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ARQUIDIOCESE DE CURITIBA PAPO ABERTO SOBRE VIOLÊNCIA E JUVENTUDE SUBSÍDIO PARA GRUPOS DE JOVENS DIA NACIONAL DA JUVENTUDE 2009 "Juventude em marcha contra a Violência" Contra o extermínio da juventude, na luta pela vida Casa da Juventude do Paraná Comissão Juventude de Curitiba

DNJ 2009: Subsídio para Grupos

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DNJ 2009: Subsídio para Grupos Material elaborado pela arquidiocese de Curitiba

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Page 1: DNJ 2009: Subsídio para Grupos

ARQUIDIOCESE DE CURITIBA

PAPO ABERTO SOBRE

VIOLÊNCIA E JUVENTUDE

SUBSÍDIO PARA GRUPOS DE JOVENS

DIA NACIONAL DA JUVENTUDE 2009

"Juventude em marcha contra a Violência"

Contra o extermínio da juventude, na luta pela vida

Casa da Juventude do Paraná

Comissão Juventude de Curitiba

Page 2: DNJ 2009: Subsídio para Grupos

SUMÁRIO

O QUE É O DNJ? ............................................................................................................................................... 1 ESTE ANO ...................................................................................................................................................... 1

QUANDO E ONDE?................................................................................................................................... 1 10 coisas que você precisa saber para participar do DNJ: ......................................................................... 2

DICAS PARA A UTILIZAÇÃO DESTE MATERIAL ................................................................................................ 3 Quebrando a Cuca... ................................................................................................................................ 3 Caminhos... ............................................................................................................................................. 3

ENCONTROS .................................................................................................................................................... 5

A MORTE DIANTE DOS OLHOS – NOSSOS NÚMEROS... ................................................................................................ 5 Quebrando a cuca... ................................................................................................................................ 5 Caminhos... ............................................................................................................................................. 9

POR QUE TANTAS MORTES? ...............................................................................................................................13 Quebrando a cuca... ...............................................................................................................................13 Caminhos... ............................................................................................................................................16

FALANDO SOBRE VIOLÊNCIA .......................................................................................................................20 Quebrando a cuca... ...............................................................................................................................20 Caminhos... ............................................................................................................................................21

O QUE O CRISTO TEM COM ISSO? ........................................................................................................................25 Quebrando a cuca... ...............................................................................................................................25 Caminhos... ............................................................................................................................................27

A CULTURA DA PAZ ..........................................................................................................................................31 Quebrando a Cuca... ...............................................................................................................................31 Caminhos... ............................................................................................................................................33

MARIA, A JOVEM EM QUEM DEUS CONFIA... ..........................................................................................................38 Quebrando a cuca... ...............................................................................................................................38 Caminhos... ............................................................................................................................................40

OBRAS CITADAS ..............................................................................................................................................46

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COMISSÃO JUVENTUDE

Arquidiocese de Curitiba Casa da Juventude do Paraná

COMISSÃO JUVENTUDE DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA Rua Jaime Reis, 369, São Francisco, Curitiba-PR. 80.510-010

Fone: (41) 2105-6368. Fax: (41) 3225-1014.

E-mail: [email protected]

CASA DA JUVENTUDE DO PARANÁ

Praça Tiradentes, 190. Centro – Curitiba

[email protected]

http://casadajuventudepr.blogspot.com

O QUE É O DNJ? O Dia Nacional da Juventude (DNJ) foi proposto pela CNBB e Pastoral da Juventude e

celebrado pela primeira vez em 1985, Ano Internacional da Juventude, proclamado pela ONU.

Seu objetivo é refletir e celebrar a juventude brasileira e sua realidade. A data escolhida é,

normalmente, o último domingo do mês de Outubro (este ano celebraremos no Sábado, de uma

forma missionária!).

Neste dia procura-se criar, em todas as dioceses do Brasil, momentos para que a Igreja

reavive sua opção preferencial pelas juventudes nos diferentes meios em que elas se

encontram. Em todo o Brasil criamos comunhão de sonhos, de metas e de ações concretas em

prol da evangelização dos jovens, protagonistas na construção do Reino de Deus.

ESTE ANO Este ano, somos convidados a realizar uma grande ação em prol da vida das juventudes,

em comunhão com a Campanha da Fraternidade de 2009. A Pastoral da Juventude Nacional, que

tradicionalmente escolhe os temas para o DNJ, nos convida a olharmos com mais atenção para a

triste realidade dos milhares de jovens que todos os anos são vítimas da violência em nosso

país.

TEMA: CONTRA O EXTERMÍNIO DA JUVENTUDE, NA LUTA PELA VIDA

LEMA: "JUVENTUDE EM MARCHA CONTRA A VIOLÊNCIA"

Na Arquidiocese de Curitiba, a Comissão Juventude convida toda a população de nossa

cidade e região a se sensibilizar com os jovens. Somos uma das capitais mais violentas do Brasil.

Mas nossa juventude não quer a morte. Ela quer viver!

Por isso, nossos grupos, escolas, movimentos, pastorais, faculdades e universidades

estarão unidos, no coração de nossa capital paranaense, comunicando a força da vida do

Ressuscitado, que resplandece no rosto jovem da Igreja de Curitiba. Queremos ser discípulos

daquele que é o Senhor, a fim de que possamos, como seus missionários, levar a força da Vida

para aqueles que jazem na produção e manutenção da morte em nossa Região Metropolitana.

QUANDO E ONDE? Dia: 24 Outubro de 2009 (Sábado)

9hs: concentração no Centro da Cidade (Praça Rui Barbosa ou Praça Santos Andrade – a definir)

9:30hs: Missa presidida por Dom Moacyr

11:00: Ação missionária nas principais ruas do Centro da Cidade

14:00hs: Arrastão pela vida das juventudes

14:40hs: Show com bandas diversas

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10 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA

PARTICIPAR DO DNJ:

1. O DNJ é um evento gratuito destinado a todos. Além das atividades missionárias,

teremos uma caminhada pela paz e shows artísticos e com apresentação de bandas ,

teatros e danças de grupos locais. Caso seu grupo não queira participar efetivamente da

missão, poderá acompanhar a programação do palco que será show de bola.

2. No dia 26 de setembro ás 14 horas teremos o dia “D”. Trata-se de um dia de

treinamento e orientações destinados a todos que trabalharão no evento, em outras

palavras, para todos que gostam de desafios e querem fazer parte desta missão. Existe

espaço para todos e todos são bem vindos! Local do Encontro: Cúria Metropolitana.

3. A participação nas atividades do dia, como danças, teatros, abordagens e outros, poderá

ser feita através inscrições antecipada na Secretaria da Comissão da Juventude pelo e-

mail:[email protected], pelo fone: 2105-6368 ou ainda no local com a

equipe de monitores. Todavia, é importante a inscrição antecipada para facilitar a

organização.

4. Os teatros e danças serão apresentados mediante temas previamente sorteados, no dia

“D” (26 de setembro). Por isso caso o seu grupo queira desenvolver uma atividade com

artes é imprescindível a participação nesta data.

5. No dia do evento haverá atividades espontâneas, como teatros, sombras, oficinas e

outros. Caso o seu grupo não tenha sido inscrito, poderá participar destas atividades

inscrevendo-se no dia.

6. Como citado no item 3 (três) haverá durante o evento abordagens aos transeuntes com

conscientização para o problema grave da violência e das drogas, junto com a mensagem

de paz que nos vem do Evangelho. Para isso teremos um treinamento no dia “D”, 26 de

setembro, para os que desejam participar dessas abordagens. Será uma experiência

muito bacana!

7. Haverá uma missa de envio no dia 24 de outubro às 09hs para todos os missionários que

participarão desta ação neste dia de conscientização e celebração.

8. Dentro da programação do DNJ 2009 teremos um ato solene: a caminhada pela paz, com

intuito de declarar que a Juventude acredita e luta pela vida. Por isso pedimos que cada

pessoa traga uma camiseta branca para este momento.

9. É importante que todos os grupos estejam uniformizados, com camisetas, bandeiras ou

outro material que expresse a identidade do grupo, pastoral ou movimento.

10. A programação do DNJ 2009 está repleta de momentos especiais. Você não pode ficar

fora dessa!

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DICAS PARA A UTILIZAÇÃO DESTE MATERIAL

Este subsídio foi desenvolvido tendo em vista a grande diversidade de movimentos,

pastorais e organismos que compõe o Setor Juventude (em Curitiba conhecido como Comissão

Juventude). A diversidade é uma riqueza, mas também torna difícil a elaboração de subsídios

que possam ser utilizados por todos.

Os autores foram ajudados por jovens de diversas expressões da juventude católica, o

que nos foi de muita utilidade! E nesta ajuda, muitas sugestões puderam realmente ser

colocadas em prática. Deste modo, esperamos que este subsídio possa ser útil para seu grupo

de jovens, pastoral, movimento, ou até mesmo enriquecimento pessoal.

O texto é dividido em seis capítulos com temas diversos sobre o grave problema da

violência e o assassinato de jovens. Não nos esquecemos de enfocar a vida que brota da

juventude, mesmo marcada pela maldade de nossa sociedade. Os jovens são capazes de muito, e

sabemos disso! Maria é quem nos comprova, dizendo sim a Deus em sua juventude!

Cada capítulo corresponde a um tema específico, que pode ser vivenciado pelos jovens

de diversas formas. Por isso, logo após o texto proposto para a reflexão (Quebrando a cuca...), seguem as sugestões de como se pode trabalhar o tema com as diversas juventudes.

Chamamos estas sugestões de “Caminhos...”, pois não correspondem a passos de um único

encontro, mas sim a diversas possibilidades que podem ser adaptadas a cada grupo ou

movimento de acordo com a realidade. Inclusive, para cada temática podem ser desenvolvidas

diversas atividades, diversos momentos de oração, aprofundamento e ação. Deste modo, se for

opção do grupo, os jovens poderão organizar vários encontros para cada tema proposto!

Para melhor compreensão de cada capítulo, descrevemos abaixo a estrutura do material:

QUEBRANDO A CUCA... Trata-se de um breve texto de reflexão sobre o assunto proposto. Inicia-se sempre

com um fato da vida (parte de matéria de jornal, testemunho de algum jovem...) e apresenta os

pontos básicos que o animador do encontro precisará saber para desenvolver a temática. Pode

ser disponibilizado para os participantes antes do encontro, a fim de que reflitam sobre o

assunto. Evite ler partes longas deste texto durante a reunião! Isso poderia tornar o encontro

muito cansativo!

CAMINHOS... São as diversas possibilidades de atividades que podem ser organizadas com o grupo.

Ressaltamos que NÃO SÃO PASSOS DE UM ÚNICO ENCONTRO, ao contrário... São

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sugestões que podem ser combinadas ou utilizadas separadamente, de acordo com a

espiritualidade do grupo, realidade que vive, opções pastorais e teológicas, etc...

Utilize a sua criatividade! Não queremos passar “receitas” prontas! Apenas desejamos

ajudar você e seu grupo de jovens a refletir! Não tenha medo de criar!

São seis os “Caminhos” que criamos para cada encontro! Abaixo segue a descrição de

cada um deles:

NOSSO CANTINHO

Sugestão de símbolos que podem ser utilizados para a realização do encontro. A reunião

pode ser realizada apenas com os símbolos. Mas se você quiser, poderá usá-los associando-os a

qualquer outro “Caminho” de encontro proposto.

PAPO CABEÇA

Perguntas que levam os jovens a questionar e debater sobre a temática proposta. O

encontro pode ser realizado apenas com o debate destas questões. Mas elas podem ser

associadas a outros modelos de encontro, de acordo com o juízo do animador ou do grupo.

AGITA A GALERA

Proposta de dinâmica, música ou outra atividade a ser realizada para aprofundar a

temática proposta.

SENTINELAS DA MANHÃ

Proposta de reunião de oração para o grupo, com o objetivo de aprofundar a temática à

luz da Sagrada Escritura, com esquemas de pregação ou sugestões para intercessão. Pode ser

associada a outros “Caminhos” propostos, conforme a necessidade do grupo ou movimento.

MÃO NA MASSA

Sugestões de atividades evangélico-transformadoras, missionárias e solidárias que

brotam da reflexão da temática proposta pelo encontro.

MAIS UM POUQUINHO

Algumas opções a mais de materiais para aprofundar o assunto do encontro: sites,

vídeos, artigos, livros, filmes e outros.

Não se esqueça: este material não é uma “receita de bolo”... É uma ajuda para que você

crie, aprofundando com os jovens de seu movimento, grupo ou pastoral! Aproveite este subsídio

como uma oportunidade para refletir sobre o grave problema dos jovens assassinados em nosso

país. Mãos à obra!

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ENCONTROS A MORTE DIANTE DOS OLHOS – NOSSOS

NÚMEROS... QUEBRANDO A CUCA...

11 de junho de 2009 - ADOLESCENTE É MORTO A TIROS NO SANTA CÂNDIDA:

O adolescente Hiago Jackson Gomes da Silva, 16 anos, foi assassinado a tiros no início da

madrugada de 11 de junho, (...) no Santa Cândida. Baleado, ele ainda correu na tentativa de buscar socorro, mas tombou na entrada de um terreno abandonado. (VELLINHO 2009)

11 de junho de 2009 - DOIS JOVENS SÃO ASSASSINADOS NA INVASÃO DO TATUQUARA:

Marcos Aurélio Siqueira da Silva, 20 anos, o “Dentinho”, foi executado com oito tiros, na noite de

quinta-feira [11/06/2009], na invasão Terra Santa, Tatuquara. (...) A cerca de 100 metros de

onde Marcos foi fuzilado, Wellington Nogueira, 23 anos, foi assassinado (...) com um tiro no

rosto. (...) Os criminosos roubaram a bicicleta, o boné e o moletom que a vítima vestia. (...) Marcos foi baleado na garagem de casa. (MONTEIRO, 2009)

11 e 12 de junho de 2009 - QUATRO MORTES EM MENOS DE 24 HORAS EM PIRAQUARA:

O ex-presidiário Charlles Munhoz de Mendonça, 20 anos, foi morto em Piraquara. Ele tentou

escapar dos assassinos, ao se esconder debaixo de um caminhão, porém os bandidos o apanharam

o mataram-no com vários tiros. A execução ocorreu na quinta-feira, por volta das 20h [12/06/2009], no bairro Guaraituba.

No meio da madrugada de ontem, Mikiel Luis Gonçalves, 30, que tinha saído há dois dias do hospital, foi morto a tiros e facadas (...) no Jardim Holandês.

Por volta das 5h de ontem, (...) no mesmo bairro, Marcelo Aparecido Balduino, 23 anos, foi

assassinado a tiros por um motoqueiro. O delegado Osmar Feijó, titular da delegacia de

Piraquara, não descarta a possibilidade de esses três crimes estarem relacionados e podem ter ligação com tráfico de drogas.

