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ROBSON BORGES DE LIMA DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA E VOLUMETRIA EM VEGETAÇÃO DE CAATINGA ARBUSTIVA-ARBÓREA, FLORESTA-PE RECIFE Pernambuco - Brasil 2014

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ROBSON BORGES DE LIMA

DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA E VOLUMETRIA EM VEGETAÇÃO DE

CAATINGA ARBUSTIVA-ARBÓREA, FLORESTA-PE

RECIFE

Pernambuco - Brasil

2014

MINISTÉRIO DA EDUAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA FLORESTAL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA E VOLUMETRIA EM VEGETAÇÃO DE

CAATINGA ARBUSTIVA-ARBÓREA, FLORESTA-PE

ROBSON BORGES DE LIMA

RECIFE

Pernambuco - Brasil

2014

ROBSON BORGES DE LIMA

DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA E VOLUMETRIA EM VEGETAÇÃO DE

CAATINGA ARBUSTIVA-ARBÓREA, FLORESTA-PE

Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural de Pernambuco como requisito para a obtenção do titulo de Mestre em Ciências Florestais

Orientador:

Prof. Dr. Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira

Co-orientadores:

Prof. Ph.D. José Antônio Aleixo da Silva

Dr. Francisco Tarcísio Alves Junior

RECIFE

Pernambuco - Brasil

2014

Ficha catalográfica

L732d Lima, Robson Borges de Distribuição diamétrica e volumetria em vegetação de Caatinga arbustiva-arbórea, Floresta - PE / Robson Borges de Lima. – Recife, 2014. 134 f.: il. Orientador: Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Ciência Florestal, Recife, 2014. Referências. 1. Florestas secas 2. Mensuração florestal 3. Análise de regressão 4. Redes neurais artificiais I. Ferreira, Rinaldo Luiz Caraciolo, orientador II. Título CDD 634.9

Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes.

(Isaac Newton, 1643-1727)

À minha família, em especial ao meu Pai e minha Avó por todo incentivo, confiança e por estarem sempre ao meu lado.

À José Serafim Feitosa Ferraz (in memorian) Dedico.

Agradecimentos

Primeiramente a DEUS, por todos os dias me dar força e saúde para correr

atrás dos meus objetivos.

À toda minha família, em especial ao meu pai Laércio Barbosa de Lima, minha

mãe Maria da Conceição Baia Borges e minha avó Maria Francisca Barbosa de Lima.

À Universidade Federal Rural de Pernambuco por tudo, em especial ao

Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais, seus Professores e seu

Secretário Douglas Menezes pela estrutura e atendimento aos discentes e pela

oportunidade de aprender e realizar o curso de mestrado.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq)

pela concessão da bolsa de mestrado.

Ao meu Orientador Professor Dr. Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira pela sua

orientação, companheirismo, amizade, confiança, seus ensinamentos e por me aceitar

como orientando e me ajudar a crescer de forma ética e profissional.

Aos Co-orientadores, Professor Ph.D. José Antônio Aleixo da Silva e Professor

Dr. Francisco Tarcísio Alves Júnior, pelos ensinamentos em Ciência Florestal, pelo

incentivo e companheirismo, pela amizade, ajuda e dedicação.

Ao grande e eterno amigo José Serafim Feitosa Ferraz.

Aos amigos do “consulado amapaense” Anderson Pedro, Vanessa Santos,

Robson Carmo, Adelson Dantas pela amizade e companheirismo de longa data.

À minha namorada Cinthia Oliveira pela paciência e compreensão, carinho e

dedicação e por sempre me apoiar nas decisões corretas e por estar em minha vida.

Aos meus amigos Diego Armando Silva da Silva, Jadson Coelho de Abreu e

Jorge Irapuã.

Aos amigos do Laboratório de Biometria e Manejo Florestal Jadson, Fernando,

Rubeni, Mayara, Renata, Cybelle, Paulo Karas. Aos amigos da turma de mestrado

Cibele Alves, Lucia Sena, Wedson, José Edson e Mariana.

À cidade de Recife em especial à Dona Iraci e Dona Teté pelo acolhimento por

nos ajudar no dia-a-dia e logo quando cheguei em 2012.

À todos que de alguma forma me ajudaram a chegar até aqui.

Muito brigado!

LIMA, ROBSON BORGES. Distribuição diamétrica e volumetria em vegetação de caatinga arbustiva-arbórea, Floresta-PE. Orientador: Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira. Co-orientadores: José Antônio Aleixo da Silva e Francisco Tarcísio Alves Júnior RESUMO Estimativas precisas de parâmetros de povoamentos florestais por meio de relações biométricas são essenciais na tomada de decisão. As florestas de Caatinga apresentam estrutura diferenciada, o que torna seu manejo um meio eficaz para produção de bens e serviços. O objetivo desta pesquisa foi modelar a distribuição diamétrica e a volumetria para obtenção de respostas precisas como subsídio ao manejo florestal. Os dados foram obtidos de uma área de Caatinga localizada no município de Floresta. Foi realizado um inventário sendo locadas sistematicamente 40 unidades amostrais de 20 x 20 m (400m²), sendo plaqueados, identificados e mensurados todos os indivíduos arbóreos cuja circunferência a 1,30 m do nível do solo foi (CAP) ≥ 6 cm. As estimativas dos parâmetros da vegetação consistiram em estrutura horizontal, diamétrica, cubagem rigorosa e estimativa volumétrica. Para as modelagens, os dados foram divididos em ajuste e validação. A distribuição diamétrica foi ajustada por funções de densidade probabilísticas, sendo geradas curvas de frequências observadas e estimadas. A escolha do melhor modelo no ajuste e na validação foi feita pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Para estimativa volumétrica, foram abatidas, mensuradas e cubadas pelo método de Smalian 50 árvores e seus respectivos galhos gerando um total de 316 volumes sólidos. Foram ajustados 4 modelos de simples entrada e 11 modelos de dupla entrada separadamente para fuste e galhos. A melhor equação volumétrica foi selecionada pelos valores do teste de F e R²aj e valores de desvios absolutos e relativos, bem como distribuição homogênea dos resíduos percentuais. A estimativa volumétrica foi realizada também por Redes Neurais Artificiais, sendo treinadas, de forma separada, 100 redes com entradas contendo apenas o diâmetro e 100 redes com entrada contendo o diâmetro e altura. A escolha do melhor ajuste pelas RNAs, tanto para fuste como para galhos consistiu na correlação entre volumes observados e estimados, desvio padrão e distribuição residual. A validação volumétrica consistiu em estimar volumes de fuste e galhos com a melhor equação e a RNA em uma nova base de dados. A vegetação de Caatinga em estudo apresentou padrão de distribuição diamétrica típico de florestais naturais com maior concentração de indivíduos nas menores classes de diâmetro e, na medida em que aumentam os diâmetros a frequência diminui progressivamente. No ajuste da distribuição diamétrica, os modelos de Weibull 3P, Hiperbólico e Log-normal foram os que apresentaram maior aderência tanto para a Comunidade arbustiva-arbórea como para as espécies de maior VI. Na validação, para predição da estrutura diamétrica da Comunidade arbustiva-arbórea, recomenda-se o modelo de Weibull 3P, e para as 5 espécies de maior VI o modelo Log-normal é o mais indicado. A estimativa de volume de fuste e de galhos pode ser feita, de forma precisa, a partir dos modelos de dupla entrada de Schumacher-Hall na forma logarítmica e não linear e também por Redes Neurais Artificiais, porem em termos de validação os modelos de Schumacher-Hall apresentaram maior significância.

LIMA, ROBSON BORGES de. Diameter distribution and volume in tree-shrub savanna, Floresta-PE. Advisor: Rinaldo Caraciolo Luiz Ferreira. Co-advisors: José Antônio Aleixo da Silva and Francisco Tarcisio Alves Júnior ABSTRACT Accurate estimates of parameters of forest stands by means of biometric relationships are essential in decision making. Caatinga forests have differentiated structure, which makes their management an effective means to produce goods and services. The objective of this research was to model the main variables dendrometric to obtain accurate and viable responses as input to forest management. The study was conducted using data obtained from an area of Caatinga in the municipality of Forest, farm Itapemirim in mesoregion San Francisco in Pernambuco. We conducted a systematic inventory being leased 40 sampling units of 20 x 20 m (400m ²), being plated, identified and measured all with individual trees whose circumference at 1.30 m from ground level was (CAP) ≥ 6 cm. The dendrometric analysis of the vegetation consisted of horizontal structure, diameter, cubed and volume estimation. For dendrometric model, the data were divided into fit and validation. The diameter distribution was adjusted by probability density functions, curves of observed and estimated frequencies being generated. The choice of model adjustment and validation was performed using the Kolmogorov-Smirnov test. For volume estimation, were felled, measured and scaled by the method Smalian 50 trees and their branches generating a total of 316 solid volumes. 4 models of simple input and 11 dual-input models separately for bole and branches were adjusted. The best volumetric equation was selected by the values of F and R ² values of aj and absolute and relative deviations test as well as homogeneous distribution of percentage waste. The volumetric estimate was also made by Artificial Neural Networks being trained, separately, 100 networks with entries containing only the diameter and 100 networks with entry containing the diameter and height. The best choice RNA for both branches to bole was the correlation between observed and estimated volumes, standard deviation and residual distribution. The volumetric validation consisted in estimating volumes of stem and branches with the best equation and RNA into a new database. The vegetation of Caatinga study presented a pattern typical diameter distribution of natural forest with the highest concentration of individuals in the smaller diameter classes and, insofar as the diameters increase the frequency gradually decreases. In adjusting the diameter distribution, Weibull models 3P, Hyperbolic and Log-Normal were those with greater adherence to both the Community shrub-like tree for the species of higher VI. Validation for prediction of diameter structure of shrub and tree community, we recommend the 3P Weibull model, and 5 species of higher VI Log-Normal model is the most suitable. The estimated volume of the bole and branches can be made, accurate, from the dual-input models Schumacher-Hall in logarithmic and not linear shape and also by Artificial Neural Networks, however in terms of validating models Schumacher Hall-submitted advantage.

Lista de figuras

Figura 1: Anatomia de um neurônio (Fonte: Soares et al., 2012). ............................... 51

Figura 2: Modelo do neurônio artificial (Fonte: SOARES et al., 2012) ......................... 51

Figura 3: Funções de ativação ou transferências mais utilizadas: (a) Linear, (b) Rampa,

(c) Degrau, (d) Guassiana, (e) Logística (Sigmóide) e (f) Tangente Hiperbólica (Fonte:

BOCANEGRA, 2002). ................................................................................................. 52

Figura 4: Rede de camada única (A) e rede de múltiplas camadas (B), (Fonte:

HAYKIN, 2001). .......................................................................................................... 53

Figura 5: Localização da fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE. ............... 58

Figura 6: Desenho esquemático da disposição das parcelas em campo, Fazenda

Itapemirim, Floresta - PE. (Fonte: ALVES JÚNIOR, 2010). ......................................... 59

Figura 7: Estrutura da RNA treinada utilizando o diâmetro (A) e utilizando o diâmetro e

a altura (B) para obtenção do volume. ........................................................................ 74

Figura 8: Suficiência amostral, “Área x Número de espécies amostradas”, Fazenda

Itapemirim, Município de Floresta-PE. ........................................................................ 77

Figura 9: Histogramas de distribuição diamétrica para a Comunidade arbustiva-arbórea

e para as espécies de maior VI e Quociente de Liocourt “q” encontrados na Fazenda

Itapemirim no município de Floresta-PE. .................................................................... 83

Figura 10: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a

Comunidade arbustiva-arbórea, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ............................ 91

Figura 11: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a espécie

Aroeira, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ................................................................. 92

Figura 12: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a espécie

Catingueira, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ........................................................... 93

Figura 13: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a espécie

Jurema-de-embira, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ................................................ 94

Figura 14: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a espécie

Mororó, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ................................................................. 95

Figura 15: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a espécie

Pereiro, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ................................................................. 96

Figura 16: Curvas de ajuste dos modelos validados para a Comunidade arbustiva-

arbórea, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ................................................................ 99

Figura 17: Curvas de ajuste dos melhores modelos validados para a espécie Aroeira,

Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.............................................................................. 100

Figura 18: Curvas de ajuste dos melhores modelos validados para a espécie

Catingueira, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ......................................................... 100

Figura 19: Curvas de ajuste dos melhores modelos validados para a espécie Jurema-

de-embira, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ........................................................... 101

Figura 20: Curvas de ajuste dos melhores modelos validados para a espécie Mororó,

Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.............................................................................. 101

Figura 21: Curvas de ajuste dos melhores modelos validados para a espécie Pereiro,

Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.............................................................................. 102

Figura 22: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para os

modelos de simples entrada para volume de fuste. .................................................. 108

Figura 23: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para os

modelos de simples entrada para volume de galhos................................................. 108

Figura 24: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para os

modelos de dupla entrada para volume de fuste. ...................................................... 110

Figura 25: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para os

modelos de dupla entrada para volume de galhos. ................................................... 111

Figura 26: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para as RNAs

treinadas com apenas o diâmetro na camada de entrada para estimativa de volume de

fuste. ......................................................................................................................... 115

Figura 27: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para as RNAs

treinadas com apenas o diâmetro na camada de entrada para estimativa de volume de

galhos. ...................................................................................................................... 116

Figura 28: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para as RNAs

treinadas com o diâmetro e a altura na camada de entrada para estimativa de volume

de fuste. .................................................................................................................... 117

Figura 29: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para as RNAs

treinadas com o diâmetro e a altura na camada de entrada para estimativa de volume

de galhos. ................................................................................................................. 119

Figura 30: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para as

equações e RNAs validadas para estimativa de volume de fuste e galhos. .............. 122

Lista de tabelas

Tabela 1: Modelos volumétricos testados para estimativa volumétrica de vegetação de

Caatinga na Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ........................................................... 69

Tabela 2: Parâmetros de treinamento utilizados para o algoritmo Backpropagation ... 74

Tabela 3: Espécies arbóreas encontradas no levantamento fitossociológico realizado

na Fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE e seus parâmetros

fitossociológicos, em ordem decrescente de Valor de Importância. (DA= Densidade

Absoluta; DR= Densidade Relativa; DoA= Dominância Absoluta; DoR= Dominância

Relativa; Frequência Absoluta; FR= Frequência Relativa; VI= Valor de Importância). 78

Tabela 4: Estatísticas descritivas dos conjuntos de dados da variável Db para a

Comunidade arbustiva-arbórea e para as espécies de maior VI encontrados na

Fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE. ...................................................... 81

Tabela 5: Número de classes de diâmetro e seus respectivos intervalos entre classes

obtidos pela metodologia de Sturges para a Comunidade arbustiva-arbórea e para as

espécies de maior VI encontrados na Fazenda Itapemirim no município de Floresta-

PE. .............................................................................................................................. 82

Tabela 6. Resultados do ajuste do modelo de Meyer para a Comunidade arbustiva-

arbórea e para as espécies de maior VI, Fazenda Itapemirim no município de Floresta-

PE. .............................................................................................................................. 86

Tabela 7: Parâmetros estimados das funções de distribuição diamétrica para a

Comunidade arbustiva-arbórea e para as espécies de maior VI encontrados na

Fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE. ...................................................... 88

Tabela 8: Teste de Kolmogorov-Smirnov e ranking de classificação para os modelos

de distribuição diamétrica ajustados para a Comunidade arbustiva-arbórea e para as

espécies de maior VI, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ............................................ 89

Tabela 9: Validação das funções selecionadas pelo teste de Kolmogorov-Smirnov para

a Comunidade arbustiva-arbórea e para as espécies de maior VI, Fazenda Itapemirim,

Floresta-PE. ................................................................................................................ 98

Tabela 10: Estatística descritiva das variáveis diâmetro, altura e volume obtidos no

processo de cubagem para fuste e galhos, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. ......... 103

Tabela 11: Ajuste dos modelos de volume de simples e dupla entrada para fuste de

árvores cubadas, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. Onde: bi – coeficientes das

equações; Fcal – valor calculado da análise de variância; R²aj – coeficiente de

determinação ajustado; Syx – erro padrão residual absoluto; Syx% - erro padrão

residual relativo; IF – Índice de Furnival absoluto; IF% – Índice de Furnival relativo. 104

Tabela 12: Ajuste dos modelos de volume de simples e dupla entrada para galhos de

árvores cubadas, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. Onde: bi – coeficientes das

equações; Fcal – valor calculado da análise de variância; R²aj – coeficiente de

determinação ajustado; Syx – erro padrão residual absoluto; Syx% - erro padrão

residual relativo; IF – Índice de Furnival absoluto; IF% – Índice de Furnival relativo. 105

Tabela 13: Estrutura da RNAs treinadas separadamente com diâmetro e com diâmetro

e altura para estimativa volumétrica de fuste das árvores cubadas, Fazenda

Itapemirim, Floresta-PE. Onde: R train – Correlação entre volume observado e

estimado pela RNA; Hidden activation – Função de ativação da camada intermediária;

Output activation – Função de ativação da camada de saída; RMSE (%) raiz quadrada

do erro médio............................................................................................................ 113

Tabela 14: Estrutura da RNAs treinadas separadamente com diâmetro e com diâmetro

e altura para estimativa volumétrica de galhos das árvores cubadas, Fazenda

Itapemirim, Floresta-PE. Onde: R train – Correlação entre volume observado e

estimado pela RNA; Hidden activation – Função de ativação da camada intermediária;

Output activation – Função de ativação da camada de saída; RMSE (%) raiz quadrada

do erro médio............................................................................................................ 113

Tabela 15: Estatísticas das equações e RNAs selecionadas para a amostra de

validação do volume de fuste e galhos. Em que: IF(%) e RSME (%) definidos

anteriormente; DA – Diferença agregada absoluta; DA% - Diferença agregada relativa;

² calc – Valor de Qui-quadrado calculado; ² tab – Valor de Qui-quadrado tabelado a

95% de probabilidade. .............................................................................................. 120

Tabela 16: Estimativa dos parâmetros dendrométricos para as espécies encontradas

no estudo e estimativa volumétrica de fuste, galhos e total por hectare, Fazenda

Itapemirim, Floresta-PE. ........................................................................................... 123

Tabela 17: Média volumétrica estimada para as espécies de maior VI, Fazenda

Itapemirim, Floresta-PE. ........................................................................................... 124

Sumário 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 17

2 HIPÓTESES ........................................................................................................ 19

3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 19

3.1 Geral............................................................................................................. 19

3.2 Específicos ................................................................................................... 19

4 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 20

4.1 Vegetação de Caatinga ................................................................................ 20

4.2 Distribuições contínuas ................................................................................. 23

4.2.1 Distribuição Gamma .............................................................................. 26

4.2.2 Distribuição Beta ................................................................................... 29

4.2.3 Distribuição de Weibull .......................................................................... 32

4.2.4 Distribuição Normal ............................................................................... 37

4.2.5 Distribuição Log-normal ......................................................................... 40

4.2.6 Distribuição Hiperbólica ......................................................................... 42

4.3 Testes para avaliação do ajuste das distribuições ........................................ 43

4.3.1 Chi quadrado (²) .................................................................................. 43

4.3.2 Kolmogorov-Smirnov ............................................................................. 45

4.4 Assimetria e curtose ..................................................................................... 45

4.5 Volumetria e modelos de regressão ............................................................. 47

4.6 Redes neurais artificiais ................................................................................ 50

4.7 Uso de Redes Neurais Artificiais na Ciência Florestal .................................. 56

5 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 58

5.1 Área de estudo ............................................................................................. 58

5.2 Inventário Florestal ....................................................................................... 59

5.3 Análise de Dados ......................................................................................... 60

5.3.1 Estrutura Florestal ................................................................................. 60

5.3.2 Modelagem da distribuição diamétrica ................................................... 63

5.3.3 Teste de aderência ................................................................................ 66

5.3.4 Assimetria e Curtose ............................................................................. 67

5.3.5 Validação das funções ........................................................................... 67

5.4 Volumetria .................................................................................................... 68

5.4.1 Cubagem das árvores amostra .............................................................. 68

5.4.2 Modelos volumétricos testados .............................................................. 69

5.4.3 Critério de seleção dos modelos matemáticos ....................................... 70

5.5 Ajuste da Volumetria por Redes Neurais Artificiais ....................................... 71

5.6 Validação das equações Volumétricas e Generalização das RNAs .............. 75

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 76

6.1 Estrutura Horizontal ...................................................................................... 76

6.2 Estrutura Diamétrica ..................................................................................... 80

6.3 Ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica ............................................ 87

6.4 Validação dos Modelos de Distribuição Diamétrica ....................................... 97

6.5 Volumetria .................................................................................................. 102

6.5.1 Ajuste por Regressão Linear e Não-linear ........................................... 102

6.6 Estimativa de volume por Redes Neurais Artificiais .................................... 112

6.7 Validação das equações e das RNAs selecionadas ................................... 120

7 CONCLUSÕES.................................................................................................. 125

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 126

17

1 INTRODUÇÃO

A vegetação de Caatinga, com suas características superlativas, ganha

destaque no cenário nacional devido suas peculiaridades que distinguem dos

demais ecossistemas e domínios morfoclimáticos brasileiros. Com

predominância de vegetação arbustiva com estrato herbáceo, apresenta

características xerófilas adaptadas ao clima seco, se tornando assim, uma

fonte de conhecimentos importantes que podem contribuir à ciência florestal.

As florestas tropicais secas do domínio Caatinga não apresentam a

exuberância verde das florestas tropicais úmidas e o aspecto seco das

fisionomias dominadas por cactos e arbustos sugere uma baixa diversificação

da fauna e flora. Para desvendar sua riqueza, é necessário um olhar mais

atento, mais aberto. Assim ela revela sua grande biodiversidade, sua

relevância biológica e sua beleza peculiar (LEAL et al., 2003).

O uso da vegetação da Caatinga para fins energéticos sem o devido

conhecimento estrutural e dinâmico tem comprometido parte significativa deste

domínio. Na pesquisa realizada pelo Serviço Florestal Brasileiro (MMA, 2010)

sobre a integridade da cobertura vegetal do domínio Caatinga, inserida em um

estudo sobre a biodiversidade brasileira, foi constatado que não há dúvida

alguma de que a Caatinga é um dos biomas brasileiros alterados pelas

atividades humanas. É nesta região do domínio, por exemplo, que estão

localizadas as áreas brasileiras que passam hoje por processo de

desertificação. As causas das modificações são múltiplas e complexas,

variando desde a exploração de madeira para combustível até a substituição

da vegetação nativa por práticas agrícolas inapropriadas.

Em relação aos impactos da exploração madeireira nas formações

florestais do domínio Caatinga Alves Júnior et al. (2013), consideraram os

efeitos na vegetação adulta remanescente, na regeneração natural e no solo,

necessitando de observações científicas no manejo dessas florestas.

Devido a uso desordenado dos recursos florestais da Caatinga, vem-se

despertando a necessidade do conhecimento deste bioma, para que seja

possível auxiliar pesquisadores que trabalham na região no fornecimento de

dados básicos estruturais, visando à elaboração de planos de manejo

18

adequados para tal bioma, propiciando rendimento sustentado na exploração,

sem comprometer o futuro da Caatinga (FERREIRA, 1988).

Neste sentido, a Ciência Florestal visa contribuir com o desenvolvimento

e aplicação de métodos quantitativos e conhecimentos ecofisiológicos para o

desenvolvimento e aprimoramento de informações á respeito de vegetações do

domínio Caatinga na região Nordeste Brasileira. Gerar respostas precisas no

que diz respeito ao uso sustentável desses recursos florestais são

fundamentais para o gerenciamento quanto às ações que visem o

desenvolvimento econômico, social e ambiental.

O rendimento sustentável das florestas requer não somente um

conhecimento do estoque e do crescimento da floresta, mas também um

conhecimento das produções esperadas no futuro (ASSMANN, 1970)

No que tange às informações quantitativas, o conhecimento primordial

de toda e qualquer vegetação é a distribuição diamétrica. A partir da

interpretação da distribuição diamétrica é possível inferir sobre o nível de

conservação das comunidades florestais, verificando a existência ou não de

proporcionalidade do número de indivíduos nas classes propostas, bem como a

forma da estrutura projetada na área.

Desta maneira, o conhecimento sobre modelos estocásticos são

ferramentas fundamentais para inferir de maneira precisa no estoque ou

estrutura da área visando subsidiar metodologias que garantem a

sustentabilidade do domínio Caatinga.

De forma complementar, outros pontos são relevantes para que as

florestas nativas possam ser utilizadas em bases sustentadas, e para a

vegetação de Caatinga, não é diferente, podendo-se citar como principais: o

conhecimento sobre fitossociologia, produção volumétrica, e dominância das

espécies na área.

Assim, na mensuração florestal, o emprego da modelagem se torna

ferramenta essencial para se inferir quanto às estruturas do povoamento se

visando fornecer respostas precisas, facilitando as tomadas de decisão e

proporcionando rendimentos científicos para o modelador, benefícios

econômicos e sustentáveis para a sociedade e para a floresta.

19

2 HIPÓTESES

Hipótese 1: Parte-se da premissa de que a distribuição diamétrica da

comunidade arbustiva arbórea e das espécies de maior VI apresentaram curva

exponencial decrescente, na forma de jota invertido;

Hipótese 2: A distribuição diamétrica para a comunidade arbustiva arbórea e

das espécies de maior VI apresentará aderência para os modelo no ajuste e na

validação;

Hipótese 3: Pode-se estimar volume de floresta de caatinga de maneira eficaz

por meio de modelos volumétricos;

Hipótese 4: As RNAs apresentarão estimativas eficientes em relação aos

modelos ajustados para volume de fuste e galhos no treinamento e

generalização.

3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Modelar a distribuição diamétrica e a volumetria para obtenção de

respostas precisas como subsídio ao manejo florestal.

3.2 Específicos

Ajustar e validar os dados de diâmetro por meio de modelos de

distribuição diamétrica para a área de estudo e para as espécies de maior

Valor de Importância;

Ajustar modelos matemáticos para estimativa de volume de fuste e

galhos para a área de estudo por meio de modelos de regressão linear e não

linear simples e múltiplos;

Treinar diferentes Redes Neurais Artificiais para obtenção de volume de

fuste e galhos da vegetação de Caatinga;

Comparar os diferentes ajustes e selecionar uma proposta metodológica

para estimativa de volume de madeira para a área de estudo.

20

4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Vegetação de Caatinga

O bioma Caatinga se destaca por ser o maior e mais importante

ecossistema existente na Região Nordeste do Brasil, abrangendo praticamente

60% de sua área, estendendo-se pelo domínio de climas semiáridos, numa

área de quase 100 milhões de hectares, o que chega a 11% do território

nacional (ANDRADE et al., 2005). De modo geral, de acordo com a pesquisa

de Silva e Sampaio (2008), a Caatinga tem sido geralmente descrita na

literatura como um ecossistema de baixa diversidade, abrigando poucas

espécies endêmicas.

