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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Diversidade de insetos aquáticos em riachos da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, Estado de São Paulo Gabriel dos Santos Paulon Monografia apresentada ao Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas. Ribeirão Preto 2016

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Diversidade de insetos aquáticos em riachos da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo,

Estado de São Paulo

Gabriel dos Santos Paulon

Monografia apresentada ao Departamento

de Biologia da Faculdade de Filosofia,

Ciências e Letras de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo, como parte das

exigências para a obtenção do título de

Bacharel em Ciências Biológicas.

Ribeirão Preto

2016

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Diversidade de insetos aquáticos em riachos da bacia Hidrográfica do Rio Pardo,

Estado de São Paulo

Gabriel dos Santos Paulon

Orientador: Dr. Rafael Alberto Moretto

Monografia apresentada ao Departamento de

Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências

e Letras de Ribeirão Preto da Universidade

de São Paulo, como Parte das exigências

para a obtenção do título de Bacharel em

Ciências Biológicas.

Ribeirão Preto

2016

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FICHA CATALOGRÁFICA

PAULON, GABRIEL DOS SANTOS

Diversidade de Insetos Aquáticos em riachos da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, Estado de

São Paulo.

Ribeirão Preto, 2016

IX+68 p.

Monografia apresentada à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP.

Departamento de Biologia

Orientador: Dr. Rafael Alberto Moretto

1. Bioindicadores; 2.BMWP; 3. Ecossistema aquático; 4. Distribuição da fauna aquática.

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A vida é sacrifício, fechar os olhos

e se entregar. No inicio é difícil,

mas vai se acostumar.

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Agradecimentos

Agradeço em primeiro lugar a minha família, meu pai Abelardo, minha mãe

Sebastiana e ao meu irmão Samuel. A minha família, a qual do essencial tudo me deu e nada

me faltou. Se hoje estou prestes a concluir meu curso de Bacharelado e Licenciatura em

Ciências Biológicas, é por ter estado apoiado em ombro de gigantes.

Em segundo lugar, agradeço o meu orientador, Dr. Rafael Alberto Moretto, por ter

tido a paciência de me orientar por quase 3 anos. Foi por sua boa vontade e dedicação que

esse trabalho pode ser realizado. Você será a minha inspiração para o caminho acadêmico que

estou prestes a percorrer, pois nunca lhe faltou dedicação e perseverança nos trabalhos por

você realizado.

A minha faculdade, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto

(FFCLRP – USP) que tenho muito orgulho de pertencer, onde passei 5 anos, estudando e

conhecendo diversos tipos de pessoas e mentalidades. Da qual fazem parte diversos

professores com quem tive a honra e o prazer de ter aprendido, dentro e fora da sala de aula.

Também agradeço ao CRInt, e as pessoas que lá trabalham, Raquel e Lucas, que me

possibilitaram realizar um grande sonho meu, intercâmbio pro Canadá. Obrigado por terem

demonstrado a paciência nas minhas horas de desespero e de terem vibrado comigo a minha

conquista. Por isso agradeço também a Concordia University of Edmonton, e aos professores

Dra. Mariola Janowicz e ao Dr. Manfred Zeuch, que me receberam e me apoiaram no

momento em que esse sonho era apenas uma possibilidade.

Agradeço também a minha namorada, Mayra Larissa Brunato, por ter me acalmado

nos meus momentos de incertezas, e me animado nos meus momentos de desânimo. Obrigado

de coração por estar ao meu lado, até nos momentos de coleta.

Devo agradecer também ao Prof. Dr. Fábio Nascimento, que dedicou seu tempo e

mostrou apoio no decorrer desse projeto. Agradeço também ao Prof. Dr. Eduardo Andrade,

por ter auxiliado a construção desse projeto. Ao Prof. Dr. Claudio Froehlich, que gentilmente

me acolheu no Laboratório de Entomologia Aquática, pelas conversas e conselhos trocados

durante um café, deixo aqui o meu muito obrigado.

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Também agradeço aos demais especialistas que me auxiliaram na identificação dos

espécimes, como também disponibilizaram parte do seu tempo para solucionar duvidas que

apareceram durante o andamento desse trabalho: Dra. Anne Costa (especialista em

Trichoptera), Mestrando Thiago Polizeli (especialista em Coleoptera), Dr. Rodolfo Mariano

(especialista em Ephemeroptera), Mestranda Larissa Ribeiro (especialista em Odonata) , Dr.

Rhainer Guillermo (especialista em Odonata) e a Doutoranda Carla Floriano (especialista em

Hemiptera).

Agradeço as pessoas que participam diretamente da minha vida, como as minhas duas

grandes amigas, de farra, de praça do Jacaré, de domingo de tarde, de filme com pipoca, Livia

Doretto e Monique Elias. Obrigado por tudo.

Aos “brodi” da faculdade Ricardo Brandão, Gabriel Machado, Tiago Amaral,

Guilherme Sandalo e Danilo Sasso e aos demais amigos, que viveram comigo esse período

tão importante da minha vida. Obrigado pelos conselhos, pelo aperto de mão dado, pelas

discussões e pelo ombro dado nos momentos difíceis.

Ao Conexão, cursinho popular no qual faço parte e onde fiz amigos que se

disponibilizam a fazer o que amam em prol da educação.

Por último, mas não menos importante, agradeço ao CNPq pelo apoio financeiro e

pela bolsa de iniciação científica (PIBIC).

Dedico esse trabalho a todos vocês que, de certa forma, mudaram a minha vida.

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LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1: Ninfa de Ephemerotera 9

Figura 2: Larva de Trichoptera 12

Figura 3: Ninfa de Plecoptera 13

Figura 4: Larva de Megaloptera 14

Figura 5: Larva de Coleoptera 16

Figura 6: Ninfa de Odonata da subordem Zygoptera 17

Figura 7: Ninfa de Odonata da subrordem Anisoptera 18

Figura 8: Larva de Diptera 19

Figura 9: Ninfa de Hemiptera 21

Figura 10: Bacia Hidrográfica do Rio Pardo 23

Figura 11: Ponto de Coleta em Serrana 24

Figura 12: Ponto de Coleta em Cássia dos Coqueiros 24

Figura 13: Córrego do Matadouro em Serrana – SP (Outubro de 2015) 25

Figura 14: Córrego do Matadouro em Serrana – SP (Março 2016) 25

Figura 15: Córrego do Matadouro em Serrana – SP ( Outubro de 2015) 26

Figura 16: Córrego do Matadouro em Serrana – SP (Outubro de 2015) 26

Figura 17: Ribeirão da Boiada em Cássia dos Coqueiros – SP (Outubro de 2015) 27

Figura 18: Ribeirão da Boiada em Cássia dos Coqueiros – SP (Março de 2016) 27

Figura 19: Ribeirão da Boiada em Cássia dos Coqueiros – SP (Outubro de 2015) 28

Figura 20: Ribeirão da Boiada em Cássia dos Coqueiros – SP (Março de 2016) 28

Figura 21: Ficha cadastral do Córrego do Matadouro (Serrana) 29

Figura 22: Ficha cadastral do Ribeirão da Boiada (Cássia dos Coqueiros) 30

Figura 23. Coleta de Insetos Aquáticos em Cássia dos Coqueiros em Março de 2015 32

Figura 24: Curva de Rarefação 37

Figura 25: Curva do Coletor 37

Figura 26: Diagrama de Whittaker – Abundância de Insetos Aquáticos, a nível de família,

para a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo 38

Figura 27: Proporção da Abundância de Insetos Aquáticos, a nível de família, para a Bacia

Hidrográfica do Rio Pardo 38

Figura 28: Abundância de Insetos Aquáticos, a nível de gênero (exceto dípteros), para a

Bacia Hidrográfica do Rio Pardo 39

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Figura 29: Proporção da Abundância de Insetos Aquáticos, a nível de gênero (exceto

dípteros), para a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo 39

Tabela I. BMWP para Insetos Aquáticos 33

Tabela II. Classes de qualidade da água feitas para análise do BMWP 34

Tabela III. Dados abióticos coletados 35

Tabela IV. Dados bióticos 36

Tabela V. Relação das espécies raras por estimador de riqueza, considerando apenas o nível

taxonômico de gênero 40

Tabela VI. Relação das espécies raras por estimador de riqueza, considerando apenas o nível

taxonômico de família 41

Tabela VII. Compilação dos resultados dos estimadores de diversidade, juntamente com as

informações de Abundância e Riqueza, considerando o nível taxonômico de família 41

Tabela VIII. Compilação dos resultados dos estimadores de diversidade, juntamente com as

informações de Abundância e Riqueza, considerando o nível taxonômico de gênero 41

Tabela IX. Teste de correlação entre as variáveis abióticas. 42

Tabela X. Teste de correlação entre as variáveis abióticas incluindo a abundância como

variável independente 42

Tabela XI. BMWP para o Córrego do Matadouro em Serrana (SP) 43

Tabela XII. BMWP para o Ribeirão da Boiada em Cássia dos Coqueiros (SP) 44

Tabela XIII. BMWP para a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo 44

Tabela XIV. Medianas dos resultados dos parâmetros físico-químicos por trecho de

amostragem no Rio Pardo. Modificado de Sampaio, 2012 50

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SUMÁRIO

Resumo 1

Abstract 2

1. Introdução 3

1.1. Ecologia de Ambientes Lóticos 5

1.2. Insetos Aquáticos 6

1.3. Ephemeroptera 7

1.4. Trichoptera 9

1.5. Plecoptera 12

1.6. Megaloptera 13

1.7. Coleoptera 14

1.8. Odonata 16

1.9. Diptera 18

1.10. Hemiptera 19

2. Objetivos 21

3. Material e métodos 22

3.1. Área de estudo 22

3.2. Coleta e identificação 31

3.3. Análise dos dados 32

4. Resultados 35

5. Discussão 45

6. Considerações finais 53

7. Referências Bibliográficas 54

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Resumo

A degradação do meio ambiente vem ocorrendo de forma acelerada e os ecossistemas

aquáticos têm se tornado cada vez mais vulneráveis e importantes, devido ao seu valor

incalculável para a sociedade. A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, localizada entre os

paralelos 22°15’ e 23°15’ de Latitude Sul e os meridianos 48º15’ e 50º’00’ de Longitude

Oeste, ocupando a região Noroeste do Estado de São Paulo e o Sul do Estado de Minas

Gerais, torna-se um importante recurso hídrico para as suas 27 cidades que a compõe. Nesse

trabalho, de forma inédita para essa bacia, realizou-se um levantamento faunístico de insetos

aquáticos (Ephemeroptera, Plecoptera, Trichoptera, Diptera, Coleoptera, Megaloptera,

Hemiptera e Odonota) por meio 4 coletas em 2 riachos pertencentes a Serrana, SP (Córrego

do Matadouro) e Cássia dos Coqueiros, SP (Ribeirão da Boiada). O material coletado foi

analisado e identificado até o nível taxonômico de gênero (exceto para a Ordem Diptera).

Contudo, os dados se mostraram mais robustos quando tratados no nível de família,

contrariando a hipótese previamente feita. As correlações feitas sobre os efeitos dos dados

abiótica na distribuição da fauna de insetos aquáticos denotaram a influência da temperatura

ambiente, oxigênio dissolvido e condutividade. Os dados bióticos foram analisados pelo

Biological Monitoring Working Party (BMWP) adaptado para o Rio das Velhas por Junqueira

& Campos (1998) e denotou que a qualidade da água do Córrego do Matadouro como BOM e

para o Ribeirão da Boiada como EXCELENTE, resultando numa qualidade da água

EXCELENTE ao extrapolar os dados para a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.

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Abstract

The environmental degradation is occurring at on an accelerated way and the aquatic

ecosystems have become increasingly vulnerable and important because it’s incalculable

value for society. Therefore, the basin of the Pardo River, located between parallels 22°15’

and 23° 15’ South Latitude and the meridians 48º15’ and 50º00’ West Longitude, occupying

the northern part of the São Paulo state and southern Minas Gerais state, it is an important

water resource for the 27 cities there composes. This work has no precedents to this basin,

held a faunal survey of aquatic insects (Ephemeroptera, Plecoptera, Trichoptera, Diptera,

Coleoptera, Megaloptera, Hemiptera and Odonota) through 4 collections in 2 streams

belonging to Serrana, SP (Córrego do Matadouro) and Cassia dos Coqueiros, SP (Ribeirão

da Boiada) under the abiotic conditions of the locals. The raised biotic data were analyzed

and identified unto the genus taxonomic level (except for the Order of Diptera). However, the

data were more robust when treated at family level, contradicting the hypothesis previously

made. The correlations made on abiotic data on the distribution of aquatic insects fauna

denoted the influence of ambient temperature, dissolved oxygen and conductivity. Biotic data

were analyzed by the Biological Monitoring Working Party (BMWP) that was adapt to the

Rio das Velhas by Junqueira & Campos (1998) denoted that the water quality of the Córrego

do Matadouro as GOOD and the Ribeirão da Boiada as EXCELLENT and extrapolating the

data for the basin of Rio Pardo, the water quality is EXCELLENT.

