Upload
doankhanh
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PERFIL FITOQUÍMICO E FARMACOLÓGICO DA ASPIDOSPERMA PYRIFOLIUM MART.
“ENSAIOS PRÉ-CLÍNICOS”
MÁRIO GUSTAVO LÚCIO ALBUQUERUQUE DA NÓBREGA
RECIFE-PE Junho, 2008
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
MÁRIO GUSTAVO LÚCIO ALBUQUERQUE DA NÓBREGA
PERFIL FITOQUÍMICO E FARMACOLÓGICO DA ASPIDOSPERMA PYRIFOLIUM MART.
“ENSAIOS PRÉ-CLÍNICOS”
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, do Departamento de Ciências Farmacêuticas, da Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do grau de mestre em Ciências Farmacêuticas. Orientadora: Profa. Dra. Ivone Antonia de Souza
RECIFE –PE Junho, 2008
2
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
3
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
MESTRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
REITOR
Amaro Henrique Pessoa Lins
VICE-REITOR
Gilson Edmar Gonçalves e Silva
PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Anísio Brasileiro de Freitas Dourado
DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
José Thadeu Pinheiro
VICE-DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Márcio Antônio de Andrade Coelho Gueiros
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Jane Sheila Higino
VICE-CHEFE DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Samuel Daniel de Sousa
COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Pedro José Rolim Neto
VICE-COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Beate Seagesser Santos
4
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
“Vencer é um privilégio, saber perder e
reconquistar a vitória é uma arte para
poucos homens.”
Mário Nóbrega
5
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
Dedico esse trabalho a Deus, ao meu
Padre Cícero, ao meu pai Josemar
Lúcio da Nóbrega, a minha mãe
Verônica Maria Albuquerque Lima da
Nóbrega, e aos meus irmãos Sérgio
Lúcio Albuquerque Nóbrega e Cynthia
Albuquerque Nóbrega
6
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sempre iluminar meu caminho. Ao meu Padre Cícero, por me dar muita fé e força em todos os meus projetos profissionais. Ao meu pai Josemar Lúcio da Nóbrega, a minha mãe Verônica Maria Albuquerque Lima da Nóbrega, e a minha irmã Cynthia Albuquerque da Nóbrega, pelo carinho e compreensão. Em especial ao meu irmão, Sérgio Lúcio Albuquerque da Nóbrega, por toda a ajuda nos experimentos e força nas horas de desespero. Sem ele essa obra não teria chegado ao fim. A minha professora e orientadora Profa. Ivone Antônia de Souza, pelo carinho, apoio, orientação, amizade, paciência, incentivo, confiança e persistência, fatores imprescindíveis para a conclusão deste trabalho. Aos meus professores e colegas da Faculdade de Medicina de Juazeiro por toda a compreensão e ajuda em aulas práticas e teóricas que não pude ir para realizar essa obra. Aminha conterrânea e nova amiga Ruth, por toda a ajuda na reta final desse trabalho. A todos que me ajudaram na reta final deste trabalho, em especial a: Rita, Rebeca, Renata e Isla. A todos os professores, técnicos e amigos do Departamento de Ciências Farmacêuticas. A todos os amigos que contribuíram para a conclusão deste trabalho.
7
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
SUMÁRIOI
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 16 2.REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................... 21
2.1 Aspidosperma pyrifolium Mart................................................................................... 21 2.1.1 ASPECTOS BOTÂNICOS ................................................................................. 21 2.1.2 ASPECTOS FARMACOQUÍMICOS E TOXICOLÓGICOS DE ASPIDOSPERMA PYRIFOLIUM MART.................................................................. 24
2.2.CÂNCER.................................................................................................................... 25 2.2.1 CARCINOGÊNESE............................................................................................ 25 2.2.2 EPIDEMIOLOGIA.............................................................................................. 27 2.2.3 FÁRMACOS ORIUNDOS DE PLANTAS UTILIZADOS NA QUIMIOTERAPIA ...................................................................................................... 28
2.3 RESISTÊNCIA BACTERIANA................................................................................ 29 2.3.1 AGENTES ANTIMICROBIANOS .................................................................... 31 2.3.2. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA UTILIZANDO PLANTAS MEDICINAIS....................................................................................................................................... 32
3. ABORDAGEM FITOQUÍMICA DE Aspidosperma pyrifolium Mart. ................... 34 3.1.PESQUISA DE ALCALÓIDES................................................................................. 34 3.2 PESQUISA DE TRITERPENÓIDES E ESTERÓIDES............................................ 35 3.3 PESQUISA DE IRIDÓIDES...................................................................................... 35 3.4 PESQUISA DE SAPONOSIDEOS............................................................................ 36 3.5 PESQUISA DE AÇUCARES REDUTORES............................................................ 37 3.6 PESQUISA DE FLAVONÓIDES.............................................................................. 38 3.7 PESQUISA DE GLICOSÍDEOS CARDÍACOS ....................................................... 39
4. OBJETIVOS ................................................................................................................... 41 4.1OBJETIVO GERAL.................................................................................................... 41 4.1.2OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 41
5. ARTIGO I ....................................................................................................................... 42RESUMO ......................................................................................................................... 43 ABSTRACT ..................................................................................................................... 43
MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................. 45 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 49 CONCLUSÃO.................................................................................................................. 50 AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 516. ARTIGO II...................................................................................................................... 54 RESUMO ......................................................................................................................... 55 ABSTRACT ..................................................................................................................... 55 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 56 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................. 56 RESULTADOS ................................................................................................................ 59 DISCUSSÃO.................................................................................................................... 60 CONCLUSÃO.................................................................................................................. 61 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................. 627. CONCLUSÕES............................................................................................................... 69 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 71
9
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
SUMÁRIO II LISTA DE FIGURAS REVISÃO DE LITERATURA Figura.1: Aspidosperma pyrifolium Mart, cujo nome popular é pereiro preto. Fonte:
Haroudo Sátiro Xavier (RECIFE-PE 04/05/2006)..........................................8
Figura 2: Flor de Aspidosperma pyrifolium Mart. Fonte: Haroudo Sátiro Xavier (RECIFE
04/05/2006)......................................................................................9
Figura 3: Fruto de Aspidosperma pyrifolium Mart. Fonte: Haroudo Sátiro Xavier (RECIFE-PE 04/05/2006)..............................................................................10
Figura 4: Sementes de Aspidosperma pyrifolium Mart. Fonte: Haroudo Sátiro Xavier
(RECIFE 04/05/2006)....................................................................................10 Figura 5: Representação de células cancerosas..............................................................14 Figura 6: Estruturas químicas dos compostos da vincristina, da vinblastina, vidensina e
vinorelbina (GILMAN, 2003).......................................................................15 Figura 7: Ilustração dos alcalóides obtidos nas frações do extrato metanólico de
Aspidosperma pyrifolium Mart......................................................................22 Figura 8: Cromatografia após revelação com Lieberman-Burchard, confirmando a
presença de triterpenos e esteroides...............................................................22 Figura 9: Ilustração mostrando a presença de iridoides após revelação com vanilina
sulfúrica.........................................................................................................23 Figura 10: Ensaio de afrogenicidade..............................................................................24 Figura 11: Açucares redutores........................................................................................25 Figura 12: Flavonóides observados em U.V.365 nm após revelação com o reagente de
NEU...............................................................................................................26 Figura 13: Cromatograma dos extratos e do padrão (extrato metanólico de folhas de
Nerium oleander), vendo-se manchas correspondentes a glicosídeos cardioativos apenas neste último................................................................26
ARTIGO II Figura 1. Média dos pesos dos tumores. *P < 0,05 comparado os grupos tratados com o
controle que recebeu apenas solução salina a 0,9%. Teste “t” de Student (n = 5/grupo).........................................................................................................56
10
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
LISTA DE TABELAS ARTIGO I Tabela 1. Preparo das soluções do extrato da casca de Aspidosperma pyrifolium com as respectivas alíquotas (µL) e massas (mg) por disco........................................................34 Tabela 2. Média dos diâmetros de halos de inibição (em mm) da atividade antibacteriana do extrato metanólico das cascas de Aspidosperma pyrifolium Mart......36 ARTIGO II Tabela 1. Principais reações comportamentais relacionadas ás doses administradas na fase preliminar da avaliação da toxicidade aguda por via intraperitoneal.........................54
Tabela 2. Principais reações comportamentais relacionadas ás doses administradas na fase preliminar da avaliação da toxicidade aguda por via intraperitoneal.........................55
11
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
LISTA DE ABREVIATURAS
% - PERCENTAGEM µL – MICROLITRO µm – MICRÔMETRO °C – GRAUS CENTÍGRADOS AcOET – ACETATO DE ETILA AcOH – ÁCIDO ACÉTICO ATCC – AMERICAN TYPE CULTURE COLLECTION CCDA – CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA ANALÍTICA DAUFPE – DEPARTAMENTO DE ANTIBIÓTICOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO g – GRAMA h – HORA IPA – EMPRESA PERNAMBUCANA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA
Kg – QUILOGRAMA
MeOH – METANOL
mg – MILIGRAMA
mL – MILILITRO
NCCLS – NATIONAL COMITÊ FOR CLINICAL AND LABORATORY
STANDARS
U.V. – ULTRAVIOLETA
UFC – UNIDADE FORMADORA DE COLÔNIA
v/v – VOLUME/VOLUME
12
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
RESUMO Nóbrega, M.G.L.A. Perfil fitoquímico e farmacológico da Aspidosperma pyrifolium Mart. ensaios pré-clínicos. Mestrado em Ciências Farmacêuticas – UFPE – Recife, 2008.
A utilização de produtos naturais vem crescendo notadamente nestes últimos anos. A pesquisa farmacológica de plantas medicinais tem propiciado não só avanços importantes para a terapêutica de várias patologias, como também tem fornecido ferramentas extremamente úteis para o estudo teórico de fisiologia e farmacologia. Aspidosperma pyrifolium Mart. ocorre na caatinga e é conhecida como pereiro, pau-de-coaru e pequiá da mata. No Brasil, essa espécie é usada em casos de enfisema, bronquite e pneumonia, bem como no tratamento de dispnéia asmática e cardíaca. A pesquisa proposta avaliou a atividade toxicológica, microbiológica e antineoplásica, assim como o perfil fitoquímico do extrato metanólico da casca de Aspidosperma pyrifolium Mart.. A toxicidade foi avaliada em duas etapas: preliminar e definitiva, pelo método de Karber e Behrens (1964). O tratamento com o extrato metanólico, com a dose via intraperitoneal em camundongos fêmeas apresentou índice de inibição de 73,90% para a dose de 7mg/kg , 61,54% para a dose de 14mg/kg, 28,57% para a dose de 28mg/kg.O fármaco padrão, metotrexato, foi capaz de inibir 48,64% do crescimento tumoral. Os resultados da toxicidade demonstraram por via intraperitoneal os seguintes efeitos: agitação, movimentos estereotipados, circulantes e de vibrissas, piloereção, reação de fuga, irritabilidade, exoftalmia, aumento da freqüência cardiorespiratória, tremores grosseiros, contorções abdominais e convulsões. No ensaio microbiológico a média aritmética dos halos de inibição foram 8,67; 12,00 e 14,33 para S. aureus (ATCC 6538), 9,00; 12,67 e 15,33 para BIOCLÍNICO e 13,67; 17,67 e 21,00 para M. luteus (ATCC 9341) nas respectivas concentrações. Os resultados confirmaram a capacidade de inibição do crescimento bacteriano in vitro pelo extrato de A. pyrifolium, corroborando os relatos populares. Na abordagem fitoquímica, foi detectada a presença de triterpenos, esteróides, iridóides, saponósidios, acúcares redutores, flavonóides e uma negatividade pra glicosídeos cardíacos. Conclui-se que a Aspidosperma pyrifolium Mart. apesar da alta toxicidade apresenta propriedades antitumorais e antimicrobianas com perspectivas para novas investigações biológicas. UNITERMOS: Aspidosperma pyrifolium, toxicidade, perfil fitoquímico, microbiológico, antitumoral, câncer.
13
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
ABSTRACT Nóbrega, M.G.L.A. Phytochemistry and Pharmacologic aspects of Aspidosperma pyrifolium Mart: pre-clinic assays. Dissertation of Pharmaceutical Science – UFPE – Recife, 2008. The use of natural products has been growing remarkably in recent years. The search pharmacology of medicinal plants has not only brought about important advances for the treatment of various diseases, but also has provided extremely useful tools for the theoretical study of physiology and pharmacology. Aspidosperma pyrifolium Mart. occurs in the caatinga and is known as “pereiro”, “pau-de-caoru” and “pequiá da mata. In Brazil, this species is used in cases of emphysema, bronchitis and pneumonia, and in the treatment of dyspnea asthmatic and heart. The survey assessed the proposed activity toxicological, and microbiological antineoplastic as well as the phytochemical profile of methanol extract of the bark of Aspidosperma pyrifolium Mart. The toxicity was evaluated in two steps: preliminary and final, the method of Karber and Behrens (1964). Treatment with the extract methanol, with the dose in mice by intraperitoneal females presented index of inhibition of 73.90% for the dose of 7mg/kg, 61.54% for the dose of 14mg/kg, to 28.57% 28mg/kg. The methotrexate, was able to inhibit tumor growth of 48.64%. The results of toxicity demonstrated by the intraperitoneal route the following effects: agitation, stereotyped movements, circulating and vibrissae, reaction of escape, irritability, exophthalmos, tremors, abdominal constriction. In the microbiological testing the arithmetic mean of halos of inhibition were 8.67, 12.00 and 14.33 for S. aureus (ATCC 6538), 9.00, 12.67 and 15.33 for BIOCLÍNICO and 13.67, 17.67 and 21.00 for M. luteus (ATCC 9341) in their concentrations. The results confirmed the ability of inhibition of bacterial growth in vitro by the extract of A. pyrifolium, corroborating the reports popular. In the phytochemical approach has been detected the presence of triterpenes, steroids, iridoids, saponoisides, reducing sugars, flavonoids and get a negative cardiac glycosides. It follows that the Aspidosperma pyrifolium Mart. despite the high toxicity presents antitumor and antimicrobial properties with prospects for new biological research. UNITERMS: Aspidosperma pyrifolium, acute toxicity, phytochemistry, antimicrobial activity, antitumor activity , cancer.
14
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
1. INTRODUÇÃO
15
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
1. INTRODUÇÃO
Nas antigas civilizações as plantas já eram utilizadas como fitoterápicos. Pode-se
dizer que se trata de uma das primeiras manifestações do homem para compreender a
natureza. Todas as civilizações, em todos os continentes, desenvolveram pesquisas para
conhecer o mecanismo de suas propriedades terapêuticas (SILVA et al., 2004).
O conhecimento popular é desenvolvido por grupos culturais que ainda convivem
intimamente com a natureza, observando-a de perto no seu dia-a-dia e, explorando suas
potencialidades, mantendo vivo e crescente esse patrimônio pela experimentação
sistemática e constante (ELISABETSKY, 1997).
