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Dissertação de Mestrado Padrões de diferenciação da avifauna da Mata Atlântica e a influência de fatores geográficos e climáticos Daniel Filipe Dias Belo Horizonte Fevereiro 2011

Dissertação de Mestrado - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D251_Daniel_F_Dias.pdf · TABELA 5: Matriz de correlação das variáveis geográficas e climáticas

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Dissertação de Mestrado

Padrões de diferenciação da avifauna da Mata Atlântica e a influência de fatores

geográficos e climáticos

Daniel Filipe Dias

Belo Horizonte

Fevereiro 2011

Universidade Federal de Minas Gerais

Instituto de Ciências Biológicas

Departamento de Biologia Geral

Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida

Silvestre

Padrões de diferenciação da avifauna da Mata Atlântica e a influência de fatores

geográficos e climáticos

Daniel Filipe Dias

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do grau de mestre em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre.

Área de Concentração: Ornitologia Orientador: Prof. Dr. Marcos Rodrigues

Belo Horizonte 2011

“Péssimo! Sempre a velha história! Ao terminar a construção da casa, notamos que sem nos dar conta aprendemos, ao

construí-la, algo que simplesmente tínhamos de saber, antes de começar a construir. O eterno aborrecido "Tarde demais!" -

a melancolia de tudo terminado!... “

Friedrich Wilhelm Nietzsche (Além do Bem e do Mal – p. 188)

II

Agradecimentos

À minha família que sempre me apoiou incondicionalmente nas minhas decisões e

sem os quais eu jamais teria alcançado o que sou hoje.

Ao orientador Marcos Rodrigues por ter me apoiado ao longo dos últimos anos e

contribuído tecnicamente com a formação do meu conhecimento em ornitologia.

Ao Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida

Silvestre (ECMVS) e a todos os envolvidos, pela oportunidade única de aquisição de

conhecimento com alguns excelentes profissionais da grande área meio-ambiente.

Aos profissionais Fábio Olmos, Fernando Amaral Silveira e Adalberto José dos Santos

por terem aceitado participar da banca de avaliação e pelas contribuições ao resultado

final dessa dissertação.

Aos amigos de longa data e aqueles mais recentes que de alguma forma participaram

da minha formação profissional e pessoal, também sem os quais eu não seria quem

sou atualmente. Apesar de todos terem seu espaço em minhas memórias, não tem

como não destacar nomes de alguns que inevitavelmente são especiais por tudo que

aconteceu: Lílian Mariana Costa, Guilherme Henrique Silva de Freitas, Marina

Cavalcanti Santos, Licléia da Cruz Rodrigues, Karina Schulz Borges, Nadja Simbera

Hemétrio, Bárbara Neves Chaves, Tiago Pezutti e Marcelle Aiza Thomas.

Merecidamente em um parágrafo isolado agradeço a Renata Pimentel Rocha, quem

acompanhou meu desenvolvimento em meus bons e maus momentos desde o último

ano da graduação e ao longo dos dois dedicados ao mestrado.

Aos colaboradores Mário Alberto Cozzuol e Marcelo Ferreira Vasconcelos que direta

ou indiretamente fizeram valiosas contribuições ao resultado final deste trabalho.

Ainda estendo este agradecimento à todos outros anônimos que participaram cedendo

material e conhecimento, os quais anonimamente contribuíram para a versão final

desse manuscrito.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela

concessão de uma bolsa de mestrado durante o primeiro ano.

III

Ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Não-Renováveis

(IBAMA), que se por um lado me tomou um precioso tempo que deveria ser dedicado

à dissertação, por outro é meu porto seguro caso algo não der certo. Agradeço

especialmente aos colegas de trabalho do Escritório Regional de Montes Claros pelo

conhecimento adquirido e pelas ações que temos desenvolvido em prol do meio

ambiente norte-mineiro.

IV

Resumo

Objetivo: Analisar os padrões de variação das comunidades de aves da Mata

Atlântica brasileira quanto às distintas fitofisionomias, verificar a influência de variáveis

geográficas e climáticas e procurar por espécies indicadoras de cada tipo

fitofisionômico.

Métodos: A informação obtida a partir de sessenta e sete listas de ocorrência

de espécies obtidas da literatura foi organizada em uma planilha de presença/ausência

das 797 espécies totais e 319 espécies florestais. Foi preparada uma segunda planilha

contendo uma base de dados ambientais com os dados climáticos e geográficos de

cada localidade. A partir desses dois bancos de dados, foi realizada a análise de

agrupamentos para verificar a formação de grupos das comunidades e a análise de

correspondência canônica (CCA) para verificar os gradientes de variação e as

relações entre as dados ambientais e as composições das comunidades de aves. A

análise de TWINSPAN foi usada para procurar espécies indicadoras de cada tipo

fitofisionômico.

Resultado: A análise mostrou uma nítida diferença entre as localidades do

nordeste do Brasil e aquelas localizadas mais ao sul, independente do tipo de

formação da floresta, seguindo um gradiente de temperatura média anual. Para os

grupos do sul foi possível identificar o agrupamento claro entre as localidades de

floresta ombrófila densa e mista e outro com as semideciduais, relacionados

positivamente com a variável razão de distribuição de chuva. Algumas espécies foram

consideradas indicadoras para as principais dicotomias, como por exemplo,

Pheugopedius genibarbis para a Floresta Atlântica do nordeste, Tachyphonus

coronatus e Trichothraupis melanops para o grupo do sul, Aratinga leucophthalma

para as florestas estacionais semi-deciduais e Chamaeza campanisona e

Odontophorus capueira para as formações ombrófilas densas.

Conclusões principais: As comunidades de aves da Mata Atlântica brasileira

variam seguindo dois gradientes principais: o primeiro é um gradiente latitudinal

partindo das localidades do nordeste àquelas localizadas mais ao sul, e um segundo

gradiente acompanhando as localidades as mudanças da floresta ombrófila densa

para as estacionais semi-deciduais. As diferenças encontradas na Mata Atlântica,

aparentemente estão ligadas as fatores históricos e evolutivos no primeiro eixo,

enquanto o segundo apresenta diferenças ecológicas relacionadas ao tipo

fitofisionômico ao qual pertencem.

Palavras-chave: biogeografia, análise de correspondência canônica,

fitofisonomias, espécies indicadoras

V

Abstract

Aims: Analyze the variation patterns of the bird communities along the Brazilian

Atlantic Forest in relation to the distinct phytophysionomies, to check the influence of

geographic and climatic variables and to detect indicator species for each

phytophysionomy.

Methods: The information obtained from the species list of the sixty-seven bird

communities was merged in a presence/absence table for the 797 total species and for

the 587 forest species. A second table was constructed with environmental database

containing geographic and climatic data. Cluster analyses were used to group the

communities and canonical correspondence analysis (CCA) to assess the relationship

between the environmental data and the bird species composition. A TWINSPAN

analysis was used to search for indicator species.

Results: All the analyses pointed out a distinction between the northeastern and

the southern localities, independent of the kind of forest formation, following a mean

annual temperature gradient. For the southern group, it was possible to clearly identify

groups of rain forest bird communities and groups of semi-deciduous formation,

positively related to the variable rainfall distribution ratio. Some species were

considered indicator species for the main dichotomies, such as Pheugopedius

genibarbis for the northeastern Atlantic Forest, Tachyphonus coronatus and

Trichothraupis melanops for the southern, Aratinga leucophthalma for the semi-

deciduous forests and Chamaeza campanisona and Odontophorus capueira for the

rain forest formations.

Main conclusions: The bird communities vary along the Atlantic forest following

two main gradients: the first is a latitudinal gradient going from the northeastern

localities to the southern ones and a secondary one accompanying the transition from

the rain forest communities to the semi-deciduous ones. The differences appear to be

related to historical and to evolutionary factors for the first axis, and to ecological

separation variables for the separation between the rain forest and the semidecidual

ones.

Key-words: biogeography, canonical correspondence analyses, atlantic forest

phythophysionomies, indicator species

VI

Sumário

Padrões de diferenciação da avifauna da Mata Atlântica e a influência de fatores

geográficos e climáticos

INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica ---------------------------------------------------- --------- 01

A biogeografia e um breve histórico das teorias ----------------- 04

MÉTODOS

Localidades e comunidades de aves analisadas ----------------- 07

Obtenção das variáveis geográficas e climáticas

e fitofisionomias ------------------------------------------------------------- 09

Análises estatísticas ------------------------------------------------------- 11

RESULTADOS

Análise com todas as espécies

Análise de classificação ------------------------------------------- 12

Análise de correspondência canônica ------------------------- 13

Espécies indicadoras ----------------------------------------------- 15

Análise somente das espécies florestais

Análise de classificação ------------------------------------------- 16

Análise de correspondência canônica ------------------------- 16

Espécies indicadoras ----------------------------------------------- 17

DISCUSSÃO ----------------------------------------------------------------------------- 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------- 23

VII

Lista de tabelas

TABELA 1: Registros reavaliados e justificativas com base na literatura para

reconsideração. --------------------------------------------------------------------------------------

38

TABELA 2: Lista das localidades consideradas no presente estudo e respectivos

valores para variáveis geográficas e climáticas. ---------------------------------------------

40

TABELA 3: Resultado da CCA para a ordenação das 67 localidades e 797

espécies de aves na Mata Atlântica brasileira. -----------------------------------------------

44

TABELA 4: Correlação dos três primeiros eixos de ordenação da CCA com as

variáveis geográficas e climáticas das 67 localidades e 797 espécies de aves na

Mata Atlântica brasileira. ---------------------------------------------------------------------------

44

TABELA 5: Matriz de correlação das variáveis geográficas e climáticas utilizadas

na CCA com 67 localidades e 797 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira.-

44

TABELA 6: Resultado da CCA para a ordenação das 67 localidades e 587

espécies de aves na Mata Atlântica brasileira. -----------------------------------------------

45

TABELA 7: Correlação dos três primeiros eixos de ordenação da CCA com as

variáveis geográficas e climáticas das 67 localidades e 587 espécies de aves na

Mata Atlântica brasileira. ---------------------------------------------------------------------------

45

TABELA 8: Matriz de correlação das variáveis geográficas e climáticas utilizadas

na CCA com 67 localidades e 587 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira -

45

VIII

Lista de figuras

FIGURA 1: Mapa das localidades utilizadas no presente estudo. ----------------------

46

FIGURA 2: Análise de classificação mostrando a similaridade de sessenta e sete

comunidades de aves da Mata Atlântica, baseado nos dados de ocorrência das

797 espécies de aves.-------------------------------------------------------------------------------

47

FIGURA 3: Biplot dos eixos 1 e 2 da Análise de Correspondência Canônica

mostrando a ordenação das sessenta e sete localidades de Mata Altântica com

base na ocorrência de 797 espécies de aves. -----------------------------------------------

48

FIGURA 4: Dendrograma ilustrativo da Análise de TWINSPAN para sessenta e

sete localidades e 797 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira. ----------------

49

FIGURA 5: Análise de classificação mostrando a similaridade de sessenta e sete

comunidades de aves da Mata Atlântica, baseado nos dados de ocorrência das

587 espécies de aves florestais. -----------------------------------------------------------------

50

FIGURA 6: Biplot dos eixos 1 e 2 da Análise de Correspondência Canônica

mostrando a ordenação das sessenta e sete localidades de Mata Altântica com

base na ocorrência de 587 espécies de aves florestais. ----------------------------------

51

FIGURA 7: Dendrograma ilustrativo da Análise de TWINSPAN para sessenta e

sete localidades e 587 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira. ----------------

52

FIGURA 8: Mapa dos registros de S. maximus. ---------------------------------------------

53

FIGURA 9: Mapa dos registros de T. coronatus. --------------------------------------------

53

FIGURA 10: Mapa dos registros de T. melanopis. ------------------------------------------

54

FIGURA 11: Mapa dos registros de A. leucophthalma. ------------------------------------

54

FIGURA 12: Mapa dos registros de C. campanisona. -------------------------------------

55

FIGURA 13: Mapa dos registros de O. capueira --------------------------------------------

55

1

Introdução

A Mata Atlântica

O domínio da Mata Atlântica está distribuído ao longo de uma estreita faixa que

acompanha a costa Atlântica do Brasil desde o estado do Rio Grande do Norte em

diração ao sul, adentrando o continente abaixo da latitude 20ºS até alcançar a região

de Missiones na Argentina e a parte oriental do Paraguai. Originalmente, cobria cerca

de 150 milhões de hectares, sendo considerada a segunda maior floresta tropical das

Américas e abrangendo uma grande heterogeneidade de condições ambientais

(Oliveira-Filho & Fontes, 2000; Metzger, 2009; Ribeiro et al., 2009). Sua grande

extensão latitudinal de cerca de 29º abrange áreas de climas tropical e subtropical,

enquanto sua longa extensão longitudinal apresenta gradientes em função de

variações na pluviosidade (Ribeiro et al., 2009). Além disso, está situada em uma área

de grande variação altitudinal, distribuindo-se desde o nível do mar até áreas acima de

2700 metros (Metzger, 2009).

