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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais Grasiele Fátima Busnello DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ–SC

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dissertação

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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓPrograma de Pós-Graduação em Ciências Ambientais

Grasiele Fátima Busnello

DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NAS UNIDADES

BÁSICAS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ–SC

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Chapecó – SC, 2010

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓPrograma de Pós-Graduação em Ciências Ambientais

DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NAS UNIDADES

BÁSICAS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ–SC

Grasiele Fátima Busnello

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação da Universidade Comunitária

da Região de Chapecó, como parte dos pré-

requisitos para obtenção do título de Mestre

em Ciências Ambientais.

Orientadora: Profª Dra. Rosiléa Garcia França

2

Page 3: Dissertacao completa

Chapecó – SC, outubro, 2010

FICHA CATALOGRÁFICA

3

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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓPrograma de Pós-Graduação em Ciências Ambientais

DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NO

MUNICÍPIO DE CHAPECÓ – SC

Grasiele Fátima Busnello

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do grau de

Mestre em Ciências AmbientaisSendo aprovada em sua forma final.

___________________________________________________

Profª. Rosiléa Garcia França, Dra. Em Saneamento e Ambiente

Orientadora

_________________________________________________

Prof. Ednilson Viana, Dr. em Eng. Hidráulica e Saneamento

____________________________________________________

Profª. Maria Assunta Busatto, Dra. em Microbiologia Y Parasitologia Clinica

__________________________________

Profª. Silvana Winckler, Dra. em Direito

4

Page 5: Dissertacao completa

Chapecó, 25 de outubro de 2010

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Euclides e Lídia, pelo apoio,

carinho e pelas palavras de incentivo

depositadas em cada etapa desta trajetória.

5

Page 6: Dissertacao completa

Vocês me ensinaram que o estudo é o melhor

caminho a seguir!

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os que contribuíram para o desenvolvimento deste

trabalho.

A Deus, por mostrar o caminho, por me dar forças, saúde, me guiar e

estar presente em todos os momentos.

À minha família: meu pai Euclides, minha mãe Lídia, aos meus irmãos

Jaqueline, André e Fábio e ao sobrinho Renato, que de certa forma souberam

me apoiar, inspirando-me coragem para alcançar este objetivo.

A Orientadora Profª Dra. Rosiléa Garcia França, pela orientação, pelos

valiosos ensinamentos, pela amizade e pela confiança depositada para

conduzir este trabalho. Por ter acreditado nas minhas possibilidades e por ter

tantas vezes entendido minhas limitações, traduzidas no trabalho pessoal e nas

atividades do mestrado.

Aos professores que colaboraram e contribuíram com seus

ensinamentos.

Aos colegas e amigos que estiveram presentes durante esta trajetória.

À Luciana, secretária do mestrado, obrigada pelo carinho, atenção,

apoio e pelas conversas esclarecedoras e agradáveis que tivemos.

À UNOCHAPECÓ por conceder recursos para participar do X SIBESA e

pelos demais recursos disponibilizados através da taxa de bancada, auxiliando

no desenvolvimento da pesquisa.

À Secretaria Municipal de Saúde do Município de Chapecó, em especial

ao secretário de saúde Nemésio Carlos da Silva por conceder espaço no

campo de pesquisa, a enfermeira Paula Senna da Silva e aos funcionários das

UBSs, pelo importante apoio e pela colaboração.

Às empresas Servioeste, Tucano e CETRIC e a Fundema pela

colaboração e informações disponibilizadas para o fechamento dos dados da

pesquisa.

A todas as pessoas que estiveram comigo durante essa etapa da vida

que Deus me permitiu viver... Obrigada!

6

Page 7: Dissertacao completa

Paciência... tudo vem quando deve vir. Uma

vida não pode ser apressada, não pode

funcionar dentro de um horário, como deseja

tanta gente. Devemos aceitar o que vem pra

nós num determinado tempo e não pedir

mais. A vida, porém, é infinita, portanto nunca

morremos. Realmente nunca nascemos.

Simplesmente atravessamos fases diferentes.

Não existe fim. Os humanos possuem muitas

dimensões. Mas o tempo não é como nós o

vemos, ele está em lições que são

aprendidas.

7

Page 8: Dissertacao completa

(Brian L. Weiss)

RESUMO

BUSNELLO, Grasiele Fátima. Diagnóstico do gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde nas unidades básicas de saúde no município de Chapecó – SC. Dissertação (Mestrado). Universidade Comunitária da Região de Chapecó, 2010. 163 páginas.

O objetivo deste estudo foi fazer um diagnóstico do gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde nas UBSs do Município de Chapecó – SC. Nas vinte e sete unidades, foram aplicados questionários aos enfermeiros coordenadores de cada unidade e aos funcionários responsáveis pela limpeza. Também foram realizadas visitas “in loco” para observar, junto às equipes de trabalho, como ocorrem o armazenamento, a separação, a coleta, o tratamento e o destino final dos resíduos gerados nas UBS. A análise dos resultados foi confrontada com a classificação RDC 306/04 e CONAMA 358/05 a fim de relacionar os possíveis impactos ambientais e de saúde que podem estar representados pelos RSSS. Detectou-se a necessidade de melhorias em relação à execução das normas legais elaboradas pelo PGRSSS, preconizado na RDC n˚ 306/04 da Anvisa e na Resolução n˚ 358/05 do CONAMA. As etapas de manejo dos resíduos contaminados apresentam os seguintes problemas: segregação inadequada de resíduos contaminados em sacos pretos destinados aos resíduos comuns, não há separação específica de resíduo comum sendo desprezados junto a estes resíduos plásticos, metais e resíduos orgânicos, falta de materiais para dispor os resíduos, armazenamento temporário de resíduos infectantes em locais impróprios, excesso de resíduo perfurocortante em recipientes não atendendo às recomendações legais; uso incorreto de EPIs pelos funcionários que prestam serviços de higienização das unidades e que coletam os resíduos internos; e o abrigo externo de resíduos se apresenta inadequado na maioria das UBSs. Com este estudo concluiu-se que são necessárias adaptações nas UBSs pesquisadas quanto às legislações, enfatizando-se a implantação de um plano de gerenciamento dos resíduos sólidos, além de um programa de educação continuada em serviço. Cabe ressaltar ainda a importância do papel dos serviços de fiscalização sanitária e dos fatores ambientais, a fim de contribuir para uma maior conscientização em relação aos RSSS gerados por este setor. Sob essa ótica, esta pesquisa trará contribuições para a saúde e ao meio ambiente, relacionadas ao gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde do município de Chapecó.

Palavras-chave: resíduos sólidos de serviços de saúde; legislação ambiental; impactos ambientais; plano de gerenciamento.

8

Page 9: Dissertacao completa

ABSTRACT

BUSNELLO, Grasiele Fátima. Diagnosis of the solid waste management from health services in primary health care centers in Chapecó - SC. Dissertação (Mestrado). Universidade Comunitária da Região de Chapecó, 2010. 167 pages.

This study aimed at diagnosing the management of solid waste from health care services in twenty-seven Primary Health Care Centers (PHCC) in Chapecó - SC. Questionnaires were applied to the superior nurses and the staff responsible for cleaning in each unit. Visits were also conducted in loco to observe how storage, separation, collection, treatment and final destination of the solid waste occur. The result analysis was compared to the RDC 306/04 classification and CONAMA 358/05 in order to relate the possible environmental and health care impacts that can be represented by the health care services. It was observed that it is necessary to best follow the standards approved by the Solid Waste Management Plan (SWMP) recommended by ANVISA’s RDC 306/04 and the Resolution 358/05 of CONAMA. The management steps of contaminated waste have the following problems: inadequate segregation of contaminated waste in black bags used to common waste; lack of specific separation for common waste; plastic bags, metal and organic waste are disposed with common waste; lack of appropriate disposal material to the wastes; temporary conditioning of infectious waste in inappropriate places; excess of cutting waste in containers, not attending to the current legal recommendations; inadequate use of individual protection equipment by the staff responsible for cleaning and collecting internal waste; and the outdoor waste container is inadequate in the most of the PHCC’s. It was concluded that it is necessary some adaptations in the PHCC’s related to current legal recommendations, mainly the implementation of a solid waste management plan, as well as a continued education program. It is also important to highlight the role of the sanitary regulation services and the environmental factors, to contribute to a best awareness in relation to solid waste from health care services. In this sense, this research will contribute to the health care field and to environmental aspects related to the management of solid waste from health care services in Chapecó.

Key words: solid waste of health care services; environmental legislation; environmental impacts; management plan.

9

Page 10: Dissertacao completa

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Símbolo universal de substância infectante.......................................16

Figura 2 - Símbolo universal de substância tóxica.............................................18

Figura 3 - Símbolo universal de substância radioativa.......................................19

Figura 4 - Símbolo universal de material reciclável............................................19

Figura 5 - Símbolo universal de substância infectante e perfurocortante..........20

Figura 6 - Imagem aérea da empresa Servioeste.............................................48

Figura 7 - Vista aérea do aterro sanitário em Saudades – SC..........................50

Figura 8 - Imagem aérea do aterro sanitário da empresa Cetric na cidade de

Chapecó.............................................................................................................51

Figura 9 - Localização de Chapecó no estado de Santa Catarina – Brasil ......54

Figura 10 – Aspectos administrativos nas UBSs................................................61

Figura 11 – Manejo dos RSSS nas UBSs..........................................................63

Figura 12 – Resíduo comum sem separação específica...................................64

Figura 13 – Separação dos RSSS......................................................................64

Figura 14 – Saco para resíduo comum com resíduo contaminado..................65

Figura 15 – Lixeiras sem padronização..............................................................67

Figura 16 – Embalagem para resíduo comum em recipiente com a identificação

lixo contaminado................................................................................................67

Figura 17 – Lixeiras desprovidas de tampa e pedal para abertura da tampa...68

Figura 18 – Acondicionamento dos RSSS .......................................................69

Figura 19 – Excesso de resíduo no recipiente..................................................69

Figura 20 – Recipiente sem identificação...........................................................69

Figura 21 – Recipiente disposto em local inadequado.......................................70

Figura 22 – Lixeira inadequada de papelão.......................................................70

Figura 23 – Lixeira e embalagem inadequadas................................................71

Figura 24 – Armazenamento final dos RSSS....................................................71

Figura 25 - Resíduos armazenados em lavanderia...........................................72

Figura 26 – Resíduos armazenados na calçada...............................................72

10

Page 11: Dissertacao completa

Figura 27 - Resíduos armazenados na calçada abaixo da janela de consultório

............................................................................................................................72

Figura 28 – Abrigo externo em lata....................................................................73

Figura 29 – Abrigo externo em lata com aberturas no fundo............................74

Figura 30 – Resíduos dispostos no chão, rompimento dos sacos e presença de

chorume (a). Armazenamento de materiais como mangueiras (b)...................74

Figura 31 – Estrutura física inadequada.............................................................75

Figura 32 - Excesso de resíduos no recipiente..................................................76

Figura 33 - Recipiente disposto em local inadequado.......................................77

Figura 34 - Recipientes dispostos em locais inadequados................................77

Figura 35 - Caixa improvisada contendo resíduo perfurocortante.....................78

Figura 36 - Resíduos especiais (pilhas, lâmpadas, baterias, entre outros).......78

Figura 37 - Caixa de papelão para acondicionar pilhas e baterias....................79

Figura 38 – Coleta interna e externa dos RSSS................................................80

Figura 39 – Tratamento e destino final dos RSSS.............................................82

11

Page 12: Dissertacao completa

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileiras de Normas Técnicas

AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ATSDR – Agency for Toxic Substances and Diasease Registry

CETRIC - Central de Tratamento e Disposição de Resíduos Industriais e

Comerciais

CEP – Comitê de ética em Pesquisa

CVM – Centro de valorização de materiais

CDDS - Centro de Diagnóstico de Distúrbios do Sono

CIS – Centro Integrado de Saúde

CISGE - Centro Integrado de Saúde Grande Efapi

CISN – Centro Integrado de Saúde Norte

CISSM - Centro Integrado de Saúde Santa Maria

CISO – Centro Integrado de Saúde Oeste

CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear

CNS – Conselho Nacional de Saúde

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CSF - Centro de Saúde da Família

EIA - Estudo do Impacto Ambiental

EPIs – Equipamentos de Proteção Individuais

ETAs – Estações de Tratamento de Águas

ETEs – Estações de Tratamento de Esgoto

FATMA – Fundação do Meio Ambiente

FUNDEMA - Fundação Municipal do Meio Ambiente

HRO – Hospital Regional do Oeste

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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Page 13: Dissertacao completa

ISO – International Organization for Standardization (Organização Internacional

de Normalização)

LAO – Licença Ambiental de Operação

MTR – Manifesto de Transporte de Resíduos

NBR – Denominação de Norma da ABNT

ONU – Organização das Nações Unidas

PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

QST – Qualidade em Serviços Terceirizados e Temporários

RDC – Resolução da Diretoria Colegiada

RIMA – Relatório de Impacto Ambiental

RSS – Resíduos de serviços de saúde

RSSS – Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

SC – Santa Catarina

SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente

SD – Sem data

SUS – Sistema Único de Saúde

UBSs – Unidades Básicas de Saúde

UNEP – United Nations Envionmental Protection

UNIMAGEM - Centro de Diagnóstico por Imagem

UTI – Unidade de Terapia Intensiva

13

Page 14: Dissertacao completa

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................

1

1.1 Objetivos ................................................................................................................................

4

1.1.1 Objetivo geral................................................................................................................................

4

1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................................................................

4

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................................................

5

2.1 Conceituação de resíduos sólidos ................................................................................................................................

5

2.2 Características dos resíduos sólidos ................................................................................................................................

8

2.3 Resíduos sólidos e saúde pública ................................................................................................................................

8

2.4 Princípios da prevenção e da precaução................................................................................................................................

11

2.5 Resíduos sólidos e poluição do meio ambiente

14

Page 15: Dissertacao completa

................................................................................................................................

14

2.6 Resíduos sólidos de serviços de saúde ................................................................................................................................

15

2.7 Gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde................................................................................................................................

23

2.8 Potencial de risco dos resíduos sólidos de serviços de saúde ................................................................................................................................

28

2.9 Rejeitos radioativos provenientes dos serviços de saúde ................................................................................................................................

32

2.10 Tratamento e destino final dos resíduos de serviços de saúde ................................................................................................................................

33

2.11 Avaliação e impacto ambiental dos resíduos sólidos ................................................................................................................................

36

2.12 Aspectos legais ................................................................................................................................

38

2.13 Histórico da região em estudo ................................................................................................................................

43

2.14 Empresa Servioeste................................................................................................................................

47

2.15 Empresa Tucano................................................................................................................................

48

2.15.1 Aterros sanitários................................................................................................................................

49

2.15.2 Unidade I – Saudades – SC................................................................................................................................

50

15

Page 16: Dissertacao completa

2.16 Empresa Cetric................................................................................................................................

51

2.16.1 Serviços de caracterização dos resíduos................................................................................................................................

52

2.16.2 Serviços de ordenamento dos resíduos na fonte................................................................................................................................

52

2.16.3 Serviços de transporte de resíduos................................................................................................................................

52

3 METODOLOGIA ................................................................................................................................

53

3.1 Tipo de estudo ................................................................................................................................

53

3.2 Local de estudo ................................................................................................................................

54

3.3 Procedimentos para coleta de dados ................................................................................................................................

55

3.4 Análise dos dados ................................................................................................................................

57

3.5 Aspectos éticos ................................................................................................................................

57

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................................

59

4.1 Aspecto administrativo......................................................................................

............................................................................................................................59

16

Page 17: Dissertacao completa

4.2 Dados de manejo dos resíduos pelos funcionários encarregados pela

limpeza....................................................................................................................

............................................................................................................................61

4.3 Separação dos RSSS................................................................................................................................

63

4.4 Acondicionamento dos RSSS................................................................................................................................

66

4.5 Armazenamento (interno e externo) dos RSSS ................................................................................................................................

71

4.6 Resíduos infectantes e perfurocortantes – Grupos A e E................................................................................................................................

75

4.7 Resíduos químicos e radioativos – Grupo B e C................................................................................................................................

78

4.8 Coleta (interna e externa) dos RSSS...............................................................

............................................................................................................................79

4.9 Transporte................................................................................................................................

80

4.10 Tratamento e destino final dos RSSS ................................................................................................................................

81

4.10.1 Empresa Servioeste ................................................................................................................................

82

4.10.2 Empresa Tucano................................................................................................................................

83

4.10.3 Empresa Cetric................................................................................................................................

84

4.11 Identificação dos possíveis impactos ambientais e de saúde causados

pelos RSSS

17

Page 18: Dissertacao completa

................................................................................................................................

85

4.12 Outros dados relevantes................................................................................................................................

88

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................

92

6 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................

94

ANEXOS................................................................................................................................

104

ANEXO I - Formulário para solicitação de estágio ................................................................................................................................

105

ANEXO II – Parecer comitê de ética em pesquisa................................................................................................................................

106

ANEXO III - RDC 306/2004 ................................................................................................................................

107

ANEXO IV - Resolução Conama 358/05................................................................................................................................

131

APÊNDICES ................................................................................................................................

139

APÊNDICE I – Questionário................................................................................................................................

140

APÊNDICE II – Termo de consentimento livre e esclarecido ................................................................................................................................

146

APÊNDICE III – Termo de autorização para tomada de imagens................................................................................................................................

148

18

Page 19: Dissertacao completa

1 INTRODUÇÃO

Embora a geração de resíduos oriundos das atividades humanas faça

parte da própria história do homem, somente a partir da segunda metade do

século XX, com os novos padrões de consumo da sociedade industrial, isso

vem crescendo em ritmo superior à capacidade de absorção pela natureza.

Aliado a isso, o avanço tecnológico das últimas décadas, por um lado,

possibilitou conquistas surpreendentes no campo das ciências, por outro,

contribuiu para o aumento da diversidade de produtos com componentes e

materiais de difícil degradação e maior toxicidade (BRASIL, 2001).

Percebe-se que o planeta tem enfrentado nos últimos anos uma

constante crise com relação aos desequilíbrios ambientais causados pelo

homem. Os problemas ambientais começaram a surgir, não somente pela

exploração da natureza, mas também pela geração de resíduos que não são

tratados adequadamente, passando a agredir o meio ambiente (OLIVEIRA,

MAGNA & SIMM, 2007).

A sociedade humana, ao longo do tempo, tem descartado seus resíduos

de maneira lastimável. Destacam-se nesse quadro, a problemática relacionada

aos resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS), associados à

potencialidade de riscos à saúde e ao meio ambiente.

Os RSSS se inserem neste contexto e vêm assumindo grande

importância nos últimos anos. Tais desafios têm gerado políticas públicas e

legislações, tendo como eixo de orientação a sustentabilidade do meio

ambiente e a preservação da saúde.

Das condições precárias do gerenciamento dos resíduos sólidos de

serviços de saúde, no Brasil, decorrem vários problemas que afetam a saúde

da população, como a contaminação da água, do solo, da atmosfera e a

proliferação de vetores e a saúde dos trabalhadores que têm contato com

esses resíduos. Os problemas são agravados quando se constata o descaso

com o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde.

Os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSSS), comumente associados à denominação “Lixo Hospitalar”, representam uma fonte de riscos à saúde e ao meio ambiente, devido principalmente à falta de adoção de procedimentos técnicos adequados no manejo das

Page 20: Dissertacao completa

diferentes frações sólidas e líquidas geradas como materiais biológicos contaminados, objetos perfurocortantes, peças anatômicas, substâncias tóxicas, inflamáveis e radioativas (BRASIL, 2001, p. 7).

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, a Agência Nacional

de Vigilância Sanitária - ANVISA e a Associação Brasileira de Normas Técnica

- ABNT são órgãos que determinam as políticas e as normatizações de

gerenciamento de resíduos de serviço de saúde no Brasil.

Os RSSS são definidos pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC)

ANVISA n° 306/2004 e a Resolução CONAMA n° 358/2005, como aqueles

gerados nos serviços de atendimento à saúde humana ou animal.

Considerando a diversidade de geradores de RSSS - clínicas odontológicas,

farmácias, distribuidores de produtos farmacêuticos, centros de controle de

zoonoses, serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, estabelecimentos de

ensino e pesquisa na área da saúde, dentre outros - o termo “resíduos

hospitalares” não é adequado.

Os RSSS são divididos em cinco grupos, A, B, C, D e E, conforme

classificação da RDC 306/2004 e da Resolução CONAMA n° 358/2005.

Estas legislações brasileiras, no que se refere ao gerenciamento dos

resíduos dos serviços de saúde, seriam satisfatórias se houvesse controle e

fiscalização dos órgãos competentes.

Vários são os agravos relacionados aos resíduos sólidos que podem

causar efeitos indesejáveis com possível repercussão na saúde. Embora do

ponto de vista sanitário a importância dos resíduos como causa direta de

doenças não esteja comprovada, como fator indireto, os resíduos sólidos

exercem grande importância na transmissão de doenças, por meio de

artrópodes e roedores, os quais encontram nos resíduos sólidos, alimentos e

condições adequadas para proliferação (FORATTINI, 1969; OLIVEIRA, 1975;

NAJM, 1982; BERTUSSI FILHO, 1994 apud BRASIL, 2001).

Sob essa ótica, o homem se depara com uma complexa realidade a ser

enfrentada. Trata-se de um momento em que o homem é obrigado a

reconhecer os impasses gerados pela própria cultura, a qual, atuando durante

séculos sobre o mundo físico e a sociedade, legou situações de desequilíbrio

ambiental e ecologicamente inviáveis.

Page 21: Dissertacao completa

A saúde do homem e dos ecossistemas depende constantemente de

valores econômicos, sociais e ambientais, os quais se traduzem na busca da

qualidade da saúde ambiental.

O gerenciamento dos resíduos sólidos gerados pela sociedade é uma

necessidade incontestável o qual requer conscientização coletiva no que se

refere às responsabilidades individuais desta problemática.

Os RSSS quando gerenciados inadequadamente, oferecem risco ao

ambiente, à vida, por suas características biológicas, químicas e físicas.

Portanto, implantar políticas de gerenciamento de resíduos nos diversos

estabelecimentos de saúde, torna-se fundamental, tendo em vista a promoção

da saúde e a qualidade de vida do ambiente (GARCIA & ZANETTI-RAMOS,

2004).

A situação dos resíduos sólidos traz uma grande preocupação em

relação ao futuro, principalmente no que diz respeito ao impacto causado na

saúde e no meio ambiente. Diante do exposto, esta pesquisa visa conhecer o

gerenciamento dos RSSS nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do

Município de Chapecó.

Um grande desafio das unidades de saúde é alcançar a excelência na

qualidade de atendimento ao paciente e para isso muitas têm investido na

participação de programas como os de Controle de Infecção Hospitalar. Além

disso, vários estabelecimentos de saúde vêm almejando também os

certificados da série ISO 9000 que tratam dos requisitos para boas práticas de

manejo que pretendem assegurar que a organização possa oferecer produtos

ou serviços que atendam as exigências de qualidade dos clientes.

A Agência Nacional da Vigilância Sanitária – Anvisa preconiza a

implementação do Plano de Gerenciamento de RSSS (PGRSSS) nas UBSs,

fundamental para que os geradores sejam sensibilizados sobre a importância

do manejo correto dos RSSS, considerando que as condições de segurança

ambiental e ocupacional são requisitos imprescindíveis a serem observados

por todos os responsáveis pelos estabelecimentos de saúde.

Neste sentido, a presente pesquisa justifica-se, considerando a

necessidade de estudos em unidades de serviços de saúde no município e a

busca de dados e informações acerca dos resíduos sólidos produzidos neste

setor.

Page 22: Dissertacao completa

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geralFazer um diagnóstico do gerenciamento de resíduos sólidos de serviços

de saúde nas UBSs do Município de Chapecó – SC.

1.1.2 Objetivos específicos- Investigar como ocorre o acondicionamento, o armazenamento, a

identificação, a segregação, a coleta, o transporte, o tratamento e o destino

final dos resíduos gerados nas UBSs;

- Identificar os possíveis riscos de impactos ambientais e de saúde

causados pelos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde pela forma de manejo

praticada nas UBSs.

- Identificar as inadequações às normas técnicas RDC 306/204 e

CONAMA 358/2005.

Page 23: Dissertacao completa

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Conceituação de resíduos sólidosDe acordo com Prado Filho (2002), o Brasil gera diariamente de 241.614

ton de resíduos urbanos. Desse total, apenas 10% recebem tratamento

adequado em aterros sanitários. O cenário piora quando se leva em conta que,

no Brasil, de acordo com o IBGE (2000), 28% das famílias nem ao menos têm

coleta oficial de resíduos, o que provoca a disposição inadequada no meio

ambiente.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), (1993), através da

norma NBR 10.004: 2004 define resíduos sólidos como:

“Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções, técnica e economicamente, inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.”

A ABNT adotou a denominação “Resíduos de Serviços de Saúde” para

as normas brasileiras de terminologias, classificação, manuseio e coleta de

resíduos de serviços de saúde, os quais foram definidos como “resíduos

resultantes das atividades exercidas por estabelecimentos prestadores de

serviços de saúde” (SCHNEIDER et al., 2004).

Conforme Schneider et al. (2004), essa denominação é a que melhor se

adapta à realidade do problema, abrangendo os resíduos provenientes das

mais diversas fontes potencialmente geradoras, a exemplo de hospitais,

clínicas médicas, clínicas veterinárias, clínicas odontológicas, farmácias,

ambulatórios, postos de saúde, laboratórios de análises clínicas, laboratórios

de análises de alimentos, laboratórios de pesquisa, consultórios médicos e

odontológicos, empresas de biotecnologia, casas de repouso, casas funerárias,

aeroportos e penitenciárias.

No conceito de resíduo está agregado tanto o aspecto da utilidade

quanto o do valor econômico a ele atribuído. Porém, o que é considerado

Page 24: Dissertacao completa

resíduo para um indivíduo, pode ser matéria-prima para outro (TENÓRIO &

ESPINOSA, 2004).

De acordo com Castilhos Junior (2006), os resíduos apresentam grande

diversidade e complexidade. As características físicas, químicas e biológicas

variam de acordo com a sua fonte ou atividade geradora.

De acordo com Schneider et al. (2004), os RSSS apresentam-se como

componentes representativos dos resíduos sólidos urbanos, pelo potencial de

risco que representam à saúde pública e ao meio ambiente.

Fatores econômicos, sociais, geográficos, educacionais, tecnológicos e

legais afetam o processo de geração dos resíduos, em relação à quantidade e

também a qualidade. As formas de manejo, tratamento e destino podem alterar

suas características de forma a acarretar riscos à saúde e ao ambiente

potencialmente (CASTILHOS JUNIOR, 2006).

A denominação de Resíduos Sólidos segundo Bidone & Povinelli (1999), significa a sobra de determinadas substâncias e de acordo com a NBR – 10.004/87, resíduos sólidos são todos aqueles resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos que resultam da atividade da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, de serviços, de varrição ou agrícola. Incluem-se lodos de ETAs (Estações de Tratamento de Água) e ETEs (Estações de Tratamento de Esgotos), resíduos gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, e líquidos que não possam ser lançados na rede pública de esgotos, em função de suas particularidades.

Quanto à classificação dos resíduos sólidos, a Política Nacional de

Resíduos Sólidos (Brasil, 2010) os classificam de acordo com sua origem em:

a) urbanos: são os resíduos produzidos nas residências e nos

estabelecimentos comerciais, se enquadram os residenciais, comerciais, de

varrição, de feiras livres, de capinação e poda;

b) industriais: resultantes dos processos de produção industrial,

apresentados nas formas de cinzas, lodos, óleos, metais, vidros, plásticos,

orgânicos etc. e podem ou não apresentar periculosidade, dependendo de suas

características. Alguns exemplos desses resíduos incluem: resíduos do fundo

de colunas de destilação ou fracionamento de produção de clorobenzeno,

lodos dos sistemas de tratamento de águas residuárias de diversos tipos de

indústrias, lama de estação de tratamento dos efluentes do processo de

Page 25: Dissertacao completa

produção de cloro em células de mercúrio, resíduos de limpeza com solvente

na fabricação de tintas etc.;

c) de serviços de saúde: são os resíduos produzidos pelas atividades de

unidades de serviços de saúde (hospitais, ambulatórios, postos de saúde,

clínicas médicas, consultórios odontológicos, farmácias e clínicas veterinárias).

Incluem resíduos infectantes, resíduos especiais e resíduos comuns;

d) radioativos: incluem resíduos de energia atômica cujo controle, está

de acordo com a Legislação Brasileira, sob a tutela do Conselho Nacional de

Energia Nuclear;

e) agrícolas: resultantes dos processos de produção de defensivos

agrícolas e suas embalagens.

Conforme a ABNT NBR 10.004 (2004), os resíduos sólidos são

classificados e podem ser enquadrados em uma das seguintes classes:

Resíduo classe l – Perigosos: São aqueles que em função de suas

propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, podem apresentar risco

a saúde pública ou ao meio ambiente. Também apresentar características

como: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

Resíduo classe ll – Não perigosos: São resíduos de restaurante (restos

de comida), sucatas de metais ferrosos, sucata de metais não ferrosos (latão,

etc.), resíduo de papel e papelão, resíduos de plásticos polimerizados, resíduos

de borracha, resíduos de madeira, resíduos de materiais têxteis, resíduos de

minerais não-metálicos, areia de fundição, bagaço de cana e outros resíduos

não perigosos.

Resíduo classe ll A – Não inertes: São aqueles que não se enquadram

nas classificações de resíduos classe l – Perigosos ou de resíduos classe ll B –

Inertes. Os resíduos desta classe podem apresentar propriedades de

biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

Resíduo classe ll B – inertes: São os resíduos que, quando amostrados

de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007 (2004), e

submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada e deionizada,

à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006 (2004), não tiverem

nenhum de seus constituintes solubilizados a 12 concentrações superiores aos

padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza

e sabor.

Page 26: Dissertacao completa

Ferreira & Anjos (2001) salientam que a classificação dos resíduos é

uma atividade complexa e, em muitos casos, ainda indefinida mesmo nos

países desenvolvidos. Quanto mais perigoso é considerado o resíduo, maiores

os cuidados necessários, e como consequência, maiores os custos envolvidos.

2.2 Características dos resíduos sólidosDe acordo com a NBR 10.004 (2004), a periculosidade de um resíduo é

definida como a característica apresentada por um resíduo que, em função de

suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar:

a) risco à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma

significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de doenças;

b) riscos ao ambiente, quando o resíduo é manuseado ou destinado de

forma inadequada.

Para a adequada efetivação de um sistema de gerenciamento, deve-se

partir da determinação das características físico-químicas e microbiológicas

dos resíduos, da sua composição qualidade e quantidade, porém esta

determinação depende de um bom programa de amostragem e da correta

preparação das amostras (SISINNO & OLIVIERA, 2000).

