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UNIVERSIDADE PAULISTA
ANÁLISE DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
DE SÃO RAIMUNDO NONATO - PIAUÍ DA COMPANHIA
DE SANEAMENTO BÁSICO SOB O FOCO DO
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista – UNIP, para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção.
JORGE LUIZ DE MACÊDO
São Paulo
2016
UNIVERSIDADE PAULISTA
ANÁLISE DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
DE SÃO RAIMUNDO NONATO - PIAUÍ DA COMPANHIA
DE SANEAMENTO BÁSICO SOB O FOCO DO
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista – UNIP, para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Dr. José Benedito Sacomano. Área de Concentração: Gestão de Sistema de Operação. Linha de Pesquisa: Redes de Empresas e Planejamento da Produção. Projeto de Pesquisa: O planejamento e controle da produção em redes de empresas.
JORGE LUIZ DE MACÊDO
São Paulo
2016
Macedo, Jorge Luiz de. Análise do sistema de abastecimento de água de São Raimundo Nonato – Piauí da companhia de saneamento básico sob o foco do planejamento e controle da produção / Jorge Luiz de Macedo. - 2016. 84 f. : il. color. + DVD.
Dissertação de Mestrado Apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista, São Paulo, 2016. Área de concentração: Gestão de Sistemas de Operação. Orientador: Prof. Dr. José Benedito Sacomano.
1. Planejamento. 2. Controle. 3. Produção. 4. Água. 5. Qualidade. I. Sacomano, José Benedito (orientador). II. Título.
JORGE LUIZ DE MACÊDO
ANÁLISE DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
DE SÃO RAIMUNDO NONATO - PIAUÍ DA COMPANHIA
DE SANEAMENTO BÁSICO SOB O FOCO DO
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista – UNIP, para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção.
Aprovado em: ____/____/______
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________ Prof. Dr. João Gilberto Mendes Reis
Universidade Paulista - UNIP
_______________________________________________________________ Prof. Dr. José Benedito Sacomano -Orientador
Universidade Paulista - UNIP
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Sérgio Luiz Kyrillos Instituto Federal de São Paulo - IFSP
Dedico aos meus pais, Inácio e Francisca (In memoriam), que contribuíram de forma direta na minha educação e formação. Sempre presentes nos momentos importantes de minha vida, tenho absoluta certeza de que compartilham esta alegria, mais um desafio enfrentado. Dedico especialmente aos meus irmãos, que tornaram possível a minha formação, com conselhos, sugestões e materialmente. À minha esposa Lucileila, que me incentivou e sempre esteve presente em cada momento da minha vida e aos meus filhos, Luiz Miguel e Luiz Heliel, frutos de uma nova esperança de futuro melhor e promissor.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, pela oportunidade de vida saudável, com
sabedoria para enfrentar os problemas encontrados e sempre me mostrando o
melhor caminho a ser percorrido.
Ao meu ilustre orientador e professor Dr. José Benedito Sacomano, por sua
orientação e persistência na elaboração desse trabalho. Professor com ideias,
perspectivas objetivas e norteadas sob o ponto de vista acadêmico e experiência
profissional de grande valor na área da engenharia de produção, com foco na
manufatura, planejamento e controle da produção.
A todos os meus colegas de pós-graduação, que com suas presenças e
colaborações nas trocas de experiências científicas e profissionais, ajudaram
bastante nesse objetivo final.
A todo o corpo docente do Programa de Mestrado em Engenharia de
Produção da UNIP.
À Universidade Paulista - UNIP, pela sua estrutura acadêmica, que nos
ofereceu uma contribuição científica sólida e segura para enfrentar os desafios
futuros.
"Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes
coisas do homem foram conquistadas do que
parecia impossível."
(Charles Chaplin)
RESUMO
O planejamento e controle da produção de um sistema de abastecimento de água são complexos. Deve-se levar em consideração princípios e definições específicas de manufatura, tomada de decisões, riscos, interação e integração dos processos existentes. No presente trabalho analisou-se soluções para o sistema de abastecimento de água de São Raimundo Nonato - Piauí, com visão holística, ao considerar aspectos relevantes em um contexto de planejamento e controle de produção, para produzir água com qualidade e em quantidade necessária para a população do município. Metodologicamente, realizou-se um estudo de caso por meio de pesquisa-ação e outras ferramentas: questionários, entrevistas, levantamento de dados, revisão bibliográfica, coleta de amostras e análise em laboratório. Foram estudados dois sistemas independentes, nos quais analisou-se a qualidade da água, os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos, manutenção, tipos de reservação, serviços operacionais e qualidade de equipamentos. De acordo com os resultados encontrados, concluiu-se que o sistema de abastecimento de água da cidade ainda necessita de relevantes melhorias a serem realizadas para garantir sua continuidade e contribuir de forma consistente para a melhoria da saúde pública da população.
Palavras-chave: Planejamento. Controle. Produção. Água. Qualidade.
ABSTRACT
The Planning and control of the production of a water supply system is complex. It is necessary to take into account principles and specific definitions of manufacture, decision-making, risks, interaction and integration of existing processes. In this work, it was analyzed solutions for the water supply system of São Raimundo Nonato - Piauí, with a holistic view, considering relevant aspects in a context of planning and production control to produce quality water and in necessary quantity for the county population. Methodologically, it was accomplished a case study through an action research and questionnaires, interviews, bibliographic review, sample collection and laboratory analysis were used for data collection. Two independent systems were studied, in which water quality, the physicochemical and bacteriological parameters, maintenance, types of reservoir, operational services and equipment quality were analyzed. According to the results, it was concluded that the water supply system of the city still needs significant improvements to be carried out to safeguard its continuity and contributes consistently to the progress of the population public health. Keywords: Planning. Control. Production. Water. Quality.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Distribuição de água no mundo ................................................................ 13
Figura 2 – Utilização de água no Brasil ..................................................................... 13
Figura 3 – Insuficiência de água no mundo ............................................................... 14
Figura 4 – Localização de São Raimundo Nonato - Piauí ......................................... 16
Figura 5 – Comparação: Indústria / Sistema de abastecimento de água .................. 23
Figura 6 – Sistema Serra Branca .............................................................................. 36
Figura 7 – Sequência de tratamento de água no sistema Serra Branca ................... 38
Figura 8 – Montagem de conjunto motobomba em poço do sistema Serra Branca .. 40
Figura 9 – Montagem de conjunto motobomba em poço do sistema Serra Branca .. 40
Figura 10 – Montagem de conjunto motobomba em poço do sistema Serra Branca 41
Figura 11 – Poço, casa de bomba e cavalete para retirar conjunto motobomba ...... 41
Figura 12 – Teste de vazão em poço do sistema Serra Branca ................................ 42
Figura 13 – Local de captação de água bruta – Açude Petrônio Portela .................. 43
Figura 14 – Cidades do Sistema adutor do Garrincho .............................................. 44
Figura 15 – Cidades, reservatórios e elevatórias do Sistema adutor Garrincho........ 44
Figura 16 – Sistema adutor Garrincho ...................................................................... 45
Figura 17 – Estação de tratamento – sistema adutor Garrincho ............................... 47
Figura 18 – Reservatórios apoiado sistema adutor do Garrincho ............................. 48
Figura 19 – Reservatório elevado sistema adutor do Garrincho ............................... 49
Figura 20 – Sequência de tratamento de água ETA Garrincho ................................. 49
Figura 21 – Gráfico de localização para instalação de medidores de pressão ......... 50
Figura 22 – Aplicação de software para medição de pressão em tubulação ............ 51
Figura 23 – Instalação de medidores de pressão em tubulação ............................... 52
Figura 24 – Placa de identificação da tubulação adutora do Garrincho .................... 52
Figura 25 – Gráficos com resultados de análise de água do sistema Serra Branca . 54
Figura 26 – Serviço de limpeza da adutora com pollypig .......................................... 54
Figura 27 – Serviços de limpeza da adutora Serra Branca com pollypig .................. 55
Figura 28 – Pollypig utilizado para limpeza da adutora Serra Branca ....................... 56
Figura 29 – Início da limpeza da adutora Serra Branca ............................................ 56
Figura 30 – Ponto intermediário de limpeza da adutora Serra Branca ...................... 57
Figura 31 – Final da limpeza da tubulação com pollypig ........................................... 57
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Custos com manutenção anual do sistema Serra Branca ....................... 39
Tabela 2 – Características dos poços - sistema Serra Branca .................................. 39
Tabela 3 – Número de ligações no sistema Serra Branca ........................................ 40
Tabela 4 – Dados dos trechos do sistema adutor Garrincho..................................... 45
Tabela 5 – Características técnicas das tubulações - sistema adutor Garrincho ...... 46
Tabela 6 – Estações elevatórias - sistema adutor Garrincho .................................... 46
Tabela 7 – Reservatórios apoiados (RAP) / elevados (REL) .................................... 48
Tabela 8 – Relação dos vazamentos na adutora Garrincho trechos E1 e E2 ........... 58
Tabela 9 – Pressão / Vazão das bombas de recalque trechos E1 e E2 .................... 58
Tabela 10 – Quantidade de vazamentos apresentados no trecho E1-E2 ................. 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABES
ANA
ABRAMAN
CBM
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária.
Agência Nacional das Águas.
Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos.
Manutenção Baseada na Condição.
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente.
EE Estação Elevatória.
ETA Estação de Tratamento de Água.
FUMDHAM Fundação Museu do Homem Americano.
FUNASA Fundação Nacional de Saúde.
IBGE
INTERTECH
ISO
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Conferência Internacional sobre Engenharia e Tecnologia.
Organização Internacional para a Padronização
OMS Organização Mundial da Saúde.
OPS Organização Pan-Americana da Saúde.
PCM Planejamento e Controle da Manutenção.
PCP
PIB
Planejamento e Controle da Produção.
Produto Interno Bruto.
PRFV Polietileno Revestido de Fibra de Vidro.
RAP
REL
Reservatório Apoiado.
Reservatório Elevado
SEMAR Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais.
UNESCO
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e
Cultura.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 17
1.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 17
1.3 Justificativa ..................................................................................................... 17
1.4 O problema ..................................................................................................... 18
1.5 Estrutura do trabalho ...................................................................................... 19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................. 20
2.1 Manufatura ..................................................................................................... 20
2.1.1 Planejamento e controle da produção .................................................. 22
2.1.1.1 Qualidade ................................................................................ 23
2.1.1.1.1 Manutenção ............................................................ 25
2.2 Riscos ............................................................................................................. 29
2.2.1 Sistemas de abastecimento de água ................................................... 30
2.2.1.1 Manancial ................................................................................ 30
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 34
3.1 Estudo de caso ............................................................................................... 34
3.1.1 A Empresa ........................................................................................... 34
3.1.1.1 A estrutura do sistema Serra Branca ....................................... 36
3.1.1.1.1 O problema ............................................................. 37
3.1.1.1.2 A melhoria realizada ............................................... 37
3.1.1.2 Estrutura do sistema adutor Garrincho .................................... 42
4 RESULTADOS ENCONTRADOS ........................................................................ 53
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 61
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63
ANEXOS ................................................................................................................... 66
12
1 INTRODUÇÃO
A água é um importante recurso natural necessário para a sobrevivência de
todos os ecossistemas e tipos de vida na Terra e é nesse contexto que essa
pesquisa aborda o tema focado nos princípios de planejamento e controle da
produção de água do sistema de abastecimento público da cidade de São Raimundo
Nonato - Piauí.
