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RELATÓRIO DE GESTÃO 2011 Município de S. Pedro do Sul Abril de 2012

Divisão FinanceiraDivisão Financeira - cm-spsul.pt · 60 4 – Proposta de Aplicação dos Resultados..... 64 5 – Factos Relevantes após o Termo do Exercício ..... 65 6 –

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RELATÓRIO DE GESTÃO

2011

Município de S. Pedro do Sul

Abril de 2012

Município de S. Pedro do SulMunicípio de S. Pedro do SulMunicípio de S. Pedro do SulMunicípio de S. Pedro do Sul

Divisão FinanceiraDivisão FinanceiraDivisão FinanceiraDivisão Financeira

Disponível em :

www.cm-spsul.pt

Informação Financeira

ÍNDICE

1 – Enquadramento ............................................................................................................................... 1

1.1 – Introdução ……….…..................................................................................................................... 1

1.2 – Organização Municipal …………………………………………...……………………………….… 1

1.3 – Breve Enquadramento Económico ……….….….……………………………………............. 4

1.4 – Síntese da Atividade Municipal ……………………………………………..………………...…. 7

2 – Política Orçamental ........................................................................................................................ 11

2.1 – Modificações aos Documentos Previsionais ………………….……………………………. 11

2.2 – Execução Orçamental da Receita .......................................................................................... 12

2.3 – Execução Orçamental da Despesa ....................................................................................... 21

2.4 – Execução das Grandes Opções do Plano ........................................................................... 37

2.5 – Indicadores de Gestão Orçamental …………………………………………………………….. 45

3 – Situação Económica e Financeira ........................................................................................... 48

3.1 – Análise do Balanço ..................................................................................................................... 48

3.2 – Análise da Demonstração de Resultados ......................................................................... 52

3.3 – Indicadores Económico-Financeiros ….............................................................................. 56

3.4 – Evolução da Dívida Municipal ….…………….……………………………………..……….…... 58

3.5 – Situação face aos Limites de Endividamento ……………….…….……………………….. 60

4 – Proposta de Aplicação dos Resultados ............................................................................... 64

5 – Factos Relevantes após o Termo do Exercício ................................................................ 65

6 – Perspetiva Futura ............................................................................................................................. 66

Anexos …………..……………………………………………………………………………………………..… 69

Relatório de Gestão 2011

1

1. ENQUADRAMENTO

1.1 Introdução

A Câmara Municipal de S. Pedro do Sul apresenta o Relatório de Gestão referente ao

exercício de 2011, em cumprimento do disposto no Plano Oficial de Contabilidade das

Autarquias Locais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 54-A/99, de 22 de fevereiro.

Neste documento relatam-se os principais acontecimentos que contribuíram para o

desempenho orçamental e patrimonial do Município e desenvolve-se uma análise às

políticas prosseguidas, aos resultados obtidos e à situação económica e financeira desta

autarquia, utilizando, para este efeito, os dados constantes das demonstrações financeiras

e dos restantes mapas que integram os documentos de prestação de contas.

1.2 Organização Municipal

A organização do Município de S. Pedro do Sul é caracterizada pela relação entre os dois

órgãos de matriz política, o órgão executivo e o órgão deliberativo, e ainda pela relação

entre estes e a estrutura dos serviços municipais, que compreende o conjunto de unidades

de cariz administrativo, técnico e operacional, responsável pela execução das atividades

municipais de acordo com os objetivos definidos.

Assembleia Municipal

A Assembleia Municipal de S. Pedro do Sul é constituída por 40 membros, dos quais 21 são

eleitos diretamente como deputados municipais e 19 desempenham as funções por

inerência, na qualidade de Presidentes de Junta de Freguesia.

No presente mandato, os membros do órgão deliberativo têm a seguinte distribuição por

forças partidárias:

PSD: 25

PS: 12

Bloco de Esquerda: 2

Relatório de Gestão 2011

2

Grupo de Cidadãos “Freguesia Valadares Sempre”: 1

Presidente: Dra. Maria Ester Vargas de Almeida e Silva

Câmara Municipal

O órgão executivo é composto por 7 membros, um Presidente e 6 Vereadores, a quem

compete a responsabilidade pela definição e execução das políticas e estratégicas

municipais, no âmbito das competências que lhes estão legalmente atribuídas.

Presidente: Dr. António Carlos Ferreira Rodrigues de Figueiredo Vereadores: Dr. José Alberto da Silva Alexandre e Sousa

Com competências delegadas/subdelegadas nas seguintes áreas: Divisão Financeira, Parque

Industrial e Taxas e Licenças

Dr. José Carlos Coelho Ferreira de Almeida

(Renunciou ao mandato em 11 de Novembro 2011)

Engª. Susana Ramos Almeida Matos

Com competências delegadas/subdelegadas nas seguintes áreas: Planeamento e Gestão Urbanística,

Ambiente e Salubridade e Trânsito

Prof. Adriano de Lima Gouveia Azevedo

Com competências delegadas/subdelegadas nas seguintes áreas: Turismo, Florestas,

Desenvolvimento Rural e Promoção Concelhia

Dra. Olga Maria Coutinho Oliveira Madanelo

Prof. Rogério Fernandes Duarte

Com competências delegadas/subdelegadas nas seguintes áreas: Educação, Cultura, Desporto e

Ação Social

Dr. Pedro Miguel Mouro Lourenço

Relatório de Gestão 2011

Departamento de

Administração Geral

Divisão

Administrativa

Secção de Pessoal

Secção de

Expediente Geral

Secção de

Contencioso, Taxas

e Licenças

Divisão Financeira

Secção de

Aprovisionamento e

Património

Secção de

Contabilidade

Tesouraria

Núcleo de Gestão

de Stocks

Divisão Termal

(Em substituição do Dr. José Carlos Coelho Ferreira de Almeida)

Estrutura dos Serviços

Em 01 de janeiro de 2011, entrou em vigor a nova estrutura dos serviços, em resultado da

adaptação da estrutura anterior ao disposto no Decreto

outubro. Na sequência desta alteração, foi aprovada uma estrutura composta por 2

unidades nucleares correspondentes aos departamentos municipais, 7 unidades orgânicas

flexíveis correspondentes às

diretamente dependentes do Presidente da Câmara Municipal, organizados

o seguinte organograma:

Relatório de Gestão 2011

Câmara Municipal

Divisão Termal

Secção de Apoio à

Gestão Termal

Departamento

Técnico

Divisão de

Planeamento e

Gestão Urbanística

Secção de Obras e

Urbanismo

Fiscalização

Municipal

Divisão de Obras e

Serviços Urbanos

Secção de Obras e

Serviços Urbanos

Divisão de

Empreitadas e

Projectos

Gabinete de Apoio

Pessoal

Serviço Municipal

de Protecção Civil

Veterinário

Municipal

Gabinete Técnico

Florestal

(Em substituição do Dr. José Carlos Coelho Ferreira de Almeida)

Em 01 de janeiro de 2011, entrou em vigor a nova estrutura dos serviços, em resultado da

a anterior ao disposto no Decreto-Lei n.º 305/2009, de 23 de

outubro. Na sequência desta alteração, foi aprovada uma estrutura composta por 2

unidades nucleares correspondentes aos departamentos municipais, 7 unidades orgânicas

flexíveis correspondentes às divisões, 14 subunidades orgânicas e 4 serviços específicos

diretamente dependentes do Presidente da Câmara Municipal, organizados

3

Divisão de

Empreitadas e

Projectos

Secção de

Empreitadas e

Projectos

Divisão de Cultura,

Desporto e Acção

Social

Secção de Cultura,

Desporto e Acção

Social

Em 01 de janeiro de 2011, entrou em vigor a nova estrutura dos serviços, em resultado da

Lei n.º 305/2009, de 23 de

outubro. Na sequência desta alteração, foi aprovada uma estrutura composta por 2

unidades nucleares correspondentes aos departamentos municipais, 7 unidades orgânicas

divisões, 14 subunidades orgânicas e 4 serviços específicos

diretamente dependentes do Presidente da Câmara Municipal, organizados de acordo com

Relatório de Gestão 2011

4

1.3 Breve Enquadramento Económico1

No ano de 2011 assistiu-se a uma desaceleração da economia mundial, mais acentuada nas

economias avançadas, e com especial impacto na União Europeia, que registou um

crescimento mais moderado, com evoluções bastante distintas entre os diferentes estados-

membros. As economias emergentes também desaceleraram, apesar de continuarem a

evidenciar um elevado dinamismo que as tem caracterizado nos últimos anos.

O nível de incerteza no contexto internacional agravou-se no segundo semestre do ano, em

resultado de um aumento no risco associado a economias com desequilíbrios

macroeconómicos e fragilidades no mercado habitacional, bem como, da intensificação da

crise das dívidas soberanas, que assola alguns países da área euro, tendo aumentado, no

período mais recente, os riscos de contágio para os restantes países da área do euro que se

repercutiram na forte instabilidade dos mercados financeiros internacionais e na

diminuição da confiança dos agentes económicos. Por este motivo, aumentou

consideravelmente a diferença entre as taxas de juro, principalmente de longo prazo, entre

estes países e as economias europeias de referência.

Em relação aos dados mais concretos da conjuntura económica mundial, importa salientar

que a taxa de desemprego, em 2011, manteve-se relativamente elevada nos países da área

euro (cerca de 10,1%), enquanto que diminuiu ligeiramente nos EUA. Por outro lado, a

taxa de inflação aumentou na generalidade dos países, situando-se mais elevada nas

economias emergentes e permanecendo menos forte nos países mais avançados, associada

ao aumento dos preços das matérias-primas (com especial incidência no petróleo) e dos

produtos alimentares, em consequência de uma maior procura dos países emergentes e de

perturbações político-sociais vividas nos países do Médio Oriente, responsáveis por parte

importante da oferta relativa ao petróleo. Para além destes motivos, o aumento da inflação

na área euro foi também influenciada pelo aumento dos impostos indiretos e dos preços

administrativos associados ao esforço orçamental exigido em alguns países.

Em relação à conjuntura nacional, após quase uma década em que, a propósito de

condições financeiras favoráveis, a economia portuguesa acumulou grandes desequilíbrios

em resultado de políticas económicas e de comportamentos desadequados às exigências

relativas à integração do país na área euro, que levaram a que se atingissem níveis de

endividamento insustentáveis, quer do setor público, quer das empresas e das famílias,

1 Com base nos elementos divulgados pelo Banco de Portugal e INE.

Relatório de Gestão 2011

5

colocando a economia portuguesa numa situação de grande vulnerabilidade para fazer

face às condições financeiras adversas, agravadas pela política orçamental expansionista

num contexto de custos crescentes de financiamento, o Estado Português viu-se obrigado

a pedir assistência financeira internacional.

Na sequência do pedido de ajuda, a economia portuguesa viu-se obrigada a cumprir um

rigoroso programa com vista ao ajustamento dos desequilíbrios macroeconómicos

acumulados ao longo dos últimos anos, que se traduziam, essencialmente, em

necessidades de financiamento persistentes e elevadas e, consequentemente, numa

situação crítica relacionada com investimentos assumidos. Os ajustamentos necessários,

de caráter estrutural, envolvem medidas que pretendem assegurar condições para o

aumento do potencial de crescimento da economia e para a definição de um padrão de

crescimento sustentável que permita um acesso, em condições aceitáveis, aos mercados

financeiros internacionais. Contudo, estas medidas têm um efeito contracionista e

recessivo, a curto prazo.

Assim, os dados existentes e publicados por várias entidades permitem concluir que a

economia portuguesa contraiu em 2011, na ordem dos 1,6% do PIB, e que esta contração

se prolongará por 2012, traduzindo uma quebra significativa da procura interna, pública e

privada, acompanhada por um crescimento significativo das exportações, que não é

suficiente para compensar o impacto do ajustamento dos níveis de procura, num contexto

de consolidação orçamental. Face ao nível de endividamento externo atingido, a redução

da procura interna necessária para garantir a solvabilidade externa da economia tem uma

amplitude considerável e o seu impacto na economia dependerá do seu enquadramento

externo, num ambiente de consolidação orçamental quase generalizado na área euro.

Os dados mais concretos da conjuntura nacional refletem isso mesmo. Em 2011 o mercado

de trabalho também contraiu significativamente, em consequência do impacto das

medidas de ajustamento e da variação na procura interna, com reflexo na taxa de

desemprego, que atingiu, no 4.º trimestre, os 14%. Os preços no consumidor, medidos pelo

Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), apresentaram um crescimento

médio de 3,7 por cento em 2011, em resultado de uma combinação das variações distintas

dos preços das componentes energética e não energética, bem como, do reflexo das

medidas tributárias implementadas ao longo do ano. No que diz respeito às condições

internas de financiamento, registou-se um aumento das restrições nas condições de acesso

Relatório de Gestão 2011

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aos financiamentos, traduzido num alargamento das diferenças entre as taxas de juro de

referência e as taxas de juros aplicadas aos créditos.

Para os próximos anos, a evolução da economia portuguesa estará sempre condicionada

pelo processo de ajustamento orçamental, no âmbito do acordo celebrado, que implicará

uma maior contração do rendimento disponível e, consequentemente, da procura interna

de modo a garantir no restabelecimento dos equilíbrios macroeconómicos e a redução das

necessidades constantes de financiamento externo, que permitam a retoma do processo

de crescimento. Porém, a dúvida sobre os contornos e os impactos das medidas que visam

a resolução da crise das dívidas soberanas e as políticas económicas a definir por parte das

autoridades da área euro para controlar e reduzir os constrangimentos financeiros atuais,

tornam os cenários futuros envoltos em grande incerteza.

A continuação das políticas que visam a redução do endividamento, com especial enfoque

nas medidas subjacentes ao Orçamento de Estado para 2012, deverão continuar a impor

uma redução do consumo público, ainda mais significativo do que o que já se sentiu. A

reforma da administração pública, com o objetivo de incrementar a eficiência dos serviços,

e a desalavancagem do setor bancário são essenciais para que o setor privado tenha

condições para contribuir para a recuperação da atividade económica. A par destas

políticas, as medidas de promoção da competitividade no mercado de trabalho e de

qualificação da população ativa deverão garantir a criação de emprego e delas depende o

êxito de outras medidas complementares potenciadoras do crescimento do produto

nacional.

O equilíbrio entre as medidas destinadas à correção dos desequilíbrios estruturais, com

efeitos negativos no curto prazo, e as reformas que visam o aumento do crescimento, é

fundamental para assegurar um ajustamento rápido e eficaz da economia portuguesa.

Estas condições são indispensáveis para o sucesso do processo de ajustamento económico

e financeiro e para a construção de um ambiente económico que garanta prosperidade de

forma mais sustentável. Os desafios estão colocados e compete a todos os envolvidos,

principalmente, aos responsáveis políticos, a sensibilização para a importância dos

esforços que estão a ser prosseguidos, não se devendo descurar, nunca, a garantia de

proteção aos mais vulneráveis no difícil processo de mudança em curso.

Relatório de Gestão 2011

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1.4 Síntese da Atividade Municipal

Conforme se refere no ponto anterior, o ano de 2011 ficou marcado pelas dificuldades de

acesso ao financiamento externo, na sequência de um conjunto de dificuldades associadas

a desequilíbrios internos acumulados ao longo de anos, culminando com o pedido de

assistência financeira às instituições internacionais. Neste contexto, a evolução da

economia nacional ficou dependente do cumprimento de um programa de ajustamento,

que conduziu, numa primeira fase, espera-se, a uma contração forte do produto interno.

Neste ambiente restritivo, as consequências das medidas de controlo orçamental foram

sentidas pela generalidade dos agentes económicos, e o setor público, em especial, face ao

seu peso e papel determinante, marcou o ritmo e a profundidade das ações de

ajustamento. As autarquias, apesar do seu estatuto de independência em relação a outros

organismos do Estado, têm sentido muito diretamente o impacto da retração económica,

quer pela redução dos montantes recebidos através do Orçamento de Estado, quer pelas

restrições ao nível do endividamento, quer ainda, e mais recentemente, pela dificuldade de

acesso ao crédito bancário. Estas dificuldades acrescidas pelo ambiente de incerteza em

relação ao futuro a curto prazo, têm condicionado a atuação deste Município, obrigando a

que muitos dos projetos sejam adiados, e outros sejam reequacionados e reformulados,

adequando-os à quebra nos recursos disponíveis.

Porém, o executivo municipal tentou, ao longo do ano, minimizar o impacto do contexto

económico na atividade municipal, principalmente em áreas mais sensíveis ou

estratégicas, procurando garantir que o bem-estar da população não fosse ainda mais

afetado pelo corte nos bens ou serviços públicos municipais. Apesar de se ter

caracterizado por ser um ano de abrandamento, foram realizados muitos projetos e ações

importantes, à luz dos objetivos definidos e das políticas traçadas, aproveitando, sempre

que possível, as já escassas linhas de financiamento externo existentes.

No âmbito dos programas existentes, pode destacar-se o investimento realizado na

Educação e relacionado com a melhoria das infraestruturas de ensino, mais

concretamente, com o projeto de construção do Pólo Pedagógico de Carvalhais, que,

apesar de ter sido apoiado por fundos comunitários, exigiu um esforço no sentido de

alocar os recursos próprios necessários e de garantir o cumprimento dos prazos definidos,

de forma a que ficasse operacional no início do presente ano letivo. Este projeto foi um

marco importante nos planos para a melhoria das condições de ensino, uma vez que estão

Relatório de Gestão 2011

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agendados outros investimentos avultados, nomeadamente, relativos ao Centro Escolar de

S. Pedro do Sul, para os quais a experiência deste investimento pode ser fulcral.

Ainda na área da Educação, para além dos investimentos agora referidos, deu-se

continuidade aos pequenos trabalhos de remodelação/manutenção das infraestruturas

existentes, quer no ensino básico, quer no ensino pré-escolar, que se revestem de

acrescida importância para a qualidade das atividades letivas no concelho. Para além

destes investimentos, foram igualmente mantidas as atividades complementares aos

conteúdos oficiais, através da aposta, nos mesmos moldes de anos anteriores, nas

atividades de enriquecimento curricular e em outras atividades complementares pontuais,

sempre que foram identificadas necessidades ou justificadas pelos resultados obtidos.