A Mata Atlântica é mundialmente reconhecida pela grande quantidade de

espécies e grande quantidade de endemismo, alcançando 2,7% e 2,1% das espécies

endêmicas de plantas e animais vertebrados, respectivamente, do mundo (Myers et

al., 2000). Uma publicação recente ressaltou a riqueza de endemismo na Mata

Atlântica que alcança 8000 espécies de plantas (40% do total de espécies), 200 de

aves (16%), 71 de mamíferos (27%), 94 de répteis (31%) e 286 anfíbios (60%),

mencionando apenas os principais grupos (Mittermeier et al,. 2005).

Sucessivos ciclos econômicos e a expansão desordenada das populações

humanas ao longo dos últimos cinco séculos comprometeram seriamente a

integridade de diversos ecossistemas singulares no domínio da Mata Atlântica (Silva &

Casteleti, 2003). Assim, apesar de sua grande importância biológica, a Mata Atlântica

é uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo (Fundação SOS Mata

Atlântica e INPE, 2009; Metzger, 2009). Uma análise recente demonstrou que restam

apenas cerca de 12% de sua cobertura original e que o grau de destruição varia entre

as diferentes sub-regiões biogeográficas (Ribeiro et al., 2009). Além disso, a área

restante se encontra altamente fragmentada, sob grande efeito de borda, tendo baixa

conectividade entre os fragmentos e alto isolamento de áreas preservadas maiores

(Ribeiro et al., 2009). Neste contexto, a conservação de seus remanescentes é muito

incompleta, pois apenas 1,05% da sua cobertura original se encontra em unidades de

preservação (Ribeiro et al., 2009) e ainda assim existe uma concentração dessas

2

unidades em algumas sub-regiões em detrimento de outras (Silva e Casteleti, 2003;

Ribeiro et al., 2009).

A Mata Atlântica vêm sendo monitorada por meio de sensoriamento remoto em

um trabalho realizado em parceria entre a ONG SOS Mata Atlântica e o Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Uma das conclusões desse trabalho é que a

Mata Atlântica perde cerca de 34 mil hectares de floresta por ano, a maioria por meio

de pequenos desmatamentos (MMA/SBF, 2009). Somente no período 2005-2008,

cerca de 102 mil ha foram desmatados, sendo os estados de Minas Gerais, com

32.728, Santa Catarina, com 25.939, e Bahia, com 24.148 ha, os líderes no índice de

desmatamento (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2009).

Dessa forma, fica claro que a Mata Atlântica está se tornando amplamente

alterada e que ações urgentes de conservação se fazem necessárias (Metzger, 2009).

O conhecimento acumulado sobre a recuperação desta floresta tem aumentado

consideravelmente nos últimos 30 anos, permitindo que sejam realizados não só

projetos de restauração da estrutura florestal, mas, também, que sejam restaurados os

processos ecológicos envolvidos na manutenção de um ecossistema, como por

exemplo, a polinização, a dispersão e a herbivoria (Rodrigues et al., 2009).

Um dos principais problemas para a preservação da biota da Mata Atlântica é

que ela não está distribuída homogeneamente. A composição de espécies varia

imensamente e, por isso, a biologia da conservação não pode considerar a Mata

Atlântica como uma única unidade homogênea (Silva e Casteleti, 2003). Assim,

projetos que consideram a Mata Atlântica em suas diferentes fisionomias e contextos,

bem como trabalhos realizados com múltiplos taxa, e/ou que são de larga escala e/ou

se estendem por um longo período podem fornecer informações importantes para a

biologia da conservação (Metzger, 2009).

A transição da Mata Atlântica para as formações mais abertas do interior do

continente é muito complexa e se dá de maneira mais ou menos gradual, causando

dificuldades aos pesquisadores em delimitá-la (Oliveira-Filho & Fontes, 2000).

Segundo esses autores, essa transição pode ser separada em três regiões, de acordo

com a formação florestal adjacente:

- Na sua porção nordeste, uma estreita faixa de floresta ombrófila densa

(<50km) é seguida de outra igualmente estreita de floresta semi-decidual, formando

uma transição abrupta para o semi-árido da caatinga, ocorrendo ainda formações

florestais montanas como encraves isolados na matriz de caatinga, os brejos de

altitude, como são chamados;

3

- No sudeste do Brasil, a transição da floresta ombrófila para o cerrado é mais

gradual havendo uma larga faixa de floresta semi-decidual que aumenta em direção

ao sul do continente, se estendendo pela bacia do Paraná até o leste do Paraguai e

nordeste da Argentina, onde há a transição para o Chaco;

- No sul do Brasil, onde o clima é o subtropical, há uma larga faixa de floresta

mista de Araucaria separando a floresta ombrófila densa do litoral das florestas

semideciduais do interior do continente.

Oliveira-Filho & Fontes (2000) classificam as muitas definições de Mata

Atlântica encontradas na literatura em duas visões principais que eles chamam senso

stricto (ss) e senso lato (sl). Pelo senso estrito (ss), o termo Mata Atlântica deveria se

referir apenas às florestas chuvosas costeiras localizadas até 300 km do oceano.

Seguindo essa proposta, a mata semi-decidual adjacente seria uma vegetação

distinta, geralmente chamada de matas de planalto devido a sua localização

predominar em locais mais altos (Oliveira-Filho & Fontes, 2000). Já pela visão mais

ampla (sl) a Mata atlântica incluiria também as florestas semi-deciduais e a floresta

mista, aumentando sua extensão a até cerca de 700 km da borda costeira. Segundo

Oliveira-Filho & Fontes (2000), esta visão mais ampla se tornou bastante freqüente na

literatura, mas seria originada mais pelas correntes políticas de conservação e

financiamento do que por um consenso científico.

De fato, a Mata Atlântica após ser anunciada como um dos hotspots mundiais

de biodiversidade e avançada perda de área de cobertura original (Myers et al., 2000)

ganhou muito destaque e se tornou alvo importante de estudos no Brasil. Seguindo

essa corrente, o governo federal criou a lei nº 11.428 em 22 de dezembro de 2006,

que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do bioma Mata Atlântica

e dá outras providências. Essa lei, em seu artigo 2º, reconhece o mapa do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE como mapa oficial do Bioma Mata

Atlântica, incluindo as formações florestais nativas e ecossistemas associados:

Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta,

Floresta Estacional Semi-decidual e Floresta Estacional Decidual, bem como os

manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e

encraves florestais do Nordeste.

A Mata Atlântica destaca-se pelo número de espécies e endemismos que

abriga. Segundo Myers et al., (2000) 8000 espécies de plantas e 567 espécies de

vertebrados são endêmicas do bioma, representando 2,7% e 2,1% das espécies do

mundo, respectivamente. Com relação ao grupo das aves, a Mata Atlântica apresenta

dois aspectos importantes: a elevada riqueza de espécies, estimada em cerca de 680

4

espécies (Stotz et al., 1996), e o elevado número de espécies endêmicas e raras

(Goerck, 1997).

Muitas espécies de aves são restritas a determinados tipos de habitats e têm

seus padrões de distribuição relacionados a diversos aspectos estruturais e florísticos

da vegetação circundante (Karr, 1971; Karr & Roth, 1971). Conseqüentemente,

espera-se que uma floresta estruturalmente complexa e rica em espécies, abrigue

uma diversidade de espécies de aves maior que outro tipo de vegetação mais simples

(Goerck, 1999). Dessa forma, considerando que a floresta ombrófila densa, ombrófila

mista e estacional semi-decidual apresentam estruturas florísticas consistemente

diferentes umas das outras (Oliveira-Filho & Fontes, 2000), espera-se que abriguem

comunidades de aves diferentes. Um ornitólogo experiente, ao olhar para uma lista de

espécies, pode inferir aspectos da localidade amostrada, dentro de gradientes de

umidade, posição geográfica e altitude mesmo na ausência dessas informações

(Palmer, 1994). Entretanto, nenhum trabalho até hoje abordou as relações dos

padrões de distribuição com o tipo de floresta em que a comunidade está inserida.

A biogeografia e um breve histórico das teorias

A biogeografia é um ramo das ciências biológicas que estuda a distribuição dos

organismos sobre a superfície da Terra (Brown e Lomolino, 1998). A distribuição

geográfica dos organismos é limitada por fatores ecológicos e/ou históricos, fazendo

com que nenhum táxon seja completamente cosmopolita e que a maioria seja

endêmico a uma região restrita (Silva et al., 2004). A partir da simples observação de

mapas de distribuição, fica claro que alguns padrões se repetem constantemente. A

existência de padrões recorrentes e não randômicos na distribuição das espécies

implica na ação de processos geradores comuns cujo entendimento permitiria explicar

essas distribuições (Barros, 1998).

As diferentes abordagens no estudo dos processos que determinam a

distribuição dos organismos acabaram criando uma dicotomia e, por conseqüência,

duas sub-disciplinas da biogeografia: a histórica e a ecológica (Morrone, 2009). A

biogeografia histórica focaria mais nos processos de largas escalas temporais e

espaciais, enquanto a biogeografia ecológica se preocuparia mais com o

relacionamento das distribuições em termos de interações bióticas e abióticas que

ocorreriam em pequenas escalas espaciais e temporais (Morrone, 2009). Assim,

grande parte dos trabalhos conduzidos até então focou em uma ou outra vertente para

explicar os processos.

5

Uma abordagem histórica muito explorada é a que trata dos processos de

especiação. Moritz et al. (2000) trazem uma grande revisão das hipóteses já testadas

que explicam a diversificação de espécies nas florestas tropicais, destacando-se a

evolução em paleorefúgios e a influência de barreiras geográficas (Cabanne, 2009).

Ainda nesse sentido, muitos dos estudos se concentraram em avaliar áreas de

endemismo, como por exemplo, Muller (1973), Cracraft (1985), Haffer (1985),

Stattersfield et al. (1998) e Silva et al. (2004). Segundo esses trabalhos, é possível

identificar sub-áreas da Mata Atlântica que apresentariam algum histórico de

separação ecológica ou geográfica, conduzindo à especiação de diferentes táxons e

assim gerando locais de co-ocorrência de espécies endêmicas. Isso ocasiona um

padrão de distribuição não randômica das espécies, que ocorreriam agregadas em

algumas pequenas regiões, constituindo um fenômeno chamado de provincialismo

(Silva et al., 2004). Cada um dos trabalhos acima apontam para resultados distintos.

