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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Moisés Ferreira Freitas Oliveira Avaliação do efeito do envelhecimento acelerado em revestimentos acrílicos impermeabilizantes com diferentes teores de estireno São Paulo 2017

Dissertação de Mestradocassiopea.ipt.br/teses/2017_HAB_Moises_Ferreira.pdf · Conforme descrito na norma de desempenho NBR 15575-5 (ABNT, 2013), os requisitos referentes à estanqueidade

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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Moisés Ferreira Freitas Oliveira

Avaliação do efeito do envelhecimento acelerado em revestimentos acrílicos impermeabilizantes com diferentes teores

de estireno

São Paulo 2017

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Moisés Ferreira Freitas Oliveira

Avaliação do efeito do envelhecimento acelerado em revestimentos acrílicos impermeabilizantes com diferentes teores de estireno.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Habitação: Planejamento e Tecnologia

Data da aprovação ____/_____/_______

___________________________________ Prof. Dra. Marcia A. Shirakawa (Orientadora)

Mestrado Habitação: Planejamento e Tecnologia

Membros da Banca Examinadora:

Prof. Dra. Marcia Aiko Shirakawa (Orientadora) Mestrado Habitação: Planejamento e Tecnologia

Prof. Dr. Valdecir Angelo Quarcioni (Membro) IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Prof. Dr. Vanderley Moacyr John (Membro) USP – Universidade de São Paulo

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Moisés Ferreira Freitas Oliveira

Avaliação do efeito do envelhecimento acelerado em revestimentos acrílicos impermeabilizantes com diferentes teores de estireno.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Habitação: Planejamento e Tecnologia.

Área de Concentração: Tecnologia de Construção de Edifícios - TCE

Orientadora: Prof. Dra. Marcia A. Shirakawa

São Paulo

Novembro/2017

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Solicite a ficha catalográfica para [email protected]

Ficha Catalográfica Elaborada pelo Centro de Informação Tecnológica do

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT

1. A555p

PEDIR POR EMAIL PARA MARIA DARCI [email protected] ou telefone 3767 4139.

05-63 CDU 004.41(043)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a todos da minha família por todo apoio e incentivo

durante todo o desenvolvimento desse trabalho. Em especial para minha esposa,

Eliane Pereira Padilha Oliveira.

Ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT, pela

oportunidade de realização do curso de mestrado profissional em habitação.

À Dow Química do Brasil, por ter permitido a realização do trabalho e pela

disponibilização de seus recursos. Em especial, agradeço a Dra. Ana Claudia Rueda

Nery, Dr. Michael Radler e Dr. Phil Griggs.

Agradeço à minha orientadora Marcia Shirakawa por toda confiança,

paciência e suporte depositada nesse estudo.

Aos colegas Virgínia Duarte, Dayana Gomes, Ana da Silva e Hugo Soares

pela ajuda e suporte nas pesquisas e pela amizade.

Também a todos que colaboraram direta ou indiretamente na elaboração

deste trabalho, o meu reconhecimento.

Muito obrigado!

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RESUMO

Revestimentos acrílicos impermeabilizantes são usados para proteger e impermeabilizar lajes e telhados. Estes revestimentos estão sujeitos à ação da radiação solar e a colonização por micro-organismos. Esse estudo avaliou a influência do envelhecimento acelerado ao UV e a condensação em três tipos de revestimentos acrílicos impermeabilizantes com diferentes teores de estireno (0%, 27% e 51%), nas propriedades mecânicas e de resistência ao crescimento de fungos. A avaliação da resistência mecânica foi baseada na NBR 13321 (ABNT, 2008) e para a avaliação de crescimento fungos foi utilizada a NBR 14941 (ABNT, 2011), ambas análises foram realizadas antes e após a exposição acelerada das diferentes formulações dos filmes curados. Para o envelhecimento acelerado foi utilizado ciclo de quatro (4) horas de UVB e quatro (4) horas de condensação, totalizando 300 horas de exposição. O envelhecimento acelerado influenciou os resultados de tensão e o crescimento de fungos dos testes realizados.

Palavras Chaves: revestimentos acrílicos, resistência mecânica, envelhecimento acelerado, fungos

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ABSTRACT

Evaluation of the effect of accelerated aging on acrylic waterproofing coatings with different styrene contents.

Acrylic waterproofing coatings are used to protect and waterproof slabs and roofing. These coatings are subject to the action of solar radiation and microorganisms colonization. This study evaluated the influence of accelerated aging through UV and condensation on three types of acrylic waterproofing coatings with different styrene contents (0%, 27% and 51%), in mecanical properties and fungal growth resistance. Mecanical resistance evaluation were based on NBR 13321 (ABNT, 2008) and NBR 14941 (ABNT, 2011) was used for fungal growth evaluation, both analysis were performed before and after accelerated aging exposure of the cured films various formulations. For accelerated aging, cycles of four (4) hour UV-B plus four (4) hours of condensation were used, totaling 300 hours of exposure. Accelerated aging influenced the tensile and fungal growth results of performed tests.

Keywords: acrylic coating, mechanical resistance, accelerated aging, fungal

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Lista de ilustrações

Figura 1: Diferença entre tintas imobiliárias e revestimentos impermeabilizantes. ............... 17

Figura 2: Processo simplificado de fabricação industrial das membranas. ........................... 20

Figura 3: Fórmula química do Acrilato de butila (C7H12O2). .................................................. 22

Figura 4: Fórmula química do estireno (C8H8). ..................................................................... 22

Figura 5: Processo simplificado de fabricação industrial das emulsões acrílicas. ................ 23

Figura 6: Reação de redox por iniciação térmica do peroxidissulfato. .................................. 25

Figura 7: Reação de redox por agente redutor do peroxidissulfato ...................................... 25

Figura 8: Reação de polimerização dos monômeros. .......................................................... 26

Figura 9: Representação do mecanismo de polimerização em emulsão. ............................. 26

Figura 10: Representação das etapas de formação de filme de uma resina látex ................ 29

Figura 11: Dimensões do corpo de prova para os testes de resistência mecânica a tração.

Fonte: (ABNT,1992). ..................................................................................................... 40

Figura 12: Fluxograma com todas as etapas para o teste de resistência mecânica a tração.

........................................................................................ Error! Bookmark not defined.

Figura 13: (a) Molde de corte, (b) corpo de prova tipo gravatinha com marca de 25 mm e (c)

corpo de prova antes e (d) depois do ensaio de ruptura. .............................................. 42

Figura 14: Fluxograma do teste de resistência ao crescimento de fungos. .......................... 42

Figura 15: Formulação com 0% de estireno e sem biocida, inoculada com Alternaria

alternata (AA). ................................................................. Error! Bookmark not defined.

Figura 16: Formulação com 0% de estireno e com biocida, inoculada com Alternaria

alternata (AA). ................................................................. Error! Bookmark not defined.

Figura 17: Formulação com 27% de estireno e sem biocida, inoculada com Alternaria

alternata (AA). ................................................................. Error! Bookmark not defined.

Figura 18: Formulação com 27% de estireno e com biocida, inoculada com Alternaria

alternata (AA). ................................................................. Error! Bookmark not defined.

Figura 19: Formulação com 51% de estireno e sem biocida, inoculada com Alternaria

alternata (AA). ................................................................. Error! Bookmark not defined.

Figura 20: Formulação com 51% de estireno e com biocida, inoculada com Alternaria

alternata (AA). ................................................................. Error! Bookmark not defined.

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Figura 21: Formulação com 0% de estireno e sem biocida, inoculada com Aspergillus niger

(AN). ................................................................................ Error! Bookmark not defined.

Figura 22: Formulação com 0% de estireno e com biocida, inoculada com Aspergillus niger

(AN). ................................................................................ Error! Bookmark not defined.

Figura 23: Formulação com 27% de estireno e sem biocida, inoculada com Aspergillus niger

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Figura 24: Formulação com 27% de estireno e com biocida, inoculada com Aspergillus niger

(AN). ................................................................................ Error! Bookmark not defined.

Figura 25: Formulação com 51% de estireno e sem biocida, inoculada com Aspergillus niger

(AN). ................................................................................ Error! Bookmark not defined.

Figura 26: Formulação com 51% de estireno e com biocida, inoculada com Aspergillus niger

(AN). ................................................................................ Error! Bookmark not defined.

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Lista de tabelas

Tabela 1: Tabela de identificação das formulações acrílicas avaliadas ................................ 37

Tabela 2: Formulação de revestimento com 0% de estireno ................................................ 38

Tabela 3: Formulação de revestimento com 27% de estireno .............................................. 38

Tabela 4: Formulação de revestimento com 27% de estireno .............................................. 39

Tabela 5: Resultados resumidos de resistência mecânica à tração máximaque atingiram ou

não 1,5 MPa ................................................................................................................. 51

Tabela 6: Resultados da avaliação do crescimento de Alternaria alternata (AA) das

formulações com 0% de estireno. ................................................................................. 53

Tabela 7: Resultados das notas da avaliação do crescimento Alternaria alternata (AA) das

formulações com 27% de estireno. ............................................................................... 55

Tabela 8: Resultados das notas da avaliação do crescimento de Alternaria alternata (AA)

das formulações com 51% de estireno. ........................................................................ 57

Tabela 9: Resultados das notas da avaliação do crescimento de Aspergillus niger (AN) das

formulações com 0% de estireno. ................................................................................. 59

Tabela 10: Resultados das notas da avaliação do crescimento de Aspergillus niger (AN) das

formulações com 27% de estireno. ............................................................................... 61

Tabela 11: Resultados das notas da avaliação do crescimento Aspergillus niger (AN) das

formulações com 51% de estireno. ............................................................................... 63

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

OBJETIVO 14

JUSTIFICATIVA 15

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 16

Revestimentos impermeabilizantes 16

Superfícies frias 17

Componentes da formulação 18

Processo industrial dos revestimentos impermeabilizantes 20

Resinas acrílicas 21

Estireno 22

Emulsões acrílicas 22

Processo industrial de fabricação de emulsão acrílica 23

Polimerização em emulsão 24

Mecanismo de polimerização em emulsão 24

Efeito da composição monomérica nas propriedades de emulsão 28

Mecanismo da formação de filme 28

Preservação 30

Proteção durante a armazenagem 31

Emprego dos biocidas 32

Avaliação do biocida 32

Proteção ao filme seco 34

Fungos filamentosos 34

Biocidas e meio ambiente 34

Seleção do biocida para proteção dos filmes 35

Crescimento de fungos em revestimentos impermeabilizantes 35

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PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 37

Formulações 37

Aplicação e cura dos filmes secos 39

Envelhecimento acelerado em UVB e condensação 40

Resistência mecânica à tração 40

Avaliação pelo teste de resistência mecânica a tração. 41

Avaliação para o teste de resistência ao crescimento de fungos 42

Preparação da suspensão mãe de esporos de fungos 43

Inoculação dos corpos de prova e incubação 43

Análise estatística 45

RESULTADOS E DISCUSSÕES 46

Resultados do ensaio de resistência mecânica à tração máxima 46

Resultados das formulações com 0% de estireno 46

Resultados das formulações com 27% de estireno 48

Resultados das formulações com 51% de estireno 49

Discussão sobre o ensaio de resistência mecânica 51

Resultados do ensaio de resistência aos fungos 52

Avaliação da resistência ao crescimento de Alternaria alternata 52

Avaliação da resistência ao crescimento de Aspergillus niger 59

Discussão sobre o ensaio de resistência ao crescimento de fungos 65

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 68

REFERÊNCIAS 69

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INTRODUÇÃO

Atualmente no mercado brasileiro existem três tipos de revestimentos

impermeabilizantes acrílicos que podem ser aplicados sobre lajes e telhados e

promovem maior proteção à penetração de água para a superfície.

Os revestimentos impermeabilizantes acrílicos disponíveis no mercado

brasileiro são caracterizados da seguinte maneira:

a. Revestimentos acrílicos estirenados convencionais com plastificação

(BACH e RANGEL, 2005), conhecidos como membrana acrílica para

impermeabilização.

b. Revestimentos acrílicos estirenados elastoméricos – conhecidos como

manta liquida.

c. Revestimentos elastoméricos 100 % acrílicos – que podem ser usados

tanto para membranas acrílicas como para manta liquida.