A aposta na Cultura e no Desporto vem sempre associada à Educação e no ano de 2011

foram realizadas as atividades que já vêm caracterizando a agenda municipal nesta área.

Quer através do apoio a iniciativas locais, quer através da promoção direta pelos serviços

municipais, manteve-se a aposta no desenvolvimento de pequenas iniciativas culturais e

desportivas, na maior parte das vezes, relacionadas com a ocupação dos jovens nos

períodos de pausa letiva ou após o dia de aulas, no caso do desporto, ou associadas às

tradições das populações tendo em vista a dinamização de alguns valores culturais que

importa não perder. Associadas a estas iniciativas, o Município organizou as habituais

Festas da Cidade, para as quais aloca alguns dos recursos disponíveis, procurando manter

vivo o espírito de união entre as várias localidades, que se juntam para assistir ou

participar nos eventos aqui incluídos.

Neste ano foi também iniciada a Universidade Sénior de S. Pedro do Sul, que nasceu da

ideia de facultar ao estrato populacional mais idoso a possibilidade de participar em

atividades socioeducativas que visam criar e dinamizar relações sociais, culturais,

educacionais e de convívio, promovendo o denominado “envelhecimento ativo” e

fomentando a participação daqueles que já deixaram o mercado de trabalho e pretendem

manter-se saudavelmente ocupados. A iniciativa tem sido um sucesso e conta já com cerca

de 65 participantes.

Na rede viária municipal, depois de consolidado o projeto, desenvolvido em anos

anteriores, de melhoria dos acessos da zona da cidade aos principais eixos rodoviários,

através da construção das variantes à zona mais urbana e acessos complementares, a

aposta centrou-se na manutenção de estradas e caminhos municipais que, pela sua

Relatório de Gestão 2011

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antiguidade ou utilização mais intensiva, necessitaram de obras de menor volume que

visaram o reforço das condições de segurança e de mobilidade. Quer por recurso à

administração direta municipal, quer por recurso à contratação de empreitadas, foram,

assim, executadas diversas ações distribuídas pelas várias freguesias, com a preocupação

de que a rede municipal não seja um obstáculo no dia a dia da população, principalmente

da que reside em locais mais distantes dos eixos viários principais e que necessita da

utilização constantes das vias municipais para o acesso aos serviços localizados nas áreas

mais centrais.

O setor de Abastecimento Público de Água e Saneamento concentrou também

consideráveis recursos financeiros, canalizados para a execução de várias obras de

manutenção e ampliação das redes municipais, em zonas de cobertura deficiente ou em

locais onde a rede acusava desgaste ou deterioração. Na execução destes projetos a

administração direta municipal teve um peso acrescido, já que se apostou nas equipas

municipais para a realização de muitos dos trabalhos previstos.

Nas restantes áreas de atuação municipal foram prosseguidos os esforços para manter o

nível de disponibilização de bens e serviços públicos, apesar dos constrangimentos

económicos e financeiros atuais. Na área Social mantiveram-se os apoios às famílias

carenciadas e às suas habitações, bem como, aos alunos com dificuldades económicas para

que pudessem permanecer, com as condições necessárias, no sistema de ensino. No

Ambiente e Espaços Verdes, a atenção centrou-se na manutenção dos parques e jardins

existentes, alguns com condições adequadas para atividades lúdicas, entre outras

iniciativas associadas.

Deve, ainda, referir-se que o executivo municipal não descurou a preocupação com o

turismo e o termalismo. Apesar da gestão dos equipamentos termais estar a cargo da

empresa municipal Termalistur – Termas de S. Pedro do Sul, E.E.M., os seus responsáveis

fazem também parte do elenco camarário, havendo, por isso, um acompanhamento

constante de todo o negócio e das suas envolventes pela Câmara Municipal. A aposta de

promoção das nossas Termas e das atividades turísticas complementares, designadamente

o turismo rural, de montanha e mais ligado à natureza, tem sido encarada seriamente, com

o fim principal de procurar que os efeitos da crise generalizada não se façam sentir nesta

atividade local e nas que dela estão dependentes, tendo em conta a importância que

reveste para o dinamismo concelhio e para a quase generalidade dos agentes económicos

locais.

Relatório de Gestão 2011

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A um nível mais interno, este Município prosseguiu a execução do projeto de

modernização administrativa, para o qual participou numa candidatura intermunicipal,

estando já executada a fase de capacitação informática interna e em execução as medidas

relacionadas com a criação de uma plataforma de comunicações integradas, que

interligará todos os edifícios com serviços municipais e garantirá a partilha de dados e voz

através de tecnologias wireless. Este projeto prevê ainda a criação de locais de

atendimento especializados e promoverá a desmaterialização dos processos

administrativos, com especial incidência nos processos de urbanismo, bem como, a criação

de uma plataforma de relação com os munícipes através da qual estes terão acesso a

diversos serviços municipais, com recurso à internet e às novas tecnologias.

Para além destas iniciativas, por força da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 305/2009,

diploma que estabelece o novo regime jurídico da organização dos serviços das autarquias

locais, em janeiro de 2011, esta autarquia adequou a sua estrutura às novas regras

definidas, tendo em conta os objetivos relacionados com a desburocratização dos serviços

e a sua aproximação às necessidades das populações, conforme disposto na legislação

mencionada. No âmbito desta alteração, foram mantidas as unidades mais importantes da

estrutura municipal, tendo sido eliminados alguns serviços que, de acordo com as novas

regras, não poderiam existir nas estruturas das autarquias, com as características que

detinham anteriormente.

A atividade agora descrita sucintamente resulta de uma preocupação constante em

adequar as políticas e a atuação municipal às vontades e necessidades da população, tendo

sempre presente que, numa conjuntura restritiva e extremamente exigente, as

dificuldades são muitas e os recursos são mais escassos, devendo existir critérios

exigentes que garantam que a sua aplicação traz o maior retorno possível.

Relatório de Gestão 2011

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2. POLÍTICA ORÇAMENTAL

A política orçamental do Município de S. Pedro do Sul foi conduzida de acordo com as

disposições do POCAL e demais legislação aplicável, tendo como preocupação principal a

manutenção do equilíbrio através da adequação das dotações da despesa à expectativa de

obtenção de receita, num contexto de retração generalizada, por forma a manter os níveis

de endividamento municipal dentro dos limites legais.

Em 2011 foi visível o esforço do executivo municipal para que as despesas fossem

criteriosamente analisadas antes de assumidas, de modo a garantir a cobertura destas pela

receita cobrada ou a cobrar, evitando o aumento da dívida municipal e o atraso nos

pagamentos. Contudo, face às dificuldades associadas ao contexto restritivo que se vive, a

manutenção do equilíbrio entre estas duas grandezas nem sempre foi possível e

registaram-se alguns desvios significativos em relação aos objetivos orçamentais definidos

inicialmente.

2.1. Modificações aos Documentos Previsionais

Os documentos previsionais para 2011 foram elaborados à luz das regras previsionais e

dos princípios orçamentais definidos no POCAL. Porém, como refletem a estimativa de

obtenção de receitas para fazer face aos compromissos assumidos ou a assumir, de acordo

com as prioridades da gestão municipal, foi necessário realizar-se um conjunto de

ajustamentos às dotações iniciais, compatibilizando-as com as alterações que se

verificaram na execução orçamental ao longo do exercício e que tornaram algumas

dotações desadequadas às necessidades.

Durante o exercício em análise, foram efetuadas 33 alterações ao orçamento e 28

alterações às grandes opções do plano (GOP) que compreenderam exclusivamente a

transferência de dotações entre rubricas. Realizou-se ainda uma revisão orçamental cuja

finalidade principal foi eliminar projetos incluídos inicialmente no Plano Plurianual de

Investimentos (PPI), em consequência da sua reprogramação temporal, transferindo-se

parte das dotações para reforço de outros projetos.

Os reforços e anulações efetuados nas modificações orçamentais implicaram um aumento

do valor do orçamento em cerca de 1,42%, passando de 24,831 milhões de euros para

Relatório de Gestão 2011

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25,184 milhões de euros, enquanto que as modificações efetuadas às GOP provocaram

uma diminuição do financiamento definido em cerca de 8,6%, uma vez que o seu valor

passou de 8,850 milhões de euros para 8,084 milhões de euros.

Q1. Modificações Orçamentais

Designação Dotações Iniciais Reforços Anulações Dotações Corrigidas

Receita 24.831.025,00 € 1.243.572,00 € 890.660,00 € 25.183.937,00 €

Despesa 24.831.025,00 € 5.027.041,79 € 4.674.129,79 € 25.183.937,00 €

GOP 8.849.505,00 € 1.698.431,00 € 2.463.637,00 € 8.084.299,00 €

2.2 Execução Orçamental da Receita

Em termos globais, as receitas do exercício de 2011 totalizaram 14,915 milhões de euros,

valor este resultante da cobrança de cerca de 10,335 milhões de euros de receitas

correntes e 4,580 milhões de euros de receitas de capital. Não se verificou, no exercício em

análise, qualquer receita enquadrável como outras receitas, de acordo com o definido no

classificador aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26/2002, uma vez que esta designação inclui

receitas de caráter residual, como é o caso das reposições não abatidas nos pagamentos,

ou a utilização do saldo da gerência anterior, que não se verificaram no exercício em

análise.

Q2. Execução das Receitas por Natureza

Designação Dotação Cobrança Tx. Execução

Receitas Correntes 13.913.383,00 € 10.335.030,52 € 74,28%

Receitas de Capital 11.270.454,00 € 4.580.229,96 € 40,64%

Outras Receitas 100,00 € 0,00 € 0,00%

Total 25.183.937,00 € 14.915.260,48 € 59,23%

A distribuição dos valores obtidos por natureza económica permitiu concluir que as

receitas correntes representaram 69% do total dos valores arrecadados, enquanto que as

receitas de capital representaram 31% das receitas totais. No exercício em análise,

verificou-se uma alteração no peso das receitas das diferentes naturezas, cujos motivos

Relatório de Gestão 2011

estão relacionados essencialmente com a diminuição significativa das receitas de capital,

conforme se pode confirmar pela análise mais detalhada efetuada nos pontos seguintes.

Em termos de taxa de execução e conforme vem sendo habitual

correntes cobradas aproximou

destas, enquanto que o valor cobrado relativo a receitas de capital corresponde apenas a

cerca de 41% dos valores previstos corrigidos. No total, f

previstos para a receita municipal. As diferenças verificadas nas taxas de execução das

diferentes naturezas da receita orçamental resultam das características que lhes estão

associadas, importando sublinhar que as previsões d

grande parte, de inscrição de valores das transferências provenientes do Orçamento do

Estado, do cálculo das médias das cobranças

receitas certas e pouco voláteis, reduzindo

orçamental. Por outro lado, as receitas de capital estão normalmente associadas a

contratos de financiamento, no âmbito de candidaturas

cuja execução depende diretamente da execução de

bens de investimento, muito dependente da conjuntura e das condições dos agentes

económicos.

2 Em resultado das modificações orçamentais realizadas.

31%

G1. Distribuição das Receitas por Natureza

Relatório de Gestão 2011

estão relacionados essencialmente com a diminuição significativa das receitas de capital,

conforme se pode confirmar pela análise mais detalhada efetuada nos pontos seguintes.

Em termos de taxa de execução e conforme vem sendo habitual, o valor das receitas

correntes cobradas aproximou-se do valor das previsões corrigidas2, representando 74%

destas, enquanto que o valor cobrado relativo a receitas de capital corresponde apenas a

cerca de 41% dos valores previstos corrigidos. No total, foram cobrados 59% dos valores

previstos para a receita municipal. As diferenças verificadas nas taxas de execução das

diferentes naturezas da receita orçamental resultam das características que lhes estão

associadas, importando sublinhar que as previsões das receitas correntes resultam, em

grande parte, de inscrição de valores das transferências provenientes do Orçamento do

Estado, do cálculo das médias das cobranças de taxas e outras receitas ou correspondem a

receitas certas e pouco voláteis, reduzindo-se assim a margem para desvios na execução

orçamental. Por outro lado, as receitas de capital estão normalmente associadas a

contratos de financiamento, no âmbito de candidaturas a incentivos aos investimentos

cuja execução depende diretamente da execução desses investimentos, ou da venda de

bens de investimento, muito dependente da conjuntura e das condições dos agentes

cações orçamentais realizadas.

69%

31%

G1. Distribuição das Receitas por Natureza

Receitas Correntes Receitas de Capital

13

estão relacionados essencialmente com a diminuição significativa das receitas de capital,

conforme se pode confirmar pela análise mais detalhada efetuada nos pontos seguintes.

, o valor das receitas

, representando 74%

destas, enquanto que o valor cobrado relativo a receitas de capital corresponde apenas a

oram cobrados 59% dos valores

previstos para a receita municipal. As diferenças verificadas nas taxas de execução das

diferentes naturezas da receita orçamental resultam das características que lhes estão

as receitas correntes resultam, em

grande parte, de inscrição de valores das transferências provenientes do Orçamento do

ou correspondem a

assim a margem para desvios na execução

orçamental. Por outro lado, as receitas de capital estão normalmente associadas a

a incentivos aos investimentos

sses investimentos, ou da venda de

bens de investimento, muito dependente da conjuntura e das condições dos agentes

Relatório de Gestão 2011

14

Analisando a evolução da receita total cobrada por exercício desde 2007, pode concluir-se

que o valor obtido em 2011 representa um decréscimo em relação aos valores atingidos

nos últimos dois exercícios, não ficando, porém, distante daquilo que são os valores

habituais nos últimos exercícios, excluindo-se aqui o ano de 2008 que registou um valor

elevado devido à receita extraordinária referente à alienação do balneário D. Afonso

Henriques.

Receitas Correntes

Conforme já referido anteriormente, as receitas correntes atingiram, em 2011, os 10,335

milhões de euros, tendo aumentado em relação aos valores obtidos em 2010, em cerca de

4,24%, ou seja, foram arrecadados mais 421 mil euros. Considerando que o período em

análise ficou marcado pelo início da execução do programa de ajustamento da economia

portuguesa, que obrigou à implementação de várias medidas que levaram a que a

atividade económica abrandasse e os agentes económicos passassem a atuar num clima de

restrição e incerteza, o desempenho obtido nesta natureza de receitas municipais pode

considerar-se bastante positivo e motivo de realce. E tendo, ainda, em conta os cortes

efetuados aos valores das transferências do Estado, que são na sua maior parte de

0

5

10

15

20

25

30

2007 2008 2009 2010 2011

Mil

es d

e €

G2. Evolução das Receitas

Relatório de Gestão 2011

15

natureza corrente e representam normalmente mais de 50% do total deste tipo de

receitas, o crescimento agora verificado merece uma análise mais pormenorizada.

Comprando os valores das receitas correntes cobradas em 2011 com os valores obtidos no

exercício anterior (2010), por capítulo da classificação económica, pode concluir-se que a

rubrica que mais contribuiu para o crescimento registado foi a de rendimentos de

propriedade, com um valor total de 1,546 milhões de euros, tendo apresentado uma

variação positiva de praticamente 93%, à qual corresponde um aumento absoluto de mais

de 745 mil euros. Este desempenho é justificado pelo aumento do valor proveniente das

contrapartidas financeiras da empresa municipal Termalistur, EEM, já que, no ano em

análise, foram recebidas, para além de grande parte das contrapartidas respeitantes a esse

ano, valores referentes ainda ao ano de 2010.

Ainda que com um crescimento relativamente inferior ao destacado anteriormente, mas

com o segundo maior valor cobrado no total das receitas correntes, o capítulo venda de

bens e serviços correntes registou também um crescimento de quase 20%, atingindo os

1,588 milhões de euros, ou seja, mais quase 256 mil euros do que no ano anterior. Este

crescimento bastante positivo foi motivado pelo aumento significativo dos valores

referentes a algumas prestações específicas associadas aos serviços urbanos

disponibilizados, como é o caso dos resíduos sólidos, entre outros, bem como pelo

aumento das rendas cobradas, em especial, a proveniente da concessão da rede de

distribuição de energia, uma vez que foi recebida, ainda em 2011, a renda referente ao 4.º

trimestre desse ano, ao contrário do que vinha acontecendo anteriormente, em que esta

prestação só era recebida no início do exercício seguinte.

O capítulo de impostos diretos apresentou também um crescimento bastante significativo,

na ordem dos 14%, totalizando, em 2011, o montante de 1,504 milhões de euros, ficando

este aumento a dever-se ao crescimento dos valores arrecadados referentes a todos os

impostos diretos municipais, com especial destaque para o IMI e para o IMT, que, em

conjunto, justificaram um aumento de mais de 150 mil euros, evidenciando, assim, um

dinamismo na área do imobiliário pouco comum face à crise no setor. Dos restantes

capítulos das receitas correntes, deve ainda referir-se que as taxas, multas e outras

penalidades, e as outras receitas correntes registaram igualmente crescimento nos valores

recebidos, apesar de, em termos absolutos, não terem o peso dos capítulos referidos

anteriormente.

Relatório de Gestão 2011

16

Em sentido contrário, isto é, com decréscimo dos valores cobrados, surgem os capítulos

transferências correntes e impostos indiretos, com reduções de 12% e 22%,

respetivamente. Apesar da redução verificada nas transferências correntes, em resultado

dos cortes já referidos nas transferências do fundo de equilíbrio financeiro e de outras

transferências da administração central, é este capítulo que reúne a maior fatia do

montante das receitas correntes, tendo registado um valor de 5,526 milhões de euros, o

que corresponde a cerca de 53% do total das receitas desta natureza. Por outro lado, o

capítulo de outras receitas correntes contempla receitas de caráter extraordinário e/ou

residual, não tendo, por isso, especial impacto no desempenho da receita municipal.

