6
Filiado à Divinópolis/MG, 15 de janeiro de 2018 Apesar de o governo Michel Temer ter torrado bilhões visando cooptar os votos de deputados e pelo menos outros R$ 20 milhões em publicidade para tentar con- seguir convencer a população sobre a necessidade da reforma da Previdência, nada menos que 66% dos brasileiros são contrários as mudanças nas regras da aposentadoria e dos benefícios sociais, como deseja o governo. O levantamento, feito pelo Instituto Pa- raná Pesquisas, aponta, ainda, que 62% da população considera a reforma desne- cessária, contra 28,9% que afirmam ser preciso mudar o sistema atual. Ainda segundo a pesquisa, apenas 28% dos brasileiros se mostram favoráveis a uma reforma previdenciária, enquanto outros 6% não responde- ram ou não quiseram se posicionar sobre o tema. Quando questionados se acham necessário refor- mar a Previdência, apenas 33,3% dos entrevistados responderam que “sim”, enquanto outros 5,3% não souberam ou não quiseram responder a pergunta. A pesquisa ouviu 2,5 mil brasileiros em 176 mu- nicípios, nas 27 unidades da federação, entre os dias 9 e 11 de dezembro do ano passado. O grau de confiança é de 95% para uma margem estimada de erro em aproximadamente 2% para os resulta- dos gerais. Fonte: CSPB Seja um nome novo ou mais experiente, o presi- dente a ser eleito em outubro terá de conviver com um Congresso não muito diferente do atual. De acordo com as previsões mais atualizadas do De- partamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), a renovação da Câmara deve ser de 45% dos deputados ou menos, abaixo da média histó- rica de 49%. O número de partidos representados no Congresso deve cair de 28 para algo em torno de 18, o que ainda é muito para uma relação po- lítica saudável e eficiente entre o Legislativo e o Planalto. O Congresso provou e gostou de compartilhar o governo. O governo Temer pediu muito do Legis- lativo e levou bastante, sendo sempre com reci- procidade. Não é à toa que se fala nos corredores do Congresso que é difícil distinguir se Temer tem uma base de apoio ou se é a base que tem um presidente. É nesse contexto, por exemplo, que a candidatura do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), floresce entre partidos aliados do Planalto. O pai, Cesar, é contra, acha que o filho tem ainda muita estrada pela frente, mas os simpatizantes de Ro- drigo falam que não vão entregar os êxitos das re- formas para o ministro Henrique Meirelles (Fazen- da). Rodrigo seria uma espécie de “candidato da geração” capaz de conduzir com profissionalismo as relações do Executivo com o Legislativo. Outro “profissional” do ramo é Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e presidente do PSDB, que deve ser o escoadouro natural dos partidos da coalizão governista, se reagir nas pesquisas elei- torais. Por enquanto, Alckmin estacionou na faixa dos 8% das intenções de voto. O apresentador de TV Luciano Huck e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa estão na Mais da metade dos brasileiros não quer Reforma da Previdência de Temer, diz pesquisa Governo novo, Congresso velho

Divinópolis/MG, 15 de janeiro de 2018 Mais da metade dos ... · souberam ou não quiseram responder a pergunta. A pesquisa ouviu 2,5 mil brasileiros em 176 mu-nicípios, nas 27 unidades

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Divinópolis/MG, 15 de janeiro de 2018 Mais da metade dos ... · souberam ou não quiseram responder a pergunta. A pesquisa ouviu 2,5 mil brasileiros em 176 mu-nicípios, nas 27 unidades

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

1

Filiado à

Divinópolis/MG, 15 de janeiro de 2018

Apesar de o governo Michel Temer ter torrado bilhões visando cooptar os votos de deputados e pelo menos outros R$ 20 milhões em publicidade para tentar con-seguir convencer a população sobre a necessidade da reforma da Previdência, nada menos que 66% dos brasileiros são contrários as mudanças nas regras da aposentadoria e dos benefícios sociais, como deseja o governo. O levantamento, feito pelo Instituto Pa-raná Pesquisas, aponta, ainda, que 62% da população considera a reforma desne-cessária, contra 28,9% que afirmam ser preciso mudar o sistema atual. Ainda segundo a pesquisa, apenas 28% dos brasileiros se mostram favoráveis a uma reforma previdenciária, enquanto outros 6% não responde-ram ou não quiseram se posicionar sobre o tema. Quando questionados se acham necessário refor-mar a Previdência, apenas 33,3% dos entrevistados responderam que “sim”, enquanto outros 5,3% não

souberam ou não quiseram responder a pergunta. A pesquisa ouviu 2,5 mil brasileiros em 176 mu-nicípios, nas 27 unidades da federação, entre os dias 9 e 11 de dezembro do ano passado. O grau de confiança é de 95% para uma margem estimada de erro em aproximadamente 2% para os resulta-dos gerais.Fonte: CSPB

