, as nossas entidades de assistência técnica e extensão rural sejam mais bem estruturadas, façam concurso público, tenham planos de cargos e salários para os nossos extensionistas, tenham infraestrutura de tecnologia da informação.

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Que as pesquisas feitas pela EMBRAPA, pela EPAMIG, pelas entidades estaduais de assistência técnica e extensão rural possam chegar, Deputado Tenente Lúcio, àqueles que mais precisam, que são os agricultores familiares, os ribeirinhos, sem contar os agricultores, os grandes produtores, grandes empresários rurais, que também precisam desse serviço. O conhecimento gerado pela pesquisa, gerado pelas universidades, só tem valor se chegar até os agricultores.

E aí, Evair, essa agência vai valorizar também o profissional extensionista rural. Nesses 25 anos de caminhada pelo Brasil e por Minas Gerais, eu tenho falado que, talvez, esta seja a primeira ou a última esperança de um agricultor: acessar uma política pública, ter a presença do Estado, porque só a Polícia Militar nos Estados do País e no Distrito Federal tem capilaridade semelhante à extensão rural brasileira, que está em mais de 5.300 Municípios.

O Sr. Evair de Melo - Deputado Zé Silva, V.Exa. me permite um aparte?

O SR. DEPUTADO ZÉ SILVA - Pois não, Deputado Evair. Concedo o aparte a V.Exa.

O Sr. Evair de Melo - Nobre Deputado Zé Silva, eu venho do Estado do Espírito Santo, mas quero registrar, para esta Casa e para o Brasil, a importância que o nobre Deputado tem para os pequenos agricultores deste País. Eu o conheci como agrônomo extensionista da EMATER de Minas Gerais. Depois, V.Exa. foi alçado ao cargo de presidente de uma das maiores instituições de extensão rural deste País, que é esta empresa que honra Minas Gerais e contribui muito para o Brasil, a EMATER de Minas Gerais. Lembro-me de que V.Exa. estava na presidência e que trabalhamos juntos num programa de melhoria de qualidade de café para os pequenos agricultores da Zona da Mata. E, sob sua liderança, levamos ciência, tecnologia, conhecimento e oportunidade para aqueles agricultores da Zona da Mata mineira. Depois, tivemos oportunidade de, sob seu incentivo, no meu Estado do Espírito Santo, presidir o INCAPER - Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, a nossa empresa capixaba de pesquisa e extensão rural. Naquele momento, V.Exa. liderava a ASBRAER - Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural. Então, quero deixar registrado para esta Casa e para os brasileiros que, sob sua liderança, sob sua vivência, um homem do campo, do interior, um agrônomo, tivemos oportunidade - que V.Exa. concedeu - de fortalecer este debate e, a partir daí, consolidar uma política nacional de extensão rural, para que os nossos agricultores tivessem oportunidade de conhecimento, ciência e tecnologia, e que, pelo trabalho, pudessem se emancipar e construir a sua dignidade. Parabéns pelo seu trabalho! Conte com minha parceria!

O SR. ZÉ SILVA - Quero agradecer ao nobre Deputado Evair de Melo

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pelo aparte. É uma honra V.Exa. estar hoje aqui na Câmara dos Deputados, lembrando a parceria que iniciamos como extensionistas rurais. Pode ter a certeza de que a extensão rural brasileira está engrandecida!

Quero continuar alinhando essas conquistas no Congresso Nacional para a agricultura brasileira, com a extensão rural. Houve também a criação da Frente Parlamentar de Assistência Técnica e Extensão Rural - e está aqui o Deputado Márcio Reinaldo, hoje Prefeito da cidade de Sete Lagoas, que foi o primeiro presidente dessa Frente Parlamentar. Pois bem, nessa Frente Parlamentar, Deputado Márcio Reinaldo, sob a orientação do grande Deputado Odelmo Leão, meu eterno Secretário e professor, nós discutimos políticas e desafios importantes entre os anos de 2011 e 2014.

Hoje, mais um mineiro, o Deputado Marcos Montes, assumirá nas próximas semanas a Frente Parlamentar da Agropecuária. Assinamos um documento conjunto das duas Frentes Parlamentares, Deputado Bilac Pinto, para que seja encaminhado à Presidenta Dilma Rousseff, para que ela imediatamente nomeie a direção da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural - ANATER.

Eu disse que essa agência é o terceiro momento na história de um serviço criado há mais de 6 décadas. Só que ela ficou 1 ano com esse mesmo orçamento de 1 bilhão de reais, enquanto as nossas empresas estaduais precisam cada vez mais de recursos para contratar mais extensionistas, levar tecnologia na hora e no momento certo aos agricultores. Então, estamos, nesta data, reapresentando a criação dessa Frente Parlamentar, colhendo assinaturas. Aliás, peço o apoio dos Srs. e das Sras. Parlamentares, pois aqui é um espaço fundamental onde podemos exercer o nosso mandato e levar para a arena o debate da contradição das ideias, dos pensamentos, com vistas à evolução do nosso País.

Debatemos também, com muita honra, um tema no Código Florestal que se arrastou nesta Casa por mais de uma década, através de uma emenda nossa que foi aprovada e que chegou aqui nos primeiros meses: a definição do crédito de carbono. Parece simples, mas isso permite ao País comercializar um produto que até então era uma commodity. Mas os agricultores ainda não usufruem muito dessa renda, embora pensem em um país moderno com sustentabilidade. Pois bem, nossa emenda foi aprovada, garantindo a definição do crédito de carbono no Código Florestal.

Também houve outra emenda nossa, a do Fundo Garantia-Safra. Lembra-se, Adelmo, quando você assumiu a Secretaria da Agricultura e o Aécio Neves assumiu o Governo de Minas? Passamos a fazer parte dos 11 Estados que têm um fundo para aqueles agricultores que perdem a sua lavoura por seca ou por outra intempérie. Só que os

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pequenos sitiantes, os agricultores familiares não estavam contemplados. E a nossa emenda passou a inserir esses agricultores familiares no Semiárido, mineiro e brasileiro, para que usufruíssem do Fundo Garantia-Safra.

Outro tema é a Política Nacional de Alimentação Escolar, um tema debatido nos rincões de Minas, em todo o Brasil. A alimentação nas escolas passa a integrar a educação formal e a educação não formal, que é a extensão rural.

Eu tenho afirmado, nobre Deputado Dagoberto, que a extensão rural é uma educação não formal, eis que que as nossas salas de aulas são os campos, são as criações, as lavouras, as comunidades rurais. Estou falando do Plano Nacional de Alimentação Escolar, em que um aluno, na sala de aula, ao olhar pela janela da escola, vê agricultores trabalhando - que podem ser inclusive seus pais - e produzindo o alimento que será sua nutrição ali na escola. Isso valoriza o saber local, valoriza as comunidades rurais, valoriza o produto local; e os alunos se sentem valorizados, porque o produto do suor do trabalho da sua família está sendo vendido ali.

Só que o agricultor tinha uma quota muito pequena, podendo vender apenas 9 mil reais. Mas, através de uma proposição nossa, elaborada lá em Uberlândia, junto com o atual Prefeito e ex-Deputado Gilmar Machado, conseguimos ser atendidos pelo Governo Federal e fazer com que essa quota passasse de 9 mil para 20 mil reais.

Refiro-me também à Política Nacional de Irrigação, outro tema fundamental. Muitos Parlamentares a defendem aqui nesta Casa, mas cito o Prefeito de Uberaba, o Deputado Paulo Piau, que é pesquisador. Nós conseguimos, através de uma emenda nossa, aprovar que todo projeto de irrigação, todo o perímetro irrigado que utilize recursos públicos priorize a agricultura familiar, que é o compromisso nosso de vida, o compromisso da nossa causa aqui nesta Terra.

Queria aqui também destacar um produto com a cara de Minas e que se confunde com a história dos mineiros, que é o queijo minas artesanal. No início da década de 1950, o então Ministro da Agricultura fez um comunicado - era no período pós-guerra - de que os produtos de origem animal não poderiam ser transportados de um Estado para outro porque poderiam transmitir doenças. E aí, nós, os técnicos, os burocratas nos escondemos atrás da legislação, e o queijo mineiro ficou na clandestinidade, sem poder ser vendido de Minas para outros Estados. Em cidades como, por exemplo, Delta, na divisa com Colombo, no Estado de São Paulo, o queijo que, do lado de Minas, não fazia mal, depois de atravessar ao rio não podia mais ser comercializado. E isso por causa de uma questão muito simples: o período de maturação do produto.

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Eu procurei universidades e institutos de pesquisa e mostramos a esta Casa e ao Ministério da Agricultura que o queijo não precisava de 60 dias para ser maturado, mas que bastavam apenas, no período da seca, 17 dias, e, no período chuvoso, de 23 a 25 dias. Eu disse nesta Casa que queijo é um produto tão bom que eu nunca vi mineiro morrer de "queijite" aguda, nem de

"queijite" média ou crônica. Por isso, acho que o queijo não faz mal para nenhum brasileiro. E quem gosta de queijo com mais de 25 dias de curado é rato ou ralo, porque ele fica tão duro que não serve para o consumo. E nós gostamos do bom queijo mineiro!

Pois bem, esse produto nós conseguimos liberar. Tivemos aqui a participação de inúmeros Parlamentares, de técnicos do Ministério da Agricultura, dos extensionistas da nossa EMATER de Minas Gerais, a quem eu quero homenagear aqui, e dos funcionários do Instituto Mineiro de Agropecuária, o nosso IMA. Até que, enfim, o queijo minas artesanal teve a sua liberação aprovada! E isso foi tão importante que um cineasta, Deputado Márcio Reinaldo, fez até um filme - O Mineiro e o Queijo. Portanto, o queijo de Minas hoje é livre, pode ser vendido a todos os Estados da nossa Nação.

São conquistas como essa e tantas outras que nos motivaram a, mais uma vez, enfrentar esses desafios.

Mas quero citar aqui também outras causas, porque elas continuam, elas seguem e acompanham a nossa vida parlamentar. Vou começar citando, por exemplo, uma obra iniciada lá no alto do Rio Pardo, no norte de Minas, que é a Barragem de Berizal.

Deputado Laercio, chega a ser uma vergonha uma obra como essa estar parada há mais de 17 anos, sendo que nela já foram investidos mais de 50 milhões de reais, com valores corrigidos para os dias de hoje. Lá, o canteiro de obras é um ambiente desolador, com a infraestrutura da obra toda depredada. Enquanto isso, a população de vários Municípios padece por falta de água. Muitos agricultores poderiam ter lá pelo menos 8 mil hectares irrigados, gerando emprego e renda, gerando qualidade de vida.

Recomendaram-me: "Zé Silva, não fale dessa obra! Todos os Deputados que falaram dessa obra se desgastaram e nada conseguiram". Eu disse que não, que, enquanto eu tiver mandato, enquanto eu tiver voz, vou vir aqui a esta tribuna para cobrar. Aliás, fiz um requerimento, aprovado na Comissão de Agricultura, que o Presidente Henrique Eduardo Alves enviou à Controladoria-Geral da União para saber quais as causas da paralisação. Estive reunido com o Ministro Fernando Bezerra e estivemos reunidos com outros órgãos, como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, a Rural Minas, e queremos agora dizer que as condições estão muito

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favoráveis para a conclusão.

Havia entre o Governo Federal e o Governo Estadual um desentendimento. Um não fazia porque o outro não pagava a desapropriação, ou era porque o outro tinha as condicionantes ambientais. Mas agora as condições são todas favoráveis. O Governo Federal é do PT e o Governo Estadual também é do PT. Então, não vou baixar a voz enquanto não vir a conclusão da Barragem de Berizal.

Outra causa que nós abraçamos também, e que beneficia a população do norte de Minas, é a da BR-251, que liga Montes Claros a Salinas. O trajeto é quase um holocausto, uma tragédia! Todos os anos acontecem mais de 700 acidentes, com mais de 70 vítimas fatais. E há dois trechos muito críticos, que são o da serra próxima à cidade de Francisco Sá e o de uma localidade próxima à cidade de Salinas.

Fizemos audiências públicas, fizemos campanhas envolvendo a comunidade, as lideranças políticas, e obtivemos avanços. Mas é preciso caminhar muito mais. Ainda não há nem o projeto da duplicação desse trecho de pouco mais de 300 quilômetros.

Essa rodovia foi feita para suportar um tráfego de 5 a 6 mil veículos. Hoje, em horários de pico, são mais de 15 mil veículos transitando. Então, a BR-251 também é uma causa, um compromisso que nós temos com a população do norte de Minas.

Montes Claros é o segundo entroncamento rodoviário do País. Então, não é possível que o Governo Federal, que fica com mais de 75% da arrecadação, não olhe para a nossa região. A região liga o Sudeste ao Nordeste brasileiro, leva desenvolvimento, leva esperança. Mas, acima de tudo, que se preserve a vida dos mineiros, dos brasileiros que por ali trafegam.

Outra BR, a BR-367, também em Minas Gerais, era um sonho de Juscelino Kubitschek: ligar sua terra natal, a nossa Diamantina, a Porto Seguro, na Bahia. Ela tem dois trechos, assim como a BR-251, que aguardam obras; e faz mais de 2 anos que os editais de licitação para elaboração dos projetos foram feitos. A cada dia que passa os prazos são prorrogados e não se cumpre os compromissos feitos nas audiências públicas de entregar para nossa Comissão, para nós Parlamentares, para o povo mineiro e do Brasil os projetos para a conclusão desses dois trechos da BR-367 também sejam concluídos. Essa é outra obra importante do Vale do Jequitinhonha. Enfim, são duas regiões que precisam fortemente da presença do Estado.

Sr. Presidente, enquanto Secretário de Estado do Trabalho, no meu Estado, pude ver que as leis trabalhistas precisam ser aperfeiçoadas. Por isso, apresentei um projeto que propõe a criação do Sistema Único de Trabalho. O Governo Federal e o Ministro do Trabalho Manoel Dias,

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por quem tenho um grande respeito, não tiveram a hombridade de vir aqui discutir o projeto e lançaram um projeto parecido. Não tiveram a humildade de dizer que nós tínhamos sugerido substituir a Carteira de Trabalho, uma conquista dos trabalhadores, esse documento burocrático, escrito a caneta, carimbado, que faz com que o empregador, às vezes, deixe de contratar porque o Ministério do Trabalho não tem capacidade operacional; demora até 15 dias para fornecer uma Carteira de Trabalho. Quem precisa contratar e quem precisa trabalhar não podem esperar o prazo atual. Sugeri que se criasse, agora na época da tecnologia da informação, um cartão digital onde conste a vida do trabalhador, seu acervo profissional, seu currículo. Parece-me que o Governo Federal começou a adotar isso no Ceará e no Distrito Federal. Mas ainda é um projeto.

Vou solicitar uma audiência com o Ministro Manoel Dias para discutir esse projeto, e conto com a Casa. Será bom se esse nosso projeto caminhar junto com o projeto que o Poder Executivo apresentou depois de feita a nossa proposição.

Quero também dizer que um dos grandes desafios do País foi ter feito a opção por um modelo de desenvolvimento equivocado, em que nós do campo, nós da roça ficamos por último em todas as conquistas e benefícios sociais. Vou citar apenas alguns. A melhor escola está sempre na cidade; calçamento é sempre na cidade; pavimentação asfáltica é só na cidade - quando tem; e, especialmente, telefonia é na cidade. Nós, do meio rural, ficamos com o que sobra.

Por isso, eu tenho um projeto de lei tramitando nesta Casa, Sr. Presidente, que estabelece garantias quando houver interrupção de energia elétrica no meio rural, o que provoca a queima do nosso resfriador de leite, da picadeira de cana e de tantos outros equipamentos. As companhias concessionárias têm 8 horas para consertar a ligação, enquanto na cidade são apenas 4 horas. Eu pergunto: será que nós temos metade do valor do pessoal da cidade? Por isso, o nosso projeto de lei é para que as ligações sejam refeitas também no prazo dado nas cidades.

Além desse, há tantos outros projetos que nós temos aqui nesta Casa.

Tenho certeza de que a causa de transformar o Brasil, transformar Minas Gerais a partir do campo cada vez mais ganha adeptos nesta Casa, porque, à medida que nós valorizarmos o campo, o meio rural, à medida que todas as conquistas das cidades possam chegar ao campo, eu tenho certeza de que nós teremos que contratar menos policiais, investir menos recursos em penitenciárias. Queremos que o jovem - e eu sei porque saí do campo no auge da minha juventude - possa ficar no campo, contando com telefonia celular, com uma educação de qualidade, com saúde na hora em que ele precisar, com Internet e lazer. Eu tenho certeza de que assim ninguém vai gostar de

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sair do campo para ir morar amontoado em favelas, nas periferias inchadas das médias e grandes cidades.

Por isso, Sr. Presidente, começo o segundo mandato pelas mãos do povo mineiro - dos mineiros, das mineiras, dos geraizeiros -, pedindo o apoio de todos os Parlamentares desta Casa, para que façamos uma grande cruzada, valorizando os homens e as mulheres que levantam de madrugada, no campo, e fazem do fruto do seu trabalho o alimento na mesa de todos nós brasileiros!

Sr. Presidente, não poderia deixar de dizer que, depois que eu voltei, em abril de 2014, depois que deixei a Secretaria de Agricultura de Minas, devo ter ocupado esta tribuna por mais de uma dezena de vezes. Quero encerrar, pedindo à Presidenta Dilma que atenda ao anseio dos agricultores brasileiros e desta Casa, nomeando imediatamente a direção da ANATER.

Tenho certeza de que o Brasil será e terá, cada vez mais, na sua agricultura, um orgulho, um exemplo para todos nós e para o mundo.

Viva a agricultura brasileira! Viva a extensão rural! (Muito bem!)

Documento 38/150

001.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

03/02/2015-18:54

Publ.: DCD - 04/02/2015 -

110 IVAN VALENTE-PSOL -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Descaso do Governo do Estado de São Paulo com a qualidade do ensino

público e a valorização do magistério. Solidariedades aos professores da rede

estadual de ensino paulista. Expectativa de instalação pela Casa de Comissão

Geral destinada ao debate sobre a crise hídrica em São Paulo e a crise

energética no País.

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, eu queria deixar registrado nesta Casa nosso pronunciamento sobre desemprego e precarização no início do ano letivo na rede estadual de São Paulo. Fazemos um grande apanhado sobre a precarização e a forma como o Governo do Estado de São Paulo, do PSDB, trata os professores da rede estadual.

Há 20 anos, o sistema é de precarização: não há concurso público e

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não se contratam professores. E agora ainda inventaram o cumprimento de jornada de 200 dias letivos. Os professores ficam desempregados, numa lógica perversa, sem direito nem ao hospital dos servidores públicos do Estado de São Paulo. Além dos salários arrochados e das péssimas condições de trabalho na sala de aula, denunciamos a falta de concurso público.

No momento, além de faltarem professores, os professores da categoria "O" são mantidos fora da sala de aula. Esta é a contradição que eu queria deixar registrada.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, também quero falar da crise hídrica no Estado de São Paulo. Realmente, o que está acontecendo beira o limite da calamidade pública. Os motivos são vários, não só a estiagem.

Começo dizendo que São Pedro não é o culpado. A culpa é de quem não planeja, a culpa principalmente é de quem não é previdente, é de quem desmata, é de quem violenta o entorno das represas desmatando-o em 70%, acabando com as nascentes, a culpa é daqueles que mudam o clima no Brasil inteiro, além de ser também da privatização da SABESP, que foi criminosa. Distribuir dividendos em vez de planejar e investir a longo prazo num Estado que cada vez mais demanda água - na Grande São Paulo, em particular -, mentir à população sobre o real estado dos reservatórios para não "se queimar" no processo eleitoral... Foi praticado um verdadeiro estelionato eleitoral, e agora a cobrança será alta. Há necessidade de respostas. E nós sabemos que os mais pobres, os de baixo, os que moram em situação mais precária, nas periferias, serão os primeiros prejudicados com esta crise.

Por tudo isso, Sr. Presidente, esperamos instalar na próxima semana uma Comissão Geral, proposta pelo nosso Líder Chico Alencar no Colégio de Líderes, para debatermos amplamente a crise hídrica em São Paulo e a crise energética geral, causada pela falta d'água, pela falta de planejamento e por uma lógica de lucro privatista da qual o povo brasileiro precisa tomar conhecimento. Esta é uma iniciativa do PSOL e do Partido Verde. Espero que nós consigamos fazer um grande debate público, sem paixões, mas com muita determinação de buscar soluções que interessem à maioria da população brasileira.

Obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta semana se iniciou o ano letivo da rede estadual paulista. Apesar de a educação ser tratada

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sempre como tema central no discurso, vemos um caos anunciado para as escolas do Estado e seus professores.

Como sabemos, a maior rede de ensino do País trata seus professores com desprezo. Historicamente, haja vista que o PSDB está há 20 anos no Governo do Estado, as escolas dependem no seu cotidiano dos professores contratados temporariamente. Nunca houve, e isto é motivo de repúdio e vergonha, concursos públicos e chamadas que dessem conta de suprir a necessidade da rede. O Governo adotou inclusive uma política de contratação de professores aprovados em concurso, não realizando a chamada para efetivá-los, uma situação de precarização do trabalho docente e de desvalorização profissional, alinhada com uma política de retirada de direitos e ajuste fiscal. Dessa forma, foi se arrastando uma situação desigual entre os profissionais que atuam no dia a dia das unidades. São várias as "categorias" de professores: concursados, admitidos, efetivos, contratados temporariamente, precários. Entre os contratados, há uma subdivisão que quase esgota as letras do alfabeto: categorias "O", "F", "L", "S", "I"...

Neste início de 2015, os professores da categoria "O" estão vivendo uma situação alarmante: cumprem a chamada "duzentena", um período obrigatório de 200 dias de intervalo entre o fim de um contrato e o início de outro. Fazem parte da categoria "O" professores contratados pelo período de 1 ano ou até o término do ano letivo nos termos da Lei Estadual Complementar nº 1.093, de 2009. Essa lei estabeleceu um processo seletivo (uma provinha) para a contratação de professores que por vezes já trabalhavam há mais de década na rede estadual e tornou a situação funcional desses profissionais ainda mais precária, prejudicando-os não só na atribuição de aulas, mas até mesmo no tratamento de sua saúde, pois são impedidos de fazer uso do hospital do servidor público estadual. Tal contratação significa o desejo do Governo Estadual de não gerar vínculos empregatícios com seus professores, economizar recursos e retirar direitos de funcionários que trabalham na administração pública.

O cumprimento de "duzentenas" e "quarentenas" deixou centenas de professores desempregados e instituiu uma lógica perversa para esses profissionais, que praticamente intercalam 1 ano de trabalho com 6 meses de "intervalo não remunerado". Seria desnecessário dizer, mas neste caso parece importante lembrar o Sr. Governador Geraldo Alckmin de que os professores e professoras são trabalhadores que têm necessidades como quaisquer outros, durante todos os meses do ano, e dependem de seus salários para a manutenção da vida, própria e de suas famílias. É preciso ser contra a "duzentena", por melhores condições de trabalho para os professores da rede estadual. O movimento de educadores já está se movimentando, com indicativo de greve para este ano.

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Vale destacar que a situação da categoria "O" é altamente contraditória com a realidade da rede, que, por consequência, iniciará o ano com muitas turmas sem professores. Além disso, houve o fechamento de centenas de classes, em diversas regiões do Estado, o que gerou superlotação nas turmas, por vezes com mais de 40 alunos, até 50 alunos. A diminuição do número de professores coordenadores pedagógicos por escola também avilta a qualidade do ensino, assim como o corte realizado no final de 2014 na verba da Rede de Suprimentos, que se destina à compra de materiais de escritório e de limpeza e ao programa Trato na Escola e impediu que a manutenção das escolas, pintura e outras pequenas reformas, fosse feita entre o fim do ano letivo e o início do novo. Ou seja, as escolas iniciam o ano com estrutura física e material ainda pior do que encerraram 2014.

Por fim, a crise da água, de responsabilidade do Governo Estadual, atingirá também as escolas da rede. Preocupa saber quais condições de higiene e de manutenção das unidades será possível garantir, para que se mantenha o calendário escolar em um cenário que se projeta cada vez mais caótico no Estado.

Os educadores e alunos da rede estadual paulista sofrem no cotidiano a irresponsabilidade das políticas e ações do Governo, que privilegiam a todo custo os interesses do mercado e o enfraquecimento do Estado na oferta de educação pública de qualidade para todos. Essa situação não pode continuar.

Nossa solidariedade aos professores da categoria "O" da rede paulista e a todos educadores que iniciam suas atividades em situação de extrema precarização, em defesa do direito à educação e por uma escola pública, gratuita, laica e de qualidade para todos!

Muito obrigado.

Documento 39/150

003.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

04/02/2015-15:12

Publ.: DCD - 05/02/2015 -

40 BOHN GASS-PT -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

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Sumário

Ponderações acerca da crise hídrica do País. Lançamento da campanha da

Organização das Nações Unidas 2015 - Ano Internacional do Solo.

Apresentação de projeto de lei sobre sustentabilidade das cidades. Indignação

com a aprovação da admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição nº

352, de 2013, que torna o voto facultativo, modifica o sistema eleitoral e de

coligações e dá outras providências.

O SR. BOHN GASS (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, tenho dois discursos e peço a V.Exa. que os considere como lidos. No primeiro, registro que ONU declarou 2015 o ano da preocupação mundial com o solo. Os solos dialogam diretamente com a água em busca de fertilidade para produzir alimento. Acho que é um tema acertadíssimo da ONU, pois dialoga com os temas da crise hídrica, o que precisamos trabalhar.

Apresentei - já está tramitando nesta Casa - projeto de lei que trata da sustentabilidade das cidades, com o aproveitamento da água da chuva, e trata também do aproveitamento dos raios do sol e da permeabilização dos solos.

O meu segundo discurso é sobre a votação ocorrida aqui no dia de ontem, em que se retirou a CCJ da discussão sobre a reforma política. Nós faremos uma reforma política sem povo. Nós queremos povo na reforma política. Queremos que o Ministro Gilmar Mendes manifeste seu voto - ele pediu vista do processo - para que seja aprovada a Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pela OAB que visa acabar com o financiamento privado de campanhas.

Eu queria deixar à Casa esses dois registros, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a declaração de um diretor da companhia de saneamento do maior Estado do País de que os paulistanos podem vir a ser submetidos a um racionamento de 5 dias sem água por semana é mais do que assustadora, é trágica.

Como Deputado do PT, eu poderia aqui simplesmente atacar o Governo do PSDB no maior Estado do País acusando-o de negligência, irresponsabilidade e incompetência, porque já não há mais quem possa negar que faltaram investimentos hídricos naquele Estado.

Mas o problema é bem maior do que isso. A falta de água que hoje assola São Paulo já se verifica também em Minas Gerais e no Rio de

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Janeiro. E não só nestes, mas em outros Estados brasileiros.

Culpa dos governadores? Culpa dos Prefeitos? Creio que sim. Se tivessem as autoridades feito planejamento, certamente, o drama de paulistanos, mineiros e cariocas seria um tanto menor.

Mas seria cretino atribuir aos governantes toda a responsabilidade por uma situação que é mundial, que implica ações globais, que requer uma mudança de atitude individual dos brasileiros e cidadãos do mundo.

Nesse sentido, louvo a decisão da ONU de instituir 2015 como o Ano Internacional do Solo.

Mas se o problema é água, por que a ONU resolveu falar de terra?

Tomemos de novo o caso de São Paulo e a resposta ficará bem fácil: 70% das chuvas que caem naquele Estado vêm da Amazônia. Como assim? É que as chuvas não vêm pelos rios, mas pelas árvores. Isso mesmo, as árvores que estão no solo é que "transportam" as águas.

No Brasil, temos um exemplo evidente do que o solo tem a ver com a água. E poderíamos simplesmente dizer que quanto menos árvores houver na Amazônia menos água haverá em São Paulo. Ou poderíamos dizer, ainda, que é graças aos serviços que a floresta nos presta que temos água.

Então, quando a ONU conclama o mundo a falar de solo, está conclamando o mundo a falar, também, de água. É simples assim.

Daí, 2015, Ano Internacional do Solo, surge para nós, brasileiros, que vivemos um drama hídrico sem precedentes, como uma grande oportunidade.

Quando Deputado no Rio Grande do Sul apresentei projeto de lei que criava o Código Estadual do Uso, Manejo e Conservação do Solo Agrícola. E pergunto aos senhores e às senhoras: a quantas andam as legislações que regulam o uso do solo em todo o território brasileiro?

Recentemente, passamos por um intensivo debate nesta Casa quando tratamos do Código Florestal. Pois é o caso, sim, de nos perguntarmos: o Código que aprovamos dá conta do drama que enfrentamos atualmente?

De minha parte, apresentei nesta Casa projeto de lei que trata da sustentabilidade das cidades e que prevê benefícios e recompensas a quem construir edificações com projetos que aproveitem a água da chuva e a energia solar.

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Mas não quero apenas aprovar o meu projeto, quero convidar todas as Sras. e Srs. Deputados desta nova Legislatura a aceitar o desafio da ONU e se debruçar sobre estes temas fundamentais para a continuidade da vida: o solo e a água.

Afinal, não é o Deputado Bohn Gass, mas todo o conhecimento acumulado ao longo da história da humanidade que está a nos dizer que é a relação que estabelecemos com o solo que vai garantir, ou não, que as águas se mantenham.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o que assistimos ontem aqui nesta Câmara - refiro-me à decisão de retirar da CCJ a votação da admissibilidade da PEC 352 -, que foi vendido à população brasileira como um movimento para acelerar a apreciação da reforma política, na verdade é exatamente o contrário: trata-se de uma manobra ardilosa para sepultar de vez as mudanças fundamentais que precisam ser realizadas nos sistemas político-eleitoral do Brasil.

Sim, eu estou aqui denunciando: desde ontem está em curso neste Parlamento uma verdadeira tramoia cujo objetivo é, ao fim e ao cabo, o de constitucionalizar o financiamento privado de campanha.

É fácil entender o que aconteceu. Como o Supremo está a um passo de decretar definitivamente a inconstitucionalidade do financiamento privado na ação movida pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, o que o Presidente desta Casa fez ontem, com a concordância da maioria, foi dar início a um processo que visa tornar sem efeito o julgamento que mais dia, menos dia viria da nossa mais alta corte jurídica.

Senão vejamos: a PEC que o Presidente Eduardo Cunha fez andar ontem, entre outras coisas, consolida o financiamento misto de campanha, ou seja, consagra legalmente, incluindo no texto constitucional, as doações de empresas privadas aos candidatos.

Se a PEC for aprovada como está, a ação da OAB perde o sentido, uma vez que seu argumento é justamente o fato de que hoje a Constituição não prevê as doações privadas.

Não chegarei ao ponto de afirmar que tudo isso está sendo feito em conluio com o Ministro Gilmar Mendes. Prefiro tentar crer, embora me seja difícil, que o eminente Ministro está sendo mesmo vítima de dúvidas cruéis.

Afinal, se outros sete integrantes do Supremo já formaram opinião sobre a ação, por que ele, inexplicavelmente, não consegue firmar

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posição?

A propósito, aqui deste Plenário, lanço a pergunta: que dúvidas tão atrozes podem estar acometendo o outrora tão ágil e posicionado Ministro Gilmar Mendes?

Repito a pergunta: por que, afinal, Ministro Gilmar Mendes, o senhor não se posiciona sobre uma questão tão relevante para o País? Por que, Sr. Ministro? Por quê? Por quê?

Bem, mais do que qualquer cidadão, o Ministro Mendes sabe que o seu voto encerraria esse debate. Ou, no mínimo, constrangeria o estratagema que se está armando aqui na Câmara.

Por certo que a decisão do Supremo não evitaria manchetes completamente distantes da verdade, como a de hoje do jornal O Globo: PT obstrui, mas Câmara aprova acelerar trâmite da reforma política.

Mas, por certo, não permitiria que uma mentira fosse noticiada com tanta desfaçatez.

Senhoras e senhores, nós do PT vamos denunciar essa manobra para o Brasil inteiro. Porque para nós e para mais de uma centena de entidades representativas deste País, entre elas a OAB, a CNBB, a CUT e tantas outras, o financiamento privado de campanha é uma das mais graves distorções da nossa democracia.

Muito obrigado.

Documento 40/150

003.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 04/02/2015-16:28

Publ.: DCD - 05/02/2015 - 58 VANDERLEI MACRIS-PSDB -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Desonestidade da conduta da Presidenta Dilma Rousseff durante a campanha

eleitoral. Críticas ao aumento da tarifa de energia elétrica.

O SR. VANDERLEI MACRIS (Bloco/PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero pedir atenção especial para as manchetes do dia de hoje. No jornal Correio Braziliense: Tarifaço deve dobrar a conta de luz do brasileiro

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em 2015. No jornal O Estado de S.Paulo: Conta de luz pode aliviar o Tesouro. No jornal Folha de S.Paulo: Bandeira tarifária vai ficar mais cara.

Essa, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é a realidade neste mundo onde nem todos agem com desonestidade. Mas assim agiu a Presidente Dilma Rousseff em busca da reeleição. E a maioria dos brasileiros terá que pagar um aumento extra de 50% na conta de luz. É o verdadeiro estelionato eleitoral. Essa foi a manchete de uma das mentiras, de uma das aleivosias praticadas por este Governo pelas mãos da Presidente Dilma.

Os brasileiros arcarão com a incompetência explícita da Presidente e do seu Governo. Sem planejamento e projetos, os moradores das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão aumento adicional de 26% e também pagarão mais de 50% de reajuste no valor cobrado pelo sistema de bandeiras tarifárias.

A redução da tarifa anunciada no ano passado custou caro aos brasileiros, que acreditaram, que entraram na famosa forma de comunicação que se deu no processo eleitoral, mostrando simplesmente um processo e antecipação também desse processo, em uma proposta inclusive de mudança.

Isso não aconteceu.

Nós tivemos, Sr. Presidente, Srs. Deputados, um processo que precisou e precisa, sem dúvida nenhuma, de uma meditação dos brasileiros sobre o engodo praticado pela Presidente da República em relação ao processo eleitoral. Não é possível isso acontecer!

A tarifa de energia foi prometida, lá atrás, como um instrumento de luta eleitoral. E hoje, desmascarada, está mostrando claramente aos brasileiros a que veio. É isso - e mais do que isso - que nós temos que mostrar.

A prova cabal é o resultado medíocre que nós temos no nosso PIB. Mas para esse mal existe um tratamento, e os brasileiros precisam estar atentos. Ele está na mobilização das ruas, para mostrar a indignação pelas mentiras e o engodo do período eleitoral.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no mundo, nem todos agem com desonestidade. Mas, assim, agiu a Presidente Dilma Rousseff em

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busca da reeleição, e a maioria dos brasileiros terão que pagar um aumento extra na conta de luz de 50% - estelionato eleitoral.

Os brasileiros arcarão com a incompetência explícita da Presidente e de seu Governo. Sem planejamento e projetos, os moradores das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão aumento adicional de 26%, além de reajuste do valor cobrado no sistema de bandeiras tarifárias em 50%.

A redução da tarifa anunciada no ano passado custou caro. A pequena queda no valor nem cooperou com o bolso dos cidadãos, já que o alto reajuste após a eleição expõe a incapacidade da ex-Ministra de Minas e Energia e atual Presidente da República.

Nada mais que engodo eleitoral!

Os brasileiros são servidos com constantes apagões por conta de um sistema falho, frágil e abusivamente caro.

O último apagão em janeiro, que deixou às escuras 11 Estados e o Distrito Federal, foi causado por defeito em equipamento de uma linha de transmissão desde outubro, mas que foi ignorado.

A alternativa agora é o acionamento das usinas termelétricas, que acarretará no aumento extra e não garante melhor serviço para todos.

Nesse reajuste não haverá aporte do Tesouro Nacional para minimizar os custos da energia para os consumidores. O Governo alega não querer comprometer as contas públicas.

A incapacidade gerencial sobra somente para a parte mais fraca, que paga mais pela energia e pelos produtos, que terão custos maiores pela energia mais cara.

O próprio Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, demonstrou falta de informação sobre o setor energético. No mês passado, declarou que o reajuste não chegaria a 40%.

A Presidente Dilma Rousseff e o Ministro Eduardo Braga sofrem do mesmo mal: descaso notório para a realidade brasileira. Problema que afeta a dignidade dos brasileiros e a competitividade da indústria nacional. Prova cabal disso é o resultado medíocre do nosso PIB. Mas para esse mal existe tratamento, e os brasileiros precisam estar atentos a ele. E ele está na mobilização das ruas para mostrar a indignação.

Obrigado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

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Documento 41/150

005.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

05/02/2015-15:54

Publ.: DCD - 06/02/2015

- 90 RAFAEL MOTTA-PROS -RN

CÂMARA DOS DEPUTADOS

GRANDE EXPEDIENTE GRANDE EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Compromisso do orador com a formulação de políticas públicas voltadas para a

juventude e com a melhoria da educação e da saúde públicas norte-rio-

grandenses. Participação em audiência com o Ministro da Educação, Cid

Gomes. Conveniência de ampliação dos incentivos governamentais à geração

de energia elétrica no Brasil mediante o uso de fontes alternativas.

Enaltecimento do potencial para a geração de energia eólica do Estado do Rio

Grande do Norte.

O SR. RAFAEL MOTTA (PROS-RN. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Rômulo Gouveia, meu querido amigo e irmão do vizinho Estado da Paraíba, queridas Deputadas e colegas Deputados, colegas da Casa, jornalistas, servidores, é com muito orgulho e com muita honra que faço o meu primeiro pronunciamento nesta Casa. Honra-me muito dividir este plenário com Deputados que tanto contribuem para o País e, tenho certeza, continuarão contribuindo muito nesta nova Legislatura.

Quero iniciar meu discurso agradecendo à população do meu Estado, o Rio Grande do Norte. Fui o segundo Deputado Federal mais votado da minha terra, com mais de 176 mil votos.

Sr. Presidente, não é com vaidade que eu cito esses números, mas para demonstrar o compromisso e o peso da responsabilidade, que recai sobre os meus ombros, de representar todos os potiguares nesta Casa Legislativa. Chego com a missão de ser o porta-voz de todos os potiguares e de todos os brasileiros nesta Casa Legislativa.

Uma das bandeiras que levantarei nesta Legislatura será a da criação de mais políticas públicas para a nossa juventude. Aqui já estiveram Deputados jovens, Deputados de primeiro mandato como o nosso amigo JHC, de Alagoas, como o próprio Líder do meu partido, o PROS, aqui na Câmara dos Deputados, o Deputado Domingos Neto. Tenho

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certeza de que a nossa juventude precisa, sim, do compromisso desses Parlamentares jovens. Que a nossa juventude realmente possa ter acesso à nossa Legislatura, lembrando que a nossa juventude é um braço forte que também pode fortalecer o Parlamento brasileiro.

Eu fui Subsecretário da Juventude do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e dediquei todo o meu esforço para levar um acalento à juventude potiguar. Conheço bem a realidade do meu Estado, que não difere em nada da realidade do nosso País.

E daqui eu louvo a atitude do Deputado Domingos Neto, do Ceará, Líder do meu partido, do qual sou Vice-Líder. S.Exa. também militou nessa área. Se não tivesse empregado os seus esforços, não teríamos obtido a aprovação do Estatuto da Juventude nesta Casa, no ano de 2013.

Com a aprovação do Estatuto da Juventude, tivemos grandes avanços, como o acesso dos jovens a direitos básicos, tais como Justiça, educação, saúde, lazer, transporte público, esporte, liberdade de expressão e trabalho. Porém, ainda há muito a ser feito. Eu tenho certeza de que o meu trabalho aqui será o de efetivar as políticas públicas para a juventude brasileira, para a juventude do Nordeste brasileiro, para a juventude potiguar.

Antes de chegar aqui, com muito orgulho, galguei o primeiro degrau da vida de um político: o mandato de Vereador no Parlamento Municipal, na minha cidade natal, para o qual, no ano de 2012, obtive uma votação expressiva. Fui o segundo Vereador mais votado da minha Capital, meu querido amigo Deputado Valtenir Pereira. Na Câmara Municipal de Natal, fui reconhecido com a premiação Parlamentar do Ano, por ter sido o Vereador que mais atuou em todas as causas, exercendo um mandato polivalente.

Aqui no nosso plenário se encontra a minha querida amiga Dra. Zenaide Maia, que também compõe a nossa bancada, que também teve a honra de obter o seu primeiro mandato, ao lado do Deputado João Maia, seu irmão, que também foi um grande Deputado Federal nesta Casa Legislativa.

Fui estimulado, através do meu mandato como Vereador, a disputar, no ano passado, a eleição para Deputado Federal e a fazer ecoar a minha voz neste plenário.

Na vereança, acompanhei de perto os problemas enfrentados pela população mais humilde e, por isso mesmo, uma de nossas metas como Deputado Federal é a de levar melhorias para a educação e para a saúde públicas do Rio Grande do Norte, setores que persistem como os que mais necessitam de investimentos em nosso Estado.

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Nesta primeira semana de trabalho, já obtive alguns resultados. Verifiquei, principalmente, o que podia fazer em prol do povo potiguar. Tratei de encaminhar alguns assuntos urgentes, para que os resultados comecem a acontecer o quanto antes. Nessa missão, conto com a parceria do grande Ministro da Educação Cid Gomes, um correligionário cujas marcas são a seriedade e o trabalho, que, tenho orgulho de dizer, pertence aos quadros do Partido Republicano da Ordem Social, o PROS, do qual sou atualmente Vice-Líder, ao lado do Deputado Domingos Neto, efetivado como nosso Líder durante esta semana.

Em audiência com Cid Gomes, Deputado Valtenir Pereira, eu solicitei a ele a ampliação do Programa Caminho da Escola, vinculado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE, para que os Municípios potiguares possam receber mais ônibus escolares, instrumentos capazes de assegurar um transporte mais seguro e de encurtar a distância entre o desconhecimento e a informação para cada brasileiro. Atualmente, o déficit no Estado do Rio Grande do Norte, Deputada e Dra. Zenaide, é de 187 veículos para o transporte dos alunos, realidade que queremos mudar. Tenho certeza de que a bancada do Rio Grande do Norte haverá de contribuir para que possamos levar um alento aos estudantes potiguares.

Assumo, neste plenário, o meu compromisso com os estudantes potiguares. Como Deputado Federal, vou lutar para amenizar esse problema. Os alunos têm o direito de chegar a sua escola com dignidade. O trajeto deve ser percorrido com segurança e responsabilidade.

Ainda durante a audiência com o Ministro Cid Gomes, pedi a abertura do Plano de Ações Articuladas - PAR, mais uma ação ligada ao FNDE, para que esses mesmos Municípios possam solicitar a construção de mais creches e quadras esportivas, pois sei o quanto esses instrumentos são importantes para transformar o futuro de crianças e adolescentes do meu Estado.

Também nesta semana já bati à porta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para defender a continuidade do pagamento de 300 bolsas de estudo a estudantes de graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, instituição da qual tive orgulho de ser aluno, e também da Universidade Federal Rural do Semiárido - UFERSA. Tenho certeza de que essa não é uma batalha apenas do potiguar Rafael Motta, mas também será uma batalha de todos os Deputados Federais, dos Deputados desta Casa. Esses estudantes realizam pesquisas nas áreas de petróleo, gás e biocombustível, que constituem 40% da produção industrial do nosso Estado, e precisam ter garantido o pagamento das bolsas.

O Deputado Valtenir Pereira, meu querido amigo, no qual eu tive o

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orgulho e a honra de votar para Suplente de Secretário da Mesa Diretora da Casa, pede um aparte. Eu o concedo, com muita honra.

O Sr. Valtenir Pereira - Deputado Rafael Motta, por seu discurso e por suas ações, V.Exa. já demonstra que chegou a esta Casa, aqui em Brasília, "queimando gasolina azul". Quero parabenizá-lo por sua votação, por seu compromisso. Tenho certeza de que o povo do Rio Grande do Norte, o povo potiguar, está muito bem representado por V.Exa. nesta Casa. Pela tradição política da sua família e por sua sensibilidade social e política, eu não tenho dúvida de que V.Exa. vai orgulhar o povo do Rio Grande do Norte e o nosso partido, o Partido Republicano da Ordem Social. Parabéns! Sucesso! Seja muito bem-vindo! Tenho certeza de que, ao final de 4 anos, vamos colher muitos bons frutos do seu trabalho. Parabéns!

O SR. RAFAEL MOTTA - Obrigado, Deputado Valtenir Pereira. Dividir este plenário com V.Exa. é um eterno aprendizado, um compromisso. Tenho certeza de que o nosso partido estará unido nessas causas que dizem respeito às problemáticas do nosso País. Tenho aprendido muito com V.Exa. Muito obrigado pela recepção que me tem dado neste plenário da Casa, Deputado Valtenir Pereira, pai da minha querida amiga Maria. Tenho certeza de que será muito bem-vindo, quando for, ao Estado do Rio Grande do Norte.

Lembro, Deputado Valtenir, em relação a esse programa de bolsas de estudos de que nós estamos falando, que o último repasse para essas pesquisas foi realizado no ano de 2013, no valor de 3,5 milhões de reais, um montante pequeno, digamos, mas cujos efeitos futuros são incalculáveis.

Tenho certeza, Deputado Rômulo Gouveia, de que o seu filho, que planeja ser engenheiro também, assim como eu sou, haverá de obter essa bolsa de suma importância, que dá dignidade aos alunos. Que eles possam ter essa dignidade de estudo.

Sr. Presidente, eu quero dizer que a educação, principalmente a do Rio Grande do Norte, terá, sim, mais um defensor neste plenário. Já fui ao encontro do Ministro Cid Gomes, com quem deixei o meu compromisso, o meu mandato e a minha palavra de que vou defender os interesses da educação e dos brasileiros nesta Casa Legislativa.

Outro assunto que deverei abordar durante o meu mandato diz respeito ao setor energético, pois eu sei o quanto essa atividade pode alavancar os indicadores do Estado do Rio Grande do Norte, hoje um indutor do crescimento do nosso País no que diz respeito à energia eólica, no que diz respeito ao petróleo produzido em terra, no que diz respeito à insolação que incide sobre o nosso solo potiguar e que pode, sim, ser captada e ser um indutor de crescimento do nosso País, Deputada e Dra. Zenaide.

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Atualmente, o Brasil enfrenta uma situação desafiadora nesse segmento. Desde 2010, as chuvas têm caído com menor intensidade exatamente nas regiões onde se encontram os principais reservatórios das usinas hidrelétricas do nosso País. O Nordeste é uma delas, ao lado do Sudeste e do Centro-Oeste. Como todos aqui sabem, a maior parte desses reservatórios está com baixíssimo nível de água. Em alguns casos, com apenas um terço do nível que apresentava em fevereiro de 2014.

Essa situação exige do Governo Federal providências imediatas. Entre elas deve estar, sem dúvida, o imediato fortalecimento do programa de geração de energia eólica no Brasil, cujos reflexos no Rio Grande do Norte são excelentes.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica, a ABEEÓLICA, o País apresenta o potencial de 300 gigawatts, e as condições de geração são mais competitivas do que em outras partes do mundo. Um exemplo: o megawatt gerado na Europa custa em torno de 350 reais; no Estado do Rio Grande do Norte, aqui no Brasil, esse custo não chega a 200 reais. Isso demonstra a viabilidade da geração de energia eólica no nosso País.

O aumento da produção no ano passado foi de cerca de 100% em relação ao ano de 2013, devendo ter chegado, ao final do exercício, a 4.600 megawatts. É importante registrar que boa parte dos novos investimentos nessa área está se dirigindo para o Nordeste e muito em particular para o meu Estado, o Rio Grande do Norte, onde já contamos com o maior parque gerador do País, cuja produção de energia está beirando 2 gigawatts.

O Rio Grande do Norte é o Estado do Brasil que mais possui usinas eólicas: são 25 as empresas já instaladas e que planejam expandir as suas atividades. As áreas que mais atraem esses investimentos, atualmente, estão nos Municípios de João Câmara, Parazinho, Lagoa Nova, Bodó e Florânia, que a Deputada Dra. Zenaide conhece muito bem.

Igualmente importantes, em termos de atração de novos projetos no setor, são os Estados da Bahia - que já foi contemplado com uma fábrica de aerogeradores -, do Ceará e do Rio Grande do Sul.

No caso do Rio Grande do Norte em particular, no entanto, estamos constatando o atraso na entrega de algumas linhas de transmissão de suma importância para o "transporte" - entre aspas - desse tipo de energia. São as linhas de transmissão que levam a eletricidade gerada pelas usinas para as redes distribuidoras da eletricidade. Esse atraso se deve, principalmente, a questões de infraestrutura, como as limitações existentes no Porto de Natal e no sistema rodoviário local, que está deficitário e precisando realmente de reparos, ambos

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utilizados para o escoamento de equipamentos pesados.

Por tudo isso, é fundamental que o Governo Federal não deixe que os cortes de despesas que estão sendo efetuados afetem o custeio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, o PROINFA, cujos desembolsos para 2015 deverão ser de 2,6 bilhões de reais.

Criado pela Lei nº 10.438, de 2002, o PROINFA tem o objetivo de aumentar a participação de fontes alternativas renováveis na produção de energia elétrica, privilegiando empreendedores que não tenham vínculos societários com concessionárias de geração, transmissão ou distribuição.

São programas dessa natureza que precisam ser ainda mais incentivados no nosso País, com vistas a assegurar-lhe uma fonte permanente, limpa e barata de energia, a exemplo da energia eólica e da energia solar, complementar às demais formas de geração de energia.

Mais um argumento nesse sentido vem do fato de a Empresa de Pesquisa Energética - EPE, ligada ao Ministério de Minas e Energia, ter recebido agora, no início de 2015, o cadastro de 570 projetos para o leilão de fontes alternativas, marcado para o próximo dia 7 de abril. Esses novos projetos significarão mais de 14.962 megawatts de potência instalada para o País nos próximos anos. Desses projetos apresentados por empresas estatais, estaduais e privadas, 530 são usinas eólicas, o que representa quase 13 mil megawatts de potência instalada e 40 usinas termelétricas movidas a biomassa - previsão de 2.067 megawatts.

Nessa apresentação de projetos para o leilão, dois Estados do Nordeste atraíram o maior número de projetos: a Bahia, com 161, e o Estado do Rio Grande do Norte, com 110. A instalação de mais usinas no Rio Grande do Norte, assim como em todo o Brasil, significa o sopro de ventos de oportunidades, que trazem empregos e renda para o povo e desenvolvimento para as cidades do meu Estado.

Sr. Presidente, gostaria de aproveitar este momento para dizer que o nosso mandato estará vigilante. Será um mandato que dará governabilidade, sim, à Presidenta Dilma Rousseff, assim como o nosso partido, o PROS, mas também será um mandato crítico, no que diz respeito às matérias aqui representadas. Tenho certeza de que o meu mandato, junto ao de todos os Parlamentares brasileiros, trará mais benefícios para os brasileiros. Planejamos levar alento para o potiguar e para o Nordeste brasileiro, que precisa, sim, de um olhar clínico do Parlamento brasileiro.

Digo a V.Exas., Sras. e Srs. Deputados, que, apesar da minha

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juventude, haverei de trazer para a ordem do dia debates importantes, sejam sobre a reforma política, sejam para garantir justiça, saúde e segurança para o nosso País.

Estaremos vigilantes também em relação ao pacto federativo do nosso País. Hoje, os Municípios brasileiros enfrentam uma problemática muito grande. O bolo tributário precisa ser repensado. Temos que fortalecer os Municípios brasileiros, onde estamos em contato direto com a problemática de cada um dos cidadãos.

Tenho certeza, Sr. Presidente Rômulo Gouveia, de que V.Exa. representa muito bem o Presidente desta Casa, o Deputado Eduardo Cunha. Desejo a S.Exa. um mandato muito efetivo e de respeito às particularidades deste Parlamento. S.Exa. tem demonstrado isso.

Meus queridos amigos, eu aproveito este momento, aproveito a transmissão pela Rádio Câmara e pela TV Câmara, para dizer a todos os potiguares, àqueles que me escolheram para representá-los aqui na Câmara Federal, àqueles que me elegeram Deputado Federal, aos mais de 176 mil amigos deste jovem ex-Vereador, agora Deputado Federal, que honrarei todos os votos que obtive. Honrarei, em especial, todos os potiguares que precisam realmente de um acalento maior e fortalecerei, principalmente, o Nordeste brasileiro, onde convivemos diuturnamente e secularmente com a problemática da seca. Hoje, Deputada Zenaide, vemos o Sudeste brasileiro passar por esse debate, mas nós, nordestinos, enfrentamos isso diariamente.

Quero fazer daqui uma homenagem à memória do meu avô, o Deputado Federal Clovis Motta, que, na década de 1960, ao lado de Jango e de tantas outras personalidades políticas, esteve nesta Casa Legislativa. É com muita honra e com muito compromisso que trago o seu nome à Câmara Federal.

Tenham a certeza de que o nosso debate será sempre presente aqui, neste plenário. Como Vice-Líder e como Deputado Federal representando o meu partido, o PROS, estarei sempre vigilante e levantarei o debate sobre o Nordeste brasileiro nesta Casa.

Sr. Presidente Rômulo Gouveia, muito obrigado pela compreensão. Ainda tenho 6 minutos, mas deixarei este tempo para o Plenário. Estarei sempre presente nos debates desta Casa.

Muito obrigado a todos. Até a próxima, se Deus quiser!

O SR. PRESIDENTE (Rômulo Gouveia) - A Mesa parabeniza V.Exa. pelo seu primeiro pronunciamento, Deputado Rafael Motta, Vice-Líder do PROS.

Tenho certeza de que V.Exa., por ser muito talentoso, não só irá honrar

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a tradição do seu avô, mas também será um grande Parlamentar nesta Casa.

Documento 42/150

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11/02/2015-10:52

Publ.: DCD - 12/02/2015 -

37 PADRE JOÃO-PT -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS BREVES COMUNICAÇÕES PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Objetivos do Núcleo Agrário da bancada do Partido dos Trabalhadores.

