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BANCO ESPÍRITO SANTO, S.A. Sociedade Aberta Sede: Avenida da Liberdade, n.º 195, 1250 – 142 Lisboa Nº de Mat. na Conservatória Registo Comercial Lisboa e de Pessoa Colectiva 500 852 367 Capital Social: 2.500.000.000,00 Euros DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA ACTIVIDADE E RESULTADOS DO GRUPO BANCO ESPÍRITO SANTO 1º SEMESTRE DE 2008 (Informação financeira não auditada elaborada de acordo com os IFRS conforme adoptados pela União Europeia) Lisboa, 30 de Julho de 2008

DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA · Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008 2 ÍNDICE 1. Aspectos Mais Relevantes da Actividade

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BANCO ESPÍRITO SANTO, S.A.

Sociedade Aberta

Sede: Avenida da Liberdade, n.º 195, 1250 – 142 Lisboa

Nº de Mat. na Conservatória Registo Comercial Lisboa e de Pessoa Colectiva 500 852 367

Capital Social: 2.500.000.000,00 Euros

DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA

ACTIVIDADE E RESULTADOS DO GRUPO BANCO ESPÍRITO SANTO

1º SEMESTRE DE 2008 (Informação financeira não auditada elaborada de acordo com os IFRS conforme adoptados pela União Europeia)

Lisboa, 30 de Julho de 2008

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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ÍNDICE

1. Aspectos Mais Relevantes da Actividade e Resultados

2. Enquadramento Macroeconómico

3. Resultados

3.1 Resultado Financeiro

3.2 Serviços a Clientes

3.3 Resultados de Operações Financeiras e Diversos

3.4 Custos Operativos

3.5 Provisões

3.6 Rendibilidade

4. Actividade

4.1 Evolução Geral

4.2 Principais Áreas de Negócio

4.3 Unidades Operacionais no Exterior

5. Solidez Financeira e Outros Indicadores

5.1 Qualidade do Crédito

5.2 Liquidez, Solvabilidade e Solidez Financeira

5.2.1 Liquidez

5.2.2 Solvabilidade

5.2.3 Solidez Financeira - Rácios de Capital

5.3 Produtividade e Eficiência

5.4 Indicadores de Referência do Banco de Portugal

6. Outros Aspectos

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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1. ASPECTOS MAIS RELEVANTES DA ACTIVIDADE E RESULTADOS

Apesar de influenciados por uma crise sem precedentes nos mercados financeiros, os resultados do 1º semestre de 2008 elevaram-se a 264,1 milhões de euros, o que representa uma quebra de 28,0% em termos homólogos e corresponde a um ROE, em base anualizada, de 13,2%. A área internacional do Grupo teve um desempenho positivo, tendo os respectivos resultados aumentado 59,1%.

A dinâmica comercial continuou a registar progressos: o crédito a clientes, incluindo a componente titularizada, apresentou um crescimento homólogo de 14,3% (1º trimestre,08: 16,2%) e os recursos de clientes de balanço aumentaram 18,4% (1º trimestre,08: 20,9%). A actividade internacional deu um forte contributo: aumento de 24,9% do crédito a clientes e crescimento de 20,4% nos recursos totais de clientes.

O produto bancário comercial aumentou 6,1% atingindo os 817 milhões de euros, com destaque para a evolução do resultado financeiro (+11,3%). O desempenho da área internacional foi expressivo, tendo o respectivo produto bancário comercial registado um crescimento de 32,9% impulsionado pelo resultado financeiro que aumentou 65,3%.

Os custos operativos (+11,1%) estão influenciados pela actividade internacional (+19,0%) e pela expansão da rede de balcões em Portugal. Considerando os valores registados no 2º semestre de 2007 (período mais próximo da actual dimensão da rede), os custos operativos aumentaram 5,3%.

Constituição de uma provisão de reestruturação operacional no valor de 25 M€, com vista a fazer face aos custos associados a um conjunto de iniciativas de promoção da eficiência, de onde se destacam a integração da Besleasing e Factoring no BES;

O provisionamento para crédito foi reforçado atendendo às actuais condicionantes macroeconómicas: a carga de provisionamento do crédito no semestre elevou-se a 0,53%, o que representa um nível de prudência na avaliação dos riscos superior ao registado em todo o exercício de 2007 (0,49%).

A qualidade dos activos mantém-se em níveis idênticos aos observados no 1º semestre de 2007: o rácio de “Crédito Vencido há mais de 90 dias/Crédito Total” situou-se em 1,1%, com o correspondente rácio de cobertura a situar-se nos 217,3%.

Os níveis de liquidez e de solvabilidade mantêm-se confortáveis com os rácios Core TIER I e TIER I, segundo o método padrão de Basileia II, a situarem-se em 5,7% e 6,6%, respectivamente; de acordo com os critérios de Basileia I estes indicadores teriam sido 5,9% e 6,8%.

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2. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

A conjuntura económica e os mercados financeiros continuaram influenciados, no segundo

trimestre, por uma pressão inflacionista ligada à subida dos preços das matérias-primas (o preço

do Brent subiu cerca de 48% desde o início do ano, atingindo USD 139,2/barril no final de Junho)

e por uma tendência de arrefecimento da actividade, associada aos problemas no mercado de

crédito. O final do segundo trimestre trouxe novos anúncios de write-downs e de necessidades de

capital por parte de alguns bancos nos EUA e na Europa mais expostos aos riscos de crédito. O

aumento da incerteza resultante traduziu-se numa maior volatilidade e na penalização dos

mercados accionistas. Nos EUA, os índices Dow Jones e S&P500 caíram 7,44% e 3,23% no

trimestre (-14,44% e -12,83% desde o início do ano); o índice Nasdaq manteve-se relativamente

estabilizado no segundo trimestre (com um ganho de 0,61%), mas perdeu 13,55% desde

Janeiro. Na Zona Euro, os índices DAX, CAC40 e IBEX caíram, respectivamente, 1,79%, 5,78% e

9,22% no trimestre (e 20,44%, 21% e 20,66% no ano). A economia dos EUA registou, no

semestre, um crescimento anualizado do PIB de cerca de 1%, com a correcção do sector da

habitação a ser parcialmente compensada por estímulos orçamentais ao consumo privado. A

Reserva Federal reduziu a target rate dos fed funds em 25 pontos base, para 2%.

No Brasil, a aceleração dos preços levou o Banco Central a elevar a taxa de juro SELIC em 100

pontos base no trimestre, para 12,25%. O real apreciou-se cerca de 8,9% face ao euro, entre

Março e Junho, para EUR/BRL 2,52.

Na Zona Euro, o crescimento trimestral do PIB deverá ter caído de 0,7% para um valor em torno

de 0,2%, entre o primeiro e o segundo trimestres. O Banco Central Europeu subiu a taxa das

operações de refinanciamento de 0,25% para 4,25% no início de Julho. A Euribor a 3 meses

subiu de 4,727% para 4,947% no segundo trimestre (4,684% no início do ano). Os juros de

longo prazo reflectiram o aumento das expectativas de inflação, tendo a yield dos títulos de

dívida a 10 anos subido de 3,899% para 4,621% na Zona Euro. O euro manteve-se relativamente

estabilizado face ao dólar no segundo trimestre (queda de 0,46%, para EUR/USD 1,574), embora

apreciando-se em 7,9% desde o início do ano.

Em Portugal, a actividade económica desacelerou, sobretudo em função de abrandamentos nas

exportações e no consumo privado. O crescimento do PIB deverá ter registado uma variação

homóloga ligeiramente inferior a 1%. Acompanhando a tendência nos mercados externos, o

índice PSI-20 registou uma queda de 15,17% no segundo trimestre (-31,6% desde o início do

ano).

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3. RESULTADOS

A actividade do Grupo BES no primeiro semestre decorreu num contexto de crise internacional

sem precedentes, que provocou: uma acentuada desaceleração económica, o recrudescimento

das pressões inflacionistas, uma elevada volatilidade dos mercados, o encarecimento das

matérias-primas e uma generalizada escassez de recursos financeiros, tanto no mercado

doméstico como nos mercados internacionais. A conjugação negativa destes factores originou

uma penalização dos prémios do risco, prejudicando a retoma dos mercados e o restabelecimento

dos normais níveis de confiança dos agentes.

Pese embora as condições adversas, o Grupo BES conseguiu alcançar um desempenho positivo

tendo o produto bancário comercial gerado no semestre aumentado 6,1% (1º sem,07: 770,1 M€;

1º sem,08: 816,9 M€). O resultado do semestre, influenciado pelos resultados de trading e por

uma ligeira redução nos serviços a clientes (-1,6%), reduziu-se 28% tendo atingido 264,1 M€,

equivalente a um ROE de 13,2% em base anualizada.

milhões de euros

Resultado Financeiro 459,3 511,1 11,3

+ Serviços a Clientes 310,8 305,8 -1,6

= Produto Bancário Comercial 770,1 816,9 6,1

+ Resultados de Operações Financeiras e Diversos 296,9 219,1 -26,2

= Produto Bancário 1 067,0 1 036,0 -2,9

- Custos Operativos 449,8 499,8 11,1

= Resultado Bruto 617,2 536,2 -13,1

- Provisões líquidas de Reposições 142,1 180,9 27,3

Crédito 90,0 121,8 35,3

Títulos 1,6 20,3 ….