Muller (1973) aponta a Mata Atlântica como uma única área de endemismo, contendo

pelo menos três sub-areas: Pernambuco, Bahia e Paulista. Cracraft (1985) identifica

uma separação das formações ombrófilas mistas distinta do restante, nomeando-as

respectivamente Paraná e Serra do Mar. Haffer (1985) indica toda a Mata Atlântica

como uma única área de endemismo, enquanto Stattersfield et al. (1998) por sua vez,

identificam cinco subáreas distintas por tipo fitofisionômico e altitudes. Silva et al.

(2004) em um trabalho realizado unicamente com espécies endêmicas, encontram

quatro áreas: Pernambuco, Bahia costeira, Bahia central e Serra do Mar.

Por outro lado, a vertente ecológica focaria as características geográficas e

climáticas das áreas para a determinação de gradientes de diferenciação das

comunidades de aves. Virtualmente, qualquer gradiente natural de grande-escala

contem múltiplas variáveis que influenciam os padrões de distribuição das espécies

(Terborgh, 1971). A maioria dos trabalhos envolvendo gradientes, entretanto, foca

apenas na análise da riqueza de espécies ao longo de gradientes latitudinais e nas

diversas hipóteses que explicariam esses padõres (revisão em Pianka, 1966). Sabe-se

que a riqueza de espécies de inúmeros clados vegetais e animais está direta ou

indiretamente associada com medidas de características climáticas, sobretudo aos

valores de temperatura, precipitação e rede de produtividade primária (Rahbek e

Graves, 2001; Hawkins et al., 2003a, 2003b).

Estudos sobre comunidades de aves ao longo de gradientes geográficos e

climáticos são raros na região neotropical (Vasconcelos, 2009). Para o Brasil é

possível encontrar algumas publicações envolvendo aves e gradientes, como por

exemplo, Bencke & Kindel (1999), Goerck (1999), Buzzetti (2000), Pacheco & Olmos

6

(2005), Rajão & Cerqueira (2006), Petry & Scherer (2008) e Mallet-Rodrigues et al.

(2010). A maioria desses estudos contempla análises locais e/ou com poucos clados,

na tentativa de elucidar padrões em pequena escala. Estudos macroecológicos podem

ser encontrados em Ruggiero & Lawton, 1998; Cordeiro, 2001; Diniz-Filho et al., 2002;

Rangel et al., 2002; Sant‟Ana et al., 2002; Valgas et al., 2003.

No entanto, nenhum desses trabalhos utilizou métodos multivariados de

ordenação, que possibilitassem visualizar os gradientes ecológicos e correlacionar as

comunidades de aves com variáveis climáticas e geográficas. Apenas dois trabalhos

encontrados relacionaram aves e variáveis climáticas, utilizando métodos

multivariados de ordenação: Bini et al. (2004) e Vasconcelos (2009). O primeiro estudo

traz uma abordagem macroecológica das variações de riqueza de espécies nas

diferentes ordens de aves e suas relações com gradientes ambientais. Nele, os

autores encontraram que os padrões de riqueza da maioria das ordens de aves estão

relacionados com um primeiro eixo explicado por variáveis energéticas e de

disponibilidade de água. É de ressaltar que esse trabalho tem um foco restrito apenas

aos padrões relacionados a riqueza de espécies. Já o trabalho de Vasconcelos (2009)

vai além e relaciona a composição de espécies das comunidades com uma série de

variáveis geográficas e climáticas, na tentativa de elucidar padrões de diferenciação

das comunidades de aves dos campos rupestres e dos campos de altitude e qual as

relações dessas diferenças com as variáveis ambientais. O autor consegue

demonstrar claramente a distinção das comunidades das duas formações e apresenta

dois eixos de variação principais para essas comunidades: um primeiro gradiente no

sentido leste-oeste e um segundo eixo norte-sul. O primeiro eixo estaria relacionado

com um aumento da temperatura e diminuição da precipitação, na medida em que as

formações de campos de altitude mais úmidos e frios são substituídas por campos

rupestres mais secos e quentes.

Alguns trabalhos de fitogeografia mais antigos já tinham sido realizados

utilizando métodos de ordenação que relacionam variáveis geo-climáticas às listas de

composição de espécies (Oliveira-Filho e Ratter, 1995; Barros, 1998; Oliveira-Filho &

Fontes, 2000; Oliveira-Filho et al., 2005, Azevedo & van den Berg 2007).

Oliveira-Filho & Fontes (2000) estudaram os gradientes de substituição de

espécies de árvores na Mata Atlântica brasileira e verificaram que a sazonalidade da

precipitação e as temperaturas foram as variáveis mais correlacionadas. Esses

autores distinguiram dois eixos principais de variação das comunidades de árvores na

Mata Atlântica brasileira: o primeiro eixo seguindo um aumento da distância do oceano

e do aumento da estacionalidade de temperaturas e um segundo eixo norte-sul

7

associado com a temperatura e estacionalidade pluviométrica. Outro trabalho

realizado na Mata Atlântica, mas num espaço amostral menor (bacias do leste

compreendendo o sul da Bahia, leste de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de

Janeiro) identificou os mesmo dois eixos de ordenação (Oliveira-Filho et al. 2005).

Oliveira-Filho & Ratter (1995) utilizaram os mesmos métodos, porém utilizando listas

de espécies arbóreas das formações florestais da porção central do Brasil

(englobando desde florestas estacionais semi-deciduais, cerrado, matas secas e

floresta amazônica), segundo a classificação vegetacional propostas por Veloso et al.

(1991). Já Barros (1998) e Azevedo e van der Berg (2007) estudaram os padrões de

distribuição de orquídeas na cadeia do Espinhaço.

Dessa forma, os estudos envolvendo análises multivariadas de ordenação

citados anteriormente, aqueles que utilizaram informações climáticas encontraram

como os dois principais gradientes um eixo de variação longitudinal acompanhando

maior estacionalidade do regime de chuvas à medida que as localidades se afastam

do oceano e um outro gradiente latitudinal acompanhando diferenças na temperatura.

Dessa forma, parece recorrente a existência desses dois gradientes principais para os

diferentes clados e diferentes áreas na região neotropical.

O presente estudo pretende responder as seguintes perguntas: a) há

diferenciação entre as comunidades de aves das diferentes fitofisionomias da Floresta

Atlântica?; b) qual a influência dos fatores geográficos e climáticos na composição das

comunidades de aves da Floresta Atlântica? c) os padrões observados para aves na

Floresta Atlântica é congruente com o observado para outros clados e outras áreas

neotropicais? e d) existem e quais são as espécies de aves indicadoras de cada tipo

de vegetação?

Métodos

Localidades e comunidades de aves analisadas

Para realização dos testes de diferenciação da avifauna na Mata Atlântica,

procedeu-se uma busca por publicações que contivessem listas de espécies de aves

em toda área pertencente a esse domínio. Foram utilizados para auxiliar na busca

desses trabalhos as ferramentas de busca do ISI Web of Knowledge e Scielo,

utilizando palavras-chave como “inventário”, “avifauna”, “aves da”, “comunidade de

aves”, entre outras, além de consultas ao livro “Bibliography of Brazilian Birds: 1500-

8

2002” de Oniki e Willis (2002) e ao arquivo “Bibliografia de Interesse da Ornitologia

Brasileira” disponível no site do Comitê de Estudos Ornitológicos (Figueiredo, 2007).

Foram pré-selecionados mais de 700 artigos tratavam de registros de espécies

de aves no Brasil. A partir dessa pré-seleção, passou-se a busca de trabalhos que

contivessem listas completas, restringindo-se aqueles realizados em áreas de Mata

Atlântica que pudessem ser utilizados nas análises. Por questões de freqüentes

mudanças taxonômicas, com „splits‟ e descrições de novas espécies, optou-se por

utilizar apenas publicações mais recentes que 1985 (ano da primeira publicação do

livro de Helmut Sick), dando assim maior confiabilidade aos registros.

As listas utilizadas apresentaram muitas divergências com relação á

metodologia utilizada e ao tempo amostrado. Com relação à metodologia, a maioria

utilizou os registros áudio-visuais associados a algum outro método, como pontos de

escuta, redes de neblina e coletas. Já com relação ao tempo, muitos trabalhos sequer

citam o tempo permanecido no campo e, com relação aos que citam, tem-se desde

visitas únicas à área amostrada até visitas sistemáticas e repetidas por anos

sucessivos. Além disso, existem algumas áreas que foram visitadas por mais de um

pesquisador em diferentes anos, produzindo assim um quadro da dinâmica da

avifauna naquele local através do tempo. Com isso, existia a complicação de utilizar

trabalhos tão divergentes dentro da mesma análise, o que poderia apresentar

resultados com uma quantidade de ruído muito grande, e impossibilitando a

interpretação dos resultados. Uma forma de contornar esse problema foi adaptada de

Vasconcelos (2009) que consistia na seleção de uma riqueza mínima, para considerar

a localidade bem amostrada.

Na ausência de curvas de coletor para as áreas amostradas, Vasconcelos

(2009) estipulou um número mínimo de espécies, baseado na sua experiência de

campo e na revisão de literatura, para utilizar ou não as áreas nas análises. O próprio

autor se refere à definição como arbitrária, por desconsiderar a influência da

heterogeneidade ambiental na riqueza. Da mesma forma, no presente estudo poucos

trabalhos encontrados na literatura apresentam curva do coletor indicando que a área

tenha sido bem ou mal amostrada. Dessa forma, optou-se por, após analisar alguns

trabalhos que continham a curva de coletor, definir um número mínimo de espécies

para inserção da área nas análises.

Simon (2000), após 400 horas de trabalho, encontrou 248 espécies para a

Estação Biológica de Santa Lúcia. Anjos (2001) estudando cinco fragmentos na cidade

de Londrina encontrou 184 espécies. Lopes e Anjos (2006) encontraram 174 espécies

em um trabalho de 2 anos no campus da Universidade Estadual de Londrina. Farias et

9

al. (2007) em um trabalho de 13 meses encontrou 184 espécies em fragmentos na

cidade de Igarassu-PE. Longo (2007) apresenta uma curva ainda não estabilizada

após 51 dias de coletas e 141 espécies. Ferreira et al. (2009) encontrou 159 espécies

de aves para a Mata Samuel de Paula após um ano de estudo, e ainda assim não

atingiu a assíntota. Assim, considerando os seis trabalhos acima, foi tomado,

arbitrariamente, 130 como o número mínimo de espécies para considerar a localidade

nas análises.

Assim, restaram para análise final listas de composição de espécies de 67

localidades na Mata Atlântica (Tabela 2). As listas contidas nessas publicações foram

inseridas em uma planilha única, com auxílio do software Microsoft Excel 2007. Na

planilha, constava na primeira coluna o nome da espécie atualizado segundo CBRO

(2009) e nas seguintes a presença/ausência de cada espécie por localidade. Em outra

planilha foram inseridos os dados das variáveis geográficas e climáticas para cada

localidade. Criou-se um código para cada localidade, que foi utilizado nas duas

planilhas, de forma que o programa estatístico conseguisse relacionar os dados de

ambas. O código foi composto por uma letra representando a formação vegetal (s –

estacional semi-decidual, d – ombrófila densa, m – ombrófila mista, c – áreas de

ecótono), seguida da sigla do estado onde se encontrava a localidade, e um número

seqüencial para diferenciar cada uma.

