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PROGRAMA ELEITOR DO FUTURO I FORMAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO POLÍTICADIVERSIDADE. DESIGUALDADE E PRECONCEITO

Infelizmente o poder faz com que as diversidades dêem origem adesigualdades que funcionam num esquema dominantes/dominados (ou “superiores /inferiores”). Falamos bemdesigualdades no plural, já que elas se expressam em diversasdimensões. Uma mulher, negra e pobre, por exemplo, acumularáas três desigualdades: a de gênero, a de raça e a de classe. Se formãe solteira ou portadora de deficiência, então...

O preconceito entra em cena para esconder as relações de poderque transformam as diversidades em desigualdades. Sem nenhumfundamento racional atribuem-se a certos grupos característicascoletivas que justificariam a situação em que se encontram. Ospreconceitos são, então, a maneira como as desigualdades setornam parte da cultura. "As pessoas com deficiência física "As pessoas com deficiência física "As pessoas com deficiência física "As pessoas com deficiência física "As pessoas com deficiência físicanão dão certo no trabalho"não dão certo no trabalho"não dão certo no trabalho"não dão certo no trabalho"não dão certo no trabalho" é um pensamentopreconceituoso, assim como "as mulheres são frágeis""as mulheres são frágeis""as mulheres são frágeis""as mulheres são frágeis""as mulheres são frágeis", "os"os"os"os"osjovens são irresponsáveis" jovens são irresponsáveis" jovens são irresponsáveis" jovens são irresponsáveis" jovens são irresponsáveis" e tantos outros.

De perto ninguém é normal

Que vacacareta!Que vaca

estranha!

Quando Caetano Veloso nos diz que "de perto,ninguém é normal" (em Vaca Profana, música de1973) está expressando uma verdade óbvia: cadaum de nós é uma combinação de diversidadesque nos torna únicos.

A noção de diversidade remete ao corpo (sexo,idade, raça/etnia etc.) a situações sociais (classe,nacionalidade etc.) e às múltiplas formas do existire sentir (orientação sexual, escolhas religiosas etc.).As diversidades não podem ser organizadas numaescala que permita medir se as pessoas são"melhores" ou "piores"; elas apenas existem.

CONFERE?

21,3% dos adolescentes que sedeclararam pretos não se sentemrespeitados na escola, enquanto,entre os brancos, 15,3% não sesentem respeitados. 26,5 % dosindígenas, 25,7% dos pretos e21,6% dos pardos não se sentemrespeitados pelos amigos (brancos19,6% e amarelos 16,4%).(Pesquisa A Voz dos Adolescentes,Unicef/Fator OM, 2002)

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As lutas que libertamA superação das desigualdades e preconceitos acontece quando os grupos sociais desfavorecidos passam areivindicar sua cidadania. Essas lutas beneficiam não apenas aos grupos diretamente envolvidos, mas ao conjuntoda sociedade, na medida em que modificam os comportamentos e constroem uma cultura mais aberta. Ofeminismo, por exemplo, é uma luta direcionada à conquista dos direitos das mulheres, mas acabou tambémlibertando os homens da necessidade de seguir os estereótipos machistas, reconhecendo-lhes "o direito àsensibilidade". Da mesma maneira, o casamento entre pessoas de diferentes raças e etnias enfrenta atualmentemenos resistências familiares do que no passado e ter um filho ou uma filha homossexual está deixando de ser o"drama" que as pessoas acreditavam que fosse.

Se aceitarmos a idéia de que o bem-estar não deveria medir-se por indicadores econômicos, mas pela capacidadedas pessoas viverem em paz e harmonia, podemos pensar que a luta pela redução das desigualdades e dospreconceitos, que são protagonizadas pelos setores sociais mais excluídos, constituem a verdadeira essência doprogresso da humanidade.

Vejamos como esse processo de conquistas tem acontecido no Brasil.

Âncoras no passadoEssa associação entre diversidades, desigualdades e preconceitos está na base de nossa formação como Nação.Desde o início da colonização os índios foram submetidos a esse regime. A cidade de São Paulo, por exemplo, sesustentou durante mais de um século na captura e venda dos índios. A escravidão dos africanos durou três séculose só veio a ser abolida em 1888 (fomos um dos últimos países em fazê-lo).

Monumento aos Bandeirantes na cidade de São Paulo.Homenagem aos “caçadores de índios”.

Devido a esse fim tardio da escravidão ainda háem nosso país pessoas idosas que podem selembrar de um avô ou de uma avó que foiescrava! Para a formação da cultura nacional- que é um processo lento - é como se o fim daescravidão tivesse acontecido ontem. É um tipode relação que ainda nos "impregna", o queexplica a tolerância com a escandalosaconcentração de riquezas, a exploração e a faltade consideração com que os pobres recebem sãotratados. Ainda hoje, por exemplo, em muitosprédios as empregadas domésticas não podemutilizar os elevadores ditos "sociais", que sãoreservados apenas aos patrões e seus convidados.

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A revolução feministaEm todas as sociedades conhecidas - com algumas exceções em sociedades ditas "primitivas" - as mulheres foramsempre dominadas pelos homens no plano familiar e comunitário. Em algumas sociedades essa dominação seestendeu até os limites da opressão, com uma cassação radical dos direitos das mulheres. Entende-se, então, quea mudança da situação feminina seja considerada por muitos como a maior de todas as revoluções já acontecidasna história da Humanidade.