A importância histórica das substâncias ativas obtidas de plantas como protótipo
para o desenvolvimento de medicamentos, não foi representada apenas pelo surgimento de
grupos novos de compostos, mas proporcionou a identificação de uma nova possibilidade
de tratamento terapêutico. As opções de intervenções terapêuticas seriam muito escassas, se
não fosse a descoberta dessas substâncias ativas provenientes das plantas medicinais
(SIMÕES et al., 1999).
Dados históricos demonstram que foi a partir do uso de plantas medicinais que a
produção de medicamentos e o tratamento farmacológico das doenças deram seus primeiros
passos (CALIXTO, 2003). O isolamento da morfina da Papaver somniferum em 1803, pelo
farmacêutico Friedrich Wilhelm Adam Sertürner, marcou o início do processo de extração
de princípios ativos de plantas. A partir de então, outras substâncias foram isoladas, como
por exemplo, a quinina e a quinidina obtidas da Cinchona spp, em 1819, e a atropina da
Atropa belladona, em 1831, que passaram a ser utilizadas em substituição aos extratos
vegetais (SCHULZ, HÄNSEL, 2001).
O Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta que, associada a uma rica
diversidade étnica e cultural, detém um valioso conhecimento social associado ao uso de
plantas medicinais, tendo assim um potencial necessário para o desenvolvimento de
16
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
pesquisas com resultados em tecnologias e terapêuticas apropriadas (BRASIL, 2006a).
Além disso, estima-se que cerca de cinqüenta milhões de brasileiros não tem acesso ao
medicamento, o que justifica a adoção de medidas que visem à amplificação das pesquisas
e propiciem o uso seguro de plantas medicinais como alternativa terapêutica em todo o
país, com especial atenção às regiões mais pobres (DINIZ, 2000).
Com base nisso, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos foi
aprovada por meio do Decreto N° 5.813 de 22 de Junho de 2006, estabelecendo diretrizes e
linhas prioritárias para o desenvolvimento de ações em torno de objetivos comuns voltados
à garantia do acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil,
incentivando o desenvolvimento de tecnologias e o uso sustentável da biodiversidade
brasileira (BRASIL, 2006a).
Ainda em 2006 a Portaria nº 971, aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas
e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. A Fitoterapia está inserida nestas
práticas integrativas e foi aprovada através do Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006
(BRASIL, 2006b).
O estímulo ao uso dos fitoterápicos tem como objetivo: prevenir, curar ou
minimizar os sintomas das doenças, com um custo mais acessível à população e aos
serviços públicos de saúde, comparativamente àqueles obtidos por síntese química, que são,
em geral, mais caros, devido às patentes tecnológicas envolvidas (TOLEDO et al., 2003).
É notório que o número de plantas estudadas cresce a cada ano. Esse fato encontra-
se associado ao crescimento do interesse da indústria farmacêutica pelo uso da
biodiversidade como fonte de novos medicamentos (CORDELL, 1995). Entretanto, nos
últimos vinte anos no Brasil, o número de informações sobre plantas medicinais tem
crescido apenas 8% anualmente. Isso mostra que em um país biologicamente tão rico, mas
com ecossistemas tão ameaçados, pesquisas com plantas medicinais, e, mesmo tóxicas,
deveriam ser mais incentivadas (MARIZ et al., 2006).
Já existe no mercado atual muitos medicamentos derivados de plantas, que foram
descobertos através de estudos direcionados para o isolamento de constituintes ativos dos
vegetais utilizados pela população. O agente anti-hipertensivo “reserpina”, o anticâncer
“Taxol®”, os agentes antileucêmicos “vimblastina” e “vincristina”, e o “psolarem”,
17
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
empregado no tratamento do vitiligo, são alguns exemplos desses produtos (DAVID,
NASCIMENTO, 2004; MULLER, MACEDO, 2005).
Embora a medicina moderna esteja bem desenvolvida na maior parte do mundo, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que grande parte da população dos países
em desenvolvimento depende da medicina tradicional para a sua atenção primária, tendo
em vista que 80% desta população utilizam práticas tradicionais nos seus cuidados básicos
de saúde e 85% destes utilizam plantas ou preparações destas (BRASIL, 2006). Das 252
drogas consideradas básicas e essenciais pela OMS, 11% são originárias de plantas e um
número significativo são drogas sintéticas de precursores naturais (RATES, 2001).
Sabe-se que muitas plantas medicinais apresentam substâncias que podem
desencadear reações adversas, seja por seus próprios componentes, seja pela presença de
contaminantes ou adulterantes presentes nas preparações fitoterápicas, exigindo um
rigoroso controle de qualidade desde o cultivo, coleta da planta, extração de seus
constituintes, até a elaboração do medicamento final (TUROLLA; NASCIMENTO, 2006).
Toxicidade de uma substância é a capacidade intrínseca da mesma de afetar
negativamente ou causar dano a um organismo. Esta avaliação é realizada com o objetivo
de determinar o potencial das drogas e produtos relacionados. Testes que avaliam a
toxicidade sistêmica aguda são utilizados para classificar e apropriadamente rotular
substâncias de acordo com o seu potencial de letalidade ou toxicidade como estabelecido
pela legislação (LOPES; VALADARES, 2006).
A toxicidade de plantas medicinais é um problema sério e de saúde pública. Os
efeitos adversos dos fitomedicamentos, possíveis adulterações e toxidez, bem como a ação
sinérgica (interação com outras drogas) ocorrem comumente. As pesquisas realizadas para
avaliação do uso seguro de plantas medicinais e fitoterápicos ainda são incipientes, assim
como o controle da comercialização pelos órgãos oficiais pelas feiras livres, mercados
públicos ou lojas de produtos naturais (VEIGA-JÚNIOR et al, 2005).
Com base nisso, em 2004 a Resolução nº 90, da ANVISA – Agência Nacional de
Vigilância Sanitária publicou um “GUIA PARA A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS DE
TOXICIDADE PRÉ-CLÍNICA DE FITOTERÁPICOS” com objetivo de normatizar
métodos padronizados para os estudos de toxicologia pré-clínica no Brasil (BRASIL,
2004).
18
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
Então, as potencialidades de usos das plantas medicinais encontram-se longe de
estar esgotadas. Novos conhecimentos e novas necessidades certamente encontrarão, no
reino vegetal, soluções por meio da descoberta e do desenvolvimento de novas moléculas
com atividade terapêutica ou com aplicações tanto na tecnologia farmacêutica quanto no
desenvolvimento de fitoterápicos com maior eficiência de ação (SCHENKEL, et al., 2003).
19
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
20
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
2.REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aspidosperma pyrifolium Mart
2.1.1 ASPECTOS BOTÂNICOS A família Apocynaceae possui cerca de 200 gêneros e 2000 espécies, de distribuição
tropical e subtropical, podendo chegar até regiões temperadas. O gênero Aspidosperma
Mart. Ocorre desde o México até a Argentina e distingue-se pela ocorrência de alcalóides
indólicos ( JÀCOME et al, 2003). Toda a planta é bastante amarga o que pode ser atribuído
aos seus alcalóides; esse amargor até certo ponto, facilita seu reconhecimento, mesmo
quando totalmente desfolhada ou sem flores ou frutos ( LIMA, 1989).
No Brasil Aspidosperma pyrifolium Mart. (Figura 1) ocorre principalmente na
caatinga e é conhecida como pereiro, pau-de-coaru e pequiá da mata (CORREA, 1978).
Figura.1: Aspidosperma pyrifolium Mart, cujo nome popular é pereiro preto. Fonte:
Haroudo Sátiro Xavier (RECIFE-PE 04/05/2006).
21
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
É árvore de porte regular, podendo atingir até 5 metros de altura (BRAGA, 1976 e
TIGRE,1968). A sua madeira é amplamente empregada para serviços de carpintaria por
apresentar madeira de boa qualidade para estes fins (TIGRE, 1968). O nome popular
atribuído a esta espécie, mostra a semelhança que os primeiros estrangeiros aqui chegados
reconheceram na folhagem dessa planta com aquela da pereira ou pé-de-pêra, do gênero
Pyrus ( Pyrifolium = folha de Pyrus), (LIMA, 1989).
A floração ocorre geralmente no início das primeiras chuvas, com a folhagem ainda
não desenvolvida ou em início de desenvolvimento. As flores (figura 2) são aglomeradas
em pequenas cimeiras terminais, em média de 10 – 15 flores alvas, de perfume muito
agradável, que se espalha pela caatinga, especialmente à noite (GOMES &
CAVALCANTE, 2001; DUARTE, 1970). O fruto (figura 3), quando desenvolvido e
maduro, lenhoso, do tipo folículo, 5,0-6,0 cm de comprimento às vezes 4,0, até mesmo 7,0,
externamente castanho claro, apresentando formações verrugosas de cor cinza; amarelo-
castanho internamente, com grande quantidades de sementes (Figura 4) aladas, papiráceas,
de placentação marginal. As sementes são levadas pelo vento a grande distância, facilitando
a dispersão da espécie (LIMA, 1989).
22
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
Figura 2: Flor de Aspidosperma pyrifolium Mart. Fonte: Haroudo Sátiro Xavier (RECIFE
04/05/2006).
Figura 3: Fruto de Aspidosperma pyrifolium Mart. Fonte: Haroudo Sátiro Xavier
(RECIFE-PE 04/05/2006).
Figura 4: Sementes de Aspidosperma pyrifolium Mart. Fonte: Haroudo Sátiro Xavier
(RECIFE 04/05/2006).
23
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
2.1.2 ASPECTOS FARMACOQUÍMICOS E TOXICOLÓGICOS DE ASPIDOSPERMA PYRIFOLIUM MART.
O gênero Aspidosperma difere quimicamente de outras Apocynaceae pela
ocorrência freqüente de alcalóides indólicos, sendo esta uma característica marcante
(BOLZANI et al, 1987).
Em 1960, Gilbert et al descreve o isolamento de dois alcalóides do Aspidosperma
pyrifolium Mart., a pirifolina e a pirifolidina. Na análise espectral ultravioleta e de
infravermelho a pirifolina demonstra possuir um cromóforo N-acetil-7-methhoxi-
dihidroindol e uma função methoxi alifática.
Djerassi et al (1962) afirmava à época, que a aspidofilina representava o primeiro
alcalóide da classe hexacíclica abrangida pela pirifolina, refractina, kopsina e pelos seus
congêneres, com a parcela hidroaromática da molécula sem grupo funcional.
Os autores Serrur & Matos (1981) chamam atenção para os estudos químicos
realizados com os alcalóides do gênero Aspidosperma que se estenderam por um período
de mais de 100 anos. Afirmam esses autores a existência de três alcalóides do grupo da
aspidospermina para a espécie A. pyrifolium: a pirifolina e a pirifolidina encontradas na
casca do caule, a aspidofilina nas folhas e a própria aspidospermina encontrada nas cascas
das raízes.
Mitainee et al. (1996) trabalhando com Aspidosperma pyrifolium, originária da
Bolívia, isolou onze alcalóides inéditos da planta. Sendo eles : (-)-vincadifformina, O-
demetilpalosina, haplocina, N-formilaspidospermidina, vallesina, desmethoxiaspidos-
permina, palosina, (-)-aspidospermina, aspidospermidina, akuammicina e tubotaiwina.
Com relação a atividade farmacológica de substâncias isoladas de Aspidosperma
pyrifolium Mart., Deutsch et al. (1994) destaca a aspidospermina, molécula que ao lado da
quebrachamina, possui atividade bloqueadora adrenérgica sobre vários tecidos urogenitais,
justificando o emprego na medicina tradicional de extratos desses vegetais no alívio da
hiperplasia prostática benigna (HPB) e impotência erétil.
Craveiro et al. (1983) e Mitainee et al. (1996) ensaiaram um extrato do pereiro em
cães, verificando que o mesmo apresentava um forte efeito hipotensivo sobre a pressão
24
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
arterial. Porém devido a quantidade elevada de citotoxina presente nesse vegetal não é
recomendada a ingestão de qualquer preparação medicamentosa a partir do mesmo devido
aos sérios riscos produzidos por seus efeitos colaterais. Em estudo recente, Medeiros (2004)
responsabiliza a ingestão de material oriundo de Aspidosperma pyrifolium como
responsável pelo aborto e pela má formação em caprinos ocorrentes na região semi-árida do
nordeste brasileiro. No Brasil, essa espécie é usada ainda em casos de enfisema, bronquite e
pneumonia, bem como no tratamento de dispnéia asmática e cardíaca (LYON et al, 1973).
Na atualidade a farmacologia e a toxicologia têm chamado a atenção para
comprovação das possíveis propriedades terapêuticas, além da investigação dos
constituintes tóxicos (SILVA,2006).
Existe um número cada vez maior de estudos científicos que comprovam a
toxicidade de plantas antes usadas sem restrições e de forma indiscriminada. Podemos citar:
a kava-kava (Piber methysticum G. Forst, Piperaceae), o confrel (Symphytum officinale L.
Boraginaceae), mentrasto (Ageratum conyzoides L.), arnica (Arnica montana L.,
Asteraceae), carambola (Avehrroa carambola L., Oxalidaceae), Boldo do chile ( Peumus
boldus Molina, Monimiaceae), digitalis (Digitalis ssp, Escrofulariaceae), Ginkgo (Ginkgo
biloba L., Ginkgoaceae), boldos brasileiros (Plectranthus barbatus Andr e P.ornatus Codd,
Lamiaceae; Vernonia condensata L., Asteraceae) e entre outras (OLIVEIRA, 2006).
Apesar de existir uma crença popular de que produtos naturais não possuem
nenhum tipo de toxicidade, sabemos que não existe tal segurança na utilização destes
produtos, por isso se faz necessário à avaliação da toxicidade de seus efeitos tóxicos
(SILVA, 2007).
2.2.CÂNCER
2.2.1 CARCINOGÊNESE
Segundo RANG (2003) o câncer é uma doença caracterizada pela multiplicação e
propagação descontroladas no corpo de formas anômalas das próprias células. Uma célula
normal transforma-se em células cancerosas em decorrência de uma ou mais mutações do
DNA, que pode-ser congênita ou adquirida. As duas principais características de alterações
25
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
genéticas que levam ao desenvolvimento do câncer são: ativação de proto-oncogênese em
oncogênese e a inativação dos genes supressores tumorais.
Os agentes ou fatores etiológicos dos tumores malignos existem em quantidades
maiores que 1.500, todos agrupados em ordens: físicos, químicos e biológicos (RAMOS,
1984).
Com base em estudos experimentais realizados em roedores a carcinogênese
consiste em um processo de múltiplas etapas, que tem sido tradicionalmente divididos em
três estágios: iniciação, promoção e progressão (HARRIS, 1991).
As células cancerosas manisfestam-se em graus variáveis, com quatro características
que as distingue das células normais: proliferação descontrolada, perda da diferenciação e
da função, poder de invasão e metástases (GILMAN, 1996).