A heterogeneidade da flora e da fisionomia da cobertura vegetal dessa

região decorre de dois gradientes de umidade, um no sentido Norte-Sul, que se

manifesta em uma diminuição das precipitações e outro Oeste - Leste, que se

expressa com um aumento do efeito da continentalidade. Além disso, as

variações topográficas que ocorrem no interior dessa região contribuem para a

ocorrência de gradientes menores. Outro fator importante na diversificação

vegetacional, especialmente na flora local, é a história dos eventos geológicos

presentes em cada uma das unidades vegetacionais (RODAL et al., 2008).

Dos biomas brasileiros, o da Caatinga é um dos menos conhecidos em

termos de funcionamento, havendo ausência de trabalhos sobre a influência da

variação temporal na estrutura e composição das comunidades lenhosas,

aspecto preocupante, pois a área do bioma como um todo sofre um intenso

processo de antropização (CAVALCANTE et al., 2009).

A Caatinga apresenta grande variação fisionômica, principalmente

quanto à densidade e ao porte das plantas. Mudanças em escala local, a

poucas dezenas de metros, são facilmente reconhecíveis e geralmente ligadas

a uma alteração ambiental claramente identificável. É o caso do maior porte

das plantas nos vales e do menor sobre lajedos e solos rasos, em

consequência da maior e menor disponibilidade hídrica (AMORIM et al, 2005).

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2010), a

vegetação arbórea da Caatinga tem como principais características:

• Alta densidade de indivíduos, com 1.000 a 5.000 árvores por hectare;

21

• Árvores de pequeno a médio porte, com altura variando entre 3 m e 6

m;

• Regeneração por rebrota de tocos e raízes;

• Período curto de crescimento e rápida resposta às chuvas;

• Estoques baixos, porém com incrementos médios anuais relativamente

altos;

• Alta resiliência, ou seja, alta capacidade de recuperação após algum

tipo de intervenção;

• Alto percentual de espécies arbóreas forrageiras.

A vegetação de Caatinga, em geral, é caracterizada como formações

arbórea-arbustivas, hierarquizadas em diversas tipologias, muitas das quais

ainda são praticamente desconhecidas do ponto de vista ecológico (PEREIRA

et al., 2001).

Drummond et al. (2000) afirmaram que a vegetação de Caatinga é

constituída, especialmente, de espécies lenhosas e herbáceas, de pequeno

porte, geralmente dotadas de espinhos e caducifólias, perdendo suas folhas no

início da estação seca, e de cactáceas e bromeliáceas. Fitossociologicamente,

a densidade, frequência e dominância das espécies são determinadas pelas

variações topográficas, tipo de solo e pluviosidade.

Estudos sobre a composição e estrutura dos remanescentes de

Caatinga que apresentam boas condições de conservação são importantes

para a caracterização das diferentes fácies, constituindo ferramenta para o

entendimento de aspectos da ecologia regional, fornecendo bases para a sua

conservação ou exploração sustentável. Mas, deve ser ressaltado que, de

forma geral, mesmo as áreas conservadas da região apresentam indícios de

exploração pretérita, e são necessários os estudos em diferentes áreas para se

ter uma apreciação da possível estrutura original da vegetação (GUEDES et al,

2012).

Não obstante, o desconhecimento do bioma, a Caatinga vem sendo

sistematicamente devastada, sem que se tenham conhecimentos mais

concretos em relação à silvicultura e manejo das espécies. A exploração

racional de qualquer ecossistema só pode ser planejada a partir do

conhecimento de suas dinâmicas biológicas. No que se refere ao componente

vegetação, torna-se imperativo conhecer, por exemplo, como se dão os

22

processos de regeneração natural diante das perturbações antrópicas

(PEREIRA et al., 2001).

Para Dantas et al. (2010), a ação do homem vem sendo considerada

uma das principais causas que levam as áreas de Caatinga a serem

devastadas, deixando o solo exposto e suscetível ao processo erosivo,

desertificação e desaparecimento de inúmeras espécies vegetais e/ou animais.

Diniz (2011) afirma que a Caatinga vem servindo de suporte no atendimento da

demanda de produtos energéticos madeireiros, como galhos e carvão vegetal,

utilizados pela indústria de cerâmica, caieiras, gesso, cimento e outras.

Este fato é fortalecido por Araújo (2009) no qual afirma que a Caatinga

perdeu parte da sua cobertura nativa em consequência do manejo inadequado.

Em decorrência disso, há prejuízo para o solo e para os corpos d’água da

região; os solos, por exemplo, tornam-se menos férteis.

Neste sentido, o manejo florestal no uso sustentável do bioma tem papel

importante, pois sua contribuição, de maneira geral, será para nortear ações e

fornecer informações que visem reduzir os riscos de desertificação e facilitar a

adaptação às mudanças climáticas. As áreas sob manejo florestal são muito

mais resistentes à desertificação que as dedicadas a outros usos do solo, como

agricultura e pecuária. E sua vulnerabilidade frente às mudanças climáticas é

menor, porque podem manter sua capacidade produtiva ainda sob condições

de precipitação reduzida ou variável. Seria muito interessante calcular o custo

social e fiscal da adaptação à mudança climática no bioma – uma perspectiva

que parece já inevitável – comparando os danos e perdas sobre áreas de uso

agropecuário versus áreas de uso florestal (MMA, 2010).

Na maior parte da Caatinga, de porte limitado pelas condições menos

favoráveis e pela antropização, as alturas máximas das arvores pouco

ultrapassam os 10m e as arvoretas esgalhadas e os arbustos são abundantes.

As densidades dos indivíduos com mais de 3 cm de diâmetro ficam entre 1000

e 3000 por hectare; as áreas basais entre 10 e 30 m2 ha-1 e a biomassa entre

20 e 80 Mg.ha-1 (MMA, 2010).

A Caatinga tem uma alta diversidade florística para um bioma com uma

restrição forte ao crescimento como a deficiência hídrica. Áreas de Caatinga

típicas, em geral, têm menos de 50 espécies de arbustivas e arbóreas e iguais

número de herbáceas por hectare. Por outro lado, considerada como um

23

bioma, com significativa extensão, pluralidade de topografias e solos, e

diversidade de condições de disponibilidade de água, têm ambientes distintos:

de aquáticos a rupestres, de matas altas a campos abertos, incluindo encraves

de matas úmidas e de cerrados. No conjunto de todas essas situações, o

número de espécies de fanerógamas é de pelo menos 5344 espécies

(QUEIROZ, 2006).

4.2 Distribuições contínuas

Como o próprio nome sugere, distribuições contínuas denotam, na

mensuração florestal, modelos de distribuição diamétrica (MDD) que estimam o

número de árvores por classe de diâmetro (CAMPOS; LEITE, 2009). De acordo

com Bartoszeck et al. (2004) para o manejo adequado de um povoamento

florestal o conhecimento da sua estrutura é fundamental. Essa consiste na

distribuição de espécies e dimensões das árvores em relação a uma unidade

de área e é resultado dos hábitos de crescimento das espécies, das condições

ambientais e práticas de manejo.

A distribuição dos diâmetros é uma das análises mais empregadas para

retratar o comportamento estrutural de um povoamento. O diâmetro é

geralmente bem correlacionado com variáveis importantes do povoamento, tais

como: volume, área basal, sortimentos, etc (BAILEY; DELL, 1973).

Nesse contexto, Machado et al. (2009a) afirmam que a distribuição

diamétrica assume importância significativa no levantamento da estrutura

horizontal de uma floresta por permitir caracterizar uma tipologia florestal e,

também, por ser um indicador do estoque em crescimento das florestas, além

de fornecer subsídios para tomada de decisões e para o planejamento do

manejo a ser aplicado em determinada área.

Os primeiros estudos sobre distribuição diamétrica foram desenvolvidos

por De Liocourt em 1898, o qual propôs que a distribuição diamétrica em

florestas heterogêneas tende para uma distribuição em forma de “J” invertido, a

qual poderá ser mantida com o manejo dessas florestas de modo a aproximar-

se de uma distribuição balanceada capaz de assegurar uma produção

sustentada. Neste sentido, Meyer (1952) utilizou o modelo de regressão

24

simples para estimar o número de indivíduos nas classes diamétricas de modo

a balancear a floresta.

Atualmente, o estudo das distribuições diamétricas está amplamente

difundido e aplicado em toda a Europa e Estados Unidos e, no Brasil já são

bastante utilizados como subsídio para o manejo de florestas, constituindo o

meio mais simples e eficaz para descrever as características de um

povoamento (FERREIRA, 2011).

A caracterização da distribuição diamétrica pode indicar o potencial de

utilização de povoamentos florestais, principalmente quando se trabalha com

multiprodutos. A distribuição diamétrica de determinado povoamento florestal é

facilmente avaliada por meio da medição direta das árvores, com os diâmetros

agrupados em classes de amplitudes definidas. No entanto, somente o

conhecimento acerca da distribuição diamétrica atual de um povoamento nem

sempre é suficiente (ARAÚJO JUNIOR et al., 2010)

As distribuições diamétricas geralmente consideram a frequência por

classes de diâmetros, podendo eventualmente incluir a área basal, o volume, e

os incrementos em diâmetro, em área basal, em volume e em valor econômico,

como variáveis agrupadas por classes de diâmetros (ARCE, 2004).

De acordo com Scolforo (2006) as distribuições diamétricas são

classificadas em 3 tipos principais: Unimodal, Decrescente e Multimodal.

Segundo Loetsch et al. (1973) e Umaña e Alencar (1998), as distribuições

unimodais são características de povoamentos jovens equiâneos, podendo ser

ajustados pela função beta. As distribuições diamétricas decrescentes são

encontradas principalmente em: a) Florestas naturais com árvores de várias

idades; b) Povoamentos florestais bem manejados contendo indivíduos de uma

determinada espécie em todas as idades; c) Florestas plantadas mistas. As

distribuições multimodais apresentam pouca importância nos estudos florestais,

podendo existir tanto em florestas naturais como em florestas plantadas, onde

seja aplicado um sistema de exploração apenas em certas classes diamétricas

(UMAÑA; ALENCAR, 1998; SCOLFORO, 2006).

Para Machado et al. (2009b) a melhor forma de descrever a estrutura

diamétrica de uma floresta ou de uma espécie é por meio do emprego de

funções de densidade probabilística (fdp). Campos e Leite (2009) corroboram

com esta afirmação, salientando que a principal característica dos MDD é o

25

emprego de uma função densidade de probabilidade, sendo comum o uso da

função Weibull, que é umas das mais utilizadas nesse tipo de modelagem,

especialmente pela característica de grande flexibilidade. Vale ressaltar que o

ajustamento desses modelos exigem estimações dos parâmetros de alguma

função de probabilidade.

Como estudo pioneiro destaca-se o trabalho de Bailey e Dell (1973) em

que foi empregada a função Weibull para o estudo de distribuição dos

diâmetros em florestas heterogêneas. Já no Brasil, os primeiros trabalhos

realizados no Brasil sobre distribuições probabilísticas aplicadas a distribuições

diamétricas em florestas heterogêneas surgiram no limiar da década de 1980

com Barros (1980), Finger (1982), Batista (1989).

Segundo Scolforo (2006), um dos maiores objetivos da aplicação de

funções de densidade probabilística na biometria florestal é o de descrever a

estrutura diamétrica de populações florestais. Segundo esse autor essas

distribuições permitem obter a probabilidade das árvores ocorrerem dentro de

intervalos ou classes de diâmetro, em que haja um limite inferior e outro

superior.

É também de grande importância destacar que o uso das distribuições

diamétricas favorece o conhecimento prévio do estoque de madeira disponível

anteriormente a uma exploração, fornecendo assim informações que podem

auxiliar na tomada de decisão quanto à necessidade ou não do uso da

reposição florestal ou ação pertinente que correspondem ao plano de manejo

(Ferreira, 2011)

Associada a cada fdp existe a função de distribuição acumulada [F(x)]

que nada mais é que sua integral. A área delimitada entre o intervalo [a, b],

encontrada sob a curva define a probabilidade das árvores estarem contidas

nele. Este fato é obtido a partir da função de distribuição acumulativa

(CAMPOS; LEITE, 2009).

Scolforo (2006) afirma que, as funções de densidade de probabilidade

apresentam três propriedades básicas de tal modo se x satisfaz as seguintes

condições:

f(x) ≥ 0 para todos os valores de x dentro do intervalo

considerado;

dx = 1;

26

f(x) = 0, se x está contido fora do intervalo considerado.

Assim a probabilidade de x ocorrer num intervalo depende da integral:

dxxfbxaPb

a Eq. (1)

Já a função de distribuição acumulada F(x) é o resultado da integral de

f(x) e estima a probabilidade que a variável x assuma um valor menor ou igual

a x.

b

a

xF f(t) dt, cujas propriedades são:

É não decrescente;

Quando x tende a mais infinito, f(x) = 1;

Quando x tende a menos infinito f(x) = 0;

P (a ≤ x ≤ b) = F(b) – F(a) para a < b

Para o ajuste de distribuições de diâmetros podem ser usados os

seguintes modelos: Normal, Log-normal, Gamma, Weibull, Beta. Estas

distribuições são descritas a seguir (FINGER, 1982; SCOLFORO, 2006;

SCHNEIDER; SCHNEIDER, 2008; CAMPOS; LEITE, 2009). Outras

distribuições de uso menos frequente são a Sb Johnson e Hiperbólica. A

função densidade de probabilidade de algumas dessas são relacionadas a

seguir.

4.2.1 Distribuição Gamma

Segundo Scolforo (2006), a distribuição Gamma é uma função flexível,

podendo ser aplicada em florestas nativas ou plantadas. Pode assumir ou se

ajustar a diferentes tipos de curvas, passando por diversos graus de assimetria.

Na área florestal o emprego da função Gamma tem sido empregada com

frequência por inúmeros trabalhos de ajustes nas áreas de florestas plantadas

e nativas podendo-se citar Barros (1980), Finger (1982), Umaña e Alencar

(1998), Machado et al. (2009a) e Machado et al. (2009b),

Campos e Leite (2009) denotam a função da seguinte maneira:

0

1/1

, dxeueX

Xf uX

Eq. (2)

27

α e β = parâmetros a serem estimados, tem sinais positivos e definem a

forma da distribuição;

Γ = função Gamma; α ≥ 0;

e = exponecial;

α ≤ 2: valor obtido em tabela fatorial;

α > 2: Γ (α) = (α - 1)! = (α - 1) ( α - 2)...(α - k) Γ(α - k)

De acordo com Scolforo (2006) uma forma alternativa de apresentação

da função é assumindo que x é maior ou igual ao diâmetro mínimo (dmin). Neste

caso pode-se considerar que a variável aleatória x assume a forma d - dmin e a

função de densidade de probabilidade Gamma pode ser reescrita como:

/min1min

ddedd

df Eq. (3)

Por integração a função (4) obtém-se a função de distribuição

acumulativa cuja forma é:

dxexXF xx

/

0

1

Eq. (4)

Se a opção for utilizar a forma alternativa então a variável x deve ser

substituída por mindd na função de distribuição.

Existem diferentes modos de ajustar a distribuição Gamma, podendo-se

destacar o método da máxima verossimilhança e dos momentos.

De acordo com Scolforo (2005), o método de máxima verossimilhança

consiste em adotar, como estimativas dos parâmetros, os valores que

maximizem a probabilidade (no caso da variável aleatória ser discreta) ou a

densidade de probabilidade (no caso de variável contínua) da amostra

observada.

Assim, conforme Araújo Junior et al. (2010) os parâmetros da função

Gamma podem ser ajustados pelo método da máxima verossimilhança da

seguinte maneira:

3

411

4

1 Eq. (5)

28

Eq. (6)

Sendo:

g ln Eq. (7)

∑ΧΝ

1=Χ

Ν

1=ii Eq. (8)

1

ln1

iig Eq. (9)

Em que:

X - média aritmética das observações;

Xg - média geométrica das observações;

N - número de observações.

No entanto, Scolforo (2006) indica como mais eficiente o método dos

momentos para estimativa dos parâmetros da função Gamma, por apresentar

maior facilidade nos cálculos. Neste caso tanto a média (μx) como a variância

(Sx²) serão obtidos a partir da função geratriz dos momentos (fgm), cuja forma

para distribuição contínua é:

xfetX xt .

0

Eq. (10)

dxexetX xtx

/1

0

1

Eq. (11)

Em que:

X – média;

Desenvolvendo essa função por meio de derivação obtêm-se os

parâmetros α e β a partir das fórmulas:

x

x

X

S2

ou min

2

dd

Sd

Eq. (12)

S x

xX

2

2

ou

S x

dd2

2

min Eq. (13)

Em que:

Sx² - variância.

29

4.2.2 Distribuição Beta

A função Beta foi aplicada para distribuições de diâmetros de Pinus

elliottii por Clutter e Bennett, em 1965. Segundo Cunha (1994) a função beta

tem a propriedade característica de poder gerar uma grande variedade de

formas de distribuição pelos diferentes graus de simetria que são possíveis de

serem identificados quando aplicado nos ajustes das distribuições diamétricas.

A sua função densidade de probabilidade tem limites definidos entre o

maior e o menor diâmetro, os quais restringem todos os diâmetros dentro

destes limites. A desvantagem da distribuição, no entanto, é que a fdp deve ser

numericamente integrada para obter as probabilidades nos vários intervalos

das classes diamétricas, para obter a proporção de árvores em cada classe de

diâmetro, uma vez que a função de distribuição acumulativa não existe na

forma fechada. Pode ser aplicada para florestas nativas e a florestas plantadas

e ajusta-se a diferentes tipos de curvas, passando por diversos graus de

assimetria (SCOLFORO, 2006).

Scolforo (2006) descreve a função de densidade de probabilidade beta

apresentando com outra nomenclatura que “x”, “a” e “b”, diâmetro mínimo

(dmin), e diâmetro máximo (dmax), então ela assume a forma:

1max

1min1

minmax

1.

dddd

ddXf Eq. (14)

Em que:

X – variável aleatória;

a, b ou dmax, dmin – valores máximos e mínimos da variável aleatória

α e β – parâmetros a serem estimados, maiores que zero;

Γ - função Gamma

Muitas formas de distribuições decrescentes podem ser geradas

dependendo da magnitude dos expoentes e suas relações entre si,

caracterizando assim uma grande flexibilidade da função Beta (BARROS,

1980).

Orellana (2009) afirma que existem diferentes formas de ajustar a

distribuição beta, podendo-se ajusta-la usando o método dos momentos, da

regressão, da média aritmética e variância, da verossimilhança, dentre outros.

30

Pelo método dos momentos as estimativas dos parâmetros α e β podem

ser obtidas como (FINGER, 1982; UMAÑA; ALENCAR, 1998).

minmax2

2minmaxmin

dd

dddddd

Eq. (15)

minmax2

2minmaxmax

dd

dddddd

Eq. (16)

Em que:

d - é a média da variável aleatória diâmetro;

dmax e dmin - diâmetro máximo e mínimo, respectivamente;

σ² - variância da variável aleatória diâmetro.

Outra forma de apresentação da distribuição Beta é viabilizando o seu

ajuste por meio do uso da média e variância, conforme pode-se verificar em

Loestch et al. (1973), Barros (1980) e Scolforo (2006).

dxXbaXb

a

, Eq. (17)

Em que:

X – variável sob investigação;

a – limite inferior da função beta;

b – limite superior da função beta;

α – 1° expoente da função beta;

β – 2° expoente da função beta.

Por transformação na função de densidade é introduzida a constante

multiplicativa tal que:

XbaXkXf . Eq. (18)

A constante k é o fator de redução da escala da ordenada para

assegurar que a soma das frequências estimadas seja igual a frequência

obsevada (N), tal que:

xXbaXkb

a

Eq. (19)

Então:

31

b

a

dxXbaX

k

Eq. (20)

Procedimento para estimar os parâmetro:

1: Se α e ɣ são conhecidos então a média ( relX ) e a variância ( S x2 )

podem ser estimadas a partir das fórmulas:

2++

1+=Χ

^^

^

γα

αrel Eq. (21)

2

2^2

^

2

ababS x

Eq. (22)

O valor do limite inferior (a) e superior (b) pode ser obtido pelas

fórmulas:

2

1

Wa Eq. (23)

2

Wb k Eq. (24)

Onde:

W – amplitude das classes de diâmetro;

K – k ésima classe de diâmetro;

X1 – valor central da primeira classe de diâmetro

Xk – valor central da k ésima classe de diâmetro

Com os valores obtidos nas quatro últimas expressões se pode obter os

valores de rel e S x2 . Assim os expoentes da distribuição beta podem ser

obtidos como:

11

11 22

S rel

Eq. (25)

11 Eq. (26)

Onde:

32

rel

rel

1 Eq. (27)

Definidos ɣ e α tem-se a forma da distribuição beta.

Como próximo passo a curva será transformada na distribuição de

frequência pela integral da função de densidade. Isto é encontrado pela

constante multiplicativa.

n

iii dxXbaX

k

1

Eq. (28)

A família de função de densidade Beta é uma família de função de

densidade de 2 parâmetros que é positiva no intervalo (0,1) e pode assumir

uma variedade de diferentes formas, e consequentemente, a distribuição Beta

pode assumir várias formas (FINGER, 1982).

4.2.3 Distribuição de Weibull

A distribuição Weibull foi proposta por Fisher e Tippet em 1928, tendo

sido desenvolvida independentemente por Wallodi Weibull, físico sueco em

1951. No estudo de resistência de materiais, o trabalho de Weibull se destacou

e a distribuição passou a ser chamada pelo seu nome.

Bailey e Dell (1973) foram pioneiros no emprego da função densidade de

probabilidade de Weibull em florestas. Campos e Leite (2009) consideram que

a fdp Weibull é utilizada com frequência devido à sua flexibilidade, permitindo

moldar diferentes tendências de distribuição, desde uma exponencial até uma

normal. Outras propriedades favoráveis são a facilidade de ajustamento e a de

correlacionar seus parâmetros com atributos do povoamento.

A função densidade de probabilidade pode ser apresentada com 2 e 3

três parâmetros conforme demonstra Campos e Leite, (2009):

xxXf exp

1

Eq. (29)

x ≥ 0, β > 0 e ɣ > 0

Ou

33

xxXf exp

1

Eq. (30)

α ≤ x < ∞, α ≥ 0, β > 0 e ɣ > 0

Em que:

α – parâmetro de locação;

β – parâmetro de escala;

ɣ – parâmetro de forma;

x – variável de interesse, no caso o diâmetro

Comprovando a flexibilidade da função Weibull, Schneider et al. (2008)

afirmam que quando os parâmetros assumem os valores α = 0 e ɣ = 2, a

distribuição se transforma em uma distribuição do tipo Poison; se ɣ = 1, a

distribuição é exponencial, ou seja,

xXf exp

1, com x ≤ 0 e β > 0; para 1

< ɣ < 3,6, ela é positivamente assimétrica; quando ɣ = 2, obtém-se a

distribuição de Rayleigh, que é um caso especial da distribuição de ²; quando

ɣ = 3,6, a distribuição se aproxima da normal, a distribuição se torna cada vez

mais assimétrica negativamente, tendendo para um único ponto quando c

tende ao infinito. Os pontos de inflexão variam entre zero e o limite de I = (1-

1/e) = 0,63, resultando em grande flexibilidade.

Por integração das funções mencionadas anteriormente obtém-se as

funções de distribuição acumulativa expressando respectivamente a função

acumulativa de 2 e 3 parâmetros.

xXF exp1 Eq. (31)

xXF exp1 Eq. (32)

O parâmetro de locação na maioria dos estudos sobre distribuição

diamétrica tem sido considerado como o diâmetro mínimo do povoamento. Por

isso, muitas vezes esse parâmetro é eliminado da função, assumindo o início

desde a origem (BINOTI et al., 2010). Bailey e Dell (1973) afirmam que esta

medida é tomada porque o parâmetro de locação apresenta baixa correlação

34

com características do povoamento e sua exclusão contribui para maior

facilidade de projeção dos parâmetros de forma e de escala.

Campos e Leite (2009) afirmam que ao ajustar um modelo de

distribuição de diâmetros, o valor de “a” pode ser prefixado ou estimado via

regressão, adotando-se como variáveis independentes os atributos do

povoamento.

Este fato é fortalecido por Stepka (2010) no qual afirma que esta

distribuição pode assumir várias formas de acordo com os coeficientes,

ajustando-se bem os dados de florestas nativas e plantadas.

Muitos métodos apropriados para o ajuste da distribuição Weibull tem

sido desenvolvidos. Entre eles os estimadores de probabilidade máxima são

geralmente considerados melhores, mas requerem processos iterativos

(BARROS, 1980; SILVA, 1986).

Campos e Leite (2009) consideram para o ajuste da função densidade

de probabilidade Weibull diferentes métodos dentre os quais se pode citar o da

máxima verossimilhança, métodos dos momentos, método dos percentis e

método gráfico.

Desta maneira a estimativa dos parâmetros pelo método da máxima

verossimilhança conforme Scolforo (2006) tem-se:

n

i

iin

i

nn

i

xxxfL

1

1

11

1

exp Eq. (33)

n

iii

n

inn

n

xxL1

1

11

1exp

1

Eq. (34)

n

ii

n

in

n

xxiL

11

1exp1

Eq. (35)

O logaritmo da função de verossimilhança (ln(L)) é:

n

ii

n

in

n

xxiL

11

1lnlnln 1

Eq. (36)

n

ii

n

ii xxncnL

11

1ln1lnlnln

Eq. (37)

n

i

n

iii

n

ii xxxcncnL

1 11

1lnlnlnlnln

Eq. (38)

35

Aplicando regras de derivação em relação aos parâmetros “β” e “ɣ”, os

estimadores dos parâmetros ficam:

1

1^

n

n

iix

Eq. (39)

n

i

n

iiii xx

n

x1 1

^

^

lnln1

Eq. (40)

O valor do parâmetro “ɣ” é obtido por meio de procedimento iterativo.

A estimativa do parâmetro “α” será independente do sistema pelo seu

vínculo a um percentual do diâmetro mínimo. Assim para estimar o parâmetro

“α” fixa-se uma série de possíveis valores de “α”, já que este pode variar entre

zero e o menor diâmetro da floresta. Os percentuais podem ser: 0,0 * dmin; 0,1 *

dmin; 0,2 * dmin; 0,3 * dmin; 0,4 * dmin; 0,5 * dmin; 0,6 * dmin; 0,7 * dmin; 0,8 * dmin; 0,9

* dmin; 1,0 * dmin. Para cada valor proposto de “a” deve ser ajustada a

distribuição para as “n” parcelas. Deste modo para cada valor de “α” há um

valor correspondente de “β” e “ɣ” (ARCE, 2004).