Reunião dos Deputados petistas integrantes do Núcleo com o Ministro do

Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, para tratativas acerca da efetivação

da reforma agrária no Brasil.

O SR. PADRE JOÃO (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, venho aqui agradecer ao conjunto dos colegas, Deputados e Deputadas do Partido dos Trabalhos, este coletivo que temos: o Núcleo Agrário. Somos mais de 20 Deputados com uma agenda específica dentro do partido, junto também à bancada.

Tivemos ontem uma reunião exitosa com o nosso companheiro, Ministro Patrus Ananias, com quem temos uma pauta ao longo deste ano para contribuir com o nosso País no sentido de avançar, acelerar o processo de reforma agrária. O Ministro Patrus Ananias, muito sensível à causa, já na sua posse deixou clara a importância de fazer valer a função social da propriedade.

Temos ainda muitos latifúndios ociosos, temos ainda o grande latifúndio que às vezes abriga trabalho escravo ou trabalho análogo ao de escravo. Essas áreas têm que ser prioritariamente destinadas à reforma agrária.

Também acho que é a vez de serem feitas grandes parcerias com os Governos de Estado, sobretudo com o do nosso Governador Fernando Pimentel, lá em Minas Gerais, para arrecadar as terras devolutas, dando-lhes a destinação que a Constituição reza: a reforma agrária.

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Além de obter terras para assentar milhares e milhares de famílias, temos que qualificar os assentamentos de reforma agrária com Internet, água, estradas, energia elétrica e agroindústria. E, quando falamos em agroindústria, lembro que é importante avançarmos com o Programa Luz para Todos, bem como com o SUASA - Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária. Esta Casa tem que aprimorar o SUASA, possibilitando aos agricultores agregar valor a sua produção, seja aos produtos de origem vegetal ou aos de origem animal.

Companheiro Deputado Adelmo, que foi Superintendente do INCRA, colega nosso na Assembleia, que se soma conosco ao Núcleo Agrário, nós precisamos dar condições dignas para a nossa juventude rural. Por isso, precisamos de uma linha específica para a juventude e também para as mulheres.

Temos grandes expectativas de avançar na reforma agrária com o nosso Ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, juntamente com o Ministro Miguel Rossetto, na Secretaria-Geral da Presidência da República, e com o Ministro Pepe Vargas, na Secretaria de Relações Institucionais.

Sr. Presidente, gostaria que fosse divulgado este registro no programa A Voz do Brasil, assim como a nossa grande expectativa, ao celebrarmos os 35 anos do PT, de avançarmos com a reforma agrária em nosso País.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. V.Exa. será atendido na íntegra.

Documento 43/150

010.1.55.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

11/02/2015-11:04

Publ.: DCD - 12/02/2015 -

38 CHICO LOPES-PCDOB -CE

CÂMARA DOS DEPUTADOS BREVES COMUNICAÇÕES PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Contrariedade em relação à proposta apresentada pela Agência Nacional de

Energia Elétrica - ANEEL para o reajuste das tarifas de energia elétrica do

Estado do Ceará.

O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Pela ordem. Pronuncia o seguinte

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discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o aumento de tarifa de até 44% nas contas de energia dos consumidores cearenses, proposto pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, não pode ir adiante.

Questionamos um reajuste tão alto para os consumidores industriais e uma elevação de 19,5% nas contas para os consumidores de baixa tensão, o que prejudica a economia do Estado, provoca perda de competitividade das empresas cearenses e implica risco de fechamento de postos de trabalho. A Companhia Energética do Ceará - COELCE atende 3,2 milhões de unidades consumidoras.

Apesar do contexto desfavorável à produção de energia elétrica, o que é um fato, com a seca se tornando um desafio para várias regiões, não se justifica impor à economia cearense reajustes tão altos, que sem dúvida teriam um impacto na produção e no emprego.

Por mais que o setor produtivo não repasse integralmente um reajuste tão elevado, de 44%, no insumo energia, não haverá como evitar aumento de preços, diminuição de investimento, perda de competitividade para nossas empresas e possível fechamento de postos de trabalho. Isso a sociedade cearense não aceita.

Nos últimos 8 anos, integrei a Comissão de Defesa do Consumidor, sempre fiscalizando os reajustes e revisões tarifárias da energia elétrica, promovendo audiências públicas e campanhas de mobilização por preço justo da energia e pelo ressarcimento de R$8 bilhões cobrados indevidamente dos consumidores de todo o País.

Procurando evitar que o novo aumento da tarifa chegue a percentuais tão elevados, vou apresentar requerimento de audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor, para que representantes da COELCE e da ANEEL prestem esclarecimentos sobre os percentuais divulgados para o Ceará.

As complicações deste momento com a seca e a geração de energia são conhecidas, mas, infelizmente, a ANEEL mais uma vez demonstra sua tendência em defender o direito das distribuidoras de energia, não o do consumidor.

Ressalto que a inflação acumulada ao longo de 2014 foi de 6,41%. Assim, a revisão tarifária que a ANEEL defende é de mais de três vezes o percentual da inflação, para consumidores residenciais, e para consumidores industriais chega a mais de sete vezes a inflação.

Por isso vamos promover audiência pública, chamando a ANEEL e a COELCE para dar explicações sobre essa proposta de aumento tarifário. Não podemos aceitar uma elevação tão grande no preço da energia, em um momento em que o Brasil, especialmente o Ceará,

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procuram voltar esforços para uma maior geração de emprego e renda, para mais empregos e mais desenvolvimento.

Sr. Presidente, eu gostaria que este nosso discurso fosse divulgado no programa A Voz do Brasil e nos demais meios de comunicação da Casa.

Era o que tinha a dizer.

Documento 44/150

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Publ.: DCD - 12/02/2015 -

39 HÉLIO LEITE-DEM -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS BREVES COMUNICAÇÕES PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Inconformismo do orador com a falta de energia elétrica para os moradores das

cercanias da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Estado do Pará. Apelo às

concessionárias do Estado e ao Governo Federal pela resolução da distorção.

O SR. HÉLIO LEITE (Bloco/DEM-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna para falar de questão muito importante para o Brasil, em especial para o meu Estado, o Pará, que tem a maior hidrelétrica nacional, a

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Hidrelétrica de Tucuruí, que fornece energia para o Pará, para o Maranhão, para o Tocantins e, em épocas de cheia do lago, também complementa a energia no Brasil. Essa hidrelétrica, que funciona há mais de 30 anos, com certeza absoluta é fundamental para gerar energia para a nossa região e para o restante do Brasil. Mas venho aqui hoje para falar, desta tribuna, de uma das maiores injustiças sociais cometidas contra o Pará, contra o Brasil.

Srs. Deputados, em torno do Lago de Tucuruí há 12 mil famílias que não têm energia. Deputado Joaquim, são famílias de pescadores, de agricultores, de pessoas de bem que veem o linhão, que veem a hidrelétrica, mas não têm energia. Com certeza absoluta, esse é um ato que precisa ser corrigido - corrigido pela ELETRONORTE, corrigido pela Rede CELPA, corrigido por todos nós Deputados e pela Presidenta da República.

É importante que haja um projeto, que haja destinação, para que se possa levar energia a essas centenas de pessoas que precisam também ter o conforto, que precisam ter condições para melhorar cada vez mais a sua agricultura, que precisam ter a postura de dizer que são reconhecidas como cidadãos brasileiros. É importante que nós possamos avançar, que nós possamos melhorar essas distorções que acontecem no Brasil, em especial no Pará.

Sr. Presidente, estou pensando em já fazer um projeto para que nós possamos - haja vista que no Pará está sendo construída a Hidrelétrica de Belo Monte - acabar com essa distorção, para que nós tenhamos a certeza absoluta de que, quando se instalar uma hidrelétrica, no Pará ou em qualquer lugar do Brasil, as pessoas que moram em seu entorno possam ter energia. Eu fico imaginando o que sente um morador daquelas ilhas quando veem a fiação, quando veem as turbinas funcionando, quando veem o lago, e não tendo energia.

Portanto, quero apelar à ELETRONORTE, à Rede CELPA, à Presidenta Dilma para que possam corrigir essa distorção social. Precisamos sim levar ao povo do Pará e do restante do Brasil aquilo que é fundamental: a condição para viver e para viver bem.

Sr. Presidente, trago a esta Casa este assunto e, com certeza absoluta, quero pedir ao Presidente desta Casa que também oficie aos órgãos competentes, para que nós possamos buscar aquilo que é verdadeiro. Nós temos sim que dar condição a cada brasileiro para que possa se sentir bem, tendo, pelo menos, direito à energia.

Muito obrigado, Sr. Presidente!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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Documento 45/150

010.1.55.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

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Publ.: DCD - 12/02/2015 -

135 CARLOS ZARATTINI-PT -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Contestação do discurso do Líder da Minoria na Casa sobre a gravidade da

crise na PETROBRAS. Defesa de investigação das denúncias de corrupção no

órgão durante o Governo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Razões do aumento da tarifa de energia elétrica. Acerto da política de

concessão de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social - BNDES. Redução da taxa de desemprego no País.

O SR. CARLOS ZARATTINI (PT-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, gostaria aqui de contraditar a fala do Líder da Minoria, que mais uma vez vem a este plenário para desmoralizar a PETROBRAS pintando um quadro inexistente de uma empresa que é um absoluto sucesso no mundo.

A PETROBRAS é uma empresa que não só trouxe para o País as maiores reservas de petróleo dos últimos 20 anos, como desenvolveu tecnologia própria para conquistar isso. Hoje são mais de 2,5 milhões de barris de petróleo produzidos. Hoje são milhões de barris de petróleo refinados e uma ampla rede de distribuição de postos de gasolina.

Essa conquista, que é do povo brasileiro, é aquilo que a Minoria, a Oposição vem tentando destruir em nosso País. Com que objetivo? Com o objetivo claro de levar à privatização dessa empresa, como já tentaram durante o Governo Fernando Henrique. Já propuseram não só mudar o nome da empresa para PETROBRAX, mas principalmente venderam ações da PETROBRAS na Bolsa de Nova Iorque, com o argumento de que estavam capitalizando a empresa.

Pois bem, é por esse fato que hoje as autoridades americanas querem

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investigar a PETROBRAS, que supostos acionistas da Bolsa de Nova Iorque querem recuperar recursos que dizem ter perdido. Ora, perderam por quê? Se houve queda das ações da PETROBRAS, isso foi fruto único e exclusivo da especulação, porque não existe nenhum motivo real para que se afirme que diminuiu o valor dessa empresa. Ao contrário, ela aumenta dia a dia, ela produz cada vez mais petróleo. A cada dia há novas conquistas dos funcionários da PETROBRAS e do povo brasileiro. Mas o intuito da Oposição, que ela não revela claramente perante este Plenário e o povo brasileiro, é entregar a PETROBRAS.

Fomos contra essa CPI, mas vamos participar de seus trabalhos, porque, ao contrário do que acontece no Estado de São Paulo, onde governa o PSDB e se proibiu a investigação do escândalo da Austin e Siemens na compra de trens do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM, aqui não existe problema de se investigar.

Se existiu corrupção na PETROBRAS - e existiu, isto é claro -, esses funcionários que amealharam milhões de dólares têm que ser punidos. Mas, ao contrário, a mídia os protege, os eleva à condição de grandes homens e, possivelmente, assistiremos àqueles que desviaram milhões de dólares da PETROBRAS serem beneficiados com reduções de pena ou até mesmo com a liberdade.

O que o Líder da Minoria, do PSDB, não falou aqui foi que o ex-Presidente do seu partido, Sr. Sérgio Guerra, já falecido, foi acusado de receber 10 milhões de reais para a campanha do seu candidato exatamente para abafar uma CPI da PETROBRAS.

E o que nos inquieta, a nós do PT, é que, muitas vezes, aqui se criam CPIs não com o objetivo de investigar, não com o objetivo de aprofundar nas apurações, mas com o objetivo de promover certas negociações. Com isso nós não concordamos, isso nós não admitimos.

Nós queremos fazer - e vamos fazer - com que venha à luz tudo o que for possível do que já se investigou; queremos que seja revelada a delação completa, o que delatou o Sr. Paulo Roberto, o Sr. Alberto Youssef, o Sr. Barusco; queremos que se mostre completamente o que aconteceu na PETROBRAS, mas não apenas nos últimos anos dos Governos Lula e Dilma Rousseff, mas também nos Governos de Fernando Henrique Cardoso e, talvez, até antes.

O Sr. Barusco disse - isso foi divulgado pela imprensa - que ele começou a amealhar o seu patrimônio de forma ilegal, corrupta no Governo de Fernando Henrique Cardoso, quando foi nomeado gerente da PETROBRAS.

Essa é a verdade, e é isso que a Oposição não quer revelar, é isso que

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a Oposição não quer mostrar ao povo brasileiro, não quer mostrar toda a verdade. Nós vamos aprofundar as apurações e vamos mostrar a real situação da PETROBRAS para o povo brasileiro, mostrar o que nos orgulha, mostrar o que nós conquistamos.

Onde já se viu colocar o nome do Diretor Estrella nesse mar de lama? Ora, se foi exatamente o Sr. Estrella que descobriu o pré-sal, que, com a concordância do Presidente Lula, avançou na exploração de petróleo neste País e trouxe essa riqueza imensurável! Nós temos é que render homenagem ao Diretor Estrella. Esse, sim, tem que ser considerado um herói do povo brasileiro, porque teve a coragem de colocar recursos para que nós, hoje, tivéssemos esse patrimônio.

Nós não vamos aceitar calados que se tente destruir o patrimônio do povo brasileiro! Nós vamos enfrentar esse debate! Não temos medo da discussão, não temos medo da investigação, porque nós sabemos que o que foi feito nos 12 anos de Governo Lula e de Governo Dilma Rousseff foi exatamente para avançar!

Ora, vem dizer aqui o Líder da Minoria que houve destruição do sistema elétrico brasileiro. Destruição do sistema elétrico? A medida provisória que retirou vários encargos da conta de luz foi solicitada pela indústria. Aqui quem é membro da Comissão de Minas e Energia se lembra muito bem quando o Sr. Gerdau, representante do setor eletrointensivo, veio à Comissão de Minas e Energia solicitar a retirada dos encargos. E o Governo Dilma acolheu essa solicitação da importante indústria de aço e de alumínio no Brasil de diminuir os encargos e reduziu a conta de luz.

Se hoje nós estamos vendo aumentos na conta é exatamente porque estamos enfrentando uma seca no País e temos que acionar as usinas termoelétricas. Todos sabem que a usina termoelétrica tem um custo de produção do quilowatt muito mais caro do que o custo de produção da usina hidrelétrica.

Ora, não foi certo a Presidenta Dilma encerrar os contratos exatamente para reduzir o custo de produção? Era correto a ELETROBRAS continuar cobrando o valor do megawatt com, inclusive, a reconstituição do patrimônio do investimento, depois de tantos anos que a usina tinha sido construída? É isso que nós vamos defender. Vamos fazer um debate sobre o setor elétrico nesta Casa. Vamos aprofundar o debate, sim.

E quero falar do BNDES também. Acusam o BNDES de ter favorecido as empresas! Ora, não é exatamente a reivindicação do setor empresarial, que o BNDES reduza as taxas de juros? Exatamente! E isso foi feito porque nós trabalhamos para proteger a indústria brasileira e, principalmente, proteger o emprego de milhões de brasileiros, garantir que o trabalhador brasileiro tenha emprego.

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Olhem aí as estatísticas: é a menor taxa de desemprego da nossa história! Isso é que tem que ser dito. Mas não se reconhece neste plenário essa verdade. Poucos disseram que agora o IBGE reviu o crescimento do ano passado. Dizia-se que era um crescimento pífio, mas o IBGE reviu as contas e praticamente dobrou a taxa de crescimento.

Ora, Sras. e Srs. Deputados, nós nesta Casa devemos respeito à verdade, devemos respeito ao que foi feito neste País, ao que é concreto! Vamos examinar, sim, vamos investigar. Nós, com muito orgulho, vamos defender o patrimônio do povo brasileiro, a nossa PETROBRAS!

Muito obrigado.

Documento 46/150

010.1.55.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

11/02/2015-11:46

Publ.: DCD - 12/02/2015

- 144 WELITON PRADO-PT -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA DISCURSO ENCAMINHADO DISCURSO

Sumário

Críticas à Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL pela defesa das

empresas de energia elétrica em prejuízo do consumidor. Proposição em

trâmite na Casa, de autoria do orador, com vistas à proibição de cobrança de

tarifas diferenciadas durante o dia. Defesa da criação de CPI sobre o setor

elétrico. Sugestão de oitiva da ANEEL pela Comissão de Defesa do

Consumidor.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO À MESA PARA

PUBLICAÇÃO

O SR. WELITON PRADO (PT-MG. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, mais uma vez a ANEEL faz a

defesa apenas das empresas de energia elétrica e não dos direitos dos

consumidores. Volta e meia a conta cai no bolso do consumidor, especialmente

Page 121: Discursos em plenário

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o residencial, que a duras penas vem lutando para pagar sua conta de luz.

Mas os consumidores não podem pagar pelos erros de gestão do sistema

elétrico. E a ANEEL não pode simplesmente priorizar os lucros das empresas

de energia em detrimento dos consumidores. O papel da agência reguladora

não é esse. A missão da ANEEL é regular e fiscalizar a geração, a transmissão,

a distribuição e a comercialização da energia elétrica, atendendo reclamações

de agentes e consumidores com equilíbrio entre as partes e em beneficio da

sociedade. A missão da ANEEL é garantir tarifas justas, qualidade do serviço,

investimentos e que todos tenham acesso à energia elétrica.

Mas em janeiro, para onerar ainda mais o consumidor, começaram a ser

cobradas as bandeiras tarifárias. Um mês depois a ANEEL, absurdamente, quer

aumentar as taxas das bandeiras tarifárias em 83,33%. A agência quer que a

bandeira vermelha passe de R$ 3,00 para R$ 5,50 a partir de março, para cada

100 quilowatts utilizados no mês. Segundo a ANEEL, a bandeira vermelha

indica que o custo de produção de eletricidade aumentou muito. Quero saber,

então, qual a proposta real e concreta da ANEEL de desconto na conta de luz

quando o usuário reduzir o consumo ou quando não estivermos em períodos de

falta de chuvas.

Porque todos sabem que 77% da matriz energética brasileira é hidrelétrica, o

que torna o custo de produção muito mais baixo. Mas mesmo nos momentos

em que utilizamos somente as hidrelétricas pagamos injustificadamente as

tarifas mais altas do mundo. Muito mais altas que em países como EUA,

China, Índia, Alemanha, França, Japão e Canadá.

Não vemos a ANEEL com a mesma preocupação, eficiência e transparência

quando é para determinar a divisão dos ganhos de produtividade das empresas

de energia com o consumidor. Esse modelo de bandeiras, tão defendido pela

ANEEL, só antecipa a receita para as empresas. Como o consumidor vai ter

certeza de que esse valor não será cobrado nos reajustes anuais?

Para conseguirmos impedir pedidos de aumentos absurdos feitos pela CEMIG

todo ano e também nas revisões tarifárias, temos que pressionar a agência,

denunciar os abusos e ilegalidades na prestação dos serviços. Temos que

apontar as alterações nas planilhas de custo, temos que fazer "marcação

cerrada". Todo ano sou o único Deputado Federal de Minas Gerais a defender

os consumidores nas reuniões da ANEEL que definem as tarifas da CEMIG.

Já fui, inclusive, perseguido pela CEMIG, que tentou me calar em um processo

na Justiça porque apresentei denúncias de irregularidades na terceira revisão

tarifária.

Mesmo nos anos em que conseguimos a redução das tarifas, a CEMIG

registrou lucros recordes. Todo ano os lucros da empresa são recordes e não

vemos a distribuição dos ganhos para modicidade tarifária. Não há

investimentos nos serviços. Pagamos, em muitos casos, três vezes mais pela

energia do que consumidores de outros países com a matriz energética parecida

Page 122: Discursos em plenário

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com a do Brasil, e temos um serviço de péssima qualidade.

A qualquer alta na tarifa de energia, para pequenas ou grandes empresas, quem

paga a conta é o consumidor, pois o aumento vai ser repassado ao preço dos

produtos no supermercado, na padaria, nas lojas e nos serviços.

Mas defender os consumidores a ANEEL não quer. Sequer autorizou a

devolução dos valores pagos a mais na conta de luz pelos consumidores

durante 7 anos. Esse grande roubo foi investigado por CPI nesta Casa. E depois

desse erro o Tribunal de Contas da União já apontou mais dois outros erros. E

a ANEEL simplesmente age contra o consumidor ao defender que as empresas

fiquem com um dinheiro que não é delas.

A ANEEL garantiu, por exemplo, que, independentemente dos desfechos do

fim dos contratos de concessão das empresas de energia, o consumidor final

seria o maior beneficiado com a redução de preço na sua conta de luz. As

concessionárias já tiveram grande parte de seus investimentos amortizada

durante os 50 anos que exploraram suas concessões. Agora, em 2015,

queremos ver os ganhos serem revertidos para o bem do consumidor.

Tenho um projeto em tramitação nesta Casa que impede a cobrança de tarifas

diferenciadas durante o dia. Essa é uma forma disfarçada de aumentar a conta

de luz, uma vez que as tarifas sempre ficam mais altas nos horários de pico, ou

seja, nos horários em que a população precisa realmente da energia elétrica. O

nosso projeto garante que as empresas concedam descontos aos consumidores

que economizarem energia.

Diante dos absurdos que são praticados contra o consumidor, sou totalmente

favorável à criação de uma CPI sobre o setor e vou requerer que a Comissão de

Defesa do Consumidor chame a ANEEL para dar explicações.

Gostaria que o meu pronunciamento tivesse ampla divulgação nos meios de

comunicação da Casa e no Programa A Voz do Brasil.

Documento 47/150

011.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

11/02/2015-15:09

Publ.: DCD - 12/02/2015 -

173 LUIZ CARLOS HAULY-PSDB -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS PEQUENO EXPEDIENTE COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Indignação do orador com a crise econômica, financeira, moral e ética do País.

Perda de credibilidade do Brasil no exterior. Críticas ao Governo Federal pela

Page 123: Discursos em plenário

123

falta de repasse de recursos do SUS aos Municípios. Saldo negativo da balança

de pagamentos. Repúdio à alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias de

2014 para cumprimento da meta de superávit pelo Governo brasileiro. Crise no

setor elétrico. Responsabilização dos Governos do PT pela corrupção na

PETROBRAS. Expectativa de atuação do Parlamento na reconstrução do País.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (Bloco/PSDB-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em nome da Minoria, das Oposições, quero fazer constatações e um registro da lamentável situação econômica, financeira, moral e ética que vive o Brasil nos dias atuais.

O mundo está estarrecido com o que está acontecendo no Brasil! Ontem o colunista francês Gilles Lapouge dizia, na sua coluna no Estadão, que enquanto a Velha Europa reagia, reanimava-se, o jovem Brasil afundava na sua economia, na corrupção, na incompetência e no desmando. É isso o que está acontecendo.

A imagem do Brasil no exterior hoje, no 5º ano de mandato da Presidenta Dilma, 13º ano de mandato do PT, demonstra toda a ineficácia, toda a incompetência, toda a intolerância e toda a leniência para com a corrupção que tomou conta da PETROBRAS e de vários setores do Governo.

O Brasil perdeu a credibilidade internacional. O Brasil não é mais aquele País respeitado no mundo inteiro. E o que é pior, pelas pesquisas publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo nos últimos dias, a Presidenta Dilma perdeu popularidade. O povo agora entende que tudo aquilo que ela disse na campanha não passava de uma fantasia, produto da inteligência dos marqueteiros brasileiros, como o marqueteiro Santana, da Presidenta Dilma, que ludibriou o povo. É como vender gato por lebre. A situação é estarrecedora.

O que é que vai bem, para podermos comemorar hoje? Nada! O que é que vai mal? Quase tudo! O povo está indignado. Ele vai às ruas, está se movimentando nas redes sociais, indignado, com raiva, com ódio de todos.

A desgraça produzida no Brasil pelo PT, pela Presidente Dilma e pelo Presidente Lula contaminou todo o aparelho estatal brasileiro. Prefeitos e governadores que estão sendo massacrados pela mais terrível política contra o municipalismo e contra a Federação já retiraram, nos últimos 6 anos, mais de 250 bilhões de reais das Prefeituras e dos Governos Estaduais.

O SUS - Sistema Único de Saúde está sendo esmagado. Milhões de brasileiros que dependem do SUS estão nas filas dos hospitais e dos postos de saúde, sem medicamentos, porque o Governo não repassa o

Page 124: Discursos em plenário

124

dinheiro devido para o Sistema Único de Saúde, gerido pelo Município, mas por delegação federal. Fosse eu prefeito hoje, devolveria o SUS para o Governo Federal e diria: "Está aqui a receita de 15% do meu Município".

Não sou prefeito, sou Deputado. Venho à tribuna e digo: o que está sendo feito no SUS pelo Governo Federal é matar o brasileiro diariamente por falta de dinheiro, de medicamento, de equipamentos, para que as Prefeituras que tenham regime pleno ou semipleno, delegado pelo Governo Federal, cumpram a grande missão de dar saúde pública de qualidade para o povo brasileiro.

Por outro lado, as estradas federais e os portos estão sucateados. Coitado do caminhoneiro! Coitado do produtor brasileiro! A indústria brasileira está sendo sucateada. Hoje, para cada dólar exportado de produto industrializado, o Brasil está importando dois de manufaturado. A balança comercial é deficitária. O Brasil compra mais do mundo do que vende. Como pode a Nação do agronegócio importar e não exportar?

Saldo da balança negativo. O saldo da balança de pagamentos continua negativo. E pior, as contas públicas estão negativas no resultado primário, ao ponto de, em dezembro, a Presidente Dilma fazer de tudo para aprovar uma lei para livrá-la do crime de responsabilidade fiscal, o que lhe daria um impeachment.

Ai do governador e do prefeito, que não podem mudar a Lei de Responsabilidade Fiscal e estão sendo punidos com processos de cassação, porque não a cumpriram! Mas S.Exa. a Presidente Dilma não! O Congresso lhe deu a alforria: "Não, a senhora não vai ser condenada por improbidade e por crime administrativo". Eu, não! Votei contra, porque isso é uma imoralidade. Eu defendo a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Plano Real, a estabilidade econômica, a luta para fazer um Brasil mais justo e solidário.

A deterioração das empresas estatais começou com a ELETROBRAS, com o sistema elétrico, que S.Exa. destruiu sozinha. Esse mérito de destruir o sistema elétrico é dela, é da Presidente Dilma, que achava que entendia do setor elétrico, por ter sido Secretária e Ministra da área. Ao reduzir as tarifas, por demagogia, conseguiu destruir um setor que funcionava bem, que investia bem. Agora, quem paga é o contribuinte, é o consumidor. É o brasileiro que vai ter que enfiar a mão no bolso para pagar reajustes na conta de energia elétrica de até 40%.

A Presidente Dilma, também Presidente do Conselho da PETROBRAS, é a responsável primeira por esse que é o maior escândalo do mundo e que derrubou uma das doze maiores empresas petrolíferas, transformando-a na 120º empresa do mundo. Na Bolsa, o valor das ações despencou. Há 5 anos, eu comprei mil reais em ações da

Page 125: Discursos em plenário

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PETROBRAS; hoje, eu tenho 300 reais.

Quem destruiu a PETROBRAS? A ex-Presidente do Conselho de Administração da PETROBRAS e atual Presidente da República, Dilma Vana Rousseff. Ela e o seu partido são os responsáveis.

Agora, a missão do Brasil é reestatizar a PETROBRAS, senão ela vai virar uma sucata perante a Justiça internacional nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Japão e na Europa, onde esse crime contra o acionista a condenará, como condenará todos os Diretores da empresa. Se puserem o pé nos Estados Unidos ou na Europa, serão presos daqui a um tempo, porque a Justiça lá não dorme como a nossa. Lá, ela é rápida, e eles serão condenados.

Eu quero o monopólio do petróleo intacto! Eu quero a PETROBRAS estatal na mão de brasileiros, mas profissionais. Nunca mais políticos nomeados, incompetentes, como foi nesses últimos 12 anos!

O Brasil precisa se libertar dessa agonia que lhe impuseram o PT, a Presidente Dilma e o Presidente Lula de gastar toda a sua riqueza e falir a União, os Estados e os Municípios.

Mas o Parlamento pode mudar tudo e reconstruir o que foi destruído, porque o Brasil é um País imenso, rico e que pode desenvolver-se!

Documento 48/150

011.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

11/02/2015-18:15

Publ.: DCD - 12/02/2015 -

209 MARCO TEBALDI-PSDB -SC

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Críticas à Presidenta Dilma Rousseff pelo aumento dos preços dos

combustíveis e da energia elétrica. Encarecimento do transporte rodoviário em

prejuízo do setor produtivo do País. Incidência sobre a classe média dos

prejuízos decorrentes das medidas do Governo Federal para contenção da

inflação.

Page 126: Discursos em plenário

126

O SR. MARCO TEBALDI (Bloco/PSDB-SC. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Pátria do pré-sal tem a gasolina mais cara do mundo; a Pátria dos grandes rios, da maior usina hidrelétrica do mundo, dona da maior parte da Amazônia tem cortes infindáveis de uma energia elétrica cada vez mais cara - apenas em Santa Catarina, haverá aumento de 62% na conta de luz -; a Pátria das safras recordes no campo mal consegue vender os frutos de seu sucesso, não consegue escoar sua grandiosa produção.

Em meio a tantas contradições econômicas, a Presidente Dilma aumenta os preços, dificulta o acesso do trabalhador aos seus benefícios e trava a concessão de créditos, para frear o consumo e, consequentemente, segurar a inflação.

Mas vivemos num País onde 60% da produção são transportados por rodovias, e, com o aumento dos combustíveis, nossa logística se tornará cada vez mais cara, prejudicando a cadeia produtiva do Brasil.

Mas as medidas de Dilma extrapolam essa linha de raciocínio. Ela atinge diretamente o trabalhador, que vê a inflação disparar e seu salário perder cada vez mais valor.

A classe média tem sido usada para expor um falso sucesso desse Governo. Eles não se cansam de dizer que colocaram milhões de brasileiros na classe média. Porém, agora parece que usam do covarde artifício de dar com uma mão e tirar com a outra. As medidas tomadas pelo Governo são absurdas. Tentam frear a inflação, mas em curto prazo elevarão os índices dos preços no País.

A Pátria que tirou milhões da miséria agora aos poucos está devolvendo milhões de cidadãos iludidos às fileiras dos miseráveis? Sim. A Pátria educadora cortou 7 bilhões de reais do orçamento da educação? Sim. Esta é a Pátria, acima de tudo, da propaganda, do marketing, dos conselheiros marqueteiros, onde o que importa é a imagem do Governo e não o bem-estar da população.

Estas medidas inconsequentes e maléficas me fazem concluir: Dilma se vinga pelo sufoco que passou nas últimas eleições; Dilma se vinga da classe média, que puxou os votos de Aécio Neves. Em breve Dilma precisará se vingar de todos, pois o grupo de eleitores do PT que está arrependido só aumenta. No final, seremos a Pátria da bolsa combustível e da bolsa energia elétrica?

Muito obrigado.

Documento 49/150

Page 127: Discursos em plenário

127

011.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

11/02/2015-18:54

Publ.: DCD - 12/02/2015 -

214 ZÉ GERALDO-PT -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Expectativa de continuidade de investimentos sociais e em infraestrutura no

Estado do Pará pelo Governo Dilma Rousseff.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos aqueles que me ouvem neste momento, quero dizer que o povo paraense - o Estado do Pará deu a maioria dos votos à Presidenta Dilma, 58% dos votos - tem confiança em que todos os programas que foram iniciados ainda no Governo Lula, tendo continuidade no Governo Dilma, e os programas iniciados no Governo Dilma terão continuidade.

Hoje eu vi alguns Parlamentares do Pará preocupados com as famílias que ainda não receberam o Luz para Todos, citando o exemplo de Tucuruí. Mas não são apenas 12 mil; nós temos aproximadamente 90 mil, 100 mil famílias. Destas, é bom frisar, 30 mil famílias estão em áreas isoladas, aonde não vai chegar a energia de Tucuruí através de postes e fios, que é mais fácil. A produção de energia alternativa, ou de outras alternativas para as áreas isoladas, é ainda mais cara. Mas é bom dizer aqui que aproximadamente 400 famílias no Estado do Pará receberam energia do Luz para Todos.

Esse programa foi formulado pela Presidenta Dilma quando era Ministra de Minas e Energia no Governo do Presidente Lula. O que existia no tempo do Governo Fernando Henrique Cardoso era um programinha chamado Luz no Campo. Se nós fizermos as contas, no Pará demoraria 500 anos para termos energia para todos na velocidade que ele iniciou.

Portanto, eu acredito que as rodovias Cuiabá-Santarém e Transamazônica continuarão sendo asfaltadas, que o Programa Luz para Todos, o Bolsa Família, a hidrovia, a regularização fundiária... Nós temos muita coisa para fazer neste País, e temos aí mais 4 anos. Naturalmente, 90 dias, 6 meses é o ajuste de um novo período. Precisamos terminar os programas que já se iniciaram, e há outros que precisam iniciar.

Então, estou totalmente confiante na minha Presidenta Dilma.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre

Page 128: Discursos em plenário

128

Deputado.

Documento 50/150

013.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 24/02/2015-16:44

Publ.: DCD - 25/02/2015 - HÉLIO LEITE-DEM -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Inconformismo do orador com o maior preço do quilowatt-hora cobrado pela

empresa Centrais Elétricas do Pará S.A. - CELPA, no Estado do Pará, em

comparação com os demais Estados da Federação.

O SR. HÉLIO LEITE (DEM-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, volto mais uma vez a esta tribuna para falar de um assunto muito importante.

O meu Estado tem a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, e está sendo construída a de Belo Monte. Nós mandamos hoje energia para Tocantins, Maranhão e outros Estados. O que me chama a atenção - não só a mim, mas aos Parlamentares do Estado e a toda a população - é que a maior taxa de quilowatt-hora cobrada no Brasil é a do Pará. Isso é um absurdo, porque sabemos muito bem que a CELPA não tem buscado aquilo que é necessário: levar energia para quem não tem; contemplar pescadores, agricultores, famílias que moram distante e que não conseguem ter energia elétrica. Muitos deles veem o Linhão, veem o Lago de Tucuruí, veem a hidrelétrica, mas não conseguem ter energia.

É um absurdo o que está acontecendo no Estado do Pará. A CELPA tem descaso quanto à ampliação e ao preço do consumo do quilowatt-hora.

É necessário, Sr. Presidente, nobres Parlamentares, que possamos mais uma vez abrir uma discussão ampla nesta Casa, para ver a disparidade que há. Boa Vista tem a menor tarifa, e o Estado do Pará tem a maior.

Portanto, venho a esta tribuna para mais uma vez registrar minha insatisfação com a CELPA, que mais uma vez abusa do povo

Page 129: Discursos em plenário

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paraense. Ela consegue, com esta tarifa alta, inibir o crescimento do Estado, rompendo um lacre muito maior, que é o da busca cada vez maior daquilo que o Pará quer fazer: progredir, crescer, incentivar a agricultura, incentivar a indústria, beneficiar o pequeno produtor e aqueles que fazem parte do Estado.

Quero deixar aqui registrado que cada vez mais avança a questão da CELPA, e nós temos que aqui buscar a consciência, via Assembleia Legislativa do Estado do Pará, através do Deputado Márcio Miranda, e convocar a empresa para esclarecer e dizer aquilo que podemos fazer pelo Estado.

O povo do Pará não suporta mais, de maneira nenhuma, a CELPA avançando e cobrando a maior tarifa do Brasil.

Sr. Presidente, muito obrigado.

Documento 51/150

013.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 24/02/2015-16:58

Publ.: DCD - 25/02/2015 - CÉLIO SILVEIRA-PSDB -GO

CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Protesto contra o reajuste dos preços da gasolina e da energia elétrica no País.

O SR. CÉLIO SILVEIRA (Bloco/PSDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero só registrar a tristeza de ver hoje em postos da Capital do Brasil, Brasília, a gasolina a R$3,60 o litro. Enquanto em todo o mundo o preço da gasolina está caindo, aqui no Brasil, daqui a uns dias, nós estaremos pagando R$5,00 pelo litro da gasolina.

Acabaram com a PETROBRAS e estão botando os mais pobres para pagar a conta. Além disso, Sr. Presidente, a nossa energia elétrica é a mais cara do mundo. Pessoas que ganham apenas R$780,00 por mês estão pagando R$300,00 de conta de luz!

Está impossível morar neste País! Mas, com muita garra e vontade,

Page 130: Discursos em plenário

130

nós vamos vencer juntos.

Obrigado, Sr. Presidente.

Documento 52/150

014.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

25/02/2015-14:32

Publ.: DCD - 26/02/2015

- FABIANO HORTA-PT -RJ

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Encaminhamento à Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL de ofício

sobre a precariedade do serviço de fornecimento de energia elétrica prestado

pela concessionária Ampla Energia e Serviços S/A em Municípios fluminenses

durante o carnaval.

O SR. FABIANO HORTA (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu venho a esta tribuna registrar o encaminhamento de expediente à ANEEL sobre o que o nosso mandato tem feito em virtude de, no período do carnaval carioca, algumas cidades do Rio de Janeiro que são concessionárias da empresa AMPLA, que presta serviço nestes Municípios, terem sido amplamente atingidas pela falta de energia elétrica por 3 a 4 dias.

Então, Sr. Presidente, eu queria deixar o registro dessa luta, no nosso mandato, porque o serviço de energia elétrica no Estado do Rio de Janeiro, nos Municípios de Maricá, Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, foi extremamente deficiente nesse período. A AMPLA, companhia que presta o serviço, tem satisfações a dar à sociedade brasileira.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

Page 131: Discursos em plenário

131

Documento 53/150

014.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

25/02/2015-14:58

Publ.: DCD - 26/02/2015

- ASSIS CARVALHO-PT -PI

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Superação da meta inicial do Programa Luz para Todos no Estado do Piauí.

Inauguração, pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, de linha de

distribuição de energia elétrica entre os Municípios de Barras e Campo Maior e

de eletrificação rural na comunidade Vinagreira, no Município de Lagoa

Alegre, Estado do Piauí. Anúncio de recursos pelo Governo Federal para

continuidade do Programa Luz para Todos no Piauí. Repúdio a interesses

multinacionais de privatização da PETROBRAS.

O SR. ASSIS CARVALHO (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero nesta sessão celebrar a excelente notícia de que o Programa Luz para Todos superou a meta inicial no Piauí. Esse fato me deixa muito feliz, porque é também resultado de minha luta compartilhada com diversos Parlamentares das bancadas federal e estatual do meu Estado.

Em 2013, a ELETROBRAS, sua operadora, tinha feito 132.630 ligações das 149.600 previstas em 2004, quando se iniciou o Programa Luz para Todos no Piauí. E já havia sido detectada a demanda de mais 10.386 residências para universalizar o atendimento. No total, eram 27 mil famílias vivendo ainda na era da lamparina. Havia obras paradas devido a problemas financeiros, embargos ambientais e burocráticos, e a empresa estava sem recursos para continuar.

Desde então, tenho lutado junto com outros Deputados da bancada do Piauí e com Deputados Estaduais, a exemplo do Deputado João de Deus, que sempre coordenou essa caminhada lá no meu Estado, especialmente para garantir a retomada das obras e o financiamento para a conclusão do programa.

Pois bem, na sexta-feira passada, dia 20 de fevereiro, o Programa Luz para Todos superou a meta com 150 mil ligações rurais no Piauí, beneficiando mais de 700 mil pessoas. É um investimento superior a 1 bilhão e 200 milhões de reais, segundo dados do Operador Nacional

Page 132: Discursos em plenário

132

do Sistema Elétrico.

É isto o que faz a Presidente Dilma e o Presidente Lula serem tão amados neste País: contribuir com pessoas humildes que nunca tiveram acesso a um programa como o Luz para Todos em qualquer outro Governo.

Este feito foi festejado com a presença do Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e do Governador Wellington Dias, que inauguraram, na mesma oportunidade, uma linha de distribuição que liga a subestação do Município de Barras à do Município de Campo Maior. Inauguraram, também, as referidas obras de eletrificação rural do Luz para Todos, beneficiando cerca de 400 famílias da zona rural de Lagoa Alegre, na comunidade Vinagreira, região de União e José de Freitas.

Para ampliar nossa satisfação, a operadora anunciou que já tem recursos assegurados para dar continuidade ao programa no Estado, mesmo tendo atingido a meta inicial, e que vai começar o trabalho pelo atendimento de mais 17 mil famílias que ainda não têm energia elétrica em casa. Essas famílias compõem a demanda que surgiu do aumento populacional rural e do retorno de famílias da cidade para o campo - graças, também, ao Luz para Todos.

Sr. Presidente, a energia elétrica é um item importante na infraestrutura para o desenvolvimento e atração de investimentos. Na zona rural, além de conforto, a energia possibilita às famílias ampliarem e beneficiarem a produção da agricultura familiar.

São ações como estas, do Governo Federal, que garantem que as famílias possam se fixar no campo, evitando o êxodo rural e suas danosas consequências.

Por essas e outras milhares de ações é que tenho orgulho deste Governo que administra o País desde 2003 e que tantos avanços tem trazido ao nosso Brasil.

Srs. Deputados, nossa luta não termina aqui. Nosso foco agora é garantir a universalização do Luz para Todos no Piauí em 2015 e contribuir para que sejam feitos os reforços de redes e a eliminação das gambiarras que causam grandes prejuízos à empresa e ao Estado.

É também nosso desejo que a ELETROBRAS Piauí seja cada vez mais do nosso Estado, com a luta pela renovação da concessão da operadora de energia e a liberação de financiamento para a execução de obras de construção e ampliação de subestações e redes de alta, média e baixa tensão, possibilitando o atendimento às crescentes demandas de novas redes e à regularização e modernização do sistema elétrico para os atuais consumidores.

Page 133: Discursos em plenário

133

Sr. Presidente, faço esse registro, com muita alegria, porque o Programa Luz para Todos vem acontecendo e será universalizado em 2015.

Mas queria aqui concluir, Sr. Presidente, não podendo também deixar de me juntar a todos os patriotas deste País que defendem a PETROBRAS.

A PETROBRAS é um patrimônio do povo brasileiro e não pode ser confundido com as posições individuais de determinadas pessoas, porque aqueles que combatem a PETROBRAS é porque querem privatizá-la, como já tentaram no passado. E nós temos que continuar, abraçados com o povo brasileiro, para não permitir que esses criminosos de ontem possam entregar uma grande empresa, como a PETROBRAS, para os interesses multinacionais.

Quero, portanto, Sr. Presidente, que V.Exa. considere este meu pronunciamento como lido e que determine sua divulgação nos meios de comunicação desta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Augusto Coutinho) - V.Exa. será atendido.

Documento 54/150

016.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

26/02/2015-16:36

Publ.: DCD -

27/02/2015 - WELITON PRADO-PT -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA DISCURSO ENCAMINHADO DISCURSO

Sumário

Contrariedade ao projeto da Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG

de criação de conselho consultivo composto por ex-diretores da concessionária.

Necessidade de investigação das contas da empresa. Regozijo com a redução

das tarifas telefônicas.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO À MESA PARA

PUBLICAÇÃO

Page 134: Discursos em plenário

134

O SR. WELITON PRADO (PT-MG. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, somos totalmente contrários e

estamos perplexos e indignados com a proposta da CEMIG de criação de

salários de R$ 15 mil mensais para ex-dirigentes da empresa. A medida, que

tem sido divulgada pela imprensa mineira, trata da criação de um conselho com

cerca de sete ou oito ex-dirigentes que seriam consultores da empresa sem

poder de decisão. A CEMIG deveria estar preocupada em fazer uma auditoria,

uma investigação nos atos da empresa nos últimos anos e nas altas tarifas.

Somos contrários a esse conselho. É preciso fazer uma investigação profunda,

apurar indícios de irregularidades que denunciamos todos esses anos ao

Ministério Público e na Câmara dos Deputados. E a presença de ex-dirigentes

só prejudicaria possíveis apurações de denúncias.

A empresa deveria era decidir por uma auditoria independente para apurar os

reais custos e números da empresa que tanto impactam nas tarifas do

consumidor, que são as maiores do mundo. A CEMIG deveria devolver os

valores cobrados a mais na conta de luz dos consumidores durante 7 anos, erro

esse admitido pelo ex-Presidente da empresa e já comprovado em CPI e pelo

TCU. Aliás, esse erro provocou outros erros de cobrança na conta de luz até

hoje não sanados ao consumidor. Um verdadeiro roubo!

A CEMIG deveria se preocupar em distribuir os altos ganhos anuais e

bilionários com os consumidores; investir nas redes que já mataram muitas

pessoas, nos trabalhadores e na qualidade da prestação dos serviços, porque

ninguém cai na propaganda mentirosa da empresa de que tem a melhor energia

do Brasil. O slogan da CEMIG deveria ser "a empresa dos mineiros". A

CEMIG deveria servir ao interesse da sociedade, pois estamos falando de

energia elétrica, que é um bem essencial.

Queremos um debate profundo na Comissão de Defesa do Consumidor. A

CEMIG e a ANEEL não podem apenas visar os lucros bilionários da empresa

que beneficiam em grande os acionistas estrangeiros. É preciso investigar a

atuação da CEMIG nos últimos anos e a omissão da ANEEL na defesa dos

consumidores e na garantia de tarifas módicas. É preciso fiscalização e

controle dos aumentos das tarifas de energia da CEMIG e dos aumentos dos

custos que caem no bolso dos consumidores.

Denunciamos ao Ministério Público, inclusive, que a CEMIG estava incluindo

o nome dos consumidores que tinham contas em atraso nos cadastros de

inadimplentes. E, após uma ação judicial, o Tribunal de Justiça impediu a

CEMIG de continuar com essa prática ilegal. É a segunda vez que

conseguimos essa vitória que precisa ser respeitada pela empresa. Incluir o

nome dos consumidores no SPC/SERASA é uma medida imoral, excessiva e

desnecessária. Não sendo suficiente que o usuário seja punido com o corte da

energia, com as multas, juros e atualizações monetárias, o consumidor

receberia também uma dupla penalidade com a restrição de crédito no

mercado, uma punição excessiva, sem razão suficiente para ser aplicada e que

contraria o Código de Defesa do Consumidor ao expor o cidadão ao ridículo,

levando-o ao constrangimento e penalizando ainda mais as pessoas carentes,

Page 135: Discursos em plenário

135

que encontram dificuldades para pagar a conta de luz diante das altas tarifas. A

energia é essencial e não pode ser tratada apenas como mercadoria.

Outra vitória foi a redução da tarifa de telefone. Com muita pressão,

conseguimos, no ano em 2011, que a ANATEL aprovasse a proposta de

redução gradual, ano a ano, do custo das ligações da telefonia fixa. Este ano, a

redução de ligações de fixo para celular chega a 22%. Em 2011, debatemos

aqui na Câmara dos Deputados o papel das agências reguladoras no Brasil e,

durante as discussões, criticamos a Agência Nacional de Telecomunicações,

ANATEL, por defender mais as empresas do que os consumidores.

Pressionada, a ANATEL aprovou a redução da tarifa que incide sobre as

ligações entre telefones fixos e celulares. As reduções estão acontecendo desde

2012. A ANATEL entende que o Governo não precisa mais estimular a

expansão da infraestrutura e o serviço da telefonia móvel no País. Os

consumidores já pagaram - e muito caro - pela expansão da infraestrutura que,

no caso da telefonia fixa, já está pronta desde 2006 e, no casa da telefonia

celular, o mercado já está estabelecido e recebendo altos valores pelo serviço.

Com esse entendimento, passou da hora de aprovarmos o fim da tarifa básica

mensal da telefonia fixa e celular.

Gostaria que o meu pronunciamento tivesse ampla divulgação pelos meios de

comunicação da Casa, especialmente pelo programa A Voz do Brasil.

Documento 55/150

018.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

02/03/2015-15:12

Publ.: DCD -

03/03/2015 - CABUÇU BORGES-PMDB -AP

CÂMARA DOS DEPUTADOS

GRANDE EXPEDIENTE GRANDE EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Interligação do Estado do Amapá ao Sistema Nacional de Energia Elétrica.

Cobrança ao Governo Federal de conclusão de ponte no Oaipoque, de ligação

do Amapá com a Guiana Francesa. Resultados de reunião do Governador

Waldez Góes e comitiva com o Ministro da Saúde, Arthur Chioro, para debate

sobre a situação da área no Amapá. Liberação de ordem de serviço, pelo

Ministro-Chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República,

Eliseu Padilha, para conclusão de obras do Aeroporto Internacional de Macapá

- Alberto Alcolumbre, Estado do Amapá. Congratulações à população de todos

os Municípios amapaenses. Defesa de compensação econômica ao Amapá pela

preservação florestal. Expectativa de unidade da bancada federal amapaense

em torno de projetos de desenvolvimento do Estado. Imediata instalação da

Page 136: Discursos em plenário

136

Zona Franca Verde, destinada ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Destinação de emendas de bancada para a construção do Hospital do Câncer -

UNACON em Macapá. Destinação pelo orador de emendas orçamentárias para

investimentos nos Municípios de Marzagão, Ferreira Gomes e Macapá, Estado

do Amapá.

O SR. CABUÇU BORGES (Bloco/PMDB-AP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ouvintes e telespectadores da Rádio e da TV Câmara, quero, primeiro, dizer que é um momento de alegria para nós brasileiros que moramos no norte do Brasil, especificamente no Estado do Amapá.

O Amapá desde ontem interligou-se ao Sistema Nacional de Energia Elétrica. Isso foi obra do nosso Presidente José Sarney, do nosso, então, Senador Gilvan Borges e, na época, do Governador Waldez Góes. Aquela obra da interligação do Amapá através do Linhão de Tucuruí se deu por conta de uma interferência política forte, porque aquela obra só iria de Tucuruí até o Amazonas, até, mais especificamente, o Município de Manaus. O Presidente Sarney, com a sua força, conseguiu que fosse feito um braço ligando Tucuruí ao Estado do Amapá, e o Estado do Amapá ao Sistema Nacional de Energia Elétrica.

Hoje, podemos dizer com tranquilidade que o Amapá é um Estado atrativo, não só para os empreendedores e para os investidores, porque nós temos posição privilegiada. A nossa geografia, ali no extremo norte do Brasil, faz fronteira não só com a Guiana Francesa, como também com o Suriname. Ali, estamos também próximos ao Canal do Panamá, fazendo com que o Brasil tenha uma logística muito melhor para poder exportar os nossos grãos, indo do Centro-Oeste até Santarém, de lá de balsa até o Porto de Santana, e do Porto de Santana para o resto do mundo.

O Oiapoque, Município fronteiriço com a Guiana Francesa, é um Município que requer uma atenção maior do Governo Federal, requer essa atenção por quê? Porque nós temos uma ponte binacional construída. Da cidade do Oiapoque a gente consegue vislumbrar tão bela obra, que está pronta desde 2011 e nunca foi inaugurada. Por quê? A França cumpriu o seu dever, mas o Brasil não cumpriu. A França deixou pronta toda a infraestrutura alfandegária, toda a infraestrutura de fronteira na cidade de Saint-Georges. Quanto ao Brasil, com a sua obra mais antiga, que é a BR-156, falta pouco, dois lotes, 110 quilômetros de asfalto para que a gente se interligue ao Oiapoque. O Governo Federal precisa tomar as providências não só com relação à Vigilância Sanitária, como também à infraestrutura geral portuária, aeroportuária e alfandegária no Município de Oiapoque.

O Amapá também é um exportador de energia elétrica. Somos um

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Estado energético. Estamos agora interligados ao Sistema Nacional. Quando no Centro-Sul for o período de seca, lá será nosso período invernoso, e poderemos contribuir com o resto do Brasil.

Foram também descobertos gás e petróleo na costa do Amapá, nos Municípios de Amapá, Calçoene e Oiapoque.

Esse período invernoso nos remete a algumas preocupações por conta das inundações que podem sofrer as cidades não só de Ferreira Gomes, como de Calçoene, Laranjal do Jari e Vitória do Jari, no sul do Estado.

Sr. Presidente, o Amapá pela sua importância geoestratégica, merece um carinho e uma atenção maior do Governo do Estado.

A exemplo da saúde complicada no resto do Brasil, no Amapá também não é diferente. Numa comitiva com o Governador Waldez Góes, estivemos com o Ministro Chioro para ver a situação por que passa a saúde do Estado do Amapá, com paciente precisando de cirurgia ortopédica há mais de 60 dias. Devido ao fluxo cirúrgico, não temos conseguido atender à demanda a contento. Levamos essa preocupação ao Ministro Chioro, como também a preocupação, pelo período invernoso, com relação à chikungunya. A nossa preocupação maior é não deixar atravessar o Amazonas, fazer esse controle, ter esse cuidado para que não tenhamos que sofrer, pois já basta a dengue.

O Amapá também, a partir de março - acredito eu -, vai estar com seu aeroporto em obras. Será retomada a construção do Aeroporto Internacional de Macapá.

O aeroporto já era para estar pronto há muitos anos. Na audiência que tivemos com o Ministro Eliseu Padilha, da Secretaria de Aviação Civil, tivemos a boa notícia de que será liberada a ordem de serviço para a empresa fazer a conclusão do Aeroporto Internacional de Macapá.

O aeroporto contará com três fingers. O fluxo de voos para Macapá tem crescido, porque o Amapá tem sido um Estado muito atrativo, não só por conta da construção da hidrelétrica de Santo Antônio do Jari, na divisa do Pará com o Amapá, como também das obras, no Rio Araguari, de três novas hidrelétricas que teremos no Estado do Amapá.

Eu fico muito feliz e satisfeito porque nós começamos a perceber um astral melhor, uma energia mais positiva para aquele nosso povo do Estado do Amapá.

Quero mandar um grande abraço para os munícipes dos 16 Munícipios. É impressionante, enquanto os outros Estados do Brasil têm muito mais do que 100, 200, 300 Municípios, ou até 800

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Municípios, como o Estado de Minas Gerais, o Amapá só tem 16 Municípios. E nós precisamos dar atenção para os 16 Municípios do nosso Estado.