Q3. Comparação das Receitas Correntes Cobradas

Designação 2010 2011 Var. 10/11

Impostos diretos 1.323.199,58 € 1.503.563,44 € 13,63%

Impostos indiretos 21.310,61 € 16.657,93 € -21,83%

Taxas, multas e outras penalidades 124.864,44 € 127.509,16 € 2,12%

Rendimentos da propriedade 801.401,11 € 1.546.644,65 € 92,99%

Transferências correntes 6.288.925,49 € 5.526.095,89 € -12,13%

Venda de bens e serviços correntes 1.332.442,08 € 1.588.375,27 € 19,21%

Outras receitas correntes 22.249,09 € 26.184,18 € 17,69%

Total 9.914.392,40 € 10.335.030,52 € 4,24%

Analisando agora o grau de execução de cada um dos capítulos das receitas correntes em

relação aos valores das dotações corrigidas, pode concluir-se que o conjunto das rubricas

em questão apresenta uma taxa de execução bastante satisfatória, tendo em conta os

constrangimentos já relatados anteriormente. No capítulo de impostos indiretos esta taxa

foi mesmo superior a 100%, facto que já vem acontecendo nos últimos exercícios, uma vez

que as previsões, efetuadas com base nas médias das cobranças dos últimos 24 meses,

ficam aquém da execução verificada. Em 2011, a taxa obtida para este capítulo foi de

113%, o que significa que a cobrança foi superior em cerca de 172 mil euros em relação às

previsões. A execução da rubrica de transferências correntes foi também muito próxima

dos valores previstos, tendo alcançado uma taxa de execução de 99%, já que as receitas

aqui englobadas não sofrem normalmente alterações significativas ao longo do exercício.

Os capítulos impostos indiretos, taxas, multa e outras penalidades e venda de bens e

serviços correntes, que apresentaram taxas de execução entre os 81% e os 53%,

Relatório de Gestão 2011

17

apresentam habitualmente alguma variação nos desvios registados porque congregam o

resultado de um grande número de taxas, preços e outras receitas municipais, que estão

diretamente ligadas à atividade dos agentes económicos locais, como são exemplos, as

taxas associadas ao urbanismo, aos serviços urbanos ou outras prestações de serviços

específicas. Nos restantes capítulos registaram-se taxas de execução inferiores, em virtude

de não ter ocorrido conforme previsto inicialmente a execução de algumas componentes

destas receitas, com um grau de volatilidade considerável, sendo o caso com mais impacto,

a receita proveniente da compensação a receber pelos parques eólicos do concelho.

Q4. Grau de Execução das Receitas Correntes

Designação Dotação Cobrança Tx. Execução

Impostos diretos 1.331.236,00 € 1.503.563,44 € 112,94%

Impostos indiretos 20.477,00 € 16.657,93 € 81,35%

Taxas, multas e outras penalidades 167.650,00 € 127.509,16 € 76,06%

Rendimentos da propriedade 3.708.895,00 € 1.546.644,65 € 41,70%

Transferências correntes 5.596.847,00 € 5.526.095,89 € 98,74%

Venda de bens e serviços correntes 2.876.180,00 € 1.588.375,27 € 55,23%

Outras receitas correntes 212.098,00 € 26.184,18 € 12,35%

Total 13.913.383,00 € 10.335.030,52 € 74,28%

Comparando os valores das receitas correntes de 2011 com os montantes dos últimos 4

anos, verifica-se que o valor obtido no exercício em análise foi superior ao atingido nos

dois anos anteriores, atingindo praticamente o valor de 2007, que foi o de maior execução

das receitas correntes dos últimos 8 anos, merecendo, contudo, maior destaque face à

envolvente económica adversa que marcou o ano de 2011, tal como se tem vindo a referir.

Relatório de Gestão 2011

Receitas de Capital

Conforme foi já referido, as receitas de capital atingiram, em 2011, o valor de 4,580

milhões de euros, tendo sofrido um decréscimo na ordem dos 33% em relação aos valores

obtidos no ano anterior (2010). Esta variação negativa considerável espelha a conjuntura

restritiva atual que obrigou, entre outras medidas, à redução das transferências

provenientes do Orçamento de Estado, das quais uma parte é considerada receita de

capital. Sendo caracterizada pelo abrandamento da atividade económica e redução do

rendimento disponível, a conjuntura atual teve, igualmente, um impacto direto na

execução de várias medidas, das quais se pode sublinhar a alienação de bens de

investimento.

Isso mesmo pode ser confirmado na análise da variação das receitas de capital por

capítulo económico, entre 2010 e 2011, onde se destaca a redução significativa das

transferência de capital, na ordem do 40%, como consequência dos já referidos cortes nos

fundos do Estado, mas também da redução muito expressiva das comparticipações para

investimentos cofinanciados, uma vez que, depois de encerrados vários investimentos

comparticipados pelo QREN, desenvolvidos em 2009 e 2010, o ano de 2011 ficou

caracterizado pela definição e preparação de vários outros projetos de investimento

igualmente candidatados aos fundos comunitários, de montantes bastante consideráveis,

0

2

4

6

8

10

12

2007

Mil

es d

e €

Relatório de Gestão 2011

Conforme foi já referido, as receitas de capital atingiram, em 2011, o valor de 4,580

de euros, tendo sofrido um decréscimo na ordem dos 33% em relação aos valores

obtidos no ano anterior (2010). Esta variação negativa considerável espelha a conjuntura

restritiva atual que obrigou, entre outras medidas, à redução das transferências

entes do Orçamento de Estado, das quais uma parte é considerada receita de

capital. Sendo caracterizada pelo abrandamento da atividade económica e redução do

rendimento disponível, a conjuntura atual teve, igualmente, um impacto direto na

s medidas, das quais se pode sublinhar a alienação de bens de

Isso mesmo pode ser confirmado na análise da variação das receitas de capital por

capítulo económico, entre 2010 e 2011, onde se destaca a redução significativa das

de capital, na ordem do 40%, como consequência dos já referidos cortes nos

fundos do Estado, mas também da redução muito expressiva das comparticipações para

investimentos cofinanciados, uma vez que, depois de encerrados vários investimentos

s pelo QREN, desenvolvidos em 2009 e 2010, o ano de 2011 ficou

caracterizado pela definição e preparação de vários outros projetos de investimento

igualmente candidatados aos fundos comunitários, de montantes bastante consideráveis,

20082009

20102011

G3. Evolução das Receitas Correntes

18

Conforme foi já referido, as receitas de capital atingiram, em 2011, o valor de 4,580

de euros, tendo sofrido um decréscimo na ordem dos 33% em relação aos valores

obtidos no ano anterior (2010). Esta variação negativa considerável espelha a conjuntura

restritiva atual que obrigou, entre outras medidas, à redução das transferências

entes do Orçamento de Estado, das quais uma parte é considerada receita de

capital. Sendo caracterizada pelo abrandamento da atividade económica e redução do

rendimento disponível, a conjuntura atual teve, igualmente, um impacto direto na

s medidas, das quais se pode sublinhar a alienação de bens de

Isso mesmo pode ser confirmado na análise da variação das receitas de capital por

capítulo económico, entre 2010 e 2011, onde se destaca a redução significativa das

de capital, na ordem do 40%, como consequência dos já referidos cortes nos

fundos do Estado, mas também da redução muito expressiva das comparticipações para

investimentos cofinanciados, uma vez que, depois de encerrados vários investimentos

s pelo QREN, desenvolvidos em 2009 e 2010, o ano de 2011 ficou

caracterizado pela definição e preparação de vários outros projetos de investimento

igualmente candidatados aos fundos comunitários, de montantes bastante consideráveis,

Relatório de Gestão 2011

19

que avançaram apenas no final do ano ou avançarão ao longo de 2012. Por estes motivos,

o valor das transferências de capital registou uma quebra de cerca de 2,4 milhões de

euros, ficando-se pelos 3,558 milhões de euros de receita cobrada.

Dos restantes capítulos incluídos nas receitas de capital, deve ainda referir-se que se

registou um ligeiro aumento das receitas provenientes de passivos financeiros, na ordem

dos 12%, já que, para além da contratação do financiamento de curto prazo já habitual,

foram recebidas tranches, de valores relativamente reduzidos, referentes ao

financiamento contratado para suportar uma parte da componente nacional (municipal)

do investimento dos centros escolares. Na rubrica de venda de bens de investimento,

foram registadas receitas no valor de pouco mais de 12 mil euros, quando em 2010 não

tinha sido obtida qualquer receita desta natureza, o que confirma o que foi referido atrás

relativamente às dificuldades na realização de alienações programadas.

Q5. Comparação das Receitas de Capital Cobradas

Designação 2010 2011 Var. 10/11

Venda de bens de investimento 0,00 € 12.209,75 € 0,00%

Transferências de capital 5.960.570,37 € 3.557.639,21 € -40,31%

Ativos financeiros 0,00 € 0,00 € 0,00%

Passivos financeiros 900.000,00 € 1.010.381,00 € 12,26%

Outras receitas de capital 0,00 € 0,00 € 0,00%

Total 6.860.570,37 € 4.580.229,96 € -33,24%

Avaliando o grau de execução das mesmas grandezas da receita, verifica-se que a taxa de

execução obtida para as receitas de capital, de aproximadamente 41%, resulta do desvio

verificado na rubrica de venda de bens de investimento, pelos motivos já enunciados,

tendo em conta que os valores cobrados nas restantes rubricas ficaram muito próximos

das dotações corrigidas.

Relatório de Gestão 2011

20

Q6. Grau de Execução das Receitas de Capital

Designação Dotação Cobrança Tx. Execução

Venda de bens de investimento 5.977.595,00 € 12.209,75 € 0,20%

Transferências de capital 4.197.118,00 € 3.557.639,21 € 84,76%

Ativos financeiros 61.544,00 € 0,00 € 0,00%

Passivos financeiros 1.034.167,00 € 1.010.381,00 € 97,70%

Outras receitas de capital 30,00 € 0,00 € 0,00%

Total 11.270.454,00 € 4.580.229,96 € 40,64%

Analisando agora os valores obtidos nesta natureza de receitas, nos últimos 5 anos, pode

verificar-se, na linha do que foi referido, que as receitas de 2011 decresceram em relação

aos últimos exercícios, ficando, contudo, acima do valor obtido em 2007, ano que

apresenta alguma similitude com o ano em análise, porque se caracterizou também pela

redução dos fundos de capital obtidos devido à transição entre quadros comunitários de

apoio. Porém, convém ainda sublinhar-se que o desempenho das receitas de capital tem

apresentado muitas variações ao longo dos anos, já que está muito dependente de fatores

externos e de um planeamento complexo. Assim, a quebra de receitas verificada em

determinados períodos é habitualmente sinal de mudanças nos planos definidos e nas

fontes de financiamento, sendo normalmente compensada por execuções satisfatórias em

períodos seguintes. Contudo, a execução de políticas conducentes à redução do

investimento público, como as que têm sido adotadas, introduzem nesta questão uma

incerteza acrescida.

Relatório de Gestão 2011

2.3 Execução Orçamental da Despesa

A despesa paga em 2011 totalizou 14,902

correntes, no valor de 10,662 milhões de euros, e despesas de capital, no montante

4,240 milhões de euros. Em termos relativos, as despesas correntes tiveram um peso de

72% no valor total, enquanto que as despesas de capital representaram 28% no total das

despesas do exercício. A distribuição da despesa total por natureza económica so

longo dos anos, variações significativas, já que as despesas correntes compreendem, em

grande parte, encargos fixos decorrentes do funcionamento normal do Município, que não

variam significativamente em função da atividade operacional, enquanto qu

de capital estão mais relacionadas com os investimentos municipais, que sofrem

flutuações consideráveis em função das opções de gestão e dos financiamentos externos

disponíveis. Por estes motivos, estas diferenças são mais evidentes em períod

desaceleração da capacidade de investimento, pelos motivos já invocados aquando da

análise da distribuição das receitas obtidas.

0

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16

2007

Mil

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e €

Relatório de Gestão 2011

Execução Orçamental da Despesa

sa paga em 2011 totalizou 14,902 milhões de euros, distribuídos por despesas

correntes, no valor de 10,662 milhões de euros, e despesas de capital, no montante

4,240 milhões de euros. Em termos relativos, as despesas correntes tiveram um peso de

72% no valor total, enquanto que as despesas de capital representaram 28% no total das

despesas do exercício. A distribuição da despesa total por natureza económica so

longo dos anos, variações significativas, já que as despesas correntes compreendem, em

grande parte, encargos fixos decorrentes do funcionamento normal do Município, que não

variam significativamente em função da atividade operacional, enquanto qu

de capital estão mais relacionadas com os investimentos municipais, que sofrem

flutuações consideráveis em função das opções de gestão e dos financiamentos externos

disponíveis. Por estes motivos, estas diferenças são mais evidentes em períod

desaceleração da capacidade de investimento, pelos motivos já invocados aquando da

análise da distribuição das receitas obtidas.

20082009

20102011

G4. Evolução das Receitas de Capital

21

milhões de euros, distribuídos por despesas

correntes, no valor de 10,662 milhões de euros, e despesas de capital, no montante de

4,240 milhões de euros. Em termos relativos, as despesas correntes tiveram um peso de

72% no valor total, enquanto que as despesas de capital representaram 28% no total das

despesas do exercício. A distribuição da despesa total por natureza económica sofre, ao

longo dos anos, variações significativas, já que as despesas correntes compreendem, em

grande parte, encargos fixos decorrentes do funcionamento normal do Município, que não

variam significativamente em função da atividade operacional, enquanto que as despesas

de capital estão mais relacionadas com os investimentos municipais, que sofrem

flutuações consideráveis em função das opções de gestão e dos financiamentos externos

disponíveis. Por estes motivos, estas diferenças são mais evidentes em períodos de

desaceleração da capacidade de investimento, pelos motivos já invocados aquando da

Relatório de Gestão 2011

Q7. Execução das Despesas por Natureza

Designação

Despesa Corrente

Despesa de Capital

Total

Pelos mesmos motivos, verificaram

execução de cada uma destas c

corrigidas. As despesas correntes pagas aproximaram

uma taxa de execução na ordem dos 77%, já que as suas características permitem a

realização de previsões com menor marge

capital, por estarem associadas a projetos de investimento dependentes de fatores

externos, registaram uma taxa de execução de cerca de 38%.

A evolução das despesas ao longo dos últimos 5 exercícios tem so

oscilações, com exceção do ano de 2008 em que a elevada execução de receitas de capital

permitiu um nível de despesas desta natureza acima do habitual. Pode verificar

gráfico seguinte que o ano de 2011 registou valores em linha com o

G5. Distribuição das Despesas por Natureza

Relatório de Gestão 2011

Q7. Execução das Despesas por Natureza

Dotação Pago Tx. Execução

13.909.175,08 € 10.661.515,50 €

11.274.761,92 € 4.240.406,01 €

25.183.937,00 € 14.901.921,51 €

Pelos mesmos motivos, verificaram-se também diferenças substanciais em termos de

execução de cada uma destas componentes das despesas em relação às dotações

corrigidas. As despesas correntes pagas aproximaram-se dos valores previstos, atingindo

uma taxa de execução na ordem dos 77%, já que as suas características permitem a

realização de previsões com menor margem para desvios, enquanto que as despesas de

capital, por estarem associadas a projetos de investimento dependentes de fatores

externos, registaram uma taxa de execução de cerca de 38%.

A evolução das despesas ao longo dos últimos 5 exercícios tem so

oscilações, com exceção do ano de 2008 em que a elevada execução de receitas de capital

permitiu um nível de despesas desta natureza acima do habitual. Pode verificar

gráfico seguinte que o ano de 2011 registou valores em linha com os anos anteriores,

72%

28%

G5. Distribuição das Despesas por Natureza

Despesa Corrente Despesa de Capital

22

Tx. Execução

76,65%

37,61%

59,17%

se também diferenças substanciais em termos de

omponentes das despesas em relação às dotações

se dos valores previstos, atingindo

uma taxa de execução na ordem dos 77%, já que as suas características permitem a

m para desvios, enquanto que as despesas de

capital, por estarem associadas a projetos de investimento dependentes de fatores

A evolução das despesas ao longo dos últimos 5 exercícios tem sofrido pequenas

oscilações, com exceção do ano de 2008 em que a elevada execução de receitas de capital

permitiu um nível de despesas desta natureza acima do habitual. Pode verificar-se pelo

s anos anteriores,

Relatório de Gestão 2011

tendo o montante total de pagamentos sido inferior ao alcançado em 2010, em cerca de

11%. Na distribuição das despesas pagas por natureza, os valores referentes a 2011

aproximam-se dos obtidos em 2009, verificando

superior nas despesas de natureza corrente.

Despesas Correntes

Tal como foi já mencionado, as despesas de capital pagas em 2011 atingiram o valor de

10,662 milhões de euros, tendo aumentado cerca de 6% em relação a 2010. Este

acréscimo das despesas desta natu

semelhante proporção, das receitas correntes, pelos motivos já analisados anteriormente,

já que a execução das despesas depende diretamente da cobrança de receitas da mesma

natureza.

Comparando os valores do ano de 2011 com os obtidos no ano anterior por capítulo da

classificação económica, pode confirmar

o acréscimo dos pagamentos por transferências correntes, na ordem dos 45%, ou seja,

foram pagos mais 223 mil euros do que no ano de 2010. Este aumento foi motivado, em

0

5

10

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20

25

2007

Mil

es d

e €

39%

61%

Relatório de Gestão 2011

tendo o montante total de pagamentos sido inferior ao alcançado em 2010, em cerca de

11%. Na distribuição das despesas pagas por natureza, os valores referentes a 2011

se dos obtidos em 2009, verificando-se uma concentração rel

superior nas despesas de natureza corrente.