2.3 Resíduos sólidos e saúde públicaDe acordo com Rouquayrol (2003), o lixo representa um elemento de

importância para a epidemiologia, uma vez que, pela sua variada composição,

poderá conter agentes biológicos patogênicos ou resíduos químicos tóxicos

que poderão atingir o homem direta ou indiretamente, afetando-lhe a saúde.

Conforme Sisinno & Moreira (2004) deve-se ressaltar que mesmo com a visão sobre a não-periculosidade dos resíduos considerados comuns encontrados nos resíduos de serviços de saúde como, por exemplo, sobras de alimentos e do preparo de alimentos e resíduos de áreas administrativas e a falta de evidências científicas comprovando a existência de nexo causal entre o contato com o resíduo e a aquisição de doenças, enfocada por alguns especialistas da área, o aterro sanitário é a forma de disposição adequada dos resíduos não perigosos no solo, fundamentada segundo normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais.

Page 27: Dissertacao completa

Conforme Oliveira, Magna & Simm (2007), a disposição inadequada dos

resíduos, caracterizada pela simples descarga sobre o solo, sem medidas de

proteção ao meio ambiente ou à saúde pública, interfere na qualidade de vida

da população, provocando diversos tipos de poluição, a visual (em virtude do

local onde é disposto), a do ar (com as emissões de poeiras, gases e mau

cheiro), a da água e do solo (com a decomposição da matéria orgânica

presente no resíduo que gera o chorume).

Vários animais encontram no lixo alimento e abrigo, ou seja, condições

favoráveis para sua proliferação. Muitos são vetores responsáveis pela

transmissão de inúmeras doenças ao homem, dentre os quais se destacam os

roedores e os insetos (SISINNO & OLIVEIRA, 2000).

Os roedores podem transmitir inúmeras doenças, através de mordedura,

fezes, urina ou pela ação de seus ectoparasitas. As principais doenças

destacadas são as seguintes: peste bubônica, tifo murino, leptospirose, febre

por mordedura de rato, triquinelose e salmonelose (SISINNO & OLIVEIRA,

2000).

Os insetos de maior interesse sanitário com relação ao problema dos

resíduos sólidos são moscas, mosquitos, pulgas e baratas. Dentre as doenças

transmitidas, destacam-se: febre tifóide e diarréias infecciosas, peste bubônica,

leishmanioses, febre amarela, tifo murino, malária, filariose e dengue (SISINNO

& OLIVEIRA, 2000).

Da mesma forma, doenças como a triquinelose, a cisticercose e a

toxoplasmose também podem ser transmitidas ao homem pela ingestão de

carne de porco infectada e utilizada crua ou mal cozida, isso quando o porco foi

indevidamente alimentado com lixo cru ou bruto. O mesmo acontece com aves

que tiverem acesso ao lixo (ROUQUAYROL, 1986).

Acrescenta ainda o mesmo autor que, no caso de bioacumulação de

contaminantes em animais terrestres, a contaminação pode ocorrer se estes

forem alimentados com lixo ou ingerirem solo ou plantas das áreas do depósito

de resíduos contaminados. A fauna e a flora aquáticas poderão acumular as

substâncias químicas presentes na carga do chorume ou nos resíduos

industriais lançados nos corpos d’água superficiais.

Os efeitos à saúde ocasionados pela exposição a diversas substâncias

químicas oriundas de locais de disposição de resíduos ocorrem de várias

Page 28: Dissertacao completa

maneiras e afetam diferentes órgãos-alvo, dependendo do tipo de substâncias

envolvidas, da rota de exposição e da dose recebida (KONING et al., 1994).

Koning et al. (1994) citam que as funções do fígado e rins (órgãos

envolvidos no metabolismo e excreção das substâncias) são frequentemente

afetadas quando muitas substâncias químicas alcançam níveis tóxicos no

organismo.

Os efeitos à saúde predominantes, reportados em situações de baixa

exposição, são geralmente inespecíficos. Em situações de exposição

moderada, anormalidades hematológicas são frequentes e em alta exposição,

observam-se muitas vezes problemas na pele, no sistema nervoso central, no

fígado e no aparelho reprodutor (BUFFLER et al. 1985).

A pele e o sistema nervoso central são frequentemente afetados nos casos de contato direto com as substâncias químicas oriundas das áreas de despejo de resíduos. São evidentes os efeitos no sistema hepático, renal, aparelho reprodutor, desordens respiratórias, gastrintestinais e cardiovasculares em exposições crônicas a baixas doses de substâncias químicas pela ingestão, e em doses altas também se observa disfunções no sistema nervoso central e no aparelho reprodutor (BUFFLER et al. 1985).

Acrescentam ainda Buffler et al. (1985), que a ingestão é a via em que

ocorrem os episódios de contaminação com consequências mais severas para

a saúde das populações. Em relação a ingestão de água contaminada, as

manifestações clínicas são evidenciadas apenas em situações de exposição a

doses muito altas da substância.

Conforme destacam Acurio et al. (1997), para a Agency for Toxic Substances and Diasease Registry (ATSDR), são sete os principais problemas de saúde associados às substâncias presentes nos locais de disposição de resíduos perigosos: anomalias imunológicas, câncer, danos no aparelho reprodutor e anomalias congênitas, doenças respiratórias e pulmonares, problemas de função hepática, problemas de função neurológica e problemas de função renal.

Porém, o câncer, efeitos neurotóxicos e anomalias congênitas, são os

problemas que mais preocupam as comunidades afetadas pela disposição de

resíduos perigosos (ACURIO et al., 1997).

A avaliação de saúde consiste na avaliação dos dados e informações sobre a emissão de substâncias perigosas para o

Page 29: Dissertacao completa

ambiente, com a finalidade de identificar qualquer impacto atual ou futuro que possa afetar a saúde pública. A avaliação de saúde também pode propor recomendações e identificar estudos ou ações necessárias para analisar, mitigar ou prevenir os efeitos nocivos da exposição a substâncias perigosas para a saúde humana (ATSDR, 1995).

É importante observar, na avaliação das implicações para a saúde

pública decorrentes de depósitos de resíduos:

a) avaliação da informação física, geográfica, histórica e de operação do

depósito;

b) identificação das preocupações de saúde da comunidade afetada;

c) seleção dos contaminantes de interesse associados ao depósito;

d) identificação e avaliação das rotas de exposição;

e) determinação das implicações para a saúde pública com base em

fontes de dados disponíveis sobre os efeitos à saúde específicos para a

comunidade afetada e outras informações toxicológicas e médicas;

f) determinação das conclusões e recomendações referentes ao risco

para a saúde decorrente do depósito de resíduos (ATSDR, 1995).

Segundo Ferreira & Anjos (2001), afirmações a respeito da ausência de

riscos dos resíduos de serviços de saúde não podem servir de justificativa para

que as instituições de saúde não estabeleçam procedimentos gerenciais que

reduzam os riscos associados a tais resíduos.

2.4 Princípio da prevenção e da precaução De acordo com Derani (1997, p. 167), precaução é cuidado, o princípio

da precaução está ligado aos conceitos de afastamento de perigo e segurança

das gerações futuras, como também de sustentabilidade ambiental das

atividades humanas. Este princípio é a tradução da busca da proteção da

existência humana, seja pela proteção de seu ambiente como pelo

asseguramento da integridade da vida humana. A partir desta premissa, deve-

se também considerar não só o risco iminente de uma determinada atividade,

como também os riscos futuros decorrentes de empreendimentos humanos, os

quais nossa compreensão e o atual estágio de desenvolvimento da ciência

jamais conseguem captar em toda densidade [...].

Page 30: Dissertacao completa

Machado (2001, p. 57) assegura que a precaução age no presente para

não se ter que chorar e lastimar o futuro. A precaução não só deve estar

presente para impedir o prejuízo ambiental, mesmo incerto, que possa resultar

das ações ou omissões humanas, como deve atuar para a prevenção oportuna

desse prejuízo. Evita-se o dano ambiental através da prevenção no tempo

certo.

Derani (1997, p. 165), afirma que o princípio da precaução é à base das

leis e das práticas relacionadas à preservação do meio ambiente. É preciso,

antes de tudo, se antecipar e prevenir à provável e/ou efetiva ocorrência de

uma atividade lesiva, pois há de se considerar que nem todos os danos

ambientais podem ser reparados pela ação humana.

Dessa forma, segundo Machado (2001), no princípio da prevenção

previne-se porque se sabe quais as conseqüências de se iniciar determinado

ato, prosseguir com ele ou suprimi-lo.

No princípio da precaução previne-se porque não se pode saber quais

as consequências que determinado ato, ou empreendimento, ou aplicação

científica causarão ao meio ambiente no espaço e/ou no tempo, quais os

reflexos ou conseqüências. Há incerteza científica não dirimida (MACHADO,

2001).

Nesta concepção, salienta ainda Machado (2001), que o princípio da

precaução reforça a idéia de que os danos ambientais, uma vez concretizados,

não podem ser reparados ou, mais precisamente, não voltam ao seu estado

anterior. Ao se destruir uma floresta, por exemplo, mesmo que o homem faça o

reflorestamento, a nova floresta não apresentará as mesmas características da

primitiva.

Comparando-se o princípio da precaução com o da atuação preventiva,

observa-se que o segundo exige que os perigos comprovados sejam

eliminados. Já o princípio da precaução determina que a ação para eliminar

possíveis impactos danosos ao ambiente seja tomada antes de um nexo causal

ter sido estabelecido com evidência científica absoluta (MORATO LEITE, 2000,

p. 48).

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro (1992) discutiu as medidas

necessárias para que houvesse uma redução da degradação do meio

Page 31: Dissertacao completa

ambiente, além de estabelecer políticas ambientais que conduzissem à efetiva

concretização do desenvolvimento econômico sustentável.

Deste modo, o princípio da precaução encontra-se inserido nos

Princípios 15 e 17 da Declaração do Rio de Janeiro, que expressam o seguinte:

Princípio 15: de modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental (MACHADO, 2001, p.50).

Princípio 17: a avaliação do impacto ambiental, como instrumento internacional, deve ser empreendida para as atividades planejadas que possam vir a ter impacto negativo considerável sobre o meio ambiente, e que dependam de uma decisão de autoridade nacional competente (AYALA, 2000, p.77).

É oportuno detalhar que a Declaração do Rio de Janeiro (1992)

estabelece também a necessidade da avaliação do impacto ambiental,

determinando que ao ser identificado ameaça de danos sérios ou irreversíveis,

prescindindo, portanto, do critério da absoluta certeza científica, medidas

ambientais eficazes devem ser tomadas a fim de preservar o meio ambiente

(MILARÉ, 2004).

Pontua-se que há discussão na doutrina quanto à imperatividade jurídica

do princípio da precaução emanado da Declaração do Rio de Janeiro. Assim,

apesar das declarações internacionais não apresentarem o caráter de

obrigatoriedade para os países participantes, não sendo, portanto, vinculantes

na ordem jurídica interna, é inegável que as declarações de princípios

influenciam de forma significativa as ações desenvolvidas pelos Estados, do

que se conclui que estes adotam, no direito interno, os princípios declarados

(MIRRA, 2000, p. 64-65).

Nestes termos, o princípio da precaução, estabelecido pela Declaração

do Rio de Janeiro, deve ser obrigatoriamente respeitado no ordenamento

jurídico interno, como assenta Trindade: "os princípios oriundos das

declarações internacionais são juridicamente relevantes e não podem ser

ignorados pelos países na ordem internacional, nem pelos legisladores, pelos

administradores públicos e pelos tribunais na ordem interna." (MIRRA, 2000, p.

65).

Page 32: Dissertacao completa

A partir da Declaração do Rio de Janeiro (1992), foi deflagrada a

necessidade de preservar o meio ambiente, consolidando assim, a tomada da

consciência ecológica. Neste sentido, o princípio da precaução, aprovado

plenamente pelos países participantes da conferência supra mencionado,

passou a incorporar o ordenamento jurídico brasileiro, e a orientar as políticas

ambientais desenvolvidas. Ressalta-se que as Convenções Internacionais

também se reportam ao princípio da precaução como diretriz das ações que

envolvam.

2.5 Resíduos sólidos e poluição do meio ambienteA Lei 6938/1981 estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente e

instituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente que foi estruturado com diversos

órgãos, um deles o Conama com a finalidade de assessorar, estudar e propor

ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio

ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência,

sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente

equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.

A Resolução CONAMA N° 001 de 23.01.86 considera “Impacto

ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e

biológicas do meio ambiente resultante de atividades humanas que, direta ou

indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as

atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do

meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais”.

O impacto causado no meio ambiente pela produção desenfreada de lixo

tem levado a sociedade a promover estudos e buscar alternativas para

minimizar a degradação da natureza e aumentar o bem estar da sociedade

como um todo (SISINNO & MOREIRA, 2004).

Conforme Pereira Neto & Stentiford (1992), as substâncias químicas poderão ser acumuladas pelos vegetais terrestres cultivados em solos utilizados anteriormente como depósito final para resíduos, e no caso dos metais pesados, também devido a solos corrigidos com adubos orgânicos. Este fato ocorre em compostos produzidos a partir da matéria orgânica retirada do lixo, porém, por não terem sido processadas de forma adequada, apresentam altos teores de metais pesados.

Page 33: Dissertacao completa

Em relação à poluição das águas superficiais e subterrâneas por

substâncias providas de depósitos de resíduos, é considerado um grande

problema que envolve a saúde pública, devido a exposição, ingestão direta de

água ou consumo de animais e vegetais aquáticos oriundos de corpos d’água

superficiais contaminados, vegetais irrigados com água contaminada por

chorume ou depósito de resíduos (SISINNO & OLIVEIRA, 2000).

A poluição do ar, também poderá atingir populações distantes do local

de disposição de resíduos, de acordo com Acurio et al. (1997), refere-se a

distúrbios respiratórios, pela poeira suspensa, pelo cheiro e pelo efeito irritante

de algumas substâncias voláteis, que causam cefaléia e náuseas, além de

problemas de visão, como irritação e inflamação da mucosa ocular.

Destaca ainda Sisinno & Oliveira (2000), que a poluição visual afeta o

bem estar das populações residentes nas vizinhanças das áreas de disposição

de resíduos urbanos e industriais, o que provoca um impacto visual e emotivo,

envolvendo sensações de medo, nojo, etc. Todas estas formas de alterações

ambientais podem interferir na saúde do homem.

2.6 Resíduos sólidos de serviços de saúdeAlmeida & Vilhena (2000), descrevem que os resíduos de serviços de

saúde constituem os resíduos sépticos, ou seja, aqueles que contêm germes

patogênicos, oriundos de locais como: hospitais, clínicas, laboratórios,

farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde, etc.

De acordo com Sisinno & Oliveira, (2000) os resíduos hospitalares ou de serviços de saúde são os resíduos produzidos pelas atividades de unidades de serviços de saúde (hospitais, ambulatórios, postos de saúde, etc.). Incluem os resíduos infectantes (classe A) como culturas, vacinas vencidas, sangue e hemoderivados, tecidos, órgãos, perfurocortantes, animais contaminados, fluídos orgânicos; os resíduos especiais (classe B) rejeito radioativo, resíduos farmacêuticos e resíduos químicos; e os resíduos comuns (classe C), das áreas administrativas, das limpezas de jardins etc., conforme estabelecido na Norma NBR 12.8008 – Resíduos de Serviços de Saúde (ABNT, 1993).

Conforme a RDC 306 (2004), a classificação dos resíduos de serviços

de saúde está definida em cinco grupos:

Page 34: Dissertacao completa

1) Grupo A

Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas

características, podem apresentar risco de infecção. O símbolo está

representado na Figura 1.

Figura 1 - Símbolo universal de substância infectante

Fonte: Monteiro & Zveibil, (2001)

A1

- Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de

produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de

microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados

para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios

de manipulação genética.

- Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais,

com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco

4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou

causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante

ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido.

- Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes

rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade

vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta.

- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos

corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à

saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

A2

- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes

de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de

microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais

suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância

Page 35: Dissertacao completa

epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a

estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica.

A3

- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação

sem sinais vitais, com peso menor que 500 g ou estatura menor que 25 cm ou

idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou

legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares.

A4

- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando

descartados.

- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana

filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros

similares.

- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes,

urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam

suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância

epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de

doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo

mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de

contaminação com príons.

- Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura

ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo.

- Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à

saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

- Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de

procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de

confirmação diagnóstica.

- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes

de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de

microorganismos, bem como suas forrações.

- Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.

Page 36: Dissertacao completa

A5

- Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou

escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos

ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

2) Grupo B

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à

saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. O símbolo

representado na Figura 2.

Figura 2 - Símbolo universal de substância tóxica.

Fonte: Monteiro & Zveibil, (2001).

- Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos;

antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-

retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e

distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos

farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas

atualizações.

- Resíduos de saneantes, desinfetantes; resíduos contendo metais

pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por

estes.

- Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).

- Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises

clínicas

- Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da

NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

Page 37: Dissertacao completa

3) Grupo C

Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham

radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados

nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não

prevista. O símbolo universal pode ser visto na Figura 3.

Figura 3 - Símbolo universal de substância radioativa.

Fonte: Monteiro & Zveibil, (2001).

- Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados

com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços

de medicina nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN-6.05.

4) Grupo D

Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à

saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos

domiciliares, tanto orgânicos como inorgânicos.

- papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças

descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em

anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não

classificados como A1;

- sobras de alimentos e do preparo de alimentos;

- resto alimentar de refeitório;

- resíduos provenientes das áreas administrativas;

- resíduos de varrição, flores, podas e jardins;

- resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.

O material reciclável é representado pelo símbolo universal representado

na Figura 4.

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Figura 4 - Símbolo universal de material reciclável.

Fonte: Monteiro & Zveibil, (2001).

5) Grupo E

Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de

barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas,

pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas;

lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no

laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros

similares. Na Figura 5 visualiza-se o símbolo universal de substância infectante

ou perfurocontante, sendo utilizada a mesma simbologia para o grupo A.

Figura 5: Símbolo universal de substância infectante ou perfurocortante.

Fonte: Monteiro & Zveibil, (2001).

Os resíduos dos serviços de saúde têm em sua composição itens que

representam riscos para a saúde humana e para o ambiente (SISINNO &

OLIVEIRA, 2000).

Nos países desenvolvidos, a tendência tem sido considerar os resíduos

infectantes (classe A) e os químicos (classe B), como perigosos, necessitando

ser gerenciados de forma diferenciada em relação aos resíduos domiciliares,

estabelecendo-se sistemas específicos para acondicionamento, coleta,

tratamento e destino final desses resíduos, recomendando-se como método

mais adequado a incineração (SISINNO & OLIVEIRA, 2000).

Page 39: Dissertacao completa

De acordo com Bidone & Povinelli (1999), os resíduos de serviços de

saúde representam risco potencial em três níveis:

a) à saúde de quem manipula esses resíduos: ferimentos com agulhas e

dispositivos perfurocortantes, após uso e mau acondicionamento, contato com

sangue contaminado, aspiração de aerodispersóides apostos em recipientes

plásticos durante o fechamento destes;

b) aumentando a taxa de infecção hospitalar: dentre os fatores, incluem-

se o mau gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde;

c) Impactando o meio ambiente: disposição a céu aberto, ou em cursos

de água, com a proliferação de vetores e consequente disseminação de

doenças com danos a saúde pública, contaminação de mananciais de águas

superficiais e subterrâneas.

As grandes quantidades de resíduos de serviços de saúde geradas

pelos estabelecimentos de saúde e a sua classificação como resíduos classe I

– perigosos, sugerem algumas medidas de prevenção, no que diz respeito à

avaliação dos riscos que podem decorrer do contato humano direto ou indireto

com os resíduos (BIDONE & POVINELLI, 1999).

De acordo com Almeida & Vilhena (2010), o gerenciamento correto dos

resíduos sólidos significa não só controlar e diminuir os riscos, mas também

minimizar os resíduos desde o ponto de origem, elevando assim a qualidade e

a eficiência dos serviços que proporciona o estabelecimento de saúde.

Um sistema de manejo organizado desses resíduos, internos e externos

nos estabelecimentos de saúde proporcionará o controle e a redução dos

riscos à saúde associados aos resíduos sólidos (ALMEIDA & VILHENA, 2010).

Conforme descrevem Bidone & Povinelli (1999), como um programa de

gerenciamento contempla atividades diversas, é indispensável que sejam

analisadas as possibilidades de resultarem de agentes patogênicos dispersos

no ar ou em partículas em suspensão, contaminadas de água ou alimentos por

organismos patogênicos e vetores.

Deve-se identificar a dose infectante para o desenvolvimento de

determinada doença, o agente infeccioso, a resistência do hospedeiro e as

possíveis formas de penetração do patógeno (BIDONE & POVINELLI, 1999).

O gerenciamento interno dos resíduos dos serviços de saúde, com a

separação do material reciclável, a esterilização ou desinfecção do material

Page 40: Dissertacao completa

perfurocortante e o acondicionamento adequado dos resíduos em recipientes

estanques e rígidos que não oferecem risco para os trabalhadores que os

manuseiam, representaria um grande avanço no gerenciamento dos resíduos

dos serviços de saúde, assim como reduziria os riscos de infecções

hospitalares através da melhoria na qualidade da limpeza (SISINNO &

OLIVEIRA, 2000).

Salientam ainda Bidone & Povinelli (1999), que o acondicionamento

conjunto dos RSSS com os resíduos comuns, leva à contaminação da mistura,

resultando em uma massa de resíduos potencialmente infectantes, com

aumento de volume, custos com transporte, tratamento adequado e destinação

final. No entanto, para surtir efeito é necessário que todos os funcionários dos

serviços de saúde devam estar capacitados para reconhecê-los e identificá-los.

“O acondicionamento do RSSS está diretamente relacionado a sua classificação, que é realizada com base na NBR-12.808. Em complemento, a ABNT publicou em dezembro de 1993, cinco Normas Técnicas, nas quais são estabelecidas as regras para a utilização de sacos plásticos no acondicionamento de resíduos sólidos. São elas: a NBR-9.190 – Classificação; NBR – 9.191- Especificação; NBR 9.195 – Determinação da resistência à queda livre – Método de ensaio; NBR – 13.055 – Determinação de capacidade volumétrica – Método de ensaio; e a NBR – 13.506 – Filmes plásticos para sacos para acondicionamento de lixo – Verificação de transparência – Método de ensaio” (BIDONE & POVINELLI, 1999, p. 84).

Conforme a classificação resultante da aplicação da NBR- 12.808,

descrita por Bidone & Povinelli (1999), os RSSS podem ser acondicionados em

dois tipos de sacos plásticos:

a) Sacos classe I, para RSSS comuns ou institucionais. Os sacos podem

ter qualquer cor.

b) Sacos classe II, para os RSSS infectantes e especiais. Nessa

perspectiva, devem ter cor branca ou leitosa e em cada saco deve constar à

identificação do fabricante. O símbolo que caracteriza o tipo de substância

acondicionada deve ser posicionado a 1/3 da altura, ocupando uma área

mínima equivalente a 5% daquela face do saco.

O acondicionamento de RSSS perfurocortantes e infectantes deve ser

realizado em recipientes apropriados, projetados de forma a resistir à

perfuração. O seu tamanho deve ser tal que preenchidos até 2/3 de sua

Page 41: Dissertacao completa

capacidade volumétrica garanta ainda perfeitas estanqueidade e

impermeabilidade, de forma similar aos sacos plásticos (BIDONE &

POVINELLI, 1999).

Em relação ao transporte interno dos RSSS, Bidone & Povinelli (1999)

citam que o mesmo pode ser feito com a utilização de carrinhos, conforme

prevê a NBR 12.810, com o encaminhamento dos resíduos para abrigos

internos localizados nas imediações das fontes geradoras ou para abrigos

externos, onde ficam aguardando a coleta externa.

Citam ainda os mesmos autores que a coleta externa dos RSSS deve

ser realizada por veículos específicos, cuja escolha está diretamente

relacionada à quantidade de resíduos gerados.

Os veículos coletores de RSSS devem ser adequados para esse fim, ser de cor branca, com superfícies internas lisas e cantos arredondados, perfeitamente estanques, possuir ventilação adequada, altura de carga inferior a 1,20 m para carregamento manual, e sistema de carga e descarga que não rompa os recipientes. Quando os RSSS estiverem acondicionados em contêineres, o veículo coletor deve ser dotado de equipamento hidráulico e basculamento. Se a capacidade do veículo for superior a 1,0 toneladas, a descarga deve ser mecânica; se inferior a 1,0 toneladas, a descarga pode ser mecânica ou manual. Deve constar também no veículo, o nome da municipalidade e da empresa coletora em local visível, com respectivo endereço e a especificação dos resíduos que são transportados (BIDONE & POVINELLI, 1999).

2.7 Gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde

De acordo com Mandelli (1997), o gerenciamento refere-se ao conjunto

articulado de ações normativas operacionais, financeiras e de planejamento

baseadas em critérios sanitários, ambientais, sociais, políticos, técnicos,

educacionais, culturais, estéticos e econômicos para geração, manejo,

tratamento e disposição final dos resíduos sólidos.

O gerenciamento de resíduos deve estar assentado sobre condições

ambientais adequadas em que sejam considerados todos os aspectos

envolvidos desde a fonte geradora até a disposição segura, bem como os

aspectos de reciclagem máxima dos resíduos, incorporando também

mudanças de padrão e consumo (MANDELLI, 1997).

Page 42: Dissertacao completa

A estratégia de gerenciar os RSSS desde sua geração até a disposição

final, destacando as diversas etapas, vem sendo discutida e normatizada em

muitos países que se preocupam com essa problemática (RISSO, 1993).

É inquestionável a necessidade de implantar políticas de gerenciamento dos resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS) nos diversos estabelecimentos de saúde, não apenas investindo na organização e sistematização dessas fontes geradoras, mas, fundamentalmente, mediante o despertar uma consciência humana e coletiva quanto à responsabilidade com a própria vida humana e com o ambiente. Nesse sentido, os profissionais devem preocupar-se com os resíduos gerados por suas atividades, objetivando minimizar riscos ao ambiente e à saúde dos trabalhadores, bem como da população em geral. Isso depende, em parte, da formação desses profissionais. Sabe-se que há poucos espaços de estudo sobre a temática e pouco investimento em pesquisa com esse enfoque (COELHO, 2003).

De acordo com Risso (1993), os objetivos de um programa de

gerenciamento efetivo de RSSS é promover proteção à saúde pública e ao

meio ambiente, devido aos riscos apresentados.

Destaca ainda o mesmo autor que o gerenciamento tem como finalidade

estabelecer em cada etapa do sistema (geração, segregação,

acondicionamento, coleta, transporte, armazenamento, tratamento e disposição

final), manejo seguro, equipamentos e estratégias necessárias para a

conscientização e ao treinamento adequado, equipamentos de proteção

individual (EPI), indispensáveis, além de determinar, qual o melhor sistema de

tratamento e disposição final, de modo a garantir o manejo seguro do ponto de

vista da saúde pública e do meio ambiente.

As Diretrizes estabelecidas para o gerenciamento dos resíduos sólidos

de forma compatível com a preservação ambiental constam no vigésimo

primeiro capítulo da Agenda 21 (AGENDA 21, 1992).

Assim, são citados como objetivos: a promoção de padrões de consumo

e produção que reduzam as pressões ambientais e atendam às necessidades

básicas da humanidade, consignando instrumentos como: gerenciamento,

coleta de dados e informações sobre consumo, desenvolvimento de novos

conceitos de crescimento econômico sustentável e prosperidade, cooperação e

coordenação internacionais, financiamentos, estímulo a uma maior eficiência

no uso da energia e dos recursos e redução, ao mínimo, da geração de resíduo

(AGENDA 21, 1992).

Page 43: Dissertacao completa

Conforme Sisinno & Oliveira (2000), o gerenciamento dos resíduos

sólidos tem um significado que ultrapassa a formulação de soluções técnicas

para a coleta, transporte, tratamento e destino final das enormes quantidades

de resíduos gerados por uma sociedade estabelecida sobre padrões de

consumo insustentáveis, que colocam em risco a vida na terra.

O gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde é um conjunto de

procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases

científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a

produção e proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento seguro e

de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da

saúde pública, dos recursos naturais e do ambiente (SISINNO & MOREIRA,

2004).

Os países em desenvolvimento se confrontam, ainda, com a imposição do modelo consumista, onde a deteriorização do ambiente causado por empresas nacionais e multinacionais, que tratam e dispõem seus resíduos de forma inadequada, em função das menores restrições legais e de capacidade de controle existentes. A utilização abundante de embalagens descartáveis de alumínio, ferro, vidro, plástico e papel somados a existência de inúmeras áreas clandestinas de disposição de resíduos industriais nestes países, são exemplos que não permitem contestações (SISINNO & OLIVEIRA, 2000).

No Brasil, a Gestão de resíduos sólidos é o processo que compreende

as ações referentes à tomada de decisões políticas, quanto aos aspectos

institucionais, operacionais, financeiros, sociais e ambientais relacionados aos

resíduos sólidos de cada setor (LIMA, 2001).

Vários são os fatores que vêm contribuindo para o aumento da geração

de resíduos de serviços de saúde nos países desenvolvidos, como o contínuo

incremento da complexidade da atenção médica, o uso crescente de material

descartável, além do aumento da população idosa que normalmente necessita

de mais serviços de saúde e é usuária com mais frequência de diversos tipos e

níveis de especialidades (SISINNO & MOREIRA, 2004).

No que diz respeito à quantidade gerada, Sisinno & Moreira (2004), refere que também depende do tipo e tamanho do estabelecimento de saúde; quantidade de serviços oferecidos; quantidade de pacientes atendidos; procedimentos médico-hospitalares adotados etc. Dessa forma, a melhor caracterização deve ser feita em cada

Page 44: Dissertacao completa

estabelecimento separadamente. Normalmente, adota-se uma relação entre a quantidade média dos resíduos de serviços de saúde gerada por dia no estabelecimento com o número de leitos ocupados, resultando em um dado número que poderá servir como um parâmetro comparativo.

Na formulação do modelo de gerenciamento de resíduos sólidos, em

países como o Brasil, do ponto de vista ambiental, é imprescindível considerar

as condições da sua realidade para que se projetem sistemas adequados e

capazes de produzir uma efetiva evolução no trato dos resíduos e na redução

dos seus impactos ambientais (SISINNO & OLIVEIRA, 2000).

No estabelecimento de um sistema de gestão de resíduos, um item que

deve ser considerado relevante é a correta identificação dos resíduos gerados

e seus efeitos potenciais no ambiente (SISINNO & OLIVEIRA, 2000).

De acordo com Sisinno & Oliveira (2000) a estruturação de um sistema

de gerenciamento de resíduos deve se estruturar da seguinte forma:

a) identificação dos resíduos produzidos e seus efeitos na saúde e no

ambiente;

b) conhecimento do sistema de disposição final para resíduos sólidos e

líquidos;

c) estabelecimento de uma classificação dos resíduos segundo uma

tipologia clara, compreendida e aceita por todos;

d) estabelecimento de normas e responsabilidades na gestão e

eliminação dos resíduos;

e) previsão de formas de redução dos resíduos produzidos;

f) utilização efetiva dos meios de tratamento disponíveis.