Um garoto, aparentando 16 anos, foi executado a tiros no início da noite de ontem, numa rua sem saída (...) no Botiatuva. (PLANTÃO de Sábado - 13/06/2009)

12 de junho de 2009 - CONFRONTO MATA ASSALTANTE NO JARDIM IPÊ:

Depois de passar o dia [12/06/2009] assaltando em Pinhais e no Cajuru, a quadrilha foi localizada

pela Polícia Militar, em São José dos Pinhais, no final da tarde de ontem. Em confronto com os

policiais, um suspeito, identificado apenas como Guilherme, 25 anos, morreu baleado. (ULBRICH, 2009)

12 de junho de 2009 – DOIS RAPAZES – 16 E 25 ANOS:

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Bandidos em uma Van mataram Felipe Cardoso dos Santos, 16 anos, com um tiro na cabeça, (...) em

São José dos Pinhais, por volta da 4h de ontem (12/06/2009). Na mesma madrugada, um rapaz,

de cerca de 25 anos, foi assassinado a tiros na Rua Manoel Ribas, Afonso Pena. (PLANTÃO de

Sábado - 13/06/2009)

Menos de 24 horas... Dia de Corpus Christi, dia dos namorados. Dez jovens são

assassinados na Região Metropolitana de Curitiba. Dez rapazes... Dez vidas ceifadas. Por ano,

mais de 17 mil jovens são assassinados no Brasil. Nos últimos 5 anos, cerca de 80 mil vidas

jovens (15 a 24 anos) foram ceifadas (cf. Mapa da Violência - WAISELFISZ, 2008).

Destes milhares queremos destacar um: padre Gisley Azevedo Gomes – Assessor do

Setor Juventude da CNBB – foi assassinado dia 14 de junho deste ano. O “jovem padre dos

jovens”, como definiu Dom Eduardo José Pinheiro, bispo referencial do Setor Juventude da

CNBB, foi morto por 4 jovens nas proximidades de Brasília, DF, onde residia prestando serviço

à juventude brasileira. Dos quatro envolvidos, um deles, Deivid Luiz Gomes, 17 anos, foi

brutalmente assassinado com 5 tiros à queima roupa dia 21 de junho, sete dias após a morte do

padre. Suspeita-se que Deivid tenha sido morto por não concordar assumir a autoria do crime

contra Pe. Gisley. Vidas e mais vidas – a de um padre, a de um jovem...

Até quando vamos assistir tamanho derramamento de sangue? Até quando vamos fingir

que não vemos? Até quando vamos desviar os olhos dessa situação como se fosse “normal”?

Quantos de nós tapamos os olhos diante dessa mortandade! Criamos desculpas, justificativas,

teorias para não nos envolvermos, porque não queremos ver...

Se não nos tocam essas mortes, se cada um destes jovens não nos causa amargo na boca,

a cruz de Cristo perdeu seu sentido para nós. Olhemos, portanto, para a cruz amarga da

juventude brasileira, cruelmente ocultada, mas que nós queremos ter diante dos olhos e

mostrar bem alto para todo o mundo adulto e jovem de nosso país.

NÚMEROS DE ASSASSINATOS NA POPULAÇÃO TOTAL (JOVENS E ADULTOS)

Para entendermos a gravidade da situação em que nos encontramos, destacamos abaixo

os números apontados pelo Mapa da Violência 2008 (WAISELFISZ 2008)1. Seis dos municípios

de nossa Arquidiocese estão entre as cidades mais violentas do País2. Os números abaixo

apontam o índice de assassinatos para cada 100 mil habitantes:

Ranking das cidades mais

violentas do Brasil Município

Número total de

homicídios em 2006 Taxa Homicídios em 2006*

138º Rio Branco do Sul 16 51,9

166º Almirante Tamandaré 33 47,4

206º Curitiba 874 44,7

349º Itaperuçu 4 35,9

367º Colombo 56 35,0

514º Pinhais 27 30,3

*Para cada 100 mil habitantes.

1 Todos os quadros apresentados até o final deste capítulo são retirados desta fonte. 2 Balsa Nova, Campo Largo, Campo Magro, Palmeira e Porto Amazonas não possuem índices tão elevados. Por esse motivo

não aparecem nas pesquisas.

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A situação da cidade de Curitiba é gritante, quando avaliado o número total dos

assassinatos. Nossa capital é a sétima colocada em número de homicídios. Note-se que o

número total quase dobrou de 2002 para 2006, enquanto que São Paulo e Rio de Janeiro

diminuíram consideravelmente. Além disso, se compararmos a taxa de homicídios para cada 100

mil habitantes, perceberemos que Curitiba está bem à frente de São Paulo, Rio de Janeiro e

Salvador, e quase empata com Belo Horizonte. Note-se também a situação de Colombo, no 133º

lugar:

Ranking

Brasil UF Município

Número de homicídios total Taxa

Homic.

2006*

Popul em

2006(miles) 2002 2003 2004 2005 2006

1º SP São Paulo 5575 5591 4275 3096 2546 23,7 10761,2

2º RJ Rio de

Janeiro 3728 3350 3174 2552 2273 37,7 6025,0

3º PE Recife 1312 1336 1352 1324 1375 90,9 1512,8

4º BA Salvador 585 730 739 1062 1176 41,8 2812,5

5º MG Belo

Horizonte 979 1329 1506 1293 1168 49,2 2376,0

6º AL Maceió 511 520 559 620 899 104,0 864,3

7º PR Curitiba 530 612 693 778 874 49,3 1771,8

133º PR Colombo 35 79 85 89 56 24,7 227,0

*Para cada 100 mil habitantes.

A imagem pacata de Curitiba, constantemente chamada de “cidade de primeiro mundo”

por muitos meios de comunicação, desfaz-se totalmente com estes assustadores números.

A CRUZ JOVEM: O ASSASSINATO DAS JUVENTUDES...

Se os números gerais da violência nas cidades de nossa Arquidiocese nos assustam, mais

assustadores serão os índices da violência contra os jovens. Aqui a cruz será manifesta... E não

podemos nos esquecer: estes números são frios se considerados do ponto de vista estatístico.

Mas se vistos com um olhar mais humano, doem em nós e é um escândalo para cidades

marcadamente cristãs. Cada jovem morto tem uma história, uma vida, sonhos deixados para

trás...

Em todo Brasil, de acordo com o Mapa da Violência 2008, o número de homicídios de

jovens (15 a 24 anos) aumentou cerca de 31,3% em dez anos. Em 1996 o foram 13.186, enquanto

que em 2006 este número chegou a 17.312. O crescimento foi bem superior ao que foi

constatado nos números referentes aos assassinatos na população total (de todas as idades),

que foi de 20% no mesmo período.

O Paraná é o 6o Estado brasileiro em número total de homicídios juvenis. Em 2006

assassinamos 1.146 jovens. O número corresponde a 6,68% dos homicídios totais de jovens do

Brasil, que foi de 17.161 no mesmo ano. Note-se que a população total do estado do Paraná

corresponde a 5,6% do povo brasileiro. Isso significa que matamos mais jovens em relação aos

demais estados do país na comparação com a população total.

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COMISSÃO JUVENTUDE

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Em nosso Estado estão 13 dos 100 municípios brasileiros que mais assassinam seus

jovens em proporção a cada 100 mil pessoas. Quatro estão na Região Metropolitana de

Curitiba3, e dois pertencem à nossa Arquidiocese:

Ranking

Brasil Município

Número de homicídios de jovens (15-24 anos) Taxa

Homic. 2006*

Popul em

2006 (miles) 2002 2003 2004 2005 2006

58º Almirante Tamandaré 10 14 23 28 15 122,0 18,4

80º Itaperuçu 5 3 3 9 3 109,1 4,6

*Para cada 100 mil habitantes

A cidade de Curitiba está em sétimo lugar no ranking das cidades com maior número de

assassinatos juvenis no Brasil. Abaixo segue uma tabela, com os municípios da Região

Metropolitana que apresentam os piores números. O Ranking corresponde a todos os municípios

brasileiros:

Ranking Brasil

Município Número de homicídios de jovens (15-24 anos) Taxa

Homic. 2006*

Popul em

2006 (miles) 2002 2003 2004 2005 2006

7º Curitiba 239 262 307 342 382 109,6 348,6

97º São José dos Pinhais 12 26 31 60 30 59,1 50,8

117º Colombo 13 20 41 34 23 50,2 45,9

162º Almirante Tamandaré 10 14 23 28 15 81,7 18,4

172º Piraquara 22 24 27 21 13 85,3 15,2

177º Pinhais 6 24 17 18 13 57,3 22,7

182º Fazenda Rio Grande 11 10 6 4 13 92,9 14,0

*Para cada 100 mil pessoas

As linhas em cinza correspondem aos municípios pertencentes à nossa Arquidiocese.

Os números indicam 109,6 homicídios para cada 100 mil habitantes no ano de 2006 na

cidade de Curitiba. Só na Capital foram assassinados 382 jovens de 15 a 24 anos. Se

considerarmos os jovens adultos (categoria que abrange as pessoas com idade ente 25 e 29

anos) este número aumenta, e muito. Infelizmente não temos esses índices.

ÍNDICE DE VITIMIZAÇÃO DAS JUVENTUDES

O índice de vitimização da juventude é o mais importante tendo em vista nosso estudo.

Os números a seguir são compilados do Mapa da Violência 2008.

„Utilizaremos como medida de vitimização a proporção de homicídios juvenis com relação ao total

de homicídios acontecidos num determinado ano – 2006, neste estudo – numa determinada área

geográfica – em nosso caso, o município. Essas medidas de vitimização são um indicador do grau

de concentração da violência letal entre os jovens. Não devemos esquecer que os jovens, em

3 26oPiraquara; 58o Almirante Tamandaré; 77o Campina Grande do Sul; 80o Itaperuçu.

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média, representam algo em torno de 20% da população total. Independentemente do número de

homicídios, se não existir vitimização juvenil, seria de esperar esse índice nos homicídios juvenis.

(...) Assim, se o índice de vitimização juvenil resulta baixo, podemos dizer que a violência letal é

um fenômeno que afeta pouco a juventude. Se o índice gira perto de 20%, podemos dizer que é

um problema que afeta a juventude, mas da mesma forma que ao restante da população. E se a

proporção excede significativamente esse patamar de 20%, pode-se afirmar que existe elevada

dose de vitimização da juventude, e tanto maior será quanto maior for o índice calculado.‟ (WAISELFISZ 2008, p. 67)

Ranking

Brasil Município

Número de homicídios total Número de homicídios juvenis Vitimiza

ção

Juvenil

Popul.

em 2006

(miles) 2004 2005 2006 Média 2004 2005 2006 Média

11º Almirante Tamandaré 41 54 33 43 23 28 15 22 51,6% 91,6

23º Pinhais 36 36 27 33 17 18 13 16 48,5% 110,6

52º Piraquara 57 48 31 45 27 21 13 20 44,9% 78,2

63º Curitiba 693 778 873 781 307 342 382 344 44,0% 1771,8

72º São José dos Pinhais 82 126 71 93 31 60 30 40 43,4% 255,3

83º Colombo 85 89 56 77 41 34 23 33 42,6% 227,0

112º Araucária 35 62 27 41 20 22 9 17 41,1% 108,3

153º Fazenda Rio Grande 14 16 29 20 6 4 13 8 39,0% 71,6

“Municípios onde mais da metade das vítimas de homicídios foram jovens [têm] sérios

problemas de exclusão juvenil.” (WAISELFISZ 2008, p. 67). De acordo com esta estatística,

estamos em situação gravíssima. Almirante Tamandaré é a 11a cidade do Brasil em vitimização

da juventude. Pinhais está em 23º lugar. E os demais municípios também estão em situação

difícil. Quase a metade dos assassinatos ocorridos em Curitiba e Região é de jovens.

CAMINHOS...

NOSSO CANTINHO

Pra pensar sobre esse assunto, você pode organizar o espaço no qual os jovens se

reúnem colocando um aparelho de rádio, se possível, uma pequena televisão, jornais que tragam

notícias de crimes, revistas e outros aparelhos de comunicação de massa. Se não for possível

levar os aparelhos, você poderá colocar cartazes ou figuras com estes aparelhos. Traga

também galhos de plantas murchos ou ressecados, flores e demais plantas cortadas e mortas.

Coloque num lugar de destaque a Bíblia aberta no Sl 22 (ou 21, dependendo da Bíblia - Meu

Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?) e um crucifixo.

Você pode organizar o seu encontro apenas explorando os símbolos:

1. Os aparelhos de comunicação trazem notícias, em muitos casos, negativas para a

juventude. Todos os dias escutamos sobre jovens que são assassinados. Peça para os

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jovens do grupo falarem sobre o que escutam nos noticiários a respeito da morte de

jovens.

2. Os galhos murchos e flores secas lembram uma vida que foi ceifada antes do tempo,

como um jovem, assassinado. O que significa para nós a morte de um jovem? Ela dói em

nós?

3. O Salmo 22 (21) traz o lamento de alguém que está sendo perseguido e torturado até a

morte. Normalmente o aplicamos a Jesus, crucificado. Mas pode ser lido como o lamento

de todo aquele que é perseguido e morto. Muitos jovens passam por isso todos os dias.

4. A cruz é sinal do sofrimento de Cristo, que também foi assassinado.

PAPO CABEÇA

Mas se você quiser, pode também organizar um debate. Que tal? Leia para o grupo

algumas informações disponibilizadas no início deste capítulo e depois proceda a discussão.

Abaixo seguem algumas perguntas que podem ajudar você e seu grupo:

1. Vivemos em um clima de guerra. São muitos os mortos por causa da violência. Você

conhece algum jovem que morreu assassinado? Que tal partilharmos os nomes deles e a

situação em que partiram desta vida?

2. Os números de assassinatos de jovens são gritantes... Em sua opinião, quais as principais

causas da violência contra jovens?

3. Algumas cidades de nossa Região Metropolitana são mais violentas que outras... O que

acontece nestes locais?

4. “Municípios onde mais da metade das vítimas de homicídios foram jovens [têm] sérios

problemas de exclusão juvenil.” (WAISELFISZ 2008, p. 67). O que você acha desta

afirmação?

5. Em geral a opinião pública culpa os próprios jovens pela violência. Contudo, a maior parte

dos assassinatos de jovens são cometidos por adultos, em geral como cobrança do

tráfico de drogas. O que você acha dessa afirmação?

6. Por que, para muitos, matar um jovem envolvido em drogas é menos grave do que o

assassinato de outras pessoas?

7. O que podemos fazer para ajudar a sociedade a entender que os jovens, mesmo que

estejam no mundo do crime, precisam de ajuda, e não de prisão?

AGITA A GALERA

Que tal uma música? Aqui sugerimos uma canção do “Paralamas do Sucesso” – O Calibre, que trata do tema da violência urbana.

1. Leia ou escute a canção e, após, debata sobre o que a música diz, apontando algumas

frases fortes da letra.

2. Se você achar oportuno, disponibilize a letra da canção para todos os participantes! Eles

poderão destacar quais pontos chamaram a atenção e comentar, concordando ou não com

as afirmações do autor.

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O CALIBRE

Os Paralamas o Sucesso - Composição: Herbert Viana (VIANA, 2002)

Eu vivo sem saber até quando ainda

estou vivo

Sem saber o calibre do perigo

Eu não sei da onde vem o tiro (2x)

Por que caminhos você vai e volta?

Aonde você nunca vai?

Em que esquinas você nunca pára?

A que horas você nunca sai?

Há quanto tempo você sente medo?

Quantos amigos você já perdeu?

Entrincheirado, vivendo em segredo E ainda diz que não é problema seu

E a vida já não é mais vida

No caos ninguém é cidadão

As promessas foram esquecidas

Não há estado, não há mais nação

Perdido em números de guerra

Rezando por dias de paz

Não vê que a sua vida aqui se encerra Com uma nota curta nos jornais

Eu vivo sem saber até quando ainda

estou vivo

Sem saber o calibre do perigo Eu não sei de onde vem o tiro (2x)

SENTINELAS DA MANHÃ

Se você quiser, pode organizar um encontro de oração com os jovens para rezar e

refletir sobre o assunto deste capítulo. A Sentinela da Manhã não se fixa na escuridão da

noite, mas, sabendo da chegada do Sol, permanece acordada e conserva a esperança em seu

coração. Por isso, sugerimos o seguinte:

1. Organize, com os jovens de seu grupo, um encontro de oração e solidariedade na casa de

uma família que perdeu um jovem assassinado.