O crescimento do tumor maligno é o resultado do desequilíbrio entre a capacidade
de proliferação de suas células e a reação do organismo para detê-lo. Por último, existe
também um processo de autolimitação ao crescimento neoplásico originado em
desproporção entre o desenvolvimento celular e o desenvolvimento do mesênquima de
suporte - vasos e tecidos conectivos - que é responsável pela necrose e detenção da função
reprodutora das zonas menos vascularizadas do tumor (ROSSEL, 1984).
Carcinomas são denominados como as neoplasias malignas que se originam de células
epiteliais, derivadas de qualquer uma das três camadas germinativas (CONTRAN, 2000). O
carcinoma de Ehrlich, por ser um dos primeiros tumores transplantáveis conhecido, é um
dos mais extensamente utilizados para experimentação (SILVA, 2007).
O termo sarcoma deriva do grego sar que significa carnoso, refere-se a neoplasias
malignas do tecido mesênquimal (CONTRAN, 2000). O Sarcoma 180, é um tumor
neoplásico com critério de malignidade, cujas ás células são de fácil obtenção, sendo
utilizadas em vários centros de pesquisa e, após a inoculação o tumor desenvolve-se em 90
a 100% dos casos (SILVA, 2007).
26
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
Figura 5: Representação de células cancerosas.
A figura 5 demonstra os estágios do desenvolvimento de células neoplásicas no
organismo. Os principais agentes antineoplásicos podem ser classificados nas seguintes
categorias gerais: agentes citotóxicos (agentes alquilantes e compostos correlatos, agentes
antimetábolitos, antibióticos citotóxicos, derivados vegetais), hormônios e agentes diversos
que não se enquadram nas categorias anteriores. A maioria dos agentes antineoplásicos
utilizados são agentes antiproliferativos e não exercem nenhum efeito inibitório específico
sobre o poder de invasão, a perda de diferenciação ou a tendência a promover a metástase.
Além disso, uma grande parte destes, provoca efeitos colaterais que são considerados um
obstáculo para a aderência do paciente ao tratamento (RANG, 2003).
2.2.2 EPIDEMIOLOGIA
A tendência mundial é o aumento do número de casos de câncer, pois se trata de
uma doença que acomete principalmente os grupos etários mais avançados, e com os
progressos na saúde pública e na ciência médica um maior número de pessoas atinge a
idade em que se tornam vulneráveis a desenvolver câncer. No Brasil a trajetória é a mesma,
adiciona-se aqui os já conhecidos problemas sociais, sanitários e a heterogeneidade das
várias regiões territoriais (RANG, 2003).
As neoplasias malignas situam-se entre as principais causas de mortalidade,
correspondendo a segunda causa de morte natural. De acordo com os dados de registros de
câncer no Brasil, os tumores mais freqüentes no país são: próstata, pulmão, estômago,
27
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
colón e reto e esôfago na população masculina. Em mulheres predomina o câncer de mama,
seguido dos cânceres de colo uterino, cólon e reto, pulmão e estômago (GUERRA, 2005).
2.2.3 FÁRMACOS ORIUNDOS DE PLANTAS UTILIZADOS NA QUIMIOTERAPIA
Vários fármacos antineoplásicos têm origem primária de extratos de plantas que
contribuem de maneira significativa para o tratamento do câncer. O fracionamento do
extrato da planta pervinca (Vinca rōsea Linn.) forneceu quatro alcalóides dímericos:
vimblastina, vincristina, vindesina e vinorelbina. Esses alcalóides são classificados como
agentes antimitóticos, pois atuam no ciclo celular possuindo a capacidade de ligar-se a
tubulina e de bloquear a capacidade da proteína de polimerizar-se em microtubulos
interrompendo a divisão celular na metáfase (BARACAT, 2000).
Os alcalóides da Vinca são muitos semelhantes quimicamente. As estruturas da
vincristina, vinoblastina e vindensina ( Figura 6) são compostos dímericos assimétricos.
Figura 6: Estruturas químicas dos compostos da vincristina, da
vinblastina, vidensina e vinorelbina (GILMAN, 2003).
28
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
O agente antimitótico placlitaxel é também derivado inicialmente da casca do eixo
ocidental (Taxus brevifolia Nutt.), diferenciando dos alcalóides da pervinca por atuar
inibindo a despolimerização dos microtúbulos, bloqueando o prosseguimento do ciclo
celular. Outro exemplo, é o alcalóide podofilotoxina extraído da planta mandragóra
(Podophyllum peltatum L.), que deriva dois glicosídeos semi-sintético denominados
etoposide e teniposida, que possuem atividade terapêutica em tumores do pulmão, tumores
dos testículos e linfomas (BARACAT, 2000).
2.3 RESISTÊNCIA BACTERIANA
A resistência bacteriana aumentou consideravelmente devido ao uso amplo e
indiscriminado de antibióticos em todo o mundo. Tal fenômeno resultou nos hospitais o
surgimento dos germes multiresistentes, mas também foi notado em bactérias na
comunidade, pela pressão seletiva determinada pelo uso clínico de antimicrobianos, tanto
humano como veterinário, pelo seu uso comercial para engorda de animais e no seu uso
industrial como conservantes de alimentos. Estima-se que nos anos 80 cerca 45% de todo
antibiótico vendido nos EUA era destinado para uso veterinário
(GOMES, 2001).
Quatro processos contribuem para o acúmulo da resistência: primeiro, espécies com
resistência intrínseca são favorecidas; segundo, mutantes resistentes de linhagens
previamente sensíveis são selecionados; terceiro, genes de resistência transferíveis
disseminam entre os isolados bacterianos, carreados por plasmídios, transposons e
integrons; e, por último, algumas linhagens resistentes propagam-se de modo epidêmico
entre pacientes, hospitais e países. A importância relativa destes processos varia com o
patógeno e com o local (LUIZ, 2006).
Mesmo bactérias muito tempo permaneceram susceptíveis às drogas usualmente
empregadas para o tratamento de doenças por elas causadas, paulatinamente apresentam
mudanças (GOMES, 2001). Vários são os mecanismos de resistência às drogas que
podemos citar: alteração no sitio de ligação, inativação ou destruição enzimática e
diminuição da entrada ou aumento da retirada da droga (GILMAN, 1996).
29
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
A resistência bacteriana pode ser definida como a concentração inibitória mínima
(CIM) para um determinado antibiótico acima da usualmente determinada por laboratórios
de referência, mas é importante lembrar que os resultados dos testes de resistência são
relativos e não absolutos. No caso de tolerância as bactérias apresentam bacteriostase na
presença do antimicrobiano, porém não acorre bacteriólise (GOMES, 2001).
A facilidade de obtenção dessa classe farmacológica para o uso incorreto também é
um desafio para as autoridades sanitárias de diversos países (FERNANDES, 2000).
Ehrlich e seus colaboradores Franke e Roehl , em 1905, descobriram o fenômeno da
resistência às drogas, ao observarem que em culturas de tripanossomas africanos tratados
com arsênico ou com determinados corantes havia a sobrevivência de alguns exemplares
da mesma população microbiana. Estes autores descreveram que infecções por
tripanossomas tratadas com doses baixas de arsenicais recaíam e relataram que um novo
tratamento falhava porque os tripanossomas haviam desenvolvido resistência às drogas e
que esta resistência passava a ser hereditária. O advento do uso clínico de sulfonamidas,
em 1933, e, em seguida, da penicilina, em 1941, levou à constatação de que a resistência
bacteriana aos agentes antimicrobianos podia ser uma característica natural das espécies de
bactérias ou ser adquirida por cepas individuais dentro de uma população sensível
(TAVARES, 2000).
No início início dos anos 70, infecções nosocomiais por A. baumannii eram tratadas
com sucesso com gentamicina, minociclina, ácido nalidíxico, ampicilina, ou carbenicilina,
tanto sozinhos quanto combinados, mas taxas de resistência em elevação começaram a ser
divulgadas entre 1971 e 1974. Desde 1975, surtos sucessivos têm demonstrado o aumento
da resistência em isolados clínicos de espécies de Acinetobacter. Uma elevada proporção
de isolados tornou-se resistente a antimicrobianos antigos; de fato, muitos Acinetobacter
são resistentes aos níveis clínicos da maioria dos antimicrobianos utilizados, incluindo
aminopenicilinas, ureidopenicilinas, cefalosporinas de pequeno espectro e amplo espectro,
cefamicinas, a maioria dos aminoglicosídeos, cloranfenicol, e tetraciclinas. Para alguns
antimicrobianos relativamente novos, tais como cefalosporinas de amplo espectro (quarta
geração), imipenem, tobramicina, amicacina e fluoroquinolonas, permanecem
relativamente sensíveis, mas a CIM destes antimicrobianos tem aumentado
substancialmente na última década (LUIS, 2004).
30
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
No Brasil, na atualidade, os estafilococos, tanto o S. aureus como o S. epidermidis,
mostram-se resistentes à penicilina G, ampicilina e amoxicilina em mais de 70% das cepas
isoladas, seja em ambiente hospitalar ou na comunidade, não sendo mais indicado o uso
destes antimicrobianos para o tratamento de infecções estafilocócicas, mesmo que benignas
e mesmo que procedam do ambiente extra-hospitalar. Além disto, estes germes vêm
mostrando elevado índice de resistência à meticilina (portanto, também à oxacilina e
cefalosporinas) no meio hospitalar no Brasil, repetindo-se o observado em outros países
(TAVARES, 2000).
No âmbito da saúde pública esse fenômeno é desastroso, pois esses microrganismos
multiresistentes não respondem de maneira satisfatória a antibioticoterapia disponível no
mercado (CARIBÉ, 2006). Por esse fato, é necessária a educação continuada dos
profissionais da saúde para a prescrição e dispensação dos antimicrobianos e a educação da
população sobre a sua utilidade, como também priorizar as medidas para controlar o seu
uso mediante prescrição médica, assegurar a qualidade dos produtos comercializados e
reduzir o seu uso na produção de alimento animal.
2.3.1 AGENTES ANTIMICROBIANOS
O advento dos antibióticos permitiu o controle e cura das doenças infecciosas,
mudando a evolução natural dessas doenças de forma marcante (MOREIRA, 2004).
Na atualidade os agentes antimicrobianos, do ponto de vista numérico, representam
um dos primeiros lugares no receituário geral. Muitas vezes, a prescrição de antibióticos é
abusiva, podendo-se afirmar que, na maioria dos casos, são indicados sem necessidade ou
com imprecisão (NETO, 1985).
Os antimicrobianos constituem uma categoria única de medicamentos, pois afetam
não somente o paciente que faz uso, mas também, de maneira mais ampla, o ambiente
microbiológico, interferindo com a flora de outros pacientes e das pessoas que direta ou
indiretamente entram em contato (GOMES, 2001). São classificados de acordo segundo o
mecanismo de ação: antimicrobianos que atuam na parede celular, antimicrobianos que
afetam a síntese ou a ação do folato, antimicrobianos que afetam a síntese protéica,
antimicrobianos que afetam a síntese de DNA e antimicrobianos citotóxicos ou que afetam
atividade enzimática (MOREIRA, 2004).
31
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
2.3.2. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA UTILIZANDO PLANTAS MEDICINAIS.
Tendo em vista que bactérias resistentes a múltiplos antimicrobianos representam
um desafio no tratamento de infecções, é notória a necessidade de encontrar novas
substâncias com propriedades antimicrobianas para serem utilizadas no combate a esses
microrganismos (PEREIRA, 2004). Nesse sentido vários estudos foram realizados, afim de
verificar a atividade antimicrobiana de diversas plantas medicinais.
Nascimento (2004), realizou uma avaliação da atividade antimicrobiana de extratos
vegetais e fitofármacos frente a microrganismos sensíveis e resistentes a antibióticos, bem
como observado o possível efeito sinérgico da associação entre antibióticos e extratos
vegetais. Nesse estudo foram utilizados 10 extratos de plantas e ainda os fitofármacos,
ácido benzóico, ácido cinâmico, eugenol e farnesol. Na avaliação detectou-se que o maior
potencial antimicrobiano foi verificado para os extratos de cravo e jambolão que inibiram,
respectivamente, 64,2 e 57,1% dos microrganismos, inclusive com maior atividade sobre
os microrganismos resistentes a antibióticos (83,3%). Associação de antibióticos e extratos
vegetais ou fitofármacos, sobre bactérias resistentes a antibióticos, mostrou que em alguns
casos ocorreu sinergismo, possibilitando que antibióticos já ineficazes apresentassem ação
sobre estas bactérias.
A maioria dos óleos essenciais obtidos a partir das partes aéreas de Mentha
piperita, M. spicata, Thymus vulgaris, Origanum vulgare, O. applii, Aloysia triphylla,
Ocimum gratissimum e O. basilicum foram efetivos contra Enterococcus faecium e
Salmonella cholerasuis. A.triphylla e O. basilicum apresentaram inibição moderada contra
Staphylococcus aureus enquanto apenas A. tryphila e M. piperita foram capazes de inibir a
levedura Candida albicans (SARTORATTO, 2004).
Pereira (2004) realizou um estudo utilizando óleos essenciais de ervas medicinais
frente a 100 cepas de bactérias isoladas de indivíduos da comunidade com diagnóstico de
infecção urinária, constatou que a Salvia officinalis, L. apresentou eficácia de 100%
quando testadas em espécies de Klebsiella e Enterobacter, 96% contra em Escherichia
coli, 83% contra Proteus mirabilis e 75% contra Morganella morganii.
32
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
3. ABORDAGEM FITOQUÍMICA
33
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
3. ABORDAGEM FITOQUÍMICA DE Aspidosperma pyrifolium Mart.
O material vegetal recentemente coletado (caule) foi pesado, triturado em
microprocessador doméstico e submetido a percolação metanólica até a exaustão por um
período de 12hs, em aparelhos de Soxhlet, seguindo-se filtração em papel. O extrato
matanólico obtido do pereiro foi submetido à evaporação em rotaevaporador, até a
eliminação completa do solvente. O extrato bruto (seco) então obtido foi dissolvido em
metanol, sendo posteriormente analisado por cromatografia em camada delgada,
empregando-se diversos sistemas de desenvolvimento e reveladores apropriados,
conduzindo à prospecção de alcalóides, polifenenóis (cumarias, derivados cinâmicos,
flavonóides, proantocianidinas, e taninos gálicos), terpenóides (monoterpenóide,
sesquiterpenóides, diterpenóides, triterpenóides, esteróides, iridóides, saponósidos e
glicosídeos cardiotivos) e açucares redutores.
3.1.PESQUISA DE ALCALÓIDES A fração do extrato metanóico do da casca de Aspidosperma pyrifolium foi
submetido á cromatografia em camada delgada (CCD), tendo como fase móvel uma
mistura de AcOEt- n-PrOH – HO ( 5,7 : 3,2 : 1,3 v/v ), o cromatograma foi revelado com
reagente de Dragendorff, tendo sido detectada a presença de fortes manchas de coloração
alaranjada características de alcalóides ( Figura 7) (WAGNER, 1996).