Conforme Lima (2001), o Gerenciamento integrado de resíduos sólidos é o processo que compreende atividades referentes à tomada de decisões estratégicas quanto aos aspectos da prestação, da fiscalização e do controle dos serviços públicos de manejo integrado dos resíduos sólidos nas etapas que seguem: segregação, coleta, manipulação, acondicionamento, transporte, armazenamento, transbordo, triagem e tratamento, reciclagem, comercialização e destino final dos resíduos sólidos.

Monteiro (2000) ressalta que o gerenciamento integrado de resíduos

sólidos urbanos é o envolvimento de diferentes órgãos da administração

pública e da sociedade civil com o propósito de realizar a limpeza urbana, a

Page 45: Dissertacao completa

coleta, o tratamento e a disposição final do lixo, melhorando dessa forma a

qualidade de vida da população.

Alguns requisitos de acordo com Formaggia (1995) são primários e

devem ser obedecidos pelos estabelecimentos geradores, como os citados a

seguir:

• Higiene e limpeza devem ser consideradas palavras de ordem;

• Profissionais devem conhecer o sistema de gerenciamento de RSSS

(símbolos gráficos, padrões de cores, segregação, horários e percurso das

coletas, localização do abrigo de resíduos);

• Profissionais envolvidos com a higiene e a limpeza devem ser

conscientizados de sua responsabilidade, conhecer corretamente

procedimentos preconizados no manuseio, coleta e transporte dos RSSS e na

higienização adequada de equipamentos e abrigos de RSSS, utilizar EPI;

• O gerenciamento de RSSS definido pelo estabelecimento deve estar

em perfeita sintonia com o sistema adotado pelo serviço de coleta.

Formaggia (1995) cita ainda que todos os estabelecimentos de saúde

enfrentam dificuldades pela falta de recursos, os quais podem ser superados

com criatividade, conhecimento técnico e responsabilidade, não representando

obstáculos para a organização dos setores.

De acordo com Schneider et al., (2004), o gerenciamento dos RSSS

encontra sérios problemas em todas as suas etapas, que podem ser atribuídos

a vários fatores: escassez de conhecimentos específicos, carência de normas

ou leis efetivas, negligência dos responsáveis, não exigência dos planos de

gerenciamento pelos órgãos competentes, inadequada fiscalização e carência

de programas de prevenção à poluição, visando, particularmente, à

minimização da geração de resíduos.

Tais problemas contribuem para a disseminação de doenças envolvendo

aspectos de infectividade, patogenicidade, virulência, persistência e

suscetibilidade (SCHNEIDER et al., 2004).

O gerenciamento é considerado um instrumento capaz de minimizar ou

impedir os efeitos adversos causados pelos RSSS, do ponto de vista sanitário,

ambiental e ocupacional, desde que realizado racional e adequadamente

(RISSO, 1993).

Page 46: Dissertacao completa

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (1997) apud

Schneider, et al., (2004), um sistema adequado de manejo dos RSSS, permite

controlar e reduzir com segurança e economia os riscos para a saúde. O

sistema de gestão deve operacionalizar uma série de ações através de

tecnologia apropriada, a fim de atingir dois objetivos fundamentais:

• Controlar os riscos para a saúde os quais podem ser ocasionados pela

exposição a resíduos sólidos hospitalares do tipo infecciosos ou especiais;

• Facilitar a reciclagem, tratamento, transporte e a disposição final dos

RSSS, de forma eficiente, econômica e ambientalmente segura.

Os aspectos técnicos operacionais são definidos de acordo com um

estudo prévio dos resíduos sólidos gerados. O dimensionamento do sistema,

os procedimentos e a tecnologia a ser utilizada são estabelecidos ao conhecer

a frequência da geração, o tipo de resíduo gerado e suas características

(SCHNEIDER et al., 2004).

2.8 Potencial de risco dos resíduos sólidos de serviços de saúde

O risco é definido como a medida da probabilidade e da severidade que

ocorrerem efeitos adversos, sendo que seu grau é em função do efeito maléfico

que pode resultar de uma ação particular (SCHNEIDER et al., 2004).

Os tipos de riscos são classificados, de acordo com Brilhante & Caldas (1999) em econômicos para a vida e para a saúde ambiental. Sendo o risco ambiental o que ocorre no meio ambiente, seja ele interno ou externo, e pode ser classificada de acordo com o tipo de atividade, exposição instantânea, crônica, probabilidade de ocorrência, severidade, reversibilidade, visibilidade, duração e ubiquidade de seus efeitos. Na composição da gestão ambiental pode ser classificado como de saúde pública, recursos naturais, desastres naturais e introdução de novos produtos.

Brilhante & Caldas (1999) descrevem, também, a classificação de risco

segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) para a Proteção Ambiental

(United Nations Environmental Protection – (UNEP) como:

- risco direto: probabilidade de que ocorra um determinado evento,

multiplicado pelos danos causados por seus efeitos;

Page 47: Dissertacao completa

- risco de acidentes de grande porte: caso especial de risco direto em

que a probabilidade de ocorrência do evento é baixa, mas suas consequências

são muito prejudiciais;

- risco percebido pelo público: a percepção social do risco depende, em

grande parte, de quem é responsável pela decisão sobre a aceitação. A

facilidade de compreensão e de aceitação do risco que se ocorre depende das

informações fornecidas, dos dispositivos de aceitação do risco que se ocorre

depende das informações fornecidas, dos dispositivos de segurança existentes,

do retrospectivo da atividade e dos meios de informação.

Os mesmos autores citam outros tipos de risco:

- risco com características crônicas: apresenta uma ação contínua por

longo período, por exemplo, os efeitos sobre os recursos hídricos, a vegetação,

o solo e a saúde;

- risco agudo: originado de emissões de energia ou matéria em grandes

concentrações em um curto espaço de tempo;

- riscos tecnológicos ambientais: relativo aos contaminantes ambientais,

associados ao crescente processo de industrialização. Esses contaminantes,

na atualidade são classificados de riscos tecnológicos ambientais, os quais

podem ser classificados em: riscos tecnológicos – decorrentes de atividades

desenvolvidas pelo homem e riscos naturais – originados por distúrbios da

natureza.

Conforme Brilhante & Caldas (1999), os problemas relativos à saúde e

ao meio ambiente apenas poderão ser minimizados ou resolvidos através da

aplicação e desenvolvimento de políticas ambientais claras e eficazes.

A avaliação de risco é um processo muito útil, a qual gera valiosas contribuições para a gestão de risco, da saúde pública e para a tomada de decisões de política ambiental. Um dos grandes desafios a serem enfrentados é administrar eficientemente os riscos à saúde associados a poluição gerada pelas atividades humanas. Os poluentes incorporam no meio ambiente substâncias ou formas de energia passíveis de causar danos à saúde humana, aos recursos biológicos e sistemas ecológicos e ao uso futuro dos recursos naturais, os quais percorrem vários caminhos no meio ambiente até chegar ao solo, ar ou água (BRILHANTE & CALDAS 1999).

De acordo com Schneider et al. (2004), os RSSS são considerados

perigosos tanto pela legislação americana como pela normatização brasileira.

Page 48: Dissertacao completa

Portanto, a periculosidade é atribuída, além da toxicidade, a radioatividade e

outras características inerentes às substâncias químicas, utilizadas em

diferentes procedimentos em estabelecimentos de resíduos de serviços de

saúde, ao caráter de patogenicidade.

A patogenicidade é característica inerente aos RSSS pela potencialidade

em apresentar, em sua composição, agentes infectantes, como

microrganismos ou toxinas por esses produzidos, podendo afetar a saúde

humana ou animal (SCHNEIDER et al., 2004).

Dentre os resíduos gerados nos serviços de saúde, os classificados

como infectantes são aqueles que apresentam riscos mais evidentes para a

saúde humana e ambiental. Esses resíduos podem apresentar contaminação

biológica e por substancias químicas (SCHNEIDER et al., 2004).

Segundo Schneider et al. (2004), o principal problema sanitário

relacionado com os RSSS é o conteúdo de microorganismos potencialmente

patogênicos que poderão conter vírus, bactérias, fungos, etc., favorecidos pela

ação seletiva de antibióticos e quimioterápicos, apresentando comportamento

peculiar de multirresistência ao ambiente de saúde, podendo causar infecções

de difícil tratamento.

Pacientes e profissionais da área da saúde, assim como funcionários encarregados ao manuseio dos resíduos, dentro e fora dos estabelecimentos são os que estão mais propícios a adquirir infecções. Sendo esses estabelecimentos, locais de atenção à saúde dos pacientes, devendo-se haver formas de proteção, prevenção e controle das infecções que poderão advir desses ambientes. Por existir uma concentração de pessoas enfermas, o ambiente pode transformar-se em acumulador de infecções (SCHNEIDER et al. 2004).

Em relação ao manejo deficiente dos RSSS, Schneider et al. (2004)

refere que, além dos riscos à saúde dos funcionários e pacientes, pode

também ser causa de situações de prejuízo ambiental, os quais pode ser

submetidos a riscos à saúde de alguns setores da população que, são

colocados em contato com materiais infectantes ou contaminados, no momento

do transporte para fora das instituições de saúde, no tratamento e na

disposição final. Os serviços de saúde devem dispor de condições sanitárias

adequadas para proporcionar um ambiente cômodo e higiênico aos pacientes,

funcionários e público em geral.

Page 49: Dissertacao completa

Através de estudos realizados por Machado Jr. et. al. (1978) apud Schneider et al. (2004), com o objetivo de caracterizar os RSSS em termos qualitativos, foram identificados uma série de microorganismos presentes em massa dos resíduos, indicando o potencial de risco. Identificaram microorganismos como: Coliformes, Salmonella thiphi, Pseudomonas sp., Streptococcus, Staphylococcus aureus e Cândida albicans. Em relação aos vírus, comprovaram a possibilidade de sobrevivência para pólio tipo I, hepatites A e B, influenza, vaccínia vírus entéricos.

Outro estudo realizado por Bidone (2001) testou a sobrevivência de

alguns patógenos em percolado de aterro sanitário com co-disposição de

RSSS e resíduos domésticos, identificando que o período mínimo para que se

esgotem os nutrientes mínimos para o crescimento microbiano é de,

aproximadamente, 350 dias.

Segundo Formaggia (1995), os microrganismos presentes nos resíduos

infecciosos, podem acometer o homem por três principais vias de transmissão:

- inalação – agentes patogênicos dispersos no ar ou em partículas em

suspensão entram no organismo através do aparelho respiratório;

- ingestão – agentes patogênicos atingem o organismo através da água

ou alimentos contaminados por meio de mãos ou objetos contaminados

levados à boca;

- injeção – via corrente sanguínea, através de picadas de insetos ou

mordedura de vetores.

Sob o aspecto científico, há um consenso atual de que os RSSS

representam um potencial de risco em pelo menos três esferas:

• a saúde ocupacional de quem manipula esses resíduos: profissionais

da saúde, pessoas ligadas ao setor de limpeza e usuários de serviços de

saúde (SCHNEIDER et al. 2004). Risco potencial à saúde, segundo Formaggia

(1995), significa adquirir doenças infecciosas, por meio do gerenciamento

inadequado dos RSSS, através do manuseio, acondicionamento, coleta,

transporte, armazenamento, tratamento ou no destino final;

• aumento da taxa de infecção hospitalar: de acordo com a Associação

Paulista de Infecção Hospitalar, referenciada por Formaggia (1995), estudos

realizados indicam que as causas determinantes da infecção hospitalar em

usuários dos serviços de saúde são Genatios (1980) apud Schneider et al.

(2004):

Page 50: Dissertacao completa

• 50% decorrente do desequilíbrio da flora bacteriana do corpo do

paciente já debilitado pela doença e pelo estresse decorrente do meio

ambiente onde está internado;

• 30% pelo despreparo dos profissionais que realizam assistência;

•10% devido instalações físicas inadequadas que propiciam a ligação

entre áreas consideradas contaminadas e não contaminadas, possibilitando a

contaminação ambiental;

• 10% decorrente do mau gerenciamento de resíduos.

Conforme Takayanagui (1993), cerca de cem mil casos de infecção

hospitalar seriam causados direta ou indiretamente pelos RSSS a cada ano.

• Meio ambiente: no momento em que os RSSS, tratados

inadequadamente, são dispostos de qualquer forma à céu aberto ou em cursos

d’água, possibilitando a contaminação de mananciais de água potável e a

disseminação de doenças através de vetores que se multiplicam nesses locais

ou que fazem dos resíduos sua fonte de alimentação, pode-se citar também os

catadores, muitos dos quais crianças, que buscam nos locais, alimentos ou

materiais que possam ser comercializados (FORMAGGIA 1995).

De acordo com Brasil (1996), poucos são os municípios brasileiros que

reconhecem a importância sanitária dos RSSS e se preocupam com o

gerenciamento, principalmente em relação ao destino final.

Os RSSS geralmente não recebem tratamento especial, tendo como

destino final o mesmo local utilizado para descarte dos resíduos urbanos,

muitas vezes constituindo-se em depósitos a céu aberto, de livre acesso as

pessoas que praticam reciclagem, os quais se tornam um grupo de risco à

aquisição de infecções (RISSO, 1993).

Conforme Schneider et al. (2004), na abordagem de qualquer programa

de controle das situações de risco derivadas do manejo inadequado dos RSSS,

é de fundamental importância a caracterização quali-quantitativa do problema,

para que possa contribuir no gerenciamento desses resíduos.

2.9 Rejeitos radioativos provenientes dos serviços de saúdeSegundo Bidone & Povinelli (1999), a classificação oficial dos rejeitos

radioativos no Brasil está baseada nas recomendações da Agência

Internacional de Energia Atômica (AIEA) e é apresentada na norma

Page 51: Dissertacao completa

experimental da Comissão Nacional de Energia Nuclear de saúde (CNEN)

sobre rejeitos radioativos. Essa classificação envolve os requisitos de saúde e

segurança e resultados práticos obtidos em outros países.

Os rejeitos radioativos podem ser classificados em função de seu estado

físico: sólido, líquido ou gasoso, natureza da radiação emitida, concentração de

radionuclídeos e taxa de exposição (BIDONE & POVINELLI, 1999).

2.10 Tratamento e destino final dos resíduos de serviços de saúde

Apenas metade do lixo gerado no Brasil é coletada, seja por falta de

recursos ou simplesmente pelo descaso de determinadas autoridades. E só 3

% do lixo coletado têm destinação adequada, todo o restante é jogado em

cursos d’água ou em grandes terrenos, geralmente afastados do centro da

cidade, chamados de lixões. O lixo é jogado para longe das pessoas, mas

continua trazendo problemas porque não recebe qualquer tratamento

(DIDONET, 1997).

Conforme Almeida & Vilhena (2010), os resíduos provenientes dos

serviços de saúde, sempre devem ser submetidos a um tratamento prévio

correto antes de sua disposição final, diminuindo assim, os riscos potenciais à

saúde humana e ao meio ambiente.

Bidone & Povinelli (1999) ressaltam que, de acordo com a Resolução n˚

005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, o tratamento e a destinação final

dos RSSS devem ser realizados pelos processos de esterilização a vapor ou

por incineração, sendo vedada a sua disposição in natura.

Quando tratados por esterilização a vapor, os RSSS transformam-se em

resíduos comuns, não perigosos, em virtude da destruição dos organismos

patogênicos, sendo possível sua destinação final em aterros sanitários. No

tratamento por incineração, os resíduos reduzem seu volume a 10% e sua

destinação final também é em aterros sanitários (BIDONE & POVINELLI,

1999).

Citam ainda Bidone & Povinelli (1999), que outras técnicas também podem ser utilizadas para tratamento dos resíduos sólidos dos serviços de saúde, tais como: desinfecção por fervura em água, tyndallização ou esterilização fracionada, esterilização a vapor em

Page 52: Dissertacao completa

autoclaves, esterilização por aquecimento a seco, esterilização por radiação ionizante, radiação gama, eletro-aceleradores, esterilização por radiação não-ionizante, radiação ultravioleta, desinfetantes líquidos, desinfecção por gases ou vapores químicos, encapsulamento de resíduos, incineração a laser, incineração com infravermelho e pirólise.

De acordo com Almeida & Vilhena (2010), os aterros sanitários, quando

devidamente controlados, constituem-se no método mais adequado para

disposição de todo tipo de resíduo, incluindo os de serviços de saúde.

Em relação à construção e implantação de um aterro sanitário

apropriado, Almeida & Vilhena (2010), indicam que é necessário escolher um

local apropriado e se faz necessário um projeto de engenharia, com

impermeabilização do fundo, sistema de drenagem e tratamento de líquidos

percolados, drenagem e tratamento de gases, e recobrimento diário do lixo

compactado.

Recomendam ainda os mesmos autores que a disposição de resíduos

de serviços de saúde obedeça às normas NBR 8419 e NBR 8849, através dos

procedimentos abaixo:

a) isolar e tornar indevassável o aterro e evitar incômodos às áreas

próximas;

b) manter vias de acesso externas e internas com condições de tráfego

normal em épocas de chuva;

c) proteger águas superficiais e subterrâneas de contaminação oriundas

do aterro;

d) controlar e tratar gases e líquidos resultantes do processo;

e) drenar águas de chuvas.

Almeida & Vilhena (2010), afirmam que os aterros sanitários são a

melhor forma de disposição para os RSSS, devida esses tipos de resíduos

tornarem-se comuns por terem sido submetidos a um processo de tratamento

prévio, devendo ser processados de acordo com as normas de disposição para

resíduos urbanos.

Para a disposição final dos RSSS, o ideal é dispor os resíduos

contaminados em células de segurança, localizadas no interior do aterro

sanitário, somente o seu correto tratamento, sob rígido controle e precauções

(ALMEIDA & VILHENA, 2010).

Page 53: Dissertacao completa

Moritz (1995) apud Almeida & Vilhena (2010), no entanto, não indica

aterros sanitários como a melhor escolha para a disposição dos RSSS, exceto

para resíduos isentos de qualquer possibilidade de infecção e contaminação.

Acrescentam ainda Almeida & Vilhena (2010), que podem também ser

adotadas soluções conjuntas para a disposição final dos RSSS. Desta forma, a

implantação e operação, ou somente operação, de qualquer unidade de

tratamento, aliada a disposição final, ficará sob a responsabilidade de dois ou

mais municípios, direta ou indiretamente, com o intuito de reduzir custos

operacionais.

No entanto esses autores recomendam que toda solução conjunta para

tratamento e disposição final de RSSS seja precedida de uma análise de

viabilidade econômica, no qual deverão ser comparados os custos

operacionais de tratamento e disposição com os custos adicionais de coleta e

transporte, considerando-se as soluções individuais e regionalizadas

(ALMEIDA & VILHENA, 2010).

O lançamento na rede pública de esgoto sanitário de efluentes líquidos

provenientes de RSSS (materiais e produtos líquidos e pastosos como sangue,

pus, secreções, etc.) é o método comumente utilizado do Brasil. Essa forma de

disposição final deveria ser aplicada apenas aos resíduos não oriundos de

pacientes doentes ou radioativos (ALMEIDA & VILHENA, 2010).

Almeida & Vilhena (2010), afirmam que a grande quantidade de

patógenos, a elevada concentração de matéria orgânica e os materiais de

limpeza presentes nos efluentes líquidos de RSSS fazem com que esses

resíduos sejam considerados especialmente perigosos, representando riscos à

saúde pública e ao meio ambiente.

Em virtude de não existir no Brasil uma regulamentação específica para

caracterização e lançamento de efluentes líquidos de RSSS, a Legislação do

Estado de São Paulo, Decreto n˚ 8468/76 especifica, no Capitulo II, Seção II,

art. 19, critérios para lançamento em sistema público de esgoto provido de

estação de tratamento (ALMEIDA & VILHENA, 2010).

Almeida & Vilhena (2010), justificam que caso o município não possua

sistema público de coleta de esgoto provido de estação de tratamento, os

critérios para lançamento dos efluentes líquidos de RSSS, deverão ser

Page 54: Dissertacao completa

enquadrados nas regulamentações e legislações estadual e federal referentes

ao lançamento de qualquer fonte poluidora em corpos d’água receptores.

Em decorrência da grande variação de volume e concentração de

matéria orgânica, agentes patogênicos e outros produtos que causam risco à

saúde humana, se torna praticamente impossível à proposição de uma solução

única para o tratamento desses efluentes, sendo a melhor alternativa

empregada, realizar uma análise de cada caso separadamente (ALMEIDA &

VILHENA, 2010).

Os autores acima enfatizam também que os processos de tratamento

físico-químicos e biológicos ou uma combinação desses dois processos, são os

mais utilizados para redução da carga iônica e número de microorganismos

patogênicos presentes nesses efluentes.

No que diz respeito à reciclagem dos RSSS, aplica-se apenas aos

resíduos comuns. Destaca-se ainda que esses resíduos são compostos por

uma grande variedade de descartáveis, principalmente plásticos, em virtude

das exigências de higiene e de segurança no trato com os pacientes (JARDIM

& WELLS, 1995 apud ALMEIDA & VILHENA, 2010).

Almeida & Vilhena (2010) acrescentam ainda que os resíduos especiais

poderão ser reciclados e ter seu volume e toxicidade reduzidos, os quais

poderão ser utilizados posteriormente. A segregação na origem pode contribuir

na recuperação dos produtos recicláveis.

2.11 Avaliação e impacto ambiental dos resíduos sólidosDe acordo com EPA (1989), a avaliação ambiental pode servir para

aumentar a investigação para beneficiar os aspectos relativos à saúde das

populações expostas, assim como sugerir estratégias de monitoramento das

áreas de disposição em atividade e mitigação dos impactos ambientais, a fim

de que sejam protegidos os ecossistemas afetados e os organismos presentes.

A avaliação ambiental e a avaliação de saúde humana são atividades paralelas em um processo de diagnóstico dos impactos negativos causados pelas áreas de disposição de resíduos. No que diz respeito à determinação dos níveis de um contaminante em espécies animais e vegetais realizadas para uma avaliação ambiental pode fornecer uma informação útil no processo de avaliação de saúde, caso estes animais e vegetais estejam servindo de alimento para a população humana (EPA, 1989).

Page 55: Dissertacao completa

A contaminação nos ecossistemas pode aparecer imediatamente ou se

tornar evidentes após muitos anos, isso ocorre devido à combinação de

processos físicos, químicos e biológicos de cada ecossistema. Em relação aos

organismos expostos, estes podem diferenciar na resposta ao contaminante,

isso vai depender da tolerância à substância química, comportamento, dose e

tempo de exposição, ocasionando respostas transitórias ou permanentes (EPA,

1989).

A avaliação ambiental de uma área de disposição de resíduos inclui os seguintes pontos a serem observados: histórico do local, descrição física da área, infra-estrutura presente na localidade e na área de despejo, natureza, quantidade e fonte de resíduos depositados, ecossistemas afetados e prejuízos para a fauna e flora locais, descaracterização paisagística, presença de vetores, presença de poeira, ruídos e odores, alterações no fluxo de veículos, alterações e prejuízos das atividades naturais da localidade, populações afetadas, rotas de exposição e concentração dos contaminantes de interesse nas amostras ambientais das áreas de disposição (WARREN – HICKS et al., 1989)

Acrescenta também Warren – Hicks et al. (1989), que na avaliação

ambiental, além das observações de campo e da coleta de amostras

ambientais, podem ser realizados testes de toxicidade para medir os efeitos do

meio contaminado na sobrevivência, crescimento e crescimento da biota

aquática ou terrestre.

Conforme a Resolução Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) n˚ 001, de 23 de janeiro de 1986, considera-se impacto ambiental qualquer alteração nas propriedades físicas, químicas e biológicas do ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: “a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades sociais econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do ambiente e a qualidade dos recursos naturais” (BRITO & MOREIRA, 1992: 172).

O item X da Resolução refere-se a aterros sanitários, processamento e

destino final de resíduos tóxicos ou perigosos como atividades que requerem a

apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto

Ambiental (RIMA), por serem consideradas potencialmente causadoras de

significativa degradação do ambiente (BRITO & MOREIRA, 1992).

De acordo com Lima (2001), o grande desafio atual do poder público é o

de determinar quais as técnicas podem resolver de maneira efetiva o problema

Page 56: Dissertacao completa

dos resíduos sólidos e oferecer máxima segurança para o meio ambiente,

evitando problemas para as gerações futuras, uma alternativa eficaz é a

utilização do gerenciamento de resíduos sólidos.

O manejo inadequado dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) pode ser causa de situações de risco ambiental, que transcedem os limites do estabelecimento, podendo gerar doenças e perda da qualidade de vida à população que, diretamente ou indiretamente, chegue a ter contato com o material descartado, quando estes são transportados paras fora do estabelecimento e encaminhados ao seu tratamento e disposição final. Destaca-se ainda que os estabelecimentos de saúde geram além dos resíduos sólidos, resíduos líquidos perigosos, os quais exigem tratamentos específicos para minimizar a periculosidade de suas frações (BRASIL a, 2001).

Um ponto relevante é situar os municípios em relação à legislação

ambiental vigente e quanto à sua participação no Sistema Nacional do Meio

Ambiente – SISNAMA, criado com a lei n˚ 6.938/81, que representa um

conjunto articulado de órgãos, entidades, regras e práticas da União, do Distrito

Federal, dos estados e municípios, responsáveis pela proteção da qualidade

ambiental (ALMEIDA & VILHENA, 2010).

2.12 Aspectos legaisNo Brasil, a preocupação com os resíduos sólidos teve início no ano de

1954, com a publicação da Lei Federal nº 2.312, que introduziu como uma de

suas diretrizes em seu art. 12: “a coleta, o transporte e o destino final do lixo

deverão processar-se em condições que não tragam inconvenientes à saúde e

ao bem estar públicos”. Em 1961, com a publicação do Código Nacional de

Saúde, esta diretriz foi novamente confirmada, no art. 40 (BRASIL, 1954).

Com a promulgação da Constituição Federal em 1988, a questão dos

resíduos passou a ser matéria constitucional. No art. 23 verifica-se que é

competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios: compete ao poder municipal a prestação de serviço de limpeza

pública, entendido como de caráter essencial, incluindo a varrição, coleta,

transporte e o destino final dos resíduos sólidos gerados pela comunidade

local, que diz respeito primordialmente à saúde pública e à degradação

ambiental (BRASIL, 1988).

Algumas iniciativas foram surgindo no início de 1990 por meio de

emendas parlamentares destinadas a financiar a coleta e o tratamento de

Page 57: Dissertacao completa

resíduos. Em 19 de setembro de 1990 foi sancionada a Lei Federal n˚ 8.080

que dispões sobre as condições para a promoção, proteção, recuperação da

saúde, organização e funcionamento dos serviços correspondentes. Esta lei

regulamentou o art. 200 da Constituição federal, conferindo ao sistema único

de saúde (SUS), além da promoção da saúde da população, a participação na

formulação da política, na execução de ações de saneamento básico e na

proteção do meio ambiente (BRASIL, 1990).

No ano de 1987, surgiu o princípio denominado Desenvolvimento

Sustentável que se traduz na garantia da manutenção da qualidade dos

recursos naturais para uso das futuras gerações. Logo após surgiu o princípio

conhecido como 3R, pautado na redução, reutilização e reciclagem dos

resíduos. Tal abordagem teve reconhecimento internacional após a ECO-92,

realizada no Rio de Janeiro (BRASIL, 2001).

Em 1987, o documento (Nosso Futuro Comum) também conhecido

como, Relatório Brundtland, apresentou um novo olhar sobre o

desenvolvimento, definindo-o como o processo que “satisfaz as necessidades

presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas

próprias necessidades”. É a partir daí que o conceito de desenvolvimento

sustentável passa a ficar conhecido (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO

AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991).

Elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, o Relatório Brundtland aponta para a incompatibilidade entre

desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo, trazendo à

tona mais uma vez a necessidade de uma nova relação “ser humano-meio

ambiente”. Ao mesmo tempo, esse modelo não sugere a estagnação do

crescimento econômico, mas sim essa conciliação com as questões ambientais

e sociais (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E

DESENVOLVIMENTO, 1991).

No âmbito da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

existem algumas normas relativas ao controle dos resíduos de serviços de

saúde, criou em 1993 quatro normas sobre o gerenciamento interno de RSSS:

• NBR 12.807/93 – resíduos de serviços de saúde – terminologia: define

os termos empregados em relação aos resíduos de serviços de saúde (BRASIL

a, 1993).

Page 58: Dissertacao completa

• NBR 12.808/93 – resíduos de serviços de saúde – classificação:

classifica os resíduos de saúde quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente

e à saúde pública, para que tenham gerenciamento adequado (BRASIL b,

1993).

• NBR 12.809/93 – manuseio de resíduos de serviços de saúde –

procedimento: fixa os procedimentos exigíveis para garantir condições de

higiene e segurança no processamento interno de resíduos infectantes,

especiais e comuns, nos serviços de saúde (BRASIL c, 1993).

• NBR 12.810/93 – coleta de resíduos de serviços de saúde –

procedimento: fixa os procedimentos exigíveis para as coletas interna e externa

de serviços de saúde, sob condições de higiene e segurança (BRASIL d,

1993).

A ABNT normatiza também o acondicionamento de resíduos sólidos, no

que tange as embalagens por meio da seguinte série de normas:

• NBR 9.190/85 – sacos plásticos para acondicionamento de lixo –

classificação (BRASIL, 1985).

• NBR 9.191/93 – sacos plásticos para acondicionamento –

especificação. (BRASIL e, 1993).

• NBR 9.195/93 – sacos plásticos para acondicionamento – método de

ensaio. (BRASIL f,).

• NBR 9.196/93 – determinação de resistência à pressão do ar. (BRASIL

g, 1993).

• NBR 9.197/93 – saco plástico para acondicionamento de lixo –

determinação de resistência ao impacto de esfera. (BRASIL h, 1993).

• NBR 13.055/93 – saco plástico para acondicionamento – determinação

da capacidade volumétrica. (BRASIL i, 1993).

• NBR 13.056/93 – filmes plásticos para sacos para acondicionamento –

verificação de transparência. (BRASIL j, 1993).

• NBR 13.853/97 – coletores para resíduos de serviços de saúde,

perfurantes e cortantes – requisitos e métodos de ensaio. (BRASIL, 1997).

A ABNT estabelece ainda as seguintes normas referentes à coleta e ao

transporte de produtos perigosos, à análise e à amostragem, ao tratamento, à

disposição final e aos equipamentos de proteção:

Page 59: Dissertacao completa

• NBR 13.221/94 - transporte de resíduos – procedimento. (BRASIL t,

1994).

• NBR 7.500/94 – símbolos de risco e manuseio para transporte e

armazenamento de materiais. (BRASIL u, 1994).