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1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a degradação do meio ambiente vem ocorrendo de forma acelerada

e contínua, devido aos múltiplos impactos ambientais provenientes das atividades antrópicas,

como por exemplo, o aumento do nível de compostos xenobióticos nos ecossistemas

aquáticos (Arias et al., 2007), as influências dos centros urbanos e industriais, como também

da agricultura, contribuindo para a deterioração da qualidade ambiental dos ecossistemas

aquáticos (Hepp et al., 2007).

Por meio do monitoramento ambiental, é possível observar e avaliar as estratégias de

manejo e conservação de áreas naturais, bem como se os planos de recuperação de ambientes

degradados estão sendo efetivos, pois os métodos tradicionais de análise, usando apenas

características físicas e químicas, não são tão abrangentes, trazendo poucos dados sobre a

qualidade estética, recreativa e ecológica do ambiente aquático (Arias et al., 2007) . Dentre as

diversas comunidades que vivem nos variados ecossistemas, a de insetos aquáticos é

amplamente estudada e utilizada em avaliações e programas de monitoramento ambiental.

Os insetos aquáticos, em geral, apresentam diferentes níveis de tolerância face às

atividades antrópicas, as quais podem envolver a remoção das matas ciliares, a entrada de

efluentes orgânicos ou industriais, a destruição de hábitat, entre outros (Ross, 1967;

Rosenberg & Resh, 1993; Morse, 1997). Essa diferença de susceptibilidade frente a distúrbios

ambientais confere aos macroinvertebrados bentônicos grande importância em programas de

monitoramento biológico. Por isso, a prática de biomonitoramento com insetos aquáticos tem

sido bastante utilizada em regiões temperadas, onde o conhecimento taxonômico e ecológico

desses grupos é bastante amplo. Já na Região Neotropical, tal prática ainda não tem sido

muito efetiva, devido talvez à pequena quantidade de estudos sobre a diversidade e carência

de conhecimento taxonômico das ordens de insetos aquáticos, já que para a implementação de

protocolos de biomonitoramento, a identificação da fauna desses insetos deve ser realizada a

priori (Calor, 2009).

Além disso, outros fatores que favorecem o uso de insetos aquáticos em programas de

biomonitoramento são o fato de serem amplamente distribuídos e comuns na maioria dos

ecossistemas dulcícolas, possuírem ciclo de vida relativamente longo, quando comparados

com outros organismos, apresentarem tamanho grande, sendo sésseis ou de pouca mobilidade,

o que permite que eles sejam coletados por métodos simples e de baixo custo (Resh &

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Jackson, 1993). Por estarem intrinsecamente relacionadas às características dos locais onde

vivem, a utilização de macroinvertebrados bentônicos fornecem de forma direta ou indireta as

características dos locais onde vivem, como por exemplo, qualidade da água, condições do

entorno, entre outras (Hepp et al., 2007).

Entre os insetos aquáticos, Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (EPT) são ordens

notoriamente importantes no ambiente aquático, principalmente devido à sua ampla

distribuição, alta abundância e riqueza de espécies, como também por representarem

abundantes recursos na cadeia alimentar de córregos (Righi-Cavallaro et al., 2010), o que

denota que a comunidade dos EPT está estruturada de forma a aproveitar da melhor maneira

possível os recursos ambientais (Bispo & Oliveira, 1998).

Os estudos com as demais ordens que também apresentam pelo menos uma fase do

desenvolvimento relacionada à água (Diptera, Coleoptera, Megaloptera, Hemiptera e

Odonata) crescem de forma favorável, no sentido de aprimorar as técnicas de

biomonitoramento. Diversos estudos já foram feitos utilizando as ordens supracitadas

juntamente com EPT para se inferir a qualidade d’água de um determinado ambiente ou para

o estabelecimento de áreas prioritárias para conservação (e.g. McGeoch, 1988; Rafael et al.,

2012; Silva & Silva, 2011; Contreras-Ramos, 2011).

Assim, por meio de análises da fauna de macroinvertebrados bentônicos, torna-se

possível a elaboração de modelos estatísticos que permitem a caracterização do ambiente

lótico e a inferência de sua integridade ambiental, utilizando-se índices bióticos baseados na

condição de sensibilidade e tolerância dos táxons aos diferentes impactos, como, por exemplo,

o Biological Monitoring Working Party (BMWP), criado em 1976 na Grã-Bretanha, índices

multimétricos, que utilizam um conjunto de medidas bioindicadoras, de maneira a definir um

sistema de classificação da qualidade da água, e modelos de predição de fauna, que, por meio

de análises físico-químicas da água e de alguns parâmetros ambientais, são capazes de

predizer a fauna de macroinvertebrados de locais não poluídos (Baptista, 2008).

A grande problemática tona-se reconhecer as diferentes espécies ou linhagens

filogenéticas, sendo esse um passo fundamental para documentar a biodiversidade, entender

os processos ecológicos e evolutivos, além de estabelecer estratégias de conservação. Tendo

como base a descrição dos grupos, na grande maioria, apenas machos adultos são utilizados

na descrição e diagnose das espécies, o que torna o conhecimento sobre os estágios imaturos

incipientes (Junqueira & Campos, 1998).

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O conhecimento da fase imatura é essencial, pois, para a maior parte dos grupos, é

nessa fase que os indivíduos vivem nos ambientes aquáticos. Sendo assim, o reconhecimento

taxonômico dos espécimes e a obtenção das relações entre adultos e imaturos podem fornecer

importantes ferramentas para os estudos ambientais (Malm et al., 2013).

A seguir, para aumentar a inteligibilidade sobre o projeto, torna-se necessária uma

breve descrição sobre ecologia de ambientes lóticos, os insetos aquáticos (de forma geral)e a,

abordar a ecologia e a filogenia das ordens: Ephemeroptera, Trichoptera, Plecoptera, Diptera,

Hemiptera, Odonata, Coleoptera e Megaloptera.

1.1. Ecologia de ambientes lóticos

Os ambientes aquáticos continentais são comumente divididos em ecossistemas

lênticos e lóticos. O fator correnteza é o fato limitante dessa divisão, sendo que para

ambientes lênticos, temos a estagnação das águas, como o observado em lagos, lagoas,

represas, reservatórios, poças, brejos e pântanos (Ward, 1982). Já os ambientes lóticos são

caracterizados pelo movimento unidirecional da correnteza, como nos rios e riachos (Merrit &

Cummins, 1996).

Os ambientes lóticos apresentam divisões quanto a sua origem, sendo que, o curso

d’água originado diretamente de uma nascente, sem tributários, é considerado como de

primeira ordem (normalmente é um riacho pequeno). Quando há a confluência de dois

ambientes lóticos de primeira ordem, forma-se um de segunda ordem (normalmente são rios),

e do encontro de dois ambientes lóticos de segunda ordem forma-se um de terceira ordem (a

regra que dois ambientes lóticos de ordem “n” originam um de ordem “n+1”) (Strahler, 1957).

O tamanho do córrego e a integridade do hábitat podem ser considerados os principais

fatores que afetam a estruturação das comunidades dos organismos aquáticos, sendo

potenciais fatores preditivos da riqueza de insetos aquáticos nos ambientes lóticos (Souza et

al., 2011). Os rios de ordens distintas apresentam diferenças quanto ao regime térmico, à

vazão e velocidade da correnteza, fontes predominantes de energia, disponibilidade de

microhábitats e padrões de diversidade (Hildrew & Townsend, 1987). A biodiversidade tende

a ser maior em riachos de porte médio, pois há grande heterogeneidade ambiental (Vannote et

al,. 1980).

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Outros fatores ambientais também são importantes em ambientes lóticos, como por

exemplo, altitude, temperatura, concentração de oxigênio dissolvido e outras variáveis físicas

e químicas, como pH e condutividade (Hynes, 1976). Por isso, essas variáveis são

frequentemente mensuradas em estudos sobre diversidade de insetos aquáticos.

A temperatura é um importante fator abiótico responsável pela distribuição de

organismos em ambientes lóticos (Resh & Rosenberg, 1984). Ela pode afetar o

desenvolvimento dos insetos, alterando o número de ciclos de vida completados anualmente

(Ward & Stanford, 1982). Temperaturas elevadas também interferem no teor de oxigênio

dissolvido, sem que temperaturas mais elevadas da água diminuam o teor de oxigênio

dissolvido, interferindo diretamente também na distribuição da fauna (Vannote et al., 1980).

O potencial hidrogeniônico (pH) dos riachos varia de acordo com a composição das

rochas encontradas em seus leitos, as quais em alguns casos podem contribuir com elementos

tamponantes como carbonatos e bicarbonatos. O registro da condutividade elétrica de um

riacho revela a quantidade de sais dissolvidos na água. Os baixos valores de pH e oxigênio

dissolvido, aliados ao aumento da condutividade elétrica, podem ser indicadores de poluição,

provocada pelo enriquecimento orgânico e aumento da quantidade de sólidos suspensos na

água (Hellawell, 1989; Alves et al., 2012).

1.2 Insetos Aquáticos

Os insetos pertencem ao filo Arthropoda, sendo constituintes da classe Hexapoda

(Brusca & Brusca, 2002). Quanto ao seu posicionamento filogenético nesse grupo, temos

duas hipóteses que mais se destacaram. Um delas defende Hexapoda como grupo irmão de

Myriapoda (Ruppert, Fox & Barnes, 2005), e a outra hipótese considera Crustacea como um

grupo parafilético do qual Hexapoda faz parte (Regier et al.,2010).

Os insetos são seres que vivem no planeta Terra há aproximadamente 350 milhões de

anos, e ao longo desse tempo eles se adaptaram a vida em vários habitats, inclusive o

aquático, e desenvolveram diversas características (Triplehorn & Jonnson, 2011). O ciclo de

vida também é algo muito variado, alguns insetos sofrem poucas alterações morfológicas

durante o seu desenvolvimento, como os hemimetábolos, outros já mudam completamente,

como os holometábolos (Triplehorn & Jonnson, 2011).

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Quanto a morfologia geral dos insetos, sua forma é relativamente alongada e cilíndrica

e possuem simetria bilateral (Triplehorn & Jonnson, 2011). O corpo é dividido em uma série

de segmentos, os metâmeros, que são agrupados em três regiões distintas ou tagmata: a

cabeça, o tórax e o abdômen (Triplehorn & Jonnson, 2011). As funções primárias de cabeça

seriam: percepção sensorial, integração neural e coleta de alimentos; do tórax, sendo

responsável pela locomoção, sustentando as pernas e as asas; o abdômen aloja a maior parte

dos órgãos viscerais, incluindo componentes dos sistemas digestivos, excretor e reprodutor

(Triplehorn & Jonnson, 2011).

Em relação aos insetos aquáticos, eles são reconhecidos como aquáticos quando

possuem parte do seu ciclo de vida é dependente da água, seja durante a fase imatura ou

adulta (Yokoyama, 2008). A transição do ambiente aquático para terrestre surgiu de forma

independe em vários grupos, através de adaptações comportamentais e modificações em seus

sistemas para trocas gasosas com o ar (Brusca & Brusca, 2002). Para a obtenção do oxigênio

no ambiente aquático, é possível observar diferentes estratégias, como: o desenvolvimento de

brânquias, realizar trocas gasosas diretas da epiderme ou projeções cuticulares, utilizar tubos

para obter o oxigênio diretamente do ar, reservar oxigênio através de bolhas de ar, de forma

temporária, ou através de plastrões, de forma permanente (Rafael et al., 2012). Também

surgiram adaptações morfológicas que permitiram a sua fixação no riacho, o que possibilitou

superar a correnteza, e até mesmo superar a velocidade da água, como surgimento de pernas

inseridas lateralmente, presença de estruturas de adesão ao substrato e corpo achatado

dorsoventralmente (Merrit & Cummins, 1996).

Cada ordem tratada nesse projeto, apresenta peculiaridades quanto a sua morfologia e

ecologia, por isso, em seguida apresentamos uma breve descrição a respeito das ordens, como

também a filogenia de cada uma.

1.3. A ordem Ephemeroptera

Os efemerópteros são insetos distribuídos mundialmente (exceto na região Antártica,

no extremo Ártico e em pequenas ilhas oceânicas). Compreendem cerca de 4 mil espécies, das

quais 199 são registradas no Brasil (Silva & Salle, 2012). São dulcícolas e desenvolvem-se

nas proximidades de corpos d’água, algumas espécies desenvolvem tanto em ambientes

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lênticos quanto lóticos (Silva & Salle, 2012), mas a maior diversidade é encontrada em

riachos de fundo rochoso (Edmunds, 1984).