Outras 50,5 38,8 -23,2

= Resultado antes de Impostos e Minoritários 475,1 355,3 -25,2

- Impostos 100,2 77,3 -22,9

= Resultado após Impostos 374,9 278,0 -25,9

- Interesses Minoritários 8,1 13,9 70,7

= Resultado do Exercício 366,8 264,1 -28,0

Variáveis

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS

Var % 2007

até Junho

2008

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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São ainda de destacar os seguintes factores que influenciaram os resultados apurados no

semestre:

• constituição de uma provisão no valor de 25 M€ para fazer face à reestruturação

operacional integrada no “Projecto de Reestruturação 20-10”, que visa a melhoria da

eficiência e produtividade do Grupo e engloba um conjunto de iniciativas, de entre as

quais se destaca a integração da Besleasing e Factoring no BES;

• reforço prudente do provisionamento do crédito, alinhado com a desaceleração do

crescimento económico, e constituição de provisões para os títulos que apresentaram

desvalorizações significativas no semestre;

• aumento dos custos operativos devido à expansão da actividade internacional e ao

aumento da rede de balcões concretizada no exercício anterior ( mais 73 unidades que as

existentes em Junho de 2007); e,

• como elemento positivo, a excelente contribuição da actividade internacional cujos

resultados aumentaram 59,1%, performance esta que contrasta com a redução dos

resultados na actividade doméstica (-41,3%).

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Actividade Internacional

A actividade internacional teve um papel muito significativo na evolução do desempenho do

Grupo no decorrer do semestre. O resultado atingiu 77,2 M€ (1º semestre/07: 48,5 M€)

suportado por uma evolução significativa do produto bancário (+44,3%) face à evolução dos

custos operativos (+19,0%).

milhões de euros

Resultado Financeiro 392,7 401,0 2,1 66,6 110,1 65,3

+ Serviços a Clientes 248,8 245,0 -1,5 62,0 60,8 -2,0

= Produto Bancário Comercial 641,5 646,0 0,7 128,6 170,9 32,9

+ Resultados de Oper. Financeiras e Diversos 266,8 161,0 -39,6 30,1 58,1 93,3

= Produto Bancário 908,3 807,0 -11,2 158,7 229,0 44,3

- Custos Operativos 370,6 405,5 9,4 79,2 94,3 19,0

= Resultado Bruto 537,7 401,5 -25,3 79,5 134,7 69,4

- Provisões líquidas de Reposições 134,3 160,4 19,4 7,8 20,5 ….

Crédito 82,5 102,1 23,9 7,5 19,7 ….

Títulos 1,6 20,3 …. 0,0 0,0 ….

Outras 50,2 38,0 -24,3 0,3 0,8 ….

= Res. antes de Impostos e Minoritários 403,4 241,1 -40,2 71,7 114,2 59,3

- Impostos 83,6 51,0 -38,9 16,6 26,3 57,4

= Resultado após Impostos 319,8 190,1 -40,6 55,1 87,9 59,5

- Interesses Minoritários 1,5 3,2 …. 6,6 10,7 63,3

= Resultado do Exercício 318,3 186,9 -41,3 48,5 77,2 59,1

Actividade Doméstica

Var %

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS - Actividade Doméstica e Actividade Internacional

Actividade Internacional

Var % Variáveis

Jun, 07 Jun, 08Jun, 07 Jun, 08

Aumentou novamente a representatividade da área internacional, no resultado consolidado, ao

evoluir para 29,2% (Jun,07: 13,2%). Em particular, destaca-se a contribuição com origem no

triângulo estratégico (Espanha, Angola e Brasil) que atingiu 49,1 M€ (1º sem, 07: 23,1 M€)

representativa de cerca de 64% dos resultados realizados no exterior.

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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CONTRIBUTO (1) DA ACTIVIDADE INTERNACIONAL PARA O RESULTADO CONSOLIDADO

(valores em milhões de euros)

Brasil : 17,8(3,8)

Reino Unido: 13,9(18,0)

Macau: 0,7(1,0)

C.Verde: 0,8(0,0)

EUA:7,9(1,0)

França/Luxemburg o: 4,8

(5,4)Espanha: 9,6

(6,2)

Ang ola: 21,7(13,1)

( ) 1º semestre de 2007

(1) Contributo após interesses minoritários e ajustamentos de consolidação

3.1 Resultado Financeiro

De entre os factores que determinaram a evolução do resultado financeiro (valor de 511,1 M€

representativo de um aumento de 11,3%) destaca-se, em primeiro lugar, o efeito da expansão da

actividade: os activos financeiros médios aumentaram 17,4%, salientando-se o crescimento

conseguido nos depósitos e no crédito a clientes que aumentaram, respectivamente, 17,8% e

19,4% em termos médios. O aumento do resultado financeiro (+51,8 M€) foi especialmente

significativo na área internacional (+43,5 M€), com destaque para o contributo da actividade

desenvolvida em Angola e no Brasil.

milhões de euros

Activos Financeiros 51 054 5,69 1 442 59 948 6,00 1789

Crédito a Clientes 37 090 5,64 1 038 44 293 6,23 1373Outros Activos 13 964 5,84 404 15 655 5,35 416

Passivos Financeiros 51 054 3,88 983 59 948 4,29 1278

Depósitos 18 916 2,64 248 22 277 2,95 326Outros Recursos 31 168 4,76 735 37 182 5,15 952

Recursos Diferenciais 970 - - 489 - -

Resultado/ Margem 1,81 459 1,71 511

RESULTADO E MARGEM FINANCEIRA

Variáveisaté Jun, 07 até Jun, 08

Capitais Médios

Tx Média (%)

Proveitos / Custos

Capitais Médios

Tx Média (%)

Proveitos / Custos

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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A margem financeira reduziu-se em 10 pontos base situando-se em 1,71%. De entre os factores

mais significativos que ditaram a redução da margem destacam-se os seguintes:

- gestão prudente da liquidez orientando as aplicações monetárias para os prazos mais curtos

mas de menor rendibilidade;

- encarecimento generalizado dos recursos induzido pela crise financeira internacional;

- efeito das novas regras de arredondamento das taxas das operações de crédito, fazendo reduzir

directamente as taxas praticadas;

- utilização de indexantes para as operações de crédito com desfasamento temporal face à data

de concretização das operações (que penalizam a margem num contexto de subida das taxas de

mercado);

- selecção rigorosa dos riscos de crédito determinando uma redução das margens brutas.

3.2 Serviços a Clientes

O comissionamento do segundo trimestre atingiu 155,1 M€ representando uma recuperação face

ao alcançado no trimestre anterior (150,7 M€). Considerando os valores acumulados do semestre

o comissionamento ascendeu a 305,8 M€, ou seja, uma redução de 1,6% face ao período

homólogo do ano anterior.

De entre os serviços que evidenciaram um melhor desempenho destacam-se os créditos

documentários (+101,8%), a actividade relacionada com cartões (+18,2%) decorrente do

lançamento de várias iniciativas inovadoras, a gestão de meios de pagamento (+9,7%) e, em

menor grau, os produtos de bancasseguros (+1,9%).

A forte concorrência registada no mercado nacional levou, nomeadamente, à redução das

receitas com os serviços de cobrança de valores e das garantias prestadas. As comissões sobre

empréstimos e similares sofreram o efeito negativo da alteração do enquadramento legal do

comissionamento por liquidação antecipada dos empréstimos à habitação e ainda da

desaceleração no crescimento do crédito e da actividade de project finance. Acresce ainda o facto

de o comissionamento na gestão de activos reflectir os efeitos da crise nos mercados financeiros.

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

10

milh

2007 2008

Cobrança de Valores 19,0 16,6

Operações sobre Títulos 25,3 23,0

Garantias Prestadas 27,3 27,0

Gestão de Meios de Pagamento 38,5 42,2

Comissões sobre Empréstimos e similares (1) 68,3 62,4

Créditos Documentários 5,2 10,4

Gestão de activos (2) 57,4 52,2

Cartões 14,6 17,3

Bancasseguros 25,4 25,9

Outros Serviços 29,8 28,8

Total 310,8 305,8(1) Inclui comissões sobre empréstimos, project finance , financiamentos externos e factoring(2) Inclui fundos de investimento e gestão de carteiras

SERVIÇOS A CLIENTES

Tipo de Comissõesaté Junho

De salientar os esforços contínuos do Grupo na promoção da qualidade dos serviços prestados, desenvolvendo propostas distintas e de valor para os diversos segmentos de clientes.

3.3 Resultados de Operações Financeiras e Diversos

A instabilidade dos mercados e a forte queda do mercado accionista no mês de Junho levou a

que os resultados de operações financeiras e diversos apresentassem um decréscimo de 26,2%

em relação ao semestre homólogo, situando-se em 219,1 M€. Este valor reveste um especial

significado tendo em consideração as fortes desvalorizações sofridas pela generalidade dos

índices mundiais e pelos títulos integrantes do índice PSI20, que registou uma quebra de 31,6%

no semestre.

Após a desvalorização sentida nos mercados accionistas no primeiro trimestre, o segundo

trimestre iniciou-se com uma forte recuperação dos mesmos, potenciando a estabilização dos

spreads de crédito, ainda que em níveis mais elevados do que anteriormente verificados, facto

que não conduziu ainda assim a uma redução dos níveis de volatilidade dos mesmos.

No entanto, face à subida do preço do petróleo para máximos históricos e ao aumento da

preocupação com a inflação, os principais índices accionistas internacionais sofreram novamente

um forte revés, alinhado com novos anúncios de write-downs no sector financeiro e quedas

também acentuadas nos sectores do consumo e construção.

