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1 DIVERSIFICANDO O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA A PARTIR DE UMA METODOLOGIA SIGNIFICATIVA José Elyton Batista dos Santos 1 Carlos Alberto de Vasconcelos 2 GT3 − Educação e Ciências Matemáticas, Naturais e Biológicas. RESUMO Neste texto apresenta-se o projeto Olimpíada de Matemática Escola José Wilson, como uma metodologia significativa e preparatória para a avaliação nacional do rendimento escolar. Baseado na OBMEP, este projeto tem como objetivo envolver todos os discentes que fazem parte do 5º ao 9º do ensino fundamental em uma competição e avaliação interna com problemas matemáticos relacionados aos descritores da Prova Brasil. O trabalho é desenvolvido em três fases: aplicação de provas da 1ª fase com exposições de trabalhos e jogos, aplicação de provas dissertativas na 2ª fase e reconhecimento dos alunos destaques. Diante do exposto, a Olimpíada configura-se como uma alternativa para a construção do saber matemático, para desenvolver o raciocínio lógico, estimular o interesse pela disciplina e aumentar o nível de proficiência em matemática no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Palavras-chave: Olimpíada de Matemática. Recurso Didático. OBMEP. Prova Brasil. RESUMEN En este artículo presentamos el proyecto Olimpiada Matemática de la Escuela Joseph Wilson, como una metodología importante y de preparación de la evaluación nacional del rendimiento escolar. Sobre la base de OBMEP, este proyecto pretende involucrar a todos los estudiantes que forman parte del 5 al 9 de escuela primaria en un concurso y evaluación interna con problemas matemáticos relacionados con la prueba de descriptores Brasil. El trabajo se desarrolla en tres fases: pruebas de aplicación de la 1ª etapa con exposiciones de trabajo y juegos, pruebas de aplicaciones de ensayo en la segunda fase y el reconocimiento de los alumnos más destacados. Teniendo en cuenta lo anterior, los Juegos Olímpicos se configura como una alternativa a la construcción del conocimiento matemático, para desarrollar el pensamiento lógico, estimular el interés en la disciplina y aumentar el nivel de dominio de matemáticas en el Índice de Desarrollo de la Educación Básica. Palabras clave: Olimpiada Matemática. Recurso Didáctico. OBMEP. Prueba Brasil. 1 Mestrando em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal de Sergipe, professor de matemática da Escola Municipal de Educação Básica Vereador José Wilson Melo Nascimento e da Escola Estadual Djalma Barros Siqueira. E-mail: <[email protected]>. 2 Pós Doutor em Educação Contemporânea, Prof. do Depto de Educação e do Curso de Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Federal de Sergipe. Integrante do Grupo de Pesquisa Educação e Contemporaneidade (EDUCON). E-mail: <[email protected]>.

DIVERSIFICANDO O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE …

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DIVERSIFICANDO O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA A

PARTIR DE UMA METODOLOGIA SIGNIFICATIVA

José Elyton Batista dos Santos1

Carlos Alberto de Vasconcelos2

GT3 − Educação e Ciências Matemáticas, Naturais e Biológicas.

RESUMO

Neste texto apresenta-se o projeto Olimpíada de Matemática Escola José Wilson, como uma

metodologia significativa e preparatória para a avaliação nacional do rendimento escolar. Baseado na

OBMEP, este projeto tem como objetivo envolver todos os discentes que fazem parte do 5º ao 9º do

ensino fundamental em uma competição e avaliação interna com problemas matemáticos relacionados

aos descritores da Prova Brasil. O trabalho é desenvolvido em três fases: aplicação de provas da 1ª

fase com exposições de trabalhos e jogos, aplicação de provas dissertativas na 2ª fase e

reconhecimento dos alunos destaques. Diante do exposto, a Olimpíada configura-se como uma

alternativa para a construção do saber matemático, para desenvolver o raciocínio lógico, estimular o

interesse pela disciplina e aumentar o nível de proficiência em matemática no Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica.

Palavras-chave: Olimpíada de Matemática. Recurso Didático. OBMEP. Prova Brasil.