2. Seja solidário! Quando souber de algum caso de assassinato de jovem, convide os jovens

do grupo para se fazer presentes nos funerais, inclusive oferecendo-se para ajudar no

que for necessário. É preciso estar presente na vida das pessoas, mesmo que não sejam

católicas, nem membros de nossa comunidade.

3. Se não houver possibilidade destas visitas, não perca a oportunidade de orar por estas

situações dolorosas. Você pode organizar momentos de oração com seu grupo de jovens,

intercedendo pelos que mais sofrem.

4. Não esqueça de fazer uma oração que brote da Sagrada Escritura! Utilize o Sl 22 (ou

21, dependendo da Bíblia - Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?)

a. Este salmo canta a dor de alguém que sofreu injustiça e é torturado.

b. Quantos jovens sofrem em nossos dias? Precisaríamos ser solidários a eles.

i. Jovens assassinados por dívidas de drogas...

ii. Jovens vítimas de assaltos...

iii. Jovens mortos pela polícia, que deveria defendê-los...

iv. Jovens aprisionados em casas de correção contra menores...

v. Outros...

c. O Cristo se fez solidário conosco. Precisamos nós, sem julgamentos, nos

aproximarmos e ser solidários também.

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MÃO NA MASSA

O que você e seu grupo podem fazer para serem solidários aos jovens que sofrem e às

famílias que perderam seus filhos jovens? Abaixo seguem algumas dicas para que seu grupo de

jovens ou movimento possa estar junto à cruz dos jovens:

1. Seja presença junto aos jovens em situação de risco: casas de recuperação de

dependentes químicos, casas de correção de menores, entre outras. É muito importante

se aproximar dos jovens sem moralismos. Escutá-los, sem preconceitos. Lembre-se: a

acolhida é o primeiro passo para quem deseja ajudar o próximo. Jesus agia assim!

2. Realizar missões jovens, de modo especial mostrando o rosto da juventude de seu grupo

ou movimento nas praças e ruas! Teatros, rodas de viola, entre outras atividades

externas mostram como é bom ser Igreja e seguir a Jesus Cristo!

3. O jovem precisa ocupar seus espaços: como seu grupo tem participado de debates sobre

os direitos da juventude? Como vocês têm participado dos Conselhos Paroquiais de

Pastoral? Não percam tempo! A juventude precisa ser Igreja e Sociedade hoje, e não no

futuro!

4. Como está a preparação de seu grupo para a participação no Dia Nacional da Juventude?

Você já sabe a data e o local? Procure informar-se!

MAIS UM POUQUINHO

Você pode aprofundar este assunto consultando outros materiais. Abaixo seguem

algumas pistas:

1. Para saber mais dados sobre a violência nos municípios Brasileiros, consulte o Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2008. Disponível on-line em:

<http://www.ritla.net/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=240>

2. Sobre a questão da Violência em Curitiba e o espaço Urbano, leia Violência e exclusão sócio espacial em Curitiba. Disponível em:

<http://www.levs.marilia.unesp.br/revistalevs/edicao2/Autores/marcelo_poliana_rafael.

htm>.

3. Alguns vídeos do Youtube são realmente interessantes! Assista:

a. Pe. Fábio de Mello fala de violência em família:

http://www.youtube.com/watch?v=wh4oz973-NE

b. Sobre drogas: http://www.youtube.com/watch?v=whHIWZPIgYg

c. O que está por trás do problema da violência? Vídeo em estilo documentário

muito bom! http://www.youtube.com/watch?v=QxH4ICUqxIE

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POR QUE TANTAS MORTES? QUEBRANDO A CUCA...

ELES JULGAM OS BANDIDOS QUE ELES MESMOS CRIAM...

Bom, eu tenho 17 anos. Já passei por muitos momentos difíceis. Conheço bem as realidades e

dificuldades da vida. Já vi muitas crianças drogadas, passando fome e frio, sem lugar pra morar.

É muito triste você ver a realidade do dia a dia e não poder ajudar e não saber o que se pode

fazer para mudar. Agora estou aqui presa, enquanto várias meninas da minha idade estão

estudando, pensando em se formar, o que vão ser e que destino vão dar pra sua vida. Enquanto

que eu, desde os 12 anos, tive que carregar uma certa responsabilidade, sem ao menos saber o

que significava esta palavra. Talvez por falta de oportunidade e de diálogo acabei entrando na

vida do crime. Isso foi uma certa ilusão, não sabia direito que conseqüências teria. Eu só queria

saber de curtir a vida e gastar o dinheiro que eu ganhava no tráfico. Antes de eu entrar no

mundo do crime, a sociedade me olhava com cara feia, não me respeitava, sempre me julgava.

Depois, eu comecei a ter um certo tipo de respeito. Mas não me valeu nada esse respeito. Eles me

respeitavam por ter medo, e não por respeitar quem eu sou de verdade. Agora eu tô (sic) aqui

presa, e a sociedade tá (sic) aí, só que depois eles julgam os bandidos que eles mesmos criam.4

(LUZ CÂMERA PAZ nas Unidades 2008 - Joana Richa. - Espaço Ciranda, 2008. Grifo nosso)

Para a grande maioria das pessoas, o problema da violência e morte de jovens é culpa

dos próprios jovens. Para estas pessoas seria muito simples resolver o problema. Bastaria

reduzirmos a maioridade penal, colocarmos nos presídios todos os “delinqüentes juvenis” que

encontrarmos, criarmos mais e mais casas de recuperação para os dependentes químicos e

pronto! Alcançaríamos a tão esperada “paz”! Afinal, se os jovens são os culpados pela

criminalidade, bastaria somente que eles fossem “educados”, “formatados”e “enquadrados” pelo

sistema adulto – que é livre da violência... Então nossa sociedade seria “segura”! Poderíamos

“deitar em berço esplêndido” e consumir à vontade, ostentando nosso luxo pelas ruas, sem o

risco de sermos assaltados, violentados, mortos por esse “bando de marginais” juvenis que

ficam nos espreitando pelas esquinas... ... ...

Assim têm pensado boa parte da opinião pública; assim nos tem ensinado aqueles que

detêm o poder da mídia; assim temos feito inclusive nós, “cristãos”...

Nossa sociedade tem criado as condições culturais para que a juventude seja morta sem

que ninguém seja responsabilizado, a não ser a própria juventude...

Porém, a violência que nos atinge tem causas bem precisas... E muitas delas não são

responsabilidade dos jovens. Vejamos algumas:

4 Fala anônima de uma jovem em vídeo produzido por adolescentes privadas de liberdade do Centro de Sócioeducação

Joana Miguel Richa, participantes do projeto Luz, Câmera... Paz! Nas unidades. A proposta foi dar aos jovens a

oportunidade de discutir assuntos como violência, direitos e deveres e cidadania, e aprenderem a se expressar pela

comunicação social. Mais de 60 adolescentes produziram vídeos.

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CAUSA CULTURAL – O PRECONCEITO CONTRA O “MENOR”

Há um enorme descaso do mundo adulto em relação à educação, acompanhamento e

ajuda aos jovens. Há descaso em garantir vida, há descaso em se evitar a morte. Este descaso

encontra justificativa na visão negativa que nossa sociedade contemporânea faz dos

adolescentes e jovens. Para muitos de nosso tempo, os jovens, em sua maioria pobres, são

quase sempre violentos, indisciplinados, dados às drogas e, portanto, um risco social. Inclusive

damos outra denominação a eles: não são adolescentes e jovens, são menores.

(...) porque não chamamos as crianças e jovens que fazem parte dos nossos círculos familiares de

menores[?] Esta terminologia aplica-se exclusivamente às crianças e jovens tomados, na prática e

não nas intenções, como problemas. Não problemas quaisquer, mas aqueles derivados da pobreza

ou de aspectos étnico-raciais devidamente estigmatizados por intermédio de processos e dinâmicas criminalizadoras. (MORAES; PASCAROLO. p. 5, grifo nosso)

O termo menor foi inventado pelas civilizações ocidentais no século XIX e, desde o

princípio, sua aplicação foi marcada por preconceitos. MORAES e PASCAROLO, professores da

UFPR, destacam em um artigo on-line (ver link na bibliografia) que: “‟ser menor era carecer de

assistência, era sinônimo de pobreza, baixa moralidade e periculosidade‟ (...). É neste contexto

que surge um conjunto de leis e instituições que serão responsáveis por tutelar as crianças e os

jovens pobres portadores de um suposto déficit material e moral” (p. 5).

Deste conceito „menor‟, e do preconceito que pesa sobre aquele que é marcado com esse

título, derivaram as funestas FEBEMs, FUNABEMs (extintas) e as atuais casas de correção

para menores, que na prática não diferem dos presídios de adultos.

Marcada por esse olhar negativo, o mundo adulto cria o medo em relação aos

adolescentes e jovens. Muitos desviam de um grupo juvenil reunido na rua, não conversam, não

se ocupam nem se preocupam. Este medo justificaria a mortandade dos taxados de menores delinqüentes. Ninguém os protege, ninguém reclama suas vidas. Daí os assustadores números

vistos acima.

INJUSTIÇA SOCIAL – O DESEMPREGO E O CRIME ORGANIZADO

Um estudo recente, feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que

(...) enquanto em 2006 a taxa geral de desemprego (para os trabalhadores de 15 anos e mais) era

de 8,4% e a dos adultos de 5,6%, para os jovens essa cifra se elevava a 17,8%, sendo, portanto,

aproximadamente 3,2 vezes superior à dos adultos e 2,1 vezes superior à taxa geral de

desemprego. Dos cerca de 22,2 milhões de jovens economicamente ativos, 18,2 milhões estavam

ocupados e cerca de 3,9 milhões estavam desempregados. Embora os jovens representassem

23,2% da PEA [População Economicamente Ativa] total de 15 anos ou mais, respondiam por apenas

20,8% da ocupação total e quase metade (49,1%) dos desempregados. (COSTANZI, 2009, p. 37)

Quase a metade dos desempregados do Brasil é jovem – 15 a 24 anos... Este dado é

assustador. E por ser um fato que atinge diretamente a vida em meio a uma sociedade marcada

pela necessidade do consumo, os jovens sentem-se “sobrantes”.

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A violência não é tanto fruto da inconseqüência dos adolescentes e jovens, mas sim da

situação a que são empurrados pela sociedade que os “educa”. Muitos adolescentes não se

sentem “parte” por não terem acesso ao estudo, educação e trabalho. E em uma sociedade que

privilegia o ter em detrimento do ser, são empurrados pela mídia para aquisição de bens de

consumo, aos quais não têm acesso. Resta a muitos encontrar meios alternativos de

subsistência. E é aí, nesta fragilidade, que atua o tráfico de drogas, aliciando menores para o

trabalho nas quadrilhas.

Não é incomum encontrarmos adolescentes aliciados pelos adultos a fim de que cometam

crimes em seu lugar. Os jovens empobrecidos são empurrados para o tráfico e, se não cumprem

o combinado, morrem. Isso quando não são assassinados por aqueles que os deveriam defender

– a polícia.

Sentimos a dor de grande parte da juventude empobrecida que, sem possibilidade de

acesso a um ensino de qualidade, sem perspectiva de empregos, vivendo em uma sociedade

marcada pelo grande abismo entre os mais ricos e os mais pobres, pautada emocionalmente por

famílias fragmentadas e destruídas e bombardeada pelo consumismo, é aliciada pelo tráfico

para o consumo e venda de drogas.

O FLAGELO DAS DROGAS

Em conversa recente com um adolescente (12 anos), um padre de nossa arquidiocese de

Curitiba escutou o seguinte: “fui na festa com meus amigos. Seria muito legal! Nunca tinha

participado de uma festa só com meus amigos! Mas não foi tão bom. Havia algo estranho...

Soltaram no ar o „moranguinho‟5 e ficou todo mundo doidão. Depois, alguns meninos mais velhos

traziam drogas pra gente usar. Tudo de graça.”

O traficante é muito esperto... Sabe o momento exato para aliciar novos usuários. Busca

os adolescentes por volta dos 12 anos de idade, pois neste período da vida precisam ser aceitos

pelo grupo, rompendo as barreiras de proteção impostas pela família na infância. Não escutam

os pais, escutam os amigos. E são justamente os “amigos” mais velhos, já cooptados pelo tráfico

de drogas por causa do desemprego, que organizam festinhas, oferecem as drogas dentro das

escolas, acolhendo os adolescentes em seus “grupos”.

E, depois de viciados e completamente dependentes das drogas, estes adolescentes

farão qualquer coisa para conseguir sustentar o vício. Alguns entrarão para o tráfico, outros se

submeterão à prostituição, muitos roubarão em casa ou nas ruas...

Precisamos entender o flagelo das drogas... O viciado precisa de ajuda, e não de

condenação. É alguém que não está em pleno controle de si. E realmente faz o que for preciso

para sustentar o vício.

UMA MÁQUINA...

Como sociedade e como Igreja, é urgente entendermos o mecanismo da violência e

assassinato das juventudes:

5 MORANGUINHO é uma espécie de droga entorpecente, com cheiro forte, parecido com o “lança-operfume”.

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Vivemos em uma sociedade marcadamente consumista, cujo principal valor é o

“ter”. Quem não possui bens, não se sente “gente”, e a juventude é atacada

fortemente por essa mentalidade imposta todos os dias pelos Meios de

Comunicação Social;

Porém, nem todos têm acesso aos bens de consumo. A grande maioria dos jovens

está desempregada ou subempregada, não recebe formação adequada e não vê

perspectivas de crescimento;

O Crime Organizado alicia parte destes jovens, que precisam sobreviver,

pagando-lhes muito mais do que qualquer emprego a que possam ter acesso;

Estes mesmos jovens aliciam outros jovens para o vício das drogas. Aí está o

“combustível” necessário para que toda a engrenagem da morte funcione;

A sociedade como um todo sustenta o preconceito contra os jovens, gerando

aversão e medo em relação a eles. Ao invés de se aproximar, os adultos se

afastam, empurrando-os cada vez mais para a morte;

Por outro lado, ninguém reclama os assassinatos. Veladamente, a sociedade como

um todo entende como menos grave a morte de um jovem envolvido no crime

organizado. A impunidade se impõe...

Põe-se as causas, dão-se as conseqüências:

Jovens que não pagam suas dívidas com o tráfico são assassinados;

Jovens que são pegos pela polícia, são presos e perdem as esperanças, quando não

perdem a vida;

Jovens morrem vítimas da guerra entre traficantes;

Jovens morrem vítimas de assaltos, ou, como assaltantes, em roubos frustrados.

CAMINHOS...

NOSSO CANTINHO

Pra pensar sobre esse assunto, você pode organizar o espaço no qual os jovens se

reúnem colocando nele um pote com muitas sementes, um vaso de plantas vazio, um recipiente

com terra, um outro recipiente com pedras, uma jarra com água, uma vela acesa, adubo para

plantas e uma Bíblia aberta na Parábola do Semeador (Mt 13,1-8).

Estes símbolos podem ser usados para organizar uma celebração, ou um encontro de

reflexão com os jovens:

1. A Parábola do Semeador, numa leitura mais livre, pode significar a realidade de nossa

Juventude hoje. Os jovens são as sementes de vida nova lançadas por nosso Deus em

nossa sociedade. Mas nem sempre eles encontram terreno adequado para frutificar. E

muitos perdem a vida antes mesmo de desabrochar;

2. O vaso de plantas vazio simboliza nosso mundo, a sociedade humana;

3. As pedras são sinal de um mundo hostil aos jovens, marcado pelo preconceito, pobreza,

desemprego, drogas, morte...

