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DISTRIBUIÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO
E APLICAÇÃO DE PRODUTOS
FITOFARMACÊUTICOS
- BLOCO III.1 –
- Máquinas de Aplicação-
Formador: João Teixeira
Tipos de máquinas de tratamento e proteção de
plantas – classificação:
• Quanto ao sistema de deslocação ou transporte:
–Pulverizadores manuais;
–Pulverizadores de bandoleira;
–Pulverizadores de dorso;
–Pulverizadores em carrinho de mão ou padiola;
Classificação dos equipamentos:
• Quanto ao volume de calda a aplicar:
– Alto volume – débito de 700 a 1000 litros por ha (Pulverizadores de jato
projetado);
– Médio volume – débito de 200 a 700 litros por Ha em culturas
herbáceas e 500 a 1000 litros por Ha em culturas arbóreas
(Pulverizadores de jato transportado);
– Baixo Volume – débito de 50 a 200 litros por Ha em culturas herbáceas
e 200 a 500 litros por Ha em culturas arbóreas (Pulverizador
pneumático).
– Muito baixo volume – 5 a 20 litros por Ha (pulverizadores centrífugos)
– Ultra baixo volume – menos de 5 litros por Ha (pulverizador centrífugo
e nebulizadores).
Classificação dos equipamentos:
• Quanto ao funcionamento:
– Polvilhadores:
São equipamentos que não utilizam água, somente uma corrente de ar
responsável pela dispersão de um pó (polvilhação).
Polvilhador de dorso
Polvilhador montado aos 3
pontos do hidráulico do trator
Classificação dos equipamentos:
• Pulverizadores de pressão hidráulica de jato projetado:
– É o pulverizador mais comum em Portugal;
– A pulverização realiza-se por meio da sujeição do líquido à
pressão exercida por uma bomba;
– A pressão é exercida na calda que é, em seguida obrigada a
passar nos orifícios calibrados dos bicos de pulverização.
Pulverizadores de pressão
hidráulica de jato projetado:
Barra celeste Pulverizador de dorso
Motorizado
Carrinho de mão ou
padiola
Pulverizadores de pressão
hidráulica de jato projetado:• Vantagens:
– São os que os agricultores melhor conhecem pelo que, para eles,
beneficiam antecipadamente de um juízo favorável;
– Com estes pulverizadores podem-se utilizar todos os produtos sob
a forma liquida, como exemplo podemos citar a possibilidade de
efetuar aplicações de herbicidas sem que haja grande risco de
arrastamento pelo vento, adubos líquidos, etc.;
– Podem realizar-se alguns tratamentos de Inverno em fruteiras;
– São os aparelhos que requerem menor energia motriz;
– São os mais baratos.
• Inconvenientes:– Não é possível obter uma finura de pulverização elevada, pelo que e
necessário utilizar grandes quantidades de liquido o que, por sua vez, tem as
seguintes consequências:
• Reabastecimento frequente dos aparelhos, o que atrasa as intervenções;
• Necessidade de organizar racionalmente o abastecimento de água associado, nalguns
casos, à dificuldade de consegui-la nos volumes necessários;
• Tendência para procurar aparelhos de grande capacidade o que os torna mais pesados,
com todos os inconvenientes daí resultantes.
– A penetração da calda ate ao interior da folhagem e deficiente;
– As gotículas perdem a energia cinética no ar com bastante rapidez, o que dá
origem, com frequência, ao insuficiente alcance do tratamento.
Classificação dos equipamentos:
• Pulverizador de pressão hidráulica de jato transportado:
– O transporte das gotículas é assegurado por uma corrente de ar,
que, quando passa no interior da vegetação, perde velocidade
permitindo a deposição da calda;
– As gotículas no interior da corrente de ar têm menos tendência
para se evaporarem e esta permite agitar a massa vegetal
facilitando a penetração das gotas para o interior da copa;
– As gotículas nestes pulverizadores podem ser menores que as
obtidas no jato projetado, pois o seu transporte depende
fundamentalmente das correntes de ar, sendo o seu alcance
superior ao obtido por jato projetado, permitindo assim fazer
tratamentos à distância.