RESUMEN

En este artículo presentamos el proyecto Olimpiada Matemática de la Escuela Joseph Wilson, como

una metodología importante y de preparación de la evaluación nacional del rendimiento escolar. Sobre

la base de OBMEP, este proyecto pretende involucrar a todos los estudiantes que forman parte del 5 al

9 de escuela primaria en un concurso y evaluación interna con problemas matemáticos relacionados

con la prueba de descriptores Brasil. El trabajo se desarrolla en tres fases: pruebas de aplicación de la

1ª etapa con exposiciones de trabajo y juegos, pruebas de aplicaciones de ensayo en la segunda fase y

el reconocimiento de los alumnos más destacados. Teniendo en cuenta lo anterior, los Juegos

Olímpicos se configura como una alternativa a la construcción del conocimiento matemático, para

desarrollar el pensamiento lógico, estimular el interés en la disciplina y aumentar el nivel de dominio

de matemáticas en el Índice de Desarrollo de la Educación Básica.

Palabras clave: Olimpiada Matemática. Recurso Didáctico. OBMEP. Prueba Brasil.

1 Mestrando em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal de Sergipe, professor de

matemática da Escola Municipal de Educação Básica Vereador José Wilson Melo Nascimento e da Escola

Estadual Djalma Barros Siqueira. E-mail: <[email protected]>. 2 Pós Doutor em Educação Contemporânea, Prof. do Depto de Educação e do Curso de Mestrado em Ensino de

Ciências e Matemática da Universidade Federal de Sergipe. Integrante do Grupo de Pesquisa Educação e

Contemporaneidade (EDUCON). E-mail: <[email protected]>.

2

INTRODUÇÃO

Os últimos índices avaliativos nacionais divulgados em 2015 pelo Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP exibe um avanço na proficiência das

médias em matemática da Prova Brasil, embora uma parte significativa ainda encontra-se em

níveis mais baixos da escala de proficiência. Diante disto, os professores e todos que fazem

parte da instituição escolar, principalmente os professores de matemática permanecem com

um imenso desafio em mãos, fazer com que o Ensino de Matemática sofra modificações em

suas metodologias e recursos didático-pedagógicos utilizados em sala.

É perceptível a necessidade de inovar, buscar, pesquisar e fazer acontecer aulas

diferenciadas. De fato Libâneo (2002), ressalta que:

Na nova concepção de formação – do professor como intelectual crítico,

como profissional reflexivo e pesquisador e elaborador de conhecimentos,

como participante qualificado na organização e gestão da escola – o

professor prepara-se teoricamente nos temas pedagógicos e nos conteúdos

para poder realizar a reflexão sobre a sua prática; atua como intelectual

crítico na contextualização sociocultural de suas aulas e na transformação

social mais ampla; torna-se investigador em sua aula analisando suas

práticas, revendo as rotinas, inventando novas soluções; desenvolve

habilidades de participação grupal e de tomada de decisões seja na

elaboração do projeto pedagógico e da proposta curricular, seja nas várias

atividades da escola como execução de ações, análise de problemas,

discussão de ponto de vista, avaliação de situações etc. Esse é o sentido mais

ampliado que assume a formação continuada (LIBÂNEO, 2002, p. 66).

Partindo deste pressuposto, o professor deve ser pesquisador e reflexivo aos

modelos educacionais que facilitam o ensino e a aprendizagem de forma compreensível aos

alunos.

Assim, percebemos que apesar dos nossos alunos não se identificarem

inteiramente com a disciplina de matemática, os mesmos gostam de desafios e inovações,

então nós professores em especial da Escola José Wilson idealizamos o projeto Olimpíada de

Matemática. Para Carneiro (2004, p. 12), “acreditamos que projetos como este são uma porta

para o futuro, uma das alternativas de melhorar a educação em nosso país”.

Neste contexto, por meio deste projeto procuramos respostas acerca da seguinte

problemática: Quais contribuições uma Olimpíada Interna de Matemática poderá ocasionar no

processo de ensino-aprendizagem dos nossos discentes?