Alcalóides
Figura 7: Ilustração dos alcalóides obtidos nas frações do extrato metanólico de Aspidosperma pyrifolium Mart.
34
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
3.2 PESQUISA DE TRITERPENÓIDES E ESTERÓIDES A amostra do extrato metanólico da casca de foi submetido á cromatografia com
Ác. Ursólico, β-amirina e β-sitosterol, empregando-se uma mistura de AcOEt- C7H8(20 :
80 v/v), revelando-se como reagente Liebernann-Burchard (SHARMA, 1991), seguido de
aquecimento de estufa (100ºC), por 5 minutos. Procedendo-se a visualização do
cromatograma no visível e em câmara de U.V. (365 nm). O surgimento de manchas com
coloração levemente rósea a avermelhada (Figura 8) foi usado como critério de evidência
da presença de triterpenóides e esteróides.
β-amirina
β-sitosterol
ác. ursólico
Figura 8: Cromatografia após revelação com Lieberman-Burchard, confirmando a
presença de triterpenos e esteroides.
3.3 PESQUISA DE IRIDÓIDES Alíquotas do extrato metanólico da casca de Aspidosperma pyrrifolium foi
submetida á co-cromatografia com padrão de ipolimida, empregando-se como fase móvel
uma mistura AcOEt- HCOOH-AcOH-H2O ( 100 : 11 : 11:26 v/v), revelando-se com
vanilina sulfúrica, seguida de aquecimento em estufa (100º C), durante 5 minutos. O
35
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
surgimento de manchas com coloração violeta (Figura 9) foi usado como critério
diagnóstico da presença de irióides.
iIpolamiida
Figura 9: Ilustração mostrando a presença de iridoides após revelação com vanilina
sulfúrica.
3.4 PESQUISA DE SAPONOSIDEOS
Alíquotas de 100mg do extrato seco de Aspidosperma pyrifolium foram colocadas
em tubos de ensaio, diluídas com água destilada e submetidas ao teste de afrogenicidade,
onde as soluções previamente submetidas a forte agitação manual por cerca de 30 trinta
segundos, foram em seguida mantidas em repouso, observando-se a consistência e
persistência da espuma produzida por cada amostra. Espuma abundante e persistente por
mais de 15 minutos foi o critério usado para avaliar a presença saponósidos (COSTA,
2001). Foi observado presença de espuma duradoura no extrato da casca de Aspidosperma
pyrifolium Mart. (Figura 10).
36
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
Figura 10: Ensaio de afrogenicidade.
3.5 PESQUISA DE AÇÚCARES REDUTORES
A amostra do extrato metanólico da casca de Aspidosperma pyrifolium Mart. foi
submetida à co-cromatografia com glicose e fucose, empregando-se uma mistura de
AcOEt-n-PrOH-H2O (5,7 : 3,2 : 1,3 v/v). A revelação do cromatograma foi efetuada com
aplicação de cloreto de Trifeniltetrazólio (TTZ), seguido de aquecimento em estufa (100º
C) durante 5 minutos. O surgimento de manchas com coloração vermelha foi usado como
critério de evidência de presença de açúcares redutores. Foi verificada a presença de
mancha idêntica a de glicose (Figura 11), o que confirma a presença desse açúcar redutor.
37
Glicose
Fucose
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
Figura 11: Açucares redutores.
3.6 PESQUISA DE FLAVONÓIDES
Uma alíquota do extrato metanólico da casca de Aspidosperma pyrifolium Mart. foi
submetida à CCD, empregando-se uma mistura de AcOEt- HCOOH-AcOH-H2O (100 : 11
: 11 : 26 v/v), revelando-se o cromatograma com o reagente de NEU
(defenilboriloxietilamina), procedendo-se a observação em câmara de U.V. (365 nm).
Manchas de fluorescência alaranjada , amarela, vermelha ou verde, consoante o esqueleto
molecular, foram usadas como critério para evidência da presença de flavonóides. Foi
revelada a presença de flavonóides no ensaio, dentre eles destaca-se a rutina (Figura 12).
Flavonoides
Rutina
Figura 12: Flavonóides observados em U.V.365 nm após revelação com o reagente de NEU.
38
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
3.7 PESQUISA DE GLICOSÍDEOS CARDÍACOS Uma alíquota do extrato metanólico da casca de Aspidosperma pyrifolium Mart. foi
submetida à cromatografia em camada delgada usando-se como padrão um extrato
metanólico de folhas de Nerium oleander , empregando-se como fase móvel uma mistura
de AcOEt – MeOH –H2O [81 : 11 : 08 (v/v)]. O surgimento de manchas de coloração
violácea e azul-violácea após imediata revelação do cromatograma com o reagente de
Kedde foi usada como critério determinante de existência da glicosídeos cardíacos. Não foi
constatada a presença de glicosídeos cardíacos na amostra (Figura 13).
Figura 13: Cromatograma dos extratos e do padrão (extrato metanólico de folhas de Nerium oleander), vendo-se manchas correspondentes a glicosídeos cardioativos apenas neste último.
39
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
4. OBJETIVOS
40
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
4. OBJETIVOS
4.1OBJETIVO GERAL
Avaliar as propriedades farmacológicas e o perfil fitoquímico da espécie
Aspidosperma pyrifolium Mart.
4.1.2OBJETIVOS ESPECÍFICOS
● Identificação botânica do vegetal; ● Obter o extrato metanólico da casca do Aspidosperma pyrifolium Mart.; ● Investigar a toxicidade aguda do extrato de Aspidosperma pyrifolium Mart; ● Avaliar a atividade antimicrobiana do extrato “in vitro”; ● Determinar a ação antineoplásica do extrato de Aspidosperma pyrifolium Mart.
em Sarcoma 180.
41
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
5. ARTIGO I Artigo submetido á Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas
ARTIGO I Atividade antimicrobiana in vitro do extrato metanólico de Aspidosperma pyrifolium
Mart.
42
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
Mário Gustavo Lúcio Albuquerque da Nóbrega1*; Haroudo Sátiro Xavier1; Sérgio Lúcio
Albuquerque Nóbrega1; Renata Patrícia Freitas Soares de Jesus1, Ivone Antônia de Souza2.
1- Departamento de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Pernambuco; 2-
Departamento de Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco, Recife –PE, Brasil.
_________________________________________________________________________
RESUMO
Aspidosperma pyrifolium Mart. ocorre na caatinga e é conhecida como pereiro, pau-de-coaru e pequiá da mata. No Brasil, essa espécie é usada em casos de enfisema, bronquite e pneumonia, bem como no tratamento de dispnéia asmática e cardíaca. O trabalho objetivou avaliar o potencial antimicrobiano in vitro do extrato metanólico da casca de Aspidosperma pyrifolium, nas cepas de Staphylococcus aureus (ATCC 6538), Micrococcus luteus (ATCC 9341), Escherichia coli (ATCC 10536), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 15442) e Staphylococcus aureus isolado de amostra clínica (BIOCLÍNICO). As cascas foram coletadas no estado da Paraíba, para preparação do extrato metanólico. Os testes de susceptibilidade bacteriana foram realizados através do método de difusão em disco e da concentração inibitória mínima (CIM). O extrato de A. pyrifolium inibiu o crescimento somente das bactérias Gram-positivas. A média aritmética dos halos de inibição foram 8,67; 12,00 e 14,33 para S. aureus (ATCC 6538), 9,00; 12,67 e 15,33 para BIOCLÍNICO e 13,67; 17,67 e 21,00 para M. luteus (ATCC 9341) nas respectivas concentrações. Os resultados confirmaram a capacidade de inibição do crescimento bacteriano in vitro pelo extrato de A. pyrifolium, corroborando os relatos populares. Unitermos: Aspidosperma pyrifolium, pereiro, atividade antimicrobiana.
ABSTRACT
Antimicrobial activity in vitro of methanol extract of Aspidosperma pyrifolium Mart.
Aspidosperma pyrifolium Mart. occurs in the caatinga and is known as pereiro, pau-de-coaru and pequiá da mata. In Brazil, this species is used in cases of emphysema, bronchitis and pneumonia, and in the treatment of dyspnea asthmatic and heart. The aim of this work was to evaluate the antimicrobial potential in vitro the methanol extract of the barks of Aspidosperma pyrifolium. The strains used were Staphylococcus aureus (ATCC 6538), Micrococcus luteus (ATCC 9341), Escherichia coli (ATCC 10536), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 15442) and Staphylococcus aureus isolated from clinical specimen * Autor para correspondência: Departamento de Antibióticos, Universidade Federal de Pernambuco, 50670 – Recife – PE. Email: [email protected].
43
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
(BIOCLÍNICO). The barks were collected at the state of Paraiba, to prepare of the methanolic extract. The susceptibility bacterial tests were realized by the method of diffusion in disk and the minimal inhibitory concentration (MIC). The extract of A. pyrifolium only inhibited the growth of Gram-positive bacteria. The arithmetic average of halos of inhibition were 8.67, 12.00 and 14.33 for S. aureus (ATCC 6538), 9.00, 12.67 and 15.33 for BIOCLÍNICO and 13.67, 17.67 and 21.00 for M. luteus (ATCC 9341) in their respective concentrations. The results confirmed the ability of inhibition of bacterial growth in vitro by the extract of A. pyrifolium, corroborating the reports popular.
Uniterms: Aspidosperma pyrifolium, pereiro, antimicrobial activity.
INTRODUÇÃO
A família Apocynaceae possui cerca de 200 gêneros e 2000 espécies, de distribuição
tropical e subtropical, podendo chegar até regiões temperadas. O gênero Aspidosperma
Mart. ocorre desde o México até a Argentina e distingue-se pela ocorrência de alcalóides
indólicos ( JÁCOME et al, 2003).
Aspidosperma pyrifolium Mart. ocorre na caatinga e é conhecida como pereiro,
pau-de-coaru e pequiá da mata (CORREA, 1978). A árvore é de porte regular, podendo
atingir até 5 metros de altura (BRAGA, 1976). Toda a planta é bastante amarga o que pode
ser atribuído aos seus alcalóides; esse amargor até certo ponto, facilita seu reconhecimento,
mesmo quando totalmente desfolhada ou sem flores ou frutos (LIMA, 1989).
Com relação a atividade farmacológica, Aspidosperma pyrifolium Mart. possui
atividade bloqueadora adrenérgica, antineoplásica, hipotensora e na disfunção erétil.
(CRAVEIRO et al., 1983; DEUTSCH et al., 1994; MITAINEE et al.,1996). Em estudo
recente, Medeiros (2004) responsabiliza a ingestão de material oriundo de Aspidosperma
pyrifolium como responsável pelo aborto e pela má formação em caprinos ocorrentes na
região semi-árida do nordeste brasileiro. No Brasil, essa espécie é usada ainda em casos de
enfisema, bronquite e pneumonia, bem como no tratamento de dispnéia asmática e cardíaca
(LYON et al, 1973).
44
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial antimicrobiano in vitro
do extrato metanólico de Aspidosperma pyrifolium nas cepas de Staphylococcus aureus (
ATCC 6835), Micrococcus luteus (ATCC 9341), Escherichia coli (ATCC 10536),
Pseudomonas aeruginosa (ATCC 15442) e em uma linhagem de Staphylococcus aureus
isolado de amostra clínica ( BIOCLÍNICO) e determinar a concentração inibitória mínima
(CIM).
MATERIAL E MÉTODOS Planta e coleta do material
A coleta do material foi realizada no estado da Paraíba, município de Pereiro,
durante o período da manhã. O material foi previamente identificado na Empresa
Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA) e registrado em exsicata sobre o número
70.203. O material vegetal foi depositado no biotério do departamento de antibióticos da
Universidade Federal de Pernambuco, acondicionado em sacos plásticos, e mantido em
local arejado e seco até sua utilização.
Metodologia para obtenção do extrato
O material após secagem por 48 horas em estufa, com temperatura de 42,00 °C foi
processado em moinho elétrico, para a obtenção do pó proveniente das cascas da
Aspidosperma pyrifolium Mart. Foi utilizada uma balança eletrônica para aferição do peso
do pó. Foram colocados em torno de 250,00 g do pó em um aparelho de Soxllet e
adicionados 600,00 ml de metanol puro para análise, para iniciar a extração. A extração foi
feita por aproximadamente 12hs. Após esse período foi testada uma pequena quantidade do
extrato metanólico para ser detectada a presença de alcalóides com os reagentes de
Bertrand, Dragendorff, Bouchardat e Mayer. Após esse período, foi feito um novo teste
45
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
com os reagentes identificadores de alcalóides a fim de verificar a ausência de alcalóides no
pó existente no aparelho de Soxllet. O extrato foi filtrado em papel de filtro, e rota
evaporado a uma temperatura de 45ºC e em constante rotação. O extrato foi armazenado em
frasco âmbar e mantido no dessecador até o preparo das soluções em diferentes
concentrações (WILLIAMSON et al, 1996).
Avaliação da atividade antimicrobiana
Os meios de cultura utilizados foram o ágar TSA (Tryptic Soy Agar) (Merck®) para
o crescimento e manutenção das bactérias, o meio ágar Mueller-Hinton (Biobrás
Diagnóstico®) para os testes de avaliação de sensibilidade pelo método da difusão em
disco e o caldo Mueller-Hinton (Himedia®) para determinar a concentração inibitória
mínima (CIM) do extrato vegetal. Os solventes utilizados nos experimentos foram o
metanol para preparo do extrato vegetal e o dimetilsufóxido (DMSO) para ressuspensão do
extrato e realização do teste de atividade antimicrobiana, ambos apresentando grau de
pureza analítico Merck®. Também foi usado o 2,3,5-Trifenil Tetrazólio Cloreto (TTC)
(Nuclear) para revelar o ensaio da CIM. Os discos (Laboclin®) e o pó (Henrifarma®) de
cloranfenicol foram usados como controle positivo nos ensaios. As suspensões bacterianas
foram diluídas em solução salina estéril e padronizadas pela turbidez conforme a escala 0,5
de MacFarland: 0,5 mL de BaCl2.2H2O (0,048 M) - 1,75% (p/v) em 99,5 mL de H2SO4
(0,36 N) - 1% (v/v).
Os ensaios antimicrobianos foram realizados em triplicata através do método de
difusão em disco de papel filtro (Whatman - tipo 3) de 6,0 mm de diâmetro em meio ágar
Mueller-Hinton. Os inóculos foram obtidos a partir de culturas recentes dos
microrganismos (entre 18-24 h a 37 °C), preparando-se suspensões padronizadas através da
escala 0,5 de MacFarland (OPLUSTIL et al., 2000; KONEMAN, 2001). O extrato
46
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
metanólico da casca de Aspidosperma pyrifolium foi testado pelo método de triagem em
três concentrações (1, 2 e 3 mg/disco). Os discos foram impregnados com alíquotas do
extrato nas concentrações descritas na tabela 1, e no teste controle foi adicionado 10 µl de
DMSO, que foi utilizado para ressuspensão do extrato. Como controle positivo utilizou-se
o disco de cloranfenicol (30 µg). As culturas com os discos foram incubadas a 37 ºC por 18
h. Os resultados foram obtidos através da mensuração do diâmetro dos halos de inibição
formados ao redor dos discos (NCCLS, 2003a), com auxílio de um halômetro e expressos
em milímetros (CARVALHO-JÚNIOR et al., 2004; LIMA et al., 2000).