Entretanto, Barros (1980) afirma que o mais fácil de todos os

estimadores para o cálculo é baseado sobre os percentis, o qual é descrito por

Scolforo (2006) da seguinte maneira:

( ) ( )[ ]{ }γβαxXF /--exp-1= Eq. (41)

XFx -1/--exp

Eq. (42)

Definindo F(X) = percentil de x, quando x = D percentil em que percentil

é igual a percentil/100 e D percentil é igual a Diâmetro percentil.

Então,

percentilDpercentil -1/--exp

Eq. (43)

Aplicando o logaritmo natural em ambos os lados da expressão, tem-se:

percentilDpercentil -1ln/--

Eq. (44)

percentilDpercentil -1ln-/-

Eq. (45)

Aplicando novamente o logaritmo natural tem-se:

36

percentilDpercentil -1ln/-ln Eq. (46)

percentilDpercentil -1lnln/1ln--ln Eq. (47)

percentilDpercentil -1lnln/1ln-ln Eq. (48)

Definindo

-ln Dpercentily Eq. (49)

percentilx 1lnln Eq. (50)

E utilizando do procedimento de regressão linear tem-se:

Interseção = ln(β)

Inclinação = (1/ɣ)

O parâmetro “α” é obtido por:

/11../ /1 nxi Eq. (51)

Em que:

xi – diâmetro da parcela;

n – número de árvores na parcela; e

Γ – função Gamma.

Estimativas dos demais parâmetros da distribuição Weibull pode então

ser obtida a partir de:

D percentil = Xp1 quando percentil = p1

D percentil = Xp2 quando percentil = p2

Baseando-se na equação percentilcbaDpercentil 1lnln/1lnln

e tirando seu antilogaritmo pode-se obter:

/111 1ln pXp Eq. (52)

/122 1ln pXp Eq. (53)

Dividindo-se as expressões anteriores, tem-se:

/1/1121 21ln/1ln/ ppXpXp Eq. (54)

Aplicando o logaritmo natural na expressão então:

2121 1ln/1lnln/1/ln ppXpXp Eq. (55)

Logo:

21

21

/ln

1ln/1lnln

XpXp

pp Eq. (56)

Se:

37

/111 1ln pXp Eq. (57)

Então:

/11

1

1ln p

Xp

Eq. (58)

Binoti et al. (2010) empregaram a função Weibull com objetivo de propor

respectivamente um modelo de distribuição diamétrica para povoamentos de

eucalipto submetidos ao desbaste, com a inclusão do parâmetro de locação da

função Weibull. Assim como Binoti et al. (2012) ajustaram e avaliaram

diferentes formas da função Weibull concomitantemente com a função

hiperbólica para a descrição da estrutura diamétrica de sistemas

agrossilvipastoris. Ambos concluíram que a função Weibull resultou em

estimativas precisas e consistentes para a estrutura diamétrica estudada.

Figura (2010) afirma que alguns métodos de ajuste da Weibull exigem

procedimentos iterativos para recuperação do parâmetro c da distribuição;

como o parâmetro b e diretamente dependente do parâmetro c, faz-se

necessário o uso de métodos iterativos para o calculo de c.

Assim, segundo Campos e Turnbull (1981), a função Weibull apresenta

superioridade em relação às demais para propósitos florestais devido a sua

flexibilidade e a facilidade de relacionar, de forma significativa, seus parâmetros

com características importantes do povoamento.

4.2.4 Distribuição Normal

Segundo Carelli Neto (2008) a distribuição Normal é a mais familiar das

distribuições de probabilidade, além de ser uma das mais importantes. Foi

estudada inicialmente no século XVIII, quando uma análise de erros

experimentais originou uma curva em forma de sino. Embora ela tenha sido

utilizada pela primeira vez em 1733, por De Moivre, a distribuição Normal

recebe o nome de distribuição gaussiana, em homenagem ao cientista alemão

Karl Friedrick Gauss, o primeiro a aplicá-la em 1809, sendo as suas

propriedades matemáticas posteriormente estudadas por De Moivre, Laplace e

Gauss. Essa distribuição fornece uma boa aproximação de curvas de

38

frequência para medidas de dimensões e características humanas como, por

exemplo, a altura de uma população.

A distribuição Normal tem ampla aplicação no campo da estatística

experimental, pois grande parte das variáveis contínuas se distribui segundo

esta distribuição (STEPKA et al., 2011).

Campos e Leite (2009) afirmam que a distribuição normal é uma das

mais importantes distribuições estatísticas. Uma curva normal é simétrica (os

valores de média, mediana e moda são idênticos) e o eixo x varia teoricamente

entre ±∞.

Segundo Weber (2011) a distribuição normal apresenta as seguintes

propriedades:

1. A curva normal tem forma de sino;

2. É simétrica em relação à média;

3. É definida para qualquer valor pertencente ao conjunto dos números

reais, variando de infinito negativo a infinito positivo;

4. Cada distribuição normal fica completamente especificada por sua

média e seu desvio padrão; há uma distribuição normal distinta para cada

combinação de média e desvio padrão;

5. A área total sob a curva é considerada como 100%;

6. A área sob a curva entre dois pontos é a probabilidade de uma

variável normalmente distribuída entre esses pontos;

7. Como há um número ilimitado de valores no intervalo -∞ a +∞ a

probabilidade de uma variável aleatória distribuída normalmente assumir

exatamente determinado valor tende a zero. Assim, as probabilidades se

referem a intervalos de valores;

8. A área sob curva entre a média e um ponto arbitrário é função do

número de desvios padrões entre a média e aquele ponto; e

9. Uma vez que não existe forma analítica para se calcular a

probabilidade em um intervalo, na distribuição normal, tabelas são utilizadas.

Silva et al. (2003) relatam que na área florestal podem ocorrer casos de

povoamentos ou outras situações que se distribuem de acordo com o modelo

normal. Entretanto, existem situações cujo conjunto de dados gera uma curva

assimétrica. Nestas condições o modelo normal dificilmente terá um bom

39

ajuste. Em florestas naturais, por exemplo, dificilmente este modelo será

aderente.

Scolforo (2006) e Campos e Leite (2009) descrevem que a distribuição

normal é representada pela função densidade de probabilidade da seguinte

maneira:

2

.2

1exp

2

1

xXf Eq. (59)

Em que:

f(x) – função densidade;

σ² – variância;

σ – desvio padrão;

μ – média.

Se μ = 0 e σ² = 1, então é possível obter ordenadas da FDP por meio da

fórmula:

22/1exp2

1xXf

Eq. (60)

A função de distribuição cumulativa é representada pela expressão:

dxx

XFx 2

.2

1exp

2

1

Eq. (61)

Pelo método dos momentos para a estimativa dos parâmetros da função

densidade de probabilidade normal tem-se:

dxx

XF

2

.2

1exp

2

1

Eq. (62)

Fazendo

.2

xz e

2

1

dx

dz, então

2dzdx Eq. (63)

2zx Eq. (64)

Assim,

dzzzXE

2exp22

1 2

Eq. (65)

Aplicando regras de integração, tem-se:

40

XE Eq. (66)

XE , que é a própria média aritmética.

Para a variância tem-se:

dzzzXE

2exp22

1 22

2

Eq. (67)

dzzzzXE

2exp2222

1 22222

Eq. (68)

Aplicando propriedades integráveis na expressão a variância é então

obtida como:

22 XEXES x Eq. (69)

2222 S x Eq. (70)

22 S x , que é a própria variância

Caso se constatar que x tem distribuição normal, sabe-se apenas que

sua distribuição probabilística é de um certo tipo ou família. Se reconhecer

ainda E(x) e S²(x) a distribuição da variável x estará completamente

especificada. (FINGER, 1982). Além disso, se a distribuição é simétrica em

relação à média, a área da direita é igual á área da esquerda (CARELLI NETO,

2008).

4.2.5 Distribuição Log-normal

A distribuição Log-normal, termo utilizado primeiramente por Gaddum

em 1945, (CARELLI NETO, 2008), refere-se à função cuja transformação

logarítmica da variável “x” apresenta distribuição normal, a qual, de maneira

análoga à distribuição normal, apresenta a seguinte função densidade de

probabilidade (GUIMARÃES, 2002)

2

ln

2

1exp

2

x

x

Xf

, x ≥ 0 Eq. (71)

41

Esta distribuição é uma alternativa à distribuição normal, já que o

logaritmo dos diâmetros tende a ser normalmente distribuído. Neste caso, a

distinção para a distribuição normal é que para obter a média (μ) e a variância

(σ²) deve-se antes transformar os valores de diâmetro para logaritmo dos

diâmetros (SCOLFORO, 2006):

ii dy ln Eq. (72)

A função de distribuição cumulativa é representada pela expressão:

2

22ln.

2

1exp

2

1

x

xx

XF

Eq. (73)

Assim, a estimativa da média e da variância respectivamente é dada da

seguinte forma:

n

iiy

ny

1

1 Eq. (74)

n

n

yi

iy

22

2 Eq. (75)

A distribuição Log-normal é comumente utilizada para análise geral de

confiabilidade, contudo, na área florestal, geralmente não apresenta vantagem

se comparada a outras distribuições. Essa distribuição é utilizada de forma

expressiva em dados de fenômenos metereológicos, a exemplo de análise de

precipitações mensais ou locais, assim como de velocidade de vento ou chuva

(CARELLI NETO, 2008).

Segundo ainda este autor a distribuição Log-normal apresenta

sensibilidade no que se refere ao tamanho da amostra, sendo essa uma

característica particular. Quando o tamanho de uma amostra não é suficiente,

ocorre um ajustamento na sua curva, apresentando-se ‘truncada’ no ponto em

que a amostra está representada por um único ou poucos indivíduos, e à

medida que o tamanho da amostra aumenta, a curva se altera, deslocando-se

para a esquerda, revelando a forma característica da distribuição Log-normal.

42

4.2.6 Distribuição Hiperbólica

Guimarães (2002) propôs uma nova metodologia para estimar a

frequência por classe de diâmetro, de maneira análoga, a função tangente a

qual é resultante da razão entre as funções seno e cosseno, a função tangente

hiperbólica, denominada de tanh, é definida pela razão entre as funções seno

hiperbólico (senh) e cosseno hiperbólico (cosh), ou seja:

x

xsenhx

coshtanh Eq. (76)

O que corresponde à:

xx

xx

ee

eex

tanh Eq. (77)

A função tangente hiperbólica descreve uma distribuição probabilística

de curvatura rígida passando pela origem. A adição de flexibilidade ao modelo

é obtida pela substituição da variável x por uma função de potência, dando

origem ao seguinte modelo:

xY .tanh Eq. (78)

Com a adição de um parâmetro definidor do limite assintótico e outro de

escala, o modelo ter a seguinte forma:

XY .tanh. Eq. (79)

Sendo conhecido o parâmetro ω, o modelo passa a ser passível de

linearização:

xY

ln.tanhln

Eq. (80)

O modelo gera distribuições com ponto de inflexão variando desde zero

(ɣ = 1) até o limite superior definido por tanh (1) = 0,76, conferindo a ela maior

flexibilidade quando comparada com a função Weibull, cujos pontos de inflexão

variam entre zero e o limite de (1-1/e) = 0,63 (LEITE et al., 2010; BINOTI, et al.,

2011b). A função hiperbólica proposta por Guimarães (2002) é definida por:

2

1

tanh1

xxXf Eq. (81)

43

Em que α é o parâmetro de locação, β o parâmetro de escala (β > 0), γ o

parâmetro de forma (γ > 0) e x o centro de classe de diâmetro (x > 0). A

supressão do parâmetro de locação da função caracteriza a função hiperbólica

de dois parâmetros (2P), conforme apresentado na equação 2 (BINOTI, et al.,

2011b).

2

1

tanh1

xxXf Eq. (82)

O parâmetro de locação pode ser substituído pelo diâmetro mínimo do

povoamento (α = dmin), sendo ajustado da seguinte forma (BINOTI, et al.,

2011b) :

2

1min

tanh1min

dxdxXf Eq. (83)

4.3 Testes para avaliação do ajuste das distribuições

Quando se deseja efetuar teste entre frequência observada e a estimada

por uma distribuição qualquer, vários testes podem ser utilizados. No entanto,

dentre os testes de aderência mais difundidos na pesquisa florestal destacam-

se o Chi-quadrado e o teste de Kolmogorov-Smirnov.

4.3.1 Chi quadrado (²)

Segundo Prodan (1968) e Schneider et al. (2009) a normalidade pode

ser verificada por meio do teste estatístico do ², por meio do quadrado das

diferenças entre as frequências observadas e esperadas da distribuição.

O Qui-quadrado (²) é um teste estatístico não paramétrico, sendo um

dos mais utilizados e bastante aplicado em diferentes planos experimentais. É

muito usado mesmo ao nível da estatística multivariada (no sentido de obter o

grau de aderência entre o modelo obtido e o teórico). Existem vários testes

baseados no qui-quadrado, contudo só dois tem esse nome: o teste do qui-

quadrado da aderência ou ajustamento (para uma amostra) e o teste do qui-

quadrado da independência (POCINHO, 2010).

44

De acordo com Fernandes (1999), Silva e Silva (1995) e Schneider et al.

(2009), prova-se que a distribuição amostral da estatística

k

i i

ii

fe

fefo

1

2

2

tem distribuição amostral de qui-quadrado com k-1 ou k-m-1 graus de

liberdade, se for necessário a estimação dos m parâmetros da distribuição

teórica.

Em que:

fo – frequência observada na i-ésima classe de diâmetro;

fe – frequência estimada na i-ésima classe de diâmetro;

k – número de classes de diâmetro;

m – parâmetros da distribuição.

As características desta distribuição, segundo Finger (1982), são:

- a variável x não pode ser negativa, porque é a soma de números

positivos;

- a média cresce à medida que o número de graus de liberdade

aumenta;

- a distribuição ² é uma distribuição contínua, cuja forma e locação

dependem do número de graus de liberdade.

- quando o número de graus de liberdade é pequeno a distribuição ² é

assimétrica para a direita;

- a distribuição ² com mais de 100 graus de liberdade é

aproximadamente normal.

O Qui-quadrado (²) de aderência consiste em comparar os dados

obtidos experimentalmente com os dados esperados de acordo com a lei. Das

comparações surgem diferenças que podem ser grandes ou pequenas: se

forem grandes, a hipótese nula (H0) que pressupõe um bom ajustamento

deverá ser rejeitada em favor da hipótese alternativa (H1); se forem pequenas,

a hipótese nula não será rejeitada e as diferenças são atribuíveis ao acaso. O

objetivo é comparar frequências observadas com frequências teóricas ou

esperadas, ou seja, verificar o seu grau de aproximação, que pode ser grande

(=0) ou pequeno (> 0) (POCINHO, 2010).

45

4.3.2 Kolmogorov-Smirnov

Este teste deve ser preferível aos testes de qui-quadrado e a outros

testes, já que estes podem apresentar valores tendenciosos quando o número

de observações por classe diamétrica for inferior a cinco. O teste de

Kolmogorov-Smirnov compara a frequência acumulativa estimada com a

frequência acumulativa observada. O ponto de maior divergência entre as duas

distribuições é o valor D de Kolmogorov-Smirnov (SCOLFORO, 2006).

O valor de D é obtido pela fórmula (SCHNEIDER et al., 2009;

SCOLFORO, 2006).

N

dD

max ou XSXFSUPD Eq. (84)

Sendo:

dmax – máxima diferença absoluta entre as frequências observadas e

esperadas;

N – número de observações;

F(X) – valor da função de distribuição de frequência acumulativa teórica;

S(X) – valor da função de distribuição de frequência acumulativa

observada.

O método de Kolmogorov-Smirnov é um procedimento estatístico para

testar a normalidade. Esse teste se baseia na razão entre a diferença máxima

absoluta das frequências observadas e esperadas e o número de observações.

Esta razão (D) é comparada com o valor da tabela de Kolmogorov-Smirnov

(SCHNEIDER et al., 2009).

Finger (1982) e Jorge et al. (1990) empregaram o teste de Kolmogorov-

Smirnov para verificar o ajuste de modelos de distribuição de diâmetros

obtendo resultados satisfatórios.

4.4 Assimetria e curtose

De acordo com Machado et al. (2006), as medidas de assimetria e

curtose servem para descrever as formas e a evolução das curvas de

distribuição, em que a assimetria é o grau de desvio da simetria em relação à

46

curva Normal e curtose é o grau de achatamento ou elevação relativa de uma

distribuição considerada em relação à distribuição Normal.

A distribuição será simétrica se a média aritmética, moda e mediana

forem iguais; nesse caso, o coeficiente de assimetria de Pearson será igual a

zero. A distribuição de frequência será assimétrica quando a média, a mediana

e a moda recaírem em pontos diferentes da distribuição, sendo o deslocamento

dos pontos para a direita ou para a esquerda. Se uma curva de freqüência de

uma distribuição tiver uma “cauda” mais longa à direita da ordenada máxima do

que à esquerda, diz-se que a distribuição é assimétrica para a direita, ou que

ela tem assimetria positiva. Se ocorrer o inverso, a assimetria é negativa, ou

seja, a distribuição é assimétrica para a esquerda (SPIEGEL, 2006).

Desta maneira, pode-se caracterizar as distribuições de frequências em:

- Assimétrica à direita ou positiva;

- Assimétrica à esquerda ou negativa;

- Assimétrica nula ou simétrica.

Spiegel (2006), afirma que existem muitas maneiras de determinar a

grandeza e o sinal de assimetria de uma curva, porém a maneira mais simples

de verificar a assimetria é por meio da comparação das medidas de tendências

central (média aritmética e moda).

Assim, segundo ainda o autor supracitado, pode-se caracterizar pela

expressão abaixo a simetria da curva de freqüência da seguinte maneira:

0Mx

Se:

0Mx = 0 - assimetria nula ou distribuição simétrica;

0Mx < 0 - assimetria negativa ou à esquerda;

0Mx > 0 - assimetria positiva ou à direita.

Desta maneira o grau de assimetria de uma curva de frequências, dentre

outros, é dado pelo coeficiente de assimetria de Pearson:

S

MxA d

s

3 Eq. (85)

47

Se 0,15 < |As| ≤ 1, a assimetria é considerada moderada; se |As| > 1 é

forte.

Já a medida de curtose nos indica a forma da curva de distribuição em

relação ao seu achatamento. A forma da curva de distribuição em relação à

curtose pode ser leptocúrtica, mesocúrtica ou platicúrtica (SCHNEIDER et al.,

2009).

Quando a distribuição apresenta uma curva de freqüência mais fechada

que a normal (ou mais aguda em sua parte superior), ela recebe o nome de

leptocúrtica. Quando a distribuição apresenta uma curva de freqüência mais

aberta que a normal (ou mais achatada na sua parte superior), ela é chamada

de platicúrtica. A curva normal que é a referencial, recebe o nome de

mesocúrtica (SCHNEIDER et al., 2009).

De acordo com Machado et al. (2006) o coeficiente de curtose ou grau

de achatamento da curva em uma determinada distribuição é feito por meio do

relacionamento entre os dercis 100 e 900 e o desvio quartil conforme a seguinte

expressão:

1090

13

2 PP

QQC

Eq. (86)

Assim, conforme os autores supracitados tem-se que:

C = 0,263 – curva mesocúrtica;

C < 0,263 – curva leptocúrtica;

C > 0,263 – curva platicúrtica.

Ferreira (2011) afirma que um gráfico da área desses coeficientes é

comumente usado para demonstrar a amplitude das assimetrias e curtoses

cobertas por várias distribuições estatísticas. Assim um gráfico é extremamente

informativo para se considerar as forças e fragilidades das distribuições. Além

do uso de gráficos, deve sugerir distribuições que possam ajustar um conjunto

de dados baseados em estimativas amostrais desses coeficientes.

4.5 Volumetria e modelos de regressão

Segundo Thaines et al. (2010), a necessidade de quantificação de

estoque de matéria-prima florestal, levam-nos a buscar métodos eficientes de

48

estimativa do volume comercial de madeira das árvores, que possibilitem

quantificar os estoques presente e futuro de maneira eficiente e precisa,

norteando decisões silviculturais que culminem na máxima produção e

rentabilidade da floresta.

De acordo com Machado e Figueiredo Filho (2003), a necessidade de

dispor de uma ferramenta simplificada que permita a obtenção de valores

precisos do volume de madeira de uma espécie é vital para a planificação da

gestão das massas florestais e para sua ordenação sustentável.

Árvores com mesmo diâmetro e mesma altura podem apresentar

volumes diferentes, se as formas dos troncos não forem iguais. É comum,

então, fazer referência a algumas formas geométricas de fórmulas conhecidas,

como paraboloide, cônica, cilíndrica ou neilóide, a fim de facilitar a

compreensão do cálculo do volume (CAMPOS; LEITE, 2009).

É importante salientar que estimativas volumétricas capazes de

subsidiar o sucesso do manejo, principalmente quando utilizado os cortes

seletivos, devem levar em consideração a distribuição diamétrica das árvores,

na qual a mesma se apresenta como uma das mais importantes ferramentas

de planejamento florestal devido ao fato de toda a prescrição de desbaste ser

baseada na distribuição dos diâmetros com intervalos de classes (SOUZA;

SOUZA, 2006).

Diferentes condições de clima e solo influenciam o crescimento e a

relação entre as variáveis da árvore. Dessa forma, a criação de modelos

baseados em dados de um povoamento ou de uma região sujeita às condições

uniformes de clima e de solo permite o fornecimento aos produtores florestais

de ferramentas que possibilitam a estimação mais precisa das variáveis, como

o volume, nesse povoamento ou região (VALENTE et al., 2011).

Por este motivo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis – IBAMA – determinou, por meio de “Instrução Normativa

– IN n° 030, que só será aceito o cálculo do volume de árvores em pé,

mediante equação de volume desenvolvida, especificamente para esse fim na

área de abrangência sobre a qual é proposto o Plano de Manejo Florestal

Sustentável - PMFS” (BRASIL, 2003)

Assim, segundo Barros e Silva Júnior (2009), o ajuste de equações

volumétricas desenvolvidas especificamente para as áreas dos Planos de

49

Manejo Florestal Sustentável constitui o procedimento mais eficiente,

econômico e com precisão aceitável para a quantificação da produção em

volume da floresta.

Existem muitos problemas florestais que são solucionados com o

objetivo de reduzir tempo de custo na coleta de dados se utilizando de

regressão, que é capaz de permitir estimativas com boa precisão e eficiência

(SCHNEIDER et al., 2009).

No que se refere a análises quantitativas, a obtenção da variável volume

no meio florestal está associada a modelos ajustados de regressão, podendo

ser linear (simples ou múltipla) ou não linear. Os modelos lineares simples são

aqueles que apresentam apenas uma variável independente que estime com

precisão o volume de árvores, com ou sem casca, no caso esta variável é o

diâmetro medido a 1,30 m do solo (DAP). Os modelos lineares múltiplos

apresentam duas ou mais variáveis independentes, ou seja, além do DAP

inclui-se a altura comercial (HC), podendo ser combinada ou não com o DAP.

(LEITE; REZENDE, 2010).

Segundo Schneider et al. (2009), a equação ajustada é avaliada por

meio de vários testes estatísticos, permitindo-se conseguir uma equação com

melhor precisão possível.

Para Scolforo (2005), os modelos de regressão linear são aplicados para

estimar volumes de árvores individuais. Nesses modelos, simples ou múltiplos,

os requisitos de normalidade de erros, de independência nas observações e de

variância constante são usualmente assumidos.

A obtenção confiável de variáveis como o volume é essencial no

planejamento e avaliação da quantidade do impacto a ser causado na área,

podendo fornecer informações para mitigar tais problemas (ENCINAS et al.,

2009).

Desta maneira, as técnicas estatísticas surgem nesse cenário como

importantes fontes de produção de conhecimento, principalmente para

estimação do volume comercial, em que o uso de equações de volume em

inventário florestal vem-se constituindo em operação rotineira para cálculo de

volume de madeira em pé das árvores por meio da relação DAP e altura.

(VALENTE et al., 2011).

50

4.6 Redes neurais artificiais

Pode-se dizer que redes neurais artificiais (RNAs) consistem em um

modo de abordar a solução de problemas de inteligência artificial. Neste caso,

em lugar de tentar programar um computador digital de modo a fazê-lo imitar

um comportamento inteligente, procura-se construir um computador que tenha

circuitos modelando os circuitos cerebrais e espera-se ver um comportamento

inteligente emergindo, aprendendo novas tarefas, errando, fazendo

(BARRETO, 2002).

Neste sentido, as RNAs são definidas como sistemas de processamento

em paralelo distribuídos e compostos por unidades de processamento simples

(neurônios ou nós) e que computam determinadas funções matemáticas,

normalmente não-lineares (BRAGA et al., 2000; HAYKIN, 2001).

As RNAs tentam reproduzir as funções das redes biológicas, buscando

implementar seu comportamento básico e sua dinâmica. No entanto, do ponto

de vista físico, no momento as redes artificiais se diferem bastante das redes

biológicas. É importante, contudo, observar as similaridades entre estes dois

tipos de sistemas, tanto para que se possa entender melhor o sistema nervoso

quanto para buscar ideias e inspirações para a pesquisa em neurocomputação

(VALENÇA, 2005)

Os neurônios são divididos em três seções (Figura 1): o corpo da célula,

os dendritos e o axônio. Os dendritos têm por função receber as informações,

ou impulsos nervosos, oriundas de outros neurônios e conduzi-las até o corpo

celular. A informação é processada, e novos impulsos são gerados. Esses

impulsos são transmitidos a outros neurônios, passando por meio do axônio até

os dendritos dos neurônios seguintes. O ponto de contato entre a terminação

axônica de um neurônio e o dendrito de outro é chamado de sinapse. É pelas

sinapses que os neurônios se unem funcionalmente, formando redes neurais.

As sinapses funcionam como válvulas, e são capazes de controlar a

transmissão de impulsos, isto é, o fluxo da informação entre os neurônios na

rede neural. (BRAGA et al., 2000).

51

Figura 1: Anatomia de um neurônio (Fonte: Soares et al., 2012).

As sinapses tem um papel fundamental na memorização da informação

e são principalmente as do córtex cerebral e algumas vezes de partes mais

profundas do cérebro que armazenam esta informação. Pode-se imaginar que

em cada sinapse, a quantidade de neurotransmissores que podem ser

liberados para uma mesma frequência de pulsos do axônio representa a

informação armazenada nesta sinapse.