O Amapá é um Estado que tem sua preservação florestal em torno de 95%. Somos o Estado mais preservado da Federação. Assim, de alguma forma, deveríamos ter uma compensação por conta dessa ousadia de ser um grande Estado, de ser um Estado bem preservado.

Eu quero dizer, Sr. Presidente, que os oito Deputados Federais que compõem a bancada do Estado do Amapá estão em união, pelo menos os seis Deputados que estão no primeiro mandato mais o Deputado Vinicius Gurgel.

Eu aproveito para convidar a Deputada Janete Capiberibe para vir somar, não para criticar, para vir somar, e para que possamos ajudar a desenvolver o Estado do Amapá. Aos três, Senador Davi, Senador Capiberibe e Senador Randolfe, digo: vamos somar ao Amapá, vamos acabar com futricas e com picuinhas.

O Sr. Wherles Rocha - Quero parabenizar V.Exa. pelo discurso e dizer que, por suas palavras, com certeza o Amapá terá aqui um representante à altura para o desafio que têm os Estados pequenos. Quero também pedir aos colegas Parlamentares que se encontram nesta Casa que nós possamos acompanhar de perto, que nós possamos nos deslocar até o bloqueio da polícia sobre os caminhoneiros, para que possamos defender o direito constitucional do cidadão de se manifestar livremente, o que está sendo cerceado. Então, quero pedir a V.Exa. desculpas pela interrupção, mas lhe parabenizar pelo discurso. Quero concitar os colegas, porque nós precisamos, sim, defender os direitos dos caminhoneiros. O Brasil não é a Venezuela.

O SR. CABUÇU BORGES - Boa observação, Deputado.

Concedo um aparte ao Deputado Osmar Terra.

O Sr. Osmar Terra - Deputado Cabuçu, como membro da bancada do PMDB, quero felicitá-lo e cumprimentá-lo pelo seu discurso de agregação, de não divisão, de somar de forças. É disso que estamos precisando no Brasil hoje, principalmente de somar forças a favor dos que mais necessitam, para salvar nossa economia e garantir a ética neste País. Meus parabéns. V.Exa. tem tudo para ser uma grande revelação da nossa bancada peemedebista. Um grande abraço.

O SR. CABUÇU BORGES - Obrigado, Deputado.

O Sr. Valdir Colatto - V.Exa. me concede a palavra?

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O SR. CABUÇU BORGES - Pois não, Deputado.

O Sr. Valdir Colatto - Deputado Cabuçu, quero cumprimentá-lo também, em nome da nossa bancada do PMDB, pelo seu discurso e pela sua representação no Amapá. Com certeza o norte do Brasil precisa de uma representação forte, porque ele é grande na extensão. Tem pouca gente, mas tem uma representação como V.Exa., que realmente orgulha este Parlamento e, tenho certeza, vai fazer um grande trabalho nesta Casa. Acompanhamos de perto a ocupação territorial do Amapá, como a do Acre, como a de outros Estados do norte do Brasil. Realmente, lá nós temos a Floresta Amazônica, que dizem que acabou, mas só 3% dela foram explorados. A maioria é de terras indígenas, de parques. Nós precisamos, através do Código Florestal aprovado agora, em 2012 - fomos o autor do projeto -, criar a cota de reserva ambiental. Se o mundo quiser que o Amapá, outros Estados e a Amazônia se mantenham de pé e que nós preservemos a Floresta Amazônica para o mundo, que nos paguem. A cota de reserva ambiental permite isto: que toda a floresta nativa seja transformada em cotas e alugada ou vendida para aqueles que têm que fazer a recomposição de florestas, seja no Brasil ou no mundo. Então, com certeza, se essa é a vocação do Norte, que não se deixa explorar e que tem grandes potenciais agrícolas, pecuários e de florestas, que esse bem que vocês conservam lá possa ser transformado em recurso para o povo do Amapá. Parabéns a V.Exa., que representa com dignidade o seu Estado.

O SR. CABUÇU BORGES - Muito obrigado, Deputado.

Deputado Darcísio Perondi, pois não. Concedo-lhe um aparte.

O Sr. Darcísio Perondi - Deputado Cabuçu, seja feliz. Que o senhor realize os seus sonhos para defender o seu Estado do Amapá. Tenho certeza de que o senhor fará um ótimo trabalho como Deputado. Tive a oportunidade de conhecê-lo no Amapá no mês de janeiro. Fiquei impressionado com o Amapá. Os senhores têm um porto, no Rio Amazonas, mais próximo dos mercados mundiais. Um porto que precisa ser fortalecido e ampliado, na cidade vizinha de Macapá, que é Santana. Que o senhor seja um dos líderes desse movimento - e está aqui conosco pelo PMDB também. Quero aproveitar este momento e dizer que uma comissão de Deputados irá ao encontro desses caminhoneiros que estão sendo barrados na entrada de Brasília. Irá uma comissão de Deputados e o convidamos. É inadmissível que a Força Nacional faça isso com quem trabalha, os caminhoneiros. Vamos dialogar, vamos conversar. Já bateram e surraram os caminhoneiros no meu Estado. Querem fazê-lo aqui. Inacreditável! A Câmara, com essa comissão, vai tentar ajudar os caminhoneiros. Vamos ajudar quem trabalha! O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra é livre em Brasília! Os caminhoneiros, que trabalham, não podem nem

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andar e vir.

Muito obrigado.

O SR. CABUÇU BORGES - Obrigado, Deputado Perondi.

Realmente a gente precisa garantir que o direito de ir e vir seja assegurado porque está na Constituição. E a gente precisa dar força junto a essa comissão que irá agora ao encontro dos caminhoneiros. Grande abraço a todos os caminhoneiros do Brasil.

Sr. Presidente, quero agradecer aos Deputados pelos apartes, porque são importantes para todos nós.

Quando você percebe que a unidade federativa do Amapá também é vista pelas outras unidades federativas não como um simples Estado, mas como um Estado pujante, com certeza muitos investimentos correrão para lá, porque hoje nós somos providos de energia. Energia elétrica, essa é a energia que vai movimentar a nossa economia.

Nós hoje temos aprovada pelas duas Casas, pela Câmara e pelo Senado, a nossa Zona Franca Verde, que está em fase de regulamentação. A gente precisa fazer com que ela seja instalada o mais breve possível. Aí, sim, está o eixo de desenvolvimento econômico da Amazônia, do Estado do Amapá e do Brasil. Somos o único Estado que fazemos fronteira com a União Europeia, porque o Departamento Ultramarino da França, a Guiana Francesa, faz fronteira com o Estado do Amapá. E agora, a gente está no aguardo de que o Governo Federal faça a sua parte, para que a gente possa inaugurá-la.

Sinto-me muito honrado, muito feliz de representar os 18 mil, 709 votos que tive lá. Na proporção, é uma votação considerável. Fui o terceiro Deputado mais votado.

Mando um grande abraço também para todos os Municípios. E quero dizer que a bancada está unida, os seis novos Deputados. Esta emenda parlamentar inusitada de 10 milhões para os novatos trouxe-nos um alento, trouxe-nos um ânimo muito grande nesta Casa.

Devo dizer que encaminhamos 32 milhões em conjunto para que se faça o Hospital do Câncer, a UNACON, que vai se localizar ao lado do Hospital Geral.

O Governador Waldez Góes reuniu a bancada dos Deputados de primeiro mandato e já determinou que esse recurso possa fazer parte da construção da UNACON e também da compra de equipamentos como: desfibrilador, raio x, tomágrafo e etc., para poder equipar os hospitais que, de certa forma, estão sucateados.

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Ficamos felizes de saber que agora o Governo pode lançar mão desse recurso para dar um upgrade na saúde do Estado do Amapá.

Também mandei recursos para os Municípios de Mazagão, para reforma de todas as escolas do interior, das principais escolas do interior do Município de Mazagão. Por quê? Porque é o Município que tem uma das maiores áreas territoriais. Mandamos também 1 milhão para o Município de Ferreira Gomes, para a pavimentação com bloquetes e para outras necessidades que o Prefeito porventura tiver. Está lá o recurso para ser aplicado: 300 mil para compra de motos da Polícia Militar; 100 mil para a área de pesquisa da EMBRAPA; 100 mil para o Exército Brasileiro, numa solicitação que nos fez; e também colocamos 1 milhão e meio para a nossa Capital Macapá, para ser executado através da Secretaria de Infraestrutura do Estado.

Sr. Presidente, sinto-me realizado por ter participado hoje, neste dia, 2 de março de 2015, fazendo história neste País, honrando e representando o nosso povo do Amapá.

Sejamos felizes.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Muito obrigado, Deputado Cabuçu Borges, do PMDB do Amapá.

Documento 56/150

018.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

02/03/2015-16:42

Publ.: DCD -

14/03/2015 - PAES LANDIM-PTB -PI

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

COMUNICAÇÃO PARLAMENTAR DISCURSO

Sumário

Defesa da manutenção do Presidente do Banco do Nordeste, Nelson Antônio

de Souza, em razão da excelência de sua gestão. Participação do orador em

solenidade da Câmara de Dirigentes Lojistas - CDL de Teresina, Estado do

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Piauí, de homenagem ao Presidente do Banco do Nordeste. Carta da entidade

classista ao Presidente do Conselho de Consumidores da ELETROBRAS

Distribuição Piauí, Gilberto Diego Veríssimo Pedrosa, sobre irregularidades no

fornecimento de energia elétrica e prejuízos causados à indústria e ao comércio

piauienses.

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Banco do Nordeste, criado pelo grande Presidente Getúlio Vargas, apesar da crise econômica que vive o País, passa por um momento auspicioso, sob a presidência do quase piauiense Nelson Antônio de Souza, posto que sua mãe é da minha querida Parnaíba e seu pai é de Picos.

O Banco do Nordeste, Sr. Presidente, tem neste momento apresentado um resultado do maior significado na sua história, talvez o melhor balanço dos últimos anos da instituição, e se deve exatamente à competência técnica, a qualidade profissional e a visão de homem público, desprendido, interessado no desenvolvimento do País, sobretudo do Nordeste, que é Nelson Antônio de Souza.

Portanto, Sr. Presidente, é a esperança do Nordeste que Nelson Antônio de Souza seja mantido à frente da Presidência do Banco do Nordeste. Eu tenho certeza de que vai surpreender o Nordeste e o País com sua gestão, até porque, tendo assumido a direção em abril, os resultados de 2014 foram os mais auspiciosos de todos os tempos do Banco.

Em 2014, o Banco do Nordeste colocou à disposição dos empreendedores nordestinos R$ 25,34 bilhões por meio de operações de crédito, um aumento de 9,1% em relação ao ano anterior, 2013. Foram 4.712 mil operações, a maior parte delas voltadas para empreendimentos de pequeno porte. Como os senhores sabem, o Banco do Nordeste é responsável pela administração do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, o FNE. O Banco aplicou R$ 13.453,7 milhões dos recursos do fundo ano passado.

E, o mais importante, o Banco chegou a esse resultado mantendo sua eficiência operacional. O BNB tem mais de 90% do seu capital sob controle do Governo Federal. E essa instituição proporcionou à União, em 2014, o seu maior lucro da história. Foram quase R$ 747,4 milhões de lucro líquido que o Banco legou ao povo brasileiro, mais do que o dobro do lucro registrado no ano anterior. Boa parte desse resultado foi obtida graças à melhoria da qualidade do risco das operações de crédito, que proporcionou a redução significativa das despesas com provisionamento, evidenciando a diligência com que a instituição administra os recursos públicos sob sua responsabilidade.

E o futuro da instituição, senhores, nunca foi tão promissor. O Banco

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do Nordeste abriu 64 novas agências somente em 2014. Nos últimos 3 anos, aumentou sua estrutura de atendimento em 55%. Esse crescimento é alvissareiro, porque a empresa é a maior parceira do Governo na busca pelo desenvolvimento do Nordeste. O Banco é o principal agente financeiro na região do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o PRONAF. Somente por meio dele, o BNB contratou R$ 2,1 bilhões em 2014, dois terços desse volume na região semiárida. No segmento dos micro e pequenos empresários, os maiores responsáveis pela geração de emprego no Brasil, o Banco aplicou R$ 2,9 bilhões no ano, 13,5% a mais do que em 2013.

O BNB, senhores, é responsável pelo maior programa de microcrédito da América do Sul, o Crediamigo, que tem 1,86 milhão de clientes ativos, e é também dono do maior programa de microfinança rural da América Latina, o Agroamigo. O Crediamigo desembolsou, em 2014, R$ 7,1 bilhões, 23,7% a mais do que no ano passado. O Agroamigo, por sua vez, aumentou o volume de crédito disponibilizado em 22,3%, chegando a R$ 1,5 bilhão em operações de crédito durante o ano de 2014.

Esse desempenho vem sendo reconhecido internacionalmente. O Banco subiu 21 posições no ranking dos 500 bancos mais valiosos do mundo, segundo uma agência especializada. O programa Crediamigo recebeu este ano um prêmio de um fundo membro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) pela qualidade de seus produtos e serviços e pela sua capacidade de chegar a populações pobres de maneira massiva.

A propósito, Sr. Presidente, em janeiro do corrente ano, eu tive o privilégio de participar de uma homenagem que a Câmara de Dirigentes Lojistas de Teresina prestou a Nelson Antônio de Souza. O seu dinâmico Presidente, Evandro Cosme Soares de Oliveira, na posse de recondução, disse com muita propriedade:

"Numa noite importante como esta, é muito bom vivenciarmos um momento solene de assinatura do convênio com o Banco do Nordeste do Brasil, BNB, que traz para lojistas a disponibilidade de crédito para capital de giro - numa estimativa inicial de investimento de cerca de cem milhões no nosso segmento empresarial."

E continuou, com muita propriedade:

"É, portanto, muito robusta a cifra da previsão inicial.

E por ser esta noite muito importante, nós lojistas prestamos uma sincera e justa homenagem ao piauiense Nelson Souza, que atualmente preside o BNB. Queremos também de público manifestar que torcemos para que este excelente técnico e homem público

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continue à frente desse destacado instrumento de desenvolvimento do Nordeste; do qual o Piauí também não pode prescindir. Nossa torcida pelo Nelson é pessoal; é das entidades lojistas; e deve ser ainda de todo Piauiense."

Sr. Presidente, por sinal, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Teresina deu publicidade a uma carta enviada à ELETROBRAS e lida em audiência pública no dia 7 de julho de 2014, dirigida ao Presidente do Conselho de Consumidores da Companhia de Fornecimento de Energia Elétrica da ELETROBRAS do Piauí, engenheiro Gilberto Diego Veríssimo Pedrosa, assim dizendo.

"A população piauiense convive com graves irregularidades no fornecimento de energia elétrica, especialmente com faltas constantes de energia, bem como com longos períodos sem a prestação do serviço. Isso tudo é resultado da ausência de infraestrutura, de pessoal e, por que não citar, da falta de apoio e pagamento em data aprazada aos prestadores de serviço."

Eu já disse desta tribuna várias vezes, Sr. Presidente, que a solução da ELETROBRAS do Piauí é a privatização. Do outro lado do Rio Parnaíba, a empresa estatal de energia, privatizada há alguns anos, presta um serviço excelente: tem energia rural pela metade do preço do Piauí e não existe os apagões.

Sr. Presidente, eu estive, no sábado atrasado, no nosso mais belo sítio ecológico de beleza litorânea, que é Barra Grande. Faltou energia quase o dia todo. E o que me entristeceu mais ainda: faltou, Sr. Presidente, água; há carro-pipa distribuindo água em frente ao mar. Eu vou falar sobre isso ainda, em outra ocasião.

Portanto, o comércio piauiense, a indústria piauiense é prejudicada pela falta de energia. Já disse aqui que, no ano passado, fui visitar o distrito industrial de Teresina, a fim de almoçar lá, e, de repente, faltou energia por 3, 4 horas seguidas. Como é que se pode ter indústria em um lugar com energia dessa natureza, deficiente, precária?

Os empresários piauienses afirmaram na carta, com firmeza:

"A indústria não consegue produzir sem a prestação adequada de energia. Para este segmento o problema é ainda maior. O maquinário utilizado muitas vezes é de alta tecnologia, de modo que o abastecimento de energia elétrica deve ser feito em uma escala constante, sem interrupções ou oscilações, o que não se observa na prestação do serviço de energia no Estado do Piauí."

Sr. Presidente, já falei, na tribuna da Câmara: quem dera se nós tivéssemos a consciência jurídica do cidadão americano, que aciona o Estado se o seu carro quebra porque a estrada está ruim. O

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responsável é o Estado. Se você anda na cidade e há um buraco que a Prefeitura não cuidou, a Prefeitura responde pelo dano ao automóvel. Imaginem se as donas de casa, os industriais e os comerciantes começassem a acionar a ELETROBRAS pelos imensos prejuízos ocasionados, como queima de aparelhos elétricos, queima de aparelhos industriais, etc. A ELETROBRAS não teria dinheiro, talvez, para pagar essa conta.

Portanto, é preciso que a União, com urgência, reflita sobre a necessidade de privatização da ELETROBRAS Piauí, porque é o único caminho adequado, Sr. Presidente, até porque, basta dizer a V.Exa., talvez o Piauí seja o único Estado do Nordeste em que o Programa Luz para Todos, esse belo programa lançado pelo Presidente Lula, ainda não foi universalizado.

No Maranhão, o Programa Luz para Todos foi todo implementado a um preço muito menor que o custo unitário da energia do Estado do Piauí.

Portanto, quero parabenizar a Câmara de Dirigentes Lojistas - CDL por essa postura, por essa visão institucional e por estar preocupada, porque sabe que, se prejudica a indústria, prejudica os serviços, prejudica o comércio, de um modo geral.

Quero aqui parabenizar o Presidente da CDL do Piauí, Evandro Cosme, um comerciante inteligente e preocupado com o Piauí, com o Nordeste e com o Brasil, pela justa homenagem prestada a esse grande dirigente do Banco do Nordeste que é Nelson Antônio de Souza.

Tenho certeza, Sr. Presidente, de que a Presidenta da República irá reconduzi-lo, porque não é possível que uma instituição como o Banco do Nordeste seja tratada com base em critério político, porque, nesse caso, nenhum ajuste fiscal resistirá.

Sr. Presidente, muito obrigado pela atenção.

Documento 57/150

019.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

03/03/2015-14:44

Publ.: DCD - 04/03/2015

- CÉSAR HALUM-PRB -TO

CÂMARA DOS PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO

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DEPUTADOS EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Êxito da gestão do Ministro do Esporte, George Hilton. Reedição da Frente

Parlamentar em Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica, Combustíveis e

Telefonia. Alerta ao Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre a necessidade

de diálogo com partidos da base aliada para implementação de medidas de

ajuste fiscal.

O SR. CÉSAR HALUM (Bloco/PRB-TO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é com muita alegria que nós retornamos a esta tribuna e, hoje, com um motivo muito especial: o nosso partido, o PRB, teve a oportunidade de fazer a indicação de um Ministro, o do Ministério do Esporte.

Parlamentar desta Casa, Deputado Federal pelo terceiro mandato, por Minas Gerais, o Deputado George Hilton é hoje o Ministro do Esporte e faz um excelente trabalho. Nós viemos aqui para parabenizá-lo pelas atitudes tomadas.

O Grito de Paz nos Estádios é o exemplo muito claro da sensibilidade que o nosso Ministro tem para com os desportistas brasileiros. Tem sido um exemplo. Todos os finais de semana, nos grandes clássicos, existe a união e o compartilhamento das torcidas, para dar o exemplo e dizer não à violência nos estádios, porque o estádio é um local para levarmos as nossas famílias e contemplarmos uma boa prática de esporte, um bom futebol.

Outras atitudes do Ministro, que tem ouvido os atletas, ex-atletas, pais de atletas, dirigentes, ex-dirigentes, árbitros, torcidas organizadas: constituir o Plano Nacional de Esporte, um sistema nacional de esporte que brevemente chegará a esta Casa para ser analisado, para ser votado; um sistema que envolve os Municípios, os Estados e a União, sem ficar transferindo obrigações para outros, mas para que todos participem de um grande sistema nacional de esporte que realmente possa fazer o Brasil cada vez maior nas competições, principalmente agora que vamos ter aqui uma grande Olimpíada, no ano de 2016. E o Ministro George Hilton vai fazer um grande trabalho para que isso aconteça.

Sr. Presidente, eu queria dizer que hoje reapresentamos a Frente Parlamentar em Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica, Combustíveis e Telefonia. Na Legislatura passada, durante 4 anos, essa Frente teve um trabalho muito importante nesta Casa; agora, ela vai ter um trabalho muito maior. Além dos problemas de energia elétrica, temos hoje um sério problema com os combustíveis.

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Eu sei que o Brasil precisa efetuar seus ajustes fiscais. Temos apoiado o Ministro Levy desde a sua indicação. Somos sabedores das dificuldades que o País apresenta e que precisamos apoiá-lo para colocar a nossa economia nos trilhos mais uma vez. Contudo, é importante dizer ao Ministro Levy que, nesta Casa, não seremos obrigados a engolir goela abaixo todas as atitudes e ações dele. É preciso discutir e conversar com todos os partidos da base. Mas, acima de tudo, é preciso parar com o pensamento de querer transferir todos os déficits para a população brasileira. Não é o povo brasileiro, o contribuinte brasileiro que terá que pagar sozinho essa conta. Queremos medidas austeras do Ministro Levy quanto aos cortes dos gastos públicos. O que ele vai tirar do Governo? Por que o Governo não está sentindo nada? É preciso cortar na própria carne. Não se pode somente transferir essa responsabilidade ao povo brasileiro.

A situação dos combustíveis é grave. A greve dos caminhoneiros está ameaçando a economia brasileira. Estamos tendo dificuldades extremas no sistema de produção.

Hoje, nós temos indústrias paradas. Hoje, nós temos criatórios de aves, suínos e ovinos parados. O Brasil tem parado a exportação desse tipo de alimento em função da greve dos caminhoneiros. Há falta de combustível nas fazendas para promover a colheita da soja, mas existe uma safra recorde.

Portanto, é preciso entender que não se pode repassar ao contribuinte brasileiro a conta de todas as dificuldades do País.

Deixo aqui a nossa declaração de apoio a essas medidas austeras que são importantes para o País, mas ressalto que é preciso também cortar na própria carne. O Governo precisa dar o exemplo, senão a sociedade brasileira vai gritar muito e vai rejeitar esse tipo de atitude.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

Documento 58/150

019.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 03/03/2015-16:50

Publ.: DCD - 04/03/2015 - REJANE DIAS-PT -PI

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CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Inauguração de obras do Programa Luz para Todos no povoado Lagoa Alegre,

no Município de Barras, Estado do Piauí. Liberação de recursos pelo Ministro

de Minas e Energia, Eduardo Braga, destinados à universalização do acesso à

energia elétrica ao povo piauiense. Alcance social do Programa Luz para

Todos.

A SRA. REJANE DIAS (PT-PI. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, demais Deputados e Deputadas aqui presentes, todos os que nos assistem pela TV Câmara, hoje é um dia de muita alegria, de muita felicidade, porque o Estado do Piauí recebeu o Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e também pelo Governador Wellington Dias. A data de ontem, na cidade de Barras e no povoado de Lagoa Alegre, foi de comemoração, porque 150 mil famílias foram beneficiadas pelo Programa Luz para Todos. Sr. Presidente, as obras foram iniciadas ainda na gestão do nosso querido ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e continuadas pela nossa querida Presidenta Dilma Rousseff.

Para V.Exas. terem ideia, o Piauí era o terceiro Estado com maior exclusão elétrica do País. Isso significa dizer, Sr. Presidente, que foram investidos, com esse programa, no nosso Estado, aproximadamente 1 bilhão de reais, levando 69 mil quilômetros de rede rural a todo o Piauí. Faltam, portanto, 17 mil domicílios para serem universalizados.

E a boa notícia é que o Ministro de Minas e Energia assinou o aditivo colocando, portanto, à disposição mais 145 milhões para que, de fato, possamos universalizar o Programa Luz para Todos em todo o nosso Estado.

Significa dizer, Sr. Presidente, que esse Programa tem um grande alcance social e com ele pudemos chegar com irrigação; pudemos chegar agora com postos de saúde para as comunidades rurais; pudemos chegar também com escolas, porque é isso o que está acontecendo em todas as regiões do Estado do Piauí através desse grande Programa de inclusão social.

Era isso, Sr. Presidente, o que tinha a dizer.

Muito obrigada.

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Documento 59/150

019.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 03/03/2015-16:52

Publ.: DCD - 04/03/2015 - MENDONÇA FILHO-DEM -PE

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Impactos negativos na vida dos trabalhadores e da classe média brasileira de

medidas econômicas do Governo Dilma Rousseff.

O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, considero importante fazer um comentário aqui da tribuna da Câmara dos Deputados a respeito do episódio que aconteceu na semana passada, quando o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, classificou de brincadeira grosseira a política de desoneração tributária adotada pelo Governo da Presidente Dilma Rousseff.

Eu tenho certeza de que o Ministro, apesar do pito que levou da Presidente Dilma, da reprimenda pública, foi franco e sincero na sua argumentação. Eu posso até dizer que o Ministro foi econômico, porque brincadeira não é só a política de desoneração praticada pelo Governo; brincadeira é a política econômica da administração petista da Presidente Dilma Rousseff, que conseguiu, em 4 anos, quebrar o País.

Nós temos hoje o maior déficit público da história recente, das últimas décadas: 6,7%. A inflação anual bate recordes, supera a casa dos 7% ao ano - a oficial, porque a oficiosa, que atinge o bolso do trabalhador da classe média, em muito passa dos 10%.

Na área de energia, houve uma explosão nos preços praticados. A brincadeira da medida provisória, que interferiu de forma absurda no setor energético brasileiro, custou caro. E, hoje, o brasileiro, que está em casa, está pagando energia 30%, 40%, 50% mais cara, a retenção do preço dos combustíveis para ganhar eleição, a política demagógica de juros, que a Presidente dizia que o presidenciável Aécio plantaria inflação para colher juros. Quem é que plantou inflação e está colhendo juros mais do que a Presidente Dilma Rousseff? Ela própria!

Então, Ministro Joaquim Levy, V.Exa. tem que dizer que brincadeira não é só política de desoneração praticada pelo Governo, talvez um dos poucos aspectos positivos praticados pela administração petista. Brincadeira foi o que fez a Presidente Dilma na condução da política

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econômica deste Governo.

E o que acontece hoje, meu caro Deputado Vicentinho? O que acontece hoje é que o trabalhador está pagando a conta. Mandaram a conta para o trabalhador, retirando os direitos do abono salarial! Mandaram a conta para as pensionistas, reduzindo os ganhos das pensionistas de todo o Brasil! Mandaram a conta para o desempregado, minha prezada colega, Deputada Benedita da Silva!

E, aí, fica a bancada do PT - para usar a linguagem pernambucana - aperreada, porque não tem coragem de assumir essa política em que só há uma conta: é mandar a conta para a classe média; é mandar a conta para o trabalhador!

Eu não vejo o Governo da Presidente Dilma Rousseff propondo a redução do número de Ministérios. São 39! Eu não vejo o Governo da Presidente Dilma Rousseff propondo a redução do número de cargos comissionados - o inchaço da máquina! Há pouco, aprovamos a urgência para a criação de mais uma autarquia com 550 cargos.

Esta é a política que sufoca o trabalhador, que sufoca a classe média! E é por isso, prezados amigos, que o povo brasileiro vai para as ruas no dia 15 protestar, dizer que não aceita as mentiras ditas na campanha e praticadas depois da eleição - apenas 3 dias! - com o aumento da taxa de juros.

Governante tem que ser sincero! Tem que olhar...

(O microfone é desligado.)

O SR. RONALDO BENEDET (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Deputado Ronaldo Benedet votou com o partido na votação anterior, Sr. Presidente.

O SR. PR. MARCO FELICIANO (Bloco/PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Marco Feliciano, na votação anterior, se estivesse presente, votaria com o partido.

O SR. MENDONÇA FILHO - Governante tem que olhar olho no olho do povo e falar a verdade, mesmo quando a verdade é dura. A conta só é uma: aumentar receita.

Quem aguenta viver num país cuja carga de impostos é de 37% do PIB? Quem aguenta viver num país onde só se vê aumento de juros, aumento dos preços administrados, como gasolina e energia, aumento de impostos como a CIDE? E nada, nada de bom em direção à população brasileira!

Eu registro aqui o meu protesto, por ser membro de um partido de

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Oposição, cobrando sinceridade ao Governo. O PT deve assumir o ônus dessa política, uma brincadeira de mau gosto em cima da população humilde do nosso País.

Documento 60/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral

04/03/2015-10:00

Publ.: DCD -

05/03/2015 - EDUARDO CUNHA (PRESIDENTE)-PMDB -RJ

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL

FALA DO PRESIDENTE OU NO EXERCÍCIO DA PRESIDÊNCIA FALA DO PRESIDENTE

Sumário

Transformação da sessão plenária em Comissão Geral para debate da crise

hídrica e energética no Brasil. Composição da Mesa Diretora dos trabalhos.

Agradecimento ao Ministro de Minas e Energia, Carlos Eduardo de Souza

Braga, pela participação na Comissão Geral. Importância da discussão do tema.

Anúncio de assinatura, pela Presidência da Casa, de ato que cria Comissão

Especial destinada a estudar e debater os efeitos da crise hídrica, bem como

propor medidas tendentes a minimizar os impactos da escassez de água no

País.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passa-se à

IV - COMISSÃO GERAL

O SR. PRESIDENTE (Deputado Eduardo Cunha) - Sras. e Srs. Deputados, neste momento, transformo a sessão plenária em Comissão Geral, com a finalidade de debater a crise hídrica e energética no Brasil.

Sobre a mesa acha-se à disposição das Sras. e Srs. Parlamentares folha de inscrição destinada a quem queira fazer uso da palavra.

Convido para compor a Mesa o Exmo. Sr. Ministro de Estado de Minas e Energia, Senador Eduardo Braga; o Exmo. Sr. Deputado Sarney Filho, do PV, autor de requerimento; e o Exmo. Sr. Deputado Chico

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Alencar, também autor de requerimento.

Ouviremos, primeiro, a exposição do Ministro Eduardo Braga, por até 40 minutos, se necessário, com prorrogação. Em seguida, concederemos a palavra aos autores do requerimento, Deputados Sarney Filho e Chico Alencar. Na sequência, ouviremos os convidados indicados pelos partidos, que terão até 5 minutos para sua exposição. Posteriormente, os Líderes partidários, e, enfim, os Parlamentares. Este será o nosso roteiro.

Gostaria de registrar a nossa alegria e o nosso agradecimento pela presença do Ministro Eduardo Braga, que logo se prontificou a estar presente neste plenário, mesmo antes de darmos curso aos convites efetuados para as presenças dos debates regulares que os Ministros de Estado irão fazer no Parlamento.

Os debates terão início amanhã, às 9 horas, em outra sessão de Comissão Geral, com a presença do Ministro Aldo Rebelo.

O Ministro Eduardo Braga gostaria de ter sido o primeiro, mas, como já havia esse requerimento da Comissão Geral para o debate da crise hídrica, nós optamos por trazê-lo à Comissão Geral e deixar que S.Exa. venha depois, para o debate de todos os problemas de sua Pasta, numa oportunidade mais à frente, para que possamos permitir que outros Ministros possam falar no Parlamento.

Todos nós estamos convivendo com uma crise hídrica e com uma consequente crise energética, decorrente principalmente da falta de chuvas.

A propositura feita pelos ilustres Parlamentares para este debate veio numa hora muito oportuna, pois mostra quanto o Parlamento tem que estar em sintonia com aquilo que está ocorrendo na sociedade, para que nós possamos debater o problema de forma democrática, buscando não só conhecer aquilo que se passa na realidade, como também propor soluções que possam melhorar a vida do povo brasileiro e diminuir as dificuldades decorrentes da crise que todos nós sabemos que existe e que não temos como deixar de debater ou enfrentar, para que, juntos, os Poderes possam ter harmonia na busca da solução, objetivando, como já falei, a melhoria das condições de vida da sociedade brasileira.

Sendo assim, neste momento, concedo a palavra ao Senador Eduardo Braga, Ministro de Minas e Energia, para que faça a sua exposição, por até 40 minutos.

Antes, informo que estou assinando o ato que cria Comissão Especial que vai estudar e debater os efeitos da crise hídrica, bem como propor medidas tendentes a minimizar os impactos da escassez da água no

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Brasil, com base no Requerimento nº 1, de 2015, de autoria do Sr. Deputado Givaldo Vieira, que teve o apoiamento desta Casa.

Documento 61/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-10:06

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

CARLOS EDUARDO DE SOUZA BRAGA-

MINISTRO DE MINAS E ENERGIA--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. MINISTRO EDUARDO BRAGA - Eu quero cumprimentar o nosso querido Presidente Eduardo Cunha; os autores do requerimento, os nossos Deputados Sarney Filho e Chico Alencar; as Lideranças da Casa; as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados; a sociedade civil organizada aqui representada pelas diversas entidades que participam como convidadas desta Comissão Geral; os representantes do setor elétrico aqui presentes; o Dr. Márcio Zimmermann, Secretário-Executivo do Ministério de Minas e Energia; o Dr. Altino Ventura, Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia; o Dr. Ildo Wilson, Secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia; o Dr. Marco Antônio Martins Almeida, Secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia; o Dr. Romeu Donizete Rufino, Diretor-Geral da ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica; o nosso companheiro Prof. Albert Cordeiro Geber de Melo, do CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica; e o nosso Maurício Tolmasquim, representando a EPE - Empresa de Pesquisa Energética.

Nesta reunião de Comissão Geral, não apenas o Ministro de Minas e Energia está presente, meu caro Presidente Eduardo Cunha, como também o setor elétrico, seja a agência reguladora, sejam os representantes do Operador Nacional do Setor Elétrico, seja a Empresa de Pesquisa Energética - EPE. Portanto, aqueles que formulam, aqueles que regulam, aqueles que planejam, aqueles que executam, todos estão aqui, em atendimento ao convite desta Casa, na qual um dia eu tive a alegria e a honra de representar o povo do

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Amazonas.

Ao mesmo tempo, gostaria de enfatizar a importância deste debate na Câmara dos Deputados. Nós veremos na apresentação que faremos a seguir que, sem dúvida nenhuma, efetivamente, estamos diante de um novo ritmo hidrológico no Brasil, fruto obviamente da relação homem/natureza, que tem impacto no planeta e que provoca mudanças, portanto, no clima. Estamos diante de uma mudança do clima na Terra, de uma mudança no ritmo hidrológico em nosso País e, como de resto, em outros países.

(Segue-se exibição de imagens.)

Condições Hidrológicas Adversas

Como nós podemos ver ali na apresentação, nos últimos anos, têm havido algumas variações. Ali estão alguns dados importantes que vamos mostrar às Deputadas e aos Deputados e a todos os que participam desta reunião.

Essa é a MLT média, no ano, das nossas afluências no período chuvoso. E o que tem acontecido? Em vermelho está representado o ano de 2014. Nós podemos ver que a situação em janeiro foi ruim e em fevereiro muito ruim, nesse ano. No entanto, em janeiro de 2015, houve uma antecipação do que aconteceu no ano passado, no mês de fevereiro, tendo sido o mês de janeiro muito ruim. Já no mês de fevereiro se repetiu mais ou menos o que aconteceu no mês de janeiro de 2014, o que mostra claramente a sequência de mudanças de ritmo hidrológico no nosso País e no nosso clima.

Esse quadro destaca exatamente aquilo que falávamos. Janeiro de 2014 foi o terceiro pior mês de janeiro de todos os tempos; janeiro de 2015 foi o pior da nossa série histórica, o que mostra efetivamente que está havendo uma mudança de comportamento; fevereiro de 2014 foi o segundo pior mês de fevereiro de toda a série histórica - fevereiro de 2014 foi o sexto pior.

Em 2015, as nossas estimativas para o mês de março são um pouco melhores, mas, como nós podemos ver, o mês de fevereiro de 2014 foi também o sétimo pior, numa demonstração de que, em 2013 e em 2014, o setor elétrico conviveu com uma crise hídrica, e, em 2014 e em 2015, estamos convivendo com uma crise hídrica. Afluências críticas no período chuvoso e os piores registros do histórico de 82 anos são o que estamos vivendo nesse biênio 2014/2015.

As afluências na Região Nordeste, para que nós possamos ter uma noção em relação a isso, não têm sido diferentes da média nacional. O Nordeste tem vivenciado essa média - e ali está a afluência de 2014 -, mas janeiro de 2015 foi o pior janeiro da série histórica, com relação ao

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Nordeste, tendo sido o mês de fevereiro do ano passado o pior, e o mês de fevereiro deste ano o segundo pior. Todos os números mostravam ter sido o mês de março do ano passado o pior da série histórica, e achamos que este ano estaremos num patamar pior ou igual ao que aconteceu no mês de março do ano passado. Quero apenas destacar novamente que o Nordeste viveu um período de afluência crítica tanto no ano de 2014 quanto no ano de 2015.

É importante mostrar o armazenamento das Regiões Sudeste e Centro-Oeste, Sr. Presidente, ao longo de alguns anos. E nós selecionamos anos importantes, para que as Sras. e os Srs. Deputados possam analisar.

O ano de 2001 foi exatamente o ano em que houve racionamento no nosso País. A linha azul da nossa apresentação corresponde à reservação hídrica, à armazenagem hídrica nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, em 2001.

Para mostrar o que aconteceu em 2011, ali está o dado. Também é um ano importante para comparar. O ano de 2012 está representado em amarelo, o ano de 2013, em azul, e finalmente o ano de 2014, cujo início tangenciou o limite que vimos em 2001, mas chegamos ao final do período úmido com o aprofundamento da redução da reservação hídrica em nossos reservatórios. A cor preta representa exatamente o que está acontecendo em 2015.

Vale a pena chamar a atenção das senhoras e dos senhores para o seguinte: mesmo estando abaixo dos níveis de 2001, nós estamos conseguindo manter o fornecimento de energia, em função da robustez do setor elétrico, em função da segurança energética e da introdução de inovação tecnológica, mesmo com reservatórios na Região Sudeste com a metade praticamente do que havia em alguns anos críticos, como foi o caso de 2014.

Na Região Nordeste não é diferente. Se os senhores puderem acompanhar novamente, verão que essa é a curva de 2001. Essas são as outras curvas, de acordo com a apresentação, e essa na cor preta é a situação dos reservatórios.

No Subsistema Norte Interligado, na nossa região, o armazenamento hídrico é sempre muito alto. Percebe-se ali claramente que os meses de janeiro e fevereiro começaram com água em grandes reservatórios daquela região. Mesmo assim, com a metade do que tínhamos.

Todos estamos vendo neste momento a enchente nos altos rios da Amazônia. Essas águas devem baixar. Os Deputados da Região Amazônica sabem que o ritmo hidrológico depende também da sequência da cheia nas cabeceiras dos rios. A tendência dessa curva é a de se aproximar, a partir de março e abril, da série histórica aqui

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apresentada.

O armazenamento na Região Sul é sempre mais nervoso, como podemos ver. É importante destacar que os reservatórios do Sul são importantes por causa da nossa interligação elétrica com o Sistema Sul.

E é importante termos como referência o ano de 2001, de novo, quando tínhamos energia armazenada, mas o sistema de interligação não era robusto o suficiente para garantir o escoamento dessa energia, o que não nos impediu de viver a crise que vivemos em 2001.

Neste ano de 2015, como vemos no registro da curva, na cor preta, é possível compreender que, mesmo com menos energia, estamos, repito, conseguindo atender às demandas de energia, em função da robustez e da segurança energética, fruto da interligação, da diversificação de matriz energética e de uma série de mitigações que o setor elétrico vem processando. O contexto atual é diferente do contexto do ano de 2001. Mostramos que, do ponto de vista hídrico, vivemos em 2015 uma situação diferente da situação de 2001.

Queremos mostrar agora as diferenças básicas que existem no setor elétrico. É importante percebermos a curva de consumo de energia elétrica versus a capacidade instalada. Ali percebemos claramente que, de 1995 a 2000, a curva de consumo estava crescendo acima da capacidade instalada do setor elétrico. É óbvio que isso chegou a um ápice, que ocorreu próximo a 2001, o que acabou provocando a crise de 2001. A partir de 2001, começaram uma nova política e um novo padrão. O padrão brasileiro e a estruturação brasileira usavam basicamente um modelo hídrico até 2001. A partir de 2001, passamos a usar um modelo termo-hídrico e, finalmente, a partir de 2010, começamos a usar um novo modelo, de diversidade das matrizes energéticas, dando ênfase, como vamos ver à frente, ao uso da biomassa e das eólicas, entrando fortemente agora na geração fotovoltaica.

Ampliação dos Limites de Intercâmbio

Eu acho que essa é a questão central do que nós estamos falando. A interligação do Norte e do Nordeste nos possibilita, em anos de crise hídrica, manter o fornecimento de energia para o Nordeste, com riscos baixos de desabastecimento energético, porque triplicou, de 2001 a 2014, entre a bacia hidrológica, a Bacia Amazônica, e o Nordeste. Nossas linhas de comunicação triplicaram nessa região.

Entre o Norte, o Sudeste e o Centro-Oeste, Sr. Presidente, há um reforço claro: foi quadriplicada a nossa capacidade de escoamento de energia. E, entre o Sul e o Sudeste, dobrou a nossa capacidade de transmissão de energia.

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Portanto, hoje o sistema elétrico interliga as diversas bacias hidrográficas brasileiras, interliga ritmos hidrológicos distintos, o que nos dá a possibilidade de administrar o setor e fazer com que o despacho de energia obedeça a essa interligação. Obviamente, isso tornou o nosso setor muito mais robusto, se comparado com o que existia até 2001.

É importante mostrar as análises para o setor elétrico que nos são fornecidas pelos diversos institutos sob a coordenação do CEPEL. E por que o ano de 2001? Porque 2001 para nós é a referência da crise energética que tivemos, diante de uma crise de fornecimento e de racionamento. Em 2001, o risco de déficit de energia, calculado pela série histórica, foi da ordem de 14,8%, num sistema que está estruturado para admitir o risco de 5%.

Quem é do setor elétrico sabe que sistemas com risco zero têm custos absolutamente inexequíveis para a economia, para a sociedade. Portanto, o modelo brasileiro admite um risco estrutural de 5%, o que significa dizer que agora em 2015, neste momento, estamos com um risco 1,1% acima do risco estrutural. Ou seja, estamos vivendo um momento crítico, Sr. Presidente, um momento grave, que temos que acompanhar, como estamos acompanhando, com o comprometimento de toda a estrutura do setor elétrico, de todo o Governo, para garantir o fornecimento de energia e a segurança energética.

No entanto, estamos diante de um grande desafio: esse é o número que vamos apresentar hoje ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, o que acontece todos os meses, com a publicação dos resultados do monitoramento do setor elétrico. Isto é o que estamos apresentando em relação a Sudeste e Centro-Oeste: déficit maior que 5% com relação à carga. Em 2001, ele era da ordem de 7,4%. Ou seja, mesmo havendo queda de 5% no consumo em 2001, o risco acima do risco estrutural era de 2,4%. Por isso, em 2001, não adiantava cortar 5% da carga, não adiantava cortar 10% da carga. Era preciso fazer um corte mais profundo para o sistema poder responder, para trazer o sistema para uma base confiável.

Essa é outra diferença, se compararmos o sistema elétrico brasileiro de hoje com o sistema elétrico brasileiro de então. Hoje, com um corte de 5%, nós podemos ter uma redução do risco, mesmo com o risco estrutural, de 6,1% para 1,2%, uma redução bastante acentuada no risco na Região Sudeste e na Região Centro-Oeste.

Eu quero agradecer ao nosso Presidente Eduardo Cunha e dizer que estou sempre às ordens para, sempre que solicitado, estar presente nesta Casa. Também gostaria de cumprimentá-lo pela condução dos trabalhos.

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O SR. PRESIDENTE (Deputado Eduardo Cunha) - Obrigado, Ministro.

Eu peço ao Deputado José Priante que assuma a presidência dos trabalhos.

O SR. MINISTRO EDUARDO BRAGA - Na Região Nordeste, conforme mostramos há pouco, o armazenamento hídrico é crítico. A região está num dos piores cenários dos últimos 82 anos. E, mesmo levando em consideração a nossa série histórica, seja qual for o déficit, o risco hoje é menor do que o risco estrutural do setor em 2001 - era de 17,3% e caiu para 1,2%. Se tivermos um déficit de 5%, de redução no consumo, teremos um risco de zero por cento, portanto, abaixo do nosso risco estrutural.

Em função das termoelétricas, em função das eólicas, em função da interligação da bacia hídrica amazônica com o Nordeste, estamos podendo administrar essa situação, que não é uma situação de conforto. Todos nós gostaríamos que os nossos reservatórios estivessem, neste momento, com muito mais água. E com muito mais água para uso múltiplo, inclusive para a produção, para a agricultura irrigada, para o consumo humano, o que é sempre fundamental.

Ali é importante mostrar outra questão que nos parece central para podermos administrar e mitigar esta crise hídrica com o fornecimento de energia no nosso País: a expansão da geração de energia no Brasil.

O que aconteceu, se compararmos novamente com o ano de 2001? Nós saímos de 80 mil megawatts em 2001 para 133 mil megawatts em 2014 e chegaremos ao final deste ano, como vamos mostrar, a cerca de 140 mil megawatts. Ou seja, neste ano, entre janeiro e fevereiro, já foram gerados mil megawatts novos. Mostramos ao Comitê de Monitoramento esse número e também, com absoluta transparência, onde esse número está sendo gerado, com que matrizes energéticas está sendo gerado e de que forma está sendo escoado.

Portanto, houve um crescimento de 67% na nossa capacidade instalada de geração de energia e um crescimento médio anual. Este é outro ponto importante: o crescimento médio, entre 1996 e 2002, era de algo em torno de 3 mil megawatts por ano; de 2003 a 2014, o crescimento médio foi de 4.341 megawatts, tendo no ano passado quebrado o recorde, com mais de 7 mil megawatts entregues para o setor.

A diversidade da matriz é importante. Nós não apenas aumentamos a capacidade instalada, como também diversificamos a capacidade. Temos hidrelétricas, térmicas, usinas de biomassa, eólicas.

Estive, no final de semana, Deputado José Priante, com a Presidenta Dilma Rousseff, no Sul do País, perto do Município de Chuí, nos

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Campos Neutrais, para a inauguração do maior complexo eólico de produção de energia da América Latina, interligado a uma robusta linha de transmissão de 525 quilovolts, o que garantirá o escoamento do potencial eólico daquela região.

É importante mostrar que nós não abandonamos a nossa matriz limpa. Ao contrário. A estratégia do setor elétrico brasileiro é a de garantir energia de qualidade e energia ambientalmente amigável. Agora, não podemos desconhecer o fato de que a térmica de base é fundamental para a segurança energética do nosso País. Seja no plano nacional até 2030, seja no plano nacional até 2050, que vamos anunciar em breve, o Brasil não abre mão de ter o seu fundamento em energia limpa. Ao mesmo tempo, por questões de mitigação de ritmo hidrológico e por garantia energética, estamos cada vez mais robustecendo as térmicas de base, para garantir, em períodos de crise, a multiplicidade, a diversidade da matriz energética.

Apenas para mostrar que vamos manter esse compromisso, ali está o crescimento da nossa matriz hidráulica: de 62 mil megawatts para uma previsão de 107 mil megawatts, de 2001 até 2018. É a demonstração clara de que não estamos abrindo mão das nossas matrizes ambientalmente amigáveis, de que queremos cada vez mais trabalhar de forma amigável com o meio ambiente.

Ao mesmo tempo, em relação à geração térmica, saímos de 5.127 megawatts em 2001 para 22.121 megawatts em 2014 e deveremos chegar, até 2018, a 28.899 megawatts de energia térmica instalada no Brasil, o que mostra que um crescimento de aproximadamente 13,5% ao ano e de 413% no período. É a demonstração do quanto o nosso setor cresceu, de quão robusto o nosso setor está no que se refere a térmicas de base. E não me refiro apenas a térmicas de base. Nós estamos falando aqui de térmicas de base, de térmicas de resposta rápida, para atendimento das pontas de cargas, para garantirmos o fornecimento com segurança energética.

Eu acho que vale uma grande observação quanto à expansão eólica porque esse é um dos grandes potenciais que o Brasil tem e uma das grandes inovações que o Brasil vem implementando nos últimos anos.

Nós esperamos acrescentar, com a colaboração de todos os companheiros aqui presentes, a partir deste ano, de forma sistêmica e organizada, também a geração fotovoltaica.

Em 2001, o Brasil praticamente não existia do ponto de vista da energia eólica, mas, no término do ano de 2014, tinha 4.888 megawatts de capacidade instalada. No final de fevereiro deste ano, já estava com mais de 5.500 megawatts de capacidade instalada e chegará, ao final do ano, a 8.114 megawatts de capacidade instalada. Terá, em 2016, geração equivalente à da Usina Belo Monte, em termos de energia

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eólica.

E, como todos sabem - quem é do Nordeste sabe disto -, a energia eólica tem uma característica: os ventos são mais intensos fora do período úmido. Exatamente no momento em que as chuvas deixarem de ser estratégicas para os nossos reservatórios e os nossos armazenamentos, haverá aumento do nosso fator de potência, nas nossas eólicas.

Aqueles que são do setor e que acompanham diariamente o boletim divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico sobre a nossa geração de energia e a nossa carga energética percebem que hoje, diariamente, mesmo com 4 mil megawatts ou 5.500 megawatts, estamos gerando efetivamente 2 mil megawatts em média, o que significa dizer que, a partir de abril, haverá um crescimento da geração eólica e, portanto, respostas adicionais dessa geração. Isso fará com que possamos ter resposta fora do período úmido.

A biomassa também vale outro destaque. A nossa safra de biomassa principal, a de cana-de-açúcar, acontece fora do período úmido, ou seja, a nossa produção equivale à da Usina de Bela Monte, em termos de biomassa. E, em 2014, aumentou significativamente a nossa capacidade instalada, a partir dos meses de abril e maio, quando entramos na safra. E nós temos, dentro do nosso planejamento energético e do planejamento estratégico, a biomassa como uma das matrizes estratégicas para a mitigação dos problemas decorrentes da falta de energia fora do período úmido.

Este mapa é importante para que possamos ter o cenário da interligação das nossas diversas bacias a partir de 2001. Como nós podemos ver, o Sul e o Sudeste tinham uma interligação, mas ainda não era uma interligação tão robusta. O Nordeste tinha uma parte interligada com Tucuruí, mas com uma ligação, porque também na segurança energética não éramos Sistemas N1, N2 e N3, que nos dão confiabilidade na transmissão. Toda essa parte ocidental da nossa Amazônia não tinha nenhum tipo de interligação, seja com o Sudeste, seja com o Centro-Oeste, seja com o Nordeste. E vejam que, na Amazônia, o País tem o quarto ritmo hidrológico, mas não havia nenhuma interligação com o resto do País. Quando o Rio Amazonas e os grandes tributários da Bacia Amazônica estão secando, os rios de Roraima e do Amapá estão enchendo. Eles têm ciclo hidrológico inverso ao ciclo hidrológico da Bacia Amazônica, à jusante do Rio Amazonas.

De 2001 para 2014, como se pode ver, a rede de transmissão saiu de 70.034 quilômetros para 125.833 quilômetros.

Ontem, Deputado Priante, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, foram interligados 30% da cidade de Macapá ao Sistema Interligado

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Nacional. Ou seja, desde Chuí até Macapá, o Brasil tem hoje um setor elétrico interligado por linhas robustas, linhas que têm nível de confiabilidade pelo menos N1 e que obviamente representam ainda grandes desafios.

Ali está a grande interligação entre Santo Antônio e Jirau e o nosso Centro-Oeste e o nosso Sudeste. Além disso, Acre e Rondônia também já estão interligados. Macapá, como eu disse, está com duas hidrelétricas já prontas alimentando o setor elétrico, com o sistema interligado já em funcionamento e com uma terceira hidrelétrica, que deverá ser concluída ainda este ano.

É importante destacar que, em 2015, além do que nós já tínhamos, entra a Usina Teles Pires, que também representará um ganho importante. A Teles Pires representará 1.800 megawatts adicionais no ano de 2015. Estamos agora atuando fortemente na gestão e na recuperação de atrasos nas obras da linha de transmissão de Teles Pires, um conjunto de obras que vamos ver mais à frente. É importante destacar o aumento médio de 184% na interligação do setor elétrico.

E o que está projetado para 2023? Até 2023, nós estaremos também interligados desde Boa Vista até Chuí, como já estamos desde Macapá até Chuí. Estaremos aumentando a confiabilidade e a segurança energéticas, porque estaremos fechando o circuito elétrico brasileiro entre Porto Velho, Manaus, Santo Antônio, Jirau, Manaus. Há uma linha que interliga Manaus, Macapá, Belém, Tucuruí, que interliga o setor brasileiro e as outras hidrelétricas, como Teles Pires etc. No setor do Acre, está chegando à cidade Cruzeiro do Sul. Portanto, está praticamente na fronteira com o Peru a nossa interligação elétrica, uma demonstração de que nós temos um planejamento estratégico em andamento.

Intercâmbios internacionais - outra característica do Brasil que vem crescendo. O Brasil tem intercâmbios elétricos que não começaram agora. Eles começaram há pelo menos 3 décadas e efetivamente trazem cada vez mais robustez. No mapa que nós mostramos ainda há pouco vimos uma interligação entre Venezuela e Boa Vista, uma interligação entre Brasil e Argentina, uma interligação entre Brasil e Paraguai, através de Itaipu, e uma interligação entre Brasil e Uruguai. Agora no mês de maio nós vamos ampliar essa interligação, via Candiota: o escoamento vai passar de 75.094 megawatts para 500 mil megawatts.