• NBR 7.501/89 – transporte de produtos perigosos. (BRASIL, 1989).

• NBR 7.503/92 – ficha de emergência para transporte de produtos

perigosos. (BRASIL r, 1992).

• NBR 7.504/93 – envelope de transporte de produtos perigosos.

(BRASIL l, 1993).

• NBR 8.285/96 – preenchimento da ficha de emergência para transporte

de produtos perigosos. (BRASIL, 1996).

• NBR 8.286/94 – emprego da sinalização das unidades de transporte e

de rótulos nas embalagens de produtos perigosos. (BRASIL v, 1994).

• NBR 8.418/94 – apresentação de projetos de aterros de resíduos

industriais perigosos – procedimento. (BRASIL x, 1994).

• NBR 9.734/87 – conjunto de equipamentos de proteção individual para

avaliação de emergência e fuga no transporte rodoviário de produtos

perigosos. (BRASIL m, 1987).

• NBR 10.005/87 – lixiviação de resíduos – procedimentos. (BRASIL n,

1987).

• NBR 10.006/87 – solubilização de resíduos – procedimentos. (BRASIL

o, 1987).

• NBR 10.007/87 – amostragem de resíduos – procedimentos. (BRASIL

p, 1987).

• NBR 10.157/87 – aterros de resíduos perigosos – critérios para projeto,

construção e operação – procedimentos. (BRASIL q, 1987).

• NBR 12.710/92 – proteção contra incêndio por extintores no transporte

rodoviário de produtos perigosos. (BRASIL s, 1992).

• NBR 13.095/94 – instalação e fixação de extintores de incêndio para

carga no transporte rodoviário de produtos perigosos. (BRASIL, 1994).

Na área da saúde, tornou-se imprescindível a adoção de procedimentos

que visem controlar a geração e disposição dos resíduos de serviços de saúde.

Desta forma o Conselho Nacional de Meio Ambiente, aprovou a Resolução n˚

5, em 05/08/1993, que dispõe sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos

Page 60: Dissertacao completa

oriundos de serviços de saúde, portos, aeroportos, terminais ferroviários e

rodoviários (BRASIL, 2001).

Considerando a necessidade de se disciplinar o descarte e o

gerenciamento ambientalmente adequado de pilhas e baterias usadas, no que

tange à coleta, reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final.

Considerando que tais resíduos além de continuarem sem destinação

adequada e contaminando o ambiente necessitam, por suas especificidades,

de procedimentos especiais ou diferenciados, o CONAMA, criou a Resolução

nº 257 em 30 de junho de 1999 (CONAMA, 1999).

O CONAMA considerando que os pneumáticos inservíveis abandonados

ou dispostos inadequadamente constituem passivo ambiental, que resulta em

sério risco ao meio ambiente e à saúde pública; considerando que não há

possibilidade de reaproveitamento desses pneumáticos inservíveis para uso

veicular e nem para processos de reforma, tais como recapagem,

recauchutagem e remoldagem; considerando que uma parte dos pneumáticos

novos, depois de usados, pode ser utilizada como matéria prima em processos

de reciclagem e considerando a necessidade de dar destinação final, de forma

ambientalmente adequada e segura, aos pneumáticos inservíveis, criou a

Resolução nº 259 em 26 de agosto de 1999 (CONAMA, 1999).

Em 30 de junho de 1999, o CONAMA, apresentou o anteprojeto de lei

para a Política Nacional de Gestão de Resíduos Sólidos – PNGRS, onde no

art. 1˚ refere que A Política Nacional de Gestão de Resíduos Sólidos será

desenvolvida em consonância com as Políticas Nacionais de Meio Ambiente,

de Recursos Hídricos, de Saneamento e de Saúde, de acordo com os

objetivos, princípios, fundamentos, diretrizes, instrumentos, planos e programas

adotados nesta Lei (BRASIL, 2001).

Em 12 de julho de 2001, foi aprovada a Resolução CONAMA n˚ 283, que

dispõe sobre o tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de

saúde, aprimorando e complementando os procedimentos contidos na

Resolução CONAMA n˚5 (CONAMA, 2001).

Em 07 de dezembro de 2004, foi criada a Resolução RDC nº 306, que

dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de

serviços de saúde, onde todo gerador de RSSS deverá elaborar o Plano de

Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS (BRASIL, 2004).

Page 61: Dissertacao completa

O CONAMA, em 29 de abril de 2005, revogou a Resolução n˚ 283/2001

e a Resolução 05/2003, criando a Resolução nº 358 que dispõe sobre o

tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras

providências. Considerando a necessidade de aprimoramento, atualização e

complementação dos procedimentos contidos na Resolução CONAMA n˚ 283,

de 12 de julho de 2001, relativos ao tratamento e disposição final dos resíduos

dos serviços de saúde, com vistas a preservar a saúde pública e a qualidade

do meio ambiente (CONAMA, 2005).

A Lei 12.305/2010 criou a Política Nacional de Gestão de Resíduos

Sólidos e foi sancionada pelo Presidente Luís Inácio Lula da Silva em

02/08/2010. Esta lei regula os princípios, objetivos e instrumentos, bem como

as diretrizes relativas à gestão e ao gerenciamento de resíduos sólidos,

incluindo os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público

e aos instrumentos econômicos aplicáveis (BRASIL, 2010).

São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos: proteção da

saúde pública e da qualidade ambiental; não geração, redução, reutilização,

reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final

ambientalmente adequada dos rejeitos; estímulo à adoção de padrões

sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; adoção,

desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de

minimizar impactos ambientais; redução do volume e da periculosidade dos

resíduos perigosos; incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista

fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais

recicláveis e reciclados; gestão integrada de resíduos sólidos; articulação entre

as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com

vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos

sólidos; capacitação técnica continuada na área de resíduos

sólidos; regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da

prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos

sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem

a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua

sustentabilidade operacional e financeira; prioridade, nas aquisições e

contratações governamentais, para: produtos reciclados e recicláveis;bens,

serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de

Page 62: Dissertacao completa

consumo social e ambientalmente sustentáveis; integração dos catadores de

materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade

compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; estímulo à implementação da

avaliação do ciclo de vida do produto; incentivo ao desenvolvimento de

sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos

processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a

recuperação e o aproveitamento energético;estímulo à rotulagem ambiental e

ao consumo sustentável (BRASIL, 2010).

2.13 Histórico da região em estudoO Município de Chapecó foi emancipado em 25 de agosto de 1917. O Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, define essa região onde foi criado este

município de “Colonial do Oeste Catarinense”. Dos aproximadamente 14 mil km² de

seu território quando de sua criação, o Município de Chapecó hoje em função dos

desmembramentos municipais, possui uma área de 625,6 km², cuja sede urbana

apresenta 113,24 km² (PREFEITURADECHAPECÓ, sd)

A Região Oeste Catarinense é o espaço constituído pelo território do município

de Chapecó. A criação do Município de Chapecó representou para a região Oeste: a) a

definição da região como parte integrante do contexto catarinense - nova unidade

político-administrativa. d) necessidade urgente de uma ação de colonização para a

região, por parte das autoridades constituídas quer a nível local e estadual. c)

transferência da colonização para a iniciativa particular. Assim a colonização da região

inicia-se com as primeiras manifestações no sentido da região receber ações e

empreendimentos da Companhia de Colonização através da venda e ou doações de

terras por parte do governo (PREFEITURADECHAPECÓ, sd).

Mediante dados coletados do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2009), o município de Chapecó – SC, localizado na região

Oeste Catarinense é pólo de uma região com mais de 200 municípios, onde se

encontram as sedes das principais empresas processadoras e exportadoras de

suínos, aves e derivados do Brasil. Estima-se uma população atual de 187.001

habitantes.

O município abriga cerca de 10 instituições de ensino superior, com mais

de 14 mil estudantes distribuídos em aproximadamente 70 cursos de

Page 63: Dissertacao completa

graduação, além dos cursos de pós-graduação latu e strictu-sensu em várias

áreas do conhecimento (PREFEITURADECHAPECÓ, sd).

Cabe as instituições de saúde vinculadas à Secretaria Municipal de

Saúde de Chapecó o planejamento e a gestão pública da saúde, no âmbito

municipal, o desenvolvimento de políticas sociais, ambientais e econômicas,

visando à redução do risco de doença e de outros agravos, em obediência à

legislação vigente e aos princípios e diretrizes do SUS.

Neste âmbito, o município conta com diversas UBS, dividido em áreas

de abrangência em todo o território municipal, situadas em diversos bairros e

comunidades do interior.

Estas UBS’s, através das atribuições destacadas do art. 38, da lei

complementar 333 criada pela prefeitura municipal de Chapecó em 02 de

março de 2009 têm como fundamentos básicos:

I - viabilizar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de

qualidade e resolutivos;

II - efetivar a integralidade em seus vários aspectos, a integração de

ações programáticas e demanda espontânea, articulação das ações de

promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância em saúde, tratamento e

reabilitação, trabalho de forma interdisciplinar e em equipe, e coordenação do

cuidado na rede de serviços;

III - desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as

equipes e a população adscrita garantindo a continuidade das ações de saúde

e a longitudinalidade do cuidado;

IV - valorizar os profissionais de saúde por meio do estímulo e do

acompanhamento constante de sua formação e capacitação;

V - realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos resultados

alcançados, como parte do processo de planejamento e programação;

VI - estabelecer mecanismos para a gestão da ética, com enfoque na

conformidade de conduta como instrumento de sustentabilidade e melhoria da

gestão pública do SUS, bem como a sua implementação no âmbito municipal;

VII - coordenar a elaboração de propostas do Plano Plurianual, Lei de

Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual da Secretaria, bem como do

Plano Municipal de Saúde e do Relatório de Gestão Municipal e demais

Page 64: Dissertacao completa

instrumentos e normatizações necessárias ao planejamento municipal da

saúde;

VIII - estimular a participação popular e o controle social.

O município de Chapecó além de contar com ampla estrutura, com

instituições de saúde vinculadas à Secretaria Municipal de Saúde, possui dois

hospitais:

O Hospital Regional do Oeste – HRO, foi inaugurado em 1986 e

atualmente é administrado pela Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira,

estando localizado no referido município a 670 km de Florianópolis, atendendo

92 municípios da Região Oeste, 26 municípios do Paraná e Rio Grande do Sul

(HOSPITALREGIONALDOOESTE, sd).

O HRO conta com treze serviços de atendimentos gerais, trinta e oito

especialidades médicas, onze serviços de imagem, dezenove convênios

(HOSPITALREGIONALDOOESTE, sd).

Possui ainda 290 leitos de internação hospitalar e 11 leitos em unidade

de terapia intensiva (UTI) (HOSPITALREGIONALDOOESTE, sd).

Inaugurado em 05 de dezembro de 1998, proveniente das antigas

instalações do Hospital Santo Antonio, após ampla reforma, o Hospital da

Unimed Chapecó iniciou suas atividades com a aspiração e o ensejo de mudar

a história da assistência médico-hospitalar da Cidade

(HOSPITALREGIONALDOOESTE, sd).

O Hospital Unimed disponibiliza infra-estrutura, com 78 leitos de

internação, sendo: 8 apartamentos luxo, 15 standard, 46 leitos semi-privativo,

05 de UTI adulto e 04 leitos de berçário. Conta ainda, com 06 leitos para

atendimento ambulatorial/observação, o centro cirúrgico com 05 salas

cirúrgicas e duas salas de recuperação pós-anestésicas e o centro obstétrico,

composto por 03 salas (UNIMED, 2009).

A tecnologia utilizada pelo Hospital Unimed Chapecó, dispõe dos

seguintes serviços: Laboratório, Centro de Diagnóstico por Imagem -

UNIMAGEM, Centro de Diagnóstico de Distúrbios do Sono (CDDS), Transporte

– UTI Móvel, Serviço de Nutrição e Dietética e Medicina Ocupacional, todos na

mesma estrutura hospitalar (UNIMED, 2009).

Em relação aos aspectos sanitários, no município de Chapecó, havia um

aterro sanitário localizado na Linha Sede Trentin, distante 8 km do perímetro

Page 65: Dissertacao completa

urbano. Possuía uma área de 53,4 ha e apenas 8,20 ha foram utilizados para

implantação do projeto. Iniciou suas atividades em junho de 2000 e recebia em

média 100 ton/dia. O aterro possuía um núcleo administrativo, drenagem das

águas pluviais, drenagem de chorume, captação e queima de gases, lagoas

para tratamento do chorume, sistema de monitoramento do solo e o

acondicionamento do lixo (PREFEITURADECHAPECÓ, sd).

Foi projetado para ter uma vida útil de 25 anos, mas devido a grande

quantidade de material reciclável que foram depositados diariamente, sua vida

útil foi reduzida tendo suas atividades canceladas em janeiro de 2009.

Representou uma solução para um problema histórico do município que,

durante 20 anos, depositara todo o lixo a céu aberto, em um local no Bairro

Parque das Palmeiras (PREFEITURADECHAPECÓ, sd).

A causa do esgotamento do aterro sanitário se deveu em função do

aumento da produção de resíduos que em apenas quatro anos aumentou

38,6%, passando de 75 ton/dia, em janeiro de 2005, para 104 ton em 2009

(PREFEITURADECHAPECÓ, sd).

Outro motivo alegado pela prefeitura foi à necessidade de investimentos

de mais de R$ 1 milhão na nova estrutura, pois as lagoas de tratamento já não

davam conta do chorume (PREFEITURADECHAPECÓ, sd).

Atualmente são transportadas diariamente 104 ton de resíduos urbanos

produzidas no município de Chapecó para o aterro particular, da empresa

Tucano, no município de Saudades - SC, estrutura de 12 ha com vida útil para

12 anos, em uma distância de 70 km, do município de origem.

No ano de 1995, a Tucano Obras e Serviços iniciou a operação do aterro

sanitário Unidade 01 / Saudades, para resíduos sólidos classe II-A e II-B,

incluindo os resíduos urbanos domiciliares/comerciais (RSU) e,

resíduos provenientes de serviços de saúde (RSS) (TUCANO, sd).

Em 2003, foi realizado projeto de ampliação com vida útil de 15 anos.

Esta Unidade 01 em Saudades atende municípios da região oeste e extremo

oeste catarinense, tendo capacidade para receber mais de 50 toneladas/dia

(TUCANO, sd).

Sendo os resíduos domiciliares e urbanos provenientes do município de

Chapecó, destinados ao aterro sanitário municipal de Saudades – SC.

Page 66: Dissertacao completa

O referido aterro sanitário no município de Saudades – SC, está

licenciado pelo Órgão Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina - FATMA,

através da Licença Ambiental de Operação - LAO.

O aterro sanitário do município compreende:

- Sistema de drenagem da águas pluviais;

- Sistema de impermeabilização de base composto por uma camada de

0,50 m de argila compactada, sobreposta a esta, geomembrana de polietileno

de alta densidade-PEAD de 1,5 mm de espessura e, sobreposta a esta uma

camada de 0,50 m de argila compactada com função de proteção mecânica;

- Sistema de captação e queima de gases;

- Sistema de drenagem de líquidos percolados (chorume);

- Sistema de tratamento de líquidos percolados compostos por lagoas de

estabilização (tratamento biológico), incluindo uma unidade de equalização. Na

sequência, ocorre o tratamento físico-químico, através da coagulação,

floculação, decantação e filtração, sendo a seguir os efluentes encaminhados

para corp9o receptor;

- Centro de Valorização de Materiais (CVM), “Triagem” reciclagem de

resíduos sólidos (TUCANO, sd).

2.14 Empresa ServioesteA Empresa Servioste trabalha com o sistema de coleta diferenciado dos

RSSS, o qual prevê em seus roteiros, coleta nos estabelecimentos de saúde do

município, de acordo com o porte e quantidade de resíduos gerada em cada

UBS, sendo que a programação das coletas varia de uma a três vezes por

semana.

A empresa está localizada na linha São Roque e conta com um sistema

completo para coleta, transporte, tratamento e disposição dos resíduos de

serviço de saúde. A área utilizada pela empresa pode ser vista na Figura 6.

Page 67: Dissertacao completa

Figura 6 – Imagem aérea da empresa Servioeste. Fonte: (SERVIOESTE, sd)

Para a coleta e transporte dos resíduos a empresa dispõe de frota

própria, composta por veículos adequados às normas técnicas e legais

vigentes e devidamente licenciados pelos órgãos competentes.

O tratamento dos resíduos provenientes dos estabelecimentos

prestadores de assistência à saúde humana ou animal, consiste em submeter

os mesmos a processos que, em condições seguras, modifiquem as

características químicas, físicas e biológicas. Ajustando-as a padrões seguros,

de forma a impedir a disseminação de dos agentes patogênicos ou de qualquer

outra forma de contaminação ao meio ambiente e saúde publica.

2.15 Empresa TucanoOs resíduos comuns são coletados diariamente, pela empresa Tucano, a

qual presta serviços de coleta e destino final em toda a cidade de Chapecó.

A empresa Tucano Obras e Serviços trabalha para com o objetivo de

melhorar os aspectos estéticos e ambientais das cidades, e desta forma,

promover o bem-estar da população (TUCANO, sd).

Desde 1993, ano de sua fundação, a Tucano Obras e Serviços procura

atender as necessidades nas regiões onde atua atendendo órgãos públicos e

empresas privadas, na prestação de serviços de engenharia, recuperação e

construção das condições socioambientais, a empresa está comprometida com

a melhoria contínua dos processos e sistemas de gestão de resíduos, em

conformidade com as normas sanitárias e ambientais (TUCANO, sd).

Page 68: Dissertacao completa

No município de Chapecó, a empresa presta serviços de coleta e destino

final em aterro sanitário desde 2009, quando da terceirização pela prefeitura

após o cancelamento dos serviços no aterro sanitário municipal de Chapecó.

O aterro sanitário no município de Chapecó teve suas atividades

canceladas no dia 27 de janeiro de 2009, o qual estava em funcionamento

desde o ano de 2000, a obra de 8,20 hectares foi implantada em uma área

adquirida pela prefeitura em Sede Trentin. Considerado um dos aterros mais

modernos do Brasil, possuía toda a área de compactação e acomodação

impermeabilizada, monitorada por dispositivos que evitam o contato do lixo

com o solo. Representou uma solução para um problema histórico do município

que, durante 20 anos, depositara todo o lixo a céu aberto, em um local no

Parque das Palmeiras (PREFEITURADECHAPECÓ, sd).

A causa do esgotamento do aterro sanitário se deveu em função do

aumento da produção de resíduos que em apenas quatro anos aumentou

38,6%, passando de 75 ton/dia, em janeiro de 2005, para 104 ton em 2009

(PREFEITURADECHAPECÓ, sd).

Outro motivo alegado pela prefeitura foi à necessidade de investimentos

de mais de R$ 1 milhão na nova estrutura, pois as lagoas de tratamento já não

davam conta do chorume (PREFEITURADECHAPECÓ, sd).

São transportadas diariamente 104 ton de resíduos urbanos produzidas

no município de Chapecó para o aterro particular, da empresa Tucano, no

município de Saudades - SC, estrutura de 12 ha com vida útil para 12 anos, em

uma distância de 70 km, do município de origem.

2.15.1 Aterros SanitáriosEquipe de profissionais especializados da empresa elaboram e

supervisionam a implantação de aterros sanitários e a recuperação ambiental

de áreas degradadas (lixões), sendo os serviços licenciados pelo Órgão

Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina – FATMA, através da Licença

Ambiental de Operação (TUCANO, sd)

A Tucano realiza e executa o tratamento adequado dos resíduos nos

aterros sanitários de Saudades/SC unidade 1, Anchieta/SC unidade 2 e Erval

Velho/SC unidade 3 (TUCANO, sd).

Page 69: Dissertacao completa

Antes, porém, é realizada a triagem dos resíduos coletados.

2.15.2 Unidade I - Saudades - SCNo ano de 1995, a Tucano Obras e Serviços iniciou a operação do aterro

sanitário Unidade 01 / Saudades (Figura 7), para resíduos sólidos classe II-A e

II-B, incluindo os resíduos urbanos domiciliares/comerciais (RSU) e,

resíduos provenientes de serviços de saúde (RSS) (TUCANO, sd).

Em 2003, foi realizado projeto de ampliação com vida útil de 15 anos.

Esta unidade 01 em Saudades atende municípios da região oeste e extremo

oeste catarinense, tendo capacidade para receber mais de 50 toneladas/dia

(TUCANO, sd).

Sendo os resíduos domiciliares e urbanos provenientes do município de

Chapecó, destinados ao aterro sanitário municipal de Saudades – SC.

A unidade 01 - Saudade está licenciada pelo Órgão Estadual do Meio

Ambiente de Santa Catarina - FATMA, através da Licença Ambiental de

Operação - LAO.

Figura 7 - Vista aérea do aterro sanitário em Saudades – SC Fonte: (TUCANO, sd).

2.16 Empresa Cetric

A Central de Tratamento e Disposição de Resíduos Industriais e

Comerciais – CETRIC (Figura 8) localiza-se na localidade de Linha Água

Page 70: Dissertacao completa

Amarela situada no distrito-sede do município de Chapecó, SC. A área localiza-

se a 7 km do centro de Chapecó (CETRIC, sd).

É um empreendimento privado, de prestação de serviços na área de

gestão de resíduos de origem industrial e comercial, e seus serviços vão desde

a caracterização dos resíduos na fonte geradora, tratamento e disposição final

dos mesmos em local apropriado.

A CETRIC Chapecó dispõe de amplas instalações, adequadas aos

padrões de leis vigentes e licenciadas para seu funcionamento. Entre as

instalações citam-se: Centro Administrativo, Auditório para Treinamentos e

Capacitação, Refeitório, Vestiários, Sanitários, Depósitos, Balança de

Pesagem, Centro Transbordo, Oficina, Garagens, Galpões para Triagem de

Resíduos, Depósito de Resíduos Potencialmente Recicláveis, estação de

tratamento de efluentes oriundos da central de triagem e célula de disposição

final dos Resíduos Classe IIA e IIB (CETRIC, sd).

Figura 8 – Imagem aérea do aterro sanitário da empresa CETRIC na cidade de Chapecó

Fonte: (CETRIC, sd).

2.16.1 Serviços de caracterização dos resíduosA CETRIC presta serviços técnicos de amostragem e classificação de

resíduos, de acordo com as prescrições normativas da ABNT, nas NBR 10.007

Page 71: Dissertacao completa

e NBR 10.004, encaminhando as amostras coletadas para análises (testes de

lixiviação e solubilização), e outros, quando necessário, dessa forma

identificando todas as classes e características dos resíduos gerados e,

finalmente, enviará os laudos com as classificações dos resíduos para as

empresas contratantes (CETRIC, sd).

2.16.2 Serviços de ordenamento dos resíduos na fonteA CETRIC faz indicações para o correto ordenamento dos resíduos

dentro das empresas, procurando orientar as formas adequadas de separação,

armazenamento, proteção dos resíduos a intempéries e outras orientações que

sejam necessárias, para o acondicionamento adequado dos resíduos até a

coleta (CETRIC, sd).

2.16.3 Serviços de transporte de resíduosA empresa disponibiliza para seus contratantes caçambas estacionárias

próprias para o armazenamento e segregação dos Resíduos Classes I, IIA e

IIB (CETRIC, sd).

Com base nas classificações, é emitido um MTR - Manifesto de

Transporte de Resíduos de acordo com a prescrição na NBR 13221 e

posteriormente realizado a coleta in loco (CETRIC, sd).

Page 72: Dissertacao completa

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de estudoO método para realização deste estudo foi uma pesquisa de caráter

exploratório, descritivo, transversal de campo, com abordagem quantitativa e

qualitativa.

Segundo Andrade (2003), a pesquisa exploratória proporciona maiores

informações sobre determinado assunto, ajuda determinar objetivos e

hipóteses, através dela avalia-se a possibilidade de desenvolver uma boa

pesquisa.

A pesquisa descritiva e exploratória é utilizada para sumarizar e

descrever padrões de distribuição geográfica de eventos onde, geralmente,

algumas técnicas exploratórias têm forma de gráficos. Ela é utilizada quando se

pretende testar formalmente uma hipótese ou estimar relações, como por

exemplo, entre incidência de uma determinada doença e variáveis ambientais

e/ou sociais. Consiste numa pesquisa feita em localização específica ou dentro

de regiões específicas (ROUQUAYROL & FILHO, 2003).

Conforme Marconi (1999, p.20), na organização quantitativa “os dados

devem ser, quando possível, expressos com medidas numéricas. [...]. Não

deve fazer juízo de valor, mas deixar que os dados e a lógica levem a solução

real, verdadeira”.

De acordo com Minayo (2000 p. 21):

A pesquisa qualitativa [...] se preocupa nas ciências sociais, com o nível de realidade que não pode ser quantificada. Ou seja ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e fenômenos. Que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

De acordo com Minayo (2008), a combinação de métodos se constitui

como desafio, tendo em vista que na prática científica contemporânea,

abordagens quantitativas e qualitativas passaram a significar duas modalidades

de investigação com campos teóricos próprios, delimitados e frequentemente

antagônicos, onde envolvem o aprender epidemiologia e compreender

antropologia.

Page 73: Dissertacao completa

3.2 Local de estudo A pesquisa foi realizada nas UBSs do município de Chapecó – SC

(Figura 9), totalizando 27 unidades, sendo que 19 delas estão localizadas nos

bairros e 8 unidades no interior do município. Estas unidades são denominadas

Centro de Saúde da Família (CSF) e Policlínicas – Centro Integrado de Saúde

(CIS).

As UBSs recebem esta denonimação por estarem inseridas no

Programa de Saúde da Família do Ministério da Saúde, como estratégia de

reorientação do modelo assistencial.

Figura 9 – Localização de Chapecó no estado de Santa Catarina - Brasil

A seguir estão relacionadas às 27 UBSs pesquisadas:

1- CSF Alto da Serra;

2- CSF Belvedere;

Page 74: Dissertacao completa

3- CSF Caic;

4- CSF Colônia Cella;

5- CSF Goio–Ên;

6- CSF Jardim América;

7- CSF Leste;

8- CSF Linha Cachoeira;

9- CSF Marechal Bormann;

10- CSF Quedas do Palmital;

11- CSF Saic;

12- CSF Santo Antônio;

13- CSF Sede Figueira;

14- CSF Seminário;

15- CSF Cristo Rei;

16- CSF Presidente Médici (Chico Mendes);

17- CSF Aldeia Condá;

18- CSF Toldo Chimbangue;

19- CSF Eldorado;

20- CSF Jardim do Lago;

21- CSF Bela Vista;

22- CSF Sul;

23- CSF Vila Real;

24- CISGE Grande Efapi;

25- CISO Oeste;

26- CISN Norte;

27- CISSM Santa Maria.

3.3 Procedimentos para coleta dos dadosApós levantamento dos endereços e telefones das UBSs do município, o

projeto foi apresentado à Secretaria Municipal de Saúde e aos coordenadores

de cada UBS, através de visitas, contato telefônico e ofício.

Posteriormente foram agendadas visitas in loco, para realização de

levantamento através de questionário e entrevista de como ocorre o

armazenamento, a separação, a coleta, o tratamento e o destino final dos

resíduos gerados nas UBSs, juntamente com as equipes de trabalho.

Page 75: Dissertacao completa

O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi o questionário de

pesquisa (APÊNDICE I) elaborado usando como referência o estudo de Lippel

(2003), mas procurou-se englobar as principais informações sobre os

procedimentos gerenciais, operacionais e levantamento de dados dos RSSS

gerados, abrangendo os aspectos relativos à segregação, acondicionamento,

armazenamento interno e externo, transporte, tratamento e disposição final,

adotando como referência também a Resolução CONAMA Nº 358/2005

(ANEXO IV).

Foi utilizado também um diário de campo, manuscrito, o qual auxiliou na

complementação dos dados observados e relatados pelos funcionários das

unidades de saúde à pesquisadora.

Inicialmente foi aplicado um questionário piloto, para adaptação do

instrumento. Nesta etapa, buscou-se avaliar e confrontar os dados informados

e a realidade observada, possibilitando um melhor esclarecimento para o

completo e seguro preenchimento do questionário.

A aplicação do questionário foi realizada pela própria pesquisadora e

ocorreu no mês de dezembro de 2009 e nos meses de janeiro, fevereiro, março

e abril de 2010.

Entrevistou-se, primeiramente, o enfermeiro coordenador de cada UBS,

ao qual foi explicado o objetivo da pesquisa e solicitada a assinatura do termo

de consentimento livre e esclarecido (apêndice II) e termo de autorização para

a tomada de imagens (apêndice III). Na sequência o coordenador respondia os

aspectos administrativos e do uso de EPIs da unidade. As questões referentes

ao sistema de manejo de resíduos sólidos foram respondidas pelos

funcionários responsáveis pela limpeza.

Foram realizadas visitas, para observação dos aspectos relatados pelos

funcionários das UBSs. Após o levantamento dos dados obtidos nas

entrevistas, procedeu-se uma análise comparativa com a observação das

UBSs, visando organizar os resultados encontrados.

Em relação ao tratamento e destino final dos RSSS foi realizada visita in

loco, após contato telefônico, às empresas que prestam os serviços de coleta e

destino final dos resíduos do município.

3.4 Análise dos dados

Page 76: Dissertacao completa

As informações contidas nos questionários foram tabuladas na estrutura

de um banco de dados em planilha eletrônica do programa Microsoft Office

Excel 2003 para análise e avaliação da situação dos RSSS, contemplando os

aspectos legais no âmbito das legislações.

Analisou-se o cenário atual da gestão de resíduos de serviço de saúde

nas UBS de Chapecó com base nas normativas na área, RDC 306/04 (ANEXO

III) e CONAMA 358/05 (ANEXO V) e em critérios ambientais e de saúde

pública.

Os resultados estão representados por gráficos e pelos relatos dos

funcionários no momento da aplicação do questionário e da visita a todas

UBSs.

Na representação gráfica foram utilizadas as categorias: adequado,

parcialmente adequado e inadequado, enquadrados em cada aspecto

analisado, a fim de discutir os resultados encontrados na pesquisa.

Foram considerados adequados os aspectos onde todos os itens

abordados encontravam-se satisfatórios de acordo com as normatizações

legais do Conama 358/05 e RDC 306/04.

Os itens abordados em cada aspecto do questionário, os quais não

obtiveram resultados totalmente satisfatórios e que necessitavam de

adequações foram considerados parcialmente adequados.

Entretanto os itens dos quais os resultados encontrados apresentavam-

se insatisfatórios, por não estarem enquadrados de acordo com as

normatizações legais anteriormente descritas, a categoria utilizada foi

inadequada.

3.5 Aspectos éticosDe acordo com a Resolução CNS 196/96 apud Araújo (2003 p. 59) a

pesquisa envolvendo seres humanos pode ser definida como aquela que:

“individual ou coletivamente, envolva o ser humano de forma direta ou indireta,

em sua totalidade ou partes dele, incluindo o manejo de informações ou

materiais”.