Todos esses revestimentos são formulados com polímeros emulsionados em

água. Os dois primeiros revestimentos são formulados com emulsão acrílica

estirenada e o terceiro é formulado com emulsão 100% acrílica. A diferença entre as

duas primeiras emulsões acrílicas estirenada é o teor de polímero de estireno. O

polímero de estireno tem menor custo que os polímeros acrílicos (BUONO, 2010),

assim sendo, quanto maior a quantidade de estireno na sua formulação menor será

o custo desta emulsão.

Os polímeros de estireno são de alta rigidez (BECKER, 2009), quanto maior o

teor de estireno na emulsão maior será a sua resistência a tensão e menor será a

sua resistência a degradação aos raios UV com comprimentos de ondas maiores

que 300 nm (BORRELLY, 2002). Essas questões foram definidas em trabalhos de

tintas imobiliárias, sendo que não há trabalho em impermeabilizantes.

Todos esses revestimentos impermeabilizantes acrílicos contribuem para

melhorar a propriedade de estanqueidade das coberturas.

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11

Conforme descrito na norma de desempenho NBR 15575-5 (ABNT, 2013), os

requisitos referentes à estanqueidade nas condições de salubridade no ambiente

habitável para sistemas de coberturas é de que estas sejam estanques à água de

chuva, evitem umidade, entrada de animais, proliferação de insetos e micro-

organismos (ABNT, 2013).

O sistema de cobertura não deve apresentar escorrimento, gotejamento de

água ou gotas aderentes. Aceita-se o aparecimento de manchas de umidade, desde

que restritas a no máximo 35 % da área das telhas (ABNT, 2013).

Todos os revestimentos acrílicos são produtos mais populares e mais usados

para aplicação residencial como impermeabilizantes. E também são indicados para

serem usados como “telhados frios” ou na denominação inglesa de ERC Cool Roof –

(DAISEY, 2011; BRETZ e AKBARI, 1997).

Existem alguns tipos de revestimentos acrílicos elastoméricos que são usados

tanto para aplicações residenciais quanto para industriais, devido a sua durabilidade

e também ao fato de serem usados em revestimentos tipo “superfícies frias” ou

telhados frios em outros países como nos Estados Unidos, por exemplo, pois

contribuem para redução de ilhas de calor (KIRN, 1994). Um revestimento é

considerado superfície fria ou telhado frio, devido a sua elevada refletância a

radiação solar e alta emissividade (SILVA, 2017, BRETZ e AKBARI, 1997),

consequentemente, ele mantém o ambiente com conforto térmico nos dias de calor

(HOSSEINI; AKBARI, 2015). Akbari et al. (2005) concluiram que os telhados frios

poderão reduzir a energia necessária para resfriamento entre 10% a 50%,

resultando em uma economia de 10 a 100 dólares/ano/100 m2 de cobertura. Com

isso, esse tipo de revestimento também poderá contribuir no requisito de isolamento

térmico da norma de desempenho NBR 15575 (ABNT, 2013). Nos Estados Unidos

esses revestimentos frios podem receber uma certificação pela Comissão de

Energia da Califórnia (CALIFORNIA ENERGY COMMISSION, 2015) se atenderem

aos requisitos de emissividade e refletância solar inicial e após 3 anos de

envelhecimento natural, conforme especificados na Title24 (CALIFORNIA ENERGY

COMMISSION, 2015).

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12

Atualmente no Brasil, os produtos frios, como alguns revestimentos e telhas,

estão iniciando seu desenvolvimento no mercado de construção civil. Neste

contexto, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli USP) e a

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com quatro empresas

líderes de mercado da cadeia de construção civil, e com o apoio do Green Building

Council Brasil (GBC Brasil) e do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

(CBCS) formaram o Consórcio Brasileiro de Superfícies Frias – CBSF

(www.superficiesfrias.org.br).

O objetivo do consórcio é criar condições técnicas e institucionais para que os

produtos frios que cheguem ao mercado tenham excelente desempenho aliado a

uma alta durabilidade nas condições mais adversas, que incluem incidência direta de

radiação solar, água, umidade e micro-organismos.

A NBR 13321 (ABNT, 2008) descreve todas as especificações necessárias

para validar uma membrana acrílica para coberturas e indica as metodologias

necessárias, assim como os parâmetros mínimos de todas as propriedades a serem

avaliadas. Não há necessidade de envelhecimento acelerado para os seguintes

parâmetros: tensão máxima, absorção a água, flexibilidade a baixa temperatura e

estanqueidade. Nesta norma, o envelhecimento acelerado é definido com ciclos de 4

horas UVB e de 4 horas condensação, totalizando 150 horas de UVB e 150 horas de

condensação. Somente o alongamento na ruptura é reavaliado após a exposição ao

envelhecimento acelerado.

Foram encontrados poucos estudos publicados sobre membranas

impermeabilizantes acrílicas. Um desses estudos descreve que as membranas são

produtos ou sistemas impermeabilizantes moldados no local, com ou sem armadura

e que proporcionam impermeabilizantes seguros de baixo custo, podendo ser

executada facilmente pelo pessoal em campo (MORAES, 2002). Outro trabalho

descreve que:

“A grande maioria dos impermeabilizantes acrílicos são formulados, a partir de resinas acrílicas estirenadas. O estireno na formulação, artifício para menor custo, provoca diminuição da durabilidade do produto, tendendo a craquelar, amarelar, aderir sujeira, etc. O mais adequado é a utilização de resina acrílica pura, pois possui excelente resistência aos raios ultravioleta, não retém sujeira, não amarela e não perde a flexibilidade” (ARANTES, 2007, p. 32).

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13

Não foi estudada a avaliação da resistência ao crescimento de fungos desses

revestimentos nesses respectivos trabalhos. Por outro lado, foram encontrados

trabalhos publicados sobre avaliação de crescimento de fungos em tintas acrílicas

para fachadas. Um desses trabalhos descreve a sequência de colonização dos

fungos e da influência da incorporação biocida após 42 semanas de exposição em

São Paulo (SHIRAKAWA, et al., 2002). Em outros trabalhos foi possível investigar o

constante aparecimento de fungos em paredes de residências recém-pintadas com

tintas à base de emulsão PVA (BACH e RANGEL, 2005; UEMOTO, et al.,2006).

Os revestimentos impermeabilizantes são aplicados sobre áreas externas

onde sofrem elevada exposição aos raios ultravioletas e intempéries. A radiação UV

pode ser subdividida nos seguintes comprimentos de onda:

1. 400 até 320 nm - UVA próximo (do visível); e

2. 320 até 290 nm - UVB distante; e

3. 290 a 100 nm - UVC extremo.

A radiação UVC é totalmente absorvida pelo oxigênio e o ozônio da atmosfera

(BALOGH, et al., 2011). É notório e conhecido que as radiações ultravioletas

degradam os filmes poliméricos, tanto em tintas quanto em revestimentos

impermeabilizantes, alterando o desempenho das propriedades mecânicas

(UEMOTO e AGOPYAN, 1997; NGUYEN, et al., 2016).

A radiação UVB é a radiação mais usada para avaliação de envelhecimento

acelerado de polímeros acrílicos em laboratório, pois em pouco tempo de exposição

é possível obter resultados próximos de uma condição natural de exposição

(FRAGATA , et al., 2010).

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14

OBJETIVO

Este trabalho tem por objetivo avaliar a influência da exposição acelerada

(UVB e condensação) na resistência ao crescimento de fungos e na resistência

mecânica à tração máximade três tipos revestimentos acrílicos impermeabilizantes

com diferentes teores de estireno.

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15

JUSTIFICATIVA

Não existe metodologia, especificação ou qualquer menção de resistência ao

fungos na norma NBR 13321 (ABNT, 2008), diferentemente de outras normas

internacionais que são indicadas para a mesma aplicação em coberturas, como a

ASTM D6083 (2005).

Desta maneira, serão incluídos nesse trabalho as avaliações de fungos, além

das propriedades mecânicas de tensão após exposição acelerada aos raios

ultravioleta com ciclos de UVB e condensação.

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16

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Revestimentos impermeabilizantes

Revestimentos impermeabilizantes acrílicos são membranas cujo principal

objetivo é proteger o substrato contra a ação da água, conferindo estanqueidade

para as estruturas (ARANTES, 2007). Revestimentos impermeabilizantes acrílicos

também são conhecidos como manta líquida, impermeabilizante flexível ou

membrana acrílica. De acordo com o mercado, esses revestimentos são de base

acrílica com aplicação a frio sem emendas, prontas para uso e moldada no local

(OLIVEIRA, 2015). Estes revestimentos são indicados para impermeabilização

exposta de lajes de cobertura, lajes abobadadas, marquises, telhados, pré –

fabricados (MORAES, 2002). Os revestimentos impermeabilizantes acrílicos

acomodam movimentações da estrutura presentes no substrato, mantém as

propriedades em baixas temperaturas, são barreiras aos agentes contaminantes

provenientes da atmosfera, possuem uma baixa retenção de fuligem e são

resistentes a raios ultravioletas e a intempéries (OLIVEIRA,2015).

Sheppard Junior (2001) descreve na seção 8 do seu livro Corrosion and

Chemical Resistant Masonry Materials Handbook, que existem dois tipos de

membranas, uma que ele define como verdadeira, pois é uma barreira total a

penetração de líquidos. E a outra ele define como semi-membrana pois é uma

barreira parcial, pois haverá penetração de líquidos, muito lentamente, com o passar

do tempo.

De acordo com o trabalho de Sheppard Junior (2001), os revestimentos

acrílicos são semi-membranas, pois possuem ações efetivas de resistência a

penetração de água, mas não com demais agentes químicos agressivos. De acordo

com trabalho do Figueiredo (2012), os revestimentos impermeabilizantes acrílicos

podem ser classificados como impermeabilizantes sem proteção e são indicados

para coberturas de acessibilidade limitada, pois apenas admitem a circulação

pontual de pessoas para execução de tarefas de manutenção na cobertura.

Os revestimentos impermeabilizantes acrílicos são similares com as tintas

imobiliárias e sua principal diferença está no teor de emulsão (Figura 5). Os

revestimentos impermeabilizantes apresentam maior quantidade de emulsão na sua

formulação do que as tintas imobiliárias, pois eles devem prover maior resistência a

penetração de água e resistência ao intemperismo.

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17

Figura 1: Diferença entre tintas imobiliárias e revestimentos impermeabilizantes.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Superfícies frias

Uma nova geração de revestimentos acrílicos impermeabilizantes chegou ao

mercado de construção no Brasil, no inicio da década de 2000. Essa nova geração

atende aos requisitos de impermeabilidade da geração anterior, mas também

apresenta novos atributos. Os dois principais atributos são o conforto térmico e a alta

durabilidade (FREITAS; CRUZ; HERNANDEZ, 2015). Esses produtos se adequam

ao conceito de superfícies frias (“Cool Roof”), pois são revestimentos com alta

refletância solar.

Akbari e Konopacki (1998) desenvolveram o conceito de superfícies frias

através de estudos no qual as membranas de cores claras e principalmente as

brancas podem reduzir de 10% a 50% o consumo de energia elétrica e resultar em

economia de US$ 10 a US$ 100 por ano por 100 m2 de superfície do telhado. Em

outro estudo, Akbari et al. (2005 a) comprova que há uma perda de refletância

devido ao envelhecimento natural e as condições climáticas.

No Brasil, como já descrito na Introdução desta dissertação, foi desenvolvido

um consórcio para estudar e avaliar as superfícies frias para nossas condições

climáticas (https://www.superficiesfrias.org.br/). Alguns estudos já foram realizados

de envelhecimento natural, neste campo de superfícies frias em nossas condições

climáticas, em que ficou claro que pinturas do tipo de superfícies frias têm maior

resistência ao UVB do que as pinturas convencionais (SILVA, 2017; IKEMATSU,

2007).

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Componentes da formulação

Segue abaixo a lista de matérias primas que são utilizadas para produzir um

revestimento impermeabilizante acrílico para lajes e telhados. Nota-se que as

matérias primas para esse revestimentos são as mesmas usadas em tintas

imobiliárias. Por isso, a lista abaixo é definida conforme Fazenda (2009) e Anghinetti

(2012) em seus respectivos trabalhos.