Quanto à morfologia do inseto adulto, observamos uma cabeça triangular (em vista

dorsal), olhos compostos (que, em machos de alguns grupos, diferenciam-se pelo seu tamanho

avantajado, em comparação aos da fêmea), três ocelos, clípeo anterior à face, antena setácea,

escapo curto, pedicelo pouco articula e flagelo setáceo e multiarticulado, aparelho bucal

mastigador, tórax bem desenvolvido, protórax anular, mesotórax convexo dorsalmente,

metatórax reduzido, meso e metatórax solidamente fundidos, mesonoto dividido em

mesoscuto grande e converxo e um escutelo menor posterior, asas membranosas transparentes

e iridescentes na maioria das espécies (Silva & Salle, 2012). A fase de imago é semelhante à

de subimago, exceto que nesta, o inseto possui seu corpo envolto por uma cutícula

transparente, suas genitálias e os olhos compostos são menores (Silva & Salle, 2012).

As ninfas (Figura 1) são aquáticas e possuem brânquias abdominais bem

desenvolvidas, epicrânio dividido (frontoclípeo, parte posterior, vértice e parte anterior), olho

lateral ou dorsal, três ocelos, antenas filiformes, peças bucais mastigadores (arranjo hipognato

ou prognato), no tórax, o pronoto é menos desenvolvido que o mesonoto e o metanoto é

pequeno, pterotecas visíveis (nas ninfas maduras), três filamentos anais (que podem estar

reduzido ou ausente) (Silva & Salle, 2012).

Por possuírem alta sensibilidade às alterações ambientais, as ninfas de Ephemeroptera

são utilizadas como bioindicadores de qualidade de água (Rosenberg & Resh, 1993) em

diferentes níveis de poluição, alguns grupos possuem sua população aumentada, outras

diminuídas e algumas desaparecem (Silva & Salle, 2012). Os principais contaminantes de

origem agrícola de corpos d’agua são os fertilizantes e os agrotóxicos que prejudicam de

forma direta, através da chuva e irrigação, ou indiretamente através da percolação no solo

chegando a lençóis freáticos (Arias et al., 2007). Estudos mostram que fertilizantes agrícolas

que contribuem para o aumento de algumas espécies de Ephemeroptera que se alimentam de

algas (Egler, 2002). Já o uso de agrotóxicos pode reduzir drasticamente a população de

macroinvertebrados dos ambientes dulcícolas, já que eles têm sistemas biológicos similares ao

do organismo alvo (Arias et al., 2007). As alterações bruscas ambientais podem resultar em

extinções locais, bem como mudanças drásticas nas abundâncias das espécies e isso pode ser

muito prejudicial, principalmente quando tratamos de um grupo com grande sensibilidade,

como no caso dos Ephemeroptera (Shimano et al., 2010).

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Uma das primeiras classificações proposta para a ordem é de 1935, feita por Needham

et al., a qual dividia Ephemeroptera em 3 famílias (Ephemeridae, Heptageniidae e Baetidae) e

17 subfamílias (Silva & Salle, 2012). Atualmente, a classificação de McCaferry & Edmunds

(1979) ainda é a de maior aceitação, sendo baseada em teorias evolutivas observadas nos

caracteres ninfais, que possibilitaram dividir a ordem em Schistonata, incluindo Baetoidea,

Leptophleboidea e Ephemeroidea; e em Pannota incluindo: Ephemerelloidea, Caenoidea e

Prosopistomatoideaea.

Figura 1. Ninfa de Ephemerotera. Retirada de http://www.troutnut.com/specimen/220.

1.4. A ordem Trichoptera

Os tricópteros são registrados em todos os continentes, exceto no continente Antártico

(Ivanov & Moor, 2007), com cerca de 15.000 espécies em todo o mundo (Morse, 2015),

aproximadamente 3.000 espécies para a região Neotropical (Morse, 2015) e 479 espécies para

o Brasil (Calor, 2011; Paprocki & França, 2014).

Os tricópteros s’ão insetos holometábolos que, na fase adulta, variam de 1 a 50 mm de

comprimento, apresentam olhos compostos bem desenvolvidos, ocelos presentes e antenas

filiformes (longas, podendo chegar a até varias vezes o comprimento do corpo), não

apresentam mandíbulas, o aparelho bucal consiste na fusão do lábio com a hipofaringe,

formando o haustelo, palpos labiais e maxilares bem desenvolvidos, tubérculos presentes

dorsalmente na cabeça e tórax, três pares de pernas bem desenvolvidas, não diferenciadas e

com esporões tibiais conspícuos, fêmeas de algumas espécies com perna posterior achatada

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lateralmente, utilizada para natação e postura, e dois pares de asas bem desenvolvidas

(Paprocki, 2012).

A fase larval (Figura 2) é estritamente aquática, a sua morfologia corresponde a um

pronoto e cabeça bem esclerosados, mesonoto e metanoto com graus variados de esclerosação

ou membranosos. Quanto às pernas, essas têm modificações como cerdas, escovas e outras,

que estão relacionadas aos hábitos ou alimentação. O abdômen é membranoso, portando

brânquias em algumas famílias. Os últimos segmentos são modificados em falsas pernas

anais, terminando em uma garra anal (Paprocki, 2012). As larvas constroem abrigos ou

grumixás, com seda das glândulas salivares, possuindo diversas formas (como caracóis, tubos

e carapaças de tartaruga) e de diversos materiais, como, por exemplo, folha, areia ou

exclusivamente seda (Paprocki, 2012).

Geralmente, a alimentação dos insetos aquáticos tende a ser singulares e pouco

variadas nas primeiras linhagens dos Pterygota, como nos odonatos, que são exclusivamente

predadores, ou nos que ocupam quantidade menores de habitats (megalópteos, hímenópteros e

neurópeteros) (Hershey et al., 2010). Já os tricópteros, dípteros e coleópteros, grupos que

surgiram posteriormente, apresentam uma alimentação mais diversificada (Hershey et al.,

2010). Em Trichoptera, particularmente em algumas larvas, os abrigos servem como

filtradores de partículas de matéria orgânica que irão servir para a alimentação (Rafael et al.,

2012).

A utilização de tricópteros para atividades de biomonitoramento dá-se pela sua

capacidade de tolerar em vários níveis as atividades antrópicas, que envolvem desde a retirada

de matas ciliares até a destruição completa do habitat. Essa diferença de susceptibilidade

confere ao grupo grande importância em programas de monitoramento biológico (Ross, 1967;

Rosenberg & Resh, 1993; Morse, 1997).

A Ordem Trichoptera é dividida em quatro subordens, Annulipalpia, Integripalpia,

Spicipalpia e Protomeropina. Essa última subordem é constituída de táxons fósseis, do

período Permiano, e de posicionamento bastante controverso. Dentre as características

morfológicas e moleculares que distinguem as outras três subordens, a divisão se deu com

base nas diferenças dos tipos de grumixás. “Spicipalpia” é tida como um grupo parafilético

em relação a Annulipalpia e Integripalpia (Frania & Wiggins, 1997; Grimald & Engel, 2005),

e nela temos as famílias Glossosomatidae, Hydrobiosidae, Hydroptilidae e Rhyacophilidae,

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cujas larvas não constroem abrigo, são livre-natante ou constroem uma espécie de cúpula ou

bolsa (Holzenthal et al., 2007).

A subordem Annulipalpia, proposta por Martinov em 1924, faz referência ao

segmento terminal flexível dos palpos maxilares do adulto e apresentam as seguintes

sinapomorfias: larvas com tergito abdominal X reduzido, genitália da fêmea com papilas

laterais adjacentes ao cerco e aparato fálico na genitália masculina modificada, com

parâmetros perdidos (Weaver, 1984; Wiggins, 1996). As larvas constroem abrigos fixos de

seda em ambientes aquáticos de água doce e seus hábitos alimentares são classificados como

filtradores, raspadores e coletores (Weaver & Morse, 1986). Tal subordem é dividida em 2

grande grupos, Hydropsychoidea e Philapotamoidea. As famílias que pertencem a

Hydropsychoidea são Economidae, Polycentropodidae, Hydropsychidae e Dpseudopsidae.

As famílias Philopotamidae, Stenopsychidae, Psychomyiidae e Xiphocentronidae pertencem

ao grupo Philapotamoidea. (Calor, 2009).

A subordem Integripalpia, também proposta por Martinov em 1924, possuem as

seguintes sinapomorfias: ovos envoltos por espumalina, qual absorve água (Wichard, 1991),

mesonoto esclerosado, seguimento abdominal com protuberâncias laterais e médio-dorsal

(Weaver, 1984), asas posteriores maiores que as asas anteriores, especialmente na região anal

(Morse 1997), além dos dados moleculares (Kjer et al., 2001 e 2002). Essa subordem também

é dividida por dois grandes grupos, Plenintetoria e Brevitentoria. As famílias Apataniidae,

Brachycentridae, Goeridae, Kokiriidae, Lepidostomatidae, Limnephilidae, Oeconesidae,

Phryganeidae, Phryganopsychidae, Pisuliidae, Plectrotarsidae, Rossianidae e Uenoidae

pertencem ao grupo Plenintetoria. O grupo Brevientoria é divido em Leptoceroidea e

Sericostomatoidea. No grupo Brevientoria, em Leptoceroidea temos as famílias

Atriplectididae, Calamoceratidae, Leptoceridae, Limnocentropodidae, Molannidae,

Odontoceridae, Philorheithridae e Tasimiidae. As famílias Anomalopsychidae,

Antipodoeciidae, Barbarochthonidae, Beraeidae, Calocidae, Chathamiidae, Conoesucidae,

Helicophidae, Helicopsychidae, Hydrosalpingidae, Petrothrincidae e Sericostomatidae estão

em Brevientoria em Sericostomatoidea (Holzenthal et al., 2007).

As famílias de tricópteros que ocorrem no Brasil são: Ecnomidae, Hydropsychidae,

Polycentropodidae, Xiphocentronidae, Philopotamidae, Hydrobiosidae, Glossomatidae,

Hydroptilidae, Atriplectididae, Calamoceratidae, Leptoceridae, Odontoceridae,

Lemnephilidae, Anomalopsychidae, Helicopsychidae e Sericostomatidae (Paprocki, 2012).

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Figura 2. Larva de Trichoptera. Retirada de https:// trichopteragallery.com/gallery/132416.

1.5. A ordem Plecoptera

Os plecópteros possuem mais de 2.000 espécies descritas no mundo, sendo que na

Região Neotropical há registro de mais de 420 espécies (Froelich, 2012). No Brasil, são cerca

de 150 espécies divididas em duas famílias, Gripopterygidae e Perlidae (Froelich, 2012).

Alguns estudos estimam 2500 espécies no mundo e no Brasil cerca de 300 espécies (Paprocki,

2012).

Os plecópteros são insetos hemimetábolos, anfibióticos, de corpo mole, variando de 4

a 60 mm de comprimento, seus olhos são compostos e apresentam de dois a três ocelos,

aparelho bucal mastigador (podendo ser reduzido em alguns grupos), antena longa e

multiarticulada, pernas cursoriais simples, tarsos trímeros, dois pares de asas membranosas e

o par posterior com lobo anal grande, dobrado quando em repouso e cerco multiarticulado

(Froelich, 2012). Os imaturos são aquáticos e, no Brasil, estão restritos a águas correntes

limpas e bem oxigenadas.

Quanto as famílias que ocorrem no Brasil, as ninfas de Perlidae são predadoras e

caracterizadas por apresentarem brânquias nos paraproctos, enquanto que as de

Gripopterygidae são raspadoras e apresentam um tufo de brânquias anais; em ambas o número

de instares é superior a dez (Froelich, 2012). As ninfas (Figura 3) podem ser encontradas sob

pedras em riachos, e ocasionalmente em qualquer lugar do riacho onde exista oxigênio (Giller

& Malmqvist, 1998). Os plecópteros são organismos pouco tolerantes a poluição e/ou

atividades antrópicas que degradam seu habitat (Froelich, 2012; Hepp et al., 2007), já

denotados em trabalhos que mostram que comunidades de macroinvertebrados bentônicos

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estão intrinsecamente relacionadas as características dos locais onde vivem (qualidade da

água, condições do entorno, etc.) (Hepp et al., 2007).

A proposta mais recente da filogenia de plecópteros é de Zwick (2000). A ordem foi

dividida em duas subordens, sendo elas Antarctoperalia e Arctopelaria. A subordem

Antarctoperalia possui origem sul-gondwânica e incluem duas superfamílias, Eusthenoidea e

Gripopterygoidea (ocorrem no sul da Região Neotropical). Os Arctopelaria originaram-se no

Hemisfério Norte, e são ainda divididos em duas infraordens, os Euholognatha (cuja principal

característica é o fato dos adultos possuírem peças bucais funcionais) e os Systellognatha

(cujos adultos apresentam peças bucais atrofiadas). Na região Neotropical houve uma invasão

de uma subfamília de Systellognatha, a Acroneuriinae (Perlidae), a qual se diferenciou em 10

gêneros, totalizando 400 espécies (Froelich, 2012).