De realçar ainda a reacção verificada ao nível das taxas de juro da zona Euro após o claro sinal

dado pelo Banco Central Europeu (BCE) no que respeita ao seu papel de controlo da inflação em

detrimento da defesa do crescimento económico.

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

11

Desta forma e após a reunião de Junho do BCE, verificou-se uma agressiva subida das taxas de

juro de longo prazo (superior a 60 pontos base nos 2 a 3 anos), bem como a um crescimento

significativo da volatilidade verificada no mercado.

Assim, os resultados decorrentes da exposição a taxa de juro, crédito e cambial, reflectem a

manutenção da exposição por parte do Grupo a economias ditas emergentes, caracterizadas por

fortes níveis de crescimento económico, ainda que com acrescidos níveis de volatilidade

potenciados pela tomada de mais valias por parte da generalidade dos investidores, conduzindo a

uma forte penalização de determinadas moedas.

No que respeita aos mercados accionistas e tendo em consideração a performance negativa do

mercado nacional, o Grupo tirou partido da melhor performance relativa do mercado brasileiro,

facto a que não é alheio a promoção para Investment Grade atribuída pelas agências de Rating

em Abril de 2008.

De salientar finalmente que no decurso do primeiro semestre procedeu-se à emissão de

obrigações “Permutáveis” em acções Bradesco. De modo a efectuar a cobertura do risco da opção

vendida sobre as referidas acções, realizaram-se diversas operações envolvendo este activo,

passando pela aquisição em Abril de uma posição correspondente a cerca de 1,5% do capital

emitido por esta entidade, bem como a venda de parte da posição detida já no decurso do

segundo trimestre de 2008.

3.4 Custos Operativos

Os custos operativos totalizaram 499,8 M€, ou seja, um aumento de 11,1% relativamente ao

apurado no primeiro semestre do ano anterior.

milhões de euros

Custos com Pessoal 204,1 6,5 53,8 23,7 257,9 9,7

Gastos Gerais Administrativos 170,7 12,8 34,7 15,5 205,4 13,2

Amortizações 30,7 11,3 5,8 1,9 36,5 9,7

Total 405,5 9,4 94,3 19,0 499,8 11,1

CUSTOS OPERATIVOS

Actividade Doméstica

Actividade Internacional

Actividade ConsolidadaNatureza

Valor Var % Valor Var % Valor

Variação face ao período homólogo do ano anterior

Var %

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

12

A evolução dos custos operativos, quando comparados com o período homólogo do ano anterior,

reflecte os efeitos da expansão da rede de balcões que atingiu 781 unidades no final de Junho de

2008, ou seja, mais 73 unidades do que no semestre homólogo. Atendendo a que o início da

actividade dos novos balcões se processou, sobretudo, a partir do segundo semestre de 2007, a

tendência evolutiva dos custos operativos numa base comparável evidencia um aumento de 5,3%

como se apresenta no quadro seguinte.

milhões de euros

Custos do 2º semestre de 2007 267,0 197,5 36,5 501,0

Custos Extraordinários (reformas antecipadas) -26,1 0,0 0,0 -26,1

Custos do 2ºsem,07 em base comparável (A) 240,9 197,5 36,5 474,9

Custos do 1º semestre de 2008 (B) 257,9 205,4 36,5 499,8

Variação comparável (B/A) 7,0% 4,0% 0,1% 5,3%

CUSTOS OPERATIVOS

TOTALCustos

com Pessoal

Gastos Gerais

Administr.Amortiz.

Em base comparável, o crescimento dos custos com pessoal foi de 7,0% enquanto que o dos

gastos gerais administrativos se situou em 4,0%. O aumento dos custos com pessoal decorre da

actualização da tabela salarial, das promoções e do aumento do número de empregados, tanto

na área doméstica como na área internacional (com especial incidência em Angola e no Brasil). A

evolução dos gastos gerais administrativos reflecte o alargamento da rede, o lançamento de

campanhas publicitárias e ainda das iniciativas associadas ao Euro 2008.

3.5 Provisões

O esforço de provisionamento para crédito situou-se em 0,53% (ano de 2007: 0,49%)

correspondendo a um valor de 121,8 M€ (+35,3%). Considerando a recuperação dos créditos

abatidos ao activo o custo do risco foi de 0,50% (ano de 2007: 0,41%). Esta evolução reflecte

uma avaliação prudente dos riscos atendendo às actuais condicionantes macroeconómicas.

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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A acentuada desvalorização do mercado accionista, para além dos reflexos na redução das

reservas de justo valor, conduziu a que alguns dos investimentos da carteira de títulos disponíveis

para venda apresentasse indícios de imparidade. Por consequência, foram reconhecidas no

semestre perdas por imparidade em diversos títulos totalizando o valor de 20,3 M€.

O reforço de provisões para outros riscos e encargos elevou-se a 38,8 M€ do qual faz parte uma

provisão de 25 M€ para reestruturação constituída no segundo trimestre. Esta provisão visa

suportar os custos inerentes ao “Projecto de Reestruturação 20-10”. O “Projecto de

Reestruturação 20-10” é composto por iniciativas diversas e em diferentes domínios e engloba,

nomeadamente, a integração da nossa filial de crédito especializado Besleasing e Factoring no

BES.

3.6 Rendibilidade

A anualização do resultado apurado no semestre aponta para uma rendibilidade dos capitais

próprios médios (ROE) de 13,2% e uma rendibilidade dos activos (ROA) de 0,76%.

%

Rendibilidade dos Capitais Próprios (ROE) 20,5 16,6 13,2

Rendibilidade dos Activos (ROA) 1,24 0,98 0,76

RENDIBILIDADE

Indicadores Ano 2007

até Jun, 08

até Jun, 07

O desempenho das acções do BES foi também influenciado pela crise do sistema financeiro

internacional, com a capitalização bolsista a evoluir para 4955 M€, valor inferior em cerca de 34%

ao alcançado no final do exercício de 2007. A evolução do valor de mercado acompanha a

tendência de quebra dos principais praças bolsistas internacionais e reflecte um dos piores

momentos dos principais mercados de capitais a nível mundial.

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

14

4. ACTIVIDADE

4.1. Evolução Geral

O desenvolvimento da actividade no decorrer do semestre em análise caracterizou-se por: (i)

aumento do crédito em 6,2 mil milhões de euros (+14,3%), incluindo o saldo das operações de

titularização, (ii) crescimento de 5,7 mil milhões de euros dos recursos de clientes de balanço

(+18,4%) e (iii) um valor de activos totais de 97,4 mil milhões de euros, correspondente a um

incremento de 6,0%.

Este desempenho é reflexo da estratégia que consistentemente tem vindo a ser implementada

nos últimos anos, sendo de salientar a expansão e o contributo da actividade internacional

(crédito a clientes: +24,9%; recursos totais de clientes: +20,4%).

milhões de euros

2007 2008

Activos Totais (1) 91 956 97 437 6,0

Activo 64 397 72 564 12,7

Crédito a Clientes (incluindo securitizado) 43 696 49 946 14,3

Crédito a Particulares 16 263 17 589 8,2

- Habitação 13 814 14 834 7,4

- Outro Crédito a Particulares 2 449 2 755 12,5

Crédito a Empresas 27 433 32 357 17,9

Recursos Totais de Clientes (A+B) 50 349 55 266 9,8

Recursos de Clientes de Balanço (A) 31 285 37 028 18,4

- Depósitos de Clientes e similares (2) 26 179 30 908 18,1

- Débitos representados por Títulos colocados em Clientes (3) 5 106 6 120 19,9

Recursos de Desintermediação (B) 19 064 18 238 -4,3

Rácio de Transformação (%) (4) 122 121 -1 p.p.

(1) Activo Líquido + Actividade Asset M anagement + Outra Desintermediação Passiva + Crédito Securitizado não consolidado(2) Inclui: Depósitos de Clientes e Certificados de Depósito(3) Inclui Recursos associados às operações de titularização conso lidadas (4) Considerando: Crédito a Clientes liquido em balanço / Recursos de Clientes de balanço

PRINCIPAIS VARIÁVEIS DA ACTIVIDADE

Variáveis Var %30 de Junho

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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O crédito a empresas continuou a registar um forte crescimento (+17,9%) embora em

desaceleração relativamente ao verificado no final de 2007 (+21,5%). No que se refere ao crédito

a particulares, a componente do crédito à habitação registou um crescimento de 7,4% (Dez, 07:

8,1%), enquanto que o crédito a particulares para as restantes finalidades apresentou um

aumento de 12,5% (Dez, 07: 17,5%). A dinâmica do crescimento do crédito foi acompanhada por

uma progressão positiva na captação de recursos de balanço o que permitiu que o rácio de

transformação se situasse em 121% (Março 08: 124%). A melhoria do rácio de transformação é

um elemento indispensável considerando a situação financeira internacional actual.

A actividade de desintermediação reflecte os efeitos do desempenho negativo do mercado

financeiro que tem incentivado a reorientação da poupança para produtos de balanço. A evolução

da gestão de carteiras e da gestão discricionária de particulares continua a registar algum

dinamismo contrariando a redução observada nos activos sob gestão dos fundos de investimento.

4.2 Principais Áreas de Negócio

A actividade desenvolvida pelo Grupo BES é suportada por um conjunto de unidades

especializadas (organização multiespecialista) que assumem a prestação de serviços

caracterizados pela excelência e permanente orientação para as necessidades de cada cliente –

particulares, empresas e institucionais.