Água - É o veículo da tinta, também considerado como solvente universal;

Dispersante acrílico e Tripolifosfato de sódio (STPP) – Ambos são

dispersantes e umectantes. Eles trabalham para homogeneizar os

pigmentos sólidos distribuídos nos outros componentes das tintas. Esses

aditivos trabalham em conjunto, muitas vezes fazendo parte de um mesmo

produto.

Antiespumante – Os aditivos antiespumantes rompem as bolhas que se

formam quando a tinta é misturada na fábrica ou quando é misturada

no agitador mecânico. Age também na aplicação da tinta no substrato,

especialmente com o uso do rolo para eliminação do ar e espuma. O dano

causado pelas bolhas está ligado diretamente à função de proteção da tinta

sobre o substrato.

TiO2 – Dióxido de titânio (TiO2) é um tipo pigmento inorgânico. Os pigmentos

inorgânicos são substâncias sólidas, finamente divididas, partículas entre

0,05 μm e 5μm, não voláteis e insolúveis no meio. Material utilizado com a

finalidade de promover cor, opacidade, consistência, durabilidade e

resistência à tinta e revestimentos.

CaCO3 Natural – O carbonato de cálcio é uma carga. As cargas também são

conhecidas como pigmentos inertes ou extenders. O carbonato de cálcio é de

cor branca e tem baixo índice de refração, esse tipo de pigmento interfere em

diversas características da tinta e do revestimento, incluindo brilho,

opacidade, resistência à abrasão e ao craquelamento, reforço do filme, entre

outras.

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NH4OH (28%) – O hidróxido de amônia é utilizado apenas para alcalinizar a

tinta. Normalmente as tintas e revestimentos devem ter pH acima de 8.

O pH acima de 8 é necessário para que os aditivos modificadores de

propriedades reológicas, como o espessante celulósico e o espessante

acrílico, possam atuar adequadamente.

Coalescente – Coalescente são solventes oxigenados: álcoois, ésteres, éter

glicólico, cetona. Um agente coalescente ajuda na formação adequada da

película e para controlar a evaporação da água de revestimentos e tintas à

base de água.

Biocidas - Também conhecidos como fungicidas, bactericidas e a

algicidas, pois ajudam a proteger as tintas dos micro-organismos

indesejáveis, fungos, bactérias e algas, para a conservação das mesmas.

São empregados para evitar a degradação da película da tinta. Entretanto

são usados também visando à conservação do produto armazenado.

Espessante celulósico - Os espessantes são aditivos modificadores de

propriedades reológicas. Para a maior parte, o espessante é incolor e

liga o respectivo substrato ao pigmento, que dá à tinta a viscosidade e

fluidez apropriada para sua aplicação e a espessura da película

depois da tinta seca. O espessante celulósico é primeiramente misturado em

propileno glicol, para uma melhor interação entre o espessante celulósico com

a tinta. Reduzindo o risco na formação de grumos.

O agalmatolito foi a única matéria prima que não foi citada pelo Fazenda

(2009) e Anghinetti (2012) em seus trabalhos. Segue abaixo a descrição do

agalmatolito.

Agalmatolito - Agalmatolito é uma rocha metamórfica resultante da alteração

hidrotermal da rocha-mãe (protólito) riolito. O agalmatolito é constituído

principalmente por dois minerais, a piroxilina e a moscovita em proporções

variadas, bem como outros minerais acessórios. O uso em formulações de

tintas arquitetônicas são a grande aplicação do agalmatolito no Brasil.

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Na indústria de tinta, algumas propriedades são extremamente

importantes: cor branca, alvura elevada, absorção de óleo e opacidade

(poder de cobertura), já que os componentes da tinta devem ser

interativos com os componentes de formulação. Outro fator essencial é a

morfologia da partícula do agalmatolito, um filossilicato, que contribui com

aspectos relacionados a tixotropia da tinta, sua estabilidade e facilidade de

dispersão. (LUZ; TOMEDI; MARTINS, 2013).

Processo industrial dos revestimentos impermeabilizantes

O processo industrial de fabricar um revestimento impermeabilizante está

ilustrado na Figura 6. Este processo é similar ao processo de fabricação de uma tinta

imobiliária.

Figura 2: Processo simplificado de fabricação industrial das membranas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Na primeira etapa, é feita a moagem das cargas e pigmentos com água,

aditivos e uma pequena parte da emulsão acrílica. Esta moagem é feita no dispersor

cowles de alta rotação, por 20 a 30 minutos. Finalizando o tempo de moagem, o

produto misturado, neste momento chamado de base, é colocado no tanque

misturador onde será processada a segunda etapa.

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Na segunda etapa, além da base, são adicionados o restante das matérias-

primas da formulação. São adicionados o restante da emulsão, o coalescente, os

aditivos, os biocidas e o restante da água. Nesta etapa é feita apenas uma mistura,

que dura em média de 20 a 30 minutos. Após isso, inicia-se a terceira etapa onde o

produto é envasado e enviado para as lojas de materiais de construção.

Durante cada etapa do processo são feitas as análises de controle de

processo afim de garantir que produto possa atingir o desempenho esperado. E

antes de ser envasado, é também feita uma análise mais minuciosa do lote fabricado

em termos de controle de qualidade.

Resinas acrílicas

Um dos principais componentes dos revestimentos impermeabilizantes para

esse estudo, são os polímeros acrílicos emulsionados em água, conhecidos como

emulsões acrílicas. O intemperismo, os raios UV e o ataque microbiano podem ser

mais ou menos agressivo de acordo com o tipo de emulsão acrílica.

Os polímeros acrílicos são ésteres de ácidos acrílicos, ou seja, são os

produtos formados pela reação de um ácido acrílico (CH2=CHCOOH) e um álcool

(KANJI, 2006). Os ésteres de ácido acrílico polimerizam-se prontamente para formar

filmes poliméricos transparentes. Estes são amplamente utilizados em aplicações

que requerem superfícies duráveis e com cores claras. Em uso mais comum são

revestimentos de superfície como, por exemplo, as tintas.

Existem diversos tipos de monômeros acrílicos que sendo polimerizados

resultam em resinas acrílicas com propriedades físicas tais como brilho, dureza,

adesão e flexibilidade (KANJI, 2006). Os monômeros acrílicos mais utilizados em

revestimentos e tintas são metacrilato de metila (MMA), acrilato de butila (BA) e

ácido metacrílico (MAA). Os copolímeros acrílicos são a reação entre dois tipos de

monômeros, que podem ser dois acrílicos ou um acrílico e um outro tipo de

monômero como exemplo, os monômeros de estirenos (MANO, 1991). Neste

estudo, o monômero acrílico utilizado é acrilato de butila (BA) (Figura 3):

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Figura 3: Fórmula química do Acrilato de butila (C7H12O2).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Estireno

O estireno é um hidrocarboneto monoaromático, conhecido também como

vinilbenzeno, etilbenzeno, feniletileno, estireno monômero. O estireno é produzido a

partir da conversão catalítica de benzeno com etileno (TAFFAREL, 2007). O

monômero de estireno é muito reativo e consideravelmente mais barato do que os

monômeros acrílicos. Ele contribui para aumentar a dureza dos revestimentos e

tintas, além de influenciar na resistência à água (PILZ, 2004). A Figura 8 representa

a fórmula química do monômero de estireno (C8H8).

Figura 4: Fórmula química do estireno (C8H8).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Emulsões acrílicas

As emulsões aquosas acrílicas constituem uma classe muito importante de

veículos para tintas e revestimentos (BORGES, 2010), pois combinam as vantagens

do baixo custo, grande variedade de espécies químicas para uma enorme gama de

aplicações, facilidade de polimerização. E o uso da água em substituição aos

solventes orgânicos. As consequências do emprego das emulsões aquosas são a

facilidade de limpeza, o desempenho do produto e o custo. Além de questões

ambientais devido a menor quantidade de orgânicos voláteis presentes na sua

composição (PILZ, 2004).

CH2O

O

CH2 CH C

CH2CH2 CH3

CH CH2

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De acordo com Schwartz e Kossmann (1998) uma emulsão baseada no

copolímero de acrilato de butila e estireno apresenta um filme de baixa absorção de

água, com elevada resistência alcalina e com um custo mais competitivo do que as

emulsões 100% acrílicas para o mercado de tintas e revestimentos. Porém, Arantes

(2007) considera que, neste caso, o estireno provoca redução da durabilidade do

produto, tendendo a craquear, amarelar, aderir sujeira.

Processo industrial de fabricação de emulsão acrílica

O processo de polimerização em emulsão acontece em reatores que

possuem um controle de temperatura e pressão. A Figura 9 exemplifica o processo

simplificado de fabricação industrial de emulsões acrílicas.

Figura 5: Processo simplificado de fabricação industrial das emulsões acrílicas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Na primeira etapa são adicionados no reator o monômero acrílico, monômero

de estireno, água, iniciadores e os tensoativos. Nesta etapa é que acontece a

polimerização em emulsão. O tempo de polimerização no reator de uma emulsão

acrílica estirenada e de uma emulsão 100% acrílica pode levar 3 a 4 horas. Ao

término da reação, o produto é chamado de semente, sendo ainda uma pré-emulsão

que necessita ser finalizada com o complemento das demais matérias-primas.

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No item 4.5.4 é descrito o processo de polimerização em emulsão que

acontece dentro do reator.

Na segunda etapa, a semente é levada até um tanque misturador onde são

adicionados o complemento da água, biocidas e os aditivos. Esta etapa do processo

necessita de uma a três horas para finalizar a emulsão acrílica. Após este processo,

a emulsão acrílica está pronta para terceira etapa.

Na terceira etapa, a emulsão acrílica é enviava para os fabricantes de tintas e

revestimentos. Esses fabricantes irão utilizar a emulsão acrílica para fabricar seus

produtos, conforme exemplificado na Figura 5.

Polimerização em emulsão

Shah (2012) descreve a polimerização via radicais livres (radicalar) de

monômeros emulsionados em água como solvente, conhecido como uma

polimerização em emulsão aquosa. A polimerização em emulsão é um processo

que traz uma séries de vantagens sobre outros processos de polimerização, pois

apresenta facilidades no controle de temperatura e agitação sem aumento de

viscosidade (SILVA e SILVA, 2003). A viscosidade da emulsão é relativamente

baixa e independe do peso molecular do polímero. Os principais componentes de

uma emulsão são: monômeros, um meio dispersante, tensoativo e um iniciador

solúvel em água (SHAH, 2012). Através da polimerização em emulsão é possível

obter emulsões com elevadas massas moleculares sem que seja necessário diminuir

a velocidade da polimerização. As desvantagens incluem o elevado nível de

impurezas e de aditivação (MACHADO; LIMA; PINTO, 2007), além da dificuldade de

remoção completa do emulsificante (SILVA e SILVA, 2003).

Mecanismo de polimerização em emulsão

A polimerização em emulsão é uma reação de adição e ocorre pela reação de

radicais livres, sujeitas às etapas de iniciação, propagação e terminação (TERUYA,

1995), (PILZ, 2004). A polimerização em emulsão é caracterizada pelo uso de um

tensoativo para emulsificar os monômeros em água. Um iniciador hidrossolúvel,

como por exemplo, o persulfato de potássio (K2P2O8), é responsável pela formação

de radicais livres, que completam a iniciação, reagindo com moléculas de

monômeros que se encontram dispersas na fase aquosa (SILVA e SILVA, 2003).

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Kanji, Glanville e Wansbrough (2002) descrevem que são utilizados

iniciadores (catalisadores) como por exemplo. Peroxidissulfato de sódio que, neste

caso, a reação pode ser iniciada por iniciação térmica ou redox. Na iniciação

térmica, o peroxidissulfato se dissocia para resultar em dois radicais SO4-, conforme

Figura 6.

Figura 6: Reação de redox por iniciação térmica do peroxidissulfato.

Fonte: Kanji, Glanville e Wansbrough (2002).

Na iniciação redox, um agente redutor (geralmente o Fe2+ ou o Ag+) é usado

para fornecer um elétron, fazendo com que o peroxidissulfato se dissocie em um

radical de sulfato e um íon sulfato, conforme Figura 7.

Figura 7: Reação de redox por agente redutor do peroxidissulfato

Fonte: Kanji, Glanville e Wansbrough (2002).

