Dislexia_Trabalho Formação

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Metodo fonomímico Dra Paula Teles. Formação

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  • Ao de Formao

    vora , 11 e 18 de abril 2015 [email protected]

    Dislexia-Da Teoria Interveno

    Mtodo Fonommico Paula Teles

    Margarida Tavares da Rocha Fortuna da Silva

    Maria Joo Carixas da Encarnao

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    A Dilexia um distrbio especfico de linguagem de origem constitucional,

    caracterizado por dificildades na descodificao de palavras isoladas, causada por

    uma ineficincia no processamento da informao fonolgica. Tais dificulades na

    descodificao de palavras isoladas so geralmente inesperadas em relao

    idade e s outras habilidades cognitivas e acadmicas, no resultando de um

    distrbio geral de desenvolvimento ou de impedimento sensorial. A dislexia

    manifesta-se em graus de dificuldades variveis em relao a diferentes formas de

    linguagem, geralmente incluindo, alm das dificuldades para aprender a ler, um

    notvel nmero de problemas para adquirir proficincia em escrita e ortografia

    (Lyon, 1995 Orton Dislexia society Research Commitee, cit. in: Santos 2002)

    Comunicao, Linguagem e Fala (Ministrio da Educao).

    Segundo Freitas, M. Joo, Dina Alves e Teresa Costa (2007) ao falarmos de

    conscincia fonolgica, referimo-nos capacidade de explicitamente identificar e

    manipular as unidades do oral. Se pensarmos na unidade palavras, a capacidade

    que a criana tem de a isolar num contnuo de fala e a capacidade que tem de

    identificar unidades fonolgicas no seu interior entendida como expresso da sua

    conscincia fonolgica. Esta subdivide-se em trs tipos (nveis):

    (i) ao isolar slabas, a criana revela conscincia silbica(pra.tos);

    (ii) ao isolar unidades dentro da slaba, revela conscincia intrassilbica (pr.a-

    t.os),

    1. DISLEXIA- O que ? Qual a sua gnese?

    2. A Conscincia Fonolgica o fator com maior valor predicativo no sucesso da aprendizagem da leitura. Quais os diversos nveis que integram esta competencia?

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    (iii) ao isolar sons da fala, revela conscincia fonmica ou segmental

    (p.r.a.t.o.s).

    Para aprender a ler necessrio ter uma boa conscincia fonolgica, isto , o

    conhecimento consciente de que a linguagem formada por palavras, as palavras

    por slabas, as slabas por fonemas e que os caracteres do alfabeto representam

    esses fonemas. A conscincia fonolgica uma competncia difcil de adquirir,

    porque na linguagem oral no perceptvel a audio separada dos diferentes

    fonemas. Quando ouvimos apalavra pai ouvimos os trs sons conjuntamente e

    no trs sons individualizados.

    Para ler necessrio conhecer o princpio alfabtico, saber que as letras do

    alfabeto tm um nome e representam um som da linguagem, saber encontrar as

    correspondncias grafo-fonmicas, saber analisar e segmentar as palavras em

    slabas e fonemas, saber realizar as fuses fonmicas e silbicas e encontrar a

    pronncia correcta para aceder ao significado das palavras. Para realizar uma

    leitura fluente e compreensiva ainda necessrio realizar automaticamente estas

    operaes, isto , sem ateno consciente e sem esforo. A capacidade de

    compreenso leitora est forte- mente relacionada com a compreenso da

    linguagem oral, com o possuir um vocabulrio oral rico e com a fluncia e

    correco leitora. Todas as competncias tm que ser integradas atravs do ensino

    e da prtica (Teles P, 2004 Dislexia: Como identificar? Como Intervir? Revista Portuguesa de Mdicos de Clnica Geral)

    3. Quais as competncias necessrias para aprender a ler?

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    Segundo a Teles, Paula (2012) as crianas que apresentam maiores riscos de

    futuras dificuldades na aprendizagem da leitura so as que tm familiares com

    dificuldades na linguagem oral e escrita, que apresentam desenvolvimento

    lingustico tardio, disllias fonolgicas, que no jardim-de-infncia, na pr-

    primria e no incio da escolaridade apresentam dificuldades na conscincia

    fonolgica, silbica e fonmica, na identificao do nome das letras e dos sons

    que lhes correspondem, dificuldades de memorizao dos nomes das cores, das

    noes temporais.... e do objectivo da leitura.

