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 Distribuição e Estrutura da População Brasileira Ao divulgar os primeiros resultados do Censo 2000, o IBGE revelou a existência de um novo Brasil, tantas foram as mudanças verificadas na dinâmica da população brasileira, notadamente na última década do século XX.As transformações da dinâmica e da distribuição da população  brasileira, que se iniciaram com o processo de industrialização, acompanharam as mudanças do modelo econômico do país. O país rural, com grandes vazios demográficos no interior e uma população fortemente concentra da nas regiões litorâneas, há muito tempo já ficou para trás. O Censo 2000 revela um novo Brasil. Por isso, precisamos conhecer seus resultados para entender melhor quantos somos, onde e como vivemos (campo, cidade e tipos de moradia).A demografia, estudo dos vários aspectos da população, nos revela muito sobre as mudanças políticas, sociais e econômicas sofrida s pelo país através de sua história.  Nossas cidades, estados e regiões podem ser "radiografados " através do estudo das principais características de sua população. O conhecimento dos dados demográficos de um país é fundamental para que ele seja bem administrado. Programas de saúde, educação, construção de estradas, usinas de energia elétric a. produção de alimentos têm de ser adequados ao perfil da população nacional. Um país com muitos jovens necessita de grandes investimentos em educação. Quando o número de idosos é maior, é preciso uma boa estratégia de previdência social. Esses são apenas exemplos da necessidade de se conhecer  bem a população de um país. Produção, consumo, emprego, habitação são itens indispensáveis para o planejamento das condições de vida de seus habitantes. A população brasileira começa a se desconcentrar. A principal característica do perfil demográfico brasileiro sempre foi a concentração populacional determinadas áreas do país, sobretudo no Sudeste, no Sul e nas áreas metropolitanas. O Censo 2000 revelou que quase a metade da população brasileira vive em apenas 244 dos 5.507 municípios do  país. A ocupação do território brasileiro é extremamente desigual: ao mesmo tempo que temos município s com menos de l hab./km2, como Atal aia do Norte (Amazonas), há outros, como São João do Meriti (Rio de Janeiro), com 12 897,8 hab./km2. Mas já é possível notar uma pequena modifícação quanto às áreas de grande concentração  populacional. A região Sudeste possui hoje 41,989 dos habitantes do país. Em 1991, representava quase 44% desse total. Nessa mesma região revela-se o crescimento maior das cidades médias do interior em relação às capitais de estados.  Não podemos falar, ainda, em interiorização, mas a tabela 2 comprova os primeiros sinais dessas mudanças. As cidades médias (de 50 mil a 500 mil hab.) foram as que tiveram maior aumento populaci onal. Durante a década de 1990, 30 milhões de pessoas mudaram-se para as cidades médias do Sudeste. As grandes cidades (metrópoles), como São Paulo (0,85%). Rio de Janeiro (0,73%) e Belo Horizonte (1,13%), já estão saturadas e apresentaram crescime nto abaixo da média nacional. Salvador (BA) e Fortaleza (CE) continuam como pólos atrativos na região Nordeste. As áreas metropolitanas que mais ganharam população estão Fora do Sudeste. Brasília, Florianópolis, Goiânia, São Luís, Curitiba. Como somos e como vivemos Éramos um país de jovens. Estamos envelhecendo. Essa é a grande novidade da última década. O  brasileiro vive mais e a taxa de fecundidade caiu.

Distribuição e Estrutura da População Brasileira

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Distribuição e Estrutura da População Brasileira

Ao divulgar os primeiros resultados do Censo 2000, o IBGE revelou a existência de um novoBrasil, tantas foram as mudanças verificadas na dinâmica da população brasileira, notadamente naúltima década do século XX.As transformações da dinâmica e da distribuição da população

 brasileira, que se iniciaram com o processo de industrialização, acompanharam as mudanças domodelo econômico do país.O país rural, com grandes vazios demográficos no interior e uma população fortemente concentradanas regiões litorâneas, há muito tempo já ficou para trás.O Censo 2000 revela um novo Brasil. Por isso, precisamos conhecer seus resultados para entender melhor quantos somos, onde e como vivemos (campo, cidade e tipos de moradia).A demografia,estudo dos vários aspectos da população, nos revela muito sobre as mudanças políticas, sociais eeconômicas sofridas pelo país através de sua história.

 Nossas cidades, estados e regiões podem ser "radiografados" através do estudo das principaiscaracterísticas de sua população.

O conhecimento dos dados demográficos de um país é fundamental para que ele seja bemadministrado.Programas de saúde, educação, construção de estradas, usinas de energia elétrica. produção dealimentos têm de ser adequados ao perfil da população nacional. Um país com muitos jovensnecessita de grandes investimentos em educação. Quando o número de idosos é maior, é precisouma boa estratégia de previdência social. Esses são apenas exemplos da necessidade de se conhecer 

 bem a população de um país. Produção, consumo, emprego, habitação são itens indispensáveis parao planejamento das condições de vida de seus habitantes.

A população brasileira começa a se desconcentrar.