O modelo geral de neurônio é mostrado na figura 2, sendo uma

representação do modelo de McCulloch e Pitts. Neste modelo as entradas (wi;

ui) são combinadas usando uma função , para produzir um estado de

ativação do neurônio que por meio da função vai produzir a saída do neurônio

(correspondente à frequência de descarga do neurônio biológico). Um valor

auxiliar ui é geralmente usado para representar uma polarização, valor abaixo

do qual a saída é nula.

Figura 2: Modelo do neurônio artificial (Fonte: SOARES et al., 2012)

52

Sua descrição matemática resultou em um modelo com n terminais de

entrada x1, x2...., xn (que representam os dendritos) e apenas um terminal de

saída y (representando o axônio). Para emular o comportamento das sinapses,

os terminais de entrada do neurônio têm pesos acoplados w1, w2,..., wn, cujos

valores podem ser positivos ou negativos, dependendo de as sinapses

correspondentes serem inibitórias ou excitatórias. O efeito de uma sinapse

particular i no neurônio pós-sináptico é dado por xiwi. Os pesos determinam

"em que grau" o neurônio deve considerar sinais de disparo que ocorrem

naquela conexão (VALENÇA, 2011)

De acordo com BOCANEGRA (2002), a função de ativação define o

nível de ativação do sinal de entrada, convertendo o somatório da ativação das

entradas em ativação de saída. Essa função diferencia a decisão neural

baseada no potencial interno do neurônio e determina o valor a ser enviado aos

demais neurônios. As funções de ativação mais utilizadas são mostradas na

Figura 3.

Figura 3: Funções de ativação ou transferências mais utilizadas: (a) Linear, (b) Rampa, (c) Degrau, (d) Guassiana, (e) Logística (Sigmóide) e (f) Tangente Hiperbólica (Fonte: BOCANEGRA, 2002).

A função de ativação sigmóide é a mais comum na construção de redes

neurais artificiais. Uma função sigmóide assume intervalo contínuo de valores

entre 0 e 1, sendo diferenciável, característica importante para as RNA.

53

A definição de arquitetura é um parâmetro importante na concepção das

redes neurais artificiais, pois restringem o tipo de problema que pode ser

tratado pela rede. A arquitetura de uma RNA consiste na maneira como os

neurônios estão estruturados e suas conexões, ou seja, número de camadas

da rede, número de neurônios em cada camada, tipo de conexão em cada

camada, tipo de conexão entre os neurônios. Esses parâmetros definem o tipo

de problema que pode ser tratado pela rede (VALENÇA, 2011).

Quanto ao número de camadas as redes podem ser: redes de camada

única (só existe um neurônio entre qualquer entrada e qualquer saída da rede)

ou redes de múltiplas camadas (exista mais de um neurônio entre qualquer

entrada e qualquer saída) (FIGURA 4) (SILVA, 2008).

Figura 4: Rede de camada única (A) e rede de múltiplas camadas (B), (Fonte: HAYKIN, 2001).

Quanto a funcionalidade de uma RNA em multicamadas, Haykin (2001),

Valença (2011), afirmam que o processamento realizado por cada neurônio é

definido pela combinação dos processamentos realizados pelos neurônios da

camada anterior que estão conectados a ele. Quando se segue da primeira

camada intermediária em direção à camada de saída, as funções

implementadas se tornam cada vez mais complexas. Estas funções definem

como é realizada a divisão do espaço de decisão.

Redes Neurais Artificiais possuem a capacidade de aprender por

exemplos e fazer interpolações e extrapolações do que aprenderam. No

aprendizado conexionista, não se procura obter regras como na abordagem

simbólica da Inteligência Artificial (IA), mas sim determinar a intensidade de

conexões entre neurônios. Um conjunto de procedimentos bem definidos para

54

adaptar os parâmetros de uma RNA para que a mesma possa aprender uma

determinada função é chamado de algoritmo de aprendizado. Como era de se

esperar, não há um único algoritmo de aprendizado. O que temos é um

conjunto de ferramentas representadas por diversos algoritmos, cada qual com

suas vantagens e desvantagens. Estes algoritmos basicamente se diferem de

maneira pela qual o ajuste dos pesos é feito (GÖRGENS et al., 2008; BINOTI

et al., 2012).

O aprendizado ocorre quando a rede obtém uma solução generalizada

para uma classe de problemas. Esta generalização é obtida por meio de um

conjunto de regras bem definidas para a solução de um problema, onde a rede

“assimila” uma determinada função. Estas regras são denominadas de

algoritmo de aprendizado ou de treinamento. (HAYKIN, 2001).

Aprendizagem é o processo pelo qual os parâmetros de uma rede neural

são ajustados por meio de uma forma continuada de estímulo pelo ambiente no

qual a rede está operando, sendo o tipo específico de aprendizagem realizada

definido pela maneira particular como ocorrem os ajustes realizados nos

parâmetros (DIAMANTOPOULOU, 2006).

No processo de aprendizado se tem um algoritmo de aprendizado que

consiste num conjunto de procedimentos para adaptar os parâmetros de uma

RNA para que a mesma possa aprender uma determinada tarefa (HAYKIN,

2001; VALENÇA, 2011). Os diversos algoritmos existentes diferem pela forma

de ajuste dos pesos (BINOTI, 2010).

O aprendizado supervisionado é o mais comum no treinamento das

RNAs, tanto de neurônios com pesos como de neurônios sem pesos. É

chamado de aprendizado supervisionado porque a entrada e saída desejadas

para a rede são fornecidas por um supervisor (professor) externo. O objetivo é

ajustar os parâmetros da rede, de forma a encontrar uma ligação entre os

pares de entrada e saída fornecidos (BRAGA et al., 2000; CASTRO et al.,

2013).

A desvantagem do aprendizado supervisionado é que, na ausência do

professor a rede não conseguirá aprender novas estratégias para situações

não cobertas pelos exemplos do treinamento da rede. Os exemplos mais

conhecidos de algoritmos para aprendizado supervisionado são a regra delta e

55

a sua generalização para redes de múltiplas camadas, o algoritmo

backpropagation (VALENÇA, 2005).

No aprendizado não-supervisionado, como o próprio nome sugere, não

há um professor ou supervisor para acompanhar o processo de aprendizado.

Este método está ilustrado na Figura 7. Apesar da semelhança entre o

aprendizado supervisionado e o aprendizado dos seres humanos, muitos dos

sistemas biológicos ocorrem por meio de aprendizado não-supervisionado,

como por exemplo os estágios iniciais dos sistemas de visão e audição

(VALENÇA, 2011).

A escolha de um tipo de aprendizagem e de rede neural artificial é

determinada pela tarefa da aprendizagem que a rede deve executar, ou seja,

pelo tipo de problema a ser solucionado. Assim, os problemas tratáveis por

meio de redes neurais se enquadram nas tarefas de aprendizagem:

classificação de padrões, agrupamento de dados, aproximação de função,

predição (séries temporais), otimização, recuperação de conteúdo e controle,

dentre outros.

O algoritmo mais conhecido para treinamento de redes do tipo

multicamadas é a Retropropagação do erro (error back-propagation), que utiliza

o paradigma do aprendizado supervisionado. Por meio de pares de entrada e

saída os pesos são ajustados buscando minimizar o erro. O treinamento ocorre

em duas fases, forward e backward (BULLINARIA, 2004). A grande

contribuição desse algoritmo foi solucionar o problema da definição do erro dos

neurônios das camadas intermediárias, possibilitando com isso a atualização

dos pesos intermediários da rede (DIAMANTOPOULOU, 2006).

As redes de função de base radial (RBF – Radial Basis Function)

possuem uma arquitetura típica, sendo uma camada de entrada, uma camada

de saída e uma única camada intermediária. Cada camada possui um papel

específico. A camada intermediária, que possui os neurônios com funções de

ativação de base radiais, agrupa os dados em clusters. Nesta camada o

problema passa de não linearmente separável para linearmente separável e a

camada de saída classifica os padrões recebidos da camada anterior. Cada

neurônio da camada intermediária agrupa os padrões em um cluster, que é

posteriormente utilizado pelos neurônios da camada de saída (HAYKIN, 2001).

56

4.7 Uso de Redes Neurais Artificiais na Ciência Florestal

Com o advento de novas tecnologias, a Ciência Florestal acaba

passando por mudanças quanto a seus aspectos de pesquisas, investigações e

decisão, gerando de certa forma, novas tendências e necessidades de

aprimoramentos para que se possam obter resultados mais precisos e viáveis.

O uso da inteligência artificial por meio de Redes Neurais Artificiais na pesquisa

florestal ainda é recente, porém se apresenta como uma nova ferramenta em

diversos ramos da Ciência Florestal apresentando excelentes resultados e

sendo fundamental na tomada de decisões.

Na pesquisa florestal, o uso de RNAs engloba diversas áreas,

principalmente aquelas relacionadas à mensuração e manejo florestal.

Destacando os trabalhos de Silva (2008), Binoti (2010), Binoti (2012).

Gorgens et al. (2009) empregaram as RNAs com o objetivo de construir

uma rede neural que estime com eficiência o volume de árvores. Os mesmos

concluíram que modelagem por redes neurais foi perfeitamente viável. Sua

capacidade de generalização e conectividade permitiu que se utilizasse apenas

uma rede para realizar a predição de volume de árvores de cinco locais

diferentes e de duas espécies diferentes.

Leduc et al. (2001) compararam as distribuições diamétricas geradas

pela distribuição de Weibull ajustada pelos métodos dos momentos e dos

mínimos quadrados com a obtida por meio de redes neurais para povoamentos

de Pinus palustris. As redes neurais foram superiores na representação da

estrutura real dos povoamentos, especialmente quando os diâmetros possuem

distribuição bimodal, embora, segundo os autores, a distribuição de Weibull

pudesse fornecer estimativas igualmente precisas às redes neurais em outros

conjuntos de dados.

Oliveira (2008) objetivou mostrar que é possível utilizar técnicas de

RNAs, como ferramenta de previsão de defeitos em estradas florestais,

concluindo que o uso de RNAs garantiu resultados mais precisos e confiáveis

nos trechos de unidades avaliados.

Pereira (2009) realizou um estudo comparativo entre as funções

discriminantes de Fisher e de Anderson e as redes neurais artificiais quanto ao

número de classificações erradas de indivíduos sabidamente pertencentes a

57

diferentes populações, com distintos níveis de dissimilaridade. O mesmo

concluiu que as RNAs se mostraram uma técnica promissora no que diz

respeito a problemas de classificação, uma vez que apresentaram um número

de classificações erradas de indivíduos menor que aqueles dados pelas

funções discriminantes.

Silva et al (2009) avaliaram o ajuste do modelo volumétrico de

Schumacher e Hall por diferentes algoritmos, bem como a aplicação de redes

neurais artificiais para estimação do volume de madeira de eucalipto em função

do diâmetro a 1,30 m do solo (DAP), da altura total (Ht) e do clone. A conclusão

foi de que as redes neurais artificiais apresentaram boa adequação ao

problema, sendo elas altamente recomendadas para realizar prognose da

produção de florestas plantadas.

Soares et al. (2012) objetivaram especificamente a estimativa dos

diâmetros das árvores utilizando uma rede neural Perceptron de Múltiplas

Camadas a partir de apenas três medidas na base da árvore. O mesmo

concluiu que os valores dos diâmetros preditos pela MLP foram bastante

satisfatórios em relação aos valores dos diâmetros reais.

Schoeninger et al. (2008) tiveram o propósito de mostrar a viabilidade do

uso de RNA como alternativa para o mapeamento de biomassa e carbono em

grandes extensões florestais. Os mesmos concluíram que a automatização e a

integração de dados para a quantificação de dados de biomassa e carbono,

utilizando como metodologia de apoio imagens de satélite e RNAs, podem

minimizar os custos e melhorar a precisão e exatidão dos mesmos.

Semelhante a este ultimo, Nepomuceno (2004) apresentou uma

avaliação sobre as propriedades discriminatórias de dados de radar na banda

P para o mapeamento da cobertura da terra usando a rede neural artificial não

supervisionada Fuzzy-ART (Teoria da Ressonância Adaptativa), concluindo

que o desempenho da Rede Fuzzy-ART foi considerado muito bom dado ao

rápido processamento das imagens de tamanho 950 colunas e 2953 linhas (2,9

MB), com resolução de 2,5m x 2,5m e uma área aproximada de 18 km².

Nos trabalhos de Diamantopoulou, (2005); Diamantopoulou, (2006);

Görgens et al., (2009); Silva et al., (2009); Diamantopoulou e Milios, (2010) as

redes neurais foram utilizadas para estimar os volumes de árvores. Nesses

trabalhos, as entradas utilizadas foram os DAPs e as alturas totais das árvores.

58

Um inconveniente nesses trabalhos é que as árvores possuíam formas mais

cilíndricas, com o DAP e a altura total semelhantes, mas com características de

afilamento diferentes, resultaram em volumes iguais.

5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Área de estudo

O trabalho foi desenvolvido com dados obtidos em uma área localizada

no município de Floresta, na fazenda Itapemirim, na mesorregião do São

Francisco em Pernambuco (8°30´37”S e 37°59´07” W) (FIGURA 5). A

vegetação é predominantemente de Caatinga, isto é, vegetação do tipo

savana-estépica caracterizada por vegetação arbustivo-arbórea, com presença

de cactáceas e estrato herbáceo (IBGE, 2012). A extensão da área é de

aproximadamente de 6000 ha.

Figura 5: Localização da fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE.

O clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo BSh, semiárido

quente, apresentando precipitação média anual de aproximadamente 400 a

59

500 mm, com período chuvoso de janeiro a abril, e temperatura média anual de

26,1 °C. O município possui uma área de 3.643,97 Km² e uma altitude média

de 323 m (EMBRAPA, 2007).

O solo da região é classificado como Luvissolo Crônico poucos

profundos, textura superficial arenosa a média e superficial. Nas vertentes dos

vales predominam os solos cascalhentos, porém mais férteis (EMBRAPA,

2007).

5.2 Inventário Florestal

O trabalho teve suas atividades iniciadas em 2008, os dados obtidos

neste trabalho são oriundos de parcelas permanentes inventarias no ano de

2012. Na área de estudo, que apresenta aproximadamente 50 ha, foi realizado

um inventário adotando-se um erro admissível de 20% e com probabilidade de

90%. O inventário correspondeu à locação de 40 unidades amostrais de 20 x

20 m (400m²), nas quais foram mensurados todos os indivíduos arbustivos-

arbóreos. Foram mensurados também, em uma subunidade amostral de 5 x 5

m no vértice superior de cada unidade amostral, todos os indivíduos

considerados como regeneração (FIGURA 6).

Figura 6: Desenho esquemático da disposição das parcelas em campo, Fazenda Itapemirim, Floresta - PE. (Fonte: ALVES JÚNIOR, 2010).

60

A suficiência amostral foi verificada por meio de histograma definindo a

estabilidade na curva da relação números de espécies amostradas em função

da área inventariada conforme descrita em Schilling et al. (2012).

Nas unidades e subunidades amostrais, aquele indivíduos bem como

suas bifurcações, foram mensurados a circunferência na base e ao nível de

1,30 m do solo (CAP) com o auxílio de uma fita métrica, e posteriormente

plaqueados e identificados aqueles com circunferência a altura do peito ≥ 6 cm.

5.3 Análise de Dados

5.3.1 Estrutura Florestal

Horizontal

A caracterização da estrutura horizontal foi realizada pelas estimativas

dos parâmetros fitossociológicos visando identificar as cinco espécies de maior

Valor de Importância (VI). Para isto, procedeu-se as estimativas de

Frequências, Densidades e Dominâncias absolutas e relativas. O somatório

destes parâmetros relativizados indicam as espécies com maior Índice de Valor

de Importância. De acordo com Mueller-Dombois e Ellemberg (1974) estes

parâmetros podem ser obtidos da seguinte forma:

Densidades absoluta e relativa da i-ésima espécie (DAi e DRi)

A

nDA i

i 100

DA

DA DR

n

1i

i

ii

Eq. (87)

Dominâncias absoluta e relativa da i-ésima espécie (DoAi e DoRi)

A

g

DoA

in

j

j

i

∑1

100

1

n

i

i

i

i

DoA

DoADoR Eq. (88)

Frequências absoluta e relativa da i-ésima espécie (FAi e FRi)

%FA de sub-amostra que ocorre a espécie

61

100t

i

iu

uFA 100

1

n

i

i

i

i

FA

FAFR Eq. (89)

Valor de Importância da i-ésima espécie (VIi)

iiii FRDoRDRVI Eq. (90)

Estrutura Diamétrica

Para a análise da estrutura diamétrica, um primeiro esforço foi

despendido em um levantamento quantitativo dos elementos que a compõe.

Nesse sentido, foram computadas algumas estatísticas descritivas para serem

obtidas informações preliminares das características dessa estrutura. Essas

informações foram geradas a partir da variável diâmetro medido na base (Db),

para os dados da Comunidade arbustiva-arbórea e para as cinco espécies de

maior VI.

Foram definidos o número de classes de diâmetro e seus respectivos

intervalos, tanto para a Comunidade arbustiva-arbórea como para as cinco

espécies que apresentaram maiores VI, por meio do procedimento proposto

por Sturges e de acordo com Spiegel (2006):

HKIC / Eq. (91)

NK log33,31 Eq. (92)

.-max dmíndH Eq. (93)

Em que:

K= número de classes; N= número total de indivíduos; H= amplitude

entre o maior e menor diâmetro; IC= intervalo entre as classes.

Posteriormente, foram gerados histogramas de frequências do número

de indivíduos por hectare por classe de diâmetro a fim de verificar a estrutura

do componente arbustivo-arbóreo e poder inferir sobre estado de conservação

e regeneração da área.

Para avaliar o grau de desvio, ou afastamento da simetria, da distribuição

diamétrica da área e das cinco espécies de maiores VI, foi determinado o

coeficiente do momento de assimetria conforme Machado et al. (2006), em

62

que: a) Assimetria à direita ou positiva se: moda < mediana < média aritmética;

b) Assimetria à esquerda ou negativa se: moda > mediana > média aritmética;

e c) Se o coeficiente de assimetria, em módulo, estava entre 0,15 e 1 a

assimetria foi considerada moderada e forte se maior que 1. O coeficiente de

assimetria foi calculado seguindo-se a metodologia recomendada por Spiegel

(2006).

Já para análise da curtose, grau de achatamento ou elevação relativa de

uma distribuição, considerada usualmente em relação à distribuição normal, o

coeficiente de curtose quando igual a zero indicou a curva normal, e, se este foi

positivo, a distribuição será mais elevada e, se foi negativo, indicou uma curva

mais achatada. O coeficiente de curtose foi calculado seguindo-se a

metodologia recomendada por Spiegel (2006) e foi analisada da seguinte

maneira: a) Leptocúrtica: é a distribuição que tem um pico relativamente alto,

com excesso negativo, ou seja, coeficiente de curtose < 0,263; b) Platicúrtica é

a curva que apresenta um topo mais achatado, com excesso positivo, isto é,

coeficiente de curtose > 0,263; e c) Mesocúrtica é a curva intermediária, com

coeficiente de curtose = 0,263;

Para verificar de forma empírica as discrepâncias entre as taxas de

recrutamento e mortalidade por classe de diâmetro, tanto para a Comunidade

arbustiva-arbórea como para as cinco espécies de maior VI, foi empregado o

quociente “q” de De Liocourt conforme Alves Júnior et al. (2009, 2010). Esta

análise foi baseada em uma progressão geométrica e consistiu na razão entre

o número de indivíduos observados por classe de diâmetro e o número de

indivíduos da classe seguinte, verificando-se se existe um balanceamento ou

valores aproximadamente constantes, isto é, para florestas naturais o

recrutamento seria compensado pela mortalidade.

A distribuição diamétrica foi ajustada empregando a metodologia proposta

por Campos et al. (1983) da seguinte maneira:

iii εXββLnY ++= 10 Eq. (94)

Em que: Ln Yi = logaritmo natural da média da frequência por classe de

diâmetro, por hectare. De modo a viabilizar o calculo quando da inexistência de

indivíduos em alguma das classes, somou-se o número 1 como constante a

todas as classes; Xi = centro de classe de diâmetro; e β0, β1 = parâmetros que

63

exprimem a estrutura da vegetação em relação à distribuição dos diâmetros; ɛi

= erro aleatório.

Com base na função de distribuição ajustada pelo método dos mínimos

quadrados, foi obtido o quociente “q” intrínseco da vegetação por meio da

seguinte equação:

1+1+0

1+0

=iXββ

iXββ

e

eq Eq. (95)

Em que se utiliza a razão entre as frequências de uma classe de diâmetro

qualquer (Xi) pela Frequência da classe de diâmetro imediatamente maior

(Xi+1). As curvas de distribuição diamétrica geradas foram submetidas ao

processo de ajuste e validação por meio de modelos de distribuição diamétrica,

sendo, desta forma, dividido os dados aleatoriamente em proporções entre as

parcelas de forma a se obter o maior número de modelos ajustados tanto para

a Comunidade arbustiva-arbórea como para as espécies de maior VI, a fim de

se utilizar diferentes bancos de dados para ajuste e validação dos modelos.

Nestas análises foram determinados novos número e intervalos de classes.

Nas análises de estrutura horizontal e diamétrica, foi utilizado o Software

Mata Nativa 3, versão 3.11 (MATA NATIVA, 2006) sendo empregado os dados

obtidos em todas as 40 unidades amostrais inventariadas.

5.3.2 Modelagem da distribuição diamétrica

Para a análise do emprego dos modelos de distribuição diamétrica, a

Comunidade arbustiva-arbórea juntamente com as cinco espécies de maior

Valor de Importância formaram uma base de dados discriminada

aleatoriamente para ajuste e validação, sendo definida em proporções na

ordem onde se obteve o maior número de modelos ajustados, resultando na

divisão de 50% da base de dados para cada uma das análises.

Para a modelagem da estrutura diamétrica, foram ajustados os principais

modelos empregados para tal fim na área florestal, todos tendo como base

uma função densidade de probabilidade. As fdp’s correspondentes às

distribuições ajustadas foram as seguintes (SCOLFORO, 2006; CAMPOS;

LEITE, 2009; MACHADO et al., 2009a; MACHADO et al., 2009b; STEPKA et

al., 2011):

64

Função Normal:

A distribuição Normal tem sua fdp descrita como:

2

.2

1exp

2

1

xXf Eq. (96)

Em que: x: é a variável diâmetro em cm; μ: é a média aritmética do diâmetro; σ:

é o desvio padrão da variável aleatória x; π: é a constante “pi” (3,1416); exp: é

a base do logaritmo neperiano.

O método de estimativa utilizado para essa distribuição foi o método dos

momentos.

Função Log-normal

Sua fdp é definida como:

2

ln

2

1exp

2

x

x

Xf

Eq. (97)

Em que: lnx: Logaritmo neperiano do diâmetro; μ: é a média aritmética do

logaritmo neperiano do diâmetro; σ: é o desvio padrão Logaritmo neperiano do

diâmetro; π: é a constante “pi” (3,1416); exp: exponencial. O método de

estimativa utilizado para essa distribuição foi o método dos momentos.

Função Gamma:

Uma variável aleatória x tem uma distribuição Gamma se a FDP tiver a

seguinte forma:

/1 XeXXf Eq. (98)

Em que: α: parâmetro de forma a ser estimado; β: parâmetro de escala a ser

estimado; exp: exponencial; Г: função Gamma; x: variável diâmetro em cm.

Essa é uma forma alternativa de representação da função Gamma,

quando se assume que x é maior ou igual ao diâmetro mínimo (dmin). Nesse

caso pode-se considerar que a variável aleatória x assume a forma d-dmin. O

método utilizado para a estimativa dos parâmetros foi o dos momentos.

Função Beta:

65

A função Beta é descrita pela seguinte FDP:

11

1

XbaX

abXf Eq. (99)

Em que: α e β: parâmetros a serem estimados; Г: função Gamma; x: variável

diâmetro em cm. Nesse caso, o ajuste dos parâmetros foi realizado por meio

do método dos momentos.

Função Weibull:

A distribuição Weibull é considerada pela literatura uma das mais

consagradas fdp’s na área florestal e, portanto, uma das mais utilizadas para

caracterização de distribuições diamétricas. Tal função pode ser apresentada

com dois ou com três parâmetros.

Função Weibull 2P:

É representada pela seguinte FDP:

xxXf -exp.

1

Eq. (100)

Em que: β: parâmetro de escala; ɣ: parâmetro de forma; x: variável de interesse

(diâmetro); exp: é a base do logaritmo neperiano.

Função Weibull 3P:

A sua FDP é expressa na seguinte forma:

--exp

-1

xxXf Eq. (101)

Em que: α: parâmetro de locação; β: parâmetro de escala; ɣ: parâmetro

de forma; x: variável de interesse (diâmetro); exp: é a base do logaritmo

neperiano.

Função Hiperbólica:

Segundo Guimarães (2002), a função Hiperbólica é apresentada da

seguinte forma:

2

1min

tanh1min

dxdxXf Eq. (102)

66

Em que: β o parâmetro de escala (β > 0), γ o parâmetro de forma (γ > 0)

e x o centro de classe de diâmetro (x > 0). O parâmetro de locação pode ser

substituído pelo diâmetro mínimo do povoamento (α = dmin) (BINOTI, et al.,

2012) :

Para a compilação dos dados e estimar os parâmetros pelo método dos

momentos das funções Normal, Log-normal, Gamma e Beta foi utilizado o

Microsoft Office Excel 2007 e para determinar os parâmetros das funções

Weibull 2P, Weibull 3P e Hiperbólica foi empregada a ferramenta de análise de

dados Solver, otimizando a minimização do soma de quadrado de resíduos por

meio da interação numérica, reportando assim os valores dos parâmetros pelos

modelos, substituindo-se, desta forma valores iniciais arbitrários atribuídos a

eles.

5.3.3 Teste de aderência

Após serem ajustadas as funções para o banco de dados selecionados

para ajuste, foi verificada a aderência aos dados obtida por cada função nos

diferentes intervalos de classe pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Esse teste

foi utilizado para comparar a precisão das frequências estimadas por meio dos

modelos de distribuição diamétrica testados com as frequências observadas. O

teste de Kolmogorov-Smirnov foi realizado conforme a seguinte expressão

(SCOLFORO, 2006):

n

FeFoSUPD

xxX

calc

Eq. (103)

Em que: Fo(x): frequência observada acumulada; Fe(x): frequência esperada

acumulada; n: Número de observações; Dcalc: Valor D calculado.

A razão (D) foi comparado com o valor da tabela de Kolmogorov-

Smirnov (SCHNEIDER ET AL. 2009). Este teste foi utilizado para testar as

seguintes hipóteses para o nível = 5% de significância do teste bilateral: H0 =

os diâmetros observados seguem as distribuições propostas. H1 = os diâmetros

observados não seguem as distribuições propostas.