    Para alm destas dificuldades verificam-se, com frequncia, dificuldades na

    memria a curto termo, na capacidade de automatizao, de nomeao rpida e na

    capacidade de focalizao e sustentao da ateno.

    Salientamos que o DSM V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental

    Disorders V) refere que, ao nivel da leitura e da escrita, um dos critrios de

    diagnstico da dislexia verificao da persistncia de um dos seguintes

    sintomas, por um periodo de pelo menos 6 meses, apesar de ter sido

    proporcionada a interveno adequada:

    Leitura de palavras incorrecta, ou lenta e esforada.

    Dificuldade em compreender o significado do que lido.

    Dificuldades na ortografia.

    Dificuldades na expresso escrita

    Porm, refere ainda que para concluir este diagnstico devem ser eliminados

    os dfices cognitivos, visuais e auditivos, os problemas mentais e neurolgicos e

    condies adversas como problemas psicossociais, ensino inadequado entre

    outros.

    4. Quais os principais sinais de alerta de dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita?

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    Existe uma ligao entre a fluncia leitora, o reconhecimento das palavras e a

    sua compreenso (compreenso leitora). Os leitores fluentes no tm que se

    concentrar para soletrar as palavras, podendo assim concentrar a sua ateno na

    descodificao da mensagem. Podero estabelecer ligaes entre o texto, o

    contexto e os seus conhecimentos. Em suma, leitores fluentes reconhecem as

    palavras e compreendem o sentido da mensagem ao mesmo tempo. Os leitores

    menos fluentes concentram-se na leitura das palavras, no conseguindo

    concentrar-se integralmente na compreenso do texto.

    Pocinho e Rodrigues (2011), baseadas em Shaywitz (2008) que se refere a

    estudos em que o movimento dos olhos dos leitores monitorizado, salientam que

    os leitores proficientes param em cerca de 50 a 80 por cento das palavras de um

    texto. Estas paragens destinam-se sobretudo a decifrar e fixar o vocabulrio, e a

    sua rapidez depende do domnio dos padres de letras que as constituem e da

    forma de os ler. A automatizao da descodificao revela-se determinante para

    ler com preciso e rapidez. Estas autoras salientam ainda a importncia da

    fluncia e preciso leitoras no processo de compreenso textual. A aprendizagem

    passa, ento, gradualmente da via puramente auditiva para a leitura, que surge

    como um novo recurso, e aumenta a autonomia dos indivduos.

    Assim, o conceito de fluncia define-se como a habilidade para ler textos

    rapidamente, sem esforo e automaticamente, depositando pouca ateno aos

    mecanismos de leitura, nomeadamente a descodificao. Os leitores mais fluentes

    so capazes de identificar as palavras com rapidez, o que lhes permite fazer

    ligaes entre as ideias do texto e os seus conhecimentos pr-vios. So capazes de

    ler e compreender ao mesmo tempo, o que no acontece com os leitores menos

    fluentes. (Pocinho & Rodrigues, 2011)

    5. Quais as dimenses da Fluncia Leitora e a sua correlao com a Compreenso Leitora?

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    Para a maioria dos leitores, a fluncia desenvolve-se gradualmente com o passar

    do tempo e com a experincia de leitura. Para alm disso, a fluncia de um leitor

    pode variar com a familiaridade das palavras do texto e com o assunto do mesmo.

    Para Carvalho (2011), a fluncia reflete o ritmo que a criana consegue impor na

    leitura em voz alta de um texto e pode ser medida em termos de nmero de

    palavras lidas por minuto.

    Na transio do pr-escolar para o 1 Ciclo vrios estudos comprovam que as crianas apresentam um fraco desenvolvimento da conscincia fonolgica, isto mesmo reconhecidas todas as vantagens que esta traz para a aprendizagem da leitura e da escrita.

    Segundo Carvalho (2011) importante que no incio da aprendizagem da leitura que a criana possua vrios componentes do tratamento da informao de que ir necessitar, nomeadamente capacidades de anlise auditiva e um sistema de reconhecimento de palavras. A criana adquiriu um lxico fonolgico, ou seja, um conjunto de representaes memorizadas na forma sonora das palavras. De facto, o conhecimento das letras e a conscincia fonolgica tm sido sistematicamente identificados como os preditores mais fortes no reconhecimento das palavras. O sistema semntico vai-se construindo progressivamente, pois a criana vai desenvolvendo o significado das palavras faladas e das relaes de sentido existentes entre elas.