Figura 3. Ninfa de Plecoptera. Retirada de http://www.worleybuggerflyco.com/plec32

1.6. A ordem Megaloptera

Os megalópteros possuem 346 espécies descritas no mundo, sendo 19 registradas no

Brasil (Contreras-Ramos, 2011) e estima-se que essa fauna possa duplicar, pois ainda é pouco

conhecida, principalmente no Nordeste e Centro-Oeste brasileiro (Hamada & Azevedo, 2012).

A ordem é composta por duas famílias recentes, Corylidalidae e Sialidae, e ambas ocorrem no

Brasil. (Hamada & Azevêdo, 2012). Para o Brasil, são conhecidas 15 espécies de Corydalidae

e 4 de Sialidae (Hamada & Azevêdo, 2012).

Quanto à morfologia das larvas (Figura 4), elas possuem o corpo alongado e achatado,

com cabeça prognata, quadrangular e peças bucais bem desenvolvidas, antenas variando de 4

a 5 artículos, órgãos visuais constituídos por estemas separados, pernas com tarsos longos,

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não articulados, terminando em duas garras (Hamada & Azevêdo, 2012). A larva de

Corylidalidae possui 8 pares de filamentos abdominais laterais e um par de falsas pernas

anais, cada uma com dois ganchos no ápice do abdômen e seu tamanho pode variar entre 25 a

90 mm, já a larva de Sialidae, varia entre 10 a 25mm e possui 7 pares de filamentos

abdominais laterais e um filamento longo no ápice do abdômen (Hamada & Azevêdo, 2012).

As larvas de Megaloptera são consideradas predadoras de topo de cadeia trófica em

ambientes aquáticos (Hamada & Azevêdo, 2012). A presença ou ausência de predadores de

topo tem efeito sobre toda a comunidade, podendo inclusive influenciar a produtividade e a

ciclagem de nutrientes (Hillebrand, 2002), o que denota potencial para bioindicadores pela

sua representatividade ecossistêmica.

Quanto às relações filogenéticas de Megaloptera, Conteras-Ramos (2004), por meio de

análises cladísticas, questiona a monofilia da família Corydalidae, apresentando Sialidae

(resgatada como monofilética na análise) e duas Subfamílias de Corydalidae, denotando que

Chauliodinae pode ser mais relacionada à Sialidae do que Corydalinae.

Figura 4. Larva de Megaloptera; Retirada de http://www.ecospark.ca/index/gallery?alderfly.

1.7. A ordem Coleoptera

Os coleópteros possuem distribuição cosmopolita com cerca de 350 mil espécies

descritas (Lawrence & Britton, 1994). No Brasil, já foram descritas 28 mil espécies em 105

famílias, e estima-se que haja mais 130 mil novas espécies a serem registradas (Casari & Ide,

2012).

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Quanto à morfologia das larvas de Coleoptera (Figura 5), temos uma capsula cefálica

bem desenvolvida e geralmente esclerosada, sultura adfrontal ausente, antenas com quatro ou

menos antenômeros, seis ou menos estemas de cada lado da cabeça, mandíbulas do tipo

mastigador, glândula de seda labial mediana ou fiandeiras ausentes, abdômen sem falsas

pernas ventrais com colchetes, sistema respiratório geralmente peripnêustico, nunca com o

espiráculo metatorácico funcional, e espiráculos, se cribriformes, nunca com cicatriz edcisial

completamente envolvida pela placa crivada (Casari & Ide, 2012).

Os besouros possuem um importante papel na reciclagem de nutrientes,

principalmente na fase larval (Casari & Ide, 2012) e também servem de alimento para

anfíbios, peixes e outros invertebrados, estando suscetível a dinâmica do ambiente (McGeoch,

1998; Casari & Ide, 2012). Diante dessa relação com o ecossistema, a sua diversidade,

abundância de espécies como também o fato de ocuparem diversos nichos e apresentarem

diversidade de hábitos alimentares (só não ocorrendo hematofagia), corroboram ainda mais o

seu uso como bons indicadores biológicos (Marioni et al., 2001, Silva & Silva, 2011).

A relação das subordes de Coleoptera é controversa (Vanin & Ide, 2002; Casari & Ide,

2012). A partir de caracteres da asa membranosa, surgiu a relação de parentesco entre as

subordens: (Polyphaga(Archostemata(Adephaga + Myxophaga))), baseado em Kukalová-

Peck & Lawrence (2004). Essa posição basal da subordem Archostemata, quando somente

grupos viventes são considerados, é corroborada inclusive por dados moleculares (Caterino et

al., 2002) e a relação de grupos-irmãos entre Archostemata e os demais Coleopteras também

encontra corroboração nas sequência de registo fossilífero (Casari & Ide, 2012).

Em relação às subordens viventes, a monofilia dos grupos é suportada por caracteres

autapomórficos, corroborados pelas transformações dos caracteres dos estágios imaturos

(Casari & Ide, 2012). Os Archostemata são caracterizados principalmente por autapomorfias

associadas aos hábitos borqueadores das larvas (endocarena dorsal, mandíbulas tridentadas e

robustas, lígula esclerosada, pernas curtas e tergos com ampolas) (Lawrence et al., 1999).

Caracteres larvais derivados de Myxophaga poderia ter evoluído a partir hábito de consumo

de algas em substrato úmidos (Lepiceridae, Shpaeriusidae) ou higropétricos (Hydroscaphidae,

Torridincolidae) (Beutel et al., 1999).

Os caracteres derivados de Polyphaga se devem a presença de escleritos presternais e

propleura interna no tórax (Casari & Ide, 2012). Outra modificação importante é a perda da

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flexão da zona de flexão da asa membranosa, o que é uma apomorfia da linhagem eucinetoide

(Hansen, 1997).

Outra relação filogenética, apontado por Crowson (1955), considera Archostemata

como grupo-irmão do caldo Polyphaga e Myxophaga – (Archostemata (Adephaga(Polyphaga

e Myxophaga))). A hipótese foi corroborada por Beutel & Haas (2000), com base na

articulação da base das asas.

Figura 5. Larva de Coleoptera. Retirada de http://www.performance-vision.com/123.htm.

1.8. A ordem Odonata

A estimativa é que existam 10 mil espécies de Odonata no mundo, no entanto, apenas

cerca de 5.400 já foram descritas, das quais 2.600 pertencem à subordem Zygoptera (Figura 6)

e mais de 2.800 à subordem Anisoptera (Figura 7) (Davies & Tobin 1984; 1985). No Brasil,

são 828 espécies conhecidas, distribuídas em 14 famílias e 140 gêneros, mas ainda se estima

que possam ser descritas mais 1.500 espécies (Costa et al., 2012).

As ninfas de Odonata são aquáticas e predadoras, alimentam-se de larvas de outros

insetos ou pequenos invertebrados, e sua morfologia corresponde a um aparelho bucal

especializado, com o lábio em forma de máscara, dobrado sob a cabeça, com peças móveis

distais que atuam como pina para captura das presas (Costa et al., 2012). Elas são agrupadas

de acordo com sua ecologia, podendo ser errantes, vivendo agarradas em raízes de plantas

submersas; rastejantes, vivendo no fundo, sobre ou sob pedras do leito de rios, riachos, lagos,

lagoas, igarapés, etc; fossoriais, vivendo enterradas no substrato (Costa et al., 2012).

Os odonatos são bons indicadores biológicos, as ninfas de algumas espécies

necessitam de condições ambientais com o mínimo de influência antrópica, pois alterações

drásticas provocam mudanças ecotópicas e ecológicas e assim resultam no desparecimento de

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algumas espécies, como aconteceu com Acanthagrion taxaense Santos e Minagrion ribeiroi

Santos (Coenagrionidae) na Lagoa e Canal das Taxas, Recreio das Bandeiras, Rio de Janeiro

(Costa et al., 2012). Alguns estudos comportamentais, termorreguladores, de defesa

territorial e reprodutiva, denotaram potencial como uso de biomonitoramento, ressaltando as

espécies de Chalcopterys Selys (Polythoridae), da região amazônica, e Hetaerina e Mnesarete

(Calopterygidae), da região Sudeste, como prováveis indicadores (Costa et al., 2012).

A ordem Odonata é subdividida em 3 subordens, Anisoptera, Zygoptera e

Anisozygoptera (Costa et al., 2012). Essa divisão foi estruturada por Tyllyard & Fresaer

(1938) e é mantida até hoje. As propostas mais recentes a respeito da filogenia desse grupo

são de Rehn (2003) e Grimaldi & Engel (2005). A primeira é baseada em um estudo

morfológico do exoesqueleto, tendo 9 sinapomorfias definindo essa ordem (Costa et al.,

2012). O grupo monofilético Zygoptera foi sustentado por 6 sinapomofias, e o grupo

Anisoptera, por 9 sinapomorfias (Costa et al., 2012). O cladograma proposto por Rhen (2003)

aborda as afinidades entre os gêneros, enquanto Grimaldi & Engel (2005) se restringiram até

o nível de superfamília, o que o tornou mais simples (Costa et al., 2012).

Figura 6. Ninfa de Odonata da subordem Zygoptera. Retirada de

http://www.keywordsking.com/Y29lbmFncmlvbmlkYWUgbGFydmFl/htm.

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Figura 7. Ninfa de Odonata da subordem Anisoptera. Retirada de

http://bugguide.net/node/view/253232.htm.

1.9. A ordem Diptera

Os dípteros estão entre as quatro ordens megadiversas de insetos holometábolos,

compreendendo cerca de 153.000 espécies descritas (sem incluir as espécies fossilizadas) em

cerca de 160 famílias (Thompson, 2008). Na região Neotropical, são reconhecidas cerca de

31 mil espécies em 118 famílias (Amorin, 2009).

Quanto à morfologia do inseto adulto, o comprimento é variável (cerca de 0,5 mm, em

alguns Ceratopogonidae, a 60mm, em alguns Mydidae), possuem os olhos compostos,

podendo ser holópticos ou dicópticos, gena, subgena, vértice, fronte , face , clípeo e pós-

crânio, incluindo occipício e pós-gena, as antenas variam entre as famílias (podem ser

multiarticuladas e, em algumas famílias, os artículos e os flagelos se diferenciam), as peças

bucais podem ser do tipo: sugador-lambedor não perfurante e sugador, o tórax é dividido em

pro, meso e metatórax, a mesopleura está subdividida em: anepisterno, catepisterno,

anepímero e catepímero, as pernas possuem tarsos pentâmeros e são bastantes variáveis,

apenas o par de asas mesotorácicas é funcional e desenvolvido, a asa posterior é modificada

em estrutura chamada balancim, o abdômen é composto por 11 segmentos, lateralmente estão

os espiráculos, o órgão copulador masculino (edeago) está localizado atrás do esternito IX e o

da fêmea entre os esternitos VII e IX (dependendo do grupo) (Carvalho et al. 2012).

A morfologia dos imaturos é extremamente variável, em forma, estrutura e ocupação

de hábitats, eles não possuem perna verdadeira, cerca da metade das espécies é aquática,

podendo ser larvas decompositoras ou predadoras, e as espécies parasitoides possuem fase

ativa no primeiro ínstar larval, passando por hiperrmetamorfose (Carvalho et al. 2012).

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Abordando principalmente a fauna aquática, as larvas de Chironomidae (Figura 8)

destacam-se dos demais insetos bentônicos pelo grande número de espécies e

representatividade numérica (Armitage et al. 1995), como também pela facilidade e rapidez

na colonização dos diferentes biótopos, além de ser um importante elo entre os produtores e

os demais níveis da cadeia trófica (Benke, 1998). Sendo assim, essas características tornam a

família um bom instrumento de pesquisa para entender as relações ecológicas da fauna com o

meio (Mazão, 2013).

A filogenia dos dípteros ainda não possui uma hipótese com ampla aceitação na

literatura, principalmente para as linhagens que divergiram primeiro na evolução do grupo e

para os “Acalyptratae”. As hipóteses mais recentes denotam, entre os maiores grupos,

Bibionomorpha, Culicomorpha, Brachycera, Muscomorpha, Eremoneura, Cyclorrhapha,

Schizophora e Calyptrate como monofiléticos e Orthorrhapha e “Aschiza” como parafiléticos

(Wiegman et al. 2011).

Figura 8. Larva de Diptera. Retirada de http://www.troutnut.com/specimen/989.htm.

1.10. A ordem Hemiptera

Os hemípteros correspondem à mais diversa ordem entre os insetos hemimetábolos,

ocupando os ambientes aquáticos e terrestres (podendo até ser semiaquáticos), apresentam

geralmente uma coloração uniforme, com predomínio de negro ou castanho, com algumas

espécies com cores brilhantes (vemelho, azul, amarela ou verde) (Grazia et al., 2012). São

conhecidos cerca de 89 mil espécies em todo mundo, com uma estimativa de chegar a 150 mil

espécies, elas são distribuídas em 4 subordens: Sternorryncha, com cerca de 16 mil espécies,

Auchenorryncha, com cerca de 35 mil espécies, e Heteroptera, com cerca de 38 mil espécies

(Grazia et al., 2012). No Brasil, são conhecidos 791 espécies de Sternorryncha, 4 mil de

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Auchernorryncha e 5.400 espécies de Heteroptera, com estimativa de 30 mil espécies para

toda a ordem no país (Grazia et al., 2012).