4. Para que uma semente possa crescer e frutificar ela precisa de:

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a. Terra boa: uma família e outros adultos que acolham os jovens e criem espaços

de crescimento.

b. Adubo: educação de qualidade, moradia, empregos com salários justos.

c. Água boa: a confiança depositada pelos adultos, que olham com amor e carinho

para os jovens.

d. Luz do Sol (simbolizada pela vela acesa): A graça de um Deus que se manifesta

nos amigos do grupo de jovens ou movimento, e na Igreja, que como mãe, apóia a

juventude.

5. Sementes jogadas nas pedras morrem... Sementes jogadas na terra e com as condições

necessárias, crescem e dão frutos. Deus continua a semear os jovens em nossa

sociedade. Eles têm encontrado mais “pedras” ou “terra boa” para crescer?

PAPO CABEÇA

Mas se você quiser, pode também organizar um debate. Que tal? Abaixo seguem algumas

perguntas que podem ajudar você e seu grupo. Antes das perguntas, você poderia ler o

testemunho da jovem de 17 anos, apresentado mais acima, no início do texto “Quebrando a

Cuca”:

1. Em sua opinião, porque a maioria dos assassinatos em nossos dias é de jovens?

2. Porque muitos jovens acabam no mundo do crime?

3. O que leva um jovem a usar drogas? É ele um “marginal”?

4. O que você acha da redução da maioridade penal para 16 anos? Os jovens podem ser

culpados por toda a violência que ocorre?

5. Podemos condenar um jovem que se tornou criminoso quando a própria sociedade que o

julga não deu condições para que ele pudesse viver dignamente?

6. Alguém do grupo já foi abordado por um traficante? Como foi?

7. Como atua o tráfico de drogas?

8. Os jovens sofrem preconceitos por parte dos adultos? Como?

AGITA A GALERA

Que tal uma dinâmica? Se você quiser, poderá realizar seu encontro organizando a

dinâmica dos preconceitos com seu grupo de jovens. A partir dela você poderá realizar o seu

encontro conversando sobre a falsa imagem que se tem dos jovens de hoje: desinteressados,

violentos, drogados e pervertidos...

É uma dinâmica bem conhecida, mas que gera conteúdo para muita reflexão.

MATERIAL: Etiquetas para serem coladas na testa de cada jovem.

1. Escreva, antecipadamente, nas etiquetas:

a. Viciado em drogas

b. Prostituta

c. Garoto de programa

d. Traficante

e. Desempregado

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f. Banqueiro

g. Universitário

h. Assassino

i. Freira

j. Prisioneiro foragido da polícia

k. Policial

l. Padre

m. Analfabeto

n. Mendigo

o. Empresário rico

2. Deverá haver uma etiqueta para cada jovem presente. Você pode criar outros nomes

para as etiquetas, ou repeti-las.

3. Cole as etiquetas na testa de cada participante, sem que ele veja o que está escrito

nela.

4. Em seguida, peça para o grupo caminhar pela sala. Os participantes irão tratar os outros

de acordo com o que está escrito em sua testa, nos rótulos que são dados.

5. Depois de algum tempo, pedir para que cada jovem partilhe como se sentiu (antes de

retirar a etiqueta e ver qual era o seu “rótulo”).

6. A partir desta dinâmica, conversar sobre os rótulos que são dados aos jovens de hoje e

como isso os prejudica em seu crescimento pessoal, religioso e profissional,

empurrando-os para mais perto da criminalidade.

SENTINELAS DA MANHÃ

A Sentinela da Manhã não perde a esperança! Você e seu grupo precisam estar alertas

para o mal que ronda todos os jovens, mas também deve saber que nosso Deus é maior! Vocês

são sementes preciosas que precisam crescer e dar muito fruto! Convide seu grupo para

aprofundar sobre as causas da violência e morte de jovens em um encontro de oração. Seguem

algumas dicas:

1. Convide o grupo a reservar um momento na semana para uma profunda oração pessoal.

Nesta oração, convide-os a rezar pelos jovens que estão, neste momento, ingressando no

mundo do crime, perdendo seu emprego, presos, nas drogas, e em diversas situações de

grande sofrimento. Seja solidário com eles pela intercessão!

2. Organize, juntamente com o núcleo de serviço de seu grupo, uma reunião de oração com

a pregação sobre a parábola do semeador (Mt 13,1-8). Lembre-se de comparar as

sementes aos jovens (dom de Deus para o mundo) e os diversos terrenos que esses

jovens encontram (violência, drogas, desemprego, promiscuidade, crime organizado...

Mas também, boas famílias, confiança, espaços...). Enfoque a importância de

aproveitarmos os bons terrenos que temos e a necessidade de propiciarmos terra boa

para que outros jovens possam crescer e frutificar.

3. Na reunião do grupo não se esqueça de orar por todos os jovens em risco: traficantes,

prostitutas, desempregados, viciados, endividados, sem estudo...

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MÃO NA MASSA

O que você e seu grupo podem fazer? Abaixo seguem algumas dicas de ações evangélico-

transformadoras que você e seu grupo podem realizar! Não fiquem parados dentro da sala de

reuniões: mãos à obra!

1. Pense, juntamente com seu grupo, em organizar um retiro para os jovens, enfocando o

tema “Projeto de Vida” e a proposta do Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo. Convide

alguns jovens que estejam em situação de risco (nas drogas, desempregados há muito

tempo, etc..) para participar também!

2. Os jovens de seu grupo estão se preparando para o mundo do trabalho? Como organizar

meios para que eles possam se qualificar? Procure em seu bairro ou cidade

oportunidades que possam ser aproveitadas!

3. Como está a preparação de seu grupo para a participação no Dia Nacional da Juventude?

Você já sabe a data e o local? Procure informar-se!

MAIS UM POUQUINHO

Você pode aprofundar este assunto consultando outros materiais:

1. O Documento de Aparecida fala sobre o grave problema das drogas nos números 422 a

426. Vale à pena consultar! Você pode ler o documento no link

<http://redelatina.marista.edu.br/VConferênciaCELAM/Português/DocumentoVersãoAp

arecida/tabid/248/Default.aspx>

2. A Organização Internacional do Trabalho lançou recentemente o estudo Trabalho Decente e Juventude no Brasil. Você pode baixar o conteúdo no link:

<http://www.oitbrasil.org.br/topic/decent_work/doc/news_9.pdf>

3. O filme “Tropa de Elite” mostra muitas situações em que a juventude é submetida à

morte, tanto pelo tráfico quanto por policiais mal treinados.

4. Para aprofundar um pouco mais sobre o preconceito ao redor da morte de jovens, você

pode ler: AGAMBEM, G. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. (H. BURIGO, Trad.)

Belo Horizonte: UFMG, 2002.

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FALANDO SOBRE VIOLÊNCIA QUEBRANDO A CUCA...

Jornal O Estado do Paraná, em 07 de outubro de 2008, edição on-line:

JOVENS SÃO AS PRINCIPAIS VÍTIMAS DE HOMICÍDIOS NA GRANDE CURITIBA

A cada duas horas e cinco minutos, uma pessoa foi assassinada na Grande Curitiba durante o fim

de semana, o que totalizou 23 homicídios. Além do meio empregado para a prática dos crimes - a

maioria por arma de fogo - um outro fator aproxima todos os casos. Quase 70% das vítimas tinham entre 14 e 25 anos, número que segue a média nacional.

Dos 23 crimes registrados entre as 2h de sábado e o mesmo horário de segunda-feira, nove

foram cometidos na capital; sete em São José dos Pinhais e os demais em Colombo, Campo Largo, Araucária, Piraquara e Pinhais.

A maioria das vítimas era jovem, sendo 69,5% com idade entre 14 e 25 anos. De acordo com a

pesquisa feita pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a

Cultura (OEI), nos 556 municípios brasileiros com maiores taxas de homicídios, 81,9% das vítimas

estão dentro desta faixa etária. O estudo apontou ainda que entre 1994 e 2004, o número de

mortos jovens com estas idades subiu 64,2%.

Outro dado da violência local que segue a estatística nacional é relativo a mulheres assassinadas. Entre os 23 mortos do fim de semana, apenas um era do sexo feminino. (CAVALLARI 2008)

As cenas que lemos nos jornais, que vemos cotidianamente na TV ou ouvimos no rádio,

tornaram-se “lugar comum” nos dias atuais, ao ponto de ficarmos indiferentes ao que se passa.

Milhares de jovens morrem por ano vítimas da violência. No Brasil, em 2006, foram mais de

17.000 mortes de jovens por causas violentas. Desse total, 2/3 foram vitimados por armas de

fogo. Curitiba é a 8ª capital mais violenta do Brasil. (WAISELFISZ 2008)

O QUE ENTENDEMOS POR VIOLÊNCIA?

(...) violência é um ato de brutalidade, sevícia6 e/ou abuso físico e psíquico contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão e intimidação, pelo medo e pelo terror (CAHUÍ, Marilena, citado por ABRAMOWAY 2002, p. 17). Pela definição,

“violência” não diz respeito só ao desrespeito da integridade física, mas também da integridade

psíquica, emocional e simbólica do individuo. Em certo sentido, atinge a pessoa como um todo.

Antes de tudo, “violência” é todo ato que desumaniza.

Tomada assim, como ato desumanzante, definir o que é violência, ou até mesmo medir

suas conseqüências, não é tarefa fácil. É muito importante diferenciarmos as diversas formas

de violência fim de auxiliar na compreensão e promoção de soluções. Distinguimos três tipos de

violência (ABRAMOWAY 2002, pp. 27 e 28):

Violência direta: se refere aos atos físicos que têm como resultado prejuízo deliberado

à integridade da vida humana. Pertencem a essa modalidade todas as formas de

6 Sevícia: crueldade (Nota do Organizador).

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homicídios (assassinatos, chacinas, genocídio, crimes de guerra, suicídios, acidentes de

trânsito e massacres civis).

Violência indireta: envolve tipos de ação conhecidas como coercitivas, em que o sujeito é

obrigado a fazer o que se pede com pena de prejuízo pessoal, exemplo o assédio moral

em muitas empresas.

Violência simbólica: envolve relações de poder interpessoais ou institucionais que

cerceiam a livre ação, pensamento e consciência dos indivíduos.

A face visível da violência, sem dúvida nenhuma, é a violência direta. No Brasil, a

possibilidade de um jovem ser vítima de um homicídio é em média 30 vezes maior que a de

jovens da Europa e 70 vezes maior que a de jovens da Grécia, Hungria e Inglaterra.

Por outro lado, a violência direta não acontece de forma isolada. Ela está associada a

outros tipos de violência que impactam sobre os jovens. O Documento 85 da CNBB –

Evangelização da Juventude, em sua análise sobre a realidade juvenil fala que os jovens de hoje

têm medo de morrer exatamente por saberem que pertencem ao grupo social mais suscetível a

vitimização pela violência.

De certa forma, o medo de morrer configura-se como uma violência indireta, na medida

em que cerceia o jovem de uma existência mais plena. Outro exemplo é o que acontece com

adolescentes e jovens, em sua maioria mulheres, que são molestadas sexualmente. Em sua

maioria a violência sexual acontece dentro de casa e é cometida por parentes próximos à

vítima. Nesse caso, a violência física está associada à violência indireta e à violência simbólica.

O assassinato de jovens não é um fenômeno isolado em si. É muito complexo e precisa

ser aprofundado por nós. Infelizmente, um tipo de violência acaba por desencadear outros

tipos de violência.

CAMINHOS...

NOSSO CANTINHO

Pra pensar sobre esse assunto, você pode organizar o espaço no qual os jovens se

reúnem colocando nele recortes de jornal com notícias sobre violência em sua cidade, de

preferência que falem de jovens; aparelho de som tocando a música Minha Alma (A paz que não quero) do grupo Rappa (se for possível, disponha cópias da letra para os membros do grupo);

Bíblia aberta no Sermão da Montanha (Mt 5, 1ss).

Você pode organizar o seu encontro apenas explorando os símbolos:

1. A Bíblia apresenta o texto das bem-aventuranças, que anunciam um novo mundo, pautado

na não-violência.

2. As notícias apresentam pessoas, em sua maioria jovens que, perto de nós, sofreram

violência. Você pode pedir para cada pessoa do grupo escolher uma das notícias para ler

individualmente, ou ainda, pode-se dividir os jovens em pequenos grupos e cada um

escolhe uma notícia para ler.

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3. Enquanto lêem as noticias, em silêncio, ouvem a música Minha Alma (A paz que não quero) do grupo Rappa. Repita a musica até que todos tenham escutado (se tiverem a

letra, lido) e refletido em silêncio sobre as questões que seguem:

a. O que essa noticia fala para mim e para a juventude?

b. Que relação há entre a música, as notícias e o que vivencio no dia a dia?

c. Sei de casos próximos em que jovens sofreram violência?

PAPO CABEÇA

Mas se você quiser, pode também organizar um debate. Que tal? Abaixo seguem algumas

perguntas que podem ajudar você e seu grupo:

1. Como podemos definir violência?

2. Violência diz respeito apenas à agressão física?

3. Quais tipos de violência podemos sofrer?

4. Porquê tanta violência contra jovens?

5. O que podemos fazer para superar o estado de violência em que vivemos?

AGITA A GALERA

Que tal uma dinâmica? Se você quiser, poderá realizar seu encontro organizando a

atividade Em nossas mãos, a cultura da paz, conforme segue:

1. MATERIAL: Folhas de cartolina, tinta guache de várias cores, letra da música “Mãos”

de Ivan Lins e Vitor Martins – recitá-la, ler juntos ou ouvir o CD:

Mãos

(Ivan Lins / Vitor Martins) Louvada e livres sejam as mãos

Lutai, lutai por nós

Benditas e santas sejam as mãos

Cuidai, cuidai de nós

Mãos que apuram os fatos

Mãos que amparam o parto

Mãos amorosas unindo os casais

Mãos que têm alma nos dedos

Mãos que desvendam segredos

Mãos generosas com plantas e animais

Louvada e livres sejam as mãos

Lutai, lutai por nós

Benditas e santas sejam as mãos

Cuidai, cuidai de nós

Mãos de todas as raças

Mãos levantadas nas praças

Mãos que aprenderam a falar por sinais

Mãos carregadas de afeto

Mãos que estão sempre por perto

Mãos que se elevam aos céus por seus ais

2. Cada um imprime, com o auxilio do guache, as palmas de suas mãos sobre a folha de

papel e completa com uma palavra a frase: Benditas e santas sejam as mãos daqueles que lutam pela ___________________________________.

3. Cada um pode comentar o seu cartaz, partilhando a frase que escreveu.

4. Deixe secar e fixe os cartazes em lugar visível para os próximos encontros.

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SENTINELAS DA MANHÃ

Se você quiser, pode organizar um encontro de oração com os jovens para rezar e

refletir sobre o assunto deste capítulo. Se houver disponibilidade, este encontro pode ser

realizado na Igreja, próximo ao Sacrário.

1. Após um momento de animação, acolhida e músicas, convide os jovens para um momento

de oração, escolhendo um canto que fale da paz que brota do coração que acolheu a Boa-

Nova do Cristo.