    Tendo em conta que as Metas Curriculares estabelecidas pelo Ministrio de Educao prevm que no final da educao pr-escolar, as crianas mobilizem um conjunto de conhecimentos lingusticos determinantes na aprendizagem da linguagem escrita e no sucesso escolar. Talvez, como defende Correia (2010), os profissionais da educao devem estimulem na criana a conscincia de que os sons so unidades passveis de serem identificadas, segmentadas e manipuladas, para que a aprendizagem da leitura e da escrita no se torne frustrante.

    6. Qual a importncia da introduo do domnio Conscincia Fonolgica nas Metas da Educao Pr-escolar?

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    O leitor s competente se for capaz de fazer uma descodificao eficaz, com o

    reconhecimento preciso e rpido de palavras, e se tiver uma boa capacidade

    lingustica de compreenso. No entanto, o fundamental da leitura est no grau de

    preciso, rapidez e automatismo da descodificao e do reconhecimento visual,

    uma vez que s quando tais processos se tornam automticos que os recursos

    cognitivos se podem concentrar essencialmente nos processos de compreenso do

    texto. A rapidez com que se identifica uma palavra facilita o processo de com-

    preenso. Quanto mais rpida for a identificao da palavra, mais disponibilidade

    tem a mem-ria de trabalho para efetuar operaes de anli

    se sinttica, de integrao semntica dos consti-tuintes da frase e de integrao

    das frases na organizao textual (Morais, 1997).

    Como referimos acima Segundo (Carvalho, 2011) a fluncia reflete o ritmo que

    a criana consegue impor na leitura em voz alta de um texto e pode ser medida em

    termos de nmero de palavras lidas por minuto. Assim, com introduo de

    valores de Velocidade Leitora nas Metas de Aprendizagem de Portugus para o 1

    e 2 Ciclos do Ensino Bsico para alm de criar a definio de referenciais para a

    aprendizagem da leitura e da idade leitora, de fornecer uma medida objetiva do

    nvel de leitura e proporcionar ao aluno e consequentemente ao professor valores

    de progresso estamos/estaremos a formar melhores leitores.

    7. Qual a importncia da introduo de valores de Velocidade Leitora nas Metas de Aprendizagem de Portugus- 1. e 2 Ciclo?

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    Nos casos de Dislexia devero ser aplicadas as seguintes medidas educativas de acordo com o previsto no Dec. Lei n. 3/2008 de 7 de Janeiro: a) Apoio pedaggico personalizado:

    Reforo das estratgias utilizadas no grupo ou turma aos nveis da organizao do espao e das atividades.

    Estmulo e reforo das competncias e aptides envolvidas na aprendizagem.

    Antecipao e reforo da aprendizagem de contedos lecionados no seio do grupo ou da turma.

    Reforo e desenvolvimento de competncias especficas (leitura, escrita...).

    d) Adequaes no processo de avaliao: 1) Alterao do tipo de provas, dos instrumentos de avaliao e certificao:

    Valorizao do contedo da resposta no tendo em conta a correo ortogrfica nem a construo morfossinttica;

    Sempre que for solicitado, explicao do significado das palavras escritas que no tenham sido compreendidas a fim de poder responder corretamente s perguntas formuladas.

    2) Alterao das condies de avaliao (formas e meios de comunicao, periodicidade, durao e local): Perguntas sem complexidade lingustica a nvel lexical, morfossinttico e

    semntico; Valorizao do contedo da resposta no tendo em conta a correo

    ortogrfica nem a construo morfossinttica; Leitura individual dos enunciados sempre que haja necessidade de forma a

    assegurar-se que o aluno compreendeu o que lhe pedido.

    8. Quais as medidas educativas do Decreto-Lei n. 3/2008 a aplicar nos casos de Dislexia?

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    Permitir que o aluno responda oralmente s perguntas sempre que se justifique.

    Sempre que for solicitado, explicao do significado das palavras escritas que no tenham sido compreendidas.

    f) Tecnologias de Apoio.

    O MTODO FONOMMICO Paula Teles, um mtodo Fontico,

    Multissensorial, Sistemtico, Sequencial e Cumulativo que tem como objectivo o

    desenvolvimento das competncias fonolgicas, o ensino e reeducao da leitura

    e da escrita.

    Foi elaborado com base nos resultados da investigao neurocientfica, no

    estudo e experincia profissional da autora, professora e psicloga educacional

    que, ao longo de mais de quatro dcadas, tem exercido funes na avaliao,

    ensino e reeducao de crianas e jovens com perturbaes de leitura e escrita.