Tabela 1. Preparo das soluções do extrato da casca de Aspidosperma pyrifolium com as respectivas alíquotas (µL) e massas (mg) por disco.
Solução de trabalho Alíquota Massa do extrato por disco
100 10 1
100 20 2
100 30 3
47
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM)
Os ensaios de sensibilidade de microdiluição em caldo foram feitos em
triplicata, seguindo as recomendações da NCCLS (2003b). Os testes foram realizados
em caldo Mueller-Hinton contido em microplacas de 96 poços. O extrato metanólico da
casca de Aspidosperma pyrifolium foi depositado nos poços, seguindo a técnica de
diluição em série, na escala de 0,0098 a 20,0000 mg/mL. Foi realizado controle do
extrato, do caldo Mueller-Hinton, dos microrganismos e do cloranfenicol. As placas
foram incubadas a 37 °C por 24 h. A leitura foi realizada através da mudança de cor da
solução reveladora (TTC), considerando o resultado positivo a ausência de coloração e
negativo na presença de coloração rosa-avermelhada.
Microrganismos
Quatro cepas bacterianas foram usadas no controle de sensibilidade dos ensaios:
Staphylococcus aureus ATTC 6835, Micrococcus luteus ATCC 9341, Escherichia coli
ATCC 10536, Pseudomonas aeruginosa ATCC 15442 e uma linhagem de
Staphylococcus aureus isolada de amostra clínica (BIOCLÍNICO), que apresenta
resistência à penicilina, ampicilina e sensibilidade intermediária a tetraciclina, doada por
um laboratório privado de ARARIPINA-PE.
Análise estatística
Os resultados foram avaliados através da análise estatística descritiva e de testes
não-paramétricos de Kruskal-Wallis e de Mann-Whitney U (Beiguelman, 2002;
Callegari-Jacques, 2003). Foi utilizado o programa estatístico GraphPad InsTat (versão
3) para análise dos dados. Os testes foram considerados significantes quando o valor de
P < 0,05.
48
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
RESULTADOS E DISCUSSÃO Os ensaios de atividade antimicrobiana in vitro mostraram que o extrato
metanólico da casca de Aspidosperma pyrifolium inibiu o crescimento das cepas Gram-
positivas, mas não foi capaz de inibir o crescimento das cepas Gram-negativas.
As culturas de S. aureus (ATCC 6835), BIOCLÍNICO e M. luteus (ATCC 9341)
apresentaram halos crescentes de inibição de crescimento bacteriano, de acordo com as
concentrações testadas (1, 2 e 3 mg/disco). A média aritmética dos halos de inibição
foram 8,67; 12,00 e 14,33 para S. aureus (ATCC 6538), 9,00; 12,67 e 15,33 para
BIOCLÍNICO e 13,67; 17,67 e 21,00 para M. luteus (ATCC 9341) nas respectivas
concentrações.
Tabela 2. Média dos diâmetros de halos de inibição (em mm) da atividade antibacteriana do extrato metanólico das cascas de Aspidosperma pyrifolium Mart.. Concentração (mg/disco)
Microorganismos
1 2 3
S. aureus ATCC 6835 8,67 12,00 14,33
Bioclínico 9,00 12,67 15,33
M. luteus ATCC 9341 13,67 17,67 21,00
Cloranfenicol 20,67 20,67 40,67
A capacidade de inibição do crescimento bacteriano do extrato da casca de
Aspidosperma pyrifolium frente às cepas Gram-positivas pode estar diretamente
relacionado com a estrutura da parede celular das mesmas. Tendo em vista que essa é a
principal característica que separa os dois grupos e também devido à presença da
membrana externa das cepas Gram-negativas, pois ela age como barreira para certos
tipos de antibióticos, enzimas digestivas, detergentes e metais pesados (TORTORA;
FUNKE; CASE, 2003).
49
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
Mesmo o BIOCLÍNICO possuindo um perfil de sensibilidade de resistência para
alguns antibióticos, quando comparado com a cepa de S. aureus (ATCC 6835) não
houve diferença significativa (P < 0,05) de inibição do crescimento pelo extrato da
casca de Aspidosperma pyrifolium, ao utilizar o teste de Mann-Whitney U, sendo o
valor de P: 0,70, 0,40 e 0,40, nas concentrações de 1, 2 e 3 mg/disco, respectivamente.
Entretanto, quando comparado às médias dos diâmetros dos halos de inibição do
crescimento de S. aureus (ATCC 6835), BIOCLÍNICO e M. luteus (ATCC 9341) pelo
teste de Kruskal-Wallis, os resultados foram considerados significativo, sendo o P igual
a 0,04 para as concentrações de 1, 2 e 3 mg/disco, respectivamente. Essa diferença é
decorrente da maior sensibilidade da cepa de M. luteus ao extrato da casca de
Aspidosperma pyrifolium, que possibilitou a formação de halos de inibição do
crescimento superior ao BIOCLÍNICO e a cepa de S. aureus.
O extrato metanólico da casca de Aspidosperma pyrifolium apresentou um CIM
de 0,1562 mg/mL para M. luteus e de 0,3125 mg/mL para S. aureus (ATCC 6835) e
BIOCLÍNICO. O resultado do teste de Kruskal-Wallis confirma a diferença
significativa (P = 0,0498) das concentrações inibitórias mínimas do extrato de
Aspidosperma pyrifolium frente aos microrganismos testados.
CONCLUSÃO
Os testes utilizados para avaliar a atividade antimicrobiana in vitro com o
extrato metanólico de A. pyrifolium sinalizam uma capacidade de inibição do
crescimento de bactérias Gram-positivas, principalmente da família Micrococcaceae.
Entretanto, novos testes in vitro com extratos de outras polaridades ainda precisam ser
realizados. Dessa maneira, a busca pela atividade antimicrobiana de extratos vegetais
50
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
poderá colaborar na descoberta de novas alternativas mais eficazes e econômicas para
combater algumas infecções causadas por microrganismos patógenos.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (FMJ) pelo
uso do seu laboratório de microbiologia, ao Biomédico do laboratório Bioclínico,
Dárcio Duarte, que forneceu a amostra clínica, e a todos os funcionários do
departamento de Farmácia e Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEIGUELMAN B 2002. Curso prático de bioestatística. São Paulo: FUNPEC.
BRAGA, R. Plantas do Nordeste, Especialmente do Ceará. 3ª Edição Fortaleza, p.
407, 540p., 1976.
CALLEGARI-JACQUES, SM 2003. Bioestatística: princípios e aplicações. Porto
Alegre: ARTMED.
CARVALHO-JÚNIOR PM, RODRIGUES RFO, SAWAYA ACHF, MARQUES
MOM, SHIMIZU MT 2004. Chemical composition and antimicrobial activity of the
essential oil of Cordia verbenacea D.C. J Ethnopharmacol 95: 297-301.
CORREA. M.P. Dicionário das plantas úteis do Brasil, Rio de Janeiro: IBDF, 1978. v.5,
687p.
CRAVEIRO, A.A.; MATOS, F. J.A.; SERUR, L>M> Alkaloids of Aspidosperma
pyrifolium. Phytochemistry. 22, n. 6, p. 1526-1528, 1983.
DEUTSCH, H. F.; EVERSON, M. A.; DRESCHER, P.; SPARWASSER, C.;
MADSEN, P. Isolation and biological activiy of aspidosperpermine and quebrachamine
51
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
from Aspidosperma tree source. Journal of Pharmaceutical & Biomedical analysis.
V 12, n. 30, p. 1283-1287, 1994.
JÁCOME, R.L.R.P.; SOUZA, R.A., OLIVEIRA, A.B. Comparação cromatográfica
entre o extrato de Aspidosperma parvifolim e o fitoterápico “ Pau-Pereira”. Revista
Brasileira de Farmacognosia. Vol. 13, Suplemento 1, p. 39 – 41, 2003.
KONEMAN EW 2001. Diagnóstico microbiológico. 5.ed. Rio de Janeiro: MEDSI,
p.551-578.
LYON, R. L; FONG, H. H. S.; FARNSWORTH, N. R.; SVOBODA, G. H.; J. Pharm.
Sci. 1973, 62, 218.
LIMA CAA, PASTORE GM, LIMA EDPA 2000. Estudo da atividade antimicrobiana
dos ácidos anacárdicos do óleo da casca da castanha de caju (CNSL) dos clones de
cajueiro-anão-precoce CCP-76 e CCP-09 em cinco estágios de maturação sobre
microrganismos da cavidade bucal. Ciência e Tecnologia de Alimentos 20: 358-362.
MEDEIROS R. M. T.; NETO S. A.; RIET-CORREA A. L. & SOUZA N. L.
Mortalidade embrionária e abortos em caprinos causados por Aspidosperma pyrifolium.
Pesquisa Veterinária Brasileira, 24(supl.): p. 42-43, 2004.
MITAINE, A. C.; MESBAH, K.; RICHARD, B.; PETERMANN, C.; ARRAZOLA, S.;
1996.
NCCLS (Clinical and Laboratory Standards Institute) 2003a. Performance standards for
antimicrobial disk susceptibility tests: approved standard. NCCLS document M2-A8
(ISBN 1-56238-485-6), Wayne, Pennsylvania.
NCCLS (Clinical and Laboratory Standards Institute) 2003b. Methods for dilution
antimicrobial susceptibility tests for bacteria that grow aerobically: approved standard.
NCCLS document M7-A6 (ISBN 1-56238-486-4), Wayne, Pennsylvania.
52
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
OPLUSTIL CP, ZOCCOLI CM, TOBUTI NR, SINTO SI 2000. Procedimentos básicos
em microbiologia clínica. São Paulo: Savier.
TORTORA GJ, FUNKE BR, CASE CL 2003. Microbiologia. Porto Alegre: ArtMed.
WILLIANSON EM, OKPAKO DT, EVANS FJ 1996. Pharmacological methods in
phytotherapy reseaach: selection, preparation and pharmacological evaluation of plant
material. New York: John & Sons.
53
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
6. ARTIGO II Artigo a ser submetido á Revista de Ciências da Saúde Santa Maria
ARTIGO II AVALIAÇÃO TOXICOLÓGICA E EFEITO ANTITUMORAL DE Aspidosperma
pyrifolium Mart. FRENTE AO SARCOMA 180
Mário Gustavo Lúcio Albuquerque da Nóbrega ¹*; Sérgio Lúcio Albuquerque da Nóbrega ¹; Ivone Antônia de Souza ² ______________________________________________________________________ 1 Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de pernambuco. Rua
Desembargador Virgilio de Sá Pereira, nº 544, apto- 703, CEP 50721-040, Cordeiro,
Recife-PE.
54
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
2 Departamento de antibióticos, Universidade Federal de Pernambuco, PE. Av. Prof.
Moraes Rego, s/n CEP, Recife – PE, Brasil.
* Contato com o autor: (81) 3272-6888 (88) 8806-1253
E-mail: [email protected]
RESUMO
Aspidosperma pyrifolium Mart. ocorre na caatinga e é conhecida como “pereiro”, “pau-de-coaru” e “pequiá da mata”. O material após secagem por 48 horas em estufa, com temperatura de 42,00 °C foi processado em moinho elétrico, para a obtenção do pó proveniente das cascas. Os animais foram divididos em grupos (n=5/grupo), e a toxicidade foi avaliada em duas etapas: preliminar e definitiva, pelo método de Karber e Behrens (1964). O tratamento com o extrato metanólico, com a dose via intraperitoneal em camundongos fêmeas apresentou índice de inibição de 73,90% para a dose de 7mg/kg , 61,54% para a dose de 14mg/kg, 28,57% para a dose de 28mg/kg.O fármaco padrão, metotrexato, foi capaz de inibir 48,64% do crescimento tumoral. Os resultados da toxicidade demonstraram por via intraperitoneal os seguintes efeitos: agitação, movimentos estereotipados, circulantes e de vibrissas, piloereção, reação de fuga, irritabilidade, exoftalmia, aumento da freqüência cardiorespiratória, tremores grosseiros, contorções abdominais e convulsões. No ensaio antitumoral houve significativa inibição do crescimento do Sarcoma 180. Os resultados obtidos foram animadores, satisfatórios e significantes. Palavras Chave: toxicidade, atividade antitumoral, Aspidosperma pyrifolium Mart., câncer.
ABSTRACT Aspidosperma pyrifolium Mart. occurs in the caatinga and is known as “pereiro”, “pau-de-coaru” and “pequiá da mata”. The material after drying for 48 hours under glass, with temperature of 42.00 ° C was processed in electric grinder, to obtain the dust from the shells. The animals were divided into groups (n = 5/grupo), and toxicity was evaluated in two steps: preliminary and final, by the method of Karber and Behrens (1964). Treatment with the extract methanol, with the dose in mice by intraperitoneal females presented index of inhibition of 73.90% for the dose of 7mg/kg, 61.54% for the dose of 14mg/kg, to 28.57% 28mg/kg.O standard dose of drug, methotrexate, was able to inhibit tumor growth of 48.64%. The results of toxicity demonstrated by the intraperitoneal route the following effects: agitation, stereotyped movements, circulating and vibrissae, reaction of escape, irritability, exophthalmos, tremors and abdominal constriction. In the trial there was a significant inhibition of growth of sarcoma 180. The results were encouraging, satisfactory and significant. Key words: antitumoral activity, Aspidosperma pyrifolium, cancer.
55
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
INTRODUÇÃO
Aspidosperma pyrifolium Mart. ocorre na caatinga e é conhecida como pereiro,
pau-de-coaru e pequiá da mata (CORREA, 1978). A árvore é de porte regular, podendo
atingir até 5 metros de altura (BRAGA, 1976). Toda a planta é bastante amarga o que
pode ser atribuído aos seus alcalóides; esse amargor até certo ponto, facilita seu
reconhecimento, mesmo quando totalmente desfolhada ou sem flores ou frutos (LIMA,
1989).
A toxicidade de plantas medicinais é um problema sério e de saúde pública. Os
efeitos adversos dos fitomedicamentos, possíveis adulterações e toxidez, bem como a
ação sinérgica (interação com outras drogas) ocorrem comumente. As pesquisas
realizadas para avaliação do uso seguro de plantas medicinais e fitoterápicos ainda são
incipientes, assim como o controle da comercialização pelos órgãos oficiais pelas feiras
livres, mercados públicos ou lojas de produtos naturais (VEIGA-JÚNIOR et al, 2005).