Seja um nome novo ou mais experiente, o presi-dente a ser eleito em outubro terá de conviver com um Congresso não muito diferente do atual. De acordo com as previsões mais atualizadas do De-partamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), a renovação da Câmara deve ser de 45% dos deputados ou menos, abaixo da média histó-rica de 49%. O número de partidos representados no Congresso deve cair de 28 para algo em torno de 18, o que ainda é muito para uma relação po-lítica saudável e eficiente entre o Legislativo e o Planalto. O Congresso provou e gostou de compartilhar o governo. O governo Temer pediu muito do Legis-lativo e levou bastante, sendo sempre com reci-procidade. Não é à toa que se fala nos corredores do Congresso que é difícil distinguir se Temer tem uma base de apoio ou se é a base que tem um

presidente. É nesse contexto, por exemplo, que a candidatura do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), floresce entre partidos aliados do Planalto. O pai, Cesar, é contra, acha que o filho tem ainda muita estrada pela frente, mas os simpatizantes de Ro-drigo falam que não vão entregar os êxitos das re-formas para o ministro Henrique Meirelles (Fazen-da). Rodrigo seria uma espécie de “candidato da geração” capaz de conduzir com profissionalismo as relações do Executivo com o Legislativo. Outro “profissional” do ramo é Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e presidente do PSDB, que deve ser o escoadouro natural dos partidos da coalizão governista, se reagir nas pesquisas elei-torais. Por enquanto, Alckmin estacionou na faixa dos 8% das intenções de voto. O apresentador de TV Luciano Huck e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa estão na

Mais da metade dos brasileiros não quer Reforma da Previdência de Temer, diz pesquisa

Governo novo, Congresso velho

Page 2: Divinópolis/MG, 15 de janeiro de 2018 Mais da metade dos ... · souberam ou não quiseram responder a pergunta. A pesquisa ouviu 2,5 mil brasileiros em 176 mu-nicípios, nas 27 unidades

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

2

conta dos “amadores”. Até mesmo Jair Bolsonaro, com sete mandatos no costado, é visto como um candidato que terá dificuldade de manter a parce-ria governo-Congresso. Michel Temer, o presiden-te que levou essa convivência ao limite, perdeu a condição de se candidatar à reeleição em 17 de maio de 2016. É improvável que a emenda instituindo o semi-presidencialismo para 2019 seja aprovada no Con-gresso. Na prática já é o modelo exercitado por Temer e a coalizão governista, com as virtudes e defeitos impostos por uma conjuntura adversa. O problema para o futuro presidente talvez não seja propriamente a parceria com o Congresso Nacional, mas o fato de conviver com senadores e deputados viciados no toma lá, dá cá que marcou a relação nos últimos anos, visto que a maioria dos atuais parlamentares deve voltar na eleição de 2018. O diretor do DIAP Antonio Augusto Queiroz reco-nhece que a relação Executivo-Legislativo mudou de patamar e deve se manter no novo governo. Depois de defenestrar dois presidentes da Repúbli-ca, Fernando Collor e Dilma Rousseff, e capturar o governo de Michel Temer, o Legislativo não ad-mite voltar à condição coadjuvante anterior ou de mero carimbador das medidas gestadas no Planal-to. Mas ele chama a atenção para “três mudanças de paradigmas” às quais deve se submeter o novo governo. Curiosamente, as três ocorridas durante o primeiro governo da ex-presidente Dilma Rous-seff. “Algumas por mérito e outras por culpa dela mesma”, diz. A primeira é a questão ética. A Operação La-va-Jato teve condições de avançar graças a leis aprovadas no governo Dilma, como aquelas que permitiram a delação premiada, a responsabiliza-ção da pessoa jurídica e a delação premiada, além da atualização da lei de lavagem de dinheiro. Sem elas o Ministério Público Federal teria poucas con-dições de avançar como avançou na Lava-Jato. “Qualquer que venha a ser o governante terá que conviver com esse novo padrão ético. Ele pode até delinquir, mas vai responder por isso”. A segunda mudança: o governo não tem mais margem de manobra para interferir na economia como fazia Dilma. A ex-presidente, por exemplo, quis limitar o lucro de empresas, de um lado, e interferir na gestão, de outro. A terceira é gastar perdulariamente, sem respeito aos limites prudenciais e legais. “Pegar despesa provisória e transformar em despesa permanente”, como explica Queiróz. Dilma fez, mas a prática é antiga. O ex-presi-