4.2.1 Banca de Particulares

A rede do Grupo, no final de Junho de 2008, era composta por 722 agências no território nacional

(o que traduz um crescimento líquido de 22 agências desde o início do ano e de 65 agências face

ao período homólogo), e incluía 35 postos avançados resultantes de parcerias com agentes de

seguros ao abrigo do programa Assurfinance. A expansão da rede de balcões está a ser

primordialmente concentrada em zonas do país com um poder de compra relevante (mais de

85% das aberturas ocorreram em concelhos com um poder de compra superior a 70% da média

nacional) e está assente em modelos de funcionamento de baixo custo (o investimento e os

custos operativos situam-se em média 43% abaixo dos custos de um balcão tradicional). A

actividade destes balcões tem suportado de forma importante os níveis de captação de clientes: o

universo de balcões novos contribuía, em Junho de 2007, para 8,5% da captação de novos

clientes, tendo este contributo aumentado para 14,6% no final do primeiro semestre de 2008.

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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Adicionalmente, a evolução do movimento financeiro angariado pelas novas estruturas comerciais

encontra-se em linha com o respectivo business plan, permitindo atingir o break-even operacional

no decorrer do segundo ano de actividade, e o pay-back do investimento no decorrer do quarto

ano. Este crescimento do movimento financeiro contribuiu em 17% para o aumento homólogo do

movimento financeiro de retalho.

A expansão da rede, aliada às diferentes iniciativas de captação de clientes, permitiu ao Grupo

BES captar mais de 90 mil novos clientes desde o início de 2008 (o que traduz um aumento

homólogo de 22%, com particular destaque para a captação de clientes afluentes, que cresceu

33%). Paralelamente à dinâmica de captação, o número de clientes fidelizados cresceu de forma

substancial, em particular nos segmentos de maior valor. No que diz respeito aos clientes

afluentes fidelizados, registou-se um crescimento de 7,5% face ao período homólogo, conduzindo

a um aumento do respectivo movimento financeiro em 11,4%. No segmento de negócios, o

número de clientes fidelizados cresceu 4,5% face a 2007 e o movimento financeiro aumentou

6,2%, o que constitui uma evolução expressiva num contexto de reforçada selectividade na

concessão do crédito e de consequente aumento do recurso ao auto – financiamento pelo tecido

empresarial nacional.

Para o crescimento dos Particulares e Negócios importa destacar:

• Elevados padrões de captação de recursos: aumento homólogo de 8,4% nos recursos a

prazo, com particular expressão nos depósitos a prazo que registaram um crescimento de

51,1%. Esta dinâmica está igualmente patente tanto na carteira de PPR/E, que em Junho

registava um crescimento de 15,8% face ao homólogo (tendo o Grupo atingido uma quota de

mercado na produção de PPR/E de 36%, reforçando a liderança neste importante produto)

como na subscrição de produtos de capitalização que cresceu 51,7% em termos homólogos

na rede de retalho;

• Crescimento do crédito com um elevado grau de selectividade: evolução homóloga do crédito

à habitação em 7,4% (com 55% da produção em Junho concentrada em clientes afluentes,

de menor risco, o que traduz um reforço da selectividade comercial, pois em 2007, 50% da

produção correspondia já a este universo de clientes). Esta evolução foi acompanhada por

uma política de pricing que reflecte o agravamento do custo de fundos do sector financeiro:

no caso do mass market o spread da produção de crédito habitação situou-se 22 pontos base

acima do praticado na produção do final de 2007. No restante crédito a particulares o

crescimento do semestre foi de 1,5% quando no último semestre de 2007 tinha-se cifrado em

10,8% face ao semestre anterior. A produção de crédito ao consumo também tem sido

marcada por um peso relevante de crédito concedido a clientes afluentes: 40% da produção

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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do primeiro semestre de 2008. No caso específico do crédito concedido a Negócios, foi

igualmente seguida a política de ajuste do modelo de pricing às actuais condições dos

mercados, tendo o spread contratado da carteira de crédito aumentado em mais de 42 pontos

base desde o início do ano (contas correntes, financiamentos de médio longo prazo e

financiamentos à construção).

• Aumento sustentado do cross-selling, variável crítica na banca de retalho, onde o Grupo

conseguiu manter um elevado nível de crescimento das vendas de produtos (aumento de

25% face ao período homólogo). Neste contexto importa destacar o desempenho ao nível da

subscrição das contas - serviço (+16,5%), seguros vida risco (+36,9%) e banca seguros não

vida (+55,4%, com destaque para os seguros saúde que cresceram 170,5%). Como corolário

desta dinâmica, a taxa de equipamento aumentou em média 0,13 produtos por cliente,

melhoria registada em todos os segmentos que compõem a área de negócio.

O programa Assurfinance manteve um contributo expressivo para o desempenho comercial

através da captação de cerca de 18,3 mil novos clientes (+16%), da colocação de 17 mil cartões

de crédito (cartões T) e de 14% da produção total de crédito habitação.

O primeiro semestre de 2008 manteve a tendência de reforço da implementação dos Canais

Directos. Assim, o número de utilizadores do Internet banking de particulares – BESnet – atingiu

os 943 mil clientes, um crescimento de 12% face ao período homólogo. Simultaneamente,

verificou-se um aumento substancial da actividade, com o número de utilizadores frequentes a

crescer 22% e o número total de acessos 24% contribuindo para o aumento da taxa de

externalização de 62,6% para 63,4%. A área de Canais Directos continua a reforçar as

capacidades comerciais do seu dispositivo, em estreita interligação com a função de servicing,

com produtos adequados e exclusivos para o canal. As subscrições on-line de produtos de

poupança atingiram 511 M€, quase 9 vezes mais do que no semestre homólogo

No primeiro semestre de 2008 o Banco Espírito Santo dos Açores deu início a uma nova

etapa da sua actividade. Com os novos Órgãos Sociais eleitos em Assembleia-geral realizada em

Fevereiro, o Banco procedeu à alteração da sua estrutura orgânica e abriu o seu primeiro Centro

de Empresas. Foi também aberto um novo balcão em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira –

Lameirinho. Ao nível da actividade, o crédito a clientes cresceu 19,9%, atingindo os 354,6 M€,

com o crédito à habitação a aumentar 26,8%; os recursos de clientes, por seu lado, registaram

um aumento de 13,5%, totalizando 265,7 M€; enquanto que os recursos de desintermediação se

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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mantiveram o mesmo nível de Junho de 2007 elevando-se a 44,8 M€. O produto bancário situou-

se em 7,0 M€ (+ 1,2%), enquanto que o resultado líquido atingiu os 2,3 M€ representando um

decréscimo de 9,0% em relação a Junho de 2007.

4.2.2 Private e Asset Management

O desenvolvimento da actividade de private banking do Grupo BES caracterizou-se por uma forte

dinâmica apesar das condições de mercado adversas. Os activos sob gestão, incluindo o efeito de

desvalorização dos mercados, cresceram 5% em termos homólogos. No semestre manteve-se a

política de diversificação do património dos clientes (a gestão de carteiras cresceu 24%,

nomeadamente), tendo, em paralelo, sido registado um aumento da procura de soluções

intermediadas (o volume de depósitos a prazo aumentou 15% em termos homólogos). Foram

igualmente intensificadas as iniciativas de captação member-get-member (tanto no âmbito da

actividade doméstica como da actividade desenvolvida pelo International Private Banking), bem

como as iniciativas inseridas no programa cross-segment através da captação de sócios ou

gestores de topo de empresas clientes do Grupo, com particular destaque para a parceria com o

Banco Espírito Santo de Investimento, que tem como propósito o reforço dos níveis de captação

de family offices e de clientes sofisticados.

O volume global de activos sob gestão da Espírito Santo Activos Financeiros atingiu mais de

19,9 mil milhões de euros, o que representa um decréscimo de 3% face a Junho de 2007. Na

actividade dos fundos mobiliários e com o objectivo do alargamento da oferta de produtos foi

lançado um conjunto de novos fundos: dois fundos especiais de investimento (ES Rendimento e

ES África) e três fundos flexíveis (ES Plano Prudente, ES Plano Crescimento e ES Plano Dinâmico),

que atingiram, no final do semestre, mais de 657 M€. Na vertente imobiliária, de registar a

performance do fundo ES Logística que atingiu um montante superior a 24 M€ de activos sob

gestão, tendo-se constituído três novos fundos fechados de subscrição particular - Capital SIM,

Costa Atlântica e Gestindustria. Relativamente à actividade internacional, de destacar o

lançamento do primeiro fundo no Reino Unido através da NAU Capital que atingiu, no final do

semestre, mais de 200 M€ de volume sob gestão. No Luxemburgo, está em preparação o

lançamento de um conjunto de novos fundos com o objectivo de satisfazer as necessidades de

novos segmentos de mercado. O reforço da política de desenvolvimento internacional em Angola

e no Brasil, tem sido sustentado bem como a diversificação da oferta da ESAF com novos

produtos.

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O Banco BEST apresentava, no final do semestre, um volume de activos de clientes sob gestão

de 1200 M€, representando um crescimento de 16% face ao período homólogo. A oferta de

produtos de asset management continuou a ser reforçada, tendo-se disponibilizado fundos de

investimento de três novas sociedades gestoras – Standard Asset Management (uma divisão do

Standard Bank plc, inteiramente detida pelo Standard Bank Group da África do Sul),

Threadneedle e F&C. Desta forma a oferta de fundos de investimento cresceu 33% face ao

semestre homólogo e ascende actualmente a cerca de 1690 fundos de 41 sociedades gestoras.