Tal como foi já mencionado, as despesas de capital pagas em 2011 atingiram o valor de

10,662 milhões de euros, tendo aumentado cerca de 6% em relação a 2010. Este

das despesas desta natureza resultou, essencialmente, do aumento, em

semelhante proporção, das receitas correntes, pelos motivos já analisados anteriormente,

já que a execução das despesas depende diretamente da cobrança de receitas da mesma

omparando os valores do ano de 2011 com os obtidos no ano anterior por capítulo da

classificação económica, pode confirmar-se que para este desempenho contribuiu bastante

o acréscimo dos pagamentos por transferências correntes, na ordem dos 45%, ou seja,

oram pagos mais 223 mil euros do que no ano de 2010. Este aumento foi motivado, em

2008 2009 2010

G6. Evolução das Despesas Pagas

Correntes Capital

72%

28%40%

28%

47%

60% 72% 53%

23

tendo o montante total de pagamentos sido inferior ao alcançado em 2010, em cerca de

11%. Na distribuição das despesas pagas por natureza, os valores referentes a 2011

se uma concentração relativamente

Tal como foi já mencionado, as despesas de capital pagas em 2011 atingiram o valor de

10,662 milhões de euros, tendo aumentado cerca de 6% em relação a 2010. Este

, essencialmente, do aumento, em

semelhante proporção, das receitas correntes, pelos motivos já analisados anteriormente,

já que a execução das despesas depende diretamente da cobrança de receitas da mesma

omparando os valores do ano de 2011 com os obtidos no ano anterior por capítulo da

se que para este desempenho contribuiu bastante

o acréscimo dos pagamentos por transferências correntes, na ordem dos 45%, ou seja,

oram pagos mais 223 mil euros do que no ano de 2010. Este aumento foi motivado, em

2011

72%

28%

Relatório de Gestão 2011

24

grande parte, pela transferência efetuada para a empresa municipal Termalistur, EEM

para cobertura do desvio financeiro verificado no resultado de exploração anual acrescido

de encargos financeiros relativamente ao previsto no plano previsional de equilíbrio

plurianual de resultados, nos termos do n.º 6 do artigo 31.º da Lei n.º 53-F/2006,

transferência esta que não tinha ocorrido em 2010, uma vez que os resultados de 2009

estavam em linha com o plano referido.

As rubricas englobadas nas despesas com pessoal registaram também um crescimento em

relação aos valores de 2010, na ordem dos 3%. Porém, importa sublinhar que este

aumento resulta, essencialmente, do crescimento considerável dos encargos com a saúde

dos trabalhadores no âmbito dos planos de regularização das dívidas à ADSE, uma vez que

os montantes pagos relativos a remunerações certas e permanentes decresceram em 2011

face aos valores de 2010, em cerca de 1,5%. Também as despesas das rubricas de

aquisição de bens e serviços viram o seu valor aumentado em relação ao ano transato, em

cerca de 6%, o que se traduz num acréscimo de valores pagos de quase 167 mil euros. O

acréscimo na despesa deste capítulo resulta do aumento considerável dos custos da

aquisição de serviços motivado pelo aumento generalizado dos preços dos mesmos, em

virtude da conjuntura atual, principalmente relacionados com prestações essenciais para

o funcionamento dos serviços municipais, como é o caso dos encargos com instalações

(nos quais se inclui a energia), das comunicações e de outros serviços.

Dos restantes capítulos que compõem as despesas correntes, pode ainda destacar-se o

aumento nos juros e outros encargos que, apesar de em termos relativos se ter situado na

ordem dos 50%, representa, em termos absolutos, mais 81 mil euros, justificados pelo

acréscimo generalizado dos encargos bancários e dos juros negociados em contratos ou

outros atos realizados. Em sentido contrário, as rubricas de outras despesas correntes,

associadas a despesas residuais, de reduzido valor e de caráter mais pontual ou variável,

registaram decréscimos dos valores pagos, ainda que em termos absolutos, face as baixos

valores envolvidos, não tenham impacto no comportamento do total das despesas

correntes.

Relatório de Gestão 2011

25

Q8. Comparação das Despesas Correntes Pagas

Designação 2010 2011 Var. 10/11

Despesas com o pessoal 6.506.001,11 € 6.698.036,42 2,95%

Aquisição de bens e serviços 2.811.787,68 € 2.978.520,12 5,93%

Juros e outros encargos 162.206,95 € 243.611,63 50,19%

Transferências correntes 498.733,58 € 721.459,31 44,66%

Subsídios 419,00 € 0,00 -100,00%

Outras despesas correntes 41.387,55 € 19.888,02 -51,95%

Total 10.020.535,87 € 10.661.515,50 € 6,40%

Avaliando agora o grau de execução das diferentes rubricas das despesas correntes e os

seus desvios em relações às previsões corrigidas, pode constatar-se que, dos 13,909

milhões de euros que constituem o total das dotações, foram realizados 13,851 milhões de

euros e, destes, foram pagos cerca de 10,662 milhões de euros, o que permite obter uma

taxa de execução na ordem dos 77%, tal como foi já mencionado anteriormente. Esta

proximidade entre os valores pagos e as previsões, ainda que corrigidas ao longo do

exercício pelas modificações orçamentais, revela que a gestão municipal conseguiu

adequar a atividade corrente municipal associada ao normal funcionamento dos serviços,

aos recursos que estiveram disponíveis para cobertura das suas despesas, reduzindo os

desvios verificados e evitando a acumulação de valores realizados e não pagos.

Os resultados da execução das despesas de natureza corrente estão obviamente muito

dependentes do desempenho nas rubricas de maior peso e, neste caso, o capítulo das

despesas com pessoal assume o papel de maior relevância, tendo apresentado uma taxa de

execução superior a 99%, ou seja, praticamente todos os valores previstos e realizados

foram efetivamente pagos no exercício, o que não surpreende, atendendo às

características das despesas associadas. Desta forma, foram previstas, para este capítulo,

despesas no montante de 6,755 milhões de euros, das quais foram realizadas 6,750

milhões de euros e pagas 6,698 milhões de euros.

Na sequência do que já foi referido aquando da análise da variação dos valores entre anos,

as transferências correntes também atingiram uma taxa de execução bastante satisfatória,

de 93%, uma vez que as previsões se situaram nos 776 mil euros e os valores pagos

respeitantes a estas rubricas atingiram os 722 mil euros, o que demonstra que, nas

transferências de recursos para entidades que se relacionaram com o Município, não

Relatório de Gestão 2011

26

houve acumulação dívidas significativas. O capítulo de aquisição de bens e serviços

apresentou uma taxa de execução inferior à obtida nos capítulos anteriores, já que, tal

como já foi referido, este capítulo congrega as aquisições de todo o conjunto de bens,

materiais, pequenos equipamentos e a contratação de serviços para a globalidade dos

setores municipais, envolvendo montantes relativamente elevados e inúmeros

procedimentos de contratação, que tornam a sua realização e consequente pagamento

mais distantes das previsões efetuadas. Ainda assim e tendo em conta o referido, em 2011,

neste capítulo, foram pagos cerca de 2,979 milhões de euros, isto é, aproximadamente

51% do total das dotações, que somaram 5,803 milhões de euros.

A execução do capítulo de juros e outros encargos atingiu um montante pago de

aproximadamente 244 mil euros, para um valor previsto de cerca de 556 mil euros,

resultando uma taxa de execução de 44%. Este desvio considerável em relação aos valores

previstos e realizados resulta, em grande parte, de processos de encargos bancários e

juros de mora debitados por fornecedores, cujos procedimentos de conferência se têm

revelado morosos tendo em conta que se verifica, com muita frequência, o incumprimento

do regime legal aplicável, obrigando a constantes correções até que o seu pagamento seja

possível.

Nos restantes capítulos, os valores envolvidos foram bastante mais reduzidos, não tendo

havido até qualquer execução nas rubricas de subsídios. As rubricas de outras despesas

correntes apresentaram, no seu conjunto, uma taxa de execução de 99%, já que foram

realizados e pagos quase todos os valores previstos.

Q9. Grau de Execução das Despesas Correntes

Designação Dotação Realizado Pago Tx. Execução

Despesas com o pessoal 6.754.540,38 6.749.922,73 6.698.036,42 99,16%

Aquisição de bens e serviços 5.803.225,22 5.749.846,93 2.978.520,12 51,33%

Juros e outros encargos 555.578,39 555.453,91 243.611,63 43,85%

Transferências correntes 775.754,23 775.238,93 721.459,31 93,00%

Subsídios 0,00 0,00 0,00 ind.

Outras despesa correntes 20.076,86 20.066,86 19.888,02 99,06%

Total 13.909.175,08 13.850.529,36 10.661.515,50 76,65%

Relatório de Gestão 2011

27

Em jeito de resumo do que aqui se vem referindo, a análise do peso de cada um dos

capítulos no total das despesas correntes e no total das despesas municipais permite

compreender a importância de cada uma das várias componentes da despesa no

desempenho orçamental da autarquia. Em linha com o que foi referido atrás e sem

surpresas, pode concluir-se que o capítulo com maior peso nas despesas correntes é o de

despesas com pessoal, que representou cerca de 63% do total das despesas desta natureza

e cerca de 45% do total das despesas do exercício.

As rubricas de aquisição de bens e serviços tem também um peso elevado na estrutura de

despesas municipais, concentrando 28% das despesas correntes e 20% das despesas

totais. Em conjunto, estes dois capítulos congregam mais de 90% das despesas correntes e

65% das despesas totais, uma vez que incluem praticamente todas as despesas de

funcionamento desta entidade. Note-se, ainda, que o peso destas rubricas nas despesas

correntes diminuiu ligeiramente em relação ao verificado em 2010, enquanto que o peso

das mesmas rubricas no total das despesas municipais, cresceu em relação ao valores do

ano anterior.

Tal como já foi suficientemente mencionado, pode concluir-se que os restantes capítulos

têm um peso pouco significativo nas estruturas em questão, confirmando a ampla

abrangência dos dois principais capítulos.

Q10. Peso das Componentes das Despesas Correntes nas Estruturas

Designação Peso na Estrutural Variação (10/11)

Corrente Total Corrente Total

Despesas com o pessoal 62,82% 44,95% -2,11% 6,31%

Aquisição de bens e serviços 27,94% 19,99% -0,12% 3,29%

Juros e outros encargos 2,28% 1,63% 0,66% 0,67%

Transferências correntes 6,77% 4,84% 1,79% 1,88%

Subsídios 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

Outras despesa correntes 0,19% 0,13% -0,22% -0,12%

Total 100,00% 71,54% 0,00% 0,01%

Os valores das despesas correntes têm apresentado algumas oscilações ao longo dos

últimos anos, conforme se pode verificar no gráfico abaixo, coincidindo com as variações

verificadas nas receitas desta natureza, objeto de análise em pontos anteriores. Porém,

tem também sido objetivo da gestão municipal a redução da diferença entre os valores

Relatório de Gestão 2011

28

previstos e os pagos, o que não se tem revelado fácil, tendo em conta as restrições e

constrangimentos impostos pela conjuntura atual. Verifica-se, contudo, que estes desvios

têm-se mantido praticamente constantes desde 2008.

Despesas de Capital

Tal como foi já referido anteriormente, em 2011, as despesas de capital pagas somaram

4,240 milhões de euros, o que representou uma redução de praticamente 38% em relação

aos valores de 2010. Em complemento às razões já apresentadas, importa, também neste

caso, analisar a variação registada por capítulo da classificação económica, de modo a

compreender os resultados alcançados.

Assim, as rubricas de aquisição de bens de capital foram as que mais contribuíram para a

redução em questão, tendo totalizado 1,826 milhões de euros, ou seja, menos 2,946

milhões de euros do que o valor alcançado em 2010. Esta redução expressiva, na ordem

dos 62%, está, como foi já sublinhado, diretamente ligada com o período de redução dos

investimentos da autarquia, cujos ciclos dependem invariavelmente da execução das

receitas da mesma natureza, mais precisamente da obtenção de fontes de financiamento

externo, com especial relevo para os fundos provenientes da União Europeia. O ano em

análise caracterizou-se pela transição entre investimentos de maior envergadura, ou seja,

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2007 2008 2009 2010 2011

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G7. Evolução das Despesas Correntes

Despesas previstas Despesas pagas

Relatório de Gestão 2011

29

após um período em que foram executados e pagos projetos de investimento de grande

dimensão relativa, entrou-se numa etapa de avaliação e planeamento de novos

investimentos, obviamente limitados pela incerteza do ambiente económico que, entre

outros fatores, tem limitado muito o acesso a linhas de financiamento que poderiam

ajudar a suportar estes investimentos. O momento atual obriga também a que os planos a

efetuar sejam mais rigorosos e mais sustentados, sob pena da sua execução se tornar

complexa ou mesmo inviável. Apesar disso, foram executados vários projetos de menor

dimensão, considerados como muito necessários, e que justificaram os valores envolvidos

nestas rubricas.

Apesar de terem uma relevância bastante inferior, também contribuíram para a variação

registada as rubricas de ativos financeiros e transferências de capital, cujos montantes

pagos, na ordem dos 175 mil euros e 31 mil euros, respetivamente, significaram

decréscimos em relação aos valores obtidos em 2010. Enquanto que no primeiro caso, a

variação resulta, exclusivamente, do reforço do capital estatutário da Termalistur, EEM,

que foi iniciado em 2010, ano em que se realizou a maior parte dos valores subscritos, e

terminou em 2011, com a realização da parte remanescente de menor montante, a

variação nas rubricas de transferências de capital resulta da diminuição de vários apoios

desta natureza, que habitualmente são atribuídos pelo Município a diversas entidades, no

âmbito de projetos ou atividades de interesse concelhio.

A par do abrandamento nas várias componentes agora mencionadas, esta autarquia

continuou com o esforço de amortização dos seus passivos financeiros, tendo, no exercício

em análise, efetuado pagamentos com este fim, na ordem dos 2,208 milhões de euros.

Assim, em sentido contrário, os montantes registados representaram um crescimento, em

relação aos montantes do ano transato, na ordem dos 50%. Contudo, tendo em conta que

os valores canalizados para amortização de financiamentos de médio/longo prazo foram

idênticos aos de 2010, a diferença dos valores entre anos resulta, essencialmente, da

liquidação de empréstimos de curto prazo, uma vez que, apesar dos mesmos terem

idêntico valor há alguns anos, em 2011 foi paga a totalidade do valor contratado em 2010,

enquanto que neste ano, foi apenas liquidada uma pequena parte restante do valor

contratado em 2009.

Relatório de Gestão 2011

30

Q11. Comparação das Despesas de Capital Pagas

Designação 2010 2011 Var.10/11

Aquisição de bens de capital 4.772.047,20 € 1.826.178,85 -61,73%

Transferências de capital 151.753,81 € 31.160,14 -79,47%

Ativos financeiros 425.000,00 € 175.000,00 -58,82%

Passivos financeiros 1.467.349,26 € 2.208.067,02 50,48%

Outras despesas de capital 0,00 € 0,00 ind.

Total 6.816.150,27 € 4.240.406,01 € -37,79%

A execução das despesas de capital, tal como já sublinhado, sofre habitualmente variações

e tem registado alguns desvios em relação aos valores previstos. A taxa de execução obtida

reflete isso mesmo e resulta das dificuldades sentidas ao longo do exercício na

concretização dos ciclos de despesa associados.

A análise por rubrica desta natureza permite constar que contribuíram positivamente

para o grau de execução deste tipo de despesas, as rubricas de ativos financeiros e

passivos financeiros, com taxas de execução de praticamente 100%, para o primeiro, e

cerca de 71%, para o segundo. No capítulo de ativos financeiros, em linha com o que já se

referiu a respeito, o montante das dotações corrigidas foi, praticamente na totalidade,

executado e pago, porque se refere concretamente a apenas uma despesa, para a qual não

havia qualquer margem para desvios. Também as rubricas associadas a passivos

financeiros permitem uma previsão muito próxima dos valores realizados e pagos, uma

vez que dizem respeito a amortizações de financiamentos contratados, cuja amortização

está definida nos respetivos planos, que podem variar apenas em função das variações das

taxas de juros, nos casos em que estão previstas amortizações constantes, tendo sido,

ainda assim, pouco relevantes.

Por outro lado, o capítulo de aquisição de bens de capital sofre constantemente variações

das previsões efetuadas e mesmo em sede de modificações orçamentais, não é fácil

adequar rigorosamente o que se prevê com o que efetivamente se vem a realizar, porque

estão associadas despesas de grande montante respeitantes a projetos por vezes

complexos e dependentes de um conjunto de variáveis externas, tal como acontece com os

projetos comparticipados pelo QREN. Por estes motivos, para um valor total de dotações

corrigidas de 7,721 milhões de euros, foram realizados cerca de 5,015 milhões de euros,

Relatório de Gestão 2011

31

ou seja, foram executados apenas 65% dos valores previstos. Acrescentando a estas

dificuldades, os constrangimentos relativos aos pagamentos provocados, em parte, pelas

restrições no acesso ao crédito bancário e pelos atrasos na obtenção dos

cofinanciamentos, resultou uma taxa de execução (comparando as dotações com o valor

pago) de 24%.

Com menos relevância no total mas com uma taxa de execução reduzida, na ordem dos

12%, o desempenho das rubricas de transferências de capital registaram desvios

significativos em relação ao previsto, já que, dos 251 mil euros das dotações, foram

realizados 134 mil euros e pagos apenas 31 mil euros. Contudo, a situação difere da

situação de aquisição de bens de capital porque, neste caso, os montantes executados

ficaram muito aquém dos valores previstos (53%).

Convém, ainda, referir que o capítulo de outras despesas correntes não apresentou

qualquer execução no exercício em análise, tal como vem acontecendo em anteriores

exercícios, uma vez que as rubricas aqui englobadas são residuais e de incomum

frequência.

Q12. Grau de Execução das Despesas de Capital

Designação Dotação Realizado Pago Tx. Execução

Aquisição de bens de capital 7.721.108,99 5.014.662,00 1.826.178,85 23,65

Transferências de capital 250.892,93 134.185,99 31.160,14 12,42

Ativos financeiros 175.410,00 175.000,00 175.000,00 99,77

Passivos financeiros 3.124.780,00 2.208.067,02 2.208.067,02 70,66

Outras despesas de capital 2.570,00 0,00 0,00 0,00

Total 11.274.761,92 7.531.915,01 4.240.406,01 37,61

O peso de cada uma das rubricas nas estrutura das despesas de capital e nas despesas

totais sofreu também alterações significativas no exercício em questão, pelos motivos já

referidos na análise efetuada atrás. O capítulo de aquisição de bens de capital, face ao

decréscimo dos valores pagos, perdeu peso nas estruturas de despesas, representando

agora 43% das despesas de capital e 12% do total das despesas do exercício. Em sentido

oposto, os passivos financeiros viram o seu peso relativo aumentar mais de 30%,

passando a representar 52% do montante das despesas de capital e 15% das despesas

Relatório de Gestão 2011

32

totais. Os restantes capítulos também registaram alterações, contudo, menos significativas,

atendendo a que os montantes envolvidos são bastante mais reduzidos.