3

Diante desta problemática, conheceremos as vantagens que uma prova interna

pode proporcionar em um ambiente escolar. Acreditamos que este trabalho servirá como

modelo para outras escolas, podendo contribuir de forma significativa e assim por meio do

mesmo poder colher resultados importantes em um futuro próximo. Tendo como objetivo

geral envolver todos os alunos na Olimpíada de Matemática, como meio preparatório para

avaliação nacional do rendimento escolar - Anresc. Desta feita, apresenta-se como objetivos

específicos: estimular o interesse pela disciplina de matemática, contribuir para uma melhoria

da educação básica da referida escola, obter resultados de como nossos alunos estão nas

habilidades da Prova Brasil de Matemática, desenvolver o raciocínio lógico, apresentar

atividades lúdicas e exposições de atividades que envolvam o ensino de matemática de forma

diferenciada.

Nesse contexto, a idealização será realizada como um meio significativo para o

ensino e aprendizagem da matemática, utilizando meios em busca de uma melhoria na

qualidade da educação.

AS OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA

Segundo alguns pesquisadores a exemplo Maciel e Basso, ressaltam que as

origens das Olimpíadas de Matemática podem ser encontradas nas “disputas” protagonizadas

por matemáticos durante o Renascimento na Itália. No final do século XIX, essas

“competições” assumiram uma estrutura semelhante à utilizada nos dias atuais, tendo como

objetivo “promover” a Matemática. (MACIEL; BASSO, 2009).

A Olimpíada de Matemática Escola José Wilson tem como modelo a OBMEP,

mas com alguns objetivos e metodologias diferentes, ou melhor, uma olimpíada que objetiva

a competição, a aquisição de conhecimentos, a resolução de problemas e o uso das

habilidades da Prova Brasil.

❖ OBMEP

Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas + privadas (OBMEP) é

uma realização da Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA),

com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). É promovida com recursos

oriundos do contrato de gestão firmado pelo IMPA com o Ministério da Ciência, Tecnologia,

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Inovações e Comunicações (MCTIC) e com o Ministério da Educação (MEC). (OBMEP

2017).

A OBMEP é dirigida aos alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e aos

alunos do Ensino Médio, de Escolas Públicas municipais, estaduais e federais, e Escolas

Privadas, bem como aos respectivos professores, escolas e secretarias de educação. (OBMEP

2017).

A OBMEP tem como objetivos: estimular e promover o estudo da Matemática no

Brasil. Contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, possibilitando que o

maior número de alunos brasileiros possa ter acesso a material didático de qualidade.

Promover a difusão da cultura matemática. Identificar jovens talentos e incentivar seu

ingresso em universidades nas áreas científicas e tecnológicas. Incentivar o aperfeiçoamento

dos professores das escolas públicas, contribuindo para a sua valorização profissional.

Contribuir para a integração das escolas brasileiras com as universidades públicas, com os

institutos de pesquisa e com as sociedades científicas. Promover a inclusão social por meio da

difusão do conhecimento. (OBMEP 2017).

A OBMEP 2017 realizar-se-á em 2 (duas) etapas; Primeira fase: aplicação de

prova objetiva (múltipla escolha) a todos os alunos inscritos pelas escolas. Segunda Fase:

aplicação de prova discursiva aos alunos selecionados pelas escolas para a Segunda Fase.

(OBMEP 2017).

Os alunos participantes da OBMEP serão divididos em 3 (três) níveis, de acordo

com o seu grau de escolaridade: I. Nível 1 – alunos matriculados em 2017 no 6º ou 7º ano do

Ensino Fundamental. II. Nível 2 – alunos matriculados em 2017 no 8º ou 9º ano do Ensino

Fundamental. III. Nível 3 – alunos matriculados em 2017 em qualquer ano do Ensino Médio.

(OBMEP 2017).

Serão concedidas aos alunos das escolas públicas 500 (quinhentas) medalhas de

ouro, 1.500 (um mil e quinhentas) medalhas de prata, 4.500 (quatro mil e quinhentas)

medalhas de bronze, e até 46.200 (quarenta e seis mil e duzentos) certificados de Menção

Honrosa. Já os de escolas privadas serão concedidos 75 (setenta e cinco) medalhas de ouro,

225 (duzentas e vinte e cinco) medalhas de prata, 675 (seiscentas e setenta e cinco) medalhas

de bronze, e até 5.700 (cinco mil e setecentos) certificados de menção honrosa. (OBMEP

2017).