Tendo em vista o grande aumento na produção industrial e do constante uso
da natureza como fonte de matéria-prima, se faz importante destacar a utilização de
métodos de produção voltados para a manutenção dos recursos naturais por meio
dos princípios da sustentabilidade, com foco nas questões ambientais, sociais,
econômicas e de acessibilidade, principalmente para atender aos anseios e
objetivos da população mundial.
A escassez de água no mundo preocupa todas as nações industrializadas ou
não, que estão preocupadas em minimizar esse problema, que se torna um
agravante no convívio social. Entre as dez bacias hidrográficas mais densamente
povoadas do mundo, grupo que compreende os arredores de rios como o indiano
Ganges e o chinês Yang-Tsé, cinco já são exploradas acima dos níveis
considerados sustentáveis e estão em posição de estresse hídrico, ou seja, uma
situação preocupante e que terá impacto nas decisões de investimento e nos custos
operacionais das empresas que exploram esses mananciais, o que afetará a
competitividade das regiões.
Para manter e preservar os mananciais existentes no mundo, faz-se
necessária a união das nações mais desenvolvidas para conservá-los e transformar
uma parte desses mananciais em água de qualidade para o consumo humano,
conforme os parâmetros exigidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (IBGE,
2015). A figura 1 mostra os percentuais de distribuição de água no mundo.
13
Figura 1 – Distribuição de água no mundo
Fonte: Brasil Escola (2016).
O Brasil está passando por um problema sério de falta de água potável para
abastecimento da população nas grandes cidades, o que tradicionalmente sempre
foi um problema da Região Nordeste, porém nunca havia atingido de maneira severa
a Região Sudeste como acontece atualmente. Os Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais têm enfrentado problemas com a estiagem (IBGE, 2015).
A ampliação e o fortalecimento da infraestrutura hídrica, além da aplicação de
conceitos elementares da engenharia feita de forma planejada e executada com
uma gestão adequada, constituem requisitos essenciais para a solução do problema
e fundamental para minimizar o êxodo rural e promover a interiorização do
desenvolvimento. Na figura 2 apresenta-se as proporções utilizadas nas áreas
específicas de aplicação da água no mundo.
Figura 2 – Utilização de água no Brasil
Fonte: ANA (2016).
14
O semiárido brasileiro, o maior do mundo em extensão e densidade
demográfica, com uma área de 969.589,04 Km², que abrange 86% do território da
Região Nordeste e a região setentrional de Minas Gerais e onde vivem 21 milhões
de habitantes em áreas urbanas e rurais. No Piauí, a área de domínio do semiárido
abrange 156.241,25 Km² (cerca de 151 municípios) que correspondem a 62,1% da
área do estado. A complexidade da área do semiárido piauiense é marcada pelos
diferentes tipos de solos, embora, no geral, sejam rasos e com limitações ao uso
agrícola. Mesmo com as limitações físico-climáticas o semiárido piauiense apresenta
grandes potencialidades econômicas e sociais, entre as quais pode-se destacar:
solos adequados para práticas agrícolas; áreas sedimentares com boa
disponibilidade de água subterrânea; açudes públicos com elevadas reservas de
água; a rica biodiversidade da caatinga; a possibilidade de beneficiamento de
produtos agrícolas e pecuários, como a castanha de caju e o azeite de dendê, o
turismo ecológico, cultural e religioso; as diversas práticas artesanais e o
extrativismo mineral (MACÊDO, 2016). Na figura 3 apresenta-se a insuficiência de
água no mundo, de acordo com a disponibilidade.
Figura 3 – Insuficiência de água no mundo
Fonte: ANA (2016).
O município de São Raimundo Nonato localiza-se no semiárido brasileiro e
está na mesorregião do Sudoeste piauiense, possui aproximadamente 31.744
habitantes e 2.606,8 Km². O município é o polo de desenvolvimento de uma
microrregião compreendida por 13 municípios e possui uma atividade comercial
intensa. Na cidade está o Museu do Homem Americano, com um valioso acervo que
Suficiência
relativa
16,7%
15
retrata a vida na região desde a pré-história aos dias atuais: peças arqueológicas e
paleontológicas, com exposições que utilizam tecnologia avançada para retratar as
pinturas rupestres e muita informação antropológica.
A cidade, que fica na Serra da Capivara a 576 km de Teresina, capital do
Estado do Piauí, abriga o mais antigo sítio arqueológico das américas com suas
figuras rupestres tombadas como Patrimônio Cultural da Humanidade pela A
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura-Unesco,
desde 1991. A Serra da Capivara foi transformada em parque nacional em junho de
1979, com 129.140 hectares e tem atualmente mais de mil sítios arqueológicos
identificados e catalogados pela Fundação Museu do Homem Americano
(FUMDHAM).
A localização geográfica da cidade de São Raimundo Nonato fica sobre o tipo
de terreno que apresenta um problema geológico do solo brasileiro, uma grande
presença de minerais como o ferro e o manganês, entre outros, o que prejudica a
qualidade da água distribuída para a população local.
Comunidades humanas estão situadas em localidades que em quase sua
totalidade estão desprovidas de abastecimento público de água, fazendo com que
as famílias residentes tenham que suprir suas necessidades hídricas por água de
poços, quando existentes, e outras fontes alternativas de água, que incluem:
caldeirões, açudes, tanques, barreiros e barragens. Como melhor forma de
aproveitamento dos recursos hídricos na região, é necessária a gestão integrada
das águas subterrâneas, captadas nos poços, e a água oriunda do escoamento
superficial da água de chuva. A figura 4 mostra a localização geográfica de São
Raimundo Nonato – Piauí.
16
Figura 4 – Localização de São Raimundo Nonato - Piauí
Fonte: IBGE (2015).
Com o objetivo de distribuir água com qualidade e obedecendo aos preceitos
legais e normatizados pela Organização Mundial da Saúde – OMS, iniciou-se essa
pesquisa com o artigo (Anexo A), apresentado em março de 2016 no XXI
Conferência Internacional sobre Engenharia e tecnologia-INTERTECH, em Salvador
– Bahia, que mostra a aplicação de um método seriado de remoção do ferro da água
por meio da aeração, decantação e manutenção proativa da adutora, utilizando o
sistema de limpeza de tubulações com pollypig periodicamente, que reduziu
sensivelmente o teor de ferro contido na água e com isso contribuindo para a
redução dos índices de doenças causados pela ingestão da água local.
Outro trabalho apresentado e que se encontra no Anexo B foi submetido ao
29º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, da Associação
Brasileira de engenharia sanitária-ABES que será realizado em outubro de 2017 na
cidade de São Paulo. Os trabalhos desenvolvidos foram de suma importância para a
conclusão desta pesquisa, pois contribuíram com dados e resultados consolidados
17
para a conclusão da dissertação e, como consequência, a melhoria da saúde da
população de São Raimundo Nonato.
1.1 Objetivo geral
O objetivo principal desse trabalho é analisar o sistema de abastecimento de
água de São Raimundo Nonato e os aspectos relevantes, como planejamento,
controle e produção.
1.2 Objetivos específicos
Análise sistêmica pautada na relação dos departamentos de administração,
operação e manutenção para melhor geração, controle da produção e qualidade da
água servida à população local.
Levantar dados do sistema de abastecimento.
Observar, otimizar e definir os processos de produção de água da cidade,
com atendimento dentro dos parâmetros exigidos pela norma do Ministério da
Saúde, conforme portaria 518/2004 e de acordo com determinação da Organização
Mundial da Saúde.
1.3 Justificativa
A obtenção de água para consumo humano em regiões com escassez de
captação e abastecimento de água está se tornando cada vez mais difícil. O
processo de captação e fornecimento de água com boa qualidade é importante para
diminuir a ocorrência de doenças, além de melhorar a qualidade da saúde e de vida
em geral da população.
O acesso limitado à água de boa qualidade e em quantidade suficiente
acarreta o aumento da pobreza, das doenças e da fome, problemas que podem ser
amenizados com um eficiente abastecimento de água que atenda aos padrões de
potabilidade.
O presente trabalho visa analisar a qualidade da água ofertada à população
de São Raimundo Nonato-Piauí localizada na região do semiárido piauiense para
atender aos parâmetros de planejamento, controle e produção, nos padrões e
18
parâmetros de potabilidade que exigem os órgãos fiscalizadores e controladores da
saúde pública, além da redução do alto índice do teor de ferro contido na água
servida à população local.
1.4 O problema
Para analisar o sistema de abastecimento de água de São Raimundo Nonato,
com foco principal no planejamento e controle de produção dos processos aplicados
no sistema, optou-se, inicialmente por analisar o sistema Serra Branca, que
apresenta um alto teor de ferro e provoca altos índices de doenças na população da
cidade pela ingestão da água distribuída aos seus habitantes. Este foi o primeiro
sistema implantado na cidade.
Em um segundo momento analisou-se o sistema adutor do Garrincho, que
complementa o sistema total da cidade e abastece outras cidades da região do
semiárido piauiense. Projetado e executado para abastecer continuamente em
conjunto com o sistema Serra Branca apresenta problemas de paradas constantes e
por esse motivo foi incluído e analisado nessa pesquisa.
Tendo como iniciativa os sistemas de abastecimento implantados na cidade
pela Companhia de Abastecimento de Água e interligando o desenvolvimento
tecnológico necessário nas empresas, o planejamento e controle da produção
tornou-se uma função estratégica nas organizações e passou a influenciar e definir o
potencial competitivo aplicado nas organizações.
O processo produtivo de algumas empresas e serviços ainda deixam muito a
desejar no quesito qualidade, principalmente em algumas companhias de
saneamento básico, nas quais existem setores específicos de manutenção
eletromecânica e onde se encontram colaboradores totalmente adversos aos
ensinamentos da qualidade aplicada em determinados e específicos serviços.
A quantidade de água necessária para o desenvolvimento das atividades
humanas, tanto no processo de produção, quanto no abastecimento para o consumo
de água propriamente dito, vem aumentando significativamente ano após ano no
Brasil. Em contraponto, a quantidade de água potável ou de água que possa ser
utilizada para satisfazer esses diversos tipos de finalidades não aumentou.
A falta de uma estrutura organizada de planejamento, programação e controle
da produção (PCP) em empresas de saneamento básico, influencia no baixo
19
desempenho empresarial e em atingir seus resultados com qualidade e quantidade
para atender o consumidor final. Negligência e principalmente o desconhecimento
da importância do PCP para o equilíbrio de uma empresa desencadeiam efeitos
indesejáveis que vão desde indicadores baixos até o comprometimento de seu
resultado mais amplo.