Portanto, nós estamos cada vez mais aumentando a robustez do intercâmbio internacional de energia, o que aumenta a segurança energética brasileira. No dia 20 de janeiro de 2015, foi registrada a maior importação de energia da Argentina, o que mostra claramente que essa interligação foi importante para respondermos à ponta de carga no momento em que estamos vivendo uma grande crise hídrica

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no País. Além disso, em diversos momentos, tanto o Brasil quanto a Argentina se servem dessa interligação, que, repito, é importante, mas que representa muito pouco do volume total do balanço energético brasileiro. Deputado José Priante, V.Exa. pode perceber que nós estamos falando de 0,6% a 1,2% da demanda energética do País, o que corresponde a 0,1% da carga de 74 mil megawatts médios.

Ali vemos a evolução da demanda máxima do Brasil. Essa é outra questão importante. O Brasil, em 2004, consumia algo em torno de 58 mil megawatts, na ponta de carga, com capacidade instalada para oferta 66 mil megawatts de energia efetiva, e, em 2015, a ponta de carga é de 85.391 megawatts, com oferta de energia efetiva de 89 mil megawatts.

Isso mostra claramente que o que houve no dia 19 de janeiro foi uma limitação no escoamento da nossa energia, da Região Norte para a Região Sudeste, o que acabou criando uma subfrequência e fazendo com que o sistema tivesse que cortar carga para poder restabelecer o equilíbrio do ciclo de frequência da nossa energia. Assim, no dia 19 de janeiro, em 38 minutos foi possível restabelecer o funcionamento e a carga.

Ações em Andamento

Para que as Deputadas e os Deputados possam compreender o que está em andamento, vamos falar inicialmente de temas prioritários. Por exemplo, transmissão é fundamental. Recuperarmos os atrasos nas obras de transmissão é fundamental. Para isso, estabelecemos, para todos os projetos que estamos tocando neste momento - alguns na área de transmissão -, a fast track ou uma linha rápida de despacho, para que possamos enfrentar essa discussão.

Outros temas prioritários são a geração, com a ampliação da oferta e, ao mesmo tempo, com a diversificação da matriz - eu creio que essa é uma das medidas que precisamos cada vez mais ter em mente -, e a demanda e a geração distribuída.

É ali, exatamente no que se refere a demanda e geração distribuída, que nós entendemos que o papel da energia fotovoltaica pode ser fortemente alavancado, a partir de 2015, em nosso País.

Projetos prioritários: recuperação de atrasos na implantação de linhas e subestações; linhas de transmissão associadas ao escoamento da energia gerada por usinas hidrelétricas, como Santo Antônio, Jirau e Teles Pires; e obras associadas à Interligação Norte/Nordeste, para tornar o projeto ainda mais robusto.

Quem é do setor sabe que uma linha de transmissão de 800 quilovolts é uma linha robusta. Temos poucas linhas tão robustas no nosso

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hemisfério sul e muito menos ainda na América Latina.

Quanto às linhas de transmissão associadas ao escoamento da energia hidrelétrica de Belo Monte, todos sabemos que a usina tem um papel fundamental e estratégico. Nós precisamos estar com as linhas de transmissão prontas, junto com a geração daquela usina. São obras que asseguram, portanto, o transporte de energia de grandes usinas da Região Norte e aumentam a capacidade de intercâmbio entre as Regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste.

Projetos em Andamento

Nós temos, no ano de 2015, nada mais, nada menos do que 105 obras relativas a linhas de transmissão em andamento, com um total de 9.700 quilômetros sendo implementados. Até 2018, no total serão 234 projetos de transmissão, com um incremento de nada mais, nada menos do que 29.813 quilômetros.

Esses são os projetos prioritários para o ano de 2015, dentro da lógica que nós explicitamos ainda há pouco. Ali nós vemos a previsão da conclusão da obra e o número de meses em atraso, o que mostra a absoluta transparência com que estamos buscando mitigar, recuperar esses prazos.

Projetos de geração: recuperação de atrasos na implantação de usinas; continuidade de motorização das máquinas das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau; cumprimento do cronograma de motorização de Teles Pires e Belo Monte;

cumprimento do calendário de leilões de 2015 - é muito importante a permanente sequência de leilões que estamos fazendo, porque isso garante o nosso planejamento.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Ministro, permita-me informar que, expirados os 40 minutos de que V.Exa. dispunha, eu vou prorrogar por mais 20 minutos o seu tempo.

O SR. MINISTRO EDUARDO BRAGA - Eu agradeço a V.Exa., Sr. Presidente, mas creio que não vou precisar de tanto tempo.

Por fim, as obras que asseguram a expansão de oferta de geração de energia no curto prazo e no médio prazo.

Esses são os projetos em andamento, com as matrizes energéticas especificadas. Nós temos 19 projetos de usinas hidrelétricas, 29 projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas, 34 projetos de termelétricas, 429 projetos de usinas eólicas e 31 projetos de outras fontes de energia, como a fotovoltaica.

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Leilões de Energia

Já fizemos o credenciamento do primeiro leilão de 2015. São leilões de fontes alternativas. Estão ali, por fonte, a biomassa - existente ou nova; a biomassa nova; a eólica. Portanto, estamos promovendo agora a disputa por fonte de energia. E tivemos uma adesão muito importante, como os senhores podem ver. Foram habilitados 530 projetos de energia eólica, num total de 570, entre as diversas matrizes. Para o primeiro leilão A-5, fontes alternativas. E o segundo leilão A-5 também acontecerá em abril.

Projetos Cadastrados.

Ali as matrizes são hídrica, carvão mineral, gás natural e biomassa. Nós tivemos 91 projetos cadastrados, das diversas matrizes, com geração de um total de 19 mil megawatts. O primeiro, de fontes alternativas, é de praticamente 15 mil megawatts.

E temos finalmente o leilão A-3, que acontecerá em julho, das seguintes fontes: hidrelétrica, gás natural, biomassa e energia eólica. Já foram cadastrados 521 projetos, com geração total de 18.929 megawatts.

Expansão da Geração

Para os leilões A-5, que nós mostramos, há quatro projetos cadastrados de hidrelétricas, em fase de habilitação, num total de 494 megawatts.

Gás natural: os leilões de 2014 tiveram três projetos contemplados, com total de 1.699 megawatts médios de energia.

É importante mostrar que nós estamos conseguindo preços de energia cada vez mais competitivos.

Houve um total de 49 projetos cadastrados em 2015, para o total de 22 mil megawatts, já em fase de habilitação.

Ainda sobre a expansão da geração, nos leilões de 2014 um projeto da fonte de energia carvão mineral foi contemplado, com 294 megawatts médios, a um custo de 207 reais o megawatt/hora. Nos leilões de 2015, já estão cadastrados quatro projetos, com capacidade de 2.100 megawatts, em fase de habilitação.

Expansão da geração de fonte eólica: nos leilões de 2014, 88 projetos foram contemplados, tendo sido contratados mil megawatts médios, a 140 reais o megawatt/hora; e nos leilões de 2015, de fontes alternativas e A-3, mil projetos foram cadastrados - portanto, manteve-se elevada a participação nos projetos eólicos -, e o potencial é de 24

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mil megawatts.

Energia solar: no leilão de reserva de 2014 foram contemplados 31 projetos. Nós contratamos 890 megawatts e 202 megawatts médios de energia, ao preço de 215 reais o megawatt/hora. O investimento foi de 4,2 bilhões de reais no primeiro leilão de energia solar.

No segundo semestre de 2015 haverá novos leilões de energia de reserva para a contratação da fonte fotovoltaica. Essa fonte, como eu disse, terá forte impacto na geração distribuída e na microgeração distribuída. Uma das questões importantes para que ela tenha viabilização, Deputado Sarney Filho, é exatamente a do convênio do CONFAZ, que deverá ser aprovado na próxima reunião, com o apoio de diversos Estados. Eu diria que por unanimidade, sob a liderança do Governo do Estado de São Paulo. O Governo de São Paulo aderiu à nossa proposta e está liderando um processo que eu reputo um marco histórico da geração fotovoltaica brasileira. Haverá uma desoneração importante de ICMS, o que vai viabilizar a microgeração fotovoltaica e a geração fotovoltaica descentralizada. O Governo Federal, por sua vez, fará a desoneração de PIS e COFINS. Portanto, essa fonte se tornará bastante competitiva.

Biomassa: oito projetos contemplados no leilão de 2014, com 309 megawatts médios de energia contratados, a 211 reais o megawatt/hora.

E todos podem ver uma coerência no preço médio do megawatt/hora, fruto do leilão de fontes alternativas e de gás.

Leilões de fontes alternativas: 75 projetos foram cadastrados, com 3.882 megawatts em fase de habilitação. Refiro-me à quantidade de megawatts dos projetos.

Esse quadro mostra a expansão da geração com os leilões A-5 e A-3, em 2015, das PCH: 45 projetos foram cadastrados. Nós estamos cada vez mais estudando, aprofundando e melhorando esse potencial. É outro grande potencial que temos com baixo impacto ambiental e que queremos cada vez mais fortalecer, com inovação tecnológica. É importante haver inovação tecnológica de monitoramento. Esse é um setor em que precisamos de monitoramento do fornecimento efetivo de energia, para que não haja fraude na geração da energia.

É importante destacar que o Gás Natural Liquefeito para termelétricas tem grande potencial, em razão da nova realidade do preço do petróleo. Isso, na minha opinião, é conjuntural, mas faz com que nós tenhamos hoje uma curva no custo do milhão de BTU, de gás, que está cada vez mais reduzido. E, com o pré-sal e o pós-sal, temos um grande potencial nessa área, o que fazemos questão de mostrar aos Srs. Deputados.

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Ali eu mostro o que está acontecendo em virtude do intercâmbio com o Paraguai, com a Argentina, com o Uruguai, com a Venezuela e com a Bolívia, o que revela, dentro daquele campo de fortalecimento do setor elétrico, a robustez desse nosso setor, também com o intercâmbio internacional de energia.

Esse quadro serve para termos uma ideia da nossa complexidade. Nós queremos trabalhar cada vez mais com fontes eólicas, com fontes solares, com gestão de armazenamento de energia, para mitigar o risco hidrológico de uma forma mais inteligente, de uma forma ambientalmente mais amigável e, ao mesmo tempo, melhorar a eficiência energética nos nossos prédios e na nossa rede de distribuição.

O Brasil avançou muito na geração, na transmissão, na subtransmissão, nas subestações, mas ainda tem um grande desafio nas redes de baixa tensão, nas nossas redes de distribuição, que devemos aumentar. Creio que uma das grandes inovações será o que a sociedade moderna está fazendo com relação à energia solar.

Estamos mantendo uma articulação institucional permanente, e não apenas com os diversos agentes do Poder Executivo, mas também com a área do meio ambiente. Vejo daqui Vicente Guillo, Diretor-Presidente da ANA - Agência Nacional de Águas, e outros companheiros que compõem o nosso staff de discussão dentro do Governo, dentro do Executivo. Acho que estamos diante de um desafio, com o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério de Minas e Energia: o de fazer o zoneamento da nossa capacidade de reservação hídrica, principalmente no Centro-Oeste, no Sudeste e no Nordeste brasileiros, para a recomposição de nascentes, de matas ciliares, de florestas que tenham capacidade de recomposição do clima úmido. São coisas novas que estamos debatendo dentro do Governo, para implementar novas compreensões nessa relação.

Um país que tem um agronegócio da importância que tem o do Brasil e um centro de carga tão vigoroso como o do Sudeste precisa encontrar alternativas de planejamento ambiental, com planejamento energético, para garantir para as futuras gerações uma relação mais amigável com o meio ambiente.

Da mesma forma, com o IBAMA, com o Instituto Chico Mendes, com a FUNAI, com o IPHAN, com os Governos Estaduais e com as Prefeituras temos interagido institucionalmente e de forma permanente.

Realismo Tarifário

Creio que nada disso será possível, se não tivermos mecanismos para o autofinanciamento do setor elétrico e mecanismos para que o consumidor possa compreender claramente que um sistema elétrico

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dessa magnitude e com essa robustez, com segurança energética e inovação, também tem um custo elevado. É preciso que as pessoas compreendam que não desperdiçar energia é inteligente para o meio ambiente, é inteligente para o setor elétrico e é inteligente para o seu próprio bolso. Não deixar a porta da geladeira aberta, não usar ar-condicionado de forma irracional, não usar chuveiro elétrico desperdiçando energia parecem-me pontos extremamente importantes.

O sistema de bandeiras tarifárias vem no sentido de fazer com que haja uma releitura, não só do setor, mas também do consumidor, em relação às matrizes energéticas e aos impactos que isso tem no custo da geração de energia em nosso País.

Quanto à eficiência energética, em 2 semanas vamos lançar um programa que vem sendo trabalhado há pelo menos 2 anos dentro do Ministério de Minas e Energia, com um papel fundamental de liderança do CEPEL e de todos os nossos agentes aqui presentes, que vai buscar, primeiro, a eficiência energética predial. Vamos criar um guia de atualização tecnológica, de modernização tecnológica, de inovação tecnológica, que vai estar à disposição da sociedade pela primeira vez, para referenciar esse novo combate ao desperdício de energia. E, quando digo "desperdício de energia", não estou falando apenas do desperdício da energia elétrica, mas também do reuso da água, enfim, de todos os potenciais que nós temos. Quero apenas informar que, em 2 semanas, o setor elétrico também dará a sua contribuição para o combate ao desperdício de energia.

Transparência nas Ações: ampliação do diálogo com os agentes setoriais - eu acho que essa tem sido a marca da nossa gestão, ou seja, a participação de todos os nossos companheiros do setor elétrico; diálogo com a associações do setor elétrico e de petróleo, gás e combustíveis renováveis; reuniões com associações de classe representantes de mais de uma centena de agentes setoriais; abertura de diálogo com a população e com os meios de comunicação.

Eu participei de todos os tipos de debate para os quais fui convidado até agora. Do ponto de vista dos meios de comunicação, eu estive nos programas Roda Viva, Canal Livre, Globonews. Com transparência e absoluta verdade, podemos reconhecer os avanços e, ao mesmo tempo, reconhecer que temos problemas. Precisamos enfrentar esses problemas de forma corajosa e precisamos da contribuição de todos para vencer um desafio da magnitude deste que estamos enfrentando, com a crise hídrica.

Finalmente, cito as audiências públicas que estamos fazendo, com a ANEEL, com empresas estatais e privadas envolvidas em empreendimentos nesse setor.

Quero agradecer e me colocar à disposição das Sras. e dos Srs.

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Deputados. Agradeço mais uma vez à Câmara dos Deputados, ao Deputado Sarney Filho e ao Deputado Chico Alencar.

Creio que este é um debate absolutamente oportuno, pois nós estamos diante de um desafio imposto à sociedade moderna e apenas com a colaboração, com transparência, com diálogo, com a compreensão e com a união de todos poderemos vencer, de forma amigável com o meio ambiente, um desafio dessa magnitude.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Eu quero agradecer ao Ministro Eduardo Braga, que inaugura a série de Comissões Gerais da Câmara dos Deputados, pela brilhante e elucidadora exposição.

Documento 62/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-11:03

Publ.: DCD - 05/03/2015 - SARNEY FILHO-PV -MA

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO SARNEY FILHO - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, autoridades aqui presentes, representantes da sociedade civil, antes de começar propriamente o meu pronunciamento, eu gostaria de registrar a presença aqui de representantes da SOS Mais Cerrado, que há pouco menos de uma semana obteve uma vitória parcial no que diz respeito ao Plano de Manejo sustentável da APA de Pouso Alto, que abrange a Chapada dos Veadeiros. A eles presto a nossa solidariedade. (Palmas.)

Nossa água, em grande parte, vem do Cerrado, e aqui estamos lutando para que a PEC que reconhece o Cerrado como um dos biomas nacionais seja aprovada.

Sr. Presidente, Sr. Ministro, nós propusemos a realização desta Comissão Geral como o objetivo principal de sensibilizar o novo Parlamento para a grave questão socioambiental que se apresenta em

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nosso País. É indiscutível que essa crise da água, a chamada crise hídrica, tem razões variadas.

A primeira - segundo eu entendo, a mais importante - é justamente a mudança climática, o aquecimento global, hoje uma realidade. Os períodos de seca estão mais prolongados e atingem áreas que antes não atingiam, e a precipitação de chuvas é maior e em menor espaço de tempo.

Esta questão, evidentemente, é mundial, é global, e o Brasil está aí inserido porque somos um dos maiores responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa, por causa do desmatamento, principalmente na Amazônia.

Mas se observa que os efeitos das mudanças climáticas poderiam ter sido amenizados se estivessem preservadas as bacias hidrográficas da Mata Atlântica, que geram a água que serve as grandes metrópoles.

Há pouco tempo, o jornal Folha de S.Paulo, numa reportagem muito boa, por sinal, apontou que a bacia mais importante para o abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo é a que tem a menor cobertura vegetal.

A segunda causa desta crise de água são justamente os biomas. A água gerada na Mata Atlântica não resiste mais. A própria Mata Atlântica já não é mais um bioma, são pontos isolados, maciços isolados que precisam de corredores ecológicos urgentemente. Nós sabemos que, se as nossas matas ciliares e nossas nascentes tivessem sido preservadas, se a legislação ambiental tivesse sido cumprida, ainda assim haveria esta crise, mas não na proporção que se vê hoje.

Portanto, somada à mudança climática nós temos a falta de trato para com o principal bioma que atende à Região Sudeste. E, além disso, nós temos falta de visão.

O Prof. Paulo Nogueira Neto, grande ambientalista, precursor de todos nós, há mais de 20 anos já dizia da possibilidade de São Paulo viver uma crise de escassez de água. E nada foi feito. Ao contrário, relaxamos.

Para que nós tenhamos, aqui no Congresso, uma boa noção da importância da manutenção dos serviços ecossistêmicos, é preciso saber que hoje os efeitos da crise hídrica estão atingindo principalmente as populações mais pobres das grandes metrópoles. É sempre assim: as crises socioambientais atingem primeiro os menos preparados, os desamparados, como se vê hoje em São Paulo, onde a pressão da água já não é suficiente para levar água às casas de onde? Principalmente da periferia.

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É preciso que este Congresso entenda que a mudança na legislação ambiental que anistiou os que tinham desmatado ilegalmente Áreas de Preservação Permanentes e flexibilizou, diminuiu essa proteção foi um equívoco. O mundo mudou. Nós sabemos que as civilizações surgiram nas beiras dos rios. Mas hoje nós precisamos não de gente em beira de rio, não de agricultura em beira de rio, e sim de mata, de árvores em beira de rio, para nos proteger dos efeitos das mudanças climáticas.

É justamente por isso que este Parlamento tem a obrigação de aprofundar esta discussão. Já há propostas aqui, uma delas de autoria da Frente Parlamentar Ambientalista, assinada por mim, de retomada das Áreas de Proteção Permanente, para medição de antes das modificações do Código Florestal. Também enviei ofício aos Governadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, para que, em caso de crise hídrica, o Chefe do Executivo Estadual, baseado numa excepcionalidade da legislação do ano passado, que nós, ambientalistas, conseguimos modificar, ele possa retomar a proteção das áreas acima do estabelecido pelo atual Código Florestal. Está mais do que na hora de os Governadores começarem a pensar nos seus Estados a médio e longo prazo.

O Partido Verde, que, infelizmente, não tem tantos Parlamentares assim, já determinou às suas bancadas nas Assembleias Legislativas que façam requerimentos aos Chefes do Executivo, para que, nas bacias onde houve desmatamento excessivo, onde está havendo crise hídrica, retomem a proteção da mata acima daquela estabelecida no Código Florestal.

Também já estivemos conversando com o Ministro Luiz Fux, que é quem está analisando as ações diretas de inconstitucionalidade propostas pelo Ministério Público Federal que colocam em dúvida a constitucionalidade dos artigos que flexibilizaram as áreas de preservação permanente. Ele se comprometeu a analisar a questão com celeridade, mas, independentemente da análise dessas propostas de inconstitucionalidade, ele irá entrar em contato com os Governadores de Estado e pedir-lhes que verifiquem com sensibilidade a possibilidade de se valerem da prerrogativa legal para ampliar as áreas de preservação.

Eu agradeço a todos pela presença e gostaria de pedir, Sr. Presidente, que a sociedade civil, que terá a palavra aqui, inclusive a convite do nosso partido, dispusesse de um tempo maior, já que o nosso Ministro de Minas e Energia fez uma excelente palestra.

O meu foco, Sr. Ministro, é principalmente na questão da água e dos serviços ecossistêmicos. Acho até que poderíamos discutir no futuro os outros temas. Acredito que o balizamento para as energias renováveis, como a eólica e a solar, é um caminho a ser percorrido, até porque hoje se sabe que os investimentos em combustíveis fósseis estão

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diminuindo em relação aos investimentos em energias renováveis.

Agradeço a todos a presença. Espero que esta Comissão Geral sensibilize os nossos Parlamentares, para que possamos, com o pé no presente e a visão no futuro, garantir vida às próximas gerações. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Deputado Sarney Filho.

Documento 63/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-11:15

Publ.: DCD - 05/03/2015 - CHICO ALENCAR-PSOL -RJ

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Sr. Presidente, vou quebrar o paradigma e falar aqui à esquerda da Mesa, mas à direita do plenário, para alegria dos meus amigos do PSDB, especialmente do Deputado Marcus Pestana. E quero ser bem breve, porque Comissão Geral destina-se muito mais a nós ouvirmos. Eu repito que Parlamentar deveria fazer, além do curso de oratória, o curso de "escutatória". Isso que melhoraria a qualidade do nosso trabalho.

Aprendi nos livros, na vida, com vários dos palestrantes que convidamos, que há uma realidade, Dr. Carlos Nobre, cientificamente comprovada: o clima mudou, o planeta se transformou profundamente. Isso não está apenas nos compêndios e nas conferências de clima, não.

Hoje cedinho, durante o jornal - peço desculpas pelo meu atraso, mas tive que ir a uma reunião das Pastorais Sociais da CNBB, também elas preocupadíssimas não só com a escassez de água, mas também com a provável escassez e desidratação de direitos dos trabalhadores -, eu ouvi uma notícia trágica, seguida do depoimento de pessoas que vivem a realidade das enchentes no Acre. Então liguei para a minha terra, o Rio de Janeiro, para perguntar se havia chovido nos últimos dias,

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porque o calor deste verão está incandescente. As águas de março ainda não chegaram. Tudo continua na mesma: nesta seca.

Ou seja, vivemos, comprovadamente, tempos de extremos climáticos, que exigem uma nova postura lá em cima, aqui em cima, uma nova postura das autoridades, dos gestores, dos legisladores, e também da população. A questão é planetária, mas nós somos o país em que vivemos, e a questão nacional é tanto mais grave quanto, incidindo esses extremos climáticos e a chamada crise hídrica no Brasil concretamente no Sudeste...

Eu, filho de nordestino, cresci ouvindo meu pai falar da corrupção no DNOCS - Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Aquilo reverberava em mim. Eu gostava da sigla, embora não soubesse direito o que era. Minha primeira leitura, ainda aos 15 anos, foi Vidas Secas, do Graciliano Ramos, que era até conhecido do meu pai. A leitura me marcou muito, mas eu achava aquilo um fenômeno meio distante. E confesso a vocês que até pouco tempo atrás eu achava que a realidade da seca era nossa porque nordestina, brasileira, mas não destino do País inteiro. E é!

Estamos diante de uma situação inédita e surpreendente para muitos, o que exige planejamento e grandeza política. Não se trata de uma disputa entre Governo e Oposição, porque isto é conjuntural, pressupõe concepção de sociedade.

O sistema hegemônico no mundo, o sistema capitalista, tem como êmulo central o lucro, a competição e o individualismo consumista, e isso esgota, sim, o planeta, na medida em que grandes corporações é que viabilizam o chamado sistema econômico.

O socialismo real do século XX foi uma tragédia do ponto de vista ambiental. Por isso também os socialistas, entre os quais me inscrevo, Deputada Luiza Erundina, temos que rever uma série de conceitos e categorias. Há algo comum que o próprio Karl Marx, Deputado Marcus Pestana, acabou concebendo. A Revolução Industrial era um salto adiante para a humanidade, e o desenvolvimento das forças produtivas era algo fundamental para o bem-estar da sociedade. Mais ou menos. O que é esse desenvolvimento e em que termos ele se dá?

O desafio para o século XXI é inventar - é disso que se trata - novas formas de produzir, consumir e sobreviver no planeta, formas cooperativas, solidárias e sustentáveis. E, obviamente, não falo da sustentabilidade verde dos grandes empreendimentos de moradia: "Venha para a Barra, um paraíso verde sustentável!" Isso aí é perfumaria, é ecocapitalismo da pior qualidade.

Este é um baita desafio, Deputado José Carlos Aleluia, que todos nós temos que enfrentar com coragem e desassombro, reconhecendo as

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nossas insuficiências e os nossos erros.

É mesmo função do Governo falar de seus méritos, de seu projeto. O Ministro trouxe dados em execução. Nós sabemos que as energias alternativas ainda têm muitíssimo pouco espaço no Brasil. Isto é uma temeridade! Sabemos que os recursos hídricos escasseiam porque os governos não planejam, não preveem, não têm visão estratégica e de longo prazo.

Por outro lado, o povo, a sociedade, que a gente quer, como aprendi de Malu, civil e não servil, ela acaba repetindo um pouco o que as autoridades fazem. O ladrãozinho da esquina, que bate a nossa carteira - lá no meu Rio de Janeiro isso é corriqueiro, e principalmente no carnaval se intensifica -, inspira-se na alta roubalheira das cúpulas. Olhem que efeito deletério, deseducativo! "Brasil, Pátria Educadora!"

Traduzindo para a nossa questão concreta aqui, 37% da água potável do Brasil é desperdiçada. A culpa é da Dona Maria e do Seu João, que lavam a calçada? É também, mas em ponto muito menor. A grande responsabilidade é nossa, é de cada um de nós. Temos que mudar a postura de vida e a postura política.

Eu acho que a gente deveria inscrever aqui, com força, um lema fundamental, que vale para a nossa atitude no dia a dia e para a concepção de políticas públicas, para a garantia dos biomas, para o enfrentamento da resistência daquele ruralismo retrógrado e predatório que não quer preservar o Cerrado, que não quer preservar a Amazônia, que acha que a Mata Atlântica pode ser ainda mais sugada e que faz com que o nosso arcabouço legal, esse edifício legal, por exemplo, de Política Nacional de Resíduos Sólidos e de Política Nacional de Recursos Hídricos, seja um edifício quase desabitado. Se fica desabitado, deteriora-se; e, deteriorando-se, rui.

O slogan que eu acho que a gente deveria assumir - e espero que esta Comissão Geral se traduza em atos concretos de Governos, no plural, e de Legislativos - é este: Mudança de Postura. Precisamos fazer do necessário o suficiente e viver mais simplesmente e compartilhadamente, para que, simplesmente, todos possam sobreviver. É disto que se trata: a sobrevivência da humanidade. Vamos lá!

Obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Promessa cumprida do Deputado Chico Alencar: terminou dentro do prazo estabelecido.

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Documento 64/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral

04/03/2015-11:24

Publ.: DCD -

05/03/2015 - JOSÉ PRIANTE (PRESIDENTE)-PMDB -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL

FALA DO PRESIDENTE OU NO EXERCÍCIO DA PRESIDÊNCIA FALA DO PRESIDENTE

Sumário

Esclarecimento sobre o tempo dos oradores e a ordem de uso da palavra na

Comissão Geral sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Eu gostaria de anunciar o roteiro subsequente. Como Presidente, tenho também a obrigação de mediar uma circunstância que se impõe.

Nós temos aqui diversos convidados, que terão a oportunidade de se manifestar, diversas Lideranças partidárias e algumas dezenas de Deputados inscritos. Impõe-nos visualizar o futuro breve, porque às 14 horas nós temos que abrir a sessão ordinária da Câmara dos Deputados.

Recai sobre nós a tomada de uma decisão, e eu gostaria de ter a solidariedade de todas as Lideranças, até mesmo porque o nosso convidado tem que responder aos questionamentos das diversas pessoas que haverão de se pronunciar.

Vamos estabelecer um prazo de 3 minutos para os convidados, de 3 minutos para as Lideranças e de 3 minutos para os Deputados. Após a fala dos convidados, passarei a palavra aos Líderes partidários, depois devolverei a palavra ao Ministro, para que S.Exa. possa responder aos questionamentos feitos até então. Posteriormente, por uma questão de economia, passaremos a palavra aos Deputados, que certamente não haverão de incidir nos mesmos questionamentos.

Passarei a palavra ao primeiro convidado. Por acordo, chamaremos agora o Dr. Carlos Afonso Nobre, Diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, que terá a palavra por 3 minutos na nossa tribuna de honra. Antes, porém, quero registrar a presença da Escola Espaço Criativo, de Goiânia, que abrilhanta esta sessão especial da Câmara dos Deputados.

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Sintam-se em casa nesta sessão!

Documento 65/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-11:27

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

CARLOS AFONSO NOBRE- DIRETOR DO CENTRO

NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE

DESASTRES NATURAIS.--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. CARLOS AFONSO NOBRE - Bom dia a todos!

Sr. Presidente Deputado José Priante, Deputados Sarney Filho e Chico Alencar, Ministro Eduardo Braga, em primeiro lugar, quero dizer que a comunidade científica brasileira está totalmente à disposição da Frente Parlamentar para apoiá-los e trazer o conhecimento da ciência para iluminar o debate que se faz neste momento crítico.

O que o clima nos ensina? O clima é muito variável, em várias escalas de tempo. Tivemos, de final de dezembro de 2013 a final de janeiro de 2015, os 13 meses mais secos dos registros históricos no Sudeste, uma situação muito atípica. Mas isso é uma flutuação de longo prazo. Não houve só esses 2 anos.

Um dado muito importante para a gestão da água, seja para o abastecimento, seja para a agricultura, seja para a energia, é que na última década, de 2005 a 2014, choveu no Sudeste 1.200 milímetros. Na década de 1985 a 1994, choveu 1.500 milímetros. Isso também está acontecendo no Nordeste. Então nós estamos passando por um ciclo de longo prazo de diminuição das chuvas em boa parte do Brasil, no Nordeste e Sudeste. Essa é uma questão que deve preocupar a todos.

Este ciclo é natural? É mudança climática? Nós não sabemos. Mas também não podemos desconsiderar a possibilidade de o clima estar mudando de forma mais permanente. A gestão dos recursos hídricos deve levar isso em consideração.

Estamos vivendo uma crise muito grande no momento. Já estamos à véspera de entrar no período mais seco do ano. Estamos no último mês do período chuvoso. Felizmente, as chuvas foram abundantes em

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fevereiro no Sudeste, em torno da média, mas é lógico que a vazão, como foi aqui demonstrado pelo Ministro, ficou bastante abaixo da média, porque o solo está muito seco.

Certo e líquido é que os extremos climáticos estão ficando mais acentuados, tanto no sentido da chuva, como temos visto na Amazônia, quanto no sentido da seca, como temos visto no Sudeste. Nós temos que considerar isso como um fato real e concreto. Todo planejamento deve levar em conta que o clima está mais volátil e que os extremos vão continuar mais intensos.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Dr. Carlos Afonso.

Documento 66/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-11:30

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

GUILHERME CAMPOS (PRESIDENTE DA

EXECUTIVA NACIONAL DO PSD)--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. GUILHERME CAMPOS - Saúdo o Presidente José Priante, que aqui representa o nosso Presidente da Casa, o Deputado Eduardo Cunha.

Parabenizo o Ministro Eduardo Braga pela apresentação, assim como aos Deputados Sarney Filho e Chico Alencar pela autoria do requerimento que propiciou esta audiência pública.

Venho aqui agradecer pelo meu partido, o PSD, a oportunidade de participar desta Comissão Geral que trata da crise hídrica nacional. Diferentemente do nosso Ministro, vamos focar especificamente o meu Estado de São Paulo, que vive hoje uma crise de abastecimento de água.

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Grande Deputado José Carlos Aleluia, eu, que fui seu liderado, informo que o Estado de São Paulo vai ter que importar a tecnologia do Nordeste. Vamos precisar de obras do DNOCS em São Paulo, porque a seca veio, e veio para ficar!

Todo esse impacto que acontece em São Paulo é uma guerra desde antes anunciada. Tudo isso que está acontecendo em nosso Estado já era previsto em 2003, em 2008, e as ações de planejamento e as obras necessárias não aconteceram.

Deputado à época, eu tive oportunidade de trazer aqui a esta Casa, por diversas vezes, em audiências públicas e em sessões plenárias, este tema para a discussão, mas o período era eleitoral e não era necessário falar de falta d'água em um Estado que não tinha esse problema. O assunto não progrediu e não representou algo que pudesse ser tocado e colocado como prioritário.

Falar de falta d'água no Estado de São Paulo não dá voto. Eu sou exemplo vivo disso. O que nós podemos alertar é que as ações tomadas até agora pelo Governo do Estado, no sentido de que pudéssemos prever o cenário mais à frente, para que todos os paulistas tenham aí uma segurança em seus abastecimento, são frágeis. Nós temos uma preocupação muito grande quanto ao abastecimento, principalmente quando nós temos uma iminente disputa pela água na Região Metropolitana de São Paulo e nas cidades que estão no consórcio dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, abastecidas principalmente pelo Sistema Cantareira. No próprio Estado do Rio de Janeiro, na bacia do Paraíba do Sul, essa disputa também está presente.

Tudo isso vem sendo colocado, tudo isso tem sido posto a público nas diversas esferas. Para encerrar, digo que, embora tudo isso tenha sido colocado, e de maneira muito preocupante, ações de curto prazo não têm sido tomadas de maneira efetiva pelo Governo do Estado de São Paulo.

Nós gostaríamos de pedir ao Ministério Público que nos informasse sobre as ações que estão sendo tomadas pelo Ministério junto ao Governo do Estado para garantir o suprimento de água das populações, dos paulistanos da Capital e também os do interior do Estado, para que nós possamos passar por esse próximo período de seca, que será, sem dúvida, um período extremamente preocupante. A falta d'água, com a iminência de rodízio, parece inevitável.

Eu gostaria de agradecer a oportunidade e desejar bom trabalho a todos. Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Sr.

Page 178: Discursos em plenário

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Guilherme Campos.

Documento 67/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-11:33

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

ARGILEU MARTINS- PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E

EXTENSÃO RURAL.--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. ARGILEU MARTINS - Sr. Presidente, Sr. Ministro, Deputados e Deputadas, membros da sociedade civil aqui presentes, a participação da ASBRAER nesta audiência é para deixar evidentes e claras algumas questões e para colocar o debate da crise hídrica acima do debate da crise energética. Se nós estivéssemos tratando das questões hídricas há mais tempo, certamente a crise energética não existiria ou estaria minimizada.

Por que nós estamos tendo essa crise? Primeiro, porque nós investimos pouco. Primeiro, o Brasil deixou de investir, ou nunca investiu, em manejo de água. Segundo, há mais de 30 anos não se investe em programas de manejo de solo. E, depois, o nosso País faz muito pouco em matéria de educação ambiental.

Nós entendemos que, para conviver e superar a crise hídrica, temos que olhar para os 5,1 milhões de estabelecimentos rurais existentes neste País, dos quais 4,3 milhões são de agricultores familiares e 800 mil de grandes e médios produtores. Por quê? Porque nós temos que entender que água é produzida no campo; não se produz água nas cidades. Então, se a água é produzida no campo, nós temos que começar a olhar os agricultores e os produtores rurais como produtores de água, além de produtores de alimentos. E, aí, nós queremos dizer que, em nosso sistema, o sistema ASBRAER, o conjunto das EMATERs do Brasil, espalhado em mais de 5.200 Municípios e com quase 16 mil técnicos no campo, temos alguns exemplos muito concretos, muito objetivos pelo Brasil afora, como em Santa Catarina, em Minas Gerais e no Distrito Federal. Aqui no Distrito Federal nós temos o programa Produtor de Água como exemplo, que, além de trabalhar as estradas vicinais, remunera os agricultores que protegem nascentes, que fazem matas ciliares.

Neste pouco tempo que tenho aqui, e já encerrando, eu proporia a esta Casa, Deputado Sarney Filho, que os projetos de pagamento de

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serviços ambientais tramitando aqui fossem trabalhados e votados, para que definitivamente nós pudéssemos ter em nosso País a solução da crise, compreendendo com clareza que, se olharmos para o campo, além de entendermos que agricultores e produtores rurais são produtores de alimentos, entenderemos que eles, acima de tudo, são produtores de água. Então, não é possível fazer isso sem investir em inovação tecnológica no campo com tecnologias sustentáveis.

Esta é a contribuição da ASBRAER, da nossa associação. Esta é a contribuição do conjunto de EMATERs do País. Vamos entender que o campo produz água! (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado.

Documento 68/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-11:39

Publ.: DCD - 05/03/2015 - DENISE PAIVA AGUSTINHO- BIÓLOGA--

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

A SRA. DENISE PAIVA AGUSTINHO - Bom dia a todos! Vou tentar ser bem sucinta, falar o essencial.

Duas teses fundamentais, que têm sido repetidas exaustivamente, são de que o cerrado está em via de extinção - inclusive o Prof. Altair de Sales Barbosa disse que já está extinto - como domínio morfoclimático, como bioma. E o cerrado é fundamental para o ciclo hidrológico do Brasil, para o regime hídrico dos reservatórios brasileiros.

Nós que estamos aqui no cerrado de altitude, área núcleo do cerrado, um cerrado antigo da zona core do cerrado, um cerrado que remonta há 65 milhões de anos - e próxima ao Distrito Federal está a Chapada dos Veadeiros, uma região considerada a caixa d'água do Brasil; e o Planalto Central é mesmo a caixa d'água do Brasil -, temos a responsabilidade de manter esse cerrado. Ele é como uma esponja: absorve a água que se vai infiltrando lentamente, nutrindo os aquíferos e as nascentes.

Esta é a nossa reponsabilidade. E por isso o SOS Mais Cerrado tem pautado - e tem tido sucesso - essa campanha nacional, para que o plano de manejo da APA de Pouso Alto seja revisto, para que se tenha outro modelo de ocupação do cerrado.

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A gente pode transformar desafios em oportunidades. Como disse o colega da EMATER, produtores de água e representantes de comitês de bacias hidrográficas devem conversar num espaço, numa arena, onde a sociedade civil, o poder público e os usuários de águas possam também participar.

Eu fico por aqui. Agradeço a oportunidade e ressalto que o pessoal do SOS Mais Cerrado está de parabéns pela mobilização. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Obrigado, Dra. Denise, pela participação.

Documento 69/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-11:42

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

CLAUDIO J. D. SALES- PRESIDENTE DO

INSTITUTO ACENDE BRASIL--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. CLAUDIO J. D. SALES - Sr. Presidente, Srs. Deputados autores do requerimento, Deputado Sarney Filho e Deputado Chico Alencar, Sr. Ministro Eduardo Braga, Sr. Diretor-Geral da ANEEL, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores, falarei, em 3 minutos, sobre o tema: crise hidrológica.

Do meu ponto de vista, faltam mensagens claras sobre a abrangência e a profundidade da crise. Temas como apagão, racionamento e racionalização têm significados diferentes, e muitas vezes são confundidos.

Apagão é uma interrupção não programada; racionalização e conscientização dizem respeito à questão da demanda, na medida em que promovem a redução do consumo; e racionamento é entendido como um ato de Estado que se endereça à questão da demanda por redução do consumo, mas que também faz os ajustes necessários nos contratos, do ponto de vista da oferta.

Page 181: Discursos em plenário

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Dito isso, senhoras e senhores, não nos iludamos sobre a nossa real condição de abastecimento. Estamos no início de março com 21% de armazenamento no Sudeste. No ano passado, nesta data, nós tínhamos 35%. Todas as termelétricas estão sendo acionadas há mais de um ano, e tudo indica que precisarão continuar acionadas em 2015. A economia está em recessão, com indicadores claros de queda de consumo de energia. Quanto às chuvas, apesar da seca extremamente severa que temos enfrentado nesses últimos tempos, quando consideradas em um horizonte mais amplo do que nos é possível fazer no setor elétrico, dados os nossos reservatórios, podemos dizer que não foram tão ruins assim. Se olharmos, por exemplo, um horizonte de 3 anos, veremos que as chuvas foram da ordem de 80% da média histórica.

Causas principais desse problema há diversas. Como não vou ter tempo para me estender sobre todas elas, por isso destaco duas.

Primeira: falta de acurácia nos modelos utilizados - nós mesmos do Instituto Acende Brasil fazemos essa medição dos modelos utilizados tanto no planejamento quanto na operação do sistema.

(O Sr. Presidente faz soarem as campainhas.)

O SR. CLAUDIO J. D. SALES - Perdão, Sr. Deputado, solicito mais 2 minutos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - V.Sa. tem mais 1 minuto para a conclusão.

O SR. CLAUDIO J. D. SALES - Então deixemos as causas e falemos do que apontam os cenários do ONS para este ano - e o ONS, seguramente, está apresentando isso no Comitê de Monitoramento. A expectativa é de que cheguemos, no Sudeste, a 30% ou 35% da capacidade - é o desejável, lembrando que tivemos 40% em 2014 -, para que terminemos o ano, ou até novembro, com qualquer coisa entre 10% e 15%.

Um cenário como esse é muito ruim, se for exclusivo, porque nos deixa dependentes de baixo consumo de energia, vale dizer recessão, e de ocorrência de chuvas muito positivas.

Não se deseja racionamento, Sr. Ministro, certamente, porque sabemos quão custoso ele é. Mas querer enfrentar essa questão apenas com campanhas de conscientização para a racionalização do consumo de energia, do meu ponto de vista, não é aceitável. Acho que fazer apenas campanhas endereçadas ao problema do consumo não resolve, não equaciona integralmente a questão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Para concluir, por

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favor.

O SR. CLAUDIO J. D. SALES - Quero destacar, Sr. Ministro, que é importante - e eu preciso realmente de mais 1 minuto, Sr. Presidente - preparar desde já para o que seria um eventual racionamento. E preparar racionamento é definir cenários com clareza, associados a metas de redução do consumo, que eventualmente serão necessárias, como se saberá a partir de abril.

Segundo, é importante definir critérios de redução de consumo, incentivos e penalidades, para que haja mesmo redução de consumo, de modo que se atinjam as metas programadas.

Terceiro, precisamos de indicadores claros, já conhecidos de antemão pela nossa indústria e pelos nossos consumidores, sobre o cenário futuro, para saber o que seria acionado em função disso.

Quarto, é importante preparar antecipadamente o ajuste dos contratos entre geração e consumo, que, como eu disse, são indispensáveis.

Adiar a preparação dessas regras é promover a insegurança, o que vai na contramão de uma prática que louvo...

(O microfone é desligado.)

Documento 70/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-11:45

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

RÔMULO DE MACEDO VIEIRA- COORDENADOR

GERAL DE ELABORAÇÃO DO PLANO NACIONAL DE

SEGURANÇA HÍDRICA--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. RÔMULO DE MACEDO VIEIRA - Sr. Presidente, Srs. Deputados, senhoras e senhores, quero aproveitar este pouco tempo para pedir licença para discordar um pouco das colocações feitas aqui sobre o processo de mudanças climáticas estar influindo na oferta

Page 183: Discursos em plenário

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hídrica.

O Sr. Ministro de Minas e Energia citou que há 82 anos ocorreram as mesmas precipitações e a mesma oferta de água na Região Nordeste e na área de São Paulo. Eu quero dizer que, no meio técnico, nós não aceitamos essa argumentação.

Eu venho do Nordeste e vou aproveitar este pouco tempo aqui para fazer dois apelos. O primeiro é com relação à transposição do Rio São Francisco. Nós tínhamos uma mentalidade obreira. Fazíamos a obra pela obra. Fizemos a obra e depois não cuidamos dela. Esse é um dos grandes motivos por que hoje temos crise hídrica no Brasil, especialmente no Nordeste.

O DNOCS fez 900 barragens no Nordeste brasileiro, e hoje está moribundo. Temos que resolver o problema do DNOCS. Se nós não resolvermos o problema do DNOCS, não vamos resolver a operação da transposição. A transposição não tem a menor possibilidade de funcionar sem que o DNOCS seja recuperado, sem que a infraestrutura que o DNOCS implantou no Semiárido brasileiro seja adequada ao sistema operacional da transposição.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Conclua, por favor, Sr. Rômulo.

O SR. RÔMULO DE MACEDO VIEIRA - Faço aqui um apelo, para que se cuide também da revitalização, da recuperação desse órgão e dessa infraestrutura, fundamental para a garantia de oferta hídrica no Nordeste brasileiro.

Eu digo, com toda certeza, pelo conhecimento que reuni durante 40 anos de trabalho no Semiárido brasileiro, que não há a menor possibilidade de nós garantirmos oferta hídrica no Nordeste brasileiro sem a recuperação, a operação e a manutenção apropriada dos reservatórios implantados pelo DNOCS no Semiárido.

Chamo a atenção para esse fato porque a transposição está no mesmo caminho. A obra está sendo implantada, mas o projeto da transposição não. Ainda não temos uma definição sobre a operação e a manutenção do sistema integrado da transposição, nem temos uma definição sobre o modelo institucional da transposição. Eu queria chamar a atenção para esses dois fatos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado ao nosso convidado.

Page 184: Discursos em plenário

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Documento 71/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-11:48

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

MURILO CELSO DE CAMPOS PINHEIRO-

PRESIDENTE DO SINDICATO DOS ENGENHEIROS DO

ESTADO DE SÃO PAULO--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. MURILO CELSO DE CAMPOS PINHEIRO - Bom dia, Sr. Presidente Deputado José Priante, Sr. Ministro Eduardo Braga, Srs. Deputados. Bom dia a todos.

No que diz respeito à crise energética e hídrica, nós entendemos que o problema principal é de planejamento e de falta de investimento. Entendemos perfeitamente que, para a questão da energia, nós deveríamos ter o término das obras. Na verdade, entendemos também que, de acordo com o modelo do setor elétrico brasileiro, as empresas que foram privatizadas deveriam investir no sistema, o que deveria ser adotado como uma forma de planejamento global. Nós temos que buscar o investimento dessas empresas, o término das obras e o acompanhamento desse modelo. Na verdade, também acho que deveria haver uma revisão do modelo.

Sobre a questão hídrica, nós entendemos que, para evitar a perda de água - desperdiçamos mais de 30% dela no País -, deveria haver uma força-tarefa. Entendemos também que deve haver planejamento e investimento das empresas. A SABESP, por exemplo, que deveria ter investindo seus lucros basicamente nessas questões, pagou dividendos aos acionistas. Sem dúvida deveria tê-lo feito, mas não em tal quantidade.

Nós temos o projeto Cresce Brasil, Sr. Ministro, que é nosso, com novos desafios. Nele apresentamos propostas factíveis relativamente a todas essas questões. Eu vou deixar uma cópia dele com o Ministro e com o Presidente da Casa.

Também estamos discutindo o problema da água e da energia. Nos dias 12 e 13 de março, apresentaremos o Seminário Água e Energia - Enfrentar a crise e buscar o desenvolvimento, em que levaremos personalidades e especialistas para discutir essas questões. Acho que o insumo de água e energia deve ser considerado de forma muito

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séria.

E nós temos que falar em desenvolvimento. Não podemos falar em recessão. Buscar o desenvolvimento é discutir diretamente a crise da energia e da água quanto ao investimento e ao planejamento. Essa é uma coisa mais séria, da qual deveríamos estar tratando.

Muito obrigado a todos. Tenham um bom dia. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado.

Documento 72/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-11:51

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

ALDEM BOURSCHEIT- ESPECIALISTA EM

POLÍTICAS PÚBLICAS--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Passo a palavra agora ao especialista em políticas públicas Dr. Aldem Bourscheit.

O SR. ALDEM BOURSCHEIT - Bom dia, Sr. Presidente, demais Parlamentares e todos os presentes. Agradeço a oportunidade antes de tudo.

Falo em nome da Rede WWF-Brasil e da Aliança pela Água, que reúne cerca de 50 entidades dedicadas a observar a crise hídrica e propor soluções.

Para nós, este colapso no abastecimento hídrico é provocado por três fatores principais: a má gestão, fundada na ampliação da oferta de água baseada em obras e na degradação das fontes naturais de água; a estiagem, sem dúvida, que pode ser uma mudança climática permanente ou temporária; e a falta de transparência e de participação pública no atual modelo de gestão de recursos hídricos brasileiro. Por

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isso, as soluções, no nosso ponto de vista, devem envolver o poder público, a academia, o setor privado e a sociedade e devem acontecer de maneira a aumentar a resiliência do sistema de abastecimento hídrico, com redução da demanda e aumento da oferta de água, com base em captação, reúso, conservação e restauração de nossas fontes naturais, ou seja, nascentes, cabeceiras e os próprios mananciais.

Diante da escassez de chuvas, especialmente na Região Sudeste, nós acreditamos que medidas restritivas ao desperdício de água devem permanecer pelo ano, especialmente em São Paulo, porque devemos avançar no uso do chamado "volume morto".

Ações de emergência e contingência são ainda mais necessárias. Nesse sentido, nós esperamos a aprovação de políticas públicas para a proteção e a recuperação de nascentes e para o desmatamento zero, especialmente em bacias voltadas ao abastecimento público.

No campo da política pública, não podemos nos esquecer, é claro, da necessária implantação do Código Florestal e do enorme retrocesso que esse mesmo Código causou à proteção da vegetação em torno de nascentes e cursos d'água e à proteção dos chamados rios e nascentes intermitentes, muito comuns em épocas de seca em todo o Brasil.

Agradeço a oportunidade. Ficamos à disposição para esclarecimentos e apoio a essas medidas.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Dr. Aldem.

Documento 73/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-11:54

Publ.: DCD - 05/03/2015 - ZÉ SILVA-SD -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

Page 187: Discursos em plenário

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O SR. DEPUTADO ZÉ SILVA - Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sras. e Srs. Parlamentares, senhoras e senhores convidados, quero iniciar a minha fala fazendo uma análise dos últimos 50 anos, 100 anos, 200 anos do Brasil, que fez opção por um modelo de desenvolvimento equivocado, em que as populações do meio rural, do campo, sempre ficaram à margem do processo de desenvolvimento.

Nós da roça, do campo, sempre ficamos por último nas políticas públicas. E agora, no momento em que estamos vivendo uma crise hídrica, em que o Sr. Ministro fala das questões energéticas e da nossa matriz limpa, mais uma vez, talvez por falta de informação, a imprensa e a população em geral cometem o equívoco de jogar para a agricultura e para o produtor rural a responsabilidade pela falta d'água. Isso não é verdade. Sim, é verdade que o campo utiliza uma quantidade maior de água. Segundo a própria Agência Nacional de Águas, o campo utiliza 61% da água; as cidades, 27%; e as indústrias, 12%. Só que as cidades não preservam os rios, as nascentes, os topos de morro.

Às vezes, fazem a conta errada, por meio de uma matemática da qual eu não sei o fundamento, e dizem que, para produzir 1 quilo de arroz ou um bife gastam, gastam-se não sei quantos litros de água. Na verdade, a agricultura limpa a água. A planta absorve, filtra e transforma em alimento essa água. No máximo, 12% da água, no caso dos grãos de soja, de milho e de arroz, ficam no alimento. O restante vai alimentar o ciclo hidrológico.

E não existe essa história de que a água vai acabar. A quantidade de água no planeta é sempre a mesma. Se falta água aqui ou ali, em determinada época do ano, depende de nós, depende da maneira como nós manejamos o meio ambiente.

O pagamento pela água continua equivocado. Ele é feito por quem capta, distribui, trata e, principalmente, mais suja a água, que são os 85% da população que estão nas cidades.

Para ser bem objetivo, eu poderia falar que 20% do patrimônio do produtor rural destina-se à reserva legal, para manter o ar mais equilibrado, para manter o meio ambiente equilibrado. Então, a nossa proposta, Sr. Ministro e colegas Parlamentares, é a de remuneração do produtor rural, dos agricultores, sem entrarmos no debate de que há também agricultura que polui. E a responsabilidade é de quem? Do Estado brasileiro, que não tem uma política de Estado para dar assistência técnica, organizar...

(O microfone é desligado.)

Page 188: Discursos em plenário

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O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Conclua, Deputado.

O SR. DEPUTADO ZÉ SILVA - Não há uma política de Estado para orientar nossos agricultores. Na educação formal, o Ministério da Educação precisa criar um programa de educação ambiental. Os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, agora através da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, realizam uma educação não formal. Isso precisa ser prioridade do Estado brasileiro, se não as futuras gerações terão que ocupar esta Casa mais uma vez. E as senhoras e os senhores que estão representando a sociedade, as organizações, terão que voltar aqui, porque não é na cidade que nós produzimos água, e, sim, no campo.

Então, eu queria deixar aqui a proposta de remuneração de quem verdadeiramente produz água e de criação de um programa para consolidar todas as ações dos Ministérios, dos órgãos do Governo Federal, em sintonia com os Municípios, para a educação ambiental e a revitalização de nossos mananciais. Aí, sim, nós teremos muita energia e muita água.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito bem, Deputado!

Documento 74/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:00

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

VICENTE ANDREU- DIRETOR-PRESIDENTE DA

AGÊNCIA NACIONALD E ÁGUAS--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. VICENTE ANDREU - Bom dia, senhoras e senhores.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Ministro, em primeiro lugar - o tempo é muito curto -, quero aqui reiterar a disposição da Agência Nacional de Águas de participar, no Congresso Nacional, de todas as Comissões para as quais for convocada para tratar deste tema.

Quero destacar, em particular - e aproveito para cumprimentar o Ministro Eduardo Braga pela sua apresentação -, duas questões que nós, do sistema de água, consideramos extremamente relevantes: a

Page 189: Discursos em plenário

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primeira é tratar de uma proposta que, com certeza, vai aglutinar diversos interesses da sociedade, diversos atores da sociedade, que é o zoneamento hidrelétrico brasileiro, uma proposta inovadora que nós precisamos de encampar e transformar em realidade; a segunda, que também faz parte de sua fala, se refere a quando vamos tratar concretamente de um novo posicionamento em relação ao sistema hidrelétrico brasileiro.