67

5.3.4 Assimetria e Curtose

Para avaliar o grau de desvio, ou afastamento da simetria, da

distribuição diamétrica da área e das cinco espécies de maiores VI, foi

determinado o coeficiente do momento de assimetria conforme Machado et al.

(2006), em que: a) Assimetria à direita ou positiva se: moda < mediana < média

aritmética; b) Assimetria à esquerda ou negativa se: moda > mediana > média

aritmética; e c) Se o coeficiente de assimetria, em módulo, estava entre 0,15 e

1 a assimetria foi considerada moderada e forte se maior que 1. O coeficiente

de assimetria foi calculado seguindo-se a metodologia recomendada por

Spiegel (2006).

Já para análise da curtose, grau de achatamento ou elevação relativa de

uma distribuição, considerada usualmente em relação à distribuição normal, o

coeficiente de curtose quando igual a zero indicou a curva normal, e, se este foi

positivo, a distribuição será mais elevada e, se foi negativo, indicou uma curva

mais achatada. O coeficiente de curtose foi calculado seguindo-se a

metodologia recomendada por Spiegel (2006) e foi analisada da seguinte

maneira: a) Leptocúrtica: é a distribuição que tem um pico relativamente alto,

com excesso negativo, ou seja, coeficiente de curtose < 0,263; b) Platicúrtica é

a curva que apresenta um topo mais achatado, com excesso positivo, isto é,

coeficiente de curtose > 0,263; e c) Mesocúrtica é a curva intermediária, com

coeficiente de curtose = 0,263;

5.3.5 Validação das funções

As funções que apresentaram melhor ajuste e aderência ao teste de

Kolmogov-Smirnov foram submetidas ao processo de validação em outra base

de dados selecionado aleatoriamente. A análise de validação consistiu em

predizer as frequências por classe de diâmetro a partir dos parâmetros das

funções obtidos no ajuste.

Desta maneira, foram obtidos novos valores de K-S e comparados com

o valor tabelar a 95% de probabilidade, bem como geradas novas curvas de

distribuição diamétrica tanto para a Comunidade arbustiva-arbórea como para

68

as espécies de maior VI. Assim, as melhores funções foram escolhidas para

predizer a estrutura diamétrica da vegetação de Caatinga em estudo.

5.4 Volumetria

5.4.1 Cubagem das árvores amostra

Foram selecionadas e cubadas 50 árvores da vegetação de Caatinga de

modo que essas representam uma amplitude de tamanho encontrado nessas

florestas. As 50 árvores foram escolhidas com um diâmetro mínimo na base do

caule de 5 cm, até o máximo encontrado na área amostrada. Cada árvore

apresentou diferentes números de galhos, sendo estes também submetidos ao

processo de cubagem.

As árvores selecionadas tiveram a circunferência mensurada na base

(Cb) e a 1,30 m do solo (CAP), com auxílio de uma fita métrica sendo, cada

medida, convertida posteriormente para diâmetro (Db e DAP). Após a medição

das circunferências, as árvores foram abatidas e foram coletadas as alturas

totais de fuste, bem como mensurada as circunferências e alturas dos galhos.

Os fuste e galhos foram cubados pelo método de Smalian, os galhos

com seções de no máximo 1 m de comprimento, até um diâmetro de 3 cm com

casca, que representa o diâmetro mínimo para galhos estabelecido na região.

Os volumes do fuste foram somados ao dos galhos compondo o volume

comercial das árvores cubadas neste trabalho. No total, foram obtidos 316

volumes sólidos (50 fustes + 266 galhos). O volume das seções foi obtido por

meio da seguinte expressão:

Lgg

V ii

i

24

1 Eq. (104)

Em que: Vi = volume da seção i; gi = área transversal da base da seção em m2;

gi+1 = área transversal do topo da seção em m2; L = comprimento da seção em

m.

69

O volume total (VT) foi obtido pela soma dos volumes seccionais, ou

seja, por:

n

i

iVVT1

, em que n = o número de seções.

5.4.2 Modelos volumétricos testados

Depois de obtidos o volume real das 50 árvores amostra e dos 266

galhos, os dados foram divididos de forma aleatória para ajuste e validação.

Desta maneira, foram selecionados 30 volumes de fuste (60%) e 216 volumes

de galhos (80%). Para os 30 fustes e 216 galhos, foram testados quatro

modelos volumétricos de simples entrada (dois logarítmicos e dois aritméticos,

tendo apenas o diâmetro da base (Db) como variável independente) e 11

modelos de dupla entrada (dois logarítmicos e nove aritméticos) onde as

variáveis independentes foram o Db e a altura comercial do fuste (Hc),

combinadas ou não (Tabela 1).

Tabela 1: Modelos volumétricos testados para estimativa volumétrica de vegetação de Caatinga na Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

Variável Independente

Autor Modelo

Db

Koperzky-Gehrhardt Vi= β0 + β1d² + ɛi

Hohenald-Krenn Vi= β0 + β1d + βd² + ɛi

Husch LnVi= β0 + β1 ln d + ɛi

Brenac LnVi= β0 + β1 ln d + β2 (1/d) + ɛi

Db/Hc

Spurr Vi= β0 + β1 d² h + ɛi

Stoate Vi= β0 + β1 d² + β2 d² h + β3 h + ɛi

N slund Vi= β0 + β1 d² + β2 d² h + β3 d h² + β4 h² + ɛi

Meyer Vi= β0 + β1 d + β2 d² + β3 d h + β4 d² h + β5 h + ɛi

Meyer modificada Vi= β0 + β1 d + β2 d² + β3 d h + β4 d² h + ɛi

Spurr (Ln) LnVi = β0 + β1 ln (d² h) + ɛi

Schumacher-Hall (Ln) LnVi= β0 + β1 ln d + β2 ln h + ɛi

Schumacher-Hall Vi = β0 (d β1

) (h β2

) + ɛi

Honner Vi = d²/(β0 + β1(1/h)) + ɛi

Ogaya Vi = d² (β0 + β1 h) + ɛi

Takata Vi = d² h/(β0 + β1 d) + ɛi

70

5.4.3 Critério de seleção dos modelos matemáticos

Após os ajustes dos modelos foram obtidos o coeficiente de

determinação ajustado, o erro padrão da estimativa, o coeficiente de variação e

valor de F. Concomitantemente ao ajuste dos modelos, foi realizada a análise

gráfica de resíduos, para verificar a ocorrência ou não de tendenciosidade nas

estimativas da variável dependente volume. Os critérios estatísticos são

descritos da seguinte maneira:

222 -1.-

1-. R

KN

KRR aj

Eq. (105)

Eq. (106)

100% Y

SS YX

YX Eq. (107)

Em que: R2 aj. = Coeficiente de Determinação ajustado; K = número de

coeficientes da equação; N = número de observações. Por este critério, quanto

mais próximo de um for o valor do Coeficiente de Determinação, melhor será o

ajuste da linha de regressão; Syx é o erro padrão da estimativa ou erro padrão

residual; Vreali é o volume individual real em m3; Vesti é o volume individual

estimado em m3; n é o número de árvores amostradas; e, p é o número de

parâmetros no modelo; Syx também foi obtido em porcentagem (Syx%)

dividindo-se o valor absoluto pela média aritmética do volume real, sendo

interpretado como o coeficiente de variação.

Para os modelos logarítmicos o erro padrão da estimativa foi corrigido na

escala original da variável dependente, para possibilitar a comparação com o

modelo aritmético. Essa correção é feita com o índice de Furnival, conforme

Silva e Bailey (1991) e para os modelos logarítmicos ele é dado por:

YXSn

pnVfIF

2exp1' Eq. (108)

Em que: f‘(V)-1 = derivada da variável dependente em relação ao volume dos

indivíduos; n = número de observações; P = número de parâmetros do modelo;

Syx = erro padrão da estimativa.

A forma percentual do Índice de Furnival é expressa por:

pn

VestVreal

S

n

iii

YX

1

2

71

100% V

IFIF Eq. (109)

O Índice de Furnival de uma equação logarítmica foi ser comparado com

o erro padrão da estimativa da aritmética, ou Índice de Furnival em

percentagem (IF%) da equação logarítmica foi comparado com o coeficiente de

variação da equação aritmética (SCHNEIDER et al., 2009). Os ajustes e

análises estatísticas foram feitos com auxílio doo Software Statistica 8

(STATSOFT, 2012).

5.5 Ajuste da Volumetria por Redes Neurais Artificiais

Foram treinadas 100 Redes Neurais Artificiais para cada análise de

estimativa de volume para fuste e galhos e selecionadas as melhores redes

objetivando uma estrutura de comparação com modelos tanto de simples

quanto de dupla entrada.

Desta forma, as redes treinadas tiveram na camada de entrada tanto

apenas um neurônio, relativo à apenas o diâmetro de fuste e galhos, quanto

dois neurônios relativos ao diâmetro e a altura de fuste e galhos. Nesta etapa,

os dados volumétricos foram os mesmo empregados no ajuste dos modelos

sendo, desta forma 60% para fuste e 80% para galhos.

Entretanto, para o treinamento das redes, os dados de diâmetro e altura

foram submetidos ao processo de transformação por meio de interpolação

linear inversa, se obtendo, desta maneira, valores dessas variáveis entre 0 e 1.

Conforme Görgens et al. (2009), a interpolação linear realiza tanto a

normalização quanto a equalização dos dados conforme a seguinte expressão:

Valor transformado = )+(-

+1Máximo

Mínimo

x

xx Eq. (110)

As RNAs do tipo Multilayer Perceptron (Multicamadas) foram treinadas

de forma supervisionada, empregando o algoritmo da retropropagação do erro

(Backpropagation), a regra de aprendizado é conhecida como Regra Delta –

LMS (minimização do erro médio quadrático), na qual ajusta os pesos das

conexões entre os neurônios da rede de acordo com o erro e tem por objetivo

72

encontrar um conjunto de pesos e polarizações que reduzam a função erro

(HAYKIN, 2001).

Nesta etapa, foram selecionadas aleatoriamente, respostas obtidas pelo

treinamento das redes para a validação cruzada, comprovando assim a

precisão das estimativas no processo de ajuste dos pesos.

De acordo com Haykin (2001), Valença (2011) e Pandorfi et al. (2011), o

algoritmo Backpropagation para o treinamento das redes foi descrito pelos

seguintes passos:

− passo 1 - iniciar os pesos, polarizações e demais parâmetros de

treinamento;

− passo 2 - apresentar à rede um padrão de entrada do conjunto de

treinamento composto de entradas e saídas;

− passo 3 - calcular o erro para os neurônios da camada de saída (ek),

subtraindo a saída desejada da saída calculada (processamento interno da

rede);

)-(=^

kkk yye Eq. (111)

Em que: y= saída desejada; e ^

y = saída real (saída gerada pela rede).

− passo 4 - calcular o ajuste nos pesos da camada da saída ( 0Δ iw )) por

meio do seguinte modelo:

( ) ))(),()).((().y-.(=)1+(∂

∂-=1+Δ 100

^

0

2

0 kOkwknetpyηkw

ekw iikk

i

k

i Eq. (112)

Em que: p= função contínua derivável, tangente hiperbólica; η= taxa de

aprendizagem; net= estado de ativação (funções de ativação); e 1iO = entrada.

- passo 5 - retropropagar o erro para as camadas escondidas. Como não

existe uma saída desejada para os neurônios das camadas escondidas,

calculou-se o erro a partir do erro dos neurônios pertencentes à camada de

saída e das conexões que os interligam. Obteve-se a seguinte equação para

calcular o ajuste dos pesos para a primeira camada escondida mais próxima à

saída.

73

( )

))(),(.()(∂

∂).()).(),(.(

)(∂

).().y-.(=)1+(∂

∂-=1+Δ

111

0101

0^

1

21

,

kxkwkO

anetpkOkw

kO

a

netpyηkw

ekw

iii

iii

kki

kij

Eq. (113)

− passo 6 - calcular o erro acumulado da rede. Nesta etapa, verificou-se se o

erro total sobre todos os padrões de entrada pode ser considerado desprezível,

isto é, abaixo de um limiar de aceitação. Nesse caso, o algoritmo deve parar,

caso contrário, volta-se ao passo 2.

Görgens et al. (2009) descrevem três etapas necessárias para se obter

uma rede pronta para ser usada: construção da rede, treinamento e validação

(generalização). A topologia da arquitetura da rede Backpropagation foi

formada por uma camada de entrada, uma escondida (oculta) de neurônios

não-lineares e outra de saída de neurônios com função de transferência

tangente sigmoidal. Na Figura 7, pode-se observar de forma ilustrativa a duas

diferentes arquiteturas. Na tabela 2 pode-se verificar os parâmetros de

treinamento para o algoritmo Backpropagation

(A)

74

(B)

Figura 7: Estrutura da RNA treinada utilizando o diâmetro (A) e utilizando o diâmetro e a altura (B) para obtenção do volume.

Tabela 2: Parâmetros de treinamento utilizados para o algoritmo Backpropagation

Parâmetro Valores

Fuste Galhos

Taxa de aprendizagem 0,1 0,1

Erro 0,005 0,005

Função de transferência na camada de saída Sigmóide logística Sigmóide logística

Função de transferência na camada oculta Sigmóide logística Sigmóide logística

Foram reportadas quatro RNAs que apresentaram melhor desempenho

no treinamento empregando apenas o diâmetro e 11 RNAs que tiveram na

camada de entrada o diâmetro e altura. Essas 15 RNAs foram comparadas

entre si e comparadas no processo de validação e generalização com a melhor

equação obtida a partir dos ajustes dos modelos volumétricos.

O critério de seleção da melhor RNA na estimativa, bem como na

validação em outra base de dados volumétricos se baseou nas estatísticas de

correlação entre os valores estimados e observados dos volumes projetados e

a raiz quadrada do erro médio (RMSE%), conforme Silva et al. (2009), Binoti et

al. (2010).

^

22

^

^

,cov

YsYs

YY

rYY

Eq. (114)

75

Em que:

s² - é a variância e cov é a covariância.

Yn

YY

RMSE

n

i/100%

1

^

Eq. (115)

Em que, Y é a média da saída observada (volume) e n é o número total

de dados.

De forma complementar, foi analisada graficamente a dispersão dos

erros percentuais para acusar as RNAs com estimativas tendenciosas e

justificar a escolha das melhores. Para o treinamento e obtenção das estruturas

das RNAs foi utilizado o Software Statistica 8 (STATISOFT, 2012).

5.6 Validação das equações Volumétricas e Generalização das RNAs

A validação das melhores equações volumétricas, bem como das RNAs

consistiu em predições volumétricas empregando os coeficientes obtidos nas

melhores equações e na estrutura das RNAs selecionados no ajuste. Nesta

etapa, foi utilizado um novo conjunto dados volumétricos de fuste e galhos

(40% e 20% respectivamente), resultando em um total de 20 volumes sólidos

de fuste e 53 volumes de galhos.

A validação das equações para fuste e galhos, bem como as RNAs

propostas, foi feita por meio do teste de Qui-quadrado, diferença agregada,

desvios médios e novos valores de erro padrão da estimativa relativos, raiz

quadrada do erro médio e análise gráfica dos resíduos percentuais, conforme

Machado et al. (2008), esses escores são descritos da seguinte forma:

k

i i

ii

fe

fefo

1

22 Eq. (116)

n

ii

n

ii yyDA

1

^

1

Eq. (117)

n

yy

Ei

n

iii

1

^

Eq. (118)

76

Yn

YY

RMSE

n

i/100%

1

^

Eq. (119)

100% Y

SS YX

YX Eq. (120)

As estimativas de volume para fuste e galhos para área e para as

espécies de maior VI foi feita com a melhor proposta escolhida no processo de

validação e o volume total por hectare foi obtido pela soma dos volumes

estimados entre fuste e galhos para as espécies encontradas na área.

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 Estrutura Horizontal

Quanto à suficiência amostral, pode-se verificar que entre a 13ª e a 35ª

parcela ocorre estabilidade da curva coletora em número de espécies (24), isto

é, a partir de 5.200 m² a amostragem mostra-se representativa (Figura 8),

simulando bem composição de espécies inventariadas na comunidade

estudada. Observa-se ainda que há um grande esforço amostral para

surgimento de mais duas espécies a partir da 37ª parcela , ou seja, aumento de

284,61% em termos de área amostrada.

O resultado da suficiência amostral corrobora com as afirmações de

Conceição e Castro (2009), Guedes et al. (2012) e Alves et al. (2013), de que é

essencial em trabalhos fitossociológicos a realização deste tipo de análise, pois

a curva acumulativa de espécies adicionais, na ordem real das parcelas,

permite a avaliação da suficiência amostral do levantamento, podendo ser feita

inferência sobre o número necessário de amostras estabelecidas, sendo este

adequado ou não para o conhecimento da população. Por outro lado, segundo

Schilling et al. (2012), nos trabalhos de estrutura de florestas tropicais, curvas

geradas na ordem em que as parcelas foram medidas no campo como ordem

“natural” para acumular o número de espécies e o número de parcelas ou a

área amostrada, é comum que o pesquisador interprete rápidos crescimentos

77

ou patamares temporários como atributos característicos da comunidade sendo

estudada.

Figura 8: Suficiência amostral, “Área x Número de espécies amostradas”, Fazenda Itapemirim, Município de Floresta-PE.

De acordo com os resultados obtidos por Alves Júnior et al. (2013b), o

levantamento fitossociológico realizado na Fazenda Itapemirim no município de

Floresta (Tabela 3), a densidade total estimada foi de aproximadamente

1606,88 ind. ha-1, sendo que cerca 77,25% dos indivíduos corresponderam às

espécies Poincianella bracteosa, Mimosa ophthalmocentra, Aspidosperma

pyrifolium, Myracrodum urundeuva e Bauhinia cheilanta, configurando essas

espécies como a de maior Valor de Importância encontradas, ou seja, são as

espécies que conseguem melhor explorar os recursos disponíveis na área

(HOLANDA et al., 2008) e segundo Lamprecht (1990), como as mais

importantes ecologicamente por apresentar melhores condições de

estabelecimento e de sobrevivência.

78

Tabela 3: Espécies arbóreas encontradas no levantamento fitossociológico realizado na Fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE e seus parâmetros fitossociológicos, em ordem decrescente de Valor de Importância. (DA= Densidade Absoluta; DR= Densidade Relativa; DoA= Dominância Absoluta; DoR= Dominância Relativa; Frequência Absoluta; FR= Frequência Relativa; VI= Valor de Importância).

Espécie DA DR DoA DoR FA FR IVI

Poincianella bracteosa (Tul.) L. P. Queiroz 770 47,92 3,74 46,21 100,00 11,02 105,15

Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. 246,875 15,36 0,92 11,40 100,00 11,02 37,79

Aspidosperma pyrifolium Mart. 75,625 4,71 0,47 5,78 57,50 6,34 16,82

Myracrodum urundeuva. (Engl.) Fr. All. 51,875 3,23 0,42 5,21 65,00 7,16 15,60

Bauhinia cheilanta (Bong). Steud. 96,875 6,03 0,12 1,44 62,50 6,89 14,36

Anadenanthera colubrina (Vell.)Brenan var. 66,875 4,16 0,29 3,61 57,50 6,34 14,11

Cnidoscolus quercifolius Pohl 36,875 2,29 0,45 5,61 52,50 5,79 13,69

Croton rhamnifolius H.B.K. 63,125 3,93 0,12 1,50 50,00 5,51 10,93

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 33,75 2,10 0,27 3,39 47,50 5,23 10,73

Manihot carthaginensis subsp. glaziovii (Müll.Arg.) 46,25 2,88 0,14 1,76 50,00 5,51 10,15

Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. 13,75 0,86 0,29 3,58 37,50 4,13 8,57

Piptadenia stipulacea (Benth.) 23,125 1,44 0,13 1,59 42,50 4,68 7,71

Sapium lanceolatum Huber 7,5 0,47 0,28 3,48 22,50 2,48 6,43

Jatropha curca (Pohl) 20 1,24 0,02 0,30 37,50 4,13 5,68

Schinopsis brasiliensis Engl. 11,25 0,70 0,08 0,98 32,50 3,58 5,26

Spondias tuberosa Arr. Câm. 4,375 0,27 0,25 3,11 2,50 0,28 3,66

Thiloa glaucocarpa (Mart.) Eichl. 8,125 0,51 0,01 0,06 22,50 2,48 3,05

Erythrostemon calycina (Benth.) L.P.Queiroz 10,625 0,66 0,04 0,44 15,00 1,65 2,75

Jatropha mollissima Muell. Arg. 8,125 0,51 0,01 0,13 15,00 1,65 2,29

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz 2,5 0,16 0,01 0,16 7,50 0,83 1,14

Varronia leucocephala (Moric.) J.S.Mill. 2,5 0,16 0,00 0,04 7,50 0,83 1,02

Senna macranthera(DC. ex Collad.) 1,875 0,12 0,00 0,02 7,50 0,83 0,97

Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl 1,25 0,08 0,01 0,10 5,00 0,55 0,73

Cnidoscolus bahianus (Ule) 1,25 0,08 0,00 0,05 5,00 0,55 0,68

Neocalyptrocalyx longifolium (Mart.) 1,875 0,12 0,00 0,02 2,50 0,28 0,42

Ziziphus joazeiro Mart. 0,625 0,04 0,00 0,01 2,50 0,28 0,32

Total 1606,88 100 8,09 100 907,50 100 300

De acordo com Andrade et al. (2005) e Ferraz et al. (2012), todas essas

espécies têm valor comercial definido, seja para produção de madeira, galhos,

artesanato, atividades de reflorestamento, ou outras finalidades. De forma

complementar, Pessoa et al., (2008), Fabricante et al., (2007), Alves Júnior et

al. (2013a), Marangon et al. (2013) estudando a composição florística e

estrutura de vegetação de Caatinga em Apodi-RN, Seridó-PB e Floresta –PE

respectivamente, também encontraram resultados semelhante no que diz

respeito às espécies encontradas.

79

A espécie Poincianella bracteosa, conhecida vernaculamente como

Catingueira, obteve o maior VI por apresentar elevados valores de densidade e

dominância relativas que é consequência respectivamente da sua ampla

distribuição, ocorrendo em 100% das parcelas. Diversos autores têm relatado a

importância da espécie em diferentes locais como sendo a que aparece no

topo da maior parte das listas de estudos com ampla ocorrência nas diversas

tipologias da Caatinga, sendo considerada uma espécie pioneira com

significativa importância melífera, zootécnica, farmacológica e para a produção

de lenha (SANTANA; SOUTO, 2006; FABRICANTE et al., 2007; SAMPAIO et

al., 2010; SANTANA et al., 2011).

A espécie com o segundo maior VI foi a Mimosa ophthalmocentra,

conhecida vernaculamente por Jurema-de-embira, a qual apresentou cerca de

15,36% do total de indivíduos com segundo maiores valores de dominâncias

absoluta e relativa e sendo encontrada em todas as parcelas distribuídas na

área. Pereira Júnior et al. (2012), estudando a composição florística e

fitossociológica em vegetação de Caatinga em Monteiro na Paraíba,

evidenciaram que esta espécies é uma das mais abundantes em vegetação de

Caatinga e, definidas de acordo com Sampaio et al. (2010) e o Serviço

Florestal Brasileiro (MMA, 2010), como espécie deste bioma com potencial

econômico.

A espécie Aspidosperma pyrifolium conhecida por Pereiro, foi a terceira

no ranking de VI, fato favorecido principalmente pelo seu valor de dominância,

ficando atrás apenas de Poincianella bracteosa e Mimosa ophthalmocentra no

que diz respeito à área basal. Resultado semelhante foi encontrado por

Andrade et al. (2005) em vegetação de Caatinga com elevado estado de

conservação em São João do Cariri na Paraíba, em que a espécie também foi

encontrada como uma das espécies mais importantes ecologicamente, ficando

atrás de Poincianella pyramidalis e Croton sonderianus.

A espécie Myracrodum urundeuva conhecida como Aroeira apresentou o

quarto maior VI. De acordo com os resultados obtidos por Andrade et al. (2005)

esta espécie é típica de áreas com menos sinais de antropização, uma vez que

não se adapta em áreas inóspitas e geralmente é mais comumente encontrada

em áreas mais protegidas (fato observado neste estudo), ou em matas bem

conservadas e raramente é encontrada em áreas fortemente antropizada.

80

A espécie Bauhinia cheilantha conhecida como Mororó foi a quinta no

ranking de maior VI, apresentou densidade relativamente superior as obtidas

pelas espécies Aspidosperma pyrifolium Myracrodum urundeuva, porem com

menores valores de dominância. Resultados similares foram encontrados por

Pereira Júnior et al. (2012) também evidenciando a espécie em quinta no

ranking de maior VI. Segundo o Serviço Florestal Brasileiro (MMA, 2010), essa

espécie é importante economicamente como forragem na alimentação de

animais principalmente no período seco, onde as espécies caducifólias perdem

suas folhas.

6.2 Estrutura Diamétrica

Na Tabela 4 pode-se observar a estatística descritiva dos dados para a

variável diâmetro da base (cm) (Db), tanto para a Comunidade arbustiva-

arbórea como para as cinco espécies de maior Valor de Importância. O maior

diâmetro encontrado na área foi de 40,7 cm e o menor foi de 1,9 cm. Nota-se

que a espécie Catingueira (Poincianella bracteosa) concentra cerca de 47,91%

dos indivíduos amostrados com média semelhante à encontrada para a

Comunidade arbustiva-arbórea. Foi possível verificar também que a espécie

Jurema-de-embira (Mimosa ophthalmocentra), segunda no ranking de maior VI,

apresentou a menor dispersão relativa em torno da média em relação ao

diâmetro.

Os valores dos coeficientes de assimetria, moda, mediana e média tanto

para a Comunidade arbustiva-arbórea como para as espécies de maior VI,

demonstram que as distribuições diamétricas são assimétricas positivas, ou

seja, a maior concentração de diâmetro mensurado na base está localizada no

lado esquerdo da distribuição, logo se subentende que as caudas das curvas

estendem-se ao lado direito onde o valor da média é maior que os valores de

moda e mediana.

81

Tabela 4: Estatísticas descritivas dos conjuntos de dados da variável Db para a Comunidade arbustiva-arbórea e para as espécies de maior VI encontrados na Fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE.