Page 77: Dissertacao completa

Assim sendo, Araújo (2003) argumenta que todas as pesquisas

envolvendo os seres humanos de forma direta ou até mesmo indireta, possuem

a obrigação de serem analisadas por um comitê de ética em pesquisas.

Ainda sob a perspectiva ética, a Resolução CNS 196/96 apud Araújo

(2003) evidencia a necessidade do termo de consentimento livre e esclarecido,

e o define como a aceitação do sujeito, ou representante legal, depois da

explicação sobre os objetivos, métodos, benefícios, potenciais de riscos e

possíveis incômodos, formulada no termo de consentimento, sem a presença

de subordinação ou intimidação, autorizando sua participação voluntária.

Foram acatados os critérios exigidos na resolução 196/96 do Conselho

Nacional da Saúde, que trata sobre diretrizes e normas regulamentadoras de

pesquisas envolvendo seres humanos. Esta Resolução incorpora, sob a ótica

do indivíduo e das coletividades, os quatro referenciais básicos da bioética:

autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e visa

assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica,

aos sujeitos da pesquisa e ao Estado (JATENE, 1996).

Após o pronunciamento de aprovação do protocolo deste estudo pelo

Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNOCHAPECÓ (ANEXO II), o projeto

foi desenvolvido conforme delineado, e apresentado os relatórios finais a este

comitê. Os dados da pesquisa serão mantidos em arquivo, sob sua guarda por

5 anos, pela pesquisadora.

A pesquisa foi apresentada à Secretaria Municipal de Saúde e às UBSs

por meio de termo de consentimento livre e esclarecido, termo de autorização

para tomada de imagens e questionário de consentimento do departamento de

recursos humanos da referida secretaria, assinado e autorizado por sua

direção (Anexo I). Este estudo enquadra-se como de risco mínimo por envolver

procedimentos não-invasivos.

Page 78: Dissertacao completa

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados desta pesquisa foram sistematizados por meio da análise

de questionários/entrevistas aplicadas e da visita em cada uma das unidades.

Verificou-se a consonância dos dados contidos nos questionários,

comparando-os com as normas Conama 358/05 e RDC 306/04.

Cabe ressaltar a visita realizada nas UBSs, assim como a tomada de

imagens, como forma de confrontar e enriquecer as informações relatadas no

preenchimento dos questionários.

É importante salientar que os resultados apresentados a seguir estão

evidenciados nas respostas provenientes dos questionários e da entrevista

realizada nas UBSs, bem como as observações registradas pela pesquisadora

durante as visitas, visando conhecer a realidade do gerenciamento dos

resíduos gerados, abrangendo todas as etapas, desde a geração até a

destinação final dos RSSS.

Realizou-se uma avaliação de cada aspecto, enquadrando-os em:

adequado, parcialmente adequado e inadequado.

Na sequência são apresentados os resultados, divididos em: aspecto

administrativo; dados de manejo; separação dos RSSS; acondicionamento dos

RSSS; armazenamento (interno e externo) dos RSSS; resíduos sólidos

infectantes e perfurocortantes – Grupos A e E; resíduos químicos e radioativos

– Grupo B e C; coleta (interna e externa) dos RSSS; transporte, tratamento e

destino final dos RSSS; identificação dos possíveis impactos ambientais e de

saúde causados pelos RSSS; e, outros dados relevantes.

4.1 Aspecto administrativoDurante as visitas realizadas nas 27 UBSs observou-se que os

funcionários não têm conhecimento do Manual da Anvisa, o qual trata do

gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Quando questionados sobre

a utilização deste, muitos funcionários respondiam que o manual era utilizado,

porém no momento da visita este documento não era apresentado, por não

existir na unidade.

Page 79: Dissertacao completa

As empresas responsáveis pelo aspecto operativo possuem funcionários

contratados pela prefeitura e pela empresa terceirizada QST (qualidade em

serviços terceirizados e temporários) do Grupo Zanardo.

Destes funcionários obteve-se a informação de que há falta de

treinamento sobre RSSS no momento da contratação.

Shinzato et al. (2009) realizaram um estudo do diagnóstico da gestão

dos RSSS gerados no setor de doenças infecto parasitárias, com relação ao

pessoal envolvido na limpeza, que manuseia diretamente os RSSS. O setor

dispõe de um serviço terceirizado e a maior parte das pessoas responsáveis

por esse serviço não foi devidamente treinada para executar, com segurança,

os procedimentos de limpeza em estabelecimentos de saúde.

Outra questão relevante é que os funcionários responsáveis pelo

recolhimento e higienização das unidades de saúde não realizam controle

médico.

Em relação ao uso dos EPIs durante o manejo dos RSSS, os utilizados

corretamente são luvas e avental. Outros equipamentos como bota, máscara e

óculos são usados esporadicamente pelos funcionários que tem acesso aos

mesmos enquanto outros afirmam não usar pois não tem disponível os

referidos equipamentos.

Através dos relatos têm-se respostas de que óculos e máscaras em

algumas unidades visitadas, quando disponíveis, são utilizados no momento da

diluição de produtos de limpeza. Conforme se observa nos relatos abaixo:

“óculos a gente usa pra mistura os produto”

“os produto de limpeza são fortes, daí uso óculos pra protege os olhos”.

Observa-se na (Figura 10), que (58%) das unidades apresentam

procedimentos inadequados com relação ao uso incorreto de EPIs, falta de

treinamento aos funcionários responsáveis pela limpeza e a falta de

conhecimento do manual da Anvisa, (35%) adequado e (7%) parcialmente

adequado. Desta forma, verificou-se a necessidade de treinamentos destinados

a todos os funcionários das UBSs, bem como a correta utilização de EPIs

durante o manejo dos RSSS.

Page 80: Dissertacao completa

35%

7%58%

AdequadoParcialmente adequadoInadequado

Figura 10 - Aspectos administrativos nas UBSs

4.2 Dados de manejo dos resíduos pelos funcionários encarregados da limpeza

Observou-se em relação ao uniforme dos funcionários responsáveis pela

limpeza que o mesmo não é usado corretamente, apesar das respostas terem

sido contraditórias. (44%) dos funcionários responderam que o uso do uniforme

era completo, conforme relato a seguir:

“sempre uso uniforme pra trabalhar”

“uniforme a gente tem, ganha da empresa”

“sim, venho trabalha com esse uniforme”

“uso sempre esse jaleco”

O uniforme básico segundo normas da ANVISA, consta de avental de

preferência PVC e de médio comprimento, blusa ou camisa com manga no

mínimo ¾ de tecido resistente de cor clara, calça de cor clara, sapatos

impermeáveis ou bota de cano curto resistente de cor clara, luvas de borracha

de cano longo, máscara tipo semifacial e impermeável e gorro de cor claro.

Após esclarecimento dos itens necessários para compor o uniforme

completo, houve novos relatos como:

“não precisa de tudo isso”

“manga longa ninguém aguenta, é muito calor”

“no inverno até vai, mas no verão com manga longa não dá”

Page 81: Dissertacao completa

“máscara só usei na época da gripe suína, a enfermeira fazia todo

mundo usa”

“gorro não precisa, a gente usa boné pra lava o piso lá fora quando tem

sol”.

Observado ainda que os uniformes principalmente os disponibilizados

pela empresa QST são de cor azul escuro, avental manga ¾. Já os uniformes

disponibilizados pela prefeitura variam as cores, prevalecendo cores claras,

porém sempre avental de manga curta ou cavada.

Em relação aos calçados, apenas os funcionários da empresa QST,

fazem uso do sapato padronizado, porém de cor preto. Os funcionários da

prefeitura utilizam calçados próprios de variados modelos e cores, como tênis,

sapatos e chinelos.

As salas para dispor materiais de limpeza possuem estruturas

inadequadas, sendo também utilizadas para a mistura de materiais de limpeza,

lavanderia, resíduos em armazenamento temporário, entre outras.

O manejo dos resíduos, nas unidades de saúde deve obedecer a

critérios e normas técnicas que conduzam à minimização do risco à saúde

pública e à qualidade do meio ambiente.

Conforme os dados do questionário, a maioria das unidades de saúde

está adequada às normas técnicas vigentes 44% (Figura 11), porém (32%)

necessitam de adaptações que visam à melhoria contínua das condições de

segurança, higiene e saúde ocupacional de todas as pessoas envolvidas com o

manejo dos RSSS.

Durante as visitas não foram encontrados materiais que forneçam

informações sobre normas de manejo de resíduos como cartazes, folhetos ou

outros.

Page 82: Dissertacao completa

44%

24%

32%AdequadoParcialmente adequadoInadequado

Figura 11 - Manejo dos RSSS nas UBSs

4.3 Separação dos RSSSDe acordo com os dados obtidos nas entrevistas, pratica-se a separação

dos resíduos gerados nas unidades de saúde a partir do ponto de geração.

Esta separação é realizada por todos os colaboradores e a coleta interna é

realizada pelos funcionários destinados à limpeza das unidades.

Entretanto, por meio das visitas, pode-se verificar que de uma maneira

geral, não há homogeneidade entre as UBSs, quanto ao cumprimento das

normas para separação dos RSSS. Na maioria (74%) das UBSs a separação é

feita adequadamente, porém verificou-se que não existe separação específica

de resíduo comum (Figura 12), sendo desprezados no mesmo saco plástico

resíduos como papel, plástico, metal e orgânico.

A separação de matérias de resíduos comuns tem como objetivo

principal a reciclagem, no entanto quando não há a separação correta, estes

materiais descartados se tornam resíduos os quais não terão

reaproveitamento.

Page 83: Dissertacao completa

Figura 12 - Resíduo comum sem separação específica

Percebeu-se também através da entrevista que não é realizada uma

estimativa da quantidade de resíduos gerados nas unidades e este dado é

desconhecido pelos funcionários.

A quantificação dos resíduos poderá diminuir o volume de resíduos

gerados, consequentemente diminuindo o risco de contaminação do ambiente,

oferecendo maior segurança aos funcionários e à população.

Neste aspecto, apesar da maioria (74%) das UBSs, terem recebido uma

avaliação satisfatória (Figura 13), verificou-se a necessidade de algumas

adaptações (13%), principalmente no que diz respeito a informações

pertinentes à separação dos resíduos sólidos gerados nos estabelecimentos.

74%

13%13%

AdequadoParcialmente adequadoInadequado

Figura 13 - Separação do RSSS

Page 84: Dissertacao completa

Resíduos contaminados foram encontrados durante a visita

respectivamente em recipientes com saco preto para resíduo comum e em

saco branco leitoso para resíduos contaminados. Este fator implica no risco de

contaminação e acidentes com os funcionários que manipulam esses resíduos.

A (Figura 14) a seguir ilustra esta condição encontrada.

Figura 14 - Saco para resíduo comum com resíduo contaminado

Cabe ressaltar que no momento da visita foi encontrado em uma UBS,

material contaminado com sangue (gases e luvas) na lixeira para resíduo

comum. Ao questionar uma funcionária sobre a condição inadequada, a

mesma relata “na verdade não tem problema porque esse lixo vai ser

reciclado”, isto demonstra que ela não se preocupa em fazer a separação

adequada dos diferentes tipos de resíduos e esta postura pode colocar em

risco a saúde de outras pessoas e mesmo funcionários.

Scarlato (2003) assegura que a reciclagem é uma das alternativas mais

eficazes do manejo dos resíduos, porém nem toda matéria pode ser

reaproveitada devido às suas particularidades e às propriedades dos seus

elementos. Ricklefs (2003) argumenta que nem todos os elementos dispostos

na natureza possuem agentes de transformação.

É de fundamental importância a implementação de técnicas e

procedimentos que visem reduzir a geração ou minimizar a presença dos

principais contaminantes presentes nos resíduos. Neste impasse são

imprescindíveis orientações e medidas gerais de educação em saúde e

educação ambiental. Percebe-se que a questão inerente aos materiais

Page 85: Dissertacao completa

contaminados assim como o processo de reciclagem de materiais não está

relacionada ao conhecimento por parte de alguns funcionários.

4.4 Acondicionamento dos RSSS Nas UBSs pesquisadas são utilizadas sacolas plásticas para a

embalagem dos resíduos, sendo que de acordo com o tipo de resíduo a

embalagem tem cor padronizada, branco leitoso para resíduos contaminado e

preto para resíduo comum. Estas sacolas são dispostas em recipientes para

armazenamento dos resíduos.

Através das visitas realizadas, observou-se em relação a forma de

acondicionamento dos RSSS, não havia uma padronização dos tipos de

lixeiras (Figura 15). Também foi observada em duas UBSs a existência de

lixeiras com identificação de resíduo contaminado, mas contendo saco preto

(Figura 16). Unidades de saúde mencionam que as sacolas de cor brancas

leitoso haviam acabado e aguardavam a entrega pela Secretaria Municipal de

Saúde. Os relatos abaixo descrevem as falas dos funcionários:

“fazem dois meses que acabou, mas não entregaram ainda...estamos

esperando”

“o problema é a distância do posto até o centro, aí, até o material chegá

aqui...”

“a gente vai colocando o lixo no saco preto mesmo”

“os cara que vem recolhe o lixo reclamam, mas vai faze o quê...”

Este fator é considerado agravante do ponto de vista sanitário e

ambiental. É de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde a entrega

dos materiais para disposição dos resíduos nas UBSs.

Page 86: Dissertacao completa

Figura 15 - Lixeiras sem padronização

Figura 16 - Embalagem para resíduo comum em recipiente com a identificação lixo contaminado

Em algumas lixeiras observadas (Figura 17) não possuíam identificação,

estavam desprovidas de tampa e outras não possuíam pedal para abertura da

tampa como recomenda a RDC ANVISA n˚ 306/2004.

O relato a seguir está evidenciado nas falas dos funcionários:

“só precisa de tampa quando o lixo é contaminado”

“até facilita essas lixeiras sem tampa, porque é mais prático pra joga o

lixo”

Page 87: Dissertacao completa

Figura 17 - Lixeiras desprovidas de tampa e pedal para abertura da tampa

Também foi observada a quantidade de resíduos nos recipientes que

ultrapassavam a capacidade do mesmo (Figura 19). Os recipientes deveriam

estar identificados com os resíduos correspondentes, seguindo as normas da

RDC (306/2004), porém o que se evidenciou foram recipientes desprovidos de

identificação (Figura 20). Nos relatos a seguir os funcionários justificam isso:

“a gente identifica o lixo pela cor da sacola”

“todo mundo sabe que o lixo contaminado vai na sacola branca”

“não precisa identifica, é só olha a cor da sacola”

“a gente ta acostumado a jogá no lixeiro certo, por causa da cor”

“não tem problema, cada um já sabe o lugar certo pra joga o lixo”

Deve-se estabelecer regras internas para a identificação de cada

recipiente de RSSS, independente das rotinas pré estabelecidas pelos

funcionários.

Quanto ao acondicionamento dos RSSS (Figura 18), as adequações nas

UBSs são favoráveis na maioria dos itens abordados (79%), porém percebe-se

a necessidade de adequações (15%) no que diz respeito à cobertura e ao

material dos recipientes, capacidade de resíduos, identificação dos resíduos

correspondentes em cada recipiente, à qualidade dos mesmos bem como o

local correto para a disposição dos recipientes.

Page 88: Dissertacao completa

79%

6%15%

Adequado

Parcialmente adequado

Inadequado

Figura 18 - Acondicionamento dos RSSS

Figura 19 - Excesso de resíduo no recipiente

Figura 20 - Recipiente sem identificação

Foram constatadas ainda algumas lixeiras inadequadas, deterioradas,

quebradas, quebradas, desprovidas de pedal e até de papelão. Além disso,

Page 89: Dissertacao completa

acondicionadas em locais inadequados de acordo com a regulamentação

Conama 358/05 (Figuras 21, 22 e 23).

Isto pode implicar no risco de contaminação de funcionários e usuários

das UBSs.

Figura 21 - Recipiente disposto em local inadequado

Figura 22 - Lixeira inadequada de papelão

Page 90: Dissertacao completa

Figura 23 - Lixeira e embalagem inadequadas

4.5 Armazenamento (interno e externo) dos RSSS

Com base na Figura 24 é possível visualizar a questão encontrada neste

aspecto.

20%

42%

38%Adequado

Parcialmenteadequado

Inadequado

Figura 24 – Armazenamento final dos RSSS

Os locais para armazenamento interno nas UBSs analisadas durante a

coleta de dados foram de (20%) adequados, de (38%) inadequados e (42%)

parcialmente adequados. Os resíduos eram armazenados temporariamente em

locais improvisados, como lavanderias (Figuras 25), calçada externa à

lavanderia de acesso aos funcionários (Figura 26), os quais são acumulados

Page 91: Dissertacao completa

até o final do turno do dia na calçada da UBS, logo abaixo da janela de

consultório médico (Figura 27).

O armazenamento desses resíduos nos locais acima descritos

representa grande potencial de risco de acidentes ocupacionais, além de

contato com infecções.

Figura 25 – Resíduos armazenados em lavanderia

Figura 26 – Resíduos armazenados na calçada

Figura 27 – Resíduos armazenados na calçada abaixo da janela de consultório

Page 92: Dissertacao completa

Nos ambientes de armazenamento externo, denominados de abrigo para

resíduos, foram identificados vários locais inadequados, tais como: em

churrasqueira desativada e em abrigo de lata (Figura 28) com abertura no

fundo, facilitando tanto ao acesso de vetores e roedores bem como a

percolação de líquidos gerados pelos resíduos (Figura 29).

Nesses locais os RSSS e os demais resíduos são separados, porém não

há identificação quanto ao tipo de resíduos que está armazenado e estes são

dispostos no chão, havendo ruptura dos sacos e extravasamento de resíduos

(Figura 30 a), estes resíduos deveriam estar acondicionados em containeres.

Em algumas UBSs este abrigo serve também para o armazenamento de

mangueiras de uso para higienização dos estabelecimentos, entre outros

materiais que foram vistos no momento da visita (Figuras 30 b).

Esta prática representa riscos de contágio, infecção e riscos de

acidentes ocupacionais, pela exposição de materiais utilizados nas unidades de

saúde para higienização dos ambientes.

Figura 28 - Abrigo externo em lata

Page 93: Dissertacao completa

Figura 29– Abrigo externo em lata, com aberturas no fundo

(a) (b)

Figura 30 - Resíduos dispostos no chão, rompimento dos sacos e presença de chorume (a). Armazenamento de materiais como mangueira (b)

A maioria das unidades (62%) apesar de possuírem um espaço

destinado ao armazenamento final, tais locais necessitam de adaptações, por

não estarem de acordo com as resoluções, localizando-se distantes da unidade

e possuindo estrutura física inadequada (Figura 31).

Tais observações revelam certas inadequações em relação às

recomendações RDC 306/04 da Anvisa, para os abrigos internos, para a

questão de telas de proteção contra proliferação de vetores e a disposição de

container para os sacos não serem acondicionados diretamente no chão.

Ainda de acordo com as normatizações vigentes, RDC 306/04 e

Conama 358/05, o armazenamento externo deve ser exclusivo, identificado e

restrito aos funcionários do gerenciamento de resíduos, terem fácil acesso para

Page 94: Dissertacao completa

os recipientes de transporte e para os veículos coletores, possuir recipientes

coletores para o armazenamento dos sacos de resíduos. Deve ser

dimensionado de acordo com o volume de resíduos gerados, possuírem área

específica de higienização para limpeza e desinfecção simultânea dos

recipientes coletores e demais equipamentos.

A área deve possuir piso e paredes lisos, impermeáveis, laváveis, ser

provida de pontos de iluminação e tomada elétrica, ponto de água, canaletas

de escoamento de águas direcionadas para a rede de esgotos do

estabelecimento e ralo sifonado provido de tampa que permita a sua vedação.

Ressalta-se ainda, a questão de duas UBSs localizadas no interior,

distantes do centro da cidade, onde não há o recolhimento dos resíduos pela

empresa Servioeste, sendo que os funcionários dos estabelecimentos

semanalmente destinam esses resíduos em veículo de transporte de pessoas

até unidades de referência localizadas nos bairros da cidade para o posterior

recolhimento.

Figura 31 – Estrutura física inadequada

4.6 Resíduos infectantes e perfurocortantes - Grupos A e E Os resíduos enquadrados neste aspecto recebem disposição adequada

em todas as unidades de saúde, representando (100%). Constatou-se que

eram resíduos perfurocortantes acondicionados em recipientes rígidos de

acordo com as normas técnicas vigentes. O acondicionamento destes resíduos

deve ser realizado com muito cuidado, pelo risco que representa à saúde das

pessoas que os manipula, pois quando não manipulados corretamente podem

ocasionar acidentes.

Page 95: Dissertacao completa

Durante as visitas realizadas as unidades de saúde verificou-se que

apesar dos resíduos perfurocortantes serem acondicionados em recipiente

corretos, a quantidade de resíduos, algumas vezes, ultrapassava o limite

adequado do recipiente, o que pode propiciar acidentes as pessoas que

manipulam (Figura 32).

Figura 32 – Excesso de resíduos no recipiente

O local onde estavam acondicionados estes recipientes, em algumas

unidades, verificou-se a necessidade de adaptações, por estarem próximos a

materiais de uso ambulatorial ou outros locais impróprios (Figuras 33 e 34).

Isso representa risco de contaminação de materiais pela exposição destes

próximos a resíduos infectantes, além de potencializar o risco de acidentes

ocupacionais.

Os resíduos infectantes são acondicionados em sacos plásticos branco-

leitoso com a inscrição lixo hospitalar, resíduos de serviços de saúde e o

símbolo internacional de substância infectante, conforme as normas técnicas

estabelecidas.

Page 96: Dissertacao completa

Figura 33 – Recipiente disposto em local inadequado

Figura 34 – Recipientes dispostos em locais inadequados

Em uma das UBSs visitada o recipiente para resíduo perfurocortante

estava sendo improvisado por uma caixa de papelão comum, pela falta do

material na unidade (Figura 35).

Figura 35 – Caixa improvisada contendo resíduo perfurocortante

4.7 Resíduos químicos e radioativos – Grupos B e CNas UBSs visitadas, os resíduos químicos encontrados foram pilhas,

lâmpadas e baterias.

De acordo com os resultados provenientes dos questionários, tem-se a

informação de que 56% dos resíduos especiais são acondicionados

adequadamente, conforme a (Figura 36).

Page 97: Dissertacao completa

56%

0%

44% AdequadoParcialmente adequadoInadequado

Figura 36 - Resíduos especiais (pilhas, lâmpadas, baterias, entre outros)

Em relação aos resíduos farmacêuticos e químicos perigosos, foram

identificadas as mais diversas formas de acondicionamento e destino final,

sendo depositados em vaso sanitário, junto aos resíduos perfurocortantes ou

junto aos resíduos contaminados.

De acordo com o relato de um funcionário, pode-se evidenciar o que

ocorre:

“agora a gente não joga mais os comprimido no vaso do banheiro

porque fica tudo grudado no fundo, a gente joga na caixa amarela”

Durante a visita foi observado que as pilhas e baterias são

acondicionados em caixa de papelão fornecidas pela FUNDEMA (Figura 37), a

qual posteriormente faz a coleta a partir do momento que os coordenadores

das UBSs entram em contato para comunicar do enchimento da caixa e esta

por sua vez os encaminha à CETRIC, a qual acondiciona e dá o destino final

em sistemas especiais de decaltamento para eliminação da radioatividade.

Figura 37 – Caixa de papelão para acondicionar pilhas e baterias

Page 98: Dissertacao completa

Os rejeitos radioativos não são vulneráveis à degradação por processos

químicos e físicos. A destinação em aterros ou lançamentos em corpos hídricos

oferece risco à saúde e ao meio ambiente, por isto estes rejeitos necessitam

obedecer às normas de segurança específicas para o manejo, o descarte e o

armazenamento descritas nas recomendações da Resolução CNEN – NE 6.05.

4.8 Coleta (interna e externa) dos RSSS

A coleta interna é realizada por dois funcionários responsáveis pela

limpeza das unidades, sendo executada diariamente, uma vez no turno, no

momento em que diminui o fluxo dos usuários nos estabelecimentos.

A coleta externa dos resíduos comuns é realizada diariamente pela

empresa terceirizada Tucano, contratada pela prefeitura municipal de Chapecó.

Os resíduos infectantes e perfurocortantes são coletados nos abrigos

externos pela empresa Servioeste, a qual realiza suas coletas semanalmente

ou quinzenalmente, de acordo com a geração dos resíduos.

A (Figura 38) demonstra aspectos satisfatórios (56%), no que diz

respeito aos horários de coleta, no momento em que o fluxo de usuários está

reduzido e há uma frequência de horários para as coletas. Uma quantidade

significativa de aspectos não se enquadram com a legislação vigente (44%),

referentes aos profissionais responsáveis pela limpeza os quais não utilizam

paramentação no momento da coleta dos RSSS.

56%

0%

44% AdequadoParcialmente adequadoInadequado

Page 99: Dissertacao completa

Figura 38 - Coleta interna e externa dos RSSS

4.9 TransporteA forma de transporte interno nas unidades de saúde visitadas é

realizada manualmente pelos funcionários responsáveis pela limpeza, sendo

utilizados como EPIs apenas luvas e jaleco.

Os estabelecimentos não possuem carrinho para transporte conforme

preconizado.

Este transporte consiste no translado de sacos e recipientes como os

RSSS desde os locais de armazenamento temporário até a área de

armazenamento externo. Com a finalidade de evitar riscos aos pacientes e aos

visitantes, deve-se previamente adotar medidas de segurança para esta

operação (BRASIL, 2001).

Para o correto transporte dos resíduos, devidamente acondicionados, é

necessário dispor de carros com rodas, resistentes, rígidas ou semi-rígidas,

com tampa, chanfrados, lisos, impermeáveis, sem reentrâncias, nem bordas e

de fácil armazenamento, limpeza e desinfecção, dispondo de sistema antifurto

(BRASIL, 2001).

Deve-se assegurar que os resíduos sejam transportados corretamente e

com segurança até o destino estabelecido, de acordo com as normatizações de

manejo dos RSSS, compreendendo a operação de transferência dos resíduos

acondicionados do local de geração para o armazenamento temporário.

A RDC 306/04 recomenda que a coleta e o transporte interno dos

resíduos devem ser realizados em horários definidos, que não coincidem com o

trânsito de pessoas, alimento, roupas e medicamentos, e separadamente, de

acordo com o grupo a que pertencem. O transporte deve ser feito em

recipientes rígidos e laváveis, com tampa acionada por pedal, porém as UBSs

em estudo, devido ao seu projeto arquitetônico, inviabilizam o transporte por

meio de carrinhos.

4.10 Tratamento e destino final dos RSSS

Page 100: Dissertacao completa

Esta etapa é realizada externamente pelas empresas terceirizadas,

Servioeste, Tucano e Cetric, que prestam serviços de coleta e destino final à

Prefeitura Municipal.

Sendo que os RSSS são coletados e destinados pela empresa

Servioeste – soluções ambientais – central de tratamento de resíduos de

saúde.

A empresa Tucano – obras e serviços é responsável pela coleta dos

demais resíduos, denominados resíduos urbanos domiciliares/comerciais

(RSU).

As pilhas e baterias são recolhidas pela Fundação Nacional do Meio

Ambiente - FUNDEMA, a qual deposita em vários pontos da cidade, inclusive

nas UBSs, caixas para o armazenamento. No momento em que há o

enchimento da caixa, os responsáveis pela instituição entram em contato com

a FUNDEMA, para o recolhimento. A fundação, por sua vez armazena estes

resíduos em tonéis e posteriormente, a cada três ou quatro meses os destina à

CETRIC.

A Central de Tratamento e Disposição de Resíduos Industriais e

Comerciais – CETRIC é um empreendimento privado, de prestação de serviços

na área de gestão de resíduos de origem industrial e comercial, e seus serviços

vão desde a caracterização dos resíduos na fonte geradora, tratamento e

disposição final dos mesmos em local apropriado.

Os resultados dos questionários aplicados comprovam que 66% das

UBSs visitadas destinam os resíduos gerados adequadamente, sendo que 13%

necessitam de adaptações no que diz respeito ao recolhimento pela empresa

diretamente no estabelecimento gerador, bem como seu destino final

previamente acondicionado em containeres. Destas unidades, 21% tratam e

destinam os resíduos inadequadamente a exemplo desta prática citamos as

UBSs as quais não tem o recolhimento dos seus resíduos pela empresa

Servioeste, ficando como responsabilidade dos funcionários da UBS

transportar seus resíduos até unidades de saúde de referência para o

recolhimento proveniente da empresa Servioeste (Figura 39).

Page 101: Dissertacao completa

66%13%

21% Adequado

Parcialmenteadequado

Inadequado

Figura 39 - Tratamento e destino final dos RSSS

A seguir demonstra-se o tratamento e destino final dos RSSS, prestado

pelas empresas responsáveis pela coleta, tratamento e destino final.

4.10.1 Empresa ServioesteA Empresa Servioste realiza incineração pelo processo de destruição

térmica dos resíduos, com temperatura de queima de 800º a 1200ºC, redução

de cerca de 85% do volume dos resíduos e eliminação completa das

características de patogenicidade dos resíduos, porém deve-se dar um destino

adequado as cinzas pois representam problema de periculosidade.

A empresa possui tratamento das emissões atmosféricas através de um

sistema de lavagem de gases, tratamento físico-químico da água utilizada e

reutilização da água de forma a não ser lançada no meio ambiente em nenhum

momento.

Os gases passam por um sistema de tratamento e resfriamento. São

forçados a passar por dois compartimentos onde ocorre a injeção de jatos de

água com a função de remover as partículas em suspensão e os gases tóxicos.

Autoclave para a esterilização dos resíduos, com temperatura de 120º a

140ºC, pressão de 3 kgf/cm², duração de ciclo de 55 min. Diariamente são

realizados controles químicos e biológicos garantindo a eficiência do sistema.

Possuem tratamento de efluentes líquidos, com tratamento físico-

químico (retenção de particulados e correção de pH). Após o tratamento a água

Page 102: Dissertacao completa

é reutilizada no processo de lavagem, trabalhando em circuito fechado, de

forma não haver em momento algum lançamento para o meio ambiente.

4.10.2 Empresa TucanoTodo resíduo comum é coletado e encaminhado ao Centro de

Valorização de Materiais (CVM), recicláveis para triagem. O processo consiste

na recepção, separação e seleção dos materiais recicláveis em esteiras

mecânicas, prensagem e depósito para posterior comercialização, sendo este

processo executado por empresa terceirizada, dentro do aterro da empresa.

Os resíduos não recicláveis, na maioria orgânico e os de serviços de

saúde depois de esterilizados em autoclave, são transportados para os aterros

sanitários da empresa e depositados em células, que após impermeabilização

e fechamento garantem eficiência técnica e ambiental.

A empresa institui e assegura a aplicação dos mecanismos de controle e

monitoramento ambiental, através da drenagem de águas pluviais,

impermeabilização de base, captação e queima de gases, drenagem

e tratamento de líquidos percolados (chorume).