As empresas públicas precisam estar no mesmo nível de empresas privadas,
independentemente de seu porte, rentabilidade e área de atuação, pois no contexto
mundial torna-se ponto importante no processo. Vários fatores determinam e
norteiam os processos nas empresas de saneamento do Brasil, dos quais analisou-
se, no decorrer dessa pesquisa, os processos mais importantes e decisivos para
oferecer água com qualidade à população (PEDRO, 2007).
1.5 Estrutura do trabalho
A pesquisa foi dividida em capítulos, sendo o primeiro introdutório e apresenta
a importância e a escassez de água no mundo e no Brasil e a região do semiárido
nordestino, com destaque para a cidade de São Raimundo Nonato localizada nesta
região. Apresenta-se ainda a utilização da água em diversas áreas, dados
socioeconômicos da cidade, ambientais e culturais, inclui os objetivos geral e
específicos, a justificativa, o problema da pesquisa e a estrutura do trabalho.
O segundo capítulo trata da parte teórica, com temas relevantes e
pertinentes, como manufatura, planejamento e controle da produção, qualidade,
manutenção, gestão, riscos e sistemas de abastecimento de água.
O terceiro capítulo mostra a metodologia e os procedimentos utilizados com o
estudo de caso específico e no quarto capítulo são apresentados os resultados
encontrados. O quinto e último capítulo traz as considerações finais e orientações
para pesquisas futuras, finalizando o trabalho.
20
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A teoria revisada para elaboração deste trabalho de pesquisa envolveu
assuntos relacionados ao tema específico.
2.1 Manufatura
Segundo Papalardo (2013), a principal definição para sistemas de manufatura
é a transformação de matérias-primas em produtos acabados prontos para
comercialização e consumo. Aplicados em larga escala na indústria nas quais as
tecnologias são desenvolvidas para que a transformação ocorra, os sistemas,
conforme a aplicação, pode prever a produção necessária para atender ao mercado,
em um padrão especificado de quantidade e principalmente qualidade exigida.
Com o advento da Revolução Industrial modificou-se sensivelmente os
processos de produção, que saíram da produção artesanal para a utilização das
máquinas nas linhas de produção das fábricas. A partir de então, com o diferencial
da produção em larga escala e dentro de um padrão exigido, foram definidos, por
meio de roteiros de produção em que foram estabelecidas lógicas dos produtos e
processos, tipos de processos a serem utilizados fixando parâmetros dimensionados
e em seguida determinadas as condições operacionais, entre os quais os tempos
dos processos e finalmente a esperada transformação em produto final para a
comercialização. No sistema de manufatura o sistema de informações é
excepcionalmente aplicado na condição de integração do processo de manufatura,
na demanda dos fluxos de informações necessárias. (PAPALARDO,2013)
A partir da manufatura e de seus tipos para cada segmento observado por
vários autores suas aplicações em cada processo; seja na indústria e em sistemas
de abastecimento de água também, como anteriormente visto a devida comparação
aplicada.
Ressaltando suas peculiaridades e aplicações em cada processo, pode-se
comparar e fazer uma analogia para obter resultados positivos. Na normalidade, seja
em uma indústria ou sistema de abastecimento de água, deve-se tomar decisões
para a escolha do tipo de manufatura a ser aplicada no processo produtivo e dessa
forma pode-se reduzir riscos, custos e auxiliar no crescimento e desenvolvimento de
uma empresa. (PAPALARDO,2013)
21
De acordo com Dias (2014), para o insumo água, entre as mudanças
apresentadas pela ecoinovação estão o tratamento de águas residuais, industriais e
domésticas, o controle de poluição e o gerenciamento para reutilizar e minimizar o
desperdício. A definição de Ecoinovação pode ser definida como qualquer inovação
que se traduza num avanço importante no sentido do desenvolvimento sustentável,
reduzindo o impacto dos nossos modos de produção no ambiente , utilizando os
recursos naturais de forma mais eficiente e responsável. (http://ec.europa.eu/)
Womack e Jones (1998) definem manufatura enxuta como uma abordagem
racional de organizar e gerenciar os relacionamentos de uma empresa com os
clientes, cadeia de fornecedores, desenvolvimento de produtos e operações de
produção. Para Godinho (2004), tal técnica se aplica de maneira mais adequada em
mercados estáveis e previsíveis.
A manufatura responsiva, segundo Kritchanchai e Maccarthy (1998) e
Fernandes e Maccarthy (1999), tem como principal objetivo não somente o tempo,
mas a responsividade, pois procura atender também aos objetivos ligados ao tempo
(rapidez e pontualidade) e à variedade (alta variedade de coisas distintas). Atingir a
manufatura responsiva significa ser rápido, pontual e ter uma alta variedade de
produtos.
Por sua vez, Azzolini Júnior (2004) afirma que a manufatura responsiva serve
para aumentar a participação nos mercados, com o aumento da variedade de
produtos que se apresentam como opções de aquisição, o que cria a necessidade
de velocidade de produção e pontualidade de entrega, antes que a concorrência o
faça. A pontualidade e a alta variedade são denominadas responsividade
(GODINHO, 2004).
A manufatura ágil foi desenvolvida nos Estados Unidos por um grupo de
professores da Universidade de Lehigh no final do século XX. Tem como objetivo
responder às mudanças rápidas demandadas pelo mercado com um tempo (timing)
de resposta adequado, de maneira que as mudanças se tornem oportunidade de
inovar e estar na vanguarda (GODINHO, 2004). Com esse entendimento chega-se a
uma definição específica aplicada aos sistemas de abastecimento de água, além de
ser aplicada também à manufatura enxuta.
Conforme Lizarelli e Toledo (2016), a melhoria no desempenho dos processos
de inovação e de desenvolvimento de produtos é preocupação recorrente nas
organizações. Os resultados dos processos são críticos para a competitividade e
22
sobrevivência no longo prazo. Um meio para obter melhor desempenho nos
processos é o uso de abordagens de melhoria contínua (MC), comumente já
aplicadas aos processos de manufatura, ao processo de desenvolvimento de
produto (PDP).
2.1.1 Planejamento e controle da produção
Planejar e controlar a produção em sistemas de abastecimento de água é
uma função de suma importância para equilibrar, equalizar e atender às demandas
da população, que apresenta cada vez mais, maior nível de exigência, com relação
à continuidade do sistema e à qualidade dos processos para atender as
necessidades básicas para consumo humano.
Segundo Papalardo (2013, p.18), a definição mais básica possível para (PCP)
em sistemas de abastecimento de água é produzir a quantidade certa com qualidade
para atender à demanda necessária básica de uma população definida e que cada
vez mais exige continuidade nos processos. A produção em um sistema de
abastecimento de água para atender uma população utiliza materiais, tempo e
principalmente o homem redirecionando todo o processo afim de atender as metas
de custo, prazo e produção exigida.
Segundo Giacchetti e Nogueira (2015), a escassez, um dos temas mais
discutidos no Brasil, é decorrente da utilização indiscriminada da água, sem a devida
preservação e também de ajustar a oferta de água de acordo com a sazonalidade e
evitar o desperdício na utilização, além de promover o seu retorno ao local onde foi
originada.
O processo de planejar e controlar a produção de sistemas de abastecimento
de água torna-se bastante complexo, tendo em vista as variáveis diversas no
processo de tratamento inicial, entre as quais estão: insumos com produtos
químicos, estruturas complexas, qualificação da mão de obra e, principalmente,
qualidade no tratamento, com normas cada vez mais exigentes e que alongam-se
durante os processos restantes de armazenamento e distribuição do produto final,
com interligação de todas as etapas.
Apesar de parecer ser um processo diferente da indústria, pode-se tecer
comparações e visualizar todas as etapas igualmente. Na especificação das etapas
para atender à demanda da população envolvida no projeto, apresenta-se o
23
levantamento dos dados e aplica-se, conforme o dimensionamento possível, para
atender às necessidades básicas com qualidade. Na figura 5 compara-se uma linha
de produção de uma indústria com a linha de produção de uma estação de
tratamento de água.
Figura 5 – Comparação: Indústria / Sistema de abastecimento de água
Fonte: Macêdo (2016).
2.1.1.1 Qualidade
Segundo Telles e Cann (2010), do consumo total de água doce, uma grande
parcela é direcionada para as indústrias, que em razão de suas diferentes atividades
e tecnologias possuem uma diversificada gama de usos, entre os quais como
matéria-prima, reagente, solvente, lavagens de gases e sólidos, veículo, transmissão
de calor, agente de resfriamento e fonte de energia.
Ainda segundo Telles (2010), de acordo com as impurezas da água decorrem
modificações de suas propriedades, e sua qualificação, para ser utilizada em outro
setor, se dará sob o prisma econômico, ou seja, benefícios x manutenção x
segurança x custo de manutenção. As características de impurezas mais
consideradas neste setor são a turbidez, a cor, o odor, a alcalinidade, a salinidade, a
dureza, o teor em sílica, os gases dissolvidos e a oxidabilidade da água, que vêm
Produção na
indústria
Matéria-
prima
Linha de
produção
Logística
24
influenciar no comportamento e resultado dos produtos, por isso a pureza da água
doce deve ser adequada ao processo que participa.
Um sistema de gestão de qualidade requer um trabalho complexo, e
originalmente, quando se trata de uma empresa de saneamento na qual existe um
número elevado de variáveis nos processos da empresa, utiliza-se ferramentas
específicas para aplicação como: o controle estatístico de processo, calibração de
equipamentos, as certificações da série da Organização internacional para
Padronização - ISO 9000 para padronizar os processos e da série ISO 14000, para
o sistema de gestão ambiental. Ao se analisar as variáveis desses processos é
possível otimizar, reduzir custos, retrabalhos e erros.
Com o advento da globalização exige-se cada vez mais das empresas uma
gestão competitiva e interativa em seus processos. A implantação de processos de
qualidade nestas empresas ajuda consideravelmente na obtenção de resultado
positivo em um contexto de participação nos processos, inovação e implantação de
melhorias na sua estrutura.
Existem várias definições para qualidade, entre as quais pode-se destacar as
que são apresentadas a seguir.
Para Oakland (1994, p.15), “qualidade é simplesmente o atendimento das
exigências do cliente”. A partir da determinação do cliente a qualidade é constituída,
considerando seu conhecimento do produto ou serviço, avaliada pelas exigências
percebidas, seja de forma técnica operacional ou subjetiva, e pela flexibilidade e
evolução no mercado competitivo. O autor afirma ainda que a qualidade é
adequação à finalidade ou uso.
A qualidade é um processo sistêmico que deve ser extensiva a toda
organização, sendo incluídos também consumidores e fornecedores (GODOY et al.,
1997).
Segundo a Norma ISO 8402 (1986, p. 10), que determina e define as
características de um produto, "a qualidade é a totalidade dos aspectos e
características de um produto ou serviço, importantes para que ele possa satisfazer
às necessidades exigidas ou implícitas".
Deming (apud OAKLAND, 1994, p.15) apresenta que a “qualidade deve ter
como objetivo as necessidades do usuário, presentes e futuras”.