Conforme demonstrado no item 4.5.3, o processo de polimerização em

emulsão é realizado em um reator tipo chaleira (Kettle), que é equipado com um

revestimento para aquecimento e resfriamento para permitir o controle de

temperatura durante a reação. Inicia-se o processo carregando o surfactante e a

água que são os primeiros introduzidos na chaleira.

Em seguida, os monômeros e a solução do iniciador (solução contendo

agentes redox para dividir o persulfato em radicais de sulfato) são então transferidos

para o reator em uma taxa controlada. A mistura no reator é constantemente

agitada, enquanto está sendo adicionado o monômero. Durante este tempo, os

monômeros polimerizam de acordo com as reações apresentadas na Figura 8.

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Figura 8: Reação de polimerização dos monômeros.

Fonte: (KANJI, GLANVILLE E WANSBROUGH, 2002).

Como a tendência do emulsificante é formar micelas (de 0,1 a 1 μm de

diâmetro), cuja parte interna é constituída pelas cadeias apolares das moléculas do

tensoativo, também apolares. Uma vez completada a iniciação, o radical migra para

o interior das micelas, havendo aí a propagação (Figura 9).

Figura 9: Representação do mecanismo de polimerização em emulsão.

Fonte: (KIPARISSIDES, 1996).

De acordo com a Figura 9, KIPARISSIDES (1996) descreve três estágios do

mecanismo de polimerização em emulsão.

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Estágio 1:

A polimerização se inicia quando o iniciador é colocado na fase aquosa. Os

radicais livres formados iniciam a nucleação de partículas. Existem dois tipos

principais de nucleação: a micelar e a homogênea. A nucleação micelar ou

heterogênea ocorre quando radicais primários ou oligômeros entram nas micelas e

iniciam a polimerização. A nucleação homogênea ocorre quando radicais livres se

propagam na água e, após atingirem certo tamanho crítico de cadeia, precipitam.

A ocorrência de cada uma dessas nucleações depende da solubilidade do

monômero na fase aquosa, da concentração de emulsificante e da difusão de

radicais livres na fase contínua. Após a nucleação, as partículas de polímero

continuam adsorvendo monômero e aumentando de tamanho. Ao final dessa etapa,

praticamente todo o surfactante presente no meio está adsorvido nas moléculas de

polímero.

O polímero pode crescer ainda por meio da nucleação coagulativa, que é

coalescência de partículas, em decorrência de sua baixa estabilidade. Isso é comum

quando o emulsificante está presente em concentrações inferiores à Concentração

Micelar Crítica (CMC)1 e após um determinado tamanho crítico, pelo consumo de

emulsificante disponível no meio.

Estágio 2:

É caracterizada pelo crescimento das cadeias de polímero, na presença das

micelas de monômero. As cadeias de polímero se propagam a taxas muito elevadas,

e isso faz com que as partículas cresçam muito de tamanho. Na maioria dos casos,

a polimerização é rápida porque o sistema é compartimentalizado e não há mais do

que um radical em cada partícula.

As partículas de polímero crescem cada vez mais e os monômeros vão sendo

consumidos. O estágio 2 termina quando os monômeros desaparecem. Tanto a

formação de partículas quanto o crescimento de cadeias dependem, principalmente,

da transferência de radicais livres e da partição de monômero existente entre

monômero e a micela.

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Estágio 3:

É caracterizada pelo consumo de todo o monômero que está presente nos

polímeros, enquanto permanece constante. As conversões alcançadas podem, em

muitos casos, chegar a 100%. Como a viscosidade no interior dessas partículas é

muito elevada, uma vez que há pouco monômero, o efeito gel torna-se bastante

pronunciado e dificulta o controle da temperatura.

Efeito da composição monomérica nas propriedades de emulsão

A copolimerização de espécies químicas distintas tem sido um processo

extensamente empregado para modificar as propriedades dos polímeros.

Escolhendo-se apropriadamente os monômeros, as propriedades originais do

polímero podem ser melhoradas e modificadas drasticamente, permitindo a

ampliação da qualidade de materiais distintos que podem ser produzidos

(MACHADO, et.al, 2007).

A composição dos monômeros geralmente inclui um monômero básico que é

responsável pela maioria das propriedades importantes, com destaques para a

dureza e resistências em geral (intempéries, água, solventes, alcalinidade, etc.) e,

por essa razão, geralmente caracteriza o tipo da emulsão (FAZENDA, 2009). Neste

estudo são utilizadas as seguintes emulsões:

Estireno-acrílico: copolímero de estireno com monômero de

acrilato de butila.

Acrílica puras: são baseadas em metacrilato de metila

copolimerizado com acrilato de butila.

Mecanismo da formação de filme

A formação do filme ou da película é um fenômeno importantíssimo na

tecnologia das emulsões usadas em tintas e revestimentos, pois esse filme

determina muitas das propriedades dos revestimentos correspondentes. Em outras

palavras, uma emulsão pode apresentar resultados abaixo do esperado se não

formarem uma película com propriedades satisfatórias. Por exemplo, no caso dos

revestimentos impermeabilizantes, podem ocorrer a diminuição da força de adesão e

a redução da resistência a penetração de água, formando assim um filme com alta

absorção de água.

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As teorias de formação de filmes são estudadas há mais de 70 anos, e

apenas há 30 anos surgiu uma compreensão mais fundamental deste processo,

devido a utilização de metodologias instrumentais moderna como microscopia

eletrônica de varredura (WINNIK, 1997).

A composição do polímero influi diretamente em duas importantes

características relacionadas com a formação de filme: temperatura de transição

vítrea (Tg) e temperatura mínima para formação de filme (TMFF). Entende-se por Tg

a temperatura abaixo da qual um polímero amorfo se torna duro e frágil (estado

vítreo), e acima da qual o mesmo polímero é macio (estado “borrachoso”). TMFF é a

temperatura mínima na qual o polímero emulsionado forma um filme contínuo

quando coalesce.

A TMFF é influenciada por diversos fatores e não corresponde a uma

propriedade do polímero, mas de toda a formulação, ao contrário da Tg que é uma

propriedade do polímero. A TMFF costuma ser inferior a Tg devido ao efeito

plastificante dos surfactantes e outros componentes residuais do processo de

polimerização (PILZ, 2004).

De acordo com Keddie (1997), a expressão "formação de filme" é usada na

literatura em diferentes condições. A mais utilizada é para descrever todo o processo

pelo qual um polímero emulsionado em água é transformado num revestimento

contínuo, conforme Figura 10.

Figura 10: Representação das etapas de formação de filme de uma resina látex

Fonte: (KEDDIE, 1997).

Nota 1: Concentração Micelar Crítica (CMC) é a menor concentração onde ocorre a formação de micelas de um

surfactante.

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Alguns pesquisadores como Fazenda (2009) definem vários "estágios de

formação de filme". Conforme a Figura 10, a formação de filme é definida em três

estágios que ocorrem durante a formação do filme: (1) evaporação da água e

ordenação das partículas; (2) deformação de partículas; e (3) interdifusão de

polímeros através dos limites de partícula-partícula.

Keddie (1997) e DILLON (1953) descrevem que a formação de filme consiste

em dois estágios: evaporação e deformação de partículas, tendo assim uma

consolidação do filme pela evaporação do solvente.

Lin e Meier (1996) fizeram um trabalho experimental avaliando os diversos

modelos propostos e concluíram que todos os modelos e teorias têm sérias falhas

para sistemas de látex; esses pesquisadores apresentaram um modelo de formação

de filme a partir de látex (seco), para a qual uma teoria foi apresentada para o

alisamento do filme em função do tamanho de partícula e propriedades.

Preservação

A decoração e a proteção são funções das tintas e revestimentos

impermeabilizantes, sendo atributos obtidos para ambos os produtos.

Contaminações microbiológicas podem ocorrer tanto na emulsão quanto no filme

seco e assim podem comprometer seu desempenho.

Essas contaminações biológicas são causadas por diferentes microrganismos

como bactérias, fungos e algas. Bactérias são micro-organismos unicelulares,

procariontes. Os fungos são seres macroscópicos ou microscópicos, unicelulares ou

pluricelulares, eucariotas (com um núcleo celular), heterótrofos e filamentosos. As

algas são microorganismos unicelular ou multicelular (filamentosas), eucariontes e

fotossintetizantes. Todos esses micro-organismos apresentam capacidade de

sobrevivência a situações bastante diversificadas. Os requisitos básicos para o

crescimento desses microrganismos são descritos no Quadro 1.

Tintas e revestimentos impermeabilizantes contêm diversos compostos

orgânicos que servem como nutrientes para esses microrganismos e, na presença

dos demais requisitos, haverá o crescimento microbiano seja na emulsão na

embalagem (lata, por exemplo) e/ou no filme seco após aplicação.

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Quadro 1: Requisitos básicos para o crescimento de diferentes microrganismos.

Agente Bactérias Fungos Algas

Luz Solar Não Não Sim

Oxigênio Aeróbicas - Sim

Anaeróbicas - Não Sim

Sim Necessita CO2

pH 2,0 a 13,0 Meio ácido Alcalino

Nutrientes Orgânicos e Inorgânicos

Carbono Orgânico Nitrogênio Minerais

CO2 N2 e Minerais

Fonte: Adaptado de Fazenda (2009).

Esse processo de colonização acarreta o comprometimento das funções

decorativas e protetivas dos produtos, obrigando os formuladores à adoção de

medidas preventivas através de emprego de preservantes químicos, conhecidos

como biocidas, na composição desses materiais.

Na prática, os biocidas são conhecidos de acordo com a sua utilização. Desse

modo as terminologias são conhecidas como:

biocida fungicida – preservante químico capaz de matar fungos; e

biocida bactericida – preservante químico capaz de matar bactérias; e

biocida algicida – preservante químico capaz de matar algas.

Proteção durante a armazenagem

As bactérias podem se multiplicar na embalagem e dentre as bactérias mais

associadas com a degradação das tintas e revestimentos impermeabilizantes na

fase liquida, destacam-se as Gram-negativas: Pseudomonas, Aerobacter,

Flavobacterium, Escherichia, Proteus. Entre as Gram-positivas, destaca-se Bacillus

sp. Os fungos e as algas não crescem em latas fechadas na emulsão, mas podem

se desenvolver sobre o filme seco (BACH e RANGEL, 2005).

A contaminação das tintas e revestimentos impermeabilizantes pode ocorrer

durante a manufatura sendo que, em sua maior parte, é proveniente de

microrganismo presentes na água, matérias-primas e equipamentos, como tanques

e tubulações e tanques de armazenagem. Essa contaminação pode acentuar devido

à ausência de biocidas nas formulações (GAJACA e BRAZOLIN, 2012).

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Emprego dos biocidas

Ainda que as práticas de higiene e desinfecção sejam rigorosas nos

processos de fabricação, não existem garantias para as tintas e revestimentos

impermeabilizantes se não forem empregados biocidas eficazes.

A escolha do tipo de biocida é muito importante, pois deve ser adequado ao

tipo de aplicação e também a região geográfica. Assim, no estudo de Shirakawa et

al. (2014) concluí-se que a colonização de fungos pode afetar o conforto térmico em

climas quentes pela diminuição da refletância solar.

É possível remover uma parte os fungos que colonizaram uma superfície

revestida com tinta, através de uma limpeza com jato de água (SHIRAKAWA et al.,

2012). Esta é uma tentativa de solução para o problema ocorrido pela falta de um

bom biocida na formulação da tinta que pode ser aplicada nos revestimentos

impermeabilizantes. O bom biocida deve atender às seguintes características:

eliminar os microrganismos; não provocar efeitos indesejáveis no produto (ou nas

instalações); prever eficácia para as diferentes formulações; e não oferecer riscos

para os operadores, usuários e meio ambiente (DAISEY, 2004).

Quanto mais eficaz for o biocida, menor será a dosagem necessária para a

eliminação dos microrganismos, o que não só melhora o desempenho

custo/benefícios, mas também reduz os possíveis efeitos indesejáveis.

Para a escolha do tipo de biocida deve-se também levar em consideração a

aplicação e o tipo de ambiente que deverá ser exposto (SHIRAKAWA et al., 2011). O

ambiente e temperatura que um revestimento será exposto, são determinantes na

escolha do tipo de biocida (SHIRAKAWA et al., 2010; TAVARES, 2010).