5

A OBMEP também premia os professores, ou melhor, em 2017 serão premiados

até 969 (novecentos e sessenta e nove) professores dos alunos de Escolas Públicas e Privadas.

(OBMEP 2017).

❖ Olimpíada de Matemática Escola José Wilson

É uma competição que consiste na resolução de problemas matemáticos com

habilidades da Avaliação Nacional do Rendimento Escolar, dirigida aos alunos do Ensino

Fundamental do 5º ao 9º ano da referida instituição. A olimpíada consistirá de três fases:

1ª Fase: Consiste na aplicação de provas com questões de múltipla escolha

composta por 25 questões com alternativas a, b, c e d, e um cartão gabarito para cada

prova/aluno. Participarão da 2ª fase, apenas os cinco alunos de cada turma que atingirem o

maior número de acertos.

Já a 2ª fase abordará 15 questões dissertativas com habilidades da Prova Brasil.

Além disto, o aluno receberá uma folha rascunho para a resolução dos problemas.

A 3ª fase incide na solenidade de premiação com a presença de professores,

gestora, coordenadoras, pais (responsáveis) e todos os alunos da instituição do 5º ao 9º ano,

onde serão premiados com medalhas de ouro, prata, bronze e um brinde os três alunos de cada

turma que apresentarem melhor desempenho na prova da 2ª fase.

O projeto visa não apenas apresentar desafios, mas tem o propósito de formar

indivíduos que saibam resolver de modo inteligente seus problemas, desenvolver melhor o

senso critico de raciocinar, desmistificando a ideia de que a matemática é uma disciplina

complicada e trabalhando os conteúdos de forma lúdica e prazerosa na construção do saber.

Provas, Cartão Resposta e Análise Geral dos Dados

✓ 1ª e 2ª Fase

Provas

As provas serão elaboradas de acordo com as habilidades exigidas pela Prova

Brasil e por meio desta avaliação interna procuraremos observar desde já o desempenho dos

nossos alunos nas competências propostas em seu nível escolar.

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A avaliação denominada Avaliação Nacional do Rendimento Escolar –

Anresc (Prova Brasil), realizada a cada dois anos, avalia as habilidades em

Língua Portuguesa (foco na leitura) e em Matemática (foco na resolução de

problemas). É aplicada somente a estudantes de 4ª série/5º ano e 8ª série/9º

ano de escolas rede pública de ensino com mais de 20 estudantes

matriculados por série alvo da avaliação. Tem como prioridade evidenciar os

resultados de cada unidade escolar da rede pública de ensino, com os

objetivos de: contribuir para a melhoria da qualidade do ensino, redução de

desigualdades e democratização da gestão do ensino público; buscar o

desenvolvimento de uma cultura avaliativa que estimule o controle social

sobre os processos e resultados do ensino. (BRASIL, 2008, p. 8).

Cartão Resposta

Cada aplicador da 1ª fase receberá além das provas um cartão resposta para

correção após a aplicação, e assim podermos conhecer quais os alunos que irão participar da

segunda fase.

Já a correção das provas da segunda fase será realizada pelos professores

organizadores, pois nesta etapa deve-se verificar como o aluno desenvolveu a resolução de

cada questão proposta.

Análise Geral dos Dados

A análise será realizada de acordo com os seguintes objetivos: Observar os

descritores3 com maior número de acertos; conhecer as habilidades que apresentaram maior

índice de erros; calcular a média aritmética, e conhecer o desempenho geral de cada turma.

Assim, por meio dos resultados coletados buscaremos de forma conjunta

(Direção, coordenação e professores), refletir, discutir e formular soluções voltadas ao

aprimoramento da qualidade do ensino e aprendizagem da matemática.