O aterro sanitário o qual são depositados os resíduos, compreende:

- Sistema de drenagem da águas pluviais;

- Sistema de impermeabilização de base composto por uma camada de

0,50 m de argila compactada, sobreposta a esta, geomembrana de polietileno

de alta densidade-PEAD de 1,5 mm de espessura e, sobreposta a esta uma

camada de 0,50 m de argila compactada com função de proteção mecânica;

- Sistema de captação e queima de gases;

- Sistema de drenagem de líquidos percolados (chorume);

- Sistema de tratamento de líquidos percolados compostos por lagoas de

estabilização (tratamento biológico), incluindo uma unidade de equalização. Na

sequência, ocorre o tratamento físico-químico, através da coagulação,

floculação, decantação e filtração, sendo a seguir os efluentes encaminhados

para corpo receptor;

- Centro de Valorização de Materiais “Triagem” reciclagem de resíduos

sólidos.

4.10.3 Empresa Cetric

Page 103: Dissertacao completa

Os resíduos industriais caracterizados como classe I e II A são

encaminhados para o local de disposição final, no aterro industrial próprio da

empresa ou enviado para o co-processamento, de acordo com a solicitação do

cliente e do tipo de resíduo (CETRIC, sd).

Os Resíduos Classe II A heterogêneos são anteriormente segregados na

central de triagem. Todos resíduos depositados nas valas de disposição no

aterro industrial são registrados e mapeados, com o objetivo de controlar

cronologicamente a ocupação das valas e localizar futuramente os resíduos

depositados (CETRIC, sd).

4.11 Identificação dos possíveis impactos ambientais e de saúde causados pelos RSSS

Seguindo os objetivos deste estudo, identificaram-se os impactos

ambientais e de saúde causados pelos RSSS os quais estão amplamente

apresentados nas recomendações da ANVISA RDC 306 de 2004 e do

CONAMA resolução 358 de 2005, os cuidados a serem tomados e os riscos de

propagação de agentes bacterianos e virais que podem estar presentes nos

resíduos de serviço de saúde, principalmente os infectantes e perfurocortantes.

Capazes de tornar-se fonte e disseminação de doenças, levando prejuízos ao

meio ambiente, caso não recebam os cuidados adequados.

Por meio do levantamento de dados e das visitas as UBSs ficou

evidenciado o uso inadequado de EPI. Os funcionários responsáveis pela

limpeza utilizam apenas luvas e jaleco na manipulação dos resíduos. Em

relação aos calçados foram encontrados funcionários fazendo uso de chinelos

e outros calçados impróprios com abertura.

Os riscos de acidentes podem ser causados pela falta de informação e

conscientização dos funcionários, quando estes não percebem o perigo

representado pelo uso inadequado dos EPIs principalmente durante a

manipulação dos resíduos, onde podem ocorrem acidentes com materiais

perfurocortantes, contato direto com secreções que podem atingir os olhos,

bem como através do contato respiratório com agentes patogênicos.

Riscos ocasionados pelo transporte de resíduos das UBSs localizadas

no interior do município com veículos dos próprios funcionários até alguma

Page 104: Dissertacao completa

unidade de saúde localizada em bairros da cidade, para posterior recolhimento

pela empresa que presta este serviço.

Os RSSS podem interferir significativamente no equilíbrio ambiental,

compreendendo o chorume liberado pelos resíduos ainda provenientes do

armazenamento em abrigo temporário, onde escoam para o solo através do

rompimento das embalagens e evidentemente quando destinados de forma

inadequada, proveniente do processo de higienização desses ambientes

podendo atingir lençóis freáticos e rios. Além dos gases gerados pela

decomposição dos resíduos que são altamente poluidores.

O chorume pode causar a contaminação de águas superficiais e

subterrâneas e o assoreamento dos riachos, por apresentar uma alta

concentração de matéria orgânica. Também pode apresentar outros poluentes

(substâncias inorgânicas, metais pesados, etc.), o que requer que os aterros

sanitários sejam monitorados (SCARLATO, 2003; MILARÉ, 2004; BELÉM,

2006).

Devido aos resíduos conterem matéria orgânica, em geral ocorre

contaminação por grande variedade de bactérias potencialmente patogênicas

(streptococos, estafilococos, bacilos do tétano, salmonelas etc.) dentre outros

microorganismos nocivos que podem oferecer riscos ao homem em contato

direto. Por outro lado, as pragas que proliferam em meio a esses resíduos

como baratas, moscas e ratos agem como vetores, possibilitando aos

microrganismos patogênicos atingir o ser humano indiretamente. Outras vias

indiretas com que os resíduos sólidos colocam em risco a saúde pública

tratam-se da contaminação do solo, da água e do ar (FELLEMBERG, 1980).

Os medicamentos descartados em vaso sanitário dos estabelecimentos

de saúde representam potencialmente riscos de contaminação ao meio

ambiente.

Segundo as resoluções da ANVISA RDC 306/04 e do CONAMA 358/05

os remédios vencidos são considerados resíduos de serviço de saúde e devem

requerer cuidados específicos.

Tratando-se de RSSS é comprovada a presença de diferentes

microorganismos, os quais apresentam a capacidade de persistir no ambiente,

representando riscos à exposição biológica dentro e fora do serviço de saúde,

tornando-se via de transmissão de doenças a partir do contato ou exposição ao

Page 105: Dissertacao completa

material biológico, quando a sua disposição no solo ocorre diretamente ou

quando há presença de objetos pontiagudos (SILVA et al., 2002).

Silva et al. (2002) constataram nos resíduos de serviço de saúde a

presença de importantes patógenos causadores de agravos à saúde humana e

danos ambientais. Os autores identificaram possíveis indicadores, levando em

consideração: a cadeia epidemiológica; a susceptibilidade do organismo

humano; o ciclo de vida e outros pontos pertinentes aos agentes estudados; a

disposição e interação destes agentes com o ambiente e a sua relação com a

poluição ambiental.

Para Milaré (2004) poluição é a quebra do ritmo vital e natural em uma

ou mais áreas da biosfera, realizada por qualquer atividade que utiliza os

recursos ambientais e causa a degradação ambiental. Relaciona-se com o

estado dos elementos terra, água e ar, que determinam a qualidade do

ambiente, associado às condições de substâncias que podem trazer riscos à

fauna e à flora dentro dos ecossistemas.

No estudo ficou evidenciada também grande quantidade de resíduos

que podem ser encaminhados para a reciclagem, os quais possuem grande

valor econômico e são dispostos em um único recipiente, misturados a

resíduos orgânicos, metais, entre outros.

Percebeu-se que os funcionários agem como se o simples fato de dispor

os resíduos gerados para coleta, o problema estivesse resolvido. Porém, ele

persiste justamente pela forma de destinação dada a esses resíduos.

Todas as atividades exercidas pelo homem, de alguma forma geram

resíduos, porém, há uma variação em cada processo gerador, cada resíduo

representa uma característica específica, a qual podem gerar riscos imediatos

ou temporários.

Sem dúvida, dentre todos os fatores antrópicos que influenciam o

ambiente, os resíduos têm causado grandes impactos ao ambiente

principalmente pelo volume cada vez maior, o que acaba gerando também um

problema quanto a locais adequados para sua a disposição, além de risco à

saúde pública (TAKAYANAGUI, 1993).

Quando a produção de resíduos é maior do que a capacidade de

absorção pela natureza, pode ocorrer um desequilíbrio no ambiente. Além

Page 106: Dissertacao completa

disso, o acúmulo de resíduos e o seu manejo inadequado propiciam a

proliferação de vetores e de diversas doenças (PHILIPPI, 2003).

4.12 Outros dados relevantes Após a análise dos dados, a intenção era elaborar o Plano de

Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) para as UBSs. E

posteriormente, promover uma capacitação aos trabalhadores das unidades,

enfatizando a reciclagem dos resíduos comuns; o manejo integrado;

segregação e acondicionamento; identificação dos RSSS; resíduos com risco

biológico; resíduos com risco químico; rejeitos radioativos; coleta e transporte

interno; armazenamento temporário; armazenamento externo; fluxo de manejo

interno dos RSSS; coleta e transporte externo dos RSSS; roteiros, frequência e

horários de coleta; características dos meios de transporte; carga e descarga;

tratamento e disposição final e educação ambiental.

Durante as visitas realizadas para coleta de dados foi encontrado um

PGRSS, criado pela Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó em fevereiro

de 2006.

Em outra unidade, a enfermeira coordenadora, afirmou ter o PGRSS, o

qual posteriormente foi apresentado. Cabe ressaltar a descrição que havia

sobre o documento: “não foi lido na reunião da equipe, pois funcionários não

consideraram necessário”.

Evidenciou-se o desconhecimento de (98%) dos funcionários em relação

ao PGRSS, sendo que o mesmo somente foi apresentado em duas das vinte e

sete unidades no município.

O PGRSS criado pela Secretaria Municipal de Saúde é recente, tem

apenas quatro anos, demonstra estar adequado a cada UBS, procurando

dentro de critérios técnicos, potencializar a capacidade dos recursos

disponíveis, para executar continuamente o processo de segregação, visando à

diminuição da geração de resíduos, controlar e reduzir os acidentes

ocupacionais, preservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente.

Porém, a existência do PGRSS, não impede que as ações de

gerenciamento dos resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde visitados,

estejam sendo parcialmente realizadas em desacordo com a atual legislação.

Page 107: Dissertacao completa

Além disso, o atual plano não contempla a determinação de um gerente,

responsável pelo gerenciamento dos resíduos, como também prevê a

legislação vigente.

Várias informações contidas no PGRSS, não estão sendo executadas,

tais como: treinamento de pessoal, continuidade da capacitação dos recursos

humanos, treinamento e revisão de rotinas para uso de EPIs e isolamento.

Treinamentos contínuos sobre gestão dos resíduos pelo serviço de saúde.

Em relação ao aspecto saúde e segurança do trabalhador, poderiam

complementar o item, abordando as medidas de higiene e segurança

permitindo que os funcionários envolvidos no plano além de proteger sua

própria saúde, possam desenvolver com maior eficiência seu trabalho,

conhecer o cronograma de trabalho, sua natureza e responsabilidade, assim

como, o risco a que estará exposto;

- vacinar-se contra o tétano e hepatite B;

- submeter-se a um check-up que conste no mínimo de um exame para

tuberculose e contagem de hemoglobina para verificar seu bom estado de

saúde;

- estar em perfeito estado de saúde, não ter problemas com gripes leves

nem pequenas feridas na mão ou no braço;

- iniciar seu trabalho já devidamente protegido pelos – EPIs (luva em

PVC – cano longo, máscara, óculos, avental impermeável, bota em PVC –

cano longo) para o caso de acidente com resíduos químicos;

- não comer, não fumar, nem mastigar qualquer produto durante o

manuseio dos resíduos;

- ter acesso imediato a uma caixa de material anti-séptico, algodão,

esparadrapo, ataduras e sabão germicida;

- retirar-se do local caso sinta náuseas;

- lavar a ferida com água e sabão no caso de corte ou arranhão durante

o manuseio dos resíduos para desinfetá-la e cobri-la rapidamente. Caso

necessário, recorrer ao serviço de urgência;

- registrar sempre o acidente ocorrido no manuseio dos resíduos;

- ter sempre sacos de reserva para uso imediato quando do rompimento

para não deixar restos no chão;

Page 108: Dissertacao completa

- descartar imediatamente as luvas em caso de ruptura, não as

reutilizando;

- lavar e desinfetar o equipamento de proteção pessoal, especialmente

as luvas, após término do trabalho e, tomar banho, no local de serviço, após a

jornada de trabalho.

O cronograma de coletas de resíduos, também não confere com o atual

recolhimento pela empresa terceirizada, sendo descrito no plano, coletas

diárias no período da tarde para RSSS e estes são recolhidos uma vez por

semana ou quinzenalmente.

Levando-se em consideração que algumas UBSs localizadas no interior,

distantes do centro da cidade, não têm o recolhimento dos resíduos pela

Empresa Servioeste, sendo que os funcionários semanalmente destinam esses

resíduos em veículo de transporte de pessoas até unidades de referência para

o recolhimento, estas situadas em bairros da cidade.

Outro fato que ficou evidenciado foi à falta de percepção quanto à

oportunidade de contemplar no PGRSS, assuntos como a educação ambiental,

efluentes líquidos e gasosos.

O plano não contempla procedimentos como capacitações realizadas ou

a serem realizadas pelos estabelecimentos pela busca da conscientização da

educação ambiental, além da capacitação em procedimentos técnicos

específicos sobre o manejo dos RSS.

Assim como um plano de contingência, o qual se destina a fazer em face

de qualquer anormalidade que coloque em risco os processos preestabelecidos

do PGRSS. De forma geral, descreve as medidas para assegurar a

continuidade dos processos essências A fim de garantir que os resultados pré-

determinados sejam alcançados, deve-se monitorar e corrigir as ações

implementadas, mediante a avaliação e o controle sistemático dos fatores

críticos que incidem no processo.

A identificação dos problemas no manuseio dos RSS deve ter suas

causas identificadas, às soluções deverão ser propostas e implementadas.

Percebeu-se a falta de controle e avaliação do PGRSS, pois este passo

prevê o monitoramento dos indicadores referentes aos RSS, identificando

pontos a serem melhorados no gerenciamento dos RSS. Com base neste

Page 109: Dissertacao completa

monitoramento é possível verificar se as ações propostas no PGRSS estão sob

controle, avaliando a tendência de melhora ou piora destes indicadores.

Além da realização de um orçamento anual, o qual implica em uma

projeção orçamentária, a fim de prover recursos (equipamentos, insumos,

pessoal, obras, capacitação e outros) para o efetivo gerenciamento dos

resíduos.

O envolvimento dos trabalhadores na elaboração e implementação de

medidas prevencionistas é uma maneira simples e prática de dar eficácia às

iniciativas de um PGRSS, já que deste modo se comprometem os principais

interessados com a obtenção de resultados. A prevenção não é uma questão

que possa ficar na dependência da boa vontade de uns ou do senso de

cooperação de outros, pois tem implicações extremamente relevantes. Deve

ser tratada, por isso, com a mesma seriedade e o mesmo rigor dispensados

aos procedimentos e setores dos estabelecimentos de saúde.

Estão evidenciados e listados acima, alguns aspectos que serão

sugeridos à Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó – SC, com o propósito

de auxiliá-los no bom desempenho das atividades desenvolvidas nas UBSs e

assegurar possíveis impactos do ponto de vista sanitário, ambiental e

econômicos.

Page 110: Dissertacao completa

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar o gerenciamento dos RSSS que as UBSs em estudo

possuem, foi possível concluir que a situação é grave, o PGRSS não está

adequado e não é seguido corretamente pelos funcionários, há ausência da

execução das normas preconizadas pelo PGRSSS nas recomendações legais,

preconizado na RDC n˚ 306/04 da Anvisa e na Resolução n˚ 358/05 do

Conama.

Destaca-se, ainda, que para um melhor gerenciamento é necessário um

conhecimento prévio do manejo de RSSS que são produzidos nas unidades,

assim como se considera importante que as autoridades sanitárias possam

auxiliar o serviço no que diz respeito às orientações legais, bem como na

interpretação e no correto cumprimento das legislações vigentes.

Portanto, salienta-se que é importante a estruturação de um PGRSS,

respeitando as peculiaridades de cada estabelecimento de saúde, porém

atendendo as normas legais vigentes, no que se refere aos RSSS e, também, à

biossegurança dos funcionários envolvidos diretamente no manejo dos

resíduos.

A educação continuada deve ser realizada, enfocando não apenas

questões técnicas, mas a responsabilidade social e ambiental, demonstrando

que um adequado gerenciamento de RSSS pode prevenir danos ao ambiente e

à saúde humana.

É importante alertar sobre a questão do gerenciamento dos resíduos de

serviços de saúde, considerando o impacto que os mesmos representam à

saúde da população. Todas as unidades geradoras de RSSS têm sua

responsabilidade frente ao problema de saúde pública, uma vez que, este

estudo terá reflexo direto no meio ambiente.

Os RSSS, embora com possibilidade de serem infectantes e perigosos,

são passíveis de intervenção. É possível prevenir e minimizar os efeitos

potencialmente agressivos dos resíduos ao meio ambiente e à saúde humana,

por meio de medidas de preservação e educação ambiental e de políticas de

saúde pública.

Page 111: Dissertacao completa

Com este estudo constatou-se que, para a realidade analisada há ainda

importantes lacunas para se alcançar um adequado gerenciamento de RSSS, a

exemplo da necessidade das UBSs do município de Chapecó nas questões de

adequações às exigências e normatizações para RSSS.

Em especial é preciso ter a implantação de um plano de gerenciamento,

treinamentos e educação continuada para todos os funcionários, com ênfase

nas exigências legais para o manejo interno dos RSSS.

Estas recomendações tornam-se indispensáveis principalmente aos

funcionários responsáveis pela limpeza, devido sua exposição diante do

manuseio inadequado dos RSSS.

Nesse sentido, as informações geradas têm um relevante significado,

não apenas no âmbito das informações alcançadas, mas também, no

direcionamento para a necessidade de se articular ações, interdisciplinares e

intersetoriais para o equacionamento de problemas ambientais que, por sua

vez, guardam relação com a saúde humana e consequentemente com a

qualidade de vida.

Considera-se que este estudo é resultado do processo de

interdisciplinaridade que o setor saúde vem vivenciando ao longo dos últimos

anos, permitindo a geração de novos conhecimentos que possam

instrumentalizar as ações das políticas públicas, em particular àquelas

relacionadas ao meio ambiente, dentro do contexto da saúde coletiva.

Através deste estudo conclui-se que há a necessidade de adaptações

nas UBSs pesquisadas quanto às legislações, dando ênfase à implantação de

um PGRSS, além de um programa de educação continuada em serviço. É

importante ressaltar ainda, a importância do papel dos serviços de fiscalização

sanitária e dos fatores ambientais, a fim de contribuir para maior

conscientização dos RSSS gerados por este setor.

Sob essa ótica, esta pesquisa trará contribuições para a saúde e ao

meio ambiente relacionados ao gerenciamento de resíduos sólidos de serviços

de saúde do município de Chapecó.

Page 112: Dissertacao completa

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Page 122: Dissertacao completa

ANEXOS

Page 123: Dissertacao completa

ANEXO I

Page 124: Dissertacao completa

ANEXO II

Parecer Comitê de ética em Pesquisa

Page 125: Dissertacao completa

ANEXO III

RDC 306/2004

Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004

Publicada no DOU de 10/12/2004

Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o Art. 11, inciso IV, do Regulamento aprovado pelo Decreto nº. 3029, ANVISA de 16 de abril de 1999, em reunião realizada em 06 de dezembro de 2004, ANVISA.

Considerando as atribuições contidas nos Art. 6º, Art. 7º, inciso III e Art. 8º da Lei 9782, de 26 de janeiro de 1999;

Considerando a necessidade de aprimoramento, atualização e complementação dos procedimentos contidos na Resolução RDC 33, de 25 de fevereiro de 2003, relativos ao gerenciamento dos resíduos gerados nos serviços de saúde - RSS, com vistas a reservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente;

Considerando os princípios da biossegurança de empregar medidas técnicas, administrativas e normativas para prevenir acidentes, preservando a saúde pública e o meio ambiente;

Considerando que os serviços de saúde são os responsáveis pelo correto gerenciamento de todos os RSS por eles gerados, atendendo às normas e exigências legais, desde o momento de sua geração até a sua destinação final;

Considerando que a segregação dos RSS, no momento e local de sua geração, permite reduzir o volume de resíduos perigosos e a incidência de acidentes ocupacionais dentre outros benefícios à saúde pública e ao meio ambiente;

Considerando a necessidade de disponibilizar informações técnicas aos estabelecimentos de saúde, assim como aos órgãos de vigilância sanitária, sobre as técnicas adequadas de manejo dos RSS, seu gerenciamento e fiscalização;

Adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação:

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, em Anexo a esta Resolução, a ser observado em todo o território nacional, na área pública e privada.

Art. 2º Compete à Vigilância Sanitária dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, com o apoio dos Órgãos de Meio Ambiente, de Limpeza Urbana, e da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, divulgar, orientar e fiscalizar o cumprimento desta Resolução.

Art. 3º A vigilância sanitária dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, visando o cumprimento do Regulamento Técnico, poderão estabelecer normas de caráter supletivo ou complementar, a fim de adequá-lo às especificidades locais.

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Art. 4º A inobservância do disposto nesta Resolução e seu Regulamento Técnico configura infração sanitária e sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis.

Art. 5º Todos os serviços em funcionamento, abrangidos pelo Regulamento Técnico em anexo, têm prazo máximo de 180 dias para se adequarem aos requisitos nele contidos.

A partir da publicação do Regulamento Técnico, os novos serviços e aqueles que pretendam reiniciar suas atividades, devem atender na íntegra as exigências nele contidas, previamente ao seu funcionamento.

Art. 6º Esta Resolução da Diretoria Colegiada entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogada as disposições constantes na Resolução ANVISA - RDC nº. 33, de 25 de fevereiro de 2003

Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques

ANEXO

REGULAMENTO TÉCNICO PARA O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE – DIRETRIZES GERAIS

CAPÍTULO I – HISTÓRICOO Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços

de Saúde, publicado inicialmente por meio da RDC ANVISA nº. 33 de 25 de fevereiro de 2003, submete-se agora a um processo de harmonização das normas federais dos Ministérios do Meio Ambiente por meio do Conselho Nacional de Meio Ambiente/CONAMA e da Saúde através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA referentes ao gerenciamento de RSS.

O encerramento dos trabalhos da Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos do CONAMA, originaram a nova proposta técnica de revisão da Resolução CONAMA nº. 283/2001, como resultado de mais de 1 ano de discussões no Grupo de Trabalho. Este documento embasou os princípios que conduziram à revisão da RDC ANVISA nº. 33/2003, cujo resultado é este Regulamento Técnico harmonizado com os novos critérios técnicos estabelecidos .

CAPÍTULO II - ABRANGÊNCIAEste Regulamento aplica-se a todos os geradores de Resíduos de

Serviços de Saúde - RSS.Para efeito deste Regulamento Técnico, definem-se como geradores de

RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros similares.

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Esta Resolução não se aplica as fontes radioativas seladas, que devem seguir as determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, e às indústrias de produtos para a saúde, que devem observar as condições específicas do seu licenciamento ambiental.

CAPÍTULO III – GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

O gerenciamento dos RSS constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.

O gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS.

Todo gerador deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS, baseado nas características dos resíduos gerados e na classificação constante do Apêndice I, estabelecendo as diretrizes de manejo dos RSS.

O PGRSS a ser elaborado deve ser compatível com as normas locais relativas à coleta, transporte e disposição final dos resíduos gerados nos serviços de saúde, estabelecidas pelos órgãos locais responsáveis por estas etapas.

1 – MANEJO: O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração até a disposição final, incluindo as seguintes etapas:

1.1 – SEGREGAÇÃO - Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos.

1.2 – ACONDICIONAMENTO - Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo.

1.2.1 – Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em saco constituído de material resistente a ruptura e vazamento, impermeável, baseado na NBR 9191/2000 da ABNT, respeitados os limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

1.2.2 - Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e ser resistente ao tombamento.

1.2.3 – Os recipientes de acondicionamento existentes nas salas de cirurgia e nas salas de parto não necessitam de tampa para vedação.

1.2.4 - Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante.

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1.3 - IDENTIFICAÇÃO – Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS.

1.3.1 - A identificação deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo, e nos locais de armazenamento, em local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 7.500 da ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos.

1.3.2 - A identificação dos sacos de armazenamento e dos recipientes de transporte poderá ser feita por adesivos, desde que seja garantida a resistência destes aos processos normais de manuseio dos sacos e recipientes.

1.3.3 – O Grupo A é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.

1.3.4 – O Grupo B é identificado através do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substância química e frases de risco.

1.3.5 – O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO.

1.3.6 – O Grupo E é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo.

1.4 – TRANSPORTE INTERNO - Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta.

1.4.1 - O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro previamente definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser feito separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos.

1.4.2 - Os recipientes para transporte interno devem ser constituídos de material rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados, e serem identificados com o símbolo correspondente ao risco do resíduo neles contidos, de acordo com este Regulamento Técnico. Devem ser providos de rodas revestidas de material que reduza o ruído. Os recipientes com mais de 400 L de capacidade devem possuir válvula de dreno no fundo. O uso de recipientes desprovidos de rodas deve observar os limites de carga permitidos para o transporte pelos trabalhadores, conforme normas reguladoras do Ministério do Trabalho e Emprego.

1.5 – ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO – Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não poderá ser feito

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armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento.

1.5.1-O armazenamento temporário poderá ser dispensado nos casos em que a distância entre o ponto de geração e o armazenamento externo justifiquem.

1.5.2 - A sala para guarda de recipientes de transporte interno de resíduos deve ter pisos e paredes lisas e laváveis, sendo o piso ainda resistente ao tráfego dos recipientes coletores. Deve possuir ponto de iluminação artificial e área suficiente para armazenar, no mínimo, dois recipientes coletores, para o posterior traslado até a área de armazenamento externo. Quando a sala for exclusiva para o armazenamento de resíduos, deve estar identificada como “SALA DE RESÍDUOS”.

1.5.3 - A sala para o armazenamento temporário pode ser compartilhada com a sala de utilidades. Neste caso, a sala deverá dispor de área exclusiva de no mínimo 2 m2, para armazenar, dois recipientes coletores para posterior traslado até a área de armazenamento externo.

1.5.4 - No armazenamento temporário não é permitida a retirada dos sacos de resíduos de dentro dos recipientes ali estacionados.

1.5.5 - Os resíduos de fácil putrefação que venham a ser coletados por período superior a 24 horas de seu armazenamento, devem ser conservados sob refrigeração, e quando não for possível, serem submetidos a outro método de conservação.

1.5.6 – O armazenamento de resíduos químicos deve atender à NBR 12235 da

ABNT.1.6 TRATAMENTO - Consiste na aplicação de método, técnica ou

processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento. Os sistemas para tratamento de resíduos de serviços de saúde devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA nº. 237/1997 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente.

1.6.1 - O processo de autoclavação aplicado em laboratórios para redução de carga microbiana de culturas e estoques de microrganismos está dispensado de licenciamento ambiental, ficando sob a responsabilidade dos serviços que as possuírem, a garantia da eficácia dos equipamentos mediante controles químicos e biológicos periódicos devidamente registrados.

1.6.2 – Os sistemas de tratamento térmico por incineração devem obedecer ao estabelecido na Resolução CONAMA nº. 316/2002.

1.7 - ARMAZENAMENTO EXTERNO – Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores.

1.7.1 - No armazenamento externo não é permitida a manutenção dos sacos de resíduos fora dos recipientes ali estacionados.

1.8 COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS – Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de

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tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana.

1.8.1 - A coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser realizados de acordo com as normas NBR 12.810 e NBR 14652 da ABNT.

1.9 - DISPOSIÇÃO FINAL - Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº.237/97.

Capítulo IV – RESPONSABILIDADES2. Compete aos serviços geradores de RSS:2.1. A elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços

de Saúde - PGRSS, obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental, normas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza urbana e outras orientações contidas neste Regulamento.

2.1.1 – Caso o estabelecimento seja composto por mais de um serviço com Alvarás Sanitários individualizados, o PGRSS deverá ser único e contemplar todos os serviços existentes, sob a Responsabilidade Técnica do estabelecimento.

2.1.2 - Manter cópia do PGRSS disponível para consulta sob solicitação da autoridade sanitária ou ambiental competente, dos funcionários, dos pacientes e do público em geral.

2.1.3 – Os serviços novos ou submetidos a reformas ou ampliação devem encaminhar o PGRSS juntamente com o Projeto Básico de Arquitetura para a vigilância sanitária local, quando da solicitação do alvará sanitário.

2.2. A designação de profissional, com registro ativo junto ao seu Conselho de Classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica–ART, ou Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber, para exercer a função de Responsável pela elaboração e implantação do PGRSS.

2.2.1 – Quando a formação profissional não abranger os conhecimentos necessários, este poderá ser assessorado por equipe de trabalho que detenha as qualificações correspondentes.

2.2.2 - Os serviços que geram rejeitos radioativos devem contar com profissional devidamente registrado pela CNEN nas áreas de atuação correspondentes, conforme a Norma NE 6.01 ou NE 3.03 da CNEN.

2.2.3 - Os dirigentes ou responsáveis técnicos dos serviços de saúde podem ser responsáveis pelo PGRSS, desde que atendam aos requisitos acima descritos.

2.2.4 - O Responsável Técnico dos serviços de atendimento individualizado pode ser o responsável pela elaboração e implantação do PGRSS.

2.3 – A designação de responsável pela coordenação da execução do PGRSS.

2.4 - Prover a capacitação e o treinamento inicial e de forma continuada para o pessoal envolvido no gerenciamento de resíduos, objeto deste Regulamento.

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2.5 – Fazer constar nos termos de licitação e de contratação sobre os serviços referentes ao tema desta Resolução e seu Regulamento Técnico, as exigências de comprovação de capacitação e treinamento dos funcionários das firmas prestadoras de serviço de limpeza e conservação que pretendam atuar nos estabelecimentos de saúde, bem como no transporte, tratamento e disposição final destes resíduos.

2.6 – Requerer às empresas prestadoras de serviços terceirizados a apresentação de licença ambiental para o tratamento ou disposição final dos resíduos de serviços de saúde, e documento de cadastro emitido pelo órgão responsável de limpeza urbana para a coleta e o transporte dos resíduos.

2.7 – Requerer aos órgãos públicos responsáveis pela execução da coleta, transporte, tratamento ou disposição final dos resíduos de serviços de saúde, documentação que identifique a conformidade com as orientações dos órgãos de meio ambiente.

2.8 - Manter registro de operação de venda ou de doação dos resíduos destinados à reciclagem ou compostagem, obedecidos aos itens 13.3.2 e 13.3.3 deste Regulamento. Os registros devem ser mantidos até a inspeção subsequente.

3 – A responsabilidade, por parte dos detentores de registro de produto que gere resíduo classificado no Grupo B, de fornecer informações documentadas referentes ao risco inerente do manejo e disposição final do produto ou do resíduo. Estas informações devem acompanhar o produto até o gerador do resíduo.

3.1 – Os detentores de registro de medicamentos devem ainda manter atualizada, junto à Gerência Geral de Medicamentos/GGMED/ANVISA, listagem de seus produtos que, em função de seu princípio ativo e forma farmacêutica, não oferecem riscos de manejo e disposição final. Devem informar o nome comercial, o princípio ativo, a forma farmacêutica e o respectivo registro do produto. Essa listagem ficará disponível no endereço eletrônico da ANVISA, para consulta dos geradores de resíduos.

Capítulo V - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE – PGRSS

4 – Compete a todo gerador de RSS elaborar seu Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS;

4.1. O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde é o documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente.