Neste período, e em linha com as expectativas e preferências dos clientes, houve ainda uma

maior focalização e dinamização da oferta de produtos estruturados, tendo sido disponibilizados

27 diferentes produtos correspondendo a outras tantas emissões, o que se reflectiu num volume

total de colocação de cerca de 150 M€, valor superior às colocações de todo o ano anterior. O

reconhecido posicionamento do Banco nos vectores de ‘Inovação e Performance’ foi reforçado

com a introdução, pela primeira vez em Portugal, de simuladores interactivos baseados em Web

2.0 e a disponibilização no sítio de um centro multimédia e dos RSS Feeds. Já no final do

semestre foi lançado o iSavings Card, um inovador programa de poupança para investimento. Na

área de trading e segundo os últimos dados divulgados pela CMVM o Banco reforçou, em Maio, a

liderança no mercado de derivados online em Portugal ao atingir 40% de quota de mercado.

Como corolário da actividade desenvolvida, o resultado líquido do semestre ascendeu a 2,1 M€,

um pouco mais de três vezes o valor do período homólogo.

4.2.3 Banca de Empresas

A evolução deste importante segmento de clientes caracterizou-se pelo reforço da política de

diversificação das receitas, através do cross-selling de produtos e serviços especializados, tais

como derivados, assessoria de banca de investimento, seguros e trade finance (beneficiando

neste último caso da forte presença comercial que o Grupo detém junto do segmento

exportador), que se traduziu no crescimento acentuado do seu produto bancário (+11,0% em

relação ao período homólogo do ano anterior).

O crédito a empresas apresentou no primeiro semestre uma forte atenuação do ritmo de

crescimento (o crescimento no semestre foi de 6,8%, quando no último semestre de 2007 se

registou um crescimento de 10,5% face ao semestre anterior). No actual contexto de mercado, o

Grupo BES tem privilegiado a concessão de crédito aos clientes de bom risco, tendo sido

ajustadas as margens praticadas em consequência do agravamento do custo de fundos em

função, naturalmente, do perfil de risco dos clientes: a título de exemplo, o spread contratado da

carteira de crédito junto dos clientes médias empresas aumentou, desde o início do ano mais de

20 pontos base (contas correntes, financiamentos de médio longo prazo e financiamentos à

construção).

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A evolução do crédito tem vindo a ser acompanhada por uma política rigorosa de reciprocidade

na captação de recursos e pelo continuado esforço de diversificação de receitas decorrentes da

prestação de serviços da globalidade das entidades que integram o universo do Grupo BES. Neste

contexto, a captação de recursos junto de clientes médias empresas aumentou substancialmente

face ao ano anterior, com especial destaque para os recursos de balanço, que cresceram em

termos homólogos 10,5%. O produto bancário do segmento apresentou um acréscimo das

comissões de serviços a clientes de 30,7%, tendo o peso dos recursos e do equipamento atingido

29% do produto bancário (vs. 21% no período homólogo), com um forte contributo da área de

derivados (+209%), seguros (+34%) e produtos e serviços de cash management (+38%).

De destacar o continuado esforço e sucesso na captação de novos clientes que, no trimestre,

foram cerca de 170, depois de no trimestre anterior terem sido captados 150 clientes.

No âmbito da acção comercial de captação e desenvolvimento de negócio com clientes ibéricos, o

número de clientes activos em Portugal e Espanha atinge já o total de 470 – cerca de 330

empresas espanholas com presença em Portugal e 140 empresas portuguesas com presença em

Espanha, o que representa 30% do universo potencial de empresas de bom risco com presença

nos dois países.

O forte crescimento verificou-se igualmente no Internet banking para empresas – BESnet

Negócios – que alcançou 69 mil utilizadores no primeiro semestre, um crescimento de 16,9%

face ao período homólogo. O número de acessos cresceu 16,6% e o total de operações

efectuadas aumentou 32,1%, fruto do aumento de clientes e também do número de

funcionalidades disponíveis.

A grave crise internacional tem provocado uma forte desaceleração da economia portuguesa,

reflectindo-se, naturalmente, no desenvolvimento da actividade dos sectores de leasing e de

factoring, com repercussões na actividade da Besleasing e Factoring. No segmento do leasing

mobiliário a produção ascendeu a 253,1 M€ (+0,1%), enquanto no segmento de leasing

imobiliário a produção atingiu 318,4 M€ (-12,9%). No factoring e na gestão de pagamentos a

fornecedores (confirming) a produção alcançou 1901,3 M€ (+4,5%), o qual se traduziu em

1404,2 M€ de crédito sob gestão (+2,7%). A produção global da empresa atingiu 2472,8 M€,

correspondendo a um ligeiro crescimento de 1,4% em relação ao período homólogo do exercício

anterior. O resultado líquido ascendeu a 7,5 M€, superando ligeiramente o observado no período

homólogo do ano transacto e permitindo um nível de rentabilidade anual (ROE) de 18,7%.

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4.2.4 Grandes Empresas e Institucionais

O semestre foi marcado por uma importante dinâmica comercial, com especial ênfase para a

evolução dos recursos e do cross-selling, em coerência com a estratégia de diversificação da

fontes de receita, destacando-se o aumento do comissionamento originado em serviços,

nomeadamente derivados (que aumentaram os proveitos mais de 20 vezes face ao período

homólogo), trade finance (+18,8%) e banca de investimento (+24,0%).

O peso das comissões dos serviços atinge já 21% do produto bancário do segmento e em

conjunto com a receita de recursos representa 38% do produto bancário (no período homólogo

situava-se em 30%).

4.2.5 Banca de Investimento

As actividades do BES Investimento (BESI) apresentaram níveis de performance e actividade

muito positivos, não obstante a conjuntura adversa, com o produto bancário consolidado a atingir

112,3 M€, o que reflecte um crescimento de 32% face ao período homólogo do ano transacto.

Na actividade do primeiro semestre destacam-se como principais operações e ocorrências:

• Na área de Fusões e Aquisições, a conclusão de algumas operações de relevo: (i) alienação

de 100% do capital accionista da TV Tel Comunicações à ZON Multimédia; (ii) aquisição da

Económica pela Ongoing Strategy Investments (operação dependente da Autoridade da

Concorrência); (iii) assessoria aos accionistas maioritários da Envases de Plastico, na venda

da sua participação maioritária à companhia alemã Gersheimer; (iv) assessoria à Beegreen na

aquisição da Evertis Ibérica; (v) assessoria à Vivo Participações na aquisição da Telemig

Celular Participações e Telemig Celular.

• Na área de Project Finance e Securitização, concretizaram-se várias operações de

financiamento estruturado de que se destacam: (i) Elecgás - central de ciclo combinado a gás

natural – pelo montante global de 557,7 M€; (ii) CUF Químicos Industriais no âmbito do

projecto de investimento no complexo industrial de Estarreja, pelo montante global de

152,8 M€; (iii) SAPEC no âmbito do aumento de capital da sociedade espanhola Naturener –

empresa do grupo SAPEC vocacionada para o sector das energias renováveis – pelo montante

de 92,4 M€; (iv) Babcock & Brown International Pty Limited pelo montante global 2750

milhões de dólares australianos; (v) Texas Gulf Wind LLC (subsidiária da Babcock & Brown) –

construção de um parque eólico nos EUA - pelo montante global de 606,9 milhões de dólares;

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(vi) Projectos de Concessão Rodoviária Federal da OHL cujo valor total de investimento para

os próximos cinco anos serão de aproximadamente 4,2 mil milhões de reais, nesta fase com

participação em 30 milhões de reais num bridge loan; (vii) TAV Istanbul Terminal ("TAV"),

como Senior Lead Arranger no financiamento de dívida sénior no montante global de 525 M€,

com vista ao reembolso antecipado das facilidades originais do projecto e ao financiamento

do novo plano de investimento; (viii) Buttler Ridge LLC (subsidiária da Babcock & Brown) –

construção de um parque eólico nos EUA - pelo montante global de 124,5 milhões de dólares;

(ix) Kleen Energy Systems LLC – construção de central de produção de energia a ciclo

combinado nos EUA – pelo montante global de 1015 milhões de dólares; (x) Babcock & Brown

Wind Partners (BBW) – aquisição de quatro novos parques eólicos na Alemanha; (xi) Capital

Beltway - Mandated Lead Bank, como na prestação de 120 milhões de dólares uma Direct Pay

Letter of Credit com vista a garantir o serviço da dívida correspondente à subscrição de

Private Activity Bonds pela Goldman Sachs no âmbito do financiamento à construção e

operação das High Occupancy Toll Lanes para a auto-estrada Capital Beltway nos EUA.

• Na área de Leveraged Finance, salienta-se a actuação como (i) Joint Mandated Lead

Arranger no financiamento da aquisição da empresa espanhola Pretersa-Prenavisa Estructuras

de Hormigón por parte da Magnum Industrial Partners, num montante global de

aproximadamente 92 M€; (ii) Joint Mandated Lead Arranger no financiamento da aquisição da

Elilario pela Helicapital Inversiones Aéreas, S.L. (serviços associados a helicópteros) e pelo

seu accionista principal (Investindustrial) por um montante de 142,2 M€ e (iii) Arranger no

financiamento da aquisição da CTL Logistics (transporte ferroviário de mercadorias) pela

Bridgepoint por um montante global de 241,1 M€.