Q13. Peso das Componentes das Despesas de Capital nas Estruturas

Designação Peso na Estrutural Variação (10/11)

Capital Total Capital Total

Aquisição de bens de capital 43,07% 12,25% -26,94% -16,09%

Transferências de capital 0,73% 0,21% -1,49% -0,69%

Ativos financeiros 4,13% 1,17% -2,11% -1,35%

Passivos financeiros 52,07% 14,82% 30,54% 6,10%

Outras despesas de capital 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

Total 100,00% 28,46% 0,00% 28,21%

Em termos evolutivos, pode verificar-se que, ao longo dos últimos 5 anos, as despesas de

capital têm registado variações expressivas, quer no que respeita aos valores das dotações,

quer no que se refere aos valores pagos, sendo, todavia, de destacar que a aproximação

entre os valores previstos e pagos, conseguida após o exercício de 2008, se tem mantido

sem alterações relevantes. Contudo, pelos motivos já apresentados, os valores executados

em 2011 foram mais reduzidos do que os de 2010, podendo confirmar-se que este ano

representou um ciclo de mais baixo investimento, o que tem acontecido alternadamente

com anos de maior expressão neste tipo de despesas.

Relatório de Gestão 2011

33

Execução das Despesas por Orgânica

Analisando, agora, a distribuição da despesa por classificação orgânica utilizada na

desagregação orçamental, pode constatar-se que o Departamento Técnico concentrou,

conforme tem acontecido em anos anteriores, o maior volume de despesa, porque

congrega as divisões municipais responsáveis por investimentos, quer por empreitada,

quer por administração direta, e que incluem também diversos serviços de apoio aos

setores mais operacionais. Engloba ainda um conjunto de serviços de cariz mais

administrativo, relacionado com as diversas competências municipais nas áreas de

urbanismo e de serviços urbanos, com uma dimensão significativa na estrutura municipal.

Por estes motivos, em 2011, esta unidade orgânica foi responsável por 5,792 milhões de

euros de despesa paga, o que representa cerca de 39% do total, distribuídos por 4,745

milhões de euros de despesas correntes e 1,046 milhões de euros de despesas de capital.

Face aos valores das dotações corrigidas, a taxa de execução aproximou-se dos 46%, que

resulta da média das taxas de execução, bem distintas, das despesas correntes, na ordem

dos 75%, e das despesas de capital, de cerca de 17%, pelos motivos já sinalizados

anteriormente associados às diferenças na execução de despesas das diferentes naturezas.

A Divisão de Cultura, Desporto e Ação Social surge como a segunda unidade com maior

peso no total das despesas, reunindo cerca de 24% dos montantes pagos, o que em termos

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2007 2008 2009 2010 2011

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G8. Evolução das Despesas de Capital

Despesas Previstas Despesas Pagas

Relatório de Gestão 2011

34

absolutos significa cerca de 3,543 milhões de euros, devido ao grande número de

atividades que engloba e às infraestruturas que gere, nomeadamente, associadas à

educação e ao desporto, áreas que englobam vários equipamentos municipais. Neste caso,

o grau de execução foi bastante aceitável, um vez que, atendendo às dificuldades da gestão

de diversos projetos com financiamentos externos, nomeadamente da administração

central, conseguiram-se realizar cerca de 93% das despesas previstas e pagar cerca de

69% daquelas.

Para o Departamento de Administração Geral foram canalizados recursos que permitiram

que se pagassem 1,650 milhões de euros dos 1,872 milhões de euros de previstos, o que

permitiu atingir uma taxa de execução de 88%. As despesas relacionadas com esta

unidade foram, na quase totalidade, correntes, já que este departamento é composto

apenas por serviços instrumentais nas áreas administrativa e financeira.

A Administração Autárquica, no seu conjunto, foi responsável por quase 4 milhões de

euros de despesas, divididos pelas unidades que a compõem e pelas operações

financeiras. Tal como vem sendo habitual, a Assembleia Municipal, por se tratar de um

órgão deliberativo que não funciona regularmente, foi responsável por um montante

relativamente reduzido da despesa, enquanto que a Câmara Municipal, atendendo ao seu

caráter executivo, apresentou um valor de despesa paga na ordem dos 1,270 milhões de

euros, ou seja, 76% das despesas previstas. Note-se que nesta classificação orgânica estão

incluídos vários serviços de apoio e um leque de despesas associadas diretamente às

decisões deste órgão, como são exemplos, os subsídios atribuídos a outras entidades, ou

transversais à estrutura municipal e que organicamente aqui se incluem. Na classificação

orgânica relativa a Operações Financeiras incluem-se todas as despesas relacionadas com

os ativos e passivos financeiros do município, bem como, com os juros e outros encargos

financeiros, justificando movimentos relativamente avultados de verbas para satisfazer os

compromissos bancários, os investimentos financeiros e outras obrigações. Neste ano,

totalizaram 2,208 milhões de euros de despesas pagas, o que representou 68% dos valores

previstos.

Relatório de Gestão 2011

35

Q14. Distribuição das Despesas por Cl. Orgânica

Designação Dotação Realizado Pago Tx. Execução

01 Administração Autárquica

0101 Assembleia Mun. Correntes: 30.650,00 € 22.040,00 € 20.294,24 € 66,21%

Capital: 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00%

Total: 30.650,00 € 22.040,00 € 20.294,24 € 66,21%

0102 Câmara Mun. Correntes: 1.351.877,14 € 1.350.084,35 € 1.233.278,38 € 91,23%

Capital: 312.356,93 € 152.761,78 € 36.466,10 € 11,67%

Total 1.664.234,07 € 1.502.846,13 € 1.269.744,48 € 76,30%

0103 Operações Fin. Correntes: 555.578,39 € 555.453,91 € 243.611,63 € 43,85%

Capital: 3.300.190,00 € 2.383.067,02 € 2.383.067,02 € 72,21%

Total: 3.855.768,39 € 2.938.520,93 € 2.626.678,65 € 68,12%

02 Dep. A. Geral Correntes: 1.807.803,98 € 1.802.799,44 € 1.640.127,38 € 90,72%

Capital: 64.240,00 € 52.866,84 € 10.112,51 € 15,74%

Total: 1.872.043,98 € 1.855.666,28 € 1.650.239,89 € 88,15%

03 Dep. Técnico Correntes: 6.297.976,07 € 6.266.822,10 € 4.745.395,88 € 75,35%

Capital: 6.307.707,99 € 4.000.948,59 € 1.046.377,95 € 16,59%

Total: 12.605.684,06 € 10.267.770,69 € 5.791.773,83 € 45,95%

04 D.C.D.A.S. Correntes: 3.865.289,50 € 3.853.329,56 € 2.778.807,99 € 71,89%

Capital: 1.290.267,00 € 942.270,78 € 764.382,43 € 59,24%

Total: 5.155.556,50 € 4.795.600,34 € 3.543.190,42 € 68,73%

Total Geral 25.183.937,00 € 21.382.444,37 € 14.901.921,51 € 59,17%

De forma a poder compreender-se a importância de cada uma das orgânicas no total das

despesas é importante verificar que o peso de cada uma não oscilou significativamente ao

longo dos últimos anos. Pelo gráfico apresentado abaixo, pode verificar-se que o

departamento técnico é sempre responsável pela maior fatia das despesas municipais,

importância esta que é acrescida em períodos de maior atividade operacional. Ao longo

dos últimos 5 anos, o peso das restantes unidades tem variado ligeiramente, em resultado

Relatório de Gestão 2011

de uma diminuição do peso do departamento de administração geral, depois de alguns

anos em que concentrou fortes investimentos ligados à exploração termal.

Pela análise da evolução da despesa de cada orgânica nos últimos exercícios, pode

confirmar-se aquilo que se referiu anteriormente. Os montantes da responsabilidade do

departamento técnico destacam

de investimento. O ano de 2011 ficou marcado por uma redução dos valores da despesa

executada, sendo, no caso do departamento técnico, o valor mais baixo desde 2007. Nas

restantes orgânicas, as variações são menos percetíveis, verificando

algumas unidades, apesar de, pelo seu peso relativo, não influenciarem significativ

o desempenho global das despesas.

0% 20%

2007

2008

2009

2010

2011

11%

8%

13%

8%

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12%

18%

G9. Evolução do Peso das Orgânicas no Total da Despesa

AM

Relatório de Gestão 2011

de uma diminuição do peso do departamento de administração geral, depois de alguns

anos em que concentrou fortes investimentos ligados à exploração termal.

Pela análise da evolução da despesa de cada orgânica nos últimos exercícios, pode

se aquilo que se referiu anteriormente. Os montantes da responsabilidade do

departamento técnico destacam-se claramente dos restantes, estando evidentes os ciclos

de investimento. O ano de 2011 ficou marcado por uma redução dos valores da despesa

xecutada, sendo, no caso do departamento técnico, o valor mais baixo desde 2007. Nas

restantes orgânicas, as variações são menos percetíveis, verificando-se até aumentos em

algumas unidades, apesar de, pelo seu peso relativo, não influenciarem significativ

o desempenho global das despesas.

40% 60% 80% 100%

13%

22%

19%

8%

8%

11%

37%

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39%

18%

19%

22%

18%

24%

G9. Evolução do Peso das Orgânicas no Total da Despesa

AM CM Op Fin DAG DT DCDAS

36

de uma diminuição do peso do departamento de administração geral, depois de alguns

anos em que concentrou fortes investimentos ligados à exploração termal.

Pela análise da evolução da despesa de cada orgânica nos últimos exercícios, pode

se aquilo que se referiu anteriormente. Os montantes da responsabilidade do

se claramente dos restantes, estando evidentes os ciclos

de investimento. O ano de 2011 ficou marcado por uma redução dos valores da despesa

xecutada, sendo, no caso do departamento técnico, o valor mais baixo desde 2007. Nas

se até aumentos em

algumas unidades, apesar de, pelo seu peso relativo, não influenciarem significativamente

100%

Relatório de Gestão 2011

37

2.4 Execução das Grandes Opções do Plano

As Grandes Opções do Plano traduzem, por objetivos, programas e projetos, as linhas de

desenvolvimento estratégico definidas pelos responsáveis pela gestão municipal. A análise

deste documento está dividida pelos mapas que o compõem: o Plano Plurianual de

Investimentos, que inclui todas as despesas orçamentais associadas a investimentos, e o

mapa das Atividades Mais Relevantes, onde constam outras despesas enquadradas nas

linhas estratégicas da atividade municipal.

Plano Plurianual de Investimentos

As despesas pagas associadas a investimentos somaram, em 2011, 1,826 milhões de euros,

o que representa uma diminuição, em relação aos valores de 2010, na ordem dos 62%. Tal

como foi já amplamente sublinhado, o ano em análise caracterizou-se por um quebra

significativa nos investimentos municipais, em resultado da conclusão de um ciclo anterior

de investimentos significativos e a preparação de outros investimentos considerados

estratégicos, cujo planeamento tem decorrido com maiores dificuldades uma vez que deve

acautelar as crescentes incertezas provocadas pelo ambiente económico que se vive.

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10

12

2007 2008 2009 2010 2011

Mil

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e €

G10. Evolução da Despesas por Orgânica

AM CM Op Fin DAG DT DCDAS

Relatório de Gestão 2011

Na análise dos recursos canalizados para investimentos nos últimos anos, pode conf

se aquilo que já se referiu atrás. São evidentes os ciclos de maior investimento alternados

com períodos de desaceleração, coincidentes com as fases de programação e execução dos

projetos, e com a disponibilidade de fontes externas de financiamento,

destaque para os fundos comunitários.

Avaliando, agora, os montantes envolvidos por objetivos definidos nos documentos em

análise, pode destacar-se o objetivo Educação, responsável por investimentos realizados

que ultrapassaram os 809 m

euros, o que corresponde a cerca de 40% da despesa total paga para investimentos e um

crescimento extraordinário em relação aos valores obtidos em 2010. Este desempenho

resulta da aposta do executivo na melhoria das infraestruturas do ensino básico, com

destaque para a construção de um pólo escolar, conseguindo obter, neste objetivo, uma

taxa de execução de 70% em relação aos valores previstos.

O segundo objetivo com maior volume de despesa foi

habitualmente ocupava o lugar cimeiro nesta análise,

pagos cair consideravelmente em relação a 2010, ficando

0

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2007

Mil

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ros

G11. Evolução do Investimento Municipal

Relatório de Gestão 2011

Na análise dos recursos canalizados para investimentos nos últimos anos, pode conf

se aquilo que já se referiu atrás. São evidentes os ciclos de maior investimento alternados

com períodos de desaceleração, coincidentes com as fases de programação e execução dos

projetos, e com a disponibilidade de fontes externas de financiamento,

destaque para os fundos comunitários.

Avaliando, agora, os montantes envolvidos por objetivos definidos nos documentos em

se o objetivo Educação, responsável por investimentos realizados

que ultrapassaram os 809 mil euros, dos quais foram efetivamente pagos cerca de 722 mil

euros, o que corresponde a cerca de 40% da despesa total paga para investimentos e um

crescimento extraordinário em relação aos valores obtidos em 2010. Este desempenho

utivo na melhoria das infraestruturas do ensino básico, com

destaque para a construção de um pólo escolar, conseguindo obter, neste objetivo, uma

taxa de execução de 70% em relação aos valores previstos.

O segundo objetivo com maior volume de despesa foi Comunicações e transportes, que

habitualmente ocupava o lugar cimeiro nesta análise, e viu o valor dos investimentos

pagos cair consideravelmente em relação a 2010, ficando-se pelos 519 mil euros,

2008 2009 2010 2011

G11. Evolução do Investimento Municipal

38

Na análise dos recursos canalizados para investimentos nos últimos anos, pode confirmar-

se aquilo que já se referiu atrás. São evidentes os ciclos de maior investimento alternados

com períodos de desaceleração, coincidentes com as fases de programação e execução dos

projetos, e com a disponibilidade de fontes externas de financiamento, com especial

Avaliando, agora, os montantes envolvidos por objetivos definidos nos documentos em

se o objetivo Educação, responsável por investimentos realizados

il euros, dos quais foram efetivamente pagos cerca de 722 mil

euros, o que corresponde a cerca de 40% da despesa total paga para investimentos e um

crescimento extraordinário em relação aos valores obtidos em 2010. Este desempenho

utivo na melhoria das infraestruturas do ensino básico, com

destaque para a construção de um pólo escolar, conseguindo obter, neste objetivo, uma

Comunicações e transportes, que

viu o valor dos investimentos

se pelos 519 mil euros,

2011

Relatório de Gestão 2011

39

totalmente canalizados para o programa de rede viária e sinalização. Esta redução espelha

aquilo que já foi referido e reflete também a inflexão em relação a alguns investimentos

programados, que sofreram adiamentos ou reprogramações, em virtude da alteração dos

fatores envolvidos. Convém ainda realçar que os projetos incluídos neste objetivo e

programa são, na sua maioria, de maior dimensão, comparativamente com projetos de

outras tipologias, e uma parte destes são, ainda, comparticipados por fundos comunitários,

o que pode levar a que se registem desvios consideráveis entre os valores definidos, os

montantes realizados e os pagamentos concretizados. Por estes motivos, neste ano, o grau

de execução deste objetivo ficou-se pelos 14%.

Para o objetivo Saneamento e salubridade foram previstos cerca de 756 mil euros,

destinados a grandes reparações e ampliação da rede de esgotos municipal, uma vez que

são efetuadas avultadas despesas nesta área, em inúmeras reparações de menor dimensão

da rede que vai ficando, em parte, degradada, mas que são consideradas de natureza

corrente. Note-se que no programa inicialmente previsto relacionado com a intervenção

em estações de tratamento, os investimentos não foram realizados, tendo sido apenas

desenvolvidas várias manutenções aos equipamentos existentes. Do montante previsto,

foram realizados cerca de 675 mil euros em diversos projetos distribuídos pela área do

concelho, ao abrigo dos quais foram pagos aproximadamente 160 mil euros. Dos

montantes envolvidos resultou uma taxa de execução de aproximadamente 21%, devido

às dificuldades sentidas na execução de alguns projetos e na obtenção de recursos para a

sua liquidação integral.

Para os projetos ligados à Saúde foram canalizados cerca de 107 mil euros, destinados,

exclusivamente, à liquidação dos terrenos adjacentes ao novo centro de saúde de S. Pedro

do Sul, de acordo com o plano de pagamentos definido. O grau de execução deste objetivo

situou-se nos 44%, tendo em conta que o montante da despesa prevista foi de mais de 243

mil euros. Refira-se, ainda, que os montantes registados em 2011 representaram um

decréscimo de perto de 10% em relação aos valores de 2010, justificados pela ausência de

outros investimentos neste domínio após a execução de alguns investimentos em

infraestruturas ligadas àquele investimento, uma vez que as competências ligadas à saúde

estão, em grande parte, sob a alçada da administração central.

O objetivo Desenvolvimento económico e abastecimento público é normalmente

responsável por uma fatia importante do investimento municipal. Em 2011, o montante do

investimento pago decresceu cerca de 5%, em relação ao ano transato, totalizando cerca

Relatório de Gestão 2011

40

de 94 mil euros, destinados, essencialmente, à melhoria e ampliação do sistema concelhio

de abastecimento de água. Apesar do valor total de pagamentos neste objetivo, foram

orçamentados cerca de 251 mil euros e realizados mais de 165 mil euros. A taxa de

execução obtida situa-se na ordem dos 38%.