Desde o nascimentoDesde o nascimentoDesde o nascimentoDesde o nascimentoDesde o nascimento recebemos umaeducação que determina nosso comportamentocomo homens e mulheres. Os meninos terãoque ser “machos”, mandões,brincar de carrinho, etc. Já asmeninas, deverão serdiscretas, dóceis,brincar de bonecas...A essas representações ecomportamentos masculinos e femininoschamamos de GÊNERO.O gênero (feminino e masculino) não deve serconfundido com sexo (homem e mulher).

Nas relações de gênero, omasculino é o dominante e ofeminino o dominado. No

sexo, somos, evidentemente,complementares.

As relações de gênerosão uma construçãosocial que todos etodas podemos ajudar

a transformar.

A reivindicação da igualdade de direitos entre homens e mulheres apareceu no final do século XVIII, mas ofeminismo só se organizou como movimento na metade do século seguinte, nos Estados Unidos e na Inglaterrainicialmente. A bandeira do movimento era aconquista dos direitos políticos (votar e se apresentarcomo candidatas). As primeiras feministas norte-americanas também eram destacadas lutadoras contraa escravidão, o que não deixa de ser significativo. Essacaminhada das mulheres começou no Brasil em 1910,e os direitos políticos foram conquistados em 1932.

Essa etapa do movimento feminista ficou conhecidacomo "primeira onda". A partir dos anos 1960 inicia-sea chamada "segunda onda", que tem como objetivo aampliação dos direitos e a mudança nas relaçõescotidianas entre homens e mulheres. Aparece nessemomento a reivindicação da sexualidade feminina edo controle do próprio corpo - o que traz a questãoda contracepção e do aborto.

Os avanços conseguidos pelas mulheres não podemocultar o fato de que as desigualdades continuamexistindo, o que se manifesta, em sua forma maisabsurda, na violência. No Brasil a cada quatrominutos uma mulher é agredida fisicamente em seupróprio lar. Inúmeras mulheres vivenciam relações emque são constantemente desqualificadas ou mesmoameaçadas por seus parceiros e familiares. Tambéminúmeras são as mensagens (piadas, comentários,propagandas) que passam a idéia de inferioridade edependência das mulheres. A erradicação dessaviolência física e moral é um grande desafio que aindatemos de vencer.

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Os trabalhadoresO mercado estabelece relações entre pessoas com poder absolutamente desproporcional. O empresário éproprietário do capital e pode escolher quem irá empregar. Já o assalariado tem apenas a sua capacidade detrabalho para oferecer, precisa do emprego e sabe que o patrão poderá substituí-lo a qualquer momento. Ossindicatos tornam mais eqüitativa essa relação, pois realizam a defesa coletiva dos interesses dos assalariados e dãoassistência às pessoas que enfrentam injustiças. Por isso, a conquista da cidadania pelos trabalhadores estáintimamente ligada ao sindicalismo.

A construção da organização dos trabalhadores foi uma caminhada iniciado no Brasil no final do século XIX,quando a indústria dava seus primeiros passos. A exploração era extremamente dura: pagavam-se salários demiséria para jornadas de até 15 horas, sem nenhum dos direitos que hoje conhecemos. Naquela época, as grevese qualquer outra forma de luta eram vistas como uma perturbação à ordem pública e severamente vigiadas -senão reprimidas - pela polícia.

Uma importante evolução aconteceu a partir de 1930, quando o governo de Getúlio Vargas promoveu a criação desindicatos e diversas leis trabalhistas (jornada de 8 horas, descanso semanal remunerado, férias, salário mínimo etc.).O reconhecimento dos direitos dos trabalhadores fez com que o capitalismo brasileiro saísse da sua pré-história; nadaseria igual de aí em diante em termos de relacionamento patrões-empregados, embora as tensões sempre existam.

O sindicalismo passou por uma profunda renovação a partir dos anos 1970. Em 1978, os sindicatos dos metalúrgicosdo ABC, na grande São Paulo, desafiaram a ditadura militar organizando uma grande greve. Esse evento éconsiderado como o primeiro passo do retorno à democracia no País. Hoje, os sindicatos são reconhecidos comointerlocutores do poder público e das centrais empresariais, e há uma significativa bancada de 60 sindicalistas ouex-sindicalistas no Congresso Nacional.

Os trabalhadores ruraisUm capítulo à parte na saga da cidadania se escreve no mundorural, onde residem aproximadamente 10 milhões de famílias semterra ou em minifúndios sem condições de dar-lhes sustentação. Oentendimento do contexto se completa com a informação de que1% das propriedades rurais têm 45% do total das terras. Essa é acausa das tensões sociais no campo.

A conquista da cidadania tem sido muito mais difícil no campo doque nas cidades. Basta dizer que o trabalho escravo ainda persisteno mundo rural. Outras formas de exploração com origens remotastambém perduram. É o caso do "coronelismo", uma forma de fazerpolítica muito presente no Ceará. A extrema pobreza faz com quemuitas pessoas contraiam "dívidas morais" com políticos aos quais

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A escravidão não acabouA escravidão não acabouA escravidão não acabouA escravidão não acabouA escravidão não acaboupara milhares de nordestinos que sãoaliciados para trabalhar em fazendasonde vivem em condições miseráveis,têm a alimentação e até o alojamentodescontado do salário e são impedidosde ir embora até pagarem as "dívidas"contraídas nas vendinhas dos patrões.De 1995 até 2005, quase 20 milpessoas foram liberadas dessasituação pelo Ministério do Trabalho.O fenômeno acontece principalmenteno Centro-Oeste e na região amazônica.