As neoplasias malignas situam-se entre as principais causas de mortalidade,
correspondendo a segunda causa de morte natural. A tendência mundial é o aumento do
número de casos de câncer, pois se trata de uma doença que acomete principalmente os
grupos etários mais avançados, e com os progressos na saúde pública e na ciência
médica um maior número de pessoas atinge a idade em que se tornam vulneráveis a
desenvolver câncer (RANG, 2003; GUERRA, 2005).
O presente trabalho visou avaliar a toxicidade aguda e a atividade antitumoral de
Aspidosperma pyrifolium Mart. frente ao Sarcoma 180.
MATERIAL E MÉTODOS Material botânico
56
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
A coleta do material foi realizada no estado da Paraíba, município de Pereiro,
durante o período da manhã. O material foi previamente identificado na Empresa
Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA) e registrado em exsicata sobre o número
70.203. O material vegetal foi depositado no biotério do departamento de antibióticos
da Universidade Federal de Pernambuco, acondicionado em sacos plásticos, e mantido
em local arejado e seco até sua utilização.
Obtenção do extrato
O material após secagem por 48 horas em estufa, com temperatura de 42,00 °C
foi processado em moinho elétrico, para a obtenção do pó proveniente das cascas da
Aspidosperma pyrifolium Mart. Foi utilizada uma balança eletrônica para aferição do
peso do pó. Foram colocados em torno de 250,00 g do pó em um aparelho de Soxllet e
adicionados 600,00 ml de metanol puro para análise, para iniciar a extração. A extração
foi feita por aproximadamente 12hs. Após esse período foi testada uma pequena
quantidade do extrato metanólico para ser detectada a presença de alcalóides com os
reagentes de Bertrand, Dragendorff, Bouchardat e Mayer. Após esse período, foi feito
um novo teste com os reagentes identificadores de alcalóides a fim de verificar a
ausência de alcalóides no pó existente no aparelho de Soxllet. O extrato foi filtrado em
papel de filtro, e rota evaporado a uma temperatura de 45ºC e em constante rotação. O
extrato foi armazenado em frasco âmbar e mantido no dessecador até o preparo das
soluções em diferentes concentrações (WILLIAMSON et al, 1996).
Animais
Os animais utilizados foram camundongos adultos albinos Swiss (Mus
musculus), fêmeas, com pesos entre 25-35g. provenientes do Biotério do Departamento
de antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco. Os mesmos receberam água e
57
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
ração ad libitum e foram mantidos em gaiolas de polipropileno com ciclo 12 h
claro/escuro e temperatura 22 ± 2ºC. O manuseio dos animais durante o experimento foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal (CEEA) da UFPE
(protocolo nº 6499/2007-65).
Foram utilizados cinco animais por grupo devidamente identificados. No grupo
padrão por via intraperitoneal (i.p.), utilizou-se metotrexato (10 mg/Kg), enquanto o
grupo controle recebeu solução salina 0,9%. Os grupos tratados receberam
administração, também via i.p. do extrato bruto metanólico de Aspidosperma pyrifolium
Mart. nas doses de 0,3; 0,6 e 1,0 mg/Kg.
Toxicidade Aguda
A toxicidade aguda em camundongos (n = 5) foi avaliada através da
administração intraperitoneal de doses crescentes (aí vc coloca as doses que foram
administradas) do extrato metanólico de Aspidosperma pyrifolium Mart.ou de igual
volume do veículo (solução salina 0,9%). Os animais foram observados após a
administração, durante 60 minutos, sendo analisados as alterações comportamentais e os
sinais de toxicidade. Após 48 horas o número de óbitos foi registrado. (Lorke, 1983).
Transplante dos tumores e tratamento
No experimento realizado foram utilizadas células tumorais da linhagem de
Sarcoma 180 (forma sólida). A massa tumoral inicialmente foi retirada do animal
doador e implantada fragmentos de 3mm de diâmetro na região axilar direta aos animais
receptores (STOCK, 1995). Após 48h do transplante dos tumores iniciou-se o
tratamento de cada grupo respectivo, por um período de sete dias.
58
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
Avaliação da atividade antitumoral
Após 24h do término do tratamento, todos os animais foram sacrificados, e os
tumores foram avaliados macroscopicamente, dissecados e pesados. Os seguintes
órgãos: fígado, baço e rins dos animais de cada grupo também foram avaliados na
macroscopicamente em relação ao tamanho, coloração e consistência (DAGLI, 1989).
Análise estatística
Os valores foram expressos como média ± erro padrão da média (e.p.m). As
diferenças entre os grupos foram avaliadas através da analise de variância (ANOVA)
seguida pelo teste “t” de Student. O nível de significância foi de p < 0,05.
RESULTADOS
Durante a realização do ensaio de toxicidade aguda por via intraperitoneal foram
observados e registrados a quantidade de óbitos em cada grupo durante a fase preliminar
com a finalidade de obter a maior dose que não apresentou letalidade (D1) e a menor
dose que apresentou 100% de letalidade (D2). As reações comportamentais relacionadas
às doses administradas do extrato de Aspidosperma pyrifolium Mart. estão descritas na
tabela 1, onde se encontrou a D1 de 5 mg/Kg e a D2 de 15,62 mg/Kg.
Na tabela 2 foram observados sinais de toxicidade na fase definitiva após 30
minutos da administração, reações com características estimulantes tais como; agitação,
movimentos circulares, reações de fuga, tremores grosseiros, movimento de vibrissias e
taquicardia.
Em seguida os animais passaram a apresentar reações com características
depressoras como: ambulação diminuída, flacidez muscular e analgesia (diminuição dos
reflexos). Outros efeitos observados foram; contorções abdominais, tônus da
musculatura abdominal, espasmos e irritação da conjuntiva.
59
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
As médias dos tumores de Sarcoma 180 dos grupos controle, padrão e tratados
com o extrato bruto metanólico de Aspidosperma pyrifolium Mart. nas doses de 7,0;
14,0 e 28,0 mg/kg estão representados na Figura 1.
Macroscopicamente, os animais do grupo controle não apresentaram alterações
nos órgãos. Nos animais tratados com o extrato observou-se alterações hepáticas e
renais a medida que aumentou a dose administrada aos animais. Contudo, os animais
tratados com metotrexato (10 mg/Kg) todos os órgãos se apresentaram atrofiados.
Nos animais tratados com o extrato, os tumores se mostraram bem delimitados e
com consistência sólida, reduzidas infiltrações e pontos hemorrágicos. No grupo
controle os tumores foram invasivos e sem delimitações.
Apesar de ter havido uma relevante taxa de inibição nas doses do tratado,
referentes às médias doses pesos dos tumores, somente os grupos tratados que
receberam as doses de 7,0mg/kg e 14mg/kg do extrato da planta nos animais portadores
do Sarcoma 180 é que foi estatisticamente significantivas em relação ao grupo controle,
como mostra a Figura 2. O tratamento com o extrato bruto metanólico de Aspidosperma
pyrifolim Mart., por via intraperitoneal em camundongos fêmeas, apresentou índice de
inibição de 73,90% para a dose de 7mg/kg , 61,54% para a dose de 14mg/kg, 28,57%
para a dose de 28mg/kg. O fármaco padrão, metotrexato, foi capaz de inibir 48,64% do
crescimento tumoral.
DISCUSSÃO
O câncer é uma doença caracterizada pela multiplicação e propagação
descontroladas no corpo de formas anômalas das próprias células. As duas principais
características de alterações genéticas que levam ao desenvolvimento do câncer são:
60
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
ativação de pronto-oncogênese em oncogênese e a inativação dos genes supressores
tumorais (RANG, 2003).
A inibição do câncer através de uma variedade de fitoconstituintes foi
confirmada em diferentes modelos de experimentação animal, a partir disso, vêm sendo
elaboradas estratégias de prevenção (SINGLETARY,2000).
A literatura também indica que muitos produtos naturais são utilizados
popularmente quimioprotetores contra alguns tipos de câncer (LIMA, 2007).
Pesquisas tem descritos que um crescimento tumoral causa distúrbios em
sistemas antioxidante, como uma inibição de enzimas chaves envolvidas neste processo
(EL-DIN, 2004). O perfil fitoquímico de Aspidosperma pyrifolim Mart. demonstrou a
presença de compostos fenólicos como os flavonóides. Os flavonóides são reconhecidos
por apresentar ação antioxidante e promover uma estabilização genômica, com efeito no
reparo do DNA, inibindo a ação das enzimas topoisomerases, as quais exercem papel
primordial na transcrição e replicação do DNA.
Os resultados encontrados evidenciaram que Aspidosperma pyrifolim Mart.
provocou significativa inibição tumoral em grupos tratados frente ao Sarcoma 180 com
as doses de 7,0 mg/kg e 14,0 mg/Kg. A redução causada pelo Padrão (Metotrexato) não
foi significativa, nem a dose de 28mg/kg.
Podemos associar esta atividade antitumoral a presença de flavonóides e
alcalóides, esses dados nos conduziram a estudos histopatológicos para analisar os
efeitos do extrato de Aspidosperma pyrifolim Mart.
CONCLUSÃO
O extrato metanólico de Aspidosperma pyrifolium Mart. provocou piloereção,
agitação e aumento da frequência respiratória nos camundongos, provavelmente devido
à presença de terpenos no extrato. Houve significativa inibição do crescimento tumoral
61
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
do Sarcoma 180. Recomenda-se estudos mais aprofundados com concentrações
menores e maiores do extrato, bem como a utilização de outras linhagens tumorais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ALMEIDA, E. R. Plantas Medicinais Brasileiras: Conhecimentos populares e
Cientificos. Hermus, 1993. p.70-71
ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina:bases clinicas y farmacológicas. 2. ed.
Buenos Aires: Isis Ediciones SRL, 2004.
BARACAT, F. F.; FERNANDEZ, H. J.; SILVA, M. J. Cancerologia Atual – Um
enfoque multidisciplinar. São Paulo: Roca, 2000.
BRAGA, R. Plantas do Nordeste, Especialmente do Ceará. 3ª Edição Fortaleza, p.
407, 540p., 1976.
BENT, S.; KO, R. Commonly used herbal medicines in the United States: a review. The
American Journal of Medicine. n. 116, 478–485, 2004.
BRODY, M. et al. Farmacologia Humana - da molecular à clínica. 2. Ed. São Paulo:
Guanabara Koogan, 1991.
CARIBÉ, R. A. Análise de prescrição e administração da vancomicina nas clínicas
cirúrgicas do Hospital da Restauração, 2006. Monografia em planejamento e gestão de
serviços farmacêuticos, Pernambuco.
CONTRAN, R. S.; KUMAR, V.; COLLINS, T. Neoplasias. In: COTRAN, R. S.;
KUMAR, V.; COLLINS, T. (Eds.) Robbins – Patologia Estrutural e Funcional. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan. p. 233-295, 2000.
CORRÊA, M. P. Diccionário das plantas Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas.
Rio de Janeiro : IBDF, Imprensa nacional, v. 5, 1978, p. 687.
DALE, M. M.; RANG, H. P.; RITTER, J. M. Farmacologia, 4. Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001. p. 12-15.
62
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
DAVID, J. P.; DAVID, J. M. Plantas Medicinais. Fármacos derivados de Plantas. In:
SILVA, P., Farmacologia. 6. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2002, p. 134-145.
DO NASCIMENTO, J. E. et al. Medicinal plants products traded in Pernambuco –
Northeastern Brazil, Acta Farmaceutica Bonaerense, v. 24, n. 1, p. 113-122, 2005.
FLORÊNCIO, A. P. S. et al. Estudo da atividade anti-tumoral do polissacarídeo (PJU)
extraído de Anacardium occidentale frente a um modelo experimental do sarcoma 180.
Rev. Elet. Bras. v. 4, p. 61-65, 2007.
GILMAN, A. G. et al. As Bases Farmacológicas da Terapêutica, 9º Ed. Rio de
Janeiro, 1996.
GOTTILIEB, O. R., KAPLAN, M. A. Das plantas medicinais aos fármacos naturais.
Ciência hoje. v. 15, p. 686-691, 1995.
GUERRA M.R. Riscos de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais
recentes. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 51, n. 3, p. 227-234, 2005.
HARRIS C. C. Chemical and physical carcinogenesis: advances and perspectives for
the 1990. Cancer Res. , V.51, p. 5023-5044, 1991.
KAWAHARA, N. et al. Two new cucurbitacin glucosides, opercurins A and B, from
the Brazilian folk medicine “Buchinha” (Luffa operculata). Chemical and
Pharmaceutical Bulletin, v. 52, n. 8, p. 1018-1020, 2004.
KAWAHARA, N. et al. Two novel cucurbitacins, neocucurbitacins A and B, from the
Brazilian folk medicine “Buchinha” (Luffa operculata) and their effect on PEBP2A and
OCIF gene expression in a human osteoblast-like Saos- 2 cell line. Chemical and
Pharmaceutical Bulletin, v. 49, n. 10, p. 1377 -1379, 2001.
KLOSS, P. On the bitter substance from Luffa operculata Cong. Archiv der
Pharmazie und Berichte der Deutschen Pharmazeutischen Gesellschaft, v. 299, n.
4, p. 351-355, 1966.
63
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
LORENZI, M.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais do Brasil. Nova Odessa, Instituto
Platarum, 2002, p. 196-7.
OLIVEIRA, F.; AKISUE, G. Fundamentos de Farmacobotânica. 2º Ed. Editora
Atheneu, 1998.
PEREIRA, R. S. et al. Atividade antibacteriana de óleos essenciais em cepas isoladas de
infecção urinária. Rev. Saúde Pública, v.38, n.2, p. 68- 73, 2004.
RANG H.P., DALA M. M.; RITTER J.M.; MOORE P. K., Farmacologia, 5. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
RAMOS, J.; Oncologia Clínica, 2. ed., São Paulo: Sarvier, 1984, p. 320.
ROBBERS, J. E.; SPEEDIE, M.; TYLER, V. E. Farmacognosia e
farmacobiotecnologia. São Paulo: Premier, 1997, p. 372.
ROCHA, M. S. Fundamentos da Farmacologia e suas aplicações à terapêuticas, 3.
Ed, São Paulo: Edart, 1973.
ROSELL, R. et al. Manual da Oncologia. Barcelona: Toray, 1984, p-707.
SHADOMY, S.; et al. Are plant factors a missing link in teh evolution of endemic
Burkitt’s lymphoma? British Journal of Cancer. London, v. 68, p. 1232-1235, 2000.
SILVA, A. C. P. Abordagem da atividade biológica do látex de Euphorbia Tirucalli.
LIMA CAA, PASTORE GM, LIMA EDPA 1989. Estudo da atividade antimicrobiana
dos ácidos anacárdicos do óleo da casca da castanha de caju (CNSL) dos clones de
cajueiro-anão-precoce CCP-76 e CCP-09 em cinco estágios de maturação sobre
microrganismos da cavidade bucal. Ciência e Tecnologia de Alimentos 20: 358-362.
Linn. (Euphorbiaceae), 2006. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas),
Universidade Federal do Pernambuco.