2. Convide alguém do grupo para proclamar a leitura do texto de Mt 5, 1-12

3. Após a leitura, alguém, previamente convidado, faz a partilha da Palavra. Algumas dicas

você encontra abaixo, ou no texto no início deste capítulo:

a. São Francisco viveu em um mundo conturbado, cheio de conflitos, lutas, guerras,

nações divididas. Para Francisco a paz é ao mesmo tempo desejo e vivência. Dizia

ele: “A paz que anunciais com os lábios deveis tê-la no coração”.

b. Há portanto uma estreita relação entre o anúncio da paz e a sua efetiva

construção. Chamamos esta estreita união entre desejar a paz e a Vivência da

paz de coerência. A coerência de viver ardorosamente a paz e ser sinal de paz é

motivada por algo maior, pelo “Bem Maior” que é Deus.

c. Só pode ser sinal de paz quem vive a dimensão do bem. Deste modo, a paz e o

bem anunciado por Francisco são as mesmas vividas por ele. A paz é fruto de um

constante trabalho de reconciliação. O bem provoca atração, é próprio do bem

atrair. Quando nos reportamos para a dimensão do bem, somos atraídos para

vivê-lo e promovê-lo.

d. Para que o mundo tenha paz se faz necessário que eu, você, enfim, todos façam

da vida uma cultura de paz. Sejamos nós instrumentos de paz e bem para que o

mundo seja mais humano e mais fraterno.

4. Após a partilha da Palavra, convide os jovens para um momento mais profundo de oração,

intercedendo pela paz no mundo, nas família e especialmente entre os jovens. Você pode

pedir para que lembrem o nome de pessoas ou famílias, vítimas da violência.

5. Conclua a oração rezando ou cantando a Oração de São Francisco:

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais

Consolar, que ser consolado;

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Compreender, que ser compreendido;

Amar, que ser amado.

Pois, é dando que se recebe,

É perdoando que se é perdoado,

E é morrendo que se vive para a vida eterna.

MÃO NA MASSA

No Brasil a violência tem sexo, cor e idade. Segundo o Índice de Homicídios de

Adolescentes (IHA) (UNICEF/ Sec. Esp. Direitos Humanos 2009) a possibilidade de um

adolescente homem ser vítima de homicídio no Brasil em relação à adolescente mulher é 11,91

vezes maior. Em sendo negro, a possibilidade é de 2,6 em relação a brancos. A maior

possibilidade de morrer vítima de homicídios está entre 19 e 24 anos.

Você e seu grupo conhecem alguma ação afirmativa que é desenvolvida pela sua

prefeitura, ONG´s, ou até mesmo a Igreja que busque mudar o quadro atual? O que podemos

fazer, efetivamente, para mais nos comprometermos com essas ações afirmativas? Converse

sobre isso com os jovens e descubra uma maneira de colaborar!

MAIS UM POUQUINHO

Você pode aprofundar este assunto consultando outros materiais. Abaixo seguem

algumas pistas:

1. Sugestão de filmes: Laranja Mecânica, Linha de Passe, Kids, Cidade de Deus.

2. Sugestão de Livros: Laranja Mecânica, Cidade de Deus.

3. Sugestão de sites: http://www.ritla.net

4. A UNICEF publicou o Índice de Homicídios na Adolescência. Vale à pena dar uma

olhadinha. Disponível on-line:

http://www.direitosdacrianca.org.br/midia/publicacoes/indice-de-homicidios-na-

adolescencia-versao-preliminar-do-unicef

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O QUE O CRISTO TEM COM ISSO? QUEBRANDO A CUCA...

OS JOVENS PODEM FAZER MUITO:

"Na nossa favela ocorrem muitos enfrentamentos armados, por isso, sair à rua é muito perigoso.

No ano passado, a escola da minha favela, a Vila Cruzeiro, esteve fechada durante sete meses por

causa do tráfico de drogas. A polícia está combatendo esta máfia com mãos duras há vários anos.

Fazem barricadas e os professores que vivem em outros bairros não podem chegar ao trabalho.

Há dois anos, organizei uma marcha pela paz com 300 crianças pedindo que a polícia não utilizasse

tanta violência e deixasse de patrulhar a área perto da escola para termos aulas. As crianças têm

o direito à educação porque senão correrão mais riscos de serem recrutadas pelos traficantes".

As palavras de Mayra, que cresceu num ambiente de violência, mostram a esperança que a menina

traz nos olhos. "Muitas crianças nas favelas crêem que o destino, por ser negro e pobre, seja

conviver com a violência. Quero mostrar que podem lutar para sair dessa situação", afirma Mayra

Avellar Neves. A jovem de 17 anos nasceu e cresceu na favela Vila Cruzeiro, do Rio de Janeiro,

palco de uma guerra de poder entre traficantes. (JOVEM de favela do Rio ganha prêmio na Holanda 2008)

A juventude quer a vida e quer viver. O exemplo de Mayra nos faz entender isso. Ela não

ficou de braços cruzados diante da violência. Quis fazer algo e fez! E não esperou que os

adultos tomassem as providências! Assumiu sua vida nas mãos, descruzou os braços e ajudou a

melhorar não apenas a sua história, mas a de todos os de sua vila.

O Cristo também agiu assim! Não ficou esperando que os outros mudassem. Saiu pela sua

terra anunciando o amor e amando a todos. Agindo assim, Ele trouxe o Reino do Pai até nós e

nos salvou! Ele cumpriu à risca o que ensinou na parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 25-27)!

Jesus foi vítima da violência de seu tempo, morrendo na cruz, como o homem que caiu na mão

dos salteadores... E Ele foi o Bom Samaritano, que olhou para todos os que estavam caídos à

beira da estrada, vítimas da violência humana.

“E eis que se levantou certo doutor da lei e, para o experimentar, disse: Mestre, que farei para

herdar a vida eterna? Perguntou-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como lês tu? Respondeu-lhe

ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas

forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Tornou-lhe Jesus:

Respondeste bem; faze isso, e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E

quem é o meu próximo?

Jesus, prosseguindo, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de

salteadores, os quais o despojaram e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.

Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e vendo-o, passou ao largo. De igual modo também um levita chegou àquele lugar, viu-o, e passou ao largo.

Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão; e

aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua

cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte tirou dois denários, deu-

os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que gastares a mais, eu to pagarei quando voltar.

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Qual, pois, destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?

Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe, pois, Jesus: Vai, e faze tu o mesmo.” (Lc 10, 25-37)

JESUS É O JOVEM CAÍDO À BEIRA DA ESTRADA...

Ele “carregou sobre si nossas dores” (Mt 8,17). Sentiu na pele o que sentem todos

aqueles que sofrem com a violência. Na cruz Ele estava junto com todos os que são

assassinados.

“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mc 15,34): o grito de abandono de

Jesus na Cruz nos mostra que Ele estava sofrendo muito. Não foi brincadeira... Ele, que só

amou, acabou sozinho, abandonado por quase todos, assassinado pelos chefes do povo, que

deveriam cuidar da vida das pessoas. Nesta hora em que Ele, nosso Deus, se sentia abandonado,

Deus mesmo se fez presente conosco, sentindo o que sentimos. Toda vez que alguém sofre,

Jesus está sofrendo com ele também.

E assim, mesmo que às vezes pareça que Deus está longe de nós, está muito próximo de

nós por meio de Jesus Cristo. Ele é o Deus que assumiu em si nossa mais profunda dor, nosso

mais profundo sentimento de abandono e solidão. Em Jesus, Deus desceu até o mais profundo

de nossa pequenez e assumiu como “seu” este lugar. “O Cristo totalmente entregue por nós em

seu morrer e abandonado por amor de nós, este é o irmão e amigo ao qual tudo se pode confiar,

porque conhece tudo e sofreu tudo que nos pode atingir – e mais ainda.” (MOLTMANN 1993, p.

246). Jesus Cristo está de novo crucificado em cada jovem baleado, em cada lágrima

derramada, em cada dependente químico, em cada traficante, em cada adolescente privado de

liberdade. Ele não está distante, está conosco em nosso mais profundo sofrer.

JESUS É O JOVEM SAMARITANO...

Ao mesmo tempo em que Jesus se identifica com aquele que está caído, Ele também é

aquele que cuida de nós. Ele é nosso Deus, que desceu do céu e veio até nós para nos salvar.

E foi ao encontro dos mais fracos dos fracos. Em sua ação, Jesus se fez nosso “Bom

Samaritano”, voltando-se para aqueles que mais necessitavam. Ele “viu a aflição de seu povo e

ouviu o seu clamor, porque conhece os seus sofrimentos e desceu para libertá-los” (cf. Ex 2,7-

8). Jesus “viu as multidões e compadeceu-se delas, porque andavam desgarradas e errantes,

como ovelhas que não têm pastor.” (Mt 9,36).

Em sua prática evangelizadora, Ele jamais se cansou de estar com os que sofrem e

garantir meios para que pudessem romper com as estruturas que geravam morte. Ensinou a

prática do serviço, a partilha do pão, o cuidado com os doentes, a solidariedade com os que

sofrem.

Nele está o jovem e o adulto que se empenham em olhar outros jovens, compadecem-se

deles e criam meios para que superem seus sofrimentos e tenham, enfim “vida, e vida em

abundância” (Jo 10,10). De Cristo precisamos aprender a ser uma Igreja próxima dos jovens

caídos à beira da sociedade e sermos alguém que cuida deles, fazendo realmente a diferença.

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Uma Igreja que os ama e se preocupa até mesmo com as mais pequenas feridas, proporcionando

condições de saída das situações de morte a que são empurrados.

CAMINHOS...

NOSSO CANTINHO

Pra pensar sobre esse assunto, você pode organizar o espaço no qual os jovens se

reúnem colocando nele uma bíblia aberta em Lc 10, 25-37, um crucifixo, recortes de revistas

mostrando jovens cheios de alegria e de vida. Se for possível, prepare lembrancinhas para os

jovens que participarem!

Você pode organizar o seu encontro apenas explorando os símbolos:

1. A Bíblia traz o texto do Bom Samaritano, que pode ser lido e debatido a partir da

temática da violência contra os jovens. Ou mesmo pode ser organizada uma palestra ou

pregação sobre o tema.

2. A cruz nos relembra o Cristo morto assassinado no madeiro. Hoje muitos jovens são

também assassinados. Este símbolo pode ser usado em momentos de oração.

3. As fotos dos jovens mostram como a juventude é marcada pela vida. Nós temos muitos

exemplos positivos de jovens que fazem a diferença em nosso meio, ajudando outros

jovens a viver. Seu grupo pode debater este tema, ou até mesmo celebrar em Deus esta

riqueza!

PAPO CABEÇA

Mas se você quiser, pode também organizar um debate. Que tal? Abaixo seguem algumas

perguntas que podem ajudar você e seu grupo:

1. Porque Jesus morreu? O que você e seu grupo sabem sobre isso?

2. Nós temos muitos jovens crucificados hoje... De que modo os jovens estão crucificados?

3. A parábola do Bom Samaritano nos questiona sobre quem é o nosso próximo. Quais

jovens estão mais próximos de nós e que precisam de nossa ajuda?

4. Nós, jovens de nosso grupo, corremos muito risco de morrer violentamente? Por quê?

5. Como podemos ser Bons Samaritanos para os jovens que estão em risco de morrer

violentamente?

AGITA A GALERA

Que tal uma dinâmica? Se você quiser, poderá realizar seu encontro organizando um

bibliodrama com os jovens de seu grupo. O Bibliodrama não é um teatro, mas uma dramatização

de personagens e acontecimentos bíblicos. Cada participante improvisa o seu papel a partir dos

sentimentos que o seu personagem tem. Não há ensaios! O importante é improvisar a partir do

sentimento!

Orientações:

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1. MATERIAL: Uma Bíblia, rádio e cd com música instrumental e cartões de papel com os

seguintes nomes escritos:

a. O homem caído e ferido

b. Ladrão (pode ser mais de um, se o grupo for grande)

c. Sacerdote (pode ser mais de um)

d. Levita (pode ser mais de um)

e. O Samaritano

f. O hospedeiro (pode ser mais de um)

Precisa haver um papel para cada membro do grupo. Alguns podem ser repetidos.

Se o grupo for muito grande – mais de 20 pessoas – escolha um pequeno grupo de

voluntários para realizar a dinâmica. Os demais observam

2. Após um canto e momento de oração, alguém faz a leitura bem lenta de Lc 10, 25-37

3. Após a leitura, peça para que os jovens falem dos sentimentos de cada personagem da

parábola. Como teriam se sentido os Ladrões, o Sacerdote, o Levita, o homem que foi

assaltado, o Samaritano e o hospedeiro. Peça para falar de sentimentos (raiva,

indiferença, compaixão...) e explicar o porquê acham isso.

4. Distribua os papéis pelos participantes, um para cada (cuide para que todos os

personagens sejam representados)

5. Cada participante, um por vez e na ordem colocada acima, representa o seu papel

expressando, individualmente e sem o uso de palavras, o sentimento de sua personagem.

Pode haver risadas! Cuide, porém, que os sentimentos sejam realmente expressos.

6. Após todos se apresentarem, colocar música instrumental e todos podem se expressar

juntos (cada um de acordo com o seu papel). Pode haver toque entre eles. Todos

representam os sentimentos expressos por seu personagem.

7. Após este momento, peça que associem cada personagem da parábola à situação de

violência que vivem os jovens de hoje. Quem é o homem assaltado hoje? Quem são os

Sacerdotes e Levitas hoje? Quem é o Bom Samaritano para os jovens que sofrem

violência? Quem é o hospedeiro que acolhe?

8. Pedir para que, mais uma vez, encenem todos juntos, expressando os sentimentos

atualizados dos personagens da parábola.

9. Ao final, todos partilham como se sentiram.

10. Encerre com um momento de oração pelos jovens que sofrem violência.

SENTINELAS DA MANHÃ

Se você quiser, pode organizar um encontro de oração com os jovens para escutar a voz

de Deus sobre o assunto deste capítulo. Você pode utilizar as dicas de ambientação que se

encontram em “Nosso cantinho”.

1. Após um momento de animação e músicas, convide os jovens a um momento de oração,

escolhendo um canto que fale da vida nova a que somos chamados em Deus, ou um canto

do Espírito Santo, que conduza à interioridade e à oração .

2. Convide alguém do grupo para proclamar a leitura do texto de Lc 10, 25-37

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3. Após a leitura, alguém, previamente convidado, faz a partilha da Palavra. Algumas dicas

você encontra abaixo, ou no texto no início deste capítulo:

a. Jesus Cristo é o Senhor de nossas vidas e de nossa história. Ele nos libertou do

pecado e da morte ensinando-nos a viver verdadeiramente. O jovem cristão

precisa viver a vida na Vida que o Cristo lhe dá! Ela é sempre nova, sempre

renovada!

b. O Espírito Santo que nos foi dado nos impulsiona a viver. E que vida é esta?

i. Vida de alguém que não é egoísta, individualista, ganancioso, violento.

ii. Vida de alguém que partilha o que tem.

iii. Vida de alguém que se compadece do próximo

c. Hoje são muitos os próximos à beira do caminho. Quantos jovens sem emprego,

sem moradia, sem estudo, sem saúde. Quantos jovens empurrados para o tráfico,

presos nas cadeias, destruídos pela droga. Quantos jovens sem família, sem quem

cuide deles...

d. O que temos feito? Podemos passar sem querer ver, como o sacerdote e o levita.

Podemos também ser como o samaritano e o hospedeiro, que cuidam do jovem

caído. O que vamos escolher?

e. DICA: você pode apresentar o testemunho de um jovem que é solidário, ou

alguém que foi ajudado pelo grupo de jovens e hoje está salvo.

