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“Para que não se esqueça; para que nunca mais aconteça”

Ditadura, Arte e Censura

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“Para que não se esqueça; para que nunca maisaconteça”

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CENSURA E ARTE

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“Se as relações entre as pessoas não mudassem, nada poderia ser, de fato, transformado”

Augusto Boal, exilado em 1971

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Lei Leila Diniz

Lei da Censura Prévia (1970)

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Censura ao jornal O Estado de

São Paulo

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Humor e censura

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MPB sob censura

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CPC (Centros Populares de Cultura)

Ligados a UNE

Músicas de protesto

Consciência social

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TIRO AO ÁLVARO - 1973 [Primeira Gravação em 1980](Adoniran Barbosa e Oswaldo Moles)

De tanto levar

Frechada do teu olhar

Meu peito até

Parece, sabe o que?

Táuba de tiro ao álvaro

Não tem mais onde furar

Não tem mais

Teu olhar mata mais do que

Bala de carabina

Que veneno istriquinina

Que peixeira de baiano

Teu olhar mata mais

Que atropelamento de artomórve

Mata mais que bala de revórve

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ARUEIRA - 1967 [1971 na Coleção Abril HMPB](Geraldo Vandré)

Vim de longe vou mais longe

Quem tem fé vai me esperar

Escrevendo numa conta

Pra junto a gente cobrar

No dia que já vem vindo

Que esse mundo vai virar

Noite e dia vem de longe

Branco e preto a trabalhar

E o dono senhor de tudo

Sentado mandando dar

E a gente fazendo conta

Pro dia que vai chegar

Marinheiro, marinheiro quero ver você no mar

Eu também sou marinheiro eu também sei governar

Madeira de dar em doido vai descer até quebrar

É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar

https://www.youtube.com/watch?v=EGyb11knYYo

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BOI VOADOR NÃO PODE - 1973(Chico Buarque e Ruy Guerra)

Quem foi, quem foiQue falou no boi voadorManda prender esse boiSeja esse boi o que for

O boi ainda dá bodeQual é a do boi que revoaBoi realmente não podeVoar à toa

É fora, é fora, é foraÉ fora da lei, é fora do arÉ fora, é fora, é foraSegura esse boiÉ proibido voar https://www.youtube.com/watch?v=tgQ_sz

gCKBA

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ACORDA AMOR - 1974(Leonel Paiva e Julinho da Adelaide)

Acorda amorEu tive um pesadelo agoraSonhei que tinha gente lá foraBatendo no portão, que afliçãoEra a dura, numa muito escura viaturaMinha nossa santa criaturaChame, chame, chame láChame, chame o ladrão, chame o ladrão

Acorda amorNão é mais pesadelo nadaTem gente já no vão de escadaFazendo confusão, que afliçãoSão os homens e eu aqui parado de pijamaEu não gosto de passar vexameChame, chame, chameChame o ladrão, chame o ladrão

Se eu demorar uns mesesConvém, às vezes, você sofrerMas depois de um ano eu não vindoPonha a roupa de domingo e pode me esquecer

Acorda amorQue o bicho é brabo e não sossegaSe você corre o bicho pegaSe fica não sei nãoAtençãoNão demoraDia desses chega a sua horaNão discuta à toa não reclameClame, chame lá, clame, chameChame o ladrão, chame o ladrãoChame o ladrãoNão esqueça a escova, o sabonete e o violão

https://www.youtube.com/watch?v=kMmlXCcRjJc

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ANGÉLICA - 1977(Miltinho e Chico Buarque)

Quem é essa mulher

Que canta sempre esse estribilho

Só queria embalar meu filho

Que mora na escuridão do mar

Quem é essa mulher

Que canta sempre esse lamento

Só queria lembrar o tormento

Que fez o meu filho suspirar

Quem é essa mulher

Que canta sempre o mesmo arranjo

Só queria agasalhar meu anjo

E deixar seu corpo descansar

Quem é essa mulher

Que canta como dobra um sino

Queria cantar por meu menino

Que ele já não pode mais cantar

https://www.youtube.com/watch?v=bxsix8bNfFE

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SOLANGE [SO LONELY] - 1985(Sting - versão: Leo Jaime e Leoni)