Pulverizador de pressão hidráulica
de jato transportado
• Vantagens:
– As da pulverização a pressão no que se refere à possibilidade de
utilização de qualquer produto, seja qual for o tipo, assim como a
de realizar, por lavagem, os tratamentos de Inverno em fruteiras;
– As da pulverização pneumática no que concerne à ação da
agitação da folhagem, o que favorece a penetração da calda e a
possibilidade de melhorar bastante o alcance do jato.
Pulverizador de pressão hidráulica
de jato transportado
• Inconvenientes:
– Os da pulverização à pressão no que se refere, principalmente, à
insuficiente finura das gotas com as consequências daí
resultantes;
– Os da pulverização pneumática, principalmente o preço, a energia
absorvida e, por vezes, o efeito demasiado grande do fluxo de ar
sobre as plantas.
Classificação dos equipamentos:
• Pulverizadores pneumáticos:
– Não tem bomba ou então a bomba existente é de baixa pressão.
– Tanto a divisão da calda como o transporte é realizado por ação da corrente de ar gerado por uma turbina que impele para o tubo direcional.
– Este tipo de pulverizadores não tem bicos de pulverização, tem quanto muito, bicos injetores.
Pulverizadores pneumáticos:
• Vantagens:– A finura de pulverização é muito maior do que com os pulverizadores
de pressão, visto que o diâmetro médio das gotas é da ordem dos 100 microns; isto permite obter resultados excelentes, com volumes por hectare menores.
– Pelo motivo anterior podem-se utilizar aparelhos mais pequenos conservando uma autonomia de trabalho igual ou superior, o que permite reduzir o numero de operações de enchimento do deposito e, por isso, melhorar a rapidez do tratamento utilizando equipamentos mais ligeiros e adequados a terrenos encharcados, necessitando de uma forca de tração menor;
– Devido à finura das partículas liquidas as perdas por escorrimento, nas partes aéreas, são menos importantes;
Pulverizadores pneumáticos:
– Devido à agitação que o fluxo de ar provoca, a penetração da calda
na massa vegetal é muito melhor, encontrando-se praticamente a
mesma quantidade de produto em ambas as páginas das folhas,
apesar da eficácia dos fitofármacos depender da sua distribuição na
página inferior. Alem disso também é muito mais elevado o número
de pontos de impacto por cm2, o que favorece extraordinariamente
a obtenção da máxima eficácia nos tratamentos com fungicidas;
– O alcance do jato projetado e muito superior, visto que as gotas são
realmente transportadas por fluxo de ar, o que origina uma espécie
de brecha ou abertura no ar atmosférico.
Pulverizadores pneumáticos:
• Inconvenientes:
– A aplicação de produtos bastante concentrados não podem formar uma calda demasiado espessa a fim de não dificultar a sua saída. Não podem existir partículas demasiado grossas, já que as gotas, tão finas, seriam incapazes de as transportar; além disso, os produtos que se utilizam não podem ter demasiada toxidade para o homem e outros animais porque ela aumentaria com a finura de pulverização. Há o perigo de originarem danos a outras culturas quando os produtos são arrastados pelo vento;
– A energia absorvida para a realização da pulverização é sensivelmente maior que a requerida pelos aparelhos de pressão mas, em troca, já assinalámos a penetração do jato que na maioria dos casos se consegue;
– O preço de custo é elevado;
Pulverizadores pneumáticos:
– Alguns aparelhos, que trabalham à pressão atmosférica do líquido e
possuem vários bicos de pulverização, apresentam diferenças
notáveis no caudal de cada um deles, motivadas por dificuldades no
fluxo de líquido, que podem ser de grandeza diversa;
– Em pulverizações de grande alcance é, por vezes, necessário
utilizar aditivos especiais para limitar a rapidez da evaporação
durante o trajeto pelo ar.