O conceito de qualidade como atendimento aos requisitos estabelecidos pelas
normas da organização traz resultados quanto à redução de desperdícios e aumento
da produtividade. Assim, a qualidade é a conformidade com os requisitos
25
estabelecidos, consequentemente uma não conformidade representa desperdícios e
o custo consequentemente é maior (CROSBY, 2000).
Segundo Oakland (1994, p.15), “qualidade é o total das características de um
produto e de um serviço referentes a ‘marketing’, engenharia, manufatura e
manutenção, pelas quais o produto ou serviço, quando em uso, atenderá às
expectativas do cliente”.
Com a evolução da produção de bens e serviços iniciou-se a preocupação
com a qualidade que evoluiu progressivamente na linha do tempo e passou a ser
considerada instrumento de gestão empresarial. A qualidade é a soma de todas as
características e propriedades dos bens e serviços ofertados e que satisfaçam as
necessidades razoáveis dos clientes, em conjunto com as situações envolvidas na
obtenção e uso destes produtos que favoreçam uma existência saudável e
autenticamente humana a todos que são afetados.(CERQUINHO, 1994)
Pode-se citar ainda outra visão. Para Garvin (2004), existem oito dimensões
da qualidade: desempenho, complementos, confiabilidade, conformação, assistência
técnica, estética e qualidade percebida.
Ainda com relação à qualidade pode-se citar cinco nomes de destaque
mundial: William Edwards Deming, Joseph Juran, Armand Feigenbaum, Kaoru
Ishikawa e Vicente Falconi Campos, que foi o grande divulgador das técnicas
japonesas para a qualidade no Brasil.
2.1.1.1.1 Manutenção
Segundo Kardec (2001), para descrever a história da manutenção,
inicialmente pode-se traçar um paralelo com o desenvolvimento industrial da
humanidade, que com a mecanização iniciou os primeiros reparos nas máquinas. No
final do século XIX e início do século XX, com a introdução das máquinas nas
indústrias, surgiu a necessidade de treinar os empregados para atender à demanda
com máquinas danificadas que paravam o processo produtivo. Assim, tem-se os
primeiros reparos atendidos por pessoas da operação, pois a manutenção, até então
era colocada em segundo plano.
Segundo Macêdo(2013,p.27) com o início da Primeira Guerra Mundial surgiu
a necessidade de produção em massa para atender a demanda da população, e da
qual destaca-se Ford como o grande precursor desta produção para atender a
26
demanda mínima exigida. Nesse sistema de produção surgiu um órgão subordinado
à operação, cujo objetivo básico era de execução da manutenção, hoje conhecida
como manutenção corretiva, situação que durou até a década de 30, quando se
delineia a Segunda Guerra Mundial. Nesta época, as indústrias sentiram a
necessidade de aumento e rapidez na produção de seus produtos e processos de
fabricação, o que exigia não somente corrigir as falhas, mas evitá-las. Dessa forma,
surgiu a estrutura para a manutenção dentro das indústrias.
Ainda segundo Kardec (2001,p. 11), em uma indústria, o setor de manutenção
influencia diretamente o potencial competitivo da organização, apresentando
decisões importantes que podem contribuir para a redução de custos e influenciar
positivamente para a redução dos impactos ambientais.
Essa característica da manutenção somente foi possível após o levantamento
de dados e prognósticos, além de prevenção com o implemento de normas e
ferramentas eficientes, juntamente com a qualificação específica da mão de obra
empregada no setor. Ou seja, ocorreu uma melhoria na contratação de profissionais
com níveis de especialização dinamizando os processos produtivos que dependem
da manutenção. Por isso, é realmente imprescindível a participação de pessoas
capacitadas, que contribuam de forma efetiva com os objetivos de um departamento
e, por consequência, de toda a empresa.
De acordo com Kardec (2001), em virtude do crescente desenvolvimento
tecnológico observado ao longo dos anos, a área de manutenção de uma empresa
deixou de ser considerada um mal necessário e tornou-se uma função estratégica
no universo organizacional.
A maioria das empresas de saneamento básico, seja ela pública ou privada,
não possui plano de programação e controle da manutenção (PCM), o que ocasiona
um fraco desempenho para atingir resultados positivos durante seus processos de
produção, ou seja, necessitam de estrutura nos setores específicos da manutenção.
Branco (2008) retrata com fidelidade um dos problemas mais recorrentes na
manutenção de empresas, quando afirma que na ausência de planejamento as
pessoas tendem a trabalhar da forma como julgam ser a melhor.
Segundo Otoni (2008), a manutenção como função estratégica das
organizações é responsável direta pela disponibilidade dos ativos e tem importância
capital nos resultados da empresa, que serão tanto melhores quanto mais eficaz for
a gestão da manutenção.
27
Segundo dados estatísticos da Associação Brasileira de manutenção e gestão
de ativos - Abraman (2003), o Brasil tem custo de manutenção por faturamento bruto
de 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) contra a média mundial de 4,1%. Portanto,
esta realidade demonstra que as organizações devem procurar a melhoria contínua
na sua gestão da manutenção, buscando incessantemente conhecimentos
inovadores e aplicação das melhores práticas da manutenção nas organizações dos
países desenvolvidos.
De acordo com a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT, 1994), os tipos de manutenção são:
Manutenção corretiva: realizada após a ocorrência de uma pane destinada a
recolocar um item em condições de executar uma função requerida;
Manutenção preventiva: realizada em intervalos predeterminados, ou de
acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a
degradação do funcionamento de um item;
Manutenção preditiva: permite garantir a qualidade de serviço desejada, com
base na aplicação sistemática de técnicas de análise, por meio de supervisão
centralizada ou de amostragem para reduzir a um mínimo a manutenção preventiva
e diminuir a manutenção corretiva.
Xavier (2003) considera bastante adequada a seguinte classificação em
função dos tipos de manutenção:
Manutenção corretiva: é a atuação para correção de falha ou do desempenho
menor que o esperado. É oriunda da palavra “corrigir” e pode ser dividida em duas
fases:
a) Manutenção corretiva não planejada - correção da falha de maneira
aleatória, ou seja, é a correção da falha ou desempenho menor que o
esperado após a ocorrência do fato. Esse tipo de manutenção implica
altos custos, pois, causa perdas de produção e, em consequência, os
danos aos equipamentos é maior;
b) Manutenção corretiva planejada - é a correção que se faz em função de
um acompanhamento preditivo, detectivo ou até mesmo pela decisão
gerencial de se operar até ocorrer a falha. Pelo seu próprio nome
“planejada”, indica que tudo o que é planejado, tende a ficar mais barato,
mais seguro e mais rápido.
28
c) Manutenção preventiva - é a atuação realizada para reduzir falhas ou
queda no desempenho, obedecendo a um planejamento baseado em
períodos estabelecidos de tempo.
De acordo com Xavier (2003), um dos segredos de uma boa preventiva está
na determinação dos intervalos de tempo. Como, na dúvida, os responsáveis
tendem a ser mais conservadores, os intervalos normalmente são menores que o
necessário, o que implica paradas e troca de peças desnecessárias.
Manutenção preditiva - é um conjunto de atividades de acompanhamento das
variáveis ou parâmetros que indicam o desempenho dos equipamentos, de modo
sistemático, para definir a necessidade ou não de intervenção.
Segundo o autor acima, quando a intervenção, fruto do acompanhamento
preditivo, é realizada, está sendo feita a manutenção corretiva planejada, conhecida
como condition based maintenance (CBM), ou manutenção baseada na condição,
que permite que os equipamentos operem por mais tempo e a intervenção ocorra
com base em dados e não em suposições.
Ainda de acordo com o autor acima manutenção detectiva - é a atuação
efetuada em sistemas de proteção ou comando, buscando detectar falhas ocultas ou
não perceptíveis ao pessoal de operação e manutenção. Um exemplo clássico é o
circuito que comanda a entrada de um gerador em um hospital. Se houver falta de
energia e o circuito tiver uma falha o gerador não entra. À medida que aumenta a
utilização de sistemas automatizados nas operações, mais importante e mais
utilizado será, garantindo a confiabilidade dos sistemas.
O autor acima ainda complementa que Engenharia de manutenção - “é o
conjunto de atividades que permite que a confiabilidade seja aumentada e a
disponibilidade garantida”. Ou seja, é deixar de ficar consertando e convivendo com
problemas crônicos, para melhorar padrões e sistemáticas, com o desenvolvimento
da manutenibilidade, dar feedback ao projeto e interferir tecnicamente nas compras.
Quem só faz a manutenção corretiva continua apenas agindo no efeito e não nas
causas e alcançando péssimos resultados. Desta forma, a organização que utilizar a
manutenção corretiva, incorporando a preventiva e a preditiva, rapidamente estará
executando a engenharia de manutenção.
“Manutenção proativa - é o conjunto de atividades e recursos aplicados aos
sistemas e equipamentos, para garantir a continuidade de sua função dentro de
29
parâmetros de disponibilidade, de qualidade, de prazo, de custos e de vida úteis
adequados” (MACÊDO, 2016, p. 3).
Gestão da manutenção terceirizada - para resolver um problema encontrado
na manutenção, que prejudica a qualidade e redução de custos, algumas empresas
utilizam a terceirização da manutenção, na qual pode-se solucionar e otimizar a
manutenção, com qualidade dos serviços aplicados. Essa forma é bastante antiga
em muitas empresas, segundo Teixeira (2016), e é comum a contratação de pessoal
para a complementação de mão de obra em serviços, cuja demanda excede os
recursos disponíveis, ou para a realização de trabalhos de baixa especialização.
Uma das razões pela qual essa modalidade ainda é vista com certo ceticismo por
empresas que preferem a contratação de mão de obra própria em detrimento da
contratação de serviços, talvez, seja por não acreditarem que um prestador de
serviços possa agregar valor ao trabalho por ele realizado. Por outro lado, há ainda
questões que vão desde corporativismo até experiências com terceirizações
malsucedidas e de resultados duvidosos (TEIXEIRA, 2006).
2.2 Riscos
Vulnerabilidade, susceptibilidade, dano e risco são alguns termos
frequentemente usados no cotidiano nos mais diversos quadrantes da sociedade.
Estão associados à situações que colocam em risco a salvaguarda da segurança e
do bem-estar dos cidadãos e dos seus bens. Risco de incêndio, risco natural, risco
geomorfológico, risco de movimento de massa, risco de ravinamento, risco de
erosão, risco em bacias hidrográficas, risco ambiental, risco de ondas de calor, risco
de transporte de matérias químicas perigosas, risco em áreas urbanas degradadas,
risco geotécnico, risco sísmico-vulcânico, risco à catástrofe, risco para a saúde, risco
de exposição a agentes químicos, risco de navegação, risco de contaminação, entre
outros, são contextos de estudo sobre os quais a comunidade científica, nacional e
internacional, têm investido para apresentar soluções capazes de proteger as
populações e o meio ambiente (RISCOS, 2010).
Considera-se o risco como a probabilidade de que um evento esperado ou
não esperado se torne realidade. A ideia de que algo pode vir a ocorrer, já então
configura um risco. Esse conceito é conhecido na cultura ocidental há muitos
30
séculos. Diferentemente disso, culturas como a do Japão, por exemplo, não
possuem um equivalente direto para a palavra risco (PELLETIER, 2007).