4. Convide os jovens a encerrar com um momento de oração, lembrando-se:

a. Dos jovens marginalizados

b. Dos jovens assassinados

c. Dos que maltratam os jovens

d. Do grupo de jovens, para que seja mais ousado na evangelização

e. Da Igreja, para que seja samaritana.

MÃO NA MASSA

O que você e seu grupo podem fazer? Abaixo seguem algumas dicas para que seu grupo

de jovens ou movimento seja mais Samaritano:

1. Que você acha de organizar visitas às famílias de jovens que foram assassinados? Ou

mesmo enviar-lhes cartas de solidariedade? Elas precisam muito do nosso apoio...

2. Em seu bairro, cidade ou vila deve haver alguma casa ou instituição de ajuda a

dependentes químicos. Os jovens que lá estão não podem ser discriminados... Eles

precisam de nosso apoio. Que tal organizar um grupo para uma visita, levando auxílio e

carinho para estes jovens? Descubra uma maneira de ser solidários a eles!

3. Os maiores assassinos dos jovens são o tráfico de drogas e policiais mal treinados. Que

tal organizar uma marcha pela paz, contra o assassinato de jovens do bairro?

4. Os jovens de seu grupo ou movimento estão criando condições de vida digna para si?

Como anda o projeto pessoal de vida dos jovens do seu grupo ou movimento? Que tal

procurar em seu bairro ou cidade algum curso profissionalizante para os jovens? Ou

mesmo encontrar espaço na comunidade ou escola para a realização deste curso?

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5. Como está a preparação de seu grupo para a participação no Dia Nacional da Juventude?

Você já sabe a data e o local? Procure informar-se!

MAIS UM POUQUINHO

Você pode aprofundar este assunto consultando outros materiais. Abaixo seguem

algumas pistas:

1. Filme “Rita de Cássia”. Retrato desta mulher que lutou pela paz na família e na sua

cidade.

2. Homilia do papel higiênico, do Pe. Léo, disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=u6GfxK5hirc

3. O projeto “Luz Câmera Paz nas Unidades” organizado pela ONG Ciranda, de Curitiba

apresenta vários vídeos com jovens encarcerados. Vale a pena escutar o que eles tem a

nos dizer. Disponível em:

http://www.ciranda.org.br:9080/site/publico/view_tvjovem.jsp?id=7

4. Filme “Parada 174”. História verídica de um jovem que se torna menino de rua no Rio de

Janeiro, terminando a vida no mundo do crime.

5. Artigo sobre o preconceito contra os jovens: MORAES, P. R., & PESCAROLO, J. K.

Quem tem medo dos Jovens? Disponível em

http://www.naoviolencia.org.br/pdf/quemtemedodosjovens.pdf

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A CULTURA DA PAZ QUEBRANDO A CUCA...

JOVENS PROMOVEM MARCHA CONTRA A VIOLÊNCIA EM CUIABÁ

A Pastoral da Juventude da Paróquia Nossa Senhora Aparecida realiza nesta semana, de 14 a 17

de abril, a “Semana da Cidadania” em três escolas estaduais da região do Coxipó. Com o tema

“Juventude em Marcha contra a Violência”, o evento apresenta palestras com representantes da

Juventude, da Igreja Católica e da Polícia Militar, além de apresentações culturais (...). “Mais

importante do que falar da violência é falar da paz. Estamos atrás da juventude para apresentá-la

opções para vivenciar a paz dentro dos grupos de jovens, tendo sempre como mediador, Jesus

Cristo.”, afirma a Coordenadora Paroquial da Juventude Aparecida, Marcela Brito. Entre as

atrações estão apresentação de dança de rua, teatro e músicas. O evento estima reunir mais de

600 jovens para despertar em cada um a responsabilidade de ser um agente da paz e viver a juventude em grupo com outros jovens. (CNBB, on-line, 2009).

Com a notícia deste ousado grupo de jovens, abrimos este capítulo no qual queremos

falar de paz. Na verdade, queremos refletir sobre o que podemos fazer! E precisamos fazer

muito! Nosso Deus nos convoca a isso!

Falamos de paz, desejamos a paz, construímos a paz com algumas ações, mas ainda há

muito jovem sofrendo violência, pois não criamos todas as condições necessárias para que eles

tenham vida! Por isso, não podemos descansar - há muito que fazer!

Toda edificação, para estar de pé, precisa de alicerces que a sustentem dando suporte,

segurança e firmeza. Criar condições de vida é garantir alicerces para a edificação de uma nova

sociedade! Em que alicerce estamos querendo construir a civilização da paz?

Muitos querem construir a paz com a polícia na rua, outros querem construir a paz

colocando grades, alarmes e cães em suas casas, outros ainda colocam a esperança na violência,

armando-se até os dentes... Nós, cristãos, não podemos cair nessa!

Para nós a paz é Jesus Cristo! Ele nos ensina a vivermos de tal modo que seremos

autores de uma verdadeira paz num mundo novo! Ele é o alicerce da construção de uma vida

plena, uma sociedade verdadeiramente humana e fraterna! É preciso aceitar sua proposta,

vivendo os princípios evangélicos, especialmente, olhando para o próximo com amor.

Foi Ele mesmo quem nos ensinou como superar a violência, e está escrito no Evangelho de

João no capítulo 15 versículo 12: “Dou-vos um mandamento novo, que vos ameis uns aos outros.

Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros”. Só o amor gera a paz! O amor, que é a

própria essência de Deus, é o único alicerce forte o suficiente para garantir a construção do

mundo novo, onde nenhum jovem será vítima de violências. E nós, juventude, somos chamados a

ser aqueles que lançam este alicerce no chão de nossa história!

A paz começa nos corações. Não é simplesmente a ausência da guerra, nem é promovida apenas

para evitar o conflito mais vasto, ao contrário, ajuda a orientar o nosso raciocínio e as nossas

ações para o bem de todos. Ela torna-se uma filosofia de ação que nos torna a todos responsáveis

pelo bem comum e nos obriga a dedicar todos os nossos esforços para a sua causa. Se, por estes

motivos, estamos convencidos de que a paz é um „bem em si mesmo‟, devemos edificar uma cultura

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da paz. Em primeiro lugar, a paz é conhecida, reconhecida, desejada e amada no coração. Depois,

em ordem a estabelecer uma cultura da paz, deve ser expressa e impressa na humanidade, na sua

filosofia, sociologia, política e tradições. (DISCURSO DO CHEFE DA DELEGAÇÃO DA SANTA

SÉ NA ASSEMBLEIA GERAL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O TEMA

"CULTURA E PAZ" em 22 de outubro de 2001)

COMO ESTÁ O CORAÇÃO DO HOMEM?

Tempos pós-modernos... Vivemos a sociedade da alta tecnologia: tudo é prático e

encantador, muitos celulares, computadores, tvs de plasmas, carros... Avanços científicos

prometem ainda mais! Foram inúmeras as transformações pelas quais passou a humanidade em

menos de cem anos...

Mas não avançamos muito na dimensão social: apenas uma pequena parcela da população

tem acesso a estes benefícios. A maioria não está dentro da margem dos que têm acesso ao

sucesso! Um contingente enorme de pobres e miseráveis formam bolsões ao redor dos grandes

centros, frutos de uma sociedade de consumo pautada no valor do “ter” em detrimento do

“ser”. E uma das grandes causas da violência extrema é o abismo entre pobres e ricos numa

sociedade marcadamente consumista. Os ricos querem só para si... Os pobres querem o que os

ricos têm... Ricos matam pobres com medo deles, pobres matam ricos querendo acesso ao que

têm direito... E assim vão-se as vidas. O que fazer diante dessa situação? Cruzar os braços?

Não comprometer-se?

Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada

mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se

pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha nem se ascende uma luz para colocá-la

debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos o que estão em casa (Mt 5, 13-15)

Jesus Cristo nos convida a uma mudança de atitude... Se não mudarmos o sistema, se não

mudarmos a sociedade, pouca coisa poderá ser feita. A vida humana é mais do que “ter”. Mas

existe um mínimo que é necessário à vida plena, e a partilha poderia pautar nossa existência.

Ser um propagador da cultura da paz significa buscar soluções para mudarmos as condições que

geram a civilização de morte. Não adianta exigirmos paz se não estivermos dispostos a

partilhar, a diminuir a pobreza, a gerarmos condições para a educação de todos, a valorizarmos

as famílias. Romper as barreiras sociais, as exclusões e a falta de amor em família – eis o único

caminho possível para gerar a Civilização do Amor. Por isso, antes de mudar o mundo,

precisamos mudar o nosso coração, mudando também nossa mentalidade!

O chamado continua! Ser cristão é comprometer-se! E compromisso se faz em

comunidade! Ninguém precisa tentar sozinho! O grupo de jovens tem um papel importante neste

processo de propagação da cultura da paz! Por isso a necessidade de criarmos esse mundo novo

começando por nosso grupo! Sermos comunidade jovem fraterna, olhando para a realidade que

nos rodeia, discutindo, refletindo e rezando, iluminados pela Palavra de Deus, fonte de

inspiração para todos e planejando ações que possam denunciar o mal e anunciar a vida!

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QUAL AÇÃO? QUAL REAÇÃO?

A paz é tema bonito nos discursos, nos documentos, nos outdoors, na fala dos artistas

em algum show, nos programas televisivos, em passeatas... Pena que não se tornou uma cultura.

Não faz parte de nosso dia a dia. Não pensamos em ser pacíficos nos conflitos familiares, no

relacionamento afetivo, no trabalho, na escola e faculdade!

Quando falamos a palavra “cultura” queremos entender algo que faz parte de nossa vida

sempre, em todos os lugares e situações e que às vezes nem percebemos.

Como jovens cristãos, precisamos viver o amor fraterno como “cultura” nossa! Só o amor

gera paz. E amar significa fazer o que é melhor para o outro. Isso às vezes pode significar

conflito, pois muitas vezes precisamos lutar juntos e reagir às culturas de morte que têm

gerado tanta dor no coração e na vida do povo.

A reação contra a cultura de morte precisa surgir do meio da juventude! Deus fala pela

nossa alegria, pela nossa força e determinação (o jovem é um lugar teológico, diz o Documento

85 sobre a Evangelização da Juventude, no 74 e 75)! O jovem pode transmitir brilho a este

mundo, e assim reagir! Somos construtores da civilização do amor! Quem é jovem e cristão

precisa sentir-se capaz! Nosso discurso não é morto, pelo contrário, falamos de uma proposta

de Ressurreição, porque Cristo venceu a morte! Loucura? Pode ser... E é bom que seja, pois,

como nos ensinou São Paulo, a mensagem da cruz é realmente loucura... Mas a loucura de Deus é

mais sábia do que a sabedoria humana!

CAMINHOS...

NOSSO CANTINHO

E aí, galera!!! Que tal preparar um ambiente acolhedor para o momento da reunião? Cada

detalhe tem uma força única de comunicar! Então crie! Que tal umas lembrancinhas com

mensagens para os participantes? Se possível, presenteie os participantes com algum artigo

religioso simples! Você vai ver... Vale à pena, pois todos se sentem valorizados!

E para pensar sobre esse assunto, que tal alguns símbolos? Se forem bem aproveitados,

podem servir de tema para todo o encontro!

1. O primeiro “símbolo” é a própria organização da sala! Organize a reunião em círculos

para que todos tenham a oportunidade de se integrar e partilhar. É mais adequado para

um grupo de iguais e que querem partilhar! Não queira imitar uma sala de aula! O grupo

de jovens não é uma escola!

2. Prepare um ambiente onde a palavra de Deus tenha um destaque! Que tal flores e uma

vela acesa?

3. Organize recortes de figuras de pessoas que lutaram pela paz, espalhando-os pela sala.

Que tal completar escolhendo imagens de alguns santos de nossa Igreja? Você pode

realizar a reunião do grupo somente comentando a vida e a luta dessas pessoas!

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PAPO CABEÇA

Mas se você quiser, pode também organizar a reunião do grupo em forma de um debate.

Que tal? Sempre é bom debater! Isto gera reflexão e podemos ter a experiência de ouvir

outros pontos de vista e crescer.

Leia novamente o trecho do discurso sobre a “Cultura e Paz” (do Chefe da Delegação da

Santa Sé, na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas), que está no texto no início

deste capítulo, e logo após, convide o grupo para refletir e dialogar sobre as seguintes

perguntas:

1. Para nós, o que é a paz?

2. Como está nossa sociedade? Tem vivido em paz?

3. Quais os sinais de uma cultura de morte?

4. “A paz começa nos corações”. O que podemos discernir com esta afirmação do discurso

sobre “Cultura e Paz”? (Para ajudar, leia Mateus 15, 18).

5. Em nossa sociedade, quais são as instituições que tem contribuído com ações que

promovam a paz?

6. Porque o cristianismo ainda não conseguiu estabelecer a cultura da paz em nossas

sociedades? Onde estão as falhas? Quais as sugestões?

7. O que nosso grupo pode fazer para gerar uma cultura de paz?

AGITA A GALERA

Que tal uma dinâmica? Se você quiser, poderá realizar seu encontro organizando a

dinâmica “De quem será o presente?” (ELAINE T., 2002, on-line) e que pode ajudar seu grupo a

refletir sobre a cultura da paz:

Material: um brinde (podem ser bombons com mensagens, ou outra lembrancinha, mas que tenha

uma para cada pessoa. Deve estar em uma caixa bonita de presente, que desperte a curiosidade de todos.)

Embrulhe o presente da seguinte maneira: primeiro uma camada de papel de presente e, em cima,

a mensagem número 14. Papel de presente, a mensagem número 13; papel de presente, mensagem

número 12, e assim sucessivamente até usar todas as mensagens. Termine com uma camada de papel de presente.

Explique que uma pessoa no grupo irá receber o presente, mas que ela tem que ser a pessoa certa.

Sorteie quem irá começar a brincadeira. A pessoa sorteada abre o primeiro papel de presente e

acha o bilhete e age de acordo, passando o presente à próxima pessoa. Assim até que todos os

papéis tenham sido abertos. Incentive as pessoas a procurarem alguém que ainda não tenha participado a cada nova instrução:

1. Parabéns!! Você tem muita sorte, foi sorteado com este presente. Ele simboliza a

compreensão, a confraternização e a amizade que temos e ampliaremos. Mas o presente

não será seu. Observe os amigos e aquele que considera mais organizado será o ganhador dele.

2. A organização é algo de grande valor e você é possuidor desta virtude, irá levantar-se para entregar este presente ao amigo que você achar mais feliz.

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3. Você é feliz, construa sempre a sua felicidade em bases sólidas. A felicidade não

depende dos outros, mas de todos nós mesmos, mas o presente ainda não será seu. Entregue-o para uma pessoa que na sua opinião é muito meiga.

4. A meiguice é algo muito raro, e você a possui, parabéns. Mas o presente ainda não será

seu. E você com, jeito meigo, vai fazer questão de entregá-lo a quem você acha mais extrovertido.

5. Por ter este jeito tão extrovertido é que você está sendo escolhido para receber este

presente, mas infelizmente ele não é seu. Passe-o para quem você considera muito corajoso.

6. Você foi contemplado com este presente! Mas agora, demonstrando a virtude da coragem pela qual você foi escolhido, entregue-o para quem você acha mais inteligente.

7. A inteligência nos foi dada por Deus, parabéns por ter encontrado espaço para

demonstrar este talento! Muitos de nossos irmãos são inteligentes, mas a sociedade os

impede que desenvolvam seus dons. Agora passe o presente para quem você acha mais simpático.

