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DISTINÇÃO DOS TIPOS DE SIGNOS (GUIRAUD)
INTRODUÇÃO
A Semiologia é a ciência que estuda os sistemas de signos: linguagens, códigos, sinalizações. Neste trabalho iremos, então, abordar um dos sistemas de signos, os códigos, fazendo a distinção entre os vários tipos de códigos: lógicos, estéticos e sociais.
O SIGNO E A SIGNIFICAÇÃO
“Um signo é um estímulo – isto é, uma substância sensível – cuja imagem mental está associada no nosso espírito à de um outro estímulo que ele tem por função evocar com vista a uma comunicação”.
Pierre Guiraud, Semiologia
PRINCÍPIOS INERENTES AO SIGNO
1- Comunicação2- Codificação3- Motivação4- Monossemia \ Polissemia5- Denotação \ Conotação6- Composição do signo: matéria, substância e forma
CÓDIGOS LÓGICOS Sob a sua forma pura, o signo lógico é arbitrário e
homólogo na medida em que significa a forma e não a substância.
Códigos de conhecimento sob a dupla forma do conhecimento científico e do saber tradicional;
Sistemas de sinalização e os programas de aprendizagem e de trabalho que são os códigos de acção;
Códigos paralinguísticos como apoios, substitutos e auxiliares da linguagem.
CÓDIGOS LÓGICOS
Códigos Paralinguísticos
Códigos Práticos
Códigos Epistemológicos
Mânticas
CÓDIGOS LÓGICOS Códigos Paralinguísticos
Apoios de Linguagem Escrita alfabética Morse Braille Alfabeto digital dos surdos-mudos Diferentes tipos de tam tam (ex: alfabeto dos prisioneiros) Códigos criptográficos
Substitutos da linguagem - Códigos autónomos e independentes da linguagem articulada
- Exemplos: Hieróglifos, pictogramas….
Auxiliares da linguagem- Signos paralelos à linguagem
Códigos prosódicos Código quinésico Código proxémico
CÓDIGOS LÓGICOS Códigos práticos: sinais e programas
Função: coordenar a acção por intermédio de injunções, instruções, avisos e posições de defesa.
Sistemas de sinalização: códigos de circulação rodoviária, ferroviária... Entram nesta categorias os sinais de advertência: sinos e rebates, toques de buzina, de sirenes, etc.
Uns sinais são mais simples como a vara branca dos cegos, e outros mais ricos como o código da estrada que compreende várias centenas de sinais de substâncias: faróis, cores, imagens, letras, avisos sonoros, etc.
No caso de uma acção complexa e elaborada, o sinal toma a forma de um programa.
Programa: "conjunto ordenado e formalizado de operações necessárias e suficientes para obter um resultado; dispositivo que permite a um mecanismo efectuar essas operações “ (Ex: programa de um calculador, de um ordenador...)
CÓDIGOS LÓGICOS Códigos Epistemológicos
Os signos, podem ter também como função representar uma realidade complexa dando a conhecer a sua estrutura.
Com efeito, todo o saber consiste em estabelecer um sistema de relações entre os elementos constituintes de um campo de experiência; e essas relações, uma vez observadas ou postuladas, devem ser significadas.
Saber face dupla: sistema epistemológico (significado) sistema semiológico (significante).
É função do objecto da semiologia, estabelecer a natureza da relação entre estes dois sistemas.
CÓDIGOS LÓGICOS Os códigos epistemológicos fazem parte dos métodos utilizados
por ciências como a matemática, geometria, aritmética e álgebra, para chegar ao conhecimento.
Exemplos: códigos científicos: métodos dessas mesmas ciências, como o
estruturalismo, funcionalismo, entre outros, que têm regras próprias, lógicas e estáticas.
CÓDIGOS LÓGICOS Mânticas: artes de adivinhação e meios de comunicar
com os deuses, o além e o destino.
Astrologia, Cartomancia, Quiromancia, Oniromancia...