Conforme Freitas (2008), a avaliação de riscos procede de um exame
detalhado daquilo que em cada atividade pode causar danos para os trabalhadores
e determinar se as medidas de prevenção existentes são suficientes ou se é
necessária uma ação mais estruturada para a prevenção dos riscos.
De acordo com Nunes (2010), técnicas qualitativas e quantitativas são
utilizadas para a identificação dos eventos indesejáveis e taxas de falhas de
equipamentos e erros humanos (poucos são os dados disponíveis sobre as
probabilidades de falha humana), determinadas por técnicas de fiabilidade, com
base em bancos de dados de falhas e acidentes, combinadas com a utilização de
distribuições de probabilidades que fornecem a frequência global de ocorrência do
evento indesejável.
2.2.1 Sistemas de abastecimento de água
2.2.1.1 Manancial
A escolha e determinação de um manancial para abastecimento de água é
um fator relevante e decisivo para o sucesso do projeto implantado. Nesse contexto
deve-se determinar características objetivas e essenciais que são: vazão, qualidade
e características físico-químicas do manancial. Fazem parte de um sistema de
abastecimento de água os seguintes componentes principais: captação, tratamento,
adução, reservatórios e redes de distribuição.
Segundo Gomes (2002), captação é a unidade do sistema que retira a água
do manancial em quantidade necessária e suficiente para atender ao consumo dos
usuários. Por meio do tratamento procede-se à eliminação de impurezas e a
redução de algumas substâncias que tornam a água inadequada para o consumo
humano, tais como: bactérias patogênicas, turbidez, cor, odor, sabor, dureza,
corrosividade, ferro, manganês e sais minerais.
O transporte de água entre o manancial, a unidade de tratamento e os
reservatórios é realizado por linhas adutoras que conduzem a água para os pontos
necessários do sistema. Os reservatórios de distribuição servem para regularizar as
diferenças entre o abastecimento e o consumo máximo diário do sistema
31
dimensionado, dando continuidade, armazenar água e manter a pressão necessária
para abastecer.(MACÈDO 2016,p. 4)
Todo sistema deve levar em consideração a viabilidade técnica, econômica e
principalmente ambiental. De acordo com Baird e Cann (2011), muitas vezes a fonte
de água não está de acordo com os padrões determinados para o consumo público,
sendo fundamental a alteração de suas características por meio do seu tratamento.
Ainda segundo Baird e Cann (2011), a qualidade da água “bruta” (não
tratada), extraída de águas superficiais ou subterrânea, cujo uso final é o consumo
humano, varia amplamente, desde quase pura até a altamente poluída. Como os
tipos e as quantidades dos poluentes de água bruta são variáveis, os processos
usados na purificação também variam de um lugar para o outro.
A quantidade de água necessária para o abastecimento de um sistema leva
em consideração ainda a quantidade de água requerida, com os seguintes aspectos
e características: alcance do projeto, previsões de população, estimativas dos
consumos, perdas e variações de consumo. Ao se dimensionar um sistema deve-se,
primeiro determinar a necessidade de quantidade de água para o consumo humano,
que é denominado per capita e varia de região, de acordo com as necessidades
básicas.
No Brasil há cidades que não possuem sistemas de abastecimento, com per
capita variando de 30 a 60 litros por dia e com serviço público há uma variação de
100 a 200 litros, mas são poucas as cidades brasileiras incluídas nesse parâmetro.
Para os chafarizes a demanda é de 30 litros por dia. Havendo mais de uma opção,
sua definição deverá levar em consideração, além da predisposição da comunidade
ou estabelecimento em aceitar as águas do manancial a ser adotado. Os seguintes
critérios devem ser observados na escolha (FUNASA, 2002):
1º critério - Análise da qualidade da água: é indispensável a realização
prévia de análises de componentes orgânicos (ex.: pesticidas),
inorgânicos (ex.: metais pesados) e bacteriológicos (ex.: coliformes fecais)
das águas do manancial, para verificação dos teores de substâncias
prejudiciais, limitados pela resolução n.º 20 do Conselho Nacional do Meio
ambiente - CONAMA (1986).
2º critério - Vazão da água: cálculo da vazão mínima do manancial
necessária para atender à demanda por um determinado período de
anos.
32
3º critério - Isenção de tratamento: mananciais que dispensam tratamento
da água incluem águas subterrâneas não sujeitas a qualquer
possibilidade de contaminação.
4º critério - Desinfecção: mananciais que exigem apenas desinfecção
incluem as águas subterrâneas e certas águas de superfície bem
protegidas, sujeitas a baixo grau de contaminação biológica.
5º critério - Tratamento simplificado: mananciais que exigem tratamento
simplificado compreendem as águas de mananciais protegidos, com
baixos teores de cor e turbidez, sujeitas apenas à filtração lenta e
desinfecção.
6º critério - Tratamento convencional: mananciais que exigem tratamento
convencional compreendem, basicamente, as águas de superfície com
turbidez elevada, que requerem tratamento composto por coagulação,
floculação, decantação, filtração e desinfeção.
Existem dois tipos de mananciais que podem ser superficiais e subterrâneos.
Como os mananciais brasileiros, em sua maioria, estão concentrados em águas
superficiais ou em poços de pequena profundidade, eles dependem essencialmente
de manejo das bacias hidrográficas coletoras e processadoras da água de chuva
que chega até elas.
Há dois tipos de captação de água subterrânea, que é executada por meio de
aquífero confinado ou artesiano, localizado entre duas camadas impermeáveis e o
não confinado ou livre, que é susceptível à contaminação, e apesar disso, é mais
frequentemente utilizada no Brasil (FOSTER, 1993).
O consumo de água contaminada por agentes biológicos ou físico-químicos
tem sido associado a diversos problemas de saúde. Algumas epidemias de doenças
gastrointestinais, por exemplo, têm como fonte de infecção a água contaminada.
Essas infecções representam causa de elevada taxa de mortalidade em indivíduos
com baixa resistência, atingindo especialmente idosos e crianças menores de cinco
anos (OPS, 2000).
Entre os constituintes inorgânicos nocivos à saúde que podem ser
encontrados na água, o nitrato é aquele que apresenta ocorrência mais generalizada
e problemática, devido a sua alta mobilidade e estabilidade nos sistemas aeróbios
de águas subterrâneas (FOSTER, 1993). Nitrato em concentração superior a 10 mg
33
N03 - N/L causa a metahemoglobinemia, podendo trazer graves consequências para
a saúde, inclusive morte, principalmente em lactentes (OPS, 2000).
34
3 METODOLOGIA
A metodologia adotada neste trabalho foi a pesquisa-ação, que possui dois
objetivos básicos para esta pesquisa: resolver um problema e contribuir para a
ciência. Foi também utilizado o método de estudo de caso com dados quali-
quantitativos, pois utiliza as diferentes formas de coleta de dados que se baseiam
em vários parâmetros e características. Além disso, seguiu-se padrões e
especificações definidas em relatórios, projetos, entrevistas, observações diretas e
revisão bibliográfica.
Informações e dados existentes na empresa foram obtidos por meio de
relatórios, entrevistas com funcionários e projetos, além de levantamento
bibliográfico sobre os temas pertinentes. Foi ainda realizada a coletas de dados em
campo e análise em laboratório, finalizando com a compilação de dados que levou
ao resultado final da pesquisa.
3.1 Estudo de caso
Analisar o sistema de abastecimento de água de São Raimundo Nonato, com
foco no planejamento e controle da produção.
3.1.1 A Empresa
A Companhia de Saneamento Básico do Piauí é uma sociedade de economia
mista, pessoa jurídica de direito privado, que tem o Governo do Estado do Piauí
como acionista majoritário. Foi criada pelas Leis Estaduais n.º 2.281, de 27 de julho
de 1962, e n.º 2.387, de 12 de dezembro de 1962, e tem por objetivo executar a
política de abastecimento de água e de saneamento do Estado do Piauí.
Sua área de atuação compreende 165 municípios, sendo a área de operação
no Município de Teresina a mais representativa no estado para a concessionária. O
seu estatuto social tem prazo de duração indeterminado, regendo-se pela legislação
atinente às sociedades anônimas e pelo que dispõe seu estatuto, cuja sede e foro
da empresa é a cidade de Teresina, capital do Estado do Piauí, com a finalidade de:
Formular a política geral de saneamento básico do Estado;
Executar, implantar, complementar, ampliar e operar os serviços de águas
e esgotos do Estado;
35
Constituir e participar de empresas, no âmbito municipal, para a
administração de serviços de águas e esgotos, sempre que
economicamente recomendável;
Administrar, mediante convênio, serviços de águas e esgotos implantados
por entidades públicas, federais e municipais.
O quadro de pessoal conta atualmente com 1.466 funcionários e 1.398
profissionais terceirizados, incluindo os serviços essenciais da empresa,
notadamente nos serviços operacionais.
A empresa passa no momento uma situação financeira problemática
decorrente de baixa eficiência na gestão da operação ao longo de anos, perde
47,04% do seu faturamento devido a vazamentos, ligações clandestinas ou
medições incorretas. O dado faz parte da pesquisa 'Perdas de água: entraves ao
avanço do saneamento básico e riscos de agravamento à escassez hídrica no Brasil'
publicada pelo Instituto Trata Brasilcompanhia (2015). Segundo o estudo, o Piauí é o
12° estado do País com maior número de perdas, baseado nas perdas financeiras
informadas ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do
Ministério das Cidades. Em todo Brasil, a média de perdas é de 37,57%.
A companhia detém 650 mil ligações de água no Piauí e abastece uma
população de dois milhões das 3,2 milhões de todo o Estado. Em Teresina, a
companhia de saneamento do Piauí tem 247 mil ligações de água que abastecem
726 mil habitantes. Com relação à rede de esgoto, a empresa tem 45 mil ligações,
sendo 35 mil em Teresina (INSTITUTO TRATABRASIL, 2013).
A cidade de São Raimundo Nonato está contemplada com uma unidade de
negócio da empresa de onde se administra, além dela, um total de 10 cidades:
Caracol, Coronel José dias, São João do Piauí, Fartura, São Braz, Bonfim, Dirceu
Arcoverde, Anísio de Abreu e Canto do Buriti.
Possui atualmente 20 empregados no local, sendo 10 funcionários do setor
operacional, que em quase sua totalidade, não possuem qualificação específica em
manutenção de equipamentos e sistemas de abastecimento de água.
A empresa controla a qualidade da água distribuída por meio de amostras
coletadas em pontos estratégicos da rede de distribuição para atender às exigências
do Ministério da Saúde (Portaria 0518/04) em conformidade com a Organização
Mundial de Saúde –OMS..
36
3.1.1.1 A estrutura do sistema Serra Branca
Na cidade de São Raimundo Nonato a empresa opera dois sistemas de
produção: um por meio de poços tubulares profundos, localizados no povoado Serra
Branca, e o outro, da estação de tratamento, cujo manancial superficial é a
barragem Petrônio Portela.