64
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
SILVA, E. C. B. Avaliação da Caesalpinia echinata Lam. (Fabaceae –
Caesalpinioideae) Uso e riscos, 2007. Dissertação (Mestrado em Ciências
Farmacêuticas), Universidade Federal do Pernambuco.
SINGLETARY, K. Diet, natural products and cancer chemoprevention. The J. of
Nutrition. p.465-6, 2000.
STOCK, C.C.; CLARCK, D.A.; PHILIPS, F.S.; BARCLAY, R.K. Sarcoma - 80
Inhibiton screening data. Cancer Res. vol.2, p.2-3, 1955.
TALALAY, P.; TALALAY, P. The importance of using scientific principles in the
development of medicinal agents from plants. Academic Medicine. n. 76, 238–247,
2001.
VALDARES, M. C.; Avaliação de Toxicidade Aguda: Estratégias após “era do teste
DL50”. Rev. Eletrônica de Farmácia, v. 3, n. 2, p.93-8, 2006.
VASQUES, C.A. V. VASQUES, N. V.; ARRAES, L. A., GELLER,M. Revisão
farmacognóstica da cabacinha (Luffa operculata Cong.). F MED. (BR), v. 93, n. 3, p.
185-7, 1986.
WÜNSCH, V. F.; MONCAU, J. E.; Mortalidade por câncer no Brasil 1980-1995:
padrões regionais e tendências temporais. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 48, n.
3, p. 52-63, jul./set. 2002.
65
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
TABELA 1. Principais reações comportamentais relacionadas ás doses administradas na fase preliminar da avaliação da toxicidade aguda por via intraperitoneal. (-) sem efeito; (+) efeito leve; (++) efeito moderado; (+++) efeito acentuado.
EFEITOS DOSES
(mg/kg)
2,0 5 (D1)
7,5
10,25 15,62 (D2)
31,25
62,5
ESTIMULANTES
Taquicardia - ++ ++ ++ +++ +++ +++ Taquipnéia - + + ++ +++ +++ +++ Piloereção + + + + + + + Agitação - - - + + ++ ++ Exoftalmia - + + + + + + Movimentos Estereotipados - + + ++ ++ +++ +++ Movimentos circulares + + ++ ++ ++ +++ Movimentos de vibrissas - + + + + + + Ondulação caudal - - + + + + + Ereção de cauda - + + ++ ++ ++ +++ Tremores finos/grosseiros - + + + +++ +++ +++ Postura de ataque - + + + ++ ++ ++ Levantamento dos membros posteriores
- + + + + + +
Convulsão focal - - - - - - -
DEPRESSORES
Abaixamento dos membros posteriores
- - - + + + +
Apnéia - - - + ++ ++ +++ Alteração de marcha + + + + + + + Sonolência - - - - - - - Prostração - - - - + ++ +++
OUTROS
Excreção fecal - - - - - + + Diurese - - - - - - - Contorções abdominais - - + + ++ +++ +++ Espasmos - + ++ ++ +++ +++ ++ Reação de fuga - + +++ +++ +++ +++ +++ Palidez - + + + + + ++ Distensão abdominal - + + + ++ +++ +++ Petéquias - - + + + + + Edema de focinho - - + ++ ++ ++ ++ Cianose - - + + + ++ ++ Fotofobia - - - - - - - Refluxo - - - - - - -
66
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
TABELA 2. Principais reações comportamentais relacionadas ás doses administradas na fase preliminar da avaliação da toxicidade aguda por via intraperitoneal. (-) sem efeito; (+) efeito leve; (++) efeito moderado; (+++) efeito acentuado.
EFEITOS DOSES
(mg/kg)
5 7,5 10,2 12,6 13,2 14,5 15,62
ESTIMULANTES
Taquicardia - + ++ ++ ++ +++ +++ Taquipnéia - ++ ++ ++ ++ +++ +++ Piloereção + + + + + ++ ++ Agitação - - - + ++ ++ ++ Exoftalmia + + + + + ++ ++ Movimentos Estereotipados + + ++ ++ ++ ++ +++ Movimentos circulares + + ++ ++ ++ ++ +++ Movimentos de vibrissas + + + + + + + Ondulação caudal - - - - - - - Ereção de cauda + + + + + + + Tremores finos/grosseiros ++ ++ ++ ++ ++ ++ +++ Postura de ataque + + + ++ ++ ++ +++ Levantamento dos membros posteriores
- - - - - - -
Convulsão focal - - - - - - - DEPRESSORES
Abaixamento dos membros posteriores
+ + + + + + +
Apnéia - - - + + + + Alteração de marcha + + + + + + + Sonolência - - - - - - - Prostração - - - + + ++ ++
OUTROS Excreção fecal - - - + + + + Diurese - - - - - - - Contorções abdominais + + + + ++ ++ +++ Espasmos + + + ++ ++ ++ +++ Reação de fuga ++ ++ ++ +++ +++ +++ +++ Palidez + + + + + + + Distensão abdominal + + + + ++ ++ ++ Petéquias - - - - - - - Edema de focinho + + + + + ++ ++ Cianose + + + + + + + Fotofobia - - - - - - - Refluxo - - - - - - -
67
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
* *
0
0,5 1
1,5 2
2,5 3
3,5 4
Controle Padrão A. pyrifolium7mg/kg
A. pyrifolium14mg/kg
A. pyrifolium28mg/kg
Média dos pesos dos Tumores
Série1
Figura 1. Média dos pesos dos tumores. *P < 0,05 comparado os grupos tratados com o controle que recebeu apenas solução salina a 0,9%. Teste “t” de Student (n = 5/grupo).
68
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
7.CONCLUSÕES
7. CONCLUSÕES
Os resultados demonstraram que o extrato metanólico da casca de Aspidosperma
pyrifolium Mart. apresentou inicialmente efeitos estimulantes do Sistema Nervoso
69
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
Central como taquicardia, agitação, irritabilidade , movimentos circulares, tremores
finos e grosseiros, entre outros. Porém, após trinta minutos de observação foram vistos
efeitos depressores como alteração de marcha e prostação.
Na avaliação anti-tumoral de frente ao Sarcoma 180, os animais tratados com
7,0 mg/Kg e 14,0 mg/Kg do extrato de Aspidosperma pyrifolium Mart. obtiveram índice
de inibição significativo de 73,90% e 61,54% quando comparado com o grupo controle.
No que diz respeito a análise microbiológica, o extrato bruto de Aspidosperma
pyrifolium Mart. apresentou atividade antimicrobiana contra bactérias gram-
positivas,como Staphylococcus aureus e Micrococcus luteus.
Conclui-se que a Aspidosperma pyrifolium Mart. apesar da alta toxicidade
apresenta propriedades antitumorais e antimicrobianas com perspectivas para novas
investigações biológicas.
70
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
8. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTÔNACCIO, L.D. Aspidofiline, the phenolic alkaloid of Aspidosperma pyrifolium.
J. Org. Chem. v. 25, Rio de Janeiro. p. 1262-1263, 1960.
ASHTON, P. M. S.; BERLYN, G. P.. Leaf adaptations of some Shorea species to sun
and shade. New Phytologist, 121: 587-596. 1992.
BARACAT, F. F.; FERNANDEZ, H. J.; SILVA, M. J. Cancerologia Atual – Um
enfoque multidisciplinar. São Paulo: Roca, 2000.
71
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
BARBOSA, W.L.R.; TAVARES, I.C.C.; SOARES, D.C. Alcalóides de Aspidosperma
auriculatum Standl. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 13, supl., p. 06-08, 2003.
BASTIN, E. S. Botanical Medicine Monographs and Sundry. Structure: of Cimicifuga.
American Journal of Pharmacy, v. 67, n. 3, 1895.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
Brasília-DF, 60p, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE
nº 90, de 16 de março de 2004. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF,
18 de Março de 2004.
BRASIL. Portaria nº 971 de 03 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial
União, Brasília, DF, 4 maio.2006b . seção 1, p.
BRASIL. Decreto nº 5.813 de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de
Plantas Medicinais e a Fitoterápicos e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, jun. 2006 . seção 1, p.
BRAGA, R. Plantas do Nordeste, Especialmente do Ceará. 3ª Edição Fortaleza, p.
407, 540p., 1976.
BONATES, L. C. M. Estudos ecofisiológicos de Orchidaceae da Amazônia II.
Anatomia ecológica foliar de espécies com metabolismo CAM de uma campina da
amazonia central. Acta Amazonica, 23:315-348, 1993.
BOLZANI, V. da S. SERUR, L. M. MATOS, F. J. de A.; GOTTLIEB, O. R. Indole
alkaloide evolution in Aspidosperma. Biochemical Systematics and Ecology, v. 12, nº
2, pp. 187- 200, 1987.
72
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
BOLZANI, V. DA S.; SILVA, M. F. DAS G.; ROCHA, A. I. DA and GOTTLIEB, O.
R. Indole Alkaloids as Systematic Markers of the Apocynaceae. Biochemical
Sistematics and Ecology, Vol. 12, No. 2, pp. 159-166, 1984.
BRIDSON, D.; FORMAN, L. The herbarium handbook. 3.ed. Great Brain: Whistable
Litho Printers, 334 p. 1998.
BRUMMITT, R. F.; POWELL, C. E. Authors of plant names. London: Kew Royal
Botanic Gardens, p. 732, 1992.
CRONQUIST, A. An integrated system of classification of flowering plants. New
York: Columbia University Press.1262p. 1981.
CALIXTO, J. B. Biodiversidade como fonte de medicamentos. Ciência e Cultura. v.
55, n. 3, p. 37-39, 2003.
CARIBÉ, R. A. Análise de prescrição e administração da vancomicina nas clínicas
cirúrgicas do Hospital da Restauração. 2006. Monografia em planejamento e gestão de
serviços farmacêuticos, Pernambuco.
CONTRAN, R. S.; KUMAR, V.; COLLINS, T. Neoplasias. In: COTRAN, R. S.;
KUMAR, V.; COLLINS, T. (Eds.) Robbins – Patologia Estrutural e Funcional. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan. p. 233-295, 2000.
CORDELL, G.A. Changing strategies in natural products chemistry. Phytochemistry,
v.40,
n.6, p.1585-1612, 1995.
COSTA, A. F. Farmacognosia. III volume / Farmacognosia Experimental. 3ª ed.
Revista e actualizada pelo Prof. A. Proença da Cunha. Fundação Calouste Gulbenkian /
Lisboa. 992p. , 2001.
CRAVEIRO, A.A.; MATOS, F.J.A.; SERUR, L.M. Alkaloids of Aspidosperma
pyrifolium. Phytochemistry. v. 22, n. 6, p. 1526-1528, 1983.
73
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
DAVID, J. P.; DAVID, J. M. Plantas Medicinais. Fármacos derivados de Plantas. In:
SILVA, P., Farmacologia. 6. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2002, p. 134-145.
DAVID, J.P.L.; NASCIMENTO, J.A.P.; DAVID, J.M. Produtos fitoterápicos: uma
perspectivade negócio para a indústria, um campo pouco explorado pelosfarmacêuticos.
Infarma. Vol.16, n.9-10, p.71-76, 2004.
DEUTSCH, H. F.; EVENSON, M. A.; DRESCHER, P.; SPARWASSER, C.;
MADSEN, P. Isolation and biological activity of aspidospermine and quebrachamine
from Aspidosperma tree source. Journal of Pharmaceutical & Biomedical analysis. v.
12, n. 30, p. 1283-1287, 1994.
DINIZ, M.F.F.M. et al. A. Memento fitoterápico: as plantas como alternativa
terapêutica;
conhecimentos populares e científicos. João Pessoa: Ed Universitária/UFPB, 1997.
205p.
DINIZ, M.F.F.M. Ensaios toxicológicos pré-clínicos com as folhas de Cissampelos
sympodiales Eichl (Menisperaceae). 2000. 147p. Tese (Doutorado em Produtos
Naturais e Sintéticos Bioativos) Centro de Ciências da Saúde. Laboratório de
Tecnologia Farmacêutica, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
DJERASSI, C.; OWELLEN, R. J.; FERREIRA, J. M.; ANTONACCIO, L. D. Alkaloid
studies XXXVII. The structure of aspidofiline. Experientia, V-18, p. 397, 1962.
DJERASSI, C.; GILBERT, B.; SHOOLERY, J.N.; JOHNSON, L.F.; BIEMAN, K.
Experientia. v. 17, p. 162-163, 1961.
DUARTE, A.P. Contribuição para uma revisão do gênero Aspidosperma. Simpósio
Sobre Produtos Naturais Da América Tropical. An. Acad. Bras. Cien. v. 42, p. 289-
327, Suplemento, Rio de Janeiro – RJ.1970.
74
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
ELISABETSKY, E. Etnofarmacologia de algumas tribos brasileiras. In: Ribeiro D,
editor.
Suma etnológica brasileira. Petrópolis: Vozes, 1997.
EHLERINGER, J. R. & MOONEY, H. A.. Leaf hairs: effect on physiological activity
and adaptative value to a desert shrub. Oecologia, 37:183-200, 1978.
FAHN, A. & CUTLER, D.. Xerophytes. Gebruder Borntraeger, Berlin. 1992
FAHN, A. Anatomia Vegetal. H. Blume, Madrid. 1978.
FAHN, A. Structural and functional properties of trichomes of xeromorphic leaves.
Annals of Botany, 57:631-637, 1986.
FERNANDES, A.T. Infecção Hospitalar e suas interfaces na Área de Saúde. 2. ed.
São
Paulo: Atheneu, 2000.
FLORÊNCIO, D. C.; XAVIER, H. S. Anais do X Congresso De Iniciação Científica
da UFPE. Abordagem Fitoquímica de parasita (Phoradendron coriaceum Mart. ) e
hospedeiro (Aspidosperma pirifolium Mart.). Cd Rom, Recife, 2002.
GILBERT, B.; FERREIRA, J.M.; OWELLEN, R.J.; SWANHOLM, C.E.;
BUDZIKIEWICZ, H.; DURHAN, L. J.; DJERASSI, C. Mass spectrometry in structural
and stereochemical problems. XVI. Structures of the Aspidosperma alkaloid,
aspidoalbina. Tetrahedron Letters, v. 59, p. 1001-1009, 1962.
GILBERT, B.; ANTONACCIO, L.D.; ARCHER, A.A.P.G.; DJERASSI, C. Alkaloid
studies. XXIV. The structure of the aspidospermaalkaloids cylindrocarpine and
cylindrocarpidine. Experientia, v. 16, p. 61-65, 1960.
GILBERT, B.; ANTONACCIO, L.D.; ARCHER, A.A.P.G.; DJERASSI, C. Alkaloid
studies. XXIII. Isolation of four new aspidosperma alkaloids-cylindrocarpine, refractine,
pyrifoline, and pyrifolidine. Experientia, V-16, p. 61-62, 1960.
75
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
GILBERT, B. Um estudo fitoquímico do gênero Aspidosperma. Annais da Academia
Brasileira de Ciências 38 (supl.): 315-319. 1966
GILMAN, A. G. et al. As Bases Farmacológicas da Terapêutica, 9º Ed. Rio de
Janeiro, 1996.