O signo tanto pode estar isolado como estar integrado numa combinação de signos complexos organizados segundo um código. Ex: maneira de pôr as cartas, significados dos naipes:
Amor/Êxito
Amizade/Dinheiro Mentira/Viagens e Notícias
Ciúme/Fracasso
CÓDIGOS ESTÉTICOS O termo estético justifica-se aqui na medida em que
este modo de expressão é o das artes e literatura. A etimologia da palavra, que, em Grego, designa o
“sentir” aisthêtos ( sensível, perceptível pelos sentidos).
A expressão estética não se aplica aqui simplesmente ao “belo”, mas ao concreto, ao sensível, valor etimológico.
CÓDIGOS ESTÉTICOS O signo estético é icónico e analógico. Devido ao seu carácter icónico, os signos estéticos são
muito menos convencionados , logo, codificados e socializados que os signos lógicos.
CÓDIGOS ESTÉTICOS O signo estético liberta-se de toda a convenção e o
sentido adere à representação. Generalizam que a razão significante se torna explicita.
As artes são modos de figuração da realidade e os significantes estéticos são objectos sensíveis.
É por esta razão que a mensagem estética não possui a simples função transitiva de conduzir ao sentido: ela possui um valor em si mesmo; é um objecto, uma mensagem - objecto.
CÓDIGOS ESTÉTICOS
É por essa razão que os signos estéticos são imagens da realidade.
Arte
• Subjectiva, afecta o sujeito, isto é, atinge-o por uma impressão, uma acção sobre o nosso organismo ou o nosso psiquismo;
• Uma emoção que experimentamos face a essa natureza.
Ciência
• Objectiva, estrutura o objecto;
• Significa uma ordem que impomos à natureza.
CÓDIGOS ESTÉTICOS Existem signos convencionais e socializados. Podemos
distinguir dois tipos de signos e de mensagens estéticas: Retóricos (as retóricas, as escritas, são sistemas de
convenção); Poéticos (Os signos poéticos, foram recuperados por novos
métodos de analise).
CÓDIGOS ESTÉTICOS Os sistemas estéticos assumem uma dupla função:
Uns são uma representação do desconhecido, meios de apreender o invisível, o irracional e de uma maneira geral a experiência psíquica e abstracta através da experiência concreta dos sentidos.
Os outros significam os nossos desejos (ao recriarem um mundo e uma sociedade imaginários, que compensam a repressão e as frustrações do mundo e da sociedade).
OS CÓDIGOS SOCIAIS
• Os códigos sociais têm de ser considerados, uma vez que o indivíduo insere-se na sociedade e possuí desta uma dupla experiência, objectiva e subjectiva.
• Teremos que analisar os códigos sociais do ponto de vista dos signos, uma vez que a situação dos indivíduos na sociedade deve ser significada, e do ponto de vista dos códigos, dado que são estes que definem a comunicação que o indivíduo estabelece com o grupo.
OS SIGNOS1 – Signos de identidade:o Armas, bandeiras; uniformes, insígnias, tatuagens,
maquilhagens, penteados, nomes e sobrenomes, tabuletas, marcas, etc.
2- Signos de cortesia:o Tom de voz, saudações, injúrias, quinésica (estudo da
comunicação através dos movimentos), a proxémica (estudo da comunicação a partir do espaço e do tempo), a alimentação, etc.
EXEMPLOS
OS CÓDIGOS
• Alguns signos, como o vestuário, alimentos, gestos, etc., entram em proporções diversas e segundo modalidades diversas, na formação dos diferentes tipos de comunicação social. Existem no entanto, quatro tipos principais:
• Os protocolos, que têm por função instaurar a comunicação entre os indivíduos;
• Os rituais, nos quais o emissor é o grupo;• Os jogos, que são representações de uma situação
social;• As modas, que são maneiras de ser próprias do grupo,
vestir-se, alimentar-se, etc.
REALIZADO POR: Ana Inês Silva Filipa Ramalhete Márcia Laranjeira