dente Fernando Henrique Cardoso cobriu aumento para servidores e reajuste do salário mínimo com base na CPMF, o “imposto do cheque”, que era uma receita provisória. “Esse padrão mudou. Mu-dou em função do episódio que resultou na cas-sação da Dilma”. Temer tenta mexer na chamada “regra de ouro” porque a despesa já existe, não está tentando criar uma nova. Antes de o Congresso aprovar a reforma polí-tica, a previsão era que a renovação da Câmara dos Deputados seria uma das maiores da história recente. Longe disso. O maior índice de mudança, depois da Constituinte, se deu na eleição de 1990 - 61% dos deputados não voltaram; em 1994, após o escândalo dos “Anões do Orçamento”, o índice foi de 54%. Desde então se mantém entre os 43% e os 47%. Devido ao desgaste do atual Congresso, a expectativa era de um recorde histórico. As no-vas regras do jogo, estabelecidos na reforma polí-tica de 2016, mudaram o rumo da prosa. Pelo menos três novos elementos contribuem para a manutenção do status quo: recandidatura, tempo de campanha e financiamento eleitoral. Em 2018 haverá mais candidatos à reeleição que de costume, pois o Judiciário tem considerado crime a prática do caixa dois e os deputados preci-sam da cobertura do foro especial. Até 2014, pelo menos 20% dos deputados desistiam de tentar a reeleição de saída, por motivos variados. Por outro lado, a redução de 90 para 45 dias do tempo de campanha favorece quem já está no mandato. Por último, ausência do financiamento empresarial de campanha também ajuda a quem já tem mandato. Como haverá uma janela para troca de partido em março, os atuais deputados têm exigido de suas siglas que canalizem para eles os recursos finan-ceiros do partido e o tempo de rádio e televisão. O velho Congresso larga na pole position.

Texto de Raymundo Costa, jornalista. Publicado originalmente no jornal Valor Econômico

Page 3: Divinópolis/MG, 15 de janeiro de 2018 Mais da metade dos ... · souberam ou não quiseram responder a pergunta. A pesquisa ouviu 2,5 mil brasileiros em 176 mu-nicípios, nas 27 unidades

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

3

A Câmara gastou em torno de R$ 3 milhões, desde o início da legislatura, em 2015, apenas com “ajuda de custos” para suplentes. A verba, equi-valente ao salário integral de um congressista (R$ 33,7 mil), é concedida a deputados e senadores no início e no fim do mandato. Mas, entre os su-plentes, há quem tenha recebido R$ 67 mil por somente uma semana de trabalho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Pelas regras da Câmara, a verba deve ser “des-tinada a compensar as despesas com mudança e transporte” dos parlamentares, independentemente do tempo de duração do mandato. Pelas normas das duas Casas, um suplente só deve ser convo-cado se a previsão de afastamento do titular for superior a quatro meses. Na Câmara, os gastos com ajuda de custo para 70 suplentes geraram despesa de R$ 2,2 milhões. Já no Senado foram R$ 944,4 mil com 19 mudan-ças, segundo o Estadão. No exercício do mandato, todos tiveram direito aos demais benefícios garan-tidos aos titulares, como auxílio-moradia, verba in-