    ()

    Permite s crianas iniciar a aprendizagem da leitura e da escrita mediante a

    realizao de actividades multissensoriais, atractivas e motivadoras, em que a

    fundamentao e rigor cientfico esto sempre presentes, constituindo uma mais

    valia facilitadora da aprendizagem.

    As crianas observam os desenhos de cada Animal-Fonema, ouvem e cantam

    as suas Histrias- Cantilenas e mimam os respectivos gestos. A realizao

    destas actividades multissensoriais, metacognitivas e psicolingustas, permite-lhes

    descobrir com prazer e entusiasmo a relao entre os sons da linguagem oral e as

    letras do alfabeto e, de degrau em degrau, progredir nas competncias da leitura e

    da escrita.

    9. Quais os objetivos e princpios orientadores do MTODO FONOMMICO Paula Teles?

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    Esta metodologia facilita a aprendizagem das crianas sem quaisquer

    dificuldades, que esto a iniciar a aprendizagem da leitura e escrita, a crianas

    com perturbaes fonolgicas da linguagem e que apresentem indicadores de

    risco de dislexia, e a crianas e jovens que j apresentam dificuldades na

    aprendizagem da leitura e da escrita. (Teles, Paula (2011).

    A hiperactividade geralmente definida como uma atividade motora exagerada,

    inapropriada e desordenada da criana. muito comum serem descritos pelos pais

    como crianas que no conseguem permanecer sentadas, esto sempre a

    mexer-se, so inconvenientes.

    Esta perturbao acarreta no s sintomas motores, como tambm perturbaes

    cognitivas, atencionais e de aprendizagem.

    A impulsividade um dos sintomas principais da hiperactividade, sendo que a

    criana/adolescente sente a urgncia de agir e de ter, vencendo a censura dos pais

    e do meio social envolvente. Esta impulsividade remete para uma incapacidade de

    regulao comportamental e falta de inibio.

    Enquanto problemtica dominante, a hiperactividade comporta implicaes ao

    nvel do comportamento e da cognio, independentemente, de poder haver, ou

    no, dfice de ateno. (Moura, O. (2015). Portal da Hiperatividade com Dfice

    de Ateno. Acedido a 7 de maio de 2015, de http://hiperatividade.com.pt.)

    10. Quais os principais sintomas da Perturbao de Dfice de Ateno com

    Hiperatividade?

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    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    Carvalho, A. (2011). Aprendizagem da leitura, processos cognitivos, avaliao e interveno.Viseu: Psicosoma. Correia, I. S. (2010). Isso no Soa Bem. A Conscincia Fonolgica do lado de L Reflexo em torno exerccios de Conscincia Fonolgica no Primeiro Ciclo. Actas do I Encontro Internacional do Ensino de Lngua Portuguesa. Revista Exedra, 9,119-132. Retirado de http://issuu.com/ndsim/docs/eielp_exedra_03 Freitas, M. Joo, Dina Alves e Teresa Costa. (2007) O Conhecimento da Lngua: Desenvolver a conscincia fonolgica. Ministrio da Educao, Direco-Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular. PNEP. Morais, J. (1997). A arte de ler: Psicologia Cognitiva da Leitura. Lisboa: Edies Cosmos.

    Moura, O. (2015). Portal da Hiperatividade com Dfice de Ateno. Acedido a 7 de maio de 2015, de http://hiperatividade.com.pt

    Pocinho, M., & Rodrigues, R. (15 de setembro de 2011). Linguagem e inteligncia: qual a sua influncia na aprendizagem? Revista Iberoamericana de Educacin / Revista Ibero-americana de Educao, pp. 1-8. Teles, Paula (2011). Dislexia e Disortografia. Da Linguagem Falada Linguagem Escrita. A Interveno Psicolgica em Prroblemas de Educao e de Desenvolvimento Humano. Edies Universitrias Lusfonas) Teles, Paula (2012). Como que o crebro aprende a ler? ACTAS do 12 COLQUIO de PSICOLOGIA e EDUCAO, ISPA ).

    Teles, P. (2013). Mtodo Fonommico Paula Teles: aprender a ler e a escrever os sons da fala. In EBOOK - Para uma Educao Inclusiva: dos conceitos s prticas Volume II . 7. CAPTULO. (pp. 128-168). Sanches, Isabel (org.). Edies Universitrias Lusfonas, Lisboa.