O PGRSS deve contemplar ainda:4.1.1. Caso adote a reciclagem de resíduos para os Grupos B ou D, a

elaboração, o desenvolvimento e a implantação de práticas, de acordo com as normas dos órgãos ambientais e demais critérios estabelecidos neste Regulamento.

4.1.2. Caso possua Instalação Radiativa, o atendimento às disposições contidas na norma CNEN-NE 6.05, de acordo com a especificidade do serviço.

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4.1.3. As medidas preventivas e corretivas de controle integrado de insetos e roedores.

4.1.4. As rotinas e processos de higienização e limpeza em vigor no serviço, definidos pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH ou por setor específico.

4.1.5. O atendimento às orientações e regulamentações estaduais, municipais ou do Distrito Federal, no que diz respeito ao gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

4.1.6. As ações a serem adotadas em situações de emergência e acidentes.

4.1.7. As ações referentes aos processos de prevenção de saúde do trabalhador.

4.1.8. Para serviços com sistema próprio de tratamento de RSS, o registro das informações relativas ao monitoramento destes resíduos, de acordo com a periodicidade definida no licenciamento ambiental. Os resultados devem ser registrados em documento próprio e mantidos em local seguro durante cinco anos.

4.1.9 – O desenvolvimento e a implantação de programas de capacitação abrangendo todos os setores geradores de RSS, os setores de higienização e limpeza, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH, Comissões Internas de Biossegurança, os Serviços de Engenharia de Segurança e Medicina no Trabalho – SESMT, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, em consonância com o item 18 deste Regulamento e com as legislações de saúde, ambiental e de normas da CNEN, vigentes.

4.2 – Compete ainda ao gerador de RSS monitorar e avaliar seu PGRSS, considerando;

4.2.1 – O desenvolvimento de instrumentos de avaliação e controle, incluindo a construção de indicadores claros, objetivos, auto-explicativos e confiáveis, que permitam acompanhar a eficácia do PGRSS implantado.

4.2.2 – A avaliação referida no item anterior deve ser realizada levando-se em conta, no mínimo, os seguintes indicadores:

• Taxa de acidentes com resíduo pérfurocortante• Variação da geração de resíduos• Variação da proporção de resíduos do Grupo A• Variação da proporção de resíduos do Grupo B• Variação da proporção de resíduos do Grupo D• Variação da proporção de resíduos do Grupo E• Variação do percentual de reciclagem4.2.3 – Os indicadores devem ser produzidos no momento da

implantação do PGRSS e posteriormente com frequência anual.4.2.4 – A ANVISA publicará regulamento orientador para a construção

dos indicadores mencionados no item 4.2.2.

CAPÍTULO VI – MANEJO DE RSSPara fins de aplicabilidade deste Regulamento, o manejo dos RSS nas

fases de Acondicionamento, Identificação, Armazenamento Temporário e Destinação Final, será tratado segundo a classificação dos resíduos constante do Apêndice I

5 - GRUPO A1

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5.1 – culturas e estoques de microrganismos resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. Estes resíduos não podem deixar a unidade geradora sem tratamento prévio.

5.1.1 - Devem ser inicialmente acondicionados de maneira compatível com o processo de tratamento a ser utilizado.

5.1.2 – Devem ser submetidos a tratamento, utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana (Apêndice IV).

5.1.3 – Após o tratamento, devem ser acondicionados da seguinte forma:

5.1.3.1 – Se não houver descaracterização física das estruturas, devem ser a condicionados conforme o item 1.2, em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

5.1.3.2 – Havendo descaracterização física das estruturas, podem ser acondicionados como resíduos do Grupo D.

5.2 - Resíduos resultantes de atividades de vacinação com microorganismos vivos ou atenuados, incluindo frascos de vacinas com expiração do prazo de validade, com conteúdo inutilizado, vazios ou com restos do produto, agulhas e seringas. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final.

5.2.1 – Devem ser submetidos a tratamento, utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana (Apêndice IV).

5.2.2 - Os resíduos provenientes de campanha de vacinação e atividade de vacinação em serviço público de saúde, quando não puderem ser submetidos ao tratamento em seu local de geração, devem ser recolhidos e devolvidos às Secretarias de Saúde responsáveis pela distribuição, em recipiente rígido, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa e devidamente identificado, de forma a garantir o transporte seguro até a unidade de tratamento.

5.2.3 – Os demais serviços devem tratar estes resíduos conforme o item 5.2.1 em seu local de geração.

5.2.4 – Após o tratamento, devem ser acondicionados da seguinte forma:

5.2.4.1 – Se não houver descaracterização física das estruturas, devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

5.2.4.2 – Havendo descaracterização física das estruturas, podem ser acondicionados como resíduos do Grupo D.

5.3 - Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes Classe de Risco 4 (Apêndice II), microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne

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epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final.

5.3.1 – A manipulação em ambiente laboratorial de pesquisa, ensino ou assistência deve seguir as orientações contidas na publicação do Ministério da Saúde – Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico, correspondente aos respectivos microrganismos.

5.3.2 - Devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco vermelho, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

5.3.3 – Devem ser submetidos a tratamento utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana (Apêndice V).

5.3.4 – Após o tratamento, devem ser acondicionados da seguinte forma:

5.3.4.1 – Se não houver descaracterização física das estruturas, devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

5.3.4.2 – Havendo descaracterização física das estruturas, podem ser acondicionados como resíduos do Grupo D.

5.4 - Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta; sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final.

5.4.1 – Devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco vermelho, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

5.4.2 – Devem ser submetidos a tratamento utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana (Apêndice IV) e que desestruture as suas características físicas, de modo a se tornarem irreconhecíveis.

5.4.3 – Após o tratamento, podem ser acondicionados como resíduos do Grupo D.

5.4.4 - Caso o tratamento previsto no item 5.4.2 venha a ser realizado fora da unidade geradora, o acondicionamento para transporte deve ser em recipiente rígido, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de controle de fechamento e devidamente identificado, conforme item 1.3.3, de forma a garantir o transporte seguro até a unidade de tratamento.

5.4.5 - As bolsas de hemocomponentes contaminadas poderão ter a sua utilização autorizada para finalidades específicas tais como ensaios de proficiência e confecção de produtos para diagnóstico de uso in vitro, de acordo com Regulamento Técnico a ser elaborado pela ANVISA. Caso não seja possível a utilização acima, devem ser submetidas a processo de tratamento conforme definido no item 5.4.2.

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5.4.6 – As sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, podem ser descartadas diretamente no sistema de coleta de esgotos, desde que atendam respectivamente as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.

6 – GRUPO A26.1 - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos

provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final.

6.1.1 - Devem ser inicialmente acondicionados de maneira compatível com o processo de tratamento a ser utilizado. Quando houver necessidade de fracionamento, em função do porte do animal, a autorização do órgão de saúde competente deve obrigatoriamente constar do PGRSS.

6.1.2 – Resíduos contendo microrganismos com alto risco de transmissibilidade e alto potencial de letalidade (Classe de risco 4) devem ser submetidos, no local de geração, a processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana (Apêndice IV) e posteriormente encaminhados para tratamento térmico por incineração.

6.1.3 – Os resíduos não enquadrados no item 6.1.2 devem ser tratados utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana (Apêndice IV). O tratamento pode ser realizado fora do local de geração, mas os resíduos não podem ser encaminhados para tratamento em local externo ao serviço.

6.1.4 – Após o tratamento dos resíduos do item 6.1.3, estes podem ser encaminhados para aterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de RSS, ou sepultamento em cemitério de animais.

6.1.5 – Quando encaminhados para disposição final em aterro sanitário licenciado, devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3 e a inscrição de “PEÇAS ANATÔMICAS DE ANIMAIS”.

7 – GRUPO A37.1 - Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de

fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares.

7.1.1 - Após o registro no local de geração, devem ser encaminhados para: I - Sepultamento em cemitério, desde que haja autorização do órgão competente do Município, do Estado ou do Distrito Federal ou; II – Tratamento

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térmico por incineração ou cremação, em equipamento devidamente licenciado para esse fim.

7.1.2 – Se forem encaminhados para sistema de tratamento, devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco vermelho, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3 e a inscrição “PEÇAS ANATÔMICAS”.

7.1.3 - O órgão ambiental competente nos Estados, Municípios e Distrito Federal pode aprovar outros processos alternativos de destinação.

8 – GRUPO A48.1 - Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; filtros de ar e

gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médicohospitalar e de pesquisa, entre outros similares; sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons; tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenham sangue ou líquidos corpóreos na forma livre; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomopatológicos ou de confirmação diagnóstica; carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações; cadáveres de animais provenientes de serviços de assistência; Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.

8.1.1 – Estes resíduos podem ser dispostos, sem tratamento prévio, em local devidamente licenciado para disposição final de RSS.

8.1.2 – Devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

9 – GRUPO A59.1 - Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou

escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

9.1.1 – Devem sempre ser encaminhados a sistema de incineração, de acordo com o definido na RDC ANVISA nº 305/2002.

9.1.2 - Devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco vermelho, que devem ser substituídos após cada procedimento e identificados conforme item.

1.3.3. Devem ser utilizados dois sacos como barreira de proteção, com preenchimento somente até 2/3 de sua capacidade, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

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10 - Os resíduos do Grupo A, gerados pelos serviços de assistência domiciliar, devem ser acondicionados e recolhidos pelos próprios agentes de atendimento ou por pessoa treinada para a atividade, de acordo com este Regulamento, e encaminhados ao estabelecimento de saúde de referência.

11 – GRUPO B11.1 – As características dos riscos destas substâncias são as contidas

na Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos – FISPQ, conforme NBR 14725 da ABNT e Decreto/PR 2657/98.

11.1.1 - A FISPQ não se aplica aos produtos farmacêuticos e cosméticos.

11.2 - Resíduos químicos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente, quando não forem submetidos a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos a tratamento ou disposição final específicos.

11.2.1 - Resíduos químicos no estado sólido, quando não tratados, devem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos – Classe I.

11.2.2 - Resíduos químicos no estado líquido devem ser submetidos a tratamento específico, sendo vedado o seu encaminhamento para disposição final em aterros.

11.2.3 – Os resíduos de substâncias químicas constantes do Apêndice VI, quando não fizerem parte de mistura química, devem ser obrigatoriamente segregados e acondicionados de forma isolada

11.3 - Devem ser acondicionados observadas as exigências de compatibilidade química dos resíduos entre si (Apêndice V), assim como de cada resíduo com os materiais das embalagens de forma a evitar reação química entre os componentes do resíduo e da embalagem, enfraquecendo ou deteriorando a mesma, ou a possibilidade de que o material da embalagem seja permeável aos componentes do resíduo.

11.3.1 – Quando os recipientes de acondicionamento forem constituídos de PEAD, deverá ser observada a compatibilidade constante do Apêndice VII.

11.4 - Quando destinados à reciclagem ou reaproveitamento, devem ser acondicionados em recipientes individualizados, observadas as exigências de compatibilidade química do resíduo com os materiais das embalagens de forma a evitar reação química entre os componentes do resíduo e da embalagem, enfraquecendo ou deteriorando a mesma, ou a possibilidade de que o material da embalagem seja permeável aos componentes do resíduo.

11.5 – Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante. Devem ser identificados de acordo com o item 1.3.4 deste Regulamento Técnico.

11.6 - Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em recipientes de material rígido, adequados para cada tipo de substância química, respeitadas as suas características físico-químicas e seu estado físico, e identificados de acordo com o item 1.3.4 deste Regulamento Técnico.

11.7- As embalagens secundárias não contaminadas pelo produto devem ser fisicamente descaracterizadas e acondicionadas como Resíduo do Grupo D, podendo ser encaminhadas para processo de reciclagem.

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11.8– As embalagens e materiais contaminados por substâncias caracterizadas no item 11.2 deste Regulamento devem ser tratados da mesma forma que a substância que as contaminou.

11.9 - Os resíduos gerados pelos serviços de assistência domiciliar, devem ser acondicionados, identificados e recolhidos pelos próprios agentes de atendimento ou por pessoa treinada para a atividade, de acordo com este Regulamento, e encaminhados ao estabelecimento de saúde de referência.

11.10 - As excretas de pacientes tratados com quimioterápicos antineoplásicos podem ser eliminadas no esgoto, desde que haja Sistema de Tratamento de Esgotos na região onde se encontra o serviço. Caso não exista tratamento de esgoto, devem ser submetidas a tratamento prévio no próprio estabelecimento.

11.11 – Resíduos de produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços assistenciais de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos, devem ter seu manuseio conforme o item 11.2.

11.12 - Os resíduos de produtos e de insumos farmacêuticos, sujeitos a controle especial, especificados na Portaria MS 344/98 e suas atualizações devem atender à legislação sanitária em vigor.

11.13 - Os reveladores utilizados em radiologia podem ser submetidos a processo de neutralização para alcançarem pH entre 7 e 9, sendo posteriormente lançados na rede coletora de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.

11.14– Os fixadores usados em radiologia podem ser submetidos a processo de recuperação da prata ou então serem submetidos ao constante do item 11.16.

11.15 – O descarte de pilhas, baterias e acumuladores de carga contendo Chumbo (Pb), Cádmio (Cd) e Mercúrio (Hg) e seus compostos, deve ser feito de acordo com a Resolução CONAMA nº. 257/1999.

11.16- Os demais resíduos sólidos contendo metais pesados podem ser encaminhados a Aterro de Resíduos Perigosos–Classe I ou serem submetidos a tratamento de acordo com as orientações do órgão local de meio ambiente, em instalações licenciadas para este fim. Os resíduos líquidos deste grupo devem seguir orientações específicas dos órgãos ambientais locais.

11.17 – Os resíduos contendo Mercúrio (Hg) devem ser acondicionados em recipientes sob selo d’água e encaminhados para recuperação.

11.18 - Resíduos químicos que não apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente

11.18.1 – Não necessitam de tratamento, podendo ser submetidos a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem.

11.18.2 - Resíduos no estado sólido, quando não submetidos à reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser encaminhados para sistemas de disposição final licenciados.

11.18.3 - Resíduos no estado líquido podem ser lançados na rede coletora de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam respectivamente as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.

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11.19 - Os resíduos de produtos ou de insumos farmacêuticos que, em função de seu princípio ativo e forma farmacêutica, não oferecem risco à saúde e ao meio ambiente, conforme definido no item 3.1, quando descartados por serviços assistenciais de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos, devem atender ao disposto no item 11.18.

11.20 - Os resíduos de produtos cosméticos, quando descartados por farmácias, drogarias e distribuidores ou quando apreendidos, devem ter seu manuseio conforme o item 11.2 ou 11.18, de acordo com a substância química de maior risco e concentração existente em sua composição, independente da forma farmacêutica.

11.21– Os resíduos químicos dos equipamentos automáticos de laboratórios clínicos e dos reagentes de laboratórios clínicos, quando misturados, devem ser avaliados pelo maior risco ou conforme as instruções contidas na FISPQ e tratados conforme o item 11.2 ou 11.18.

12 – GRUPO C12.1 – Os rejeitos radioativos devem ser segregados de acordo com a

natureza física do material e do radionuclídeo presente, e o tempo necessário para atingir o limite de eliminação, em conformidade com a norma NE – 6.05 da CNEN. Os rejeitos radioativos não podem ser considerados resíduos até que seja decorrido o tempo de decaimento necessário ao atingimento do limite de eliminação.

12.1.1 - Os rejeitos radioativos sólidos devem ser acondicionados em recipientes de material rígido, forrados internamente com saco plástico resistente e identificados conforme o item 12.2 deste Regulamento.

12.1.2 - Os rejeitos radioativos líquidos devem ser acondicionados em frascos de até dois litros ou em bombonas de material compatível com o líquido armazenado, sempre que possível de plástico, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada, vedante, acomodados em bandejas de material inquebrável e com profundidade suficiente para conter, com a devida margem de segurança, o volume total do rejeito, e identificados conforme o item 10.2 deste Regulamento.

12.1.3 - Os materiais perfurocortantes contaminados com radionuclídeos, devem ser descartados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso, em recipientes estanques, rígidos, com tampa, devidamente identificados, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada manualmente.

12.2 – IDENTIFICAÇÃO:12.2.1 - O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de

presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo econtornos pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO, indicando o principal risco que apresenta aquele material, além de informações sobre o conteúdo, nome do elemento radioativo, tempo de decaimento, data de geração, nome da unidade geradora, conforme norma da CNEN NE 6.05 e outras que a CNEN determinar.

12.2.2 - Os recipientes para os materiais perfurocortantes contaminados com radionuclídeo devem receber a inscrição de “’PERFUROCORTANTE” e a inscrição REJEITO RADIOATIVO, e demais informações exigidas.

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12.2.3 – Após o decaimento do elemento radioativo a níveis do limite de eliminação estabelecidos pela norma CNEN NE 6.05, o rótulo de REJEITO RADIOATIVO deve ser retirado e substituído por outro rótulo, de acordo com o Grupo do resíduo em que se enquadrar.

12.2.4 - O recipiente com rodas de transporte interno de rejeitos radioativos, além das especificações contidas no item 1.3 deste Regulamento, deve ser provido de recipiente com sistema de blindagem com tampa para acomodação de sacos de rejeitos radioativos, devendo ser monitorado a cada operação de transporte e ser submetido à descontaminação, quando necessário. Independente de seu volume, não poderá possuir válvula de drenagem no fundo. Deve conter identificação com inscrição, símbolo e cor compatíveis com o resíduo do Grupo C.

12.3 – TRATAMENTO:12.3.1 - O tratamento dispensado aos rejeitos do Grupo C – Rejeitos

Radioativos é o armazenamento, em condições adequadas, para o decaimento do elemento radioativo. O objetivo do armazenamento para decaimento é manter o radionuclídeo sob controle até que sua atividade atinja níveis que permitam libera-lo como resíduo não radioativo. Este armazenamento poderá ser realizado na própria sala de manipulação ou em sala específica, identificada como sala de decaimento. A escolha do local de armazenamento, considerando as meia-vidas, as atividades dos elementos radioativos e o volume de rejeito gerado, deverá estar definida no Plano de Radioproteção da Instalação, em conformidade com a norma NE – 6.05 da CNEN. Para serviços com atividade em Medicina Nuclear, observar ainda a norma NE – 3.05 da CNEN.

12.3.2 - Os resíduos do Grupo A de fácil putrefação, contaminados com radionuclídeos, depois de atendido os respectivos itens de acondicionamento e identificação de rejeito radioativo, devem observar as condições de conservação mencionadas no item 1.5.5, durante o período de decaimento do elemento radioativo.

12.3.3 - O tratamento preliminar das excretas de seres humanos e de animais submetidos à terapia ou a experimentos com radioisótopos deve ser feito deacordo com os procedimentos constantes no Plano de Radioproteção.

12.3.4 – As sobras de alimentos provenientes de pacientes submetidos à terapia com Iodo 131, depois de atendidos os respectivos itens de acondicionamento e identificação de rejeito radioativo, devem observar as condições de conservação mencionadas no item 1.5.5 durante o período de decaimento do elemento radioativo. Alternativamente, poderá ser adotada a metodologia de trituração destes alimentos na sala de decaimento, com direcionamento para o sistema de esgotos, desde que haja Sistema de Tratamento de Esgotos na região onde se encontra a unidade.

12.3.5 – O tratamento para decaimento deverá prever mecanismo de blindagem de maneira a garantir que a exposição ocupacional esteja de acordo com os limites estabelecidos na norma NE-3.01 da CNEN. Quando o tratamento for realizado na área de manipulação, devem ser utilizados recipientes blindados individualizados. Quando feito em sala de decaimento, esta deve possuir paredes blindadas ou os rejeitos radioativos devem estar acondicionados em recipientes individualizados com blindagem.

12.3.6 – Para serviços que realizem atividades de Medicina Nuclear e possuam mais de equipamentos de diagnóstico ou pelo menos 1 quarto

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terapêutico, o armazenamento para decaimento será feito em uma sala de decaimento de rejeitos radioativos com no mínimo 4 m², com os rejeitos acondicionados de acordo com o estabelecido no item 12.1 deste Regulamento.

12.3.7 - A sala de decaimento de rejeitos radioativos deve ter o seu acesso controlado. Deve estar sinalizada com o símbolo internacional de presença de radiação ionizante e de área de acesso restrito, dispondo de meios para garantir condições de segurança contra ação de eventos induzidos por fenômenos naturais e estar de acordo com o Plano de Radioproteção aprovado pela CNEN para a instalação.

12.3.8 – O limite de eliminação para rejeitos radioativos sólidos é de 75 Bq/g, para qualquer radionuclídeo, conforme estabelecido na norma NE 6.05 da CNEN. Na impossibilidade de comprovar-se a obediência a este limite, recomenda-se aguardar o decaimento do radionuclídeo até níveis comparáveis à radiação de fundo.

12.3.9 - A eliminação de rejeitos radioativos líquidos no sistema de esgoto deve ser realizada em quantidades absolutas e concentrações inferiores às especificadas na norma NE-6.05 da CNEN, devendo esses valores ser parte integrante do plano de gerenciamento.

12.3.10 - A eliminação de rejeitos radioativos gasosos na atmosfera deve ser realizada em concentrações inferiores às especificadas na norma NE-6.05 da CNEN, mediante prévia autorização da CNEN.

12.3.11 - O transporte externo de rejeitos radioativos, quando necessário, deve seguir orientação prévia específica da Comissão Nacional de Energia Nuclear/CNEN.

13 - GRUPO D13.1 – ACONDICIONAMENTO13.1.1 - Devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos

serviços locais de limpeza urbana, utilizando-se sacos impermeáveis, contidos em recipientes e receber identificação conforme o item 13.2 deste Regulamento.

13.1.2 - Os cadáveres de animais podem ter acondicionamento e transporte diferenciados, de acordo com o porte do animal, desde que submetidos à aprovação pelo órgão de limpeza urbana, responsável pela coleta, transporte e disposição final deste tipo de resíduo.

13.2 – IDENTIFICAÇÃO :13.2.1 - Para os resíduos do Grupo D, destinados à reciclagem ou

reutilização, a identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução CONAMA nº. 275/2001, e símbolos de tipo de material reciclável :

I - azul - PAPÉISII - amarelo - METAISIII - verde - VIDROSIV - vermelho - PLÁSTICOSV - marrom - RESÍDUOS ORGÂNICOS13.2.2 - Para os demais resíduos do Grupo D deve ser utilizada a cor

cinza nos recipientes.

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13.2.3 – Caso não exista processo de segregação para reciclagem, não existe exigência para a padronização de cor destes recipientes.

13.2.3 – São admissíveis outras formas de segregação, acondicionamento e identificação dos recipientes destes resíduos para fins de reciclagem, de acordo com as características específicas das rotinas de cada serviço, devendo estar contempladas no PGRSS.

13.3 – TRATAMENTO13.3.1 – Os resíduos líquidos provenientes de esgoto e de águas

servidas de estabelecimento de saúde devem ser tratados antes do lançamento no corpo receptor ou na rede coletora de esgoto, sempre que não houver sistema de tratamento de esgoto coletivo atendendo a área onde está localizado o serviço, conforme definido na RDC ANVISA nº. 50/2002.

13.3.2 - Os resíduos orgânicos, flores, resíduos de podas de árvore e jardinagem, sobras de alimento e de pré-preparo desses alimentos, restos alimentares de refeitórios e de outros que não tenham mantido contato com secreções, excreções ou outro fluido corpóreo, podem ser encaminhados ao processo de compostagem.

13.3.3 – Os restos e sobras de alimentos citados no item 13.3.2 só podem ser utilizados para fins de ração animal, se forem submetidos ao processo de tratamento que garanta a inocuidade do composto, devidamente avaliado e comprovado por órgão competente da Agricultura e de Vigilância Sanitária do Município, Estado ou do Distrito Federal.

14 – GRUPO E14.1 – Os materiais perfurocortantes devem ser descartados

separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso ou necessidade de descarte, em recipientes, rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 13853/97 da ABNT, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas, quando descartáveis, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada manualmente.

14.2 - O volume dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária deste tipo de resíduo.

14.3 – Os recipientes mencionados no item 14.1 devem ser descartados quando o preenchimento atingir 2/3 de sua capacidade ou o nível de preenchimento ficar a 5 (cinco) cm de distância da boca do recipiente, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

14.4 - Os resíduos do Grupo E, gerados pelos serviços de assistência domiciliar, devem ser acondicionados e recolhidos pelos próprios agentes de atendimento ou por pessoa treinada para a atividade, de acordo com este Regulamento, e encaminhados ao estabelecimento de saúde de referência.

14.5 – Os recipientes devem estar identificados de acordo com o item 1.3.6, com símbolo internacional de risco biológico, acrescido da inscrição de “PERFUROCORTANTE” e os riscos adicionais, químico ou radiológico.

14.6– O armazenamento temporário, o transporte interno e o armazenamento externo destes resíduos podem ser feitos nos mesmos recipientes utilizados para o Grupo A.

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14.7 – TRATAMENTO14.7.1 – Os resíduos perfurocortantes contaminados com agente

biológico Classe de Risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido, devem ser submetidos a tratamento, utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana (Apêndice IV).

14.7.2 – Dependendo da concentração e volume residual de contaminação por substâncias químicas perigosas, estes resíduos devem ser submetidos ao mesmo tratamento dado à substância contaminante.

14.7.3 - Os resíduos contaminados com radionuclídeos devem ser submetidos ao mesmo tempo de decaimento do material que o contaminou, conforme orientações constantes do item 12.3.

14.7.4 – As seringas e agulhas utilizadas em processos de assistência à saúde, inclusive as usadas na coleta laboratorial de amostra de paciente e os demais resíduos perfurocortantes não necessitam de tratamento. As etapas seguintes do manejo dos RSS serão abordadas por processo, por abrangerem mais de um tipo de resíduo em sua especificação, e devem estar em conformidade com a Resolução CONAMA nº. 283/2001.

15 - ARMAZENAMENTO EXTERNO15.1 – O armazenamento externo, denominado de abrigo de resíduos,

deve ser construído em ambiente exclusivo, com acesso externo facilitado à coleta, possuindo, no mínimo, 01 ambiente separado para atender o armazenamento de recipientes de resíduos do Grupo A juntamente com o Grupo E e 01 ambiente para o Grupo D. O abrigo deve ser identificado e restrito aos funcionários do gerenciamento de resíduos, ter fácil acesso para os recipientes de transporte e para os veículos coletores. Os recipientes de transporte interno não podem transitar pela via pública externa à edificação para terem acesso ao abrigo de resíduos.

15.2 – O abrigo de resíduos deve ser dimensionado de acordo com o volume de resíduos gerados, com capacidade de armazenamento compatível com a periodicidade de coleta do sistema de limpeza urbana local. O piso deve ser revestido de material liso, impermeável, lavável e de fácil higienização. O fechamento deve ser constituído de alvenaria revestida de material liso, lavável e de fácil higienização, com aberturas para ventilação, de dimensão equivalente a, no mínimo, 1/20 (um vigésimo) da área do piso, com tela de proteção contra insetos.

15.3– O abrigo referido no item 15.2 deste Regulamento deve ter porta provida de tela de proteção contra roedores e vetores, de largura compatível com as dimensões dos recipientes de coleta externa, pontos de iluminação e de água, tomada elétrica, canaletas de escoamento de águas servidas direcionadas para a rede de esgoto do estabelecimento e ralo sifonado com tampa que permita a sua vedação.

15.4- Os resíduos químicos do Grupo B devem ser armazenados em local exclusivo com dimensionamento compatível com as características quantitativas e qualitativas dos resíduos gerados.

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15.5 - O abrigo de resíduos do Grupo B, quando necessário, deve ser projetado e construído em alvenaria, fechado, dotado apenas de aberturas para ventilação adequada, com tela de proteção contra insetos. Ter piso e paredes revestidos internamente de material resistente, impermeável e lavável, com acabamento liso. O piso deve ser inclinado, com caimento indicando para as canaletas. Deve possuir sistema de drenagem com ralo sifonado provido de tampa que permita a sua vedação. Possuir porta dotada de proteção inferior para impedir o acesso de vetores e roedores.

15.6 - O abrigo de resíduos do Grupo B deve estar identificado, em local de fácil visualização, com sinalização de segurança–RESÍDUOS QUÍMICOS, com símbolo baseado na norma NBR 7500 da ABNT.

15.7 - O armazenamento de resíduos perigosos deve contemplar ainda as orientações contidas na norma NBR 12.235 da ABNT.

15.8– O abrigo de resíduos deve possuir área específica de higienização para limpeza e desinfecção simultânea dos recipientes coletores e demais equipamentos utilizados no manejo de RSS. A área deve possuir cobertura, dimensões compatíveis com os equipamentos que serão submetidos à limpeza e higienização, piso e paredes lisos, impermeáveis, laváveis, ser provida de pontos de iluminação e tomada elétrica, ponto de água, preferencialmente quente e sob pressão, canaletas de escoamento de águas servidas direcionadas para a rede de esgotos do estabelecimento e ralo sifonado provido de tampa que permita a sua vedação.

15.9 - O trajeto para o traslado de resíduos desde a geração até o armazenamentoexterno deve permitir livre acesso dos recipientes coletores de resíduos, possuir piso com revestimento resistente à abrasão, superfície plana, regular, antiderrapante e rampa, quando necessária, com inclinação de acordo com a RDC ANVISA nº. 50/2002.

15.10 – O estabelecimento gerador de RSS cuja geração semanal de resíduos não exceda a 700 L e a diária não exceda a 150 L, pode optar pela instalação de um abrigo reduzido exclusivo, com as seguintes características:

• Ser construído em alvenaria, fechado, dotado apenas de aberturas teladas para ventilação, restrita a duas aberturas de 10X20 cm cada uma delas, uma a 20 cm do piso e a outra a 20 cm do teto, abrindo para a área externa. A critério da autoridade sanitária, estas aberturas podem dar para áreas internas da edificação;

• Piso, paredes, porta e teto de material liso, impermeável e lavável. Caimento de piso para ao lado oposto ao da abertura com instalação de ralo sifonado ligado à instalação de esgoto sanitário do serviço.

• Identificação na porta com o símbolo de acordo com o tipo de resíduo armazenado;

• Ter localização tal que não abra diretamente para a área de permanência de pessoas e, circulação de público, dando-se preferência a locais de fácil acesso à coleta externa e próxima a áreas de guarda de material de limpeza ou expurgo.

CAPÍTULO VII – SEGURANÇA OCUPACIONAL16 – O pessoal envolvido diretamente com os processos de

higienização, coleta, transporte, tratamento, e armazenamento de resíduos, deve ser submetido a exame médico admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional, conforme estabelecido no

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PCMSO da Portaria 3214 do MTE ou em legislação específica para o serviço público

16.1 – Os trabalhadores devem ser imunizados em conformidade com o Programa Nacional de Imunização-PNI, devendo ser obedecido o calendário previsto neste programa ou naquele adotado pelo estabelecimento.