8. Para comemorar a escolha distribua largos sorrisos aos amigos, o mundo está tão amargo

e para melhorar um pouco necessitamos de pessoas simpáticas como você. Parabéns pela

simpatia, não fique triste, o presente não será seu, passe-o a quem você acha mais

dinâmico.

9. Dinamismo é fortaleza, coragem, compromisso e energia. Seja sempre agente

multiplicador de boas idéias e boas ações em seu meio. Precisamos de pessoas como você,

parabéns, mas passe o presente a quem você acha mais solidário.

10. Solidariedade é coisa rara no mundo em que vivemos, de pessoas egocêntricas. Você está

de parabéns por ser solidário com seus colegas! Mas o presente não será seu, passe-o a

quem você acha mais alegre.

11. Alegria!!! Você nessa reunião poderá fazer renascer em muitos corações a alegria de

viver! Pessoas alegres como você transmitem otimismo e alto astral. Com sua alegria passe o presente a quem você acha mais elegante.

12. Parabéns! A elegância completa a criação de Deus! Mas o presente não será seu... Passe-o para aquele amigo que você acha mais bonito.

13. Que bom!!! Você foi escolhido o amigo mais bonito do grupo! Por isso, mostre sua beleza desfilando pela sala! Mas o presente não será seu. Passe-o para quem lhe transmite paz.

14. O mundo inteiro clama por paz e você gratuitamente transmite esta tão grande riqueza.

Parabéns!!! Pessoas como você fazem falta às grandes potências do mundo. O presente é

seu!!! Com muita paz, abra o presente e passe-o a todos os seus amigos e desejando-lhes em nome de todos nós, muita paz.

Se quiser encerre com uma conversa: Foi difícil escolher uma pessoa com a qualidade descrita?

Há mais pessoas no grupo com as mesmas qualidades? Há desvantagens em ter determinadas

qualidades ou de que forma as pessoas podem interpretar sua qualidade como algo negativo (ex.:

elegância pode ser confundida com esnobismo; ou alegria pode ser confundida com falta de

realismo)? Quais qualidades são as mais importantes? Quais são necessárias ao trabalho da

igreja, e como? A paz é importante? Cultura da paz se constrói na diversidade e na riqueza dos talentos de cada um. Você concorda com isso? (ELAINE T., 2002, on-line).

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SENTINELAS DA MANHÃ.

A sentinela é chamada a anunciar! É possível, à luz da Palavra de Deus, aprofundar este

tema “Cultura da Paz” convidando seu grupo para um encontro de oração. O que você acha? Se

você achar isso positivo, seguem algumas dicas:

1. Em sua oração pessoal, reze pela nossa sociedade, que tem vivido em profundos

conflitos, violência e sem a paz de Deus;

2. Organize, juntamente com o núcleo de serviço de seu grupo, uma pregação que possa

transmitir e enfocar a “Cultura da Paz” dentro da reunião de oração;

3. Mobilize momentos de intercessão com os jovens, em favor dos cristãos que sofrem

perseguição, especialmente em países que são fechados ao cristianismo;

4. Ore também pelos jovens que sofrem vítimas da violência em nossas cidades. Eles

precisam muito de nosso apoio. Aproveite o momento para orar pelos que causam males

aos jovens, em especial os que estão envolvidos no crime organizado.

MÃOS NA MASSA...

Galera jovem! O Documento de Aparecida nos convida a sermos Discípulos Missionários!

Que tal organizar uma ação missionária com o grupo? Precisamos ser jovens que ajudem a

construir um mundo de paz! Podemos começar pelas famílias da comunidade. Não são poucas as

famílias que estão em pé de guerra, e os jovens se ressentem disso. Se a paz começa nos

corações, precisamos levar a mensagem de esperança que brota da fé a tantos corações

atribulados. Podemos organizar o seguinte:

1. Durante a reunião do grupo, aproveite para agendar a visita na casa dos jovens que

estejam necessitando. Prepare uma equipe de jovens engajados que se comprometam

com esta ação e preparem lembrancinhas, guloseimas, música e outros. E não se esqueça:

a missão é jovem! Leve alegria e seja ousado!

2. É possível também organizar serenatas para a família dos jovens, dizendo o quanto são

amados, e rezar com a família.

3. Você também pode convidar seu grupo a confeccionar cartões com mensagens para

entregar às famílias dos jovens em nome de toda a comunidade.

4. Cultura de paz exige ação em situações conflitantes. Procure saber, em seu bairro ou

cidade, qual situação está gerando conflitos: o tráfico de drogas? A pobreza e o

desemprego? A falta de paz nas famílias? Outras? Descobrindo qual a situação mais

gritante, busque, com seu grupo, encontrar uma maneira de ajudar a melhorar essa

situação. Não se esqueça de se preparar bem para esta ação!

MAIS UM POUQUINHO...

Galera jovem! Seguem abaixo algumas fontes nas quais se pode conhecer mais sobre a

“Cultura da Paz”:

1. Para ler na íntegra o discurso do chefe da delegação da Santa Sé na ONU, acesse:

www.vatican.va/.../rc_seg-st_doc_20011022_un-culture-peace_po.html.

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2. Há um artigo muito interessante sobre Cultura da Paz em

<http://www.naoviolencia.org.br/sobre-cultura-paz-20.htm>. Vale a pena dar uma

olhadinha! 3. Dom Helder Câmara viveu e falou sobre paz e justiça num período difícil da história do

Brasil. Procure nas livrarias o documentário “O Santo Rebelde”. Você poderá

acompanhar a vida e missão deste bispo exemplar que deixou seu testemunho em nosso

país.

4. Indicamos o filme “Corrente do bem”. É um clássico que nos deixa uma mensagem sobre

como as pequenas atitudes podem transformar uma realidade.

5. Leia e reflita o evangelho de São Lucas! É o Evangelho do anúncio da paz! As atitudes de

Jesus e suas palavras transformaram muitas pessoas, transmitindo paz aos corações.

6. Nós temos um acervo muito grande de canções. Busque CDs e dvds que possam estimular

reflexões sobre a cultura da paz. Indicamos alguns: Ziza Fernandes, Zé Vicente, Pe.

Zezinho, Cantores de Deus, Celina Borges, Adriana, Pe Fábio de Mello e outros.

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MARIA, A JOVEM EM QUEM DEUS

CONFIA... QUEBRANDO A CUCA...

MENOR PROMETIDA EM CASAMENTO ENGRAVIDA NA PEQUENA CIDADE DE NAZARÉ

Nazaré, 25 de março do início da era cristã

Menor de idade M. N. (15) engravidou na pequena cidade de Nazaré, norte da Palestina, antes de

se casar. A adolescente infratora afirmou em seu depoimento aos anciãos locais ter recebido a

revelação de um anjo, que lhe teria informado da sua „concepção milagrosa‟ antes do casamento. A

menor afirmou não estar sob a ação de drogas entorpecentes quando teve as alucinações.

Suspeita-se que a jovem tenha mantido relações extra-conjugais com seu noivo, José (30),

carpinteiro viúvo a quem a M. N. está prometida em casamento. O jovem viúvo disse à nossa

reportagem que jamais tocou em M. N.. Essa declaração leva a suspeitar que a menor delinqüente

tenha mantido relações com um grupo de menores da periferia de Nazaré, conhecido na

localidade por transgredir as tradições judaicas. Após achar-se grávida, a menor teria inventado

a história das visões de anjos para poder ser inocentada em seu julgamento, marcado para a

próxima sexta-feira. Se considerada culpada, M. N. poderá ser condenada ao apedrejamento em

praça pública. Seus pais, Sr. Joaquim e Sra. Ana, e seu noivo, José, estão dispostos a recorrer ao Sinédrio em Jerusalém, caso os anciãos de Nazaré julgarem M. N. culpada das acusações.

Podemos olhar a mesma história com outros olhos...

DEUS SE FAZ HUMANO NO SEIO DA JOVEM MARIA

(Lc 1,26-38; Mt 2, 19-25)

No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a

uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era

Maria. E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo. Ela, porém,

ao ouvir estas palavras, turbou-se muito e pôs-se a pensar que saudação seria essa. Disse-lhe

então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à

luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado filho do Altíssimo;

o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai; e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o

seu reino não terá fim. Então Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, uma vez que não

conheço varão? Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te

cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus. Eis que

também Isabel, tua parenta concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela

que era chamada estéril; porque para Deus nada será impossível. Disse então Maria. Eis aqui a

serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela. E como

José, seu esposo, era justo, e não a queria difamar, pensou abandoná-la secretamente. E,

projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de

Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo; ela

dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.

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Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta:

Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido

é: Deus conosco. E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e

recebeu sua mulher; e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS.

Maria foi uma jovem quase morta... Quase mataram aquela que abriu as portas da

história para Deus entrar nela. Sob o olhar do mundo adulto da época, Maria seria uma

“adolescente transgressora”. Uma verdadeira loucura aos olhos da sociedade de seu tempo.

Uma loucura que deu certo! A história dessa adolescente, com a qual encerramos este subsídio,

nos ilumina na reflexão sobre a violência que grassa sobre os jovens de nossos dias.

MARIA É A JOVEM EM QUEM DEUS CONFIA

Apesar de sua pouca idade, sua inexperiência e meninice, Deus escolheu Maria. Ele

escolheu uma adolescente para ser a mãe do Salvador. A Salvação aconteceu porque uma

adolescente aceitou um convite maluco de um Deus que confia... Um Deus que confia na

inconseqüência juvenil. Um Deus que aposta no sim de uma menina. Um Deus que confia no novo

da juventude. E parece que foi sempre assim...

Deus chamou Davi, um pequeno pastor, de quem Golias zombou porque era moço, para ser

o Rei de Israel. Chamou Samuel, um adolescente, para escutar sua voz e ser seu profeta.

Chamou também Jeremias, que disse ser apenas uma criança. Chamou Isaías, que na sua

juventude quis seguir o Senhor. Jesus escolheu João, um adolescente, para ser seu discípulo, o

mais amado e único suficientemente corajoso para ir até os pés da cruz...

A postura de nosso Deus difere muito da de nossa sociedade. Ser jovem, para muitos de

nossos contemporâneos, significa ser violento, com grande tendência ao uso de drogas e à

promiscuidade. A juventude não é levada a sério. Nem sequer a morte de tantos jovens gera

desconforto em nossa sociedade.

Contudo, Deus escolhe os jovens. Ele jamais os quer mortos... Ele sabe que do meio da

juventude o novo surge! Ele sabe que os jovens são capazes das mais absurdas loucuras. Mas é

na insensatez de Deus que o Reino acontece. Pois “a loucura de Deus é mais sábia que os

homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” (1Cor 1,25)

Os adolescentes e jovens precisam estar abertos à loucura de Deus! Ele quer fazer

nascer mais uma vez a Salvação em meio aos jovens. A Juventude quer viver! Ela é viva!

Você, jovem, não tenha medo de viver intensamente sua juventude! Mostre ao mundo a

alegria de ser cristão que só você, com seu jeito, sabe fazer! Não tenha medo de ser jovem!

Meu apelo de hoje, a vós jovens (...) é que não desperdiceis vossa juventude. Não tenteis fugir

dela. Vivei-a intensamente. Consagrai-a aos elevados ideais da fé e da solidariedade humana. Vós,

jovens, não sois apenas o futuro da Igreja e da humanidade, como uma espécie de fuga do

presente. Pelo contrário: vós sois o presente jovem da Igreja e da humanidade. Sois seu rosto

jovem. A Igreja precisa de vós, como jovens, para manifestar ao mundo o rosto de Jesus Cristo,

que se desenha na comunidade cristã. Sem o rosto jovem a Igreja se apresentaria desfigurada. (Bento XVI aos jovens brasileiros, em 10 de maio de 2007)

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DEUS CONVIDA OS ADULTOS A CUIDAR DE MARIA

A loucura da Salvação só pode ser vivida pela jovem Maria porque ela encontrou um

ambiente de pessoas que confiavam nela e em sua louca inconseqüência. Ana, Joaquim e José

são os expoentes dessa confiança. Foram adultos corajosos que a ampararam e não a impediram

de realizar os planos de Deus. José a acolheu como esposa, Joaquim e Ana não a denunciaram, e

a SALVAÇÃO SE FEZ.

Sem esta ajuda fundamental, Jesus jamais teria nascido. Eles a acompanharam, a

ajudaram, a ampararam e deixaram que os planos de Deus acontecessem em sua vida. Desse

mesmo modo, o mundo adulto precisa se aproximar com respeito da juventude. O espaço do

jovem é sagrado. Ele precisa de respeito, confiança e acolhida para que o novo do Reino possa

se realizar em sua vida! Mas precisa também de apoio, direcionamento e ajuda amiga!

Aqui queremos reforçar a importância da presença da família junto aos jovens. Eles

precisam de pessoas que sejam verdadeiramente referenciais a fim de que não estejam

sozinhos. Afirmamos também a fundamental importância do ministério da assessoria em meio

aos grupos de jovens e adolescentes. Eles não podem caminhar sozinhos!

EM MARIA, DEUS CURA NOSSO OLHAR...

Nesta menina, Deus nos ensina a olhar os jovens com confiança, acolhida e respeito. Ele

também nos convoca a acompanharmos a vida da juventude – toda juventude – e não apenas os

de nossos grupos, movimentos e pastorais.

Como Igreja, precisamos reconhecer que ainda são poucos os espaços nos quais os

jovens encontram apoio e confiança. Como sociedade, precisamos bater no peito e reconhecer o

sangue que temos nas mãos diante dos mais de 17 mil jovens assassinados por ano neste país.

Como famílias, precisamos perceber o quanto temos sido ausentes da vida das crianças,

adolescentes e jovens, que crescem sem acompanhamento. Não temos sido como nosso Deus.

Precisamos curar o olhar...

Todo Brasil precisa mudar a maneira de ver e tratar os jovens. Precisamos aproximar-

nos deles sem medo, acolher neles o novo que nos vem de nosso Deus e livrá-los da maldade que

tem imperado entre eles. Deixemos os jovens serem jovens! E acompanhemos com nossa ajuda,

mas sem matar o broto, para que possa dar flor e fruto! Juventude é vida e os jovens querem

viver! Nós queremos a vida, queremos viver!

CAMINHOS...

NOSSO CANTINHO

Pra pensar sobre esse assunto, você pode organizar o espaço no qual os jovens se

reúnem colocando nele uma imagem de Maria, uma Bíblia aberta em Lc 1,26-38 ou Mt 2,19-25,

uma cópia em letras grandes (ou cartaz) com o texto “Menor prometida em casamento engravida na pequena cidade de Nazaré” (ou partes dele, em folhas espalhadas pelo chão),

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recortes de revistas mostrando jovens presos na cadeia. Se for possível, consiga um terço de

lembrança para cada jovem presente.

Você pode organizar o seu encontro apenas explorando os símbolos:

1. Maria ocupa um lugar central em nossa fé. Ela abriu as portas da humanidade e nos

trouxe o Salvador. Em seu ventre, Deus se fez humano. E foi um ventre jovem... Deus

pediu licença à juventude para entrar no mundo!

2. A Bíblia traz os textos nos quais Maria diz sim a Deus e é acolhida por José, seu esposo.

3. O texto “Menor prometida em casamento engravida na pequena cidade de Nazaré” nos

mostra como seria recebida Maria se a ela se aplicasse o preconceito contra os jovens

que sentimos em nossos dias.

4. Os recortes de revistas trazem fotos de jovens que sofrem em nossos dias. Eles

cometeram crimes, é verdade, mas o que foi feito por eles? Quem os ajudou? Muitos

deles tiveram como único “adulto” próximo o traficante de drogas...