Em relação à filogenia dos himipteros, o grupo Sternorryncha é tido como grupo-

irmão de Auchernorryncha, Coleorryncha e Heteroptera (Grazia et al., 2012). Há propostas

que Auchernorryncha seja subdividido em Fulgomorpha (= Achaeorryhncha) e Cicadomorpha

(=Cypeorryncha), passando a ter 5 subordens para Hemiptera (Grazia et al., 2012).

A subordem Sternorryncha Amyot & Serville 1843, está divida em quatro

superfamílias, Aleyrodoidea, Alphidoidea, Ccoidea e Psylloidea (Carver et al., 1991). Os

esternorrincos são terrestres, pequenos, variando de 1 mm a 5 mm de comprimento, cabeça

opisgonata, com o rostro emergindo da parte posterior da cabeça, antena normalmente longa e

filiforme, podendo ser ápteros ou alados e os tarsos monômeros ou dímeros (Grazia et al.,

2012).

A subordem Auchenorrhynca Dumeril, 1806, é considerado um grupo monofilético

por alguns autores (e.g. Grilmaldi & Engel, 2005), outros já não o consideram como um

grupo monofilético (e.g. Sorensen et al., 1995). Segundo Sorensen et al.(1995)

Auchernorryncha poderia ser dividido em Clypeorrryncha e Acheorryncha. Os representantes

dessas subordens são terrestres, variando de 3 mm a mais de 100 mm de comprimento,

possuem antena cerdiforme, podendo ser curta ou longa, rostro com 3 artículos, asa anterior

membranosa, podendo ser levemente esclerosada, mas, em geral, com ápice membranoso e

tarsos trímeros (Grazia et al., 2012).

A subordem Heteroptera Linnaeus 1758, é composto por 7 infraordens, segundo

Cobben (1978), sendo elas: Enicocephalomorpha, Dipscoromorpha, Gerromorpha,

Nepomorpha, Leptopodomorpha, Cimicomorpha e Pentatomomorpha. . Os membros desse

grupo ocupam meios diversificados, podendo ser terrestre, aquáticos ou semi-aquáticos

(Grazia et al., 2012). Os heterópteros apresentam uma coloração bem variável e um corpo

variando de 0,5 a 110mm de comprimento, lábio inserido anteriormente na cabeça, tentório

reduzido, asa anterior modificada em hemiélitro, sendo coriácea anteriormente e membranosa

posteriormente, omatídeo e freno, constituem caracteres diagnóstico (Grazia et al., 2012). As

ninfas se assemelham aos adultos e ocupam geralmente o mesmo hábitat (Schuh & Slater,

1995).

Os hemípteros, segundo Brown (1977), estão dentre os insetos com uso potencial para

programas de monitoramento ambiental, junto com as ordens Coleoptera, Diptera,

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21

Hymenoptera, Lepidoptera e Orthoptera, ainda de acordo com esse autor. O papel

desempenhado por eles no ecossistema é a de ciclagem de nutrientes, a decomposição e a

produtividade secundária, polinização, o fluxo de energia, a predação, a dispersão de

sementes, a regulação das populações de plantas e de outros organismos (Price, 1984).

Oliveira et al. (2014) aponta trabalhos que insetos adultos das famílias Gerridae e

Belostomatidae possuem a tendência de acumular metais pesados em ambientes

contaminados, sendo o hábito alimentar predatório desse insetos um agravante para o

acumulo de metais pesados (Corbi et al., 2011). O trabalho do Tchakonté et al. (2015)

corrobora com fato de que as famílias Gyrinidae, Gerridae e Vellidae são negativamente

influenciados por agentes poluentes antropogênicos em corpos d’águas, o que causa o

desaparecimento dos táxons mais sensíveis.

Figura 9. Ninfa de Hemiptera. Retirada de http://bugguide.net/node/view/281408/.

2. Objetivos

Por meio de técnicas de monitoramento biológico da qualidade d’água, esse trabalho

pretende realizar um levantamento faunístico de insetos aquáticos, com as já referidas ordens,

para Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, Estado de São Paulo, que está inserida na porção norte

da Bacia do Paranapanema e Leste da Bacia do Paraná (Peron & Piroli, 2011), analisando dois

riachos, que não foram significativamente afetados pelas atividades antrópicas, pertencentes à

bacia. A partir dos dados de diversidade obtidos em cada riacho e utilizando ferramentas

estatísticas, inferir a integridade ambiental da área em questão.

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22

Além dos objetivos diretos do trabalho, este contribuiu ainda para o treinamento do

aluno tanto em taxonomia de insetos aquáticos quanto para técnicas de avaliação ambiental de

ecossistemas aquáticos.

3. Material e métodos

3.1. Áreas de estudo

O trabalho foi realizado em riachos da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, Noroeste do

Estado de São Paulo, a qual está inserida na porção norte da Bacia do Paranapanema e Leste

da Bacia do Paraná, entre os paralelos 22° 15‟e 23° 15‟ de Latitude Sul e os meridianos 48º

15‟ e 50º 00‟ de Longitude Oeste, possuindo uma área de 4.801,095 km2 (Peron & Piroli,

2011). A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo abrange 8.993 km² (de área drenada) e envolve 27

municípios, totalizando uma população de 1.092.477 habitantes, tendo o setor agrícola como a

base da economia dessa Bacia (Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do

Estado de São Paulo). Para gerenciar esse importante recurso hídrico, em 1996, foi instalado

o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, no qual possui a sede da secretaria executiva

em Ribeirão Preto, SP. Na Figura 10, segue a área de abrangência da bacia.

Foram realizadas coletas em diversos pontos ao longo de dois riachos que fazem parte

da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, um localizado no município de Serrana, SP, conhecido

como Córrego do Matadouro (Figura 11), e outro no município de Cassia dos Coqueiros, SP,

nomeado de Ribeirão da Boiada (Figura 12). O método de amostragem utilizando réplicas

permitiu o tratamento dos dados para a construção dos modelos estatísticos.

Abaixo são apresentadas fotos de ambos os riachos amostrados, nos dois períodos em

que as coletas foram realizadas, outubro e março (Figuras 13 a 20), como também as fichas

cadastrais de cada um dos riachos, gentilmente fornecido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica

do Rio Pardo (Figuras 21 e 22).

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23

Figura 10. Bacia Hidrográfica do Rio Pardo. Retirado de

http://www.sigrh.sp.gov.br/cbhpardo/.

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24

Figura 11. Local de coleta no município de Serrana, SP.

Figura 12. Local de coleta no município de Cássia dos Coqueiros, SP.

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25

Figura 13. Córrego do Matadouro em Serrana – SP (Outubro de 2015).

Figura 14. Córrego do Matadouro em Serrana – SP (Março 2016).

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26

Figura 15. Córrego do Matadouro em Serrana – SP ( Outubro de 2015).

.

Figura 16. Córrego do Matadouro em Serrana – SP ( Outubro de 2015).

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27

Figura 17. Ribeirão da Boiada em Cássia dos Coqueiros – SP (Outubro de 2015).

Figura 18. Ribeirão da Boiada em Cássia dos Coqueiros – SP (Março de 2016).

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28

Figura 19. Ribeirão da Boiada em Cássia dos Coqueiros – SP (Outubro de 2015).

Figura 20. Ribeirão da Boiada em Cássia dos Coqueiros – SP (Março de 2016).

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29

Figura 21. Ficha cadastral com informações a repeito do Córrego do Matadouro em Serrana

(SP). Fornecida pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.

(http://www.sigrh.sp.gov.br/cbhpardo/apresentacao)

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30

Figura 22. Ficha cadastral com informações a repeito do Ribeirão da Boiada, córrego no qual

passa por Cássia dos Coqueiros (SP) e Mococa (SP). Fornecida pelo Comitê da Bacia

Hidrográfica do Rio Pardo (http://www.sigrh.sp.gov.br/cbhpardo/apresentacao).

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31

3.2. Coleta, identificação e preparação do material

Foram realizadas quatro grandes coletas, duas em cada um dos pontos das áreas de

estudo, sendo uma em período seco (outubro de 2015) e outra em período chuvoso (março de

2016). A realização de diferentes coletas, preferencialmente em períodos de pluviosidade

diferentes, tem o intuito de avaliar a integridade do ambiente e garantir a confiabilidade do

trabalho, amostrando a possível influência do regime de chuvas sob a fauna.

Foram levantados dados abióticos dos riachos amostrados, a fim de buscar padrões

distribucionais das espécies, como a velocidade da água, mensurada com o uso do fluxômetro,

a vazão, usando o produto da velocidade média por uma área de secção feita no riacho (Lind,

1979), a profundidade e largura, medidas com o auxílio de uma trena, o pH , condutividade,

turbidez e oxigênio dissolvido, utilizando o Analisador Multiparâmetro Horiba, a temperatura

ambiente e da água, mensuradas com o auxílio de um termômetro.

As coletas foram realizadas durante o dia nos leitos dos riachos, totalizando 12

pontos de coleta, 6 em cada riacho, sendo que, em cada ponto amostrado, foi delimitada uma

área de 1 m de comprimento, a qual foi repetida três vezes a montante de cada riacho. O

método de amostragem foi por meio de uma rede do tipo surber, própria para coleta de insetos

imaturos aquáticos, que permite a padronização da coleta, pois possui uma área fixa de

30x30cm, sendo possível visualiza-la na Figura 23. O material coletado foi triado em

bandejas, separado e conservado em álcool 80%, todos os espécimes foram devidamente

etiquetados e identificados.

A identificação dos táxons foi realizada até o nível de gênero e baseada nas chaves de

Rafael et al. (2012), Fernández & Domínguez (2001), Dominguéz & Fernández (2009), Costa

& Simonka (2006), Dominguez et al. (2006), Heackman (2006), Mariano & Froehlich (2007),

Souza et al. (2007), Passos, Nessimian & Junior (2007), Azevedo & Hamada (2008), Calor

(2007) e Lecci & Froehlich (2007).

Segundo Juqueira & Campos (1998), a identificação apenas até o nível de família é

suficientemente precisa, pois quando se é utilizado índices como o BMWP, os scores

atribuídos de acordo com a tolerância a famílias são padronizado para as espécies a elas

pertencentes. Contudo, esse trabalho contrastou os dados nos dois níveis de identificação,

gênero e família, para averiguar qual o mais preciso para os riachos amostrados, de acordo

com a metodologia adotada.

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32

Figura 23. Coleta de Insetos Aquáticos em Cássia dos Coqueiros em Março de 2015.

3.3. Análise dos dados

As matrizes obtidas foram analisadas do ponto de vista multivariado através de

ordenações (DCA) e análise de agrupamento (UPGMA ou TWINSPAN) (Romesburg, 1984;

Digby & Kempton, 1987; Manly, 1994; Gauch, 1995; Jongman et al., 1995, Legendre &

Legendre, 1998; Krebs, 1999; McCune & Mefford, 1999). No caso da análise de agrupamento

através da UPGMA, esta foi baseada em uma matriz de similaridade de Morisita-Horn

(Wolda, 1981). A riqueza foi avaliada através curvas de rarefação (Hulbert, 1971; Simberloff,

1972) e de métodos não paramétricos de estimativas de riqueza (Magurran, 2004). Por meio

de modelos lineares (Sokal & Rohlf, 1995; Underwood, 1997), identificamos fatores

ambientais preditivos da riqueza, abundância e composição faunística nos riachos estudados.

Para realizar as análises, utilizamos os programas PC-ORD 4® (McCune & Mefford, 1999) e

EstimateS 9.0 (Colwell, 2004).

Foram atribuídos scores para as famílias coletados, de acordo com o BMWP adaptado

para o Rio das Velhas por Junqueira & Campos (1998) (Tabela I). Esse trabalho apenas

contabilizou as famílias dos insetos aquáticos imaturos, excluindo as outras famílias de

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33

macroinvertebrados bentônicos. Os scores são atribuídos de acordo com a sensibilidade das

famílias a agentes poluentes presentes nos ambientes aquáticos. Os scores são somados pela

presença das famílias no ambiente aquático e o total resulta na classificação da qualidade da

água (Tabelas II). Vale salientar que para um trabalho de biomonitoramento, recomenda-se

que a avaliação seja feita de forma periódica ao longo de vários anos para resultados mais

robustos. É recomendado que se elabore um BMWP para os locais de análise, pois esse índice

é muito especifico por ser dependente das características bióticas dos locais, pois esse índice é

calculado de acordo com as qualidades saprobióticas do local com base na abundância dos

macroinvertebrados bentônicos presentes no local (Alba- Tercedor & Sanches-Ortega, 1988;

Junqueira & Campos, 1998; Sniffer, 2007).

Tabela I. BMWP para Insetos Aquáticos Imaturos. Modificado de Junqueira & Campos 1998.