O sistema Serra Branca foi construído no ano de 1984, inicialmente com três
poços profundos e posteriormente adicionou-se mais um, totalizando quatro poços
no sistema, com vazão média de cada poço em 70 m³/h. Atualmente opera o
sistema com três, pois um dos poços apresentou problema de carreamento de
material prejudicando a qualidade da água servida à população local.
Após a captação realizada nos poços, a água passa para o primeiro método
de tratamento que é a aeração por meio de bandejamento, na qual se observa a
quebra da molécula de água e, consequentemente, a dispersão do ferro para a
atmosfera; o segundo processo é a decantação em tanques específicos, que serve
para separação os resíduos sólidos que sobram do processo de tratamento; começa
então o bombeamento sob pressão na adutora até a cidade, que fica distante 40 km
do local de captação e, finalmente, é distribuída na cidade sem reservação
atualmente para servir a população. A figura 6 mostra um esboço do sistema Serra
Branca.
Figura 6 – Sistema Serra Branca
Fonte: Macêdo (2016)
37
3.1.1.1.1 O problema
Alto teor de ferro encontrado na composição da água do sistema Serra
Branca localizado em São Raimundo Nonato.
Retirar o ferro presente na água servida à população local, para atender os
padrões de potabilidade que a Organização Mundial de Saúde normatiza.
3.1.1.1.2 A melhoria realizada
Dentro de um contexto específico e novo, entre 2010 e 2014 foi implantado
um sistema para complementar o tratamento do Serra Branca, com a introdução de
limpeza por meio de pollypig, que é um processo de limpeza de dutos bastante
utilizado na área petrolífera, com resultados excelentes, que se passou a denominar
de manutenção proativa.
Segundo Macêdo (2016), pollypigs são dispositivos cilíndricos ou esféricos
impulsionados pelo fluxo do próprio fluido. Sua movimentação é feita por meio do
diferencial de pressão e têm a finalidade básica de limpeza interna das tubulações.
A utilização de pigs para a limpeza das redes de abastecimento traz
vantagens nos seguintes aspectos: soluções em curto prazo; resultados e benefícios
imediatos; custo vantajoso; menor intervenção nos leitos carroçáveis.
A limpeza periódica das adutoras é uma forma de manter a capacidade de um
sistema de adução e distribuição de água. O objetivo da limpeza é retirar os
tubérculos, lodo, e outros materiais depositados nas paredes dos tubos. Além de
restaurar a capacidade de adução da adutora, também é garantida melhor qualidade
da água.
Os resíduos de sujeira são removidos pelo pig e conduzidos junto com a água
ao longo da adutora. Determina-se, na outra extremidade da adutora, um ponto para
recebimento do pig. A sujeira e os resíduos orgânicos são levados pela água para
fora da tubulação.
O método de limpeza com pigs tem provado ser o caminho mais seguro, mais
rápido e mais econômico para limpar a maioria das tubulações e os benefícios são
imediatos: melhora da qualidade da água, redução do consumo de energia, aumento
da vazão, requerendo um período mínimo de paralisação do sistema adutor para a
limpeza.
38
Nesse contexto foram abordadas as seguintes etapas: as amostras de água
foram coletadas em três poços artesianos profundos na região de São Raimundo
Nonato, incluídos na pesquisa devido ao elevado teor de ferro.
Os três poços foram submetidos a uma intervenção e implantou-se o
processo de tratamento de água, com as seguintes etapas: aeração com bandeja,
decantação e manutenção proativa da adutora com pollypig.
As amostras de água foram coletas trimestralmente durante o período de
2010 a 2013, em quatro pontos: água de captação do poço, água após aeração,
após decantação e água distribuída, a fim de verificar a eficiência do processo de
tratamento.
O teor de ferro foi determinado pelo método colorimétrico, utilizando
espectrofotômetro e expresso em miligrama por litro. A figura 7 mostra o
sequenciamento do processo de tratamento implantado durante a realização da
pesquisa.
Figura 7 – Sequência de tratamento de água no sistema Serra Branca
Fonte: Macêdo (2016).
Os poços ficam localizados a 40 km da cidade, em Serra Branca, com
profundidade média variando de 800 a 1000 m com revestimento interno em torno
de 300 m cada poço, equipados com conjuntos de motobombas submersos
dimensionados especificamente para esta aplicação, com potência de 125 a 150 cv.
Todos os poços são equipados com energia elétrica disponível de subestação aérea
de 150 kva. No poço de reunião para tratamento funciona um equipamento
motobomba submerso adaptado para poço de sucção reduzido, ou seja, de eixo
vertical com potência de 125 cv e subestação aérea de 300 kva, que oferece água
para a cidade durante 24 horas contínuas.
39
Por meio de levantamento de dados em planilhas e prestações de contas
referentes à manutenção desse sistema, identificou-se os custos, como pode ser
visto na tabela 1.
Tabela 1 – Custos com manutenção anual do sistema Serra Branca
Ano Quantidades de intervenções anuais
Custo por manutenção(R$)
Custo total por manutençao(R$)
2013 04 6.000,00 24.000,00
2014 03 8.000,00 24.000,00
2015 03 9.000,00 27.000,00
2016 01(junho) 11.000,00 11.000,00
Fonte: Companhia de Saneamento Básico do Piauí (2016).
Os equipamentos dos poços foram desenvolvidos especificamente para esta
aplicação, utilizando material de aço inox apropriado o que implicou em custos
elevados, pois a empresa teve que importá-lo pela pouca oferta do produto na
região. A tubulação e as conexões utilizadas nos edutores dos poços também são
específicas para a aplicação, sendo usados produtos especiais com maior
durabilidade, para evitar a corrosão excessiva. Todos os sistemas de edução são
implantados com três válvulas horizontais divididas entres espaços limitados nos
projetos de dimensionamento dos equipamentos, para evitar golpes de aríete nas
tubulações e equipamentos. A quantidade de ligações que esse sistema atende
atualmente corresponde a 2.000 ligações na cidade e 500 no trecho entre a cidade e
a cpatação do sistema Serra Branca, conforme tabela 2.
Tabela 2 – Características dos poços - sistema Serra Branca
Poço Profundidade do poço (m)
Profundidade de instalação (m)
Vazão poço / Vazão explorada(m³/h)
01 800 264 80 /60
02 850 270 80 /70
03 800 270 80 / 60
04 1.000 276 90 / 70
Fonte: Empresa de Saneamento Básico do Piauí (2016).
. Levantamento anterior mostrou que esse mesmo sistema atendia 4.000
ligações na cidade precariamente. Outro fator relevante observado é a qualidade da
água destes poços, que já são motivos de pesquisas desenvolvidas nas áreas de
engenharia e saúde. A tabela 3 mostra o número de ligações do sistema Serra
Branca.
40
Tabela 3 – Número de ligações no sistema Serra Branca
Ligações existentes até 2006
Total de ligações na cidade em 2006
Ligações no trecho entre a captação e a cidade até 2006
Total de ligações em 2016
4.000 3.650 350 2500
Fonte: Empresa de Saneamento Básico do Piauí (2016).
As figuras 8, 9, 10, 11 e 12 mostram as formas de retirada e instalação de
equipamentos pelas equipes de manutenção do sistema Serra Branca.
Figura 8 – Montagem de conjunto motobomba em poço do sistema Serra Branca
Fonte: Empresa de Saneamento do Piauí (2015).
Figura 9 – Montagem de conjunto motobomba em poço do sistema Serra Branca
Fonte: Empresa de Saneamento do Piauí (2016).
41
Figura 10 – Montagem de conjunto motobomba em poço do sistema Serra Branca
Fonte: Empresa de Saneamento do Piauí (2015).
Figura 11 – Poço, casa de bomba e cavalete para retirar conjunto motobomba
Fonte: Empresa de Saneamento do Piauí (2015).
42
Figura 12 – Teste de vazão em poço do sistema Serra Branca
Fonte: Empresa de Saneamento do Piauí (2015).
3.1.1.2 Estrutura do sistema adutor Garrincho
Estudos realizados pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do
Piauí – SEMAR, em convênio com o Banco Mundial e o Programa Nacional de
Recursos Hidricos - Proágua, apresentou o diagnóstico e a programação de ações
sobre saneamento básico e fontes de abastecimento na região de São Raimundo
Nonato. A partir desse estudo idealizou-se o principal meio de combate à escassez e
falta de água na região.
O estudo apontou a precariedade do abastecimento de água de onze
municípios da região de São Raimundo Nonato e a possibilidade da implantação de
uma adutora captando água no açude Petrônio Portela para abastecer as cidades
que fazem parte do sistema adutor do Garrincho.
A implantação do sistema adutor do Garrincho foi uma solução encontrada
para tentar amenizar e resolver o abastecimento humano da população residente na
região do semiárido do Piauí, especificamente a microrregião de São Raimundo
Nonato. Dentro da elaboração e execução do projeto executivo utilizou-se vários
43
estudos de engenharia como: topografia, geotécnica, cadastramento de imóveis e
pesquisas demográficas, além de estudos hidrológicos, hidrogeológicos, batimetria,
projetos ambientais e sociais, com enfoque na sustentabilidade.
A concepção do projeto tem o objetivo inicial de abastecer área urbanas dos
municípios de São Raimundo Nonato, Coronel José Dias, São Lourenço, Dirceu
Arcoverde, Bonfim, Várzea Branca, São Braz, Anísio de Abreu e Jurema, além de
alguns povoados ao longo do trecho de implantação da adutora; sendo São
Raimundo Nonato o maior centro urbano referenciado. A figura 13 mostra o
manancial de superfície do sistema adutor do Garrincho localizado no açude
Petrônio Portela, capacidade de acumulação de 181.000.000 de metros cúbicos,
inaugurada em 1997, construída pela Secretaria de Obras do Piauí, distante 35 km
da sede do município de São Raimundo Nonato.
Figura 13 – Local de captação de água bruta – Açude Petrônio Portela
Fonte: SEMAR (2006).
O sistema adutor do Garrincho foi construído pela SEMAR-PI, que transferiu
seu domínio operacional para a companhia de saneamento básico do Piauí, ficando
esta encarregada da operação, manutenção e cobrança pela água fornecida à
população beneficiada pelo sistema. As figuras 14,15 e 16 mostram a localização do
sistema adutor Garrincho e as cidades contempladas.
44
Figura 14 – Cidades do Sistema adutor do Garrincho
Fonte: SEMAR (2006).
Figura 15 – Cidades, reservatórios e elevatórias do Sistema adutor Garrincho
Fonte: SEMAR (2006).
45
Figura 16 – Sistema adutor Garrincho
Fonte: SEMAR (2006).
As tabelas 4, 5 e 6 mostram, respectivamente, dados dos trechos,
características das tubulações e estações elevatórias do sistema adutor Garrincho.