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acodem quando enfrentam dificuldades, "pagando" em troca com seus votos. Outros, sem consciência do poder doqual abrem mão, vendem diretamente seus votos ou os trocam por promessas futuras de emprego ou apoio. Destamaneira perpetua-se a dominação. A violência e a impunidade são outra constante no mundo rural, onde acontecemdezenas de assassinatos de trabalhadores e líderes rurais a cada ano.

Contudo, o acesso crescente à educação e à informação, assim como a ação das organizações sociais está mudandoesse panorama. A luta pela reforma agrária e a renovação política que está acontecendo em regiões antes conhecidascomo "grotões eleitorais" são signos dessa evolução. O trabalho junto à juventude que realizam tanto os sindicadosrurais como os movimentos de trabalhadores sem terra é uma garantia de ampliação e consolidação dessa mudança.

AfrodescendentesNa origem dessa extraordinária riqueza que é a presença africana no Brasil há o drama da escravidão, que afetouaproximadamente 4 milhões de pessoas entre 1530 e 1850.

O Brasil conviveu até bem recentemente com uma dupla mistificação à esse respeito. Por um lado a história oficialignorava a resistência dos escravos e escravas; por outro, havia um certo orgulho em proclamar a inexistência doracismo (falava-se da "democracia racial" brasileira como um exemplo para o mundo).

Sabemos atualmente que a escravidão não foi aceita passivamente. Historiadores estimam que foram centenas ascomunidades livres formadas pelos escravos que fugiam para ser refugiar nas matas. A mais importante dentreelas, o Quilombo dos Palmares, na divisa de Alagoas com Pernambuco,abrigou entre 20 e 50 mil pessoas e resistiu a ataques dos brancosdurante quase 100 anos. Um levantamento do ano 2000 registra noCeará a existência de 11 comunidades remanescentes de quilombos.

Quanto ao mito que diz ser o Brasil um país sem racismo, basta ouvir otestemunho de qualquer pessoa negra, um amigo ou uma colega, parasaber como esse sentimento está presente no cotidiano. Estudosmostram, por outro lado, que as pessoas de cor negra têm menoschances de melhorar de vida que as de cor branca da mesma condiçãosocial e escolaridade.

Do ponto de vista cultural, a investida mais eficaz dos movimentosnegros - que são fortes e atuantes - é a recusa de comemorar a Lei Áureade 1888, que faz aparecer a abolição da escravidão como uma concessãograciosa do poder branco. No lugar desse aniversário, é promovido o DiaNacional da Consciência Negra, em 20 de novembro, para lembrar ofatídico dia de 1695 em que Zumbi, o líder do Quilombo dos Palmares,foi decapitado no Recife.

De Zumbi,um de nossos maiores heróisnacionais, sabemos apenas que foium guerreiro "de singular valor,grande ânimo e constância rara",segundo um cronista da época. Nãotemos dele nenhum retrato, nemdetalhes de sua vida. As circunstânciasopressivas da escravidão nosprivaram dessa memória.

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Os índiosA colonização provocou uma catastrofe nas etnias indígenas queocupavam o litoral brasileiro. Poucas se salvaram das guerras deconquista, das doenças trazidas pelos europeus e da escravidão.

Nas áreas de mais antiga colonização - como o Nordeste - praticou-setambém o etnocídio ou “liquidação cultural”. Os índios foramobrigados a se agrupar em aldeias onde eram catequizados eproibidos de falar sua língua e seguir seu ordenamento tribal. Maistarde, as terras passaram para mãos dos brancos e os índios foramdispersos. Os principais aldeamentos no Ceará foram os do Crato,Messejana, Parangaba e Caucaia.

O termo “invisibilidade” designaum fenômeno que leva a quecertos grupos sociais não sejampercebidos como tais. É comum,por exemplo, dizermos que “nãoexiste influência negra no Ceará”.Sobre a influência indígena, nossopensamento fica restrito aosgrupos que preservaram aidentidade e a organizaçãoancestral. Mas, o que dizer sobre ofato de que 64,3% dos cearensesdeclararam, no último censo, seremde cor parda? Na base genética ecultural cearense há claramente umpredomínio indígena e negro.Estamos pronto para nos sentirmosorgulhosos disso?

A grande mudança na situação dos índios aconteceu com aConstituição de 1988, que reconheceu sua organização social,costumes, línguas e os direitos sobre as terras que ocupam. Essamudança ocorreu num contexto de fortalecimento das sociedadesindígenas. Assiste-se ao crescimento das organizações criadas pelosíndios para buscar uma nova inserção na sociedade nacional. Naseleições municipais de 2004, 199 índios disputaram vagas, sendoeleitos 48 vereadores, 8 vice-prefeitos e 9 prefeitos. Outra tendênciamuito importante é o aumento da taxa de alfabetização, quepraticamente duplicou desde 1991.