Nesses 3 minutos - o tempo é muito curto -, eu gostaria de destacar uma frase que, nas diversas reuniões que nós tivemos sobre o semiárido brasileiro, eu ouvi de uma senhora: "A primeira coisa que a chuva lava é a memória da seca".

Eu gostaria de registrar aqui que nós não podemos perder a oportunidade que essa crise está colocando para a sociedade brasileira de discutir e manter permanentemente a agenda da água como uma agenda relevante para sociedade brasileira, tomar os diversos aprendizados e as diversas contribuições que aqui foram feitas, para que essas contribuições sejam transformadas em realidade no Brasil, de tal maneira que, mesmo em situações que tendem a ser recorrentes em função de mudanças climáticas que aqui já foram mencionadas também, nós possamos ter uma resposta extremamente positiva para a sociedade brasileira, de tal maneira que esses impactos não tenham a dimensão que estão tendo durante essa crise.

Nesse sentido, entendemos extremamente oportuna a realização de um evento com essa natureza. Que ele possa ser reproduzido neste Congresso Nacional no sentido de garantir, oferecer segurança hídrica para a população brasileira.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Dr. Vicente.

Documento 75/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:03

Publ.: DCD - 05/03/2015 - DELEGADO EDSON MOREIRA-PTN -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

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Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO DELEGADO EDSON MOREIRA - Sr. Presidente, Srs. Ministros, Srs. convidados, eu vou analisar esse ângulo da falta de água pela parte criminal.

Em primeiro lugar, a gatunagem nos grandes centros - Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais - é um desperdício, porque consomem água e não pagam por ela. O desmatamento na Região Amazônica, o roubo de madeira e de aves centenárias representam um crime.

O poder público não investe em outros meios para despoluir os rios e pegar essas águas pluviais, que são de suma importância. Se o Poder Executivo criasse mecanismos de investimento para captação de águas pluviais, direcionamento correto para os mananciais e reservas próprias, se aumentasse a pesquisa sobre aproveitamento da água do mar e criasse infraestrutura para levar essa água até os grandes centros, como é feito em Israel, conseguiríamos captar muito mais água, e, com certeza, essa falta de água não estaria premente.

Estamos vivendo novos tempos, temos que proteger nossos recursos minerais, nossas fontes e nascentes de rios. O que está acontecendo? Invasões de nascentes, o que está matando nossos rios e afluentes. Entendo também que a transposição de águas do Rio São Francisco vai matar esse rio.

São necessários estudos e investimentos urgentes na área, para aproveitar o máximo possível a parte energética. Essa é uma das alternativas, uma vez que o volume dos rios está diminuindo. E também é de suma importância o investimento no gás natural.

Três minutos é muito pouco para tratar do assunto. Para encerrar, digo que precisamos atacar todos os flancos, mas o investimento por parte do Executivo é fundamental para o setor. (Palmas.)

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Documento 76/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:06

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

MARIA LUISA BORGES RIBEIRO- COORDENADORA

DA REDE DAS ÁGUAS DA FUNDAÇÃO SOS MATA

ATLÂNTICA--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

A SRA. MARIA LUÍSA BORGES RIBEIRO - Bom dia a todos. Obrigada, Deputados Sarney Filho e Chico Alencar pelo convite. Agradeço ainda ao Sr. Ministro por nos ouvir.

O acesso à água é um direito humano, e eu não pude deixar de ver na maravilhosa exposição feita nesta Casa que "uma declaração de direitos é um privilégio do povo contra qualquer governo, dizia Thomas Jefferson.

Não estamos aqui contra qualquer governo, mas a favor de um grande pacto: que esta Casa possa reverter os retrocessos que nós tivemos, principalmente com a mudança do Código Florestal, como já foi dito, e mitigar, como muito bem disse o Ministro, os dados de desmatamento que impactam na produção da água.

O bioma Mata Atlântica, que é um produtor de água para 17 capitais dos Estados mais adensados do País, tem apenas 8% de sua cobertura florestal original; na Bacia do Cantareira, 21%; na Bacia do Paraíba do Sul, 26% de remanescentes florestais. E não é por outra ação do homem no uso irracional desses recursos naturais que temos lá as famosas cidades mortas na Bacia do Paraíba, as Cidades Mortas, de Monteiro Lobato.

Recuperar a Mata Atlântica, devolver às florestas essas áreas de solo altamente impactados e erodidos é muito caro. Precisaríamos, segundo a Ministra do Meio Ambiente, de 25 bilhões para conter só a degradação de erosão aos corpos d'água e aos nossos mananciais.

Mas eu chamo atenção aqui para outro problema. Eu sou de São Paulo e aprendi a nadar no Rio Tietê. Tenho no SOS Mata Atlântica a maior causa por um tema voltado à água no País: a despoluição do Tietê. A crise na Região Sudeste não é uma crise, Srs. Deputados, de falta d'água, mas de qualidade d'água. Nossos rios estão poluídos e

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contaminados. Precisamos despolui-los, investir em saneamento e reinvestir urgentemente no Desmatamento Zero. O Brasil precisa reconhecer e assumir esse pacto, Deputados. E, por favor, não permitam mais retrocessos à legislação ambiental brasileira. A nossa Constituição de 1988 tem um capítulo especialmente voltado à questão do meio ambiente.

Se os senhores se lembrarem também das populações tradicionais, não votem a Proposta de Emenda à Constituição nº 215. Os índios são brasileiros, são os verdadeiros cidadãos deste País. E as unidades de conservação são o direito à água, o direito a mitigar o clima, o direito à qualidade de vida.

É um grande prazer para nós, do SOS Mata Atlântica, poder trazer aos nobres Srs. Deputados os dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica.

Para concluir, Srs. Deputados, gostaria de dizer que nós precisamos que o Brasil adote uma avaliação ambiental estratégica. Muitos dizem que o problema de não haver obras e avanços nos setores elétrico e hidrelétrico ou nos reservatórios é devido à morosidade do licenciamento ambiental, ao custo dos Estudos de Impacto Ambiental/Relatórios de Impacto Ambiental - EIA/RIMAs. Mas, se nós tivermos, antes disso, adotado o instrumento da Avaliação Ambiental Integrada e Estratégica e não olharmos mais para os nossos rios, como a extensão da tomada ou das descargas, o Brasil sairá dessa crise, e nós teremos totalmente capacidade técnica, solidária e colaborativa para sairmos daqui com um legado e com um exemplo não só para o Brasil, mas para o mundo de como coibir essa escassez.

Muito obrigada e até o próximo trabalho desta Comissão. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Dra. Maria Luisa.

Documento 77/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:12

Publ.: DCD - 05/03/2015 - LUIS CARLOS HEINZE-PP -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

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Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO LUIS CARLOS HEINZE - Sr. Presidente, colegas Parlamentares, nós estamos apregoando que nesta crise de abastecimento de água está faltando no Brasil, Deputado Osmar Serraglio, uma grande política de acumulação de água.

Nós já temos um exemplo no Rio Grande do Sul, onde acumulamos água há mais de 100 anos e plantamos arroz irrigado. As condições de clima inclusive, Deputado Aleluia, já se modificaram. Na região da fronteira, no oeste do Rio Grande do Sul, nos anos 40 e 50, as secas eram intensíssimas. Depois, quando se começou a fazer barramento de água da chuva - não se perdia a água do inverno quando chovia bastante para que pudesse utilizá-la no verão - a classificação climática dessa região se modificou.

Quero chamar a atenção para a necessidade de acumulação de água. Demos inclusive entrada nesta Casa em um projeto de lei, para colocar isso no Código Florestal, mas não foi permitido. No Rio Grande do Sul e em qualquer parte do Brasil, nós temos que fazer armazenamento de água nos períodos em que chove demais.

Para os senhores terem ideia, no mundo há 55 bilhões de quilômetros cúbicos de água por ano. O Brasil tem 15% dessa água: 8.233 milhões metros cúbicos. Só utilizamos 59.

Então, temos que fazer o barramento. A acumulação de água servirá para o consumo humano, para as hidrelétricas e também para a irrigação, o que nós não fizemos.

As secas tremendas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná são cíclicas. Não é um problema climático. Tenho dados de 70, 80 anos, e essas secas vêm se repetindo. O que nós precisamos? Fazer essas políticas de acumulação de água.

Na China, por exemplo, 60% da agricultura é irrigada. No Brasil, 8% é irrigada. As nações evoluídas do mundo fazem isso: nos Estados Unidos e no Japão, e no Brasil não fazemos.

Nossa proposta é fazer a acumulação de água. Por isso, temos esse projeto para que possamos usar as próprias Áreas de Preservação Permanente - APPs para acumular água, além dos rios, das sangas e dos lagos que nós temos aqui no Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Obrigado, Deputado

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Luis Carlos.

Documento 78/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:15

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

RENÊ VICENTE DOS SANTOS- PRESIDENTE DO

SINDICATO DOS TRABALHADORES EM ÁGUA,

ESGOTO E MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO

PAULO--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

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Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. RENÊ VICENTE DOS SANTOS - Em nome dos trabalhadores da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo- SABESP, agradeço a oportunidade de trazer aqui a opinião dos trabalhadores.

Nós acreditamos que é necessário, diante da crise que estamos vivenciando, fomentar um grande debate na sociedade, com o envolvimento de entidades de classe, sociedade civil, Governos Federal, Estadual e Municipal, para que possamos apontar caminhos que orientem a população e não permitam que ela seja penalizada.

Hoje estamos na iminência de um colapso no sistema de abastecimento de água na Região Metropolitana de São Paulo, o que nos preocupa porque quem mais sofre com essa situação é a população da periferia e os trabalhadores que diariamente levam saneamento e saúde a todos 24 horas por dia.

A SABESP vem implantando um sistema de racionamento que não oficializa o rodízio. Contudo, ela não tem outra saída senão oficializar o rodízio e economizar ao extremo, porque o maior sistema de abastecimento, responsável por 47% do abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, atravessou o período de chuva e hoje se encontra no segundo volume morto, que ainda é negativo e precisa de

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bombas para forçar o bombeamento e captar água desse sistema.

Nós vamos atravessar agora um período de seca, e a população já vem hostilizando os trabalhadores no dia a dia. É necessário que se diga isso. Trabalhadores já foram presos e ameaçados pela população em bairros pobres na periferia. Nós queremos que o Governo do Estado trate esse problema de maneira transparente e que mostre a realidade da situação.

Para encerrar, deixo um último recado. É necessário saber o seguinte: neste momento em que a empresa mais necessita do conjunto dos seus trabalhadores, ela vem praticando uma política de demissão, mandando trabalhadores embora, causando o caos dentro da empresa. E nós não queremos isso, nós queremos uma empresa forte, saudável, que tenha know-how, que detenha o conhecimento desses trabalhadores, porque vamos precisar deles para superar este momento de crise que estamos vivenciando na cidade de São Paulo, principalmente, e em toda a Região Sudeste.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Renê.

Documento 79/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:18

Publ.: DCD - 05/03/2015 - EVANDRO ROGERIO ROMAN-PSD -PR

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Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO EVANDRO ROGERIO ROMAN - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, falar sobre a crise hídrica, para nós, do Estado do Paraná, é de uma importância muito grande, principalmente por termos consciência do trabalho feito nas décadas de 70 e 80, quando o

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Paraná era quase totalmente levado pela erosão. Eu me lembro muito bem do trabalho desenvolvido no período em que eu me encontrava em idade escolar e da forma como aquilo nos foi passado pelos órgãos competentes da época. Tenho certeza de que o que nós temos hoje no Estado do Paraná em matas ciliares decorre dos trabalhos realizados principalmente durante esse período.

Na Escola Olavo Bilac, em Céu Azul, pequenina cidade, nós tínhamos clareza de entendimento de que a água era um bem que um dia poderia acabar.

Hoje o Estado do Paraná tem grandes reservas e grandes ações.

Durante um período da minha formação, no Colégio Americano de Medicina Esportiva, eu visualizava nos Estados Unidos uma grande demanda por trabalhos sobre a perda hídrica e pensava: "Isso não temos em nosso País. Nós não vamos, em nenhum momento, no Estado do Paraná ou no Brasil, passar por isso, graças aos grandes rios e às grandes reservas que temos".

Mas a crise chegou, o momento chegou, e essa dificuldade bate à nossa porta.

Eu diria que essa crise hídrica está totalmente ligada à questão da energia, a essa questão de energia renovável, porque onde não há água não há energia, esta é a grande dificuldade. E nós temos, em todo o Estado do Paraná, a questão de Itaipu, que é uma das maiores hidrelétricas do mundo.

Para encerrar, eu gostaria de fazer uma breve reflexão. Sei que o que hoje parece utópico já não o é há um bom tempo, porque nós temos o exemplo dos romanos, que conseguiram levar por gravidade, por mais de 200 quilômetros, água para Constantinopla.

É preciso pensar urgentemente em fazer uma leitura de estadistas e não apenas uma leitura política. Precisamos pensar em trazer por gravidade ou por transposição até a água do Amazonas. Já existe estudo sobre isso. Deixo aqui esta reflexão, para que venhamos a ter futuramente o entendimento de que isso é possível. Há 1.700 anos, isso foi feito pelos romanos. Com certeza pode ser feito agora.

Um grande abraço a todos!

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Obrigado, Deputado.

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Documento 80/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:21

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

MAURICIO GUETTA- ESPECIALISTA EM POLÍTICAS

AMBIENTAIS DO INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

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Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. MAURÍCIO GUETTA - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, bom dia. Agradeço o convite feito pelo PSOL.

Eu gostaria de iniciar nossa contribuição com uma pergunta muito simples: como conceber tamanho colapso hídrico no País, que possui a maior reserva de recursos hídricos do mundo? É óbvio que isso passa inicialmente pela falta de gestão integrada de todas as questões que estão interligadas aos recursos hídricos.

Como temos apenas 3 minutos, vou focar nos pontos que foram pouco explorados pelos que me antecederam.

Primeiro falarei da relação direta entre o desmatamento na Amazônia e a diminuição dos recursos hídricos no Sudeste brasileiro. É preciso zerar o desmatamento na Amazônia. Os rios voadores, conhecidos hoje por todos, que saem da Floresta Amazônica e são levados ao Sudeste, estão sendo reduzidos drasticamente. É preciso zerar o desmatamento da Amazônia e alterar sua forma de exploração, ou melhor, de preservação.

O Código Florestal foi o maior retrocesso socioambiental da história do País e ao final será um tiro no próprio pé daqueles que sustentaram a reforma da lei anterior. Quem mais consome água no Brasil, cerca de 70%, é o setor agropecuário. Grande parte da bancada agropecuária lutou pela aprovação do Código Florestal brasileiro. Esse mesmo setor será o maior impactado. Então, é preciso revisar a norma florestal brasileira.

Além das questões de mudança climática que já foram colocadas aqui, eu gostaria de ressaltar a relevância fundamental de terras indígenas e unidades de conservação da natureza para a regulação climática do planeta e principalmente dos recursos hídricos brasileiros. É preciso

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que o Poder Executivo volte a demarcar terras indígenas e a criar unidades de conservação e que o Poder Legislativo de maneira nenhuma aprove a PEC nº 215, de 2000, e outras propostas que estão sendo objeto de prioridade por parte de bancadas interessadas nesses territórios. É preciso preservar esses territórios.

Para concluir, cito outras ameaças, como gás de xisto - é preciso impedir sua exploração no Brasil, que ameaça os aquíferos brasileiros -, mineração, esgotos industriais e urbanos, agrotóxicos e fertilizantes.

Por fim, nós gostaríamos de colocar aqui temas fundamentais, como a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, lei relevantíssima do País que praticamente é norma de papel, pois não é aplicada na prática. Precisamos de políticas públicas prioritárias e de longo prazo, independentemente de qualquer questão ideológica, partidária ou eleitoral. Recurso natural tem que ser objeto de política de longo prazo, independentemente de interesse eleitoral.

Gostaria de ressaltar a necessidade de revisão do Código Florestal, de aplicação da norma florestal, com a restauração dos passivos florestais observados no século passado e a inserção da agenda climática em todas as agendas, inclusive de agricultura, no Brasil.

As decisões tomadas hoje pelo Poder Legislativo e pelo Poder Executivo definirão o futuro da sociedade de amanhã. Desenvolvimento, sim, mas de qualquer jeito, não! (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado.

Documento 81/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:27

Publ.: DCD - 05/03/2015 - HERÁCLITO FORTES-PSB -PI

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO HERÁCLITO FORTES - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, senhoras e senhores presentes a esta audiência pública, meu caro Ministro, bom dia!

Em primeiro lugar, Ministro, eu lhe confesso que terei que ser muito econômico nas considerações elogiosas que teria a fazer a V.Exa.

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porque o meu tempo é limitado e tenho que ser objetivo. Quero dizer, de qualquer maneira, que a maioria desta Casa deposita em V.Exa. grandes esperanças de que recupere o tempo que se perdeu nos últimos anos, nessa questão.

A infraestrutura do setor que V.Exa. hoje preside não foi examinada com a seriedade e a prioridade necessárias a um país em desenvolvimento como o nosso, que se propunha a ser um dos países do BRICS. Mas para isso não foi dada a atenção devida. Tenho certeza de que V.Exa., atento e com a carreira política vitoriosa, exitosa, terá a responsabilidade de fazer a recuperação desse setor. É o que espero.

Sr. Presidente, vou falar do meu Piauí, Estado que me trouxe para cá e que cobraria qualquer omissão da minha parte.

E começo, dizendo que fiquei na maior felicidade, Ministro. V.Exa. esteve no meu Estado, nas cidades de Barras e Teresina, quando inaugurou uma subestação, tendo prometido 4,5 bilhões de reais em investimentos no Estado - estou como um jornal aqui na mão -, e a construção de três hidrelétricas no Rio Parnaíba.

Quero lembrar a V.Exa. que essas hidrelétricas já foram submetidas a regime de leilão, através de PPPs, e que não apareceu comprador, até porque a recuperação ambiental foi estimada na ordem de 1,5 bilhão de reais, não havendo nenhum retorno econômico no caso.

Quero apelar a V.Exa. que deixe aqui, nos Anais desta Casa, de maneira concreta, como esse investimento vai ser feito e quando ele vai ser feito, porque nós passamos 8 anos de governo, o anterior e o que retornou agora, às voltas com a promessa dessas barragens, e elas não aconteceram.

Por conta de falta de energia, o Piauí perdeu a Suzano, que se instalou no Maranhão. A Serra do Quilombo, uma das últimas fronteiras agrícolas do Brasil, teve a sua última extensão energética ainda no Governo Fernando Henrique (80 quilômetros). E precisa de mais 40 quilômetros.

Deixo registradas minhas esperanças em V.Exa., no sentido de que nós possamos, finalmente, ter de maneira concreta esse benefício.

Por outro lado, Sr. Presidente, nós estamos vivendo a irresponsabilidade de uma redução de tarifas - eleitoreira. Reduziram-se tarifas sem nenhum critério técnico, e, hoje, nós estamos pagando por isso. Não tivemos mais tarifas reduzidas; estamos tendo, pelo contrário, aumentos que vão abalar o setor econômico.

Por fim, eu quero dizer que esta crise tem um lado pedagógico. Nós, nordestinos, passamos a vida inteira sendo acusados da indústria da

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seca. Foi preciso que ela chegasse aos Estados ricos do Brasil para que se visse que a seca, quando chega, chega para valer. E agora nós temos que ter uma solução nacional.

Nós, nordestinos, o patinho feio, somos solidários à discussão deste assunto.

Que através de V.Exa. nós amenizemos a crise que assola o País.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito bem, Deputado Heráclito Fortes!

Documento 82/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:30

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

NEY MARANHÃO- SECRETÁRIO DE RECURSOS

HÍDRICOS E AMBIENTE URBANO--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

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Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. NEY MARANHÃO - Sr. Presidente, quero cumprimentar na pessoa de V.Exa. todos os componentes desta Mesa e todas as autoridades presentes e saudar os Deputados Sarney Filho e Chico Alencar, que apresentaram o requerimento para a realização desta sessão, e as autoridades do MME e demais presentes no plenário.

Eu gostaria de dizer a todos que nós do MMA temos uma grande atenção com a questão dos recursos hídricos, obviamente.

Eu queria cumprimentar o Ministro Eduardo Braga pela sua brilhante exposição. Nós já tivemos oportunidade de, em reunião com a Ministra Izabella, ouvir dele seus planos, que são realmente bastante interessantes e encontram muito eco dentro do nosso Ministério do Meio Ambiente.

Eu gostaria também de justificar a ausência da Ministra Izabella Teixeira, que, por motivo de saúde, não pôde estar presente aqui hoje. Mas certamente estará em outra convocação que for feita para tratar dos assuntos do Ministério do Meio Ambiente.

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Com relação a esta nossa crise hídrica, o Ministério do Meio Ambiente tem trabalhado intensamente no sentido de elaborar planos de recursos hídricos e de bacias hidrográficas. Já elaborou um plano nacional de recursos hídricos e apoia todos os Estados da Federação a elaborar seus planos estaduais de recursos hídricos. Portanto, eu acho que, no capítulo de planejamento, o Ministério tem dado sua contribuição com planos que representam um belo diagnóstico da realidade, sinalizam o futuro e estabelecem programas de investimentos.

Com relação a nossa escassez hídrica do Sudeste, ela tem muito a ver com modelos de desenvolvimento que são adotados e que, nesse caso, começam a chegar a sua exaustão, dado o grande contingente populacional que lá existe e o número de indústrias e de atividades agropecuárias.

Eu entendo que nós temos que atuar em várias frentes simultaneamente. Se várias são as causas da crise, várias devem ser as soluções. Portanto, precisamos atuar não apenas junto à oferta, mas também junto à demanda. Precisamos ainda desfazer os gargalos que existem na regulação, na mediação entre os vários setores usuários e na questão que envolve a infraestrutura do País, tanto a infraestrutura tradicional quanto a chamada infraestrutura verde, que vem a ser o reflorestamento das nossas bacias, para geração e produção de água.

A Agência Nacional de Águas, que opera com o Ministério do Meio Ambiente, tem desenvolvido programas especiais, como o ATLAS - Abastecimento Urbano de Água...

(O microfone é desligado.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Dr. Ney Maranhão.

Documento 83/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:33

Publ.: DCD - 05/03/2015 - JOSÉ CARLOS ALELUIA-DEM -BA

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

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Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Ministro, está faltando água, mas está faltando também credibilidade. Eu mudei de lado com meu querido amigo Deputado Chico Alencar para que V.Exa. pudesse me ver e eu pudesse ver a equipe de V.Exa.

V.Exa. traz esperanças ao setor de energia do Brasil. O setor todo é responsável por hoje o Governo estar tirando 1 milhão de famílias da Bahia de programa de baixa renda. Em São Paulo, 650 mil famílias de baixa renda - no Rio de Janeiro, provavelmente são de 500 mil a 600 mil - vão pagar pela barbeiragem dessa equipe, que não teve coragem de dizer que havia necessidade de fazer um programa de racionalização de energia. Não podiam continuar mentindo para o povo brasileiro - mentindo para o povo brasileiro!

Ministro, V.Exa. traz esperanças. Já se gastaram mais de 100 bilhões de reais! Já se queimaram mais de 100 bilhões de reais! Quem vai pagar por isso agora são as 5 milhões de famílias que vão perder o programa social para baixa renda. Elas vão pagar por essa barbeiragem. V.Exa. tem que mudar isso; nós temos que mudar isso.

A indústria brasileira está quebrada. A melhor energia é aquela que se deixa de consumir. Eu era conselheiro de uma empresa de energia, e veio a ordem do Ministério. Não se pode sequer falar em racionalização.

Estou com um trabalho do Instituto Acende Brasil que tem um capítulo que fala de credibilidade. O que está faltando muito nesse setor é credibilidade. Pela sua palestra, Ministro, V.Exa. mostra que conhece o assunto. Traga de volta a credibilidade. Não dá para ficar mentindo. Não fale em "eficientização" de energia, é economia mesmo. Nós já estamos vivendo o racionamento. Bandeira vermelha é racionamento. Os riscos estão elevados. Fale a verdade para a população.

V.Exa., por onde passou, marcou sua passagem, e vai marcá-la no Ministério também. Eu sei que V.Exa. enfrenta dificuldades, já que o Planalto tem medo da palavra "racionamento", porque parece "racionalização", que tem semelhança com "apagão".

A Presidente, que evitou tanto ser ministra do apagão, vai virar presidente do apagão. E o pior, a Presidente não fala em racionalização de energia, mas raciona PIB, raciona emprego e agora raciona a energia na casa dos pobres. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado,

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Deputado José Carlos Aleluia.

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020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:36

Publ.: DCD - 05/03/2015 - ANTONIO IMBASSAHY-PSDB -BA

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Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO ANTONIO IMBASSAHY - Sr. Presidente, Deputado José Priante, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Ministro Eduardo Braga, que cumprimento pela brilhante apresentação, em que revela conhecimento e segurança neste assunto.

Sr. Ministro, desejo-lhe muita sorte, porque V.Exa. tem desafios enormes pela frente: a questão do Código de Mineração, a questão da PETROBRAS e a questão da energia elétrica, assunto em que vou me deter neste momento.

Devo dizer, Deputado José Carlos Aleluia, que todos os segmentos do sistema elétrico estão insatisfeitos: as geradoras estão insatisfeitas; quem faz a transmissão está insatisfeito; as distribuidoras, que comercializam a energia, estão insatisfeitas; estão insatisfeitos, principalmente, os consumidores, que foram enganados pela Presidente Dilma Rousseff. Foram enganados! Ela é a principal responsável por tudo isso, até porque começou lá atrás, na equipe de transição do Governo Fernando Henrique Cardoso para o Governo Lula, e trouxe um modelo que sacrificou o planejamento, que gerou dificuldades para um setor que era extremamente organizado, que tinha qualificação técnica e excelência.

O que vemos hoje? A "mãe do PAC" se escondeu, Deputado Rogério. As obras no setor de energia elétrica estão atrasadas; se não atrasadas, têm custos elevados, estão superfaturadas e até desconectadas. E, quando há geração de energia, não há transmissão e há penalização. E quem paga por tudo isso? Quem paga por tudo isso é exatamente o consumidor final. É essa a situação.

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Eu queria me dirigir, mais uma vez, ao Sr. Ministro Eduardo Braga, que certamente tem conversado com a Presidente Dilma. Ela usou a televisão, no dia 7 de setembro de 2012, às vésperas das eleições municipais, para anunciar que as tarifas seriam reduzidas. O Deputado Bruno Araújo até reproduziu, neste plenário, a fala da Presidente Dilma naquela ocasião. E, imaginem, os Deputados do PT queriam impedir a reprodução do áudio porque não queriam se lembrar daquela promessa, que era uma promessa populista. Durante toda a campanha eleitoral, ela continuou dizendo que estava tudo bem. E não está tudo bem.

Então, eu quero saber, Sr. Ministro, se a Presidente Dilma Rousseff não está constrangida com isso. Será que ela não fica envergonhada de ter que voltar a se dirigir aos brasileiros para dizer que foi incompetência ou que foi ordem de marketing, de publicidade? Ela deve ficar realmente envergonhada. As pessoas não acreditam na Presidente Dilma, acham que ela mentiu à população.

E o que está sendo anunciado? Que até dezembro de 2015 as tarifas residenciais subirão 65% e que as tarifas pagas pelas indústrias subirão 50%, o que vai sacrificar a economia e aumentar a inflação cada vez mais. O legado que fica tem 150 apagõezinhos e 10 apagões.

O que eu quero solicitar a V.Exa., Sr. Ministro Eduardo Braga, é que redirecione esse modelo fracassado que foi implantado no Governo do PT. Lamentavelmente, V.Exa. vai ter dificuldades porque a equipe que herdou foi a que operou esse modelo, mas eu espero que V.Exa. tenha sucesso, para o bem do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Deputado Antonio Imbassahy.

Documento 85/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:42

Publ.: DCD - 05/03/2015 - GIVALDO VIEIRA-PT -ES

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

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Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO GIVALDO VIEIRA - Inicialmente, cumprimento o Presidente José Priante, os colegas Deputados, o Ministro Eduardo Braga, a quem parabenizo pela brilhante exposição feita aqui, sobretudo sobre o sistema elétrico brasileiro. E, ao cumprimentá-lo, quero parabenizar a Presidente Dilma, pois ficou claro que nós não estamos numa crise gravíssima de energia porque os investimentos foram feitos, e em grande volume, o que permitiu ao Brasil ter segurança energética.

O meu Estado do Espírito Santo, naquele mapa anterior, de outros tempos, de 2001, era ponta de rede, e nós fomos sacrificados. Hoje estamos interligados. Parabéns, Ministro! É o caminho, inclusive a ampliação das novas matrizes de energia.

Mas trago aqui esta preocupação de todos os brasileiros com a crise hídrica, a escassez de água. Toda a população discute esse tema e já poupa água. Nos Municípios, os vereadores e prefeitos estão mobilizados, os Governos de Estado, a sociedade civil. Portanto, nós precisamos, como Câmara dos Deputados, porque somos a caixa de ressonância da população brasileira, entrar firmes na discussão desse tema.

Por isso eu propus, Presidente, através do Requerimento nº 1, de 2015, a criação de Comissão Especial sobre a crise hídrica. Para minha satisfação, hoje tivemos a assinatura do Presidente para efetivamente criá-la. Minha proposta, Deputados, é que entremos firmes no debate a partir de agora, através dessa Comissão, para ouvir especialistas de todo o Brasil, ouvir a sociedade atentamente, dialogar com os Governos de Estados e Municípios e com o Governo Federal e estabelecer os conhecimentos necessários para enfrentar esse tema.

Nós devemos e podemos estudar as medidas legais, porque hoje temos conflitos pelo uso da água. Precisamos disciplinar seu uso para a indústria, que precisa, com o passar do tempo, promover o reúso; precisamos incentivar tecnologias de irrigação na agricultura que poupem mais água, para ajudar os agricultores.

Nós temos enormes tarefas pela frente. Eu proponho que, com essa Comissão, a Câmara dos Deputados discuta firmemente o tema e cumpra seu papel pelo Brasil, que é representar os principais anseios da população.

Finalizando, Presidente, destaco o papel do brilhante Deputado Celso Pansera, do Rio de Janeiro, que abraçou o tema e ajudou no diálogo com o Presidente para termos essa decisão, que, tomada hoje e anunciada e assinada pelo Presidente, vira fato concreto, como esta

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boa iniciativa de hoje dos Deputados Chico Alencar e Sarney Filho. Podemos prolongar a nossa atuação através da Comissão Especial da crise hídrica.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado.

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020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:45

Publ.: DCD - 05/03/2015 - CELSO PANSERA-PMDB -RJ

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Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO CELSO PANSERA - Presidente, primeiro parabenizo o Ministro Eduardo Braga pela apresentação. Eu acho que ele colocou estrategicamente as iniciativas do Governo Federal no sentido de que o passado de apagões neste País fique no passado de fato. E parabenizo os Deputados Chico Alencar e Sarney Filho pela iniciativa do debate.

Quero dizer, Ministro, que o senhor colocou aqui a dimensão elétrica. Há outra dimensão importante, a do emprego. Eu fui buscar no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e no IBGE algumas informações. O Sistema Cantareira e a Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul, se a crise se prolongar, têm potencial para atingir mais de 120 mil empresas e mais de 1 milhão e 300 mil empregos. Essa é outra dimensão, o drama do trabalho, da geração de economia e do emprego.

Outra dimensão é o drama das famílias que não conseguem receber água em suas casas. Eu moro, Deputado Chico Alencar, na Baixada Fluminense, em Duque de Caxias, que V.Exa. conhece muito bem. A Baixada Fluminense reúne 11 Municípios, mais de 3,5 milhões de habitantes. O problema da água lá não é conjuntural, é estrutural. Os Governos se sucedem, e a gente não consegue ver resolvido o problema de fornecimento de água tratada nas residências da Baixada Fluminense.

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Recentemente o Governo do Estado e a Caixa Econômica anunciaram um convênio em que se disponibilizaram 3 bilhões e 200 milhões de reais para que se construa a segunda estação de tratamento de água em Guandu, a Guandu 2, que colocará no sistema de águas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro mais 12 metros cúbicos de água tratada por segundo, para buscar combater a crise.

Agora eu quero falar sobre esse ato de hoje de manhã da criação da Comissão proposta pelo Deputado Givaldo Vieira, por meio da Presidência da Câmara. Eu acho que esta Casa, Deputado Chico Alencar, tem a oportunidade de fazer um debate despolitizado, como V.Exa. disse - aliás, não despolitizado, mas despartidarizado -, de forma que nós consigamos tratar aqui do assunto com a dimensão que merece e buscar saídas, o que eu julgo muito importante. Precisamos, por exemplo, quantificar os problemas e qualificar, ver como está a situação, fazer o diagnóstico real das necessidades de captação e distribuição do sistema de água nos grandes centros urbanos brasileiros.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Peço que conclua, Deputado Celso Pansera.

O SR. DEPUTADO CELSO PANSERA - Precisamos diagnosticar e debater a questão das áreas que estão vulneráveis a eventos extremos, situação que nós estamos vivendo no Brasil, a questão do impacto do sistema elétrico, o uso da água no sistema elétrico, no fornecimento para uso humano, outro problema muito sério sobre o qual temos que nos debruçar e buscar análise, e a questão da potencialidade e viabilidade do uso dos aquíferos brasileiros.

Obrigado, Sr. Presidente. A gente se coloca à disposição da Mesa e também desta Casa para trabalhar junto a esta Comissão e buscar soluções estratégicas para o problema hídrico brasileiro.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Deputado Celso Pansera.

Documento 87/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:48

Publ.: DCD - 05/03/2015 - IVAN VALENTE-PSOL -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

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Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Ministro, eu queria começar esta fala citando duas questões, uma para o senhor mesmo, referente a uma matéria, agora, no UOL, Folha de S.Paulo, dizendo que o Governo vai excluir 5 milhões de famílias da Tarifa Social, 38% dos usuários, para economizar 600 milhões de reais apenas.

Segunda questão, notícia de São Paulo, os maiores shopping centers de São Paulo são estimulados e pagam menos tarifas do que os favelados que moram no alto do morro. Essa é a racionalidade brasileira quanto à gestão dos recursos hídricos e ao acesso à eletricidade e à água em nosso País.

Lembro que esta Casa votou o maior retrocesso histórico, que foi a anistia a 92% das propriedades de desmatadores no Brasil. Propriedades agrícolas estão acabando com reservas legais e áreas de preservação permanentes. Agora todo mundo está sabendo que tem tudo a ver com desmatamento a falta d'água. Só para dar exemplo, o Cantareira, em São Paulo, foi rapado, com motosserra, para produzir, no entorno, 70% em pastos, que acabaram com as nascentes, com os rios contribuintes, que assorearam os rios e as nascentes.

A mudança climática - e as grandes hidrelétricas estão aí para mostrar, como Belo Monte, outras em Rondônia etc... A Amazônia e o Cerrado têm total influência na produção de chuvas, no regime hidrológico climático brasileiro, como explicou aqui o Prof. Nobre. Isso agora está aparecendo.

Eu não vou nem me ater à lógica de mercadoria, como se trata a água, sem falar da privatização criminosa da SABESP no Estado de São Paulo, onde o que interessava era jogar ações na Bolsa de Valores e não fazer um planejamento estratégico para o fim do desperdício, com tratamento, com reúso. Mas, não, cada vez mais vemos obras e obras de transmissão.

A mesma coisa vale para a matriz energética brasileira. Nós vamos estimular a vida toda as grandes hidrelétricas ou PCHs ou vamos diluir a matriz energética brasileira? O que está em jogo aqui não é só um problema de gestão, é também um problema de gestão dos recursos hídricos.

(O microfone é desligado.)

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE - Para concluir, Presidente, eu

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quero sintetizar nesta frase o que vem sendo dito e multiplicado pela mídia brasileira: São Pedro não é culpado. Todos sabem que os regimes de estiagem ou de cheias podem aparecer e vão adiante, e podem piorar com as questões climáticas, com os impactos mundiais, regionais.

E o Brasil, em particular, é a maior reserva de água doce do planeta e tem ainda 57% da Amazônia preservada, mas esta Casa quer continuar com a sua política de extinção e demarcação das terras indígenas, que são responsáveis pela produção de oxigênio e de água. A preservação é necessária para que a sociedade brasileira possa usufruir desses bens que são do povo brasileiro.

Era isso que eu gostaria de dizer, Sr. Presidente. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Deputado.

Documento 88/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-12:54

Publ.: DCD - 05/03/2015 - RUBENS BUENO-PPS -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO RUBENS BUENO - Sr. Presidente, senhoras e senhores convidados, inicialmente quero parabenizar a Casa pelo evento. Este é o primeiro de uma série que a Câmara dos Deputados vai fazer todas as quintas-feiras, convidando todos os Ministros de Estado, que, se não quiserem comparecer, serão convocados pela Casa. Essa é uma atitude de independência da Câmara.

Ontem ainda eu vi Senadores pedirem ao Presidente Renan Calheiros que voltasse atrás com relação à devolução da MP das desonerações, para o equilíbrio e a boa relação entre os Poderes. O PT quer o Parlamento brasileiro de joelhos perante o Executivo, e é isso que esta Casa não quer, não deseja e não fará.

Sr. Presidente, eu quero apenas fazer um comentário. Nós estamos vendo que o Brasil tem uma capacidade instalada e que nem 40% estão sendo produzidos, ora por faltar água, ora por não terminar

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obras. Por isso, nós temos também essa dificuldade.

Fala-se também - e aí não se diz - do que aconteceu em 2014, quando a Presidente Dilma foi para a televisão, em rede nacional, usando o dinheiro público, dizer que estava diminuindo a tarifa de energia elétrica para o povo brasileiro e que esse era o grande passo para as mudanças que iam acontecer. Foi apenas demagogia e uma grande mentira durante a campanha eleitoral.

Na campanha, dizia: "A tarifa de energia vai diminuir 18%. Não vamos subir juros. Não tem aumento de inflação. Não tem aumento de combustível." Terminadas as eleições, o que aconteceu? As tarifas estão aí, este ano devem subir mais de 40%, na média, para o povo brasileiro, e os juros estão subindo. Se os juros subissem seria para tirar alimento da mesa do pobre brasileiro, acusando os outros candidatos. E nós estamos vendo que os juros estão subindo.

Diante disso, venho aqui para registrar e agradecer a presença ao Ministro Eduardo Braga, que nós respeitamos. Sabemos da sua vontade de, depois de tamanho desastre, contribuir para tirar o País desta situação em que se encontra nesta gestão, que, como estamos vendo, está levando o País ao caos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Deputado Rubens Bueno.

Documento 89/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:06

Publ.: DCD -

05/03/2015 -

NÉLIO ALENCAR- PRESIDENTE DO CONSELHO

REGIONAL DE ENGENHARIA E ARQUITETURA DE

RONDÔNIA--

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. NÉLIO ALENCAR - Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sras. e Srs. Deputados, eu quero fazer aqui um protesto.

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Caminhamos 3.600 quilômetros para falar sobre energia, e nosso País é um dos maiores produtores de energia. Viemos do Estado de Rondônia e, como Presidente do CREA, eu faço este protesto, devido à escassez de tempo que nós temos para falar.

A maior crise pela qual nosso País passa é a da moralidade e da ética, que traz em seu bojo deficiência de planejamento estratégico e carência de orçamento para investimentos nos setores de abastecimento de água e para fortalecimento da autonomia em produção de energia e assim consolidar a matriz do parque energético do Brasil.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de Rondônia não poderia desperdiçar esta oportunidade para solicitar à classe política do Brasil uma reflexão que oportunize aos nossos representantes de todos os Estados da Federação que tenham um diálogo direto com os Governos Municipais e Estaduais, para que planejem e busquem mecanismos na produção de energias alternativas - eólica, solar e biogás.

O Brasil tem a Bacia Amazônica, a maior bacia hidrográfica do planeta; o Brasil dispõe de 5,5 milhões de hectares de águas represadas em reservatórios de águas de domínio público; o Brasil tem 7,5 milhões de quilômetros quadrados de costa marítima. O Brasil não poderia estar passando por uma crise energética deste tipo.

O País não tem escassez de água nem deficiência de potencial de energia elétrica; tem sim planejamento estratégico deficitário, não participativo e crise generalizada de padrão ético e moral que se instalou no seio da sociedade brasileira, implicando diretamente desvio de conduta por parte de gestores públicos sem conhecimento administrativo suficiente para evitar as nomeações de auxiliares e assessores diretos e indiretos competentes e probos para implementar políticas públicas suficientes para atender às necessidades plenas da nossa população.

Quero agradecer ao Sr. Ministro, ao Sr. Presidente e aos Srs. Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Sr. Nélio Alencar.

Esclareço que o Regimento permite certo número de convidados, e o Solidariedade já havia apresentado outros dois nomes anteriormente ao do Dr. Nélio Alencar. Numa concessão da Mesa, permitimos a palavra ao engenheiro, em respeito a sua representatividade e à distância e à oportunidade de chegar a esta sessão.

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Documento 90/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:09

Publ.: DCD - 05/03/2015 - ROGÉRIO MARINHO-PSDB -RN

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO ROGÉRIO MARINHO - Sr. Presidente, Deputado José Priante, a economia certamente será estendida aos consumidores brasileiros de forma coercitiva.

Quero saudar nosso Ministro Eduardo Braga, a quem desejo um profícuo período na sua administração e a quem peço atenção, para que eu possa falar a respeito de assunto certamente pertinente a seu Ministério.

Nos últimos 12 anos o Governo vem implementando um modelo de matriz energética e de leilões que certamente precisa ser repensado neste momento. O Ministro sabe muito bem - já que entrou no Ministério agora e deve ter conversado com técnicos, Márcio e outros aqui presentes - que esta diversificação é benéfica, mas a intervenção é danosa. E houve uma intervenção em preços públicos que desagregou e desajustou o sistema elétrico brasileiro, inclusive fazendo com que uma série de investidores deixasse de entrar no sistema.

Nós estamos precisando, Sr. Ministro, de credibilidade. É evidente que nossa matriz energética, calcada na década de 80, na matriz hídrica, se exauriu, até porque as correntes d'água, propícias para se fazerem grandes reservatórios, não existem mais. E nos últimos 12 anos todas as hidroelétricas que estão sendo gestadas pelo Governo são a fio d'água - e, a fio d'água, nós dependemos do regime hídrico, do regime de chuvas. Ou apelamos para a pajelança ou temos uma base sólida de térmicas de base.

É necessário repensarmos esta situação. É evidente que nós temos uma janela de oportunidades com gás e biomassa. Tivemos nos últimos 3 ou 4 anos quase 80 usinas de cana-de-açúcar fechadas no País, quase 100 mil pessoas desempregadas. Quais são as medidas

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anticrise em que o Governo está pensando para essas usinas que podem fazer ou fazem a cogeração?

Não seria interessante talvez imaginar a possibilidade de se gerarem térmicas de biomassa, que é energia limpa, ao mesmo tempo em que se propiciaria a construção de terminais de regaseificação, para recebermos gás importado? No exterior, o gás custa em torno de 5 dólares por milhão de BTU, enquanto no Brasil, 15 dólares, 16 dólares. Quer dizer, é praticamente irreal.

Então, para termos segurança energética é necessário repensar a política energética brasileira. E eu confio na sensibilidade política do Ministro para retomar o rumo do desenvolvimento e da segurança de que o Brasil precisa.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Deputado.

Documento 91/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:12

Publ.: DCD - 05/03/2015 - CARLOS EDUARDO DE SOUZA BRAGA--

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Usou da palavra durante o debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. MINISTRO EDUARDO BRAGA - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhores convidados, em primeiro lugar quero agradecer a participação da sociedade civil organizada, dos convidados nesta Comissão Geral que debate a crise hídrica e que, por um trabalho do PSDB, incluiu a questão elétrica.

Eu gostaria, Sr. Presidente, de estabelecer e reposicionar algumas questões importantes.

Primeiro, não há por parte do Ministério de Minas e Energia nenhum problema em debater racionamento, racionalização, economia ou geração de emprego, muito pelo contrário, até porque os índices de desemprego no Brasil, em que pesem todos os desafios que temos

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enfrentado, continuam sendo um dos mais baixos do registro histórico da nossa economia.

Participei recentemente de debate na TV Cultura de São Paulo no programa Roda Viva, quando tive a oportunidade de fazer algumas comparações entre o índice de desemprego da nossa economia versus o índice de desemprego de países como Espanha, Portugal, Itália, França, que vivem índices de desemprego de mais de dois dígitos, alguns com mais de 25%, enquanto o Brasil opera neste momento, em que pesem todos os desafios, com 5,3% de taxa de desemprego.

A questão é que muitos confundem apagão e racionamento. Apagão é uma intercorrência que acontece no sistema, intercorrência esta que pode acontecer em função de falha mecânica, de intempérie climática, de desajuste no equipamento. Portanto, é algo que acontece por uma variável incontrolável que acaba levando a um apagão, em função até da dessincronização entre geração e carga. Racionamento - e aqui foi dito há pouco por um instituto que presta consultorias etc - é efetivamente um corte de carga porque o setor elétrico do país não possui energia suficiente para suprir a demanda.

Ora, nós não estamos vivendo este momento no Brasil. A situação é desafiadora; nós temos desafios a serem vencidos; há uma crise hídrica dita por todos. A expressão que mais se ouviu - seja dos ambientalistas, seja das organizações sociais que aqui participaram, seja do Prof. Nobre, que ainda há pouco se manifestou, seja de Vicente, da ANA, seja do representante do Meio Ambiente e de todos que falaram em nome da questão ambiental, como o pessoal da SOS Mata Atlântica e da SOS Mais Cerrado - foi "crise hídrica".

Nós vivemos a maior crise hídrica do nosso registro de séries históricas nos últimos 82 anos, seja no Nordeste, seja no Sudeste, e estamos tendo uma sequência de anos cujo ritmo hidrológico é critico. Mas mesmo assim nosso setor elétrico, por ter segurança energética e robustez, por ter avançado sob todos os aspectos que aqui foram expostos, conseguiu e vem conseguindo mitigar esses desafios e manter o fornecimento de energia elétrica para nossa sociedade.

Nós esperamos que, com uma série de medidas alcançadas, teremos efetivamente redução no consumo de energia por um conjunto de opções, mas essa redução do consumo de energia não é em função de um racionamento decidido porque nós não temos energia para entregar. É o contrário do que aconteceu no ano de 2001.

Eu quero dizer que nosso compromisso efetivamente é com a transparência, com a verdade, com a informação permanente ao nosso cidadão. Ainda há pouco foi dito que nós estaríamos fazendo um corte aos consumidores de baixa renda da ordem de 5 milhões de pessoas, como se fosse uma punição ao setor.

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Não! O que nós estamos praticando no Brasil é como aconteceu no ano passado, em pleno ano de eleição, quando o Bolsa Família teve que excluir mais de 1 milhão e 200 mil beneficiários porque não estavam mais enquadrados na legislação que beneficia a população de baixa renda. E houve a exclusão do programa de mais de 1 milhão e 200 mil famílias para o cumprimento da lei, em pleno ano eleitoral.

Agora, nós não podemos dizer que serão 5 milhões. E nem a matéria - entrei aqui no UOL - afirma que será. Diz que poderão ser 5 milhões. Nós estamos implementando o que manda a Lei nº 12.212, de 2010, que diz que a família, para ter o benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica, tem que estar obrigatoriamente inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal ou possuir renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário mínimo nacional. Se a família tiver, entre seus membros, portador de doença cujo tratamento ou procedimento médico requeira uso continuado de aparelhos e renda mensal familiar de até três salários mínimos, também poderá ser beneficiada.

Ora, as famílias que, porventura, não se enquadrarem mais na definição legal para ter o benefício da tarifa social terão que ser excluídas não porque nós queremos, mas porque o mandamento legal estabelece que assim seja feito. De qualquer forma, nós faremos um esclarecimento.

Ainda há pouco conversei com nosso Presidente da ANEEL para que uma declaração dada por um dos diretores na ANEEL não tenha interpretação equivocada, errônea, que acabe transmitindo ao cidadão uma informação que não representa nem a verdade nem a vontade do Governo, e muito menos do Ministério de Minas e Energia e - eu tenho certeza - da ANEEL.

Sr. Presidente, eu queria fazer mais uma vez um reparo. A MP nº 579, de 2012, amplamente debatida por esta Casa e aprovada pela maioria dos seus membros - eu era Líder do Governo no Senado quando isso aconteceu -, tem entre seus princípios uma questão que é de simples compreensão para o cidadão em casa que está nos acompanhando pela TV Câmara, pela Rádio Câmara e pelas mídias sociais da Câmara dos Deputados.

Se um Deputado, uma Deputada ou um cidadão comprou um carro financiado em 36 meses e pagou a 36ª prestação, ele amortizou, pagou aquele bem. Portanto, não pode ter cobrada, pela financeira, pelo banco ou pela concessionária, a 37ª, a 38º, a 39º ou a 40ª parcela. O que acontecia com as usinas amortizadas neste País é que as concessionárias continuavam onerando o consumidor e cobrando dele como se aquelas usinas não amortizadas estivessem, e isso causava injustiça tarifária muito grande.

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O que aconteceu com a MP 579, defendida por muitos dos Deputados e Senadores, foi que se fizesse uma correção no sentido de que aquilo que tinha sido amortizado, que tinha sido pago, não continuasse sendo onerado na tarifa. Portanto, havia uma reforma estruturante na tarifa daquelas concessionárias, o que teria impacto favorável ao usuário, ao consumidor. Se aquilo não tivesse acontecido em 2012, o que aconteceu em função da crise hídrica teria tido um impacto muito mais vigoroso na tarifa do nosso consumidor.

Portanto, eu entendo que muitas vezes na política, principalmente na política partidária, o papel da Oposição é esse mesmo. Mas, por favor, é simples compreender: quando a gente compra um bem parcelado e termina de pagar, esse bem está pago. O que a gente tem é custo de manutenção e de operação, e é isso que estabelece a MP 579, que passou a vigorar como Lei nº 12.783, de 2013.

A outra questão que também está dentro dessa lei é que nós tínhamos subsídios cruzados que deixavam de ser cruzados para passarem a ser subsidiados pela Conta Tesouro. Ora, isso revelou, diante de momento de crise hídrica, quando geradores e distribuidores passam a ter desequilíbrio no custo da energia, uma conta exageradamente alta para pressionar o Tesouro, criando déficits orçamentários muito perigosos, num momento em que nós estamos enfrentando desafios mundiais. Nós estamos vendo o que está acontecendo mais uma vez na Europa e na Rússia. A queda do preço do petróleo tem trazido grandes dificuldades para Rússia e outros países.

O Brasil não está desconectado dessa realidade, e nós não podemos deixar de fazer os ajustes necessários para que possamos ser saudáveis e continuar com uma política sustentável, de longo prazo, não apenas no setor elétrico, mas em todos os setores da economia brasileira.

Portanto, é preciso acabar de uma vez por todas com uma discussão que tenta fazer com que tenhamos meia verdade sobre as questões. Não! Terminado está esse desajuste! E era preciso haver esse enfrentamento, para que nós pudéssemos ter a atratividade de continuar dispondo de um setor elétrico robusto, capaz de investir, de manter os investimentos, para que o Brasil tenha fundamentos para voltar a crescer, sem gargalos energéticos, de modo que nosso PIB possa deslanchar e a infraestrutura possa avançar.

Imaginem, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, o que significaria para o País e para a população brasileira fazermos os enfrentamentos e sacrifícios necessários no ano de 2015 e no ano de 2016 e conseguirmos ter em 2017 condições macroeconômicas para crescer 5%, 6%, 7% ao ano, e não termos infraestrutura elétrica, rodoviária, portuária, aeroviária, de dados e de comunicação para sustentar um crescimento do PIB com geração de emprego e distribuição de renda

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que alavanque a condição de melhoria de vida do nosso povo!

Portanto, fazendo esses reparos, digo que queremos permanentemente fazer o diálogo com a Câmara dos Deputados e com a sociedade brasileira, com a população brasileira.

E digo que continuamos fazendo investimentos, combinando recursos públicos com recursos privados, com recursos do setor financeiro e com recursos de fundos de investimento no setor elétrico. Nós haveremos de continuar avançando para que possamos manter o fornecimento de energia num sistema robusto e diversificado que interliga o Brasil de Macapá ao Chuí, que interligará o Brasil de Boa Vista ao Chuí e que está fazendo com que o Brasil seja uma realidade nesse setor.

Quero falar ainda sobre o setor mineral, tão importante quanto o setor elétrico. Nós precisamos priorizá-lo na Casa, na Câmara dos Deputados e no Senado. Falei ainda há pouco com o Presidente Eduardo Cunha que precisamos restabelecer a Comissão Especial que trata do novo Código de Minas, para que possamos nesta Casa retomar, aprovar e levar a matéria ao Senado. Assim, poderemos dar respostas importantes sobre o tema.

Para concluir, Sr. Presidente, queremos dizer que nossas propostas e compromissos assumidos pela Presidenta Dilma e pelo Presidente Lula, que nos levaram a vitórias importantes neste País, vitórias eleitorais e conquistas importantes para nosso povo, continuam sendo compromissos da verdade, de um governo que quer enfrentar com transparência os desafios de uma sociedade moderna e que tem que dar respostas a questões ambientais importantes.

Eu fico ouvindo críticas da Oposição sobre hidrelétricas de fio d'água. Ora, nós não temos como fazer hidrelétricas com grandes reservatórios na Amazônia brasileira. Já foi provado no passado que isso é um equívoco. Balbina é um exemplo a não ser seguido. O que nós temos que compreender é que precisamos fazer um zoneamento da nossa capacidade de reserva hídrica onde topografia, geografia e condições nos são favoráveis. No Centro-Oeste, no sul de Minas Gerais, no Sudeste do País nós temos grandes possibilidades de trabalhar. Onde nós não temos condições de ter uma relação mitigada entre os impactos do investimento da área de geração de energia versus o meio ambiente, nós temos que ser racionais e inteligentes.