Alguns registros tiveram de ser reavaliados por constituírem possíveis splits de

espécies ou equívocos por parte dos autores. Na Tabela 1 é possível verificar quais

foram as mudanças taxonômicas realizadas com uma breve justificativa da razão.

Antes de proceder às análises, as planilhas foram rearranjadas para produzir

dois bancos de dados diferentes: uma considerando as listas com todas as espécies

citadas pelos autores e, outra, considerando apenas espécies dependentes de

habitats florestas. Para separar as espécies florestais foram utilizados como base as

compilações Stotz et al. 1996, Sick 1997, Ridgely e Tudor 1989, 1994, e toda a série

do Handbook of the Birds of the World. As espécies selecionadas foram aquelas que

apresentavam habitat bastante restrito a ambientes florestais, excluindo as que

utilizariam ambientes abertos, clareiras, bordas, áreas alagadas e pantanosas,

restingas e beiras de rios.

Obtenção das variáveis geográficas e climáticas e fitofisionomias

As variáveis geo-climáticas utilizadas foram: latitude, longitude, altitude,

precipitação anual, razão de chuva, temperatura média anual e diferença entre

temperaturas máxima-mínima. As variáveis geográficas latitude e longitude foram

10

obtidas do próprio trabalho, quando possível, ou por meio dos softwares Google Earth

versão 5.1 e ArcGis versão 9.3. Já as variáveis altitude e distância do oceano foram

obtidas, respectivamente, do mapa altimétrico disponibilizado pela base de dados

World Clim e com auxílio da ferramenta ruler do software Arc Gis 9.3. As variáveis

climáticas foram obtidas da base de dados World Clim, produzida a partir da

interpolação dos dados climáticos coletados por estações metereológicas em todo

mundo durante o período de 1950-2000 (Hijmans et al., 2005). Foi utilizada a base de

dados de 2.5 arco-minutos, que corresponde a aproximadamente 4,5 km, de forma a

aproximar o tamanho da célula ao tamanho da área amostrada em média nos

trabalhos analisados. As variáveis climáticas utilizadas neste trabalho foram

temperatura média anual, variação de temperatura anual, precipitação anual e razão

de chuva. A razão de chuva foi calculada a partir da divisão da precipitação do

trimestre mais chuvoso pela precipitação do trimestre mais seco, como uma tentativa

de retratar a sazonalidade da pluviosidade.

O uso de um banco de dados interpolados já foi comentado por outros

profissionais em seus trabalhos (Oliveira-Filho & Fontes, 2000; Vasconcelos, 2009) e

apesar de refletir uma realidade apenas aproximada, num estudo de abrangência tão

ampla como a análise de padrões de toda a Mata Atlântica brasileira, servirá para

indicar, minimamente tendências na relação dessas localidades e comunidades com

as variáveis geo-climáticas.

Para a determinação da fitofisionomia de cada localidade foi utilizado o mapa

produzido pelo IBGE que é atualmente considerado o Mapa Oficial da Mata Atlântica

brasileira pela Lei nº 11.428/08, gerado a partir das classificações propostas por

Veloso et al. (1991). Esse mapa apresenta detalhes dos limites das seguintes

fitofisionomias na Mata Atlântica: Floresta Estacional Semi-decidual, Floresta

Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual, Contato e

Formações Pioneiras. Veloso et al. (1991) e IBGE (1992) definem as fitofisionomias da

seguinte forma:

- Floresta Ombrófila Densa: tipo de vegetação caracterizado por fanerófitos

além de lianas e epífitos em abundância. Esta fitofisionomia está associada aos

fatores climáticos tropicais de elevadas temperaturas (médias de 25ºC) e de alta

precipitação bem distribuída ao longo do ano (0 a 60 dias secos);

- Floresta Ombrófila Mista: tipo de formação com presença abundante de

elementos da família Araucariaceae;

- Floresta Estacional Semi-decidual: esse tipo de vegetação está associado à

uma dupla estacionalidade climática, com uma época de verões chuvosos seguidos

11

de estiagens acentuadas, bem como por flutuações nas temperaturas médias ao longo

do ano. É caracterizada por fanerófitos com gemas foliares protegidas da seca, sendo

de 20 a 50% das árvores caducifólias;

- Floresta Estacional Decidual: tipo de vegetação caracterizado por duas

estações climáticas bem demarcadas, uma chuvosa seguida de um longo período

seco. Caracteriza-se por apresentar estrato dominante macro ou mesofanerófito e

predominantemente caducifólio;

- Formações pioneiras: distribuídas ao longo do litoral e planícies fluviais,

ocorre sobre solos instáveis cobertos de vegetação em constante sucessão. Trata-se

de uma vegetação de primeira ocupação de caráter edáfico, que ocupa os terrenos

rejuvenescidos pelas seguidas deposições de areias marinhas nas praias e restingas,

as aluviões fluviomarinhos nas embocaduras dos rios e os solos ribeirinhos aluviais e

lacustres;

- Áreas de contato: entre duas ou mais regiões ecológicas ou tipos de

vegetação, existem, na maioria das vezes, comunidades indiferenciadas onde as

floras se interpenetram, constituindo as transições florísticas ou contatos edáficos.

Apesar dos autores não especificarem a escala utilizada para o detalhamento

das diferentes fisionomias da Mata Atlântica, ela está situado provavelmente dentro do

que eles consideram escala exploratória, que iria de 1:1000000 até 1:250000 (Veloso

et al. 1991, IBGE 1992). Obviamente, esta escala é bastante grosseira, quando se

quer detalhar cada localidade amostrada em estudos pontuais, como são a maioria

dos inventários faunísticos. Entretanto, na ausência da citação das características

vegetacionais na maioria das publicações de listas de espécies e considerando que o

presente trabalho abrange uma escala continental, o nível de detalhamento utilizado

no mapa servirá para apresentar, pelo menos, algumas tendências de diferenciação

das comunidades.

Análises estatísticas

Para testar uma possível diferenciação das diferentes comunidades de aves

nas diferentes fitofisionomias da Mata Atlântica, foram realizadas análises de

classificação e de ordenação. Para a análise de classificação, foi utilizado o índice de

Sørensen (ou Dice) e o método de agrupamento UPGMA (unweighted pairgroup

method using arithmetic averages) (Kent & Coker 1992, Legendre & Legendre, 1998).

O índice de Sørensen foi utilizado, seguindo as sugestões de Kent & Coker (1992) e

Azevedo & van den Berg (2007), para dar maior peso às espécies em comum entre as

localidades. Já o método UPGMA é recomendado como a técnica de agrupamento

12

que apresenta melhores resultados em trabalhos ecológicos (Gauch, 1982; Krebs,

1989; Barros, 1998).

Para a análise de possíveis gradientes na composição das avifaunas da Mata

Atlântica e para verificar a relação com as variáveis geo-climáticas foi utilizada a

Análise de Correspondência Canônica ou CCA (canonical correspondence analysis –

ter Braak 1987, 1995). Esse método identifica uma base ambiental para ordenação

das comunidades, detectando os padrões de variação na composição das

comunidades que podem ser mais bem explicados pelas variáveis ambientais (ter

Braak, 1986). O resultado da ordenação é o arranjo das amostras em um espaço com

menor número de dimensões, de modo que as entidades similares fiquem próximas e

as dissimilares afastadas (Gauch, 1982). Após essa organização, e com base em suas

posições em coordenadas é possível investigar os fatores subjacentes que são

responsáveis pelos padrões observados (Ludwig & Reynolds, 1988). Na CCA os eixos

de ordenação são definidos pelos coeficientes canônicos e simbolizam uma

combinação linear das variáveis ambientais (ter Braak, 1986; ter Braak & Prentice,

1988).

Para a identificação das espécies indicadoras dos grupos de localidades

obtidos pelas análises acima, foi realizada uma análise TWINSPAN (two-way indicator

species analysis – Hill, 1979). O método de TWINSPAN consiste na ordenação inicial

das localidades pela divisão hierárquica e segue como um método divisivo e

dicotômico de agrupamento (Barros, 1998; Legendre & Legendre, 1998).

Para proceder as análises acima, foram utilizados os softwares PAST (Hammer

et al. 2001) e CANOCO (Leps e Smilauer 2003).

Resultados

Análise com todas as espécies

Análise de classificação (cluster)

O primeiro teste foi realizado considerando todas as espécies listadas pelos

autores, incluindo espécies aquáticas e não dependentes de ambientes florestais. A

primeira dicotomia da análise de classificação separou todas as localidades da porção

nordeste da Mata Atlântica, todas localizadas ao norte do Rio Doce, das outras

localizadas mais ao sul do país, e isso independentemente da fitofisionomia florestal

(Fig. 2). A subdivisão desse ramo nordeste segue uma tendência de agrupamento das

13

localidades por proximidade geográfica, como pode ser verificado pela posição na

mesma ramificação das localidades de floresta ombrófila densa dba03 e dba04 com a

estacional semi-decidual sba01.

Na subdivisão das localidades ao sul, a localidade Naviraí (sms14) se

posicionou marginalmente às demais, e estas se subdiviram em dois grandes blocos

bem caracterizados: um contendo a maioria das localidades de floresta ombrófila

densa e outro contendo todas as localidades de floresta estacional semi-decidual do

sul e a maioria daquelas de ombrófila mista. Algumas poucas localidades nesse ramo

sul se agruparam com outras de fitofisionomia diferente. A localidade mpr06 (Estação

Ferroviária Marumbi) se posicionou intermediariamente ao grupo daquelas de

ombrófila densa, enquanto dsp18 (RPPN Rio dos Pilões e Se. de Itaberaba) se

posicionou junto ao ramo da semi-decidual. Uma localidade de floresta estacional

semi-decidual spr17 (Parque Estadual Mata dos Godoy) e outra de ombrófila densa

dsc15 (Arrozeira Meyer) se agruparam junto àquelas de ombrófila mista.

As localidades consideradas como áreas de contato se posicionaram

intermediariamente a todos os ramos da análise de classificação, geralmente se

agrupando com as localidades mais próximas, independente do tipo florestal.

Análise de correspondência canônica (CCA)

Os resultados da análise de correspondência mostraram que o primeiro eixo

apresentou um autovalor de 0,292, indicando que nesse eixo o gradiente de

substituição das espécies foi expressivamente maior que aqueles indicados pelos

eixos 2 (0,143) e 3 (0,100) (Tabela 3 a 5). Já a porcentagem cumulativa de variância

apresentou baixos valores para os três primeiros eixos, indicando que parte da

variação não é explicada somente pelas variáveis geo-climáticas utilizadas. Apesar

dos autovalores não terem sido tão altos, a correlação de Pearson mostrou que houve

grande correlação das variáveis geo-climáticas com as comunidades analisadas. Essa

forte correlação foi comprovada pelo teste de permutação de Monte-Carlo que mostrou

que a relação espécies-ambiente foi significativa para o primeiro eixo (p=0,001) e para

a combinação de variáveis canônicas (p=0,001).

O eixo 1 da CCA apresentou maiores correlações positivas com a latitude,

longitude e temperatura média anual e maiores correlações negativas com a diferença

de temperatura e altitude (Tabela 4, Fig. 3). A partir dos resultados apresentados na

tabela 6 é possível notar que houve grande correlação entre algumas das variáveis

utilizadas. A latitude foi positivamente correlacionada com a longitude e temperatura

média anual e negativamente correlacionada com a diferença de temperatura,

14

enquanto a temperatura média anual, outra variável muito relacionada ao turnover no

primeiro eixo, apresentou correlação negativa com a altitude. Assim, a estrutura dos

dados do primeiro eixo reflete gradiente do norte para o sul do Brasil, com origem nas

regiões de Mata Atlântica da região nordeste, onde as latitudes e longitudes são

maiores assim como a temperatura média anual, e seguindo em direção as terras mais

sulinas de temperaturas menores.