A execução dos restantes objetivos apresentou valores mais baixos, podendo referir-se

que, para o objetivo Habitação e urbanização, foram canalizados quase 30 mil euros,

destinados à ampliação de infraestruturas de iluminação pública e a outras infraestruturas

urbanísticas, apesar do valor do financiamento definido ser bastante considerável, na

ordem dos 702 mil euros, uma vez que incluiu a dotação correspondente a uma parte do

projeto de reabilitação de centro histórico, que não se concretizou. O objetivo Ação social

registou, também, montantes baixos porque a maioria das despesas que lhe estão

associadas têm natureza corrente.

Em 2011 os objetivos Cultura, desporto e tempos livres e Defesa do meio ambiente não

registaram qualquer despesa paga associada a investimentos, já que alguns dos seus

projetos ou ações transitaram para 2012 e os montantes realizados no exercício em

questão não foram liquidados.

Convém, ainda, destacar a execução dos investimentos englobados nos objetivos mais

residuais, Diversos e Outros, que englobam programas de áreas muito distintas e de

duração mais curta, não justificando assim a criação de novos objetivos específicos, ou

congregam investimentos comuns associados ao próprio funcionamento dos serviços

municipais, tais como, diversa maquinaria, equipamentos administrativos, ferramentas,

entre outros.

O investimento canalizado para o objetivo Diversos totalizou praticamente 62 mil euros,

relativos aos programas de Competitividade, Inovação e Conhecimento, onde se incluem

projetos associados aquisição de equipamentos inovadores para algumas escolas do

concelho, e Modernização Administrativa, que inclui vários projetos relativos à

desmaterialização de processos administrativos, comunicações integradas e atendimento

virtual. Tendo em consideração que os projetos relativos ao objetivo referido resultam de

candidaturas supramunicipais aos fundos do QREN, a sua execução está também

dependente do desempenho de outros municípios, o que tem originado atrasos, quer na

execução das várias componentes, quer no recebimento de verbas referentes às

comparticipações, resultando, assim, uma taxa de execução de apenas 15%.

Relatório de Gestão 2011

41

Para o objetivo Outros foi definido um financiamento de 379 mil euros, dos quais foram

realizados 262 mil euros. Do montante realizado, que, tal como foi referido, diz respeito a

diversos equipamentos para os vários serviços municipais, foram pagos cerca de 133 mil

euros.

Q15. Execução do PPI por Objectivos e Programas

Designação Fin. Definido Realizado Pago Tx. Exec. Var. 10/11

Educação 1.030.800,00 € 809.046,11 € 722.484,41 € 70,09% 2453,83%

Ensino Pré-Escolar 5.910,00 € 2.666,61 € 2.311,14 € 39,11% -16,31%

Ensino Básico 1.024.890,00 € 806.379,50 € 720.173,27 € 70,27% 2721,03%

Cultura, Desporto e T. L. 80.500,00 € 44.683,20 € 0,00 € 0,00% -100,00%

Desportos e Tempos Livres 80.500,00 € 44.683,20 € 0,00 € 0,00% -100,00%

Ação Social 4.100,00 € 2.432,98 € 2.432,98 € 59,34% -51,54%

Melhoria Condições Habit. 4.100,00 € 2.432,98 € 2.432,98 € 59,34% -51,54%

Saúde 243.437,00 € 107.436,16 € 107.436,16 € 44,13% -9,72%

Centro de Saúde S. P. Sul 243.437,00 € 107.436,16 € 107.436,16 € 44,13% -9,72%

Habitação e Urbanização 702.000,00 € 171.116,71 € 25.917,07 € 3,69% -41,73%

Iluminação Pública 19.000,00 € 18.526,08 € 13.494,07 € 71,02% -52,27%

Urbanização 683.000,00 € 152.590,63 € 12.423,00 € 1,82% -23,34%

Saneamento e Salubridade 755.698,14 € 674.877,77 € 160.079,38 € 21,18% -32,84%

Rede de Esgotos 755.698,14 € 674.877,77 € 160.079,38 € 21,18% -32,84%

Estações de Tratamento 0,00 € 0,00 € 0,00 € ind. ind.

Desen. Ec. e Abast. Público 251.455,00 € 168.464,91 € 94.371,65 € 37,53% -4,46%

Água 251.455,00 € 168.464,91 € 94.371,65 € 37,53% -4,46%

Comunicações e Transp. 3.807.387,85 € 2.562.844,02 € 519.089,93 € 13,63% -86,92%

Rede Viária e Sinalização 3.807.387,85 € 2.562.844,02 € 519.089,93 € 13,63% -86,92%

Defesa do Meio Ambiente 47.099,00 € 27.763,20 € 0,00 € 0,00% ind.

Praias Fluviais 6.000,00 € 5.820,00 € 0,00 € 0,00% ind.

Proteção Civil 2011 41.099,00 € 21.943,20 € 0,00 € 0,00% ind.

Diversos 419.732,00 € 184.319,18 € 61.788,99 € 14,72% 12,50%

Competitividade, Inov. 56.667,00 € 26.568,00 € 26.568,00 € 46,88% ind.

Modernização Administ. 154.055,00 € 99.943,25 € 0,00 € 0,00% ind.

Exploração Água Termal 10,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00% ind.

Obras em Bens Municipais 179.000,00 € 57.807,93 € 35.220,99 € 19,68% -35,87%

Edifícios 30.000,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00% ind.

Outros 378.900,00 € 261.821,76 € 132.578,28 € 34,99% -29,17%

Total 7.721.108,99 € 5.014.806,00 € 1.826.178,85 € 23,65% -61,73%

Relatório de Gestão 2011

42

Apesar da análise dos investimentos municipais por objetivos estratégicos e por

programas ser suficiente para se ficar com uma perspetiva da evolução de todos os

projetos envolvidos, a informação agregada pode, em certos casos, merecer alguma

pormenorização, atendendo à relevância das medidas em causa e do seu impacto no

desempenho da gestão municipal. Tendo sido 2011 um ano de abrandamento no que diz

respeito à fatia dos recursos canalizados para investimentos, importa, contudo, salientar o

esforço dedicado a alguns projetos.

Neste contexto, pode destacar-se o projeto de Construção do Polo Pedagógico de

Carvalhais, cuja execução financeira se concentrou praticamente num só exercício, e,

mesmo sendo comparticipado pelo QREN, exigiu que o Município, em várias

circunstâncias, se adiantasse à comparticipação e efetuasse pagamentos ao fornecedor,

canalizando recursos próprios para esta obra, ainda que temporariamente, sabendo das

dificuldades existentes em outras áreas.

Na sequência do que foi já referido, os projetos de Reparação de Estradas e Caminhos do

Concelho e Arruamento nas Freguesias apresentaram também elevadas realizações,

principalmente, nos projetos iniciados em 2010, cuja execução se prolongou por 2011,

destinadas à melhoria e ampliação da rede viária concelhia, procurando compensar-se a

normal degradação que vai ocorrendo e dotar as estruturas existentes de condições que

facilitem a mobilidade, principalmente em zonas de maiores dificuldades.

Por último, importa ainda referir a importância atribuída aos projetos do Sistema

Concelhio Integrado de Saneamento Básico, que atingiram também valores elevados de

realização física e financeira no exercício de 2011. Os projetos iniciados em 2009 e 2010,

em conjunto, somaram perto de 600 mil euros de obra executada neste ano, sendo clara a

aposta do executivo na melhoria das condições de salubridade das populações. Este

esforço, surge, muitas vezes, ligado a investimentos associados na área do abastecimento

domiciliário de água, sendo também de realçar que o conjunto dos projetos do sistema

concelhio de abastecimento de água, iniciados nos últimos três exercícios, registou um

montante realizado em 2011, na ordem dos 170 mil euros.

Relatório de Gestão 2011

43

Atividades Mais Relevantes

O mapa das Atividades Mais Relevantes inclui todas as atividades que, não sendo

investimentos, se consideraram estratégicas para alcançar os objetivos da gestão

municipal. Face à sua importância, estão incluídas nas Grandes Opções do Plano,

permitindo que, desta forma, sejam acompanhadas com maior proximidade, uma vez que

este mapa reúne informação acrescida das despesas aqui consideradas, que a mera análise

orçamental não permite. As atividades inscritas neste documento foram objeto de uma

dotação de cerca de 363 mil euros, dos quais cerca de 359 mil euros foram realizados e

cerca de 298 mil euros foram efetivamente pagos até ao final do exercício. Deste

desempenho resultou uma taxa de realização de 99% e uma taxa de execução total de

82%, bem acima da média dos projetos inscritos no PPI, porque não são, na sua

generalidade, tão complexas nem envolvem tantos recursos como as iniciativas de

investimento já abordadas.

A análise deste documento por objetivo definido permite confirmar que foi na Cultura,

desporto e tempos livres que se concentraram as atividades com maiores recursos, já que

foram realizadas despesas no montante superior a 240 mil euros, das quais foram pagas

cerca de 221 mil euros. Porém, o montante pago em 2011 foi inferior ao registado em

2010, em 31%, refletindo a contenção nos valores destinados às medidas de fomento à

cultura e ao associativismo desportivo, bem como, às iniciativas culturais com tradição

local e regional. Ainda assim, face ao financiamento definido corrigido para este objetivo,

na ordem dos 240 mil euros, atingiu-se uma taxa de execução de 92%.

Para o objetivo de Saneamento e salubridade foram canalizados perto de 40 mil euros

destinados ao pagamento de projetos técnicos nesta área, correspondendo a 66% dos

valores previstos e realizados. No ano anterior (2010) não se tinha registado qualquer

valor desta natureza, uma vez que estas atividades assumem normalmente um caráter

pontual, tendo um fim específico relacionado com os investimentos efetuados ou a efetuar,

não havendo continuidade temporal.

O objetivo de Desenvolvimento económico e abastecimento público surge também neste

mapa com atividades correntes relevantes, mais ligadas ao programa de Turismo e à

Promoção do Concelho. Para estas atividades foram previstos cerca de 40 mil euros, quase

totalmente realizados, e foram pagos 28 mil euros, resultando, desta forma, uma taxa de

Relatório de Gestão 2011

44

execução de 70%. Também neste objetivo se verificou uma quebra em relação aos valores

alcançados em 2010, em linha com o que vem sendo referido.

Os restantes objetivos congregam atividades de valores ainda mais reduzidos que,

analisados isoladamente, parecem não justificar a inclusão nas atividades mais relevantes.

Contudo, deve ter-se presente que estas atividades são, na sua grande parte,

complementares aos projetos de investimento inscritos nos respetivos objetivos e

assumem importância pelo facto de não se poderem dissociar desses.

Q16. Execução das Actividades Mais Relevantes por Objectivos

Designação Fin. Definido Realizado Pago Tx. Exec. Var. 10/11

Educação 3.271,80 € 3.271,80 € 196,80 € 6,02% ind.

Cultura, Desporto e T. L. 240.346,55 € 240.328,23 € 221.205,70 € 92,04% -30,90%

Ação Social 4.935,41 € 4.914,46 € 2.629,20 € 53,27% 85,34%

Habitação e Urbanização 2.750,00 € 2.750,00 € 0,00 € 0,00% ind.

Saneamento e Salub. 59.290,00 € 59.290,00 € 39.290,00 € 66,27% ind.

Desen. Ec. Abast. Público 39.800,53 € 39.772,85 € 27.707,68 € 69,62% -49,21%

Diversos 12.795,75 € 8.247,81 € 6.795,75 € 53,11% 0,00%

Total 363.190,04 € 358.575,15 € 297.825,13 € 82,00% -23,68%

Confirmando a ligação da maioria das atividades mais relavantes aos investimentos

municipais, a análise da evolução das despesas pagas destas atividades nos últimos

exercícios permite verificar que as oscilações ocorridas assumiram um padrão semelhante

ao verificado anteriormente na análise do PPI, a uma escala mais reduzida. Os valores de

2011 são próximos dos obtidos em 2009, mas são inferiores aos registados em 2010 e

2008, já que estes anos foram caracterizados por uma mais forte execução dos

investimentos municipais e, consequentemente, das despesas correntes associadas.

Relatório de Gestão 2011

45

2.5 Indicadores de Gestão Orçamental

Em complemento à análise das receitas e despesas por natureza e capítulo, efetuada

anteriormente, apresenta-se um conjunto de indicadores de natureza orçamental que

permite uma avaliação sobre a importância de algumas grandezas da execução orçamental

municipal e uma comparação com posição obtida em exercícios anteriores.

0

50

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200

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400

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2007 2008 2009 2010 2011

Mil

har

es d

e €

G12. Evolução das Despesas em AMR

Relatório de Gestão 2011

46

Q17. Evolução dos Rácios Orçamentais

Designação Rácio 2008 2009 2010 2011

Grau de Cobertura Global das Despesas

Receita total / Despesa total 102% 100% 100% 100%

Grau de Cobertura Global das Despesas sem Recurso ao Crédito

(Receita total - Passivos financeiros) / Despesa total 99% 83% 95% 93%

Peso dos Impostos nas Receitas Impostos directos e indirectos /

Receita total 5% 8% 8% 10%

Peso dos Empréstimos nas Receitas

Passivos financeiros / Receita total 3% 17% 5% 7%

Peso do Encargos de Longo Prazo nas Despesas

Serviço da Dívida LP / Despesa total 6% 7% 8% 9%

Peso do Investimento nas Despesas

Investimento / Despesa total 35% 15% 28% 12%

Grau de Cobertura de Bens de Capital pelas Tranf. Capital

Transf. Capital / Aquisições de bens de capital 41% 130% 125% 195%

Pela análise dos resultados obtidos, pode concluir-se que:

• As receitas orçamentais cobriram a totalidade das despesas orçamentais

realizadas, tendo havido uma diferença positiva com reflexo no saldo da gerência;

• Registou-se uma pequena variação no grau de cobertura das despesas pelas

receitas sem recurso ao crédito, situando-se agora em 93%, em resultado,

essencialmente, da diminuição do valor das despesas pagas e do ligeiro aumento

do montante das receitas provenientes de passivos financeiros;

• O peso das receitas referentes a impostos aumentou em relação aos exercícios

anteriores, situando-se agora nos 10%, continuando, contudo, a ser uma

componente das receitas com reduzida influência na estrutura;

• Em linha com o que se referiu anteriormente, denotou-se um aumento do peso dos

empréstimos no total das receitas municipais, motivado, quer pelo ligeiro aumento

do recurso ao financiamento bancário, quer pela diminuição significativa de outras

receitas municipais;

• A importância do serviço da dívida de curto, médio e longo prazos manteve-se

relativamente baixa na estrutura das despesas, apesar de se ter registado um

aumento associado ao alargamento do prazo de liquidação do empréstimo de curto

prazo;

Relatório de Gestão 2011

47

• Na sequência da análise já efetuada às despesas de capital, o valor do investimento

pago decresceu em relação a 2010, justificando uma fatia menor no cômputo das

despesas totais municipais;

• O grau de cobertura da aquisição de bens de capital pelas transferências de capital

aumentou, apesar da diminuição destas receitas, devido à redução mais

significativa verificada nas despesas daquela natureza.

Relatório de Gestão 2011

48

3. SITUAÇÃO ECONÓMICA E FINANCEIRA

Efetua-se, no presente ponto, uma análise às principais demonstrações financeiras do

Município, procurando tirar algumas conclusões sobre a sua situação económica e

financeira, através do comportamento das várias componentes das demonstrações, dos

resultados obtidos e da situação do património municipal, devendo ter-se sempre em

conta que a atuação da gestão não tem como objetivo a maximização dos resultados, mas

antes o aumento da eficiência na disponibilização de bens e serviços públicos, não

descurando a importância do aumento do seu património como forma de acrescentar

meios disponíveis para o cumprimento dos seus objetivos.

Convém sublinhar que são apresentados, nos pontos seguintes, dados, trabalhados e

resumidos, retirados das demonstrações financeiras, sendo indispensável a sua consulta

para uma análise mais pormenorizada. Acrescenta-se a esta análise um conjunto de

indicadores de natureza patrimonial, que permitem a comparação da situação com anos

anteriores e inclui-se uma breve referência à evolução da dívida municipal e ao

cumprimento dos limites legais de endividamento.

3.1 Análise do Balanço

O montante total do Balanço a 31/12/2011 atingiu os 53,863 milhões de euros

distribuídos pelas diversas componentes, do Ativo (líquido) e do Passivo. Este montante

foi ligeiramente inferior ao valor obtido no final do exercício de 2010, registando-se um

decréscimo inferior a 1%.

Pela análise das rubricas que compõem o Ativo, pode concluir-se que o Imobilizado

(líquido) representou cerca de 95% do total, atingindo o valor de 51,283 milhões de euros.

O valor registado em 2011 é inferior ao alcançado em 2010, em cerca de 0,6%, variação

próxima da registada no total do ativo, o que confirma o peso desta classe, associado à

composição das suas contas onde está evidenciado o valor de todos os bens da entidade

detidos com continuidade. Das contas que o compõem e como é habitual, as de bens de

domínio público apresentaram os valores mais expressivos, uma vez que incluem todos os

bens públicos sob gestão da autarquia. Em 2011, os bens desta natureza totalizaram

36,921 milhões de euros (já depois de amortizações), tendo sofrido um decréscimo muito

Relatório de Gestão 2011

49

reduzido (0,21%) em relação ao valor de 2010. Ainda assim, justificaram cerca de 68% do

ativo líquido.

As imobilizações corpóreas assumem também uma importância muito significativa, porque

contemplam todos os bens móveis ou imóveis da autarquia detidos com caráter de

permanência, tendo o seu montante somado, em 2011, o valor de 11,701 milhões de euros,

o que equivale a um peso no total do ativo de cerca de 22%. Também nesta conta a

variação em relação a 2010 foi muito ligeira, registando-se, neste caso, um acréscimo de

quase 3%, ou seja, o valor destas contas aumentou quase 300 mil euros.

As rubricas de investimentos financeiros, que registam as aplicações financeiras do

Município, mantiveram-se também num valor próximo do registado em 2010, somando

2,739 milhões de euros. A variação registada, na ordem dos 3% não resulta de qualquer

novo investimento efetuado, mas de um ajustamento às provisões realizadas para refectir

as perdas evidenciadas neste tipo de aplicações. Esta conta assumiu, nos últimos anos, um

peso crescente na estrutura patrimonial da autarquia, pelos motivos já conhecidos e

abordados, representando, em termos líquidos, cerca de 5% do total do ativo.