PAPO CABEÇA

Mas se você quiser, pode também organizar um debate. Que tal? Leia para o grupo o

texto “Menor prometida em casamento engravida na pequena cidade de Nazaré”, que está no

início deste capítulo. Depois disso, você poderá apresentar algumas ou todas as perguntas que

seguem:

1. O texto se parece muito com as colunas criminais de nossos jornais. Como os jovens são

retratados pela imprensa? Como eles aparecem nos noticiários?

2. Podemos dizer que a juventude sofre preconceitos?

3. O termo “menor de idade” é aplicado apenas a jovens empobrecidos. Ninguém chama um

parente próximo de “menor”, mas de “jovem” ou “adolescente”. O que você acha disso?

4. Maria era “menor” infratora... Aos olhos de seus chefes ela deveria ser apedrejada.

Quais injustiças os adolescentes e jovens de hoje sofrem?

5. Maria encontrou apoio em seus pais e noivo. Que apoio os jovens de hoje recebem dos

adultos na Igreja e na sociedade?

6. Deus escolheu uma jovem... Ele continua a nos escolher. O que Ele quer de nós, jovens do

século XXI?

AGITA A GALERA

Que tal uma dinâmica? Se você quiser, poderá realizar seu encontro organizando a

dinâmica das oportunidades (cf. BRITO DE MOURA, on-line). Ela tem por objetivo ajudar os

jovens a refletir sobre o que a juventude pode fazer se confiarmos nela e oferecermos as

oportunidades necessárias para que se desenvolva na Igreja e na sociedade. Maria foi escolhida

por Deus e encontrou o ambiente favorável para que pudesse ser a Mãe do Salvador.

Mantenha a dinâmica em segredo para os demais membros do grupo. Assim ela dá

melhores resultados, OK?

1. Antes da reunião começar, prepare três ambientes (de preferência em três salas

diferentes, com as quais os jovens não tenham contato):

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2. O primeiro com muito material para preparação de cartazes: giz de cera, canetinhas,

cartolina, fita crepe...

3. O segundo com pouco material (bem menos que o primeiro)

4. E o terceiro só com uma folha de papel e uma caneta.

5. Divida o grupo em três equipes.

6. Diga para o grupo que hoje irão aprender como elaborar um Curriculum Vitae. Explique

para o grupo:

O currículo mostra o tipo de profissional que você é. Por isso deve ter informações precisas e

coerentes para que o selecionador não se perca no meio da leitura! Como um selecionador

experiente não demora mais do que 30 segundos para identificar os pontos fortes e os pontos

fracos de um currículo, é bom prestar muita atenção na redação, organização, apresentação e objetivos para não cometer nenhum deslize.

Estrutura de um bom curriculum:

1. Dados Pessoais (nome, idade ou data de nascimento, endereço, estado civil, telefone, e-mail...);

2. Áreas de Interesse (funções que pretende);

3. Formação Escolar (onde cursou o ensino médio e superior);

4. Conhecimento de Idiomas (o que conhece de cada idioma – leitura, redação, conversação);

5. Conhecimento de Informática (quais softwares conhece e o nível de conhecimento – básico,

intermediário ou avançado);

6. Cursos Extracurriculares (quais cursos participou, início e término);

7. Experiências Profissionais (se teve, onde trabalhou, período e funções que exerceu);

8. Projetos Sociais (descrição breve se participa de iniciativas comunitárias e atividades que

desenvolve). (BRITO DE MOURA s.d. ).

5. Convide os grupos a escolherem um de seus jovens para elaborar seu curriculum. Eles

poderão elaborar o curriculum utilizando-se da criatividade que eles possuem e do

material que lhes foi entregue. Eles não poderão de modo algum conversar com membros

de outras equipes, nem utilizar outros materiais além daqueles que lhes foi dado.

6. Envie-os para os locais de preparação. Se possível, evite que os grupos tenham contato

uns com os outros.

7. Na hora da apresentação, comece pelo grupo que teve mais materiais. Mostre-se bem

interessado(a) e dê bastante tempo para a apresentação. Diminua o tempo do segundo

grupo (o que tinha alguns materiais) e dê bem pouco tempo e pouca atenção para o

terceiro grupo. Deixe que reclamem!

8. Depois que todos se acalmarem, explique a intenção da dinâmica: mostrar como os

jovens podem se desenvolver se tiverem as oportunidades certas, enquanto que outros

podem não ter espaço na sociedade e na Igreja porque não lhes é dada a oportunidade.

9. Peça para que os jovens partilhem o que sentiram realizando a dinâmica.

10. Leia o texto: “Menor prometida em casamento engravida na pequena cidade de Nazaré”, que está no início deste capítulo e os textos de Lc 1,26-38 e Mt 2, 19-25. Se achar

oportuno, utilize as questões de debate que se encontram no item “Papo Cabeça”, mais

acima.

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SENTINELAS DA MANHÃ

Se você quiser, pode organizar um encontro de celebração e oração com os jovens para

aprofundar em Deus o tema deste encontro. Você pode utilizar as dicas de ambientação que se

encontram em “Nosso cantinho”.

1. Após um momento de animação com cantos e acolhida de todos, convide os jovens

presentes para um momento de oração. Cante com eles algum canto mariano, que os

conduza a refletir sobre a vida desta jovem mulher.

2. Após este momento, convide alguém do grupo para proclamar o Evangelho, lendo os dois

textos propostos para este encontro: Lc 1,26-38 e Mt 2, 19-25.

3. Após a leitura, alguém previamente convidado, faz a partilha da Palavra. Para esta

partilha, seguem algumas dicas abaixo, ou no texto apresentado no início deste capítulo:

4. Maria é a mulher que mais esteve unida a Deus. Filha predileta do Pai, abriu-se

inteiramente à ação do Espírito Santo tornando-se aquela na qual o Verbo Eterno se fez

carne e habitou entre nós: Jesus Cristo, Senhor nosso. O Catecismo da Igreja Católica

assim nos ensina:

A Virgem Maria realiza da maneira mais perfeita a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o

anúncio e a promessa trazida pelo anjo Gabriel, acreditando que "nada é impossível a Deus" (Lc

1,37) e dando seu assentimento: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua

palavra" (Lc 1,38). Isabel a saudou: "Bem-aventurada a que acreditou, pois o que lhe foi dito da

parte do Senhor será cumprido" (Lc 1,45). É em virtude desta fé que todas as gerações a

proclamarão bem-aventurada. Durante toda a sua vida e até sua última provação, quando Jesus,

seu filho, morreu na cruz, sua fé não vacilou. Maria não deixou de crer "no cumprimento" da

Palavra de Deus. Por isso a Igreja venera em Maria a realização mais pura da fé. (CATECISMO

DA IGREJA CATÓLICA, n. 148-149).

a. Uma mulher de fé... Podemos, sem sombra de dúvidas chamá-la mulher de fibra,

corajosa, ousada.

b. E esta mulher quando disse seu mais importante e fundamental “sim” era uma

jovem. Tinha cerca de 15 anos quando aceitou tornar-se a Mãe do Salvador.

Correu enorme risco de ser apedrejada por tornar-se mãe antes de se casar.

Mas ela, uma jovem ousada! Não mediu esforços e foi radical em sua decisão.

c. Maria foi a típica jovem. A juventude é a fase das decisões fundamentais da vida.

Neste momento da vida fazemos as amizades mais importantes, escolhemos o (a)

companheiro (a) que caminhará conosco durante a vida, decidimos pela profissão,

escolhemos nossa vocação. E Maria fez também as suas escolhas: escolheu por

Deus. E ao acolher a Palavra num coração sem mancha, trouxe ao mundo a

salvação.

d. Há vida brotando no meio da juventude! Brotou em Maria, brota em nós também.

Deus é fiel em suas escolhas. Se escolheu uma jovem há dois mil anos atrás, hoje

não é diferente! Ele escolhe você, jovem, para torná-lo presente na história dos

homens e mulheres de hoje. Assim como esperou o sim de Maria, Ele também

espera o seu sim! E assim como Maria aceitou radicalmente, Ele também espera

seu sim radical.

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e. Deus confia na juventude, confia em você, porque você é a Sentinela da Manhã!

i. Sentinela era o guarda que ficava esperando o primeiro raio do sol para

anunciar a chegada de um novo dia. Ele só via o escuro, mas sabia que o sol

iria nascer, por isso esperava.

ii. Você, jovem, é alguém de coragem. Participa deste grupo (movimento,

comunidade) porque sabe que o Reino de Deus virá. O mundo parece uma

escuridão, a morte nos ronda por todos os lados, mas você é um corajoso!

iii. Você, como a jovem Maria, sabe ousar ser diferente. E Deus gosta disso!

Por isso Ele ama os jovens! Ele sabe que pode contar com a novidade que

vem do meio da juventude! O jovem ousa... Ousa pintar o cabelo de cores

loucas, ousa usar roupas que aos olhos dos mais velhos parecem esquisitas,

ousa falar diferente, pensar diferente! Deus conta com seu jeito

diferente porque Ele não é o Deus da mesmice... Ele é o Deus da novidade!

f. A novidade nos veio por meio da juventude em Maria. Em nossos tempos de

trevas e sofrimento, a novidade só pode vir de você, Jovem. Ouse ser Sentinela

da Manhã:

i. Vá ao encontro dos jovens que estão em risco de morte!

ii. Corra ao encontro de sua família a levar esperança e amor!

iii. Seja um missionário, ouse ser diferente! Ouse ser uma nova Igreja e

transformar um pouquinho nosso mundo!

5. Após a reflexão, pode-se cantar mais um canto mariano.

6. Convide os jovens a uma consagração da sua juventude ao projeto de Jesus Cristo. Cada

participante dirige-se ao centro e todos os demais oram por ele (ela), entregando sua

vida a um novo momento de missão em prol da renovação do mundo e em favor da vida da

juventude (se houver água benta, pode-se aspergi-la sobre cada jovem, renovando a

graça recebida no batismo).

MÃO NA MASSA

O que você e seu grupo podem fazer para serem ousados na geração da vida? Abaixo

seguem algumas dicas para que seu grupo de jovens ou movimento seja mais parecido com

Maria:

1. Já é hora da missão! Não dá mais para esperar! Há muita vida jovem precisando ser

cuidada. Há muitos jovens morrendo sem sequer uma chance de desenvolver e

desabrochar sua vida. Assim como Maria não esperou, não espere! Organize, com seu

grupo uma missão jovem! Visite casas, vá ao encontro dos jovens nas praças, ruas, bares,

onde quer que estejam. Seja jovem no meio deles e comunique a vida!

2. Que tal ir ao encontro dos jovens que não participam mais? Organize o panelaço

missionário (um grupo da Juventude Marial Vicentina de Almirante Tamandaré, PR, fez

isso e deu certo!). Prepare o jantar na casa de um dos jovens participantes do grupo e

leve a janta pronta na família do jovem que já não vai mais no grupo! Veja como isso dá

resultado!

Page 47: DNJ 2009: Subsídio para Grupos

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COMISSÃO JUVENTUDE

Arquidiocese de Curitiba Casa da Juventude do Paraná

COMISSÃO JUVENTUDE DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA Rua Jaime Reis, 369, São Francisco, Curitiba-PR. 80.510-010

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3. Prepare um teatro mostrando a história de Maria para apresentar na comunidade.

Destaque, no teatro, a importância de se valorizar a juventude, pois Deus escolheu uma

jovem para ser a mãe do Salvador.

4. Maria pode tornar-se mãe de Deus porque os adultos que a rodeavam a apoiaram. Que

tal o grupo visitar casais, religiosos, padres e outros adultos, realizando uma reunião na

casa deles? Quem sabe você e seu grupo ou movimento conquistam mais pessoas para

ajudar a juventude a ter mais vida?

5. Como está o acompanhamento do projeto de vida dos jovens de seu grupo ou movimento?

A vida precisa ser levada a sério... Peça ajuda a pessoas que possam esclarecer sobre a

elaboração e acompanhamento dos projetos pessoais de vida dos jovens que você

acompanha.

6. Como está a preparação de seu grupo para a participação no Dia Nacional da Juventude?

Você já sabe a data e o local? Procure informar-se!

MAIS UM POUQUINHO

Você pode aprofundar este assunto consultando outros materiais. Abaixo seguem

algumas pistas:

1. Há muitos filmes que retratam a coragem da Mãe de Jesus. Procure em sua locadora!

2. Acesse o texto: MORAES, P. R., & PESCAROLO, J. K. Quem tem medo dos Jovens?

Disponível em http://www.naoviolencia.org.br/pdf/quemtemedodosjovens.pdf . Ele traz

muitas reflexões sobre o preconceito que se tem contra os jovens em nossos dias.

3. Sobre o desemprego em meio aos jovens, leia COSTANZI, R. N. (2009). Trabalho

Decente e Junventude no Brasil. Estudo feito pela Organização Internacional do

Trabalho. (Disponível em

http://www.oitbrasil.org.br/topic/decent_work/doc/news_9.pdf).

4. Homilia sobre os bens materiais, de Pe. Léo! Para refletir sobre o que vale à pena na vida

de família: http://www.youtube.com/watch?v=2FzxCIt13dY&feature=related

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OBRAS CITADAS ABRAMOWAY, et alii. Juventude, violência e vulnerabilidade social na América Latina: desafios

para as políticas públicas. UNESCO/BID, 2002.

BRITO DE MOURA, Ana Claudia. Dinâmicas de Formação para a Cidadania. s.d. . <

http://www.mundojovem.pucrs.br/subsidios-dinamicas-19.php > (acesso em 05 de agosto

de 2009).

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Vozes: Petrópolis, 1993.

CAVALLARI, Patricia. Jovens são as principais vítimas de homicídios na Grande Curitiba. 07 de

julho de 2008. <http://www.parana-

online.com.br/editoria/policia/news/326008/?noticia=JOVENS+SAO+AS+PRINCIPAIS+V

ITIMAS+DE+HOMICIDIOS+NA+GRANDE+CURITIBA> (acesso em 15 de julho de 2009).

CELAM . (CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO) Documento de Aparecida. Brasília:

Edições CNBB, 2007.

CNBB. “Jovens promovem marcha contra a violência em Cuiabá.” Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Abril de 2009.

http://www.cnbb.org.br/ns/modules/mastop_publish/?tac=942 (acesso em 20 de Agosto

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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. “(CNBB). Evangelização da Juventude.

Desafios e Perspectivas Pastorais.” São Paulo: Paulinas, 2007.

COSTANZI, Rogério Nagamine. Trabalho Decente e Junventude no Brasil. Vol. Disponível em

<http://www.oitbrasil.org.br/topic/decent_work/doc/news_9.pdf>. Assessado em

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JOVEM de favela do Rio ganha prêmio na Holanda. 08 de Dezembro de 2008.

<http://www.rnw.nl/pt-pt/português/article/jovem-de-favela-do-rio-ganha-prêmio-na-

holanda> (acesso em 07 de Agosto de 2009).

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MORAES, Pedro Rodolfo Bodê de, e Joyce Kelly PESCAROLO. Quem tem medo dos Jovens?

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NOVAES, Regina, e Christina VITAL. A juventude de hoje: (re)invenções da participação social. In: Andrés Thompson (org.) Associando-se à juventude para construir o futuro. São Paulo:

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ULBRICH, Giselle. “Paraná on-line.” Confronto mata assaltante no Jardim Ipê. . Criado em

13/06/2009 às 01:20hs. Disponível em <http://parana-

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WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2008. São Paulo:

Instituto Sangari. Brasília: Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana: Ministério

da Saúde, Ministério da Justiça, 2008.