O segundo eixo da CCA apresentou maiores correlações positivas com a razão

de chuva e altitude e negativa com a pluviosidade, apesar das duas últimas terem tido

um valor de correlação baixo. Esse padrão corrobora a hipótese de gradiente de

variação da região litorânea para as regiões mais interioranas do país com origem nas

localidades de floresta ombrófila densa mais úmidas e próximas do oceano em direção

àquelas de florestas estacionais semi-deciduais mais distantes do oceano e com

menor pluviosidade.

As relações entre as comunidades de aves e as variáves geo-climáticas são

mostradas no biplot resultante de Análise de Correspondência Canônica (Fig. 3). A

categorização das localidades por tipo de floresta ajuda na interpretação do diagrama.

É nítido, no diagrama, um gradiente norte-sul acompanhando as mudanças nas

temperaturas médias ao longo do ano o primeiro eixo um gradiente acompanhando as

mudanças nas formações florestais ao longo do segundo. Ao longo do eixo 1, nota-se

o posicionamento mais distante e mais agrupado das localidades do nordeste do Brasil

no lado direito do diagrama, enquanto as localidades do sul ocupam a porção centro-

esquerda e se apresentam mais dispersas. Fica evidente, visualmente, neste

diagrama, a alta correlação da latitude com o eixo 1, já que a disposição das

localidades segue a distribuição geográfica dessas ao longo das faixas latitudinais.

Apesar deste primeiro eixo não refletir a diferenciação das comunidades de aves da

floresta ombrófila densa e as de florestas estacionais semi-deciduais, as localidades

de ombrófila mista ficaram bastante distintas das demais localidades, formando um

grupo com pouca variação, concentrado na porção mais a direita do diagrama,

incluindo a localidade mmg01 (Serra do Juncal) bastante distante geograficamente das

outras regiões. De acordo com o diagrama, essas localidades se caracterizariam pelas

baixas latitudes e longitudes e, principalmente, por grandes variações de temperatura

ao longo do ano e pelas maiores altitudes.

Ao longo do eixo 2, pode-se fazer interpretações distintas para o grupo das

localidades do nordeste e do sul do Brasil. Enquanto nas localidades do nordeste, o

segundo eixo (que já tem um baixo autovalor) praticamente não distingue as diferentes

comunidades, para as do sul é visível a diferenciação daquelas de regiões ombrófilas

15

densa (concentradas na porção inferior do diagrama) das de estacionais semi-decidual

(espalhadas na porção superior). A dicotomia entre as florestas estacionais semi-

decidual e ombrófila densa aparece traçando-se uma diagonal perpendicular aos eixos

da razão de chuva e pluviosidade. Em direção à parte superior estariam as localidades

estacionais semi-deciduais onde além do nível de precipitação ser baixo, a diferença

dos volumes de chuva nas estações seca e chuvosa é muito grande, caracterizando

períodos áridos e úmidos bem marcados. As regiões de floresta ombrófila densa por

sua vez teriam um volume maior de chuvas e regime mais constante ao longo do ano.

É possível visualizar alguns agrupamentos das áreas de florestas estacionais

semi-deciduais do sul, formando blocos distintos mais ou menos relacionados a outros

tipos florestais. Duas áreas localizadas no limite da floresta estacional semi-decidual e

cerrado (EPDA Peti e Mata Samuel de Paula) aparecem na parte mais acima do

diagrama, caracterizados por pouca pluviosidade e grande variação no regime de

chuvas. O segundo grupo se posiciona intermediariamente e é formado por várias

localidades na região centro-sul de Minas Gerais e Naviraí no Mato Grosso do Sul. O

terceiro grupo reúne diversas localidades dos estados de Minas Gerais, São Paulo e

Paraná e caracteriza-se por ter os atributos geo-climáticos mais similares aqueles das

florestas ombrófilas densa.

As localidades indicadas como zonas de contato de vegetação se comportaram

como tal no diagrama, aparecendo próximas a algum dos tipos de vegetação que

formariam a zona transicional.

Espécies indicadoras

A primeira dicotomia da análise de TWINSPAN separou as localidades do

nordeste do Brasil no lado positivo e todas as outras localidades mais ao sul no lado

negativo. O teste indicou três espécies como indicadoras para o lado positivo e outras

duas como indicadoras do lado negativo. Para as localidades do nordeste a analise

considerou indicadoras as espécies Saltator maximus, Tolmomyias flaviventris e

Pheugopedius genibarbis, enquanto para as localidades do sul Trichothraupis

melanopis e Tachyphonus coronatus.

A segunda dicotomia separou bem as localidades de floresta ombrófila densa e

mista (negativo) das estacionais semi-deciduais (positivo), com apenas duas exceções

que foram as localidades Serra do Juncal (mmg01) e RPPN Rio dos Pilões (dsp18). A

primeira localidade está situada num encrave de floresta ombrófila mista no sul de

Minas Gerais, muito próximo de outras localidades de floresta estacional semi-

decidual. Além disso, foi considerada pela análise, juntamente com a localidade spr17

16

como localidades marginais às outras (borderline positives). O segundo, apesar de

estar numa matriz de floresta ombrófila mista está situada numa seqüência

montanhosa com um misto de áreas de contato e floresta estacional semi-decidual.

Essa dicotomia apontou cinco espécies como indicadoras sendo Chamaeza

campanisona e Odontophorus capueira do lado negativo e Aratinga leucphthalma,

Ammodramus humeralis e Euphonia chlorotica do lado positivo.

A terceira dicotomia separa algumas localidades do litoral central da Bahia de

outras localidades mais ao norte, apontando Columbina minuta como indicadora

dessas localidades mais setentrionais. Já a quarta dicotomia separa bem as

localidades de floresta ombrófila densa daquelas de ombrófila mista, com apenas duas

exceções: mpr06 (Estação Ferroviária Marumbi) que ficou junto às primeiras, e dsc15

(Arrozeira Meyer) que se agrupou no segundo grupo. Nessa dicotomia foram

apontadas três espécies como indicadoras do lado negativo (ombrófila densa):

Tangara seledon, Selenidera maculirostris e Thraupis sayaca. As próximas dicotomias

não representam nenhuma informação mais relevante.

Análise somente das espécies florestais

Análise de classificação (cluster)

Quando excluídas as espécies não-florestais das listas, os resultados da

análise de classificação apresentaram-se semelhantes àqueles dos testes com todas

as espécies (Fig. 5). Notável diferença se deve á posição da localidade sms14

(Naviraí) se posicionando marginalmente à todas as outras. O agrupamento das

comunidades do nordeste ocorreu novamente, só que dessa vez incluiu duas

localidades de florestas estacionais semi-deciduais do Vale do Rio Doce mineiro:

smg08 (Parque Estadual do Rio Doce) e smg09 (Estação Biológica de Caratinga). Na

subdivisão do grupo formado pelas localidades mais austrais, com exceção de Naviraí,

não houve uma boa separação das localidades de floresta estacional semi-decidual

das localidades de floresta ombrófila densa e mista. Há uma razoável separação da

maioria das localidades de floresta estacional semi-decidual das ombrófilas, porém

com algumas exceções como smg04, smg06 e spr17. Porém, dentro do grupo das

ombrófilas há o agrupamento da maioria das ombrófilas densa, com exceção de dsp18

e dsc15, mas não uma separação nítida de um grupo das ombrófilas mistas.

Análise de correspondência canônica (CCA)

17

O autovalor do primeiro eixo gerado pela CCA foi de 0,401, bastante superior

aos dos eixos 2 (0,173) e 3 (0,115) e levemente superior ao autovalor do mesmo eixo

na análise considerando todas as espécies (tabelas 6 a 8). Assim, no primeiro eixo é

possível observar um expressivo maior turnover quando consideradas somente as

espécies florestais do que quando consideradas todas as espécies. Com relação aos

outros valores gerados pela CCA nessa nova análise houve poucas alterações, como

por exemplo, a análise de correlação de Pearson que continuou apresentando valores

altos, enquanto a porcentagem de variância explicada pelos eixos permaneceu baixa.

Novamente é o teste de permutação de Monte-Carlo que indicou a correlação

significativa (p<0.002) para a composição de espécies florestais e as variáveis geo-

climáticas no primeiro eixo e considerando todas as variáveis canônicas.

Houve muito pouca diferença nas correlações entre as variáveis geo-climáticas

e na relação dessas com os eixos (Tab. 7 e 8, Fig. 6). Dessa forma, a análise apenas

com as espécies florestais coincide com o resultado apresentado para todas as

espécies, apesar de acentuar os gradientes entre as localidades. Novamente fica

nítido um primeiro gradiente acompanhando a diminuição da latitude a partir das

localidades mais setentrionais em direção àquelas mais meridionais, e um segundo

gradiente seguindo a penetração no continente indo das localidades mais próximas do

oceano em direção às mais interioranas.

Espécies indicadoras

A análise de TWINSPAN no presente tratamento obteve resultado bastante

semelhante ao do caso anterior com relação às divisões (Fig. 7). Uma diferença mais

notável é o posicionamento das localidades smg08 (Parque Estadual do Rio Doce) e

smg09 (Estação Biológica de Caratinga) do lado positivo, juntamente com aquelas

localidades situadas no nordeste brasileiro. A análise apontou uma série de espécies

como indicadoras, sendo: Pheugopedius genibarbis, Arremon taciturnus, Myrmotherula

gularis, Pipra rubrocapilla, Phaethornis ruber e Formicivora grisea consideradas como

indicadoras da floresta atlântica do nordeste brasileiro e Schiffornis virescens como

indicadora da porção sul. A segunda dicotomia separou com menos precisão as

localidades de floresta semi-decidual daquelas de áreas ombrófila densa na porção

sul, sendo que as ombrófilas mistas se agruparam aleatoriamente. As exceções foram

as localidades spr17 (Parque Estadual Mata dos Godoy) e smg06 que se agruparam

junto as localidade de floresta ombrófila densa. Dessa vez, três espécies foram

apontadas como indicadoras, sendo quatro delas indicadoras do grupo das ombrófilas

densa: Odontophorus capueira, Ramphastos dicolorus e Philydor atricapillus. A

18

terceira dicotomia separou as localidades mais setentrionais em dois grupos, sendo o

primeiro compostos pelas do centro da Bahia juntamente com as duas do Vale do Rio

Doce mineiro e o segundo composto pelas restantes. Uma única espécie foi apontada

como indicadora do primeiro grupo: Dendrocincla turdina. A quarta dicotomia separou

muito bem as localidades de floresta ombrófila densa das de ombrófila mista, havendo

apenas três inversões: mpr06 (Estação Ferroviária Marumbi), dsc15 (Arrozeira Meyer)

e dsp18 (RPPN Rio dos Pilões). Nessa etapa, seis espécies foram consideradas

indicadoras, todas do lado negativo representado pelas localidades de ombrófila

densa: Ramphodon naevius, Tangara seledon, Selenidera maculirostris, Conopophaga

melanopis, Orthogonys chloricterus e Tachyphonus cristatus.