denizatória, entre outros. De acordo com a reportagem, em pelo me-nos dois casos os suplentes receberam a ajuda de custo mesmo ficando apenas uma semana no tra-balho. Em maio de 2016, Wirlande da Luz (MDB-RR) recebeu R$ 67,5 mil após ficar no Senado seis dias na vaga de Romero Jucá (MDB-RR). Jucá havia se licenciado para assumir o Ministério do Planejamento. Mas, com a divulgação de grava-ções em que defende, entre outras coisas, a troca de governo para “estancar a sangria” da Lava Jato, durou somente uma semana no cargo e voltou para o Senado. Gilberto Piselo (PDT-RO), suplente do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), recebeu R$ 33,7 mil por seis dias de mandato, além de R$ 10,1 mil como salário proporcional. Ele também recebe da cota parlamentar de Gurgacz de R$ 5 mil a R$ 6 mil há sete anos pela locação de uma sala comercial em Rondônia. O negócio já rendeu R$ 500 mil para Piselo desde 2010. Piselo deixou o Senado após pedir licença, o que abriu vaga para o segundo suplente de Gurgacz, o pastor Sebastião Valadares (PDT-RO). O pastor recebeu duas ajudas de R$ 33,7 mil cada ao longo dos quatro meses em que exerceu o mandato. Os três não foram encontrados pelo Estadão. Os suplentes ganham o benefício até quan-do assumem a vaga às vésperas ou durante o recesso, entre dezembro e fevereiro. No final do ano passado, três senadores pediram licença para tratar de interesses pessoais ou cuidar da saúde: Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) e Ricardo Fer-raço (PSDB-ES), em novembro, e Edison Lobão (MDB-MA), em dezembro. Os pedidos precisam ser aprovados pelo plenário da Casa.Fonte: Estadão

Suplente recebe até R$ 67 mil de ajuda de custo por uma semana de trabalho no Congresso

Agende a visita de um dos diretores do Sintram ao seu local de trabalho.Um bate papo com informações importantes para a classe!

Ligue: (37)3216-8484

Page 4: Divinópolis/MG, 15 de janeiro de 2018 Mais da metade dos ... · souberam ou não quiseram responder a pergunta. A pesquisa ouviu 2,5 mil brasileiros em 176 mu-nicípios, nas 27 unidades

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

4

Pelo menos 17 con-denados em segunda instância na Opera-ção Lava Jato recor-rem da sentença em liberdade. Apesar de já terem as sentenças confirmadas, os réus seguem em liberda-de até que o Tribunal Regional Federal jul-gue seus recursos. É o que pode acontecer com o ex-presidente Lula, que será julga-do pela Oitava Turma do TRF-4 no próximo dia 24. Na última ter-ça-feira (9), o Tribu-nal divulgou nota ex-plicando que, mesmo com eventual confir-mação da condena-ção, o petista não será preso em seguida. Nos últimos quatro anos, desde que a Lava Jato teve início, somente três réus foram presos após o fim da tramitação de seus processos em segunda ins-tância. A informação é do jornal Folha de S. Paulo. Entre os 17 condenados que ainda aguardam julgamento dos recursos em liberdade estão o ex-ministro José Dirceu, condenado pelo juiz Sérgio Moro, em primeira instância, em 2016 e em se-gunda instância em setembro do ano passado. O ex-ministro conseguiu autorização do Supremo Tri-bunal Federal (STF) para responder o processo em liberdade. Na mesma situação de Dirceu está o ex-asses-sor do PP, João Cláudio Genu, que também con-seguiu habeas corpus no Supremo. Empresários como o ex-sócio da construtora Engevix e os exe-cutivos das empreiteiras Mendes Júnior e Galvão Engenharia chegaram a ser presos, mas também recorrem em liberdade. Alguns condenados com penas de prisão mais curtas puderam cumprir a pena fora da prisão ou mitigaram suas sentenças em acordos de delação premiada com a Justiça. Outra pequena parcela dos condenados em segunda instância já estava em prisão preventiva, como o ex-presidente da

OAS Léo Pinheiro. Apesar de o STF ter entendido de que o cum-primento da pena pode ser determinado após a condenação na segunda instância da Justiça em 2016, isso aconteceu pela primeira vez no âmbito da Lava Jato em agosto de 2017. Os condenados podem entrar com dois tipos de embargos, que postergam a execução da pena. Se a condenação for mantida por três votos a zero pelo TRF, a defesa do réu pode recorrer aos em-bargos de declaração, utilizados pela parte com pedido de esclarecimento da decisão. Se o resulta-do for dois a um, a possibilidade é apelar por meio dos chamados embargos infringentes, quando se pede a realização de novo julgamento. No caso do TRF-4, que julgará o ex-presidente Lula, o tempo médio tem sido de seis a oito meses para analisar esse tipo de recurso. Caso as apela-ções sejam negadas, os advogados podem solicitar aos desembargadores que revejam a decisão.Fonte: Folha de S.Paulo