• Na área de Mercado de Capitais – Renda Variável, são de referir a emissão pelo BES

Finance Ltd de Exchangeable Bonds de 1000 milhões de dólares, indexadas ao valor das

acções ordinárias do Banco Bradesco na qual o BES Investimento actuou como Joint

Bookrunner. Esta é a segunda maior emissão realizada até à data na Europa e enquadra-se

nas actividades correntes de financiamento do Grupo BES e a actuação como Joint Global

Coordinator & Bookrunner do IPO da EDP Renováveis concluído no mês de Junho, no

montante de 1567 M€, tornando-o no maior IPO realizado na Europa este ano. No Brasil

destacamos a distribuição secundária de 400 milhões de reais de acções ordinárias da

COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais, na qual o BES Investimento actuou

como Co-Manager.

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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• Na área de Mercado de Capitais – Renda Fixa, destacam-se a montagem e agenciamento

de dezassete programas de Papel Comercial num montante global de aproximadamente

260 M€ com destaque para os Programas da Teixeira Duarte (120 M€), Martifer (63,2 M€) e

ZON Multimédia (50 M€). No que respeita a aberturas de crédito, fecharam-se três operações

num montante global de 115 M€. Relativamente ao mercado obrigacionista o BESI foi

mandatado como Joint Lead Manager de emissões de obrigações, a taxa fixa, para o Banco

Panamericano (130 milhões de dólares) e o Banco de Minas Gerais (200 milhões de dólares).

De salientar ainda o papel como líder conjunto e colocador das obrigações a taxa de juro

variável emitidas pelo Banco Espírito Santo, no montante total de 1250 M€. Em relação ao

Brasil, o BESI actuou como Joint Lead Manager nas notes emitidas pelo Banco Panamericano

(130 milhões de dólares) e Banco BMG (200 milhões de dólares), e como Co-Manager nas

notes emitidas pelo Banco Sofisa (125 milhões de dólares) e nas debêntures emitidas pela

American Bank Note (180 milhões de reais).

• Na área da Corretagem o destaque vai para a recuperação da liderança do mercado de

corretagem em Portugal, com uma quota de mercado de 12,4% e da subida para o quinto

lugar na Bolsa de Madrid, onde se atingiu uma quota de mercado 5,2%.

• Na área de Private Equity destaca-se a operação de leverage buyout através da qual a

Espírito Santo Capital liderou a aquisição de 80% da Comercial Salgar, empresa sedeada em

Saragoça dedicada à produção, distribuição e comercialização de mobiliário e acessórios de

casas de banho. No final de Junho, procedeu-se à ampliação do fundo Espírito Santo

Infrastructure Fund I (ESIF) para o montante de 75,5 M€. O ESIF é um fundo de capital de

risco destinado ao investimento nos sectores de infra-estruturas e energia.

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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4.3 Unidades Operacionais no Exterior

As unidades no exterior foram determinantes para o crescimento alcançado pelo Grupo: o crédito

a clientes aumentou 24,9%, os recursos totais de clientes 20,4% e os activos totais atingiram os

27,7 mil milhões de euros, correspondente a um acréscimo de 9,8% face ao período homólogo,

níveis de crescimento superiores aos verificados no mercado doméstico.

milhões de euros

Jun, 07 Jun, 08 Var % Jun, 07 Jun, 08 Var %

Activos Totais (1) 66 722 69 738 4,5 25 234 27 699 9,8

Crédito a Clientes (incluindo securitizado) 36 899 41 459 12,4 6 797 8 487 24,9

Recursos Totais de Clientes 36 788 38 937 5,8 13 561 16 329 20,4(1) Activo Líquido + Actividade Asset Management + Outra Desintermediação Passiva + Crédito Securitizado não consolidado

ACTIVIDADE DAS UNIDADES OPERACIONAIS NO EXTERIOR

Actividade Doméstica Actividade Internacional

Durante este semestre a Sucursal do BES em Espanha apresentou uma evolução positiva nos

três segmentos de negócio – private banking, banca patrimonial (clientes afluentes) e banca de

empresas – tendo em consideração a performance actual dos mercados financeiros. O volume de

negócios cresceu 880 M€ em relação ao período homólogo do ano anterior. A conta de resultados

reflecte o crescimento continuado dos últimos anos, o esforço de adequação nas margens do

crédito e a contenção de custos. A margem de exploração da unidade de negócio, que inclui a

sucursal bancária e a gestora de activos, alcançou 7,2 M€, versus 3,8 M€ em Junho de 2007, o

que representa um crescimento homólogo de 93%. O crescimento do crédito foi inferior ao de

2007, tanto nas empresas como nos particulares, em linha com as circunstâncias dos mercados

financeiros. Adicionalmente os activos sob gestão registaram uma desaceleração no crescimento

em resultado da queda dos mercados.

O Banco Espírito Santo Angola (BESA) é hoje um banco universal de referência no mercado

angolano destacando-se por apresentar os melhores índices de rentabilidade e eficiência, a par da

projecção de uma imagem de solidez, confiança e excelência no serviço prestado ao cliente. A

comprová-lo a atribuição neste semestre dos prémios de melhor Banco a operar em Angola e de

melhor Banco da Africa sub-Sariana, pela Global Finance e pela World Finance, respectivamente.

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

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Este posicionamento tem sido acompanhado com o aumento gradual da quota de mercado do

crédito e de depósitos de clientes.

A estrutura comercial é composta, actualmente, por 27 balcões, em seis províncias de Angola (17

balcões em Luanda), dispondo ainda de dois centros de Empresas e um centro Private em Luanda

e de um Gabinete de banca de investimento. Na área de gestão de activos, no final de Março,

ficou formalmente constituída a BESAACTIF, sociedade gestora de fundos de investimento, a qual

se irá dedicar, numa primeira fase, à gestão de fundos de investimento imobiliário fechados.

Em 30 de Junho de 2008, o activo líquido ascendia a 1838 M€ (+144%), os recursos captados

junto de clientes atingiram 1248 M€ (+112%) e o crédito concedido elevou-se a 802 M€

(+118%). Estes crescimentos resultam do desenvolvimento da actividade no mercado angolano,

nomeadamente no segmento de empresas, sendo de realçar diversas iniciativas de reforço do

posicionamento neste segmento, não só com empresas locais, mas também através do apoio a

delegações de empresas portuguesas e oriundas de outros países que se deslocaram a Angola.

O produto bancário ascendeu a 59,2 M€, que compara com 36,4 M€ no período homólogo

anterior (+63%), para o que contribuiu o aumento do resultado financeiro (+142%), dos serviços

a clientes (+16%) e dos resultados de mercados (+5%). Apesar do crescimento dos custos

operativos, decorrente do aumento significativo da actividade, o Banco apresenta elevados níveis

de eficiência, traduzidos num Cost to Income de 33,9% (39,2% do período homólogo do ano

anterior). O resultado ascendeu a 37,3 M€ representando um crescimento de 78%. A

rentabilidade dos capitais próprios, em base anualizada, é de cerca 67,1% que compara com

63,0% em igual período do exercício anterior.

A actividade do ES Bank continuou a registar progressos, com a estrutura da carteira de crédito

a evoluir com base em segmentos com melhor risco (habitação para particulares, imobiliário

comercial e crédito avalizado pelas Export Credit Agencies), apresentando um crescimento de

17,4% em relação ao final do exercício de 2007 (considerando valores em moeda local). O

resultado operacional registou uma melhoria suportada pelo aumento da margem financeira e

pelo crescimento das comissões. A broker/dealer, ES Financial Services, apresentou resultados

cerca de cinco vezes superiores aos do semestre homólogo fruto de um bom posicionamento no

mercado, apesar da difícil conjuntura que se vive, e da oferta diversificada de produtos. Os

activos sob gestão atingiram 860 milhões de dólares, um acréscimo de 61 milhões de dólares

desde o início do ano.

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As actividades do Banque Espírito Santo et de la Vénétie, apesar de desenvolvidas num

contexto económico-financeiro bem mais adverso, proporcionaram um resultado bruto de

exploração superior ao do primeiro semestre de 2007 (+4,1%), tendo-se mantido as boas

performances na generalidade das linhas de negócio. O produto bancário registou um aumento

de 4,4% face ao valor realizado no período homólogo do ano anterior. Os custos gerais,

decorrente de uma politica que visa alargar e diversificar a base das actividades do Banco e,

simultaneamente, reequilibrar a pirâmide de idades da instituição, apresentaram um aumento de

4,8% face ao primeiro semestre de 2007, registando o Cost to Income um valor de 41,9%. No

decorrer do segundo trimestre procedeu-se à elaboração de um plano estratégico a 3 anos, o

qual assenta, por um lado, na diversificação das linhas de negócio existentes alargando a

expertise a novos nichos sectoriais e, por outro lado, na constituição de equipas vocacionadas

para o aconselhamento às empresas e para as actividades de private banking.

A actividade do Banco Espírito Santo do Oriente (BESOR) na área de crédito,

comparativamente ao período homólogo do ano anterior, registou um acréscimo de 10,1%.

Continuou a adoptar-se uma grande selectividade na escolha de activos e grande rigor na

concessão de crédito. Em 2008, definiu-se como orientação prioritária, uma política de funding

dinâmica, consubstanciando-se a captação de depósitos de clientes na região da Ásia-Pacífico

como um dos grandes objectivos estratégicos da instituição. Assim, num contexto de forte

instabilidade dos mercados financeiros o Banco apresenta uma evolução positiva na captação de

recursos de clientes, verificando-se um aumento de 134,8 %, comparativamente a Junho de

2007.