Um dos fenômenos mais interessantes é o denominado "retorno", que acontece principalmente no Nordeste, ondegrupos que durante todos estes anos esconderam sua identidade voltam a se assumir como índios. Esse "retorno"

explica também o extraordinário aumento da populaçãoindígena registrada pelo censo do ano 2000, quandopela primeira vez foi incluída uma questão que permitiaàs pessoas se declararem índios ou índias. O número deindígenas simplesmente aumentou 150% em relaçãoao censo de 1990!

Atualmente os índios são cerca de 450 mil pessoas,que forma 220 povos. No Ceará a FUNAI reconhece 10etnias, outras 7 estão pleiteando o mesmo direito. ACoordenação das Organizações Indígenas do Estado doCeará (Copice) estima em 30.000 os índios no Estado.

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MUDANÇAS A VISTATramita no Congresso projeto delei de combate à violência contraas mulheres. A proposta partiudo movimento feminista e foiacatada pelo governo. Entre outrascoisas, o projeto de lei propõe acriação de juizados especializadosnos casos de violência domésticae familiar contra a mulher. Comisto espera-se por fim àimpunidade que beneficiaatualmente os agressores.

O movimento da terceira idade também tem se fortalecido cada vezmais. O Estatuto do Idoso, sua conquista mais recente, regula osdireitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior asessenta anos.

A comunidade GLBT - gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros(travestis e transsexuais) - ganhou maior visibilidade nos anosnoventa. Ela se organiza em movimentos que têm como principalbandeira a defesa da parceria civil entre pessoas do mesmo sexo e ofim da discriminação por orientação sexual. Esta é uma das lutas quemais polêmicas e preconceitos provoca na nossa sociedade.

A expansão da cidadaniaUma das coisas que mais chama a atenção nos relatos que antecedem é o fato da construção de relações sociaisminimamente tolerantes e igualitárias ser tão recente. Todas as evoluções mencionadas aconteceram no Brasil nosúltimos 120 anos, o tempo de apenas três gerações (avôs - pais - filhos). No plano mundial aconteceu umasituação similar. Considere-se, como referência, que a origem da civilização aconteceu 10 mil anos atrás!

Outra observação importante é que a evolução ocorreu a partir da generalização da democracia, que também éum fenômeno recente. A democracia facilita a defesa dos interesses dos excluídos e as lutas desses setoresampliam a participação, o que por sua vez torna mais fácil a conquista de novos direitos.

Este vínculo entre a democracia e a ampliação dos direitos abreperspectivas que permitem o otimismo, apesar de todas asopressões e injustiças que ainda existem (e são muitas!) e apossibilidade sempre presente de retrocessos. As vitóriasconseguidas tendem a modificar os costumes e fazer com que osvalores democráticos (tolerância, participação, igualdade) setornem, cada vez mais, um traço cultural, uma forma de seconviver em sociedade e na própria família. Assim, a rota paranovas evoluções está bem traçada.

Nesse processo de luta por ampliação de direitos, as pessoasportadoras de deficiência se organizaram e obtiveram importantesconquistas na Constituição Federal. Nos últimos anos se expandemos direitos desse segmento que vai ganhando cada vez maiorapoio e solidariedade da população.

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A igualdade é um princípio básico da democracia. A Constituição Federal, por exemplo, diz que "Todos são iguaisperante a lei (...) homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações". Sabemos, porém, que quem está em situaçãode pobreza não tem as mesmas chances de usufruir de seus direitos que uma pessoa de qualquer outra classe social.

O conceito de eqüidade propõe que os grupos sociaisdesfavorecidos recebam um tratamento preferencial, demaneira a que a igualdade possa ser construída de fato.

As políticas chamadas de "afirmativas" são uma ferramenta daeqüidade. Uma de suas formas é a reserva de vagas para quepessoas de grupos desfavorecidos tenham asseguradasdeterminadas oportunidades. As cotas para pessoas portadorasde deficiência física em concursos públicos, para mulheres naslistas de candidatos às eleições proporcionais e para negros,indígenas ou egressos do ensino público no acesso àsuniversidades são as políticas afirmativas mais conhecidas.

Igualdade e equidade

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As últimas fronteirasTodos os avanços relatados anteriormente não têm conseguidodiminuir significativamente a desigualdade entre as classes sociais.A renda total dos brasileiros mais ricos (que são cerca 1% dapopulação) é igual a renda total dos brasileiros mais pobres(que são a metade da população). Isso nos coloca entre ospiores países do mundo em termos desigualdade social.

A redução da desigualdade pode ser feita através do uso distributivo do gasto público, que acontece quando oEstado repassa recursos aos mais pobres de diversas maneiras - educação, saúde, habitação, aumento dasaposentadorias e outros programas de transferência de renda. Infelizmente essa não é a realidade. Em primeirolugar - e por absurdo que possa parecer - as pessoas com menos recursos pagam proporcionalmente maisimpostos que as pessoas mais abastadas. Isso ocorre porque os tributos com maior peso tratam ricos e pobrescomo iguais. Quando o morador de rua compra um pãozinho, por exemplo, paga o mesmo imposto que umempresário; obviamente a carga tributária (o peso do imposto) é muitíssimo maior para o primeiro do que para osegundo. Por outro lado, há numerosos exemplos de distribuição regressiva, que acontece quando o estadotransfere recursos para os grupos sociais mais abastados. O caso mais visível é o dos juros altíssimos que recebemos investidores que emprestam dinheiro ao governo. Em 2005, os juros da dívida pública chegaram a R$ 157,1bilhões, enquanto o orçamento do programa Bolsa Família, por exemplo, foi de apenas R$ 6,5 bilhões.