Como pode ser observado na figuras 8, os registros de S. maximus no

presente estudo de fato se concentram na porção superior da mata Atlântica,

aproximadamente acima da região cortada pelo Rio Doce. Enquanto isso, T. coronatus

e T. melanopis têm ampla distribuição por toda a região sul (Figuras 9 e 10), ocorrendo

em todos os diferentes tipos fitofisionômicos. A. leucophthalma, por outro lado,

apresentou registros nos diferentes tipos fitofisionômicos (Figura 11), havendo

entretanto uma concentração desses registros nas regiões de floresta estacional e

omrbrófila mista. C. campanisona e O. capueira por sua vez, apresentaram registros

mais concentrados na região litorânea, adentrando no continente apenas nas latitudes

mais baixas, na região de floresta ombrófila mista (Figuras 12 e 13).

Discussão

As duas análises de correspondência canônica mostraram que as variáveis

geográficas e ambientais consideradas explicaram apenas parte do gradiente de

variação das comunidades, como indicado pelos baixos autovalores e porcentagem

cumulativa de variância. A considerável diferença entre a soma dos autovalores

unconstrained e os autovalores canônicos revela que importantes variáveis não foram

consideradas no estudo. Entretanto, a relação entre as variáveis utilizadas e as

comunidades de aves foi considerada estatisticamente significativa em ambos os

casos, como revelada pelo teste de permutação de Monte Carlo. Quando

consideradas apenas as espécies florestais o resultado da CCA a taxa de substituição

das espécies foi bastante mais expressivo que quando consideradas todas as

espécies. Isso provavelmente ocorre pela maior dependência dessas espécies do

ambiente em que vivem, do que quando consideradas as espécies de hábitos

generalistas.

19

Os resultados de todos os testes aplicados foram bastante congruentes entre

si, apresentando praticamente as mesmas divisões, diferente do encontrado por

Barros (1997). Os resultados mostraram que existem dois gradientes claros

determinando o padrão de distribuição das comunidades de aves na Mata Atlântica

brasileira: um primeiro acompanhando o aumento latitudinal e diminuição da

temperatura que ocorre a partir do Equador em direção ao sul do continente, e um

segundo seguindo o afastamento da borda do continente mais úmido em direção às

áreas com menor pluviometria e maior estacionalidade.

Esse resultado é bastante similar ao encontrado por Oliveira-Filho & Ratter

(1995), em um estudo muito mais abrangente que considera aspectos florísticos de

vários biomas brasileiros. Mais interessante ainda desse trabalho é que as análises

apontam uma diferenciação das comunidades florísticas da porção norte da Mata

Atlântica mais relacionada aos brejos de altitude, daquela mais ao sul relacionada às

matas ombrófilas mistas. Os autores discutem que aparentemente existem mais

ligações florísticas entre seções adjacentes de florestas semideciduas e ombrófilas

densa, do que diferentes setores da Mata Atlântica sensu stricto ao longo da costa

brasileira. O mesmo padrão foi encontrado para as aves da Mata Atlântica no presente

estudo, sugerindo possivelmente uma pressão evolutiva semelhante nos dois grupos

ou uma forte interação entre eles.

Oliveira-Filho & Fontes (2000) ao investigarem os gradientes de substituição de

comunidade de plantas arbóreas apenas na Mata Atlântica obtiveram como primeiro

eixo de variação um gradiente leste-oeste muito relacionado com o aumento da

distância para o oceano e a estacionalidade pluviométrica, e um segundo eixo norte-

sul mais relacionado com a média e variações de temperatura. Uma das possíveis

diferenças do trabalho de Oliveira-Filho & Fontes (2000) e o presente estudo, pode ser

a faixa latitudinal restrita no primeiro trabalho que abrangia localidades entre 14º00‟ S

a 26º30‟. Essa faixa latitudinal representaria no presente estudo a retirada da maioria

das localidades do nordeste do Brasil, com exceção de algumas localizadas na região

do litoral central da Bahia, e também algumas de mata ombrófila mista. Os autores

não discutem a razão de excluir localidades do norte e sul da Mata Atlântica das

análises, mas de fato, a Mata Atlântica no nordeste do Brasil se apresenta como uma

faixa muito estreita, não passando de 100 km de distância da borda do continente em

sua maior extensão, sendo que a transição entre as diferentes fitofisionomias é muito

„rápida‟. Por vezes, algumas localidades consideradas nas análises do presente

estudo apareciam muito próximas do limite da fitofisionomia adjacente. Além disso, a

classificação dos tipos de vegetação foi feita de forma diferente nos dois trabalhos. Em

20

Oliveira-Filho & Fontes (2000) a categorização é feita com base numa combinação de

dados sobre seu posicionamento latitudinal e duração da estação seca. Os

argumentos utilizados para classificar as fitofisionomias, assim, são derivações das

próprias variáveis analisadas, o que poderia influenciar os resultados. Os autores

argumentam, porém, que os resultados da classificação das fitofisionomias coincidiram

quase perfeitamente com aquela do IBGE (1992), que foi considerada no presente

estudo.

Já o trabalho de Azevedo & van der Berg (2007) utilizou o método de análise

de correspondência para analisar comunidades de orquídeas na cadeia do Espinhaço.

Apesar de não considerar nenhuma variável ambiental, o primeiro eixo separou as

localidades de forma coincidente com uma variação latitudinal, agrupando no lado

positivo as localidades mais setentrionais e no lado negativo as localidades mais

austrais. Apesar de a separação ser similar à do presente estudo, o fato do método

não considerar as variáveis ambientais, impede uma interpretação dos gradientes.

O trabalho de Vasconcelos (2009), o único encontrado utilizando CCA aplicada

a comunidades de aves, obteve os dois primeiros eixos bastantes parecidos com

aqueles de Oliveira-Filho & Fontes (2000). Um primeiro gradiente leste-oeste

distinguindo claramente as localidades de campos de altitude da Serra da Mantiqueira

daqueles de campos rupestres na cadeia do Espinhaço, enquanto o segundo

gradiente norte-sul separou as localidades do Espinhaço meridional das mais

setentrionais. Apesar de ser realizado em um ambiente bastante diferente, esse

trabalho encontra os mesmos dois gradientes do presente estudo.

O botânico Michael Palmer, em um site da internet dedicado a discutir os

métodos de ordenação (http://ordination.okstate.edu/), diz que modelos unimodais

falham quando a diferença primária entre localidades são causados por diferenças no

pool de espécies devido a eventos de vicariância. Dessa forma, a CCA seria eficiente

em posicionar as localidades segundo suas similaridades, mas não poderíamos

interpretar o eixo como um gradiente. A história evolutiva recente da Mata Atlântica

aponta para fases de fragmentação durante os glaciais, havendo disjunção de

diferentes regiões.

Alguns trabalhos realizados na tentativa de investigar áreas de endemismo de

aves coincidem em apontar separações de localidades do nordeste de outras no

sudeste da Mata Atlântica brasileira (Muller, 1973; Stattersfield et al., 1998 e Silva et

al., 2004). Os trabalhos diferem entre si com relação às áreas, mas todos apontam

que porções do nordeste do Brasil teriam tido uma história evolutiva diferente daquela

do sudeste. O trabalho de Carnaval & Moritz (2008) apresenta algumas evidências

21

palinológicas e filogenéticas que comprovariam a retração da Floresta Atlântica em

alguns momentos do quaternário. Os autores ainda citam que os limites dos refúgios

coincidiriam com pelo menos dois grandes rios que atravessam a Mata Atlântica

brasileira: Rio Doce e Rio São Francisco. Alguns trabalhos realizados em níveis

taxonômicos de espécies e populações já demonstraram que o Rio Doce atua como

barreira na distribuição de alguns táxons, como Gymnodactylus darwinii (Pellegrino et

al. 2005, Lepidocolaptes fuscus (Cabanne et al. 2007), bromélias (Cogliatti-Carvalho et

al. 2008), Cebus nigritus X C. robustus (Vilanova et al. 2005), Enyalius spp (Bertolotto,

2006). Dessa forma a primeira dicotomia apontada em todos os testes do presente

estudo pode estar relacionado à história evolutiva da Mata Atlântica

A análise de TWINSPAN seguiu a tendência do gradiente revelada na CCA e

separou na primeira dicotomia as localidades do nordeste daquelas do sudeste,

enquanto a segunda dicomotia separou a de florestas ombrófilas densa das

estacionais semi-deciduais (com pequenas exceções). Analisando as espécies

consideradas indicadoras na primeira dicotomia verifica-se que nos dois tratamentos

Pheugopedius genibarbis aparece como indicadora da Mata Atlântica nordestina. Essa

espécie tem distribuição ampla ocupando grande parte da Amazônia acompanhando a

costa Atlântica até as proximidades do Rio Doce (Ridgely & Tudor, 1989). P.

genibarbis apresenta duas formas com ocorrência no Brasil: P. genibarbis genibarbis

com ocorrência do Maranhão até o Espírito Santo e P. genibarbis intercedens com

distribuição mais interiorana em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Dessa forma, P.

genibarbis genibarbis pode ser utilizada como indicadora da Mata atlântica

setentrional.

As outras espécies apontadas como indicadoras para a Mata Atlântica do

nordeste na análise, considerando todas as espécies e somente florestais, apresentam

distribuição ampla cobrindo a região Amazônica e alcançando a costa Atlântica, quase

sempre não ultrapassando os limites do Rio Doce (Ridgely & Tudor 1989, 2004).

Na análise com todas as espécies, duas foram consideradas indicadoras da

porção sul Trichothraupis melanops e Tachyphonus coronatus. T. melanops tem

distribuição ampla ao longo da porção central da América do Sul e localmente nos

Andes (Ridgely & Tudor, 1989). Apesar da ampla distribuição, apresenta hábito

florestal e é encontrada na maioria das vezes no interior dos fragmentos (Ridgely &

Tudor, 1989). Já Tachyphonus coronatus é considerada endêmica da Mata Atlântica e

restrita a porção sul do bioma (Brooks et al., 1999, Stotz et al., 1996). Dessa forma,

considerando a distribuição e os hábitos, as espécies indicadoras da porção sul da

22

Mata Atlântica fizeram mais sentido que as da porção nordeste. Considerando apenas

as espécies florestais, apenas Schiffornis virescens foi considerada indicadora.

Considerando agora a porção sul da Mata Atlântica como uma unidade distinta,

obteve-se uma boa separação das localidades ombrófilas densas das estacionais

semi-deciduais. No entanto, todas as espécies consideradas indicadoras das áreas

estacionais são espécies de ampla distribuição e com hábitos generalistas. Além

disso, Ammodramus humeralis ocupa habitats campestres (Sick, 1997; Ridgely &

Tudor, 1989) e é possivelmente uma espécie oportunista, colonizando ambientes

alterados após o desmatamento (Lopes, 2006). Novamente, os resultados foram muito

mais plausíveis na indicação das espécies indicadoras do lado negativo da CCA.

Todas as espécies estão relacionadas à ambientes mais úmidos e, com exceção de

Chamaeza campanisona, todas as outras são endêmicas da Mata Atlântica (Stotz et

al. 1996, Brooks et al. 1999, Ridgely & Tudor 1994). Esse resultado concorda

altamente com o proposto por Stotz et al. (1996), que cita três das quatro espécies

como indicadoras do que eles chamam Florestas úmidas de folhas largas, Baixo-

montana (Humid broadleaf forest, Lower Montane), cuja definição é bastante

semelhante à definição da mata ombrófila densa de Veloso et al., (1991) e IBGE

(1992).

Conclusão

O padrão geral de distinção das comunidades de aves da Mata Atlântica

brasileira é congruente com os outros já observados para outros grupos e outras

localidades. Ainda que os gradientes se alternem, aparentemente as mesmas

variáveis parecem contribuir para a diferenciação das comunidades dos diferentes

grupos de organismos. A diferença observada entre as análises realizadas com aves e

aquela realizada com plantas arbóreas pode ser devido a metodologias diferentes nos

trabalhos.