Biocidas mercuriais e aqueles cujo princípio ativo é o formaldeído têm sido

alvo de pressões sociais com consequente redução do seu emprego, cedendo lugar

aos biocidas de largo espectro de ação e menos tóxicos.

Avaliação do biocida

A atividade antimicrobiana pode ser avaliada em três níveis: a avaliação em

primeiro nível consiste em se conhecer a concentração mínima inibitória do biocida

em estudo através do emprego de culturas puras de microrganismos.

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33

Essas provas, mais as “provas em branco” são incubadas ao menos por duas

semanas, sendo que a cada 24 horas são verificados o crescimento e a

sobrevivência dos microrganismos (DAISEY, 2004; BACH e RANGEL, 2005).

O coquetel para avaliação do segundo nível pode ser obtido da mistura de

tintas e revestimentos impermeabilizantes que tenham sofrido contaminações

diversas por diferentes fungos e bactérias. A inoculação pode ser repetida várias

vezes ao longo das duas semanas de incubação e os resultados comparados com a

prova em branco; em geral, o bom preservante resiste a até duas inoculações na

amostra (FAZENDA, 2009).

Executar esses testes exige a adoção de cuidados especiais, como o

emprego de utensílios adequados e previamente esterilizados, além da obediência à

técnica correta de manuseio, evitando riscos ao operador. A incorporação dos

biocidas deve ser garantida através de uma homogeneização vigorosa e a

temperatura de incubação controlada na faixa de 30 ± 2°C.

Não se deve esquecer que, se a exigência for a de obter proteção para tinta

em embalagem fechada, a estabilidade dos biocidas a longo prazo não deverá ser

encarada como exigência crítica, pois uma vez eliminados os microrganismos

provenientes dos materiais, dos equipamentos e de outras possíveis fontes

contaminantes da manufatura, o produto estará preservado até o momento de seu

uso.

Avaliações de terceiro nível correspondem aos “testes de campo” ou

simulações e, como não poderia deixa de ser, testes do nível 3 são os que melhor

reproduzem a realidade da aplicação de um determinado produto testado. Nessa

avaliação, o produto é gerado nas condições normais de manufatura e o biocida é

dosado durante o processo. O lote produzido é submetido então a monitoramento

quanto ao crescimento dos microrganismos. A vantagem do teste do campo é

indiscutível, pois nele estão presentes todos os elementos para a contaminação

biológica (FAZENDA, 2009).

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34

Proteção ao filme seco

As películas secas podem propiciar o crescimento de microrganismos. Os

fatores que afetam o crescimento de diferentes grupos fisiológicos de

microrganismos estão relacionados ao clima: temperatura, umidade, pluviosidade,

radiação solar, além das características do filme de tinta e condições do substrato.

Fungos filamentosos

Fungos filamentosos são microrganismos que usam compostos orgânicos

como fonte de carbono e energia. Os nutrientes são obtidos da sujeira, poeira e

demais depósitos na superfície da colônia (ESPOSITO e AZEVEDO, 2010). Fungos

apresentam coloração preta, marrom, cinza e outras.

O Aspergillus niger desenvolve colônias negras e algumas espécies do

Penicillium são verdes. Outros como Mucor, Cladosporium e Alternaria já foram

identificados como colonizadores de películas de tinta (BACH e RANGEL, 2005;

SHIRAKAWA, et al., 2002).

Alguns fungicidas atuam nesses microrganismos, provocando a coagulação

da proteína protoplasmática e baixando a tensão superficial da membrana celular

até a ruptura. A combinação dos dois efeitos acentua a eficácia do fungicida

(ESPOSITO e AZEVEDO, 2010).

Biocidas e meio ambiente

Biocidas muito tóxicos não acarretarão danos ao ambiente desde que sua

concentração no meio, seja baixa. Logo, mesmo que sejam utilizados biocidas

moderadamente tóxicos, o dano ambiental poderá ser grande se a concentração dos

biocidas no meio ambiente for elevada (MORAGAS e SCHNEIDER, 2003).

Essa concentração ambiental significa, na prática, a quantidade do agente

químico ativo presente no meio ambiente, incluindo ar, água e solo. Essa simples

evidência nos leva a considerar que os biocidas degradáveis tendem a apresentar

baixas concentrações ambientais em relação àqueles quimicamente mais estáveis à

degradação (MORAGAS e SCHNEIDER, 2003).

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35

Os compostos não degradáveis tendem a se acumular em animais ou em

lençóis subterrâneos (bio acumulação e geo acumulação) dependendo do seu

balanço hidrofílico/lipofílico (VIEIRA, et al., 1999).

Embora a difusão dos biocidas no meio ambiente concorra para reduzir a sua

concentração, só estaremos seguros se houver a degradação, pois, ao longo do

tempo, biocidas não degradáveis contaminarão o meio ambiente, colocando em

risco a cadeia alimentar.

Mercuriais são exemplos de biocidas persistentes no meio ambiente e foram e

têm sido encontrados em organismos aquáticos. As isotiazolonas, que se degradam

através de mecanismos físicos, químicos e microbiológicos diversos, geram

subprodutos inócuos e ecologicamente recicláveis, anulando as possibilidades de

bio e geo acumulação (VIEIRA, et al., 1999).

Seleção do biocida para proteção dos filmes

O desenvolvimento e aplicação de critérios que preservem o meio ambiente

na seleção de biocidas para tintas e revestimentos impermeabilizantes não é tão

complicado quanto pode parecer (DAISEY, 2004).

Os fornecedores dos biocidas têm a responsabilidade e a obrigação de

identificar claramente qual é o seu composto ativo. A partir dessa identificação

correta, os fabricantes poderão estar informados de possíveis danos à saúde ou ao

meio ambiente, decorrentes do manuseio inadequado desses produtos.

Cabe também aos fornecedores a apresentação de estudos sobre as

características químicas, física e toxicológicas para servirem como orientação dos

possíveis efeitos adversos da formulação. Esses dados auxiliam tanto na orientação

quanto à compatibilidade, estabilidade e durabilidade do efeito protetivo nas

diferentes composições.

Crescimento de fungos em revestimentos impermeabilizantes

Não foi encontrado estudos sobre avaliação de resistência ao crescimento de

fungos em revestimentos impermeabilizantes. Por outro lado, foram encontrados

trabalhos publicados sobre avaliação de resistência ao crescimento de fungos em

tintas imobiliárias de base acrílicas para fachadas.

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36

Um desses estudos descreve a sequência de colonização dos fungos e da

influência da incorporação biocida após 42 semanas de exposição em São Paulo

(SHIRAKAWA, et al., 2002). Em outros estudos foi possível investigar o constante

aparecimento de fungos em paredes de residências recém-pintadas com tintas à

base de emulsão PVA (BACH e RANGEL, 2005; UEMOTO, et al.,2006).

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37

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Esta pesquisa foi realizada a partir de três formulações básicas de

impermeabilizantes acrílicos, especialmente formuladas para o estudo. A descrição

mais detalhada das formulações será efetuada a seguir

Formulações

Conforme descrito na Tabela 1, a emulsão 100% acrílica elastomérica é

isenta de estireno, a emulsão acrílica estirenada elastomérica tem 27% de estireno e

a emulsão acrílica estirenada convencional têm 51% de estireno.

Tabela 1: Tabela de identificação das formulações acrílicas avaliadas

100% acrílica elastomérica

Acrílica estirenada

elastomérica

Acrílica estirenada

convencional

Porcentagem de estireno (%) 0 27 51

Tg (polímero/copolímero) -40 -8 27

Teor de sólidos (%) 55 55 50

Formulação 1 2 3

Lotes 1 1 1

2 2 2

Formulação sem biocida 1a 2a 3a

Formulação com biocida 1b 2b 3b

Na Tabela 2, 3 e 4 são apresentadas as formulações hipotéticas,

especialmente desenvolvida para esse estudo, com e sem biocidas. Os três grupos

de formulações foram diferenciados pelo teor de estireno. Como descrito

anteriormente, as formulações sem biocida foram identificadas pela letra a e com

biocida pela letra b.

Foi necessário fazer um ajuste da quantidade de emulsão nas formulações

devido a diferença de teor de sólidos entre as emulsões, para que assim todas as

formulações tivessem o mesmo teor de sólidos. Todas as formulações foram feitas

em duplicatas, gerando dois lotes de cada formulação. Foi efetuado um ajuste nas

formulações com 51% de estireno, sendo adicionada mais emulsão e reduzindo a

quantidade de água. As demais matérias primas foram mantidas com as mesmas

concentrações nas seis formulações.

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38

Tabela 2: Formulação de revestimento com 0% de estireno

Matérias-primas / Formulações 1a (%) 1b (%)

Água 10,66 10,06

Dispersante acrílico 0,4 0,4

STPP – Tripolifosfato de sódio 0,5 0,5

Antiespumante 0,3 0,3

CaCO3 Nat 37,68 37,68

Agalmatolito 2,16 2,16

TiO2 8 8

Emulsão 0% Estireno 36,8 36,8

NH4OH (28%) 0,37 0,37

Coalescente 2,1 2,1

Biocida - Bactericida – (Clorometil/metilisotiazolona/ formaldeído)

-------- 0,1

Biocida – Fungicida & Algicida (Dicloroisotiazolona)

-------- 0,5

Propileno Glicol 0,83 0,83

Espessante celulósico 0,2 0,2

Total 100 100

Tabela 3: Formulação de revestimento com 27% de estireno

Matérias-primas / Formulações 2a (%) 2b (%)

Água 10,66 10,06

Dispersante acrílico 0,4 0,4

STPP – Tripolifosfato de sódio 0,5 0,5

Antiespumante 0,3 0,3

CaCO3 Nat 37,68 37,68

Agalmatolito 2,16 2,16

TiO2 8 8

Emulsão 27% Estireno 36,8 36,8

NH4OH (28%) 0,37 0,37

Coalescente 2,1 2,1

Biocida - Bactericida – (Clorometil/metilisotiazolona/ formaldeído)

-------- 0,1

Biocida – Fungicida & Algicida (Dicloroisotiazolona)

-------- 0,5

Propileno Glicol 0,83 0,83

Espessante celulósico 0,2 0,2

Total 100 100

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39

Tabela 4: Formulação de revestimento com 27% de estireno

Matérias-primas / Formulações 3a (%) 3b (%)

Água 6,98 6,38

Dispersante acrílico 0,4 0,4

STPP – Tripolifosfato de sódio 0,5 0,5

Antiespumante 0,3 0,3

CaCO3 Nat 37,68 37,68

Agalmatolito 2,16 2,16

TiO2 8 8

Emulsão 51% Estireno 40,48 40,48

NH4OH (28%) 0,37 0,37

Coalescente 2,1 2,1

Biocida - Bactericida – (Clorometil/metilisotiazolona/ formaldeído)

-------- 0,1

Biocida – Fungicida & Algicida (Dicloroisotiazolona)

-------- 0,5

Propileno Glicol 0,83 0,83

Espessante celulósico 0,2 0,2

Total 100 100

Aplicação e cura dos filmes secos

A aplicação dos revestimentos formulados foi realizada por extensão através

de extensores tipo “Bird” sobre uma superfície não aderente para possibilitar a

retirada do filme. Para cada lote de formulação foram feitos dois filmes com

espessura após secagem entre 1,00 a 1,20 mm, conforme norma NBR 13321

(ABNT, 2008).

Todos os filmes foram curados por 14 dias em sala climatizada, com

temperatura controlada de 23±2°C e 60 ± 2% de umidade relativa do ar. Após 7 dias

de cura o filme foi destacado da superfície onde foi aplicado e teve a face de

exposição alterada, completando assim o total de 14 dias de cura. Este

procedimento foi realizado para que a cura pudesse ocorrer uniformemente nas duas

faces. Finalizada essa etapa, os filmes foram mantidos em estufa a 40oC onde

permaneceram por mais 4 dias, quando atingiram massa constante.

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40

Após a cura, 50% dos filmes foram cortados de acordo as dimensões da

Figura 11 e foram submetidos a exposição acelerada com UVB e condensação.

Sendo que os 50% restantes dos filmes permaneceram em temperatura ambiente

sem exposição acelerada.

Figura 11: Dimensões do corpo de prova para os testes de resistência mecânica a

tração.

Fonte: (ABNT,1992).

Envelhecimento acelerado em UVB e condensação

Os filmes foram expostos ao envelhecimento acelerado após atingirem massa

constante.