O Circulante, que engloba as classes de Disponibilidades, Terceiros e Existências, registou

uma diminuição significativa em 2011 face aos valores de 2010, na ordem dos 32%,

totalizando 1,192 milhões de euros. Para esta diminuição contribuíram todas as classes

que aqui se incluem, podendo destacar-se a diminuição verificada nas contas de dívidas de

terceiros de curto prazo, de cerca de 58%, em resultado do decréscimo dos saldos

apurados nas contas de outros devedores, que influenciaram o valor obtido de 390 mil

euros. Deve também referir-se que as existências totalizam um valor de quase 144 mil

euros, tendo registado uma quebra de 16%, justificada pela redução do valor referente a

bens armazenados relativos a matérias-primas, subsidiários e de consumo. O valor dos

depósitos bancários e de caixa manteve-se praticamente ao mesmo nível de 2010,

atingindo quase 658 mil euros. Refira-se, contudo, que, apesar das importância das contas

englobadas no Circulante, o seu peso no total do ativo é muito inferior ao do Imobilizado,

situando em aproximadamente 2%.

Ainda do lado do Ativo, as contas de acréscimos e diferimentos também registaram

variações negativas em relação aos valores de 2010 (de cerca de 8%), totalizando agora

1,388 milhões de euros. Este valor é proveniente, essencialmente, das contas de

acréscimos de proveitos, onde são registadas as especializações dos montante referentes a

Relatório de Gestão 2011

50

receitas de impostos municipais a cobrar, entre outros movimentos. As contas de custos

diferidos, onde se incluem os custos suportados e a reconhecer em anos seguintes,

registaram valores superiores a 2010, embora bem menos expressivos do que os referidos

anteriormente.

O Passivo, no final de 2011, atingiu o valor de 23,980 milhões de euros, assinalando um

decréscimo superior a 3% em relação ao valor de 2010. Apesar desta redução, o valor total

das dívidas a terceiros de curto prazo registou um aumento de cerca de 6%, em

consequência do aumento registado nas contas de fornecedores c/c e fornecedores de

imobilizado c/c, que, em conjunto, justificaram esta variação, tendo em conta que as

restantes rubricas aqui englobadas registaram valores iguais ou inferiores, com exceção

da conta de administração autárquica, que registou um ligeiro aumento, ainda que

proporcionalmente pouco relevante. Note-se que, no caso das dívidas a fornecedores, se

acrescentarmos ao valor das contas de fornecedores c/c o valor das contas de fornecedores

– faturas em receção e conferência, em ambos os anos referenciados, conclui-se também

que houve uma redução neste tipo de dívida. Das rubricas com variação negativa, deve

destacar-se, ainda, o valor, a amortizar a curto prazo, referente a empréstimos de

médio/longo prazo, que é inferior ao de 2010 em mais de 9%.

O montante das dívidas a terceiros de médio e longo prazo registou uma redução na ordem

dos 15%, situando-se, no final do ano em análise, em 4,838 milhões de euros. Esta redução

tem vindo a verificar-se ao longo dos últimos anos, já que estes valores dizem respeito

unicamente a dívidas a instituições de crédito no âmbito de empréstimos contratados, cuja

amortização tem sido bastante superior aos novos valores utilizados.

As rubricas de acréscimos e diferimentos também contribuíram para a diminuição do

Passivo, totalizando 8,708 milhões de euros, isto é, menos 5% em relação aos valores

obtido em 2010. Estas contas apresentam, sempre, valores bastante expressivos,

principalmente, associados a proveitos diferidos, onde são registadas as receitas já

recebidas cujos proveitos devem ser reconhecidos em anos posteriores, que , neste caso,

se referem unicamente a comparticipações para investimentos efetuados. As contas de

acréscimos de custos também justificaram uma parte da redução do valor de acréscimos e

diferimentos, ainda que com menor peso, associadas a custos a reconhecer neste ano, cuja

despesas ainda não ocorreu.

Relatório de Gestão 2011

51

Nota ainda para as provisões para riscos e encargos, cujo valor, destinado a registar as

responsabilidades decorrentes de processos judiciais com desfechos ainda desconhecidos,

mas que podem acarretar prejuízos para o Município, atingiu quase 117 mil euros,

contudo, inferior em cerca de 17% em relação ao valor apurado em 2010.

As contas respeitantes a Fundos Próprios evidenciaram um ligeiro aumento, na ordem dos

2%, totalizando 29,883 milhões de euros. Esta variação resultou, essencialmente, do

resultado líquido do exercício apurado, que passou de um valor significativamente

negativo, para um valor na ordem dos 353 mil euros (positivos), cujo apuramento se

analisa no ponto seguinte. Das restantes rubricas, refira-se que o valor do património

registou um aumento quase insignificante, as reservas mantiveram o valor de 2010,

enquanto que os resultados transitados viram o seu valor negativo ser ampliado na

sequência da incorporação do resultado do exercício de 2010.

Relatório de Gestão 2011

52

Q18. Balanço Resumido

Designação 2011 2010 Var. 10/11

ATIVO

Imobilizado líquido 51.283.319,95 € 50.978.069,64 € 0,60%

Bens de domínio público 36.844.062,58 € 36.920.809,40 € -0,21%

Imobilizações incorpóreas 0,00 € 0,00 € 0,00%

Imobilizações corpóreas 11.700.570,81 € 11.406.448,23 € 2,58%

Investimentos financeiros 2.738.686,56 € 2.650.812,01 € 3,32%

Circulante 1.191.706,90 € 1.763.789,72 € -32,43%

Existências 143.933,31 € 171.123,43 € -15,89%

Dívidas de terceiros -c. prazo 390.149,26 € 926.043,87 € -57,87%

Títulos negociáveis 0,00 € 0,00 € 0,00%

Depósitos em inst. financ. e caixa 657.624,33 € 666.622,42 € -1,35%

Acréscimos e diferimentos 1.387.657,64 € 1.504.704,17 € -7,78%

Total do Ativo 53.862.684,49 € 54.246.563,53 € -0,71%

FUNDOS PRÓPRIOS E PASSIVO

Fundos próprios 29.882.520,28 € 29.431.872,03 € 1,53%

Património 31.121.976,05 € 31.115.137,81 € 0,02%

Reservas 728.353,74 € 728.353,74 € 0,00%

Resultados transitados -2.320.898,02 € -1.507.401,70 € 123,46%

Resultado líquido do exercício 353.088,51 € -904.217,82 € -139,05%

Passivo 23.980.164,21 € 24.814.691,50 € -3,36%

Provisões para riscos e encargos 116.680,59 € 140.580,36 € -17,00%

Dívidas a terceiros -m/longo prazo 4.837.908,35 € 5.694.074,87 € -15,04%

Dívidas a terceiros -c. prazo 10.317.805,58 € 9.770.748,63 € 5,60%

Acréscimos e diferimentos 8.707.769,69 € 9.209.287,64 € -5,45%

Total de Fundos Próprios e Passivo 53.862.684,49 € 54.246.563,53 € -0,71%

3.2 Análise da Demonstração de Resultados

Pela análise às contas que compõem a Demonstração de Resultados do Município, pode

confirmar-se que o valor dos Custos e Perdas atingiu os 13,057 milhões de euros,

representando um decréscimo de mais de 10% em relação aos valores de 2010. Nos

Relatório de Gestão 2011

53

Proveitos e Ganhos, o montante totalizou 13,410 milhões de euros, representando,

também, um decréscimo em relação ao ano transato, na ordem dos 2%. A diferença

considerável nas variações das contas de custos e de proveitos justificou a alteração dos

resultados, com impacto significativo no resultado do exercício, conforme se pode constar

no mapa apresentado no presente ponto.

Verificando mais pormenorizadamente o comportamento da estrutura de custos, pode

verificar-se que os custos e perdas operacionais totalizaram 12,582 milhões de euros, ou

seja, menos 7% do que haviam somado em 2010. Das contas que contribuíram para este

desempenho, saliente-se, pelo seu peso na estrutura, as rubricas de custos com pessoal que,

apesar de terem somado o montante de 6,333 milhões de euros, diminuíram face a 2010,

cerca de 1%, o que se pode considerar positivo, mesmo considerando o impacto das

medidas impostas aos vencimentos dos trabalhadores da função pública no ano em

questão, já que se trata de um tipo de custos normalmente pouco flexível. Esta é a

componente dos custos que mais influencia a estrutura de custo, já que representa cerca

de metade dos custos operacionais e perto de 48% do total de Custos e Perdas.

Das restantes contas de custos e perdas operacionais, deve destacar-se o valor registado

em fornecimentos e serviços externos que, apesar de ter atingido o montante considerável

de 3,165 milhões de euros, decresceu 8% em relação ao ano anterior, o que demonstra a

preocupação na diminuição dos custos intermédios e de funcionamento dos serviços, já

que aqui se consideram a maioria das aquisições de bens e serviços correntes e de suporte

à atividade municipal. Por este motivo, o valor obtido tem um peso de 25% no conjunto

dos custos e perdas operacionais e de cerca de 24% no total de Custos e Perdas.

Das restantes contas de custos e perdas operacionais, destacam-se ainda os valores

relativos a amortizações do exercício que, em 2011, somaram 2,456 milhões de euros,

relacionados com a depreciação do imobilizado municipal, sendo, porém, um valor abaixo

do registado em 2010 (-4%). Os saldos das restantes contas operacionais foram bastante

inferiores aos das contas já abordadas, devendo salientar-se que registaram todas valores

mais baixos do que os que foram apurados no ano anterior, com exceção do montante

considerado nas contas de outros custos e perdas operacionais, que cresceram

ligeiramente. A conta de transferências e subsídios correntes concedidos registou mesmo

uma redução superior a 50%, uma vez que, em 2011, não se revelou necessária a

transferência para a Termalistur, E.E.M relativa à cobertura do desvio ao resultado

Relatório de Gestão 2011

54

previsto no plano plurianual de equilíbrio de resultados, já que este foi alcançado e

superado.

Os custos e perdas financeiras situaram-se em pouco mais de 160 mil euros, o que

evidencia um decréscimo muito expressivo em relação aos valores registados em 2010,

porque, nesse exercício, foram registadas provisões para investimentos financeiros, que

não ocorreram no exercício em análise. Os custos e perdas extraordinárias tiveram um

comportamento semelhante, registando uma redução de 42% em relação ao ano anterior,

tendo totalizado aproximadamente 314 mil euros. Esta variação ocorreu porque em 2010

tinham sido registadas, nestas contas, diversas correções relativas a lançamentos

anteriores, que não ocorrerem em 2011.

O desempenho já referido das contas de Proveitos e Ganhos resulta, principalmente, do

comportamento dos proveitos e ganhos operacionais, que têm um peso bastante superior

aos dos restantes proveitos no total, tendo somado 11,464 milhões de euros., ou seja,

menos 2% do que no ano transato. Das contas englobadas nos proveitos operacionais,

destacam-se, evidentemente, as transferências e subsídios obtidos, que englobam as

receitas provenientes do fundo de equilíbrio financeiro, entre outras transferências

obtidas de entidades terceiras. Em 2011, atingiram o montante de 8,511 milhões de euros,

tendo decrescido, relativamente a 2010, aproximadamente 5%, em resultado,

essencialmente, dos cortes realizados aos fundos provenientes do Orçamento de Estado

que reduziram as transferências para as autarquias. As restantes contas de proveitos e

ganhos operacionais registaram aumentos relativamente ao ano anterior, sendo de

destacar o valor obtido em impostos e taxas, na ordem dos 1,545 milhões de euros, e de

vendas e prestações de serviços, no total de 802 mil euros, para as se registou um

crescimento de 6% e 16%, respetivamente. As contas de outros proveitos e ganhos

operacionais somaram 606 mil euros e aumentaram também, na ordem dos 2%.

Os proveitos e ganhos financeiros registaram uma ligeira diminuição, de cerca de 2%, em

consequência da diminuição, ainda que relativamente reduzida, dos rendimentos das

participações de capital, tendo totalizado cerca de 1,253 milhões de euros. Em sentido

contrário, os proveitos e ganhos extraordinários aumentaram face a 2010, na ordem dos

8%, em resultado de correções efetuadas e de outras receitas de caráter excecional.

Do desempenho do conjunto de contas analisadas, apurou-se um Resultado Líquido do

Exercício de 353 mil euros, significando uma recuperação bastante relevante em relação

Relatório de Gestão 2011

55

ao valor apurado em 2010. Saliente-se, contudo, que o valor dos Resultado Operacionais

foi negativo em 1,118 milhões de euros, pelos motivos já analisados, tendo sido

compensado pelos valores positivos dos Resultados Financeiros e Extraordinários.

Q19. Demonstração de Resultados resumida

Designação 2011 2010 Var. 10/11

CUSTOS E PERDAS

Custos e perdas operacionais 12.582.433,30 € 13.582.072,06 € -7,36%

CMVMC 169.404,36 € 191.321,52 € -11,46%

Fornecimentos e serviços externos 3.164.734,58 € 3.446.755,07 € -8,18%

Custos com pessoal 6.332.507,04 € 6.370.948,89 € -0,60%

Transferências e subs. conced. 388.956,98 € 783.367,05 € -50,35%

Amortizações do exercício 2.456.058,99 € 2.569.920,96 € -4,43%

Provisões do exercício 24.192,33 € 174.776,35 € -86,16%

Outros custos e perdas operacionais 46.579,02 € 44.982,22 € 3,55%

Custos e perdas financeiras 160.464,57 € 448.611,13 € -64,23%

Custos e perdas extraordinárias 314.339,46 € 541.888,39 € -41,99%

Total de Custos e Perdas 13.057.237,33 € 14.572.571,58 € -10,40%

PROVEITOS E GANHOS

Proveitos e ganhos operacionais 11.464.338,99 € 11.747.648,07 € -2,41%

Vendas e prestações de serviços 802.116,87 € 691.473,52 € 16,00%

Impostos e taxas 1.545.018,45 € 1.458.428,23 € 5,94%

Transferências e subsídios obtidos 8.511.290,19 € 9.002.308,45 € -5,45%

Outros proveitos e ganhos oper. 605.913,48 € 595.437,87 € 1,76%

Proveitos e ganhos financeiros 1.253.002,34 € 1.278.727,82 € -2,01%

Proveitos e ganhos extraordinários 692.984,51 € 641.977,87 € 7,95%

Total de Proveitos e Ganhos 13.410.325,84 € 13.668.353,76 € -1,89%

RESULTADOS

Resultados Operacionais -1.118.094,31 € -1.834.423,99 € 34,45%

Resultados Financeiros 1.092.537,77 € 830.116,69 € 31,61%

Resultados Correntes -25.556,54 € -1.004.307,30 € 63,58%

Resultado Líquido do Exercício 353.088,51 € -904.217,82 € 139,05%

Relatório de Gestão 2011

56

Efetuando, agora, uma análise ao comportamento dos custos e dos proveitos totais ao

longo dos últimos 5 exercícios, através do gráfico abaixo, pode verificar-se que os valores

relativos a Proveitos e Ganhos têm registado um comportamento mais constante, ao longo

do horizonte da análise, entre os 13 e os 14 milhões de euros. Já do lado dos Custos e

Perdas, a evolução tem sido bastante inconstante, com variações significativas entre os

vários exercícios, denotando-se um aumento cíclico seguido de uma diminuição

equivalente, em resultado de períodos de aumento da atividade municipal.

3.3 Indicadores Económico-Financeiros

Por forma a melhor analisar e comparar o impacto das decisões da gestão municipal na

situação patrimonial da entidade, e à semelhança do que foi feito na análise orçamental,

torna-se indispensável a utilização de indicadores de cariz económico-financeiro. Tendo

em conta que a origem e natureza da maior parte dos indicadores normalmente utilizados

neste tipo de análises é empresarial, escolheram-se aqueles que, apesar das

especificidades da gestão pública, permitem que se efetue um diagnóstico sintético e

evolutivo da situação económica do Município.

5

7

9

11

13

15

17

2007 2008 2009 2010 2011

Mil

es d

e €

G13. Evolução dos Custos e Proveitos

Custos e Perdas Proveitos e Ganhos

Relatório de Gestão 2011

57

Q20. Evolução dos Rácios Económico-financeiros

Designação Rácio 2008 2009 2010 2011

Coeficiente de Solvabilidade

Fundos Próprios / Passivo 148% 127% 119% 125%

Autonomia Financeira Fundos Próprios / Activo Total 60% 56% 54% 55%

Liquidez Geral Circulante / Passivo de Curto

Prazo 40% 20% 18% 12%

Grau de Dependência do Médio/Longo Prazo

Dívida M/L Prazo / Activo Total 15% 14% 10% 9%

Endividamento Dívidas a terceiros / Fundos

Próprios + Passivo 25% 31% 29% 28%

Dos resultados obtidos nos indicadores pode concluir-se que:

• A solvabilidade aumentou significativamente em relação ao ano anterior, situando-

se agora ao nível alcançado em 2009, o que significa que o Município reforçou a

sua capacidade para, com os seus próprios meios, satisfazer os compromissos

assumidos, reduzindo a dependência dos seus credores;

• A autonomia financeira manteve-se quase inalterada em relação aos últimos três

exercícios, demonstrando que os fundos próprios cobrem mais de metade do valor

das suas aplicações e dos seus investimentos, mantendo-se o nível de exposição a

capitais externos;

• A liquidez geral continuou a decrescer, confirmando a tendência verificada desde

2008 (ano atípico), revelando que uma menor proporção do seu passivo exigível a

curto prazo pode ser suportado pelos seus ativos mais líquidos;

• O grau de dependência do médio/longo prazo decresceu, sendo ainda mais

reduzido do que em anos anteriores, confirmando o que se referiu em pontos

anteriores sobre a estratégia de recursos pontuais e pouco significativos ao

financiamento de médio/longo prazos;

• O nível de endividamento decresceu ligeiramente em relação aos anos transatos,

evidenciando o reduzido peso das dívidas a terceiros no total dos fundo próprios e

passivo.