Medida Floresta

Espécies

Aroeira Catingueira Jurema-de-embira Mororó Pereiro

Frequência Absoluta 2571 83 1232 395 155 121

Média 6,7 8,4 6,8 6,3 3,3 7,8

Mediana 5,4 5,7 5,7 5,7 2,9 6,6

Moda 3,2 3,2 3,8 5,1 2,5 6,4

Dbmin 1,9 2,2 1,9 2,2 1,9 2,2

Dbmax 40,7 22,6 28,6 25,1 24,2 24,8

Amplitude 38,8 20,4 26,7 22,9 22,3 22,6

S² 19,8 33,2 15,4 7,7 4,4 18,7

S 4,5 5,8 3,9 2,8 2,1 4,3

CV% 66,8 68,5 57,7 43,8 63,4 55,7

Assimetria 2,6 0,7 2,2 2,1 7,7 1,6

Curtose 9,9 -0,7 7,0 8,4 70,1 2,9

Os valores dos coeficientes de curtose obtidos permitem inferir que a

maioria das distribuições são platicúrticas, isto é, as curvas apresentam um

topo, mais achatado em relação à curva normal, com excesso positivo. A

exceção é a espécie Aroeira com valor do coeficiente de curtose negativo

(menor que 0,263) acusando segundo Machado et al., (2009a) uma distribuição

leptocúrtica com pico relativamente alto em relação à curva normal para os

dados de diâmetro.

Por meio da metodologia proposta por Sturges (SPIGEL, 2006), o

número de classes de diâmetro e suas respectivas amplitudes tanto para a

Comunidade arbustiva-arbórea como para as espécies de maior VI para as

análises da estrutura diamétrica geral, ajustes e validação dos modelos estão

apresentados na Tabela 5.

A divisão dos dados em 50% das parcelas para ajuste e 50% das

parcelas para validação proporcionaram diferentes valores de classes e

amplitudes. Estes valores refletem um comportamento estrutural gerando

curvas com diferentes tendências.

82

Tabela 5: Número de classes de diâmetro e seus respectivos intervalos entre classes obtidos pela metodologia de Sturges para a Comunidade arbustiva-arbórea e para as espécies de maior VI encontrados na Fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE.

Dados Nº Indivíduos Db Máx Db Mín K IC(cm)

GERAIS

Floresta 2571 40,74 1,91 12 3

Aroeira 83 22,60 2,23 7 3

Catingueira 1232 28,65 1,91 11 2

Jurema-de-embira 395 25,15 2,23 10 2

Mororó 155 24,19 1,91 8 3

Pereiro 121 24,83 2,23 8 3

AJUSTE (50%)

Floresta 1363 40,70 1,90 11 3

Aroeira 49 20,69 2,23 7 3

Catingueira 580 28,65 1,91 10 3

Jurema-de-embira 206 25,15 2,23 9 3

Mororó 100 24,19 2,23 8 3

Pereiro 74 24,83 2,55 7 3

VALIDAÇÃO (50%)

Floresta 1208 30,24 1,91 11 3

Aroeira 34 22,60 2,55 6 3

Catingueira 652 25,46 2,23 10 2

Jurema-de-embira 189 14,64 2,55 9 1

Mororó 55 15,28 1,91 7 2

Pereiro 47 22,28 2,23 7 3

Em que: K= Número de Classes; IC= Intervalo entre classes em centímetros.

Na avaliação da concentração de árvores por classe de diâmetro, foi

possível observar que, para a Comunidade arbustiva-arbórea, Aroeira e

Mororó, cerca de 42,55%, 37% e 95,48% dos indivíduos estão concentrados

nas classes de diâmetro iniciais que vão de 1,9 a 4,9 cm; 2,2 a 5,2 cm e 1,9 a

4,9 cm respectivamente. Para a Catingueira, a maior concentração ocorre nas

três primeiras classes (72,64%) compreendidas entre os diâmetros de 1,9 a 7,9

cm (Figura 9).

Aproximadamente 81,51% dos indivíduos de Jurema-de-embira

possuem Db’s variando 2,2 a 8,2 cm. Cerca de 68,59% dos indivíduos de

Pereiro ocupam as primeiras classes de diâmetro, cuja variação é de 2,2 a 8,2

cm. Logo, a vegetação de Caatinga estudada é ocupada por indivíduos de

pequenas dimensões concentrando grande densidade de árvores nas classes

de diâmetro iniciais, fato verificado anteriormente na estatística descritiva dos

valores de diâmetros da base apresentando estrutura diamétrica assimétrica

positiva.

83

Figura 9: Histogramas de distribuição diamétrica para a Comunidade arbustiva-arbórea e para as espécies de maior VI e Quociente de Liocourt “q” encontrados na Fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE.

Estudando uma floresta de Caatinga localizada em Petrolina,

Pernambuco, Calixto Júnior e Drummond (2011) também encontraram a maior

concentração de indivíduos nas três primeiras classes. Desta forma, pode-se

considerar que a distribuição é típica de florestas naturais, a qual se aproxima o

modelo na forma de “J invertido” ou distribuição exponencial negativa ou

decrescente. De acordo com Rodal et al. (2008), Machado et al. (2009b),

Encinas et al. (2009) e Alves et al. (2009) esse comportamento da estrutura

diamétrica para florestas naturais indica que a regeneração ocorre

continuamente.

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

0

100

200

300

400

500

600

700

800

"q"

Observ

ado

Núm

ero

de Indiv

ídu

os

Centro de Classe Db (cm)

Comunidade arbustiva-arbórea

Observados/ha. Estimados/ha. "q" Observado

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

2

0

5

10

15

20

25

3.6 6.6 9.6 12.6 15.6 18.6 21.6

"q

" O

bserv

ad

o

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Aroeira

Observados/ha. Estimados/ha. "q" Observado

0

0.5

1

1.5

2

2.5

0

50

100

150

200

250

300

2.9 4.9 6.9 8.9 10.9 12.9 14.9 16.9 18.9 20.9 22.9

"q"

Observ

ado

Núm

ero

de Indiv

ídu

os/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Catingueira

Observados/ha. Estimados/ha. "q" Observado

0

1

2

3

4

5

6

0

20

40

60

80

100

120

3.22 5.22 7.22 9.22 11.22 13.22 15.22 17.22 19.22 21.22

"q"

Observ

ado

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Jurema de embira

Observados/ha. Estimados/ha. "q" Observado

0

5

10

15

20

25

30

35

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

3.34 6.34 9.34 12.34 15.34 18.34 21.34 24.34

"q"

Observ

ado

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Mororó

Observados/ha. Estimados/ha. "q" Observado

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

4

4.5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

3.7 6.7 9.7 12.7 15.7 18.7 21.7 24.7

"q"

Observ

ado

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Pereiro

Observados/ha. Estimados/ha. "q" Observado

84

Pode-se verificar também que, considerando toda a Comunidade

arbustiva-arbórea, ocorrem indivíduos nas classes de diâmetro superiores

(maior que 30 cm), porém em densidades relativamente baixas (0,35%). Para

as espécies de maior VI, densidades relativamente baixas de árvores (3,61%

para Aroeira; 1,94% para Catingueira; 0,5% para Jurema-de-embira; 0,64%

para Mororó e 1,65% para Pereiro) chegam a atingir diâmetros maiores que 20

cm. Isto demonstra de fato, segundo Dantas et al. (2010), que na vegetação

predomina o estágio de sucessão secundária, corroborado pela grande

quantidade de indivíduos amostrados nos primeiros centros de classe.

Cabe ainda destacar que a maior concentração de indivíduos nas

primeiras classes de diâmetro para a Comunidade arbustiva-arbórea se deve

em parte à espécie Catingueira, devido a alta densidade e também à sua

ampla dispersão e a condição de espécie dominante em diferentes estágios

sucessionais da Caatinga (Santana et al., 2011; MMA, 2010), fortalecendo a

ideia de Sampaio et al. (1998) na qual afirmaram que é possível, no processo

de sucessão, que a Catingueira adote a estratégia de um crescimento inicial

relativo pequeno, mas uma forte resistência à seca e uma boa capacidade de

competição por luz, fazendo com que seja uma das espécies dominantes nas

etapas posteriores do processo. Além da sua capacidade de rebrota por cepas

e raízes.

No que tange à exploração em vegetação de florestas secas como a

Caatinga, Figueirôa et al. (2008) afirmaram que caso ocorra corte raso, a

espécie Catingueira sobrevive, independentemente da estação climática, num

intervalo de tempo maior do que um ano. Entretanto, como se pôde verificar

neste trabalho, isto não pode ser constatado para outras espécies como

Mororó (MMA, 2010), uma vez que essa é amplamente utilizada como suporte

alimentício para animais principalmente no período seco.

Griscom e Ashton (2011) mencionam que em florestas secas com

histórico de desmatamento a diversidade de espécies permanecerá baixa,

sendo indicado plantio de espécies principalmente frutíferas e fixadoras de

nitrogênio com intuito de recuperar a estrutura e proporcionar crescimento e

consequentemente a regeneração e a sucessão. No entanto, vale salientar que

para a vegetação de Caatinga estudada não há histórico de desmatamento, e

que a maioria das espécies arbustiva-arbórea da Caatinga é de leguminosas o

85

que fortalece o conceito de conservação com uso sustentável de seus

recursos.

Santana et al. (2011) sustentaram a ideia de que em condições normais

de uma floresta seca com características xerófilas, vários indivíduos jovens não

completam seu ciclo devido aos processos de sucessão natural. A simples

redução da superfície da área florestada poderá acarretar uma diminuição

exponencial do número de espécies, como também alterar a dinâmica das

populações de plantas, de modo a comprometer o processo de regeneração

natural e, com isso, a sustentabilidade dos sistemas. Assim, nas comunidades

vegetais naturais, é necessário que sempre haja um significativo número de

indivíduos pertencentes às classes de tamanho inferiores, para que a

sobrevivência dessas comunidades seja garantida.

Álvarez-Yépiz et al. (2008) destacam ainda que, a capacidade de rebrota

em vegetação seca das espécies que persistem de antigas florestas, sofrem

perturbação em suas estruturas pelo fato de ter contribuído para a manutenção

de algumas das características estruturais de uma floresta com indivíduos

adultos. Para a vegetação de Caatinga sem histórico de perturbação, isto pode

ser evidenciado conduzindo a floresta a manter o seu ciclo, e caso ocorra

alguma intervenção em sua estrutura diamétrica, o monitoramento por meio de

parcelas permanentes, como adotado neste estudo, torna-se essencial para a

avaliação da dinâmica dos processos estruturais, bem como sugere diferentes

estratégias de manejo por meio de estimativas biométricas.

De forma complementar aos resultados desta pesquisa, Lebrija-Trejos

(2008) em um estudo sobre sucessão e resiliência em uma floresta tropical

seca em diferentes localidades no México, afirmou que composição de

espécies pode-se recuperar em um curto período de tempo e, posteriormente,

convergir para uma floresta adulta, presumivelmente, por causa de

mecanismos de regeneração adaptadas a ambientes secos e outros tipos de

floresta com escassez de água.

Os valores observados para o Quociente de Liocourt “q” demonstraram

diferentes tendências entre recrutamento e mortalidade na estrutura diamétrica

tanto para a Comunidade arbustiva-arbórea como para as espécies de maior VI

estudadas (Figura 9). Podem-se verificar valores do quociente “q” com pouca

variação para a Comunidade arbustiva-arbórea e para as espécies Catingueira

86

e Aroeira, estando os valores de desvio absoluto abaixo de 1. Entretanto, as

espécies Jurema-de-embira, Pereiro e principalmente Mororó apresentaram

variação maior da entre os valores do quociente “q” encontrados (Tabela 6).

Tabela 6. Resultados do ajuste do modelo de Meyer para a Comunidade arbustiva-arbórea e para as espécies de maior VI, Fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE.

Ajuste Coeficientes

r² "q" médio

Obs. Desvio padrão

"q" Estimado b0 b1

Floresta 6,97816 -0,19028 0,94 1,9026 0,8668 1,769

Aroeira 3,03729 -0,10718 0,71 1,3980 0,4681 1,376

Catingueira 6,13871 -0,21469 0,87 1,4733 0,5992 1,536 Jurema-de-embira 5,58185 -0,29481 0,88 1,9966 1,6478 1,803

Mororó 2,85069 -0,16328 0,52 5,5071 10,6547 1,632

Pereiro 4,24980 -0,19635 0,95 1,9235 1,1232 1,802

Distribuições diamétricas equilibradas, nas quais o recrutamento

compensa a mortalidade ao longo do tempo (ALVES JÚNIOR et al., 2009;

LOPES et al., 2011; CUNHA; SILVA JÚNIOR, 2012), apresentam valores

relativamente constantes com baixa variação para os valores das constantes

“q” entre as classes de diâmetro (MEYER et al. 1952).

Segundo Alves Júnior et al. (2010), como o valor da constante “q” é

influenciado pelas frequências de todas as classes diamétricas, e não apenas

das classes de menor valor, as ausências de indivíduos de determinadas

classes ou frequências baixas nas classes maiores podem explicar tais valores

de “q”. Desta maneira, isto pode influenciar no conceito de floresta balanceada

em que o a mortalidade de indivíduos de uma determinada classe de diâmetro

é recompensada pelo recrutamento (MARÍN-PAGEO; RAPP-ARRARÁS, 2013).

O ajuste das distribuições de frequência por classe de diâmetro para os

seis casos analisados reportou um bom emprego do modelo de Meyer (Figura

9), ajustando-se bem a uma regressão exponencial negativa com limites

aceitáveis de variância explicada de 71% para a Aroeira a 95% para a Pereiro.

Entretanto, o pior ajuste foi para a espécie Mororó cuja variação total dos

dados explicada pela regressão foi de apenas 51%. As constantes b1 define a

forma da curva, e segundo Kerr (2013) é o coeficiente que afeta o declive da

linha, ou seja, é a taxa de decréscimo da frequência do número de indivíduos

na medida em que aumenta o diâmetro, enquanto b0 determina o ponto de

87

partida da curva e reflete a densidade dos diferentes tamanhos de indivíduos

em relação ao diâmetro mensurado dentro do nível de inclusão (Tabela 6).

Os valores da constante “q” estimados a partir da equação variaram de

um mínimo de 1,376 (Pereiro) a 1,803 (Jurema-de-embira). Isto indica, de fato,

o emprego da equação Meyer para diferentes bancos de dados, originando

desta forma diferentes tendências de curvas, facilitando posteriormente a

determinação da intensidade de corte por classe de diâmetro em nível de

comunidade ou em nível de espécie conforme Campos et al. (1983).

Nascimento et al. (2004) estudando tanto a Comunidade arbustiva-

arbórea como espécies de maior VI também encontraram diferentes tendências

nos valores do Quociente “q”, entretanto esses autores afirmaram que a

Aroeira apresentou desbalanço entre as classes devido a extração de madeira.

Neste contexto, cabe ainda destacar que a área de estudo não apresenta

indícios de exploração e que a estrutura diamétrica da Comunidade arbustiva

arbórea, Catingueira e Aroeira tende a apresentar equilíbrio entre as taxas de

recrutamento e mortalidade.

Salienta-se ainda que o padrão de distribuição diamétrica tanto para a

comunidade como para as espécies de maior VI, em que a maior

representação de indivíduos ocorre nas primeiras classes de diâmetro e

decresce exponencialmente nas classes seguintes, pode indicar ciclo de vida

curto com tamanho limitado por características genéticas, tempo curto de

regeneração na mata, ou seja, a floresta está no início do processo de

regeneração (PINTO et al., 2007), ou limitado potencial de crescimento na

área, não alcançando classes diamétricas superiores (CUNHA; SILVA JUNIOR,

2012).

6.3 Ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica

Quanto às estimativa dos parâmetros obtidos no ajuste dos modelos de

distribuição diamétrica para a Comunidade arbustiva-arbórea, Aroeira,

Catingueira, Jurema-de-embira, Mororó e Pereiro, pode-se verificar que, de

maneira geral, não apresentaram tendência de similaridade entre as

estimativas realizadas. O que corrobora com Machado et al. (2010), quanto a

88

ausência dessa tendência demonstra que não é viável o uso de uma mesma

função para mais de uma espécie (Tabela 6).

Tabela 7: Parâmetros estimados das funções de distribuição diamétrica para a Comunidade arbustiva-arbórea e para as espécies de maior VI encontrados na Fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE.

Função Coeficiente Floresta Espécies

Aroeira Catingueira Jurema-de-embira Mororó Pereiro

Normal μ 6,828 8,582 7,128 6,347 3,354 7,619

σ 4,883 5,753 4,373 2,886 2,235 4,248

Log-Normal

μ 1,748 1,910 1,829 1,770 1,141 1,906

σ 0,555 0,714 0,511 0,384 0,298 0,491

Gamma

α 1,014 1,220 1,424 2,038 0,254 1,425

β 4,849 5,208 3,664 2,021 4,438 3,559

Г(α) 0,992 0,913 0,886 1,016 3,569 0,886

Beta

α 0,759 0,456 0,951 1,492 0,189 0,873

β 5,235 0,869 3,922 6,808 3,506 2,963

Гα 1,213 1,942 1,031 0,886 4,861 1,091

Гβ 34,416 1,095 5,444 504,182 3,346 1,933

Гα+β 118,894 0,894 19,850 9278,982 4,150 4,903

Weibull 2P β 1,156 1,469 1,686 1,919 1,351 2,080

ɣ 0,748 0,868 0,777 0,816 0,941 0,831

Weibull 3P

α 0,524 3,623 0,884 3,387 1,492 0,000

β 5,065 14,478 6,169 3,394 2,192 7,013

ɣ 1,325 0,802 1,684 1,417 1,921 3,068

Hiperbólica

α 0,565 3,378 1,246 0,115 1,639 0,000

β 6,316 17,776 7,284 7,566 2,451 7,837

ɣ 1,107 0,640 1,309 2,394 1,473 2,479

Como podem ser visualizados na Tabela 7, os valores de Dcal do teste

de Kolmogorov-Smirnov foram menores que o tabelado, indicando a aceitação

da hipótese de que as frequências esperadas e observadas são similares do

ponto de vista estatístico. Em contrapartida, os ajustes que apresentaram

valores significativos são inadequados para descrever o conjunto de dados,

provavelmente um reflexo da variabilidade dos diâmetros encontrados na área.

Foi possível verificar que as funções Normal e Weibull 2P apresentaram

os piores ajustes aos dados tanto para a Comunidade arbustiva-arbórea como

para as espécies de maior VI. A baixa aderência apresentada pela função

Normal era esperada devido empregar os valores de média e desvio padrão da

população em estudo, logo a alta variabilidade dos diâmetros encontrados

89

pode justificar a não regularidade da distribuição, sendo necessários modelos

que exprimem a estrutura da vegetação por meio de transformação de

variáveis ou modelos que possuem parâmetros com métodos de estimativas

com buscas mais aprimoradas.

Tabela 8: Teste de Kolmogorov-Smirnov e ranking de classificação para os modelos de distribuição diamétrica ajustados para a Comunidade arbustiva-arbórea e para as espécies de maior VI, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

Função Estatística Floresta

Espécies

Aroeira Catingueira Jurema

de Embira Mororó Pereiro

Normal

Freq.Obs./ha. 1703,75 81,67 725 257,50 178,57 128,33 Freq. Est./ha. 1515,26 70,51 644,33 242,80 127,38 114,43 Dcal 0,338** 0,283** 0,228** 0,127** 0,431** 0,267** Dtab (1%) 0,039 0,180 0,061 0,102 0,122 0,144 Ranking 6º 6º 6º 4º 4º 6º

Log-Normal

Freq. Obs./ha. 1703,75 81,67 725 257,50 178,57 128,33

Freq. Est./ha. 1739,44 74,57 738,77 262,38 169,82 128,32

Dcal 0,160** 0,111ns

0,039ns

0,059ns

0,049ns

0,065ns

Dtab (1%) 0,039 0,180 0,061 0,102 0,122 0,144

Ranking 3º 3º 3º 3° 3º 1º

Gamma

Freq. Obs./ha. 1703,75 81,67 725 257,50 178,57 128,33

Freq. Est./ha. 2032,03 80,89 751,40 279,30 74,75 133,26

Dcal 0,203** 0,143ns

0,067** 0,180** 0,650** 0,146**

Dtab (1%) 0,039 0,180 0,061 0,102 0,122 0,144

Ranking 4º 4º 5º 6º 5º 4º

Beta

Freq. Obs./ha. 1703,75 81,67 725 257,50 178,57 128,33

Freq. Est./ha. 2055,76 68,68 715,43 276,07 68,16 126,12

Dcal 0,218** 0,159ns

0,064** 0,170** 0,698** 0,103ns

Dtab (1%) 0,039 0,180 0,061 0,102 0,122 0,144

Ranking 5º 5º 4º 5º 6º 2º

Weibull 2P

Freq. Obs./ha. 1703,75 81,67 725 257,50 178,57 128,33

Freq. Est./ha. 782,75 19,92 301,58 106,66 59,93 51,27

Dcal 0,541** 0,756** 0,584** 0,586** 0,709** 0,601**

Dtab (1%) 0,039 0,180 0,061 0,102 0,122 0,144

Ranking 7º 7º 7º 7º 7º 7º

Weibull 3P

Freq. Obs./ha. 1703,75 81,67 725 257,50 178,57 128,33

Freq. Est./ha. 1635,66 80,54 702,55 257,11 176,79 125,09

Dcal 0,040ns

0,069ns

0,031ns

0,012ns

0,010ns

0,150**

Dtab (1%) 0,039 0,180 0,061 0,102 0,122 0,144

Ranking 1º 1º 2º 1º 2º 5º

Hiperbólica

Freq. Obs./ha. 1703,75 81,67 725 257,50 178,57 128,33

Freq. Est./ha. 1639,46 79,97 702,67 251,66 176,81 122,67

Dcal 0,038ns

0,059ns

0,031ns

0,023ns

0,010ns

0,130ns

Dtab (1%) 0,039 0,180 0,061 0,102 0,122 0,144

Ranking 2º 2º 1º 2º 1º 3º

Para a função Weibull 2P, a baixa aderência pode está relacionada à

ausência do parâmetro de locação (α) correspondente ao diâmetro mínimo da

floresta que controla a posição da curva sobre o eixo das abscissas assume o

valor zero.

90

Nota-se também que, na maioria dos ajustes, as melhores predições

pelo ranking de classificação foram as funções de Weibull 3P, seguida da

função Hiperbólica e da função Log-normal. Esses resultados permitem inferir

sobre a boa capacidade de flexibilidade dessas funções, estimando com

precisão a densidade de indivíduos por classe de diâmetro, assumindo

diferentes formas para os diferentes conjuntos de dados.

A função Weibull 3P, amplamente difundida na mensuração florestal,

apresenta características que se adéquam ao povoamento (BAILEY; DELL,

1973), fornecendo pontos de inflexão variando desde zero até 0,63 (BINOTI et

al., 2010), ajustando-se bem aos dados de floresta nativa, cuja distribuição é

decrescente (SCOLFORO, 2006).

Analisando as espécies de maior VI, nota-se que para Aroeira e Jurema-

de-embira, os melhores ajustes foram apresentados pela função Weibull 3P

seguida pela função Hiperbólica, as frequências estimadas por hectare foram

relativamente próximas às observadas fato verificado pelo teste de K-S,

indicando a não significância de diferença entre as frequências.

Para as espécies Catingueira e Mororó, o melhor ajuste foi reportado

pela função Hiperbólica seguida pela função Weibull 3P. A função Hiperbólica,

empregada por Guimarães (2002) gera distribuições com ponto de inflexão,

variando desde zero até o limite superior definido por tanh (1) = 0,76,

conferindo a essa função maior flexibilidade quando comparada com a função

Weibull, pois possibilita, em certos casos, melhores descrições de estruturas

diamétricas.

Para a espécie Pereiro, o melhor ajuste foi proporcionado pela função

Log-normal. Pode-se dizer que este ajuste se deve à transformação da variável

diâmetro para logaritmo, o que de certa forma padroniza os valores de diâmetro

dentro de uma menor amplitude, diminuindo os valores dos desvios em relação

à média.

Pode-se observar nas Figuras 9, 10, 11, 12, 13 e 14 respectivamente as

curvas de ajuste para a Comunidade arbustiva-arbórea, Aroeira, Catingueira,

Jurema-de-embira, Mororó e Pereiro para os sete modelos ajustados. Pode-se

destacar nestas figuras a qualidade do ajuste proporcionada principalmente

pelas funções Weibull 3P, Hiperbólica e Log-Normal, cujas frequências

91

estimadas por classe são estatisticamente semelhantes às frequências

observadas.