A actividade da Sucursal do BES em Londres centra-se no negócio de banca de wholesale no

mercado europeu, sendo um importante dinamizador da expansão internacional do Grupo BES.

No âmbito da política de funding assume particular importância a captação de recursos junto de

empresas, bancos e institucionais, nomeadamente através da angariação de depósitos de clientes

(+49%), depósitos de instituições de crédito (+32%) e na emissão e colocação de certificados de

depósito (+26%). De realçar a autonomia da Sucursal quanto ao funding assim como o elevado

movimento financeiro registado no período, cerca de 13,1 mil milhões de euros que compara com

10,8 mil milhões de euros do período homólogo (+21%).

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

27

O elevado nível de know how acumulado ao longo de anos de presença activa na “city” levou a

Sucursal a atingir um grau de especialização que lhe permite hoje assumir, de modo selectivo,

posições de underwriting, arranger e participante em operações estruturadas com enfoque nas

linhas de negócio de leveraged finance e structured trade finance de commodities. Neste capítulo

de financiamento internacional, salienta-se a estreita colaboração com o BES Investimento no que

respeita ás operações de project finance. Paralelamente, providencia suporte a empresas

portuguesas ou relacionadas com clientes do Grupo, oferece serviços à comunidade portuguesa

residente no Reino Unido e desenvolve, junto do mercado britânico e irlandês, a oferta de

diversos produtos de poupança e de financiamento.

A Sucursal do BES em Nova Iorque concentra a sua actividade na banca de wholesale,

maioritariamente nos EUA e Brasil, presença que se tem revelado crucial na captação de recursos

junto de clientes institucionais e corporate americanos, com destaque particular para os depósitos

de clientes (+44%) e para a colocação activa do programa de certificados de depósito e do

programa de papel comercial. Posicionando-se nos segmentos alvo das empresas de média e

grande dimensão, tem tido uma acelerada especialização dos seus produtos nomeadamente em

operações de trade finance incluindo structured trade finance, empréstimos sindicados e, em

parceria com o BES Investimento, operações de project finance. Apesar da evolução desfavorável

dos mercados, a sucursal registou neste primeiro semestre um incremento nos resultados

(+223%), reforçando a sua posição no desenvolvimento da estratégia internacional do Grupo

BES.

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5. SOLIDEZ FINANCEIRA E OUTROS INDICADORES

5.1 Qualidade do Crédito a Clientes

O Grupo tem vindo a desenvolver múltiplas iniciativas, no quadro programático Basileia II, com o

objectivo de assegurar o controlo eficaz e a mitigação dos riscos de crédito. O desenvolvimento

sistemático da modelização do risco de crédito, a melhoria contínua ao nível dos procedimentos e

circuitos de decisão, o direccionamento dos créditos para os segmentos de clientes e para

produtos com menor risco e o reforço dos meios afectos à recuperação têm conduzido a

melhorias assinaláveis ao nível do perfil de risco da carteira de crédito.

absoluta relativa

DADOS DE BASE (milhões de euros)

Crédito a Clientes (bruto) 39 142 43 161 45 959 6 817 17,4%Crédito Vencido 489,2 507,6 595,6 106,4 21,7%Crédito Vencido > 90 dias 421,4 432,9 497,1 75,7 18,0%

Crédito com Incumprimento (B.Portugal) (a) 550,2 604,2 708,1 157,9 28,7%Provisões para Crédito 909,7 990,4 1080,4 170,7 18,8%

INDICADORES (%)

Crédito Vencido / Crédito a Clientes (bruto) 1,3 1,2 1,3 0,0 p.p.

Crédito Vencido > 90 dias / Crédito a Clientes (bruto) 1,1 1,0 1,1 0,0 p.p.

Crédito com Incumprimento / Crédito a Clientes (bruto)(a) 1,4 1,4 1,5 0,1 p.p.

Provisões para Crédito / Crédito Vencido 185,9 195,1 181,4 -4,5 p.p.

Provisões para Crédito / Crédito Vencido > 90 dias 215,9 228,8 217,5 1,6 p.p.

Provisões para Crédito / Crédito com Incumprimento 165,3 163,9 152,6 -12,7 p.p.

Provisões para Crédito / Crédito a Clientes 2,3 2,3 2,4 0,1 p.p.

Carga de Provisões para Crédito 0,46 0,49 0,53 0,07 p.p.

Carga Líquida de Recuperações de Créditos Abatidos ao Activo 0,37 0,41 0,50 0,13 p.p.

(a) De acordo com a definição constante da Carta Circular nº 99/03/2003 do Banco de Portugal

QUALIDADE DO CRÉDITO A CLIENTES

Jun, 08Variação

Jun,07/ Jun ,08Dez,07Jun, 07

Comparativamente ao semestre homólogo do ano anterior é de destacar a evolução de:

- sinistralidade - o peso do crédito vencido há mais de 90 dias no crédito total manteve-se em

1,1%;

- cobertura – a relação entre as provisões e o crédito vencido há mais de 90 dias situou-se em

217,3%;

- custo do risco – a relação entre o reforço das provisões para crédito a carteira de crédito a

clientes elevou-se a 0,53%.

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Esta evolução, que mantém a abordagem prudente do Grupo sobre a avaliação do risco de

crédito, reflectiu-se no aumento do saldo das provisões para crédito em 170,7 M€, com o crédito

vencido há mais de 90 dias a apresentar um incremento de 75,7 M€.

5.2 Liquidez, Solvabilidade e Solidez Financeira

Atentas as condições adversas que vêm condicionando o normal funcionamento dos mercados

financeiros mundiais nos últimos meses, pode afirmar-se que o Grupo BES, apesar de não estar

imune a tais condicionantes, tem conseguido superar as dificuldades e constrangimentos

mantendo razoáveis níveis de liquidez e solidez financeira.

5.2.1 Liquidez

A tradicional gestão prudente da liquidez realizada pelo Grupo e reforçada em 2007/08,

atendendo à crise do sector financeiro, assente na diversificação das fontes de financiamento e

que sempre privilegiou instrumentos de dívida de médio e longo prazo, tem permitido, de forma

consistente, a manutenção de um excesso de liquidez no curto prazo.

No primeiro semestre de 2008, e apesar das condições de mercado adversas, o Grupo aproveitou

as escassas janelas de oportunidade que surgiram nos mercados de capitais internacionais e

executou as seguintes emissões de dívida de médio e longo prazo:

• a primeira emissão de obrigações hipotecárias no montante de 1250 M€, efectuada ao

abrigo do programa estabelecido em Novembro de 2007 - €10.000.000 Covered Bond

Programme;

• uma emissão de obrigações permutáveis indexadas às acções ordinárias Bradesco, no

montante de 1000 milhões de dólares (equivalente a 668 M€);

• uma emissão ao abrigo do programa EMTN de dívida sénior no montante de 1250 M€;

Estas emissões aportaram liquidez no montante aproximado de 3300 mil milhões de euros (que

representa um excesso face ao montante global de dívida de médio e longo prazo a maturar em

2008), beneficiando o gap de liquidez a menos de um ano, que em 30 de Junho de 2008

apresentava um valor positivo de 280 M€. Já em Julho, e apesar das difíceis condições de

mercado concretizou-se a sua segunda emissão de obrigações hipotecárias no montante de

1250 M€.

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No âmbito da gestão do risco de liquidez o Grupo estabeleceu, adicionalmente, embora sem ter

tido necessidade de a mobilizar, uma carteira de títulos elegíveis para redesconto, junto dos

Bancos Centrais ou nos mercados de repos, em níveis muito confortáveis. Esta carteira de títulos,

já deduzida de haircuts conservadores, representava no final do semestre aproximadamente 5,6

mil milhões de euros, dos quais cerca de 2 mil milhões de euros são títulos elegíveis para

redesconto junto de Bancos Centrais.

5.2.2 Solvabilidade - Basileia II (Novo Quadro Prudencial)

Com a publicação em Abril de 2007 dos Decretos-Lei 103/2007 e 104/2007, o Estado Português

procedeu à transposição para o direito nacional do novo regime prudencial constante da Directiva

Bancária Codificada (2006/48/CE) e da Directiva de Adequação de Fundos Próprios (2006/49/CE),

normalmente designada por “Basileia II”. Na sequência da publicação dos referidos diplomas

legais, o Grupo BES decidiu aplicar as derrogações transitórias estabelecidas no artigo 33º do

Decreto-Lei 104/2007 e desta forma utilizar a regulamentação prudencial em vigor a 31 de

Dezembro de 2006 até 1 de Janeiro de 2008 (“Basileia I”).

Neste mesmo âmbito, o Grupo estabeleceu como objectivo a utilização da abordagem baseada no

uso de modelos internos (método Internal Ratings Based – IRB), para o tratamento de risco de

crédito e do método Standardized Approach – TSA, para o tratamento do risco operacional.

Para esse efeito e na sequência da candidatura informal apresentada em Setembro de 2006, teve

início no decorrer de 2007 o processo de certificação em estreita colaboração com o Banco de

Portugal. Enquanto esta não for obtida utiliza-se o método Padrão (Standard) para o tratamento

do risco de crédito e o método do “indicador básico” para tratamento do risco operacional.

Paralelamente, como se pretende alcançar o objectivo traçado no parágrafo anterior, há

necessidade de manter o cálculo dos rácios de capital de acordo com “Basileia I”.