Classificação dos equipamentos:
• Pulverizador centrifugo:
– Muito menos usado, permitindo pulverizações em ultra-baixo-volume. As partículas de calda obtidas com este tipo de distribuição são extremamente pequenas.
– Adequando-se favoravelmente ao uso de muito menores quantidades de calda, utiliza-se em aplicações localizadas de herbicidas, entre outras finalidades especiais.
Classificação dos equipamentos:
• Nebulizadores:
– São equipamentos térmicos que criam gotas tipo nuvem;
– Estes equipamentos podem funcionar a quente ou a frio e utilizam-
se principalmente em espaços confinados (estufas).
Constituição genérica de um
pulverizador por pressão hidráulica:
– Reservatório ou depósito;
– Bomba;
– Filtros;
– Regulador de pressão e distribuidor;
– Agitador;
– Bicos de pulverização;
– Barra de pulverização.
Depósito:
– Este elemento destina-se a conter a calda, podendo ser fabricado
em diferentes materiais, embora, hoje em dia, sejam principalmente
em plástico.
– Os depósitos devem ter como principais características a ausência
de esquinas, para facilitar a sua limpeza e evitar acumulações de
calda, a facilidade de enchimento e limpeza, superfície interior lisa,
para impedir a aderência dos produtos, o comando para abertura
do orifício para remoção da calda não utilizada de fácil acesso, etc.
Bomba:
– É, sem dúvida, um dos órgãos mais importantes dos
pulverizadores, pois permite conferir à calda a pressão
necessária à sua pulverização;
–O débito destas bombas é, quando a agitação é hidráulica,
superior ao débito dos bicos para que alguma da calda
retorne ao depósito;
–Deverá trabalhar sempre entre as 480 e 540 rpm, caso
contrário ocorre um maior desgaste devido ao maior
esforço da bomba.
–São vulgarmente de embolo, membrana ou centrífuga.
Filtros:
–Os filtros tem por missão eliminar todos os corpos
estranhos, contidos na calda, que possam ocasionar um
mau funcionamento e/ou danificação dos órgãos do
pulverizador. Estes são:
• Enchimento;
• Aspiração;
• Bicos.
Filtro dos bicos
Regulador de pressão e distribuidor:
• O regulador de pressão permite fazer variar a pressão, dentro de
certos limites, para que seja possível variar o débito e as
características da pulverização;
• É este um dos elemento que condiciona a quantidade de calda que
vem para o exterior, fazendo com que a restante, debitada pela bomba,
seja conduzida para o reservatório;
• Junto do regulador encontra-se um manómetro que indica a pressão
de funcionamento .
• O distribuidor é um elemento formado por uma ou mais torneiras, que
permite conduzir a calda para diferentes sectores das rampas de
pulverização, ou para o reservatório.
Agitadores:
–Os agitadores têm a função de homogeneizar a calda
dentro do depósito.
–Podem ser de três tipos:
• Mecânicos;
• Pneumáticos;
• Hidráulicos.
Bicos de pulverização:
–Os bicos de pulverização são as peças que se encontram
no fim do circuito do líquido e que permitem, devido ao
pequeno diâmetro do orifício das suas pastilhas, a sua
pulverização.
–Geralmente as pastilhas são facilmente intermutáveis, para
que, pela sua substituição, seja fácil regular o débito.
Bicos de pulverização:
• Principais tipos de bicos:
–Bicos cónicos ou de turbulência ;
–Bicos de fenda;
–Bicos defletores ou de espelho.
Bicos de pulverização:
• Bicos cónicos ou de turbulência:
– São os mais indicados para fungicidas e inseticidas;
– Vêm montados em pistolas/jato projetado/transportado e barras;
– Os orifícios das pastilhas variam entre 0,5mm a 2mm de diâmetro;
– O jato sai sob a forma de um cone cheio ou vazio.
Bicos de pulverização:
– O bico de pulverização cónica vazia está equipado com um difusor.