A idéia de reservar vagas para a parcelamais desfavorecida da população não foibem acolhida pelas universidades públicasdo Ceará. Apenas a UVA, Universidade doVale do Acaraú reservou 5% das vagas parapessoas portadoras de deficiência física.Paradoxalmente essa possibilidade estáaberta nas universidades particulares,através do Programa Universidade paraTodos (Prouni) do Governo Federal. Oprograma reserva bolsas de estudo aosportadores de deficiência e aos negros,índios ou pardos.Existe, porém, uma esperança: o Ministérioda Educação encaminhou um projeto queprevê a criaçao de cotas para egressos deescolas públicas nas Universidades Federais.

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O próprio Banco Mundial - uma instituição freqüentemente criticada por sua suposta insensibilidade social -reconheceu no seu relatório de 2006 que elevados níveis de desigualdade tendem a se perpetuar, porque geraminstituições que favorecem os interesses daqueles que têm maior influência. Dito de outra maneira, a desigualdadeé fruto do poder, e o poder tende a manter a situação de desigualdade.

Olhando as coisas desse ponto de vista, vemos que a grande dificuldade para reduzir a pobreza está no fato daspessoas que se encontram nessa situação terem pouco poder para mudar o sistema. O direito ao voto que a

Exclusão máximaNuma "zona infernal" que não gostamos de olhar, estão os excluídos dos excluídos: os moradores de rua - adultose crianças - e a população presidiária. Os dois espaços - ruas e prisões - são muitos diferentes, mas têm emcomum o sofrimento, o abandono e a violência.

Social e politicamente essas populações não têm nenhuma influência (os presos com condena definitiva perdematé seus direitos políticos), portanto são esquecidos na hora de se definir prioridades para a ação governamental.Pior ainda, esses grupos são alvo de forte preconceito por parte da sociedade.

Qualquer mudança para as pessoas nessa situação dependerá não do que consigam por seus próprios meios, masda solidariedade de outros setores. A situação das crianças de rua, por exemplo, seria infinitamente pior do que é,não fosse a solidariedade das ONGs e grupos religiosos. Por outro lado, o esquecimento dos presos por parte dasociedade explica que a maioria de nossos presídios e centros de detenção sejam verdadeiras "sucursais do inferno".

Constituição de 1988 deu aos analfabetos foi um avanço(aproximadamente um de cada 4 pobres é analfabeto), mas comrepercussões ainda limitadas. O surgimento de movimentos sociais querepresentam essas camadas da população - de trabalhadores sem terra,de catadores de lixo, de moradores "sem teto" etc. - é um alento para ofuturo. A organização dos pobres é, porém, ainda notoriamenteinsuficiente para levar a uma mudança de situação.

Só 3,3% dos cearenseganham acima de 5salários mínimos.

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Escola: oportunidades edesigualdadesA educação é reconhecidamente o meio mais seguro pararomper o círculo de pobreza no qual está presa boa parte dapopulação brasileira.

A primeira reflexão a esse respeito é que apenas uma pequenaparcela dos pobres e indigentes consegue terminar ensinomédio (8 e 6%, respectivamente, em 2002). Muitos dos queconseguem continuar na escola trabalham durante o dia eestudam à noite, num esforço que compromete a qualidadeda aprendizagem. O acesso a outras possibilidades (educaçãoartística, informática, línguas, viagens) é pequeno senão nulo.

A segunda reflexão é sobre a qualidade do ensino público, oque traz à tona a questão do financiamento da educação. Em2006 o piso do investimento nas escolas públicas para cadaaluno da 8a série é de R$ 716. Um estudo realizado junto aum conjunto de escolas particulares de Fortaleza mostrou queelas gastam, em media, 4 vezes mais para cada aluno dessamesma série. O resultado desta diferença de investimento semede nos resultados dos vestibulares, onde os egressos dasescolas particulares ficam com a maioria das vagas.

"Bullying" "Bullying" "Bullying" "Bullying" "Bullying" é um termo semtradução em português, utilizado paradesignar as agressões verbais ou físicas,repetidas e gratuitas, adotadas por um oumais estudantes contra outro(s).As vítimas são crianças e adolescentes quetêm alguma "diferença" que chama aatenção dos agressores.O bullying é então uma forma radical deintolerância.O bullying questiona a escola na suaessência. Que tipo de cidadãos e cidadãsela é capaz de formar? Ele questionatambém a todos os estudantes, já que obullying tem muitas testemunhas que secalam ou até participam ocasionalmentepara "tirar uma casquinha". Que cidadaniaé essa?