Figura 10: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a Comunidade arbustiva-arbórea, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

0

100

200

300

400

500

600

700

800

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe de Db (cm)

Normal

Observados Estimados

0

100

200

300

400

500

600

700

800

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe de Db (cm)

Log-normal

Observados Estimados

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe de Db (cm)

Gamma

Observados Estimados

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe de Db (cm)

Beta

Observados Estimados

0

100

200

300

400

500

600

700

800

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe de Db (cm)

Weibull 2P

Observados Estimados

0

100

200

300

400

500

600

700

800

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe de Db (cm)

Weibull 3P

Observados

Estimados

0

100

200

300

400

500

600

700

800

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe de Db (cm)

Hiperbólica

Observados Estimados

92

Figura 11: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a espécie Aroeira, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

3.72 6.72 9.72 12.72 15.72 18.72 21.72

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Normal

Observados Estimados

0

5

10

15

20

25

30

35

40

3.72 6.72 9.72 12.72 15.72 18.72 21.72

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Log-Normal

Observados Estimados

0

5

10

15

20

25

30

35

40

3.72 6.72 9.72 12.72 15.72 18.72 21.72

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Gamma

Observados Estimados

0

5

10

15

20

25

30

35

40

3.72 6.72 9.72 12.72 15.72 18.72 21.72

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Beta

Observados Estimados

0

5

10

15

20

25

30

35

40

3.72 6.72 9.72 12.72 15.72 18.72 21.72

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 2P

Observados Estimados

0

5

10

15

20

25

30

35

40

3.72 6.72 9.72 12.72 15.72 18.72 21.72

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 3P

Observados Estimados

0

5

10

15

20

25

30

35

40

3.72 6.72 9.72 12.72 15.72 18.72 21.72

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Hiperbólica

Observados Estimados

93

Figura 12: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a espécie Catingueira, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

0

50

100

150

200

250

300

3.4 6.4 9.4 12.4 15.4 18.4 21.4 24.4 27.4 30.4

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Nomal

Observados Estimados

0

50

100

150

200

250

300

3.4 6.4 9.4 12.4 15.4 18.4 21.4 24.4 27.4 30.4

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Log-Normal

Observados Estimados

0

50

100

150

200

250

300

350

3.4 6.4 9.4 12.4 15.4 18.4 21.4 24.4 27.4 30.4

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Gamma

Observados Estimados

0

50

100

150

200

250

300

3.4 6.4 9.4 12.4 15.4 18.4 21.4 24.4 27.4 30.4

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Beta

Observados Estimados

0

50

100

150

200

250

300

3.4 6.4 9.4 12.4 15.4 18.4 21.4 24.4 27.4 30.4

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 2P

Observados Estimados

0

50

100

150

200

250

300

3.4 6.4 9.4 12.4 15.4 18.4 21.4 24.4 27.4 30.4

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro e Classe Db (cm)

Weibull 3P

Observados Estimados

0

50

100

150

200

250

300

3.4 6.4 9.4 12.4 15.4 18.4 21.4 24.4 27.4 30.4

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Hiperbólica

Observados Estimados

94

Figura 13: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a espécie Jurema-de-embira, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

0

20

40

60

80

100

120

140

3.5 6.5 9.5 12.5 15.5 18.5 21.5 24.5 27.5

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Normal

Observados

Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

3.5 6.5 9.5 12.5 15.5 18.5 21.5 24.5 27.5

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Log-Normal

Observados

Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

3.5 6.5 9.5 12.5 15.5 18.5 21.5 24.5 27.5

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Gamma

Observados

Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

3.5 6.5 9.5 12.5 15.5 18.5 21.5 24.5 27.5

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Beta

Observados Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

3.5 6.5 9.5 12.5 15.5 18.5 21.5 24.5 27.5

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 2P

Observados Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

3.5 6.5 9.5 12.5 15.5 18.5 21.5 24.5 27.5

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 3P

Observados Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

3.5 6.5 9.5 12.5 15.5 18.5 21.5 24.5 27.5

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Hiperbólica

Observados Estimados

95

Figura 14: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a espécie Mororó, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

3.7 6.7 9.7 12.7 15.7 18.7 21.7 24.7

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Normal

Observados Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

3.7 6.7 9.7 12.7 15.7 18.7 21.7 24.7

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Log-Normal

Observados Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

3.7 6.7 9.7 12.7 15.7 18.7 21.7 24.7

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Gamma

Observados Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

3.7 6.7 9.7 12.7 15.7 18.7 21.7 24.7

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Beta

Observados Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

3.7 6.7 9.7 12.7 15.7 18.7 21.7 24.7

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 2P

Observados Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

3.7 6.7 9.7 12.7 15.7 18.7 21.7 24.7

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 3P

Observados Estimados

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

3.7 6.7 9.7 12.7 15.7 18.7 21.7 24.7

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Hiperbólica

Observados Estimados

96

Figura 15: Curvas de ajuste dos Modelos de Distribuição Diamétrica para a espécie Pereiro, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

Na análise da Função Normal, nota-se para todos os casos, que a

mesma apresenta subestimativas de frequência para os centros de classes

iniciais e para as classes intermediárias já que ocorrem superestimativas,

0

10

20

30

40

50

60

70

3.98 6.98 9.98 12.98 15.98 18.98 21.98

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Normal

Observados Estimados

0

10

20

30

40

50

60

70

3.98 6.98 9.98 12.98 15.98 18.98 21.98

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Log-Normal

Observados Estimados

0

10

20

30

40

50

60

70

3.98 6.98 9.98 12.98 15.98 18.98 21.98

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Gamma

Observados Estimados

0

10

20

30

40

50

60

70

3.98 6.98 9.98 12.98 15.98 18.98 21.98

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Beta

Observados Estimados

0

10

20

30

40

50

60

70

3.98 6.98 9.98 12.98 15.98 18.98 21.98

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 2P

Observados

Estimados

0

10

20

30

40

50

60

70

3.98 6.98 9.98 12.98 15.98 18.98 21.98

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 3P

Observados Estimados

0

10

20

30

40

50

60

70

3.98 6.98 9.98 12.98 15.98 18.98 21.98

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Hiperbólica

Observados Estimados

97

possivelmente um reflexo da variabilidade dos dados de diâmetros encontrados

na área e da baixa flexibilidade da função em gerar curvas do tipo decrescente.

As funções Gamma e Beta apresentaram superestimativas

principalmente para as classes iniciais, porém para as espécies Aroeira e

Mororó ocorreu subestimativas. Esta baixa aderência deve estar relacionada ao

método de estimativa dos parâmetros empregado, na qual levam em

consideração os diâmetros mínimos e máximos e suas respectivas variâncias,

configurando desta forma, curvas com pontos iniciais com diferentes

tendências.

A função Weibull 2P, como verificado pelo teste de K-S, apresentou o

pior ajuste com subestimativa para todos os centros de classes para todas as

espécies. Esses resultados são similares ao encontrado por Machado et al.

(2009a), pois esses autores concluíram que as funções Gamma e Weibull 2P

apresentaram os desempenhos inferiores nas estimativas do número de

árvores por classe de diâmetro para diferentes intervalos de classes analisados

para Araucaria angustifolia.

De modo geral, foram encontradas diferenças entre as distribuições

diamétricas da Comunidade arbustiva-arbórea e das espécies analisadas.

Dentre os ajustes realizados para as espécies, a função Weibull 3P apresentou

melhor desempenho na maioria dos casos, conforme indica o valor do teste de

K-S. Porém para algumas espécies a função Hiperbólica obteve melhores

resultados, seguida da função Log-Normal. Assim, ambas as funções (Weibull,

Hiperbólica e Log-Normal) podem ser utilizadas no ajuste para a Comunidade

arbustiva-arbórea e para as espécies analisadas, podendo estas serem

selecionadas para validação em outra base de dados, visto que houve

aderência do teste K-S em quase todos os casos, ou seja, não houve diferença

significativa entre a distribuição empírica e a distribuição hipotética.

6.4 Validação dos Modelos de Distribuição Diamétrica

Na validação dos modelos (Tabela 8), Weibull 3P e Hiperbólico foram os

que apresentaram o melhor ajuste somente para a comunidade arbórea, para

as espécies de maior VI, além destas mesmas funções, a função Log-Normal

98

foram os que apresentaram melhores resultados, se aderindo aos dados

observados de diâmetro. No caso da espécie Pereiro os três melhores modelos

foram Log-Normal, Hiperbólico e Beta.

Tabela 9: Validação das funções selecionadas pelo teste de Kolmogorov-Smirnov para a Comunidade arbustiva-arbórea e para as espécies de maior VI, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

Função Estatística Floresta Espécies

Aroeira Catingueira Jurema-de-embira Mororó Pereiro

Log-Normal

Freq. Obs./ha. - 77,27 815 236,25 125 146,88 Freq. Est./ha. - 67,19 811,13 223,78 127,85 147,07 Dcal - 0,190** 0,037

ns 0,056

ns 0,041

ns 0,052

ns

Dtab (1%) - 0,185 0,057 0,106 0,146 0,134 Ranking - 2º 1º 1° 1º 1º

Beta

Freq. Obs./ha. - - - - - 146,88

Freq. Est./ha. - - - - - 145,44

Dcal - - - - - 0,076ns

Dtab (1%) - - - - - 0,134

Ranking - - - - - 2º

Weibull 3P

Freq. Obs./ha. 1510 77,27 815 236,25 125 -

Freq. Est./ha. 1477,53 62,69 760,68 254,66 129,84 -

Dcal 0,022ns

0,213** 0,103** 0,133** 0,097ns

-

Dtab (1%) 0,042 0,185 0,057 0,106 0,146 -

Ranking 1º 3º 2º 3º 3º -

Hiperbólica

Freq. Obs./ha. 1510 77,27 815 236,25 125 146,88

Freq. Est./ha. 1453,02 65,03 760,47 219,29 128,44 142,70

Dcal 0,038ns

0,182ns

0,103** 0,122** 0,092ns

0,176ns

Dtab (1%) 0,042 0,185 0,057 0,106 0,146 0,134

Ranking 2º 1º 3º 2º 2º 3º

Confrontando-se com o valor tabelado, foi observado para a comunidade

arbustiva-arbórea, que os valores de K-S calculados foram não significativos a

95% de probabilidade, levando-se a aceitar a hipótese de que estes modelos

são válidos para predizer a frequência por classe de diâmetro da vegetação em

estudo. O modelo de Weibull 3P foi o que apresentou o menor valor calculado

de K-S, sugerindo-se este a ser empregado para estimativa do número de

indivíduos por classe de diâmetro para a Comunidade arbustiva-arbórea em

estudo.

Para as espécies de maior VI, o modelo de Weibull 3P apresentou

diferença significativa entre as frequências observadas e estimadas para

Aroeira, Catingueira e Jurema-de-embira. O modelo Hiperbólico apresentou

aderência apenas para as espécies Aroeira, Mororó e Pereiro. Nota-se que na

maioria dos casos, a melhor predição foi proporcionada pela função Log-

99

Normal, pois esta função apresentou melhor aderência para quatro das cinco

espécies analisadas.

Neste caso, sugere-se que o modelo Log-Normal seja empregado para

predizer a estrutura diamétrica das espécies Catingueira, Jurema-de-embira,

Mororó e Pereiro. Para a espécie Aroeira, o emprego da função Hiperbólica é

mais indicado.

Podem-se observar nas Figuras 15, 16, 17, 18, 19 e 20 as curvas

observadas e estimadas pelos modelos validados. Para a Comunidade

arbustiva-arbórea, os modelos Weibull 3P e Hiperbólico acompanham

perfeitamente o comportamento da distribuição, comprovando a flexibilidade

destes em gerar curvas com diferentes variações estruturais uma vez que

apresentam um ponto de inflexão, neste caso seus respectivos parâmetros de

locação.

Figura 16: Curvas de ajuste dos modelos validados para a Comunidade arbustiva-arbórea, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

Para as espécies de maior VI, observam-se diferentes tendências de

estimativas pelos modelos, justificando o processo de validação em uma nova

base de dados. O modelo Log-Normal apresentou comportamento como

esperado para as espécies Catingueira, Jurema-de-embira, Mororó e Pereiro,

apresentando ligeiras estimativas acima e abaixo da frequência observada para

algumas classes, não configurando estimativas tendenciosas uma vez que

suas frequências observadas e estimadas são estatisticamente semelhantes

pelo teste de K-S.

0

100

200

300

400

500

600

700

mero

de i

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe de Db (cm)

Weibull 3P

Observados Estimados

0

100

200

300

400

500

600

700

mero

de i

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de classe de Db (cm)

Hiperbólica

Observados Estimados

100

Figura 17: Curvas de ajuste dos melhores modelos validados para a espécie Aroeira, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

Figura 18: Curvas de ajuste dos melhores modelos validados para a espécie Catingueira, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

4.04 7.04 10.04 13.04 16.04 19.04

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Log-Normal

Observados estimados

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

4.04 7.04 10.04 13.04 16.04 19.04

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 3P

Observados

Estimados

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

4.04 7.04 10.04 13.04 16.04 19.04

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Hiperbólica

Observados

Estimados

0

50

100

150

200

250

300

3.21 5.21 7.21 9.21 11.21 13.21 15.21 17.21 19.21 21.21

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Log-Normal

Observados Estimados

0

50

100

150

200

250

300

3.21 5.21 7.21 9.21 11.21 13.21 15.21 17.21 19.21 21.21

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 3P

Observados Estimados

0

50

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150

200

250

300

3.21 5.21 7.21 9.21 11.21 13.21 15.21 17.21 19.21 21.21

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Hiperbólica

Observados

Estimados

101

Figura 19: Curvas de ajuste dos melhores modelos validados para a espécie Jurema-de-embira, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

Figura 20: Curvas de ajuste dos melhores modelos validados para a espécie Mororó, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

0

5

10

15

20

25

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35

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45

50

3.02 4.02 5.02 6.02 7.02 8.02 9.02 10.02 11.02

mero

de I

nd

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uo

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a.

Centro de Classe Db (cm)

Log-Normal

Observados

Estimados

0

10

20

30

40

50

60

3.02 4.02 5.02 6.02 7.02 8.02 9.02 10.02 11.02

mero

de I

nd

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uo

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a.

Centro de Classe Db (cm)

Weibull 3P

Observad… Estimados

0

5

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20

25

30

35

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45

50

3.02 4.02 5.02 6.02 7.02 8.02 9.02 10.02 11.02

mero

de I

nd

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uo

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a.

Centro de Classe Db (cm)

Hiperbólica

Observados

Estimados

0

20

40

60

80

100

120

2.86 4.86 6.86 8.86 10.86 12.86 14.86

mero

de I

nd

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uo

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Centro de Classe Db (cm)

Log-Normal

Observados Estimados

0

20

40

60

80

100

120

2.86 4.86 6.86 8.86 10.86 12.86 14.86

mero

de I

nd

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uo

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Centro de Classe Db (cm)

Weibull 3P

Observados Estimados

0

20

40

60

80

100

120

2.86 4.86 6.86 8.86 10.86 12.86 14.86

mero

de I

nd

ivíd

uo

s/h

a.

Centro de Classe Db (cm)

Hiperbólica

Observados

Estimados

102

Figura 21: Curvas de ajuste dos melhores modelos validados para a espécie Pereiro, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

Nesse sentido, pode-se considerar que as tomadas de decisão serão

mais confiáveis em relação às formas de intervenção na estrutura diamétrica

das espécies que conseguem melhor se adaptar em vegetação de Caatinga.

As curvas geradas pelas funções validadas para as espécies de maior VI

refletem a necessidade de empregos de modelos individualmente para cada

uma. Portanto, para fins de manejo florestal, a predição da estrutura diamétrica

de forma precisa por meio de modelos biométricos, é fundamental para nortear

formas de intervenção e manejar o povoamento bem como espécies

individuais.

6.5 Volumetria

6.5.1 Ajuste por Regressão Linear e Não-linear

De maneira geral, pode-se observar na Tabela 9 a estatística descritiva

do volume real obtido pelo método de Smalian para o fuste das 50 árvores

selecionadas juntamente com seus respectivos galhos. Foi encontrado um total

0

10

20

30

40

50

60

3.66 6.66 9.66 12.66 15.66 18.66 21.66

mero

de I

nd

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Centro de Classe Db (cm)

Log-Normal

Observados Estimados

0

10

20

30

40

50

60

3.66 6.66 9.66 12.66 15.66 18.66 21.66

mero

de I

nd

ivíd

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a.

Centro de Classe Db (cm)

Beta

Observados Estimados

0

10

20

30

40

50

60

70

80

3.66 6.66 9.66 12.66 15.66 18.66 21.66

mero

de I

nd

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uo

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a.

Centro de Classe Db (cm)

Hiperbólica

Observados Estimados

103

de 5,8009 m³ com uma média geral de 0,0675 m³ para volume de fuste e

0,0091 m³ para volume de galhos. O erro padrão da média para ambos foi

respectivamente 0,0089 m³ e 0,0008 m³. Nota-se ainda uma pequena diferença

entre os dados de diâmetro e altura tanto para fuste quanto para galhos para

ajuste e validação, o que de certa forma justifica a divisão aleatória dos dados

para ambas as análises.

Tabela 10: Estatística descritiva das variáveis diâmetro, altura e volume obtidos no processo de cubagem para fuste e galhos, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

Dados Gerais N Db (cm) Hc (m) Vol médio (m³) Vol Total (m³)

Fuste Ajuste 30 11,04 0,67 4,80 0,31 0,0662 0,0098 1,9862

Validação 20 10,06 0,78 5,55 0,39 0,0696 0,0170 1,3926

Galhos Ajuste 213 4,49 0,13 4,65 0,13 0,0095 0,0010 2,0304

Validação 53 4,21 0,18 4,45 0,25 0,0074 0,0010 0,3916

Total Fuste 50 10,65 0,51 5,10 0,25 0,0675 0,0089

5,8009 Galhos 266 4,43 0,11 4,61 0,12 0,0091 0,0008

Nas Tabelas 10 e 11 tem-se que os valores obtidos no Teste F foram

altamente significativos (α = 1%), ou seja, existe uma associação (relação

probabilística) entre o volume e o conjunto específico de variáveis

independentes para cada modelo ajustado para volume de fuste e de galhos. A

existência dessa relação, no entanto, não permite afirmar que estimativas úteis

podem, necessariamente, ser obtidas com qualquer uma das equações.

Analisando separadamente os modelos de simples entrada para o

volume de fuste (Koperzky-Gehrhardt; Hohenald-Krenn; Husch; Brenac, Tabela

9), nota-se que com a transformação da variável dependente para logaritmo

ocorre aumento nos valores de R²aj, isto indica que a variabilidade dos dados

explicada por esses modelos tende a diminuir com esta transformação,

entretanto, esses modelos com mesma entrada de variável dependente não

diferem quando comparados pareadamente. Os valores de erro padrão da

estimativa absoluto (Syx (IF)) e relativo (Syx (IF)%) para esses modelos foram

superiores em relação aos demais incluindo os de dupla entrada, o que de fato,

demonstra à necessidade de outra variável dependente, no caso o

comprimento do fuste ou sua altura.

104

Tabela 11: Ajuste dos modelos de volume de simples e dupla entrada para fuste de árvores cubadas, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. Onde: bi – coeficientes das equações; Fcal – valor calculado da análise de variância; R²aj – coeficiente de determinação ajustado; Syx – erro padrão residual absoluto; Syx% - erro padrão residual relativo; IF – Índice de Furnival absoluto; IF% – Índice de Furnival relativo.

Modelos F calc R²aj Syx (IF) Syx% (IF %) b0 b1 b2 b3 b4 b5

Db

1. Koperzky-Gehrhardt 59,37 0,67 0,0310 46,8954 0,0004ns

0,0005*

2. Hohenald-Krenn 29,05 0,66 0,0315 47,5190 -0,0284ns

0,00515ns

0,0003ns

3. Husch 141,08 0,83 0,0251 37,9588 -7,8890* 2,0882*

4. Brenac 68,67 0,82 0,0251 37,8657 -6,4128ns

1,6496ns

-4,4356ns

Db/H

5. Spurr 300,94 0,91 0,0160 24,1689 0,0094* 0,0001*

6. Stoate 105,40 0,92 0,0157 23,6964 0,0385* -0,0002ns

0,0001* -0,0061ns

7. N slund 81,49 0,92 0,0155 23,3981 0,0307* -0,0002ns

0,0001* 0,0001ns

-0,0013ns

8. Meyer 94,41 0,94 0,0130 19,6814 -0,2877* 0,0543* -0,0023* -0,0104* 0,0005* 0,0587*

9. Meyer modificada 90,47 0,93 0,0148 22,2859 -0,0358ns

0,0155* -0,0009* -0,0016* 0,0002*

10.Spurr (Ln) 364,89 0,93 0,0165 24,9018 -8,1339* 0,8300*

11. Schumacher-Hall (Ln) 183,85 0,93 0,0162 24,4335 -8,1932* 1,7583* 0,7161*

12. Schumacher-Hall 240,30 0,91 0,0170 25,6521 0,0002* 1,7638* 0,9674*

13. Honner 348,82 0,90 0,0172 26,0426 67,5194ns

11030,7653*

14. Ogaya 351,44 0,90 0,0172 25,9492 0,00003ns

0,0001*

15. Takata 365,74 0,91 0,0169 25,4558 8756,3261* 174,3326ns

* : Coeficiente significativo ao teste t (α = 0,05); ns: coeficiente não significativo ao teste t (α = 0,05).

105

Tabela 12: Ajuste dos modelos de volume de simples e dupla entrada para galhos de árvores cubadas, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. Onde: bi – coeficientes das equações; Fcal – valor calculado da análise de variância; R²aj – coeficiente de determinação ajustado; Syx – erro padrão residual absoluto; Syx% - erro padrão residual relativo; IF – Índice de Furnival absoluto; IF% – Índice de Furnival relativo.

Modelos F calc R²aj Syx (IF) Syx% (IF %) b0 b1 b2 b3 b4 b5

Db

1. Koperzky-Gehrhardt 1220,06 0,85 0,0057 59,5229 -0,00375* 0,00056*

2. Hohenald-Krenn 680,73 0,87 0,0054 56,8017 0,00606* -0,00362* 0,00083*

3. Husch 833,83 0,80 0,0039 41,1012 -8,72055* 2,44157*

4. Brenac 414,95 0,80 0,0039 41,1018 -8,78775* 2,46785* 0,11659ns

Db/H

5. Spurr 8969,40 0,98 0,0022 23,5008 0,00033ns

0,00007*

6. Stoate 4860,79 0,99 0,0018 18,5144 0,00097* -0,00018* 0,00008* 0,00026*

7. N slund 4535,40 0,99 0,0016 16,6226 0,00177* -0,00009* 0,00005* 0,00005* -0,00012*

8. Meyer 3947,25 0,99 0,0015 15,9447 -0,00398* 0,00317* -0,00056* -0,00003ns

0,00011* -0,00033ns

9. Meyer modificada 4934,78 0,99 0,0015 15,9431 -0,00541* 0,00363* -0,00059* -0,00013* 0,00011*

10. Spurr (Ln) 4580,19 0,96 0,0018 19,1936 -9,30759* 0,94570*

11. Schumacher-Hall (Ln) 3252,96 0,97 0,0015 16,1735 -9,326856* 1,567776* 1,2776*

12. Schumacher-Hall 7915,53 0,99 0,0017 17,3365 0,0001* 1,6826* 1,4769*

13. Honner 7009,08 0,98 0,0021 22,4949 -345,1742* 17715,8479*

14. Ogaya 6969,23 0,98 0,0022 22,5581 -0,0001* 0,0001*

15. Takata 6712,27 0,98 0,0022 22,9793 13136,5849* 162,8533*

* : Coeficiente significativo ao teste t (α = 0,05); ns: coeficiente não significativo ao teste t (α = 0,05).

106

Para a análise do volume de galhos já ocorre o inverso, isto é, os

modelos aritméticos de simples entrada apresentaram maiores valores de R²aj

em relação aos logaritmos de simples entrada (Koperzky-Gehrhardt; Hohenald-

Krenn, Tabela 10), no entanto apresentou maiores valores de dispersão

relativa, evidenciando, segundo Machado et al. (2008), que a relação

“diâmetro-volume para galhos” é mais forte que a “diâmetro-volume do fuste”,

tanto pela maior variabilidade de alturas dos fustes na segunda, prejudicando a

correlação, quanto pela maior proximidade com o volume total da árvore na

primeira, a qual representa uma forte relação biológica.

Na análise dos modelos de Koperzky-Gehrhardt e Hohenald-Krenn,

nota-se que a inserção apenas da variável diâmetro ao modelo de Hohenald-

Krenn ocorre pouca mudança, principalmente no valor de erro padrão relativo,

que no caso, apenas aumentou. Os modelos de Husch e Brenac, mesmo

estando na forma logarítmica, também apresentaram tendenciosidade para

estimativa volumétrica tanto para fuste como para galhos, pois os valores de

desvios absolutos e relativos foram maiores em relação aos modelos de dupla

entrada.

Machado et al. (2008) afirmaram que, árvores de mesmo diâmetro

podem ter fustes tanto curtos quanto longos, variando a altura em que elas

venceram a concorrência com outras árvores e abriram a copa. Isso faz com

que apenas a variável diâmetro não explique satisfatoriamente a variação do

volume, propiciando, altos valores para os resíduos, sustentando a hipótese de

Rolim et al. (2006) de que esse ajuste menor é esperado, pois esses modelos

assumem que árvores de mesmo diâmetro têm a mesma altura o que não é

verdade para espécies e povoamentos naturais. Logo, erros mais acentuados

nesses modelos são esperados devido ao uso de forma isolada da variável

diâmetro em determinados parâmetros o que não pode justificar a precisão da

estimativa de volume para as espécies de Caatinga.

Os modelos de dupla entrada foram os que apresentaram melhores

resultados dos escores estatísticos com R²aj máximo de 0,94 para volume de

fuste (Meyer) e 0,99 (Stoate; N slund; Meyer; Meyer modificada; Schumacher-

Hall) para volume de galhos; os valores de dispersão relativa foram superiores

a 19,68% (Meyer) e inferior a 26,04% (Honner) para volume de fuste. Para

107

volume de galhos, a precisão ficou entre 15,94% (Meyer modificada) e 23,50%

(Spurr).

Segundo Higuchi et al. (2008a), para volumetria de florestas nativas, o

padrão de modelos estatísticos apresentarem boas estimativas é R² > 0,90.

Para espécies de vegetação de Caatinga com inclusão da altura para a

estimativa volumétrica, nota-se diminuição nos valores de erro padrão da

estimativa e coeficiente de variação. De acordo com Higuchi et al. (2008b),

modelos com boas estimativas de volume apresentam coeficiente de variação

(Syx%) em torno de ± 20%.

Vale ressaltar que, com inclusão ou retirada de variáveis independentes

nessas equações, os efeitos não foram significativos, como observado para as

equações de Meyer e Meyer modificada, isto é, com inclusão ou retirada do

produto entre o coeficiente b5 e a variável altura em uma dessas equações,

não ocorre aumento na precisão dos escores estatísticos principalmente no

que se refere à dispersão residual em relação à precisão nas estimativas de

volume de galhos e variação total dos dados explicada pela regressão para

estimativa de volume de fuste, ou seja, as variáveis independentes tendem a

apresentar intercorrelação ou multicolinearidade.

Cabe ainda destacar que alguns dos valores obtidos para os parâmetros

dos modelos se apresentaram não significativo ao teste t de Student (p =

0,05%), indicando que os coeficientes das variáveis independentes não

contribuem na estimativa de volume, o que elimina a inclusão dessas variáveis.

As equações de simples entrada Hohenald-Krenn e Brenac, na estimativa de

volume de fuste, apresentam todos os valores de seus coeficientes não

significativos ao teste t. Os modelos de dupla entrada de Stoate e Naslund

também apresentaram dois ou mais coeficientes não significativos podendo

indicar estimativas com baixa precisão.

A análise gráfica de resíduos, para os modelos de simples e dupla

entrada para volume de fuste e galhos, pode ser verificada nas Figuras 21, 22,

23 e 24 respectivamente. A distribuição dos pontos, em sua maior parte,

concentrados em torno da reta de erro percentual para fuste e galhos é maior

nos modelos de simples entrada (Figuras 21 e 22), não se distribuindo

uniformemente, indicando heterogeneidade de variância e consequentemente

estimativas tendenciosas.

108

Figura 22: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para os modelos de simples entrada para volume de fuste.

Figura 23: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para os modelos de simples entrada para volume de galhos.

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Koperzky-Gehrhardt

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Hohenald-Krenn

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Husch

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Brenac

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Koperzky-Gehrhardt

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Hohenald-Krenn

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Husch

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Brenac

109

Os modelos de Koperzky-Gehrhardt e Hohenald-Krenn apresentam tanto

subestimativas quanto superestimativas para as menores amplitudes

diamétricas, indicando, segundo Campos e Leite (2009) possível presença de

outliers (dados discrepantes), desacreditando os limites de confiança das

estimativas, tendo como solução a troca de modelo ou transformação da

variável dependente para logaritmo ou a justaposição de modelos, ou ainda

ponderação de variáveis.