Agora me deixem falar um pouco como representante do Amazonas e da Amazônia. Nós fizemos nosso papel na Amazônia, nós cortamos nosso desmatamento. O que nós precisamos é ter a coragem de implantar neste País programas de compensação ambiental, como o REDD Plus, ou o REDD+, para que possamos recuperar o passivo ambiental que existe nas fronteiras agrícola e industrial brasileiras.

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Talvez assim possamos recuperar nossos microclimas úmidos, nossa capacidade hídrica e restabelecer um padrão de ritmo hidrológico em determinadas regiões do País.

Era isso, Sr. Presidente. (Palmas.)

Documento 92/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral

04/03/2015-13:30

Publ.: DCD -

05/03/2015 - JOSÉ PRIANTE (PRESIDENTE)-PMDB -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL

FALA DO PRESIDENTE OU NO EXERCÍCIO DA PRESIDÊNCIA FALA DO PRESIDENTE

Sumário

Informação aos participantes sobre o tempo para uso da palavra na Comissão

Geral sobre a crise hídrica e energética no Brasil.Agradecimento ao Ministro

de Minas e Energia, Carlos Eduardo de Souza Braga, pela participação no

debate. Convite ao Ministro para visita aos Estados do Pará e do Amazonas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Sr. Ministro, evidentemente nós estamos chegando ao final desta sessão. Nós temos aqui alguns Deputados inscritos, e, temos, infelizmente, o prazo inexorável para encerrar - às 14 horas se instala a sessão ordinária da Câmara.

Eu gostaria, Sr. Ministro, de estender um pouco mais esta nossa reunião e de dar oportunidade aos Deputados que ainda estão presentes, e muitos deles já se retiraram, de se manifestar. Proponho um novo acordo ao Plenário, isto é, diminuir o prazo das intervenções, tendo em vista o número de Parlamentares inscritos. Então, cada orador terá 2 minutos para fazer sua abordagem.

Eu, particularmente, como Deputado do Estado do Pará, a maior reserva hidrológica de energia deste País, desde já trago minha palavra de agradecimento ao Ministro, pela sua presença, e convido S.Exa. a visitar o Pará, onde estão pautadas, pelo Governo e pelo Brasil, algumas das principais fontes de energia deste País: Belo Monte, Bacia do Tapajós, além da hidrelétrica do Tucuruí. Quero

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convidá-lo a visitar o Pará e o vizinho Amazonas, para, contando com a presença emocional de V.Exa., diante desse desafio de implantar grandes projetos no Amazonas, o Pará seja de alguma forma também compensado pela exportação da energia para todo o Brasil.

Documento 93/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:30

Publ.: DCD - 05/03/2015 - JOSÉ CARLOS ALELUIA-DEM -BA

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Ministro, primeiro quero manifestar aqui a minha satisfação. Para mim, que criei o programa de baixa renda, V.Exa. deu a entender que vai rever a ideia do Governo de fazer com que 5 milhões de pobres paguem pela barbeiragem da equipe da Presidente Dilma, que V.Exa. agora está querendo corrigir. Portanto, fico satisfeito.

Eu trago outro problema. V.Exa. defendeu a MP que dizia que ia baixar a tarifa em 20 e a aumentou em 60. V.Exa. a defendeu. Ontem, eu publiquei, no jornal A Tarde, um artigo chamado A Mãe dos Ricos. Por quê? Porque a Presidente Dilma pegou a energia da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - 60% da energia que foi para a cesta, que dizia que era para baratear, foi do Nordeste - e agora está querendo parar as usinas da região; parar significa cerca de 200 mil pessoas desempregadas.

Eu sei que V.Exa. está estudando o assunto. Resolva isso também e enquadre sua equipe.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito bem, Deputado José Carlos Aleluia. Obrigado pela compreensão.

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Documento 94/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:33

Publ.: DCD - 05/03/2015 - JOÃO FERNANDO COUTINHO-PSB -PE

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO JOÃO FERNANDO COUTINHO - Sr. Presidente, Sras. Sras. e Srs. Deputados, Sr. Ministro Eduardo Braga, Deputados Chico Alencar e Sarney Filho, autores do requerimento, na verdade, quero pontuar algumas questões. Infelizmente, não pudemos participar de toda a explanação feita pelo Ministro, em razão de estar presente na instalação de várias Comissões Temáticas Permanentes, entre elas a Comissão de Minas e Energia, da qual faço parte - assumi hoje.

Estamos aqui para apresentar algumas poucas ideias que possam contribuir com a nossa matriz energética, tanto do ponto de vista da sustentabilidade como da oportunidade a medidas que possam variar a oferta de energia, já que nós temos aproximadamente 60% a 80% da nossa geração de energia vinda das hidrelétricas.

Em 2002, a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL baixou uma resolução incentivando a geração distribuída. Infelizmente, até janeiro de 2015, pouco mais de 400 ligações foram feitas. Portanto, é necessário e urgente que haja uma promoção dessa medida, no sentido de incentivar os consumidores comuns, a fim de que possam utilizar energia fotovoltaica nas suas residências. Para isso, é imprescindível que os bancos públicos, como o BNDES, o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, possam efetivamente financiar esse processo, para que haja interesse por parte da sociedade.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Prezado colega, eu vou conceder a palavra a V.Exa. para que possa concluir, mas eu peço sua compreensão, tendo em vista o nosso prazo. Nós temos só mais

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10 minutos de reunião.

O SR. DEPUTADO JOÃO FERNANDO COUTINHO - Para concluir, Sr. Presidente, Sr. Ministro, há necessidade de estimular o setor e, além disso, que o Governo tenha um olhar específico, como acontece em outros países do mundo.

Nós estamos falando também de dificuldades nas pequenas cidades, especialmente nas do Norte e do Nordeste, com a situação do lixo. Aqui, os lixões estão sendo transformados em aterros, mas os países desenvolvidos já vêm transformando seus aterros em usinas de geração de energia.

Eram esses dois pontos que gostaria de trazer para colaborar com o debate.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado.

Documento 95/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:36

Publ.: DCD - 05/03/2015 - NILTON TATTO-PT -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Page 222: Discursos em plenário

222

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO NILTON TATTO - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cumprimento o Ministro e as demais autoridades.

Esta sessão especial para discutir a crise hídrica e energética é oportuna - parabenizo os Deputados que a propuseram -, porque o que vem acontecendo é uma coisa fantástica. Há muito tempo o movimento ambientalista e o movimento socioambientalista vêm fazendo um esforço muito grande para colocar a questão ambiental como uma discussão central do Governo, e não consegue, mas a natureza está fazendo isso. A natureza está colocando a questão ambiental no centro.

Trago aqui algumas coisas que têm a ver com o Estado de São Paulo - conheço-o de perto, porque, até ontem, eu estava militando na sociedade civil - e que não devem ser feitas.

Não se deve fazer o que se fez em São Paulo com a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São. O objetivo da SABESP hoje, lá em São Paulo, não é mais saneamento e atender o abastecimento de água, mas gerar lucro.

Não se deve fazer em São Paulo o que se fez aqui no Congresso, há 2 anos, aprovar um Código Florestal que anistiou muitos proprietários, principalmente os grandes. Aí, hoje, não se tem produção de água, como está acontecendo em São Paulo. Lá, agora no final do ano, também foi aprovado o PRA - Programa de Regularização Ambiental. Quando se podia avançar, recuperando um pouco da Mata Atlântica no Estado, São Paulo não fez a lição de casa e não vai recuperar as nascentes, nem...

(O microfone é desligado.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Conclua, Deputado.

O SR. DEPUTADO NILTON TATTO - Sr. Presidente, São Paulo também não respeitou os Conselhos e os Comitês de Bacia, a participação da sociedade civil nos Comitês de Bacia e no Conselho Estadual de Recursos Hídricos, e ainda negou a crise até o dia da eleição. Na hora de chamar à responsabilidade a sociedade, chama-a para economizar água, porque tem que economizar. Esta Casa também, no ano passado, teve a oportunidade de aprovar a regulamentação da participação popular no Conselho, no entanto não o fez, e hoje sofremos a consequência da falta de participação da sociedade civil no Comitê de Bacia, no Conselho Estadual de Recursos Hídricos e em vários outros Conselhos.

Page 223: Discursos em plenário

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Nós temos, sim, a responsabilidade agora de criar mecanismos e de não repetir erros que vimos cometendo. A natureza vem dando o troco e vem fazendo com que tenhamos falta de abastecimento de água, principalmente para os mais pobres na cidade de São Paulo, que, por sua vez, vem perdendo emprego. (Palmas.)

Documento 96/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:39

Publ.: DCD - 05/03/2015 - EDMILSON RODRIGUES-PSOL -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO EDMILSON RODRIGUES - Sr. Presidente, todos demonstram preocupação com a crise hídrica. Eu acho que a preocupação é real, mas, às vezes, a ideologia embota a construção de soluções. E a administração das instituições que de algum modo poderiam ajudar na resolução dos problemas também sofre essa influência de concepção de mundo em que as políticas são enredadas.

Vou dar um exemplo concreto, já que estamos tratando da crise hídrica: Amanhã, dia 5, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBIO discutirá, entre outros temas, a autorização ou não para plantio de eucalipto transgênico. As espécies não transgênicas consomem 30 litros/dia, e a transgenia vai exigir, porque para crescer mais é necessário maior consumo de água, muito mais do que 30 litros/dia. Então, observem, é uma decisão de política que pode ou não afetar a todos. Então, aprofunda a crise socioambiental.

Eu estava lendo alguns artigos sobre política energética, e qualquer um aqui pode ter acesso a muitas coisas importantes que vêm sendo feitas pelo mundo. Pesquisemos o caso do Canadá, da Dinamarca e dos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, com a produção de energia a partir dos ventos - energia eólica - e com 200 milhões de dólares investidos recentemente,

Page 224: Discursos em plenário

224

algumas empresas geraram...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Deputado Edmilson Rodrigues, o tempo exige a conclusão.

O SR. DEPUTADO EDMILSON RODRIGUES - Vou só inaugurar esse debate. Algumas empresas geraram 300 mil empregos.

Eu concluo com um exemplo que mostra o quanto é cínica, em certa medida, a matiz do debate que nós realizamos no Brasil. Na Amazônia há secas, e, de repente, surge aquela ideia brilhante - que não tem que ser descartada a princípio - de transposição de águas do Rio Amazonas. De que trecho? De onde? Há secas cíclicas na Amazônia. No Marajó, o gado morre de sede, como no Nordeste brasileiro. Então, a questão é mais complexa.

Vou concluir com um exemplo não brasileiro. Na Alemanha, que tem a maior parte dos seus dias do ano na escuridão, 50% da energia consumida é energia solar. E, no Brasil, um país tropical, particularmente na Amazônia, na faixa do Equador, não existe produção de energia solar.

Sabe qual é o discurso? Tudo é caro quando não há a intenção de mudar. Mas não é caro...

(O microfone é desligado.) (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Deputado Edmilson, muito obrigado pela intervenção.

Documento 97/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:42

Publ.: DCD - 05/03/2015 - NEWTON CARDOSO JR-PMDB -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Page 225: Discursos em plenário

225

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO NEWTON CARDOSO JR - Sr. Presidente, Exmo. Sr. Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, senhores convidados da equipe técnica do Sr. Ministro, demais convidados das grandes associações, como a SOS Mata Atlântica, Sras. e Srs. Deputados, Minas Gerais, ironicamente, encontra-se inundada em problemas de falta d'água, e agora inclusive há o risco de falta de energia. Vejam em que situação o Governo do PSDB nos deixou depois de 12 anos de Governo no nosso Estado!

O último grande investimento para garantir água à Região Metropolitana de Belo Horizonte foi entregue pelo então Governador Newton Cardoso, meu pai, que é o Sistema Rio Manso - se não me engano, em março de 1991, ao sair do Governo, ele entregou essa obra. Hoje, não fosse ela, juntamente com outras obras feitas por ele, como o Sistema Serra Azul e o Sistema Várzea das Flores - este existente há mais de 30 anos -, não teríamos água sequer para beber na Grande Belo Horizonte.

A última grande obra de garantia de água e de energia em Minas Gerais foi realizada também por Newton Cardoso, como Vice-Governador, que foi a Represa de Irapé, na região norte de Minas Gerais. Essa região se destaca pelo Município de Salinas, que tem oito barragens, também construídas por ele, e que hoje garantem...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Deputado Newton Cardoso, V.Exa. tem pouco tempo. Nós temos que instalar sessão ordinária exatamente às 14 horas. Então, temos somente 5 minutos de reunião.

O SR. DEPUTADO NEWTON CARDOSO JR - Obrigado, Sr. Presidente. Serei muito breve.

Na região norte de Minas, esse foi o último investimento, também realizado por ele.

Recebi mensagens de agradecimento a ele e hoje o represento. Em meu primeiro mandato de Deputado Federal, vou ter a honra de participar dessa Comissão Especial. Agradeço a realização desta Comissão Geral, que trata de bem essencial à nossa vida: a água.

Convido o Sr. Ministro para nos visitar em Minas Gerais, para conhecer o projeto da Barragem de Berizal, no norte de Minas, que precisa muito ser concluído, a fim de garantir a perenização do Rio Pardo e água para aquela região. Com isso, mais de 200 mil pessoas serão atendidas, e teremos mais de 10 mil hectares de terras irrigadas para a

Page 226: Discursos em plenário

226

produção de alimentos.

Reitero aqui o meu pedido de atenção para Minas Gerais.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Deputado Newton Cardoso. Minas Gerais sente-se orgulhosa com o pronunciamento de V.Exa. (Palmas.)

Documento 98/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:48

Publ.: DCD - 05/03/2015 - WELITON PRADO-PT -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO WELITON PRADO - Sr. Presidente, eu queria cumprimentar todos e todas e deixar aqui minha indignação. Não é certo, não é justo, não é correto jogar todos os problemas do setor nas costas dos consumidores. Não podemos aceitar, não podemos admitir isso.

Concordo com o Ministro: fui membro da Comissão Especial que analisou a Medida Provisória 579, de 2012, é verdade. Já pagamos o carro, e o que está acontecendo agora é que nós continuamos a pagar. Por quê? Criou-se o sistema de bandeiras, e 30 dias depois aumentou-se em quase 100%. Houve o reajuste extraordinário, vai haver um reajuste anual, e os consumidores ainda vão ter que arcar com os custos, porque as empresas vão repassar para os consumidores os preços embutidos nos produtos. Isso não é certo, não é correto. Queria

Page 227: Discursos em plenário

227

deixar aqui a minha indignação.

Vou dar o exemplo de Minas Gerais. Contando com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, que é de 42%, os consumidores pagam só de imposto mais de 50%, enquanto as empresas, que recebem e lucram, são isentas. Os dividendos não são cobrados, as empresas são isentas de tributação. Isso não podemos aceitar, não podemos admitir.

Só para finalizar, faço um apelo para que essa medida de tirar a tarifa social não seja colocada em prática agora, de maneira nenhuma, porque isso seria casuísmo neste momento. Isso não pode ser implementado neste momento. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito bem, Deputado.

Documento 99/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:48

Publ.: DCD - 05/03/2015 - LUIZ CARLOS HAULY-PSDB -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY - Sr. Presidente, só há uma pessoa culpada por esta crise de energia: a Presidente Dilma Rousseff. O ex-Presidente Lula também é culpado, porque a nomeou Ministra de Minas e Energia. Ela é culpada porque interveio no setor e quase o quebrou. Ela é culpada no passado, no presente e no futuro.

Ela tem culpa também pelo que ocorreu na PETROBRAS, porque presidiu o Conselho da PETROBRAS. Não vejo outro culpado, a não ser ela, por essa lambança, que leva a conta para o bolso do trabalhador. O trabalhador está pagando o preço mais alto do mundo pela energia e pelo combustível. Isso é culpa da D. Dilma e do PT. Não existe outro culpado.

Page 228: Discursos em plenário

228

Eu estou aqui há 24 anos e vi que o despreparo deste Governo e do Governo anterior é inacreditável. Não sei como ainda permanece à frente do Governo uma pessoa tão despreparada quanto essa...

(O microfone é desligado.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Deputado Luiz Carlos Hauly.

Documento 100/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:48

Publ.: DCD - 05/03/2015 - MAJOR OLIMPIO-PDT -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO MAJOR OLIMPIO - Srs. Deputados, população, Ministro, cumprimento a Casa por esta mobilização, mas não temos nada a comemorar em relação à energia ou aos recursos hídricos.

Quanto à energia, a última lembrança do brasileiro são os aumentos extorsivos promovidos como um verdadeiro estelionato contra a população, quando se falava em baixar o custo da energia.

Sobre os recursos hídricos, sou de São Paulo e assisti ao Governador Geraldo Alckmin enganar, mentir para a população, criminosamente, dizer que não estávamos à beira de uma crise hídrica sem precedentes. E estamos à beira de um caos para milhões de brasileiros.

Page 229: Discursos em plenário

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Cumprimento a Comissão Geral e a Comissão Especial. Que façam uma mobilização, que estejam em São Paulo acompanhando isso de perto, porque são milhões de vidas que estão sob risco.

Não dá para dizer se politicamente é o PT ou se foi o PSDB. Nós temos que dizer "fomos irresponsáveis" e encontrar uma saída, independentemente de posicionamento político.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Deputado.

Documento 101/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:51

Publ.: DCD - 05/03/2015 - FAUSTO PINATO-PRB -SP

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO FAUSTO PINATO - Obrigado, Sr. Presidente. Venho comunicar aos colegas que acabamos de protocolar a criação da Frente Parlamentar pela Segurança Hídrica e Elétrica do Brasil. Aqueles que quiserem fazer parte e que ainda não assinaram podem nos procurar.

Sr. Presidente, precisamos achar uma solução imediatamente, sim, para essa crise hídrica e energética, independentemente de posição partidária, porque é uma questão de sobrevivência nacional e não de partidos.

Venho propondo alguns projetos de lei ao Governo Federal, que

Page 230: Discursos em plenário

230

precisa fazer a sua parte, desonerando máquinas e equipamentos destinados ao reaproveitamento da água das chuvas para fins potáveis. O BNDES também precisa criar linhas de financiamento voltadas a essas frentes.

Digo isso porque, para recuperarmos esse tempo perdido, precisamos atacar em várias frentes. Devemos buscar a energia solar e a reutilização da água. Essa é a discussão mais importante deste Parlamento, porque, como disse o colega...

(O microfone é desligado.)

Documento 102/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:54

Publ.: DCD - 05/03/2015 - LEO DE BRITO-PT -AC

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO LEO DE BRITO - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Ministro. Quero fazer uma saudação especial e falar um pouco sobre esse paradoxo que nós temos hoje.

Eu sou da Amazônia e V.Exa. também. Temos hoje as enchentes castigando nossa região, sobretudo o meu Estado do Acre e o Estado do Amazonas, e temos a seca nas Regiões Nordeste e Sudeste.

Não temos muito tempo, mas eu queria falar sobre algo muito importante, que é exatamente a necessidade que se tem não de fazer novas legislações, mas de implementar a Lei nº 9.433, de 1997. Esta

Page 231: Discursos em plenário

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Lei tem 18 anos, objetivos específicos, princípios de gestão dos recursos hídricos, e trata também de instrumentos importantes, como a questão das outorgas, a questão dos comitês de bacias, que necessitam ser implementados.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Obrigado, Deputado.

Documento 103/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:54

Publ.: DCD - 05/03/2015 - JOSÉ AIRTON CIRILO-PT -CE

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre a crise hídrica e energética no Brasil.

O SR. DEPUTADO JOSÉ AIRTON CIRILO - Sr. Presidente, primeiro, eu quero elogiar a Casa pela realização desta Comissão Geral. Quero parabenizar o Sr. Ministro, que, de forma clara e objetiva, mostrou o quanto esses Governos nossos, do Lula e da Presidente Dilma, têm planejado estrategicamente o desenvolvimento deste País.

Nunca na história deste País se viu tantas ações, sejam construções de usinas hidrelétricas, de parques eólicos, seja de investimento na energia solar. Enfim, nós não temos racionamento de energia, não temos apagão.

Tivemos apagão na época de Fernando Henrique Cardoso! Essa é a marca dos tucanos, que cinicamente vêm aqui dizer outra coisa, inclusive mentindo para a população brasileira, como fez um Deputado, dizendo que teve corte para benefício social, quando sabe - porque um Deputado não pode mentir - que a lei obrigou a retirada de 5 mil da área social.

Portanto, esse é o projeto que nós queremos construir para o futuro. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado,

Page 232: Discursos em plenário

232

Deputado.

Documento 104/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral

04/03/2015-13:54

Publ.: DCD -

05/03/2015 - JOSÉ PRIANTE (PRESIDENTE)-PMDB -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO GERAL

FALA DO PRESIDENTE OU NO EXERCÍCIO DA PRESIDÊNCIA FALA DO PRESIDENTE

Sumário

Agradecimento aos participantes na Comissão Geral sobre a crise hídrica e

energética no Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Encerrada lista de inscritos, passo a palavra ao Ministro - evidentemente que por um tempo também completamente limitado -, para as considerações finais.

Agradeço a todos os convidados, a todos os que participaram desta reunião, que foi extremamente concorrida.

Dou por encerrada a reunião, concedendo a palavra ao Ministro Eduardo Braga, a quem agradeço pela presença. S.Exa. foi o primeiro Ministro a participar da Comissão Geral desta Casa.

Muito obrigado a todos.

Page 233: Discursos em plenário

233

Documento 105/150

020.1.55.O Sessão Comissão Geral 04/03/2015-13:57

Publ.: DCD - 05/03/2015 - CARLOS EDUARDO DE SOUZA BRAGA--

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Agradecimento a participação da sociedade civil organizada e de todos os

convidados a Comissão Geral sobre a crise hídrica e energética no Brasil

O SR. MINISTRO CARLOS EDUARDO DE SOUZA BRAGA - Eu queria apenas agradecer. Serei bastante econômico com relação ao tempo.

Eu queria agradecer à Casa, na figura do Presidente, o Deputado Priante, da Amazônia. Quero agradecer a participação da sociedade civil organizada e de todos os convidados. Acho que o debate foi importante.

Quero agradecer a participação a todos os nossos companheiros, colegas do setor elétrico, dizendo que nós, do Ministério de Minas e Energia, estaremos sempre à disposição para dialogarmos com a Câmara dos Deputados, que representa o povo brasileiro, e com o Senado da República, para que nós possamos ter a compreensão dos desafios e, ao mesmo tempo, a compreensão de quanto estamos trabalhando e precisando do apoio de todos para vencer esses mesmos desafios.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Priante) - Muito obrigado, Ministro. Obrigado aos convidados.

Documento 106/150

Page 234: Discursos em plenário

234

021.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

04/03/2015-14:16

Publ.: DCD - 05/03/2015

- WELITON PRADO-PT -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Contrariedade a reajuste de tarifa de energia elétrica no Estado de Minas

Gerais.

O SR. WELITON PRADO (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu, que fiz parte da Comissão da Medida Provisória nº 579, de 2012, que reduziu as tarifas de energia e fez justiça com os consumidores, queria deixar bem claro meu posicionamento contra o aumento da tarifa de energia elétrica. Isso não é justo, não é certo com os consumidores. Por quê? Os consumidores já pagaram, já amortizaram a construção das usinas. Temos que utilizar agora os recursos para a modicidade tarifária, e não jogar toda a responsabilidade nas costas dos consumidores.

Os consumidores estão sendo penalizados. Houve um aumento extraordinário, o aumento das bandeiras, um mês depois de as bandeiras serem implementadas, e ainda vai haver o aumento anual, além de o imposto realmente ser muito alto - só em Minas Gerais, o ICMS chega a 42%. O ICMS mais alto do Brasil é o cobrado em Minas Gerais. Isso é uma grande injustiça. E as empresas de energia ainda são isentas de pagar os dividendos. Então, o lucro vai para fora e não se paga nada de imposto. É Robin Hood ao contrário: os pobres pagam, e os ricos não pagam.

Sr. Presidente, queria que este pronunciamento fosse amplamente divulgado no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

Documento 107/150

021.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

04/03/2015-14:34

Page 235: Discursos em plenário

235

Publ.: DCD - 05/03/2015

- MAURO PEREIRA-PMDB -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Expectativa de votação pela Casa de moção de apoio à reivindicação de

caminhoneiros, agricultores e do setor do transporte coletivo de desoneração do

óleo diesel. Preocupação com consequências do aumento da tarifa de energia

elétrica na região da Serra Gaúcha, Estado do Rio Grande do Sul.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Carlos Manato, primeiramente, quero dizer que já pedi o apoio de todos os colegas Deputados, porque provavelmente no dia de hoje nós teremos a votação de uma moção em apoio aos caminhoneiros, agricultores e ao setor do transporte coletivo. Essa moção pede que sejam retirados o PIS e a COFINS do óleo diesel, fazendo com que volte a tranquilidade para os nossos caminhoneiros, para os nossos agricultores. Que esse aumento abusivo do preço do óleo diesel seja revisto.

Também, meu Presidente, estou muito preocupado, porque na região da Serra Gaúcha, de onde venho, no Rio Grande do Sul, as pessoas físicas estão recebendo aumento na tarifa da energia elétrica de 35%; e a indústria, que gera empregos...

(O microfone é desligado.)

Documento 108/150

021.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

04/03/2015-17:02

Publ.: DCD -

05/03/2015 - WELITON PRADO-PT -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA DISCURSO ENCAMINHADO DISCURSO

Sumário

Descontentamento com a elevação das tarifas de energia elétrica. Necessidade

Page 236: Discursos em plenário

236

de aprofundamento do debate sobre a matéria. Crítica à condução da política de

saneamento básico no Estado de Minas Gerais. Omissão da Agência

Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário

do Estado de Minas Gerais - ARSAE na fiscalização dos serviços prestados

pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA. Indignação com

o não atendimento pelo Ministério de Minas e Energia e pela Agência Nacional

de Energia Elétrica - ANEEL de requerimento apresentado pelo orador acerca

de procedimentos para fixação dos valores das tarifas de energia elétrica.

Críticas à atuação da ANEEL no âmbito de audiência pública destinada à

fixação das cotas anuais da Conta de Desenvolvimento Energético - CDE para

2015. Contrariedade a manobra da Companhia Energética de Minas Gerais -

CEMIG para justificativa da necessidade de recursos adicionais.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO À MESA PARA

PUBLICAÇÃO

O SR. WELITON PRADO (PT-MG. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero deixar bem claro o meu

posicionamento contrário ao aumento na conta de luz. É de extrema urgência a

discussão na Comissão Geral sobre a crise hídrica e enérgica no Brasil, mas

essa questão tem que ser aprofundada na Comissão de Defesa do Consumidor,

com uma fiscalização da Comissão juntamente com o Tribunal de Contas da

União (TCU), ou até mesmo em uma CPI. Isso porque o consumidor, absurda e

injustamente, mais uma vez está pagando uma conta que não deveria - uma

conta que é indevida, injusta, ilegal e que não tem transparência alguma. Estão

caindo no bolso do consumidor erros e omissões seriíssimos de gestão dos

recursos hídricos e de energia, que precisam ser investigados.

Chegamos ao absurdo de "comemorar" - entre aspas -, agora no Governo

Fernando Pimentel, que há um avanço da força-tarefa que estuda a crise hídrica

para a construção de inédito plano estadual de saneamento. Ora, são palavras

do próprio novo Governo. Ou seja, o Governo Fernando Pimentel constatou,

por exemplo, que o Estado de Minas Gerais, nos últimos anos, foi omisso no

manejo de nascentes, proteção de mananciais, perenização de cursos d'água e

regulação efetiva das outorgas. E a ARSAE simplesmente cruzou os braços.

Chegamos a questionar junto a Ministério Público Estadual a validade dos

contratos de concessão da COPASA com diversos Municípios mineiros, diante

da ausência de plano de saneamento.

Há anos tenho denunciado em Minas Gerais a omissão da Agência Reguladora

e Fiscalizadora dos Serviços de Saneamento Básico (ARSAE-MG) e os abusos

da COPASA, que é a companhia de saneamento de Minas Gerais.

Em uma ação judicial proposta pelo Ministério Público, resultante de

representação de minha autoria, suspendemos o aumento das tarifas da

COPASA em 2009, diante da ausência da agência reguladora. Forçamos o

Governo de então a cumprir a lei e criar a agência reguladora, mas essa tem

sido omissa na fiscalização da prestação de serviços da COPASA nos

Page 237: Discursos em plenário

237

Municípios e na definição das tarifas, já que não há uma auditoria

independente sobre os números e custos apresentados pela COPASA. E a

ARSAE não apresenta condições técnicas para isso.

Aliás, os contratos da COPASA continuam sem validade, diante da ausência de

plano de saneamento básico. É o que diz a Lei Federal nº 11.445, de 2007, em

seu art. 11. A existência do plano de saneamento básico é condição de validade

dos contratos. E mais: é preciso existir um estudo comprovando a viabilidade

técnica e econômico-financeira da prestação universal e integral dos serviços,

nos termos do plano de saneamento básico. E, ainda, é preciso realizar

previamente audiência e consultas públicas sobre o edital de licitação, no caso

de concessão, e sobre a minuta do contrato.

Então, há uma omissão enorme da ARSAE em Minas Gerais. E o que

esperamos é que o Governo Fernando Pimentel não admita que os erros do

passado permaneçam, pois querem agora sobretaxar os consumidores, com a

desculpa de se reduzir o consumo de água. Ora, a conscientização sobre o uso

correto e racional dos bens essenciais, como água e energia, é fundamental e

deve acontecer permanentemente, independente do momento. O consumo

consciente é fundamental. Agora, querer sobretaxar a população por uma má

gestão?! Querer sobretaxar ar no lugar da água já é um verdadeiro absurdo!

Todos sabem que, quando falta água, o que faz girar em velocidade máxima os

relógios que registram o consumo é a pressão do ar, pois água não tem no cano,

não sai das torneiras.

O aumento das contas de luz traz uma indignação ainda maior, pois a energia

cobrada ao consumidor em Minas Gerais é a mais cara do Brasil, se

considerarmos a cobrança do ICMS, que chega a 42% da conta de luz dos

consumidores residenciais.

A ANEEL vem tomando decisões totalmente questionáveis e que já merecem

investigação. Inclusive, encaminhamos ofício ao Ministro de Minas e Energia

denunciando e pedindo a interferência na Audiência Pública da ANEEL nº 3,

de 2015, para "obter subsídios e informações adicionais para a fixação das

cotas anuais da Conta de Desenvolvimento Energético-CDE para o ano de

2015, a serem pagas por todos os agentes comercializadores de energia ao

consumidor final, mediante encargo a ser incluído nas Tarifas de Uso dos

Sistemas de Distribuição e Transmissão".

Quero registrar minha indignação com a ANEEL e a esse Ministério por não

terem atendido ao meu apelo e ao apelo de diversos setores da sociedade em

favor da ampliação do prazo de envio das contribuições, ou mesmo pela

suspensão do processo diante de questionamentos e falhas não esclarecidas.

O que estamos vendo é a ANEEL priorizar apenas os lucros das empresas de

energia, em detrimento dos consumidores. O papel da agência não é esse. A

missão da ANEEL é regular e fiscalizar a geração, transmissão, distribuição e

comercialização da energia elétrica, atendendo a reclamações de agentes e

consumidores, com equilíbrio entre as partes e em beneficio da sociedade. A

Page 238: Discursos em plenário

238

missão da ANEEL é garantir tarifas justas e a qualidade do serviço, exigir

investimentos e que todos tenham acesso à energia elétrica.

É inaceitável que, cerca de um mês após iniciar as cobranças das bandeiras, a

ANEEL aumente a taxa extra referente à bandeira vermelha em 83,33%. É

preciso investigar essa conduta. E mais: quero saber qual a proposta real e

concreta da ANEEL de desconto na conta de luz do usuário que reduzir o

consumo, ou mesmo quando não estivermos em período de falta de chuvas.

Quero saber quais foram os ganhos de produtividade, por exemplo, da CEMIG,

que foram revertidos nos últimos anos para modicidade tarifária. Esse modelo

de bandeiras, tão defendido pela ANEEL, só antecipa a receita para as

empresas. Como o consumidor vai ter a certeza de que esse valor não será

cobrado nos reajustes anuais? Porque os processos de reajustes são ineficientes

na divulgação dos documentos e números que comprovem os pleitos das

empresas e as planilhas de custo apresentadas.

Mesmo nos anos em que conseguimos a redução das tarifas, a CEMIG

registrou lucros recordes. Todos os anos, os lucros da empresa são bilionários, e não vemos a distribuição dos ganhos para modicidade tarifária. Não há

investimentos nos serviços. Pagamos três vezes mais pela energia do que

consumidores de outros países com matriz energética parecida com a do Brasil,

e temos um serviço de péssima qualidade!

A situação do consumidor final ainda é pior. Qualquer alta na tarifa de energia,

seja para as pequenas empresas ou para as grandes empresas, quem paga a

conta é o consumidor. Pois o aumento vai ser repassado para o preço dos

produtos no supermercado, na padaria, nas lojas, e para o preço dos serviços.

Sobre a Audiência Pública nº 3, de 2015, há vários problemas. E estamos

falando de despesas que somam R$26 bilhões, em uma proposta de elevação de

1.182% nos custos:

1º) O prazo de contribuições anunciado pela ANEEL foi totalmente insuficiente diante da complexidade que envolve a proposta de orçamento da CDE para 2015 e das possíveis consequências para o País, que não podem ser ignoradas, como o valor de uma conta de luz

insustentável, a redução na produção da indústria e o consequente desemprego.

É de conhecimento que qualquer aumento de custos para as indústrias é

repassado para o consumidor final, que a duras penas e com muita indignação

tem arcado com a conta de luz mais cara do mundo;

2º) Sobre as indenizações relativas aos ativos não amortizados das concessões que seriam prorrogadas ou relicitadas, o próprio Governo estimou, à época, que o saldo da RGR naquele momento, cerca de R$20

bilhões, seria suficiente para cobri-las. Em 2012, com a Medida Provisória nº

579, que criou mecanismos para reduzir as tarifas de energia elétrica e permitir

a renovação das concessões do setor, que vencem entre 2015 e 2017, o que se

propôs à sociedade foi a possibilidade de prorrogação das concessões de

Page 239: Discursos em plenário

239

geração de energia hidrelétrica uma única vez e pelo prazo de até 30 anos, "de

forma a assegurar a continuidade, a eficiência da prestação do serviço e a

modicidade tarifária".

A principal condição para a renovação foi a retirada da remuneração relativa a

investimentos já amortizados do preço das tarifas. A ANEEL garantiu que,

independente dos desfechos dos contratos de concessão das empresas de

energia, o consumidor final seria o maior beneficiado com a redução de preço

na sua conta de luz. As concessionárias já tiveram grande parte de seus

investimentos amortizada durante os 50 anos em que exploraram suas

concessões. Agora em 2015 os ganhos precisam começar a ser revertidos para

o bem do consumidor.

A cobrança de R$4,9 bilhões via CDE é indevida. O consumidor já custeou,

desde 1957, o Fundo RGR, que é voltado para esse fim. É cobrar uma despesa

do consumidor que já foi paga.

Além disso, a MP 579 permitiu que a União adquirisse créditos que a

ELETROBRÁS detém contra a hidrelétrica Itaipu Binacional e que destinasse

esses recursos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Não há transparência da ANEEL na divulgação dos valores devidos de

indenização. Na Nota Técnica não há o detalhamento dos pagamentos que

foram feitos e os que estão ainda por serem feitos. Há insuficiência de dados e

falta de transparência;

3º) Na ocasião da votação da MP 579, o Governo se comprometeu a manter o Programa Luz para Todos, que em Minas Gerais praticamente não existe mais, a Tarifa Social e a CCC. Mas agora está repassando as despesas ao consumidor de energia. Ora, os programas sociais devem ser mantidos pelo Tesouro Nacional. Da oneração da CDE, R$9,991 bilhões representam políticas públicas ou sociais que neste ano serão financiadas integralmente com recursos dos consumidores de energia elétrica. Outros R$8 bilhões, que são da

cobertura dos custos adicionais de energia nos sistemas isolados, têm também

natureza de política pública de desenvolvimento regional e deveriam ser

custeados pelo Tesouro. Estão divulgando que o aumento da CDE é por causa

da escassez de energia e de problemas hídricos, mas, na verdade, a CDE está

sendo usada para realizarem políticas públicas e indenização de ativos;

4º) Nos Restos a Pagar de anos anteriores a situação também é absurda. São mais de R$2 bilhões, somente para 2015, resultantes de

ineficiência na gestão da CCC em anos anteriores.

Quero finalizar, com muita indignação, denunciando mais um absurdo na

postura da CEMIG, que, nas contribuições sobre a CDE, reconhece que a conta

ficará muito alta com as novas tarifas, sugerindo que isso poderá causar um

aumento da inadimplência dos consumidores, mas com o único intuito de pedir

recurso adicional para suportar essa suposta inadimplência. Ora, é como se o

Page 240: Discursos em plenário

240

consumidor quisesse ficar sem pagar as contas por muito tempo, já que tem a

energia cortada e precisa dela para sobreviver. Inclusive, em decisão recente na

justiça mineira, após denúncia do nosso mandato ao Ministério Público,

conseguimos impedir a CEMIG de continuar incluindo o nome dos

consumidores devedores no SPC/SERASA, o que facilita ainda mais que as

pessoas busquem alternativas para pagar as contas em débito.

Coitada da CEMIG! Lucros bilionários anuais entre R$3 bilhões e R$4 bilhões, e ela ainda diz que precisa de recurso adicional?!

Há muito o que se investigar.

Sr. Presidente, gostaria que o meu pronunciamento tivesse ampla divulgação

pelos meios de comunicação da Casa, especialmente pelo programa A Voz do

Brasil. Muito obrigado.

Documento 109/150

022.1.55.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

04/03/2015-19:06

Publ.: DCD - 05/03/2015 - JOSÉ AIRTON CIRILO-PT -CE

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Razões do voto contrário do orador à matéria.

O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu queria registrar, primeiro, que eu sou contra esta matéria, porque nós precisávamos ter feito um debate maior sobre ela, inclusive aglutinando outras propostas que há no Congresso Nacional. Precisávamos aprofundar o debate sobre a ampliação da idade da aposentadoria e sobre o tempo de mandato dos magistrados brasileiros. Eu acho que essa discussão fica pendente. Infelizmente, nós não nos aprofundamos nessa discussão necessariamente.

Vou acompanhar a posição do meu partido contra essa posição e, por isso, vou votar "não".

Queria também, Sr. Presidente, registrar a importante Comissão Geral

Page 241: Discursos em plenário

241

que tivemos hoje nesta Casa, em que se discutiu o problema hídrico brasileiro. Contamos com a presença do Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, que nos fez uma excelente explanação sobre todas as propostas que o Governo executou e ainda está executando. Nós percebemos que nunca um Governo executou tantos projetos para garantir a sustentabilidade energética brasileira como este.

Por isso, não temos racionamento de energia, não temos apagão, e o Brasil vai ter sustentabilidade para garantir o seu crescimento econômico e fornecer energia suficiente para as empresas e sobretudo para as residências.

Eu parabenizo o Ministro Eduardo Braga pela excelente explanação que fez aqui hoje na Comissão Geral que promovemos nesta Casa.

Muito obrigado.

Documento 110/150

023.1.55.O Sessão Comissão Geral 05/03/2015-12:30

Publ.: DCD - 06/03/2015 - JOÃO FERNANDO COUTINHO-PSB -PE

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL DISCURSO

Sumário

Debate sobre assuntos relativos ao Ministério da Ciência, Tecnologia e

Inovação.

O SR. DEPUTADO JOÃO FERNANDO COUTINHO - Sr. Presidente, Sr. Ministro Aldo Rebelo, Sras. e Srs. Deputados, bom dia.

Sr. Ministro, a alegria com a presença de V.Exa. nesta Casa só faz confirmar tudo aquilo que toda a sociedade brasileira e, sobretudo, este Parlamento nutrem por V.Exa: respeito e compreensão para com a profunda responsabilidade que V.Exa. teve no exercício da função de Presidente desta Casa e, sobretudo, dos cargos que ocupou no

Page 242: Discursos em plenário

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Executivo.

A sua capacidade de diálogo é um instrumento necessário e imprescindível para a prática da boa política. Eu, que venho do Estado de Pernambuco, representando o Partido Socialista Brasileiro, sinto-me muito honrado com a presença de V.Exa. aqui.

Por ter iniciado a minha trajetória política juntamente com dois saudosos líderes nacionais, os ex-Governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos, muito jovem tive a oportunidade de colher grandes lições da atuação política tanto do Dr. Arraes como de Eduardo, que sempre tiveram um olhar diferenciado para o incentivo à ciência, tecnologia e inovação.

O Dr. Arraes, quando Governador, foi responsável pela criação da primeira fundação de amparo à pesquisa cientifica no Nordeste brasileiro, a FACEPE. Essa instituição ainda está anos-luz distante da FAPESP, em São Paulo, mas, quando à frente do Governo de Pernambuco, nosso saudoso líder Eduardo Campos lhe garantiu volumosos recursos, aumentando significativamente o orçamento da instituição.

Eu considero imprescindível o incentivo à busca e às oportunidades da academia, mas, como já dito aqui por colegas que me antecederam, V.Exa. tem um grande desafio: aproximar a comunidade científica do setor produtivo, para transformamos nosso conhecimento em produção e geração de emprego e renda para a sociedade.

Portanto, faço a seguinte sugestão: que V.Exa. cada vez mais aproxime e aperfeiçoe essas relações, para que possamos utilizar o conhecimento, sobretudo na direção daqueles que mais precisam.

Gostaria, para finalizar, de informar que o Projeto de Lei nº 127, de 2015, de nossa autoria, busca, em meio a estas grandes dificuldades que estamos vivendo com a crise hídrica e elétrica nacional, incentivos para a produção de energia solar fotovoltaica.

Sr. Presidente, aproveito o ensejo para parabenizar o Ministro Eduardo Braga pela medida tomada ontem de desoneração do ICMS para fins de incentivo. Mas ainda é pouco. É necessário buscarmos também o financiamento em bancos públicos que possam garantir a utilização de energia solar, já que vivemos num país que tem um sol abundante, sobretudo no Nordeste brasileiro, Região que represento.

Portanto, parabenizo V.Exa., Ministro, e desejo-lhe sucesso. Tenha certeza que a bancada do PSB nesta Casa estará sempre disposta a contribuir com o trabalho de V.Exa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Page 243: Discursos em plenário

243

Documento 111/150

024.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 05/03/2015-16:14

Publ.: DCD - 06/03/2015 - JOÃO FERNANDO COUTINHO-PSB -PE

CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Anúncio pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, de desoneração de

PIS e COFINS incidentes sobre a geração distribuída de energia elétrica.

Aumento da utilização de energia solar fotovoltaica. Solicitação ao Governo

Federal de abertura de linhas de crédito para aquisição de equipamentos de

energia solar fotovoltaica em residências e nos imóveis do Programa Minha

Casa, Minha Vida. Apresentação do Projeto de Lei nº 127, de 2015, que dispõe

sobre a aplicação de placas fotovoltaicas nas unidades habitacionais do

Programa.

O SR. JOÃO FERNANDO COUTINHO (Bloco/PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidenta, eu faço um apelo para V.Exa. no sentido de que apenas aceite o meu pronunciamento como lido.

A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - Pois não, Deputado.

O SR. JOÃO FERNANDO COUTINHO - Agradeço a V.Exa.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as energias alternativas renováveis têm recebido grande estímulo em todo o mundo - especialmente em países desenvolvidos como Alemanha, Estados Unidos, China, Espanha e Japão - muito em razão da necessidade de minimizar problemas ambientais e aumentar a segurança relativa ao suprimento energético, diminuindo, com isso, a dependência que possuem em relação a fontes externas de energia. Portugal, que é do tamanho do Rio de Janeiro, tem cinco vezes mais energia eólica e solar do que todo o Brasil.

No que diz respeito à geração de energia elétrica, o Governo deu ontem um sinal bastante positivo ao anunciar a desoneração da chamada geração distribuída de energia elétrica, o que dará mais competitividade às fontes renováveis, em especial a solar. O Brasil conta com um potencial de radiação solar expressivo, mas tem apenas 6,7MW de capacidade instalada fotovoltaica, o que representa menos de 0,01% da matriz elétrica. Isso significa que pouco mais de 1% das

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residências (cerca de 730 mil casas) utilizam esse sistema, considerado caro justamente pelo valor das placas fotovoltaicas.

O principal fator que justifica a discrepância entre a capacidade instalada brasileira e o promissor potencial brasileiro de energia solar é a falta de incentivos que permitam a ampliação da sua competitividade.

A energia solar fotovoltaica foi a que mais cresceu nos últimos anos, na ordem de 50%, mesmo com a crise global. Vários motivos foram determinantes para que o aumento da utilização de energia advinda de placas fotovoltaicas se tornasse crescente, dentre eles a adequação das mais diversas soluções para cada necessidade, sejam elas na indústria, na infraestrutura urbana, em residências, no agronegócio e meio rural, entre outros, a fim de minimizar custos e contribuir para o uso racional de fontes renováveis de energia.

Outro ponto importante a se destacar com essa medida anunciada pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, é que, já em 2015, o Governo reduzirá a incidência de PIS e COFINS sobre essa forma de geração e que o Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) tem feito reuniões para debater também a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente na geração distribuída. A desoneração desses impostos pode representar uma queda de até 25% do custo dos equipamentos.

Além da desoneração, é preciso que haja também financiamento por meio dos bancos públicos, como o BNDES, o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Faço, pois, aqui um pedido à Presidente Dilma Rousseff: que institua linhas de crédito para aquisição de equipamentos e instalação de energia solar fotovoltaica em residências e, em especial, nos imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida. Apresentei nesta Casa o Projeto de Lei nº 127, de 2015, que trata deste importante assunto. Esse modelo de microgeração distribuída, com a instalação de painéis nas casas, é bem promissor, pois não ocupa grandes áreas, como as usinas solares, e o excedente de energia será enviado à rede pública, em um sistema de compensação.

Era o que tinha a dizer.

Documento 112/150

024.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 05/03/2015-16:28

Page 245: Discursos em plenário

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Publ.: DCD - 06/03/2015 - MENDONÇA FILHO-DEM -PE

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Críticas à Presidenta Dilma Rousseff pelo caráter contraditório entre as

promessas da campanha eleitoral e os atos de governo. Indignação do orador

com as medidas econômicas adotadas pelo Governo Federal em detrimento do

trabalhador brasileiro.

O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero crer que em poucos momentos na história do Brasil nós acompanhamos uma realidade política em que pudemos amargar pelo menos uma notícia ruim por dia patrocinada pelo Governo Federal.

Ontem eu não tive a oportunidade de comentar - já estampavam a notícia os principais jornais do Brasil -, mas hoje comento a notícia que saiu ontem e a que foi publicada à noite. Ainda estávamos em sessão, em debates aqui na Câmara, e não foi possível, tendo em vista a votação da PEC da Bengala, que pudéssemos discutir esta matéria, a notícia, o presente de grego da Presidente Dilma com relação aos brasileiros pobres que recebem subsídio na tarifa de energia elétrica.

São quase 6 milhões de famílias no Brasil que estarão logo, logo pagando mais de 30% de acréscimo, além de todos os reajustes promovidos pelo atual Governo, por conta da decisão da Presidente Dilma de retirar o subsídio da Tarifa Social de Energia Elétrica.

Atualmente são 13 milhões de famílias beneficiadas, e a Presidente, numa canetada só, mandou a ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica retirar quase 6 milhões de famílias pobres, carentes da Tarifa Social, o que afeta a população de baixa renda. E é este o Governo que assumiu o compromisso público de proteger os mais pobres. Eu me pergunto: esta é a prática esperada de quem dizia que os seus adversários - a candidata Marina, o candidato Aécio - iriam promover todo tipo de maldade?

Ainda ontem à noite o COPOM - Comitê de Política Monetária se reuniu e aumentou os juros de novo: 0,5%. O Brasil voltou a ter a maior taxa de juros reais do mundo! Justamente a Presidente Dilma, que dizia que o candidato Aécio iria plantar inflação para colher juros. Ela sim tem plantado muita inflação - que subiu à casa dos 7% ao ano - para colher juros. Juros que já subiram quatro vezes depois da campanha eleitoral. Este Governo, 3 dias depois da reeleição, teve a coragem de promover uma subida na taxa de juros.

E as maldades não ficam por aí. O povo sente o reajuste dos

Page 246: Discursos em plenário

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combustíveis - gasolina, diesel -; o povo sente o reajuste dos preços administrados, como o da energia, que acabei de falar. E agora vem a exclusão da chamada Tarifa Social, mais um petardo em cima da população pobre, que não mais aguenta.

O que a Presidente Dilma está fazendo? Está empurrando toda a conta da desarrumação econômica do País no bolso do trabalhador. Isso não dá! Não pode! O Brasil está quebrado! São 6,7% de déficit público sobre nosso PIB. A balança comercial está cada vez mais negativa. Os indicadores todos estão piorando de forma dramática. E aí vem o pacotaço do Governo.

Ao invés de reduzir o número de Ministérios, 39, ao invés de retirar o aparelhamento da máquina pública pelo partido que manda no Governo, ao invés de combater a corrupção, vem aí a tática de sempre de retirar o abono salarial de quem tem direito, de reduzir o direito das pensionistas, reduzindo, consequentemente, suas remunerações, de reduzir o acesso ao Seguro-Desemprego e tudo que acabei de mencionar. Isso não dá para continuar! Quem está pagando o ajuste da desarrumação econômica, infelizmente, é a população trabalhadora.

Clamo ainda para que a bancada do Governo nesta Casa, os representantes do PT façam com que a Presidente da República pelo menos cumpra com seu compromisso de corrigir a tabela do Imposto de Renda. Todos lembram, os brasileiros que me acompanham neste instante, que ela prometeu corrigir a tabela em 4,5%. Nós aprovamos aqui 6,5%. Não corrigiu em 4,5%, vetou os 6,5% e a população trabalhadora está pagando a conta.

Por favor, Presidente Dilma Rousseff, dê um pouco de esperança à classe trabalhadora: edite uma medida provisória ou permita que sua base, na próxima semana...

(O microfone é desligado.)

O SR. NELSON MARQUEZELLI - Vamos votar!

O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO - Vamos votar!

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concluindo, Deputado.

O SR. MENDONÇA FILHO - ... possa derrubar - só para concluir, Presidente - o veto infeliz de V.Exa. no que toca à correção da Tabela do Imposto de Renda em 6,5%. Retiraram a correção em janeiro, não deram nada; não deram a correção em fevereiro, zero também; 600 milhões em janeiro; 600 milhões em fevereiro. Essa conta já está zerada. Então, é muita maldade em cima da classe trabalhadora e da classe média do nosso País!

Page 247: Discursos em plenário

247

Documento 113/150

025.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

09/03/2015-14:15

Publ.: DCD -

10/03/2015 - MAURO PEREIRA-PMDB -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Congratulações a Deputado empossado. Defesa de aprovação pela Casa de

requerimento de moção de apoio ao movimento dos setores dos transportes de

cargas e de passageiros e da agricultura visando à redução da alíquota do

PIS/COFINS incidente sobre o óleo diesel. Apresentação à Comissão de

Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio de requerimento de

realização de audiência pública destinada ao debate sobre o reajuste do preço

de combustíveis e de energia elétrica pelo Governo Federal.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Gonzaga Patriota, quero cumprimentar todos os nossos colegas Deputados e dar boas-vindas ao colega Deputado que tomou posse neste minuto.

Sr. Presidente, eu ocupo este espaço, de alguma maneira, preocupado. Nós estamos vivendo um momento muito difícil no nosso País. Eu, como Deputado Federal da região da Serra Gaúcha, Caxias do Sul, quero dizer que nós estamos enfrentando, além dos problemas que foram encaminhados na semana passada referentes ao aumento do PIS/COFINS do óleo diesel, sobre o qual nós já nos manifestamos - inclusive teremos uma moção apoio à retirada do PIS/COFINS, que será votada nesta Casa -, um problema na nossa região: a tarifa de energia elétrica, a partir do dia 1º de março, para as residências de baixo consumo, teve, em média, um aumento real de 35% e, para as nossas indústrias, um aumento de 50% a 52%.

Nós estamos falando de empresas que têm um CNPJ e são geradoras de empregos, e, nesse exato momento, em que existe uma retração do mercado, essas indústrias da Serra Gaúcha - e, quando eu digo Serra Gaúcha, eu digo do nosso Estado todo - tiveram uma queda no faturamento de 28%, comparado com o mês passado.

E eu, como membro da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, na qual nós temos o Deputado Júlio Cesar, que é o nosso Presidente, pretendo e vou encaminhar para a nossa

Page 248: Discursos em plenário

248

Comissão, para que a equipe econômica do Governo Federal reveja esse aumento, porque nós não podemos, em hipótese nenhuma, matar a galinha dos ovos de ouro.

Nós viemos com os juros altos, retração nos financiamentos, aumento do combustível e do óleo diesel, e agora esse aumento da tarifa. É um aumento tão alto, Deputado, que, por exemplo, uma indústria que gastava em energia, até o mês passado, 2 milhões de reais, a partir de abril, quando receber a primeira fatura, o valor que ela vai pagar vai ser de 3 milhões e meio de reais.

É sem sombra de dúvidas uma coisa muito ruim para a nossa economia, Deputado, especialmente para as 58 empresas geradoras que distribuem energia na Região Sul, Sudeste e também algumas no Centro-Oeste. Nós temos que nos unir para que esse aumento, que é para pagar dívidas do passado, seja revisto. Nós não podemos, em plena situação difícil, acabar de deixar mais difícil ainda, Deputado.

Então, eu vou contar com o apoio dos meus colegas Deputados, para que nós juntos possamos, de fato, ajudar especialmente aqueles que geram emprego, que são os nossos empresários, porque infelizmente nós estamos entrando no ano de 2015 só com notícias ruins.

E eu espero, eu quero que esta seja uma semana em que nós tenhamos sucesso naquilo que vamos fazer, e que todos nós Deputados e Deputadas desta Casa e os Senadores possamos de fato ajudar o nosso País.