Ephemeroptera

Siphlonuridae 10

Leptophlebidae 8

Leptohyphidae 7

Baetidae 4

Plecoptera

Gripopterygidae 10

Perlidae 8

Lepdoptera

Pyralidae 10

Trichoptera

Odontoceridae 10

Helicopsychidae 10

Hydrobiosidae 8

Philopotamidae 8

Leptoceridae 7

Polycentropodidae 7

Glossomatidae 6

Hydroptilidae 6

Hydropsychidae 5

Coleoptera

Hydroscaphidae 10

Gyrinidae 6

Dysticidae 5

Elmidae 4

Hydrophilidae 4

Hemiptera

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34

Hebridae 8

Vellidae 7

Naucoridae 5

Belostomatidae 5

Corixidae 5

Nepidae 5

Odonata

Calopterygidae 8

Coenagrionidae 6

Gomphidae 5

Libellulidae 5

Diptera

Dixidae 8

Simuliidae 5

Athericidae 4

Empidoidea 4

Tabanidae 4

Ceratopogonidae 3

Tipulidae 3

Culicidae 3

Chironomidae 2

Psychodidae 2

Stratiomyidae 2

Syrphidae 2

Megaloptera

Corydalidae 5

Tabela II. Classes de qualidade da água feita para classificação feita para análise do

BMWP. Modificada de Junqueira & Campos (1998).

Classe Score Qualidade da Água

I ≥ 86 Excelente

II 64 – 85 Bom

III 37 – 63 Satisfatório

IV 17 – 36 Ruim

V ≤ 16 Muito Ruim

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4. Resultados

Os resultados obtidos e aqui apresentados serviram de base para discutir a integridade

e a condição ecológica encontradas nos dois riachos pertencentes à Bacia Hidrográfica do Rio

Pardo. As análises foram feitas e interpretadas separadamente para os níveis de família e

gênero, exceto para a Ordem Diptera, correspondente às famílias Simulidae, Chironomidae e

Culicidae, devido a dificuldade que essa ordem apresenta para a identificação até o nível

taxonômico de gênero.

Abaixo, seguem os dados abióticos (Tabela III) e bióticos (Tabela IV), obtidos nos

dois períodos de coleta (seca e chuva).

Tabela III. Dados abióticos coletados no Córrego do Matadouro em Serrana(SP) e no

Ribeirão da Boiada em Cássia dos Coqueiros (SP).

Estação Seca Chuvosa

Localidade Córrego do

Mataouro

Ribeirão da

Boiada

Córrego do

Matadouro

Ribeirão da

Boiada

Coordenadas

geográficas

S 21o14’ 34”

W 47o35’30”

S 21o17’43”

W 47o8’42”

S 21

o14’ 34”

W 47o35’30”

S 21o17’43”

W 47o8’42”

Data da Coleta 22/10/2015 22/10/2015

22/03/2016 22/03/2016

Horário da Coleta 09:00 13:00

10:00 13:00

Temperatura

Ambiente (ºC) 27,5 26

22 23

Temperatura do

riacho (ºC) 24 21,5

25,4 24,77

Largura do

Riacho (m) 2,05 3,21

5.23 11.1

Profundidade

média (cm) 7,9 14,08

15.3 27.07

Vazão (m3/s) 0,03 0,246

0.045 0.492

pH 7,5 8,1

6.7 8.7

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36

Condutividade

(mS/cm) 0,161 0,166

0.13 0.13

Oxigênio

dissolvido (mg/l) 8,71 9,48

3.3 3.4

Salinidade (mg/l) 0 0

0.06 0.06

Turbidez (NTU) 3 2

3 2

Predomínio Remanso Remanso

Corredeira Corredeira

Ordem 1 1

1 1

Classe 4 2 4 2

Tabela IV. Dados bióticos coletados em cada coleta, sendo a primeira coleta ocorrida em

Outubro de 2015 (período de seca) e a segunda em Março de 2016 (período de chuvas).

ORDEM FAMILIA Gênero Córr. Do Matadouro 1 Córr. Do Matadouro 2 Rib. Da Boiada1 Rib. Da Boiada 2

Calamoceratidae Phylloicus 79 4 5 0

Ecnomidae Austrotinodes 0 1 1 9

Hydrobiosidae Atopsyche 0 0 0 1

Leptonema 0 13 0 4

Smicridea 0 15 4 5

Oecets 2 0 1 0

Triplectides 0 0 0 2

Polycentropodidae Polyplectropus 0 0 50 0

Calopterygidae Hetaerina 1 0 0 0

Gomphidae Peruvigomphus 14 0 1 0

Plecoptera Perlidae Anacroneuria 0 2 0 0

Megaloptera Corydalidae Corydalus 0 0 0 2

Heterelmis 3 0 49 2

Hexacylloepus 1 0 11 0

Microcylloepus 0 0 1 0

Xenelmis 0 0 0 1

Americabaetis 0 0 6 0

Apobaetis 0 0 1 0

Callibaetis 0 0 2 0

Cloeodes 0 0 1 0

Caenidae Caenis 0 0 0 6

Traverhyphes 4 0 1 0

Tricorythopsis 0 0 1 3

Leptophlebidae Farrodes 0 0 1 0

Chironomidae 155 3 214 2

Culicidae 2 0 28 0

Simulidae 0 1 11 5

Hemiptera Vellidae Rhagovelia 0 1 0 0

Riqueza 9 8 19 12

Abundância 261 40 389 42

Ephemeroptera

Baetidae

Leptohyphidae

Dptera

Trichoptera Hydropsychidae

Leptoceridae

Odonata

Coleoptera Elmidae

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37

A curva de rarefação (Figura 24), que relaciona a quantidade de coletas e a quantidade

de espécimes coletados, juntamente com a curva do coletor (Figura 25), a qual infere, de

forma acumulativa, o número de famílias dos espécimes encontrados com as coletas, denotam

que o número de coletas não foi suficiente para estimar a riqueza total da área amostrada.

Figura 24. Curva de Rarefação.

Figura 25. Curva do Coletor.

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38

Os Diagramas de Whittaker (Figuras 26 e 28) foram obitidos ordenando-se as

espécies a partir das mais comuns para as mais raras no eixo das abscissas e a abundância no

eixo das ordenadas (Melo, 2008), a fim de contrastar os dados a nível de gênero e a nivel de

família, das identificações de insetos aquáticos. Também foram feitos gráficos de proporções

de cada diagrama feito para melhor vizualição da relação dos gênero/famílias coletados em

cada caso (Figuras 27 e 29).

Figura 26. Diagrama de Whittaker – Abundância de Insetos Aquáticos, em nível de família,

para a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.

Figura 27. Proporção da Abundância de Insetos Aquáticos, em nível de família, para a Bacia

Hidrográfica do Rio Pardo.

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39

Figura 28. Abundância de Insetos Aquáticos, em nível de gênero (exceto dípteros), para a

Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.

Figura 29. Proporção da Abundância de Insetos Aquáticos, em nível de gênero (exceto para

dípteros), para a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.

Por meio do indicador Jacknife 1, o qual considera as espécies raras como aquelas que

ocorrem em apenas uma amostra, a riqueza estimada foi de 37,5 para gênero e 22,5 para

família. Para os indicadores Jacknife 2 e Chao 2, os gêneros raros seriam aqueles que ocorrem

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40

em até 2 amostras. Por meio deles, as riquezas estimadas foram 46,16 e 35,53 para gênero e

24,41 e 20,15 para família respectivamente. Para o estimador ICE, o pesquisador deve definir

o número de amostras, entre 1 e 5, que as espécies devem ser consideradas raras (Santos,

2003), no caso, adotamos 3 amostras. A estimativa de riqueza para o estimador ICE foi de

44,43 para gênero e 23,47 para família. Já o Bootstrap interpreta os dados, diferentemente dos

outros estimadores, considerando a frequência de todos os espécimes coletados, não só os

raros, sendo o seu valor de 31, 88 para gênero e 19,48 para família. Os resultados dos

estimadores em relação às espécies raras (tanto para gênero quanto para família) amostradas

estão nas Tabelas V e VI e os seus respectivos valores estatísticos nas Tabelas VII e VIII,

juntamente com o Índice de Shannon e abundância.

Tabela V. Relação das espécies raras por estimador de riqueza, considerando apenas o nível

taxonômico de gênero.

ORDEM FAMILIA Gênero Jacknife1 Jacknife 2 e Chao 2 ICE

Calamoceratidae Phylloicus

Ecnomidae Austrotinodes X

Hydrobiosidae Atopsyche X X X

Leptonema X X

Smicridea X

Oecets X X

Triplectides X X X

Polycentropodidae Polyplectropus X X

Calopterygidae Hetaerina X X X

Gomphidae Peruvigomphus X X

Plecoptera Perlidae Anacroneuria X X X

Megaloptera Corydalidae Corydalus X X X

Heterelmis X

Hexacylloepus X X

Microcylloepus X X

Xenelmis X X X

Americabaetis X X X

Apobaetis X X X

Callibaetis X X X

Cloeodes X X X

Caenidae Caenis X X X

Traverhyphes X X

Tricorythopsis X X

Leptophlebidae Farrodes X X X

Chironomidae

Culicidae X X

Simulidae X

Hemiptera Vellidae Rhagovelia X X X

Trichoptera

Odonata

Dptera

Hydropsychidae

Leptoceridae

Coleoptera Elmidae

Baetidae

Leptohyphidae

Ephemeroptera

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41

Tabela VI. Relação das espécies raras por estimador de riqueza, considerando apenas o nível

taxonômico de família.

Tabela VII. Compilação dos resultados dos estimadores de diversidade, juntamente com as

informações de Abundância e Riqueza, considerando o nível taxonômico de família.

Local Jacknife

1

Chao

2

Jacknife

2

ICE Bootstrap Ind.

Shannon

Abundância Riqueza

Serrana 17 19.5 17 67* 14.5 1.3 301 13

Cássia dos

Coqueiros

20 18.7 20 40 17.5 1.7 431 16

Bacia Hidrográfica

do Rio Pardo

22.5 20.1 24.4 23.4 19.4 1.7 732 19

Tabela VIII. Compilação dos resultados dos estimadores de diversidade, juntamente com as

informações de Abundância e Riqueza, considerando o nível taxonômico de gênero.

Local Jacknife

1

Chao

2

Jacknife

2

ICE Bootstrap Ind.

Shannon

Abundância Riqueza

Serrana 20 25 20 92* 17 1.41 301 15

Cássia dos Coqueiros 34.5 37.2 34.5 94.

6*

29.7 1.8 431 25

Bacia Hidrográfica do

Rio Pardo

37.5 35.5 46.1 44.

4

31.8 1.9 732 28

ORDEM FAMILIA Jacknife 1 Chao 2 e Jacknife 2 ICE

Calamoceratidae X

Ecnomidae X

Hydrobiosidae X X

Hydropsychidae X

Leptoceridae X

Polycentropodidae X X X

Calopterygidae X X X

Gomphidae X X

Plecoptera Perlidae X X X

Megaloptera Corydalidae X X X

Coleoptera Elmidae X

Baetidae X X X

Caenidae X X X

Leptohyphidae X X

Leptophlebidae X X X

Chironomidae

Culicidae X X

Simulidae X

Hemiptera Vellidae X X X

Odonata

Dptera

Ephemeroptera

Trichoptera

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42

Para verificar a influência das condições abióticas sobre a abundância da fauna de

insetos aquáticos, foram feitas regressões lineares. Após a análise de correlação dos dados

entre as variáveis, em um primeiro momento, observamos a relação entre temperatura

ambiente, condutividade e oxigênio dissolvido; temperatura do riacho e salinidade; largura do

riacho, vazão e salinidade; profundidade média e vazão; vazão e pH; condutividade e

oxigênio dissolvido (Tabela IX), no segundo momento, incluímos a abundância como

variável independente (riqueza padronizada), e obtivemos correlação positiva entre ela, a

temperatura ambiente, a condutividade e o oxigênio dissolvido (Tabela X).

Tabela IX. Teste de correlação entre as variáveis abióticas.

Condições

Abióticas

Temperatura

Ambiente

Temperatura

do Riacho

Largura riacho

Profundidade

média

Vazão

(m³/s)

pH Condutividade O2 dissolvido

(mg/l)

Salinidade Turbidez

(NTU)

Temperatura

ambiente

1 --- --- --- --- --- --- --- --- ---

Temperatura do riacho

-0.636 1 --- --- --- --- --- --- --- ---

Largura do riacho

-0.694 0.466 1 --- --- --- --- --- --- ---

Profundidade média (cm)

-0.683 0.301 0.978 1 --- --- --- --- --- ---

Vazão (m³/s) -0.296 -0.095 0.827 0.891 1 --- --- --- --- ---

pH 0.1485 -0.368 0.549 0.614 0.899 1 --- --- --- ---

Condutividade 0.927 -0.846 -0.777 -0.698 -0.303 0.0973 1 --- --- ---

Oxigênio dissolvido (mg/l)

0.932 -0.842 -0.772 -0.694 -0.298 0.106 0.999 1 --- ---

Salinidade (mg/l)

-0.9578 0.788 0.794 0.735 0.348 -0.067 -0.994 -0.995 1 ---

Turbidez

(NTU)

0.056 0.528 -0.504 -0.647 -0.885 -0.878 -0.074 -0.075 0 1

Tabela X. Teste de correlação entre as variáveis abióticas incluindo a abundância como

variável independente.