Relatório de Gestão 2011

58

3.4 Evolução da Dívida Municipal

Em linha com o que se referiu anteriormente, as condições de financiamento da economia

portuguesa tornaram-se, nos últimos meses, extremamente restritivas. As dificuldades

acrescidas que o setor bancário tem sentido na obtenção de financiamento externo, aliadas

a uma política de reforço de capital decorrente do processo de ajustamento

macroeconómico imposto no âmbito da ajuda externa obtida, obrigaram a uma redefinição

das estratégias dos bancos, que passaram a privilegiar a captação de fontes de

financiamento estáveis, nomeadamente, os depósitos dos clientes, na vez de fomentarem a

atividade creditícia que caracterizou os anos recentes.

Este ambiente limitativo tem, naturalmente, fomentado uma crescente seletividade nas

escolhas dos projetos e das áreas a financiar, tendo como principal preocupação a

estabilidade financeira das empresas e dos restantes agentes económicos envolvidos.

Neste quadro, a análise do risco de crédito tem assumido uma importância estratégica nas

instituições financeiras e tem funcionado como um travão ao financiamento de setores

mais frágeis ou não consolidados da economia, criando muitas dificuldades às empresas

de menor dimensão ou de estrutura menos estável. Porém, a análise do risco

habitualmente direcionado para os setores empresariais começou recentemente a ser

utilizada, com a mesma importância, na avaliação do setor público, face ao eventual risco

de incumprimento que os mercados passaram a considerar e face às dificuldades que estes

criaram às entidades com forte exposição à dívida pública e a outros instrumentos de

financiamento público.

As autarquias sentiram muito diretamente estas alterações. As dificuldades na obtenção

de parceiros para o financiamento dos mais variados projetos obrigou os municípios a

repensarem os seus objetivos e a ponderarem a execução de programas de investimento

público, face à impossibilidade de recorrer a linhas de financiamento que

complementassem os recursos próprios, ou mesmo, os fundos provenientes da União

Europeia no âmbito dos quadros de apoio. Estas dificuldades vêm trazer à gestão

municipal novos desafios. Por um lado, os Municípios são pressionados para manter o

nível e a abrangência da sua atuação pública local tendo em conta as dificuldades

acrescidas dos agentes económicos e das famílias, e, por outro, são obrigados a desistir de

projetos de investimento público ou a otimizar a sua oferta de bens e serviços face às

dificuldades de financiamento referidas e às limitações legais ao endividamento.

Relatório de Gestão 2011

Conscientes destes constrangimentos, mas certos da importância da atuação municipal

para a dinâmica local, este executivo procurou a

recursos disponíveis, tentando não por em causa as políticas que considera essenciais e

manter os níveis da dívida controlados sem por em risco o equilíbrio e a saúde financeira

das diversas entidades com que se relacion

municipal totalizava 15,156 milhões de euros, tendo registado uma diminuição de cerca de

2% em relação aos valores de 2010. Do montante total, cerca de 68%, ou seja, 10,318

milhões de euros, referem-

dívida empréstimos de médio e longo prazo a pagar no horizonte de 1 ano, enquanto que

32%, isto é, 4,838 milhões de euros, dizem respeito a dívidas de médio e longo pr

referentes, unicamente, a financiamentos contratados com instituições de crédito.

Q21. Evolução das Dívidas a Terceiros

Designação

Dívidas de curto prazo

Dívidas de médio/longo prazo

Total

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009

55%

45%

G14. Estrutura das Dívidas a Terceiros

Dívidas de curto prazo

Relatório de Gestão 2011

Conscientes destes constrangimentos, mas certos da importância da atuação municipal

, este executivo procurou adequar a atividade do Município aos

recursos disponíveis, tentando não por em causa as políticas que considera essenciais e

manter os níveis da dívida controlados sem por em risco o equilíbrio e a saúde financeira

das diversas entidades com que se relacionada. Neste sentido, no final de 2011, a dívida

municipal totalizava 15,156 milhões de euros, tendo registado uma diminuição de cerca de

2% em relação aos valores de 2010. Do montante total, cerca de 68%, ou seja, 10,318

-se a dívidas de curto prazo, nas quais se inclui a parcela de

dívida empréstimos de médio e longo prazo a pagar no horizonte de 1 ano, enquanto que

32%, isto é, 4,838 milhões de euros, dizem respeito a dívidas de médio e longo pr

referentes, unicamente, a financiamentos contratados com instituições de crédito.

Q21. Evolução das Dívidas a Terceiros

2009 2010

8.720.446,51 € 9.770.748,63 € 10.317.805,58

Dívidas de médio/longo prazo 7.251.308,30 € 5.694.074,87 € 4.837.908,35

15.971.754,81 € 15.464.823,50 € 15.155.713,93

2010 2011

55%63% 68%

45%37% 32%

G14. Estrutura das Dívidas a Terceiros

Dívidas de curto prazo Dívidas de médio/longo prazo

59

Conscientes destes constrangimentos, mas certos da importância da atuação municipal

dequar a atividade do Município aos

recursos disponíveis, tentando não por em causa as políticas que considera essenciais e

manter os níveis da dívida controlados sem por em risco o equilíbrio e a saúde financeira

ada. Neste sentido, no final de 2011, a dívida

municipal totalizava 15,156 milhões de euros, tendo registado uma diminuição de cerca de

2% em relação aos valores de 2010. Do montante total, cerca de 68%, ou seja, 10,318

se a dívidas de curto prazo, nas quais se inclui a parcela de

dívida empréstimos de médio e longo prazo a pagar no horizonte de 1 ano, enquanto que

32%, isto é, 4,838 milhões de euros, dizem respeito a dívidas de médio e longo prazo

referentes, unicamente, a financiamentos contratados com instituições de crédito.

2011

10.317.805,58 €

4.837.908,35 €

15.155.713,93 €

Relatório de Gestão 2011

60

A análise da evolução da dívida a terceiros nos últimos exercícios permite concluir que a

dívida de curto prazo tem vindo a aumentar ainda que a um ritmo que decresceu neste

último exercício, sendo, no final de 2011, aproximadamente 5% superior ao montante

registado no final de 2010. Já na componente de médio e longo prazo, os valores da dívida

municipal têm decrescido constantemente e a um ritmo mais elevado, sendo inferiores aos

valores de 2010 em cerca de 15%, compensando a subida mais ligeira da componente de

curto prazo,. Estas variações registadas têm implicado, evidentemente, um reforço do peso

das dívidas de médio/longo prazo no total da dívida municipal, e a consequente

diminuição do peso da dívida de curto prazo.

3.5 Situação face aos Limites de Endividamento

Apesar do contexto económico criar algumas dificuldades ao controlo rigoroso do

endividamento municipal, tal como foi já abordado, o executivo municipal tem tido sempre

como uma das preocupações principais o cumprimento dos limites legais de

endividamento. A Lei das Finanças Locais ( Lei.º 2/2007, de 15 de janeiro) veio clarificar

os conceitos associados ao endividamento das autarquias e impôs limites ao

endividamento municipal, aplicados a cada um dos conceitos, nos seguintes termos:

→ Endividamento Líquido Municipal – o montante do endividamento líquido de

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

2009 2010 2011

Mil

es d

e €

G15. Evolução das Dívidas a Terceiros

Dívidas de curto prazo Dívidas de médio/longo prazo Total

Relatório de Gestão 2011

61

cada município, em 31 de dezembro de cada ano, não pode exceder 125% do montante

das receitas provenientes dos impostos municipais, das participações do município no

FEF, da participação no IRS, da derrama e da participação nos resultados das entidades do

setor empresarial local, relativas ao ano anterior;

→ Endividamento de Curto Prazo – o montante dos contratos de empréstimos de

curto prazo e de aberturas de crédito não pode exceder, em qualquer momento do ano,

10% da soma do montante das receitas provenientes dos impostos municipais, das

participações do município no FEF, da participação no IRS, da participação nos resultados

das entidades do setor empresarial local e da derrama, relativas ao ano anterior;

→ Endividamento de Médio/Longo Prazo - o montante da dívida de cada município

referente a empréstimos a médio e longo prazos não pode exceder, em 31 de dezembro de

cada ano, a soma do montante das receitas provenientes dos impostos municipais, das

participações do município no FEF, da participação no IRS, da participação nos resultados

das entidades do setor empresarial local e da derrama, relativas ao ano anterior.

Para o ano de 2011, no âmbito das políticas de ajustamento orçamental definidas e tendo

em vista o rigoroso controlo das contas públicas, foram impostos, através da Lei do

Orçamento de Estado (art. 53º da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro, com as

alterações introduzidas pela Lei n.º 60-A/2011, de 30 de novembro), limites mais

restritivos ao endividamento líquido municipal, ficando definido que, em 31 de dezembro

de 2011, o valor do endividamento líquido de cada município, calculado nos termos

definidos na Lei das Finanças Locais, não poderia exceder o que existia a 31 de dezembro

de 2010. Ficou ainda definido que a contração de novos empréstimos de médio/longo

prazo ficaria limitada ao valor resultante do rateio do montante global das amortizações

efetuados pelos municípios em 2009 (este valor seria corrigido até 30 de junho pelo valor

das amortizações efetuadas em 2010), proporcional à capacidade de endividamento

disponível de cada município, calculada nos termos da Lei das Finanças Locais.

Considerando os conceitos aplicáveis agora apresentados e utilizando os dados

disponíveis à presente data, que poderão sofrer alguns acertos, a situação do Município de

S. Pedro do Sul face aos limites de endividamento, a 31 de dezembro de 2011, é a seguinte:

Relatório de Gestão 2011

62

Q22. Situação do Endividamento Municipal a 31/12/2011

Designação Limite Verificado Situação Utilização

Endividamento Líquido 8.846.410,00 € 8.602.779,22 € Margem de 243.630,78 € 97%

Endividamento M/L Prazos 7.924.839,00 € 6.330.164,32 € Margem de 1.594.674,68 € 80%

A análise do quadro apresentado permite constar que, mesmo com as maiores restrições

impostas e com a redução dos limites legais definidos, este Município cumpria, a 31 de

dezembro de 2011, os limites de endividamento impostos para o exercício em questão,

tendo, ainda, uma margem bastante confortável, quer no endividamento líquido, quer no

endividamento de médio/longo prazo, mesmo com as alterações do seu cálculo. Convém,

ainda sublinar, que de acordo com o disposto no n.º 4 do art. 39.º da já mencionada Lei das

Finanças Locais, relevam para efeitos de cálculo dos limites dos empréstimos de médio e

longo prazos, os empréstimos de curto prazo não amortizados até ao final do exercício em

referência. Neste sentido, o valor apresentado referente ao endividamento de médio e

longo prazos inclui o montante do empréstimo de curto prazo contratado no início de

2011, no valor de 900 mil euros, uma vez que o mesmo não foi liquidado até ao final do

exercício porque tinha como limite o prazo de 1 ano.

Importa, também, referir que o valor do endividamento líquido apresentado inclui já o

valor da contribuição das associações de municípios e das entidades do setor empresarial

local que relevam para o cálculo do endividamento, reportado em janeiro de 2012. Por

este motivo e tendo em conta as razões já mencionadas, os valores constantes do quadro

acima podem sofrer alterações, ainda que não se perspetivem variações significativas ou

que ponham em causa o cumprimento dos limites legais.

Relatório de Gestão 2011

8,60 M

0,24 M

Endividamento Líquido

Relatório de Gestão 2011

8,60 M€

6,33 M€

0,24 M€

1,59 M€

Endividamento Líquido Endividamento M/Longo Prazos

G16. Situação do Endividamento

Verificado Margem

63

Endividamento M/Longo Prazos

Relatório de Gestão 2011

64

4. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS

Nos termos do ponto 2.7.3 do POCAL, propõe-se que o resultado líquido do exercício de

2011, no valor de 353.088,51 euros, seja aplicado da seguinte forma:

1. Que o valor seja transferido para a conta 59 – Resultados transitados;

2. Que sejam constituídas reservas legais no montante 17.654,43 euros,

correspondente a 5% do valor do resultado líquido do exercício.

Relatório de Gestão 2011

65

5. FACTOS RELEVANTES APÓS O TERMO DO EXERCÍCIO

Após o termo do exercício e até à presente data não se verificaram factos dignos de relevo.

Relatório de Gestão 2011

66

5. PERSPETIVA FUTURA

Desde a criação do poder local, tal como o conhecemos hoje, que as autarquias

enfrentaram inúmeros desafios, alguns difíceis, outros auspiciosos, com as dificuldades

acrescidas pelo amadurecimento de um modelo de poder baseado na autonomia e

responsabilidade cujo processo de consolidação foi, em certo ponto, moroso e inconstante.

Ultrapassadas essas dificuldades que caracterizaram a primeira fase de existência, as

autarquias locais impuseram-se como um conceito de democracia participativa e

afirmativa, legitimada pela proximidade dos cidadãos.

Durante muitos anos e, em alguns casos, até há bem pouco tempo, as autarquias locais

desenvolveram e consolidaram uma primeira fase de prioridades associada a

necessidades mais básicas das suas populações, que viam a criação das infraestruturas de

saneamento e abastecimento de água, bem como, de estradas ou caminhos, entre outros

serviços mais primários, como uma urgência imperiosa que justificava a absorção da

quase totalidade dos recursos que tinham ao seu dispor. Com a utilização das verbas

comunitárias, esse esforço foi relativamente reduzido, mas estas prioridades continuaram

a justificar elevados investimentos e o empenho dos responsáveis, que procuravam

colmatar todos os constrangimentos vividos pela população devido à falta dos serviços

mais básicos.

À medida que ia ficando ultrapassada esta fase, foram surgindo novos desafios à

administração local relacionados com a competitividade local, a qualificação das pessoas e

a criação de valor com base nas potencialidades das regiões. Desta forma, as preocupações

dos responsáveis autárquicos têm-se progressivamente direcionado para áreas menos

ligadas ao investimento básico e mais direcionadas para o cidadão enquanto agente

potenciador de desenvolvimento. A preocupação passou a ser a criação de condições à

população para que ela própria seja o motor do seu crescimento, quer através da criação

ou participação em iniciativas delineadas mutuamente, quer através do recurso aos bens e

serviços públicos para complementar a sua atividade.

Neste sentido, tem-se assistido a uma intensa alteração na atuação das autarquias e na

definição dos seus objetivos estratégicos. Uma das áreas que mais tem marcado esta fase

da atividade autárquica está relacionada com a redução dos obstáculos administrativos e

dos custos de contexto aos cidadãos. A diminuição da carga burocrática dos processos faz

parte da agenda da maior parte das entidades públicas centrais e locais, uma vez que

Relatório de Gestão 2011

67

permite eliminar o que se considera, de certa forma, como um bloqueio, facilitando, ainda,

a racionalidade dos serviços. Este esforço de simplificação dos procedimentos, que

envolve áreas sensíveis e importantes, como é o caso do urbanismo, poderá trazer ganhos

diretos e indiretos importantes tendo em conta o momento que atravessamos.

Associada a esta desburocratização, a modernização por recurso às novas tecnologias

também tem constado dos objetivos das administrações, com o objetivo de aproximar os

cidadãos e as empresas aos serviços públicos, através da utilização da internet e das novas

tecnologias. Para além de se proporcionar um acompanhamento mais próximos dos

processos, estas medidas permitem que se ganhe transparência e tempo no decurso dos

procedimentos, para além, de uma mais simples partilha da informação.

O ensino e a qualificação das pessoas assume-se também como uma das “bandeiras” de

muitas autarquias e serviços públicos, assumindo-se como um fator de valorização local.

Por um lado, a descentralização de competências na área do ensino encetada pelos últimos

governos, nos primeiros ciclos de ensino, e por outro, o aproveitamento das verbas

comunitárias para a formação profissional, têm permitido às autarquias reforçar a aposta

na qualificação da população, competindo-lhes criar os meios para que a educação seja

encarada com seriedade e os alunos sejam envolvidos neste processo de responsabilidade.

Tem-se assistido ultimamente a vários programas desenvolvidos por entidades locais que

visam isso mesmo, ou seja, em complemento às atividades pedagógicas habituais, criam-se

novas valências que complementam os conhecimentos adquiridos, para além de se investir

fortemente na melhoria das infraestruturas de ensino, quer pela reabilitação ou

construção de novas escolas ou centros escolares, quer pela aquisição de novos e

modernos equipamentos de apoio.

Todas estas áreas são essências para uma outra que tem merecido atenção especial: a

promoção do empreendedorismo e a captação de investimento. Com os serviços públicos a

funcionarem eficientemente e com a população mais qualificada, as regiões têm

argumentos mais fortes para promover as iniciativas empresariais e para captar novos

investimentos, para os quais se nota uma crescente competitividade entre regiões,

fomentada pelo contexto económico que se vive. Uma região onde o poder local complica

em vez de ajudar e onde a população, principalmente a mais jovem, continua voltada para

o passado, ficará, com certeza, no caminho entre a estagnação e o empobrecimento e o

desenvolvimento será uma miragem.

Relatório de Gestão 2011

68

Por último, mas não menos importante, importa fazer referência à reforma administrativa

e territorial que tem estado na ordem do dia. Apesar das características desta reforma não

serem ainda todas conhecidas, a já abordada redução do número de freguesias não trará,

com certeza, qualquer vantagem, podendo, ao contrário, acarretar inúmeras desvantagens

associadas à secundarização do papel do poder local no contato próximo e direto com as

populações, principalmente em regiões mais dispersas. Mais importante do que a extinção

de autarquias é a oportunidade de se repensar a sua importância na sociedade, sendo

relevante trazer-se para a discussão a relação entre estas e os organismos intermédios

(CIM´s e CCDR´s), o reforço das suas competências desde que acompanhadas pelo justo e

atempando envelope financeiro e o eventual reposicionamento do modelo de

financiamento previsto na Lei das Finanças Locais.

S. Pedro do Sul, 10 de Abril de 2012

O Vereador da Câmara Municipal3,

Dr. José Alberto da Silva Alexandre e Sousa

3 No uso das competências delegadas e subdelegadas.

Relatório de Gestão 2011

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ANEXOS

- Declarações previstas no artigo 15.º da Lei n.º 8/2012, de 21 de fevereiro.