Machado et al. (2008) explicam que as árvores menores possuem

pequeno volume comercial dada as suas pequenas dimensões em diâmetro, e

para a vegetação de Caatinga estudada a altura média é de 6 m o que deixa

um considerável volume restante não aproveitado. Desta forma, o volume

comercial para galhos fica mais distante do volume total nas árvores menores

do que nas maiores, alterando a relação entre as variáveis diâmetro, altura e

volume. Isto explicaria a tendência nas estimativas volumétricas das árvores

menores, evidenciado nas equações, já que as árvores maiores “puxariam” os

coeficientes dos modelos para valores de menores desvios em relação a si

mesmas, pois estas estão em maior número e amplitude no conjunto total de

dados.

Assim, quando os resíduos não se comportam de forma aleatória, ou

seja, seguem um padrão, a condição de independência não é satisfeita. Isto

pode traduzir o fato de não existir uma relação linear entre as variáveis ou

então, não constam no modelo uma ou várias variáveis independentes que

influenciam significativamente a variável dependente e, portanto também os

erros, o que justifica em termos conceituais que algumas variáveis

apresentarem os valores de seus coeficientes não significativos ao teste t.

Analisando as equações de dupla entrada (Spurr, Stoate, Naslund,

Meyer, Meyer modificada, Spurr logarítmico, Schumacher-Hall logarítmico,

Schumacher-Hall não linear, Honner, Ogaya e Takata), observa-se que a

amplitude residual é menor, demonstrando a necessidade de inclusão da

variável altura para fuste e galhos (Figuras 23 e 24 respectivamente). Porém,

as equações de Stoate, N slund, Meyer e Meyer modificado apresentaram

ligeira superestimativa para volume de fuste e subestimativa para volume de

galhos para os diâmetros iniciais.

110

Figura 24: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para os modelos de dupla entrada para volume de fuste.

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Spurr

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Stoate

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Naslund

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Meyer

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Meyer modificada

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Spurr (Ln)

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Schumacher-Hall (Ln)

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Schumacher-Hall

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Honner

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Ogaya

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Takata

111

Figura 25: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para os modelos de dupla entrada para volume de galhos.

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Spurr

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Stoate

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Naslund

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Meyer

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Meyer modificada

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Spurr (Ln)

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Schumacher-Hall (Ln)

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Schumacher-Hall

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Honner

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Ogaya

-100

-50

0

50

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Takata

112

As equações de Honner, Ogaya e Takata apresentaram distribuição

residual tendenciosa para fustes nos diâmetros iniciais variando de 4 a 14 cm e

para galhos com diâmetros variando entre 2 e 6 cm. Por mais que estas

equações tenham apresentado precisão quando comparados as demais

apenas pelo R²aj, seus valores de dispersão residual ficaram entre os maiores

para os modelos de dupla entrada.

As equações de Schumacher-Hall nas formas logarítmicas e não linear

se sobressaem dos demais, levando vantagem por apresentar altos valores de

R²aj e todos os coeficientes significativos. A boa dispersão residual

apresentada por estes modelos indica variância homogênea e baixa amplitude

residual, certamente um reflexo de transformações variáveis ou de estimativas

de parâmetros por métodos mais eficientes.

Desta forma, considera-se que os erros são independentes, de média

nula e variância constante. Os bons resultados obtidos por meio dos escores

estatísticos confirmam sua aplicabilidade prática, aliada facilidade de obtenção

do volume dentro da amplitude dendrométrica coletada.

Estimativas mais precisas para volume de fuste e galhos podem ser

obtidas pela equação de Schumacher-Hall na forma logarítmica e pela forma

não linear, além da equação de Meyer, porém se recomendam as equações

obtidas por meio do modelo de Schumacher-Hall logarítmica e não linear

devido sua praticidade em trabalhos de inventário para estimar

respectivamente os volumes de fuste e galhos

O modelo proposto por Schumacher e Hall (1933) é um dos mais

difundidos na área florestal, devido às suas propriedades estatísticas, uma vez

que resulta em estimativas quase sempre não tendenciosas (CAMPOS e

LEITE, 2009). Estas equações foram selecionadas para validação em um novo

conjunto de dados para verificar a aplicabilidade e acurácia dos mesmos.

6.6 Estimativa de volume por Redes Neurais Artificiais

As redes neurais treinadas (RNAs) estão resumidas nas Tabelas 12 e 13

juntamente com suas estatísticas de análise.

113

Tabela 13: Estrutura da RNAs treinadas separadamente com diâmetro e com diâmetro e altura para estimativa volumétrica de fuste das árvores cubadas, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. Onde: R train – Correlação entre volume observado e estimado pela RNA; Hidden activation – Função de ativação da camada intermediária; Output activation – Função de ativação da camada de saída; RMSE (%) raiz quadrada do erro médio.

Variável RNA Estrutura da dos

neurônios R

treinamento R

teste Erro

treinamento Erro teste

RMSE (%)

Db

1 MLP 1-6-1 0,827 0,956 0,007095 0,002682 45,72

2 MLP 1-2-1 0,827 0,956 0,007305 0,001878 45,75

3 MLP 1-6-1 0,828 0,959 0,007037 0,002661 45,54

4 MLP 1-7-1 0,828 0,959 0,007062 0,002628 45,59

Db/Ht

1 MLP 2-6-1 0,972 0,987 0,001381 0,000303 19,81

2 MLP 2-4-1 0,975 0,987 0,001221 0,000257 18,6

3 MLP 2-3-1 0,98 0,986 0,000974 0,000204 16,61

4 MLP 2-4-1 0,98 0,986 0,001065 0,0002 17,33

5 MLP 2-3-1 0,974 0,986 0,001307 0,000312 19,31

6 MLP 2-5-1 0,966 0,985 0,001743 0,000308 22,14

7 MLP 2-3-1 0,976 0,986 0,001215 0,000222 18,49

8 MLP 2-6-1 0,979 0,985 0,001069 0,000293 17,53

9 MLP 2-9-1 0,98 0,986 0,001075 0,000215 17,43

10 MLP 2-3-1 0,968 0,986 0,001558 0,000179 20,78

11 MLP 2-9-1 0,979 0,988 0,001002 0,000194 16,82

Tabela 14: Estrutura da RNAs treinadas separadamente com diâmetro e com diâmetro e altura para estimativa volumétrica de galhos das árvores cubadas, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE. Onde: R train – Correlação entre volume observado e estimado pela RNA; Hidden activation – Função de ativação da camada intermediária; Output activation – Função de ativação da camada de saída; RMSE (%) raiz quadrada do erro médio.

Variável RNA Estrutura da dos

neurônios R

treinamento R

teste Erro

treinamento Erro teste

RMSE (%)

Db

1 MLP 1-6-1 0,928 0,928 0,001215 0,00061 60,21

2 MLP 1-4-1 0,924 0,928 0,001205 0,000633 60,12

3 MLP 1-3-1 0,926 0,928 0,00118 0,000648 59,65

4 MLP 1-2-1 0,926 0,928 0,001202 0,000611 59,94

Db|Ht

1 MLP 2-4-1 0,981 0,995 0,000306 0,000057 29,16

2 MLP 2-8-1 0,992 0,995 0,000129 0,00004 19,18

3 MLP 2-7-1 0,994 0,995 0,000106 0,000037 17,52

4 MLP 2-3-1 0,991 0,995 0,000147 0,000042 20,41

5 MLP 2-6-1 0,993 0,995 0,000119 0,000043 18,52

6 MLP 2-7-1 0,993 0,995 0,000118 0,000039 18,42

7 MLP 2-5-1 0,983 0,994 0,000288 0,000058 28,33

8 MLP 2-3-1 0,991 0,995 0,000147 0,00004 20,44

9 MLP 2-7-1 0,992 0,996 0,000124 0,000033 18,76

10 MLP 2-3-1 0,99 0,995 0,00016 0,000044 21,29

11 MLP 2-3-1 0,99 0,995 0,000162 0,000043 21,39

114

A diferença nas estimativas dos parâmetros estatísticos é notória entre

as RNAs treinadas tanto para fuste quanto para galhos, pois as com apenas a

variável diâmetro como entrada, por mais que tenham apresentado valores de

coeficiente de correlação indicando bons ajustes, reportaram valores de RMSE

(%) altos, o que contribui para uma distribuição residual de maior amplitude.

Com a inclusão da variável altura nas camadas de entrada das RNAs, os

valores de coeficiente de correlação aumentam consideravelmente e

consequentemente diminui os valores de RMSE (%) para ambas estimativas de

volume de fuste e galhos.

Pode-se observar que, tanto para volume de fuste como de galhos,

todas as RNAs apresentaram bons resultados no que se refere à correlação

entre os volumes observados e estimados. As redes treinadas com menor

RSME(%) para volume de fuste foi a RNA 3 (16,61%) com estrutura 2-3-1.

Para volume de galhos, a RNA 3 com RMSE (17,52%).

Essas redes neurais com várias camadas (Multilayer Perceptron) são

majoritariamente indicadas como ferramenta de análise devido à sua elevada

capacidade de reconhecimento de padrões (BOCANEGRA, 2002; VALENÇA,

2011).

Segundo Silva et al. (2009), a obtenção da arquitetura adequada da rede

neural depende de inúmeras tentativas, a fim de gerar resultados satisfatórios,

uma vez que esse processo é aleatório, ou seja, o número de neurônios por

camadas não se baseia em nenhum critério, apenas em tentativa.

Cabe ainda destacar que, a boa representatividade das redes MLP em

reportar valores precisos em relação à aproximação de funções, se deve, além

do algoritmo backpropagation (Görgens et al., 2009), à função de ativação

que, no caso é a não linear Sigmoide Logística, visto que esta função utiliza

como argumento o produto escalar de entrada (Diâmetro x Peso sináptico e

Altura x Peso sináptico) e pode aproximar qualquer função contínua arbitrária

(VALENÇA, 2005).

Esses resultados são de grande auxílio ao modelador, visto que não

seria necessário o ajuste dos modelos volumétricos (SILVA et al., 2009) e

tendo o ajuste de RNA representativo para volume de fuste e galhos.

Nas Figuras 25, 26, 27 e 28 pode-se verificar a dispersão residual em

porcentagem para os volumes de fuste e galhos respectivamente estimados

115

pelas RNAs. Observa-se comportamento semelhante dos resíduos, e as redes

que tiveram apenas o diâmetro como variável de entrada apresentaram

distribuições com amplitudes maiores evidenciando estimativas com baixa

precisão. Para as redes que tiveram dois neurônios na camada de entrada (Db,

Ht) não é notória taxas discrepantes de sub ou superestimativas.

Figura 26: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para as RNAs treinadas com apenas o diâmetro na camada de entrada para estimativa de volume de fuste.

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

RNA 1

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uos (

%)

Db (cm)

RNA 2

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

RNA 3

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

RNA 4

116

Figura 27: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para as RNAs treinadas com apenas o diâmetro na camada de entrada para estimativa de volume de galhos.

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

RNA 1

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

RNA 2

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

RNA 3

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

RNA 4

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 1

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo (

%)

Db(cm)

RNA 2

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 3

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 4

117

Figura 28: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para as RNAs treinadas com o diâmetro e a altura na camada de entrada para estimativa de volume de fuste.

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 5

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 6

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 7

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 8

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 9

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 10

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 11

118

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 1

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 2

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 3

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 4

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 5

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 6

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 7

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 8

119

Figura 29: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para as RNAs treinadas com o diâmetro e a altura na camada de entrada para estimativa de volume de galhos.

O desenvolvimento de métodos eficientes para estimativa de volume e

quantificação da produção é cada vez mais sofisticado, resultando em

respostas cada vez mais eficientes e baratas. O volume estimado por meio de

RNAs pode se tornar uma alternativa atraente para os manejadores e

tomadores de decisão. Para a vegetação de Caatinga, assim como a

distribuição diamétrica, as prescrições de manejo podem ser facilitadas por

meio de estimativas eficientes de volume, bem como quantificar a produção por

classe de diâmetro.

Os resultados demonstram a boa aplicação das RNAs, devido à sua

capacidade para superar os problemas de dados florestais, tais como relações

não lineares, distribuição não Gaussiana dos resíduos, multicolinearidade,

outliers e ruído nos dados (DIAMANTOPOULOU e MILIOS, 2010).

Na pesquisa de Ozçelik et al. (2010) os mesmo afirmaram que as redes

neurais oferecem uma série de vantagens, incluindo a capacidade de detectar

implicitamente relações não-lineares complexas entre as variáveis de entrada e

saída , o que é muito útil na modelagem de volume da árvore.

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 9

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 10

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15

Resíd

uo (

%)

Db (cm)

RNA 11

120

Baleeiro (2007) empregou a lógica Neuro-Fuzzy e modelos clássicos de

Spurr e Schumacher e Hall para estimativa volumétrica de Eucalyptus sp, foi

constatado maior dispersão residual pelos modelos clássicos e melhor grau de

ajuste pelo modelo Neuro-Fuzzy.

Soares et al. (2012) empregou redes do tipo Multilayer Perceptron e

comparou com redes de Função de Base Radial (RBF) e com a equação de

Schumacher e Hall (log), e os resultados mostraram-se próximos, porém a MLP

mostrou-se um pouco melhor.

Considerando os parâmetros estatísticos obtidos pelas RNAs treinadas e

distribuição residual satisfatória, consideram-se as redes 11 e 13 para

validação dos volumes de fuste e galhos respectivamente.

6.7 Validação das equações e das RNAs selecionadas

Para as equações selecionadas (Schumacher-Hall Ln para fuste e

Schumacher-Hall para galhos) e as RNAs 3 e 3, respectivamente para fuste e

galhos, quando se confrontam com o valor tabelado, observou-se que todos os

valores de ² calculados foram não significativos a 95 % de probabilidade,

levando-se a aceitar a hipótese nula de que todos os métodos são válidos para

estimativas volumétricas em vegetação de Caatinga. Para uma análise mais

criteriosa, também foram reunidas na Tabela 13 mais algumas estatísticas

referentes ao comportamento dos modelos frente à amostra de validação.

Tabela 15: Estatísticas das equações e RNAs selecionadas para a amostra de validação do volume de fuste e galhos. Em que: IF(%) e RSME (%) definidos anteriormente; DA – Diferença agregada absoluta; DA% - Diferença agregada

relativa; ² calc – Valor de Qui-quadrado calculado; ² tab – Valor de Qui-quadrado tabelado a 95% de probabilidade.

Modelos IF(%)|

RSME(%) DA DA%

Erro médio ² calc ² tab (95%)

Fuste Schumacher-Hall (Ln) 22,6559 0,1016 7,2979 0,0066 0,01357

10,12 RNA 3 34,2258 0,2584 18,5533 0,0020 0,00146

Galhos Schumacher-Hall 22,3640 0,0122 3,1251 0,00023 0,00395

36,44 RNA 3 79,4914 -0,1132 -28,907 -0,00213 0,00032

As equações de Schumacher-Hall (Ln) para o fuste e na forma não linear

para galhos apresentaram respectivamente para fuste e galhos uma ligeira

121

diminuição no valor de dispersão relativa (de 24,43% para 22,53%; 22,97%

para 22,36%). As RNAs treinadas para volume de fuste e galhos reportaram na

generalização respectivamente um aumento em relação à raiz quadrada do

erro médio (de 17,32% para 34,22%; 17,51% para 79,49%). Em relação à

Diferença agregada – DA, as equações de Schumacher-Hall, aplicadas tanto

para o fuste como para galhos, apresentaram valores positivos, porém baixos,

(respectivamente, 7,29% e 3,12%), evidenciando uma pequena subestimativa

em média por parte das duas equações ajustadas principalmente para volume

de fuste.

Este fato pode estar refletindo tendências resultantes dos diâmetros

mínimos empregados na cubagem, visto que o diâmetro da base do fuste é na

maioria dos casos maior que o volume de galhos apresentando maior

variabilidade e este está em menor quantidade, o que resulta em uma

distribuição residual com maior amplitude nos diâmetros iniciais. Entretanto,

isto não invalida o uso destas equações, pois além da diferença ser muito

pequena, a amostra de validação também foi, com apenas 20 árvores, devido a

seleção aleatória em proporção de 40% dos dados de um total de apenas 50

árvores cubadas. Já com as RNAs, o mesmo fato ocorreu para volume de fuste

e para volume de galhos, ocorreu o inverso, com um valor negativo da

diferença agregada de 28,9%, indicando, superestimativa em média por esse

método.

Ambos os modelos de Schumacher-Hall ajustados no novo conjunto de

dados tiveram seus resíduos bem distribuídos, não apresentando pontos

críticos de tendenciosidade (Figura 29). Levando-se em conta a variabilidade

volumétrica das espécies de Caatinga, condicionada por variações na forma do

fuste, forma dos galhos, densidade e mesmo genéticas, pode-se considerar

como satisfatórias e válidas as estimativas geradas pelas duas equações, fato

já comprovado pelo teste de ² e pelos escores estatísticos.

122

Figura 30: Dispersão do erro percentual em função do diâmetro da base para as equações e RNAs validadas para estimativa de volume de fuste e galhos.

A generalização das RNAs em outro conjunto de dados de volume de

fuste e galhos mostraram-se tendenciosas para fustes com diâmetros da base

maior que 5 cm e menores que 10, subestimando seus volumes, como ficou

registrado no valor de diferença agregada calculada. Esse comportamento

torna suas estimativas não confiáveis, muito embora o teste de ² a tenha

validado. Cabe aqui observar que este teste adota o quadrado dos desvios no

cálculo do ², não diferenciando, assim, os desvios positivos dos negativos,

não sendo possível a detecção de tendências por meio dele.

Vale destacar que, de acordo com Pandorfi et a. (2011), um dos

problemas no treinamento da rede neural tipo Multilayer Perceptron (MLP) com

treinamento backpropagation é a definição de seus parâmetros. A seleção dos

parâmetros de treinamento do algoritmo é um processo que demandou grande

esforço, pois pequenas diferenças nesses parâmetros levaram a grandes

alterações, tanto no tempo de treinamento como na generalização obtida.

A cubagem das árvores até um diâmetro mínimo também pode ter

afetado positivamente o ajuste e a validação, já que as árvores menores

apresentam um padrão de correlação entre as variáveis diâmetro, altura e

volume diferenciada das maiores (MACHADO et al., 2008). Sendo assim,

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20 25

Resíd

uo

(%

)

Db (cm)

Schumacher-Hall (Ln) -Fuste

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20 25

Resíd

uo

(%

)

DAB (cm)

RNA 3-Fuste

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 2 4 6 8 10

Resíd

uo

s (

%)

Db (cm)

Schumacher-Hall -Galhos

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

0 2 4 6 8 10

Resíd

uo

s (

%)

DAB (cm)

RNA 3-Galhos

123

recomenda-se que a estimativa de volume de fuste e galhos seja por meio da

equação de Schumacher-Hall na forma logarítmica para volume de fuste e para

volume de galhos o modelo de Schumacher-Hall na forma não linear.

Na Tabela 14, pode-se visualizar de forma complementar as estimativas

dos parâmetros dendrométricos da área de estudo, destacando os volumes

totais por espécie e para a Comunidade arbustiva-arbórea obtidas para os

dados de inventário a partir das equações de Schumacher-Hall na forma

logarítmica.

Tabela 16: Estimativa dos parâmetros dendrométricos para as espécies encontradas no estudo e estimativa volumétrica de fuste, galhos e total por hectare, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

Nome Científico N°

Área basal

Altura média Vol (m³/ha.)

Indivíduos/ha (m²/ha.) (m) Fuste galhos Total

Poincianella bracteosa 770 3,73977 3,3 26,2630 9,0911 35,3541

Mimosa ophthalmocentra 246,88 0,92268 3,3 7,4684 2,5137 9,9821

Aspidosperma pyrifolium 75,63 0,46793 3,2 3,3765 1,1836 4,5601

Myracrodum urundeuva 51,88 0,42159 3,7 2,7084 0,4206 3,1290

Bauhinia cheilanta 96,88 0,11688 2,9 0,7608 0,3147 1,0755

Anadenanthera colubrina 66,88 0,29228 3,8 2,1419 0,8218 2,9637

Cnidoscolus quercifolius 36,88 0,45423 3,8 1,2845 0,6387 1,9232

Croton rhamnifolius 63,13 0,12111 3,3 0,2548 0,1202 0,3751

Mimosa tenuiflora 33,75 0,27438 3,6 1,7837 0,8189 2,6026

Manihot carthaginensis 46,25 0,14275 3,6 0,8355 0,3493 1,1848

Commiphora leptophloeos 13,75 0,28974 3,6 1,4112 0,7066 2,1178

Piptadenia stipulacea 23,13 0,12857 3,3 0,1785 0,0633 0,2418

Sapium lanceolatum 7,50 0,28175 3,3 1,3731 0,2040 1,5771

Jatropha curca 20 0,02417 2,9 0,0651 0,0793 0,1444

Schinopsis brasiliensis 11,25 0,07927 3,8 0,4575 0,2047 0,6622

Spondias tuberosa 4,38 0,25154 4,0 0,1539 0,0963 0,2502

Thiloa glaucocarpa 8,13 0,00524 3,1 0,0571 0,0273 0,0844

Erythrostemon calycina 10,63 0,03564 2,7 0,0105 0,0044 0,0149

Jatropha mollissima 8,13 0,01041 2,9 0,1320 0,0408 0,1728

Libidibia ferrea 2,50 0,01279 3,5 0,0903 0,0008 0,0911

Varronia leucocephala 2,50 0,00284 2,9 0,0193 0,0096 0,0288

Senna macranthera 1,88 0,00188 2,8 0,0130 0,0038 0,0169

Cynophalla flexuosa 1,25 0,00788 4,4 0,0446 0,0221 0,0667

Cnidoscolus bahianus 1,25 0,00423 3,2 0,0400 0,0098 0,0498

Neocalyptrocalyx longifolium 1,88 0,00200 2,8 0,0063 0,0026 0,0089

Ziziphus joazeiro 0,63 0,00060 3,0 0,0034 0,0010 0,0044

Total 1606,88 8,09216 3,04 50,9333 17,7491 68,6824

124

A estimativa do volume com casca obtido pelas equações forneceu um

total de 68,68 m³.ha-1 de madeira, correspondendo a 50,93 m³.ha-1 (74,15%) do

volume total dos fustes e a 17,74 m³.ha-1 (25,85%) o dos galhos.

Nota-se que a maior produção volumétrica estimada é obtida para a

espécie Poincianella bracteosa destacando-se das demais, fato justificado por

ser a espécie de maior VI, e por conseguir explorar de forma substancial os

recursos disponíveis na área se adaptando e apresentando condições de

estabelecimento mais propícias ao domínio Caatinga.

Por conseguinte, as espécies que apresentaram maior volume de

madeira foram: Mimosa ophthalmocentra (9,98 m³/ha, com 246,88 indivíduos).

Aspidosperma pyrifolium (4,56 m³.ha-1, com 75 indivíduos), Myracrodum

urundeuva (3,12 m³.ha-1, com 51,88 indivíduos) e Anadenanthera colubrina

(2,96 m³.ha-1, com 66,88 indivíduos). Essas 5 espécies, com 1211,25

indivíduos (75,37% da população), perfizeram 81,51% do volume total.

Scolforo et al. (2008), inventariando florestas estacionais, inclusive

vegetação de Caatinga no Norte de Minas Gerais, encontraram valores

variando de 56,46 m³/ha a 338,8 m³/ha.

O volume encontrado para a vegetação em estudo é similar ao

encontrado em formações florestais do tipo caducifólia, principalmente pelo fato

da área não ter histórico de exploração, além de apresentar alta densidade de

indivíduos regenerantes que concentram a maior proporção volumétrica. Na

Tabela 15, pode-se visualizar os volumes médios e seus respectivos valores de

erro padrão para as espécies de maior VI.

Tabela 17: Média volumétrica estimada para as espécies de maior VI, Fazenda Itapemirim, Floresta-PE.

Nome Científico Vol (m³.ha

-1)

Fuste Galhos

Poincianella bracteosa 0,01396 ± 0,00106 0,00263 ± 0,00011

Mimosa ophthalmocentra 0,01366 ± 0,00247 0,00205 ± 0,00013

Aspidosperma pyrifolium 0,01367 ± 0,00184 0,00243 ± 0,00025

Myracrodum urundeuva 0,02356 ± 0,00435 0,00283 ± 0,00055

Bauhinia cheilanta 0,00371 ± 0,00109 0,00122 ± 0,00024

Essas espécies, muitas vezes alvo de explorações predatórias em

outros domínios de Caatinga (MMA, 2008; CAVALCANTE et al., 2009; MMA,

125

2010) tendem a compor a biomassa verde, quase sempre disponível para

produção de madeira visando diferentes fins ou quase sempre fins energéticos.

Uma breve consideração à respeito da exploração de espécies do

domínio Caatinga é feita por Figueirôa et al. (2006), na qual afirmaram que o

corte das plantas para a produção de madeira e carvão vegetal é uma prática

frequente na maior bioma da região semiárida do Brasil. A capacidade de corte

de árvores para regenerar não tem sido até agora considerado no tratamento

de comunidades arbustivo-arbóreas de Caatinga.

Para vegetações de Caatinga sem histórico de exploração, como no

caso da área de estudo, ações de manejo visando à produção volumétrica

podem ser feitas em espécies com potencial e que garantem a sustentabilidade

ao longo do tempo, independente de estações climáticas que podem interferir

em seu crescimento e aumento do volume por classe de diâmetro.

Assim, planos de ação que promovam o desenvolvimento e aplicação de

métodos quantitativos e conhecimentos ecofisiológicos são essenciais para

nortear e gerenciar o aumento da produção de madeira de forma sustentada. A

determinação da intensidade de corte por classe de diâmetro é muitas vezes

recomendada para florestas tropicais, inclusiva às de tipologia seca, podendo

ser uma ferramenta que controle a taxa de extração em m³. ha-1 por classe de

diâmetro.

7 CONCLUSÕES

A vegetação de Caatinga em estudo apresentou padrão de distribuição

diamétrica típico de florestais naturais com maior concentração de indivíduos

nas menores classes de diâmetro e, na medida em que aumentam os

diâmetros a frequência diminui progressivamente;

No ajuste da distribuição diamétrica, os modelos de Weibull 3P,

Hiperbólico e Log-normal foram os que apresentaram maior aderência tanto

para a Comunidade arbustiva-arbórea como para as espécies de maior VI. Na

validação, para predição da estrutura diamétrica da Comunidade arbustiva-

arbórea, recomenda-se o modelo de Weibull 3P, e para as 5 espécies de maior

VI o modelo Log-normal é o mais indicado;

126

A estimativa de volume de fuste e galhos pode ser feita, de forma

precisa, a partir dos modelos de dupla entrada de Schumacher-Hall na forma

logarítmica e não linear respectivamente e por meio de Redes Neurais

Artificiais, porem em termos de validação os modelos de Schumacher-Hall na

forma não linear apresentaram melhor precisão.

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