Condenados em segunda instância na Lava Jato seguem em liberdade graças a recursos

Page 5: Divinópolis/MG, 15 de janeiro de 2018 Mais da metade dos ... · souberam ou não quiseram responder a pergunta. A pesquisa ouviu 2,5 mil brasileiros em 176 mu-nicípios, nas 27 unidades

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

5

A menos de um ano para as eleições de 2018, o movimento nas redes sociais dos possíveis candida-tos à presidência começa a crescer, com destaque ao Facebook. O ex-presidente Lula, pré-candidato do PT, registrou o maior volume de postagens no ano, um total de 365. O atual prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), por sua vez, teve 200 posts em sua pági-na, volume seme-lhante ao deputado federal Jair Messias Bolsonaro (PSC-RJ) e ao governa-dor de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Os dados fazem parte de levantamento realizado pela Socialbakers, que acompanhou o desempenho de oito perfis de possíveis candidatos à presidência no Facebook, de janeiro a novembro de 2017, a fim de avaliar a evolução de cada um. Para a análise comparativa, foram utilizados dados dos meses de outubro e novembro de 2017, que apresentam um retrato mais atual do desempenho de cada político.Os dados foram levantados dos perfis de João Do-ria (PSDB), Jair Messias Bolsonaro (PSC-RJ), Ge-raldo Alckmin (PSDB), Aécio Neves (PSDB-MG), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Lula (PT) e Marina Silva (Rede). Segundo o estudo, o vídeo foi o formato de pu-blicação mais utilizado pelos políticos. Bolsonaro, com mais de 160 vídeos postados, e Doria com aproximadamente 150, foram os políticos que mais se apoiaram neste formato para impactar os usuá-rios, sendo que o pré-candidato do PSC utilizou os vídeos para criticar ideias e veículos de mídia e di-vulgar o seu ponto de vista sobre assuntos ligados a ação da polícia e comunidade LGBT. Doria, por sua vez, se aproveitou deste formato para comu-nicar principalmente ações, discursos e aparições próprias. Os políticos estão acompanhando uma tendência de mercado, que é a maior utilização de vídeos e lives na estratégia de comunicação. Atualmente, as fotos ainda representam cerca de 70% das pos-tagens no Facebook, porém os vídeos têm apre-sentado, em média, maior relevância na rede e, consequentemente, maior alcance.

Quando falamos em engajamento (vide gráfico), João Doria saiu na frente no início do ano – aproxi-madamente 8 milhões nos 3 primeiros meses, pe-ríodo no qual explorou principalmente suas ações

como prefeito de SP -, mas após o mês de abril houve uma grande queda em suas interações, chegando a menos de 1 milhão em no-vembro. Já as in-terações de Lula e Bolsonaro variaram de acordo com a variação do volume de postagens, indi-cando públicos mais

fieis e ativos durante todo o período. Bolsonaro apresentou o maior volume de en-gajamento por post, chegando a registrar 300 mil interações em apenas um de seus conteúdos, além de apresentar mais de 50% das interações entre todos os pré-candidatos analisados, o que pode ser explicado pela produção constante de conteúdo aliada à grande base de fãs do deputado. A variação no número de fãs dos pré-candi-datos foi grande principalmente para João Doria, que registrou um aumento de 588% de janeiro a novembro de 2017. Bolsonaro cresceu 35% e Lula registrou um aumento de 24% na quantidade de fãs principalmente durante o primeiro semestre do ano, enquanto o senador Aécio Neves (PSDB-MG) perdeu 6% dos seus fãs. Os demais políticos ana-lisados não apresentaram variação significativa no número de fãs ao longo do ano. Ao todo, os oito pré-candidatos analisados fi-zeram 1.157 postagens que renderam 14 milhões de interações ao longo do ano, sendo 7,4 milhões somente de Bolsonaro, que também foi destaque em compartilhamentos, representando 20% de suas interações. O maior volume absoluto de comentá-rios veio dos posts de Lula, um total de 871,5 mil comentários. A Socialbakers tem como base um conjunto de dados de redes sociais do mundo, com mais de 8 milhões de perfis rastreados em todas as principais plataformas sociais, incluindo Facebook, Twitter, YouTube, LinkedIn, Instagram, Google+ e VK.com.Fonte: Congresso em Foco