Informações sobre bullying emwww.abrapia.org.br (21) 2589-5656

Guerra civil?Muitas pessoas consideram os altíssimos índices de violência que sofremos como o resultado de uma espécie deguerra civil informal. Segundo essa análise, a situação é provocada por três fenômenos convergentes. Por um lado odesemprego, as baixas remunerações e o sentimento de "falta de perspectivas" de boa parte da população. Poroutro lado, cada vez mais a sociedade de consumo gera um sentimento de frustração, pela impossibilidade derealizar os desejos que provoca. Por último, os jovens socialmente excluídos perderam a resignação e a passividadelegada pela cultura da escravidão, num momento em que a sociedade como um todo vive uma profunda crise devalores e a política como forma de canalização dos descontentamentos está desvalorizada.

Nesse contexto, uma minoria canaliza sua revolta - seu desespero talvez - para o crime e a violência, que teriamassim se tornado uma forma de manifestação política bárbara. Esse sentimento facilita o recrutamento das facçõescriminosas organizadas, cujos tentáculos brotam das penitenciárias, lugares onde deveria acontecer a re-educaçãodos detentos mas que se transformam em centrais do terror.

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A necessidade em que se encontram os jovens das classes sociaismais desfavorecidas de ingressarem muito cedo no mercado dotrabalho e a insuficiência do investimento na educação públicaexplicam, em parte, a persistência da pobreza e das desigualdadessociais, na medida em que as pessoas que mais precisam daeducação de qualidade são as que menos chances têm de recebê-la.

MUDANÇAS A VISTAO financiamento do ensino públicopode melhorar notavelmente, se forcriado o FUNDEB, Fundo deManutenção e Desenvolvimento daEducação Básica. Um amplo movimentoda sociedade civil, assim como dospróprios secretários de educação detodo o país está pressionando oCongresso para aprovar a iniciativa, quejá tem o aval do Governo Federal.

Acompanhe emwww.campanhaeducacao.org.br

Ser jovemA relação que a sociedade tem com os adolescentes e jovens éambígua. Eles são considerados como "o futuro da Nação" nosdiscursos das mais diversas instituições, tais como ONGs, escolas,

igrejas, partidos políticos, Estado e mídia. Osrelatos juvenis mostram, porém, uma

realidade de preconceitos edesencontros no relacionamentocom o mundo adulto.

Esse descompasso entre o discurso e a realidade se manifesta de maneiraaberta quando o jovem tenta ingressar no mercado de trabalho; o desempregojuvenil é quase o dobro do desemprego adulto e as remunerações são

inferiores à metade. Por outro lado, a escolaridade média dos jovens entre 15 a 24anos é de menos de 6 anos (em 2002/2003). A conjunção destas duas realidades faz

com que 19% dos jovens não trabalhem nem estudem.

Os relatos mais perturbadores dizem respeito à atuação da polícia. No final de 2005, uminforme da Anistia Internacional denunciou que os jovens estão sujeitos aos mais diversos tipos

de violência por parte da polícia, praticados de maneira arbitrária e impunemente. As vítimaspreferenciais dessa violência são os jovens de sexo masculino, pobres, negros ou mestiços, que

habitam em favelas ou bairros populares. O pior, segundo o relatório, é que as vitimas dessaviolência não acreditam na possibilidade de punir os culpados.

Felizmente está acontecendo uma tomada de consciência de que as coisas têm de mudar. Esse"despertar" tem como base o fato de Brasil nunca ter sido tão jovem; 19% da população (35milhões de pessoas) tem entre 15 a 24 anos (2004). O governo federal, assim como muitosgovernos estaduais e prefeituras criaram secretarias e planos de ação dirigidos aos jovens. As escolas

também estão refletindo sobre as "culturas juvenis" e a melhor forma de acolher e dialogar com essepúblico. Por último, o mais importante é que os próprios jovens parecem estar mais atentos à

necessidade de participar.

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InstruçãoInstruçãoInstruçãoInstruçãoInstrução(pessoas de 10 anos ou mais)Sem instrução e menos de 1 ano 19,4%1 a 5 anos 37,0%6 a 10 anos 24,3%11 a 14 anos 16,1%15 anos ou mais 3,32%

A reflexão sobre este tema não pode terminar sem incluira preocupação a respeito das barreiras que impedem ocontato entre os jovens das famílias das classes médias ealtas e os jovens das classes menos abastadas. Essaseparação, que é um dos traços dominantes de nossasociedade, manifesta-se espacialmente (bairros diferenciadospara os mais ricos e os mais pobres), na educação (escolaspúblicas X particulares) na hora de ir às compras (comérciopopular X shopping), no lazer, no esporte etc.

A preocupação com a apartação dos jovens vem do fato que oconhecimento mútuo e a interação são condições necessáriaspara o surgimento de laços de solidariedade e identidade. Semesses laços não somos uma Nação, mas um conjunto deinteresses e visões sem nexo entre si. Reconstruir esses vínculostalvez seja um dos maiores desafios da atualidade.