Aumento de carga tributária tem que ser uma coisa escalonada para todos, e não pegar, por exemplo, uma indústria e aumentar 50% da tarifa da energia elétrica. Isso é muito ruim. Isso é mau.

E, juntamente com os meus colegas Deputados, eu não tenho dúvida nenhuma de que nós vamos cumprir a nossa missão, que é defender os interesses da soberania do nosso País. E soberania é com emprego, dignidade é com emprego. Nós temos que salvar a nossa empresa.

Era isso, Deputado. Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pronunciamento de V.Exa. será encaminhado, nos termos regimentais.

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249

Documento 114/150

025.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

09/03/2015-14:45

Publ.: DCD - 10/03/2015

- CHICO LOPES-PCDOB -CE

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Congratulações ao Prefeito do Município de Maracanaú, Estado do Ceará, pela

inauguração de obras de interesse dos munícipes. Inconformismo com o

aumento, para o consumidor cearense, dos preços da energia elétrica proposto à

Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL pela Companhia Energética do

Ceará - COELCE. Expectativa de realização de audiência pública com as

entidades com vistas à obtenção de esclarecimentos. Defesa do ressarcimento

de valores de energia elétrica cobrados indevidamente dos consumidores do

País.

O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE e como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero iniciar meu discurso parabenizando o Prefeito de Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza. Lá, a semana passada foi toda de festividade, com inauguração de obras, o que mostra que a nossa aliança com o Prefeito tem ajudado, com emendas, com a participação do nosso Vereador, com a Secretária de Assistência Social, a administrar a cidade.

Maracanaú é um distrito industrial que gera muito emprego, com uma massa de trabalhadores e trabalhadoras. E nós estamos com a Prefeitura que se volta para os interesses não só da cidade, mas dos munícipes. Nesse sentido, quero parabenizar o Prefeito e toda a sua equipe, inclusive o meu partido, que está no Governo.

Mas Sr. Presidente, Deputado Izalci, queria que o meu discurso fosse incorporado no programa A Voz do Brasil e na imprensa falada e escrita, porque a questão de energia elétrica no Brasil é um negócio em relação ao qual a gente, desde as privatizações, não consegue ter sossego. Por que não? Porque a cantilena daqueles que privatizaram a maioria dos bens públicos ou do ativo do País dizia que ia ser melhor, ia ser mais barato e que o Estado tinha que tomar conta, no gosto dele, e nada.

E a gente vê que energia é infraestrutura, que energia é desenvolvimento. No Brasil, a energia é muito mais barata por conta dos rios, das cascatas que nós temos, assim como a sua produção. A sua transmissão também não é cara, mas a distribuição é que se dá de

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uma maneira que o preço da energia vai lá para cima.

Então, como eu milito nessa área, meu discurso vai ser mais uma vez sobre o relacionamento ANEEL e COELCE, que é a distribuidora de energia do Estado do Ceará.

Tem causado muita preocupação aos consumidores a decisão da Diretoria da ANEEL sobre a Revisão Tarifária Extraordinária de 58 concessionárias de distribuição. O efeito médio a ser percebido pelos consumidores, ponderado pela receita das distribuidoras, é de 23,4%. E esse novo índice já está valendo deste o dia 2 de março.

A Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL aprovou uma proposta que aumenta até 83% os valores da recém-criada bandeira tarifária, que desde 1º de janeiro vem sendo cobrada nas contas de luz, para repassar ao consumidor o aumento de custos de geração para o setor de energia elétrica.

Com isso, os preços para a bandeira amarela passarão dos atuais R$1,50 por 100 quilowatts-hora para R$2,50, um aumento de 67%. No caso da bandeira vermelha, a tarifa passará de R$3,00 para R$5,50, um aumento de 87%.

Não aceitamos que os trabalhadores sejam penalizados com estes aumentos exorbitantes. O trabalhador pena 2 vezes: primeiro, porque vai pagar a energia neste preço; segundo, porque está sujeito a ser desempregado, porque a indústria também não resiste a um aumento dessa natureza. E aqui não é só o residencial, que é a maioria. As indústrias não podem também arcar com esse custo altíssimo de energia elétrica. Em primeiro lugar, elas vão repassar ao consumidor. Em segundo lugar, vão cortar os seus quadros de funcionários.

A ANEEL foi criada para fazer esse equilíbrio entre o serviço público privatizado e os seus consumidores. Entretanto, a gente não vê nenhuma boa ação durante esse período todo em que nós ficamos sob tacão das agências reguladoras.

Caso a proposta preliminar de revisão de tarifa da Companhia Energética do Ceará - COELCE para os próximos 4 anos seja aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica, com os novos índices passando a valer a partir do próximo dia 22 de abril, que por coincidência é o Dia do Descobrimento do Brasil - um dia muito triste para se fazer um negócio desses com o cearense -, o cearense poderá pagar uma conta de luz acumulada até 64,46% mais cara, no caso dos consumidores de alta tensão, a indústria. Para os de baixa tensão, os residenciais, o aumento seria de até 35,26%, totalizando um reajuste médio de 45,45% no Estado.

De acordo com o consultor de energia da Federação das Indústrias do

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Estado do Ceará - FIEC, Dr. Jurandir Picanço, realizador do cálculo, isso aconteceria porque a proposta de revisão tarifária da COELCE seria somada ao reajuste no Sistema de Bandeiras Tarifárias e à Revisão Tarifária Extraordinária, RTE, que já estão em vigor no País. Segundo Picanço:

"Serão aumentos consideráveis na conta de consumidores que já estão pagando caro pela energia elétrica. Imagine a indústria, que vem enfrentando grandes dificuldades para competir no mercado, tendo um custo 64,46% maior. Ou o setor perde, tendo prejuízos, ou repassa seus custos para o consumidor final."

A elevação substancial da cota da Conta de Desenvolvimento Energético, CDE, saindo de R$1,7 bilhão em 2014 para R$22,06 bilhões em 2015, foi um dos assuntos que estiveram no centro das discussões.

As complicações deste momento com a seca e a geração de energia são conhecidas, mas, infelizmente, a ANEEL mais uma vez demonstra sua tendência a defender o direito das distribuidoras de energia, e não os do consumidor.

Ressalto que a inflação acumulada ao longo de 2014 foi de 6,41%. Assim, a revisão tarifária que a ANEEL defende é mais de três vezes o percentual da inflação para consumidores residenciais. Para consumidores industriais, chega a ser sete vezes a inflação.

Por isso, vamos promover audiência pública, chamando a ANEEL e a COELCE para darem explicações sobre essa proposta de aumento tarifário. Não se pode aceitar uma elevação tão grande no preço da energia, em um momento em que o Ceará e o Brasil procuram voltar esforços para uma maior geração de emprego e renda, para mais empregos e mais desenvolvimento.

É papel do Parlamento fiscalizar os reajustes e revisões tarifárias da energia elétrica, por se tratar de um serviço público essencial.

Vamos lutar por um preço justo da energia e pelo ressarcimento de R$8 bilhões de reais cobrados indevidamente dos consumidores de todo o País.

O socorro que o Governo articula com os bancos, em torno de R$3,1 bilhões às distribuidoras de energia elétrica, pela terceira vez, em menos de 1 ano, deveria estar subordinado ao fim da majoração dos preços da tarifa de energia elétrica.

Portanto, Sr. Presidente, eu acho que esta Casa e todos nós - o Deputado que me antecedeu também referiu-se a isso - sabemos da importância de a energia ter um preço acessível e à altura do

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desenvolvimento das empresas e das pessoas.

Bom começo de semana!

Muito obrigado.

Documento 115/150

025.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

09/03/2015-15:18

Publ.: DCD - 10/03/2015

- MAURO PEREIRA-PMDB -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Defesa de aprovação pela Casa de moção de apoio ao movimento dos setores

de transportes de cargas e passageiros e de agricultura para a redução das

alíquotas de PIS e COFINS incidentes sobre o óleo diesel. Necessidade de

recuo do Governo Federal na decisão de reajuste de preços da energia elétrica e

combustíveis e de impostos, em prejuízo dos setores produtivos e dos

trabalhadores do País. Apresentação à Comissão de Desenvolvimento

Econômico, Indústria e Comércio de requerimento de realização de audiência

pública destinada ao debate do aumento das tarifas de energia elétrica.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Deputado Izalci, cumprimento V.Exa. e todos os colegas Deputados.

Sr. Presidente, mais uma vez eu quero usar o meu pronunciamento para falar sobre uma preocupação muito grande com a nossa economia.

Eu, como Deputado Federal do Rio Grande do Sul, da Serra Gaúcha, sei que o Rio Grande do Sul sempre colaborou muito com o nosso País, com muito trabalho. Inclusive, o gaúcho está no Mato Grosso do Sul, no Mato Grosso, na Região Centro-Oeste. É difícil um local onde não haja um gaúcho ou uma gaúcha trabalhando.

E nós, na Serra Gaúcha, temos um setor metalmecânico muito forte. Nós temos lá grandes indústrias que são orgulho do nosso Estado, do

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nosso Brasil, e do mundo, como Randon, Marcopolo, Neobus, Guerra, Agrale. E, juntamente com essas, outras milhares de empresas estão atravessando um momento, Sr. Presidente, muito difícil.

Nos últimos 15 dias, vimos o movimento dos caminhoneiros e dos agricultores, por estarem muito preocupados com o seu futuro, em função do aumento no PIS e na COFINS, que resultou no aumento do preço do óleo diesel em 22 centavos. Houve um movimento grevista, e foram utilizadas a Força Nacional e a Polícia Federal contra esses trabalhadores, que apanharam, foram multados e tiveram que parar o movimento. Pararam o movimento. E nós vamos ter no dia 10 uma decisão.

Amanhã vai ser votada nesta Casa uma moção de apoio à retirada do PIS e da COFINS do preço do diesel para ajudar os nossos agricultores, os nossos caminhoneiros e também o transporte coletivo das cidades, que tem a responsabilidade de transportar a nossa gente que trabalha.

Agora, Sr. Presidente, o pacote não contemplou apenas aumento de juros, aumento dos combustíveis, retração dos financiamentos do BNDES. A partir do dia 2 de março, no Estado do Rio Grande do Sul, a nossa gente, os proprietários das residências que utilizam baixa tensão de energia elétrica já estão pagando em torno de 35% a 37% de aumento na tarifa de energia. E a nossa indústria, que gera emprego e que já vem em recessão, que começou no ano passado e piorou no final do ano - tiveram que dar férias coletivas no final do ano e agora, no início do ano, deram mais 15 dias de férias coletivas -, teve aumento de 52% na tarifa de energia elétrica, Deputado. Isso é um crime!

Nós estamos numa semana em que a sociedade está se mobilizando para o dia 15, e seria importante que os Deputados, especialmente os Deputados que integram o Partido dos Trabalhadores e outros partidos que trabalham diretamente com a equipe econômica e têm acesso à Presidente Dilma, mostrem para a Presidente e para a equipe econômica que há momentos em que é preciso dar um passo atrás, para depois, juntos, encontrarmos uma solução para o nosso País. Nós não podemos continuar agindo da forma como o Governo está agindo, com aumento de tarifa de energia elétrica, aumento do preço dos combustíveis e aumento da taxa de juros.

Como vai fica a nossa indústria na ordem do dia? Todo o mundo sabe que ela vai ficar cada vez pior. E nós podemos matar a galinha dos ovos de ouro.

Sr. Presidente, eu estou protocolando, no dia de hoje, um requerimento ao Deputado Federal Júlio Cesar, que é o Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, a fim de que nós possamos com os demais membros da Comissão, com o Presidente da

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ANEEL e com o nosso Ministro de Minas e Energia achar uma solução para isso. Nós não podemos penalizar quem trabalha e quem gera empregos. Nós temos que ajudá-los. Nós temos que apoiar os empreendedores. Este é o momento de se fazer isso. Nós não podemos continuar do jeito que estamos, vendo as coisas acontecerem, indo de mau a pior, e ficarmos todos quietos.

Os meus colegas Deputados concordam que nós temos que melhorar o nosso País. Só que nós temos que melhorá-lo com leis boas. Mas o momento agora é um momento grave, é um momento em que a equipe econômica, o Ministro Joaquim Levy, precisa de fato trabalhar pela retirada do PIS e da COFINS do preço do óleo diesel, para ajudar os agricultores, que estão em plena safra, para ajudar os caminhoneiros e para ajudar a nossa economia.

E, ao mesmo tempo, tivemos aumento na tarifa de energia elétrica de 52% para a indústria, de 37% para o trabalhador, além de aumento da tarifa do transporte coletivo. Isso não pode! Depois, o povo fica revoltado, daí quero ver como é que vai ficar. Nós temos que tomar uma decisão positiva com a equipe econômica, com os Deputados da base e com a Presidente Dilma.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

Documento 116/150

025.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

09/03/2015-18:03

Publ.: DCD -

10/03/2015 - FELIPE MAIA-DEM -RN

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

COMUNICAÇÃO PARLAMENTAR DISCURSO

Sumário

Motivações da população brasileira para realização de protestos em todo o País

durante pronunciamento da Presidenta Dilma Rousseff em cadeia de rádio e

televisão. Cobrança à Presidenta da República de apresentação de soluções

para os problemas econômicos e sociais.

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O SR. FELIPE MAIA (DEM-RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, brasileiros e brasileiras que nos escutam e nos assistem neste momento, todos os jornais do País hoje, em primeira página, destacam o pronunciamento da Presidente da República, Sra. Dilma Rousseff, e o panelaço, buzinaço e as manifestações que ocorreram logo nos primeiros 5 minutos do pronunciamento de S.Exa. Aquelas panelas batendo, aquelas luzes piscando, aquelas buzinas soando não podiam se transformar em palavras, mas a minha palavra aqui, ocupando a tribuna da Câmara dos Deputados, vai traduzir o que o povo brasileiro quis dizer.

Sr. Presidente, por volta de 20h30min do último domingo, a Presidente da República, em cadeia nacional, ocupou 15 minutos do horário nobre da televisão e rádio brasileiros. Eu quero dizer que aquele horário é pago com dinheiro público, seja através do desembolso, seja através do encontro de impostos que os rádios e as televisões pagariam. O mínimo que o povo brasileiro exigia da Presidenta é que ela fosse transparente, que ela fosse verdadeira, que ela trouxesse soluções para o problema, e não que viesse novamente com engodo, maquiando a situação do nosso País.

Não que ela não tocasse nos problemas que afligem o brasileiro, mas o que o povo que estava em frente à televisão ou ao lado do seu radinho esperava era que ela dissesse como vai resolver o problema da inflação - previsões já anunciam uma inflação da ordem de 7,7% este ano? Ou como ela vai resolver o endividamento das famílias brasileiras, que estão mais endividadas a cada dia? Como ela justifica o slogan Pátria Educadora quando contingencia e corta recursos na saúde através de verbas do FIES e os estudantes não conseguem obter o seu empréstimo? Ou por que não falar sobre os juros, os quais ela prometeu em campanha que não iriam aumentar e agora o Banco Central estabelece uma taxa básica de juros na ordem de 12,75%? Por que não explicar por que as 520 UPAs que ela prometeu se transformaram em apenas 230? Por que não justificar ou dar uma solução para que o combustível, a gasolina não chegue ao bolso do brasileiro a R$3,20 em alguns postos do Brasil? Por que não fazer mea-culpa e justificar o equívoco, a falta de planejamento ou a sua incompetência quando reduziu a conta de energia elétrica e hoje o povo brasileiro vai ter um reajuste de até 45% na conta de energia elétrica? Era isso que o povo brasileiro esperava da Presidente da República, meus senhores e senhoras, brasileiros e brasileiras, mas não!

As buzinas começaram a soar, as panelas começaram a bater, as luzes começaram a piscar quando a Presidente começou a falar de crise internacional. Crise internacional, Sra. Presidente? E ainda há mais: teve a cara de pau - perdoe-me V.Exa., mas não tenho outra palavra a dizer - de ocupar, em cadeia nacional, o sistema de rádio e

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televisão e citar a China, a União Europeia, o Japão, os Estados Unidos e comparar o Brasil a eles?

Vamos aos fatos, vamos ver a realidade, vamos à dura situação econômica do Brasil: China, crescimento da economia no biênio 2014, previsão 2015, 14,7% de crescimento; países emergentes e pobres, 8,9% de crescimento; média do mundo: 6,9%; Estados Unidos, 6,1% de crescimento; União Europeia, 2,1%; Japão, 0,6%, e o nosso pobre Brasil, com um crescimento negativo da ordem de 0,7%! Crescimento negativo, senhores brasileiros, de 0,7%, quando a China cresce 14%, os Estados Unidos, 6%, e a média do mundo é 6,9%. A Presidente Dilma teve a coragem de citar esses países que estão crescendo para justificar a falência fiscal e econômica do País e a sua má condução da econômica brasileira. Os fatos não mentem! Eles estão aqui!

Por que citar a seca do Nordeste e do Sudeste brasileiros como sendo um fato inédito? Ué? Todo ano, não temos seca no Nordeste? E a Presidente da República não tem como prever uma seca na região? Será que ela se esqueceu que foi ao sistema nacional de rádio e televisão, em janeiro de 2013, anunciar ao povo brasileiro uma vitória, uma conquista do seu Governo, a redução na conta de energia? Ela dizia: "As residências terão 18% de redução e as indústrias de até 32% na conta de energia. A energia nós temos para o presente e para o futuro." Aí está a falta de planejamento e a incompetência novamente do seu Governo.

Os reservatórios, Sr. Presidente, secaram. É óbvio que uma Presidente da República tem como fazer a previsão de 1 ano a 2 anos de chuva. Será que ela não tem como prever? Será que é um fato inédito a seca no Nordeste?

O fato, Sr. Presidente, é que, quando ela reduziu a conta de energia, o povo brasileiro comprou um ventilador novo, um ar condicionado, uma geladeira, um ferro de passar, um liquidificador, e aumentou o consumo de energia em todo o Brasil. Aumento de consumo, queda de geração de energia, o que dá? Na política básica da economia, na lei da oferta e da procura, dá um aumento de consumo de energia. A Presidente não atinou que os reservatórios estavam baixando e, com isso, a nossa matriz energética, que é hidráulica, estava reduzindo e não poderíamos gerar energia suficiente para atender as residências e a indústria no Brasil?

A nossa matriz de energia renovável não está adaptada nem está produzindo o que nós gostaríamos, outro erro da política do Governo. No Rio Grande do Norte até existem algumas plantas de energia eólica, mas no leilão que o Governo do PT fez não conseguiu passar as linhas de transmissão. Ou seja, o povo brasileiro paga a conta da geração de energia, mas não recebe em sua residência energia elétrica.

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O que acontece? Falta energia, aumenta o valor, o que o povo brasileiro faz? Paga a conta da incompetência e da falta de planejamento do Governo em cima da sua matriz energética - até 45% de reajuste na conta domiciliar dos brasileiros e brasileiras.

O que nós vemos, Sr. Presidente, é um fato lamentável: o Partido dos Trabalhadores, que dizem que defende os mais pobres, cortando programas do povo humilde. Vejam só: recentemente nós tivemos a notícia de que 5,8 milhões de famílias serão excluídas do programa Tarifa Social Baixa Renda. Nós estamos falando, Sr. Presidente, de um programa que concede desconto na conta de luz das famílias com renda per capita de até meio salário mínimo.

É este o retrato real do Governo do PT: é reajuste de 45% na conta de luz; são 5,8 milhões de famílias excluídas do programa Tarifa Social Baixa Renda - é aquela população pobrezinha, que tem sua conta subsidiada ou dispensada, que será excluída desse programa. Os mais pobres estão pagando a conta da falta de planejamento deste Governo!

Portanto, Sr. Presidente, eu venho aqui pedir que a Presidente da República apresente ao povo brasileiro soluções e saídas para os problemas do nosso País; que ela não ocupe novamente as rádios e televisões de nosso País para trazer palavras vazias, para trazer soluções mentirosas, para trazer razões fantasiosas.

O povo brasileiro não merece isso. O povo brasileiro não quer isso. Ela não foi eleita para fazer isso. Ela foi eleita para planejar um país que precisa gerar emprego, que precisa gerar renda, que precisa crescer como os países que ela citou: Estados Unidos, União Europeia, China e Japão.

Portanto, Sra. Presidente da República, junte a sua equipe, faça um esforço, esprema e traga soluções para que o nosso País possa voltar a crescer. Foi isso o que as panelas, as luzes e as buzinas disseram na noite de ontem a V.Exa.

Documento 117/150

026.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

10/03/2015-14:32

Publ.: DCD - 11/03/2015

- ARNALDO JORDY-PPS -PA

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CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Realização no Estado do Pará de audiência pública pelas Comissões de Meio

Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável e de Integração Nacional,

Desenvolvimento Regional e da Amazônia destinada ao debate sobre a

cobrança de tarifas abusivas pela Centrais Elétricas do Pará - CELPA.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu queria informar que no último dia 5, quinta-feira passada, foi realizada uma audiência pública no Estado do Pará pela Comissão de Meio Ambiente e pela Comissão da Amazônia aqui desta Casa, para discutir o péssimo serviço e a prestação abusiva das tarifas da rede CELPA, distribuidora de energia no Pará.

O Estado do Pará é um dos maiores exportadores de energia hoje do Brasil, com Tucuruí e outras hidrelétricas - eu não estou falando nem de Belo Monte -, e lamentavelmente nós pagamos hoje a maior tarifa da América Latina. Um cidadão no Estado do Pará paga dez vezes mais do que paga um cidadão na Argentina, um cidadão no Chile e em relação ao restante do Brasil. Não tem sentido o Pará, que é o segundo maior exportador de energia do Brasil, já com perspectivas de ser o maior, pagar essa tarifa tão alta - a mais cara tarifa praticada no Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não obstante ter recebido recentemente autorização para reajustar extraordinariamente a tarifa de energia elétrica em 3,6%, a CELPA Equatorial solicitou uma nova revisão para rever o valor do quilowatt-hora no Pará.

Nos últimos 8 meses, a conta de energia ficou 40% mais cara aos consumidores paraenses.

O contrassenso é que o Pará é um dos maiores produtores e exportadores de energia elétrica do Brasil, porém detém uma das maiores tarifas do País. Em agosto do ano passado, chegou a ser mais cara, perdendo apenas para os valores cobrados no Acre. Ocorre que o ICMS da energia elétrica é pago no local de consumo; ou seja, fornecemos para todas as regiões do País, mas não recebemos por

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isso.

É um absurdo que o consumidor paraense tenha que ser penalizado com novos aumentos e ao mesmo tempo tenha em retorno um dos piores serviços do País. Na região do Marajó, com um histórico de carências de todo gênero, apenas 64,3% dos moradores contam com o benefício da energia elétrica, segundo dados do Sistema de Informação da Atenção Básica. Em Portei, a iluminação pública chega apenas para 30% dos habitantes, e somente 43,3% das casas contam com o privilégio da energia elétrica.

As insatisfações dos paraenses para com a CELPA chegaram ao Ministério Público do Pará e ao PROCON, onde a empresa figura como líder em reclamações, com mais da metade das queixas que chegam diariamente ao órgào, além de se manter, nos últimos anos, na lanterna dos principais rankings da ANEEL, sobretudo em termos de satisfação do cliente e de continuidade do fornecimento de energia elétrica.

A situação chegou a tal ponto que o Ministério Público do Pará estabeleceu um Termo de Ajuste de Conduta - TAC para a concessionária, onde foram previstas uma série de recomendações para reduzir a insatisfação da população que sofre com os serviços precários oferecidos pela empresa.

Lamentamos que a população do Pará, que paga suas contas e impostos, tenha que arcar com a ineficiência e a má gestão da concessionária de energia.

Por fim, registro a realização de uma audiência em Belém, para discutir essas e outras questões relativas aos serviços prestados pela concessionária, com a presença de autoridades e representantes de associações de defesa do consumidor, de modo a garantir o pleno crescimento do Pará.

Era o que tinha a dizer Sr. Presidente.

Documento 118/150

026.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

10/03/2015-15:14

Publ.: DCD - 11/03/2015

- PEDRO CHAVES-PMDB -GO

CÂMARA DOS DEPUTADOS

GRANDE EXPEDIENTE GRANDE EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

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Inauguração da Ferrovia Norte-Sul. Importância do sistema ferroviário para o

desenvolvimento do País. Atraso nas obras da Ferrovia Leste-Oeste, do Estado

Bahia ao Estado de Mato Grosso. Necessidade de retomada de plano de

integração rodoviária de Brasília, Distrito Federal, com as regiões do País.

Necessidade de investimentos pelo Governo Federal na infraestrutura

ferroviária e rodoviária. Precariedade dos serviços das Centrais Elétricas de

Goiás - CELG. Necessidade de investimentos no País em geração e

distribuição de energia elétrica e no aumento da oferta de matrizes energéticas

alternativas às hidrelétricas. Transcurso do Dia Internacional da Mulher.

O SR. PEDRO CHAVES (Bloco/PMDB-GO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Manato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, uso hoje esta tribuna para falar um pouco sobre o sistema de infraestrutura viária do nosso País.

A imprensa goiana noticia que, no próximo mês de abril, a Ferrovia Norte-Sul, no trecho que compreende a cidade de Anápolis até a cidade de Açailândia, finalmente entrará em operação: será feito o primeiro transporte de farelo de soja.

Agora, o que me chama a atenção, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados? Essa Ferrovia foi lançada pelo Presidente José Sarney ainda na década de 80, há quase 30 anos, quando foi projetada, idealizada, licitada e teve suas obras iniciadas. Praticamente 30 anos depois, estamos fazendo a inauguração dessa Ferrovia.

Sabemos da importância do setor ferroviário para integrar a nossa logística de transporte. A Ferrovia Norte-Sul liga o Estado do Rio Grande do Sul ao Estado do Pará, numa extensão superior a 4 mil quilômetros - é praticamente a espinha dorsal do setor ferroviário nacional.

Mesmo com esse atraso, nós temos que louvar a conclusão dessa Ferrovia. O sistema permite o transporte mais barato, permite que a nossa produção chegue ao mercado externo com um preço mais competitivo e, obviamente, é uma forma de promover o desenvolvimento na Região Centro-Oeste e na Região Norte do nosso Brasil. Sabemos que, com a implantação da Ferrovia, várias regiões do meu Estado de Goiás, do Estado de Tocantins, passarão a ser produtoras de grãos, aumentando a produção de grãos no nosso País e, obviamente, contribuindo com o saldo da nossa balança comercial.

A Ferrovia Norte-Sul ainda tem um ramal que está sendo executado, ligando Ouro Verde, em Goiás, a cidades do sudoeste do nosso Estado, até a região noroeste do Estado de São Paulo. Mas, com essa ligação principal, nós teremos, sim, a malha centro-sul ligada com a malha norte do nosso País. Antes da inauguração da Norte-Sul, a ligação era somente através da Região Sudeste e da Região Sul,

Page 261: Discursos em plenário

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através do Porto de Paranaguá, no Estado do Paraná, do Porto de Santos, sempre muito congestionado, do Porto de Vitória e do Porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro.

Então, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, estamos aqui, mais uma vez, para fazer este registro e ressaltar também a importância do sistema ferroviário para o crescimento da nossa Nação.

Em 2010 foi lançada uma outra ferrovia importante, a Ferrovia Leste-Oeste, ligando a cidade de Ilhéus, na Bahia, à cidade, se não me falha a memória, de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, com o primeiro trecho até a cidade de Figueirópolis, no Tocantins. O prazo de conclusão era até 2012 - estamos em 2015 -, e, pelo que está sendo divulgado, menos de 10% do seu cronograma físico está efetivamente executado.

Então, eu gostaria de chamar a atenção do Ministério dos Transportes e da Valec, que é a empresa responsável pela implantação e administração do setor ferroviário: o Brasil precisa investir mais nas nossas ferrovias, precisamos construir mais ferrovias, fazendo essas ligações.

No modal rodoviário, Sr. Presidente, também temos algumas carências, temos algumas deficiências. Tivemos um presidente da República que lançou o lema: Governar é Construir Estradas. É óbvio que hoje vivemos uma época diferente. O Governo precisa estar atento à segurança pública, ao setor educacional, à saúde pública, mas ainda temos carência no setor rodoviário.

Quando Brasília foi inaugurada pelo Presidente Juscelino Kubitschek, naquela época, na década de 60, foi lançado o Plano Nacional de Viação, com as rodovias radiais partindo aqui da nossa Capital, que eram chamadas de rodovias da integração nacional.

Foi lançada a BR-010, que seria a Brasília-Belém. Hoje, na BR-010, existem apenas subtrechos pavimentados, e parte deles feita pelos Governos Estaduais. No meu Estado de Goiás, a parte pavimentada da BR-010 é justamente a parte coincidente com a GO-118, ligando a Capital Federal até a cidade de Teresina. Mas, de Teresina até a cidade de Paranã, no Estado de Tocantins, ainda não temos nem projeto de engenharia elaborado. Portanto, precisamos dar prosseguimento a esse plano de integração da nossa Capital Federal com as principais regiões do País através das rodovias radiais.

Outra radial, a BR-020, que liga a nossa Capital Brasília até a cidade de Fortaleza, também está segmentada: parte dela está pavimentada e outra parte, ainda em leito natural. Nós observamos que a BR-020, assim que foi pavimentada, sua parte no oeste da Bahia, ligando hoje a cidade de Luís Eduardo Magalhães - naquela oportunidade, tinha

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apenas um posto combustível, chamado Posto Mimoso -, a Roda Velha, até a cidade de Posse, até a cidade de Brasília, passou por uma grande transformação. Hoje é uma das regiões que mais produzem grãos no nosso País. Portanto, a rodovia foi fundamental para despertar o agronegócio na região do oeste da Bahia.

Essa rodovia, a BR-020, hoje duplicada até a cidade de Formosa, precisa urgentemente de duplicação no trecho que compreende Formosa até a divisa com o Estado da Bahia. Então, estamos apresentando requerimento, uma proposta ao Ministério dos Transportes, para que insira na sua programação a duplicação da BR-020 no Estado de Goiás.

A BR-030, que liga a nossa Capital Brasília até a cidade de Salvador, também precisa - algumas partes, obviamente - ser concluída, principalmente a parte do Estado de Minas Gerais, a partir de Buritis, passando por Montalvânia, até ingressar no Estado da Bahia. Nós temos apenas a BR-040, que liga a nossa Capital Federal à cidade do Rio de Janeiro, e a BR-050, que liga Brasília à cidade de Santos, que estão praticamente 100% concluídas. Quanto à BR-060, que liga Brasília até a cidade de Campo Grande, partes dela também necessitam, ainda, de pavimentação. Quero ressaltar, Sr. Presidente, que está sendo duplicado agora o subtrecho da cidade de Goiânia até Jataí. A obra já está na sua fase final. É também impressionante a transformação que essa duplicação da BR-060 está trazendo para a região do sudoeste goiano.

Esse investimento em infraestrutura viária, seja no modal rodoviário, seja no modal ferroviário, sem sombra de dúvida, é fator de geração de riquezas, de desenvolvimento, de crescimento econômico da Nação brasileira.

Quanto à BR-070, que liga Brasília até Mato Grosso, mais precisamente até sua Capital, Cuiabá, nós temos grande parte também já pavimentada: sai de Brasília, passa pela cidade de Águas Lindas, na região do Entorno do Distrito Federal, chegando até a cidade de Cocalzinho de Goiás, no Estado de Goiás. Para o trecho de Cocalzinho, passando por Jaraguá, até a cidade de Itaguari, há projeto de engenharia pronto, mas é preciso licenciamento ambiental. Obviamente, precisamos de sua execução.

Da mesma forma, a BR-080, que sai de Brasília, tem também sua parte pavimentada: passa pelas cidades de Padre Bernardo e Barro Alto, chegando até a BR-153, já no Município de Uruaçu, no Estado de Goiás. Também está pavimentado o trecho de São Miguel do Araguaia até o Distrito Luiz Alves. Mas falta a ligação da BR-153 até a cidade de Luiz Alves.

Eu citei as rodovias radiais, porque elas partem aqui da nossa Capital

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Federal. Mas outras rodovias planejadas e projetadas também carecem dessa atenção especial por parte do Governo. Volto a ressaltar, Sr. Presidente: a infraestrutura é fundamental para que retomemos o nosso crescimento econômico. Vemos hoje que o Brasil - momentaneamente, creio eu - passa por uma dificuldade em seu ajuste fiscal. Nós sabemos que é necessário, neste momento, muita prudência e muita sabedoria, por parte do Governo. E volto a dizer: esse investimento no setor de infraestrutura é praticamente a mola propulsora para o nosso crescimento econômico.

No setor energético, nós também temos ainda carências em vários Estados da Nação brasileira. Em Goiás, para minha tristeza, eu vejo que as Centrais Elétricas de Goiás, a única operadora do sistema elétrico no meu Estado, é hoje a empresa mais mal-avaliada de todas as empresas de distribuição de energia elétrica. Entre mais de 30 distribuidoras, as Centrais Elétricas de Goiás seguram a lanterninha, com relação às demais operadoras do sistema.

Nós temos que investir não só na geração de energia, com a construção de mais usinas, porque hoje, em nosso País, no nosso sistema elétrico, mais de 80% da energia gerada vêm das hidrelétricas. Então, precisamos obviamente fornecer mais energia, distribuir mais energia, construir mais linhas de transmissão e mais subestações.

Voltando a falar do Estado de Goiás, vejo que muitas empresas estão tendo dificuldades em expandir a sua produção, a sua fábrica, o seu negócio, justamente por falta de energia. Algumas empresas, inclusive, estão usando grupos geradores para estabilizar a energia no seu sistema de produção. Se nós tivéssemos energia para ofertar, obviamente as empresas estariam gerando mais riqueza e mais emprego e dando melhor sustentação ao nosso modelo econômico.

Portanto, Sr. Presidente, aqui fica também este registro para o setor elétrico: precisamos investir mais, precisamos melhorar a distribuição. Eu represento as regiões norte e nordeste do meu Estado, região do Entorno do Distrito Federal, e vejo muitos pequenos proprietários rurais com dificuldades em levar energia até a sua pequena propriedade. O clamor dessa gente é muito grande, muito intenso, porque quer produzir. Lá, no setor rural, o pequeno proprietário é um produtor. Quando desestimulado, ele vende a sua propriedade e migra para a cidade. Aí, obviamente, deixa de ser um produtor e passa a ser um consumidor.

Então, este é o momento de nós refletirmos, de chamarmos a atenção do Ministério de Minas e Energia, inclusive comandado por Ministro do nosso partido, para o investimento maciço na eletrificação rural no nosso País.

Ouço o nobre Deputado João Fernando Coutinho.

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O Sr. João Fernando Coutinho - Se me permite um aparte, Deputado Pedro Chaves, gostaria de colaborar com V.Exa., endossando suas palavras, especialmente no que diz respeito à necessidade urgente de o nosso País buscar um planejamento na geração de energias alternativas, como a energia eólica. Há necessidade urgente de implantação dessas linhas de transmissão dos parques eólicos já existentes, como na Bahia, no Piauí, na Chapada do Araripe, na divisa com o meu Estado de Pernambuco. Além disso, há necessidade urgente de buscar a microgeração distribuída, através da energia fotovoltaica, das placas solares. Isso inclusive é objeto de projeto de lei de nossa autoria, para que possa ser discutido na Comissão de Minas e Energia, da qual faço parte. Portanto, eu quero parabenizá-lo pelo pronunciamento e dizer que estarei irmanado com V.Exa., no sentido de ajudar nesse processo de busca da geração de energias renováveis, contribuindo para o meio ambiente e para a segurança energética do País, que passa por esta grave crise, especialmente pelas secas não só no Norte e Nordeste, mas também, agora, no Centro-Oeste e no Sudeste do nosso País. Parabéns a V.Exa.! E vamos em frente, vamos sensibilizar o Governo para tomar essa medida, que certamente será atendida pelo nobre Ministro Eduardo Braga, membro do Senado da República.

O SR. PEDRO CHAVES - Obrigado a V. Exa. Agradeço a manifestação por parte de V.Exa., que, sem sombra de dúvida, enriquece o nosso pronunciamento.

Hoje vivemos uma crise hídrica. O índice pluviométrico tem diminuído em todas as regiões do nosso País. Como mais de 80% da nossa energia são oriundos das hidrelétricas, nós temos que buscar alternativas, como as placas solares, a energia eólica, pois são fundamentais para agregar, para se somar com nosso sistema de fornecimento de energia elétrica.

Eu queria, antes de finalizar, Sr. Presidente, registrar que nós comemoramos, no dia 8, o Dia Internacional da Mulher. Queria deixar registrado os meus cumprimentos a todas as mulheres brasileiras, às mulheres guerreiras, às mães, às avós, às filhas, às mulheres que ajudam, que colaboram, que fazem a riqueza do nosso País, do nosso Brasil.

Em especial, eu queria deixar também os meus cumprimentos à minha esposa, Shyrleide, à minha filha, Mayara, às Deputadas que compõem nosso Parlamento, às servidoras da Casa, às servidoras do meu gabinete, às mulheres do meu Estado de Goiás. A todas vocês, mulheres, os meus cumprimentos, e rendo as minhas homenagens a todas as mulheres brasileiras.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Page 265: Discursos em plenário

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O SR. PRESIDENTE (Hélio Leite) - Queremos parabenizar o Deputado Pedro Chaves pelo pronunciamento.

Documento 119/150

027.1.55.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

10/03/2015-20:02

Publ.: DCD - 11/03/2015 - FELIPE MAIA-DEM -RN

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Críticas à política energética do Governo do PT para o País. Necessidade de

fiscalização, pelo Governo Federal, das empresas fornecedores de energia

elétrica com vistas à não interrupção do serviço à população.

O SR. FELIPE MAIA (DEM-RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Brasil, por incompetência do Governo que aí está, é submetido a um reajuste de energia elétrica na ordem de 45%, porque a Presidenta resolveu, em janeiro de 2013, declarar um reajuste da tarifa de energia elétrica aos brasileiros, sem imaginar nem ter o planejamento de que a matriz energética do nosso País é hidráulica. Ou seja, com o reservatório baixo das hidrelétricas, iria faltar energia e nós desencadearíamos o uso da energia térmica, a energia mais poluente e mais cara do Brasil. Incompetência do Governo do PT!

Eu uso, neste momento, os microfones da Câmara, Sr. Presidente, para dizer que uma importante cidade da região do Seridó, no Rio Grande do Norte, chamada Caicó, encontra-se há mais de 24 horas sem energia.

Lá existem algumas indústrias, alguns hospitais que estão sem energia. Então, eu gostaria que o Governo Federal - que, por incompetência, faz com que o povo brasileiro pague até 45% a mais na sua energia elétrica - fiscalizasse as entidades, as empresas fornecedoras de energia, para que não se repita isso no Seridó do Rio Grande do Norte, na cidade de Caicó.

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Documento 120/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN 11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - JOSÉ CARLOS ALELUIA-DEM -BA

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós estamos aqui hoje votando vetos da Sra. Presidente da República. Que vetos são esses? Quais os vetos que são importantes?

O primeiro deles é que a Presidente insiste em aumentar a quantidade de dinheiro que ela tira do bolso do povo para desperdiçar no Governo. Eu estou abismado!

Retornando ao Parlamento, eu vejo que não há a presença do Governo, seja no plenário, seja nas Comissões, para tentar limitar os gatos. O Governo não limita os gastos.

Por outro lado, o Governo mete a mão no bolso dos homens e na bolsa das mulheres, tomando, saqueando o dinheiro das famílias. Não existe dinheiro do Governo, não existe dinheiro público, só existe dinheiro do bolso do cidadão ou da bolsa da cidadã.

Esse é um Governo que diz que gasta mais do que arrecada, e só quer arrecadar mais. Aumentou o imposto da gasolina, e o povo já não pode mais abastecer os carros e as motos. Aumentou a tarifa da energia elétrica. E agora chega ao requinte de querer retirar famílias de um programa que nós criamos - eu fui o Relator, ainda no Governo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Quero falar especialmente para as famílias mais pobres que são beneficiadas pelo Programa Baixa Renda - seja no Nordeste, seja no Sul, seja no Sudeste - e que têm tarifa de energia elétrica mais barata.

O Governo da Presidente Dilma está agora resolvendo retirar do programa 5 milhões de famílias. São 5 milhões de famílias que vão pagar mais pela energia elétrica para cobrir o rombo provocado pelo Governo.

No Imposto de Renda é a mesma coisa. Não corrigir a tabela do Imposto de Renda de acordo com a inflação significa tomar mais dinheiro do bolso de quem trabalha e paga Imposto de Renda.

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Ora, Sr. Presidente, a Câmara e o Senado juntos poderiam aproveitar a oportunidade e derrubar o veto de S.Exa., a Presidente da República, no que se refere ao Imposto de Renda. Poderíamos também derrubar o veto da Presidente no que se refere ao fechamento de indústrias no Nordeste, particularmente na Bahia - SIBRA, USIBA, FERBASA e BRASKEM -, em Pernambuco e no Ceará também. E em Alagoas, Estado do Presidente do Senado, querem fechar a indústria química. A Presidente vetou a decisão tomada pela Câmara e pelo Senado de prorrogar os contratos das empresas siderúrgicas, químicas e petroquímicas do Nordeste.

O Senador Fernando Coelho destacou esse veto para nós o votarmos separadamente. E faço um apelo aos Deputados: eu gostaria de ter o apoio de V.Exas. para derrubar também esse veto, além de derrubar o veto ao projeto que corrige a tabela do Imposto de Renda.

Documento 121/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN 11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - HUGO LEAL-PROS -RJ

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

O SR. HUGO LEAL (PROS-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, esse veto que nós vamos tratar agora, o Veto nº 4, que foi destacado pelo Partido Socialista Brasileiro, trata de um pedido - foi introduzido na medida provisória - de prorrogação até 2042 dos contratos de fornecimento de energia elétrica celebrados entre concessionárias e consumidores finais, mantendo as tarifas a critério de reajuste em vigor até 2042.

É óbvio que, da forma que foi apresentado este texto, e como está hoje a política energética, o Governo não teria como manter essa circunstância dentro do País sem comprometer o equilíbrio do fornecimento de energia elétrica para todo o País.

A questão desta prorrogação até 2042 é nociva à circunstância dessa distribuição, porque vai privilegiar alguns contratos que vencem agora, em 2015. E o princípio deste vencimento contratual de 2015 é renovar, é estabelecer novos critérios para a escolha dos fornecedores de energia.

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É óbvio que ele atinge alguns territórios e algumas regiões do nosso País; porém, concentradas. É lógico que essa prorrogação pode facilitar, pode contribuir para uma circunstância regional, mas é prejudicial. Ela é nociva à questão da capacidade energética que o País tem, e à distribuição.

É óbvio que no Nordeste existe até uma subvenção, um valor menor para o reajuste da tarifa, diferentemente do Sudeste, que é um grande consumidor. Porém, se nós mantivermos esse texto da forma que está, prorrogando até 2042 - são mais 27 anos para as concessionárias -, nós estaremos abrindo mão de estabelecer uma nova negociação para um novo contrato de concessão. O art. 175 da Constituição Federal, quando fala do princípio das concessões - estabelece, no dispositivo legal, a regulamentação dessas concessões -, fala do estímulo de não haver prorrogação, exatamente para que o mercado, para que a circunstância atual possa definir novos parâmetros.

Portanto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e Senadores, a manutenção desse veto é fundamental, para que nós possamos permanecer no equilíbrio da distribuição energética no País. Permanecer com circunstâncias que existiam há mais de 20 anos e prorrogar essas circunstâncias por mais 27 anos no fornecimento de energia, muitas vezes até subsidiado, prejudica e fere de morte principalmente os Estados que são os maiores consumidores e também os Estados que são os maiores produtores.

Então, por uma questão de equilíbrio, de ser equânime, isso é importante. Nós até entendemos o desejo, mas estamos tratando de uma matéria que já vem sendo postergada há muito tempo. E não é por acaso que nós sofremos essa crise enérgica, mas, por causa exatamente da forma desequilibrada dessa distribuição e do financiamento dessa energia. Nós compreendemos e estimulamos o debate para o desenvolvimento regional, mas nós aqui não podemos concordar com esse dispositivo.

Por isso, peço a atenção de todos os Deputados, Deputadas, Senadores e Senadoras, para que nós possamos manter esse veto com o fim de equilibrar a distribuição energética em nosso País.

Era isso, Sr. Presidente.

Documento 122/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN 11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - DOMINGOS SÁVIO-PSDB -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

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Sumário

O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, colegas Parlamentares, peço a atenção de todos. Eu não tenho dúvida, se não tomarmos a decisão acertada quanto a essa matéria, nós iremos trazer prejuízos irreparáveis especialmente à indústria em todos os Estados da Federação. Posso citar alguns exemplos de Minas Gerais, mas não tenho dúvida de que o problema não será diferente nos Estados que cada um dos Srs. Deputados e Senadores representam.

O problema começou com as atitudes populistas, atitudes, por que não dizer, irresponsáveis da Sra. Presidente, que, no ano passado, já pensando em voto, pensando em eleição, e não pensando no Brasil, foi em rede nacional, anunciou redução no custo da energia elétrica, desorganizou, através de medida provisória, todo o sistema de produção de energia no Brasil, tirando a possiblidade de as empresas e o setor privado, em parceria com o poder público, investirem, planejarem o desenvolvimento, até de empresas públicas, como a CEMIG, a ELETROBRAS, que caíram, perderam mais de 50% do seu valor no mercado, dadas as decisões desastrosas, eleitoreiras da Sra. Presidente Dilma.

O que este veto que a Presidente apresentou ao projeto de lei vai representar para a indústria brasileira e por que nós temos que derrubá-lo? Aqui, Sras. e Srs. Deputados, Sras. e Srs. Senadores, nós estabelecemos em lei - e foi votado nesta Casa e no Senado - que os contratos de fornecimento de energia elétrica das concessionárias públicas, inclusive federais, seriam prorrogados quando dos contratos celebrados com o consumidor final.

Cito um exemplo. A indústria de ferroligas, por exemplo, que é um componente essencial para a produção do aço, tem contratos especiais em todos os Estados, porque ela consome muita energia elétrica. Se esses contratos não forem prorrogados, dado o desastre que virou a gestão do PT no setor energético, nós teremos todas essas indústrias fechando. Fica absolutamente impossível competir com as economias do mundo todo com o custo da energia elétrica para essas indústrias.

Estou-me referindo a algo que vai impactar o emprego do brasileiro. Estou-me referindo a algo que interfere na cadeia produtiva não só do aço, mas também dos seus derivados e de toda a produção nacional. Estou-me referindo a um erro que a Presidente cometeu, e que agora, ao vetar essa prorrogação dos contratos vigentes, quer transferir para a indústria nacional, que já sofre tanto, um ônus que a indústria não vai

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dar conta de pagar.

Temos a oportunidade de evitar essa tragédia derrubando esse veto. Derrubando esse veto, a gente garante uma perspectiva de estabilidade. Manter esse veto significa perda de emprego nos Estados que os senhores representam, significa a inviabilização de vários setores cuja atividade industrial depende essencialmente da energia elétrica. Aí perde todo mundo.

Alguém pode dizer: "Ah, mas você está defendendo a indústria." Eu estou defendendo o emprego de quem está trabalhando na indústria. Eu estou defendendo a economia brasileira, porque, se o Brasil passar a ser um mero importador de aço e derivados, nós arruinaremos ainda mais a nossa economia, voltaremos àquela condição de mero exportador de minério de ferro, de commodities, que, aliás, é para onde está caminhando o Brasil, com um Governo que não pensa na indústria brasileira.

Vetar isso é não pensar no desenvolvimento do Brasil. Portanto, é muito importante que vocês estejam atentos. Às vezes a gente chega a este plenário e diz: "A minha base, o meu partido, orientou-me a ser a favor do veto".

Pensem, Srs. Deputados: daqui a pouco nós vamos votar o veto do Imposto de Renda, e eu acho que todo mundo já entendeu que, se se mantiver o veto do Imposto de Renda, será o equivalente a aumentar o imposto. E todo mundo sabe que vai ser cobrado. Nesse caso, pensem nos empregos que nós poderemos perder nos nossos Estados. Nós não podemos chegar aqui para votar e não fazer uma reflexão sobre o que nós vamos votar.

Esse veto é um desserviço ao País, numa hora em que nós precisamos garantir a competitividade da economia brasileira. A balança comercial brasileira está despencando. Nós estamos importando produto acabado e exportando só commodities, e olhem que mesmo elas estão em declínio. A verdade é que é uma oportunidade de defendermos a indústria brasileira.

Portanto, é "não" ao veto e "sim" ao desenvolvimento do País, ao desenvolvimento da indústria e à geração de emprego.

Documento 123/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN 11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - LUIZ CARLOS HAULY-PSDB -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA DISCUSSÃO DISCURSO

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Sumário

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Para discutir. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Congressistas, esse veto é mais um capítulo da irresponsabilidade e da insanidade desse Governo que, há alguns anos, desestruturou todo o setor elétrico brasileiro, que funcionava muito bem. O Governo emparedou as companhias elétricas estaduais nas concessões, criou regras absurdas e veio com esse processo de encarecimento.

Às vésperas da eleição, 1 ano e meio antes, a Presidenta faz uma redução brutal de tarifa, desorganizando as receitas de todas as empresas elétricas, a maioria estatais, dos Governos Estaduais. E S.Exa., a Presidente Dilma, responsável direta dessa crise, colhe hoje uma desorganização do setor elétrico brasileiro, um "liberou geral!", um "Banzé no Oeste".

Essa medida provisória é um dos resultados. Cada um está tentando salvar a sua parte. Essa é a verdade. O aumento da tarifa é 100% culpa da Presidente Dilma e do PT, porque usou essa matéria do setor elétrico para ganhar a eleição, reduzindo tarifa para o povo.

E não é só aí: para cada dólar exportado em manufaturados o Brasil está importando 2 dólares. Hoje nós somos vendedores de commodities para o mundo, e compramos tudo do mundo, especialmente da China, a grande companheira do Presidente Lula, da Presidente Dilma e do PT.

Desindustrialização, tarifa de energia cara, impostos caros... O Brasil tem uma carga tributária de 36%. Mas, se se medir a carga tributária potencial, esta chega a 60%, porque o Governo gasta 40% - refiro-me aos três entes governamentais - todos os anos. E quem paga mais impostos, embutidos no preço das mercadorias, dos bens e dos serviços? É o trabalhador, explorado pela maior carga tributária do mundo, maior taxa de juros do mundo; quem paga é o trabalhador, que tem o seu patrimônio, a exemplo do Fundo de Garantia e do PIS/PASEP, remunerado com a menor taxa do País - a 3,5 ao ano; e o Governo do PT, trabalhista, remunerando a 12,75 o banqueiro rentista, que vive de especulação financeira. Não é um Governo; isso é uma fraude! Se fosse um Governo de qualquer país da Europa, só pelo problema do setor elétrico ele teria caído; pela corrupção da PETROBRAS, que representa 10% do PIB brasileiro, teria caído.

Sr. Presidente, esse Governo já deveria ter caído! Como o presidencialismo só tem o processo de impeachment, não tem o voto de desconfiança para mandar para casa todos os Ministros e a

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Presidente da República, o Governo fica agonizando na zona morta, tal como um zumbi.

Qual é a saída, dentro do presidencialismo, de um Governo incompetente, com vários setores eivados e tomados pela corrupção?

Eu ficaria falando aqui por mais uma hora dos problemas desse Governo, a exemplo do massacre de Estados e Municípios. Nunca na história do Brasil um Presidente da República tirou tanto dinheiro dos Estados e Municípios! E ainda cobra o Governo juros escorchantes da dívida dos Estados. Só do Paraná, o Governo Federal recebeu de juros mais de 6 bilhões nos últimos anos.

O Governo do Paraná pagou 6 bilhões em juros para o Governo Federal, nos últimos anos, e não teve retorno. Não há uma obra pública grande e importante no Paraná. As estradas federais foram todas privatizadas por concessionárias.

Eu vejo que hoje o SUS é um caos. O Governo tirou 30 bilhões este ano do SUS - e todo o ano tira 30 bilhões. O Governo não dá atenção à segurança pública! Há problemas nas estradas, portos e aeroportos; há gente morrendo nas filas dos hospitais e estão ocorrendo assassinatos como nunca. Tenha paciência, D. Dilma! Está na hora de a senhora pegar o boné e ir embora, antes que a coisa fique feia realmente, porque o País hoje não suporta. É o povo brasileiro que está falando nas redes sociais que vai às ruas no domingo pedir a saída da Presidente Dilma.

Documento 124/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN 11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - JOSÉ CARLOS ALELUIA-DEM -BA

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Congressistas, derrubar esse veto não é votar contra a Presidente da República. Derrubar esse veto é corrigir um erro no momento em que a Presidente foi levada, de maneira equivocada, a destruir o entendimento construído pelo Senado e pela Câmara, pelo Senador Romero Jucá, pelo Senador César Borges, pelo Senador Renan Calheiros. S.Exas. construíram o entendimento para

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que a indústria brasileira não fosse, mais uma vez, penalizada.

Todos sabem que estamos vivendo uma profunda crise, Deputado Imbassahy. Agora, se nós jogarmos essas indústrias para adquirir energia no mercado livre a 380 reais por megawatts-hora significa, senhores, fechar fornos, fábricas, empregos, destruir famílias.

Eu não consigo ver, aqui, no lugar onde estou, os Senadores da Bahia. Mas tenho absoluta certeza de que eles não vão faltar à Bahia, assim como os Senadores de Pernambuco, de Minas Gerais, do Ceará, como o Senador Tasso Jereissati.

Quero louvar pelo discurso aqui feito anteriormente o Senador Fernando Coelho. S.Exa. entendeu perfeitamente, como Secretário de Indústria e Comércio que foi de Pernambuco, os reflexos que isso traz para a indústria nacional. Levar às indústrias brasileiras! Não se trata de subsídio! Não se trata de subsídio! Eu fui Presidente da CHESF. Para a CHESF, a energia que não for vendida às indústrias será vendida por um valor melhor, menor do que vem das indústrias.