De modo a formar um modelo de pulverização cónica com uma
concavidade central.
– Pressão normal: 2,5 – 15,0 bar.
Bicos de pulverização:
• Bicos de fenda:
– Os bicos de fenda ou de jato em leque, são caracterizados por o
orifício ter uma secção retangular que faz com que o jato daí
resultante tenha a forma de um leque ou pincel;
– A pulverização resultante da utilização destes bicos é mais
grosseira que com os bicos anteriores sendo aconselháveis para
aplicação de herbicidas;
Bicos de pulverização:
– Contudo em aplicações ao solo e horticultura também são
utilizados para inseticidas e fungicidas;
– A baixa pressão este bico produz gotas de maior dimensão,
sendo portanto menos sensível à ação do vento.
– Pressão normal: 1,5 – 15,0 bar.
– O ângulo de abertura dos bicos de fenda podem ser de 110º,
80º ou 60º.
Bicos de pulverização:
• Bicos defletores ou de espelho:
– O bico de espelho tem, logo a seguir ao orifício de saída, um deflector que faz com que o filete líquido choque com ele provocando a sua pulverização;
– O jato resultante deste impacto tem um grande ângulo de abertura e uma fraca espessura.
– A pulverização é grosseira, pelo que o seu domínio de aplicação se limita a herbicidas e adubos líquidos.
– A pressão de pulverização é idêntica ao dos bicos de fenda.
Bicos de pulverização:
• Bicos anti gotejo:
– Este bico possui no seu interior uma válvula, geralmente constituída
por uma mola e uma esfera ou membrana, que fecha
imediatamente após a quebra de pressão na rampa de
pulverização.
– Evita assim que os bicos de pulverização fiquem a pingar para o
solo sempre que a rampa de pulverização não se encontre em uso.
– Tem também a vantagens de um início mais rápido quando se inicia
a pulverização.
Bicos de pulverização:
• Bicos anti-deriva:
– Os bicos anti-deriva formam borbulhas com ar que são maiores
comparando com as gotas de bicos comuns.
– Se estas borbulhas com ar batem em alguma superfície, por
exemplo uma folha, a borbulha rebenta em várias gotas menores,
garantindo uma melhor distribuição superficial, comparando com
bicos/gotas comuns sob as mesmas condições.
Barras de pulverização com bico de
fenda:• Um bico de fenda em boas condições de funcionamento faz uma
distribuição correta em cerca de 50 % do jato, na sua parte central e
os restantes 50 % são distribuídos para os lados, em cerca de 25 %
para cada um. Daqui resulta que em trabalho com uma rampa de
pulverização, por exemplo, há que a levantar de modo a que os jatos
dos bicos contíguos se sobreponham 25 %. Se apenas se tocarem
fica uma zona mal coberta; daqui se conclui que a sobreposição
necessária entre os jatos está dependente de:
– Distancia entre bicos;
– Altura da rampa ao solo;
– Uniformidade do jato;
– Pressão de trabalho.
Barras de pulverização com bico de
fenda:
• Para assegurar uma pulverização correta é importante que a barra de
pulverização não ultrapasse as distâncias que se seguem, do chão ou
da colheita:
– 30 (35) cm com bicos 100°
– 40 cm com bicos 80°
– 50 cm com bicos 65°
Barras de pulverização com bico de
jato cónico:• Se a barra estiver equipada com bicos de pulverização cónica, a
distância deve ser escolhida de maneira a garantir a interseção do
liquido de pulverização no topo da cultura ou seja a cerca de 60 cm do
solo.
• Como a pulverização dos bicos cónicos é uniforme em toda a largura de trabalho,
assim, quando estes se encontram instalados numa barra não deverá existir
sobreposição entre eles.
Critérios para escolha do equipamento de aplicação de produto fitofarmacêutico
• Fatores que influenciam a escolha:
– Cultura:
• Tipo;
• Estado de desenvolvimento;
• Compasso;
• Altura;
• Alvo a tratar
– Condições climatéricas;