A principal diferença entre os regimes de Basileia I e de Basileia II (método Padrão -Standard) no

cálculo dos activos de risco equivalentes resulta, no essencial, da inclusão das exigências de

capital para risco operacional. Em simultâneo, foram também substancialmente aumentados,

através do Aviso 8/2007 (entrado em vigor em Janeiro de 2008) os requisitos de fundos próprios

relativos às posições em organismos de investimento colectivo (fundos de investimento) da

carteira de negociação.

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31

5.2.3 Solidez Financeira - Rácios de Capital

No quadro seguinte apresenta-se a relevante informação sobre os activos de risco, fundos

próprios e rácios de capital tendo em consideração os critérios de Basileia I e Basileia II (neste

caso apenas para o período de Junho de 2008).

Activos de Risco Equivalentes A 52 856 57 058 59 183 Banking Book 48 392 52 633 51 733 Trading Book 4 464 4 425 4 408 Risco Operacional - - 3 042

Fundos Próprios Totais B 6 067 5 716 5 716

Fundos Próprios de Base C 3 953 3 889 3 889 - Core Tier I Total Core Tier I D 3 486 3 357 3 357 Core Tier I excluindo Desvios Actuariais e Reservas de Reavaliação Negativas

- Outros Elementos 467 532 532

(Acções Preferenciais/Fundos Próprios de Base) (15%) (15%) (15%)

Fundos Próprios Complementares e Deduções 2 114 1 827 1 827

Rácio Core Tier I D/A 6,6% 5,9% 5,7%

Rácio Tier I C/A 7,5% 6,8% 6,6%

Rácio de Solvabilidade B/A 11,5% 10,0% 9,7%(1) Dados provisórios; dados de Basileia II calculados com base no método padrão

ACTIVOS DE RISCO E CAPITAIS ELEGÍVEIS (Banco de Portugal)

milhões de euros

VariáveisDez,07 Jun,08 (1)

Basileia I Basileia I Basileia II

Core Tier I excluindo Desvios Actuariais e

E

Reservas de Reavaliação NegativasE/A

3 543 3 729 3 729

6,7% 6,5% 6,3%

Os fundos próprios de base, que incluem a parte dos resultados gerados no semestre e

previsivelmente retidos (payout ratio de 40%), foram influenciados pelo aumento das reservas de

justo valor negativas (+79 M€, valor líquido de imposto) e pelo acréscimo nos desvios actuariais

fora do corredor (+190 M€). Esta última parcela tem origem no recalculo a 30 de Junho das

Responsabilidades para com Pensões e consequente contabilização dos desvios actuariais

acima do limite do corredor. O aumento dos desvios foi determinado pela redução do valor dos

activos dos fundos cuja rendibilidade no semestre foi negativa (cerca de -10%).

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Apresentação dos Resultados do Lisboa, 30 de Julho de 2008 1º Semestre de 2008

32

O valor dos Fundos de Pensões e Coberturas no Balanço, em Junho de 2008, somou 2070 M€; as

Responsabilidades elevaram-se a 1992 M€, o que corresponde a um nível de cobertura de 104%.

Os desvios actuariais reconhecidos totalizaram 493 M€.

milhões de euros

Dez,07 Jun, 08

dentro do Corredor 234 209

fora do Corredor 94 284

Total 328 493

DESVIOS ACTUARIAIS EM BALANÇO

A aplicação do método standard de Basileia II para efeitos da determinação dos activos de risco

equivalentes, à data de 30 de Junho de 2008, traduz-se num rácio Core Tier I de 5,7%, sendo o

rácio de solvabilidade de 9,7%.

Tendo em vista o estabelecimento de uma base comparativa com as regras aplicadas no exercício

de 2007, bem assim como o cumprimento do disposto no art. 32º do DL 104/2007, de 3 de Abril,

apresentam-se também no referido quadro os indicadores com base nos activos de risco

calculados pelos ponderadores e critérios de Basileia I, elevando-se o rácio Core Tier I a 5,9% e o

rácio de solvabilidade a 10,0%.

Ainda no âmbito da solidez financeira do Grupo, a valorização das principais exposições

accionistas da carteira de “Activos disponíveis para venda” evidencia uma redução, ao evoluir

para 246,4 M€ (31/Mar/2008: 398,7 M€), em resultado da crise que afecta os mercados

financeiros. Estes ganhos estão reflectidos na rubrica de “Reservas de reavaliação” da situação

líquida deduzidos dos correspondentes impostos diferidos passivos, e são elegíveis como Tier II

em apenas 45% do respectivo montante.

milhões de euros

Dez,07 Mar,08 Jun, 08

Banco Bradesco 661,7 369,3 284,4

EDP 70,5 16,2 -23,2

Portugal Telecom 76,0 -14,1 -23,4

Bradespar 22,0 18,2 -0,3

B. Marocaine Com. Exterieur 8,6 9,1 8,9

838,8 398,7 246,4

Activos Ganhos potenciais brutos

ACTIVOS DISPONÍVEIS PARA VENDAPrincipais Exposições em Acções

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33

5.3 Produtividade e Eficiência

O crescimento da actividade e a moderação no crescimento dos custos continuaram a reflectir-se

em ganhos no capítulo da produtividade, designadamente na diminuição do rácio dos custos

operativos por unidade de activo líquido médio gerido, que progrediu de 1,51% (Jun, 07) para

1,44% no final do semestre em avaliação.

No que respeita aos níveis de eficiência, devido aos fortes investimentos realizados tanto no

exterior como no mercado doméstico e por força da redução nos resultados de trading, o valor do

Cost to Income total do semestre apresenta-se superior ao do semestre homólogo do ano

anterior, mas próximo dos valores alcançados no final do exercício de 2007.

Cost to Income (com mercados) 42,2% 47,5% 48,2% 6,0

Cost to Income (sem mercados) 58,4% 59,5% 61,2% 2,8

Custos Operativos / Activo Líquido médio 1,51% 1,53% 1,44% -0,07

Activos Totais* por Empregado (eur '000) 10 705 10 520 10 743 0,4%

* Activo Líquido + Actividade Asset M anagement + Outra Desintermediação Passiva + Crédito Securitizado

INDICADORES DE PRODUTIVIDADE E EFICIENCIA

Indicadores Jun, 07 Jun, 08 VariaçãoMar,07/ Mar,0

Ano 2007

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34

5.4. Indicadores de Referência do Banco de Portugal

O quadro seguinte sistematiza os indicadores de referência instituídos pela Instrução n.º 16/2004

do Banco de Portugal para o final do 1º semestre de 2008, em comparação com os evidenciados

no período homólogo do ano anterior.

%

SOLVABILIDADE ( e)

Fundos Próprios / Activos de Risco - Basileia I 12,2 10,0 - Basileia II - 9,7

Fundos Próprios de Base/ Activos de Risco - Basileia I 8,0 6,8 - Basileia II - 6,6

QUALIDADE DO CRÉDITO

Crédito com Incumprimento (a) / Crédito Total 1,4 1,5

Crédito com Incumprimento, liquido (b)/ Crédito Total, líquido (b) -0,9 -0,8

RENDIBILIDADE

Resultado antes de Impostos e de Interesses Minoritários / Capitais Próprios médios( c)20,2 14,5

Produto Bancário (d) / Activo Líquido médio 3,6 3,0

Resultado antes de Impostos e de Interesses Minoritários / Activo Líquido médio 1,6 1,0

EFICIÊNCIA

Custos de Funcionamento (d)+ Amortizações / Produto Bancário (d) 42,2 48,2

Custos com Pessoal / Produto Bancário (d) 22,0 24,9

(a) De acordo com a definição constante da Carta Circular nº 99/03/2003 do Banco de Portugal(b) Crédito líquido de provisões para crédito vencido e para crédito de cobrança duvidosa( c) incluem Interesses Minoritários médios( d) De acordo com a definição constante da Instrução nº16/2004 do Banco de Portugal( e) Os valores relativos a Junho de 2008 são provisórios

INDICADORES DE REFERÊNCIA DO BANCO DE PORTUGAL

Indicadores Jun, 07 Jun, 08

Os indicadores que integram a grelha de referência apresentam-se dentro do quadro evolutivo

anteriormente enunciado: (i) os rácios de solvabilidade evidenciam uma redução devido ao

aumento dos activos de risco equivalentes associado às novas regras de Basileia II e à expansão

da actividade, situando-se, porém, acima dos mínimos recomendados pelo Banco de Portugal; (ii)

os indicadores de qualidade de crédito apresentam-se a níveis idênticos dos alcançados em Junho

de 2007, sendo de destacar a circunstância de as provisões em balanço ultrapassarem o crédito

com incumprimento; (iii) os indicadores de rendibilidade, afectados pela crise do mercado

financeiro, apresentam valores inferiores aos do semestre homólogo e (iv) os níveis de eficiência

reflectem o aumento dos custos operativos, superior ao crescimento do produto bancário,

também influenciado pelos menores resultados de trading.

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6. OUTROS ASPECTOS

O BES e a sociedade Espírito Santo Financial Group informaram o mercado, em 30 de Maio de

2008, do início das negociações com o Saxo Bank com vista a um eventual reforço da parceria

estratégica criada no início do corrente ano. As negociações têm em vista o eventual reforço da

participação no Saxo Bank, bem como a aquisição por este banco de uma participação no capital

social do BEST - Banco Electrónico de Serviço Total.

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

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