16.2 - Os trabalhadores imunizados devem realizar controle laboratorial sorológico para avaliação da resposta imunológica..

17 - Os exames a que se refere o item anterior devem ser realizados de acordo com as Normas Reguladoras-NRs do Ministério do Trabalho e Emprego .18 – O pessoal envolvido diretamente com o gerenciamento de resíduos deve ser capacitado na ocasião de sua admissão e mantido sob educação continuada para as atividades de manejo de resíduos, incluindo a sua responsabilidade com higiene pessoal, dos materiais e dos ambientes.

18.1- A capacitação deve abordar a importância da utilização correta de equipamentos de proteção individual - uniforme, luvas, avental impermeável, máscara, botas e óculos de segurança específicos a cada atividade, bem como a necessidade de mantê-los em perfeita higiene e estado de conservação.

19 - Todos os profissionais que trabalham no serviço, mesmo os que atuam temporariamente ou não estejam diretamente envolvidos nas atividades de gerenciamento de resíduos, devem conhecer o sistema adotado para o gerenciamento de RSS, a prática de segregação de resíduos, reconhecer os símbolos, expressões, padrões de cores adotados, conhecer a localização dos abrigos de resíduos, entre outros fatores indispensáveis à completa integração ao PGRSS.

20 - Os serviços geradores de RSS devem manter um programa de educação continuada, independente do vínculo empregatício existente, que deve contemplar dentre outros temas:

• Noções gerais sobre o ciclo da vida dos materiais;• Conhecimento da legislação ambiental, de limpeza pública e de

vigilância sanitária relativas aos RSS;• Definições, tipo e classificação dos resíduos e potencial de risco do

resíduo;• Sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento;• Formas de reduzir a geração de resíduos e reutilização de materiais;• Conhecimento das responsabilidades e de tarefas;• Identificação das classes de resíduos;• Conhecimento sobre a utilização dos veículos de coleta;• Orientações quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual–

EPI e Coletiva-EPC;• Orientações sobre biossegurança (biológica, química e radiológica);• Orientações quanto à higiene pessoal e dos ambientes;• Orientações especiais e treinamento em proteção radiológica quando

houver rejeitos radioativos;• Providências a serem tomadas em caso de acidentes e de situações

emergenciais;• Visão básica do gerenciamento dos resíduos sólidos no município;• Noções básicas de controle de infecção e de contaminação química.20.1 – Os programas de educação continuada podem ser desenvolvidos

sob a forma de consorciamento entre os diversos estabelecimentos existentes na localidade.

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21 – Todos os atos normativos mencionados neste Regulamento, quando substituídos ou atualizados por novos atos, terão a referência automaticamente atualizada em relação ao ato de origem.

Apêndice IClassificaçãoGRUPO AResíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas

características, podem apresentar risco de infecção.A1- Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de

produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética.

- Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido.

- Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta.

- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

A2- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes

de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica.

A3- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação

sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares.

A4- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando

descartados.- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana

filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.

- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo

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mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons.

- Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo.

- Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

- Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica.

- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações.

- Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.A5- Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou

escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

GRUPO BResíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à

saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

- Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações.

- Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.

- Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).- Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises

clínicas- Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da

NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).GRUPO CQuaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham

radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.

- Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clinicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN-6.05.

GRUPO DResíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à

saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.

- papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em

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anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1;

- sobras de alimentos e do preparo de alimentos;- resto alimentar de refeitório;- resíduos provenientes das áreas administrativas;- resíduos de varrição, flores, podas e jardins;- resíduos de gesso provenientes de assistência à saúdeGRUPO E

Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

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ANEXO IV

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA

RESOLUÇÃO No 358, DE 29 DE ABRIL DE 2005 Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria no 499, de 18 de dezembro de 2002, e o que consta do Processo no 02000.001672/2000-76, volumes I e II, resolve:

Considerando os princípios da prevenção, da precaução, do poluidor pagador, da correção na fonte e de integração entre os vários órgãos envolvidos para fins do licenciamento e da fiscalização;

Considerando a necessidade de aprimoramento, atualização e complementação dos procedimentos contidos na Resolução CONAMA no 283, de 12 de julho de 2001, relativos ao tratamento e disposição final dos resíduos dos serviços de saúde, com vistas a preservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente;

Considerando a necessidade de minimizar riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho e proteger a saúde do trabalhador e da população em geral;

Considerando a necessidade de estimular a minimização da geração de resíduos, promovendo a substituição de materiais e de processos por alternativas de menor risco, a redução na fonte e a reciclagem, dentre outras alternativas;

Considerando que a segregação dos resíduos, no momento e local de sua geração, permite reduzir o volume de resíduos que necessitam de manejo diferenciado;

Considerando que soluções consorciadas, para fins de tratamento e disposição final de resíduos de serviços de saúde, são especialmente indicadas para pequenos geradores e municípios de pequeno porte;

Considerando que as ações preventivas são menos onerosas do que as ações corretivas e minimizam com mais eficácia os danos causados à saúde pública e ao meio ambiente;

Considerando a necessidade de ação integrada entre os órgãos federais, estaduais e municipais de meio ambiente, de saúde e de limpeza urbana com o objetivo de regulamentar o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, resolve:

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Art. 1o Esta Resolução aplica-se a todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares.

Parágrafo único. Esta Resolução não se aplica a fontes radioativas seladas, que devem seguir as determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN, e às indústrias de produtos para a saúde, que devem observar as condições específicas do seu licenciamento ambiental.

Art. 2o Para os efeitos desta Resolução considera-se: I - agente de classe de risco 4 (elevado risco individual e elevado risco

para a comunidade): patógeno que representa grande ameaça para o ser humano e para os animais, representando grande risco a quem o manipula e tendo grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro, não existindo medidas preventivas e de tratamento para esses agentes;

II - estabelecimento: denominação dada a qualquer edificação destinada à realização de atividades de prevenção, produção, promoção, recuperação e pesquisa na área da saúde ou que estejam a ela relacionadas;

III - estação de transferência de resíduos de serviços de saúde: é uma unidade com instalações exclusivas, com licença ambiental expedida pelo órgão competente, para executar transferência de resíduos gerados nos serviços de saúde, garantindo as características originais de acondicionamento, sem abrir ou transferir conteúdo de uma embalagem para a outra;

IV - líquidos corpóreos: são representados pelos líquidos cefalorraquidiano, pericárdico, pleural, articular, ascítico e amniótico;

V - materiais de assistência à saúde: materiais relacionados diretamente com o processo de assistência aos pacientes;

VI - príon: estrutura protéica alterada relacionada como agente etiológico das diversas formas de encefalite espongiforme;

VII - redução de carga microbiana: aplicação de processo que visa a inativação microbiana das cargas biológicas contidas nos resíduos;

VIII - nível III de inativação microbiana: inativação de bactérias vegetativas, fungos, vírus lipofílicos e hidrofílicos, parasitas e microbactérias com redução igual ou maior que 6Log10, e inativação de esporos do bacilo stearothermophilus ou de esporos do bacilo subtilis com redução igual ou maior que 4Log10;

IX - sobras de amostras: restos de sangue, fezes, urina, suor, lágrima, leite, colostro, líquido espermático, saliva, secreções nasal, vaginal ou peniana,

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pêlo e unha que permanecem nos tubos de coleta após a retirada do material necessário para a realização de investigação;

X - resíduos de serviços de saúde: são todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços definidos no art. 1o desta Resolução que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final;

XI - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde-PGRSS: documento integrante do processo de licenciamento ambiental, baseado nos princípios da não geração de resíduos e na minimização da geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, no âmbito dos serviços mencionados no art. 1o desta Resolução, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, reciclagem, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública e ao meio ambiente;

XII - sistema de tratamento de resíduos de serviços de saúde: conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos, podendo promover a sua descaracterização, visando a minimização do risco à saúde pública, a preservação da qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador;

XIII - disposição final de resíduos de serviços de saúde: é a prática de dispor os resíduos sólidos no solo previamente preparado para recebê-los, de acordo com critérios técnico-construtivos e operacionais adequados, em consonância com as exigências dos órgãos ambientais competentes; e

XIV - redução na fonte: atividade que reduza ou evite a geração de resíduos na origem, no processo, ou que altere propriedades que lhe atribuam riscos, incluindo modificações no processo ou equipamentos, alteração de insumos, mudança de tecnologia ou procedimento, substituição de materiais, mudanças na prática de gerenciamento, administração interna do suprimento e aumento na eficiência dos equipamentos e dos processos.

Art. 3o Cabe aos geradores de resíduos de serviço de saúde e ao responsável legal, referidos no art. 1o desta Resolução, o gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, sem prejuízo de responsabilização solidária de todos aqueles, pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar degradação ambiental, em especial os transportadores e operadores das instalações de tratamento e disposição final, nos termos da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.

Art. 4o Os geradores de resíduos de serviços de saúde constantes do art. 1o desta Resolução, em operação ou a serem implantados, devem elaborar e implantar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde-PGRSS, de acordo com a legislação vigente, especialmente as normas da vigilância sanitária.

§ 1o Cabe aos órgãos ambientais competentes dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a fixação de critérios para determinar quais serviços serão objetos de licenciamento ambiental, do qual deverá constar o PGRSS.

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§ 2o O órgão ambiental competente, no âmbito do licenciamento, poderá, sempre que necessário, solicitar informações adicionais ao PGRSS.

§ 3o O órgão ambiental, no âmbito do licenciamento, fixará prazos para regularização dos serviços em funcionamento, devendo ser apresentado o PGRSS devidamente implantado.

Art. 5o O PGRSS deverá ser elaborado por profissional de nível superior, habilitado pelo seu conselho de classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica-ART, Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber.

Art. 6o Os geradores dos resíduos de serviços de saúde deverão apresentar aos órgãos competentes, até o dia 31 de março de cada ano, declaração, referente ao ano civil anterior, subscrita pelo administrador principal da empresa e pelo responsável técnico devidamente habilitado, acompanhada da respectiva ART, relatando o cumprimento das exigências previstas nesta Resolução.

Parágrafo único. Os órgãos competentes poderão estabelecer critérios e formas para apresentação da declaração mencionada no caput deste artigo, inclusive, dispensando-a se for o caso para empreendimentos de menor potencial poluidor.

Art. 7o Os resíduos de serviços de saúde devem ser acondicionados atendendo às exigências legais referentes ao meio ambiente, à saúde e à limpeza urbana, e às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT, ou, na sua ausência, às normas e critérios internacionalmente aceitos.

Art. 8o Os veículos utilizados para coleta e transporte externo dos resíduos de serviços de saúde devem atender às exigências legais e às normas da ABNT.

Art. 9o As estações para transferência de resíduos de serviços de saúde devem estar licenciadas pelo órgão ambiental competente.

Parágrafo único. As características originais de acondicionamento devem ser mantidas, não se permitindo abertura, rompimento ou transferência do conteúdo de uma embalagem para outra.

Art. 10. Os sistemas de tratamento e disposição final de resíduos de serviços de saúde devem estar licenciados pelo órgão ambiental competente para fins de funcionamento e submetidos a monitoramento de acordo com parâmetros e periodicidade definidos no licenciamento ambiental.

Parágrafo único. São permitidas soluções consorciadas para os fins previstos neste artigo.

Art 11. Os efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, para serem lançados na rede pública de esgoto ou em corpo receptor, devem atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.

Art. 12. Para os efeitos desta Resolução e em função de suas características, os resíduos de serviço de saúde são classificados de acordo com o Anexo I desta Resolução.

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Art. 13. Os resíduos não caracterizados no Anexo I desta Resolução devem estar contemplados no PGRSS, e seu gerenciamento deve seguir as orientações especificas de acordo com a legislação vigente ou conforme a orientação do órgão ambiental competente.

Art. 14. É obrigatória a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração, de acordo com suas características, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados e dispostos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente.

Art. 15. Os resíduos do Grupo A1, constantes do Anexo I desta Resolução, devem ser submetidos a processos de tratamento em equipamento que promova redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação microbiana e devem ser encaminhados para aterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de saúde.

Art. 16. Os resíduos do Grupo A2, constantes do Anexo I desta Resolução, devem ser submetidos a processo de tratamento com redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação e devem ser encaminhados para:

I - aterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de saúde, ou

II - sepultamento em cemitério de animais. Parágrafo único. Deve ser observado o porte do animal para definição

do processo de tratamento. Quando houver necessidade de fracionamento, este deve ser autorizado previamente pelo órgão de saúde competente.

Art. 17. Os resíduos do Grupo A3, constantes do Anexo I desta Resolução, quando não houver requisição pelo paciente ou familiares e/ou não tenham mais valor científico ou legal, devem ser encaminhados para:

I - sepultamento em cemitério, desde que haja autorização do órgão competente do Município, do Estado ou do Distrito Federal; ou

II - tratamento térmico por incineração ou cremação, em equipamento devidamente licenciado para esse fim.

Parágrafo único. Na impossibilidade de atendimento dos incisos I e II, o órgão ambiental competente nos Estados, Municípios e Distrito Federal pode aprovar outros processos alternativos de destinação.

Art. 18. Os resíduos do Grupo A4, constantes do Anexo I desta Resolução, podem ser encaminhados sem tratamento prévio para local devidamente licenciado para a disposição final de resíduos dos serviços de saúde.

Parágrafo único. Fica a critério dos órgãos ambientais estaduais e municipais a exigência do tratamento prévio, considerando os critérios, especificidades e condições ambientais locais.

Art. 19. Os resíduos do Grupo A5, constantes do Anexo I desta Resolução, devem ser submetidos a tratamento específico orientado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA.

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Art. 20. Os resíduos do Grupo A não podem ser reciclados, reutilizados ou reaproveitados, inclusive para alimentação animal.

Art. 21. Os resíduos pertencentes ao Grupo B, constantes do Anexo I desta Resolução, com características de periculosidade, quando não forem submetidos a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos a tratamento e disposição final específicos.

§ 1o As características dos resíduos pertencentes a este grupo são as contidas na Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos-FISPQ.

§ 2o Os resíduos no estado sólido, quando não tratados, devem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos - Classe I.

§ 3o Os resíduos no estado líquido não devem ser encaminhados para disposição final em aterros.

Art. 22. Os resíduos pertencentes ao Grupo B, constantes do Anexo I desta Resolução, sem características de periculosidade, não necessitam de tratamento prévio.

§ 1o Os resíduos referidos no caput deste artigo, quando no estado sólido, podem ter disposição final em aterro licenciado.

§ 2o Os resíduos referidos no caput deste artigo, quando no estado líquido, podem ser lançados em corpo receptor ou na rede pública de esgoto, desde que atendam respectivamente as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.

Art. 23. Quaisquer materiais resultantes de atividades exercidas pelos serviços referidos no art. 1o desta Resolução que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados na norma CNEN-NE-6.02 - Licenciamento de Instalações Radiativas, e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista, são considerados rejeitos radioativos (Grupo C) e devem obedecer às exigências definidas pela CNEN.

§ 1o Os rejeitos radioativos não podem ser considerados resíduos até que seja decorrido o tempo de decaimento necessário ao atingimento do limite de eliminação.

§ 2o Os rejeitos radioativos, quando atingido o limite de eliminação, passam a ser considerados resíduos das categorias biológica, química ou de resíduo comum, devendo seguir as determinações do grupo ao qual pertencem.

Art. 24. Os resíduos pertencentes ao Grupo D, constantes do Anexo I desta Resolução, quando não forem passíveis de processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser encaminhados para aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos, devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente.

Parágrafo único. Os resíduos do Grupo D, quando for passível de processo de reutilização, recuperação ou reciclagem devem atender as normas legais de higienização e descontaminação e a Resolução CONAMA no 275, de 25 de abril de 2001.

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Art. 25. Os resíduos pertencentes ao Grupo E, constantes do Anexo I desta Resolução, devem ter tratamento específico de acordo com a contaminação química, biológica ou radiológica.

§ 1o Os resíduos do Grupo E devem ser apresentados para coleta acondicionados em coletores estanques, rígidos e hígidos, resistentes à ruptura, à punctura, ao corte ou à escarificação.

§ 2o os resíduos a que se refere o caput deste artigo, com contaminação radiológica, devem seguir as orientações contidas no art. 23, desta Resolução.

§ 3o os resíduos que contenham medicamentos citostáticos ou antineoplásicos, devem ser tratados conforme o art. 21, desta Resolução.

§ 4o os resíduos com contaminação biológica devem ser tratados conforme os arts. 15 e 18 desta Resolução.

Art. 26. Aos órgãos ambientais competentes, integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente-SISNAMA, incumbe a aplicação desta Resolução, cabendo-lhes a fiscalização, bem como a imposição das penalidades administrativas previstas na legislação pertinente.

Art. 27. Para os municípios ou associações de municípios com população urbana até 30.000 habitantes, conforme dados do último censo disponível do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, e que não disponham de aterro sanitário licenciado, admite-se de forma excepcional e tecnicamente motivada, por meio de Termo de Ajustamento de Conduta, com cronograma definido das etapas de implantação e com prazo máximo de três anos, a disposição final em solo obedecendo aos critérios mínimos estabelecidos no Anexo II, desta Resolução, com a devida aprovação do órgão ambiental competente.

Art. 28. Os geradores dos resíduos dos serviços de saúde e os órgãos municipais de limpeza urbana poderão, a critério do órgão ambiental competente, receber prazo de até dois anos, contados a partir da vigência desta Resolução, para se adequarem às exigências nela prevista.

§ 1o O empreendedor apresentará ao órgão ambiental competente, entre outros documentos, o cronograma das medidas necessárias ao cumprimento do disposto nesta Resolução.

§ 2o O prazo previsto no caput deste artigo poderá, excepcional e tecnicamente motivado, ser prorrogado por até um ano, por meio de Termo de Ajustamento de Conduta, ao qual se dará publicidade, enviando-se cópia ao Ministério Público.

Art. 29. O não cumprimento do disposto nesta Resolução sujeitará os infratores às penalidades e sanções previstas na legislação pertinente, em especial na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e no seu Decreto regulamentador.

Art. 30. As exigências e deveres previstos nesta resolução caracterizam obrigação de relevante interesse ambiental.

Art. 31. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 32. Revogam-se a Resolução CONAMA no 283, de 12 de julho de

2001, e as disposições da Resolução no 5, de 5 de agosto de 1993, que tratam

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dos resíduos sólidos oriundos dos serviços de saúde, para os serviços abrangidos no art. 1o desta Resolução.

MARINA SILVA

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APÊNDICES

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APÊNDICE I

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS (MESTRADO)

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ – SC.

(Questionário)

1. Alavará Sanitário: N°_______________ Não Possui __________2. Razão Social: _________________________________________________4. CGC: _________________________________________________5. Área de Atividade: ______________________________________6. Endereço: _____________________________ Número: _________ Bairro: ________________________________ Cep: __________-_______7. Telefone: (___) __________________8. Município: _____________________________________9. Responsável Técnico: ____________________________

ASPECTO ADMINISTRATIVO

1. Modalidade no sistema de Gerenciamento de manejo de resíduos Sólidos noEstabelecimento (SIMARSE):( ) misto (hospital e empresa privada)( ) estabelecimento de saúde( ) empresa privada( ) outros:____________________

2. Empresa responsável do aspecto operativo do SIMARSE: _____________________.

3. Distribuição dos funcionários de acordo com os períodos de trabalho:manhã __________tarde ___________noite ___________

4. O estabelecimento tem estabelecido o Manual da ANVISA de Procedimento para operar o SIMARSE:( ) Sim ( ) Não ( ) Desconhece

5. Os funcionários responsáveis pela operação do SIMARSE são treinados:( ) Sim ( ) Não

6. Existe treinamento na unidade destinado a toda equipe de funcionários sobre resíduos sólidos de serviços de saúde?( ) Sim ( ) Não

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7. Realiza-se controle médico aos funcionários:( ) Sim ( ) Não

8. Quais equipamentos de proteção individual os funcionários utilizam no manejo dos RSSS:( ) luva ( ) bota ( ) máscara ( ) avental ( ) óculos ( ) tem EPIs mas não utiliza

9. Os acidentes na operação do SIMARSE são notificados:( ) Sim ( ) Não

SISTEMA DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A) GERAÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE RESÍDUOS

1. Pratica-se a separação dos resíduos sólidos gerados no estabelecimento:( ) Sim ( ) Não ( ) pratica-se inadequadamente

2. Momento em que se realiza a segregação:( ) ponto de geração( ) armazenamento final( ) armazenamento intermediário( ) transporte

3. A segregação baseia-se em alguma norma de classificação: ( ) Sim ( ) NãoIdentificar a norma__________________________________

4. Os funcionários têm informações sobre a separação dos resíduos no estabelecimento(cartazes, folhetos etc).( ) Sim ( ) Não

5. É identificado conforme suas características e potencial infectante.( ) Sim ( ) Não

6. Estimativa da geração de resíduos sólidos no estabelecimento:( ) kg/dia: _________( ) desconhecida

7. Na separação dos resíduos utilizam-se recipientes especiais para seu armazenamento:( ) Sim Quais: ___________________________________( ) Não

8. Na unidade de Saúde os resíduos são separados por quais funcionários:( ) equipe de enfermagem e equipe médica( ) equipe destinada a limpeza da unidade( ) outros funcionários Quais: _______________________________

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9. Quem faz a coleta interna:( ) equipe de enfermagem( ) equipe destinada a limpeza da unidade( ) profissional externo

B) MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

LIMPEZA BÁSICA

1) Uniforme( ) Completo em 100% dos funcionários( ) De 80 a 100% dos funcionários tem uniforme completo( ) De 60 a 80% dos funcionários tem uniforme completo( ) Menos de 60% dos funcionários

2) Frequência de limpeza:( ) duas vezes/turno ( ) uma vez/turno ( ) uma vez/dia ( ) duas vezes/dia

3) Equipamentos e material de trabalho:( ) completo em 100% dos funcionários( ) 80% do pessoal tem seu material completo( ) menos de 80% dos funcionários com falta de um material

4) Deterioração do equipamento de trabalho:( ) menos de 20% do equipamento( ) entre 20 a 50% de equipamento( ) mais do que 50% do equipamento

5) O estabelecimento dispõe de sala para material de limpeza:( ) sim ( ) não

Uniforme básico•avental de preferência de PVC e de médio comprimento•blusa ou camisa com manga no mínimo ¾ de tecidoresistente de cor clara•calça de cor clara•sapatos impermeável ou bota de cano curtoresistente de cor clara•luvas de borracha de cano longo•máscara tipo semifacial e impermeável•gorro de cor claro

C) ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO

1. Utilizam-se sacolas para a embalagem dos resíduos: ( )Sim ( ) Não

2. Tipo de material das sacolas: ( ) plásticos ( ) papel ( ) outros: ___________

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3. De acordo com o tipo de resíduo a embalagem tem uma cor padronizada:( ) Sim ( ) Não

4. Utilizam-se recipientes para armazenar os resíduos: ( ) Sim ( ) Não( )Armazenamento primário( )Armazenamento Intermediário( ) armazenamento Final

5. Cobertura dos recipientes:( ) 100% ( ) entre 100% e 70% ( ) entre 70% e 50%

6. Tipo de material do recipiente:( ) plástico resistente ( ) metálico ( ) papelão ( ) madeira ( ) outros

7. Os recipientes estão com mais de 75% de sua capacidade com resíduos:( ) a capacidade de resíduos está adequada( ) 10% dos recipientes( ) 20% dos recipientes( ) mais de 20% dos recipientes

8. Realiza-se o acondicionamento e armazenamento seletivo para os resíduos perigosos:( ) Sim. Quais resíduos:_____________________________________( ) Não9. Os recipientes estão identificados com os resíduos correspondentes:( ) Sim ( ) Apenas alguns recipientes estão identificados( ) Não

D) RESÍDUOS SÓLIDOS INFECTANTES

1. Os resíduos perfurocortantes são acondicionados em recipientes rígidos ou que atendam as normas técnicas vigentes( ) Sim ( ) Não

2. Os demais resíduos infectantes são acondicionados em sacos plásticos branco-leitoso com a inscrição “LIXO HOSPITALAR” “RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE” o símbolo internacional de “SUBSTÂNCIA INFECTANTE”:( ) Sim ( ) Não

E) RESÍDUOS ESPECIAIS

1. Os rejeitos radioativos são acondicionados em sistemas especiais de decaltamento para eliminação da radioatividade conforme norma da CNEN NE-6.05( ) Sim ( )Não ( ) Não são gerados resíduos radioativos

2. Os resíduos farmacêuticos e químicos perigosos são acondicionados em plásticos branco-leitoso devidamente identificados.

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( ) Sim ( ) Não

F) COLETA E TRANSPORTE INTERNO

1. Forma de transporte:( ) unidade móvel: carrinho com tampa: ( ) sim ( ) não ( ) transporte manual, não possuem carrinhoa) quantidade: __________ b) capacidade:___________( ) tubo de queda:( ) manual( ) outros: ____________________________

2. A atividade é efetuada por profissional treinado e paramentado com os equipamentos de proteção individual( ) Sim ( ) Não

3. Os carrinhos de transporte sofrem higienização periodicamente e as águas residuárias provenientes da lavação são encaminhadas para o sistema de tratamento de esgotos do estabelecimento de saúde( ) Sim ( ) Não ( ) Não possue carrinho para transporte

4. Realiza-se coleta seletiva e transporte para os resíduos perigosos.( ) Sim ( ) Não

5. Horário da coleta e transporte:Manhã: ________h. Tarde: _________h Noite:_________h( ) não existe horário fixo Especificar:_______________________

6. Frequência da coleta:( ) 1 vez/turno ( ) 2 vezes/turno ( ) 1 vez/dia ( ) 2 vezes/dia ( ) 3 vezes/dia( ) aleatória ( ) outros:______________________________________

7. Em relação ao fluxo do transporte dos resíduos no interior do estabelecimento, em que momento os resíduos são recolhidos:( ) fluxo de usuários reduzido ( ) aleatória( ) horário de atendimento( ) circulação intensa

G) ARMAZENAMENTO FINAL

1. Ambiente de armazenamento interno( ) Instalação fechada( ) Superfícies lisa, resistente à lavagem com desinfetantes e de cor branco:( ) Ventilação artificial ou natural( ) Lavatório e torneira com água para facilitar a higienização( ) Área de lavagem de recipientes

Page 163: Dissertacao completa

( ) Cartazes e símbolos de segurança( ) Extintores( ) Não há instalação adequada para o armazenamento interno.

2. Ambiente de armazenamento externo( ) Instalação fechada:( ) Superfícies lisa, resistente à lavagem com desinfetantes e de cor branco:( ) Ventilação artificial ou natural:( ) Lavatório e torneira com água para facilitar a higienização( ) Área de lavagem de recipientes:( ) Cartazes e símbolos de segurança( ) Pontos de drenagens:( ) Chão com declividade orientada aos pontos de drenagens:( ) Portas amplas para o fluxo de carrinhos de coleta:( ) Áreas para armazenar resíduos especiais:

H) TRATAMENTO E DESTINO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

1. Tipo( ) incineração( ) aterro sanitário( ) vala séptica( ) outros________________

2. Qual empresa é responsável pela coleta, tratamento e destino final dos RSSS? __________________________________________________________

3. Quantas toneladas de resíduos são recolhidos nas UBS? (Questionar a empresa)

Page 164: Dissertacao completa

APÊNDICE II

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma

pesquisa. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de

aceitar fazer parte do estudo, assine no final deste documento, que está em

duas vias. Uma delas é sua e outra é do pesquisador.

Título do projeto: Gerenciamento de Resíduos Sólidos nas Unidades

Básicas de Saúde no Município de Chapecó – SC.

Pesquisadora: Grasiele Fátima Busnello

Telefone para contato: (49) 9993-3390

Orientadora: Rosiléa Garcia França

Telefone: (49) 3221-8220

O objetivo desta pesquisa é analisar o impacto no ambiente causado

pelos resíduos de serviços de saúde através do gerenciamento, nas Unidades

Básicas de Saúde do Município de Chapecó – SC, investigando como ocorre o

armazenamento, a separação, coleta, tratamento e o destino final dos resíduos

gerados nas Unidades de Saúde e propondo a partir deste estudo um Plano de

Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde nas Unidades de Saúde

Pública do Município de Chapecó - SC; capacitando os profissionais das

unidades de saúde pública através de palestras.

A sua participação na pesquisa consiste em responder um questionário

que será realizado pelo próprio pesquisador, sem qualquer prejuízo ou

constrangimento para o pesquisado. Os procedimentos aplicados por esta

pesquisa não oferecem risco a sua integridade moral, física, mental ou efeitos

colaterais. As informações obtidas através da coleta de dados serão utilizadas

para alcançar o objetivo acima proposto, e para a composição do relatório de

pesquisa, resguardando sempre sua identidade. Caso não queira mais fazer

parte da pesquisa, favor entrar em contato pelos telefones acima citados.

Este termo de consentimento livre e esclarecido é feito em duas vias,

sendo que uma delas ficará em poder do pesquisador e outra com o sujeito

Page 165: Dissertacao completa

participante da pesquisa. Você poderá retirar o seu consentimento a qualquer

momento.

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu, _________________________________, RG ______________________

CPF_________________________________, abaixo assinado, concordo em

participar do estudo como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido

pelo pesquisador sobre a pesquisa e, os procedimentos nela envolvidos, bem

como os benefícios decorrentes da minha participação. Foi me garantido que

posso retirar meu consentimento a qualquer momento.

Local: _________________________________ Data ____/______/_______.

Nome e assinatura do sujeito: _______________________________________

Page 166: Dissertacao completa

APÊNDICE III

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓ VICE-REITORIA DE PESQUISA, EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃOPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA A TOMADA DE IMAGENS

Título do projeto: Gerenciamento de Resíduos Sólidos nas Unidades Básicas

de Saúde no Município de Chapecó – SC.

Pesquisadora: Grasiele Fátima Busnello

Telefone para contato: (49) 9993-3390

Orientadora: Rosiléa Garcia França

Telefone: (49) 3221-8220

O objetivo desta pesquisa é analisar o impacto no ambiente causado

pelos resíduos de serviços de saúde através do gerenciamento, nas Unidades

Básicas de Saúde do Município de Chapecó – SC, investigando como ocorre o

armazenamento, a separação, coleta, tratamento e o destino final dos resíduos

gerados nas Unidades de Saúde e propondo a partir deste estudo um Plano de

Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde nas Unidades de Saúde

Pública do Município de Chapecó - SC; capacitando os profissionais das

unidades de saúde pública através de palestras.

CONSENTIMENTO PARA TOMADA DE IMAGENS

Eu, _______________________________, RG _________________________

CPF_________________________________, abaixo assinado, concordo em

participar do estudo como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido

pelo pesquisador sobre a pesquisa e, os procedimentos nela envolvidos, bem

como os benefícios decorrentes da minha participação. Foi me garantido que

posso retirar meu consentimento a qualquer momento.

Local: __________________________________ Data ____/______/_______.

Nome e assinatura do sujeito: _____________________________________