Eu tinha tanto pra dizerMetade eu tive que esquecerE quando eu tento escreverSeu nome vem me interromperEu tento me esparramarE você quer me esconderEu já não posso nem cantarMeus dentes rangem por vocêSolange, SolangeÉ o fim SolangeEu penso que vai tudo bemE você vem me reprovarE eu já não posso nem pensarQue um dia ainda eu vou me vingarVocê é bem capaz de acharQue o que eu mais gosto de fazerTalvez só dê pra liberarCom cortes pra depois do altarSolange, Solange, SolangeÉ o fim, SolangePara de me censolangeYe ye ye I feel so lonely Ye ye yeSo so so, lan lan lanSolange, Solange, Solange, é o fim Solange

https://www.youtube.com/watch?v=sV_cWYMKxrI

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CÁLICE – 1973 [Gravação em 1978](Gilberto Gil e Chico Buarque)

Pai, afasta de mim esse cálicePai, afasta de mim esse cálicePai, afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amargaTragar a dor, engolir a labutaMesmo calada a boca, resta o peitoSilêncio na cidade não se escutaDe que me vale ser filho da santaMelhor seria ser filho da outraOutra realidade menos mortaTanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar caladoSe na calada da noite eu me danoQuero lançar um grito desumanoQue é uma maneira de ser escutadoEsse silêncio todo me atordoaAtordoado eu permaneço atentoNa arquibancada pra a qualquer momentoVer emergir o monstro da lagoa

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CÁLICE - 1973 (cont.)(Gilberto Gil e Chico Buarque)

Pai, afasta de mim esse cálicePai, afasta de mim esse cálicePai, afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não andaDe muito usada a faca já não cortaComo é difícil, pai, abrir a portaEssa palavra presa na gargantaEsse pileque homérico no mundoDe que adianta ter boa vontadeMesmo calado o peito, resta a cucaDos bêbados do centro da cidade

Talvez o mundo não seja pequenoNem seja a vida um fato consumadoQuero inventar o meu próprio pecadoQuero morrer do meu próprio venenoQuero perder de vez tua cabeçaMinha cabeça perder teu juízoQuero cheirar fumaça de óleo dieselMe embriagar até que alguém me esqueça

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cCalice

https://www.youtube.com/watch?v=6tfKKM4lLhw

Cálice (censurado – Phono 73)–

Chico e Gil

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“Conta a teu filho, meu filho, daquilo que nós passamos

Que havia fitas gravadas, retratos de corpo inteiro

Conta que nos encolhemos como animais espancados

Que ninguém teve coragem, que respirávamos baixo

Olhos fugindo dos olhos, as mãos frias e suadas

E conta que faz dez anos que temos pouca esperança

Que pedimos testemunho e não aguentamos mais

Talvez teu filho, meu filho, viva em mundo mais aberto

Mas é grave que lhe contes calmamente e nos mínimos detalhes

A história desses punhais cravados em nossas tardes

Porém, se por tudo isso renuncias a ter filhos como (alguns) renunciamos

Deixa inscritos, como eu deixo, sinais em troncos de árvores

Letras em papéis esquivos

Pra que não escureça essa lâmpada mesquinha

Relâmpago, fogo fátuo

Pura lembrança dos dias em que livres,

Fomos filhos de pais muito mais felizes

Conta a quem possas, meu filho

O que em ti forem palavras

Nos outros serão raízes”.

Renata Pallottini / 1974

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Em 1978, Geisel acaba com o AI-5,

restaura o habeas-corpus e abre caminho para a volta da democracia no Brasil

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A luta pela

redemocratização

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Manoel Fiel Filho

Confundido com outro operário

Morto em menos de 24 horas no

DOPS

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A luta pela Anistia

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As Diretas-Já

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Campanha pelas Diretas Já

Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e

milhões de brasileiros participam do movimento das

Diretas Já.

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Para a decepção do povo, a emenda Dante de Oliveira

não foi aprovada pela Câmara dos Deputados

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15 de janeiro de 1985

Colégio Eleitoral escolheria o deputado Tancredo

Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente da República.

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Tancredo Neves

fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição formado pelo PMDB e pela Frente Liberal.

Era o fim do regime militar.

Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e acaba falecendo.

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Assume o vice-presidente José Sarney

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Em 1988 é aprovada uma nova constituição para o Brasil.

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“História serve pra contar, pra não acabar, pra não esquecer”.

(Darcy Ribeiro, antropólogo)

A gente AINDA quer ter voz ativa...

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Depoimento do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ulstra à Comissão da Verdade

https://www.youtube.com/watch?v=xT5WHIRIs8g

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Harry Shibata, legista da ditadura militar, sofre "esculacho popular" em SP. TV Carta Maior.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DJXAMo-IUUc.

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SE O REGIME MILITAR TEVE FIM EM 1985, O QUE EXPLICA A

EXISTÊNCIA, ATUALMENTE, DE MANIFESTAÇÕES COMO O

“ESCULACHO” E A INSTAURAÇÃO DA “COMISSÃO NACIONAL DA

VERDADE?”