De acordo com a norma NBR 13321 (ABNT, 2008), os filmes permaneceram

em exposição por 300 horas, com ciclos de 4 horas UVB a 70ºC e 4 horas

condensação a 60ºC, ou seja, os filmes ficaram expostos por 150 horas ao UVB e

150 horas a condensação no equipamento CUV (Adexim Comexim, CUV-360°). A

lâmpada utilizada foi UVB de 313 nm conforme indicado no padrão de lâmpadas

fluorescente UV da norma ASTM G-154 para lâmpadas UVB.

Resistência mecânica à tração

A Figura 12 representa um fluxograma com as etapas de preparação dos

filmes, cura, exposição acelerada e avaliação do teste de tensão máxima. Os

detalhes de cada etapa estão apresentados abaixo.

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41

Figura 12: Fluxograma com todas as etapas para o teste de resistência mecânica a

tração.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Avaliação pelo teste de resistência mecânica a tração.

Os filmes de todos os revestimentos foram avaliados quanto à resistência

mecânica a tração máxima, antes e após o envelhecimento acelerado. As

metodologias e as especificações dessas propriedades estão descritas na norma

NBR 13321(ABNT, 2008).

Os corpos de provas foram cortados com o molde conhecido como gravatinha

ou osso de cachorro, de acordo com a Figura 11 e 13. Foram cortados três corpos

de prova e marcados com a marca de 25 mm no centro do corpo de prova. Com o

paquímetro efetuou-se a medição da largura e da espessura do pescoço do corpo

de prova. Com esses parâmetros o equipamento gera os resultados de resistência

mecânica a tração máxima. Foi utilizado o equipamento Tinius Olsen modelo H10k-

S, padronizado de acordo com a norma NBR 13321 (ABNT, 2008) obedecendo a

velocidade das garras 500 mm/min, e o afastamento inicial entre elas é 33 mm. No

momento do rompimento do corpo de prova o equipamento para de fazer

automaticamente as medições, e inicia-se o retorno das garra ao afastamento inicial.

O equipamento gera um gráfico automático de tensão por afastamento em milímetro.

Esses gráficos permitem quantificar o comportamento dos filmes. Os dados foram

transferidos para uma planilha Excel e interpretados.

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42

Figura 11: (a) Molde de corte, (b) corpo de prova tipo gravatinha com marca de 25 mm e (c) corpo de prova antes e (d) depois do ensaio de ruptura.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Avaliação para o teste de resistência ao crescimento de fungos

A Figura 14 apresenta um fluxograma com todas as etapas de avaliação dos

testes de resistência ao crescimento de fungos. Foram utilizados os mesmos filmes

da avaliação de resistência mecânica à tração máximapara realizar este ensaio. As

análises foram efetuadas em placas de Petri conforme a norma NBR 14941 (ABNT,

2011). Os filmes foram fracionados em quadrados de 35mm e denominados de

corpos de prova. Duas condições foram analisadas: sem e com envelhecimento

acelerado. Cada etapa será descrita a seguir.

Figura 12: Fluxograma do teste de resistência ao crescimento de fungos.

Fonte: Elaborado pelo autor.

a b dc

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43

Preparação da suspensão mãe de esporos de fungos

A preparação do inóculo foi efetuada com as cepas Alternaria alternata

(ATCC 20084) e Aspergillus niger (ATCC 6275). Conforme determinado na norma

NBR 14941 (ABNT, 2011).

As cepas dos fungos indicados foram repicadas, separadamente, em placas

de Petri com meio de cultura Agar Dextrose Sabouraud (ASD) 4%. As placas foram

incubadas num período de 7 a 14 dias a temperatura de 28 ± 2 ºC.

Em ambiente estéril foi adicionada em cada placa de Petri, 5 mL de solução

de água deionizada, e com o auxílio de haste flexível (swab esterilizado) foi efetuada

a raspagem dos esporos. A suspensão foi recolhida em frasco contendo pérolas de

vidro e homogeneizada vigorosamente.

Logo em seguida, a suspensão foi filtrada, com auxílio de funil com gaze e

algodão devidamente esterilizados, e diluída com solução salina de NaCl até 100

mL. A concentração de esporos (106) na suspensão mãe foi determinada com a

câmara de Neubauer. O procedimento preconiza que a suspensão mãe de esporos

das cepas puras pode ser mantida congelada por dois meses em congelador.

A avaliação foi realizada com cepa congelada, sendo que a morfologia dos

microrganismos e as suas características de crescimento foram avaliadas

previamente, verificando o seu vigor e a ausência de contaminantes. No momento

de uso, a cepa congelada foi mantida a temperatura ambiente até descongelamento

total e o inoculo foi preparado conforme o método descrito acima.

Inoculação dos corpos de prova e incubação

O meio de cultura (ASD) previamente esterilizado foi fundido. Depois,

aguardou-se o esfriamento até alcançar 45 ± 2 ºC. Adicionou-se assepticamente, 1

mL do inoculo (suspensão de uso 106 esporos por mL) para cada 100 mL de meio

de cultura, sendo homogeneizado e distribuído de 20 mL a 30 mL do meio de cultura

em cada placa de Petri.

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Houve a solidificação da superfície plana. Com o auxílio de uma pinça estéril,

o corpo de prova foi colocado na placa, centralizando-o sobre o ágar. Desta

maneira, a amostra foi incubada, sem inverter as placas, durante 14 dias à

temperatura de 28 ± 2 ºC. As avaliações foram efetuadas após 14 dias de

incubação.

Paralelamente, foram incubadas placas sem corpos de prova, como controle

positivo, para verificação da viabilidade dos fungos utilizados.

A medida da avaliação do crescimento de fungos em placa de Petri, é feita

visualmente onde houve crescimento. O resultado é dado pela porcentagem de

crescimento de fungos no corpo de prova. Esse resultado é referenciado conforme

as notas de 0 a 5, de acordo com a Quadro 2. Também deve ser observado a

possível mudança de cor dos filmes avaliados impactados pelo crescimento de

fungos.

Quadro 2: Avaliação de crescimento de fungos conforme NBR 14941 (ABNT, 2011).

Notas Percentual de crescimento

0 Sem crescimento não detectado

1 Crescimento em até 10% da superfície do corpo de prova

2 Crescimento entre 11 a 25% da superfície do corpo de prova

3 Crescimento entre 26 a 50% da superfície do corpo de prova

4 Crescimento entre 51 a 75% da superfície do corpo de prova

5 Crescimento superior a 76% da superfície do corpo de prova

Fonte: (ABNT, 2011).

A presença ou tamanho do halo de inibição não está diretamente associado à

resistência do produto avaliado, portanto, nesta norma NBR 14941 (ABNT, 2011), a

medição do halo não é utilizada como critério de diferenciação no ensaio.

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45

Análise estatística

O crescimento de fungos foi analisado através de estatística com testes

paramétricos conforme análise de variância (ANOVA) fatorial, dado a diversidade de

fatores (BOX; HUNTER, 2005; MONTGOMERY, 2005). Os dados inseridos no

software Statistica 13.0 foram das notas de avaliação dos fungos, conforme os

fatores analisados: envelhecimento acelerado (sem e após exposição); teor de

estireno (0%, 27% e 51%); e biocida (formulação sem e com).

A interpretação das análises foi realizada com o nível de significância dos

efeitos com α = 0,05.

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46

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Esta seção de resultados está dividida em duas partes, pois foram feitas duas

avaliações distintas. Na primeira parte, os resultados serão apresentados baseados

nos testes resistência mecânica à tração máxima. Na segunda parte, os resultados

serão referentes à avaliação da resistência aos fungos.

Resultados do ensaio de resistência mecânica à tração máxima

Os resultados do ensaio de resistência mecânica à tração máxima estão

apresentados em gráficos, separados pelo teor de estireno das respectivas

emulsões. Todos os gráficos descrevem os resultados de desempenho das

formulações com e sem biocidas, e antes e após envelhecimento acelerado. Os

Gráficos 1, 2 e 3 apresentam os resultados para as emulsões com 0%, 27% e 51%

de estireno, respectivamente. Foi utilizada a mediana de 3 amostras para uma curva

representativa de cada formulação.

Resultados das formulações com 0% de estireno

O Gráfico 1 apresenta os resultados da avaliação de resistência mecânica à

tração máxima das formulações com a emulsão isenta de estireno, identificada como

0% de estireno. Esta emulsão é conhecida como emulsão elastomérica 100%

acrílica. O valor de de resistência mecânica à tração máxima é o único dado

requerido pela norma NBR 13321 (ABNT, 2008). Esta norma não exige

envelhecimento acelerado e a especificação para a aprovação é de no mínimo de

tração de 1,5 MPa.

Os resultados de resistência mecânica à tração máxima dos revestimentos

formulados com a emulsão com 0% de estireno no Gráfico 1 não atenderam a

especificação de resistência mecânica à tração máxima da norma NBR 13321

(ABNT, 2008) para os lotes das formulações com e sem biocida (1a e 1b), sem a

exposição ao envelhecimento acelerado. Após o envelhecimento acelerado, todas

as formulações apresentaram resultados que atenderam a norma no requisito de

resistência mecânica à tração máxima. Todas as amostras, tanto antes quanto após

exposição tiveram resultados muito próximos entre si.

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Gráfico 1: Resultados de resistência mecânica dos revestimentos com 0% de estireno antes do envelhecimento acelerado

Gráfico 2: Resultados de resistência mecânica dos revestimentos com 0% de estireno após envelhecimento acelerado

Ao comparar as curvas de resistência mecânica do Gráfico 1 e do Grafico 2

das formulações com e sem biocida (1a e 1b respectivamente), podemos concluir

que não houve influência dos biocidas nos resultados de tensão, tanto para os

resultados sem exposição como para os resultados após exposição ao

envelhecimento acelerado. O ciclo do envelhecimento acelerado ao UV e

condensação proposto pela NBR 13321 (ABNT, 2008) influenciou os resultados,

ocorrendo aumento de resistência mecânica à tração máxima em todas as

formulações avaliadas.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Re

sis

tên

cia

me

nic

a (

MP

a)

Deslocamento (mm)

0% de estireno antes do envelhecimento acelerado

1a-1 1a-2 1b-1 1b-2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Re

sis

tên

cia

me

nic

a (

MP

a)

Deslocamento (mm)

0% de estireno após envelhecimento acelerado

1a-1-UV 1a-2-UV 1b-1-UV 1b-1-UV

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48

Resultados das formulações com 27% de estireno

O Gráfico 3 e o Gráfico 4 apresentam os resultados da avaliação de

resistência mecânica das formulações com a emulsão com 27% de estireno. Esta

emulsão é geralmente conhecida como emulsão elastomérica acrílica estirenada. O

valor de resistência mecânica à tração máxima é o único dado requerido pela norma

NBR 13321 (ABNT, 2008). Sendo que a especificação para a aprovação é de no

mínimo de resistência mecânica à tração máxima 1,5 MPa

Gráfico 3: Resultados de resistência mecânica dos revestimentos com 27% de

estireno antes do envelhecimento acelerado

Gráfico 4: Resultados de resistência mecânica dos revestimentos com 27% de

estireno após envelhecimento acelerado

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Re

sis

tên

cia

me

nic

a (

MP

a)

Deslocamento (mm)

27% de estireno antes do envelheciemnto acelerado

2a-1 2a-2 2b-1 2b-2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Re

sis

tên

cia

me

nic

a (

MP

a)

Deslocamento (mm)

27% de estireno após envelhecimento acelerado

2a-1-UV 2a-2-UV 2b-1-UV 2b-2-UV

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49

O Gráfico 3 e Gráfico 4 apresentam os resultados dos revestimentos

formulados com a emulsão com 27% de estireno, sem e após exposição ao

envelhecimento acelerado ao UVB e condensação apresentaram resultados que

atenderam a especificação de resistência mecânica à tração máximada norma NBR

13321 (ABNT, 2008). A formulação com biocida (2b-2-UV) foi a única que

apresentou uma curva diferente das outras formulações, e somente após o

envelhecimento acelerado. Provavelmente deve ter ocorrido uma alteracão durante a

exposição acelerada que afetou o desempenho de tensão deste grupo.