Condições

Ambientais

Temp.

Ambiente

Temp.

Riacho

Largura

Riacho

Profundidade

média

Vazão

(m³/s) pH Condutividade

O2

dissolvido

(mg/l)

Salinidade Turbidez

(NTU) Abundância

Temperatura

ambiente 1 --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---

Temperatura do riacho

-0.636 1 --- --- --- --- --- --- --- --- ---

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43

Largura do riacho

-0.694 0.466 1 --- --- --- --- --- --- --- ---

Profundaode média (cm)

-0.683 0.301 0.978 1 --- --- --- --- --- --- ---

Vazão (m³/s) -0.296 -0.095 0.827 0.891 1 --- --- --- --- --- ---

pH 0.148 -0.368 0.549 0.614 0.899 1 --- --- --- --- ---

Condutividade 0.927 -0.846 -0.777 -0.698 -

0.303 0.097 1 --- --- --- ---

Oxigênio dissolvido

(mg/l) 0.932 -0.842 -0.772 -0.694

-0.298

0.106 0.999 1 --- --- ---

Salinidade (mg/l)

-0.957 0.788 0.794 0.735 0.348 -

0.067 -0.994 -0.995 1 --- ---

Turbidez (NTU)

0.056 0.528 -0.504 -0.647 -

0.885 -

0.878 -0.074 -0.075 0 1 ---

Abundância 0.840 -0.932 -0.718 -0.601 -

0.204 0.156 0.979 0.977 -0.952 -0.218 1

O Biological Monitoring Working Party (BMWP) foi usado de forma a medir e

comparar a integridade de cada riacho analisado (Tabelas XI e XII) e foi extrapolado para a

Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (Tabela XIII).

Tabela XI. BMWP para o Córrego do Matadouro em Serrana (SP).

Ordem Família Score

Ephemeroptera Leptohyphidae 7

Leptophlebidae 8

Trichoptera

Calamoceratidae

Polycentropodidae 7

Hydropsychidae 5

Ecnomidae

Leptoceridae 7

Plecoptera Perlidae 8

Odonata Gomphidae 5

Calopterygidae 8

Coleoptera Elmidae 4

Hemiptera Vellidea 7

Diptera

Chironomidae 2

Culicidae 3

Simulidae 5

BMWP 76

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44

Tabela XII. BMWP para o Ribeirão da Boiada em Cássia dos Coqueiros (SP).

Ordem Família Score

Ephemeroptera

Baetidae 4

Leptohyphidae 7

Leptophlebidae 8

Caenidae

Trichoptera

Calamoceratidae

Polycentropodidae 7

Hydropsychidae 5

Ecnomidae

Leptoceridae 7

Hydrobiosidae 8

Plecoptera Perlidae 8

Odonata Gomphidae 5

Calopterygidae 8

Megaloptera Corydalidae 5

Coleoptera Elmidae 4

Diptera

Chironomidae 2

Culicidae 3

Simulidae 5

BMWP 86

Tabela XIII. BMWP para a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.

Ordem Família Score

Ephemeroptera

Baetidae 4

Leptohyphidae 7

Leptophlebidae 8

Caenidae -

Trichoptera

Calamoceratidae

Polycentropodidae 7

Hydropsychidae 5

Ecnomidae -

Leptoceridae 7

Hydrobiosidae 8

Plecoptera Perlidae 8

Odonata Gomphidae 5

Calopterygidae 8

Megaloptera Corydalidae 5

Coleoptera Elmidae 4

Hemiptera Vellidea 7

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45

Diptera

Chironomidae 2

Culicidae 3

Simulidae 5

BMWP 93

5. Discussão

Ao iniciarmos esse trabalho, hipotetizamos que se comparassemos os dois riachos

dessa pesquisa, o Córrego do Matadouro, pertencete ao município de Serrana (SP), com o

Ribeirão da Boiada, do municio de Cássia dos Coqueiros (SP), ao pensarmos na

contaminação aquática envolvendo dejetos humanos e poluição agrotóxica, teríamos uma

diferença significativa em relação à fauna de ambos os riachos, com variações representativas

da diversidade e presença ou ausência de macroinvertebrados bentonicos mais sensíveis à

poluição, já que a hipótese inicial era que o riacho de Serrana seria mais poluído que o de

Cássia dos Coqueiros, pois este encontra-se em uma área muito mais preservada e de acesso

limitado, enquanto aquele passa diretamente por uma fazenda de cana-de-açúcar e estava

visivelmente mais degradado.

Os resultados relacionando a poluição com as análises das condições abióticas não

tiveram diferenças consideráveis. Ao observamos a Tabela III, vemos que os fatores que

poderiam influenciar diretamente na distribuição dos insetos aquáticos (oxigênio dissolvido,

condutividade e pH), em relação à presença de agentes poluentes entre um riacho e outro, não

apresentaram diferenças significativas, embora haja, na região circundade ao Córrego do

Matadouro cana de açucar e dejetos humanos (latas de alumínio, roupas e sapatos) . Ao

obervamos os espécimes coletados (Tabela IV), vemos que, no período de chuva, no Córrego

do Matadouro coletamos espécies muito sensíveis à poluição, fato que será dioscutido

posteriomente, derrubando de vez a nossa hipótese.

O trabalho teve 732 espécimes coletadas (Figura 24), que foram identificadas até o

nível de gênero, exceto para os dípteros. Tivemos oito ordens de insetos aquáticos coletadas,

sendo elas Ephemeropteras, Trichoptera, Plecoptera, Megaloptera, Coleoptera, Odonata,

Diptera e Hemiptera, correspondendo a um total de 19 famílias e 25 gêneros (Tabela IV)

encontrados.

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46

Uma segunda hipótese seria que, ao analisarmos os nossos dados bióticos,

comparando os dois níveis taxonômicos, família e gênero, teríamos resultados mais robustos

ao nível de gênero, mas os estimadores mostraram que nossos resultados são mais robustos a

nível de família, o que discutiremos posteriormente. Não desprezamos o fato de que as

identificações a nível de gênero são mais precisas do ponto de vista ecológico do que as

identificações a nível de família, na qual a ecologia é mais generalizada (Junqueira & Campos

1998; Bapitista 2008).

Como denotado por Melo (2008), os padrões de distribuição de espécies são

verificados pelo número de coletas e o tamanho da área, sendo diretamente proporcionais, ou

seja, quanto mais se coleta, maior o número de indivíduos. Logo, existe uma necessidade de

padronização para poder estimar a riqueza de duas áreas de áreas diferentes (Melo, 2008). E

assim, para verificar se o número de espécimes coletados se aproximou da riqueza total da

área estudada, utilizamos a curva do coletor (Colwell & Coddington, 1994), a qual indica que

a quatindade de coletas não foi suficente para amostrar a diversidade de insetos aquáticos

(Figura 25). Contudo, vemos uma leve tendência ao platô da curva, sinal de que não

estavamos tão distantes assim de amostrar a diversidade de cada local. Fato que é corroborado

pelos indices preditivos de diversidade, que analisaram a diversidade com o nível taxônomico

de família (Tabela VII), no qual os valores obtidos pelos estimadores se aproximan dos dados

obtido por esse trabalho.

Vale salientar que as coletas foram feitas em dois períodos, estação seca (outubro de

2015) e chuvosa (março de 2016), a fim de correlatar a abundância das espécies junto com a

interferência da sazonalidade. Visualmente, foi perceptível a influência da sazonalidade sobre

a fauna (Figuras 13,14,17 e 18) e, posteriormente, averiguada com as análises dos dados

abióticos, denotado pelo aumento da vazão, profundidade e largura dos riachos (Tabela III) e

da variação na fauna (Tabela III), pela redução drástica da abundância, devido ao aumento da

vazão, um dos fatos que afeta toda fauna de macroinvertebrados bentônicos, como observado

por Bispo & Oliveira (1998).

Ao analizarmos o Diagrama de Whittaker (Figuras 26 e 28), verificamos a menor

equabilidade das espécies pelo aspecto inclinado (Melo, 2008), denotando uma grande

desproporcionalidade entre o número de espécimes coletados e identificados até o nível

taxonômico de familília ou gênero (Figuras 27 e 28), o que não exibe diferenças

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47

significativas nas ordenações dos espécimes coletados e nem no arranjo proporcional, que foi

configurado na curva.

Proporcionalmente, a ordem Diptera foi a predominante na coleta, representando cerca

de 58% dos espécimes amostrados , tanto comparados com as indetificações a nível de

gênero como de família, sendo aproximadamente 51% para chironomídeos, 4 % simulídeos e

3% para culicídeos. Outro grupo abundante foram os tricópteros. Calamoceratidae, família

que possui apenas o gênero Phylloicus, foi a família mais abundante da ordem, representando

12% de todos os espécimeas coletados, comparados a nível de gênero e família. Com

representatividade abaixo de 10%, tivemos Elmidae, Polycentropodidae. Hydropsychidae,

Gomphidae, Ecnomidae, Baetidae, Leptohyphidae, Caenidae, Leptoceridae, Perlidae,

Corydalidae, Hydrobiosidae, Calopterygidae, Leptophlebidae e Vellidae.

Os chrinomídeos foram mais abundantes por vários motivos. Segundo Sanseverino,

Nessimian & Oliveira (1998), a ditribuição de Chironomidae está intrisicamente relacionada

com a presença de matéria orgânica, e ambientes brejosos. Segundo eles, os grupos

encontrados nesse tipo de ambiente são os mais diversos possíveis, sendo inversamente

relacionados com a vazão da correnteza. Ainda de acordo com esses autores, a diversidade da

forma alimentar desse grupo é grande, mas o característico para a maioria dos ambientes

aquáticos por eles estudados é a forma coletora, que é trivialmente encontrada em ambientes

de Mata Atlântica, onde há a deposição de folhas em riachos o ano inteiro. Os espécimes

dessa família também apresentam maior resistência e resiliência que outras famílias de insetos

aquáticos (Abilio et al., 2005; Marçal, 2014), possuindo espécie resistência a dessecação por

20 meses, como Polypedilum vanderplanki (Hinton, 1952; McLachlan, 1983). Os

chironomídeos, por serem bastante cosmopolitas em países tropicais, para o BMWP,

apresenta um score mínimo, como podemos observar na Tabela I.

A presença de trichopteros da família Calamoceratidae, relativamente em grande

quantidade, está relacionado com a forma de construção do casulo (grumixás) pelo gênero

Phylloicus, o qual é construido a partir de folhas, que são cortadas em formato oval e

encontradas em local de remansos de rios e córregos, podendo ser muito abundantes em

determinadas localidades, dependendo do tipo da cobertura vegetal em que se insere o riacho

(Moretti et al., 2007). Estes invertebrados são fragmentadores, exercendo importante papel na

conversão de matéria orgânica particulada grossa em matéria orgânica particulada fina, em

ecossistemas lóticos (Wallace & Webster, 1996). Embora não tenha sido avaliada a matéria

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particulada na água, a vazão no período de outubro de 2015, comparado com março de 2016,

foi significativamente menor, aumentando as zonas de remanso, locais onde a correnteza é

menor, e propiciando o acúmulo de folhas. Segundo Moretti et al. (2007) e Oliveira et al.

(2009), para espécimes do gênero Phyloicus, a espécie a qual a folha pertencente não é o fator

determinante para a construção de casulos, e sim a dureza das folhas (aquleas que apresentam

maiores teores de polifenois) e a durabildiade.

A família Calamoceratidae não aparece no BMWP calculado para o Rio das Velhas,

feito por Junqueira & Campos (1998), para a peninsula Ibérica, Alba-Tercedor & Ortega

(1988) Alba-Tercedor (1996), e nem no BMWP revisto para a Grã Bretanha, por SNIFFER

(2007). Alguns trabalhos que fazem uso do BMWP já calculado por outros autores, optam por

estipular um próprio score para táxons que, como Calamoceratidae, não foram previamente

estipulados, outros, como é o caso desse trabalho, não contabilizam táxons que não foram

estipulados previamente.

A não atribuição de um valor, como visto em trabalhos que elaboraram o BMWP, se

dá pelo não aparecimento nas coletas, pois a atribuição de valores está relacionado com a

quantidade de espécimes coletados em relação aos diferentes níveis saprobioóticos (Junqueira

& Campos, 1998). Há também grandes disparidades de valores atribuidos ao mesmo táxon em

BMWPs de autores diferentes, ou de reviões de um indice feito, isso também se dá pelo

mesmo motivo apresentado.