PARA PARTICIPARCEARÁO Fórum de Mulheres Cearenses é composto pororganizações de mulheres e mistas que trabalhampara a igualdade de gênero, bem como porfeministas autônomas. [email protected]@[email protected]@[email protected] GRAB, Grupo de Resistência Asa Branca é umaONG que luta pelos direitos dos gays, lésbicas,transgêneros e bissexuais. [email protected]@[email protected]@[email protected] [email protected]@[email protected]@[email protected]

A Associação Missão Tremembé apóia a luta dospovos indígenas do Ceará, particularmente ademarcação de terras.Trabalha também com arte eeducação indígena. Tel. (85) 3283.1979 e (85)8705 2468; [email protected]@[email protected]@[email protected]

A Pastoral Carcerária realiza atividades dentro dospresídios para renovar o espírito cidadão e a auto-estima dos presos, bem como defender seusdireitos. Tel. (85) 3231-0333 e 3225-0641;[email protected]@arquidiocesedefortaleza.org.brpcarceraria@arquidiocesedefortaleza.org.brpcarceraria@arquidiocesedefortaleza.org.brpcarceraria@arquidiocesedefortaleza.org.br

A Associação Barraca da Amizade trabalha para areintegração à sociedade do menino e doadolescente que vive nas ruas e perdeu o vínculofamiliar. Tel.(85) 3291-5329;[email protected]@[email protected]@[email protected] [email protected]@[email protected]@[email protected] Campanha "Onde Você Guarda o Seu Racismo?"tem como objetivo objetivo estimular osentimento coletivo de compromisso com aigualdade no Brasil.wwwwwwwwwwwwwww.dialogoscontraoracismo.org.br.dialogoscontraoracismo.org.br.dialogoscontraoracismo.org.br.dialogoscontraoracismo.org.br.dialogoscontraoracismo.org.brA Campanha do Laço Branco tem o objetivo deaumentar a participação dos homens noengajamento pelo fim da violência contra amulher. Há várias maneiras de participar.www.lacobranco.org.br

0 a 9 anos 18,8%10 a 14 anos 10,3%15 a 19 anos 11,2%20 a 24 anos 9,7%

As diversidades no CearáHomens 48,5% Mulheres 51,5%

Cor branca 33,2%Cor preta 2,1%Cor parda 64,3%

Rendimento mensalRendimento mensalRendimento mensalRendimento mensalRendimento mensal (pessoas de 10 anos ou mais)Sem rendimento 34,6%Até 1/2 salário mínimo 17,8%De 1/2 a 1 salário mínimo 22,2%De 1 a 2 salários mínimos 15,8%De 2 a 5 salários mínimos 6,3%Mais de 5 salários mínimos 3,3%

25 a 29 anos 7,9%30 a 39 anos 13,6%40 a 49 anos 10,5%50 ou mais 17,0%

Cor amarela 0,2%Cor indígena 0,2%

População urbana 76,5% População rural 23,5%

Alfabetizadas 76,9% Não-alfabetizadas 23,1%

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PROGRAMA ELEITOR DO FUTURO I FORMAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO POLÍTICADIVERSIDADE. DESIGUALDADE E PRECONCEITO

BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA

Para cantarQUE PAÍS É ESTE (Paralamas Do Sucesso - Renato Russo)Nas favelas, no senadoSujeira pra todo ladoNinguém respeita a ConstituiçãoMas todos acreditam no futuro da naçãoQue país é esseQue país é esseNo Amazonas, no Araguaia iá, iá,Na Baixada FluminenseMato Grosso, nas GeraisE no Nordeste tudo em pazSó mesmo morto eu descansoMas o sangue anda soltoManchando os papéis, documentos fiéisAo descanso do patrãoQue país é este (repete 4 vezes)Terceiro mundo, se forPiada no exteriorMas o Brasil vai ficar ricoVamos faturar um milhãoQuando vendermos todas as almasDos nossos índios em um leilãoQue país é este (repete 4 vezes)

Falcão, Meninos do Tráfico, MV Bill e Celso Athayde. Editora Objetiva, 2006.Uma história do feminismo no Brasil, Céli Regina Jardim Pinto. EditoraFundação Perseu Abramo, 2003O Jogo das Diferenças. O Multiculturalismo e seus Contextos, Luis AlbertoOliveira Gonçalves, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva. Autêntica Editora, 2001.

Da Coleção Primeiros Passos (Ed.Brasiliense)• O que é cidadania (M. de Lourdes M. Covre)• O que são direitos da pessoa (Dalmo de A. Dallari)• O que é questão agrária (José Graziano da Silva)• O que é racismo (Joel R. dos Santos)• O que é sindicalismo (Ricardo Antunes)• O que é orientação sexual (Fernando Luiz Cardoso)

VOCABULÁRIOVOCABULÁRIOVOCABULÁRIOVOCABULÁRIOVOCABULÁRIO

Linha de pobreza é umadeterminada renda mensal; quemestiver abaixo é considerado comopobre ou indigente. Um dosprocedimentos para estimar a linhade pobreza parte do valor do saláriomínimo. São considerados comopobres as pessoas cuja rendamensal é entre ¼ e ½ salário mínimo,e como indigentes aqueles cuja rendaé inferior a ¼ do salário mínimo.Apartação social se refere aseparação entre classes sociais. Apalavra vem do termo apartheid,que designou um sistema radical deseparação total entre raças na Áfricado Sul durante muitos anos.Igualdade é a ausência dediferenças de direitos e deveresentre os membros de umasociedade. Juridicamente, aigualdade é uma norma que impõetratar todos da mesma maneira. Apartir desses conceitos surge aincerteza de como tratar os desiguais(por exemplo, os ricos e os pobres).Equidade designa a maneira maisjusta de aplicar a lei, considerandoas particularidades e circunstânciasde cada caso. No terreno socialdesigna a necessidade de todostenham efetivamente acesso aosmesmos direitos. Daí o que poderiaser a máxima da equidade, tratar"desigualmente os desiguais, paraque haja igualdade"Discriminação é o ato de um pessoatratar como inferiores os membros deum grupo social diferente do seu, sejaque a distinção entre os grupos sejade raça (o que dá origem ao racismo),sexo (sexismo), orientação sexual(homofobia), nacionalidade,preferencial cultural etc.