Possíveis candidatos à presidência apostam em vídeos para impactar o público nas redes sociais

Page 6: Divinópolis/MG, 15 de janeiro de 2018 Mais da metade dos ... · souberam ou não quiseram responder a pergunta. A pesquisa ouviu 2,5 mil brasileiros em 176 mu-nicípios, nas 27 unidades

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

6

A reforma da Previdência (PEC 287/16), cuja vo-tação está marcada para 19 de fevereiro, deve ser o principal tema em análise no Plenário da Câmara dos Deputados em 2018. Essa é a opinião tanto de líderes de partidos da base do governo, que de-fendem a medida como necessária para equilibrar as contas do País; quanto os da oposição, que alertam sobre a retirada de direitos e querem evitar a aprovação da proposta. O líder do PMDB, deputado Baleia Rossi (SP), defendeu o discurso do presidente Michel Temer de que a reforma é um projeto de Estado e não de governo. “A verdade é que todos sabem que a reforma é necessária para o País e alguns fazem politicagem com ela. Essa votação vai ser muito importante para continuar o ajuste fiscal e mostrar a responsabilidade que se tem com as contas pú-blicas”, disse o deputado. Na opinião do líder do PP, deputado Arthur Lira (AL), as reformas são necessárias para o Brasil se adequar a uma realidade mundial. “O Brasil não pode ficar à margem do mundo e da América Lati-na. O Congresso tem responsabilidade nesta pauta e a nossa bancada estará firme e unida na luta para conseguir diminuir essas distorções no ano de 2018”, declarou. Já para o líder do PSB, deputado Júlio Delgado (MG), o governo Temer não tem legitimidade para apresentar a reforma da Previdência e o assun-to deve ficar para o próximo governo a ser eleito em 2018. “A nossa tarefa é continuar segurando e evitando que se vote uma reforma da Previdência que, neste momento, fica comprometida”, disse. Essa é a mesma opinião do líder do PDT, de-putado Weverton Rocha (MA). “Nosso projeto prioritário é enterrar de vez o debate da reforma com o Temer”, afirmou. A líder do PCdoB, de-putada Alice Portugal (BA), disse que o partido também irá batalhar para impedir a votação do texto “cruel e fiscalista, que retira o direito de aposentar” de parte da população.

REFORMA TRIBUTÁRIA Outro foco dos debates, de acordo com os líderes, é a reforma tributária. Uma proposta em debate na Câmara, relatada pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), busca simplifi-car e reduzir a regressividade do sistema (mais tributação dos mais pobres e menos dos mais ricos).

Para o líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), a reforma tem de mudar os impostos no Bra-sil. “Cobrando menos dos mais pobres e da classe média e aumentando o imposto para os multimilio-nários que dominam o Brasil”, declarou. O líder do PPS, deputado Arnaldo Jordy (PA), disse que a reforma tributária deve caminhar junto com um rearranjo do modelo federativo de reparti-ção de receitas entre União, estados e municípios. “Precisamos dessas duas reformas para ajustar essa deformação do modelo federativo brasileiro que sacrifica estados e municípios”, afirmou. Segundo o líder do DEM, deputado Efraim Filho (PB), a reforma tributária e a agenda econômica serão as prioridades do partido para o ano que vem. Na opinião do líder do Psol, deputado Glauber Braga (RJ), para a questão tributária ser revista de forma “verdadeira”, é essencial se regulamentar a tributação sobre grandes fortunas, como prevê a Constituição.

OUTROS DEBATES Os líderes ainda apresentaram outras questões a serem debatidas, como a revisão da reforma tra-balhista (MP 808/17), a discussão de propostas ligadas à pauta ambiental e a reversão da curva do desemprego no País. Um consenso entre os parlamentares é con-centrar esforços na agenda legislativa no primeiro semestre. Isso porque as eleições gerais em outu-bro de 2018 devem esfriar o ritmo de votações na Casa, a partir de agosto.Fonte: Agência Câmara

Líderes da base governista vão priorizar reforma da Previdência em 2018