Ao analisarmos o efeito da sazonalidade com a distribuição dos insetos aquáticos,

atribuímos ao aumento da vazão como o grande responsável pela grande diferença de

espécimes coletados em Outubro de 2015 (650 espécimes, o que represente 88% do total) para

com Março de 2016 (82 espécimes, sendo proporcionalmente 12% do total). Contudo, a

Tabela X nos motra que a distribuição da abundância está diretamente relacionada com as

variáveis abióticas quantidade de oxigênio dissolvido, condutividade e temperatura ambiente.

Tais variaveis também se correlacionam entre si, como mostrado na Tabela IX.

O oxigênio dissolvido no ambiente aquático é proveniente do gás atmosférico, bem

como de organismos fotossintéticos (Lind, 1979). Nesse trabalho tivemos uma grande

variação do oxigênio dissolvido, sendo da 8,71 e 9,48 mg/l (para Córrego do Matadouro e

Ribeirão da Boiada), caindo para 3,3 e 3,4, respectivamente, em um período que normalmente

temos um aumento dessas condições em riachos (Sguarezi et al., 2007; Bleich, Silva &

Rossete, 2008). De acordo com Sipaúba & Gaglionone (1993), vários fatores contribuem para

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49

a perda ou ganho de oxigênio pelas águas dos rios, como pressão, turbulência, temperatura,

fotossíntese, respiração de organismos e oxidação de matéria orgânica, reações inorgânicas,

águas de afluentes.

Segundo Arias et al. (2007), a concentração de pesticidas e mais longo o tempo de

exposição, maiores as chances dos impactos negativos atingirem níveis superiores de

organização biológica, como comunidades e ecossistemas, afentando a preseça de algas

macrófitas responsáveis pela produção de parte do oxigênio. Assim, se um estresse dura

tempo suficiente para levar à morte uma população de organismos, afetando suas taxas de

crescimento e de reprodução, impedindo assim o recrutamento de novas espécies, ele é então

capaz de alterar a estrutura da comunidade, assim como visto na queda de espécimes

coletados nos períodos chuvosos, além do aumento da vazão, as chuvas poderiam ter

possibilitado a lixiviação de agentes poluidores.

Contudo, o aparecimento de espécimes, como Corydalidae, Baetidae, Perlidae e

Vellidae nesse locais, por exemplo, denotam que provavelmente houve a dissolução desses

componantes não afentando a fauna desses macroinvertebrados bentônicos.

Não há uma explicação clara sobre a influencia da pluviosidade no oxigênio

dissolvido. Há trabalhos que encontraram uma correlção positiva, como Sguarezi et al. (2007)

e Bleich , Silva & Rossete (2008), uma relação de neutralidade na variação nesses períodos

de alta pluviosidade, denotado por Oliveira et al. (2008), e uma relação negativa, onde o

aumento da pluviosidade reduz as condições de oxigênio dissolvio (Carvalho et al,.2000;

Junior et al,. 2013).

No presente trabalho, vemos uma correlação positiva, entre a temperatura ambiente, a

condutividade e o oxgiênio dissolvido (Tabela VIII). De acordo com Oliveira et al. (2008),

temperaturas mais quentes favorecem para a dissolução do oxigênio em água, o que pode ser

uma explicação plausível para a flutuação inesperada dos dados.

Segundo Hynes (1970), a temperatura é importante em ambientes lóticos, pois regula

o ciclo de vida dos insetos aquáticos. Necchi et al. (2000) denotou que margens de córregos

que predominam mata de galeria tendenciam à menor temperatura, devido ao sombreamento.

A temperatura também pode dificultar a dissolução de gases como o oxigênio na água (Maier

1978), o que pode limitar a distribuição dos insetos aquáticos. Nesse trabalho, a correlação

apresentada foi de (r = 0,840, p<0,05), denotando influência da temperatura na abundância, e

de (r = 0,932, p<0,05), denotando também influência na quantidade de oxigênio dissolvido.

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De acordo com Maier (1978), é comum que os ambientes lóticos brasileiros

apresentem pH próximo do neutro, o qual verificamos nesse trabalho, de 6,7 a 8,7,. A

condutividade elétrica é usada na determinação do teor de sais dissolvidos na água, (Maier,

1978), o que, nesse trabalho, ambos apresentaram baixo valor.

Ao compararmos os dados físico-químicos obtidos nesse trablho com os de Sampaio

(2012), que obteve os dados em 12 locais diferentes do Rio Pardo, vemos que os valores

obtidos para os dois riachos aqui amostrados e pertencentes à Bacia Hidrgráfica do Rio Pardo

se enquandram nos valores por ela apresentados (Tabela XIV).

Ao analisarmos os indices preditivos, temos que as famílias e gêneros raras (Tabela VI

e VII) não foram considerados significativos para esse trabalho, pois o fator limitante foi a

pequena quantidade de coletas. Como por exemplo, o estimador ICE, no qual considerou até 3

amostras como espécie raros, não tivemos apenas a seleção de chironomídeos.

Tabela XIV. Medianas dos resultados dos parâmetros físico-químicos por trecho de

amostragem no Rio Pardo. Modificado de Sampaio, 2012.

Trecho de

Amostragem

Ph Temperatura(oC) Oxigênio

Dissovido

(Mg L-1

)

Condutividade

Elétrica (µS)

Turbidez

(NTU)

1 5,2 18,7 7,5 13,4 0,1

2 5,8 18,5 7,3 30,7 30,8

3 6,2 20,7 8,1 46,4 21,2

4 6,1 22,4 7,9 51,9 8,0

5 6,3 22,7 7,4 59,0 14,0

6 6,1 22,1 7,1 56,1 34,1

7 6,4 22,9 6,6 54,2 24,3

8 6,3 23,8 6,8 60,0 21,0

9 6,4 23,9 6,9 61,2 24,5

10 6,5 23,4 7,3 62,6 17,6

11 6,5 23,4 7,3 60,4 22,9

12 6,4 23,8 4,2 59,4 14,1

Máximo 6,5 23,9 8,1 62,6 34,1

Mínimo 5,2 18,5 4,2 13,4 0,1

Contudo, ao considerarmos as espécies sensíveis à agentes poluentes, no qual

apareceram em apenas uma amostra, apenas para o nível de gênero temos , Hydrobiosidae

(Atopsyce), Polycentropodidae, Calopterygidae (Hetaerina), Perlidae (Anacroneuria),

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Corydalidae (Corydalus), Emildae (Mycrocyloepus e Xenemls), Baetidae (Americabaetis,

Apobaetis, Calibaetis e Cloeodes), Leptohyphidae (Traverhyphes), Leptophlebidae

(Farrodes) e Vellidae (Rhagovelia). Para nível de família, teriamos Hydrobiosidae,

Polycentropodidae, Calopterygidae, Perlidae, Corydalidae, Baetidae, Caenidae,

Leptophlebidae e Vellidae, resultando na exclusão de apenas duas famílias (Emildae e

Leptohyphidae), ao contrastarmos os dois resultados.

Ao analisarmos as Tabelas XI e XII, as quais denotam o maior score para famílias

sensíveis à poluição aquática, com a exceção de Baetidae, todos as outras famílias receberam

score 5 ou mais. Então, para esse trabalho, podemos considera-las como espécies raras, com

base no BMWP adaptado para o Rio das Velhas (Junqueira & Campos, 1998).

Os resultados apontados pelos estimadores de diversidade, quando comparados entre

os dois níveis de identificação (gênero e família), demonstraram que a diversidade a nível de

família foi melhor amostrada em comparação com a diversidade de gêneros (Tabelas IV e

V), pois os valores apontados pelos indices (Jacknife 1 , Chao 2 , Jacknife 2, Ice e Bootstrap)

se aproximaram ao da riqueza estimada para o local, tendo baixa diferença em relação a

riqueza amostrada. Quando comparamos as riquez estimadas, Ribeirão da Boiada apresentou

maiores valores que o Córrego do Motadouro.

O índice de Shaanon denotou também que Ribeirão da Boiada apresentou maior

diversidade de insetos aquáticos do que o Córrego do Matadouro e que ele amostrou a

diversidade da Bacia Hidográfica do Rio Pardo nessa metodologia, para os dois níveis

taxônomicos comparados, gênero e família (Tabelas VII e VIII). No entanto, não podemos

inferir que o índice de Shannon, nesses locais, atingiram valores altos ou baixos, pois os

valores numéricos são subjetivos e apenas relevantes quando comparados com dados

anteriories (Melo, 2008), o que não consta na literatura para esses locais.

Um dos motivos é a qualidade da água, classificada pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA), de acordo com a Resolução no 357, de 17 de Março de 2005 (Brasil),

foi de Classe 4 para o Córrego do Mataoduro e Classe 2 para Ribeirão da Boiada.

O objetivo dessa classificação se dá por fonecer um controle e monitoramento desses

corpos d’agua. Segundo o próprio orgão, as condições da água apresentadas por corpos

d’agua de classe 2 permitem a utilização para:

a) o abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

b) a proteção das comunidades aquáticas;

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52

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho;

d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte

e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e

e) à aquicultura e à atividade de pesca.

Em contraste, os corpos dágua classe 4 são destinados para:

a) navegação;

b) harmonia paisagistica.

O trecho da Resolução No 357, de 17 de março de 2005 do CONAMA sobre corpos

d’agua classe IV, seção II, das águas doces:

“Art 17. As águas doces de classe 4 observarão as seguintes condições e padrões:

I – Materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausentes;

II- odor e aspecto : não objetáveis;

III – óleo e graxa : toleram-se irisdescências;

IV – substâncias facilmente sedimentáveis que contribuam para o assoreamento de

canis de navegação: virtualmente ausentes;

V – fenóis totais (substâncias que reagem com 4- aminoantipirina) até 1 mg /l de

C6H5OH;

VI – OD , superior a 2mg/L O2 em qualquer amostra; e

VII – pH: 6 a 9.”

Tendo em vista a denominação da classe dos riachos estudados, para o Córrego do

Matadouro, vemos que os padrões estudadas excedem as expectativas dadas pelo CONAMA.

No caso do Ribeirão da Boiada, este também se enquadra na na classe estipulada pelo

CONAMA, segundos os dados dessa pesquisa.

Por meio do BMWP adpaptado para o Rio das Velhas (Junqueira & Campos, 1998),

comparando a qualidade da água dos dois riachos obtivemos os scores de 76 para o Córrego

do Matadouro, e de 86 para o Ribeirão da Boiada, sendo as qualidades da aágua consideradas

BOA e EXCELENTES, segundo o índice estabelecido no estudo em questão (Tabela II).

Esse resultado é corroborado pelos aspectos de diversidade encontrados no Ribeirão

da Boiada, devido ao fato da área ser preservada, mesmo não estando enquadrada em um

sistema de proteção ambiental nacional, ela se encontra distante de influências antrópicas, em

comparação ao Córrego do Matadouro, o qual faz fronteira com a produção de cana-de-

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53

açúcar. O score elevado se dá pelos espécimes encontrados no Ribeirão da Boiada que são

mais sensíveis a poluição, apresentando valores elevados no índice BMWP utilizado.

6. Considerações finais

A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo é uma importante bacia da região Noroeste do

Estado de São Paulo. Como mostrado por Sampaio (2012) e Peron & Piroli (2011), ela possui

alguns pontos críticos de despejo de componentes orgânicos e falta de mata ciliar. O presente

trabalho é pioneiro ao tentar avaliar a integridade ambiental de riachos pertencentes à Bacia

Hidrográfica do Rio Pardo utilizando dados bióticos e abióticos, ao mesmo tempo tentando

relacionar os fatores ambientais determinantes na distribuição da fauna de insetos aquáticos e

o quanto a atividade antrópica exerce influência sobre a variação da fauna.

Ao extrapolar as condições ambientais e os dados bióticos desse trabalho para a Bacia

Hidrográfica do Rio Pardo, chegamos a um parecer semelhante ao apresentado por Sampaio

(2012), que defende que a bacia se encontra em boas condições, em termos de qualidade da

água. Essa discussão é importante e atual, aparecendo diversas vezes na mídia, já que o

Aquífero Guarani já não é mais suficiente para o abastecimento de água da cidade de Ribeirão

Preto, a qual deve começar a captar água da Bacia do Rio Pardo em breve.

Ao contrastarmos os dados bióticos obtidos a nível taxonômico de gênero ou a nível

de família, vem à tona uma discussão já muito antiga quando falamos em monitoramento

biológico. Qual nível taxonômico devemos usar? A resposta depende.

As identificações até gênero fornecem dados mais espécificos sobre a qualidade da

água, como já alertado por Junqueira & Campos (1998), contudo, os parâmetros oferecidos

por indentificações até o nível taxonômico de família estabelecem algumas vantagens como:

a) facilidade na identificação;

b) rápida amostragem da biodiversidade local;

c) avaliação geral da qualidade da água;

d) facildiade de contrução de indices biomonitoramento, como BMWP;

e) Referencial bibliográfico (a maioria dos trabalhos de biomonitoramento ainda estão

relacionados a nível de família).

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