OLIMPÍADA E O MUNDO ENCANTADO DA MATEMÁTICA

O Projeto Olimpíada de Matemática Escola José Wilson encontra-se em sua

terceira edição, procurando desafiar os alunos e conhecer os níveis de desempenho dos

3 Os descritores sintetizam as habilidades e competências que precisam ser aferidas em cada ano de escolaridade

e devem ser expressos detalhadamente, para que se possam medir os aspectos que podem ser observados. São

itens da unidade de teste de uma avaliação.

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mesmos com relação às habilidades da Prova Brasil. O projeto busca desenvolver o agir,

brincar, aprender e fazer acontecer o pensar matemático por meio da contextualização,

interdisciplinaridade e desmistificação de uma visão da matemática formada apenas de

fórmulas e equações.

Configura-se como uma alternativa ou instrumento didático para a construção do

saber matemático, para desenvolver o raciocínio lógico, estimular o interesse pela disciplina,

conhecer os descritores em que os alunos apresentam dificuldades e melhores desempenhos,

desenvolver a prática de interpretação e resolução de problemas matemáticos.

Dividimos a sua execução em dois momentos, o primeiro com aplicação de

provas com situações-problemas. Observe a figura 1:

Figura 1 - Aplicação de Provas

Fonte: Os autores (2016).

O segundo momento em sua primeira e segunda edição acrescentamos para após a

aplicação das provas jogos matemáticos que desenvolvesse nos discentes o pensar, defender

ideias, raciocinar, competir e relacionar o mais próximo possível do seu contexto social.

Assim, a olimpíada não é um momento apenas de provas e competição, mas também um

momento de aprender por meio da ludicidade.

O uso de jogos matemáticos é uma estratégia muito utilizada para motivar e

envolver os estudantes com o conteúdo trabalhado na sala de aula. Este

recurso se constitui uma abordagem de ensino bastante utilizada pelos

professores de matemática, pois apresenta um ensino de matemática menos

distante do mundo dos estudantes. (SANTOS, 2013, p. 1).

Segundo Kishimoto (apud Moura, 2006, p. 72), “as referencias ao uso do jogo no

ensino de matemática, nos últimos anos, têm sido constantes”. Partindo deste ponto de vista,

percebe-se que os professores estão mais reflexivos aos novos modelos educacionais,

procurando renovar e aprimorar suas ações por meio de novas metodologias e dinamismo. De

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acordo com Santos (2013, p. 2), “o jogo é a proposta utilizada para esta nova fórmula de

construção de saberes”. Corroborando com a ideia, para Tarouco (2004, apud JUNIOR;

NASCIMENTO, 2016, p. 2), “os jogos podem ser ferramentas instrucionais eficientes, pois

eles divertem enquanto motivam, facilitam o aprendizado e aumentam a capacidade de

retenção do que foi ensinado, exercitando as funções mentais e intelectuais do jogador”.

Diante do exposto, espalhamos nos espaços da escola diversos jogos matemáticos

com diferentes habilidades sendo monitorados e auxiliados por todos os professores que

fazem parte do membro escolar; mas para isto, os profissionais tiveram uma semana de

aperfeiçoamento e aprendizagem matemática.

Os jogos manuseados foram: Tangram gigante; roleta matemática; jogo da velha;

jogo da memória; arremessos de arcos; dominó das frações; jogo da subtração; jogo da

multiplicação; quadrado mágico; triângulo mágico; arcos mágicos; jogo do hexágono e entre

outros. Conforme pode-se observar as figuras 2 e 3:

Figuras 2 e 3 - Jogos Matemáticos: Tangram Gigante e Roleta Matemática

Fonte: Os autores (2015).

A partir desta primeira e segunda edição da Olimpíada de Matemática Escola José

Wilson, analisamos as provas e observamos os descritores que os alunos apresentaram

maiores dificuldades e assim procuramos desenvolvê-los melhor na sala, com materiais

concretos, simulados, apresentações de slides e vídeos aula.

Na terceira e última fase do projeto realizamos um momento de solenidade para

premiar os alunos destaques com brindes, medalhas de ouro, prata e bronze. Além disto,

aproveitamos o momento para agradecer a colaboração da gestão, das coordenadoras, dos

professores e de todos que fazem parte da Escola José Wilson.

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Figura 4 e 5 - Premiações II Olimpíada de Matemática

Fonte: Os autores (2015).