Descartando o lote 2b-2-UV por ter uma curva totalmente diferente dos

demais lotes após exposição acelerada. Podemos verificar que não houve influência

dos biocidas nos resultados de resistência mecânica à tração máxima, tanto para os

resultados sem exposição como para os resultados após exposição ao

envelhecimento acelerado. Assim como visto no Gráfico 1, O envelhecimento

acelerado ao UV e condensação conforme NBR 13321 (ABNT, 2008) influenciou os

resultados com aumento de resistência mecânica à tração máxima em todas as

formulações avaliadas.

Resultados das formulações com 51% de estireno

O Gráfico 5 apresenta os resultados da avaliação de resistência mecânica à

tração máxima das formulações com a emulsão com 51% de estireno. Esta emulsão

é conhecida como emulsão acrílica estirenada convencional. O valor de resistência

mecânica à tração máxima é o único dado requerido pela norma NBR 13321 (ABNT,

2008). Sendo que a especificação para a aprovação é de no mínimo 1,5 MPa.

O Gráfico 5 e o Grafico 6 apresentam os resultados das formulações com

51% de estireno. As curvas ficaram mais heterogêneas em relação as formulações

com 0% e 27% de estireno. Os dois lotes da formulação sem biocida e sem

exposição acelerada (3a-1 e 3a-2) apresentaram diferença significativa no resultado

de tensão. Por outro lado, os dois lotes da formulação com biocida e sem exposição

(3b-1 e 3b-2) mantiveram a curva de tensão muito similar durante o ensaio. Todos

os lotes dessas formulações sem exposição ao envelhecimento acelerado ao UV e a

condensação atingiram o valor mínimo especificado pela norma NBR 13321

(ABNT, 2008).

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50

Gráfico 5: Resultados de resistência mecânica dos revestimentos com 51% de

estireno. antes do envelhecimento acelerado

Gráfico 6: Resultados de resistência mecânica dos revestimentos com 51% de

estireno após o envelhecimento acelerado

Após o envelhecimento acelerado, os dois lotes sem biocidas (3a-1-UV e 3a-

2-UV ) apresentaram diferença de resultados, apesar de as curvas estarem

similares. Os dois lotes da formulação com biocida (3b-1-UV e 3b-2-UV ) também

tiveram curvas de tensão similares, porém totalmente diferentes das curvas das

formulações sem biocida. As duas hipóteses possíveis para isso são: é possível que

possa ter havido um problema no equipamento Tinus Olsen durante o ensaio, a

segunda hipótese é que pode ter ocorrido a degradação do estireno.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Re

sis

tên

cia

me

nic

a (

MP

a)

Deslocamento (mm)

51% de estireno antes do envelhecimento acelerado

3a-1 3a-2 3b-1 3b-2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Re

sis

tên

cia

me

nic

a (

MP

a)

Deslocamento (mm)

51% de estireno após envelhecimentro acelerado

3a-1-UV 3a-2-UV 3b-1-UV 3b-2-UV

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51

Após o envelhecimento acelerado, todos os lotes apresentaram diferença de

curvas tensão entre si e também ficaram diferentes das curvas de tensão dos

mesmos lotes sem exposição ao envelhecimento acelerado. Os dois lotes 3a-1-UV e

3a-2-UV apresentaram valores de resistência mecânica à tração máximasuficiente

para atender a especificação mínima da norma.

Discussão sobre o ensaio de resistência mecânica

A Tabela 5 apresenta resumidamente se os resultados de resistência

mecânica à tração máximaque atingiram este requisito da NBR 13321 (ABNT, 2008).

Ressalta-se aqui que o valor mínimo de tensão é de 1,5 MPa, sem necessidade de

envelhecimento acelerado para esse parâmetro nesta norma. No entanto, observa-

se que a formulação com 51% de estireno, com biocida após envelhecimento

acelerado (3b-1-UV e 3b-2-UV), não atingiu essa especificação. Assim sendo, seria

recomendável que o envelhecimento acelerado também seja incluído na avaliação

da resistência mecânica à tração máximapara esta norma.

Tabela 5: Resultados resumidos de resistência mecânica à tração máximaque

atingiram ou não 1,5 MPa

Formulação Sem biocida Sem biocida

Envelhecimento acelerado

0% de estireno

27% de estireno

51% de estireno

0% de estireno

27% de estireno

51% de estireno

Antes 1,23 1,64 3,15 1,29 1,68 2,63

Após 1,93 2,42 3,28 2,01 2,43 1,11

Todos os revestimentos sofreram influência do envelhecimento acelerado.

Para os revestimentos com 0% e 27% de estireno, com e sem biocida, houve

aumento de resistência mecânica à tração máxima. O revestimento com 51% de

estireno e com biocida, após envelhecimento acelerado, apresentou queda de

resistência mecânica à tração máxima. Esta queda de resistência mecânica à tração

máxima na formulação com maior quantidade de estireno coincide com os

resultados de Borrelly et al. (2002). Esse pesquisador discute a degradação de

estireno exposto ao envelhecimento natural e artificial sugerindo que as

propriedades mecânicas são afetadas negativamente pelo intemperismo e pela

radiação UVB, diminuindo a sua vida útil.

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52

Uma hipótese adicional para a mudança de comportamento do revestimento

formulado com 51% de estireno pode estar relacionada com a alta temperatura de

exposição no teste de envelhecimento acelerado (70ºC ao UVB e 60ºC a

condensação). Canevarolo Junior (2006) discute que as propriedades mecânicas

dos polímeros visco elásticos são influenciadas pela temperatura, tempo e ambiente

de exposição ao meio estudado. Conforme a Tabela 1, o revestimento com 51% de

estireno tem Tg de 27ºC e foi exposto ao UVB na temperatura de 70ºC, é possível

sugerir que a temperatura do ensaio influenciou na queda da tensão.

Resultados do ensaio de resistência aos fungos

As Figuras 15 a 26 apresentam os resultados do teste de resistência ao

crescimento de fungos conforme NBR 14941 (ABNT, 2011). Ressalta-se que devido

a redução do tamanho das fotos nem sempre é possível visualizar bem o

crescimento dos fungos. Os números que estão acima de cada placa de Petri nas

respectivas figuras abaixo, são notas que cada corpo de prova recebeu após a

avaliação de resistência a fungos. Essas notas estão de acordo com o Quadro 1 da

metodologia. Todas as amostras das fileiras que estão na parte de cima são as

formulações sem exposição ao envelhecimento acelerado. As amostras que estão

nas fileira de baixo, são de formulações após envelhecimento acelerado.

Avaliação da resistência ao crescimento de Alternaria alternata

As Figuras 15 a 20 e as Tabelas 6 a 8 apresentam os resultados do teste de

resistência ao crescimento de Alternaria alternata conforme NBR 14941

(ABNT,2011). As avaliações foram realizadas nas formulações sem e com biocidas,

e antes e após exposição ao envelhecimento acelerado ao UVB e a condensação.

Resultados da formulação com 0% de estireno

A Figura 15 e 16, juntamente com a Tabela 64 contém os resultados da

avaliação de resistência aos fungos das formulações com a emulsão 100% acrílica

que é isenta de estireno, identificada como 0% de estireno. Esta avaliação foi

realizada nas formulações com e sem biocidas, e antes e após o envelhecimento

acelerado ao UVB e a condensação.

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53

Tabela 6: Resultados da avaliação do crescimento de Alternaria alternata (AA) das formulações com 0% de estireno.

Figura 15: Formulação com 0% de estireno e sem biocida, inoculada com Alternaria alternata (AA).

Emulsão LoteAA – sem

exposição

AA- após

exposição

Sem biocida      

0% Estireno 1a-1 5 5

0% Estireno 1a-1 5 5

0% Estireno 1a-2 5 5

0% Estireno 1a-2 5 5

Com biocida      

0% Estireno 1b-1 0 1

0% Estireno 1b-1 0 2

0% Estireno 1b-2 1 1

0% Estireno 1b-2 0 1

Sem exposição

Após exposição

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54

Figura 16: Formulação com 0% de estireno e com biocida, inoculada com Alternaria

alternata (AA).

Todas as amostras sem biocida (Figura 15), com e sem exposição ao

envelhecimento acelerado por UVB e condensação, apresentaram elevado

crescimento de Alternaria alternata, apesar das amostras após a exposição ao UVB e

a condensação apresentaram elevado crescimento em relação a área colonizada

sua intensidade foi menor.

De acordo com os resultados das formulações com 0% de estireno (Tabela 6

e Figura 16), com biocida e sem exposição, não houve detecção de crescimento de

Alternaria alternata em 3 das 4 avaliações. Com isso, foram 3 corpos de prova que

receberam a nota 0 e apenas um com a nota 1, apresentando crescimento do fungo

acima de zero até 10%. Todas as formulações com biocida após exposição

acelerada ao UVB e a condensação, apresentaram crescimento do fungo de até

10% , nota 1, em 3 das 4 avaliações. Houve apenas uma amostra com nota 2,

apresentando crescimento de 11 a 25 %. Ocorrendo portanto aumento do

crescimento de Alternaria alternata na formulação com 0% de estireno com biocidas

após exposição ao UVB e condensação.

Sem exposição

Após exposição

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55

Resultados da formulação com 27% de estireno

As Figura 17 e 18, juntamente com a Tabela 7 contém os resultados da

avaliação de resistência aos fungos das formulações com a emulsão elastomérica

estireno acrílica que é identificada como 27% de estireno.

Esta avaliação foi realizada nas formulações com e sem biocidas, e antes e após

o envelhecimento acelerado ao UVB e a condensação.

Tabela 7: Resultados das notas da avaliação do crescimento Alternaria alternata

(AA) das formulações com 27% de estireno.

Figura 17: Formulação com 27% de estireno e sem biocida, inoculada com Alternaria

alternata (AA).

Emulsão LoteAA – sem

exposição

AA- após

exposição

Sem biocida

27% Estireno 2a-1 5 4

27% Estireno 2a-1 5 2

27% Estireno 2a-2 4 4

27% Estireno 2a-2 4 5

Com biocida

27% Estireno 2b-1 0 1

27% Estireno 2b-1 0 1

27% Estireno 2b-2 1 4

27% Estireno 2b-2 0 3

Sem exposição

Após exposição

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56

Figura 18: Formulação com 27% de estireno e com biocida, inoculada com Alternaria

alternata (AA).

Todas os lotes sem biocida e antes da exposição, conforme Figura 17 e

Tabela 7, apresentaram elevado crescimento de Alternaria alternata, recebendo as

notas 4 e 5 que são correspondentes a um crescimento de fungos entre 51 a 75%, e

76% a 100% respectivamente. Após a exposição ao UVB e condensação, esses

lotes tiveram maior resistência ao crescimento de fungos visualmente, porém com

resultados das notas de avaliação similar a mesmas notas obtidas antes da

exposição. Apenas um corpo de prova apresentou uma melhor resistência.

As formulações com 27% de estireno com biocidas sem exposição ao

envelhecimento acelerado ao UV e condensação, apresentaram elevada resistência

ao crescimento de Alternaria alternata. Não foi possível detectar o crescimento em

nenhum dos lotes. Porém, esses mesmos lotes após a exposição ao UVB e a

condensação perderam essa resistência e houve o crescimento de Alternaria

alternata em todos os lotes, com resultados heterogêneos, num total de variação de

crescimento de fungo de 1 a 75%, correspondentes as notas 1, 1, 3 e 4.

Sem exposição

Após exposição

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57

Resultados da formulação com 51% de estireno

As Figuras 19 e 20, juntamente com a Tabela 8 contém os resultados da

avaliação de resistência aos fungos das formulações com a emulsão estireno acrílica

convencional que é identificada como 51% de estireno. Esta avaliação foi realizada

nas formulações com e sem biocidas, e antes e após o envelhecimento acelerado ao

UV e a condensação.

Tabela 8: Resultados das notas da avaliação do crescimento de Alternaria alternata (AA) das formulações com 51% de estireno.

Figura 19: Formulação com 51% de estireno e sem biocida, inoculada com Alternaria

alternata (AA).

Emulsão LoteAA – sem

exposição

AA- após

exposição

Sem biocida

51% Estireno 3a-1 1 4

51% Estireno 3a-1 2 4

51% Estireno 3a-2 2 3

51% Estireno 3a-2 2 5

Com biocida

51% Estireno 3b-1 0 1

51% Estireno 3b-1 0 1

51% Estireno 3b-2 0 2

51% Estireno 3b-2 1 1

Sem exposição

Após exposição

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58

Figura 20: Formulação com 51% de estireno e com biocida, inoculada com Alternaria

alternata (AA).