A principal característica do perfil demográfico brasileiro sempre foi a concentração populacionaldeterminadas áreas do país, sobretudo no Sudeste, no Sul e nas áreas metropolitanas. O Censo 2000revelou que quase a metade da população brasileira vive em apenas 244 dos 5.507 municípios do

 país.A ocupação do território brasileiro é extremamente desigual: ao mesmo tempo que temosmunicípios com menos de l hab./km2, como Atalaia do Norte (Amazonas), há outros, como SãoJoão do Meriti (Rio de Janeiro), com 12 897,8 hab./km2.Mas já é possível notar uma pequena modifícação quanto às áreas de grande concentração

 populacional. A região Sudeste possui hoje 41,989 dos habitantes do país. Em 1991, representavaquase 44% desse total. Nessa mesma região revela-se o crescimento maior das cidades médias dointerior em relação às capitais de estados.

 Não podemos falar, ainda, em interiorização, mas a tabela 2 comprova os primeiros sinais dessasmudanças.As cidades médias (de 50 mil a 500 mil hab.) foram as que tiveram maior aumento populacional.Durante a década de 1990, 30 milhões de pessoas mudaram-se para as cidades médias do Sudeste.As grandes cidades (metrópoles), como São Paulo (0,85%). Rio de Janeiro (0,73%) e BeloHorizonte (1,13%), já estão saturadas e apresentaram crescimento abaixo da média nacional.Salvador (BA) e Fortaleza (CE) continuam como pólos atrativos na região Nordeste.As áreas metropolitanas que mais ganharam população estão Fora do Sudeste.Brasília, Florianópolis, Goiânia, São Luís, Curitiba.

Como somos e como vivemos

Éramos um país de jovens. Estamos envelhecendo. Essa é a grande novidade da última década. O brasileiro vive mais e a taxa de fecundidade caiu.

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Há muito tempo (desde 1970) não somos mais um Brasil rural. Melhoramos nossos indicadoressociais, mas, assim como a desigualdade da distribuição caracteriza nossa população, uma outradesigualdade torna nosso povo mais pobre - a concentração de renda nas mãos de uma pequena

 parcela.Apesar de serem maioria na população, nem por isso a situação das mulheres é melhor que ados homens. O Brasil é das mulheres, mas o poder é dos homens.Como vive a mulher brasileira no início do século XXI?

Vamos conhecer todas essas características do povo brasileiro através dos levantamentosdemográficos da última década e de sua comparação com dados anteriores.

Crianças, jovens, adultos e idosos

A população brasileira vem alterando o seu perfil quanto à composição etária da população.Segundo o IBGE, a população de O a 6 anos, no Brasil, diminuiu3,4%nadécadadel990.De23,9milhõeseml991,há 23,1 milhões de meninos e meninas cm 2001.O número da PEA (população economicamente ativa), no Brasil, deverá atingir 32 milhões em 2020- cerca de 63% do total. Também a faixa acima dos 60 anos deverá atingir 15,5%, o dobro da

 porcentagem atual. O Rio de Janeiro é a cidade que possui o maior número de idosos (12,1 %) em

nosso país.O Censo 2000 revelou que há 24 576 brasileiros com mais de 100 anos de idade. Desse total, 57,5%são mulheres.

A pirâmide etária do Brasil

Como vimos anteriormente, a pirâmide etária é o gráfico que expressa a composição por sexo eidade de uma população.As taxas de crescimento vegetativo no Brasil estão mais baixas.Isso resultou na mudança do perfil da pirâmide etária da população brasileira. A idade mediana do

 brasileiro (idade que separa os 50% mais jovens dos 50% mais velhos) é de 24,2 anos, isto é,metade da nossa população está abaixo dessa faixa etária.

Homens e mulheres

De modo geral, a população brasileira sempre apresentou uma ligeira superioridade numérica demulheres em relação aos homens.Pela Sinopse Preliminar do Censo 2000, há 96,87 homens para cada 100 brasileiras. A populaçãofeminina ultrapassa a masculina em mais de 2,6 milhões. Sabendo que nascem mais meninos do quemeninas, essa diferença pode ser explicada pelas taxas de mortalidade, mais altas entre os homens.Foram recenseadas 86 223 155 mulheres e 83 576 815 homens.

Apenas na região Norte o número de homens ultrapassa o de mulheres.A ultima década do milênio consolidou as conquistas femininas de igualdade de direitos.Balanço divulgado na véspera do dia internacional da mulher pelo Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística (IBGE) mostra que as mulheres já representam 40,3% da população ocupada (contra38,8% em 1992) e 26% das famílias brasileiras são chefiadas por elas. A comparação dos númerostios últimos dez anos mostra outra mudança: o percentual de homens que trabalham e também seocupam de afazeres domésticos passou de 35,8% para 51,2%. Um aumento maior, no entanto,ocorreu no número de mulheres responsáveis por suas famílias. Elas eram 18,1% em 1991 e

 passaram a ser 24.9% em 1999.

Condições de vida

 No período 1992-2000, tivemos uma significativa melhora nos índices de educação e saúde.Entretanto a excessiva concentração de renda prejudica o desempenho geral do país que está

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classificado em 69" lugar, com um IDH médio (0,750), no Relatório do desenvolvimento humanoda ONU.Os melhores Indicadores sociais estão no Distrito Federal e os piores,no estado do Maranhão.

Pobreza e favelização

Entre 1998 e 1999, a proporção de brasileiros vivendo com menos de l dólar por dia (abaixo dalinha de pobreza) passou de 5, l % para 9%. Essa situação se reflete nas condições de moradia do

 brasileiro. Caiu o número de moradores por domicílio - de 4,15 pessoas para 3,75 -e aumentou afavelização, O número de favelas passou de 3188, em 1991, para 3 905, em 2000, crescendo 22,5%.