Tabela 4 – Dados dos trechos do sistema adutor Garrincho
Trecho Início Final Extensão (m)
Diâmetro (mm)
Vazão (m³/h)
1 Barragem Petrônio Portela
Garrincho 23.245 400 462,49
2 Garrincho São Raimundo Nonato
17.588 400 451
3 Garrincho Coronel José Dias
15.520 100 11,48
4 São Raimundo Nonato
São Lourenço 29.048 150 32,30
5 São Lourenço Dirceu Arcoverde 17569 150 24,41
6 São Raimundo Nonato
Bonfim 32.392 250 110,50
7 Bonfim Várzea Branca 14.757 200 90,60
8 Várzea Branca Anísio de Abreu 12.202 200 78,60
9 Anísio de Abreu Jurema 13.856 100 17,40
10.1 Anísio de Abreu São Braz 16.235 100 22,20
10.2 São Braz Tranqueira 2.003 75 3,20
Fonte: SEMAR (2006).
46
Tabela 5 – Características técnicas das tubulações – sistema adutor Garrincho
Trecho Discriminação Material
1 DN-400, CP=20 kgf/cm²/16 kgf/cm²
PRFV
2 DN-400, CP=10 kgf/cm² PRFV
Parte do .6 DN-250, CP=16 kgf/cm² PRFV
Parte do .7 DN-200, CP=16 kgf/cm² PRFV
Parte do 10.1 DN-100, CP=16 kgf/cm² PRFV
4 DN-150, CP=10 kgf/cm² PVC DEfofo
5 DN-150, CP=10 kgf/cm² PVC Defofo
Parte do 6 DN-250, CP=10 kgf/cm² PVC DEfofo
Parte do 7 DN-200, CP=10 kgf/cm² PVC DEfofo
8 DN-200, CP=10 kgf/cm² PVC DEfofo
Parte do 10.1 DN-100, CP=10 kgf/cm² PVC Defofo
3 DN-100, CP=10 kgf/cm² PVC DEfofo
9 DN-100, CP=10 kgf/cm PVC Defofo
10.2 DN-75, Cl 20 PVC PBA
Fonte: SEMAR (2006).
Tabela 6 – Estações elevatórias – sistema adutor Garrincho
Estações Elevatórias
Vazão (m³/h) Altura manométrica (MCA)
Potência (CV)
Flutuante 462,49 33 100
EE.1 462,49 129 400
EE.2 00 00 00
EE.2 451 35 120
EE.2 11,48 25 5
EE.3 00 00 00
EE.3 32,3 65 20
EE.3 110,5 71 50
EE.4 32,3 57 20
EE.5 110,5 50 40
EE.6 90,5 97 60
EE.7 00 00 00
Fonte: SEMAR (2006).
O sistema utiliza a captação por meio de barco flutuante com bombas
centrífugas de sucção. Tem início no reservatório Petrônio Portela (Figura 13) e
percorre uma distância de aproximadamente 190 quilômetros de extensão. O
referido sistema atende uma população de 59 mil habitantes com abastecimento
hídrico.
O sistema é composto de captação, adução de água bruta, preservação,
tratamento e adução de água tratada para a população alvo do projeto. Também foi
concebida a ampliação do Açude Fartura e capacidade produtiva em mais de cinco
poços do sistema Caracol, com a construção de poços e adutoras. Foram projetados
47
20 poços tubulares com sistema de captação, reservação e distribuição, com
aproximadamente 10.000 ligações na cidade de São Raimundo Nonato em 2016.
Inicialmente apresenta-se a descrição do processo de captação, no qual
funciona com dois conjuntos motobombas centrífugos, ou seja, de eixo horizontal
montados em barco flutuante com potência nominal de 100 cv cada e vazão de
462,49 m³/h e abastece um reservatório apoiado de 500 m³ localizado próximo ao
manancial de captação. Neste ponto existe uma estação elevatória de água para
transportar esta água captada para uma estação de tratamento que fica localizada a
uma distância de 25 km, no povoado Garrincho, dando nome ao sistema. A
elevatória é composta de três conjuntos motobombas centrífugos com potência de
250 cv, com tubulação inicial de polietileno revestido de fibra de vidro (PRFV) e
bitola de 400 mm, classe 20 e que era um produto novo apresentado ao mercado na
época.
Ao chegar à estação de tratamento, inicia-se um novo processo de tratamento
que foi outra novidade em termos de tecnologia em sistemas de abastecimento de
água. Começa com o tratamento definido como flotação por ar dissolvido, que é a
introdução de ar comprimido para provocar a quebra da molécula de água para
separar partículas indesejáveis, utilizando flotofiltros de composição de fibra de
vidro. Na sequência: água bruta, pré-cloração, mistura rápida, floculação, flotação
por ar dissolvido, filtração, cloração e água tratada. A figura 17 mostra uma visão
panorâmica da estação de tratamento do Garrincho e tipo de tratamento flotação por
ar dissolvido.
Figura 17 – Estação de tratamento – sistema adutor Garrincho
Fonte: Empresa de Saneamento Básico do Piauí (2010).
Após o tratamento completo na estação, a água é depositada em um
reservatório apoiado com volume de 500 m³, em sequência ao processo existe uma
elevatória com duas linhas de adução, sendo uma para abastecer a cidade de
48
Coronel José Dias, que fica distante 18 km da estação de tratamento, e outra que
abastece a cidade de São Raimundo Nonato, distante 17 km da estação.
Nessa etapa existe um reservatório apoiado com capacidade de reservação
de 1.230.000 m³ de água tratada para abastecer a cidade de São Raimundo Nonato
e duas linhas de adução com recalque para abastecer o restante das cidades do
sistema, garantindo assim o sistema contínuo de abastecimento de água para a
região do semiárido. A tabela 7 mostra os reservatórios do sistema adutor do
Garrincho.
Tabela 7 – Reservatórios apoiados (RAP) / elevados (REL)
Nome Local Volume (m³)
RAP-1 EE.1 500
RAP-2 EE.2 500
RAP-3 EE-3 1230
RAP-4 EE.4 25
RAP-5 EE.5 125
RAP-6 EE.6 150
RAP-7 EE.7 200
RAP-8 EE.8 25
RAP-9 EE.9 25
REL-1 EE.9 75
RAP-10 CORONEL JOSÉ DIAS 100
REL-2 SÃO LOURENÇO 50
REL-3 DIRCEU 100
REL-4 VÁRZEA 100
Fonte: SEMAR (2006).
As figuras 18 e 19 mostram reservatórios apoiados (RAP) e elevados (REL).
Figura 18 – Reservatórios apoiado sistema adutor do Garrincho
Fonte: SEMAR (2006).
49
Figura 19 – Reservatório elevado sistema adutor do Garrincho
Fonte: SEMAR (2006).
O sistema Garrincho entrou em operação no ano de 2006 e no ano de 2010
começou a apresentar diversos problemas dos quais destaca-se o que ocasionou
mais paradas do sistema e deixando de abastecer cidades inteiras.
A figura 20 mostra a sequência de tratamento da estação de tratamento do
Garrincho.
Figura 20 – Sequência de tratamento de água ETA Garrincho
Fonte: SEMAR (2010).
50
Segundo dados da Companhia de saneamento básico do Piauí(2006) desde o
início da operação o trecho 1 vem apresentando sucessivos vazamentos e
rompimentos da tubulação em PRFV DN 400 mm C-Tech Classe 20 e foram
descritos 58 vazamentos, sendo 46 deles nos primeiros 1.058 m, portanto, próximo
da estação de bombeamento EE-1. O relatório oficial da empresa mostra que
apresentou vazamentos constantes que prejudicavam o abastecimento da cidade
devido à dificuldade de recuperação, com diversos vazamentos em trechos
específicos da adutora.
Diante da constância dos vazamentos elaborou-se um plano de trabalho para
recuperar, identificar e corrigir em definitivo esse problema. Primeiramente foram
levantados todos os pontos de vazamento, em seguida determinou-se os pontos
onde foram instalados medidores de pressão interligados com software para
medição interna de pressão de trabalho na adutora e na qual foi identificada a causa
do problema.
O trecho da adutora do sistema adutor do Garrincho, compreendido entre a
elevatória 01 e a ETA (elevatória 02), de PRFV 400 mm com 23.360 m, sendo os
primeiros 10.000 m classe 20 (vinte) e o restante 13.630 m classe 16 (dezesseis).
Devido aos 58 vazamentos, dos quais 46 ocorreram nos primeiros 1.058 m.
A figura 21 mostra gráfico com pontos para instalação de analisadores de
pressão na adutora do Garrincho.
Figura 21 – Gráfico de localização para instalação de medidores de pressão
Fonte: ENGESOFT (2010).
Seguindo orientação dos pontos de medição especificados foram instalados
11 aparelhos de medir pressão - Metrolog MET-P / F / D / 9600 200m (200 mca);
sendo seis em ventosas e cinco em pontos de descarga.
51
Procedimentos adotados:
‒ Realizadas escavações nos locais dos vazamentos para conferir a classe
de pressão dos tubos na plaqueta de identificação de fábrica.
‒ Captados dados no supervisório do sistema adutor do Garrincho,
referente à pressão da vazão, bem como datas.
‒ Realizadas perguntas às pessoas ligadas à operação do sistema.
‒ Furação nas ventosas para colocação do pino de engate do Metrolog.
‒ Retirada dos tocos flange das descargas, para colocação de flanges
cegos com engates do Metrolog.
‒ Instalação de 11 medidores de pressão (Metrolog) na tubulação de água
bruta, 400 mm do tubo adutor do Garrincho.
‒ Configuração dos Metrologs para a medição da pressão na tubulação do
Garrincho.
‒ Medição da pressão na tubulação de 400 mm PRFV nos trecho E1 e E2.
‒ Testes nas válvulas contragolpe de aríete, a primeira com uma bomba e a
segunda com duas bombas. As figuras 22, 23 e 24 mostram a equipe e a
instalação de medidores de pressão na adutora do Garrincho para
determinação da especificação dos tubos.
Figura 22 – Aplicação de software para medição de pressão em tubulação
Fonte: Empresa de Saneamento do Piauí (2010)
52
Figura 23 – Instalação de medidores de pressão em tubulação
Fonte: Empresa de Saneamento do Piauí (2010).
Figura 24 – Placa de identificação da tubulação adutora do Garrincho
Fonte: Empresa de Saneamento do Piauí (2010).
Após os levantamentos em campo, levamos os dados para análise em
laboratório e definimos um plano de ação para solucionar o problema apresentado.
53
4 RESULTADOS ENCONTRADOS
A partir do estudo de caso e das pesquisas realizadas na Companhia de
Saneamento do Piauí é possível inferir que:
A qualidade da água servida à população pelo sistema Serra Branca
observada em análise de laboratório mostrou alto índice de teor de ferro,
sendo necessário a aplicação de tratamentos específicos para atingir o
índice determinado pela Organização Mundial de Saúde - OMS dentro
dos parâmetros aceitáveis, conforme artigo publicado e apresentado em
congresso INTERTECH, em março de 2016, em Salvador - Bahia.
Somente com a aeração realizada anteriormente aos processos não
foram obtidos os parâmetros exigidos para consumo humano.
Inserindo a decantação em série após a aeração novamente não se
obteve o resultado esperado, conforme resultado de análise (Anexo C).
Somente após a implantação da manutenção proativa de limpeza da
adutora com pollypig periodicamente, com intervalos de três meses,
atingiu-se resultados significantes para a qualidade da água, dentro de
parâmetros exigidos para consumo humano.