DIVERSIDADE. DESIGUALDADE E PRECONCEITOPROGRAMA ELEITOR DO FUTURO I FORMAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO POLÍTICA

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Referenciais Metodológicos FA7CRITÉRIOS GERAISCRITÉRIOS GERAISCRITÉRIOS GERAISCRITÉRIOS GERAISCRITÉRIOS GERAISEducar significa preparar para o exercício pleno da cidadania, promovendo o acesso a conhecimentos e odesenvolvimento de valores e atitudes socialmente relevantes.

O respeito á diversidade e a individualidade de cada aluno deve ser a marca de uma escola comprometida com ahumanização da sociedade. Devemos, portanto, desenvolver uma prática pedagógica que permita:

11111 O estabelecimento de uma postura crítica perante o preconceito, a desigualdade e a homogeneização que sãocaracterísticas negativas da sociedade atual.

22222 O desenvolvimento de atitudes afirmativas no que diz respeito a ações concretas que promovam a equidade e oacesso às conquistas culturais e materiais de um povo (inclusão).

PROPOSTPROPOSTPROPOSTPROPOSTPROPOSTAS DE UTILIZAÇÃO DO MAAS DE UTILIZAÇÃO DO MAAS DE UTILIZAÇÃO DO MAAS DE UTILIZAÇÃO DO MAAS DE UTILIZAÇÃO DO MATERIAL DESTE FTERIAL DESTE FTERIAL DESTE FTERIAL DESTE FTERIAL DESTE FASCÍCULASCÍCULASCÍCULASCÍCULASCÍCULOOOOONa tabela abaixo, apresentamos algumas propostas para a utilização das informações deste fascículo. Elas sãoponto de partida e não de chegada na construção do conhecimento acerca dos assuntos apresentados.

Artes ecultura

CiênciasSociais esuastecnologias

Escolher apresentaçõesou trabalhos edescrever sobre aexperiência vivenciada.

Elaborar um muralapresentando asconclusões.

Linguagense Códigos;CiênciasSociais esuastecnologias

Junto com o grupolevantar sugestõespedagógicas eadministrativas eapresentá-las aoconselho escolar.

CiênciasSociais esuastecnologias

Síntese da palestrae da visita.

Área doSaber Avaliação

Materiaisespecíficos decom acordo comcada oficina.

Papelmadeira,revistas,jornais, tinta,pincel.

Regimentoescolar, papelmadeira,pincel,cartolina...

Transporte,roteiro parasistematização.

Recursos

Fazer um levantamento das formasde expressão cultural da comunidade.Viabilizar uma oficina de expressãocultural (música, teatro, artesanato...).

Escolha um grupo:·Mulheres ·Negros·Índios ·Deficientes·OutrosE faça uma pesquisa sobre arealidade. Seus problemas eorganização. Discutir as conclusõese/ou visita a representação daquelemovimento.

Analisar o regimento da escola noitem conselho escolar - colegiado.Discutir com o grupo sobre oconceito, objetivo e atribuições doconselho. Trabalhar a norma legalcomo gênero textual

Visitar uma escola diferenciadacom palestra interativa comrepresentantes da escola.

Metodologia

Nós somoscultura

DiversidadeemMovimento

Aparticipaçãocomeça naescola

O valor daculturaindígena

Atividade/ Projeto

Valorizar adiversidade culturalda comunidadeescolar.

Caracterizar eanalisar o contextode exclusão social ecultural.

Reconhecer aescola comoinstrumento demobilização social.

Identificar a importânciada escola diferenciadapara as comunidadesindígenas.

Objetivos

FICHA TÉCNICA

PROGRAMA ELEITOR DO FUTURO / REALIZAÇÃO: Tribunal Regional Eleitoral - Escola Judiciária Eleitoral (CE), UNICEF e Faculdade 7 de Setembro - FA7

FORMAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO POLÍTICA / FASCÍCULOS: Comunicação e Cultura / AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E CERTIFICAÇÂO: Faculdade 7 de Setembro - FA7

COORDENAÇÃO EDITORIAL E TEXTOS FINAIS: Daniel Raviolo / COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: Fábio Delano, Daniel Raviolo e Cecília Lacerda

FASCÍCULO: “DIVERSIDADES, DESIGUALDADES E PRECONCEITOS””””” / COLABORAÇÃO: Almira Rodrigues, Cícera Andrade / ESTAGIÁRIOS: Cristiane Sampaio, Karla

Gadelha REVISÃO::::: Rodrigo de Oliveira e Fátima Porto / ILUSTRAÇÕES: Laerte (cortesia) e Alexandre de Souza / FOTOGRAFIAS: arquivos Qu4tro Comunicação

PROJETO GRÁFICO E DESIGN: Qu4tro Comunicação

REALIZAÇÃO: FASCÍCULOS:

FACULDADE 7 DE SETEMBRO

TRIBUNAL REGIONALELEITORAL DO CEARÁ