Resultados da I e II Olimpíada de Matemática

Ao término de cada etapa analisamos os pontos positivos e negativos, além disto,

os professores de matemática responsáveis pelo evento analisaram as provas de cada discente.

Segue abaixo o ano, as turmas e os descritores que apresentaram maior número de

erros.

❖ 2014

✓ 5º ano “A e B”: descritores – D1, D4, D13, D21, D15, D22 e D26;

✓ 6º ano “A e B”: descritores – D2, D3, D4, D15, D17 e D21;

✓ 7º ano “Ú”: descritores - D17, D18, D19, D20, D28, D33 e D36;

✓ 8º ano “A e B”: descritores - D3, D5, D6, D7, D12 e D14;

✓ 9º ano “Ú”: descritores – D3, D9, D13, D17, D23 e D35.

Após a análise, apresentamos os dados para os demais professores, coordenadores

e gestora. Debatemos os bons resultados e precisamente as turmas que não apresentaram um

bom desempenho.

Então, desenvolvemos uma planilha de ações para serem executadas como:

reforço escolar, atividades mais dinâmicas, aulas com apresentações de slides, construção e

exposição de gráficos, formação continuada de professores para trabalharem de forma

interdisciplinar português e matemática em suas respectivas disciplinas, etc.

❖ 2015

✓ 5º ano “A e B”: descritores – D1, D4, D14 e D26;

✓ 6º ano “Ú”: descritores – D1, D3, D20, D23 e D34;

✓ 7º ano “A e B”: descritores - D16, D18, D20 e D28;

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✓ 8º ano “A e B”: descritores - D5, D6, D7, D12 e D14;

✓ 9º ano “A e B”: descritores – D8, D13, D15 e D18.

Esta segunda edição aplicamos com três meses de antecedência da Prova Brasil

para sabermos em quais descritores as turmas que iriam ser avaliadas apresentavam

dificuldades.

A partir destes resultados obtidos na Olimpíada de Matemática Escola José

Wilson, procuramos revisar e resolver diversos problemas matemáticos envolvendo todos os

descritores, mas dando ênfase aos que apresentaram maiores índices de erros, por meio de

atividades impressas, tecnologias como projetor e notebook, e gincanas.

A prova Brasil foi aplicada no início de novembro de 2015 para 54 alunos

considerados pelo INEP de nível socioeconômico médio baixo; em meados de 2016 o mesmo

instituto divulgou os resultados preliminares no qual tivemos uma noção de como a escola

evoluiu.

Figura 6 – Descrição de Nível

Fonte: INEP (2016).

A figura acima retrata os níveis de desempenho atingidos pelos alunos em

matemática, onde obtemos o maior nível de proficiência do município de Coruripe. Também

vale ressaltar, por meio da tabela abaixo que a escola estava apresentando uma queda na

média, mas obteve um avanço em 2015. Ver tabela a seguir:

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Tabela 1- Desempenho em Matemática da Escola José Wilson nas Edições da Prova

Brasil

2011 2013 2015

262,46

258,65

297.69

Fonte: INEP (2016).

No ano de 2016, em sua terceira edição, o projeto foi dividido em duas etapas:

aplicação de provas e uma feira intitulada Artemática, ou melhor, um trabalho de modo

interdisciplinar procurando despertar o pensar matemático na beleza da arte.

Figura 7 - Entrada da Exposição Artemática

Fonte: Os autores (2016).

Diante do exposto, a interdisciplinaridade pode integrar-se em outras áreas

específicas, com o propósito de promover uma interação entre o aluno, professor e cotidiano

(BONATTO; BARROS; GEMELI; LOPES, 2012).

Segundo os parâmetros curriculares:

É importante enfatizar que a interdisciplinaridade supõe um eixo integrador,

que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um

plano de intervenção. Nesse sentido ela deve partir da necessidade sentida

pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir,

mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de

mais de um olhar, talvez vários. Explicação, compreensão, intervenção são

processos que requerem um conhecimento que vai além da descrição da

realidade mobiliza competências cognitivas para deduzir, tirar inferências ou

fazer previsões a partir do fato observado (PARÂMETROS

CURRICULARES NACIONAIS – ENSINO MÉDIO. BRASÍLIA: MEC

2002, p.99 e 89).