Trata-se de manter as indústrias em funcionamento. Trata-se de evitar o fim dos empregos, Deputado Heráclito Fortes, V.Exa. que é um grande defensor do nordeste do Piauí. Nós não podemos deixar de corrigir esse erro, corrigir esse erro que, aliás, corretamente o Ministério das Minas e Energia já tenta encontrar soluções. Mas não é fácil, porque teria que construir uma medida provisória, e derrotando aqui, neste momento, votando "não" ao veto na Câmara e no Senado significa dar oportunidade a que o Brasil continue tendo indústrias capazes de produzir a matéria-prima de que precisamos. Só a título de exemplo, nos últimos 4 anos, o pouco que cresceu, o mercado de aço no Brasil foi integralmente atendido por importação da China. Sem energia, não há aço. Sem energia, não há petroquímica. Sem energia, não há produto siderúrgico em geral.

Nós devemos derrubar o veto. Nós devemos votar "não". Votar "não" não significa votar "não" ao Governo. É o momento em que a base do Governo, a Oposição, todos devem se unir para corrigir um equívoco cometido pelo Palácio do Planalto, por má orientação do relatório feito pelo Ministério na gestão anterior. O atual Ministro gostaria muito de ver isso corrigido.

Documento 125/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN 11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - EDMILSON RODRIGUES-PSOL -PA

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CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sras. e Srs. Senadores, venho, em nome do PSOL, encaminhar a favor do veto. No entanto, quero anunciar que fiquei preocupado com as manifestações do Senador José Pimentel.

É importante, inclusive, que este Congresso possa debater as bases do acordo com as poucas empresas eletrointensivas, que têm interesse nas benesses, nos benefícios fiscais em montantes de energia e de recursos públicos, que realmente são avassaladores da possibilidade de uma sociedade menos desigual, portanto, mais justa, saudável e feliz.

Para se ter uma ideia, a metrópole de Belém, com cerca de 2,5 milhões de habitantes, consome menos energia do que a ALBRAS - Alumínio Brasileiro S.A., que é apenas uma das empresas que produz o lingote do alumínio. Diferentemente do que um Deputado disse aqui, lingote é produto industrial, mas é semielaborado.

Sabem quanto a ALBRAS/ALUNORTE - Alumina do Norte do Brasil S.A, a VALE, a Votorantim, mais as madeireiras, para incluir outro setor, pagam de ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços sobre a exportação pelos milhares e milhares de toneladas que saem do nosso minério ou do lingote do alumínio lá de Barcarena? Zero! Qualquer taberneiro do interior do Piauí, ou do Pará ou da Bahia, paga mais ICMS do que essas empresas.

Ora, tributos aprovados por este Congresso têm uma função social. Benefício fiscal pressupõe que a empresa que vai deixar de pagar e vai ser beneficiada com a isenção de impostos, com a redução de tarifas ou com subsídio de energia, tem que dar uma contrapartida social. Eu pergunto: qual é a contrapartida da Vale para o Brasil? Qual é a contrapartida das mineradoras para o Brasil? Para muitos, talvez, sejam beneficiadas com incentivos eleitorais.

O setor mineral, no último levantamento das revistas especializadas, cresceu, em uma década, de 10 bilhões para 50 bilhões de faturamento e, cada vez mais, por serem empresas de capital intensivo, necessitam de menos trabalho humano. É trabalho cada vez mais mecanizado.

Então, vamos parar de falar em pobre e de defender aqui a perpetração da injustiça ou o aprofundamento das desigualdades. Há

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muita pequena empresa, há muito pequeno produtor rural que vive na escuridão, há muito pequeno empreendedor que precisa, sim, ter incentivos creditícios e fiscais. Agora, não falemos aqui em nome do pobre para viabilizar o aumento do lucro de quem já tem todos os tipos de subsídio. Basta falar da Lei Kandir.

É absolutamente verdadeiro que uma empresa não tem interesse em verticalizar, por exemplo, o alumínio, e investir em siderúrgicas no Estado do Pará, ou mesmo em Minas ou no Espírito Santo, porque é mais fácil exportar e pagar zero de imposto do que ter que contratar operário, pagar salário, direitos trabalhistas, enfrentar greve, Justiça do Trabalho e agregar valor ao produto, o que é bom para o Brasil. Mas o que é bom para o Brasil não interessa a essas empresas. Não podemos aqui ser advogados dos ricos. O Brasil é muito injusto!

Eu quero dar como lido um pronunciamento que mostra que, enquanto a ONU nos informa uma redução em um terço das infecções e mortes por AIDS no mundo, o Brasil, no mesmo período de 1 década, teve um crescimento de 11%. No Estado do Pará, esse índice foi de 14%. Quarenta e sete por cento dos mortos pela AIDS, na América Latina, são do Brasil. E isso é falta de investimento! Então, se há problemas sociais, por que não investir os recursos públicos em favor da resolução dos problemas estruturais?

Eu concluo dizendo que, na Frente Parlamentar de Apoio às Universidades Públicas Estaduais e Municipais Brasileiras hoje de manhã, manifestei o meu apoio contra os cortes de 14 bilhões da educação.

Enquanto a educação mingua, não podemos admitir incentivos às empresas de capital estrangeiro transnacionais, que já são muito ricas à custa da miséria do nosso povo.

Por isso, nada de negociações nos corredores e nada de incentivar os que têm sido incentivados ao longo de séculos à custa da miséria, da morte e das mazelas sociais em nosso País.

Então, somos a favor do veto neste caso.

Muito obrigado.

Documento 126/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - MENDONÇA FILHO-DEM -PE

CÂMARA DOS ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE

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DEPUTADOS BANCADA DISCURSO

Sumário

O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós reiteramos os argumentos, que foram muito bem apresentados pelo Deputado José Carlos Aleluia e por outros oradores, em defesa da derrubada desse veto, o qual, na prática, inviabiliza segmentos importantes da economia do Brasil, especialmente no Norte e no Nordeste do País.

Se o Brasil quer produzir e tem como uma dádiva da natureza justamente o potencial de gerar energia barata, não pode, de forma alguma, nas atividades intensivas de uso da energia, inviabilizar a produção por conta de custos extraordinários, como quer fazer o atual Governo.

Então, em defesa do setor produtivo, nós votamos "não" ao veto, pela derrubada do veto e em defesa da indústria do Norte e do Nordeste do Brasil.

Documento 127/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

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Publ.: DCN - 12/03/2015 - ANTONIO IMBASSAHY-PSDB -BA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE BANCADA DISCURSO

Sumário

O SR. ANTONIO IMBASSAHY (PSDB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, essa decisão que nós estamos tomando agora é mais uma consequência danosa da incompetência de um Governo que modificou o modelo do sistema elétrico nacional trazendo prejuízos para os segmentos de geração, transmissão, distribuição e comercialização e, principalmente, para os consumidores brasileiros, que estão tendo, agora, um aumento muito acima do esperado. Para se ter uma ideia, Sr. Presidente, os consumidores residenciais terão aumento da ordem de 65% nas suas contas de energia. Na indústria, o

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patamar é bastante elevado: 50%.

O que se pretende agora é sacrificar, é interromper contratos legítimos e legais que foram consolidados, nesta Casa e também no Senado Federal, que permitem, Sr. Presidente, nesse quadro dramático da economia, a sobrevivência das indústrias instaladas notadamente no Nordeste brasileiro.

Nós estamos evitando o desemprego, nós estamos evitando que a recessão seja ainda maior, e estamos protegendo uma região muito carente do nosso País. Portanto, a posição do PSDB é contrária a essa decisão, a esse veto da Presidente.

Esse veto prejudica, Sr. Presidente. V.Exa., que é da nossa querida Alagoas, sabe muito bem o mal que esse veto traz para Alagoas, para a Bahia e para todos os demais Estados do Nordeste.

Portanto, nossa posição é "não", "não" a essa decisão equivocada da Presidente da República.

Documento 128/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - SIBÁ MACHADO-PT -AC

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE BANCADA DISCURSO

Sumário

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Muito bem, Sr. Presidente, nós vamos querer manter o veto.

Vamos votar "sim" pelas seguintes razões: primeiro, foi muito acertada essa decisão do Governo de fazer o Sistema Interligado Nacional de Energia e Abastecimento; segundo, foi muito acertada, pelo nosso Governo, a diversificação das fontes de geração de energia. O megawatt da energia eólica, que no começo passava de 300 reais, agora já está muito próximo ao da energia hidrelétrica.

Qual o fator ruim que nós temos neste momento? Faltou chuva. As hidrelétricas estão com os lagos muito baixos. Com isso, o sistema teve que partir para as térmicas. Todos aqui sabem disso. O PSDB já

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governou o Brasil e sabe que, por conta do Apagão de 2001, teve que jogar uma fonte muito forte de termelétrica à base de diesel, o que é caríssimo! Chega a mais de mil reais o megawatt.

Nesse momento, nós estamos fechando um grande acordo entre o Governo e as empresas para a busca de novos investimentos no setor de energia. E o BNDES já tem 192 bilhões de reais guardados para investir em 2015 e 2018.

O PT, portanto, pede a manutenção deste veto. Vota "sim", Sr. Presidente.

Documento 129/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - ARTHUR OLIVEIRA MAIA-SD -BA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE BANCADA DISCURSO

Sumário

O SR. ARTHUR OLIVEIRA MAIA (SD-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, há 2 anos, a Presidente Dilma Rousseff anunciava de maneira glamorosa, até diria escandalosa, em toda a mídia brasileira, que diminuiria a conta de energia em 20%.

Durante a campanha eleitoral, foi dito aqui que não havia nenhum perigo de apagão, que os projetos de expansão da nossa produção elétrica estavam a pleno vapor pelo Governo da Presidente Dilma.

E eis, Sr. Presidente, que, passadas as eleições, não é apenas o apagão que se mostra, o apagão causado pela falta de planejamento, mas sobretudo o aumento exorbitante da conta de luz, que tem de maneira perversa tirado o sono das famílias brasileiras.

(O microfone é desligado.)

O SR. ARTHUR OLIVEIRA MAIA (SD-BA) - Isso tem trazido consequências terríveis para o Brasil.

Temos visto, a cada dia, a diminuição da produção industrial, a diminuição do PIB, que se tenta maquiar modificando a forma de

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cálculo efetuada pelo IBGE.

Apesar de tudo isso, a Presidente da República, quando tem a oportunidade, de acordo com lei aprovada por esta Casa, de manter pelo menos o nível de preço da energia elétrica produzida no Nordeste, uma vez que esta Casa prorrogou o prazo dos contratos com as fornecedoras de energia, eis que S.Exa., sem nenhuma sensibilidade, veta aquilo que certamente favoreceria, como já favorece, a indústria do Norte e Nordeste do Brasil.

É um absurdo, Sr. Presidente, essa atitude que contraria tudo o que foi dito na campanha eleitoral, mas que atingiu fortemente a economia brasileira em um momento tão difícil como esse.

O Solidariedade encaminha "não" ao veto na certeza de que esta Casa será a guardiã da vontade do povo brasileiro, que nesse momento quer rejeitar esse veto e fazer prevalecer o mínimo de esperança, de crescimento, ou, se não de crescimento econômico, de manutenção dos atuais níveis.

Muito obrigado.

Documento 130/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - LEONARDO PICCIANI-PMDB -RJ

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE BANCADA DISCURSO

Sumário

O SR. LEONARDO PICCIANI (Bloco/PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, no momento em que nós precisamos preservar os empregos e a economia do País, não devemos aumentar o custo das empresas.

Portanto, neste caso, o nosso Bloco votará pela derrubada do veto; votará "não".

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Documento 131/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

11/03/2015-12:20

Publ.: DCN -

12/03/2015 - ALEX MANENTE-PT -TO

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ENCAMINHAMENTO DE VOTAÇÃO DISCURSO

Sumário

O SR. ALEX MANENTE (PPS-SP. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PPS encaminha "não", porque acreditamos que esse veto prejudica a indústria e o desenvolvimento num momento em que estamos vivendo uma crise. Representando, inclusive, as indústrias do Grande ABC Paulista, que certamente sofrerão com a economia, e nós já estamos sentindo esses efeitos, creio que esse veto, sem dúvida alguma, prejudicará ainda mais. Os investimentos que deveriam ser feitos, nos últimos anos, deveriam ter ocorrido, e nós não sentimos esse efeito.

Por isso, nesse momento, nós encaminhamos pela derrubada do veto.

O PPS encaminha o voto "não".

Documento 132/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - EDMILSON RODRIGUES-PSOL -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE BANCADA DISCURSO

Sumário

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - O cobertor está curto demais. Há aumentos de 40% em todos os Estados, inclusive no Pará que consome apenas 20% da energia que produz e exporta para o Brasil. As empresas estão bem cobertas. As pequenas e médias empresas, que geram setenta e tantos por cento

Page 281: Discursos em plenário

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dos empregos, estão desempregando.

Não falemos em nome do pobre, para proteger as empresas que empregam pouco, porque são de capital intensivo. E são do setor eletrointensivo, porque são de capital intensivo e precisam de poucos empregados.

Então, nós somos a favor do veto, a favor do povo!

Documento 133/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN 11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - PAUDERNEY AVELINO-DEM -AM

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

O SR. PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós entendemos que a regra do jogo não pode ser modificada depois que se inicia o jogo.

Esse veto é completamente extemporâneo. As empresas que estão instaladas no Nordeste, que para lá se mudaram, as empresas que estão no Norte, no ABC Paulista, em Minas Gerais, no Sul do Brasil, não poderão sofrer um adicional tarifário, já não bastasse esse tarifaço que as empresas e os consumidores estão tendo.

Portanto, a nossa orientação aos partidos de oposição é "não". Vamos derrubar o veto.

Documento 134/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN 11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - HERÁCLITO FORTES-PSB -PI

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

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Sumário

O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, infelizmente eu não posso me dar ao luxo da base do Governo de calar numa hora destas. Seria da minha parte irresponsabilidade e desrespeito para com o meu Estado, que sofre com uma decisão como esta.

Eu sou de uma região que, por falta de energia, provocada pela falta de planejamento do Governo, perdeu a instalação de algumas fábricas, mais recentemente a da Suzano. Como eu justificaria aos piauienses o meu silêncio neste fim de tarde e começo de noite? O que nós estamos discutindo aqui é consequência da falta de planejamento e da desorganização do Estado, que não investe em infraestrutura desde o famoso apagão pelo qual quiseram crucificar o Governo Fernando Henrique.

Vou citar aqui apenas o exemplo de que tomei conhecimento hoje, meu caro Deputado Aleluia, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.

Todos nós sabemos que o Paraguai foi um vendedor tradicional da energia de Itaipu para o Brasil: 40%. Há 3 anos, por uma manobra ideológica, o Governo aceitou antecipar o final do contrato e aumentou o preço dessa energia. Pois bem, agora está sendo instalada em Assunção uma fábrica de alumínio - esta informação foi trazida pelo Deputado Jair Bolsonaro.

Vejam bem os senhores. A fábrica de alumínio vai fazer com que a energia não seja mais vendida para o Brasil. E o grave disso tudo é que a fábrica é de brasileiros, que atravessaram a fronteira para montar uma indústria onde têm segurança jurídica.

O problema, meu caro Senador Fernando Bezerra, é que muitas indústrias se instalaram nos Estados contando com incentivos fiscais e, acima de tudo, com garantia jurídica. Mas o Brasil não votou o marco regulatório. O marco regulatório ficou por aí - o PT, desde 2003, passa por cima -, e nós já perdemos grandes oportunidades.

Portanto, meus caros Deputados, é preciso tomar algumas providências. O Piauí, por exemplo, tem hoje em crescimento um grande parque eólico, mas não consome essa energia em um só bico de luz. Toda a energia produzida ali é vendida, vai para fora. Estou até discutindo a questão, para apresentar um projeto de lei que torna opção do Estado produtor ficar com até 30% da energia por ele produzida pelo preço mínimo do leilão. Ora, o preço mínimo do leilão já

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é lucrativo; a partir daí, é especulação. O Estado produtor, Deputado Rômulo Gouveia, tem o direito de optar. Talvez nós possamos diminuir um pouco esse problema.

A derrubada deste veto é fundamental não só para os Estados que hoje produzem, com indústrias que consomem grandes quantidades de energia, mas também para Estados como o Piauí, que querem produzir, que querem ter um lugar ao sol.

Meus nobres companheiros, através da derrubada deste veto, nós temos que corrigir essas distorções.

Tenho certeza de que, independentemente de partido, independentemente de ideologia, independentemente de qualquer outro sentimento, nós temos que votar pensando no futuro deste País, um País produtor, um País crescente. Para isso, não adianta falar em Norte e Nordeste, porque nós não podemos separar o Brasil neste desejo de produzir.

Documento 135/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN 11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - DANIEL COELHO-PSDB -PE

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, este assunto é de extrema importância para a sociedade brasileira, principalmente para a minha Região e para o meu Estado - para o Nordeste e para Pernambuco.

Nós sabemos da dificuldade dos Estados mais pobres, em especial dos Estados do Nordeste, em atrair investimentos. Sabemos dos custos para produzir naquela região. A manutenção dos contratos e do preço da energia elétrica é essencial para que não causemos desemprego, para que não causemos dificuldades econômicas para uma Região historicamente já tão sofrida.

Não basta o que acontece hoje em Pernambuco? Foram divulgadas ontem, em matérias de todos os telejornais, as dificuldades e o desemprego causados na região de Suape pela desaceleração das obras que lá aconteciam e também por estas dificuldades da

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PETROBRAS, e agora vem mais esta bomba dificultar a vida do empreendedor, daquele que quer construir, que quer produzir e gerar emprego e renda nas regiões mais pobres do País.

Relembro, Srs. Deputados, o que ocorreu no ano passado, durante o período eleitoral. O argumento da então candidata Dilma era de que ela representaria os interesses do povo do Nordeste e de que a Oposição seria contrária aos interesses da Região. Pois bem, é só olhar para o painel e ver quais partidos encaminham o voto em defesa do Nordeste e quais pouco se preocupam com a Região. Vejam lá o PT e os outros partidos do Governo querendo aumento do custo de produção e desemprego, enquanto a Oposição se mantém firme e atuante. Nossos Deputados, sejam eles dos Estados do Nordeste, sejam eles de São Paulo ou de qualquer outro Estado do País, posicionam-se a favor do emprego, a favor da produção e a favor de custos aceitáveis, para que possamos nos desenvolver.

Também é importante relembrarmos outra promessa do período eleitoral descumprida. Foi anunciado que o valor da conta de luz seria diminuído, que a população pagaria menos por esse insumo, através de medida provisória. Com este veto, vai aumentar, como disseram aqui alguns que defendem a medida, não somente o custo para os empresários, porque, no momento em que se aumenta o custo de produção, gera-se inflação, aumento de preço do produto final, desemprego para o trabalhador, do mais qualificado ao mais simples.

Esta medida é extremamente prejudicial ao Brasil. Vou ficar de olho no painel. Espero que os 25 Deputados do nosso Estado de Pernambuco votem não com o Governo, não com subserviência, mas com foco nos interesses do nosso povo. É importante que a população observe o posicionamento de cada Parlamentar nesta votação.

Documento 136/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN 11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - RONALDO LESSA-PDT -AL

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

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Sumário

O SR. RONALDO LESSA (PDT-AL. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, venho defender o Governo, que fez com que o Nordeste nos últimos anos pudesse crescer o dobro da média do País, que fez a distribuição, independentemente do mérito das críticas que possam ser feitas à receita deste País.

Sou da base do Governo, mas não posso defender aqui a manutenção deste veto da Presidente Dilma. O Nordeste e o Norte do País estão tendo esse desenvolvimento por causa do olhar diferente do Presidente Lula e da Presidente Dilma.

Não podem agora tirar o principal incentivo que pode ter o Nordeste: a industrialização. Acho que é um tiro no pé. Não acredito que quem foi Ministro de Minas e Energia possa entender que não é necessário apresentar imediatamente ao País alguma alternativa para que não continuemos a reboque no País em termos de desenvolvimento. Não acredito!

Vejam a contradição. Não há perda de receita. Ninguém está pedindo subsídio, redução da tarifa. Nós estamos pedindo que se mantenha um contrato feito para incentivar as empresas a irem para aquela região do País para fazer um processo de industrialização. Querem tirar isso exatamente no momento em que o País está precisando crescer! Nósprecisamos aumentar a geração de empregos. Para a crise econômica que o País vive, não é essa a solução.

Portanto, eu faço um apelo ao Partido dos Trabalhadores e a todos os partidos da base do Governo para que, se este veto for mantido hoje, possamos imediatamente pedir ao Planalto uma proposta de energia para este País, principalmente para as regiões que precisam crescer e chegar ao nível que o Brasil precisa. Nós não podemos ter dois brasis aqui dentro.

Este é o apelo que eu faço. No PDT, consegui convencer os meus companheiros a liberar a bancada. O PDT queria dar apoio, porque faz parte da base do Governo. Mas, para quem é do Nordeste e para quem é de regiões subdesenvolvidas, não é só um apelo. Eu acho que isso interessa ao País. Não interessa aos Estados ricos um processo de desaceleração do desenvolvimento das regiões mais pobres. Eu acho que isso interessa a todos os Parlamentares desta Casa. É o apelo que faço: se não for possível mudar o voto, se não houver mais condições, que, pelo menos, todos os partidos da bancada do Governo possam chamar a Presidente da República para que seja apresentada uma

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proposta de alternativa de energia a este País.

Documento 137/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN 11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - JOSÉ GUIMARÃES-PT -CE

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero, com a permissão desta Casa, despedir-me da condição de Líder do Governo e fazer um pronunciamento. Talvez eu não seja compreendido por todos, mas, diante de tantos desaforos, de tanta demagogia, não posso deixar de me manifestar neste momento.

Primeiro, não é razoável, Sr. Presidente, o que está acontecendo - eu me dirijo ao País. É como se nós que votamos pela manutenção do veto não fôssemos a favor do Nordeste. E como ficamos nós nordestinos?

Eu ouvi o pronunciamento do Senador Walter Pinheiro, do meu partido. Eu ouvi o pronunciamento do Senador Fernando Bezerra Coelho, meu amigo, que serviu ao Governo até um dia desses. Eu ouvi o pronunciamento do Senador Romero Jucá. Enquanto eu ouvia S.Exas., estava o Ministro de Minas e Energia a ligar-nos para pedir, para rogar que nós mantivéssemos o veto.

Ora, meus senhores e minhas senhoras, isto não é razoável na política deste Parlamento. É como se o PT estivesse contra o Nordeste. E ainda temos que ouvir Lideranças do PT, individualmente, respeitar a orientação do Líder no Senado.

O meu conselho para os Senadores do PT no Senado, com a permissão do Líder Humberto Costa, é que liberem a bancada. Sabem por quê? Porque fazer o discurso é fácil. Eu represento um projeto, Senador Renan Calheiros, e nos momentos mais difíceis da minha vida pública, eu sempre tive lado. Não sei ser Governo num dia e Oposição no outro. Não é do meu feitio, e isso não é bom para a política.

Nós fizemos vários acordos, Senador Walter Pinheiro. V.Exa., que é do meu partido, sabe disso. Nós nos reunimos com a Presidenta Dilma na segunda-feira da semana passada. V.Exas. se reuniram com a

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Presidenta Dilma, e fechamos os acordos. De uma hora para outra, isso não vale nada? É preciso ter um pouco mais de decência nas relações políticas aqui dentro, até porque, Senador Renan Calheiros - permita-me V.Exa. -, o que está sendo dito aqui pelo objeto da emenda que foi vetada é que os contratos firmados estão automaticamente prorrogados até 2042. Será que isso não é tanto tempo? Será que é razoável nós prorrogarmos os contratos até 2042?

A lei diz, Senador Walter Pinheiro, Senador Fernando Bezerra Coelho, que o critério para o restabelecimento, para a fixação das tarifas, é definido na mesa de negociação, que está sendo presidida pelo Ministro de Minas e Energia. As concessionárias vão estabelecer critério para isso.

Como pode isto, meus companheiros do PT? Está lá o PT votando "sim" e todo mundo votando "não"! Meu conselho aos Senadores do PT: não vamos ser buchas de canhão nesse negócio. A minha sugestão é que tenham responsabilidade com o Nordeste brasileiro, Senador Renan Calheiros. Faço este pronunciamento como brasileiro.

Nos momentos mais difíceis, nós não podemos desrespeitar a Presidenta da República. Como disse agora o Senador Magno Malta, eu não sei fazer isto, falar mal da Presidenta aqui e no outro dia subir com ela no palanque nos Estados. Isso não é razoável para a política nem para o Parlamento.

Vamos ter lado na política, vamos ter coesão na base. Esse é o esforço que eu estou fazendo, Senador Renan, é o que tenho feito aqui como Líder do Governo.

Acabamos de negociar com o PSD e com a Oposição a emenda das máquinas e equipamentos agrícolas, porque isso é do Parlamento. O que eu não posso tolerar... Isso não é razoável, Sr. Presidente!

O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR-ES) - Sr. Presidente, com todo o respeito, porque ele citou o meu nome - eu tenho o maior respeito por ele, e vou continuar tendo...

O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE) - Eu continuo falando, Sr. Presidente.

(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco Maioria/PMDB-AL) - Na forma do artigo que dá direito ao Parlamentar nominado, eu concedo a palavra ao Senador Magno Malta.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI) - Pela ordem, Sr. Presidente.

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O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR-ES) - Deputado, eu lhe tenho o maior respeito, e vou continuar...

O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE) - Sr. Presidente, eu não...

(O microfone é desligado.)

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco Maioria/PMDB-AL) - Vamos aguardar a conclusão do Deputado José Guimarães. Em seguida V.Exa. falará, e então seguiremos a lista de oradores.

O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE) - Alguns oradores falaram 3 ou 4 minutos a mais. Eu não sou Senador, mas sou Deputado, tenho a mesma delegação do povo brasileiro, do povo do Ceará.

Sr. Presidente, eu quero fixar um comportamento político que não é de divergência, não é de conteúdo, é de conduta. Aconselho os Senadores do PT a retirar esse "sim", senão amanhã estará nos jornais que toda a Casa está querendo a manutenção dos subsídios para as empresas públicas que financiam o investimento das empresas que geram emprego no Nordeste e que está o PT do Nordeste contra.

Isso não é razoável. Faço esta manifestação em nome da verdade. Eu não quero elogiar, ocasionalmente, com discursos fáceis. Nós temos que seguir uma linha, por isso eu me senti na obrigação de fazer este pronunciamento, para os brasileiros, para o Nordeste, para o Ceará.

Senador Renan, trata-se de um projeto nacional. Eu não tenho medo de dizer isto, Sr. Presidente, nem no meu Estado, nem em outro canto. O Deputado Danilo Forte me conhece do Ceará. Sempre tive um lado. Eu quero dizer aos brasileiros e brasileiras que sempre defendi o Governo Lula e que defendo o Governo da Presidenta Dilma. As dificuldades do momento não autorizam este Parlamento a ouvir tantos desaforos, tantas maldades e tantas inverdades contra a Presidenta Dilma.

Peço licença ao Senador Humberto. Não tenho que me meter na bancada do Senado, mas sou brasileiro. Afinal de contas, esta é uma sessão do Congresso.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Documento 138/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

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Publ.: DCN - 12/03/2015 - NILSON LEITÃO-PSDB -MT

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CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE BANCADA DISCURSO

Sumário

O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em primeiro lugar, esse debate e essa falação do PT de que precisa manter a governabilidade, que discutiu muito esses assuntos... O Brasil está quebrado. Nós temos a maior carga tributária da América Latina. Quando se tem incentivo para o pequeno e para o grande empresário, novamente vem o PT obstruir contra o empresário. Já votou hoje aqui contra o trabalhador, vota contra o empresário, está votando contra o Nordeste e consolidou o voto contra o Nordeste. E foi o PT que encaminhou tudo isso.

Nós queremos votar "não" e derrubar esse veto, Sr. Presidente.

O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Sem revisão do orador.) - O PSDB vota "não", Sr. Presidente.

Documento 139/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - ENIO VERRI-PT -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE BANCADA DISCURSO

Sumário

O SR. ENIO VERRI (PT-PR. Sem revisão do orador.) - O Partido dos Trabalhadores orienta voto "sim", porque a manutenção deste veto é apenas resultado das grandes reformas microeconômicas que se iniciaram no Governo Lula. Nós tínhamos antes a figura da concordata, que era muito ruim. Foi através das políticas que nós fizemos que chegamos à situação positiva a isso.

Por isso, nós orientamos a nossa bancada a votar "sim".

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Documento 140/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - MENDONÇA FILHO-DEM -PE

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE BANCADA DISCURSO

Sumário

O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Sem revisão do orador.) - O Democratas reitera o voto "não", orienta o voto "não" e pede aos Deputados que votem rapidamente. Ao atingirmos o quórum de 257 Deputados, podemos encerrar a votação para que avancemos para o penúltimo veto e, na sequência, finalizemos o processo de votação com a apreciação do voto que corrige a tabela do Imposto de Renda, o que é vital para os trabalhadores e a classe média do Brasil.

Documento 141/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - CHICO ALENCAR-PSOL -RJ

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE BANCADA DISCURSO

Sumário

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em ritmo do Senador Jucá, numa votação lá do início da tarde, quem sabe em 25 minutos, já que há um acordo aqui, nós consigamos o quórum mínimo.

(Não identificado) - Sr. Presidente, o PMDB orienta "sim".

O SR. ROGÉRIO ROSSO (PSD-DF. Sem revisão do orador.) - O PSD

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orienta "sim".

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ) - O voto do PSOL é coerente com a posição que nós temos em relação à prática do Governo Dilma de seguidamente desonerar, de maneira tantas vezes inconsequente, o que o Governo parece ter descoberto só agora, muitas empresas, fazer essas benesses tributárias que nas MPs ganhavam uma dimensão extraordinária.

Portanto, o nosso voto é "sim", em coerência com o que sempre colocamos aqui.

Documento 142/150

005.1.55.N Sessão Extraordinária - CN

11/03/2015-12:20

Publ.: DCN - 12/03/2015 - MORONI TORGAN-DEM -CE

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE BANCADA DISCURSO

Sumário

O SR. MORONI TORGAN (DEM-CE. Sem revisão do orador.) - A Minoria, Sr. Presidente, orienta o voto "não" e conclama todos os Deputados a vir a este plenário. Temos a votação mais importante, a última votação, justamente a da tabela do Imposto de Renda.

Não podemos deixar que a medida provisória editada hoje dite as regras da correção da tabela do Imposto de Renda. É preciso que derrubemos o veto referente ao Imposto de Renda e justamente restabeleçamos aquela tabela digna, a feita pelo Líder Mendonça Filho. Nós vimos a inflação sendo devidamente atendida pela tabela do Deputado Mendonça Filho, enquanto nós vemos um escalonamento na medida provisória que ainda começa a partir de 1º de abril. Isso quer dizer que em janeiro, fevereiro e março não haverá correção nenhuma.

Quanto a isso, nós precisamos ficar alertas. Isso vai depender justamente do dinheiro que vai ser tirado do bolso dos brasileiros e brasileiras. E fiquem bem cientes: precisamos estar no plenário, sob

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pena de estarmos coadunando justamente com esse assaque ao bolso do nosso povo. Temos que saber que a medida provisória pode ser vencida pela derrubada do veto. E aí nós poderemos fazer justiça na tabela do Imposto de Renda.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Documento 143/150

030.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

12/03/2015-15:10

Publ.: DCD - 13/03/2015

- FABIO GARCIA-PSB -MT

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Aumento da tarifa de energia elétrica. Necessidade de correção das distorções

ocasionadas pelos subsídios governamentais oferecidos à população de baixa

renda nas diferentes regiões do País. Apresentação de projeto de lei sobre

aporte de recursos pelo Governo Federal na Conta de Desenvolvimento

Energético - CDE.

O SR. FABIO GARCIA (PSB-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, muito boa tarde. Faço uso da tribuna hoje para tratar de uma questão relevante para o nosso País: o aumento do preço da energia elétrica.

No último dia 27, a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL aumentou o preço da energia elétrica no Brasil em mais de 23,4%, em média, em todos os Municípios brasileiros. É notório que o aumento do preço da energia elétrica afeta o desenvolvimento do Brasil. Ele dói no bolso de cada brasileiro e de cada brasileira, tira a competitividade do País e faz com que corram riscos a geração de empregos e a distribuição de renda.

Mas é importante, neste momento, Sr. Presidente, que a gente seja transparente com o povo brasileiro.

O aumento do preço da energia elétrica que o Brasil sofreu não foi fruto somente da crise hídrica que vive este País, mas, sim, da mudança de decisão política por parte do Governo Federal.

Em 2013, Sr. Presidente, o Governo Federal fez uma mudança

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profunda na Conta de Desenvolvimento Energético - CDE brasileira, jogou para dentro dessa conta uma série de despesas, de subsídios e de subvenções.

O custo dessa Conta para o consumidor brasileiro saltou de 3 bilhões de reais para mais de 25 bilhões de reais, e esse custo foi repassado para todos os consumidores. Ou seja, 75% do grande aumento no preço da energia elétrica no Brasil vem da Conta de Desenvolvimento Energético.

Em 2013, o Governo colocou dinheiro do Orçamento Geral da União - mais de 20 bilhões de reais foram colocados na Conta de Desenvolvimento Energético -, para que pudéssemos ter a tão sonhada e esperada redução no preço da energia elétrica no Brasil. É por isso que houve redução no preço da energia.

Mas agora, Sr. Presidente, o Governo Federal mudou a sua decisão e, neste ano de 2015, não irá colocar nenhum real sequer do Orçamento Geral da União para pagar a conta criada em 2013. Sobraram 25 bilhões de reais para serem distribuídos aos consumidores de energia elétrica do Brasil. Foi isso que gerou o aumento nas contas.

O problema mais grave é que, com esse aumento, o Governo Federal distribuiu a sua despesa injustamente a todos os cidadãos brasileiros. A despesa dos moradores do Sudeste, do Centro-Oeste e do Sul é 4,5 vezes maior do que a dos moradores de alguns Estados do Norte e do Nordeste do Brasil. Hoje, 94% dessa conta está sendo paga pelos moradores do Sudeste, do Centro-Oeste e do Sul, e 6%, pelos moradores do Nordeste. Nós precisamos corrigir esse equívoco.

Não é justo que a classe média-baixa do meu Estado, o Mato Grosso, subsidie tarifa de energia elétrica para a classe alta do Nordeste e do Norte do Brasil. É tão injusta essa distribuição que os moradores do Acre, por exemplo, estão pagando quatro vezes e meio a mais esse custo de energia do que os outros moradores do Norte.

Nós precisamos corrigir esse equívoco do Governo Federal. Por isso, eu estou apresentando hoje um projeto de lei para que seja feita essa correção. Queremos que o Governo Federal volte a aportar recursos na Conta de Desenvolvimento Energético, para que possamos rever as tarifas de energia elétrica no Brasil, vê-las baixando mais uma vez, a fim de que todos os consumidores de energia elétrica do Brasil sejam tratados de forma igual.

E digo tratamento de forma igual para aqueles que são iguais e de forma desigual aqueles que são desiguais, respeitando, sim, o subsídio de tarifa para a classe baixa, respeitando, sim, o subsídio de tarifa para a tarifa rural, ou seja, respeitando aqueles que vivem em regiões onde já existe subsídio. Mas não podemos tratar de forma diferente a

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população, simplesmente porque ela está localizada geograficamente em locais distintos no Brasil.

Espero que possamos apreciar esse importante projeto de lei nesta Casa.

Sr. Presidente, era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado. Boa tarde a todos.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

Documento 144/150

030.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

12/03/2015-16:38

Publ.: DCD -

13/03/2015 - SANDES JÚNIOR-PP -GO

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA DISCURSO ENCAMINHADO DISCURSO

Sumário

Crise hídrica e energética nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Acerto do lançamento pelo Governo Federal da Campanha de Uso Consciente

de Energia - Família Luz.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO À MESA PARA

PUBLICAÇÃO

O SR. SANDES JÚNIOR (Bloco/PP-GO. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, grande parte de nosso País,

em especial as Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, tem convivido nos

últimos meses, ou quase um ano, com um período atípico de estiagem. Isso

reduziu dramaticamente o nível dos reservatórios situados nestas regiões e

destinados ao consumo humano e a geração de energia elétrica por meio das

usinas hidrelétricas.

Acompanhamos o drama maior, no Estado e na Cidade de São Paulo, onde

milhões de pessoas convivem com uma seca que provocou racionamento grave

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de água. Mas convivemos nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste com a não

menos grave situação dos reservatórios das hidrelétricas.

Temos ali o chamado "berço das águas" do Brasil, onde nascem os principais

rios e onde estão boa parte das usinas destinadas a gerar energia para o centro-

sul do País. Essas barragens estavam ou ainda estão em situação tão crítica

quanto o Sistema Cantareira, o mais falado do Brasil.

Muito embora o atual período de chuvas tenha vindo com uma frequência até

maior da incidência pluviométrica do que em anos anteriores, isso ainda é

muito pouco para fazer voltar os níveis dos reservatórios aos números que

tínhamos há 5 ou 10 anos.

Para recuperar esses mananciais, temos duas saídas: uma mais dura, que seria o

racionamento de energia; outra, menos desgastante, baseia-se no uso mais

comedido e racional da energia elétrica, com conscientização da população.

Por essa razão, quero parabenizar o Governo Federal por lançar no dia de hoje,

12 de março, a Campanha de Uso Consciente de Energia - Família Luz. Até o

final do mês, serão veiculadas, em âmbito nacional, peças de TV, rádio e

Internet com dicas de economia no uso dos principais aparelhos elétricos que

mais consomem eletricidade, como chuveiro elétrico, ar condicionado,

geladeira e ferro de passar.

A campanha mostra os benefícios individuais e coletivos do consumo

consciente. Ilustra, com exemplos simples, como é possível gerenciar melhor o

uso da energia elétrica no dia a dia das famílias. Além de economizar no valor

da conta de luz, utilizar a eletricidade de forma eficiente e racional é

importante para o consumidor e para toda a população.

Acredito que isto colaborará, e muito, para não aventarmos a possibilidade de

racionamentos e apagões e ainda ajudará, com redução da necessidade de

geração de energia, na recuperação dos níveis de nossos reservatórios.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

Documento 145/150

033.1.55.O Sessão Comissão Geral 17/03/2015-11:54

Publ.: DCD - 18/03/2015 - HEITOR SCHUCH-PSB -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO GERAL COMISSÃO GERAL

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DISCURSO

Sumário

Debate de propostas acerca da partilha de recursos públicos e respectivas

obrigações da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal - Pacto

Federativo.

O SR. DEPUTADO HEITOR SCHUCH - Sr. Presidente, colegas Deputados e Deputadas, eu também gostaria de me agregar a essa discussão tão importante e significativa que vive a política nacional neste momento.

Nas andanças pelo interior do nosso Rio Grande do Sul, que tenho feito com muita frequência, o que mais ouço falando com as pessoas é: "Deputado, consegue uma vaga para o meu filho na creche?". Ou, como dizem aqueles outros: "Consegue uma vaga de emprego?" Há também os que dizem: "Preciso de uma cirurgia, aquela fila não anda".

Ontem, ainda na minha terra natal, Santa Cruz do Sul, o serviço do SAMU parou por falta de pagamento. Por falar em minha terra natal, nós temos uma UPA nova, bonita, porém fechada, e ela não abrirá, porque o Município alega não ter recursos para fazer com que aquela unidade de atendimento à saúde seja colocada à disposição da sociedade; alega total ausência de recursos.

Diante disso - e eu poderia dar aqui tantos outros exemplos -, para não falar do mesmo Município, quero falar de Boqueirão do Leão. A creche que lá foi feita, num padrão bonito, de acordo com aquilo que o Governo exige, está fechada, pelo mesmo motivo: ausência de recursos para contratar os profissionais que, no dia a dia, vão receber as crianças e dar o atendimento que a legislação exige.

Portanto, já concluindo a minha fala, eu queria endossar todas as manifestações que eu ouvi aqui dos Srs. Parlamentares, caminhando todos na mesma direção, no sentido de que o pacto federativo precisa ser alterado, a fim de se criarem efetivamente mecanismos para dar mais condição financeira aos Municípios.

Sou testemunha do problema. Falando com alguns Prefeitos ainda hoje no aeroporto, um deles me disse que vai chegar o mês de julho e a Prefeitura vai fechar as portas. Num Município, o Fundo de Participação dos Municípios - FPM repassava 360 mil reais, o valor baixou para 280 mil, ao mês, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias - ICM diminuiu e os custos da gasolina, do óleo diesel e da energia elétrica aumentam. Portanto, os Prefeitos já estão antevendo que não terão condições de dar conta de tudo o que efetivamente lhes é exigido.

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Eu queria concluir dando aqui uma sugestão, Sr. Presidente, porque, se o Governo Federal não tiver recursos para o custeio, só tiver os recursos para fazer as obras, está comprovado que isso não resolve. Talvez uma das fontes que precisa ser olhada por V.Exa. seja a questão das loterias, que já abastece outros setores e certamente poderia também irrigar com recursos os Municípios, até porque as pessoas que apostam nas loterias, nas mais diversas que existem em sua localidade, lá moram, lá vivem. Que se faça um rateio, portanto, quem sabe até por Estado, e que esse recurso possa ser investido, também pelos Municípios, em obras públicas na saúde e na educação e em tantas outras coisas mais que efetivamente precisam ser feitas.

Parabéns pela iniciativa! Que o fardo lhe seja leve, Relator, e esse assunto não sofra efetivamente solução de continuidade.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (André Moura) - Agradeço a participação ao Deputado Heitor Schuch.

Documento 146/150

036.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 18/03/2015-17:40

Publ.: DCD - 19/03/2015 - MAURO PEREIRA-PMDB -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Anúncio de realização por colegiado da Casa de audiência pública destinada ao

debate sobre reajuste de tarifas de energia elétrica no País.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero convidar todos os meus colegas Deputados e a nossa sociedade também para, no dia 24, no Plenário nº 5 desta Casa, uma importante audiência pública sobre o aumento da energia elétrica, que chegou no Rio Grande do Sul a 35% para as

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moradias de baixa tensão e a 52% para as indústrias.

Nós precisamos, nessa audiência pública com o Presidente da ANEEL, debater esse assunto. Quem sabe nós consigamos diminuir esse percentual de reajuste da energia elétrica, que afeta diretamente a inflação, o nosso consumidor, o nosso cidadão e as nossas indústrias geradoras de empregos.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

Documento 147/150

039.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

19/03/2015-15:32

Publ.: DCD - 20/03/2015

- MAURO PEREIRA-PMDB -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Anúncio da realização de audiência pública para debate em torno dos recentes

aumentos da tarifa de energia elétrica. Pedido ao Governo Federal de isenção

da cobrança de PIS e COFINS sobre o óleo diesel. Reunião com o Líder do

PMDB para tratativas sobre o atual momento político brasileiro. Conveniência

da exoneração do ex-Ministro da Educação, Cid Gomes.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Sarney Filho, primeiramente, eu gostaria de dizer aos nossos colegas Deputados e Deputadas que a população espera de nós uma ação forte, uma ação efetiva, que vá ao encontro daquilo que lhe interessa.

Na nossa Câmara, na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, terça-feira, às 15 horas, estaremos realizando uma audiência pública para tratar do reajuste que houve na energia elétrica. Estará presente o Presidente da ANEEL. Vamos poder debater sobre o aumento de 52% na tarifa de energia para a indústria do Rio Grande do Sul e de 37% para as residências. Ao mesmo tempo, poderemos saber por que tudo isso aconteceu e pedir que haja mudança.

Amanhã, a Presidente Dilma vai ao Rio Grande do Sul para a

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inauguração de obra em Eldorado do Sul, juntamente com os Ministros Pepe Vargas, Miguel Rossetto e outros. Eu gostaria de pedir que se analisasse, com todo o carinho, a retirada do PIS e da COFINS do óleo diesel, que oneram diretamente o produtor rural, os caminhoneiros e o transporte coletivo. A retirada do PIS e da COFINS do óleo diesel, com certeza, vai dar um fôlego a esses setores e fazer com que a inflação tenha um reflexo negativo. É isso o que nós temos que fazer, meu Presidente.

Quero também dizer que hoje tivemos uma reunião com o Líder do PMDB, Deputado Leonardo Picciani, para debater sobre o momento político que vivemos no País. Hoje, às 17 horas, o Líder Leonardo Picciani vai fazer um importante pronunciamento em nome da bancada do PMDB.

Eu também quero dizer que, no dia de ontem, a nossa Pátria educadora passou a ficar mais educada, porque nos livramos do Ministro Cid Gomes, que mostrou a todo o mundo que uma coisa que ele não tem é educação. Então, o Brasil, desde ontem às 17 horas, passou a respirar mais educação com a saída do Ministro Cid Gomes, que realmente deu um péssimo exemplo.

Ele é antidemocrático, uma pessoa soberba, de salto alto. A política brasileira não tem espaço para esse tipo de gente, arrogante. Tem que comprar sei lá o quê e viver não sei onde, menos em um lugar como este. Na maioria absoluta dos Deputados, no pouco tempo há que estou aqui, eu já vejo disposição, seriedade e vontade de acertar.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

Documento 148/150

039.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 19/03/2015-19:02

Publ.: DCD - 20/03/2015 - ROBERTO BRITTO-PP -BA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Anúncio de apresentação de projeto de lei sobre a obrigatoriedade de todas as

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bases energéticas dos empreendimentos custeados pelo Governo Federal terem

energia solar.

O SR. ROBERTO BRITTO (Bloco/PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero apenas registrar que estou dando entrada na Casa a um projeto de lei sobre a obrigatoriedade de todas as bases energéticas dos empreendimentos custeados pelo Governo Federal terem energia solar.

Então, de agora em diante, graças à crise energética que nós vivemos hoje, que a eletrificação de todos esses empreendimentos seja feita através de energia solar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Documento 149/150

040.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

20/03/2015-09:30

Publ.: DCD -

21/03/2015 - MAURO PEREIRA-PMDB -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Anúncio da votação da Proposta de Emenda à Constituição nº 299, de 2013,

que altera o art. 88 da Constituição Federal e limita o número de Ministérios.

Posicionamento favorável à aposição de veto presidencial a dispositivo do

Orçamento da União sobre alocação de recursos para o fundo partidário.

Defesa da retirada da cobrança de PIS/COFINS do óleo diesel. Acerto do

Governador do Estado do Rio Grande do Sul no corte de gastos públicos.

Convite aos Deputados para participação em audiência pública com o

Presidente da ANEEL para debate em torno do reajuste da tarifa de energia

elétrica.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Izalci, todos os colegas Deputados presentes, esta foi uma semana de muitos debates, mas também de

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grandes decisões.

O meu partido, o PMDB, tendo na Liderança o nosso Deputado Leonardo Picciani, fez uma reunião de bancada no dia de ontem que durou em torno de 4 horas, e eu fiquei muito feliz. Foi um debate muito importante, baseado na real situação do nosso País.

A Presidente Dilma mandou um pacote de ajuste fiscal para esta Casa. Ao mesmo tempo, já há mais de 60 dias, aumentou as tarifas da energia elétrica - no meu Estado, o aumento foi de 37% para as residências e de 52% para as indústrias. Isso está afetando e vai afetar diretamente o setor produtivo. Ao mesmo tempo, com o PIS e a COFINS, o litro do óleo diesel chegou a sofrer um aumento entre 22% e 25%.

Ontem, na reunião da bancada, vindo ao encontro do que está acontecendo no nosso País, o PMDB e o nosso Líder, Leonardo Picciani, tomamos medidas que vão começar a entrar em prática a partir da semana que vem.

Primeiro, vai ser votada nesta Casa a PEC 299, do Deputado Eduardo Cunha, que limita o número de Ministérios a vinte. Com certeza, não tenho dúvida nenhuma, os colegas Deputados e Deputadas vão votar favoravelmente, porque nós temos de cortar na carne e diminuir o número de Ministérios, o que automaticamente diminui o custo do Governo.

Outra medida importante é, no Orçamento da União, em que foram aprovados 900 milhões de reais para o Fundo Partidário, a bancada do PMDB vai pedir à Presidente Dilma que vete essa parte do projeto dos 900 milhões de reais para o Fundo Partidário. E nós, da bancada do PMDB, juntamente com os colegas Deputados, vamos trabalhar para que seja mantido o veto da Presidente Dilma.

Também, Deputado Izalci, nós vamos trabalhar firme, juntamente com o Deputado Eduardo Cunha, pela retirada do PIS/COFINS do óleo diesel. Isso vai desonerar os nossos produtores rurais, que usam máquinas na colheita e que consomem muito óleo diesel, os caminhoneiros e também o transporte coletivo da cidade, que transportam nossos trabalhadores.

São três medidas que a bancada do PMDB decidiu, meus colegas Deputados e Deputadas, e que vão ao encontro do que o povo brasileiro está pedindo: o povo brasileiro está pedindo seriedade e respeito ao dinheiro público.

Falando nisso, meus colegas Deputados, o Governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, do PMDB, assumiu e, imediatamente, cortou 8 Secretarias - de 27 Secretarias, ele diminuiu para 19; ao mesmo tempo

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reduziu 35% dos cargos em Comissão e, no dia de ontem, fez um reajuste, um corte de 20% nos gastos das Secretarias, tudo isso para diminuir o déficit do Estado, que vai chegar este ano a 5 bilhões e 400 milhões de reais.

É isto que um governante precisa fazer: procurar endireitar o Estado para dentro do Estado. É isso que o povo espera de nós, governantes.

Então, o PMDB, partido do qual faço parte, está tomando iniciativas que vão ao encontro daquilo que o povo quer. São medidas austeras, que vão cortar na carne, mas eu não tenho dúvida nenhuma de que a maioria absoluta de Deputados e Deputadas desta Legislatura quer o bem do nosso Brasil e, automaticamente, com essa lei aprovada na semana que vem, diminuindo o número de Ministérios para 20, nós vamos dar também uma mão à Presidente Dilma Rousseff, porque, aí, ela vai ter a oportunidade de dizer para aqueles que adoram cargos: "Olha, agora, com a lei, eu não posso mais empregar vocês. Eu vou ter que economizar." Nós não podemos mais ficar metendo a mão no bolso do povo brasileiro.

Então, sem sombra de dúvidas, eu estou orgulhoso de fazer parte desta Legislatura, porque diminuir o número de Ministérios e diminuir a carga tributária é o sonho do povo brasileiro.

Eu quero aproveitar para convidar não só os nossos Deputados, mas também a sociedade brasileira, para, na terça-feira, às 15 horas, no Plenário 5, da Comissão de Desenvolvimento Econômico, da qual eu faço parte, uma importante audiência pública com o Presidente da ANEEL para debatermos os reajustes que houve na energia elétrica.

Nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o reajuste chegou a 37% para as residências e 52% para a indústria; em alguns outros Estados da Federação, foi bem menor. Nós vamos debater, vamos trocar ideias, vamos mostrar o mal que isso está causando para a economia, especialmente no setor produtivo das indústrias.

Então, quinta-feira, às 15 horas, no Plenário 5 da nossa Câmara Federal, estão convidados Prefeitos, Vereadores, câmaras da indústria e comércio e a quem possa interessar, para participar dessa audiência pública com o Presidente da ANEEL.

Eu solicito, na medida do possível, que a nossa Rádio Câmara e a TV Câmara possam divulgar essa importante medida.

Era isso, meus colegas Deputados, Presidente Izalci.

Muito obrigado e bom final de semana a todos!

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Documento 150/150

043.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

23/03/2015-18:48

Publ.: DCD - 24/03/2015

- HERÁCLITO FORTES-PSB -PI

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Crítica à gestão do setor de energia no Brasil. Apoio à privatização da

ELETROBRAS Distribuição Piauí - CEPISA, com a preservação dos seus

quadros funcionais.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, tenho visto generosidade nesta Casa, mas não igual a essa de V.Exa. Muito obrigado. Eu até que não estava inscrito para falar, mas não ofereça microfone a político.

Sr. Presidente, jornais do meu Estado, edição de hoje, noticiam que o Ministro de Minas e Energia está anunciando a privatização da ELETROBRAS Distribuição Piauí. Aliás, nesse bojo, são vários os outros Estados onde ainda a ELETROBRAS Nacional tem ação direta sobre as companhias de energia elétrica.

Este assunto lá no Piauí é recorrente, já vem de algum tempo, numa época em que o PT não queria ouvir falar em privatização, porque as privatizações bem-sucedidas tinham acontecido no Governo Fernando Henrique. Mas hoje, diante da realidade, ele não só convive com a privatização, como também passou a gostar dela.

Eu só espero que haja uma solução, privatizando-a ou não, para a nossa antiga, querida e saudosa Companhia Energética do Piauí - CEPISA. O Piauí não pode fazer, Sr. Presidente, nenhum investimento, não pode instalar nenhuma indústria, porque nós não temos energia que lhe dê suporte. Há 2 anos se cantava em prosa e verso que a Suzano instalaria uma base no Piauí. A empresa fez uma coisa muito interessante: plantou eucalipto numa vasta extensão de terras às margens do Rio Parnaíba e implantou a indústria do lado do Maranhão, onde havia energia.

Nós não podemos mais continuar assim, Sr. Presidente. E acho que, se a solução for a privatização, que ela ocorra, mas dando-se atenção

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e protegendo-se os quadros funcionais daquela grande companhia. A crise de energia no Brasil começou no Governo Fernando Henrique, foi feito um modelo de recuperação, que deu certo, mas ficou ao deus-dará a partir de 2013. Nós não realizamos investimentos, nós não construímos novas redes de energia. E aí, Sr. Presidente, nós estamos vivendo esse caos no Piauí.

Em Brasília, sua terra, V.Exa. deve ter ficado sem luz esse último final de semana. Não importa onde mora. Antigamente, a luz só faltava nas regiões fora do Plano Piloto. Agora não. Não é verdade? É um sistema que o Governo Federal não levou a sério, mas é preciso que isso ocorra o mais rapidamente possível.

Sr. Presidente, agradeço a oportunidade que me deu. Eu não poderia deixar de agradecer-lhe e pedir ao Governo Federal que olhe com bons olhos e resolva o mais rapidamente possível a situação da energia elétrica no Estado do Piauí.

Muito obrigado.