Os resultados mostraram que as comunidades de aves na Mata Atlântica do

nordeste são distintas daquelas do sul. Essa diferença pode ter sido ocasionada por

uma „quebra‟ do gradiente, causada por fatores históricos e evolutivos diferentes das

duas regiões. Com relação ao grupo das comunidades mais austrais, apesar dos

baixos valores de substituição, todos os teste apontaram com nitidez que as

comunidades de aves de regiões ombrófilas densa são distintas das estacionais semi-

deciduais. As comunidades de ombrófila mista foram as mais distintas, com separação

nítida ainda no primeiro eixo.

23

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TABELA 1: Registros reavaliados e justificativas com base na literatura para reconsideração. Os códigos das localidades citados na tabela correspondem às localidades citadas na Tabela 2.

Registro Modificação Localidades Justificativa Referência(s)

Ortalis motmot Ortalis gutatta crs06 O. motmot e O. gutatta já foram consideradas conspecíficas, mas atualmente O. motmot tem distribuição restrita à região Amazônica

Del Hoyo et al. (1994)

Pachyptila vittata Excluída drj14 Delimitações de gêneros em Pachyptila são controversos, sendo que alguns consideram P. belcheri e P. vittata como conspecíficos. P. vittata ocorre nas costas africanas e nas ilhas da Oceania.

Penhallurick & Wink (2004); Del Hoyo et al. (1994)

Micrastur gilvicollis Micrastur ruficollis des07, dpe08, dpe09 Foram considerados conspecíficos até recentemente, mas dados de morfologia e comportamento justificaram o reconhecimento de duas unidades taxonômicas distintas.

Del hoyo et al. (1994)

Aratinga solstitialis Aratinga auricapilla mpr03 Várias considerações já foram feitas sobre o complexo A. solstitialis (ver em Silveira et al. 2005), mas a forma que ocupa a porção centro-litorânea do Brasil é reconhecida como distinta.

Silveira et al. (2005)

Amazilia brevirostris Amazilia versicolor dp21, dsp23 O nome A. brevirostris já foi usado em referência a A. versicolor, em função de uma confusão com a localidade tipo.

Del Hoyo et al. (1999)

Notharchus macrorhynchus

Notharchus swainsoni des07, dpr12, mpr06, dsc17, spr17, dsp21

N. macrorhynchus e N. swainsoni já foram consideradas conspecíficas, mas atualmente se reconhece a forma atlântica como uma espécie distinta.

Del Hoyo et al. (2002); Alvarenga et al. (2002)

Hylopezus ochroleucus

Hylopezus nattereri cpr03, cpr04, cpr05, mpr09, spr17

H. nattereri era considerada uma subespécie de H. ochroleucus, mas seu status como espécie foi reconhecido.

Whitney et al. (1995)

Dendrocincla fuliginosa

Dendrocincla turdina dpr12, dsp23, mpr04, mpr05, mpr06,

Eventualmente tratados como conspecíficos, são consideradas espécies distintas por Del Hoyo et al. (2003), sendo D. fuliginosa restrita a Amazônia e litoral norte da Mata Atlântica.

Del Hoyo et al. (2003)

Tijuca atra Excluído dsc16 Fora dos limites conhecidos de ocorrência da Ridgely e Tudor (1989);

39

espécie. Del Hoyo (2004)

Dolospingus fringiloides

Excluído smg08 Espécie de distribuição restrita à região Amazônica. Ridgely e Tudor (1989)

Tangara velia Tangara cyanomelaena

dba01, dba02, dpe08, dpe10, dpe11

T. velia e T. cyanomelaena era consideradas uma espécie, mas diferenças de plumagem subsidiaram a separação da forma Atlântica das formas Amazônicas.

Assis et al. (2009)

Phaeothlypis fulvicauda

Phaeothlypis rivularis smg08 P. fulvicauda e P. rivularis foram consideradas conspecíficos por muitos autores, mas aceita-se que sejam espécies distintas, sendo a primeira restrita a Amazônia e Andes.

Ridgely & Tudor (1989)

Sturnella militaris Sturnella superciliaris smg03, sse22 Apesar de haver evidências de conspecificidade das duas espécies, ainda não houve uma definição por parte do SACC.

Ridgley & Tudor (1989)

Agelasticus thilius Excluído cpr04 Fora dos limites conhecidos de ocorrência da espécie.

Ridgely & Tudor (1989)

40

TABELA 2: Lista das localidades consideradas no presente estudo e respectivos valores para variáveis geográficas e climáticas. Legenda: Lat=Latitude, Long=Longitude, Altit=Altitude, DO=Distância do oceano, T.= Temperatura, D.T.= Diferença de Temperatura, Pluv.=Pluviosidade, R.C.=Razão de distribuição de chuvas.

Sigla Local Municípios UF Lat. Long. Altit. DO T. D.T. Pluv R.C. Referência

cmg01 Itumirim Itumirim MG -21,295 -44,820 951 203 196 182 1563 14,873 Lombardi et al. 2007

cmg02 São João del Rey São João del Rey

MG -21,263 -44,276 1039 202 193 184 1533 14,906 Lombardi et al. 2007

cpr03 Fazenda Santa Rita Palmeira PR -25,38 -49,84 961 154 168 194 1520 1,898 Anjos & Graf, 1993; Anjos & Schuchmann, 1997

cpr04 Varanal Telemaco Borba

PR -24,417 -50,583 727 284 186 211 1380 1,808 Anjos e Schuchmann, 1997; Anjos et al. 1997

cpr05 Imbauzinho e Parque Ecológico Klabin

Telemaco Borba

PR -24,25 -50,667 695 304 187 212 1402 1,782 Anjos e Schuchmann, 1997; Anjos et al. 1997

crs06 Estação 3 Terra de Areia RS -29,375 -50,192 347 41 176 165 1664 1,141 Bencke e Kindel, 1999

csp07 Mata de Santa Genebra Campinas SP -22,817 -47,1 609 162 197 184 1311 6,245 Aleixo e Vielliard, 1995

dba01 Serra do Javi Arataca BA -15,175 -39,325 398 36 223 112 1267 1,496 Silveira et al., 2005

dba02 Serra das Lontras Arataca BA -15,192 -39,392 592 44 212 114 1227 1,540 Silveira et al., 2005

dba03 Ilha Bimbarras Madre de Deus BA -12,792 -38,642 11 1 250 109 1876 3,034 Freitas, 2008

dba04 Ilha Itaparica Itaparica BA -12,992 -38,658 15 2 251 103 1854 2,878 Freitas, 2008

dba05 Rebio UNA, Ecoparque UNA e Olivença

Una e Ilhéus BA -15,192 -39,108 77 13 241 109 1546 1,259 Laps, 2006

dba06 Urucuca Ilhéus BA -14,525 -39,158 165 14 238 99 1797 1,486 Laps, 2006

des07 Estação Biológica de Santa Lúcia

Santa Teresa ES -19,958 -40,542 769 41 204 155 1303 3,926 Simon, 2000

dpe08 Reserva Ecológica de Gurjaú Cabo de Santo Agosthoin

PE -8,242 -35,058 80 13 247 92 1661 5,422 Lyra-Neves et al., 2004; Telino-Junior et al., 2005

dpe09 Reserva Ecológica Charles Darwin

Igarassu PE -7,808 -34,942 60 10 251 110 1886 6,719 Magalhães et al., 2007

41

dpe10 APA Guadalupe Rio Formoso PE -8,675 -35,125 56 4 241 89 1933 5,711 Rodrigues et al., 2007

dpe11 Usina São José Igarassu PE -7,758 -34,992 82 17 249 116 1763 6,468 Farias et al. 2007

dpr12 Porto de Cima Morretes PR -25,475 -48,875 488 53 192 180 1868 2,790 Straube, 2003

dpr13 Reserva Natural Salto Morato Guaraqueçaba PR -25,167 -48,25 123 25 217 169 2237 3,154 Straube e Filho, 2005

drj14 Parque Estadual da Ilha Grande Angra dos Reis RJ -23,167 -44,258 59 16 234 154 1627 3,617 Alves e Vecchi, 2009

dsc15 PCH Arrozeira Meyer Rio dos Cedros SC -26,708 -49,275 198 67 200 181 1565 1,808 Azevedo, 2006

dsc16 Parque Ecológico Artex Blumenau SC -27,058 -49,092 502 54 180 180 1652 1,843 Zimmermann, 1995

dsc17 Parque estadual da Serra do Tabuleiro

Santo Amaro da Imperatriz

SC -27,739 -48,774 230 12 188 158 1561 2,311 Albuquerque e Bruggemann, 1996

dsp18 RPPN Rio dos Pilões e Serra de Itaberaba

Santa Isabel SP -23,283 -46,283 713 63 184 168 1329 6,360 Gussoni e Campos, 2004; Longo, 2007

dsp19 Reserva Floresta de Morro Grande

Cotia SP -23,717 -46,967 952 59 167 168 1774 4,087 Develey e Martensen, 2006

dsp20 Parque estadual da Serra do Mar - Núcleo Cubatão

Cubatão SP -23,892 -46,483 223 14 205 147 2826 3,256 Agnello, 2007

dsp21 Parque Estadual Intervales - Base Saibadela

Sete Barras SP -24,233 -48,067 144 85 216 185 1602 3,388 Aleixo, 1999

dsp22 Reserva do Paranapiaçaba Santo André SP -23,783 -46,317 806 22 166 159 2849 2,768 Silveira, 2009

dsp23 Ilha Ilhabela Ilhabela SP -23,842 -45,342 612 0 186 158 2299 3,087 Olmos, 1996

dsp24 Itanhaém/ Mongaguá Itanhaém/ Mongaguá

SP -24,108 -46,758 34 7 226 151 2230 3,325 Lima, 2010

mmg01 Serra do Juncal Gonçalves/ Camanducaia

MG -22,717 -45,925 1732 128 134 177 1921 6,420 Vasconcelos e D´ângelo Neto, 2009

mpr02 Fazenda Iguaçú Mangueirinha PR -25,925 -52,175 862 400 169 216 1893 1,241 Straube et al, 1988

mpr03 Solais Cel Domingos Soares

PR -26,042 -51,975 865 360 172 212 1812 1,255 Straube et al, 1988

mpr04 Mananciais da Serra Piraquara PR -25,525 -48,975 1088 61 158 175 1825 2,172 Straube, 2003

42

mpr05 Corvo Quatro Barras PR -25,325 -48,916 821 68 177 178 1743 2,347 Straube, 2003

mpr06 Estação Ferroviária Marumbi Morretes PR -25,458 -48,950 749 62 180 179 1780 2,487 Straube, 2003

mpr07 Fazenda Barra Mansa Arapoti PR -24,092 -49,825 808 242 185 208 1298 2,552 Straube, 2008

mpr08 Parque Estadual Caxambu Castro PR -24,667 -50 1057 214 167 199 1522 1,868 Anjos e Schuchmann, 1997; Anjos et al. 1997

mpr09 Rio Azul e Mallet Rio Azul e Mallet

PR -25,832 -50,817 850 248 169 208 1551 1,542 Anjos e Schuchmann, 1997; Anjos et al. 1997

msc10 Luzerna Luzerna SC -27,125 -51,458 711 367 172 211 1821 1,307 Favretto e Geuster, 2007

msc11 Joaçaba Joaçaba SC -27,175 -51,575 714 330 173 210 1807 1,343 Favretto e Geuster, 2007

msc12 Floresta Nacional Três Barras Três Barras SC -26,217 -50,283 803 188 169 217 1432 1,555 Correia et al.,2008

sba01 Fazenda Jequitibá Elísio Medrado BA -12,874 -39,473 525 72 211 107 933 1,739 Freitas e Moraes, 2009

sba02 Fazenda Palmeira Itapebi BA -15,958 -39,625 219 76 235 126 1014 1,851 Freitas et al., 2007

smg03 EPDA Peti São Gonçalo do Rio Abaixo

MG -19,883 -43,35 768 310 205 182 1390 22,765 Faria et al., 2006

smg04 Parque estadual do Ibitipoca e adjacências

Lima Duarte/ Sta Rita de Ibiti.