As formulações com 51% de estireno, sem biocida e sem exposição ao

envelhecimento acelerado ao UV e condensação tiveram boa resistência ao

crescimento de Alternaria alternata, 3 dos 4 corpos de prova apresentaram

crescimento entre 11% a 25%, um com crescimento até 10%, sendo as suas

respectivas notas 2 e 1. Porém após o envelhecimento acelerado as mesmas

formulações apresentaram crescimento maior de fungos, tendo notas 3, 4 e 5,

correspondendo a um crescimento entre 26% a 100%.

De acordo com os resultados das formulações com 51% de estireno, com

biocida e sem exposição, não houve detecção de crescimento de Alternaria alternata

em 3 das 4 avaliações. Com isso, foram 3 corpos que receberam a nota 0 e apenas

um com a nota 1, apresentando crescimento do fungo em até 10%. Todas essas

mesmas formulações após exposição acelerada ao UVB e a condensação,

apresentaram crescimento do fungo de até 10% , nota 1, em 3 das 4 avaliações.

Apenas uma amostra com nota 2, apresentando crescimento de 11 a 25 %.

Ocorrendo portanto redução da resistência ao crescimento na formulação com

biocidas após exposição ao UVB e condensação.

Sem exposição

Após exposição

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59

Avaliação da resistência ao crescimento de Aspergillus niger

As Figuras 21 a 26, e as Tabelas 9 a 11 apresentam os resultados do teste de

resistência ao crescimento de Aspergillus niger conforme NBR 14941 (ABNT, 2011).

As avaliações foram realizadas nas formulações sem e com biocidas, e antes e após

exposição ao envelhecimento acelerado ao UVB e a condensação.

Resultados da formulação com 0% de estireno

As Figuras 21 e 22, juntamente com a Tabela 9 contém os resultados da

avaliação de resistência ao fungo Aspergillus niger, das formulações com a emulsão

100% acrílica que é isenta de estireno, identificada como 0% de estireno.

Tabela 9: Resultados das notas da avaliação do crescimento de Aspergillus niger (AN) das formulações com 0% de estireno.

Conforme a Figura 21, todas as amostras das formulações com 0% de

estireno, sem biocida e sem exposição ao envelhecimento acelerado por UV e

condensação, apresentaram elevado crescimento de Aspergillus niger recebendo a

nota 5 que é correspondente a um crescimento de fungos superior a 76% a 100%.

Essas mesmas formulações após a exposição ao envelhecimento acelerado ao UV e

a condensação, tiveram maior resistência ao crescimento ao fungo Aspergillus niger.

Os resultados foram homogêneos com um crescimento entre 26% a 50%, tenho

assim nota 3.

Emulsão LoteAN – sem

exposição

AN- após

exposição

Sem biocida

0% Estireno 1a-1 5 3

0% Estireno 1a-1 5 3

0% Estireno 1a-2 5 4

0% Estireno 1a-2 5 3

Com biocida

0% Estireno 1b-1 3 2

0% Estireno 1b-1 3 2

0% Estireno 1b-2 2 3

0% Estireno 1b-2 3 3

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60

Conforme Figura 22, as formulações com 0% de estireno, com biocida e sem

exposição ao envelhecimento acelerado ao UV e condensação tiveram considerável

resistência ao crescimento de Aspergillus niger, tendo notas 2 e 3 na sua avaliação.

Após o envelhecimento acelerado ao UV e a condensação, as mesmas

formulações mantiveram a mesma resistência ao crescimento de fungos, ou seja,

mantendo as notas entre 2 e 3, que correspondem a um crescimento entre 11% a

50%.

Figura 21: Formulação com 0% de estireno e sem biocida, inoculada com Aspergillus

niger (AN).

Sem exposição

Após exposição

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61

Figura 22: Formulação com 0% de estireno e com biocida, inoculada com Aspergillus

niger (AN).

Resultados da formulação com 27% de estireno

As Figuras 23 e 24, juntamente com a Tabela 10 contém os resultados da

avaliação de resistência ao fungo Aspergillus niger, das formulações com a emulsão

elastomérica acrílica estirenada, identificada como formulação com 27% de estireno.

Tabela 10: Resultados das notas da avaliação do crescimento de Aspergillus niger (AN) das formulações com 27% de estireno.

Sem exposição

Após exposição

Emulsão LoteAN – sem

exposição

AN- após

exposição

Sem biocida

27% Estireno 2a-1 4 3

27% Estireno 2a-1 5 3

27% Estireno 2a-2 5 3

27% Estireno 2a-2 5 5

Com biocida

27% Estireno 2b-1 2 2

27% Estireno 2b-1 3 2

27% Estireno 2b-2 3 3

27% Estireno 2b-2 3 2

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62

Na Figura 23, as formulações com 27% de estireno sem biocidas e sem

exposição ao envelhecimento acelerado ao UV e a condensação, apresentaram alto

crescimento de Aspergillus niger (NA): três corpos de provas com crescimento entre

76% a 100% (nota 5) e um com crescimento entre 51% a 76% (nota 4). Após a

exposição ao UVB e a condensação, essas mesmas formulações apresentaram

maior resistência o crescimento de Aspergillus niger (AN): Foram três corpos de

provas com crescimento entre 26% a 50% (nota 3) e um com crescimento entre 76%

a 100 (nota 5).

Na Figura 24, as formulações com 27% de estireno, com biocidas e sem

exposição ao UV e a condensação, tiveram crescimento de Aspergillus niger (AN):

foram três corpos de provas com crescimento de fungos entre 26 a 50% (nota 3) e

um corpo de prova com 11 a 25% (nota 2). Após a exposição ao envelhecimento

acelerado ao UV e a condensação, houve uma diminuição do crescimento de fungos

em todos os corpos de provas: três corpos de provas tiveram crescimento entre 11 a

25% (nota 2) e um corpo de prova entre 26% a 50% (nota 3).

Figura 23: Formulação com 27% de estireno e sem biocida, inoculada com

Aspergillus niger (AN).

Sem exposição

Após exposição

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63

Figura 24: Formulação com 27% de estireno e com biocida, inoculada com Aspergillus niger

(AN).

Resultados da formulação com 51% de estireno

As Figuras 25 e 26, juntamente com a Tabela 11 contém os resultados da

avaliação de resistência ao fungo Aspergillus niger, das formulações com a emulsão

acrílica estirenada convencional, identificada como formulação com 51% de estireno.

Tabela 11: Resultados das notas da avaliação do crescimento Aspergillus niger (AN) das formulações com 51% de estireno.

Sem exposição

Após exposição

Emulsão LoteAN – sem

exposição

AN - após

exposição

Sem biocida

51% Estireno 3a-1 2 2

51% Estireno 3a-1 2 3

51% Estireno 3a-2 2 2

51% Estireno 3a-2 2 2

Com biocida

51% Estireno 3b-1 1 1

51% Estireno 3b-1 0 1

51% Estireno 3b-2 0 2

51% Estireno 3b-2 3 1

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64

Na Figura 25, as formulações com 51% de estireno, sem biocida e sem

exposição ao envelhecimento acelerado ao UVB e a condensação, tiveram

crescimento de Aspergillus niger (AN) de forma homogênea: todo os quatros corpos

de prova apresentaram crescimento entre 11% a 25% (nota 2). Essa mesma

formulação após a exposição acelerada ao UVB e a condensação, tiveram

praticamente nenhuma mudança na resistência ao crescimento de fungos: dos

quatros corpos de prova, três apresentaram crescimento entre 11% a 25% (nota 2) e

um com crescimento entre 26 a 50% (nota 3).

Na Figura 26, as formulações com 51% de estireno, com biocida e sem

exposição após envelhecimento acelerado ao UVB e a condensação, apresentaram

crescimento de Aspergillus niger (AN) de forma heterogênea. Do quatros corpos de

prova, dois corpos de provas não apresentaram crescimento de fungos, um corpo de

prova apresentou crescimento em até 10%, e o outro com crescimento entre 26% a

50%. Correspondendo as notas 0, 1 e 2, respectivamente.

Essas mesmas formulações na Figura 26, após exposição acelerada ao UVB

e a condensação apresentaram um crescimento de Aspergillus niger mais

homogêneo, com três corpos de prova com crescimento de até 10% e um corpo de

prova com crescimento entre 11% a 25%, correspondendo as notas 1 e 2

respectivamente.

Figura 25: Formulação com 51% de estireno e sem biocida, inoculada com

Aspergillus niger (AN).

Sem exposição

Após exposição

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Figura 26: Formulação com 51% de estireno e com biocida, inoculada com Aspergillus niger (AN).

Discussão sobre o ensaio de resistência ao crescimento de fungos

O Gráfico 7 apresenta uma análise de variância fatorial da avaliação da

resistência ao crescimento de fungos e a barra representa intervalo de confiança de

95%, p=0,002. Esta análise detectou interação entre envelhecimento acelerado, teor

de estireno e adição de biocida.

Sem exposição

Após exposição

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Gráfico 7: Análise de variância fatorial da avaliação da resistência ao crescimento de fungos.

As formulações com 0% e 27% de estireno, sem biocida e antes da

exposição, apresentaram eleva colonização por fungos. Após o envelhecimento

acelerado, ambas as formulações tiveram menor colonização por fungos.

A formulação com 51% de estireno apresentou maior resistência ao

crescimento de fungos em relação as outras duas formulações, antes e após o

envelhecimento acelerado.

As formulações com biocida tiveram menor colonização por fungos, antes e

após exposição ao envelhecimento acelerado. O envelhecimento acelerado

apresentou uma tendência no aumento da colonização por fungos de todas as

formulações com biocida.

Observando o gráfico das formulações sem biocida, verifica-se interação

causada entre o envelhecimento acelerado e a concentração de estireno. As

formulações com 0% e 27% sem biocida após envelhecimento acelerado são mais

resistentes ao crescimento de fungos.

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Por outro lado, a formulação com 51% de estireno foi menos resistente ao

crescimento de fungos após o envelhecimento acelerado.

Não foi encontrada nenhuma norma técnica com especificação de resistência

ao crescimento de fungos para impermeabilizantes. Adicionalmente, não foi

encontrado nenhum trabalho que poderia indicar qual seria a nota máxima de corte

para aprovação de um revestimento impermeabilizante em relação ao crescimento

de fungos.

É necessário ressaltar que o crescimento de fungos com melanina reduzem a

reflectância solar e portanto são importantes na durabilidade da superfícies frias.

Esta questão é relevante nas condições climáticas brasileiras.

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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Neste estudo são apresentadas as seguintes conclusões:

O ensaio de envelhecimento acelerado ao UV e a condensação

influenciou tanto os resultados de crescimento de fungos como nos

resultados de tensão;

Para as formulações com 0% e 27% de estireno houve um aumento de

resistência mecânica a tração após o envelhecimento acelerado.

Enquanto que para a formulação com 51% de estireno com biocida

houve redução da resistência mecânica a tração;

O envelhecimento acelerado apresentou tendência de aumento da

colonização por fungos de todas as formulações com biocida; e

De acordo com este estudo o envelhecimento acelerado deveria ser

incluído para avaliações de tensão dos revestimentos

impermeabilizantes devido elevada incidência de radiação solar e

umidade no Brasil de modo geral.

Neste estudo são apresentadas as seguintes recomendações:

Necessidade de normalização da avaliação ao crescimento de fungos

após envelhecimento acelerado ao UV e a condensação dos

revestimentos impermeabilizantes;

Realização de pesquisas sobre a microbiota de revestimentos

impermeabilizantes em diferentes regiões do Brasil;

Pesquisas sobre a técnica da lixiviação de biocidas nos ensaios de

crescimento de fungos dos revestimentos impermeabilizantes;

Avaliação de crescimento de fungos após envelhecimento acelerado

de revestimentos impermeabilizantes com diferentes tipos de

polímeros; e;

Estudos de correlação entre diferentes ciclos de envelhecimento

acelerado com UVB e condensação e envelhecimento natural em

diferentes climas no Brasil para avaliar a durabilidade de revestimentos

impermeabilizantes.

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