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A interdisciplinaridade nos permitiu buscar e conhecer novos materiais concretos

para as aulas de matemática, e assim desenvolvermos os mesmos relacionando com os

conteúdos propostos em sala, a exemplo: Arte com tangram e vitral (6º ano), arte com sólidos

geométricos e arte livre (7º ano), mosaicos e arte com compasso (8º ano), e arte com

polígonos e suas diagonais (9º ano).

Figuras 8 e 9 – Diagonais em Polígonos e Mosaicos

Fonte: Os autores (2016).

Em seu contexto, a Olimpíada de Matemática Escola José Wilson apresenta-se

como uma alternativa para conhecermos a situação da aprendizagem, estimular o interesse e

melhorar o desempenho na aquisição de saberes matemático. Constitui-se como um recurso

para desenvolver o pensar, o agir e o falar; propõe a interdisciplinaridade e a

contextualização. Possibilita um caminho para o futuro, ou seja, iremos analisar os dados que

estão sendo coletados para podermos em 2017 trabalharmos todos os descritores, mas

especificamente os que as turmas apresentaram maiores dificuldades.

Além disto, iremos realizar novamente uma reunião com toda equipe docente,

gestora e coordenadoras, e ver as ações que serão precisas para sanar ou diminuir os graus de

dificuldades apresentados pelos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A disciplina de matemática não se constitui como disciplina composta de

fórmulas, memorizações e tão somente de equações, mas como uma ferramenta para formar

cidadãos críticos para participarem ativamente em uma sociedade competitiva. Neste sentido,

Olimpíada de Matemática Interna da Escola José Wilson incide como sendo uma alternativa

para gerar a competitividade, conhecer os desempenhos e aquisições dos conhecimentos

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matemáticos pelos alunos. É mostrar uma matemática dinâmica e rica em aprendizagem por

meio de manuseio de materiais concretos, confecções de jogos, artes e exposições do

encantado mundo da matemática.

Enfim, visa conhecer as dificuldades apresentadas pelos alunos nas habilidades

propostas pela Prova Brasil, buscar soluções para as mesmas e obter bons resultados na

avaliação nacional do rendimento escolar.

REFERÊNCIAS

BONATTO, A., BARROS, C. R., GEMELI, R. A., LOPES, T. B. Interdisciplinaridade No

Ambiente Escolar. IXANPEDSUL, 2012.

BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: SAEB:

ensino médio: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros

Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 2002.

CARNEIRO, Emanuel. Olimpíada de Matemática - Uma porta para o futuro. II Bienal da

SBM. Salvador-BA, 2004

DESCRITORES e a Prova Brasil. 2011. Disponível em:

<http://mexaletras.blogspot.com.br/2011/10/descritores-e-prova-brasil.html?m=1>. Acesso

em 26 fev. 2017. KISHIMOTO, TizukoMorchida (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a Educação. 2ª ed.

São Paulo: Cortez, 1997.

JUNIOR, G. G. C., NASCIMENTO, R. L. S. Recicla Retrô: Um Game Multiplataforma Para

o Ensino da Reciclagem a Cidade do Recife. Congresso Regional Sobre Tecnologias na

Educação. Recife/PE 2016

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática, Goiânia: Editora

Alternativa, 2002.

MACIEL, M. V. M., BASSO, V. A. Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas

Públicas (OBMEP): As Origens de um Projeto de Qualificação do Ensino de Matemática na

Educação Básica. Ijuí/RS 2009.

OBMEP. 2017. Disponível em: <http://www.obmep.org.br/regulamento.htm>. Acesso em 26

fev. 2017.

RESULTADOS finais. 2016. Disponível em:

<http://sistemasprovabrasil.inep.gov.br/provaBrasilResultados/>. Acesso em: 10 jan. 2017.

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SANTOS, José Elyton Batista. Recurso Didático Para o Ensino e Aprendizagem da

Matemática: Dominomática. XI ENEM, Curitiba-PR, 2013.