GOLDWASSER, A, Y.; WESTWOODB, J. H. and YODERC, J. I. The Use of
Arabidopsis to Study Interactions between Parasitic Angiosperms and Their Plant
Hosts. American Society of Plant Biologists. 2002. p. 1-17.
GOMES, S. M., E CAVALCANTI, T. B. Morfologia floral de Aspidosperma Mart &
Zucc. (Apocynaceae). Acta bot. bras. 15 (1): 73-88. 2001
GOMES, M.J.V.M.; REIS, A. M. M. Uma Abordagem em Farmácia Hospitalar. São
Paulo: Atheneu, 2001.
GREENWAY, H. & OSMOND, C. D. Ion relations, growth and metabolism of
Atriplex at high, external electrolyte concentrations. In: JONES, R. The Biology of
Atriplex. CSIRO. Canberra. Australia, p. 49-56. 1970.
GUERRA M.R. Riscos de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais
recentes. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 51, n. 3, p. 227-234, 2005.
HARRIS C. C. Chemical and physical carcinogenesis: advances and perspectives for
the 1990. Cancer Res. , v. 51, p. 5023-5044, 1991.
HEISER, C. B.; SCHILLING, E. E. Phylogeny and distribution of Luffa
(Cucurbitaceae). Revista Biotropica, v. 20, n. 3, p. 185-191, 1988.
JÁCOME, R.L.R.P.*; SOUZA, R.A., OLIVEIRA, A.B. ESTUDO QUÍMICO E
PERFIL CROMATOGRÁFICO DAS CASCAS DE Aspidosperma parvifolium A. DC.
(“PAUPEREIRA”). Quim. Nova, Vol. XY, No. 00, 1-x, P. 1-4, 2004
76
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
JÁCOME, R.L.R.P.*; SOUZA, R.A., OLIVEIRA, A.B. Comparação cromatográfica
entre o extrato de Aspidosperma parvifolium e o fitoterápico "Pau-Pereira". Revista
Brasileira de Farmacognosia. Vol. 13, Suplemento 1, p. 39 – 41, 2003.
JOHANSEN, D. A. Plant Microtechnique. McGraw Hill Book, New York. 1940.
KOZLOWSKI, T. & PALLARDY, S. G. Physiology of woody plants. Academic
Press, San Diego. 1997.
KRAUTER, D. Erfahrungen mit Etzolds FSA-Färbung für Pflanzenschnitte.
Mikrokosmos, v. 74, n. 8, p. 231-233, 1985.
LARCHER, W. Ecofisiologia vegetal. Rima Artes e Textos, São Carlos. 2000.
LIERAS, E. Differences in stomatal number per unit area within the same species under
different microenvironmental conditions: a working hypothesis. Acta Amazônica,
7:473-476, 1977.
LYON, R. L; FONG, H. H. S.; FARNSWORTH, N. R.; SVOBODA, G. H.; J. Pharm.
Sci. 1973, 62, 218.
LOPES, S.G. Fundamentos da Toxicologia Clínica. São Paulo: Editora Atheneu, 158p.,
2006.
LUIZ, S. O. Caracterização da resistência de amostras de Acinetobacter baumannii
isoladas no hospital de clinicas de Curitiba, 2006. Dissertação (Mestrado em Micologia)
Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
MARCONDES-FERREIRA NETO, W. Aspidosperma Mart., nom. cons.
(Apocynaceae): estudos taxonômicos. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de
Campinas, Campinas-SP. 1988.
MARCONDES-FERREIRA, W. & KINOSHITA, L. S.. Uma nova divisão
infragenérica para Aspidosperma Mart. (Apocynaceae). Revista Brasileira de Botânica
19 (2): 203-214. 1996
77
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
MARKHAM, K. R. Techiniques of flavonoididentifiction.ACADEMIC PRESS,
LONDON. 1982.
MATOS, F. J. A. Formulário fitoterápico do professor Dias da Rocha: informações
sobre o emprego na medicina caseira, de plantas do Nordeste, especialmente do
Ceará. 2ª ed. F.J. de Abreu Matos. Ed. Fac-sim. – Fortaleza: EUFC, 260p, 1997.
MATOS, F.J.A. Formulário fitoterápico do professor Dias da Rocha. COLEÇÃO
ESAM ANO, Vol. 18, Coleção Mossoroense, volume CCCLXV, p. 108-109, 222p.,
1987
MARIZ, S.R.; CERQUEIRA, G.S.; ARAÚJO, W.C.; DUARTE, J.C.; MELO, A.F.M.;
SANTOS, H.B.; OLIVEIRA, K.; MELO DINIZ, M.F.F.; MEDEIROS, I.A. Estudo
toxicológico agudo do extrato etanólico de partes aéreas de Jatropha gossypiifolia L. em
ratos. Rev. Bras. Farmacogn. 16(3):jul/set. 2006.
MEDEIROS R. M. T.; NETO S. A.; RIET-CORREA A. L. & SOUZA N.
L.Mortalidade embrionária e abortos em caprinos causados por Aspidosperma
pyrifolium. Pesquisa Veterinária Brasileira, 24(supl.): p. 42-43, 2004.
METCALFE, C.R.; CHALK, L. 1979. Anatomy of the Dicotyledons. 2ª ed. V.1.
Clarendon Press, Oxford.
METZ, H. Naturwisenchaften. 48, 596, 161.
MITAINE, A. C.; MESBAH, K.; RICHARD, B.; PETERMANN, C.; ARRAZOLA, S.;
MOREIRA, L. B., Princípios para uso Racional de antimicrobianos. Revista AMRIGS,
Porto Alegre, v. 48, p. 118-120, abri-jun. 2004.
MORETTI, C.; ZECHES-HANROT, M.; LE MEN OLIVIER, L. Alkaloides from
Aspidosperma species from Bolivia. Planta Medica, V-62(5), p. 458-461, 1996.
78
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
MOTT. K. A., GIBSON, A. C. & O’LEARY, J. W. The adaptative significance of
amphistomatic leaves. Plant Cell and Environment, 5:455-460, 1982.
MULLER, A.C.; MACEDO, M.F. Patentes de fitomedicamentos: como garantir o
compartilhamento dos benefícios de P&D e do uso sustentável de recursos genéticos.
Rev.
Fitos. vol.1,n.2, nov/2005.
NETO, V. A. et al, Antibióticos na prática médica, 3. ed, São Paulo: Savier, 1985,
p.209.
NEU, R. A new Reagent Forddifferentiating and Determining Flavones on Paper
Chromatograms. Naturswissenchaften. n. 43, p.82. 1956.
OLIVEIRA, A. J. B. DE; KOIKE, L.; REIS, F. DE A. M.; SHEPHERD, S. L. K. Callus
culture of Aspidosperma ramiflorum Muell. Arg.: growth and alkaloid production. Acta
Scientiarum. Maringá, v. 23, n. 2, p. 609-612, 2001.
OLIVEIRA, A. J. B. Estudo de seis espécies do Gênero Aspidosperma utilizando GC,
GC/MS e HPLC: Análise qualitativa e quantitativa. Teste bioautográfico; Cultura de
tecidos e Células vegetais e Rota de preparação dos compostos diméricos ramiflorina A
e ramiflorina B. Campinas, 1999. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de
Campinas, 1999.
OLIVEIRA, F. Q.; GONÇALVES, L. A.; Conhecimentos sobre plantas medicinais e
fitoterápicos e potencial de toxicidade por usuários de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Rev. Eletrônica de Farmácia, v. 3, n. 2, p. 36-41, 2006.
ORRU, S., SCALONI, A., GIANNATTASIO, M., URECH, K., PUCCI, P. and
SCHALLER, G. Amino acid sequence, S-S bridge arrangement and distribution in plant
tissues of thionins from Viscum album. Biol. Chem. 378, 986-996 (1997).
PARKHUST, D. F. The adaptative significance of stomatal occurrence on one or both
surfaces of leaves. Journal of Ecology , 66:367-383,1978.
79
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
PEREIRA, R. S. et al. Atividade antibacteriana de óleos essenciais em cepas isoladas de
infecção urinária. Rev. Saúde Pública, v.38, n.2, p. 68- 73, 2004.
RAMOS, J.; Oncologia Clínica, 2. ed., São Paulo: Sarvier, 1984, p. 320.
RANG H.P., DALA M. M.; RITTER J.M.; MOORE P. K., Farmacologia, 5. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
RATES, S.M.K. Plants as source of drugs. Toxicon. v.39, p.603-13, 2001.
REIS F. A. M.; MARQUES M. F. S.; FILHO H. L. F.; KATO L. Indole alkaloids from
Aspidosperma ramiflorum. Phytochemistry, 41: 963-967, 1996.
RICE, E. L: Allelopathy. 2 ed. Orlando, Academic Press. 1984.
ROBERT, G. M. T.; AHOND, A.; POUPAT, C.; POTIER, P.; JOLLES, C. &
JOUSSELIN, A. Aspidosperma de Guyane: alcaloides d’ Aspidosperma
markgravianum. Journal of Natural Products 46 (5): 694-707. 1983
ROBERTSON, E. H; CARTWRIGHT, R. A; WOOD, J. J. Sci. Food Agr. 7, 637-640,
1956.
ROWE, J. W. Natural products of woody plants. Berlin: Spring-Verlag, 1989.
SAMUELSSON, G. and JAYAWARDENE, A. L. Isolation and characterization of
viscotoxin 1-PS from Viscum album. Acta Pharm. Suec. 11, 175-184 (1974).
SANTOS, A. V. P. DOS; & GRISI, B. M. Anatomia foliar ecológica de algumas plantas
da caatinga. Ver. Rio de Janeiro, Brasileira de Biologia, Vol. 36(4), p. 773 – 787,
1976.
SARTORATTO, A. et al. Composition and antimicrobial activity of essential oils from
aromatic plants used in Brazil . Braz. J. Microbiol., São Paulo, v. 35, n. 4, p. 56-61,
out./dez. 2004
80
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
SAUPE, S. G. Parasites are Welcome for Christmas. SAGATAGAN SEASONS; Vol.
5, No. 4, p. 7. Winter 2002.
SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; PETROVICK, P.R. Produtos de origem vegetal e
o desenvolvimento de medicamentos. In. SIMÕES CMO, et al. Farmacognosia: da
planta ao medicamento. 5 ed. rev. ampl. Porto Alegre/Florianópolis: Editora da
UFRGS/Editora da
UFSC, cap. 15, p. 371-400, 2003.
SCHULZ, V.; HÄNSEL, R.; TYLER, V.E. Medicinal plants, phytomedicines, and
phytotherapy. In: Rational phytotherapy: a physician’s guide to herbal medicine. 4.ed.
New
York, Berlin: Springer, cap.1, p.1-39, 1996.
SMITH, W. K. & MCCLEAN, T. M. Adaptive relationship between leaf water
repellency, stomatal distribution, and gas exchange. American Journal of Botany,
76:465 - 469, 1989.
SILVA, L. F. F. Polifenóis majoritários de Phthirusa pyrifolia Heichl. (Loranthaceae).
Dissertação de Mestrado em Ciências Farmacêuticas – UFPE, 1996.
SILVA, M.C.; CARVALHO, J.C.T. Inflamação. In: CARVALHO JCT. Fitoterápicos
antiinflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão
Preto, SP. Ed. Tecmed, 2004.
SILVA, E.C.B. Avaliação Biológica da Caesalpinia echinata Lam. Fabaceae-
Caesalpinoideae. Usos e riscos. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) –
Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife
2006.
SILVA, P., Farmacologia. 6. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2002, p. 134-145.
81
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
de Albuquerque, U. P.; Monteiro, J. M. et al. Medical and magic plants a public market
in northeastern Brazil. Journal Ethnopharmacology, v. 1, p. 76-91, 2007.
SIM, S. K. Medicinal plant alkaloids – An introduction for Pharmacy Students. 2ª ed.
Toronto (CD). 1970.
SIMÕES, C.M.O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P.; MENTZ,
L.A.;
PETROVICK, P.R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto
Alegre/Florianópolis: Editora da UFRGS/Editora da UFSC, 1999.
STAFLEU, F. A.; COWAN, R.S. Taxonomic Literature. Utrecht: Scheltema e
Holkema, v. 7. 1976/1988.
STAFLEU, F. A.; COWAN, R. S. Taxonomic Literature. Utrecht: Scheltema e
Holkema, v. 7. 1976/1988.
TAVARES, S. Madeiras do Nordeste do Brasil. Ministério da Agricultura – Brasil.
Monografia V. Junho de 1959. imprensa da universidade Rural de Pernambuco, p. 140 –
141.
TAVARES, W. Bactérias gram-positivas problemas: resistência do estafilococo, do
enterococo e do pneumococo aos antimicrobianos. Rev. Soc. Bras. Med.
Trop., Uberaba, v. 33, n. 3, p. 43-46, maio/jun. 2000.
TOLEDO, A.C.O.; et al. Fitoterápicos: uma abordagem farmacotécnica. Revista Lecta,
Bragança Paulista, v. 21, n. 1/2, p. 7-13, jan./dez. 2003.
TUROLLA, M.S.R.; NASCIMENTO, E.S. Informações toxicológicas de alguns
fitoterápicos utilizados no Brasil. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences. vol. 42,
n.
2, abr./jun., 2006.
VALADARES, M.C. Avaliação de toxicidade aguda: estratégias após a “era do
teste”.Revista Eletrônica de Farmácia. vol.3, n.2, p.93-98, 2006. DL50
82
NÓBREGA, M.G.L.A. Perfil Fitoquímico e Farmacológico de Aspidosperma pyrifolium Mart……
VEIGA-JÚNIOR, V.F.; PINTO, A.C.; MACIEL, M.A.M.. Plantas medicinais: cura
segura?
Quim. Nova, 28:3. 2005.
WAGNER, H. & BLADT, S.: Plant drug analisis – a thin layer chromatography
atlas. SPRINGER. 2ª ed. MUNICH, 1996WALLENFELS, K. Detection of reducing
sugars in paper chromatogram and quantitative evaluation. Naturwissenschaften 37,
491-492 (1950).
WALLENFELS, K. Detection of reducing sugars in paper chromatogram and
quantitative evaluation. Naturwissenschaften 37, 491-492 (1950).
Wilcox, D.; Dove, B.; McDavid, D.; Greer, D. Image Tool. University of Texas Health
Science Center. San Antonio, Texas. 2002.
Van Cothem, W. R. J. A classification of stomatal types. Botanical Journal of
Linnean Society. v. 63, p. 235-246. 1970.
VOLK, G. M., LYNCH-HOLM, V. J., KOSTMAN, T. A., GOSS, L. J. &
FRANCESCHI, V. R. The role of druse and raphide calcium oxalate crystals in tissue
calcium regulation in Pistia stratiotes leaves. Plant Biology, 4:34-45, 2002.
83