MG -21,703 -43,889 1147 145 180 168 1583 12,338 Pacheco et al., 2008

smg05 Mata Samuel de Paula Nova Lima MG -20,058 -43,875 1017 354 196 187 1457 22,972 Ferreira et al., 2009

smg06 Parque Estadual da Serra do Brigadeiro

Araponga MG -20,672 -42,439 1338 180 164 184 1492 8,110 Simon et al., 1999

smg07 Rio Novo e Goianá Rio Novo/ Goianá

MG -21,511 -43,170 415 141 222 193 1459 12,712 Ribon et al., 2004

smg08 Parque Estadual do Rio Doce Marliéria MG -19,770 -42,614 286 243 234 187 1140 15,317 Machado, 1995

smg09 Estação Biológica de Caratinga Caratinga MG -19,733 -41,817 464 178 225 188 1192 10,712 Machado, 1995

smg10 Lavras Lavras MG -21,258 -45,025 923 217 199 184 1466 14,358 Lombardi et al. 2007

smg11 Bom Sucesso Bom Sucesso MG -21,024 -44,785 903 235 197 179 1745 16,228 Lombardi et al. 2007

43

smg12 Ijaci Ijaci MG -21,185 -44,932 882 220 201 181 1527 15,057 Lombardi et al. 2007

smg13 Perdões Perdões MG -21,081 -45,055 938 235 198 182 1530 15,192 Lombardi et al. 2007

sms14 Naviraí Naviraí MS -23,058 -54,192 361 716 192 223 1518 2,629 Faxina e Schlemmermeyer, 2010

spe15 Bonito Bonito PE -8,475 -35,725 507 76 216 118 1127 6,202 Farias et al., 2009

spr16 Campus UE Londrina Londrina PR -23,325 -51,192 585 416 210 191 1455 3,098 Lopes e Anjos, 2006, Gimenes e Anjos, 2000

spr17 Parque Estadual Mata dos Godoy

Londrina PR -23,458 -51,258 570 423 210 191 1428 3,153 Anjos e Schuchmann, 1997, Anjos et al., 1997, Anjos, 2001, Anjos et al., 2007

spr18 Parques municipais de Maringá Maringá PR -23,364 -51,989 512 483 183 193 1281 2,519 Krugel e Anjos, 2000

spr19 Parque estadual Mata São Francisco e outros

Santa Mariana PR -23,150 -50,575 527 378 209 194 1245 2,893 Bornschein e Reinert, 2000

spr20 Londrina Londrina PR -23,258 -51,175 606 414 203 191 1499 2,668 Anjos e Schuchmann, 1997; Anjos et al. 1997

spr21 São Pedro do Ivaí São Pedro do Ivaí

PR -23,857 -51,878 354 442 208 203 1474 2,194 Straube e Filho, 2005

sse22 Mata do Crasto Santa Luzia do Itanhy

SE -11,375 -37,425 10 12 253 124 1650 3,973 Sousa, 2009

ssp23 Fazenda Rio das Pedras II Angatuba SP -23,383 -48,6 648 204 201 189 1227 4,645 Donatelli et al, 2007

ssp24 Estação Ecológica dos Catetus Gália / Alvinlândia

SP -22,4 -49,7 634 373 202 197 1298 4,879 Donatelli e Ferreira, 2009

44

TABELA 3: Resultado da CCA para a ordenação das 67 localidades e 797 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira.

Axes 1 2 3 4

Eigenvalues 0.292 0.143 0.100 0.068

Species-environment correlations : 0.989 0.917 0.940 0.896

Cumulative percentage variance

of species data 10.9 16.2 19.9 22.5

of species-environment relation: 39.6 59.1 72.8 82.0

TABELA 4: Correlação dos três primeiros eixos de ordenação da CCA com as variáveis geográficas e climáticas das 67 localidades e 797 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira.

Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3

Latitude 0.9595 0.1228 -0.0152

Longitude 0.8766 0.0159 -0.3459

Altitude -0.5985 0.4071 -0.1376

Temperatura 0.8343 -0.0453 -0.0741

Dif.Temperatura -0.8440 0.3261 0.2236

Pluviosidade -0.1253 -0.3890 0.0101

Raz.Chuva 0.0311 0.7472 -0.4297

TABELA 5: Matriz de correlação das variáveis geográficas e climáticas utilizadas na CCA com 67 localidades e 797 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira.

Lat. Long. Alt. Temp. Di.Te. Pluvio. Raz. chuva

Latitude 1.0000

Longitude 0.9143 1.0000

Altitude -0.4033 -0.3513 1.0000

Temperatura 0.7264 0.6706 -0.8300 1.0000

Dif.Temperatura -0.8121 -0.8572 0.5528 -0.6709 1.0000

Pluviosidade -0.1413 -0.0607 -0.1438 -0.0727 -0.1394 1.0000

Raz.Chuva 0.1372 0.2410 0.3130 0.0575 0.1346 -0.1637 1.0000

45

TABELA 6: Resultado da CCA para a ordenação das 67 localidades e 319 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira.

Axes 1 2 3 4

Eigenvalues 0.401 0.173 0.115 0.076

Species-environment correlations : 0.987 0.889 0.859 0.882

Cumulative percentage variance

of species data 13.6 19.4 23.3 25.9

of species-environment relation: 44.1 63.1 75.7 84.0

TABELA 7: Correlação dos três primeiros eixos de ordenação da CCA com as variáveis geográficas e climáticas das 67 localidades e 319 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira.

Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3

Latitude 0.9337 0.2058 -0.0413

Longitude 0.8710 0.0887 -0.2524

Altitude -0.5777 0.3343 -0.0389

Temperatura 0.8004 -0.0079 -0.1978

Dif.Temperatura -0.8511 0.2522 0.1475

Pluviosidade -0.1354 -0.2294 0.1991

Raz.Chuva -0.0119 0.7511 -0.3865

TABELA 8: Matriz de correlação das variáveis geográficas e climáticas utilizadas na CCA com 67 localidades e 319 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira.

Lat. Long. Alt. Dist.Oce. Temp. Dif.Temp. Pluvio.

Latitude 1.0000

Longitude 0.9153 1.0000

Altitude -0.3152 -0.2954 1.0000

Temperatura 0.6898 0.6350 -0.8177 1.0000

Dif.Temperatura -0.7769 -0.8400 0.5139 -0.6265 1.0000

Pluviosidade -0.2106 -0.1138 -0.1418 -0.1215 -0.1226 1.0000

Raz.Chuva 0.1758 0.2520 0.2796 0.0829 0.1326 -0.1662 1.0000

46

FIGURA 1: Mapa das localidades utilizadas no presente estudo.

Legenda: Cores: Verde escuro = Floresta Ombrófila Densa; Verde-claro =

Floresta Ombrófila Mista; Marrom = Floresta Estacional semi-decidual;

Laranja-claro = Contato.

Símbolos: Quadrados vermelhos = localidades Ombrófila Densa; Círculos

azuis = localidades de Ombrófila Mista; Triângulos amarelos = localidades

Estacionais Semi-deciduais; Estrelas roxas = localidades de contato.

Em detalhe as siglas das localidades.

47

FIGURA 2: Análise de classificação mostrando a similaridade de sessenta e sete comunidades de aves da Mata Atlântica, baseado nos dados de ocorrência das 797 espécies de aves.

48

FIGURA 3: Biplot dos eixos 1 e 2 da Análise de Correspondência Canônica mostrando a ordenação das sessenta e sete localidades de Mata Altântica com base na ocorrência de 797 espécies de aves. Legenda: Círculos lilás = Floresta Ombrófila Densa; Círculos verdes = Floresta Estacional Semi-decidual; Círculos amarelos = Floresta Ombrófila Mista; Círculos azuis = Áreas de contato; Vetores vermelhos: Lat=Latitude, Long=Longitude, Altit=Altitude, Dist. Oce.=Distância do oceano, Temp. Temperatura, Dif. Temp. Diferença de Temperatura, Pluv.=Pluviosidade, Raz.Chu.=Razão de distribuição de chuvas

49

FIGURA 4: Dendrograma ilustrativo da Análise de TWINSPAN para sessenta e sete localidades e 797 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira. Os códigos se referem as localidades relatadas na Tabela 2. Em negrito aparecem as espécies consideradas indicadoras pela análise para cada grupo de localidades e em vermelho as localidades consideradas borderlines pela análise.

50

FIGURA 5: Análise de classificação mostrando a similaridade de sessenta e sete comunidades de aves da Mata Atlântica, baseado nos dados de ocorrência das 319 espécies de aves florestais.

51

FIGURA 6: Biplot dos eixos 1 e 2 da Análise de Correspondência Canônica mostrando a ordenação das sessenta e sete localidades de Mata Altântica com base na ocorrência de 319 espécies de aves florestais. Legenda: Círculos lilás = Floresta Ombrófila Densa; Círculos verdes= Floresta Estacional Semi-decidual; Círculos amarelos = Floresta Ombrófila Mista; Círculos azuis = Áreas de contato; Vetores vermelhos: Lat=Latitude, Long=Longitude, Altit=Altitude, Dist. Oce.=Distância do oceano, Temp. Temperatura, Dif. Temp. Diferença de Temperatura, Pluv.=Pluviosidade, Raz.Chu.=Razão de distribuição de chuvas

52

FIGURA 7: Dendrograma ilustrativo da Análise de TWINSPAN para sessenta e sete localidades e 587 espécies de aves na Mata Atlântica brasileira. Os códigos se referem as localidades relatadas na Tabela 2. Em negrito aparecem as espécies consideradas indicadoras pela análise para cada grupo de localidades e em vermelho as localidades consideradas borderlines pela análise.

53

FIGURA 8: Mapa dos registros de S. maximus.

Os pontos refletem as localidades de registro consideradas no

presente estudo. A área hachurada corresponde aos limites

conhecidos de distribuição da espécie.

FIGURA 9: Mapa dos registros de T. coronatus.

Os pontos refletem as localidades de registro consideradas no

presente estudo. A área hachurada corresponde aos limites

conhecidos de distribuição da espécie.

54

FIGURA 10: Mapa dos registros de T. melanopis.

Os pontos refletem as localidades de registro consideradas no

presente estudo. A área hachurada corresponde aos limites

conhecidos de distribuição da espécie.

FIGURA 11: Mapa dos registros de A. leucophthalma.

Os pontos refletem as localidades de registro consideradas no

presente estudo. A área hachurada corresponde aos limites

conhecidos de distribuição da espécie.

55

FIGURA 12: Mapa dos registros de C. campanisona.

Os pontos refletem as localidades de registro consideradas no

presente estudo. A área hachurada corresponde aos limites

conhecidos de distribuição da espécie.

FIGURA 13: Mapa dos registros de O. capueira.

Os pontos refletem as localidades de registro consideradas no

presente estudo. A área hachurada corresponde aos limites

conhecidos de distribuição da espécie.