A pesquisa realizada concluiu que o sistema de tratamento aplicado
conjuntamente com a manutenção da adutora foi bastante significativo e
eficiente na redução do teor de ferro da água servida à população da
cidade de São Raimundo Nonato e contribuiu para a melhora da saúde da
população local. Teor de ferro final: 0,3 mg /l, conforme mostra a figura
25.
54
Figura 25 – Gráficos com resultados de análise de água do sistema Serra Branca
Fonte: Macêdo (2016).
As figuras 26 e 27 mostram o trabalho executado pela equipe de manutenção
da Companhia de Saneamento Básico do Piauí.
Figura 26 – Serviço de limpeza da adutora com pollypig
Fonte: Empresa de Saneamento do Piauí (2011)
Teor de ferro nas amostras de água
55
Figura 27 – Serviços de limpeza da adutora Serra Branca com pollypig
Fonte: Empresa de Saneamento do Piauí (2011).
Os equipamentos utilizados no sistema Serra Branca são equipamentos
específicos e dimensionados de acordo com a aplicação. Eles são importados e de
alto valor aquisitivo e de difícil manutenção.
A manutenção de retirada e colocação de equipamentos nos poços apresenta
certa dificuldade devido ao tamanho e peso excessivos dos mesmos, necessitando
outros equipamentos específicos para auxiliar nesse trabalho poços.
A operação do sistema apresenta dificuldades devido às condições de
energia elétrica serem de péssima qualidade, com oscilações constantes e muitas
vezes simplesmente falta de energia para alimentar o sistema.
Custo elevados nas manutenções corretivas dos equipamentos instalados nos
poços de captação e recalque.
A distância do local de captação para a cidade torna-se um fator determinante
para elevar custos operacionais e administrativos.
A qualificação do pessoal de manutenção e operação necessita de melhorias,
pois quase em sua totalidade a mão de obra não foi treinada e não possui
qualificação para realização de um trabalho com qualidade e evitar retrabalhos
excessivos.
Não existe um laboratório específico para realizar coletas e análises da água
servida à população da cidade, sendo executado somente mensalmente por uma
equipe que vem da sede principal, em Teresina, que fica distante 570 km.
56
Quando da ocorrência de vazamentos na adutora que transporta a água entre
a captação e o recebimento é deslocada uma equipe da operação da cidade para o
local, o que eleva o tempo de correção do sistema e, por consequência, prejudica o
abastecimento de água para a população.
Um parâmetro que também prejudica o sistema é que não existe automação.
A figura 28 mostra o pollypig utilizado para limpeza da adutora.
Figura 28 – Pollypig utilizado para limpeza da adutora Serra Branca
Fonte: www.pollypig.com (2016).
As figuras 29, 30 e 31mostram etapas da limpeza da adutora com pollypig.
Figura 29 – Início da limpeza da adutora Serra Branca
Fonte: Macêdo( 2016).
57
Figura 30 – Ponto intermediário de limpeza da adutora Serra Branca
Fonte: Macêdo (2016).
Figura 31 – Final da limpeza da tubulação com pollypig
Fonte: Macêdo (2016).
58
Sistema Garrincho
O resultado das inspeções no trecho da adutora do Garrincho, que fica
localizado entre a captação de água bruta e a ETA foi relevante e objetivo, com os
resultados encontrados no trecho E1-E2, conforme mostram as tabelas 8, 9 e 10.
Tabela 8 – Relação dos vazamentos na adutora Garrincho trechos E1 e E2
Número de vazamentos
Data da ocorrência do vazamento
Hora da ocorrência do vazamento
Pressão (bar)
Quantidade de bombas em funcionamento
Vazão de recalque de bombeamento (m³/h)
1 22/12/2009 09:38 16 2 380
2 24/12/2009 13:01 16 2 417
3 31/12/2009 10:03 15 2 398
4 15/01/2010 05:56 13 1 251
5 08/12/2010 13:02 15 2 356
6 19/02/2010 16:44 15 2 377
7 02/03/2010 18:03 15 2 395
8 31/03/2010 00:35 12 1 270
9 01/04/2010 08:46 16 2 353
10 05/04/2010 14:26 16 2 359
11 07/04/2010 05:06 16 2 343
12 10/04/2010 17:44 16 2 382
13 30/04/2010 17:35 15 2 378
14 01/05/2010 17:50 14 1 241
15 07/05/2010 15:05 15 2 395
16 08/05/2010 00:10 14 1 257
17 08/05/2010 16:25 14 1 252
18 12/05/2010 22:28 13 1 253
Fonte: Empresa de Saneamento Básico do Piauí (2010).
Tabela 9 – Pressão / Vazão das bombas de recalque trechos E1 e E2
Número da bomba Pressão das bombas (bar)
Vazão das bombas (m³/h)
1 14,5 248,0
2 13,9 265,0
3 13,9 285,8
Fonte: Empresa de saneamento básico do Piauí (2010).
59
Tabela 10 – Quantidade de vazamentos apresentados no trecho E1-E2
Quantidade de vazamentos Distância correspondente no trecho E1 -E2 (m)
19 32
21 144
29 288
31 340
34 426
35 744
36 800
37 830
42 840
44 1058
47 1154
48 1200
49 1254
52 1363
54 1414
56 1566
Fonte: Empresa de Saneamento Básico do Piauí (2010).
‒ Verificou-se que os tubos estão rompendo entre uma pressão de 120 mca
e 160 mca, bem abaixo da especificada pelo tubo PN 20 (200 mca) e
distante da margem de segurança.
‒ Os rompimentos estão acontecendo com apenas uma bomba em
funcionamento apesar de ter sido projetada para suportar a carga de duas
bombas. Em um teste realizado, o sistema só funcionou 3h:01m após o
acionamento da segunda bomba, com uma vazão de no máximo 404 m³/h
a uma pressão de 16 bares.
‒ Conferiu-se no local dos vazamentos, que a classe dos tubos é PN 20.
‒ Não existe tráfego de carro em cima e nem muito próximo dos tubos.
‒ Ocorreram 32 rompimentos nos primeiros 288 m de adutora.
‒ O rompimento do dia 30/07/10 ocorreu com uma pressão de 129 mca.
Durante o rompimento, as válvulas de alívio estavam reguladas e
funcionando - válvulas instaladas antes dos rompimentos. São evidências
sobre o não atendimento às especificações técnicas do projeto.
‒ A adutora do sistema, que é confeccionada em PRFV 400 mm, teve que
ser substituída no ano de 2014 devido ao relatório de inspeção ter
concluído que os tubos eram de classe inferior e foram substituídos por
tubos de ferro fundido de 400 mm e o problema foi resolvido de vez.
60
‒ O sistema em sua concepção era totalmente automatizado, desde a
captação, ETA e distribuição, mas o sistema de automação instalado
funciona precariamente e apresenta defeitos constantes, prejudicando
sensivelmente a atividade.
‒ A população abastecida pelo sistema ainda hoje rejeita a qualidade da
água desse sistema, provavelmente porque estava acostumada com o
outro e o costume relacionado com o sabor e o odor da água servida. O
Anexo D mostra o resultado de análise da água servida por este sistema
e que atende aos padrões normais de potabilidade.
‒ Equipamentos ainda apresentam constantes problemas com relação ao
funcionamento e à durabilidade.
‒ As equipes necessitam de qualificação de mão de obra.
61
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema de abastecimento de água analisado nessa dissertação foi objetivo
de uma pesquisa específica e detalhada, na qual mostrou-se as etapas e processos
de tratamento de água, com foco em planejamento e controle da produção e
preservação da qualidade.
Administrar e produzir água para atender às necessidades básicas da
população de uma cidade, torna-se um fator complexo, tendo em vista as diversas
variáveis que envolve o processo de produção: recursos, prazos, qualidade,
legislação e, principalmente, o ser humano como fator essencial.
As fases são bem definidas e explícitas na produção e pode-se identificar
captação, tratamento, reservação e distribuição em um sistema de abastecimento de
água.
Os objetivos desse trabalho foram atendidos em sua totalidade, tendo em
vista que os resultados alcançados atendem às normas específicas para o consumo
de água exigidas pela Organização Mundial de Saúde - OMS para o ser humano.
Nesta pesquisa concluiu-se que o tipo de tratamento aplicado conjuntamente
com a manutenção proativa do sistema tornou-se bastante significativo e eficiente na
redução de ferro na água servida à população de São Raimundo Nonato e contribuiu
para a redução de índices de doenças, e como consequência, apresenta a garantia
de melhor saúde para os seus habitantes.
A empresa necessita manter e padronizar os procedimentos, além de
implantar controles operacionais por meio de monitoramento e treinamento
constante das equipes, o que ajudará consideravelmente os processos de
tratamento e distribuição de água, valores na qualidade do produto e no grau de
satisfação dos clientes.
O saneamento básico é um serviço essencial de funcionamento contínuo e
com qualidade, portanto, deve sempre manter a continuidade dos processos de
produção e para isso a empresa necessita minimizar e reduzir problemas na
produção, controle, manutenção e distribuição, por meio de planejamento
estratégico e eficiente.
Com a realização desta pesquisa, espera-se que as questões a respeito de
planejamento e controle da produção de água, principalmente no que tange à
qualidade e à quantidade para abastecer a população da cidade de São Raimundo
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Nonato - Piauí recebam maior atenção dos órgãos administradores do sistema de
produção de água.
Entretanto, foram evidenciados que diversos avanços são necessários, não
só para embasamento científico das determinações já existentes, mas também para
o incentivo e promoção de práticas diversificadas de gerenciamento e disposição de
produção da água para consumo humano e contribuir para a melhoria da saúde
pública.
Por fim, deve-se atentar para todos os aspectos necessários à garantia de um
correto e eficiente gerenciamento de produção de água para atender às
necessidades básicas de uma comunidade.
A pesquisa realizada e apresentada nesse trabalho serve de base para
trabalhos futuros, pois apresenta soluções concretas e inovadoras na área de
sistemas de abastecimento de água, relativa simplicidade e baixo custo, quando
comparadas aos métodos consagrados.
Assim, recomenda-se estudos para a otimização dos métodos de tratamento
sequenciados, a manutenção proativa e o planejamento para retirada do ferro da
água, respeitando-se os resultados encontrados e buscando atender às normas
vigentes, e com isso garantir a continuidade do sistema e melhoria da saúde pública
para a população.
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REFERÊNCIAS
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ANEXOS
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ANEXO A - REDUÇÃO DO MINÉRIO DE FERRO DA ÁGUA SERVIDA À CIDADE
DE SÃO RAIMUNDO NONATO-PI
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ANEXO B - ANÁLISE DA QUALIDADE DA MANUTENÇÃO ELETROMECÂNICA
NA COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO PIAUÍ
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ANEXO C - BOLETIM DE ANÁLISE DE ÁGUA - SISTEMA SERRA BRANCA
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ANEXO D - BOLETIM DE ANÁLISE DE ÁGUA - SISTEMA ADUTOR GARRINCHO